registo ed119

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Prós e contras do Centro Histórico Câmara diz que esta vai ser a maior feira de sempre São Mamede www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti | 09 de Setembro de 2010 | ed. 119 |0.50 euros PUB Expomora 2010 começa amanhã 7 10 3 10 9 Montemor Feira da Luz: muitos visitantes Estremoz Ciência vai estar na Rua 11 Vidigueira Música em Festival este fim-de-semana 12 Castelo de Vide Passos Coelho encerrou Universidade de Verão 5 No Alentejo, este ano lectivo, já não vão abrir cerca de 30 escolas do ensino básico que tinham menos de 21 alunos. No entanto, algumas perma- necem ainda em funcionamento, apesar de não atingirem este número. No concelho de Évora, vai fechar a Escola de Guadalupe (mantendo-se aberta a da Boa Fé), enquanto que em Arraiolos parece irreversível o fecho da escola de Santana do Campo - apesar da contestação de pais e autar- cas -, mantendo-se aberta a do Sabugueiro Alentejo: abertura das aulas “ensombrada” pelo fecho de mais de três dezenas de escolas Ano escolar 2010/2011 começa hoje 3/20 Dívida da Câmara ascende a 50 mil euros ao Juventude de Évora. O Clube ameaça “suspender todas as actividades desportivas” José Ernesto Oliveira recusa pagar “a uns e a outros não” - Em reunião de Câmara, ontem à tarde, o presidente da autarquia disse que a Câmara “vai pagar” o dinheiro em dívida aos agentes, mas “não sabe quando”. O presidente da Câmara de Évora econheceu ontem, em reunião do executivo, dívidas acumuladas aos clubes e agentes culturais do concelho, mas disse que a autarquia não tem, de momento, “nenhuma possibilidade de ga- rantir quando esses valores serão saldados”. Instado pelo vereador da CDU, Eduardo Luciano, a saldar pelo menos alguns dos compromissos, José Ernesto Oliveira disse que a Câmara não tem capacidade para pagar a todos, mesmo que faseadamente, e que não pode discriminar ninguém. Feira Franca de Avis Este fim-de-semana é de festa em Avis. A Feira Franca já se instalou nos hábitos de visitantes e forasteiros. O REGISTO associa-se a este momento especial do concelho e publica com esta edição um suplemento de 12 páginas dedicado a Avis, com uma entrevista de fundo ao presidente da autarquia, Manuel Coelho, um roteiro através das diversas freguesias e o programa das festas. Turismo do Alentejo quer que Montado seja Património da Humanidade 19

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Registo ED119

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Page 1: Registo ED119

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Prós e contras do Centro Histórico

Câmara diz que esta vai ser a maior feira de sempre

São Mamede

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti | 09 de Setembro de 2010 | ed. 119 |0.50 euros

PUB

Expomora 2010 começa amanhã

710

3

10

9

Montemor

Feira da Luz:muitos visitantes

Estremoz

Ciência vai estar na Rua

11

VidigueiraMúsica em Festival este fim-de-semana

12

Castelo de Vide

Passos Coelhoencerrou Universidade de Verão 5

No Alentejo, este ano lectivo, já não vão abrir cerca de 30 escolas do ensino básico que tinham menos de 21 alunos. No entanto, algumas perma-necem ainda em funcionamento, apesar de não atingirem este número. No concelho de Évora,

vai fechar a Escola de Guadalupe (mantendo-se aberta a da Boa Fé), enquanto que em Arraiolos parece irreversível o fecho da escola de Santana do Campo - apesar da contestação de pais e autar-cas -, mantendo-se aberta a do Sabugueiro

Alentejo: abertura das aulas “ensombrada” pelo fecho de mais de três dezenas de escolas

Ano escolar 2010/2011 começa hoje

3/20

Dívida da Câmara ascende a 50 mil euros ao Juventude de Évora. O Clube ameaça “suspender todas as actividades desportivas”

José Ernesto Oliveira recusa pagar “a uns e a outros não” - Em reunião de Câmara, ontem à tarde, o presidente da autarquia disse que a Câmara “vai pagar” o dinheiro em dívida aos agentes, mas “não sabe quando”.

O presidente da Câmara de Évora econheceu ontem, em reunião do executivo, dívidas acumuladas aos clubes e agentes culturais do concelho, mas disse que a autarquia não tem, de momento, “nenhuma possibilidade de ga-rantir quando esses valores serão saldados”.

Instado pelo vereador da CDU, Eduardo Luciano, a saldar pelo menos alguns dos compromissos, José Ernesto Oliveira disse que a Câmara não tem capacidade para pagar a todos, mesmo que faseadamente, e que não pode discriminar ninguém.

Feira Franca de Avis

Este fim-de-semana é de festa em Avis. A Feira Franca já se instalou nos hábitos de visitantes e forasteiros. O REGISTO associa-se a este momento especial do concelho e publica com esta edição um suplemento de 12 páginas dedicado a Avis, com uma entrevista de fundo ao presidente da autarquia, Manuel Coelho, um roteiro através das diversas freguesias e o programa das festas.

Turismo do Alentejo quer que Montado seja Património da Humanidade

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2 09 Setembro ‘10

A abrir

Efeméride

As Nações Unidas comemoram nesta terça-feira, 15 de setembro, o Dia Inter-nacional da Democracia, com um pe-dido para que a comunidade interna-cional reafirme a vontade de construir sociedades participativas.Em uma mensagem para marcar a data, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, lembrou que a democracia não é apenas um fim em si, mas tam-bém um poderoso meio para se atingir o progresso econômico e social, além de paz e segurança.

“O Juiz decidiu, mas não está decidido...”

Neste jornal alguns textos são escritos segundo o Novo Acordo Ortográfico e outros não. Durante algum tempo esta situação irá manter-se e as duas formas de escrita vão coexistir. Tudo faremos, no entanto, para que no mais curto espaço de tempo se tenda para uma harmonização das formas de escrever no Registo, respeitando as regras do Novo Acordo

Voltou a Évora a polémica dos apoios aos agentes desportivos e culturais, relativos a 2009, e que ainda estão em dívida. O Juventu-de, que se prepara para disputar a 2ª Divisão Nacional e que, no seu conjunto, tem cerca de meio milhar de atletas, emitiu um comunicado onde anuncia “a suspensão de to-das as actividades” se a Câmara não pagar os compromissos assumidos em protocolo, relativamente ao ano passado, e recusa-se a assinar o pro-tocolo para 2010 sem que haja um acerto de contas. Esta dívida – bem como outras a diversos agentes culturais e desportivos – no valor de meio milhão de euros já era co-nhecida e o próprio presidente da Câmara de Évora, José Ernesto Oli-veira, a reconheceu na entrevista que deu ao REGISTO em finais de Junho. Só que desde lá, até hoje, nenhum esforço efectivo terá sido feito para reduzir estes montantes e os clubes e outros agentes sentem cada vez mais difícil o exercício da sua actividade, já que essas verbas tinham sido contratualizadas e fa-ziam parte dos seus orçamentos e se destinavam a financiar os seus pla-nos de actividades. 2009 já passou. 2010 está quase a terminar e a situ-ação destes agentes culturais e des-portivos é, em muitos casos, quase desesperada.O Juventude, num gesto de força, decidiu tornar pública esta situação, depois do seu presidente, em Maio passado a ter denunciado em en-

trevista ao REGISTO e pressionar para que se encontre uma forma de a resol-ver. Um conjunto de agentes cultu-rais já o tinha feito também em Maio passado. A isto a Câmara, pela voz do seu presidente, responde que “não há dinheiro” para honrar todos estes compromissos e que não se devem discriminar agentes pagando a uns e a outros não. Ontem, em reunião de Câ-mara (ver última página), José Ernesto Oliveira voltou a reconhecer a dívida, mas a dizer também que não pretende fazer “pagamentos mitigados” e que está à procura de resolver a situação. Como? Não se sabe. O que se sabe é que o presidente da Câmara disse há dois meses (entrevista ao REGISTO de 24 de Junho) ”fica aqui prometido: nem que eu tenha que empenhar a minha casa irei pagar a esses agen-tes todos, que é para acabarmos com isto e começarmos com regras novas. Nem que tenha que ser eu, pessoal-mente, a fazê-lo, porque já não consi-go ouvir mais essa conversa”.Não se pretende tanto. Pretende-se isso sim – pretendem os agentes cultu-rais e desportivos e todos os que usu-fruem dos seus serviços e das suas ac-tividades – que as verbas acordadas, e muitas delas objecto de protocolos, sejam pagas pela Câmara, em tempo útil. E se não há dinheiro para todos, pelo menos que se escalone e se faça um plano temporal de pagamento das dívidas, como todos somos obrigados a fazer quando nas nossas vidas particu-lares nos acontecem situações destas.Agora reconhecer que se tem as dívi-das, mas que não se sabe quando, nem como, se vão pagar é que é muito cur-to. E pressupõe uma grande dose de arrogância que pouco tem a ver com a transparência que deve ser a “pedra de toque” duma gestão moderna, de-mocrática e participativa.

Crónica Editorial

“Um copinho, dois copinhos…”

O presidente da Câmara de Monte-mor, Carlos Pinto de Sá, terminou o discurso de abertura da Feira da Luz com “uma pequena surpresa”. O autarca recordou que “o poejo e o granito montemorenses foram, ao longo de décadas, referências” do concelho, mas que “há alguns anos desapareceram”. Porém, “a Destilaria Montemo-rense, sob a responsabilidade do engenheiro Carlos Almeida, reapareceu”, anunciou o autarca, convidando todos para um “Poejo de Honra”. E dirigiu-se à mesa do cocktail, seguido dos ilustres convidados,

que incluíam a Governadora Civil e diversos autarcas das redonde-zas, como José Figueira, de Vendas Novas, e Luís Simão, de Mora. Os produtos da Destilaria Montemo-rense foram muito apreciados. O REGISTO ouviu um alto responsável do distrito dizer para o vizinho:- O Poejo é óptimo. Agora vou pro-var o Mármore.E se bem o disse, melhor o fez. E o vizinho, que já tinha provado ambos, resolveu repetir o Mármore, cantarolando:- Um copinho, dois copinhos, três copinhos de licor…

Évora no Google Earth

Os 40 graus sabem que a Google vai fotografar todo Centro Histórico de Évora já este mês. As fotos destinam-se ao Google Earth e, por isso, em breve o Centro Histórico de Évora (e Património Mundial) estará dispo-

nível nesta útil ferramenta informá-tica numa versão tridimensional.Os técnicos da Google admitem que as fotos possam ser feitas durante um único dia (são feitas com um carro e com uma câmara instala-da no tejadilho) e gostariam que todos os carros fossem retirados do Centro da Cidade. Não só para per-mitir uma visão mais “liberta” das fachadas dos edifícios, mas também por questões de privacidade, numa altura em que, em vários países, há quem conteste o Google Earth como uma ameça à privacidade dos cidadãos. Uma “guerra” que podia ter sido evitada?

Durante muitos anos Andrade Santos presidiu à Região de Turismo de Évora. Com a recente fusão das regiões de turismo e a criação da ERT do Alentejo, a região de Turismo

de Évora foi extinta e, por razões po-líticas (vários dirigentes do PS Évora opuseram-se veemente) Andrade Santos (ao contrário de Ceia da Silva e de Vitor Silva) não integrou a nova estrutura. O ex-presidente ficou magoado como é natural. E a partir daí não tem perdido nenhu-ma oportunidade para “guerrear” quem o “guerreou”. Alguém parti-cularmente atento à vida política eborense disse ao 40 graus que “com ferros se mata e com ferros se morre. Toda esta polémica em torno do Museu do Artesanato poderia ter sido evitada se Andrade Santos tivesse sido convidado a integrar a ERT Alentejo, como deveria ter sido. Agora Andrade Santos não vai per-der esta oportunidade de afrontar quem o excluiu. E tem-no feito, não largando o osso, de facto”. Ou não fosse o Centro de Artes Tradicionais também uma criação sua, acrescen-tam os 40 graus.

40 graus à Sombra

15 de Setembro Dia Internacional da Democracia

www.egoisthedonism.wordpress.comPedro Henriques Cartoonista

Carlos Júlio

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Destaque

O Juventude de Évora anunciou a “suspensão” de todas as actividades desportivas. Motivo: o incumprimen-to, por parte da Câmara, dos apoios prometidos pela autarquia. Em comu-nicado tornado público sexta-feira, a direcção do Juventude Sport Clube acusa a Câmara Municipal de Évora de não cumprir o contrato-programa assinado no ano passado e continu-ar “sem pagar a maior parte das ver-bas devidas” ao clube. Já em finais de Maio, Amadeu Marti-nho, presidente do Juventude, em en-trevista ao semanário REGISTO tinha denunciado a falta de pagamento, afir-mando que a Câmara estava “a travar o desenvolvimento” desta Instituição de Utilidade Pública, fundada em 1918, e que conta actualmente com mais de meio milhar de atletas distribuídos por diversas modalidades.Agora em declarações à agência LUSA, o presidente da Câmara Municipal de Évora, José Ernesto Oliveira reconhe-ce que a autarquia “tem tido algumas dificuldades em cumprir com os seus compromissos”, mas considerou que “os clubes não devem estar dependen-tes de subsídios, já que primeira respon-sabilidade de um dirigente desportivo deve ser gerir a sua instituição com os meios que tem ao seu dispor. Não po-dem ser os subsídios a garantir a sus-tentabilidade de um clube”, defendeu o autarca.Por outro lado, José Ernesto

Oliveira afirmou que “não é justo que se diga que a Câmara de Évora não aju-da” o clube, lembrando que a autarquia apoia a instituição através da cedência de um autocarro do município, do for-necimento de água e noutros apoios como cedência de máquinas e em vá-rios materiais.Recusando fazer promessas quanto ao pagamento das verbas em causa, o pre-sidente da Câmara de Évora garantiu que “o dinheiro vai chegar ao clube, mas o subsídio só será saldado quando a autarquia tiver condições”.Recorde-se que José Ernesto Oliveira, em entrevista ao semanário REGISTO, em finais de Junho, confrontado com

as dívidas aos agentes culturais e des-portivos, respondeu que “esse dinheiro vai ser pago. Se for preciso pago do meu bolso”. Algo que não aconteceu até à data. Ainda segundo a direcção do Juventu-de de Évora, o não pagamento das ver-bas acordadas e relativas ao ano passa-do, fez com que o Clube tenha decidido “não assinar o contrato programa para 2010”.

Momento “crucial” na vida do Juventude

Ainda segundo o comunicado do Clu-be, “a direcção do Juventude lamenta profundamente que numa altura cru-cial da vida do Clube (inicio das activi-dades de futebol juvenil, senior, futsal e actividades de pavilhão) com as ine-rentes despesas de inscrições, seguros, arranjos de campos, balneários, ma-teriais e equipamentos, não surjam as verbas acordadas e devidamente orçamentadas no plano estratégico da nossa Instituição.Nos meios desportivos da cidade esta tomada de posição do Juventude é considerada como mais uma forma de pressão para que a Câmara pague as verbas acordadas, “depois de terem existido outras tentativas de resolu-ção do problema, menos visíveis, mas que também não deram qualquer re-sultado”. E que, desta vez, terá que ser, finalmente, encontrada uma solução, isto apesar de quase ninguém acreditar

que o Juventude – cuja equipa de fute-bol sénior ascendeu à 2ª Divisão Na-cional e que basta ver a sua página na internet para verificar que, em todos os escalões as equipas se estão a preparar para a próxima época – vá abandonar as competições em que está inscrito. “Mas que encostou a Câmara à parede, lá isso é verdade”, disse ao REGISTO um sócio do Clube, manifestamente desa-gradado com as dívidas acumuladas pela Câmara e que rondam os 50 mil euros, respeitantes ao ano passado. Segundo o presidente do Juventude, quando assinou o contrato programa para 2009, o Clube “propôs à Câmara que o pagamento dessa verba, na or-dem dos 77 mil euros, fosse faseada em 10 mensalidades, mas, dessas 10 tran-ches, a Câmara apenas cumpriu três e todas fora de tempo”.Alertando para “o momento crucial “ do Juventude com o início de uma nova época desportiva, Amadeu Martinho explicou que “o Juventude recebeu ape-nas 25 mil euros dos 77 mil” que tinha contratualizado com o município.Em declarações à Agência Lusa, Ama-deu Martinho acusou ainda a autar-quia de “insensibilidade” em relação ao desporto na cidade e “para com o Ju-ventude que, no futebol, é o clube mais representativo da cidade”.Entretanto esperava-se que este assun-to fosse debatido na reunião da Câmara Municipal de Évora, a decorrer à hora de fecho deste Jornal. ( Ver última pá-gina).

Por dívida de 50 mil euros por parte da Câmara

Juventude de Évora ameaça “suspender toda a actividade desportiva”Carlos Júlio/Lusa

Amadeu Martinho: um presidente revoltado

Por todo o país, mais de um milhão e meio de alunos co-meçam hoje a chegar às es-colas do ensino básico e se-cundário, mas no distrito de Évora, à semelhança do que sucede por todo o país, o ano lectivo 2010-2011 inicia-se em clima de confronto.

A polémica em torno do reor-denamento escolar e a transfe-rência dos alunos para novos centros escolares arrastou-se até à abertura do ano lectivo sem que tenha sido alcançado um acordo universal com as autarquias abrangidas.

Em Arraiolos, onde está previs-to o encerramento da EB1 de Santana do Campo, os pais dos alunos estiveram ontem reuni-dos com elementos da Direcção Regional de Educação do Alen-tejo para serem informados da escola para onde os filhos serão transferidos. No entanto, já fizeram saber que no dia 13, o primeiro dia de aulas, será à EB1 de Santana do Campo que levarão os filhos, já que o problema do transporte das crianças para a nova escola não está resolvido. No concelho de Arraiolos esta-va previsto o encerramento das escolas de Santana do Campo e

Sabugueiro, mas esta última “deve continuar aberta, por causa dos transportes”, segun-do uma fonte da autarquia ar-raiolense. A Câmara Municipal de Arraio-los recusa-se a assumir o trans-porte de alunos porque não concorda com o encerramen-to das escolas, que considera “uma decisão unilateral”.

“Um ou outro caso”

A opinião é partilhada pelo vereador Eduardo Luciano, da Câmara Municipal de Évora (CME), para quem “o Governo afinal toma as decisões uni-

lateralmente”, embora tenha prometido que não seriam en-cerradas escolas sem o acordo das autarquias. A título de exemplo, o vereador da CDU cita a escola de Gua-dalupe, que vai ser encerrada, contrariando a decisão unâni-me tomada em reunião pública da Câmara de Évora. Apesar da oposição unânime da Câmara, e apesar do Gover-no e a Associação de Municí-pios do Distrito de Évora terem atingido um compromisso con-

tra o encerramento, a escola de Guadalupe não reabrirá este ano. A escola da Boa Fé, cujo en-cerramento foi inicialmente anunciado, permanece aberta, já que o Governo acabou por ceder à pressão da autarquia e dos pais de alunos. Na terça-feira, a ministra da Educação reafirmou que o pla-no anunciado e publicado é para manter, admitindo haver ainda “um ou outro caso” por resolver.

Ano lectivo começa mal

Fecho de escolas enfrenta protestos generalizadosJosé Pinto de Sá/Lusa

Luís Pardal

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4 09 Setembro ‘10

Opinião

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Novos povoadores?

Em Junho de 2009 o Presidente da Câ-mara Municipal anunciava a adesão do Município ao denominado projecto No-vos Povoadores.Este projecto foi apresentado como sendo um contributo importante para apoiar as famílias que se pretendam deslocar do litoral para o interior e contribuir para a “introdução de massa crítica” nas zonas mais despovoadas (palavras dos promo-tores).

Confesso que não nutro por este tipo de acções nenhuma simpatia desmedida. Acho interessante a mobilização de cidadãos em torno de projectos que visem melhorar a sua qualidade de vida, mudando a forma como a vivem, mas não me parece que seja esta a via para povoar as cidades, vilas e aldeias que vão perdendo população. Entendo que se forem criadas condições para que a vida dos que habitam o interior do país seja melhor, a fixação de população será naturalmente mais fácil e será também mais fácil atrair novos habitantes. Por muito boa vontade que estas iniciativas carreguem, não conseguem compensar o encerramento de serviços públicos, a aus-ência de oportunidades de emprego e uma total falta de aposta nas potencialidades deste território.Imagine-se a proposta: “venham viver para a nossa aldeia, felizmente já não temos es-cola próxima, o posto médico encerrou e

até a distribuição do correio tem dias”.Como a iniciativa foi muito divulgada, no-meadamente nos jornais diários nacionais, logo a Câmara de Évora decidiu cavalgar nessa onda, com o Presidente da Câmara a anunciar que iria repovoar o Centro Histórico e animar o mercado do arrenda-mento, afirmando mesmo ter assegurado os primeiros dez fogos para os “novos po-voadores”.Estávamos em pleno período de pré-cam-panha e valia tudo. Até anunciar T3 no Centro Histórico ao preço da uva mijona.Um ano depois, o promotor da iniciativa, Frederico Lucas, queixa-se de uma coisa estranhíssima. Ao anúncio de adesão en-tusiástica e da instalação de dez “novos povoadores”, já em Setembro de 2009, seguiu-se… nada.Parece que afinal seria necessário o paga-mento de 3650 euros por cada família, para “apoio à família ao nível de habitação, edu-

cação e logística de deslocação” e ainda para formação para o “empreendedorismo” e “serviços de consultadoria”. Ainda segundo o promotor, de “honrado” por Évora ser a cidade mais procurada pe-los candidatos e com a possibilidade des-sas 10 famílias irem revitalizar o Centro Histórico, o Presidente da Câmara passou à situação de não atender o telefone.Este é apenas mais um dos exemplos de como é mais fácil anunciar do que fazer. Apesar das minhas reservas quanto a este tipo de iniciativa e da sua eficácia no po-voar do território, é lamentável que o Mu-nicípio assuma compromissos sem aval-iar custos e possibilidades de os cumprir, cegando perante a possibilidade de uns quantos títulos nos jornais nacionais, em período de caça ao voto.Afinal não vamos ter “novos povoadores”, mas ficámos com os velhos vendedores de ilusões.

EDuARDO LuCIANOAdvogado

A abertura da Feira da Luz merece sem-pre um discurso do Sr. Presidente da Câ-mara Municipal de Montemor-o-Novo. Este ano não foi excepção. Após os cum-primentos protocolares, o Sr. Presidente não perdeu tempo e começou a desferir os habituais ataques políticos, fazendo lem-brar um qualquer discurso de campanha eleitoral. Do Governo ao capitalismo, da acção predadora do homem ao Código do Trabalho, todos mereceram reparos. Considero-me uma defensora do ambien-te. Mas um comunista a acusar o sistema capitalista de delapidar os recursos nat-urais, faz-me evocar o provérbio popular: “diz o roto ao nu”.

Discursos redondos

Como se os países comunistas não poluís-sem os recursos naturais. Na China, o 2.º segundo pais mais poluidor do mundo, 70% da reserva de água doce está poluída. Excelente exemplo da despreocupação am-biental comunista. Mas curioso é o facto de ao mesmo tempo que se profetiza contra o capitalismo, se regozijar com a vinda de novas empresas para o concelho e com a expansão da Zona Industrial. Isto sim é um exercício mental de difícil equilíbrio. Outro exercício de reconciliação dos ex-tremos é vociferar contra uma taxa de de-semprego de 11% e depois remar contra a iniciativa privada, como se a redução da taxa de desemprego não dependesse da sua revitalização. Ou então, sempre poderão integrar 600 mil trabalhadores na adminis-tração pública central e autárquica porque sem iniciativa privada, não vejo como se reduz o desemprego. Também não faltaram as clássicas obras de recuperação do património histórico, eternamente penduradas no orçamento municipal, a cuja ornamentação já nos

habituámos. De todas as referidas, a única novidade é o parque zoológico, privado, em que a Câmara Municipal se limitou ao licenciamento. E vamos ver quando se con-cretiza. Nada de novo, no reino de Monte-mor-o-Novo.Muitas vezes os políticos caem na tenta-ção de achar que só as grandes obras dão visibilidade, e que se não for megalómana não será apreciada. Um erro. Os cidadãos contentam-se muitas vezes com pequenos arranjos, pequenas obras que melhorem o seu quotidiano e que dependem mais da boa vontade do que propriamente da dis-ponibilidade financeira das autarquias.Montemor tem problemas graves e que decorrem da inércia municipal que apesar de alertada nada faz. Temos problemas de trânsito na cidade, especialmente no cen-tro histórico, ruas que pela sua dimensão só podem ter um sentido mas têm dois, as pessoas confrontam-se com a total ausên-cia de estacionamento na cidade; a sinalé-tica é claramente insuficiente, rotundas gigantescas deitadas ao abandono das er-vas, os fontanários da cidade que deveriam

ser preservados como pérolas nem mere-cem uma pintura, são terra de ninguém. Já para não falar no Rossio, cujo projecto de requalificação se arrasta há mais de uma década e sequer merece uma limpeza por ocasião da Feira da Luz. A entrada do parque de estacionamento das piscinas co-bertas tem uma vala tão funda, de trans-posição inevitável para entrar no parque que atravessá-la é quase uma aventura de todo-o-terreno.Na última assembleia municipal apresentei uma recomendação para que fosse aplana-da. Vamos ver o que acontece.Muitas vezes os pequenos arranjos são tão facilitadores do dia-a-dia que aos olhos dos cidadãos parecem gigantescos. O por-menor faz sempre a diferença.A Feira mereceu também a presença de Sua Excelência o Ministro da Agricultura, Prof. António Serrano. Um homem de boa vontade, dialogante, é certo, mas não bas-ta. Fez um discurso tão abrangente que se tornou vazio e inócuo. Igual ao rumo que a agricultura tem tido, infelizmente, neste país.

SóNIA RAMOS FERROJurista e Deputada Municipal

Em Defesa do Museu do Artesanato

Manifesto

A Câmara Municipal de Évora e a En-tidade Regional de Turismo do Alen-tejo decidiram instalar uma colecção particular de design industrial (Colec-ção Paulo Parra) no Centro de Artes Tradicionais,antigo Museu do Artesa-nato .A Câmara, e o Turismo do Alentejo que tutela o Centro de Artes Tradicionais, decidiram assim optar contra a opinião publicamente manifestada por cidadãos

sob a forma de petição e outras tomadas de posição, atrevendo-se inclusive a con-trariar frontalmente o conteúdo de pare-ceres emitidos pela Direcção Regional da Cultura do Alentejo e pela Comissão de Arte, Arqueologia e Defesa do Patrimó-nio, o mais antigo, respeitado e consensual órgão consultivo do Município.Mesmo as avisadas recomendações do Instituto Português de Museus e da Con-servação, entretanto divulgadas, foram ostensivamente ignoradas pela Câmara e pelo Turismo. A Entidade Regional de Turismo do Alen-tejo recebeu da extinta Região de Turismo de Évora a responsabilidade de gerir o Centro de Artes Tradicionais, unidade museológica bem estruturada e de reco-nhecida qualidade, por sua vez herdeira do antigo Museu do Artesanato, propriedade

da Assembleia Distrital de Évora. Todavia, o Turismo do Alentejo revelou-se incapaz de gerir e potenciar o Centro de Artes Tradicionais, e procurou através do Protocolo negociado com a Câmara e com o coleccionador Paulo Parra, descartar-se dessa responsabilidade e dos custos inerentes,Renegando a defesa e a preservação da marca cultural e da identidade da Região, a Câmara e o Turismo esqueceram uma responsabilidade que os vincula à tradição popular, ao admitir a subalternização do artesanato regional pela instalação per-manente no seu espaço de uma colecção de design industrial de matriz suprana-cional, que nenhum parecer de entidade independente e especializada avalizou, e que vários outros imóveis de qualidade ac-tualmente devolutos no Centro Histórico

poderiam receber.

Queremos por isso aqui deixar a marca da nossa indignação, e a garantia de que não nos conformamos.

Adel Sidarus Carmelo Aires Carmen Balesteros Carolina Páscoa Celestino Froes David João Andrade SantosJoaquim Palminha Silva Jorge Lourido Magda Ventura Manuel Branco Miguel Sampaio Tiago Cabeça

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Politica

O deputado Heitor de Sousa, do Bloco de Esquerda, apresentou no dia 2 ao Governo um con-junto de perguntas relativas à suspensão do serviço ferroviá-rio na Linha do Alentejo, bem como algumas propostas ten-dentes a “minimizar o enorme prejuí¬zo sofrido pela popula-ção utente”.

Recorde-se que a REFER suspen-deu no dia 10 de Maio, o serviço ferroviário na Linha do Alente-jo, no troço Bombel-Casa Branca, por um prazo de um ano, mas garantindo que a CP iria “dispo-nibilizar serviços de transporte rodoviário alternativos”.A REFER justificou na altura a

interrupção da circulação argu-mentando que ela se destinava a “viabilizar as obras de moder-nização do troço entre Vendas Novas e Casa Branca”. Embora reconhecendo “razoabilidade nesta argumentação”, o deputa-do Heitor de Sousa afirma que “não se compreende” por que motivo “a CP, a pretexto da in-terrupção da circulação em 37,4 kms de uma linha que tem 215,3 kms de extensão total, decidiu suspender todo e qualquer ser-viço ferroviário” em todo o per-curso. O Bloco de Esquerda considera a situação “totalmente inaceitá-vel”, porque “revela uma total falta de consideração pelos direi-tos dos utentes”. Para o deputa-

do bloquista, o “serviço rodovi-ário alternativo” oferecido pela CP “não é alternativo de coisa nenhuma, pois não se aproxi-ma minimamente do serviço de transportes anteriormente asse-gurado pela Linha do Alentejo”, já que não permite, por exemplo, realizar num só dia uma viagem de ida e volta Beja-Lisboa-Beja.

“Péssimo serviço”

Heitor de Sousa entende que “estão à vista as consequências do péssimo serviço prestado,” nomeadamente “transferên-cia de parte dos utentes para as empresas rodoviárias privadas, aumento do tempo total das des-locações, aumento significativo

do custo das deslocações e trans-ferência de uma outra parte dos utentes para a opção do trans-porte individual privado”.Face a esta situação, o Grupo Parlamentar do Bloco de Es-querda pretende saber “como avalia o Governo a possibilidade de se introduzir um esquema de exploração do serviço de trans-porte de passageiros” que asse-gure a circulação ferroviária “em ambos os extremos Norte e Sul da Linha, efectuando-se o trans-bordo por via rodoviária apenas no troço que está intervenciona-do entre Bombel-Casa Branca”, assim garantindo o cumprimen-to dos horários e frequências an-teriormente em vigor.

Pedro Passos Coelho, encer-rou no domingo a 8ª Univer-sidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, com um dis-curso recheado de mensagens políticas sobre o orçamento de estado, mas também de elogio a Carlos Coelho pela forma como, ao longo dos anos, tem mantido e orga-nizado este espaço de refe-rência na formação política social-democrata.

A Universidade reuniu uma centena de jovens durante quase uma semana, que pu-deram reflectir em conjunto com um painel diversificado de personalidades de relevo no panorama social, cultural, empresarial e político do país.Encarado como um discurso marcante no contexto da “ren-trée” política e de resposta ao proferido na véspera por José Sócrates, em Matosinhos, Pas-sos Coelho acusou o Governo

de “querer ir ao bolso dos por-tugueses”, ao cortar nas redu-ções fiscais, e recusou ser “mu-leta do PS” na aprovação do orçamento de Estado.“Querer fazer do PSD a muleta do PS e de qualquer orçamen-to que este partido apresente apenas porque o Presidente da República não pode convo-car novas eleições nos termos da Constituição e porque o PS

e o Governo não estão na dis-ponibilidade de emagrecer as contas públicas como deviam é uma perversão do sistema democrático”, disse Passo Co-elho.O líder do PSD exigiu também que “o Governo ponha rapida-mente cá fora as continhas to-das sobre o que se passou com o BPN e, depois disso, então que avance com uma repri-

vatização do BPN, mas não ao contrário” e depois de lembrar que o PSD “inviabilizou uma moção de censura que atira-ria o Governo abaixo” e fez “o mais difícil, que é um partido da oposição ter dado seu voto para que se aumentassem os impostos”, Passos Coelho de-clarou: “Nós não estamos com pressa de chegar ao Governo, mas não estamos distraídos”.Segundo Passos Coelho, invo-cando a “justiça social”, o que o Governo pretende ao cortar nas deduções fiscais é reduzir o défice sem “fazer o seu traba-lho de casa” de diminuir a des-pesa, decidindo que “os por-tugueses pagam de qualquer maneira”.“E se não pagarem de qual-quer maneira, é porque há um partido da oposição irrespon-sável que não nos deixa ir ao bolso dos portugueses. É esta a situação que estamos a viver”, concluiu o presidente do PSD.

Linha do Alentejo

No encerramento da Universidade do PSD

BE questiona Governo sobre serviços alternativos

Passos Coelho acusa o governo de “ir ao bolso dos portugueses”

A Câmara Municipal de Évora, representada pela Vereadora Cláudia Sousa Pereira, recebeu esta se-mana nos Salão Nobre dos Paços do Concelho os parti-cipantes no Curso de Verão “Avaliação do Funciona-mento do Aluno Orientado para o Desenvolvimento e a Aprendizagem Inclusiva”, que decorre de 5 a 11 de Setembro, na Universidade de Évora.Recorde-se que a Univer-sidade de Évora, através do Centro de Investigação em Educação e Psicologia desenvolve projectos de investigação de âmbito nacional e internacional, sendo um deles o projecto europeu Comenius DAFFO-DIL que envolve parceiros da Bélgica, Hungria, Suécia, Roménia, Noruega e Ilhas Virgens (Inglaterra), com ligação directa a univer-sidades, escolas e serviços de educação e educação especial.O projecto, explica a Prof. Drª Luísa Grácio, da Comis-são Organizadora do Curso de Verão, “procura desen-volver e colocar em prática um modelo de avaliação e intervenção dinâmica e funcional de crianças com necessidades educativas especiais em contextos que lhe são inerentes como escolas e famílias”, incidin-do neste temática o curso acima mencionado.A Vereadora Cláudia Sousa Pereira deu as boas vindas aos participantes, seguindo-se a apresentação de um vídeo sobre Évora e a actua-ção do Grupo de Cantares de Évora, finalizando o evento com um pequeno beberete, onde o convívio foi ponto assente entre todos.

Évora

Câmara recebeu investigadores em projecto europeu de educação

Carlos Coelho e Passos Coelho entregaram diplomas aos jovens do PSD

Carlos Júlio

José Pinto de Sá

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Opinião

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Porque é que a Revisão Constitucional é um tema bem actual?

Já passaram 36 anos após o 25 de Abril, mas parece que ninguém quer grandes alterações ao status quo vigente. Quan-do alguém apresenta propostas de fundo, levantam-se os velhos bafien-tos do Restelo a dizer que tudo vai ser posto em causa. Se há maior vitória proporcionada pelo 25 de Abril, não é certamente a criação de uma Consti-tuição marcadamente ideológica, mas sim a possibilidade desta Lei Funda-mental poder ser alterada e adaptada a uma sociedade moderna, progressista, solidária e justa. Deve ser evolutiva. Ter a inteligência da leitura dos tempos,

é sem dúvida alguma, a melhor forma de saber preparar o futuro.A Constituição portuguesa já foi sujeita a uma forte alteração (digna desse nome), onde passaram a ser permitidas as priva-tizações. Esta decorreu das exigências para a adesão à CEE (agora União Eu-ropeia), sem a sua concretização não estaríamos na Europa. Alguém de bom senso acredita que isso fosse possível? Pergunto se foi ou não positiva esta re-visão? Portugal progrediu ou não?É certo que é possível governar demo-craticamente em Portugal com esta Con-stituição, mas mesmo para quem não conhece bem o que é o modelo consti-tucional português, reconhece da neces-sidade de muitas mudanças. Quando se questiona se o nosso desenvolvimento e o nosso futuro dependem de mudanças constitucionais, é claro que sim. Pegar no tema bem a sério, é ir ao fundo do problema. Quando alguém avança com uma pro-posta para mudar a constituição, parece-me um acto extremamente positivo. Aliás, não consigo compreender tanta gritaria e demagogia bacoca acerca dum

anteprojecto. Só prova a falta de vontade na mudança. Só mesmo um sector político altamente ancilosado é que convive perfeitamente como constituição digna do jurássico in-ferior. Aliás, a forma vincadamente ide-ológica como está redigida é altamente antidemocrática. Só é compreensível á luz da época em que foi criada, não na actualidade.No plano político faz algum sentido este regime semi-presidencialista, onde o grande poder político do Presidente da República é o de dissolver a Assem-bleia da Republica ou então o Governo? Mesmo que esse Governo tenha apoio de uma maioria absoluta no Parlamento faz sentido poder ser demitido sem mais nem mesmo?No que diz respeito aos direitos económi-cos e sociais, então estamos perante um assunto tabu. Mesmo que muitos desses direitos sejam um travão à modernização e à sustentabilidade futura do país, não há uma vontade efectiva em discuti-los. Só... um(a)....... País de facilitismos, onde predomina uma cultura de laissez faire,laissez aller, laissez passer, é que

não quer mudar. É difícil perder direi-tos, eu sei. Mas é muito pior um País ir ao fundo por não poder pagar tantas re-galias, abusadamente instituídas.É a sustentabilidade dos sistemas de saúde, segurança social e educação que estão em causa. Não é deixar de apoiar quem mais necessita. É precisamente o contrário. Não fazer nada, é morrer lentamente. É perdermos o País.Existe uma cultura imobilista que difi-cilmente vai aceitar a modernização das relações laborais. Já não é possível pen-sar num emprego para o resto da vida. A minha geração sabe que já não é assim e convive com isso. A sociedade mudou, mudou muito. Por isso mesmo, temos que nos adaptar, não há outro remédio.Felizmente que há alguém que quer mudar. Não há outra alternativa, temos que mudar o nosso País. Mudar numa perspectiva de exigência, de rigor, de trabalho, de responsabilidade, de em-preendedorismo. Só assim poderemos ter sucesso. Não vejo outra forma.Não perceber isto, é querer ficar como estamos. E isso é hipotecar o futuro às novas gerações.

ANTóNIO COSTA DA SILvAEconomista

Ainda tenho na mente as palavras do Professor Rebelo de Andrade quando, em Évora, ensinava os alunos sobre ex-tensão educativa:- A Extensão Rural é um sistema de edu-cação informal que visa o desenvolvim-ento... e não é paternalista.Esse foi um dos momentos decisivos na minha vida pessoal e profissional, que procuro transportar como ideal nas diferentes interacções, na procura do sucesso, da harmonia e da simplici-dade... não ser paternalista.Na minha presente actividade pro-fissional, num sistema escolar e em psiquiatria, tenho a consciência de que

As Empreitadas

o paternalismo é o factor mais decisivo para o insucesso de todas as interven-ções que procuremos desencadear, com o objectivo de melhorar o bem estar das sociedades. As diferentes escolas por onde andei en-sinaram-me a trabalhar em equipa e a re-speitar e a aprender com ideias diferen-tes, numa interdependência construtiva.A vida ofereceu-me a possibilidade de conhecer muitas pessoas com elevada capacidade de liderança. Todas elas impuseram-se naturalmente, com com-petência, trabalho, coerência e simpli-cidade, sem terem necessidade de recor-rerem a campanhas eleitorais para serem empossadas, veneradas ou para se afir-marem.Em Portugal, depois de falhados muitos dos projectos do “Estado Social”, temos um primeiro ministro que se converteu em “empreiteiro”. Ele constrói todos os hospitais, creches e escolas do país. Só não avança para Espanha porque os”nuestros hermanos” não permitem que ele ultrapasse as fronteiras e vá para lá tentar impingir as suas campanhas

eleitorais. À falta de melhor, ao mesmo tempo, o “empreiteiro” encarrega-se das inaugurações, com discursos que, na maioria das vezes, são contraditórios ou ambíguos, nos ideais de coerência e consistência de pensamento. Das suas palavras quase fica a sensação de que ele é o verdadeiro fundador de Portugal, não um tal de Afonso Henriques.Eu vivo num país onde os hospitais são privados. As escolas públicas são pla-neadas e geridas pelas autarquias, sem necessidade de poluírem as mentes das pessoas com campanhas de relações públicas, visando objectivos eleitorais ou as sondagens de cada momento. A educação é um direito, não é um priv-ilégio. A mais elementar formação em gestão de empresas diz-nos que os diferentes ti-pos de higiene e a competência são fun-damentais para o sucesso de qualquer empresa. Este é um provincianismo in-teligente, moderno, coerente, honesto. Nas situações em que as escolas não demonstrem sucesso, o governo estad-ual intervém no sentido de promover

condições para que se atinjam os objec-tivos exigidos, sem facilitismo, criando estruturas dignas para o processo de ensino/aprendizagem. Se essas inter-venções falharem, o governo estadual encarrega-se da gestão temporária dess-es estabelecimentos de ensino, para que os níveis de funcionamento e aproveita-mento exigidos sejam observados. O “teamwork”, a interdependência e as sinergias estão sempre presentes, sem “empreiteiros” de circunstância.Recentemente segui a reportagem da in-auguração de um infantário na região da grande Lisboa, onde o autoproclamado ”empreiteiro” e uma “ajudanta” nas fun-ções, salientavam o facto de esses ser-viços para a infância funcionarem até à meia noite. Mais uma vez fiquei baral-hado e frustrado com o meu conceito de Estado Social e com as minhas apren-dizagens sobre desenvolvimento durante a infância e a adolescência. Não é que eu pensava que à noite as cri-anças deveriam estar em casa e não no infantário?! Eu estou muito desactual-izado em “empreitadas”!

JOSÉ FILIPE RODRIGuES

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Região

Quais são as grandes atracções da Expomora 2010?Ao contrário das nossas previ-sões, este ano a Expomora con-seguiu ter um número muito significativo de expositores, até substancialmente supe-rior. Primámos por ter espectáculos com grandes nomes da música portuguesa, nomeadamente Xutos & Pontapés, José Cid e David Fonseca. Depois, é a tourada. Temos uma tourada ao nível do Cam-po Pequeno, com António Ribeiro Telles, Sónia Matias e Luís Rouxinol. Estou em crer que vai ser a maior feira que se realizou em Mora.

As previsões negativas que ti-

nham feito deviam-se à situação criada pela crise? É evidente. A crise afecta todo o país, e, inevitavelmente, o concelho de Mora foi afectado. Houve uma ou outra empresa que fechou. Felizmente há ou-tras que continuam a laborar e, graças ao mercado externo, estão a trabalhar bem. Mas há uma crise latente em Mora, há desemprego, há ques-tões sociais importantes que é preciso resolver. Se não fosse a intervenção da Câmara, have-ria casos muito graves no nosso concelho. Apesar de tudo a Câ-mara tem conseguido superar essas dificuldades, sempre em comunhão e estreita ligação com os pequenos e médios em-presários. Existe alguma tranquilidade

no nosso concelho, mas é uma tranquilidade que nos deixa de sobreaviso para que não existam casos tão graves como existem noutros sítios do país.

Quando alude à intervenção so-cial da Câmara, a que medidas se refere concretamente? Criámos quatro programas para a integração dos jovens

na vida activa, que estão neste momento a decorrer. Os jovens passam pela Câmara e recebem uma verba por realizarem al-gum trabalho. Isso é importan-te para as famílias e para eles, para não se sentirem fora do mundo do trabalho e não pas-sarem os dias encostados, no café. E para dar uma ajuda às famílias, também. Estamos a dar mais apoio aos reformados, e, por outro lado, estamos em estreita colabora-ção com o Centro de Formação de Évora do Instituto de Em-prego e Formação Profissional para organizar alguns cursos, que têm também, de alguma forma, melhorado a vida a de-sempregados do nosso conce-lho.

Luís Simão, presidente da Câmara de Mora, ao REGISTO:

Vai ser a maior feira que se realizou em Mora

Luís Simão acredita que, apesar da crise, a ExpoMora 2010 “vai ser a maior feira que se realizou em Mora”. Mas o autarca morense previne que, embora se viva “alguma tranquilidade” no concelho, “há uma crise latente, há desemprego, há questões sociais importantes que é preciso resolver”.

José Pinto de Sá

Expomora: um programa que vai de José Cid aos Xutos & Pontapés.

A organização da ExpoMo-ra, que começa amanhã, está a contar com trinta mil visitantes, e o presidente da Câmara afirma que “vai ser a maior feira que se realizou em Mora”.

A edição 2010 da ExpoMo-ra aposta fortes nos concer-tos, apresentando um cartaz com grandes nomes nacio-nais, como Xutos & Pontapés (sexta-feira, dia 10), José Cid (sábado, 11) e David Fonse-ca (domingo, 12), sempre às 22h30.Outra grande atracção é a tradicional corrida de touros, que este ano conta com os ca-

valeiros António Ribeiro Tel-les e Luís Rouxinol, além de

Sónia Matias, a tourear “em casa”. A corrida tem lugar no

domingo às 17h00. A ExpoMora 2010 – Feira das

Actividades Económicas de Mora - decorre entre 10 e 12 de Setembro no Parque da vila. A autarquia prevê que esta edição marque um cres-cimento no certame, tanto em número de expositores inscritos como de visitantes. Trinta mil são aguardados, segundo a organização. Durante o dia há anima-ção de rua, insufláveis e um parque radical, além de um comboio turístico para levar os gaiatos a dar uma volta. E, claro, há as tasquinhas, para um petisco e umas horas de convívio com os amigos. Á noite, no Palco Juventude, há DJ; no domingo, Festa da Espuma.

ExpoMora 2010

Mora à espera de trinta mil visitantes José Pinto de Sá

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Luís Pardal

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Opinião

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Região

“Ainda que o Verão seja tór-rido, o que verdadeiramente nos sufoca é esta crise,” co-mentou o presidente da Câ-mara de Montemor, no dis-curso inaugural da Feira da Luz, que decorreu entre os dias 1 e 6, com grande aflu-ência de visitantes.

Falando quinta-feira à noite na abertura da Feira da Luz, Carlos Pinto de Sá começou por descrever o evento como “a festa de referência identi-tária dos montemorenses”. O presidente da Câmara de Montemor-o-Novo frisou que a feira “há muito que ultra-passou fronteiras locais” e que “atingiu novos patamares de atractividade, diversidade e qualidade”.Mas porque “a festa não nos pode fazer esquecer as gra-ves maleitas económicas e sociais”, Pinto de Sá passou a abordar a situação criada pela crise. “O que sabemos e senti-mos em Montemor (como no país) é que as condições de

vida se agravam” e que “há mais desemprego e mais de-sempregados sem direito ao subsídio”, disse o autarca. Porém, Pinto de Sá frisou que “há alternativas”, e assumiu o compromisso de denunciar e combater o “aumento de im-postos aos cidadãos de baixos e médios rendimentos”, a “di-minuição dos apoios sociais”, e de continuar a opor-se ao en-cerramento de escolas e postos médicos. De seguida, o eleito montemo-rense apresentou relatório do estado dos projectos anuncia-dos no ano passado na Feira da Luz. Segundo referiu, “estão em adiantada fase de projecto as requalificações do Cine-Te-atro Curvo Semedo, do Con-vento de São Francisco e da se-gunda fase da Zona Industrial da Adua”. Em “fase final de obra” encontram-se o abaste-cimento de água ao Cortiço e a iluminação cénica do Castelo.O autarca anunciou ainda que, neste primeiro ano de mandato, a Câmara já inau-gurou o Parque de Estaciona-

mento do Escoural, as novas ETAR das Silveiras e S. Cristó-vão e a Biblioteca de Cortiça-das de Lavre. O presidente da Câmara apro-veitou a ocasião para anunciar “oficialmente” a construção de um novo parque zoológico com 230 hectares, o Zoopark, que “investirá 7 milhões de euros, criará 80 postos de tra-

balho e poderá atrair dezenas de milhares de pessoas”.Carlos Pinto de Sá afirmou ainda que, “ao contrário do que alguns tentam”, o progra-ma integrado de apoio social MonteMor Solidário está a prestar “um contributo deter-minante para minimizar os problemas sociais do conce-lho”.

“O que nos sufoca é esta crise”- Carlos Pinto de Sá na inauguração da Feira da Luz

Os vinhos de qualidade estiveram presentes na Feira da Luz

José Pinto de Sá

O Instituto S. João de Deus - Hospital S. João de Deus, em Montemor-o-Novo, obra apos-tólica da Ordem Hospitaleira dos Irmãos de S. João de Deus, completa 60 anos no próximo dia 3 de Outubro. É um hospital de referência em Medicina Física e de Reabilita-ção, com reconhecimento na-cional pela cirurgia ortopédica. Tem Oficinas Ortoprotésicas com fabricação própria de calçado, ortóteses e próteses. Possui especialidades de Ci-rurgia Geral, Cirurgia Plástica, Clínica Geral, Dietética, Estoma-tologia, Fisiatria, Oftalmologia, Ortopedia da coluna, Otorrinola-ringologia, Psicologia, Psiquia-tria, Reumatologia, e Terapia da Fala e é a única entidade convencionada pela ADSE no Alentejo para cirurgias em inter-namento ambulatório. Integra a Rede Nacional de Cuidados Continuados desde Novembro de 2009, com a inau-guração de uma Unidade de Convalescença com 21 camas. Em parceria com a ARS Alentejo abriu no dia 1 de Setembro de 2010, uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados Paliati-vos, com 6 camas.

Montemor-o-Novo

Instituto S. João de Deus comemora 60 anos

A Unidade de Radiotera-pia do Hospital do Espírito Santo de Évora, instalada há um ano e que funciona des-de o dia 15 de Setembro de 2009, já tratou 592 doentes, numa média diária actual de 85 sessões. Esta Unidade resultou de um investimen-to de 10 milhões de euros, com condições para tratar cerca de 1400 doentes por ano. Esta Unidade pública do HESE-EPE foi objecto de uma concessão de explora-ção traduzida numa parce-ria com a empresa “Lenica-re”.Na véspera do dia 7 de Se-tembro de 2009, o Alentejo era a única região da Penín-sula Ibérica desprovida de uma unidade de radiotera-

pia. Naquele dia, passou a ser uma das mais bem equi-padas. Os doentes de todo o Alente-jo que antes se deslocavam

obrigatoriamente para fora da Região, maioritariamen-te para Lisboa, onde realiza-vam, em média 25 sessões de tratamento, num vai-

vém de viagens penosas e dispendiosas para o Serviço Nacional de Saúde, passa-ram a ser tratados em Évora.O mérito da Unidade de Ra-dioterapia do Hospital do Espírito Santo de Évora foi recentemente reconheci-do pelo Fórum Hospital do Futuro, com a atribuição do 1º prémio na categoria de Parcerias em Saúde, entre numerosas candidaturas de mais de 100 instituições.O cancro é uma das prin-cipais causas de morte no mundo. A Organização Mundial de Saúde estima que 84 milhões de pessoas morrerão de cancro entre 2005 e 2015, sem interven-ção.

Évora

1º aniversário da Unidade de Radioterapia do Hospital do Espírito Santo Redação

Por proposta conjunta do Eu-rodeputado português Capou-las Santos e da Eurodeputada irlandesa Mairead McGuiness, a Comissão de Agricultura do PE (Parlamento Europeu) aprovou por larga maioria uma dota-ção de €1 500 000 a incluir no OE/2011 da U.E. para o lança-mento de um projecto-piloto à escala europeia, a desenvolver no próximo ano, com o intuito de estimular a troca de experi-ências entre os jovens agricul-tores europeus, semelhante ao programa “Erasmus” destinado a jovens universitários.Segundo os proponentes, o projecto-piloto visa permitir o intercâmbio de conhecimentos entre os jovens agricultores dos diferentes Estados-Membros da U.E., com vista à incorporação de práticas que lhes permitam enfrentar melhor os desafios do presente e do futuro, em particu-lar no que diz respeito ao uso de energias renováveis, à redução da biodiversidade e à captura de carbono.

PE aprova “Erasmus” para jovens agricultores

Num ano já foram tratados quase 600 doentes.

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Freguesia

S. Mamede

Urge travar “um combate mais eficaz à exclusão”

A localização no Centro Histórico de Évora é, simultaneamente, uma vantagem e um inconveniente, na opinião da presidente da Junta de S. Mamede, a socialista Maria Luísa Antunes, que aponta o envelhecimento

da população e do parque imobiliário entre os pontos mais fracos da sua freguesia.

José Pinto de Sá

Como caracteriza a Freguesia de S. Ma-mede?S. Mamede é uma das freguesias do centro histórico de Évora. É bonita e caracteriza-se pelas suas ruas estreitas e pela zona antiga da Mouraria. Situa-se perto do Templo Romano e nela po-demos encontrar monumentos como a Igreja de S. Mamede e o Convento Novo.Nesta freguesia podemos encontrar lo-cais de comércio tradicional, restauran-tes e bares.Temos também a única Escola Básica do Primeiro Ciclo existente dentro das muralhas.É uma freguesia caracterizada por uma

população idosa, que vive em casas an-tigas, algumas em situação precária.

Quais os principais pontos fortes da fre-guesia?O principal ponto forte é o facto de se localizar no Centro Histórico, com as suas características históricas. Também a simplicidade dos seus habitantes e o são convívio destas gentes, que tornam agradável a vivencia diária entre vizi-nhos.

E quais os principais pontos fracos?Como pontos fracos, destaco uma po-pulação demasiado envelhecida, a fal-ta de atractivos para fixar população jovem, a precariedade de muitas habi-tações, o trânsito e a falta de estaciona-mento.

Que obras gostaria de ver concluídas até ao fim do mandato?Gostaria que a requalificação do Largo Severim de Faria se concretizasse, as-sim como a requalificação do parque

de estacionamento exterior ao Largo de Avis, junto às muralhas e o espaço envolvente.Gostaria que se criassem mais infra-es-truturas de apoio social aos nossos ido-sos, passando por espaços de lazer, uma loja social de troca de produtos, um projecto no qual já estamos a trabalhar, uma rede de voluntariado para apoiar os acamados ou incapacitados de se deslocarem, um combate mais eficaz à solidão e à exclusão.

Como tem decorrido o relacionamento entre a Junta de Freguesia de S. Mamede e a Câmara Municipal de Évora?O relacionamento com a Câmara Mu-nicipal de Évora tem decorrido de for-ma correcta. Sabemos que podemos contar com o seu apoio a vários níveis. Podemos encontrar nas suas estruturas não só o apoio necessário, mas também a disponibilidade para nos ouvirem e nos ajudarem a encontrar as soluções possíveis.

PUB Maria Luísa Antunes gostaria que a freguesia contasse com “mais infra-estruturas de apoio social” aos idosos.

Área – 0,2km2População – 2.170 hab. (2001)Densidade – 9.434,8 hab./km2

São Mamede é, em termos de superfície, uma freguesia minúscula. Grosso modo, compreende o espaço que vai da Rua da Lagoa até à Rampa do Semi-nário e Rua do Menino Jesus.É também uma das mais antigas da cidade, constituindo, juntamente com a Sé e São Pedro e com Santo Antão, as três freguesias do Centro Histórico de Évora.

São Mamede:José Pinto de Sá

Novo jardim-de-infânciaReguengos de Monsaraz

O novo jardim-de-infância de Re-guengos de Monsaraz vai começar a funcionar no dia 13 de Setembro. A obra, da responsabilidade do Mu-nicípio de Reguengos de Monsaraz, representou um investimento de cerca de 430 mil euros e tem capa-cidade para 125 crianças entre os três e os cinco anos de idade.O jardim-de-infância vai estar aberto de segunda a sexta-feira entre as 9h e as 12h e das 13h30 às 15h30. Existirá também a Com-ponente de Apoio à Família, uma valência que assegura os tempos livres das crianças com actividades diversificadas, como por exemplo a educação musical, e que terá um horário alargado entre as 8h e as 18h30, ocupando os intervalos em que o jardim-de-infância não estará a funcionar. Este equipamento tem cinco salas de aulas, uma sala polivalente, recepção, um gabinete para o pessoal docente e outro para o não docente, um gabinete de atendimento para pais e encarrega-dos de educação e um espaço exte-rior com equipamentos lúdicos.

Luís Pardal

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Feira da Luz extraFeira Francade Avis17, 18 e 19 de Setembro

O programada festa

Uma visita guiada

pelas terrasdo Mestre

Entrevista comManuel Maria Coelho,

presidente da autarquia

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Feira da LuzFeira da Luz

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O novo projecto musical de João Gil e João Monge, com o refor-ço de alguns elementos dos bejenses Adiafa, o “Baile Popular” são a grande novidade musical da Feira Franca de Avis 2010.

O ex-trovante avisa que não se trata de «um Rio Grande 2» e que apenas seguem a matriz da música popular alenteja-na. Por isso mesmo, os temas abarcam universos tão dife-rentes «que vão desde o nor-deste brasileiro, até à roulote estacionada algures no deser-to americano», explicou João Monge em declarações ao JN.Assim, domingo à noite, o fe-

cho da festa será um autêntico arraial, com a particularidade dos ritmos e melodias serem familiares para os espectadores.Mas o programa musical começa sexta-feira com os Blind Zero. A banda do Porto, liderada por Miguel Guedes, apresentará, certa-mente, o seu último álbum «Luna Park, lançado em Maio deste ano.A fazer a abertura do concerto estarão os Mute, uma banda local de covers, que é presença assídua no evento. A noite musical aca-bará com os DJs Lady M e Ricardo Lino.Sábado é noite Santos e Pecadores. Olavo Bilac e companhia também lançaram um novo trabalho, mas decerto, a banda de Cascais, não deixará de tocar os seus grande êxitos. A aquecer o pessoal estarão os Groove, uma banda de jovens avisenses que cumpriu, recentemente, o seu primeiro aniversário.À tarde, pelas 19:00 horas os grupos de Cantares e de Dança de Ervedal animarão o recinto e a fechar a festa os DJs serão Oni e Miss Blondie.A tarde de domingo será preenchida com a Orquestra Juvenil de Avis e o grupo Dance Time. Antes do Baile Popular, os Hobbie to-carão música para dançar e, a fechar, o fogo de artifício iluminará a noite.Paralelamente, e integrado no programa, realizar-se-ão, no sá-bado, às 10:00 horas, a final do Campeonato Concelhio de Ma-lha, junto ao Campo de Ténis e domingo, às 06:00 da madruga-da, terá início o 3.º Convívio Piscatório, organizado pelo Clube de Futebol “Os Avisenses”, na Albufeira do Maranhão, no dia 19 de Setembro.Uma referência especial para a Carta Geológica de Avis que será apresentada no dia 18, pelas 18:30 horas.No espaço da Feira que abre sexta-feira às 19:30 e sábado e do-mingo às 16:30, haverá a tradicional exposição de artesanato e as tasquinhas encarregam-se de não deixar ninguém passar fome ou sede.

Blind Zero,Santos

& Pecadores e Baile Popular

animam Feira Franca

Feira Franca de Avis

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Herdade da Cortesia | 7480-102 Avis | PORTUGAL | 242 410 [email protected] | www.herdadedacortesia.com

De ponto de encontro a ponto d referência

Era na Albufeira do Maranhão que os Fundadores da Herdade da Cortesia se encontravam para treinar. Luís Ahrens Teixeira, um dos maiores remadores Portugueses de sempre, e Alec Beerten desde cedo reconheceram que as excelentes condições naturais de Avis são prefeitas para a pratica do remo.

Travessa da Igreja | 7480-301 ErvedalTelefone: 242465162 | [email protected]

Visita guiada ao concelho de AvisQuem se faça a Avis vindo de Évora, após Pavia, no conce-lho de Mora, encontrará, meia dúzia de quilómetros antes de chegar à sede do concelho, a freguesia de Stº. António do Al-

córrego. Se for hora de almoço ou jantar não ficará mal servi-do se aí parar.Num lugar de nome Monti-nho, a um quilómetro do cen-tro da localidade, está situado

um dos restaurantes alenteja-nos com mais referências nos roteiros gastronómicos nacio-nais: a Tasca do Montinho. O Fava e a Maria José, respectiva-mente, mestre de cerimónias e

cozinheira, de certeza que vos servirão umas das melhores migas de espargos deste mun-do. Mas a escolha é abundan-te e qualquer dos petiscos não desmerecerá a lista de vinhos

da região que é pouco menos que imbatível.Não pense, no entanto, que este é o único local comerís-tico na freguesia. Não! A Ta-berna do Paulo, gerida pelo

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Feira Franca de Avis

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dito e pela Cândida, também fazem jus à fama da gastrono-mia alentejana, na sala, ou no pátio, o ambiente é de calma e tranquilidade, como convém.Pode ainda, matar a “malvada” no Caçador – que à sexta-feira confecciona um leitão à Bairra-da digno de registo – ou petiscar qualquer coisa no Quarenta.Como já deve ter percebido, o

nome Alcórrego, deixa perce-ber influências árabes e latinas. O artigo «al» anexado ao vocá-bulo «córrego» - que significa pequeno curso de água – faz re-ferência ao ribeiro que serpen-teia junto da povoação.A Igreja da terra, possivelmen-te medieval, homenageia o padroeiro Santo António com uma imagem policromada do

século XVI, mas não deixem de reparar no fresco de um presé-pio numa das paredes laterais do templo.

Um Hotel na Herdade da Cortesia

Se já se alimentou e quer ir repousar, nada melhor que seguir pela estrada do Pisão

directamente para o Herdade da Cortesia Hotel. Inaugurado há pouco mais de um ano, este estabelecimento hoteleiro de 4 estrelas já tem muito que con-tar.Por lá já passaram vários cam-peões olímpicos e mundiais de remo e, durante o Inverno, é um dos locais de eleição de inúmeras selecções de topo

desta modalidade. O facto de se encontrar situado junto à Albufeira do Maranhão torna o local perfeito para estágios e para os períodos de preparação que, normalmente, antecedem os grandes eventos desportivos.O aspecto arrojado é o de um verdadeiro 4 estrelas, com uma sala de jantar envidraçada es-praiada sobre a barragem, uma

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piscina de sonho, e uma paisa-gem que só se tem no Alentejo. Se aprecia andar a cavalo está no sítio certo, mas se preferir uns passeios de barco no espe-lho de água, também não vai ficar decepcionado.A ementa do restaurante apre-senta-lhe uma série de pratos de inspiração regional, com uma apresentação «nouvelle cuisine». Não se deixe intimidar pelo ar snob que o sabor não o vai desapontar…No entanto, se se dirigir à zona do clube náutico, ali ao lado, poderá amesentar e provar al-gumas receitas tradicionais e não só. Na sala, ou na esplana-da em frente à água, terá opor-tunidade de vislumbrar a sala de visitas do concelho, onde se encontram as piscinas munici-pais, a praia fluvial, o ancora-douro para barcos de recreio e o Parque de Campismo.

Um Centro com História

Depois, não deixe de ir ao Cen-tro Histórico que tem muitas histórias para contar. No início do séc. XIII, D. Afonso II, deu aos freires da Cavalaria de Évo-ra, a tarefa de ocuparem e ex-plorarem a região. O Mestre D. Fernando Enes iniciou a cons-trução das muralhas e do con-vento que seria, mais tarde, a

sede da Ordem de São Bento de Avis que com D. João I se sepa-rará da Ordem de Calatrava.A águia e a cruz verde da Ordem de Aviz serão, então, a marca da dinastia que restabelecerá a independência nacional e que dará novos mundos ao mundo.A Igreja do Convento (sec. XVI – XVII), apresenta um altar-mor em talha nacional de assinalar, mas o coro, com os cadeirais em madeira estilo D. Maria, não deixa ninguém indiferente. Neste momento, o espaço en-volvente encontra-se em obras de requalificação, portanto as visitas estão, de alguma forma, prejudicadas, mas as muralha valem bem um passeio e, inau-gurada recentemente, a cister-na municipal, a poucos metros da praça, espera por nós.Já se faz tarde e é hora de jantar. O Aventuravis, junto ao Passeio Mestre de Avis, é uma opção, mas se preferir picar qualquer coisa, são vários os pequenos ca-fés onde, por vezes, se consegue petiscar. Não perde nada em perguntar se há alguma coisa, pode ser que haja achigã…Se estiver cansado, e se a cartei-ra não for «4 estrelas», a Pensão da Ordem de Avis é o local in-dicado, para encostar a cabeça. Inaugurada há meia dúzia de anos, tem dez quartos espaço-sos e bem equipados e os preços

não metem medo a ninguém…À saída para o Ervedal (já lá ire-mos), à direita apresenta-se a adega da Herdade Fonte Pare-des e respectiva loja. Se gosta de um bom vinho alentejano está no sítio certo. Os cerca de 100 hectares de vinha nas imedia-ções, são a base de vários néc-tares, dos quais o escriba se per-mite destacar o Reserva Branco monocasta Verdelho, de beber e chorar por mais…Até parece que estou a ouvir os puristas: «Vinho, é tinto!» Tudo bem, também os há e é só esco-lher. Aliás, a poucos quilóme-tros, na zona da Samarra, João Rato, um pequeno produtor com cerca de 4 hectares, faz um tinto de se lhe tirar o chapéu, «Alcorregvs» de seu nome, mas o melhor é provarem vários e fazerem o vosso juízo.

Ervedal é já ali!

Sigamos, pois, para Ervedal. A sete quilómetros, na direcção de Portalegre, terra natal de ilustres portugueses como, por exemplo, Antunes Varela e Má-rio Saa.O primeiro foi um jurista com obra publicada nas áreas do di-reito e processo civil, com desta-que para o Código Civil de 1966. Para além da sua carreira como docente universitário nas Uni-

versidades de Coimbra, Macau e Bahia (Brasil) foi ministro da Justiça durante o Estado Novo.Mário Saa, nome literário de Mário Paes da Cunha Sá, nas-ceu, nas Caldas da Rainha, mas a sua família tem raízes em Avis e foi neste concelho que residiu a maior parte da sua vida.Por morte deixou em testa-mento uma Fundação com o nome de Paes Teles, ao povo de Ervedal. No site da instituição (www.paesteles.org.pt) pode ler-se que «recebeu formação no colégio de S. Fiel, em Louri-çal do Campo (Beira Baixa), no Liceu de Évora e, em 1913, era aluno do Instituto Superior Téc-nico. (…) Em 1918 «inscreveu-se no curso de Sciencias Ma-thematicas na Universidade de Lisboa e, em 1930, no curso de Medicina desta mesma Uni-versidade».Da vasta obra publicada desta-cam-se os seis volumes de «As Grandes Vias da Lusitânia» pro-duto de mais de duas décadas de investigações e prospecções arqueológicas e que consti-tuem, ainda hoje, uma obra de referência para os investigado-res.No entanto, Mário Saa também de distinguiu como criador lite-rário, nomeadamente na poesia portuguesa das décadas de 20 e 30 e publicou com regularidade

na revista Presença.A Fundação Arquivo Paes Teles tem como missão a valorização do legado de Mário Saa e dispo-nibiliza para consulta a sua bi-blioteca e mostra, permanente-mente, materiais arqueológico constantes do espólio.A poucos metros da Fundação pode visitar a Igreja Paroquial de S. Barnabé. Um templo com um interior de uma só nave que apresenta um retábulo de talha dourada de finais do séc. XVII. Em termos de estatuária desta-ca-se uma imagem em pedra de S. Sebastião (séc. XV) e uma «Pie-tá», em barro pintado e estofado (séc. XVII) para além, claro, da imagem barroca do Orago da freguesia.Em termos gastronómicos é de destacar o azeite produzido pela cooperativa agrícola de Ervedal e Figueira e Barros, com a marca S. Barnabé. Ainda hoje se pode encontrar quem faça queijos de forma tradicional, mas são para consumo próprio, não sei se me estão a compreender… Quem vende a toda a gente é a Salsicharia da terra – chouriças, farinheiras, lombo, etc.Na estrada nacional que atra-vessa a povoação encontrará dois restaurantes onde pode-rá, experimentar os sabores da região – A Cascata e o Pôr do Sol - mas em frente às piscinas,

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numa pequena tasca, fazem-se os melhores caracóis do conce-lho…

A Ponte

Descendo a vila em direcção à Ribeira Grande, logo logo se vai deparar com uma ponte a fazer lembrar, no seu aspecto, a Ponte 25 de Abril, em Lisboa. Este pro-jecto, originalmente construído em madeira e assinado por Ed-gar Cardoso, antecedeu a cons-trução da obra alfacinha e na terra diz-se que serviu de teste à mais conhecida.Atravesse o ribeiro que, mais à frente, encontrará outro povoa-do: Figueira e Barros. Antes de chegar ao centro, ao seu lado di-reito, está situado um lagar tra-dicional. O produto dali saído é feito à moda antiga e a escassa produção tem muita procura.Em tempos não muito recuados neste território a população de coelhos era assinalável e mui-tos dos habitantes faziam da sua captura forma de vida. Hoje com o «mal» que lhes deu, são menos, mas ainda se vão en-contrando, mais que não seja dentro de uns pratos como pe-tisco…Nesta freguesia, vale a pena vi-sitar, junto à ponte romana, um velho moinho de água e a res-pectiva represa. Está em ruínas,

mas ainda dá para ver a estrutu-ra base. No alto da vila, a igre-ja de S. Brás, é uma construção simples, do século XVIII.Chegámos a um dos limites do concelho. O ideal seria, agora, fazer a viagem de regresso a Avis por água e prosseguir por outro braço da albufeira até chegar a bom porto, em Bena-vila, a nossa próxima paragem.Na confluência das ribeiras de Seda e Sarrazola, encontra-se um pequeno templo do século XV, mas o local tem ocupação desde tempos mais antigos: a Capela de Nossa Senhora d’Entre Águas que está classifi-cada como monumento de in-teresse nacional.

Fundação Abreu Callado

É nesta freguesia que tem sede a Fundação Abreu Callado. Mui-to conhecida pelos vinhos que produz, sendo uma das mar-cas mais antigas do Alentejo, a Fundação dedica-se desde o seu nascimento ao ensino profissio-nal, primeiro na antiga escola agrícola, e hoje em dia, minis-trando curso de nível-II (12º ano) e nível-III (9º ano).Para além disso, e cumprindo as obrigações testamentárias, presta apoio social, cultural e médico a cerca de uma centena

de idosos, ex-trabalhadores da Casa Agrícola Abreu Callado.No pateo da sede, existe uma loja onde se podem comprar os vinhos, os queijos, as amêndo-as e os doces ali produzidos. No site da instituição (www.abreu-callado.com.pt) pode ainda con-sultar a oferta de programas de eno-turismo e fazer uma visita virtual pelos vários equipa-mentos.À entrada da vila, no «Silvas», recomenda-se o cozido à portu-guesa, ao domingo, mas vá cedo que normalmente tem muita procura.Ala que se faz tarde e Valongo é já ali. A freguesia de Valongo que, tal como Avis, renovou, recentemente, a sua imagem gráfica, dista da sede do conce-lho cerca de 20 quilómetros. A aroeira que pontua o seu novo logótipo e o antigo brazão, é uma das duas árvores classifica-das como de «Interesse Público» e tem uma lenda associada que tem a ver com as «Papas de S. Saturnino», o padroeiro da terra.A propósito, o site da junta de Freguesia (www.freguesiade-valongo.pt) explica que a Aroei-ra, situada na Courela da Igreja, era o local onde a população, por altura das sementeiras, se juntava «para implorar ao seu padroeiro que chovesse. Eram então, distribuídas e comidas

umas papas de farinha. Alguns faziam-no pela fé, muitos, vi-nham para matar a fome». De-pois das papas comidas rezava-se e, os mais velhos, garantem que foram muitas as vezes que a chuva respondeu à chamada.Com o declínio da agricultu-ra, emergiram outros negócios como, por exemplo, a caça. Na Herdade de Cavalinhos, uma unidade de turismo rural, a caça grossa – veados e javalis – marca a diferença num conce-lho, onde a actividade cinegéti-ca está muito enraizada.A Natureza e a qualidade am-biental é uma aposta de futuro e os passeios pedestres organi-zados pela autarquia são disso testemunho.

Na Aldeia Velha

Está na hora de voltar para trás e dirigirmo-nos à Aldeia Velha. Têm fama - e eu já tive o provei-to – os frangos assados com um molho secreto, por alturas das festas de Agosto. Juro que são de comer e lamber os dedos… Mas, no café da Cooperativa 29 de Ju-lho, comem-se umas codornizes com molho de limão que, não sendo iguais às originais, ainda merecem referência especial.A sua localização é privilegia-da, pois encontra-se entre duas albufeiras (Montargil e Mara-

nhão) e para os caçadores, na época dos pombos, é um autên-tico santuário. Perto, pode-se visitar uma pequena queda de água designada «Pego do Infer-no» e na povoação a igreja tem uma imagem seiscentista de Stª. Margarida, a padroeira da terra.No que diz respeito a questões líquidas, no Monte Novo, as uvas dão lugar ao «Rovisco Gar-cia», uma marca de vinhos que pode ser provada nos restauran-tes do concelho.Par acabar a visita, falta apenas dar um pulo a Maranhão, não a albufeira, mas a freguesia. É uma das mais pequenas do país, com apenas 70 inscritos e 25 vo-tantes, nas últimas eleições. No entanto, o Conjunto Megalítico da Ordem, também denomina-das “Antas da Ordem” é de visita obrigatória. São sete e seis situ-am-se na margem direita da ri-beira de Almadafe, a sétima, na margem esquerda já fica dentro do concelho de Mora.Para ir até lá, pode alugar umas canoas e descer a ribeira de Seda, desde o paredão da Bar-ragem do Maranhão até a uma pequena ponte que liga Avis a Cabeção. Com a vegetação, as aves e os peixes que irá desco-brir, dará por bem entregue o tempo e energia despendidos.

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Na última década parece ter havido uma aposta do município avisense na fileira do turismo, nas áreas do património, do ambiente e lazer. Este período é coinci-dente com os anos que leva de presiden-te. Qual é o balanço que faz?O Balanço é positivo. A este nível o potencial de Avis mantém-se e há um maior aproveitamento. Houve de facto algumas intervenções que ajudaram a criar condições para que esses recur-sos pudessem ser melhor aproveita-dos, desde logo toda aquela zona do Clube Náutico que é um ex-libris do concelho, mas também e sobretudo no Centro Histórico de Avis, para já, com algumas intervenções no que respeita ao espaço público …

Como é que estão as obras de reabilita-ção do Centro Histórico. A ideia que dá é que estão paradas…Não. Neste momento concluímos as obras no Centro de Estudos Arqueoló-gicos, falta apenas o mobiliário para se marcar a abertura do espaço, o que poderá acontecer ainda este ano ou no início de 2011.O Centro Interpretativo da Ordem de Avis está a avançar. É uma obra grande e com alguma complexidade tendo em conta o edifício onde está a decorrer e surgiram imprevistos que atrasaram um pouco a conclusão, mas, segura-mente, abrirá no próximo ano .Durante o mês de Setembro vai ser lançada a empreitada para o Fórum Cultural, onde será instalado o Museu, o Posto de Turismo, e serão criadas no-vas valências: auditórios, espaço para mostra e venda de produtos locais, sa-las para ateliês, uma galeria de exposi-ções…

E os serviços Sócio-culturais, também in-tegram esse novo espaço?Não está previsto passarem na sua to-talidade para lá. Passarão, talvez ,os serviços ligados ao turismo e à cultura.Em termos de intervenções está ainda previsto avançar com a requalificação da Rua da Cantina que delimita a área do Centro Histórico e ir-se-ão iniciar as obras da nova Biblioteca Municipal, nos antigos armazéns da EPAC.

E em relação ao Clube Náutico? Este ano, com a reabertura do espaço de restau-ração, funcionou quase em pleno, mas estavam anunciadas outras obras, no-meadamente a ciclovia que era previsto chegar até lá e…Está previsto isso e outras obras que

Manuel Maria Coelho foi pela primeira vez eleito vereador da Câmara Municipal de Avis em Dezembro de 1997. Dois anos e meio depois, em Julho de 2000, substituiu na presidência o histórico António Bartolomeu.

Daí para cá tem encabeçado sempre as listas da CDU, força maioritária no concelho desde as primeiras eleições locais.Nesta entrevista ao REGISTO o presidente avisense fala da aposta do município na actividade turística nas

suas várias vertentes e anuncia uma «possível» mudança de data para a festa mais emblemática do concelho.

Feira Franca pode mudar de dataguardámos para uma segunda fase: a construção de um bloco de balneários para apoio da praia fluvial, o próprio hangar será, eventualmente, transferi-do para o casão ao lado do restauran-te e, ao nível do espelho de água, está planeado a colocação de umas piscinas flutuantes. No entanto, não temos da-tas previstas para estas obras visto es-tarem dependentes de conseguirmos cabimento ao nível do QREN para a concretização desses projectos, até por-que no que diz respeito ao PIDDAC contamos com zero…

E nas freguesias?Apresentámos candidatura e aguarda-mos a decisão para um parque ambien-tal, em Benavila, que ficará instalado junto à albufeira, entre o fim da povoa-ção e a ponte e com acesso aos terrenos onde está a Anta, na Fundação Abreu Callado. Ainda ligado ao turismo está previs-to intervir na zona da Igreja da Nossa Senhora de Entre-Águas - mas isso está mais atrasado - assim como a criação de alguns percursos pelo Montado, para observação de plantas e aves, nas freguesias de Valongo e Aldeia Velha, que também só arrancarão na segunda metade do mandato.Além destas intervenções, mais vira-das para o turismo, as outras fregue-sias também têm projectos em marcha, como, por exemplo, o Rossio, em Erve-dal, cuja candidatura já foi apresenta-da.

Por falar em Montado: o facto de Avis ter participado no concurso das 7 Maravi-lhas de Portugal e agora fazer parte da lista de candidatos às 7 Maravilhas do Alentejo faz parte de alguma estratégia de divulgação turística?Sim, o montado foi pré-finalista… isso faz parte de uma estratégia de promo-ção, afirmação e divulgação do territó-rio, mas é inegável e é bom que assim seja, que têm havido alguns contribu-tos positivos por parte de agentes pri-vados para que o concelho, do ponto de vista turístico tenha uma maior pro-jecção.

Em concreto está a falar de que privados?Estou a falar do Hotel da Cortesia; dos produtores de vinho que estão a pro-duzir em mais quantidade e qualida-de; dos licores de Valongo; do Peda-lavis; dos azeites que apresentam um maior cuidado na apresentação, dos restaurantes de referência, etc. São um

Pessoalmente penso que sim [Feira Franca deve mdar de data]. As razões são a imprevisibilidade meteorológica e o facto de se tornar difícil desenhar um cartaz musical para a festa. Não há uma decisão tomada sobre a matéria, mas no próximo ano temos de a equacionar .A própria Feira Medieval poderá, eventualmente, avançar um bocadinho no calendário, pois também se tem realiza-do num período muito incerto em termos de chuva.

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«A autarquianão é,

nem nunca será,uma empresa»

Até há três décadas atrás – nomeada-mente durante o período da Reforma Agrária – a agricultura ocupava grande parte da população do concelho. Hoje, comparativamente, são poucos os que trabalham no sector primário. Estará esta realidade a mudar a identidade do concelho?De facto tem mudado. A agricultura, a ocupação e o uso da terra deixou de ter o peso de então e hoje existem outros sectores que, enfim, não têm compen-sado, mas têm emergido em termos de importância em comparação com a agricultura, mas, no fundo, isto tem-se traduzido numa perda de postos de trabalho e, consequentemente, popu-lação.

E pode-se dizer que o declínio da agricul-tura contribuiu para o fecho da fábrica do tomate e, até mesmo, da Lactogal?Exactamente, uma coisa está ligada à outra. Mesmo no que diz respeito à Lactogal pode não ter sido o factor de-terminante, mas indirectamente pode ter influenciado. Se os produtores de leite tivessem outro peso, se calhar, te-riam pensado melhor antes de decidir deslocalizar a produção para o Norte.

No que diz respeito à Lactogal, falou-se na imprensa regional e na Assembleia Municipal de um possível interesse da Câmara na aquisição das instalações devolutas. O que há em concreto sobre esse assunto?As notícias publicadas adiantaram-se em relação à realidade. O que acon-teceu foi que a Lactogal manifestou abertura para nos ceder as instalações

até ao final do ano para avaliarmos uma eventual aquisição. Acontece que os custos de manutenção e de repara-ção do espaço são exagerados e esse ne-gócio não é, de todo, prioritário.Acresce que o Município recebe agora menos cerca de 700 mil euros, decor-rente dos cortes originados pelo Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC). Num município como nosso que não tem receitas próprias cria dificuldades enormes. A agravar tudo isto, vamos sentir em pleno, a partir de Janeiro do próximo ano, os impactos da nova Lei das Finanças Locais (LFL). Durante um período indefinido – hoje ninguém pode garantir até quando será – estas medidas que foram aprovadas no âm-bito do PEC, adicionadas à nova LFL apontam no sentido de uma redução de verbas para os pequenos municí-pios. Portanto, o que me parece é que neste momento, não faz muito senti-do a Câmara assumir a propriedade da Lactogal. Se nós disséssemos assim: «temos um in-vestimento em carteira», tudo bem, mas…

Mas é voz corrente que os produtores espanhóis do olival intensivo, poderiam estar interessados no espaço e que te-riam contactado a Câmara no sentido de arranjar um espaço para a construção de um lagar…Não é verdade. Tivemos um contac-to há, talvez, dois meses, em que nos disseram que estavam a equacionar a construção de um lagar no concelho de Avis, no entanto, não nos deram isso como adquirido. Nós manifestámos o nosso interesse para que pudesse ser

O presidente da Câmara de Avis garante que a situação financeira da Câmara Municipal é satisfatória:

«devemos tanto como 25 famílias que recorreram ao crédito à habitação», diz o autarca que se recusa

a administrar o município como uma empresa com o lucro como objectivo.

conjunto de coisas que têm aparecido e tem contribuído para a valorização de Avis como destino turístico.

Isso leva-nos à Feira Franca que terá lu-gar nos dias 17, 18 e 19 de Setembro, e à Feira Medieval, habitualmente em Maio, os dois maiores eventos do conce-lho virados para o exterior. Não acha que a data em que se realiza a Feira Franca, fora do período de férias, num mês em que as pessoas têm pouco dinheiro e de fazer face a gastos com o início do ano escolar, não é a ideal para trazer muita gente de fora?Pessoalmente penso que sim. Não só por essas razões, mas por mais duas ainda: a imprevisibilidade meteoroló-gica e o facto de se tornar difícil dese-nhar um cartaz musical para a festa,

pois nesta altura muitos artistas já não estão em tourné, ou então já marcaram presença em outras festas aqui à volta limitando-nos a escolha. É uma ques-tão que está em cima da mesa. Não há uma decisão tomada sobre a matéria, mas no próximo ano temos de a equa-cionar .Aliás, a própria Feira Medieval pode-rá, eventualmente, avançar um boca-dinho no calendário, pois também se tem realizado num período de muito incerto em termos de chuva.Em relação à Feira Franca temos um trabalho que não é fácil: encontrar uma data que não choque com os eventos de outros concelhos próximos e que já fazem parte do calendário de eventos regional.

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aqui instalado e disponibilizámo-nos para apoiar em tudo o que fosse possí-vel. Em relação à localização do lagar eles tinham algumas alternativas e não nos colocaram qualquer questão sobre a cedência de um espaço.

Há uns meses atrás, os vereadores do PS distribuíram um comunicado em que acusavam a Câmara de gastar mais do que deve e pode e de estar à beira da ruptura financeira. Como é que estão, afinal, as finanças do município?A situação financeira do município é satisfatória. O nosso nível de endivida-mento, neste momento, andará pelos 50 ou 51 por cento, o que no panorama actual é uma situação boa, até porque há vários municípios que ultrapassa-ram os limites.Estamos a falar de um valor em dívida um pouco acima dos 3 milhões de eu-ros. Às vezes costumo fazer esta compa-ração: o município deve tanto como 25 famílias que peçam crédito à habitação para construir uma casa nova, e não pode ser uma casa muito grande. Não me parece que para uma entidade com a dimensão do município seja um va-lor expressivo. Aliás, a prova é que ao nível do QREN, no distrito de Portale-gre, Avis está entre os municípios com maior taxa de aprovação e execução de candidaturas. Isto só é possível tendo saúde financeira. Tirando as três cida-des, são Avis e Nisa que aparecem logo a seguir…

Como se sabe as obras não são compar-ticipadas na totalidade, há uma parte que é encargo da autarquia e pelas suas receitas normais o município não consegue fazer face a esse volume de investimento. Para isso é necessário re-correr ao crédito, o que, na minha opi-nião, não é nenhum drama.Aliás o endividamento de médio e lon-go prazo das autarquias não pode ser utilizado na gestão corrente…

Quer dizer que nunca foram pedidos em-préstimos para pagar, por exemplo, or-denados?Não. Legalmente é impossível fazer isso… O que se passa em relação ao PS é que por tacticismo não dizem que querem reduzir o pessoal ao serviço da Câmara e, por outro lado, acham que há um conjunto de actividades não rentáveis que deviam terminar, porque têm uma visão empresarial da autarquia. Para nós a autarquia não é, nem nunca será, uma empresa, no sen-tido literal de empresa. Quando assim for deixará de ser Poder Local.

Recusa, portanto, a ideia de que o muni-cípio tem funcionários a mais?Se compararmos com há 15 ou 20 anos atrás temos muito mais gente. Agora, também temos coisas que não existiam na altura. Por exemplo: ao nível da educação, com o peso que tem – uma realidade com meia dúzia de anos – e não falando das Ludote-

cas, temos as Actividades de Enrique-cimento Curricular, os transportes escolares, o fornecimento de refei-ções… tudo isso dá um número que rondará as 30 pessoas afectas a este serviço nas várias freguesias; temos outra situação que nos diferencia de outros municípios que é o Parque de Campismo gerido pelo município e a funcionar 24 sobre 24 horas; existem novos equipamentos, espaços verdes, etc, que precisam de manutenção. Enfim, há um conjunto de novas si-tuações que implica o aumento do número de pessoal.A outro nível, em termos técnicos, por exemplo, na elaboração de projectos de arquitectura ou paisagísticos, habi-tualmente o município comprava fora e passou a ter condições para os fazer internamente com vantagens eviden-tes. Para além disso contribuímos para que algumas pessoas se instalassem em Avis – assim, os projectos são feitos por quem também usufrui do espaço público, vivendo aqui, comprando e investindo no concelho.

Pegando na questão da educação: há dois meses Avis aparecia na lista negra do Mi-nistério da Educação, no que diz respeito ao fecho de escolas. No entanto, os dois encerramentos previstos, acabaram por não se concretizar…Em reunião de Câmara tomámos uma posição, por unanimidade – embora com uma declaração curiosa por parte

do PS… - que penso ter tido peso nessa decisão. Reunimos com a Direcção Re-gional de Educação para expor a nossa impossibilidade em assumir os encar-gos decorrentes do fecho das escolas da Figueira e Barros e do Alcórrego e dis-semos, para além disso que discorda-mos do fecho de escolas em si mesmo. Foram questões que, este ano, foram tidas em conta, mas não é assunto sob o qual devamos descansar. Para o ano, certamente, voltarão à carga com a ideia de fechar estas escolas, e no Erve-dal veremos qual vai ser a evolução…

Um outro assunto na ordem do dia é o fornecimento da água pela Águas do Nor-te Alentejano. O que é que está a motivar este atraso?Tem a ver com as próprias dificuldades da empresa Águas do Norte Alenteja-no. Foi definido um calendário com-pletamente desfasado da realidade e, no caso de Avis, como estamos a uma ponta seremos sempre dos últimos… Isto tem a ver com várias situações: com a má planificação e má gestão do calendário de obras; tem a ver com um mau plano de investimentos e com as alterações sucessivas que tem sofrido; tem a ver com empreitadas lançadas de projectos feitos em escritório sem terem em conta a realidade no terreno; tem a ver com empreitadas que foram lançadas sem a garantia da posse dos terrenos que eram privados… Portan-to, nós aqui, apanhamos os problemas

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Feira Franca de Avisque surgem no Crato, em Alter e vai atrasando.O que tem avançado, apesar de a pas-so de caracol, são os projectos para a remodelação das ETARs existentes e construção das duas em falta, em Fi-gueira e Barros e Valongo.

Então a questão dos cheiros vai ficar re-solvida?Espera-se que sim.

A partir do momento em que o forneci-mento da água mudar, a factura também vai aumentar?É inevitável. A Câmara continuará a definir a tabela de preços, o que acon-tece é que a água vai sair ao municí-pio muito mais cara do que os preços que hoje conseguimos. O preço, hoje, salvo erro, anda pelos 62 cêntimos por metro cúbico em alta, até chegar ao depósito, mas a Águas do Norte Alen-tejano, prepara-se, como forma de dar alguma viabilidade à empresa, para disparar o preço da água, em breve, talvez já a partir do início do próximo ano. Se não houver alguma interven-ção governamental levará a que, por exemplo, o valor da água em alta vá para um euro e picos. Um aumento brutal, tendo em conta que, depois, ainda é preciso adicionar os custos da distribuição local.Há ainda outro factor que se prevê ve-nha a contribuir para o aumento da água, que é a definição por parte do

ministério de um intervalo de variação dos preços. O que nós temos defendido é que seria justo haver uma interven-ção governamental do tipo que há com a electricidade, de forma ao preço prati-cado em Avis ser igual ao praticado em Lisboa. O aumento de um cêntimo ou dois em Lisboa podia ter um enorme efeito, não só no Alentejo, mas em todo o interior do país. Assim haja vontade política para avançar nesse sentido.

Se entretanto não houver alteração na Lei, este será o seu último mandato. Vai cumpri-lo até ao fim, ou vai sair a meio?Em relação à lei sou contra, embora não tenha nada a ver com a minha situação, em concreto. Sou pela rota-tividade e pela não perpetuação das pessoas no exercício destas funções, mas, no fundo, sou contra porque a Lei consubstancia um claro empobre-cimento da democracia e um desres-peito pela vontade popular; Depois, porque foi aplicada apenas em rela-ção aos presidentes de câmara e presi-dentes de junta de freguesia. Não per-cebo porque é que não se aplica em relação à Assembleia da República e aos outros titulares de cargos políti-cos. Se assim fosse, poderia continuar a discordar, mas teria uma aceitação diferente. Em relação ao mandato, é uma questão que não está em cima da mesa, mas a intenção é a de cumpri-lo até ao fim.

Se não houver alguma intervenção governamental levará a que, por exemplo, o valor da água em alta vá para um euro e picos. Um aumento brutal, tendo em conta que, depois, ainda é preciso adicionar os custos da distribuição local.(...) O aumento de um cêntimo ou dois em Lisboa podia ter um enorme efeito, não só no Alentejo, mas em todo o interior do país. Assim haja vontade política para avançar nesse sentido.

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Vendas Novas com centro educativo

O município de Vendas Novas inaugura no sábado um centro educativo, que pretende “satisfazer as necessidades da população”, nomeadamente melhorar o parque e a rede escolar do concelho. Com um investimento total de 2,5 milhões de euros, o centro educativo integra os jardins de Infância 1, 2 e 3 e os pólos A e B das EB1 de Vendas Novas. Dispõe de seis salas de aula do 1.º ciclo, cinco salas de ativi-dades para o pré–escolar, uma biblioteca com uso partilhado, duas salas polivalentes, uma cantina escolar com capacida-de para 450 refeições diárias, duas salas de professores e um recreio com espaços equipa-dos.Ainda a nível educacional, o município apoiou a construção de uma nova creche, a abrir este mês, com 108 mil euros, com uma capacidade para 58 crianças com a particularidade de estar preparada para serem anexadas mais duas salas.

Nisa: semana da juventude

O concelho de Nisa (Portale-gre) acolhe a partir de segunda feira a “Semana Jovem 2010”, uma iniciativa que irá promo-ver um conjunto de atividades dedicadas aos jovens daquela região, anunciou a organiza-ção.A “Semana Jovem 2010”, que decorrerá até ao dia 18 deste mês, é promovida pela Asso-ciação para Iniciativas para a Juventude de Nisa (INIJO-VEM), Associação de Jovens de Alpalhão (AJAL) e pela Associação Juvenil de Tolosa (AJITA).Das atividades a realizar, o destaque vai para a primeira edição do “Bike Paper AJAL - À Descoberta do Nosso Patrimó-nio”, uma exposição subordi-nada ao tema “Jovens Olhares” e uma prova de BTT.

No próximo fim-de-semana, a ciência e arte vão ocupar o centro de Estremoz, que acolhe mais uma edição de Ciência na Rua, uma inicia-tiva dedicada a dar a conhe-cer, em sete etapas, o processo evolutivo do nosso planeta.

O projecto Ciência na Rua vai recriar, nos dias 11 e 12 de Se-tembro, sete grandes etapas evolutivas, através de inicia-tivas culturais a desenvolver em outros tantos espaços pú-blicos no centro de Estremoz.Nesse processo, que envolve dezenas de cientistas e artis-tas, o teatro, a música e a dan-ça desempenham um papel privilegiado. Paralelamente, em cada um dos sete espaços de intervenção haverá um “quiosque de ciência”, onde o visitante tem acesso a diversas experiências interactivas que

lhe permitem aperceber-se dos princípios científicos asso-ciados à respectiva etapa. Segundo os organizadores, a ideia é conseguir que o visi-

tante adquira “um melhor co-nhecimento do complexo pro-cesso evolutivo que ocorreu no nosso planeta e que condu-ziu à maravilhosa biodiversi-

dade” que hoje existe.Ciência na Rua é um dos vá-rios projectos de divulgação científica desenvolvidos pelo Centro Ciência Viva de Estre-moz, que organiza também a FeiCiTEst - Feira de Ciência e Tecnologia de Estremoz.O projecto integra-se no pro-grama Ciência na Cidade, co-ordenado pela Ciência Viva - Agência Nacional para a Cul-tura Científica e Tecnológica, e destinado a integrar a ciên-cia na programação cultural urbana, em articulação com outras cidades europeias. Em Portugal, o programa desen-volve-se em Estremoz, Évora, Tavira e Guimarães. Os promotores da iniciativa salientam o “contributo ím-par” que o projecto presta ao desenvolvimento turístico da região de Estremoz, apelando sobretudo para “um turismo cultural de cariz científico”.

Estremoz

Ciência (e Arte) na RuaJosé Pinto de Sá

Explicar, através da ciência e da arte, o processo evoluti-vo do planeta é o objectivo principal da variada progra-mação do projecto Ciência na Rua, que decorre, a partir das 17h00 de sábado, dia 11, em sete locais diferentes do centro de Estremoz.

17h00 - Abertura com “Darwin & Dodo”, por Desperate Man, da Grã Bretanha. Este espectáculo foi premiado pelo Museu de História Natural de Londres no lançamento do Ano de Darwin.18h00 - “Acasos”, com o espectáculo com o mesmo nome, pelo grupo Amalgama. 19h00 - “Saindo das Águas...”, com o espectáculo “M’Spirit”, por Zigrolling, de França. 20h00 - “Voando...”, com o espectáculo “Conquista dos céus”, por João Saraiva.21h00 - “Ouvir e fazer-se ouvir!”, com o espectáculo “In Ex-tremis Sonus”, por Vitor Gama.

22h00 - “Formas de ver”, com o espectáculo”Videomorphose – Colisão Visual”, por Luís Cardoso.23h00 - “Rumo à complexidade”, com o espectáculo “Hu-manum Fatum”, por Pia - Projectos de Intervenção Artís-tica.24h00 - “Uma questão de energia!”, com o espectáculo “Limbo”, por Radar 360º.Ao longo do fim-de-semana haverá animação de rua, a cargo do “grupo do sarrafo” Bardoada.

Ciência na Rua 2010

A evolução da Terra em sete etapasJosé Pinto de Sá

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Ciência

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Artes

Depois de 4 edições que desde 2006 juntaram na Vidigueira mais de 35.000 pessoas o Festival da Vidiguei-ra regressa este ano com nova morada. Deslocado para o recinto das Piscinas Municipais da Vidigueira o festival oferece este ano para além de bandas e Dj’s de referência 48h de festa junto às piscinas. The Legendary Tigerman, GNR, Sean Riley and The Slowriders, Frankie Cha-vez, Os Homens da Luta, Os Dias de Rai-va, DJ Rui Vargas e DJ Zé Pedro (Xutos e Pontapés), para além de outros nomes que a organização promete anunciar em breve, são razões mais que suficien-tes para não faltar a este festival que é já conhecido por muitos como o último (pequeno) grande festival de Verão. Nos próximos dias 10 e 11 de Setembro as portas abrem às 16:00 e encerram às

04:00. Os bilhetes já estão à venda na rede Ticketline (www.ticketline.pt - 707 234 234), CTT e Lojas Fnac, Worten, El Corte Inglés, Viagens Abreu, CC Dolce Vita, Megarede e Posto de Turismo da Vidigueira por 12 euros (bilhete para um dia) e 20 euros (bilhete para os 2 dias).O parque de campismo, num laranjal a menos de 100 metros do recinto do fes-tival, tem capacidade para 500 tendas e o acesso para os portadores de bilhe-te de 2 dias é gratuito.Quando questionado sobre a impor-tância do festival para a Vidigueira Manuel Narra, Presidente da Câmara Municipal responde com uma lista de objectivos concretos: “Queremos dina-mizar a região e atrair pessoas de fora, descentralizar este tipo de eventos dos grandes centros turísticos e urbanos e dar a oportunidade aos comerciantes e às várias associações e colectivida-

des locais para participar activamente contribuindo com ideias e sugestões. Queremos mostrar que a Vidigueira, a menos de 1h30m de Lisboa e de 1h do Algarve tem muito para oferecer e tudo para agradar.” acrescenta o autarca.

Dias 10 e 11 de Setembro nas Piscinas Municipais

Festival Vidigueira 2010 já este fim-de-semanaRedação

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Curso Intensivo de Gestão para Dirigentes das Organizações do Terceiro SectorFórum Eugénio de Almeida | Outubro e Novembro | 66h

PROGRAMA:

Modulo 1:Gestão das Organizações (14 Outubro)Rogério Roque Amaro, Docente no ISCTE, Presidente da PROACT.

Módulo 2: Planeamento Estratégico (22 e 28 Outubro)António Batista, Consultor em planeamento e avaliação; Docente universitário.

O planeamento estratégico nas Organizações do Terceiro Sector, conferência de João M. S. Carvalho, Docente no ISMAI e autor de várias publicações sobre gestão de ONG’s. (21 Outubro)

Módulo 3: Marketing e Comunicação (4 e 5 Novembro)Marta Lopes, docente na área de Marketing Cultural e Comunicação da universidade Lusófona.

Sociedade Civil e Comunicação, conferência de Fernanda Freitas, apresentado-ra dos programas televisivos Sociedade Civil, Mudar de vida e Futuro Comum. (29 Outubro)

Módulo 4: Gestão de Recursos Humanos (12 e 15 de Novembro)Maria de Lurdes Calisto, Pós-graduada em Políticas de Desenvolvimento de Recur-sos Humanos pelo ISCTE, e consultora na área da Gestão de Recursos Humanos.

Gestão de Competências, conferência de Luís Caeiro, – Professor Auxiliar convi-dado da univ Católica, onde coordena o PARH – Programa Avançado de Recursos Humanos” (10 Novembro).

Módulo 5: Gestão Financeira (18 e 19 Novembro)Rosália Marques, Mestre em Gestão de Empresas, especialização em Finanças Empresariais; Consultora em Gestão.

Destinatários: Dirigentes e quadros superiores de instituições privadas sem fins lucrativos.

Inscrições: até cinco dias antes da data do início da acção; valor da inscrição: 250€Nota: As instituições que já frequentaram outras acções de formação desenvolvidas pelo OSA/FEA terão um desconto de 20%.

Para mais informações e inscrições contacte: Observatório Social do Alentejo. Fundação Eugénio de Almeida. Pátio de S. Miguel. Apartado 2001. 7001-901 ÉvoraTelefone: 351.266 748 300. Fax: 351.266 748 349

Email: [email protected] | www.fundacaoeugeniodealmeida.pt/osa

A Câmara Municipal de Évora inau-gura no próximo sábado, dia 11 de Setembro, pelas 17 horas, uma nova exposição na Igreja de S. Vicente, in-titulada \”Alice didn\’t return\”, da autoria de João Concha.Nesta mostra de pintura e colagem, João Concha apresenta um conjun-to de trabalhos que desenvolveu em 2006 a partir de uma pesquisa plástica em redor de Alice, a prota-gonista dos livros “Alice’s Adven-tures in Wonderland” e “Through the Looking-Glass”, contos de Lewis Carroll. A personagem Alice, ilustra-da no séc.XIX por Sir John Tenniel, é comum a todos os trabalhos, in-terrogando condições ou situações como a escala, os limites, o plano, a repetição; o suporte enquanto lugar habitado.João Concha é natural de Évora e

vive Lisboa, onde se licenciou em Arquitectura, em 2004, e onde tra-balha nas áreas da arquitectura e artes visuais. Tem formação com-plementar em desenho e ilustração, pelo que tem colaborado com ilus-trações para diversas publicações periódicas, como a revista Visão, Big Ode, Alçapão, LeCool e Migalhas, e ilustrado também alguns livros de poesia e obras para crianças. Partici-pa com regularidade em exposições de artes plásticas e de ilustração, ex-pondo também individualmente, sobretudo colagem.

A exposição está aberta ao públi-co até 26 de Setembro, podendo ser visitada de terça a sexta-feira, das 11:00 às 13:00 e das 15:00 às 19:00, sá-bados e domingos das 15:00 às 19:00, e encerra às segundas-feiras.

A partir de 11 de Setembro

Exposição \”Alice didn\’t return\” na Igreja de S. Vicente

Évora

Festival de Teatro começa amanhã

Na próxima sexta-feira regressa o mais antigo festival de teatro de Amadores do País, durante uma semana, mais de uma dezena de grupos de teatro ama-dores e profissionais passam pela cidade de Évora, voltando a encher ruas e praças, e a já mítica sala da Soir - Joaquim António D\’Aguiar. Assim o festival abre institu-cionalmente com uma sessão de abertura às 17.30h na sala da Joaquim António D\’aguiar, depois às 18.30h o festival chega com o primeiro espectáculo, Miss Easy e a Matrafona total, espectáculo do Circo Marim-bondo que promete trazer riso e boa disposição pelas ruas de Évora, às 22h é a vez do Teatro do Mar trazer o espectáculo Solum à praça do Giraldo.Os preços são de 2,5€ e as reservas podem ser feitas para o numero: 969587729, mais informações estão disponíveis no blog da colectividade em soir_jaa.wordpress.com

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Ambiente

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“O Pagamento por Serviços do Ecossis-tema é uma ferramenta de conservação inovadora que incentiva às boas práticas de gestão do montado”. Esta é uma das conclusões a que chega o novo relatório da WWF, “Hotspots de Biodiversidade e Serviços do Ecossistema Montado”, lançado esta semana na Conferência de abertura do Green Festival, no Centro de Congressos do Estoril. O relatório iden-tifica os locais prioritários de biodiversi-dade e os serviços prestados por estes ecossistemas.

O relatório da WWF incentiva a definição e implementação de um mecanismo de paga-mento dos serviços do ecos-sistema que pode ser feito a partir de financiamentos pú-blicos ou privados (empresas e instituições financeiras com fortes políticas de sustentabi-lidade). O relatório evidencia ainda que os produtores e gestores de áreas de montado, desde que certificados pelo FSC ou integrados na rede de comér-cio florestal GFTN da WWF, se encontram em melhores con-dições para aceder ao mercado do pagamento de serviços do ecossistema e “vender” estes serviços a potenciais investi-dores, em relação a produtores que não integrem mecanis-mos de verificação credíveis, dadas as características de exi-gência destes mercados.Como incentivo à preserva-ção das Áreas de Alto Valor de Conservação do montado, a WWF defende o pagamen-to de serviços do ecossistema “agrupados”, ou seja, juntan-do biodiversidade&carbono ou biodiversidade&água – uma modalidade adaptada

à realidade do montado e so-bre a qual são apresentados exemplos de aplicação nou-tros países. Segundo Luís Silva da WWF, “este relatório é um contribu-to para a definição e imple-mentação de mecanismos de pagamento destes serviços, que podem ser públicos, pri-vados ou mistos; a WWF con-vida em particular as empre-sas e instituições financeiras, a envolverem-se no desen-volvimento do mercado vo-luntário dos serviços do ecos-sistema montado, reforçando desta forma a credibilidade das suas próprias políticas de sustentabilidade ambiental.”

No documento da WWF, reforça-se o papel dos monta-dos de sobreiro e de azinhei-ra como um dos valores de conservação mais importante da Ecoregião Mediterrânica e que, quando adequadamen-te geridos, são essenciais para manter a biodiversidade e ge-rar serviços como o armazena-mento de carbono ou a regu-lação do ciclo da água, que em Portugal assumem relevância especial, sobretudo a sul do rio Tejo (área que concentra a maior mancha de montado de sobreiro do mundo e repre-senta 90% das áreas de monta-do de Portugal - aproximada-mente 1 milhão de hectares).

Associação ambientalista WWF defende

Pagamento por Serviços do Ecossistema como incentivo à conservação do montadoRedação

A Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo quer candida-tar o montado a Património Mundial, pela UNESCO, para valori-zar um ecossistema “único no mundo” e que pode contribuir para a afirmação turística da região.“Temos produtos turísticos de grande relevância e de elevadíssi-ma qualidade, mas o que é distintivo, o que nos leva a podermos consolidar uma oferta turística e a afirmar uma marca de grande prestígio internacional, é o montado”, realçou hoje à Agência Lusa o presidente da Turismo do Alentejo, Ceia da Silva.Segundo o mesmo responsável, “a questão da identidade é funda-mental” para a afirmação turística de uma região, sendo que, no caso do Alentejo, o montado representa esse “fator diferenciador e distintivo”.“Eu diria que o montado é, em si próprio, a identidade mais expres-siva do território do Alentejo. Porque o montado só existe no Alen-tejo, não existe em mais nenhuma parte do mundo”, sublinhou.Por isso, a Turismo do Alentejo tem em curso um projeto para avan-çar com a candidatura do montado alentejano a Património Mun-dial, junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ci-ência e Cultura (UNESCO).“E, quando falamos de montado, queremos valorizar, não só a sua expressão paisagística, mas também a sua ligação à gastronomia, à maneira de ser alentejana, à nossa hospitalidade e maneira de ves-tir, às ricas tradições culturais da região”, salientou.O processo de preparação da candidatura ainda está “numa fase muito embrionária”, admitiu Ceia da Silva, revelando, contudo, que estão a ser estabelecidas parcerias com um “vasto conjunto de entidades”, públicas e privadas, da região para sustentar o “dossier”.Autarquias, serviços desconcentrados da administração pública, agentes ligados ao montado e à produção de cortiça, universidades e institutos politécnicos estão entre as entidades contactadas pela Turismo do Alentejo, para subscreverem o protocolo “Dinamização do Montado Alentejano como Bem Cultural Universal”.“Entendemos que esta candidatura não devia ser só da ERT, mas sim de toda a região e propusemos a um conjunto de instituições para serem nossos parceiros. Estamos agora a fechar este ‘dossier’ de parcerias e vamos avançar com a adjudicação da empresa, me-diante concurso público, que irá elaborar a candidatura”, adiantou.Ceia da Silva argumentou que a preparação deste tipo de processos “é morosa”, mas mostrou-se confiante de que, “dentro de dois ou três anos”, a candidatura possa estar em condições de ser apresen-tada formalmente.“Dentro dos ‘timings’ que estas coisas exigem, pensamos que este processo vai levar a que o bem montado possa ser classificado como Património Mundial reconhecido pela UNESCO”, afiançou.

Turismo do Alentejo defende

Candidatura do Montado a Património MundialRita Ranhola/Lusa

Ambientalistas defendem incentivos para a preservação do montado

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Lazer

Vertical - 1.Vontade de comer 2.Profissional de imprensa 4.Tipo de arte 6.Roupa elegante 7.Mineral comum 8.Modalidade desportiva 9.Cidade do Paraná 14.Residência; Horizontal - 3.Osso humano 5.Ex-presidente americano 10.Povo da antiguidade 11.Guloseima gelada 12.Capacidade física 13.Animal venenoso 15.Tipo de fruta.

Resolva as palavras cruzadas por meio de sinónimos.

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Autor: Sinópse

Cães e Gatos: A Vingança de Kitty Galore

FIlme desta semana

Kitty Galore, uma ex-agente da organiza-ção MEOWS, ficou louca e está a pensar num plano diabólico para, não só des-truir os rivais caninos, como dominar todo o Mundo. Deparando-se com esta terrível ameaça, cães e gatos são forçados a trabalhar em conjunto, pela primeira vez na história!

Carta Dominante: O Valete de Paus, que significa Amigo, Notícias Inesperadas.Amor: Saberá notícias através de um ami-go. A sua vida social andará muito anima-da. Que o seu sorriso ilumine todos em seu redor!Saúde: Atenção com as noitadas e os excessos, seja comedido.Dinheiro: Um amigo irá pedir-lhe ajuda fi-nanceira. Lembre-se de ajudar quem precisa de si, pois amanhã poderá ser você a precisar de ajuda!Número da Sorte: 33Dia mais favorável: Quarta-feira

Carta Dominante: 7 de Ouros, que signi-fica Trabalho.Amor: Uma discussão com a pessoa amada poderá deixá-lo renitente. Que a compreen-são viva no seu coração!Saúde : Dedique-se a actividades que lhe dêem prazer.Dinheiro: Desempenhe as suas tarefas pro-fissionais o melhor possível.Número da Sorte: 71Dia mais favorável: Segunda-feira

Carta Dominante: O Eremita, que significa Procura, Solidão.Amor: Poderá sentir-se um pouco perdido e em busca de si próprio. Que o seu auto-conhe-cimento seja a ferramenta fundamental para a sua felicidade.Saúde: Dedique-se a práticas de relaxamento como o yoga e a meditação.Dinheiro: Prepare o seu trabalho desenvol-vendo novas ideias.Número da Sorte: 9Dia mais favorável: Segunda-feira

Carta Dominante: O Imperador, que sig-nifica Concretização.Amor: O seu estado de ansiedade poderá originar discussões. Encare a vida de uma forma mais optimista e verá que tudo corre melhor!Saúde: Tendência para andar um pouco descontrolado.Dinheiro: Seja fiel a si mesmo e siga à risca os planos que traçou.Número da Sorte: 4Dia mais favorável: Quarta-feira

Carta Dominante: o Mágico, que significa Habilidade.Amor: Momento em que estará confiante e, por isso, encontrará um clima de equilíbrio nas suas relações. Faça as escolhas que lhe trazem a possibilidade de ser feliz.Saúde: Possíveis problemas no sistema ner-voso poderão surgir.Dinheiro: Aposte na projecção profissional e poderá alcançar os seus objectivos, mas não gaste demasiado.Número da Sorte: 1Dia mais favorável: Sábado

Carta Dominante: Rainha de Paus, que significa Poder Material e que pode ser Amorosa ou Fria.Amor: Converse com o seu par para resolver divergências conjugais. Fale sobre o que é verdade, necessário e carinhoso.Saúde: Tente descansar mais.Dinheiro: Acredite mais na competência dos seus colaboradores.Número da Sorte: 35Dia mais favorável: Sábado

Carta Dominante: O Papa, que significa Sabedoria.Amor: O amor acontece quando menos se espera. Que a sua alma seja bela e transpa-rente!Saúde: Durma o máximo de horas que pu-der.Dinheiro: O seu bom desempenho poderá ajudá-lo a subir para um cargo de chefia.Número da Sorte: 5Dia mais favorável: Terça-feira

Carta Dominante: Rainha de Copas, que significa Amiga Sincera.Amor: Passe mais tempo com os seus ami-gos. Estreite os seus laços de amizade.Saúde: Lembre-se das sessões de trata-mento que tem que fazer.Dinheiro: Com empenho e dedicação, con-seguirá alcançar os seus desejos.Número da Sorte: 49Dia mais favorável: Sexta-feira

Carta Dominante: 3 de Espadas, que signi-fica Amizade, Equilíbrio.Amor: É necessário que deixe de exigir tanto do seu par. Agora é tempo para partilharSaúde: Retire da sua alimentação comidas ricas em gorduras e consulte um especialista em cardiologia.Dinheiro: Organize as suas tarefas para po-der evoluir na carreira.Número da Sorte: 53Dia mais favorável: Quinta-feira

Carta Dominante: O Cavaleiro de Espadas, que significa Guerreiro, Cuidado.Amor: O seu par poderá estar demasiado exigente consigo. Que a beleza da Aurora invada a sua vida.Saúde: Faça uma selecção dos alimentos que mais beneficiam a sua saúde.Dinheiro: Aproveite a ajuda de um colega para desenvolver um projecto.Número da Sorte: 62Dia mais favorável: Segunda-feira

Carta Dominante: Rei de Paus, que significa Força, Coragem e Justiça.Amor: Resolva os desentendimentos através do diálogo. Os problemas e dificuldades do dia-a-dia resolvem-se através do diálogo, mas agravam-se através da violência!Saúde: Uma dor de garganta poderá incomo-dá-lo e dar origem a uma constipação.Dinheiro: Tenha uma atitude mais confiante no desempenho da sua actividade profissional.Número da Sorte: 36Dia mais favorável: Domingo

Carta Dominante: A Lua, que significa Falsas Ilusões.Amor: Uma mudança de planos pode afectar a sua relação. É tempo de um novo recomeço!Saúde: Procure estar em paz espiritual-mente.Dinheiro: Não gaste mais do que o neces-sário.Número da Sorte: 18Dia mais favorável: Quarta-feira

Carneiro

HORÓSCOPO SEMANAL

Balança

Horóscopo Diário Ligue já!

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Touro Gémeos

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760 30 10 13

Caranguejo Leão Virgem

Horóscopo Diário Ligue já!

760 30 10 14Horóscopo Diário Ligue já!

760 30 10 15Horóscopo Diário Ligue já!

760 30 10 16

Escorpião Sagitário Capricórnio Aquário Peixes

Assassinado à queima-roupa na estação do Ros-sio, em Lisboa, Sidónio Pais é, sem sombra de dúvida, uma das figu-ras mais controversas e enigmáticas da Histó-ria de Portugal.A acção deste livro centra-se no dia da sua mor-te, recuando aos tempos que precederam o homicídio de Sidónio e prolongando-se até depois do seu desaparecimento. Mais do que uma reconstituição histórica, trata-se de um texto ficcional, intenso e dra-mático, no qual, para falar de Sidónio Pais, são convocadas muitas vozes – de Fernando Pessoa a Álvaro de Campos, passando pelo Repórter X – que tentam perceber quem foi o homem, o que sonhou, o que desejou para Portugal, e como o presidente da “República Nova” via o mundo, de que se despediu aos 46 anos.

Autor:

Sugestão de leituraMorro Bem, Salvem a Pátria!

Sinópse

Telefone: 21 318 25 91 E-mail: [email protected]

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Artes

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O Teatro do Silêncio apresen-ta domingo, em Arraiolos, a performance “Cartas, Tele-gramas e Postais”, desenvol-vida numa residência artística de três dias que tomou como material de trabalho mensa-gens pessoais enviadas à ence-nadora.

Em Abril e Maio, a actriz e en-cenadora Maria Gil convidou todos os interessados a escre-verem-lhe, fazendo-lhe chegar o que lhes ia na alma: “confis-sões ou desabafos, lamentos ou brincadeiras, ficções ou fac-tos...” Agora, esses textos pesso-ais estão em vias de se transfor-marem numa performance, na qual “o público é chamado a interagir com a criadora”. Esse

trabalho é desenvolvido du-rante uma residência artística que decorre a partir de hoje em Arraiolos, integrada na progra-mação da Escola de Verão do festival Escrita na Paisagem.

Finalmente, no domingo, 12 de Setembro, pelas 18h30, no Cine-Teatro de Arraiolos, o Te-atro do Silêncio apresenta uma primeira versão da peça “Car-tas, Telegramas e Postais”, que

constituirá “uma partilha dos resultados dos primeiros en-saios” da referida criação. O projecto propõe-se explorar “a possibilidade que todos te-mos de recriar duplos”, repen-

sando “a intimidade da relação entre remetente e destinatário” como “a relação que se estabe-lece entre performer e especta-dor”.O Teatro do Silêncio, fundado em 2004, é um “colectivo trans-disciplinar” que junta pessoas com diferentes conhecimen-tos e interesses: teatro, cinema música, dança, artes visuais e também matemática. O colecti-vo produz “trabalho de carácter experimental, baseado numa pesquisa constante por novas abordagens e linguagens ar-tísticas”. Textos originais, uso de materiais autobiográficos, e uma relação de intimidade com o público durante as per-formances, constituem caracte-rísticas essenciais do Teatro do Silêncio.

Arraiolos

De Cartas, Telegramas e Postais se faz uma performanceJosé Pinto de Sá

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Roteiro Para divulgar as suas actividades no roteiroEmail [email protected]

vila viçosa

EnCOnTRO DE AuTOCARAVA-nisTAs EM ViLA ViçOsA10.09.2010 a 14.09.2010 informações e inscrições:Clube Português de Autocaravanas (CPA) Telemóvel: 937 323 600Valor da inscrição:sócios do CPA - 5 € | não sócios - 8 €

O Clube Português de Autocaravanas pro-move, em parceria com o Município de Vila Viçosa, um Encontro de Autocarava-nistas entre os dias 10 e 14 de setembro, por ocasião das Festas dos Capuchos.Os interessados em participar devem ins-crever-se através do telefone 937 323 600, para assegurar lugar de estacionamento.

Vidigueira

COnCuRsO DE FOTOGRAFiA | TEMA > OLhAREs PARA A iGuALDADE | Entrega de traba-lhos até 30 de setembro | O concurso é aberto a qualquer cidadão ou cidadã residente em Portugal. no âm-bito da promoção da iGuALDADE DE GÉ-nERO a AniMAR – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local, lança o COnCuRsO DE FOTOGRAFiA “OLhAREs PARA A iGuALDADE”, ao abrigo do projec-to “ A igualdade de Género como Exercício da Cidadania” financiado pelo POPh e pela CiG – Comissão para a Cidadania e a igual-dade de Género.

Redondo

uMA AVEnTuRA EM REDOnDO A 11 de setembro de 2010, a partir das 8h30m, na Praça da República.

“uma aventura em Redondo” consiste numa competição de carácter lúdico, onde a exploração do meio rural está bem pre-sente, competição esta que se disputa em 2 etapas (1 etapa em redor de Redondo e outra nocturna dentro da Vila).

Reguengos

uLTRALEVEs | FEsTiVAL AÉREOA 11 de setembro de 2010 | Campinho

Paramotores, ultraleves, Aeromodelismo, Clube Varadero Portugal, Africa Twin Club Portugal e muito mais.

Évora

ExPOsiçãO DE ARTEs PLásTi-CAs DE JOAnA GAnChO4 de setembro a 30 de Outubro | 16:00-21:00 de segunda a sexta-feira | sede da shE | Praça do Giraldo, 72

são facturas. Muitas facturas. Guardadas em dossiers de arquivo. são memórias. Que falam de tempos passados. são pa-péis que agora forram as paredes. Onde se

desenha o presente das salas com história.

Ferreira do Alentejo

EsCuLTuRA CERâMiCA“Da forma da escrita à escrita da for-ma” | Até 30 de setembro | Galeria de s.to António | Terça a sexta feira das 9h-12h.30 e 14h-17h.30 sábado das 10h-13h.

Évora

xxi FEsTiVAL DE TEATRO DE AMADOREs DE ÉVORA. De 10 a 19 de setembro

O Festival terá a sua abertura com o es-pectáculo “solum” do Teatro do Mar.

Évora

CiRCuLO DE MuLhEREs14 de setembro | Espaço de transfor-mação | Rua hermes da Fonseca Ver-melho, 9 r/C | 20h.00 - 22h.00 | Pre-ço: 10€ | info: 965 683 290 - 934 570 821 | Email: [email protected]; [email protected]

Fazer parte de um grupo de mulheres é um grande compromisso com a vida, é um acto de coragem e de amor.

Évora

COnCERTO COM TiGRALAA 10 de setembro de 2010, pelas 22h.30, sede da shE | Praça do Giral-do, 72

Oriundos de universos musicais que pou-cos achariam compatíveis, os Tigrala apresentam-se em formato acústico, com norberto Lobo a trocar a guitarra pela tambura, Guilherme Canhão a desligar a sua guitarra da corrente e ian Carlo Men-doza a esticar criativa e melodicamente o conceito de percussão.

Redondo

ThE sOAkED LAMbA 11 de setembro de 2010, pelas 22h00, no Café Concerto | blues/Jazz | Entradas Gratuitas

Tocam a cores, mas soa a preto e branco. Todos usam chapéu. são seis músicos, mas os instrumentos são mais de uma dúzia. O nome do segundo disco da banda é hats & Chairs.

MÚSICA TeATRo

FoRMAção

eXPoSIção oUTRoS PALCoS

ExPOMORA a grande exposição de actividades económicas do Concelho de Mora

Mora prepara-se para no próxi-mo fim de semana, de 10 a 12 de Setembro receber os mil-hares de pessoas que vem visi-tar a Expomora.

Em 2002, ano em que se in-augurou o Pavilhão Municipal de Exposições, reuniram-se as condições para transformar e dinamizar a antiga Feira de Mora. O novo espaço permitia mostrar aos visitantes grande parte do tecido económico do Concelho, bem como o artesan-ato, e o trabalho desenvolvido pelas várias associações e enti-dades do Concelho.

volvidos oito anos a Expomora cresceu em área e notoriedade.

O alargamento da área de ex-posição veio permitir albergar um

maior número de expositores. Este ano a exposição de activi-dades económicas e artesanato conta com 55 expositores e mais de 70 stands distribuídos pelos dois pavilhões de exposição.

Esperam-se cerca e 30 mil visi-tantes durante estes três dias de certame, onde a qualidade dos espectáculos musicais é de ex-celência, com dois palcos para a actuação dos vários grupos. Poderá contar também com uma corrida de toiros com um cartel de luxo, festivais de folclore e de acordeões, lançamento do Livro “Corpo de Compromisso” de José vultos Sequeira, escritor do Concelho, torneio da malha, entre outras atractividades.

A Gastronomia também será um ponto forte deste certame.

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Roteiro

Pelos blogs

I N A C R E D I T Á V E LSou Eborense, nasci aqui nos anos 50 e vivi aqui até aos anos 90. Depois des-loquei-me para trabalhar em Lisboa e volta e meia venho a Évora visitar fa-miliares.

Este fim-de-semana trouxe uns amigos para conhecerem a cidade onde nasci e vivi. Levei-os a visitar a Capela dos Ossos. Sabia que iria pagar uma entra-da. Está cara! 2 euros por pessoa numa família de 4 são quase 10 euros. Mas... tudo certo, tem de arranjar dinheiro para a manutenção.

Agora qual não é o meu espanto quan-do verifico que, para poder fotografar ou filmar na Capela dos Ossos, tenho de pagar mais 1 euro. E se forem 2 pes-soas do mesmo grupo, marido e mu-lher, cada um de máquina fotográfica em punho é 1 euro cada um.

Depois levei-os à Sé. Para entrar na Igreja da Sé, pasme-se, PAGA-SE. Mes-mo que eu diga que vou rezar tenho de pagar. Há horário próprio para rezar, disseram-nos, que é quando há missa.

Já sabia que para visitar o Tesouro da Sé se pagava, agora a Igreja?...

Se Cristo descesse agora à terra de cer-teza que ESPANCAVA os vendilhões que estão à porta a cobrar bilhetes e espancava juntamente, quem os man-da vender esse bilhetes, que imagino seja o Arcebispo de Évora. Pagar para rezar?... Onde já se viu isso?...

Qualquer dia, o Sr. Arcebispo, cobra bilhetes à entrada das missas, como se fosse um espectáculo a que os fiéis vão assistir.

E já agora, quer do pagamento feito na entrada da Capela dos Ossos, que será receita da Igreja de S. Francisco (corri-jam-me se estou enganado), quer das entradas da Sé, que será receita do Ca-bido (corrijam-me se continuo engana-do), será que no preço dos Bilhetes está incluído IVA e será que essas entradas estão sujeitas a Imposto?...

Por enquanto, quando se encontram abertas, as outras Igrejas estão livres de entrada ao Público. Resta saber até quando.

Cristo viveu entre nós, pobre. A opu-lência em que a Igreja vive é contrária à Lei de Deus. Até quando?...

Antunes Louro06 Setembro, 2010 10:36

In http://maisevora.blogspot.com/

Em Santiago do Cacém

As ruínas romanas de Miró-briga foram referenciadas desde o século XVI por André de Resende, e encontram-se implantadas numa zona pri-vilegiada de visibilidade que lhe permite controlar territo-rialmente toda uma região, profícua em recursos agrí-colas, marítimos e mineiros, pelo que este sítio arqueoló-gico terá desempenhado um papel comercial de relativo destaque.

Interpretada como santu-ário, por alguns autores, e como centro urbano pro-vincial, por outros, Miró-briga foi habitada desde, pelo menos, a Idade do Ferro até ao século IV d. C.. Embora as estruturas habitacionais ainda per-maneçam reduzidamente estudadas, sabe-se que se desenvolveram ao longo de calçadas e possuíam deco-rações com frescos.Foi durante o período ro-mano que o centro urbano sofreu uma considerável ampliação, mediante a execução de um alargado programa construtivo. As-sim, na zona mais elevada de Miróbriga, foi erigido o forum, no centro do qual é visível um templo eventu-almente dedicado ao culto

imperial, assim como um outro consagrado a Vénus.Entretanto, circundando o forum desenvolve-se toda uma zona constituída por diversas construções de funcionalidade ainda mal conhecida, assemelhando-se, todavia, a duas das edi-ficações mais comuns nos fora provinciais, ou seja, à cúria e à basílica. A Sul, por sua vez, desen-volvia-se a área comercial, por excelência, caracteriza-da pela presença de diver-sas lojas, as tabernae. Numa das zonas mais

bem conservadas de todo o complexo de Miróbriga revelam-se as termas, com-postas por dois edifícios construídos em períodos diferentes, possivelmente destinados ao uso femini-no e masculino. Entre os sé-culos I e II d. C., surgem os compartimentos habituais neste tipo de edificação, ou seja, uma zona de entrada, com salas de vestiário e jo-gos, e uma zona de banhos frios - frigidarium-, e de banhos aquecidos - calda-rium e tepidarium.Relativamente próximo

situa-se uma ponte de arco único de volta inteira. É ainda visível o pavimento original, construído com grandes lajes de calcário, e, também, o sistema de dre-nagem das águas pluviais.Afastado do centro encon-tra-se o hipódromo, único exemplar de planta inte-gralmente conhecida em território nacional.Dispõe de um Centro de Acolhimento e Interpreta-ção.

http://www.culturaonline.pt/Mu-seusMonumentos/Monumentos/Pages/Sitio_Arq_Mirobriga.aspx

Ruínas romanas de Miróbriga: uma agradável descoberta

Dezenas de produtores de vinho do Alentejo vão colocar os seus produ-tos em prova livre no Lx Factory, em Lisboa, dias 24 e 25 deste mês, anunciou a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA).A iniciativa “Vinhos do Alentejo em Lisboa”, promovido pela CVRA, conta com a presença de “grandes nomes alentejanos” do setor, em ambiente de “muita animação”.“É uma oportunidade rara para os apreciadores poderem degustar grandes referências alentejanas e novos lançamentos”, promete a CVRA.A presidente da CVRA, Dora Si-mões, realça que “a Grande Lisboa é muito importante para a venda

de vinhos do Alentejo”, pelo que o organismo a que preside decidiu prosseguir uma orientação pro-mocional que já tinha sido lança-da em 2009, com a organização de eventos dedicados ao consumidor final, como o que decorreu no Ca-

sino do Estoril.“Este ano, apostámos num novo lo-cal e num evento com um figurino ainda mais atrativo para os con-sumidores das classes etárias mais jovens, dado que para além da pre-sença dos produtores alentejanos teremos provas temáticas e muita animação”, salienta a presidente da CVRA.O programa desta mostra inclui, entre outras iniciativas, provas te-máticas e conversas sobre vinho, comentadas por especialistas.O Alentejo abrange oito sub-regi-ões vitivinícolas: Portalegre, Borba, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vidigueira, Moura, Évora e Granja/Amareleja.

Lisboa

Vinhos do Alentejo em prova livre

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Redação

Page 30: Registo ED119

30 09 Setembro ‘10 Anuncie no seu jornal REGISTOA partir de agora todos os anuncios classificados de venda, compra, trespasse, arrendamento ou emprego, serão publicados gratuitamente nesta página

(à excepção dos módulos). basta enviar uma mensagem com o seu classificado para o nº 967 395 369 ou para Mail.: [email protected]ÁRIO

Director Nuno Pitti ([email protected])Propriedade Nothing Else-.meios&comunicação; Contribuinte 508 561 086 Sede Travessa Ana da Silva, n.º6 -7000.674 - 266 751 179 fax 266 730847 Administração Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Departamento Comercial Maria João ([email protected]) Redacção Carlos Júlio; José Pinto Sá ([email protected]); Paulo Nobre Paginação Arte&Design Margarida Oliveira ([email protected]); Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia Luís Pardal ([email protected]) Colaboradores Carlos Moura; Capoulas Santos; Sónia Ramos Ferro; Carlos Sezões; Margarida Pedrosa; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; Luís Martins Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição Transportes Conchinha ([email protected])

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Desporto

No final da primeira ronda da Taça de Portugal em futebol, ainda sem equipas das ligas profissionais, o contingente alentejano ficou reduzido a metade. Juventude de Évora, União Sport, de Montemor-o-Novo, Estrela de Vendas No-vas e Atlético de Moura, são os quatro representantes da re-gião na segunda eliminatória a disputar a 19 de Setembro.

Em Évora, mesmo com Ama-deu Martinho, presidente da direcção, fora das quatro linhas a explicar o comunicado, data-do de 3 de Setembro, em que suspende todas as actividades desportivas, o Juventude bateu o Valenciano por três bolas a zero.No terreno do jogo, o Juventu-de, a jogar em casa só precisou de 45 minutos para fechar o marcador (3-0) e mandar bor-

da fora o Valenciano. Os pupi-los de Miguel Ângelo, mesmo com quatro jogadores ausentes por lesão – Tiago Pires, André

Xavier, Carlos Gomes e Viúla – marcaram três golos na primei-ra parte, com Sebastien a fazer, aos 12’, o primeiro golo «ofi-

cial» da temporada. Nuno Gaio fez o segundo, aos 28’ e repetiu a dose aos 34’. Na segunda me-tade os eborenses limitaram-se

a fazer circulação de bola e a deixar correr o jogo até ao fim.Em Montemor-o-Novo, o União Sport recebeu o Leça e venceu por 2-.1, enquanto ali ao lado, em Vendas Novas, o Estrela, recém promovido aos nacionais bateu o Angrense, por quatro bolas a zero.Sorte diferente tiveram o Mi-neiro de Aljustrel e o Crato que apesar de jogarem nos seus redutos perderam, respectiva-mente, com o Boavista S. Ma-teus (1-1, 2-4 gp), e Académico de Viseu (0-1).O Odemirense que também se estreia este ano nos nacionais, perdeu sem apelo nem agravo, em Marvila, com o «histórico» Oriental, por uns esclarecedo-res 4-0.O Atlético de Moura, ficou isen-to na 1ª eliminatória, portanto, dia 10, o seu nome fará parte do sorteio da próxima ronda que ainda não irá contar com as equipas da I e II Ligas.

Sorteiro da 2ª eliminatória realiza-se amanhã, 10 de Setembro

Juventude, União, Estrela e Moura continuam na Taça

Clubes Alentejanos vão saber amanhã os seus adversários para a Taça.

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A Câmara Municipal de Évora e a Federação Nacional de Futevó-lei promovem esta quinta-feira, nas Piscinas Municipais, uma acção de promoção e formação de Futevólei, uma modalidade espectacular, que começa a ga-nhar um número cada vez maior de adeptos. Inserida na programação da Iniciativa “À Noite nas Piscinas”, a “Formação/Torneio de Futevo-lei (duplas) tem início previsto para as 19h00, no campo de areia deste complexo desportivo mu-nicipal, apresentando o seguinte conteúdo programático (teórico/prático): Parte Teórica (19h00 às 19h30)

1. A Modalidade (enquadramen-to nacional e internacional); 2. Regras Oficiais. Parte Prática (19h30 às 20h00) 3. Fundamentos Técnicos (Ser-viço, Recepção, Passe, Ataque, Defesa); Torneio de Futevólei (duplas 20h00 às 22h00). Todos os interessados em partici-par no torneio e, desta forma, co-nhecer mais detalhes sobre esta modalidade deverão efectuar a inscrição nas piscinas munici-pais ou por mail

[email protected] .

Hoje nas Piscinas

Évora promove Futevólei

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Page 32: Registo ED119

32 09 Setembro ‘10

SEMANÁRIO

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ÉvoraQuinta-feira Sábado

Sexta-feira Domingo

Max. 31 Max. 31

Max. 34 Max. 29

Min. 11 Min. 16

Min. 14 Min. 16

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NESTA EDIçãO

12// Festival de Teatro da Soir

12// Exposição \”Alice didn\’t return\” na Igreja de S. vicente

19// Futebol: Sorteio da Taça amanhã

09´ Setembro 10

Évora

Capoulas Santos candidata-seà Federação do PS O eurodeputado e presidente da Assembleia Municipal do PS é candidato à presidência da Federação Distrital de Évora do PS. O REGISTO confirmou esta candidatura junto de fontes do partido. Capoulas Santos deve-rá substituir no cargo Norberto Patinho, presidente da Câmara de Portel.As eleições para as Federações do PS vão decorrer nos próxi-mos dias 8 e 9 de Outubro

O debate acerca dos atra-sos nos pagamentos de subsídios aos agentes marcou a reunião pública de Câmara, realizada on-tem (quarta-feira) à tar-de), com o vereador Edu-ardo Luciano a propor um”plano de pagamento mitigado” e o presidente da Câmara a responder que nem para isso há di-nheiro.

Chegou a correr o rumor de que os sócios do Ju-ventude iam afluir em grande número à reu-nião pública de Câmara, ontem à tarde. Não apa-receram, e a assistência resumiu-se a três pesso-as. Porém, o fantasma do Juventude pairou

sobre os debates.Logo no início, o presi-dente da Câmara Mu-nicipal de Évora (CME), José Ernesto Oliveira reconheceu que as “di-ficuldades financeiras” da autarquia “têm le-vado a atrasos nos pa-gamentos” aos agentes culturais, desportivos e sociais. E referiu que um deles (e toda a gen-te sabia que se tratava do Juventude), se tinha queixado da situação, “de certa forma respon-sabilizando a Câmara”.“Não há, da minha par-te, a intenção de não corresponder aos com-promissos assumidos”, garantiu o autarca. Po-rém, acrescentou, a CME

não tem, de momento, “nenhuma possibilidade de garantir quando esses valores serão saldados”. Oliveira repetiu que os agentes não deviam ser “subsidiodependentes”, e que não podiam esperar pelo dinheiro da autar-quia para se manterem. Em resposta, o vereador Eduardo Luciano, da CDU, criticou o argumen-to de Oliveira, declaran-do-se oposto à discussão dos princípios de atribui-ção de subsídios depois da atribuição dos mesmos. “Todos temos consci-ência das dificuldades financeiras da Câma-ra,” disse Luciano. “Mas também é verdade que os agentes constroem os

seus orçamentos sobre o que esperam receber”.Para ultrapassar o im-passe, o vereador da CDU sugeriu um “pla-no de pagamento miti-gado” que permita aos agentes “verem alguma luz ao fundo do túnel”. José Ernesto Oliveira re-futou a proposta de Lu-ciano, explicando que a Câmara não tem capaci-dade para pagar a todos, mesmo que faseada-mente, e que não pode discriminar nenhum.O autarca precisou que há muitas dezenas de agentes no concelho, e que praticamente ne-nhum recebeu já da Câ-mara todos os montan-tes respeitantes a 2009.

José Ernesto recusa “plano de pagamento mitigado”

Dívida ao Juventude (e não só)

José Pinto de Sá