registo 256

16
Director Nuno Pitti Ferreira | 24 de Novembro de 2014 | ed. 256 | 0.50 www.registo.com.pt SEMANÁRIO

Upload: semanario-registo

Post on 06-Apr-2016

231 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Edição 256 do Semanário Registo

TRANSCRIPT

Page 1: Registo 256

Director Nuno Pitti Ferreira | 24 de Novembro de 2014 | ed. 256 | 0.50€

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO

Page 2: Registo 256
Page 3: Registo 256
Page 4: Registo 256
Page 5: Registo 256

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 24 de Novembro de 2014| ed. 256 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

03Entrevista a Mestre Joaquim SoaresO mais alto Cante do MundoEntrevista a Mestre Joaquim SoaresO mais alto Cante do Mundo 03

Obesidade Infantil aumentaPÁG.06 Um estudo sobre obesidade em crianças do primeiro ciclo con-cluiu que Portugal é um dos países com maior prevalência do problema, entre 17 países europeus, disse Ana Rito, in-vestigadora do sistema de vigilância europeu da Organização Mundial de Saúde. A obesidade afecta 14,6% das crianças portuguesas com idades entre os 6 e os 9 anos e 21% apresentam sinais de pré-obesidade.

Costa Secretário-Geral do PS com 96% dos votosPÁG.04 A contagem nas directas do PS confirmou neste sábado a eleição de Antó-nio Costa como o novo secretário-geral do principal partido da oposição. À hora do discurso do ainda presidente da câmara de Lisboa, essa contabilidade representa-va 96% dos votos apurados. Neste sábado, no seu discurso de vitória, Costa assumiu o “enorme orgulho” que representava a eleição, aproveitando ainda para elogiar a forma como decorrera o escrutínio.

O contributo do projeto eureca.netPÁG.10 O EURECA.net é um projeto finan-ciado pela Ciência Viva, da Agência Nacio-nal para a Cultura Científica e Tecnológica, no âmbito do programa Escolher Ciência: da Escola à Universidade. Já apresentamos o EURECA.net no Registo, na edição de nº 248 de 23 de janeiro de 2014. E porque volta ago-ra o EURECA.net a ser falado aqui? O projeto acabou em agosto passado e pensámos que seria interessante dar a conhecer ao público em geral as atividades que desenvolvemos.

Municipalização das Escolas em JaneiroPÁG.07 Em Janeiro de 2015 algumas das competências na área da educação que hoje se inscrevem na esfera do Ministé-rio da Educação e Ciência (MEC) deverão já estar nas mãos das autarquias. Nas úl-timas semanas o Governo intensificou as reuniões com as autarquias envolvidas, que andarão já perto das duas centenas, e na passada semana, o assunto voltou a estar em cima da mesa na reunião entre o ministro Nuno Crato e a FNE.

D.R

.

PUB

Page 6: Registo 256

2 24 Novembro ‘14

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected])

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 750 140 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento

Comercial [email protected] Redacção Pedro Galego, Rute Marques Fotografia Luís Pardal (editor), Rute Bandeira Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Colaboradores António

Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A.

| www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-

Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição PUBLICREATIVE

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

A Abrir

A normalidade é um conceito elástico. O que é normal para uns pode ser aberrante para outros. O que não ofende os sentidos de alguns pode ser ofensivo para outros tan-tos.

Talvez por isso nunca tenha percebido muito bem o que é isso do normal funcio-namento das instituições.

Sempre que pressionado a demitir o go-verno, o Presidente da República vem in-vocar que não está em causa o normal fun-cionamento das instituições e como tal não vê razões para interferir no curso da legis-latura.

Da implosão do BES, o banco do regime, com todo o acumular de erros e omissões por parte de reguladores e governantes e que acabou numa solução que nos vai a to-dos fazer pagar por isso, não resulta nenhu-ma avaliação de anormal funcionamento das instituições.

Da confusão estabelecida no início do ano escolar, com professores colocados que não deveriam ter sido e professores não co-

locados que deveriam ter sido, que depois resultou na colocação do mesmo professor em dezenas de escolas, com as desculpas do ministro que se revirou do avesso para demonstrar que tudo estava a funcionar normalmente, não resultou nenhuma ava-liação de que as instituições não estavam a funcionar segundo parâmetros de norma-lidade.

Do desastre que foi a suposta reforma do mapa judiciário, que afastou ainda mais a justiça dos cidadãos, com o episódio da paralisação da plataforma informática e da construção de uma teoria da conspiração para encontrar reponsáveis que limpassem a face da ministra e da sua óbvia respon-sabilidade política, também não resultou qualquer indício de suspeita sobre o normal funcionamento das instituições.

Do escândalo dos vistos dourados, que envolveu altas figuras da administração, o dirigente do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o presidente do Instituto de Re-gisto e Notariado, a secretária geral do Mi-

O normal funcionamento das instituiçõesEDUARDO LUCIANO

Lido com o conceito de Liderança dia-riamente na minha vida prof issional, na consultoria de recursos humanos. Seja em projectos para recrutar líderes, para desenvolver as competências de líderes ou para identif icar os líderes do futu-ro dentro de uma organização. Pensan-do no tema, já perdi a conta ao número de teorias e modelos de liderança que as últimas décadas produziram para o mundo da gestão. Nada de mais natural. A complexidade do ser humano, suas necessidades, anseios e expectativas, a sua dif ícil previsibilidade de compor-tamento num qualquer sistema social, torna o tema da Liderança controverso, apaixonante e que, cer tamente, nunca será um assunto encerrado.

Muito já se falou, por exemplo, de li-derança “transaccional”, mais focada em gestão de cur to-prazo, em que o lí-der dá e pede algo em troca, no que será essencialmente uma gestão de expecta-tivas e um modelo de recompensas para a equipa (como exemplos simples, o elo-gio, a palmadinha nas costas ou os in-centivos f inanceiros). Já muito se falou do líder “transformacional”, que aposta numa mobilização emocional de todos e numa mudança radical (um sonho, uma nova visão, uma revolução) do meio em que está inserido, desaf iando o estado actual, e cuja principal missão será con-

quistar as pessoas para esta missão, de-saf iante mas espinhosa – Steve Jobs, da Apple, é um exemplo que quase todos reconhecerão. Também já foi suf icien-temente debatido o líder “situacional”, que age sobre a sua equipa conforme o seu nível de experiência e competência e motivação – por exemplo, mais direc-tivo com os inexperientes e mais “de-mocrático” e delegativo com quem tem mais capacidade e vontade.

Todas as abordagens são bem-vin-das e úteis, conforme o contexto. Mas, quando me perguntaram há tempos numa universidade, qual a abordagem mais simples e ef icaz de liderança, não tive dúvidas em responder “liderar pelo exemplo”.

Ser exemplo é ter uma conduta que personif ique os valores pelos quais nos batemos (seja a inovação, a ética, a qua-lidade suprema no serviço ao Cliente ou a ambição de conquistar um mercado). Que mostre o caminho (a estratégia) que queremos ver assumido por todos. Que demonstre uma luta intensa, por vezes vista como obsessiva, por objectivos ambiciosos que nos levem à meta pre-tendida.

Seja numa empresa, na política, numa associação ou numa escola, liderar pelo exemplo signif ica estimular o compro-misso emocional e a par ticipação de

LIDERAR PELO EXEMPLOCARLOS SEZÕESGestor

todos – estando e comunicando presen-cialmente com o máximo de pessoas possível, para maximizar o impacto da nossa mensagem. Signif ica encarar, analisar e ponderar os r iscos e tomar decisões com f irmeza – apelando à par-ticipação de todos no processo e expli-cando a todos essas mesmas decisões. É

saber o momento de meter as “mãos na massa” e descer das cúpulas da decisão para o “campo de batalha” das opera-ções, respirando o mesmo ar de quem, na base, se assegura que a estratégia se concretiza em acções e iniciativas con-cretas (conheço líderes empresariais que não prescindem de uma ronda diá-ria pela empresa, falando com dezenas de pessoas, auscultando problemas e propondo soluções). E, mais importan-te, apostar na criação de novos líderes, que possam assegurar um futuro cami-nho de sucesso na organização e uma “passagem de testemunho” tranquila e ef icaz. Costumo dizer “mostra-me os teus sucessores, dir-te-ei que tipo de líder és”. Efectivamente, potenciar o desenvolvimento de novas lideranças demonstra humildade em reconhecer o carácter transitório do líder, em contra-ponto com o carácter intemporal da or-ganização ou da causa porque lutamos.

Em suma, é essencial que o líder seja, efectivamente, um exemplo, ge-rindo o seu próprio ego com equilíbrio, numa atitude de veracidade, que sirva de exemplo a todos os que, à sua volta, procuram uma referência. Numa época de muitos “espectadores”, imensos “co-mentadores” e alguns “gestores de con-tinuidade”, precisamos urgentemente de Líderes na nossa sociedade.

nistério da Justiça e que levou à demissão do Ministro da Administração Interna, não se retirou qualquer evidência de que as ins-

tituições estariam afectadas no seu normal funcionamento.

Quando o Presidente da República, em entrevista a um jornal, afirma que as elei-ções legislativas serão na data legalmente prevista, afastando qualquer possibilidade de antecipar a agonia governativa e na mes-ma entrevista afirma que o próximo gover-no tem que ser maioritário, em vez de afir-mar que o próximo governo tem que ser o que os eleitores quiserem que seja, não lhe passou pela cabeça a avaliação autocrítica que poderia resultar na conclusão de que as instituições estão longe do seu normal fun-cionamento.

Como se vê a tal “normalidade” é servi-da a la carte conforme as experiências e os objectivos de cada um e neste caso resulta na conclusão de que faça o governo o que fizer, aconteça o que acontecer, o normal é continuar em funções.

Um dia o paradigma de normalidade mu-dará, mas até lá é esta a normalidade que impera.

“Costumo dizer “mostra-me os teus sucessores, dir-te-ei que tipo de líder és””

“Sempre que pressionado a demitir o governo, o Presidente da República vem invocar que não está em causa o normal funcionamento das instituições e como tal não vê razões para interferir no curso da legislatura.”

Page 7: Registo 256

3

Exclusivo

A grande lacuna é a falta de uma estrutura que consiga congregar quem percebe do cante.

Cantares de Évora há 35 anos a promover a tradição e o AlentejoRute Marques | Texto

A breves dias do parecer da UNESCO sobre o cante alentejano, o mestre do Cantares de Évora, Joaquim Soares, fun-dador do grupo em 1979 e atualmente também responsável pela associação MODA, faz um balanço do caminho percorrido.

Desde as recolhas de etnomusicó-logo Michel Giacometti que du-rante a gravação da série “Povo que Canta” para a RTP, entre as décadas de 60 e 70 até, disse: «é necessário e urgente que se pro-cesse entre nós e por todos os meios disponíveis, a recolha sistemáti-ca da nossa música regional. Ao perderem-se os traços fisionómicos da nossa música tradicional, tere-mos conscientemente obliterado e, para sempre, parcelas vivas de uma realidade que o nosso povo ex-prime com força e verdade.”. O que aconteceu de então para cá?O ponto da situação é baseado em es-tudos de pessoas catedráticas que estão por fora do cante e que observam o can-te à distancia, por dentro do cante pou-co tem sido feito com conhecimento de causa, digamos que o conhecimen-to pertence aos cantadores e ao povo alentejano de uma forma generalizada, porque é um povo que em caraterísticas muito próprias.

Os temas (modas) de trabalho eram somente cantados quando estavam a trabalhar as mesmas modas du-rante a faina agrícola?Não, quando estavam a trabalhar can-tavam um determinado tipo de modas e na taberna cantavam as mesmas modas praticamente se bem que aí os homens fossem buscar aquelas modas com mais intensidade de som e que vincavam mais vozes graves, como a moda da “la-voura” e “camponês alentejano“As can-tigas retratam a rudez do trabalho e do que era a vida daqueles homens.

O investigador padre António Al-faiate Marvão que consagrou o trabalho de uma vida à recolha e ao estudo do património musical alentejano considerou que a cons-trução de modas, em moldes que ultrapassam os limites do espon-tâneo, tem esquemas comuns aos de origem mais erudita. Enquanto mestre e ensaiador onde se julgam que se encontram as origens do cante alentejano?Tudo isso influenciou o cante tradicio-nal. Por exemplo, eu assisti quando era rapaz, a discussão entre o padre Alcobia em Beja, homem entendido no cante, - ( eu nasci em Beja, Baixo Alentejo, e era aí que se concentravam os grandes ranchos era aí que era desenvolvido este cante, porque é um cante coletivo e não de isolamento) em confronto com o doutor Pinheiro, diretor do conservató-rio de Beja em que cada um defendia a sua teoria, de que viria da igreja, outro dos árabes.

Se formos à procura da música erudita, muitos dos compositores clássicos foram buscar às raízes populares as grandes obras que ouvimos hoje. Portanto os mú-sicos eruditos têm bases fundamentadas no cante tradicional das regiões onde vi-veram e aqui o cante tradicional quando for encarado como uma música que ultra-passa o popular mas que vai ao encontro do erudito vai fazer evoluir o cante numa perspetiva completamente diferente. E não trazer o cante só para as ruas porque eu sou contrário a trazer o cante para as ruas de uma forma desorganizada. A grande lacuna é a falta de uma estrutura que consiga congregar quem percebe do cante e que tenha autoridade para come-çar a formar mestres de cante.

Qual o balanço que faz percurso desde a fundação do grupo até hoje? São 35 anos de cante, fui sempre técni-co industrial, e sou fundador do grupo desde 1979, com a perspetiva de criar um coral misto, com a recordação do som quando em míudo era acordado de noite quando homens e mulheres pas-savam pela cidade (vinham dos bairros periféricos). Por exemplo, onde está hoje o hospital em Beja que eram campos de searas, sazonalmente eles apareciam a determinadas horas da madrugada e acordavam-nos ao som dos cantes. E é esse colorido sonoro que transmiti.

Qual a sua perspetiva do que irá acontecer a partir daqui? Temos de encarar que vai haver maior projeção a precisar de muito trabalho. E coloca-se aqui quem tem hoje legiti-midade para abordar o cancioneiro se a

maior parte das pessoas a cantar e a in-terpretar não trabalham no campo, mas no entanto estão marcados e trazem toda a herança e vivência que não se

vai perder. Há que retransmitir com fi-delidade daí o não adulterar os poemas indo ao encontro do que é mais correto.

Arquivo | D.R.

Após anos de formalização chegou a vez do dossier do cante alentejano receber parecer positivo da comis-são internacional de especialistas da UNESCO à candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade. O comité internacional reúne-se em Paris entre os dias 24 a 28 de Novem-bro. A convenção adotada pela UNES-CO entende que o património cultu-ral “faz parte dos bens inestimáveis e insubsitituíveis não só de cada país mas de toda a humanidade”. Desde a

entrega da candidatura que a comis-são executiva sublinha ser “necessário demonstrar a força do cante alenteja-no e tudo o que esta expressão cultu-ral representa para a história social e cultural do Alentejo”. A candidatura tem como entidade promotora a Confraria do cante Alen-tejanoe como co-promotores a Casa do Alentejo e a Associação MODA. A Câ-mara de Serpa e a Turismo do Alentejo são patrocinadores, existindo ainda uma Comissão cientifica.

Arquivo | D.R.

Page 8: Registo 256

4 24 Novembro ‘14

Actual

Neste sábado, no seu discurso de vitória, Costa assumiu o “enorme orgulho” que representava a eleição.

PUB

Biblioteca de Alandroal recebe 302 mil eurosA Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB) vai comparticipar, com um total de 1,8 milhões de euros, na construção de sete bibliotecas muni-cipais que integram a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas. Apesar de algumas destas bibliotecas já estarem construídas, só agora chega a comparticipação estatal aos municípios.

De acordo com o Diário da República, a DGLAB atribuirá 1.874.377 euros, a repar-tir pelas autarquias de Alandroal, Mon-dim de Basto, Nazaré, Viana do Castelo, Vila Nova de Paiva, Alcochete e Amado-ra, como comparticipação financeira pela

construção de bibliotecas municipais.Embora algumas bibliotecas já tenham

sido construídas há vários anos, surge agora a comparticipação financeira apro-vada pelo Governo.

Os 1,8 milhões de euros são divididos de forma plurianual, de 2014 a 2016, do se-guinte modo: Alandroal (302.695 euros), Mondim de Basto (255.245 euros), Nazaré (220.224 euros), Viana do Castelo (345.992 euros), Vila Nova de Paiva (294.629 eu-ros), Alcochete (144.252 euros) e Amadora (311.340 euros).

As sete bibliotecas integram a Rede Na-cional de Bibliotecas Públicas (RNBP), um

projecto criado em 1987 com o objectivo de “dotar todos os municípios portugue-ses de uma biblioteca pública”. Nos despa-chos publicados no Diário da República, assinados pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, e pelo se-cretário de Estado Adjunto do Orçamen-to, Hélder Manuel Gomes dos Reis, lê-se que o objectivo é “prestar um serviço de leitura pública a toda a população, inde-pendentemente da idade, profissão, nível educativo ou socioeconómico”.

De acordo com o relatório estatístico da RNBP de 2013 – a partir de um questioná-rio a que responderam 192 equipamentos

–, as bibliotecas municipais tinham no ano passado 1,3 milhões de utilizadores inscritos e registaram mais de 788 mil empréstimos domiciliários.

O funcionamento das bibliotecas mu-nicipais é da responsabilidade das res-pectivas câmaras municipais.

O caso do edifício da biblioteca munici-pal de Alandroal, programado para inte-grar a Rede Nacional de Bibliotecas Públi-cas, está praticamente concluído mas os trabalhos estão parados desde 2007 após a falência do empreiteiro e outros incum-primentos que se arrastam de mandatos anteriores.

Costa Secretário-Geral do PS com 96% dos votosA contagem nas directas do PS confir-mou neste sábado a eleição de António Costa como o novo secretário-geral do principal partido da oposição.

À hora do discurso do ainda presidente da câmara de Lisboa, essa contabilidade representava 96% dos votos apurados.

Neste sábado, no seu discurso de vitó-ria, Costa assumiu o “enorme orgulho” que representava a eleição, aproveitando ainda para elogiar a forma como decorre-ra o escrutínio, classificando-a como um “grande sinal de maturidade” do partido que passava a liderar.

Foi esse o tom das outras duas inter-venções da noite. Maria de Belém, a pre-sidente que assumira a gestão do partido desde a demissão de António José Seguro, começou por destacar o facto de, na es-magadora maioria das “estruturas”, se ter confirmado a unidade interna através da lista única à candidatura para delegados ao congresso. O que aconteceu em 544 das 583 secções do PS, representando 92% dos casos. O que provava, na opinião de Ma-ria de Belém, “nítida e claramente que o PS está preparado para assumir o seu pa-pel”.

De acordo com as contas da Comissão Organizadora do Congresso, o universo real de militantes socialistas em condi-ções de votar situava-se nos 47.727 mi-litantes. Foi também este universo elei-

toral que fez a escola dos cerca de 1800 delegados que vão participar no XX Con-gresso do PS.

Além da habitual votação da Moção Es-tratégica – que António Costa denominou “Agenda para a Década” – o candidato a líder agilizou a eleição dos órgãos mais

executivos do partido. Costa pretende le-var a votos o secretariado do PS, além de um conjunto de alterações aos estatutos do partido.

Henrique Troncho coordena Gabinete de Políticas Sectoriais

Por iniciativa do recém eleito Presi-dente da Federação de Évora do PS Luís Capoulas Santos, o PS criou um Gabinete de Acompanhamento das Politicas Seto-riais no Distrito de Évora. Coordenado por Henrique Troncho, este Gabinete tem, en-tre outras a missão de preparar e funda-mentar tomadas de posição do PS eboren-se relativamente a assuntos relevantes para o Distrito e para a região e submete--las aos órgãos políticos distritais do Par-tido, refere fonte da estrutura socialista eborense.

Organizado em Núcleos que vão des-de as políticas sociais às politicas de de-senvolvimento regional, passando pelas politicas de emprego, saúde, educação, cultura e desporto, o Gabinete conta já com a participação ativa e empenhada de mais de uma centena de pessoas, mi-litantes e simpatizantes. “Este Gabinete, permanentemente aberto à participação de todos os que o queiram integrar, pro-porá ao Partido, em altura oportuna um conjunto de ideias e sugestões que pode-rão servir de base ao Programa eleitoral do PS eborense às próximas eleições legis-lativas nas quais o PS de Évora tem como objetivo eleger 2 dos 3 Deputados que serão eleitos no Circulo Eleitoral de Évora, contribuindo assim para a mudança que considera necessária em Portugal e no Alentejo”, conclui a fonte directiva.

Page 9: Registo 256

5

Page 10: Registo 256

6 24 Novembro ‘14

PUB

Radar

A obesidade afecta 14,6% das crianças portuguesas com idades entre os 6 e os 9 anos.

OMS - Obesidade Infantil é “epidemia global do século. XXI!”Um estudo sobre obesidade em crianças do primeiro ciclo concluiu que Portugal é um dos países com maior prevalência do problema, entre 17 países europeus, disse Ana Rito, investigadora do sistema de vi-gilância europeu da Organização Mundial de Saúde.

A obesidade afecta 14,6% das crianças portuguesas com idades entre os 6 e os 9 anos e 21% apresentam sinais de pré-obesi-dade, indica o último estudo conhecido do Sistema de Vigilância Nutricional Infantil (COSI Portugal) realizado em 2010.

O COSI (Childhood Obesity Surveillance Initiative) é um sistema promovido pela Organização Mundial de Saúde e estuda, de forma padronizada, as crianças de 17 países europeus (Bélgica, Bulgária, Chipre, República Checa, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Malta, Noruega, Portugal, Eslo-vénia, Suécia, Grécia, Hungria, Macedónia e Espanha).

Em termos gerais, e apesar de terem pas-sado mais de três anos sobre o último es-tudo, a responsável disse acreditar que os níveis de obesidade infantil no país se man-terão estabilizados, afirmando que “uma em cada três crianças tem excesso de peso”.

Os dados são referentes a uma amostra de cerca de cinco mil crianças de todo o país que frequentam o ensino primário.

“A obesidade infantil é das doenças mais prevalentes na criança e é um problema geral”, tudo aquilo que “integre o ambien-te que envolve a criança é importante para corrigir estas questões”, alertou a nutricio-nista.

Quanto aos factores que influenciam esta situação, Ana Rito disse que “a família

está no topo da lista, porque os pais são os educadores” - porém, não é possível identi-ficar um agente único.

Para dar resposta à doença que a Organi-zação Mundial de Saúde considera como “a epidemia global do século XXI”, o programa MUN-SI para a promoção da saúde infantil em municípios vai lançar, na sexta-feira,

dia 28 de Novembro, a campanha “Alimen-te esta família”.

Segundo adiantou Ana Rito, que tam-bém é a directora do programa MUN-SI, esta campanha tem o objectivo de angariar fundos através de chamadas telefónicas para depois levar a cabo acções de acom-panhamento nutricional de famílias. O número da campanha é o 760 10 25 50. Está disponível desde sexta-feira, dia 21, sendo que a iniciativa se estende até Abril. “A cada 200 euros angariados ajuda-se uma família durante seis meses”, explicou.

“As famílias serão identificadas pelos municípios que queiram participar nesta campanha, eles têm um papel extraordi-nariamente importante porque conhecem as suas realidades e a sua comunidade”, acrescenta.

O programa MUN-SI é coordenado pelo Centro de Estudos e Investigação em Di-nâmicas Sociais e Saúde, em parceria com as autarquias e com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, e conta com o apoio dos Ministérios da Educação e Ciên-cia e também da Saúde.

A apresentação desta campanha vai de-correr no Altis Grand Hotel, pelas 09h30, e insere-se no “European Obesity Forum 2014”, que decorre entre os dias 26 e 28 de Novembro.

D.R.

Page 11: Registo 256

7

Actual

Nas últimas semanas o Governo intensificou as reuniões com as autarquias envolvidas.

Municipalização das Escolas arranca já em JaneiroEm Janeiro de 2015 algumas das compe-tências na área da educação que hoje se inscrevem na esfera do Ministério da Educação e Ciência (MEC) deverão já es-tar nas mãos das autarquias. Nas últimas semanas o Governo intensificou as reu-niões com as autarquias envolvidas, que andarão já perto das duas centenas, e na passada semana, o assunto voltou a estar em cima da mesa na reunião entre o mi-nistro Nuno Crato e a Federação Nacional de Educação (FNE).

Óbidos, Matosinhos, Famalicão, Abran-tes, Estarreja, Oliveira de Azeméis, Maia, Águeda, Batalha, Oliveira do Bairro, Cas-telo Branco, Cascais e Oeiras são alguns dos municípios que aparentemente esta-rão receptivos à ideia de assumir respon-sabilidades na gestão das escolas básicas e secundárias e na definição da respecti-va oferta curricular. Estes encontros têm decorrido longe dos holofotes, para que o necessário “acertar de agulhas” não saia prejudicado pela veemente oposição da Fenprof, a maior federação sindical de do-centes, ao processo.

Pela parte que toca à FNE, nada a opor a esta transferência de competências, desde que esta seja acompanhada “pela transferência de financiamento para que os municípios tenham capacidade para executar”, como adiantou ao PÚBLICO João Dias da Silva

O autarca de Óbidos, Humberto Mar-ques (que não gosta de falar de “munici-palização” das escolas mas de “descentra-

Cyberbullying aumentaUm trabalho de investigação da Universi-dade de Aveiro (UA), divulgado este mês, conclui que estão a aumentar as ameaças através da Internet entre colegas de escola, para evitarem sanções disciplinares, num fenómeno em expansão, o chamado cyber-bullying.

“Este é um problema que diz respeito a toda a sociedade e não apenas às escolas”, aponta José Ilídio Sá, autor da tese de douto-ramento “Bullying nas Escolas: Prevenção e Intervenção”, realizada no Departamento de Educação da UA, que durante um ano lectivo estudou o comportamento de alu-nos de uma escola secundária de Espinho.

“O cyberbullying traduz inquestiona-velmente uma forma mais complexa de bullying. Em muitos casos, surge como a continuação do bullying presencial, mas noutras situações desponta como o “espaço predilecto do agressor”, explica o investiga-dor.

O anonimato ou a falsa identidade do ofensor, a enorme quantidade de observa-dores presentes, a velocidade “viral” de pro-pagação das ofensas, agressões e humilha-ções, são factores que levam os agressores a fazer essa escolha.

Para a executar, dispõem hoje de varia-dos meios ao seu dispor, como ‘smartpho-nes’ com câmara fotográficas e de vídeo, ta-blets, numerosos postos com computadores disponíveis e facilidade de acesso à Internet.

lização territorial assente numa estrutura sócio-comunitária”), adiantou ao PÚBLI-CO que pelo menos uma dezena dos mu-nicípios envolvidos no processo reclama-ram já várias alterações à proposta inicial do Governo. “Houve uma oportunidade de discutir uma minuta do contrato e há várias coisas com que não concordámos, designadamente com a lógica de munici-palização, porque o que nós procuramos é

um modelo de governança assente numa certa territorialização através do Conse-lho Municipal de Educação, cujas compe-tências e composição terão de ser distin-tas do que são hoje”, explicou.

Autarcas recusam incentivos à redu-ção dos docentes

“O que os autarcas procuram não é a sincronização da escola com o calendá-

rio eleitoral, até porque o pior que podia acontecer à educação era ficar depen-dente de um determinado autarca ou ciclo eleitoral”, reforça Humberto Mar-ques. O autarca assegura mesmo que a generalidade dos municípios envolvi-dos recusou a possibilidade de haver incentivos financeiros à redução do nú-mero de docentes. “Afastámos em abso-luto qualquer ligação a essa ideia de as autarquias receberem qualquer prémio por conta da eficiência, até porque, se os docentes vão continuar vinculados ao ministério, as autarquias não podem gerar eficiência por uma coisa que não é delas”.

“Isso é uma coisa esdrúxula, que não faz o mínimo sentido”, reage o autarca de Óbidos, para quem “só por lapso” se admite que tal possibilidade não tenha desaparecido dos documentos oficiais. Ora para a Fenprof esta proposta, aliada à possibilidade de até 25% do currículo passar a ser definido localmente, denun-cia precisamente a intenção escondida de transferir para as autarquias a responsa-bilidade pelo pessoal docente, além do não docente. “Isto mostra-nos claramente que até 25% dos professores passam a ser recrutados directamente pelas câmaras”, insurge-se Mário Nogueira, assegurando que apetição que a Fenprof lançou para contestar este processo “conta já com mi-lhares de assinaturas”. “Se isto avançar, vamos voltar a ter os professores na rua”, conclui o líder sindical.

“É uma nova forma de violência que am-plia as consequências do bullying tradicio-nal. A difusão de ameaças, difamações e violência psicológica através da Internet é um meio cada vez mais utilizado pelos jo-vens para ofender terceiros”, retrata.

Segundo dados da investigação realiza-da numa escola secundária com o 3.º ciclo do Ensino Básico, que envolveu o estudo de duas turmas - uma do 7.º e outra do 10.º ano - 31% dos alunos admitiram conhecer um colega que já foi “gozado ou ameaçado na Internet” e 13% dos estudantes do 10º

ano já foram ameaçados, pelo menos numa ocasião, no ciberespaço, sendo essa percen-tagem mais significativa (19%) no caso dos jovens dos cursos profissionais.

Outro “dado preocupante”, apontado pelo estudo de José Ilídio Sá, diz respeito ao nú-mero significativo de jovens que admite desconhecer a identidade do seu agressor e que revelou não ter reportado a agressão de que foi alvo.

A pesquisa permitiu apurar, na óptica dos agredidos, que perto de 45% dos jovens víti-mas de agressão admitiram não ter reporta-

do o sucedido a uma terceira pessoa, tendo, por isso, “sofrido em silêncio de modo presu-mivelmente continuado e prolongado”.

Os que optaram pela denúncia fizeram-no a um colega (42,6%) ou a um familiar (29,7% dos casos, sendo que 23,8% aos respectivos pais e 5,9% aos irmãos). “Note-se que apenas uma percentagem muito residual de jovens (13%) mencionou ter participado essa agres-são a um adulto da escola”, diz.

No caso concreto do bullying eletrónico, “a fronteira entre o espaço escolar e o exterior torna-se quase impossível de delimitar” e por isso, “a responsabilização do agressor, quer seja na vertente disciplinar ou na criminal, torna-se assim muito difícil de comprovar”.

As famílias podem ter uma intervenção decisiva neste tipo de casos, “uma vez que um número significativo de situações de ciberagressão tem como palco o espaço do domicílio”, para a vítima ou para o agressor.

“O papel das famílias assume particular relevância, designadamente no que diz res-peito à vigilância e à monitorização dos pa-drões de uso e de consumo da Internet por parte dos jovens, e à definição de regras por parte dos pais”, afirma.

Aconselham-se, por isso, os pais a esta-rem atentos e a definirem os tempos de uti-lização e dos conteúdos e a localização dos equipamentos, procurando inverter a “cul-tura do quarto” característica nessas faixas etárias.

Page 12: Registo 256

8 24 Novembro ‘14

Radar

Onde é que eu já vi isto, perguntou ele, de Rui Pina Coelho, em Évora, leva este espectáculo para Espanha.

PUB

“Destino: Avis!”No âmbito da Campanha de Turismo Interno do Turismo de Portugal “Esco-lha Portugal”, a emitir pelos canais de televisão SIC, SIC Mulher e SIC Notícias, bem como através do site do programa, o Município de Avis, aproveitando a oportunidade proporcionada pela ERT Alentejo e Ribatejo para divulgar as potencialidades turísticas do concelho de Avis, através destes meios, vai lançar uma ação promocional de divulgação turística denominada “Destino: Avis!”.Com esta iniciativa, cujo principal objeti-vo visa a promoção turística do concelho de Avis, nas vertentes de riqueza natural, património histórico, cultural e de lazer, nomeadamente através do Parque de Campismo da Albufeira do Maranhão, do Centro Interpretativo da Ordem de Avis e do Museu do Campo Alentejano, preten-de o Município ver concretizada a aposta na divulgação da sua imagem como destino turístico, de forma a atrair novos visitantes, influenciar positivamente a atividade económica local e servir como destino turístico para futuras visitas com consequências no prolongamento do tempo de estada dos turistas, assumindo, paralelamente, a significativa capacidade do “Destino: Avis!” para fidelizar visitan-tes e atenuar a sazonalidade. A ação, que decorre de 14 de Novembro de 2014 a 17 de Maio de 2015.

CENDREV em digressão por Plasencia e ZafraO Cendrev depois de ontem ter termi-nado a apresentação da sua última cria-ção, Onde é que eu já vi isto, perguntou ele, de Rui Pina Coelho, em Évora, leva este espectáculo para Espanha onde será apresentado, no âmbito do Circuito Ibérico de Artes Cénicas recentemente criado por um conjunto de companhias portuguesas e espanholas, no dia 27 no Teatro Alkázar em Plasencia e no dia 28 no Teatro Guirigai em Los Santos de Mai-mona (Zafra), no regresso a Portugal será apresentado, nos dias 5 e 6 de Dezembro no Teatro Mascarenhas Gregório em Sil-ves. Esta produção do Cendrev voltará aos palcos portugueses e espanhóis a partir de Fevereiro do próximo ano.

Rui Pina Coelho refere-se ao texto que escreveu, nos seguintes termos: … é cla-ro que a história recente do Cendrev e o seu digno exemplo de resistência e ver-ticalidade face aos brutos e cegos cor-tes à actividade cultural é a estrutura dominante da peça. Onde é que eu já vi isto, perguntou ele é, portanto, um texto

sobre o trabalho e sobre a opressão que o capital exerce sobre os indivíduos. É um texto sobre arte, sobre marxismo e sobre resistência cívica. Mas é, sobretudo, uma homenagem ao Cendrev e aos heróis da história do teatro. É um texto que só existe

porque existem o José Russo, a Ana Meira e o Rui Nuno – actores de generosidade inesgotável. Velhos amigos. Camaradas preciosos. E isso é, para mim, de uma im-portância extrema. Porque não há no tea-tro nada que não seja sentimental.

Page 13: Registo 256

9

Novidades do Fluviário - “Sejam agua, amigos!”O Programa Pedagógico do Fluviário de Mora 2014/2015 destinado às escolas sob o lema “Sejam Água, Amigos!”, tem como novidades as novas Oficinas Am-bientais, das quais se destacam Plantas e Bichos para o pré-escolar e 1ºCEB, onde os participantes podem descobrir e con-solidar de uma nova forma a importân-cia da relação entre plantas, insectos, em especial, dos polinizadores e outros animais.

Já para os curiosos e motivados parti-cipantes do 2ºCEB, existe a nova Oficina Ambiental: Pergunta mais sobre os Ani-mais num desafio que levará a reforçar os conhecimentos sobre diversos seres vivos e a importância da biodiversidade.

Para o Ensino Secundário, há uma Ofi-cina Ambiental inovadora, tanto pelo conteúdo como pela sua actualidade, de nome Senciente. Uma palavra estra-nha para alguns, “senciente”, mas que engloba respostas e levanta muitas mais questões sobre dilemas antigos: poderão os outros animais sentir? Terão emoções? Afinal o que é a percepção da dor? A des-coberta será feita à luz dos conhecimen-tos actuais e de uma qualidade humana - neste caso, muito valiosa.

Pode-se ainda optar por Um Passeio à beira Rio, por Uma Aventura Radical na copa das Árvores (Parque Aventura- Ar-borismo) ou por um Lanche com surpre-sas para além do módulo que integra as Oficinas Ambientais. É também possível optar por tempo livre na Sala de Aula/Laboratório com as suas diversas activi-dades: Perfil de um Peixe, Colado ao Co-ração, O Rio nas tuas Mãos, Observação ao microscópio, entre muitas outras que variam de acordo com o programa des-ta sala Quatro Estações na Sala de Aula/Laboratório.

A pensar nas famílias e grupos organi-zados, de cariz escolar ou não, o progra-ma Uma Aventura Ambiental no Fluviá-rio oferece a possibilidade ficar a saber mais sobre a alimentação de alguns dos habitantes do Fluviário de Mora e parti-cipar activamente na sua alimentação em Aquarista por uma Hora. Se preferir passar um dia descontraído em contem-plação da natureza, opte pelo Passeio à beira Rio. Surpreenda um familiar ou amigo com uma festa de aniversário no Fluviário com a actividade Parabéns!

D.R.

Parabéns! Estas e muitas outras activi-dades estão ao seu dispor no Fluviário de Mora.

E durante os períodos de interrupção lectiva, celebra-se o Natal, a Páscoa e o Verão, com o programa Àguas Transpa-rentes para umas Férias Diferentes. Não se perca o Mistério do Natal, Os Ovos Arco-Íris, Do Ovo e Semente, até à Flor e Gente e Verão no Fluviário.

E se se dispõe de alguns dias apenas e ocasiões especiais, fique a saber que No Fluviário de Mora também se Comemo-ra!:

Raízes de Água Pura, 21 de Março - Aniversário do Fluviário

No Fluviário também se Brinca, 1 de Junho – Dia Mundial da Criança

Músicas no Rio – Festival EDP…entre muitas outras! Dia dos Namorados, Dia de Darwin, Dia da Árvore, Dia da Biodi-versidade…

E quando se visitar o Parque Ecológico do Gameiro, o espaço em que o Fluviário de Mora se encontra inserido, conheça--se e usufrua-se das suas várias valên-cias:

. Centro de Interpretação Ambiental (CIAmb)

. Praia Fluvial

. Eco-Campismo

. Parque de Merendas

. Bar/Cafetaria

. Passeio no passadiço em madeira (1,500 metros) ao longo da ribeira da Raia

. Percursos pedestres

O programa pedagógico 2014-2015 do Fluviário de Mora – Sejam Água, Ami-gos! – baseou-se numa citação famosa de alguém muito famoso, e um grande mestre.

Não existe outro composto químico como a água no universo conhecido.

Sem ela a Vida neste planeta como a conhecemos não seria possível. Água em estado líquido, sólido ou gasoso. Sem forma, sem cor e sem cheiro, “Se a água for colocada num copo, ela torna--se o copo. Se a água for colocada numa garrafa, ela assume a forma da garrafa. Se a água for colocada num bule de chá, ela assume a forma do bule de chá.” E as formas são tantas!... Quer do pon-to de vista físico, químico e biológico, aí vivas, em numerosa diversidade. A água, um bem de todos e para todos “…pode fluir ou cair em catadupa”. Sejam Água, Amigos!

O Fluviário de Mora é pioneiro na Europa e abriu em Março de 2007, ten-do recebido até hoje mais de 710 mil visitantes. Simulando o percurso de um rio da nascente até á foz, possui 600 exemplares de 70 espécies, além de 12 lontras.

Amali e Abdul do outro lado do muro Texto • Isabel Bravo // Ilustrações • Da-niela Bacalhau Amáli é uma menina de dez anos, na-tural do território da Palestina, que ao longo da história, rodeada pelo feminino, pela mãe e a avó-materna, partilha toda a sua cultura hebrai-ca. Ela representa a fação israelita do conflito e tem um papel importante, para o qual persuade a sua família, na resolução do conflito preconizado na história; materializado no muro que separa as duas culturas. Abdul é um menino, da sua idade, natural do território da Palestina, que represen-ta a fação palestiniana. Amáli perde a sua bola na “Terra Proibida”, na de-manda de recuperá-la confraterniza

Radar

Para o Ensino Secundário, há uma Oficina Ambiental inovadora, tanto pelo conteúdo como pela sua actualidade.

com Abdul. A amizade é descoberta e proibida por ambas as famílias. É através da “Declaração Universal dos Direitos da Criança”, que Amáli con-segue convencer os adultos de que o seu conflito não tem razão de ser. De forma figurada, à medida que o con-flito diminui, representado pela ami-zade que vai surgindo entre a família de ambos, o muro desaparece. Dentro da história há outra história encaixa-da, um segredo que o avô da Amáli - o avô Moisés - guarda das crianças da família “Shoá” (holocausto) uma nu-vem negríssima que o acompanha.

Este conto infantil, dirigido às crianças entre os nove e doze anos, é uma lição de História; uma histó-ria de fé, um elogio à paz, dedicado

a todos aqueles que têm um muro a separá-los.

Criado em contexto educativo, em trabalho colaborativo entre o Profes-sor Bibliotecário e os Professores das diferentes disciplinas, dá resposta a conteúdos curriculares: 1º Ciclo - Por-tuguês, Estudo do Meio e Expressão Plástica; 2º ciclo - Português, Educa-ção Moral Religiosa Católica, Educa-ção Moral Religiosa Evangélica; Edu-cação Visual Tecnológica, e conteúdos transversais ao currículo, de que é exemplo a temática da Cidadania.

O lançamento decorreu ontem em Évora, ao final da tarde.

Mais uma excelente edição da Ca-minho das Palavras do professor e editor André Pereira.

Page 14: Registo 256

10 24 Novembro ‘14

O EURECA.net foi promovido pelo Laboratório HERCULES – Herança Cultural, Estudos e Salvaguarda.

Radar

O contributo do projeto eureca.netO EURECA.net é um projeto financiado pela Ciência Viva, da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, no âmbito do programa Escolher Ciência: da Escola à Universidade. Já apresenta-mos o EURECA.net no Registo, na edi-ção de nº 248 de 23 de janeiro de 2014. E porque volta agora o EURECA.net a ser falado aqui? O projeto acabou em agosto passado e pensámos que seria interessan-te dar a conhecer ao público em geral as atividades que desenvolvemos, a intera-ção que se estabeleceu entre os diferentes parceiros, nomeadamente, a Universida-de de Évora, as escolas secundárias da re-gião e os museus da cidade, e a avaliação do próprio projeto pelas escolas.

O EURECA.net foi promovido pelo La-boratório HERCULES – Herança Cultural, Estudos e Salvaguarda (Universidade de Évora) e teve como parceiros o Museu de Évora, o Museu de Arte Sacra da Sé de Évora e a Direção Regional de Cultu-ra, para os núcleos museológicos, e as Escolas Secundárias André de Gouveia, Gabriel Pereira e Severim de Faria, em Évora, a Escola Secundária de Montemor--o-Novo e a Escola EB 2,3/S de Cunha Ri-vara, em Arraiolos.

Este projeto permitiu aos alunos do ensino secundário da região contactar com investigadores da Universidade de Évora durante cerca de 18 meses e desen-volver trabalho de investigação científi-ca na área do património cultural, sob a orientação desses investigadores. O EU-RECA.net teve como objetivo sensibili-zar os alunos do ensino secundário para o património cultural da sua região re-correndo ao estudo científico subjacente às ciências exatas e naturais e, simulta-neamente, fazer do próprio património cultural um veículo de aprendizagem de conteúdos de disciplinas dos cursos científico-humanísticos de ciências e tecnologia como a química, a física, a geologia ou a biologia. As atividades de-senvolvidas enquadram-se no âmbito dessas disciplinas e pretenderam moti-var os alunos para o estudo das mesmas e ser um complemento na aprendizagem dos programas do 10º, 11º e 12º anos de escolaridade.

O projeto teve início em março de 2013 e terminou em agosto de 2014. Desenvol-veu-se em 6 fases e envolveu um total de 170 alunos, 5 professores do ensino secundário e 16 docentes/investigadores e estagiários do Laboratório HERCULES. No âmbito do EURECA.net realizaram--se visitas de estudo aos museus da cida-de, conferências e workshops nas escolas secundárias, estudo material de bens patrimoniais com análise in-situ e labo-ratorial no Laboratório HERCULES e nos núcleos museológicos, e o projeto termi-nou com um estágio de cinco alunos (um por escola) no Laboratório HERCULES. Os objetos estudados foram um Tapete de Ar-raiolos e duas pinturas da coleção do Mu-seu de Évora (ME 1297, ME 768, ME 800, respetivamente), um vestido de Nossa Se-nhora da Boa Morte da coleção do Museu de Arte Sacra da Sé de Évora (EV.AN.5.004.par) e uma pintura mural do Convento de Nossa Senhora da Saudação (Montemor--o-Novo) (Fig. 1).

Dada a importância que a crítica cons-trutiva pode ter no desenhar de novos projetos solicitamos, em três ocasiões, aos alunos participantes que manifestas-

sem a sua opinião sobre as atividades em curso e a organização do projeto através de resposta a questionários de interesse.

São aqui apresentados os resultados do último questionário os quais sugerem que a totalidade dos alunos participantes

considera que o projeto atingiu as expec-tativas (38 % concordou e 62 % concordou totalmente) (Fig. 2).

Fig. 1 – Objetos estudados no âmbito do EURECA.net

Dada a dificuldade que todos sentimos atualmente em despertar a atenção dos alu-nos para temas culturais, nomeadamente, os relacionados com o património e a sua valo-rização, os resultados alcançados na avaliação realizada pelos próprios parecem ser extrema-mente encorajadores para projetos futuros.

Os professores das escolas parceiras fo-ram também inquiridos através de um questionário on-line, individual e anóni-mo, e 100% avaliaram o projeto globalmen-te de modo muito positivo (Fig. 3). A relação entre a entidade organizadora (Universida-de de Évora) e as entidades parceiras (Mu-seus e Escolas Secundárias) foi considerada excelente e, segundo os professores, o pro-jeto permitiu os alunos adquirir novos co-nhecimentos (num universo de 1 a 5, 80% classificaram como 5). Globalmente, a ava-liação do projeto por professores e alunos das escolas secundárias parceiras foi mui-to positiva. As relações estabelecidas entre as diferentes entidades participantes foi igualmente profícua, abrindo portas a cola-borações futuras. De facto, muito há ainda a fazer no combate ao insucesso escolar e na motivação dos mais novos para temas científicos e culturais, mas o EURECA.net deu o seu contributo e abriu caminho num longo percurso que nos cabe a todos trilhar.

CÁTIA RELVAS, TERESA FERREIRA**Prof. AuxiliarLaboratório HERCULES, Universidade de Évora

http://eurecanet.blogspot.pt/

Fig. 2 - Questionário de interesse global sobre o projeto EURECA.net e respostas dos alunos participantes

Fig. 3 - Questionário sobre o projeto EURECA.net dirigido aos professores das escolas parceiras

Page 15: Registo 256

11

Page 16: Registo 256

SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 750 140 Email [email protected]

Uma grande animação e colorido marcou as comemorações do 25.º Aniversário da Convenção Sobre os Direitos da Criança em Évora, que tiveram o seu ponto alto no dia 20 de novembro com a inauguração de uma exposição, momentos cé-nicos, jogos, canções e uma sessão comemorativa. A tónica dominan-te nas intervenções das entidades durante a sessão foi a importância dos direitos e deveres das crianças e jovens.

Estas comemorações foram or-ganizadas pela Comissão de Prote-ção de Crianças e Jovens de Évora (CPCJE), Câmara Municipal e um conjunto de entidades e contaram com diversas atividades ao longo da semana.

Durante a manhã do dia 20, foi inaugurada no átrio dos Paços do Concelho de Évora uma exposição de desenhos de alunos do 1º ciclo

das escolas de Évora, que teve am-pla participação e contou com a presença do Presidente e da Vice--Presidente da Câmara Municipal de Évora e do Provedor da Santa Casa da Misericórdia, que, com agrado assistiram também a uma encenação teatral dos alunos da Es-cola Secundária Severim de Faria.

De tarde, teve lugar a sessão co-memorativa, que decorreu na Es-cola Básica Manuel Ferreira Patrí-cio e contou com um programa de animação. A mesa foi constituída por Conceição Peres (CPCJE); Isabel Gomes (Diretora da Escola Manuel Ferreira Patrício); Teresa Espírito Santo (CNPCJR); Carlos Godinho (Procurador da República do Tri-bunal de Menores de Évora) e Élia Mira (Vice – Presidente da Câmara Municipal de Évora).

Após as intervenções foi dinami-zado um programa de animação

que começou com a atuação do Coro Infantil da Fundação Sale-siana de Évora, incluiu também o Jogo da Glória por alunos da Escola Secundária Severim de Faria e fi-nalizou com e uma Flashmob dos funcionários da APPACDM.

A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Convenção sobre os Direitos da Criança – Carta Mag-na para as crianças de todo o mun-do – em 20 de novembro de 1989, e, no ano seguinte, o documento foi oficializado como lei internacional.

A Convenção sobre os Direitos da Criança é o instrumento de direitos humanos mais aceito na história universal. Foi ratificado por 193 países. Somente dois países não ra-tificaram a Convenção: os Estados Unidos e a Somália – que sinaliza-ram sua intenção de ratificar a Con-venção ao assinar formalmente o documento.

Fiscalidade

Florestas com benefícios fiscaisA ministra da Agricultu-ra e do Mar, Assunção Cristas, anunciou na passada segunda--feira que os pequenos proprietários florestais vão ter benefícios fiscais no âmbito da reforma da fiscalidade verde.“A reforma da fiscalida-de verde inclui medidas positivas para dar um impulso também ao in-vestimento na floresta”, disse Assunção Cristas durante a cerimónia de avaliação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) de 2014.Segundo a ministra, a reforma da fiscalidade florestal vai incluir oito medidas, nomeadamente ao nível do IRS, Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e Imposto de Selo.Assunção Cristas adian-tou que há cerca de 400 mil pequenos proprietá-rios florestais no país que, muitas vezes, não têm os recursos necessários para fazer os investimentos e cumprir com todas as suas obrigações, além de não se sentirem compen-sados com os investimen-tos florestais.

Direitos das Crianças

D.R.

O município alentejano de Elvas vai voltar a instalar uma pista de gelo, a maior da Península Ibérica em recinto coberto, durante a qua-dra de Natal, como forma de atrair turistas, sobretudo espanhóis.A pista de gelo, “com 800 metros quadrados de diversão e para todas as idades”, vai funcionar a partir do dia 28 deste mês e até 18 de Janeiro de 2015, no coliseu comendador Rondão Almeida. Pelo sétimo ano consecutivo, a pista de gelo está de regresso ao coliseu da cidade raiana durante cerca de dois meses, permi-tindo aos adeptos da patinagem a prática da modalidade. O município decidiu manter os preços de 2013.A pista fica instalada em recinto coberto e permite a permanência de dezenas de patinadores em si-multâneo. O público proveniente da vizinha Espanha é, anualmen-te, o que mais procura esta infra--estrutura de lazer, a maior pista de gelo em recinto coberto da Penín-sula Ibérica. Cerca de 75% dos uti-lizadores deste equipamento não residem no concelho de Elvas, se-gundo a autarquia, que considera esta iniciativa como “uma forma eficaz de atrair dezenas de milhar de pessoas à cidade”, com benefí-cios, sobretudo, para os sectores do comércio e restauração.

Elvas com pista de gelo

Natal

PUB

Escola Manuel Ferreira Patrício recebeu Convenção