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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 23 de Fevereiro de 2012 | ed. 195 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 PUB “Jovens exigem medidas e não comissões” D.R. D.R. Asfixia da classe média Pág.08 Hoje a sociologia, entre ou- tras ciências sociais, procura encon- trar explicações para a nova recon- figuração da classe média. Algumas muitas interrogações que se colocam ao mais comum dos cidadãos. D.R. 03 Guerra das Laranjas preocupa PS Pág.07 O PS pediu recentemente ao Governo, através de seis dos seus mais reputados deputados, que tente impedir «uma megaprodução» que diz estar a preparar-se em Olivença, Espanha, para comemorar a Guerra das Laranjas de 1801. Sines Centro de Artes Pág.13 Em Agosto de 2005, é inau- gurado o primeiro espaço do Centro de Artes, a nova Biblioteca Municipal de Sines, a que se segue, em Novem- bro, o Centro de Exposições. Desemprego

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Edição 195 do Semanário Registo

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www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 23 de Fevereiro de 2012 | ed. 195 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

PUB

“Jovens exigem medidas e não comissões”

D.R

.D

.R.

Asfixia da classe médiaPág.08 Hoje a sociologia, entre ou-tras ciências sociais, procura encon-trar explicações para a nova recon-figuração da classe média. Algumas muitas interrogações que se colocam ao mais comum dos cidadãos.

D.R

.

03

Guerra das Laranjas preocupa PSPág.07 O PS pediu recentemente ao Governo, através de seis dos seus mais reputados deputados, que tente impedir «uma megaprodução» que diz estar a preparar-se em Olivença, Espanha, para comemorar a Guerra das Laranjas de 1801.

SinesCentro de ArtesPág.13 Em Agosto de 2005, é inau-gurado o primeiro espaço do Centro de Artes, a nova Biblioteca Municipal de Sines, a que se segue, em Novem-bro, o Centro de Exposições.

Desemprego

2 23 Fevereiro ‘12

A Abrir

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected])

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial Teresa Mira ([email protected]) Redacção Luís Godinho; Pedro Galego Fotografia Luís Pardal (editor) Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição

Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição PUBLICREATIVE

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

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ordpress.comPedro H

enriques | Cartoonista

“Visitas de Carnaval”

Há anos que assistimos ao encerramento pro-gressivo de serviços públicos no interior do País. Tudo em nome da racionalização, da redução da Despesa Pública. Foi o encerra-mento dos postos da Guarda Nacional Repub-licana, das Escolas Primárias, dos Postos dos Correios, das Extensões dos Centros de Saúde.

Agora são os Tribunais Concelhios, serão as Repartições de Finanças, serão Hospitais, serão Escolas Secundárias, serão as Freg-uesias Rurais e muitas Urbanas. Com estas políticas estamos a dar um contributo decisivo para a morte do interior, com a desertificação a acentuar-se e o abandono do mundo rural a aumentar ano após ano.

Já temos mais de 2 milhões de hectares de terra abandonada em Portugal. Já não temos uma fuga do interior para o Litoral; o que te-mos é uma fuga do interior para as grandes áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto. Portu-gal está a Metropolizar-se!

As Comissões de Coordenação Regional, neste contexto, perdem toda a sua capacid-ade de intervenção, sendo por isso esvaziadas de competências, tornando-se irrelevantes, quando deveriam ser o principal agente de Pla-neamento Regional, coordenando os diversos serviços desconcentrados da Administração Central.

Sei bem, que o momento atual não permite a abordagem destas questões, vivemos na vora-gem da Troika, da dívida soberana e do défice. Aceitamos de bom grado, como uma inevita-bilidade, esta morte lenta do interior, esta des-capitalização social e humana de um território abandonado.

No final, daqui a uns anos, o que irá restar no interior, no nosso Alentejo? Quantos dos nossos filhos aceitarão viver num território, onde deixaram de existir serviços mínimos?

Aos que por cá ficarem, quantos construirão famílias com pelo menos 2 filhos (como agora se pretende, após terem tocado os alarmes da quebra acentuada da nossa taxa de Natali-dade), sabendo que aqui não haverá nada para lhes oferecer? Enfrentamos este processo de destruição, sem nos opormos, resignados.

Porém esta época de crise profunda, poderia ser uma oportunidade para repensar a orga-nização do Território, de forma equilibrada. Mas quem pensa? Ao nível Político não há ca-pacidade, face à urgência das medidas da Troi-ka e face ao infeliz modelo de Governo adot-ado por Pedro Passos Coelho, que misturou o Ordenamento do Território com o Ambiente, Agricultura e o Mar.

Uma verdadeira confusão! O pensamento está nas Universidades que possuem diversos Investigadores especialistas nestas áreas e que deveriam ser reunidos num Painel Científico independente para apresentar propostas ao poder Político. Esta tarefa é urgente.

Não acredito nestes avanços experimental-istas em curso com o reforço de Competências das Comunidades Intermunicipais, falta-lhes a legitimidade política para tomada de decisões de interesse geral.

Seria preferível proceder a um modelo de re-forço efetivo das Comissões de Coordenação, com a eleição do seu Presidente e de uma As-sembleia Regional, numa aproximação a um modelo de Regionalização. Estas entidades, pela sua proximidade, deveriam garantir a sus-tentabilidade social e territorial e uma eficaz articulação com o nível Central da Adminis-tração.

Estamos a perder tempo e a oportunidade para implementar uma verdadeira mudança. Falta vontade política, para evitar a morte lenta do interior num processo inexorável….

Morte lenta do Interior

António SerrAnoDeputado

Não. Esta crónica não é sobre futebol e muito me-nos sobre qualquer arte marcial que implique a utilização dos pés como arma de defesa ou instru-mento de ataque.

É sobre uma certa forma de lidar com os com-promissos assumidos, não os cumprindo nem as-sumindo que não se pretendem cumprir.

Refiro-me obviamente ao pagamento dos va-lores em dívida aos agentes culturais, desportivos e sociais e ao cumprimento dos protocolos assumi-dos com as freguesias do concelho.

O exemplo dos agentes culturais é paradigmático e merece umas linhas de enquadramento cro-nológico.

Os apoios referentes ao segundo semestre de 2009 não foram pagos porque não havia dinheiro. Em 2010 descobriu-se, de repente, que não se pode-ria tomar a decisão de os atribuir sem a existência

de um regulamento, como tal iniciou-se o processo de o construir, que terminou quase no final de 2011. Como tal regulamento não se poderia aplicar ret-roactivamente, quem gere o município veio dizer, entristecido, que até gostava de atribuir apoios fi-nanceiros à actividade regular de 2010… mas tal era legalmente impossível.

Já em Novembro de 2011 terminou o concurso para a atribuição dos apoios desse mesmo ano. Na minha opinião, o regulamento é mau, as conclusões do júri que atribui classificações medíocres a todos os concorrentes não lembra ao diabo, mas a câmara municipal deliberou a atribuição daqueles apoios e aprovou os modelos de protocolo a celebrar entre o município e os agentes seleccionados.

Estamos em Fevereiro de 2012 e o município lançou o concurso para este ano. Entretanto, não foram sequer assinados os protocolos referentes a

A táctica do pontapé para a frenteeDuArDo LuciAnoAdvogado

2011 e como tal não houve lugar ao pagamento das verbas atribuídas, podendo dizer-se que, de facto, nada é devido porque os compromissos não foram contratualmente assumidos.

Provavelmente teremos os resultados do con-curso para o corrente ano, sem que tenha sido cum-prida a deliberação de câmara relativa a 2011.

E temos assim quase três anos completos sem apoio financeiro à actividade regular e sem nunca se ter ouvido ou lido que o município de Évora não pretende apoiar os agentes culturais do concelho.

Nem paga nem assume que não apoia. É a chamada terra de ninguém. Para o município os apoios estão atribuídos, apenas com o pormenor de não haver dinheiro para os concretizar, para os agentes o resultado é zero.

Com o cumprimento dos compromissos com as freguesias a situação não é muito diferente, com

o município a dever dezenas de milhares de euros sem encontrar solução para reduzir gradualmente as dívidas.

É neste quadro que as freguesias do concelho têm vindo a ser contactadas no sentido de lhes ser transmitidas duas coisas: não há dinheiro e a Câ-mara pretende reduzir as transferências em pelo menos 20%.

Perguntam-se alguns eleitos nas freguesias, com razão, qual a necessidade de reduzir uma transfer-ência que não é feita? O objectivo não é certamente poupar, porque maior poupança do que a que existe agora será difícil de obter.

Parece-me que o objectivo é o cumprimento da tal táctica do pontapé para a frente e manter a bola longe da área à espera que o jogo acabe.

Quem vier atrás que feche a porta e o último a sair que apague a luz.

3

ActualGoverno cria comissão para estudar e combater o desemprego jovem mas Seguro exige medidas.

António José Seguro afirmou, “que os jo-vens exigem do Governo medidas e não comissões para combater o desemprego”, reiterando que “o Executivo de direita não está preparado para enfrentar as di-ficuldades”.

“O que os jovens portugueses exigem do Governo são medidas, não são comissões”, afirmou Seguro, quando questionado so-bre a nova Comissão Interministerial de Criação de Emprego e Formação Jovem.

Seguro salientou que “um executivo que ao fim de oito meses em funções vai criar “uma comissão para apresentar e estudar medidas” é “naturalmente um Governo que não estava preparado para enfrentar estas dificuldades”.

Seguro acusou Passos Coelho de estar a “enterrar o país” com as suas receitas para a crise, confrontando-o com uma taxa de desemprego de 14 por cento em De-zembro de 2011, quando a previsão para Dezembro de 2012 era de 13,4 por cento, segundo o Orçamento do Estado.

O líder socialista teceu duras críticas às opções do executivo salientando que a re-ceita está errada, aconselhando o primei-ro-ministro a mudar de caminho e a dar prioridade ao emprego e ao crescimento económico.

Para isso é necessário, disse, que o Go-verno aposte na defesa de políticas de apoio às empresas e ao crédito, responsa-bilizando Passos Coelho de estar a pôr “os portugueses a pão e água”.

“Está a levar-nos para a tragédia, o seu seguidismo em relação à senhora Merkel está a enterrar o país. O senhor governa há oito meses, de uma vez por todas assu-ma os resultados da sua política”, exortou Seguro, no decurso do debate quinzenal na Assembleia da Républica.

No final de sua intervenção António José Seguro disse, ainda, estranhar a po-sição do primeiro-ministro que conside-rou que Portugal “não tem um problema de crédito”, afirmação que o líder socia-lista classificaria como uma opinião que “ficaria para a História”.

“O senhor primeiro-ministro disse que Portugal não tem um problema de cré-dito, pois bem, eu desminto-o, Portugal, a nossa economia, tem um problema de crédito, só um país com empresas pujan-tes dinâmicas, a produzir, é que pode ge-rar riqueza para pagar dívidas e criar pos-tos de trabalho”.

O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, recebeu, entretanto, ao longo desta semana, os parceiros sociais para debater soluções para os jovens desempregados, cuja taxa ultrapassava, no final do ano passado, os 35%.

A taxa de desemprego dos 15 aos 24 anos atingia os 35,4% no final de 2011, segundo números divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Esta-tística (INE), que revelam que houve uma

Desemprego jovem nos 35% taxa de Desemprego no Alentejo, no 4º trimestre de 2011, atingiu os 13,1%

subida significativa no quarto trimestre de 2011, chegando aos 14%, mas o aumen-to foi ainda mais expressivo entre os mais jovens.

No segundo trimestre de 2011, o desem-prego jovem estava nos 27%; no terceiro, passou para 30%; no quarto, deu um ‘sal-to’ de mais de cinco pontos percentuais, para 35,4%, o que significa que há agora, segundo os números do INE, 156 mil jo-vens desempregados, mais de um terço do total deste grupo etário.

Medidas concretas para combater problemaÉ com este pano de fundo que o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares reuniu com os parceiros sociais, no âm-bito do novo cargo de coordenador da Comissão Interministerial de Criação de Emprego e Formação Jovem.

A Comissão Interministerial integra 12 secretários de Estado, nomeadamente o do Emprego, o da Administração Públi-ca e o dos Assuntos Europeus. De acordo

A Taxa de Desemprego registada no Alentejo no 4º trimestre de 2011 atingiu os 13,1%. Os dados são do Instituto Nacional de Estatística. Neste período as taxas de desemprego mais eleva-das verificaram-se no Algarve (17,5%), Região Autónoma dos Açores (15,1%), Lisboa (14,7%) e Norte (14,1%). Os valores mais baixos foram registados no Centro (12,6%), no Alentejo (13,1%) e na Região Autónoma da Madeira (13,5%).

Face ao trimestre anterior a Taxa de Desemprego aumentou no Alentejo 0,8%.

Em 2011 a taxa de desemprego média anual na região foi de 12,4%.

Em Portugal a taxa de desemprego no 4º trimestre de 2011 foi de 14%. O INE refere que este valor é “superior em 1,6 pontos percentuais ao do trimestre anterior”. De acordo com a mesma fonte havia, no último trimestre do ano, 771 mil desempregados, o que representa um acréscimo trimestral de 11,8%.

Ao todo, em média no ano de 2011, a taxa de desemprego no País foi de 12,7% e registaram-se 706,1 mil desemprega-dos.

Desemprego no Alentejo

com um comunicado do gabinete do mi-nistro-adjunto e dos Assuntos Parlamen-tares, o Governo “compromete-se a apre-sentar medidas concretas para combater o desemprego jovem”.

Iniciativa lançada por Durão BarrosoPortugal receberá nas próximas sema-nas a visita de uma “equipa de ação” da Comissão Europeia destinada a estudar a forma de utilizar fundos comunitários para reduzir o desemprego jovem.

Esta iniciativa foi lançada pelo presi-dente da Comissão, José Manuel Durão Barroso, durante o Conselho Europeu de Janeiro, e visa reduzir o desempre-go jovem nos oito países da União com taxas mais elevadas. Na definição euro-peia da taxa de desemprego jovem, Gré-cia e Espanha têm as taxas mais altas, quase nos 50%, e Portugal é o terceiro país com mais jovens desempregados, acima dos 35%.

A Comissão liderada por Miguel Relvas deverá “enquadrar as políticas de juven-tude de uma forma global e articulada”, agilizar os mecanismos de apoio às PME, ao nível de fundos da União Europeia, de modo a “aumentar as oportunidades de emprego.

D.R.

4 23 Fevereiro ‘12

Actual

Preocupado com o custo dos factores de produção o PcP exige que o estado controle o sector energético.

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“A política energética em Portugal está hoje completamente subordinada aos in-teresses dos grupos monopolistas. Desde a propriedade das principais empresas, pas-sando pela política tarifária, à posse das infra-estruturas, os interesses nacionais estão a ser rapidamente substituídos e sub-metidos aos interesses do grande capital..”, referiu o PCP em conferência de imprensa.

De acordo com Vasco Cardoso, do Comité Central do PCP, “Não foi por acaso que o pac-to de agressão assumido pelo PS, PSD e CDS com a União Europeia, foi tão detalhado no conjunto de medidas a concretizar no sec-tor energético e, em particular, na energia eléctrica. Na verdade, trata-se de um sector básico e estratégico para qualquer país. A sua posse, exploração, regulação e controlo, determinam não só a possibilidade de lu-cros descomunais, mas também relações de dominação sobre a actividade económica e a própria soberania do país.”

Privatizar, liberalizar, encarecer, explorar “Em poucos meses o governo eliminou as Golden Shares detidas pelo Estado na GALP, EDP e REN transferindo de forma gratuita esse valor para os accionistas pri-vados; impôs o aumento da taxa de IVA so-bre a electricidade para consumo domésti-co de 6% para 23%; privatizou 20% da EDP e 40% da REN fazendo perder o controlo público que ainda detinha de cada uma destas empresas; em Janeiro voltou a au-mentar o preço da electricidade para con-sumo doméstico em mais 4%, agravando no espaço de dois meses (se tivermos em conta que antes tinha sido aumentado o IVA) o custo da electricidade em mais 20%; anunciou que os mais de 150 milhões de euros de dividendos da EDP e da REN a que o Estado tinha direito, corresponden-tes ao ano de 2011, seriam entregues como

PCP contra liberalização dos preços da energia o fim das tarifas reguladas e a liberalização dos preços significa energia mais cara

bónus aos novos accionistas destas empre-sas”, referiu aquele dirigente

“Simultaneamente, assistiu sem qual-quer tipo de intervenção ao agravamento vertiginoso dos preços da gasolina e do gasóleo que em Fevereiro deste ano atin-giram em Portugal o seu máximo histó-rico, agravando o custo do conjunto dos factores de produção, as condições de vida da população, a capacidade de sobrevivên-cia de milhares de empresas. E prepara-se ainda para, num momento em que estão a ser exigidos dramáticos sacrifícios à popu-lação, permitir que as principais empresas do sector energético sedeadas em Portu-gal, utilizem todas as ardilosas possibili-dades fiscais para não pagarem centenas de milhões de euros de impostos sobre as centenas de milhões de lucros alcançados no ano que passou”, refere ainda,

O dirigente acusa ainda que “ o fim das tarifas reguladas e a liberalização dos preços significam energia mais cara para o povo português e lucros ainda maiores para os accionistas de cada uma dessas

empresas”, a que se associa “um motivo adicional de preocupação com a liberali-zação do mercado de electricidade. Trata-se de fazer reflectir em sucessivos aumen-tos, durante os próximos anos, o chamado défice tarifário criado no âmbito do pro-cesso de privatização do sector.”

“Um défice que foi artificialmente construído por via do financiamento di-recto às diferentes formas de produção – renováveis e fósseis – que ao mesmo tem-po que assegura os lucros fabulosos para as empresas que operam no sector, acu-mula um valor em dívida que atingirá já os 5 mil milhões de euros.”

Para o PCP, “o combate ao défice energé-tico e à dependência do país, o apoio ao apa-relho produtivo nacional e às PMEs, o aces-so a energia eléctrica a preços acessíveis e em condições de segurança por parte da população, a defesa das preocupações am-bientais, o investimento e a modernização das infra-estruturas”, só poderão ser alcan-çados “pelo controlo público deste sector” e nunca pela sua privatização defendem.

O projecto teve início em 2011 e continuará este ano, proporcionando a programação cultural, em rede, fi-nanciado pelo INAlentejo, no âmbito do QREN.

De Fevereiro a Dezembro, em Borba decorrem quarenta actividades de serviço educativo e itinerância de agentes culturais locais. A nível cultural, durante o primeiro semes-tre, o Cine-Teatro de Borba irá receber “As Desgraças de uma Criança”, pelo Grupo de Teatro Amadores de Vila Viçosa, dia 24 de Fevereiro, Grupo Musical Flores do Campo, de Viana do Alentejo, dia 08 de Março, Marionetas do Mundo, pelo Trulé – Investigação de Formas Animadas de Évora, dia 13 de Abril, “Histórias do 25 de Abril”, por Maurioneta de Reguengos de Monsa-raz, dia 25 de Abril, João Vítor Quarte-to, grupo de música jazz de Palmela, dia 04 de Maio, “Duas horas sorrindo”, espectáculo de humor e música, dia 18 de Maio, “O retábulo do mestre D. Pedro e D. Quixote”, pela Associação Cultural Teatro do Imaginário, dia 08 de Junho, e Ensamble Project, outros fados de Ary a Zeca - Tributo, dia 22 de Junho.

“A Galinha da minha vizinha”, pela Circolando, dia 27 de Março, “O Ciclo da Lã”, pela Culartes, dia 03 de Abril, “A Formiga e o Coelhinho”, por Era uma Vez Marionetas, dia 05 de Abril, “A menina do mar”, pela Lua Cheia Teatro, dia 20 de Maio, “Verdi que te quero Verdi”, pela Companhia de Teatro de Almada, dia 27 de Maio, Workshop de Teatro para Crianças e “Dracalin Draca-lon”, ambos pela Associação Cul-tural DRACA, no dia 20 de Junho, “Quando os Desenhos Aprenderam a andar”, pelo No Mundo da Lua, dia 28 de Junho, e “Saboaria”, pelo FIAR – Centro de Artes de Rua de Palmela, dia 29 de Junho.

A programação e informações mais detalhadas das actividades podem ser consultadas no site da autarquia na Internet, em www.cm-borba.pt.

Projecto TEIAS

Borba

A exposição “Arquitectura, o Prazer do Olhar” está patente no Museu de Arte Popular em Lisboa, numa cerimónia que contou com a presença do fotógrafo, Joaquín Bérchez, da directora do museu, Andreia Galvão, e do vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, Ricar-do Barros.

Depois de exposta em salas interna-cionais nas cidades de Nova Iorque, Vicenza, Palermo e Roma, a exposição de fotografia “Arquitectura, o prazer do olhar” chega agora a Lisboa, numa par-ceria entre a Câmara Municipal de Vila Viçosa e o Museu de Arte Popular.

As fotografias de Joaquín Bérchez, con-ceituado professor e fotógrafo valencia-no, revelam um olhar atento sobre uma

arquitectura atravessada pela história. O mármore, a pedra, o estuque, a madeira e o alabastro, surpreendidos em fugazes luzes e cores, adquirem uma nova di-mensão através da objectiva do autor.

Nas fotografias de Bérchez (re)descobrimos edifícios arquitectónicos e cidades de diversas geografias como Paris, Salvador da Baía, México, Lisboa, Roma, Veneza, Vicenza, Milão, Spoleto, Valência, Múrcia, Granada, Barcelona, Tarragona ou as pedreiras de Vila Viçosa (Portugal).

Patente até ao próximo dia 5 de Mar-ço, esta é uma mostra fotográfica que emociona pela sensibilidade e beleza artística de cada fragmento de tempo agora imortalizado.

Vila Viçosa coopera com o Museu de Arte Popular

5

Actual

Assunção cristas diz-se atenta e pré-activa mecanismos europeus de apoio, em caso de seca.

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De acordo com a informação do Obser-vatório de Secas do Instituto de Meteo-rologia, I.P., no final do mês de Janeiro a totalidade do território do continente encontrava-se em situação de seca meteo-rológica, com 11% em seca severa, 76% em seca moderada e 13% em seca fraca.

Os valores de precipitação registados neste mês foram muito inferiores aos res-pectivos valores normais para Janeiro, com um total mensal de 16.3mm, corres-pondendo a menos de 15% do valor nor-mal o que se traduz numa precipitação total de menos 101mm.

O total de precipitação registada no mês de Janeiro deste ano é comparável com os valores normais dos meses de verão, Ju-lho (13.8mm) e Agosto (13.7mm).

O ano hidrológico, iniciado em Outu-bro de 2011, apresenta valores de preci-pitação abaixo do normal, com excepção do mês de Novembro que se classificou como chuvoso

A precipitação registada no continente neste ano hidrológico é, no entanto, supe-rior aos valores verificados na pior situa-ção de seca da última década (2004/2005) até final de Janeiro, situação esta funda-mentalmente devida à quantidade de precipitação ocorrida durante o mês de Novembro.

Esta situação de seca meteorológica resulta da situação sinóptica que tem prevalecido, caracterizada pela loca-lização do anticiclone dos Açores que estendendo-se em crista para o território continental vem impedindo que este seja influenciado pelas superfícies frontais normalmente responsáveis pela precipi-tação em Portugal nesta época do ano.

Em termos de cenários de evolução da seca meteorológica para Fevereiro, e ten-do em conta a previsão elaborada pelo Centro Europeu de Previsão do Tempo a

Seca preocupa entidadese agricultorescom o mês de Fevereio a terminar, o país tem 11% do território em seca severa

Médio Prazo, o cenário mais provável no final do mês aponta para o aumento da severidade da situação de seca meteoro-lógica em Portugal continental.

Em termos de previsão para a prima-vera, a informação disponível multimo-delo continua a prever valores abaixo do normal em todo o território continental a norte do sistema montanhosos Mon-tejunto-Estrela, embora esta informação deva ser utilizada com alguma reserva tendo em conta a fiabilidade que este tipo de previsão ainda tem para a latitude de Portugal Continental.

A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, garantiu, na passada segunda fei-ra que estão a ser recolhidos dados para uma eventual “declaração de seca reco-nhecida pela União Europeia, que possa levar a antecipar algumas ajudas”.

A governante falava numa explora-ção leiteira da Escola Superior Agrária de Castelo Branco, onde foi confrontada pe-los jornalistas com o pedido da Associa-ção dos Produtores de Leite de Portugal

(APROLEP).A associação exigiu “um aumento ime-

diato” dos preços do leite para fazer face à subida dos custos de produção resultante dos efeitos da seca.

Sem responder à pretensão, Assunção Cristas admitiu ter esperança que chova nos próximos meses: “em Portugal ainda pode chover muito, em Março e em Abril, águas mil”.

Segundo a ministra, o Ministério da Agricultura criou um grupo permanente que está a acompanhar a situação e que inclui as direcções regionais de agricultu-ra, o Instituto de Meteorologia e a Agên-cia Portuguesa do Ambiente.

Assunção Cristas reconheceu que “al-gumas coisas já não se podem recuperar”, em concreto, “os custos em que os produ-tores estão a incorrer”, mas, para já, ainda não há nenhum levantamento sobre pre-juízos.

Um dos sectores mais afitados “é o da produção animal”, em que as explorações “já recorrem a fenos guardados para o ve-rão” para alimentar os efectivos, referiu.

De 29 de fevereiro a 4 de março, a parada D. Pedro V (EPA) na avenida da República irá acolher o Vaivém Oceanário, um projeto de educação ambiental do Oceanário de Lisboa. A iniciativa, com o apoio do Município de Vendas Novas e da Escola Prática de Artilharia, destina-se a todos os públicos, de todas as idades e procura promover a consciencialização para a proteção da natureza e para a altera-ção de comportamentos face ao meio ambiente.

Para as escolas, as visitas estão programadas de 29 de fevereiro a 2 de março, das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h00. No dia 1 de março, pelas 17h00, será feita a apresentação do Pro-grama Educação 2011/2012 destinada a professores e educadores.

As marcações dos grupos escolares e sessões para professores e educadores devem ser efetuadas junto do CEAmb, no jardim José Saramago (ou pelo telefone 265 892097).

Para o público em geral, as portas estarão abertas no dia 3 de março, das 10h00 às 13h00 e das 14:30 às 17:30, e no dia 4 de março das 10h00 às 12h00.

A entrada é livre.

Educação Ambiental

Vendas Novas

O Município de Marvão organiza a 7.ª edição das “Comidas d Azeite”, uma quinzena inteiramente voltada para os comeres do lagar, sob a chancela da marca “Marvão Bom Gosto”, recheada de ementas elaboradas com base num alimento antigo, o Azeite, clássico da culinária contemporânea, regular na dieta mediterrânica e presente nos dias actuais de uma forma crescente nas nossas cozinhas.

A quinzena gastronómica decorre de 12 de Fevereiro a 26 de Fevereiro.

”Comidas d` Azeite“

Marvão

6 23 Fevereiro ‘12

Actual

Agilizar procedimentos de substituição de professores e novas regras para próximos concursos.

O Ministério da Educação e Ciência en-viou aos sindicatos de professores a pri-meira proposta de um novo decreto-lei que concentra num único diploma todas as matérias relacionadas com o recru-tamento de docentes e introduz impor-tantes alterações nos procedimentos. O decreto resultante desta negociação subs-tituirá os diversos diplomas existentes, permitindo uma racionalização legislati-va e simplificando a sua consulta.

As alterações propostas tornarão mais simples e eficiente a gestão dos recursos humanos na educação. Um exemplo é a possibilidade de um professor contratado com horário incompleto poder completar o seu horário até às 22 horas, se existir essa necessidade na escola em que estiver colocado. Esta mudança permite resol-ver rapidamente situações de doença ou de baixa, evitando que os alunos fiquem sem aulas por períodos prolongados.

Outra novidade é a possibilidade de os candidatos ao concurso interno e externo concorrerem a diferentes grupos de recru-tamento, desde que possuam habilitação

Concursos e avaliação com novas regrasPropostas favorecem a con-tratação de técnicos, para além das 11 horas actuais

profissional para tal. Na contratação de escola, são definidos critérios mais objeti-vos: a classificação profissional e o tempo de serviço terão um peso de 50 por cento, sendo os restantes 50 por cento pondera-dos através de uma entrevista ou análise curricular, de acordo com a opção da es-cola.

Os professores das Regiões Autónomas passam a poder candidatar-se ao concur-

so interno. Os docentes das escolas priva-das com contrato de associação passam a ter acesso à primeira prioridade, uma vez que lhes será aplicado o princípio da igualdade por prestarem também serviço público de Educação, e os técnicos espe-ciais passam a poder ser contratados nos mesmos termos dos docentes dos grupos de recrutamento, ao invés de estarem li-mitados a 11 horas como até agora.

Dia 21 de Fevereiro de 2012 ficará como um marco na história da luta sindical deste país.

Assistimos à maior Greve Geral desde o 25 de Abril. Passos Coelho o grande sin-dicalista, conseguiu com a sua coragem, a sua visão, o seu esforço, criar a sinergia necessária, para fazer frente ao governo de direita liderado pelo ultra-liberal Passos Coelho.

O país parou. Apenas os serviços mínimos funcionaram. Função Pública, Comércio, Serviços, Primário, tudo parou.

Mais do que parar, os Portugueses saíram à rua e manifestaram-se, e não foi uma man-ifestação costumeira, a acontecer apenas nos grandes centros urbanos, longe disso. De Loulé a Espinho, de Torres Vedras a Ovar, do Funchal a Sesimbra, as ruas encheram-se de Portugueses que transformaram a luta numa festa, que fizeram deste dia o início da recusa ao austeritarismo cego deste governo.

Foram manifestações ordeiras e pela primeira vez, as forças policiais, em lugar de reprimirem o povo, limitaram-se a zelar pela segurança dos cidadãos.

De tal monta andou o protesto, que nem sequer, (pelo menos até ao momento em que escrevo esta crónica) o governo ou as con-federações patronais, tiveram ânimo para refutar os números apresentados pela comu-nicação social, que apontam para uma paral-isação superior aos noventa por cento.

Há quem diga que Passos, o sindicalista, não existe. Que tudo não passou de mais um dos muitos erros que Coelho, o Primeiro-Ministro assiduamente comete. É certo que Passos Coelho e o seu executivo represen-tam o paradigma da incompetência, sem ras-go, sem coragem, nem imaginação, que se

limitam a pegar nas imposições dos credores e a ampliá-las e que, na sua deriva para o abismo, sentem uma incontrolável urgência de afirmar a sua autoridade, de imporem em bicos de pés a sua lógica de capatazes.

Mas não acredito nisso! Uma medida tão descabida, seria um enxovalho demasiado grande, até mesmo para um gabinete que conta nas suas fileiras com homens do cali-bre de Vítor Gaspar ou Álvaro Santos Pereira ou Nuno Crato ou até mesmo o próprio Pas-sos Coelho. Talvez se trate de um conselho envenenado do Presidente da República, ele próprio avesso a manifestações carnaval-escas como se sabe… Só que isso seria de-masiado elaborado para espírito tão simples.

Ninguém me tira da cabeça que tudo isto foi obra do sindicalista, abafado há muito no âmago do nosso primeiro. Uma vocação tar-dia, quem sabe?

Um sucesso tão grande para as hostes dos trabalhadores, não representa apenas um tiro no pé deste governo de direita, é mais do que isso, é uma certidão de óbito.

Nem Passos nem Coelho seriam tão inep-tos para fazer uma cavaquice destas.

Julgo eu…

21 de FevereiroMiGueL SAMPAioLivreiro

Novas regras para ADD

Para os contratados todo o tempo acumulado de contratos é considera-do, quer para efeitos de concurso, quer para efeitos de ingresso em carreira.Para os contratados a classificação de Bom e Muito Bom asseguram o aumento de 1 ponto na graduação profissional.Fim da avaliação de desempenho sobre a graduação profissional para efeitos de concurso.O Governo comprometeu-se a aplicar um mecanismo de compensação, em que, todos os docentes classificados com Bom em toda a carreira tenham a expetativa de atingirem em tempo útil o topo da carreira.Para os docentes do quadro os resul-tados da avaliação não têm efeito na graduação profissional.Acabam as situações de concorrên-cia de interesses entre avaliadores e avaliados.Os avaliadores vão passar a ser exter-nos, de escalões iguais ou superiores ao do avaliado e do mesmo grupo de recrutamento. Passa a ser obrigató-rio ter formação para a supervisão pedagógica.

“O país parou. Apenas os serviços mínimos funcio-naram. Função Pública, Co-mércio, Serviços, Primário, tudo parou.”

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Exclusivo200 anos depois da “Guerra das Laranjas”, a posse de olivença, pelos espanhois, agita bancada do PS.

Pedro Galego | Texto

O PS pediu recentemente ao Governo, através de seis dos seus mais reputados deputados, que tente impedir «uma me-gaprodução» que diz estar a preparar-se em Olivença, Espanha, para comemorar a Guerra das Laranjas de 1801, o «facto histórico» que assinala a anexação da-quele território pelo País vizinho, nunca reconhecida internacionalmente. Os so-cialistas dizem que o assunto ainda me-lindra os Portugueses.

Este assunto é “reconhecidamente deli-cado e tem-se revestido de cuidados espe-ciais, de forma a evitar ferir susceptibili-dades históricas e nacionais”, lê-se numa pergunta enviada no final da passada semana ao ministro de Estado e do Negó-cios Estrangeiros, Paulo Portas, assinada por seis deputados socialistas: Maria de Belém Roseira, Alberto Martins, Paulo Pisco, Basílio Horta, Gabriela Canavilhas e Laurentino Dias.

O tema volta a estar na actualidade, se-gundo a bancada socialista, porque, “após as últimas eleições autárquicas em Espa-nha, realizadas em maio de 2011, o Ayun-tamento de Olivença passou a ser dirigido pelo Partido Popular, tendo o novo exe-cutivo decidido realizar em Junho próxi-mo uma megaprodução que consiste na reconstituição da Guerra das Laranjas, facto histórico que ocorreu em 1801, e que assinala a anexação de Olivença por parte de Espanha”, acrescentam os depu-tados do PS, que dizem tratar-se de uma celebração de 18 dias da “derrota da popu-lação oliventina”.

Os deputados socialistas consideram que «seria avisado uma intervenção

Cúpula do PS alerta Governo.Olivença ainda melindra portuguesesoposição pede ao executivo que se oponha à reconstitui-ção histórica da Guerra das Laranjas proposta pelo novo alcaide

no sentido de impedir a realização da reconstituição da Guerra das Laranjas, para evitar melindres diplomáticos e nas populações de Olivença e nas de outros municípios vizinhos em Portugal”, ques-tionando por tudo isto o ministro Paulo Portas se «tem conhecimento» destes planos das autoridades de Olivença, se considera ou não esta celebração «inade-quada, dado que Portugal não reconhece a soberania de Espanha sobre Olivença» e se pondera «intervir, pelo menos diplo-maticamente, para que tal reconstituição não se produza».

Os deputados do PS referem no mesmo texto que o anúncio desta «megaprodu-

ção» tem sido «muito polémico e tem sus-citado muitas críticas de vários sectores dos dois lados da fronteira», precisamente pelo potencial ofensivo e de hostilidade que comporta relativamente a uma situ-ação clara à luz do Direito Internacional, mas que “de facto” ainda não está resolvi-da».

Os socialistas referem, a este propó-sito, que o Direito Internacional nun-ca reconheceu a anexação de Olivença por Espanha e que o Acto Final do Con-gresso de Viena estabeleceu «que Espa-nha procederia à retrocessão para Por-tugal» daquele território, «o que nunca veio a acontecer, até hoje», estando por

definir as fronteiras definitivas na «li-nha de território correspondente a Oli-vença».

Sendo assim, o objectivo do PS, citado pela Agência Lusa, é «tentar sensibilizar» o Governo para uma iniciativa que «de alguma maneira fere algumas suscepti-bilidades em termos históricos», desta-cando que «vem interromper uma tradi-ção de aproximação e cooperação entre as populações de Olivença e do outro lado da fronteira, em Portugal».

«Julgamos que é um pouco desnecessá-rio avançar com uma reconstituição que fere a sensibilidade dos portugueses e dos oliventinos», referem.

Muito mais é o que nos une, que aquilo que nos separaA origem de Olivença está ligada à recon-quista cristã da região fronteira a Elvas pelos Templários idos do Reino de Portu-gal, cerca do ano de 1230. Nesse território a Ordem criou a comenda de Oliventia, erigindo um templo a Santa Maria e le-vantando um castelo. No final do século, pelo Tratado de Alcanices, assinado em 1297 entre o Rei D. Dinis e Fernando IV de Castela, Olivença seria formalmente incorporada em Portugal, para sempre, juntamente com Campo Maior, Ouguela e os territórios de Riba-Côa, em escambo com Aroche e Aracena.

Em 1509 D. Manuel iniciou a construção

de uma soberba ponte fortificada sobre o Guadiana, a Ponte da Ajuda, com 19 arcos e tabuleiro de 450 metros de extensão. Do reinado de D. Manuel, que deu foral novo em 1510, datam também outras notáveis construções como a Igreja da Madalena (por muitos considerada como o expoen-te, depois do Mosteiro dos Jerónimos, do manuelino), a Santa Casa da Misericórdia ou o portal das Casas Consistoriais.

Seguindo-se ao esplendor do século XVI português, dá-se a união dinástica filipina, entre 1580 e 1640.

Em 20 de Janeiro de 1801, Espanha, cí-nica e manhosamente concertada com a

França Napoleónica, sem qualquer pre-texto ou motivo válido, declara guerra a Portugal e, em 20 de Maio, invade o nosso território, ocupando grande parte do Alto Alentejo, na torpe e aleivosa «Guerra das Laranjas». Comandadas pelo «Generalís-simo» Manuel Godoy, favorito da rainha, as tropas espanholas cercam e tomam Olivença.

Portugal, vencido às exigências de Na-poleão e de Carlos IV, entregou a Espanha, «em qualidade de conquista», a «Praça de Olivença, seu território e povos desde o Guadiana», assinando em 6 de Junho o «Tratado de Badajoz», cedeu-se Olivença.

Findas as Guerras Napoleónicas, reu-niu-se, com a participação de Portugal e Espanha, o Congresso de Viena, conclu-ído em 9 de Junho de 1815 que retirou, formalmente, qualquer força jurídica a anteriores tratados que contradissessem a «Nova Carta Europeia». Foi o caso do «Tratado de Badajoz». E consagrou, sole-nemente, a ilegitimidade da retenção de Olivença por Espanha, reconhecendo os direitos de Portugal. Espanha assinou o tratado, em 7 de Maio de 1807 e assim re-conheceu os direitos de Portugal.

Mais de 200 anos depois, Olivença con-tinua a ser espanhola.

8 23 Fevereiro ‘12

Exclusivo

crédito fácil, consumo, acesso facilitado a bens e serviços acompanharam a tendência de massificação.

Joaquim Fialho | Investigador e Professor Universitário

Há dias, a propósito de uma aula de so-ciologia do trabalho, revisitei “O Capi-tal” de Karl Marx, escrito em 1867. Neste meu périplo, encontrei uma passagem da obra que responde ao estado que aqui chegámos. “Os donos do capital vão esti-mular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago, levará os bancos à falência, que terão de ser na-cionalizados pelo Estado”. Apesar de alguma discordância pessoal que possa com a perspetiva marxista, registo nela alguma sonância de expli-cação para esta atual perturbação na classe média. Por outro lado, o populis-mo exacerbado dos governos e a forma irresponsável como se contraía divida pública ajuda a compreender esta asfixia periclitante.

De facto, a classe média está mais po-bre, o nosso modelo socioeconómica está mais frágil e o sistema democrático pode caminhar para um colapso de danos im-previstos.

Se por um lado há variáveis estrutu-rais que nos ajudam a perceber as nos-

sas debilidades, creio que muitas das explicações se encontram associadas a um conjunto de fatores internos. In-dustrialização ténue, baixos níveis de escolarização e qualificação, consumo interno virado para dentro, mercado de exportações pouco dinâmico e, sobretu-do, em meu entender, ausência de um pensamento estratégico consistente são algumas das prerrogativas do estado a que chegámos.

Os anos oitenta marcaram o «boom» da classe média como a vimos até ago-ra. Foi um crescimento acelerado, frágil e que acompanhou a reconfiguração de um Estado Social de matriz paternalista.

Igualmente, o discurso exaltado do consumo, o individualismo social e, fundamentalmente, o facilitismo no acesso a bens e serviços, estimulado pelo crédito bancário fácil, ajudou e dinami-zar esta onda de euforia incomportável.

O sistema de capitalismo desmesurado empolou a classe média e empurrou-a para patamares de expetativas muito elevados.

O final da década de oitenta marca igualmente uma massificação do aces-so dos jovens ao ensino superior, públi-co e privado. Este último, proliferou um pouco por todo o país, possibilitando um

aumento substancial na qualificação su-perior de jovens do litoral ao interior, e de norte a sul do país.

No reverso deste crescimento, cria-ram-se igualmente expectativas forma-ção superior, emprego superior. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, no último trimestre de 2011, a taxa de de-semprego entre a população licenciada atingiu 10,6%, o que corresponde a 108 mil indivíduos.

Este cenário é novo, pois é uma novi-dade em Portugal o número de licencia-dos no desemprego ultrapassar os 100 mil em Portugal. Porém, importa com-parar com dados de 2009, em que encon-trávamos 55 mil indivíduos no quarto trimestre de 2009.

Hoje, já não há emprego para toda a vida. Este é outro sinal dos tempos e que carece de interiorização.

Contudo, este exemplo do ensino supe-rior, é uma das muitas massificações que fomos acompanhando durante as ulti-mas três décadas. Crédito fácil, consumo, acesso facilitado a bens e serviços acom-panharam a tendência de massificação. Evidentemente que apesar de muitos pontos positivos, a insustentabilidade acelerada trouxe-nos para esta asfixia ou eminente dissolução?

Classe média. Asfixia ou dissolução anunciada?

Hoje a sociologia, entre outras ciências sociais, procura encontrar explicações para a nova reconfiguração da classe média. Porque aqui chegámos? Quem nos trouxe para este estado de aperto asfixiante? Que consequências para os atores sociais? São al-gumas das muitas interrogações que se colocam ao mais comum dos cidadãos.

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Exclusivo

Apesar de muitos pontos positivos, a insustentabilidade acelerada trouxe, agora, o desespero.

A análise da estratificação permite uma descrição e caracterização entre os indivíduos e grupos, não só em termos de riqueza e propriedade, mas também ao nível de atributos como o género, idade, filiação religiosa, entre outras. Igualmen-te, é certo que nas sociedades modernas, os indivíduos e grupos gozam de acessos diferenciados a bens e serviços, consti-tuindo um fator diferenciador dos vários estratos sociais.

Apesar das correlações que possamos estabelecer entre conceitos, e ao contrário da estratificação, as classes sociais são fluidas, não hereditárias e não decorrem normalmente de uma posição herdada. A posição de classe de um indivíduo é alcançada, justificando uma mobilidade social de ascensão ou de declínio. Iden-tificar as fronteiras duma classe social é complexo, pelo que o processo mais comum reside no recurso às diferenças económicas, mas não só.

Profissão, cultura, padrões de consu-

mo, educação, círculos sociais, acesso a bens e serviços são igualmente algumas dimensões que nos permitem encontrar algumas explicações para a tipificação de classe média. Contudo, face à ausência de um consenso sobre um conceito delimi-tador, considero ser prudente que se possa enquadrar a classe média nos indivíduos que após o pagamento das suas despesas correntes (água, luz, habitação, telefone, etc.) ainda lhe resta algum dinheiro para alguma excentricidade, como passeios, cinema, ida a um restaurante ou algo que saia do circuito das necessidades básicas.

Aquilo a que assistimos hoje, e que aqui designo como asfixia, é o resultado duma diminuição drástica dos padrões de consumo, contribuindo para uma classe que oscila entre o mais e o menos: mais desemprego, menos consumo; menos vendas, mais encerramentos de empresas; menos espetativas, mais incertezas; mais desespero, menos crença no futuro.

Como compreender a estratificação social no atual contexto?

Num país que ronda os 10 milhões de habitantes, estima-se que dois terços da população se enquadram na classe mé-dia. O outro terço é composto por cerca de dois milhões de pessoas que vivem com cerca de 400 euros/mês, e os restantes, os ricos e muitos ricos, cerca de 250 mil famí-lias, que vivem com rendimentos anuais acima de 100 e 150 mil euros ano.

Ora, se associarmos a estes dois terços da classe média portuguesa, a título meramente estimativo, um rendimento médio familiar de 2000 euros, num casal com dois filhos, e se daí subtraímos 600€ para a prestação da casa, 300€ para o carro, 200 € para a educação dos filhos, 180 € para água, luz e telefone, 120 € para saúde e medicamentos, sobra a este agregado 600€ para a alimentação de um mês, combustível, vestuário, e rezar para que não ocorram imprevistos. O que nem sempre acontece!

Segundo a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, em 2011 foram penhoradas 19 casas por dia, significando um aumento de cerca de 18%, comparativamente com 2010. Por outro lado, o crédito mal parado com o consumo está a atingir valores históricos, a ver pela quantidade de bens penhorados e, igualmente, pela quanti-dade de oportunidades de negócios que observamos no contexto de austeridade

como, por exemplo, a proliferação de lojas de compra e venda de ouro e outros valores.

A pobreza envergonhada está hoje a atingir a classe média. Trata-se de famí-lias com rendimentos que não permitem suprir todas as despesas e que, de forma muito ténue, procuram ajuda junto de fa-miliares ou, em ultimo recurso, junto de instituições sociais. Por outro lado, apesar de não existirem números, assistimos também a um regresso dos filhos a casa dos pais, pela simples razão da insusten-tabilidade da autonomia financeira.

Perder um status social, materializado em casa própria, carro e poder de acesso a bens e serviços de forma quase irracional será outro dos processos de adaptação desta nova classe média pobre. Este simbolismo da mudança, mais de valor de representação social, assume, em meu entender, uma vertente patológica de não-aceitação de um novo modus viven-di, e uma readaptação inevitável.

Hoje, o procedimento é de reeducação da classe média. Menos consumo. Mais poupança. Menos dinheiro. Mais seleti-vidade nos gastos. Menos segurança no emprego. Mais investimento em outras competências transversais. O caminho é inevitável. A classe média como a sentimos nos anos noventa e inicio deste século está em mudança e reeducação.

Temos uma ”nova“ média. A classe média pobre

• Decréscimo da população empregada nos três grandes setores de atividade

• Redução do número de contratos a termo

• A população empregada diminui 1.5% relativamente a 2009

• Aumentou o número de famílias com

Alguns indicadoresprocessamento do Rendimento Social de Inserção

• Ligeiro aumento da taxa bruta de divór-cio

• Voltou a aumentar a idade média ao casamento

FONTE: INE, Indicadores Sociais -2010

10 23 Fevereiro ‘12

Exclusivo

A polémica sobre as dicotomias das relações laborais no “Anafados!” numa visão actual e clarividente.

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É nestes tempos de crise e consequente ex-acerbada luta política que ressuscita, de uma forma bastante histriónica, o maior problema, quanto a mim, da nossa já não tão jovem de-mocracia, ou lá o que é isto! Atrevo-me a abordar um assunto praticamente tabu na nossa sociedade que são as relações laborais. Vou procurar fazê-lo recorrendo à minha pro-verbial sensibilidade, que se aproxima muito da do paquiderme em loja de faianças.

É praticamente unânime nos tempos que correm, que quem manda, manda mal. E manda mal porquê? Porque, pelo estereótipo, é velho, é impreparado, é ganancioso, é mes-quinho, e se fecharmos os olhos completa-mos a imagem com um ser anafado e fuma-dor de charuto. Se lermos Saramago ou outro qualquer escritor “comprometido” acrescenta-

mos a isto mau hálito, e meia dúzia de taras, com predominância para as sexuais. Fica as-sim feito o retrato fiel e nada estereotipado do nosso patronato, essa corja de patifes que tem condenado este país à mais negra sina e ignóbil miséria (é neste momento que a linha Pureza do Bloco de Esquerda se ajoelha e persigna).

Segundo os mesmos critérios de avaliação os trabalhadores são jovens, pujantes, com uma irresistível vontade e capacidade de tra-balhar, que esbarra sempre na inevitável in-competência do patrão. Se juntarmos a tudo isto um vasto conjunto de fortes virtudes morais e cívicas, mais a emanação de um perfume natural que fica bem em qualquer situação e, cereja em cima do bolo, imbuídos da mais pura “ética republicana” (têm que perguntar ao poeta Alegre o que é, porque

”Anafados!“LuíS DArGentengenheiro Agrónomo

nos livros não vem), ficam assim reunidas todas as condições para partirmos para uma discussão séria e franca sobre as relações laborais.

Enquanto não entendermos a Empresa Moderna como uma custódia de Recursos,

que vão desde os Financeiros, Materiais, Tec-nológicos aos mais importantes, os Humanos, a coisa não augura nada de bom. Se reduz-irmos tudo a uma luta de classes em que as armas a esgrimir são o Trabalho e o Capital, estaremos a fazer uma caricatura ainda maior do que a dos parágrafos anteriores, remeten-do-nos para uma discussão completamente estéril e anacrónica.

A Gestão da Empresa Moderna passa ex-actamente por uma utilização o mais eficaz e eficiente possível de todos os Recursos dis-poníveis, e pela distribuição dos resultados da forma mais equitativa e justa, sempre com um olho na criatividade e outro na inovação permanentes.

Na Empresa Moderna não se trabalha para ninguém, trabalha-se com alguém!

Nas últimas semanas, enquanto a Europa atravessa momentos dramáticos e o País sofre as consequências das inevitáveis terapias em curso, muitos políticos e comentadores anda-ram entretidos com casos menores, dignos de simples conversas de café.

Primeiro, com as declarações do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho numa institu-ição de ensino superior em Odivelas. O termo “piegas”, aplicado ali num contexto especí-fico da educação e do grau de exigência que se pretende dos estudantes, saltou para os jornais e para as conversas públicas, como se fosse um insulto insuportável a todo o povo português.

Não vou perder muito tempo a rebater o ridículo da questão. Quem, de boa fé, ouviu toda a intervenção e compreendeu o contexto, percebeu o tom da frase e o sinal de exigência subjacente, numa área em que o facilitismo tem imperado.

Se o termo é duro, é apenas uma constata-ção da realidade. E nem sequer é caso inédito, na política portuguesa, este uso de palavras mais fortes e cruas. Jorge Sampaio, afir-mava inúmeras vezes que o seu combate à “lamúria”; Durão Barroso disse claramente, e com razão, que o país estava de “tanga”.

Estamos num país em que, com paninhos quentes e omissões, se foi escamoteando a realidade. Este governo e o seu líder em par-ticular, podem ter muitos defeitos mas certa-mente não terão um pecado capital: a falta de transparência e a alergia à verdade.

Depois, na questão da tão falada tolerância de ponto no Carnaval, dias depois, voltou-se a falar do que é secundário e a esquecer o es-sencial.

Se as tradições devem ser salvaguarda-das, nada a opor, temos de ter a consciência que estamos num ano atípico, em que outras prioridades se levantam. Se um dia de produ-

Do politicamente correcto à realidadecArLoS SezõeSGestor

tividade pode ajudar, é de todo prudente não prescindir dele - umas centésimas ou décimas no produto interno, no final do ano, não são de desaproveitar.

Os concelhos que têm tradição carnaval-esca e que fizeram investimentos fortes com fins turísticos podem perfeitamente, e bem, fazer a sua opção própria pela tolerância de

ponto com vista a aproveitarem esta quadra. É, aliás, o que foi feito.

O politicamente correcto teve o seu terceiro episódio na conversa entre o ministro das fi-nanças português e alemão - em que até, cu-riosamente, o tom e conteúdo da conversa era simpático para Portugal.

Muitas vozes ouviram-se, ora a criticar ora a exigir saber todos os pormenores de uma conversa reservada, ou a acusarem subser-viência, ou a quererem desde já a garantia de um tema que é ainda uma especulação: uma eventual flexibilização dos prazos e rigor da ajuda a Portugal.

Em suma, vejo demasiada gente a olhar para trás, a olhar para os pormenores e a defender o politicamente correcto. Preferia, pelo contrário, ver mais gente com os pés assentes na realidade, com uma visão de es-perança para o futuro e, já agora, de mangas arregaçadas!

“Se as tradições devem ser salvaguardadas, nada a opor, temos de ter a con-sciência que estamos num ano atípico, em que outras prioridades se levantam.”

“Segundo os mesmos critéri-os de avaliação os trabalha-dores são jovens, pujantes, com uma irresistível von-tade e capacidade de trabal-har, que esbarra sempre na inevitável incompetência do patrão.”

LUÍS MANUEL CAPOULAS SANTOS, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE ÉVORA:--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Faz saber, nos termos do n.º 1 do art.º 49 da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, alterada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, que convoca uma sessão ordinária da Assembleia Municipal de Évora para o dia 24 de Fevereiro de 2012, às 21,00 horas, a levar a efeito no Salão Nobre dos Paços do Concelho, com a seguinte

ORDEM DO DIA:1. Informação do Presidente da CME acerca da actividade do Município, bem como da situação

financeira do mesmo;2. Deliberação sobre o contrato de financiamento no âmbito do Empréstimo-Quadro (EQ) do Banco

Europeu de Investimentos (BEI), proposto pela CME;3. Deliberação acerca da proposta da CME para renovar a isenção total de pagamento de IMI e IMT,

concedida à HABÉVORA – Gestão Habitacional, EEM.;4. Deliberação sobre a proposta da CME referente à contratação de eventuais empréstimos de curto

prazo em 2012;5. Deliberação acerca da proposta da CME visando a sua adesão à rede para a Promoção das Cidades

Médias da União Europeia – CIUMED.Évora, 15 de Fevereiro de 2012

O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL Luís Manuel Capoulas Santos

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RadarAvis, terra de D. João i, foi sede da mais importante ordem Militar e emblemática dinastia portuguesa.

No coração do distrito de Portalegre en-contra-se uma localidade cuja importân-cia histórica para o território nacional é por vezes esquecida. Se hoje se debate com os problemas vindos da sua interio-ridade, Avis continua a ter à disposição um vasto património edificado e natural.

A vila de Avis, terra de D. João I, desem-penhou um papel de destaque na Histó-ria do nosso País, por ter sido a sede de uma das mais importantes Ordens Mili-tares e ter dado nome à mais emblemática dinastia portuguesa. A primeira referên-cia ao lugar de Avis em documentação medieval portuguesa data do século XIII, quando, no âmbito da Reconquista, ali foi sediada uma importante Ordem Militar que adoptou o mesmo nome. A Ordem usufruía, então, de um forte poder secular e religioso na vila, não tendo sido permi-tida a instalação de qualquer outra enti-dade religiosa, de forma a evitar a exis-tência de mais um concorrente na posse de bens e direitos.

A definição da origem de Avis não é, no entanto, consensual, uma vez que alguns documentos apontam para a preexistên-cia desta localidade em relação à Ordem Militar que ali se instalou, fazendo refe-rência à doação destas terras por Afonso II aos freires de Évora, em 1211, para que

História e património de AvisAvis concelho centenário do norte Alentejano rico de pa-trimónio histórico e natural

aí construíssem uma fortaleza e formas-sem uma povoação. Há ainda autores que consideram que os monumentos megalí-ticos existentes revelam que os primeiros povoadores terão ali chegado na Idade do Ferro. Existem também alguns registos alusivos a desvios das vias romanas até Avis, que remontam ao século X, o que re-velava já então a existência de um núcleo populacional. Em Avis subsistem ainda alguns vestígios islâmicos que apontam para a presença de comunidades muçul-manas neste lugar. Neste contexto, a doa-

ção das terras a uma entidade religiosa só pode ser entendida como forma de impor uma nova autoridade no âmbito de um longo processo de Reconquista, em que se procurou estender, progressivamente, a fronteira cristã a sul.

Apesar do passar dos séculos, da evolu-ção dos gostos e das mentalidades, Avis conserva ainda o traçado das ruas estrei-tas e algumas construções que testemu-nham a origem histórica da vila. Hoje caracterizada pelo casario branco, com faixas coloridas de amarelo ou azul, tem

Na exposição ‘O Sagrado e Profano’ que está patente na Igreja do Convento de S. Bento de Avis, será possível ao visitante o contacto com dois núcleos principais, um sobre a importância da Ordem Mili-tar de S. Bento de Avis e o seu estabele-cimento no território nacional, e outro destinado às festividades, muitas vezes reflexo de aculturação de cultos antigos que se perdem na origem dos tempos.

Do primeiro núcleo ressaltam os aspectos relativos à importância da Or-dem Militar no contexto da reconquista peninsular, passando pela fundação e o estabelecimento da mesma em territó-rio nacional, a orgânica interna da mes-ma e os seus reflexos na organização es-pacial do Convento. Aqui, contempla-se

a evolução do edifício desde o período medieval, passando pelas campanhas do renascimento, onde se destaca a obra mecenática de D. Jorge de Lencastre, até às campanhas maneiristas. Seguem-se depois as intervenções do período Barroco e o lavor de alguns mestres artísticos de reconhecido valor, onde se poderão observar algumas peças em exposição de confirmada qualidade artística. A alusão a antigos priorados da Ordem de Avis e às suas igrejas, bem como os programas artísticos que estiveram subjacentes às campanhas decorativas, permitem traçar o percurso desta sede de concelho com séculos de história.

O sagrado e o profano

no seu centro histórico tem muito para mostrar, como as ruínas do Convento de S. Bento de Avis, cuja origem remonta a 1211, o edifício hoje ocupado pelos Paços do Concelho, que fez outrora parte da re-sidência dos Mestres da Ordem de Avis, a Igreja Matriz e o Pelourinho. Do Castelo de Avis subsistem três das suas seis tor-res e alguns panos de muralha, adapta-dos para construções modernas: Torre da Rainha ou do Convento (junto às portas do Anjo e do Arco), Torre de Santo An-tónio (a ocidente) e Torre de S. Roque (a nordeste).

As características naturais de Avis fa-zem desta região o palco ideal para um vasto conjunto de actividades despor-tivas e de lazer ao ar livre, desde os sim-ples passeios pedestres, de BTT, de quad, ao ecoturismo ou à equitação. A escassos quilómetros da vila, a albufeira do Ma-ranhão e o Clube Náutico proporcionam, ainda, as condições ideais para a prática de diversos desportos náuticos como a na-tação, a pesca desportiva, a canoagem, o remo, o ski aquático, a vela, o windsurf e o kitesurf.

No mesmo concelho preze ainda uma visita Às freguesias rurais, autênticas montras no Alentejo profundo e tradicio-nal, onde a qualquer esquina se sujeita a encontrar um pedaço de boa conversa e um espírito de hospitalidade difícil de igualar. Alcórrego, Ervedal, Benavila e Aldeia Velha, são alguns dos pontos onde essa esperiência pode acontecer.

12 23 Fevereiro ‘12

A Química na melhoria da Saúde Humana, ao longo dos tempos, mesmo se a sua presença não é perceptível.

Radar

Numa obra notável intitulada “Ensaio de geometria social”, o demógrafo E. Todd mostra que na história das suces-sivas vagas de invasores em direcção às sociedades sedentárias (nomeadamente na Europa) se sucederam dois esquemas fundamentais e opostos.

O primeiro é o da predação: os invaso-res vencem, pilham, esgotam os recursos das populações sedentárias já instaladas e muitas vezes terão causado o seu exter-mínio, à míngua de meios de subsistência.

Os predadores deslocam-se então, in-variavelmente, para outras regiões povo-adas e repetem o processo, não podendo senão continuar a sua viagem visto que a sua subsistência assenta na extracção dos recursos das outras sociedades.

O segundo esquema é o da dominação que visa a exploração no longo prazo: os conquistadores impõem um regime de tri-butação que deixa aos vencidos pelo menos o necessário para subsistirem e se reprodu-zirem e, administrando embora os recursos em seu principal benefício, estabelecem um compromisso com os vencidos.

Este modelo corresponde bastante bem à dominação romana nos territórios do império. As populações dos territórios conquistados subsistem, e a história mos-tra que elas crescem nos quatro ou cinco séculos de romanização.

A dominação, embora violenta, impõe-se a si própria um limite, que é o da sub-sistência dos dominados, ao mesmo tem-po que produzem um excedente… para Roma. O modelo da predação descreve a relação dos povos nómadas, Germanos ou Hunos, por exemplo, com as populações que invadem.

Ora este modelo apenas é viável (do ponto de vista dos invasores) enquanto subsistem nalgum sítio “novas” popula-ções para conquistar e pilhar. É verosímil que as “grandes invasões bárbaras” te-nham começado por ser movimentos de predadores, antes de se transformarem em estabelecimentos de “administradores” (à maneira romana), tendo em conta o esgo-tamento dos espaços ainda disponíveis.

Em todos os sistemas sociais e a todas as escalas (no interior dum Estado, como entre Estados), são estes os dois pólos en-tre os quais se jogam as relações de força. Proponho a hipótese seguinte: quando o desequilíbrio de forças entre actores se torna excessivo, da “administração” (por exemplo romana), visando estabilidade no longo prazo, passamos para a “preda-ção” (“bárbara”), que conquista, destrói e passa para outra vítima.

E se o que está a ser designado como “crise” correspondesse ao regresso ao es-quema da predação?

José Rodrigues dos Santos

Antropólogo, Academia Militar e CIDEHUS, Universidade de Évora

19 de Fevereiro [email protected]

Um olhar antropológico

Predadores e conquistados: nómadas contra sedentários

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JoSé roDriGueS DoS SAntoS*Antropólogo

António Teixeira | DQUI da Universidade de Évora e Centro de Química de Évora

Química e Saúde A Saúde é um bem precioso para o Ho-mem. A Sociedade, tal como cada um de nós, investe grandes recursos para ga-rantir a Saúde e bem-estar, seja na sua prevenção, correcção ou manutenção. A Química sempre desempenhou um pa-pel central nesse esforço, desde o tempo das poções mágicas e das mezinhas, dos curandeiros e sacerdotes das tribos, até hoje quando o conhecimento acompa-nha e dirige a acção do Homem.

A Química tem tido uma participação essencial na melhoria da Saúde Huma-na ao longo dos tempos, mesmo quando a sua presença não é perceptível. Ela par-ticipa nas diversas fases da Saúde, desde a prevenção (desde a simples desinfecção e limpeza), ao diagnóstico, à manutenção e ao tratamento das diversas patologias, com o uso de fármacos.

MedicamentosOs seus antecessores eram mágicos: po-ções valorizadas por crenças e supersti-ções, obtidos por tentativa e erro, em ritu-ais de magia ou religiosos.

Egípcios, Gregos, Romanos e civiliza-ções orientais, e mais tarde os conquista-dores árabes, foram substituindo o sobre-natural pelo racional e a terapêutica foi evoluindo lentamente, espalhada com as conquistas e a escrita das doenças e das receitas. Depois, cruzaram os mares, transportados pelos nossos navegadores e pelos exploradores. Dos tempos da al-quimia ficou o espírito da descoberta, a vontade da invenção, sem reservas nem constrangimentos. Mas a medicina e a terapêutica mantiveram o carácter empí-rico até finais do século dezoito.

É com o advento da Química que nasce o conhecimento dos medicamentos usa-dos e com ela cresce um conjunto enorme de fármacos, disponíveis na terapêutica.

Química e SaúdeA Química continua a ser a grande fonte dos medicamen-tos para a Saúde Humana

Desde os meados do século XIX que os fármacos se foram movendo da periferia para o centro dos cuidados de saúde, assu-mindo um protagonismo cada vez maior.

Durante o século XX, com a explosão de novos princípios activos que a Quími-ca sintetizou ou extraiu, assistiu-se a um grande incremento de soluções terapêuti-cas para as diversas patologias. Surgiram os antibióticos, os fármacos que actuam no sistema nervoso central (antipsicó-ticos, ansiolíticos, antidepressivos), nos aparelhos cardiovascular, respiratório e digestivo, entre outros, até aos mais re-centes antivíricos, antineoplásicos e imu-nomoduladores.

O arsenal terapêutico entretanto desen-volvido, cada vez maior, mais completo e mais seguro, juntamente com os cuida-dos médicos e a melhoria das condições sanitárias, permitiram um aumento da qualidade de vida e da esperança de vida das populações.

EsperançaHoje a Química está presente na área da Saúde, em cada comprimido tomado, em cada colher de xarope engolida, em cada injecção administrada. Está presente na

prevenção, na identificação e no trata-mento das mais diversas patologias.

A Química (juntamente com diversas ciências) continua a ser a esperança e o caminho para os diversos desafios que as actuais ou as novas patologias apresen-tam. A obtenção de novos medicamentos ou de novos meios de diagnóstico passou da simples “tentativa e erro” para uma ci-ência que, com a participação da Quími-ca, os desenha, os desenvolve e os produz.

Hoje, a Química continua a ser a grande fonte dos medicamentos e a dar um contri-buto único para a Saúde e a qualidade de vida do Homem; mesmo que seja numa simples Aspirina, prepara-da pela primeira vez, por Felix Ho-ffmann, há mais de 100 anos…

José Gil foi o escolhido para a atribuição do Vergílio Ferreira 2012. Filósofo, ensaís-ta e professor universitário, José Gil rece-be este prémio devido à relevância do seu pensamento, “contributo singular para uma reflexão profunda sobre a identida-de do Portugal contemporâneo”. A ceri-mónia de entrega decorre a 1 de Março, data da morte de Vergílio Ferreira, na Sala dos Atos da Universidade de Évora.

Considerado pelo Le Nouvel Observa-teur como um dos 25 grandes pensadores do Mundo, José Gil é licenciado em Filo-

Prémio Vergílio Ferreira a José Gilo prémio Vergílio Ferreira foi criado pela universidade de évora, em 1997

sofia pela Faculdade de Letras de Paris, na Universidade da Sorbonne. Coordenou o departamento de Psicanálise e Filosofia da Universidade de Paris VIII em 1973. Lecionou Estética e Filosofia contempo-rânea na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lis-boa, bem como no Colégio Internacional de Filosofia de Paris e na Universidade de São Paulo.

Em 2004 publicou Portugal, Hoje. O Medo de Existir, a sua primeira obra es-crita diretamente em português. O livro fala do quotidiano de uma forma simples e acessível. Publicou diversas obras sobre temas tão diversos como Salazar, Fernan-do Pessoa, a Córsega, o corpo ou O Princi-pezinho, de Saint-Exupéry.

O nome de José Gil foi reconhecido

pelo júri, presidido pelo Prof. José Alber-to Machado, da Universidade de Évora e composto pelo diretor do Departamento de Linguística e Literaturas da UE, Prof. Fernando Gomes, pelo Prof. José Augusto Bernardes, da Universidade de Coimbra, pelo Prof. Mário Avelar, da Universidade Aberta e pelo crítico literário Prof. Anto-nio Saéz Delgado.

O prémio Vergílio Ferreira foi criado em 1997 com o objetivo de homenagear o es-critor que lhe dá o nome, Vergílio Ferrei-ra, e premiar o conjunto da obra de escri-tores portugueses relevantes no âmbito da narrativa e do ensaio. Atribuído pela primeira vez a Maria Velho da Costa e, em 1998, a Maria Judite de Carvalho que, a tí-tulo póstumo, recebeu esta homenagem da Universidade de Évora.

D.R.

D.R.

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cAS premiado nas áreas da arquitectura, turismo e educação é exemplo de visão e sucesso cultural.

Radar

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Em Novembro de 1999, a Câmara adjudi-ca ao Atelier Aires Mateus & Associados o estudo prévio e o projecto de arquitec-tura da Biblioteca / Centro de Artes que se inicia com o desmantelamento e de-molição do velhinho Cine-teatro Vasco da Gama e de estruturas adjacentes, ne-cessária para a construção do novo equi-pamento.

Câmara de Sines e Ministério da Cul-tura - Instituto Português do Livro e da Biblioteca assinam no Palácio da Ajuda protocolo para co-financiamento e in-tegração da nova biblioteca de Sines na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas e em Agosto de 2005, é inaugurado o pri-meiro espaço do Centro de Artes, a nova Biblioteca Municipal de Sines, a que se segue, em Novembro, o Centro de Expo-sições - com uma exposição de pintura e desenho resultante de uma residência da pintora Graça Morais em Sines - e o Auditório, com um espectáculo do Ber-nardo Sassetti Trio2.

Centro de Artes uma realidade desde 2005centro de Artes distinguido com vários galardões possui programação diversificada

Prémios atribuídos ao Centro de Artes

Prémios AICA/MC: ArquitecturaO Atelier Aires Mateus, tendo como prin-cipal motivação o seu trabalho no Centro de Artes de Sines, foi distinguido com o Prémio AICA / MC (Associação Interna-cional de Críticos de Artes / Ministério da Cultura) 2005. Os prémios foram entre-gues em Sines, em Maio de 2006, acompa-nhados de uma exposição sobre o tema.

Prémios ITP: menção honrosaO Centro de Artes de Sines foi distingui-do pelo Instituto do Turismo de Portugal (ITP), com uma menção honrosa, na cate-goria “obra”. A entrega decorreu no Mu-seu da Electricidade, em Lisboa, em Mar-ço de 2005. Os Prémios Turismo visam distinguir as melhores intervenções rea-lizadas em espaços públicos, localizados na envolvente de empreendimentos e recursos turísticos, que contribuam para o reforço do seu interesse.

Prémio Enor 2006O Centro de Artes de Sines, da autoria dos arquitectos Francisco e Manuel Aires Ma- teus, e as estações do Metro do Porto, da

autoria de Souto Moura, foram as obras vencedoras do Grande Prémio Enor 2006, entregue em Vigo, em Novembro de 2006.

Concorreram ao galardão 50 arquitec-tos portugueses e um total de 130 candi-datos a nível ibérico.

Prémio ContractAward - cat. EducaçãoOs arquitectos Manuel e Francisco Aires Mateus venceram o prémio alemão Con-tractAward na categoria Educação.

Sobre o Centro de Artes, o júri disse que “parece ter sido fundido, intencionalmen-te e com grande precisão, no comprimido contexto urbano da cidade”, salientando “a complexidade do conceito espacial: a engenhosa utilização da luz, a inteligen-te, mínima escolha de materiais, a disci-plina com que as diferenciadas funções são acomodadas, num grande e imponen-te espaço” (not. PÚBLICO 2007-01-19).

Nomeações

Prémio Mies van der Rohe 2007O Centro de Artes de Sines foi em 2007 uma das sete obras finalistas do “Mies van der Rohe”, prémio de arquitectura contemporânea concedido pela União Europeia, considerado o segundo mais importante da área em todo o mundo, imediatamente a seguir ao Pritzker, o “Nobel” da arquitectura contemporâ-nea.

Outros- Prémios FAD’06- Prémio de Melhor Obra Ibero-America-na de Arquitectura e Urbanismo 2006

Outras distinções

- Considerado um dos 10 melhores edifí-cios portugueses da primeira década do séc. XXI pelo jornal Expresso (2009-12-31)

Uma visão poética e exploratória da fo-tografia de paisagem até 4 de Março.

“Lava Walks” é um trabalho fotográfi-co sobre a experiência humana e mítica do lugar. Num território marcado pela vastidão, intensidade e grandes contras-tes, Teresa Huertas utiliza o seu corpo enquanto instrumento performativo e como interlocutor com as muitas facetas do género artístico da paisagem.

A natureza fotográfica da paisagem tem sido utilizada em experimentações muito diversas, desde o documental e científico ao domínio da manipulação dos territórios do natural enquanto su-porte para uma intervenção artística.

Neste conjunto de trabalhos, que to-mam como metodologia o conceito de série, Teresa Huertas evoca algumas das noções históricas do ideal estético da paisagem e a sua relação com o sujeito contemplativo, como no ideal românti-

co, mas repensa este legado ao introdu-zir a presença humana enquanto mode-lo operativo com o cenário natural.

O poder realista e documental da fo-tografia de natureza, género inscrito na história do meio, é desafiado nas suas potencialidades até simular um terri-tório estético bastante ambivalente que deambula entre o hiper-realismo e a ex-ploração poética e ilusória da paisagem. A exposição tem curadoria de Emília Tavares.

Teresa Huertas no CAS

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Pelo quarto ano consecutivo, a parceria HVME/Equimuralha irá realizar as JornadasHospital Veterinário Muralha Évora, este ano subordinadas aos temas “ProduçãoPecuária em tempos de crise - Novas Estratégias” e “Reprodução nos Equinos”.

A 4.ªedição das Jornadas, terá lugar a 2 e 3 de Março no Évora Hotel. Este evento, que tem como público-alvo sobretudo produtores, criadores e propri-etários de animais de produção e cavalos, mas também médicos veterinários e estudantes, exce-deu nos anos anteriores todas as expectativas superando os 300 participantes.

Devido ao sucesso do ano an-terior, mantém-se, este ano, o segundo dia das Jornadas, (3 de Março), com diversos seminários e workshops.

O Hospital Veterinário Mur-

alha de Évora (HVME) iniciou a sua actividade há 14 anos, na sequência de uma parceria en-tre três médicos veterinários. Em 2008 inaugurou as suas no-vas instalações, que incluem uma moderna área hospitalar para animais de companhia, um laboratório clínico de apoio aos vários sectores, uma área de apoio administrativo e uma área de formação.

Considerado um projecto inovador na área da prestação de serviços veterinários diferencia-dos, o HVME engloba serviços de elevada qualidade a ani-mais de companhia, animais de produção, animais silvestres e de zoo, e equinos.

A equipa do HVME e da Equi-muralha contam actualmente com um corpo clínico de 13 médicos veterinários, 3 enfer-meiros veterinários e 3 auxilia-

res de veterinária, e com o apoio de uma área administrativa constituída por uma gestora, 3 administrativos e 4 recepcionis-tas. Para além do serviço médi-co-veterinário prestado à comu-nidade, o HVME “entende que deve ter um papel importante na sociedade, nomeadamente através do desenvolvimento de diversas acções de formação. Nestas se inclui a organização anual das Jornadas do HVME, as quais devido ao seu sucesso são já uma referência na região”.

25 de Fevereiro

Centro de Artes e Espectáculos de Portalegre“Mútuo Consentimento” é o título do novo disco de Sérgio Godinho e promete ser um dos mais importantes da sua discografia. No ano em que passam 40 anos da edição de “Os Sobreviventes”, o primeiro álbum da sua carreira, Sérgio Godi-nho olha em frente e apresenta-nos um disco constituído por 11 novas canções como só ele nos sabe oferecer. A mestria de descobrir a musicalidade das palavras, tão caracterís-tica em Sérgio Godinho, pode ser reconhecida em temas como “O Acesso Bloqueado”, “Bomba-Relógio”, “Eu Vou a Jogo” ou em “Em Dias Consecutivos”.No palco, as novas can-ções e as outras, sem-pre actuais. Uma noite sem acesso bloqueado e em mútuo consenti-mento…

Hospital Veterinário Muralha de Évora promove jornadas

Evento

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A 4.ªedição, terá lugar a 2 e 3 de Março no Évora Hotel

Ovibeja promove “Fé nos bur-ros” A pensar nas crianças, no turismo e em novas funções ter-apêuticas A 29ª edição da Ovibe-ja, que este ano se realiza entre 27 de Abril e 1 de Maio, está em marcha.

Entre muitas outras novidades que estão a ser preparadas, “Fé nos Burros” é uma das inicia-tivas que traz à Ovibeja quatro burros para actividades dirigi-das especialmente às crianças, uma exposição fotográfica, um filme e um espaço de debate so-bre este velho companheiro do homem.

Num outro espaço da Ovibeja os mais novos podem ainda dar passeios de burro, sempre acom-panhados com monitores que levam os animais à rédea.

Uma ampla e muito ilustra-tiva exposição sobre o papel e importância do burro na sua relação com o homem vai ainda preencher uma praça da Ovi-beja.

A tradição aliada à moderni-dade e à inovação, a intercultur-alidade, a festa, o campo de mãos dadas com a cidade são alguns dos atractivos da Grande Feira do Sul.

OVIBEJA 2012

Beja

“Devido ao sucesso do ano anterior, mantém-se, este ano, o segundo dia das Jornadas, com diversos seminários e workshops.”