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A abrir a nossa edição de Natal, Eugénio Fonseca diz que enquanto tudo tiver preço em vez de valor «os mais frágeis ficarão de fora». E explica a “bolsa de ideias” para combate ao desemprego. 20 mil jovens do distrito já regressaram a casa dos pais pág. 5 ACTUAL A Direcção da Liga dos Amigos do Centro Hospitalar de Setúbal ofer- tou para os serviços de do- enças infecciosas e gastren- terologia da unidade um Ecógrafo Hitachi HI Vision Avius, no âmbito de um pro- tocolo com a Merck Sharp Dohme. A prenda deste Na- tal já está a funcionar em pleno. Pub. Pub. www.semmaisjornal.com Director: Raul Tavares Sábado | 22.Dezembro 2012 semanário - edição n.º 744 5.ª série - 0,50 € região de setúbal Distribuído com o Palmela acorda dívida à Simarsul de 4,4 milhões ACTUAL O município vai pagar já no próximo ano cer- ca de 5 por cento da dívida. Mas o plano faseado durará até 2018. A presidente Ana Teresa Vicente justifica o acumular da dívida com apertos de tesouraria. Liga do S. Bernardo dá prenda de 50 mil euros PÁG. 9 ABERTURA Págs. 2 e 3 PÁG. 8 Actual Beato leva EP a tribunal por más obras 9 Actual Sesimbra é a capital portuguesa do peixe 9 O SUL Jornal de debate e cultura Caderno Líder da Cáritas pede regresso dos valores Voltamos no dia 12 de Janeiro com a próxima edição renovada do Semmais DR DR

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Edição 22 de Dezembro

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A abrir a nossa edição de Natal, Eugénio Fonseca diz que enquanto tudo tiver preço em vez de valor «os mais frágeis ficarão de fora». E explica a “bolsa de ideias” para combate ao desemprego.

20 mil jovens do distrito já regressaram a casa dos pais pág. 5

ACTUAL A Direcção da Liga dos Amigos do Centro Hospitalar de Setúbal ofer-tou para os serviços de do-enças infecciosas e gastren-terologia da unidade um

Ecógrafo Hitachi HI Vision Avius, no âmbito de um pro-tocolo com a Merck Sharp Dohme. A prenda deste Na-tal já está a funcionar em pleno.

Pub.

Pub.

www.semmaisjornal.comDirector: Raul TavaresSábado | 22.Dezembro 2012 semanário - edição n.º 744 • 5.ª série - 0,50 € • região de setúbal

Distribuído com o

Palmela acorda dívida à Simarsul de 4,4 milhões

ACTUAL O município vai pagar já no próximo ano cer-ca de 5 por cento da dívida. Mas o plano faseado durará até 2018. A presidente Ana Teresa Vicente justifica o acumular da dívida com apertos de tesouraria.

Liga do S. Bernardo dáprenda de 50 mil euros

PÁG. 9ABERTURA

Págs. 2 e 3

PÁG. 8

ActualBeato leva EP a tribunal por más obras

9

ActualSesimbra é a capital portuguesa do peixe

9

O SULJornal de debate e cultura

Caderno

Líder da Cáritas pede regresso dos valores

Voltamos no dia 12 de Janeiro com a próxima edição renovada do SemmaisDR

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Abertura

Semmais - Alguma vez supôs que passados tantos anos de luta pela solidariedade social viesse a assistir a uma crise tão aguda como esta?Eugénio Fonseca - De forma nenhu-ma, o que prova que as estratégias não têm sido as mais adequadas. En-quanto se alimentarem níveis de de-sigualdade como os existentes não se conseguirá uma forte coesão so-cial que resista a crises da dimensão da actual. Com uma classe média tão frágil que tem no emprego a única fonte de rendimentos um país fica mais vulnerável à pobreza. É o que acontece agora. A solução está na mu-dança do modelo económico vigen-te. Enquanto a ganância pelo lucro

se sobrepuser ao respeito pelo direi-tos básicos dos seres humanos, e tudo tiver preço em vez de valor, os mais fragilizados ficarão sempre fora das condições dignas de bem estar. En-quanto a mudança não se dá, há cor-recções a fazer no combate à pobre-za. Cito apenas duas: não confundir este combate com luta contra os po-bres; intervir mais junto dos não po-bres e não só nos que o são. Na base de tudo está a convicção de que é pos-sível erradicar a pobreza absoluta e que ser pobre não é uma fatalidade mas uma injustiça.

Mas consegue vislumbrar similitu-des com a crise que assolou o distri-to na década de 80? O alastramento do desemprego e os salários em atraso são sem dú-vida as duas semelhanças mais evi-dentes. Bem diferente é a escala de incidência e a estratégia de inter-venção social.

Isso parece uma crítica contunden-te. Na verdade, parece anacrónica, com esse peso de dificuldades esta-rem a reduzir as plataformas de apoio, nomeadamente o RSI quem tem decrescido de forma notória…É óbvio que estamos perante um con-tra-senso. A continuar assim a situ-ação tornar-se-á insustentável. Sei que o Governo sozinho não conse-guirá resolver todos os problemas. É indispensável a participação da so-ciedade, através das suas organiza-ções. Mas não pode deixar-se somen-te à responsabilidade da solidarieda-de a superação das necessidades so-cioeconómicas. O povo tem sido mui-

to generoso, mas as carências estão a superar essa generosidade. Reafir-mo o que tenho vindo a dizer há mui-to: seria melhor levar mais tempo a superar o deficit, mas aliviar a dure-za da austeridade imposta aos por-tugueses.

Mas então que balanço faz dos apoios sociais nesta fase da gestão da crise?Relativamente aos apoios sociais do Estado tem havido um paradoxo al-tamente prejudicial. Por um lado, têm-se feito cortes em prestações sociais importantes, como referiu, por ou-tro, as IPSS conseguiram ver melho-radas as suas condições para a pres-tação de serviços aos seus utentes e a possibilidade de estenderem a sua acção a pessoas em situação de maior carência com a implementação das cantinas sociais.

Esse parece-lhe um bom projecto?Era inevitável. Mas os Centros Dis-tritais da Segurança Social continu-am sem capacidade de resposta. Os grupos de acção social, sem estatu-to de IPSS, não conta com qualquer tipo de apoio do Estado, conseguin-do ajudar milhares de pessoas – a grande maioria delas se não fosse esta ajuda viveria na miséria - apenas com os donativos que lhes são confiados pelos portugueses. Há até grupos des-tes que estão, por sua conta, a supor-tar os encargos com cantinas sociais e ainda tem que entregar ao Estado 23% das refeições que compra para distribuir.

Qual é a verdadeira situação social no distrito de Setúbal?É cada vez mais preocupante. A nos-sa gente não tem outras formas de subsistência que não seja o salário. Com mais de 54 mil desempregados, a nossa região tem um grande cute-lo sobre si. Os problemas são os mes-mos de todo o país: insuficiência ali-mentar; rendas de casa em atraso; di-vidas de electricidade, água, gás; im-

possibilidade de cuidados de saúde atempados e adequados, etc…

E essas dificuldades geram novas ondas de pobreza. Estamos a cami-nhar para patamares de indigências de que não nos lembraríamos que viesse a ocorrer?Sem dúvida. Como já disse, temos uma classe média muito frágil. O grande desafio é que as pessoas que desta classe não percam a auto es-tima nem o respeito por si próprias. Se se preservarem estes dois senti-mentos tudo farão para não cair na indigência. O desemprego não aju-da a manter o gosto por si próprio, dado que se perde estatuto social que, para muita gente é tão grave como não ter rendimentos. O que me preocupa é que, muitos dos de-sempregados de hoje, poderão não voltar a ter trabalho por conta de ou-trem. Urge começar, desde já, a en-frentar esta realidade, se não a po-breza extrema poderá ser a meta do caminho agora iniciado.

De que forma a Càritas Diocesana está a fazer face a esta catadupa de solicitações que não param de au-mentar?São as paróquias que mais estão a responder a essas solicitações. Por-que mais próximas das pessoas, es-tão em melhores condições de co-nhecer os verdadeiros problemas. A Cáritas, sempre que solicitada, apoia as paróquias nestas tarefas, canali-zando recursos financeiros ou fazen-do diligências que não estejam ao al-cance das paróquias. Para este efei-to, tem contado com recursos finan-ceiros provenientes do peditório pú-blico e colecta dos ofertórios das eu-caristias realizados na Semana Cári-tas; da Operação “Dez Milhões de Es-trelas –um gesto pela paz” e de dona-

tivos de particulares e de empresas.

Se não houvesse esta rede de soli-dariedade social seria o caos…Não tenho dúvidas. A protecção so-cial imediata tem sido, praticamen-te, assegurada pelas instituições de solidariedade social e por milhares de grupos de acção social que, em muitas zonas, ainda asseguram mais a necessária proximidade. Todavia, se houvesse uma maior articulação entre as instituições a rentabilidade das respostas seria maior.

A Diocese tem estado preparada para enfrentar este ciclo de crise?Tem feito tudo o que está ao seu al-cance. Mas não consegue dar res-posta a todos os problemas nem re-solver muito por inteiro. Não have-rá nenhuma entidade que o consi-ga sozinha. As situação são cada vez mais e de maior complexidade. Cada vez mais, a solução está no traba-lho em rede.

Nesta fase quais são os seus maiores receios no eventual agudizar da si-tuação e o que se poderia fazer para o evitar...O meu maior receio é que se acentue o desânimo e se instale a resignação. Para que isso não aconteça é urgen-te que se passe de uma politica ex-clusiva de austeridade para outro tipo de medidas que façam suscitar sinais de esperança e que justifiquem os sa-crifícios que têm sido impostos. Será também importante que as pessoas não se isolem, mas procurem juntar-se a outras para partilhar as suas de-silusões e expectativas. A manifesta-ção pública do desagrado é igualmen-te necessária, mas sem desordem pú-blica, ofensas à integridade moral ou física seja de quem for ou agressões ao património alheio e colectivo.

«Enquanto tudo tiver preço em vez de valor, os mais frágeis ficarão sempre de fora»Com um passado de luta contra os mais desfavorecidos, Eugénio Fonseca é o rosto da Cáritas Diocesana e uma das figuras singulares do nosso espectro regional. Amargurado com a crise, diz que «as carências têm superado a generosidade do povo».

O PRESIDENTE da Cáritas é um sobrevivente à gestão política. Tem imposto a sua personalidade às dife-rentes facções políticas que têm governado o país. «Foco a minha acção a minha acção, exclusiva-mente em dois princípios: a defesa dos pobres e excluídos e a cons-trucção do bem comum. Por isso, sempre procurei colaborar com todos os governos nas medidas de politica que me pareceram favo-recer estes dois princípios», afirma, contundente. E adianta: «Mais que os partidos que suportaram os governos, interessam-me as suas acções. Sempre que tem sido neces-sário discordar, não o tenho deixado de o fazer. Mas sempre e só numa atitude construtiva e não de oposição».

E diz nunca ter sentido o bichinho da política. Tenho o maior apreço por esta forma de exercer a cidadania. Lamento até que o povo se esteja a distanciar tanto da vida

politica. Compete aos políticos que a reconciliação aconteça e se evite que este divórcio se acentue ainda mais», sustenta. Eugénio Fonseca é muito claro: «É preciso trazer maior sentido ético para esta missão cívica, afastando as tentações de cliente-lismo e corrupção, bem como tornando mais credíveis as afirma-ções e as promessas».

E entrega a gestão futura da Cáritas Diocesana ao Bispado de Setúbal. «São muitos anos à frente da Cáritas, sinto que vai ser tempo de passar o testemunho a alguém que traga mais criatividade e outro tipo dinamismo. Tudo isto tenho equacionado com o senhor Bispo. Porque vivemos uma época tão difícil e sempre assumi o cargo como um serviço à Igreja e não a mim próprio, não imporei uma solução. Estou, há muito, disponível para passar o testemunho. Depende só do senhor D. Gilberto. Confio no seu discernimento».

Criticar os poderes de frente mas sem fazer oposição

A nível nacional, Eugénio Fonseca tem mais dois anos como presidente da Cáritas Portuguesa e mais um como presidente da Confederação Portuguesa do Voluntariado. «Depois

será o regresso à escola, onde sou professor efectivo e de onde vêm os meus únicos rendimentos. Mas o futuro a Deus pertence. A Ele e só a Ele confio o meu futuro», afirma.

Depois da Cáritas, o regresso à escola …

Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas, em entrevista exclusiva

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O presidente da Cáritas, Eugénio da Fonseca está a preparar um pro-jecto dirigido aos desempregados da região, que preconiza a criação do seu próprio posto de trabalho. Numa altura em que uma média de 16 pessoas perde o emprego to-dos os dias, o dirigente alerta, em entrevista ao Semmais, que é em tempo de «profunda crise» que é preciso tomar medidas para com-bater o flagelo a falta de trabalho no distrito de Setúbal, pelo que a designada “Bolsa de Ideias” surge entre as prioridades da instituição para reduzir a taxa de desempre-go quando as filas de carenciados se avolumam nas várias delega-ções sadinas da Cáritas.

Que projecto é este que a Cáritas propõe e que visa que a população desempregada avance para a cria-ção do seu próprio posto de tra-balho em tempo de crise?É precisamente por causa da crise. Nós temos razões para auxiliar cada vez mais pessoas a quem está a fal-tar o essencial para a sua subsistên-cia. Os nossos recursos, materiais e humanos, têm estado canalizados para aquilo que são as respostas imediatas às necessidades das pes-soas. Mas isso não nos deixa de des-focar no essencial, porque sabemos que as cada vez mais elevadas situ-ações de carência resultam do de-semprego.

E o autoemprego será a saída nes-ta fase crítica no distrito de Setúbal?Pensamos que pode ser uma solu-ção, numa altura em que já está dito que cerca de 90% destes desempre-gados correm o risco de não volta-rem a ter emprego por conta de ou-trem. E a verdade é que até já se diz que há pessoas que poderão nun-ca ter trabalho, nem sequer o pri-meiro emprego concedido por ini-ciativa de terceiros.

Como é que vai funcionar este pro-jecto?É a alternativa para que as pessoas desempregadas se juntem e criem o seu próprio posto de trabalho. No fundo, é uma hipótese de porem em

prática o empreendedorismo para arranjar um ramo de negócio.

Mas isso requer também vocação empresarial…Sem dúvida. Vamos criar grupos de entreajuda social, que estamos a tentar disseminar pelo país. O ob-jectivo é o de que possam partilhar os seus projectos e dificuldades. Também podemos dar apoio à cons-tituição desses grupos, desde que haja sete a dez desempregados que se queiram juntar e alguém que quei-ra assumir a responsabilidade de animar estes grupos. É a partir daí que podemos ajudar as pessoas a encontrarem um caminho.

E o financiamento?Precisamos de ideias para estudar a sua viabilidade e se chegarmos à conclusão de que a pessoa tem con-dições de empreender e da viabili-dade da ideia, então, podemos ir com ela às entidades de financiamento.

Já há algum estudo sobre a viabi-lidade desta aposta?Já temos algumas coisas interes-santes, partindo de experiências fei-tas no país, que são essenciais, para não surgimos que algo que esteja desfasado do que já se faz e fez em Portugal. Mas também estudámos alguns casos além-fronteiras. Ago-ra estamos a reunir as experiências que se perfilam mais viáveis.

E qual é o passo seguinte?Temos que ir para o terreno para

perceber, junto dos actores locais, seja económicos, sociais ou cul-turais, qual é a sua sensibilidade. Precisamos de saber que ideias já tiveram e porque é que não a con-cretizaram. No fundo, importa sa-ber o que tem faltado, para con-seguirmos fazer uma correcta ava-liação dos passos a dar para con-seguirmos viabilizar esses projec-tos e outros que possam surgir. Concluído este estudo, estaremos em condições de avançar com a bolsa de ideias de investimento à sociedade portuguesa, para que as pessoas comecem a pensar em criar o seu próprio posto de tra-balho.

Tendo em conta que qualquer ramo de negócio é sempre um risco, ain-da mais face ao actual estado de coisas…Como em tudo, o sucesso depen-de sempre de conjunturas interna-cionais. Numa segunda fase vamos apresentar propostas ao Governo, no sentido de se criarem platafor-mas regionais de comercialização que assegurem o êxito das empre-sas. O que queremos evitar é que as pessoas caiam no perigo de se focalizarem apenas em projectos que são mais fáceis de executar, como restaurantes, cafés ou cabe-leireiros. Gostaria de deixar claro que não se trata de fornecermos às pessoas qualquer linha de finan-ciamento.

Roberto Dores

Como vai ser “Bolsa de Ideias” da Cáritas no combate ao desemprego

O líder da Cáritas não pára, entre os afazeres no terreno e as múltiplas iniciativas a que é chamado.

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Estamos a chegar a mais um fim de ano. Claro que quando esta edição chegar às bancas já ficou dissipada a ideia que evoca o mais ‘tenro’ misticismo, nomeadamente de que este paraíso do Homem se havia esfumado. Ontem, na verdade, pela ordem das refregas do espírito teria sido o fim do mundo.

Mas afinal estamos vivos e bem vivos. Se assim não fosse não estaríamos hoje à mercê das peregrinas aventuras dos seres humanos que detém todos os poderes da nossa ordem terrena. Desses que fazem navegar as nossas vidas no imenso mar agitado e nas turvas águas da realidade. Essas sim, bem palpáveis e bem sentidas.

Estamos bem vivos e não sem sofrimento, porque dessa tormenta não nos livraremos tão cedo, enquanto a ganância e a selvajaria ditarem as seres regras e os seus ditâmes.

Mas é também tempo de esperança. Não nos outros, mas em nós próprios e nos ensinamento da História,

que, quantas e quantas vezes, nos troca as voltas, para o bem e para mal.

E é bom que estejamos vivos e com esperança, porque é o que nos resta para podermos, vivinhos-da-silva trocar as voltas ao malfadado destino que se nos espera nos próximos anos.

Afinal, foi sempre o credo nos homens que nos fez avançar. E só por essa via o conseguiremos fazer. Acreditando ser possível e fazendo por isso.

E se o destino do mundo não nos quis eclipsar, é sinal de que ainda nos faltam caminhos em frente. E assim faremos, à espera de outros avisos proféticos de que a comporta da vida se vai fechar.

N.D. Como sempre no final de cada ano, vamos proceder a uma paragem técnica. Desta feita para alterações gráficas, remodelação da gestão editorial e preparação de novos projectos. Tudo isto honrando as tradições de inovação e empreendedorismo da marca Semmais.

Entre as profecias e a realidade ...

Editorial // Raul Tavares

ficha técnica

Director: Raul Tavares; Editor-Chefe: Joaquim Guerra; Redacção: Anabela Ventura, Bruno Cardoso, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Dinis Carrilho. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. Email: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Tel.: 265 538 810; Fax.: 265 538 813. Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Bolsade Terras: Um novo paradigma

Pedrodo Ó Ramos*

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Câmara Municipal de Sesimbra

Hasta Pública de cessão de exploração do snack-bare minimercado do Parque Municipal de Campismo

do Forte do Cavalo – sito no Porto de Abrigo, em Sesimbra

A hasta pública de cessão de exploração do snack-bar e minimercado do Parque Municipal de Campismo do Forte do Cavalo realiza-se no dia 24 de janeiro de 2013, às 10.30 horas, no Auditório Conde de Ferreira, em Sesimbra.A base de licitação é de 100,00 € (cem euros). A cessão de exploração tem o prazo de 8 meses.Os interessados deverão apresentar as propostas por correio, sob registo em sobrescrito fechado ou em mão, na Divisão de Gestão de Aprovisionamento e Património da Câmara Municipal de Sesimbra, no edifício Âncora, Avenida 25 de Abril, n.º 9 M, 2970-634 Sesimbra, até às 15 horas, do dia 23 de janeiro de 2013.Podem intervir na praça apenas os interessados que tiverem apresentado propostas, ou os seus representantes, devidamente identificados, e, no caso de pessoas coletivas, habilitados com poderes bastantes para arrematar.Se não tiver havido propostas antes do ato da praça, poderá ser adjudicado provisoriamente ao apresentante da melhor proposta, que surja durante aquela, por preço nunca inferior à base de licitação.No ato público da hasta pública será adjudicada provisoriamente a cessão de exploração do snack-bar e mini-mercado do Parque Municipal de Campismo do Forte do Cavalo a quem tiver oferecido o preço mais elevado, havendo lugar ao pagamento correspondente ao valor da adjudicação.As despesas e encargos inerentes à redução do contrato a escrito, bem como os impostos legalmente devidos pelo adjudicatário são da responsabilidade deste.Os Elementos do Procedimento encontram-se disponíveis para consulta ou aquisição na Divisão de Gestão de Aprovisionamento e Património, nos dias úteis, das 9 às 12.30 e das 14 às 17.30 horas, até à data e hora limite de entrega de propostas.

Edital

CARLOS RABAÇAL, VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DO CONCELHO DE SETÚBAL:

FAZ PUBLICO QUE, no uso de competência delegada pelo Presidente da Câmara, desconhecendo-se o para-deiro do Sr. António Paulo Rodrigues Pinto e nos termos do artº 70º do CPA, procede-se à notificação edital, nos seguintes termos:O Município de Setúbal na qualidade de senhorio, por despacho do Sr. Vereador do Pelouro datado de 04/12/2012, vem comunicar a V. Ex.ª a resolução do contrato de arrendamento da habitação social sita na Rua do Antigo Olival, nº 8- A 21, em Setúbal, por não uso do locado por um período superior a 1 ano, nos termos do nº 2 alínea d) do artº 1083ºdo NRAU.Mais se informa que nos termos do artº 101º do Código do Procedimento Administrativo concede-se um prazo de 10 dias (úteis) para se pronunciar, querendo, ao abrigo da audiência prévia. Findo o prazo e caso não haja uma resposta da parte de Vª Exª, considera-se que nada tem a opor.Para constar se lavrou o presente edital e outros de idêntico teor que vai ser afixado nos lugares públicos do costume e na última morada da mesma, sita na Rua do Forte da Bela Vista, 2- E 22, em Setúbal.

O VEREADOR,

Carlos Alberto Mendonça Rabaçal

NATAL de JESUS CRISTO

Jesus no presépioé o Salvador, prometido por Deus.

Celebrar o Natal é acolhê-Lo de coração escancarado

e é oferecê-Lo com gestos de esperança aos que vivem sem esperança.

Jesus no presépioé Deus feito homem, a ligar Céu, Terra e toda a criação,

libertando o homem da solidão do pecado.Celebrar o Natal

é acolhê-Lo na oração e é tornar-se instrumento de comunhão na Igreja, na

família e no mundo.

Jesus no presépio é Deus a fazer-se 'pequenino' para caber em toda a

parte sem incomodar.Celebrar o Natal

é purificar o coração do egoísmo e fazer-se 'pequenino'

para estar junto dos mais pobres, de qualquer pobreza, a fim de encher o seu coração do amor que dá encanto

à vida e que eleva ao Céu.

Jesus no presépioé Deus connosco: verdadeiro Deus e verdadeiro

homem.Celebrar o Natal

é reconhecê-Lo, como Deus, na fé,é escutar a Sua mensagem no silêncio do coração

e é anunciá-Lo como tesouro único, com novo ardor e com novos métodos.

Neste Natal, antes da Ceia da fé, da esperança, do amor e da Festa,

vamos recitar o credo da fé da Igreja e convidar Cristo, presente em alguém em solidão,

para a nossa mesae /ou privar-nos de alguma coisa para partilhar

com uma instituição particular de solidariedade social ?

SANTO NATAL 2012 .

+Gilberto, Bispo de Setúbal

Perante os actuais desafios colocados à economia portuguesa,

exige-se que se equacionem novas procuras de poten-cialidades do conjunto do território nacional.

A multifuncionalidade do território rural constitui um desafio na procura de novas utilizações. O tipo de agricul-tura que faz sentido estimular, manter ou desenvolver deve ter em conta a dinâmica do espaço rural e a sua dimensão, pois o papel da agricultura prende-se não apenas com a sua contribuição para as várias dimensões, económica, social e ecológica mas também com a capacidade de os vários factores suportarem os diversos tipos de agricultura.

Nas últimas décadas tem-se frequentemente refe-rido o abandono agrícola e rural como causa pela fraca produtividade e competitivi-dade da agricultura nacional. Contudo, parece haver uma distorção propositada da reali-dade numérica do sector, aliada a uma falta de clareza no conceito de abandono.

Na realidade, o carácter dinâmico do mundo rural e rumo das políticas agrícolas públicas levou a que se clas-sificasse de abandono o que na realidade não o é.

Contudo, julga-se que existem políticas públicas adequadas que podem conduzir a uma intensa dina-mização de algumas terras agrícolas. De facto, existem instrumentos de política que podem potenciar os nossos recursos naturais. Desde logo, a disponibilização das terras privadas ou do Estado, de forma voluntária, para arren-damento por terceiros –

através de uma Bolsa de Terras. A Bolsa de Terras cons-

titui uma forma de rentabili-zação das terras agrícolas cujos proprietários não possam, não queiram ou não tenham capacidade para as utilizar. Para o PSD o seu papel deverá ser, no caso dos privados, essencialmente agregador da oferta, promo-vendo o conhecimento das terras disponíveis. No caso das terras de natureza pública, a entidade gestora da bolsa de terras deve promover um processo transparente e obje-tivo na atribuição das terras, cuja finalidade passa pela promoção de um melhor ordenamento do território, através do redimensiona-mento das unidades produ-tivas agrícolas e florestais, da instalação de novos agricul-tores, do rejuvenescimento da população e combate ao êxodo rural, do aumento da viabilidade técnica e econó-mica das explorações e da melhoria dos indicadores económicos do sector agro-alimentar e da nossa balança de transacções.

Trata-se, pois, de um elemento ao serviço do desen-volvimento da agricultura portuguesa, com capacidade de intervir na estrutura produ-tiva nacional.

É com satisfação que regis-tamos o intenso e alargado debate em sede de comissão parlamentar, na Assembleia da República, que torno deste tema, promovido pela apre-sentação de diferentes inicia-tivas, que congregaram num diploma legal, que recente-mente foi publicado no Diário da República.

Deputado do PSD*

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Actual

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Mais de 20 mil residências estão hoje sobrelotadas no distrito numa ‘migração’ forçada que atesta bem a realidade

Crise na região provoca mega regresso à casa dos pais

É o mais recente «teste-munho» da partida que a crise provocou no distrito.

Mais de 20 mil residências estão hoje sobrelotadas, porque os jovens casais da região foram obrigados a regressar a casa dos pais ou a alugar aparta-mentos em conjunto com outras

pessoas, para continuarem a ter um tecto onde viver. A drás-tica quebra de salários e, sobre-tudo, o desemprego, deixou muitas famílias sem alternativa, agra-vando também o fenómeno das habitações vazias. A região terá hoje mais de 50 mil casas desocupadas, segundo dados de agentes imobi-liários do distrito.

Miguel Sabrosa é hoje um homem «mais resignado» com o regresso ao bairro da Bela da Vista, onde há 31 anos nasceu. Foi por ali que cresceu, assistindo «às dificuldades dos pais», recorda, mas sempre alimentando a esperança de um dia ter a sua própria casa. «Comecei a trabalhar aos 19 anos na construção, na espe-rança de juntar dinheiro para ter uma vida melhor e até consegui», admite ao Semmais.

Há seis anos arrendou casa na Quinta do Conde, casou e é hoje pai de dois filhos. Mas a

derrapagem chegou ainda em 2011, quando deixou de ter emprego fixo, baixando de um

salário acima de mil de euros para menos de 500.

«Não tivemos hipó-teses. A mulher não trabalha há dois anos e tivemos que aceitar a proposta dos meus pais para

regressar à Bela Vista. Eu até gosto do meu bairro

e tenho cá bons amigos. O problema é ter sido pelo motivo que foi», lamenta este homem.

De 4 assoalhadaspara apartamento T2

Miguel, que passou de uma casa de quatro assoalhadas, para um apartamento com dois quartos, onde vivem os pais e uma irmã com um filho, admite estar a equacionar emigrar, mas ainda não sabe para onde. O seu exemplo é apenas mais um entre tantos outros, seja no bairro da Bela Vista, seja no que resta da região, como sucedeu

também ao casal José e Cris-tina Teixeira, pais de dois meninos, que também admitem ter posto o «orgulho para trás das costas», a partir do momento em que José perdeu o emprego. Decorria o mês de Abril quando este homem, de 34 anos, ficou sem trabalho e sem direito a qualquer subsídio, levando ao limite as dificul-dades da casa. Cristina já estava sem trabalhar desde Novembro de 2011.

Até têm casa própria, cedida pela avó de Cristina, mas não havia como pagar as despesas. «Cortaram-nos água, luz, gás e televisão e deixámos de ter condições para viver no bairro do Viso», lamenta, cedendo às pressões dos pais para que regressassem à rua do Moinho, no bairro da Bela Vista, onde cresceu, mas não queria voltar.

Duas portas ao lado, Luís e Paula Mendes quase repetem a história, com a agravante de terem sido obri-gados a entregar a casa ao

banco, quando a construção civil deixou o homem de 29 anos sem qualquer rendi-mento. Com um filho nos braços, o casal regressou em

Janeiro. «Os meus pais foram espetaculares, mas eu pensava que isto já não era para nós, porque a vida corria bem até há um ano atrás», lamenta.

Pároco alerta para agravamento social

O padre Constantino Alves, responsável pela Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, que presta apoio a centenas de carenciados, conhece a nova realidade imposta pela crise, com o regresso de jovens casais às casas de familiares, alertando que se trata do mais recente sinal do «agravamento social» na região.«Além dos casais que regressaram às casas dos pais nos últimos tempos, temos tido também muita gente que se apresenta aqui para pedir apoio para pagar rendas de casa, água, luz e gás. São

pessoas desesperadas que aumentam todos os dias», lamenta o pároco, revelando que, hoje em dia, o atendimento social – que decorre duas manhãs por semana – recebe uma média de 20 pessoas por dia sendo que 40% dos utentes recorrem a este apoio pela primeira vez.«São pessoas que quando aqui chegam já vêm atoladas de dívidas e a precisar de apoio de alimentos, seja no restaurante social, seja na recolha de alimentos para confeccionar em casa, porque já temos situações de fome», assevera Constantino Alves.

Os dados são arrasadores. Mais de 20 mil jovens ou famílias do distrito regressaram à casa dos pais. Quebra de salários e sobretudo o desemprego ditaram este novo destino.

:::::::::::: Roberto Dores ::::::::::::

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Município de Alcácer do Sal

E D I T A LA Vereadora do Pelouro da Divisão de Planeamento e Gestão Urbanística da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, faz saber, pelo presente, que correm éditos de 30 (trinta) dias para que os eventuais interessados que mostrem interesse direto, fundado e legitimo, relativamente à titularidade do lote nº. 11, do Loteamento de Iniciativa Municipal, denominado por “Carrasqueira 6”, Freguesia da Comporta, assinalado em planta anexa, venham por meios adequados e expeditos, dizer o que tiverem por conveniente.Não havendo interessados a reclamar a titularidade do lote, dentro do prazo concedido, a CMAS, após os formalismos legais para o efeito, procederá à alienação do lote mencionado a favor dos Herdeiros de Hermínia Bacalhau Gonçalves.Publique-se a afixe-se nos locais devidos.

Paços do Concelho de Alcácer do Sal, 11 de Dezembro de 2012

A Vereadora do Pelouro(Isabel Cristina Soares Vicente)

Pub.

A OPOSIÇÃO em bloco chumbou na Assembleia Municipal de Setúbal o orça-mento da câmara municipal para o ano de 2013, que ascendia a 128,2 milhões de euros, menos 4 milhões do que no ano anterior. Em declarações ao Semmais, a presidente da autarquia, Maria das Dores Meira, lamentou que a oposição «não saiba o que quer» e acusou todos os partidos políticos de estarem já com os olhos postos no ano elei-

toral autárquico que se avizinha.

Segundo a edil, o BE decidiu mudar de posição na passada reunião da Assembleia Municipal de Setúbal, votando contra o documento, por considerar que assim estava a mostrar a sua desaprovação face à Lei das Finanças Locais. «Se o problema principal é a questão do empolamento das receitas, como argu-mentou o PSD, a câmara vai ficar com o orçamento de

132 milhões de euros do ano anterior, ou seja, um completo contra-senso», acrescentou.

Maria das Dores Meira disparou igualmente críticas à bancada do PS, lamentando que os socialistas continuem a enveredar «por um caminho de ataque, que vai contra o desenvolvimento do município». «Votaram contra o Alegro, contra o convento de Jesus e nada fizeram pelos mercados, cemitérios, habitação social

e infra-estruturação da cidade enquanto estiveram vários anos no poder», lembrou a autarca.

O CDS-PP votou igual-mente contra o documento, que mereceu apenas luz verde por parte da bancada comunista e da presidente da Junta de Freguesia de São Lourenço, a independente Celestina Neves. Até ao fecho desta edição do Semmais, a presidente da Câmara Muni-cipal de Setúbal não tinha decidido se iria, uma vez

mais, submeter o documento a discussão, numa última tentativa de o aprovar para 2013.

As linhas-mestrasdo documento

Segundo a proposta do orçamento camarário para 2013, a autarquia estimava que o volume de investi-mento em 2013 ascendesse a 6 milhões de euros, dos quais 2 milhões seriam oriundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional, quantia que suportaria, entre outros, o programa de Regene-ração Urbana da Bela Vista e Zona Envolvente, o projecto integrado de protecção civil e socorro, a recuperação do convento de Jesus e a construção da

escola do bairro Afonso Costa. A despesa global sofreria uma diminuição de 3 por cento, apesar dos aumentos com os juros e a aquisição de bens e serviços. Do lado da receita, previa-se um aumento de 177 mil euros face a 2013, para um total de 31,9 milhões de euros.

Bruno Cardoso

Chumbo do orçamento agita universo político sadino

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBALDO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES

Certifico narrativamente que, por escritura de vinte de Dezembro do ano de dois mil e doze, lavrada de folhas vinte e nove e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número cento e sessenta e seis-A, deste Cartório CASIMIRA DE JESUS ALVES CALIXTO, natural da freguesia de São Sebastião, concelho de Setúbal, divorciada, com residência habitual na Rua das Salinas, número 16, Mourisca do Sado, Setúbal, contribuinte fiscal número 162028873, rectifica a escritura de vinte e dois de Março de dois mil e dez, lavrada a folhas cento e quarenta e sete e seguintes, do livro número cento e vinte-A, do Cartório Notarial a meu cargo, no sentido de ficar a constar que deveria ter figurado o artigo 106, da freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, como artigo usucapido, e não o artigo 685.

ESTÁ CONFORME.Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves,

aos vinte de Dezembro do ano de dois mil e doze.

O Notário,João Farinha Alves

(Lic. João Farinha Alves)

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBALDO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES

Certifico narrativamente que, por escritura de vinte de Dezembro do ano de dois mil e doze, lavrada de folhas vinte e seis e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número cento e sessenta e seis-A, deste Cartório IRMANDADE DA ORDEM TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO, com sede na Avenida Vinte e Dois de Dezembro, número 19, na freguesia de São Julião, do concelho de Setúbal, com o número de identificação de pessoa colectiva número 501299823, justifica ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrém, de um prédio urbano composto de igreja, loja e primeiro andar para habitação, e suas dependências, com a superfície coberta de cento e noventa e oito vírgula dezassete metros quadrados, e logradouro com a área de setecentos e trinta e três vírgula quarenta e quatro metros quadrados, situado na Avenida Vinte e Dois de Dezembro, número 19, na freguesia de São Julião, do concelho de Setúbal, que se encontra inscrito sob o artigo 749 da freguesia de São Julião, com o valor patrimonial de 2.756,91€, constando como titular do referido artigo matricial a Irmandade da Ordem Terceira de São Francisco de Setúbal, ora justificante. Que, no tocante ao registo predial, não se encontra descrito na Primeira Conservatória do Registo Predial de Setúbal.

ESTÁ CONFORME.Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves,

aos vinte de Dezembro do ano de dois mil e doze.

O Notário,João Farinha Alves

(Lic. João Farinha Alves)

Pub.

Dores com gestão política difícil

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O Executivo da Junta de Freguesia de Palmela

Deseja a todos os fregueses um Feliz Natale um Ano de 2013 muito próspero.

O Executivo da Junta de Freguesia

A CÂMARA Municipal de Palmela vai pagar até 2018 toda a dívida que tem para com a Simarsul (Sistema Integrado Multimunicipal de Águas Residuais da Penín-sula de Setúbal) referente à facturação dos anos 2011 e 2012. A dívida ultrapassa os 4,4 milhões de euros. A autar-quia vai pagar 5 por cento deste valor já a partir de 2013, percentagem que deverá aumentar gradualmente até 2017 e 2018, anos em que a edilidade terá de liquidar, no conjunto, metade deste

montante, ou seja, 2,2 milhões de euros.

A presidente da autar-quia, Ana Teresa Vicente, justifica o acumular da dívida pela «diminuição das dispo-nibilidades financeiras muni-cipais de 54 milhões de euros em 2009 para 41 milhões em 2012», uma consequência directa da quebra superior a 3 por cento no conjunto dos impostos directos e das transferências do Orçamento de Estado. «Em simultâneo, os encargos resultados da facturação anual da Simarsul

aumentaram, nesse mesmo período, cerca de 500 mil euros», lembra a edil.

Na última reunião de câmara, onde este plano de pagamentos foi aprovado e submetido ao crivo da Assembleia Municipal de Palmela, Ana Teresa Vicente lembrou que os municípios da península «foram empurrados para este sistema com a promessa vã de que poderiam concorrer aos fundos de coesão, coisa que ainda hoje não acon-teceu». «Para agravar a situ-

ação, o problema relacio-nado com a dupla concessão do município de Setúbal não foi resolvido, não influenciando assim positivamente as tarifas», lembrou a autarca.

Municípios querem conti-nuar a viabilizar Simarsul

A proposta apresentada pelo conselho de adminis-tração da Simarsul inclui também um plano de paga-mentos de facturas a emitir. «Este plano enquadra-se na

posição unânime dos oito municípios que integram a empresa no qual se menciona a disponibilidade dos municípios de continuar a viabilizar a Simarsul, nos pressupostos políticos e económicos que levaram a Águas de Portugal e todos os municípios a aderirem ao multimunicipal de sanea-mento e à constituição da empresa», lê-se na proposta da Câmara Municipal de Palmela.

Bruno Cardoso

Palmela e Simarsul acordam dívida de 4,4 milhões

O SECRETÁRIO de Estado-Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional considera que o investimento de 30 milhões de euros feito pela Decathlon em Setúbal na criação de um centro de aprovisionamento logístico é um «exemplo bem elucidativo daquilo que o Governo quer para o cresci-mento da economia nacional». Em causa, está o facto de a infra-estrutura ter ficado concluída «apenas um ano e dois meses» depois de o governante ter puxado o dossiê para o topo das suas prioridades, desbloqueando o processo «que andava há anos a ser mastigado».

Durante a inauguração da infra-estrutura, António Almeida Henriques gabou assim o investimento feito pela multinacional e salientou os seus efeitos indutores ao nível da criação de emprego, no aumento das exportações nacionais e no crescimento

da economia portuguesa. «Queremos, com este conjunto de reformas que estão a ser feitas a nível dos vários tipos de licenciamento, inclusive do ponto de vista ambiental, ser mais amigos dos investidores, porque Portugal não se pode dar mais ao luxo de perder estes inves-timentos», sublinhou, em declarações ao Semmais.

Maria das Dores Meira, presidente da Câmara Muni-cipal de Setúbal, reafirmou igualmente o compromisso de querer «continuar a reunir condições para atrair novos investidores» para o muni-cípio, lembrando os 110 milhões que o grupo Immo-chan se prepara para investir com o novo Alegro Setúbal. A edil lembrou igualmente os 2 milhões de euros de esforço municipal na criação da nova avenida José Saramago, uma via estruturante do polo comercial do Monte Belo Norte, onde a nova unidade

logística da Decathlon está agora localizada. «Não somos uma ilha e este projecto reforça a mensagem de que só com investimento e arrojo se conseguirá ultrapassar as dificuldades impostas pela crise», asseverou.

Nova loja deve abriraté Julho de 2013

O centro de aprovisio-namento logístico da Deca-thlon, instalado num terreno de 20 hectares, vai permitir o abastecimento das lojas Koodza e das restantes 21 superfícies Decathlon em Portugal, movimentando 15 milhões de artigos por ano. Criado numa área de expansão comercial de Setúbal, o centro logístico tem três naves para opera-ções distintas e cerca de três dezenas de cais para cargas e descargas. 4 mil metros quadrados dos 30 mil do centro logístico estão reser-

vados para a loja de venda Decathlon, que deverá abrir ao público de Setúbal no primeiro semestre de 2013. Para já, foram criados 200 postos de trabalhos directos, números que duplicarão em quatro anos quando o centro estiver em plena laboração.

José Neves, director regional sul da Decathlon, explicou ao Semmais que a multinacional nunca chegou a desistir de instalar a infra-estrutura na actual localização, tendo em conta «as excelentes acessibilidades a nível rodo-viário e ferroviário, bem como a proximidade com o porto de Setúbal». «Nem mesmo a provi-

dência cautelar interposta pela Quercus durante o processo nos fez vacilar», garantiu. A empresa plantou seis vezes mais sobreiros do que o inicial-mente previsto e abateu 9 sobreiros em povoamento.

A Decathlon, da rede Oxylane, está presente em Portugal desde 1993, mas o primeiro espaço comercial em Portugal, na Amadora, só abriu ao público em 2000. A empresa também produz e exporta artigos concebidos no país para cerca 700 outras lojas existentes em todo o mundo.

Bruno Cardoso

Governo gaba 30 milhões na Decathlon em Setúbal

AS COMEMORAÇÕES dos 35 anos do porto de Sines, realizadas no dia 14, foram o mote para o anúncio de um novo recorde de movimentação anual de carga superando, nesse mesmo dia, os 27,2 milhões de toneladas movimentadas até à data.

No evento participou ainda, como convidado de honra, Francisco Nunes e Sá, presidente da Comissão Executiva da aicep Global Parques, entidade gestora da ZILS – Zona Industrial e Logística de Sines, onde estão localizadas muitas das empresas clientes do porto, e que no seu discurso assinalou a enorme evolução que esta infra-estrutura portuária tem registado nos últimos tempos, tornando-se num porto de referência.

Criada pelo Decreto-Lei 508/77, de 14 de Dezembro, a Administração do Porto de Sines tem hoje como missão assegurar o exercício das competên-cias e atribuições de plane-amento, modernização, promoção e regulação do porto de Sines, visando a racionalização e optimi-zação do aproveitamento dos seus recursos e a efici-ência económica e opera-cional, no respeito pelos requisitos de segurança e ambientais, proporcio-nando satisfação aos clientes e valor acrescen-tado no mercado ibérico e europeu.

Aniversário do Porto de Sines assinala recordes de carga

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AO AMANHÃ

Serve o presente texto para comunicar o fim do nosso mandato como dirigentes da Prima Folia. Saímos, após cinco anos de direção, pois acreditamos que devem ex-istir limites à representação que devem ser exercidos com moderação. É importante abrir espaço à renovação, que agora terá início. Como se compreende, o retorno de cada qual à sua vida civil, em nada retira o direito e o dever de intervenção em prol da defesa dos valores que sustentamos e de influenciar o nosso tempo na luta sem tréguas pela justiça social. Estamos de saída tal e qual aqui entrámos, sem um tostão a mais, sem reformas escondidas ou sub-sídios camuflados. Ao longo destes anos fizemos as mais variadas propostas, realizações e denúncias. A nossa ação foi importante para motivar mudanças nas práticas culturais em Setúbal. Quem connosco esteve lembrar-se-á de algu-mas. Esperamos que os nossos adversários também se lembrem. Graças a essas intervenções houve mudan-ças que fizeram Setúbal respirar melhor. Apesar dos tempos conturbados em que vivemos, temos con-sciência que cumprimos, o melhor que pudemos, o nosso compromisso com essas muitas pessoas que representámos, os associados, os simpatizantes e as mais das vezes, muitas mais. O ativismo cultural, ou contracultural, tornou-se um elemento fundamental da garantia de uma democracia real. Continuam a ser tão válidos amanhã, como o eram há cinco anos atrás, a defesa intransigente das liberdades de pensamento, de consciência e de religião, das liberdades de opinião e de expressão e das liberdades de reunião e de associação. Não caducou a afirmação inflexível de que a cultura deve visar o enriquecimento e ex-planação das potencialidades da person-alidade humana, reforçar os direitos e liberdades fundamentais, dignificar os indivíduos, fa-vorecendo a compreen-são, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais, étnicos e religiosos. Não transigimos no direito fundamental de todas as pessoas de estarem ao abrigo da fome do conheci-mento, o que implica combater para cor-rigir as diferenças socioeconómicas desestruturantes de uma verdadeira comunidade. Como dizia o grande Raul Brandão, temos de

crer que: “Nós não somos inutilidades num mundo feito, mas os obreiros de um mundo a fazer.”Lutar pelo alterar de um rumo que outros dizem ser inevitável, unir pessoas e unirmo-nos a elas em torno de objetivos que nos levem a emanciparmo-nos e a criar es-peranças no sentido de uma pólis solidária. A cultura que propusemos é a mesma de que Agostinho da Silva falava; abanar mentalidades e romper fronteiras, porque real-mente de estômago vazio não há cultura nem identidade alguma que resista. Uns estão entrincheirados em con-domínios privados, outros a viver em barracas ou pouco melhor e a tentar sobreviver ao desemprego que campeia livremente. A cultura serve para mostrar a nós próprios que somos melhores do que aquilo que pensamos ser, como afirmava Jorge de Sena.Vivemos hoje numa conjuntura em que uma elite se

agarrou aos comandos do Estado desde o 25 de Abril, semeando ilusões e que teima em não o largar. São os mesmos rostos atormentados, soluções velhas a ten-tar resolver problemas novos. Por aqui, a isto se lhe junta elites locais obsoletas, que deliberam profusa-mente, obstinadas em se perpetuarem, magicando frequentemente medidas que imaginam de alcance napoleónico. Este é o sistema propriamente dito, em que todos são cúmplices e ninguém tem culpa. Em simultâneo, a geração mais bem preparada de sem-pre em Portugal, é obrigada a estar desempregada ou precária, mendiga guarida em casa dos pais e é tratada como um incómodo. Por isso emigramos.

Somos a Margem Esquerda na diáspora.As pessoas estão fartas de todos os pastores que

prometem o céu e hipotecam a nossa terra, as nossas casas e as nossas dispensas. Há urgência para implementar novas soluções,

para acabar de vez com esta triste con-juntura, mesquinha e pequenina,

que a todos envolve pegajosa, pastosa, pesada. O tempo

favorece-nos. Somos mais novos, somos

mais instruídos, somos mais univer-salistas e dentro de poucos anos seremos mais numerosos. E abriremos espaço à vassourada. Não nos vimos despedir, mas antes falar-vos do futuro.

A Direçãoda Prima Folia

ano: 2012 . nr 29 . mês: Dezembro . director: António Serzedelo . preço: 0,01 €

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Acordo bem cedo pela ma-nhã. Sinto calor, afinal estão 17 graus. É como se estivesse pelas 10 horas de um belo dia de ve-rão, não fosse o facto de estar em pleno inverno. Esse abraço morno de adocicado que paira no ar transporta-me a evoca-ções passadas que desde sempre me acompanharam. O tempo mudou muito, desde o tempo dos meus avós. O tempo, dentro do tempo, num outro tempo.

Abro a janela do meu quarto. Olho, do alto das colinas de S. Francisco, para o que resta da baixa histórica de Setúbal. Está parcialmente debaixo de água, devido aos degelos dos glaciares polares. A água subiu 6 metros, o que tornou Setúbal, tal e qual Veneza, uma das primeiras ci-d a d e s e u r o p e i a s a f icar submersa. Mais ao longe olho para aquilo que foi o Troia Resort, orgu-lho de alguns gover-nantes democratica-mente perversos. Tal como eles, também a península de Tróia submergiu. Tudo o que ali hoje resta é um imenso parque de diversões para os mergulhadores, cujos moradores tentam explorar o melhor que podem e sabem. A SONAE, uma das últimas gran-des empresas em Portugal, faliu nos anos 20 do século passado, por altura da grande inundação. Agora é uma cidade com pouco mais de trinta mil habitantes. Setúbal falhou em ser a grande cidade industrial que era.

Arranjo-me e, após, decido ir passear pelos montes da Arrábi-da, hábito herdado de meu avô,

que o tinha desde a sua tenra juventude. Lembro-me como se

fosse hoje do que ele comigo partilhava, com um brilho in-tenso nos olhos pe-queninos, do quanto era a serra verde-jante, dos milhares tons de verde que a mesma possuía; po-rém isso foi outrora, pois o que vejo ante meus olhos é serra

cinzenta, na qual nada cresce, toda ela despida pelos inúmeros incêndios que ali decorreram ao longo dos anos. Vejo também o que resta de uma antiga grande fábrica de exploração de pedra de cimento, abandonada.

Lembro-me de ali vir brincar enquanto criança. Nessa altu-ra vivia-se um clima de guerra civil. A população fugiu para os montes. Ali passei um bom par de anos da minha infância. Mesmo no meio de tanta nudez pétrea, guardo algumas boas

recordações. Por vezes, quan-do tudo à nossa volta é guerra, ouvimos melhor também as emoções.

Faz já décadas que em es-tamos em paz. O país chamado Portugal já não existe, está di-vidido em 3 regiões distintas, cada uma com o seu governo. Setúbal está inte-grada na região do Alengarve - integra as antigas regiões do Alentejo e Algarve.

Pego na minha bicicleta e diri jo-me para o trabalho. Sou jardineiro, faço a manutenção dos jardins ve-lhos e dos novos também, que foram criados após a grande inundação. No meu percurso para o trabalho vejo velhas relíquias, os então chamados de automóveis, latas carcomi-das e abandonadas pelas ruas. Perturbam-me esses achados arqueológicos. Não entendo

como é que os romanos tinham gladiadores, ou os portugueses viviam à base dos derivados do petróleo. É absurdo e desumano. Há muito que deixaram de ser produzidos. Atualmente anda-mos de bicicletas ou de trans-

portes públicos. O dinheiro deixou de ser usado, traba-lha-se apenas para evolução pessoal. O fim do mundo não se deu em 2012, como se pensava no tempo do meu avô, o que acabou foi a men-talidade vigente até essa altura.

Hoje tenho os mesmos 37 anos a idade que o meu avô teria em 2012, tempos difíceis dizia ele, mas que conseguiu ultrapassá-los com destreza e determinação, essa que herdei dele.

André João CordeiroArquiteto e 3D designer

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“ (...) o que resta da baixa histórica de Setúbal. Está parcialmente debaixo de água, devido aos degelos dos glaciares polares.

“ (...) quanto era a serra verdejante, dos milhares tons de verde que a mesma possuía; porém isso foi outrora

2112Setúbal, 11 de

Dezembro de 2112

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Propriedade e editor:Prima Folia - Cooperativa Cultural, CRLMorada: Rua Fran Paxeco nº 178, 2900 Setúbal Telefone: 963 683 791 • 969 791 335NIF: 508254418Director: António SerzedeloSubdirector: José Luís Neto • Leonardo da SilvaConsultores Especiais: Fernando Dacosta • Raul TavaresConselho Editorial: Catarina Marcelino • Carlos Tavares da Silva • Daniela Silva • Hugo Silva • José Manuel Palma • Ma-ria Madalena Fialho • Paulo CardosoDirector Artístico: Dinis CarrilhoConsultor Artístico: Leonardo SilvaMorada da Redacção: Rua Fran Pa-checo nº 176 1ª 2900-374 SetúbalEmail: [email protected] ERC: 125830Deposito Legal: 305788/10Periocidade: MensalTiragem: 45.000 exemplaresImpressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA - Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 - Moralena 2715-029 - Pêro Pinheiro

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Como em todas as outras noites...Como em todas as outras noi-

tes, saio e percorro o dito – em tempos -mais belo, amargo e doce, gorduroso e melancólico despojo, que se entranha em tão lúgubre desvairo. Na memória, a saudade da velha Setúbal, cidade das ma-nhas luminosas e viris, das noites misteriosas, tomadas de assalto pela mescla de essências juve-nis, pelos profetas laicos e pelos miradouros improvisados que se tornaram referência. A cada passo escorregadio, o escarnio cola-se-me às solas dos pés, num verde rastejante enquanto recordação única do asilo – outrora – parque natural.Encaminhado ao que resta de uma investida arqueológica, pelo que parece, do que teriam sido os Paços de Concelho pre-cedentes ao êxodo urbano, surge-me na memória os bons e velhos tempos relatados por meus avós – ainda eles humanos, sobreviventes ao ataque zombie de seres de fei-ções amargas, tratados por Senhor Dr., conduzidos pela incógnita e extinta substância, conhecida como filha do Antrax, maldita cocaína. Tempos esses em que o zumbido nuclear tinha outras formas, dizia-se orgânico, ao qual chamavam música. Ao contrário das próteses térmicas, usavam ma-teriais maleáveis que os próprios constru-íam chamados roupa , dormiam deitados sobre molas vedados também por uma espécie de roupa e usavam orifícios para expelirem e-coli nos seus próprios espaços. É inconcebível pen-sar-se em tão retar-dada ideia quando que hoje, numa única ida à sargeta comum, são depositadas centenas de kilos de e-coli imprescindível à construção de habitações e gerenciamento de

energia. Mas será que o mundo sempre fora feito de merda?

Como em todas as outras noi-tes, saio e percorro o dito – em tempos -mais belo, amargo e doce, gorduroso e melancólico despojo, na ausência da marcação territorial

de adolescentes pelos agora fosseis micta-dos, costume que ainda hoje me levan-ta algumas questões, visto que os dejetos seriam depositados dentro de casa. Diz-se que o mundo nes-sa altura seria bem mais cinzento, pois sem matéria orgâni-ca, seria impossível tingir-se o que fosse. Eles tinham as roupas

mas faltava-lhes a cor.Segundo um diário digi-

tal – uma autentica relíquia encontrada numa rede de in-formação alternativa, foi-me

possível constatar que os hu-manos desses tempos comu-nicavam – imagine-se – por mensagens escritas m a n i p u l a d a s p o r robots de primeira geração chamados satélites e chegavam a demorar 5 minutos para abrir contas de usuário ao contrario dos dias de hoje em que, premindo-se a slot de intercomu-nicação e após três segundos de auten-ticação acedo a mais de 3000 comuni-dades e-coligicas e movo transações financeiras e de investimento em novas substancias para a sobrevivência dos escolhidos.

Após o final do ciclo Maia, não houve mais espaço a hesi-tações, contratempos ou inde-cisões; muito pelo contrário, a

população terrestre dividiu-se em dois grupos distintos. Um primeiro dedicado à previsão

energética dos ou-tros seres e ao seu e n c a m i n h a m e n t o p a r a u m m u n d o sustentável e por outro lado, um outro grupo contrasusten-tabilidade, formado pela nova geração zombi e que se ca-raterizava por seres que paravam nas passadeiras como se estivessem prontos para se lançar à es-trada, por nichos de pessoas bem apre-

sentadas que mal comiam para viajar em carroças motorizadas, por crianças já manipuladas e encaminhadas para a destruição dos recursos e ainda, por outros seres que se sentiam ofendi-dos por tudo e por nada- até

por um bom dia. Este segun-do grupo tudo fez para que a comunicação fosse estanque e ao circularem pela via pública, permanecia de olhos virados para o chão, educavam seus fi-lhos gritando e cuspindo para o chão, os homens acarinhavam mulheres com violência e os velhos bebiam líquidos ricos em álcool, disponíveis em casas de passagem.

Os tempos eram ridiculamente diferentes dos de hoje em dia. As profissões passaram a reexistir en-quanto necessidade. O comercio tornou-se justo. Os campos vol-taram a ser utilizados. E no fim de contas, passado tanto tempo, a cidade mantem-se doce, gor-durosa e melancólica, com uma única diferença:

Quem a habita, pensa por si próprio.

Paulo Ganilho da LuzAnimador sociocultural

“ (...)na memória os bons e velhos tempos relatados por meus avós – ainda eles humanos, sobreviventes ao ataque zombie de seres de feições amargas, tratados por Senhor Dr.

“ Os tempos eram ridiculamente diferentes dos de hoje em dia. As profissões passaram a reexistir enquanto necessidade. O comercio tornou-se justo. Os campos voltaram a ser utilizados.

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Setúbal 2100Táva eu prráqui a pensarr come

é que afinal serrá Setúbal em 2100? A prrimêrra cena quê fiz foi olhárr prrá bola de crristal quê tinha à nha frrente prra tentarr adivinhárr o futurro e inspirrárr-me. Na verrdáde erra mais um cilindrre de vidrre vêrrde garráfa cheie de ideias liquidas. A nóssa sociedáde nessa alturra vai tárr dum descalábr-re munta maluque, caté parréce a que vames a descerr a descida das necessidades num biciclête cas ró-das códrrádas . Tou même a verr... as máquinas a fazerrem o trrabálhe dum homem, o desemprrégue a montes,

a crriminalidade semprre a subirr e munte violenta, crrianças na escola com fome, pessoas sem recurrses

nenhuns pa conseguirr gerrirr as suas vidas, as pessoas completamente asfixiádas num monte de estrrume com tan-te tipe de mérrda que aquáse chega à lua... epá perra lá... mas iste é nos dias de hoje. Pr-rontes vames lá serr um pouque mai positives e terr “aquela” visão. 2100 Setúbal, acrredito que

vai serr uma grrande cidade com um merrcáde turristique em que se lhé aprresentáde a grrande identidáde setubalensse. Néssa alturra de cerrteza

que já aconteceu a grrande revolução Sádina de 2050, alturra em que os Setubalenses derrem um pontapé du cú do pessoal que manda da Trroia agorra e a cidade já tá ligada cuma ponte espetaclárr même.

Cá prra mim nã vames serr mai de 250.000 man-guelas a viverr em Setúbal, é um pal-pite empirricó-ci-êntifique. Setúbal, em grrande párrte, vai viverr do turrisme e toudes os serrvices quisse acarreta. É malta a fazerr sandes de chouque frrite, coirrátes, turresmes, a fazerr caminhas de laváde nos hoteis, a dárr cúrrses de Charroque prrós

camónes, visitas guiádas ao antigue estádio do Vitórria do Bonfim, etc e t a l bágue d’uva.

Um gáje sai à rua, pega duma bcicléte a enerrgia prruveniente da ondulação

do Rio Sáde com liga-ção wairreless eléctr-rica, sem prrodução

de poluentes prra atmusférra, tá tão limpa qnem um

sárrgue descamáde pa cumerr assáde e

escaladinhe cumas ba-tat.. prrontes já chega. An-

tes de irr trrabalhárr dá um saltinhe à Serra da Arrábida prra apanhárr árr frresquinhe pas fuças, molha o pézinhe da água do márr na Prraia

da Figueirrinha. Chega ao trrabálhe com uma vontáde de prroduzirr quié uma coisa maluca.

A grrande mudança que eu acredite même, é que vão abolirr os forruns, e só vai haverr lojas caninas comá minha, serrá uma cidade típica e pacata com munta coisa prra mos-trrárr ao munde como porr exemple a estátua do Charroque da Prrofun-durra que vai serr colocada no ane de 2025 no local do actual Jumbe, que como já disse vai acabárr um dia tamein.

Prra reflecitrr um pouque, pen-sem em dois mil e sem e em dois mil e com, embórra lá!

Charroque da [email protected]

100 anos

Levanto-me ainda dorido, depois de ter levado com o cho-que tecnológico ainda na cama. O avanço da ciência é tal que os despertadores dão verdadeiros choques a quem se recusa a acor-dar. Avanço, só mesmo na ciência, pois o que parece é que avançaram 100 anos e nós regredimos 200.

Fui chamado de emergência a casa de um paciente. Lavo a cara na bacia de água fria. A dí-vida energética portuguesa está tão alta que o resto dos Estados Unidos da Europa se recusa a nos vender energia, criada a preço de saldo com as novas centrais elétri-cas de Fusão Nuclear de Helio-3. Apenas 1% da população tem di-nheiro para comprar energia de forma privada, e como tal, no país de hoje, dividimos a população em apenas 2 classes. Os “energéticos” e os “escorraçados”.

Fecho os olhos com esforço e tento adormecer enquanto o cavalo puxa esta carroça Av. Cavaco Silva acima. Quase passaram 100 anos

desde que o aumento do preço dos transportes levaram os mesmos a ficar sem utentes e a entrarem em fa-lência. Ao mesmo tempo os criadores de cavalos começaram a abatê-los, pois não tinham como os alimentar, e o Grande Pedro criou o transporte Low-Cost! Carroças, de acordo com a tradição do nosso Pequeno País.

Outrora aqui foi a Av. 5 de Outu-bro, mas as grandes efemérides de Portugal foram censuradas, primeiro acabando com os feriados e depois mudando os nomes das ruas para os nomes dos estadistas que acabaram com a verdadeira História.

Subo depois a Av. Tozé Seguro, ex.

Av. Bento Gonçalves, antigo dirigente comunista. O PCP e o BE foram ile-galizados e o PP juntou-se ao PSD, no seguimento da Lei do 2. “2 mãos, 2 olhos 2 classes, 2 partidos!” À minha direita costumava existir o Hospital de São Bernardo. O aumento das ta-xas moderadoras levou à procura do sector privado. Com isto o défi-ce na saúde aumentou ainda mais e os nossos Queridos Governantes, sempre iluminados e apoiados no XV programa de resgate da troika, decidiram fechar de vez o hospital. Quando isto aconteceu o sector pri-vado aumentou exponencialmente os preços e as pessoas deixaram de

ter acesso a qualquer sistema de saú-de. Voltámos aos partos em casa e aos médicos ao domicílio.

Contorno o antigo Estádio do Bonfim, hoje um campo de desa-lojados. As empresas que mandavam no fu-tebol decidiram acabar com a participação nos campeonatos de equi-pas históricas mas sem poder, tais como o nos-so Vitória de Setúbal. E quanto ao desporto jovem e amador? O es-tado decidiu que quem quer fazer desporto tem de pagar imposto. O desporto é um luxo e tem de ser taxado como tal. Os pais passaram a ser notificados quando as crianças jogavam à bola no Parque do Bonfim. E como já sem qualquer recurso, estas se recusavam a pagar, o resultado foi mesmo acabar com os parques e jardins. Bonfim. Vani-celos, Bela Vista, deram assim lugar a fantásticos parques de estaciona-mento, todos com o seu parquímetro de última geração, preparado para

os carros que já ninguém tem. Assim ninguém corria ou jogava sem pagar e resolveu-se a questão.

Ao meu lado direito estão as ruínas do antigo Liceu Nacional

de Setúbal. Está tam-bém quase a fazer 100 anos que o governo decidiu rasgar de vez a constituição e in-troduzir propinas na Escola Preparatória e Secundária, bem como aumentar para valores irreais os valores do Ensino Superior. Em 2 anos fecharam 2000 escolas. Estudar para quê? Não há emprego bem pago de qualquer forma e os países ami-gos fecharam as fron-

teiras, tal foi a emigração descon-trolada desse famoso ano de 2013.

Chego ao meu destino e antes de entrar olho de relance para a Pedreira da Arrábida. Há quem diga que existiu ali a serra mais bonita de Portugal…

Nuno VieiraEstudante de engenharia física

Terça-Feira, 18 de Dezembro de 2112

“ (...) vão abolirr os forruns, e só vai haverr lojas caninas comá minha, serrá uma cidade típica e pacata com munta coisa prra mostrrárr

“ (...) Bonfim. Vanicelos, Bela Vista, deram assim lugar a fantásticos parques de estacionamento, todos com o seu parquímetro de última geração, preparado para os carros que já ninguém tem.

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Viagem a Setúbal do séc. XXII

A principal indústria setubalense à beira do colapso!

Acordo, embriagado pelo tem-po, num futuro presente.

Da memória confusa, saltam fragmentos de noite, regada de uva moscatel a bombar e gené-ticas companhias do velho ADN.

Estalo os ossos, levanto os caniços dos degraus cinzentos e reconheço a moldu-ra laranja e salgada no Largo do Zeca.

Olho à minha vol-ta, não vejo os golfi-nhos e penso ator-doado no que terá acontecido.

O anfiteatro, dei-xado às ventanias do momento, é agora ecrã gigante de pro-paganda audiovisual, onde caras estranhas falam de coisas e lu-gares e pessoas da nossa cidade. Para meu espanto, reparo a data no rodapé da tela gigante e vejo: 21 de Dezembro de 2112.

Penso, com os meus botões, que afinal o calendário da Maia continuou a rolar e, se não é uma brincadeira de mau gosto, em vez ter acabado, o mundo girou pelo menos mais uma centena de anitos.

Esfrego cabelos e olhos chei-rados pelo tabaco, limpo os óculos embaciados e decido resolver tal mistério. Ao primeiro transeunte interrompo:

- Desculpe, companheiro! O que é que aconteceu esta noite à cidade? e ao tempo? Porque é que esta data está no ecrã e quem tirou os golfinhos do sítio?

A resposta tardia, em charroco erudito, não ajudou ao esclarece-

mento: - Atã soce? tás

marreado dos cornes? vê lá se te endirreitas e vais à beirra marre arrumarre as ideas...

Pelo menos, o dialecto ainda está a funcionar, pensei com os meus botões. Sem perceber ainda ao certo o que aconteceu ao tempo, apressei-me para sul ao encon-tro do rio. Ao chegar à

Lota, percebi definitivamente que estava num outro tempo e, por pouco, noutra cidade. Não mais era um local de venda e desembar-que do peixe, mas um complexo edifício de fabrico do peixe. Ouvi uns velhotes comentarem:

- No mê tempe ainda se apa-nhava pexe aqui do rio, agora comemos sarredinha plastificada fabrricada em viverres.

Olhei à minha volta e vi uma ponte lançada sobre o rio que fazia da Tróia um novo bairro de Setú-bal. Olhei para Oeste e, no lugar das encostas onde em tempos Sebastião se inspirou, havia um imenso planalto do qual a Fortale-za do Filippo Terzi era o ponto mais alto das redondezas. Lá con-seguiram melhorar as vistas para o oceano e tiraram aqueles mon-tes incómodos, grace-jei aos ventos:

-Graças ao Deus que, pelo menos, a Secil conseguiu re-sistir às abusivas reclamações setubalenses.

Aceitando, finalmente, este meu regresso ao futuro, resolvi indagar mais a fundo esta nova Setúbal do séc. XXII. Dirigi-me a um dos muitos ecrãs transparentes patrocinados

pela sapo e espalhados pelas ruas, para fazer uma pesquisa mais deta-lhada do que aconteceu neste lapso temporal. Abri a página do Setúbal na rede, e lá fui surfando pelo arquivo virtual das memórias setubalenses. Nos inúmeros disparates que fui len-

do retive, em especial, a década dos anos 40, onde o velho Vitória ga-nhou tudo o que havia a ganhar, nacional e internacionalmente, à bolina do grande Mou-rinho. Não só ganhou tudo no mundo do des-porto como pelos vistos deixou-nos uma dinas-

tia fidalga de vencedores, presidentes e bem feitores deste pequeno reino à sombra da capital. - Ahhh! ganda Mourinho! - desabafei...

Deixando a bola de lado, e pas-sando ao urbanismo, observei com curiosidade a expansão da cidade

com a mais bela baía, e a velha pe-nínsula verde banhada a azul deu lugar a uma malha urbana qua-driculada e bem arejada ao estilo francês, ou melhor, estilo Pombalino (para os mais esquecidos, é o gajo que ensinou o Corbusier). Fiquei triste, por um lado, ao descobrir que a razão de tal metamorfose, deveu-se à velha profecia, o terramoto de 2055, mas logo contente, por outro, ao ver que o esforço da Moderna em fabricar tantos arquitectos foi útil ao reflorescimento da nova Se-túbal e que, pelo menos, o cimento da Arrábida deu lugar a uma nova reserva “natural”, uma floresta em betão. Dei comigo a divagar:

- Era giro escrever um livri-to sobre isto e enviar aos meus conterrâneos do século passado.

Gonçalo GuerreiroArquiteto

Setubalense na diáspora

Fontes próximas do governo afirmam que o relatório do la-boratório de medicina legal, vem confirmar as piores expectativas, para os setubalenses, claro, que sem forma de contribuir para a Grande Dívida, poderão ver-se a braços com um projecto de higie-nização, ou seja, a substituição da população e consequente incine-ração da actual.

Representantes da PRHA (Pro-tejam a Raça Humana Amorfa) já vieram a terreiro defender as gen-tes da cidade, “os descendentes não têm culpa que na era das grandes manifestações, há um século atrás, os seus antepassados nada tenham feito”, “temos de tratar os actuais setubalenses como seres sencien-tes, apesar de incapazes de votar ou escolher” afirmou o defensor dos direitos dos humanos amorfos.

O especialista em genética e evolucionismo meta-moderno afirma, que o caso dos habitantes setubalistas ganha contornos es-tranhos “como é sabido, para fazer melhor estrume, é necessário que o cérebro seja triturado com o corpo,

mas no caso setubalista, o atrofio cerebral tem sido de maior rapi-dez em comparação às populações nas outras cidades estrumeiras”. O especialista indicou ainda que houve a tentativa de impedir esta rápida regressão através de música, dança, teatro ou cinema, práticas que obtiveram bons resultados noutras populações, conse-guindo nalgumas até parar o atrofio cere-bral. Mas para o es-pecialista em genética, apenas os especialistas em história podem explicar esta clara falha no cérebro dos setubalistas.

“Nos setubalistas só existe actividade cerebral com toura-das, festas com nome de peixe e formas culturais que não fazem pensar ou questionar nada, ape-sar de algumas dizerem conter música ou teatro, mas, como é óbvio, só os cérebros em acto de raciocínio podem evoluir, esta é a principal razão”, diz-nos mais: “colegas meus ainda hoje esperam os relatórios que possam confir-mar a predilecção da ancestral

população nestes géneros cul-turais. Terão sido as tóxinas da co-incineração, na Secil (empresa ambientalista que guarda a úni-ca árvore da outrora Arrábida) a

haver com o caso?” “Não quero entrar em mitos”, afirma ao O Setubalista, de forma contundente, o especialista em história das cidades que poderiam ter sido. E adianta-nos ainda mais, “o caso que temos em mão

afigura-se de uma especial re-gressão por uma única razão, a regressão do cérebro já tinha co-

meçado anteriormente, as práticas dos seus antepassados trilharam este destino, sabemos que não serão os úni-cos culpados, mas se nem para o contrato da derradeira opor-tunidade do FMI ser-vem, não servem para nada. Pelo menos que servissem para estru-me, neste dias nem isso!”.

A todo o momento aguarda-se que o gabinete do representante alemão, no território anteriormen-te conhecido como Portugal, emita a ordem de incineração desta po-pulação que perdeu a utilidade. Poder-se-ia dizer que há 100 anos

atrás ainda teriam vindo a tempo de sair à rua e protestar, de fazer

o cérebro funcionar e exigir políticas cultu-rais para que os seus descendentes não ficassem humanos amorfos… Agora é tarde! Hoje o debate que se impõe é o fu-turo: Setúbal, parque

de estacionamento ou cidade es-trumeira re-colonizada? O nosso jornal acompanhará de perto este debate.

Leonardo SilvaPresidente da

Prima folia Cooperativa Cultural

Setúbal, 5 de Dezembro de 2112

in "O Setubalista", 21 de Dezembro de 2112

“ Graças ao Deus que, pelo menos, a Secil conseguiu resistir às abusivas reclamações setubalenses.

“ (...) velha península verde banhada a azul deu lugar a uma malha urbana quadriculada (...) tal metamorfose, deveu-se à velha profecia, o terramoto de 2055,

“ (...) temos de tratar os actuais setubalenses como seres sencientes, apesar de incapazes de votar ou escolher

“ (...) como é óbvio, só os cérebros em acto de raciocínio podem evoluir

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Cronologia sadina rumo ao ano de 2100

Durante a época natalícia é co-mum surgir no imaginário das pes-soas “Um conto de natal” de Charles Dickens, em que o velho Ebenezer Scrooge é visitado por três espíritos: do passado, do presente e do futuro.

Pegando neste conto, peço ao leitor que por momentos ocupe o papel do velho Scrooge e que en-quanto cidadão setubalense se deixe visitar pelo espirito do natal futuro que nos le-vará até ao ano de 2112.

Como se encontra-rá a cidade de Setúbal nesse ano? Será uma cidade com futuro? Muitas questões se le-vantam quando olha-mos para as políticas do presente e tentamos visualizar o futuro. De-certo não darei respos-tas mas proponho-me a levantar algumas ques-tões que podem colocar em causa a cidade de Setúbal.

De todos os problemas que so-fremos agora, sendo resultado direc-to ou não da crise nacional, existem quatro ou cinco problemas que me parecem fundamentais no desen-volvimento e na sustentabilidade de Setúbal.

A primeira questão prende-se com a existência da cultura. Olhando hoje para cidade de Setúbal, vemos uma cultura reduzida a pequenos grupos em que mesmo assim, a gran-de maioria se encontra em condições precárias. Que se pode esperar a nível cultural daqui a cem anos? As ex-pectativas não são muito grandes. A grande questão é mesmo se daqui a um século Setúbal terá sequer cultura

que seja digna desse nome, uma vez que a política local, seguindo a na-cional, tem sido a de precarização e desvalorização da mesma em nome de outros interesses.

Outras problemáticas, como são a questão do emprego e da habita-ção, surgem constantemente e como se tem verificado, pouco avanço se tem dado nestas matérias. Neste

momento assistimos a uma cidade que se acomodou enquanto cidade-dormitório, preenchida por um número crescente de desempregados e que não tenta criar alter-nativas para os seus cidadãos, em particular para a população mais jovem que começa a entrar no mercado de trabalho e a pensar em ter uma casa. Assim, o que se pode claramen-

te esperar daqui a cem anos é um aumento de desemprego (que já se encontra perto dos 9 mil) e des-truição do débil aparelho produtivo setubalense, assim como a contínua falta de reabilitação urbana que se-ria crucial para dinamizar a cidade e reerguer o comércio local.

Chegamos então a uma outra questão que a longo prazo terá bastantes consequências, a contínua destruição da serra da Arrábida. Já todos nos questionámos acerca do girassol que é o símbolo d’Os Verdes e que compõe a coligação CDU. É que, pelo que se pode constatar, um bloco de cimento ou um uma viven-da de luxo fariam o mesmo efeito enquanto símbolo, já que a políti-

ca autárquica tem sido a de deixar destruir o património ambiental em prole do betão. Portanto, bem nos podemos preparar para que daqui a cem anos em vez de uma árvore para cada pessoa, tenhamos uns sacos de cimento para cada um de nós, ou uma qualquer obra megalómana.

Por fim, chegamos à questão da especulação imobiliária. E mais uma vez, os sucessivos governos locais têm sido pródigos nesta ma-téria. O que são uma centena de sobreiros ou uma península como a de Tróia, quando podemos er-guer gigantes de betão a torto e a direito? O passeio de domingo no centro comercial chega per-feitamente. Almejar uma praia do povo, ou utilizar o meio ambiente em benefício da comunidade, em vez de interesses dos grupos eco-nómicos, são coisas de utópicos idealistas e que não terão lugar daqui a cem anos. Talvez possa-mos esperar que em 2112 Tróia seja privada (esperemos que o nossos amigos neoliberais e os responsá-veis autárquicos não leiam isto, não quero ser responsabilizado por mais uma ideia triste).

Com estes cinco apontamentos concluo o meu breve papel de es-pírito do futuro, esperando que os Scrooges que detêm o poder local, reflitam um pouco, nesta época na-talícia e comecem a projectar um futuro que tenha em conta as pessoas e não os interesses financeiros, evi-tando assim, que num futuro próxi-mo Setúbal se aproxime da Inglaterra vitoriana de Charles Dickens.

João SantosEstudante Universitário

2013 • O preço do tabaco aumenta (novamente), para desgraça de todos os escritores mal pagos.

2017 • A Biblioteca Pública Muni-cipal de Setúbal é oficialmente extinta, o seu edifício vendido e transformado numa loja de telemóveis; pela primeira vez na história a sua afluência diária excede aquela dos seus funcionários e das pessoas que lá entravam por mero engano.

2024 • Arranca a implementação do Programa Polis II como forma de dar continuidade à requalificação ur-bana e valorização ambiental de mui-tas das cidades do distrito; no concelho de Setúbal o mesmo é usado para polir as pedras da calçada e para remodelar a rotunda da Avenida Luísa Todi, de quadrada para triangular (uma verdadeira inovação mun-dial), um facto que acaba por impedir toda e qual-quer futura circulação automóvel.

2032 • Mais ou me-nos seguindo a distopia do filme “RoboCop” (1987), é, com grande aparato, inaugurada a primeira parcela daquilo que passa a ser conhecido como a Neo-Setúbal, uma promessa de nova cidade futuris-ta onde todo o crime que caracterizava a Velha Setúbal é abolido; espera-se que o projecto esteja concluído no ano de 2040.

2032 (alguns dias depois) • O pro-jecto da Neo-Setúbal é completamente descartado quando se descobre que as primeiras habitações que haviam custado vários milhões de euros eram feitas de contraplacado e, para deses-pero de todos, incapazes de permitir a mais pequena forma de insonorização entre casas de vizinhos; a empresa responsável pela construção não só nunca seria levada à justiça, como, numa reviravolta inesperada, acabaria mesmo por ser indemnizada pelas autoridades públicas por flagrante violação do contrato.

2039 • Cristiano Ronaldo, jr, 29 anos, e Thiago Messi, 27 anos (filhos de Cristiano Ronaldo e de Lionel Messi, reconhecidamente, dois dos maiores jogadores da história do futebol), as-sinam um contrato válido por 4 tem-poradas com o Vitória FC de Setúbal; ambos haviam sido dispensados do Amora FC.

2041 • A cidade de Setúbal deixa de ser capital de distrito, honra que passa para Almada onde se acaba de construir mais dois colossais centros

comerciais, cada qual contendo uma FNAC e uma dúzia de salas de cinema com a mais recente tecnologia 5-D (3 dimensões, mais mau cheiro, mais comentários irritantes de adolescen-tes durante o filme) – um verdadeiro pináculo civilizacional.

2058 • Devido a um estranho ví-rus informático, o “Facebook” acaba; milhões de pessoas em todo o mundo ficam sem saber o que fazer durante 16 horas do seu dia.

2070 • Nada de particularmente relevante ocorreu.

2071 • Milhares de “Halobatrachus didactylus” mutantes (vulgarmente conhecidos como charrocos), com dois metros de comprimento e ainda mais feios que o habitual, avançam

sobre terra seca com a intenção de escravizar toda a raça hu-

mana em retaliação por vários anos de gozo in-sultuoso; há relatórios de ocorrências deste estra-nho fenómeno por toda

a zona litoral do distrito de Setúbal, ao qual se circunscre-

ve, onde os seus habitantes são cha-mados como primeira linha de defesa; a ofensiva, no entanto, é rapidamente frustrada, durando apenas 10 minutos, devido ao facto de as estranhas cria-turas se demonstrarem incapazes de respirar fora de água – um pormenor que acabaria por servir para alimentar mais uns copiosos anos de reinação.

2072 • É inaugurada uma está-tua de Tiago Apolinário Baltazar em Alcácer do Sal (cidade onde este se recolhera nos seus últimos anos de vida), em reconhecimento pela pro-fética advertência da invasão dos “Halobatrachus didactylus” num texto obscuro de 2012.

2086 • É descoberto um novo planeta, Chiron, no sistema solar Al-pha Centauri, capaz de suportar vida humana.

2100 • A humanidade abandona o planeta Terra com pretensões de fundar em Chiron uma nova civi-lização, em todos os sentidos su-perior e perfeita; todo o distrito de Setúbal é estranhamente convidado a não acompanhar a nova aventu-ra, com a suposta desculpa de que alguém teria que ficar de modo a receber uma encomenda urgente dos correios que estaria para ser entregue.

Tiago Apolinário [email protected]

Setúbal XXII – Uma cidade com futuro?

“ Que se pode esperar a nível cultural daqui a cem anos? As expectativas não são muito grandes. A grande questão é mesmo se daqui a um século Setúbal terá sequer cultura que seja digna desse nome

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ParapenteUm lugar nunca o é, realmente,

até passar a ser amado por nós. No entanto, aquele lugar não me era, de todo, desconhecido. Tivera várias aproximações prévias e sabia que não me deixaria incólume. Havia sonhado anos antes com isso; e os sonhos têm essa mania de serem cer-teiros premonitores das realidades futuras. Em verdade, havia sonhado que fazia parapente com um gran-de amigo numa das praias da região. Ele havia-me questionado sobre o que fazer a seguir, ao qual eu havia respondido que não se preocupasse, pois eu sabia o que fazer em segui-da, afinal, conhecia a região como as palmas da minha própria mão, o que não era verdade. Há pormenores interessantes no sonho, porquanto nunca fiz parapente, apesar de estar ao alcance da minha vontade, mas menos opcional foi o facto de ir parar a esta região e passar a conhecê-la como às palmas da minha mão (ex-tremamente confusas, diga-se). No entanto, o amigo também poucas vezes veio a esta região e, de facto, a situação principal, em si, nunca fez qualquer sentido. Na altura em que tive o sonho, contudo, o lugar, pouca ou nenhuma importância, assumia. O parapente, em si, nunca fez senti-do porquanto esse meu amigo tem

profundas e angustiosas vertigens, que pude verificar em diversas situ-ações, muito menos melindrosas que o voo a céu aberto. Os sonhos são isto mesmo, um conjunto de verdades indecifráveis, que só adquirem sentido pleno na altura em que o têm de fazer.

Não posso dizer que não existia simpatia por aquele lugar, pois, na realidade, existia. O mar, mesmo ali, ao alcance da minha mão, conjuga-do com o pitoresco, faziam com que houvesse, nos dias de intensa bruma, um encanto muito próprio. Apesar de muito ligado ao meu mundo raiz, o espírito quixotesco compelia-me a procurar novas paisagens. É difícil

explicar o que dificilmente encontra uma explicação, mas, mesmo assim, tentarei ser o mais sucinto possível na procura de explicitar o óbvio; e não há nada mais difícil do que o evidente.

Fui visitar uma grande herdade junto ao Sado, uma herdade mágica, a Quinta das Corujas. Como todo o espaço que merece ser nominalmente referido, tem características muito específicas. Logo à entrada temos um portal com um nicho em forma de vieira, onde, antigamente, muito antes de ser a Quinta das Corujas, estaria o santo, esse ser pétreo de carácter mágico-telúrico, que daria o nome e a tutela ao lugar, talado em brecha da

Arrábida. Os fenícios chamavam-lhes Baallim, os romanos Manes, mas nós perdemo-los algures. Tratam-se dos Senhores do lugar, as forças ambiguamente naturais e sobrenatu-rais que exprimem o carácter de cada local. Para nós já não exis-tem lugares com alma, para nós já nem existe a alma dos tempos. Para nós, nada de nada…só sabemos medir - o espaço e o tempo já não são nada mais que números e unidades de quantificação.

A Quinta das Corujas sofre deste mal moderno, o desrespeito puro e duro, incontido e incontrito, de tudo o que existe. É das Corujas, porque só elas atualmente ali habitam, só elas se lembram ainda de como aquele sítio foi um espaço propriamente dito, com personalidade própria (agora, só lhe resta a personalidade jurídica), bem vincada e particular. Os muros estão decrépitos, aspetos da sua anterior grandeza despontam do solo, de quando em vez, amálgama de aterros de 1001 “patos bravos” que para ali atiraram o que os ou-tros quiseram esquecer. No entanto,

a sua nobreza de palácio do povo dos tempos idos de quinhentos e seiscentos quase não se reconhece,

está tudo esburacado e dilacerado por todo o tipo de vilipêndios imaginados pelos hu-manos. Aos olhos ex-perientes destas lides já é impossível classificá-la como cidade, apenas uma ruína em razoável estado de conservação. Trata-se de um patri-mónio a requerer clas-sificação e conservação, já da especialidade dos

arqueólogos, historiadores de arte e museólogos, de modo a permitir, quiçá, após um árduo consenso, or-ganizar visitas guiadas às escolas e aos turistas gringos que vêm visitar esta vetusta região, típica nas suas muitas mentiras de criação e enganos nas prioridades. Ali ainda há vida no para além da terra erma, gretada e estéril, que observamos à superfície. Nada é simplesmente o que parece, na impressão rasgada na pele que é uma deslumbrante e aterradora natureza morta.

José Luís NetoSubdirector do jornal O Sul

Setubalenses na Diáspora

Antes . 2012 Depois . 2112

“ Aos olhos experientes destas lides já é impossível classificá-la como cidade, apenas uma ruína em razoável estado de conservação

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Abrimos na vésperae no Dia de Natal

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O CHS EPE- Hospital de S. Bernardo já tem a funcionar o Ecógrafo Hitachi HI Vision Avius destinado aos doentes dos serviços de doenças Infecciosas e de Gastrente-rologia. Este equipamento, no valor superior a 50 mil euros, foi instalado pela Merck Sharp & Dohme, Lda. (MSD), através da celebração de um protocolo com a Liga dos Amigos do hospital, em resposta ao pedido de aqui-

sição dirigido pelos direc-tores dos respectivos serviços, José Poças e Ana Paula Oliveira.

Cândido Teixeira, presi-dente da Liga, reconhece que se trata de um equipamento que fazia «muita falta» ao hospital sadino, uma vez que «os nossos doentes estavam a ser encaminhados para outras unidades do SNS e para clínicas privadas. Havia uma lista de espera de cerca

de 5/6 meses para o tipo de exames que este equipa-mento permite realizar. Além do incómodo para o doente no transporte, havia também os custos que o hospital teria de pagar a terceiros».

O anúncio desta oferta foi revelado durante o almoço de Natal da Liga, no passado dia 19, nas instalações da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, que contou com a presença de cerca de 40 colaboradores, amigos, profissionais e parceiros da Liga. No encontro, Cândido Teixeira agradeceu a dispo-nibilidade dos voluntários a começar pelos membros dos Órgãos Sociais da Liga, da Cooperação da Adminis-tração e dos Profissionais do

CHS e o apoio dos parceiros que celebraram com a Liga diversos protocolos de ajuda para atenuar o sofrimento e melhorar a auto-estima dos doentes, nomeadamente na área da oncologia. «Estamos ao serviço da pessoa doente, apostamos em melhorar a capacidade de resposta nos serviços prestados e aumentar a qualidade de vida da pessoa doente», frisou, acrescentando que todos as parcerias são «importantes» porque envolvem a dispo-nibilidade de «profissionais e de colaboradores externos» para atender as pessoas doentes fora do Hospital.

«As 15 unidades de terapia que estão instaladas no serviço de Oncologia são um

dos muitos exemplos da boa articulação da actual direcção da Liga em prol do hospital, investindo e trabalhando em prol do doente», vinca Cândido Teixeira, que não esconde que a Liga mantém uma «excelente relação» com o actual conselho de admi-nistração, liderado por Lacerda de Cabral.

A LAHSB conta com cerca

de 250 voluntários, disponi-biliza mais de 4 mil horas por ano de voluntariado sem qualquer pagamento nem apoio oficial. «É tudo feito com a boa vontade das pessoas; que bom seria que esta energia fosse replicada em alguns sectores da socie-dade civil, como verdadeira afirmação da cidadania», conclui Cândido Teixeira.

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CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBALNOTÁRIO

MARIA TERESA OLIVEIRA

Sito do Cartório na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em SetúbalCertifico, para efeitos de publicação que no dia treze de Dezembro de dois mil e doze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, a folhas 80 do livro 249-A, de escrituras diversas, na qual:Joaquim Manuel da Conceição Martins e mulher, Maria Leonor Pereira Alves Martins, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua D. João VI, nº 5, 1º Esquerdo, na Costa da Caparica, contribuintes números 133875024 e 133875016, justificaram a posse, invocando a usucapião do seguinte:Prédio rústico, denominado Quinta do Avô Quim, sito em Courela do Pinheiro, freguesia e concelho de Grândola, composto de oliveiras, sobreiros e árvores de fruto, com a área de dez mil oitocentos e três metros quadrados, que confronta do norte com Jaime Dias, a sul com caminho público e Cardela, a nascente com Jacinta Maria Pereira e Maria Luísa de Jesus e a poente com Luís Rosa, inscrito na respectiva matriz sob parte do artigo 88 Secção Y, a desanexar do prédio descrito na Conservatória do Registo Predial de Grândola, sob o número mil oitocentos e setenta e sete, da referida freguesia.

Está conforme.Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro

número 21-D emSetúbal, 13 de Dezembro de 2012.

A Notária,Maria Teresa Oliveira

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Liga oferece ao Hospital equipamento médico sofisticado

Sesimbra “capitaliza” peixe fresco

Grândola leva EP a tribunal

A CÂMARA Municipal

de Sesimbra quer cimentar a imagem da vila como capital portuguesa do peixe fresco, promovendo as pescas e a indústria do mar e ajudando a restauração e o turismo local. Para tal, a autarquia registou, junto do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, a marca “Sesimbra Capital Portuguesa do Peixe”. O objectivo passa por promover todo o concelho sesimbrense, mas também a região de Setúbal.

A CÂMARA de Grândola decidiu levar a Estradas de Portugal (EP) a tribunal pelo «estado vergonhoso» em que «deixou o troço entre Azinheira dos Barros e Mosqueirões» da Estrada Municipal 544. O edil Carlos Beato afirma que a via está intransitável e mesmo «sem estrada alcatroada».

Outra controvérsia a envolver a EP respeita à A26, cuja construção foi um «equí-voco técnico», por considerar que o tráfego previsto era baixo..

Nas obras canceladas de construção dos lanços entre Relvas Verdes e Grândola e entre Sta. Margarida do Sado e Beja «foram gastos cerca de 35 milhões», afirma.

O presidente da Liga, Cândido Teixeira, ladeado por uma das

directoras clínicas do S. Bernardo e responsável da MSD

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+ Região

O MUNICÍPIO atri-buiu, quarta-feira, o nome de Joaquim Benite ao Teatro Muni-cipal, mais conhecido por teatro azul. A decisão foi tomada por unanimidade em reunião pública, 14 dias após a morte deste ence-nador, director da Companhia de Teatro de Almada (CTA).

O referido espaço é proprie-dade da edilidade e o projecto é da autoria dos arquitectos Graça Dias e Egas Vieira, estando a gestão a cargo da CTA.

Inaugurado em 2005, é conside-rado «um dos melhores» equipa-mentos culturais do país, recebendo, também, ópera, música clássica, dança e encontros internacionais.

Além de uma sala principal, sala experimental e de ensaios, o teatro possui ainda espaços para

exposições, cafés-concertos, livraria e até um ATL.

O município presta assim home-nagem a Benite enquanto «homem de cultura e da cultura que tanto contri-buiu para o elevado patamar de desen-volvimento cultural alcançado no concelho». Joaquim Benite faleceu no dia 5, aos 69 anos. Em 2009 recebeu a Medalha de Ouro de Almada.

A ATRIBUIÇÃO de competências e verbas da Câmara nas juntas de Alcochete, de Samouco e de São Francisco para 2013 foi aprovada pela última reunião do executivo.

Para a Junta de Alcochete está prevista a transferência de 45.720,00 euros para conservação e limpeza do parque da Fonte da Senhora, actividades escolares, manutenção do areal da Praia dos Moinhos e actividades culturais e desportivas.

Para o Samouco vão 78.500,00 euros destinado a manutenção do Centro de Reformados, do mercado, e reparação de calçadas, conservação do coreto, apoio à Biblioteca, limpeza da Praia de Samouco, manutenção dos parques infantis e apoio às inicia-tivas culturais e desportivas.

O TRABALHO dos alunos Ricardo, Hélder, Miguel, Lara, Marta e Cláudia, da Cercimb – Centro 2, foi o vencedor do concurso “Postal de Natal Ecoló-gico”. O trabalho colectivo da Creche, Jardim-de-Infância e CATL “O Charlot” foi o segundo classifi-cado e, em terceiro lugar o trabalho colectivo da Sala das Tartarugas, do Centro Nossa Sr.ª da Paz.

Este é o terceiro ano consecu-tivo em que a Câmara promove este concurso, junto das escolas do concelho para estimular a cria-tividade e a consciência ambiental.

Este ano, o desafio foi lançado às escolas Alhos Vedros, em 2011, às escolas da Baixa da Banheira e, em 2010, o concurso foi dirigido a Vale da Amoreira.

A CÂMARA de Sesimbra disponibiliza, desde dia 17 e até 2 de Janeiro, refeições gratuitas aos alunos beneficiários de escalão A da Acção Social Escolar dos estabelecimentos de educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico da rede pública do concelho.

Esta medida pretende garantir uma refeição gratuita às crianças provenientes de famílias mais carenciadas.

As refeições serão servidas entre as 12 e as 13 horas. As crianças não poderão permanecer na escola para além deste período e as deslo-cações terão de ser asseguradas pelos encarregados de educação.

MAIS de 20 famí-lias da aldeia mineira do Lousal, em Grândola, começam a ser realojadas no início de 2013, resolvendo um processo que o município tem em mãos há 15 anos.

Os antigos mineiros e as viúvas de antigos trabalhadores que residem em bairros pertencentes à Sapec,serão realojados em casas municipais, explica a vice-presidente da Câmara, Graça Nunes.

Os moradores serão realojados nos bairros da Direcção, Quartéis, São Jorge, Santiago, Barranquinho e Santa Bárbara.

CRIATIVI-DADE e originalidade são duas das palavras de ordem que norteiam a construção de dezenas de presé-pios elaborados a partir dos mate-riais mais diversos, em exposição até ao dia 5 de Janeiro no Mercado Municipal de Santiago do Cacém.

São presépios de Natal feitos ao longo de meses pelas mãos de dezenas de utentes das Institui-ções de Apoio a Reformados e Idosos do Concelho de Santiago do Cacém que agora estão reunidos numa exposição única aberta ao público até ao Dia de Reis.

A CANDIDATURA do Projecto Tu Kont@s à 5ª geração do Programa Escolhas foi uma das 110 candidaturas seleccionadas, com um financiamento total previsto de 208.621,00 euros para os três anos de intervenção.

O projecto aposta na inter-

venção social no Bairro da Caneira para minimizar o ciclo de pobreza e exclusão social junto de crianças, jovens e famílias de contextos socioeconómicos mais vulnerá-veis, promovendo a igualdade de oportunidades e o reforço da coesão social.

A PRESIDENTE da Câmara Municipal de Palmela lamenta que a petição do município sobre a manutenção das cinco fregue-sias não tenha sido discutida de forma isolada na Assembleia da República.

O documento foi a plenário no dia

14, ocasião em que os deputados do PSD e do CDS-PP tornaram a reafirmar o seu apoio à actual reforma.

O executivo, as juntas de freguesia e as populações prometem não baixar os braços ainda assim e devem voltar a manifestar-se em breve.

NO DIA 10 de Janeiro, decorre o 6.º Fórum para a Cida-dania, no Auditório dos Serviços Centrais da Câmara do Seixal, com o tema Cidadania em Saúde: Imigração e Integração.

Esta edição aborda a relação entre saúde e imigração, um tema que tem vindo a adquirir uma importância crescente junto dos decisores políticos internacionais, nacionais e locais, bem como dos investigadores da área dos sistemas de integração dos imigrantes nos territórios de acolhimento.

Este fórum é uma iniciativa anual aberta à participação de todas as pessoas e instituições e tem como objectivo promover um espaço de reflexão conjunta.

A CÂMARA aprovou a proposta de nova estrutura orgâ-nica dos serviços municipais.

De acordo com a nova lei, os municípios com a dimensão popu-lacional de Sines deixam de poder ter directores de departamento e apenas podem ter quatro chefes de divisão e um cargo de direcção intermédia de 3.º ou 4.º grau - coor-denador.

As alterações afectam sobre-tudo as unidades orgânicas de topo, mantendo-se a estrutura muito próxima da que está em vigor desde 2011 nas unidades, núcleos, serviços e sectores.

A ASSEMBLEIA Municipal de Alcácer do Sal aprovou o Orçamento e as Grandes Opções do Plano para o ano de 2013, com os votos favoráveis do PS e do PSD, a abstenção da CDU e o voto contra do Bloco de Esquerda.

Este Orçamento é de 21.3 milhões de euros, menos dois milhões em relação ao ano ante-rior. As Grandes Opções do Plano, de dotação global de 13.8 milhões euros, são compostas pelo Plano Plurianual de Investimentos, no montante de 5.8 milhões, e pelas Actividades Mais Relevantes, no valor de 8 milhões de euros.

O Orçamento Municipal para

o próximo ano é descrito no preâm-bulo do documento como de “uma preocupação social, dirigido para a protecção às famílias mais caren-ciadas, reforçando a política que já vinha sendo implementada nos últimos anos pelo actual execu-tivo municipal».

A SALA polivalente do Fórum Luísa Todi, para receber eventos intimistas, abriu no dia 14. Funciona de terça-feira a domingo, das 14 às 23 horas, como sala de chá ou café onde, periodicamente, se realizam eventos culturais.

A sala, localizada no terraço do Fórum, proporciona uma impressionante vista panorâmica.

O empresário José Santos, gerente do espaço, sublinha que o facto de ser «uma sala diferente, multiusos, com características de café-concerto, juntamente com a vista fabulosa que oferece a quem a visita» resultam num local espe-cial para se assistir a um espectá-culo ou, simplesmente, para se beber um café.

O FESTIVAL Barreiro Rocks está de volta este sábado, na Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense S.I.R.B. “Os Penicheiros”.

Em ano de crise a Hey, Pachuco! - Associação Cultural, com o apoio da Câmara do Barreiro, apresenta o que, no entender da organizaçãoi, é «o

melhor do que se faz na Penín-sula Ibérica, na área do garage-rock».

Recorde-se que o Barreiro Rocks já apresentou a Portugal nomes como Andre Williams, King Khan & The Shrines, Howlin Rain, Pierced Arrows, Jack Obli-vian, Lost Sounds, Tav Falco, Ty Segall e The Strange Boys.

Teatro azul de Almada vai chamar-se Joaquim Benite

Alcochete descentraliza

Moita premeia postal ecológico

Sesimbra garante refeições a crianças

Grândola realoja antigos mineiros do Lousal

Presépios muito originais em Santiago do Cacém

Montijo reforça apoio social

Palmela na luta das freguesias

Seixal acolhe Fórum para a Cidadania

Sines tem nova estrutura orgânica

Alcácer do Sal aprova orçamento 2013

Setúbal abre sala polivalente

Rock da pesada no Barreiro

SEIXAL

ALMADA

BARREIRO

SESIMBRA

ALCOCHETE

MONTIJO

SANTIAGO

SINES

ALCÁCER

GRÂNDOLA

MOITA

SETÚBAL

PALMELA

Orçamento é superior a 21 milhões

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Joaquim Benite dá nome a teatro

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Acção Social

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O bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, criticou o

modelo económico-finan-ceiro nacional e avisa que a Igreja Católica está a falhar na sua missão.

O sistema predominante no Ocidente «é uma espécie de religião fundamentalista seguida pelos poderosos que passam a vida ajoe-lhados diante do lucro e do dinheiro, sugados de todas as formas possíveis e imagi-nárias» a quem «menos pode defender-se» e a quem «cada vez pode menos», declarou à agência Ecclesia.

A austeridade causada por Portugal estar «num poço sem fundo e nem sequer ter dinheiro para comprar a corda para se salvar», é uma «imposição sobre os pobres, e agora já sobre os menos pobres», que «estão a ser sacrificados naquilo que é o mais sagrado», ou seja, «o

direito a uma vida digna», sublinhou.

Os portugueses têm «a ilusão de viver num regime democrático», mas que na realidade está dominado «por mil ditaduras», como é o caso do «medo do hoje, do amanhã, de perder o trabalho, de não poder resolver este problema e aquele, de deixar a casa».

Para o prelado, o Governo deve compro-meter-se a dar «condições minimamente necessárias» para que «as pessoas possam ter a certeza, tanto quanto é possível, que o pão da sua mesa nunca vai faltar».

Os políticos «não deixam de comer descansados»

Referindo-se à legis-lação laboral, D. Manuel Martins diz-se «espantado» por ver «como é que

ninguém na Igreja denun-ciou muitas das medidas do Código Laboral que nada têm a ver com os direitos consignados na Consti-tuição».

A Igreja Católica, que devia «apontar outros hori-zontes», está a «cumprir só metade da sua missão, que é dar de comer a quem tem fome», faltando-lhe a tarefa de «descobrir as causas da pobreza», apontou.

O antigo bispo setuba-lense considera que os polí-

ticos «não deixam de dormir, de comer e de viver descansados e regalados por causa do povo», e deixa um aviso: «Estamos a pagar-lhes, e bem, para nos servirem. Portanto, cautela».

«Não digo que mudem os políticos mas que mudem as políticas, pedagogias e modos de estar, não só ao nível de quem ocupa as cadeiras do poder mas sobretudo daqueles que estão com ânsia de as ocupar», aponta, depois de censurar uma «filosofia económica desgraçada» que tem levado a casos de fome.

O prelado salienta que Portugal «está muito perto do abismo» e que 2012 «fica marcado pelo cataclismo que se abateu sobre a sociedade portuguesa», que a mantém num clima de «muito desânimo, de muito medo».

Ex-prelado sadino diz que a «Igreja está a falhar a sua missão»

D. Manuel Martins alerta para caminhos de cataclismo social

Shalom leva Natal a quase duas mil pessoas

450 CABAZES de Natal, um jantar para centenas de famílias e festa com presentes para os mais pequenos, envol-vendo quase duas mil pessoas com carências económicas, no concelho de Setúbal, foram alguns dos contributos da Associação Baptista Shalom para um Natal menos agreste numa das cidades mais fusti-gadas pela crise.

As iniciativas, que envol-veram dezenas de voluntá-rios, integraram, ainda, uma recolha de bens alimentares no Jumbo de Setúbal, bem como a realização de quer-messes para conseguir as verbas necessárias à realização destas acções solidárias.

«Cada vez mais, as insti-tuições de solidariedade social precisam de recorrer ao apoio das entidades privadas e à

população, em geral, para conseguir ajudar os que mais precisam», afirma Marisa Bossa, da Associação Shalom, para quem a escalada da pobreza, que traz às filas de comida e às duas cantinas da instituição, cidadãos da classe média «já sem capacidade» para sustentar a família.

Até na festa de Natal dos mais pequenos se notou a escalada da pobreza, pois quando «em outros anos damos cerca de 200 presentes, este ano quase não conseguí-amos concretizar porque o número subiu para mais de 400 crianças». Mas o esforço valeu a pena, adianta, tanto mais que a realidade indica que «na maioria dos casos, essas serão as únicas prendas que estas crianças terão no sapatinho este ano».

O ex-prelado sadino

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Reportagem12 S á bado | 2 2 . D e z . 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

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A residência de apoio ao idoso “O Conforto dos Avós”, localizada em

Brejos de Azeitão, com cinco anos de existência, realizou no passado sábado, a 2.ª Gala de Natal, com jantar e animação, destinada aos seus residentes e suas famílias.

Sílvia Carambola, sócia gerente da instituição, realça que ficou «super feliz» com a festa e sublinhou que apareceram mais familiares do que aqueles que estavam inscritos. «No global, esti-veram aqui cerca de 200 pessoas. Foi uma noite

fantástica com um calor humano indiscritível. Vi sorrisos e brilhos nos olhos dos nossos residentes, que são o nosso objectivo real. Queremos que eles estejam felizes e contentes», frisa, acrescentando que este tipo de eventos são «uma mais-valia e deixam-me com todas as minhas energias todas no auge», ou não fosse Sílvia Carambola uma ‘expert’ em organizar eventos de Natal. «Já organizei, há algum tempo, festas de Natal na Quinta do Conde e cheguei a reunir doze lares», revela.

Com 31 utentes a seu cargo, em centro de dia e em residência, a referida festa do lar “O Conforto dos Avós” foi animada com danças de salão, fados e sevilhanas. Pela escola Alma Latina “Dance 2 You”, da Moita, actuaram Cláudio e Vera, e da União Setubalense veio o par Gonçalo e Sónia. A fadista de serviço foi Olga Marta e as danças sevilhanas estiveram a cargo de Joana Batista, neta do residente António Batista. A apresen-tação e produção da Gala foi da responsabilidade de Bruno Frazão e Flávio Fernandes.

Residênciasassistidas para breve

A residência de apoio ao idoso “O Conforto dos Avós”, com instalações e um serviço de qualidade, acima da média, dá emprego a cerca de 30 pessoas. No Junho do presente ano, a instituição inaugurou a sua quinta pedagógica, com diversas espécies de animais, com vista a «dina-mizar os nossos residentes» e «trazer aqui crianças para conviverem com os mais idosos. Já aqui tivemos visitas de alunos de um infantário de Azeitão e correu tudo muito bem».

No que concerne ao futuro, Sílvia Carambola gostaria de poder conti-nuar a ter capacidade para «garantir o bem-estar e o melhor possível a todos os residentes» que aqui estão instalados. E está também nos planos da instituição avançar com a construção de pequenas vivendas-assistidas, talvez quatro, numa zona junto à quinta pedagógica. «Muitos casais já nos pediram esse projecto. Os idosos ficam ligados à instituição mas, as pessoas têm a sua casa e ficam independentes», vinca.

“O Conforto dos Avós” promoveu Gala de Natal

BlueBiz Global Parques

Um localização vocacionada para potenciar investimentos

O BLUEBIZ Global Parques, Parque Empresarial da Península de Setúbal, situado no Vale da Rosa, junto ao Instituto Politécnico de Setúbal tem-se vindo a afirmar como uma solução eficiente para a localização de empresas na região. Atualmente sob gestão da aicep Global Parques, empresa detida maio-ritariamente pela aicep Portugal Global, este Parque, criado na viragem do século, desenvolveu-se a partir das antigas instalações fabris da Renault que encerrou a sua atividade em 1998.

Após um período em que se aguardou, sem sucesso, por um fabricante automóvel que ocupasse o espaço, optou-se por converter a localização de 56 hectares num Parque Empresarial. A sua excelente localização contribuiu para esta decisão. O Parque tem

excelentes acessibilidades, fundamentais à atividade empresarial, desde as marí-timas – junto ao Porto de Setúbal, às ferroviárias - a 300m de um terminal de carga, e rodoviárias - rápido acesso à rede de autoestradas. O facto de o Instituto Politécnico de Setúbal ser vizinho, favorece, por sua vez, a contratação de mão-de-obra qualificada.

Chave na mão e modelo de negócio atrativo

A escolha da localização no parque que melhor se adapta a uma determinada atividade, e a preparação para a instalação, é assistida pela equipa de especialistas da aicep Global Parques. Os requisitos do projeto são anali-sados criteriosamente pela equipa técnica, com o obje-tivo de encontrar a melhor

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oferta em termos de tamanho, soluções de construção ou outras especificações. As empresas encontram assim uma oferta completa à medida dos seus requisitos.

O arrendamento de insta-lações em detrimento da aqui-sição permite a concentração do capital no início da ativi-dade, sendo que a oferta é muito flexível. O custo de moderni-zação das instalações diferente do padrão, muitas vezes devido a características especiais soli-citadas pelo cliente, poderá ser compensado ao longo da vida do projeto através do estabe-lecimento de um determinado período de aluguer e/ou sobre-taxas ao preço de tabela stan-dard.

Lauak é umcaso de sucesso

Uma das empresas insta-ladas, a Lauak produtora de equipamento aeronáutico, instalou-se no BlueBiz em Agosto de 2008 ocupando 11.630m2 de área coberta e 112 trabalhadores.

Devido à natureza dos seus produtos, a instalação da Lauak no BlueBiz exigiu a construção de áreas específicas no edifício existente, como por exemplo um elevador externo e uma área de clima controlado. Atual-mente devido ao crescimento da atividade, a empresa ocupa uma área coberta total de 13.293m2 e emprega já 145 pessoas.

Uma parceria estratégica com o IPS

O BlueBiz celebrou um protocolo com a IPS, o Instituto Politécnico de Setúbal, que concede privilégios especiais para empresas instaladas no parque, nomeadamente o acesso a recursos humanos qualificados. O protocolo pretende promover estágios profissionais em empresas instaladas no parque para alunos que terminam os cursos do IPS, nomeadamente de engenharia, gestão de negócios, educacionais, tecnológicos e de ciências da saúde. Neste âmbito, o IPS poderá promover formação especial adaptada às necessidades concretas de uma empresa que se localize no BlueBiz. Paralelamente a parceria prevê a plena utilização de várias instalações de uso comum no IPS nomeadamente, instalações desportivas, refeitório, salas de conferências e de reunião.

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Sugestões de Natal14 S á bado | 2 2 . D e z . 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

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AS NOVIDADES da adega Venâncio da Costa Lima, locali-zada em Quinta do Anjo, só deverão surgir em 2013. No novo ano, a adega tenciona aumentar o volume de vendas e a notoriedade da marca

no mercado, com acções estratégicas e focadas no consumidor, bem como alargar as exportações.

A nova adega, que está em fase adian-tada de cons-trução, já deverá ter « a l g u m a s áreas» a f u n c i o n a r durante o próximo ano. «Este espaço

permite melhorar muito as nossas condições de trabalho, o poten-cial dos nossos vinhos e oferecer um espaço de venda das nossas marcas, que permita ao nosso consumidor um contacto mais directo com a adega e onde poderá escolher de entre toda a nossa gama», sublinha Joana Vida, responsável pela comunicação e vendas da empresa.

A CASA Agrícola Horácio Simões, com instalações em Quinta do Anjo, decidiu brindar a quadra natalícia com os seus clientes com o vinho licoroso “Bastardo”, um DO Palmela, que está a registar «bastante aceitação» no mercado. O êxito levou mesmo a firma a apostar no lançamento de colheitas de 2009 e 2010.

Com colheita de 2009, já foram lançadas no mercado cerca de 450 litros distribuídos por 900 garrafas do novo néctar “Bastardo”, enquanto a colheita de 2010, a lançar no início de 2013, deu para encher 3 mil garrafas. É um néctar ideal, produzido através de casta tinta, para acompanhar com «uma boa conversa, depois da refeição», e foi produzido através de um método de vinificação idêntico ao dos moscatéis.

Este novo produto, comercializado ao preço de 20 euros, pode ser adquirido na Loja Afinidades, na adega, na Casa-Mãe da Rota de Vinhos, na Casa da Baía, em Setúbal, na Casa das Tortas e na Loja do Queijo, em Azeitão.

A SIVIPA, apesar das difi-culdades finan-ceiras, registou este ano uma facturação na ordem de um milhão e 400 mil euros, um valor

superior em 10 por cento em comparação

com o ano anterior.Com o volume de negócios a

crescer, A Sivipa reconhece que o galardão “Palmela Cidade Euro-peia do Vinho” contribuiu para o «crescimento» da facturação, bem como o esforço e a união dos viti-vinicultores da região em prol da qualidade.

O Moscatel 10 Anos Superior e o Moscatel Bombom, servido em copos de chocolate, considerado já «um ícone de mercado», são as grandes apostas da Sivipa para este Natal. Estes e outros produtos podem ser encontrados na Casa-Mãe da Rota de Vinhos e nas grandes superfícies com uma boa relação «qualidade preço».

Já no que toca a medalhas de Ouro, a empresa conquistou seis em concursos nacionais e inter-nacionais, nomeadamente na Alemanha, França e Portugal.

O MAIS recente vinho da José Maria da Fonseca, de Azeitão, é o novo Periquita Reserva 2010, um dos seus vinhos mais emblemá-ticos da Península. A nova colheita Periquita Reserva mantém as tradi-cionais castas Castelão, Touriga Nacional e Touriga Franca. Em 2013 estão previstos lançamentos de novos brancos e rosés.

As três castas combinam-se na perfeição para dar ao vinho um perfil frutado, equilibrado e com taninos suaves. O Periquita Reserva 2010 é um vinho de cor rubi intenso, com um aroma a frutos pretos, cassis, mineral, figos, licoroso e

pimenta. Este vinho esta-giou em madeira nova e usada durante 8 meses. Deverá acompanhar carnes vermelhas, caça ou queijos e ser consu-

mido a uma tempe-ratura de 16 graus.

A história do Periquita remonta ao início da própria história da José Maria da Fonseca, quando o fundador da empresa, por volta de 1846, comprou a proprie-dade Cova da Peri-quita.

A ADEGA X a v i e r Santana, em Palmela, para a quadra nata-lícia que atra-v e s s a m o s , renovou a imagem da embalagem da sua linha de p r o d u t o s fornecidos em caixa de transporte de duas e três garrafas. Na emba-lagem de três garrafas, a selecionar pelo cliente, a empresa decidiu oferecer um desconto de 10 por cento aos consumidores, até final de Dezembro.

Apesar do ano de 2012 não estar a ser favorável à venda de vinhos no geral, o comércio dos produtos da adega Xavier Santana «não saiu muito belis-cado», mantendo-se o volume de negócios num patamar «seme-lhante a anos anteriores», refere André Pereira.

Todavia, o aumento da produção face a 2011 dá «novo alento» à empresa para 2013, embora André Pereira reconheça que o «acentuar da crise possa retrair os consumidores do mercado».

Venâncio da Costa Lima quer aumentar volume de vendas

Horácio Simões lança licoroso “Bastardo”

Sivipa com facturação a crescer

JMF lança novo Periquita Reserva 2010

Xavier Santana oferece descontos de dez por cento

Fotos: DR

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A V I S O N.º 2/DURB/2012 LOTEAMENTO

EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ ANDRÉ MARTINS, VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DE SETÚBAL:No uso da competência conferida pelo artigo 94.º da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, delegada pela Presidente da mesma Câmara, e nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, com a redação que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 26/2010, de 30 de março (RJUE), expeço o presente alvará de licença, que assino e faço autenticar a favor de UNITER – SOCIEDADE DE CONSTRUÇÃO E IMOBILIÁRIA, LIMITADA, com o número de pessoa coletiva 502841575, com sede na Avenida 5 de Outubro, n.º 35, 3.º andar, letra P, em Setúbal, a quem por deliberação desta Câmara Municipal, em sua reunião ordinária realizada em 18/06/2008, foi concedido o licenciamento do loteamento do prédio rústico situado em Choilo, Brejos de Azeitão, da freguesia de São Lourenço, deste concelho, descrito na 1ª Conservatória do Registo Predial de Setúbal sob o n.º 2273/19930311, inscrito na matriz rústica da referida freguesia sob o artigo 172º da Secção B, confrontando do Norte com herdeiros de Carlos Artur Afonso e José Vicente; do Sul com José Vicente e João Luzio; do Nascente com herdeiros de Carlos Artur Afonso e do Poente com Alberto Jones Gomes de Oliveira, com área total de 9000 m2.O prédio objeto da operação, segundo o Plano Diretor Municipal de Setúbal, encontra-se classificado como Espaço Urbanizável de Baixa Densidade H1, pelo que se lhe aplicam os condicionalismos urbanísticos previstos nos artigos 91º a 96º e 117.º do regulamento do referido plano.Nos termos do disposto no artigo 7º do REUMS, encontra-se a operação de loteamento dispensada de discussão pública.

A operação tem as características e prescrições a seguir indicadas: Área total do prédio registado: 9000m2;Área total dos lotes: 5437,15m2;Área total de cedências: 3562,85m2;-Número de lotes constituídos: 10;Uso: Habitação unifamiliar;Número máximo de pisos: 2;Número total de fogos: 10;Superfície total de pavimentos (STP): 2255,70m2;Densidade de fogos por Hectare: 11,11 fogos/ha;Indíce de utilização bruto (IUB): 0,25;Número de lugares de parqueamento: 56 (20 lugares de parqueamento no interior dos lotes e 36 lugares de parqueamento no exterior).Cedências:É cedida ao Município, para domínio público, a parcela de terreno a seguir indicada, assinalada na planta de cedências, que passa a constituir o Anexo II a este alvará, devidamente assinada e autenticada:-A área de 3.562,85m2, destinada a arruamentos, passeios e estacionamento, assinalada na planta de cedências na cor rosa.A planta-síntese do loteamento aprovada e as demais prescrições do alvará estão patentes no respectivo processo podendo ser consultado no Departamento de Urbanismo todos os dias úteis no horário normal do expediente na Divisão Técnico-Administrativa / Secção de Arquivo Administrativo na Rua Acácio Barradas, em Setúbal.------------------------------------------------------Para constar se publica o presente aviso num jornal de âmbito local e vai ser afixado edital de idêntico teor nos Paços do Município e na sede da Junta de São Lourenço.-

O VEREADOR, com competência delegada na Área do Urbanismo, André Martins

Este alvará fica registado no sistema informático destes Serviços MunicipaisPaços do Município de Setúbal, 23 de outubro de 2012

A Chefe de DivisãoTeresa Soudo Megre

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A QUINTA do Conde começa a afirmar-se por um conjunto de caraterísticas exclusivas que a diferenciam dos outros aglomerados populacionais e, consequen-temente, lhe garantem iden-tidade.

Não obstante a adversi-dade dos tempos, conse-quência de opções políticas erradas, castradoras e desu-manas, assentes no eufe-mismo “austeridade”, a Quinta do Conde resiste e vence!

Com efeito, após épica luta, a Quinta do Conde viu abrir em 2012, finalmente, o seu Centro de Saúde. A aber-tura confirmou a razão dos quintacondenses, quando o exigiram e quando defen-deram o projeto inicial, porque, conforme agora reconhecem as “autoridades” o atual já não respondia a todas as necessidades no dia da abertura. Ciente da razão que lhe assiste, a população da Quinta do Conde vai persistir na exigência de prestação de cuidados de saúde mais humananizados, universais, oportunos e menos mercantilizados.

Em matéria de ensino secundário, mau grado as

manobras para camuflar a realidade, o tema já é discu-tido nas salas da Assembleia da República, incluindo no hemiciclo, ato possível dada a pertinência deste anseio coletivo local.

No que ao ambiente concerne, é notório o esforço das autarquias locais, e concretamente da Junta de Freguesia, que se traduz numa muito maior urbani-dade da Quinta do Conde e, por inerência, em acréscimo de qualidade de vida.

Caraterística distintiva do trabalho que se realiza na Quinta do Conde é o envol-vimento da comunidade nas opções e na concretização das ações. Foi assim, e é, em setores como a saúde, a educação, a solidariedade social, a segurança, o ambiente, as atividades lúdico-culturais, a defesa das freguesias e outras. Promo-vemos a participação popular porque acreditamos que juntos temos mais força. Comprometemo-nos com o Movimento Associativo porque vislumbramos nele o primeiro patamar do Poder Local. Aquele que responde melhor e mais depressa aos legítimos anseios das pessoas.

Consequentemente, reafirmamos o apelo à unidade e à convergência na acção por políticas sérias e honestas, políticas para as pessoas e para as famílias, políticas por Portugal e pelos portugueses, políticas de futuro e de esperança. É este o nosso combate, que enfren-tamos com confiança.

Os quintacondenses podem contar com a sua Junta de Freguesia. Dese-jamos e trabalhamos para que todos vivam Festas de Natal felizes e que no novo ano de 2013 se concretizem os anseios pessoais e colec-tivos da nossa comunidade.

O Presidente da Junta,Vítor Antunes

Construir identidade na Qt. do Conde

DR

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