semmais 25 abr

16
Sexta | 25 Abril 2014 www.semmaisjornal.com semanário - edição n.º 808 • 6.ª série - 0,50 € região de setúbal Director: Raul Tavares Distribuído com o VENDA INTERDITA Fotos: DR 6 1 anos A REGIÃO SOMOS TODOS NÓS Costa Alentejana ideal para construção em superadobe O estudo é de Rui Vasques, um projectista aluno de Artes Visuais, e prevê a construção de cidades amigas do ambiente e com custos muito reduzidos Pub. Cultura 9 Hilliard Ensemble na Igreja Matriz de Santiago do Cacém Desporto 12 McNamara vai surfar 'Gasoline' do rio Tejo a partir do Barreiro Biodiversidade 12 Doença hemorrágica ameaça comunidade de coelhos das coutadas da região O Estabelecimento Prisional de Setúbal foi afec- tado por um surto de sarna que terá deixado alguns reclusos com «doenças de pele», segundo confirmou o Semmais junto do Sindicato de Guardas Prisio- nais e de outras fontes ligadas à Cadeia. Mas há outros perigos, como a falta de limpeza e ratos em espaços públicos. A prisão de Setúbal é a mais lotada do país, com 225% acima da sua capacidade. ÚLTIMA PÁG. 16 Surto de Sarna 'passeou' pela Cadeia de Setúbal ACTUAL MéDICOS e doentes do distrito estão a ser afectados pelo novo sistema de recei- tuário clínico. Há doentes que deixam as consultas sem as respectivas receitas após horas de espera. O anterior sistema tinha falhas mas funcionava melhor. PáG. 4 LOCAL APESAR da remoção de lamas oleosas no aterro da Maria da Moita estar a decorrer a bom ritmo, os autarca de Santo André, continuam preocupados com a possívek contaminação do subsolos e dos aquíferos. E ainda falta remover lamas de três lagoas. PáG. 14 ACTUAL O PRESIDENTE da Repú- blica, Cavaco Silva, destacou esta semana as parcerias que levaram à construção do novo Hospital Nossa Senhora da Arrábida, em Brejos de Azeitão. A unidade promete estar a funcionar para toda a comunidade local. PáG. 5 Dívidas agitam política partidária na Câmara sadina Uma penhora da Amarsul à Câmara de Setúbal agitou esta semana a política local. A oposição diz que a autarquia está em via da bancarrota. A presidente, Dores Meira, afirma tratar-se de gincana política e ameaça com processos internos, por suspeita de fugas de informação. PáG. 6 GNR identificou carrinha suspeita do roubo de estátua em Alcochete A estátua de grande porte, em bronze, instalada à porta da praça de toiros, foi roubada na madrugada de terça-feira. A polícia já tem a matrícula suspeita.

Upload: mediasado

Post on 09-Mar-2016

242 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Semmais 25 abr

Sexta | 25 Abril 2014 www.semmaisjornal.comsemanário - edição n.º 808 • 6.ª série - 0,50 € • região de setúbalDirector: Raul Tavares

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

Fotos: DR

61anos

A REGIÃOSOMOSTODOSNÓSedição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais

Costa Alentejana ideal para construção em superadobe O estudo é de Rui Vasques, um projectista aluno de Artes Visuais, e prevê a

construção de cidades amigas do ambiente e com custos muito reduzidos

Pub.

Cultura 9Hilliard Ensemble na Igreja Matriz de Santiago do Cacém

Desporto 12McNamara vai surfar 'Gasoline' do rio Tejo a partir do Barreiro

Biodiversidade 12Doença hemorrágica ameaça comunidade de coelhos das coutadas da região

O Estabelecimento Prisional de Setúbal foi afec-tado por um surto de sarna que terá deixado alguns reclusos com «doenças de pele», segundo confirmou o Semmais junto do Sindicato de Guardas Prisio-

nais e de outras fontes ligadas à Cadeia. Mas há outros perigos, como a falta de limpeza e ratos em espaços públicos. A prisão de Setúbal é a mais lotada do país, com 225% acima da sua capacidade.

últimA páG. 16

Surto de Sarna 'passeou' pela Cadeia de Setúbal

AcTuAl MéDIcos e doentes do distrito estão a ser afectados pelo novo sistema de recei-tuário clínico. Há doentes que deixam as consultas sem as respectivas receitas após horas de espera. O anterior sistema tinha falhas mas funcionava melhor.

pág. 4

locAlApEsAR da remoção de lamas oleosas no aterro da Maria da Moita estar a decorrer a bom ritmo, os autarca de Santo André, continuam preocupados com a possívek contaminação do subsolos e dos aquíferos. E ainda falta remover lamas de três lagoas.

pág. 14

AcTuAl o pREsIDENTE da Repú-blica, Cavaco Silva, destacou esta semana as parcerias que levaram à construção do novo Hospital Nossa Senhora da Arrábida, em Brejos de Azeitão. A unidade promete estar a funcionar para toda a comunidade local.

pág. 5

Dívidas agitam política partidária na câmara sadina Uma penhora da Amarsul à Câmara de Setúbal agitou esta semana a política local. A oposição diz que a autarquia está em via da bancarrota. A presidente, Dores Meira, afirma tratar-se de gincana política e ameaça com processos internos, por suspeita de fugas de informação.

pág. 6

gNR identificou carrinha suspeita do roubo de estátua em Alcochete A estátua de grande porte, em bronze, instalada à porta da praça de toiros, foi roubada na madrugada de terça-feira. A polícia já tem a matrícula suspeita.

Page 2: Semmais 25 abr

2 ESPAÇO PÚBLICO Sexta • 25 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com

Apoderarmo-nos de uma recen-te nota de imprensa oriunda da Delegação de Setúbal da União de Resistentes Antifascista Portugue-ses — URAP - tem perdão porque, neste ou noutro jornal, trata-se de tecer loas a uma jovem jornalista.

A sua emissão saudou o 17 de Abril e nele o 53º aniversário da derrota dos mercenários cubanos que, a soldo dos Estados Unidos, desembarcaram na Playa Girón ou Baía dos Porcos na primeira tentativa de derrubar o Governo e assassinar Fidel de Castro. “Bas-tou que na véspera Cuba tivesse declarado o carácter socialista da sua opção política para que 1.297 exilados em Miami, antes compro-metidos com a ditadura de Ful-gêncio Batista mas já há muitos meses treinados para o efeito, cum-prissem as ordens de Kennedy. Em menos de 72 horas foram aniqui-lados pelas forças governamen-tais cubanas, e desde então inten-sificou-se a mais prolongada e di-versificada tentativa imperialista (incluindo o vergonhoso bloqueio)

de derrotar um povo que lutou pela sua soberania e, uma vez esta con-quistada, a defende com orgulho inquebrável”.

Mas também a tão poucos dias de festejarmos o 40º aniversário da Revolução do 25 de Abril, logo vincava que “os portugueses não esquecem que ela se deveu antes de tudo à luta anti-fas-cista travada em Por-tugal, à luta dos povos das ex-colónias pela sua libertação e indepen-dência e à existência de uma correlação de for-ças a nível mundial que permitiu que no mais ocidental dos países da Europa capitalista caís-se um regime ditatorial e terrorista que a NATO - a OTAN de Salazar - não se coi-biu de acolher entre os seus fun-dadores, razão pela qual nos as-sociamos ainda com mais força às Comemorações do 55º aniver-sário da Revolução Cubana, nes-te ano de 2014.

“A sabotagem, o terrorismo e a agressão contra a Ilha de José Marti financiadas pelos Estados Unidos da América conheceram um outro profundo golpe quan-do, em 1998, cinco patriotas oriun-dos de Cuba se infiltraram na rede contra-revolucionária de Miami e recolheram irrecusáveis provas de planos que atentavam contra o regime de Fidel de Castro e vi-das humanas. Ao entregá-las ao FBI, este instrumento ao serviço do grande capital e do imperialis-mo prendeu-os — ou seja: pren-deu os inocentes — e deixou à sol-

ta os criminosos, ple-namente identificados”.

“As acções de soli-dariedade pela sua li-bertação, já longas de 15 anos, têm sido, tal como em todo o mun-do, constantes no nos-so país, a partir de lar-gos sectores da opinião pública e forças pro-gressistas. É pois com a mesma confiança de

que, mais cedo que tarde, para além de René, o primeiro dos liberta-dos, e agora de Fernando, regres-sarão à sua terra para junto do seu povo e dos seus familiares os três restantes prisioneiros dos cárce-res de Obama - António, Gerardo

e Ramon - que mantemos o espí-rito da Campanha pela Libertação dos Cinco, de todos os Cinco, para a qual continuamos a concitar to-dos os Setubalenses a aderir”, ter-minava a nota.

Oriunda de há um mês, por-que então escrevemos sobre car-teiros, eis agora uma jovem jor-nalista (Ana?) de uma rádio local setubalense que num primeiro se-mestre da década de 90, e antes das nove da manhã, nos confron-tou via telefónica: “Estamos em li-gação directa a Havana e até es-tamos a ouvir muita agitação, os opositores estão na rua a saudar a queda do regime de Fidel de Cas-tro. Que tem a dizer?”

— “A confirmar-se, mantemos a nossa solidariedade com a Revolu-ção, com o povo que luta e com Fi-del, que foi o que deles recebemos durante o fascismo. Cuba vencerá!”.

Foi logo perceptível um riso descomprometido de desculpa, e de que maneira ela não deixou de a pedir!: — “Hoje é o dia 1 de Abril!!”

Para os radiouvintes também não havia directo, ao contrário do que me insinuara, mas foi peremp-tória: — “Eu sou igualmente pelo 1 de Janeiro, descanse!”

É que os 55 anos acima cita-dos começaram no primeiro dia de 1959!

Valdemar SantosMilitante do PCP

A rapariga do 1 de Janeiro

Ficha técnicaDirector: Raul Tavares; Editor--Chefe: Roberto Dores; Redacção: Anabela Ventura, António Luís, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. Email: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

O amianto nas nossas escolas

O problema do amianto nas escolas da região de Setúbal, que já se chegou à conclusão

serem às dezenas, e se confirmou os efeitos nefastos para a saúde pública, é daqueles assuntos que irritam pela ligeireza com que as várias tutelas assumem as respon-sabilidades.

A resolução desta ameaça pe-rante milhares de jovens adolescen-tes, obrigados que estão a conviver num ambiente hostil e perigoso, não deveria ser um joguete administra-tivo ou uma espuma de declarações sem ação prática.

No caso da Escola de Azeitão, uma das primeiras a levantar coro contra a situação, pais, alunos e pro-fessores saíram à rua. Levantaram a voz. Mas muitas outras continuam, sem alternativa num silêncio atro-fiado. O momento escolar decisivo para a conclusão do ano letivo as-sim o exige.

A direcção da Escola Básica das Faias, no Montijo, já fizeram saber que o estabelecimento não abre no pró-ximo ano. Mas são ações isoladas.

Era relevante, para o desfecho deste caso terceiro-mundista, uma concertação das escolas que pade-cem deste mal. E uma posição con-junta para obrigar o Estado a erra-dicar de vez a ameaça do amianto.

A não ser assim, como se tem provado em tantas outras decisões, a coisa andará aos remendos, às vol-tas, ao mesmo ciclo vicioso, de que anda, mas não anda. E a desculpa da falta do vil metal não colhe, quando está em causa a saúde pública.

EdItOrIALRaul Tavares

O facto do presente número do Semmais ser distribuído na sema-na em que ocorre o 40º aniversá-rio do 25 de Abril impõe que te-nhamos presente esta efeméride.

Por todas as razões.Em primeiro lugar porque o

país e o povo português viviam até 24 de Abril de 1974 sob um re-gime ditatorial colonialista, de ho-rizontes reacionários e tacanhos, enaltecedor de pobreza e cego aos ventos da História.

A guerra colonial, sorvedouro de meios materiais e humanos, agravara sem saída o fu-turo e esta contradição, insarável, despoletou a revolução dirigida por militares generosos, que recriaram a esperança do povo português num mundo melhor.

Em segundo lugar porque, superados os graves constrangimen-tos que o povo portu-guês teve de enfrentar e vencer, com coragem e muita determina-ção, face às consequências inter-nas de um mundo bipolar, que qua-se conduziu o país a uma guerra civil, com novos e não menos gra-ves riscos, a Constituição da Re-pública foi votada a 2 de Abril de 1975 pela Assembleia Constituin-te, entrando em vigor a 25 desse mesmo mês e ano.

Descolonizados os territórios de África nesse mesmo ano 1975, restou Timor-Leste que, invadi-do com o beneplácito ou no mí-nimo a tolerância de países po-derosos do mundo, foi merce de luta do seu povo e da solidarie-dade ativa dos povos de língua oficial portuguesa, convém recor-dá-lo, que a comunidade inter-nacional se teve de render à evi-dência, reconhecendo mais tar-de este território como mais um país independente de Língua Ofi-cial Portuguesa.

A CPLP – Comuni-dade dos Países de Lín-gua Oficial Portugue-sa é hoje uma institui-ção mundial com ca-racterísticas singulares e únicas que inclui to-dos os oito países que se exprimem em Por-tuguês!

O que isso represen-ta e poderá represen-

tar ainda mais no futuro como ins-trumento de paz e de progresso de países que são em essência a verdadeira fronteira deste novo mundo globalizado e porta de en-trada de continentes, nunca é de-mais sublinha-lo.

Em terceiro lugar porque en-cerrado o ciclo do império, foi ini-ciada a consolidação da democra-cia com a referida aprovação da

Constituição e instituídas as liber-dades fundamentais, Portugal deu de então para cá, nestes quarenta anos, verdadeiros passos de gigan-te. Quase todos os indicadores dão disso mostras.

Desde logo na igualdade entre os sexos, sabendo-se que antes da ocorrência do 25 de Abril as mu-lheres não tinham acesso a certas profissões, como a magistratura ou a diplomacia, neces-sitavam de obter auto-rização do marido, quando casadas, para se deslocarem ao es-trangeiro ou para exer-cerem a atividade co-mercial, por exemplo.

No mais, na alfabe-tização, na saúde, no acesso ao ensino em geral, incluindo o en-sino superior, no aces-so à justiça, nos índices de mor-talidade infantil, na idade média de vida, na qualidade da vida em geral incluindo a satisfação das necessidades básicas de acesso à eletrificação e à distribuição de água potável aos domicílios, pas-sando pela mobilidade e pelos transportes públicos, tudo se al-terou para melhor, proporcio-nando a adesão de Portugal à U. E. em 1 de Janeiro de 1986, ape-nas escassos doze anos após a revolução.

É justo reconhecer estes avan-ços e não vale a pena branquear o passado como muitos hoje de-sejam fazer e fazem.

As dificuldades, sérias e gra-ves, que o povo português hoje ex-perimenta e sofre no seu dia a adia

não são consequência do 25 de Abril. Bem pelo contrário.

Essas consequências resultam como é sabido de uma crise in-ternacional causada pela avidez, sem escrúpulos, de lucros fáceis por parte de instituições finan-ceiras multinacionais poderosas, que encontraram terreno fértil numa economia de casino e des-regulada à escala global, geran-

do, em carrocel efeitos sistémicos gravemen-te perversos, inclusive com o empobrecimen-to da própria classe mé-dia e o aumento incom-portável do desempre-go.

Perante esta reali-dade as politicas de aus-teridade que se têm ado-tado pelo atual Gover-no, que vão muito para

além do memorando da Troika e são concretizadas sem qualquer estratégia de futuro, estão a con-duzir o país para um grave empo-brecimento e mesmo para o abis-mo.

Comemorar a passagem do 40º aniversário do 25 de Abril só pode ter hoje um significado – tudo fa-zermos para que se apresse a que-da deste Governo, que prossegue politicas cegas contra a liberda-de, sob efeito do medo e afetando de forma séria o bem estar, o pro-gresso e o futuro do povo portu-guês, pondo em causa a própria democracia.

Este é um Governo, de fato, do 24 de Abril, que parece renas-cido de um 28 de Maio de má me-mória.

Vitor RamalhoAdvogado

Um Governo de 24 de Abril

“ As acções de solidariedade pela sua libertação, já longas de 15 anos, têm sido, tal como em todo o mundo, constantes no nosso país ”

“ É justo reconhecer estes avanços e não vale a pena branquear o passado como muitos hoje desejam fazer e fazem. ”

“ Este é um Governo, de fato, do 24 de Abril, que parece renascido de um 28 de Maio de mámemória ”

Page 3: Semmais 25 abr

Uma das minhas primeiras me-mórias- um fragmento do primei-ro 1º de maio em 1974. Pela mão da minha avó numa manifesta-ção no Montijo, braço no ar com os dedos a fazer V de vitória. Os meus pais, a minha irmã e o meu avô tinham ido para Lisboa para a grande manifestação que nos marcou a todos enquanto povo libertado.

Para além das nossas memó-rias individuais há a memória co-letiva que dá outra dimensão ao tempo e ao que somos. Costumo dizer que sou republicana, ag-nóstica, socialista e feminista. Sou tudo isto porque herdei a me-mória do passado. A memória do meu bisavô que este-ve na Guerra de 1914-1918, um velho repu-blicano que no 25 de Abril de 1974 chorou de emoção porque tinha vivido para voltar a ver a liberdade.

A memória do meu avô que não casou pela igreja, não batizou os filhos, votou convicta-mente no Humberto Delgado e mandou a filha para o liceu. A me-mória da minha avó, uma mulher como há poucas, vítima do Esta-do Novo que não a deixou estu-dar mais que a 3ª classe, mas que sempre procurou o conhecimen-to e a informação e ainda hoje aos 91 anos está atenta ao que se pas-sa no país.

A memória da minha mãe que participou nas lutas estudantis de 1969 e que, conjuntamente com o meu pai, de quem herdei a me-mória do Alentejo pobre e das mi-grações para trabalhar nas fábri-cas de cortiça da margem esquer-da do Tejo disponibilizaram a sua casa para ser a sede da oposição nas eleições da “primavera mar-celista”, uma casa de que tenho memória dos livros proibidos pela censura, dos amigos artistas sur-realistas, da música de interven-ção que se ouvia e cantava.

Estas memórias moldam-me no que sou hoje, conjuntamente com as memórias da minha in-fância já no pós 25 de Abril mui-to marcadas pelas histórias da emigração de primos e tios, por relatos da Guerra Colonial, por um país verdadeiramente a pre-to e branco, com diferenças so-ciais que se viam na sala de aula da escola primária onde os me-ninos e meninas pobres se sen-tavam atrás com o estigma da po-breza entranhado nas dificulda-des de aprendizagem, na sujida-de do corpo e nos piolhos que lhes passeavam pela cabeça.

Lembro-me bem de uma via-

gem a França com os meus pais por volta de 1980, antes da ade-são de Portugal à Comunidade Económica Europeia, adesão essa que tanto contribuiu para que Por-tugal progredisse enquanto país, que evoluísse enquanto nação, que se tornasse um país da Euro-pa desenvolvida. Nessa viagem a discussão principal era se devía-mos ou não aderir à CEE, o meu pai concordava e a minha mãe discordava.

Ou ainda das viagens de ve-rão com os meus avós rumo á Fi-gueira da Foz. Um dia de viagem para lá chegar por estrada nacio-nal porque a autoestrada acaba-va em Aveiras. São memórias de

uma infância em que a televisão só tinha 2 canais, não tinha cor e passava a TV rural an-tes dos desenhos ani-mados.

Mas apesar da con-cretização das aspira-ções de mais igualda-de social serem ainda tímidas, toda a gente discutia política, toda

a gente era revolucionária, toda a gente tinha vontade de dizer o que pensava porque eramos li-vres, vivíamos em democracia apesar da instabilidade política, das crises financeiras e do FMI, a liberdade tinha um valor inesti-mável para todos nós, adultos e crianças, tinha na sua génese a esperança no futuro.

O 25 de Abril é a memória e o legado da liberdade, liberdade que tem de ser radicalmente defendi-da, pelo presente, mas acima de tudo para garantir que as gera-ções futuras possam decidir, li-vremente, o que querem para si e o que querem para Portugal.

Sexta • 25 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com 3

Mudanças ao longo do ano

Esta edição marca um novo ciclo de imagem do Semmais, que justificará, nas próximas semanas, algumas afinações e acertos. Seguem-se altera-ções editoriais, com novas rubricas. Trata-se de um con-junto de mudanças previs-tas para este ano, com refle-xos nos conteúdos audiovi-suais e plataformas digitais. Está igualmente na forja o lançamento de vários outros produtos com a chancela Semmais, sempre em nome do jornalismo. E também pas-saremos a usar o novo acor-do ortográfico .

40 anosde Abril,40 anosde vida Catarina Marcelino

Deputada do PS

Esta quarta-feira, foi analisado e votado o Relatório e Contas de 2013 e antes de mais devemos ter em consideração aquilo que a Câ-mara Municipal, leia-se a maio-ria CDU que suporta politicamen-te as grandes decisões da CMS, se propôs fazer e também qual foi a minha posição relativamente às Grandes Opções do Plano e Pla-no de actividades para esse ano.

Começo por não compreender onde os autores deste documen-to vão buscar o tom de exultação da obra realizada, quando esta foi quase nula, mais ainda se tiver-mos em conta de uma autarquia da nossa dimensão.

Foi um ano perdido. Diria mais – um ano adiado.

A obra anunciada e plasmada no documento é quase nula e/ou inexistente e recorre-se a todos os “nichos” de apareceimento da câ-mara, para fazer crer que há mui-ta obra.

Claro que se mantiveram gran-des bandeiras desta autarquia – Seixalíada, Seixaljazz, Festival de Teatro, Seixal saudável, Encontro interculturalidades, Semanas Mu-nicipais da Protecção Civil (esta, passe a imodéstia, uma inovação da minha autoria, enquanto ve-reador da Protecção Civil), Fórum Seixal, etc, etc. algumas com rela-tiva perda de qualidade. Outras com um esforço muito grande em manter essa qualidade, outras ain-da inovadoras.

Como sabem, estou particu-larmente à vontade para criticar e sinto uma legitimidade acresci-da para ser especialmente crítico e vigilante, quer deste documen-to, em análise, quer sobretudo do exercício de 2014, pois no passa-do sempre colaborei com este exe-cutivo de uma forma construtui-va, quer aceitando os pelouros que me foram oferecidos, trabalhan-do com empenho e dedicação em prol do colectivo, quer tendo via-bilizado o penúltimo empréstimo de quatro milhões de euros, quer sobretudo ao me abster e dar um voto de confiança ao actual exe-cutivo nas GOP´s e plano de acti-vidades para 2014.

Mais, em 2013, quando este or-çamento e exercício que hoje se vota, foi a discussão, referi que o mesmo infelizmente enfermava do mesmo mal dos orçamentos anteriores, sendo meramente vir-tual e irrealista e que não iria ser executado.

Por exemplo recordo que pre-vi que o orçamentado nas recei-tas, sobretudo no capítulo dos im-postos indirectos havia demasia-do optimismo, o que se verificou, pois de quase 30 milhões (29.7) or-

çamentados, apenas se arrecada-ram 17.5 Milhões de euros.

Esteve mal a Câmara aí, como tem estado noutros casos, no que concerne à receita fiscal, ao não ouvir a oposição e demonstrou uma de duas coisas, mas nenhu-ma delas joga em favor de quem decide em seu nome: Ou enganou--se nas previsões, o que não é sim-pático, ou fez as mesmas previ-sões que nós, mas tentou dissimu-lar os números previstos, apenas para não baixar a taxa de IMI por exemplo, como toda a oposição referia..

Aliás em matéria de falhar pre-visões orçamentais, o executivo CDU tem um vasto currículo e até se podia candidatar a um mestra-do na área. Fossem tão exigentes a avaliar a sua execução orçamen-tal, como o são a avaliar o desem-penho dos sucessivos governos e teríamos um exercício de autocrí-tica flagelante. Mas não creio que ainda seja desta, pois é muito mais confortável criticar factores exter-nos do que incapacidades próprias.

Está-se mesmo a ver que de um grau de execução da receita de 59,16% e da despesa de 58,55%, vai ser desvalorizada pela não ob-tenção da receita expectável rela-tiva à não aprovação atempada do PCO, como se a responsabilidade desse atraso não se devesse a uma má gestão temporal da câmara, mas sim a terceiros.

Já no que concerne ao IMI, tam-bém neste aspecto o valor efecti-vamente cobrado é ligeiramente inferior ao orçamentado, mas essa quebra de receita é compensada com uma subida no IUC e sobre-tudo no IMT.

Ao contrário do que é constan-temente apregoado a até de certa forma mistificado, a receita fiscal aumentou 3,8% em relação a 2012, passando de 49.9 milhões de eu-ros, para 51.5 milhões de euros e as receitas do Estado mantiveram os mesmos 13.875 milhões de eu-ros de 2012.

Politicamente, não me canso de dizer, que é um péssimo sinal o peso excessivo das despesas correntes sobre as despesas de capital e prova provada da inca-pacidade da Câmara de investir e criar algo. Veja-se que 77,25 do total dos pagamentos.

Aliás, sinal preocupante é o

contínuo crescimento das despe-sas com pessoal em 7,46% em re-lação ao ano de 2012, quando de-ver-se-ia estar no caminho con-trário, ocupando 40,83% das des-pesas totais e 41,68% das receitas correntes.

Do ponto de vista positivo des-taco a consolidação da estrutura económica, com reduções impor-tantes da dívida, quer de curto pra-zo, quer de longo prazo, o facto de ter aumentado a receita e conse-quentemente ter gerado maior ca-pacidade de endividamento (o que não é necessariamente a mesma coisa que saudar mais endivida-mento), assim como terem mais um ano um resultado líquido po-sitivo.

No entanto, este resultado lí-quido positivo leva-nos uma vez mais à pergunta sobre como pode a autarquia apresentar resultados líquidos positivos (vai para 4 anos) e não liquidar os seus compromis-sos com terceiros?

Em matéria de investimentos, o parco número de 5,59%, sobre a receita total, traduz o nível de in-vestimento da nossa autarquia em 2013. Muito pouco.

Poupar-me-ei em palavras, por repetitivas com anos ante-riores, na crítica ao apoio social, ao investimento sustentado no turismo, quase inexistente e mui-to insípido, na aposta cega nos meios de informação que mais não são do que mera propagan-da, como seja o já tão estafado tema do Boletim municipal, quan-do eu próprio me lembro de ter apresentado propostas alterna-tivas nesta área que manteriam a informação aos munícipes e a despesa diminuiria considera-velmente.

O valor astronómico que se paga pelos edifícios camarários, não é um assunto que possa ser discutido na aprovação deste re-latório e contas, pois entendo que este valor é apenas o preço a pa-gar por uma má opção tomada há alguns anos atrás e que sai tanto mais cara ao município, quanto mais necessitado está a autarquia de dinheiro, como é o caso.

Pelo exposto e tendo presen-te todas as premissas anterio-res, o meu voto neste orçamen-to não pôde ser outro que não um voto contra que traduz uma forte censura para as opções to-madas pelo executivo nos últi-mos anos, mas faço justiça ao reconhecer que há um esforço de inflexão do caminho trilha-do, quer por força das novas op-ções políticas, quer por força das imposições legais, impostas pelo Estado central..

Paulo Edson CunhaVereador PSD/Seixal

A minha análise sobre o relatório e contas do exercício de 2013 na câmara municipal do seixal

CRÓNICA UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

“ Para além das nossas memórias individuaishá a memória coletiva que dá outra dimensão ao tempo e ao que somos ”

Page 4: Semmais 25 abr

atual

4 Sexta • 25 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com

Médicos e doentes do distrito contra novo sistema de prescrição eletrónica

O distrito de Setúbal está entre os mais afetados pelos frequentes períodos

de inoperacionalidade do novo sistema de prescrição eletró-nica. A contestação de médicos e pacientes tem subido de tom por toda a região. Os profissionais de saúde garantem que perdem «horas a fio» às voltas com os computa-dores, na tentativa de passarem as receitas, enquanto os utentes alertam para situações em que é preciso voltar no dia seguinte ao centro de saúde, porque no momento da consulta o sistema esteve em baixo.

«Imaginemos o que isto signi-fica para pessoas que vivem lon-ge e que têm que andar em trans-portes públicos. É um transtorno muito grande», alerta ao Semmais o bastonário da Ordem dos Mé-dicos, José Manuel Silva. Isto numa altura em que na região não fal-tam exemplos de pessoas que saí-ram das unidades de saúde sem as receitas, sendo obrigadas a re-

gressar um ou dois dias depois, como testemunharam médicos que trabalham na região.

«Algumas pessoas precisam de quase um dia inteiro para se deslocarem das suas terras até às localida-des onde têm os seus centros de saúde. Sabe-mos que há mesmo ido-sos que já apresentam dificulda-des em se movimentar, mas que acabam por fazer o sacrifício de uma segunda viagem, porque pre-cisam dos medicamentos. São pessoas que não têm alternati-va», revela um dos médicos de

Setúbal, alertando que o caso tem sido amplamente debatido en-tre a classe. «A verdade é que con-tinua sem solução e os maiores prejudicados são os pacientes»,

lamenta o clínico.É com este argumen-

to que em nome dos mé-dicos, doentes e cuida-dos de saúde primários,

o bastonário da Ordem avança já ter escrito à tutela para solicitar ao ministro da Saúde que seja per-mitido o acesso à prescrição ele-trónica anterior. De resto, o diri-gente sublinha que «tínhamos um sistema informático que estava

a funcionar de forma satisfató-ria, mas foi substituído por um outro que está a dar problemas complicados e que compromete o serviço».

Para José Manuel Silva, é «in-concebível» que o trabalho seja prejudicado pela informática nos dias de hoje, embora admita que quando forem ultrapassados os problemas operacionais que se têm registado nos últimos meses, «este novo sistema de prescrição eletrónica até vai trazer vantagens», assegura. O objetivo é permitir uni-formizar os procedimentos, pon-do fim às receitas escritas.

Médicos confirmam que há muitos casos de pessoas na região que já saíram das consultas sem as respetivas receitas. E aumentam cada vez mais os transtornos para clínicos e doentes.

Profissionais da saúde afirmam que perdem horas a fio com o atual sistema e doentes desesperam

EntrE 24 e 27 de Abril realizamos no Teatro Municipal Joaquim Be-nite um ciclo de Teatro dedicado aos 40 anos da Revolução de 25 de Abril de 1974. No dia 24, às 21h30, repomos o espectáculo Um dia os réus serão vocês: o julgamento de Álvaro Cunhal, protagonizado por Luís Vicente e baseado no julga-mento de Álvaro Cunhal, em 1950, o qual o líder comunista aprovei-tou para realizar um violento ata-que ao regime que o acusava. Dias 25 e 26 de Abril, às 21h30, na Sala Experimental, é a vez da compa-

nhia do Porto Mundo Razoável, di-rigida por Marta Freitas, apresen-tar Diz-lhes que não falarei nem que me matem, baseado na expe-riência vivida na prisão por Carlos Costa, tio-avô da encenadora. Dia 26 às 21h30, e dia 27, às 16h00, o Teatro do Bairro apresenta na Sala Principal um musical de Luísa Cos-ta Gomes e Luís Bragança Gil inti-tulado Depois da Revolução, com encenação de António Pires.

São cinco sessões em quatro dias.

No ano passado, enquanto en-saiávamos um espectáculo que precedeu o do Julgamento, no qual participou um grupo de 20 jovens estagiários, em conversa com al-guns desses jovens perguntaram--me que espectáculo faria a seguir. Disse-lhes que era uma peça so-bre Álvaro Cunhal. Percebi que não sabiam quem era. Tratava-se de raparigas e rapazes inteligentes. Faziam teatro. Tinham nascido no fim da década de 90. Só não sa-biam quem tinha sido Álvaro Cunhal. Pensei que tinha tido azar na amostra.

Algum tempo depois, quando já estávamos a ensaiar O julgamen-to, recebemos a visita de outro gru-

po de 20 ou 30 estudantes, de ou-tra escola. Nova pergunta: Álvaro Cunhal, estão a ver? Não estavam. Uma rapariga de óculos, certamen-te das menos populares da turma: “Foi um homem que esteve preso pela PIDE, não foi?”. A professora embaraçada, as sobrancelhas ar-queadas com o ar do eles-agora--não-sabem-nada. Mas a culpa não era dela. Recuso-me a aceitar que se os nossos estudantes do secun-dário não conhecem – ou uma par-te não conhece – minimamente a História dos últimos 50 anos do País a culpa seja da Escola.

A culpa é nossa – nós, povo. Nós família; nós nação; nós Estado; nós que fazemos teatro; nós que não perdemos tempo a conversar; nós que acreditamos que a tecnologia

substitui a memória; nós que acha-mos que os mais novos são neces-sariamente estúpidos e que não há nada a fazer com eles: são uma cau-sa perdida; nós que pensamos que a nossa participaçãozinha cívica passa por fazer o IRS na internet, ir votar de vez em quando e é bem bom; nós que ainda nos lembra-mos de viver num século no qual houve duas guerras mundiais, um holocausto, duas bombas atómi-cas, e achamos que faz tudo parte da História; nós que assistimos ao crescimento do fascismo no seio das unidas democracias europeias, e assobiamos para o lado.

A culpa é nossa, e nós organi-zámos um ciclo de teatro sobre a Revolução de 25 de Abril de 1974: alguém virá?

40 anosde Abril no TMJB

Rodrigo FranciscoDirector da CTA

opinião

Roberto Dores

Anterior sistema funcionava mais ou menos bem

Começou logo pouco “simplex”A nova receita eletrónica co-meçou em 2011, mas desde o momento que o médico deci-de comprar um determinado software até poder, efetivamen-te, passar uma receita decorre um período de cerca de mês e meio, sendo necessários vários passos administrativos que en-volvem, Começa pelo registo na Comissão Nacional de Pro-teção de Dados e respectivo pa-gamento de 60,00 euros, se-gue-se o envio de documenta-ção para a Administração Cen-tral de Sistemas de Saúde (ACSS), depois o envio, pela ACSS, do código local de prescrição, im-pressão de uma receita com o código local de prescrição, novo envio de documentação à ACSS, seguindo o envio, pela ACSS, dos dados relativos ao Sistema de Conferência de Faturas.

Há doentes que saiem das consultas sem as respectivas receitas devido ao processo ser tão moroso

DR

Page 5: Semmais 25 abr

Sexta • 25 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com 5

Pub.

Cavaco destacou parcerias na construção do Hospital Nossa Sr.ª da Arrábida O Presidente da República, Ca-vaco Silva, elogiou no dia 17 a coo-peração entre as instituições parti-culares de solidariedade social e as empresas, durante a inauguração do Hospital N.ª Sr.ª da Arrábida, em Bre-jos de Azeitão, integrado no Com-plexo de Saúde e Bem-Estar Porto Salus, uma parceria entre a Miseri-córdia de Azeitão e o Grupo Visabei-ra, cujo investimento ronda os 23 mi-lhões de euros e que permitiu criar 150 empregos. «Estamos perante um feliz exemplo de cooperação que deve ser saudado», frisou.

Em seu entender, o modelo de parceria encontrado para a con-cretização deste projecto, conju-gando Hospital e Residências As-sistidas, «afigura-se, além do mais, apropriado à complementaridade dos objectivos prosseguidos».

Já o Provedor Jorge Carvalho

destacou que o projecto pretende «complementar e melhorar» a rede de cuidados domiciliários que a ins-tituição já vinha praticando com a «nova vertente de internamento e de residências assistidas». O projec-to aposta no ambulatório, enrique-cido com uma dinâmica «discipli-nar e integrada», envolvendo as di-ferentes especialidades já em acti-vidade.

Jorge Carvalho realçou que com este com o novo hospital será pos-sível «ajudar mais pessoas na região, através do reforço no apoio domi-ciliário, com cuidados de enferma-gem e médicos, a pessoas em situa-ção de dependência ou com doen-ça terminal».

A presidente Dores Meira reve-lou que o município cedeu o terre-no para a construção de um «extraor-dinário» projecto de saúde, no valor

de 2 milhões de euros e a isenção de taxas urbanísticas no valor de cer-ca de 235 mil euros. Já Celestina Ne-ves, presidente da União das Fregue-sias de Azeitão, considerou o equi-pamento de «grande utilidade» que «valoriza Azeitão e serve as gentes de Azeitão e não só».

Por seu turno, Ana Bernardo, di-

rectora clínica, afirmou que o hos-pital «vai tratar todas as pessoas que necessitem de continuidade nos cui-dados, desde as crianças com doen-ças crónicas que precisem de acom-panhamento regular até às pessoas mais idosas que requerem apoio mul-tidisciplinar e domiciliário 24 horas».

O Hospital N.ª Sr.ª da Arrábida

não pode ainda receber utentes do SNS, mas Ana Bernardo tem espe-rança que a situação seja ultrapas-sada em breve. «A curto prazo, es-peramos também reforçar a Rede Nacional de Cuidados Integrados e acolher os utentes do SNS, que ne-cessitem de cuidados paliativos e de convalescença».

Unidade de saúde para toda a população

O Hospital N.ª Sr.ª da Arrábida é uma unidade de cuidados de saúde dirigida a toda a popula-ção, com 102 camas para internamento de cur-ta e longa duração e consultas médicas em mais de 30 especialidades. A nova unidade de saúde

dispõe ainda de Centro de Fisioterapia e Reabi-litação, uma Unidade Autónoma de Pediatria e uma outra de Apoio Domiciliário. As Residên-cias Assistidas estão dotadas de 91 unidades de alojamento.

Page 6: Semmais 25 abr

atual

6 Sexta • 25 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com

Todos sabemos que a música do Alentejo é o cante e não o tango. No entanto o tango representa esse apelo universal à parceria. Só dois podem dançar o tango. Só a von-tade de dois. Tal como no cante a individualidade é um empecilho.

O Alentejo, sejamos francos e diretos, não tem querido (e apa-rentemente não quer) dançar o tango connosco. Connosco, com a Península de Setúbal. Todas, ri-gorosamente todas, as opções do Alentejo Litoral nas últimas déca-das foram no sentido de “mais Alen-tejo” e menos “Distrito de Setú-bal”. Seja isso de “Distrito de Se-túbal” o que for. Hoje em dia ape-nas, e só, um circulo eleitoral. Nada, da Saúde à Educação, das Autar-quias e suas Associações à Segu-rança Social, se organiza como “Distrito de Setúbal”. Por isso fica a pergunta: e, ainda assim, como é que podemos olhar com “pro-veito” mas também com realismo para o Alentejo?

Este jornal, que acontece es-tar neste momento a ler, respon-

de, semanalmente, a esta pergun-ta. E responde com inteligência e sensibilidade. Ou seja, procura no muito que nos liga encontrar uma tradução concreta. O Sado não é uma fronteira. É uma ponte feita de água. E que elemento é mais maleável do que a água? Por isso é a partir de projetos concretos que temos de construir essa relação. No “Fim do Ano Azul”, uma notá-vel ideia que junta Grândola e Se-túbal, os de Setúbal olham para Troia (E será que Troia é totalmen-te Grândola? Ou será, afinal, o elo que nos liga?) e os de Troia olham para Setúbal. E daí? Daí nada. Mais uma razão, por isso, para encon-trar expressões reais e projetos concretos a atravessar o Sado, em ambas as direções.

Agora que Figueira Mendes, uma pessoa inequivocamente bem formada, ponderada e sábia, se sen-tou na “cadeira do poder” em Grân-dola, perguntem-lhe se ele quer

dançar o tango com a Península de Setúbal? E a resposta que ele der, acreditem, é a resposta que inte-ressa.

Evidentemente que perder o passado de relações, projetos e ideias comuns não é uma opção. Mas, regressando ao real e ao con-creto, que projetos conhecem que una o Alentejo Litoral à Península de Setúbal? Pois é. É difícil. Esta-mos então falados.

Resta o quê? Pensem bem. Res-ta o turismo. Porque o turismo é sem fronteiras. Porque o turismo está para lá dos limites. Apenas na liberdade de quem viaja. O turis-mo é assim o que, há falta de tan-tas outras coisas, nos pode apro-ximar. Reparem que eu não disse juntar-nos. Apenas descobrirmos o denominador comum que a to-dos beneficie.

A Península de Setúbal tem uma casa: a Área Metropolitana de Lis-boa. O Alentejo Litoral tem outra casa: o Alentejo (e, claro, os seus invejáveis fundos comunitários). Resta o quê, então? Resta o que sou-bermos construir em conjunto. Nos últimos anos construímos muito pouco. Quase nada.

Por isso três ideias para o futu-ro. A primeira é a nossa identida-de comum. Quem é que acham que

ajudou, e muito, a construir o Bar-reiro, Setúbal, o Seixal e Palmela? Os Alentejanos, claro. Num certo sentido, somos, na Península de Se-túbal, todos Alentejanos.

Em segundo lugar o Sado que é o rio de Setúbal mas também de Grândola, Alcácer ou Palmela. E neste rio afirma-se o Porto de Se-túbal. Um porto que tem regista-do, ano após ano, relevantes resul-tados. Vítor Caldeirinha é o seu atual Presidente, o rosto de um trabalho de sucesso, um homem que conhe-ço mal mas que se afirma pelos re-sultados e não pelas palavras (e como precisamos de resultados). Vale a pena, com toda a certeza, se-guir o seu trabalho.

Finalmente a terceira ideia: o turismo. O Sado, para o turismo, é uma proposta de encontro. Estar na Península de Setúbal ou no Alen-tejo Litoral é, em simultâneo, estar num “mundo turístico” tão próxi-mo e tão complementar. Reavaliar as tarifas que pagamos para atra-vessar o Sado, reduzindo o seu ab-surdo valor, pode ser o maior con-tributo para aproximar Troia de Se-túbal e, quem sabe, aumentar o vo-lume de passageiros.

Mas (existe sempre um “mas”) para conseguirmos alguma coisa precisamos de conhecimento. De

construir uma “visão”. Uma “vi-são” que no perto veja o longe. E aí entra o Instituto Politécnico de Setúbal e o seu tão importante pa-pel como construtor de conheci-mento e de soluções a pensar na comunidade e na região. Pedro Do-minguinhos foi recentemente elei-to Presidente do IPS. Utilizou o mo-mento para falar exatamente de região e de comunidade. Tenho acompanhado, à distância, a sua intervenção e a sua sensibilidade. Não sei porquê mas deposito mui-tas esperanças na sua visão. E, na região, precisamos tanto de co-nhecimento, de talento e, claro, de inteligência.

Nesta crónica quebrei um tabu. Pela primeira vez falei de pessoas. Pessoas de agora. Pessoas de hoje. Figueira Mendes. Vítor Caldeiri-nha. Pedro Dominguinhos. Por dois motivos. Porque as pessoas são o essencial na mudança. E porque pressinto que, nas enormes dife-renças que os unem, vão fazer um bom trabalho. Pode ser que me en-gane. Ou talvez não.

Finalmente o tango. Uma dan-ça entre o Tejo e o Sado. Uma dan-ça difícil, claro. Mas uma dança que só pode ser desafiante, sensual e imprevisível. E não é imprevisível a própria vida?

O Tango, o Alentejoe nós.

Jorge Humberto SilvaColaborador

espaço público tuRisMo seMMais

GNR identificou carrinha suspeitade roubo de estátua em Alcochete

Uma estátUa em bronze, de gran-de porte, de um forcado, que esta-va instalada em frente à praça de toiros de Alcochete, foi furtada na madrugada da passada terça-feira. A estátua de Hélder Antoño, antigo forcado dos Amadores de Alcoche-te, que morreu na arena quando ti-nha 21 anos, é considerada um sím-bolo do concelho. Fonte da GNR diz que identificou a matrícula de uma carrinha suspeita de ter estado no local e está também a passar a ‘pen-te-fino’ as sucateiras, porque a es-tátua é em bronze e o objectivo deve passar por ser fundida».

De acordo com a mesma fonte, a estátua é em tamanho real, com um grande porte e difícil de passar despercebida. «Houve um pescador que estranhou a presença da carri-nha no local cerca das 5 horas. Te-mos estado a procurar e vamos con-tinuar o trabalho».

JoanaLuísaGamaparte aos91 anos

Joana LUísa da Gama, esposa do poeta Sebastião da Gama, fa-leceu na noite do dia 15, com 91 anos de idade, 62 dos quais no es-tado de viúva, a cuidar da obra do marido e a participar em várias ac-ções de solidariedade e de volun-tariado após a sua aposentação.

Joana Luísa da Gama foi a só-cia n.º 1 da Associação Cultural Se-bastião da Gama, criada em 2006. O seu contributo para a expansão da associação e, sobretudo para a concretização dos seus objectivos, foi «inesquecível, tendo estado sempre disponível para participar na divulgação da obra do poeta azeitonense e para dar a conhecer a sua obra e a sua mensagem», re-fere o presidente da associação. Com aquela associação visitou es-

colas, associações e exposições li-gadas a Sebastião da Gama.

Se a grandeza e a dimensão da obra do poeta da Arrábida são hoje conhecidas, em parte «deve-se a Joana Luísa da Gama, na sua pos-tura de conservadora do espólio e de incentivadora do estudo da obra do poeta. Não fosse a sua ac-ção e, provavelmente, não sabe-ríamos de Sebastião da Gama aqui-lo que hoje conhecemos».

No ano passado, a Associação Sebastião da Gama promoveu a edição do livro “Estala de sauda-de o coração”, reunindo as cróni-cas e as memórias de Joana Luí-sa sobre Azeitão e Sebastião da Gama, um conjunto «memorialís-tico digno de apreço pelo que re-vela ao leitor comum».

DR

Escola do Samouco vence “Heróis da Fruta” a eB1 samoUco, de Alcochete, é uma das cinco escolas vencedoras da 3.ª edição do “Heróis da Fruta - Lanche Escolar Saudável Médis 2013/14” desenvolvido pela Asso-ciação Portuguesa Contra a Obesi-

dade Infantil, em colaboração com os professores e educadores dos es-tabelecimentos de ensino inscritos.O anúncio foi feito depois de o júri analisar a criatividade das letras e dos vídeoclips de todos os hinos da

fruta candidatos e escolher os 5 ven-cedores. Foram seleccionados 3 ven-cedores entre os 60 finalistas e ain-da outros 2 vencedores em ex-ae-quo entre os hinos menos votados pelo público.

A estátua de Helder Antonõ é um ícone taurino de Alcochete

DR

Page 7: Semmais 25 abr

política

Sexta • 25 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com 7

O vereador do PSD do Barreiro, Bruno Vi-torino, defende que a autarquia deve preo-cupar-se mais com a Cidade Sol e definir uma estratégia de intervenção para a Quin-

ta da Mina. Na sequência de uma visita efec-tuada à Cidade Sol, o político mostrou a sua preocupação sobre a falta de uma acção integrada, liderada pela autarquia.

O Bloco de Esquerda inaugurou no dia 11 a sua sede no Montijo, mais propriamen-te na rua Luís Calado Nunes. A inaugura-ção reuniu vários aderentes e amigos do

BE. Contou também com a presença da deputada da eleita pelo círculo de Setúbal Mariana Aiveca e de Joana Mórtagua da Comissão Política do Bloco de Esquerda.

PSD quer maior intervenção na Cidade Sol BE inaugura sede no Montijo

Penhoras da Amarsul abrem guerra política na Câmara de Setúbal

A penhora de créditos sobre os saldos bancários da Câmara de Setúbal por parte da

Amarsul, empresa que gere o trata-mento de resíduos sólidos urbanos da capital do distrito, lançou esta última semana um frenesim polí-tico entre maioria e oposição.

As dificuldades financeiras do município que se têm agravado nos últimos anos, não só pelo cum-primento do Contrato de Reequi-líbrio Financeiro, celebrado em 2003, mas também pela quebra de receitas e por um forte investimento do último mandato, foram o mote para um violento ataque do PSD local, que acu-sou a gestão de Dores Meira de ter a câmara «endividada» em mais de 90 milhões de euros, lançando a possibilidade de estar em causa já o pagamento dos vencimentos dos trabalhadores da autarquia.

Em conferência de imprensa, os social-democratas de Setúbal lembraram um rol de dívidas do município que, segundo aquela for-ça partidária, pode colocar em cau-

sa a rede de saneamento, o trata-mento de resíduos, a realização da Feira de Sant’iago (pela insolvên-cia da Parque Santiago) e outros serviços públicos à população.

Mais comedida é a posição dos socialistas, cujo vereador Paulo Lo-pes, confessou na última sessão de câmara ter ficado alarmado com a «dimensão» do problema financei-ro, sobretudo após o conhecimen-to público das penhoras e execu-ções judiciais. «Só soubemos da si-tuação pela comunicação social e apenas sabíamos de que estáva-mos perante uma situação de ges-

tão de alto risco», afir-mou.

A presidente da Câ-mara, Maria Dores Mei-ra, é que não esteve pe-

los ajustes e na última sessão pú-blica camarária desferiu um for-te ataque aos vereadores da opo-sição, por, afirmou, «Estarem a re-ceber informação sobre proces-sos sigilosos por parte de funcio-nários da autarquia afetos às for-ças partidárias da oposição».

Visivelmente irritada, a edil afiançou ter já aberto um «proces-so de averiguação» para apurar

responsabilidades, admitindo que, se for caso disso, «vão rolar cabe-ças», numa alusão à quebra de con-fiança, dever ético por parte de fun-cionários alegadamente suspei-tos da autoria das fugas de infor-mação.

Tanto mais que, segundo Do-res Meira, este expediente não é de hoje. «Isto já vem acontecendo há muito tempo, mas agora chega, bas-ta», afirmou. Acrescentando que estas informações «distorcidas e descontextualizadas são crime» e estão a ser aproveitadas para a «gin-

cana política», aludindo à confe-rência de imprensa dada no início da semana pelo PSD local.

Recorde-se que, segundo foi anunciado à Agência Lusa de No-tícias, a câmara de Setúbal rene-gociou com a Amarsul um novo acordo para o pagamento da dí-vida que ascende a cerca de dez milhões de euros. A autarquia também admitiu que as penho-ras executadas pela empresa «pro-vocaram algumas limitações no cumprimento de responsabili-dades».

A situação financeira da Câmara de Setúbal está a agitar as águas partidárias. A oposição afirma que a autarquia está quase em «bancarrota», a presidente Dores Meira acusa os detratores de gincana política.

Anabela Ventura

Dores Meira acusa oposição de fazer gincana política e vai abrir processos internos

Autarcas da Costa Alentejana exigem sentar-se com ministra da Justiça

Os presidentes das câmaras da Costa Alentejana não desar-mam na luta contra o novo mapa judiciário e voltaram esta sema-na a exigir uma audiência com ca-rácter de urgência com a ministra da Justiça, que se tem recusado a receber a comitiva de autarcas.

Reunidos no âmbito da CIMAL – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, os presidentes das câmaras de Alcácer do Sal, Grân-dola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira, subscreveram uma po-sição conjunta na qual repudiam a reforma introduzida pela Lei.º 49/2014, de 27 de Março, recusan-do “a descapitalização do territó-rio e o abandono das populações e dos agentes económicos”.

Pedido de reunião em 2012 e 2013

A primeira vez que os autar-cas solicitaram uma reunião à mi-nistra Paula Teixeira da Cruz, ocor-reu em 2012, situação que se re-petiu o ano passado. “A recusa da ministra da Justiça em receber os presidentes de câmara, bem como a adoção desta reforma sem qual-quer auscultação dos legítimos re-presentantes dos interesses das populações e dos territórios, cons-titui um desrespeito em relação à sub-região, aos eleitos e aos cida-dãos”, refere uma nota de impren-sa enviada à comunicação social.

Recorde-se que o novo Mapa Judiciário, que extingue a Comar-ca Piloto do Alentejo Litoral, co-loca os municípios de Alcácer, Grândola, Santiago do Cacém e Si-nes na dependência da Comarca de Setúbal. O tribunal de Alcácer encerra, mantendo apenas uma secção de proximidade, enquan-to que nos restantes concelhos da nossa Costa Alentejana há uma re-dução significativa das competên-cias dos respetivos tribunais.

Vítor Proença lidera CIMAL

UGT do distrito defende imagem de marca regionalOs respOnsáveis da UGT/Se-túbal consideram necessário au-mentar a cooperação institucio-nal em rede no distrito de Setúbal e a criação de «uma imagem de marca regional das cidades e cen-tros históricos da península e li-toral alentejano». Estas foram duas das principais conclusões do se-minário “Desenvolvimento e Em-prego – resposta local para desa-fios globais”, que a organização realizou este mês em Setúbal.

Com a intenção de debater os desafios decorrentes da globali-zação, conciliando os conceitos

da competitividade regional e coesão social na região, os orga-nizadores concluíram também que os estabelecimentos de en-sino devem contribuir para a va-lorização dos territórios nos cam-pos da formação, investigação e prestação de serviços em articu-lação com os demais stakehol-ders, nomeadamente através de uma oferta de ensino que vá «ao encontro do potencial endóge-no do distrito». Ainda nesta área, refere a UGT/Setúbal, «o ensino a promover na região deverá ser observado através de um qua-

dro de valores com os pilares de equidade, integridade e respon-sabilidade social».

Pensar estratégias a longo pra-zo, «mas agir no presente» com conformidade com o potencial dos recursos endógenos; maior par-ticipação da associação dos co-merciantes no “planeamento co-mercial» do distrito; assumir com-promissos intermunicipais e com-bater a dependência económica e social das grandes empresas, apos-tando na qualificação dos recur-sos humanos, foram outras con-clusões do seminário.

Dores Meira passa ao ataque em sessão de câmara agitada

A presidente Maria das Dores Meira critica alegadas fugas de informação

DR

Seminário debateu coesão regional

DR

Page 8: Semmais 25 abr

cultura

8 Sexta • 25 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com

Maria Teresa Meireles

Dicionário íntimo

Imaginação, imaginar, imagem. Imaginar é activar. A «Imagi-nação activa» de Jung. «Imago

Mundi»– o mundo de acordo com a imaginação de cada um.

«Imaginação fértil», dizemos: a fertilidade, a procriação das imagens na nossa mente.

Para Malebranche, a Imagi-nação é «a louca da casa», aque-la que se esconde e se sonega aos olhares exteriores. No mesma li-nha, Shakespeare considera que aqueles que têm uma imagina-ção mais poderosa são «o louco, o apaixonado e o poeta». Não so-frerão, todos eles, de um mal de irrealidade?

Viver da imaginação: criar uma realidade muito própria Mor-rer de imaginação: não ser capaz de se adaptar à (ir)realidade dos outros. A imaginação como meio. Meia imaginação não é nada. Ima-gina-acção: se as acções são pró-prias dos verbos, imaginação será um nome ou um verbo? Imagi-nação: a acção de imaginar?

Universos paralelos, imagi-nários arquetipais, comuns, par-tilhados – imagens que cons-troem universos interiores. Ima-ginação descontrolada. Imagi-nação prodigiosa. Imaginação delirante. Imaginação: patrimó-nio imaterial da humanidade, a imaginação pode também ma-terializar-se em obras. Imagi-nação artística – a imagem ma-terializa-se na tela, no som, nas palavras que criam, por sua vez, outras imagens. Imaginativo, criativo, activista mental: capa-cidade de inventar e inverter o mundo.

Choque de imaginação, ima-ginações em choque, em che-que – a imaginação é chique: modas e imaginários prováveis improvavelmente aceites; ima-ginário rural e urbano; imagi-

nário ancestral ou pontual; in-dividual e colectivo.

Imaginação ousada versus Imaginação ténue, pálida ima-ginação.

Imaginação desenfreada – as imagens correm, velozes, a imaginação é rápida e voa como um corcel, corresponde ao ima-ginário do cavalo alado, do fogo, labaredas enfurecidas; de todos os elementos rápidos e velozes como o vento ou a água em cas-cata. Imaginação fulgurante como o relâmpago.

«Não tenho a certeza de nada a não ser da Santidade dos afec-tos do coração e da verdade da Imaginação.», escreveu John Keats. A imaginação como arma, como contraprova, como amea-ça, como arte, transtorno, su-borno; como encontro ou de-sencontro. Imaginação como força anímica, como força de-miúrgica capaz de dar a ver o invisível e tornar invisível o que só se vê com os olhos factuais.

«Dicionário dos Lugares Ima-ginários», de Alberto Manguel; «Atlas do Corpo e da Imagina-ção», Gonçalo M. Tavares; «O Imaginário», de Sartre.

Leite de Vasconcelos, dá-nos conta de uma figura, espécie de adivinho: «O povo chama ima-ginários a homens, geralmente lavradores velhos, fortes em prog-nósticos de lavoura, que se dei-tam a adivinhar o futuro, e lêem sinas». Imaginar é adivinhar e adivinhar é proibido.

Para Pessoa «As Figuras Ima-ginárias têm mais relevo e ver-dade que as reais.». Contra a rea-lidade anímica e anémica, nada como a imaginação. Mas, de acordo com Cesare Pavese: «A Imaginação humana é imensa-mente mais pobre que a reali-dade.» Será?

Imaginação

António Luís

Depois de em 2013 ter rece-bido 9 500 espectadores, a 2.ª edição do Festival

Rock no Sado decorre este ano de 15 a 17 de Agosto, no Parque de Santiago, no recinto da feira de Setúbal, tendo como cabeças de cartaz os Xutos & Pontapés, Boss AC e Richie Campbell. Além do palco principal, o certame conta com um outro mais pequeno onde irão actuar as bandas de música moderna portuguesa.

Carlos Oliveira, um dos men-tores do festival, depo-sita «altas» expectativas na edição deste ano que espera receber uma mé-dia de 10 mil pessoas por cada um dos três dias. «No global, estamos à espera de 30 mil pes-soas», sublinha. Carlos Oliveira não tem dúvidas de que o Rock no Sado, que mudou-se de Junho para Agosto, por questões meteoroló-gicas e para não interferir com ou-tros eventos culturais da região, veio para ficar. «Este ano subimos a parada. Passámos de 14 para 27 bandas, temos dois palcos e duas noites com animação de DJ´s. Que-

remos divulgar Setúbal, em várias áreas, e chamar pessoas ao encon-tro da nossa região. Vamos apro-veitar a Feira de Santiago para di-vulgar o festival e vender bilhe-tes», frisa.

Estão agendadas duas festas de dois espaços míticos de Setú-bal. No dia 15, vamos ter o Remen-ber Seagull, com António Patro-nilho, e no dia 16, o Absurdo Par-ty é animado pelo DJ Jovizindhou-se», revela.

De salientar que os Xutos & Pontapés deslocam-se a Setúbal para festejar os seus 35 anos de carreira. «Os Xutos são os cabeça

de cartaz e vão encerrar o festival no dia 17», con-ta, acrescentando que «este ano fomos mais ar-rojados, quantitativa-

mente e qualitativamente, e va-mos ter dois palcos. No palco Ar-rábida actuam as bandas mais con-sagradas e ao palco Sado sobem os grupos de menor dimensão, sen-do que seis deles são oriundas de Setúbal».

Com orçamento ainda por de-finir, o festival, que conta com apoio logístico do município, tem como televisão e rádio oficiais a RTP e a Antena 3.

O recinto vai estar dotado de espaços para as pessoas monta-rem as suas tendas e de infraes-truturas sanitárias. Além da zona institucional, destinada a exposi-ções de empresas e de mostras de artesanato, não vão faltar as tas-cas com a boa gastronomia de Se-túbal. Quatro clubes motard’s do distrito vão estar no recinto a fa-zer demonstrações de actividades.

O bilhete diário para o festival custa 15 euros e o passe para os três dias fica em 30 euros, com campismo incluindo.

Xutos & Pontapés festejam 35 anos de carreira no Rock no Sado

Frazão e Jordão vencem grande marcha de Setúbal“SETúBAL é um poema”, com letra de Bruno Frazão e música de Artur Jordão, é a Grande Marcha de Se-túbal 2014. Os seus autores, que tam-bém ganharam a Grande Marcha de Lisboa, foram contemplados com um prémio de 2 500 euros. O tema vai ser interpretado por todas as co-lectividades participantes nos des-

files deste ano. O concurso sadino começa

com um desfile de apresentação, gratuito, no dia 14 de Junho, na Avenida Luísa Todi. Seguem-se desfiles de competição, com en-tradas a 2,5 euros, nos dias 20 e 21 de Junho, na Praça de Touros Carlos Relvas.

O grupo ícone do rock português tem muitos adeptos em Setúbal

A bandeira da música nacionalO Rock no Sado, que defende a música nacional, foi nomea-do em 2013 para o Portugal Festival Awards e para o Eu-ropeen Festival Awards. «So-mos um festival unicamente de música nacional que este-ve nomeado para importan-tes prémios internacionais. Do ponto de vista da organização, o Rock no Sado foi também considerado um dos melho-res festivais doo género», re-vela Carlos Oliveira.

O Club Setubalense acolhe este sábado, às 18 horas, o recital “40 Cravos”, com-posto por voz, saxofone e piano, para ce-lebrar os 40 anos do 25 de Abril de 1974.

É um espectáculo que procura propor-cionar ao público uma viagem através da poesia de nomes maiores da nossa li-teratura e da nossa música.

“O Combate Contra a Corrupção e pela Promoção da Ética em Portugal e no Bra-sil” é o título do livro, da autoria de Alcí-dio Torres e Lucília Lopes Silva, que é

apresentado este sábado, às 16 horas, na Biblioteca Municipal de Palmela. A obra, com a chancela da Chiado Editora, é apre-sentada por Joel Hasse Ferreira.

Viagem pela poesia de Abril Livro contra corrupção lançado em Palmela

São esperados cerca de 10 mil pessoas por cada um dos três dias

Sempre com a região,sempre pela região...

Page 9: Semmais 25 abr

Sexta • 25 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com 9

Ofertas Semmais • Ligue 965 588 572 e peça os seus convites

“Terras sem Sombra” passa por Santiago

A 31.ª Ovibeja realiza-se numa altura em que se começam a ver os primeiros resultados da água de Alqueva. São já mui-tos os investimentos e diver-sas as novas culturas que es-tão a ser feitas. Para mostrar toda a inovação e criatividade surgida nos últimos anos, no sector das agro-indústrias, a feira do Alentejo dedica todo um pavilhão a este tema – “Ter-ra Fértil, Mostra de Inovação Agrícola e Agribusiness” – um

dos destaques da Ovibeja 2014, que se realiza entre 30 de Abril e 4 de Maio, no parque de fei-ras e exposições de Beja. Co-lóquios, corrida de touros, DJ´s, garraiadas, grupos etnográfi-cos, demonstrações cinotéc-nicas e reprise a cavalo da GNR são algumas das actividades do programa. Gabriel o Pen-sador (dia 30), os Aurora (1), Buraka Som Sistema (2) e FAC-TOR X (3) são os concertos de destaque deste ano.

Ovibeja promove inovação e criatividade dos investimentos do Alentejo

Cartaz...

26Sáb

ado

Solos de dança“Solos” é um espectáculo de dança que revisita momentos de eleição do repertório da com-panhia Olga Roriz. Os solos apresentados por seis bailarinos pertencem às peças “Daqui em Diante”, “Inferno”, “Nortada” e “Interiores”, entre outras. Forum José M. Figueiredo, B. Banheira • 21h30.

Homenagem a Ary dos Santos “Ary, O Poeta das Canções ” é um tributo a Ary dos Santos pelo produtor QuimZé, que decidiu juntar uma nova e consagrada geração de músicos para recriar cancões históricas, como “Tourada”, “Canção de Madruga”, “Estrela da tarde” e “O Cacil-heiro” são alguns dos sucessos da obra do poeta Ary que são recriados com novos arranjos musicais.Cine-Granadeiro, Grândola • 22 horas.

26Sába

do

O espectáculo de dança “Romeu e Julieta, Encontro Desencontro”, da autoria de Benvindo Fonseca, retrata o mundo enigmático das emoções, que juntou os dois personagens, assim como o amor incompreendido e impendido por terceiros, onde muitos de nós encontramos identificação. Teatro João Mota, Sesimbra • 21h30.

26Sába

do

O Dia Internacional do Jazz, celebrado a 30, é comemorado com Spyros Manesis Trio. O grupo juntou-se em Amesterdão, em 2010, com três jovens músicos de jazz que dão corpo a temas originais e a clássicos renovados, com um som distinto caracter-izado pelo lirismo e pela ampla gama de dinâmicas e texturas. Forum Cultural do Seixal • 21h30.

30Qu

arta

A Orquestra de Jazz Humanitária apresenta um programa muito seleccionado procu-rando recriar a sonoridade da tradicional Big Band e seu repertório, não deixando, no en-tanto, de visitar alguns temas mais modernos do seu repertório. Forum Luísa Todi, Setúbal • 21h30.

Romeu e Julieta

Jazz de Palmela em Setúbal

30Qu

arta

INTEGRADO no Festival de Mú-sica Sacra do Baixo Alentejo “Ter-ras sem Sombra”, a Igreja Ma-triz de Santiago do Cacém rece-be este sábado, às 21h30, o con-certo com os Hilliard Ensemble.

Com uma grande reputação, tanto na área da música antiga como na da contemporânea, The Hilliard Ensemble constitui um dos melhores grupos de câma-ra vocal. O seu estilo caracterís-tico e a sua desenvolvida musi-calidade aproximam do ouvin-te quer os repertórios da Idade Média e do Renascimento, quer as obras escritas por composi-tores vivos.

O ano de 2014 testemunha a celebração do 40.º aniversário de The Hilliard Ensemble, que

começou, de forma espectacular, com um concerto especial em Lon-dres, no qual o grupo actual se reu-niu com quatro dos seus antigos

elementos para interpretar um programa de que fazia parte uma encomenda de Roger Marsh.

Os Hilliard Ensemble têm uma grande reputação internacional

Seixal comemora Dia do Jazz

Page 10: Semmais 25 abr

negócios

10 Sexta • 25 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com

Litoral Alentejano tem a terra ideal para a construção em superadobe

Um estudo realizado por um aluno do Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing,

que venceu o prémio de melhor do curso do IADE, apurou que o Alentejo Litoral é a região do país que reúne as melhores condições para a construção de casas em terra, com recurso ao designado supera-dobe, criado nos anos 80. Segundo o projetista Rui Vasques, esta cons-trução permite edificar autênticas cidades amigas do ambiente, viabi-lizando a construção de casas, por exemplo, com cinco ou seis assoa-lhadas, a preços que não superam os 10 mil euros.

«São casas que garantem to-das as comodidades, com água, luz e esgotos. Isto permite misturar a tecnologia dos nossos dias com as técnicas primitivas», avança Rui Vasques, que garantem ser este um projeto de uma cidade «com-pletamente sustentável», que re-colheu 20 valores no concurso.

Modelo apresentado a merca-dos internacionais

O autor deu-lhe o nome de ´Eco-Village Community´ e até já apresentou o modelo aos merca-dos internacionais. «O meu obje-

tivo é implementar no terreno um modelo, criado de raiz, que res-ponda aos problemas sociais, eco-nómicos e ambientais atuais», re-vela, acreditando estar a contri-buir para a «transição para a era do desenvolvimento sustentável».

Segundo o aluno, as zonas de barros, por exemplo, seriam dos locais mais habilitados do país a acolher uma cidade com estas ca-racterísticas. «Ali temos a garan-tia de terra em abundância. De-pois é só ir enchendo sacos com argila e colocá-los em cima uns dos outros até atingirem a cúpu-la perfeita. O arame farpado é pos-

to entre as fiadas para evitar des-lizamentos. Como remate, colo-ca-se alguma palha para ajudar a consolidar o reboco», revela, ad-mitindo que um ano poderia bas-tar para fazer uma cidade pelo pre-ço de cerca de 5 milhões de euros.

Rui Vasques assegura «eleva-da resistência» dos imóveis, a que se alia um «mínimo impacto eco-lógico», devido à utilização de ma-teriais locais. «Este modelo pode ser aplicado em todo o mundo, mas em Portugal o Alentejo Litoral se-ria o local indicado, porque tem muita terra e boas áreas com óti-ma argila», revela.

O projetista Rui Vasques apresentou um conceito em que as habitações ecológicas não superam dez mil euros de valor de construção.

O porto de Sines recebe a 21 e 22 de Ju-nho o “24 Horas de Logística”, um even-to focado na melhoria da capacidade de trabalho em grupo e de tomada de deci-

sões em situações limite ou de crise. Esta acção pretende ser encarada como um desafio técnico e interpessoal para os concorrentes e empresas.

O encontro “Parcerias competitivas para o sucesso - Portugal Sou Eu”, promovi-do pela Volkswagen Autoeuropa, em con-junto com a Aicep Global, tem lugar a 30,

às 8h30, na unidade de Palmela da Au-toeuropa, com a presença do Secretário de Estado da Inovação e Investimento, Pedro Gonçalves.

Porto de Sines recebe 24 horas de Logística Autoeuropa debate parcerias competitivas

Alternativaà construção convencionalUma «cidade» feita em supera-dobe, com cerca de 500 metros de diâmetro, até poderia inco-modar a construção civil con-vencional, mas o aluno alerta-que «estaria a disponibilizar uma alternativa onde seria pos-sível viver segundo os princí-pios de construção e produção local, de autossuficiência e coo-peração, aproveitando soluções tecnológicas». Na ‘eco-vila’ de Rui Vasques inscrevem-se con-ceitos, como a permacultura, traduzida no método de «pla-near e manter» sistemas como jardins e aldeias ambientalmen-te sustentáveis, a bio constru-ção, onde está presente a cons-trução ecológica, e ainda obush-craft. É a arte de sobreviver no mato, recorrendo à aplicação a longo prazo das técnicas de sobrevivência mais primitivas.

Estudo de aluno do Instituto de Artes Visuais vencedor de prémio

Projecto apresenta uma dimensão inovadora muito apreciada

Roberto Dores

Baía do Tejo ‘vende’ territórios em Moscovo

A AdministrAção da Baia do Tejo já viu consumada a sua pri-meira iniciativa no âmbito do pro-tocolo recentemente celebrado com a Invest Lisboa, através da ação con-junta numa feira em Moscovo.

Esta primeira ação de promo-ção, que levou os territórios geri-dos pela Baia do Tejo - com parques empresariais na região, designada-mente no Barreiro e Seixal - à capi-tal russa, decorreu durante a Feira Portugal Invest, instalada na Expo-Centre de Moscovo. «É desta forma que se pretende corporizar o con-ceito da cidade das duas margens que a Baia do Tejo e a Invest Lisboa definiram como modo de enqua-dramento para a promoção dos ati-vos de ambos os territórios», expli-cou uma fonte da empresa.

Segundo as mesmas fontes, no âmbito da Feira Portugal Invest fo-ram feitos contactos com potenciais investidores e com entidades repre-sentantes de grupos de capital de investimentos que manifestaram interesse em acompanhar de per-to várias oportunidades de inves-timento nos territórios do Arco Ri-beirinho Sul. «A excelente localiza-ção estratégica e a qualidade e di-versidade das acessibilidades dis-poníveis, foram alguns dos moti-vos que mais atraíram todos os que conheceram os ativos apresenta-dos na feira», salientaram as fontes da Baia do Tejo.

Recorde-se que para além dos parques empresariais localizados nos antigos complexos industriais da Quimiparque, Barreiro, e Side-rurgia Nacional, Seixal, a Baia do Tejo tem igualmente a missão de promover e desenvolver a Estraté-gia Arco Ribeirinho Sul que, atra-vés de instrumentos de ordenamen-to e requalificação, valorize estes territórios, incluindo a zona da Mar-gueira, em Almada.

Protocolo foi assinado em Março

Moscatel de Setúbal é rei em evento alfacinha o moscAtel de Setúbal marca presença no Lisbon Bar Show, no dia 20 de Maio, no pavilhão de ex-posições da Tapada da Ajuda, onde decorrerá a primeira feira e congres-so internacional com os maiores bartenders e especialistas em bar show do mundo.

O evento, promovido pela Mo-jito Bar Catering, decorrerá entre as 13 e as 21 horas, com inúmeras ac-

tividades como a zona Demo Bar, um espaço reservado a demonstra-ções específicas das marcas presen-tes na feira, bem como a Flair Zone, onde pode assistir às diversas per-formances e técnicas desta moda-lidade e onde estarão presentes os melhores Flair Bartenderes nacio-nais e uma zona de exposição, es-paço dedicado a todos os produtos relacionados com bares.

Domingos Soares Franco, vice--presidente da José Maria de Fon-seca, a produtora mais antiga de vi-nhos de mesa e moscatéis de Setú-bal em Portugal, será o represen-tante do famoso vinho setubalen-se neste evento único. A criadora de um dos tesouros da cultura por-tuguesa conta já com 180 anos e de-tém 600 hectares de vinha na Pe-nínsula de Setúbal e Alentejo.

Do programa fazem parte de-monstrações de vários especialis-tas nacionais e internacionais, bem como a intervenção de vários ora-dores de referência na área.

O dia será também preenchido com provas vínicas, food pairing, masterclasses e um fórum que reu-nirá bartenders portugueses que tra-balham em cidades como Barcelo-na, Londres, Oslo, entre outras.

Page 11: Semmais 25 abr

Sexta • 25 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com 11

PARAÍSOS FISCAIS (PF) – Origem anos 60, Petrolíferas usam BAN-DEIRA CONVENIÊNCIA (Pana-má, Libéria) vendem petróleo ba-rato a transportadoras aí sedia-das, que vendem caro a refinarias ocidentais. Conseguem fugir con-trolo Reserva Federal EUA não pa-gando impostos, seguros baratos, convencem países exportadores preços baratos. EUA faz vista gros-sa pq paga petróleo barato. Rús-sia, Guerra Fria c/EUA, receia con-trolo lucro negócio petrolífero c/Irão. GB cria PF, ganha comissões (hoje Rússia usa Chipre, EAU). EUA fomenta PF-MERCADO PETRO-DÓLARES. Outros sectores apro-veitam ideia. Proliferam PF. Sa-ddam Hussein pós invadir Kuwait quer receber euros do petróleo, afronta interesses, sentencia-se. PF facilitam corrupção mundial: lavagens dinheiro, fuga fiscal, ter-rorismo/droga (Bin Laden usa). Portugal, ingenuamente acaba c/PF Madeira, empresas saem. PF--Suporte maior fraude financeira portuguesa-BPN. Família ex-PM, mínimo não ético aplica dinheiro em PF. G20 quer acabar c/PF mas interesses envolvidos não deixam. OFFSHORES FINANCEIROS DES-VIAM RECEITAS DE PAÍSES DI-FICULTANDO RECUPERAÇÃO ECONÓMICA E FACILITAM MA-LES QUE AFETAM SOCIEDADE.

DESREGULAÇÃO–Bancos Mor-gan/Rothschild vendem hipote-cas a qualquer pessoa que pare-ça qualificada. Se não pagam rea-vêm casas, revendem c/lucro por-que sobe preço. 1929-Jogo gera bolha imobiliária/financeira-Gran-de Depressão. 1933-Reacção jogo ganancioso/abusivo da finança cria-se lei Glass-Steagall. 1999-com fito: sistema financeiro EUA protegido não outra depressão, boom tecnologia pessoas ricas, sede lucros, contribuições finan-ceiras campanhas políticas e des-prezo erros históricos, revogam lei Glass-Steagall. Desaparece li-mite capital/tipo negócio, prote-ge quem lucra e.v. depositantes, permite que CDS´s rebentem qlq momento. Empresas (Goldman Sachs) criam para jogo Fundos Investimento(FI) c/valor facial as-tronómico face ao real. 2001-Aten-tado 11-Setembro, política expan-sionista EUA ameniza efeito, in-crementa negócio reduzindo tx.juro dando origem SUBPRIME (em-préstimo massivo a pessoas me-nor poder económico sem garan-tia pagar empréstimo). Avaliado-res recebem % do nº CDS´s (CDS--Credit.Default.Swap-Créditos.Ris-co.Hipotecas) independente pa-gamento, e esquema Ponzi (Ma-doff). GANÂNCIA atribuem as me-lhores condições a duvidosos in-vestidores privados. Subida insu-portável de CDS´s. 2004-Tx.juro sobe. Rebenta bolha superior a 1929. 2008-Lehman Brothers abre

falência (prejuízo 680 biliões dó-lares pago c/dinheiro contribuin-tes) e aumenta dívida. Impactos ultrapassam EUA c/falência de muitos depositantes mundiais. 3 bancos Islândia faliram, recusam pagar dívida bancos Ingleses/Ho-landeses. Banca Irlandesa tem pro-blemas. Portugal nacionaliza lixo tóxico BPN (o maior desastre fi-nanceiro português) contribuin-do para rombo na Segurança So-cial/aumento 43,5% défice, assu-me dívida cerca de 8 milM€ paga por portugueses que não têm cul-pa, deixando activos da proprie-tária SLN do lado privado, vende por 40M€. O mercado que antes emprestava a gente duvidosa em condições excelentes, passa a em-prestar c/juros exorbitantes a Es-tados Soberanos. Ag.Rating traba-lham para mercados financeiros, descobrem “galinha ovos de ouro” (Estados-galinha c/garantia qua-se infinita de pagarem, juros/co-missões-ovos ouro agióticos) in-vertem estratégia baixando arti-ficialmente notação países, au-mentando tx.juro, lesando países c/economias frágeis como Portu-gal com notação especulativa BB (excepto Alemanha que poupa 41 milM€, graças residuais tx.juro). Até há pouco tx.juro altas(atrativas para mercado) baixam agora por-que “convém desapertar o pesco-ço da galinha senão ela morre”? Portugueses pagam por incompe-tência (mín.) decisores nacionais (obedecem cega/convenientemen-te directivas exteriores). Crescen-te endividamento (2000-66milM€,2004-79 (5%ano) 2011-150 (13%ano) 2013-204 (18%ano) impagável, convindo mercados (quanto mais dívida mais juros/comissões). É melhor, faixa tx.juro fora da qual não ser permitido apli-car, período carência/prazos pa-gamento dilatados, que permitis-se países, c/rigor orçamental, apostarem no Crescimento, como Europa deu Alemanha (tb. lhe foi perdoada dívida). Qual moços de recados dos mercados só pós 6 anos se percebe circo de cientifi-cidade duvidosa das Ag.rating? Neoliberalismo não interessa de-senvolvimento países Sul Euro-pa. Porque China/Canadá têm Ag.Rating e só agora Europa tem uma? Clube de Paris não deixa-va? Num mundo que se preten-de Justo, neoliberalismo parasi-ta Estados. ECONOMIA SUBME-TE-SE AO PODER FINANCEIRO GLOBAL.

Caldeira Lucas(Eng.o, Gestor,Prof., Consultor)

Causas que trouxeram portugal à situação atual (4)

Restaurante da Herdade reabre com pratos de caça O restaurante da Albergaria da Herdade da Barrosinha, em Al-cácer do Sal, reabriu ao público e está a apostar nos menus de de-gustação e em várias especialida-des, nomeadamente Bacalhau à Barrosinha, Hamburguer de Tou-ro Bravo e Empada de Perdiz. A gerência do restaurante deixou de estar alugada a privados e passou para as mãos da administração da Herdade.

Maria do Carmo, responsável pelo restaurante da Barrosinha, realça que desde Agosto do ano passado que o público está a ex-perimentar «os vários sabores» através dos menus de degusta-ção, sempre tendo como base a caça, as iguarias alentejanas, tudo com produtos produzidos na Her-dade. «Mel, compotas de amora e de uva branca/preta, sumo de laranjas da Herdade, são servi-dos ao pequeno-almoço, enquan-to os espargos verdes, a empada de perdiz, o hambúrguer de tou-ro bravo e o vinho da adega são algumas das nossas apostas para os menus, que variam todos os dias», refere.

O ‘feed-back’ do público tem sido «óptimo», e, com regulari-dade, são promovidos pacotes com «preços acessíveis» para cada época festiva. «Por altura das Vin-

dimas, o pacote incluiu visita às vinhas e à adega, e no S. Martinho promovemos um magusto na nos-sa taberna», sublinha Maria do Carmo.

«É um local muito agradável, que convida ao descanso e à con-templação da natureza, e é bom para as pessoas relaxarem e saí-rem do seu stresse habitual», adian-ta a responsável pelo restauran-te, que anuncia a reabertura da pis-cina antes do Verão.

O restaurante, com decoração tipicamente alentejana, tem ca-pacidade para 80 pessoas e en-contra-se aberto de quinta-feira

a domingo, servindo almoços en-tre as 12 e as 15 horas, e jantares, entre as 20 e as 23 horas. O pre-ço médio por refeição ronda os doze euros.

Com mais de meio século de existência, a albergaria da Herda-de da Barrosinha localiza-se a dois quilómetros de Alcácer do Sal e está dotada de 17 quartos espaço-sos, com ar condicionado e casa de banho privativa. Bar, centro de negócios e sala de reuniões tam-bém fazem parte deste projecto de excelência de turismo rural.

António Luís

Negócios da Portucel já cresceram este ano 2,4% a POrtucel registou um aumen-to de 2,4 por cento no volume de negócios no primeiro trimestre deste ano, sustentado essencial-mente no aumento do volume das vendas de papel.

Apesar do arranque da produ-ção da nova fábrica no Brasil, no final de 2013, houve aumento da procura de pasta pelo mercado chinês e algumas paragens de pro-dução para manutenção típicas deste período entre os produto-res de pasta de celulose, que con-tribuíram para equilibrar o mer-cado nos primeiros meses de 2014. No entanto, os aumentos de pre-

ço anunciados para o início do ano não se concretizaram, tendo o ín-dice do preço de pasta evoluído negativamente, no primeiro tri-mestre situando-se cerca de 3 por cento abaixo do preço do primei-ro trimestre de 2013. Apesar de ter registado também um crescimen-to no volume de pasta vendido, o grupo fechou o trimestre com uma redução no valor das vendas de pasta em cerca de 7 por cento.

Na área do papel, o início de 2014 ficou marcado por uma maior acti-vidade do que é característico des-te período, tendo-se assistido a uma melhoria nas encomendas regista-

das pelos produtores europeus. Sa-lienta-se o aumento em cerca de 6 por cento do volume de produção do grupo, que sustentou a evolução também positiva das vendas de pa-pel fino não revestido, que, em ter-mos homólogos, cresceram cerca de 7 por cento. O crescimento do volu-me de vendas permitiu mais do que compensar a redução do preço de papel que se verificou neste perío-do, já que o índice de referência si-tuou-se cerca de 3 por cento abaixo do seu valor em 2013. O volume de negócios do papel acabou por ser superior em mais de 4 por cento ao valor do 1.º trimestre de 2013.

Restaurante apresenta novo visual e mantém características rurais

Jumbo de Setúbal lança campanhade calçado “Made in Portugal”nOs hiPermercadOs Jumbo da região já está disponível a cam-panha de calçado desta estação, intitulada “Made in Portugal!”. A colecção “Made in Portugal” do Jumbo contempla vários mode-los de sapatos para senhora, des-

de sandálias de salto de cortiça, sandálias fechadas de salto de ma-deira, botins de meia-estação e bo-tins e oxfords com sola média de borracha, muito em voga nas ten-dências actuais. Em homem, des-taca-se o modelo de sapatos oxford.

Todos os sapatos são em pele e fa-bricados em Portugal.

As sandálias apresentam o pre-ço promocional de 29,99 euros e os botins e oxfords 39,99 euros, apenas na data da campanha que decorre até ao dia 4 de Maio.

DR

Page 12: Semmais 25 abr

desporto

12 Sexta • 25 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com

Feira da Pesca no Parque Urbano de Albarquel

O principal objectivo da feira é proporcionar condições de interação entre os prin-

cipais agentes envolvidos na moda-lidade, como importadores de mate-rial, lojistas, clubes, associações, fede-rações, sítios de internet, revistas da especialidade e pescadores das mais variadas técnicas, direcionadas para a pesca em estuário e mar. A possibi-lidade de encontrar toda esta oferta num mesmo local, permitindo também aos mais jovens um primeiro contacto com a actividade da pesca lúdica, tem tido resultados proveitosos que levaram já a que a cidade de Setúbal tenha sido palco, no ano passado, do Campeonato do Mundo de Pesca em Barco Ancorado e deva receber, no final deste ano, o Campeonato Mundial de Pesca Embar-cada de Clubes.

A edição deste ano da feira de pesca conta com a participação de perto de três dezenas de expositores, sendo que um dos sectores que dá um maior reforço na exposição é o da náutica de recreio, com uma oferta maior de embarcações e mo-

tores novos e usados.Para além das várias activida-

des orientadas para a pesca, exis-tem outros motivos de interesse des-portivo, nomeadamente os batis-mos de mergulho promovidos pela

escola náutica Aquamas-ter, todos os dias, de ma-nhã e à tarde.

O evento que come-çou no dia 24, conta com

workshops de pesca apeada, orien-tados para os mais jovens, assim como algumas provas de pesca des-tinadas a pescadores amadores, e integra a programação oficial da

12.ª edição dos Jogos do Sado.O programa conta ainda com

o IV Open de Pesca em Kayak, or-ganizado por um grupo de volun-tários praticantes da modalida-de e da Federação Portuguesa de Pesca, que terá lugar no último dia do certame, assim como com uma prova da terceira divisão do Campeonato Nacional de Pesca de Alto-Mar em embarcação fun-deada.

A Feira de Pesca pode ser vi-sitada, este sábado, entre as 10 e as 23 horas, e no domingo a par-tir das 10 horas da manhã.

Recentemente condecorado ao mais alto nível, Cristiano Ronaldo é um bom exemplo da proficiência na detecção de talentos. Aos 12 anos veio da Ilha da Madeira para o Spor-ting lisboeta e sabe-se como foi a sua magnífica evolução.

Foi também nessa idade que Pau-lo Futre “explodiu” de rara qualida-de, na Páscoa de 1978, em Rochevi-lle- Cannes, ao sul de França.

É um tudo nada mais velho, mas com apenas 13 anos, Lionel Messi foi “descoberto” em Buenos Aires, vindo para Barcelona para a “explo-siva” carreira que se lhe tem aplau-dido. E podíamos alinhar outros exemplos de muito promissoras fa-culdades, como os de Pagonelli em França e José Dominguez, em Por-tugal, um e outro de precocidade não confirmadas após adolescências de óptimas perspectivas.

No que respeita a Setúbal e ao seu Vitória relembramos quanto de bom prometeu um moço de 14/15 anos, pujante e talentoso, de seu nome Vítor Baptista, controversa fi-gura na década de 1965/75, com tris-te final de carreira.

Sob múltiplos aspectos a de-tecção de talentos tem muito que se lhe diga…

Ao findar de 2013 os “media” de-ram particular relevo a um tal de Pedro Paulo Kasanzi , de 11 anos de idade, cidadão angolano a habitar em Luanda, um caso raro de intui-ção futebolística que o poderoso Real Madrid se apressou a aprovei-tar integrando-o numa super-pro-missora equipa de Infantis (sub-12) que brilhou no Torneio Internacio-nal de Arona, Chamaram-lhe o “dia-mante negro” e foi eleito como o melhor jogador desse Torneio, além de ser o mais novo de entre uma centena de participantes.

A imprensa da especialidade

“embandeirou em arco” com as proezas competitivas desse novo talento que, poucos meses antes, na capital angolana, se levantava às 5 da manhã para frequentar uma escola bem distante, aproveitan-do os recreios para jogar com os amigos, evidenciando uma destre-za invulgar. Algum “olheiro” mais audacioso “pegou” nele e com a anuência dos seus progenitores, le-vou-o para Espanha, exactamen-te para Alcalá de Henares, progres-siva cidade satélite de Madrid, onde passou a representar o quase des-conhecido Clube Chorrillo.

O sucesso de Pedro foi rotun-do e os captadores de talentos do Real Madrid não perderam tem-po, levando-o para os domínios de Chamartín.

A imprensa desportiva não per-deu oportunidade, envolvendo-o em rasgados elogios. Assim: “É um portento físico, capaz de estragos nas alas pela sua rara visão de jogo e, além disso, é dotado de um forte remate de fora da área”.

E os “As”, diário de renome, ro-tulava-o de “Pedro, Pérola Negra”.

Resta dizer que o poderoso Real Madrid, bem rotinado na proble-mática da detecção de talentos, já instalou, na capital de Espanha, os pais e o irmão mais novo do “puto” Pedro que parece ter o fu-turo garantido, ainda mais novo do que ocorreu com Paulo Futre e Cristiano Ronaldo.

A aposta “merengue” terá sur-gido cedo de demais? Ao longo de 2014 saber-se-á.

O certo é que mediante este exemplo de Pedro Kasanzi, a de-tecção de talentos faz-se cada vez mais cedo, na incontida ânsia de bons resultados.

David Sequerra Colaborador

A detecção de talentos

A 4.ª edição da Feira de Pesca Lúdica e Desportiva de Setúbal decorre até amanhã, domingo, no Parque Urbano de Albarquel, onde o público pode testar materiais e participar em concursos, workshops, debates e palestras dedicadas ao tema.

Três dezenas de expositores com destaque para a náutica

Perto de 500 correram Prémio da Páscoa

Mário Casaca foi o vence-dor da 18ª edição do Grande Pré-mio da Páscoa em Atletismo, promovido pela Câmara Muni-cipal de Alcácer do Sal, com o tempo de 23 minutos, seguido por Filipe Correia e o Duarte Bandeira. A prova feminina foi ganha por Isabel Maldonado, Andreia Lo-pes foi segunda classificada e em terceiro lugar terminou Vitória Carneiro.

A prova contou com perto de 500 participantes, distribuídos entre a prova de atletismo e a caminhada, o que demonstra, segundo a organização do even-

to «que as pessoas se preocu-pam cada vez mais com a sua saúde e aproveitam estas pro-vas para participar e conviver». Como curiosidade, de salientar a presença da participante mais idosa na caminhada, uma senho-ra de 90 anos, sendo que o mais jovem participante foi uma me-nina de seis meses que acompa-nhou os pais.

Este ano a prova contou com a presença do antigo atleta Dio-nísio Castro, irmão gémeo do também atleta de fundo Domin-gos Castro, que esteve em Alcá-cer do Sal para dar o tiro de par-tida.

“Rei das Ondas” surfa Gasoline, no BarreiroGarrett McNamara, o surfista que fez história ao surfar o “Ca-nhão da Nazaré”, vai estar, esta se-gunda-feira, no Barreiro para sur-far a Gasoline, a grande onda do rio Tejo gerada pelos catamarans do Grupo Transtejo.

O evento insere-se numa ini-ciativa incluída no âmbito do pro-jeto “McNamara Surf Trip”, do Tu-

rismo de Portugal que pretende dar a conhecer, entre os dias 27 e 30 de Abril, as ondas portuguesas preferidas pelo surfista norte-ame-ricano.

A Gasoline pode atingir os 150 metros de comprimento e a sua particularidade está no facto de depender de condições específi-cas que só se verificam cerca de

seis dias por mês. O embarque está marcado para

as 6h10 do dia 28 de Abril, no Ter-minal Fluvial do Terreiro do Paço. McNamara vai viajar até ao Bar-reiro para surfar a Gasoline ao lado de Ricardo Carrajola, presidente da Gasoline- Associação Cultural e Desportiva.

A Câmara de Setúbal inaugura, este sá-bado, um polidesportivo exterior, em Vale de Cobro, com condições para a prática de futebol e basquetebol, no valor de mais

20 mil euros.O equipamento vai ser gerido pela jun-ta de freguesia de S. Sebastião e vai do-tar aquele bairro, situado numa das zo-

A segunda edição da meia maratona de Almada, marcada para o dia 27 de abril, vai contar com cerca de quatro mil par-ticipantes, distribuídos entre a prova prin-

cipal, uma prova de dez quilómetros e a caminhada solidária a favor do Centro de Desenvolvimento da Criança do Hos-pital Garcia de Orta.

Polidesportivo no Vale de Cobro Meia de Almada corre-se este domingo

A costa de Setúbal começa a atrír muitos entusiastas deste desporto

McNamara é hoje um ícone do surf em Portugal

Marta David

DR

Page 13: Semmais 25 abr

biodiversidade

Sexta • 25 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com 13

O alerta é avan-çado ao Semmais pelo presidente

da Federação Nacional de Caça (Fencaça), Jacinto Amaro, perante o avanço da

doença hemorrágica viral que está a dizimar

as populações de coelhos e lebres nas zonas de caça da região. «Se no próximo ano os coelhos continuarem a morrer como em 2012 e 2013, podemos

afirmar que a espécie fica amea-çada de extinção, com todos os prejuízos que isso vai trazer à biodiversidade da

região e à activi-dade cinegética».

Jacinto Ama-ro afirma mes-mo que, hoje em dia, já é mais fácil criar linces em cativeiro, recordando os actuais 45 que estão na calha para serem liber-tados, do que assegurar a criação de coelhos e le-

bres. «Mesmo nos par-ques de recria, em que os animais podem es-tar no seu habitat natural, os coelhos e as lebres aparecem mortos, o que tra-duz um risco mui-to elevado de na bacia do mediter-râneo não haver forma de os sal-var», insiste o diri-gente.

Em conjunto com a Faculda-de de Ciências do Porto, a Fen-caça iniciou um projecto expe-rimental que visa combater a doença hemorrágica viral, a mes-ma que há três anos começou a dizimar coelhos em Mértola, mas que rapidamente se propagou a outros regiões, atingindo o dis-trito de Setúbal. São utilizados produtos para desparasitação in-terna, fortificantes e suplemen-to vitamínico, sendo que os ter-renos onde os coelhos se repro-duzem são pulverizados com o objectivo de eliminar os vecto-res de transmissão da doença,

como mosquitos, car-raças e pulgas.

E se não resultar? «A cinegética fica ameaça-da, mas também os

principais predadores vão per-der alimento. É que os coelhos são o maior símbolo da caça e a espécie que possibilita mais jor-nadas cinegéticas, mas também é deles que depende a sobrevi-vência de um grande número de predadores», acrescenta Jacin-to Amaro.

Recorde-se que na última épo-ca cinegética os caçadores não encontraram coelhos-bravos nem lebres nas coutadas da região. Aliás, mais de metade das reser-vas de caça não tinha qualquer coelho, estimando-se que cerca de 70 por cento dos coelhos e le-bres tenham sido dizimados pela patologia.

Roberto Dores

Na última época, os caçadores não encontraram coelhos-bravos nem lebres nas coutadas do distrito

Os coelhos são o maior símbolo da caça nos campos da região

A mortandade ocorrida entre 2012 e 2013 foi o primeiro sinal do recrusceder da chamada doença homorrágica que tem afectado a espécie. Os caçadores admitem estarmos perto da extinção.

Coelhos da região já estão ameaçados de extinção

Doença evoluiu de forma galopante

A doença hemorrágica nos coe-lhos é conhecida há 15 anos e já tinha dado sinais preocu-pantes em Espanha, sobretu-do a sul do país vizinho – Ex-tremadura e Andaluzia. Os ca-çadores do lado de cá da fron-teira acreditaram que pode-riam passar ao lado do vírus, até porque a doença hemor-rágica era detectada em popu-lações muito determinadas. Ou seja, numa mesma reserva de caça poderia dizimar coelhos numa zona e não actuar nos exemplares «vizinhos».Porém, em Mértola (Baixo Alen-tejo) começaram por ser dados os primeiros sinais, logo em De-zembro de 2012, com o apare-cimento dos primeiros casos de febre hemorrágica. «Depois, isto estendeu-se a toda a região e assistimos a um ano terrível par a caça», sublinha Jacinto Amaro, alertando que até há bem pouco tempo a doença era padronizada, atacando os in-divíduos adultos, mas uma re-cente mutação passou também a ter efeitos em coelhos jovens, com cerca de um mês.

Page 14: Semmais 25 abr

local

14 Sexta • 26 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com

Apesar da remoção de lamas oleosas no aterro da Maria da Moita estar a decorrer a

bom ritmo, o vereador do Ambiente, Albano Pereira, e o presidente da Junta de S. André, Jaime Cáceres, mostraram-se preocupados com a possível contaminação dos subsolos e dos aquíferos. Uma preocupação lançada durante a visita do Ministro do Ambiente, Moreira da Silva, e do secretário de Estado do Ambiente,

Paulo Lemos, às lagoas de lamas oleosas, no dia 16.

Apesar da satisfação no que toca à remoção das lamas, o au-tarca encara os trabalhos com op-timismo moderado. «Ainda bem que as lamas estão a ser retira-das, mas continuamos muito preo-cupados com a possível conta-minação dos subsolos e dos aquíferos. Tivemos conhecimento que es-tão a ser monitorizadas as contaminações, está a ser retirada uma camada de ar-gila que está na base das lamas, mas só por isso não podemos dei-xar de nos preocupar com a pos-sível contaminação dos aquífe-ros, que têm grande capacidade e que estão a alimentar muitas po-

pulações». A opinião é partilhada por Jai-

me Cáceres, que se mostra «mui-to preocupado, porque o passivo que aqui estava, pela perigosida-de que tem, leva-nos a ter muitas preocupações. Mesmo depois das bacias estarem aparentemente lim-pas, há um trabalho que tem de

ser feito, de impermea-bilização e monitoriza-ção». O autarca coloca--se também ao lado da Câmara em relação a ou-

tro passivo ambiental local. «As-socio-me ao município e ao ve-reador, que aproveitou esta visi-ta e entregou uma carta ao minis-tro com outra preocupação am-biental que nós temos na Sanchi-nha, com vários resíduos a céu

aberto que urge resolver». Como este problema traz consigo a pos-sibilidade de afectar o mesmo aquí-fero das lamas, Jaime Cáceres é taxativo: «o Ministério do Ambien-te tem de resolver este problema».

Faltam ainda remover as lamas em três das doze lagoas, mas Mar-

ques Ferreira, presidente da Águas do Alentejo, assegura que os tra-balhos «estão a decorrer de acor-do com o programado» e afirma até que «o projecto já estaria con-cluído se o Inverno não fosse tão intenso. Os trabalhos devem estar finalizados em Setembro».

Remoção de lamas não descansa gente de Santiago

Mateus lança livro em Grândola

Moagemde Sesimbra registada no SIPA

Seixal avança com missão reciclar

O municípiO acaba de registar a moagem de Sampaio, um marco da evolução industrial e tecnoló-gica do concelho, no Sistema de Informação para o Património Ar-quitetónico (SIPA), que reúne mais de dois milhões de documentos, desenhos e fotografias sobre pa-trimónio arquitectónico, urbanís-tico e paisagístico português e de origem ou matriz portuguesas.

Quem consultar o SIPA, geri-do pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, pode ace-der a um conjunto detalhado de informação sobre o edifício sesim-brense, com quase um século de história. Descrição, acessos, utili-zação, cronologia, materiais e fo-tografias são alguns dos conteú-dos disponibilizados. Além da moa-gem de Sampaio, estão inscritos no sistema mais 68 registos do con-celho, como a jazida de Icnofós-seis da Pedra da Mua, a igreja de Santa Maria do Castelo, o pelou-rinho e o palácio de Calhariz.

O SIPA e o chamado Arquivo do Forte estão localizados em Sa-cavém, mas grande parte da in-formação e documentação pode ser consultada online, em www.monumentos.pt.

nO próximO dia 28, a Sociedade Ponto Verde e o município reali-za o encontro Missão Reciclar no Seixal, que tem lugar no auditório dos Serviços Centrais da Câmara Municipal, das 10 às 12h30.

“O caminho da sensibilização ambiental no Seixal” e “Missão Re-ciclar” são alguns dos temas em debate, com os contributos de re-presentantes da Amarsul, muni-cípio e Sociedade Ponto Verde, que no final apresentarão os resulta-dos desta missão no concelho.

Joaquim Coelho Tavares, ve-reador do pelouro do Ambiente, Energia e Serviços Urbanos da Câ-mara Municipal do Seixal, e João Letras, do Departamento de Ges-tão dos Resíduos da Sociedade Pon-to Verde abrem os trabalhos.

A bibliOtecA recebe este sába-do, às 17 horas, a apresentação do livro “Mandela, o rebelde exem-plar”, do jornalista António Ma-teus. Nasceu em 1960. Repórter e correspondente da Lusa e da RTP, em Moçambique e Joanesburgo, o autor acompanhou Nelson Man-dela durante uma década.

«Este livro mostra o ser huma-no que escolheu transformar-se num líder de referência mundial pela tolerância, humildade e valo-res mas, já foi um jovem emotivo, irascível, temperamental e egocên-trico. Um olhar próximo, humani-zador, sobre um homem que esco-lheu assu-mir e trabalhar as suas próprias fragilidades, começando nele a mudança que sonhava para o mundo», refere o autor.

DR

A possível contaminação dos subsolos e aquíferos preocupa os autarcas de Santiago, que pedem celeridade no caso

O município assinou um acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul, com vista às 7 horas diárias e 35 semanais aos traba-

lhadores. O edil entende que «a gestão dos recursos humanos das autarquias deve ser feita pelos elementos consti-tuintes dos seus órgãos».

O GATEM estreia a 18 de Maio, às 21 ho-ras, no Forum Luísa Todi, a peça “Rom Rom e Fofoca”, de Fernando Guerreiro. «É uma homenagem justa ao amigo, ac-

tor, encenador com história e co-funda-dor do GATEM, através de um texto de sua autoria e de uma exposição biográ-fica», realça Céu Campos.

Montijo assina acordo colectivo com o STFP GATEM estreia peça em Setúbal

Presidente de S. André diz que falta ainda remover lamas em três das doze lagoas

DR

Trabalhos devem estar finalizados em Setembro

Ministro do Ambiente, Moreira da Silva, prometeu atenção ao problema

Alcochete estuda nova circulação de trânsito no ‘casco velho’

O executivO municipal apro-vou, por maioria, com a absten-ção do CDS/PP, a implementação da 1.ª fase do Plano de Ordena-mento da Circulação e de Estacio-namento da zona antiga da vila.

Um dos objectivos fundamen-tais subjacentes à elaboração des-te plano prende-se com a articu-lação das componentes de rege-neração urbana, nas vertentes económica, social e cultural, físi-ca e ambiental, primordialmen-te, no que diz respeito à diminui-ção do impacto da circulação au-tomóvel na Frente Ribeirinha e a consequente adopção de modos de circulação suaves.

A equipa da Transitec, res-ponsável pela elaboração do es-tudo sobre a circulação automó-vel em Alcochete, começou por fazer uma contagem de tráfego na vila, para se perceber qual era a origem e o destino dos veícu-los e concluíram que relativa-mente ao núcleo antigo, 75 por cento traduz-se em tráfego que não tem origem ou destino no núcleo antigo.

Consequentemente, os resi-

dentes que frequentam o núcleo antigo estão sujeitos aos incon-venientes da passagem de trá-fego automóvel que, na realida-de, não tem qualquer utilidade para este núcleo antigo.

Com este Plano, pretende--se também assegurar uma aces-sibilidade multimodal, ou seja, que integre não só o acesso au-tomóvel, mas também de bici-cleta ou a pé, garantir circuitos de transporte público, promo-ver situações de conforto e de segurança para os peões e ci-clistas e organizar o estaciona-mento.

DR

Plano aprovado por maioria

O jornalista António Mateus Debate tem lugar no dia 28

DR

Page 15: Semmais 25 abr

Sexta • 26 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com 15

A CriptA Arqueológica de Alcá-cer do Sal, considerada um dos es-paços museológicos mais bem con-servados do país, comemorou o 6.º aniversário em data que, em simultâneo, celebrou o Dia dos Mo-numentos e Sítios.

A Cripta, inaugurada a 18 de Abril de 2008, encontra-se no subsolo do castelo e do antigo Convento de Aracaeli, que hoje acolhe a pousa-da D. Afonso II, tendo, ao longo des-tes seis anos, sido visitada por mais de 30 mil visitantes.

No âmbito das comemorações, realizou-se nos passados dias 17 e 18 um programa que incluiu en-tradas gratuitas e visitas guiadas e uma tertúlia sobre o castelo.

As iniciativas arrancaram quin-ta-feira com cerca de 60 crianças da Oficina da Criança participa-ram num ateliê lúdico-pedagógi-co. Durante toda a manhã, os mais pequenos puderam ainda visitar a Cripta. No ateliê, as crianças ti-veram à sua disposição activida-des como moldagem de barro, pin-

tura de azulejos e criação de cola-res e pulseiras em missangas.

Para Marisol Ferreira, uma das arqueólogas responsáveis pela Crip-ta, «a descoberta da idade das pe-ças expostas pelas crianças é bas-tante entusiasmante», sendo esta actividade uma oportunidade para os mais novos poderem «reprodu-zir, à sua maneira, aquilo que vi-ram e de que mais gostaram».

A tertúlia com o tema “Caste-lo de Alcácer: memória vividas, histórias partilhadas”, foi um dos momentos altos das iniciativas onde os antigos habitantes dos bairros hipótese de partilhar as suas vivências e recordações. Esta tertúlia contou com a presença do presidente Vítor Proença que clas-sifica a Cripta como uma das maio-res «grandezas da região».

Moita une-se a Viana do Alentejo

Largo de Setúbal ganha plataforma para apoio a eventos

Montijo inaugura Roda Livre

Bolsas para alunosde Almada

O muniCípiO vai investir cerca de 150 mil euros na criação de uma pla-taforma técnica para apoio a even-tos no Largo José Afonso.

A obra visa instalar equipamen-tos de apoio ao referido largo, espa-ço utilizado regularmente para a di-namização de iniciativas de cultu-ra e lazer, onde existe um auditório.

A plataforma fica dotada de pon-tos de acesso à rede eléctrica, de equi-pamentos para deposição de resí-duos sólidos urbanos gerados nos eventos e de um novo sistema de abastecimento de água e de recolha de águas pluviais.

A obra, com conclusão previs-ta para Junho, inclui o reforço da iluminação pública e o alargamen-to da circulação pedonal, operações que reforçam as condições de utili-zação e fruição do local.

A sede do Roda Livre, no Esteval, é inaugurada este sábado, às 11 ho-ras, sendo que o mesmo resulta de candidatura apresentada por uma parceria local ao programa CLDS+ constituída pelo Centro de S. Pedro do Afonsoeiro, pela Câ-mara e Associação para a Forma-ção Profissional e Desenvolvimen-to do Montijo.

Trata-se de um projecto para o Esteval e para todo o território do Montijo, nas áreas do empre-go, formação, qualificação profis-sional, intervenção familiar e pa-rental e a capacitação comunitá-ria e das instituições.

O financiamento é garantido pela Segurança Social, através do programa CLDS+ que procura pro-mover a inclusão social dos cida-dãos através do desenvolvimen-to de acções em parceria no com-bate à pobreza.

Até 13 de Maio estão abertas as candidaturas às bolsas de estudo para alunos do ensino superior. O município vai atribuir 20 bolsas de estudo, no valor de mil euros cada, a estudantes com um rendi-mento anual per-capita igual ou inferior a 6.139,00 euros.

O objectivo é apoiar alunos re-sidentes no concelho que, pela sua situação económica, têm dificul-dades em prosseguir os estudos no ensino superior.

mAis de 300 romeiros partiram quarta-feira da Moita rumo a Via-na, para cumprir a XIV Romaria a Cavalo. Os romeiros percorreram os 150 quilómetros que ligam os dois municípios, por caminhos de terra batida, e são recebidos em festa, este sábado, em Viana.

José Carlos Malato, o padrinho da iniciativa, marcou presença na partida e conduziu a cerimónia de bênção dos romeiros. Na ocasião, foi apresentado o novo carro-andor que transporta a imagem da N.ª Sr.ª da Boa Viagem.

InIcIAtIVAS

O município vai lançar hasta pública de concessão para ins-talação e exploração de cafeta-ria com esplanada na Fortale-za de Santiago, a 9 de Maio, às 10h30, na biblioteca. A base de licitação é de mil euros, e o va-lor a pagar mensalmente será de 500 euros, actualizado anual-mente.

cafetariana Fortaleza

Fortaleza de Santiago

DR

Espaço Elmano SadinoA Junta de S. Sebastião, em Setú-bal, inaugura este sábado, às 15 ho-ras, o Centro Sociocultural Elma-no Sadino, com o espectáculo “Abril Cravos Mil” pelo Teatro do Elefante e estagiárias da Escola Técnica da Moita. O local de en-contro é no Largo Manuel da Luz Graça, em frente à sede da Junta.

Barreiro discute plano da Quinta das canas nO âmbitO dos trabalhos ine-rentes ao Plano de Pormenor Quin-ta das Canas/Quinta dos Arcos, realizou-se, no passado dia 15 de Abril, uma nova reunião com pro-prietários das parcelas 125 a 170 daquele território, dando conti-nuidade ao registo de «documen-tos que atestam a legitimidade dos proprietários face às prerrogati-vas das deliberações de Câmara, que identificam um conjunto de responsabilidades mútuas, para a

Câmara, para os proprietários e para o grande proprietário daque-la zona», recordou o vereador Rui Lopo.

«Informámos, ainda, os pro-prietários que o plano seguirá para a Comissão de Coordena-ção e Desenvolvimento Regio-nal para se dar início ao proces-so de conferência de serviços, até ao final do mês», concretizou o responsável pelo projecto Rui Lopo.

DR

Sines apoia associativismoO muniCípiO já tem abertas, até final do corrente mês, as candidaturas ao programa mu-nicipal de apoio ao associati-vismo. A autarquia sineense procura com este período de candida-turas normalizar o mais depres-sa possível os procedimentos de atribuição de apoios que con-cede ao movimento associati-

vo, parceiro fundamental na di-namização do interesse públi-co nas áreas da cultura, acção social, juventude, protecção ci-vil e desporto.

As candidaturas a efectuar pelos interessados deverão ser remetidas via correio ou para o endereço de email: [email protected] até ao final do presente mês.

DR

Alcácer do Sal celebra seis anos de cripta arqueológica

A Cripta é considerada uma das maiores «grandezas da região»

No evento entram 300 romeiros

20 alunos vão receber bolsas

Gastronomia de AlmadaQuem quiser saborear as propos-tas dos 30 restaurantes partici-pantes no 10.º concurso gastro-nómico pode fazê-lo de 5 de Maio a 8 de Junho. Esta é a fase de pro-vas do certame, promovido pela autarquia almadense. Os restau-rantes concorrentes distribuem--se pela cidade, frente atlântica e zona ribeirinha.

O mercado municipal de Pinhal Novo recebe, até 3 de Maio, com animação, uma Feira do Livro. A promoção do livro e da leitu-ra é o principal objectivo da ini-ciativa, organizada pelo muni-cípio. Estão disponíveis cerca de 2 mil títulos de várias edito-ras, com desconto de 15 por cen-to sobre o preço de capa.

Feira do Livro

Mercado Municipal de P. Novo

DR

Palmela debate comendas das ordens

nOs diAs 10 e 11 de Maio, o GEOS promove o 13.º Curso sobre Ordens Militares. A de-correr na biblioteca e subor-dinada às “Comendas urbanas das Ordens Militares”, a edi-ção propõe estudar a implan-tação das ordens no espaço ur-bano, com as suas comunida-des, para analisar o papel que cabia aos freires na vida e na economia locais, reconstituin-do as redes de vizinhança e so-lidariedade desse tempo.

O impacto dos conventos e das sedes das comendas no or-denamento do espaço das cida-des da Europa medieval e o en-volvimento dos freires nos cir-cuitos económicos locais têm sido temas pouco abordados na historiografia das ordens.

Page 16: Semmais 25 abr

última

16 Sexta • 26 Abril 2014 • www.semmaisjornal.com

Pub.

Sarna na Cadeiade Setúbal e faltadinheiro para limparA situação foi grave e chegou a gerar alguns atritos. Acresce, tratar-se da cadeia mais lotado do país, que os guardas prisionais consideram cada vez mais explosiva.

Roberto Dores

Presídio 225% acima da capacidade

Recorde-se que, como o Semmais já avançou, o presídio sadino é o mais lotado do país, sendo citado pelo relatório do Comité Europeu para a Preven-ção da Tortura (CEPT), já que se situa 225% acima da capacida-de oficial. Jorge Alves reconhe-ce que aquilo que se está a pas-sar em Setúbal «é o espelho de uma situação explosiva», garan-tindo que «quanto mais o nú-mero de reclusos aumentar e o de guardas diminuir, maior se-rão as quebras de confiança», disse, considerando Setúbal «o caso mais grave no país».

Um das razões que explica a sobrelotação da cadeia de Se-túbal tem a ver com o facto de ali estarem muitos presos pre-ventivos, que por residirem na região acabam por fazer um acordo com o tribunal sobre a prisão onde preferem cumprir a pena. Alegam ser em nome de uma «melhor inclusão social». Os guardas prisionais, sabe o Semmais, têm apresentado fre-quentes queixas junto dos re-presentantes sindicais, alertan-

Segundo as autoridades a situação já está clinicamente resolvida

O Estabelecimento Prisional de Setúbal foi afetado por «focos de sarna», que terão

chegado a provocar «doenças de pele» aos reclusos, segundo denunciou o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Jorge Alves e confirmou o Semmais junto de outras fontes ligadas à cadeia dos Quatro Caminhos. O dirigente sindical garante, no entanto, que o problema

já tem algum tempo, porque a cadeia está sobrelotada e não há dinheiro para comprar desinfetantes.

A Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) não confirma, admitindo apenas que há cerca de quatro semanas foi de-tetada sarna «exclusivamente a re-clusos de um único estabelecimen-to prisional» e que a situação já estará «clinicamente resolvida».

Porém, Jorge Alves insiste que os problemas se mantêm, encon-trando-se Setúbal entre os presí-dios onde existe mais falta de hi-giene e casos de sarna, que já amea-çam afetar os próprios guardas prisionais. Ain-da segundo o sindicato, os cortes orçamentais estarão a fazer com que as cadeias recebam cada vez me-nos a visita das empresas de des-parasitação e desratização.

«Estas empresas iam com fre-

quências às cadeias, mas deixaram de ir e agora já receamos que os profissionais também sejam atin-gidos pela transmissão da sarna. Além disso também já se veem ra-

tos em espaço comuns, o que também não era habitual», sublinha, de-nunciando que devido à alegada falta de dinhei-

ro «está a usar-se, cada vez, menos lixivia e creolina para desinfetar, sendo os espaços apenas lavados com água. Água sobre água não de-

sinfeta nada», insiste, defendendo que «nas cadeias mais antigas e com cada vez mais reclusos devia ha-ver um investimento».

Já a DGRSP sustenta que «es-tes casos pontuais foram imedia-tamente isolados e tratados», em colaboração com a delegação de saúde local, encontrando-se a si-tuação clinicamente resolvida, adiantando que «os procedimen-tos de limpeza nos estabelecimen-tos prisionais não estão, nem nun-ca estiveram, em causa».

Denúnciade ratos em espaços comuns

DR