semmais 25 fevereiro 2012

24
Um em cada três jovens está sem trabalho no distrito Pub. www.semmaisjornal.com Director: Raul Tavares Sábado | 25.Fevereiro 2012 semanário - edição n.º 703 5.ª série - 0,50 € região de setúbal Distribuído com o VENDA INTERDITA Impressão Digital Enólogo Francisco Pimenta e a alma da Comporta 8 Anti-stress Lisboa Mulata no Teatro de Almada 9 +REGIÃO Os produto- res de arroz do distrito de Setúbal estão muito pre- ocupados com a decisão do Governo em vender o centro de secagem de Al- cácer do Sal. E dizem que esta alienação vai inter- romper o processo de ce- dência daquela estrutura para uso dos pequenos e médios agricultores, im- plementada em 2003 pelo então ministro Sevinate Pinto. Na região existem apenas centros em Alcácer e em Águas de Moura. Seca prolongada não ameaça todas as culturas da região ABERTURA A seca e as amplitudes térmicas que este ano se prolongaram, com tempo seco e frio e ausência de precipitação, estão a cau- sar diferentes efeitos nas culturas da região. Estas condições climatéricas e as fortes gea- das que se têm feito sentir afectaram já deze- nas de culturas de regadio, com prejuízos na produção de cereais, pastagens e alguns pro- dutos hortícolas, como o tomate. O sector vi- nícola ainda está a sair da fase do «adormeci- mento», razão pela qual as preocupações são menores, a não ser que a chuva demore ainda a chegar. Em sinal contrário estão os arrozais e os olivais, que até podem sair com ganhos. PÁG. 2 ACTUAL Muitos produtores da região estão a recuperar o uso desta espécie para baixar os custos de pro- dução, nomeadamente o preço do gasóleo. A tendência é para alargar este expediente, trazendo de volta o asno como trabalhador rural. Eleições distritais do PS vão contar com uma ‘terceira via’ ABERTURA HOJE na Quinta do Conde, com ambiente fa- miliar, gastronomia regional e produtos biológicos. Rua Machado Santos (junto à Escola Básica e Integrada) RESERVAS E INFORMAÇÕES: 912875301 Produtores de arroz contra venda de centro de secagem Agricultores apostam no burro para fintar gasóleo Joaquim Rosa do Céu, presidente da Entidade Regional de Turismo Lisboa e Vale do Tejo PÁG. 13 PÁG. 4 PÁG. 7 DR DR PÁG. 4 PÁG. 6 PÁG. 5 Finisterra de Sargedas promove Cabo Espichel e Serra da Arrábida Temos tido um relacionamento imaculado com os municípios do distrito de Setúbal e apostamos em protocolos que entendam a região como um todo» Pub. O Sul Jornal de debate e cultura Caderno

Upload: mediasado

Post on 11-Mar-2016

224 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Semmais 25 Fevereiro 2012

TRANSCRIPT

Page 1: Semmais 25 Fevereiro 2012

Um em cada três jovens está sem trabalho no distrito

Pub.

www.semmaisjornal.comDirector: Raul TavaresSábado | 25.Fevereiro 2012 semanário - edição n.º 703 • 5.ª série - 0,50 € • região de setúbal

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

Impressão DigitalEnólogo Francisco Pimenta e a alma da Comporta

8

Anti-stressLisboa Mulatano Teatrode Almada

9

+REGIÃO Os produto-res de arroz do distrito de Setúbal estão muito pre-ocupados com a decisão do Governo em vender o centro de secagem de Al-cácer do Sal. E dizem que esta alienação vai inter-romper o processo de ce-

dência daquela estrutura para uso dos pequenos e médios agricultores, im-plementada em 2003 pelo então ministro Sevinate Pinto. Na região existem apenas centros em Alcácer e em Águas de Moura.

Seca prolongada não ameaçatodas as culturas da regiãoABERTURA A seca e as amplitudes térmicas que este ano se prolongaram, com tempo seco e frio e ausência de precipitação, estão a cau-sar diferentes efeitos nas culturas da região. Estas condições climatéricas e as fortes gea-

das que se têm feito sentir afectaram já deze-nas de culturas de regadio, com prejuízos na produção de cereais, pastagens e alguns pro-dutos hortícolas, como o tomate. O sector vi-nícola ainda está a sair da fase do «adormeci-

mento», razão pela qual as preocupações são menores, a não ser que a chuva demore ainda a chegar. Em sinal contrário estão os arrozais e os olivais, que até podem sair com ganhos.

PÁG. 2

ACTUAL Muitos produtores da região estão a recuperar o uso desta espécie para baixar os custos de pro-dução, nomeadamente o preço do gasóleo. A tendência é para alargar este expediente, trazendo de volta o asno como trabalhador rural.

Eleições distritais do PS vão contar com uma ‘terceira via’

ABERTURA HOJE na Quinta do Conde, com ambiente fa-miliar, gastronomia regional e produtos biológicos.Rua Machado Santos (junto à Escola Básica e Integrada)

RESERVAS E INFORMAÇÕES: 912875301

Produtores de arroz contravenda de centro de secagem

Agricultores apostam no burropara fintar gasóleo

Joaquim Rosa do Céu, presidente da Entidade Regionalde Turismo Lisboa e Vale do Tejo

PÁG. 13 PÁG. 4

PÁG. 7DR

DR

PÁG. 4

PÁG. 6

PÁG. 5

Finisterra de Sargedaspromove Cabo Espichel e Serra da Arrábida

Temos tido um relacionamento imaculado com os municípios do distrito de Setúbal e apostamos em protocolos que entendam a região como um todo»

Pub

.

O SulJornal de debate e cultura

Caderno

Page 2: Semmais 25 Fevereiro 2012

2 S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Abertura

No distrito de Setúbal, são quase 15 mil as famí-lias que se dedicam a

produções agrícolas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística referentes ao ano de 2009. Pequenos e mini latifún-dios caracterizam a actividade agrícola da região, onde as prin-cipais produções são a vinha e os cereais. A criação de gado leiteiro, especialmente ovino e caprino, são também fontes de rendimento para várias famí-lias que se dedicam à produção de leite para posterior trans-formação em queijo.

O tempo seco e frio e a

ausência de precipitação signi-ficativa têm vindo a agravar a situação de seca meteoroló-gica e o arrefecimento nocturno e o nevoeiro matinal conduzem à formação de geada. Factores que têm influenciado de forma negativa algumas culturas, nomeadamente as de regadio, com os cereais e as pastagens na linha da frente dos mais prejudicados.

Avelino Antunes, da Asso-ciação de Agricultores do Distrito de Setúbal, diz que «s efeitos nefastos desta seca já se fazem sentir nas produções agrícolas da região, havendo

já agricultores a passar grandes dificuldades» Culturas como os cereais e o tomate «estão a ser ameaçadas» se não chover rapidamente os custos com os factores de produção «podem tornar-se insustentáveis». Para além disso, os agricultores da região estão preocupados com o facto da proposta de revisão da PAC (política agrícola comum) «não prever um aumento da capacidade de regadio». Situação que, no futuro, vai implicar ainda mais custos aos agricultores.

«Este ano está a ser fatal para os criadores de gado!»,

quem o diz é um dos respon-sáveis pela Arcolsa – Departa-mento de Queijos de Azeitão. «Nesta altura, na região, não existe pasto e quem semeou para tentar colmatar essa falta acabou por perder também as sementeiras porque nada cresceu. A situação é muito mais grave do que muitos possam imaginar e não sabemos quantos produtores irão resistir. Seguramente que algumas produções correm o risco de encerrar». À falta de alimen-tação para o gado juntam-se as dificuldades de um sector que, embora na moda, não consegue ainda ser rentável. Para que a situação não se torne completamente insustentável «faz falta chuva», mas não em excesso. O ideal, avança o responsável, «seria que chovesse um bocadinho todos os dias até ao final da Prima-vera e talvez assim se conse-guisse ainda salvar este ano».

Vinha e Arrozsem problemas

Se para algumas produ-ções a ausência de precipi-tação «é catastrófica», para outras ainda não provoca qual-quer tipo de problemas. «A vinha está agora a sair da fase de adormecimento», explica

Henrique Soares, da Comissão Vitivinícola Regional (CVR), «por isso ainda não sente os efeitos quer da seca, quer das geadas». No entanto, se a chuva não acontecer no tempo certo e se, quando a vinha começar a germinar as temperaturas se mantiverem muito baixas durante a noite, pode tornar-se complicado. «O desenvol-vimento vegetativo da videira necessita de água e especial-mente as produções mais pequenas ainda não dispõem de regas automáticas. Nesses casos, a prolongada ausência de chuva pode tornar-se problemática, mas, para já, ainda é cedo para identificar possíveis danos». Para o responsável da CVR, «o ideal é que os meses de Primavera e os que ainda faltam do Inverno sejam meses com alguma precipitação».

A produção de arroz também não se recente para já da falta de água. «A ausência de chuva pode até, em alguns casos, ser benéfica», adianta Pedro Marques, da Associação de Produtores de Arroz, expli-cando que «as duas barragens do vale do Sado têm água sufi-ciente para a próxima campanha e se não chover os produtores terão oportunidade

de tratar das terras com mais tempo e qualidade, algo que não tem acontecido nos últimos anos». Os efeitos de uma seca prolongada podem eventual-mente vir a sentir-se na próxima campanha se as barra-gens não conseguirem repor os índices de capacidade.

Azeite “dá-se bem”com o clima

A campanha olivícola de 2010/2011 pode ser uma das melhore dos últimos anos sendo que tudo aponta para um ano com azeite de melhor qualidade e em maior quantidade.

Ao contrário de outras culturas que se ressentem da falta de chuva, a produção e apanha de azeitona da região do Alentejo, onde se inserem as produções oleí-colas de Santiago do Cacém, estão a decorrer de forma positiva. Prevê-se, a nível nacional, um saldo positivo na produção de azeitona para azeite. A campanha deverá render mais de 450 mil tone-ladas em Portugal.

Em termos qualitativos, o panorama geral é de que nesta campanha oleícola se venham a produzir azeites de qualidade superior.

Pub.

ConvocatóriaAssembleia-Geral Ordinária

Nos temos e para os efeitos previstos no n.º 1 do Artigo 20.º, conjugado com o n.º 1 e n.º 2 do Artigo 22.º, Secção Segunda; Capítulo III, do Estatuto da Liga dos Amigos do Hospital de São Bernardo. Convoco a Assembleia-Geral Ordinária da LAHSB, para reunir na sala de sessões do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, no dia 27 de Março de 2012, pelas 16h00, com a ordem de trabalhos seguintes:

1. Leitura e aprovação da acta da Assembleia anterior;2. Informações;3. Apreciação e aprovação do relatório e contas de gerência do ano anterior;4. Outros assuntos de interesse para a LAHSB

Nota: nos termos da lei e em conformidade com o previsto no n.º 4 do Artigo 22.º do Estatuto da LAHSB, se na hora marcada não estiverem presentes o número de associados com direito a voto que assegurem o quórum, a Assembleia-Geral Ordinária reunirá uma hora depois – (17h00), com qualquer número de associados presentes.

Setúbal, 14 de Fevereiro de 2012

O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Eugénio José da Cruz Fonseca - Professor

Pub.

Seca com efeitos múltiplos nas culturas da região

A seca e as amplitudes térmicas anormais para esta época do ano estão a ter efeitos variados nas produções agrícolas da região. Há ameaça de prejuízos, mas nem todos se podem queixar

A seca já produz efeitos ambienteis?Não é por causa de um período de seca que as alte-rações climáticas são uma evidência. O que é um facto é que ao olhar para a história dos últimos anos, com perí-odos de seca cada vez mais frequentes e reduções de precipitação, percebemos que o clima está a mudar.A região já sofre essas alterações?Felizmente as zonas com maior biodiversidade, como

a Arrábida e o Estuário do Sado, estão perfeitamente adaptadas a este clima. As espécies são muito resistentes à falta de água e o ecossis-tema não está posto em causa.Isso aplica-se à flora e à fauna?Já se verificam pequenas mudanças não só na flora, que tem uma tonalidade mais amarelada, como na fauna. A cegonha branca, por exemplo, com a presença do sol pode ante-cipar o acasalamento.

Francisco Ferreira, dirigente da Quercus

:::::::::::::: Marta David :::::::::::::: DR

Page 3: Semmais 25 Fevereiro 2012

3S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com Espaço Público

Posso ter defeitos, viver ansiosa e ficar irritada algumas vezes, mas não esqueço que a minha

Família é a maior empresa do mundo e posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver em Família apesar de todos os desafios, incompre-ensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-me um autor da minha própria história familiar. É atravessar desertos fora dela, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus em cada manhã, pelo milagre da vida e pela Família.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si e dela. É ter a coragem para ouvir um “não”, é ter segu-rança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho? Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo...com a minha Família.

A família é um grupo social primário que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições.

O termo “família” deriva do latim “famulus”, que significa “escravo doméstico”. Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas dedicadas à agricultura. No Direito Romano, a “família natural” baseia-se no casamento e no vínculo de sangue, e é constituída pelos cônjuges e seus filhos.

Após predominância duma estrutura familiar patriarcal, na Idade Média as pessoas começaram a estar ligadas por vínculos matrimoniais, formando novas famílias. Da que hoje chamamos “alargada” fazia parte quer o lado materno, quer o paterno. A Revolução Industrial

provocou movimentos migratórios para cidades maiores e alguma alte-ração do conceito.

Na cultura ocidental, uma família é definida especificamente como um grupo de pessoas, que parte do marido e da mulher, com laços de sangue ou unidas legi-timamente. Noutras culturas, pode, naturalmente, ser definida de modos diversos, mas sempre com a base de pai, mãe e filhos.

O que é importante é que em todas as famílias, independente-mente da sociedade, cada membro ocupa a sua posição ou tem o seu estatuto com deveres e direitos. Todos, sem excepção – marido, mulher, pai, mãe, filho ou irmão, têm funções a desempenhar. Sem ser exaustiva, indicarei apenas algumas: “cuidados às crianças”, tanto físicos como emocionais, “suporte fami-liar”, produção e obtenção de bens e serviços – espirituais e materiais –, incluindo os serviços domésticos, que visam o bem-estar e conforto dos membros da família, “manu-tenção das relações familiares”, contacto com parentes e ajuda em situações de crise com apoio mate-rial e psíquico. Velar pela saúde dos seus membros, dando apoio e resposta em situações de doença, tal como proporcionar divertimentos à família, relaxamento e desenvol-vimento pessoal. Todos estes são papéis a não descurar, e fundamen-tais para uma boa harmonia.

Alguns autores referem a família como “geradora de afecto”, “propor-cionadora de segurança e aceitação pessoal”, “proporcionadora de satis-fação e sentimento de uti -lidade”,“garantia da continuidade das relações”, “proporcionadora de estabilidade e de so cia -lização”,“estabilizadora da autori-dade e do sentido do que é correcto”.

A aprendizagem das regras e normas, dos direitos e obriga-ções é uma característica das sociedades humanas.

A família deve responder às mudanças externas e internas de modo a atender a novas circuns-tâncias, sem perder a continuidade e proporcionando um esquema de referência, pois deve dar resposta às necessidades quer dos seus membros, quer da sociedade.

A família, como uma unidade, desenvolve um sistema de valores, crenças e atitudes face à saúde e à doença, que são expressas e demonstradas através dos compor-tamentos dos seus membros.

Perder a minha identidade e a minha família, para mim, seria como que perder a vida.

Quando, nestes tempos contur-bados, alguns parecem não querer defende-la, e mesmo destrui-la – veja-se a nova lei do divórcio à lá carte e a tentativa de chamar casa-mento a gaymentos e outras uniões –, os verdadeiros portugueses sabem que toda a sociedade civil benefi-ciará com a estabilidade da família e com a protecção dos seus membros mais frágeis. É que não se trata de um simples ponto de vista religioso ou que diga apenas respeito aos cristãos ou aos cató-licos. É uma questão de humanismo integral -, do qual tão bem fala Bento XVI na sua nova Encíclica sobre o Amor de verdade -, que tem em vista o maior bem de toda a socie-dade, especialmente da célula origi-nária da vida social, que é a família. Ela é património universal e intem-poral, e sempre terá por base «um com uma e para sempre», numa definição actual, simples e inteli-gente, ainda que bem exigente nestes tempos tão confusos.

*Prof. Universitária

A REGIÃO de Setúbal continua a ser uma espécie de barómetro do pulsar nacional e um laboratório de experiências, nem sempre todas com um cariz positivo. As apostas que aqui vivificaram contam-se pelos dedos. E pior que tudo, todos os estudos e diagnósticos lançados ao longo das últimos décadas disseram-nos o óbvio: somos um território multifacetado, com recursos endógenos de grande potencialidade e uma comunidade que evoluiu de forma muito expressiva.

Vem isto a propósito do cluster turístico, considerado como segmento vital para a sustentabilidade económica da região, sobretudo numa altura em que escasseia o dinheiro e a construção civil está mais que falida e ferida de morte.

Por isso preocupa, e de que maneira, o desinvestimento que se verifica e até algum abandono de projectos estruturantes, que retiram confiança aos investidores e desanimam as tropas locais.

O presidente da Entidade de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, partilha algumas destas preocupações (ver entrevista nesta edição) e parece determinado em contribuir para não deixar aligeirar essas opções. Mas não pode fazer tudo.

As autarquias são fundamentais, mas o Estado é decisivo para não deixar falecer mais esta oportunidade.

É urgente voltar a colocar em cima da mesa e da agenda pública a forma e os meios com os quais pudemos fazer crescer o sector, que pode ser, de momento, a saída mais exequível do buraco negro em que nos apostamos a viver.

Tudo pelo turismo

Pensandoem família

Teresa Carreira*

Editorial // Raul Tavares

A ONU declarou 2012 como o Ano Internacional da Energia Sustentável para todos.

Esta iniciativa pretende realçar a importância do acesso de todos à energia, como forma de promover o desenvolvimento e mitigar a pobreza no planeta.

Numa época em que o acesso às várias formas de energia não é real para quase metade das pessoas que connosco partilham o planeta, segundo dados da ONU, mais de 1400 milhões de pessoas, em todo o mundo, não têm acesso à electricidade e mais de três mil milhões de pessoas nos países em desenvolvimento dependem da biomassa tradicional e do carvão para cozinhar e para aquecer, continuamos a assistir ao desper-dício de muita energia. Importa pois, alertar para as grandes dife-renças existentes e trabalhar em soluções para as atenuar.

A declaração da Organização das Nações Unidas, de considerar 2012

– Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos, faz parte de uma iniciativa com o mesmo nome, definindo como principais objec-tivos a concretizar até 2030 os de:

- Assegurar que todos tenham acesso a serviços modernos de energia;

- Reduzir em 40% a intensi-dade energética global;

- Aumentar em 30% o uso de energias renováveis em todo o mundo.

Os actuais padrões de produção e consumo de energia são os maiores responsáveis pelas actuais mudanças climatéricas, represen-tando cerca de 60% dos gases de efeito de estufa (GEE), a manutenção destes valores, são insustentáveis e a são uma ameaça constante para o meio ambiente.

A alteração destes padrões e a existência de um sistema de energia com um melhor desempenho e uma maior eficiência energética, irá dar oportunidades a todos

aqueles que ainda hoje não usufruem dos acessos básicos ás diversas formas de energia de forma a reduzir os índices de pobreza.

A aposta no acesso a formas de energia mais sustentáveis, renová-veis, em contraponto ás energias fósseis, pode melhorar as condi-ções de muitas pessoas, promo-vendo dessa forma o bem - estar e o desenvolvimento sustentável das populações.

A ENA tem trabalhado no sentido de fazer chegar a mensagem da eco-eficiência a todos. Mais do que uma plataforma de debate e reflexão sobre estes temas, a ENA tem procurado contribuir para o consumo mais eficiente da energia e a redução das emissões de CO2 na região onde se insere, envol-vendo nos seus projectos, para além dos associados, todas as entidades, empresas e população.

Neste sentido a ENA, procurará no desenvolvimento das suas acti-vidades, participar, dinamizar e sensibilizar junto das populações e das mais diversas entidades, da sua área de intervenção, formas de divulgação e de implementação desta iniciativa.

Junte a sua á nossa energia em www.ena.com.pt

O combate à fraude e evasão fiscal é uma obrigação do Estado e os cidadãos devem exigir eficácia

contra este “crime”, que penaliza espe-cialmente os contribuintes que não têm qualquer hipótese de escapar aos seus deveres fiscais, especialmente os trabalhadores por conta de outrem.

No âmbito do procedimento inspe-tivo, não são raras as vezes em que o mesmo culmina com o levantamento de Auto de Notícia, por Fraude Fiscal, previsto e punido nos Art.s 103 e 104 do Regime Geral Infrações Tributárias.

Não cabendo nesta sede aperfeiçoar o conceito de Fraude, somente se dirá que quase sempre associado a este tipo de crime estão as denominadas as Faturas Falsas, ou Faturas de Favor, que alimentam a chamada economia subter-rânea fomentando a concorrência desleal.

A nível inspetivo são vários os aspetos tidos em conta pelo o inspetor no sentido de sindicar se a faturação é ou não idónea.

Em primeiro lugar, e sem dúvida o mais relevante, é o cruzamento dos dados contabilísticos, mais concreta-mente através da análise dos Mapas Recapitulativos de IVA, os denomi-nados Anexos O e P.

Ora atendendo que a maioria da faturação falsa é de valores bastante elevados, facilmente se compreende que tais operações não passam desper-cebidas ao Fisco. E isto porque o tomador/utilizador da faturação falsa irá registar tal operação na sua conta-bilidade quer para efeitos de IVA quer para efeitos de IRS/IRC.

O mesmo não se passa com o Sujeito Passivo emitente que, por sua vez, é um “Não declarante”. Ou seja, não entrega qualquer tipo de decla-ração nem tão pouco qualquer imposto liquidado na Fatura Falsa.

Tudo isto para referir que, existindo uma operação declarada por um Sujeito Passivo no seu mapa recapitulativo de Fornecedores, que não tem a devida correspondência no mapa recapitu-lativo do Sujeito Passivo emitente, então, existem alguns indícios de fatu-ração falsa.

Porém, obviamente que o trabalho do inspetor não pode ficar por aqui. Sendo certo que, existem diversos fatores que têm de ser analisados relativamente a cada operação comercial. O que passa por sindicar a estrutura empresarial dos intervenientes, existência de contratos, documentos de suporte como guias de transporte, autos de medição, folha de obra, entre outros. Importa ainda verificar a existência de relações especiais, falências fraudulentas, abuso do regime de trocas intracomunitárias e a constituição de sociedades fictícias. É sem dúvida um trabalho bastante técnico e que grande parte das é difi-cultado pelos próprios inspecionados e demais intervenientes.

Fraude Fiscal

Paulo Janela

[email protected]

Notas Físcais

ficha técnica

Director: Raul Tavares; Editor-Chefe: Joaquim Guerra; Redacção: Anabela Ventura, Bruno Cardoso, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Marisa Batista. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. Email: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Tel.: 265 538 810; Fax.: 265 538 813. Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

2012 - Ano Internacional da Energia Sustentável para todos

Page 4: Semmais 25 Fevereiro 2012

4 S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Actual

Há muito tempo que o burro tinha perdido o interesse como traba-

lhador rural, vindo a espécie a entrar em declínio nos campos rurais do distrito de Setúbal, sobretudo nas últimas três décadas. Mas recentemente alguns produtores começaram a conservar os seus exem-plares, o que estará a viabi-lizar a continuidade do asno na região. Há mesmo quem, perante o aumento do preço dos combustíveis, tenha voltado a recorrer ao burro para algumas tarefas agrícolas.

O agricultor Carlos Macedo, do Montijo, garante que já pôs de parte algumas máquinas em determinados serviços, perante o aumento do preço do gasóleo agrícola, preferindo recorrer à ajuda do burro. «Não sou caso único. Sobretudo nas pequenas produções, há muitos vizinhos meus já fazem o mesmo, porque se poupa centenas de euros», asseverou ao Semmais, admitindo que a tendência aumente nos próximos tempos.

Um dado que permite voltar a pensar na importância do burro enquanto trabalhador rural, viabilizando a recupe-

ração deste animal que chegou a estar em perigo, Abreu Lima, vice-presidente da Confede-ração dos Agricultores Portu-gueses (CAP), para quem os velhos tempos da utilização de animais, como o burro ou o boi, podem regressar.

Fazendo as contas, a utili-zação do burro representa muito menos despesa, já que o animal é alimentado com produção fabricada pelo próprio proprietário, havendo mesmo algumas espécies com direito a subsídio à produção.

Meigo, obedientee bom aprendiz

Dócil, afável, meigo e muito obediente são apenas alguns dos adjectivos que caracte-rizam a espécie, que exibe a particularidade de aprender depressa, deixando-se domes-ticar com facilidade. «Qualquer pessoa o pode montar. Não cavalga tão depressa como o cavalo, como é óbvio, mas a sensação é a mesma», aponta Miguel Nóvoa, da Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA), refor-çando o interesse turístico em torno deste animal, que «permite a sua valorização enquanto espécie e raça.»

Porém, outros interesses se ergueram mais recente-mente, quando se descobriu a propensão do animal para fins terapêuticos, sobretudo, junto de crianças, mas também de adultos, com paralisia cere-bral. Aliás, as actividades lúdico-terapêuticas assistidas pelo burro têm mesmo vindo a captar um potencial ecotu-rístico, uma vez que «propor-cionam momentos reconfor-tantes de prazer e de lazer a quem precisa de necessidades especiais», sublinha Miguel Nóvoa, sendo este o retorno dado pelo animal a quem «o trata bem» e sabe com ele comunicar.

Apesar de este animal ser originário de regiões semi-desérticas e de se adaptar a viver sob as mais diversas condições, climas, tipos de relevo e habi-tats, não dispensa alguns cuidados básicos que devem ser tomados em conta. Também não se deve esquecer que o burro é um animal gregário, e não deve ser mantido sozinho, sendo sempre preferível colocar, pelo menos, dois burros juntos. Caso não seja possível, poderá ser mantido com um animal de outra espécie (cavalo, cabra ou ovelha).

A fim de proporcionar as

condições de alojamento essenciais à garantia da quali-dade devida destes animais, deve utilizar-se um sistema de estabulação parcial, que compreende uma zona coberta (estábulo ou abrigo) com acesso a um espaço aberto devidamente vedado.

Os cinco sentidose visão panorâmica

Os burros apresentam uma visão panorâmica, usufruindo do facto dos olhos se localizarem de lado na cabeça, permitindo-lhes observar o que se passa por trás. Têm ainda uma excelente visão nocturna. Também o sentido auditivo é apurado e as suas orelhas nunca estão paradas, mexendo-se cons-tantemente para captar os sons em seu redor. É sensível ao barulho e não gosta que lhe gritem. O paladar habilita-os a identificar o que é comes-tível, enquanto o olfacto lhes confere a possibilidade de investigar objectos e animais. É ainda através do cheiro que reconhecem o que é comes-tível. O tacto é usado através da sensibilidade dos lábios, cobertos por centenas de pêlos que reagem ao toque.

Agricultores do distritorecuperam burro para fintar subida do preço do gasóleoHá burros a substituir a força das máquinas e a contribuirpara baixar custos de produção. Medidas a reboque da crise que podem salvar os nossos melhores asnos…:::::::::::: Roberto Dores ::::::::::::

ARRANCA a 23 de Maio, o Finisterra - Arrábida Film Art & Tourism Festival, um certame que pretende chamar a atenção para o potencial e necessária preservação do Cabo Espi-chel, em Sesimbra e, por outro lado, promover a candidatura da Arrábida a Património da Humanidade.

O festival, que tem também por objectivo premiar filmes e produções audiovisuais que promovam o turismo, em qual-quer uma das suas múltiplas dimensões; promover a imple-mentação de boas práticas no sector do turismo e incentivar os jovens a iniciarem-se na realização e produção de filmes de viagens, é organizado pelo fotógrafo e empresário sesim-brense Carlos Sargedas, em

parceria com várias autar-quias, escolas e universidades.

Um sonho que nasceu para salvar o Cabo Espichel da degradação e levá-lo ao mundo como um dos maiores cenários de cinema de sempre, acabou por alargar o âmbito graças ao sucesso do projecto e «a dezenas de pedidos» de

várias áreas da sociedade civil, explica ao Semmais o mentor do festival.

Agora também com uma componente pedagógica, junto de universidades e escolas secundárias, o festival internacional de filmes de turismo irá decorrer, em simultâneo, em Palmela, Setúbal, Sesimbra e Lisboa.

Montra turísticapor excelência

Aliado ao festival decorre um programa paralelo com conferências internacionais dedicadas ao cinema e ao turismo, afirma o respon-sável, para quem este projecto é já um sucesso mesmo antes de estar no terreno. A prová-lo, adianta, estão convites

como o da parceria do programa Palmela Cidade Europeia do Vinho 2012.

As parcerias têm vindo a aumentar exponencial-mente, sendo exemplo disso as Docas de Lisboa, onde irão decorrer apresentações culturais e gastronómicas das autarquias envolvidas.

Várias exposições inter-nacionais de fotografia e o lançamento de livros de foto-grafia e turismo com alguns dos melhores e mais reconhe-cidos fotógrafos de viagens são outras das atracções do certame, cujo interesse inter-nacional é de tal ordem que o Instituto Autónomo de Estudos Politécnicos (IPA) decidiu desenvolver uma pós gradu-ação em documentário baseado neste festival.

Cabo Espichel e serra da Arrábida são ‘epicentro’ de festival de cinema internacional Finisterra

O VEREADOR sadino Carlos Rabaçal garantiu esta semana que a Câmara de Setúbal vai fazer todos os esforços para recolocar o painel de azulejos no Mercado Muni-cipal do Livramento, destruído após o desmoronamento de uma parede daquele edifício camarário, que provocou a morte de cinco pessoas.

O autarca avançou também com a informação de que o projecto de ampliação do mercado será alterado, sujeito a nova aprovação em reunião de câmara, e que o responsável técnico e o encarregado da obra serão substituído», adiantou

Carlos Ra -baçal, que ga - rantiu que a empreitada recomeçará assim que a ACT au torizar,

prolongando-se posterior-mente por um período de três meses.

A ABB, empresa respon-sável pela concepção e execução da obra, já ergueu uma parede autoportante, afas-tada quatro metros do espaço do mercado e suportada por 75 toneladas de areia. As peri-tagens do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) continuam, entretanto, a decorrer. A edil Dores Meira,, também aguarda pelas conclu-sões do LNEC, ACT e PJ, mas garante assumir «responsabi-lidades políticas totais» ainda antes de estas serem conhe-cidas. «Ninguém está aqui agar-rado ao poder e a tentar ganhar tempo», vinca a autarca, que afasta a possibilidade de renun-ciar ao cargo e de ter existido conluio entre a CDU e o PS nos dias que se seguiram ao acidente.

Câmara sadina recoloca azulejos e homenageia vítimas do mercado

Festival promete excelência

DR

UMA explosão, seguida de incêndio, no rés-do-chão de um prédio de sete andares na avenida Mariano Coelho, em Setúbal, na passada quarta-feira, ao final da tarde, provocou dois feridos graves e doze ligeiros. O acidente, trouxe à memória explosão idêntica ocorrida no ‘Prédio 13’, no Monte Belo, em 2007, deixando desalojadas quarenta famílias.

Os dois feridos graves, com queimaduras no rosto e no corpo, foram transferidos para o hospital Garcia d’Orta, em Almada, e São José, em Lisboa, e são o casal de idosos que habita o apartamento onde ocorreu o incêndio.

As causas da explosão ainda não estão esclarecidas, mas tudo leva a crer ter-se tratado de uma fuga de gás, o que levou à evacuação do prédio e à necessidade de os técnicos da Gascan terem

inspeccionado as ligações de cada um dos apartamentos.

Os moradores foram auto-rizados a regressar às habi-tações ao final da noite. Apesar do cheiro a fogo e das fuligem existentes ninguém teve necessidade de ser realojado.

Os vizinhos admitem que a situação poderia já ter acon-tecido antes. Elvira Vasco, moradora no primeiro andar do edifício diz que «há uns dias o prédio ficou cheio de fumo porque a senhora se esqueceu da comida ao lume». Para esta moradora, os dois idosos «fazem a sua vida normalmente, mas a idade já os leva a cometer alguns esquecimentos. Adivinhava-se que um dia isto acontecia».

No combate às chamas estiveram duas dezenas de bombeiros, numa operação que justificou a presença de um helicóptero do INEM que transferiu os feridos graves.

Explosão de gás em Setúbal lembrou pânico do ‘Prédio 13’

Sem

mai

sD

R

Page 5: Semmais 25 Fevereiro 2012

5S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Pub.

A TAXA de desemprego entre os jovens da região até aos 25 anos atingiu os 30%, segundo indica o Eurostat. Quer isto dizer que em cada três jovens há um que não consegue emprego no distrito de Setúbal, numa altura em que cerca de 15 mil estão desocupados, repre-sentando 13% do total dos 43223 desempregados na região.

A taxa de desemprego entre os mais novos atingiu, assim, um novo recorde, de acordo com os dados oficiais de Dezembro de 2011, numa altura em que o distrito se inscreve entre aqueles em que os jovens têm mais dificul-dade em encontrar trabalho.

João Paulo Custódio, de 24 anos, é um exemplo em Setúbal. Depois de ter perdido o emprego na Portucel estava longe de imaginar as dificul-dades que iria ter de enfrentar. Com dois filhos, era o sustento da família, sendo que a mulher, Cátia Pereira Custódio, 23 anos, também está sem trabalho. O abono dos filhos, no valor de 60 euros, passou a ser o único dinheiro a entrar em casa.

Recorrer à Caritaspara cobrir carências

Recorre diariamente ao restaurante social, na Paró-

quia de Nossa Senhora da Conceição, admitindo que sem esta ajuda nem faz ideia «onde poderia arranjar comida». Recorde-se que este estabelecimento é um projecto da Cáritas de Setúbal, de apoio a famílias carenciadas, que cada vez tem mais gente jovem em lista de espera.

João Paulo, que tinha casa própria, acabou por fechar a habitação por não ter dinheiro para a manter e foi viver para casa dos sogros no bairro da Bela Vista. «Ainda são os meus sogros, que também têm pouco e mal dá para os medi-camentos, que dão uma boa ajuda», lamenta, assegurando o padre Constantino Alves que João Paulo «infelizmente, não é caso único», tendo os pedidos de ajuda aumentado das cerca de 50 famílias, em 2008, para as 200.

O fenómeno do desem-

prego entre jovens não apanha de surpresa econo-mistas e investigadores do mercado de emprego, que aludem à crise económica conjugada com o espartilho de um pacote de austeridade, temendo ainda um agrava-mento ao longo deste anos, caso não haja medidas que contrariem esta tendência.

O catedrático Hermes Costa defende a dinamização

de estágios profissionais e de acções de formação profis-sional, como as saídas mãos lógicas para aliviar a falta de trabalho entre os jovens. «Neste quadro de total auste-ridade, a economia, só por si, não consegue criar emprego e as políticas activas de emprego podem fazer alguma diferença», admite.

Roberto Dores

Um em cada trêsjovens está sem trabalho na regiãoO desemprego na região até aos 25 anos atingiu os 30 por cento. São cerca de 15 mil jovens entre um universo de mais de 43000 pessoas sem trabalho.

Especialistas dizem que só a política activa de emprego pode ajudar

OS BILHETES dos com - boios de longo curso, da linha do Sul, passam a integrar a viagem nos Serviços Urbanos da Linha do Sado.

A medida, tomada pela CP – Comboios de Portugal, desde a semana passada, permite que os bilhetes dos Serviços Alfa Pendular e Intercidades com origem ou destino na estação de Pinhal Novo sejam válidos nos Serviços Urbanos da CP da Linha do Sado, sem acréscimo de preço.

A CP justifica esta medida com a reformulação da oferta da Linha do Sul, que ocorreu em Dezembro de 2011, e na sequência do «estabelecimento da estação do Pinhal Novo como estação agregadora» da procura no Distrito de Setúbal.

A empresa considera mesmo que, por esta via, «será possível conciliar a implementação das importantes melhorias da Linha do Sul, com as necessi-dades de mobilidade» das populações da região de Setúbal.

Longo curso integra urbanosna CP

Sem

mai

s

Page 6: Semmais 25 Fevereiro 2012

6 S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Política

Pub.

A propósito das eleições para a Federação de Setúbal do Partido Socialista, surgiu na edição do Jornal Sem Mais do passado sábado, a notícia da candidatura de Eduardo Cabrita a Presi-dente desta estrutura.

Na mesma notícia, afirma-se que as estruturas de mulheres e da juventude apoiam Eduardo Cabrita.

Esclarece-se que o Depar-tamento Federativo das Mulheres Socialistas e a Juventude Socialista de Setúbal são órgãos do Partido, com órgãos colegiais plurais, compostos por militantes que se integram em estruturas concelhias de base.

Ora enquanto estru-

turas, tal como as conce-lhias e as secções, não podem nem devem assumir apoios a candidatos.

Individualmente, cada um/a dos e das militantes toma posição, apoiando candidaturas, independen-temente dos lugares que ocupa na estrutura, esta é uma elementar regra da democracia interna e da ética política.

Assim, o Departamento Federativo de Setúbal das Mulheres Socialistas e a Juventude Socialista do Distrito de Setúbal não apoiam nenhuma candida-tura, já apresentada ou a apresentar.

A militante Maria da Natividade Coelho e o mili-tante Pedro Ruas, inscritos, respetivamente, nas Conce-lhias de Palmela e Grândola,

apoiam a candidatura de Eduardo Cabrita.

Mª da Natividade Coelho Pres. do DFMS de Setúbal

Pedro Ruas Pres. da JS do Distrito

de Setúbal

N.R.Por lapso, não foi

mencionado na referida peça que os apoios à candidatura de Eduardo Cabrita à presi-dência da Federação de Setúbal do PS contava sim com os apoios dos presi-dentes das Mulheres Socia-listas e da Juventude Socia-lista, Natividade Coelho e Pedro Ruas, respectivamente, e não das estruturas que representam. Pelo lapso pedimos as devidas desculpas ao próprios e aos nossos leitores.

EsclarecimentoCabrita e as eleições federativas do PS

A comissão concelhia do CDS-PP de Almada defende que no âmbito

da reforma do poder local, imposta pelo Governo, o concelho deverá ficar com apenas cinco freguesias.

O CDS-PP de Almada propõe um novo mapa terri-torial apoiado em três crité-rios que considera vitais para garantir a sustentabilidade do projecto, designadamente os Censos de 2011 e as respectivas alterações popu-lacionais; as especificidades sociais e culturais das fregue-sias; e as origens históricas de cada uma delas.

Assim, o PP chegou à conclusão que é possível agrupar as freguesias Capa-rica/Trafaria, Pragal/Almada/Cacilhas/Cova da Piedade, Feijó/Laranjeiro e Charneca/Sobreda da Capa-rica, mantendo sempre o nome da freguesia mais antiga e sem ferir sensibili-dades das populações locais.

Já a freguesia de Costa de Caparica, segundo os Popu-lares, reúne características específicas - do foro geográ-fico, social, cultural e econó-mico - que justificam a sua não agregação a qualquer outra freguesia.

António Maco, líder do PP de Almada, realça que esta reforma é «funda-mental» para tornar mais eficiente a descentralização dos poderes do Estado nos órgãos de poder local. «Esta via não é mais do que a mesma que ao longo das últimas décadas transformou o Estado Central num aparelho burocrático que multiplicava as ‘capelinhas’ à medida que aqueles que o geriam sentiam a necessi-dade de expandir a sua esfera de influência entre os vários sectores da política e da sociedade portuguesa», vinca António Maco, que acres-centa que o aumento do número de quadros supe-riores teve um peso «consi-derável para o aumento dos gastos do país com pessoal e órgãos públicos, mesmo apesar de o Estado ter vindo a perder cada vez mais funcionários públicos ao longo dos últimos anos».

PP quer apenas cinco freguesias em Almada

António Maco, PP de Almada

Ped

ro L

emo

s V

ieir

a

OS DEPUTADOS do PS eleitos pelo Círculo Eleitoral de Setúbal deslocaram-se na segunda-feira ao concelho de Alcácer do Sal para uma visita integrada no programa “Setúbal: Deputados no Distrito”.

Este foi o oitavo concelho visitado pelos deputados onde temas como o programa Novas Oportuni-dades, respostas sociais e protecção civil e socorro tiveram destaque a par de outros, tendo sido feita a avaliação dos efeitos da crise em sectores importantes para a economia local e particularmente para a vivência quotidiana das populações.

Pedro Paredes, o presi-

dente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, manifestou aos deputados que uma das suas preocupações reside na dificuldade de requalificação de “prédios devolutos” que, segundo afirmou, constitui um grave problema, particu-larmente nas chamadas zonas históricas. Na área social, também expressou preocu-pação relativamente ao futuro dos centros infantis, bem como a necessidade de resposta a questões da alçada da segu-rança social. Admitindo uma saúde financeira do município «sem desespero», não deixou o autarca de dizer que face aos sucessivos cortes orçamen-tais, por parte do Orçamento de Estado, as incertezas num futuro próximo são «grandes».

OS DEPUTADOS do PSD do distrito pretendem saber se os municípios da região, que são accionistas e clientes da Simarsul e Amarsul, têm pagamentos em atraso a estas empresas. Caso haja dívidas, os social-democratas pretendem o valor global.

Os social-democratas realçam no documento já enviado aos municípios, cujo primeiro subscritor é o depu-tado Bruno Vitorino, que as câmaras municipais, para além de accionistas, são também os principais clientes da Simarsul e Amarsul, e por isso,

pretendem assegurar que estas, apesar das suas dificuldades financeiras, não coloquem em risco as suas actividades e, consequentemente, o bem-estar das populações, como é disso exemplo algumas obras destas empresas, que se «encontram paradas por falta de verba e que têm causado prejuízos incalculáveis ao comércio local e aos cidadãos».

Os deputados do PSD pretendem ainda saber em que termos e prazos se prevê a regularização da dívida para as autarquias que se encontrem nesta situação.

PSD quer saber dívidas das autarquias à Simarsul

Eleições socialistasvão ter ‘terceira via’

Deputados ‘rosa’ em périplo por Alcácer

UM GRUPO de militantes socialistas, liderados por Nuno Tavares, do Seixal, e João Massano, de Alcácer, desenhou esta semana os primeiros esboços para a apresentação de um terceira candidatura à liderança da distrital de Setúbal, por não se reverem nas figuras barreirense Eduardo Cabrita e Madalena Alves da Silva.

A reunião bastante concorrida, que ocorreu quarta-feira, não definiu «rosto» para liderar o projecto, tanto mais que, segundo os seus promotores, «a ideia é exactamente inverter os habi-tuais processos que não partem das bases», disse ao Semmais Nuno Tavares, que no segundo mandato de Vítor Ramalho, intentou, conjun-tamente com o falecido diri-gente socialista Humberto Daniel e João Massano uma intervenção do género.

«Na altura, o camarada Ramalho incorporou algumas das nossas ideias, mas com a sua anunciada saída, faz todo o sentido recuperar uma opção de escolha pelas bases. Ainda não temos candidato, e eu próprio não tenho essa intenção, mas será uma escolha conjunta», frisou o dirigente socialista.

Para já, segundo a mesma fonte, «não se trata de uma candidatura contra ninguém», mas apenas uma alternativa que representa melhor o distrito».

Page 7: Semmais 25 Fevereiro 2012

ano: 2012 . nr 19 . mês: Fevereiro . director: António Serzedelo . preço: 0,01 €

http://jornalosul.hostzi.com

02.12 NR

19

Ilust

raçã

o D

inis

Car

rilho

O PODER DA IDEIA: PARA QUE QUEREMOS UMA CULTURA LIVRE?

Há processos globalizantes mais globais que outros. Para o melhor e para o pior. Com o advento da Internet e com a popularização das tecnologias que lhe acessam, fecham livrarias e deterioram-se algumas naturezas humanas, mas criam-se canais de comunicação à escala planetária capazes de pôr a andar revoluções. Vimos agora que as redes sociais, gravações de telemóvel e blogues acelera-ram a compreensão e o contágio das mobilizações no Médio Oriente, Norte de África, Espanha, Grécia, Portugal e Estados Unidos da América. Alguns movimentos tornaram-se mais eficicazes e organizados, chegando a substituir facilmente o papel de jornalistas no terreno. No Egipto disse-se ‘a revolução na Tunísia inspirou-nos para começar a nossa revolução o mais rapidamente possível’ e na Grécia disse-se ‘os nossos protestos começaram a partir dos indignados,

em Espanha’. A 17 de Setembro de 2011, Wall Street foi ocu-pada depois de um núcleo de protestantes ter entrado em contacto com protestantes de Espanha, Grécia e Norte de África.As ideias circulam pelo mundo e originam novas formas de organização social, política e económica. A cultura das nossas sociedades começa também a ser produzida online, partilhando, alterando e reproduzindo dados a uma velocidade futurista. A Internet tem um efeito que vai para além dela própria – um efeito que afecta a maneira como a cultura é produzida. A Internet causou uma mudança importante e não reconhecida nesse proces-so. Quem o diz é Lawrence Lessig, autor e activista por uma ‘cultura livre’.

A ideia de Lessig é que ao contrário do paradigma anterior, em que as leis se concentravam na cultura comercial e regulada, controlada por indústrias intermediárias, agora surge no primeiro plano a importância e poder da criação e difusão de cultura não comercial. Os cidadãos estão hoje tão sujeitos às empresas distribuidoras como às ferramentas do faz-tu-mesmo. As possibi-lidades de comunicação cibernáuticas passaram a constituir-se como novas linguagens, garantes libertários e campos infinitos para a expressão dos ho-mens. E por isso as indústrias, que para além dos autores protegem a doutrina da ‘propriedade’, lutam pela afirmação do seu negócio neste novo mercado irregulado. Como seria, como sugere o nome de um movimento espanhol, se a Internet fosse uma outra TV?

O conceito de ‘cultura livre’ surge no legado da defesa do software livre. Defende a protecção da autoria sem os contornos clássicos da propriedade, abrindo a discussão para a necessidade de adaptação das leis existentes à actual sociedade do conhecimento. De acordo com as tradicionais leis de copyright, os autores proibem que o seu trabalho seja reproduzido, adap-tado ou copiado. Por contraste, o movimento copyleft, soldado da cultura livre, permite que o autor se proteja, advogando simultaneamente o direito à reprodução, distribuição ou cópia o seu trabalho, se isso for feito de acordo com a mesma licença do trabalho original. Actualmente, novas licenças,

como a creative commons, permitem ao autor decidir por

si mesmo um pacote ad-equado de licenças, que retêm alguns direitos abdicando de outros.

O movimento pela cul-tura livre entende que vivemos uma época

revolucionária no que diz respeito à forma como o conhecimento e a cultura se criam, partilham e transfor-

mam. Assim, o mod-elo de propriedade

intelectual utilizado para proteger as bíblias

de Gutenberg não pode ser aplicado na era digital.

É urgente abrir espaço para a discussão de novas opções

para protecção e livre dissemi-nação de conhecimento. Depois de

um 2011 repleto de revoluções, com mobilizações massivas como não havia registo

desde as manifestações americanas contra o Vietname, irrompem su-preendentemente propostas políticas como a SOPA (nos Estados Unidos da América) e a ACTA (na Europa): tratados que regulam de forma abusiva os direitos dos cidadãos no que toca à produção e ao acesso de infor-mação. Saibamos proteger os nossos autores, mas protejamos também o poder de uma ideia. Se a legislação que aí espreita tiver como principal objectivo proteger os monopólios restritivos de empresários, fornecedores de serviços de comunicação e indústrias de entretenimento, estaremos apenas a engrossar a lista de regimes a derrubar.

Sandra CoelhoJornalista

Page 8: Semmais 25 Fevereiro 2012

NR

19

FEV

20

12 02

O sonho da Europa

A mentalidade europeia en-controu fracas resistências para se impor em Portugal nos últimos trinta anos, tal era o desejo popular de superar a pobreza e o analfabe-

tismo a que Portugal parecia histo-ricamente condenado. A Europa era vista, não como o armazém de secos e molhados, segundo Agostinho da Silva, mas como um hipermercado

de luxo, riqueza, abundância, indi-vidualismo e ostentação.

Com uma guerra de 13 anos às costas, um Império anacrónico e uma política autoritária ao longo de cinquenta anos, sentíamo-nos mal com o nosso próprio corpo. A Europa cons-tituiu a materialização do sonho adolescente de Portugal. Virámos as costas ao Império e oferecemo-nos a uma jovem democra-cia, acreditando na ri-queza material como panaceia da felicidade.

Povo rural e co-merciante, quisemo-nos, mais do que industrializados, infor-matizados; povo pré-moderno, quisemo-nos pós-modernos; povo comunitário, acolhemos sorridentes o individualismo, o narcisismo e o egoísmo como fins de vida; povo solidário, vimos instalar-se entre nós uma abissal diferença entre pobres e ricos; povo que era co-nhecido na Europa pelos bigodes das concièrges parisienses, passá-mos a ser conhecidos pelo povo de um miúdo da Madeira de pés tão cheios de malabarismo quando de mente vazia.

Trinta anos demorámos a per-ceber que o sonho da Europa não passa disso mesmo, um sonho que estava em nós e não na Europa. Nós “víamos” a Europa que sonhámos para Portugal. A Europa da riqueza, a Terra sem Mal, a Terra do Rio de Amêndoas e Mel esfuma-se todos os dias na farsa bailada entre po-líticos janotas como Berlusconi e Sarkozy, que da organização do viver colectivo possuem apenas um senso económico.

Hoje, já percebemos que o so-nho europeu foi um falso sonho:

- Em 25 de Abril de 1974, éra-mos o país menos industrializado da

Europa, hoje continuamo-lo a ser;- Éramos um dos países mais

iletrado da Europa, hoje continua-mo-lo a ser – menor índice de fre-quência de espectáculos, de consu-mo de jornais, de compra de livros…

- Em contraparti-da, éramos dos países com maiores estádios da Europa, hoje conti-nuamo-lo a ser;

- Éramos dos pa-íses mais pobres da Europa, hoje continu-amo-lo a ser;

- Éramos dos pa-íses com maior nível diferencial de salários, hoje continuamo-lo a ser;

Etc, etc.Não há dúvida – a

culpa não é da Euro-pa, que nos forçou a sermos democratas e a aceitar a tolerân-

cia e os direitos humanos como vector ético e existencial de vida. Culpadas são, sem dúvida, as elites portuguesas, que nos últimos trinta anos promoveram uma autêntica razia dos valores tradicionais por-tugueses: a solidariedade substituída pelo individualismo; a cooperação substituída pela competição como valor económico abso-luto; os valores da ho-nestidade, da amizade, da lealdade, substituí-dos pela omnipotência do dinheiro; os valores espirituais substituídos pelos valores económicos; a pessoa humana igualada à peça de uma máquina.

O saldo europeu hoje, se bem medido, para além do valor da democracia e da tolerância, já in-teriorizados pelas novas gerações, mede-se menos em sabedoria, humanismo, conhecimento e feli-cidade, e mais em betão, alcatrão, ci-mento e desemprego – eis a herança

cavaquista. Porém, até a expansão acelerado do consumo, santo-e-senha da mentalidade europeia, se está esfumando aos primeiros sinais de uma crise económica in-ternacional.

Ao mesmo tempo que, de um ponto de vista manifesto, a men-talidade europeia submergia todas as nossas iniciativas, inconsciente-mente íamos fazendo um penoso trabalho de luto – luto pela perda do Império; luto pela perda de um Por-tugal rural, lento, sereno, humilde, honesto na palavra, supersticioso, um Portugal dos valores absolutos, dos imperativos éticos, um Portu-gal aberto à totalidade do mundo, o Portugal solidário do interior das famílias, o Portugal da palavra dada aos amigos, do dar a camisa aos amigos, o Portugal permanente de Teixeira de Pascoaes e Agostinho da Silva.

Hoje temos consciência de que o sonho ingénuo europeu acabou e que não nos procuramos já na Europa. Percebemos que, sem desculpa, só nos podemos encon-trar em nós próprios, retomando as nossas tradições, não sentindo vergonha por nada que no passado tivéssemos feito. Se é verdade que o

sonho europeu se está esfumando, ele ainda não se apagou (nem se deve apagar), já que constitui o sentido político do Estado por-tuguês. Porém, existe hoje, em Portugal, um alternativa à Europa sem que desta nos te-

nhamos necessariamente de des-vincular, uma alternativa de futuro aos actuais valores europeus (que, verdadeiramente, já são mais os valores americanos que europeus) sem o corte radical com a Europa – o retorno à antiga comunidade de língua portuguesa: a lusofonia.

Miguel RealEscritor

ENSAIO

PUBLICIDADE

BO

RIS

LA

V S

AJT

INA

C ,

TOU

R D

E B

AB

EL

“ povo que era conhecido na Europa pelos bigodes das concièrges parisienses, passámos a ser conhecidos pelo povo de um miúdo da Madeira de pés tão cheios de malabarismo quando de mente vazia.

“ Em 25 de Abril de 1974, éramos o país menos industrializado da Europa, hoje continuamo-lo a ser

Rua Fran Paxeco nº 178 . Setúbal . primafolia.blogspot.com . [email protected] . Tel. 963 683 791 / 969 791 335

Page 9: Semmais 25 Fevereiro 2012

NA VAZANTE NR

19

FEV

20

1203

Um conjunto de artigos que foram inicialmente publicados em Le Monde Diplomatique (edi-ção portuguesa) nos anos mais recentes transfor-mam-se num livro que permite ao leitor alicerçar a ideia de que as desigualda-des interferem num conjunto de dimen-sões sociais, eco-nómicas e políticas. Num tempo em que tanto se discute quais os melhores rumos para que a economia se torne sustentável e em que os fazedores de opinião tanto nos massacram com o défice orçamental, o dé-fice público, o endividamento, a competitividade, o desemprego e a escolarização, é altura também de assestar as batarias sobre as desigualdades: “Desigualdades em Portugal, problemas e pro-postas”, coordenação de Renato Miguel do Carmo, Edições 70, Dezembro de 2011.

Portugal é um dos países

mais assimétricos da Europa se bem que, importa reconhecê-lo, entre 2006 a 2009, verificou-se uma atenuação gradual das desigualdades de rendimento. A persistência e a intensificação das desigualdades devem-se a um conjunto de fatores onde

avultam o aumento do desemprego, a si-tuação de desempre-go de longa duração, e daí podemos falar em interferências da mais diferente índole. A mensagem principal é de que a sociedade portu-guesa funcionaria muito melhor se os

níveis de desigualdade entre nós não fossem tão elevados. Mas também não pode-mos ser ingénuos, estamos a presen-cia uma sociedade e u r o p e i a o n d e é patente o aumento real da polarização social entre os que têm muito e aqueles que continuam a ter pouco e em que a política económica teima em ser austera sobretudo com

estes últimos, como observa o coordenador da obra.

Q u a n d o f a l a -mos de desigualda-des, importa ter em conta que a questão recobre uma mul-tiplicidade de pro-cesso e dimensões das relações sociais, como se refere no li-

vro: desigualdades económicas, desigualdades de classe, género e etnia, desigualdades nos aces-

sos à saúde, educação e cultura e também desigualdades políticas e de participação social. Como é observado no texto, Portugal é o país com a terceira mais baixa frequência de práticas de ação coletiva. Apesar das conquistas democráticas alcançadas com a revolução de 1974, a socieda-de portuguesa revela-se como uma das menos dinâmicas a nível europeu no que se refere à con-solidação de práticas democrá-ticas e de cidadania. Esta posição

recuada é complementada pela persistência de características estruturantes da organização económica, social e institucio-nal profundamente inibidoras de uma cidadania participativa. A baixa exigência de recursos hu-manos qualificados e pobreza são determinantes.

A endocrinologista Isabel do Carmo nos alerta para o facto de quando o rendimento desce a obesidade cresce, as pessoas em situação económica difícil sentem-se atraídas por prepara-ções com gordura ou com gor-dura e açúcar, e predica: “Com o aprofundamento da crise em Portugal podem colocar-se duas hipóteses. Num primeiro tempo a obesidade vai aumentar, com maior incidência nos mais po-bres. As mulheres desemprega-das apresentarão mais obesidade, embora o mesmo não se verifique com os homens desempregados. Está demonstrado que os horá-rios de trabalho desregulados e a privação de sono aumentam o apetite, o que também concorrerá para a obesidade”.

Beja SantosDocente Universitário

Desigualdades em Portugal

Que significa a propagandeada crise? Constatemos que o capi-tal produtivo é obtido através da utilização do capital bancário. Assim parte do lucro obtido na produção é encaminhado, via pagamento de ju-ros, para o sistema bancário. Mas, como actualmente, como o capital produtivo não proporciona os lucros suficientes para tal pagamento, sobrevém uma crise, para o devedor e para o credor.

O aumento incessante da produtividade forçado pela con-corrência entre capitalistas, só é possível através do uso de meios técnicos cada vez mais onero-sos. Logo os custos derivados da criação de postos de trabalho aumentam constantemente con-forme o aumento da intensidade e custo do investimento no capital utilizado.

Daí resulta que esses gigan-tescos custos em capital fixo não podem ser suportados através dos lucros correntes da produ-ção Logo é obrigatório o recurso ao crédito para poder pagar tal despesa gigantesca.

O problema da dívida daí deri-vado estende-se depois do capital produtivo ao Estado e orçamentos privados. Assim também os gastos

estatais em infra-es-truturas e o consumo privado deixam de ser possíveis através das receitas reais, o que impõe o recurso ao crédito.

Este mega endi-vidamento repre-senta a antecipação de lucros, salários e impostos, sobre a

produção real futura.Tal consumo suportado pelo

futuro transforma-se em crise geral quando o processo é levado até um ponto exces-sivo, rompendo as cadeias de crédito.

Isto é aplicado a todos os interve-nientes, incluindo o Estado.

Na realidade, es-tão a ser consumidos rendimentos futuros, que se tornam cada vez mais ilusórios para se tornar possível, com as relações organi-zacionais existentes, continuar

a utilizar de forma capitalista os actuais recursos materiais abun-dantes mas para os quais para-doxalmente não há dinheiro, só crédito impossível de pagar.

Tal absurdo torna evidente a irracionalidade do sistema, em que o lucro e a acumulação de dinheiro se tornam um fim em si mesmo e o fim da economia nada tem a ver com a satisfação das necessidades.

O dinheiro não passa assim de um fetiche em representação dos recursos reais.

A crise é o resultado da tenta-tiva desesperada de se conseguir, através do consumo com dinheiro

do futuro, insuflar no circuito económico receitas que nunca irão surgir. Os mento-res do sistema tentam desta forma integrar dentro dos limites do capitalismo, as forças produtivas e a sua es-trutura e capacidades, que já extravasaram esses limites impos-tos.

Por i sso , essa gente procede a todos os esforço para que vivamos pior, porque o capitalismo já consumiu o seu

próprio futuro.Em tal situação, a saída torna

cada vez mais urgente que os po-vos aprendam a utilizar todos os recursos abandonados e inutili-zados, incluindo os humanos, por este sistema de desperdício, numa lógica diferente da existente.

Perante isto os capitalistas, os políticos e seus apaniguados, utilizam a situação para combater os trabalhadores e o povo e redu-

zir a sua influência e capacidade reivindicativa.

Só a luta firmemente deter-minada em conquistar uma nova organização social, poderá acabar com tal sistema do lucro a qual-quer preço.

José Luís FélixEconomista

O que se esconde por detrás da crise?

Problemas e propostas

SA

NTA

-RIT

A, P

INTO

R, 1

912

ILU

ST

RA

ÇÃ

O. D

INIS

CA

RR

ILH

O

“ (...) a sociedade portuguesa funcionaria muito melhor se os níveis de desigualdade entre nós não fossem tão elevados

“ Num primeiro tempo a obesidade vai aumentar, com maior incidência nos mais pobres

Este mega endividamento representa a antecipação de lucros, salários e impostos, sobre a produção real futura.

Perante isto os capitalistas, os políticos e seus apaniguados, utilizam a situação para combater os trabalhadores e o povo e reduzir a sua influência e capacidade

Page 10: Semmais 25 Fevereiro 2012

04NR

19

FEV

20

12

BOREAL

Mozart e a MaçonariaO Papa Bento XVI, afirmou

há tempos que a própria exis-tência de um génio musical, como Mozart “era quase como um testemunho da existência de Deus," Criador do Univer-so", e esta expressão pontifícia, remeteu os ouvintes atentos , propositadamente, para a ideia da Maçonaria do “Grande Ar-quitecto do Universo".

Isto é tanto mais interessan-te, quanto Bento XVI, enquanto Cardeal Ratzinger , o Inquisi-dor, não foi nada simpático com a Maçonaria, como em geral não tem sido, nem é, a Igreja institucional.

Hoje escolhi Mozart por duas razões.

A primeira, a propósito da iniciação Maçónica, um dos “se-cretismos “ da Maçonaria,hoje tão falados - aproveitando o factor musical tão importante em todas as lojas, e em todas as regras,que Mozart levou ao mais alto grau.

A segunda, por causa da controvérsia surgida na so-ciedade portuguesa, a propó-sito de uma Loja que se chama Mozart e que se desviou do seu destino original,numa luta in-testina de alguns policias que fazem politica,de membros de partidos que fazem um tea-tro de sombras, enquanto fa-

zem ajustes de contas entre si, e de noticias e opinadores que se servem do caso, como pano de fundo para desviar a atenção dos cidadãos dos graves problemas, com que n o s d e f r o n t a m o s , s o l t a n d o os piores demónios dos mo-mentos de crise, que é eleger bodes expiatórios em grupos minoritários,neste caso tomar a parte, os membros da loja referida , pelo todo, ou seja toda a Ma-çonaria.

A l o j a M o -zar t não faz mú-sica , faz r u ído , a ponto de dar pre-t e x t o à s f o r ç a s reaccionárias,proto fascistas e proto in-quisitoriais, sempre atentas em Portugal, a qualquer desl i-ze, para porem em causa a utilidade da Maçona-ria Universal, e em particular da Maçonaria Portuguesa, que tantas coisas boas tem feito em Portugal, desde o tempo do Marques de Pombal,depois pela libertação dos escravos, implantação da Republica, e até aos nossos dias, quando defendeu depois do 25 Abril as Liberdades ameaçadas.

Vou escrever sobre a ceri-mónia iniciática, ou sobre os Mistérios Iniciáticos, que são a fórmula pelo qual se começa a ser Maçon.

Fui ao dicionário da Acade-mia das Ciências e vi o que se escrevia sobre:

Iniciação :" admissão ao conhecimento de coisas, dou-

trinas desconheci-das, secretas, e mais adiante cerimónia de admissão de um m e m b r o d e u m a sociedade secreta. Por outro lado, em sentido etimológico, diz-se de Iniciação, que é a preparação para a entrada do jovem na comuni-dade dos adultos, pela aprendizagem dos ritos, das téc-nicas, das tradições tribais."

Depois, fui ver o que era Ini-ciar, e diz o tal livro, “começar, ou ter início, ser introduzido em determinada aprendizagem, em determinados conhecimentos, pensamentos, ou experimentar pela primeira vez."

E percorrendo este caminho, vou andando, para o tema que pretendia abordar.

Tu d o c o m e ç a q u a n d o o iniciado chega à Loja, que é o espaço, o local onde se reúnem os Franco-Maçons, e é também a célula madre que tem a com-petência de criar, e conferir a qualidade de Mação, em todo o lado, independentemente do rito, e da Organização.

Ele começa por bater à porta para pedir licença para entrar, porque é “profano". E uma vez autorizado, começa a progredir em três patamares: Erupção, Mistura, Integração, da mesma forma que os irmãos sobem em três graus simbóli-cos, Aprendiz, Companheiro e Mestre, comuns a toda a Maço-naria, e só depois vêm os Altos Graus (Filosóficos, Esotéricos, Cavaleirescos ou Sacerdotais).

A Flauta Mágica,é influen-ciada pela concepção Maçónica do Mundo dos seus autores, a qual se insere nas grandes li-nhas tradicionais esotéricas, nesta caso as egípcias, e reli-giosas, de toda a Humanidade.

Na Flauta Mágica temos duas fases, o Primeiro Acto enquanto se é pagão (Fase Noc-turna), no Segundo Acto depois de já se ser iniciado, de receber a Luz (Fase Diurna).

Logo na abertura, os acor-des musicais são os da bateria das Lojas(palmas), que neste

caso distinguia o rito da Loja a que Mozar t se associara , de “Observância Templária", pois Mozart era um católico crente, embora cada vez me-nos praticante, o que mostra bem como na Maçonaria se podem conjugar estas duas qualidades, a de Católico e de Mação,contrariamente ao que afirma o Senhor Cardeal Patriarca na sua última inter-venção a este propósito.

Mozart com esta ópera es-tava a seguir a tradição mais antiga da Maçonaria, consagra-da no Livro das Constituições de Andersen, 1823, que já nessa altura consagrava a chamada “Coluna da Harmonia", ou seja, a inserção da Música no ritual, acompanhando as entradas e saídas de Dignatários, as Ini-ciações, Elevações, e para os funerais dos Irmão Maçónicos.

Volto ao tema da Iniciação, segundo a proposta Mozartia-na.

No Primeiro Acto décima quarta cena, um Sacerdote in-terroga o herói o Príncipe Ta-mino, à porta do Templo, depois de este ter batido e pergunta-lhe: “O que procuras neste lugar sagrado: - Resposta: Amor e Virtude. E quando verei a Luz?" que ele tanto desejava receber.

Na cena subsequente, Sa-rastro, o Sacerdote Supremo do templo, ordena: “Levai os estrangeiros, o Prin-cípe e a Princesa Tamina, ao Templo das Provações e que os seus olhos sejam vendados, pois eles devem primeiro ser purificados".

Essa prova da v e n d a n o r i t u -al maçónico é que permitirá pela purificação, chegar-se à Iluminação.

No Segundo Acto, Tamino, filho de um Rei, aguarda na porta Norte do Templo, para entrar e seguir a Grande Luz. Também nas fraternidades os Iniciados do primeiro grau Aprendizes, ficam no Templo, na zona designada Coluna do Norte.

N a Ó p e r a , d e p o i s , s ã o levados depois para o sub-terrâneo, que é aquilo a que hoje chamam a Câmara de Reflexõe,onde os neofitos fi-cam a meditar durante algum tempo.

Perante a dificuldade das provas é-lhes dito na Ópera: “Estais a tempo de reconside-rar", que é o equivalente no moderno ritual, aos “Estás livre

ainda, podes agora mesmo re-nunciar à recepção da Ordem".

A obra segue o seu curso até ao triunfo final, quando o Príncipe Tamino e a sua amada Tamina recebem as Luzes e se completam quer no casamento, ou seja, a vida conjugal, plena de amor, o Amor Terreno - quer com a vida superior do Ideal, que se procura sempre e de ser apanágio dos bons Mações.

De notar o avanço da pro-posta social de Mozart porque na ópera são iniciados em pé paridade um homem e uma mulher, Pamino e Pamina.

Mozart defendeu, e perten-ceu a lojas mistas,coisa que ain-da hoje nao é aceite em todas as Maçonarias,embora em Fran-ça e em Portugal já haja lojas mixtas com mulheres e homens em pé de igualdade,Grande Oriente Ibérico,por ex.

A cerimónia de Iniciação, como se vê na Ópera, e pratica nas Lojas é um drama iniciá-tico, com a morte do neófito, morte simbólica, que até faz “ testamento", e o renascer do Homem Novo, que passa a ir à procura de um mundo novo.

Aliás, todos os ritos da Ma-çonaria giram em torno da ideia de Construção, herança his-tórica do tempo, em que com o compasso e o esquadro se

construíram as Ca-tedrais.

O I n i c i a d o q u a n d o e n t r a n a Maçonaria ,é para receber a" Luz" , e a partir desse mo-mento começar à procura do Conhe-c i m e n t o , p a r a s e fazer progredir, e ajudar a progredir a Humanidade . É

um percurso,um caminho sem fim,que deve começar todos os dias.

Mas por isso,e para isso, ele tem de estar a compasso consigo,(conhecer- se), com a ciência do tempo, e com a evolução social de todos os homens e das mulheres do seu lugar,que são os seus pares.

Tudo isto, para para po-der ajudá-los, em nome da Igualdade,Liberdade, e Frater-nidade!

António SerzedeloEditor do programa de

radio Vidas Alternativas [email protected])

numa luta intestinade alguns policias que fazempolitica,de membros de partidosque fazem um teatro de sombras,enquanto fazem ajustes de contas entre si

Mozart defendeu, e pertenceu a lojas mistas,coisa que ainda hoje nao é aceite em todas asMaçonarias

FO

TO D

E LE

ON

AR

DO

SIL

VA

201

1

Page 11: Semmais 25 Fevereiro 2012

7S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Entrevista

Ainda se depara com alguns críticos às alterações orgâ-nicas verificadas em 2009, que fez dissipar a marca Costa Azul?Penso que está muito esbati-da essa confrontação e temos feito um grande esforço para que o investimento consagra-do antes dessa reorganização orgânica fosse preservado, defendido e até valorizado. Não vejo razão para que se atenue o peso da marca Cos-ta Azul, agora entendida como um todo, tanto mais que no turismo não devem existir bar-reiras físicas.

Foi nesse sentido que a en-tidade que representa jun-tou às câmaras de Setúbal e Grândola num protocolo comum para gestão do tu-rismo da península de Tróia?Sim e para o Litoral Alenteja-no, num sentido mais lato. Po-tenciar esse produto e ofere-cer-lhe complementaridade e diversidade. Não há razão nenhuma para que isso não possa ser feito no quadro da grande Lisboa e Vale do Tejo. E a Costa Azul acrescenta va-lor, o que é determinante.

Já não há então um senti-mento de perda. É isso que percepciona dos autarcas da região?Julgo que sim, temos tido um relacionamento imaculado com todas as autarquias da região e desenvolvido acções conjuntas que evidentemen-te demoram tempo na sua aplicação. Lembro outro pro-tocolo desta feita com a Câ-mara de Almada para trans-

formar a Costa da Caparica num destino durante todo o ano para desportos de mar, capaz de trazer algo de novo ao turismo da região. A Cos-ta da Caparica tem condições objectivas para desenvolver este cluster 365 dias por ano.

Posso notar uma diferença relativamente a uma valên-cia nem sempre muito aca-rinhada?Repare, as coisas vão-se fazen-do. Estamos também a traba-lhar com a Associação Baia de Setúbal e não tenho dúvidas de que é preciso potenciar este turismo da natureza, tendo em conta as condições naturais que a região oferece, mas pre-cisamos estruturar o produ-to, esse é o ponto. E ainda há muito a fazer e a maturar, no sentido de ver a Costa Azul como um todo. E adianto ain-da outro protocolo com o Sei-xal para o desenvolvimento do turismo náutico.

Isso implicará uma maior articulação dos municípios, que não raramente anda desgarrada, não lhe parece?É fundamental que assim seja e os municípios têm um pa-pel relevante neste sentido. A nossa tarefa é de colabora-ção intensa. Mas há bons

exemplos de articulação e te-nho consciência de que as au-tarquias do distrito são um exemplo em termos de asso-ciativismo. Dou-lhe o exem-plo do sector vitivinícola em Palmela, agora Cidade Euro-peia do Vinho. Embora com esforço do sector privado, é possível vislumbrar-se nes-te caso um trabalho entre au-tarquias, como no caso da candidatura da Arrábida a pa-trimónio mundial, com vá-rios concelhos envolvidos. Mas admito a existência de algumas rivalidade que têm que ser esbatidas, até por-que o turista não está pre-ocupado com a toponímia e o trabalho conjunto tem outro valor acrescentado.

Que papel desempenha en-tão a Entidade Regional de Turismo. Não lhe cabe a for-mulação de uma estratégia?Neste domínio não há tutela do que quer que seja. O nos-so papel consubstancia-se na figura dos protocolos com as entidades envolvidas. E esse trabalho tem vindo a ser de-senvolvido de forma consis-tente com as autarquias, pri-vados e outros agentes.

Quais são as suas maiores orientações para o caminho

que a região turística está a percorrer?Estruturar o produto, fortale-cer o mercado emissor inter-no, que tem um peso determi-nante na hotelaria da região, equivalente a 60 por cento. E é de notar que a Costa Azul está a meia hora de Lisboa, sendo fundamental que se oriente um conjunto de complementari-dades que a região oferece.

Não o preocupa uma certa desaceleração dos investi-mentos no Litoral Alentejano?Muito mesmo. Há investimen-tos realizados pelos operado-res, com compromissos jun-to da banca. E também as que-bras de ocupação nas unida-des já em funcionamento. Mais uma vez, aí também, é neces-sário um estudo sério sobre que tipo de turista queremos atrair e fazê-lo de uma forma descomplexada (ver caixa).

Há também um desinvesti-mento no plano de recupe-ração ribeirinha da margem sul, com a extinção do Arco Ribeirinho Sul. Mais um impasse inesperado?Esse era finalmente o cami-nho para a criação de uma oferta única, com a ‘Cidade das duas Margens’. São inves-timentos estruturantes que a região não pode perder e que têm que ser vistas como prioridade. Sabemos que a si-tuação do país não é favorá-vel, mas espero e confio que o Governo não abandone esse conjunto de projectos.Repare no exemplo de Se-simbra, cuja autarquia tem feito um enorme investimen-to nas suas estruturas, mas continua a deparar-se com estrangulamentos viários e urbanísticos, que deveriam

ser atendidos pela adminis-tração central.

Os fundos não foram bem aproveitados e as prioridades nas acessibilidades talvez não tivessem sido as melhores?Digo de outra maneira, e não devemos ter medo das pala-vras: Vamos com quatro qua-dros comunitários de apoio e as várias autarquias têm fei-to um esforço financeiro enor-me, que deveriam ser com-pensados com decisões es-truturantes, por isso enten-do que o país não pode dei-xar de pensar em crescimen-to e em desenvolvimento.

O mesmo se passa com o Polis da Caparica. Parou, após tanto dinheiro ali in-vestido. O que sabe sobre o assunto?Sei que é um projecto de di-mensão apreciável. Ainda no dia 9 (deste mês) falei com a presidente da Câmara de Al-mada, e senti haver da sua par-te uma enorme vontade de su-perar os problemas. Temos é que convencer as várias en-tidades para a existência de um espaço de conciliação, por-que há interesses comuns. Ul-trapassar as divergências e avançar. Este impasse não é bom para ninguém.

«Temos que encontrar o nosso perfil de turista»

Presidente da Entidade Regional de Turismo Lisboa e Vale do Tejo

Joaquim Rosa do Céu defende uma melhor estruturação do produto turístico e diz que a Costa Azul continua a ser um «valor acrescentado». Aposta em protocolos com as autarquias e quer mais turismo natureza.Mas não está totalmente satisfeito

A identificação de «uma pirâmide» de acção para desenvolver um conjunto de grandes eventos na Costa Azul, é uma ideia que agrada ao presidente da Entidade de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo. Rosa do Céu chama-lhes «segmentos de exigência» e dá como exemplo, um Festróia que «recupere os tempos áureos», o festival de rock no Meco ou mesmo o Festival de

Teatro de Almada. «São iniciativas com dimensão regional e nacional que devem ser apostas decisivas, sem descurar as de carácter mais local, que emprestam dinâmica e orgulho às suas comunidades», afirma. Sem esquecer o «êxito» deste ano da passagem de ano nas duas margens de Tróia, ou a inicia-tiva das «Melhores Praias», cuja decisão decorre este ano na Costa Azul.

Aposta em grandes eventos

A urgência de um estudo sobre o perfil do turista

Joaquim Rosa do Céu não tem dúvidas de que o sector precisa urgentemente de encontrar o seu perfil de turista. «Era normal dizer-se que não queríamos o turismo de mochila, mas alguém estudou a sério que tipo de turista pretendemos e que condições temos para oferecer»? Interroga-se. E lembra que um turista que tem que se deslocar da Quinta

do Lago a Vilamoura «tem que passar pelo inferno das vias municipais». Muito critico, acentua o facto de o país ter a pretensão de achar que os resultados «têm sido fantásticos», mas perma-necem as dúvidas. «É peri-goso pensarmos assim, temos oferta e melhoramos muitas das condições, mas será sufi-ciente para atrair o perfil de turista que convém ao país

e às suas várias regiões», volta a questionar.

E defende uma maior «flexi-bilização» da rigidez imposta pelo Plano Nacional de Turismo, porque, lembra, «o mundo está em permanente transformação e temos que estar em condi-ções de nos adaptar aos fluxos e às variáveis que o sector nos impuser em função do perfil de turista e dos mercados que queremos atingir».

Foto

s: D

R

Page 12: Semmais 25 Fevereiro 2012

8 S á bado | 2 5. fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.comImpressão Digital

Que segredos guardam as caves da Herdade da Com-porta? As caves da Herdade da Com-porta acolhem vinhos que represen- tam a

“alma” de uma zona única, de uma beleza e contrastes impares onde se respira uma pureza imaculada. Os vinhos aí produzidos traduzem e re-sultam das características muito particulares dessa zona que permitem a maturação das uvas de uma forma mui-to completa e que são de fac-to a expressão desse “terroir”. Espero que guardem gran-des momentos de prazer para os apreciadores de vinho em geral e do vinho da Compor-ta em particular.

O vinho é um bom compa-nheiro?Os vinhos podem ser excelen-tes companheiros como tam-bém podem ser motivo de par-tilha de pequenos prazeres com os amigos ou servir de pretex-to para o convívio.

Os produtores da região são unidos? Acima de tudo penso que os

produtores da região estão empenhados em conseguir transmitir aos consumidores uma imagem qualitativa con-sistente dos vinhos da região, o que só é possível com em-penho e muito profissiona-lismo. Os resultados estão à vista com a preferência cres-cente dos consumidores pe-los vinhos desta região.

Há competição entre os enólogos da região?Espero que sim, de uma for-ma saudável, em que o ob-jectivo seja fazer sempre me-lhor, atentos à realidade do mercado.

Se não fosse enólogo que profissão escolheria?Confesso estar completamen-te realizado com a minha ac-tividade profissional.

Um enólogo é o excelente de um bom vinho?O enólogo é uma das “fer-ramentas” da actividade vi-tivinícola., mas o elemento absolutamente imprescin-dível é a uva.

Se lhe perguntarem qual o melhor vinho da região, que responderia? Arriscar-me-ia a ser injus-to para tantos e tão exce-lentes vinhos que esta re-gião produz. Apesar deste facto não poderia deixar de destacar o Moscatel de Se-túbal pelo seu carácter úni-co e por se tratar de um pro-duto emblemático e iden-tificativo da região.

O que o faz zangar seria-mente?A intriga e a estupidez.

Qual a sua opinião sobre os autarcas do distrito?São pessoas que estimam a sua terra e que têm ten-tado contribuir para a sua valorização.

Há alguma figura regional que lhe mereça rasgos de-elogios?No sector vitivinícola me-rece-me o maior destaque com os inerentes rasgados elogios o engenheiro Antó-nio Francisco Avilez.

Francisco Pimenta Enólogo da Herdade da Comporta

«Os vinhos da Comporta sãoa alma de uma zona única»B. I. Idade: 53 anos // Naturalidade: Coimbra

Família: Casado, dois filhos Estado civil: Casado // Residência: Évora

Íntimo Filme ou livro de cabeceira: Nos filmes, os meus gostos vão de “Casablanca” a “Star Wars”. Quanto a livros, aprecio os clássicos portugueses.

Férias de sonho: Qualquer local com sol e praia e onde se pratiquem sestas de absoluta tranquilidade.

Local de eleição: Qualquer local onde possa estar com os amigos em amena e descontraída “cavaqueira”.

A primeira paixão: Demasiado redutor. Todos os dias é a primeira paixão (uns dias mais que outros).

Maior ousadia: Acreditar que a vida se rege por princípios e que não vale tudo.

Ídolo de referência: O meu pai.

Projecto de vida por realizar: Não diria o projecto de vida, mas ainda restam muitos sonhos por concretizar. Com calma, a seu tempo.

Pub.

Page 13: Semmais 25 Fevereiro 2012

9S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Anti-stress

TARDE INTERCULTURALDIA 25 ÀS 15H00 no Museu do Trabalho Michel Giacometti - “Alfaiataria - Uma arte milenar”, pelo alfaiate Vítor Gaspar.

TEATRODIA 26 ÀS 11H00 no Cinema Charlot - Musi-cal Infantil “A Feiticeira de Oz”, pelo Grupo de Animação e Teatro Espelho Mágico.DIA 1(ESTREIA), 2 E 3 ÀS 21H30 no Espaço Fontenova( Rua Dr. Sousa Gomes nª11) - Espetáculo “Pandora Box”, pelo TAS/ Público-alvo: Maiores de 16 anos/ Inf: [email protected]/ 265 532 402/ Entrada: 7,5€ (desconto para estudantes e terceira idade)

Mês da JuventudeDIA 2 ÀS 21H30 no Auditório José Afonso - Concerto Lançamento m@rço.28 , com Rui Andrade /Série Tv - Mo-rangos com Açúcar - TVI) / Entrada Livre/ Inf: 265 236 168

Março MulherDIA 1 ÀS 21H30 na Academia Problemática e Obscura - Ciclo de cinema Feminista “Libertárias” de Vicente Aranda.Dia 1 das 9h às 17h no Largo da Misericórdia - Exposição e Venda de Arte & Artesanato. Animação de Ateliês.

Escolhas SadinasPor Ana Sobrinho

Pub.

Flamenco e sevilhanasO grupo de flamenco e sevilhanas Soledad aposta num espectáculo que une a música e a dança: guitarra portuguesa, fado, sons africanos, indianos e também a dança flamenca e outras danças ciganas.Forum José Manuel Figueiredo, Baixa da Banheira | 22h

Música à luz da vela O Duo Encore, formação de música de câmara constituída por Fernando Ruas (clarinete) e José Micael (guitarra), leva a palco o espectáculo “À luz de uma vela”.Auditório do Pinhal Novo | 21h30

Lisboa mulataOs Dead Combo apresentam o seu quarto álbum de originais “Lisboa Mulata”, que já foi considerado pela crítica como um dos melhores álbuns de 2011.Teatro Municipal de Almada | 21h30

Sáb. 25

Música de câmara A Orquestra Metropolitana de Lisboa apresenta um concerto de música de câmara centrada em Astor Piazzolla. Ingressos a 5 euros.Cinema Teatro Joaquim d´Almeida, Montijo | 21h30

Cegadas de SesimbraNão perca as cegadas de Sesimbra, um costume típico das zonas rurais, que se realiza há mais de cem anos. Esta manifestação carnavalesca brinca com os acontecimentos mais marcantes da sociedade. Cineteatro João Mota, Sesimbra | 21h30

Sáb. 25

Sáb. 25

Sáb. 25

Sáb. 25

+ Cartaz...

Os manos Sérgio e Nelson Rosado, que compõem a dupla Os

Anjos, abriram em Janeiro deste ano uma Academia de Música com 32 alunos, em Pinhal de Frades, concelho do Seixal, local onde reside esta dupla da música pop.

O projecto é direccionado a todas as pessoas, de todas as idades, e tem como objec-tivos principais dinamizar e incentivar a actividade cultural/musical junto da população. A médio prazo, a Academia ambiciona criar um coro e uma banda, e em breve, irão arrancar uma área de workshop´s em que mensalmente serão convi-dados artistas para falar de cada instrumento ou áreas a que estão ligados.

Com capacidade para cerca de cem alunos, a Academia localiza-se nas novas instalações do colégio Atlântico e há muito que andava a ser sonhada pelos manos que fazem parte do corpo de jurados do programa “A Voz de Portugal”, da RTP, e do projecto desportivo/solidário

Meo Team. «Sempre foi um sonho criar uma academia de música na margem sul, área onde residimos desde sempre. Todos sabemos que a maioria das escolas de música com maior número e diversidade de professores de qualidade centram-se em Lisboa. Por isso, sendo a nossa região rica em termos

de talentos musicais, deci-dimos dar asas a este projecto, para que todos aqueles que residem no distrito não sintam a neces-sidade de ter de rumar a Lisboa para receber a formação e educação musical desejada», vinca Nelson Rosado.

E acrescenta que «é nossa pretensão, descentralizar ainda mais o ensino parti-cular musical e provar que é possível ter professores de enorme qualidade, ter métodos inovadores de ensino nos mais variados cursos/instrumentos, ter condições de aprendizagem excelentes neste outro lado do rio Tejo, sem ser neces-sário ter de atravessar a ponte 25 de Abril».

Anjos preparam novos talentos na Academia de Pinhal de Frades

Os manos Rosado apostam agora num novo projecto regional

DR

Temos para oferecer aos nossos leitores convites para os musicais “O Melhor de Filipe La Feria”, “Judy Garland - O Fim do Arco Íris” e “Pinóquio”, que continuam a ser um verdadeiro êxito de bilheteira. Ligue para o número 918 047 918 para solicitar os seus convites para assistir graciosamente aos espectáculos em questão .

Ganhe convites para musicais de Filipe La FeriaOferta Semmais

Page 14: Semmais 25 Fevereiro 2012

10 S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

[ ALMADA ] [ SEIXAL ]

[ SESIMBRA ]

+ Região

UMA PATRULHA da PSP do Laranjeiro, foi alvo de tiros por parte de dois homens, na madruga de quarta-feira, depois de terem fugido de carro a alta velo-cidade até uma vivenda de Miratejo. O condutor, filho de um chefe da Polícia Marí-tima, e o pendura só se entre-garam após a presença da advogada.

Na habitação foram apre-endidas três motos roubadas, bem como uma caçadeira, uma pistola, duas pressão de ar e uma catana, mas a arma usada nos disparos não foi encontrada.

Os dois suspeitos, com cerca de 25 anos, foram apenas constituídos

arguidos, uma vez que não houve flagrante delito.

A fuga aconteceu quando a polícia se preparava para abordar um Honda Civic, depois de este ter arrancado a alta velocidade. Por duas vezes, o pendura efectuou disparos na direcção da patrulha. Todas as divisões da casa foram revistas pela PSP depois da emissão do mandado de busca.

Patrulha da PSP do Laranjeiro atacada a tiro

O TRIBUNAL da Relação de Lisboa ordenou a repe-tição do julgamento de um menor, de 15 anos, que em conjunto com quatro colegas, violou em Outubro de 2010 uma rapariga nas imediações da estação de comboios do Pragal.

O Tribunal de Família e Menores não teve em conta as declarações para memória futura prestadas pela vítima, de 13 anos, no âmbito do processo-crime e tinha absolvido o menor. Os juízes desembargadores dizem que foi cometido um erro.

Por seu turno, cada um dos quatro cúmplices do menor tinha sido condenado, em Setembro do ano passado, a oito anos e meio de prisão.

O menor foi o único a ser alvo de um processo por parte do Tribunal de Família e Menores, uma vez que ainda não tinha 16 anos, pelo que não poderia responder criminalmente. As declara-ções da menina foram usadas no processo-crime, que decorreu em Almada, mas não foram transcritas para o processo tutelar.

Violador de estação voltaao tribunal

ESTA semana foram confirmados mais três nomes de peso para o festival Super Bock Super Rock, a realizar na Praia do Meco. Depois de

bandas como Incubus, Battles ou Little Dragon, é agora a vez da organização confirmar a rapper Azealia Banks, o cali-forniano Flying Lotus e a

banda de funk Dâm-Funk.O bilhete diário para o

festival, que ocorre a 5, 6 e 7 de Julho na Herdade do Cabeço da Flauta, na Praia do

Meco, em Sesimbra, custa 45 euros e o ingresso para os três dias, com direito a campismo desde o dia anterior ao início do festival, fica pelos 80.

Azealia Banks e Flying Lotus no Super Bock do Meco

A TÍTULO experimental, a autarquia sesimbrense instalou relógios astronó-micos em todos os postos de transformação do concelho, com o objectivo de reduzir o horário de funcionamento da ilumi-nação pública, e evitar que permaneça ligada no período diurno.

Segundo explica o execu-tivo do comunista Augusto Pólvora, estes equipamentos permitem que se ligue a luz mais tarde, ao anoitecer, se desligue mais cedo, ao amanhecer, o que reduz os consumos e consequente-mente o encargo financeiro do município.

No entanto, nesta fase inicial, e apesar da imple-mentação do horário estar a ser monitorizada, verificou-

se a necessidade de prolongar o tempo de ilumi-nação artificial no período da manhã, principalmente nas zonas urbanas.

De modo a ajustar os

horários em conformidade com as zonas, a autarquia decidiu pedir aos munícipes que enviem as suas suges-tões para o e-mail [email protected], «para que,

em conjunto, se possa encontrar uma solução que garanta uma poupança ener-gética e a segurança das populações».

A instalação destes reló-gios, a par da redução de focos em zonas de menor movimento, e da colocação de lâmpadas de menor consumo nas luminárias, são consideradas pela autar-quia como «medidas impres-cindíveis para reduzir o elevado esforço financeiro com iluminação pública que, em 2011, representou um encargo de 750 mil euros» para a Câmara.

Em 2012, com o aumento do IVA na electricidade para 23 por cento, estima-se que o agravamento na factura possa chegar aos 163 mil euros.

Município reduz conta da electricidade

Relógios astronómicos para regular o sistema de iluminação

ESTÃO abertas as inscri-ções para certificação de competências na área das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para todos os munícipes com conhecimentos básicos de informática.

Iniciado em Outubro de 2008, o projeto AMRS.SeixalQu@lifica promove a certificação de competên-cias em diversas áreas, pelo que, neste caso, os interes-sados só têm que realizar correctamente uma prova de conhecimentos genéricos em TIC, com a duração de 60 minutos.

As provas realizam-se na Biblioteca Municipal do Seixal e serão acompanhadas por um técnico habilitado. Caso a nota seja positiva, será atribuído ao partici-

pante um diploma conferido pela UMIC - Agência para a Sociedade do Conhecimento, com valor legal para a inte-gração do curriculum vitae.

O projecto é promovido pelo Grupo de Trabalho das Bibliotecas da Associação de Municípios da Região de Setúbal. Decorre na Biblio-

teca Municipal do Seixal, de terça a sexta-feira, entre as 15h30 e as 18h30 horas, e aos sábados, entre as 18 e as 20 horas.

A CAMPANHA Adopte Um Amigo de Quatro Patas arrancou, este ano, no último sábado de cada mês.

Este sábado, no Canil/Gatil Municipal, a autarquia, que gere o espaço, convida os munícipes a conhecerem

os cinco mais recentes amigos de quatro patas que chegaram ao Canil/Gatil: «o Cokas, a Joanna e o

Melaço, três cachorros com cerca de 6 meses, e as gatas Deusa e Tina, com 8 e 1 ano de idade».

Gatil lança ‘Amigos de quatro patas’ para adopção

Autarquia vai certificar competências

DR

Desta vez, quem quiser pode obter diploma na área das tecnologias da informação

DR

Arq

uiv

o

PSP na mira de Honda Civic

DR

Page 15: Semmais 25 Fevereiro 2012

05 NR

19

FEV

20

12

BOREAL

Numa abordagem aos novos sectores económicos, dentro de um modelo de desenvolvimento sustentável que defendemos e divul-gamos, O SUL foi ter uma conversa com Diogo Oliveira, proprietário de uma loja famosa e distinta, si-tuada na Volta da Pedra (Palmela), denominada “Biciplus”. Diogo Oliveira iniciou o seu contacto com o mundo das bicicletas fez 20 anos, através de um desejo do seu filho em participar numa modalidade do ciclismo que em Portugal dava os seus primeiros passos, o BTT. Tal dá-se ainda antes do nascimento da televisão privada e do aparecimento dos programas que vêm mostrar os gostos de uma nova geração que despontava, casos de, por exemplo, “Portugal Radical”, que ajudaram a encontrar um espaço legítimo para formas menos ortodoxas de encarar desportos clássicos. Aliás, o seu filho iniciou-se na competição pelo Airense, depois convertido em IDA-SIC. Diogo Oliveira foi acom-panhando de forma muito próxima a paixão do filho e tal, inevitavel-mente, levou-o a envolver-se na organização de provas e a constatar as fragilidades de uma realidade na-cional confrangedora. As bicicletas para competição de BTT chegavam a Portugal através de importações complicadíssimas e aleatórias, sem qualquer destrinça de relações de qualidade e de preço, sendo que as marcas portuguesas, tais como a Órbita e a Vilar, recusavam olhar seriamente para um mercado que despontava, mas que implicava obrigatoriamente investimentos em tecnologias de vanguarda e a modernização do sector.

Foi assim, num contexto eco-nómico favorável ao investimento em modernização dos sectores pro-dutivos, mas que, como em tantos outros sectores, se fez de conta que nada se passava, que Diogo Oliveira decidiu usar o capital de conheci-mento acumulado para criar uma alternativa informada de respos-ta à procura sempre crescente de um público mais vasto, reunindo num só espaço o que de melhor se fabricava em todo o mundo. Actu-almente, a Margem Sul dispõe de alguns espaços comerciais com produtos de grande qualidade, mas escolhemos este pela sua antigui-dade, compromisso profundo com a evolução orgânica da modalidade em Portugal e o seu carisma, que leva a Palmela gentes do Alentejo, de Lisboa, de Óbidos, entre outros, num raio de cerca de 150 quilóme-tros de distância.

O espaço da Biciplus é uma

antiga serração na Volta da Pedra, que estava abandonada. Levou dois anos a ser recuperada, ou como nos diz Diogo Oliveira, “restaurada”, pois fez questão que a arquitectu-ra original fosse mantida, as cores originais fossem recuperadas. Foi feito com muito carinho, uma casa

que reflecte uma vida dedicada às bicicletas nas últimas duas dé-cadas, um espaço que é muito mais do que uma simples loja. Ali se reúnem, aos fins-de-semana, grupos orga-nizados de ciclistas de BTT, antes de rumarem para a Serra do Lou-ro e mergulharem na aventura da Arrábida. Ali encontram todas as condições, pois dis-

põem de balneários e oficina aberta. Diogo Oliveira organiza igualmente passeios de BTT nocturnos, seguidos de patuscada e convívio.

A Biciplus dedica-se e promove a competição de BTT, e recebe os grupos organizados pelos clubes que existem espalhados por todo o país, mas não deixa de lamentar que, para as cerca de 500 pessoas/dia que entram de Palmela para a Serra do Louro, em bicicleta (segun-do informações do PNA), a juntar aquelas que entram pela Quinta do Anjo, Azeitão, Santana (Sesimbra) e Setúbal, não exista apoio. Trata-se, como é evidente, de uma possibili-dade de serviço útil que criaria em-pregos, num país e região que bem necessita deles, a juntar a toda uma promoção de uma região que não é convenientemente feita. As pes-soas juntam-se espontaneamente, percorrem a Serra em grupos de amigos e daqui vão sem levarem ou deixarem nada. Esta situação, diz-nos, contrasta profundamente com o que se passa nos Concelhos do Litoral Alentejano do distrito de Setúbal, principalmente Alcá-cer do Sal, Santiago do Cacém e Grândola, onde as comunidades e associações de ciclistas BTT são acarinhadas e geram evidentes mais-valias económicas para essas regiões. Não é só o valor económico, é a promoção do bem-es-tar das pessoas, o con-tacto com a natureza e um modelo alternativo de turismo com quali-dade, defende Diogo Oliveira.

Independentemente dos lamen-tos que possam ser feitos, Diogo alerta-nos igualmente para uma ou-tra realidade que está a despontar. Inicialmente eram maioritariamente os homens a comprarem bicicletas, actualmente verifica que são aci-

ma de tudo famílias que pretendem qualidade de vida e convívio para os seus fins-de-semana. As pessoas começam a optar por comprar uma BTT a prestações, a gastar mensal-

mente num ginásio. Há igualmente um movimento crescente de pessoas a utilizar a bicicleta como meio de transporte para o trabalho, menos visí-vel em Setúbal, mas mais evidente no Pi-nhal Novo. Tudo isto se inicia, mas é preci-so ir acompanhando o que está a acontecer e o que irá suceder, ga-rante-nos Diogo Oli-veira. Talvez seja altura de se começar a pensar

seriamente nas ciclovias, sugere. A de Setúbal, a única que temos aqui próxima, é destinada ao lazer, mas dentro em breve a realidade será outra, assevera.

José Luís [email protected]

A Margem Sul em duas rodas

As bicicletas para competição deBTT chegavam a Portugal atravésde importações complicadíssimase aleatórias, sem qualquer destrinçade relações de qualidade e de preço

nos Concelhosdo Litoral Alentejano do distrito deSetúbal, principalmente Alcácer doSal, Santiago do Cacém e Grândola,onde as comunidades e associações

FO

TO D

E LE

ON

AR

DO

SIL

VA

Page 16: Semmais 25 Fevereiro 2012

CULTURA06

Luís Humberto Teixeira, pri-meiro director deste jornal, jo-vem investigador setubalense, licenciado em Comunicação Social e mestre em Ciência Po-lítica, lançou no passado dia 31 de Janeiro, na Li-vraria Bulhosa, de Entrecampos, o seu mais recente livro intitulado “Verdes Anos - História do Ecologismo em Por-tugal (1947-2011)”, editado pela Esfera d o C a o s / F u n d a -ção Calouste Gul-b e n k i a n . O l i v r o foi apresentado por Viriato Soromenho-Marques, rosto bem conhecido do movi-mento ambientalista português.A estruturação da obra é a ex-pectável numa obra que resulta de uma dissertação de mestra-do, o que poderia levar-nos a encará-la com algum receio de ser leitura espinhosa mas, pelo contrário, apresenta-se de fácil e estimulante leitura. Procu-rando ressuscitar, articulan-do habilmente um conjunto de pormenores que passaram des-

percebidos aos mais desatentos no Portugal Contemporâneo, vai-nos desvelando as poten-cialidades reais de um movi-mento tido por muitos como pouco relevante de um ponto

de v is ta pol í t ico . E s b a r r a m o s p e -rante a pertinência das reivindicações de uma perspecti-va cientif icamen-te bem alicerçada, que contrasta com a fluidez e o modismo da sua base social. Em certa medida, o que resulta da leitu-ra, é que o proble-

ma do ambientalismo político é que todos os outros partidos o querem, mas nenhum quere-o demais, paradoxo de contor-nos quase esquizofrénicos em Portugal, mas que se sente um pouco por todo o mundo, le-vando a fortes clivagens nas forças verdes. As associações ambientalistas, os movimentos pré-partidários, os partidos ditos verdes, an-tigos e viventes, tudo se junta numa procura séria de desven-

dar qual é a real dimensão do ambientalismo português, num trabalho exaustivo do seu au-tor. Muitas questões assaltam durante a sua leitura. Será que já foi o tempo de um Partido Verde Português aquando do nascimento anacrónico do PRD, ideologicamente nulo? Será que era aí, tendo sido dei-xada passar, a possibilidade de criar um partido de massas? Ou será que o seu tempo ain-da está por vir? Seja como fôr, a base social onde assenta é demasiado numerosa para ser posta à borda do prato, como se nada fora. Luís Teixeira cumpre um verdadeiro serviço cívico, ao puxar as alternativas polí-ticas para o centro do debate, principalmente quando o bi-partidarismo costumeiro tem deixado um gosto bem amargo aos portugueses nestes dois úl-timos anos.

José Luís [email protected]

LIVROS. Que a vida de Luiz Pacheco já merecia ser contada parece – e é – uma constatação óbvia; que o livro de João Pe-dro George, “Puta Que os Pariu! A Biografia de Luiz Pacheco”, fosse a obra que se esperava – e que o homem merecia – já é algo digno de discussão. Mas, vamos por partes. É certo e sabido que Pedro George não é um novato no assunto Pa-checo – este é um, aliás, acerca do qual este tem alimentado, sofregamente, faz já alguns anos, uma carreira duvidosa. A presente obra, «parte» de uma tese de doutoramento, é o resultado final dessa tão devota dedicação. Infelizmen-te, o academismo – o qual em Portugal é praticamente sinó-nimo de mal escrever – nota-se. No fim, a leitura ressente-se, o leitor aborrece-se, e uma vida fascinante é reduzida a um amontoar de informação,

muitas vezes regurgitada de capítulo em capítulo. Porque, afinal, “A Biografia” não é exac-tamente, e como se desejava, “uma biografia” de uma vida muitas vezes levada ao limite por dedicação às letras, mas antes uma dissecação médica e analítica de um homem em temas e facetas – o mulheren-go, o crítico, o editor, o escritor «maldito». É pena. [João Pedro George, “Puta Que os Pariu! A Biografia de Luiz Pacheco”. Tinta-da-China, 2012.]

FILMES . Na cidade de To-ronto, Canadá, Scott Pilgrim (o genial Michael Cera) namora com uma liceal, faz parte de uma banda e joga videojogos. No resto do tempo, preguiça no apartamento que partilha com o seu amigo gay Wallace (Kieran Culkin). A sua vida é simples, mas marcada por um coração destroçado. Isto, claro, até ao dia em que uma nova ra-

pariga surge na cidade: Ramo-na Flowers (a belíssima Mary Elizabeth Winstead – e quem o poderá julgar?). A partir daí tudo se complicará. Ramona, ela própria, é atormentada por uma certa bagagem emocional da qual tenta fugir (e sim, é um eufemismo). Para a conquistar, Scott não terá outro remédio senão enfrentar o passado de ambos, e no caso especí-fico de Ramona, de lutar (de forma literal) contra os seus sete maléficos ex-namorados determinados em controlar a sua vida amorosa. Nota curta: “Scott Pilgrim vs. the World” é a adaptação cinematográfica da novela gráfica criada por Bryan Lee O’Malley. Nota longa: com uma estética de cultura pop / rock que mistura ares de videojogo e romance gráfico, este é tão só um dos mais bri-lhantes e divertidos produtos cinematográficos dos últimos

anos, que demonstra de for-ma talentosa a necessidade de enfrentar o passado para que se possa viver o futuro. [“Scott Pilgrim vs. the World”. Director: Edgar Wright. 2010.]

MÚSICA. Por norma, não me considero que grande aprecia-dor de música electrónica –ca-racterizemo-la assim, de forma redutora e vagamente depre-ciativa. É claro que existem excepções: Daft Punk, Apollo 440, Rob Dougan (um peque-no génio) e, claro, AIR, a dupla francesa composta por Nicolas Godin e Jean-Benoit Dunckel. Não foi necessário muito para que AIR me conquistasse: di-gamos um filme, “The Virgin Suicides” de Sofia Coppola, e uma música em particular que o embalava, “Playgroud Love”. (E seria necessário mais?) Ago-ra, como na altura, é uma obra cinematográfica quem despo-leta do duo uma nova composi-

ção musical – um cruzamento à sua medida, diga-se. Esta é uma versão estendida de uma banda sonora originalmente criada para acompanhar a recente re-edição restaurada do já clássico “Le voyage dans la lune” (1902) de Georges Méliès, e ao qual, naturalmente, este novo álbum vai retirar o seu nome. Não se pense no entanto que tal facto restringe a obra: com ou sem filme, este é um álbum que se ouve com o mesmo desmedido deleite. [AIR, “Le Voyage dans la Lune”. Virgin, 2012.]

Tiago Apolinário BaltazarEstudante Universitário

NR

19

FEV

20

12

"Na mesa-de-cabeceira"

Luís Teixeira lança livro sobre movimento ecologista português

FICHA TÉCNICA:Propriedade e Editor: Prima Folia - Cooperativa Cultural, CRL . Morada: Rua Fran Paxeco nr 178, 2900 Setúbal . Telefone: 963683791/969791335 . NIF: 508254418 . Director: António Serzedelo . Subdirector: José Luís Neto, Leonardo da Silva Consultores Especiais: Fernando Dacosta e Raul Tavares . Conselho Editorial: Catarina Marcelino, Carlos Tavares da Silva, Daniela Silva, Hugo Silva, José Manuel Palma, Maria Madalena Fialho, Paulo Cardoso . Director de Arte: Dinis Carrilho . Consultor Artístico: Leonardo Silva . Morada da redacção: Rua Fran Pacheco n.º 176 1.º andar 2900-374 Setúbal . E-mail: [email protected] . Registo ERC: 125830 . Depósito Legal: 305788/10 . Periodicidade: Mensal . Tiragem: 45.000 exemplares . Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro

CA

PA D

O L

IVR

O, V

ER

DE

S A

NO

S

“ (...) o problema do ambientalismo político é que todos os outros partidos o querem, mas nenhum quere-o demais

Page 17: Semmais 25 Fevereiro 2012

07 NR

19

FEV

20

12

Na tarde de 29 de Janei-ro de 2012, no Cine-Teatro S. João, em Palmela, decorreu o 15.º Festival da Canção Infanto Juvenil de Palmela, organiza-do pelo Grupo de Animação e pelo Teatro Espe-lho Mágico, onde se aproveitou para prestar uma justís-sima homenagem a Victor Serra. Victor Serra, recentemen-te falecido, foi uma pessoa intimamen-te ligada ao desen-volvimento cultural e às causas políti-cas, em Setúbal. In-trinsecamente ligado ao Cír-culo Cultural de Setúbal, poeta talentoso, crítico de pena afia-da, não era particularmente estimado pelo meio político e cultural mais conservador.

Esquerdista assumido, encar-nava em si toda uma tradição anarco-sindicalista e libertá-ria, que tanto modelou Setúbal desde finais do Século XIX.

A sala estava muito bem c o m p o s t a , o q u e a p r a z r e g i s t a r. O evento teve início com o “Fei t iceiro de Oz” , peça que venceu o Concurso Nacional de Teatro da Fundação Inatel. Tr a t a - s e d e u m a adaptação livre de Céu Campos da cé-lebre obra de Frank Baum. A peça é um

musical em torno do valor da amizade, destinada a uma fai-xa etária infantil, entre os 4 e os 12 anos de idade. A cenogra-fia merece rasgado elogio, bem como a caracterização, que é

fiel a uma obra clássica, que bem deve ser conhecida pelas gerações mais novas.

O concurso decorreu com naturalidade, havendo algu-mas interpretações de monta, mas onde prevaleceu o espí-rito de partilha sobre a com-petitividade, tendo sido ainda declamados alguns poemas de Victor Serra, que ali congre-gou gentes das mais diversas áreas cul turais e pol í t icas , demonstrativo do reconhe-cimento pelo seu relevante contributo e obra.

José Luís [email protected]

A atitude de Vasco Graça Moura de impor aos funcionários do Centro Cultu-ral de Belém que fosse retirado dos com-putadores o corrector ortográfico com o novo Acordo Ortográfico continua a ser celebrada em alguns fóruns como um “acto de resistência” em relação ao controverso acordo. Erradamente. Não há “resistência” nenhuma quando se im-põe aos subordinados as suas próprias convicções.

Faz lembrar a célebre “greve dos camionistas”, assim denominada na imprensa, que não era uma greve mas um movimento reivindicativo dos pro-prietários dos camiões. Então, toda a Comunicação Social se esqueceu de que a paralisação também afectou os empregados, os motoristas das viaturas, que não foram tidos nem achados para a perda do seu salário em consequência da falta de actividade que lhes foi impos-ta. Em rigor, tratou-se de um lockout ,

uma paralisação patronal, que, já agora, é proibida por lei em Portugal. No caso de Graça Moura, outra vez: não se tratou de “greve” mas de um lockout... cultural.

Todavia: Acordo ortográfico? “Pára” aí!

Ao contrário de Graça Moura, não é por questões de “patriotismo”... Patrio-tismo? Se querem fazer algo em maté-ria de “patriotismo” sigam o exemplo dos brasileiros: insurjam-se contra as palavras estrangeiras na publicidade, e por aí adiante, sempre que há termos em português. Exijam que a comuni-cação social proteja a língua, para que a “norma” escrita se expanda ao contrário dos anglicismos idiotas com que nos prendam diariamente.

Resiliência aos “brasileirismos”? Só se for para rir, no Brasil há muitos que o criticam e com argumentos menos estúpidos do que o “patriotismo”. Não culpem os brasileiros, deixem-nos em

paz. Os que melhor escrevem em portu-guês fazem-no em português do Brasil, e com o “trema”... e o tal gerúndio que al-guns imbecis acham “brasileiro” porque só conhecem o Alentejo das anedotas.

Não gosto do acordo ortográfico em nome da diversidade - uma espécie de amor à biodiversidade mas com letras. Não vejo nele a distinção saudável das pronúncias portuguesa e brasileira: onde eu lia o cru “diréção” europeu, leio agora “dirêção” porque se avacalhou a sílaba tónica... e já nem me permitem adivinhar em “direção” a pronúncia da “dirêção” brasileira. O Acordo Ortográfico é um híbrido de plástico sem alma. Uma uni-formização que só serve os editores.

Além disso, e sem me meter nos “pormenores técnicos”, não gosto do acordo porque muitas das soluções que propõe são estapafúrdias e “este-ticamente” caricatas, como o “para” que pode ser “pára” e “depende do contexto”...

como os “espetadores” que acho que só deviam existir nas touradas - cujos “espetadores” espero que tenham cada vez menos espectadores.

Por outro lado, pressinto que no fu-turo os nossos estudantes perceberão pior qual a razão por que os ingleses e franceses mantêm o “c” em “direction”, que suspeito que seja a mesma pela qual os castelhano-escritores o fazem em “dirección”.

Perante a evidência (do que é evi-dente - não a tradução errada do equi-valente inglês para “prova” como se vem lendo cada vez mais nas legendas e se ouve nos telejornais) só posso chegar à conclusão de que as academias das três línguas mais faladas pela Humanidade são umas atrasadas ao pé dos ilumina-dos que pariram o acordo.

Regressando ao ídolo “resistente” do momento. Vasco Graça Moura impôs (sublinho: impôs) aos seus subordinados

que não fosse cumprido o acordo. Não gostei porque também não gostaria que o meu patrão me impusesse o contrário. Além disso, estas coisas da resistência só têm pinta quando um gajo arrisca alguma coisa. O que não foi o caso.

PS: Desculpo-me desde já quanto ao atrevimento e à “ignorância técnica” acerca deste assunto. Vejam a coisa deste modo: não é preciso ser mecânico para conduzir um carro, pois não? Mas há que, mesmo assim, ter o cuidado de vi-giar o nível dos fluidos debaixo do capot – assim mesmo, em francês e em itálico.

José Tavares da Silva

CULTURA

Homenagem a Victor Serra

Resistência ou Lockout cultural?

PUBLICIDADE

Pintura decorativa de interiores e exteriores - Conservação e restauro de Pintura Mural

A&DArte e DecoraçãoJosé Paulo B. Nobre

[email protected] tm: 963106106 Rua do Pincho nº 10 - 2250-055 Constância

No Cine-Teatro S. João

FAC

EB

OO

K.C

OM

/VIC

TOR

BO

KA

GE

“ Victor Serra, recentemente falecido, foi uma pessoa intimamente ligada ao desenvolvimento cultural e às causas políticas, em Setúbal

Gerson Santos no Festival da Canção

A 10 de Março de 2012 terá lugar o 48.º Festival da Canção, promovido pela RTP. Um ano após este ter sido profundamente marcada por “A Luta é Alegria” de “Os Homens da Luta”, esta edição irá apresentar doze finalistas dos 400 que se apresentaram. Dos doze, três vieram por entrada automática, mercê de terem ga-nho concursos que davam aces-so directo caso de “Operação Triunfo”, “Você na TV” e “Ídolos”. O júri, composto por Fernando Martins, Ramon Galarza e José Poiares, seleccionou os restantes nove intérpretes, onde se conta Gerson Santos, jovem cantor se-tubalense, que já antes se havia feito notar. Propomos, portanto, um grande apoio a este menino de dezoito anos através da associa-ção a http://www.facebook.com/gersonmelosantos.

José Luís [email protected]

Page 18: Semmais 25 Fevereiro 2012
Page 19: Semmais 25 Fevereiro 2012

11S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

[ BARREIRO ] [ MONTIJO ]

[ MOITA ]

“SARAMAGO: um olhar brasileiro sobre o Homem e a Obra” é o nome da terceira conferência do Projecto Oficina Saramago, que se realiza no dia 29, na Biblioteca Municipal Bento de Jesus Caraça.

A conferência será profe-rida por Susana Ventura, Doutora em Estudos Compa-rados de Literaturas de Língua Portuguesa, profes-sora na Universidade de São Paulo.

Após a conferência, a Associação Cultural GRIOT protagonizará o momento “Saramago Spoken Words”, com a apresentação de “Minha pátria…”, em dança contemporânea. Dar a conhecer a vida e obra de José Saramago, a impor-tância dos seus temas de escrita e da sua estética, bem como as grandes causas que dominaram as suas inter-venções como cidadão e escritor é um dos principais propósitos do Projecto

Oficina Saramago, que a Câmara está a desenvolver em conjunto com o muni-cípio do Barreiro, a Coope-rativa Cultural e Popular Barreirense e a Escola Secun-dária de Santo André, que

integra a comissão coorde-nadora.

As inscrições são gratuitas e podem ser efec-tuadas por telefone ou pelo e-mail [email protected].

ESTE sábado, o ministro da Saúde vai estar no concelho para presidir à inauguração de uma nova Unidade de Saúde Familiar no Barreiro, pertencente ao Agrupamento de Centros de Saúde Arco Ribeirinho.

Esta nova unidade, a funcionar num espaço de 900m2 cedido gratuitamente pelo Grupo Jerónimo Martins, vem permitir a atri-buição de médico de família a 7.096 utentes que até agora não tinham médico assis-tente atribuído.

A Unidade de Saúde Familiar (USF) Ribeirinha vem permitir a atribuição de

médico de família a 7.096 utentes, ficando 100% dos utentes da freguesia de Verderena com médico de

família e permitindo ainda a atribuição de médico de família a 4.149 utentes da freguesia do Alto Seixalinho.

Até ao final de 2012 esta unidade integrará um total de 12.250 utentes.

O investimento realizado pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) foi de cerca de 258 mil euros para o apetrechamento e climati-zação, tendo o Grupo Jeró-nimo Martins investido cerca de 300 mil euros na remo-delação e adaptação do antigo espaço comercial. As insta-lações foram gratuitamente cedidas por este grupo, um espaço de 900m2 onde vai trabalhar uma equipa cons-tituída por 7 médicos, 7 enfer-meiros e 5 administrativos.

REPRESENTAR Portugal no Rio de Janeiro, em Junho de 2012, é o desafio lançado pela IAAI–International Association for the Advan-cement of Innovative Appro-aches to Global Challenges

aos jovens de todo o mundo. Em Portugal, este con -

curso conta com a organi-zação da escola de música TEMPUS, que fará a ligação com a equipa internacional, e com o apoio da Câmara

do Barreiro ao nível da divulgação.

Até 18 de Março, o concurso encontra-se aberto em duas categorias: jovens até aos 14 anos e dos 15 aos 30 anos. Os interes-

sados deverão apresentar canções que apelem à parti-cipação de todos na cons-trução de um futuro melhor, sobretudo relativamente aos temas centrais da Cimeira Terra.

Jovens convidados a construir futuro sustentável

Ministro quer tratar da saúde’ a mais de sete mil utentes do concelho

Paulo Macedo inaugura a nova unidade de saúde familiar

Os lotes em hasta pública situam-se no Montijo e no Afonsoeiro

O GRUPO de Flamenco e Sevilhanas Soledad vai participar no próximo “Às 10h, Tocas à Porta”, esta noite, no Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira.

Neste espectáculo, os ATMA convidam o Grupo de Flamenco da Moita a cele-brar “a união da Guitarra Portuguesa ao fado, mas também a África, à Índia, ao flamenco e a outras topolo-gias ciganas.”

A EXECUÇÃO de obras de manutenção no pavi-mento na Estrada dos Espa-nhóis levou à suspensão do trânsito no sentido rotunda das aves – rotunda do toiro.

A medida vai estar em vigor até ao dia 2 de Março, avisa a autarquia, dona da obra.

Vida e obra de Saramago vistas à lupa na biblioteca

Sevilhanas no fórum

Freguesia muda trânsito

Da literatura à intervenção política abre discussão académica

DR

SEIS lotes de terreno municipal vão estar à venda a 16 de Março, em hasta pública, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

A autarquia montijense, proprietária destes seis lotes de terreno (cinco situados na freguesia do Montijo e um na freguesia do Afonso-eiro), pretende, com esta operação, «obter receitas de acordo com o previsto no Orçamento para 2012».

No total, a Câmara espera arrecadar uma verba supe-rior a 1 milhão e 700 mil euros com esta hasta pública. Os valores de cada lote têm em conta a actual conjun-tura económica/financeira

e o facto do desequilíbrio acentuado entre a procura e a oferta no mercado imobi-liário ter provocado uma desvalorização do valor/m2 das áreas de construção e respectivos lotes para cons-trução.

A realização desta hasta pública foi aprovada, por unanimidade, na reunião de câmara de 8 de Fevereiro.

O processo da hasta pública pode ser consultado, durante o horário de expe-diente, na Divisão de Gestão Financeira da Câmara do Montijo, localizada no edifício dos Paços do Concelho, na Rua Manuel Neves Nunes de Almeida.

Câmara vende terrenos para encaixar quase2 milhões

DR

DR

ESTE sábado abre ao público exposição “Arte Pública: um percurso pelo concelho”, na Frente Ribei-rinha.

Em 15 painéis, per -correm-se esculturas (peças abstractas), estátuas e bustos de grande variedade de formas e géneros. Parte delas executadas por conceitu-

ados artistas, grandes nomes na esfera nacional e inter-nacional, algumas resul-tantes do protocolo cele-brado entre a autarquia e a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, com o objectivo de divulgar a escultura cerâmica e enri-quecer o município com obras de arte urbana.

UM HELICÓPTERO e vários operacionais da Base Aérea nº6, no Montijo, foram quarta-feira chamados a socorrer um idoso que caiu numa falésia, em Sintra.

O helicóptero da Força Aérea recolheu o

octogenário que, depois de estabilizado pelos bombeiros e pelo INEM, foi levado para a base aérea do Montijo, de onde seria transportado para o hospital por uma equipa de emergência médica.

Arte Pública revisita estatuária do concelho

Helicóptero da BA6 resgata idoso em Sintra

Page 20: Semmais 25 Fevereiro 2012

12 S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

[ SETÚBAL ] [ PALMELA ]

[ ALCOCHETE ]

A BANDA sinfónica da GNR, dirigida pelo maestro Armindo Pereira Luís, actua

este domingo, dia 26, às 21 horas, na Sociedade Huma-nitária de Palmela, com entrada

livre. Este concerto marca o arranque das comemorações dos 10 anos de existência do

Conservatório Regional de Música de Palmela, que acolhe cerca de 1 500 alunos.

JÁ FOI publicado em Diário da República este mês o projecto de decisão relativo à classificação do Teatro S. João, como Monumento de Interesse Público, pelo IGESPAR. A decisão integra a fixação de uma Zona Especial de Protecção (ZEP), para asse-gurar a protecção do edifício e da sua envol-vente.

A consulta termina a 27 de Março e as observações devem ser apresentadas junto da Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo. Caso não sejam apresentadas observações, a classificação e a ZEP serão publicadas em Diário da República, tornando-se efectivas e abrangendo,

a partir dessa data, os imóveis aí incluídos. Reaberto em 1991, depois da compra pela autarquia,

o teatro foi alvo de uma de recuperação no final de 2009, de forma a dotá-lo de melhores condições.

IGESPAR classifica Teatro S. João de interesse público

Concerto da banda da GNR vai brilhar na Humanitária

NO PRÓXIMO dia 3 de Março, pelas 22 horas, no auditório do Pinhal Novo, a convite da Acção Teatral Artimanha (ATA), grupo de teatro do Pinhal Novo, o grupo local Dialecto apresenta o seu novo trabalho de originais “Aromas”.

O grupo apresenta-se no Pinhal Novo após ter marcado presença, no passado dia 10, no programa televisivo “Portugal no Coração”, onde tiveram a oportuni-dade de apresentar duas músicas do novo álbum. Os ingressos custam cinco euros.

Dialecto apresenta novo disco

A consulta pública do processo termina a 27 de Março

DR

ANTÓNIO Tapadinhas é o mais recente escritor alco-chetense, tendo lançado à estampa, na semana passada, o livro Sargos para o Jantar.

Um livro que o autor descreve sobre o finito e o infi-nito, a camaradagem e a amizade. «Com descrições

fulgurantes sobre a incompa-rável beleza do mar ou até mesmo sobre os enigmas que assombram as nossas mentes, António Tapadinhas convida o público a desvendar as possí-veis leituras deste livro e a enfrentar os desafios que a vida nos coloca», diz a autarquia,

que apadrinha a obra literária. Sargos para o Jantar é o

primeiro livro de António Tapadinhas. A escrita e a pintura sempre foram as duas paixões deste autor, também cronista regular de um jornal e blog que mantém até aos dias de hoje (http://semargens.

blogspot.com). A sua activi-dade em favor da cultura tem sido reconhecida com diversos prémios, com destaque para o Título e Diploma de Acadé-mico Correspondente da Academia Metropolitana de Letras, artes e Ciências, AMLAC de São Paulo, Brasil.

A ÁREA de estaciona-mento público na Rua dos Descobrimentos, na Urbani-zação dos Flamingos, está a ser alvo de uma intervenção para reordenamento do esta-cionamento no sentido de serem criados mais lugares para os veículos automóveis.

Esta obra teve início na semana passada e está a ser executada por adminis-tração directa pelos serviços da Divisão de Obras Municipais e Rede Viária que, segundo explica a autarquia, «vão criar as condições para que o esta-cionamento passe a estar ordenado de forma trans-versal, numa urbanização

que, para além da função habitacional, dispõe de vários estabelecimentos de serviços e cafetaria».

Já no início deste ano, a Rua Dr. Luís Cebola, que

confina com a Escola Secun-dária de Alcochete, benefi-ciou de uma intervenção destinada à ampliação da área de estacionamento, numa zona que regista um

elevado fluxo diário de auto-mobilistas, com criação de doze lugares para estacio-namento, com salvaguarda de uma área de passeio para os peões.

Estacionamentos vão para obras

António Tapadinhas lança nova obra literária

As vias estão condicionadas, mas os moradores vão passar a ter mais qualidade de vida

DR

O MERCADO social da Bela Vista, plataforma logís-tica com funções de captação, armazenamento e redistri-buição de bens materiais não perecíveis na comunidade envolvente, é o novo equipa-mento que o município está a criar naquele bairro.

O projecto está avaliado em cerca de 200 mil euros, integra o programa Rege-neração Urbana da Bela Vista e Zona Envolvente (RUBE), permite aumentar o reapro-veitamento de recursos, numa gestão partilhada entre a autarquia e instituições particulares de solidarie-dade social.

O futuro equipamento tem como funções a captação e armazenamento de bens não perecíveis, como vestu-ário, material escolar, móveis e electrodomésticos, para posterior distribuição. O abas-

tecimento de lojas sociais já existentes ou que venham a ser criadas por instituições particulares de solidariedade social é uma das tarefas deste projecto, que pretende contri-buir para a supressão de necessidades básicas de famí-lias em dificuldade.

O mercado assegura, ainda, o acesso de forma condigna a estes bens, apoiando de maneira mais eficaz e responsável outras necessidades fundamentais da comunidade, como as condições de habitabilidade ou de acesso à educação, essenciais à consolidação de um percurso de inserção. Além da função de entreposto social, o equipamento fica apto para o desenvolvimento de outros serviços em prol da comuni-dade, como uma lavandaria e uma oficina para a execução de pequenas reparações.

O Teatro Animação de Setúbal (TAS) vai estrear no próximo dia 1 de Março, às 21h30, nas instalações do Teatro Estúdio Fonte-nova, na Quinta Alves da Silva, a sua 118.ª produção, intitulada “Pandora Boxe”, um texto original de Rui Zink, adaptado e dirigido por Carlos Curto.

A peça conta a história de uma mulher e de um homem que sonharam com

o “amor e uma cabana”, mas há sonhos que convém rezar para que não se tornem realidade.

As interpretações estão a cargo de José Nobre, Sónia Martins e Duarte Victor, os figurinos são da autoria de Zé Nova, e o espaço cénico e figurinos pertencem a Luís Valido. Os espectáculos prosse-guem a 2, 3, 9 e 10 de Março, às 21h30.

TAS estreia “Pandora Boxe” no Fontenova

Ped

ro V

ieir

a

Município avança com mercado social na Bela Vista

Page 21: Semmais 25 Fevereiro 2012

13S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

[ LITORAL ]

PROMOVER novos projectos e divulgar a criatividade de jovens com talento, é o que pretende a Câmara Municipal de Grândola com o 6º Concurso de Musica Pop/Rock Grândola 2012.

As inscrições estão abertas até 2 de Março, para todas as bandas ou artistas em nome individual, que não tenham editora nem qual-

quer trabalho discográfico editado.Os participantes devem apre-

sentar três temas da sua autoria, escritos e cantados em qualquer idioma, podendo um ser instru-mental.

Os cinco projectos reve-lação seleccionados sobem ao palco e mostram o que valem, num espectáculo final agen-dado para 23 de Março, a partir das 22h00 no Parque de Feiras e Exposições.

Os finalistas da noite vão ser avaliados por um júri atento quanto à interpretação musical, originali-dade, textos e performance em palco.

O 6º Concurso de Musica Pop / Rock integra o programa do Fórum da Juventude, que decorre de 3 a 24 de Março, e inclui na agenda várias actividades: concerto com os Long Play, DJs, café concerto, sessão fotográfica com Micael Dourado, cinema, expo-sição de fotografia e ateliers de culinária..

NO PRÓXIMO dia 11 de Março, pelas 9h00, a COFESMAR orga-niza a 2ª Edição da Caminhada Comemorativa do Dia Interna-cional da Mulher.

A organização indica que o percurso é de dificuldade média e contempla 11 quilómetros. As inscrições decorrem até dia 4 de Março.

A concentração será feita no Largo do Chafariz, em Ermidas-Sado, com partida às 9.15

Para a 2ª Caminhada Come-morativa do Dia Internacional da Mulher. À uma da tarde está previsto um Almoço-Convívio no Vitória Futebol Clube Ermidense.

A organização do evento está a cargo da COFESMAR - Comissão de Festas de Santa Maria, com o apoio da Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa de Ermidas-Sado, Junta de Freguesia de Ermidas-Sado, Vitória Futebol Clube Ermidense.

Pop-Rock promete agitar juventude da vila morena

Caminhada de Santiago assinala Dia da Mulher

A CÂMARA de Sines transmitiu ao Governo a sua preocupação pelo «abate maciço de árvores» na zona industrial, alertando que protegiam e reduziam a propa-gação da poluição atmosférica e a intensidade dos maus cheiros.

O município liderado por Manuel Coelho sublinha, em comunicado, que «o abate de árvores mais preocupante registou-se na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS)».

Estas áreas são, precisamente, consideradas pelos técnicos am -

bientais como «cortinas florestais de protecção e redução da propa-gação da poluição atmosférica e da intensidade dos maus cheiros que se têm sentido em Sines», acrescenta o executivo sineense.

A autarquia adiantou que esta preocupação já foi transmitida ao Governo, numa reunião entre a vereadora do Ambiente, Carmen Francisco, o secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, e o director regional das Florestas, Carlos Ramalho.

OITO indivíduos, entre os 18 e os 49 anos, foram quarta-feira detidos pela GNR em Santiago do Cacém e Sines por suspeitas de tráfico de droga, tendo sido apreendidos cerca de 7,5 quilos de haxixe.

De acordo com a guarda, as deten-ções ocorreram durante uma operação que envolveu mandados de busca nas cidades de Sines e Vila Nova de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém.

Diz a mesma fonte, que foram cumpridos 10 mandados de buscas domiciliárias e dois mandados de buscas não domiciliárias, no âmbito de um processo de inquérito por tráfico de estupefacientes do Desta-camento Territorial de Santiago do Cacém.

A ASSOCIAÇÃO de Agricul-tores do Distrito de Setúbal e os pequenos e médios agricultores produtores de arroz que não possuem secadores manifestam surpresa pelo Governo anunciar a venda em hasta pública do centro de secagem em Alcácer do Sal, interrompendo um processo de cedência aos actuais utilizadores.

Os produtores lembram que, em 2003, pela mão do então ministro da Agricultura Sevinate Pinto, foi determinado que os centros de secagem da Ex-EPAC fossem colo-cados ao serviço dos agricultores produtores de arroz sem secadores próprios, da Herdade da Comporta e Vale do Sado

Os centros de secagem de Alcácer do Sal e Aguas de Moura, colocados ao serviço dos pequenos e médios agricultores que não têm secadores, terão contribuído «para que a situação não fosse ainda mais grave do que é, pois como é sabido após a extinção da EPAC os pequenos e médios agricultores ficaram ainda mais na mão de inter-mediários e industriais para as operações de secagem e armaze-nagem», afirma a associação.

Daí considerarem que a decisão governamental de vender em hasta publica os centros de secagem tem «contornos inaceitáveis de discrimi-nação politica negativa e de favore-cimento, dado que em relação a mais de uma dezena de silos e secadores cujos processos foram iniciados ao mesmo tempo que este foram cedidos

a agricultores e associações com reconhecida e robusta capacidade económica». «Estamos alegadamente perante um processo de fraude social, económica e politica de favoreci-mento e contornos obscuros que põe em causa para além de direitos adqui-ridos pelos pequenos e médios agri-cultores, a liquidação deste serviço

é um roubo de uma estrutura ligada ao aparelho produtivo aumentando ainda mais o flagelo do desemprego, da miséria, da desertificação pondo em causa o direito a produzir e a necessidade de se produzir cada vez mais para combatermos o nosso défice agro-alimentar de 4000 milhões de euros ano», denunciam.

Produtores de arroz contestamvenda do Centro de Secagem

Abate maciço de árvores preocupa Câmara de Sines

GNR caça traficantes

Produtores acusam Governo de lhes tirar os meios de subsistência

DR

Grândola dá espaço à criatividade

DR

DR

Sito do Cartório na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em Setúbal Certifico, para efeitos de publica-ção que no dia vinte de Fevereiro de dois mil e doze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justifi-cação, a folhas 7 do livro 240 – A, de escrituras diversas, na qual: ____________________António Alberto Rodrigues de Carvalho, casado sob o regime da comunhão de adquirido com Maria Noémia Quinteiro Gonçal-ves de Carvalho, residente Rua Dr. Vasco Moniz, n.º 15, 5º B, Vila Franca Xira, contribuintes números 164592954 e 164592946, justificou a posse do direito de propriedade do prédio rústico, composto de ter-ras de semeadura com a área de cinco mil setecentos e sessenta metros quadrados, sito no Corte das Pereiras, freguesia de Sarilhos Grandes, concelho de Montijo, que confronta do norte com caminho de serventia, Herdeiros de José Ma-nuel Fernandes Ferreira e Vitorino Augusto Nascimento Gonçalves, sul com Herdeiros de Fernando Tavares da Rocha, nascente com Júlio de Carvalho, e do poente com Veleda Conceição Silva, des-crito na Conservatória do Registo Predial de Montijo sob o número mil seiscentos e dez, da referida freguesia, inscrito na respectiva matriz sob parte do artigo 42, da secção F, anteriormente artigo 152; e ____________________Júlio de Carvalho, casado com Hortênsia dos Santos Seixo de Carvalho sob o regime da separa-ção de bens, residente na Estra-da dos Quatro Marcos, Sarilhos Grandes em Montijo, contribuinte número 148201121, justificou o direito de propriedade do prédio rústico, composto de terras de se-meadura com a área de cinco mil setecentos e sessenta metros qua-drados, sito no Corte das Pereiras, ou Malpique, freguesia de Sarilhos Grandes, concelho de Montijo, que confronta do norte com Vitorino Augusto Nascimento Gonçalves, sul com Herdeiros de Fernando Tavares da Rocha, nascente com Vitorino Augusto Nascimento Gon-çalves, com o próprio e Hortênsia dos Santos Seixo Carvalho, e do poente com caminho de serven-tia e António Alberto Rodrigues de Carvalho, descrito na Conservató-ria do Registo Predial de Montijo sob o número mil quatrocentos e quarenta e dois, da referida fregue-sia, inscrito na respectiva matriz sob parte do artigo 42, da secção F, anteriormente sob parte artigo 153._____________

Está conforme. _______

Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D em Setúbal, 20 de Fevereiro de 2012.

A Notaria

Cartório Notarial de SetúbalNotária

Maria Teresa Oliveira

Pub.

Page 22: Semmais 25 Fevereiro 2012

14 S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

+ Desporto

«Vamos ficar nos nacionais»

Pragal nomeia delegado á federação de judo

Milhares correram na Mata da Machada

Hugo Leal dá receita para a vitória

O presidente da direcção do Grupo Despor-tivo Alcochetense,

Carlos Cortes, não dúvida: «com maior ou menor difi-culdade a nossa equipa vai conseguir manter-se no campeonato nacional».

Por esta altura, quando faltam três partidas para a conclusão da fase regular do campeonato, a equipa de futebol ‘verde e branca’ segue no penúltimo lugar da classificação da Série E, tem o pior ataque da prova (20 golos) e já não vence há oito jogos, o que equivale a dizer desde 11 de Dezembro do ano passado.

Nesta época que fica marcada pela histórica pres-tação na Taça de Portugal, onde os alcochetenses chegaram à IV eliminatória, depois de afastarem a União

de Leiria, uma despromoção para os distritais seria um duro revés para o clube. «Não esperávamos estar nesta situ-ação, que não é condizente com a estrutura que planifi-cámos», garante o dirigente.

Na base dos argumentos para a situação complicada que o futebol alcochetense vive, Carlos Cortes aponta a «falta de eficácia». «Logi-camente que o acumular desta série negativa não é

factor de moralização da equipa. O que tem faltado é uma vitória para renovar a moral e encetar o caminho dos resultados positivos, porque acreditamos que vamos ficar nos nacionais».

Confiança no novo treinador

A sorte que o Alcoche-tense procura é a mesma do treinador Nuno Guia, o segundo da época, em quem a direcção confia para segurar a equipa nos nacionais. «Vejo empenho e vigor no trabalho que desenvolve e está a sentir o clube por dentro e muito motivado para conse-guirmos o objectivo da manutenção», elogia.

Este domingo, a equipa do Alcochetense desloca-se ao terreno do Eléctrico de Ponte de Sôr.

O PRESIDENTE da di -recção do Centro de Cultura e Desporto do Pragal/Almada, António Ribeiro, vai ser o delegado em representação dos clubes do distrito de Setúbal na Assembleia-Geral da Federação Portu-guesa de Judo.

A indicação do em -blema almadense para nomear o delegado dos clubes da região decorre de vários factores, entre número de atletas, parti-cipação em competições e respectivos resultados, entre outros, que colocam o Pragal na liderança do ranking regional de clubes.

Nelson Trindade, di -rector técnico distrital, assume igualmente funções de delegado na AG fede-rativa em nome dos trei-nadores nacionais.

Refira-se que a Asso-ciação Distrital de Judo de Setúbal está representada por dois delegados.

COMO de pão para a boca, a equipa do Vitória de Setúbal precisa de se alimentar de pontos para almejar a manutenção na Liga. Para o médio sadino Hugo Leal, um triunfo amanhã, às 16 horas, frente ao Beira-Mar é tido como ingrediente muito impor-tante para concretizar a receita vitoriana.

Na antevisão ao jogo, Hugo Leal rejeita rotular o desafio de tudo ou nada. «É muito importante. Somos o último classificado e o nosso adversário está apenas três pontos à nossa frente. É um jogo em que temos a oportunidade de sair de onde estamos e é esse

o nosso objectivo», destacou.Para levar de vencido o

opositor, o médio sadino

destaca a importância de não sofrer golos. «Mantendo a coesão defensiva e não permitir que o Beira-Mar marque é fundamental». Se assim for, o jogador vitoriano confia que o triunfo fica mais perto. «Vamos ter as nossas oportunidades de marcar e queremos fazê-lo».

Em situação complicada o apoio dos adeptos é deter-minante. A garantia de que o ‘verde e branco’ estará bem visível em Aveiro é motivador. «É um aspecto muito posi-tivo e agradecemos a moti-vação que os vitorianos nos transmitem com esse facto. Sentir a sua presença nas bancadas vai dar-nos ainda mais motivação», elogiou.

O CORTA-MATO Escolar da Penín-sula de Setúbal 2011/12, realizado no espaço verde de eleição da Mata da Machada, no Barreiro, envolveu mais de três mil participações.

Numa jornada de grande mani-festação despor-tiva com o atle-tismo em destaque, a competição ju -venil contou com alunos de 83 escolas da Penín-sula de Setúbal.

Judo da região mostra força em competições nacionaisOs judocas Miguel Guerreiro, da AIRF Almadense, em -66 kg, e João Martinho, Vitória FC, -73kg, são os novos campeões nacionais de cadetes. Carina Gouveia, da SFUA, Pinhal Novo, venceu a categoria de -63 kg, no Torneio Nacional da Federação.

Juventude Azeitonense joga para a Taça de PortugalA equipa da Juv. Azeitonense recebe esta noite, às 21 horas, os açorianos da União Micaelense, em jogo antecipado da II eliminatória da Taça de Portugal, em hóquei em patins. O HC Grândola já havia garantido vaga na fase seguinte da prova.

Nestes primórdios de 2012, lutando por uma classificação

condigna com as suas nobres tradições, o Vitória de Setúbal lançou na sua equipa de honra mais dois muito jovens jogadores que se juntaram ao promissor médio-ala Mendes, estreante ainda em finais de 2011. Seus nomes de ‘guerra’: Kiko e Gonçalo Dias, ambos de 18 anos e de boa ‘pinta’ como sói dizer-se.

Nos campeonatos nacio-nais de juniores e juvenis, as equipas vitorianas vão bem classificadas, mere-cendo o natural carinho do público vitoriano, apesar das crescentes dificuldades de recrutamento regional.

Apostando na sua gente, na denominada ‘prata da casa’, o Vitória tem vindo a regressar ao bom caminho de outros tempos quando tinha sempre representantes seus nas Selecções o que mais recentemente não tem acontecido para mágoa do meu excelente amigo Nicolau da Claudina, verda-deira ‘alma-mater’ do futebol jovem dos sadinos.

É a pensar na sua bonomia e peculiar perso-nalidade que redijo esta crónica de sugestivo e efusivo título.

E também se nos afigura oportuno lembrar que um dos actuais respon-sáveis das equipas jovens de Portugal, a dos sub-17 (juvenis) é Hélio de Sousa, ‘produto’ vitoriano, de exemplar carreira como jogador e cidadão. Foi campeão mundial na Arábia Saudita, em 1989 e brilhou como titular do ‘seu’ Vitória onde se fez jogador e Homem.

Estou certo que o Hélio vai gostar deste texto que alguém lhe fará chegar às mãos. E vamos ficar atentos às próximas convocató-rias para as Selecções jovens, desde a dos sub-20 a preparar-se para a 40ª edição do Festival de Toulon (Maio/Junho) até às dos sub-15 e 16 onde

pontifica Filipe Ramos, companheiro de Hélio Sousa na notabilíssima proeza de 1989.

Por agora é apenas Mendes, júnior do Vitória integrado nos seniores, a marcar presença interna-cional para orgulho das hostes sadinas.

Mas vai haver mais gente em planos de evidência à escala das Selecções nacionais. Estamos certos disso e propomo-nos, desde já, a comungar a satisfação sentida por vitorianos que são de há muito ‘carolas’ do futebol juvenil, gente fixe, da estirpe de Nicolau da Claudina, Rogério Carvalho, Mário Picoto, Fernando Tomé e o meu ex-pupilo ‘Xico’ Silva.

Pelo que pudemos expor, repetimos a ideia força de que o Vitória está no bom caminho.

O Vitória no bom caminho!

DavidSequerra

Carlos Cortes confia na manutenção alcochetense na III divisão

Sem

mai

s

Hugo Leal quer triunfo sadino

:::::::::: Joaquim Guerra ::::::::::

Sem

mai

sEstou certo que o Hélio vai gostar deste texto que alguém lhe fará chegar às mãos. E vamos ficar atentos às próximas convocatórias para as Selecções jovens, desde a dos sub-20 a preparar-se para a 40ª edição do Festival de Toulon (Maio/Junho) até às dos sub-15 e 16 onde pontifica Filipe Ramos, companheiro de Hélio Sousa na notabilíssima proeza de 1989.Por agora é ap e n a s Me nde s, j ú n ior do Vitór i a i nteg rado nos s e n iore s, a m a rca r pre s e nça i nte r n ac ion a l pa ra org u l ho d a s hoste s s ad i n a s.

Page 23: Semmais 25 Fevereiro 2012

15S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

+ Negócios

Pub.

A ADMINISTRAÇÃO dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) aprovou a alteração do regulamento e tarifário do ancoradouro de Sesimbra no que diz respeito ao estacio-namento anual e mensal, tendo ainda sido prevista a reno-vação automática deste último tipo de estacionamento.

Para maior comodidade do cliente, está contemplada a disponibilização do impresso, tarifário e regulamento na

página da internet da APSS. Ainda nesta óptica, o tarifário inclui a possibilidade de conferir um desconto apreci-ável, no caso do pagamento a pronto da taxa anual de esta-cionamento.

Entretanto, a APSS lançou um concurso para a atribuição de licenças de utilização priva-tiva de três armazéns locali-zados no Trem Naval do porto de Setúbal, em Santa Cata-rina, destinados preferencial-

mente ao exercício de activi-dades relacionadas com o sector portuário, logístico e marítimo ou outras activi-dades complementares.

Os termos do concurso e prazos para a elaboração de propostas podem ser consultados no edital n.º 3/2012, disponível no site da APSS ou contactar a Direcção de Gestão Patrimonial da APSS através do número de telefone 265542000.

Porto sesimbrense mais apelativo

O PORTO de Sines recebeu, no passado dia 17, uma dele-gação da Aicep Portugal Global (APG), liderada pelo seu presi-dente do conselho de admi-nistração, Pedro Reis. Esta visita pretendeu aprofundar o conhe-cimento da capacidade actual e futura do porto de Sines, no sentido de aproveitar as suas potencialidades para o desen-volvimento da economia nacional e, simultaneamente, de o promover internacional-mente através da rede externa da APGl que está presente em mais de quarenta países.

As ligações directas aos principais mercados de produção e consumo mundiais

e a capacidade de expansão do porto de Sines, nomeada-mente no que respeita à carga contentorizada, foram alguns dos assuntos apresentados pela presidente do porto de Sines, Lídia Sequeira, factores que poderão ser uma impor-tante ferramenta na promoção externa de Portugal, nomea-

damente no que respeita à captação de investimento directo estrangeiro

O porto de Sines está asso-ciado a uma vasta zona indus-trial e logística adjacente, oferecendo claras vantagens competitivas para a locali-zação de empresas e tem uma enorme capacidade de expansão em terrenos livres de especulação imobiliária.

A APG é a agência nacional para o investimento e comércio externo, vocacio-nada para o desenvolvimento de um ambiente de negócios competitivo, contribuindo para a globalização da economia portuguesa.

Novo presidente da Aicep Portugal Global visitou o porto de Sines

Tecnopolo esbate assimetrias

O grupo Portucel Soporcel vai promover este ano 22 estágios profissio-

nalizantes, no âmbito da sua politica de recursos humanos e que reflecte um papel dinami-zador na formação de futuros quadros técnicos.

João Ventura, director de pessoal do grupo, acre-dita que esta iniciativa vai «ter reflexos directos no enri-quecimento do mercado de oferta de trabalho nas áreas de negócio em que o grupo está presente». A atribuição destes estágios tem como objectivo contribuir para «a melhoria da qualificação e da empregabilidade dos jovens, no contexto mais vasto e integrado das polí-ticas de modernização da

economia, promoção do emprego e desenvolvimento social», adianta.

Os estágios, que estão a ser divulgados no website da empresa e em estabele-cimentos de ensino, destinam-se a alunos, até aos 30 anos, diplomados do ensino superior universi-tário e politécnico e de cursos técnico-profissionais. A formação decorrerá nas várias áreas de actividade da empresa abrangendo o Instituto de Investigação da Floresta e Papel, localiza-ções florestais e os três complexos industriais do grupo situados em Cacia, Figueira da Foz e Setúbal.

Durante o período de estágio, 22 jovens irão

receber uma formação com incidência profissional activa, facultada através do acompanhamento perma-nente de um formador que ficará responsável pela orientação e avaliação final.

A cada um dos formandos será assegurada a alimentação e transporte, além de um subsídio de estágio, cujo valor varia em função dos níveis do Quadro

Nacional de Qualificações. Ainda este ano, está

prevista também a atribuição de estágios ao abrigo do Inov Contacto, um programa de estágios internacionais promovido pelo Ministério da Economia e do Emprego, que visa apoiar a formação de jovens com qualificação superior em contexto inter-nacional, bem como permitir a transmissão de informação

entre os participantes no Programa através de uma rede informal de conheci-mento e de uma crescente rede de contactos interna-cionais. Ao abrigo deste programa, desde 2006, o Grupo já recebeu 19 estagi-ários portugueses nas suas subsidiárias comerciais da Alemanha, Holanda, Áustria, Espanha, França e Reino Unido.

Portucel avança com 22 estágios profissionais

A nova fábrica de papel, instalada na unidade de Mitrena, tem sido um trunfo da empresa

Sem

mai

s

DR

Comitiva da Aicep e da APS

A SINESTEC Inovação & Conhecimento, responsável pelos projectos colabora-tivos do Sines Tecnopolo, reuniu na semana passada com os seus parceiros euro-peus no âmbito do projecto EIBT SUDOE, na cidade de Bordéus, em França.

Esta reunião teve como objectivos analisar a evolução das acções até agora realizadas pelos parceiros e planear as próximas tarefas a desenvolver no âmbito do projecto.

Neste encontro, os parceiros internacionaisd debateram, também, a imple-mentação do “Guia Metodo-lógico de Apoio à Criação de Empresas de Base Tecnoló-gica”, que será aplicado como experiência piloto até Junho do próximo ano.

O consórcio é composto por seis parceiros que traba-lham em cinco regiões dife-rentes da Europa: Espanha (Navarra, País Basco e Astú-rias); França (Aquitânia) e Portugal (Alentejo).

Page 24: Semmais 25 Fevereiro 2012

S á bado | 2 5. Fev. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Pub.