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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” O DESENVOLVIMENTO MOTOR NA INICIAÇÃO DESPORTIVA DO VOLEIBOL EM CRIANÇAS DE 10 A 12 ANOS PAULA FERREIRA RODRIGUES DA SILVA ORIENTADORA SIMONE FERREIRA CO-ORIENTADORA FÁTIMA ALVES Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O DESENVOLVIMENTO MOTOR NA INICIAÇÃO DESPORTIVA DO VOLEIBOL EM CRIANÇAS DE 10 A 12

ANOS

PAULA FERREIRA RODRIGUES DA SILVA

ORIENTADORA

SIMONE FERREIRA

CO-ORIENTADORA

FÁTIMA ALVES

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O DESENVOLVIMENTO MOTOR NA INICIAÇÃO DESPORTIVA DO VOLEIBOL EM CRIANÇAS DE 10 A 12

ANOS

Rio de Janeiro

2010

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicomotricidade. Por: Paula Ferreira Rodrigues da Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pois sem ele

não conseguiria superar minhas dificuldades. Aos meus

pais e aos meus amigos por sempre me apoiarem e

acreditarem em mim e nos meus sonhos. Aos meus

mestres que tiveram paciência e dedicação em passar e

compartilhar seus conhecimentos comigo, em especial a

Professora Fátima Alves, a Professora Simone e o

Professor Marcus Vinícius.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, pois sempre me

mostraram como é importante ter educação e não importa

seu nível social e sim a sua determinação para conseguir

alcançar seus objetivos.

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RESUMO

O voleibol é um esporte que proporciona uma boa condição motora a criança

que o pratica. Isso já vem sendo observado há algum tempo por diversos

profissionais da área de Educação Física. Esta pesquisa então vem demonstrar

a importância da psicomotricidade na iniciação desportiva e acredita-se que a

sua participação neste processo pode melhorar o desenvolvimento da criança

em todos os aspectos e principalmente neste esporte, o voleibol. Observa-se

que muitas vezes, nesta faixa etária pesquisada, muitas crianças ainda não

adquiriram a sua maturidade corporal e isso acaba dificultando o seu

aprendizado no voleibol. Pela complexidade que este esporte apresenta, esta

monografia terá como base mostrar que a iniciação desportiva se tornará mais

pontuada quando trabalhada junto à psicomotricidade, dentro de seus

conceitos funcionais e relacionais. A educação física, como ação psicomotora e

por meio da educação psicomotora, incentiva a prática do movimento em todo

o transcurso de existência do ser humano. Tal concepção fundamenta-se nos

conceitos da educação permanente, como uma nova forma de evento

educativo que atualmente tende a revolucionar os sistemas educacionais de

todo o mundo. Ela diversifica-se em função das relações sociais, das idéias

morais, das capacidades e da maneira de ser de cada um, além de seus

valores; educa o movimento, ao mesmo tempo em que põem em jogo as

funções da inteligência. A partir dessa posição, pode-se ver a relação

intrínseca das funções motoras e cognitivas e que, também pela afetividade,

encaminha o movimento.

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METODOLOGIA

A pesquisa será composta por pesquisa bibliográfica de livros e

artigos relacionados ao tema proposto e por observações realizadas em

ambientes que praticam a iniciação desportiva. A revisão que será realizada

buscará investigar, objetivar, analisar e esclarecer algumas dúvidas sobre o

assunto pesquisado.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO 1 10

PSICOMOTRICIDADE

CAPÍTULO 2 20

VOLEIBOL

CAPÍTULO 3 26

PSICOMOTRICIDADE E INICIAÇÃO DESPORTIVA

CAPÍTULO 4 34

PSICOMOTRICIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

WEBGRAFIA 43

ÍNDICE 46

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INTRODUÇÃO

A Psicomotricidade é uma ciência que contribui e interage com as

demais ciências existentes, facilitando a compreensão e o entendimento do

desenvolvimento psicomotor através do movimento humano. É através do

movimento que a criança adquire maturação corporal, contribuindo para a

estruturação do seu esquema corporal e as demais funções psicomotoras, tão

importantes para o desenvolvimento pleno do educando. Como a

psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e

estruturação do esquema corporal e este facilitará a orientação espacial. A

educação física e sua relação com a psicomotricidade estão baseadas nas

necessidades das crianças. Com a educação psicomotora, a educação física

passa a ter como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas

as etapas da vida de uma criança.

A melhor maneira que a criança tem de realizar e experimentar

diversos tipos de movimentos é através do esporte. O esporte envolve

inúmeras habilidades e capacidades motoras, possuindo finalidades físicas

competitivas (recreativa ou profissional) e físicas não competitivas (lazer);

sendo que esta última contribui para o desenvolvimento físico, mental e

intelectual do praticante.

Dentre os muitos esportes praticados por crianças o voleibol vem

ganhando destaque, devido aos ótimos resultados apresentados nos últimos

anos nas principais competições esportivas internacionais (Jogos Olímpicos,

Jogos Pan-americanos, Campeonatos Mundiais da modalidade etc.).

O voleibol, apesar da sua enorme popularidade atual, é

considerado por muitos profissionais da área de Educação Física um esporte

que possui uma enorme complexidade de movimentos, pois todos os

movimentos realizados na execução dos fundamentos são totalmente

construídos e não naturais quando comparados com os que o indivíduo

costuma realizar desde pequenos (engatinhar, andar, correr, saltar etc.).

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O trabalho monográfico apresentado tentará demonstrar a

contribuição da psicomotricidade na iniciação esportiva do voleibol através de

uma pesquisa bibliográfica e da prática com a iniciação. Abordará o

desenvolvimento da criança na faixa etária de 10 a 12 anos, em seguida

apresentará as especificidades dos fundamentos do voleibol e quais as

habilidades motoras encontradas em cada um deles. Por fim, justificará como a

psicomotricidade melhorará a execução do gesto esportivo e a percepção da

criança de suas habilidades motoras através do voleibol.

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CAPÍTULO 1

PSICOMOTRICIDADE

Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o

homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas potencialidades de perceber, atuar, agir com o outro, como os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. (S.B.P, 1999)

1.1 O que é Psicomotricidade?

O homem se comunica de diversas formas, sejam elas verbais ou

corporais. E esta comunicação que, está presente em qualquer fase da vida do

indivíduo, é dada através dos seus limites corporais podemos chamar de

psicomotricidade.

A Psicomotricidade assim que surgiu estudava o corpo nos seus

aspectos neurofisiológicos, anatômicos e locomotores através da coordenação

e do sincronismo do corpo do indivíduo no tempo e no espaço. Hoje em dia,

está ligada à consciência corporal do indivíduo e a sua relação com o meio a

sua volta.

Psicomotricidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo da relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção, atende a todas as áreas que trabalham com o corpo e a mente do ser humano [...] (ROCHA, 2004, p. 52)

É uma ciência que estuda o homem em movimento, utilizando o seu

corpo para relacionar-se com o ambiente a sua volta, com o outro e até com

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ele mesmo. Esta utilização do seu corpo tem relação com o desenvolvimento

do indivíduo, obtendo melhorias nos aspectos cognitivos, afetivos e motor.

A psicomotricidade é a posição global do sujeito. Pode ser entendido como a função de ser humano que sintetiza psiquismo e motricidade com o propósito de permitir ao indivíduo adaptar de maneira flexível e harmoniosa ao meio que o cerca. Pode ser entendido como um olhar globalizado que percebe a relação entre a motricidade e o psiquismo como entre o indivíduo e o mundo externo. Pode ser entendido como uma técnica cuja organização de atividades possibilite à pessoa conhecer de uma maneira concreta seu ser e seu ambiente imediato para atuar de maneira adaptada. (MONTEIRO apud DE MEUR Y STAES, 1992).

Na área educacional tenta dar aos profissionais da área

conhecimentos necessários para capacitá-los e auxiliá-los no seu ambiente de

trabalho, para que eles possam desenvolver e colocar em prática a importância

sobre a consciência corporal, facilitando assim o desenvolvimento e a

aprendizagem do indivíduo. A psicomotricidade está ligada a emoção e a

individualidade do ser humano, pois o mesmo usa o seu corpo como

instrumento para revelar tudo o que está sentindo, e quando uma pessoa

possui qualquer tipo de dificuldade motora acaba não conseguindo se

expressar corretamente. A psicomotricidade adquiriu então, uma tradução do

solidário e o singular, entre reflexão e atividade motora.

1.2 Áreas de Atuação da Psicomotricidade

Toda ação humana envolve várias atividades que se complementam. Cada ação está presente em cada movimento realizado. Do mais simples ao mais complexo. Para isso, devemos conhecer seus mecanismos através das experiências e oportunidades oferecidas a criança.

(ALVES, 2003)

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1.2.1 Educação Psicomotora

A educação psicomotora se preocupa com todas as etapas da

aprendizagem da criança. Tem como alvo todas as crianças, de maneira

individual ou coletiva, utilizando-se de procedimentos progressivos que

trabalham todas as etapas do desenvolvimento.

A necessidade da educação psicomotora dentro do contexto escolar

é grande, por conta disso, é proposta logo nas primeiras séries da educação

infantil. As atividades trabalhadas têm como principal finalidade ajudar as

crianças a se organizarem, dando-lhes subsídios para resolverem exercícios de

lógica e análise, ainda ensinando-lhes a se relacionarem com os números.

Para realização do trabalho de educação psicomotora, é importante

considerar que os métodos utilizados devem objetivar a formação inicial e

imprescindível do desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo das crianças.

Para que isso aconteça são utilizadas atividades como os jogos e atividades

lúdicas, que dão oportunidade para criação da consciência sobre o próprio

corpo. Para desenvolver o ajustamento do comportamento psicomotor são

utilizadas atividades recreativas, aumentando assim as aptidões de percepção

das crianças. A recreação também pode ser utilizada para desenvolver controle

mental e motor, mas para que isso aconteça deve-se levar em consideração os

níveis biológicos maturacionais. A melhoria da saúde física, mental e do

relacionamento sócio-afetivo também é atingida através da aprendizagem das

atividades esportivas trabalhadas na recreação dirigida.

O trabalho da educação psicomotora também é importante na

prevenção de problemas relacionados ao tônus, postura, lateralidade e ritmo.

Podemos afirmar, então, que a educação psicomotora, juntamente

com o seu universo de atividades propostas, é a base vital do equilíbrio

humano através da interação do corpo, alma e afetividade, dando impulso à

totalidade do homem.

Segundo Le Boulch (ALMEIDA, 2007, p. 27), defende que:

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A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base da escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares e escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando já estruturadas.

1.2.2 Reeducação Psicomotora

A reeducação psicomotora é a vertente da psicomotricidade que tem

como objetivo principal diagnosticar as causas dos distúrbios, dos atrasos e

das dificuldades psicomotoras apresentadas por algumas crianças, além de

fazer um balanço entre o que foi adquirido e as carências de conhecimento das

mesmas. Tudo isso deve ser levado em consideração antes da fixação de um

programa reeducativo.

O trabalho de reeducação psicomotora tem como alvo as crianças

que apresentam alguma anormalidade nas suas funções motoras. Através de

uma avaliação do perfil psicomotor e utilizando baterias de testes

psicomotores, esta vertente da psicomotricidade ensina a criança a reaprender

e executar determinadas funções. Tudo isso porque o corpo humano e visto

como um instrumento de músculos que, ao ser verificado o mau

funcionamento, deve ser consertado. O trabalho inserido pela reeducação

psicomotora utiliza exercícios de equilíbrio, exercícios de coordenação motora,

atividades lúdicas, exercícios de desenvolvimento motor, entre outros.

No início, existia uma dualidade no se refere à motricidade e os

fenômenos psicológicos como o caráter, ou seja, não se levava em

consideração a criança como um ser que expressava as emoções em suas

ações. Com o passar do tempo, alguns estudiosos começaram a se preocupar

com o desenvolvimento mais global da criança. Um desses estudiosos

chamava-se Aucouturier que dizia:

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Quando falo de globalidade da criança, falo de respeitar seu senso-motricidade, sua sensorialidade, sua emocionalidade, sua sexualidade, tudo ao mesmo tempo, falo de respeitar a unidade de funcionamento da atividade motora, da afetividade e dos processos cognitivos; falo de respeitar o tempo da criança, sua maneira totalmente original de ser no mundo, de viver, de descobrir, de conhecê-lo, tudo simultaneamente (1986, p. 17).

A partir desse momento a reeducação psicomotora toma uma nova

postura frente à criança, preocupando-se com o significado do seu movimento

e passando a compreendê-la e entendê-la como um ser possuidor de

expressão motora.

Com a nova postura aderida pela reeducação psicomotora, a

formação do reeducador foi reformulada baseando-se na formação pessoal,

teórica e prática, sendo uma dependente das outras. Essa mudança foi fixada

para que o reeducador tenha mais competência profissional, isso quer dizer

que, para trabalhar com vivências corporais, afetividade e outras, existe a

necessidade de ter uma formação pessoal. O mesmo acontece com a

formação teórica, que dá embasamento para que o profissional analise,

justifique e reflita em cima dos seus métodos de trabalho e a formação prática

que dá subsídios para vivenciar de maneira concreta, juntamente com as

crianças, os estudos e teorias.

Com base no que foi abordado neste tópico, podemos verificar que,

com o crescimento da reeducação psicomotora os métodos atuais de trabalho

estão muito mais voltados para o desenvolvimento do ser humano como um

todo, objetivando a inserção do mesmo numa realidade mais social e cultural.

1.2.3 Terapia Psicomotora

A Psicomotricidade é uma área cientifica que estuda o psiquismo e a

motricidade num todo global e individual. A Reeducação ou Terapia

Psicomotora envolve mediação corporal em que o psicomotricista compensa a

expressão motora inadequada. Já a Terapia Psicomotora oferece à criança

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vivências físicas, permitindo-lhe progredir no seu aspecto motor e

psicológico. Foca-se na busca e seleção de capacidades únicas de cada

criança para promover suas habilidades nas diversas competências essenciais

para o seu desenvolvimento.

A Terapia Psicomotora atende a crianças consideradas normais e

portadoras de deficiências físicas, com dificuldades de se expressarem

corporalmente, com distúrbios na comunicação e outros. É uma metodologia de

intervenção que tem como objeto o corpo em movimento e a sua expressão

(possibilidades em perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo

próprio), para organizar a atividade cognitiva, a atividade motora e o equilíbrio

emocional. Baseia-se num contexto lúdico e corporal, que utiliza o jogo e o

movimento, como instrumentos privilegiados na promoção do desenvolvimento

psicomotor, do comportamento sócio-emocional e da aprendizagem.

Mello (1989, p.35) cita Désobeau (1982, p.44), pois ela trata da

importância do brincar na terapia psicomotora. Ela diz que: “O brincar é

certamente o modo de expressão e de comunicação privilegiado da criança”,

onde o brincar e o jogar possuem elementos de exploração e prazer através do

diálogo corporal e da vivência emocional e afetiva da criança.

1.3 Elementos da Psicomotricidade Funcional

A psicomotricidade envolve os seguintes elementos principais:

esquema e imagem corporal, coordenação global, equilíbrio, dominância

lateral, orientação espacial e latero-espacial, orientação temporal, coordenação

dinâmica das mãos. Estes elementos são essenciais no desenvolvimento da

criança; são primordiais no processo de ensino-aprendizagem; auxiliam no

conhecimento corporal e a relação com os objetos, fazendo também com que a

criança se organize no tempo e no espaço.

1.3.1 Esquema Corporal

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É um elemento básico indispensável para a formação da

personalidade da criança. É a representação da imagem que a criança tem de

seu próprio corpo. A criança se sentirá bem na medida em que seu corpo lhe

obedece, em que o conhece bem, em que pode utilizá-lo não somente para

movimentar-se, mas também para agir. Uma criança cujo esquema corporal é

mal constituído não coordena bem os movimentos, na escola a grafia é feia, e

a leitura expressiva, não harmoniosa: a criança não segue o ritmo da leitura ou

então para no meio de uma palavra. Segundo De Meur (1989), “uma criança

que se sinta à vontade significa que ele domina o seu corpo, utiliza-o com

desenvoltura e eficácia, proporcionando-lhe bem estar, tornando fáceis e

equilibrados seus contatos com os outros”.

1.3.2 Organização do Corpo no Espaço (Organização Espacial)

É a capacidade de movimentar o próprio corpo de forma integrada,

dentro de um ambiente contendo obstáculos, passando por eles. Movimentos

com rastejar, engatinhar, e andar, irão propiciar a criança o desenvolvimento

das primeiras noções espaciais: perto, longe, dentro, fora. Para De Meur

(1989), “os problemas quanto à orientação temporal e espacial, como por

exemplo, com a noção “antes-depois”, acarretam principalmente confusão na

ordenação dos elementos de uma sílaba”. A criança sente dificuldade em

reconstruir uma frase cujas palavras estejam misturadas, sendo a analise

gramatical um quebra-cabeça para ela. Uma má organização espacial ou

temporal acarreta fracasso em matemática. Com efeito, para calcular a criança

deve ter pontos de referência, colocar os números corretamente, possuir noção

de “fileira”, de “coluna”; deve conseguir combinar as formas para fazer

construções geométricas. Diante de problemas de percepção espacial uma

criança não é capaz de distinguir um “b” de um “d”, um “p” de um “q”, “21” de

“12”, caso não perceba a diferença entre a esquerda e a direita. Se não se

distingue bem o alto e o baixo, confunde o “b” e o “p”, o “n” e o “u”, o “ou” e o

“on”.

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1.3.3 Dominância lateral

Refere-se ao esquema do espaço interno do indivíduo, que o

capacita utilizar um lado do corpo com melhor desembaraço do que outro, em

atividades que requeiram habilidade, caracterizando-se por uma assimetria

funcional. A definição da lateralidade ocorre à medida que a criança se

desenvolve. A lateralidade na criança não deve ser estimulada até que não

tenha sido definida, quando a criança é forçada a usar um lado do corpo torna-

se prejudicial para a lateralidade, devido a fatores culturais os mais antigos

acham que não é correto a criança escrever com a mão esquerda, forçando-a a

utilizar a mão direita par tal ação, os pais devem favorecer a escolha feita pelas

crianças. Na idade onde ainda prevalece a bilateralidade, se ainda a criança

tiver tendência para o sinestrismo e os pais tentarem fazer algo para que

impeça, pode levar a criança a apresentar danos na motricidade e contribuir

para o surgimento de problemas de aprendizagem.

1.3.4 Equilíbrio

Reúne um conjunto de aptidões estáticas (sem movimento) e

dinâmicas (com movimento), abrangendo o controle postural e o

desenvolvimento das aquisições de locomoção. O equilíbrio estático

caracteriza-se pelo tipo de equilíbrio conseguido em determinada posição, ou

de apresentar a capacidade de manter certa postura sobre uma base. O

equilíbrio dinâmico é aquele conseguido com o corpo em movimento,

determinando sucessivas alterações da base de sustentação.

Controle do corpo em ação com relação ao seu centro de gravidade (sobre uma base) por combinação de ações musculares; estado de repouso em que se acham os corpos solicitados por forças iguais e contrárias; estado particular pelo qual um sujeito pode, por sua vez, manter uma atividade ou um gesto, ficar imóvel ou lançar seu corpo no espaço utilizando a gravidade e, ao mesmo tempo, resistindo-a; faculdade para manter o controle do corpo em circunstâncias difíceis (MATTOS, 2005, p.96).

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1.3.5 Organização Latero-Espacial

De acordo com a estudiosa Edma (2009), que em seu blog define o

desenvolvimento da criança da seguinte maneira: aos 6 anos a criança tem

conhecimento do lado direito e esquerdo do seu corpo, aos 7 anos reconhece a

posição relativa entre dois objetos, aos 8 anos reconhece o lado direito e

esquerdo em outra pessoa, aos 9 anos consegue imitar movimentos realizados

por outras pessoas com o mesmo lado do corpo no qual a pessoa realiza o

movimento, isto é transpõe o lado da pessoa para o seu, aos 10 anos reproduz

movimentos de figuras esquematizadas, e aos 11 anos consegue identificar a

posição relativa entre 3 objetos. Segundo Le Boulch (ALMEIDA, 2007, p.61)

defende que:

A lateralidade é a função da dominância, tendo um dos hemisférios à iniciativa da organização do ato motor, que incidirá no aprendizado e na consolidação das praxias. Esta capacidade funcional, suporte da intencionalidade, será desenvolvida de maneira fundamental nessa época da atividade de investigação durante a qual a criança vai confrontar-se com seu meio... permitir à criança organizar suas atividades motoras globais é a ação educativa fundamental. Desse modo, coloca-se a criança em melhores condições para constituir uma lateralidade homogênea e coerente.

1.3.6 Coordenação Dinâmica

A coordenação dinâmica geral dá a criança um bom domínio do

corpo suprindo a ansiedade habitual, diminui as sincinesias e as tensões

trazendo um controle satisfatório e confiança com relação ao próprio corpo.

Com relação à coordenação dinâmica das mãos Le Boulch (1982)

diz que a habilidade manual ou destreza constitui um aspecto particular da

coordenação global. Reveste muita importância nas praxias, no grafismo, pelo

que deve dar se muita atenção particular. A criança quando apresenta algum

distúrbio no desenvolvimento da coordenação (tanto global como da dinâmica

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das mãos), poderá apresentar dificuldades escolares com disgrafia,

ultrapassa linhas e margens do caderno, pode ter dificuldades na apreensão de

dedos e nos gestos.

Segundo alguns autores como Ramalho, Bruno (2009) e Gomes

(2007), os potenciais humanos são apoiados nas áreas básicas da

Psicomotricidade, seu estudo e pesquisa constantes do esquema e da imagem

corporal, da lateralização, da tonicidade, da equilibração e coordenação, são

enriquecidos instrumentalmente, estimulando o sentimento de competência, de

auto-estima, entendendo o ser humano em constantes e complexas

adaptações, fazendo-o concluir que é amado e aceito, tornando-o

transformador e produtor social. Sintetizando, a Psicomotricidade subtende

uma concepção holística de aprendizagem e de adaptação do ser humano, que

tem por finalidade, associar dinamicamente, o ato ao pensamento, o gesto à

palavra, o símbolo ao conceito.

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CAPÍTULO 2

VOLEIBOL

O voleibol é um esporte que apresenta uma rica variedade de

adaptações (tanto em seu espaço físico, quanto nas suas regras). Possui

inúmeras formas lúdicas de jogo e a sua criatividade e improvisação auxilia na

sua prática. Sendo utilizado como esporte ou como forma recreativa, ele

contribui e muito para a formação do indivíduo.

O voleibol é um esporte que exige muita atenção (contínua na bola e nos jogadores, tanto companheiros quanto adversários). Desenvolve rapidez nos gestos e do raciocínio e pelos movimentos que exige. Dependendo do modo como é dado pode ser considerado um jogo ou um esporte. (in GIOIA, SILVA E PEREIRA, 2008, p.1/1)

2.1 Histórico

Criado por William George Morgan, surgiu em 1895 na ACM de

Holioke, Massachussets. A princípio ganhou o nome de minonette, pois o

intuito do jogo era o de rebater a bola. “A rede de tênis foi elevada a

aproximadamente 1,98m (um pouco acima da cabeça de um homem de

estatura normal), a câmara da bola de basquetebol serviu de elemento do novo

jogo e foram elaboradas dez regras básicas” (in GIOIA, SILVA E PEREIRA

apud BIZZOCCHI, 2004, p.3). Mais tarde ocorreu a troca da bola, pois o peso

da mesma fazia com que o jogo se tornasse lento.

O Dr. A. T. Halstead deu a ideia de chamar esse novo esporte de

volleyball, pois a bola vivia em constante voleio. Diante disso,

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[...] o voleibol foi rapidamente difundido pelas ACMs vizinhas. Springfield e Nova Inglaterra incluíram-no no programa de atividades físicas como um novo e interessante jogo recreativo. Em julho do mesmo ano, J. Y. Cameron, da ACM de Buffalo, Nova York, publicou na revista Physical Training um artigo intitulado ‘O original jogo de voleibol’. (in GIOIA, SILVA E PEREIRA apud BIZZOCCHI, 2004, p.4).

Mais tarde foi introduzido nos programas de educação física das

escolas norte-americanas. Em 1940, foi criado um periódico de voleibol nos

Estados Unidos chamado de National Volleyball Review (mais tarde chamado

de International Volleyball Review), este periódico trazia notícias e resultados

sobre o voleibol do mundo inteiro.

Em 20 de abril de 1947, é fundada a Federação Internacional de Volleyball (FIVB), onde teve como seus fundadores: Brasil, França, Itália, Checoslováquia, Estados Unidos, Bélgica, Turquia, Israel, Holanda, Portugal, Romênia, Uruguai, Líbano e Polônia. Só em 1962, que o voleibol foi aceito como esporte olímpico pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), incluindo-o nos Jogos Olímpicos de Tóquio (1964). (in GIOIA, SILVA E PEREIRA, 2008, p.1/1).

No Brasil o seu surgimento revela controvérsias, pois há relatos

que dizem que o seu surgimento foi em Pernambuco (1915) e outros que

surgiu em São Paulo (1916), sendo que neste último há registros fotográficos.

Em 1942, há a criação da Federação Paulista de Voleibol; em 1944 há o 1º

Campeonato Brasileiro e em 9 de agosto de 1954 é enfim criada a

Confederação Brasileira de Voleibol (CBV).

Em 1982, o Brasil conquista a primeira medalha olímpica no

esporte (medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles) e os atletas

dessa conquista passaram a ficar conhecidos como a “Geração de Prata”. Em

1992, conseguimos conquistar a tão sonhada medalha de ouro nos Jogos

Olímpicos de Barcelona e em 2004, conquistamos com a Seleção Masculina de

Voleibol a segunda medalha de ouro olímpica.

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Também no voleibol de praia foram conquistadas medalhas

olímpicas nos Jogos Olímpicos de 1996, com medalha de ouro e prata no

gênero feminino.

A FIVB (Federação Internacional de Voleibol) premiou a CBV

destacando o Brasil como um dos países com o melhor voleibol existente,

graças aos seus resultados e conquistas obtidos pelas equipes masculinas e

femininas, nas diversas categorias (tanto as de base como as adultas).

2.2 Habilidades Motoras

O voleibol é visto por muitos praticantes e profissionais da área de

Educação Física como um dos esportes mais difíceis para ensinar e aprender.

Segundo Bizzocchi (2004, p.55) isto acaba ocorrendo porque “o voleibol é um

esporte de complexo aprendizado e sua maior dificuldade reside no fato de

envolver habilidades não naturais ou construídas. Como todo esporte, é

baseado em gestos específicos, também chamados de fundamentos”. (in

GIOIA, SILVA E PEREIRA, 2008, p.1/1).

É um esporte que trabalha diversas habilidades motoras, mas

sempre respeitando a maturidade corporal da criança. As habilidades naturais

como andar, correr, saltar, lançar e rebater estarão sempre sendo trabalhadas

através de técnicas que facilitem e atraem os seus praticantes.

Andar e correr sempre sendo trabalhados no aquecimento e de

maneira estimulante; deslocamentos praticados de diversas formas pra

desenvolver equilíbrio; mudança de direção e paradas bruscas para estimular

diferentes posturas e criar situações de equilíbrio (estático, dinâmico e

recuperado). O saltar e o galopar estão presentes em inúmeras situações de

jogo no voleibol, são trabalhados justamente para que o iniciante ajuste as

suas passadas para uma cortada, uma defesa ou um deslocamento durante a

sua prática.

Os saltos estão presentes no voleibol em diversas ações e não

apenas para alcançar a maior altura. Há saltos para frente e para o lado, saltos

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de correção para efetuar um ataque depois de uma levantada ruim, uma

defesa uma combinação de jogada; saltos laterais para o bloqueador alcançar

o ataque adversário. A criança deve realizar diversos tipos de saltos e em

diversas distâncias para trabalhar o seu equilíbrio, evitando assim contusões e

quedas.

Volear e rebater estão sempre presentes no voleibol, pois o

praticante deve ter o controle da bola e saber o momento exato para enviá-la

para determinado local (seja para quadra adversária, seja para algum

companheiro de time). A criança com uma rica vivência nessas habilidades terá

muito menos dificuldades para executar os movimentos exigidos no voleibol.

A execução dessas habilidades deve ser de maneira prazerosa e

incluída no decorrer das aulas de educação física ou na iniciação do voleibol. O

professor deve criar formas lúdicas para estimular a criança na realização das

habilidades desenvolvidas no voleibol.

2.3 Fundamentos

Como em qualquer esporte o voleibol também possui fundamentos

para a melhor execução da sua prática. Esses fundamentos possuem

características próprias e são movimentos não naturais, ou seja, movimentos

que não estamos acostumados a realizar.

Cada fundamento apresenta a sua peculiaridade como:

posicionamento das mãos, posicionamento do corpo em relação à bola,

habilidade motora envolvida no movimento etc.

Vejamos agora cada fundamento e suas características, de acordo

com alguns autores: Bizzocchi (2006, pp.83-124) e Machado (2006, pp. 68-97).

ü Saque/Serviço

• Início do jogo e/ou rally (disputa de pontos). O jogador atrás da

linha de fundo colocará a bola em jogo, fazendo com que a

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mesma atravesse a quadra por sobre a rede chegando até a

quadra adversária, dentro do espaço aéreo delimitado pelas

antenas.

• Tipos: saque por baixo; saque por cima (tipo tênis); saque

flutuante (sem peso); saque viagem.

• Habilidades: lançamento da bola; postura corporal; batida na bola;

domínio do saque; tática do saque.

ü Recepção

• Primeiro contato com a bola após o saque, para que a mesma

não toque no seu campo de jogo. Pode ser executado através da

manchete (preferencialmente) ou do toque e direciona a bola para

as mãos do levantador.

• Habilidades: domínio da execução; deslocamentos diversos;

posicionamento corporal; definição de áreas para a execução.

ü Levantamento

• Geralmente é o segundo contato com a bola e a posiciona da

melhor maneira possível para que ocorra um ataque. Também

pode ser executado através do toque (preferencialmente) ou da

manchete. O levantador é geralmente o mais habilidoso na

execução do toque.

• Habilidades: domínio da execução; descolamentos; levantamento

de frente; levantamento de costas; percepção visual sobre os

seus companheiros de equipe; percepção visual sobre os seus

adversários.

ü Cortada/Ataque

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• Normalmente o último toque executados por uma equipe, tendo

como finalidade fazer com que a bola toque o solo do adversário

para adquirir o ponto.

• Tipos: ataque do fundo; diagonal ou paralela; cortada (com força);

largada (vulgo pingada); explorar o bloqueio; ataque sem força;

bola de xeque (bola que vem de graça próximo a rede).

• Habilidades: deslocamentos diversos (trabalho das passadas);

saltos; queda; postura corporal; execução com e sem bloqueio;

táticas de ataque.

ü Bloqueio

• Ação realizada pelos jogadores próximos a rede para evitar e/ou

dificultar que a bola ultrapasse o espaço aéreo no momento do

ataque. O movimento realizado é o de estender os braços acima

da rede para impedir ou atrapalhar a cortada do adversário.

• Tipos: simples; duplo; triplo. Pode ser ofensivo, quando intercepta

completamente a bola; ou pode ser defensivo, quando diminui a

velocidade da bola.

• Habilidades: deslocamentos; saltos; postural corporal; queda.

ü Defesa

• Ação de jogo que evita com que a bola enviada pelo adversário

no seu campo de jogo. Pode ser realizada através do toque ou da

manchete e também de inúmeras técnicas.

• Tipos: peixinho; rolamento; mãos em formato de martelo; mãos

espalmadas e unidas.

• Habilidade: deslocamentos; rolamentos; coordenação motora;

força; flexibilidade.

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CAPÍTULO 3

PSICOMOTRICIDADE E A INICIAÇÃO DESPORTIVA

A iniciação é uma fase onde ocorre a formação das estruturas

motoras da criança. Segundo Mellhem é onde ocorre “a experimentação de

ações e movimentos que servirão de base para a aprendizagem da técnica,

sem qualquer preocupação com a especialização ou rendimento.”

[...] a prática desportiva deve contribuir para o equilíbrio emocional e afetivo do homem, da sua saúde física e mental e para o desenvolvimento das suas capacidades individuais e convivência social. (NETO, 2001, p.179).

3.1 A Importância Do Voleibol No Desenvolvimento Motor Da

Criança

A criança se desenvolve através da sua experimentação de

movimentos. E seu objetivo é alcançar o controle corporal e explorar todas as

suas possibilidades em cada movimento. Um dos campos de aplicação da

psicomotricidade é a educação, onde é uma atividade preventiva que propicia a

criança desenvolver suas capacidades básicas, sensoriais, perceptivas e

motoras levando a uma organização neurológica mais adequada para o

desenvolvimento da aprendizagem. Na educação devem ser utilizados jogos e

brincadeiras, que servem como meios para o desenvolvimento psicomotor

“normal”, utilizando a estimulação essencial ao aspecto psicomotor, o que

facilitará o aprendizado geral. As escolas devem promover a educação de

forma que os alunos sintam prazer de estarem em seu interior. A Educação

Física, junto às demais disciplinas, pode desenvolver atividades que permeiem

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as aprendizagens e a partir do movimento possibilitar uma experimentação

rica em estímulos (diferentes objetos, ambientes, relação com o outro) e que

essa experimentação esteja embasada na ludicidade.

Com vistas na psicomotricidade, o ambiente educacional pode

desenvolver estratégias pedagógicas que vão desde a mais simples atividade

recreativa até àquelas que serão elaboradas a partir de objetivos formulados.

Vale lembrar que a psicomotricidade pode, e deve estimular a

vivência corporal ampla dos alunos, porém, é de suma importância que essa

vivência seja oferecida da maneira mais prazerosa possível. Isso requer dos

profissionais um planejamento muito cuidadoso, com critérios para seleção de

conteúdos, avaliação das aprendizagens e desenvolvimento das aulas a partir

do respeito a “individualidade coletiva”. Em outras palavras, compreender que

em qualquer grupo existe a identidade de cada participante e que esse

conjunto de características individuais constrói a identidade do coletivo.

De acordo com alguns autores, como Santos (2008, p.5), Pereira

(2008, p.5), Jesus (2008, p.5), Mendes (2008, p.5) e Alecrim (2008, p.5): “o

desenvolvimento humano ocorre a partir da maturação do ser humano, de suas

experiências e de seu ambiente.”

As diversas formas de estímulos proporcionados pelo ambiente ao

qual a criança sofre influência agem de forma passiva no ponto de vista motor,

pois apesar de numerosos, acabam não sendo completamente absorvidos pelo

sistema receptivo do indivíduo. Antigamente tudo era imitado, hoje em dia por

questões de redução de espaço (apartamentos apertados, falta de segurança

para as crianças brincarem nas ruas etc.), as crianças acabam não tendo muita

ação em seus movimentos que ficam limitados. Os jogos e as brincadeiras são

ações culturais cuja intencionalidade e curiosidade resultam em um processo

lúdico, autônomo, criativo, possibilitando a (re)construção de regras, diferentes

modos de lidar com o tempo, lugar, materiais e experiências culturais, isto é, o

imaginário. A natureza dos jogos e das brincadeiras não é discriminatória, pois

implica o reconhecimento de si e do outro, traz possibilidades de lidar com os

limites como desafios, e não como barreiras. Além disso, os jogos e as

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brincadeiras possibilitam o uso de diferentes linguagens verbais e não

verbais, o uso do corpo de formas diferentes e conscientes; a organização,

ação e avaliação coletivas

As brincadeiras antigas como pega-pega, correr atrás de algum

bicho, jogar futebol de pedrinha ou latinha, saltar sobre ou sob vários

obstáculos (pedras, caixas etc.), subir em árvores e tantas outras brincadeiras

que antes eram praticadas pelas crianças eram consideradas de fundamental

importância na iniciação de seu repertório de movimentos, sendo também

consideradas preparatórias para movimentos posteriores.

A estrutura dos esportes de situação, e do Voleibol em particular, apresenta um ambiente que propõe estímulos suficientes para um desenvolvimento da motricidade e pode devolver ao movimento esse significado mais antigo, mais verdadeiro e mais completo: seria aquele movimento que venha a permitir que o homem tome parte, harmonicamente, do ambiente que o circunda. (MACHADO, 2006, p.107).

Estudos sobre esquema corporal mostram como pode ser

trabalhado o voleibol, sendo utilizada qualquer parte do corpo para manter a

bola em ação. E também é de fundamental importância a consciência corporal

da criança para a realização de um simples jogo, pois isto garantirá o melhor

domínio da bola durante a prática do voleibol e também irá facilitar o seu

deslocamento rápido em suas diversas tomadas de decisão. Para Machado

(2006, p.13) “são atividades de domínio corporal: rastejar; rolar sobre o solo;

engatinhar; andar ajoelhado; andar; andar rápido; correr de diferentes formas

(frente, costas, a lateral) e saltar (com um pé, com o outro, os dois juntos,

etc.)”.

Ainda de acordo com Machado (2006, p.13) deve-se incluir e

alternar movimentos de membros superiores e inferiores ao mesmo tempo,

dando diversos níveis de dificuldade, fazendo com que a prática fique cada vez

mais rica, preparando e estimulando os gestos do voleibol.

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A experimentação no decorrer do processo de aprendizagem é

muito importante, pois possibilita as crianças descobrirem as suas dificuldades

na execução dos fundamentos. Cada criança irá agir de uma maneira, isso

facilitará no trabalho e planejamento do professor.

É considerado por muitos um jogo difícil, pois exige algumas

combinações de habilidades fundamentais. Segundo Nacarato (2002, p.183)

“as habilidades fundamentais pertencentes ao voleibol são: correr, deslizar,

saltar horizontalmente, saltar verticalmente, apanhar e arremessar para

posteriormente rebater, com movimentos axiais de tronco.”

Alguns estudos auxiliam na análise de movimento, tornando a

aprendizagem mais fácil e prazerosa para a criança. O lúdico será de suma

importância nesse processo de aprendizagem dos fundamentos e do voleibol

em si e segundo Melhem (2009, p.) o lúdico está presente em qualquer fase da

vida do ser humano e “o ajuda não somente no desenvolvimento da

aprendizagem, bem como no aspecto social e cultural”. O desenvolvimento

cognitivo da criança possibilitará o entendimento e a compreensão das regras

do voleibol.

A proposta de jogar estimula os participantes, de modo a haver uma mobilização adequada ao nível de técnica de cada um. Isso é sadio e proveitoso e favorece a divisão do grupo que joga em equipes com níveis técnicos semelhantes. Nas iniciações deve-se observar essa evolução, para não inibir aqueles que se encontram em padrões iniciais de movimentos e não desestimular os mais avançados e experientes. Tal cuidado será suficiente para manter a motivação do grupo e possibilitar os progressos técnicos e táticos pela experimentação. (MACHADO, 2006, pp.12-13).

O jogo representa uma série de movimentos e atos direcionados a um fim, ainda que inconsciente; a criança joga em busca de um objetivo determinados, não imitando tão somente os atos de um adulto e nem repetindo sempre os atos habituais. (RODRIGUES, 1992, p.47)

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O jogo tem sobre a criança o poder de um exercitador universal: facilita tanto o progresso de sua personalidade integral, como o pregresso de cada uma de suas funções psicológicas, intelectuais e morais. (RODRIGUES apud JACQUIM, 1963, p.87)

3.2 Intervenção Psicomotora Na Execução Dos Fundamentos

A Psicomotricidade pode ajudar a justificar o que acontece quando

se realiza um gesto desportivo.

Segundo Nacarato (2002, p. 179), de acordo com Ajuriaguerra,

qualquer gesto esportivo realizado estará ligado a psicomotricidade, pois “A

Psicomotricidade é a realização do pensamento através de um ato motor

preciso, econômico e harmonioso.”

Quando se realiza o toque (em qualquer momento do jogo e

principalmente no levantamento) todo o corpo acaba participando no

movimento. Começando em amortecer a bola com os dedos, movimentar os

punhos, braços, tronco, pernas e pés, o corpo inteiro ajuda a lançar a bola para

onde deseja.

A manchete é fundamento muito utilizado na recepção e na defesa,

é realizada com a junção dos punhos com os braços estendidos para rebater a

bola, também utilizando o corpo todo para ajudar no movimento.

O saque, utilizado para dar início à partida/rally é realizado quando a

criança bate na bola (tanto com o punho no saque por baixo ou com a palma

da mão no saque por cima) utilizando todo o esquema corporal adquirido pelo

iniciante para a realização do fundamento.

O ataque é um dos fundamentos mais eficazes para enviar a bola

para o lado adversário e também de dificultar a recuperação da bola pelos seus

oponentes. É um dos fundamentos mais difíceis, nele a criança deve ter seu

esquema corporal bem definido, pois irá combinar algumas habilidades

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motoras para poder chegar à bola no momento exato e bater na mesma com

força do braço e tronco.

O bloqueio tem a finalidade de impedir ou amortecer o ataque

adversário, exige uma noção temporal apurada, pois o jogador deve saber o

momento exato de saltar e interceptar a bola adversária.

A defesa que tem como objetivo impedir com que a bola toque o seu

campo após o ataque adversário, pode usar qualquer parte do corpo para a

sua realização. A percepção é muito explorada nesse fundamento, pelo fato de

ter um tempo de reação curto para chegar à bola.

Em relação às áreas psicomotoras, o voleibol contribui em diversos

campos. Na noção espaço-temporal por sempre ter que manter a bola no ar e

ficar prestando atenção nas mudanças de trajetória da mesma, a criança tem

que ter conhecimento do espaço da quadra onde está jogando. Posteriormente,

depois de a criança ter uma noção de espaço melhor desenvolvida, será

acrescido algumas técnicas e táticas para melhor o seu desempenho.

A noção temporal estará presente em diversos momentos do

voleibol. No saque está no momento em que a criança coloca a bola em jogo;

nos demais fundamentos, essa noção de tempo está no momento exato em

que deverá rebater a bola.

O praticante, na iniciação (10/12 anos), está em fase de conhecimento e desenvolvimento de suas capacidades físicas e motoras; portanto, algumas noções básicas, como o domínio do espaço e domínio do tempo, não estão definidas, podendo também dificultar a aquisição dos gestos técnicos que requeiram esse domínio. O domínio do espaço é essencial quando pensamos numa criança que deve se deslocar pela quadra, entre seus pares, para receber a bola e devolvê-la ao jogo. Em relação ao tempo, podemos pensar na recepção do saque, quando não sabemos fazer a leitura da velocidade da bola deslocando-se no ar. Ambas as situações requerem trabalhos específicos que podem ser realizados na quadra de Voleibol, com bolas e bastante movimento. (MACHADO, 2006, p.160)

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A dominância lateral estará presente na execução do saque e

ataque, sendo que muitas vezes outros fundamentos são realizados com uma

das mãos. Mas para o melhor aproveitamento do fundamento essa dominância

deverá está muito bem definida.

Devido as suas particularidades nas regras, o voleibol requer uma

orientação espacial diferente dos demais esportes. Pois durante todo o jogo

existem algumas trocas de posições de acordo com o sistema tático praticado

pela equipe. No caso dos iniciantes isso não é muito cobrado, pois por conta da

sua iniciação no esporte não se deve cobrar algo do gênero.

As próprias regras limitam a execução natural dos fundamentos do voleibol, pois não permitem reter a bola, obrigando que decisão e a ação sejam instantâneas. O número de toques por jogador e por equipe também dificulta o refinamento do contato e não possibilita um tempo maior de raciocínio. Além disso, a presença da rede impede a tentativa de interferir diretamente nas ações do adversário. (BIZZOCCHI, 2004, p.57)

A bola acaba sendo um incentivo do voleibol. Pois no saque pode

acelerar ou atrasar o rally; na recepção a velocidade com que é direcionada ao

levantamento irá atuar na velocidade da jogada; o levantamento através do

toque acaba dando mais precisão na jogada. Por conta também de poder estar

em diversos pontos da quadra, exige um deslocamento corporal do iniciante

para a realização do fundamento mais adequado para ocasião

Observando os fundamentos do voleibol, é percebido que por trás de um toque, existe uma habilidade fundamental de rebater e por trás do rebater existem as habilidades fundamentais de apanhar e arremessar e o mesmo acontece com a manchete e com o saque. Por trás de um ataque existem as habilidades fundamentais de correr, saltar e rebater acima da cabeça.

O rebater acima da cabeça é a evolução do arremesso sobre a cabeça. Por trás do bloqueio estão as habilidades fundamentais de salto vertical com elevação dos braços. (NACARATO, 2002, p.184)

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De acordo com Nacarato (2002), a prática adequada bem

fundamentada favorece a criança a desenvolver ao máximo suas

potencialidades para a realização de um ato motor. As crianças de inúmeras

oportunidades de movimentação, variedade de atividades físicas para auxiliar

no desenvolvimento de suas capacidades.

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CAPÍTULO 4

PSICOMOTRICIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE

Pensando na Psicomotricidade com uma ferramenta que apenas se

interessa em auxiliar no aprendizado das outras disciplinas escolares e que tal

abordagem retira da Educação Física o seu conteúdo próprio, como por

exemplo, os esportes, com certeza chega-se a conclusão de que nada mais é

do que um punhado de atividades organizadas sistematicamente para reforçar

o aprendizado dos demais componentes curriculares. Porém, observando com

mais atenção o enfoque dos aspectos motor, cognitivo e afetivo, percebemos

que essa ciência vai muito mais além do que dar um simples suporte

educacional. Afinal, ao reunir as dimensões citadas anteriormente nas aulas de

Educação Física, em prol do desenvolvimento de cada aluno, é perfeitamente

possível que alguns temas possam ser contemplados durante as atividades

apresentadas. Por exemplo, ao pedirmos para as crianças desenharem no

chão o contorno do corpo de seu colega, estamos trabalhando a consciência

corporal; e por que não, após os desenhos terminados, o professor não pode

convidar os alunos a passear pelo ambiente, observando cada desenho? A

partir daí, conversar com os educandos comentando a diferença de tamanho

entre os desenhos, como a diferença de tamanho dos braços, e de um

desenho para o outro. Dessa forma, além de contemplar os conteúdos próprios

da Educação Física, essa mesma atividade estará abordando assuntos

específicos da matemática, maior/menor e grande/pequeno.

Essa interdisciplinaridade reforça cada vez mais a importância da

Educação Física como componente curricular. Pois, se o discurso da

Psicomotricidade (ferramenta que se encontra no cotidiano das aulas

Educação Física) está extremamente relacionado a formação integral do aluno,

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então as atividades propostas devem promover uma vivência que extrapole

as fronteiras do simples gestual motor, o qual, em muitas práticas docentes,

tem o fim em si mesmo, mas sim uma prática para ALÉM DO MOVIMENTO.

A Educação Física Escolar, como disciplina que trabalha o corpo em

movimento e todos os componentes indispensáveis para o seu bom

desenvolvimento, deve oportunizar vivências que permitam aos alunos

conhecerem, em primeiro lugar, o próprio corpo e as possibilidades que esse

corpo tem de se expressar, sentir e agir, sendo, assim, o seu maior canal de

comunicação com o mundo. A Educação Física como componente curricular da

Educação Básica tem procurado desenvolver uma prática corporal que

possibilite ao indivíduo ser educado para a vida, no sentido de favorecer-lhe a

descoberta de múltiplas possibilidades de se expressar corporalmente, de

forma crítica, no mundo. Considerando que o corpo carrega em si as marcas

culturais da sociedade em que está inserido, é de fundamental importância

que, ao desenvolver o processo pedagógico em Educação Física, entendamos

o movimento corporal como foco principal.

Ao mesmo tempo, a ação pedagógica do professor deve estar

comprometida em propiciar a melhor forma de desenvolvimento total dos

alunos, que futuramente serão atores sociais capazes de identificar, selecionar

e compreender suas atividades físicas de acordo com os seus objetivos,

interesses e necessidades. Para tanto, se faz necessário que atores sociais

tenham um conhecimento não fragmentado, de forma que as manifestações

corporais possam ter objetivos como saúde, qualidade de vida, beleza, lazer,

prazer e até mesmo rendimento esportivo.

No ensino da Educação Física escolar, pode-se partir do variado

repertório de conhecimentos que os alunos já possuem sobre diferentes

manifestações corporais e de movimento, e buscar ampliá-los, aprofundá-los e

qualificá-los criticamente. Desse modo, espera-se levar o aluno, ao longo de

sua escolarização e após, a melhores oportunidades de participação e usufruto

no jogo, esporte, ginástica, luta e atividades rítmicas, assim como a

possibilidades concretas de intervenção e transformação desse patrimônio

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humano relacionado à dimensão corporal e ao movimentar-se – o qual tem

sido denominado “cultura de movimento”. Nesta pesquisa, estamos utilizando

como ferramenta principal o uso do voleibol para o desenvolvimento de

questões importantes para o processo de aquisição de habilidades motoras

fundamentais para seu pleno crescimento, de forma harmônica e coordenada.

Para destacar o fato de que se trata de sujeitos que se movimentam

em contextos concretos, com significações e intencionalidades, tem-se utilizado

a expressão “Se Movimentar”. O “Se”, propositadamente colocado antes do

verbo, enfatiza o fato de que o sujeito (aluno) é autor dos próprios movimentos,

que estão carregados de suas emoções, desejos e possibilidades, não

resultando apenas de referências externas, como as técnicas esportivas, por

exemplo. Estamos nos referindo ao movimento próprio de cada aluno. Por isso,

um aluno pode gostar de movimentar-se em certo contexto, mas não em outro,

embora os movimentos/gestos possam ser os mesmos (por exemplo, dançar).

Assim, pode-se definir o “Se Movimentar” como a expressão

individual e/ou grupal no âmbito de uma cultura de movimento; é a relação que

o sujeito estabelece com essa cultura a partir de seu repertório (informações/

conhecimentos, movimentos, condutas etc.), de sua história de vida, de suas

vinculações socioculturais e de seus desejos. Ora, a educação escolarizada

visa a aumentar o repertório dos alunos, influir em suas vidas, mobilizar seus

desejos e potencialidades, possibilitando a tomada de consciência de suas

vinculações socioculturais. O que deveria ser aprendido/apreendido por parte

dos alunos da Educação Física são as manifestações, os significados/sentidos,

os fundamentos e critérios da cultura de movimento de nossos dias – ou seja,

sua apropriação crítica. Por cultura de movimento entende-se o conjunto de

significados/sentidos, símbolos e códigos que se produzem e re-produzem

dinamicamente nos jogos, esportes, danças e atividades rítmicas, lutas,

ginásticas etc., os quais influenciam, delimitam, dinamizam e/ou constrangem o

“Se Movimentar” dos sujeitos, base de nosso diálogo expressivo com o mundo

e com os outros.

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Espera-se que a Educação Física possa assumir na escola um

importante papel em relação à dimensão do “Se Movimentar humano”,

relacionando-se ativamente com outros componentes curriculares e influindo

decisivamente na vida dos alunos. Fazendo isso, ela estará ampliando o papel

por ela já exercido nos últimos anos, o de ser uma disciplina motivadora para

os alunos. Estará sendo responsável também por um conhecimento

imprescindível a eles. Os professores são parceiros fundamentais nesse

empreendimento.

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CONCLUSÃO

Como pode ser verificado a psicomotricidade se mostra presente em

diversas áreas, inclusive as desportivas. A formação do esquema corporal do

indivíduo é importante para o desenvolvimento de suas áreas psicomotoras. Na

faixa etária dos 10 aos 12 anos de idade a criança já está apta a prática das

atividades desportivas, pois seu esquema corporal já está ampliado e

organizado, sendo a criança capaz de mudar seu gesto de movimento de

maneira rápida.

O voleibol, apesar de está caindo no gosto popular, é um esporte

que envolve inúmeras combinações de habilidades e acaba sendo rico no

desenvolvimento motor da criança. Mesmo com a sua complexidade, o voleibol

acaba sugerindo uma consciência corporal da criança através da realização

das habilidades básicas presentes dentro dos fundamentos, desenvolvendo

assim suas capacidades físicas e motoras.

O trabalho de iniciação desportiva realizado de acordo com a fase

do desenvolvimento motor e psicológico da criança irá favorecer a melhor

compreensão e realização dessa prática. O profissional da área de Educação

Física munido de um bom planejamento e conhecimento sobre as fases de

desenvolvimento motor da criança, poderá realizar um excelente trabalho com

nesta iniciação desportiva.

O profissional da área de Educação Física deve proporcionar ao seu

aluno a possibilidade de experimentar as diversas formas de execução dos

exercícios propostos, para que ele possa buscar o melhor caminho na sua

aprendizagem. A diversidade das habilidades irá promover uma melhor

maturidade motora da criança no seu processo de aprendizagem das

habilidades específicas do desporto.

Outra observação fundamental nesse momento diz respeito à

sociedade que, de uma forma geral, não possui conhecimento suficiente para

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lidar com questões como saúde coletiva e pessoal. A cultura de cada povo

ou região tema também bastante relevante, não é levado em conta,

desperdiçando aquilo que cada aluno já traz consigo para cada aula. O próprio

contato, convívio e respeito entre os seres humanos vêm se tornando cada vez

mais distante da característica “humana”, de tal forma que ouve-se dizer por ai,

quando de um assalto ou assassinato, que isso é, de algum modo, “coisa

normal”.

O contato diário entre as pessoas precisa ser mais harmônico e

humanizado. Isto significa dizer que ensinar é muito mais do que transmitir

conhecimentos apenas acadêmicos. Ensinar é uma prática diária de auxiliar o

aluno a entender e ampliar sua visão de mundo, o que ele sente, pensa e

deseja para sua vida sem que, para isso faça dos outros e dos sonhos alheios,

um trampolim desleal para seu crescimento.

O que cada educador pode fazer, então, para que este quadro

seja revertido? Qual é a postura profissional mais adequada para que valores

significativos possam ser transmitidos?

Cada educador em sua atuação docente deve apresentar-se

como um mediador do processo ensino-aprendizagem, para que seus alunos

possam visualizar e compreender que ali existe uma referência positiva,

alguém que pode contribuir infinitamente para sua educação.

Um professor que traz para a realidade de suas aulas temas que

estão em discussão pelos veículos de comunicação e que são relevantes para

a vida de seus alunos, assim como a prática saudável do voleibol e outros

esportes, certamente estará fazendo com que, no dia-a-dia de cada um deles,

seja construído um entendimento de tudo aquilo que vivemos e convivemos

como a desigualdade social, a necessidade de se criar hábitos alimentares

saudáveis, os benefícios da prática regular de atividade física, a forma como

podem ser aproveitados os momentos livres em família e outros assuntos

inerentes a vida de todos nós.

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ÍNDICE

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPITÚLO 1 10

PSICOMOTRICIDADE 10

1.1 O que é Psicomotricidade? 10

1.2 Áreas de Atuação da Psicomotricidade 11

1.2.1 Educação Psicomotora 12

1.2.2 Reeducação Psicomotora 13

1.2.3 Terapia Psicomotora 14

1.3 Elementos da Psicomotricidade Relacional 15

1.3.1 Esquema Corporal 15

1.3.2 Organização do Corpo no Espaço (Organização Espacial) 16

1.3.3 Dominância Lateral 17

1.3.4 Equilíbrio 17

1.3.5 Organização Latero-Espacial 18

1.3.6 Coordenação Dinâmica 18

CAPÍTULO 2 20

VOLEIBOL 20

2.1 Histórico 20

2.2 Habilidades Motoras 22

2.3 Fundamentos 23

CAPÍTULO 3 26

PSICOMOTRICIDADE E A INICIAÇÃO DESPORTIVA 26

3.1 A Importância Do Voleibol No Desenvolvimento Motor Da Criança 26

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3.2 Intervenção Psicomotora Na Execução Dos Fundamentos 30

CAPÍTULO 4

PSICOMOTRICIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE 34

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

WEBGRAFIA 43

ÍNDICE 46