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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AMBIENTE INTERNO DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA DAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: A Questão do fluxo de conhecimento. Bárbara Michelle de Melo Nóbrega Orientação: Prof. Dr. Luiz Cláudio Lopes Alves Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AMBIENTE INTERNO DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA DAS BIBLIOTECAS

UNIVERSITÁRIAS:

A Questão do fluxo de conhecimento.

Bárbara Michelle de Melo Nóbrega

Orientação: Prof. Dr. Luiz Cláudio Lopes Alves

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

AMBIENTE INTERNO DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA DAS BIBLIOTECAS

UNIVERSITÁRIAS:

A Questão do fluxo de conhecimento.

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão de Projetos do Instituto A Vez do Mestre da Universidade Candido Mendes, para obtenção do grau de Especialista em Gestão de Projetos.

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CATALOGAÇÃO NA FONTE POR BÁRBARA M. DE M. NÓBREGA CRB-7 5711

N754a Nóbrega, Bárbara Michelle de Melo. Ambiente interno do serviço de referência das

bibliotecas universitárias [manuscrito] : a questão do fluxo de conhecimento / Bárbara Michelle de Melo Nóbrega. – 2010.

35 f. : il. color. Digitado.

Monografia (Especialização) – Universidade Candido Mendes, Instituto A Vez do Mestre, 2010.

“Orientação: Prof. Dr. Luiz Cláudio Lopes Alves”.

1. Bibliotecas Universitárias – Serviço de

Referência – Ambiente Interno. 2. Serviços de Informação – Fluxo de Conhecimento. I. Título.

CDU 02

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BÁRBARA MICHELLE DE MELO NÓBREGA

AMBIENTE INTERNO DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA DAS BIBLIOTECAS

UNIVERSITÁRIAS:

A Questão do fluxo de conhecimento

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão de Projetos do Instituto A Vez do Mestre da Universidade Candido Mendes, para obtenção do grau de Especialista em Gestão de Projetos.

_________________________________________________

Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves, Doutor – Orientador

Universidade Candido Mendes, Instituto A Vez do Mestre

_________________________________________________

_________________________________________________

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Dedico este trabalho ao meu filho recém-chegado, Hélio,

que me leva, hoje, a tentar ser mais e melhor.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao criador do Universo pela vida e pela saúde.

Agradeço a minha família pelo apoio em mais uma jornada, em especial à

minha mãe pelo auxílio com o meu pequenino.

Agradeço a todos os amigos que fiz ao longo do caminho e, que

constituem um mosaico de lembranças, em especial à Claudinha pela ajuda e

incentivo constantes.

Agradeço ao corpo docente e aos colegas de curso pela troca de

informações.

Agradeço aos entrevistados, pela atenção e disponibilidade.

Por fim, agradeço ao meu filho pela oportunidade de vivenciar o papel de

mãe, com cansaços mas sobretudo sorrisos.

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“Bendito é aquele que semeia livros, livros a mão cheia e manda o povo pensar; o livro caindo na alma, é germe que faz a palma, é chuva que faz o mar.”

Castro Alves

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RESUMO

Analisa o ambiente interno do serviço de referência das Bibliotecas

Universitárias, tendo como foco a questão do fluxo de conhecimento, a partir das

perspectivas dos serviços de alerta e disseminação da informação. Relata um

estudo de caso realizado na Biblioteca do IPPUR-UFRJ.

Palavras-chave: bibliotecas universitárias; serviço de referência; ambiente

interno; serviços de informação; fluxo de conhecimento.

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ABSTRACT

Examines the internal environment of the reference service of University

Libraries, focusing on the issue of knowledge flow, from the perspectives of alert

services and information dissemination. Reports a case study in the Library of

IPPUR-UFRJ.

Keywords: university libraries; reference service; internal environment;

information services; knowledge flow.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Serviços prestados no setor de referência de bibliotecas

universitárias........................................................................................................18

Quadro 2 – As cinco linhas do serviço de referência, do tradicional às redes

eletrônicas............................................................................................................21

Quadro 3 – Etapas do serviço automatizado de DSI..........................................24

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BU’s – Bibliotecas Universitárias

DSI – Disseminação Seletiva da Informação

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura

IPPUR – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional

BU – Biblioteca Universitária

UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro

SiBI – Sistema de Bibliotecas e Informação

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

TIC’s – Tecnologias de Informação e Comunicação

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 11

CAPÍTULO I

BU’s 14

CAPÍTULO II

SERVIÇO DE REFERÊNCIA: AMBIENTE INTERNO 16

CAPÍTULO III

ESTUDO DE CASO DA BIBLIOTECA DO IPPUR DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ) 25

CONSIDERAÇÕES FINAIS 30

REFERÊNCIAS 31

APÊNDICE A – Estudo de caso – Biblioteca do IPPUR-UFRJ 34

ÍNDICE 35

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INTRODUÇÃO

“O conhecimento é de duas espécies. Podemos conhecer nós mesmos um assunto ou saber onde podemos encontrar informações a respeito.”

Samuel Johson 1

Este estudo pretende analisar o ambiente interno do serviço de referência

das Bibliotecas Universitárias (BU’s), tendo como foco um ponto forte: a questão

do fluxo de conhecimento para a boa formação profissional da comunidade

acadêmica, mais especificamente dos graduandos, a partir das perspectivas do

mercado de trabalho e da Disseminação Seletiva da Informação (DSI).

Para isso, buscou-se conceitualizar Sociedade do Conhecimento (Knowledge

Society), utilizaremos este, adotado pela UNESCO (Organização das Nações

Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em detrimento do termo

sociedade da informação, pois em nossa opinião representa de forma mais

adequada o processo cognitivo, aqui entendido como processamento da

informação.

A Sociedade do Conhecimento surge no final do século XX, com origem

no termo globalização.

Este novo modelo de organização das sociedades assenta num modo de desenvolvimento social e econômico onde a informação, como meio de criação de conhecimento, desempenha um papel fundamental na produção de riqueza e na contribuição para o bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos. (WIKIPÉDIA).

1 Apud GROGAN, Denis. A Prática do serviço de referência. Brasília: Briquet de Lemos, 2001, p. 07.

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Considerou-se também o conceito de Ambiente que, em geral, consiste

no conjunto das substâncias, circunstâncias ou condições em que existe

determinado objeto ou em que ocorre determinada ação. Este termo tem

significados especializados em diferentes contextos: Na administração, o

Ambiente (em inglês Environment) pode ser o componente de um sistema

administrativo (Ambiente Interno).

O acesso a informação, tanto impressa como digital, no ambiente da

universidade, é imprescindível para geração de conhecimento, assim como para

ampliar a oportunidade de os graduandos se inserirem, posteriormente, no

mercado profissional. O novo paradigma informacional exige uma postura pró-

ativa dos usuários da informação, assim como dos bibliotecários – que tornam-

se agentes educacionais.

Pierre Lévy em entrevista ao programa Roda Viva, disse que os motores

de busca são o índice da enciclopédia, aproveitando desta fala faço uma

analogia desses mecanismos com os bibliotecários de referência, pois agem

como mediadores do acesso a informação e do aprendizado no uso de fontes de

informação.

Tendo por base o uso da DSI para a boa formação profissional, esta

monografia tem como objetivo, analisar o ambiente interno do serviço de

referência das BU’s.

O objetivo proposto foi alcançado por meio do levantamento da literatura

específica de planejamento estratégico e biblioteconomia, além da identificação

da Biblioteca do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional

(IPPUR) a ser visitada durante a terceira etapa (pesquisa de campo).

Na segunda etapa, após feito o levantamento, efetuou-se a leitura desse

material, assim como a produção de fichamento dos textos.

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Na terceira etapa, foi realizada uma pesquisa de campo, desenvolvida em

duas fases complementares, a partir da utilização de recursos metodológicos

diferenciados, fornecidos pela pesquisa qualitativa. Assim, a primeira fase

constituiu-se de coleta de dados, já a segunda fase teve como objetivo

aprofundar os dados levantados na primeira fase. Pretendeu-se buscar desta

forma apreender, tanto quanto possível, as percepções dos sujeitos sobre o uso

da DSI para a boa formação profissional e o significado que o serviço tem para

eles, como profissionais da informação.

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CAPÍTULO I

BU’s

“Quem somos nós, quem é cada um de nós senão uma combinatória de experiência, de informações, de leituras, de imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, uma amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas as maneiras possíveis.”

Clavin

O grande acontecimento medieval que , de uma certa forma, decide os

destinos de toda a civilização, e, por consequência, os destinos do livro, é a

fundação das Universidades.

A Biblioteca Universitária (BU) é um órgão suplementar da Universidade,

que provê o apoio cultural, seleciona, coleta, organiza, armazena, recupera e

facilita o acesso dos alunos, professores e funcionários à informação, além de

dar suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão universitárias,

contribuindo para a formação dos espíritos crítico e construtivo.

Dessa forma, a BU é entendida como uma organização do conhecimento,

pois reúne informações, que uma vez disponibilizadas, possibilita a agregação

de valor e a geração de novos conhecimentos.

O bibliotecário, por sua vez, tem papel cada vez mais importante como

mediador entre a comunidade acadêmica e o conhecimento registrado, pois é

responsável, entre outras coisas, pela democratização da informação.

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Para que a biblioteca atinja suas metas, é necessário que desempenhe suas três atividades fundamentais: apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, e, sendo assim, ela tem como missão atuar como mediadora entre a informação e a comunidade universitária, promovendo a sua interação com o universo dos materiais bibliográficos [e não bibliográficos] existentes e à disposição. (BOTELHO; NOVAIS; INOUE, 1999, p.87)2

No contexto atual: era do conhecimento, está baseada em valores

intangíveis, representada pelo conhecimento e informação e, associada às

habilidades e competências. Ao entender que tais valores são gerados,

principalmente, a partir da imagem e relacionamento que os indivíduos e as

organizações conseguem criar e manter, vale ressaltar que a BU não pode fugir

ao compromisso de adquirir uma nova postura administrativa, redimensionando

os produtos e serviços oferecidos, adequando-os às necessidades dos usuários.

2 BOTELHO, Cristina Maria; NOVAIS, Eunice Silva de; INOUE, Mary Tomoko. Eficácia do uso do acervo da biblioteca central e das setoriais da Universidade Estadual de Ponta Grossa. In: Tecnologia e novas formas de gestão em bibliotecas universitárias. Ponta Grossa: UEPG, 1999. p. 85-100.

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CAPÍTULO II

SERVIÇO DE REFERÊNCIA: AMBIENTE INTERNO

“Todo livro tem seu leitor”3

Ranganathan4

Antes de abordar a questão do ambiente interno do serviço de referência,

torna-se necessário discorrer, brevemente, sobre a história do serviço de

referência e sua utilização como um espaço formal, surgido no final do século

XIX.

1876: Primeira conferência da ALA – American Library Association, Samuel Sweet Green apresenta a primeira proposta para o estabelecimento de um ‘serviço de referência’ formalizado nas bibliotecas (embora não use o termo Serviço de referência).

1883: Acontece a primeira exposição de um bibliotecário em tempo integral para atender o Serviço de referência (SR) da Boston Public Library.

1891: Aparece, pela primeira vez, o termo ‘reference work’ (serviço de referência, como traduzido para o português), no índice da Library Journal (revista tradicional da área da Biblioteconomia, publicada até hoje). Nessa época surge o SR com a idéia que dele temos hoje. (ALMEIDA JÚNIOR, 2003, p. 45).

3 Refere-se a disseminação da informação, em que se deve divulgar os livros existentes em cada biblioteca. Aponta para a importância da divulgação do livro, sua disseminação, antecipando a estética da recepção. 4 Pensador indiano Shiyali Ramamritam, criador de cinco leis fundamentais instituídas para a Biblioteconomia e que vigoram até os dias atuais. Ranganathan era um professor de matemática indiano interessado em biblioteconomia, que cursou na Inglaterra. Foi autor do livro "The Five laws of library science" (1931), no qual aborda pontos importantíssimos da Biblioteconomia moderna com suas cinco Leis.

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Desde a sua criação, o serviço de referência tem sido responsável por

uma das principais funções da biblioteca, que é difundir informações.

“O trabalho de referência pode ser definido como o auxílio prestado pelo bibliotecário ao consulente para encontrar livros ou dados necessários a qualquer espécie de estudo ou a outro objetivo particular”. (MCCOMBS, 1965, p. 13).

Dessa forma, torna-se necessário que os conhecimentos teóricos sobre

planejamento sejam vinculados ao dia-a-dia do serviço de referência nas

diversas BU’s no Brasil, uma vez que é neste setor que ocorre a atividade fim da

biblioteca, responsável por atender e orientar os usuários em suas pesquisas,

explicar o funcionamento da biblioteca, organizar exposições e palestras, entre

outras.

Dentro desta perspectiva, o Planejamento Estratégico constitui-se um

fator crítico para o sucesso da biblioteca, visto que é um processo de trabalho,

cujos indicadores de desempenho são a atualização constante de missão e

visão e o cumprimento das metas estabelecidas.

O serviço de referência, ao promover serviços de alerta, está cumprindo

sua missão que é disseminar informação. Neste contexto, a satisfação do

usuário é considerada uma meta a ser alcançada pelos serviços.

Os serviços oferecidos pelo setor de referência podem ser agrupados de

acordo com a sua natureza:

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NATUREZA TIPO

1) Provisão de documentos a) Circulação, b) Consulta local, c) Empréstimos entre bibliotecas d) Comutação, e) Fornecimento de cópias, f) Entrega de material a pedido, g) Preparação de traduções.

2) Provisão de informações a) Questões de referência simples (fatuais),

b) Questões de referência complexas,

c) Serviço referencial para outras fontes, inclusive pessoas,

d) Acesso à base de dados. 3) Provisão de auxílio

bibliográfico a) Localização de material, b) Verificação de referências, c) Levantamentos bibliográficos

em assuntos especializados, a pedido.

4) Serviços de alerta a) Informais: exposições, murais, circulares.

b) Formais: lista de novos materiais, circulação de periódicos, sumários correntes, boletim bibliográfico/informativo (bibliografias, resenhas, críticas), disseminação seletiva da informação.

5) Orientação ao usuário a) Provisão de guias de biblioteca, b) Cursos de orientação, c) Cursos de instrução

bibliográfica, d) Promoção dos serviços.

6) Auxílio editorial a) Preparação de obras individuais

Quadro 1 – Serviços prestados no setor de referência de bibliotecas universitárias5

5 FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Metodologias para promoção do uso da informação: técnicas aplicadas particularmente em bibliotecas universitárias e especializadas. São Paulo: APB; Nobel, 1991.

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Cabe ressaltar que a satisfação do usuário se dá na medida em que ele

alcança a informação desejada.

2.1 - Análise do Ambiente

As oportunidades são a força motriz e, portanto, deverão ser objeto de

preocupação constante da organização. Quanto mais complexo o ambiente ou

mais rápida sua mudança, mais atenta a organização deve ficar. Há diversas

maneiras de dividir o ambiente em componentes para facilitar a análise. O

componente que deve sempre ser considerado, no âmbito da biblioteca, é o

seguinte: mudanças na tecnologia.

2.1.1 - Mudanças tecnológicas.

As primeiras bibliotecas que se tem notícia são chamadas "minerais", pois

seus acervos eram constituídos de tabletes de argila, depois vieram as

bibliotecas vegetais e animais, constituídas de rolos de papiros e pergaminhos.

Essas são as bibliotecas dos babilônios, assirios, egípcios, persas e chineses.

Mais tarde, com o advento do papel, fabricado pelos árabes, começam a se

formar as bibliotecas de papel e, mais tarde, as de livro propriamente dito.

As coleções de informações antes registradas apenas em folhas de papel

(monografias, enciclopédias, dicionários, manuais, etc.), hoje são encontradas

também em formato digital ou armazenadas em outros tipos de materiais, tais

como CD, fitas VHS, DVD e bancos de dados.

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A biblioteca do século XXI é uma biblioteca híbrida, isto é, com espaços,

serviços e coleções simultaneamente físicos e virtuais, em que as novas

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) passam a ser a base do

serviço e da interrelação com o utilizador; passando a oferecer ao usuário um

conjunto de informações que as novas tecnologias tornam disponível, mas já de

forma tratada e selecionada, possibilitando uma maior rapidez de acesso à

informação.

Nos dias atuais, as bibliotecas vêm se adaptando ao processo de

inovações tecnológicas ocorridas com a evolução da humanidade, sendo que

uma das principais características da biblioteca do futuro, e que a mesma

apresentará, não será mais o volume do seu acervo, e sim a disponibilidade de

poder disseminar informações com outras instituições, através das novas

tecnologias informacionais. Apesar de ainda mostrar muito fôlego, os livros, que

compõem a maior parte dos acervos das bibliotecas, provavelmente em um

futuro bem próximo, serão armazenados em CD-Rom, multimídia, Internet e

outros mecanismos de armazenamento de dados eletro-eletrônicos.

Nada indica que a evolução vá parar ou que as pessoas queiram retornar

ao passado. Portanto, acompanhar a evolução tecnológica é seguramente uma

estratégia para assegurar a sobrevivência e a eficácia da organização. As

organizações podem ter estratégias mais agressivas ou reativas em relação à

tecnologia. Algumas procuram liderar o processo de inovação tecnológica, e

fazer propaganda disso. Outras procuram copiar e adotar um comportamento de

seguidoras.

O quadro a seguir, traça um paralelo entre o serviço de referência

tradicional e o eletrônico:

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LINHAS TRADICIONAL REDES DIGITAIS

1. Ação do SRI Interação humana – usuário/bibliotecário face a face, respostas/perguntas de referência.

Troca de mensagens (e-mail, chat), interação remota/virtual, sem barreiras de espaço e tempo.

2. Educação do usuário Capacitação formal dos usuários no uso dos sistemas de informação. Técnicas de pesquisa e orientação bibliográfica.

Agentes inteligentes (know-boots), identificam fontes de informações compatíveis com as necessidades dos usuários. Tutoriais. Estratégias de busca eletrônica.

3. Alerta e disseminação da informação

Produtos/serviços para atualização e divulgação de conhecimentos e informações - meio impresso/Quadros de avisos.

Recursos tecnológicos de alerta e disseminação; formatos para distribuição eletrônica - produtos/serviços, artefatos digitais. Comutação, DSI eletrônicos.

4. Divulgação e comunicações (visuais e gráficas)

Quadros de aviso, plantas localizadoras; sinalização de espaços, representações gráficas, guias, folhetos divulgativos e instrucionais.

Opções de ajuda nos websites, informando e instruindo sobre serviços e produtos para uso, orientando desta forma a navegação dos usuários.

5. Administração/supervisão do SRI

Planejamento interno e funcional para a prestação de informações aos usuários - espaço de leitura, acervo, catálogo e postos de empréstimo. Gerenciamento do setor.

Organização e gestão de informações digitais.

Quadro 2 – As cinco linhas do serviço de referência, do tradicional às redes eletrônicas6

Disponibilizar produtos e serviços tradicionais de forma on line é uma

maneira de atingir um número maior de usuários.

6 SILVA, José Fernando Modesto da. Internet - biblioteca - comunidade acadêmica: conhecimentos, usos e impactos; pesquisa com três universidades paulistas (UNESP,UNICAMP e USP). 2001, 343 f. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.

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2.2 - Alerta e Disseminação da Informação

O Bibliotecário de referência ajuda o usuário no sentido de dar orientação,

de indicar fontes de pesquisa, bibliografia, assim como referências, a partir de

um assunto de caráter acadêmico, de modo que satisfaça a demanda pela

informação. Quando o aluno busca a informação, pesquisa e aplica, ela se

transforma num portal para o esplendor do conhecimento.

Dessa forma, entende-se por fluxo de conhecimento:

[...] um processo no qual a aquisição de “peças” do conhecimento tem sentido em função da capacidade que temos de utilizá-las (valorizá-las, conectá-las, recriá-las) naquele momento (e não algo que deve ser sempre guardado para uso posterior) [...] (RIBEIRO, 2007).

Como podemos perceber, não existe hoje reserva de conhecimento, mas

sim estoque de informação útil para fluxo de conhecimento, ou seja, é

fundamental apreender informações com as quais se possa fazer uma ponte

com o que já se sabe, com o que se está aprendendo agora e colocar em

prática.

A DSI é um serviço muito importante nesse contexto, não só nas

unidades de informação especializadas, onde é comum, mas também nas

bibliotecas universitárias, através dele é possível o usuário ter uma informação

contínua dos assuntos que lhe interessam e, dessa forma estar sempre se

atualizando, pois a cada dia que passa surge novas técnicas, novas práticas,

novas idéias, seja qual for a área do conhecimento em que ele esteja inserido. O

grau de exigência dos profissionais que estão se formando é cada vez maior e, é

preciso estar atento ao que está acontecendo, ao que está sendo produzido intra

e extra-academicamente também, fazer leituras que são importantes para a

graduação que está cursando, que irão ajudar na confecção de trabalhos.

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Dessa forma, Souto (2003) apud Souza; Neves; Lucas descreve que:

aplicação de DSI voltado para a prestação de serviços aos alunos de faculdades e universidades auxilia no suporte de atividades de ensino, pesquisa e extensão. Se o aluno de graduação utilizar este serviço e acostumar-se com os benefícios e vantagens do sistema, posteriormente ele o verá como o aliado em sua vida profissional, podendo utilizá-lo como um instrumento de atualização profissional e educacional.

O serviço de DSI sofreu significativas mudanças como forma de propagar

dados/informações para alunos, professores e pesquisadores que, por vezes

esbarram na falta de tempo para a realização de suas pesquisas. Através da

utilização das bases de dados, o sistema de DSI fornece aos usuários as últimas

publicações em suas áreas de interesse.

Para Nocetti (1980) apud Eirão (2009)7 o trabalho automatizado de DSI

possui seis etapas:

7 EIRÃO, Thiago Gomes. Disseminação seletiva da informação: uma abordagem. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 7, n. 1, p. 20-29, jul.-dez. 2009. Disponível em: <http://www.sbu.unicamp.br/seer/ojs/viewarticle.php?id=183>. Acesso em: 01 abr. 2010.

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DSI AUTOMATIZADA ETAPAS

1. Levantamento do perfil de interesse dos usuários

Descrição detalhada da qualificação, especialidade, necessidades e interesses dos usuários.

2. Análise e tradução dos perfis Atribuição de descritores, palavras-chave e códigos legíveis pelo sistema, que representem os temas a serem recuperados.

3. Arquivamento dos perfis Armazenamento no sistema dos perfis dos usuários, para processamento automatizado.

4. Recuperação da informação Realizada por computador, pelo confronto dos perfis dos usuários com a base de dados.

5. Controle de qualidade Verificação realizada para teste dos resultados, a fim de identificar possíveis erros de estratégia e de linguagem.

6. Expedição aos usuários Envio das listagens e ficha de avaliação, após os controles de expedição.

Quadro 3 – Etapas do serviço automatizado de DSI

Inúmeros são os benefícios de se aplicar o alerta e a disseminação da

informação na formação de profissionais, uma vez que não se trata apenas de

uma lista regular, mas principalmente de um compartilhamento de informações

úteis.

Nas BU’s, no entanto, ainda se encontram barreiras como falta de pessoal

e escassez de recursos financeiros para implementação do serviço de DSI, seja

ele tradicional ou eletrônico.

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CAPÍTULO III

ESTUDO DE CASO DA BIBLIOTECA DO IPPUR DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ)

3.1 - Um Breve Histórico

A Biblioteca do IPPUR, voltada prioritariamente para as demandas

estabelecidas pelos cursos de Doutorado, Mestrado, Especialização e, agora

recentemente, para a graduação em Gestão pública para o desenvolvimento

econômico e social, tem seu acervo constituído por livros, periódicos nacionais e

estrangeiros, dissertações, teses, folhetos, bases de dados, CD-Rom e vídeos.

Oferece ainda a seus usuários, por empréstimo entre bibliotecas, o

acesso a acervos de outras instituições, aceitando, ao mesmo tempo, destas

instituições, o mesmo tipo de serviço.

A Biblioteca do IPPUR está integrada ao Sistema de Catalogação

Automatizada do Sistema de Bibliotecas e Informação (SiBI) da UFRJ desde

1987. Este sistema proporciona acesso on line a quarenta e quatro bibliotecas

da Universidade. Encontra-se também já conectada a outras fontes de consulta

acessíveis via Internet.

A Videoteca implantada em 1995, conta com um acervo de cento e sete

títulos utilizados para a consulta local e empréstimo domiciliar por 24 horas.

A Biblioteca do IPPUR encontra-se situada à Avenida Pedro Calmon, 550,

5º andar, Sala 533 – Prédio da Reitoria – Cidade Universitária. CEP: 21941-901

– Rio de Janeiro – RJ. Atende pelo tel. 2598-1942/1930; e-mail:

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[email protected]; site em construção; funciona no horário das 09 às 17h

de segunda a sexta-feira.

3.2 - Objetivos do Estudo e Metodologia da Pesquisa

Este relatório apresenta o resultado de um estudo qualitativo sobre os

serviços de alerta oferecidos pela Biblioteca do IPPUR, com a Bibliotecária

responsável, Cláudia Regina dos Anjos. Foi realizada uma entrevista (Apêndice

A) no dia 30 mar. 2010 às 11h, com aproximadamente 30 min. de duração.

Este estudo buscou apreender o significado que a disseminação da

informação tem para a Biblioteca do IPPUR, visto que a mesma oferece dois

tipos de serviço de alerta.

A entrevista foi registrada de duas formas: através da gravação de voz e

anotações.

3.3 - Resultados

A Biblioteca realiza dois tipos de serviço de alerta formais: Sumários

Correntes de Periódicos em Planejamento Urbano e Regional e Boletim

Bibliográfico de Novas Aquisições.

Os Sumários Correntes de Periódicos em Planejamento Urbano e

Regional são editados trimestralmente pela Biblioteca do IPPUR com o objetivo

de divulgar artigos nas áreas de planejamento urbano, planejamento regional,

economia, antropologia, política, meio ambiente e sociologia.

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O seu arranjo é feito por ordem alfabética de título, conforme são

ordenados nas estantes do Setor de Periódicos.

Os títulos arrolados encontram-se disponíveis para consultas.

O Boletim é uma publicação bimestral, criada para dar conhecimento e

divulgar as novas aquisições da Biblioteca do IPPUR.

Organizado por ordem alfabética de autor, de acordo com a NBR 6023

Informação e documentação - Referências – Elaboração8, conta também com o

número de chamada9.

O acervo bibliográfico pode ser consultado via Internet, através da Base

Minerva, disponível em: <www.minerva.ufrj.br>.

Do ponto de vista do processamento, todo e qualquer material passa

pelos mecanismos de seleção, aquisição e tratamento técnico, antes de ser

divulgado pelos serviços de alerta. O sistema de automação integrado utilizado

pelo SiBI é o ALEPH10.

A Biblioteca conta com uma equipe de processamento técnico e outra de

referência, onde cada membro segundo suas atribuições está envolvido na

confecção e divulgação dos serviços de alerta.

8 A NBR 6023 é uma norma que tem como objetivo orientar a preparação e compilação de referências de material utilizado para a produção de documentos e para inclusão em bibliografias, resumos, resenhas, recensões e outros. 9 O número de chamada de um livro serve para localizá-lo na estante, e é aquele que

consta nas etiquetas coladas na lombada dos livros, teses, eventos etc. 10

É um software desenhado especificamente para o gerenciamento de bibliotecas e centros de documentação. É um sistema amigável e totalmente integrado. Possui interface desenvolvida para sistemas de imagem, texto, áudio e empréstimo. Trabalha em tempo real, e o banco de dados é atualizado imediatamente. Desenvolvido na The Hebrew University em Jerusalém, Israel. Comercializado no Brasil pela Ex Libris.

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Atualmente, a Biblioteca não realiza estudo de usuários mas segundo

Cláudia, o último foi feito em 2005.

O segmento contemplado pelos serviços de alerta é toda a comunidade

do IPPUR. Os serviços são oferecidos em formato impresso, disponíveis na

Biblioteca e, em formato eletrônico, por e-mail. Posteriormente, pretende-se

disponibilizar no site (em construção) da Biblioteca.

Segundo Cláudia, pode-se perceber um alto valor agregado nos serviços

de alerta oferecidos, no que tange à divulgação do acervo e da Biblioteca

(marketing)11, além de permitir avaliar com maior precisão a idade útil dos

materiais.

O marketing sofreu nos últimos anos uma transformação significativa. [...] Na era da informação, os clientes podem mais facilmente do que nunca informarem-se sobre as ofertas da concorrência sendo cada vez mais importante um relacionamento positivo cliente-prestador. Não é a venda mas a confiança é que está em primeiro plano. O especialista em marketing Kotler12 entende que o prestador de serviços, aqui a biblioteca, é mais do que um "jardineiro" que cuida do relacionamento mas está mais para um "caçador" que busca clientes. (VOGT)13.

11 O Marketing de bibliotecas é uma ferramenta utilizada para promover e valorizar os serviços e produtos que uma biblioteca pode oferecer, a medida que supre os desejos e necessidades de seu usuário com a maior qualidade possível. 12 KOTLER, Philip; BLIEMEL, Friedhelm. Marketing-management. Analyse, planung, umsetzung und steuerung. 10. überarb. u aktualisierte aufl. Stuttgart, 2001. p. 793-794. 13 VOGT, Hannelore. Conceitos de marketing para bibliotecas orientadas a clientes – bibliotecas que são verdadeiros oásis! Tradução de Ana Teresa Vianna de Figueiredo Sannazzaro. Workshop... Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:R4eAdIQupXsJ:www.arb.org.br/hannelore_palestra.doc+marketing+na+biblioteca+%C3%A9&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 01 abr. 2010.

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Sendo a BU um dos principais repositórios de informação, cujo objetivo

principal é proporcionar o acesso à informação para a produção de

conhecimento e, o IPPUR um instituto de pesquisa bem conceituado, não só no

Brasil mas na América Latina, percebe-se que a Biblioteca do IPPUR tem

influência significativa nos resultados da avaliação da Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)14 sobre os cursos

oferecidos pelo Instituto.

A partir do estudo realizado, conclui-se que a Biblioteca do IPPUR

desempenha um papel importante para a capacitação de recursos humanos,

valorizando questões como as necessidades de informação e atualização dos

usuários, através do uso de recursos de disseminação da informação.

14 Visa a melhoria da pós-graduação brasileira, através de avaliação, divulgação, formação de recursos e promoção da cooperação científica internacional.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste trabalho, foram apresentados alguns entraves sobre a

questão do oferecimento do serviço de DSI nas BU’s. Como vimos, existem

dificuldades enfrentadas para a execução do serviço, principalmente as de

origem financeira.

Todavia, cabe a nós, profissionais da informação, buscar formas de

atender as demandas dos usuários, definir limites do que é possível ou não fazer

e chegar a um acordo quanto às expectativas que se criam em torno dos

serviços de referência digitais.

Com base no que foi abordado, conclui-se que há necessidade de serem

desenvolvidos estudos que busquem identificar e consolidar o emprego de

estratégias de construção e gerenciamento da DSI hoje, atravessando por temas

centrais como a infra-estrutura, os avanços das TIC’s e as necessidades de

informação dos usuários potenciais das BU’S.

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REFERÊNCIAS

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MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução a administração. São Paulo: Atlas, 2008. 294 p. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico. São Paulo: Atlas, 1986.

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OLIVEIRA, Maria Odaisa Espinheiro de. A disseminação da informação na construção do conhecimento e na formação da cidadania. Disponível em: <http://74.125.45.132/search?q=cache:LpSJMspjbXYJ:dici.ibict.br/archive/00000776/01/T125.pdf+A+dissemina%C3%A7%C3%A3o+da+informa%C3%A7%C3%A3o+na+constru%C3%A7%C3%A3o+do+conhecimento+e+na+forma%C3%A7%C3%A3o+da+cidadania&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br>. Acesso em: 19 nov. 2008. PORTER, Michael E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus , 1986. 362 p. RIBEIRO, Antonio Mendes. Conhecimento e suas características atuais: cada vez mais um fluxo e menos um reservatório. Disponível em: <http://www.peabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=6024>.Acesso em: 11 nov. 2008. SARACEVIC, Tefko. Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspec. Ci. Inf., Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 41-62, jan./jun. 1996. SOUZA, Nicole Amboni de; NEVES, Guilherme Cintra; LUCAS, Elaine R. de Oliveira. Estratégia de CRM aplicada a DSI: uma proposta para as bibliotecas universitárias. Disponível em: < http://64.233.169.132/search?q=cache:j3ytaCQOC0UJ:www.cinform.ufba.br/vi_anais/docs/NicoleGuilhermeElaineCRM.pdf+DSI+biblioteca&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br>. Acesso em: 27 nov. 2008. TARAPANOFF, Kira; KLAES, Rejane Raffo; CORMIER, Patrícia Marie Jeanne. Biblioteca Universitária e contexto acadêmico. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 9. ,1996, Curitiba. Anais... Curitiba: FPR; PUC, 1996. 3 [disquetes]. THOMPSON, Arthur A. Planejamento estratégico: elaboração, implementação e execução. São Paulo: Pioneira, 2002. 431p. TIFFANY, Paul; PETERSON, Steven D. Planejamento estratégico: série para dummies : o jeito divertido de aprender. Rio de Janeiro: Campus, 1998. 416 p.

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UNESCO. Knowledge versus information societies: UNESCO report takes stock of the difference. Disponível em: <http://portal.unesco.org/en/ev.php-URL_ID=30586&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html>. Acesso em: 11 nov. 2008. WIKIPÉDIA. Biblioteca. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Biblioteca>. Acesso em: 01 abr. 2010. WIKIPÉDIA. Sociedade da informação. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_do_conhecimento>. Acesso em: 19 nov. 2008.

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APÊNDICE A – Estudo de caso – Biblioteca do IPPUR-UFRJ

Utilizado para nortear a entrevista, o roteiro foi o seguinte:

1 A Biblioteca oferece algum serviço de alerta e/ou disseminação da

informação?

2 Qual o formato dos dados do(s) serviço(s) (impresso ou eletrônico)?

Oferece cópias de sumários ou documentos na íntegra?

3 O setor de referência realiza estudo de usuários?

4 Quais são os segmentos de usuários e seus comportamentos de busca e

uso da informação?

5 Percebem-se valores agregados ao(s) serviço(s) oferecido(s)?

6 Qual é o retorno que a Biblioteca tem e/ou espera ter do(s) serviço(s) de

alerta e/ou disseminação da informação?

7 Qual a infra-estrutura necessária para oferecer o(s) serviço(s)?

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 11

CAPÍTULO I

BU’s 14

CAPÍTULO II

SERVIÇO DE REFERÊNCIA: AMBIENTE INTERNO 16

2.1 - Análise do Ambiente 19

2.1.1 - Mudanças tecnológicas. 19

2.2 - Alerta e Disseminação da Informação 22

CAPÍTULO III

ESTUDO DE CASO DA BIBLIOTECA DO IPPUR DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ) 25

3.1 - Um Breve Histórico 25

3.2 - Objetivos do Estudo e Metodologia da Pesquisa 26

3.3 - Resultados 26

CONSIDERAÇÕES FINAIS 30

REFERÊNCIAS 31

APÊNDICE A – Estudo de caso – Biblioteca do IPPUR-UFRJ 34

ÍNDICE 35