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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O DIVÓRCIO NA VISÃO PROCESSUAL CIVIL BRASILEIRA
Por: Márcia Cristina da Silva
Orientadora
Mônica Ferreira de Melo
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O DIVÓRCIO NA VISÃO PROCESSUAL CIVIL BRASILEIRA
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito para obtenção do título de especialista em
Direito Processual Civil.
Por: Márcia Cristina da Silva
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS, por me dar forças
para enfrentar mais esse desafio em
minha vida. Ao corpo docente do
Instituto A Vez do Mestre, que nos
ensinou as leis, doutrinas, e
controvérsias, em busca de um
aprimoramento profissional. Em
especial a professora Mônica Melo pela
sua paciência, confiança, e incentivos
constantes para que eu pudesse galgar
mais essa caminhada.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu marido
Magno por ser sempre o maior
incentivador nessa minha caminhada
profissional. Aos meus pais, que foram o
espelho em minha vida e rocha firme
onde me apoiei nos momentos mais
difíceis. E a minha filha Vitoria, que me
ensinou a acreditar que tudo na vida é
possível, basta ter fé para alcançar o que
almejamos.
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RESUMO
O presente trabalho monográfico vem lucidar de que forma a obrigação
alimentar no divórcio pode ser efetivada, abordando, a evolução histórica,
conceitos, espécies, características, classificações e suas formas processuais.
Será demonstrado a evolução ao longo do tempo e seus aperfeiçoamentos
decorridos das constantes mudanças na sociedade contemporânea. Essas
mudanças fazem com que o direito evolua, a fim de disciplinar o sistema
jurídico, inclusive a questão dos alimentos no divórcio, uma vez que nos dias
atuais não só a mulher mais também o cônjuge varão pode pleitear alimentos.
O Estado é o principal interessado na medida que disciplina as causa que
originam a obrigação de alimentar e as diversas espécies de alimentos a
serem prestados.Neste trabalho de pesquisa será abordado também a lei
6.515/1977, o Código de Processo Civil, o Código Civil Brasileiro de 2002 e a
Constituição Federal de 1988.
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METODOLOGIA
A presente pesquisa aqui apresentada vem esclarecer a importância
do dever de alimentar entre cônjuges no divórcio, bem como a forma pela qual
se pode exercer esse direito. Escolhi o ramo do Direito de Família por ter
grande afinidade, em especial aos alimentos. O desenvolvimento desta
pesquisa, foi realizado através de jurisprudências e inúmeras pesquisas em
livros de autores civilistas e processualistas conceituados, incluindo o Código
Civil, Código de Processo Civil e a Constituição da República Federativa do
Brasil, em sites de tribunais considerando alguns julgados.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - O DIVÓRCIO 10
CAPÍTULO II - OS ALIMENTOS 18
CAPÍTULO III – O DIVÓRCIO E A VISÃO PROCESSUAL ATUAL 33
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 41
ÍNDICE 42
8
INTRODUÇÃO
O dever de alimentar ora introduzido no direito de família, por seu
conteúdo de ordem pública natureza de dever legal tem o seu cumprimento
exigido nas hipóteses previstas em lei, direito com relação ao parentesco por
direito de sangue, imposto aos cônjuges o dever de mútua assistência, este
último expresso, a atribuir em colaboração, ao marido e a mulher, a direção da
sociedade conjugal, sempre no interesse do casal e dos filhos ou ainda, como
obrigação inerente ao poder familiar, que aliás, atribuem a ambos os pais o
dever de prover o sustento e a educação dos filhos. Os filhos maiores também
tem o dever de prestar alimentos aos pais na velhice, carência ou
enfermidades, como está disciplinado no art.229 da Constituição Federal de
1988.
Na separação judicial, dos cônjuges, a regra que estabelece a
obrigação que tem os pais de sustentar os filhos não se alterará, sendo
expressa a norma do art. 20 da lei 6.515/1977, a estabelecer. Para a
manutenção dos filhos, os cônjuges separados judicialmente contribuirão na
proporção de seus recursos.
O divórcio segue as regras do art. 27 e seguintes da lei 6.515/1977.
O fundamento principal da obrigação de alimentos assenta-se no
princípio da solidariedade familiar: os parentes devem-se mútua a assistência
nas necessidades. Ao lado destas obrigações, outras situações ocorrem, em
que vige o dever alimentar, mas sob inspiração diversa.
Temos alimentos testamentários quando o testador deixa um legado
alimentar ou impor ao legatário um encargo alimentar em benefício de
determinada pessoa, que consiste no sustento , cura, vestuário e casa, além
da educação se o legatário for menor, como informa o Código Civil em seu art.
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1920. É lícito a uma pessoa contratar com outra a constituição de obrigação
alimentar em favor próprio ou alheio: alimentos convencionais. Há, contudo,
dentro da idéia de obrigação legal de alimentos, situações especiais que
encontram disciplina no direito familiar, direta ou analogicamente, embora
submetidas a regras peculiares.
A obrigação alimentar incumbe primordialmente ao pai e a mãe, deduz-
se que não cessa com a separação judicial ou anulação de casamento. Se a
separação for mútuo consentimento, têm os cônjuges a liberdade de
convencionar a pensão para sustento e educação dos filhos a cargo de um
deles ou de ambos.
Ocorrendo recusa da justiça na homologação da separação, se não
constar por expresso esta obrigação. O Supremo Tribunal Federal não admite
renúncia aos alimentos, os quais poderão ser pleiteados ulteriormente, uma
vez verificados os seus pressupostos legais.
Aos filhos maiores quando inválidos a obrigação alimentar se
estenderá, o que constitui uma medida sadia e justa, conforme exposto no art.
26 da lei 6515/1977.
A presente pesquisa tem como objetivo investigar os problemas que
envolvem a questão dos alimentos no divórcio de modo geral, procurando
traduzir, de maneira clara e concisa, os seus efeitos em relação ao filhos
menores e o direito da gestante em receber alimentos da concepção ao parto,
e sua importância sob o ponto de vista jurídico, assim como, acompanha a
evolução histórica do divórcio até os dias atuais.
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CAPÍTULO I
O DIVÓRCIO
1.1 - Conceito
Ocorre a dissolução de um casamento válido, quando os cônjuges
mediante decisão judicial em virtude de um acordo de vontades com a ruptura
de todos os laços matrimoniais denominando-se assim esse ato inter partes o
divórcio. Toda via vale transcrever o que esta exposto em nosso código civil
2008 em seu artigo 1571 , IV, § 1°:
O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção
estabelecida neste código quanto ausente.
( VADE MECUM SARAIVA, 2008 P.291)
O divórcio deverá ser exercido por meio de ação judicial proferida por
um juiz competente. Como está expresso em nosso ordenamento jurídico duas
soa as espécies de divórcio, por mútuo consentimento das partes, onde o
pedido tem por fim obter do juiz sua homologação e o litigioso, que visa à
averiguação da causa indicada.
Para que seja instaurada uma relação processual que resultará em
uma sentença de divórcio é necessário que as partes sejam casadas.
Em nossa constituição, conforme exposto em seu do artigo 226,
considera a família um grupo fundamental, vista pelo Legislador Ordinário de
1988 como base da sociedade e detentora de especial proteção do Estado.
Nesse sentido, também, visando estender a referida proteção especial a outras
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formas de agrupamento familiar, o Constituinte dispôs a União Estável entre
homem e mulher, bem como a comunidade formada por qualquer dos pais e
seus descendentes, são reconhecidas como entidade familiar. Assim sendo,
clara está a intenção da proteção especial referenciada que, como se percebe,
tem como destinatária também a prole, vez que, via de regra, as famílias são
compostas de pais e filhos.
No mesmo dispositivo em comento, no parágrafo 6°. A Constituição
Federal de 1988 informa que o casamento civil, contraído, portanto, na forma
prescrita em lei, pode ser dissolvido pelo divórcio. Entretanto, ainda na visão
legal de proteção especial da família e da conseqüente manutenção da
entidade familiar formada pelo casamento, a Lei Fundamental nos informa que
para ocorrer o processo de divórcio deve existir a separação judicial por mais
de um ano ou a separação de fato por mais de dois anos. Dessa forma, então,
surge as terminologias divórcio indireto e divórcio direto, respectivamente.
Entretanto, tais fundamentos serão demonstrados mais adiante.
1.1.2 – A família
De acordo com a constituição de 1988 a família é a base da
sociedade, e tem especial proteção do Estado. Assim sendo, prática normal a
do poder judiciário de propugnar por acordos e conciliações, a lei do divórcio
determina que o magistrado que presidir o processo de separação judicial deve
promover todos os meios para que os cônjuges se reconciliem ou transijam, e
para tanto, dispõe que o juiz deva ouvir cada um separadamente e logo após,
se julgar conveniente reuni-los em sua presença. Dessa forma, como se infere
o magistrado, além de operador do direito, deve laborar, quando possível, no
mister de conciliador, dispondo de motivos, razões e aconselhamentos no
sentido de que consiga uma reconciliação ou conciliação. Assim, na mesma
linha da possibilidade de reconciliação, dispõe a lei que caso manifestem essa
vontade, os advogados das partes devem ser chamados a assistir os
entendimento e deles participar. Portanto sem ociosidade, a valorização da
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família e a preocupação com a manutenção dessas está perfeitamente
caracterizada na lei do divórcio, notadamente, nas fases preliminares de um
processo de separação judicial, vez que, impõe ao magistrado que propugne
pela reconciliação ou conciliação, conforme redação do dispositivo
mencionado. Assim salvo melhor juízo, embora admitindo a possibilidade de
separação e posteriormente o divórcio, o Estado por vontade da sociedade,
manifestada pela declaração da lei trabalha com o ideal de manter as famílias
unidas e assim, fortalecer todo o conjunto social e principalmente à prole.
1.2 - Evolução histórica no Brasil
Nos primórdios das civilizações, até a metade da década de 70,
respondia de forma conservadora à possibilidade da instituição do divórcio
como forma de dissolução da sociedade conjugal e do vínculo jurídico advindo
do casamento. Entretanto, por força das relações materiais da vida, inúmeras
famílias estavam desfeitas, objetivamente, pela separação dos cônjuges.
A par das reações conservadoras em prol da manutenção da
impossibilidade da dissolução do casamento pela via do divórcio, capitaneadas
pela igreja católica, liderada no Congresso Nacional pelo Senador Nelson
Carneiro, a campanha pelo divórcio triunfou, e o princípio da indissolubilidade
do casamento, consagrado em todas as constituições anteriores, pereceu com
a aprovação da Emenda Constitucional n° 9, de 28 de junho de 1977, que deu
nova redação ao § 1° do artigo 174 da Constituição Federal vigente à época.
Assim, definitivamente, estava afastada a impossibilidade da dissolução do
casamento civil pela via do divórcio. Entretanto, sem ociosidade, cumpre
ressaltar uma manifestação legislativa anterior que possibilitou a mudança
referenciada, transcrevendo-se lição do Mestre Washington de Barros
Monteiro,1992:
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Foi, sem dúvida, uma das inesperadas conseqüências do
chamado “pacote de abril”. Como efeito, a Emenda
Constitucional n° 8, de14 de abril de 1977, dando nova
redação ao art.48 da Constituição Federal, facultou a
reforma desta,pela maioria absoluta dos votos dos
membros do Congresso Nacional, ao contrário do texto
modificado, que fazia depender a reforma de quorum
qualificado ( dois terços dos votos dos membros das duas
casa do Congresso Nacional ) .
( CURSO DE DIREITO CIVIL, SARAIVA, 1992,P.215)
Dessa forma, foi pavimentado o caminho para a aprovação da Emenda
Constitucional n° 9, de 28 de junho do mesmo ano, consagrando a iniciativa de
natureza divorcista que vale ressaltar, já que havia sido rejeitada pelo
Congresso Nacional na legislatura anterior. Descrição esta oferecida pelo
Mestre Washington de Barros Monteiro, 1992 como segue:
Em tais condições, a iniciativa de natureza divorcista, promulgada pelo Senador Carneiro, rejeitada pelo
Congresso no ano precedente, por não haver alcançado
o quorum então exigido, pode facilmente passar no ano
seguinte, por ter obtido maioria absoluta.
( CURSO DE DIREITO CIVIL, SARAIVA,1992,P.215)
Portanto, como se pretendeu demonstrar acima, a aprovação da
possibilidade da dissolução do casamento civil, pela via do divórcio, se
configurou como um processo lento, gradativo, de valoração social e, por fim,
decorrente de uma mutação constitucional que, a princípio, não objetivava
essa transformação. Porém, ainda que por caminhos diverso, a inclusão do
divórcio no ordenamento jurídico brasileiro, salvo melhor juízo, representou um
avanço e, de mesma sorte, uma captação do senso médio reinante na
sociedade brasileira naquele momento. Assim sendo, no plano da formação da
norma jurídica, oportuno recordar a lição do saudoso Mestre Miguel Reale, ao
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informar sobre a teoria tridimensional, ensinando que “ o direito é fato, valor e
norma “. Então, nessa forma, o fato surge no seio social, é valorado pela
sociedade e, captado pelo legislador, e normatizado, passando, assim a ter
norma jurídica que o regule.
Atualmente da captação do senso médio da sociedade brasileira acima
referida, a dissolução do casamento civil, pela via do divórcio, é perfeitamente
possível. No sentido da manutenção da vontade da maioria, o legislador
ordinário de 1988, em sua manifestação soberana, dispôs genericamente
sobre o Divórcio em normas constitucionais, 2008 como se segue:
O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia
separação judicial por mais de um ano nos casos previstos em lei, ou
comprovada separação de fato por mais de dois anos.
( CONSTITUIÇÃO DE 1988, ART226 § 6°)
Extrai-se que, no plano constitucional, o próprio legislador ordinário
declarou duas formas de efetivação da dissolução do casamento civil pelo
divórcio direto ou pelo divórcio indireto.
Por outro lado, no plano infraconstitucional, naturalmente, seria
necessária a edição de uma lei que regulasse os casos em que seria possível
a efetivação do divórcio e também, a forma de seu processo e julgamento. Por
força dessa óbvia necessidade, o legislador ordinário trouxe ao ordenamento
jurídico brasileiro, em 26 de dezembro de 1977, a lei n° 6.515, que na mesma
dispõe: os casos de dissolução da sociedade conjugal e do casamento, seus
efeitos e respectivos processos, e dá outras providências. Porém, em relação
ao referido diploma legal, o Mestre Washington de Barros Monteiro, 1992
contrário ao instituto, comentando sobre o momento da sua declaração e ao
texto original, discorreu da forma seguinte:
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Contudo, mantendo o que afirmei nas edições anteriores deste livro.
Estou persuadido de que preciso será combater o divórcio, porque ele
é contrário à ordem natural e ao bem da família. Nada comprova que
ele torne a sociedade mais feliz. desde logo, impõe-se um
observação. A nova lei tinha falhas e a sua modificação se impunha
para corrigi-las. Aliás, no dizer de Venzi, nunca, ou quase nunca, os
institutos jurídicos saem de um só golpe da cabeça do legislador, ao
contrário do Minerva, que emergiu, bela e já amada, da cabeça de
Júpiter. Além disso, a nova lei ocupou-se de assuntos alheios à dissolução do casamento, como a alteração do regime comum de
bens, sucessão hereditária e temas sobre filiação, quando se acha
em tramitação no Congresso Nacional o projeto de reforma do Código Civil. Tudo isso poderia, perfeitamente, ter esperado.
Por outro lado, nem sempre ela é clara e é sabido que o direito exige
grande clareza de pensamento e uma expressão inteiramente nítida.
Cabia ao legislador dar exemplo. ( CURSO DE DIREITO CIVIL, SARIAVA 1992, P.216)
O otimismo do notável civilista não se confirmou, vez que somente em
120 de janeiro de 2002, através da lei n° 10.406, o projeto de reforma do
código civil teve seu termo final. Aliás, em verdade, o código civil de 1916 lei
n°3.071, de 1° de janeiro não foi reformado, pois que, o referido diploma foi
revogado e substituído por um novo conjunto de normas que, genericamente,
regula os interesses particulares. Portanto, da declaração da lei n° 6.515 até a
promulgação do novo regramento civil, passaram-se vinte e cinco anos. E até a
vigência da nova lei civil contaram-se vinte e seis anos, tento em vista que o
referido diploma somente entrou em vigor um ano após a sua publicação.
Vale transcrever lição do Mestre Washington de Barros Monteiro, 1992
em relação à origem do divórcio:
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O divórcio põe termo ao casamento e aos efeitos civis do matrimônio
religioso ( lei n° 6515/77, art. 24 ). Relembre-se que, de conformidade
com o art. 2°, n° IV, do mesmo diploma legal, a sociedade conjugal
termina pelo divórcio e segundo o parágrafo único, só pelo divórcio ou
pela morte de um dos cônjuges o casamento se dissolve. Num e
noutro caso, é completa a ruptura do vínculo. Aliás, a etimologia do
vocábulo é bastante sugestiva. A palavra advém de divortium, do
verbo divertere, e que quer dizer separar.
( CURSO DE DIREITO CIVIL, SARAIVA, 1992, P.217)
1.3- Das espécies de divórcio
Em nosso texto constitucional, em seu art. 226, § 6°, como referido
anteriormente, dispôs sobre o instituto do divórcio. E, na locução do referido
dispositivo, o direito ao divórcio pode ser exercido em duas situações, quais
sejam: após prévia separação por mais de um ano; e, após comprovada
separação de fato por mais de dois anos.
Dessa forma, na versão da norma constitucional, a doutrina denominou
as duas espécies de possibilidade de divórcio como sendo o divórcio direto e
divórcio indireto, respectivamente.
Divórcio direto – Esse instituto jurídico decorre da separação de fato
dos cônjuges, ou seja, embora não tenham submetido sua vontade ao Estado-
Juiz, estão objetivamente separados e assim, não privam mais da convivência
em comum, não possuindo, por vezes quaisquer relações pessoais, nem
mesmo de amizade ou visitação. Assim, a esse propósito e de maneira direta e
sintética, leciona o notável Orlando Gomes: separação de fato é a cessação da
vida em comum dos cônjuges sem intervenção do juiz. Portanto, objetivou o
legislador dar uma solução legal aos casais que embora separados de fato,
não mantendo portanto convivência em comum, por mais de 02 ( dois ) anos,
ainda mantém o vínculo jurídico do casamento. Então notadamente neste
aspecto, o legislador ordinário captou o senso médio da sociedade brasileira e
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assim elevou à categoria de norma constitucional a separação de fato,
recebendo como fato social carente regramento a ausência de convivência em
comum de casais casados.
Ainda na lição de Orlando Gomes, 2002 a separação de fato se explica
e se estrutura da seguinte forma:
Configura-se pela conjunção de dois elementos, um objetivo, o outro
subjetivo. O elemento objetivo é a própria separação, passando os
cônjuges a viver em tetos distintos, deixando, por outras palavras, de
cumprir o dever de coabitação, no mais amplo sentido da expressão.
O elemento subjetivo é o animus de dar como encerrada a vida
conjugal, comportando-se como se o vínculo matrimonial fosse
dissolvido.
( DIREITO DE FAMÍLIA, FORENSE,2002, P.304)
Comprovada a separação de fato por mais de dois anos, ou seja,
presentes os requisitos objetivo e subjetivo conforme exposto na lex legum, o
casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
Divórcio indireto – ele ocorre quando após prévia separação judicial,
por mais de um ano, qualquer dos interessados e legitimados pode requerer ao
poder judiciário a conversão da separação judicial em divórcio. Assim, na
forma da lei fundamental e da legislação ordinária, havendo uma decisão
judicial que declare a separação judicial do casal e após um ano dessa decisão
transitada em julgado, o direito à conversão da separação em divórcio pode ser
exercido sem nenhum óbice, por qualquer dos ex-cônjuges. Então, correto
inferir que, decorrido p prazo fixado pela lei a conversão da separação em
divórcio caracteriza-se como mera formalidade para que os ex-cônjuges
alcancem o estado de liberdade par contraírem novas núpcias.
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CAPÍTULO II
UMA VISÃO GERAL SOBRE ALIMENTOS
2.1 – Conceito
Alimentos denomina-se como a prestação fornecida a uma pessoa, em
dinheiro ou espécie, para que a mesma possa atender as necessidades
básicas que um ser humano precisa tais como, vestuário, habitação, sustento,
assistência médica, enfim, de todo o necessário que o alimentário precisar em
sua vida.
A prestação alimentícia tem o objetivo de atender à necessidade de
uma pessoa que não pode prover a sua subsistência.
O direito aos alimentos se transformará em obrigação quando surgir o
binômio necessidade / possibilidade, ou seja quando quem pretende não tem
condições suficientes de se sustentar pelo seu trabalho e de quem se
reclamam, pode fornece-los sem prejuízo do necessário ao seu sustento.
Conforme menciona o Notável Yussef Said Cahali ,2002
Adotada no direito para designar o conteúdo de uma pretensão ou de
uma obrigação, a palavra alimentos vem a significar tudo o que é
necessário a satisfazer aos reclamos da vida; são as prestações com
as quais podem ser satisfeitas as necessidade vitais de quem não
pode provê-las por si só; mais amplamente, é a contribuição periódica
assegurada a alguém, por um título de direito, para exigi-la de outrem,
como necessário a sua manutenção. (YUSSEF, DOS ALIMENTOS,
REVISTA DOS TRIBUNAIS, 2002, P.16)
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A nossa constituição de 19888, que modificou e ampliou o direito de
família, declarou livre o exercício de qualquer ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer ( art. 5°, VIII ); declarou direitos
sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção a maternidade e a infância , a assistência aos
desempregados ( art. 6° ); assegurou o direito a greve, luta por melhor salário e
condições de trabalho ( art. 9° ). Tais direitos são assegurados
constitucionalmente aos indivíduos para que os mesmos venham manter a
integridade da vida e bem-estar social. Conforme nos ensina o Notável Caio
Mario, 2002
Ao Poder Público compete desenvolver a assistência social, estimular
o seguro, tomar medidas defensivas adequadas. E no mundo
moderno tem no feito com intensidade.
(CAIO MARIO, INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL, DIREITO DE
FAMÍLIA, FORENSE, 2002, P.42)
O direito vincula a pessoa ao seu próprio organismo familiar, impondo
aos parentes do necessitado, ou pessoa a ele ligada por um elo civil, o dever
de proporcionar-lhe as condições mínimas de sobrevivência, porém sendo
estás de qualidade.
Os alimentos são chamados de naturais ( alimentação, vestuário,
habitação ) e civis ( que se designam como côngruos – educação, instrução,
assistência).
Existe o aspecto causal, onde os alimentos são chamados de
legítimos, devidos por força de lei testamentária, os instituídos por disposição
de última vontade, oriundos de estipulação negocial inter vivos, ressarcitórios,
destinados a indenizar a vítima de ato por provimento judicial. Porém vale
transcrever comentário do Notável Caio Mario Pereira da Silva, 2002, P.43)
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O fundamento originário desta obrigação é o vínculo da solidariedade
familiar ( Ruggiero, de Page, Plaiol et Ripert, Irmão Mazeaud ) ou de
sangue ( Quartarone ), ou ainda a lei natural ( Arias ). Sua prestação é
imposta por lei, e é por aí que se classificam como obrigação legal
(Cunha Gonçalves, Josserand, Pontes de Miranda). Os antigos com
exagero, certamente, assemelhavam a recusa de alimentos ao
homicídio: necare videtur qai alimenta denegar. Modernamente, não se equiparam ao matar ( necare ), mas trata-se a obrigação alimentar
como naturalmente nascente da solidariedade social que, no primeiro
plano, grava as pessoas vinculadas pelas relações de família,
sancionando a sua falta com aplicação de medidas coercitivas.
(CAIO MARIO, INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL, DIREITO DE
FAMÍLIA, FORENSE, 2002, P.43)
O código civil de 2002, reza em seu art. 1694, que os parentes, os
cônjuges ou companheiros podem pedir uns aos outros os alimentos que
necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social,
inclusive, no atendimento as necessidades educacionais.
Sendo entre os parentes o direito aos alimentos recíproco entre
ascendentes e descendentes, recaindo a obrigação de prestá-los aos mais
remotos na falta uns dos outros ou seja, é recíproco entre pais e filhos e
extensivo a todos os ascendentes ( art. 1696 ). Conforme exposto no art. 220
da constituição de 1988: os pais têm o dever de assistir, criar educar os filhos
menores e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na
velhice, carência ou enfermidade. Nesse sentido, observa-se a reciprocidade
alimentar como um direito essencial à vida e à subsistência em todas as
idades.
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2.1.2 – Natureza Jurídica
Existe uma diversidade entre a conceituação jurídica e a noção vulgar
do termo alimentos. Compreendendo-os em sentido amplo, o direito insere no
valor semântico do vocábulo uma abrangência maior, para estendê-lo, além de
acepção fisiológica, a tudo mais necessário à manutenção individual: sustento,
habitação, vestuário, tratamento.
Sendo assim já nas ordenações, 1, livro, 1, título 88, § 15, se entendia,
e assim é em direito comparado. As ordenações, cuidando dos alimentos
devidos aos órfão em dada situação, determinam que “o juiz lhes ordem o que
lhes necessário for para seu mantimento, vestido e calçado, e todo o mais em
cada um ano (...) E mandará ensinar a ler e escrever aqueles que forem para
isso, até a idade de doze anos”.
Todo indivíduo tem direito à subsistência. Primordialmente, pelo
trabalho, cujo exercício livre é assegurado constitucionalmente, integrando o
desenvolvimento nacional segundo o princípio de sua valorização como um
direito social.
Portanto, quando se fala em alimentos, em direito, fala-se no direito de
exigi-los e na obrigação de prestá-los, marcando, desse modo o caráter
assistencial do instituto.
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2.3 – Breve Histórico
O direito a existência, em regra é o primeiro direito fundamental do ser
humano.
No início das civilizações a obrigação alimentar era constituída do
estudo que interessava somente ao Estado, a sociedade e a família.
Os alimentos eram considerados um dever moral, sendo concedidos
pietatis causa, sem nenhuma regra jurídica para impor-lhe a obrigação. Os
romanos consideravam essa relação como officium pietatis, que é
propriamente uma obrigação, sendo uma linguagem própria dos romanos que
é o dever dos parentes, sobretudo aos mais próximos, de se ajudarem
mutuamente, nos casos de necessidade.
Com o surgimento de normas disciplinadoras dos direitos de família, os
alimentos puderam ser pleiteados como um direito nas relações jurídicas,
existentes entre credor e devedor, passando a assumir características de dever
legal, com indiscutível conteúdo de ordem pública.
Nos tempos modernos seria dever do Estado proporcionar aos
necessitados o seu sustento por meio de órgão estatais ou entidades
particulares. Porém com intuito de aliviar-se desse encargo, o Estado o
transfere, por determinação legal, aos parentes, cônjuge ou companheiro do
necessitado.
Toda via, os alimentos possuem caráter assistencial, uma vez que
oferece ao necessitado o direito de exigi-los, sendo para este uma obrigação
de caráter jurídico e não apenas moral.
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2.3 – Requisitos
Os pressupostos básicos para a concessão de alimentos estão
elencados no Código Civil em seu art. 1695, conforme pode ser observado,
“São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens
suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele,
de quem se reclamam, pode fornece-los, sem desfalque do necessário ao seu
sustento.”
2.3.1 - Necessidade
Conforme o dispositivo em comento, pode ser observado o primeiro
requisito que vem a ser a necessidade.
Sendo assim só será concedida a prestação alimentícia, se quem os
reclama precise efetivamente da pensão pleiteada.
2.3.2 - Possibilidade
O segundo requisito é a possibilidade que deve ser prestada por
aquele que o possa fazer sem que comprometa seu próprio sustento ou de sua
família.
Se o alimentante não os puder fornecer na razão de seu próprio
sustento, prestá-los-á dentro daqueles limites, cumprindo ao alimentando
reclamar de outro parente a suplementação.
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2.3.3 - Proporcionalidade
O terceiro requisito a ser observado é o da proporcionalidade, que nos
informa que os alimentos deverão ser fixados na proporção das necessidades
do alimentando e dos recursos do alimentante.
Em nossa legislação vigente não existe um percentual a ser fixado
como regra, para que seja estabelecido um valor da prestação a ser paga. Por
isso i devemos analisar caso a caso, uma vez que a necessidade de cada um
são diferentes e variáveis. Cabe ao juiz ponderar os valores no caso concreto.
Neste ponto vale transcrever o que aponta a professora Márcia Cristina
Ananias Neves, 2002:
A pensão que um pai dará a um filho excepcional, que necessita de
ajuda médica, é diferente daquela dada a um filho que goza de plena
saúde.
A mesma coisa ocorre com relação a pensão alimentícia que o
cônjuge presta a mulher grávida. Esta possui necessidade diferentes
e talvez maiores do que uma jovem que não esteja nesta condição.
(MARCIA ANANIAS, 2002, P. 594 )
2.3.4 – Reciprocidade
O quarto requisito é o da reciprocidade, que dependente dos pressupostos acima, a obrigação alimentar, entre parentes, é recíproca, no
sentido de que, na mesma relação familiar o parente que em princípio seja
devedor poderá reclamá-lo se vier a necessitar deles.
Neste ponto, vale transcrever o art. 229 da nossa Constituição Federal
de 1988: Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os
25
filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade. ( VADE MECUM SARAIVA, 2008, P. 69 ).
2.4 – Espécies
Segundo a doutrina moderna os alimentos são classificados sob
alguns aspectos:
• Quanto à natureza: alimentos civis e naturais
Os alimentos naturais está vinculado a necessidade do alimentando,
ou seja, restringem-se ao indispensável à satisfação das necessidades
primarias da vida, alimentação, remédios, vestuário, habitação, nos limites
do necessarium vitae. Todavia, os alimentos civis estão baseados nas
necessidades intelectuais, morais , recreação, compreendendo assim o
necessarium personae.
• Quanto à causa jurídica: lei, a vontade, o delito
Classificam em legítimos os alimentos devidos em virtude de uma
obrigação legal, que pode decorrer do parentesco, do casamento, do
companheirismo ou de um vínculo de família.
Podem ser voluntários, com base em uma declaração de vontade, inter
vivos ou mortis causa, caso em que se inserem no direito das obrigações
ou no direito das sucessões.
Ressarci tórios ou indenizatórios, são devidos no caso da prática de
um ato ilícito, isto é constituem forma de indenização do dano ex delicto e
pertencem também ao direito das obrigações.
26
• De acordo com a finalidade: provisionais, e regulares
Provisionais, provisórios ou in litem são os alimentos determinados em
medida cautelar, preparatória ou incidental, de ação de separação judicial, de
divórcio, de nulidade ou anulação de casamento, ou ainda à própria ação de
alimentos, para manter o suplicante ou sua prole na pendência da lide.
Os regulares ou definitivos são estabelecidos pelo juiz na sentença ou
em acordo pelas partes, devidamente homologado, com prestações periódicas,
de caráter permanente, embora sujeitos a revisão.
• Quanto ao momento da prestação: futura ou praeterita
Os alimentos prestados em virtude de decisão judicial ou acordo são
chamados de alimenta futura. Já os alimentos anteriores a qualquer desses
momentos são chamados de alimenta praeterita.
• Quanto às modalidades: obrigação alimentar própria e
imprópria
A obrigação alimentar própria tem como foco a prestação daquilo que
seja necessário a manutenção do indivíduo. Todavia, a obrigação imprópria
visa o fornecimento dos meios idôneos para obtenção de bens necessários
à subsistência.
27
2.5 – Características
O direito a prestação alimentícia possui algumas características, mas a
fundamental é o fato do direito de alimentos ser personalíssimo, representando
assim um direito inato tendente a assegurar a subsistência e integridade física
do ser humano.
A segunda característica é a transmissibilidade que dispõe sobre a
obrigação alimentar e sua transmissibilidade aos herdeiros do devedor
conforme exposto no art. 1700, do Código Civil.
A terceira característica a ser abordada é a irrenunciabilidade, prevista
no art. 1707, do Código Civil, sendo facultado ao credor dos alimentos não
exercer seu direito, mas não poderá renunciá-los.
A impenhorabilidade é a quarta característica, por se tratar de um
direito personalíssimo, destinado a prover necessidades do alimentando, torna-
se inadmissível a penhora da prestação alimentícia.
A quinta característica é a incompensabilidade, não é admitida em
virtude do interesse público, pois se admitisse a extinção da obrigação por
meio de compensação, o alimentando seria privado dos meios de
sobrevivência. Desta forma, se o devedor passar a ser credor do alimentando
não poderá opor-lhe a quitação de sua obrigação através da compensação.
A incedibilidade é a sexta característica, trata-se de um direito inerente
à pessoa, não podendo ser cedido o direito a outrem.
A sétima característica a ser abordada é a não transação, que proíbe a
transação do direito de pedir alimentos, porém o quantum das prestações
vencidas ou vincendas é transacionável.
28
A imprescritibilidade é a oitava característica a ser apresentada, ela
assegura que o direito a alimentos não prescreve, ainda que não seja exercido
durante um longo tempo.
A prescrição das prestações alimentares vencidas e não pagas pelo
devedor, ocorre em dois anos contados a partir da data do vencimento.
2.6 – Direito à Prestação Alimentícia
De maneira uniforme a doutrina moderna, co respaldo no Código Civil,
encontra duas ordens de obrigações alimentares. A primeira, baseada no
poder familiar, está consubstanciada na obrigação de sustento, guarda e
educação da prole, positivando o dever da família de zelar pelo menor,
garantindo-lhe também os alimentos necessários à subsistência, a fim de
assegurar sua integridade física e moral, conforme dispõe o art. 227, da
Constituição de 1988. A segunda de caráter mais geral está vinculada à
relação de parentesco, conforme dispõe o art. 1694, do Código Civil 2002, ao
legitimar o direito do parente, cônjuge ou companheiro necessitado de pleitear
alimentos uns aos outros, desde que haja a efetiva necessidade.
A obrigação alimentícia resultante do poder familiar só se extingue com
a maioridade ou emancipação dos filhos, sendo um dever assistencial dos
pais. Nem mesmo a falta de condições econômicas de um dos genitores, pode
isentá-los da obrigação devendo, contudo, ser observada a possibilidade de
quem deve prestá-los. Desta forma, são devidos os alimentos quando o
necessitado não possui condições de prover por si só sua subsistência e o
devedor pode fazê-lo sem que comprometa seu sustento, conforme preceitua o
art. 1695, do Código Civil 2002.
Esse dever é tutelado de tal forma pelo direito civil, que a ausência da
prestação gera sanções, podendo acarretar desde a prisão civil do devedor da
29
prestação, conforme art. 5º, LXVII, da constituição de 1988 que trata da prisão
civil do devedor solvente de alimentos, até a perda ou suspensão do poder
familiar, sendo, contudo, ao filho menor reservado o direito de ser alimentado,
seja qual for a sanção aplicada ao genitor devedor de tal prestação.
O direito a prestação alimentar possui caráter de reciprocidade,
podendo também ser exigida, na ausência dos genitores, entre ascendentes e
descendentes, recaindo assim a obrigação aos mais próximos em grau, uns
em falta dos outros, seja qual for o grau de parentesco e a idade do
alimentando.
Sendo extinta a obrigação alimentar baseada no poder de família,
através da maioridade, havendo ainda a necessidade da prestação alimentícia,
surge então o direito de pedi-los aos pais. Esta nova obrigação derivada agora,
da relação de parentesco, possui natureza diversa, por referir-se aos filhos
maiores que em virtude de alguma incapacidade ou enfermidade não podem
por si só prover seu próprio sustento.
Na obrigação alimentar oriunda do poder familiar possui natureza de
sustento, não podendo ser estendida aos parentes e não tendo também o
caráter de reciprocidade, em virtude de sua natureza. Já a obrigação originada
a partir da relação de parentesco, nasce depois de cessada a menoridade e
com isso o pátrio poder. É recíproca seja qual for o grau de parentesco
existente entre ascendente e descendente, independe da idade do necessitado
devem ser prestados, desde que presentes os requisitos de exigibilidade.
A obrigação alimentar está calcada no princípio da solidariedade
familiar. Ao lado desta obrigação, outras situações ocorrem, em que vige o
dever alimentar, mesmo sob inspiração diversa.
Existem situações especiais que se encontram disciplinadas no direito
da família, direta ou analogicamente, embora submetidas a regras peculiares.
30
O marido assume o encargo de prover a subsistência da família, com o
sue trabalho e os seus haveres. Cabe-lhe pois, em primeiro plano, prestar os
alimentos à mulher e aos filhos, o que se realiza sem alarde, enquanto o
conjunto familiar está coeso. Se a autoridade judicial verificar desequilíbrio ela
irá intervir para tornar efetivo o cumprimento desse dever.
Na separação deduz-se que não cessa a obrigação de alimentar.
Sendo a separação por mútuo consentimento têm os cônjuges a liberdade de
convencionar a pensão para sustento e educação dos filhos, a cargo de um
deles ou de ambos.
Na separação sendo a mulher inocente e pobre receberá pensão do
marido, para sua manutenção, na conformidade do padrão conjugal e na razão
dos rendimentos do marido. Se for culpada não fará jus, da mesma forma que
se for dotada de recursos, pois que seu fundamento é a também a
necessidade.
Na união entre homossexuais, não há o que se falar em alimentos,
visto que em nossa Constituição Federal de 1988 em seu art. 226, § 3º não
existe nenhuma referencia às uniões livres formadas entre pessoas do mesmo
sexo. No atual Código Civil art.1723, define como entidade familiar a união
estável entre homem e mulher.
Na filiação adotiva, existe a obrigação de alimentar, haja vista que em
nosso ordenamento jurídico não existe a diferença entre filhos biológicos para
os adotivos.
Conforme o exposto no art. 1626 do Código Civil de 2002, a adoção
atribui a situação de filho ao adotado, desligando-o de qualquer vínculo com os
pais e parentes consangüíneos, logo, o parentesco oriundo da adoção do
Código Civil é restrito ao adotante e ao adotado, salvo quanto aos
impedimentos matrimonias. O seu parágrafo único, prevê a denominada
31
adoção unilateral, já prevista no art. 41 do Estatuto da Criança e do
Adolescente, quando diz que o adotado é totalmente integrado na família do
adotante, com todos os direitos e deveres que os filhos de sangue possam ter,
inclusive os direitos sucessórios, estendendo-se aos seus descendentes,
ascendentes e colaterais até o 4º grau.
Para reconhecer a obrigação alimentar a lei de alimentos exigia prova
do parentesco ou da obrigação.
Com a chegada da Lei 11.804, de 05/11/2008, que dispõe sobre os
alimentos gravídicos que veio disciplinar o direito a gestante de buscar
alimentos durante a gravidez.
Tais alimentos compreendem as despesas adicionais durante o
período de gravidez, da concepção ao parto, como um autêntico auxílio
maternidade, referente a alimentação especial, assistência médica e
psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e
demais prescrições preventivas, podendo esse rol ser ampliado se o juiz
considerar pertinente.
Na união estável, com a entrada em vigor do art. 226, § 3º da
Constituição Federal de 1988, o direito do companheiro aos alimentos passou
a ser questão de direito de família, uma vez que se reconheceu expressamente
a união estável como espécie de família. Com base neste texto Constitucional
que passou a ser recíproco o dever de assistência moral e material entre os
conviventes.
Em relação ao dispositivo em comento, importante transcrever
considerações julgados expostos pelo Notável Yussef Said Cahali , como
segue, 2002:
32
União estável, reconhecida na CF e na Leis 8.971/1994 e 9.278/1996,
pode ensejar, assim como casamento, o dever de prestar alimentos
ao ex-companheiro, que se encontra em necessidade, deitando raízes
na solidariedade mútua que se estabelece em uma vida em comum.
(TJSP, 7 ª CÂM. CÍV.,05.04.2000, JTJ 236/40.STJ, 4ª T ). Alimentos à
concubina – Como advento da Nova Carta Constitucional, que deferiu
à união estável proteção estatal, comprovada a sua existência,
exsurge a obrigação alimentar entre ambos. ( TJRS, 8ª CÂM. CÍV. ,
20.12.1990 )
Sendo assim, para efeito de alimentos, o companheiro que se
enquadrar nas condições que a lei estabelecer, estará equiparado ao cônjuge.
Ou seja, terá direitos e obrigações, relativamente a alimentos como se casado
fosse.
33
CAPITULO III
O DIVÓRCIO NA VISÃO PROCESSUAL ATUAL
3.1 – A Postulação do Divórcio Direto
Para que seja decretado o divórcio direto é necessário que os cônjuges
estejam separados de fato por mais de dois anos. Tal entendimento é
demonstrado pelo art.226, § 6º da Constituição Federal de 1988:
O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia
separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei,
ou comprovada separação de fato por mais de dois anos. ( VADE
MECUM, 2008, P. 68 )
Quando o divórcio foi introduzido em nosso País através da EC 9,
de1977, e pela lei 6.515/1977, havia duas formas para sua obtenção. Era o
divórcio - conversão, que tinha como requisito estarem os cônjuges separados
judicialmente mais de um ano e o divórcio direto, com fundamento na
separação de fato.
A lei 6.515/1977, inovou a questão e passou a permitir não só o
divórcio direto sem culpa, mas também permitir o divórcio direto com culpa de
qualquer dos cônjuges.
Com a chegada da Carta Constitucional de 1988, o divórcio direto
passou a ser possível com a simples separação de fato por mais de dois ano.
Este sistema legal foi integralmente incorporado pelo Código Civil de 2002 nos
art. 1571 a 1582 ) , sendo acrescentado agora o divórcio por via
administrativa.
34
O processo judicial que tenha por objeto o divórcio consensual, ou
seja, nele estão resguardados as formalidades legais ( processuais ) elencadas
nos art. 1.120 a 1.124 - A do Código de Processo Civil e as demais ( a litigiosa,
a comum e as especiais ) pelo rito ordinário. Dessa forma, a petição inicial
deve ser assinada pelos advogados ou pelo advogado escolhido de comum
acordo. Por outro lado, mesmo havendo acordo, o juiz recusar a homologação
se entender que os direitos dos menores ou de um dos cônjuges não estiver
preservado. Entretanto, no caso de os cônjuges não souberem ou não
puderem assinar, a lei dispõe que poderão ser usadas assinaturas a rogo dos
cônjuges. E, caso as assinaturas não tenham sido firmadas na presença do
juiz, obrigatoriamente deverão ser reconhecidas por tabelião.
O divórcio direto consensual terá o mesmo procedimento da separação
judicial consensual. Havendo cônjuge necessitado, deverá conter uma cláusula
que fixará o valor da pensão e indicará as garantias para o cumprimento da
obrigação assumida, de acordo com que dispõe o artigo 40, II, da lei
6.515/1977.
Independente do divórcio consensual ter o mesmo procedimento da
separação consensual, isso não significa dizer que os alimentos são
irrenunciáveis, podendo posteriormente ser exigido pelo ex-cônjuge
necessitado, conforme Súmula 379, do STJ, que gerou divergência doutrinária
sobre o tema.
A doutrina minoritária entende ser perfeitamente possível a renúncia
aos alimentos, uma vez que a única forma de extinção da obrigação alimentar
é a tratada pelo art. 1708 do Código civil. Já a doutrina majoritária entende que
havendo omissão ou dispensa dos alimentos no divórcio será a mesma
interpretada como renúncia ao direito, pois o divórcio rompe com o vínculo
conjugal.
35
Neste sentido entende o Notável Yussef Said Cahali, 2009:
A teor desse entendimento, o ex-cônjuge somente poderia reclamar
alimentos após o divórcio se por ocasião do acordo de dissolução do
vínculo matrimonial tiver sido expressamente ressalvado tal direito;
desse modo, se nada se convencionou então a respeito, ou mesmo
se por ocasião do acordo a divorcianda dispensou a pensão no
pressuposto de desfrutar na oportunidade de meios próprios para sua
manutenção, não os poderá reclamar posteriormente, quando não
mais subsiste o dever de assistência por desfeito o casamento.
(YUSSEF, 2009, P.285).
A legitimidade para a propositura da ação de conversão de separação
judicial em divórcio pertence aos cônjuges ( individualmente ), e o pedido será
apensado aos autos da separação judicial, ou seja, a conversão será
processada nos autos da separação, sem necessidade da propositura de uma
nova ação para o fim desejado. Feito o referido pedido, por somente um dos
cônjuges, o outro deverá ser citado, e na forma da lei, a resposta não poderá
consubstanciar-se em reconvenção. Em relação ao referido dispositivo, alerta o
Professor Theotonio Negrão, acerca da possibilidade de oferecimento de
exceção de incompetência relativa e, também, que na ação de conversão de
separação judicial em divórcio, não cabe audiência de conciliação ( RJTJESP
129/318 ). Assim sendo, afastada a reconvenção, a própria lei delimita o plano
da resposta do réu, dispondo que somente são cabíveis contestações quando
versam sobre falta de decurso do prazo de 01 ( um ) ano da separação judicial,
e também, por descumprimento das obrigações assumidas pelo requerente na
separação, vale transcrever julgados pertinentes, aposto pelo Notável
Theotonio Negrão, 2001 em sua obra, como seguem:
Este dispositivo não se aplica ao divórcio direto, previsto no art.40 (
RT 722/144 ); e, para conversão da separação judicial em divórcio, a
CF, art. 226, § 6ª, exige unicamente o decurso do prazo de um ano da
36
separação. Assim, não mais subsiste o dispositivo no inciso II supra
(RT 697/69, maioria, 718/144, 733/221, 740/275 e 761/311 ,
NEGRÃO, 2001, P. 1.223 ).
Distribuída a petição com o pedido de conversão de separação judicial
em divórcio, o magistrado conhecerá diretamente do pedido, e não havendo
necessidade da produção de provas, deve o juiz proferir a sentença no prazo
de 10 ( dez ) dias. A sentença, por sua vez, deve limitar-se à conversão da
separação em divórcio, excetuando-se, claro, os casos previstos no parágrafo
único do art. 36 da lei 6.515/1977. Contudo, negada numa primeira
oportunidade, na locução da lei, o mesmo cônjuge pode promover outra ação
com os mesmo pedido e objeto. Naturalmente, essa outra ação deve ser
proposta após a satisfação ou cessação de qualquer das hipóteses impeditivas
referida anteriormente. Assim sendo, como demonstrado, a par de propor a
separação judicial por uma vez, o direito à ação permanente, na forma da lei.
3.2 – O Rito Processual de Alimentos
Com o propósito de beneficiar o alimentário, a ação de alimentos é
ordinária, porém por definição é a parte mais fraca da lide, o ar.t 100, inciso II,
do Código de Processo Civil, achou por bem alterar a regra de competência
para permitir que a ação seja proposta no domicílio do autor e não do réu.
Através da lei 968/1949, criou-se nos processos de desquite litigioso e
nos de alimentos, uma fase preliminar de tentativa de conciliação, de maneira
que, ao propor a ação, o autor deveria, em primeiro lugar, requerer ao juiz
designação de dia e hora para audência de tentativa de conciliação, intimando
o réu para nela comparecer; só em não havendo conciliação é que o juiz
ordenará a citação do réu para os termos da demanda.
37
Ao contrário do que aconteceu no campo dos desquites litigiosos, a
criação de uma fase preliminar de tentativa de conciliação foi extremamente
propícia nas ações de alimentos, sendo certo, ao que se sabe, que no foro de
São Paulo a quase totalidade das ações propostas encerra-se na fase
preliminar.
Ao alimentário mais vale receber pouco desde logo, do que aguardar
por vezes mais de um ano para alcançar uma prestação possivelmente maior.
Por outro lado, a fixação imediata de uma pensão modesta não impede que
logo mais retorne o alimentado em juízo pedir revisão do montante fixado com
base no art. 1699 do Código Civil. Convém ainda não esquecer, nesta
hipótese, os efeitos deletérios da inflação.
O Estado tem o interesse no cumprimento da prestação alimentícia,
que visa atender a uma necessidade atual e inadiável do alimentário, o
legislador mune este último de meios executórios de grande eficácia. Além da
execução de bens do devedor, como se dá em toda execução por quantia
certa, os arts. 646 e seguintes do Código de Processo Civil conferem outros
recursos ao credor.
Sendo o devedor funcionário público, ou militar, ou pertencer, a
profissão regulamentada pela legislação do trabalho, a prestação alimentícia
será descontada na folha de pagamento. Neste caso, o credor requererá ao
juiz que oficie ao empregador do réu, ordenando que seu salário mensal seja
deduzida a importância correspondente à condenação, e entregue ao
alimentário ou a seu representante legal.
Já se o empregado for estável, ou com grande tempo de serviço, a
providência se revela altamente eficiente, pois o devedor decerto não
desertará o emprego, para fugir ao pagamento da pensão. Além disso, desde o
momento em que recebe a comunicação, o patrão se torna responsável pela
38
pensão, caso deixe de fazer o desconto devido quando não for possível o
desconto em folha, o devedor inadimplente poderá ser punido com prisão civil.
A nossa Constituição Federal de 1988 em seu art. 5º , inciso LXVII, só
em dois casos permite a lei a prisão por dívidas, a saber: no depositário infiel e
no inadimplemento de obrigação alimentar, portanto, a violência da sanção,
aqui, é inescondível. Para tal efeito requerendo o credor, o juiz marcará ao
devedor prazo de três dias para efetuar o pagamento ou justificar-se, e, não
conseguindo faze-lo, o magistrado decretará a prisão de um à três meses, a
qual, só mediante pagamento prestações vendidas poderá ser levantada antes
do termo.
O art. 5º, inciso LXVII, da Constituição Federal de 1988, inovou em
relação ao art. 153, inciso VII, da Constituição anterior. A regra vigente só
admite o devedor inadimplente da obrigação alimentícia se tal inadimplemento
for voluntário ou inescusável. Tal ressalva não existia no passado.
O cumprimento da pena de prisão não exime o devedor do pagamento
das prestações vencidas ou vincendas. O Código de Processo Civil, em seus
parágrafos 2º e 3 º, reza que, paga a prestação alimentícia o juiz suspenderá o
cumprimento da ordem de prisão.
39
CONCLUSÃO
O presente trabalho teve como objetivo estudar as diferentes espécies
de alimentos provenientes do divórcio, no direito brasileiro.
Este estudo obviamente não foi esgotado todos os diretos da
obrigação de alimentar, mas a noção do instituto torna-se cada vez mais forte
na sociedade moderna, em virtude das constantes modificações sociais,
resultando das diversas formas do relacionamento humano na sociedade.
Embora a legislação seja única, deve o julgador estudar as particularidades de
cada caso para que seja alcançada uma justiça entre os ex-cônjuges.
Com a criação do divórcio o direito brasileiro demonstrou sua evolução,
à medida que acabou com o vinculo conjugal, possibilitando assim, um novo
casamento aos divorciados, passando a não mais existir o dever de sustento
que anteriormente continuava existindo com a separação judicial.
No divórcio conversão consensual e no direto os ex-cônjuges
convencionam livremente sobre as cláusulas que serão homologadas pelo juiz,
inclusive no que tange a pensão alimentícia a ser paga ao necessitado. Com
relação a omissão da cláusula de alimentos, foi verificado que diferentemente
do que ocorre na separação, no divórcio é interpretada como renúncia aos
alimentos. Não havendo, contudo, possibilidade de serem posteriormente
pleiteados em momento posterior, pois o divórcio põe fim ao vínculo conjugal e
com ele extingue-se o dever de mútua assistência entre os ex-cônjuges.
A questão da reciprocidade alimentar, entre ex-cônjuges foi um grande
avanço do Direito, reconhecida primeiramente pela Constituição Federal de
1988, quando igualou o homem e a mulher em direitos e deveres e obrigações.
Tornando-se hoje normal o homem que não possua condições de manter-se
40
sozinho, após a separação ou o divórcio, receber alimentos da ex-esposa que
possua condições de provê-los.
Tivemos grandes inovações, no que diz respeito ao divórcio e aos
alimentos, uma delas é o divorcio homologado pelas vias administrativas e a lei
11.804 de 2008 que vem disciplinar o direito da gestante de buscar alimentos
durante a gravidez, chamado de alimentos gravídicos,
Este estudo monográfico visa esclarecer sobre a importância de
prestar alimentos entre os ex-cônjuges nos dias atuais. Esse direito de prestar
alimentos somente se tornará obrigação legal diante do binômio
necessidade/possibilidade, ou seja quando quem os pretende não tem bens
suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele
de quem se pleiteia, pode fornecê-lo sem desfalque do necessário ao seu
sustento .
41
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA BRASIL, Vade mecum [2002]. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. BRASIL, Código de Processo Civil. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. BRASIL, Constituição da república federativa do. 5ed. São Paulo: Saraiva, 2008 CAHALI, Yussef Said. Dos alimentos. 4 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, 10. ed. São Paulo: Saraiva, 1995, vol. 5. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito de família. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2002, vol. 2. NEVES, Márcia Cristina Ananias. Vademecum do Direito de Família à Luz do Novo e sucessão. 5. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 1999. RODRIGUES, Silvio. Direito Civil - Direito de Família, 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2002, vol. 6. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil – Direito de Família. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003, vol. 6.
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GOMES, Orlando. Direito de Família. Rio de Janeiro: Forense. 2002
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São Paulo:
Saraiva.1992
ÍNDICE
42
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O DIVÓRCIO
1.1 - Conceito 10
1.1.2 – Família 11
1.2 - Evolução Histórica no Brasil 12
1.3 – Das Espécies de Divórcio 16
CAPITULO II
OS ALIMENTOS
2.1 – Conceito 18
2.2 – Natureza jurídica 21
2.2.1 – Breve histórico 22
2.3 – Requisitos 23
2.3.1 – Necessidade 23
2.3.2 – Possibilidade 23
2.3,3 – Proporcionalidade 24
2.3.4 - Reciprocidade 24
2.4 –Espécies 25
2.5 –Características 27
2.6 – Direito à prestação alimentícia 28
CAPITULO III
O DIVÓRCIO E A VISÃO PROCESSUAL ATUAL
3.1 – A postulação do divórcio direto 32
3.2 – Processo na ação de alimentos 33
43
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 41
ÍNDICE 42
44
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Título da Monografia: O DIVÓRCIO NA VISÃO PROCESSUAL CIVIL
BRASILEIRA
Autor: MARCIA CRISTINA DA SILVA
Data da entrega: 20/08/2009
Avaliado por: MÔNICA FERREIRA MELO
Conceito: