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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A INFLUÊNCIA DO DESIGN DE EMBALAGEM NO PDV Por: Márcia Gomez Ferreira Orientador Prof. Ms. Celso Sanchez Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A INFLUÊNCIA DO DESIGN DE EMBALAGEM NO PDV

Por: Márcia Gomez Ferreira

Orientador

Prof. Ms. Celso Sanchez

Rio de Janeiro

2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A INFLUÊNCIA DO DESIGN DE EMBALAGEM NO PDV

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Marketing.

Por: Márcia Gomez Ferreira

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AGRADECIMENTOS

Obrigada a VIDA por ter me dado mais

esta oportunidade.

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DEDICATÓRIA

Dedico a grande amiga Carly que deu o

pontapé inicial, a amiga Alexandra que

caminho junto e a todos que, como eu,

conseguiram realizar um sonho.

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RESUMO

Esta pesquisa pretende mostrar a importância do design de

embalagem no ponto-de-venda abordando suas vantagens para o varejista e o

fabricante e terminando com um estudo de caso de re-design de embalagem.

Pesquisas feitas com o varejo mostram novas tendências do mercado.

A maior parte dos consumidores decide a marca que irá comprar no ponto-de-

venda, faz compras sem lista e compra um produto após uma degustação

satisfatória. O ponto-de-venda é o único lugar que o consumidor pode ver,

pegar, cheirar e experimentar o produto que está sendo vendido. Pensando

nisso cada dia mais as indústrias e o varejo investem no design de uma

embalagem.

Tais informações servem para corroborar com a afirmativa: recursos

tecnológicos estão à disposição de todos por isso o design é o diferencial a ser

percebido pelo consumidor. São os detalhes que chamam a atenção,

envolvem, seduzem e fecham as vendas. A embalagem é o principal elo de

ligação e de comunicação entre o consumidor, o produto e a marca. Através

dela este identifica, escolhe e usa o produto, e faz o julgamento que resultará

ou não em nova compra.

Partindo de pesquisa de literatura especializada foi feito um estudo de

caso apresentado neste trabalho que serve para concluir as informações

colhidas ao longo dos estudos. A embalagem de um produto de alta qualidade

não estava ajudando a venda do mesmo. Seus consumidores não se sentiam

atraídos por ele no ponto-de-venda. Após o re-design da embalagem a

gerência do produto pode constatar um considerável aumento das vendas.

Com isso ficou concluída a importância de um bom design de embalagem de

um produto especialmente quando ele se encontra no ponto de venda.

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Para se chegar a essa conclusão, primeiro foi feita uma pesquisa com

os próprios consumidores que apontaram como principal problema do produto

a pouca diferenciação nas embalagens. Esse foi o ponto de partida para o re-

design. Um produto de alta qualidade, para consumidores específicos, com alto

valor comercial, vendido apenas em salões de cabeleireiro, precisava de maior

impacto visual.

Uma recente pesquisa realizada pelo Comitê de Assuntos Estratégicos

da ABRE - Associação Brasileira de Embalagem constatou que "além de

praticidade, o consumidor atual busca travar uma relação emocional com a

embalagem; ele espera ser seduzido por ela no ponto-de-venda". Daí a

importância de mostrar que uma embalagem adequada pode fazer com que a

venda de um produto seja aumentada. (ABRE, 2003)

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METODOLOGIA

Foi feita uma pesquisa bibliográfica em artigos de revistas e livros

especializados. Além disso, sites da internet foram consultados

complementando informações já adquiridas em outros meios.

Para o estudo de caso – Lifetex da Wella - foram feitas entrevistas com

o gerente de marketing responsável pelo produto escolhido. Também foi

fornecido material interno de divulgação e treinamento de vendedores da Wella

bem como pesquisa de resultado e análise comparativa da imagens das

embalagens.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Design: História e conceito 11

CAPÍTULO II - Estudo de caso 31

CONCLUSÃO 39

ANEXOS 40

BIBLIOGRAFIA 49

ÍNDICE 51

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

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INTRODUÇÃO

As muitas informações que os olhos humanos vêem diariamente são

processadas pela mente, que em questões de segundos, avalia, filtra e através

de um processo natural, decide se elas ficarão ou não gravadas no

subconsciente. Assim, uma simples imagem gravada torna-se a informação

mais importante armazenada na memória a respeito de um determinado

acontecimento, pessoa ou empresa.

Os serem humanos são guiados pela percepção e com o tempo, as

informações armazenadas, acabam se transformando de simples referência a

algo realmente significante sobre o que acontecimentos, pessoas ou empresas

representam para cada um.

Pensando nisso é que cada vez mais as empresas percebem o quanto

é importante a imagem que elas apresentam aos seus, atuais e possíveis

futuros, clientes. Mais do que isso, a aparência dos produtos vendidos por cada

empresa é decisiva para a escolha do consumidor. Sendo ainda mais

específicos com relação a imagem que a empresa apresenta para o público

pode-se dizer que a embalagem é o cartão de vista de um produto.

Cada vez mais os produtos tornam-se parecidos. Lojas e

supermercados estão cada vez maiores e mesmo assim, não comportam

tamanha diversidade de marcas e produtos. Mais de 80% das pessoas decide

no ponto-de-venda se vão comprar ou não, um determinado produto. Dentro

deste cenário, as embalagens e os displays empenham papeis fundamentais

na decisão de compra. Quantas vezes já nos pegamos comprando produtos

que muitas vezes nem precisávamos comprar, somente por causa de

embalagens atraentes e displays revolucionários?

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A preocupação e o cuidado de uma empresa ou de um profissional

com a sua identidade visual tornam claro seu profissionalismo, seu

posicionamento global com a qualidade e é traduzida como uma extensão da

qualidade de seus produtos e de seus serviços. Portanto, o público não deve

ser subestimado e a aplicação da marca da empresa deve ser sempre

analisada.

A fachada de uma loja, nos impressos, nos uniformes e nas

embalagens. Deve-se pensar: A marca é atual? Ela transmite exatamente o

que é a empresa? Ela é padronizada? Apresenta o mesmo desenho e as

mesmas cores em todas as suas aplicações? E lembrar sempre: existe apenas

uma chance para causar uma boa primeira impressão!

Aléssio Bessa Sarquis no livro Marketing para pequenas empresas, diz:

“A embalagem é uma ferramenta de marketing valiosa para a empresa. Ela é o

rosto e a identidade visual do produto. Um produto pobremente embalado tem

poucas chances de sobreviver, portado nas prateleiras, diante de outros

produtos embalados em cores e com leiautes gráficos atraentes”. (SARQUIS,

2003)

Este estudo apresenta no primeiro capítulo um breve histórico sobre o

design e, mais especificamente, sobre o design de embalagem no Brasil. São

mostrados dados históricos que comprovam a crescente importância dada ao

estudo de embalagem e, mais do que isso, ao design gráfico (visual).

O segundo capítulo é um estudo de caso de re-design das embalagens

dos produtos da linha Lifetex da Wella. São produtos de tratamento capilar

vendidos exclusivamente nos salões de cabeleireiro. O estudo comprova a

importância de um bom design gráfico para cada produto específico da linha.

Nesse estudo de caso a empresa fabricante do produto constatou o aumento

das vendas do mesmo após o re-design da embalagem.

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CAPÍTULO I

Design

História e Conceito

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1.1. Definição de design

O que é design?

Uma das definições de design é: planejamento ou concepção de um

projeto ou modelo, é o produto deste planejamento. Sendo mais específico e

definindo apenas design gráfico ou design visual encontramos: o termo

utilizado para definir, genericamente, a atividade de planejamento e projeto

relativos a linguagem visual. Atividade que lida com a articulação de texto e

imagem, podendo ser desenvolvida sobre os mais variados suportes e

situações.

Quando usado para designar belas artes ou artes aplicadas,

engenharia, ou outro esforço criativo, design é tanto um substantivo quanto um

verbo. O verbo é um processo de originar e desenvolver um projeto para um

objeto de arte ou engenharia, que pode requerer muitas horas de trabalho

intelectual, modelagem, ajustes interativos e re-design. O substantivo é tanto o

produto finalizado da ação, ou o resultado de se seguir o plano de ação.

Embora a maior parte das pessoas consiga identificar alguns dos casos

de design gráfico que surgem na vida cotidiana, ainda se discute o que é

exatamente essa disciplina, havendo definições contraditórias, além de

opiniões divergentes sobre se o design gráfico é ou não arte.

1.1.1. Definição de Design de Walter Zanini

Walter Zanini cita em seu livro “História Geral das Artes no Brasil”,

volume 2, a Comunicação Visual especificamente no Brasil. Zanini busca traçar

um rápido apanhado do “surgimento” da comunicação visual e da atividade de

design no caso brasileiro. A palavra “surgimento” é usada para deixar clara a

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posição do autor que diz que, após a Grande Guerra de 1939-1945, o design

apareceu no Brasil, de uma hora para outra.

"Somente durante a Segunda Guerra Mundial é que se desenvolve a

figura do designer gráfico como um especialista de problemas técnicos da

criação dos elementos estruturais do comportamento visual; um profissional

que desponta, a partir dos anos 50, após o aparecimento dos grandes

conglomerados industriais”. (ZANINI, 1983)

A afirmação de Zanini, parece imprecisa, pois leva a crer que não havia

design no Brasil no início do século XX. Havia, embora não tão desenvolvido

quanto na Europa ou nos EUA, e nem chamado já de “design”. Mas é fato que

o trabalho de pioneiros da comunicação visual brasileira, como Aloísio

Magalhães e Alexandre Wollner, só “estoura” na década de 1950.

Essa década é a mesma do aparecimento da TV e do auge das

revistas (principalmente as ilustradas) como meios de comunicação de massa.

Para Walter Zanini, é nessa época que o designer “passa a programar os

meios de comunicação através da estruturação racional, eficiente, não só da

comunicação em si, mas em função do somatório de elementos técnicos,

econômicos e materiais - enquanto elementos de identidade visual - ou seja, o

profissional a que hoje denominam programador visual ou designer gráfico.”

(ZANINI, 1983)

Um problema que existe (ou resiste) até hoje é a ocupação do mercado

de Design por profissionais que não são designers e não possuem formação

específica de comunicação visual e que, muitas vezes, simplesmente

desprezam essa formação, por considerarem o Design uma simples variação

ou extensão de suas próprias profissões. Esse fato pode ser encarado como

conseqüência da indefinição de design gráfico e da área de atuação do

designer (pois diferentes profissionais); ou, também, como a própria causa

dessa indefinição, pois o processo entra aí em um ciclo vicioso.

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Um pensamento difundido que colabora com esse desprezo dos

profissionais de artes, arquitetura e publicidade para com a formação

profissional do designer é a idéia de que “design é arte” e arte todo mundo faz,

seja boa ou ruim. O chamado artista gráfico, quando chamado para atuar em

comunicação visual, possivelmente fará trabalhos de arte, mas não Design, se

não possuir conhecimentos básicos de Comunicação e como combinar os

elementos visuais para realizar essa comunicação. Hoje a mídia chama artistas

plásticos de designers, e às vezes vice-e-versa. Isso é apenas um reflexo do

papel ainda enevoado – mas necessário – que o designer tem na sociedade.

1.1.2. Definição de Design de André Villas-Boas

Em seu livro “O Que é [e o que nunca foi] Design Gráfico: The Dub

Remix” André Villas-Boas enuncia: “Design gráfico é a área de conhecimento e

a prática profissional específicas que tratam da organização formal de

elementos visuais – tanto textuais quanto não-textuais – que compõem peças

gráficas feitas para reprodução, que são reproduzíveis e que têm um objetivo

expressamente comunicacional. Ou seja: foi feito para comunicar; não

comunica por acaso ou porque tudo comunica, mas porque este é seu objetivo

fundamental”. (VILLAS-BOAS, 1999)

O designer trabalha combinando diferentes elementos visuais, sejam

textos ou imagens; o designer faz produtos para reprodução (o artista produz

obras singulares); o designer é um programador racional e seu trabalho tem

limitações formais, ou seja, o design gráfico é uma prática profissional que vive

para o mercado. Já a arte independe do mercado. Isso leva a uma conclusão-

síntese: o design, além de ser feito para vender, precisa igualmente se vender

para garantir sua fatia no bolo comercial.

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O Design, passados alguns anos de seu “nascimento” e primeiros

passos, viveu uma longa etapa de amadurecimento e hoje, com a aplicação do

computador – a ferramenta de produção gráfica mais dinâmica e versátil que o

designer já conheceu, depois do lápis –, tem a sua frente um novo leque de

opções e possibilidades a serem exploradas. Paralelamente, o Design passa a

ser mais solicitado pelo mercado, agora como etapa indispensável em qualquer

criação com fim comercial/industrial. Porém, o design deve comunicar: o

Design existe para comunicar através dos elementos visuais.

1.2. Design de embalagem

O Design de Embalagens é uma das várias vertentes específicas do

Design, assim como o Design Gráfico, ou o Web Design. Trata-se do Projeto e

Desenho da forma final de todo e qualquer invólucro de um produto.

Os mesmos princípios usados no design gráfico se aplicam para o

design de embalagem: o uso de cores e tipologias, a escolha do material e do

acabamento. A diferença é que o design de embalagens é tridimensional e

utiliza outras superfícies que não apenas o papel.

O design de embalagem é um design instantâneo. Enquanto você

caminha em um mercado ou loja seu olhar desliza pelos produtos expostos.

Cada produto tem meio segundo ou menos para fazer seu chamado de

reconhecimento ao consumidor. Por isso o design da embalagem deve ser

claro e objetivo. Isso não quer dizer que ele deva ser berrante ou simplório,

mas que ele deva ser claro e direcionado para o seu público alvo.

O Design traz valores emocionais ao produto, que também acabam

tendo reflexos práticos e bastante objetivos como percepção de funcionalidade,

identidade, personalidade e, principalmente, fidelidade à marca. O design de

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embalagem agrega valor aos produtos ao adequá-los de forma eficiente às

necessidades e expectativas do consumidor e definir seu posicionamento

correto no mercado.

Estudos realizados pela CNI - Confederação Nacional das Indústrias

indicam que 75% das empresas que investiram recentemente em design

registraram aumentos em suas vendas, sendo que 41% destas empresas

também conseguiram reduzir os seus custos. O mais importante é que não

houve registro de nenhuma empresa que tenha investido em design de

embalagem e que tenha sentido queda nas vendas.

Outra pesquisa mostrou ainda que entre produtos semelhantes, o

consumidor acaba preferindo o que possui a embalagem mais bonita, atraente

e prática, inclusive, que ele está disposto a experimentar uma marca nova se a

sua embalagem possuir características como: praticidade, conveniência,

facilidade de uso, conforto, segurança e proteção ao produto, já que isso está

diretamente relacionado à valorização da auto-estima do consumidor.

Não é de hoje que as grandes corporações e as marcas de alta

visibilidade investem em design e obtêm resultados expressivos na conquista

da preferência do consumidor. Recentemente, as pequenas e médias

empresas também perceberam que podem e devem investir em design para

serem competitivas. Mais do que isso viram que design não é um serviço de

luxo, ao contrário, trata-se de um serviço altamente especializado, com uma

ótima relação custo x benefício e que pode ser facilmente incorporado ao seu

cotidiano. Seja para uma empresa de grande, médio ou pequeno porte, no

ponto-de-venda todos têm acesso ao consumidor e aquela que investe em

design de embalagem tem mais condições de se destacar e se tornar uma

marca vencedora.

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Um novo design de embalagem é desenvolvido por uma série de

motivos: pode ser um novo produto, mas na maioria das vezes é para fazer o

produto atuar em uma nova categoria ou mercado, ou ainda um re-design da

embalagem existente. Qualquer que seja o motivo é importante conhecer ao

máximo os desejos e necessidades do consumidor. Se o produto for novo: qual

o público alvo? Se for um produto existente com alguma novidade: quais são

os pontos fortes da embalagem existente que devem ser mantidos? Se for um

re-design da embalagem: é para atingir um novo público ou para alavancar as

vendas, e se for esse o caso, quais são os pontos fortes e fracos observados

no atual design?

1.2.1. Design de embalagem é design competitivo

Atualmente os produtos competem por espaço nas prateleiras das lojas

e supermercados bem como pela atenção dos consumidores. O design de

embalagem de sucesso deve se basear em uma meticulosa pesquisa e não

apenas no design de produtos concorrentes, mas também em como a

categoria do produto é exposta e vendida. Isso inclui também o

armazenamento, a luz ambiente, a disposição, transporte e segurança.

1.2.2 Design de embalagem é propaganda

A embalagem do produto não é independente: ela é apoiada pela

propaganda e promoção. O design deve compartilhar e refletir os objetivos e

propósitos do planejamento publicitário, por exemplo, através dos slogans,

cores ou imagens. A embalagem também deve acompanhar o planejamento de

marketing para atingir o público alvo selecionado.

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1.3. História das embalagens

A necessidade de sobrevivência do homem primitivo o obrigou a criar

as primeiras embalagens da humanidade. Conchas marinhas, cascas de

castanhas ou de coco, chifres e crânio de animais devem ter sido as primeiras

embalagens utilizadas para beber e estocar. Usados em estado natural, sem

qualquer beneficiamento, os primeiros recipientes passaram, com o tempo, a

ser fabricados a partir da habilidade manual do homem. Assim, surgiram as

tigelas de madeira, bolsas de pele e cestas de fibras naturais.

Estes recipientes começaram a ser utilizados em maior escala quando

o homem aprendeu a cultivar o solo e fez-se necessário o armazenamento da

colheita. A partir daí as sociedades começaram a se desenvolver e iniciou-se o

comércio entre regiões, quando as embalagens passaram a ser mais

específicas. O volume do comércio aumentava e a concorrência entre

produtores começou a existir em maior escala tornando necessária a

identificação dos produtos embalados.

A primeira matéria-prima usada em escala industrial e de

transformação para a produção de embalagens foi o vidro, por volta do ano 500

d.C. No século IX, o papel já era conhecido em alguns povos e a primeira

impressão sobre ele, provavelmente ocorreu na China a partir de blocos de

madeira entalhada. Ao redor de 1450, a impressão sobre papel ganhou impulso

com a invenção da prensa por Johann Gutemberg.

Metais como o ferro, cobre e estanho eram utilizados há muito tempo,

surgindo praticamente junto com a cerâmica. Mas somente nos tempos

modernos passaram a figurar com destaque na produção de embalagens. A

Marinha Inglesa adotou no início do século XIX as embalagens de estanho

para conservar os alimentos da tripulação em alto mar. Assim, os alimentos

enlatados chegaram aos supermercados por volta de 1830.

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Até a década de 30 as empresas usuárias de embalagens mal

utilizavam-na como apoio mercadológico, apenas se limitando a satisfazer os

anseios básicos de seus consumidores no tocante à segurança e qualidade

dos produtos comercializados. Depois dessa década, no entanto, as empresas

descobriram o poder mercadológico de uma boa embalagem.

A 2ª Guerra Mundial impulsionou a indústria de latas de aço e estanho.

O preço da folha de flandres foi elevado com o crescimento da demanda

obrigando os produtores a encontrar no alumínio a substituição da matéria-

prima. A Adolph Coors Company começou a vender cervejas em latas de

alumínio em 1959. Depois da 2ª Guerra Mundial surgiram os supermercados e

inúmeras inovações na produção de embalagens, entre elas, o plástico.

Até 1945 o Brasil praticamente não comercializava produtos pré-

acondicionados. Quase todos os produtos eram pesados no balcão e vendidos

a granel. Para o embrulho eram utilizados sacos de papel ou papel manilha.

Pouquíssimos produtos eram vendidos já embalados, como cerveja, cigarro,

creolina, perfumaria e dentifrícios.

Aos poucos, as embalagens de transporte e ao consumidor foram

sendo substituídas, de acordo com o avanço do processo de industrialização.

As caixas de madeira deram lugar às de papelão. A partir dos anos 60, com a

implantação da Companhia Siderúrgica Nacional, as folhas de flandres ganham

destaque no Brasil. Nessa mesma época cresce a produção de embalagens

plásticas.

A indústria brasileira, desde a década de 70 acompanha as tendências

mundiais e produz embalagens com características especiais, como tampas

removíveis manualmente, uso em forno microondas, proteção contra luz e calor

e evidência de violação. A matéria-prima da indústria de embalagens é tida

como um elemento individualizador, capaz de definir tecnologias e finalidade de

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uso. Nos dias de hoje os materiais mais conhecidos no mercado são: as fibras

naturais (algodão e juta), vidros, plásticos, metais, madeira, papel e papelão.

Hoje, sabemos que no Brasil 85% das decisões de compra são

tomadas no ponto de venda. Por conseqüência, quanto mais apelo tiver a

embalagem, mais chances do produto ser adquirido. Por isso a cada dia

aumenta a preocupação das industrias e do varejo em colocar uma embalagem

agradável visualmente aos consumidores. Esses segundos de exposição

podem ser determinantes da compra de um produto em detrimento de outro.

1.3.1. História das embalagens flexíveis

Sem dúvida, as embalagens flexíveis percorreram um longo caminho

desde as primeiras embalagens feitas de peles de animais, folhas e cera. As

embalagens flexíveis existem há muito tempo e sejam elas um saco de

supermercado, uma embalagem de biscoito ou um saco com zíper para

fertilizantes, elas estão presentes em nosso dia a dia. Elas podem ser

tubulares, lisas ou dobradas, metalizadas, encolhíveis e infláveis, ou seja, de

todos os tipos e para todas as necessidades e estão se desenvolvendo com

muita rapidez sempre buscando inovações.

A primeira caixa de papelão foi produzida na Inglaterra em 1817, mais

de 200 anos depois dos chineses terem inventado o papel. O papelão

corrugado (ondulado) surgiu por volta de 1850. Por volta de 1900 os primeiros

invólucros de papelão começaram a substituir as embalagens de madeira

usadas no comercio. No final do século XIX, uma idéia revolucionária surgiu. O

americano Robert Gair teve a brilhante idéia de manufaturar pedaços de

papelão cortados e dobrados em forma de caixas. (ABOUT, 2004).

As embalagens flexíveis têm uma longa história e já passaram por

muitos avanços, principalmente nas últimas cinco décadas. Mas de acordo com

os especialistas da área, - aqueles com 20 ou 30 anos de experiência - "não

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vimos nada ainda". Geralmente, as inovações em embalagens flexíveis são

projetadas com o objetivo específico de satisfazer as necessidades dos

consumidores, de ser fácil de abrir e fechar, de possuir tamanhos adequados e

de possibilitar maior vida de prateleira, além de serem mais seguras. Algumas

são mais econômicas que os recipientes rígidos, outras incrementam as

vendas por darem destaque ao produto, podendo ser a diferença para que o

produto "emplaque" no mercado.

Independente do propósito, as embalagens flexíveis estão sendo

utilizadas em todas as indústrias do mundo, com o objetivo de conservar e

proteger os produtos. De um modo geral, o setor de embalagens cresceu

rapidamente durante o século XX. A partir da primeira máquina de fabricação

de sacos, em 1852, iniciou-se a produção em massa de sacos de papel e este

tipo de embalagem passou a ser reconhecida por proteger os produtos e

impedir que os alimentos se estragassem, evitar desperdícios, conservar o

sabor, proporcionar segurança, qualidade e incrementar as vendas.

Dentre as várias inovações em embalagens flexíveis, podemos citar:

filmes permeáveis para carnes frescas e saladas, pacotes com filmes

termoformáveis e contráteis, além daqueles para "cook in" (cozimento do

produto dentro da embalagem), embalagens ativas, etiquetas e rótulos mais

completos, com avisos e instruções específicas.

Além disso, pacotes “stand up” (que ficam em pé) com zippers ou ainda

dosadores, estruturas laminadas, novas técnicas de encolhimento para

alimentos e não-alimentos, prova de violação, embalagens para embalamento

a quente, produtos específicos para produtos congelados, embalagens anti-

embaçantes, com hologramas e metalizadas, bandejas para microondas,

indicadores de cozimento, embalagens recicláveis, etiqueta anti-roubo e muito

mais. A quantidade e a variedade dos avanços nos últimos 100 anos é muito

numerosa e fizeram com que a embalagem flexível alcançasse um lugar de

destaque no mercado de hoje.

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A seguir será apresentada uma breve idéia dos avanços tecnológicos e

dos fatos relacionados às embalagens flexíveis, do ponto de vista de

convertedores, fabricantes de máquinas e usuários finais. (PACKAGING

DIGEST, 1999).

1.3.1.1. Anos 20 - O Início

Embora considerado por muitos como o futuro das embalagens, as

embalagens flexíveis, há um século, eram embalagens de papel à prova de

gordura, encerado ou não. Os sacos e as etiquetas de papel encerado eram o

standard da indústria. Nesta época, os produtos eram, geralmente, entregues

em grandes quantidades para as pequenas lojas de vendas a granel. Isso

levava, em alguns casos, a práticas inescrupulosas em relação ao manuseio,

administração e peso destes produtos.

O papel encerado era forte. Em 1926, iniciou-se a era do "mantenha

fresco" das batatas chips, com a invenção da primeira embalagem de batata

chips por Laura Scudder de Montgomery, CA. De acordo com a Snack Foods

Assn., Scudder realizou a "operação chip", reforçando folhas de papel

encerado, com o objetivo de fazer sacos de papel, enchidos manualmente e

vedados. Antes disso, os revendedores distribuíam as batatas chips a granel

em barris de botequins ou recipientes de vidro. Com o passar dos anos, as

folhas de alumínio foram reconhecidas pela suas propriedades de barreira

funcional. O primeiro material com estas características era muito utilizado nas

embalagens de balas, durante os anos 20. (PACKAGING DIGEST, 1999).

1.3.1.2. Anos 30 - Os primeiros filmes transparentes

Nos anos 30 os plásticos estavam por toda parte. E continuam a

dominar o cenário da embalagem. Contudo, a era das películas "decolou" no

final dos anos 20 e no começo dos anos 30, quando foram desenvolvidos

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revestimentos de viscose para os tecidos, seguido pela introdução do celofane,

que foi aperfeiçoado pelo Dr. William Hale Charch, um químico famoso, que

desenvolveu as embalagens à prova de umidade para a empresa DuPont.

A transparência do material era extraordinária para a época. Os

fabricantes de cigarro rapidamente aderiram a este material e, logo depois, a

DuPont fundou a Divisão de Celofane e em 1924, este filme estava sendo

produzido com sucesso nos EUA. O celofane teve sucesso em carnes com

osso, bacon, frios e também em não-alimentos. A flexografia, desenvolvida por

volta da virada do século para decorar as extremidades dos sacos de papel,

também teve que se desenvolver para que a impressão sobre o celofane fosse

possível. Desde então, a impressão flexográfica ganhou força na impressão

das embalagens flexíveis em geral.

Na realidade, os sacos e filmes impressos para produtos como doces e

balas, existem há mais de 60 anos. Porém, se retornarmos aos anos 20 e 30, é

difícil imaginarmos que a estética dos filmes transparentes podia ser melhorada

por impressão e laminação. No entanto, esta última tendência estendeu-se

para os sacos de pão, doces, pipoca e muitos outros produtos. Com o advento

dos filmes transparentes, descobriu-se que a anilina e as formulações de tinta

para rotogravura se adaptavam muito bem à impressão de substratos flexíveis.

1.3.1.3. Anos 40 - O domínio do papel encerado

Até os anos 40, os principais materiais para embalagens flexíveis eram

o papel, o alumínio e celofane. Fundada por volta de 1933, a Dixie Wax Paper

Company em Dallas, introduziu a primeira embalgem encerada pré-impressa,

conhecida como a "Dixie Freshen". Esta embalagem permitia que os novos

"snacks", como os "pretzels", ficassem frescos por mais tempo. Além disso,

foram desenvolvidas novas tintas, resistentes ao escorrimento e ao

desbotamento.

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O "boom" dos plásticos durante o século foi também impulsionado pela

invenção do polietileno, no final dos anos 30. A maioria dos livros afirma que o

polietileno e os filmes deste, levaram ao crescimento das modernas

embalagens flexíveis. De acordo com a SPI (Society of Plastics Industry -

Sociedade dos Fabricantes de Plásticos), o período entre 1930 e 1940, marcou

a comercialização de muitos tipos de termoplásticos, como o polietileno de

baixa densidade, o poliestireno e PVC. Já neste época, um filme flexível, mas

muito resistente, conhecido como Saran (Cloreto de Polivinilideno), era

conhecido como o material com as menores taxas de transmissão de vapor

d'água e uma aderência excepcional. (SPI, 2004)

Filmes impressos ao reverso e pacotes com "janelas" ajudaram a trazer

à tona até mesmo os laminados com alumínio antes da II Guerra Mundial. Os

pacotes de doces, as embalgens de papel cartão com "janelas" e outros

produtos eram feitos de etil celulose, hidrocloreto de borracha (Pliofilm da

Goodyear), vinil, álcool polivinilico, polietileno, celofane e acetato de celulose.

Nessa época, os pacotes feitos de papel encerado também tinham uma boa

participação no mercado, proporcionando uma melhor proteção ao aroma e

sabor do café, contribuindo para um "aumento considerável" da vida útil para

cinco dias.

1.3.1.4. Anos 50 - O "boom" de novos materiais

Em 1939, durante a II Guerra Mundial, a necessidade por plásticos era

crítica, devido a sua utilização como um substituto para outros materiais em

escassez, como a borracha natural por exemplo. Segundo a SPI, "Nos E.U.A, o

programa "crash", levou à uma produção em larga escala de borrachas

sintéticas, à uma extensiva pesquisa no campo da química dos polímeros e ao

desenvolvimento de outros materiais plásticos." (SPI, 2004) O celofane era

utilizado até mesmo como embalagem para as garrafas de bebidas alcoólicas.

Page 25: universidade candido mendes pós-graduação “lato sensu”

25

No final dos anos 40, a embalagem para perus congelados foi

desenvolvida, criando um mercado cativo, que no início era tratado como

sazonal. Os sacos de papel, PE e também laminados eram bastante utilizados

por sua resistência à umidade, preservando o frescor dos alimentos e

melhorando a aparência do pacote ao mesmo tempo. Laminados de poliéster,

com alumínio ou polipropileno, utilizados na confecção de pacotes,

funcionaram bem na esterilização de pacotes a quente.

Nos anos 50, vieram Dwight D. Eisnhower, Elvis e o Rock'n Roll, assim

como importantes marcos para a tecnologia de revestimento (Extrsuion

Coating). Groucho Marx lançou o programa de TV "You Bet Your Life", e com a

TV, vieram as refeições pré-prontas. Estas refeições vinham em bandejas

divididas de alumínio e cobertas com folhas do mesmo material. Mais tarde,

estas embalagens foram substituídas por filmes multicamadas de fácil abertura,

que selavam sobre bandejas CPET (PET cristalizado) ou bandejas de cartão

revestidas do mesmo material. Sacos de metalizados e que podiam ir ao forno

mantinham o pão fresco por mais tempo e impulsionavam as vendas com seus

gráficos cintilantes. Além disso, laminados de papel encerado com filmes

metalizados eram utilizados como embalagem de sorvete.

Filmes de poliéster transparentes resistentes à perfuração, como o

Mylar®, começavam a ser utilizados em embalagens. Estes filmes começaram

a competir com os materiais convencionais como madeira, papel, metal, vidro e

borracha devido ao fato de que sua produção em larga escala reduzia seus

custos.

Ao mesmo tempo, os avanços dos equipamentos contribuíram para o

crescimento das embalagens flexíveis. As inovações nas máquinas de

encolhimento entre os anos 50 e 60 criaram novos mercados para as

embalagens flexíveis, como embalagens para frutas e carne fresca. As

máquinas de embalamento a vácuo e encolhimento estenderam a utilização de

embalagens flexíveis para outros mercados, como carnes, frangos, frios e

Page 26: universidade candido mendes pós-graduação “lato sensu”

26

queijos processados. Os cortes de bifes frescos e carne moída podiam ser

embalados para venda direta em açougues e mercearias, devido aos filmes

barreira, aos melhores equipamentos de selagem, à tecnologia do vácuo e às

técnicas de impressão em filmes encolhíveis.

1.3.1.5. Anos 60 - As máquinas automáticas

Os anos 60 deram boas-vindas a Jack Kennedy, à era espacial e aos

alimentos industrializados. As refeições pré-prontas tinham coberturas de

alumínio e um invólucro de papelão. As embalagens termoformadas de

salsichas marcaram o início da era das embalagens flexíveis fechadas a vácuo.

Embalagens termoformadas semi-rígidas, muitas delas com abertura fácil,

foram introduzidas no mercado.

Na metade da década, os alimentos podiam ser aquecidos em pacotes

produzidos com filmes de poliester. O final dos anos 60 viu um forte

crescimento nos filmes para embalagem de frango, com o surgimento dos

primeiros filmes multicam das termoencolhíveis. Embalagens descartáveis,

tigelas e outros componentes de plástico tinham uma grande demanda com o

surgimento dos alimentos fast food.

Pacotes e sacos laminados com PE, alumínio e celofane, aumentavam

a vida de prateleira dos alimentos, uma demanda crescente da NASA. Os

sistemas de embalagens flexíveis para os alimentos frescos foram introduzidos,

incluindo embalagens alta barreira.

Em 1960, O AirCap®, um material de células fechadas utilizado para

acolchoamento, foi inventado por Alfred Fielding e Marc Chavannes com o

objetivo inicial de se fixar no mercado como um papel de parede texturizado.

O Bubble Wrap® (atualmente disponível pela Sealed Air Corp) foi

criado como uma alternativa aos produtos de acolchoamento tradicionais. Os

Page 27: universidade candido mendes pós-graduação “lato sensu”

27

revestimentos de barreira aplicados por meio de flexografia, rotogravura ou por

Hot Melt evoluíam. Os filmes metalizados trouxeram vida à aparência do

produto.

O ano de 1960, também marcou a comercialização da primeira

máquina de formar/encher/selar (f/f/s)- um equipamento de grande impacto

para o mundo dos flexíveis - inicialmente desenvolvido para batatas chips. Na

realidade, estas máquinas foram inventadas 28 anos antes, por Walter Swoyer,

para ser utilizadas com alimentos pequenos e duros, como nozes e balas. De

60 em diante, esta era a tendência para as embalagens de snacks em geral. As

máquinas de f/f/s verticais utilizadas para a embalagem de balas, também

impulsionaram as linhas automáticas para alimentos secos, congelados e em

pequenas porções.

Os sistemas f/f/s horizontais lançaram pacotes de sopas, leite e

condimentos desidratados, e muitos outros, principalmente no segmento de

embalagens para alimentos.

O ano de 1964 marcou o desenvolvimento de sofisticados filmes

termoencolhíveis e os filmes "stretch" eram bastante populares. As embalagens

de pão mudaram drasticamente nos anos 60, resultado do lançamento de

máquinas automáticas que utilizavam bobinas de filme pré-impresso.

Rapidamente se tornaram disponíveis impressoras mais largas e formatadoras

maiores, tornando o mercado altamente competitivo.

1.3.1.6. Anos 70 - Códigos de barras e outros avanços

Nos anos 70, com o caso Watergate e a escassez da gasolina, o uso

de estruturas flexíveis laminadas cresceu muito com o intuito de substituir os

materiais tradicionais. Por volta de 1970, o processo de laminação por extrusão

(extrusion laminating) foi desenvolvido e embalagens barreira com alta

resistência à perfuração fizeram com que os supermercados pudessem

Page 28: universidade candido mendes pós-graduação “lato sensu”

28

oferecer uma maior variedade de cortes de carne, ao mesmo tempo em que

reduziam suas perdas.

Nos anos 70 também foram introduzidas as resinas ionoméricas para

as embalagens de carne e o primeiro filme termoencolhível multicamadas foi

desenvolvido. Os copos e as bandejas descartáveis de poliestireno tinham uma

grande demanda. Por volta de 1975, as entregas de embalagens flexíveis e

filmes (i.e., bobinas impressas ou lisas, folhas, sacos pré-formatados e bolsas)

mono e multicamadas, revestidos ou laminados, atingiam a cifra de

US$2,5bilhões. Isto significava o triplo do número de 1967. A comida do tipo

fast food surgiu, trazendo com ela a guerra do hambúrguer e do frango.

Recipientes para isolamento térmico e materiais específicos para isto surgiram

para manter alimentos congelados ou quentes por mais tempo. Os códigos de

barras trouxeram novos desafios para todos os tipos de embalagem, inclusive

as flexíveis. A impressão deste código na embalagem devia ser precisa para

permitir a leitura automática nos caixas dos supermercados.

A ecologia e os resíduos tornaram-se uma preocupação e,

conseqüentemente, novos materiais foram desenvolvidos como substitutos a

aqueles mais agressivos. As mulheres aumentaram suas participação no

mercado de trabalho. A vantagem dos pacotes flexível alcançou um significado

importante, por sua utilidade para a embalagem de alimentos de preparo

rápido, congelados e desidratados. O Polietileno linear de baixa densidade

(PELBD) foi introduzido em 1978. Este material possibilitou a produção de

polietileno com densidades entre 0,90 a 0,96. O ano de 1978 também marcou o

lançamento dos rótulos plásticos e sleeves para garrafas de PET.

Coextrusoras e adesivos de coextusão também foram desenvolvidos.

As bolsas para líquidos como refrigerantes, vinho e leite, progrediram muito

com o conceito de "bag-in-box", enquanto os sacos de leite eram comuns na

Europa e no Canadá, mas tinham muito pouca aceitação no mercado dos EUA.

Page 29: universidade candido mendes pós-graduação “lato sensu”

29

1.3.1.7. Anos 80 - Microondas, Hoolografia e o sucesso dos

flexíveis

Na década de 80, foram introduzidos as embalagens e equipamentos

assépticos, e também filmes de tampa Mylar® para bandejas de microondas.

Este materiais começaram a tomar o lugar de aproximadamente 90% do

celofane, até então muito utilizado nas embalagens flexíveis. O ano de 1983

marcou o surgimento das embalagens "cook in" possibilitando que a carne e o

frango fossem cozidos na mesma embalagem em que são comercializados. O

mercado varejista começou a aceitar os pacotes flexíveis como uma alternativa

para as latas de metal, jarros de vidro e garrafas para alimentos como a

gelatina, xarope e condimentos pela sua fácil utilização, economia e transporte.

As embalagens barreira termoencolhíveis para queijo faziam com que

este alimento permanecesse fresco por mais tempo.As embalagens laminadas

com polipropileno orientado faziam sucesso em alimentos secos pela sua

barreira a umidade.

Os materiais para abertura fácil e também perfurados foram

desenvolvidos para atendera demanda crescente por embalagens que

pudessem ser levadas ao microondas. Além disso, houve um crescimento na

utilização de embalagens sem alumínio e o papel era utilizado em sacos de

pipoca para microondas. Houve também um grande interesse no

desenvolvimento e uso do poliéster metalizado para comidas do tipo "snack".

A holografia tornou-se uma tendência. As embalagens flexíveis

obtiveram sucesso de mercado em detergentes líquidos, produtos químicos,

cosméticos e fertilizantes. Combinações de filmes, alumínio e papel, assim

como celofane laminado e revestido, PE, poliéster, nylon, ionomero, EVA,

PVDC eram utilizados. A coextrusão continuou a se desenvolver, tanto para a

embalagens de distribuição quanto para aquelas orientadas aos consumidores

Page 30: universidade candido mendes pós-graduação “lato sensu”

30

do varejo. Resinas de copolímero ácido foram desenvolvidas para filmes

soprados e também para revestimento.

Apesar da queda no mercado de ações em 1987, os anos 80

marcaram a maior introdução de novos produtos/embalagens de todos os

tempos. Embalagens flexíveis multicamada, transparentes ou não, a vácuo ou

com atmosfera modificada seguiam sua trilha de sucesso e notoriedade.

A tecnologia de computadores começou a crescer. A revolução dos

computadores pessoais, no final dos anos 80 e começo dos anos 90, afetou

profundamente todos os tipos de embalagem, incluindo as flexíveis. Um novo

tipo de poliéster barreira, conhecido como PEN (polyethilene naphthalene

dicarboxylate), provou ter capacidade de proporcionar cinco vezes mais

barreira ao oxigênio do que o OPET. O EVOH (Ethylene Vinyl Alcohol) tornou-

se o melhor material barreira nas estruturas multicamadas.

1.3.1.8. Anos 90 - Reduzir, Reutilizar, Reciclar.

A reciclagem e o meio ambiente foram um fator predominante nos anos

90, levando a uma maior substituição de materiais "virgens" pelos recicláveis e

reciclados. A velocidade com que os produtos são produzidos e embalados é

maior e aumenta vertiginosamente. Len Byrne, há 30 anos nesta empresa. "Um

dos acontecimentos mais inovadores, foi a velocidade com que os processos

de embalagem flexíveis tornaram-se automáticos. Em qualquer fábrica de

embalagens, independente do que está sendo embalado, a velocidade com

que podemos embalar o produto atualmente é absurdamente maior do que era

no passado". (PACKAGING DIGEST, 1999).

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31

1.3.1.9. Um futuro promissor

Com o início de um novo século, muitos fornecedores de embalagens e

embaladores enfrentam os problemas com o Bug do milênio, mas as

embalagens flexíveis continuam sendo altamente bem sucedidas e inovadoras.

Os aumentos em velocidade de linha, eliminação ou quase eliminação de

paradas para trocas, alta maquinabilidade e desenvolvimentos por meio da

automação, provavelmente ainda vão fazer parte do futuro dos flexíveis, assim

como as mudanças na economia e nas matérias-primas.

Apesar do grande crescimento nos últimos anos, a lucratividade das

embalagens flexíveis ainda não é certa. Segundo Nate Meranda, "no início dos

anos 90, a lucratividade tinha uma tendência decrescente, mas melhorou nos

últimos anos. Os custos de matéria-prima são parte desta melhora, pois

permaneceram estáveis nos últimos tempos. Existe uma tendência em relação

a produtos de maior valor agregado e o excesso de capacidade está sendo

gradativamente diminuído, devido às fusões entre empresas e das várias

aquisições.feitas por grandes empresas." (PACKAGING DIGEST, 1999).

As mudanças nas regulamentações governamentais na rede de

distribuição e nas tendências dos consumidores e sua relação com o comércio

eletrônico possivelmente irão afetar e moldar o futuro de todo o mercado de

embalagens. Mas se continuarem a atender as necessidades e expectativas

dos consumidores, as embalagens flexíveis certamente terão uma presença

ainda maior no futuro.

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32

7

CAPÍTULO II

ESTUDO DE CASO:

LIFETEX NUTRI-CARE

Page 33: universidade candido mendes pós-graduação “lato sensu”

33

2.1. Estudo de caso: nova embalagem da linha Lifetex Nutri-

Care

2.1.1. A empresa: Wella

História

A Wella chegou ao Brasil em 1954 com o lançamento da primeira

tintura creme do mercado nacional: o Koleston. Com tantos anos de mercado

hoje a Wella já sabe como atingir seu público oferecendo o produto certo para

o consumidor brasileiro, cada dia mais exigente e ciente do que quer.

A Wella Brasil é uma empresa líder no mercado capilar e está sempre

antenada na evolução, tendências da moda e costumes mundiais para estar

trazendo sempre o que há de mais novo e moderno para suas clientes.

A Wella Brasil possui hoje mais de 30 marcas dedicadas especialmente

ao cuidado e a beleza capilar divididos em dias linhas principais: profissional e

consumo. A primeira linha é vendida exclusivamente em salões e lojas

especializadas e a segunda linha no varejo em geral.

Os produtos da Wella são desenvolvidos na Alemanha onde existe um

complexo de Laboratórios e Centros Avançados de Tecnologia e Pesquisa. A

preservação do meio ambiente é uma preocupação constante por isso são

utilizados como matéria-prima produtos biodegradáveis e fórmulas de última

geração.

2.1.2. O produto: O que é Lifetex Nutri-Care?

Lifetex é uma linha de produtos para tratamento dos cabelos da linha

profissional da Wella Brasil.

Page 34: universidade candido mendes pós-graduação “lato sensu”

34

2.1.3. Como o produto se apresenta, quais suas características e

propriedades

Textos publicados no material de divulgação (folders, site, apostilas) do

produto pela empresa Wella explicam melhor as características dessa linha de

produtos. (WELLA, 2004)

Todos os dias nós fazemos muitas escolhas sobre o que e quando

comer. O efeito da dieta escolhida sobre a sua vida é decisivo, pois existe uma

relação direta entre o que você come e a sua saúde. O que serve para o nosso

corpo serve também para o cabelo e é justamente isso que faz o novo e

revolucionário Lifetex Nutri-Care.

Todos o produtos da linha Lifetex contêm o rico complexo Nutri-Care,

que é composto por:

- Vitaminas

- Minerais

- Micro elementos

- Extrato de Frutas

O resultado é:

- Nutrição profunda e saudável.

- Uma forma totalmente inovadora de tratar o fio de maneira

intensa.

- Melhora da estrutura do cabelo com resultados prolongados.

2.1.4. Target da linha Lifetex

A linha Lifetex da Wella é direcionada ao público alvo com as seguintes

características:

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35

Target Final

• Mulheres com mais de 18 anos, das classes A/B.

• Possuem o hábito de cuidar da alimentação, de uma forma saudável.

• Se preocupam com a saúde e a beleza de seus cabelos.

Target Intermediário 1

• Target principal para a marca:

Salões de beleza com até 05 profissionais e apenas 2 marcas de

tratamento.

Oferecendo uma série de serviços especiais (cursos, prazos,

merchandising...)

Target Intermediário 2

• Pessoas que movimentam o negócio de revenda:

Cabeleireiros

Assistentes

Recepcionistas

2.1.5. Valor agregado ao produto

• Consumidora final:

Beleza, cabelos bem nutridos e saudáveis.

Tratamento de emergência nos salões e dieta balanceada em

casa.

• Cabeleireiro:

Up-to-date, utilizar uma novidade “nutrição capilar” que está na

mídia.

Confiança em utilizar um produto com a marca Wella onde ele

tem certeza do excelente resultado.

Melhorar sua imagem como profissional.

Manter o cabelo de sua cliente saudável no salão e em casa.

Page 36: universidade candido mendes pós-graduação “lato sensu”

36

• Salão de Beleza:

Um novo serviço de “NUTRIÇÃO CAPILAR” onde se alcançam

margens de lucro maiores que a hidratação e o tratamento, além

da receita gerada pela revenda.

Certeza de satisfação da cliente, pela qualidade do produto.

Apoio de mídia para a cliente freqüentar os salões que possuem

este serviço.

2.1.6. Distribuição do produto

O produto é vendido apenas nos salões de beleza, de todos o Brasil,

que possam comprar um pedido mínimo da Wella.

2.1.7 Estratégia de Comunicação

As pessoas precisam se preocupar com sua nutrição, montando

uma alimentação balanceada, para ter saúde e beleza.

O cabelo também necessita de uma nutrição específica, no

salão e em casa para ter saúde e beleza.

Consumidora final:

– Fazer ela se despertar pela marca e pelo conceito de

nutrição, incentivando-a a experimentar o produto e

procurar por mais informações nos salões.

– Decorar os salões de modo que a consumidora

identifique que o salão tem nutrição capilar com Lifetex.

Cabeleireiros:

– Levar o conceito de nutrição capilar a um número maior

de profissionais, além dos clientes Wella, fazendo com

que eles experimentem o produto e descubram um novo

serviço para a sua cliente.

Page 37: universidade candido mendes pós-graduação “lato sensu”

37

Donos de salão:

– Levar o conceito de nutrição capilar, de forma que ele

visualize uma forma de aumentar a lucratividade de seu

salão, assim como a fidelidade de sua cliente.

2.1.8. Plano de ação

Programas e ferramentas utilizadas para atingir o objetivo da

campanha de divulgação do “novo” Lifetex Nutri-Care:

Ferramentas

Materiais de Merchandising

Ver anexo 3

Vídeo Treinamento

Lifetex Nutri Care

Anúncio Promoção

Anúncio Trade

Postais a consumidora

final

Mala-direta aos salões

Seminários de Tricologia

Evento Win

Internet

Coletiva de imprensa

Intranet

Livro Tricologia

SAC

Folder para o cabeleireiro

Folheto consumidora

final

Palestra para os funcionários

Novos canais

de distribuição

Sacolas de revenda

Tabela de preço de revenda

Displays

Pôster Isopor

Pôster A Aventais

T-shirts

Faça uma pessoa feliz / Fome zero Carta pós-venda

Revista Wella

Pôster Lavatório

Page 38: universidade candido mendes pós-graduação “lato sensu”

38

2.1.9. A embalagem como fator de consumo

A mudança da identidade visual da linha de produtos Lifetex se deu

para que ele fosse mais competitivo no mercado. Além disso, a marca queria

atingir a um público novo.

Após várias pesquisas a Wella resolveu alterar o rótulo e as

embalagens da linha de produtos Lifetex Nutri-Care, acompanhando a nova

tendência do produto de vender um novo sistema de nutrição.

O novo design também buscou evidenciar ainda mais a sofisticação do

produto, reforçar a marca e fidelizar o público alvo: consumidor direto, salão e

cabeleireiro.

As informações que ajudaram a reformular as embalagens da linha

foram:

a faixa de público consumidor do produto;

o conceito a ser transmitido através da embalagem;

relação dos concorrentes e a visibilidade no PDV;

tipos de produto que compõe a linha completa;

os objetivos a serem alcançados pela marca;

descrição dos elementos que deveriam aparecer nas

embalagens.

O objetivo do re-design das embalagens era transmitir qualidade e

permitir que o produto concorresse com os demais (nacionais e importados)

além de despertar a vontade dos consumidores na hora da escolha do produto.

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39

2.1.10. Analise do projeto

Objetivo do projeto

Criar diferenças visuais nas embalagens da linha Lifetex e,

conseqüentemente, aumentar as vendas dos produtos.

Estudo de campo

Foi detectada a necessidade de se desenvolver uma embalagem mais

competitiva nas prateleiras e expositores dos salões. O re-design pensou na

facilidade de manuseio das embalagens pensando no uso em chuveiro ou no

lavatório do salão, ou seja, sempre com a mão molhada. Lacre metálico de

proteção e inviolabilidade do produto.

A diferenciação dos produtos por cor foi mantida. As cores que

diferenciavam os produtos antes eram apenas percebidas na folha do logotipo,

ou seja, um produto visto a distância não se diferenciava dos demais.

Foi feita a pergunta: para quem é esse produto?

Um estudo feito com o publico alvo respondeu a essa pergunta. De

acordo com as características apresentadas pelo estudo foi desenvolvida uma

embalagem direcionada ou público alvo que procurou por cores, formas,

tamanho (quantidade de produto em cada embalagem) que se adequassem ao

público alvo consumidor e ao potencial publico ainda não consumidor mas

possível futuro cliente.

2.1.11. Considerações finais

Segundo Fabio Mestriner: ”De nada adianta um bom desenho de

embalagem se ela não for adequada ao produto, for difícil de ser executada e

não traduzir o conceito da marca”. (MESTRINI, 2002).

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40

Ele ainda afirma que: “O aumento médio das vendas após um

redesenho de embalagem ultrapassa os 50%. Não é à toa que as grandes

empresas de dois em dois anos revisam o visual de seus produtos”.

(MESTRINI, 2002).

Uma embalagem eficiente precisa, por exemplo, se diferenciar das

demais quando no ponto de venda.

E foi justamente isso que a Wella fez. Criou uma nova embalagem para

a linha de produtos Lifetex, bem como diversos materiais expositores para o

PDV e alavancou suas vendas. A nova embalagem da linha Lifetex impulsionou

as vendas e aumentou a visibilidade do produto no ponto-de-venda. Ou seja, o

objetivo inicial de reformulação da embalagem para aumento das vendas foi

plenamente alcançado.

Pesquisas com as consumidoras finais (clientes dos cabeleireiros) e

dos revendedores e usuários dos produtos (cabeleireiros, ajudantes e

assistentes) mostraram a satisfação com a nova embalagem, mais moderna e

com maior clareza e facilidade de identificação imediata do produto desejado.

Em comparação com seus concorrentes expostos nas prateleiras dos

salões as novas embalagens se mostraram mais eficientes. Agora o produto

pode ser melhor reconhecido a distância o que chama mais a atenção do

consumidor.

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41

CONCLUSÃO

O Valor do Design

"A diferença tecnológica entre produtos similares, de diferentes

fabricantes tende cada vez mais a desaparecer. Um sistema de refrigeração

não é muito melhor que o outro. Relógios de um fabricante funcionam de

maneira tão precisa quanto a de seu concorrente. Assim, o consumidor passa a

se nortear pela marca, pelo preço e pelo design." (GAZETA MERCANTIL,

1999).

"Design: um fator de diferenciação competitiva em marketing."

(REVISTA DA ABMN, ano 1/ no 2)

"Quinze anos atrás, as empresas competiam em preço. Hoje em

qualidade. Amanhã será no design". Citação de Robert Hayes, professor,

Harvard Business School. (ABOUT, 1999).

São pensamentos e frases como estas que deixam claro que o design

é cada dia mais importante como determinante de compra. Ele diferencia o

igual tornando-o único. Embalagem atualmente significa design. Não se pode

esquecer que sem design não há embalagem que sobreviva no mercado cada

dia mais acirrado. No atual cenário de vendas, onde o atendente foi banido, a

embalagem assume a função de vender, sem a qual não há êxito dos

negócios, nem mesmo há negócios. Mais ainda, além das funções de conter,

proteger, transportar, armazenar os produtos e, agora, vender, a embalagem é

o suporte da marca.

Mais do que sustentar, a embalagem funciona como a mais eficaz das

mídias para multiplicar a marca nas mentes e nos corações dos consumidores.

Primeiro, porque, no ponto-de-venda, é ela que se apresenta aos olhos do

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42

potencial comprador. Se for eficaz – bonita, harmoniosa, confiável – do ponto

de vista da comunicação, a embalagem dirá: "Leve-me". Se não, a mensagem

será: "Esqueça-me". O responsável pela resposta que o consumidor dará é, em

grande parte do design. De resto, a embalagem (com a marca) acompanha o

comprador até o momento do consumo, quando não por mais tempo, ao ser

reutilizada ou colecionada. Existem embalagens que vistas, mesmo ao longe,

são reconhecidas. São formas, cores, materiais que ficam associados ao

produto e a marca. Quem não lembra das garrafas de vidro da Coca-Cola? Ou

das latas de batata frita Pringles? Ou ainda da embalagem do polvilho

anticéptico Granado ou da Maizena?

Isso também nos faz pensar na importância de um re-design. A

embalagem, literalmente, marca e por isso não pode ser totalmente modificada

ou seus consumidores se sentiram traídos e abandonados. Um re-design é, as

vezes, mais importante que uma criação. O novo não tem passado e por isso

não tem história, não nos trás lembranças, não nos remete a fatos.

Todas essas considerações só nos fazem ver que o design de

embalagem está ganhando a força e a importância que merece.

Se bem usado, o design de embalagem só tem a agregar valor às

marcas. Não restam dúvidas de que o design de embalagem permanecerá uma

ferramenta importante nas estratégias de marketing e de lançamentos de

produtos.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Imagens de embalagens brasileiras

Anexo 2 >> Imagens de embalagens diversas

Anexo 3 >> As: embalagens antigas e novas dos produtos Lifetex

Anexo 4 >> Material de merchandising de Lifetex

Anexo 5 >> A linha de produtos Lifetex

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ANEXO 1

Imagens de embalagens brasileiras das décadas de 20 a 60.

Cola Tudo DUCO, da DuPont. ________________________

Creme dental Gessy - 1953

________________________

Fermento em pó Royal- 1954 ________________________

Cigarros Hollywood - 1953

________________________

Colônia Mirage - 1953

________________________

Loção após barba Aqua Velva - 1956

________________________

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45

Gordura Vegetal Saúde - 1966 ________________________

Tinta Duralack Ypiranga - 1966 ________________________

Talco Cashmere Bouquet - 1966

________________________

Sabão em pó Rinso- 1967

Óleo de cozinha Lírio - 1966

________________________

Talco e óleo Johnson - 1966

________________________

Chá Tender Leaf - 1967

________________________

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46

ANEXO 2

Imagens de embalagens diversas

Farinha Láctea, da Nestlé - 1876. ________________________

Evolução das embalagens de Leite Moça – Nestlé – 1937 até 2003

________________________

Garrafa da Coca - garrafa de vidro –1942 ________________________

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47

Embalagem Maizena ________________________

Embalagem da batata frita Pringles Original ________________________

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ANEXO 3 As: embalagens antigas e novas dos produtos Lifetex.

Embalagem antiga

Embalagem nova

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49

ANEXO 4

Material de merchandising de Lifetex

Display de Lavatório

Espaço demarcado dentro do

lavatório;

Chama a atenção da cliente

final, que pode pedir para

experimentar;

Contém a tabela de diagnóstico

para ajudar ao cabeleireiro ou

seu assistente;

Preocupação com as

embalagens limpas e rótulos

virados para a frente.

Tester

Serve para o Hair Oil e para os

condicionadores Leave-in;

Chama a curiosidade da

consumidora e faz ela

experimentar;

Só funciona se estiver bem

exposto.

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50

Prateleiras de parede

Espaço extra e exclusivo para

os produtos com a comunicação

da empresa.

Melhor localização: Atrás do

balcão.

No momento que a cliente paga

a conta, a recepcionista oferece

o produto.

Melhor utilização do espaço

dentro do salão.

Display de chão

Material de qualidade que

merece um espaço super nobre.

Disponível através de um

contrato do comodato.

A consumidora tem que ter

acesso aos produtos

Preocupação com as

embalagens limpas e rótulos

virados para a frente.

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Display de chão com backlight

Versão nobre do display de

chão.

Para locais que possuem

excelente visualização dos dois

lados.

Perfeito para vitrines (rua de um

lado, sala de espera do outro).

Pode ser utilizado em conjunto

com outros.

Preocupação com as

embalagens limpas e rótulos

virados para a frente.

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ANEXO 5

A linha de produtos Lifetex

Nome do cliente: Wella

Produto: Linha Lifetex Nutri-Care - Produtos de cuidado pessoal.

Tipo de diagnóstico NUTRIÇÃO E LIMPEZA NUTRIÇÃO E TRATAMENTO

CABELOS DE NORMAIS A SECOS

SHAMPOO Moisture Nutrition

CONDICIONADOR Extra Rich Nutrition

CABELOS DANIFICADOS

SHAMPOO Extra Rich Nutrition

INTENSIVE MASK Extra Rich Nutrition

CABELOS COLORIDOS

SHAMPOO Color Nutrition

INTENSIVE MASK Color Nutrition

CABELOS PERMANENTADOS, CACHEADOS E ALISADOS

SHAMPOO Curl Nutrition

INTENSIVE MASK Curl Nutrition

DISFUNÇÕES DO COURO CABELUDO

SHAMPOO Balanced Nutrition

para controle da caspa

Balanced Nutrition para couro cabeludo oleoso

Balanced Nutrition para controle da queda capilar

LOÇÃO Balanced Nutrition para

controle da queda capilar

CONDICIONADORES LEAVE-IN

CONDICIONADOR LEAVE-IN Color Nutrition CONDICIONADOR LEAVE-IN Extra Rich Nutrition

RECONSTRUTOR CAPILAR HAIR OIL

Extra Rich Nutrition

Todas os produtos Lifetex são diferenciados por cores de acordo com sua

função.

Essa foi uma das maiores preocupações com o re-design das embalagens. A

diferenciação por cores existente anteriormente não permitia a identificação

dos produtos à distância, ou seja, quando a cliente estava, por exemplo,

sentada na cadeira de cabeleireiro e via à distância, a prateleiras com os

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produtos expostos ela não era capaz de identificar qual o tipo adequado ao seu

cabelo e, pior ainda, não era capaz de identificar se quer, que existiam tipos

diferentes para cada tipo de cabelo ou cada necessidade individual.

As embalagens antigas eram diferenciadas apenas por cores diferentes na

folha do logotipo. As atuais receberam uma tarja colorida de fácil

discernimento.

Embalagem antiga com diferenciação de cor apenas na folha do logotipo.

Embalagem nova com cores nos rótulos.

Tipo de embalagem:

Todos os produtos são líquidos ou pastosos.

Todas as embalagens são plásticas com exceção da Loção Balanced que

possui embalagem de vidro.

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BIBLIOGRAFIA

ADG. Design gráfico caso a caso – como o designer faz design. São Paulo. 2000.

DESIGN, Pós imagem. “Ver é compreender” – design como ferramenta

estratégica de negócio”. Rio de Janeiro: Editora Senac RJ, 2003.

KELLER, Kevin Lane. O Brand Report Card. Harvard Business Review, 2002.

MESTRINER, Fabio. Design de Embalagem - Curso Basico - 2ed. Editora

Makron Books, 2002.

MESTRINER, Fabio. Design de Embalagem - Curso Avançado. Editora

Prentice Hall (Pearson), 2002.

MORGAN, Conway Lloyd. Packaging Design - Design brief – finished design.

Suíça: Editora RotoVision, 1997.

SARQUIS, Aléssio Bessa. Marketing para pequenas empresas – A indústria da

confecção. São Paulo: Editora Senac SP, 2003.

VILLAS-BOAS, André - “O Que é [e o que nunca foi] Design Gráfico: The Dub

Remix”, Rio, 2AB, 1999.

ZANINI, Walter - “História Geral das Artes no Brasil, vol. 2”, São Paulo, Inst.

Walter Moreira Salles, 1983.

Sites

As 3 regras da construção de uma identidade: ROBLE, Luiz Renato. 19 de

julho de 2004.

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55

Design e Arte: www.posimagem.com.br. LEITE, Ricardo. Pós Imagem Design.

16/05/2001.

O design faz a diferença: www.diadesign.com.br. STRUNK, Gilberto - Dia

Design, 2003.

SPI – Society of Plastics Industry -www.plasticsindustry.org/industry/history.htm

Uma breve história da embalagem: http://www.boxprint.com.br. Box Print

Grupograf, 2004.

http://comitedesign.abre.org.br. Comitê de Design, 2004.

http://pt.wikipedia.org. Wikipedia a enciclopédia livre, 2004.

http://www.comunicarte.com.br - Comunicarte - Agência de Responsabilidade

Social. 2004.

www.3m.com.br. 3M Brasil

www.about.com

www.datamaker.com.br. DATAMAKER DESIGNERS, 2004.

www.wella.com.br. Wella Brasil, 2004.

Artigos

Arte e ação no PDV: SAMPAIO, Rafael. Revista About de 12 de abril de 2004-

Ano XV – nº 762.

Artigo especial: PALHARES, Wilson. Revista Embalagem Marca. 2003.

Os benefícios profissionais e sociais do design: AFLALO, Marcelo. Revista

PROJETODESIGN. Edição 269 Julho 2002

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

DESIGN – História e Conceito 11

1.1. Definição de design 12

1.1.1. Definição de design de Walter Zanini 12

1.1.2. Definição de design de André Villas-Boas 14

1.2. – Design de embalagem 15

1.2.1. Design de embalagem é design competitivo 17

1.2.2. Design de embalagem é propaganda 17

1.3. História das embalagens 18

1.3.1. História das embalagens flexíveis 20

1.3.1.1. Anos 20 – O início 22

1.3.1.2. Anos 30 – Os primeiros filmes transparentes 22

1.3.1.3. Anos 40 – O domínio do papel encerado 23

1.3.1.4. Anos 50 – O “boom” de novos materiais 24

1.3.1.5. Anos 60 – As máquinas automáticas 26

1.3.1.6. Anos 70 – Códigos de barras e outros avanços 27

1.3.1.7. Anos 80 – Microondas, holografia e o sucesso

dos flexíveis 29

1.3.1.8. Anos 90 – Reduzir, Reutilizar Reciclar 30

1.3.1.9. Um futuro promissor 31

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CAPÍTULO II

ESTUDO DE CASO – Lifetex Nutri-Care 32

2.1. Estudo de caso: nova embalagem da linha Lifetex Nutri-Care 33

2.1.1. A empresa Wella 33

2.1.2. O produto: O que é Lifetex Nutri-Care? 33

2.1.3. Como o produto se apresenta, quais suas características

e propriedades 34

2.1.4. Target da linha Lifetex 34

2.1.5. Valor agregado ao produto 35

2.1.6. Distribuição do produto 36

2.1.7. Estratégia de comunicação 36

2.1.8. Plano de ação 37

2.1.9. A embalagem como fator de consumo 38

2.1.10. Analise do projeto 39

2.1.11. Considerações finais 39

CONCLUSÃO 41

ANEXOS 43

BIBLIOGRAFIA 54

ÍNDICE 56

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

A influência do design no ponto de venda

Márcia Gomez Ferreira

Data da entrega: 30 de setembro de 2004

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: