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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA " FISCALIDADE E MÍNIMO EXISTENCIAL NO ESTADO FISCAL SOB A LUZ DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL " Carlos Gabriel Queiroz Moutinho Orientadoras Prof. PATRÍCIA PORTAL Prof. MARIANA MONTEIRO Rio de Janeiro 2014 Created by Neevia Document Converter trial version http://www.neevia.com DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

" FISCALIDADE E MÍNIMO EXISTENCIAL NO ESTADO FISCAL SOB A LUZ DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL "

Carlos Gabriel Queiroz Moutinho

Orientadoras

Prof. PATRÍCIA PORTAL

Prof. MARIANA MONTEIRO

Rio de Janeiro

2014

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DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

" FISCALIDADE E MÍNIMO EXISTENCIAL NO ESTADO FISCAL SOB A LUZ DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL "

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em DIREITO PÚBLICO E

TRIBUTÁRIO.

Por: . CARLOS GABRIEL QUEIROZ MOUTINHO

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AGRADECIMENTOS

....aos meus pais e professores; aos

amigos e demais colegas, com

saudade dos que daqui se foram e a

mais elevada estima pelos que

resistem nesta jornada.

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DEDICATÓRIA

.....dedica-se aos meus pais, familiares e

amigos pela compreensão e carinho nos

tristes anos da juventude adulta, quando,

injustamente, rogaram-me às sombras,

afastando-se de mim a esperança, a

alegria e a vida.

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RESUMO

Este trabalho de conclusão do curso de pós - graduação em Direito

Público e Tributário, requisito à obtenção do título de especialista, começou a

ser construído quatro anos antes.

Abordando superficialmente a Teoria Epistemológica, buscou-se no

método descritivo-positivo fundamentar a construção das bases argumentativas

para o entendimento da incapacidade desenvolvimentista de condições

mínimas de existência pelo Estado Brasileiro.

Este trabalho recebeu o Título de "FISCALIDADE E MÍNIMO

EXISTENCIAL NO ESTADO FISCAL" porque sempre acreditei no

conhecimento como principal viés para a libertação de qualquer cenário

construído pelo fomento doloso de estigmas que marcam a trajetória da maior

parte do povo brasileiro.

É com essa parcela que mais me identifico, já que não tenho discrição

quanto a minha consciência - sou brasileiro e pertenço ao povo.

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METODOLOGIA

Os métodos que levam ao problema proposto, como leitura de livros,

jornais, revistas, questionários, principalmente a sujeição a exposição de aulas

semanais ministradas por um corpo docente altamente capacitado. Assim foi

ofertada a proposta de entendimento sobre Teoria Geral do Estado e Direito

Constitucional Tributário como modelos factuais da dimensão do Estado.

Buscou-se, dentro de uma contra-cultura positivista, firmar uma

resposta sobre a efetividade do discurso valorativo quando há uma aderência à

realidade. Nesse sentido e seguindo a filosofia racionalista de René Descartes

e David Hume, ficou a tentativa de compreender a mudança como um ato de

progresso, como uma construção conceitualmente oposta à ideia de revolução.

Após coleta de dados, pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo,

observação do objeto de estudo, as entrevistas, os questionários, etc. servem

para embasar o entendimento de que a incapacidade de criar condições

mínimas resulta do descontrole da programação orçamentária, quebrando

roteiros gerenciais e criando déficit nas contas públicas.

Resistindo ao apelo da metafísica dos sentidos, que por vezes conduz-

se a uma pluralidade de argumentos válidos que tornam inviável o processo

decisório, o trabalho inclina-se pelo perfil tecnocrata, positivo e culturalmente

racional.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAP. I - ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO 13 CAPÍTULO II - O VALOR ATUARIAL DA NORMA 29

CAP. III - TRIBUTAÇÃO DE GRANDES FORTUNAS 49

CONCLUSÃO 60

ANEXOS 82

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 92

BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 93

ÍNDICE 94

FOLHA DE AVALIAÇÃO 95

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INTRODUÇÃO

O Mínimo Existencial

O assunto é abordado na doutrina de Ricardo Lobo Torres, onde apesar de não existir um dispositivo expresso, a argumentação é feita a partir da integração sistêmica sob a batuta do valores de Segurança Jurídica e Liberdade. A compreensão da Segurança Jurídica, no sentido de modelagem do Estado, permite abordar o de que maneira o Estado Fiscal será modelado, seja por forças e alavancas sociais,políticas, e jurídicas ; seja por resultantes da tensão entre Direito x Moral; a partir da " Virada Neokantiana". A amplitude epistemológica das normas adquiriu força e fluidez com metodologias judiciárias ativistas e judicialização de fatos sociais. O positivismo jurídico passa a ter no discurso das garantias seu exaurimento natural, onde lógica da argumentação poderia ter como premissa valores; princípios e regras, porém haveria níveis e funcionalidade do discurso sendo necessária uma filtragem do alcance epistemológico a partir da validação funcional sistêmica( Ex: contribuições sociais, contribuições de iluminação pública, imunidades, royalties do petróleo...). É nesse ponto que Luigi Ferrajoli1, Henrique Dussel2, Geraldo Prado3, Norberto Bobbio4 outros membros da vanguarda acadêmica insistem em afirmar que o Direito deve saber lidar com pluralidades, mas isso é possível com dinamismo e entendimento de que a Constituição é um espaço de sinergia. O espaço de sinergia é defendido por Ricardo Lobo Torres, onde ainda que não haja previsão do "MÍNIMO EXISTENCIAL" haverá espaço para essa condição atuarial do direito. É nesse sentido que a legislação traz o conceito positivo de lançamento:

1 FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão: Teoria do Garantismo Penal. Tradução Ana Paula Zomer Sica e

outros. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. 2 Ética da Libertação - Na idade de globalização e da exclusão (2002). Petrópolis: Vozes. 2a edição. 3 http://www.youtube.com/user/geraldoprado 4 BOBBIO, Norberto; DIREITO E PODER; Editora UNESP

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Art. 142 do CTN -" ...lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente..." Art. 809 do CPP - A estatística judiciária criminal, a cargo do Instituto de Identificação e Estatística ou repartições congêneres, terá por base o boletim individual, que é parte integrante dos processos e versará sobre: I - os crimes e as contravenções praticados durante o trimestre, com especificação da natureza de cada um, meios utilizados e circunstâncias de tempo e lugar; V - a reincidência e os antecedentes judiciários § 1º Os dados acima enumerados constituem o mínimo exigível, podendo ser acrescidos de outros elementos úteis ao serviço da estatística criminal. § 2º Esses dados serão lançados semestralmente em mapa e remetidos ao Serviço de Estatística Demográfica Moral e Política do Ministério da Justiça. O cruzamento serve para entender que o desenvolvimento do direito não é feito da noite para o dia; é como o notável processualista Geraldo Prado nos conta em seminário sobre " O Novo Processo Pena Brasileiro" , realizado no Instituto do Advogados Brasileiros - I.A.B5 , em agosto de 2013. "...temos muita facilidade de esquecermos daqueles que virão depois de nós, neste mesmo espaço, neste planeta que não tem dono. Esta característica do efêmero, talvez não esteja permitindo às novas gerações perceberem a importância da construção sólida e muita vezes a solidez não é percebida por àqueles que a constroem, mas é percebida por gerações que virão cinquenta, sessenta anos depois. Apostar nisso ; é apostar na civilização."

5 http://www.youtube.com/user/geraldoprado

http://www.youtube.com/watch?v=4yruRyoY65M ( Luigi Ferrajoli - Derecho y crisis de la Democracia)

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O discurso é muito mais sobre o alinhamento da construção normativa, sim, segmentada a partir da referência do pensador - "O Processo Penal"; mas acima de tudo, indicando-se como uma expressão metodológica da identidade nacional(caráter grupal da identidade), a partir de um fator técnico-jurídico e que por ser uma técnica; apresenta limitações diante das imensuráveis possibilidades compreensão descritiva da realidade pelos sentidos humanos. Assim desenham-se os contornos e modelos descritivos das civilizações, sob registros de espaços normados, sejam concretos(reais) ou abstratos (virtuais). O condição espacial é necessária à aplicação da Lei, trata-se de um parâmetro referencial que indica a dimensão da jurisdição e eficácia da norma. Temos ainda a referência temporal. Outro aspecto é a dimensão, onde temos a amplitude epistemológica decorrente do relacionamento funcional da norma com a percepção sensorial contextualizada. Nesse viés, a doutrina no Rio de Janeiro, apresenta-se há longa data como uma expressão do pensamento jus-filosófico, aproxima-se de uma capacitação metafísica da linguagem a partir de indicadores e fatores positivados como uma leitura espacialmente prospectiva da possibilidade de um desenvolvimento e construção de valores, hoje abstratos e voláteis, mas que estão sujeitos a compilação organizada do conhecimento necessário à sua materialização prática. Trata-se de um discurso sobre o método de transformação da realidade pela sustentabilidade atuarial do direito, defende Ricardo Lobo Torres6 e seus seguidores que de maneira racionalmente técnica, mas a partir de um valor metafísico presente em um ideal coletivo é possível construir indicadores de fomento do futuro que desejamos. Buscamos à Felicidade. Buscamos à Justiça. Buscamos à Segurança Jurídica da Liberdade em libertar-se ou não, busca-se democratizar as escolhas como um exercício do poder; mais pela política que pela força do Direito. Vejamos se há alguma força na C.E-RJ: Art. 1º - O povo é o sujeito da Vida Política e da História do Estado do Rio de Janeiro. Art. 2º - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

6 CURSO DE DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO; LOBO TORRES, Ricardo; 19a Ed. - Editora RENOVAR

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Art. 3º - A soberania popular, que se manifesta quando a todos são asseguradas condições dignas de existência, será exercida: I - pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto com valor igual para todos; II - pelo plebiscito; III - pelo referendo; IV - pela iniciativa popular do processo legislativo. Art. 4º - O Estado do Rio de Janeiro é o instrumento e a mediação da soberania do povo fluminense e de sua forma individual de expressão, a cidadania. Vejamos ainda o argumento de Ricardo Lobo Torres7, apresentado-nos pelo corpo docente deste curso de Pós-Graduação, com absoluta competência, fidelidade e devoção ao discurso doutrinário. Seguem assim fragmentos dos textos 2 e 1:

Ø POSITIVAÇÃO DO DIREITO Há um direito às condições mínimas de existência humana digna que não pode ser objeto de intervenção do Estado e que ainda exige prestações estatais positivas. O direito ao mínimo existencial não tem diccção constitucional própria, aparenta um manejo entre direitos sociais e orçamento público. A Constituição de 1988 não o proclama em cláusula genérica e aberta, senão que se limita a estabelecer que constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil " erradicar a pobreza e marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais" - artigo 3o III. O Estado tem o direito de tributar tudo que não lhe for vedado, ou seja exercerá seu Poder de Tributar a partir do não for vedado pelo ordenamento positivo. Por outro lado, o contribuinte buscará proteger-se em tudo que o ordenamento jurídico conceber como hipótese de não tributação. Nessa dinâmica social tem-se que o contrato social autoriza o Estado à promoção e custeio da liberdade. O custo do desenvolvimento da plenitude humana no espaço público deve ser financiado, principalmente por meio de ingressos de receita derivada no Tesouro Nacional. Assim presume-se que a previsão de ingresso arrecadado sem a equivalência de recolhimento compromete o

7 CURSO DE DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO; LOBO TORRES, Ricardo; 19a Ed. - Editora RENOVAR

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desenvolvimento humano, afastam os objetivos fundamentais e tornam injustificados os fundamentos do Estado. A falta de governança pode resultar no enfraquecimento do Poder do Estado, criando um afastamento das funções em relação à soberania e auto-determinação. Escolhendo " a menoridade" o Estado ficará isento do Poder, porém seu representantes não estarão com a imunidade garantida, já que só existe imunidade enquanto houver o Estado. Presume, portanto, que todas estas expressões dos valores, sujeitos à percepção epistemológicas, não serão efetivamente percebidos como uma construção regrada da noite para o dia. Acredita-se que a estrutura do problema exige um detalhamento do espaço normado. A coleta organizada de dados, por instrumentos que permitam sua transformação em recursos - (ex:informações) ; passíveis de serem manipulados e estruturados como conhecimento desejado à prospecção do futuro que, se no presente é um ideal ou valor imaterialmente dimensionado e compartilhado através do desejo de "LUTA PELO DIREITO" -na expressão do jurista alemão Rudolf von Ihering . Luís Roberto Barroso substantivou " A Luta pelo Direito" com a expressão "DESACORDOS MORAIS RAZOÁVEIS"., sendo a premissa atuarial do entendimento da modelagem do Estado a partir de composições qualitativa e quantitativa decorrente da argumentação. A argumentação metafísica assume fluência lógica com o positivismo, como atividade técnica e servirão de direção, sentido e intensidade epistemológica da expressão normativa. A expressão normativa é um fenômeno civilizatório, com historicidade, ou seja passível de possibilidades, escolhas e desenvolvimento perceptíveis por resultantes governamentais indiciadas por fatores determinísticos de Políticas Públicas. É o que J.J.Gomes Canotilho8 afirma ser o papel da Constituição Dirigente, cujo uso das normas programáticas decorre do planejamento das políticas públicas, dentre elas às de desenvolvimento das potencialidades humanas em espaço público, porém, deve haver respeito às restrições orçamentárias sob o risco de criarmos gasto público desordenado.

8 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Constituição Dirigente e Vinculação do Legislador. 2" ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2001.

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CAPÍTULO I

ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO

Este capítulo inicia o trabalho e será abordada a atividade fazendária do

Estado segundo a doutrina de Ricardo Lobo Torres. Talvez esta seja a ideia

central do trabalho e o jurista percebe tal atividade através de níveis

especializados distintos. Há alguma semelhança com modelo departamental de

burocracia do Estado, mas trata-se de funções próprias de uma atividade

complexa - a fazendária.

Ricardo Lobo Torres define Atividade Financeira do Estado, seus objetivos e finalidades como: " O conjunto de ações do Estado para obtenção de receita e realização dos gastos para o atendimento das necessidades públicas. Os fins e objetivos políticos e econômicos do Estado só podem ser financiados pelos ingressos na receita pública. A arrecadação dos tributos - impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios - constitui o principal item da receita."

( Lobo Torres, Ricardo; Curso de Direito Financeiro e Tributário; 19a edição.; Ed. RENOVAR; pg.3)

O Direito Público é um emaranhado de normas com características próprias, são normas cogentes e imperativas, ou seja de ORDEM PÚBLICA. Dentro deste conjunto não há autonomia científica, mas há autonomia didática ou acadêmica. O Direito Tributário é uma parte de Direito Financeiro que estuda um tipo de receita derivada: O TRIBUTO. O artigo 3o do Código Tributário Nacional ( C.T.N), traz a definição legal de tributo. Já seu artigo 4o explica o que seria a "natureza específica" do tributo.

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In verbis:

"Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada o mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;

II - a destinação legal do produto da sua arrecadação."

A natureza específica do tributo é jurídica, é uma obrigação ex lege, cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, sendo irrelevante para determinar o tributo a partir do fato gerador da sua respectiva obrigação a qualificação em relação à:

ü sua denominação e demais características formais adotadas pela lei;

ü a destinação legal do produto da sua arrecadação.

O tributo é determinado através de uma atividade decorrente da prestação de serviço público típico de Estado chamada Administração Tributária, sendo encontrada na Legislação Tributária. O Código Tributário Nacional conceitua o que seria "Legislação Tributária":

In verbis:

" Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes."

A natureza jurídica do tributo é específica, sendo juridicamente relevante para qualificá-la uma Lei, como produção normativa técnico-jurídica de escrituração do fato econômico apto a sujeitar o seu praticante a uma hipótese de incidência descrita por substantivos e adjetivos formais, mas que serão irrelevantes para apuração das qualidades econômicas passíveis de serem

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modificadas distorcendo a percepção da autoridade fiscal do que seria economicamente suscetível de sujeição ao Poder de Tributar.

Ora, afim de evitar tal risco social é que adotamos a posição de Ricardo Lobo Torres9, durante o estudo da obra sob referência anteriormente citada:

"Com os recursos obtidos, o Estado suporta a despesa necessária para consecução de seus objetivos. Paga a folha de vencimentos e salários dos seus servidores civis e militares. Contrata serviços de terceiros. Adquire no mercado os produtos que serão empregados na prestação de serviços públicos ou na produção de bens públicos. Entrega subvenções econômicas e sociais. Subsidia a atividade econômica. A obtenção da receita e a realização dos gastos se faz de acordo com o planejamento consubstanciado no orçamento anual. "

(apud; pg. 3)

Lobo Torres entende que todas estas ações do Estado, por conseguinte, na vertente da receita ou despesa, direcionadas pelo orçamento, constituem a atividade financeira. Tal atividade envolve a constituição e a gestão da Fazenda Pública, isto é, os recursos e as obrigações do Estado e a sua administração. O Estado não tem por objetivo enriquecer ou engordar seu patrimônio, porém no mundo capitalista nada é de graça, portanto para custear TODAS as suas atividades o Estado precisa de ingressos em seu Caixa.

É nesse ponto que se revela a relevância da administração tributária que compreende as atividades Fazendárias:

ü Fiscalização

ü Dívida Ativa

ü Certidões Negativas

"Fazenda Pública é o conceito que deve ser examinado do ponto de vista objetivo e subjetivo. (...) objetivamente considerada, é o complexo dos recursos e obrigações financeiras do Estado. (...) subjetivamente considerada, confunde-se com a própria pessoa jurídica de direito público, tendo em vista que a

9 CURSO DE DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO; LOBO TORRES, Ricardo; 19a Ed. - Editora RENOVAR

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responsabilidade do Estado é apenas financeira. Demais disso, aproxima-se do conceito de Administração Financeira, com os seus órgãos incumbidos de realizar a atividade financeira, entre os quais nos termos do artigo 37 XXII da CF, as Administrações Tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividade essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, que terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio."

(apud, pg.4 e 5)

Reparemos que o doutrinador corrobora as palavras dos artigos 3o e 4o do Código Tributário Nacional ao citar o artigo 37 XXII da CF, onde a administração tributária e as atividades fazendárias são atividade essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, que terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada.

As funções específicas exercidas por servidores de carreira que integram os quadros das suas respectivas Administrações Fazendárias decorrem da natureza jurídica específica do tributo?

"Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada o mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;

II - a destinação legal do produto da sua arrecadação."

A resposta parece estar presente na Legislação Tributária e decorre do negócio jurídico praticado com a finalidade de dissimular a ocorrência do Fato Gerador. Vejamos o C.T.N :

In verbis

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Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:

I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;

II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.

Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.

Parece-nos que a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária é uma atuação com finalidade específica, que distorce a percepção do caráter econômico, os elementos constitutivos da obrigação tributária e a própria ocorrência do fato gerador como uma situação de fato ou jurídica, ou seja altera a relação jurídica tributária; mas isso é possível sendo a obrigação tributária uma obrigação ex-lege? É nesse sentido que o artigo 116 parágrafo único do Código Tributário Nacional conjuga-se com o artigo 118 do mesmo diploma legal para orientar e afirmar o caráter plenamente vinculado da atividade administrativa de cobrança do tributo:

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:

I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;

II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria

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tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

Ricardo Lobo Torres considera que a administração tributária e as atividades fazendárias não são livres porque deve haver conformidade com algum tipo de conformação instrumental, deve haver referência a partir de padronização de escopo porque o orçamento público, apesar de ser composto por Leis temporárias, reflete um conjunto de peças integrantes do Planejamento Executivo de políticas públicas.

Neste ponto, anotamos mais uma linha de identidade com a doutrina do jurista, a seguir transcrita:

"Característica importantíssima da atividade financeira é a de ser puramente instrumental. Obter recursos e realizar gastos não é um fim em si mesmo. O Estado não tem o objetivo de enriquecer ou de aumentar seu patrimônio. Arrecada para atingir certos objetivos de índole política, econômica ou administrativa.

Apesar de instrumental, a atividade financeira não é neutra frente aos valores e princípios jurídicos, senão que a eles se vincula fortemente. A liberdade necessita das finanças do Estado para que possa se afirmar, ao mesmo em que limita o exercício da atividade financeira. A justiça na sociedade moderna passa pela fiscalidade e pela redistribuição de rendas. Princípios como os da capacidade contributiva, economicidade, legalidade, publicidade, irretroatividade e transparência informam permanentemente a atividade financeira.

Do seu caráter instrumental resulta que a atividade financeira está sempre relacionada com dinheiro, posto que este,como ser de relação que é, constitui o instrumento por excelência para a consecução dos objetivos econômicos"

(apud; pg. 5)

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Parece-nos que a atividade de fiscalização, através do procedimento de lançamento, tem um caráter dúplice. Há uma índole legal e permanente constante no Código Tributário Nacional, que atribui uma rigidez da atividade sob pena de responsabilidade funcional, mas há também um atributo jus-filosófico de natureza instrumental, um atributo relativo à esta atividade financeira que é descortinado deste pano de fundo rígido como um segmento do mais alto valor.

É de Lobo Torres (idem), enquanto pensador, a tarefa de apresentar-nos o valor da atuação fazendária como um "meio de financiar a liberdade". Apesar de instrumental, a atividade financeira não é neutra frente aos valores e princípios jurídicos, senão que a eles se vincula fortemente. A liberdade necessita das finanças do Estado para que possa se afirmar, ao mesmo em que limita o exercício da atividade financeira.

Do seu caráter instrumental resulta que a atividade financeira está sempre relacionada com dinheiro, posto que este,como ser de relação que é, constitui o instrumento por excelência para a consecução dos objetivos econômicos, pois conforme entendem os juristas de Brasil, Itália e seguidores do Constitucionalismo alemão, há um intercâmbio entre direito e econômia que afeta as relações jurídicas e a efetividade da norma. Assim, presumem que deva haver algum tipo de escolha de soluções constitucionalmente mais adequadas ao casos levados ao judiciário.

" A natureza instrumental da atividade financeira é que a distingue das atividades econômicas, políticas e administrativas,com as quais tem íntimo relacionamento. A atividade financeira se aproxima da econômica porque também é forma de obter recursos escassos; mas dela se distingue porque a atividade econômica, praticada por particulares, tem finalidade própria. Relaciona- se com a atividade política na medida em que ambas incorporam o momento autoritário da decisão; mas dela se afasta porque não tem o objetivo de manter o equilíbrio dos poderes do Estado nem o de realizar as políticas públicas. Aproxima-se da atividade administrativa por ser uma específica forma de administração das finanças do Estado; mas dela se distancia porque a atividade administrativa persegue objetivos claros representados pela prestação de serviços públicos."

(apud; pg5 e 6)

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Vale lembrar que o Estado Financeiro compreende s todas as pessoas jurídicas de direito público, integrantes da administração direta e indireta para prestação das atividades fazendárias, na forma da Lei e respeitadas às ressalvas existentes.

Um dessas ressalvas é que a obtenção de receita para suprir necessidades públicas, nota característica da atividade financeira, visa à prestação de serviços públicos e à defesa dos direito fundamentais, missão precípua das pessoas jurídicas de direito público. São excluídas as pessoas jurídicas com personalidade de direito privado, porque a matéria é decorrente de norma cogente, matéria de direito público e versa, portanto, sobre direitos indisponíveis.

Ø O ESTADO FINANCEIRO

No início desta monografia para a obtenção do título de especialista em Direito público e Tributário foi feita a busca de escriturar um breve registro sobre como os valores compartilhados promovem a modelagem ou modificação do desenho orgânico-institucional do Estado através de um processo técnico, formal e histórico.

Buscou-se definir a premissa de que não há mudança da noite para o dia, mudança é um processo planejado e,igualmente, uma atividade sujeita a controle e direção do sentido e força. Isso é justificável na argumentação do corpo docente, explanada por eminentes pensadores do Teoria Geral do Estado que, em módulo inicial deste curso de pós-graduação, buscou diferenciar ta processo dos atos bruscos.

Os atos bruscos só percebem-se na mais viril forma de expressão do Poder, cujo titular é absoluto, incondicionado e ilimitado: trata-se do povo -O povo é o titular da revolução, o povo é um fim em si mesmo ( seus atos são absoluto, incondicionados, ilimitados e não presumem ideologia anterior) O racionalismo alemão, em E. Kant10, tem-se que o povo atua através de: " um imperativo categórico " ; " da escolha entre a maioridade ou a menoridade" . 10 KANT, Imamnuel. Resposta a pergunta: Que é esclarecimento? Textos Seletos.

Tradução Floriano de Sousa Fernandes. 3 ed. Editora Vozes: Petrópolis, RJ. 2005. Pg.

63-71.

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Nesse sentido atuarial do Estado, pelo viés da mudança -lenta, direcionada com esforços moderados e histórica é trago, em breves linhas, a explicação do jurista e filósofo em que me apoio, brilhantemente apresentada pelo corpo docente desta tradicional instituição de ensino. Cito-o:

"A atividade financeira configura e delimita uma certa faceta do Estado Moderno, que é a do Estado Financeiro, que se desenvolve desde o fenecimento do feudalismo até os nossos dias,exibindo contorno diferente em suas várias fases: ESTADO PATRIMONIAL, ESTADO DE POLÍCIA, ESTADO FISCAL e ESTADO SOCIALISTA.

O Estado Patrimonial aparece na Europa e duas vertentes distintas: inglesa e holandesa, em que já desde o século XVI emergem os interesses da burguesia e na qual não se formam os monopólios estatais; e a que predominou na França, Alemanha, Áustria, Espanha e Portugal, com os monopólios e os rígidos privilégios corporativos. O Estado Patrimonial, que surge com uma necessidade estatal para fazer guerra agasalha diferentes realidades sociais - políticas, econômicas, religiosas, etc. Mas a sua dimensão principal - que lhe marca o nome próprio - consiste em se basear no patrimonialismo financeiro, ou seja, em viver fundamentalmente das rendas patrimoniais ou dominiais do príncipe, só secundariamente se apoiando na receita extrapatrimonial de tributos. A característica patrimonialista, porém, não decorre apenas dos aspectos quantitativos, posto que o fundamental é que o tributo ainda não ingressava plenamente na esfera da publicidade, sendo apropriado de forma privada, isto é, como resultado do exercício da jurisdictio e de modo transitório, sujeito à renovação anual. No Estado Patrimonial se confundem o público e o privado, o imperium e o dominium, a fazenda do príncipe e a fazenda pública.

O Estado de Polícia sucede o Estado Corporativo, de Ordens ou Estamental, especialmente no século XVIII, e antecede o Estado de Direito (...) O Estado de Polícia é modernizador, intervencionista, centralizador e paternalista. Baseia-se no conceito de atividade de polícia (...) O Estado de Polícia, com seu absolutismo político e sua economia mercantil ou comercial, foi historicamente substituído pelo Estado Fiscal, com sua estrutura capitalista e seu liberalismo político e financeiro. O que caracteriza o surgimento do Estado Fiscal , como específica figuração do Estado de Direito, é o novo perfil da receita pública, que passou a se fundar nos empréstimos, autorizados e garantidos pelo Legislativo, e principalmente nos tributos - ingressos derivados do trabalho e do patrimônio do contribuinte - ao revés de se apoiar

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nos ingressos originários do patrimônio do príncipe. Deu-se a separação entre o ius eminens e o poder tributário, entre a fazenda pública e a fazenda do príncipe e entre a política e economia, fortalecendo-se de sobremaneira a burocracia fiscal, que atingiu um alto grau de racionalidade. (...) O estado Fiscal, projeção financeira do Estado de Direito, conheceu três fases distintas: a do Estado Fiscal Minimalista, a do Estado Social Fiscal e a do Estado Democrático e Social Fiscal."

(apud, pg7 a 10)

Poder-se-ia observar que há doutrina o entendimento de que a "FISCALIDADE" é uma atividade constitucionalmente específica, relevante e imprescindível à compreensão da composição técnico-jurídica do Estado atrevendo-se à desdobramento em outros ramos epistemológicos, porque há nessa "FISCALIDADE" a presença do atributo decorrente da natureza instrumental da atividade financeira é que a distingue das atividades econômicas, políticas e administrativas, com as quais tem íntimo relacionamento. Trata-se do valor atribuído à "fiscalidade" como custeio e índice do Desenvolvimento Humano. A liberdade necessita das finanças do Estado para que possa se afirmar, ao mesmo em que limita o exercício da atividade financeira. A justiça na sociedade moderna passa pela "fiscalidade" e pela redistribuição de rendas.

O processo civilizatório, em muito, precisa da "fiscalidade". Do seu caráter instrumental resulta que a atividade financeira está sempre relacionada com dinheiro, posto que este, como ser de relação que é, constitui o instrumento por excelência para a consecução dos objetivos econômicos. A administração tributária e as atividades fazendárias são atividade essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, que terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada.

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Ø COERÇÃO FINANCEIRA OU TIPO PENAL?

Ocorrendo a descaracterização da obrigação que justifica a relação fiscal, caracterizada pela utilidade na promoção do bem estar e de condições mínimas de existência através da fiscalidade, estaria autorizado o titular da relação promover a sua tutela?

Isso seria feito em nome da fiscalidade ou do interesse decorrente da atuação fazendária, principal ou instrumental, a representar contra a arrumação dos elementos da relação tributária pelo contribuinte? O meio de oficialidade seria policial, fiscal ou persecutório?

A finalidade do ato justifica o modo de operação ténico-jurídica, através de ofício próprio compartilhado pela especialidade do instrumento ou ação. Direito e Processo extrapolam o âmbito da técnica em razão de eventuais liâmes argumentativos pelo atributo valorativo, que não prime pela eficácia é efetivo na proposta instrumental da mudança

Presumir a existência de um caráter negocial autoriza o diálogo entre os níveis do discurso epistemológico porque temos: convênios; consórcios; coalizões e outros tipos de advocacia pública com utilidade na integração e exercício do poder. Tal poder é atributo do povo, mas é feito através do Estado, cujo sentido é dado por governos e suas políticas públicas. A capacidade de auto-governo é dada por níveis institucionalizados ou pela oficialidade da escolha. Escolher é mais que um ato; é o ofício do compromisso entre sujeitos ligados por um objeto republicano sob a forma de governo em um regime legitimado - hoje contestado e modelado pela redescoberta do valor.

Valor não é fonte do direito positivo, mas é medida da onda positivista sobre à escolha efetiva da epistemologia - percebe-se livremente, mas há contextualidade no livre arbítrio porque vive-se me sociedade com amplitude nuclear familiar, comunitária, local, regional, nacional e global.O nível da subjetividade, do alinhamento ou quebra do status da identidade poderá fortalecer os laços vigentes ou vindouros - compactuar valores implica em escolher - liberdade ou liberalidade? Socialismo ou capitalismo? Votar ou ser votado? Vencer ou vender? Deixar ou deixar-se? - Trata-se de escolha ou arbítrio.

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Aplicar valores sintetiza o recurso técnico, em nível operacional, sob controle e direção para que ocorra veracidade na persecução da escolta do que à par de qualquer discurso sente-se confortável - o povo é incondicionado; o povo é ilimitado; o povo é absoluto quando exerce diretamente o poder porque não há Teoria do Estado. Há nesse ponto o "Estado Teórico", conspirando ou comungando sobre a escolha do regime, da forma de governo, de sua modelagem e alavancagem pragmática.

A constituição é promulgada pela media analítica, igualmente quem nos outorga um pacto também analisa; muito absorvente para o povo - análise é a quebra do regime porque a revolução é uma ocupação, por vezes um ideal compartilhado. O valor é a deliberação ou escolha de caracterizar-se afirmativamente ou afirmar-se na condição de promulgar sem impulsionar a verdade decorrente da negação epistemológica do liberalismo político pela via ilimitada, absoluta e correcional do abuso contratualista.

Exigir tributo é válido, assim como punir efetivamente, mas há o limite do contrato social -" mínimo existencial " , a regra é a liberdade - busca-se garantir a prestação do acesso ao desenvolvimento através de índices demonstrativos e descritivos da missão governamental , cientificando-se às partes que o abuso do poder poderá dar causa aos eventos virais de exigibilidade do compromisso em mora por partes interessadas em suas retensões e inequívocos pressupostos globais de atualização da ordem pela força organizacional. (EX: ONU, OCDE, OMC , etc). Organização e ordem falam pela segurança, liberdade e justiça.

A ordem econômica é o resultado sistêmico da fluência indicativa de vetores em proporções fracionadamente existentes, mas separadas em condições fatoriais. É preciso organizar, ou seja, reunir, dividir agrupar e estruturar. Estruturar é dividir por compartilhamento. Compartilhamos quando temos identidade afirmativa ou negativa, formadoras de parelhamento, casamento e cruzamento ou emancipação. Novamente - escolha ou arbítrio?

Atualmente estes interesses aparecem em nível processual e jurídico, trata-se de componente positivo do ordenamento nominados como pretensões ou interesses. São nivelados pela amplitude, individual, individual coletiva, coletiva

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ou difusa. Independe ao povo saber a natureza formal da resultante composta porque sua derivação em nível de Teoria do Estado será Governamental.

O Governo do Brasil escolheu adotar uma postura metodológica que envolve esforços integrados e sinergia através da partilha de resolução aos problemas de escassez de recursos, sobre tudo nas áreas humanas, financeiras e orçamentárias. Porque são pessoas treinadas que devem escolher o tópico frasal que promoverá a mudança, persuadirá à escolha ou perseguirá algum ideal, ao menos simbólico.

Portanto o relacionamento do Estado com seus contratantes morosos, inadimplentes ou no exercício do direito de relutar demonstrará um tipo de imagem sujeita à percepção global do quão figurada é o discurso face ao pragmatismo.

A via oposta também não se afasta porque a maneira como cobramos ao Estado poderá substituir ao Estado no contrato ou dele sub-rogar a titularidade. Nesse ponto é que buscamos entender o que seria em termos de escolhas, em um contrato social, o entendimento sobre o que seria elisão fiscal e evasão fiscal.Quais seriam seus desdobramentos e quais seriam escolhas ou vias de exercício do arbítrio?

Em matéria tributária, Ricardo Lobo Torres explica que o Estado tributa tudo que é possível, exceto o que compõe uma ideia de "MÍNIMO EXISTENCIAL" e sendo o Direito Penal um aplicação subsidiária da Lei, conforme a doutrina na matéria explica pelo Princípio da Subsidiariedade, onde o Direito Penal seria uma espécie de ultima ratio, quais seriam os momentos e condições de aplicação da Lei penal em matéria Tributária diante do artigo 96 do C.T.N?

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

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A expressão legislação tributária, portanto, compreende a produção técnica que mensura, de forma integrada e global, os marcos civilizatórios;regulatório e normativo decorrente da produção sobre a atividade tributária do Estado.

O direito tributário deve ser analisado junto com a "ORDEM ECONÔMICA" e com o "ORÇAMENTO PÚBLICO", porque trata-se de uma forma de recita pública derivada que obedece a um programa ou planejamento orçamentário. O Estado não deseja riqueza, mas a riqueza deve ser suficiente para o custeio de suas atividades, isso aparece na "LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA" como um índice histórico referente às atividades fazendárias, principalmente sobre arrecadação e recolhimento, a partir de indicadores de receita prevista em face da necessidade de alocá-la, racionalmente, como contrapartida da despesa fixada.

A integração do Sistema Tributário; a partir de um programa orçamentário de promoção da Liberdade e bem-estar, conjugado no contexto decorrente da Ordem Econômica; com uma Ordem Social fortalece a premissa de que " O TRIBUTO É O PREÇO DA LIBERDADE". A partir da produção da "legislação tributária " - artigo 96 do C.T.N - é possível observar como vem sendo enredado o cenário orientado aos valores de : LIBERDADE; JUSTIÇA E SEGURANÇA JURÍDICA.

Ressalte-se, novamente, que Ricardo Lobo Torres11 firma o entendimento no sentido de que todas estas ações do Estado, por conseguinte, na vertente da receita ou despesa, direcionadas pelo orçamento, constituem a atividade financeira. Tal atividade envolve a constituição e a gestão da Fazenda Pública, isto é, os recursos e as obrigações do Estado e a sua administração. O Estado não tem por objetivo enriquecer ou engordar seu patrimônio, porém no mundo capitalista nada é de graça, portanto para custear TODAS as suas atividades o Estado precisa de ingressos em seu Caixa.

11 CURSO DE DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO; LOBO TORRES, Ricardo; 19a Ed. - Editora RENOVAR

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É nesse ponto que se revela a relevância da administração tributária que compreende as atividades Fazendárias:

ü Fiscalização

ü Dívida Ativa

ü Certidões Negativas

Basicamente, tem-se que a educação fiscal consiste em formar a consciência de que o bem-estar social e a satisfação do interesse público decorrem da relação jurídica tributária, onde o sujeito passivo troca parcela de sua riqueza para construção da relação fiduciária inerente e fundamental ao contrato social. O lastro ou fortalecimento desta relação fiduciária será o resultado decorrente da percepção de que há preocupação com os artigos 1o e 3o da CF/88 na formulação de políticas públicas. Traduz-se assim, um mecanismo de identidade a partir do desenvolvimento de confiança na "MÁQUINA PÚBLICA", no Regime Democrático e, sobretudo, na Forma Republicana.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

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Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

"O Direito Financeiro, como sistema objetivo, é o conjunto de normas e princípios que regulam a atividade financeira. Incumbe-lhe disciplinar a constituição e a gestão da Fazenda Pública, estabelecendo-lhe as regras e procedimentos para a obtenção de receita pública e a realização dos gastos necessários à consecução dos objetivos do Estado. (...)O Direito Tributário ou Fiscal é o ramo mais desenvolvido, que oferece normas melhor elaboradas, em homenagem à segurança dos direitos individuais.(...)há, entretanto, vozes que pretendem atribuir ao Direito Fiscal conteúdo mais extenso a abranger todas as atividades do Fisco, inclusive as pertinentes ao gasto público "

(apud, pg.12 e 13)

O Direito Financeiro está em íntima relação com a Política do Direito. Melhor, talvez, falar de Política do Direito Financeiro, estreitamente conectada à Política Fiscal ou Financeira, tendo em vista que a rígida separação entre Direito, Política e Economia era opinião positivista.

Muito próximo desse conceito de Política do Direito estão os de polícia e policy, que projetam a problemática das políticas públicas ( economia, social, financeira, etc.) e das policies (Public policy, Social policy, Science policy).

Mas a verdade é que a Política do Direito não constitui nenhuma disciplina autônoma extrajurídica, senão que é um aspecto, uma direção ou um problema dentro da Filosofia do Direito e da própria Ciência do Direito. Não se trata, todavia, de projeção de

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mera políticas que dão origem à ordem estatal, nem de manipulação do poder. Cuida-se antes da institucionalização do poder, da transformação do ato político em ato de produção de normas jurídicas."

(apud, pg.23 e 24)

Não será abordado, no presente trabalho de conclusão de curso, em nível de especialização: o aspecto teórico do poder; sua relação com a Ciência Política e se há ou não algum intercâmbio com a Teoria Geral do Estado porque, talvez, seja insuficiente o conhecimento discente. Por hora, seguem alguns mapas mentais desorganizados, insuficientes e inaptos à explanação com a clareza que merece o tema. Convivemos com algumas ideias cinzentas, quase límbicas, que mereceriam serem separadas do arquétipo coletivo como uma premissa de dissertação.

A Filosofa Política se relaciona com o Direito Financeiro, permitem-se que sejam conjugados sob o mesmo tom, traz-se à Filosofia das Ciências a ciência dos problemas, problematizar ou especular como ação de investigação orientada - mensurar o Direito como instrumento civilizatório do próprio Direito - assim parece pensar o filósofo e jurista Ricardo Lobo Torres em seu "CURSO DE DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO", que muito embora seja habituado referencial da graduação, segue como linha mestra deste presente Trabalho de Conclusão de Curso, requisito à obtenção do título de "Especialista em Direito Público e Tributário" por esta respeitável instituição de ensino.

De acordo com Lopes (1980), os primeiros fatores básicos da

motivação humana são o hedonismo e o idealismo. O primeiro explica que o

homem não ama a dor e o desconforto, mas o prazer e o conforto. Eis aí a

razão dos conselhos acerca de como tornar agradáveis as condições e o

ambiente de trabalho, a fim de que aquele fator seja satisfeito, resultando no

aumento da motivação.

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É nesse sentido que a inequidade e a baixa efetividade decisória nas

políticas públicas, decorrente da gestão sistêmica de recursos fazendários,

pode ser o diferencial entre a afirmação de condições factíveis de garantir ao

desenvolvimento nacional. Por maior que seja a responsabilidade impútável a

um agente de governo o descontrole fiscal e o o desconforto da dívida pública

certamente irá influenciar o nó da gravata da gerações futuras de gestores

públicos.

É bem verdade que todo o esforço dos governos serão imputados ao

Estado Brasileiro, cujo sentido é dado a partir de governos orientados por uma

direção minimamente preocupada com a conservação dos elementos da Teoria

Geral do Estado que autorizam um povo auto-determinar-se.

Um planejamento de governo que peroda dívidas, aumenta os gastos

públicos de maneira irresponsável, subverte os fundamentos e objetivos da

República a partir de uma ideologia focal tendem a minguar o pluralismo

ideológico através do enfraquecimento de caminhos legítimos de autonomia no

território.

Isso induz a crença de que o clientelismo é uma metodologia de gestão

pública, os grupos informais crescentes tornam-se uma regra e o

comportamento neoliberal toma o lugar da Legalidade. É nesse cenário onde

argumenta-se sobre o conflito de interesses, improbidade, responsabilidade

fiscal. Ainda que haja inúmeras presunções atribuídas aos atos administrativos,

cuja fonte doutrinária é nacionalmente admitida, não existe presunção de

moralidade em favor da Administração Pública.

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CAPÍTULO II

A DIMENSÃO ATUARIAL DA NORMA

O Direito e sua relação com a norma, enquanto produção tecnicista do fato social relevante à continuidade do processo civilizatório, tem experimentado críticas quanto à metodologia. Argumenta-se que o positivismo é um procedimento que causaria atraso ao desenvolvimento do Direito, defende-se a validade do valor na centralidade da atividade judiciária, porém há uma constituição de aparente falta de foco no âmbito estatal. A partir deste capítulo o esforço da argumentação será no sentido de criar algum entendimento, ainda que mínimo, sobre mecanismos positivos em face de premissas do Direito em abstrato, ou seja, tomar em pauta o tema doutrinário sobre o Normativismo Sistêmico é relevante ao registro histórico do desenvolvimento do Ordenamento Jurídico. Justiniano, em Roma, compilou inúmeros julgados pretorianos e criou um nível orgânico que formou uma base do entendimento jurídico ocidental. Isso deu-se através da jurisprudência, onde havia uma arquitetura inegavelmente pragmática, empírica e técnica. O tecnicismo jurídico, muitas vezes visto como sinônimo de atraso da juridicidade, é uma atividade básica na construção de um sistema jurídico organizado a partir de registros ao longo do tempo. Tal metodologia pauta-se pela sensibilidade do intérprete. A Nova Hermenêutica faz forte apelo ao discurso valorativo, mas as bases epistemológicas do entendimento jurídico dependem do grau de conformação do direito em abstrato ao direito positivo, postula-se contudo que a nomocracia não deva ser estática. A Segurança Jurídica é uma premissa decorrente da necessidade humana de prever respostas em um sistema. O ordenamento jurídico é um sistema de normas jurídicas em intercâmbio com a sociedade, ou seja, há um parâmetro espaço-temporal que irá definir se é seguro optar por um discurso em nível epistemológico de maior fluidez (ou abstração), contudo, essa escolha

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deve seguir padrões metodológicos que possam criar uma linguagem operacional da atividade de dilação do sentido da norma. A dilação da norma é feita por meio de atividade do intérprete, mas ela deve ter um marginalismo utilitário ou será imprópria ao caso concreto. "Nem a técnica nem a ciência, enquanto operam com a lei, e não poderiam operar de outra forma, são suficientes, por conseguinte, para fazer com que o direito consiga a justiça, e assim não se esgotam a jurisprudência, entendida como a atividade necessária e suficiente não somente para fazer quanto para fazer bem, o direito, ou seja, nem tanto para fazer qualquer direito quanto para direito justo. Mais além da técnica e da ciência está a arte, a qual supera a regra, guiada pela intuição, como dizem os lógicos, também pela inspiração, de acordo com os poetas. Sem a arte não se faz direito, e esta é a maior dificuldade de fazê- lo. Disso os romanos estiveram conscientes, este povo que, dentre os demais, realizou as obras mais altas no campo do direito, já que um deles o definiu - ars boni et aequi [ arte do bom e do justo], e outro explicou a jurisprudência como - divinarum atque humanarum rerum notitia [ conhecimento das coisas divinas e humanas]."

( CARNELUTTI, Francesco ;Como Nasce o Direito; 5a Edição - Ed. LÍDER)

Parece razoável acreditar que o Direito tem uma dimensão humana que não encerra no homem o objeto do direito, mas que do homem precisa para criação inteligível da própria dimensão humana, porém a tal criação não mais certezas do que garantias ter-se-iam caso não houvessem as atividades exaurientes da transição entre o divino e sua similitude humana. "Por isso, se uma cultura elementar de direito é necessária a todos os cidadãos a fim de que possam colaborar com a ordem social, eles devem saber assim mesmo que, também nesse campo, como em todo outro, a necessidade se resolve na insuficiência. Se o direito é um instrumento da justiça, nem a técnica nem a ciência

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bastam para saber manejá-lo. Desgraçadamente, a ilusão de sua suficiência tem raízes profundas na alma humana e não é fácil desarraigá-la; mas qualquer um de nós tem o dever de fazer o quanto possa para este objetivo. Exatamente os romanos, quando tiveram de definir o jurisconsulto, disseram antes de tudo - vir bonus [ sem bondade, a ciência do direito poderá sem dúvida fazer com que cresça a árvore do direito, mas esta árvore não dará os frutos de que os homens têm necessidade]."

(apud; pg. 51)

Encontra-se aqui a função social das fontes do direito ( fenômeno social), porque há apreço não com a exclusividade humana, mas com o convívio entre seus pares, com o " bem comum". A vida em sociedade pressupõe a administração de conflitos por vias legítimas, esse argumento é defendido pelo processualista e jurista Afrânio Silva Jardim12, hoje afastado e aposentado, mas que ainda deixa-se claro na instrumentalidade do processo como técnica epistemológica de escriturar o processo judiciário da norma. O processo judiciário da norma é um método técnico e positivo de registro, organização e criação da informação do elemento histórico do Direito, que através de uma sociedade consciente da amplitude de seu ordenamento, escolhe postular ou buscar às vias de acesso à justiça como modal atuarial de suas pretensões civilizatórias. Nesse sentido, temos buscado força na argumentação do brilhante jurista, assim cita-se: "Tudo isso quer dizer que se a instrução de jurista superior deve ser reservada aos juristas, não pode menos ser distribuída a todos os cidadãos um instrução inferior. A posição é análoga no campo do direito e da medicina: os advogados e aos juízes são chamados, como médicos, quando se declaram as doenças; mas afim de que não se declarem, é necessário difundir no povo conhecimentos elementares de higiene. Depois de tudo, uma certa educação jurídica estendida aos não juristas é um meio para combater as duas pragas sociais que são a delinquência e a litigiosidade."

(apud; pg. 9)

12 JARDIM, Afrânio Silva. Direito Processual Penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2002.

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O legalismo jurídico, aparentemente, é uma doutrina ético-política e seu conteúdo consiste em afirmar que as leis enquanto tais são justas, devem ser obedecidas. Sua relação com a doutrina decorre da experiência e validade, independente do senso de justiça. Como doutrina ético-política do Direito há uma contraposição entre concepções doutrinárias legalistas e jus naturalistas - nestas, leis válidas serão justas - mas o que é justiça? A Teoria Pura do Direito é também uma teoria epistemológica, uma teoria do conhecimento do Direito como ciência positiva ou descritiva das escolhas ético-políticas com juridicidade. Não é, portanto, uma Teoria da Justiça e não deveria ser parelha às proposições jusnaturalistas ou legalistas, postas ambas como Teorias da Justiça - doutrina sobre às causas de validade da lei por meio de um ideia de justiça. Essa ideia de Justiça, em posição ou status de valor compartilhado orienta às Teorias de Justiça, mas não se encerra na ideia de Justiça a produção da Lei porque o status de valor compartilhado não é uma realidade, mas uma ideia, experiência decorrente da percepção pelos sentidos de uma referência metajurídica. A metafísica dos sentidos apresenta um inconveniente onde através de um afastamento do mundo, o espírito percorre infinitos vetores de apresentação conceitual sobre fenomenologias. A infinidade de conceitos sobre um mesmo objeto pode habilitar o estado de confusão ou non sense, já que haveria validade na expressão metalinguística, bastando que tenha-se legitimado um modal físico de transmissão da linguagem sob a forma de código passível de recepção pelo entendimento humano. O que a Teoria Pura do Direito elimina não é um ou outro problema, mas a confusão de ambos; é exatamente nessa confusão que acabam caindo, por excesso de entusiasmo ético- político, os seus opositores. De fato, observando bem, por trás da reprovação da Teoria Pura do Direito, feita pelos promotores do Direito Natural, não existe somente o desejo, que consideramos perfeitamente legítimo, de que o ordenamento positivo, além de ser examinado em sua objetividade, seja igualmente avaliado em sua maior ou menor adequação a um ideal de justiça, mas também a aspiração de que a avaliação das normas se sobreponha à constatação de validade de se substituir completamente e justificar - a que toda coerente doutrina jusnaturalista é obrigada a

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tender - de que a norma é válida somente se for justa. Mas a confusão reside justamente aqui; justamente aqui que a doutrina kelseniana tem mil razões para se fazer valer."

( BOBBIO, Norberto; Direito e Poder; Editora UNESP; pg. 26 e 27 )

A Teoria Pura do Direito objetiva que seja possível a estruturação do Direito a partir da compreensão do ato formal de criação do direito, porém esse ato de criação não é seu objeto a priori porque só é possível compreender um procedimento quando estiver exaurida sua causalidade formal, cuja referência cognitiva será de dois índices experimentais ou referenciais básicos: PADRÃO E FENÔMENO. Aqui emerge o caráter de resposta do Direito, como ato formal e organizado a partir da experiência do conhecimento da escolha do "melhor direito" aos casuísmos, a essência dos trabalhos de compilações feitas em Roma, por Justiniano, preocupado em dirimir às dúvidas do espírito pretoriano através da afirmação da prudentia, atributo do homem justo, revelando que é na jurisprudentia onde encontram-se o primeiros mecanismos de registro atuarial do Direito. Valores como Segurança jurídica, liberdade, igualdade tributária e justiça fiscal aparentam que devam defendidos a partir da decomposição valorativa da argumentação construtivista, por meio de um instrumento formal e orientado à reconstrução dos valores citados. Isso teria o sentido decorrente de alguma metodologia válida, pois o processo metodológico não estaria isenta de influência ideológica, na medida que é uma expressão do conhecimento humano. No Direito, a juridicidade é um procedimento de busca da eficácia dos valores, porém a organização e administração de sua eficácia carece de índices obtidos por eficiência nos modais de mensuração do processo civilizatório - " só podemos administrar aquilo que podemos mensurar". Um desses modais é a norma positiva.

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"A Teoria Pura do Direito, como análise estrutural da experiência jurídica, é uma teoria geral no sentido de teoria formal do direito, como nunca tivemos ocasião de ilustrar. Embora Kelsen jamais distinga a Teoria Geral do Direito das disciplinas jurídicas particulares, a primeira dirigida ao estudo da estrutura normativa, e as demais, aos conteúdos normativos, não resta dúvida de que ocupar-se dela pertence ao primeiro tipo de pesquisa. (...) Ora, uma Teoria Geral do Direito só pode ser formal se o objeto de sua pesquisa for o aspecto formal do fenômeno jurídico, ou seja, a estrutura qualificadora de certos atos e fatos do mundo social e econômico, os quais adquirem o caráter de juridicidade própria enquanto são referenciáveis a essa estrutura, e, como tal, são os conteúdos variáveis de uma forma constante. Assim, na minha opinião, não faz nenhum sentido reprovar a Teoria Pura do Direito dizendo-a formal, se for verdade que esse é seu propósito, e só aquele, por descrever os elementos formais da realidade jurídica, prescindindo conscientemente do conteúdo. A Teoria Pura do Direito não é uma pesquisa formalista, mas, sim, pura e simplesmente formal. "

(apud; pg. 42 e 43)

O significado científico do Direito transita na escolha entre o "ser" ou "dever ser". Escolher é uma atividade probabilística que envolve risco, sendo inegável seu caráter atuarial. Não conforta ao espírito humano o convívio com riscos, incertezas ou instabilidades - ainda que sejam válidas. Pode-se dizer que a modelagem institucional das organizações do Estado Soberano passa pela escolha prudencial dos riscos inerentes ao desenvolvimento civilizatório, do bem comum, do bem estar social e do percurso de construção de uma sociedade livre; justa e solidária. "Considerar o problema da ciência jurídica do ponto de vista da distinção do ser e do dever ser quer dizer encontrar-se outra vez diante do antigo, e hoje meio desgastado, problema se a jurisprudência, dado que é ciência, é uma ciência normativa. Antigo, porque teve seu período de maior fortuna graças à chamada école scientifique na França e a Freirechtsbewegung na Alemanha. Desgastad, porque a expressão " ciência normativa" é ambígua e deu lugar a muitas disputas meramente verbais para poder ser utilizada de modo proveitoso. Enfrentando de novo o problema, sei que mexo num vespeiro. Mas digo logo que, numa discussão geral como esta, não pretendo pegars as vespas, mas

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apenas desentocá-las com a esperança de que pelo menos algumas possam ser capturadas."

(apud; pg. 56)

A compreensão da jurisprudência com sotaque normativo compreende duas linhas : seu assunto é a norma ou significado é uma norma. Ambos os teores conceituais estariam corretos, ou seja, não seriam necessariamente excludentes, mas poderiam ser componentes de um mesmo vetor epistemológico. As ciências sociais tem uma referência normativa decorrente, exclusivamente, da composição hipotética dos cenários a partir de um paradigma hipotético, mas que pode ser suscetível ou não de corroborar uma estratégia descritiva - nas ciências sociais. O termo " normativo", em Kelsen13, não corresponde a nenhum desses dois sentidos, assumindo um conteúdo aberto ou indeterminado. Essa apresentação formal, cuja historicidade inegável merece atenção, revela que o direito é um meio de pesquisa e estudo das escolhas sob o grifo de índice de indeterminação, que acaba por autorizar à positivação do direito, através da escolha prudente do risco aceitável de qual comportamento formal ter-se-á na norma: "SER" ou "DEVER SER". Trata-se de escolher sobre qual inferencial descritivo hipotético servirá de premissa à ordenação "normada" dos padrões posteriores ao fenômeno casuístico. Sabe-se que há sentido e força nos fenômenos da ciência, porém sua direção dependerá da alocação apropriada, criando identidade. O surgimento de componentes nos cenários devem ser planejados a partir de sua serventia em relação aos representantes legitimados ou com instituições capacitadas ao diálogo para obter-se à máxima efetividade do exercício do poder. "Em outras palavras, a jurisprudência atua diretamente no sistema jurídico, e ela própria faz parte dele; ao passo que a metajurisprudência atua sobre a jurisprudência e pode exercer também ela, mesmo indiretamente, sua influência sobre o sistema jurídico. Porém, isso não significa que as duas influências

13 Kelsen, Hans; TEORIA PURA DO DIREITO; 6a ed. Ed. Martins Fontes - SÃO PAULO ; 1999 (

tradução João B. Machado)

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caminhem na mesma direção. Para adotar uma dicotomia simples, arriscando ser simplificadora, Consideremos que tanto a jurisprudência quanto a metajurisprudência podem desenvolver uma ação de conservação ou inovação, a primeira em relação ao sistema jurídico vigente, a segunda em relação à tendência predominante da jurisprudência e, assim, indiretamente também sobre o sistema jurídico vigente. Ora, podem ocorrer situações em que uma jurisprudência conservadora seja acompanhada por uma metajurisprudência também conservadora, ou vice-versa; mas igualmente, situações em que uma jurisprudência inovadora seja retardada por uma Metajurisprudência conservadora ou uma jurisprudência conservadora seja negada e estimulada por uma metajurisprudência inovadora"

( apud; pg.63 )

Repare que na escolha metodológica do direito, como instrumento do bem comum e solução pacífica dos conflitos por uma via legítima, passará pela Teoria Geral do Processo. Afirmar a segmentação processual dependerá de uma escolha metodológica, que ainda implícita, abrevia o " trade-off " característico de escolhas científicas de qual ambiente atuarial deseja-se produzir o direito, ou seja, a norma sob a ortografia do risco aleatório ou planejado. O que a Teoria Pura do Direito elimina não é um ou outro problema, mas a confusão de ambos; é exatamente nessa confusão que acabam caindo, por excesso de entusiasmo ético-político, os seus opositores. De fato, observando bem, por trás da reprovação da Teoria Pura do Direito, feita pelos promotores do Direito Natural, não existe somente o desejo, que consideramos perfeitamente legítimo, de que o ordenamento positivo, além de ser examinado em sua objetividade, seja igualmente avaliado em sua maior ou menor adequação a um ideal de justiça, mas também a aspiração de que a avaliação das normas se sobreponha à constatação de validade de se substituir completamente e justificar - a que toda coerente doutrina jusnaturalista é obrigada a tender - de que a norma é válida somente se for justa. Mas a confusão reside justamente aqui; justamente aqui que a doutrina kelseniana tem mil razões para se fazer valer. É nesse sentido que temos a construção normativa, sejam modelados como leis, entendimentos vinculantes ou expedientes orgânico-institucionais; o modal é indiferente pois sua utilidade depende da compreensão semântica ou

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textual intercambiada com os inferenciais percebidos na realidade. É por isso que construção da cidadania passa pela educação, o conhecimento é uma forma de liberdade e cria-se na segurança do mínimo: a intimidade. Tudo isso quer dizer que se a instrução de jurista superior deve ser reservada aos juristas, não pode menos ser distribuída a todos os cidadãos um instrução inferior. A posição é análoga no campo do direito e da medicina: os advogados e aos juízes são chamados, como médicos, quando se declaram as doenças; mas afim de que não se declarem, é necessário difundir no povo conhecimentos elementares de higiene. Depois de tudo, uma certa educação jurídica estendida aos não juristas é um meio para combater as duas pragas sociais que são a delinquência e a litigiosidade.

Por isso, se uma cultura elementar de direito é necessária a todos os cidadãos a fim de que possam colaborar com a ordem social, eles devem saber assim mesmo que, também nesse campo, como em todo outro, a necessidade se resolve na insuficiência. Se o direito é um instrumento da justiça, nem a técnica nem a ciência bastam para saber manejá-lo. Desgraçadamente, a ilusão de sua suficiência tem raízes profundas na alma humana e não é fácil desarraigá-la; mas qualquer um de nós tem o dever de fazer o quanto possa para este objetivo. Exatamente os romanos, quando tiveram de definir o jurisconsulto, disseram antes de tudo - vir bonus [ sem bondade, a ciência do direito poderá sem dúvida fazer com que cresça a árvore do direito, mas esta árvore não dará os frutos de que os homens têm necessidade]. " O jurista, com o legislador e com o juiz, é um dos protagonistas da obra de formação e de transformação reflexa de um sistema jurídico. Segundo os diversos sistemas jurídicos e, mais precisamente, segundo a natureza diferente e a hierarquia diferente das fontes normativas de determinado sistema , a obra do jurista pode ser mais ou menos criativa: a jurisprudência pode surgir como fonte principal, como fonte secundária ou até ser excluída autoritariamente da lista das fontes. Mas dado que, com sua própria obra a jurisprudência pode modificar a situação existente e transformar um sistema simples em complexo, para determinar qual é a real função da jurisprudência em dada situação histórica, é preciso considerar não só aquilo que o papel da jurisprudência deveria ser segundo o sistema das fontes formais, mas aquilo que ele é em correspondência com o desenvolvimento das fontes reais: daí a dificuldade da pesquisa e da cautela perante qualquer solução muito rígida. E onde

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considerar que a jurisprudência pode modificar o sistema existente, mesmo que tão lentamente que possa parecer imperceptível, exatamente porque a obra do jurista é com frequência acompanhada pela reflexão crítica da metajurisprudência, a qual, propondo os próprios modelos, forma a consciência que o jurista tem do próprio trabalho, também o tipo de relações entre jurisprudência e metajurisprudência tornar-se um elemento a ser considerado em uma pesquisa sobre a função histórica do jurista em dada situação. "

( apud; pg. 62 e 63)

Em outras palavras, a jurisprudência atua diretamente no sistema jurídico, e ela própria faz parte dele; ao passo que a metajurisprudência atua sobre a jurisprudência e pode exercer também ela, mesmo que indiretamente, sua influência sobre o sistema jurídico. Porém, isso não significa que as duas influências caminhem na mesma direção. A escolha é um poder. Vejamos a Constituição Federal; In verbis:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

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Vejamos a Constituição do Estado do Rio de Janeiro;

In verbis:

Art. 1º - O povo é o sujeito da Vida Política e da História do Estado do Rio de Janeiro. Art. 2º - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Se o povo é o sujeito da Vida Política e da História do Estado do Rio de Janeiro; então o exercício do direito de ação é uma representação desta sujeição, feita no Tribunal de Justiça e órgãos de apreciação política representada a partir de competência regimental; em total conformidade com a simetria e hierarquia ministerial, mas que pressupõe preferência de foro decorrente da indeclinabilidade da jurisdição natural, ou seja, o afastamento do exercício quebra o princípio do juiz natural em seu aspecto orgânico porque há uma fragmentariedade territorial, típica do Brasil, que torna suscetível de disparidades regionais. Há relação com escolha e parece razoável supor que o território do Estado do Rio de Janeiro possui um arranjo institucional e orgânico-social dotado de competência para o exercício do Poder, na forma da Constituição Federal e Estadual. É razoável acreditar que na medida seja buscada, a todo custo, findar com a autonomia da instrução tecnocrática regional a partir de vinculação de postulados judiciário, executivos ou legislativos - o acesso à Justiça dá causa ao declínio regimental centralizador porque o titular do poder não poderá ser vedado de exercer seu poder constituinte.

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O exercício da jurisdição, enquanto expressão da subjetividade de um povo em seu território, reflete sua índole cultural, moral e legal. Tem-se que é através do uso da incoerência orçamentária, cuja centralidade de recursos torna válida a legitimação das pretensões regionais e locais a uma total subordinação ao Tesouro. Verifica-se uma divisão de poder orçamentário que vincula todos os níveis hierárquicos do Estado e acaba por desenhar o panorama organizacional, onde o exercício de poder não tem autonomia decisória, porém a irracionalidade dos arranjos da burocracia estatal decorrem das ideologias de governo perpetuadas em níveis informais e subdesenvolvido de divisão do trabalho nos mecanismos de administração dos poderes. Os atores do processo de desenvolvimento das sociedades devem ser livres, mas num cenário capitalista há inegável imobilismo da força da mão de obra decorrente da mais valia do trabalho ser uma medida de recompensa. As dinâmicas sociais são descritos por Ihering14 como uma das "alavancas da dinâmica sociais"; Ferdinad Lassale15 os descreve como "fatores reais do poder" e no Brasil, tem-se registro do termo na doutrina de uma referência na vanguarda do pensamento jurídico sul americano. O jurista e desembargador criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Geraldo Luis Mascarenhas Prado, em sua dissertação de mestrado chamada " A Conformidade Constitucional das Leis Processuais Penais" anota o conceito com através de um instituto chamado "JUIZ EM MOVIMENTO". Durante o estudo do instituto, à época da conclusão de curso apresentado à Universidade Candido Mendes, foi percebido que o próprio capitalismo criava a microcosmologia dos movimentos judiciários, onde o juiz também fazia escolhas a partir de princípios. Aduzindo amplitude, buscou-se demonstrar que as partes também representavam suas escolhas judiciárias na chamada cultura do espetáculo. Hoje, em tempos de liberdade vigiada, temos que a relação processual é composta por atores complexos em um cenário que comporta diversas escolhas de adequação da representação.

14 A FINALIDADE DO DIREITO; von Ihering, Rudolf; Editora Bookseller / BR

15 LASSALLE, Ferdinand. A Essência da Constituição.Prefácio de Aurélio Wander Bastos. Rio deJaneiro :Liber Juris,1985.

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"O Novo Processo Penal" é uma alavanca de dinâmica social, esse código é parelho a inúmeras áreas epistemológicas e tal qual Carnelutti, dependerá de qual médico irá diagnosticar a doença através de algum rito formal. Trata-se da escolha de como serão mobilizados os recursos ao processo civilizatório, não como um adjetivo, mas como uma subsistência da vontade. É nesse sentido que a Constituição diz que o povo é o sujeito da Vida Política e da História do Estado do Rio de Janeiro e o Estado do Rio de Janeiro é o instrumento e a mediação da soberania do povo fluminense e de sua forma individual de expressão, a cidadania. É uma premissa encontrada no artigo 1o da CF/88 e confirmada pelo artigo 2o da C.E - RJ. Art. 2º - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Esta disposição do ordenamento foi consagrado na doutrina como "PRINCÍPIO DA SIMETRIA" e teve aplicação em outras áreas do direito, sempre com uma relação hierárquica ou de tutela como pano de fundo, porém essa restrição hierárquica - no Sistema Tributário, aparece como exercício espacial do poder de tributar:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

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Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo. Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. A Constituição Federal parece adotar um viés dissuasório, através de vedações, ao exercício da legalidade, mas caso haja inobservância caberá ao sujeito passivo representar ou buscar o acesso à justiça através do postulado adequado em órgão competente. É nos limites da competência regimental que reveste-se a avocação indicativa da composição dos cenários político-jurídico. O instrumento técnico pode ser um argumento oficiado sob escritura em linguagem técnica (regra); política(princípio) ou ordenadora (valor) - A escolha e o movimento não traduz-se, necessariamente, uma dialética já que há situações indeclináveis no Regime. "Isso não significa, porém, outra coisa senão que a sociedade possui uma força cogente sobre a vontade humana. Há, igualmente, uma mecânica social para adstringir a vontade humana, assim como existe uma mecânica física para forçar a máquina. Esta mecânica social equivale à doutrina das alavancas pela qual a sociedade mobiliza a vontade para seus fins ou , sumarizando, equivale à doutrina das alavancas do movimento social. - Dividem-se em inferiores ou egoísticas [remuneração e coação] e regulam relações negociais com caráter individual. "

(A Finalidade do Direito von Ihering, Rudolf; Editora BOOKSELLER;

pg. 76 e 77)

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As alavancas superiores (morais ou éticas) destinam-se à regulação de fins gerais, interesses de grupos homogêneos, coletivos ou difusos. Podem assumir convocação de um discurso presente em Ética da Libertação, do pensador Enrique Dussel, quanto a liberdade de auto-determinar-se, aliás essa é a função do Estado e o meio é o Tributo - Cláudia Gurgel16, pesquisadora e docente da Universidade Candido Mendes, seguindo a melhor doutrina de Ricardo Lobo Torres acredita que: - " O tributo é o preço da liberdade". Essa tal liberdade é uma conquista do indivíduo, mas que precisa da "fiscalidade", ou seja deve haver mecanismos de conscientização da necessidade de fortalecimento da relação fiscal com um ato que envolve três campos jurídico: tributário; econômico-social e financeiro. O conjunto de ações do Estado para obtenção de receita e realização dos gastos para o atendimento das necessidades públicas. Os fins e objetivos políticos e econômicos do Estado só podem ser financiados pelos ingressos na receita pública. A arrecadação dos tributos - impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios - constitui o principal item da receita.

Apesar de instrumental, a atividade financeira não é neutra frente aos valores e princípios jurídicos, senão que a eles se vincula fortemente. A liberdade necessita das finanças do Estado para que possa se afirmar, ao mesmo em que limita o exercício da atividade financeira. A justiça na sociedade moderna passa pela "fiscalidade" e pela redistribuição de rendas. Princípios como os da capacidade contributiva, economicidade, legalidade, publicidade, irretroatividade e transparência informam permanentemente a atividade financeira.

Do seu caráter instrumental resulta que a atividade financeira está sempre relacionada com dinheiro, posto que este,como ser de relação que é, constitui o instrumento por excelência para a consecução dos objetivos econômicos. O direito na ontologia do "ser" é um comando hipotético, mas seu devir ontológico é adjetivado pela doutrina, ou até pela jurisprudência. O sentido epistemológico pode ser jurisprudencial positivo ou abstrato, ambos podem ser um fonte determinante da escolha.

16 Professora e pesquisadora no Estado do Rio de Janeiro que lecionou a disciplina em questão durante o

módulo "Direito Constitucional Tributário" no presente curso de pós graduação.

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A atividade de criação racional de uma dinâmica orientada à composição ou fatoração da lógica de argumentação jurídica depende de uma operação que considere a validade do valor face ao sistema (ou ao caso concreto) filtrando o nível de atividade e apreciação do intérprete que transitará sempre por um padrão técnico, seja de conteúdo epistemológico ou metodológico. "Assim a jurisprudência, por uma lado, não trata só de normas; por outro quando trata de normas, trabalha sobre matéria muito mais variada e heterogênea do que habitualmente se acredita."

( Direito e Poder; BOBBIO, Norberto; Editora UNESP; pg. 69 )

Ø FONTES DA " FISCALIDADE"

• A Constituição Orçamentária O orçamento público é uma disciplina estabelecida a partir da Constituição Federal, ou seja, os princípios e as regras que tratam da receita e da despesa, desde a autorização para cobrança de impostos até a previsão para os gastos. Essas linhas iniciais presumem um subsistema ou "microcosmo jurídico" chamado pela melhor doutrina de CONSTITUIÇÃO ORÇAMENTÁRIA. "A Constituição Orçamentária constitui o Estado Orçamentário, que é a particular dimensão do Estado de Direito apoiada nas receitas, especialmente tributária, como instrumento de realização das despesas. O Estado Orçamentário surge com o próprio Estado Moderno. Já na época da derrocada do feudalismo e na fase do Estado Patrimonialista e Absolutista aparece a necessidade da periódica autorização para lançar tributos e efetuar gastos, primeiro na Inglaterra ( Magna Carta de 1215 ) e logo na França, Espanha e Portugal. Com o advento do liberalismo e das grandes revoluções é que se constitui plenamente o Estado Orçamentário, pelo aumento das receitas e despesas públicas e pela constitucionalização do orçamento na França, nos Estados Unidos e no Brasil ( art. 172 da Constituição de 1824 )"

( Lobo Torres, Ricardo; Curso de Direito Financeiro e Tributário; 19a edição.; Ed. RENOVAR; pg.171 e 172 )

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Diante da tecnologia disponibilizada ao homem médio, é possível buscar o conteúdo da Constituinte de 1824, assim tentar-se-á dar arrimo e, caprichosamente, trazer os detalhes da Carta Imperial - seguindo in verbis: CONSTITUICÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL (DE 25 DE MARÇO DE 1824)

TITULO 7º

Da Administração e Economia das Provincias. (...)

CAPITULO III - Da Fazenda Nacional.

Art. 170. A Receita, e despeza da Fazenda Nacional será encarregada a um Tribunal, debaixo de nome de 'Thesouro Nacional" aonde em diversas Estações, devidamente estabelecidas por Lei, se regulará a sua administração, arrecadação e contabilidade, em reciproca correspondencia com as Thesourarias, e Autoridades das Provincias do Imperio.

Art. 171. Todas as contribuições directas, á excepção daquellas, que estiverem applicadas aos juros, e amortisação da Divida Publica, serão annualmente estabelecidas pela Assembléa Geral, mas continuarão, até que se publique a sua derogação, ou sejam substituidas por outras.

Art. 172. O Ministro de Estado da Fazenda, havendo recebido dos outros Ministros os orçamentos relativos ás despezas das suas Repartições, apresentará na Camara dos Deputados annualmente, logo que esta estiver reunida, um Balanço geral da receita e despeza do Thesouro Nacional do anno antecedente, e igualmente o orçamento geral de todas as despezas publicas do ano futuro, e da importância de todas as contribuições, e rendas publicas. "

O Estado Orçamentário buscará, através do orçamento, fixar despesa e obter uma previsão de receita através de três níveis de atuação planejada. O caráter orçamentário, que compreenderá direção, programas e procedimentos ou ações temporalmente qualificadas dentro atividade governamentais de curto, médio e longo prazo servirá para criar uma programação ou roteiro executivo.

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" O Estado Orçamentário, que procura através do orçamento fixar a receita tributária e patrimonial, redistribuir rendas, entregar prestações à educação, saúde, seguridade e transportes, promover o desenvolvimento econômico e equilibrar a economia, baseia- se no planejamento. A receita pública, os investimentos e as despesas se fazem segundo planos anuais ou plurianuais. A CF 88 prevê, no artigo 165, três planejamentos orçamentários: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual. Os três se integram harmoniosamente, devendo a lei orçamentária anual respeitar as diretrizes orçamentárias, consoando ambas com o orçamento plurianual ( arts. 165, § 7º ,166, § 4º, 167, § 1º) . E têm os três que se compatibilizar com o planejamento global - econômico e social (art. 165, § 4º ). "

( apud; pg. 172 ) Os orçamentos aparentam serem fontes importantes do Direito Financeiro, estabelecendo planejamento de atividades através de roteirização e programação dos gastos governamentais através do fortalecimento da inclinação à responsabilidade fiscal e gestão equilibrada das receitas previstas e despesas fixadas (autorizadas). O problema da moralidade orçamentária passa, necessariamente, pelo contexto em que o poder financeiro é emanado; através das atividades financeiras, fazendárias e orçamentárias, e constituindo na Fazenda Pública uma figuração da soberania financeira. O poder financeiro separa-se vertical e horizontalmente de acordo com critérios hierárquicos ou funcionais. Nesse ponto surge o dilema da justificativa moral no exercício de uma atividade instrumental e multidisciplinar.

" A natureza instrumental da atividade financeira é que a distingue das atividades econômicas, políticas e administrativas, com as quais tem íntimo relacionamento. A atividade financeira se aproxima da econômica porque também é forma de obter recursos escassos; mas dela se distingue porque a atividade econômica, praticada por particulares, tem finalidade própria. Relaciona-se com a atividade política na medida em que ambas incorporam o momento autoritário da decisão; mas dela se afasta porque não tem o objetivo de manter o equilíbrio dos poderes do Estado nem o de realizar as políticas públicas. Aproxima-se da atividade administrativa por ser uma específica forma de administração das

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finanças do Estado; mas dela se distancia porque a atividade administrativa persegue objetivos claros representados pela prestação de serviços públicos."

(apud; pg5 e 6)

O Direito Financeiro guarda relação com a Economia, sobretudo a Economia Política, pois exerce influência direta na Constituição Financeira. Tais influências são modelagens agregadas de comportamentos individuais de atores ou instituição que irão compor grupos em um cenário, formando-se estratégias morais de intercâmbio da legitimidade para justificar, regular ou conceder trocas, ou seja, buscar soluções à escassez de recursos diante do imperativo contratual que obriga o Estado ao longo dos três últimos séculos. Portanto, as alavancas sociais que escolhem mecanismos dinâmicos para resultar em uma modelagem ideal das finanças publicas em um Estado soberano não é célere.

• A Constituição Financeira

A modelagem do ritmo ideal para o fluxograma das finanças públicas envolve a circulação financeira e orçamentária, ocorre que por vezes há escassez de recursos e ao final do exercício financeiro subsiste uma incapacidade gerencial confirmada pelo pessimismo nas políticas públicas; no pessimismo governamental e na desconfiança social.

Um sistema pressupõem um efeito integrador a partir das trocas sob intercâmbio coordenado de diversos agregados, ou seja, são as relações entre os componentes de diversos conjuntos que conjugadas em um escopo global ou total criam um Universo. Portanto, um escopo atuarial deve ser universal, mas obedecerá a um roteiro ou programa faseado, sequencial e cronológico.

Diz-se que as mudanças são lentas, devem ser vividas durante um escopo atuarial a cada instante porque mudar um cenário é fazer com que ocorram reações orientadas a um estágio de homeostase, mas não necessariamente de estabilidade inercial. Isso porque há uma um conteúdo metafuncional decorrente das trocas ambientais, o que fatalmente afeta ao orçamento publico e o próprio modelo gerencial público pode revelar-se subsistente.

A subsistência da gestão pública em um processo de modelagem da Teoria do Estado a partir de um escopo atuarial implica em não aceitar trabalhar com riscos marginais, tendências ou fatores estatísticos sem uma

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frequência histórica - ou seja, implica em aceitar uma quebra ou fissura metodológica.

Uma quebra consiste em criar um vetor que por si só existe, é um imperativo categórico ou absoluto a sensação antes da impressão.

As percepções da mente humana se reduzem a dois gêneros distintos, que chamarei de IMPRESSÕES e IDÉIAS. A diferença entre estas consiste nos graus de força e vividez com que atingem a mente e penetram em nosso pensamento ou consciência. As percepções que entram com mais força e violência podem ser chamadas de impressões; sob esse termo incluo todas as sensações, paixões e emoções, em sua primeira aparição à alma. Denomino idéias as pálidas imagens dessas impressões no pensamento e no raciocínio, como, por exemplo, todas as percepções despertadas pelo presente discurso, excetuando-se apenas as que derivam da visão e do tato, e excetuando-se igualmente o prazer ou desprazer imediatos que esse mesmo discurso possa vir ocasionar. Creio que não serão necessárias muitas palavras para explicar essa distinção. Cada um, por si mesmo, percebe imediatamente a diferença de sentir e pensar."

( HUME, David; Tratado da Natureza Humana; Editora UNESP; pg. 25 e 26 )

David Hume17, foi um filósofo escocês perseguido pela academia à sua época, sendo reavivado períodos depois por seu pares muito mais pela maneira obstinada com que buscava, funcionalmente, argumentar do que pela criação livre do espírito. Paradoxalmente, seu método era a própria libertação da liberdade; onde a posse da consciência sensorial permitia diferenciar pensamento, sensações e imaginação. Foi um pensador e filósofo injustiçado por estar mais à frente dos falseamentos do que da razão postos à toda prova pelos desengano impositivo que seus pares impuseram-lhe.

17 HUME, David; TRATADO DA NATUREZA HUMANA Editora UNESP

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"Não somos capazes de formar uma idéia correta do sabor de um abacaxi sem tê-lo realmente provado.

Existe, entretanto, um fenômeno que parece contradizer isso, e que poderia provar que não é absolutamente impossível que as idéias antecedam suas impressões correspondentes. Acredito que se admitirá sem dificuldade que as diversas idéias distintas das cores, que penetram pelos olhos, ou as idéias dos sons, transmitidas pela audição, são na realidade diferentes umas das outras, embora ao mesmo tempo semelhantes. Ora, se isso é verdade em relação às diferentes cores, não deve ser menos verdade em relação às diferentes tonalidades da mesma cor, ou seja, que cada uma delas produz um idéia distinta e independente do resto. Pois, se não fosse assim, deveria ser possível, pela gradação contínua das tonalidades, fazer uma cor se transformar insensivelmente na mais afastada dela. Se não se quiser admitir que nenhum dos matizes intermediários é diferente, será absurdo negar que os extremos são iguais"

( apud; 29 e 30 )

Transportando estas passagens do filósofo com a boa vontade que lhe foi negada à sua época; temos que o estado absoluto, no orçamento poderá ocorrer por um excesso de política que ou pela falta de política, em ambos os casos não haverá consenso e tender-se-á a mecanismos impensados de realização das ideias.

Outro exemplo é que, em situações absolutas, o excesso de rigor na execução orçamentária e controle de gastos ou a total falta de controle não garantirão mais benefícios na execução de políticas públicas porque em ambos os casos não haverá mecanismos sob uma relação de identidade na alocação dos recursos. Um pela taxa crescente do marginalismo inercial nas decisões; o outro pela taxa fatorial crescente de decomposição da decisão. Em termos absolutos, não será efetuado o processo decisório porque houve engessamento ou descompromisso com o argumento fundamental.

"Apesar de instrumental, a atividade financeira não é neutra frente aos valores e princípios jurídicos, senão que a eles se vincula fortemente. A liberdade necessita das finanças do Estado para que possa se afirmar, ao mesmo em que limita o exercício da atividade financeira. A justiça na sociedade moderna passa pela fiscalidade e pela redistribuição de rendas. Princípios como os da capacidade contributiva, economicidade, legalidade,

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publicidade, irretroatividade e transparência informam permanentemente a atividade financeira.

Do seu caráter instrumental resulta que a atividade financeira está sempre relacionada com dinheiro, posto que este,como ser de relação que é, constitui o instrumento por excelência para a consecução dos objetivos econômicos"

( Lobo Torres, Ricardo; Curso de Direito Financeiro e Tributário; 19a

edição.; Ed. RENOVAR; pg. 5)

A partir desta concepções filosófica aplicada temos que há, inegavelmente, a existência de pressupostos inatos compartilhados sob diferentes concepções epistemológicas, chamou-se, em uma condição dos fins utilitários da semântica de "valores', o nível do discurso metajurídico que presta-se à incidência da mensuração no que deve ou não ser compartilhado pela troca ou diálogo e quão relevante será a argumentação para orientar parâmetros consensuais da experiência jurisprudencial e metajurisprudencial, igualmente arte e técnica de escrituração da aplicação normativa no processo civilizatório.

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Concluindo esta parte, em breve exposição, transcorre-se a seguir a lição do jurista Ricardo Lobo Torres18 sobre como a escrituração e produção

18 LOBO TORRES, Ricardo; Curso de Direito Financeiro e Tributário; 19a edição.; Ed. RENOVAR;

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da norma estão sujeitas e suscetíveis a inferência da contextualização espacial e temporal, aliás critérios de aplicação da norma previstos no ordenamento, mas que não afastam do pragmatismo às experiências casuísticas da criação cuja validade dá-se pela inserção técnica no ordenamento. É preciso haver racionalidade formal à época da inserção para evitar antinomias; desvios ou abismos funcionais no sistema das normas.

Os abismos são fatidicamente um fator de exigência integradora, já que há vigência de um contrato social cujos imperativos indeclináveis, indisponíveis e inevitáveis são suportados pelo Estado atuante em vias governamentais. Grifa-se que em níveis absolutos ter-se-á uma relação de identidade; portanto, a chamada "fiscalidade" justifica-se em abranger todas as atividades do Fisco, inclusive às pertinentes aos gastos públicos, no aspecto de suprimento técnocrático à orientação decisória sobre os rumos desenvolvimentistas da Teoria Geral do Estado; seja pela mudança ou quebra - o paradigma é da "ESCOLHA" e o preço o da " LIBERDADE."

"O artigo 70 da CF 88 serve de introdução às demais normas que compõem a Seção IX, intitulada " Da Fiscalização Financeira e Orçamentária".

É uma matéria que se integra à Constituição Orçamentária, que, por seu turno, faz parte da Constituição Financeira. A elaboração, a aprovação, a execução e a fiscalização do orçamento constituem um todo, do ponto de vista material.

Respeito ao aspecto formal, entretanto, a CF colocou a fiscalização financeira e orçamentária no capítulo Do Poder Legislativo ( Tit. IV, Cap. I ), quando, a nosso ver, estaria melhor situada no capítulo Das Finanças Públicas ( Tit. VI, cap. II ), para o qual foram transportados os dispositivos sobre o orçamento. No texto atual, portanto, ficaram separadas formalmente a elaboração do orçamento e sua fiscalização."

( Lobo Torres, Ricardo; Curso de Direito Financeiro e Tributário; 19a edição.; Ed. RENOVAR; pg. 201)

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CAPÍTULO III

TRIBUTAÇÃO DE GRANDES FORTUNAS

Neste capítulo será feita uma argumentação do Tributo incidente sobre

Grandes Fortunas a partir de uma abordagem utilitária ao sistema global de

planejamento Econômico19.

Será indagado se a remessa indistinta e sem controle de moeda nacional ao

exterior pode dar causa a um processo inflacionário que resulte venda de

ativos ou emissão de moedas para manter níveis de liquidez do mercado

monetário.

Será especulado um parâmetro para elaborar uma base de cálculo e um perfil

da relação jurídico tributária sob a ótica da fiscalidade (comportamento fiscal),

como construção atuarial do direito, sendo usado alguns trechos normativos da

Legislação Tributária - ICMS RJ20.

Vejamos trechos da Constituição Federal com escopo de agregar valor ao discurso doutrinário que examinamos - seguem alguns trechos in verbis:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

(...)

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

19 MACROECONOMIA; BOLZAN, Marcello; Editora Ferreira. 20 ICMS DO RIO DE JANEIRO COMENTADO; DINIZ,Pedro; 3a Ed.; Editora Ferreira. ICMS / RJ - REGULAMENTO ANOTADO; OLIVEIRA , José Jayme de Macêdo; 2a Ed.; Editora Forense.

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O tema tem previsão constitucional, porém carece de norma complementar regulamentadora da espécie tributária, carece ainda do amiúde necessário ao exercício saudável da Administração Tributária - entendida como mecanismo instrumental da liberdade, para Ricardo Lobo Torres é um dos atributos da " FISCALIDADE".

"Característica importantíssima da atividade financeira é a de ser puramente instrumental. Obter recursos e realizar gastos não é um fim em si mesmo. O Estado não tem o objetivo de enriquecer ou de aumentar seu patrimônio. Arrecada para atingir certos objetivos de índole política, econômica ou administrativa.

Apesar de instrumental, a atividade financeira não é neutra frente aos valores e princípios jurídicos, senão que a eles se vincula fortemente. A liberdade necessita das finanças do Estado para que possa se afirmar, ao mesmo em que limita o exercício da atividade financeira. A justiça na sociedade moderna passa pela fiscalidade e pela redistribuição de rendas. Princípios como os da capacidade contributiva, economicidade, legalidade, publicidade, irretroatividade e transparência informam permanentemente a atividade financeira.

Do seu caráter instrumental resulta que a atividade financeira está sempre relacionada com dinheiro, posto que este,como ser de relação que é, constitui o instrumento por excelência para a consecução dos objetivos econômicos"

(LOBO TORRES, Ricardo;Curso de Direito Financeiro e Tributário; pg. 5)

Reparemos que no Tema " tributação de Grande Fortunas" esbarra-se, ab initio, com o problema da eficácia na Administração Tributária. Desde logo, reafirmamos o entendimento de que o Estado Brasileiro não deseja tornar-se rico, porém precisa exercer sua legitimidade a partir de um Sistema Tributário garantidor de sua finalidade contratual. Ter-se-á no Poder de Tributar o desenrolar da garantia do Estado de tributar tudo o que não lhe for vedado. Tem-se que a maior ou menor eficácia da Teoria de Estado com o germe da visão garantidora da permanência do Estado, certamente, deverá debater sobre programas estatais de estabilidade - os serviços públicos e a regulação do mercado.

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Diferentemente, o contribuinte buscará nesse mesmo Sistema Tributário mecanismos garantidores do seu "poder de evadir-se da incidência tributária", porém , sendo uma obrigação ex-lege deverá buscar evadir-se caracterizando sua atividade econômica como hipóteses de não-tributação dentro de uma relação obrigacional, ou seja , há atributos do negócio jurídico que não podem ser afastados sob pena de descaracterizar a relação jurídica.

A descaracterização, não raras as vezes, acaba por causar desconforto criminal e criar o dever para o Estado de verificar as hipóteses de autoria e materialidade em relação ao exercício abusivo do negócio jurídico que deixando de ser evasão da incidência para tornar-se evasão do pagamento. O ilícito que decorre do inadimplemento de uma obrigação ex-lege é um ilícito material em relação a uma norma de ordem pública, trata-se de uma agressão à ordem pública - portanto caberá ao órgão Ministerial defender a Ordem Jurídica, o interesse coletivo e os bens jurídicos indisponíveis - aqui falamos do "preço da liberdade"; ou seja, da hipótese de incidência do tributo e seu pagamento.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Os tributos têm algum caráter e os impostos também, inclusive terão caráter por vontade do Poder Constituinte, ou seja, a Constituição Federal assim prevê, contudo há casos onde os impostos - sempre que possível, terão este caráter de forma pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte.

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Nas favelas onde inúmeros habitantes recebem serviços público sem nenhum ônus e nas contas que desaparecem da economia Brasileira poderíamos criar algum tipo de tributo? - Valeria questionar a equidade tributária e a Justiça Fiscal quando localidades à margem da sociedade ostentam inegáveis índices de renda, sendo inclusive rotuladas de "a nova classe média" ?

A indagação é feita a partir da possibilidade de um desdobramento da relação tributária, onde a inequidade e a injustiça fiscal criaria uma sobrecarga tributária de parcela dos contribuintes e isso causaria uma falta de efetividade da política fiscal - principalmente no aspecto da administração tributária.

É feita esta especulação para tentar uma abertura em favor do sentido metajurídico da relação tributária, ou seja, se houvesse a concepção de tal hipótese, respeitadas às premissas da formação da relação tributária, poderíamos crer na índole fiscal cuja função de controle por via estimativa permitiria exercer o poder de tributar para conservar o simbolismo da via de atuação fiscal. O acesso a educação fiscal, em todos os níveis, depende da compreensão crescente do valor oferecido pela inclusão social através do tributo, porém a justiça fiscal não permite que apenas uma parcela da sociedade seja responsável pelo custo da dignidadee e do mínimo existencial. Assim, aparenta-se que a condição sine quae non do tributo - a partir de parâmetros tributários - descortinar o sentido metajurídico da relação tributária: A FISCALIDADE.

Nas linhas iniciais tentou-se explicitar brevemente que o "SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL" tem empatia pelo discurso de Luigi Ferrajoli sobre o chamado "SISTEMA GARANTISTA" - que para o jurista italiano é um modelo de normativismo sistêmico. O Normativismo Sistêmico divide-se em abstrato ou concreto, dependendo da eficácia material e validade formal da norma, cujo escopo funcional é criar um intercâmbio entre razão e direito sob signos positivos.

Na relação jurídica tributária tem-se a dualidade do Poder do povo sob a direção de seus representantes, habilitados a pretensão contratual de atuação com finalidade e interesse coletivos. Por outro sentido deste "vetorial do poder" temos à oposição fincada nas garantias individuais que autorizam o exercício de direitos individuais. Ambos são poderes do povo, porém o exercício será

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feito diretamente (ex: postular não-tributação) ou por seus representantes (ex: imunidades, isenções).

Dessa forma, respeitado o caráter individual e a capacidade contributiva dos impostos, sempre que possível, buscaremos gerar algum valor ao entendimento do conceito de "GRANDE FORTUNA", salientando-se que o Sistema Tributário Nacional tem relação com a política econômica e com o planejamento cenário executado sob premissas de validade legal e legitimidade constitucional.

Art. 146. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

O planejamento executivo do Estado é feito a partir de uma programação orçamentária fixando uma política pública para o custeio financeiro de dívidas empenhadas a partir da concessão de dotações lastreadas por uma previsão de ingresso de receita financeira em caixa. Acredita-se que a administração tributária consiste nos meios de garantir a maior eficácia quanto a arrecadação e recolhimento de receita derivada, ocorre que devemos ter atenção ao chamado "EFEITO LAFFER".

No âmbito privado, o planejamento corporativo obedece à uma fluência temporal similar ao planejamento orçamentário. Não foi ao acaso que a Lei 4320/64, em seu artigo 34, criou a previsão de que o exercício financeiro teria coincidência com o ano civil. Tanto as empresas quanto o governo planejam suas atividades a partir de um cronograma executivo. Esse procedimento

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temporal das atividades obedece a um plano executivo dividido em níveis, cuja programação das metas é temporal.

Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.

Assim, temos que no planejamento empresarial será de longo prazo(mais de 10 anos), médio prazo ( 5 - 10 anos) ou curto prazo ( até 5 anos ). No governo temos a modelagem do cronograma executivo a partir do planejamento e vigência das Leis orçamentárias. O plano estratégico é fixado no Plano Plurianual (P.P.A) que fixa diretrizes, objetivos e metas. O plano tático é feito pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (L.D.O) que determina os campos ou destinos setoriais da aplicação de recurso para custeio programado da redução regional. Por fim tem-se a Lei de Diretrizes Orçamentárias (L.O.A) que contempla despesas e receitas.

Na próximas linhas será feita uma exaustiva alusão a Constituição Federal, mas é necessário para compreender a diferença entre relação jurídico tributária e relação fiscal.

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

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§ 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.

§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

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§ 9º - Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.

Não abordaremos a faceta econômica da Tributação e das Finanças Públicas com os cuidados merecidos, mas devemos atentar que há uma diferença de comportamento no débito de tributo; crime contra a ordem tributária e crime contra o sistema financeiro.

Podemos acreditar na afirmação onde o planejamento equivocado da política econômica poderá causar efeito na administração tributária, através de um aumento de índices de não tributação por desvio ou evasão da relação tributária, mas ainda assim haverá uma programação de custeio que deve ser executada.

Os gastos públicos devem ser comportáveis no produto interno bruto (P.I.B) após a remessa de renda ao exterior, ou seja, deve ser feito um controle do Produto Nacional estimado a partir do resultado real do PIB para evitar o desconforto de risco sistêmico a partir da formação de dívida pública causada pela insensatez do sistema financeiro nacional.

Ora, se os gastos devem ser comportados pelo P.I.B ,então, temos a formação do PIB a partir da produção e da demanda:

PRODUÇÃO = > PIB = BC + BK + BP + XBI – MBI

DEMANDA= > D = DBC + MBC + DBK + MBK + DBP + MBP = > D = C + I + G

Considere: PNB = C + I + G + X – M – RL ; logo PNB = D + X - M

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Portanto, temos que a demanda agregada ao saldo global do comércio exterior poderá desarrumar o P.IB real, ainda que o P.I.B nominal seja crescente.

Nessa primeira exposição os tributos sobre mercadorias e serviços; I.PI, I.C.M.S e I.S.S , atuarão como um mecanismo de apuração do volume de operação de atividades e serviços.

Tal comportamento do mercado, quando agregado formam os setores da economia, ou seja, permite criar uma segmentação do mercado e ter bases de segmentação (ex: geográfica, demográfica, etc.). A segmentação é importante para conhecer um dos sujeitos da relação tributária, ou seja, conhecer quem movimenta os fatores de produção, insumos e estruturas do mercado.

A renda de um país é tudo que foi produzido no país ao longo de um ano, ou seja de um exercício financeiro. Imagine que uma empresa movimente tantos recurso financeiro e envie um volume de renda para o exterior que ultrapassem os valores nominais do P.I.B - possivelmente este agente econômico estaria desestruturando não o mercado em que atua, mas a própria economia porque o valor real di P.I.B seria deficitário e o custeio de políticas públicas formaria uma dívida pública.

Y = PIB

PNB = PIB – RL

PNB = D + SCC

• SCC = X – M – RL

• D = C + I + G

PNB = C + I + G + X – M – RL

Ø Conclusões:

1. tendência inflacionária pela falta de renda disponível para circulação

2. é preciso conhecer quais setores da produção afetam a economia corroendo o P.I.B real.

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3. todos os setores com resultado nominal superior ao P.I.B são grandes fortunas porque afetam diretamente a programação executiva das políticas públicas do Governo .

4. para evitar desconforto quanto ao artigo 150 da CF/88 tem-se que a tributação das grandes fortunas não é feito todo ano porque uma grande fortuna pressupõe acumulação de riqueza.

5. Sempre que realizar novo P.P.A, deve-se observar os índices dos últimos 5 anos das empresas obtidos no resultado operacional das empresas para ter um parâmetro de grande fortuna tudo que for superior ao P.I.B real.

6. repare que é uma medida de compensação da renda enviada ao exterior, é nesse sentido extra tributário que reside o argumento fiscal, ou seja, a fiscalidade é um comportamento mediador dos danos decorrentes da irresponsabilidade fiscal.

7. a fiscalidade é o meio afirmativo instrumental do orçamento público, que decorre de uma política econômica, mas que não poderá ficar vinculado a sua eventual falta de efetividade porque há como objetivo constitucional garantir o desenvolvimento nacional, logo deve haver um instinto de preservação da soberania nacional.

TSCCDTPNBYddisponívelnda

−+=−43421)(Re

PNB – T = C + I + (G – T) + SCC

Yd = Y – T – RL = C + S

S = I + (G – T) + SCC

(I – S) + (G – T) + SCC = 0

Y RL

T C

S

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Na identidade , tem-se os três setores da economia (privado21, governo e externo) isolados, podendo-se agora, identificar as necessidades de financiamento de cada setor. Se o governo gastou mais do que arrecadou (G > T) ele precisa se financiar ou no setor externo (SCC) ou no setor privado (I - S). Daí verifica-se também que o setor privado paga seus investimentos (I) através da poupança (S). Se as empresas desejam investir mais do que a sociedade poupou (I > S), elas precisam buscar financiamento ou no setor público ou no setor externo. Quando falta recurso no setor público a produção irá buscar financiamento no setor externo e acabará indexando sua produção ao aumento da renda enviada ao exterior, logo a produção será maior que o P.I.B real e deverá ser tributada como "GRANDE FORTUNA " ou o Estado terá perdido sua autonomia de implementação de políticas públicas através de seus próprios recursos.

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

I - soberania nacional;

II - propriedade privada;

III - função social da propriedade;

IV - livre concorrência;

V - defesa do consumidor;

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII - busca do pleno emprego;

21 O setor privado é formado por famílias e empresas.

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IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

§ 1º - A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.

Para entender o Estado como uma agente econômico, mas sobretudo como um agente normativo e regulador pauta-se à guisa de exemplo incidente recente no cenário do MERCOSUL. Foi com esse tipo de endosso político que o Presidente da Bolívia, Evo Morales, expropriou o empreendimento de uma grande organização corporativa brasileira que explorava gás natural em território boliviano.

É saudável reavivar a lição do jurista Ricardo Lobo Torres22 sobre o caráter instrumental da atividade financeira e suas relações, criando um ambiente complexo, que dividindo-se em sistema e financeiro e sistema tributário, permite que a sociedade conheça um pouco do cenário em que são traçados o desenvolvimento, a ordem e o progresso nacionais :

22 LOBO TORRES, Ricardo; Curso de Direito Financeiro e Tributário; 19a edição.; Ed. RENOVAR;

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" A natureza instrumental da atividade financeira é que a distingue das atividades econômicas, políticas e administrativas, com as quais tem íntimo relacionamento. A atividade financeira se aproxima da econômica porque também é forma de obter recursos escassos; mas dela se distingue porque a atividade econômica, praticada por particulares, tem finalidade própria. Relaciona-se com a atividade política na medida em que ambas incorporam o momento autoritário da decisão; mas dela se afasta porque não tem o objetivo de manter o equilíbrio dos poderes do Estado nem o de realizar as políticas públicas. Aproxima-se da atividade administrativa por ser uma específica forma de administração das finanças do Estado; mas dela se distancia porque a atividade administrativa persegue objetivos claros representados pela prestação de serviços públicos."

(apud; pg5 e 6)

Dessa forma, as empresas deveriam apresentar seu resultado operacional durante cinco anos e no quinto serem tributados na grande fortuna construída em relação ao P.I.B médio do período porque estaria havendo um controle dos resultados operacionais, ou seja, antes do envio de renda ao exterior que engessa a liquidez monetária, já que as transações internas não se extinguem com a contração da curva L.M - diz-se que adota-se economia desenvolvimentista com expansão da curva I.S , porém a renda enviada ao exterior cria uma distorção do P.I.B.

Esse estudo, aplicado ao P.P.A, cria indícios de risco sistêmico em face da previsão de arrecadação da receita não possuir uma contra-partida equivalente no Tesouro Nacional. Assim, o recolhimento incompatível acaba por trazer uma série de transtornos à execução orçamentária e ao planejamento das políticas públicas - que não são gratuitas e acabam por aumentar os gastos públicos.

Tal desconforto é presumidamente decorrente de um envio, sem mensuração ou controle efetivo, os índices de renda nacional enviada ao exterior nunca poderão servir de parâmetro ao gestor de Políticas Públicas ou Estratégias de Estado.

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O envio cego de renda ao exterior vem seguido do aumento de transações internas com moeda nacional decorrente das políticas de acesso ao crédito no últimos 16 anos, ou seja, não há moeda suficiente e o fluxo monetário acaba por ser feito através de duas escolhas: vender ativos ou emitir moeda.

Ora, isso causa um trade-off inflacionário, pois as escolhas conflitantes sempre acabam por causar o processo inflacionário. Tal fato gera corrosão monetária e tributária e passamos a precisar de mais moedas nacional (cada vez mais escassa ). assim, será inevitável buscar socorro no setor bancário internacional ( como aconteceu na Europa a partir de 2008 ).

A busca de empréstimos no exterior consiste em indexar nossa dívida a alguma divisa que substituirá o lastro de nossa moeda porque a criação do processo inflacionário foi robustecido com o descontrole dos índices efetivos da Política Monetária e Fiscal, ou seja, realizam-se constante reduções do tamanho estratégico do Estado Brasileiro através de privatizações com cada vez menos participante até chegar a uma unicidade de participantes. Quais serão os "Os novos Donos do Brasi23l" - MONOPÓLIO E ESPOLIAÇÃO24.

23 www.goldmansachs.com/worldwide/brazil/ ( "Os novos Donos do Brasil")

https://www.btgpactual.com/home/home.aspx/Abertura

http://pt.wikipedia.org/wiki/Daniel_Dantas_%28empres%C3%A1rio%29

http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Opportunity

24 http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/btg-pactual-tem-lucro-liquido-de-r-832-mi-no-1o-trimestre

http://www.youtube.com/watch?v=J1Fu-T0duHY (conflito de interesses em Portugal)

http://www.youtube.com/watch?v=aiTSJekHbxQ (indicadores contextualizados em Portugal)

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Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.

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CONCLUSÃO

Dessa forma, recomendo que as autoridades fazendárias; policiais; persecutórias, ministeriais, normativas, regulatórias e judiciárias passem a investigar ou estudar a historicidade financeira dos fundos de investimento, pensão, seguros(inclusive as caixas de assistência de advogados) , ou seja, mapear os mercados voláteis que atuem nos sistemas financeiro e bancário do Brasil através de técnicas globais de desorganização.

A reorganização, recomposição ou reagrupamento do capital é premissa básica para o combate efetivo dos crimes financeiros porque o mundo do crime compreende que para ocultar a origem ilícita deve-se criar um engenharia dinâmica de desorganização e fragmentação dos resultados ilícitos através de roteiros empresariais, especulativos ou voláteis (ex: ações, fundos, mercado imobiliários, etc). A confusão patrimonial, o conflitos de interesses e as coalizões podem ser um elemento de risco sistêmico - fato observado nos EUA e Europa desde 2008.

Os Ministérios da Justiça, Fazenda e o BACEN devem atuar sob coordenação estratégica para criar relatórios periódicos sobre "Mapas Operacionais" da atividade financeira no Brasil e integrá-los em um sistema global de controle da Moeda dos países. Do contrário haverá um aprofundamento crescente das crises que induzem ao enfraquecimento dos Estados Nacionais ao redor do mundo face à integração globalizada dos mercados.

As empresas deveriam apresentar seu resultado operacional durante cinco anos e no quinto serem tributados na grande fortuna construída em relação ao P.I.B médio do período porque estaria havendo um controle dos resultados operacionais, ou seja, antes do envio de renda ao exterior, que engessa a liquidez monetária, já que as transações internas não se extinguem com a contração da curva L.M - diz-se que adota-se economia desenvolvimentista com expansão da curva I.S , porém a renda enviada ao exterior cria uma distorção do P.I.B. Esse estudo, aplicado ao P.P.A, cria um risco sistêmico de previsão de arrecadação ou receita sem O RECOLHIMENTO COMPATÍVEL, porque há um envio de dinheiro nacional ao exterior e para não emitir moeda, criando um processo inflacionário, realizam-se constante reduções do tamanho estratégico do Estado Brasileiro através de privatizações com unicidade de participantes - MONOPÓLIO E ESPOLIAÇÃO.

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Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

Significa que antes da Constituinte de 1987, que promulgou a Constituição Federal de 1988, antes da Constituição Brasileira já havia o Estado Brasileiro; antes da Constituição de 1946 já havia o Estado Brasileiro; antes da Constituição de 1937 criou o Estado Brasileiro; antes da Constituição de 1934 já havia a Nação Brasileira constituída pela União e já havia o Estado Brasileiro; a Constituição de 1891 consagrou a República do Brasil. - O ESTADO BRASILEIRO PRECEDE ÀS CONSTITUIÇÕES, É REGULAR, PERMANENTE ORGANIZADO E DECORRE DA NAÇÃO; LOGO É NACIONAL ; FIXA-SE EM TERRITÓRIO, O BRASILEIRO

• LEI DE INTRODUÇÃO AO DIREITO BRASILEIRO:

Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.

Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

Renè Passet é um brilhante economista que escreveu sobre " A ILUSÃO NEOLIBERAL", nesta obra ele explica que, não raro, mercado e Estado poderão compartilhar um diálogo pelas vias da criminalidade, poderá usar de instrumentos e mecanismos para combatê-la ou praticá-la, mas é certo que a cúpula do crime organizado irá tangenciar a cúpula do Estado e vice-versa, acredita-se que mais fluente do que o dinheiro só a renda enviada ao exterior - "hot money". Disso Al Capone já sabia.

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CONSTITUIÇÃO DE 1891:

Art 1º - A Nação brasileira adota como forma de Governo, sob o regime representativo, a República Federativa, proclamada a 15 de novembro de 1889, e constitui-se, por união perpétua e indissolúvel das suas antigas Províncias, em Estados Unidos do Brasil.

CONSTITUIÇÃO DE 1934:

Art 1º - A Nação brasileira, constituída pela união perpétua e indissolúvel dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios em Estados Unidos do Brasil, mantém como forma de Governo, sob o regime representativo, a República federativa proclamada em 15 de novembro de 1889.

CONSTITUIÇÃO DE 1937:

Art 1º - O Brasil é uma República. O poder político emana do povo e é exercido em nome dele e no interesse do seu bem-estar, da sua honra, da sua independência e da sua prosperidade.

Art 2º - A bandeira, o hino, o escudo e as armas nacionais são de uso obrigatório em todo o País. Não haverá outras bandeiras, hinos, escudos e armas. A lei regulará o uso dos símbolos nacionais.

Art 3º - O Brasil é um Estado federal, constituído pela união indissolúvel dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. É mantida a sua atual divisão política e territorial.

CONSTITUIÇÃO DE 1946:

Art 1º - Os Estados Unidos do Brasil mantêm, sob o regime representativo, a Federação e a República.

Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido.

§ 1º - A União compreende, além dos Estados, o Distrito Federal e os Territórios.

§ 2º - O Distrito Federal é a Capital da União.

CONSTITUIÇÃO DE 1967:

Art 1º - O Brasil é uma República Federativa, constituída sob o regime representativo, pela união indissolúvel dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

§ 1º - Todo poder emana do povo e em seu nome é exercido.

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§ 2º - São símbolos nacionais a bandeira e o hino vigorantes na data da promulgação desta Constituição e outros estabelecidos em lei.

§ 3º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

CONSTITUIÇÃO DE 1988:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

As linhas mestras do desenho institucional e da modelagem do Estado Brasileiro, constituído em Estado Democrático de Direito a partir de um pacto Federativo deve seguir aos preceitos explicitados, deve-se interiorizar na Gestão Pública e na promoção das políticas públicas os Princípios Federativos, Republicano e Democrático - principalmente como formulação de microssistemas de coesão e estabilidade governamentais. A via de princípios deve, igualmente, observar a auto-determinação dos povos.

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Vejamos novamente a LEI DE INTODUÇÃO AO DIREITO BRASILEIRO:

Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem.

§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.

§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação.

§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.

Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.

§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.

§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.

Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

Dessa forma, o objetivo da Tributação de Grandes Fortunas não é enriquecer os cofres públicos, esse não é o objetivo da Fazenda Pública, porém a natureza instrumental do Direito Financeiro exige que se conheça a base monetária real do Estado Brasileiro para que seja feito um planejamento capacitado ao custeio público dos gastos governamentais sem a necessidade crescente de reduzir o tamanho do Estado, emitir moeda ou criar processo inflacionário decorrente da expansão de bens e serviços conjugado com a crescente onda de contração da liquidez monetária, decorrente do aparente envio estratégico de renda ao exterior.

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Reafirmo, estratégico porque há uma crescente desorganização do mercado, formação estrutural monopolista, desconhecimento setorial da produção porque muito embora os tributos sobre a produção autorizem uma aproximação do produtor, torna-se difícil para o FISCO controlá-los, portanto é preciso haver uma prestação durante 5 exercícios da receita operacional, ou seja, da receita de caixa do mercado - após a roteirização setorial da produção criar-se-ia um mapa segmentado do macroambiente empresarial.

Farei eco das ideias, aliás - precisas e brilhantes, ministradas durante a exposição do "Módulo de Direito Constitucional Tributário" – disciplina que integra o curso de especialização em Direito Público e Tributário ( Instituto A Vez do Mestre , na Universidade Candido Mendes) - preservando a tradição vanguardista do pensamento jurídico nacional. Engordando os argumentos de Ricardo Lobo Torres, a pesquisador e professora Cláudia Gurgel, busca sustentar que Direito; Orçamento Público e Mínimo Existencial, a muito custo, caminham juntos:

"Isso cria o tributo como verdadeiro mecanismo regulatório, através de controle e governança legitimados por cada ato de sucessão Governamental compromissada com a " tributação do preço da liberdade" . O Estado Brasileiro deve permanecer como agente econômico ocasional, porém não deve abdicar-se de sua função de agente normativo e regulador da atividade econômica, afastando sua competência para, na forma e pela força da Lei, estabelecer as bases e diretrizes do planejamento nacional equilibrado."

Constituição Federal - in verbis:

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

§ 1º - A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.

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Recentemente houve uma questão polêmica no Rio de Janeiro, ente federativo que integra à União, onde o representante do Poder Executivo estadual - chamado de Governador - buscava legislar sobre "a menoridade penal". O ambiente jurídico aqueceu-se e houve uma fluência linguística que, com base na Constituição Federal, criou um padrão passível de ser incorporado pelo direito tributário.

Neste padrão, a União exerce sua competência exclusiva sozinha; comunga assuntos de interesse comum dentro do limite do que lhe compete privativamente, porém há casos em que o exercício da competência é concorrente, podendo haver concorrência quanto a natureza descritiva dos elementos da tipicidade tributária. Quando a tipicidade tributária admitir exercício concorrente do Poder de Tributar, talvez houvesse necessidade de recorrer ao conceito descrito no artigo 96 a 100 do C.T.N - tendo em mente uma ideia compartilhada sobre os significados da expressões "legislação tributária" e quais são as "normas complementares".

Um exemplo bem transparente e honesto aparece no Regulamento do ICMS do Estado do Rio de Janeiro - Livro I ( Da Obrigação Principal):

Art. 29. O Secretário de Estado de Fazenda e Controle Geral poderá, relativamente ao imposto devido:

I - determinar que resulte da diferença a maior entre o montante devido na operação com mercadoria ou na prestação de serviço e o cobrado relativamente às operações e prestações anteriores;

II - dispor que seja apurado por mercadoria ou serviço, dentro de determinado período, ou em relação a cada operação ou prestação;

III - estabelecer que seja pago por estimativa fixa ou variável;

IV - facultar que seja calculado abatendo-se, a título de crédito, do valor total das saídas percentual fixo a ser aplicado sobre o montante das operações e prestações de entrada ou de saída;

V - permitir que seja determinado mediante a aplicação de percentual fixo sobre a receita bruta auferida quando o contribuinte realizar operações com mercadorias tributadas a alíquotas internas diferenciadas.

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Art. 30. O direito ao crédito é formalizado pela entrada da mercadoria no estabelecimento e condicionado à idoneidade da documentação e à sua regular escrituração, nos prazos e condições estabelecidos no Livro VI.

§ 1.º O direito de utilizar o crédito extingue-se depois de decorridos 5 (cinco) anos contados da data de emissão do documento.

§ 2.º A data da entrada da mercadoria será anotada no verso do documento fiscal respectivo.

§ 3.º Na ausência de anotação a que se refere o parágrafo anterior, é considerada como de entrada da mercadoria a data de sua saída do estabelecimento remetente, observado o disposto no artigo 28, § 2.º, do Livro VI.

§ 4.º Quando o documento fiscal deixar de ser escriturado no prazo previsto na legislação, o fato será comunicado à repartição fiscal de circunscrição do contribuinte, juntamente com o pedido de aproveitamento do crédito extemporâneo, se for o caso, nos termos em que dispuser a Secretaria de Estado de Fazenda.

Há entendimento na doutrina paulista de que poderia existir hipóteses de " TRIBUTAÇÃO OCULTA OU DISFARÇADA", tal entendimento vai ao encontro da argumentação onde diferencia-se a relação jurídica tributária da relação fiscal, onde tal conceito doutrinário defendido por Hugo de Brito Machado25 seria obtido pela exclusão das hipóteses de incidência efetiva do Poder de Tributar como garantia da relação Tributária.

Assim, o comportamento escorregadio do contribuinte ou a incompetência técnica do planejamento governamental, principalmente no que afetar a eficácia da administração tributária, seri minorado pelo comportamento da fiscalidade - já que o Fisco, como atividade de Estado, deverá garantir o desenvolvimento nacional face a sua competência para arrecadar e recolher recursos financeiros de natureza derivada.

25 MACHADO, Hugo de Brito; Curso de Direito Tributário;34a Edição; Ed. Malheiros; 2013;

pg. 70

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Neste conceito de " TRIBUTO OCULTO OU DISFARÇADO" temos:

" Tributo disfarçado ou oculto, então, é aquela prestação pecuniária que, não obstante albergue todos os elementos essenciais ao conceito de tributo na Teoria Geral do Direito, é exigida pelo Estado sem obediência às normas e princípios que compõem o regime jurídico do tributo.

Para cobrar o tributo oculto ou disfarçado o Estado se vale de sua soberania, impõe a prestação fazendo-a compulsória por via oblíqua"

( MACHADO, Hugo de Brito; Curso de Direito Tributário;34a Edição; Ed. Malheiros; 2013; pg. 70 )

Podemos observar que a argumentação sobre "Localização Industrial" e mapeamento de mercado a aprtir de indicadores estratégicos, especialmente com uso de instrumentos fazendários com natureza tributária, na forma da legislação tributária vigente não surgiu ao acaso. Pedro Diniz, Auditor da Fazenda Estadual do Rio de Janeiro (Fiscal de Rendas do ICMS/RJ) é especialista no tema "Localização Industrial" e leciona nesta cidade sobre o assunto com muita propriedade.

Preocupado com às questões sociais ele ensina:

" A partir de 08/01/03, o Estado do Rio de Janeiro, por meio do Decreto 32.646/03, instituiu a cobrança de um adicional na arrecadação do ICMS para integrar a composição de recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais (FECP).

A previsão legal decorre da autorização dada pela Lei 4.056/02, e se baseia nas disposições introduzidas pela Emenda Constitucional 31/00, que passou a permitira criação e utilização deste tipo de fundo com diversas fontes de recursos, inclusive adicionais de tributos. (...)

Os recursos, apesar de sua natureza tributária, não serão repartidos com os municípios, e sobre os mesmos não se aplicam as vedações de vinculação de receita (aplicadas aos impostos em

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geral), conforme a própria previsão presente nos dispositivos do ADCT, que garantiram a instituição dos fundos de combate à pobreza pela União Estados, DF e Municípios. (...)

Os Municípios e os Estados receberão os recursos do FECP de forma indireta, por meio das aplicações dos recursos realizadas pelo Governo Estadual. Os valores referentes ao adicional não serão computados para efeito dos benefícios fiscais concedidos anteriormente pelo Estado do Rio de Janeiro, inclusive quando se tratar dos financiamentos relativo ao Fundes."

( DINIZ, Pedro; ICMS do Rio de Janeiro Comentado; 3a Ed.; Editora Ferreira; pg.140 a 146)

René Descartes foi o pai da filosofia racionalista moderna e afirmava que a base de seu sistema filosófico resumia-se à máxima: " cogito ergo sum" - penso; logo existo. René Descartes acreditava que o acaso não existia porque o existencialismo era um desdobramento do Universo, resumindo-se à uma percepção racional da relação causa x efeito criou o chamado silogismo, ou juízo de adequação, usado por Hans Kelsen e outros pensadores positivistas. Em um sistema ordenado por interesses e valores jurídico, político e morais - talvez o acaso não exista mesmo, mas os trechos da Constituição Federal devem ter a permanência de sua força positiva ou a " Norma Fundamental " não passa de letra morta:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

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Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

II - orçamento;

III - juntas comerciais;

IV - custas dos serviços forenses;

V - produção e consumo;

XI - procedimentos em matéria processual;

§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

O acaso não existe quando a produção da legislação tributária, especialmente nos casos onde o exercício da competência concorrente para criar normas complementares, puder refletir a dinâmica social e o comportamento organizacional do mercado (oferta x produção); do Estado e de suas alavancas em movimento. Será possível identificar quais engrenagens sociais comprometem-se com os interesse, objetivos e fundamentos da federação e quais terão apreço ao discurso confederado, separatista e responsável por enviar renda ao exterior através de uma manipulação de recursos corporativos.

Nesses casos é possível presumir-se saudável o conhecimento das estruturas agregadas do mercado. O uso de indicadores e mapas estratégicos da produção interna, seus roteiros consumeristas e a fluência monetária servem de base para formação de conhecimento estruturado da Gestão Pública. Um excelente indicar é o tributo. O tributo cria uma percepção dos setores produtivos, da roteirização da renda vinculada aos fluxos logísticos que irão compor o mercado de bens e serviços.

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Os destinos de bens e serviços podem indicar os sentidos das transferências, inversões ou investimentos monetários a partir da ótica da produção e demanda (mercado).

Havendo tendência de expansão do bem estar das famílias é razoável supor que houve um aumento da produção; logo deverá haver algum dinheiro pagando por esta condição de " bem estar", criando um aumento nominal do P.I.B, presume-se otimismo e euforia até que o Governo decide vender algum setor estratégico.

Ora, alienação de ativos estratégicos é uma medida desesperada para criar alguma estabilização do mercado monetário e evitar a emissão de moeda, fato que geraria uma pressão inflacionária muito elevada sobre os preços. O Imposto sobre Grande Fortunas ( I.G.F ) deve servir como um parâmetro de controle da produção agregada, a partir da integração como os demais tributos sobre produção e consumo, habilitando um planejamento equilibrado da economia.

• Código Tributário Nacional:

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:

I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;

II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;

III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;

IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

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Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

Repare que a atividade de lançamento é um procedimento administrativo vinculado porque ira individualizar uma relação jurídica cujo objeto decorre da lei, diz-se que é uma obrigação "ex lege"A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: impostos; taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas e sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. - artigo 145 § 1º da CF/88.

Portanto, não há aparente antijuridicidade na perquirição do caráter pessoal ou da matéria tributável na relção jurídico tributária, mas caberá ao FISCO, objetivar ou positivar, indicadores e elementos do tributo graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte,

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O "tributo é o preço da liberdade", mas essa liberdade não é sem luta e caberá ao fisco o exercício da fiscalidade, comportamento de Estado, para garantir o desenvolvimento nacional.

O desenvolvimento nacional em condições existenciais mínimas e com responsabilidade junto a gerações futuras, deve ser viável ou viabilizado pois trata-se de fundamentar a soberania e a auto-determinação do povo brasileiro.

É nessa luta pelo direito que reside a legitimidade doutrinária da "FISCALIDADE" , como comportamento de Estado que ultraja as relações jurídico tributária para afirmar a mais valia do trabalho diretivo do poder constituinte originário. É sempre no sentido do povo brasileiro que será governada a intervenção do Estado Brasileiro sobre quaisquer governo que subvertam o sentido da República Brasileira, mas para haver o Direito à " Fiscalidade" é preciso haver Estado forte, porque não há função sem poder, não há poder sem Estado e todo poder emana do povo.

O Estado Brasileiro decorre da organização dos recursos sobre um território, a partir desta vontade hipotético fundamental são concebidas funções que dividem um poder uno. Este Poder Uno será caracterizado como soberania quando identificado por seus nacionais e reconhecido pela comunidade internacional como um valor, universalmente compartilhado, chamado auto-determinação. Talvez seja esta a premissa que fundamenta a luta pelo direito à "Fiscalidade".

Conhecidos predecessores de Adam Smith concluiram que a tal "mão invísivel" não existe; logos o Estado deve estar vivo, aparelhado e capacitado para intervir como agente normativo e regulador da Economia, promovendo bem estar social, dignidade, trabalho e renda que aqui fique para fomentar à redução de desigualdades sociais - sobretudo regionais, já que têm um fluxo semelhante ao envio de Renda ao exterior - através do planejamento de seus gastos dentro de um orçamento público atrelado a eficácia de seu Poder de Tributar.

É no direito à "FISCALIDADE" que reside à cidadania dos desvalidos, empobrecidos e miseravelmente desguarnecidos do consumo autônomo, indignos marginalizados por uma menoridade que Emanuel Kant dizia ser sua escolha. É nessa Luta pelo Direito que o signo "FISCALIDADE" assume

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responsabilidade epistemológica dentro da luta pelo direito. É a luta pelo mínimo. No mundo capitalista só existe quem consome e consumir implica em fazer escolhas - até mesmo a de alienar-se como brasileiro.

"Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada o mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;

II - a destinação legal do produto da sua arrecadação."

A natureza específica do tributo é jurídica, é uma obrigação ex lege, cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, sendo irrelevante para determinar o tributo a partir do fato gerador da sua respectiva obrigação a qualificação em relação à:

ü sua denominação e demais características formais adotadas pela lei;

ü a destinação legal do produto da sua arrecadação.

"Com os recursos obtidos, o Estado suporta a despesa necessária para consecução de seus objetivos. Paga a folha de vencimentos e salários dos seus servidores civis e militares. Contrata serviços de terceiros. Adquire no mercado os produtos que serão empregados na prestação de serviços públicos ou na produção de bens públicos. Entrega subvenções econômicas e sociais. Subsidia a atividade econômica. A obtenção da receita e a realização dos gastos se faz de acordo com o planejamento consubstanciado no orçamento anual. "

(apud; pg. 3)

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Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:

I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;

II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.

Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária

Apesar de instrumental, a atividade financeira não é neutra frente aos valores e princípios jurídicos, senão que a eles se vincula fortemente. A liberdade necessita das finanças do Estado para que possa se afirmar, ao mesmo em que limita o exercício da atividade financeira. A justiça na sociedade moderna passa pela fiscalidade e pela redistribuição de rendas. Princípios como os da capacidade contributiva, economicidade, legalidade, publicidade, irretroatividade e transparência informam permanentemente a atividade financeira.

Do seu caráter instrumental resulta que a atividade financeira está sempre relacionada com dinheiro, posto que este,como ser de relação que é, constitui o instrumento por excelência para a consecução dos objetivos econômicos"

(apud; pg. 5)

Parece-nos que a atividade de fiscalização, através do procedimento de lançamento, tem um caráter dúplice. Há uma índole legal e permanente constante no Código Tributário Nacional, que atribui uma rigidez da atividade sob pena de responsabilidade funcional, mas há também um atributo jus-filosófico de natureza instrumental, um atributo relativo à esta atividade financeira que é descortinado deste pano de fundo rígido como um segmento do mais alto valor.

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É de Lobo Torres, enquanto pensador, a tarefa de apresentar-nos o valor da atuação fazendária como um "meio de financiar a liberdade". Apesar de instrumental, a atividade financeira não é neutra frente aos valores e princípios jurídicos, senão que a eles se vincula fortemente. A liberdade necessita das finanças do Estado para que possa se afirmar, ao mesmo em que limita o exercício da atividade financeira. Do seu caráter instrumental resulta que a atividade financeira está sempre relacionada com dinheiro, posto que este,como ser de relação que é, constitui o instrumento por excelência para a consecução dos objetivos econômicos.

" A natureza instrumental da atividade financeira é que a distingue das atividades econômicas, políticas e administrativas, com as quais tem íntimo relacionamento. A atividade financeira se aproxima da econômica porque também é forma de obter recursos escassos; mas dela se distingue porque a atividade econômica, praticada por particulares, tem finalidade própria. Relaciona-se com a atividade política na medida em que ambas incorporam o momento autoritário da decisão; mas dela se afasta porque não tem o objetivo de manter o equilíbrio dos poderes do Estado nem o de realizar as políticas públicas. Aproxima-se da atividade administrativa por ser uma específica forma de administração das finanças do Estado; mas dela se distancia porque a atividade administrativa persegue objetivos claros representados pela prestação de serviços públicos."

(apud; pg5 e 6)

Vale lembrar que: o Estado Financeiro compreende todas as pessoas jurídicas de direito público, integrantes da administração direta e indireta para prestação das atividades fazendárias, na forma da Lei e respeitadas às ressalvas existentes. Um dessas ressalvas é que a obtenção de receita para suprir necessidades públicas, nota característica da atividade financeira, visa à prestação de serviços públicos e à defesa dos direito fundamentais, missão precípua das pessoas jurídicas de direito público. São excluídas as pessoas jurídicas com personalidade de direito privado, porque a matéria é decorrente de norma cogente, matéria de direito público e versa, portanto, sobre direitos indisponíveis.

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O processo civilizatório, em muito, precisa da "fiscalidade". Do seu caráter instrumental resulta que a atividade financeira está sempre relacionada com dinheiro, posto que este, como ser de relação que é, constitui o instrumento por excelência para a consecução dos objetivos econômicos. A administração tributária e as atividades fazendárias são atividade essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, que terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada. Portanto é fundamental que O estado conheça seus contribuintes, seus mercados e o sua função de agente normativo e regulador dos arranjos possíveis destas combinações decorrentes de comportamentos econômicos individuais e agregados. ´

O Estado Brasileiro deve formar um conhecimento estruturado sobre sua condição fazendária orientada para a formação de conhecimento normativo e regulatório a partir de atos administrativos, instauração de procedimentos administrativos faseados escopo decisório e que irão construir uma imagem ou modelagem entre passado, presente e futuro da Administração Pública, do Governo, e do próprio Estado Brasileiro. A elaboração normativa como indicador gerencial do planejamento desenvolvimentista e equilibrado passa, necessariamente, pela relação entre tributação; orçamento e mínimo existencial. porque as decisões e fundamentação sobre mérito e vinculação de natureza executiva, legislativa, judiciária e não raras as vezes; judicante implica em assumir movimentos e papéis sociais - individuais, corporativos, mercadológicos, de Estado ou criminológicos - vejamos o C.T.N:

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza (TRIBUTÁRIA), regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.

Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.

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Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará obrigatoriamente:

I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;

II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;

III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado;

(...)

Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:

(...)

Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:

I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;

II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

À guisa de conclusão é que faço a citação em referência a tais dispositivos da Legislação Tributária, principalmente os dispostos no Código Tributário Nacional, Lei Complementar recepcionada pela atual Constituição Federal, para tentar demonstrar premissas técnico-jurídicas de afirmação do comportamento narrado nas linhas anteriores.

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"A atividade financeira configura e delimita uma certa faceta do Estado Moderno, que é a do Estado Financeiro, que se desenvolve desde o fenecimento do feudalismo até os nossos dias,exibindo contorno diferente em suas várias fases: ESTADO PATRIMONIAL, ESTADO DE POLÍCIA, ESTADO FISCAL e ESTADO SOCIALISTA.

O Estado Patrimonial aparece na Europa e duas vertentes distintas: inglesa e holandesa, em que já desde o século XVI emergem os interesses da burguesia e na qual não se formam os monopólios estatais; e a que predominou na França, Alemanha, Áustria, Espanha e Portugal, com os monopólios e os rígidos privilégios corporativos. O Estado Patrimonial, que surge com uma necessidade estatal para fazer guerra agasalha diferentes realidades sociais - políticas, econômicas, religiosas, etc. Mas a sua dimensão principal - que lhe marca o nome próprio - consiste em se basear no patrimonialismo financeiro, ou seja, em viver fundamentalmente das rendas patrimoniais ou dominiais do príncipe, só secundariamente se apoiando na receita extrapatrimonial de tributos. A característica patrimonialista, porém, não decorre apenas dos aspectos quantitativos, posto que o fundamental é que o tributo ainda não ingressava plenamente na esfera da publicidade, sendo apropriado de forma privada, isto é, como resultado do exercício da jurisdictio e de modo transitório, sujeito à renovação anual. No Estado Patrimonial se confundem o público e o privado, o imperium e o dominium, a fazenda do príncipe e a fazenda pública.

O Estado de Polícia sucede o Estado Corporativo, de Ordens ou Estamental, especialmente no século XVIII, e antecede o Estado de Direito (...) O Estado de Polícia é modernizador, intervencionista, centralizador e paternalista. Baseia-se no conceito de atividade de polícia (...) O Estado de Polícia, com seu absolutismo político e sua economia mercantil ou comercial, foi historicamente substituído pelo Estado Fiscal, com sua estrutura capitalista e seu liberalismo político e financeiro. O que caracteriza o surgimento do Estado Fiscal , como específica figuração do Estado de Direito, é o novo perfil da receita pública, que passou a se fundar nos empréstimos, autorizados e garantidos pelo Legislativo, e principalmente nos tributos - ingressos derivados do trabalho e do patrimônio do contribuinte - ao revés de se apoiar nos ingressos originários do patrimônio do príncipe. Deu-se a separação entre o ius eminens e o poder tributário, entre a fazenda pública e a fazenda do príncipe e entre a política e economia, fortalecendo-se de sobremaneira a burocracia fiscal, que atingiu um alto grau de racionalidade. (...) O estado Fiscal, projeção financeira do Estado de Direito, conheceu três fases distintas: a do Estado Fiscal Minimalista, a do Estado Social Fiscal e a do Estado Democrático e Social Fiscal."

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(apud, pg7 a 10)

Poder-se-ia observar que há doutrina o entendimento de que a "FISCALIDADE" é uma atividade constitucionalmente específica, relevante e imprescindível à compreensão da composição técnico-jurídica do Estado atrevendo-se à desdobramento em outros ramos epistemológicos, porque há nessa "FISCALIDADE" a presença do atributo decorrente da natureza instrumental da atividade financeira é que a distingue das atividades econômicas, políticas e administrativas, com as quais tem íntimo relacionamento. Trata-se do valor atribuído à "fiscalidade" como custeio e índice do Desenvolvimento Humano. A liberdade necessita das finanças do Estado para que possa se afirmar, ao mesmo em que limita o exercício da atividade financeira. A justiça na sociedade moderna passa pela "fiscalidade" e pela redistribuição de rendas.

Por fim, podemos acreditar que ocorrendo uma descaracterização da obrigação que justifica a fiscalidade; estaria autorizada, em nome dessa mesma Fiscalidade, o exercício da busca pelo que Ricardo Lobo Torres chama de “EQUIDADE ENTRE GERAÇÕES” - ( apud; pg. 105) - ou seja, a pretensão instrumental do interesse decorrente da atuação fazendária é exercer suas atividades instrumentais a partir da responsabilidade para com o desenvolvimento de condições mínimas de desenvolvimento humano em espaço público, mas para tal deverá assumir compromissos que não comprometam gerações futuras.

Seria através desta premissa que os desenhos institucionais permitiriam criar um plano de rede, em nível operacional roteirizado (principal e instrumental) capacitado a representar alavancas sociais; movimentos de escolha de “players” no cenário; arranjos estratégicos e modelagem combativa às reivindicações corporativas em nível de influência global sobre a arrumação dos elementos da relação tributária pelo contribuinte? Representar contra os arranjos macroeconômicos?

Precisa-se de um Estado capaz de atuar como agente econômico eventual, sem abrir mão de seu dever constitucional de atuação como agente normativo e regulador porque suas atividades são comportadas em um ordenamento aberto, cujas fontes formais ou materiais direcionam-se por

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valores positivados por um desenvolvimento cronológico de princípios sob o registro da norma técnica ou científica.

“A equidade entre gerações significa que os empréstimos públicos e as despesas governamentais não devem sobrecarregar as gerações futuras, cabendo à própria geração que deles se beneficiar arcar com o ônus respectivo. Outrora prestigiado, o princípio perdeu em parte sua importância. É que a translação de compromissos financeiros para as gerações futuras se compensa com a transmissão de bens culturais e de equipamentos e obras públicas criados pelas gerações precedentes. Mas é inegável que o endividamento excessivo repercute sobre o futuro, transferindo a carga fiscal para outra geração, motivo por que o artigo 167, III, vedou, em homenagem à equidade, os empréstimos que excedam o montante das despesas de capital.”

(apud; pg. 105)

Art. 167. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

O meio de oficialidade seria policial, fiscal ou persecutório? Talvez normativo e regulatório, no papel do Estado, por suas funções em um único poder; que do povo emana para pelo povo representar-se em uma identidade subjetiva mínima, transcendendo nossa ignorância hereditária e escolhendo a maioridade.

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A finalidade do ato justifica-se por escolher lutar pelo Direito, firmar-se no ponto sistêmico e atribuir cores cívicas ao modo de operação técnico-jurídica, oficiar pelos próprios meios a própria verdade, apropriar-se dela e representá-la diretamente, compartilhando estas especialidades do instrumento teremos comportamento, habilidades e atitudes - ação e emoção.

Direito e Processo extrapolam o âmbito da técnica em razão de eventuais liâmes argumentativos pelo atributo valorativo, tocam à criação, são instrumentos da arte, mas que carecem do tecnicismo formal para serem oponíveis como um parâmetro positivo sob o risco de afastar-se da realidade. O diletantismo da razão dá-se muito mais pela falta de experiência com escolhas aceitáveis do que pela insegurança face ao risco controlado. Não permitir que se busque efetividade pela eficácia é efetivamente negar a proposta instrumental da mudança.

Mudar através do pagamento de tributo consiste em aceitar-se como parte de algo maior; diga-se muito maior. O entendimento do ato de adimplir a obrigação tributária como um compromisso inevitável, indeclinável e inescusável decorre da apuração individualizada da capacidade de contribuir com o desenvolvimento humanístico da civilização.

O planejamento das políticas públicas, incidentes sobre cada indivíduo de um território, irão criar laços subjetivos; identidade e integração localizada por dimensões regionalizada em uma federação que insiste em pactuar-se pela novação do contrato social republicano. Defendo a seguinte doutrina - " chamaremos ao povo quando nossa necessidade real for a justiça?".

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a segurança interna do País;

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V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.

Reafirmando às Lições de Afrânio silva Jardim26, o processo objetiva o "bem-comum" de sujeitos qualificados por uma pretensão resistida. Sendo, consciência e vontade, elementos subjetivos do tipo, legislar sobre conteúdos descritivos ou normativos do tipo não é legislar sobre crime porque crime é uma conduta ou fato com resultado típico imputável e suscetível de pena. A menoridade decorre da falta de tirocínio ou discernimento, exige representação para certos atos da vida civil, afasta a pena, mas não deve afastar o crime; assim como não afasta o compromisso de pagamento do tributo e satisfazer o crédito tributário, quando exigido.

O adimplemento consiste em satisfazer a obrigação junto ao credor, na relação tributária, a satisfatividade consiste em aceitar a sujeição legal da incidência por meio da prestação voluntária o forçada de determinados comportamentos (fato gerador). A sujeição decorre da incidência legal sobre um fato social com caráter econômico onde o Estado buscará exercer o Poder de incidir ativamente, tributando ou punindo. Já o cidadão poderá buscar elidir a incidência ou evadir-se da relação, pretendendo liberdade ou não pagando seu preço. O crime doloso emancipa pela autonomia da vontade, assim como o trabalho ou o casamento. Tributo não é pena, assim como crime não é tributo - o resultado econômico do crime é tributado porque a liberdade custa caro, então o custo social da não tributação da grande fortuna tende a aumentar a criminalidade.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

26 JARDIM, Afrânio Silva. Direito Processual Penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2002.

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IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

...TUDO VALE À PENA QUANDO A EMOÇÃO NÃO É PEQUENA...

- exceto a injustiça -

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ANEXO 1

MATERIAL INFORMATIVO

FONTE: http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/pnud/

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é a agência líder da rede

global de desenvolvimento da ONU e trabalha principalmente pelo combate à pobreza e pelo

Desenvolvimento Humano. O PNUD está presente em 166 países do mundo, colaborando com

governos, a iniciativa privada e com a sociedade civil para ajudar as pessoas a construírem

uma vida mais digna. Em todas as suas atividades, o PNUD encoraja a proteção dos direitos

humanos e a igualdade de gênero e raça. Desde 2000, o programa fomenta também o

comprometimento e a discussão em prol do alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do

Milênio. Presente no Brasil desde a década de 60, a atuação do PNUD no país tem tido como

temas centrais o desenvolvimento de capacidades, ciência e tecnologia, a modernização do

Estado e o fortalecimento de suas instituições, o combate à pobreza e à exclusão social, a

conservação ambiental e uso sustentável de recursos naturais.

Através do desenvolvimento e implementação de projetos de cooperação técnica em parcerias

com instituições nacionais, o PNUD Brasil visa apoiar: implementação de políticas para

fortalecer setores críticos para o desenvolvimento humano; promoção dos Objetivos do

Desenvolvimento do Milênio; desenvolvimento de capacidades institucionais nos governos

federal, estaduais e municipais; e fortalecimento do papel da sociedade civil e do setor privado

na busca do desenvolvimento humano e sustentável. Neste sentido, estas parcerias têm se

desenvolvido em diversas áreas temáticas, como políticas sociais, governança democrática,

segurança pública, e meio ambiente buscando responder aos desafios específicos do Brasil e

às demandas do país dentro de uma visão integrada de desenvolvimento. Para além da

atuação dentro do país, o PNUD Brasil tem colaborado na implementação da cooperação

horizontal (Sul-Sul) do governo brasileiro.

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No campo de políticas sociais, o PNUD vem trabalhando com as áreas de saúde, educação,

es- portes, cultura, turismo e desenvolvimento social. Os projetos incluem temáticas e ações

como: desenvolvimento de capacidades; aplicação e desenvolvimento de metodologias;

sistemas de informação, de monitoramento e avaliação; formação e treinamento;

desenvolvimento curricular; inovações pedagógicas e metodológicas; revisões de normas e

regulamentos; construção de mecanismos de controle social e metodologias de construção de

consenso; tecnologia e informação em saúde; epidemiologia; vigilância sanitária; políticas

preventivas; humanização da gestão da saúde; saúde suplementar; combate ao HIV/AIDS;

estudos e pesquisas; transferências de renda; desenvolvimento humano local; justiça

econômica e mercados inclusivos.

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ANEXO 2

INTERNET

www.observatoriodaimprensa.com.br

O projeto do Marco Civil da Internet emperrou muito por causa da chamada neutralidade da rede. Fornecedores de acesso (as telefônicas) querem cobrar mais de quem passa o dia assistindo a vídeos, baixando músicas ou falando em serviços de voz como o Skype.

O governo e muitos ativistas argumentam que esse conceito mataria a ideia geral de horizontalidade democrática da internet. Sufocaria a criatividade inerente à rede.

Nem tudo é claro ou escuro nesse debate. Há uma grande área cinza no meio. Os serviços de internet não são uma benemerência divina. Empresas privadas exploram o negócio para ganhar dinheiro, algo legítimo num sistema de livre mercado.

Qualidade e preço

Tome-se o caso dos agora já quase obsoletos telefones fixos. As telefônicas não podem degradar a qualidade de som de quem conversa com Barack Obama ou Vladimir Putin. Ou, no Brasil, de quem resolver telefonar para Lula ou FHC. Mas uma coisa é certa: quem fizer mais ligações pagará de acordo com o uso. É muito justo.

No caso da internet, há dois pontos a serem considerados e respondidos: 1) o provedor de acesso pode degradar a velocidade de conexão, não importando se o consumidor assiste a um vídeo ou só lê e-mails?; 2) as empresas podem cobrar mais de quem deseja assistir a filmes e baixar músicas de maneira ilimitada em relação a quem apenas lê notícias e mensagens de sua caixa de correio eletrônico?

Se a resposta for “não” a ambas as perguntas, só uma “Internetbras” resolveria (sic) o problema. O texto do Marco Civil é ambíguo a respeito. Não define modelos de negócios. Não está claro se a neutralidade da rede comporta também a venda de produtos com qualidade e preços diferentes –independentemente do tipo do conteúdo, mas em razão do volume de dados acessados. Esse é o ponto. Ocorre que muitos no governo não sabem como tratar o tema quando apresentado dessa forma.

***

Fernando Rodrigues é colunista da Folha de S.Paulo

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ANEXO 3

MATERIAL INFORMATIVO

Imposto sobre Grandes Fortunas: se não agoraX quando? FONTE : http://revistaforum.com.br/blog/2013/07/imposto-sobre-grandes-fortunas-se-nao-agora-quando/

A tributação sobre grandes fortunas voltou à agenda de discussão dos povos de que nunca o adotaram, como os EUA, ou em países que o revogaram e agora discutem sua reintrodução, como a Alemanha

Por Washington Araújo, na Carta Maior

A ordem do dia é ouvir o clamor das ruas. A presidenta Dilma Rousseff diz que ouviu e vem pontuando gestos, atitudes e ações em consonância com o que se escuta do meio-fio. Destes sobressai a reforma política, sendo resgatado até mesmo a convocação de consulta plebiscitária. O mesmo acontece com o Congresso Nacional, onde projetos que tramitavam a passo de tartaruga ganharam a agilidade de coelhos e vêm sendo aprovados ao ritmo tic-tac das ruas. O Supremo Tribunal Federal também não se faz de morto e já foi expedito em mandar prender o deputado federal de Rondônia Natan Donadon, por corrupção.

Por enquanto, dois gritos ainda não tomaram forma de gritos unânimes por mudanças: a regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) e a regulamentação que trata da democratização dos meios de comunicação.

Longe de ser “mais um” imposto, o IGF poderia estipular parâmetros visando excluir com robusta folga as classes média e média alta, como também um conjunto de famílias que podem ser consideradas ricas, mas não milionárias. A regulamentação do IGF pode definir com clareza cristalina que sua incidência atinja tão somente aqueles que apresentam grandes fortunas, estimados em cerca de 10 mil famílias e, principalmente, dentro desse universo de contribuintes, as cinco mil famílias que teriam um patrimônio equivalente a 40% do PIB.

A colocação da tributação da riqueza novamente na agenda política nacional reflete a tomada de consciência gradativa de que as iniquidades geradas pela adoção de políticas que glorificam o Deus-Mercado, acentuadamente de extrações neoliberais, nas últimas décadas, agora se defrontam com o clamor crescente das ruas.

A cobrança de imposto sobre grandes fortunas, prevista no artigo 153 da Constituição de 1988 e nunca regulamentada, voltou ao debate nacional após as manifestações de rua exigindo melhorias na qualidade de vida da população.

É uma demanda antiga. E nunca conseguiu eficácia por sempre esbarrar nos velhos corporativismos:

- A classe política não tem interesse em regulamentar porque, quando não alcançaria boa parte da riqueza dos senhores parlamentares e chefes dos executivos estaduais e municipais,

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abocanharia parte dos rendimentos dos empresários que em grande medida financiam as campanhas políticas no país ao longo de sua história. Constatação: os titulares de grandes fortunas, se não estão investidos de poder, possuem inegável influência sobre os que exercem.

- Os meios de comunicação, dentre estes, aqueles com maior audiência televisiva e maior número de tiragem impressa – revistas e jornais – nunca demonstraram permeabilidade ao reclame da sociedade por uma singela motivação – qual seja, dado o grau de extrema concentração da propriedade dos veículos de comunicação (canais de tevê, canais de tevê a cabo, revistas semanais, jornais diários, emissoras de rádio, e portais na Internet), eles próprios integrariam um público-alvo de 907 indivíduos e empresas que detêm patrimônio igual ou superior a R$ 150.000.000,00 e, além de levar a própria carne ao corte, iria contrariar frontalmente interesses de suas principais fontes de receita publicitária, o cobiçado mercado publicitário, que inclui conglomerados financeiros, grupos econômicos transnacionais diversos. indústria da construção civil, agronegócio, segmento automotivo;

- Os principais nós a serem desatados tem a ver com a definição para “grande fortuna”, a base de cálculo e a alíquota por faixa de riqueza patrimonial.

É fato que se trata de um imposto de grande impacto para a realização de justiça social no Brasil, pois sua existência e regulação possibilita a redistribuição de renda em favor dos segmentos da população mais vulneráveis social e economicamente.

A própria inclusão deste artigo em nossa Constituição Cidadã de 1988 está colocada de forma cristalina e assertiva nos Atos e Disposições Constitucionais Transitórias que, em seu art. 80, inciso III, estipula:

“Art. 80. Compõem o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza:

[...] III – o produto da arrecadação do imposto de que trata o Art. 153, inciso VII, da Constituição”.

A discussão e também a adoção do Imposto sobre Grandes Fortunas não é nossa primazia nem possui o ineditismo da nossa jabuticaba. Com o chamado Éden do capitalismo mundial em crise acentuada, o fato é que a tributação sobre grandes fortunas voltou à agenda de discussão dos povos de que nunca o adotaram, como os EUA, ou em países que o revogaram e agora discutem sua reintrodução, como a Alemanha.

Existe em alguns países, como os Estados Unidos e alguns países europeus. No exterior, tem sido comum que este IGF passa a ser exigido apenas sobre os ganhos auferidos no ano, enquanto que no Brasil todos os debates apontam para a necessidade de se regulamentar o IGF de forma a que este incidiria sobre a totalidade do patrimônio dos indivíduos.

A fragilidade argumentativa dos que se opõem ao IGF é gritante:

- a sonegação fiscal no Brasil seria incentivada, ao fazer com que contribuintes não declarassem seu patrimônio por receio do imposto;

- seria uma forma de o governo criar mais um imposto, diminuindo o patrimônio dos contribuintes, sem garantias que o dinheiro seria usado diretamente na saúde (como a CPMF também não era integralmente aplicada na saúde);

- seria injusto optar por incidir sobre a totalidade do patrimônio já acumulado, algo que atingiria indivíduos que já haviam pagado todos os impostos para sua acumulação.

A contra-argumentação parece-nos sólida, robusta. E madura. Se não, vejamos:

- sonegadores contumazes existirão sempre, assim como existem os sonegadores habituais do Imposto de Renda, portanto, com a criação do IGF neste momento, a Receita Federal detêm todos os meios necessários para acessar dados e cifras do patrimônio real de cada brasileiro, de forma estabilizada, mas ainda assim, parece-nos óbvio que os donos de grandes fortunas a serem tributados – e que viessem a sonegar o pagamento do IGF – há muito vêm sonegando também o Imposto de Renda; portanto, a existência ou não do IGF teria impacto nulo no aspecto sonegação fiscal;

- inferir que a existência de um imposto – qualquer que seja – tenha relação direta com sua correta aplicação é não mais que diversionismo tosco e instrumentos de fiscalização precisam

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ser aprimorados – ou criados – para assegurar a aplicação dos recursos de acordo com o que prevê o texto constitucional; no caso do IGF seriam aplicados para fortalecer políticas públicas de erradicação da pobreza.

- não seria injusto, sob quaisquer aspectos, que o IGF incida sobre o patrimônio acumulado do indivíduo e não sobre os ganhos anuais destes, porque é até do conhecimento vegetal a falta de lisura, a corrupção e o mau uso do próprio poder econômico visando auferir e acumular ao longo do tempo tanto ganhos de capital quanto ganhos patrimoniais.

Economistas e tributaristas informam que caso seja criado esse imposto o país terá aporte adicional de, pelo menos, R$ 14 bilhões, dinheirama que poderia ser facilmente direcionado para a saúde. E recursos que viriam, em grande parte, de apenas 907 contribuintes com patrimônio superior a R$150 milhões.

Resta saber se a imprensa que tanto se diz alinhada na missão de amplificar o grito das ruas, estádios, avenidas, praças e também das redes sociais, estaria disposta a encampar em sua seletiva agenda noticiosa a criação do IGF, assim como fez com a demanda por uma reforma política e o arquivamento da PEC 37/2013.

Caso nossos principais defensores da liberdade de expressão, guardiães autonomeados da liberdade de imprensa, optem por uma sintonia realmente fina com os anseios populares, logo nos habituaremos a ver a regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas nas capas da revista Veja, carro-chefe do conservadorismo; matérias alentadas na revista Época; editoriais inflamados nos jornais O Globo, Folha de S.Paulo e o Estado de São Paulo. E também, não ficaremos surpresos se ao mudarmos de canal de tevê em uma tarde de domingo qualquer nos depararmos com a voz rouqenha e os olhos esbugalhados do global Faustão clamando pela imediata existência do Imposto Robin Hood. E daí será um passo para ouvirmos os sermões em forma de vitupérios e sandices do Arnaldo Jabor, além das habituais gracinhas cínicas do Jô Soares.

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ANEXO 4

GRÁFICOS

A curva de Laffer é uma representação teórica da relação entre o valor arrecadado

com um imposto às diferentes taxas. É usada para ilustrar o conceito de "elasticidade da

receita taxável".

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Curva_de_Laffer

.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. LOBO TORRES, Ricardo; CURSO DE DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO; 19a Edição - Ed. RENOVAR.

2. CARNELUTTI, Francesco; COMO NASCE O DIREITO; 5a Edição - Ed.

Líder.

3. BOBBIO, Norberto; DIREITO E PODER; Editora UNESP 4. von Ihering, Rudolf; A Finalidade do Direito; BOOKSELLER / BR.

5. HUME, David TRATADO DA NATUREZA HUMANA; Editora UNESP 6. REALE, Miguel; TEORIA DO DIREITO E DO ESTADO; 5a Ed.; Saraiva,

2000.

7. DINIZ, Pedro; ICMS DO RIO DE JANEIRO COMENTADO; 3a Ed.;

Editora Ferreira.

8. OLIVEIRA , José Jayme de Macêdo; ICMS / RJ - REGULAMENTO

ANOTADO; 2a ed.; Editora Forense.

9. VASCONCELLOS, Marco Antonio S. e GARCIA, Manuel E.; FUNDAMENTOS DE ECONOMIA; Editora Saraiva

10. BOLZAN, Marcello; MACROECONOMIA; EDITORA FERREIRA.

11. PRADO, Geraldo; Sistema Acusatório (...) ed. Lumen Iuris.

12. www.vezdomestre.com.br - TEORIAS DIALÓGICAS (FLÁVIA

MARTINS; JOSÉ RIBAS E OUTRO.).

13. www.vezdomestre.com.br - MÍNIMO EXISTENCIAL (CLÁUDIA

GURGEL)

14. www.vezdomestre.com.br ; JUSTIÇA FISCAL E IGUALDADE

TRIBUTÁRIA (HUMBERTO EUSTÁQUIO CÉSSAR MOTA FILHO)

15. www.vezdomestre.com.br; DIREITO E DEMOCRACIA ( HUMBERTO

EUSTÁQUIO CÉSAR MOTA FILHO)

16. www.unicarioca.edu.br; INTRODUÇÃO A ECONOMIA (MAURO

CASTELLO BRANCO)

17. http://www.youtube.com/watch?v=_lkCbmysoqc ; às 22:00 em

20/10/2013

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BIBLIOGRAFIA CITADA

1. BOBBIO, Norberto; DIREITO E PODER; Editora UNESP 2. CARNELUTTI, Francesco; COMO NASCE O DIREITO; 5a Edição - Ed. Líder. 3. DINIZ, Pedro; ICMS DO RIO DE JANEIRO COMENTADO; 3a

Ed.; Editora Ferreira.

4. von Ihering, Rudolf; A Finalidade do Direito; BOOKSELLER / BR.

5. HUME, David TRATADO DA NATUREZA HUMANA; Editora

UNESP

6. LOBO TORRES, Ricardo; CURSO DE DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO; 19a Edição - Ed. RENOVAR. 7. MACHADO, Hugo de Brito; Curso de Direito Tributário;34a Edição; Ed. Malheiros; 2013 8. OLIVEIRA , José Jayme de Macêdo; ICMS / RJ -

REGULAMENTO ANOTADO; 2a ed.; Editora Forense.

9. REALE, Miguel; TEORIA DO DIREITO E DO ESTADO; 5a Ed.;

Saraiva, 2000.

1. www.vezdomestre.com.br - TEORIAS DIALÓGICAS (FLÁVIA MARTINS;

JOSÉ RIBAS E OUTRO.).

2. www.vezdomestre.com.br - MÍNIMO EXISTENCIAL (CLÁUDIA GURGEL)

3. www.vezdomestre.com.br ; JUSTIÇA FISCAL E IGUALDADE

TRIBUTÁRIA (HUMBERTO EUSTÁQUIO CÉSSAR MOTA FILHO)

4. www.vezdomestre.com.br; DIREITO E DEMOCRACIA ( HUMBERTO

EUSTÁQUIO CÉSAR MOTA FILHO)

5. www.unicarioca.edu.br; INTRODUÇÃO A ECONOMIA (MAURO

CASTELLO BRANCO)

6. http://www.youtube.com/watch?v=_lkCbmysoqc ; às 22:00 em 20/10/2013

ÍNDICE

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CAPA 1

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAP. I - ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO 13 CAPÍTULO II - O VALOR ATUARIAL DA NORMA 29

CAP. III - TRIBUTAÇÃO DE GRANDES FORTUNAS 49

CONCLUSÃO 60

ANEXOS 82

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 92

BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 93

ÍNDICE 94

FOLHA DE AVALIAÇÃO 95

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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