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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A FALTA DE CAPACITAÇÃO DO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR PARA ATUAR COM ALUNOS ESPECIAIS NO PROCESSO DE INCLUSÃO
Por: Ana Paula da Silva
Orientador
Prof. Mônica Ferreira de Melo
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A FALTA DE CAPACITAÇÃO DO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR PARA ATUAR COM ALUNOS ESPECIAIS NO PROCESSO DE INCLUSÃO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do grau
de especialista em Docência no Ensino Superior.
Por: Ana Paula da Silva
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AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a um ser supremo dotado de uma inteligência sem igual chamado Deus , sem não chegaria a lugar algum. Segundo a minha família , pela compreensão e apoio. E a todos que contribuíram direto ou indiretamente para que esse trabalho pudesse ter sido finalizado no tempo certo.
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DEDICATÓRIA
Esta obra é dedicada a todos que
contribuíram para conclusão deste trabalho
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RESUMO
O presente estudo buscou averiguar a questão da formação de
professor quanto a sua capacitação para trabalhar com alunos que possuem
algum tipo de dificuldade. Buscamos através da história da educação brasileira
conhecer o contexto político, econômico, social em que se deu a educação
inclusão.Neste sentido, buscamos analisar documentos que versam sobre o
assunto, tais como: Declaração de Salamanca, Lei de Diretrizes e Bases - LDB
9394/96 e Decretos. Considerando, portanto, que a formação do professor se
coloca como um dos fatores primordiais para que a educação inclusiva seja uma
realidade em nosso país, indagamos como esta está sendo realizada e o que as
universidades têm feito para pôr em prática a política da inclusão.
Palavras-chave: professor , capacitação e inclusão
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METODOLOGIA
Para a realização do presente trabalho foi utilizado a pesquisa
bibliográfica. Para as citações foi realizado um estudo de autores de renome,
como Pedro Demo e Antônio Nóvoa, já publicados e de grande conhecimento na
área da educação. O estudo desses autores foram ao encontro com as ideias
expostas, e assim tornou o trabalho mais completo.
Para o enriquecimento ainda maior, foi consultado também outros
autores, como MANTOAN , alguns menos conhecidos , mas que possuem uma
visão bem ampla sobre o assunto tratado, os quais nos capacitou para falarmos
sobre o tema de uma maneira intima e segura.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 8
CAPÍTULO I- A EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL .................................... 10
CAPÍTULO II- A FORMAÇÃO DE PROFESSOR ............................................. 19
CAPÍTULO III – O PROCESSO DE INCLUSÃO .............................................. 27
CONCLUSÃO ................................................................................................... 37
BIBLIOGRAFIA CITADA .................................................................................. 39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................... 41
ÍNDICE ............................................................................................................. 42
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INTRODUÇÃO
A questão da formação de professores para atuar na educação
inclusiva, tem sido hoje, um dos grandes desafios do Instituto de Educação
Superior. Sendo ela, a universidade, um dos espaços sociais mais importantes
para a produção de conhecimento e desenvolvimento do pensamento crítico,
presumimos que esta não deve se omitir diante desta nova visão de justiça social
e igualdade de direitos, a inclusão educacional.
No entanto, este é um assunto que ainda gera muitas discussões
quanto, às ações que precisam ser tomadas e reconstruções de prática
educativas, para que o processo de inclusão possa avançar, a fim de atenderem
às necessidades educacionais especiais de todos os alunos. Não podemos deixar
de considerar que um dos maiores agravantes citados para a educação inclusiva,
é o despreparo dos professores. E isso pode ser visto em todas os segmentos da
educação, principalmente no ensino superior.
Faz-se urgente uma formação de docente que propicie a inclusão, em
que profissionais reflita sobre a sua área de atuação, suas reais necessidades e
quais os métodos que deverão utilizar para que a segregação seja, de um vez ,
extirpada. O futuro professor precisa ter uma postura comprometida com as
questões sócias, políticas e culturais da sociedade em que está inserido.
O professor que a atualidade procura é aquele que tem seu olhar
voltado para a atual necessidade educativa e busca, para isso, subsídios para que
sua atuação seja eficiente, na mesma medida em que sua formação se dá de uma
forma permanente.
Contudo, ainda são poucos os cursos com ênfase em educação
especial que promovem de fato, disciplinas ou conteúdos voltados para a
educação de pessoas com deficiência. Desta maneira, podemos inferir que a
formação de professores proposta hoje pela política educacional brasileira não
possibilita a superação da exclusão.
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Sendo assim, asilar a diversidade de indivíduos, e somando a isso,
contar com docentes preparados para atender a população especial, com certeza
esse é um eminente desafio para a nova escola inclusiva. Portanto, incluir
demanda reflexa na busca de novos caminhos e métodos além de repensar a
práxis que fundamenta o processo ensino-aprendizagem.
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CAPÍTULO I
A EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL
Para entender e discutir a Educação Superior no Brasil , precisamos em
primeiro lugar conhecer o cenário e o contexto histórico em que ela surgiu. Ou
seja, devemos analisá-la desde o momento do seu surgimento até a realidade
atual em que se encontra.
O Brasil faz parte da América do Sul. Esse continente é composto por
mais 11 países : Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Chile, Colômbia,
Equador, Venezuela, Guiana, e Suriname. E têm sua população formada por uma
miscigenação de raças. São paises que possuem elevadíssimos índices de
pobreza.
Podemos afirmar , sem sombra de dúvidas, que um dos maiores
problemas que a América Latina defronta é a questão da desigualdade social. E
que é marcada pela exclusão social.
Segundo o Coeficiente da Gini, uma medida de desigualdade
desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini, o Brasil é um dos países que
têm mais desigualdades no mundo, perdendo apenas para a África do Sul, que
apresenta os maiores índices de desigualdades sociais. Vemos com isso o Brasil
social apartar-se do Brasil econômico.
Podemos falar, então, em dois “Brasis”. O país dos ricos , onde as
pessoas têm acesso a tudo o que o dinheiro pode lhes proporcionar, como melhor
educação, alimentação, moradia,etc. E o país dos pobres ,onde conseguir comida,
educação e moradia é muito difícil. São os que vivem à margem da sociedade.
Diante disso, não podemos negar que o desenvolvimento de um país
está relacionado com seu investimento em educação. Nesse aspecto, o Brasil
ainda deixa muito a desejar. Apesar de alguns progressos, segundo dados
divulgados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco, em inglês), o Brasil ainda é considerado como o país com o
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maior número de analfabetos na América Latina. Segundo, o Instituto de Pesquisa
Econômica e Aplicada (Ipea) , a situação é ainda pior na região do Nordeste.
Dados do Instituto revela que a população nordestina é a que menos tempo fica
na escola.
Devemos, portanto, nos lembrar que essa análise e feita em cima de
um grupo que chamamos de analfabetos absolutos. Ou seja , sem qualquer
habilidade de leitura ou escrita. Não podemos nos esquecer que nas pesquisas
não estão inclusos os analfabetos funcionais, que, segundo a definição da
UNESCO, são “
“pessoas que sabem escrever seu próprio nome, assim como lê e
escreve frases simples, efetua cálculos básicos, porém é incapaz
de interpretar o que lê e de usar a leitura e a escrita em atividades
cotidianas, impossibilitando seu desenvolvimento pessoal e
profissional”.(site:planetaeducaçao.com.br, acessado em
10/04/2012)
No Brasil são considerados analfabetos funcionais pessoas com mais de
20 anos que não completaram quatro anos de estudo formal.
Temos aqui, portanto, uma questão inevitável: é preciso investir mais
para melhorar a aprendizagem. Para tanto, o governo deve melhorar a distribuição
de renda e priorizar a qualidade da educação que, conforme diz a Constituição
Federal em seu artigo 6º na primeira linha , são direitos sociais.
Dessa forma, valorizar a educação é acreditar em um futuro mais digno
e melhor. Sobre isso Demo(1996) se aprofunda ainda mais:
“Educação não é só ensinar, instruir, treinar, domesticar, é,
sobretudo formar a autonomia do sujeito histórico competente,
uma vez que, o educando não é o objetivo de ensino, mas sim
sujeito do processo, parceiro de trabalho, trabalho este entre
individualidade e solidariedade”. (p .16)
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1.1 –Como surgiu a primeira Universidade
Durante mais de 200 anos, de 1549 a 1759, os padres da Companhia de
Jesus, criada por Inácio de Loiola, foram os únicos educadores no Brasil,
motivados pelo sentimento religioso da propagação da fé cristã. Fundaram várias
escolas, algumas até com modalidades de estudo equivalentes a educação
superior, mas a principal prioridades dos padres foi a escola secundária. A falta de
interesse com a escola se devia ao fato de ser uma colônia rural em que se
dependia apenas da força braçal.
A educação jesuíta preponderou no Brasil até o ano de 1759, quando
Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal
de 1750 a 1777, expulsou todos os padres da Companhia de Jesus de Portugal e
de suas colônias. A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura
histórica num processo já estabelecido e consolidado como modelo educacional.
O sistema criado pelos jesuítas foi ,praticamente, reduzido ao nada.
Enquanto as escolas dos jesuítas tinham objetivos de servir a fé cristã,
Marquês de Pombal, com suas aulas, tinha o interesse de servir o Estados.
Através do alvará de 28 de junho de 1759, Pombal criava as aulas régias, aulas
avulsas de Latim, Grego e Retórica. As aulas eram autônomas e isoladas. Sobre
isso, assim discorreu Nelson Piletti (1997), em seu livro História da Educação no
Brasil:
Não havia currículo, no sentido de um conjunto de estudos
ordenados e hierarquizados, nem a duração prefixada se
condicionava ao desenvolvimento de qualquer matéria. O aluno
se matriculava em tantas aulas quantas fossem as disciplinas
que desejasse. Para agravar este quadro, os professores eram
geralmente de baixo nível, porque improvisados e mal pagos,em
contraste com o magistério dos jesuítas,cujo preparo chegava ao
requinte.( p. 36/37).
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A situação só começou a mudar quando, em janeiro 1808, Portugal foi
invadido por Napoleão. Sem condições de enfrentar os franceses, D.João, resolve
fugir para sua colônia mais importante, o Brasil. E consigo trouxeram todas as
suas riquezas. Deixando para trás um país pobre e abandonado.
Mesmo com muitos contratempos, as conseqüências da vinda da família
real portuguesa para o Brasil foram positivas e culminaram com o processo de
Independência do país.
A parte cultural não ficou de lado e obteve um enorme avanço. Foram
criadas as primeiras Escolas Superiores como a Academia Real Militar, a
Academia da Marinha, a Escola de Comércio, a Escola Real de Ciências, Artes e
Ofícios, a Academia de belas-artes , os cursos de Anatomia e de Cirurgia na
Escola de Medicina no Rio de Janeiro. E também os cursos de Cirurgia e a
cadeira de Economia na Bahia. Foram fundados o Museu Nacional, a Imprensa
Régia, o Observatório Astronômico e a Biblioteca Real, cujo acervo era composto
por muitos livros e documentos trazidos de Portugal. Também foi inaugurado o
Real Teatro de São João e o Jardim Botânico.
Em seguida foram criados vários cursos e escolas profissionais no Rio
de Janeiro e na Bahia, dentre eles: os cursos de Medicina, ampliados em 1813; o
curso de Agricultura, em 1812 na Bahia e em 1814 no Rio de Janeiro; o de
Química, em 1812 no Rio e 1817 na Bahia; o de Desenho Industrial, na Bahia em
1818. Foram criados também, em 1827, os Cursos de Ciências Jurídicas em
Olinda e em São Paulo.
Apesar de muito importante, a educação trazida por D. João teve o
objetivo de atender as necessidades da corte portuguesa no Brasil. Podemos
dizer, então, que o estudo tornou-se, nesse período, elitista, já que só atendia aos
filhos da aristocracia colonial, que não podiam mais estudar na Europa, devido ao
bloqueio de Napoleão.
A partir da Proclamação da Independência, ainda no século XIX, há um
crescimento de escolas superiores no país, mas sempre voltadas para a formação
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profissional. Nessa época existiram projetos para criar a Universidade de Pedro II
e a do Visconde de Goiânia, mas nenhum foi para frente.
A palavra "universidade" vem do latim universitas, que significa,
originalmente, "associação", que ,nas palavras Wanderley(1988), em O que é
Universidade:
“ universidade é um lugar - mas não só ela - privilegiado para
conhecer a cultura universal e as várias ciências, para criar e
divulgar o saber, mas deve buscar uma identidade própria e uma
adequação à realidade nacional".( p. 15)
No ano de 1912 surge, no Estado do Paraná , a primeira universidade,
todavia, só durou três anos. Somente em 1920 surge a UFRJ, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, antes apenas Universidade do Rio de Janeiro. Em 7 de
setembro de 1920, por meio do Decreto nº 14.343, o presidente Epitácio Pessoa
oficializa a Universidade do Rio de Janeiro. Através da iniciativa de Francisco
Mendes Pimentel, surgia em 1927, a Universidade de Minas Gerais. Em 1935,
pelo então Secretário da Educação, Anísio Teixeira, foi criada Universidade do
Distrito Federal.
Entre as décadas 1950 a 1970 foram criadas, pelo menos uma em cada
Estado, as universidades federais, estaduais, municipais e particulares. A
descentralização do ensino superior foi a vertente seguida na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, em vigor a partir de 1961. A partir daí, em todo
território nacional , somava-se 46 universidades públicas e privadas.
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1.2 – A Reforma Universitária
A qualidade da educação hoje no Brasil é tema que gera muitas
discussões. Na década de 60, mais precisamente no ano de 1968, após anos de
instabilidade, discussões e diversas reivindicações do movimento estudantil,
acontece a primeira reforma do ensino superior no Brasil. Lei nº. 5.540/68, “Lei da
Reforma Universitária” promulgada em 28 de novembro de 1968. A nova lei foi
baseada nos estudos do Relatório Rudolph Atcon e no Relatório Meira Matos.
As discussões, com base na nova lei, girava em torno dos seguintes
temas: a autonomia universitária, institutos centrais, desenvolvimento da pesquisa
na universidade, indissociabilidade entre ensino e pesquisa, os ciclos básico e
profissional, o tempo integral e a instituição da carreira do magistério.
A reforma acaba com a cátedra, unifica o vestibular passando a ser
classificatório, aglutina as faculdades em universidade, visando uma maior
produtividade com a concentração de recursos, cria o sistema de créditos,
permitindo a matrícula por disciplina.
A Reforma também possibilitou a profissionalização dos docentes e
criou as condições favoráveis para o desenvolvimento tanto da pós-graduação
como das atividades científicas no país.
Em síntese, podemos dizer que a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da
Educação - n° 5.540/68, foi na verdade, fruto da vontade dos militares e das
discussões que se realizavam sobre o modelo de universidade a ser adotado no
país.
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1.3 - A educação superior no século XXI
No ano 1988 acontecia no Congresso Nacional o processo de
tramitação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
Tratava-se então do projeto apresentado pelo Deputado Federal Otávio Elízio
(PSDB/MG); o relator era Jorge Hage (PDT/BA). O texto seria aprovado na
Câmara dos Deputados em 13 de setembro de 1993, depois de receber 1.263
emendas. O projeto original, modificado em longas negociações na correlação das
forças políticas e populares, ia para a avaliação do Senado reduzido, contendo
298 artigos. O relator no Senado Federal, Cid Sabóia (PMDB/CE), dá seu parecer
e a Comissão de Educação do Senado aprova o então Projeto de Lei 101/93 no
dia 20 de novembro de 1994. Um dado novo atropela o processo: o senador Darcy
Ribeiro apresenta um substitutivo do projeto, alegando inconstitucionalidade de
vários artigos. Por requerimento do senador Beni Veras (PSDB/CE), o PL 101/93 -
que já estava no Plenário do Senado - é retirado. O Presidente do Senado, José
Sarney, decide retomar a tramitação dos três projetos: o antigo PL 101/93 da
Câmara, o parecer de Cid Sabóia aprovado pela Comissão de Educação e o
substitutivo Darcy Ribeiro. Este último é designado para atuar como relator. Ao
apreciar as emendas do PL 101/93, Ribeiro notoriamente toma como referência
seu próprio projeto e as suas concepções de Educação. Contando com uma
espécie de consenso entre os senadores, o substitutivo Darcy Ribeiro, que contém
apenas 91 artigos, é colocado em evidência, considerado mais enxuto e não
detalhista. Quanto a essa decisão TAVARES (2004) afirma que:
“A elaboração, pelo Estado, da LDB, nº. 9.394/96 compreende
tanto a participação da sociedade política, através dos Poderes
Executivo (representado pelo MEC e pelo MTE) e Legislativo
(representado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal), quanto a participação da sociedade civil organizada
(representada por membros das escolas, universidades,
sindicatos, entre outros). Todavia, as decisões mais importantes,
em sua maioria, obteve uma participação muito mais restrita
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destes últimos, tendo em vista o atropelamento das discussões
que vinham sendo feitas por amplos setores da sociedade civil
desde 1988, pela apresentação e aprovação do Substitutivo Darcy
Ribeiro, em 1996” (p.38).
No dia 14 de fevereiro de 1996 é aprovado no plenário do Senado o
Parecer nº 30/96, de Darcy Ribeiro. A reforma da LDB levou oito anos de
tramitação no Congresso Nacional e, finalmente, em 20 de dezembro de 1996,
publicada no Diário Oficial em 23 de dezembro de 1996, ganhou o número 9394 e
foi sancionada e promulgada.
A nova lei trouxe consigo muitas mudanças em relação à lei anterior. No
que diz respeito ao ensino superior foram feitas inovações na forma de
avaliação.Uma delas o fim da obrigatoriedade do exame vestibular como forma
única de acesso aos cursos de graduação, mesmo assim esse continua sendo
mecanismo mais adotado. Todavia essa flexibilidade propiciou a expansão de
experiências de processo seriado de avaliação, adotado em várias universidades,
bem como a criação, em 1998, do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de
seu caráter voluntário.
Outra inovação no ensino superior foi a que , o MEC pode, mediante
análise dos resultados da avaliação, descredenciar cursos, intervir na instituição,
suspender temporariamente a autonomia, rebaixá-la ,ou até mesmo descredenciá-
la. Passa a ser solicitado, além disso, o recredenciamento das universidades a
cada cinco anos.
Para ser credenciada como universidade, a instituição deve ter no
mínimo um terço de seus professores com títulos de mestre ou doutor . As
universidades atuais terão oito anos para se adaptar a essa regra.
Na realidade o que diz respeito à educação superior, por conta de
alguns interesses, a LDB pouco pôde ser alterada. Ela manteve, pr exemplo, por
determinação constitucional, o modelo universitário humboldtiano, que associa
ensino e pesquisa – com o acréscimo da extensão.
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Contudo, sabemos que a LDB ainda, em pleno século XXI, deixa muito à
desejar no requisito qualidade na educação.Como bem declarou Demo em “ A
Nova LDB: ranços e avanços” (2001, p.67): “A nova LDB, na verdade, não é
inovadora, em termo do que seriam os desafios da educação”.
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CAPÍTULO II
A FORMAÇÃO DE PROFESOR
Não podemos falar em qualidade de ensino, sem falar da formação de
professor. Há alguns anos atrás, acreditava-se que, quando terminada a
graduação, o professor estaria apto para lecionar o resto da sua vida.
Hoje a realidade é outra. Mais do que qualquer outro profissional, o
professor é cobrado por todos os lados para que se mantenha atualizado e
conectado com o mundo afora, haja vista sua relação com o conhecimento. Sobre
os papéis e obrigações que os professores enfrentam NÓVOA (1995) salienta:
A situação dos professores perante a mudança social é comparável
à de um grupo de actores, vestidos com traje de determinada
época, a que sem prévio aviso se muda o cenário, em metade do
palco, desenrolando um novo pano de fundo, no cenário anterior.
Uma nova encenação pós-moderna, colorida e fluorescente, oculta
a anterior, clássica e severa. A primeira reação dos actores seria a
surpresa. Depois tensão e desconserto, com um forte sentimento de
agressividade, desejando acabar com o trabalho para procurar os
responsáveis, a fim de, pelo menos, obter uma explicação. Que
fazer?Continuar a recitar os versos, arrastando largas roupagens,
em metade de um cenário pós-moderno, cheios de luzes
intermitentes? Parar o espetáculo e abandonar o trabalho? Pedir ao
publico que deixe de rir para que ouçam os versos? O problema
reside em que, independentemente de quem provocou a mudança,
são os actores que dão a cara. São eles portanto, quem terão de
encontrar uma saída airosa, ainda que não vejam os responsáveis.
As reações perante esta situação seriam muito variadas: mas, em
qualquer caso, a palavra mal estar poderia resumir os sentimentos
deste grupo de actores perante uma série de circunstâncias
imprevistas que os obrigam a fazer um papel ridículo. (p.97)
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Na área da educação, principalmente, não existe mais espaço para o
profissional que pensa ser o “dono do conhecimento” só porque é professor.
Para uma profissão que hoje se encontra socialmente desvalorizada,
manter-se atualizado e desenvolver práticas pedagógicas eficientes, são os
principais desafios para o profissional docente. Por conta disso muitos
profissionais se acomodaram. Contudo , por conta da educação continuada , hoje
eles se veem obrigados a se envolverem num conjunto de obrigações
educacionais, como re-aquisição de competências e aumento de certificados, para
se manterem em seus empregos.
A formação continuada não tem que ser um fardo para o docente. A
aprendizagem ao longo da vida deve ser encarada como uma necessidade
pessoal e não como algo que venha lhe trazer constrangimento. A respeito disso
Nóvoa ( 2009) citou:
“Recordo Bertrand Schwartz (1967), em texto escrito há mais de
quarenta anos: a Educação Permanente começou por ser um direito
pelo qual se bateram gerações de educadores, transformou-se
depois numa necessidade e agora é vista como uma obrigação”.(
p.32)
Enfim, a busca por mais conhecimento deve ser sentida pelo docente ,
no momento em que o mesmo faz uma reflexão do que como tem sido a sua
teoria/ prática, na medida em que estas já estão arcaica e sem resultados. A partir
desse ponto senti-se a vontade de buscar o novo, ou seja, atualizar-se. Com isso
faz-se necessário, então, que os professores reconheçam seus potenciais e que
continuem a aprimorar a sua formação, analisando e refletindo sobre as suas
maneiras de aprender e ensinar.
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2.1- Profissão: Professor
Antes de ser uma profissão, ser professor é uma escolha. È ser um
eterno estudante. É ser antes de tudo um sujeito integrado com o mundo e
sabedor de seu papel social.
Aqui no Brasil, professor é o profissional que ministra aulas todos os
níveis educacionais, a saber: Educação infantil, Educação fundamental, Ensino
médio e superior, além do Ensino profissionalizante e técnico. Em outros países,
por exemplo, o termo muda.
Em Portugal na carreira acadêmica, a progressão é Professor Auxiliar,
Professor Associado e Professor Catedrático que é o nível mais alto na
Universidade. Já na França e na Alemanha, receber o título de professor requer
muito esforço e é reservado, nas universidades, apenas a docentes seniores. O
candidato tem que passar também pelo processo de habilitação, que
normalmente exige a submissão de uma segunda tese (monográfica ou
cumulativa) e uma aula pública ministrada perante uma banca de especialistas.
Em geral, são necessários vários anos de experiência profissional ou
acadêmica após a conclusão do doutoramento para que um indivíduo se qualifique
a obter uma Habilitação.
O que sabemos é que , seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo ,
ser professor é tarefa árdua e difícil demais e ao mesmo tempo é a profissão mais
necessária. No passado via-se o professor como modelo de virtude. E a cada dia
exigi - se que o professor seja um transformador de comportamento e atitudes
dos mais diversos tipos de aluno.
Contudo ,não devemos ignorar os papéis dessa relação moral e ética,
professor-aluno, em que o primeiro tenha consciência de seu inevitável poder. O
professor precisa assumir- se como agente dessa ação, precisa buscar
conhecimentos em fontes ricas , não esquecendo de que ele usufrui de uma
autoridade que precisa ser exercida e reconhecida. Nos dias atuais o professor
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que é visto como leigo se vê discriminado e excluído pelo sistema. Sobre essa
posição NÓVOA (1995) enfatiza que:
... há uma política aparentemente contraditória de desvalorização
sistemática do estatuto da profissão docente e, simultaneamente,
de dignificação da imagem social do professor. A compreensão
deste paradoxo obriga a um duplo raciocínio. Por um lado, o Estado
exerce um controle autoritário dos professores, inviabilizando
qualquer veleidade de autonomia profissional: a degradação do
estatuto e do nível científico insere-se nesta estratégia de imposição
de um perfil baixo da profissão docente. Por outro lado, o
investimento missionário (e ideológico) obriga o Estado a criar as
condições de dignidade social que salvaguardem a imagem de
prestígio dos professores, nomeadamente junto às
populações.(p.18)
O maior desafio hoje nos cursos de formação de professor esta na
tentativa de construção de um profissional mais completo em todos os níveis.
Sobre essa busca por uma qualificação a Lei nº 9.394/96 no Art. 63 dispõe:
Art. 63 – Os institutos superiores manterão:
II – programas de formação pedagógica para portadores de
diplomas de educação superior que queiram se dedicar à educação
básica;
III – programas de educação continuada para os profissionais de
educação dos diversos níveis. (www.portal.mec.org.br/ acessado
em 23/05/2012)
As instituições superiores têm preparado docentes para algo idealizado,
onde as metodologias são sempre possíveis e positivas. O processo de
aprendizagem dá-se sempre de forma linear e inteligente, todas os campos
possuem boas instalações e uma informatização de ponta. Prepara-se para uma
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escola ideal, mas muito longe do “mundo real” onde quase nunca as condições
mais básicas para a ação educativa estão presentes. A formação do professor se
faz, ainda hoje, em pleno século XXI, com base em estudos e modelos do
passado.
Uma adequada formação do professor é de fundamental importância
para o exercício de sua prática, pela postura que irá adotar no encaminhamento
de suas ações. Nos últimos anos, essa formação tem passado por uma revisão
crítica , uma vez que muito se tem questionado sobre o papel da educação na
sociedade e a falta de clareza sobre a função do educador. O que se tem visto é
muito mais a exigência de títulos do que uma preocupação com a didática, onde
não basta apenas saber é necessário saber fazer. Quanto a isso até mesmo a
nossa LDB nº 9.394/96 é omissa:
Art. 66 – A preparação para o exercício do magistério superior far-
se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de
mestrado e doutorado.
Parágrafo Único – O notório saber, reconhecido por universidade
com curso de doutorado em área afim, poderá suprir a exigência de
título acadêmico. ((www.portal.mec.org.br/ acessado em
23/05/2012)
É necessário repensar nossa prática educativa. Importa que o professor
assuma-se como sujeito da produção do saber e saiba que ensinar não é transferir
conhecimentos, mas criar possibilidades para a sua construção. Portanto, formar e
ser professor, é uma relação de comunhão, aceitação de valores iminentes a cada
sujeito de aprendizagem envolvido nesse processo. A formação teórica e prática
do professor, poderá contribuir para melhorar a qualidade do ensino, visto que,
são as transformações sociais é que irão gerar transformações no ensino.Para
tanto é necessário a adoção de uma postura mais realista e inovadora.
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O trabalho docente e a formação de professores estão interligados, já
que o sucesso do trabalho depende de uma boa formação e de um saber bem
elaborado que corresponda às exigências e as expectativas da sociedade.
O modelo educacional de formação de professores vigente hoje no país
tem se mostrado, na prática, ainda bastante deficitário e que sua formação atual
não apresenta condições que satisfaçam a tantas exigências.
Os desafios são inúmeros e grandiosos, porém o professor não deve
cruzar os braços diante da diversidade de conhecimentos que o mundo
globalizado apresenta, e sim buscar mecanismos que favoreçam a construção de
conhecimento, articulado com o processo de mudanças que se fazem presente na
sociedade contemporânea. Ele precisa ter a consciência de que seu papel mais
importante é saber ser um cooperador e estimulador das descobertas de seus
alunos.
Portanto, pensar num sistema de formação de professor supõe, então,
reavaliar conteúdos , objetivos, métodos, formas de organização de ensino, diante
da realidade, pois além das teorias, o professor deve ter um olhar abrangente para
o contexto educacional e saber direcionar de maneira interdisciplinar os aspectos
que envolvem a formação do homem, critico, reflexivo e questionador.
2.2- Professor: entre teoria e a prática
Tratar da relação entre teoria e prática no contexto da formação de
professores é algo complexo e que requer alguns cuidados. Toda atividade
humana implica em teoria e prática, em algum grau. Segundo o dicionário WEB ,
teoria significa: conhecimento especulativo, ideal, independente das aplicações.
Conjunto de regras, de leis sistematicamente organizadas, que servem de base a
uma ciência e dão explicação a um grande número de fatos. Conjunto
sistematizado de opiniões, de idéias sobre determinado assunto. E a prática
significa execução de alguma coisa que se projetou. Processo, maneira de fazer.
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Assim, ao tratarmos de teoria estamos nos referindo a conhecimento. Já a prática
consiste na ação que transforma esse conhecimento em realidade. Se ajustarmos
a reflexão no veio temporal, a prática é uma etapa posterior à teoria.
Partindo da definição de teoria que nos serviu de base, podemos
identificar no cotidiano a existência de dois tipos de teoria: uma teoria pessoal e
outra acadêmica. A teoria pessoal, como o próprio nome nos permite deduzir, é
aquela que o professor traz consigo e que foi construída a partir de sua prática, de
sua experiência de vida. A acadêmica é aquela produzida por estudiosos, que se
dedicam a compreender um determinado assunto por meio de investigação e
publicam suas conclusões.
Temos consciência que nenhum conhecimento chega pronto até o
professor, e que, ao entrar em contato com uma teoria acadêmica, ele precisa que
a mesma faça sentido de acordo com sua realidade. Esta relação é que poderá
tornar a teoria acadêmica pertinente ou não em diferentes circunstância.
Assim sendo, todos os elementos curriculares deveriam trabalhar a
unidade teoria-prática sob diferentes formas, para que não se perca o aspecto de
totalidade da prática pedagógica e da formação como modo de eliminar
deturpações decorrentes da primazia de um dos dois pólos. Conforme nos
assegura PILETTI (2003),
“a formação dos educandos tem sido excessivamente teórica,
levando-os a enfrentar muitas dificuldades quando assumem e
educação de uma turma de alunos. É claro que a teoria é
importante, mas ela deve sempre ser informada pela prática, pelos
problemas reais que os professores terão de enfrentar na sala de
aula.”(p,157)
Entretanto, o que se observa na maioria dos cursos de preparação de
docentes é a falta de articulação entre teoria e prática educacional. O resultado
dessa dissociação é alarmante, quando constatamos muitos profissionais se
sentem mais preparados para ministrar aulas teóricas do que práticas. Faz-se
26
necessário que haja nesses cursos uma mediação didática necessária para
relacionar as atividades práticas com o conteúdo teórico correspondente.
Neste aspecto, Mello (2000) frisa a importância do professor para
relacionar a teoria à prática:
Ora, se no futuro será necessário que o professor desenvolva em
seus alunos a capacidade de relacionar a teoria à prática, é
indispensável que, em sua formação, os conhecimentos
especializados que o professor está constituindo sejam
contextualizados para promover uma permanente construção de
significados desses conhecimentos com referência à sua
aplicação, sua pertinência em situações reais, sua relevância para
a vida pessoal e social, sua validade para a análise e
compreensão de fatos da vida real. Esse tipo de relação entre
teoria e prática, decisiva para o professor, pois ele terá de refazê-
la com seus alunos, é relevante para qualquer situação de
formação profissional. ( p. 103).
E salienta ainda mais:
Se é aceita a premissa de que o sentido da profissão de docente
não é ensinar, mas fazer o aluno aprender, supõe- se que, para
que o professor seja competente nessa tarefa, é importante
dominar um conjunto básico de conhecimentos sobre
desenvolvimento e aprendizagem. Esse domínio deve estar na
aplicação dos princípios de aprendizagem na sala de aula; na
compreensão das dificuldades dos alunos e no trabalho a partir
disso; na contextualização do ensino de acordo com as
representações e os conhecimentos espontâneos dos alunos; do
envolvimento dos alunos na própria aprendizagem. (p. 105).
27
Com isso, devemos concordam que a licenciatura não dá subsídios
suficientes para que o professor possa fazer essa mediação. Percebe-se que há,
então, uma demanda em se trabalhar mais a fundo a relação teoria-prática
educacional de uma forma associada, para que o professor possa entender e
participar melhor da dinâmica em sala de aula.
É necessário rever criticamente os conteúdos e os processos de
formação permanente do professor para que produza um conhecimento
profissional ativo e não passivo. O que se vê no contexto atual da formação de
docentes é pouco se tem valorizado as práticas pedagógicas no processo de
habilitação , desvinculando, assim, a dinamização de práticas que resultara em
conhecimentos aproveitáveis para o educador.
28
CAPÍTULO III
O PROCESSO DE INCLUSÃO
A inclusão escolar tem sido um tema muito discutido ultimamente.
Sobre este intricado tema PELLEGRINELLI (2004) considera:
Parece que por apresentar dificuldades evidentes (motora, mental,
qualquer que seja), a pessoa é menor, menos gente, não vai poder
encarar e aproveitar a vida. Vejo como um exercício e , eu chamo
de exercício do respeito aprender a receber a pessoa como ela é,
independentemente de qualquer coisa, incondicionalmente. Incluir é
isto. Incluir não é colocar gente doente com gente saudável. É
colocar gente com gente. Isto é saúde. (p.38).
A palavra inclusão vem do verbo incluir, e se origina do latim incluire,
que significa inserir, introduzir, acrescentar ou abranger. Em momento algum
essa definição conjectura que o ser incluído precisa ser igual ou semelhante aos
demais aos quais se agregou.
Quando falamos de uma sociedade inclusiva, pensamos naquela que preza
pela dessemelhança humana e fortalece a aceitação das diferenças peculiares.
Sendo assim, incluir é respeitar as particularidades de cada um. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS) aproximadamente 10% da população
brasileira possuem necessidades especiais. Todavia, todos têm direito à educação
garantida por lei.
Antes de discutir o que vem a ser inclusão escolar, é vital que se defina o que
vem a ser deficiência, pois há várias terminologia e nomenclatura considerando a
deficiência, a incapacidade e desvantagem. Conforme, Organização Mundial de
Saúde (OMS) denomina-se , Pessoa com Deficiência, o sujeito que tem possui
29
alguma dificuldade, seja física (motora), intelectual (mental), sensorial, visual,
orgânica, auditiva. Igualmente definiremos o termo "necessidades educacionais
especiais" que vem muito bem explicado na Declaração de Salamanca :
"necessidades educacionais especiais" refere-se a todas
aquelas crianças ou jovens cujas necessidades educacionais
especiais se originam em função de deficiências ou dificuldades
de aprendizagem. Muitas crianças experimentam dificuldades
de aprendizagem e portanto possuem necessidades
educacionais especiais em algum ponto durante a sua
escolarização. (p. 3 )
A educação inclusiva é uma inovação que enfatiza a qualidade de
ensino para todos os alunos, pois estabelece que a escola e professores se
adaptem para isto. Sendo assim, DELOU (2008) afirma:
“É um novo paradigma que desafia o cotidiano escolar brasileiro.
São barreiras a serem superadas por todos: profissionais da
educação, comunidade, pais e alunos. Precisamos aprender mais
sobre a diversidade humana, a fim de compreender os modos
diferenciados de cada ser humano ser, sentir, agir e pensar. “
(p.22-23).
A grande maioria dos estudiosos admite sobre a necessidade de se
investir na capacitação e sensibilização de profissionais da educação para que
ocorra a diminuição gradativa da exclusão escolar. Transferir ao professor toda a
incumbência de promover a inclusão dos alunos com necessidades educacionais
especiais é um erro, pois a adoção dessa postura deve ser de toda a estrutura da
escolar.
Para atender os alunos com necessidades educacionais com qualidade,
a Universidade deve modificar-se. Com isso, vale lembrar que uma Universidade
30
inclusiva será aquela que proporcionara condições de aprendizagens para todos
que nela estudem, porque, desse modo fará com que todos obtenham um grau
maior de desenvolvimento. Em vista disso, a Universidade deve sempre pensar
nas necessidades de cada um dos seus discentes. Sobre isso a Declaração de
Salamanca evidencia: as escolas deveriam acomodar todos, independentemente
de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras.
3.1- COMO SURGIU A IDEIA DA INCLUSÃO ESCOLAR?
Entre os anos 1937 a 1945 o Brasil passou pelo Estado Novo onde
houve a centralização da Educação, e o recuo no processo de democratização do
ensino, a cargo de uma política explícita de favorecimento do ensino superior.
Neste período, a rede de serviços que era predominantemente pública,
e o que se via era o descaso governamental em relação à educação de pessoas
com deficiências.
O fim do estado novo consolidou-se na adoção de uma nova
constituição de cunho liberal e democrático, que decretava obrigatório o
cumprimento do ensino primário, estabelecia a competência à União para legislar
sobre diretrizes e bases da educação nacional, e assegurava o preceito de que a
educação era direito de todos. A partir daí , criou-se um anteprojeto da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação, que demorou de, 1948 a 1961, para ser
transformado em lei.
Foi a Lei 4.024 de Diretrizes e Bases /61 , a qual criou o Conselho
Federal de Educação, que marcou as ações oficiais do poder público na área de
educação especial, e trás a expressão “educação de excepcionais” contemplada
em apenas dois artigos. Porém, muito pouco acrescentava a proposta da
Educação Especial e fixava:
31
Art. 88 - A educação dos excepcionais deve, no que for possível,
enquadrar-se no sistema geral da educação a fim de integrá-los
na sociedade.
Art. 89 – Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos
Conselhos Estaduais de Educação, e relativa à educação de
excepcionais receberá tratamento especial mediante bolsa de
estudo, empréstimos e subvenções. ((www.portal.mec.org.br/
acessado em 01/06/2012)
Não obstante, a expressão “sistema geral de ensino” demandava
operacionalização, o que não favorecia a estruturação da Educação Especial, cuja
responsabilidade foi transladada para os Estados. O que se pode conferir a
intenção de transferir para a iniciativa privada o compromisso do atendimento aos
chamados “alunos especiais”. Um fato pertinente a ser ressaltado é o fato de que
a grande maioria dessas instituições especializadas pertencia à rede particular,
deixando transluzir uma intenção de transferência de responsabilidade, por parte
do Estado, para a sociedade civil no que diz respeito à criação e à gestão dessas
entidades.
Ainda analisando a LDB/61, podemos identificar a despreocupação com
o cidadão, a falta de comprometimento com a educação, quando prevê:
Art. 30- Não poderá exercer função pública, nem ocupar emprego
em sociedade de economia mista ou empresa concessionária de
serviço público, o pai de família ou responsável por criança em
idade escolar sem fazer prova de matrícula desta em
estabelecimento de ensino, ou de que está sendo ministrada
educação no lar.
Parágrafo único: Constituem casos de isenção, além de outros
previstos em lei: comprovado estado de pobreza do pai ou
responsável; insuficiência de escolas; matrículas encerradas;
32
doença ou anomalia, grave, da criança. (www.portal.mec.org.br/
acessado em 02/06/2012)
Sobre esse artigo WEREBE (1968), elucida:
Como pode ocorrer no Brasil dispensar da obrigação escolar a
criança pobre? Teríamos que primeiro emendar a Constituição e
dizer: a educação é um direito de todos, com exceção dos
pobres!!!” Ou ainda, discriminar mais ainda as crianças com
deficiência sob a alegação que por isso há uma isenção para a
sua matrícula? ( p.236)
Ao passo disso, acontecia em nível mundial, Convenção Relativa à
Luta Contra a Discriminação no Campo do Ensino, adotada em 14 de dezembro
de 1960, pela Conferência Geral da UNESCO, realizada em Paris, de 14 de
novembro a 15 de dezembro de 1960, onde a preocupação contra a discriminação
foi o foco crucial. Na convenção ficou acordado que nenhuma dessemelhança,
seja por motivo de raça, sexo, origem nacional ou social, tenha por objeto destruir
ou alterar a igualdade de tratamento em matéria de ensino. No Brasil a convenção
foi adotada de acordo com o Decreto nº 63223/68, corroborando dessa forma,
respeitar as características de cada.
Para atender às recomendações da Conferência Geral da ONU,
(Organização das Nações Unidas) que foi fundada em 24 de outubro de 1945, por
51 países membros, emergindo de um contexto histórico marcado pelas duas
grandes guerras mundiais, trazendo em seus objetivos de paz, de cooperação
internacional e de fortalecimento de valores democráticos. O Documentário do
Ensino EBSA n° 246 de 1968, firma um compromisso com a Educação, Ciência e
Cultura, empregando medidas para lutar contra os diversos ângulos da
discriminação no ensino e testificar a igualdade de oportunidades e de tratamento:
a) privar qualquer pessoa ou grupo de pessoas do acesso aos
diversos tipos de graus de ensino;
33
b) limitar a nível inferior a educação de qualquer pessoa ou grupo;
c) instituir ou manter sistemas ou estabelecimentos de ensino
separados para pessoas ou grupo de pessoas;
d) impor a qualquer pessoa ou grupo de pessoas condições
incompatíveis com a dignidade do homem. (p.09)
Convenções e acordos internacionais foram fundamentais para
impulsionar a criação de uma política educacional mais justa para todos,
sobretudo para os portadores de necessidades especiais.
Para fins legais, hoje a educação inclusiva é representada por três
declarações internacionais, que foram formuladas por organismos pertencentes à
ONU (Unesco e Oficina do Auto Comissariado de Direitos Humanos). A
Declaração Universal de Direitos Humanos, difundida pela ONU em 1948, é
primeira destas declarações , que despontava para garantia dos direitos à
liberdade, à igualdade e à dignidade para todo ser humano, a despeito da raça,
sexo, origem nacional, social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra
condição. Apregoava para todos o direito à Educação e irrefutavelmente estão aí
incluídos os incapacitados, os deficientes, as pessoas ditas “excepcionais”. Seus
direitos devem ser interpretados como uma decorrência da sua condição de seres
humanos e não uma condescendência.
Endossando a Declaração Universal de Direitos Humanos,
particularmente no que no que diz respeito ao direito à educação, foi criada a
Declaração Mundial sobre Educação para Todos e “Plano de Ação para Satisfazer
as Necessidades Básicas de Aprendizagem”. Essa declaração foi elaborada em
1990, em Jomtien na Tailândia, após conferência mundial que reuniu vários
representantes de governos, organismos internacionais e bilaterais de
desenvolvimento e organizações não governamentais, sob o amparo da Unesco
(Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura). Na
declaração fortifica-se a necessidade lutar em nome de todos os cidadãos ,
34
crianças, jovens e adultos, para que eles tenham acesso às necessidades
básicas de aprendizagem.
O ponto principal é o de gerar investimento nos sistemas educacional.
Esta declaração resultou na elaboração de um plano de ação com o objetivo de
proporcionar educação básica para todos. O Brasil se comprometeu e
estabeleceu metas e compromissos para a universalização do ensino.
Resultado o trabalho da Unesco com o fim de estabelecer um caminho
para a incorporação da pessoas com necessidades educacionais especiais, temos
a Declaração de Salamanca , e assim constitui-se:
Reconvocando as várias declarações das Nações Unidas que
culminaram no documento das Nações Unidas "Regras Padrões
sobre Equalização de Oportunidades para Pessoas com
Deficiências", o qual demanda que os Estados assegurem que a
educação de pessoas com deficiências seja parte integrante do
sistema educacional.Notando com satisfação um incremento no
envolvimento de governos, grupos de advocacia, comunidades e
pais, e em particular de organizações de pessoas com deficiências,
na busca pela melhoria do acesso à educação para a maioria
daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram
desprovidas; e reconhecendo como evidência para tal envolvimento
a participação ativa do alto nível de representantes e de vários
governos, agências especializadas, e organizações inter-
governamentais.(p.1 )
É preciso, portanto, um conjunto de apoio e de serviços para satisfazer
o conjunto de necessidades especiais dentro de cada instituição. Tais implicações
são altamente relevante para a implementação de programas educacionais
inclusivos. Contudo faz-se necessário , também, que se tenha uma visão realista
que não se muda atitudes de uma hora para outra, seja no sentido individual ou
coletiva. Não adiantam apenas leis, é importante que se conheça de uma maneira
35
ampla a realidade educacional do nosso país. Apesar de se falar em educação
para todos, temos que analisar como essa educação vem acontecendo e se ela
está realmente preparada para incluir a todos sem deixar lacunas no que se refere
a um trabalho para a diversidade.
3.2- INCLUSÃO VERSOS CAPACITAÇÃO DOS PROFESSORES
Podemos dizer que hoje o processo de inclusão tem se tornado um
grande desafio para todos os que trabalham em uma instituição de ensino.
Principalmente para aquele que sempre defenderam a seleção, a divisão do
ensino nas modalidades especial e regular, as especializações e especialistas, o
poder das avaliações, da visão clínica do ensino e da aprendizagem.
Na contemporaneidade já não se questiona se a escola em seus
diferentes níveis de ensino – da educação infantil ao ensino superior – deve ou
não, aceitar a matrícula de portadores de deficiências, pois esse é um direito
constitucional garantido, tendo em vista que, a Constituição de 1988 , no artigo
208, evidencia:
III - atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
criação artística, segundo a capacidade de cada um;
(www.planalto.org.br/ acessado em 17/06/2012)
Através do direito garantido as organizações que representam os
deficientes vêm trabalhando em busca de melhores condições de permanência na
escola, progressão de qualidade, trabalho e de vida com qualidade para eles. No
entanto, as instituições de ensino e os docentes necessitam, para além de uma
postura política de aceitação das diferenças, conhecimentos técnicos para saber
trabalhar com as necessidades educacionais especiais decorrentes de problemas
36
de aprendizagem, das diferenças mentais, físicas ou sensoriais, de altas
habilidades, de síndromes, condutas típicas e outras.
Um dos problemas gerados com essas novas necessidades é a formação
docente. Porque um professor formado para atender alunos em condições
normais, pode não vir a prestar a devida atenção aos alunos com necessidades
especiais. Fala-se tanto em incluir, mas o que ainda vê que, as instituições de
ensino superior, continuam com a mesma metodologia. Não obstante, deveriam
existir disciplinas que capacitasse o futuro professor a lhe dar com as diferenças
que lhes serão expostas. O problema aqui abrange a todos os docentes , da
educação infantil a educação superior.O despreparo dos professores é notório
principalmente no ensino superior. É a chamada “inclusão excludente”, em que
todos entram na universidade, mas dentro da instituição as pessoas com
necessidades especiais ficam excluídas. Não adianta empurrar o aluno deficiente
para a sala de aula, se essa não oferece as condições adequadas para o seu
aprendizado, ou se, o professor não se encontra capacitado para atender às suas
necessidades.
Analisando o Decreto n° 3.298, de 20 de dezembro de 1999,
Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as
normas de proteção, e dá outras providências, no capitulo VIII, Da Política de
Capacitação de Profissionais Especializados , é indubitável :
Art. 49. Os órgãos e as entidades da Administração Pública
Federal direta e indireta, responsáveis pela formação de recursos
humanos, devem dispensar aos assuntos objeto deste Decreto
tratamento prioritário e adequado, viabilizando, sem prejuízo de
outras, as seguintes medidas:
I - formação e qualificação de professores de nível médio e
superior para a educação especial, de técnicos de nível médio e
superior especializados na habilitação e reabilitação, e de
instrutores e professores para a formação profissional;
37
II - formação e qualificação profissional, nas diversas áreas de
conhecimento e de recursos humanos que atendam às demandas
da pessoa portadora de deficiência; e
III - incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico em
todas as áreas do conhecimento relacionadas com a pessoa
portadora de deficiências.(Decreto n° 3.298/Art.49)
Haja vista , ainda a muito o que se discutir e refletir hoje no Brasil a
respeito da política da inclusão. Se averiguarmos o índice de atendimento de
pessoas com necessidades especiais no ensino fundamental e no ensino médio,
veremos que não é alto, por sua vez, as universidades públicas na atualidade,
conseguem abarcar nos cursos de graduação, um percentual menor ainda.
Colaborando para delimitar o cenário de inclusão, prima-se que o
concurso do vestibular precisa criar meios que propicie às pessoas com
necessidades especiais, condições de competição. Assim, sugere-se que os
requisitos já estabelecidos na legislação pertinente sejam divulgados no manual
do Vestibular, assim como, na propaganda junto aos meios de comunicação.
Dessa forma, com toda uma a estrutura devida, a existência de um profissional
intérprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), provas adaptadas para baixa
visão e também para atendimento das pessoas cegas, juntamente com um espaço
físico que atenda as necessidades das pessoas com dificuldade de locomoção,
material auditivo, essas pessoas se sentiriam acolhidas, respeitadas e dignas de
pleitear o que lhes é de direito.
Pelo visto, as universidades privadas ficaram mais uma vez com
incumbência de atender uma necessidade que seria, em primeiro lugar, dever do
Estado, que é acudir a população especial. Igualmente, as populações de baixa
renda ficaram duplamente excluídas, pelas dificuldades de acesso, e pelos preços
praticados nas universidades privadas.
38
CONCLUSÃO
Embora o processo de inclusão ser um direito já adquirido e que vem
se estabilizando nos últimos anos, podemos constatar que suas aplicações reais
ainda não estão bem estipuladas para os professores de todos os seguimentos ,
principalmente para o nível superior. Com certeza esse é o maior desafio
educacional nestes últimos anos.
O professor não pode se omitir diante das várias transformações
históricas e sociais de que acontece ao longo do tempo, por isso ,é muito
importante, e não podemos desdenhar, os cursos de atualização, sendo eles uma
fonte de onde sairá nova técnicas e métodos pedagógicos de ensino. Desse
modo, ele estará apto para exercer seu papel , de acordo com a demanda ,com
competência e habilidade para lidar com o novo. E esse novo hoje chama-se
inclusão.
É de vital importância que se compreenda que a inclusão escolar é
muito mais do que ter rampas ou banheiros adaptados.Ela é o passaporte para
que todos aqueles que possui algum tipo de deficiência ocupem o seu lugar na
sociedade de forma digna e respeitosa. A partir daí se evidencia que a educação
inclusiva constitui-se como um fator imprescindível para a transformação social.
Logo, não podemos de deixar de chamar à responsabilidade todos os que
estão envolvidos nesse processo de inclusão, desde as instituições que criaram e
executaram a Lei de Educação Inclusiva, assim como a família dos alunos,
comunidade escolar, principalmente as instituições de nível superior, e a
sociedade como um todo. O Estado não poderá mais se manter neutro diante
desse processo de incluir portadores de deficiências nos mais altos graus de
ensino país. Precisa-se urgentemente de se investir em profissionais para atuarem
com essas pessoas, os vestibulares precisam deixar de ser excludente para que a
barreira da discriminação seja derrubada de uma vez.
39
Em suma, o que vemos ainda hoje, em uma sociedade que se diz
democrática, é a falta de cuidado essa minoria, que são os portadores de
deficiência. As Instituições de Ensino Superior ainda estão omissas em relação a
essa questão e não sabem lidar com alunos que chegam trazendo consigo
desafios e diferenças. Faz-se necessários repensar, estar aberto, para que se
possa encontrar recursos e ferramentas necessárias para atender essa nova
demanda. Entende-se com isso, estar dando um grande passo para a construção
de uma universidade realmente inclusiva
Dessa forma, educação inclusiva deixará de ser mera formalização para
ser uma realidade em nosso país.
40
BIBLIOGRAFIA CITADA
BRASIL. República Federativa. Constituição 1988: texto constitucional de 05 de outubro de 1988 com as alterações adotadas pelas emendas constitucionais n.º 1/92 a 16/97 e emendas constitucionais de revisão n.º 1 a 6/94. Brasília: Senado Federal, 1997. BRASIL. Decreto-Lei nº 3.298 de 20 de dezembro de 1999. Brasília ,DF,1999. DELOU, Cristina. Maria Carvalho. A Educação Especial e a Educação Inclusiva no Cenário Brasileiro: contextualização do problema. In: ROSA, Suely Pereira da Silva; et. al., Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Inclusão. Curitiba: IESDB Brasil S.A., 2008. DEMO, Pedro. A Nova LDB – Ranços e Avanços. 14ª Ed. Campinas, SP: Papirus, 1997.
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43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO ........................................................................................... 2 AGRADECIMENTO ........................................................................................... 3 DEDICATÓRIA .................................................................................................. 4 RESUMO........................................................................................................... 5 METODOLOGIA ................................................................................................ 6 SUMÁRIO.......................................................................................................... 7 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 8
CAPÍTULO I
A EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL .......................................................... 10
1.1- Como surgiu a primeira Universidade ....................................................... 12 1.2- A Reforma Universitária ............................................................................ 15 1.3- A educação superior no século XXI .......................................................... 16
CAPÍTULO II
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR ................................................................... 19
2.1- Profissão: professor .................................................................................. 21 2.2- Professor: entre teoria e a prática ............................................................. 24
CAPÍTULO III O PROCESSO DE INCLUSÃO ........................................................................ 29
3.1-Como surgiu a ideia da inclusão escolar? ..................................................... 30 3.2- Inclusão versos capacitação dos professores ........................................... 35 CONCLUSÃO ................................................................................................... 38 BIBLIOGRAFIA CITADA .................................................................................. 40 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................... 42