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0 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE <> <> <> <> <> A PSICOPEDAGOGIA E O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL <> <> <> Por: Fernanda de Souza da Silva <> <> <> Orientadora Prof. Carly Machado Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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A PSICOPEDAGOGIA E O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

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Por: Fernanda de Souza da Silva

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Orientadora

Prof. Carly Machado

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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A PSICOPEDAGOGIA E O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

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Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Psicopedagogia

Por: Fernanda de Souza da Silva

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AGRADECIMENTOS

Aos meus filhos que são presentes de

Deus, aos meus pais, aos meus amigos e

familiares e ao meu esposo pela força,

compreensão neste momento importante de

minha formação.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus três amores: Matheus,

Pedro e Adonias. Amo vocês!

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RESUMO

Esta pesquisa revelou a importância da formação continuada dos professores,

principalmente os da Educação Infantil. O professor deste segmento precisa adquirir

um olhar psicopedagógico. Este trabalho preocupou-se com a seguinte questão: O

que a Psicopedagogia tem a acrescentar ao professor de Educação Infantil? A

Psicopedagogia preocupa-se com as dificuldades de aprendizagem e um professor

psicopedagogo terá um novo olhar sobre a aprendizagem e logo assumirá uma

atuação voltada para o lado preventivo. Durante algum tempo a Educação Infantil

apresentava uma proposta assistencialista e hoje a maioria das escolas apresenta

um projeto político pedagógico ou somente uma proposta baseada no tempo e no

desenvolvimento das crianças de forma lúdica e prazerosa. O trabalho possui três

capítulos. O primeiro trata do caminho da Psicopedagogia no Brasil. O segundo

relata as necessidades da criança no ambiente da Educação Infantil e o terceiro

capítulo vem analisando a relação existente entre a alfabetização, letramento e

Psicopedagogia.

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METODOLOGIA

Este trabalho científico foi realizado a partir das observações e das

experiências vivenciadas em sala de aula, traçando paralelos entre a leitura

bibliográfica de vários autores envolvidos na Educação Infantil e na Psicopedagogia,

dentre eles BOSSA, N. A.; RIZZO, Gilda; PORTO, Olívia; SOARES, Magda;

FREIRE, Paulo; LACOMBE, Ana Maria e outros mais que foram pesquisados ao

longo do trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I - O caminho da Psicopedagogia no Brasil 8

1.1 Breve histórico da Psicopedagogia 8

1.2 Corpo teórico 11

1.3 Campo de atuação 14 CAPÍTULO II - A Educação Infantil frente às necessidades da criança 17

2.1 A afetividade na Educação Infantil 17

2.2 Dificuldades de aprendizagem na Educação Infantil 20

2.3 Os desafios do professor da Educação Infantil 24

2.4 Relação entre a Psicopedagogia e o professor de

Educação Infantil 28

CAPÍTULO III – Alfabetização e Psicopedagogia 31

3.1 O processo de alfabetização X letramento 31

3.2 Métodos de alfabetização 34

3.3 Conteúdos psicopedagógicos relevantes à Pré-Alfabetização 36

3.4 Paralelo entre a alfabetização natural e uso da cartilha 39

CAPÍTULO IV – Conclusão 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

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INTRODUÇÃO

A presente monografia trata o tema “A PSICOPEDAGOGIA E O

PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL”. Dentro deste tema o trabalho se dedica

a questão central: O que a Psicopedagogia tem a acrescentar ao professor de

Educação Infantil?

A Psicopedagogia tem seu foco na aprendizagem. Sendo assim, os

professores da Educação Infantil precisam repensar sobre suas práticas e precisam

reinventar suas ferramentas pedagógicas. O professor com um olhar

psicopedagógico terá uma nova visão sobre a educação e aprendizagem. Para isto,

a Psicopedagogia como formação continuada dos professores em serviço contribuirá

na possível prevenção das dificuldades de aprendizagem e no fracasso escolar.

O curso de Formação de Professores não oferece subsídios científicos

suficientes para que o professor de educação Infantil possa contribuir efetivamente

para o desenvolvimento de crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem.

A Psicopedagogia torna-se importante para o olhar sobre a aprendizagem.

Este tema apresenta como objeto de estudo o levantamento dos conteúdos

psicopedagógicos relevantes à pré-alfabetização de crianças de cinco anos de idade

(paralelo entre a alfabetização natural e o uso da cartilha).

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O primeiro capítulo deste trabalho refere-se ao caminho da Psicopedagogia

no Brasil. Trata-se de um breve conhecimento sobre este campo de atuação e sobre

a função do pscicopedagogo na busca das possíveis soluções para os problemas e

as dificuldades de aprendizagem.

CAPÍTULO I - OS CAMINHOS DA PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL

1.1- BREVE HISTÓRICO

A Psicopedagogia surgiu com o objetivo de atender as crianças que

apresentavam dificuldade de aprendizagem na tentativa de compreender o fracasso

escolar.

A Psicopedagogia no Brasil advém de um movimento histórico na Argentina.

Acredita-se que a proximidade geográfica facilitou a compreensão da literatura que

consequentemente influenciou nossa prática. Alguns autores argentinos possuem

trabalhos na literatura brasileira, dentre eles: Sara Paín, Alicia Fernandéz e Jorge

Visca considerado “pai da Psicopedagogia” (BOSSA, 2000).

Apesar de todo este movimento, a Psicopedagogia não surgiu aqui, nem na

Argentina. Tem sua origem na Europa, ainda no século XIX, quando há a

consolidação do capitalismo industrial. Neste momento a burguesia assume o poder

político e busca- se a idéia de como promover uma sociedade igualitária diante das

desigualdades sociais.

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A burguesia estava orgulhosa pelas conquistas das ciências dentre elas a

Psicologia. Segundo Patoo (1996) alguns testes daquela época queriam comprovar

que a inteligência pode ser herdada geneticamente e que depende das capacidades

humanas e naturais. Dentro das instituições escolares procura-se compreender as

diferenças no rendimento escolar como também no acesso restrito da sociedade aos

elevados graus de escolaridade.

Nas escolas, as crianças que não conseguiam aprender recebiam o rótulo de

“anormais”. Essa “anormalidade” era associada a algum tipo de anomalia

anatomofísiológica (BOSSA, 2000 p.37).

Para o tratamento deste fracasso escolar, Janine Mery (1985 p.16) utiliza-se

da Psicopedagogia curativa que relaciona aspectos pedagógicos e psicológicos na

busca de soluções para o processo de aprendizagem aliado ao comportamento

humano.

Em 1946 surgem os primeiros Centros Psicopedagógicos onde a Psicologia,

Pedagogia e Psicanálise se unem a fim de observarem o mau comportamento das

crianças e as dificuldades de socialização. Unindo todas as informações possíveis

sobre cada criança, acreditava-se que somente assim poderiam descobrir as

dificuldades encontradas no desenvolvimento da aprendizagem.

Segundo Bossa (2000), aqui no Brasil, na década de 70, os problemas de

aprendizagem estavam associados à disfunção neurológica que não poderiam ser

descobertos por exames clínicos. Esta disfunção era denominada DCM (disfunção

cerebral mínima) e tornou-se uma das “responsáveis” pelas dificuldades

sociopedagógicas, como também a dislexia, disritmia dentre outras.

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Buscando soluções para os problemas de aprendizagem, pais, responsáveis

e profissionais da educação, ainda hoje, recorrem aos médicos que muitas vezes

influenciam nas decisões dos familiares quanto ao diagnóstico apresentado.

No início dos anos 80, “os problemas de aprendizagem escolar” começam

receber um novo olhar. Este olhar apresenta uma postura sócio-política que não

mais vê os tais problemas de aprendizagem focados apenas no aluno, mas também

no próprio sistema educacional junto com suas propostas, visão de sociedade,

construção do conhecimento e métodos utilizados e discutidos em sala de aula. De

acordo com Nádia Bossa, (2000 p.50), “o fracasso escolar é um problema social e

politicamente produzido”.

Apesar de a Psicopedagogia ter seu foco no atendimento clínico, hoje ela tem

se preocupado com as escolas e assume uma postura de realizar um trabalho

preventivo. Como os problemas de aprendizagem aconteciam e acontecem dentro

das escolas, desde o final da década de 70 que se busca uma solução para estes

problemas. Nesta época surgiram os primeiros cursos de especialização no Brasil

como “formação continuada” para psicólogos e educadores (BOSSA, 2000).

Ainda segundo Bossa, logo em seguida o movimento psicopedagógico cresce

e iniciam-se cursos de especialização em Psicopedagogia com duração de dois

anos em Porto Alegre; em São Paulo, em 1984, aconteceu o 1° Encontro

Psicopedagógico; em setembro de 1985 foi organizado o 1° seminário de estudos

em Psicopedagogia. Desde então o estudo não parou.

Segundo Bossa (2000), no início da década de 70 o estudo psicopedagógico

assume uma postura institucional com enfoque preventivo. A professora Genny

Golubi de Moraes contribuiu com este trabalho e também com a formação de

profissionais renomeados no campo da Psicopedagogia. Este campo de

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conhecimento então caminha por duas estradas, o atendimento clínico e o

atendimento preventivo a nível institucional.

Já na década de 90 o curso de especialização em Psicopedagogia cresce

bastante, mesmo ainda não sendo uma profissão legalizada. Para lutar pelo

reconhecimento de bons profissionais, surge então a Associação Brasileira de

Psicopedagogia (ABPP).

O que seria a Psicopedagogia, um campo de conhecimento, uma ciência,

teoria ou uma técnica?

A Psicopedagogia na verdade é um campo de conhecimento diferenciado. Ela

não age sozinha! Tem a Pedagogia e Psicologia como “mãe”, mas ainda necessita

do conhecimento e do apoio de outras áreas como Neurologia, Psicanálise,

Sociologia dentre outras. A Psicopedagogia apresenta um caráter interdisciplinar e

tem como objeto de pesquisa um ser pluridimensional (pensante, emocional e social)

que está em processo de construção do conhecimento.

1.2 – O CORPO TEÓRICO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia preocupa-se com a aprendizagem humana e com as

dificuldades que o indivíduo apresenta. As bases teóricas da Psicologia e da

Pedagogia não são suficientes para estruturarem o corpo teórico da

Psicopedagogia. Sendo assim ela assume uma postura interdisciplinar que busca a

interação das ciências Pedagógicas, Psicológicas, Fonoaudiólogicas,

neuropsicológicas e Psicolinguística. Também recorre a outras áreas tais como,

Filosofia, Neurologia, Sociologia, Linguística e Psicanálise (BOSSA, 2000).

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A prática psicopedagógica precisa estar aliada a um estudo específico, a

partir da dificuldade de aprendizagem que o sujeito apresenta. Na maioria das

vezes, esta dificuldade envolve diversas situações que podem ser sociais,

emocionais, metodológicas ou neurológicas. Por estes motivos o corpo teórico

precisa ser corporativo e estar em busca do seu foco, ou seja, do verdadeiro motivo

que tem prejudicado o rendimento escolar do indivíduo.

A Psicopedagogia compreende a importância dos conhecimentos das

diversas áreas para explorarem seus objetos de estudo, tendo como exemplo:

• A Psicanálise encarrega-se do mundo inconsciente, das

representações profundas, operantes através da dinâmica psíquica

que se expressa por sintomas e símbolos, permitindo-nos levar em

conta a face desejante do homem;

• A Psicologia Social encarrega-se da constituição dos sujeitos, que

responde às relações familiares, grupais e institucionais, em

condições socioculturais e econômicas específicas e que contextuam

toda aprendizagem;

• A Epistemologia e a Psicologia Genética se encarregam de analisa e

descrever o processo construtivo do conhecimento pelo sujeito em

interação com os outros e com os objetos;

• A Linguística traz a compreensão da linguagem como um dos meios

que caracterizam o tipicamente humano e cultural: a língua enquanto

código disponível a todos os membros de uma sociedade e a fala

como fenômeno subjetivo, evolutivo e historiado de acesso à

estrutura simbólica;

• A Pedagogia contribui com as diversas abordagens do processo

ensino-aprendizagem, analisando-o do ponto de vista de quem

ensina;

• Os fundamentos da Neuropsicologia possibilitando a compreensão

dos mecanismos cerebrais que subjazem ao aprimoramento das

faculdades mentais, indicando-nos a que correspondem, do ponto de

vista orgânico, todas as evoluções ocorridas no plano psíquico

(BOSSA, 2000, pag. 26).

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Através das áreas do conhecimento, a Psicopedagogia passa a refletir sobre

as origens teóricas e como estas teorias são aproveitadas na identificação do

problema do sujeito que não aprende e como está a sua relação com o aprender.

De todas estas teorias, o campo psicopedagógico é o que busca

compreender o problema da aprendizagem humana. Os profissionais da

Psicopedagogia precisam ter como base para sua prática determinados teóricos que

vão sustentar sua metodologia e vão apoiar seus enquadros. Estas escolhas devem

ser feitas através dos estudos realizados e das experiências vivenciadas.

A Psicopedagogia também integra a área da saúde assim como da educação

por tratar a aprendizagem humana como condição normal e patológica. Se nos

postos de saúde houvesse um psicopedagogo trabalhando com crianças

encaminhadas pelas escolas, com certeza eles poderiam contribuir com a qualidade

do atendimento oferecido às crianças com dificuldade de aprendizagem (PORTO,

2009).

A Psicopedagogia é uma nova área de estudo e ainda não se caracteriza

como uma profissão. Seu corpo teórico ainda está se estruturando. Todos os dias os

psicopedagogos precisam repensar e qualificar sua teoria e consequentemente essa

teoria o transformará (BOSSA, 2000).

O psicopedagogo compreende a aprendizagem como um conjunto que se

inicia desde antes da vida uterina até que o ser humano identifique-se na sociedade.

A aprendizagem está relacionada ao ensinar e aprender. Se existe falha

nesta relação, o psicopedagogo vai tentar descobri-la. Quando o sintoma é

diagnosticado recentemente, pode-se realizar um trabalho preventivo até mesmo

nas instituições escolares. Porém, quanto mais tarde observada a dificuldade, mais

necessário será o atendimento clínico.

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Ao realizar um atendimento, o psicopedagogo traça o seu plano de ação. Sua

prática precisa ser coerente na busca de um “saber para saber–fazer”, da mesma

forma que o professor deve preocupar-se com saber-ser-pedagógico (FREIRE, 1996

p.11)

Nas instituições escolares os profissionais de educação, principalmente os

que atendem a Educação Infantil, precisam repensar suas práticas e sua visão

educacional. Ele não precisa ser transmissor de conhecimento, mas sim construtor

do saber junto aos seus alunos.

A Psicopedagogia hoje se preocupa com o saber e saber fazer...

...às condições subjetivas e relacionais – em especial familiares e

escolares – às inibições, atrasos e desvios do sujeito ou grupo a ser

diagnosticado. O conhecimento psicopedagógico não se cristaliza

numa delimitação fixa, nem nos déficits e alterações subjetivas do

aprender, mas avalia a possibilidade do sujeito, a disponibilidade

afetiva de saber e de fazer, reconhecendo que o saber é próprio do

sujeito. (BOSSA, 2000, p.29).

1.3 – CAMPO DE ATUAÇÃO

A Psicopedagogia pode atuar em diversas áreas, assumindo uma forma

preventiva e/ou terapêutica, a fim de compreender os processos de desenvolvimento

e das aprendizagens humanas. Estas áreas podem assumir características

específicas de acordo com o seu objeto de estudo.

O campo de atuação, dependendo da modalidade pode ser preventivo, clínico

ou institucional (BOSSA, 2000).

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Assumindo uma função preventiva, o psicopedagogo vai atuar no processo

ensino-aprendizagem com uma visão individual e de grupo nos espaços

educacionais.

Segundo Bossa (2000), junto à função preventiva, também cabe a ele:

descobrir o que pode estar prejudicando a aprendizagem do sujeito; cooperar com

as dinâmicas da instituição escolar buscando a sinergia pedagógica na troca de

informações; orientar os profissionais nas suas propostas metodológicas para que

eles possam contribuir com o grupo e promover orientações educacionais e

vocacionais, tanto na forma individual quanto em grupo.

Na função clínica ou terapêutica o psicopedagogo pode atuar em consultórios

ou nos hospitais tratando das dificuldades de aprendizagem, envolvendo as famílias

e as áreas do conhecimento que apóiam a Psicopedagogia na busca de soluções

para os problemas enfrentados pelos indivíduos.

Segundo Lino de Macedo (1990), aqui no Brasil, os psicopedagogos realizam

as atividades de:

• Orientação de estudos – Ajuda na organização da vida escolar da criança quando

esta não consegue sozinha.

• Apropriação dos conteúdos escolares – Colabora com o aluno na assimilação dos

conteúdos que este apresenta dificuldades. Ele não assume postura de um

professor particular, mas busca estratégias para que o conteúdo seja

compreendido.

• Desenvolvimento do raciocínio – Propicia experiências lúdicas onde possa ocorrer

o desenvolvimento cognitivo e o raciocínio na construção da aprendizagem.

• Atendimento de crianças – O psicopedagogo atende crianças “deficientes” ou com

dificuldades de aprendizagem.

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Já na função institucional que atua nas empresas, o psicopedagogo deve criar

caminhos que possam qualificar o trabalhador na realização de uma nova função de

forma efetiva (BOSSA, 2000).

O campo de atuação da Psicopedagogia está centrado então no processo de

aprendizagem. Se esta aprendizagem não está acontecendo independente de qual

seja a área, deve-se realizar um diagnóstico e um tratamento para que este

problema seja solucionado.

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A Educação Infantil é uma etapa importante na vida da criança. Neste capítulo

vamos observar a importância da afetividade, do brincar e do ambiente acolhedor

que deve permear os espaços de educação na possível prevenção das dificuldades

de aprendizagem.

CAPÍTULO II – A EDUCAÇÃO INFANTIL FRENTE ÀS NECESSIDADES DA

CRIANÇA

2.1- A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Nos últimos vinte anos a Educação Infantil avançou muito e hoje ela é

definida como a primeira etapa da Educação Básica. O direito à educação de

qualidade desde o nascimento registra uma grande conquista para a sociedade

brasileira (Indicadores da qualidade na Educação Infantil, 2009).

Antigamente as creches, principalmente as populares ou comunitárias

serviam apenas para oferecerem alimentação, higiene e segurança física. Hoje, a

Educação Infantil não deve preocupar-se em oferecer somente estes serviços. Ela

deve ser compreendida como uma fase de desenvolvimento cognitivo, afetivo e

motor capaz de desenvolver habilidades e competências no crescimento do

educando (ALMEIDA, 2008).

Nos primeiros anos de vida a criança precisa de referências que possam

servir de base para o bom desenvolvimento de sua personalidade e de sua

afetividade.

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Na busca do conhecimento a afetividade e a cognição caminham juntas

produzindo a inteligência nos indivíduos por mecanismos de adaptação. Segundo

LACOMBE (2002), a inteligência e o afeto não se separam:

Inteligência e afeto são inseparáveis: aprendendo frações ou aprendendo a jogar bola com o pai, a criança vai colocar em jogo sua inteligência e suas emoções. São as relações com as pessoas significativas na sua vida que vão determinar o modo como a criança se aproxima do conhecimento. Não basta a possibilidade de aprender: tem que haver o desejo de aprender. (LACOMBE, 2002 p.18).

Como podemos provocar nas crianças o desejo por aprender? Este processo

poderá acontecer se os profissionais, principalmente os da Educação Infantil

transformarem as salas de aula em um ambiente acolhedor e de construção. Se isto

não acontece, não há aprendizagem e sim transmissão de informação.

Para que a aprendizagem aconteça faz-se necessário a troca de informações

entre o ensinante e o aprendente de forma que todas as experiências e vivências

contribuam para o conhecimento (LACOMBE, 2002).

Os professores da Educação Infantil precisam identificar os educandos que

chegam às escolas necessitando de carinho, atenção e amor. Eles precisam saber

lidar com a realidade dos alunos, considerando cada um como cidadão, mesmo que

pequenino, mas que tem uma história de vida, sua cultura, alegrias, tristezas e muito

mais.

Os professores também precisam ser afetivos. Mas, afetividade está além de

contatos físicos. Ser afetuoso é conversar com seus alunos, é conhecê-los, é ouvi-

los, é admirá-los.

Segundo Ferreira (2000), afetividade

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“é o conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhadas sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza.”

Ao manifestar seus sentimentos, as crianças demonstram suas emoções com

objetivo de se comunicarem. Desde bebezinho observamos os desejos das crianças

a partir do momento que elas choram, ou por fome, ou por dor ou por incômodo.

Estas formas de comunicação aos pouquinhos vão se tornando racional à medida

que se ocorre à aquisição da fala e o controle emocional (GALVÃO, 1999).

Para GALVÃO (1999), a criança no auge de suas emoções, ela não

apresenta condições neurológicas capaz controlar suas emoções. Sendo assim,

mais uma vez o papel do professor está em destaque. Ele precisa entender o

processo de maturidade da criança e a importância da afetividade em seu

desenvolvimento.

Os professores precisam compreender o que é emoção (que causa efeito

intenso e imediato no organismo) e o que é sentimento (é ameno e duradouro), para

assim entenderem o que é afetividade (ALMEIDA, 2008).

A afetividade sempre está presente nas relações, em especial dentro das

salas de aula onde se processa o conhecimento, que vai estar interligado a postura

do profissional. Muitas vezes ao demonstrar autoritarismo, o professor bloqueia a

parceria entre os alunos e consequentemente a aprendizagem. Neste momento a

afetividade não acontece e nos alunos surgem sentimentos de ódio, medo, falta de

respeito e até mesmo tristeza.

Ao transmitir amor e segurança aos alunos dentro de sala o clima torna-se

agradável e compreensivo. Sendo assim, as regras de convivência são elaboradas e

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logo respeitadas. A aprendizagem torna-se significativa propiciando um bom

desenvolvimento deste aluno no ambiente escolar e na sociedade.

É claro que ser professor não é fácil. Ele muitas vezes não sabe o que fazer,

pois são muitas as situações que permeiam o âmbito das salas de aula,

prejudicando a aprendizagem dos alunos. Estas situações podem ser institucionais,

pedagógicas, emocionais de ambas as partes e muito mais.

Para os professores da pré-escola ou da educação infantil todas estas

dificuldades devem ser superadas pela afetividade. Nesta fase da vida a

proximidade afetiva torna-se indispensável. As crianças precisam de uma atenção

individual e às vezes coletiva (PORTO, 2009).

Esta atenção não deve receber prioridade no momento dos relatórios

semestrais. Ela deve ser constante, ou seja, no horário do pátio, das refeições, das

aulas, nas atividades extras, nos passeios. A criança precisa de atenção, de amor,

de carinho. Professor precisa entender que aluno não se escolhe. Aluno se acolhe.

2.2- DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

As dificuldades de aprendizagem estão focadas no processo da linguagem e

no rendimento escolar que o indivíduo apresenta na vida acadêmica, independente

de sua idade. Estas dificuldades podem ser resultado de uma disfunção cerebral ou

de uma conduta - emocional segundo a “definição descritiva” de SILVER (1988)

baseada em KIRKY (ITPA).

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Diversos autores apresentam definições sobre as dificuldades de

aprendizagem, dentre eles: KIRKY (1962), BATEMAM (1965), NACHC (1977),

USOE (1976), CEC/DCLV (1982), WEPMAN (1975), dentre outros.

Segundo GARCIA (1998), em 1963, houve um congresso da Associação for

Children wilt Learning Disabilit e a “definição descritiva” de Kirk foi utilizada pela

primeira vez.

De acordo com KIRKY (1962),

Uma dificuldade de aprendizagem refere-se a um retardamento, transtorno, ou desenvolvimento lento em um ou mais processos da fala, linguagem, leitura, escrita, aritmética ou outras áreas escolares, resultante de um handicap causado por uma possível disfunção cerebral e/ou alteração emocional ou condutal. Não é o resultado de retardamento mental, deprivação sensorial ou fatores culturais e institucionais. (KIRKY, 1962, p. 263).

De acordo com as definições diversas, as dificuldades de aprendizagem ou

comportamentos diferentes podem contribuir com o fracasso escolar. Este fracasso

torna-se um problema geral dentro das escolas, pois envolve professores, alunos e

família. Porém, a maior dificuldade, muitas vezes, está na relação professor X aluno

(PORTO, 2009).

O aluno com seus “problemas” seja ele cerebral ou emocional ou de

comportamento/conduta e o professor com sua falta de olhar multidimensional e

afetivo, ambos podem reforçar as dificuldades de aprendizagem.

Muitos dos problemas ou dificuldades de aprendizagem podem ser sondados

e observados pelos professores até mesmo na educação infantil. Eles podem ser

mínimos como a visão, audição, fala ou podem ser máximos, necessitando de

encaminhados a especialistas para uma possível avaliação psicológica, neurológica,

psicopedagógica e outras mais.

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De acordo com PORTO (2009), os profissionais de educação precisam

repensar suas práticas e principalmente adquirir conhecimentos que estão além da

Pedagogia e da Psicologia.

Os professores precisam buscar qualificação profissional. Precisam ler,

estudar, repensar, recriar, inventar, olhar para o aluno. Se isto não acontece, não há

formação de vínculo e a construção da aprendizagem vai se distanciando e vai

dando lugar a indisciplina, ao desinteresse, a repetência e a evasão.

Nós, educadores, deveríamos saber que aquilo que o aluno apresenta, aquilo que salta dos olhos, é o efeito mais aparente de uma causa subjacente. O efeito geralmente é limitado e pode ser descrito em termos concretos. A causa, por sua vez, é complexa e abarca fatores e situações que levam a pessoa ao desequilíbrio, ou em outras palavras, à doença. (LIMA, 2000, p. 49)

Na sociedade em que vivemos percebemos o grande desequilíbrio existente

nas instituições de educação. Este desequilíbrio refere-se ao emocional, ao

relacionamento social e às práticas pedagógicas.

Hoje faz-se necessário dar importância a este desequilíbrio. Por este motivo

tem crescido o número de consultas e atendimentos por psicólogos,

psicopedagogos, fonoaudiólogos, neuropediatras e psquiatras. Todos estes

especialistas procuram juntos soluções que possam contribuir com a aprendizagem

dos alunos (PORTO, 2009).

Os alunos que não conseguem aprender num determinado momento, que

não apresentam um grau de entendimento compatível com sua capacidade

cognitiva, ou mais uma vez por práticas pedagógicas que não estejam funcionando,

todos estes vão precisar de ajuda para que a aprendizagem significativa possa

acontecer.

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Os alunos precisam ser observados por seus professores. Sendo assim, para

identificarmos um aluno com dificuldade de aprendizagem temos que levar em conta

determinadas características cognitivas e comportamentais que estão constituídas

na “taxonomia educacional” e buscar uma definição teórica como subsídio (PORTO,

2009 p.57).

Dificuldade de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio matemático. Tais desordens, consideradas intrínsecas ao indivíduo, presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do sistema nervoso central, podem ocorrer durante toda vida. Problemas na autorregulação do comportamento, na percepção social e na interação social podem existir com dificuldades de aprendizagem. Apesar de as dificuldades de aprendizagem ocorrerem com outras deficiências (por exemplo, deficiência sensorial, deficiência mental, distúrbios socioemocionais) ou com influências extrínsecas (por exemplo, diferenças culturais, insuficientes ou inapropriada instrução etc.), elas não são o resultado dessas condições (FONSECA, 1995 p.71).

A questão das dificuldades de aprendizagem é complexa e muitas vezes

apresentam diversas interpretações. Esta questão, segundo Porto (2009 p.58) torna-

se uma “esponja sociológica”, pois absorveu problemas educacionais e problemas

externos.

Existem muitas escolas problemáticas, mas também existem escolas com

boas propostas pedagógicas e bons professores, mas que ainda não conseguiram

suprir as dificuldades de aprendizagem, dificuldades cognitivas e possíveis

transtornos no desenvolvimento ou na conduta ou na personalidade.

O que realmente os profissionais da educação precisam entender é que

independente das dificuldades apresentadas por seus alunos, eles podem ser

ensinados e estimulados. Toda criança e todo ser humano tem potencial para

aprender. Se ela não está aprendendo é preciso descobrir o problema e também a

brecha que este aluno possui.

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24

Se a brecha for descoberta e o sintoma diagnosticado o mais rápido possível,

todos vão sair ganhando, escola, família, professor e principalmente o aluno.

2.3 - OS DESAFIOS DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Assim como as demais escolas, os espaços de educação infantil estão

organizados e estruturados em dois pilares: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Brasileira e as Diretrizes elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação. Neste

caso refere-se a Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (LARA,

2002)

A Educação Infantil é um ambiente coletivo e de educação que tem sido

considerado um desafio nos dias de hoje. Um dos grandes desafios é perceber

escolas de Educação Infantil que se comprometam com a construção e elaboração

de projetos político-pedagógicos.

Os projetos educacionais precisam ser pensados, construídos e

compartilhados com educadores, pais, diretores e alunos. Devem apresentar

objetivos que possibilitam e propiciam a ampliação das potencialidades e das

capacidades das crianças, a fim de desenvolverem suas singularidades e a

importância de cada uma na vida coletiva (BARBOSA, 2008).

É na Educação Infantil que as crianças compreendem a importância do outro,

o respeito às diferenças, aprendem trabalhar em grupo, socializar os brinquedos, ser

solidário, ser organizado, ser dependente, ser cidadão.

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Segundo TONUCCI (1999) o ser humano se constitui a partir das

experiências realizadas no dia-a-dia e elas constroem a autonomia e o senso de

respeito ao próximo.

O grande desafio dos professores da Educação Infantil hoje é planejar e

organizar atividades que venham possibilitar a experimentação e a construção de

uma aprendizagem significativa.

Há algum tempo atrás e não muito longe, as crianças das creches recebiam

alimentação saudável, banho e cuidados. As da pré-escola pintavam ou colavam

bolinhas em trabalhinhos mimeografados e padronizados por seus professores

(NOVA ESCOLA, 2008).

Hoje, a Educação Infantil já possui uma nova visão com referências

pedagógicas que respeitam e compreendem as diversas características das faixas

etárias. É bem verdade que ainda existem escolas e professores que acreditam que

as crianças não possuem inteligência e muito menos capacidade para construírem,

criarem e inventarem.

Tudo isto pode e deve ser diferente. O professor deste segmento precisa

planejar e avaliar suas atividades todos os dias, dando ênfase ao tempo, aos

materiais, as características e os objetivos que pretende alcançar com a turma em

que trabalha respeitando o jeito de ser e de pensar de cada um.

Os professores de hoje precisam desenvolver as diferentes linguagens nos

educandos para que eles possam desenvolver suas capacidades cognitivas.

De acordo com a NOVA ESCOLA (2008), alguns especialistas listaram

algumas experiências que favorecem e qualificam o rendimento das crianças das

creches (até três anos) e da pré-escola (de quatro a seis anos) na Educação Infantil.

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Brincadeira, Movimento, Linguagem Oral e Artes. Estas atividades devem ser

trabalhadas nos segmentos (creche e pré-escola) com prioridades e objetivos

diferentes.

Nas turmas de até três anos o enfoque deve estar na autonomia, na

identidade e nas experiências sensório-motoras. Já no grupo de quatro a seis anos,

todos os enfoques acima citados devem ser trabalhados e além deles a leitura e a

escrita devem apresentar destaque.

Na Educação Infantil um dos desafios dos professores é proporcionar aos

alunos experiências com objetivos para construção do conhecimento (NOVA

ESCOLA, 2008 p.48-56).

O que podemos proporcionar com as experiências e os objetivos abaixo:

• Brincadeiras: desenvolver a imaginação; propor desafios sensoriais e

motores; reproduzir gestos; descobrir e explorar os espaços que o

cerca; sentir cheiros; perceber as diferenças nos objetos como forma,

cor, tamanho, textura e espessura; oferecer peças de montar, encaixar,

empilhar; apresentar jogos de regra, raciocínio e concentração e

construir cantinhos diferenciados para trabalhar a imaginação e a

linguagem.

• Linguagem oral: ampliar vocabulário com cantigas de roda, parlendas,

diferentes estilos musicais; proporcionar brincadeiras com palavras

para estimular a atenção e a sonoridade; realizar rodas de conversa

onde a criança possa expressar suas opiniões, relatar experiências

pessoais e familiares; construir regras de convivência; promover

imitações diversas; utilizar diversos tipos de textos; oferecer um

ambiente que estimule a comunicação verbal e não verbal; construir

competências para cantar, contar histórias, dramatizar personagens.

• Movimento: ampliar os movimentos corporais através de percursos

com obstáculos; utilizar caixas, cadeiras e mesas para construir

conceitos básicos; realizar atividades diárias com fundos musicais

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diversos; identificar e reconhecer o corpo humano; propor danças,

teatro e jogos esportivos; realizar atividades que trabalhem a

lateralidade.

• Identidade e autonomia: realizar atividades pautadas no espírito

coletivo e na individualidade; oferecer possibilidades para que o aluno

expresse suas escolhas e preferências; chamar seu aluno pelo nome;

colocar espelhos grandes nas salas; identificar objetos pessoais com

seus respectivos nomes; confeccionar painéis com fotos para que a

criança identifique-se e perceba as diferenças entre os amigos;

• Arte: trabalhar as diferentes linguagens; experimentar diversos

materiais, sons, estilos musicais, produzir desenhos próprios; identificar

e confeccionar instrumentos musicais; construir canções; apresentar

obras de artes para o enriquecimento do vocabulário; produzir obras de

artes através da imaginação.

• Leitura e escrita: incentivar a leitura e a escrita; realizar a leitura de

diferentes tipos de textos; transmitir o significado das leituras e a

importância delas para a comunicação verbal (NOVA ESCOLA, 2008).

Trabalhar na Educação Infantil é um grande desafio, mas também é uma

experiência incomparável. Quando o professor possui um olhar psicopedagógico,

percebe seu aluno e constrói o conhecimento junto com ele, o resultado será

gratificante.

Segundo LARA (2002 p.10-12), um ótimo professor da Educação Infantil é

aquele que é capaz de: criar uma atmosfera de alegria; atuar como mediador entre a

criança, as suas emoções e seu ambiente; oferecer uma sólida base de afeto;

organizar o espaço e o tempo; colocar limite; dialogar com a família; organizar a

forma como as crianças agem umas em relação às outras e investir em sua própria

formação.

Um excelente professor de crianças de até seis anos é aquele que dá vida e

significado prazeroso à Educação Infantil.

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2.4 - RELAÇÃO ENTRE A PSICOPEDAGOGIA E O PROFESSOR DA EDUCAÇAÕ

INFANTIL

A Psicopedagogia preocupa-se com a aprendizagem e com seus problemas.

Sua relação com a Educação Infantil assume um caráter preventivo nas possíveis

dificuldades de aprendizagem a partir da observação sobre um olhar investigativo.

Para que o professor compreenda o desenvolvimento infantil com suas

peculiaridades e objetivos, ele precisa adquirir um olhar psicopedagógico, para

assim propor atividades que venham contribuir na prevenção das dificuldades de

aprendizagem e precisa compreender a relação afetividade e cognição (MENEZES,

2006).

As atividades que são apresentadas em salas de aula de Educação Infantil

precisam levar em conta a faixa etária de seu grupo proporcionando a estes a

diversidade de materiais, a busca por seus interesses, a autonomia das atividades

desenvolvidas e o respeito às suas construções.

O professor precisa ser mediador incentivando seus alunos. De acordo com

Severino (1991) os professores não devem ridicularizar seus alunos causando

constrangimentos aos mesmos. Ele deve apresentar uma postura ética que

transmita aos seus alunos segurança, respeito, carinho, amor, satisfação pelo

aprender e principalmente confiança.

Na Educação Infantil estes valores são transmitidos e conquistados através

das brincadeiras e da importância do educar. Segundo Kami (1991),

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Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Educar é preparar para a vida (KAMI, 1991 p.125).

É na brincadeira que a criança adquire seus valores, trabalha sua

personalidade e sua visão de mundo. Assim como a Psicopedagogia a Educação

Infantil deve privilegiar a importância do brincar.

Os jogos, as brincadeiras e os movimentos com o corpo, contribuem com a

construção do conhecimento e com a formação de cidadania na criança. Muitos

professores da Educação Infantil acham que ao propor brincadeiras, as crianças não

aprendem nada. Para estes, o que importa é colocar crianças sentadas em silêncio

e assim transmitirem suas aulas.

Estes profissionais precisam adquirir um olhar psicopedagógico para assim

compreenderem a importância do brincar. Segundo Negrine (1994),

Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação; brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento (NEGRINE, 1994 p.41).

Brincar é um direito de toda criança e o dever das instituições de Educação

Infantil é proporcionar aos alunos brincadeiras, sejam elas com brinquedos, jogos,

com o corpo, com a imaginação, com diversidade de materiais, a fim de cada uma

delas promova o desenvolvimento das potencialidades de cada indivíduo.

Os espaços de Educação Infantil precisam rever suas teorias e os

professores suas práticas pedagógicas. Precisam entender o que é ser criança

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como sujeito construtor do conhecimento nas relações de convivência construídas

em sala de aula.

Os professores precisam descobrir que as maiores conquistas de seus alunos

são constituídas pelos brinquedos e brincadeiras que vão ser essenciais na

formação moral, social, intelectual e real (VYGOTSKY, 1989). Também precisam

entender que o lúdico é à base das atividades da criança tornando-se indispensável

no processo educativo (PIAGET, 1998).

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) nos relata

sobre a importância do brincar e das brincadeiras como atividades cotidianas nos

espaços de Educação Infantil.

Que os nossos professores que são apaixonados por este segmento possam

apaixonar-se pelas brincadeiras, pelas artes, pela imaginação infantil, pela formação

continuada.

A Educação Infantil pode realizar um trabalho preventivo com os jogos e

brincadeiras e a Psicopedagogia utilizará os jogos e as brincadeiras como

ferramenta no tratamento psicopedagógico. Esta é a grande e valiosa relação

estabelecida entre a Psicopedagogia e a Educação Infantil.

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O último capítulo deste trabalho vai enfatizar a questão da alfabetização e do

letramento, como também quais são os caminhos que as crianças necessitam

percorrer para se tornarem cidadãos construtores do saber e não receptor de

conhecimento. Diante deste estudo vale uma reflexão sobre o conceito de educação

nos dia de hoje.

CAPÍTULO III - ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

3.1 - O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

O processo de alfabetização e letramento tem sido considerado um grande

desafio para os professores nos dias de hoje.

De acordo com Simonetti (2005) este desafio está baseado na possibilidade

de levar os alunos à compreensão da leitura e da escrita de forma lúdica, criativa,

prazerosa e espontânea.

Antigamente os professores preocupavam-se com a questão da alfabetização

ao pé da letra. Qual a melhor prática? Qual o melhor método? Enfim, o que

encaravam como objetivo era ensinar a criança a ler e escrever. Este era o dever

dos professores alfabetizadores.

Segundo Soares (2004), desde meados dos anos 80, esta idéia de

alfabetização vem tomando um novo rumo na educação brasileira, com o surgimento

do letramento.

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Embora as pessoas confundam e os professores muitas vezes não entendem

é que ALFABETIZAÇÃO e LETRAMENTO caminham juntos.

O processo de alfabetização e letramento baseia-se numa visão holística da

aprendizagem da língua escrita. Este princípio acredita que aprender a ler e

escrever não significa apenas decodificar as letras e/ou identificar as palavras. Ele

acredita que aprender é construir, e que esta construção seja capaz de proporcionar

significados à língua escrita, independente dos tipos de textos que o indivíduo possa

vir a ler.

De acordo com Soares (2004), o ingresso da criança no mundo da

leitura/escrita ocorre em dois processos:

• Alfabetização: pela aquisição do sistema convencional de escrita; • Letramento: desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em

atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita (SOARES, 2004 p.14).

Estes processos precisam estar interligados para que a alfabetização tenha

sentido. A leitura de textos vinculada à realidade dos alunos favorece e enriquece as

práticas de alfabetização e letramento.

A criança precisa ter acesso ao mundo rico da leitura, pois assim a

aprendizagem se processa na interação deste sujeito com sua cultura. Se esta

interação não acontece, por que e para que aprendemos a ler?

Segundo Soares (1998), há uma grande diferença entre saber ler e escrever

(ser alfabetizado) e viver e conviver num ambiente exercendo práticas sociais de

leitura (ser letrado). Portanto, nem toda pessoa alfabetizada é uma pessoa letrada.

As escolas precisam permitir que seus alunos cultivem o desejo e o hábito da

leitura e da escrita. A maioria dos alunos apresenta dificuldade e

demonstra medo quando necessitam escrever uma redação. Se eles não foram

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incentivados ou se não descobriram o prazer por escrever ou ler como poderão ser

leitores ou até mesmo escritores?

O ato de aprender a ler e escrever precisa adquirir um valioso significado na

educação. Segundo Ferreiro (2001), aprender a ler é importante para a vida social e

não apenas para ficar restrito às salas de aula. Sendo assim a escola precisa

favorecer aos alunos uma alfabetização compreendida pelo letramento e vice-versa.

Neste momento de reflexão sobre a alfabetização e o letramento os

professores precisam analisar os conceitos que denominam os processos de:

Letramento, de que são muitas facetas-imersão das crianças na cultura escrita, participação em experiências variadas com a leitura e a escrita, conhecimento e interação com diferentes tipos e gêneros de material escrito - e o que é propriamente a alfabetização, de que também são muitas as facetas – consciência fonológica e fonêmica, identificação das relações fonema-grafema, habilidades de codificação e decodificação da língua escrita, conhecimento e reconhecimento dos processos de tradução da forma sonora da fala para a forma gráfica da escrita (SOARES, 2004 p.15).

Os professores precisam repensar suas práticas a fim de proporcionar aos

alunos uma alfabetização desenvolvida num contexto de letramento. As salas de

aula devem possuir diversos tipos de textos tais como jornais, revistas, histórias em

quadrinhos, cartas, recados, receitas, poemas, mapas e muitos mais. A leitura e a

escrita precisam possuir significados para os alunos a fim de provocar neles o

desejo e o anseio pela alfabetização.

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3.2 - MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO

Mesmo antes de chegar à escola as crianças já tem idéia e constroem

hipóteses de leitura. Porém, a escrita convencional precisa ser apresentada aos

alunos e cada professor deve buscar o seu melhor caminho para que a alfabetização

aconteça.

Para que serve então a escrita? Segundo Ferreiro (2001), a escrita pode

apresentar-se em duas formas: “... como representação da linguagem ou como código de

tanscrição gráfica das unidades sonoras (FERREIRO, 2001 p.10).

Analisando a escrita das crianças percebemos uma grande diferença entre as

cópias realizadas e as escritas espontâneas, pois muitas vezes as crianças copiam

textos, palavras ou frases, mas na verdade não compreendem o que está escrito.

De acordo com Visvanathan (2010), no processo da alfabetização existem

muitos métodos dentre eles o:

Método sintético: traça um paralelo entre o som e a grafia analisando letra por

letra, sílaba por sílaba e palavra por palavra. Ele se divide em três tipos: alfabético

partindo das letras; fônico partindo do som das letras para formação de sílabas e o

silábico onde a partir das sílabas haverá a formação de palavras.

Método analítico: parte de um todo; e pode ser dividido em palavração

partindo da palavra; setenciação partindo da frase e global partindo de pequenos

textos, frases e palavras.

Método alfabético: parte da soletração e é o que mais as pessoas utilizam

favorecendo a memorização.

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Método fônico: parte da associação entre fonemas e grafemas, ou seja,

primeiro ensina-se as formas e os sons das vogais depois as consoantes simples e

logo em seguidas as complexas.

Método da linguagem total: parte da leitura de textos para os alunos sem

fazer uso de figuras e sons. Através da leitura de textos a criança aprende.

Os parâmetros nacionais e a metodologia construtivista: os PCNs oferecem

um currículo baseado na realidade das crianças e consideram o construtivismo um

método de alfabetização que defende a idéia de valorização ao conhecimento que a

criança adquire na sua vida social.

Segundo Soares (2004), ao fazermos referências aos métodos de

alfabetização, automaticamente pensamos nos métodos tradicionais. Na verdade o

que vivenciamos foram muitas metodologias e não teorias.

É claro que não definimos uma metodologia ou teoria correta e perfeita. Ainda

há professores que utilizam cartilha, pois é a forma que sabem trabalhar.

Diante das experiências vivenciadas em sala de aula, a partir de um olhar

psicopedagógico, tenho dado mais valor aos meus alunos e tenho observado os

resultados qualitativos principalmente na formação de caráter, amizade,

companheirismo, solidariedade, cidadania e principalmente desejo por aprender.

O que se faz necessário na verdade não é que os professores busquem

saídas, novas metodologias, novos caminhos ou novas propostas pedagógicas. De

acordo com Ferreiro (2001), não adianta mudar método e sim a postura do professor

para que ele venha repensar as práticas de introdução à língua escrita.

O que cada profissional precisa pensar é no que ele acredita que possa ser a

educação e como a aprendizagem e a escrita podem contribuir na representação da

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linguagem. Os alunos não são “pobres coitadinhos que nada sabem, nada

conhecem ou são tábuas rasas”.

Os alunos são sujeitos cognoscentes que pensam, tem sentimentos, tem

histórias, tem vida e sabem agir e interferir sobre ela.

3.3 - CONTEÚDOS PSICOPEDAGÓGICOS RELEVANTES À PRÉ-

ALFABETIZAÇÃO

A Educação Infantil é muito importante para as crianças. Nesta etapa da

educação a escola precisa assumir como objetivo uma postura voltada para o

processo de alfabetização e letramento. É nesta fase que a criança necessita de

estímulos para que a aprendizagem aconteça de forma prazerosa e não arbitrária.

Segundo Costa (2009), o professor que possui um olhar psicopedagógico é

capaz de a todo o momento refletir sobre sua prática, sobre seus atos e elaborar um

planejamento que seja capaz de atingir o nível de desenvolvimento dos alunos de

acordo com a sua faixa etária.

O que seria uma pré-alfabetização? Uma pré-alfabetização seria o caminho

que dá significado ao ato e ao porque da linguagem escrita, oral e verbal.

No ambiente da Educação Infantil as crianças precisam brincar, vivenciar

experiências, ouvir histórias com diferentes tipos de textos, contar e dramatizar

histórias e relatos da vida diária e muito mais. Quando os professores proporcionam

as crianças um ambiente alfabetizador e de letramento eles começam compreender

o sentido das letras e dos números.

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A alfabetização não acontece somente aos seis anos como julgam. De acordo

com Ferreiro (1985), somos nós os adultos que queremos estipular prazo e data

para a alfabetização. De acordo com a realidade e a vivência, ao chegara à escola a

criança já possui um grande envolvimento com a alfabetização e com o letramento

através das mídias, dos rótulos das embalagens, das revistas, dos livros de histórias

e muito mais.

Para os professores, principalmente os da Educação Infantil, a alfabetização e

o letramento precisam estar entrelaçados e possuir significado.

Quando nós vamos realizar alguma atividade do cotidiano, antes nós temos

que aprender ou experimentarmos tal situação. Segundo Craidy & Kaercher (2001),

o ler e escrever na Educação Infantil precisa ser envolvente e experimentado junto

com as crianças.

...andar de bicicleta se aprende andando de bicicleta; nadar, nadando; desenhar, desenhando; andar e falar, andando e falando; dirigir um carro, dirigindo; tocar um instrumento, tocando; cozinhar, cozinhando; costurar, costurando; operar um computador, falar uma outra língua, namorar, separar-se, casar-se, ser mãe, ser pai, enfim... A lista é ilimitada (CRAIDY & KAERCHER, 2001 p.141).

Como então a criança aprende a ler e escrever? Ela aprende lendo e

escrevendo junto com o professor.

Para Soares (2009), a alfabetização pode acontecer na Educação Infantil,

pois este processo não se refere apenas ao ato de ler e escrever.

Este processo envolve conceitos tais como: escrever, compreender e ser

compreendido; identificar diferentes tipos de textos; participar de eventos culturais

onde prevaleça o uso da leitura e da escrita; envolver-se com a linguagem verbal e

não-verbal e reconhecer a importância da escrita na sociedade.

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A Educação Infantil deve proporcionar aos alunos um ambiente prazeroso

durante a introdução da criança no mundo alfabético para que eles realizem

convenções sociais no universo da leitura e da escrita.

A Psicopedagogia busca caminhos para tentar resolver os problemas das

dificuldades de aprendizagem das crianças utilizando ferramentas como jogos

pedagógicos e de regras, desenhos e muito mais.

Segundo Porto (2009),

...é importante que o psicopedagogo possa jogar o jogo da criança, sem, no entanto, perder de vista o seu compromisso com a aprendizagem e lembrando que toda relação do sujeito com o mundo, depois que deixa de ser conseqüência de um reflexo, demanda aprendizagem (PORTO, 2009 p.84).

Na Educação Infantil, através do lúdico, das brincadeiras cantadas, das

leituras de histórias, das músicas, das aulas de culinária, de artes, dentre outras

atividades, o processo de alfabetização e letramento pode acontecer.

Neste período e com essas experiências a criança começa adquirir uma

consciência fonológica e passa a compreender o sentido da linguagem.

De todas as experiências vivenciadas na pré-escola, a que mais contribuiu

com a alfabetização e o letramento é a contação de história que torna-se

indispensável neste período, favorecendo a inserção das crianças no mundo da

leitura-escrita.

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3.4- PARALELO ENTRE A ALFABETIZAÇÃO NATURAL E O USO DAS

CARTILHAS

Os métodos de alfabetização analisados anteriormente apresentavam

falhas em seus processos. Porém, dentre todos, o método fônico é o que mais

compreende as vantagens e as habilidades frente às palavras novas.

De acordo com Rizzo (1987), Heloísa Marinho realizou um estudo na

Alemanha e comparou as diferenças entre os métodos e os processos utilizados na

alfabetização.

Após alguns anos de estudos, a metodologia do “Método Natural” começa a

ganhar importância no ambiente educacional. Este método, diferentemente das

cartilhas, preocupava-se com o desenvolvimento pleno das crianças.

Alguns materiais receberam destaque por utilizar uma prática pedagógica

que era contraditória à antiga prática alfabetizadora (RIZZO, 1987 p.2-3):

• Pré-Livro: construção de pequenos textos junto às crianças onde as

mesmas são capazes de reconhecer determinadas palavras e

compreender o sentido dos textos. No uso das cartilhas essa

participação é negada e a leitura é mecânica.

• Quadro de pregas: produção de palavras, frases e textos. Na cartilha

estas produções já chegam prontas.

• Visor fonético: promove o desenvolvimento e o reconhecimento dos

sons e letras nas palavras através da melodia dos sons.

• Cartão relâmpago: identificação de palavras que emitem o mesmo

som.

• Tabuleiro; Trilho; Bolsinha de Leitura e Bloquinho Mágico; Técnica de

Ensino da Escrita e trabalho Diversificado. Estas técnicas fazem

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parte do método natural da alfabetização enquanto algumas cartilhas

utilizam textos prontos e às vezes sem sentido, repetição de sílabas,

memorização e muito mais.

Dentre outras matérias, o ensino da leitura e da escrita deve promover o

desenvolvimento pleno da criança de acordo com suas potencialidades e desejos.

Segundo Rizzo (1987),

A orientação do processo de desenvolvimento e educação do aluno deve-se fundamentar nas potencialidades de cada um e nunca nas suas deficiências ou carências. Aprendizagem não é apenas processo cumulativo de informações; ela implica, necessariamente, em mudança de comportamento (RIZZO, 1987 p. 7).

Mesmo no método natural o ambiente torna-se importante no processo

ensino-aprendizagem, pois ele poderá ou não estimular o aluno na construção da

leitura e da escrita. Além do ambiente, o professor também pode contribuir quando

demonstra prazer, alegria, amor, conhecimento teórico e paixão por construir

conhecimento junto com seus alunos.

Ao falarmos em alfabetização com cartilha a situação é bem diferente.

Geralmente elas priorizam o abecedário, a repetição, a silabação e ignoram o saber

dos alunos. Desta forma o professor permanece com sua “facilidade pedagógica”,

pois a cartilha já está pronta e o aluno “coitado” finge que aprende.

De acordo com Rocha e Rodrigues (2007) nas cartilhas estão os piores

textos, então o aluno só lê. Já na produção de textos espontâneos os textos são

ricos e interessantes, pois a criança constrói uma história a partir das suas vivências

e ou cultura.

Segundo Cagliari (1998, p. 48), A cartilha é algo contraditório tendo em vista que

ensina os alunos a silabarem e depois quer que eles leiam com fluência.

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Com o uso das cartilhas percebemos que as crianças apresentam tendência à

silabação até na hora da leitura de textos; que o conhecimento próprio é ignorado;

reforço à memorização; desprezo à escrita espontânea; transmissão de informação

distanciada da realidade e pouca afetividade entre professor e aluno.

É bem verdade que muitos profissionais, mesmo utilizando esta ferramenta

empobrecida, tenta fazer o melhor possível. Se hoje estamos alfabetizados, mas

nem todos letrados, somos resultado de uma política e uma proposta pedagógica

que precisa ser modificada a cada dia.

O método natural possibilita a construção do conhecimento e as cartilhas o

conhecimento das letras e das normas gramaticais.

Que a Psicopedagogia e a Educação Infantil possam dar as mãos na busca

deste novo olhar sobre a aprendizagem. Que os professores da Educação Infantil

possam buscar a qualificação profissional e possam adquirir uma visão

psicopedagógica dentro das escolas valorizando o tempo, o desenvolvimento e

aprendizagem da criança.

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CAPÍTULO IV - CONCLUSÃO

A Psicopedagogia é um campo de conhecimento que surgiu a fim de buscar

soluções para as crianças que apresentavam dificuldades de aprendizagem e não

conseguiam sucesso nem com os psicólogos nem com os pedagogos. Descobriu-se

então que o psicopedagogo busca caminhos para que a aprendizagem aconteça,

pois ele sabe e acredita que toda a criança pode aprender independente da

dificuldade que apresente. Estas dificuldades muitas vezes demoram a ser

diagnosticadas, causando danos maiores aos alunos. Desde então percebemos que

na Educação Infantil, se os professores tivessem um olhar psicopedagógico, tudo

seria bem diferente.

Ao proporcionar aos alunos um ambiente acolhedor onde haja afetividade,

brincadeiras, carinho, respeito às diferenças e a individualidade, contação de história

e muito mais, com certeza o interesse pela aprendizagem poderia acontecer.

Um dos maiores desafios da Psicopedagogia no processo ensino-

aprendizagem e na leitura escrita é enfrentar os problemas que acontecem nas

escolas em relação à aprendizagem que pode acontecer ou não dentro das salas de

aula. Muitas vezes não encaramos os problemas, pois o sistema educacional ainda

apresenta falhas quanto à elaboração dos currículos e quanto às práticas

pedagógicas.

Os profissionais da Educação Infantil precisam buscar a qualificação

profissional e principalmente o conhecimento psicopedagógico. Sendo assim, no

futuro ou até mesmo nas séries seguintes, presenciaremos alunos leitores,

escritores, apaixonados pela escola, por seus professores e principalmente pela

aprendizagem.

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