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2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O AQUECIMENTO GLOBAL – UMA DÚVIDA INCONVENIENTE Por: Hudson Tavares Penha Orientador Prof. William Lima Rocha Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O AQUECIMENTO GLOBAL – UMA DÚVIDA

INCONVENIENTE

Por: Hudson Tavares Penha

Orientador

Prof. William Lima Rocha

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O AQUECIMENTO GLOBAL – UMA DÚVIDA

INCONVENIENTE

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Direito

Ambiental.São os objetivos da monografia perante o

curso e não os objetivos do aluno

Por: Hudson Tavares Penha

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RESUMO

Inicialmente enfoca-se o aquecimento global como um dos principais

problemas da contemporaneidade através da sua base cientifica. Relaciona-se o

efeito estufa com o aquecimento global. Aborda-se a visão da mídia com relação

ao tema, as causas e os efeitos do aquecimento do planeta apontados pela mídia

e o aquecimento no Brasil. Explica-se o que é o IPCC, mostra-se os estudos feitos

pelo IPCC com relação ao aquecimento no Brasil. Fala-se sobre a Convenção-

Quadro das Nações Unidas Sobre a Mudança Climática, sobre o Protocolo de

Quioto, sobre os principais mecanismos de reduções de emissões de gases do

efeito estufa. Descreve-se os aspectos Legais que tratam da mudança climática

no Brasil. Aborda-se também as controvérsias sobre o aquecimento global e a

visão dos cientistas céticos sobre o assunto. Analisa-se o arrefecimento global e a

diminuição da atividade solar. Por fim fala-se da aplicabilidade dos princípios da

precaução e prevenção, ambos no direito ambiental brasileiro ao tema.

Palavras-Chave: Aquecimento Global. IPCC. Cientistas Céticos

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METODOLOGIA

Este trabalho é baseado em pesquisas feitas na Internet, através de

publicações e matérias jornalísticas, em livros, revistas e jornais que tratam do

assunto, na Legislação que versa sobre as mudanças climáticas no Brasil, em

trabalho extraído de congresso de direito ambiental realizado na Ordem dos

Advogados do Brasil – RJ, em relatórios proferidos pelo Painel Intergovernamental

sobre Mudanças Climáticas. Além disso, consulta nos Tratados Internacionais que

tratam de mudanças climáticas e em conseqüência, do aquecimento global.

Por se tratar de questão relacionada ao meio ambiente e especificamente

ter relação direta com um dos maiores problemas da atualidade, ou seja, o

aquecimento global, muitos sites dispõe de farto material para pesquisa mais é

importante observar que há muito material inverídico.

Para um complemento técnico tornou-se necessário o investimento mais

aprofundado em materiais como livros, filmes e documentários que tratam

especificamente do assunto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – O AQUECIMENTO GLOBAL – BASE CIENTÍFICA 10

1.1 – O efeito estufa e o aquecimento global 12

CAPÍTULO II – O AQUECIMENTO GLOBAL – PELA MÍDIA 14

2.1 – Causas do aquecimento global 15

2.2 – Efeitos do aquecimento global 16

2.3 – O aquecimento global no Brasil 17

CAPÍTULO III - O PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE 21

MUDANÇAS CLIMÁTICAS (IPCC)

3.1 – Estudos do IPCC para o Brasil 24

CAPÍTULO IV - CONVENÇÃO – QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS 25

SOBRE A MUDANÇA DO CLIMA (CQNUAC)

CAPÍTULO V - PROTOCOLO DE QUIOTO 26 5.1 - Principais Mecanismos de Redução de Emissões 27

CAPÍTULO VI – O BRASIL E O AQUECIMENTO GLOBAL 30

6.1 - Plano Nacional Sobre Mudança do Clima (PNMC) 31

CAPÍTULO VII - LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA MUDANÇAS 34

CLIMÁTICAS

CAPÍTULO VIII - CONTROVÉRSIA SOBRE O AQUECIMENTO GLOBAL 38

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CAPÍTULO IX - VISÃO DOS CIENTISTAS CÉTICOS SOBRE O 41

AQUECIMENTO GLOBAL

CAPÍTULO X – O ARREFECIMENTO GLOBAL 47

10.1 - A Diminuição da Atividade Solar 48

CAPÍTULO XI - Princípio da Precaução e da Prevenção 51

CONCLUSÃO 54

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INTRODUÇÃO

As mudanças climáticas e efeitos provenientes dessas, como furacões, tufões e

tornados, dentre outros fenômenos, tem ocorrido com grande freqüência e cada

vez mais devastadores. Podemos observar também que essas mudanças no

clima, modificam muitas das vezes as temperaturas de determinados lugares, ou

seja, lugares que são conhecidos por ter uma temperatura mais baixa, tem

enfrentado dias com a mesma acima do que de costume e lugares que geralmente

são mais quentes, tem registrado temperaturas mais baixas.

A toda essa problemática enfrentada hoje com relação ao clima, atribui-se o

aquecimento do planeta. Partindo desse ponto de vista, dá-se o nome ao grande

vilão de aquecimento global.

Muito falado no dia a dia, o aquecimento do planeta Terra tem sido motivo

da mobilização de cientistas de todo o mundo, para estudos que tragam maiores

entendimentos e soluções para o problema.

Como tudo no mundo em que vivemos pode ser visto por ângulos

diferentes, não poderia ser diferente com o estudo do aquecimento global. Até

então, poucos dão atenção ao assunto, pois, como sabemos as nossas vidas são

muito corridas e temos “coisas mais importantes” para nos preocuparmos. Mas

mesmo assim, deveríamos atentar a essa problemática, pois o futuro das

próximas gerações pode estar sendo traçado.

De acordo com informações divulgadas durante todo o tempo em que se

houve falar em aquecimento global, todos sabemos que o homem é

responsabilizado por suas fontes de emissões de gases do efeito estufa como o

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9 causador do aquecimento. Por outro lado, é importante dizer que no meio

cientifico, existe uma outra corrente, conhecida como a dos cientistas céticos que

sustentam dentre outras coisas que o homem não tem interferência sobre o clima

do planeta.

Como podemos ver se realmente isso for verdade deduzimos que pode

haver um grande interesse na manipulação dessas informações.

Com relação às políticas adotadas atualmente para tratar do assunto, tanto

externamente como internamente, são altamente benéficas para o meio ambiente

e no caso do Brasil, não há o que se falar contra. Porém já há quem diga que ao

atribuir ao homem o título de causador do aquecimento global, tudo leva a adoção

de uma política de não emissão de gases efeito estufa, em outras palavras, não

ao progresso dos países em desenvolvimento.

O presente trabalho pretende esclarecer um pouco mais sobre o que está

sendo feito com relação ao aquecimento global.

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I O AQUECIMENTO GLOBAL - BASE CIENTÍFICA

A professora titular do Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental

do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGC - USP), Sônia

Maria Barros de Oliveira, que nos últimos anos tem se dedicado ao estudo das

mudanças ambientais, de origem antrópica ou natural, registradas em sedimentos

recentes, nos esclarece no livro “Aquecimento Global - Frias Contendas

Científicas” de José Eli da Veiga (organizador), sobre o sistema climático. De

acordo com seu trabalho, o clima é definido, segundo a Organização

Meteorológica Mundial (WMO), como a média como a média das condições

meteorológicas, isto é, como descrição estatística (valores médios e variabilidade)

da temperatura, precipitação e velocidade dos ventos em um período de tempo de

trinta anos. Dá a composição do sistema climático por cinco componentes

maiores: ar, água, gelo, e vegetação e das interações entre eles. “A evolução do

sistema do tempo é tida sob influência da sua própria dinâmica e de forçantes

radioativas (FR – medida da influência de um fator na alteração do balanço

radioativo do sistema terra-atmosfera), externas”.

Segundo a professora, no primeiro caso, estão as variações da circulação

atmosférica e oceânica, como exemplo cita a frequência de ventos El Nino. Com

relação as forçantes externas explica que podem ser naturais, como erupções

vulcânicas e as variações de energia emitidas pelo Sol, principalmente como

forma de luz visível. Essa energia é medida através do fluxo energético por

unidade de área, em watts por metro quadrado (W/m²). O fluxo de energia que

chega ao topo da atmosfera terrestre é, em média 342 W/m², sendo maior no

Equador e menor nos pólos, devido a curvatura da Terra. Desse total, 30% é

refletido de volta para o espaço, e 70% é absorvido e reemitido como calor

(radiação infravermelha). A reflexão ocorre nas nuvens e aerossóis (77 W/m²), e

em certas regiões da superfície terrestre, como nos campos nevados e, em menor

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11 grau, nos desertos (30W/m²). O total da energia refletida constitui o “albedo”

terrestre, que é uma medida do brilho terrestre vista do espaço. Do total da

radiação solar absorvida (235 W/m²), três quartos são absorvidos pela superfície

(168 W/m²) e um quarto (67 W/m²), pelas nuvens e vapor d’água da atmosfera.

Essa radiação aquece a Terra e a parte inferior da atmosfera (troposfera), e provê

energia para as trocas de calor entre os componentes do sistema climático,

principalmente através da circulação atmosférica e oceânica.

Ainda proveniente de seu estudo, a professora Sônia Maria Barros de

Oliveira explica que, como a Terra está continuamente recebendo energia do Sol,

mas mantém uma temperatura mais ou menos constante, de cerca de 14ºC em

média, ela deve estar em equilíbrio radioativo, perdendo para essa a mesma

quantidade de energia que absorve. Observa que essa perda se dá principalmente

sob forma de calor, mas não ocorre diretamente: parte do calor absorvido, quando

reemitido, é absorvido pelos gases do efeito estufa e emitido novamente para a

superfície.

Dando seqüência, aponta que há fundamentalmente, três maneiras de

alterar o balanço radioativo da Terra, de forma a modificar a temperatura de

equilíbrio:

• Variar a energia solar incidente por alterações na órbita da Terra e no

próprio Sol;

• Variar a fração da radiação refletida (albedo) por mudanças na

cobertura de nuvens, pela presença de aerossóis atmosféricos, etc.;

• Variar a radiação infravermelha emitida pela Terra pela variação no teor

dos gases do efeito estufa.

Conclui então que o clima responde a essas variações seja diretamente,

seja indiretamente, por meios de vários mecanismos de retroalimentação

(feedback), ou seja, a ocorrência de mecanismos de retroalimentação quando o

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12 resultado de um processo inicial desencadeia um segundo processo que influencia

o inicial, amplificando-o ou atenuando-o.

1.1 O Efeito Estufa e o Aquecimento Global

O efeito estufa é a concentração natural de gases na atmosfera. É a forma

que a Terra tem para manter a sua temperatura constante, ou seja, é um

fenômeno natural de aquecimento térmico.

A atmosfera é altamente transparente à luz solar, porém os raios de sol ao

serem emitidos à Terra têm dois destinos. Cerca de 35% da radiação que

recebemos vai ser refletida de volta para o espaço, ficando os outros 65% retidos

na Terra, mais precisamente, em sua superfície. Isto ocorre por causa da ação

refletora dos gases do efeito estufa.

Os principais gases que provocam esse fenômeno são:

• Dióxido de carbono (CO2);

• Metano (CH4);

• Óxido nitroso (N2O);

• Cloro-flúor-carboneto (CFC)

O efeito dos raios infravermelhos sobre esses gases, resultam na retenção

de parte da radiação que recebemos na Terra.

Sem o efeito estufa, a Terra teria temperaturas médias abaixo de 10ºC

negativos, o que dificultaria o desenvolvimento de vida no planeta.

Nas últimas décadas, climatologistas têm constatado que a temperatura

média do planeta tem aumentado em função do aumento na concentração desses

gases isolantes. O excesso dessa camada de gases estufa, está fazendo com que

parte desses raios infravermelhos não voltem para o espaço, provocando a

elevação da temperatura global, o que resulta no chamado, aquecimento global.

A partir desse aumento da temperatura e de estudos e pesquisas sobre

conseqüências desastrosas, como mudanças climáticas, elevações dos oceanos,

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13 secas, ondas de calor, maior incidência de fenômenos como furacões e ciclones,

foram relacionadas ao tema.

Diante dessa problemática, a comunidade internacional foi alertada, o que

deu origem à Convenção das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas.

Imagem 1

Fonte da imagem:http://www.rudzerhost.com/ambiente/estufa.htm

Imagem 2

Fonte da imagem: educar.sc.usp.br

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II. O AQUECIMENTO GLOBAL – PELA MÍDIA

O aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão. Um

aumento de temperatura média superficial global que vem acontecendo nos

últimos 150 anos. Entretanto, o significado deste aumento de temperatura ainda é

objeto de muitos debates entre os cientistas. Causas naturais ou antropogênicas

(provocadas pelo homem) têm sido propostas para explicar o fenômeno.

Segundo estudos, grande parte da comunidade científica acredita que o

aumento da concentração de poluentes antropogênicos na atmosfera é a causa do

efeito estufa. De acordo com o ciclo natural, a Terra recebe radiação emitida pelo

Sol e devolve grande parte dela para o espaço através de radiação de calor. Os

poluentes atmosféricos estão retendo parte desta radiação que seria refletida para

o espaço, em condições normais. Essa parte retida, proveniente da maior

quantidade de poluentes na atmosfera causa um importante aumento dessa

radiação ocasionando assim o aquecimento global.

De acordo com a matéria publicada no Jornal do Meio Ambiente em 16 de

janeiro de 2006, a principal evidência do aquecimento global vem das medidas de

temperatura de estações meteorológicas em todo o planeta desde 1860. Os dados

com a correção dos efeitos de “ilhas urbanas” (ilhas de calor) mostra que o

aumento médio da temperatura foi de 0,6+- 0,2 durante o século XX. Os maiores

aumentos foram em dois períodos: 1510 a 1945 e 1976 a 2000 (segundo IPCC).

Ainda de acordo com o Jornal, evidências secundárias são obtidas através

da observação das variações da cobertura de neve das montanhas e de áreas

geladas, do aumento do nível global dos mares, do aumento das precipitações, da

cobertura de nuvens, do El Nino e outros eventos extremos de mau tempo durante

o século XX.

Exemplifica-se na matéria que dados de satélite mostram uma diminuição

de 10% na área que é coberta por neve desde os anos 60. A área de cobertura de

gelo no hemisfério norte na primavera e no verão também consta como diminuída

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15 em cerca de 10% a 15% desde 1950 e ainda, houve retração das montanhas

geladas em regiões polares durante todo o século XX, conforme constatado pelo

IPCC.

2.1 Causas do Aquecimento Global

Mudanças climáticas ocorrem devido a fatores internos e externos. Fatores

internos são aqueles associados à complexidade derivada do fato dos sistemas

climáticos serem sistemas caóticos não lineares. Fatores externos podem ser

naturais ou antropogênicos.

O principal fator externo natural é a variabilidade da radiação solar, que

depende dos ciclos solares e do fato de que a temperatura interna do Sol vem

aumentando. Fatores antropogênicos são aqueles da influência humana levando

ao efeito estufa, o principal dos quais é a emissão dos sulfatos que sobem até a

atmosfera causando depleção da camada de ozônio.

Cientistas concordam que fatores internos e externos naturais podem

ocasionar mudanças climáticas significativas. De acordo com estudos, pode-se

dizer que no último milênio dois importantes períodos de variação de temperatura

ocorreram: um período quente conhecido como Período Medieval Quente e um

frio conhecido como Pequena Idade do Gelo. É importante observar que a

variação de temperatura desses períodos tem magnitude similar ao atual

aquecimento e acredita-se terem sido causados por fatores internos e externos

somente. A Pequena Idade do Gelo é atribuída à redução da atividade solar e

alguns cientistas concordam que o aquecimento terrestre observado desde 1860 é

uma reversão natural da Pequena Idade do Gelo de acordo com “the skeptical

environmentalist”.

Por outro lado, grandes quantidades de gases têm sido emitidas para a

atmosfera desde que começou a Revolução Industrial. A partir de 1750 as

emissões de dióxido de carbono aumentaram 31%, metano 151%, óxido de

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16 nitrogênio 17% e ozônio troposférico 36% (fonte IPCC). Pesquisadores do clima

afirmam que este “aquecimento global” está ocorrendo em função do aumento da

emissão de gases poluentes, principalmente, derivados da queima de

combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc) na atmosfera. Este fenômeno ocorre,

pois estes gases absorvem grande parte da radiação infravermelha emitida pela

Terra, dificultando a dispersão do calor.

Os cientistas expõem que o desmatamento e a queimada de florestas e

matas também colaboram para este processo. Observam ainda que nem todo o

dióxido emitido para a atmosfera se acumula nela, metade é absorvido pelos

mares e florestas.

2.2 Efeitos do Aquecimento Global

Devido aos efeitos potenciais sobre a saúde humana, economia e meio

ambiente o aquecimento global tem sido fonte de grande preocupação.

Importantes mudanças ambientais têm sido observadas em estudos que mostram

serem provenientes do aquecimento do Planeta.

Conseqüências do aquecimento global como a diminuição da cobertura de

gelo, aumento do nível do mar e a mudança dos padrões climáticos, são exemplos

que podem influenciar além das atividades humanas, os ecossistemas em toda a

sua complexidade, ou seja, o aumento da temperatura global permite que um

ecossistema mude, de forma que algumas espécies podem ser forçadas a sair dos

seus habitats devido a mudanças significativas no clima, podendo espalhar-se,

invadindo outros ecossistemas, ou até mesmo correndo risco de extinção.

Pode-se dizer que os efeitos mais devastadores seriam os efeitos na

biodiversidade. A maioria dos ecossistemas são interconectados, então a reação

em cadeia dos efeitos do aquecimento seria incomensurável.

Em áreas temperadas, a estação de plantio e germinação seria mais longa

e com maior incidência de chuvas. Isto seria benefício de muitas formas para

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17 estas áreas. No entanto, partes menos temperadas do mundo provavelmente

veriam um aumento de temperatura e uma diminuição brutal no índice de chuvas,

o que causaria longos períodos de seca e o surgimento de desertos.

Milhares de vidas seriam perdidas anualmente, já que os idosos e doentes

sofreriam mais com o excesso de calor. As pessoas de baixa renda sofreriam os

pores efeitos, pois não teriam recursos para lidar com os problemas que viriam

com o aumento da temperatura. Haveria fome se a diminuição das chuvas

limitasse o cultivo de alimentos. As pessoas morreriam também pelo aumento de

doenças.

2.3 O Aquecimento Global no Brasil

Em matéria da revista Veja On-line de 28 de fevereiro de 2007, com o título

“Como o calor vai afetar o Brasil”, podemos observar de acordo com o seu

conteúdo, que estudo inédito prevê o impacto do aquecimento global no país até o

fim deste século.

Dizem as previsões que caso não diminuam as emissões de gases tóxicos

que aumentam o efeito estufa, as catástrofes se tornaram cada vez mais

freqüentes e devastadoras.

Este estudo sobre o aquecimento global no Brasil aponta pela primeira vez

qual será o impacto específico do aquecimento nas diversas regiões do Brasil.

Bancado pelos governos brasileiro e inglês, o trabalho feito pelos

pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), apresentou

as previsões climáticas para o país até o ano de 2100.

De acordo com o relatado, ao longo do século, a temperatura média no país

poderá aumentar até quatro graus Celsius, com efeitos desastrosos para a

agricultura, a pecuária e a biodiversidade de várias regiões. No caso da Amazônia,

as previsões não são nada boas, pois o aumento da temperatura pode chegar a

oito graus Celsius, transformando nacos da floresta tropical em cerrado. O

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18 Pantanal Mato-Grossense poderá perder dezenas de espécies. O aumento do

nível do Oceano Atlântico pode destruir construções à beira-mar no Rio de

Janeiro, no Recife e em Salvador.

Dois cenários podem ser abordados no relatório sobre o clima brasileiro. O

primeiro considera que a atividade humana no planeta continuará a lançar

quantidades crescentes de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera o que agravará

cada vez mais o aquecimento. O segundo leva em conta que o esforço conjunto

dos países para diminuir as emissões de CO2 seja bem sucedido nas próximas

décadas.

Segundo a matéria da Veja On-line, em ambos os cenários acima citados

as conseqüências provocadas pelo efeito estufa no Brasil serão as mesmas, o que

muda é a intensidade com que os desastres se abaterão sobre o país.

A metodologia utilizada para a elaboração do relatório foi semelhante à do

IPCC. Programas de computador transformam os fenômenos naturais em

questões matemáticas, avaliando dados com variações de temperatura, ventos e

regime de chuvas. Cruzando-se as equações, se torna possível antecipar como o

clima de uma região se comportará no futuro.

De acordo com o exposto, esse modelo de pesquisa permite também que

se anteveja como as transformações em uma determinada região podem afetar

uma outra, ou seja, se o aquecimento da Amazônia se confirmar, o calor

provocará períodos de estiagem no sudeste e no sul do Brasil.

O estudo do INPE ao cruzar as equações climáticas, mostra-se que o

aquecimento da atmosfera afetará o nível de açudes e rios, o que pode

comprometer a produção de energia e as obras de infra-estrutura.

As previsões do relatório contemplam também o impacto do aquecimento

global na saúde da população brasileira. Aposta-se que as alterações climáticas

aumentam o risco de incidência da malária, dengue e febre amarela, pois insetos

que transmitem essas doenças encontram um ambiente mais favorável para a sua

reprodução em um país mais quente.

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19 A redução das chuvas e uma atmosfera mais quente e seca provocarão

mais incêndios em florestas da Amazônia e do cerrado, o que aumentará a

ocorrência de doenças respiratórias provocadas pela fumaça.

A revista Época de 09 de abril de 2008, na matéria “Como o aquecimento

global vai afetar o Brasil” faz uma interessante comparação do Planeta e o

aquecimento global e um ser humano em estado febril.

“Um aumento de 2 graus Celsius provoca várias perturbações no

funcionamento do organismo humano. Os batimentos cardíacos ficam

mais lentos e a transpiração aumenta. Se a elevação for de 5 graus

Celsius, torna-se grave. Com uma febre de 42 graus, como na malária, a

pessoa sofre convulsões. Pode até morrer. Com o planeta acontece algo

semelhante. Segundo os cientistas, se a temperatura sofre 2 graus,

sistemas de chuvas e secas já se alteram, mas as formas de vida que

conhecemos ainda conseguem se adaptar. Com uma elevação de 5

graus, o clima da Terra entra em colapso. Isso exterminaria a agricultura

e a pecuária em boa parte das zonas tropicais, inundaria cidades

litorâneas e tornaria freqüentes os furacões em quase todos os oceanos,

inclusive o nosso Atlântico Sul.”

Antes de fazer previsões, podemos observar que a matéria afirma, após ouvir 12

dos principais cientistas que descrevem os impactos sobre nossa geração e a de

nossos filhos, não serem previsões infalíveis. “Se há praticamente consenso sobre

a gravidade do aquecimento global, os cientistas divergem ao especular sobre

seus impactos.”

Apesar do grau de incerteza, essas pesquisas poderão nortear as

adaptações necessárias para sobrevivermos diante de tal problemática.

De acordo com o estudo, as previsões mais moderadas para o país

sugerem a elevação do nível do mar em 58 cm. O que poderia provocar ressacas

mais intensas. O pesquisador do Instituto de Pós-graduação e Pesquisa de

Engenharia (COPPE) da UFRJ, Cláudio Freitas Neves, afirma que nesse caso o

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20 mar ficaria com ondas de 3 metros em cima de uma elevação de até 1,5 metro.

Assim sendo essas ressacas podem aumentar a erosão em uma grande faixa

litorânea do país, acabando com boa parte das praias. Segundo um estudo do

INPE há a possibilidade de esse processo causar prejuízos a 42 milhões de

pessoas que vivem na costa.

Os pesquisadores ainda alertam para a possibilidade de ocorrência de

ciclones e furacões no sul e sudeste. Entre as previsões mais pessimistas está o

desaparecimento por completo da Floresta Amazônica, que poderá acontecer se a

temperatura média da região aumentar mais de 5 graus. Salvar a Floresta só

dependerá de algumas ações preventivas.

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III O PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE

MUDANÇAS CLIMÁTICAS (IPCC)

O Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC – sigla em

inglês) é um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), composto por

delegações de 130 governos para prover avaliações regulares sobre a mudança

climática. Nasceu em 1988, da percepção de que a ação humana poderia estar

exercendo uma forte influência sobre o clima do Planeta e que seria necessário o

acompanhamento desse processo.

O IPCC foi criado para fornecer aos decisores políticos e outros

interessados nas alterações climáticas com, uma fonte de informações objetivas

sobre as alterações do clima. O IPCC não conduz qualquer investigação nem

monitora o clima, dados relacionados ou parâmetros. Seu papel é de avaliação

abrangente e objetiva, aberta e transparente com as últimas posições científicas,

técnicas e sócio-econômicos e relevantes da literatura produzida a nível mundial

para o entendimento do risco de mudança climática induzida por humanos,

observando os impactos e as opções de adaptação e mitigação. Os relatórios do

IPCC devem ser neutros no que diz respeito à política, apesar de que eles

precisam para lidar com as políticas objetivamente relevantes de caráter científico,

técnico e sócio-econômico. Devem ter alto conhecimento científico e normas

técnicas, tendo como objetivo refletir opiniões, conhecimentos e ampla cobertura

geográfica.

O IPCC é um organismo intergovernamental científico criado pela

Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa Ambiental das

Nações Unidas (UNEP). O seu círculo eleitoral é composto de:

• Os governos: O IPCC está aberto a todos os países membros da OMM e

PNUMA. Governos de participação em sessões plenárias do IPCC onde

principais decisões sobre o trabalho do mesmo são tomadas e relatórios

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sejam aceitos, aprovados e homologados. Eles também participam da

revisão dos relatórios do IPCC.

• Os cientistas: centenas de cientistas em todo o mundo contribuem para o

trabalho do IPCC como autores, contribuintes e revisores.

• As pessoas: com órgão das Nações Unidas, o trabalho do IPCC tem por

objetivo a promoção do desenvolvimento humano.

O IPCC tem publicado documentos e pareceres técnicos. O primeiro

relatório de Avaliação sobre o Meio Ambiente (Assessment Report, ou

simplesmente AR), foi publicado em 1990 e reuniu argumentos em favor da

criação da Convenção do Quadro das Nações Unidas para Mudanças do Clima

(UNFCC – sigla em inglês), a instância em que os governos negociam políticas

referentes à mudança climática.

O segundo relatório do IPCC foi publicado em 1995 acrescentou ainda mais

elementos às discussões que resultaram na adoção do Protocolo de Kyoto dois

anos depois, graças ao trabalho da UNFCC.

O terceiro relatório foi publicado em 2001 e em 2007 o quarto relatório. Em

todos esses relatórios, o trabalho do IPCC é publicado em quatro etapas e é

produzido por três grupos de trabalho.

O primeiro grupo é responsável pelo primeiro capítulo, que reúne

evidências científicas de que a mudança climática se deve à ação do homem; o

segundo grupo trata das conseqüências da mudança climática para o meio

ambiente e para a saúde humana; e o terceiro grupo estuda maneiras de

combater a mudança climática e prover alternativas de adaptação das populações.

O quarto grupo sintetiza as conclusões dos anteriores.

Desde a criação do grupo, em 2007 pela primeira vez, os cientistas

reunidos no IPCC demonstraram tanta confiança em que a mudança climática se

deve à ação humana, sobretudo através da emissão de gases como o dióxido de

carbono (CO2), óxido nitroso (N2O) e metano (CH4), causadores do efeito estufa, o

que a partir daí gerou tanta repercussão sobre o IPCC.

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23

Cabe abordar que por falta de dados, o IPCC ainda não pode dar esta

suposição como certa. Os estudos publicados e analisados permitiram ao órgão

qualificá-la como “muito provável”, ou seja, com mais de 90% de certeza. No

relatório de 2001, o IPCC considerou essa hipótese apenas como “provável” (com

mais de 60% de certeza).

De acordo com estudos, o IPCC concluiu ainda que a ação humana é

provavelmente a maior responsável pelo aquecimento global nos últimos 50 anos,

e que os efeitos dessa influência se estendem a outros aspectos do clima, como

elevação da temperatura dos oceanos, variações extremas de temperatura e até

padrões de ventos.

O IPCC estima que até o fim deste século a temperatura da Terra deve

subir entre 1,8ºC e 4ºC, o que aumentaria a intensidade de tufões e secas. Nesse

cenário, um terço das espécies do Planeta estaria ameaçada. Populações

estariam mais vulneráveis a doenças e desnutrição.

O grupo também calcula que o derretimento das camadas polares pode

fazer com que os oceanos se elevem entre 18 cm e 58 cm até 2100, fazendo

desaparecer pequenas ilhas e obrigando centenas de milhares de pessoas a

engrossar o fluxo dos chamados “refugiados ambientais” – pessoas que são

obrigadas a deixar o local onde vivem em conseqüência da piora do meio

ambiente.

Ainda por conta do derretimento do gelo, mais especificamente no topo de

cordilheiras importantes, como Himalaia e os Andes, a estimativa do IPCC é de

que mais de um bilhão de pessoas poderia ficar sem água potável

conseqüentemente. Essas cordilheiras geladas servem como “depósitos naturais”

que armazenam a água da chuva e a liberam gradualmente, garantindo um

abastecimento constante dos rios que sustentam populações ribeirinhas.

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24 3.1 Estudos do IPCC para o Brasil

Em seu segundo relatório, o IPCC alerta que partes da Amazônia podem

virar savana. Em entrevistas concedidas, cientistas disseram que entre 10% e

25% da floresta poderia desaparecer até 2080. O órgão concluiu que existe uma

possibilidade de 50% de que a maior floresta tropical do mundo se transforme

parcialmente em cerrado.

Aponta-se também riscos para o Nordeste brasileiro, que poderia ver, no

pior cenário, até 75% de suas fontes de água desaparecerem até 2050. Os

manguezais também seriam afetados pela elevação do nível da água.

Entretanto, o IPCC tem sublinhado a falta de dados patente em países

emergentes e menos desenvolvidos. Como resultado, as conclusões do grupo são

menos incisivas nas chamadas “questões regionais”.

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IV CONVENÇÃO – QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS

SOBRE A MUDANÇA DO CLIMA (CQNUAC)

Em inglês, United Nations Framewoork Convension on Climate Change ou

Conferência Quadro das Nações Unidas para Alterações Climáticas (CQNUAC), é

um tratado internacional resultado da Conferência das Nações Unidas para o Meio

Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida como Cúpula da

Terra, realizada do Rio de Janeiro em 1992.

O objetivo deste tratado é a estabilização da concentração de gases do

efeito estufa na atmosfera em níveis que possam evitar a interferência no clima do

Planeta. Este tratado foi firmado por quase todos os países do mundo. É

importante ressaltar, que não há até o momento o conhecimento de uma indicação

segura do nível de concentração desses gases, mas mesmo assim, a maior parte

da comunidade científica considera que, se a emissão desses gases continuar

crescendo sem nenhum tipo de controle o meio ambiente sofrerá grandes danos.

Inicialmente o tratado não fixou limites obrigatórios para as emissões de

gases do efeito estufa (GEE). O que o tratado incluía eram disposições para

atualizações, que deveriam criar os limites obrigatórios para as emissões de gases

(GEE), ou seja, os chamados “protocolos”. Pode-se dizer que o principal é o

Protocolo de Quioto.

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26 V PROTOCOLO DE QUIOTO

O Protocolo de Quioto é a conseqüência de uma série de eventos iniciado

com “Toronto Conference on the Changing Atmosphere”, no Canadá em outubro

de 1988, seguida pelo “IPCC’s First Assessment Report” em Sundsvall, na Suécia

em agosto de 1990 e culminou conforme já falado anteriormente com a

“Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática”

(CQNUMC) no Rio de Janeiro, Brasil em junho de 1992.

Constitui-se no protocolo de um tratado internacional, que tem como

objetivo a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa. Tem

como compromisso a redução média de 5,2% das emissões desses gases. Como

causa do aquecimento global por fontes de emissões antropogênicas direciona

essa meta estabelecida de 5,2% de redução, basicamente aos países

considerados industrializados.

Foi discutido e negociado em 1997, em Quioto, no Japão, neste mesmo ano

foi aberto para assinaturas e ratificado em 15 de março de 1999.

Ainda com relação a sua ratificação é importante abordar que para que o

protocolo entrasse em vigor era necessário que fosse ratificado por 55% dos

países, que juntos produzem 55% das emissões dos gases (GEE), assim, o

mesmo só entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a Rússia o

ratificou em novembro de 2004.

De acordo com o protocolo, dos países membros, os desenvolvidos

principalmente, têm a obrigação de atingir as metas estabelecidas no período de

2008 a 2012 tendo como o ano base o ano de 1990.

Com relação às metas de redução a todos os países, os níveis são

diferenciados para os 38 que mais emitem os gases. Já os países em

desenvolvimento, como o Brasil, Índia, México, por exemplo, a principio não

receberam metas de redução.

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27 Os principais gases do efeito estufa apontados pelo protocolo como

causadores do aquecimento global e cujas emissões devem ser reduzidas são:

• CO2 – Dióxido de carbono

• N2O – Óxido nitroso

• CH4 – Metano

• CFC5 – Clorofluocarbonetos

• HFC5 – Hidrofluorcarbonetos

• PFC5 – Perfluocarbonetos

• SF6 – Hexafluoreto de enxofre

De acordo com o protocolo, a redução de emissão desse gases deverá

acontecer em várias atividades econômicas, por isso, os países signatários são

estimulados a cooperarem entre si, através de algumas ações como:

• Promover o uso de fontes energéticas renováveis;

• Reformar os setores de energia e transporte;

• Proteger florestas e outros sumidores de carbono.

5.1 Principais Mecanismos de Redução de Emissões

Como principais mecanismos de redução de emissões previstos no

Protocolo de Quioto temos o Comércio Internacional de Emissões (CIE), a

Implementação Conjunta e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

O Comércio Internacional de Emissões ou Comércio de Emissões é um

mecanismo de flexibilização pelo qual os países compromissados com a redução

de emissões de gases do efeito estufa podem negociar o excedente das metas de

emissões entre si, ou seja, este mecanismo possibilita que países que não

alcancem suas metas de redução possam utilizar o excedente de redução de

outro país compromissado. O CIE é previsto no artigo 17 do Protocolo de Quioto e

se dá ao comércio direto de créditos de carbono entre países do anexo I.

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28 A Implementação Conjunta (IC), também é um mecanismo de flexibilização,

criado pelo protocolo para incentivar a implementação de projetos que diminuam

as emissões de gases do efeito estufa em países também do anexo I, cuja

economia seja de transição. As regras sobre as metodologias de projetos, tipos e

etapas são similares as existentes no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo nasceu de uma proposta

brasileira em maio de 1997, o (MDL) é tratado no artigo 12 e como os outros dois

é mais um mecanismo de flexibilização criado pelo Protocolo para auxiliar o

processo de redução de gases (GEE) ou de captura de carbono (seqüestro de

carbono), por parte dos países do anexo I.

O MDL tem como propósito prestar assistência às partes não anexo I da

CQNUMC para que viabilizem o desenvolvimento sustentável para os mesmos.

Dar-se-á a geração de créditos de carbono através de projetos que absorvam ou

reduzam os gases (GEE), ou seja, o desenvolvimento sustentável nos países em

desenvolvimento (não anexo I), tendo como investidores os países desenvolvidos

que utilizarão ao final do processo, os créditos para a redução de suas obrigações

(metas do Protocolo de Quioto).

Projetos de MDL:

• Energias renováveis alternativas:

- Solar

- Eólica

-Biomassa: álcool, bagaço de cana, resíduo de madeira (manejo)

• Resíduos sólidos:

- Aterros sanitários

- Resíduos industriais

• Eficiência energética:

- Combustíveis menos intensivos

- Tecnologias mais eficientes

• Agropecuária:

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-Alimentação do Gado

- Manejo do esterco (biodigestores para geração de energia)

• Florestamento e Reflorestamento

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30

VI O BRASIL E O AQUECIMENTO GLOBAL

O problema das mudanças climáticas resultantes do aquecimento do

planeta, hoje é de fato uma preocupação política. Podemos dizer que se trata de

uma questão que envolve toda a comunidade internacional. Importantes

posicionamentos e decisões deverão ser tomadas, logo o Brasil não poderia ficar

ausente sobre essa questão. Assim sendo, conforme podemos observar na

matéria da Revista Eco 21, ano XII, nº66 de maio de 2002, a atuação do Brasil no

processo negociador do protocolo de Quioto entre 1996 a 2001, esteve orientada

pela definição do interesse nacional. Ainda de acordo com a matéria, quatro eram

as dimensões principais:

- Afirmar o direito ao desenvolvimento como um componente fundamental da

ordem mundial, em continuidade com um pilar clássico da política externa

brasileira.

- Promover uma visão do desenvolvimento associada com a sustentabilidade

ambiental, em correspondência com o grande crescimento da consciência

ambiental no Brasil e sua tradução em políticas públicas nacionais e estaduais.

- Promover uma posição de liderança do Brasil no mundo em correspondência

com o crescimento do prestígio internacional do país durante o Governo Fernando

Henrique Cardoso.

- Impedir que o uso das florestas seja objeto de regulação internacional para evitar

os riscos de questionamento internacional ao desmatamento na Amazônia. É

importante salientar que a entrada das florestas no regime mundial de clima não

foi percebida como ameaça à soberania nacional por outros países florestais:

Estados Unidos, Canadá, Rússia, Austrália e Costa Rica (entre outros)

promoveram fortemente a regulação internacional das florestas.

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31 Após esta etapa de negociações, o Brasil também como outros países,

assinou e posteriormente ratificou o protocolo de Kyoto tornando-se signatário do

mesmo.

6.1 Plano Nacional Sobre Mudança do Clima (PNMC)

O Plano Nacional sobre Mudança do Clima consiste na pretensão do

incentivo ao desenvolvimento das ações do Brasil voltadas a colaboração do

esforço mundial de combate ao problema, consiste também na criação de

condições internas para o enfrentamento de suas conseqüências.

Conforme já abordado anteriormente, o aquecimento do planeta pela

interferência humana é incerto quanto a sua magnitude. No entanto tornou-se um

fato aceito por grande parte da comunidade científica. Contribuiu para este

posicionamento, o Quarto Relatório do (IPCC), publicado em 2007. Por se tratar

de problema que ameaça todo o planeta, a busca de caminhos para soluções

prósperas une a todos.

Baseando-se no homem como principal agente causador das mudanças

climáticas através de emissões dos gases do efeito estufa na atmosfera, os países

apresentam diferentes realidades históricas pelo fenômeno, segundo o volume de

suas emissões antrópicas. Hoje, é isto que contribui para a definição de

responsabilidades comuns, porém diferenciadas, que definem as obrigações dos

países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento no âmbito da Convenção-

Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Cabe ao Brasil harmonizar

suas ações nesse campo com processos de crescimento sócio-econômico, no

marco do desenvolvimento sustentável.

Mesmo não tendo obrigações quantificadas de redução de emissões no

âmbito da (CQNUMC), por não ter responsabilidade histórica significativa pelo

acúmulo de (GEE), o Brasil vem buscando um caminho onde o esforço de

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32 mitigação da mudança do clima seja efetivo e a garantia do bem-estar de seus

cidadãos a principal variável.

Como mostram as pesquisas, o Brasil tem feito a sua parte e está

determinado e engajado a fazer mais. Serão elementos importantes, o fluxo

adequado de financiamento, transferência tecnológica e capacitação, oriundos da

cooperação internacional, no auxílio do pleno cumprimento dos objetivos definidos

no Plano Nacional.

É importante ressaltar que o Brasil, não subordina sua disposição de agir à

existência dessa cooperação internacional, contudo, essa mesma fortaleceria a

capacidade nacional.

De acordo com o PNMC, a mudança do clima é uma questão estratégica

para o presente e o futuro do desenvolvimento nacional, pois, o que está envolvido

não é só uma questão de escolhas produtivas e tecnológicas, mas também a

preservação e quando possível, o aumento da competitividade de economia e dos

produtos brasileiros em um mundo globalizado. “Assegura-se, portanto, que a

premissa dos esforços do Brasil é o seu compromisso em reduzir a desigualdade

social e a aumentar sua renda buscando uma dinâmica econômica cuja trajetória

de emissões não repita o modelo e os padrões dos países que já se

industrializaram”.

O Plano define ações e medidas que visem à mitigação, bem como à

adaptação à mudança do clima, sendo os seguintes os seus objetivos específicos:

- Fomentar aumentos de eficiência no desempenho dos setores produtivos na

busca do alcance das melhores práticas.

- Buscar manter elevada a participação de energia renovável na matriz elétrica,

preservando posição de destaque que o Brasil sempre ocupou no cenário

internacional.

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33 - Fomentar o aumento sustentável da participação de biocombustíveis na matriz

de transportes nacional e, ainda, atuar com vistas à estruturação de um mercado

internacional de biocombustíveis sustentáveis.

- Buscar a redução sustentada das taxas de desmatamento, em sua média

quadrienal, em todos os biomas brasileiros, até que se atinja o desmatamento

ilegal zero.

- Eliminar a perda líquida da área de cobertura florestal no Brasil, até 2015.

- Procurar identificar os impactos ambientais decorrentes da mudança do clima e

fomentar o desenvolvimento de pesquisas científicas para que se possa traçar

uma estratégia que minimize os custos sócio-econômicos de adaptação do país.

Para que sejam alcançados os objetivos do Plano serão criados

mecanismos econômicos, técnicos, políticos e institucionais que:

- Promovam um desenvolvimento científico e tecnológico do setor produtivo que

inclua as considerações ambientais a favor da coletividade;

- Aumentem a consciência coletiva sobre os problemas ambientais da atualidade e

propiciem o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária;

- Valorizem a floresta em pé e façam com que a conservação florestal seja uma

atividade atraente, que gere riqueza e bem-estar àquelas que dela vivem;

- Incentivem e estimulem medidas regionais que sejam adequadas às condições

diferenciadas, onde cada região e mesmo cada Estado Nação possa identificar

suas melhores oportunidades de redução de emissões e remoção de carbono.

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VII LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA MUDANÇAS

CLIMÁTICAS

Primeiramente, para que possamos abordar as Leis brasileiras sobre o

tema, temos que nos reportar através do direito ambiental internacional brasileiro,

a Convenção ou como também é conhecida Conferência-Quadro das Nações

unidas sobre a Mudança do Clima – CQNUMC. Trata-se de um tratado

internacional do qual o Brasil é signatário e tem como objetivo a estabilização da

concentração de gases do efeito estufa na atmosfera em níveis que evitem a

interferência perigosa com o sistema climático do planeta.

A aprovação do texto do tratado acima descrito , se deu através do Decreto

Legislativo nº1 de 03 de fevereiro de 1994. Tendo sido aprovado pelo Congresso

Nacional e promulgado pelo Presidente do Senado, nos termos do artigo 48, item

28, do Regimento Interno.

Em matéria de competência, aborda-se o artigo 49, inciso I da Constituição

da República Federativa do Brasil, que dá a competência exclusiva ao Congresso

Nacional para resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos

internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio

nacional.

Art. 1º É aprovado o texto da Convenção-Quadro das Nações Unidas

sobre Mudança do Clima, adotada em Nova Iorque, em 9 de maio de

1992.

Parágrafo único. Estão sujeitos à aprovação do Congresso Nacional

quaisquer atos que possam resultar em revisão da referida convenção,

bem como quaisquer ajustes complementares que, nos termos do art. 49,

I, da Constituição Federal, acarretem encargos ou compromissos

gravosos ao patrimônio nacional.

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Voltando ao quadro internacional, observamos que, quando adotaram a

Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em 1992, os

governos reconheceram que ela poderia ser a propulsora de ações mais enérgicas

no futuro. Ao estabelecer um processo permanente de revisão, discussão e troca

de informações, a Convenção possibilita a adoção de compromissos adicionais

em resposta a mudanças no conhecimento científico e nas disposições políticas.

Em dezembro de 1997 em uma conferência realizada no Japão culminou-se

na decisão por consenso de se adotar um Protocolo segundo o qual os países

industrializados reduziriam suas emissões combinadas de gases de efeito estufa

em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990 até o período entre 2008 e

2012. Surge a partir daí no cenário mundial, o Protocolo de Quioto que foi aberto

para assinatura em 16 de março de 1998. Entrando em vigor 90 dias após a sua

ratificação por pelo menos 55 Partes da Convenção, incluindo os países

desenvolvidos que contabilizaram pelo menos 55% das emissões totais de dióxido

de carbono em 1990 desse grupo de países industrializados.

Por ser o Brasil também signatário do Protocolo de Quioto, segue-se a

mesma regra para tratados internacionais conforme anteriormente já descrita, ou

seja, o texto do tratado deverá ser aprovado pelo Congresso Nacional e

promulgado pelo Presidente do Senado. Na ocasião foi aprovado o texto do

Protocolo de Kyoto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do

Clima, através do Decreto Legislativo nº144 de 20 de junho 2002.

Em 20 de julho de 2000, é criado o Fórum Brasileiro de Mudanças

Climáticas através do Decreto nº 3.515/00. O mesmo tem o objetivo de

conscientizar e mobilizar a sociedade para a discussão e tomada de posição sobre

os problemas decorrentes da mudança do clima por gases do efeito estufa, bem

como sobre o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (DCM) definido no artigo 12

do Protocolo de Quioto (art. 1º Decreto nº 3.515/00).

O Decreto Presidencial nº 3.515 de 20 de junho de 2000, foi revogado pelo

Decreto de 28 de agosto de 2000 e pelo de 14 de novembro de 2000.

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Art. 1º O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, criado pelo Decreto

nº 3.515, de 20 de junho de 2000, tem por objetivo conscientizar e

mobilizar a sociedade para a discussão e tomada de posição sobre os

problemas decorrentes da mudança do clima por gases de efeito estufa,

bem como sobre o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (DCM)

definido no artigo 12 do Protocolo de Quioto à Convenção-Quadro das

Nações Unidas sobre Mudança do Clima, ratificada pelo Congresso

Nacional por meio do Decreto Legislativo nº 1, de 3 de fevereiro de 1994.

O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas é presidido pelo Presidente da

República, e tem como membros Ministros de Estado, Presidentes de Agências

Reguladoras, Secretários Estaduais de Meio Ambiente, representantes do Setor

Empresarial, da Sociedade Civil, da Academia e de Organizações Não-

Governamentais (artigo 2º Decreto 28/08/00).

De acordo com o artigo 7º do Decreto de 28/08/00, “O Fórum estimulará a

criação de Fóruns Estaduais de Mudanças Climáticas, devendo realizar

audiências públicas nas diversas regiões do País”. Podemos abordar um dos

princípios do direito ambiental brasileiro embutido nesse artigo, ou seja, o princípio

da informação. Este princípio está expresso no caput do artigo 225 da CRFB,

quando diz que o meio ambiente é bem de uso comum do povo e fundamental

para uma qualidade de vida de forma plena. Para propiciar o acesso ao princípio

da informação o Estado dispõe de diferentes formas de disponibilizar ao cidadão,

o direito de opinar sobre políticas públicas através de participação, no caso em

tela nas “audiências públicas”.

Em abril de 2007, o Presidente da República colocou na pauta de

atividades de governo a elaboração do Plano Nacional sobre Mudança do Clima,

orientado a estruturar e coordenar as ações de governo concernentes às

repercussões do aquecimento global advindo das atividades antropogênicas.

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Em 21 de novembro de 2007, foi então promulgado o Decreto presidencial

n° 6.263/2007, pelo qual o governo Instituiu o Comitê Interministerial sobre

Mudança do Clima (CIM).

Art. 1o Fica instituído o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima - CIM, de caráter permanente, para:

I - orientar a elaboração, a implementação, o monitoramento e a avaliação do Plano Nacional sobre Mudança do Clima;

II - propor ações prioritárias a serem implementadas no curto prazo;

III - aprovar proposições submetidas pelo Grupo Executivo de que trata o art. 3o;

IV - apoiar a articulação internacional necessária à execução de ações conjuntas, troca de experiências, transferência de tecnologia e capacitação;

V - aprovar a instituição de grupos de trabalho para assessorar o Grupo Executivo;

VI - identificar ações necessárias de pesquisa e desenvolvimento;

VII - propor orientações para a elaboração e a implementação de plano de comunicação;

VIII - promover a disseminação do Plano Nacional sobre Mudança do Clima na sociedade brasileira;

IX - propor a revisão periódica do Plano Nacional sobre Mudança do Clima; e

X - identificar fontes de recursos para a elaboração, a implementação e o monitoramento do Plano Nacional sobre Mudança do Clima.

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VIII CONTROVÉRSIA SOBRE O AQUECIMENTO GLOBAL

Existe uma séria controvérsia sobre o aquecimento global. Ela opõe duas

teses. A que diz que continuará inevitável é largamente majoritária na comunidade

científica, e foi legitimada nas Nações Unidas. A outra segundo a qual o planeta

estará mais frio dentro de duas décadas, pois o clima está sendo muito mais

determinado por radiações cósmicas do que por ações humanas, é defendida por

uma minoria de pesquisadores conhecidos como “céticos”.

Em sua obra o autor afirma que apesar de ser um debate que não pode

sequer ser entendido por quem não tenha capacidade de decifrar complexos

modelos utilizados na ciência do clima, ser exatamente comum observar, entre

leigos, grande firmeza no apoio a um dos lados. Desde quem não teve nenhuma

iniciação científica até eruditos intelectuais. Observa ainda que alguns chegam a

desqualificar a tese oposta, como se nem mais houvesse sombra de dúvida.

Posição que os próprios dirigentes do IPCC não poderiam assumir, pois algum

grau de incerteza é reconhecido em todos os seus documentos.

De acordo com o Professor José Eli da Veiga, qualquer resposta passa

necessariamente pelo entendimento dos processos de formação mental da

percepção do risco. Uma das circunstâncias mais comuns sob a qual as

sociedades não conseguem ter consciência de um problema desse tipo é quando

ele toma a forma de uma tendência lenta, oculta por grandes e freqüentes

variações. Em tempos modernos, diz ser o melhor exemplo disso, justamente o

aquecimento global. O clima varia aleatoriamente para cima e para baixo de ano a

ano. Como exemplo pode se dizer que, certo verão, a temperatura pode estar uns

três graus mais alta que no anterior, no ano seguinte ainda mais dois graus.

Depois, o verão pode ficar quatro graus abaixo, um grau mais frio no próximo e

então cinco graus mais quente no outro, etc.

Observa-se que com flutuações tão grandes e imprevisíveis, demorou muito

tempo até que a tendência média de 0,01º por ano fosse discernível.

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39 Ainda nesta linha de raciocínio, o autor aponta que a percepção do risco

resulta de cruzamento entre visões da natureza e visões da condição humana, dor

quais emergem três principais propensões:

• Não levar qualquer intenção de reduzir riscos;

• Adotar apenas medidas preventivas que não comprometam liberdades;

• Persuadir a coletividade a adotar medidas drásticas necessárias à sua

eliminação, com muralhas institucionais capazes de lidar com ele do jeito

que um exército lida com o inimigo.

Continuando, ressalta que, quem esteja convicto de que a natureza é

essencialmente benigna, isto é, tão robusta, estável e previsível, que seu manejo

por uma linha não intervencionista seria capaz de contrabalançar os males que

lhes são infligidos pelos humanos. Por outro lado, há quem a veja como

essencialmente delicada, ou seja, tão frágil, precária e efêmera, que os humanos

só poderiam lidar com ela como se estivessem “pisando em ovos”. Há também os

que preferem entendê-la como simultaneamente perversa e tolerante, pois

aceitam as posturas já mencionadas. “Aceitam que dentro de certos limites a mais

aceitável é a primeira (benigna), mas é preciso ter cuidado para não ultrapassar

tais limites, alerta-nos, pois a partir daí estaria mais certa a segunda (frágil)”. Por

último surge a idéia de que a natureza é essencialmente caprichosa. Tão

imprevisível que escapa de qualquer pretensão humana de controlá-la.

Com relação as quatro inclinações míticas sobre a condição humana, a

individualista, a hierárquica, a igualitária e a falsista, o autor define-as como

familiares ao leitor, dispensando assim detalhamentos.

Após essa abordagem o professor esclarece que posterior ao exame das

principais combinações de quatro visões sobre a natureza com as quatro sobre a

condição humana, emergem as três propensões básicas diante do risco, já

mencionadas anteriormente por ele. Continuando diz que essas três atitudes

básicas só podem exacerbar quando não está apenas diante de riscos, mas de

incertezas.

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“Diz-se que há risco quando se constata um perigo possível que seja

mais ou menos previsível. Qualquer jogador percebe sua atividade como

risco quando está em condições de prever quais acontecimentos podem

ocorrer, assim como estimar a probabilidade de eles ocorrerem. Já a

incerteza define a possibilidade de ocorrer um acontecimento (em geral

perigoso) sem que seja possível ter noção sequer aproximada da

probabilidade de ocorrência. Fala-se então em ‘probabilidade subjetiva’”.

Observando o exposto, José Eli da Veiga aponta que grande parte dos

“torcedores do IPCC” retrucará que, ao contrário, orientam-se por algo bem mais

objetivo e racional do que qualquer tipo de intuição ou pressentimento resultante

da combinação de visões pré-analíticas da natureza e da humanidade. Que se

guiam pelo “princípio da precaução”. Aplicando-o à questão climática, manda agir

conforme a pior hipótese: cortar emissões de gases-estufa e preparar adaptação a

acelerado aquecimento, mesmo que haja a possibilidade de tal perigo nem sequer

existir, como pretendem os cientistas “céticos”.

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IX VISÃO DOS CIENTISTAS CÉTICOS SOBRE O

AQUECIMENTO GLOBAL

No Congresso Nacional de Direito Ambiental realizado na Ordem dos

Advogados do Brasil. Seção do Estado do Rio de Janeiro no dia 13/09/08, o

público presente pode assistir a palestra do Sr. José Carlos de Almeida Azevedo,

doutor em física pelo MTI (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA).

O tema de sua exposição “Aquecimento Global: Verdades e Mentiras”, veio

naquele momento elucidar a posição de um cientista cético sobre este assunto de

grande importância para toda a humanidade.

Para a surpresa da maioria dos presentes no evento, de acordo com o Dr.

José Carlos Azevedo, “O Clima na Terra muda constantemente há muitos milhões

de anos e não depende da ação do homem.”

Em sua apresentação o mesmo disse que não há prova científica que o

CO2 (dióxido de carbono) é responsável por variações da “temperatura da Terra”,

cujo “aumento” sempre antecedeu o do CO2, e não o contrário. De acordo com

suas informações, apontou o vapor d’água como o maior responsável pelo

“equivocadamente chamado efeito estufa”. “O CO2 não é poluente e é essencial à

vida na Terra; até certo limite, mais CO2 na atmosfera implica mais vegetação,

mais alimentos A posição do Sistema Solar na Galáxia e a radiação cósmica

determinam o clima da Terra.”

Após essas colocações, de imediato o ilustre palestrante observou que,

adotar as metas do IPCC, imporá desastres econômicos às nações em

desenvolvimento. “As nações pobres serão as mais prejudicadas. O custo

estimado pelo chamado Consenso de Copenhagen para limitar o aumento de

temperatura em 2,5ºC no final deste século é de U$15,8 trilhões”.

Segundo o Dr. José Carlos, as análises e discussões relativas ao chamado

“aquecimento global” desenvolvem-se em dois planos distintos e conflitantes: o

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42 das considerações virtuais feitas pelos adeptos dos “modelos climáticos por

computador” do IPCC, cujos integrantes são em boa parte ou no todo indicados

pelos governos de seus países, e o plano científico, que se contrapõe ao primeiro

e desaprova seus métodos, procedimentos e conclusões.

Para entendermos melhor este posicionamento, vale dizer que de acordo

com as informações prestadas em seus trabalhos, o Dr. José Carlos constata que

para ganhar credibilidade, o IPCC, desvia as discussões dos laboratórios,

universidades e instituições de pesquisas, faz declarações sem amparo científico

nos meios de comunicação e realiza macro reuniões às quais comparecem

milhares de pessoas apresentadas como cientistas. Afirma ainda que os 2500

“cientistas” do IPCC não apresentam comprovações científicas do que dizem;

nada afirmam nem prevêem, não produzem conhecimento novo sobre o clima e,

cautelosamente, falam apenas de “projeções”, “indícios” e “muito provavelmente”.

“Entre essas duas realidades está a de natureza púbica, do sistema

sócio-econômico-político; mas a complexidade dos fatos científicos, a

simplicidade infantil dos modelos climáticos do IPCC, o recato dos

cientistas e a algaravia dos adeptos do suposto aquecimento os levam a

veicular informações erradas e a alarmar a população.”

Sobre a posição adotada pelo IPCC, com relação a uma média elevada da

temperatura da Terra, o Dr. José Carlos disse: “Para ver que “temperatura global”

não faz sentido, adeptos do IPCC devem pôr a cabeça no forno, os pés no freezer

e tentar tirar à média”.

Dando prosseguimento, o renomado físico observa que os que “vivem no

mundo da fantasia virtual dos computadores”, ou seja, adeptos ou membros do

IPCC querem reduzir drasticamente o uso dos combustíveis fósseis, pois só

assim, dizem eles sem comprovações científicas, preservarão a natureza, evitarão

desastres e salvarão a Terra.

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“Eles garantem que o CO2 gerado pelo homem altera o clima, como disse

Al Gore no filme que lhe assegurou o Prêmio Nobel da Paz, mas por

decisão judicial (England and Wales High Court Decision, nº

CO3615/outubro de 2007) não pode ser visto em escolas do Reino Unido

sem antes apontarem os erros nele existentes; nos termos da decisão

judicial.”

De acordo com o Dr. José Carlos, 11 erros foram apontados no filme de Al

Gore “Uma Verdade Inconveniente”, pela Corte Britânica através de especialistas

do Governo. Dando seguimento a palestra apontou alguns desses erros e após,

elencou mais 22 erros na exposição do ex vice-presidente dos Estados Unidos, já

encontrados pelos cientistas.

Continuando o seu trabalho, o Dr. José Carlos, apontou John Von

Neumann, como um dos mais brilhantes matemáticos do século 20 e precursor do

uso de computadores para prever o clima. Assim sendo fez uma citação do

mesmo para questionar mais uma vez os métodos adotados pelo IPCC. “Se me

derem quatro parâmetros livres, eu construo um modelo matemático que descreve

exatamente tudo o que faz um elefante; se me derem a liberdade de acrescentar

mais um parâmetro, o modelo matemático que construirei, descreverá um elefante

que voa”.

Após esta citação, afirmou que “Não existe Teoria do Clima”, identificando

assim, os modelos do IPCC como um sistema de equações matemáticas

conhecidas no século 19, não lineares, fortemente acopladas e sem solução

analítica.

Sustentando o seu conhecimento científico, o palestrante apontou que do

ponto de vista matemático, esses modelos adotados pelo IPCC são falhos, ou

seja, indicou que foi provado pelo físico A. Zichichi em conferência na Ettore

Majorana Foundatios, na Itália, em agosto de 2007, e na Pontifícia Academia de

Ciências do Vaticano;

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44

“São incompletos do ponto de vista físico: não consideram as variações

da radiação do Sol e do seu campo magnético, da variação da órbita da

Terra e do Sistema Solar nem o seu trânsito pela Galáxia Local; nem a

influência das geleiras da Antártida, que cobrem 14 milhões de Km2,

contém 30 milhões de Km3 de gelo e 90% da água doce da Terra; nem

as correntes de convecção e a turbulência”.

Outra citação feita pelo palestrante foi conforme suas palavras, ao “pai da

cibernética”, o matemático Norbert Winer que por sua vez, insistiu que: “As

tentativas de modelar o clima, “espremendo” equações em computadores, como

se a meteorologia fosse uma ciência exata como a astronomia, estaria condenada

a falência”.

Continuou o Dr. José Carlos, concordando ainda com outras abordagens do

matemático Norbert Winer como, no caso das tentativas de prever o clima, disse

que a auto-ampliação de pequenos detalhes frustraria essas mesmas e com

relação à afirmação de que a atmosfera é previsível, concorda também, estarem

os líderes mobilizando esforços para enganar o povo.

Em certo momento em sua exposição, o físico informou que esta dificuldade

em confirmar cientificamente que a atmosfera é previsível esta relacionada à

equação de Navier Stokes e é objeto de um prêmio do Clay Mathematics Institute

que há anos oferece um milhão de dólares a quem apresentar uma solução dessa

equação ou provar que ela não existe em três dimensões.

“As equações de Navier Stokes são equações diferenciais que descrevem o escoamento de fluidos. São equações a derivadas parciais

que permitem determinar os campos de velocidade e de pressão. Elas

são usadas para modelar o clima, correntes oceânicas, fluxos da água

em canos, movimentos das estrelas dentro da galáxia, fluxo ao redor de

aerofólios (asas), propagação de fumaça em incêndios, etc”.

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45 Seguindo esta linha de raciocínio, e sustentando até o final que o aquecimento

global não é comprovado cientificamente como proveniente de fontes antrópicas, o

Dr. José Carlos Azevedo, encerrou a sua exposição, trazendo de certo,

informações e questionamentos nunca feitos a maioria dos ouvintes que se

encontravam naquele local, ou seja, no Congresso Nacional de Direito Ambiental,

realizado na OAB-RJ.

Ainda nessa linha de pesquisa, em matéria publicada no “Portal do Meio

Ambiente” em 05/11/2007, podemos observar algumas declarações feitas pelo

cientista e professor brasileiro, Dr. Luiz Carlos Baldicero Molion (Físico e PhD em

Meteorologia) e representante da América Latina junto à Organização

Meteorológica Mundial.

De acordo com o professor, não há comprovação científica para o

aquecimento global. “O aquecimento Global não passa de uma farsa montada por

grandes grupos financeiros que dominam a economia mundial. Ao invés de

aquecimento, o planeta começou a entrar numa fase de resfriamento, que deve

durar 20 anos”.

Segundo a matéria, o aquecimento global acabou em 1998. O termômetro

da temperatura global é o oceano Pacífico, que ocupa 35% da superfície terrestre.

“Ele passa trinta anos aquecendo suas águas e outros trinta, resfriando. De 1997

a 1998, o oceano esteve mais quente. Esse período coincide com o aumento da

temperatura média do planeta. Mas, desde 1999, o Pacífico dá sinais de que está

esfriando”.

Por outro lado, o Dr. Luiz Molion ao observar o esfriamento também do Sol,

chega à conclusão de que a Terra passará por um período de esfriamento.

Com relação à queima de combustíveis fósseis e queimadas, segundo

Molion, mesmo com a destruição de 20 mil quilômetros quadrados por ano de

florestas na Amazônia, o que daria cerca de 2 milhões de hectares, ainda assim a

região lança na atmosfera 300 milhões de toneladas de gás carbônico, e não 600

milhões como afirmam entidades internacionais.

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“Estou comparando o que o homem lança na atmosfera com os ciclos da

natureza. Se eu pegar os oceanos, os pólos e mais a vegetação do

planeta, isto soma um total de 200 bilhões de toneladas de carbono por

ano que saem desses reservatórios naturais. O homem coloca no ar 6

bilhões de toneladas. Seriam 3% da contribuição humana nisso que

muitos cientistas chamam de aquecimento global”.

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X O ARREFECIMENTO GLOBAL

Esfriamento ou arrefecimento (em Portugal) global refere-se

especificamente a uma teoria sobre um esfriamento total da superfície e atmosfera

da Terra podendo desencadear numa nova era glacial.

De acordo com a matéria “Terra pode enfrentar nova Era do Gelo, diz

estudo” da Agência Reuters, publicada no dia 12 de novembro de 2008, o planeta

pode enfrentar um resfriamento pior que o da Era Glacial dentro de apenas 10 mil

anos. Contrariando a opinião da maioria das Organizações de defesa do meio

ambiente, a pesquisa feita por cientistas da Grã-Bretanha e do Canadá prevê para

as futuras sociedades, um desafio contrário à atual luta contra o aquecimento

global.

Este estudo, publicado na Revista Nature, mostra que os gases do efeito

estufa, vilões do atual aquecimento, podem no futuro, evitar que grande parte da

América do Norte, da Europa e da Rússia, virem “uma imensa pedra de gelo”.

Conforme a matéria publicada, a previsão é baseada no estudo de

minúsculos fósseis marinhos e nas alterações da órbita terrestre. Por outro lado,

afirma que não deve ser entendida como justificativa para combater o

aquecimento provocado por atividades humanas, ou seja, na entrevista, um dos

autores do estudo o cientista Thomas Crowley, da Universidade de Edimburgo,

disse que não há justificativa para dizer: “vamos continuar injetando dióxido de

carbono na atmosfera”.

Segundo o cientista, há muito tempo para se discutir os níveis adequados

de emissões dos gases do efeito estufa. Com relação ao foco de sua pesquisa, o

resfriamento do planeta, deve começar num prazo de 10 mil a 100 mil anos, o que

ecologicamente pode se dizer “amanhã”.

Como exemplo ele diz que o eventual congelamento de enormes pedaços

do hemisfério norte e de todo o mar em volta da Antártida, também iria reduzir o

nível dos mares, o que deixaria a Rússia e o Alasca ligados por terra. Os cientistas

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48 podem presumir o nível do mar por causa da composição química dos fósseis, que

varia junto com a química dos oceanos.

Recentes oscilações dos últimos 900 mil anos entre Eras Glaciais e

períodos mais aquecidos, como o atual, estão se tornando mais acentuados,

dizem os cientistas. Crowley alertou que as projeções ainda precisam ser mais

testadas.

Outro estudo que prevê que o planeta Terra está perto de uma “pequena

Era do Gelo”, foi desenvolvido na Universidade Nacional Autônoma do México

(UNAM).

Este trabalho foi apresentado pelo pesquisador do Instituto de Geofísica da

(UNAM), Victor Manuel Velasco Herrera em um ato público.

De acordo com Victor Herrera, esta “pequena Era do Gelo”, duraria entre 60

e 80 anos como conseqüência de uma diminuição da atividade Solar.

Ele acrescentou que dentro da mudança climática há fatores internos como

atividades naturais e antrópicos e externos como a atividade Solar. “Curiosamente

o Sol nunca foi visto como um agente de esfriamento, só de aquecimento, mas

tem os dois papéis”.

Segundo o pesquisador, o mundo vive uma etapa de transição onde a

atividade solar diminui consideravelmente, o que poderá levar ao resfriamento do

planeta, ou seja, uma “pequena Era do Gelo”, conforme a já ocorrida entre 1645 e

1715 devido à ausência de manchas Solares.

10.1 A Diminuição da Atividade Solar

A “Revista da Semana” da Editora Abril, na parte de meio ambiente, trás

reportagem em 11/05/2009 que trata do tema da diminuição da atividade Solar,

sob o título “O Sol está mais frio”.

Em seu conteúdo podemos ver que os astrônomos vêm observando a

redução gradativa da atividade solar.

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49 Sobre a formação do Sol, dizem que grande parte é por hidrogênio em

forma de plasma. Por causa do próprio magnetismo e do movimento de rotação,

de tempos em tempos, esse hidrogênio libera grande quantidade de energia,

inclusive com a expulsão de matéria do tamanho de pequenos planetas. Essa

atividade pode ser observada nas manchas solares. Conforme a afirmação,

“Quanto maior o número, mais energia é desprendida e mais altas são as

temperaturas nos planetas em órbita”.

A matéria mostra que em 2008 foram registrados 266 dias, ou 73% do ano,

sem a ocorrência de manchas solares. Dando continuidade, constatou-se que nos

três primeiros meses de 2009 a ausência foi observada em 70 dias, ou 87% do

período. De acordo com dados da NASA, o pico recente do movimento Solar foi

observado em 2000. Pode se ver que de lá para cá o desprendimento de calor

caiu.

O astrônomo britânico David Whitehouse escreveu em artigo publicado no

jornal “The Independent”, que “Nenhum cientista vivo jamais observou um Sol tão

quieto”.

Os cientistas calculam que o Sol segue ciclos de aproximadamente 11

anos, o que os leva a crer que por essa periodicidade, o mesmo deveria voltar a

expelir energia por volta de 2011.

De acordo com o físico Dean Pesnell, do Centro Espacial Goddard, da

NASA, a resposta não poderia ser outra: “Estamos passando por um período

profundo do mínimo Solar e não sabemos exatamente porque”.

Conforme já abordado anteriormente, ocorreu entre 1645 e 1715 (duração

de 70 anos), o mínimo Solar mais longo da história, conhecido como Mínimo de

Maunder. Neste período as manchas Solares eram extremamente raras e o ciclo

Solar de 11 anos parecia ter se rompido. Esse período de silêncio coincidiu com a

“pequena Era do Gelo”. Por razões ainda não compreendidas, o ciclo se

normalizou no século 18, voltando ao período de 11 anos.

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50 Até hoje os cientistas não compreendem o que disparou o Mínimo de

Maunder e como o mesmo pode ter influenciado o clima na Terra, o que resulta na

busca por evidências de que possa ocorrer de novo, objeto de um trabalho

constante nas pesquisas.

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XI Princípio da Precaução e da Prevenção Os princípios se diferenciam das regras. Em geral a regra é normativa. Os

princípios são os fundamentos das regras. No Direito Ambiental, os princípios têm uma função essencial, pois são as

bases deste Direito, contribuem para a compreensão da disciplina e,

principalmente, direcionam a aplicação das normas relacionadas à proteção

ambiental. De acordo Celso Antônio Pacheco Fiorillo, "constituem pedras basilares

dos sistemas político-jurídicos dos Estados civilizados, sendo adotados

internacionalmente como fruto da necessidade de uma ecologia equilibrada e

indicativos do caminho adequado para a proteção ambiental em conformidade

com a realidade social e os valores culturais de cada Estado".

É pacífico entre os doutrinadores que o princípio da precaução se constitui

no principal orientador das políticas ambientais.

No direito positivo brasileiro, o princípio da precaução tem seu fundamento

na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938, de 31/08/1981), no artigo

4º, I e IV.

“Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará”:

I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a

preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;

IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais

orientadas para o uso racional de recursos ambientais;

Este princípio foi proposto formalmente na Declaração do Rio sobre Meio

Ambiente e Desenvolvimento (Conferência Rio 92). A sua definição é dada no

princípio nº15 da Declaração do Rio (Rio-92).

“Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá

ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas

capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a

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ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão

para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a

degradação ambiental”.

O princípio da precaução tem como núcleo a consciência do risco, no

sentido de que a ausência de certeza quanto à ocorrência de danos ambientais

(incerteza científica sobre o dano ambiental) deve apontar para a adoção de

providências capazes de impedir o resultado lesivo obstando, se necessário, o

desenvolvimento da atividade potencialmente causadora de prejuízo.

Para alguns autores este princípio também é conhecido como princípio da

prudência ou da cautela.

Cabe ressaltar que o referido princípio foi expressamente incorporado em

nosso ordenamento jurídico, no artigo 225, § 1o, V, da Constituição Federal.

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de

uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se

ao Poder Público e à coletividade o dever de preservá-lo para as

presentes e futuras gerações”

§ 1o – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder

Público:

“IV – Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade

potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,

estudo prévio do impacto ambiental”.

Trata este dispositivo legal, do EPIA/RIMA, ou seja, Estudo Prévio do Impacto

Ambiental/ Relatório de Impacto no Meio Ambiente.

Se tratando de questões climáticas, que é um dos focos desse trabalho, o

princípio da precaução está expresso no artigo 3º, item 3, da Convenção-Quadro

das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

“As Partes devem adotar medidas de precaução para prever, evitar ou

minimizar as causas da mudança do clima e mitigar seus efeitos

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negativos. Quando surgirem ameaças de danos sérios ou irreversíveis, a

falta de plena certeza científica não deve ser usada como razão para

postergar essas medidas, levando em conta que as políticas e medidas

adotadas para enfrentar a mudança do clima devem ser eficazes em

função dos custos, de modo a assegurar benefícios mundiais ao menor

custo possível. Para esse fim, essas políticas e medidas devem levar em

conta os diferentes contextos sócio-econômicos, ser abrangentes, cobrir

todas as fontes, sumidouros e reservatórios significativos de gases de

efeito estufa e adaptações, e abranger todos os setores econômicos. As

Partes interessadas podem realizar esforços, em cooperação, para

enfrentar a mudança do clima”.

Por outro lado, temos no direito ambiental brasileiro, o princípio da prevenção.

Este se encontra previsto no artigo 225, caput, da Constituição Federal, quando se

incumbe ao Poder Público e à coletividade o dever de proteger e preservar o meio

ambiente às presentes e futuras gerações.

O princípio da prevenção aplica-se a impactos ambientais já conhecidos.

Este princípio informa tanto o estudo de impacto ambiental como também o

licenciamento ambiental, ou seja, nos dois casos são adotadas medidas que

evitem ou reduzam os danos previstos. Pela certeza cientifica sobre o dano

ambiental, posterga-se a decisão até a certeza de suas conseqüências.

Para Celso Antônio Pacheco Fiorillo: “A Prevenção e a preservação ambiental

devem ser concretizadas por meio de uma consciência ecológica a qual deve ser

desenvolvida através de uma política de educação ambiental”.

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CONCLUSÃO

Como já sabemos, o aquecimento global é um tema de extrema importância

na vida dos seres humanos, pois de acordo com o que estamos vendo no nosso

dia a dia, podemos constatar que algo realmente está acontecendo com o clima

no planeta Terra.

Após o primeiro contato e posterior entendimento do que é o

posicionamento de um cientista cético sobre o aquecimento global, podemos nos

dar a chance de enxergar o assunto através de uma visão mais ampla. Isto se dá

ao fato de que, até então, este tema vem sendo divulgado através da mídia com

um grande requinte de sensacionalismo.

Desde que ouvimos falar em aquecimento global, ouvimos também a

responsabilização do homem como principal contribuinte nas emissões dos gases

do efeito estufa e conseqüentemente o principal causador do aquecimento. Muitas

das vezes entendíamos o efeito estufa como algo irreversível e maléfico

proveniente das ações poluidoras do homem.

Como exemplo desse sensacionalismo, podemos citar a morte anunciada

na mídia de ursos polares em função do desgelo causado pelo aquecimento. Vale

dizer que um estudo citado no livro “Cool it - Muita Calma Nessa Hora” mostra que

o aquecimento do planeta pode matar em média 15 ursos/ano, no entanto 49

ursos dessa mesma população vêm sendo abatidos a tiros por ano o que poderia

ser facilmente remediado.

Sabemos que o acesso a informação mesmo nos dias de hoje, ainda é

muito difícil. Assim sendo, as pessoas que ainda buscam algum conhecimento, se

deparam com uma série de obstáculos, quando a matéria almejada tem alguma

ligação com interesses políticos.

Observamos então que mesmo prevalecendo a política adotada hoje, pela

maioria dos países (signatários do protocolo de Quioto), a do IPCC, existe um

outro lado da ciência que também deve ser respeitado. Ambos estudam a mesma

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55 questão, logo se trabalhassem juntos pelos mesmos objetivos, quem iria ganhar

seria a própria ciência e obviamente a humanidade. Vale dizer que, trabalhar

juntos visando um objetivo não significa que haja concordância em suas linhas de

estudo, mas sim nos resultados desses.

Neste momento, não há que se escolher um dos lados da ciência, mas sim

fazer valer do conhecimento adquirido, para que possamos entender que sendo o

homem ou não o causador do aquecimento global, temos que nos fazer usar tanto

do princípio da precaução como o da prevenção dependendo do caso.

Enquanto não temos 100% de certeza, devemos aproveitar tudo que essa

discussão sobre o aquecimento global nos traz, ou seja, o desenvolvimento

sustentável, mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), reciclagem,

preservação da natureza, em fim, a conscientização ambiental na sua forma mais

ampla.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: Aquecimento Global – Uma Dúvida Inconveniente

Autor: Hudson Tavares Penha

Data da entrega: 14 de agosto de 2009

Avaliado por: Conceito: