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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE AÇÃO MONITÓRIA, PROCEDIMENTO MONITÓRIO. Por: Ivo de Paula Ribeiro Filho. Orientador Prof. Ms. Jean Alves Pereira Almeida. Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

AÇÃO MONITÓRIA, PROCEDIMENTO MONITÓRIO.

Por: Ivo de Paula Ribeiro Filho.

Orientador

Prof. Ms. Jean Alves Pereira Almeida.

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

AÇÃO MONITÓRIA, PROCEDIMENTO MONITÓRIO.

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Direito Processual Civil.

Por: Ivo de Paula Ribeiro Filho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Nosso Pai

Celestial, aos meus amigos e parentes,

colegas, clientes, enfim, todos os que

contribuíram para a subida de mais um

pequeno degrau em minha vida, ou

seja, agradeço a todos que ajudaram a

tornar possível a realização deste

momento.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe Benita,

Vanessa e minha querida Júlia, por me

trazerem sempre alegria e me

incentivarem e pela ajuda que esses

magníficos seres me fornecem sem

medidas.

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RESUMO

RIBEIRO FILHO, Ivo de Paula, Ação Monitória, Procedimento Monitório,

2009.48fls.Monografia(Pós-Graduação em Direito Processual Civil)–

Universidade Candido Mendes, Projeto A Vez do Mestre, Rio de Janeiro, 2009.

Monografia de revisão bibliográfica, estuda o conceito, a natureza

jurídica, as espécies de procedimento monitório, os procedimentos monitórios

conhecidos e o procedimento monitório utilizado no Brasil, o provimento inicial,

o mandado monitório, os embargos, a sentença, os recursos e a coisa julgada,

a execução, bem como sua ocorrência e o seu cabimento tendo como base à

prova escrita sem eficácia de título executivo, objetivando o pagamento em

dinheiro, entrega de coisa fungível ou entrega de determinado bem móvel.

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METODOLOGIA

O principal método utilizado para a criação do presente trabalho

consistiu na pesquisa bibliográfica de obras escritas por renomados

doutrinadores pátrios e estrangeiros, grandes nomes do Direito Processual

Civil, como: Piero Calamandrei, Candido Rangel Dinamarco, Vicente Greco

Filho, Alexandre Freitas Câmara, José Eduardo Carreira Alvim, Nelson Nery

Junior, Antônio Carlos Marcato, Schonke Adolf, Eduardo Talamine e Ovídio

Batista, os quais por intermédio de sua argumentação lógica e debates nos

levam a aprendizagem e o debate sobre a Ação Monitória, Procedimento

Monitório, debates que em muitos casos até esgotam determinados assuntos

sobre o tema.

A fim de se ter uma visão mais realista e reduzir ao máximo a

quantidade brechas que sombreiam o conhecimento sobre o tema proposto,

necessário se fez conceituar o que é Ação Monitória, estudando e se

aprofundando em seu cabimento, sua natureza Jurídica, chegando até

mencionar seus efeitos, e, seu aspecto prático abordando-se, desde o início do

procedimento, até a fase de execução, para tanto, a base fundamental e

método utilizado, foi a pesquisa das obras dos grandes autores já citados

acima.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - CONCEITO, NATUREZA JURÍDICA E CABIMENTO

1.1 – Conceito 12

1.2 – Natureza Jurídica 13

1.3 – Cabimento 17

CAPÍTULO II - ESPÉCIES DE PROCEDIMENTO MONITÓRIO

2.1 – Procedimento Monitório 19

2.2 – Procedimento Monitório Puro 21

2.3 – Procedimento Monitório Documental 23

CAPÍTULO III – PETIÇÃO INICIAL, PROVIMENTO INICIAL E MANDADO

MONITÓRIO

3.1 – Petição Inicial 25

3.2 – Provimento Inicial 26

3.3 – Mandado Monitório 27

CAPITULO IV – EMBARGOS, SENTENÇA, COISA JULGADA E EXECUÇÃO

4.1 – Embargos 31

4.2 – Sentença 34

4.3 – Coisa Julgada 37

4.5 – Execução 38

CONCLUSÃO 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42

ÍNDICE 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

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INTRODUÇÃO

O procedimento monitório foi instituido no moderno direito

Brasileiro pelo mode números 1,102a, 1.102b e 1.102c. Tais artigos regulam

aquilo que a lei processual chamou de “ação monitória”, mas que, em verdade,

deve ser chamado de procedimento monitório.

O procedimento monitório remonta ao direito pré-codificado

italiano da alta idade média, ou seja, tem sua origem no Direito Medieval

Italiano. Nesse meio de numerosas transações comerciais surgiu a

necessidade de regular um procedimento simples, ágil e eficaz, que fosse

capaz de superar a extrema lentidão e onerosidade do procedimento ordinário,

que se revelava especialmente inoperante quando se tratava de reclamar

dívidas de escassa quantia. Naquele momento histórico estabeleceu-se que

para. determinados créditos, não seria citado o devedor, obtendo o credor

diretamente do juiz a ordem de prestação que ensejava a execução, isto é, o

mandatum ou praeceptum de solvendo. Esse mandatum era acompanhado e

justificado pela cláusula de que, se o devedor se propusesse alegar exceções,

poderia opô-las dentro de certo prazo, cláusula esta que ficou conhecida como

cláusula justificativa, e que assim dizia: “Si senserit se gravatum”; ou “nisi se

opponant”. O mandatum de solvendo cum cláusula iustificativa difere do

mandatum de solvendo do processus executivus e documental, então

existente, porque este se expedia com prévia citação do devedor e tinha a

execução pronta, ou seja, prosseguia a despeito da oposição, sendo então

conhecido como mandatum de solvendo sine clausula.O Mandatum de

solvendo cum clausula iustificativa encontrava similar no Direito Germânico,

onde havia o indiculus commonitorius do processo franco.

O procedimento monitório brasileiro tem, porém um ancestral mais

próximo, no próprio Direito Luso-brasileiro: “a ação de assinação de dez dias”,

ou “ação decendiária”. Esta tinha origem nas ordenações manoelinas (Livro III,

Título LXVI), passando por nova ordem do juízo do Rei D. João III, de 5 de

junho de 1526, e da do Rei D. Sebastião, de 18 de novembro de 1577. Nas

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Ordenações Filipinas, vinha a “ação de assinação de dez dias” regulada no

livro III, Título XXV, e era definida pela doutrina da época como “a causa

sumária, pela qual se ajuízam obrigações, a que é devida pronta execução e

que por si fazem prova legal” (PEREIRA E SOUZA, 1907, p.405). Importante

doutrinador brasileiro do tempo do império (quando ainda vigoravam entre nós

as Ordenações do Reino Português) definia a “ação de assinação de dez dias”

como “aquela pela qual se ajuízam as obrigações, que devem ser prontamente

cumpridas, assinando-se ao Réu dez dias para pagar, ou dentro deles alegar e

provar os embargos que tiver” (RAMALHO, 1869, p. 414). Regulado pelos

artigos 246 e seguintes do Regulamento N° 737, de 1850, e por alguns

Códigos Estaduais de Processo (como por exemplo, o Código de Processo da

Bahia, que regulava a ação de assinação de dez dias” em seus artigos 340 a

355) desapareceu o instituto do Direito Brasileiro com a entrada em vigor do

Código de Processo Civil de 1939. Também o CPC de 1973, ao entrar em

vigor, ignorou o instituto, não o regulando. A lei 9.079/95, porém o fez

renascer, com moderna roupagem, através da regulamentação do

procedimento monitório, conforme os artigos 1.102a, 1.102b e 1.102c, in

verbis:

Art. 1.102a. A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado bem móvel. Art. 1.102b. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá de plano a expedição do mandado de pagamento ou entrega da coisa no prazo de quinze (15) dias.

Art. 1.102c. No prazo previsto no artigo anterior, poderá o réu oferecer embargos, que suspenderão a eficácia do mandado inicial. Se os embargos não forem opostos, constituir-se-á de pleno direito, o título executivo judicial, convertendo-se o mandado inicial em mandado executivo e prosseguindo-se na forma prevista no Livro II, Título II, Capítulo II e IV.

§1° Cumprindo o réu o mandado, ficará isento de custas e honorários advocatícios.

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§2° Os embargos independem de prévia segurança do juízo e serão processados nos próprios autos, pelo procedimento ordinário. §3° Rejeitados os embargos, constituir-se-á, de pleno direito, o título executivo judicial, intimando-se o devedor e prosseguindo-se na forma prevista no Livro II, Título II, Capítulo II e IV.

O objetivo geral do estudo é analisar a possibilidade e o cabimento, da

Ação Monitória ou do Procedimento Monitório, conforme fatos e os

documentos pertencentes ao possível requerente da prestação jurisdicional.

Tem, ainda, como objetivos específicos: conceituar a ação monitória, o

procedimento monitório, definir a natureza jurídica da ação monitória, verificar

seu cabimento, bem como estudar o procedimento, o mandado inicial, os

embargos, a sentença, a coisa julgada e a execução. Visando desenvolver os

objetivos propostos, esta monografia pretende investigar e debater uma

questão básica: como o detentor de um direito subjetivo, baseado em prova

escrita, sem eficácia de título executivo, pode utilizar-se desta prova para

receber o que lhe é devido?

Tem como questões específicas:

O que é ação monitória?

Qual o procedimento utilizado na ação monitória?

Qual a resposta do réu em ação monitória?

Qual o recurso cabível?

Como se ajuizar a ação de execução, baseada no título executivo

judicial decorrente de sentença em ação monitória?

As questões propostas serão analisadas no decorrer da presente

monografia, com base nas publicações científicas de

pesquisadores/estudiosos do tema. Após a explanação das idéias, das

discussões e demonstrações, no decorrer de todos os capítulos da monografia,

apresentam-se as considerações finais, bem como a conclusão.

Esta monografia estrutura-se em quatro capítulos: o capítulo I analisa o

conceito, a natureza jurídica e o cabimento da ação monitória, procedimento

monitório, bem como a nomenclatura da referida ação e o tipo de

procedimento apontado pelos diversos estudiosos do tema; o capítulo II

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apresenta o procedimento monitório, bem como suas espécies. Determinado

qual utilizado pelo Brasil e o porque de tal utilização; o capitulo III aborda a

questão da petição, do provimento inicial e do mandato monitório, sendo que a

partir desse capitulo pode- se verificar a pratica forense na ação monitória; o

capitulo IV apresenta a resposta do réu em ação monitória, que são embargos,

a sentença, a coisa julgada e a execução do titulo judicial decorrente da coisa

julgada, ou exemplificando, a execução da sentença transitada em julgado na

ação monitória.

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CAPÍTULO I

CONCEITO, NATUREZA JURÍDICA E CABIMENTO

1.1 – CONCEITO.

O procedimento monitório consiste, com base no brilhante estudo de

Piero Calamandrei, “em um procedimento de cognição sumária, em forma

especial de processo de conhecimento abreviado com natureza de ação

condenatória”(CALAMANDREI, 1953, p.267).

O ilustre processualista Alexandre Freitas Câmara também conceitua a

ação monitória ou procedimento monitório no seguinte sentido: “pode-se

conceituar o procedimento monitório como o procedimento especial destinado

a permitir a rápida formação do titulo executivo judicial”(CÂMARA, 2003,

p.519). Com está interpretação, verifica- se que não se pode dar inicio à

atividade executiva sem que se tenha título executivo. Isto se deve ao fato de

que o titulo executivo é o ato jurídico apto a permitir a incidência da

responsabilidade patrimonial, ou seja, o titulo executivo é o ato jurídico capaz

de produzir o efeito de tornar possível a sujeição de um patrimônio, com o fim

de satisfazer um direito de crédito. Assim, sendo não existindo título executivo,

não se pode obter a tutela jurisdicional executiva.

Cabe esclarecer que a conceituação passa pela determinação do

assunto supra, ou seja, título executivo pois a ação monitória tem como um

dos objetivos a rápida formação do citado titulo, conforme já exposto acima.

Considerou o legislador que em alguns casos dever-se-ia facilitar o acesso ao

título executivo daquele credor que não tem e, portal razão, precisa se utilizar o

processo de conhecimento. Então desta forma é criado um procedimento

concentrado, rápido, que permite a formação célere do título executivo. Este

procedimento é o procedimento monitório, através do qual, conforme exposto

anteriormente, se consegue rapidamente a formação do título executivo pois

nele “predomina sobre a função de declaração de certeza a função de

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declaração de certeza a função de preparação de certeza a função de

preparação do título executivo”(CALAMANDREI, 1946, p.24).

Dinamarco, também teceu importantes comentários quanto à

conceituação da ação monitória, procedimento monitório:

Sob a denominação de ação monitória, a Lei 7.079 de 14 de julho de 1995, incluiu no Livro do Código de Processo Civil destinado aos Procedimento especiais uma modalidade de processo inteiramente nova em nossa ordem jurídica- processual, que ‘o processo monitório. Não se enquadra na figura do processo de conhecimento nem na figura do processo executivo e muito menos na figura do processo cautelar. É um processo que com exterma celeridade propicia um título executivo ao autor munido de documentos idôneos, prosseguindo desde logo, sem a instauração de novo processo, com a execução fundada nele. A inércia do réu, não opondo embargosinstituídos na lei com a finalidade de suspender a eficácia desse título (mandado de pagamento), tem uma consequência muito mais gravosa que o efeito da revelia, no processo de conhecimento, porque nesse caso passa-se a fase executiva sem que o juiz tenha oportunidade de julgar sobre a existência do direito do autor.(DINAMARCO, 1997, p.229)

Assim, no entendimento dos autores analisados pode-se chegar ao

conceito de ação monitória ou procedimento monitório, como sendo a ação a

ser proposta para quem pretender, com base escrita sem eficácia de título

executivo, pagamento de soma em dinheiro. entrega de coisa fungível ou de

determinado bem móvel. Sendo a presente ação, objeto deste estudo

monográfico, regulada através de um procedimento especial.

1.2 – NATUREZA JURÍDICA

A natureza jurídica da ação monitória ou do procedimento monitório. é

muito controvertida.

Alguns processualistas antigos (Austríacos – Menger e Pollak)

consideravam o procedimento monitório como um procedimento de jurisdição

voluntária, pois haveria cognição, decidindo juiz com base nas afirmações do

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credor, que não precisaria comprovar, o fundamento das mesmas. Faltaria a

contenciosidade, tendo em vista que a ordem de pagamento a ser expedida

contém a presunção que o réu não irá oferecer qualquer oposição. Caso fosse

oposta a defesa, o procedimento monitório esgotaria sua função, pois a ordem

de pagamento (mandado de pagamento, mandado monitório, mandado inicial)

ficaria sem efeito. Portanto o procedimento monitório, segunda esta teoria

serviria apenas para criar um título executivo baseado no acordo entre o credor

e o devedor.

Porém, esta concepção, nos dias atuais está completamente

abandonada, pois a jurisdição voluntária se caracteriza pela pretensão

manifestada pelo demandante, que é de integração de um negócio jurídico e

não é isto que se tem no procedimento monitório, pois na ação monitória a

pretensão manifestada pelo demandante é de obtenção de título executivo

judicial (a mesma pretensão de qualquer demanda condenatória), não

importando o procedimento que irá reger tal demanda, o que demonstra com

clareza a natureza contenciosa da ação monitória.

Três correntes doutrinárias determinam a natureza jurídica da ação

monitória, procedimento monitório: existem autores que consideram um

procedimento do processo de execução; outros autores afirmam tratar-se de

um quarto tipo de processo ao lado dos três tradicionais (cognitivo, executivo,

cautelar); e por fim e mais aceito pelos grandes processualistas brasileiros

entendem o procedimento monitório como sendo o procedimento especial do

processo de conhecimento.

A primeira corrente (minoritária) entende o procedimento monitório como

tendo a natureza de processo de execução. O principal defensor desta

corrente se pronunciou o seguinte sentido:

A ação monitória é um misto de ação executiva em sentido de lato e cognição, predominando, porém, a força executiva. Assim, apesar de conteciosa, sua compreensão, assim como a solução dos problemas práticos que apresenta, somente será possível se for tratada como se fosse processo de execução, ou seja, como uma espécie de execução por título extra judicial em que em vez de mandado de citação para pagamento em vinte e quatro

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horas, sob pena de penhora, há a citação com a ordem de pagamento ou de entrega de coisa móvel.(GRECO FILHO, 1999, p.49/50)

Quanto à teoria apresentada acima, vale esclarecer que a mesma não é

adotada pelos processualistas atuais, tendo em vista que o procedimento

monitório, conforme previsão legal, somente é adequado para quem não tem

título executivo, sendo certo que o processo de execução somente é a via

adequada para o demandante que possua título executivo eficaz. (certeza,

liquidez, exigibilidade). Ademais, a finalidade do processo de execução é a

satisfação de um crédito, enquanto que o objeto da ação monitória,

procedimento monitório é a constituição de um título executivo de forma rápida

e célere. Portanto, conforme já exposto, não vale considerar a ação monitora,

procedimento monitório como sendo um procedimento de natureza executiva.

Conforme exposto anteriormente, existe uma segunda corrente

doutrinária que entende a ação monitória, procedimento monitório, como sendo

um novo tipo de processo, o qual ficaria ao lado dos outros três tipos já

existentes (cognitivo, executivo e cautela). Tal entendimento ocorre, pelo fato

do mandado de pagamento (mandado monitório, mandado inicial, mandado de

citação), assemelha- se à citação no processo de execução, para pagar em

vinte e quatro horas ou nomear bens a penhora. (artigo 652 CPC).

Essa teoria, defendendo a tese de que o procedimento monitório é uma

forma de processo de execução, ou mesmo um começo de execução, esbarra

frontalmente com o princípio nulla executio sine titulo, identificado no artigo 583

do CPC. Esse princípio estabelece de forma clara a divisão entre o processo

de conhecimento e o processo de execução. O título é o ponto de contato e ao

mesmo tempo o ponto de separação entre as duas fases do processo. Todo

procedimento anterior à formação do título executivo é processo de cognição

de natureza condenatória, o restante após a formação do título é a fase de

execução. Entender que a ação monitória, procedimento monitório, é um mero

começo de execução é considerar o mesmo a respeito da ação ordinária

condenatória. Este também conduz a formação de um título executivo.

Portanto, conforme demonstrado esta segunda corrente também nos convence

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de que a ação monitória, procedimento monitório seja um quarto tipo de

processo.

A terceira corrente doutrinária, majoritária e mais aceita, entende que a

ação monitória, procedimento monitório, consiste, com base no brilhante

estudo de Calamandrei ”em um procedimento de cognição sumária, uma forma

especial de processo de conhecimento abreviado com natureza

condenatória”(CALAMANDRE, 1953, p.60). O objetivo de tal procedimento é a

rápida constituição de título executivo judicial. O autor no procedimento

monitório deve possuir prova escrita que tenha grande probabilidade de não

ser contestada pelo devedor, evitando, assim percorrer um longo caminho,

com a perda de tempo e dinheiro.

O procedimento monitório tem natureza de processo de conhecimento

condenatório, pois visa a constituição de título executivo. Não se busca a

execução de um título, o que o autor ainda não possui, mas sim a constituição

rápida de um título executivo judicial. Desse título é que se seguirá a execução.

Neste sentido o processualista Alexandre Freitas Câmara afirma o

seguinte:

Verifica-se, que o procedimento monitório é de natureza cognitiva, destinando-se a proporcionar o mesmo resultado que se alcançaria pelo procedimento comum: a obtenção do título executivo judicial. Encerra-se, o procedimento monitório com a formação título executivo, quando se tratar de obrigação pecuniária, ou com a efetiva satisfação do direito do credor, quando se tratar de obrigação de entrega de coisa móvel, já que neste último caso a execução é fase complementar da atividade cognitiva (CÂMARA, 2003, p.519).

Portanto, após citar e analisar as afirmações dos doutrinadores

estudiosos da matéria objeto da presente monografia, pode-se verificar a

natureza jurídica da ação monitória como sendo um procedimento especial do

processo de conhecimento.

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1.3 – CABIMENTO.

Conforme determina o artigo 1.102a a ação monitória “compete a

quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo,

pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado

bem móvel”.

O verbo “compete” neste caso, está no sentido de adequar, ou seja, a

ação monitória é a ação adequada a ser proposta quando o demandante

possui prova escrita sem eficácia de um título executivo, objetivando o

pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado

bem móvel.

Primeiramente se faz necessária a prova escrita, destituída da eficácia

executiva, conforme exposto acima, para que possa ser utilizado o

procedimento monitório.

Porém, não se admite, qualquer prova documental, apenas a prova

escrita. Assim, sendo, podem ser utilizados como provas escritas, hábeis a

tornar adequadas a ação monitória, o procedimento monitório, os títulos de

crédito que já perderam a eficácia executiva; bem como documentos

assinados pelo devedor que não estão subscritos por duas testemunhas; a

duplicata sem aceite, acompanhada de nota fiscal e do instrumento de

protesto; a sentença meramente condenatória da existência de crédito (pois

falta o conteúdo condenatório); fotocópia de cheque devolvido por insuficiência

de fundos; bilhete de rifa, entre outros documentos.

A respeito da prova escrita, afirma, ainda, Carreira Alvin:

Embora a lei não conceitue a prova escrita, para fins monitórios, inexiste dúvida de que tal prova somente pode ser considerada a escrita stricto sensu, quer dizer a grafada.(...) Ficam excluídas, assim, do âmbito da ação monitória a prova documental lato sensu, como tal, a gravada em fita cassete, videotape, enfim todo sistema visual ou auditivo, ou produto da combinação de ambos, que faça prova em favor do titular do direito. Todas as provas que o Código de processo Civil reputa “começo de prova por

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escrito” só podem instruir ação ordinária, não um pedido monitório.(CARREIRA ALVIM, 1999, p. 42)

Ensina Amaral Santos, com apoio na mais autorizada doutrina

(Chiovenda, Liebman, Micheli, Ugo Rocco, Battaglin, Echandia, Pontes de

Miranda), que:

Por começo de prova escrita se entende, em suma, o escrito que emanado da pessoa contra quem se faz o pedido, ou de quem a represente, o torna verossímil ou suficientemente provável e possível. No entanto, a certeza ou convicção relativas ao contrato dependerá de provas subsidiárias ou complementares, que poderão constituir na produzida por testemunha. Com outras palavras, a certeza em relação ao contrato dependerá do começo da prova escrita e da testemunhal que a completa, e, como o procedimento injuncional não admite, na primeira fase, instrução nem contraditório, somente em sede ordinária terá o autor condições de provar o direito.(CARREIRA ALVIM, 1999, p.38)

Nelson Nery Junior dá exemplos de documentos escritos que servem à

ação monitória:

Qualquer documento escrito que não se revista das características de título executivo é hábil para ensejar a ação monitória, como por exemplo: a) cheque prescrito; b) duplicata sem aceite; c) carta comprovando a aprovação do valor do orçamento e a execução de serviços; d) carta agradecendo ao destinatário o empréstimo em dinheiro; e) telegrama; f) fax. (NERY JUNIOR, 1996, p.228)

Portanto, após analise dos estudiosos processualistas, constata-se que

a prova escrita pode ser considerada como sendo todo documento escrito que

mereça fé quanto à autenticidade e tenha eficácia probatória do fato

constitutivo do direito. Quanto à prova escrita, vale acrescentar ainda, que é

livre o critério de avaliação pelo juiz, ele é quem avaliará se ela é suficiente

para que possa presumir a existência do fato constitutivo do direito.

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CAPÍTULO II

ESPÉCIES DE PROCEDIMENTO MONITÓRIO.

2.1 – Procedimento Monitório.

O procedimento monitório foi introduzido no ordenamento jurídico

brasileiro pela Lei n° 9.079, de 14 de julho de 1995, inserindo, acrescentando,

um novo procedimento especial de jurisdição contenciosa, dentro do Código de

Processo Civil.

A ação monitória, ou procedimento monitório consiste na pretensão do

autor, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, de

pagamento de soma em dinheiro, de entrega de coisa fungível ou de

determinado bem móvel. Verificando o juiz estar devidamente instruída a

petição inicial, deferirá de plano, a expedição do mandado de pagamento ou

de entrega de coisa no prazo máximo de 15 dias.

O réu cumprindo o referido mandado ficará isento de custas e

honorários advocatícios. O objetivo destas isenções é incentivar o réu ao

cumprimento do mandado, evitando, assim, o longo processo de conhecimento

que sabe, o réu ter grande probabilidade de que venha a perder.

No prazo de 15 (quinze) dias para manifestação do réu, poderá, o

mesmo, oferecer embargos (os quais não dependem da segurança do juízo –

veremos este ponto a frente), que suspenderão a eficácia do mandado

monitório ou mandado inicial. Caso os embargos não forem opostos, constituir-

se-á, de pleno direito, o título executivo judicial, convertendo-se o mandado

inicial ou mandado monitório em mandado executivo e prosseguindo-se na

forma executiva.

Vale acrescentar que o procedimento monitório surgiu pela

necessidade de oferecer um procedimento rápido e eficaz, que fosse capaz de

superar a morosidade e a onerosidade do procedimento ordinário, que em

várias situações se mostrava inoperante, quando se tratava de pequenos

valores.

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Causava desânimo ao credor o fato de possuir um documento válido e

transparente, e mesmo assim, saber que o réu, devedor, não teria defesa a lhe

opor e, mesmo assim, ter de enfrentar toda a complexidade do processo de

conhecimento para somente depois dele, obter os meios para executar o

inadimplemento.

Inicia-se o procedimento monitório, com a apresentação em juízo de

uma petição inicial (normalmente distribuída no protocolo geral). A referida

petição inicial deverá conter todos os requisitos exigidos nas petições iniciais

de maneira geral, conforme artigo 282 do Código de Processo Civil. Ademais

deve a petição inicial estar acompanhada de prova escrita que comprove o

requerimento pela prestação jurisdicional, porém sem estar revestida de

eficácia de título executivo, o que vem a ser o título monitório.

O juiz neste momento, verificará as condições da ação, bem como os

pressupostos processuais. Posteriormente, não encontrando qualquer

empecilho e tendo o juiz se convencido da probabilidade de existência do

direito de crédito, o mesmo deferirá a expedição do mandado monitório

(também chamado de mandado inicial, mandado de pagamento ou mandado

de entrega de coisa).

A citação do réu, devedor, é fundamental, devendo tal citação ocorrer

no momento da entrega ao réu do mandado monitório. A citação pode ser feita

por via postal, como pode também ser efetuada através do oficial de justiça.

Porém a citação por edital ou por hora certa, não tem um entendimento

pacífico em nossos tribunais, nem tão pouco em nossa doutrina.

Tendo sido citado regulamente o demandado, na ação monitória,

procedimento monitório, o mesmo terá o prazo de 15 (quinze0 dias para adotar

uma das três alternativas possíveis: cumprir o mandado, permanecer sem se

manifestar (revel) ou oferecer embargos.

No caso do demandado cumprir o mandado monitório, dentro dos

quinze dias, ficará o mesmo isento do pagamento das custas processuais e

dos honorários advocatícios.

Caso o demandado permanecer contumaz (sem se manifestar), não

cumprindo o mandado monitório, nem opondo embargos, o provimento inicial

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do juiz se converterá, de pleno direito, em título executivo judicial, conforme

artigo 1.102c do Código de Processo Civil.

Vale salientar ainda, que a conversão do provimento inicial em titulo

executivo judicial, ocorre nos termos da Lei, não necessitando da decisão

judicial no sentido de ser declarado constituído o referido título. Neste sentido

pode- se verificar o entendimento Antonio Carlos Marcato:

No processo monitório, pautado pela exigência da prévia apresentação da prova documental e caracterizado, como tantas vezes dito, pela técnica do deslocamento da efetividade do contraditório, a inércia do réu acarreta, de pleno direito, a conversão do mandado em título executivo judicial, vedado ao juiz qualquer pronunciamento sobre a procedência da pretensão deduzida pelo autor (MARCATO, 1998, p.215).

A terceira alternativa do demandado é optar pelo oferecimento de

embargos. (que não são os embargos à execução). Os referidos embargos

serão apensados aos próprios autos da ação monitória, procedimento

monitório, não sendo exigido pela lei a garantia do juízo para o seu

oferecimento. Vale ressaltar que com o oferecimento dos embargos, a ação

monitória prosseguira conforme o procedimento ordinário, ou seja, será

instaurado um juízo de cognição sendo lícito ao juiz examinar, em toda extenso

e profundidade, as alegações de ambas as partes.

Portanto, acreditamos que grande objetivo da ação monitória,

procedimento monitório é desburocratizar e agilizar o processo civil, e sua

finalidade, é abreviar de forma inteligente e hábil, o Ca minho para a formação

do título executivo, controlando geralmente o demorado e caro processo

ordinário.

2.2 - PROCEDIMENTO MONITÓRIO PURO

Existem dois tipos de procedimento monitório no processo moderno, o

procedimento monitório simples (puro), que exige mera alegação do autor; e o

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procedimento monitório documental, que exige prova escrita para fundamentar

o crédito do Autor. Vale informar que o Direito Brasileiro adotou e adota

somente a segunda espécie, ou seja, o Direito Brasileiro só recepcionou o

procedimento monitório documental, conforme veremos a seguir:

O procedimento monitório puro, conforme exposto acima, não foi

recepcionado pelo Direito Brasileiro, porém apenas como forma de

apresentação e para subsidiar o entendimento monitório documental far- se-á

uma breve explanação sobre o referido procedimento.

O procedimento monitório puro tem inicio com base em demanda que

não necessita de qualquer prova documental para acompanhar as ditas

alegações do demandante. Para citar um exemplo, pode-se citar a Alemanha,

onde o direito Alemão adota um procedimento monitório puro (O

Mahnverfahren), conforme ensina um dos mais conceituados processualistas

Alemães de todas as épocas, Adolf Schonke (ADOLF, 1950, p.363).

Tal procedimento tem por objeto proporcionar um título executivo ao titular de um crédito que presumivelmente não será discutido, sem necessidade de debate, com base em uma afirmação unilateral e sem prova, quando se trata de certas demandas, que permitem ao juiz ditar um mandado de pagamento.

Neste sentido, estando a petição em termos, expede- se (com base

nas alegações efetuadas pelo demandante) um mandado de pagamento.

Poderá o demandado, então optar por uma das três condutas: Pode o

demandado cumprir a obrigação constante no mandado de pagamento; pode o

demandante oferecer defesa, caso em que o mandado de pagamento é

convertido em um simples mandado de citação, seguindo- se a partir deste

instante o procedimento ordinário; ou pode, ainda o demandado, permanecer

contumaz, não cumprindo o mandado de pagamento, nem oferecendo defesa,

caso em que se forma o título executivo, expedindo- se o mandado executivo

(o qual tem a mesma eficácia de uma sentença proferida em procedimento

comum, no qual o demandado tenha permanecido revel).

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Vale acrescentar que o procedimento monitório puro

(não adotado no Brasil) assemelha- se muito ao procedimento monitório

documental (adotado no Brasil), sendo a distinção feita através da

obrigatoriedade no procedimento monitório documental, das alegações do

demandante serem apresentadas através de documentos.

2.3- PROCEDIMENTO MONITÓRIO DOCUMENTAL

Conforme exposto anteriormente procedimento monitório documental

exige que as alegações do demandante sejam apresentadas em juízo através

de documentos, não bastando as simples alegações do mesmo. O mandado

de pagamento terá sua expedição determinada com base no exame de

alegações e principalmente nas provas acostadas aos autos. O demandado

sendo citado terá as mesmas tr6es opções expostas acima.

Porém, existem autores que entendem que o procedimento monitório

documental o oferecimento de resposta do demandado não converte o

mandado de pagamento em simples citação como se dá no procedimento

monitório puro, conforme a seguir exposto (CALAMANDREI, 1946, p.30).

No procedimento documental o oferecimento de resposta tem como efeito suspender a eficácia do mandado de pagamento, impedindo a prática de atos executivos até que se examine a defesa oferecida pelo Réu. Converte- se o procedimento monitório documental, com o oferecimento de resposta, em procedimento ordinário, observando- se, daí em diante, as regras desse rito.

Após analise tanto da matéria, como dos doutrinadores, pode- se

chegar à conclusão que a distinção apresentada entre o procedimento

monitório puro e o procedimento monitório documental é despida de valor

científico, tendo em vista serem os dois procedimentos rigorosamente idênticos

e tendo os dois procedimentos os rito iguais.

A grande diferença é mesmo quanto à apresentação de documento ou

não por parte do demandante, visto que a resposta do réu transforma o

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mandado de pagamento em mandado de citação e o procedimento monitório

transforma- se em procedimento ordinário, tanto no procedimento monitório

puro, quanto no procedimento monitório documental.

Vale esclarecer ainda, que conforme exposto anteriormente, o Brasil

somente adota o procedimento monitório documental, portanto necessitando

de prova documental para a propositura da referida ação monitória.

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CAPÍTULO III

PETIÇÃO INICIAL, PROVIMENTO INICIAL E MANDADO

MONITÓRIO

3.1- PETIÇÃO INICIAL.

A petição inicial no procedimento monitório deve conter os mesmos

dados exigidos no procedimento ordinário, diferindo o pedido, que se solicita o

mandado de pagamento, que contém tanto a citação como a injunção para

cumprir a obrigação. Por isso deve-se satisfazer os requisitos dos artigos 282 e

283 do Código de Processo Civil e mais os requisitos específicos exigidos pelo

artigo 1.102a do Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 282. A petição inicial indicará: I- o juiz ou tribunal, a que é dirigida; II- os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; III- o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV- o pedido, com suas especificações; V- o valor da causa; VI- as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII- o requerimento para a citação do réu. Art. 283 – A petição inicial será instruída com documentos indispensáveis a propositura da ação. Art 1.102a – A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado bem móvel.

Conforme exposto acima, inicia-se o procedimento monitório com a

apresentação em juízo de uma petição inicial. Esta deverá preencher todos os

requisitos exigidos das petições iniciais em geral. Porém existem certas

peculiaridade que o demandante deverá obedecer na distribuição da referida

peça inicial no procedimento monitório. Uma das mais importantes é com

relação à prova.

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A petição inicial no procedimento monitório deverá vir acompanhada de

prova escrita, do direito subjetivo do demandante, desprovida de eficácia

executiva, que constitui em uma analise mais detalhada do título monitório.

O demandante deverá narrar os fatos e fundamentos que sustentam o

crédito pretendido, pois estes irão fundamentar a expedição da monitória com

a prova escrita, sob pena de indeferimento da petição inicial. A falta de devida

fundamentação da petição inicial dificulta a apreciação da prova pelo juiz, além

de impossibilitar a defesa do réu. Como já ressaltado, a inicial do procedimento

monitório deve conter os mesmos requisitos exigidos no rito ordinário.

Tendo o juiz, com base na análise das provas acostadas aos autos, se

convencido da probabilidade de existência do direito de crédito, deverá o

mesmo deferir a expedição do mandado monitório (ou mandado de

pagamento, ou mandado de entrega da coisa).

3.2 – PROVIMENTO INICIAL.

Após a distribuição da petição inicial, com os requisitos já expostos no

item anterior, o juiz deverá verificar as condições da ação e os pressupostos

processuais, bem como analisar as provas acostadas aos autos, para que seja

prolatado o provimento inicial. Desde a edição da Lei n° 9.079/95, tem-se

afirmado que o provimento preambular do procedimento monitório tem

natureza de “sentença liminar.”(CÂMARA, 1996, p.210)

Um dos conceitos mais aceitos de sentença liminar, no processo civil

brasileiro atual, pode ser encontrado na obra do ilustre jurista gaúcho Ovídio

Baptista da Silva, que define tal espécie de pronunciamento judicial como “o

provimento que emitido antes do momento propício para a prolação de

sentença final, resolve o mérito da causa.”(SILVA, 1991, p.61).

Trata-se de ato cujo conteúdo é análogo aos que normalmente se

encontram em sentenças. Não há no provimento inicial no procedimento

monitório, conteúdo declaratório, já que não determina nenhum, acertamento

da existência ou inexistência do direito substancial.

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Porém pode-se verificar a presença do conteúdo condenatório, a

permitir a produção de feitos executivos, levando a possibilidade de

instauração de processo de execução forçada.

Não se trata, porém de sentença, por não ser um ato capaz de por fim

ao ofício de julgar do magistrado (que poderá ser chamado a julgar atos deste

mesmo processo).

O provimento inicial no procedimento monitório também não pode ser

considerado uma decisão interlocutória, pois não está resolvendo um incidente

processual ou fático (um acontecimento capaz de provocar um desvio no

procedimento, rito).

Da mesma forma não se pode considerar o provimento inicial no

procedimento monitório como sendo uma sentença parcial, tendo em vista a

possibilidade de que não ocorra outra sentença no decorrer da lide.

Portanto após análise dos juristas e doutrinadores sobre a matéria

objeto deste estudo, nos parece adequado definir a natureza jurídica do

provimento preambular, como sendo uma sentença liminar, ou seja, a natureza

jurídica do provimento inicial do procedimento monit;orio trata-se de ato

judicial, que antes do momento próprio para a prolação da sentença, resolve o

mérito da causa.

3.3 – MANDADO MONITÓRIO

O mandado monitório, ou mandado de pagamento ou ainda mandado

de entrega da coisa, pode ser considerado como sendo uma advertência, um

conselho do juiz para que o devedor pague a dívida ou entregue a coisa, objeto

do litígio. Cumprindo o mandado, o devedor será beneficiado com a isenção

das custas e honorários, conforme determina o parágrafo primeiro do artigo

1.102c do Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 1.102c (...). §1º. Cumprindo o réu o mandado, ficará isento de

custas e honorários advocatícios.

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O demandado poderá também apresentar embargos que suspenderão

a eficácia do mandado até seu julgamento. Ou ainda, poderá o réu abster-se.

Neste caso o procedimento monitório continua com a conversão do mandado

monitório em mandado de citação em ação de execução, tendo em vista que a

partir deste momento o demandante possuirá um título executivo judicial,

conforme determina o artigo 1.102c, caput, in verbis:

Art. 1.102c – No prazo previsto no artigo anterior, poderá o réu oferecer embargos, que suspenderão a eficácia do mandado inicial. Se os embargos não forem opostos, constituir-se-á de pleno direito, o título executivo judicial, convertendo-se o mandado inicial em mandado executivo e prosseguindo-se na forma prevista no Livro II, Título II, Capítulo II e IV.

O grande debate acerca do mandado de pagamento gira em torno de

sua natureza jurídica, principalmente quando este se constitui título executivo

judicial, sem que haja embargos. Vale acrescentar ainda, deve –se analisar o

mandado de pagamento tendo em vista o procedimento monitório como um

todo, ou seja, o mandado de pagamento deve ser analisado dentro do

procedimento monitório.

O procedimento monitório tem uma íntima afinidade com o processo

contumacial, pela simples razão que ambos se fundam nas alegações

unilaterais do autor, devido à rebeldia (revelia) do réu. Essa identidade entre os

dois institutos se traduz no caráter condicional que tem o mandado de

pagamento durante o prazo para embargos.

O processo constumacial ordinário segue uma ordem lógica, segundo a

qual somente após ocorrer a preclusão será permitido ao juiz julgar

antecipadamente a lide, tendo em vista somente as alegações do autor. Se o

julgador se convencer de que as afirmações unilaterais do autor são

suficientes para demonstrar a constituição do crédito, prolatará sentença

condenatória contra o réu revel. Ao passo que essa ordem natural é invertida

no procedimento monitório, pois o juiz prolata a sentença Condenatória antes

da ocorrência da preclusão.

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Entretanto, assinala Calamandrei:

Essa inversão é meramente aparente, porque, no período entre a expedição da ordem de pagamento à verificação efetiva da preclusão, essa ordem não tem nenhuma eficácia, nem sequer uma eficácia condicionada. Eficácia é conseqüência tão somente do transcurso do prazo. A situação é, pois, substancialmente idêntica ao processo ordinário: a ordem de pagamento é emanada formalmente antes da preclusão. Não obstante, na realidade, é somente depois de ocorrer a preclusão que se começa a sentir seus efeitos (CALAMANDREI, 1953, p. 78).

Diante deste entendimento o julgador emite a injunção, ou imposição,

em juízo meramente hipotético de que o mandado de pagamento não será

embargado. Antes de terminado o prazo de embargar, o mandado de

pagamento não tem força alguma, ficando condicionada à não oposição do

demandado, ou, havendo embargos, que sejam julgados improcedentes.

A verificação de qualquer das situações acima expostas, torna o

mandado de pagamento, de pleno direito, título executivo judicial.

Por todos os motivos já expostos, e ainda seguindo o que leciona o

sábio doutrinador, Calamandrei, pode- se chegar à conclusão que o mandado

de pagamento tem natureza de sentença contumancial suspensiva

condicionada, ou seja, tem natureza de uma sentença condicionada à rebeldia

(revelia) do demandado ou a improcedência dos embargos.

Tendo em vista que este capítulo presta a tecer comentários e firmar

tese sobre o procedimento monitório, no que diz respeito mais especificamente

ao mandado monitório, mandado de pagamento e sabendo–se ainda que o

mandado monitório pode ser considerado um mandado de citação, cabe

esclarecer que não obstante o silêncio da lei, é fundamental a citação do

demandado, devendo tal citação ocorrer no mesmo momento (e sem, que haja

nisso qualquer vício, através do mesmo mandado) da entrega, ao réu do

mandado monitório.

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A citação pode ser feita (e esta será regra geral) por via postal. Cabe

informar que é também admitida a citação através de oficial de justiça.

Porém a citação ficta, por edital ou com hora certa é discutível no

procedimento monitório, não sendo pacífico o aceite em nossos tribunais estas

formas de citação.

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CAPITULO IV

EMBARGOS, SENTENÇA, COISA JULGADA E

EXECUÇÃO

4.1- EMBARGOS

conforme exposto anteriormente, proposta a ação monitória, o juiz, após

a verificação de que a petição inicial está devidamente instruída, emitirá

mandado de pagamento. O referido mandado de pagamento conterá uma

ordem de pagamento ou entrega da coisa ou, ainda, estipulará um prazo de

quinze dias para o oferecimento de embargos. Com o oferecimento de

embargos, que seguem o rito ordinário, abre- se oportunidade para amplo

contraditório, conforme parágrafo segundo do artigo 1.102c do Código de

Processo Civil Brasileiro, in verbis:

Art.1.102c No prazo previsto no atrigo anterior, poderá o réu oferecer embargos, que suspenderão a eficácia do mandado inicial... §2º. Os embargos independem de prévia segurança do juízo e serão processados nos próprios autos, pelo procedimento ordinário.

A defesa do demandado na ação monitória é feita por meio dos

embargos. Não se fala contestação porque o mandado de citação (mandado

de pagamento) não o convida a defender- se. A convocação do demandado é

feita, de forma injuntiva, visando compeli- lo a realizar, desde logo, o

pagamento da dívida em prazo que lhe é liminarmente assinado. A instauração

do contraditório é eventual, e parte do devedor citado para satisfazer o crédito

do autor. Daí a denominação de embargos aplicada à resposta do demandado,

na espécie.

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Como o credor não dispõe ainda de título executivo, o réu não precisa

garantir o juízo, para embargar a ação monitória, conforme já demosntrado

acima. (Artigo 1.102c, parágrafo segundo CPC).

Manifestado os embargos dentro de quinze dias previstos no artigo

1.102b, in verbis:

Art.1.102b. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá de plano a expedição do mandado de pagamento ou da entrega da coisa no prazo de quinze dias.

O mandado de pagamento fica suspenso, e a matéria de defesa

argüível pelo devedor é a mais ampla possível. Toda exceção, material ou

processual, que tiver pertinência com uma ação de cobrança, poderá ser

levantada na resposta à ação monitória, procedimento monitório.

Ao contrário do que ocorre na execução, os embargos no procedimento

monitório, não são autuados a parte. São processados nos próprios autos,

como a contestação no procedimento ordinário, conforme demonstrado na

página anterior. (artigo 1.102c, parágrafo segundo do CPC).

Acolhidos os embargos, revogado estará o mandado inicial de

pagamento e extinto será todo o processo. Se o acolhimento for apenas

parcial, a execução terá curso sobre o remanescente do pedido do autor não

alcançado pela sentença.

A doutrina não é pacifica quanto à natureza dos embargos à monitória,

alguns se inclinando em admiti-la como ação incidental (autônoma), outros

como contestação (resposta do demandado), e outros ainda como recurso.

Este tema tem gerado bastante controvérsia, esta divergência, porém

não tem apenas interesse acadêmico, sendo relevante, também na prática.

A primeira corrente doutrinária afirma que os embargos têm natureza de

demanda autônoma. Entendem os defensores desta primeira corrente que o

ajuizado dos embargos dá vida a um processo, de conhecimento, incidente

ao procedimento monitório.

Talamini, um dos doutrinadores que sustentam esta primeira corrente,

defende o seguinte entendimento sobre a matéria:

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A nossa legislação sobre monitória estabeleceu que o mandado ficará suspenso, quando forem interpostos embargos (art.1.102c, caput do CPC). Previu também que, julgados improcedentes os embargos, o mandadado inicial vai se converter de pleno direito em título executivo (art. 1.102c, parágrafo terceiro do CPC), independentemente de sentença final. Isso basta para descartar que os embargos do art. 1.102c sejam considerados contestação. Constituem nitidamente, forma incindental de desconstituição do provimento inicial e/ou de reconhecimento da inexistência do crédito- o que no sistema processual brasileiro, é feito através de nova demanda, geradora de outro processo (TALAMINE, 1997, p.133).

Esta corrente sustenta que os embargos são tratados pelo código como

demanda autônoma, e prova disso seriam as afirmações contidas na lei

processual, de que os embargos tramitam nos mesmos autos do

procedimento monitório, pelo procedimento ordinário, e não dependem de

segurança do juízo.

Porém esta tese não merece ser adotada pó nós, isto porque o fato de

os embargos se processarem nos mesmos autos não é capaz de permitir

que se determine sua natureza jurídica. Por exemplo, existem processos

autônomos que tramitam nos mesmos autos ( ex. processo de liquidação de

sentença), e incidentes que, embora não dêem a origem a processo

autônomo, levam à formação de autos apartados (ex. impugnação ao valor

da causa). Quanto à afirmação de que os embargos seguem o procedimento

ordinário, é preciso saber que o verdadeiro sentido da norma é o de afirmar

que, com o oferecimento dos embargos, o procedimento monitório se

converte em ordinário.

Quanto à regra segundo a qual os embargos independem de prévia

garantia do juízo, parece ser esta norma destinada a evitar confusão entre os

embargos ao mandado e os embargos do executado, desta forma

determinado a norma que o procedimento monitório na tem natureza

executiva.

Portanto esta primeira corrente que entende possuir os embargos ao

mandado de pagamento (mandado monitório) natureza de ação autônoma,

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deve ser afastada por nós em nosso estudo, pelos motivos já demonstrados

acima.

Existe uma segunda corrente a qual defende os embargos como tendo a

natureza de recurso. Esta corrente é a menos aceita entre os doutrinadores,

tendo em vista o princípio da taxatividade dos recursos, segundo o qual some

pode ser considerado recurso àquilo que recebe da lei tal natureza. Ora não

havendo qualquer norma que atribua aos embargos ao mandado natureza

recursal, fica nítido ser inadequada a tese que afirma terem os embargos

essa natureza.

Por fim, a terceira e mais aceita corrente doutrinária (Theodoro Junior,

Nery Junior, Carreira Alvin, Ada Pellegrine, Freitas Câmara) consideram “os

embargos como resposta do demandado, de natureza idêntica a contestação,

sem que tal impugnação dê origem a um novo processo.”

Portanto, após demonstrar e analisar as três correntes existentes

optamos por seguir a terceira e mais aceita corrente exposta no presente

estudo, ou seja, considerar os embargos ao mandado de pagamento

(mandado monitório) como tendo a natureza de contestação, pois os

embargos não dão origem a um novo processo, mas somente convertem o

procedimento monitório em ordinário.

4.2- SENTENÇA.

O procedimento monitório se caracteriza pela prolatação de uma

sentença liminar, de conteúdo condenatório, desprovida do momento

declaratório consistente no ato de acertamento da existência do direito. Tal

declaração somente poderá ser proferida se o demandado tomar iniciativa de

provocar o contraditório, o que faz com o oferecimento de embargos, capazes

de transformar o procedimento monitório em ordinário. Neste caso, então o

procedimento seguirá em direção a uma sentença de mérito.

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Veremos agora duas hipóteses de sentença procedimento monitório, no

qual foram opostos embargos.

A partir deste momento é necessário distinguir estas duas hipóteses

para que sejam melhor compreendidas: a sentença que julga a pretensão do

demandante procedente (ou na linguagem inadequada do CPC- “regeita os

embargos”) e, de outro lado, a sentença que “acolhe os embargos”).

Inicia- se o exame da matéria pela sentença que “acolhe os embargos”,

ou seja, pela sentença que rejeita a demanda monitória. Esta é uma sentença

meramente declaratória, como são as sentenças de improcedência. Limita-

se tal sentença a tornar certa a inexistência do direito afirmado pelo

demandante, autor da ação monitória.

Neste sentido se manifesta Talamini: “Quando julgar procedentes os

embargos, a sentença declarará a inexistência do parcial ou total do crédito

e/ou invalidade do processo principal”(TALAMINE, 1937, p.139). É de

afirmar, porém, que o jurista citado sustenta terem os embargos ao mandado

natureza de demanda autônoma, diferentemente da conclusão que

chegamos em nosso presente estudo que entende ser os embargos de

natureza de contestação. Assim sendo, discordamos da afirmação de que

sentença de improcedência da demanda monitória.

De outro lado, a sentença que julga procedente a demanda monitória

(“rejeita os embargos”), é também, meramente declaratória. Limita- se tal

sentença a tornar certa existência do direito afirmado pelo demandante,

conforme afirma o processualista Dinamarco com habitual precisão:

Integra- se com a sentença que rejeita os embargos de mérito, o primeiro momento lógico das sentenças condenatórias, que o mandado monitório não tem. Com ele, vem a certeza da existência do direito, que é substrato ético em que se apóia toda execução forçada. Mas repete- se: Isso não acrescenta eficácia executiva alguma ao mandado monitório, o qual para legitimar a execução, tem eficácia própria- aquela eficácia que estava apenas suspensa pela pendência dos embargos (DINAMARCO, 1997, p.244).

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Vale ressaltar, conforme exposto anteriormente, que a sentença liminar

no procedimento monitório, proferida pela inércia do demandado, continha

condenação, mas não declaração, pois não havia ali, qualquer elemento do

direito (nem poderia mesmo haver, já que a sentença liminar é expedida com

base em cognição sumária, juízo de probabilidade, enquanto todo ato de

acertamento exige cognição exauriente, ou seja juízo de certeza). Não há

razão assim, para que se profira, ao final do procedimento, nova condenação.

Basta que a sentença tenha conteúdo declaratório da existência do direito para

que a condenação contida na sentença liminar (cuja eficácia estava suspensa

pelo oferecimento dos embargos) passe a produzir seus efeitos.

Assim sendo, após a exposição da três hipótese de sentença, pode- se

chegar a conclusão que a prolatação da sentença- meramente declaratória da

existência do direito do demandante ( procedência da demanda monitória, ou

ainda, “rejeição dos embargos”)- constitui- se de pleno direito o título judicial,

que vem ser a sentença liminar, de natureza condenatória, proferida no inicio

do procedimento monitório, e cuja eficácia fora suspensa pelos embargos

oferecidos pelo demandado.

Cumpre fazer uma pequena exposição sobre o recurso cabível das

sentenças em procedimento monitório, apenas para deixar o presente estudo o

mais completo possível, isto porque a matéria é controvertida e poderíamos

fugir ao objeto da presente monografia.

Contra sentença, qualquer que seja seu conteúdo, caberá apelação, com

fulcro no artigo 513 do Código de Processo Civil.

A apelação contra a sentença que “acolhe os embargos”, ou seja, a

apelação contra sentença que rejeita a demanda monitória, tem efeito

suspensivo e devolutivo.

Porém a sentença que julga procedente a demanda monitória (“rejeita os

embargos”) tem somente o efeito devolutivo, não possuindo o efeito

suspensivo.

O fundamento para o recebimento da apelação somente no efeito

devolutivo e /ou a ausência do efeito suspensivo decorre do disposto no

parágrafo terceiro do artigo 1.102c do Código de Processo Civil.

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Nos termos do citado dispositivo, “rejeitados os embargos”, intimam- se o

devedor, “prosseguindo- se” com a execução. Afirma ainda, o dispositivo, que

a execução se inicia logo após a “rejeição dos embargos”, bastando, assim, a

prolatação de sentença para que se inicie a produção dos efeitos da sentença

liminar que determinou a expedição do mandado monitório, não exigindo a lei

processual que se aguarde o julgamento da apelação para que aquela eficácia

comece a se manifestar.

4.3 – COISA JULGADA

Na ação monitória forma- se a coisa julgada material em torno do direito

do autor, de duas maneiras: pela revelia do demandado, quando deixa de opor

embargos no prazo que lhe foi assinado no mandado inicial de pagamento

(mandado monitório); ou pela sentença que julga o mérito dos embargos

tempestivamente manifestados pelo réu. Cria- se, destarte, o título executivo

judicial, para que o credor que afora a ação monitória nas duas apontadas

situações. (Art.1.102c, caput e §3º).

Diversamente do que passa no direito italiano, para que o mandado

injuntivo, no direito brasileiro, se torne executivo e se revista da autoridade de

título executivo judicial, não há nenhum ato especial decisório. A conversão

opera de pleno direito, Isto é, como conseqüência automática da falta de

embargos no tempo devido ou da rejeição daquelas que foram oportunamente

manifestados.

Tendo em vista a intima relação do procedimento monitório com o

processo contumancial, há de se ressaltar que o efeito de ambos institutos é o

mesmo: o de produzir coisa julgada material. O procedimento monitório,

apesar de não haver contraditório, formará título executivo, que em nada

diferirá de uma sentença definitiva de mérito pronunciada em processo de

conhecimento de rito ordinário passada em julgado.

A técnica do procedimento monitório, na verdade, elimina previamente a

necessidade de percorrer a via longa e dispendiosa do contraditório de um

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normal juízo de cognição na hipótese de ocorrer a revelia total do réu. Assim, o

autor obterá de forma mais rápida o mesmo provimento que alcançaria,

contudo sem ter que percorrer inutilmente o rito ordinário.

Portanto, face ao exposto, pode- se concluir que não seria possível iniciar

uma execução forçada, como afirma o artigo 1.102c do Código de Processo

Civil, sem a existência prévia de um título executivo judicial, este somente se

estabelece com a sentença judicial transitada em julgado. Antes somente há

de se falar em execução provisória.

4.4 – EXECUÇÃO.

Rejeitado os embargos, a execução terá início, pois a sentença

transformará a ação monitória em execução de título judicial. O devedor será

intimado para pagar o juízo e a execução prosseguirá dentro de marcha

prevista para as obrigações de quantia certa ou entrega de coisa.(Livro II,

Título II, Capítulos II e IV, do CPC).

Acolhidos os embargos, revogado estará o mandado inicial de pagamento

e extinto será todo o processo. Se o acolhimento for apenas parcial, a

execução terá curso sobre o remanescente do pedido do autor não alcançado

pela sentença.

Conforme exposto acima, formado o titulo executivo, pelo decurso do

prazo, sem que seja oferecida a oposição de do demandado (embargos ao

mandado), ou por ter sido proferida a sentença de procedência da demanda

monitória, afirma o Código de Processo Civil (Art.1.102c,§3º) que se deve

prosseguir na execução na forma prevista no Livro II, Título II, Capítulos II e IV.

Ou seja, formado o titulo executivo, pode- se dar inicio à execução para

entrega da coisa ou à execução por quantia contra o devedor solvente.

Apenas para manter o presente trabalho o mais completo possível,

passaremos a expor agora o recurso cabível para interposição do processo de

execução decorrente da ação monitória ou procedimento monitório.

Instaurado o processo executivo, será cabível o oferecimento de

embargos do executado. Tendo sido oferecido embargos ao mandado, os

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embargos do executado ficarão limitados ao disposto no artigo 741 do Código

de Processo Civil, somente se podendo admitir que o juiz conheça das

matérias ali elencadas.

Dúvida surge, porém, quanto a haver ou não tal restrição aos embargos

no caso de se ter formado o titulo executivo no procedimento monitório sem

que o demandado tenha oposto embargos ao mandado. Existem autores que

admitem que os embargos do executado sejam opostos na forma do artigo 745

do Código de Processo Civil, não obstante o caráter judicial do titulo executivo.

Tendo em vista o já exposto no presente trabalho, pode- se chegar a

conclusão que o entendimento anterior, nos parece incompatível com a

afirmação de que surge coisa julgada material quando, expedida a sentença

liminar, o réu não oferece embargos ao mandado.

Portanto, cumpre reafirmar que só se pode alegar em embargos do

executado (tenham sido ou não oferecidos os embargos ao mandado) as

matérias constantes daquele dispositivo legal. Esta é a única tese capaz de

evitar que se contrarie o disposto nos artigos 741 (segundo o qual nos

embargos à execução fundada em titulo judicial só se pode alegar as matérias

ali enumeradas), 745 (que afirma ser possível à alegação, em sede de

embargos, de qualquer matéria que poderia ter sido deduzida como defesa no

processo de conhecimento, quando a execução for fundada em título

extrajudicial) e 1.102c, segundo o qual o titulo executivo que se forma no caso

de o réu do procedimento monitório não oferecer embargos tem natureza de

titulo judicial. Aplica- se, à hipótese, o disposto no artigo 741 do Código de

Processo Civil, e não a norma do artigo 745 do mesmo diploma legal.

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CONCLUSÃO

Feita a revisão bibliográfica, com as citações, as análises e as

demonstrações, à luz das questões de estudos, pode-se agora, apresentar a

síntese das principais contribuições desse trabalho e as considerações finais.

Diante das razões expostas anteriormente o procedimento monitório é

um processo de conhecimento de natureza condenatória, destinado a criar de

forma célere um título executivo, invertendo-se a iniciativa do contraditório para

o devedor, utilizando-se como motivo de declaração de certeza do crédito a

falta de reação por parte do devedor dentro de um prazo estabelecido por

norma processual.

Para tanto, a petição inicial deve conter os mesmos fundamentos e

dados exigidos no rito ordinário. O código requer, ainda, que a petição inicial

venha instruída com prova escrita sem eficácia de título executivo. Surge,

então, o procedimento monitório como opção do credor que possua alguma

prova escrita para instruir a ação, daí o caráter facultativo do seu uso.

Por se tratar de processo de conhecimento, o procedimento monitório

pode ser utilizado, entre outras obrigações, para a cobrança de títulos de

crédito sem força executiva, como é o caso do cheque prescrito. Não se trata

de processo de execução ou mero começo de execução, por isso não se

estará restabelecendo a sua executividade. O cheque prescrito representa

somente prova de crédito hábil a instruir o procedimento monitório. Desta

forma pode-se utilizar o contrato que perdeu sua eficácia de título executivo por

não ter assinatura de 2 (duas) testemunhas.

Portanto devido ao estudo da Natureza jurídica do procedimento

monitório, pode-se ter presente a possibilidade de sua utilização para a

cobrança de cheque prescrito. O credor de cheque impago tem a opção de

cobrar por meio de procedimento monitório, por se tratar de processo de

conhecimento para a formação célere de um título executivo judicial. O cheque

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se traduzirá como prova que irá fundamentar a referida ação monitória ou

procedimento monitório.

Vale acrescentar ainda, que tal procedimento também poderá ser

utilizado para quem pretende, fundamentado em prova escrita, sem, eficácia

de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível

ou determinado bem móvel.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Sentis Medendo. Buenos Aires: ediciones jurídicas Europa- América, 1953.

CÂMARA, Freitas, Alexandre. Lições de direito processual civil. 5ª Ed. Rio de

Janeiro: Lúmen Júris, 2003.

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reforma processual. 3ª Ed, Belo Horizonte, Del Rey, 1999.

DINAMARCO, Candido Rangel. A reforma do código de processo civil. 4ª Ed,

São Paulo: Malheiros, 1997.

GRECO FILHO, Vicente. Comentários ao procedimento sumário, ao agravo e a

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Código de Processo Civil Brasileiro de 1994 e de 1995. 2ª Ed, São Paulo: RT,

1996.

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acomodadas ao foro do Brasil, por Augusto Teixeira Freitas. Rio de Janeiro:

Garnier, 1907.

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RAMALHO, Joaquim Ignácio. Praxe Brasileira. São Paulo Typografia do

Ypiranga, 1869.

SILVA, O Baptista. Decisões Interlocutórias e Sentenças Liminares. Revista de

Processo, São Paulo: RT, 1991.

TALAMINE, Eduardo. Tutela Monitória. 2ª Ed, São Paulo: RT, 1997.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

1- ADOLF, Shonke. Derecho processal civil. trad. esp. Leonardo Prietro

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2- CALAMANDREI, Piero. El Procedimento Monitório. 2ª Edição, Trad.

Santiago Sentis Medendo. Buenos Aires: ediciones jurídicas Europa- América,

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3- CÂMARA, Freitas, Alexandre. Lições de direito processual civil. 5ª Ed. Rio

de Janeiro: Lúmen Júris, 2003.

4- CARREIRA ALVIM, José Eduardo. Ação Monitória e temas polêmicos da

reforma processual. 3ª Ed, Belo Horizonte, Del Rey, 1999.

5- DINAMARCO, Candido Rangel. A reforma do código de processo civil. 4ª

Ed, São Paulo: Malheiros, 1997.

6- GRECO FILHO, Vicente. Comentários ao procedimento sumário, ao agravo

e a ação monitória, 4ª Ed, São Paulo: Saraiva, 1999.

7- MARCATO, Antonio Carlos. Procedimentos Especiais. 8ª Ed, São Paulo:

Malheiros, 1998.

8- NERY JUNIOR, Nelson. Atualidades Sobre o Processo Civil: a reforma do

Código de Processo Civil Brasileiro de 1994 e de 1995. 2ª Ed, São Paulo: RT,

1996.

9- PEREIRA E SOUZA, J.J. Caetano. Primeiras Linhas sobre Processo Civil,

acomodadas ao foro do Brasil, por Augusto Teixeira Freitas. Rio de Janeiro:

Garnier, 1907.

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10- RAMALHO, Joaquim Ignácio. Praxe Brasileira. São Paulo Typografia do

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11- SILVA, O Baptista. Decisões Interlocutórias e Sentenças Liminares.

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12- TALAMINE, Eduardo. Tutela Monitória. 2ª Ed, São Paulo: RT, 1997.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 12

CONCEITO, NATUREZA JURÍDICA E CABIMENTO

1.1- Conceito 12

1.2- Natureza Jurídica 13

1.3- Cabimento 17

CAPÍTULO II 19

ESPÉCIES DE PROCEDIMENTO MONITÓRIO

2.1- Procedimento Monitório 19

2.2- Procedimento Monitório Puro 21

2.3- Procedimento Monitório Documental 23

CAPÍTULO III 25

PETIÇÃO INICIAL, PROCEDIMENTO INICIAL E MANDADO MONITÓRIO

3.1- Petição Inicial 25

3.2- Provimento Inicial 26

3.3- Mandado Monitório 27

CAPÍTULO IV 31

EMBARGOS, SENTENÇA, COISA JULGADA E EXECUÇÃO

4.1- Embargos 31

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4.2- Sentença 34

4.3- Coisa Julgada 37

4,4 – Execução 38

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CITADA 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ÍNDICE 46

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes - IAVM

Título da Monografia: AÇÃO MONITÓRIA, PROCEDIMENTO MONITÖRIO

Autor: Ivo de Paula Ribeiro Filho

Data da entrega: 28 de setembro de 2009

Avaliado por:JEAN ALVES PEREIRA DE ALMEIDA Conceito: