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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE ÉTICAS NAS EMRPESAS VERSUS RESPONSABILIDADE SOCIAL Por: F abio de Souza Gonzaga Orientador Ms. Ana Cristina Guimarães Rio de Janeiro 2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

ÉTICAS NAS EMRPESAS

VERSUS

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Por: Fabio de Souza Gonzaga

Orientador

Ms. Ana Cristina Guimarães

Rio de Janeiro

2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

ÉTICAS NAS EMRPESAS

VERSUS

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso

de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino

Superior, em Gestão de Recursos Humanos

Por: . Fabio de Souza Gonzaga

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AGRADECIMENTOS

....aos meus pais, minha esposa, as minhas

amigas (Ana Paula, Flávia Moura, Janine) e

parentes, que muito me ajudaram nos

momentos difíceis.

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DEDICATÓRIA

..... Aos meus pais, Irani Gonzaga Filho e

Vera Lúcia de Souza Gonzaga, que em

todos os momentos dessa vida, me deram

carinho e apoio incondicional, priorizando

sempre minha educação, a minha retidão

de caráter e a minha felicidade.

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RESUMO

O assunto abordado será a Ética, onde agir dentro dos padrões definidos e aceitos

como conduta social, dentro da comunidade e onde vivemos. E com as regras e os

princípios que regem o bem estar público onde a honestidade e o respeito devem ser

preservados.

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METODOLOGIA

O material utilizado para essa questão, será o questionário aplicado em

empresas de grande porte, onde estará fazendo um trabalho social dentro de sua

organização. E os métodos utilizados quanto aos fins, visa descrever a postura da

empresa diante da Responsabilidade Social assumida e quanto aos meios será

desenvolvida com base nas pesquisas bibliograficas, uma vez que para a fundamentação

téorica do trabalho será realizada pesquisa sobre a Responsabilidade Social, e também

através de estudo de campo, pois assim ocorrerá uma investigação mais detalhada no

local da empresa.

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SUMARIO

CAP. I - ÉTICA NAS EMPRESAS 11

1.1 A CHEGADA DA ÉTICA 12

CAP. II– CÓDIGO MORAL 13

2.1 ENTENDENDO O CÓDIGO MORAL 132.2 O COMPORTAMENTO DIANTE DO CÓDIGO MORAL 15

CAP.III - ÉTICA EMPRESARIAL 16

3.1 ENTENDENDO A ÉTICA EMPRESARIAL OU ÉTICA NOS NEGÓCIOS 163.2 A NECESSIDADE DE OBSERVAR A ÉTICA NOS NEGÓCIOS 22

CAP. IV – RESPONSABILIDADE SOCIAL 24

4.1 ENTENDENDO A RESPONSABILIDADE SOCIAL 25

4.2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NO BRASIL 26

CAP.V – EMPRESAS SOCIALMENTE RESPONSAVEIS 27

5.1 QUANDO SURGE A NECESSIDADE DE SER SOCIALMENTE RESPONSÁVEL 27

5.2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESAS E A ÉTICA EMPRESARIAL 30

5.3 O GANHO COM A RESPONSABILIDADE SOCIAL E O NOVO CONTEXTO ECONÔMICO 37

CAP. VI – DESENVOLVIMENTO 40

6.1 PROPOSIÇÃO 40

6.2 MATERIAL E MÉTODOS 41

CAP.VII – CONCLUSÃO 41

ANEXOS - 43

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA 50

FOLHA DE AVALIAÇÃO 53

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INDICE

CAPÍTULO I - Ética nas Empresas

CAPÍTULO II - Código Moral

CAPÍTULO III – Ética Empresarial

CAPÍTULO IV – Responsabilidade Social

CAPÍTULO V – Empresas Socialmente Responsáveis

CAPÍTULO VI – Desenvolvimento

CAPÍTULO VII – Conclusão

CAPÍTULO VIII – Referencia Bibliográfica

CAPITULO IX – Índice

CAPÍTULO X – Folha de Avaliação

CAPÍTULO XI – Anexos

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INTRODUÇÃO

A Ética é um tema que vem ganhando espaço para discursão nas empresas,

universidades, órgãos públicos não governamentais e meios de comunicação em

muitos países, inclusive no Brasil.

Este fato deve-se, principalmente äs mudanças adivinhas da globalização,

da abertura da economia, do processo de amadurecimento dos consumidores. E a

Responsabilidade Social sugiu diante desta preocupação com a má conduta ética

que influencia principalmente nas suas tomadas de decisões e é um fato

mportantíssimo dentro das organizações que visam o melhor desempenho de

suas atividades e seguindo uma tendência mundial, cresce a cada ano o número de

instituições que investem em projetos sociais adotando uma postura mais sensível

aos problemas da comunidade ou assumindo responsabilidade sobre os impactos

causados por seus processos produtivos.

É neste ponto que a Ética Empresarial assume um destaque dentro da

pesquisa, pois a questão é de verificar se a empresa está utilizando a

Responsabilidade Social como marketing, como publicidade, com intuito de

aumentar as suas vendas e obter os melhores resultados, como lucro e

rentabilidade ou acredita realmente que ser responsável socialmente é uma forma

de ajudar a resolver os problemas da Sociedade.

A relação da empresa com a comunidade como meio ambiente e com os

funcionários, vem se tornando cada vez mais uma questão de sobrevivência, pois,

a responsabilidade social está sendo vista como uma estratégia global.

As empresas que querem crescer e sobreviver devem, estar preocupadas e

se adequar a essa nova estratégia. E o que hoje é um diferencial, brevemente será

um requisito obrigatório, e as empresas que não se enquadrarem dentro desta nova

realidade, não terão mais espaço no mercado e estarão correndo o risco de um

fracasso.

Não é mais possível manter-se no ambiente dos negócios sem possuir uma

imagem institucional voltada para a sociedade. A empresa que deseja ser

Responsável Socialmente precisa incorporar valores éticos aos seus processos

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decisórios, pois precisa cumprir a legislação e, mais do que tudo precisa respeitar

as pessoas, além de que a prática da Responsabilidade Social aumenta a

lucratividade da empresa, no momento em que garante a fidelidade de sus clientes

e a motivação de seus funcionários.

Por isso, a divulgação das práticas adotadas pelas empresas Socialmente

Responsáveis tem um duplo propósito, o de beneficiar a própria empresa

destacando-a aos olhos do consumidor e aumentando sua competitividade e o de

contribuir para a construção de uma sociedade melhor.

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CAPÍTULO I

O assunto abordado será a Ética, onde agir dentro dos padrões definidos e aceitos

como conduta social, dentro da comunidade e onde vivemos. E com as regras e os

princípios que surgem o bem estar público onde a honestidade e o respeito devem ser

preservados.

1 – ÉTICA NAS EMPRESAS

A Ética, vem ganhando espaço para discussão nas empresas, universidades,

órgãos públicos não governamentais e meios de comunicação, pôr isso vamos abordar

agora o que vem a ser Ética, como surgiu, como é o seu comportamento diante dela e

como está sendo utilizada nas organizações.

Podemos dar inúmeras definições para motivação. Uma delas, de

Berelson & Steiner (1964), é a seguinte: “ Motivação é um estado interno que dá

energia, torna ativo ou move o organismo, dirigindo ou canalizando o comportamento

em direção a objetivos ” (p.89). Outra, mais diretamente relacionada com a motivação

no trabalho, conforme HECKHAUSEN, diz que:

“ Motivação é o empenho de aumentar ou manter tão alto

quanto possível a capacidade de um indivíduo, a fim de que este

possa alcançar excelência na execução das atividades das quais

dependam o sucesso ou o fracasso da organização a que

pertence ” (HECKHAUSEN, 1967, p.32).

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1.1.A CHEGADA DA ÉTICA

Escrever sobre a ética é uma necessidade. A nossa sociedade, seu cotidiano tão

tenso e difícil, remetem-nos a situações em que, mais do que de ética, colocam-se

questões da sobrevivência imediata. E freqüentemente quando a sobrevivência está em

jogo, domina um salve-se-quem-puder e prevalece acima de tudo um instinto de

rebanho ou outras formas mais primitivas de comportamento.

Mas a nossa sociedade, se tende nesta direção, que pode se materializar numa

situação econômica completamente degradada e numa condição social insustentável, já

tem mostrado nos últimos anos uma crescente sensibilidade para a questão ética.

Se a questão ética tivesse sido levantada na década passada, seria

desconsiderada ou apenas receberia a resposta da indiferença ou do ridículo. Hoje, são

poucos que consideram a questão ética como um tema central. E já se percebe que o

problema não é apenas brasileiro, mas planetário. Encontramo-nos, a sociedade

brasileira e o próprio planeta, em uma encruzilhada.

Dizer que o problema ético é de natureza recente seria ignorar o quanto se

escreveu, se discorreu e se debateu a seu respeito; seria esquecer quantos volumes de

teoria foram publicados. O que torna diferentes o comportamento? Existem algumas

razões:

“ Vivemos um período em que as referencias para julgar e

avaliar, as coordenadas para situar parecem ter se

enfraquecido ou se dissolvido. A religião, que já serviu a esse

propósito, foi deslocada pela ciência e pela razão. E estas

perderam, por sua vez, uma posição hegemônica. De fato,

vivemos segundo dois parâmetros que não podem servir de

referencia. O primeiro é a tecnologia, com seu incessante

desenvolvimento – que é um aumento constante de nosso

poderio. O segundo é o da expansão ilimitada do capitalismo na

sua fase pós-moderna. Os dois não podem servir de referencia

porque são impelidos por uma expansão desmedida. Precisam

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de algo que os alinhe e equilibre. O aumento do poderio e o

efeito incontrolavel da vontade de ganho e de acumulação de

capital colocam freqüentemente em risco a vida humana em

todas as suas formas, na vida individual, nosso século

caracterizou-se pela expansão dos graus de liberdade, os limites

que a sociedade impunha äs formas de vida, äs transações, äs

interações cada vez menos impositivos. Diante dessas

condições, o interesse pela ética não é um movimento apenas

intelectual, mas impulso quase instintivo e profundamente

orientado por questões de sobrevivência a longo prazo.”

ZAJDSNAJDER (2001-p.12-13)

A ética se tornou um assunto essencial e importante na vida de todos, onde

ocorre a preocupação de conduta, comportamento e também o bem estar público onde a

honestidade e o respeito devem ser preservados.

2 - O CÓDIGO MORAL

2.1 ENTENDENDO O CÓDIGO MORAL

Tornar-se necessário, primeiramente o conceito do que seja código moral, sendo

assim, cabe realçar o caráter ético das empresas e organização parece ser fácil do que é

na realidade, na visão diz:

“(...) é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. E uma ciência, pois tem objeto próprio, leis próprias e métodos próprios. O objeto da ética é a moral. A moral é um dos aspectos do comportamento humano” NALINI (1999- p.34).

A ética também está ligada ao comportamento das pessoas, sendo assim:

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“A Ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. É a ciência da moral, isto é, de uma esfera do comportamento humano. As proposições da ética devem ter o mesmo rigor, a mesma coerência e fundamentação das proposições cientificas.”VAZQUEZ (1997-p.12-13).

Um desses conceitos abrange o ambiente social, pois diz que ética significa

tanto caráter quanto sentimento de comunidade.

“Ética está ligada a uma concepção geral das comunidades (instituições) das quais elas fazem parte. Ética enfoca os dois usos freqüentes desta palavra: primeiro refere-se a um problema que implica uma solução: certo-errado, por exemplo, no caso de um dilema ético. O segundo uso refere-se a uma escolha ou ação “certa” (ela agiu de modo ético”), ou inversamente (“ela não agiu de modo ético” ).Toffer (1993-p. 1-2).

No Dicionário de Ciências Sociais encontramos a definição separadamente do

que venha a ser: Código e Moral.

“Código: Conjunto finito de signos simples ou complexos relacionados de tal modo que estejam aptos para a formação e transmissão de mensagens.”“Moral: Denota uma atitude favorável por parte de um membro ou membros de um grupo para com esse grupo, principalmente para com as metas e liderança.”

O objeto da ética é a moral, então surgiu a preocupação de se entender bem esta

ciência que interfere no comportamento moral dos homens em Sociedade.

2.2 O COMPORTAMENTO DIANTE DO CÓDIGO MORAL

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Nas relações cotidianas dos indivíduos nos deparamos com diversas situações em

que percebemos a necessidade de pautar o seu comportamento por normas que se

julgam mais apropriadas ou mais dignas de serem cumpridas. Diante da visão de nos

escreve que:

“Devo cumprir a promessa x que fiz ontem ao meu amigo y, embora hoje perceba que o cumprimento me causará certos prejuízos? Se alguém se me aproxima, ä noite, de maneira suspeita e receio que me possa agredir, devo atirar nele, aproveitando que ninguém pode ver, a fim de não correr o risco de ser agredido? Se um indivíduo procura fazer o bem e as conseqüências de suas ações são prejudiciais aqueles que pretendia favorecer, porque lhes causa mais prejuízo do que benefício, devemos julgar que age corretamente de um ponto de vista moral, quaisquer que tenham sido os efeitos de sua ação ? Em todos esses casos, trata-se de problemas práticos, isto é, de problemas que se apresentam nas relações efetivas, reais, entre indivíduos ou quanto se julgam certas decisões e ações dos mesmos. Trata-se, por sua vez, de problemas cuja solução não concerne somente ä pessoa que os propõe, mas também as outras pessoas que sofrerão as conseqüências da sua decisão e da sua ação.” VAZQUEZ (1997-p.5-6).

O Código Moral está ligada diretamente ao comportamento das pessoas em suas

relações cotidianas individuais, mas as consequências destas ações afeta diretamente

também outras pessoas envolvidas nas decisões e ações tomadas.

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3 - ÉTICA EMPRESARIAL

3.1 ENTENDENDO A ÉTICA EMPRESARIAL OU ÉTICA NOS NEGÓCIOS

Uma empresa ou entidade tem que ser, obrigatoriamente, percebida com um elemento

ativo do contexto social (cultural, político, econômico etc) e esse fato remete,

obrigatoriamente, a compromissos e responsabilidades que elas (empresas ou entidades)

devam ter com a sociedade como um todo.

O conceito de ética empresarial ou organizacional (ou ainda de ética nos negócios) tem

a ver com este processo de inserção. A empresa ou entidade devem estar presentes de

forma transparente e buscando sempre contribuir para o desenvolvimento comunitário,

praticando a cidadania e a responsabilidade social. Se atendem contra a cidadania, ferem a

ética empresarial.

A ética social se pratica internamente, recrutando e formando profissionais e

executivos que compartilham desta filosofia, privilegiando a diversidade e o pluralismo,

relacionando-se de maneira democrática com os diversos públicos, adotando o consumo

responsável, respeitando as diferenças, cultivando a liberdade de expressão e a lisura nas

relações.

Ainda que se possa, filosófica, doutrinaria e ideologicamente, conceber conceitos.

Distintos para a ética social, há algo que não se pode ser contrariado jamais: a ética social é

um atributo indispensável para as organizações que querem manter-se vivas no mercado e

a sociedade está cada vez mais alerta para os desvios de conduta das organizações.

Valer-se do abuso econômico, constranger que exprimem idéias distintas, desrespeitar

os funcionários, impondo-lhes condições adversas de trabalho, agredir o meio ambiente,

não prorizar a qualidade na fabricação de produtos ou na prestação de serviços e usar

procedimentos escusos para obter vantagens a todo custo (corrupção., manipulação de

balanços, formação de cartéis etc) são alguns destes desvios que afastam a empresas de sua

verdadeira função social.

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Do trabalho do Instituto Ethos, diz o seguinte extrato, que acrescenta elementos

importantes ao conceito de ética empresarial e o define precisamente:

" A ética não é um valor acrescentado, mas

intrínseco da atividade econômica e empresarial, pois

esta atrai para si uma grande quantidade de fatores

humanos e os seres humanos conferem ao que realizam,

inevitavelmente, uma dimensão ética. A empresa,

enquanto instituição capaz de tomar decisões e como

conjunto de relações humanas com uma finalidade

determinada, já tem, desde seu início uma dimensão ética.

Uma ética empresarial não consiste somente no

conhecimento da ética, mas na sua prática. E este praticar

concretiza-se no campo comum da atuação diária e não

apenas em ocasiões principais ou excepcionais geradoras

de conflitos de consciência. Ser ético não significa

conduzir-se eticamente quando for conveniente, mas o

tempo todo".

(OdedGrajew, Empresário dos brinquedos Grow)

As empresas estão cada vez mais conscientizadas sobre a importância de seu papel

social dentro da comunidade onde ela atua, que vem de encontro com a ética empresarial,

onde sem ela não pode existir o bem estar da sociedade principalmente no aspecto do meio

ambiente, qualidade de vida e geração de empregos.

Este termo, ética empresarial surgiu diante da preocupação com a má conduta

ética que influencia principalmente nas suas tomadas de decisões, e que hoje é um fato

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importantíssimo dentro das organizações que visam o melhor desempenho de suas

atividades, onde se diz que:

“ termo ética tem muitas nuances. A ética foi definida como

indagação sobre a natureza e fundamentos da moralidade,

sendo o termo moralidade entendido como juízos morais,

padrões e regras de conduta.

“(...) Baseando-nos nessas definições, podemos começar a

formular um conceito de ética empresarial. A maioria das

pessoas concordaria em que altos padrões éticos exigem que

empresas e indivíduos observem princípios morais validos (...) A

maioria das definições de ética empresarial diz respeito a

regras, padrões e princípios morais sobre o que é certo ou

errado em situações especificas, então ética empresarial

compreende princípios e padrões que orientam o

comportamento no mundo dos negócios. Se um comportamento

especifico exigido é certo ou errado, ético ou antiético, é

assunto freqüentemente determinado pelos stakeholders, tais

como investidores, clientes, grupos de interesse, empregados, o

sistema jurídico vigente e a comunidade.” FERREL (2000-p. 6-

7).

A Ética Empresarial ocupa um lugar muito especial nas mentes de numerosos

administradores de empresas, como algo associado a problemas controversos, confusão

ocasionada por essas contradições, esses administradores também se sentem inseguros

pensando no que é realmente viável ou de como agir na prática, a preocupação com a

conduta ética nos negócios e a dificuldade de reconhecer e definir questões éticas

importantes em determinados papeis dentro da empresa e em conseqüência disso,

numerosas empresas vem se preocupando com este assunto, onde muitas vezes foi

colocado de lado ou totalmente ignorado. A resposta não é tão simples assim como nos

escreve:

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“... a parte qualquer informação de natureza geral que possam

fornecer sobre ética empresarial, esses setores são muitas vezes

capazes de chamar atenção para questões éticas de uma

importância especial para a forma ou oferecer opiniões

diferentes sobre o que está em jogo ou como agir. Muitas das

mais importantes fontes de informação sobre problemas éticos

específicos äs empresas são encontradas, e não é de se

surpreender, nelas mesmas. A estruturação dos interesses éticos

da alta administração deve, obviamente, ser um processo

permanente e dinâmico. O contexto empresarial muda ao longo

do tempo e com ele, os tipos de problemas éticos que surgem e

sua importância relativa. Além do mais, prioridades e normas

éticas são alvos móveis. A capacidade da administração de

descobrir a inadequabilidade de sua conduta empresarial ética

depende evidentemente do que sabe e de sua sensibilidade, mas

também da disposição da empresa de contestar o pensamento e

ações da administração, e com vistas a formentar a ética

empresarial, executivos de alto nível geralmente tomam medidas

tais como promulgar códigos de ética, patrocinar seções de

informação e propagandas de treinamento e manifestar em

palavras e atos, compromisso com altos padrões de conduta.”

AGUILAR (1996-p.47,52-54).

A Ética nos negócios está ligada ao processo de tomada de decisão de uma organização,

como nos diz:

“Na realidade, ela pode aumentar os recursos de tomada de

decisões e garantir que as pessoas tomem as melhores decisões

possíveis. Elas já usam seus julgamentos de valor e

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pressuposições na tomada de decisões e a primeira e principal

condição para a reflexão ‘;etica é a comunidade moral da

organização e a vida moral de seus membros e associados, o

modo como as outras pessoas, o nosso meio ambiente e nós

convivemos para constituir nossa vida moral. Nossa moralidade

refere-se a nossos modos característicos (caráter) de agir e

responder a situações e atividades (caráter), alguns atos nos

afrontam, nos trazem felicidade ou elevam nosso espirito, nós

certamente tomamos decisões morais quando respondemos

imediatamente com o todo do nosso ou äs possibilidades de

bem e mal e esta atividade representa nossa vida moral. Para a

reflexão ética ter relevância para as organizações, precisa

tronar-se parte do verdadeiro processo de tomada de decisões,

da mesma forma que os decisórios, em diferente níveis da

organização consideram as dimensões de finanças, de

marketing e de relações públicas das propostas políticas,

também, precisam considerar a dimensão moral. Em outras

palavras, a análise ética poderia funcionar como complemento

a outros tipos de análise, de modo que as pessoas teriam uma

melhor chance de tomar a decisão certa. Por conseqüente, as

condições para a reflexão ética são também condições para a

tomada de decisão em geral.” BROWN (1993-p.01,155,165).

Ä primeira vista as relações entre ética e os negócios parecem distantes e

impossíveis, havendo muitos que afirmam que o capitalismo é essencialmente aético ou

mesmo antiético. Contrariamente a estas tendências ou suposições, tem ser realizado na

última década e meia no mundo desenvolvido esforços mais variados no sentido de

trazer a ética para a érea de negócios. Numerosos livros foram escritos. Centros de

estudos e pesquisa foram criados. Cursos foram introduzidos nas escolas de

administração e também seminários de pequena duração para executivos. Grandes

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empresas, entre outras, introduziram códigos de ética e conselhos para tratar deste

assunto.

Os resultados estiveram ä altura dos esforços? Pelo que sabemos, não houve

nenhuma pesquisa tão global que permitisse uma conclusão. Todavia, é certo que, tendo

o clima geral tendido na direção do fortalecimento dos padrões éticos, houve realmente

da parte das empresas e de seus membros algum tipo de movimento visando a não

colocar os ganhos e lucros acima de qualquer outro valor. É importante observar que, ao

lado das forças que direcionam as empresas para uma conduta mais ética, outras mais

antigas como as de defesa do consumidor e da proteção ecológica, andaram na mesma

direção.

“Pode-se dizer até que o movimento em prol da intensificação

da ética nos negócios seja uma resultante parcial do movimento

de defesa dos direitos dos consumidores e do movimento

ecológico. No entanto, estão se dando na área de negócios

certas tendências práticas e ao mesmo tempo doutrinárias que

parecem favorecer um clima mais ético. Referem-se a três

aspectos, já bastante conhecidos: a qualidade, a preocupação

com o cliente e a parceria. A temática da ética nos negócios

encontra-se em estágio absolutamente preliminar, devendo ser

lembrados os comportamentos comuns de absoluto descaso

frente äs leis fiscais e trabalhistas, enquanto os movimentos de

defesa do consumidor e do meio ambiente possuem uma força

incipiente e limitada. De fato toda a questão ética nos negócios

situa-se no interior da alternativas de ampliação e consolidação

de uma efetiva cidadania.. O que não quer dizer que em

algumas grandes empresas privadas e públicas não se tenham

tomado iniciativas de instituir códigos de ética, e de promover

cursos sobre o tema.” ZAJASZNAJDER (2001-p.100-103).

Mas o que exatamente, tem que ser investigado? Com certeza, a maioria dos

executivos já acredita ser a favor da honestidade, da justiça. O que mais é preciso dizer

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? Como primeira etapa, então, para entender a natureza da tomada de decisões éticas nos

negócios, assim como as razões para o fracasso moral, é importante concordar sobre

alguns termos gerais, como nos escreve:

“A Ética dos negócios é o estudo da forma pela qual normas

morais pessoais se aplicam äs atividades e aos objetos da

empresa comercial. Não se trata de um padrão moral separado,

mas do estudo de como o contexto dos negócios cria seus

problemas próprios e exclusivos ä pessoa moral que atua como

um gerente desse sistema.” NASH (1993-p.06)

A Ética Empresarial são assuntos de destaque num momento em que observa-se

uma grande mudança no papel das organizações na sociedade. Por isso a necessidade de

se observar a ética nos negócios e a transparência nos princípios organizacionais.

3.2 A NECESSIDADE DE OBSERVAR A ÉTICA NOS NEGÓCIOS

A atividade de ganhar dinheiro sempre teve uma aliança meio desconfortável com

o senso particular de moralidade das pessoas. Jornais populares têm publicado com

regularidade piadas sobre a ética nos negócios – a epígrafe acima é uma paráfrase da

descrição de um congressista feita por Mark twain. Muitos executivos hoje em dia

expressam um cinismo parecido com relação á relevância do questionamento moral

para a prática gerencial. Por diversas razões, que vão desde a eterna ganância até os

modos muito diferentes pelos quais tendemos a pensar em administração e

moralidade, a ética e os negócios tem parecido, com freqüência, se não

completamente contraditórios, pelo menos extremamente distantes. Mesmo aqueles

que defendem a noção de que a integridade dos negócios pode ser um ideal atingível

tendem, contraditoriamente, a deixar a exploração dos dilemas éticos a cargo da

consciência particular de cada gerente.

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Em relação a necessidade de observar a Ética nos negócios:

“São muitas as razões para a recente promoção da ética no

pensamento empresarial. Os administradores percebem os altos

custos impostos pelos escândalos nas empresas: multas

pesadas, quebra da rotina normal, baixo moral dos

empregados, aumento da rotatividade, dificuldades de

recrutamento, fraude interna e perda de confiança pública na

reputação da empresa.

Embora muitos administradores estejam comprometidos com

altos padrões éticos, muitos outros não estão convencidos de

que a ética possa conciliar-se á economia, ou então encaram a

moralidade como uma questão exclusiva de caráter

pessoal.”NASH (1993-p.3-4)

A moral das empresas contemporâneas assim como a moral das sociedades contemporâneas, formou-se a partir das mudanças históricas e das novas exigências da Sociedade.

4 - A RESPONSABILIDADE SOCIAL

4.1 ENTENDENDO A RESPONSABILIDADE SOCIAL

Para melhor entendermos o que é Responsabilidade Social mostraremos as

definições encontradas em Abbagnano (1998) de “Responsabilidade” e de “Social”.

Responsabilidade é a possibilidade de prever os efeitos do próprio comportamento e

de corrigi-lo com base em tal previsão. Vejamos também a definição de imputabilidade,

que se diferencia de responsabilidade por atribuir uma ação a um agente. Este agente,

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portanto é o causador da ação. Como por exemplo, temos o fato ocorrido com o

derramamento de óleo no mar pela empresa Petrobras em maio de 2000. Ela foi

imputável, pois foi causadora da contaminação da água e morte de aves e peixes. Sua

irresponsabilidade está no fato de não Ter previsto tal acontecimentos tendo os meios

para realizá-lo, como por exemplo, análises constantes das condições dos dutos de óleo.

Então, podemos afirmar que responsabilidade vai além de alguém ser o

causador, o agente de determinada ação ; na verdade isto é imputabilidade.

Em relação à sociedade, podemos defini-la, ainda segundo Abbagnano (1998),

como campo de relações humanas de comunicação, englobando, portanto, a totalidade

dos indivíduos entre os quais ocorrem essas relações.

Grupo de indivíduos entre os quais essas relações ocorrem em alguma forma

condicionada ou determinada.

Sociedade é onde estamos inseridos, agindo e participando das práticas comuns

que buscam o atendimento a todos. Cria-se a dependência de uns com os outros para a

decisão do conjunto, mas o interesse comum prevalece e o objetivo é o bem-estar de

todos.

Dessa forma, a sociedade é entendida em contraposição ao interesse individual.

A sociedade não é um indivíduo ou a soma de vários indivíduos; é a composição de um

grupo, da organização de suas características comuns que se manifestam através de suas

crenças, valores, tradições, experiências que juntas definem a sociedade.

O conceito de Responsabilidade Social, possuí várias interpretações, que pode

ser::

“(...) Para alguns, representa a idéia de responsabilidade ou

obrigação legal; para outros é um dever fiduciário, que impõe

às empresas padrões mais alto de comportamento que os do

cidadão médio. Há os que a traduzem, de acordo com o avanço

das discussões, como prática social, papel social e função

social. Outros a vêem associada ao comportamento eticamente

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responsável ou a uma contribuição caridosa. Há ainda os que

acham que seu significado transmitido é ser responsável por ou

socialmente consciente e os que associam a um simples

sinônimo de legitimidade ou a um antônimo de socialmente

irresponsável ou não responsável Assim, numa visão

expandida, responsabilidade social é toda e qualquer ação que

possa contribuir para melhoria da qualidade de vida da

sociedade..” QUEIROZ (2001-p.05–07).

Embora as avaliações de conduta ética não sejam necessariamente corretas, esses

juízos de valor influenciam a aceitação ou rejeição pela sociedade de atividades de

indivíduos ou de grupos no ambiente empresarial, onde:

“ A Responsabilidade Social no mundo dos negócios consiste

na obrigação da empresa em maximizar seu impacto positivo

sobre os stakeholders (clientes, proprietários, empregados,

comunidade, fornecedores e governo) e em minimizar os

negativos.” FERRELL (2001-p.68)

“ A Responsabilidade Social nas empresas é uma conjunto de

consciência e competência em que os objetivos estratégicos são

alinhados com os mais relevantes interesses da sociedade.

Portanto, as práticas socialmente responsáveis são geradoras

de valores para todo (...) A empresa que conseguir concretizar

essa nova aliança, entre consciência, merece o título de empresa

- cidadã.” NEIVA (2001-p-54):

Então, uma empresa ser socialmente responsável pode ser interpretado como aquela

que prevê suas ações e as realiza da melhor forma possível, antecipando as

conseqüências e o alcance de tais ações, para o benefício de todos os seus públicos.

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4.2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NO BRASIL

Pode-se considerar o início da responsabilidade Social no Brasil a criação, em 1960,

da Associação dos Dirigentes Cristãos de empresas (ADCE), sendo reconhecido que a

empresa possui uma função social.

Em 1982, a Câmara americana do Comércio de São Paulo lançou, e promove até

hoje, prêmio ECO de cidadania empresarial. Em 1984, a Nitrofértil é a primeira empresa

brasileira a publicar seu balanço social.

Em 1993, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lança a Campanha Nacional da

Ação da Cidadania contra a Fome , a Miséria e pela vida com o apoio do Pensamento

Nacional das Bases Empresariais – PNBE. Este é o marco da aproximação dos

empresários com as ações sociais. Em 1997, Betinho lança um modelo de balanço social

e em parceria com a Gazeta Mercantil cria o selo do Balanço Social para estimular as

empresas brasileiras a divulgarem seus resultados na participação social.

Em 1998, é criado o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidades Social pelo

ex-empresário Oded Grajew, dos brinquedos GROW. O Instituto serve como ponte

entre os empresários e suas causas sociais. Seu objetivo é disseminar a prática social

através de publicações, experiências vivenciadas, programas e eventos para seus

associados e para os interessados em geral.

Em 1999, a adesão ao movimento social se reflete com 68 empresas publicando seu

balanço social no Brasil. É fundado o Instituto Coca - cola no Brasil, voltado à

educação, a exemplo da fundação existente nos Estados Unidos desde 1984.

A Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança destaca-se trabalhando pela

erradicação do trabalho infantil, surgindo adeptos a cada dia. A empresa que combate o

abuso às crianças ganha o selo Empresa Amiga da Criança.

A criação dos Indicadores Ethos faz parte do esforço do Instituto Ethos na

disseminação da responsabilidade social empresarial no Brasil. Os Indicadores Ethos, ao

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mesmo tempo que servem de instrumento de avaliação para as empresas, reforçam a

tomada de decisões de consciência dos empresários e da sociedade brasileira sobre o

tema.

Enfim, as conquistas empresariais como as normas da ISO e qualidade ambiental

tornam-se um aspecto bastante expressivo. Mostra o empenho empresarial em contribuir

para uma sociedade melhor com qualidade de vida para todos .

5 - EMPRESAS SOCIALMENTE RESPONSÁVEIS

5.1 QUANDO SURGE A NECESSIDADE DE SER SOCIALMENTE

RESPONSÁVEL

O estudo em torno da Responsabilidade Social surge quando a empresa percebe

que lucrar às custas da Saúde dos funcionários, da degradação do meio ambiente e

desconsiderando a existência da sociedade gera-se prejuízo incalculável . Mas por quê ?

Quando as organizações não se comprometem com seus funcionários, na busca

de resolver os problemas internos e externos mantém-se uma distância onde cada um faz

sua parte, não interagindo entre si e não agregando valor para ninguém. Não se

preocupando com a família do funcionário, com sua alimentação, com os baixos salários

pagos e as longas jornadas de trabalho, acontece o contrário do esperado: baixa

produtividade e dedicação e alta rotatividade. Compromete-se a qualidade dos produtos

e serviços, além do desperdício de matérias-primas e horas de treinamento.

O meio-ambiente esquecido, ou negligenciado é outro fator que reflete na baixa

qualidade de vida das pessoas. Gera um ônus com a sociedade, não só com gastos em

multas e fiscalização ( o que em curto prazo é bastante considerável), mas também com

o consumo. Uma sociedade cada vez mais exigente boicota produtos e serviços que

prejudicam e destroem o meio-ambiente.

E quando a sociedade é desconsiderada, ou parte dela como os deficientes

físicos, negros, velhos, mulheres, a questão se complica mais e dificilmente se aceita

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tais atitudes. Cenas de crianças exploradas no trabalho já são inadmissíveis. O mundo

globalizado não consegue mais ocultar tais situações. A transparência de ações com e

pela comunidade são exigidas a cada dia.

O presidente do instituto Ethos, Oded Grajew diz que Responsabilidade Social é

basicamente,

“pensar nas pessoas e no meio- ambiente antes de agir ou agir

sempre considerando se aquilo que se pretende fazer vai ou não

impactar as pessoas e o meio- ambiente de maneira construtiva.

As empresas podem praticar a Responsabilidade Social e as

pessoas também”.(Oded Grajew, 2005,p. www.ethos.org.br)

Entende-se a função da responsabilidade Social de maneira mais ampla com a

citação a seguir:

“É uma exigência cada vez mais presente a adoção de padrões

de conduta ética que valorizem o ser humano, a sociedade e o

meio- ambiente. Relações de qualidade constroem-se a partir

de valores e condutas capazes de satisfazer necessidades e

interesses dos parceiros, gerando valor para todos”.

“Empresas Socialmente Responsáveis estão melhor preparadas

para assegurar a sustentabilidade a longo prazo dos negócios,

por estarem sincronizadas com as novas dinâmicas que afetam

a sociedade e o mundo empresarial.”

“O necessário envolvimento de toda a organização na prática

da responsabilidade Social gera sinergias, precisamente com os

públicos dos quais ela tanto depende, que fortalecem seu

desempenho global.”

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“A empresa é socialmente responsável quando vai além da

obrigação de respeitar as leis, pagar impostos e observar as

condições adequadas de segurança e saúde para os

trabalhadores, e faz isso por acreditar que assim será uma

empresa melhor e estará contribuindo para a construção de

uma sociedade mais justa.”“A prática da Responsabilidade

Social revela-se internamente na constituição de um ambiente

de trabalho saudável e propício à realização profissional das

pessoas. A empresa, com isso aumenta sua capacidade de

recrutar e manter talentos, fator chave para seu sucesso numa

época em que criatividade e inteligência são recursos cada vez

mais valiosos.”

A nova concepção é de que a empresa possui responsabilidades que vão além da

geração de riquezas para seus acionistas, investidores e dirigentes. Ela tem

responsabilidades para o Desenvolvimento Social. Sua contribuição ao bem público não

é apenas gerar empregos e pagar impostos. Ela precisa se comprometer coma sociedade,

com ações duradouras que levem em conta o bem-estar da comunidade na qual a

empresa está inserida.

As próprias empresas percebem a incapacidade do governador em atender todos

os anseios da comunidade. A situação social do país é umas das piores do mundo. No

Brasil existem 27,7 milhões de pessoas que vivem com menos de US$1 por dia. No

mundo são 160 milhões de crianças subnutridas.

5.2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESAS E A ÉTICA

EMPRESARIAL

Hoje, é fundamental que exista uma consciência global que engaje a todos num

processo de desenvolvimento que coloque meta a preservação do meio- ambiente, do

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patrimônio cultural, a promoção dos direitos humanos, e a construção de uma sociedade

economicamente próspera e socialmente justa.

Os diversos setores da sociedade estão redefinindo seus papéis. As empresas

adotando um comportamento socialmente responsável, são poderosos agentes de

mudança para, juntamente como Estado e a Sociedade Civil, construir um mundo

melhor. O bem estar da humanidade depende cada vez mais de uma ação cooperativa

em nível local, regional, nacional e mundial.

Empresas que buscam o sucesso econômico sustentável a longo prazo devem

procurar adotar um comportamento socialmente responsável, que se caracteriza por uma

coerência ética nas suas ações e relações com os diversos públicos com os quais

interagem, contribuindo para o desenvolvimento contínuo das pessoas, das comunidades

e de suas relações entre si e com o meio- ambiente.

Ao adicionas às suas competências básicas um comportamento ético e

socialmente responsável, as empresas adquirem o respeito das pessoas e comunidades

que são impactadas por suas atividades e são gratificadas com o reconhecimento e

engajamento dos seus colaboradores e a preferência dos consumidores.

As empresas já estão sendo cobradas pela sua postura ética. Esse fenômeno tem

a ver com a queda dos regimes socialistas do leste europeu e o fim da Guerra Fria; com

a busca de novos mercados pelas empresas transacionais, com o avanço do

neoliberalismo e com a onda de privatizações e desregulamentações que aumentou a

parcela da economia em poder de grupos privados. Tem muito a ver também com a

evolução normal da conscientização das sociedades.

Em sociedade globalizada, ultracompetitiva e mais bem informada, os

consumidores tem amplo poder de escolha e já não basta oferecer um bom produto. É

necessário vender a imagem da empresa. Uma pesquisa mundial feita pela FORD

concluiu que, em todos os lugares os consumidores – principalmente os jovens

(consumidores de amanhã e transmissores da nova cultura) – preferem companhias que

tenham postura ética.

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O investimento em ações de cidadania empresarial com o objetivo de promover

o desenvolvimento econômico e social em comunidades pobres ou emergentes deve

ocupar um lugar prioritário na estratégia de longo prazo do setor privado, segundo

opinião do Prof. Richard Locked do MIT (Massachusets Institute of Technology).

No Brasil, com seu imenso problema fiscal – o governo conta com recursos

escassos para cumprir sua missão social básica nas áreas de educação, saúde e

previdência, a tendência é aumentar a parceria ente o setor privado e o setor público

para ajudar na solução de problemas sociais. A crescente preocupação das empresas

com os aspectos sociais, é decorrente de muitos fatores, entre os quais se destacam:

Uma ampla gama de novos empresários, na faixa dos 30, 40 anos que viveram o

fim do regime militar, conheceram outros países, estão mais preparados e se sentem

na obrigação de colaborar para tornar o país melhor.

O aumento da violência nas grandes cidades parece ter chegado ao ponto em que é

impossível fechar os olhos para a disparidade social brasileira.

Ainda assim, os resultados da primeira pesquisa nacional sobre atuação social e o

estímulo ao voluntariado nas empresas – finalizada em julho/99 pelo Programa

Governamental Distrito federal – mostra uma atuação bastante tímida das empresas

brasileiras. A maioria das empresas (56%) apoia programas sociais, 43% não investe

nada, apenas 17% das empresas disseram que há voluntariado durante o horário de

trabalho e 16% afirmam que designam um responsável por esse voluntariado. No

entanto, 48% das empresas afirmam que têm funcionários que fazem trabalhos

voluntários.

Hoje a maior forma de investimento social das empresas nacionais e

multinacionais são doações em dinheiro, material ou equipamentos (52% das

multinacionais e 36% das nacionais).

A nova perspectiva das empresas que pode ser entendida como Responsabilidade

Social, reafirmando que o conceito de empresa passou da idéia de gerar lucros, criar

empregos, produzir serviços e produtos, satisfazer clientes, pagar imposto e destinar um

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aparte de seus dividendos a filantropia, enfim, a visão está se ampliando para que a

empresa interaja com a sociedade.

As empresas possuem mais que dinheiro, possuem conhecimento técnico e

gerencial, canais de comunicação, recursos ociosos e principalmente, pessoas com

competências e aspirações, que possuem famílias inseridas nesta mesma sociedade na

busca de atingir objetivos comuns no anseio de dias mais felizes para todos.

Alguns empresários garantem que “ a forma mais econômica de resolver o

passivo social não é via impostos ou via gerenciamento governamental” e ainda

completam “ a história prova que ninguém cresce se estiver em conflito com a

comunidade”. Sua atuação social prioriza o investimento na educação, pois acredita que

somente a cultura abre caminhos para o crescimento.

A Responsabilidade Social nas empresas é um desafio conforme nos escreve:

“ o grande desafio do capitalismo no século XXI é estimular a

empresa- cidadã, aquela que consegue conciliar lucros(eficácia

econômica) e preocupações sociais ambientais e éticas.”

QUEIROZ (2001-p.89).

Continuando o seu entendimento, diz que:

“A empresa socialmente responsável assume uma postura

proativa, ou seja, considera responsabilidade sua buscar e

implementar soluções para os problemas sociais.“QUEIROZ

(2001-p.11).

Em relação a atuação dessas empresas, diz que:

“Uma empresa responsável pensa nas conseqüências que cada

uma de suas ações pode causar ao meio- ambiente, a seus

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empregados, à comunidade, ao consumidor, aos fornecedores e

a seus acionistas. E, mais importante, age de forma a não

prejudicá-los. (...) a Responsabilidade Social é um processo

permanente, de longo prazo que não faz diferença entre

grandes, médias e pequenas empresas. Ela pode ser parte dos

genes de qualquer negócio.” VASSALO (2000- p.100).

O grande desafio das empresas hoje em dia é a política, conciliando lucros e

benefícios

E visando uma melhor qualidade de vida, tanto para as empresas, quanto para a

comunidade, então diz que:

“(...) Cumprindo suas responsabilidades, as empresas

contribuem com recursos financeiros e humanos para melhorar

a qualidade de vida da comunidade e da sociedade em geral.”

FERRELL (2001-p.69).

Confirmando que as empresas estão se tornando parceiras do Estado na

solução de problemas sociais ,afirma:

“(...) Em seu relacionamento com a sociedade, a Empresa

Cidadã busca uma postura pró-ativa, tentando ajudar a

solucionar alguns dos problemas sociais”, demonstrando

que uma empresa cidadã tem esse propósito”.

MARTINELLI (1999-p.57)

A maioria das definições de ética empresarial diz respeito a regras, padrões

e princípios morais sobre o que é certo ou errado em situações especificas, que

segundo:

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“(...) são freqüentemente usados um no lugar do outro, embora

tenham significado distinto (...) A ética empresarial diz

respeito a regras e princípios que pautam decisões de

indivíduos e grupos de trabalho; a responsabilidade social

refere-se ao efeito de decisões das empresas sobre a sociedade.

(...) Do ponto de vista da responsabilidade social, a

responsabilidade de natureza ética inclui padrões, normas ou

expectativas que refletem as preocupações dos grandes

stakeholders.(...) Em outras palavras, esses grandes

interessados têm uma preocupação com o que é eqüitativo, justo

ou está de acordo com o respeito ou proteção dos seus direitos.

A conduta ética na empresa refere-se ao que é certo

ou errado, aceitável ou inaceitável. As companhias têm

obrigações com seus vários grupos de stakeholders.” FERRELL

(2001-.p.7-8, 78).

O Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife) – uma espécie de conselho de

grandes fundações brasileiras – que produz regras e discute a ética do processo de

Cidadania

Empresarial, por meio do seu código de Ética trata da questão da ética empresarial em

relação a responsabilidade social, da seguinte forma:

“ As práticas de desenvolvimento social são de natureza distinta

e não devem ser confundidas nem usadas como ferramentas de

comercialização de bens tangíveis e intangíveis (fins lucrativos)

por parte da empresa mantenedora, como são, por exemplo,

marketing, promoção de vendas ou patrocínio, nem devem ser

confundidas com políticas e procedimentos de recursos

humanos, que objetivam o desenvolvimento e o bem estar da

própria força de trabalho, portanto, no interesse da empresa.”

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Em outras palavras, esses grandes interessado, tem uma preocupação com o que

é eqüitativo, justo ou está de acordo com o respeito ou proteção dos seus diretos. A

conduta ética na empresa refere-se ao que é certo ou errado, aceitável ou inaceitável. As

companhias tem obrigações com seus vários grupos de stakeholders.

A consciência para se ter responsabilidade é fundamental na visão de que diz:

“Só há e só pode haver uma razão para uma empresa ser ética,

para ter responsabilidade social e ambiental: ter consciência de

si mesma. Ética faz parte do pacote da empresa do novo

milênio. Só sendo ética uma companhia pode ser virtual,

inovadora, rápida e conectada.(...) em um mundo em que a

realidade de mercado pode mudar a qualquer momento, a única

segurança possível para uma empresa é manter-se em contato

com sua missão, seu caráter, seu credo. Buscar isso é buscar

um sentido ético para a existência, que vá além do mercado, e

por isso mesmo sirva para fortalecer sua posição no mercado.”

COHEN (1999-p.105).

E para:

“(...) Enquanto que os recursos mobilizados para as causas

sociais, devem proceder da livre determinação do acionista, de

seu compromisso com a sociedade e não devem compor os

custos dos produtos.(...) E completa: Quando uma campanha

ou mensagem comercial se insinua num contexto de pura

solidariedade, a porção crítica da população a percebe com um

, estranho no ninho, o que acaba por provocar efeitos

colaterais indesejáveis, como possíveis sentimentos de rejeição ,

confirmando o preconceito de que todo o empresário só pensa

em ganhar dinheiro, até quando se dispões a doá-lo.” Como a

expressão “Marketing Social” está sendo usada para definir

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uma nova fronteira de negócios, e as causas vão se

transformando em um “atraente mercado”. : MARTINELLI

(1999-p.72),

O conceito de Marketing Social é colocado no contexto responsabilidade e ética,

da seguinte forma:

“(...) Algumas empresas entendem por Marketing Social um

proveitoso oportunismo: acreditam que basta desenvolver

algum projeto filantrópico para ser percebidas como marcas-

cidadãs. Engano. Marca- cidadã é a que expressa sua

cidadania de forma contínua, contribuindo para melhoria da

qualidade de vida da comunidade interna e externa. Ou seja:

marketing social não pode, em hipótese alguma, ser encarado

como modismo passageiro. Personalidade social é, antes de

tudo, personalidade: reflexo de todo um leque coerente de

valores. Nada que possa existir apenas pelo prazo de uma

promoção.” PINTO (2001-p.28 )

Seguindo uma tendência mundial, cresce a cada ano o número de instituições

que investem em projetos sociais, adotando uma postura mais sensível aos problemas

da comunidade ou assumindo responsabilidade sobre os impactos causados por seus

processos produtivos.

Com o oportunismo de que a empresa está utilizando a Responsabilidade Social

como marketing, como publicidade, com o intuito de aumentar as suas vendas e obter

melhores resultados, como o lucro e rentabilidade, que comparamos com o novo

contexto econômico.

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5.3 O GANHO COM A RESPONSABILIDADE SOCIAL E O NOVO CONTEXTO ECONÔMICO

De alguma forma , as ações de cidadania empresarial acabam dando algum retorno para as corporações. Na visão de:

“Possuir um programa transparente, independente e ético,

formulado em sintonia com alguma prioridade social, traz para

as empresas alguns ganhos. A sociedade reconhece a atuação

da empresa junto a comunidade e assume uma atitude favorável

em relação a essa empresa., muitas vezes torna-se fiel aos

produtos e à marca da empresa. (...)a atuação dos funcionários

em trabalhos voluntários, reflete de forma positiva no

rendimento pessoal de cada um deles. Esses funcionários, ao

serem estimulados a exercer a cidadania, acabam crescendo e

aumentando sua criatividade, o que reflete de forma favorável

no lado profissional , familiar e pessoal. Participar da solução

de causas sociais, gera uma consciência coletiva interna,

refletindo na consolidação de valores de solidariedade, na

aproximação hierárquica, contribuindo para o espírito de

equipe.” MARTINELLI (1999-p.49-52):

“o maior ganho dessas empresas, é a manutenção de um de seus

ativos mais valiosos – a reputação da marca.” VASSALO

(1999-p.66)

As empresas trabalham sempre visando lucros de suas atividades e acredita que:

“Nenhum dessas atitudes visa a ganhar mais participação de

mercado. Essas companhias não agem eticamente porque vão

ser premiadas. Fazem isso porque acham que é sua obrigação

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– e seu prazer. Fazem isso porque têm que fazer, porque a

atuação social é o desenvolvimento natural de sua consciência

corporativa. Se isso faz bem a empresa – e faz – tanto melhor.”

COHEN (1999-p.106).

Usando uma nova estratégia para que aconteça o seu desenvolvimento. É como nos cita:

“O mundo empresarial vê, na responsabilidade social, uma

nova estratégia para aumentar seu lucro e potencializar seu

desenvolvimento. (...) Quando a empresa é socialmente

responsável, atrai consumidores e aumenta o potencial de

vendas, gerando maiores lucros para os acionistas.” QUEIROZ

(2001-p.3,11)

Diz que:

“(...) a boa cidadania, praticada por meio de iniciativas éticas

e legais, ajuda a melhorar a longo prazo a rentabilidade da

empresa.”FERRELL ( 2001-p.69).

O presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew diz que em um novo contexto

econômico, um dos traços mais impactantes da recente evolução da economia mundial tem

sido a integração dos mercados e queda das barreiras comerciais. Para grande parte das

empresas, isso significou a inserção, muitas vezes forçada, na competição em escala

planetária. Em curto espaço de tempo, elas viram-se compelidas a mudar radicalmente suas

estratégias de negócio e padrões gerenciais para enfrentar os desafios e aproveitar as

oportunidades decorrentes da ampliação de seus mercados potenciais, do surgimento de

novos concorrentes e novas demandas da sociedade.

Paralelamente, tiveram que passar a acompanhar a acelerada evolução tecnológica e

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o aumento do fluxo de informações, que se tornou exponencial com o avanço da Internet.

Na era da informação, da nova economia, são profundas as mudanças no modo de as

sociedades se organizarem. Alteram-se os papéis dos Estados nacionais, das empresas e das

pessoas. Redefine-se a noção de cidadania e constituem-se modalidades inovadoras de direitos

coletivos. O crescimento vertiginoso do chamado terceiro setor, com a proliferação das

organizações não governamentais, configura uma verdadeira revolução cívica, que o mundo da

Internet e das comunicações vem potencializar.

Esse contexto apresenta como desafio para as empresas a conquista de níveis cada vez

maiores de competitividade e produtividade, e introduz a preocupação crescente com a

legitimidade social de sua atuação.

Como resposta, as empresas passam a investir em qualidade, num aprendizado

dinâmico que se volta inicialmente para os produtos, evolui para a abordagem dos processos,

até chegar ao tratamento abrangente das relações compreendidas na atividade empresarial, com

os empregados, os fornecedores, os consumidores, a comunidade, a sociedade e o meio

ambiente.

Os progressos nas comunicações, na tecnologia e no transporte fizeram o mundo

escolher, disso resultando uma nova economia, globalizada.

“... uma quantidade cada vez maior de países esforça-se por

industrializar-se e competir internacionalmente. Devido a essas

tendências, aumenta também o número de companhias com

negócios fora de seus países de origem. Essas atividades e todas

as transações comerciais através de fronteiras nacionais

globais, aproximando pessoas e países com culturas, valores,

leis e padrões diferentes. A pessoa que atua nessa esfera precisa

compreender não só valores, a cultura e os padrões éticos de

seu país, mas ser sensível também aos vigentes em outras

nações.” FERREL ( 2000, p.183-184)

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A gestão empresarial que tenha como referência apenas os interesses dos

acionistas (shareholders) revela-se insuficiente no novo contexto. Ele requer uma gestão

balizada pelos interesses e contribuições de um conjunto maior de partes interessadas

(stakeholders). A busca de excelência pelas empresas passa a ter como objetivos a

qualidade nas relações e a sustentabilidade econômica, social e ambiental. Os

Indicadores Ethos propõem-se a ser uma ferramenta para a promoção desses objetivos.

6 DESENVOLVIMENTO

6.1 PROPOSIÇÃO

Este tema de Responsabilidade Social está associada com a Ética Empresarial e

tem o objetivo de verificar até que ponto uma empresa que trabalha com a

Responsabilidade Social pode conciliar a preocupação de ter lucros e obter melhores

resultados, tendo seu compromisso com a sociedade e com a comunidade, sem ir

contra seus valores éticos, mantendo o respeito por seus funcionários e preservando o

meio ambiente.

6.2 MATERIAL E MÉTODOS

O material utilizado para essa questão, será o questionário aplicado em empresas de

grande porte, onde estará fazendo um trabalho social dentro de sua organização. E os

métodos utilizados quanto aos fins, visa descrever a postura da empresa diante da

Responsabilidade Social assumida e quanto aos meios será desenvolvida com base nas

pesquisas bibliograficas, uma vez que para a fundamentação téorica do trabalho será

realizada pesquisa sobre a Responsabilidade Social, e também através de estudo de

campo, pois assim ocorrerá uma investigação mais detalhada no local da empresa.

7 - CONCLUSÃO

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Não é mais possível manter-se no ambiente dos negócios sem possuir uma

imagem institucional voltada para a sociedade.

A empresa que deseja ser Responsavél Socialmente precisa incorporar valores

éticos aos seus processos decisórios, precisa cumprir a legislação e, mais do que

tudo, precisa respeitar as pessoas.

Porém uma empresa não é Cidadã simplismente porque é ética, porque cumpri a

legislação e porque dá melhores condições de trabalho aos seus funcionários. É

preciso muito mais, ela precisa estar comprometida com a sociedade de forma

integrada, sem que exista por trás desse comprometimento somente o desejo de

melhorar sua imagem para reforçar sua marca junto ao consumidor.

A empresa que se preocupa em diminuir os impactos negativos e aumentar os

impactos positivos em todos aqueles que contribuem para o seu desempenho, está

sendo socialmente responsável, pois está exercendo responsabilidade externa e

internamente, pelo bem estar social.

Atualmente, o antigo conceito de caridade está mudando, as empresas estão cada

vez mais se envolvendo em programas sociais voltados ä comunidade, estão

assumindo o papel de Cidadãs.

Já não existe mais espaço para a caridade empresarial, para aquela doação feita

sem nenhum comprometimento. É necessário que as empresas atuem em programas

que tenham continuidade, que permitem o desenvolvimento e o resgate da cidadania

das pessoas que fazem parte da comunidade.

No Brasil, esse resgate da cidadania é uma das principais funções da Cidadania

empresarial, pois a sociedade encontra-se dividida pela política de concentração de

renda e

pela exclusão social. A comunidade precisa recuperar a dignidade para ter condições

de mudar essa situação.

As empresas que através de ações sociais e da participação em projetos que

visam o desenvolvimento da sociedade é muito importante, pois precisam desse

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desenvolvimento para se desenvolverem, já que é por meio dele que conseguem seus

empregos, clientes e fornecedores.

Além de que a prática da Responsabilidade Social aumenta a lucratividade da

empresa, no momento em que garante a fidelidade de seus clientes e a motivação de

seus funcionários.

Por isso, a divulgação das práticas adotadas pelas empresas socialmente

responsáveis tem um duplo propósito, o de beneficiar a própria empresa destacando-a

aos olhos do consumidor e aumentando sua competitividade; e o de contribuir para a

construção de uma sociedade melhor.

Quando a empresa cumpre suas tarefas, ela atrai mais consumidores, e investir

na sociedade, é investir no seu próprio futuro.

ANEXOS

PESQUISA DE SATISFAÇÃO

“ÉTICAS NAS EMPRESAS versus RESPONSABILIDADE SOCIAL”

Prezados (as) Senhores(as),

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Apresento questionário em anexo que faz parte de uma pesquisa que está sendo

realizada como parte de uma monografia do Curso de Gestão de Recursos Humanos.

A sua contribuição será muito importante para o desenvolvimento dessa pesquisa

sobre: “Éticas nas Empresas versus Responsabilidade Social”.

Garantimos o sigilo absoluto das informações aqui obtidas.

Antecipadamente, agradeço por sua importante colaboração.

QUESTIONÁRIO

DADOS PESSOAIS:

SEXO: M ( ) OU F ( x )

IDADE: 18 a 25 ( ) 26 a 35 ( ) 36 a 45 ( x ) 46 a 50 ( ) > de

51 ( )

TEMPO DE SERVIÇO: ( ) 01 A 05 ANOS

( ) 06 A 10 ANOS

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( x ) Mais de 10 ANOS

1) O que você entende por Responsabilidade Social ?

Resposta 1 : São ações sociais praticadas por empresas, instituições

governamentais e não governamentais cujos objetivos sejam o bem coletivo,

abrangendo as relações com o seu público interno e externo.

Resposta 2: É a concientização da empresa sobre a importância do seu papel

social dentro da comunidade onde ela atua. Essa conscientização é demonstrada

através de ações que promovam ou garantam o bem estar dessa sociedade

principalmente no que se refere a aspectos de meio ambiente e qualidade de vida e

geração de empregos.

Resposta 3: Contribuir para o desenvolvimento do País e para a melhoria da

qualidade de vida dos cidadãos brasileiros.

2) O que é para você ser ético ?

Resposta 1: Principios morais incorporados pelos indivíduos, em harminia com

a sociedade em que estão inseridos. É também a liberdade de introduzir mudanças

críticas visando a evolução da própria sociedade.

Resposta 2: É agir dentro dos padrões definidos e aceitos como conduta social

dentro da comunidade onde vivemos.

Resposta 3: Agir de acordo com as regras e os principios que regem o bem

estar público onde a honestidade e o respeito devem ser preservados.

3) Você considera que uma empresa pode ser socialmente responsável mesmo

possuindo problemas em alguma área da empresa ? porque ?

Resposta 1: Não. Ser socialmente responsável não é baseada em projetos

isolados e sim no conjunto de ações que beneficiem e promovam o crescimento da

coletividade.

Resposta 2: No entanto acredito que a empresa busca sempre assumir sua

responsabilidade social e resolver problemas que possam surgir em situações

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imprevistas. Afinal, o dinamismo e as mudanças de contexto fazem parte de nosso

mercado.

Resposta 3: Sim. Sendo socilamente responsável a empresa buscará

solucionar os possíveis problemas, interno ou externo, demonstrando maturidade

empresarial, que irá influenciar positivamente na sua imagem.

4) Como você relaciona a Ética com a Responsabilidade Social ?

Resposta 1 : A Responsabilidade Social é a postura ética e responsável

assumida por empresas ou corporações em toda sua rede de relações (funcionários,

consumidores, meio-ambiente, acionistas,fornecedores, governo).

Resposta 2: A responsabilidade social deve seguir a ética definida e aceita

pela comunidade onde implementada.

Resposta 3: Ambas devem ser incorporadas pelos individuos, sob forma de

atividade diante da vida. Como vivemos em sociedade temos que nos preocupar

com que acontece a nossa volta. A ética com seus conjuntos de valores e

princípios vai guiar a humanidade em direção de um relacionamento benefíco,

pacífico e solidário e a responsablidade socail fará com que cada um assuma seu

papel de cidadão.

5) Na sua opinião, quais são as vantagens da empresa que adota políticas e

práticas de Responsabilidade Social ?

Resposta 1: Agrega valor ao seu produto, dá solidez a empresa, credibilidade

junto aos seus consumidores, valorização da imagem institucional, transparência

em suas informações e respeito da sociedade.

Resposta 2: Ela consegue manter e de fato tem uma elevada imagem

institucional perante todos os seus públicos (internos-funcionários e externos-

consumidores/fonecedores, etc.) que apoia fortemente o seu desenvolvimento.

Resposta 3: As vantagens estão nas suas ações, a empresa procura trabalhar

com o que tem de melhor a oferecer, ou seja, seus produtos e serviços, cumprindo

seu papel social a empresa atrair mais consumidores.

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6) Quais as áreas da empresa que pode desenvolver projetos de

Responsabilidade Social e quais já existem ?

Resposta 1: A empresa apoia financeiramente a várias instituições com

projetos nas áreas social, saúde, educacional e cultural nas várias comunidades

que atua. Possui uma Política de Preservação Ambiental. Desenvolve ações

voltadas para o crescimento profissional e pessoal de seus funcionários.

Resposta 2: Recursos Humanos/ Comunicação Social/ Marketing. (Fundação

São Martinho/ Colônia de Férias para filhos de funcionários com foco cultural/

Programa de Qualidade de vida/ Campanha de Vacinação.

Resposta 3: Área de Marketing e Recursos Humanos. Tem apoiado diversos

projetos como por exemplo: Alfabetização solidária, Associação beneficiente São

Martinho, Associação Saúde Criança, Atividades Artísticas e Projetos na área

ecológica e outras.

7) Como foi implantado o contexto de Responsabilidade Social ?

Resposta 1: Orientados através dos objetivos do Plano Estratégico da empresa.

Resposta 2: É uma visão empresarial e uma política da organização desde a

época de sua Fundação. A empresa é em Rio Grande, uma das mantedoras do

Museu Oceanográfico da cidade.

Resposta 3: Com a situação econômica e Social do País é cenessário toda

empresa com maturidade em negócios participe de ações sociais. Ao longo dos

anos tem participado ativamente nesta área. Apreocupação com o bem estar de

seus funcionários, criando condições melhores de trabalho, cuidam da saúde,

investindo na educação e no progresso de seus funcionários, a empresa tende a

colher mais em produtividade. A responsabilidade social começa dentro da

empresa, e tem essa preocupação, sem esquecer do meio ambiente e da

comunidade em que está inserida.

8) Quem implantou ?

Resposta 1: Cada área foi responsável por sua implantação.

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Resposta 2: Não houve um momento. Essa conscientização da Direção da

empresa existe desde a época de sua fundação.

Resposta 3: Existe uma Assessoria de Comunicação social que trata de todos

os projetos na área social.

9) Como foi divulgado os contextos sobre Responsabilidade Social ?

Resposta 1: No Balanço Social do grupo.

Resposta 2: Todos os veículos de comunicação interna da empresa (quadro de

avisos, jornal interno e intranet), são regularmente usados como veículos de

divulgação.

Resposta 3: Como a empresa tem seu meio de comunicação interno através de

folhetos e da revista Nossa Gente, tudo que a empresa faz é divulgado.

10) Houve mudanças estruturais ?

Resposta 1: Não

Resposta 2: Não

Resposta 3: Ao longo do tempo sim, mas atualmente a área responsável pelos

projetos de ação social já está estruturada.

11) Houve mudanças de procedimentos e normas ?

Resposta 1: Em algumas áreas foram adotadas procedimentos e normas mais

exigêntes e rigorosas do que as vigentes em leis no País.

Resposta 2: Não

Resposta 3: Todo projeto precisa de planejamento para sua implantação e

procedimentos e normas são necessários para alcançar o objetivo. A empresa no

todo tem sua normalização e desempenho pode haver necessidade de ajustes para

atender a determinado projeto.

12) Quais são os produtos ou serviços comercializados ?

Resposta 1: Combustíveis, lubrificantes, asfaltos. Produtos químicos e

petroquímicos.

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Resposta 2: Derivados de petróleo (combustiveis, óleo, lubrificantes) e

serviços de franquias (loja de conveniência e troca de óleo).

Resposta 3: Produtos de petróleo e seus derivados, como óleos e graxas. São

comercializados em postos revendedores próprios ou de terceiros que usem sua

bandeira.

13) Como voces monitoram os resíduos industriais ?

Resposta 1: Através de programs específicos para cada unidade industrial ou

operacional coma monitoração períodicas de seus efluentes.

Resposta 2: Existe uma área especícia de meio ambiente que tem programas

voltados para esse controle.

Resposta 3: Existe um sistema de gestão ambiental com procedimentos

similares a ISO 9000 voltado para o meio ambiente. Os resíduos industriais são

controlados rigidamente e regidos por orgãos govenamentais.

14) Há reciclagem de produtos consumidos ?

Resposta 1: Não

Resposta 2: Existe uma campanha para funcionários para reciclagem de

pilhas, mas que eu conheça nada para reciclagem de produtos oferecidos pela

empresa.

Resposta 3: Sim, os óleos usados são reciclados. Eles são coletados e são

refinados para uso, atualmente tudo o que a empresa comercializa são coletados e

reciclados. As embalagens também são recicladas e reutilizadas.

15) Se há como é coletado ?

Resposta 1: -----

Resposta 2: Eles colocam caixas de coletas nas dependências da empresa.

Resposta 3: Existem empresas especializadas na coleta dos óleos usados e

estes óleos encaminhados para pequenas refinarias onde são reaproveitados ou

seja refinados para o consumo.

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16) Como voces informam a população sobre a Responsabilidade Social ?

Resposta 1: No Balanço Social, nos house-organs, através de publicidade

institucional e em contatos com a imprensa.

Resposta 2: Através da mídia em geral (espontânea-imprensa, principalmente)

Resposta 3: Através da emprensa e através de seu bem maior, que são os

funcionários.

17) Há algum benefício fiscal na sua empresa com a Responsabilidade Social

?

Resposta 1: Sim, Nas doações a instituições certificadas como de Utilidade

Pública, em Projetos Culturais beneficiados por lei de incentivo cultural.

Resposta 2: Quando a empresa patrocina eventos culturais ,em geral ela

procura usar os benefícios da Lei Ruanet.

Resposta 3: Sim, Quando o projeto está coberto por lei governamental a

empresa se beneficia na dedução do I.R.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Título da Monografia: ÉTICA NAS EMPRESAS versus RESPONSABILIDADE

SOCIAL

Autor: FABIO DE SOUZA GONZAGA

Data da entrega: 13/10/2005

Avaliado por: Ana Cristina Guimarães Conceito: