semmais 7 fevereiro 2015

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Sábado | 7 fevereiro 2015 www.semmaisjornal.com semanário — edição n.º 842 • 8.ª série — 0,50 € região de setúbal Diretor: Raul Tavares Distribuído com o VENDA INTERDITA 6 1 anos A REGIÃO SOMOS TODOS NÓS edição especial comemorativa CULTURA 9 Dead Combo apresentam novo CD, no Cine-Teatro João Mota, em Sesimbra Fotos: DR DESPORTO 11 Mais de três mil atletas/ /estudantes vão correr esta quarta-feira um corta-mato 'nacional' SOCIEDADE 4 Setúbal, Moita e Alcácer registaram em 2013 mais divórcios que casamentos. Com a queda da Rio Forte, o mega projeto da Herdade da Comporta está carregado de incertezas. Os investimentos turísticos estão parados há espera de decisões judiciais e da chegada de investidores. Há receios de rendeiros, mas a área agrícola parece estar a aguentar-se. PÁG. 2 Lisnave fechou mais um ano com grande estabilidade NEGÓCIOS Os estaleiros navais da Lisnave, na Mitrena, em Setúbal, fecharam o ano passado com 92 navios reparados, de 52 clientes, oriundos de 21 países. Singapura foi a bandeira mais representada . PÁG. 12 Alcácer prepara Verão com campismo apetecível LOCAL São melhorias operadas pelo município que visam preparar o equipamento para receber mais campistas na próxima época balnear. Uma remodelação grande que não deixou nada ao acaso. PÁG. 6 Imbróglio jurídico volta a pairar sobre famílias de Azeitão SOCIEDADE O IHRU voltou a requerer a posse de dezenas de habitações em Pinhal de Negreiros e Vendas de Azeitão, adquiridas e já pagas por 41 famílias a uma cooperativa habitacional. PÁG. 4 Pub. E agora, Comporta?

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Edição do Semmais de 7 de Fevereiro

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Page 1: Semmais 7 fevereiro 2015

Sábado | 7 fevereiro 2015 www.semmaisjornal.comsemanário — edição n.º 842 • 8.ª série — 0,50 € • região de setúbalDiretor: Raul Tavares

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

61anos

A REGIÃOSOMOSTODOSNÓSedição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais

CULTURA 9Dead Combo apresentam novo CD, no Cine-Teatro João Mota, em Sesimbra

Fotos: DR

DESPORTO 11Mais de três mil atletas/ /estudantes vão correr esta quarta-feira um corta-mato 'nacional'

SOCIEDADE 4Setúbal, Moita e Alcácer registaram em 2013 mais divórcios que casamentos.

Com a queda da Rio Forte, o mega projeto da Herdade da Comporta está carregado de incertezas. Os investimentos turísticos estão parados há espera de decisões judiciais e da chegada de investidores. Há receios de rendeiros, mas a área agrícola parece estar a aguentar-se.PÁG. 2

Lisnave fechou mais um ano com grande estabilidadeNEGÓCIOS Os estaleiros navais da Lisnave, na Mitrena, em Setúbal, fecharam o ano passado com 92 navios reparados, de 52 clientes, oriundos de 21 países. Singapura foi a bandeira mais representada .

PÁG. 12

Alcácer prepara Verão com campismo apetecívelLOCAL São melhorias operadas pelo município que visam preparar o equipamento para receber mais campistas na próxima época balnear. Uma remodelação grande que não deixou nada ao acaso.

PÁG. 6

Imbróglio jurídico volta a pairar sobre famílias de AzeitãoSOCIEDADE O IHRU voltou a requerer a posse de dezenas de habitações em Pinhal de Negreiros e Vendas de Azeitão, adquiridas e já pagas por 41 famílias a uma cooperativa habitacional.

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E agora, Comporta?

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ENFOQUE

Uma Comporta carregada de incerteza

O MEGA projeto gizado para a Herdade da Comporta, na Costa Alentejana, foi ferido de morte, após a insolvência da Rio Forte, o grupo de investimentos ligado ao Banco Espírito de Santo, que detém 59 por cento da socieda-de alentejana.

O primeiro rombo deu-se na área imobiliária e do desenvol-vimento turístico, este último junto à localidade da Torre e ao Carvalhal, onde já estavam a ser executadas vários investimen-tos de vulto, como o hotel Aman-duna, do grupo Aman, um clu-be house, edifícios de apoio e parte dos relvados, com 18 bu-racos, que alimentaria fluxos tu-rísticos de excelência e capaci-dade financeira.

O Semmais sabe que todas as obras ligadas à atividade do imo-biliário estão paradas e os con-tratos celebrados com a panóplia de empreiteiros a quem essas in-tervenções foram adjudicadas es-tão agora anulados em definiti-vo.

No total, estas intervenções, o hotel com edifício principal e 40 quartos dispersos por um lote de 18 hectares, o clube house e a zona do golfe, orçavam 28 mi-lhões de euros. «Estas obras fo-ram paradas em Julho e no cam-po de golfe já estavam aplicados 9 buracos relvados. Agora o que se tem feito é manutenção», con-ta ao Semmais uma fonte que já

não pertence aos quadros da Her-dade. Mas há outras obras para-das, nomeadamente a execução das infraestruturas gerais dos Brejos da Carregueira de Baixo, que apresentava um orçamento de cerca de 3,5 milhões de euros.

Área agrícola mantem atividade e polémica

A outra área de negócios de-tida pela sociedade – agrosilvi-colas - está melhor. Pelo menos

mantém atividade e continua a ser um trunfo para a parte da família Espírito Santo (Manuel Espírito Santo), detentora dos restantes 41 por cento da em-presa, que espera recuperá-la, após as tramitações processuais de insolvência lideradas pelas autoridades judiciais do Luxem-burgo. «Há muito incerteza e tudo o que se disser nesta fase é pura especulação», garante Maria Antónia, assessora da ad-ministração para as áreas do or-denamento e do ambiente.

A responsável, garante que «toda a gestão da área agrícola está a ser feita», mesmo em ter-renos dentro dos vários aglome-rados urbanos. «Nunca houve pa-ragem e está a ser realizado um grande esforço, no atual quadro, para que tudo corra bem. Há al-guma esperança e muito interes-se da administração em garantir

a continuidade desta atividade principal ligada mais à terra e ao negócio agrícola», explica ao Sem-mais.

Maria Antónia não vê, pelo menos, razões para o descon-tentamento de alguns dos ren-deiros que operam na zona, par-te deles com contratos de cur-ta duração, porque, afirma, «tem os seus direitos adquiridos», no-meadamente as suas casas, que foram atribuídas, segundo ex-plica, pelos municípios de Grân-dola e Alcácer do Sal, com base em loteamento de terrenos ce-didos pela sociedade às câma-ras municipais. «Há muito ruí-do desnecessário à volta destas coisas, porque as casas não são propriedade da Herdade, são dos próprios rendeiros!», acres-centa.

Rendeiros descontentes e duplas interpretações

Mas o receio dos rendeiros é outro. Desde logo a possibilida-de de quem adquirir essas zonas agrícolas não querer renovar con-tratos. E há outro problema maior, segundo as fontes do Semmais: é que algumas dessas casas não têm escritura feita com a Herda-

de. «Quem comprar pode que-rer essas habitações de volta», re-clamam os rendeiros.

Interpretações à parte, a ver-dade é que pouco se sabe, a não ser que o desfecho mais prová-vel passará pela venda do todo e de partes do projeto. «Não te-nho dúvidas de que todo o con-ceito do projeto será alterado e não se irá executar o que já es-tava em andamento, pois os mol-des são ruinosos para quem in-veste. E com esta situação, as áreas turísticas, nomeadamen-te, vão ficar paralisadas por mais de cinco anos», vaticina uma das fontes contatadas pela nossa re-portagem.

E outra certeza tem a ver com os quadros da sociedade. Man-tiveram-se todos, segundo o Semmais confirmou, mas há co-laboradores a serem despedi-dos. O novo administrador, que entrou há cerca de ano e meio é, de alguma forma, um alvo de críticas.

Salvar-se-á a Herdade da Comporta desta inesperada he-catombe? Ninguém o sabe dizer e poucos são os que alinham em apostas. A incerteza é a única a reinar neste pedaço de paraíso da nossa costa alentejana.

Queda da Rio Forte ditou entraves ao desenvolvimento do mega projeto da Herdade da Comporta

Parte da administração da sociedade Herdade da Comporta, detida maioritariamente pela Rio Forte, composta pelos vários ramos da família Espírito Santo, ainda acredita que pode salvar parte do projeto ligado à área agrícola. O investimento imobiliário está mais nebuloso. Depende da justiça, após o processo de insolvência, mas há investidores interessados.

Texto Roberto Dores

Cronologia de uma história repleta de acontecimentos

1836 Surge a cultura do arroz e a Herdade da Comporta é incorporada na nova Companhia das Lezírias do Tejo e do Sado, propriedade pertencente à Coroa Portuguesa.

1925 A Companhia das Lezírias vende a Herdade da Comporta à empresa bri-tânica The Atlantic Company, Ltd.

1955 Dá-se o incremento das terras produtivas e aumenta-se a área de pinhal. Inicia-se a requalificação das aldeias com a construção de redes de infraestru-turas, bairros sociais e escolas.

1975 A Herdade é nacionalizada, sendo devolvida à The Atlantic Company, Ltd. entre 1989 e 1991.

1991 Dá-se início à implementação do Projeto Global de Desenvolvimento in-tegrado da Herdade da Comporta, que contempla a valorização e requalifica-ção do património natural, urbanístico e agrícola da propriedade.

2004 até HojeA designação social passa a Herdade da Comporta - Actividades Agro Silvíco-las e Turísticas, S.A., tendo por missão promover o desenvolvimento de um destino turístico de alta qualidade, sustentável, integrado numa propriedade agrícola que preserva o património ambiental e cultural, constituindo-se um modelo de referência na Europa.

2014 A desagregação da família Espírito Santo, a queda do banco, forçada pela Rio Forte, parte detentora da maioria do capital, empurra o projeto para o fun-do, já com um passivo de mais de 100 milhões de euros.

26 investidores interessados e passivo acima dos 100 milhõesAs informações que têm circulado apontam para o interesse de mais de uma vintena de investidores interessados em adquirir parte ou partes da Socieda-de Herdade da Comporta. Os mais à frente são oriundos da China e dos Esta-dos Unidos, que já terão mesmo apresentado propostas concretas.Este processo é um dos que está a ser gerido pelo administrador de insolvên-cia da Rio Forte, que detém 59 por cento da empresa, junto do Tribunal do Lu-xemburgo, e inclui a possibilidade de venda das atividades agrosilvicolas e tu-rísticas, da Herdade da Comporta, como também do que está sob o controlo e alçada do Fundo de Investimento Imobiliário Fechado.Uma das maiores dificuldades pode, no futuro, vir a ser um passivo estimado acima dos 100 milhões de euros. Mas parece ser uma das únicas vias abertas para que o projeto com esta ou outra configuração regresse à tona da água.

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SOCIEDADE

Liliana Campos já consegue resistir aos doces!A CONHECIDA apresenta-dora de televisão, Liliana Campos sempre teve difi-culdade em resistir aos do-ces mas encontrou uma so-lução. BioActivo Crómio é um suplemento que contri-bui para manter os níveis normais de açúcar no san-gue reduzindo o desejo por doces. Contém ChromoPre-cise, a única levedura de crómio orgânico aprovada pela UE, com uma absor-ção 10 vezes superior. A nova embaixadora da Phar-ma Nord aconselha: Com BioActivo Crómio é mais fácil gerir o meu peso e man-ter uma silhueta elegante”. À venda em farmácias.

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Mais divórcios do que casamentos em três concelhos do distrito

É INVULGAR mas aconteceu na região. E logo em três concelhos. Setúbal, Moita e Alcácer do Sal registaram mais divórcios do que casamentos em 2013, segun-do os dados revelados agora pelo Instituto Nacional de Estatísti-ca (INE), que mostram ainda como o número de separações entre casais no distrito (1960) diminuiu face a 2012 (2251), mas também os matrimónios sofre-ram uma redução de 2865 para 2567.

Setúbal teve 302 divórcios em 2013 perante 299 casamentos. Em 2012, a capital de distrito tinha chegado às 332 separações, mas os matrimónios eram 358. Já o último registo na Moita aponta 155 divórcios e 143 casamentos, quando em 2012 os 159 matrimó-nios superavam as 151 separações. Alcácer do Sal seguiu-lhes a ten-dência. 20 divórcios contra 13 ca-samentos. Os números anterio-res mostravam mais duas sepa-rações (22), mas os casamentos eram 30.

Separações no civil acima das uniões católicas

Uma das curiosidades do es-tudo apresentado pelo INE mos-tra que as separações em casa-mentos pelo civil (1141) superam as uniões católicas (819), sendo que apenas Palmela (73-79) e Al-cácer do Sal (9-11) escapam a esta tendência.

A Moita é o único concelho da região onde o número de divór-cios em 2013 superou os de 2012 (155-151), havendo municípios que exibem uma diferença acentua-da entre os dois anos em análise ao nível da «travagem» de divór-cios – depois da constante subi-da desde 1995 - embora os casa-mentos também tenham sofrido uma significativa redução.

Que o diga Almada, que baixou das 470 separações em 2012 para 377 em 2013, enquanto as uniões

matrimoniais caíram de 675 para 609. Na mesma linha, o Seixal viu os divórcios passarem de 438 para 356, enquanto os casamentos di-minuíram de 395 para 47.

Ainda assim, sobressaem na

«lista» quatro concelhos que au-mentaram o número de casa-mentos em 2013 face a 2012: Montijo (167-150), Palmela (224-222), Grândola (54-52) e Ode-mira (48-46).

As separações diminuíram entre 2012 e 2013, mas as uniões entre casais ainda mais

Setúbal, Moita e Alcácer do Sal são os concelhos que mais divórcios registam comparando com o número de casamentos. No total do distrito, em 2013 registaram-se na região 1960 casórios e 2567 separações.

Texto Roberto Dores

Os custos da separação

O divórcio não se resume à separação do casal ou da família. É o lado mais visí-vel, de facto, mas há uma despesa para a carteira que acompanha o processo. Um recente estudo mostra que a separação pode representar a perda até 77% do património pessoal dos membros do ex-casal. Manuel Tavares (advogado) não hesita em afirmar que qualquer divórcio «acaba por ser sempre uma gran-de despesa, que pode levar, muitas vezes, algumas pessoas a passarem por vá-rias dificuldades económicas», sublinha. «O que constatamos na maioria dos casos, é que as pessoas estão tão decidi-das a afastarem-se que nem fazem contas. Quando no fim do processo perce-bem o que realmente tiveram que pagar já é muito tarde», alerta ao Semmais, avisando as pessoas que, em caso de divórcio, «deverão acautelar financiamen-tos, créditos e conversar civilizadamente sobre esses assuntos para não terem surpresas», conclui.

Dirigido a alunos do 3.º ciclo, secundá-rio e profissional, o “Clube de Comuni-cação” pretende através do contacto com o jornalismo radiofónico, com as artes e as novas tecnologias contribuir para um

maior desenvolvimento dos jovens. “O Clube” é um projeto da biblioteca muni-cipal e as inscrições dos futuros anima-dores de rádio devem ser efetuadas até dia 10 nas bibliotecas escolares.

Cerca de 1 300 alunos das escolas e ins-tituições particulares de solidariedade social vão desfilar no Carnaval das Es-colas, no dia 13, às 14h30, na Praça da Li-berdade, em Almada. A arte, a liberdade,

o amor, os Guardiões de Almada, os afe-tos, os valores, a alimentação saudável ou os 800 anos da Língua Portuguesa e a Peregrinação de Fernão Mendes Pinto são alguns dos temas do desfile.

Biblioteca de Grândola e o jornalismo radiofónico Carnaval das escolas em Almada envolve 1 300

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Ermelinda Freitas em 26.º lugar do Top 100 Wineries of the World 2014

O TOP 100 Wineries of the World 2014 condecorou a Casa Erme-linda Freitas, de Palmela, com o 26.º lugar, neste que é conside-rado um dos rankings mais sé-rios e prestigiados do mundo.

A gerente Leonor Freitas mos-trou-se surpreendida com este «honroso lugar», num top mun-dial «tão prestigiante» para o se-tor dos vinhos. «Trata-se de uma honra para mim, para a minha empresa, para a região e para o País», uma vez que «é por estes

resultados que vale a pena o es-forço e a forma como gerimos a Casa Ermelinda Freitas, porque representam mais responsabi-lidade e motivação para os de-safios futuros».

A seu ver, a Casa Ermelinda Frei-tas está inserida numa «grande re-gião» e estes resultados são «a pro-va de que temos ainda muito po-tencial para explorar, nomeadamen-te na área da internacionalização». E a esta distinção há os inumeros prémios alcançados ano a ano.

Este reconhecimento depen-de do número total de pontos obtidos, durante o ano, nas com-petições de vinho. A Casa Erme-linda Freitas somou 86 prémios no ano 2013, em doze concur-sos, e um total de 1683. 20 pon-tos.

Já a Cooperativa de Santo Isi-dro de Pegões, do Montijo, al-cançou a 68.ª posição neste Top 100 , tendo somado 58 prémios, em treze concursos, no ano de 2013, obtendo 1043.71 pontos. A gestora Leonor Freitas

DR

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SOCIEDADE

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RESTAURANTE ● SETÚBAL ● PORTUGALRUA GENERAL GOMES FREIRE, 138  960 331 167

41 famílias de Azeitão ameaçadas de ficarem sem casas que já pagaram

O RECEIO de perderem casa vol-tou a ensombrar a vida dos mo-radores de Pinhal de Negreiros e Vendas de Azeitão, em Setúbal, depois do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) ter avançado com um requerimen-to onde reclama a posse das 41 habitações. As famílias dizem ter sido apanhadas de surpresa, de-pois de um primeiro «susto» em Setembro de 2014, quando viram os lares anunciados para leilão na imprensa.

Em cima da mesa está um au-têntico imbróglio jurídico, que tem sido difícil de desatar. As fa-

mílias garantem que pagaram as casas ao longo de 25 anos, à ordem média de 40 mil euros por fração à Cooperativa de Habi-tação e Construção Económica Bairro dos Trabalhadores. Mas a cooperativa não entregou gran-de parte da verba à banca e ao IHRU.

Perante a insolvência da coo-perativa, em 2013, as escrituras não puderam ser feitas. Os cre-dores reclamam os créditos, «ar-rastando» também o património, enquanto o presidente do IHRU, Vítor Reis alerta que a coopera-tiva “não podia vender as casas, porque não eram suas. Havia um ónus e uma hipoteca sobre as ca-

sas que são do IHRU. Os contra-tos-promessa eram, por isso, ile-gais», avança o mesmo respon-sável, assumindo, ainda assim, que tenciona defender os mora-dores «para que ninguém fique sem casa».

Falta de confiança, situações ilegais e muita confusão

Mas as declarações de Vítor Reis são encaradas com descon-fiança pelos habitantes envol-vidos no processo. «O argumen-to de que aquele requerimento é para nos defender é desones-to. Desde logo porque o crédito do IHRU nunca foi colocado em causa pelos bancos ou por qual-quer outro credor», sublinha Dio-go Duarte, morador, lamentan-do que o IHRU - embora seja cre-dor dos habitantes - afirme que os moradores eram arrendatá-rios. «Nega que pagámos uma amortização, o que é completa-

mente falso», insiste, acrescen-tando que «se queria proteger--nos não precisava atacar a nos-sa defesa, bastava deixar as coi-sas ficar como estão».

O representante dos morado-res acrescenta ainda que se os coo-perantes tivessem razão no pro-cesso jurídico a escritura seria fei-ta. No caso da propriedade ser atribuída ao IHRU, «eles cumpri-riam a sua obrigação de nos aju-dar, como afirmam desejar, pos-sibilitando a realização da escri-tura como estava previsto».

Diogo Duarte vai mais longe e considera que o propósito do requerimento apresentado pelo IHRU tem o objetivo de «des-truir» os argumentos da defesa. “Quer deixar-nos completamen-te dependentes deles, para que possam cobrar-nos uma renda ou propor a compra das casas aos moradores, caso lhes seja atribuída a propriedade das mes-mas».

O IHRU voltou a requerer a posse das habitações em Pinhal de Negreiros e Vendas de Azeitão. As famílias foram apanhadas de surpresa e afirmam que pagaram estas casas a uma cooperativa habitacional. O imbróglio jurídico promete continuar

Texto Roberto Dores

A ameaça de despejo paira de novo sobre as famílias que dizem ter pago as suas habitações e que já as viram, em Setembro do ano passado, em leilão.

De 1987 até aos dias de hojeA entrega das casas aos moradores remonta a Maio de 1987. Seguiu-se o pagamento mensal das prestações que havia de amortizar a dívida, até à sua liquidação, tendo chegado a assi-nar o contrato-promessa de compra e venda. 2012 tinha sido o ano acor-dado, entre moradores e cooperati-va, para a realização as escrituras, para liquidação das habitações. Mas as es-crituras não podiam avançar. A coo-perativa estava insolvente desde 2011 e as casas já não lhe pertenciam. «O que terá sido feito do nosso dinhei-ro?», é a pergunta que os moradores fazem. As famílias souberam mais tar-de que a cooperativa começou por se atrasar nos pagamentos ao IHRU e que deixou mesmo de pagar por completo em 2005. Terão estado sem-pre convencidos que a cooperativa estava em dia. A dívida ascende aos 600 mil euros.

Próximas eleições no CCDBA envoltas em polémica com críticas ao atual presidenteO PRÓXIMO ato eleitoral para es-colher a direção do Centro Cultu-ral e Desportivo de Brejos de Azei-tão promete ser tudo menos mo-nótono. As eleições ainda não têm data marcada, mas está já em pre-paração uma lista que deverá con-correr contra o atual presidente da direção, António Carvalho Ca-baço.

Amadeu Estanislau, antigo di-retor da coletividade de Brejos de Azeitão adiantou ao Semmais que vai voltar a candidatar-se com o

objetivo de «dar mais credibilida-de e transparência» à gestão do clube, algo que considera «não ter havido no último mandato».

Em declarações ao Semmais, Amadeu Estanislau acusa a atual direção de não ter apresentado o relatório de contas do último ano assim como não ter marcado qual-quer assembleia geral para dar conta da situação do clube.

Para além disso o já assumido candidato considera ser necessá-ria «maior dinâmica» nas ativida-

des do clube e uma maior partici-pação dos sócios. «É importante que se entenda que não pretende-mos ir contra ninguém. Não é esse o nosso propósito», diz Amadeu Estanislau adiantando que o ob-jetivo desta lista é, essencialmen-te, «que as pessoas participem mais nas atividades do clube».

Assumida que está a candida-tura, muitas são já as reações que se fazem sentir por parte dos só-cios. «Temos recebido todo o tipo de reações. Há quem esteja con-

tente com o facto de poder haver mudanças e há também quem não se manifeste. Obviamente que há ainda quem não a veja com bons olhos», diz enquanto adianta que caso a atual direção não marque uma assembleia geral podem ser os sócios a exigi-la ao abrigo dos estatutos. «Esperamos que a atual direção resolva a questão das con-tas, as apresente e marque uma assembleia geral e as eleições. Se isso não acontecer teremos de reunir um grupo de vinte sócios

para exigir que a situação se es-clareça.»

Propostas para apresentar aos sócios não faltam. Para além de querer manter as atividades atuais do clube, como o futebol, a zum-ba, as danças de salão, o ténis e a participação nas marchas po-pulares, entre outras, a lista de Amadeu Estanislau quer que o teatro volte a fazer parte das ati-vidades do CCDBA, assim como o cicloturismo e a ginástica in-fantil.

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Politécnico de Setúbal reúne especialistas na área da mobilidade sustentável em ciclo de semináriosA ESCOLA Superior de Tecnolo-gia de Setúbal do Instituto Poli-técnico de Setúbal (ESTSetúbal/IPS) promoveu, na passada quar-ta-feira, a terceira iniciativa do Ci-clo de Seminários, o “Dia Bram-mo e Parker”, realizado no âmbi-to da sua Pós-graduação em Mo-torização de Veículos Elétricos e Híbridos.

A iniciativa possibilitou aos pre-sentes a oportunidade de experi-mentar o motociclo elétrico “Em-pulse R” da marca Brammo, sendo que para grande parte dos partici-pantes foi a primeira vez que con-tactaram de perto com um veículo elétrico de duas rodas de elevada potência. Para José Correia, enge-nheiro eletrotécnico e estudante da pós-graduação em Motorização de Veículos Elétricos e Híbridos, con-duzir a “Empulse R” foi «uma expe-riência muito boa, gostei da acele-ração, da travagem e da resposta do veículo», salientando ainda que para além destas ações o curso tem proporcionado uma excelente tro-ca de conhecimentos e uma apren-dizagem mútua entre os docentes e os formandos.

Os test-drives foram acompa-nhados por Sérgio Almeida, CEO

da ZEVtech (empresa represen-tante da Brammo em Portugal), que elucidou os participantes so-bre o funcionamento da mota e o tipo de condução a adotar, salien-tando que se trata «da primeira mota elétrica de produção em sé-rie que tem mudanças, exatamen-te igual a uma mota de combus-tão com a particularidade de não ter emissões». De acordo com Sér-gio Almeida, os motociclos elétri-cos «têm uma boa aceitação, sen-do um nicho de mercado que está

com um crescimento exponen-cial», frisando ainda que esta ação foi pertinente para que as pessoas conheçam «esta pós-graduação já virada para o futuro e para os empregos relacionados com este tipo de veículos».

As iniciativas têm contando com uma forte adesão da comu-nidade académica, o que permi-tiu «colocar os estudantes em con-tacto com tecnologias diferentes, de acordo com a matéria leciona-da na sala de aula», verificando-

-se igualmente «a participação re-petida de pessoas da comunida-de exterior nas ações», frisou José Maia, coordenador da pós-gra-duação em Motorização de Veí-culos Elétricos e Híbridos. Na opi-nião do docente a realização des-tas atividades tem contribuído para o crescente «reconhecimento da nossa instituição junto das empre-sas que colaboram connosco, que nos têm vindo a apresentar pro-postas concretas para realizarmos mais atividades».

Conferência e test-drives fizeram parte da iniciativa da EST/IPS

Moscatel da JMF eleito melhor do anoO JMF Moscatel de Setúbal Supe-rior 1911, foi considerado o “Vinho do Ano 2014” pela revista Wine – A Essência do Vinho, nos prémios “Os Melhores do Ano”.

Com 19,5 pontos, o néctar é des-crito como “profundamente aro-mático, com enorme finura e de-licadeza, final incrivelmente lon-go e emotivo pela frescura e con-centração”. Das centenas de vi-nhos provados pela Wine, o mos-catel JMF foi o que obteve a pon-tuação mais elevada.

Para o enólogo Soares Franco, «esta distinção homenageia a JMF e a região que nos viu nascer e o moscatel de Setúbal, um vinho de sobremesa de excelência e quali-dade internacional».

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LOCAL

O MUNICÍPIO alcacerense acaba de efetuar melhorias no parque de campismo para preparar o equi-pamento para a próxima época balnear.

Na remodelação do parque e suas infraestruturas houve inter-venção de diversas equipas do mu-nicípio.

É de destacar a reparação da ca-leira de escoamento de águas plu-

viais em diversos pontos onde esta se encontrava danificada, e após limpeza dos arruamentos consta-tou-se que o pavimento se encon-trava muito degradado, pelo que se procedeu à pavimentação dos mes-mos e da zona de estacionamento com tapete betuminoso. As equi-pas da autarquia alcacerense repa-raram e remodelaram ainda as ca-sas de banho e os balneários, que incluiu a substituição das bases de chuveiro e outros trabalhos de re-paração das redes, colocação de for-ra de proteção nas portas.

A obra incluía a melhoria do parque infantil

Foram igualmente reparados os portões e totalmente remode-

lada a zona de lazer junto à chur-rasqueira, com a reconversão do pavimento, colocação de mesas e floreiras.

Nesta obra foi ainda feita uma revisão e reparação das infraes-truturas elétricas. Os espaços ver-des do parque de campismo fo-ram também intervencionados com a plantação de loendros por forma a colmatar as falhas exis-tentes nas sebes entre os alvéolos e junto à vedação.

Foi feito o corte da vegetação e limpeza das várias zonas. Foram ainda reparadas as madeiras do edifício, placas identificadoras, e outros trabalhos de carpintaria.

As obras envolveram ainda a execução de pinturas, em geral por todos os elementos do parque, des-

de portões, edifícios, placas iden-tificativas, muretes, gradeamen-tos, suportes ou outros.

Será igualmente executada uma remodelação da zona do parque infantil.

De acordo com a vereadora das

obras e ambiente, «o parque de cam-pismo apresenta agora melhores condições para receber os veranean-tes que nos visitam, que passam a ter melhores condições para usu-fruírem da sua estadia em Alcácer do Sal com mais qualidade».

Alcácer torna parque de campismo mais apetecível

Grândola é palco de congresso nacional de municípios

Moita acolhe feira de artesanato

Palmela solidária com crianças da Ilha do Fogo

A FEIRA de artesanato “Artes e Ta-lentos” continua a realizar-se no mercado municipal da Moita, sem-pre no primeiro e segundo sába-do de cada mês. Assim, nos dias 7 e 14, entre as 9 e as 13h30, vai en-contrar artesãos de várias áreas, nomeadamente madeira, tecido, metal, cerâmica, cortiça, crochet, entre outras.

Promovida pelo município, no âmbito do Programa de Dinami-zação e Animação do Mercado Mu-nicipal da Moita, a Feira de Arte-sanato “Artes e Talentos” preten-de valorizar diferentes tipos de ar-tesãos e artesanato.

Os interessados em participar na feira, expondo e comercializan-do as suas peças, devem inscre-ver-se através do email: [email protected], mencionado o nome, morada, te-lefone, número de contribuinte e o produto a expor.

ESTÁ em marcha a campanha a favor das crianças da Ilha do Fogo, em Cabo Verde que o município está a promover. Desalojadas pela erupção do vulcão, as populações – e, em particular, as crianças da ilha – vivem com dificuldades acrescidas. O município está a re-colher, em conjunto com a comu-nidade, os bens identificados como mais necessários e urgentes, no-meadamente, papas lácteas e toa-lhitas para bebé.

Recorde-se que Palmela, ge-minada desde 1996 com S. Filipe - um dos três municípios da ilha - fez seguir em dezembro passado, 284 caixotes com doações cons-tituídas, essencialmente, por rou-pa e material médico. Donativos devem ser entregues até dia 27.

O XXII Congresso da Associação Nacional de Municípios vai reu-nir mais de mil congressistas a 27 e 28 de março, em Tróia.

Para o presidente do municí-pio, Figueira Mendes, este «é um momento de grande importância para o nosso concelho e para toda a região», salientando que «É a pri-meira vez que o Alentejo recebe este congresso, um momento úni-co para afirmarmos todas as nos-sas potencialidades».

Sobre os trabalhos do congres-so, o autarca diz que «O poder lo-cal democrático está a sofrer ofen-siva sem precedentes; É urgente uma posição forte de todos os autarcas, contra as políticas do poder cen-tral, e de valorização do poder lo-cal democrático», concluindo: «Es-pero que os valores de Abril este-jam em destaque no evento».

A intervenção da autarquia dotou o parque alentejano de melhores condições de utilização para os seus utentes habituais e não só, já este verão.

Diversas equipas do município estiveram envolvidas nos trabalhos

Parque ganhou novo rosto para proporcionar melhores condições a utentes

Montijo festeja 1.º aniversário da Academia Sénior

AS COMEMORAÇÕES do 1.º ani-versário da Academia Sénior do Alto Estanqueiro/Jardia decor-rem este domingo, às 15 horas, na antiga Junta de Freguesia.

A cerimónia conta com o vi-sionamento de um filme sobre as atividades da academia, são en-tregues lembranças aos docentes voluntários e inaugurada uma ex-posição com trabalhos realizados pelas alunas do Atelier Artes.

Antes do lanche-convívio há ainda lugar para a atuação do Gru-po Coral da Academia Sénior da União Freguesias de Atalaia e Al-to-Estanqueiro/Jardia.

A Academia Sénior na União de Freguesias de Atalaia e Alto Es-tanqueiro veio reforçar a aposta do município na promoção e di-namização de espaços e ativida-des potenciadores de um envelhe-cimento ativo da população.

São utilizadores do projeto 99 idosos, residentes na União de Fre-

guesias de Atalaia e Alto Estan-queiro/Jardia, que participam nas seguintes atividades: Atelier das Artes, Artes da D. Francisca; Lín-gua Portuguesa (Alfabetização), Informática e o Grupo Coral da Academia.

Além dos ateliers, a Academia realiza ainda atividades como as “Tardes do chá”, caminhadas, vi-sitas de estudo e workshops,.

Recorde –se, que a Academia Sénior é uma das áreas chave do Projeto Junto de Si, financiado pelo PRODER cujo principal objetivo é criar, dinamizar, e organizar ati-vidades culturais, recreativas, de convívio e de aprendizagem so-bre diferentes temas, através de um modelo de formação informal.

A Academia destina-se a adul-tos com mais de 50 anos, indepen-dentemente do nível de escolari-dade, com vontade de aprender e de ensinar/partilhar experiências vividas.

Oo grupo coral da Academia Sénior vai atuar durante a festa

É a estreia do congresso no Alentejo Campanha arrancou em 2014

O cantor José Cid, natural da Chamusca, atua este sábado, dia 7, a partir das 21h30, na Sociedade Filarmónica Humanitária , em Palmela, relembrando velhos e atuais êxitos do conhecido cantor que venceu o

Festival da RTP da Canção com “Um Gran-de, Grande Amor”, em 1980. Cantor, com-positor, músico e produtor, José Cid con-quistou um honroso 7.º lugar no Festival da Eurovisão, na Holanda., com este tema.

O 7.º Concurso de Fado Amador de Setúbal já selecionou os 14 candidatos que partici-pam nas duas semifinais da prova, a pri-meira já neste sábado à noite, na Capricho Setubalense. Na 1.ª semifinal participam Ce-

cília Silva, 49 anos, de Setúbal, Eugénio Al-meida, 46, de Setúbal, Linda Soares, 39, de Corroios, Luís Pinho, 74, Setúbal, Raquel Fa-ria, 17 anos, de Quinta do Anjo, Sofia Ramos, 24, Almada, e Valter Palma, 27, Setúbal.

José Cid canta no palco da Humanitária de Palmela Concurso de fados na Capricho Setubalense

Peças em cortiça vão estar na feira

DR

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O PROGRAMA municipal de Edu-cação Ambiental para 2015 inte-gra atividades, projetos e iniciati-vas que promovem o acesso à in-formação e às boas práticas am-bientais, com vista à alteração de comportamentos, contribuindo para um desenvolvimento susten-tável.

O PMEA é dirigido aos muní-cipes, público escolar e diverso, através de várias atividades, com uma programação específica para os alunos das escolas do conce-lho e outra para público juvenil, adulto e famílias.

Uma das iniciativas dirigidas às escolas são os Encontros do Am-biente, pequenas palestras dirigi-das aos diversos graus de ensino. Os temas a abordar dependem do ano a que se destinam, mas incluem A Água e os Resíduos, O Chapim e a Lagarta, A Gestão de Resíduos no Seixal, A Compostagem e O Ecossistema da Baía do Seixal, en-tre outros. São também realizadas

visitas ao Espaço Agrícola Monte Sião, na Torre da Marinha, com-posto por 16 hortas sociais.

Os alunos podem ainda parti-cipar no Eco-Escolas, desenvol-vendo projetos de Educação Am-biental e Educação para o Desen-

volvimento Sustentável.Outros projetos que podem

vir a conhecer e desenvolver nas escolas são Compostagem na Minha Escola, Óleo a Reciclar, Biodiesel a Circular e Hortas Pe-dagógicas.

Município de Sines dá 45 mil euros para o carnaval

Alcochete dá a conhecer freguesia de S. Francisco

Barreiro avança para centro de recolha de animais

Festival de Sopas aquece Santiago do Cacém

O PASSEIO pedestre “À Descober-ta de S. Francisco” realiza-se este sábado, numa iniciativa do pro-grama Alcochet´Aventura. Este passeio, com início marcado para as 9 horas, junto ao edifício sede da Junta de Freguesia de S. Fran-cisco, tem como idade mínima de participação os 10 anos. Partici-pantes devem usar calçado e rou-pa confortáveis e adaptados às condições climatéricas da época e levar água e merenda.

OS PRESIDENTES dos municípios do Barreiro e da Moita, Carlos Hum-berto e Rui Garcia, respetivamen-te, assinaram esta semana o pro-tocolo de cooperação, com vista à construção do novo Centro Inter-municipal de Recolha de Animais Errantes. O concurso será inicia-do nos próximos dias e o arranque da obra está previsto para o pró-ximo verão. Problemas com as atuais instalações daquele espaço dos dois municípios originaram este acordo entre autarquias.

«Há muito que as nossas insta-lações são desadequadas e há mui-to que estudávamos uma solução. Já a encontrámos e procuramos, assim, resolver um problema dos dois concelhos», referiu Carlos Hum-berto, enquanto Rui Garcia disse que «procuramos resolver proble-mas que são sentidos nos dois con-celhos e juntar esforços».

COM 32 variedades para degus-tar, o III Festival de Sopas de San-tiago do Cacém promete comba-ter o ambiente frio que se tem vin-do a sentir. O evento decorre este sábado, a partir das 18h30, nos pa-vilhões de feiras e exposições em Santiago, numa organização da paróquia, do Agrupamento 722 do Corpo Nacional de Escutas e da União das Freguesias de Santiago do Cacém, Santa Cruz e S. Barto-lomeu da Serra.

O MUNICÍPIO aprovou, no pas-sado dia 30 de janeiro, a atribui-ção de um apoio de 45 mil euros à Siga a Festa - Associação de Car-naval para a realização do Carna-val de Sines 2015, considerando a sua importância para a comuni-dade siniense, para a projeção da cidade e para a dinamização da economia local.

Além do apoio financeiro, a Câmara de Sines apoia a realiza-ção do Carnaval em diversos as-petos logísticos da organização, nomeadamente na cedência de espaços, ligações de infraestru-turas, limpeza, divulgação, entre outros.

À semelhança de outras loca-lidades com forte tradição car-navalesca, a autarquia de Sines concede tolerância de ponto aos seus trabalhadores no dia de Car-naval, 17 de fevereiro.

Zimbr Arte promove artesanato em SesimbraBIJUTERIA, acessórios, pintura, tecidos ou peças de decoração confecionadas em materiais tão diferentes e originais como cor-tiça, conchas, estanho, madeira, cabedal ou flores secas são uma pequena amostra do que pode ver, experimentar e adquirir na Zimbr’Arte – Feira das Artes e do Artesanato, que decorre na Pra-ça da Califórnia, este domingo, das 10 às 18 horas.

A feira, que se realiza desde 2004, reúne vários artesãos lo-

cais que, assim, têm oportuni-dade de divulgar o seu trabalho.

A Zimbr’Arte é organizada pelo município sesimbrense, com o apoio da Junta de Freguesia de Santiago.

Entretanto, no dia 14, às 16 horas, o escritor Miguel Real des-loca-se à biblioteca municipal de Sesimbra para apresentar o seu novo romance O Último Eu-ropeu - 2284. Desta vez, a obra de Miguel Real debruça-se so-bre o futuro.

DR

Parque de campismo de Setúbal fechou portas para obras O PARQUE de campismo do Ou-tão, em Setúbal, encerrou as por-tas a 30 de janeiro, por tempo indeterminado. Em causa está a não renovação da concessão da exploração com a Aurotur, por parte do ICNF.

Segundo Vitor Caldeirinha, presidente da APSS, o «parque deixou de pagar a renda há vá-rios anos ao ICNF, que não teve alternativa senão rescindir o contrato. O parque vai passar

para a APSS para ser encontra-da nova solução que promova obras e qualidade para reabrir o parque».

«Espera-se que no prazo de 1 a 2 meses, após a saída do úl-timo utente, o parque possa vol-tar a abrir com novo gestor», perspetiva Vitor Caldeirinha, que acrescenta: «Não há inten-ção de retirar o parque daque-le local, nem desativá-lo defi-nitivamente».

Seixal promove boas práticas ambientais junto da comunidade

O PMEA é dirigido em especial aos munícipes e público escolar

O certame já é um sucesso

Almada promove caldeirada à pescador O 11.º Concurso da Caldeirada à Pescador, uma organização da Junta da Costa de Caparica, arranca este sábado. São 11 os restaurantes que aderiram. Pre-tende «dinamizar a gastrono-mia da Costa e aumentar os vi-sitantes nos fins-de-semana, na época baixa», refere o presiden-te José Martins.

Trata-se do «segundo even-to gastronómico mais antigo a nível nacional», que vai home-nagear o mestre de pesca Joa-quim Januário, um dos «últi-mos grandes arraias da arte xá-vega».

Aderiram “Atlântico”, “Ca-rolina do Aires”, “Horizonte”, “O Barbas – Tertúlia”, “O Camões”, “O Marreta”, “O Pipo”, “Óhhhtc”, “Praia do Castelo”, “Tarquínio” e “Tasca da Caparica”.

INICIATIVAS

Alcochete ajuda associação animalUm espetáculo solidário de dança e música, que conta com a participação de vários gru-pos da região, tem lugar este sábado, às 16h30, no Forum de Alcochete. Este evento visa angariar verbas para a asso-ciação “Os Canitos” para me-lhoria das condições dos ani-mais que estão à sua guarda. Atuam os “Batucando”, a dan-ça da Sociedade 1.º de Dezem-bro, entre outros.

Ciclo de cinema de escritores portuguesesNo primeiro e último fim de semana deste mês, a bibliote-ca de Sesimbra recebe um ci-clo de cinema dedicado a es-critores portugueses. A inicia-tiva, com entrada gratuita, or-ganizada pela Artemrede, apre-senta quatro filmes realizados a partir da vida e obra de José Saramago, Urbano Tavares Rodrigues, António Lobo An-tunes e Carlos Oliveira.

Oficinas de música para bebés na MoitaO projeto De Pequenino do mês de fevereiro, marcado para este sábado, às 15h30, e às 17 horas, na biblioteca Bento de Jesus Caraça, na Moita, vai ser preenchido com “Oficinas de Música”, da autoria de Paulo Lameiro, pela companhia Mu-sicalmente. Estas Oficinas de Música para bebés e papás têm a duração de 45 minutos cada sessão, sendo que às 15h30 é dirigida a bebés dos 19 aos 36 meses, e às 17 horas, a bebés dos 0 aos 18 meses.

Almada recebe Tocha da Liberdade

Pela importância dos valores da Paz, da Liberdade e da Ami-zade entre os povos, a Câma-ra associa-se à celebração dos 70 anos do fim da II Guerra Mundial que se assinala em 2015.Assim, a Tocha da Liberdade e da Paz vai percorrer, dia 10, as 11 freguesias do concelho. A partir das 21 horas, o Fórum Romeu Correia, recebe a ce-rimónia ode encerramento da passagem da Tocha da Liber-dade e da Paz por Almada.

Património histórico da freguesia

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CULTURA

Maria Teresa Meireles

DICIONÁRIO ÍNTIMO

XAILE: manto ou cobertura; aga-salho, «écharpe»; capa, lenço, mantilha, manta, coberta. O xai-le tapa e embrulha, envolve como um envelope; conforta como um abraço.

Xaile: adereço, símbolo, aces-sório. Peça de vestuário típica da mulher Portuguesa por ve-zes (ou quase sempre?) cono-tada com a velhice e a viuvez. O xaile não é uma peça que se pren-da com fecho, botão ou qual-quer outro sistema – o xaile é uma peça solta, geralmente ajus-tada por um gesto de mãos em concha, em aconchego.

«Xailes Negros» série tele-visiva gravada nos Açores. Um xaile negro levado pelo vento pode ser facilmente confundi-do com um enorme corvo: xai-le-agouro?

Xaile e Fado: o xaile é o des-tino, «fatum»? «O Xaile da Mi-nha Mãe», fado cantado por Amá-lia: «O Xaile de minha mãe / que me aqueceu com carinho / Mais tarde serviu também / para aga-salhar meu filhinho». Xaile: a he-rança, o fio que liga gerações?

«O Xaile», de Cynthia Ozi-ck: um conto que se passa num campo de concentração (ou na memória e consciência de Rose, uma judia prisioneira) – uma mãe tenta salvar a vida da sua filha embrulhando-a num xaile. Cápsula, casulo, pla-centa. Xaile: o invólucro ma-ternal? Excepção: O xaile azul e branco dos judeus, adereço apenas usado pelos homens em rituais de prece, o chama-do «Xaile de Orações».

Eleni Karaindou, composi-tora de origem grega tem, na capa do seu álbum «Trojan Women», vultos de mulheres - os xailes, o cerco, o círculo. Xaile: o ade-reço da tragédia? As fadistas usam xaile; as sevilhanas usam xaile. O xaile fazia parte do guar-da-roupa de Josefina, primeira mulher de Napoleão - quem o afirma é Monique Lévi-Strauss (mulher de Claude Lévi-Strauss) que estudou o xaile desde a sua origem até ao seu apogeu em França - «Cachemires: La Créa-tion Française 1800-1880»: te-cido fino feito a partir de lã de cabra da região de Caxemira, no

Paquistão. Balzac referiu a pai-xão das mulheres da sua época pelos xailes de caxemira trazi-dos pelos soldados de Napoleão aquando da campanha do Egip-to - a moda, a consequente in-dústria, o xaile como peça de luxo, ícone do bom-gosto ven-dido a preços exorbitantes.

No seu belíssimo conto «A História Imortal», Karen Blixen refere que «Virginie queria um xaile francês», onde «havia um padrão (…) todos eles tinham um padrão», sendo esse xaile o pre-texto para o seu envolvimento na história.

Há pessoas a quem envol-vo desde logo num xaile – é um gesto de afecto, uma forma de acarinhar e proteger. O xaile é uma teia, uma rede de pesca--dores. Adereço geralmente fe-minino, daí a estranheza e a vul-nerabilidade da fotografia-ca-pa do livro «O Medo» de Al Ber-to - e O Medo é isso.

Xaile, xale («mais próximo da grafia persa original») ou cha-le – três designações para a mes-ma (ir)realidade em Maria Ga-briela Llansol: « quando a men-te na montra da loja que vendia vestuário e objectos em segun-da mão, me estendeu hoje um xale, / eu quis / possuí-lo ime-diatamente. O xale da mente / Estrelada» e, mais adiante: «xale do coração», «uma mesa cober-ta pelo chaile», «o xale da meta-noite»; «o xale da terra»; «o xai-le sobre a cama»; «o xale da ima-gem luminosa que se perdera de mim» ou «o xaile quase trans-lúcido do poema».

Em termos simplistas, o xai-le é um rectângulo ou um triân-gulo (com ou sem franjas) em lã, tricot, seda, renda. Xaile é uma forma e uma fórmula. O xaile da minha memória: ha-via o xaile da minha avó que tinha o seu cheiro (ou seria o xeiro?) a pó-de-arroz e a «Bien--Être» - e uma textura toda ela maciez. O xaile do tempo.

Por vezes, era mesmo do xaile da serenidade e da paz que precisávamos porque, e de novo Maria Gabriela Llan-sol: «Magníficos os espíritos / que se cruzam sem espada / e com bondade».

XAILE

Espelho Mágico volta a ser nomeado em concurso nacional

O GRUPO de Animação e Teatro Espelho Mágico (GATEM) é uma das nove companhias apuradas para o XI Concurso Nacional de Teatro, a realizar entre 7 de feve-reiro e 14 de março, na Póvoa de Lanhoso, Braga.

Esta é a terceira vez que o gru-po cénico sadino, especialmente orientado para o teatro infantil, é nomeado para o concurso. Até ago-ra o GATEM, que recebe anual-mente apoio financeiro e logísti-co do município setubalense, atin-giu a fase final em todas as parti-cipações e foi premiado nas duas últimas edições.

Céu Campos, da direção do GA-TEM, realça que a equipa se sen-te «extremamente orgulhosa e hon-rada», pois, mais uma vez, o gru-po vai estar incluído «entre as es-truturas de teatro que disputam prémios no principal concurso de teatro do País» e «promover Se-túbal».

A seu ver, esta participação é uma forma de «dar visibilidade ao grupo e de mais trabalho certo», relembrando que o “Pinóquio” e

“O Galinho Vaidoso” também va-leram prémios ao GATEM neste concurso de Póvoa de Lanhoso.

Para o XI Concurso Nacional de Teatro, uma edição apadrinha-da pelo ator Ruy de Carvalho, o Espelho Mágico concorre com a peça infantil “As Aventuras de Rom Rom e Fofoca”, escrita por Fernan-do Guerreiro.

“As Aventuras de Rom Rom e Fofoca”, que já foi vista por 10 mil crianças em Fátima, conta com en-cenação de Miguel Assis, poemas de Luís Estrela, música de Antó-nio Coimbra e coreografias de Io-landa Rodrigues.

O Concurso Nacional de Tea-

tro é uma organização da Câma-ra de Póvoa de Lanhoso, da Fede-ração Portuguesa de Teatro e da Fundação Inatel.

A próxima produção do GA-TEM é “Feiticeira de Oz outra X”, que marca o regresso da peça es-treada em 2010. Esta produção venceu a última edição do Teatrá-lia, o concurso nacional de teatro do Inatel. «A pedido de muitas fa-mílias, a Feiticeira está de volta, a 27 de Março, com um elenco de luxo e muitas surpresas mágicas», frisa Céu Campos. E no início de Outubro, o GATEM estreia o mu-sical “O Principezinho”, com en-cenação de Miguel Assis.

Pela terceira vez consecutiva, grupo infantil sadino brilha no norte

“As Aventuras de Rom Rom e Fofoca” foram escritas por Fernando Guerreiro

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Texto António Luís

“O MAGNÍFICO Ditador”, uma criação de Ricardo Santos, é a nova peça da Animateatro que estreia este sábado, às 21h30, no

espaço Animateatro, na Amora, no Seixal.

Ricardo Santos, diretor artís-tico, diz que as expetativas para a

peça são as melhores, esperando que o trabalho seja «discutido, pen-sado, falado e que aproxime o pú-blico às salas de teatro».

Em “O Magnífico Ditador”, questiona-se e reflete-se a rela-ção entre a cultura e o público. «Para que serve o teatro? Quem define o gosto? Para que servem opiniões e será que são imparciais? O teatro é somente para entreter ou algo mais?», sublinha.

Com Alexandre Gregório, Lina Ramos, Nuno Santos e Patrícia Cairrão, a produção assume-se como um trabalho «colaborativo, um work in progresso».

Para ganhar os convites duplos para a peça “O Magnífico Ditador”, basta ligar 981 047 019 e pedir as suas ofertas. A peça “O Magnífico Ditador” conta com quatro atores em palco

DR

O concurso de teatro realiza-se em Póvoa de Lanhoso e envolve nove companhias nacionais.

Animateatro estreia “O Magnífico Ditador”

O ciclo de “Conversas com o público” no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Al-mada, continua este sábado, às 18 horas. A conversa irá centrar-se no espetácu-lo “O contrabaixo”, uma encenação de

António Mercado, com texto de Patrick Süskind e que estará em cena na sala ex-perimental entre 5 e 8. Estão confirma-das as presenças de António Fonseca, Pe-dro Wallenstein e Vera Lemos.

A banda de jovens grandolenses Sable Sun apresenta este sábado, às 22 horas, no Cine Granadeiro, “Say My Name”, o EP de originais composto por quatro fai-xas de rock moderno gravado em Grân-

dola. Formado no final de 2013, Sable Sun é o projeto de originais fundado pelos membros da banda grandolense de co-vers rock, Danger Line. Não falte à festa deste grupo alentejano.

Ciclo de conversas com o público no TMJB Banda grandolense apresenta CD

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A FADISTA Helena Sarmento, na-tural de Lamego e a residir em Gaia, já lançou duas edições de autor, no-meadamente os CD´s “Fado dos Dias Assim”(2013) e “Fado Azul” (2011).

Tendo como ponto de referên-cia a grande Amália Rodrigues, He-lena Sarmento diz que o seu segun-do disco, com edição discográfica mundial, teve uma «grande aceita-ção na Alemanha, França e Poló-nia», onde foi apresentado em con-certos. «Tal repercussão, penso, é ilustrativa do acolhimento que o meu trabalho tem merecido», su-blinha a artista.

«Sinto orgulho da distinção que os meus discos mereceram por par-te da prestigiada editora francesa Sunset France, que procedeu à sua edição internacional para todo o Mundo, revela. “Fado Azul” foi tam-bém o responsável pela atribuição do Prémio Revelação, em 2012, pela Anim´arte.

Do seu repertório destaca o “Fado dos Meus Passos”, que con-

têm «palavras novas, escritas por mim, cantadas na música do Fado Menor. Quem o canta, não preci-sa de outra razão», opina, relem-brando que ouve fado «desde sem-pre porque sou filha de um Ama-liano e, nesse contexto, as tertú-lias faziam parte da minha vida». Mas foi aos 22 anos que cantou fado em público. Com estilo pró-

prio e voz singular, pretende dar uma nova roupagem ao fado tra-dicional.

Helena Sarmento, 34 anos, di-vide a sua vida entre a advocacia e a música. Confessa-se admiradora de Beatriz da Conceição, Alfredo Marceneiro, Lucília do Carmo, Ca-mané, António Zambujo e Ricardo Ribeiro.

Helena Sarmento reinventa o fado tradicional

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Ganhe CD s românticos e de FRAN “ROMÂNTICO Volume 15” e “Dream” são os dois trabalhos discográficos que temos para oferecer esta semana aos nossos leitores.

O primeiro registo discográfico conta com te-mas de Marco Paulo, Santamaria, Ágata, Leandro, Toy, José Malhôa, Adriana Lua, Lucas & Matheus e Ricardo & Henrique, entre outros. Já o segundo

CD marca a estreia de FRAN, o filho de Ágata, nas lides musicais.

Para ser contemplado com os discos, basta li-gar 918 047 918 ou enviar email para: [email protected]. Não enviamos os CD´s por correio. Têm de ser levantados nas nossas ins-talações em Setúbal.

Dead Combo apresentam CDSem letras nem palavras, o duo de Tó Trips e Pedro Gonçalves “canta” com uma clareza desarmante o Tejo e Lisboa, Portugal e o Mediterrâneo, uma África idealizada e a vastidão da América, imaginada em Itália nos westerns de Morricone.Teatro João Mota, Sesimbra, 21h30

7Sábad

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OqueStrada com novo espetáculoOs OqueStrada apresen-tam o segundo álbum de originais.O trio Marta Miranda, João Lima e Pablo toca ao vivo “AtlanticBeat Mad’in Portugal”, trabalho que dá continuidade ao beat acústico da banda, agora amadurecido por uma dúzia de anos em estradas nacionais e internacionais.O concerto integra-se numa digressão nacional.

Forum Luísa Todi, Setúbal, 21h30

7Sábad

o

Solistas da Metropolitana dão concertoOs solistas da Metropolitana apresentam neste concerto um programa que vai desde a English Consort Music do Sé-culo XVI da corte da Rainha Elisabeth I, passando pela famosa Suite Barroca Water Music, de George Friedrich Haendel.Teatro Joaquim D´Almeida, Montijo, 21h307Sába

do

Músicas do Alentejo “Entre Cante e Piano – Uma Música do Alentejo” é um concerto invulgar no âmbito da música de câmara con-temporânea, onde são interpretadas modas do cancio-neiro tradicional alentejano e canções originais ao estilo da tradição do cante, pelas vozes de Joaquim Soares e Pedro Calado.

7Sábad

o

D.A.M.A com casa esgotadaOs D.A.M.A., de Lisboa, que se destacam pelas suas canções contagiant-es, empatia com o público e energia das atuações ao vivo, com este concerto, pretendem transmitir uma mensagem positiva ao público que esgotou o concerto do Barreiro.

Forum Cultural da Baixa da Banheira, 16 horas

Auditório Augusto Cabrita, Berreiro, 21h30

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POLÍTICA

NAS RECENTES legislativas para o parlamento da Grécia, a NOVA DEMOCRACIA e o PASOK, parti-dos que governaram rotativamen-te o país e que no último manda-to eleitoral estiveram coligados no poder, tiveram uma séria derrota, passando de 2/3 para 1/3 dos vo-tantes. No caso do PASOK, o re-sultado foi desastroso com cerca de 5% dos votos!

As políticas de austeridade ge-radoras de crescente empobre-cimento e eliminação de classe média com um nível inaceitável de índices de desemprego, de par

com cortes de salários e pensões, arrasou qualquer esperança no futuro.

Os resultados alcançados por partidos dos extremos, da esquer-

da e da direita, eram há muito previsíveis face às políticas se-guidas e ao desencanto dos ci-dadãos pelos chamados partidos tradicionais que foram os atores diretos da aplicação dessas po-líticas.

Qualquer que seja a avalia-ção da análise que se faça sobre os resultados do processo elei-toral ocorrido na Grécia, há, por isso, duas consequências que se impõem retirar – a condenação pela esmagadora maioria dos ci-dadãos das políticas de austeri-dade seguidas e a grave penali-

zação sofrida pelo PASOK.Em função desta evidência e

do quadro económico existente em Portugal e da previsível vitó-ria do PS nas próximas eleições legislativas, qualquer defesa da coligação deste partido com a di-reita não é sustentável.

Pelas razões expostas e pela óbvia necessidade do PS ter de apresentar um projeto que rom-pa com as políticas em curso.

Romper com as políticas em curso significa ter uma estratégia coerente para a afirmação de Por-tugal no mundo, definir com cla-

reza o papel do Estado e as fun-ções soberanas, reavaliar a natu-reza das empresas estratégicas e a forma de preservar uma influên-cia do domínio nacional nelas, aten-der à priorização do combate ao desemprego, ao crescimento, à de-fesa dos princípios do socialismo democrático nos domínios da igual-dade da dignidade do trabalho e da justa repartição do rendimen-to, reavaliando ainda a forma do cumprimento da dívida.

Estes são os ensinamentos que se devem retirar do que ocorreu na Grécia.

Os ensinamentos da Grécia

Vitor RamalhoAdvogado

A Federação de Setúbal do PS realiza este sábado, às 15h30, no Hotel Sado, em Se-túbal, a conferência “A Década de Setú-bal”, com António Vitorino, Jorge Coe-lho, Paulo Pedroso e Vieira da Silva, os

últimos cabeças de lista do PS no distri-to legislativas. A conferência visa deba-ter a Agenda para a Década que será de-clinada no futuro programa de Governo do PS em eleições legislativas.

Prosseguem no dia 9, as Jornadas Ecolo-gistas do Distrito de Setúbal, promovidas por “Os Verdes”. Depois das últimas ini-ciativas que percorreram os concelhos de Almada, Barreiro e Moita, as jornadas

decorrerão em Palmela, e terão como ob-jetivo abordar os seguintes temas: aces-so à saúde, mobilidade e transportes pú-blicos, educação, produção e consumo local e, ainda, recursos hídricos.

Conferência junta cabeças de lista do PS Jornadas dos Verdes decorrem em Palmela

Deputados ‘rosa’ apelam ao Governo para defender agricultores e rendeiros

Os deputados do PS eleitos por Setúbal estão preocupados com o futuro da Herdade da Compor-ta, que já foi vendida pelo BES In-vestimento. Nesse sentido, aca-bam de questionar o Governo, atra-vés de requerimento entregue na Assembleia da República, sobre a situação dos agricultores e ren-deiros que vivem e trabalham na-quela Herdade com 12 mil hecta-res, que se estendem pelos con-celhos de Alcácer do Sal e Grân-dola, onde vivem cerca de 2 mil pessoas.

Nas perguntas endereçadas às ministras de Estado e das Finan-ças, Maria Luís Albuquerque, e da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, os socialistas Vieira da Sil-va, Eduardo Cabrita, Eurídice Pe-reira, Ana Catarina Mendes e Ca-tarina Marcelino, questionaram as governantes se tiveram conhe-cimento da situação da Herdade da Comporta, particularmente no que diz respeito «aos agricultores que ali exercem atividade e aos rendeiros que mantêm um víncu-lo à propriedade» e se têm «cons-

ciência da realidade social exis-tente no perímetro territorial da Herdade, da sua expressão demo-gráfica, bem como dos vínculos habitacionais», questionando ain-da sobre que medidas se ponde-ram levar a efeito «dentro dos li-mites da lei e das competências do Governo, no sentido de asse-gurar a continuidade da ativida-de da comunidade agrícola da Her-dade da Comporta.

Processo não pode ser desligado das medidas

aplicadas ao BES

Os deputados recordam que as perguntas endereçadas às minis-tras têm presente a rejeição do pe-

dido de gestão controlada da Rio Forte pelo Tribunal do Comércio do Luxemburgo, e a consequente liquidação dos ativos da Rio For-te, considerando os socialistas que, embora esta realidade, «extravase os normais limites de intervenção do Governo, não pode a mesma ser desligada do processo decorrente das medidas de resolução aplica-das ao BES, atento o complicado novelo das relações societárias exis-tentes entre os seus acionistas, no-meadamente a Rio Forte».

De salientar que o Grupo Par-lamentar do PS, representado pe-los deputados Eurídice Pereira e Miguel Freitas, visitou a referida Herdade, em dezembro último, para se inteirarem da realidade daque-

la que é considerada «uma das maio-res propriedades» do País, muito especialmente sobre a situação dos agricultores e rendeiros que ali vi-vem e exercem a sua atividade.

Na opinião de Eurídice Perei-ra, trata-se de um dos «mais im-portantes» ativos da Rio Forte, em-presa de topo do ramo não finan-ceiro do Grupo Espírito Santo. «Es-tamos na presença de um emara-nhado jurídico, tanto a nível do ar-rendamento rural, como ao nível da ocupação do território para fins habitacionais, que afeta uma imen-sa comunidade, que sempre ali vi-veu, e que, em face da insolvência da Rio Forte, vive agora numa gran-de ansiedade», sublinha a depu-tada.

Socialistas querem respostas dos ministérios das Finanças e da Agricultura no caso da Comporta

Os socialistas querem saber como vai ficar a situação dos agricultores e rendeiros da Comporta. Garantem que para além dos receios do futuro pode dar-se um problema social.

Texto António Luís

Deputada Euridice Pereira e dirigentes locais do PS em reunião com rendeiros da Herdade da Comporta

PSD acusa PS de “bipolaridade” no caso do terminal do BarreiroO PSD Barreiro sublinha que o PS à segunda, terça e quarta-feira «quer o terminal de contentores para o con-celho». Depois, à quinta e sexta-fei-ra diz que «o governo tem de parar imediatamente o processo, pois não tem legitimidade a 10 meses de elei-ções para tomar qualquer decisão».

Os ‘laranjas’ consideram que há muito que o PS «não sabe o que quer para o Barreiro, nem para o País, pois num dia diz uma coisa e nou-tro diz outra relativamente a mui-tas matérias», sendo o terminal de contentores para o Barreiro um for-te exemplo dessa inconsistência e dessa forma irresponsável de estar na política.

O processo do Terminal de Con-tentores é «longo», que carece de um conjunto «aprofundado de estudos técnicos, processo de avaliação am-biental e estudos económico-finan-ceiro. Que carece de investimento privado e de financiamento comu-nitário. Não há nenhum privado que vá investir se existirem dúvidas da viabilidade do investimento», argu-menta Bruno Vitorino, líder do PSD Barreiro.

Bruno Vitorino, líder da concelhia

DR

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DESPORTO

As Piscinas Municipais Carlos Mana-faia, em Sines, recebem, este sábado, a partir das 10 horas o 3º Torneio de Masters do Litoral Alentejano. A or-ganização da prova está a cargo do Clu-

be de Natação do Litoral Alentejano e conta com os apoios da Câmara Mu-nicipal e da Junta de Freguesia de Si-nes assim como da Associação de Na-tação do Alentejo.

O 1º Mini-Torneio de Futsal de Petizes 2015 tem lugar no próximo sábado, dia 14, pelas 14:45 horas, no Gimnodesportivo de Alco-chete. O evento organizado pelo Grupo Des-portivo Alegria no Trabalho da Barroca D’Alva

Futsal destina-se a atletas nascidos nos anos de 2008 a 2010 e conta com a participação do Clube organizador, Núcleo Sportinguis-ta de Alcochete e da Academia Desportiva, Infantil e Juvenil do Bairro Miranda.

Natação para Masters no Litoral Alentejano Torneio de Futsal para petizes anima Alcochete

INICIANDO-SE SOB o rótulo de União, em 1914, a Federação Por-tuguesa de Futebol, na condição de sucedânea, completou agora 100 anos e tentou fazer uma co-memoração multifacetada digna de tal efeméride.

Culminou um tal intento atra-vés de uma denominada Gala que decorreu na sala principal do Casi-no do Estoril, em 14/I p.p., reunin-do em tal sessão perto de 400 con-vivas, incluindo os controversos Presidentes da FIFA (Joseph Blat-ter) e da UEFA (Michel Platini).

Como Zénite do ciclo come-morativo achou por bem a F.P.F. atribuir um artístico troféu dos 100 anos a entidades e individualida-des escolhidas não se sabe bem por quem e conforme critérios pou-co menos misteriosos, destituídos de lógica nalguns casos mais fla-grantes que não prestigiaram a bem intencionada decisão fede-rativa.

E daí dizemos que a Gala co-memorou cem anos, sem lógica.

Houve graves omissões actos e de pessoas que toda a Imprensa se apressou a sublinhar.

Na Selecção do Século, atra-vés de complexa rotação, regista-ram-se fantasias quase ridículas ao colocar Germano como defe-sa-direito, que nunca o foi, o mes-mo acontecendo com o pujante Fernando Peyroteo como extre-mo esquerdo (!!) e o Eusébio como avançado centro, lugar que nun-ca jogou.

Foi manifesta a pouca cota-ção dispensada aos homens da 1ª metade dos 100 anos, não haven-do qualquer cotação de mérito a personalidades de vulto como Cân-dido de Oliveira, Jorge Vieira ou José Manuel Soares – “Pepe”.

Quanto às formações colecti-vas uma “amnésia” total à dos olím-picos de Amesterdão (1928) e aos Juniores Campeões Europeus, em 1961.

No âmbito dos treinadores, o modernismo “abafou” a memória sendo José Maria Pedroto a maior “vítima”.

E não se enalteceu o contribu-to de “A Bola”, a completar agora 70 anos nem tampouco, quanto a jornalistas, valores cimeiros como Vítor Santos, Alfredo Farinha, Ri-cardo Ornelas, Alves dos Santos, não se entendendo o porquê…

O ex-Presidente da F.P.F., Dr. Gilberto Madaíl, foi eleito como o “Dirigente do Século”, dando aso a uma certa controvérsia.

Entende-se a intenção por cau-sa do estado de saúde de quem, na verdade, muito pugnou pelo fute-bol português.

A hipótese Pinto da Costa não terá sido considerada face à “folha de serviços” do super-entusiásti-co Presidente do F.C. Porto, com demasiado coração ao céu da boca.

Em resumo: não foi feliz e mui-to menos elogiável a missão da “equipa” que decidiu sobre os pre-miados da “Gala dos 100 anos”.

Reconhecemos, sem custo, que uma acção eleitoral, deste tipo, abraçando um denso centenário, não é fácil e não deixa de ser vul-nerável a críticas. Mas- que dia-bo!- um pouco mais de bom sen-so e de lógica fizeram falta aos de-cisores.

Em 20114, daqui por 100 anos far-se-á melhor.

E em expressão de tom reli-gioso apetece-nos dizer: assim seja!

O que sucedeu em Janeiro/2015 não se deve repetir…

A Gala da F.P.F – cem anos, sem lógica

David SequerraColaborador

Parque Sant’Iago recebe milhares no corta mato

MAIS DE três mil atletas, oriun-dos de 87 escolas do distrito, dos escalões de benjamins, infantis, iniciados, juvenis e juniores, dis-putam esta quarta-feira, a partir das 10 horas, a fase distrital do Cor-ta Mato Escolar da Península de Setúbal, uma prova integrada no programa nacional de desporto escolar.

Depois da realização de oito corta-matos locais de preparação, os atletas do ensino público e pri-vado e das escolas profissionais da Península lutam por um lugar na fase nacional do evento que, este ano, se realiza na Guarda. Nas fases locais participaram perto de seis mil atletas sendo que cerca de 300 jovens integraram o escalão de benjamins, uma novidade na edição deste ano que pretende alar-gar o corta-mato escolar «a todos os graus de ensino, nomeadamen-te ao primeiro ciclo promovendo a integração dos mais jovens na prática desportiva», explicou José Rocha, o coordenador do despor-to escolar da Península de Setú-bal. A integração de alunos a par-tir dos sete anos neste corta mato escolar terá no entanto uma clas-sificação mista.

A atleta olímpica Naíde Gomes é madrinha

A atleta olímpica Naíde Go-mes é a madrinha da prova e es-teve presente na apresentação do corta mato que decorreu na Casa da Baía, esta quarta-feira, e recordou os tempos em que começou a praticar atletismo. «Foi no corta mato escolar que eu comecei», disse a atleta que admitiu não gostar muito des-se tipo de prova, mas que asse-gura ter sido essa a sua porta de entrada para o desporto de alta competição. «Tive a sorte de que algumas pessoas repa-rassem no meu potencial nes-sa altura e foi isso que me le-vou até onde cheguei.»

O evento conta ainda com a participação de algumas deze-nas de jovens alunos de vários cursos profissionais das escolas do concelho que colaboram na organização assim como um con-junto de entidades que promo-vem um festival de desporto onde serão apresentadas várias ativi-dades desportivas que os alunos participantes no corta mato po-dem experimentar depois da cor-rida. Lutas, boccia, kayak polo ou bridge são alguns dos desportos que estarão em demonstração numa zona perto do local da pro-va. A preparação para a corrida conta também com o apoio do ginásio Profitness que vai aju-dar os jovens atletas a “fazer o aquecimento”.

Prova vai contar com mais de três mil atletas de 87 escolas da região

DR

É a prova raínha do atletismo escolar, nas classes de benjamins, infantis, iniciados, juvenis e juniores. O tiro de partida é esta quarta-feira e integra-se no programa nacional de desporto

Texto Marta David

Jogos do Sado arrancam dia 22A 13ª edição dos Jogos do Sado co-meça dia 22 de Fevereiro com a ce-rimónia de abertura a decorrer, à semelhança do ano passado, no Fó-rum Municipal Luísa Todi com apre-sentações de classes desportivas e momentos culturais.

Os Jogos do Sado são uma ini-ciativa da Câmara de Setúbal que conta com a participação de vários clubes e associações e que tem como objetivo levar a prática desportiva a toda a população tirando partido

não só dos espaços desportivos mu-nicipais como também das áreas naturais do concelho, nomeada-mente o rio Sado e a Serra da Arrá-bida.

Na edição passada foram bati-dos todos os recordes de participa-ção nas várias atividades, que vão desde o desporto adaptado às gran-des competições internacionais, como é o caso da Taça do Mundo de Águas Abertas ou do Campeo-nato da Europa de Biatle

Vitória nas meias da Taça da Liga

O VITÓRIA de Setúbal é um dos semifinalistas da Taça da Liga depois de ter sido o vencedor do grupo C com oito pontos e ter eliminado o Sporting que, à partida, seria o candidato na-tural à passagem, e vai defron-tar o Benfica, no próximo dia 12, no estádio da Luz, a partir das 16 horas.

A equipa treinada por Bru-no Ribeiro, que enquanto joga-dor contribuiu para a conquis-

ta da primeira edição desta com-petição, não perdeu nenhum jogo na fase de grupos e carim-bou o passaporte para as meias--finais com um triunfo por três bolas a zero frente ao Boavista na noite de quarta-feira, no es-tádio do Bonfim.

O treinador sadino sabe que a tarefa nas meias-finais não é fácil, mas garante que a equipa vai responder de forma positi-va e tentar voltar a conquistar

um lugar na final. «Temos his-tória nesta taça e queremos che-gar à final. Sabemos que é mui-to difícil. O Benfica é uma das equipas com melhor futebol em Portugal, mas nós também te-mos valor», disse o técnico no final do encontro com os axa-drezados.

A outra meia-final disputa--se entre o Marítimo e o Futebol Clube do Porto, no estádio dos Barreiros, na quarta-feira.

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NEGÓCIOS

Lisnave fechou 2014 com 92 navios oriundos de 21 países

OS ESTALEIROS navais da Lis-nave, na Mitrena, confirmaram, no ano passado, a estabilidade da sua atividade, tendo reparado 92 na-vios, de 52 clientes, oriundos de 21 países. Uma performance conse-guido apesar das limitações do mercado e da forte competição in-ternacional.

Na avaliação da atividade, a Lisnave, que está inserido na eli-te dos grandes estaleiros de repa-ração naval do mundo, registou, em 2014, uma ligeira redução no número de navios reparados, em comparação com o ano anterior, mas conseguiu, segundo a sua ad-ministração «manter um nível con-siderável de ocupação das suas docas e de trabalho realizado, de-vido a um aumento de navios com reparação de maior vulto».

Singapura com 27 navios e a Grécia com 18, foram os países com o maior número de navios repa-rados nos estaleiros da Mitrena, seguido da Alemanha, com 8 na-vios, Hong-Kong com 5 e a Dina-marca e a Inglaterra com 4 navios cada. «Importa realçar os clientes “repeated business” que continuam

a confiar nos estaleiros Da Lisna-ve para a reparação e manuten-ção dos seus navios, reconhecen-do desta forma a qualidade do tra-balho aqui desenvolvido», refe-rem os responsáveis da empresa.

Singapura na linha da frente, com 27 navios reparados

Segundo as mesmas fontes, as empresas que mais procura-

ram a Lisnave foram a TEEKAY MARINE que docou 12 navios e a A.P. MOLLER, que docou 6. Também foram feitas grandes reparações em navios da EN-TERPRISES SHIP AND TRADING com 5 navios e a AET SHIPMA-NAGEMENT com 4.

A Lisnave com o seu know--how reconhecido pelos seus clientes, que têm relevado gran-de fidelidade, reparou diversos

tipos de navios, mas o seu seg-mento tradicional de activida-de continua a ser os petroleiros, que contribuem significativa-mente para o volume de traba-lho. Só no ano passado, foram reparados na Mitrena 67 petro-leiros. De assinalar também a re-paração de 8 porta-contentores, 6 navios graneleiros e 3 LPG (na-vios de transporte de gases de petróleo liquefeitos).

Atividade da empresa em 2014 assegurou grande estabilidade dos estaleiros da Mitrena

DR

Os estaleiros da Mitrena continuam a honrar a reparação naval portuguesa. Mesmo com a forte concorrência internacional, a Lisnave conseguiu resultados que garantiram a estabilidade da empresa e da sua atividade.

Distrito reduz insolvênciasem Janeiro

O DISTRITO de Setúbal registou 27 insolvências durante o mês de Janeiro, segundo dados revelados Instituto Informador Comercial, o que representa um decréscimo face a igual período do ano pas-sado e de 2013. Em Janeiro de 2014, a região registou 34 casos e 35 no ano anterior, o que traduz uma va-riação de 20,59%.

O comércio por grosso e o co-mércio a retalho, exceto de veícu-los automóveis e motociclos, fo-ram os sectores mais atingidos, segundo o Instituto Informador Comercial. Recorde-se que o Cen-tro de Estudo disponibiliza a evo-lução diária do número de Insol-vências registadas em território nacional, com segmentação geo-gráfica, por sector de atividade e respetivas comparações com pe-ríodo homólogo.

A informação utilizada resul-ta do processamento diário de to-dos os anúncios de Ação de Insol-vência publicados no Portal Ci-tius e em Diário de República.

A docagem de navios em 2014 resultou em reparações mais

demoradas e de maior vulto

A JMF, em Azeitão, celebra o Dia dos Na-morados proporcionando uma agradável experiência aos namorados que queiram passar dia diferente, ficar a conhecer a his-tória da empresa e usufruir de um jantar

romântico em restaurantes de norte a sul. No dia 14 pode surpreender a sua cara--metade com uma visita à Casa Museu, onde será oferecida uma visita guiada e uma prova de vinhos aos namorados.

O Sesimbra Hotel & Spa convida os visi-tantes a conhecerem o Carnaval da re-gião e a participarem na festa que o ho-tel organiza a 14 e a 16 deste mês, agora beneficiando de desconto de 10 por cen-

to. O programa disponível a partir de 76,50 euros por pessoa, inclui estadia em quar-to com vista para o mar, jantar buffet com bebidas incluídas e baile com atuação da banda Casablanca 4 Tet.

JMF celebra Dia dos Namorados Folia do Carnaval no Sesimbra Hotel & Spa

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Texto Anabela Ventura

Jornal “Raio de Luz” apaga 40 velas

O JORNAL “Raio de Luz”, de Sesim-bra, está a festejar os 40 anos de exis-tência, tendo decorrido, no dia 31 de Janeiro, em Sesimbra, a abertura das comemorações.

O diretor António Marques afir-mou que «quando hoje pegamos no pequeno exemplar do jornal, nesta ideia-sonho materializada e olhamos à nossa volta, tomamos consciência da verdadeira força da palavra e da persistência de várias pessoas que foram passando pela direção do jor-nal e pelas suas páginas».

E referência ao crescimento do jornal, disse: «hoje deparamo-nos com a gestão de dois edifícios com 1 800 metros quadrados. É, sem dú-vida, o milagre da multiplicação».

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Escadinhas da Horta no Marco, Nº 1 (Á estrada da Baixa de Palmela), 2900-402 SetúbalEmail: [email protected] • Telef: • 265 571 677 • Telem: 933 771 136 t

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Sábado • 7 fevereiro 2015 • www.semmaisjornal.com 13

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HOJE em dia vivemos no mun-do da estratégia. Tudo o que se procura é uma nova estratégia, ou mesmo corrigir a estratégia. E vai daí nada melhor que um de-nominado Plano Estratégico. E de preferência que seja um novo plano estratégico, como se a es-tratégia envelhecesse num hori-zonte temporal de curto prazo e nos empurrasse para a emergên-cia duma estratégia assente na descoberta de novos dados, nova axiomática determinante e a ques-tionar o ancilosamento de ma-téria conhecida e redundante-mente obsoleta.

Ainda sou do tempo dos ob-jetivos gerais, dos objetivos es-pecíficos e objetivos comporta-mentais, quando parte da minha vida, numa fase inicial, esteve li-gada à educação. Depois seguiu--se a necessidade do planeamen-to, da metodologia e da tática, das ferramentas, das metas, das fi-nalidades e da operacionaliza-ção, associados a uma linguagem de economista e da inerente ne-cessidade da perspetiva dum qua-dro macroeconómico e da defi-nição de ações micro para a con-cretização de certas políticas. Mais tarde numa fase evoluída

quiseram vender-me a oportu-nidade da aplicação duma abor-dagem empresarial de balanced scorecard. Confesso que fiquei baralhado ao mesmo tempo que tentei encontrar alguma simila-ridade com muito do que tinha feito ao longo da minha vida pro-fissional, procurando correspon-dência com uma monitorização sistemática e continuada da im-plementação de determinado pro-jeto com alocação de diversos re-cursos, mas de todo fui desmen-tido nessa asserção simplista, pois aquilo era qualquer coisa de exigente e complexa que não se compaginava com ideias e prá-ticas antigas.

Como quem quer permane-cer atualizado e empenhado em contribuir para um mundo novo, com mais futuro do que passa-do, mas considerando a pertinên-cia do presente, procurei o éti-mo da palavra estratégia num di-cionário batido pelos anos mas que julgo devidamente capaz de responder às minhas dúvidas. Confiro que estratégia é em sua um estratagema, ligado a uma ciência que ensina a organizar o plano de operações militares. Por sua vez estratagema é definido

como ardil empregado na guer-ra para combater o inimigo, as-túcia, subterfúgio, fingimento.

Bem sei que está na moda pro-curarmos o termo inglês de es-tratégia (strategy) para explicar-mos que este vai muito além do que afinal nos pode dizer a pala-vra aportuguesada, insuficiente para o alcance das nossas inten-ções. Mas seja como for, mais ba-ralhado fico, apesar de igualmen-

te saber que é de bom-tom ser-virmos dum vocabulário antes usado nos meios militares para nos sairmos bem e com rasgo no papel de gestores desta nova era. Assim é na descoberta da logís-tica como determinante e essen-cial, englobando a própria cadeia de transporte e tornando-se pri-mazia na discussão, quando an-tes a mesma era uma comple-mentaridade que tomava lugar em nós necessários à facilitação da carga num processo de inter-modalidade. E dum momento para o outro toda a gente fala na emergência da logística como um desiderato a cumprir num país que é uma plataforma mundial onde se cruzam todos os desti-nos.

Pois bem, acreditemos que te-mos que melhorar o tal dicioná-rio e que, de todo a estratégia não se resume a “fingimento”, nem tão pouco “astúcia” e que sirva de facto os objetivos principais das organizações, trazendo algo de novo e proveitoso no dese-nhar de caminhos inovadores tão necessários ao despiste de no-vos negócios geradores de rique-za, de crescimento e de empre-go, preocupações maiores duma sociedade que deve receber o con-tributo ativo da empresa ou da organização.

Nesta altura de início de ano, parece-nos oportuna uma refle-xão generalista sobre o rumo duma sociedade à deriva mais vi-rada para a astúcia (a tal estra-tégia) e menos virada para o apro-veitamento do conhecimento acu-mulado. Este bem mais certo, mais barato e com menos falibilida-de, porque mais aderente à rea-lidade.

Não somos dos que pensamos da dispensabilidade da estraté-gia numa organização. Não ali-nhamos, no entanto, numa prá-tica do esgotamento da estraté-gia no curto prazo e somos dos que perfilham uma ação conse-quente e determinada, que leve a resultados concretos e adequa-damente, mensuráveis. Não so-mos, em suma, daqueles que à falta de fazerem qualquer coisa, procuram a novidade nas coisas velhas que não fizeram.

No reino da estratégia cus-ta-nos assistir à redundância na identificação de tantos projetos, que sendo necessários e urgen-tes, se perpetuam sobrepostos em qualquer secretária de deci-sores maiores dos nossos des-tinos. Projetos ressuscitados pela sacudidela do bolor dos dias, que são sempre para fazer no dia se-guinte mas que permanecem adiados.

No reino da estratégia

José António ContradançasEconomista

“ Não somos daqueles que à falta de fazerem qualquer coisa, procuram a novidade nas coisas que não fizeram

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OPINIÃO

Ficha técnicaDiretor: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Pequeno fim ao período de nojo

DESDE QUE estalou o caso So-crátes que, julgo, deixou estupe-fato meio mundo e outro meio a rir-se de contentamento, em-preendi uma espécie de ‘perío-do de nojo’.

Nunca morri de amores pela figura de José Socrates e disso dei nota em alguns dos meus es-critos públicos. Mas continuo a afirmar que o seu primeiro man-dato como primeiro-ministro foi muito positivo, reformista em muitas áreas e corajoso noutras tantas.

E também é verdade que foi - disso não haverá grandes dú-vidas - o político português, pós-25 de Abril, mais aviltantemen-te atacado. Dos boatos às men-tiras, das acusações infundadas e ataques pessoais à infâmia e aos abusos da comunicação, ape-nas restou pouco mais que es-puma.

Agora está preso. E é alvo de todas as tiradas, uma espécie de bobo da corte.

Mas o essencial é que parte deste recambolesco caso está pe-jado, como parece já ser público e notório, de ilegalidades judi-ciais e da cavalgada de alguma comunicação social. Não há acu-sação oficial e a sua reclusão pre-ventiva está deficientemente ala-vancada pelos preceitos vigen-tes nas leis jurídicas do nosso Es-tado democrático.

Parece claro que a investiga-ção do Ministério Público está manca e parece claro que o Juíz de Instrução quer-se passar por justiceiro da nação. Há, a ver va-mos, muito ódio a destilar nas mentes de quem tem por obri-gação de zelar pelos direitos e ga-rantias dos arguidos, inocentes até prova do contrário. E, claro, fazer justiça, em caso de culpa dolosa.

Mas, para já, parece óbvio que Sócrates foi detido e enviado para a cadeia sem provas já fundadas. Prendeu-se para prosseguir a in-vestigação, nada mais contrário às premissas do processo penal.

Para muitos, José Sócrates é uma espécie de «diabo à solta’, ca-paz das maiores atrocidades. Um crápula e um ser humano exacrá-vel. Utilizo os termos que tenho ouvido até da parte de pessoas que estimo e reputo de bem formados. A explicação reside no facto de Só-crates ter uma natureza muito sin-gular. O tal ‘animal político’, ca-paz de gerar ódios e amores.

Mas a verdade é que tudo isto poderia ser uma grande lição para a Justiça e para a política e polí-ticos, que tantas indolências têm deixado na opinião pública. Bas-taria cumprir-se os quesitos da lei e fazer justiça sem rancores. Agora qualquer desfecho é pe-noso. Sócrates já foi condenado e mesmo que não o seja, será o descrédito da Justiça.

EDITORIALRaul Tavares

DESDE QUE existe a espécie hu-mana, existem processos de edu-cação e formação que permitem a transmissão de um conjunto de valores, saberes e competências que asseguram a integração dos indivíduos nos sistemas sociais, políticos, económicos e culturais.

A institucionalização dos pro-cessos educativos e formativos de-corre, em boa medida, da criação da escola.

Terá sido na sequência da se-dentarização que surgiram na Su-méria as primeiras cidades, as pri-meiras civilizações, e com elas os processos de escolarização. Tam-bém no Antigo Egito verificamos a ocorrência desta realidade. Num e noutro caso, começaram por ser espaços reservados às elites.

No século quinto antes de Cris-to, Atenas converteu-se no expoen-te máximo da civilização clássica. Aí o estatuto de cidadão, que esta-va reservado a pouco mais de 10% da população, dependia da frequên-cia escolar.

Ao longo da Idade Média, da Idade Moderna e em boa parte da Idade Contemporânea o acesso à escola manteve-se como luxo re-servado aos mais elevados estra-

tos sociais. Só membros da nobre-za, do clero e da mais alta burgue-sia podiam aceder ao privilégio da escolarização.

As crianças dos meios socioe-conómicos mais desfavorecidos, eram considerados como meros agentes do sistema produtivo, adultos em miniatura, parte in-tegrante da economia agrícola e industrial, permanecendo nessa condição até serem resgatadas pelas escolas.

Foi na segunda metade do sé-culo XIX, mas sobretudo a partir do início do século XX, que se co-meçou a assistir a uma progres-siva generalização do sistema es-colar, estendendo-se a um núme-ro de crianças e jovens que se ia progressivamente ampliando.

Os investimentos na educa-ção e formação estiveram, qua-se sempre, associados a progres-sos civilizacionais. Ao longo do século XX, a escola transformou--se num espaço heterogéneo, que permitia alguma mobilidade, fun-cionando como um elevador so-cial para aqueles que se distin-guiam pelo mérito.

Já em pleno século XXI, po-líticas europeias, como a estra-

tégia Europa 2020, preveem a priorização do reforço do inves-timento na educação, formação e aprendizagem ao longo da vida, como fatores fundamentais para promover a dignidade humana, o desenvolvimento e combater o desemprego.

Radicalmente contrária a es-tes princípios tem sido a ação po-lítica do governo PSD/CDS. Em 2015, o maior corte da despesa do Estado ocorrerá no Ministé-rio da Educação e Ciência, apre-sentando uma diminuição de 704,4 milhões de euros face ao ano pas-sado (menos 11,3%). Desde que Passos Coelho, Portas e Crato to-maram posse, os montantes com que o Estado financia a educa-ção foram brutalmente reduzi-dos.

As condições de funciona-mento dos estabelecimentos de educação e formação tornaram--se absolutamente miseráveis. Comprometida ficou a escola pú-blica, sem recursos para fazer face às despesas correntes, mendigan-do para sobreviver ao quotidia-no.

Assiste-se a um retrocesso ci-vilizacional e cultivam-se novas

formas de barbarismo, para as quais se empurram os membros de famílias mais pobres.

Quem tem mais recursos opta, quase sempre, por colocar os seus filhos em colégios e escolas par-ticulares, que se constituem como novos territórios de segregação, reinventando os privilégios e a elitização de outros tempos.

As políticas de austeridade cega, a fantasia de ir além da Troi-ka e a insensibilidade do “custe a quem custar”, constituíram op-ções ideológicas que condena-ram a maioria das crianças e jo-vens a uma escolarização subfi-nanciada, naturalmente limita-da na sua capacidade de assegu-rar condições mínimas de equi-dade, justiça e coesão social.

Importa mudar este estado de coisas! Temos de devolver à es-cola a sua vocação, voltar a fazer dela um dos pilares da civiliza-ção, de uma sociedade mais jus-ta, pacífica e sustentável.

O Orçamento de Estado e a Educação —— da Civilização ao Barbarismo

João CouvaneiroProfessor do Ensino Superior

EDUCAÇÃO & CIDADANIA

OS DADOS sobre pobreza, relati-vos ao ano de 2013, publicados pelo INE a semana passada, demonstram bem e sem margem para dúvidas que a política de austeridade esco-lhida e prosseguida pelo atual Go-verno teve implicações graves no aumento da pobreza em Portugal.

É bom recordar que em Outu-bro de 2011 Passos Coelho afirmou que “só vamos sair desta situação empobrecendo em termos relati-vos e mesmo em termos absolu-tos”. E foi este o rumo que a coliga-ção PSD/CDS deu ao país.

Nesta legislatura o Governo op-tou por diminuir o rendimento dos portugueses e das portuguesas. Re-duziu e cortou as prestações so-ciais e de solidariedade atribuídas aos mais pobres, reduziu as pen-sões e outras prestações aos ido-sos como é o caso do CSI - com-plemento solidário para idosos cujo número de beneficiários decres-ceu 25.174 entre 2010 e 2013, levou a cabo o “enorme” aumento de im-postos sobre o rendimento do tra-balho e reduziu os salários na ad-ministração pública.

Estas medidas levaram a uma

retração da economia, que por sua vez levou a um aumento sem pre-cedentes do desemprego em Por-tugal que atingiu no ano de 2013 17,7% e a uma emigração forçada de milhares de portugueses e por-tuguesas.

Os dados do INE revelam que ao risco de pobreza em Portugal, depois das transferências sociais, atingiu os 19,5%, um aumento de 0,8% relativamente ao ano de 2012 e 1,5% relativamente a 2010. Assis-timos a uma regressão de 10 anos, depois do ano de 2003 nunca mais se tinha registado um risco de po-breza igual ao do ano de 2013. No Distrito de Setúbal o valor é de 20%.

Mas estes dados são ainda mais reveladores quando falamos de

crianças e idosos. O risco de po-breza entre as crianças e jovens aumentou para 25,6%, o que equi-vale a 470.000 crianças. Em ape-nas dois anos registou-se um au-mento de risco de pobreza entre os mais novos de 3,8%.Quanto aos idosos, onde o peso das trans-ferências sociais é o mais signi-ficativo, o risco de pobreza atin-giu os 15,1%, mais 0,5% que em 2012, atingindo hoje cerca de 310 mil idosos.

Podemos afirmar que houve um aumento do risco de pobreza e um agravamento das condições de vida de todos os grupos etários, com es-pecial incidência nas famílias com filhos. Mais de 38% das famílias mo-noparentais encontram-se em ris-co e também entre as pessoas com trabalho há um aumento face a 2012 de 0,2% e a 2010 de 0,8%.

No debate do Orçamento de Es-tado para 2015, face a esta realida-de vivida no país, o Partido Socia-lista apresentou propostas de au-mento no abono de família, nomea-damente nas crianças que vivem em famílias monoparentais e o pro-longamento do subsídio social de

desemprego. E o que fez a maioria de direita? Chumbou todas as nos-sas propostas.

É ainda importante referir que também a desigualdade na distri-buição de rendimentos, um dos maiores problemas estruturais do nosso país, aumentou em 2013. Os rendimentos da população com mais rendimentos é 11,1 vezes superior ao rendimento da população mais pobre.

Passos Coelho em Dezembro de 2014 proferiu a sua frase bom-bástica que tanta tinta fez correr “ao contrário do que era o jargão popular de que quem se lixa é o mexilhão, de que são sempre os mesmos (…) desta vez todos con-tribuíram e contribuiu mais quem tinha mais, disso não há dúvida”. Era bom que Primeiro-ministro, o PSD e o CDS/PP assumissem de uma vez por todas que este foi con-victamente o caminho que esco-lheram, ideologicamente susten-tado e sem contemplações, da des-valorização do valor do trabalho e de um empobrecimento gene-ralizado dos mais pobres e da clas-se média.

Os números da pobreza regrediram uma década

Catarina MarcelinoDeputada PS

Page 15: Semmais 7 fevereiro 2015

Sábado • 7 fevereiro 2015 • www.semmaisjornal.com 15

NO DIA 12 de Fevereiro o Teatro Municipal Joaquim Benite rece-be uma conferência mais ou me-nos internacional organizada pela Artemrede. Como ninguém se lem-brou de convidar-me para ir, não vou. De facto, o que é que teria para dizer sobre as matérias que lá se-rão tratadas o tipo com a respon-sabilidade de programar o TMJB e o maior festival de teatro do País? Vou guardar o próximo dia 12 para fazer alguma coisa bem mais agra-dável do que assistir a uma con-ferência destas: arrancar um den-te, por exemplo.

Na verdade não sou – graças a Deus – lá grande especialista nas negociatas como aquelas que a Ar-temrede apadrinha. Da última vez que desfolhei o seu cardápio de espectáculos (“desfolhei” mesmo, com as páginas a caírem direiti-nhas no cesto dos papéis) dei-me vagamente conta do ecletismo da sua oferta cultural. Por acaso, con-tadores de anedotas não têm.

Diz-se à boca pequena que pa-gam tarde e a más horas aos ar-tistas. É o que se diz, porque eu não sei – nem me interessa. O que me interessa, já agora, com a res-ponsabilidade que tenho na ges-tão de alguns (parcos) fundos pú-blicos, é deixar clara a minha po-sição (mesmo que me a não pe-çam) quanto aos princípios que sustentam a criação de um gré-mio desses.

Se há artistas que fazem espec-táculos, e se há teatros que os pro-gramam, e se há pessoas que são pagas para programar esses tea-tros, então para que é que há-de haver um agente a ganhar dinhei-ro com isso tudo, pelo meio? Que critérios estarão na base da esco-lha daqueles espectáculos que se impingem, mais ou menos disfar-çadamente, aos dirigentes muni-cipais que programam os auditó-rios das suas terras? Já alguém terá reparado, por exemplo, que fica sete vezes mais barato trazer a Or-questra Gulbenkian a Almada, ou

ao Montijo, ou a Sobral de Monte Agraço, do que apresentar “As aventuras do Palhaço Pim” para ensinar as crianças a lavar os den-tes? Bem sei que no que toca às artes performativas a antropolo-gia vai estando na moda – e se há coisa que preocupe os dignitários da dita rede, essa coisa é a peda-gogia. Projecto que não envolva um serviço educativo não é flor que se cheire, não é? Se a Arte não servisse para educar, então servi-ria para quê? Eu cá acho que ser-ve, entre outras coisas, também para inquietar. Quando se fala em envolver a comunidade nas acti-vidades do seu teatro municipal, parece-me mais proveitoso pôr as pessoas a ouvir a nona do Chos-takovich do que ensiná-las a dan-çar o vira e depois vender bilhe-tes aos familiares e amigos que lá vão vê-los.

Estas coisas que aqui escrevo, já as disse alto e bom som, a quem me perguntou a minha opinião so-bre o tema. A última vez foi numa reunião de programadores que o Miguel Lobo Antunes organizou num auditório da Moita, salvo erro, já lá vão uns cinco anos. Quiçá por essa razão não me chamaram ago-ra ao concílio.

Por isso, no dia 12, ficam já a saber que se ligarem para o tea-tro de Almada eu não estou: fui ao dentista. A única dúvida que te-nho é se hei-de, ou não, pedir anes-tesia.

PS - Como devem ter suspeitado, “As aventuras do Palhaço Pim” não existe (espero eu).

Quem vem à rede

Rodrigo FranciscoDiretor da CTA

E UMA semana após o “Tsuna-mi” Syriza o mundo parece vol-tar a girar ao mesmo ritmo. A Ter-ra move-se em torno do Sol, e os dias se sucedem às noites e as noi-tes aos dias. Antes assim

Não, não é que devamos estra-nhar muito, aliás todos devemos es-tar lembrados do que aconteceu em França, quando François Hollan-de ia colocar a Sra. Merkel em sen-tido e uma semana depois de ga-nhar já andava aos abraços e beiji-nhos à dita e formosa senhora.

A verdade é que o que tem de ser tem muita força e, como diz o adágio popular, “uma andorinha não faz a primavera”.

Estava mesmo a ver-se: o Syri-za, imbuído de um bom espírito re-

volucionário, entoando o célebre “não pagamos” que a esquerda Por-tuguesa tanto defende (incluindo alguns responsáveis do PS que du-rante os últimos anos chegaram a defender essa tese em plena Assem-bleia da República - veja-se a irres-ponsabilidade dessa gente), teve de recuar face à iminência da perda do acesso àquilo com que se compram os melões - o dinheiro - o “vil me-tal”, os famosos euros.

Mas antes de analisarmos este recuo que parece deixar a direita eufórica, mostrando que o cami-nho que segue é, talvez não o me-lhor, mas simplesmente o único, quero chamar a vossa atenção para a euforia que se abateu sobre a es-querda Europeia, desde a vitória da dita esquerda radical na Grécia.

Nunca entendi o motivo de tan-ta euforia, porque sempre defendi que se queremos mostrar que al-guém está errado (desde que efec-tivamente esteja errado, claro) é dar--lhe condições de executar a sua ideia. Assim mostra à saciedade a sua incapacidade de actuar peran-te a realidade concreta.

Aliás, julgo mesmo que esta vi-tória do Syriza é a melhor notícia que a direita Portuguesa teve em muito tempo, porque as vãs pro-messas quais “El dourados” imagi-

nários, ficaram expostas e reduzi-das a quase pó, no simples espaço de uma semana. O tão propagan-deado “Não Pagamos” fica reduzi-do a um “OK, pagamos, mas vamos tentar negociar, ok?” e sempre de mão estendida para a Sra. Merkel.

E eu, fico satisfeito com isso? Claro que não.

Uma coisa é no campo argu-mentativo e poder responder a to-dos aqueles que utopicamente ven-diam “banha da cobra” como se fos-se o melhor produto do mundo, ou-tra, bem diferente, é aplaudir a po-lítica da Sra. Merkel, que tantas di-ficuldades nos tem feito passar e tudo apenas para alimentar a sua cada vez mais poderosa economia.

Como quase sempre, porque não sou fundamentalista de nada, estou um pouco a meio nos argu-mentos. E torço para que a Grécia

encontre um modelo de pagar a sua dívida, com crescimento e que os juros não asfixiem a sua economia, como o têm feito até aqui.

E torço para que Portugal, a Es-panha e a Irlanda (e talvez a Itália e mesmo a França) encontrem em conjunto com a Grécia, não a famo-sa conferência dos desalinhados, mas sim uma posição de força que obrigue a Europa, o FMI e, sobre-tudo a Alemanha a olharem para o problema da nossa dívida não como Países que não sabem tratar da sua vida e andam de mão estendida, mas sim como Países que necessitam da tão propalada entreajuda euro-peia, que se confina aos textos dos tratados e que essa mesma europa encontre um modelo que permita que esses Países cresçam com sus-tentabilidade, sem p garrote dos ju-ros leoninos que os asfixiam.

Paulo Edson CunhaVer. PSD/Seixal

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

Tsunami Syrisa

TURISMO SEMMAIS

EXISTE um comportamento de longo prazo. Uma espécie de so-matório de valores. Uma ideia de “como estar” e de “como fazer”. O comportamento é assim a origem e a razão do que nos acontece como país e como geração. Traços de comportamento evidenciam as-sim muitos dos resultados (ou da falta deles) que temos perante nós.

Um dos comportamentos que se salientam é a relação com o erro. Errar é natural (além de humano). Errar e aprender com o erro é, aliás, uma forma muito comum de evo-luir e progredir. E, até, de mudar.

Albert Einstein, um símbolo e quase um sinónimo de inteli-gência, dizia, se me permitem uma tradução livre e aproximada, que inteligente não é quem nunca erra mas sim quem não repete o mes-mo erro.

Um erro que não podemos re-petir é o erro da construção pela construção. A obra (equipamen-tos ou infraestruturas) sem qual-quer sustentabilidade. Ou melhor, a obra baseada na insustentabili-dade do nível de impostos que já pagamos.

Falta construir muita coisa? Claro que sim. Mas tem de ser ob-jeto de rigorosa avaliação e refle-xão. Para ser feito deve cumprir um serviço. Um serviço que seja necessário. E não uma qualquer fachada que esconde despesa pú-

blica. Chega de inutilidades sem público nem sentido.

Atrás deste erro vem um ou-tro, mais difícil de entender: o gos-to vácuo e superficial pelas inau-gurações. A ideia de que uma qual-quer construção é sempre uma so-lução. Vê-se. Dá nas vistas. Logo é útil. Será? Portugal precisa de in-vestimento público. E não de vai-dade pública.

O Portugal 2020 já está a re-petir o mesmo e estafado discur-so de ser a “ultima oportunidade”. Como se fosse alguma oportuni-dade ter centros históricos degra-dados, espaços culturais sem pú-blicos e equipamentos desporti-vos sem desportistas. Tudo espa-ços onde foram, antes, investidos largos milhões de euros. O QREN, lembram-se? A tal sigla que ia mu-dar Portugal. A pergunta que fica é: então porque é que não mudou?

Este novo tempo, o do Portu-gal 2010, com oportunidade ou sem oportunidade, tem de ser o mo-

mento da avaliação e do rigor. Tudo o que não tem pessoas ou inves-timentos será, a prazo, uma ruina. Uma ruina muito cara. O preço cha-ma-se IMI, IRS, e IVA. As três si-glas que sustentam o despesismo de sempre. E que tem de ser des-continuado.

Da próxima vez que quiser um novo espaço museológico ou uma piscina de última geração pergun-te-se, a si próprio, se está dispos-to a pagar a conta?

Se não está já sabe a resposta: utilizar melhor o que temos. E te-mos tanto. E tão desaproveitado.

Este é outro dos comportamen-tos que urgentemente precisamos. Reciclar não é apenas separar o lixo doméstico. É também rein-ventar os equipamentos e as in-fraestruturas das nossas cidades. Que são nossos. E só cumprem a sua função connosco.

Mais não é melhor. Mais di-nheiro não é desenvolvimento. Mais IMI, mais IRS e mais IVA não é futuro. Futuro é entendermos como nosso o espaço público. Afi-nal o espaço que pagámos. Sem cidadania somos apenas arrenda-tários pobres ao serviço dos pe-quenos, médios e grandes interes-ses. E das pequenas, médias e gran-des vaidades, claro.

Agora que sabe quem paga, esteja atento à próxima inaugu-ração.

Curso de comportamento e outras inutilidades

Jorge HumbertoColaborador

Sempre com a região, sempre pela região...

Page 16: Semmais 7 fevereiro 2015