semmais 20 junho 2015

16
Sábado 20 | Junho | 2015 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 860 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita semmais SOCIEDADE PÁGINAS 6 FEBRE DA CARRAÇA JÁ ATINGIU 34 PESSOAS DO DISTRITO EM TRÊS ANOS A investigação é recente, uma vez que os efeitos só se começam a notar num perío- do longo após o ataque do bicharoco. Pode ser mortal e está a merecer uma atenção especial dos especialistas do Instituto Ricardo Jorge. NEGÓCIOS PÁGINA 12 QUINTA DO PILOTO APOSTA FORTE NA VERTENTE DO ENOTURISMO A família Cardoso que gere os destinos da empresa vitivinícola Sivipa, em Palmela, não para de empreender. O seu novo proje- to dá pelo nome de “Quinta do Piloto”, na paradisíaca Serra do Louro, e é uma aposta forte no enoturismo. O ano dos Consagrados da Igreja Católica foi o mote para levar ao sado três dezenas de irmãs, frades e padres que fizeram votos de castidade, obediência e pobreza, numa entrega total a Jesus. Um convívio, sob a chancela do Papa Francisco. A jornada contou com a presença do Arcebispo de Roma, o espanhol D. José Carvalho, Bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis e o presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca. O Semmais e a Agência Ecclesia registaram a aventura, que teve missa a bordo e o baile dos golfinhos. REPORTAGEM PÁGINA 2 CONSAGRADOS DA DIOCESE DE SETÚBAL CELEBRARAM ENTREGA TOTAL NOS MARES DO SADO SOCIEDADE PÁGINA 3 REGIÃO VAI RECEBER AMBULÂNCIAS PARA MELHORAR SOCORRO Com o INEM sob fogo serrado, a região vai ver reforçados os meios de socorro. O Centro Hospitalar Barreiro/Montijo recebe um veículo de intervenção pré-hospitalar e há mais duas ambulâncias básicas para Montijo e Alcácer e uma moto para o Seixal

Upload: mediasado

Post on 22-Jul-2016

225 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Edição do Semmais de 20 de Junho

TRANSCRIPT

Page 1: Semmais 20 Junho 2015

Sábado 20 | Junho | 2015

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 860 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interditasemmais

SOCIEDADE PÁGINAS 6Febre dA cArrAçA jÁ AtINGIu 34 PeSSoAS do dIStrIto em trêS ANoSA investigação é recente, uma vez que os efeitos só se começam a notar num perío-do longo após o ataque do bicharoco. Pode ser mortal e está a merecer uma atenção especial dos especialistas do Instituto Ricardo Jorge.

NEGÓCIOS PÁGINA 12QuINtA do PIloto APoStA Forte NA verteNte do eNoturISmoA família Cardoso que gere os destinos da empresa vitivinícola Sivipa, em Palmela, não para de empreender. O seu novo proje-to dá pelo nome de “Quinta do Piloto”, na paradisíaca Serra do Louro, e é uma aposta forte no enoturismo.

O ano dos Consagrados da Igreja Católica foi o mote para levar ao sado três dezenas de irmãs, frades e padres que fizeram votos de castidade, obediência e pobreza, numa entrega total a Jesus. Um convívio, sob a chancela do Papa Francisco. A jornada contou com a presença do Arcebispo de Roma, o espanhol D. José Carvalho, Bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis e o presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca. O Semmais e a Agência Ecclesia registaram a aventura, que teve missa a bordo e o baile dos golfinhos.

REPORTAGEM PÁGINA 2

CONSAGRADOS DA DIOCESE DE SETúbAl CElEbRARAM ENTREGA TOTAl NOS MARES DO SADO

SOCIEDADE PÁGINA 3reGIão vAI receber AmbulâNcIAS PArA melhorAr SocorroCom o INEM sob fogo serrado, a região vai ver reforçados os meios de socorro. O Centro Hospitalar Barreiro/Montijo recebe um veículo de intervenção pré-hospitalar e há mais duas ambulâncias básicas para Montijo e Alcácer e uma moto para o Seixal

Page 2: Semmais 20 Junho 2015

2 | SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015

RELIGIÃO REPORTAGEM DO SEMMAIS EMBARCOU NO “VERTIGEM AZUL” COM OS CONSAGRADOS DA DIOCESE DE SETÚBAL

Devoção a Jesus nos mares do sado para ver golfinhos e celebrar a entrega totalTEXTO RAUL TAVARESIMAGEM SM

As consagradas da diocese de Setúbal embarcaram no “Ver-tigem Azul” e procu-raram no Sado o “mar da Galileia”. Uma viagem que o Sem-mais acompanhou, em exclusivo, com a Agência Ecclesia. Uma jornada em que reinou a alegria e em que espírito de missão e carisma cantaram mais alto. E até se celebrou missa, na ‘casa’ dos golfinhos, presidida por um arcebispo de Roma.

O tempo não estava de feição, mas a contagiante alegria das ir-mãs Consagradas de dezena e meia de congregações missioná-rias da diocese de Setúbal, quase que aclarou a tarde chuvosa e cha-mou uns raiozinhos de sol. «Va-mos ver se nos aguentamos neste baloiçar, a caminho do mar da ga-lileia», balbuciava uma das irmãs que, de chapéu-de-chuva em riste, na espera do cais, acoitava um grupo de missionárias de Calcutá». A ânsia do embarque, escada-ria a baixo, de pé-ante-pé, ameni-zou a espera. E a chegada do ‘pas-tor’, o bispo de Setúbal, do D. Gilberto Canavarro dos Reis, alar-gou sorrisos, ampliados pela pre-

ENFOQUE

sença providencial do arcebispo José Carvalho, responsável, no Vaticano, pelos Consagrados à es-cala mundial. «Foi uma coincidên-cia feliz, o senhor Arcebispo estar por Portugal e ter aceite estar con-nosco neste convívio de comu-nhão tão especial», confessava à reportagem do Semmais, o prela-do sadino. Não é uma viagem qualquer, já que a mesma decorre sob os altos desígnios do Pontífice de Roma, no âmbito do Ano dos Consagra-dos, chancelado pelo próprio. «O Papa Francisco tem a vida consa-grada no centro das suas preocu-pações, recebe constantemente as religiosas, está atento aos proble-mas e reconhece a sua importân-cia em zonas do mundo onde mais ninguém está ou quer estar», diz, mais tarde ao Semmais, D. José Carvalho, o arcebispo espanhol que secretaria o universo dos Consagrados em nome da Igreja de Roma.

Os golfinhos do Sado saltitam no ‘mar da galileia’

O “Vertigem Azul” tinha um rumo e a sua navegação, sulcando, não raramente, as ondas agitadas, ani-mava as conversas. «Ainda não vimos nenhum golfinho. São tão engraçados, um animal lindíssi-mo», atirava uma outra irmã, mais

vivaça, antes de chegarem as can-torias, de voz alinhada sob o mes-mo diapasão, que normalmente animam as liturgias nas paróquias da diocese. E os golfinhos chegaram, lan-çando um ‘bruááá’ de espanto. Pri-meiro, de forma tímida, depois mais alongados, à vista desarma-da, ainda no horizonte distante, para depois se acercarem da em-barcação, em grupos. E os olhos mirantes dos passageiros atónitos a zarparem para todas as direções. «Olha ali!!! Agora veem-se mesmo bem….»; «Ohhhh, olhem aqueles, como é possível estarem tão perto e não se importarem», exclama-vam uma e outra irmã, abeirando--se da quilha do barco, procuran-do o melhor dos ‘faróis’ para confirmarem o cenário maior per-to, daquele desfile elegante de par-te da comunidade de roazes corvi-neiros que habitam o estuário do Sado. E houve mesmo religiosas que quiseram experimentar outras adrenalinas, ousando, a pedido dos fotógrafos de serviço, quase a empinar-se no lastro do “Vertigem Azul”, em poses que mais faziam lembrar a cena emblemática da atriz Kate Winslet, no remake fíl-mico “Titanic”, de 1997. Um mimo contagiante, a mostrar a alegria e a satisfação das consagradas nesta aventura estuarina.

«Queríamos fazer algo que as-sinalasse este ano cheio de graça e a nível do secretariado pensamos que nada melhor que este passeio de barco, para imitar o que Jesus Cristo fazia no mar da Galileia, quando chamou os primeiros dis-cípulos», explicava ao Semmais a irmã Fátima Ferraz, a religiosa que está à frente da Associação que junto da Diocese de Setúbal con-grega as várias ordens consagra-das. «Estes convívios são impor-tantes para conhecimento dos carismas e deles nasce um outro entusiasmo. É um momento forte, porque a missão destas religiosas torna-se mais fácil», sustenta o bispo de Setúbal.

Um ritual litúrgico diferente a bordo

Com tudo pensado ao pormenor, nem a cerimónia litúrgica faltou. Um altar improvisado, os para-mentos a preceito, os objetos de culto, numa celebração e eucaris-tia, que uniu em comunhão todos os viajantes do “Vertigem Azul”, bem timonado pela empresária Maria João, conhecedora profun-da do sado, e das suas zona estua-rina e oceânica. Presidida por D. José Carva-lho, a cerimónia serviu também para a tomada de consciência so-bre o papel dos Consagrados na Igreja de Pedro. «Na vida consa-grada é preciso centrarmos, con-centrar-nos e descentrar-nos. Só assim a nossa missão de religio-sos que entregaram as suas vidas a Jesus Cristo faz sentido. E isto,

O QUE SÃO CONSAGRADOS E O QUE FAZEM

A Diocese de Setúbal conta com cerca de 150 religiosos consagrados, aqueles que se juntaram a ordens e congregações, abdicando de uma vida normal, e que vivem «totalmente para a Igreja e para Jesus», com votos de castidade, obediência e pobreza. Na viagem pelo sado, puderam-se juntar irmãs “Servas de Nossa Senhora de Fátima”, “Francisca-nas Missionárias de Maria”, “Salesianas”, “Missionárias de Calcutá”, “Escalebrianas”, “Doroteias” e de muitas outras ordens que atuam junto dos mais desprotegidos. «Já fomos 27 em Setúbal e hoje somos só quatro, mas mesmo assim trabalhamos com a comuni-dade cigana, apoiamos crianças do primeiro-ciclo com dificuldades de aprendizagem e dedicamos muito tempo a catequese e à animação de liturgias», explica a irmã Fátima Ferraz, franciscana de Maria.As Missionárias da Caridade (ou de Calcutá), com três casas em Portugal, são conhecidas por uma pobreza extrema. Em Setúbal são três irmãs e trabalham com crianças deficientes. «Graças a Deus temos apoio e muitos voluntários», deixa sair ao Semmais uma das religiosas desta congregação que escondeu no nome. Nem todas as ordens se dedicam em exclusivo ao apoio caritativo e social. As Salesianas têm. Por exemplo, um colégio, mas apoiam 28 crianças em risco. «É uma vida dura e abnegada, só mesmo uma entrega e compromisso total satisfazem essas dimensões», afirma D. Gilberto Canavarro dos Reis.Ele próprio entende que reconhece a crise de vocações e a aponta à crise de valores atual e à dimen-são familiar destes tempos. «Esta situação nasce de uma crise mais geral, em que também há uma crise de matrimónios. O próprio cristão já não se pergunta a Jesus ‘o que quer de mim’… É o reflexo de uma sociedade centrada em si mesmo», acrescenta o Prelado Sadino.

D. José Carvalho é um dos ho-mens de confiança do Papa Francisco, responsável pelos Consagrados em todo o mundo eclesiástico. O arcebispo de Roma reconhece a crise de vo-cações e quer «encontrar cami-nhos» para amenizar esta reali-dade: «Temos que recentrar o dom da nossa vocação e dos nossos carismas, e isso passa por estes encontros», afiançou à reportagem do Semmais. «A crise de vocações é uni-versal, mas o que mais preocupa é a pouca perseverança dessas vocações. Não é normal que re-ligiosos com muitos anos de for-mação se deixem levar por estes

«Papa Francisco é um Pastor que cheira as suas ovelhas».

novos tempos e abandonem as suas convicções», interroga-se. O eclesiástico defende uma formação inicial «mais exigente», porque afirma que a que se ofere-ce hoje «é muito ligt». D. José Car-valho, que veio a Portugal para participar na Conferência Episco-pal Portuguesa, afirma que «é che-gada a hora de tomar consciência desta realidade e encontrar cami-nhos para a inverter». E para isso, salienta, «é agarrar esta oportuni-dade trazida pelo Papa Francisco, que está a atrair leigos e crentes à Igreja». E remata: «Francisco é um homem que cheira a gente, um Pastor que cheira as ovelhas. É uma grande oportunidade!».

em diálogo permanente com to-dos os carismas», declarou o Ar-cebispo de Roma. Franciscano, D. José Carvalho proclamou que «os carismas são dados à Igreja para benefício de to-dos. Temos que ir às periferias, ao deserto, onde ninguém está nem quer estar». E acrescentou no seu eloquente discurso litúrgico: «A nossa identidade é itinerante, não podemos fazer arqueologia». O próprio deixou a sua experi-ência para explicar que o carisma de cada um não pode ser «tomado como uma peça de arqueologia». «O carisma que abracei não está só em S. Francisco, mas nos 800 anos da história da Ordem, porque se-não fazemos peças de museu. O que temos que nos perguntar é o que fariam os nossos fundadores, hoje, agora e aqui», acrescentou. Um discurso, ao sabor de um vento fugaz, e de chuva miudinha, com raios de sol a acolitar a ceri-mónia. E uma atenção compene-trada dos devotos. «É entre vós que me sinto bem e estou feliz por estar aqui, neste mar de Setúbal», declarou. Era o fim de festa e a inversão de caminho até terra firme. E o voltar solene às missões que fa-zem destes religiosos uma frente de ataque ao serviço da caridade e da beneficência. Talvez por entre o rebanho, melhor se perceba a convicta e firme abnegação de homens e mulheres que abraçam a «causa do reino», deixando os seus bens próprios, e vivem os seus votos de castidade, obediên-cia e pobreza.

Page 3: Semmais 20 Junho 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015 | 3

SOCIEDADE

SAÚDE CENTRO HOSPITALAR DO BARREIRO/MONTIJO COM VMER, AMBULÂNCIAS BÁSICAS PARA MONTIJO E ALCÁCER E MOTO PARA SEIXAL

Distrito recebe novos meios de socorro até final do ano

Acácio Veiga, voluntários e utentes “Dão as Mãos” há seis anos

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

TEXTO RITA MATOSIMAGEM SM

O INEM nega que o socorro às populações da península esteja comprometido, após as denúncias dos trabalhadores. E avança com plano de investimentos. É uma ajuda preciosa, em tempo de aumento de urgências.

O mentor do projeto está satisfeito com os resultados que serve 150 pessoas. A Igreja acolhe e dá apoio substantivo.

O INEM vai investir em novos meios de socorro e emergência médica para o distrito de Setúbal, dotando o Centro Hospitalar Barreiro/Montijo de uma VMER (veiculo de intervenção pré--hospitalar),enquanto Alcácer do Sal e Montijo vão ser contempla-dos com duas ambulâncias de suporte imediato de vida. Seixal também consta da lista do Insti-tuto Nacional de Emergência Médica, estando para aqui pre-vista uma moto de emergência médica. Os equipamentos deve-rão estar ao serviço até ao final deste ano. O investimento anunciado esta semana pelo organismo do Ministério da Saúde responsável por coordenar o funcionamento do Sistema Integrado de Emer-gência Médica que procura ga-rantir aos sinistrados ou vítimas de doença súbita «a pronta e correta prestação de cuidados de saúde», surge depois de no início do mês os trabalhadores

do INEM se terem recusado a fa-zer horas extraordinárias. Um protesto pela falta de pa-gamento de subsídios e de horas extra e de mais cortes no salário. Aliás, a comissão de trabalhado-res a chegou mesmo a alertar que o socorro à população, em regiões como a península de Se-túbal poderia estar em risco, o que foi negado pelo INEM.

Edil do Montijo aplaude VMER desde que se cumpra protocolo

Nas reações à notícia, Nuno Canta, presidente da Câmara do Montijo, defendeu a necessida-de de instalar no concelho uma VMER que esteja ao serviço do hospital, recordando o proto-colo que existe nesse sentido, desconhecendo como é que viatura adjudicada ao Centro Hospitalar Barreiro/Montijo vai funcionar. O hospital do Montijo conta apenas com uma urgência básica, enquanto a

unidade de saúde do Barreiro tem urgência médico-cirúrgica. Já a Liga dos Bombeiros Por-tugueses (LBP) considerou que o reforço do INEM com os novos meios de socorro e emergência médica «vai ajudar, embora seja

uma medida tardia», disse Jaime Soares, presidente da LBP embora se tenha congratulado com o anún-cio. «É óbvio que estes novos meios vão ajudar as associações de bombeiros, que já esperavam isto desde o ano passado», recordou.

O Projeto “De Mãos Dadas Acá-cio Veiga” acaba de comemorar seis anos de existência. A sala de entrada da Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Setúbal, espa-ço onde são dinamizadas as ati-vidades do projeto, esteve lota-da. Largas dezenas de pessoas não quiseram perder a celebra-ção do 6.º aniversário de um projeto que tem dado as mãos à população sénior do concelho de Setúbal. Completam-se, as-sim, seis anos de voluntariado dedicados à inserção e à solida-riedade cultural sénior. Seis anos passados, Acácio Veiga, fundador do projeto e co-ordenador das atividades inseri-das no mesmo, não podia estar mais satisfeito. Começou sozi-nho, como voluntário, e no com apenas 16 utentes. Atualmente, cerca de 150 “alunos” e 20 vo-luntários abraçam o “De Mãos Dadas” de coração cheio. «O projeto deu um grande salto», diz, satisfeito, Acácio Vei-

ga, sublinhando que «não rece-be, nem nunca recebeu, apoio financeiro» de qualquer entida-de. «Estamos na Igreja Nossa Se-nhora da Conceição mas isto é um projeto autónomo. O padre Constantino Alves cede-nos o espaço, paga-nos todas as des-pesas inerentes ao mesmo, como água luz, eletricidade, sen-do o resto suportado pela vonta-de solidária de todos nós. Isto funciona graças ao voluntariado e à boa vontade do padre Cons-tantino que nos alberga neste espaço». O projeto “De Mãos Dadas” proporciona a cerca de 150 pes-soas o usufruto de várias ativi-dades como informática, inglês, francês, artes plásticas, artes criativas, artes manuais, recicla-gem, grupo coral, mediação da tensão arterial e um “olhar sobre a saúde”.Para Acácio Veiga, todas as ini-ciativas são importantes mas há uma muito especial. “A alfabeti-

zação é a menina dos meus olhos. Temos 17 pessoas a apren-der a ler, algumas delas na casa dos 80 anos, e já há casos de su-cesso”. A pintura e a informáti-cas são algumas das atividades com maior aceitação. Para além das iniciativas de-senvolvidas na igreja, o projeto “De Mãos Dadas” também vive fora de portas. O Grupo Coral atua em lares, dentro e fora do concelho de Setúbal, e são vários os espaços da cidade, como a Casa da Cultura e a Associação de Socorros Mútuos Setubalense, que que acolhem exposições fei-tas pelos utentes. Mas não é só… «sazonalmente fazemos pales-tras e apoiamos as pessoas no preenchimento do IRC em papel e através do suporte informático». No espaço da Igreja Nossa Senhora da Conceição está pa-tente, e durante mais quinze dias, uma exposição de recicla-gem, pintura, artes manuais e criativas.

Grândola ocupa o 79.º lugar a nível nacional no ranking dos melhores municípios portugue-ses e o 5.º do total dos 58 muni-cípios do Alentejo. Estes foram dados divulgados pelo Estudo da City Brand Ranking que ava-liou, recentemente, os municí-pios portugueses em três cate-gorias: viver, visitar e investir. O Estudo frisa ainda a subida do município de Grândola que consolida o seu lugar no top 10 a nível regional. O Estudo da City Brand Ranking é elaborado através do cruzamento de dados estatísticos que já existem (população, per-centagem de criação de novas empresas ou dormidas por habi-tante) e as pesquisas realizadas na internet sobre os 308 municí-pios portugueses, a que se junta o desempenho de cada concelho, quer no seu site institucional, quer mas redes sociais.

Grândola é dos melhores municípios do Alentejo para viver, visitar e investir

A praia da Figueirinha, em Setúbal, está interdita a ba-nhos devido a uma bactéria encontrada na água. Segundo informação recolhida pelo Jornal de Notícias, as análises de rotina realizadas à água da praia detetaram uma elevada quantidade da bactéria e-coli que tem origem em fezes. Depois de saber o resultado das referidas análises, pelas 11 horas de ontem (sexta-feira), a Capitania do Porto de Setúbal deu o alerta e avisou os con-cessionários da praia. A ban-deira vermelha foi, desde logo, içada. Devido a esta situação, a praia da Figueirinha está in-terdita a banhos até amanhã, domingo.

Bactéria e-coli en-contrada na Praia da Figueirinha

Page 4: Semmais 20 Junho 2015

4 | SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015

SOCIEDADE

MOÇÃO: CONSTRUIR UM PODER LOCAL DEMOCRÁTICO SÓLIDOAFIRMAR A CAPACIDADE DE RESPOSTA AS NECESSIDADES DAS POPULAÇÕES EXIGIR 0 FIM DAS LIMITAÇÕES À CONTRATAÇÃO DE TRABALHADORES

lntegrado num processo de limitação clara da autonomia constitucionalmente consagrada do Poder Local Democrático, as autarquias locais foram confrontadas, em especial a partir de 2010, com sucessivas exigências legais de redução do número dos seus trabalhadores, às quais se somaram restrições efetivas a contratação de novos recursos humanos.Como consequência, o Poder Local Democrático perdeu em quatro anos mais de 17 mil tra-balhadores.0 Orçamento de Estado para 2015 prolonga, de forma inaceitável, este percurso com a impo-sição de novas reduções do número de trabalhadores (que podem chegar a 3 por cento) a vários Municípios e a limitação a contratação nos restantes municípios com base em crité-rios que, confrontados com a realidade, acabam por impor novas proibições de contratação de pessoal.No Município de Setúbal esta redução afetou cerca de 150 trabalhadores, representando mais de 10,3 por cento do volume global de recursos humanos existente em finais de 2010.Em consequência deste processo, acrescido das políticas penalizadoras em processos de aposentação, perdeu-se experiência, capacidade de resposta e qualidade no serviço público prestado.

Confrontam-se, já hoje, as Autarquias Locais, com dramáticas consequências desta política do atual Governo, entre as quais se contam severas restrições ao rejuvenescimento dos tra-balhadores, falta de transmissão de conhecimentos e experiências profissionais a novas ge-rações de funcionários públicos ou o aumento de doenças e patologias profissionais asso-ciadas ao aumento da idade média dos trabalhadores.

Consequência desta política que é igualmente penalizadora para a qualidade dos serviços públicos prestados pelas autarquias é a menor motivação dos trabalhadores municipais e da população em geral para o desempenho de funções públicas.É fundamental reconstruir a capacidade de resposta do Poder Local Democrático às suas competências e às necessidades das populações. Só a inversão da estratégia politico-legislativa de redução e limitação do número de traba-lhadores nas autarquias locais permitirá repor capacidade operacional, readquirir experiên-cia e encontrar soluções.A esta inversão e fundamental que se associem, desde logo no plano legislativo, medidas que contribuam para a construção de políticas de valorização profissional, para a reconstrução de perspetivas de carreira pública, para valorizações remuneratórias claras e para um hori-zonte de progressão real e aliciante.E imprescindível que, na sequência das conclusões aprovadas no XXll Congresso da Asso-ciação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), se opere uma mudança de paradigma de que resulte o reforço da autonomia local como fator incontestável do desenvolvimento de Portugal e do aprofundamento da democracia, passando pela revogação das normas legis-lativas relativamente à gestão de recursos humanos e colocando-se um termo às reduções obrigatórias dos trabalhadores e às limitações ao necessário recrutamento.Nestes termos, a Câmara Municipal de Setúbal, reunida em reunião pública de 17 de junho de 2015, delibera:a) Exigir o fim de todas as limitações legais à contratação de trabalhadores e obrigações de redução obrigatória de pessoal;b) Reiterar a necessidade de construção e afirmação de uma visão do Poder Local Demo-crático que respeite a sua autonomia e contribua, efetivamente, para a consolidação da sua capacidade de resposta face às necessidades das populações e do país;c) Associar-se às conclusões do XXll Congresso da ANMP, demandando uma mudança de paradigma de que resulte o reforço da autonomia local como fator incontestável do desen-volvimento de Portugal e do aprofundamento da democracia, passando pela revogação das normas legislativas, relativamente à gestão de recursos humanos nas autarquias locais.A presente Moção deverá ser divulgada aos trabalhadores, remetida às estruturas sindicais, à comunicação social, à ANMP, à ANAFRE, à Sra. Presidente da AR, aos grupos parlamentares da AR, ao Ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional e ao Secretário de Estado da Administração Local.

MUNICÍPIO DE SETÚBALCâMARA MUNICIPAL

Tal como o nome indica, o grande propósito do novo projeto, que junta o Centro jovem Tabor e o Montepio, é a aposta na melhoria da sustentabili-dade da instituição que já conta com 27 anos de his-tória no acompanhamen-to de jovens em situações de risco. Paulo Lourenço, dire-tor do Centro Jovem Ta-bor, explica em que con-siste o projeto que vai ser testado durante dois me-ses e meio. «Vamos anali-sar outros caminhos, em termos do desenvolvi-mento do trabalho que fa-zemos, que nos ajudem a melhorar a sustentabilida-de. Isto, através de um projeto que vai fazer uma análise muito profunda do nosso funcionamento, do nosso modelo organiza-

cional, dos nossos recur-sos. Vamos refletir sobre quais são as áreas mais fracas e mais fortes para podermos desenvolver um projeto sustentável». Sobre o Montepio, Paulo Lourenço, afirma que a parceria estabeleci-da há quatro anos «tem vindo a ser fortalecida» e que a aposta neste projeto, por parte da instituição bancária, representa um «voto de confiança». Para Fernando Amaro, diretor da área de novos negócios do Montepio, o projeto abraçado é um grande desafio que tem tudo para dar certo. «Esta-mos perante uma institui-ção que tem todas as vari-áveis muito bem identificadas e trabalha-das. Isto significa que va-mos começar o trabalho num patamar mais acima do que com a maioria das instituições que não têm um consciência tão gran-de do trabalho realizado dentro da sua própria ins-tituição». Fernando Amaro frisa ainda a importância das parcerias para o desenvol-vimento de projetos. «As parcerias são claramente uma forma de integração na sociedade».

Centro Jovem Tabor e Associação Montepio avançam com projeto para a sustentabilidade

TEXTO RITA MATOS*IMAGEM SM

O Centro Jovem Tabor e o Montepio vão abraçar mais desafio. A ligação entre as duas instituições foi estabelecida em 2011 e a associação mutualista é a grande parceira do Tabor. Nos próximos dois meses, vai ser implementado um novo projeto de consultoria de acompanhamento em sustentabilidade.

«É uma honra para o Montepio poder ajudar neste processo. O grande desafio é, no final, desta avaliação conseguirmos trazer maior impacto so-cial e maior sustentabili-dade a esta instituição» refere o diretor da área dos novos negócios do Montepio. A avaliação vai ser fei-ta pela Finance For Social Impact, empresa de con-sultoria cliente do Monte-pio, que tem como missão montar projetos de finan-ciamento para o sector so-cial com eficiência econó-mica. Para o engenheiro Pe-dro da Silva Carvalho, res-ponsável pela empresa de consultoria, a solução passa, sobretudo, por en-contrar uma forma de ge-rar receitas «90 por cento do problema que temos pela frente é ao nível das receitas. Não se trata de um problema de custos. Proponho que trabalhe-mos, não sobre os custos mas, quase exclusivamen-te, sobre as receitas». Para o engenheiro é preciso encontrar um «modelo de financiamen-to alternativo».

*Comboio das Palavras

Esta semana sexta-fei-ra, comemorou-se o Dia do Porto de Sines, no âmbito do qual foram re-alizadas várias iniciati-vas que culminaram com a celebração de um pro-tocolo entre a APS e o IPDAL- Instituto para a Promoção e Desenvolvi-mento da América Lati-na, que será assinado pelo presidente do Con-selho de Administração dos Portos de Sines e do Algarve, João Franco, e o presidente do IPDAL, Paulo Neves.

Foi também efetuada uma visita à nova nave lo-gística na ZALSINES, sendo também inaugurado o novo Armazém de Temperatura Controlada da Sitank. O Dia do Porto de Sines foi assinalado também com várias atividades que en-volvem a comunidade e es-colas do concelho. As comemorações tive-ram início, quinta-feira, com o VI Serão na APS onde, numa “Viagem pelo Fado”, os fadistas António Pinto Basto e José Gonçalez deram um concerto de en-

trada livre no auditório da APS, às 21h30. Recorde-se que o Dia do Porto de Sines foi estabele-cido pela APS, S.A., com o objetivo de abrir o porto à comunidade envolvente, com particular incidência nos jovens e crianças do concelho. A efeméride tem lugar anualmente no dia 19 de junho, data da publica-ção do Decreto-Lei n.º 270/71, que constituiu o Ga-binete da Área de Sines, en-tidade que deu início a todo o processo de construção do Porto.

Dia do Porto de Sines carregado de iniciativas

Page 5: Semmais 20 Junho 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015 | 5

SOCIEDADE

ENSINO REI D. MANUEL I E SEUS SÚBDITOS ‘VISITARAM’ ESTABELECIMENTO DE ENSINO EM PINHAL DE FRADES

Feira Quinhentista encerra ano letivo em grande no Colégio AtlânticoTEXTO ANABELA VENTURAIMAGEM SM

O evento envolveu toda a comunidade educativa, como é timbre do Atlântico. Foram mais de três mil as pessoas que puderam vivenciar a recriação

A recriação de uma Feira Quinhentista marcou o encerramento do ano le-tivo no Colégio Atlântico, no passado sábado, 13 de Junho. Um dia de festa que proporcionou aos presentes uma viagem ao passado, celebrando-se a passagem do Rei D. Ma-nuel I pelos estaleiros do Seixal, local determinan-te para a Expansão Marí-tima. Consta que numa das suas visitas ao esta-leiro de Coina, o rei D. Manuel I passou pelo Seixal, concedendo-lhe foral.

O evento, que envolveu toda a comunidade educati-va, entre alunos, colabora-dores do Colégio e pais, contou com a presença de mais de três mil visitantes vestidos a rigor, que convi-veram num ambiente social e cultural do século XV, em espaços distintos: tribuna real, praça da povoação, po-voado, feira franca, onde fo-ram comercializados pro-dutos da época, padaria, tabernas, acampamento militar com treino de escu-deiros, estrebaria, falcoaria e ainda um espaço de artes adivinhatórias, entre outros.

A Feira Quinhentista abriu portas ao meio-dia, mas os grandes festejos ti-veram início às 15 horas com o Cortejo Real, que in-tegrou membros do Clero, os mais bravos Cavaleiros, as mais belas Donzelas da Corte, os Principais do Bur-go, a Plebe e, na cauda do desfile, gentes sem direitos e marginalizados. Até as ciga-nas e videntes quiseram dar as boas-vindas a El-Rei D. Manuel! O Rei D. Manuel I e a sua recente esposa D. Isabel de Aragão assistiram, no de-correr da Feira, a diversos

momentos de animação com as mais belas danças e cantos, lutas de bravos Ca-valeiros que mostraram a sua mestria no manejo das armas de combate, voo de aves de rapina e espetáculos de acrobatas e cuspidores de fogo. Nesta iniciativa, todos tiveram oportunidade de mostrar os seus dotes, desde os meninos do Jar-dim de Infância até aos alunos, mais crescidos, do 3.º Ciclo, passando por to-dos os colaboradores do Colégio. O evento contou ainda com a colaboração

dos pais na organização das bancas da Feira Franca. A animação foi uma sempre uma constante, pelo que, o ambiente de festa e de convívio esten-deu-se pela noite com «grande sucesso». No final, El-Rei D. Manuel I prome-teu aos seus súbditos fazer uma nova visita no final do próximo ano letivo. Resta agora esperar, ansiosamente, pelo re-gresso de Sua Alteza Real ao Colégio Atlântico, uma instituição de ensino de referência na região de Setúbal.

Page 6: Semmais 20 Junho 2015

6 | SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015

SOCIEDADE

Estive, muitos anos depois, de regresso, agora como turista, à cidade de Praga, capital da República Checa. Cidade vibrante com um turismo cultural muito desenvolvido e muito bem estruturado, exibe o seu património histórico, artístico e cultural com qualida-de e aliada à simpatia dos seus habitantes. Não deixei de me impressionar com as semelhan-ças e contrastes entre os nossos dois países.A republica checa é um pais com dimensão próxima do nosso, 10 436 560 de checos para 10 562 178 de portugueses (ambos censos de 2011), e 78 866 Km2 da Rep. Checa para 92 212 Km2 de Portugal.Temos no entanto diferenças fundamentais, lá manteve-se com um sector industrial significativo, e desenvolveu se uma agricultura excedentária virada para a exportação. Aqui mataram a industria e, a nossa agricultura, embora com algum dinamismo recente, continua incipiente. As pescas, eles nem mar têm, também aqui cuidaram de as estrangular.São considerados um país desenvolvido com um pib de cerca de 82% da média europeia, têm um índice de desenvolvi-mento humano de acordo com a ONU na 24ª posição, contra Portugal que está em 41º.Já o seu sistema de ensino é considerado o 24º melhor do mundo, Portugal é 31º (até quando?).É certo que tal como Portugal a economia foi de uma forma

geral toda privatizada, (o flagelo neoliberal também la se insta-lou), mas tem um enorme vantagem competitiva face à zona euro, mantêm a sua moeda, a coroa checa, em que um euro vale cerca de 27 coroas.Mas há atitudes face ao desen-volvimento que contrastam connosco: na cultura as suas figuras mais proeminentes são acarinhadas, publicadas, expostos os seus trabalhos em museus acessíveis e bem organizados e acessíveis aos estrangeiros que os visitam, os concertos são diários, e a nossa Maria João Pires lá esteve a dar um concerto.Aqui os nossos poetas, pintores, escritores, músicos, cientistas, actores, são olimpicamente ignorados pelas generalidade dos órgãos de comunicação social, os museus de arte contemporânea têm acervos mínimos (não fossem algumas iniciativas de particulares), os equipamentos são escassos e a vivência cultural não é estimula-da. Veja-se o estado do nosso Conservatório Nacional de Lisboa e está tudo dito. Só quando alguém morre, as televisões, que passam diaria-mente uma série de cretinos a falar do pouco que sabem e do muito que não sabem, sobre temas vazios, incapazes de contribuir para um maior conhecimento, é que se lem-bram deles. Fazem então, para cumprir obrigação, um progra-ma alusivo com maior ou menor relevo, consoante eles são mais ou menos gratos ao sistema dos

grandes interesse daqueles que nos (se) governam.O valor do conhecimento cá é desprezado, os que nos gover-nam manifestam o maior desprezo pelo ensino público, não tendo qualquer pensamen-to estratégico em relação ao valor do conhecimento cultu-ral, artístico e cientifico como factores estruturantes do desenvolvimento, a curto a médio e a longo prazo. Gover-nados por más ideias assim nos vamos atrasando cada vez mais em relação a outros que, e ao invés, valorizam correctamente essas valências.Na pintura por exemplo, enquanto os museus checos continuam investindo em arte, por cá as inteligências neo liberalizantes vendem os “Mirós”, dizendo que é para aliviar com algumas dezenas de milhões, os milhares de milhões que o BPN nos levou, como se fizessem alguma diferença no mar de dinheiro que o povo está a pagar para essa vergonhosa fraude. Mas lá nem tudo é um mar de rosas o neoliberalismo faz estragos, a guia turística que nos mostrou a cidade, confes-sou que estava a recompor-se de uma gastroenterite que assolou todo o seu bairro em Praga, com cerca de trinta mil pessoas afectadas. A água da torneira foi contaminada com coliformes fecais, e com alguma tristeza desabafava que a empresa que fornecia a água até era uma empresa francesa e que nada lhe iria acontecer.

Mais uma evidência dos riscos reais das privatizações dos serviços públicos fundamen-tais, que aqui também vêm fazendo, e fazendo-nos querer que isso é que é moderno e que não há alternativas.Li em viagem que no Barreiro numa sessão pública relativa à questão portuária que está em cima da mesa, que Manuel Salgado (o arquitecto da Expo e vice da Câmara de Lisboa), se terá referido, manifestando receptividade, à ideia de um aeroporto na base aérea do Montijo para as chamadas companhias ”Low Cost”.Será que alguém já se preocu-pou em estudar primeiro as consequências em termos de ruído e não só, e das suas implicações na perda de qualidade de vida, e conse-quente perda de competitivida-de territorial do Concelho do Barreiro?É que o cone de aproximação à pista no sentido Sul/Norte (o de maior potencial de utiliza-ção), passa por cima de todo o concelho desde Coina ao Lavradio e consequentemente de toda a sua zona urbana onde vivem milhares de barreirenses.Medindo no Google a distância

das últimas casa do Lavradio ao início da pista da base aérea, esta é de 3 300m, enquanto a distância da Praça do Areeiro ao início da pista da Portela é de 2 500m. Verifica-mos que ficamos com um problema semelhante ao dessa Zona de Lisboa.A solução Portela + um atira para as calendas o novo aeroporto na zona do Rio Frio, (não há dinheiro para o novo aeroporto, dizem, mas quanto custará esta solução sempre provisória e desestruturante de toda esta zona tão fustigada com as mais insuportáveis agressões ambientais) e coloca igualmente no gelo a terceira travessia do Tejo, para grande satisfação da Lusoponte e dos seus acionistas.Continuam os lisboetas com o tráfego aéreo em cima de si, e as populações do Barreiro e Moita (Baixa da Banheira) passam a ter o seu quotidiano ameaçado por esse tráfego indesejável.Será isto desenvolvimento ou é mais uma negociata das antigas à custa do nosso descanso e da desvalorização do nosso concelho.Aqui como em Praga quem nos defende?

Viagem de ida e volta à nossa realidade

ANOTAÇÕES & REALIDADES

Pedro CanárioConsultor

TEXTO RObERtO DORESIMAGEM SM

Chama-se Febre escaro-nodular, mas é vulgarmente conhecida como “febre da carraça”. Uma do-ença que pode ser mortal e que em três anos atingiu 34 pessoas no dis-trito de Setúbal, segundo os casos declarados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Nesta altura está acionado o alerta máximo contra o parasita. É que até meados do verão a proli-feração de carraças é grande nos campos da região e junto às praias, pelo que apertam os receios. Apesar de não estar entre os distritos considerados «mais com-plicados em termos de casos e de maior população de carraças», Se-túbal não escapa à vigilância das autoridades de saúde, até porque, como explica Mário Durval, médi-co de saúde pública entre Barreiro, Seixal, Montijo e Alcochete, «há zo-nas da região que têm muito cam-po e isso acarreta maior risco para as pessoas. É preciso ter cuidados sempre, mas sobretudo nesta altu-ra do ano», sublinha.

Ideia corroborada pelo INSA. «Apesar do maior número de casos de febre escaro nodular ocorrer particularmente na época estival a doença pode ocorrer durante todo o ano se as condições ambientais forem favoráveis à atividade do ve-tor», avança fonte do instituto ga-rantindo que o INSA mantém «ati-vamente durante todo o ano a vigilância dos agentes infeciosos, não só em relação à febre escaro--nodular, mas também em relação à doença de Lyme». A Febre escaro-nodular é uma infeção que provoca arrepios súbi-tos seguidos de febre alta, ritmo cardíaco acelerado (taquicardia), intensa dor de cabeça, vómitos, dor muscular e das articulações.

Quatro fatores influenciam distribuição da doença

Ainda segundo a fonte a INSA, existe um conjunto de fatores in-terligados que influenciam a distri-buição da doença, como a localiza-

Febre da carraça atingiu 34 pessoas no distrito de Setúbal em três anos

É uma investigação recente de um fenómeno que tem passado despercebido dos especialistas e opinião pública. A situação no distrito não é das piores, mas os médicos de saúde pública lembram que os perigos e ameaças rondam os campos da região.

Cuidados a reter e o que fazer em caso de ameaça

Sempre que andar por zonas críticas, é conveniente inspe-cionar o corpo para tentar dete-tar alguma carraça. Se encon-trar não entre em pânico. Pegue numa pinça e agarre a cabeça da carraça, puxando muito de-vagar para que ela se solte por si própria. Atenção: Não torça a carraça quando a puxar com a pinça, para que não fique ne-nhum fragmento na pele. De-sinfete. Quando for para o cam-po opte por vestir roupas claras e calças para dentro das meias.

ção geográfica da espécie de carraça que transmite o agente, o ciclo de vida do vetor influenciado pelas condições ambientais, caso da temperatura e humidade, hos-pedeiros, prevalência de infeção dos vetores e população exposta. É aqui que entram os caçado-res como um dos principais gru-pos de risco. O presidente da Fede-ração Nacional de Caça, Jacinto Amaro, conhece o risco como pou-co. «Até porque já fui mordido por uma carraça num joelho e cheguei ao hospital já muito mal», relata ao Sem Mais, revelando que os avisos estão ser constantes. «Quando se mata um javali, uma raposa ou veado é preciso ter muito cuidado e deixar arrefecer. Caso contrário, os animais estão cheios de carraças que vão logo à procura de outro hospedeiro, que pode ser o homem», exemplifica,

INVEStIGAÇÃO Números foram dados em exclusivo ao Semmais por fonte do Instituto Ricardo Jorge e alertam para uma situação explosiva

acrescentando que este ano é par-ticularmente preocupante devido às temperaturas elevadas. «Até fi-nal de agosto, pelo menos, é preci-so estar muito atento».

Page 7: Semmais 20 Junho 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015 | 7

ALCOCHETE APRESENTOU NOVOS VINHOS Os vinhos “Foral de Alcochete” foram apresentados ontem, sexta-feira, à popu-lação, no Núcleo de Arte Sacra, graças a protocolo estabelecido com a Sociedade Agrícola de Rio Frio.A marca perpetua, através da produção vi-tivinícola, esta data histórica para o conce-lho.Nesta primeira fase foram apresentados o vinho “Foral de Alcochete” branco e tinto, no entanto, é intenção que sejam igual-mente produzidos, com o cunho desta marca, vinhos licorosos e espumantes.

SEIXAL MARCHAS POPULARES DAS ESCOLAS SAEM À RUAA tradição cumpre-se com a realização das marchas populares das escolas que, dia 25, às 21 horas, vão encher de anima-ção a rua Paiva Coelho, no Seixal. Trata-se de um projeto do plano educa-tivo municipal que, há 17 anos, dinamiza o final de cada ano letivo. Integrado nas festas de S. Pedro, envolve toda a comu-nidade educativa, construído com a par-ticipação das famílias.São dinamizadas pelo município, juntas de freguesia, escolas da rede pública e as-sociações de pais.

SINES SINES RECEBE OBRAS DO POLIS

As obras do Pólis Litoral Sudoeste na zona costeira de Sines estão a decorrer. Duas delas, em S. Torpes e na arriba junto ao portinho de Porto Covo, estão adian-tadas. A terceira, na praia da Samouquei-ra, decorre até final do ano. A obra na Samouqueira representa um investimento superior a 200 mil euros e inclui parque de estacionamento, passa-diço/miradouro, remodelação da escada de acesso à praia, plantação de espécies vegetais e criação de condições para a instalação de apoio de praia.

ALMADA APRESENTOU PROJETO AMBIENTAL PARA PRAIAO projeto ReDuna – Recuperação e Res-tauração Ecológica do Sistema Dunar de S. João da Caparica, que pode ser repli-cado noutras praias, foi inaugurado na sexta-feira. O projeto, que está a contribuir para o restabelecimento do equilíbrio geomor-fológico do sistema duna-praia e para a resiliência deste troço costeiro, é uma aposta do município, surge no âmbito de protocolo com a APA e é co-financiado pelo Fundo de Coesão a cem por cento, no valor de cerca de 230 mil euros.

BARREIRO RECOLHE APOIOS PARA FESTAS Mickael Carreira e Jorge Fernando vão estar nas Festas do Barreiro, a 7 e 8 de agosto, onde são esperados 120 mil visitantes. Os nomes foram apresentados dia 15, em confe-rência de imprensa. Regina Janeiro, presidente da comissão de festas, referiu que as festas não sofrem al-terações em relação ao ano anterior, à exceção do ‘desenho’ da mostra empresarial e institucional que tem algumas melhorias. E salientou ainda que «continuamos na fase de recolha de apoios».

SETÚBAL AGARRA POUSADA DA JUVENTUDE

A pousada da Juventude passa a ser explorada pelo município, após proto-colo com o IPDJ e Movijovem, aprovado quarta-feira, em reunião pública. O obje-tivo é criar o futuro Centro Municipal de Juventude.Encerrada desde janeiro de 2012, a Câ-mara pretende implementar um «espaço de vida, capaz de acolher cada um na sua singularidade, procurando dar resposta às suas dúvidas ou interpelações e, ao mesmo tempo, capaz de ajudar a inte-grar-se numa sociedade feita de muitas singularidades diferentes».

LOCAL

GRÂNDOLA PREPARA ÉPOCA DE INCÊNDIOS FLORESTAIS

A Proteção Civil está a realizar prevenção, vigilância e apoio ao combate contra incên-dios. Desde 15 de maio, que está no terreno o Dispositivo Especial de Combate a Incên-dios Florestais, tendo sido antecipado 15 dias em relação a 2014. A partir de 1 de julho entrará em funcionamento o dispositivo com recurso a helicóptero.O município pretende que a torre de vigia do Canal Caveira funcione com 2 ou 3 pessoas durante a fase crítica da ocorrência de incêndios.

MOITA DÁ AULAS DE CULINÁRIA NOS MERCADOS MUNICIPAIS As aulas de culinária ao vivo prosseguem este sábado, em colaboração com a Doca-pesca, no âmbito da Quinzena Gastronómica que o município está a promover desde o dia 6 e que termina já este domingo.Depois da aula de ontem, “Cavala em Grande Estilo”, no mercado da Moita, este sá-bado, às 10 horas, é a vez do mercado da Baixa da Banheira receber, também, pelas 10 horas, a aula dedicada ao “Carapau com Classe e Requinte”.

MONTIJO VOLTA A RECEBER A FESTA DA ANIMAÇÃO Depois do sucesso em 2014, o Anim’art Montijo está de volta este sábado. Sete ruas, 24 eventos, 30 lojas, entre as 15h30 e as 2 horas, vão transformar o centro da cidade num dia memorável.Este ano o município alargou o perímetro de participação a várias artérias do centro da cidade e os comerciantes foram desafiados a criar um evento junto aos seus estabelecimentos. Há performances de rua, show cooking, prova de vinhos, montras vivas, dj’s, workshops e exposições.

SESIMBRA HASTEOU A PRIMEIRA BANDEIRA AZUL DO PAÍS No ano em que se completam os 29 anos de atribuição de bandeiras azuis, a praia da Califórnia foi a primeira a hastear o galardão, na categoria de praias costei-ras. A bandeira azul foi entregue em mãos ao presidente da Câmara e da ABAE por três mergulhadores por volta das 11.30 ho-ras do dia 1. O momento foi registado por centenas de alunos da escola básica de Se-simbra, que entusiasticamente assistiam à cerimónia no dia em que se assinalava também o Dia da Criança.

PALMELA COM MÚSICA, GASTRONOMIA E DIVERSÃO O parque Venâncio Ribeiro da Costa acolhe, entre 26 e 28, o 3.º Festival de Verão. A iniciativa, organizada por Miguel Santiago, Edu Machado e Associação Gameart, conta com o apoio do município, entre outras entidades, e reúne muita música, gastronomia e diversão. Bruno DeJesus, Banda Gástrica, The Bagatells, UrbanVibsz, Tributo ao Rock e The Ro-ckers são as bandas que estarão no evento, a par das participações dos Bombeiros de Palmela, da Humanitária e dos “Loureiros”.

SANTIAGO PROSSEGUE PRESIDÊNCIA NAS FREGUESIAS

Abela foi a penúltima etapa da Presidên-cia nas Freguesias, a 11 e 12. O edil Álva-ro Beijinha sublinha que é uma fregue-sia «com muita dinâmica» dando como exemplos, o lar, que «dá uma resposta so-cial absolutamente necessária». As esco-las também merecem destaque. «Houve intervenções do município na escola de Abela, que permitem hoje outras condi-ções. Visitámos também a escola do Are-alão, que em 2014 esteve para ser encer-rada».

ALCÁCER COMEMORA DIA DO CONCELHO O Dia do Concelho de Alcácer comemo-ra-se a 24, com várias iniciativas, de entre as quais se destaca o concerto com Her-man José, dia 23, às 22 horas, na Praça Pedro Nunes. A 24 realiza-se a cerimónia do hastear das bandeiras com a partici-pação das sociedades filarmónicas Ami-zade Visconde de Alcácer e Progresso Matos Galamba. Ainda dia 24, às 21h30, a igreja da pousada D. Afonso II recebe mais um concerto de música com Trio de Guitarras - Gouveia, Fletcher e Carvalho.

Page 8: Semmais 20 Junho 2015

8 | SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015

CULTURA

Festas de Marateca celebram Bodas de Prata das marchas populares TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

Depois de terem desfilado na Av.ª Luísa Todi, no passado dia 13, as nove marchas populares de Setúbal apresentaram-se, on-tem, sexta-feira, e este sábado, pelas 22 horas, na Praça de Tou-ros Carlos Relvas, para mostrar ao júri e público as suas surpre-sas e coreografias. Ontem atuou a ACTAS, o Br.º Santos Nicolau, o Faralhão e o Bicross, enquanto este sábado vão à arena a Perpétua Azeito-nense, Brejos de Azeitão, Os 13”, O Independente e as Pontes. As marchas da APPACDM e infantil da ACTAS abriram o des-file na Avenida, tendo-se segui-do as 9 marchas a concurso: AC-TAS (“Duas vidas num só fado”); Br.º Santos Nicolau (“Há festa no Bairro Santos”); Cooperativa do Faralhão (“É dia de feira na cida-de”); “Os 13” ( “Entre mares de

Marchas populares disputam vários prémios em Setúbal e Almada

As festas decorrem entre 26 e 29 deste mês em Águas de Moura e prometem grande animação. Com um orçamento que não ultrapassa os 15 mil euros, este ano comemora-se as bodas de prata das suas marchas popu-lares.

As Festas de S. Pedro de Mara-teca, que decorrem de 26 a 29 deste mês, em Águas de Moura, com um orçamento de 15 mil eu-ros, festejam este ano as Bodas de Prata das suas marchas po-pulares, o embrião do certame. O município apoia as festas com 3 300 euros, a União de Fregue-sias de Marateca/Poceirão com 4 mil, a Casa Ermelinda dá mil euros para o fogo-de-artifício e a publicidade do livro com o programa representa 40 por cento do orçamento. A marcha deste ano, com le-tra de Alexandrina Pereira e mú-sica de Carlos Pinto, debruça-se sobre o tema “Festas Prateadas”. É composta por 32 marchantes e tem como cantadeira Rogélia Santos e ensaiador Luís Vieira. As marchas convidadas vêm da Humanitária (infantil e adulta) e da Landeira. Além das marchas e da tra-dicional procissão em honra ao padroeiro S. Pedro, as festas contam com concertos de Ri-cardo e Henrique (dia 27) e do

humor de Serafim (29). Dez ex-positores, o encerramento do Ano Jubileu do Santo Padroeiro, com uma missa e um almoço de confraternização, bailes, teatro, demonstração de zumba e de Krav Maga, uma sardinhada aberta à população, guitarradas com João Vitorino e ranchos folclóricos também constam no programa.

crença e redes de dor, vive a va-rina e o seu pescador”); Perpé-tua Azeitonense (“Arraial de S. João nas noites de Azeitão”); Centro Cultural e Desportivo Brejos de Azeitão (“Entre boli-nhas de sabão, a bonita lavadei-ra, entregou o seu coração”); União Desportiva e Recreativa das Pontes (“Setúbal princesa um tesouro da natureza”); O In-dependente (“Rainha sardinha, rei carapau” e Bicross (“Cada cor seu paladar”). O júri é composto por Flor-bela Queiroz (presidente), Tere-sa Varela (cenografia), Tiago Oli-veira (coreografia), Ana Sabino (figurino), Cristina Carvalho (le-tra) e Marco Filipe Batista (mú-sica), o trabalho de largos meses na conceção de arcos e indu-mentárias, na criação de músi-cas e coreografias. Além dos

prémios da especialidade, have-rá o prémio Desfile, para a me-lhor marcha na avenida, e a Me-lhor Madrinha.

Almada celebra S. João

As marchas populares de Alma-da voltam saem à rua dia 23, noite de S. João, padroeiro da cidade, pelas 22 horas, com mui-ta cor, alegria e música, na Av.ª Aliança Povo MFA, em Cacilhas.Os atores João de Carvalho, Paula Marcelo, Paulo Vasco, Rosa Villa ou Filipe Salgueiro, e os fadistas Dina do Carmo, Lena Silva, Conceição Ribeiro ou Au-gusto Correia são algumas das personalidades que vão apadri-nhar as marchas populares que desfilam em Almada. Este ano são oito as marchas a concurso: Rua 15 (“Brilha o Sol

na Caparica”); Centro Comuni-tário PIA II (“As Fogueiras de S. João”); Figueirinhas (“Figueiri-nhas nas Burricadas”); Pragal (“No Pragal, S. João é arraial”); Al-Madan (“Al-Madan és luz e cor na noite de S. João”); Capa Rica (“Um amor à Portuguesa”); Lifeshaker – Marcha Juvenil da

Pouco dinheiro deixa ruas sem arraial

José Baeta, o presidente da co-missão de festas, perspetiva umas «boas festas», embora re-conheça que o momento finan-ceiro não é o melhor. «O tradi-cional fogo-de-artifício esteve em risco mas lá conseguimos um apoio da Casa Ermelinda

Freitas, mas não vai haver ruas enfeitadas, porque não ficarmos a dever nada a ninguém». O responsável solicitou «san-gue novo» nas festas, o que «não tem sido fácil». Apesar disso, a co-missão diz que «não vai deixar morrer as festas» que este ano voltam a realizar-se no novo es-paço inaugurado no ano passado. «É um espaço com melhores con-dições e mais central» da aldeia. Já o presidente do município de Palmela, Álvaro Amaro, con-sidera que estas festas são um «espaço de realização comuni-tário», o que as torna «únicas, genuínas e autênticas». O edil elogiou os homens e mulheres que estão por detrás da organi-zação, uma vez que são «autên-ticos construtores que fazem acontecer, apesar dos parcos apoios financeiros». As Festas de S. Pedro da Ma-rateca foram apresentadas, em conferência de imprensa, na tar-de do 15, na adega de Marcolino Freitas & Filho, sita na Fonte da Barreira.

Caparica (“Eis a língua portu-guesa”) e Beira-Mar de Almada (“Um retrato de Cacilhas Antiga”). A noite termina com fogo--de-artifício, na zona dos anti-gos estaleiros da Lisnave. A final está agendada para 4 de julho, no complexo dos desportos, no Feijó.

Page 9: Semmais 20 Junho 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015 | 9

CULTURA

MONTIJO20SÁBADO17HDANÇA PARA REFLETIR Teatro Joaquim D´Almeida

“O Principezinho”, pelo Conservatório Regional de Artes do Montijo, é o espetáculo final dos alunos de dança e surge da adaptação da conhecida história de Saint-Exupéry. Perdem-se valores a favor das aparências perante os outros… Valoriza-se o Parecer em detrimento do Ser… É uma história que nos leva a (re) pensar no que realmente importa!

PALMELA20SÁBADO21H“ROSA CÃO” SOBE AO PALCOTeatro S. João

“Rosa Cão” é um espetáculo resultante da residência artística de Pedro Gonçalves, dos Dead Combo, e da coreógrafa Ainhoa Vi-dal, com a participação do Conservatório Regional de Palmela e da Sociedade Filarmónica “Os Loureiros”. A entrada é gratuita, mediante levantamento de bilhete.

BAIXA DA BANHEIRA20SÁBADO21H30BLUES FEST DE REGRESSO Fórum José Manuel Figueiredo Até domingo, o V BB Blues Fest, promovido pela Associação BB Blues Portugal, município e União de Freguesias da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira, continua a dar boa música. Alvon Johnson, Slam Allen, Gaby Jogeix e 24 Pesos são alguns dos nomes que passam pelo certame este fim-de-semana.

BARREIRO20SÁBADO11HCOMO TOMAR CONTA DOS AVÓSBiblioteca do Barreiro A iniciativa “Hora do Conto” regressa à biblioteca municipal do Barreiro. A iniciativa tem entrada livre e é orientada pela Livra-ria Bertrand, com o apoio do município do Barreiro. Esta “Hora do Conto” é dedicada aos livros “Como tomar conta de uma avó” e “Como tomar conta de um avô”, escritos por Jean Reagan e ilustrados por Lee Wildish.

ALCÁCER DO SAL21DOMINGO21H30PROSSEGUE FESTIVAL DE TEATRO Auditório de Alcácer do Sal Prossegue o I Festival de Teatro de Alcácer “Encontros”, com a peça de teatro/música de Ricardo Guerreiro Campos “Bom dia! e outros pensamentos”. Entre quatro paredes invisíveis, um homem pensa que existe. Um homem novo diz bom dia ao mundo, ao amor e à arte. É uma voz desassossegada, crítica, que se ergue no silêncio, se descobre e se espanta com a vida.

V. N. DE SANTO ANDRÉ21DOMINGO22HTEATRO POPULAR ITALIANOESPAM “Fabula Buffa” é um espetáculo inspirado no Mistério Bufo de Dario Fo e na tradição do teatro popular italiano. O Teatro Pica-ro conta o nascimento do Bufão e o milagre do sorriso perante os problemas da vida e da sociedade.Será apresentado no festi-val de St.º André para fazer sorrir, emocionar e refletir.

PASSATEMPO GANHE CONVITES PARA A FESTA DO ARTESANATO De 27 de Junho a 5 de Julho, a FIL acolhe mais uma edição do Festival Internacional de Artesanato (FIA), que en-globa a semana da gastronomia tradicional, com o mercado da cerveja artesanal e o 2.º Festival de Carnes Portu-guesas Certificadas. Trata-se de um espaço de promoção de produtos genuínos para recordar, adquirir e descobrir novos conceitos de artesanato e design de cada região e país. É também um palco para apresentação de artesãos, nacionais e internacionais, designers e criativos, associações, regiões de turismo, municípios e embaixadas. Para se habilitar aos convites, basta ligar 96 943 10 85.

O Conservatório Regional de Setúbal volta a trazer à cidade, depois do Coro de Rapazes de Phoenix, do Arizona, na semana passada, a Orquestra Sinfónica Juvenil de San José, uma das mais antigas e melhores orques-tras juvenis da costa oeste dos Estados Unidos, com cerca de cem músicos entre os 8 e os 21 anos. O concerto tem lugar no pró-ximo dia 26, às 21h30, no Forum Luísa Todi, em Setúbal, com en-tradas a 4 euros. Luís Fernandes, presidente do Conservatório, realça que se trata de «mais um contributo para a cultura setubalense e, sem dúvida alguma, foi muito bom termos estreitado laços com uma empresa espanhola. Fazemos o possível para trazer os grandes espetáculos a Setú-

TAS estreia nova produção que alerta para a violência doméstica O Teatro Animação de Setúbal (TAS) estreou ontem, dia 19, a peça de teatro “A Razão”, de Jor-ge Palinhos, com encenação de Carlos Curto e interpretação de José Nobre, Miguel Assis, Sónia Martins e Susana Brito. A nova produção do TAS, ba-seada no conceito absurdo de “O Auto da Razão”, vai ficar em cena todas as sextas e sábados

AGENDAOrquestra Sinfónica Juvenil de San José mostra talentos no Forum Luísa Todi a convite do Conservatório Regional de Setúbal

bal e esta orquestra vem execu-tar obras de grande nível e que não estão ao alcance de todas as orquestras». Segundo a mesma fonte, os responsáveis da orquestra, que se deslocaram a Setúbal, em No-vembro do ano passado, para ver as condições do Forum Luí-sa Todi, «gostaram do que viram e ficaram muito entusiasmados para virem atuar a Setúbal», acrescentando que «espero que o público se aperceba da grande qualidade desta orquestra e mostre interesse em assistir ao concerto», mais uma vez, «sem qualquer custo para o Conser-vatório».

«Sólida formação musical»

Fundada há mais de seis déca-das, e integrada na antiga Or-questra Sinfónica de San José, este projeto tem uma «rica tra-dição» de atuações e educação

musical. Esta orquestra juvenil proporciona aos jovens «uma sólida formação para a vida» através da música de orquestra. «Criamos programas que asse-gurem aos jovens músicos atin-gir «altos níveis de desempenho técnico, conhecimento musical e um forte laço emocional com a música. Todas as nossas atua-ções procuram ser eventos ani-mados, emocionantes e capa-zes de inspirar a sociedade», refere fonte deste agrupamento musical. Os músicos da Orquestra Sinfónica Juvenil de San José são escolhidos entre mais de 500 candidatos, que anual-mente prestam audições, e este projeto é composto por nove grupos de atuação: duas or-questras completas, uma or-questra de câmara, um coro de flautas, dois grupos de cordas, um grupo de sopro, percussão e harpa.

de Julho, no Teatro de Bolso, em Setúbal, no ano em que a com-panhia comemora o seu 40.º aniversário. A peça faz uma sátira às rela-ções de violência, intolerância e degradação dos valores humanos em que assentam as relações mais íntimas e surge como «uma necessidade de alertar para ques-tões, vivências e dramas huma-

TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

nos de importância decisiva, na sociedade», realça Célia David, diretora do TAS. «Em palco vão estar as imagens e o olhar dos ou-tros, a violência e os espectadores da violência, crimes à vista de to-dos, ignorados, consentidos tanto com a nossa indiferença como com a nossa ânsia de protagonis-mo», sublinha a responsável. Os ingressos custam 5 euros.

Page 10: Semmais 20 Junho 2015

10 | SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015

POLÍTICA

É caso para dizer – SAFA!O Presidente da República Cavaco Silva aproveitou o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades para, mais uma vez, fazer uma alocução que é a todos os títulos dificilmente compreensível. Como quase sempre sucede quando fala.Faltando-lhe a ousadia para defender de forma direta o governo que nos está a conduzir para o abismo e a vender o país a retalho, invocou conversas que disse ter no estrangeiro para afirmar, do alto da sua cátedra, que só ouve fora de portas dizer bem do governo.Pudera! O governo, reduzido como está nas sondagens – a 1/3 das intenções de voto dos portu-gueses – tendo em consequência a maioria do povo português contra, só mesmo pela voz de responsáveis do FMI, da Senhora Merkel ou do Ministro das Finanças desta, ouve elogios ao governo enquanto o país

empobrece, o desemprego cresce, a dívida não para de aumentar e as pensões e os salários são cortados. A própria Ministra das Finanças não hesitou em, recentemente, afirmar que caso o governo seja reeleito os cortes das pensões não ficariam por aqui.Como diria, noutros tempos, o Presidente Cavaco Silva – Safa!Embalado por reiterados autoelogios o Presidente Cavaco Silva não se conteve no discurso do 10 de junho e chegou mesmo a afirmar que o governo do bloco central foi mais complexo e criou mais conflitos que o atual!Esquecendo-se que em menos de dois anos este governo (1983-1985) recuperou o país e conseguiu que Portugal criasse condições para aderir à então CEE, o que não são questões menores… Foi exatamente a partir daí que se iniciou um

período de “vacas gordas” em que o atual Presidente, então nas vestes de Primeiro-Ministro, não só fez subir a despesa primária para níveis incompor-táveis como delapidou, como é sabido, a agricultura e as pescas, a troco de efémeras vantagens económicas.Os resultados estão à vista e agora já reconhece que é necessário olharmos para a agricultura e para os oceanos.Não ficaria mal ao Presidente ter maior humildade e, de caminho, deixar também de fazer as declarações que fez a respeito da TAP, a maior empresa

exportadora nacional e símbolo de todos nós.Aliviou-o, disse, o facto do país deixar de ter agora uma única empresa estratégica sob domí-nio nacional, resignando-se a que a esmagadora maioria das empresa estratégicas, como a EDP, a REN, a Fidelidade, o Hospital da Luz e o mais que se sabe fossem vendidas a entida-des de capitais públicos estran-geiros. Isto para não falar na PT, na ANA, no que se vai passar no Novo Banco e por aí adiante.É caso para dizer – SAFA! Livrem-nos deste filme que é duro de mais para ser verdade.

POLÍTICA MESMO

Vitor RamalhoAdvogado

PCP vai celebrar 40 anos da Festa do Avante! com mais espaço

TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

A 39.ª edição da Festa do Avante!,que decorre de 4 a 6 de Setembro, na Quinta da Atalaia, Amora, Seixal, foi apresentada em conferência de imprensa, no passado dia 17, às 11h30, em Lis-boa, na sede do PCP daSoeiro Pereira Gomes, A grande novidade da confe-rência deste ano prende-se com o facto de o PCP estar a pensar, para celebrar os 40 anos da Festa do Avante!, em 2016, alargar o espaço do certame até à Quinta do Cabo. Na conferência de imprensa participaram Alexandre Araújo, membro do secretariado do Co-mité Central, Ruben de Carvalho, membro do Comité Central, e Duarte Alves, membro do secre-tariado da direção nacional da JCP. Os Xutos & Pontapés encabe-çam o cartaz, onde não faltam os Expensive Soul, Fausto, Dead Combo, Linda Martini, Capicua, Terrakota, PAUS e António Chaí-nho que leva ao palco da festa vários convidados que partici-pam no álbum “Cumplicidades”, que assinala os seus 50 anos de carreira. O cartaz conta ainda com as atuações da Brigada Victor Jara, Dealema, Janita Salomé, Marta Hugon, Sensi, Marta Ren, Ta-banka Djaz e Dany Silva, The Last Internationale e Viralata, entre outros.

“O Cenário Macroeconómico” é o tema da sessão de esclareci-mento destinada a militantes e simpatizantes do PS, que terá lu-gar no dia 23, pelas 21 horas, no Hotel Esperança, em Setúbal. O encontro, que tem como orador o professor Mário Cente-no, é uma iniciativa no âmbito da estratégia “Por uma alternativa de confiança”. A sessão de esclarecimento é promovida pela Federação Dis-trital de Setúbal do Partido So-cialista.

“Soluções para uma vida me-lhor” é este o mote da campanha da CDU para as próximas elei-ções à Assembleia da República. O primeiro ato público da CDU, em Setúbal, contou com a pre-sença e intervenção do secretá-rio-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que afirmou a total con-fiança no primeiro candidato às eleições legislativas pelo círculo de Setúbal, Francisco Lopes. “Com ele damos um novo passo em direção a umas eleições que constituem um momento de maior importância na luta pela rutura com a política de direita”. Assegurando que os portugue-ses «conhecem a força da CDU», Jerónimo Sousa garantiu que esta força de oposição à política de direita «estará sempre atenta aos problemas dos que enfren-tam o desemprego, o trabalho precário, os baixos salários e as baixas reformas, mas também dos que não têm acesso aos ser-viços de saúde, à educação e à segurança social».

O secretário-geral do PCP apontou alguns dados como a perda de mais de 470 mil postos de trabalho entre 2009 e 2014 e os mais de 1 milhão 220 mil por-tugueses em situação de desem-prego, resultantes de uma «polí-tica fiscal injusta e escandalosa». Jerónimo de Sousa sublinhou ainda o aumento e a criação de impostos e criticou a privatiza-ção a TAP, «um criminoso negó-cio. Acenaram com dinheiro fresco para a recapitalização da TAP para justificar a sua entrega ao desbarato. Afinal, tudo indica que a recapitalização vai ser feita com os próprios meios e patri-mónio da TAP». Movido pelos aplausos dos militantes e simpatizantes do Partido Comunista, O secretário do PCP frisou que é preciso «virar a página, mudando não só de go-verno, mas também de política» «Portugal precisa de concre-tizar uma nova política de es-querda capaz de afirmar os direi-tos dos trabalhadores e do povo e de elevar as suas condições de vida, assentes na valorização dos salários e das reformas, no de-senvolvimento da produção na-cional e no emprego», vincou o secretário-geral do PCP.

“Setúbal tem potencialidades há muito reconhecidas”

Referindo-se ao país mas, sobre-tudo, ao distrito de Setúbal, Fran-cisco Lopes, deputado e cabeça de lista pelo círculo de Setúbal às próximas eleições legislativas, chamou a atenção para «a degra-

dação do Serviço Nacional de Saúde, para a falta de profissio-nais de saúde e para o elevado número de utentes em médico de família», salientando, ainda, «a redução de valências nos hos-pitais e as condições nos servi-ços de urgência». Na área da educação, frisou a «falta de con-dições nas escolas, com alunos a terem aulas em contentores, e obras paradas e a falta de traba-lhadores». As privatizações «já consomadas» e a «ameaça às empresas como a CP-Carga, a EMEF, a Transtejo, e a Soflusa» foram outras das medidas criti-cadas por Francisco Lopes. Para o deputado comunista há a destacar e a lamentar ainda a situação do ICI entre Alcácer do Sal e Grândola, «num estado de abandono que cria graves ris-co de acidentes», e a «degrada-ção de infraestruturas construí-das no âmbito do IP8 e entretanto abandonadas pela suspensão das obras». Para reconduzir o distrito de Setúbal, e o país, ao desenvolvi-mento sustentável, é preciso adotar uma política que integre e articule a resposta às necessida-

des e potencialidade regionais. «As potencialidades existentes no distrito de Setúbal estão mui-to longe de ser aproveitadas», afirmou Francisco Lopes, acres-centando que é necessário im-plementar uma «estratégia inte-grada de desenvolvimento regional» que tenha como objeti-vos: o aumento dos salários e das pensões, a criação de postos de trabalho estáveis, o reforço da rede de ensino superior púbico, a expansão do sistema educativo publico pré-escolar, o reforço dos cuidados e saúde primários e de profissionais e valências nos hospitais do distrito, construção do hospital no concelho do Sei-xal e o de Montijo/Alcochete, a melhoria do transportes públi-cos, a construção da terceira tra-vessia do Tejo rodoferroviária Barreiro-Lisboa, a construção do novo Aeroporto de Lisboa na área do campo de tiro de Alco-chete, a concretização do projeto do Arco Ribeirinho Sul e a con-cretização do IP8, entre outros projetos «essenciais ao desen-volvimento da região».

*Comboio das Palavras

LEGISLATIVAS Jerónimo de Sousa e Francisco Lopes no primeiro ato público pelo círculo de Setúbal na pré campanha da CDU

«Não basta mudar de governo, é preciso mudar de política!»

O Mercado do Livra-mento, em Setúbal, foi pequeno para acolher militantes e simpatizantes da CDU no abrir de hos-tilidades no combate das Legislativas.

TEXTO RITA MATOS*FOTOS SM

Socialistas debatem cenário macroeconómico do País

Page 11: Semmais 20 Junho 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015 | 11

DESPORTO

Meia Maratona de Setúbal liga a cidade à Arrábida

A Meia Maratona de Setúbal que ao longo de duas décadas e meia se correu sempre em cir-cuito urbano apresenta-se este ano com um novo percurso, um novo nome e uma nova organi-zação. Ao fim de 25 anos, a prova ganha, na edição de 2015, novos contornos e novos desafios, en-trando assim num novo ciclo de vida. Passou a Alegro – Meia Ma-ratona de Setúbal e tem partida marcada para a manhã do dia 20 de Setembro. A prova que sem-pre teve partida e chegada na avenida este ano começa no novo centro comercial e percor-re cerca de sete quilómetros em zona urbana até chegar à aveni-da. Daí segue para um percurso de oito quilómetros na Serra da Arrábida, subindo até à zona da Gávea onde tem o ponto de re-torno. A meta mantém-se na Lu-ísa Todi. Esta alteração considerável ao percurso torna a meia mara-tona «mais desafiante para os atletas», na opinião de Hugo Sousa, da HMS empresa à qual foi entregue a gestão da prova. Mas vai permitir que sejam pri-vilegiadas «duas das zonas na-turais com maior importância para a cidade, a Serra da Arrábi-da e o rio Sado» ao mesmo tem-po que aproveita e dá destaque à obra de requalificação feita na cidade na zona junto ao centro

TEXTO MARTA DAVIDIMAGEM SM

comercial. Por estas razões, e pela parceria com o Alegro, a presidente da câmara, Maria das Dores Meira, espera que este ano, a cidade tenha «uma mara-tona alegre». Numa altura em que Setúbal está na corrida para ser, em 2016, a Cidade Europeia do Des-porto, as alterações introduzi-das na prova da meia maratona podem ser uma mais-valia, se-gundo o vereador responsável pelo pelouro do desporto. Pedro Pina assume mesmo que «é im-pensável ter uma Cidade Euro-peia do Desporto sem uma grande meia maratona» que os organizadores esperam vir a tornar-se, em poucos anos, numa grande prova do calendá-rio nacional, recuperando um pouco do estatuto perdido nos últimos anos. Ainda assim admi-tem os organizadores, os tem-

pos são difíceis e os orçamentos deste tipo de provas não permite a contratação de primeiros pla-nos mundiais.

Mini das famílias e corrida Miúdos Alegro

O programa da Alegro Meia Ma-ratona de Setúbal começa na véspera da prova com um con-junto de atividades dirigidas ao público infantil, com destaque para a Corrida dos Miúdos Ale-gro. Já no dia 20 de setembro, após a partida para a meia ma-ratona, tem lugar uma Caminha-da Solidária, promovida pela de-legação de Setúbal da Cruz Vermelha Portuguesa. A prova dirigida a toda a família tem cer-ca de sete quilómetros, entre o Alegro e a meta instalada na Avenida Luísa Todi.

A ação “Setúbal Mais Bonita”, dinamizada pelo município se-tubalense, voltou a passar este ano, à semelhança do ano pas-sado, pelo clube União Futebol Comércio e Indústria, por forma a dar mais brilho e uma apre-sentação mais cuidada às suas instalações. Cerca de 20 pais e familiares dos jogadores das equipas Infan-tis B e Benjamins A, no passado dia 7, pegaram nos pincéis e nas tintas gentilmente cedidas pelo município para dar outra imagem às bancadas e muros das instala-ções do recinto desportivo.

Pais e familiares pintam o Comércio e Indústria

A campeã olímpica em título, a húngara Eva Risztov, e o cam-peão do Mundo de 2013, o ale-mão Christian Reichert, são os dois atletas mais conceituados de entre um lote de 78 nadado-res que participam na etapa portuguesa da Taça do Mundo de Águas Abertas que se realiza em Setúbal, no próximo fim-de--semana. Eva Risztov conquistou o passaporte para os jogos olím-picos de Londres, em 2012, pre-cisamente na prova de apura-mento realizada em Setúbal, ao classificar-se em segundo lugar. A FINA/HOSA 10 Km Mara-thon Swimming World Cup, em Setúbal, conta com a presença de 53 atletas masculinos e 25 fe-mininos em representação de 23 países e onde se contam alguns dos melhores especialistas da modalidade oriundos de países como Egipto, Japão, Israel, Cro-ácia, Estados Unidos da Améri-

Campeã olímpica Christian Reichertvolta a nadar nas águas do sado

ca, Venezuela, Nova Zelândia, Equador, Brasil, França, Alema-nha ou Áustria. A seleção portuguesa está re-presentada na sexta etapa do circuito da Taça do Mundo de Natação em Águas Abertas por Rafael Gil e Angélica André, atu-ais campeões nacionais na dis-

PARAcIclISTA AlEnTEjAnO VEncE TAçA DE PORTugAlFlávio Pacheco venceu três das quatro etapas da Taça de Portugal Liberty Seguros de Paraciclismo, na classe H4. O atleta de Santiago do Cacém, patrocinado pela Ambilital, venceu em Gondomar, Albergaria a Velha e em Viana do Castelo e é por isso o grande vencedor da prova nacional tendo já conquista-do 60 pontos. A última etapa da Taça servirá apenas ao paraciclis-ta para cumprir calendário. A classe H4 destina-se a atletas cuja incapacidade física os obriga a utilizar uma bicicleta impulsionada pelas mãos.

Os Bombeiros Sapadores de Setúbal e a Junta de Freguesia de S. Sebastião procederam à limpeza das paredes e banca-das e, só depois, é que as pintu-ras avançaram, deixando tudo e todos mais satisfeitos pelo dever cumprido de terem con-tribuído para o embelezamento do clube. Na iniciativa marcaram pre-sença os presidentes do clube, Luís Baião, e da Junta de Fre-guesia de S. Sebastião, Nuno Costa, que agradeceram a todos este bonito serviço prestado à comunidade e ao clube.

tância de 10 quilómetros, Hugo Ribeiro, Tiago Oliveira, Vânia Neves e Vasco Gaspar. A prova decorre no próxi-mo sábado, dia 20, com a par-tida para os 10 km’s masculi-nos, às 16 horas seguida, dez minutos depois, da partida da etapa feminina.

Page 12: Semmais 20 Junho 2015

12 | SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015

NEGÓCIOS

Quinta do Piloto aposta forte na componente enoturística

Vinhos Ermelinda Freitas medalhados em todo o Mundo

TEXTO ANTÓNIO LUISIMAGEM SM

A gerência da Quinta do Piloto, uma das maiores e mais anti-gas adegas da região, acaba de inaugurar um importante es-paço para dar a saborear a tradição apurada dos vinhos ‘premium‘ Quinta do Piloto num ambiente e paisagem excecio-nais da nossa região. A família Cardoso está pois de para-béns pelo magnífico espaço criado em prol da captação de turistas.

ENOTURISMO’ PREMIUM’

Com a abertura ao público da Quinta do Piloto, a região ganhou uma nova referência no enoturismo “premium”. A recuperação, que arrancou em 2013, inclui um espaço museológico, sala de pro-vas e loja, programas e amplos espaços para eventos. A família Cardoso realizou um sonho antigo de divulgar o me-lhor das suas herdades e adegas. A Quinta do Piloto é propriedade da família há quatro gerações e chegou a ser o segundo maior pro-dutor da região e um dos maiores da Europa. Hoje os vinhos Quin-ta do Piloto são edições limitadas de lotes excecionais, colhidos nos 200 hectares de vinhas da família nos melhores terroirs da região. Propõem «ser expoentes das castas que representam». In-cluem vinhos engarrafados DOC Palmela, varietais e moscatel, de há dois anos e meio a esta parte. A capacidade de vinificação ron-da os 2 milhões de litros anuais, dos quais 20 mil litros são engar-rafados.

Motivo de atração de turistas como objectivo principal

O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, realçou que a empresa está instalada numa «zona abençoada pela na-tureza, com uma magnífica vis-ta» e que pertence a «uma famí-lia de referência de Palmela, que muito tem feito pelos nossos excelentes vinhos». O edil acredita que a velha adega que agora foi requalifica-da constitui «um motivo para de atratividade de turistas para que fiquem mais extasiados com a nossa região». O autarca elogiou ainda a pos-tura de investimento dos proprie-tários da Quinta do Piloto. «Para Palmela, é importante ter parcei-ros desta natureza, que investem e arriscam em prol da valorização do território e do turismo». Por seu lado, Henrique Soares, presidente da Comissão Vitiviní-cola Regional da Península de Se-túbal, reconhece que a aposta da Quinta do Piloto vai ter «impacto» na região, não só por pertencer a uma «grande família» produtora de vinhos de Palmela, mas, tam-bém, por «todo o potencial que o espaço revela, sobretudo em ter-mos paisagístico e pela oportuni-dade que dá para a realização de eventos e comercialização de vi-nhos da região». Na loja da Quinta do Piloto, que funciona de quarta a do-mingo, das 10 às 19 horas, po-dem ser provados e adquiridos os afamados vinhos, queijos e doces típicos. Há visitas comen-tadas à adega, às 11 e às 16 horas, que culminarão com uma prova de 3 ou 5 vinhos e de produtos regionais, dependendo do valor que o cliente queira despender. O espaço exterior, com uma ampla varanda sobre a região e Lisboa, é bem convidativo para a realização de eventos de vária natureza.

A adega Quinta do Piloto, lo-calizada na Rua Helena Car-doso, na Serra do Louro, em Palmela, abriu recentemente o seu espaço de Enoturismo, onde prima a qualidade e o bom gosto, num cuidado pro-jeto turístico. O investimento, no âmbito de um apoio oriun-do da ADREPES, através do PRODER, ronda os 350 mil eu-ros e inclui a decoração inte-rior. A nova oferta de Enoturis-mo foi apresentada à Comuni-cação Social e operadores lo-cais no passado dia 9, na presença do presidente da Câ-mara de Palmela, Álvaro Ama-ro, e do presidente da Comis-são Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, Henri-que Soares, entre outros con-vidados. O magnífico serviço de ‘catering’ esteve a cargo dos simpáticos alunos da Escola Técnica Profissional da Moita. A porta de uma das maio-res e mais antigas adegas da região foi aberta ao público em geral no dia 10, feriado na-cional, e, depois, no dia 13, com a realização do piqueni-que de Santo António, onde estiveram presentes cerca de 50 pessoas. A requalificação, que teve a duração de um ano, está den-tro das expetativas do gerente Filipe Cardoso, mas, deixa bem claro que gostaria que o projeto «não acabasse aqui». No futuro, a grande aposta vai para a criação de um espaço de turismo rural. «Ainda não sabemos quantos quartos vai ter a casa senhorial antiga, após ser recuperada, porque o nosso projeto ainda está de-pendente de vários fatores para avançarmos com esse in-vestimento», frisa, não tendo dúvidas de que se trata de um projeto de «referência» para a região.

Os afamados e prestigiados vinhos da Casa Ermelinda Frei-tas, localizada em Fernando Pó, no concelho de Palmela, aca-bam de vencer quatro medalhas de ouro e outras quatro de prata em Bordéus. Desta vez foram 8 medalhas no concurso Les Citadelles du Vin 2015. As medalhas de ouro foram para os vinhos Dona Ermelinda Reserva 2012, Dona Ermelinda Branco 2014, Vinha do Rosário Tinto 2013 e Espumante Reser-va 2011. Já as medalhas de prata fo-ram atribuídas aos vinhos Vinha

do Rosário Reserva 2012, Vinha do Rosário Branco 2014, Quinta da Mimosa 2012 e Terras do Pó Tinto 2013. A Casa Ermelinda Freitas, que este ano venceu o PME Excelên-cia, pelo terceiro ano executivo, trouxe também três medalhas de ouro do 'La Selezione del Sinda-co'. O palácio do Marquês de Pombal, em Oeiras, foi o palco da 14.ª edição. Esta foi a primeira vez que o concurso enológico se realizou fora de Itália. As medalhas de ouro, neste concurso italiano, foram para os néctares Petit Verdot 2011, Quin-ta da Mimosa 2012 e Terras do

Pó Castas (Chardonnay & Viog-nier) 2014, enquanto a prata foi para o Moscatel Superior 2005, Carbernet Sauvignon 2012, Dona Ermelinda Reserva 2012 e Sau-vignon Blanc e Verdelho 2013. Entretanto, o Dona Ermelin-da Reserva 2012 venceu o Pré-mio Região Uva de Ouro, en-quanto o Syrah du Monde 2015 arrecadou uma medalha de pra-ta em França. Já no concurso Vinhos de Portugal 2015, a Casa Ermelinda Freitas conquistou três medalhas de prata com o Cabernet 2012, Pe-tit Verdot 2011 e Terras do Pó Cas-tas 2014 (Chardonnay-Viognier).

Page 13: Semmais 20 Junho 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015 | 13

NEGÓCIOS

Vinhos Ermelinda Freitas medalhados em todo o Mundo

Novo Auris proporciona condução segura e relaxadaTEXTO ANTÓNIO LUISIMAGEM SM

A Toyota apresentou o novo Auris à Comunicação Social na cidade de Porto, no passado dia 4, mais concretamente no res-taurante Clube Kasa da Praia. O Auris é o segundo modelo da gama Toyota mais vendido em Portugal. Disponível em duas carroçarias, Hatchback e Tou-ring Sports, apresenta um novo design exterior e um interior to-talmente renovado, aliado à es-treia de dois novos motores mais eficientes, mais ecológicos e mais adaptados à fiscalidade na-cional – o motor a gasolina 1.2 Turbo e o motor 1.6 D-4D diesel – ao que se junta a crescente mo-torização híbrida. António Costa, Relações Pú-blicas da Toyota Caetano Portu-gal, deposita «boas expetativas» para a comercialização do novo Auris. «O Auris é, sem dúvida, um dos modelos mais importan-tes, a seguir ao Yaris, em termos de vendas. O novo Auris corres-ponde a cerca de 37 por cento do mercado, daí darmos muita im-portância a este modelo», real-

çou, acrescentando que o novo Auris «foi completamente rede-senhado, tanto a nível de interior como exterior, com a adotação de novos materiais, maior sofis-ticação de design, bem como a própria tecnologia». Com estes dois novos moto-res, a Toyota consegue estar em «40 por cento do mercado». Na Europa, 50 por cento dos Auris vendidos são híbridos, enquanto a nível nacional as vendas ron-dam os 20 por cento mas a Toyo-ta espera subir a fasquia para os «30 por cento, ainda este ano», vinca António Costa. Com uma «melhor sensa-ção de condução, redução do ruído e vibrações, e facilidade

na condução», o novo Auris proporciona uma condução «muito relaxada, segura e tran-quila» graças à sua tecnologia híbrida, daí a aposta cada vez mais forte da Toyota nos mo-delos híbridos. Com oferta de 3 anos de ma-nutenção, baixo consumo e bai-xa emissão de CO2, os preços dos novos modelos Auris ron-dam entre os 22 e os 27 mil euros. A apresentação do novo Au-ris incluiu uma visita ao Festi-val NOS Primavera Sounds, onde a Toyota é, desde 2001, o carro oficial deste festival de música alternativa, que decor-reu no Parque da Cidade, entre 4 e 6 de junho.

O Porto de Setúbal foi o palco do workshop sobre Portos, Transportes e Logística “Desa-fios do Mar”, evento que decor-reu no dia 12 de junho, no audi-tório do Edifício Sede da APSS, organizado pela APP – Associa-ção dos Portos de Portugal e pela Oceano XXI – Associação para o para o Conhecimento e Economia do Mar, realizado na linha dos workshops temáticos com o objetivo de dar continui-dade ao debate e animação para o reconhecimento da Eco-nomia do Mar.

Participaram o Presidente da APP, Vítor Caldeirinha, o Di-retor Executivo da Oceano XXI, Dr. Rui Azevedo, o Admi-nistrador da APSS, Seixas da Fonseca, o Presidente da CPS, Frederico Spranger, e a Administradora da Docapesca, Isabel Guerra, entre outros re-presentantes de entidades e empresas ligadas ao setor, no sentido de contribuírem para a preparação da nova estratégia de desenvolvimento e plano de ação para o Cluster do Mar para o período 2015-2020.

Porto de Setúbal acolhe workshop para logística “Desafios do Mar”

Page 14: Semmais 20 Junho 2015

14 | SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015

OPINIÃO

Gosto desta geração Like! Gosto dos jovens de hoje, das suas conversas, dos seus hábitos de leitura, da forma como se vestem e até do modo como falam. Acredito nas gerações vindouras e estou convicta que a próxima geração será ainda mais bem preparada, que a geração à rasca. Eu geração rasca, à rasca, somos pais e mães desta geração Like, fomos fecundantes destes jovens que filmam e fotografam tudo e todos. Qualquer momen-to é imortalizado nas redes sociais, para o bem e para o mal, se existe está no Facebook ou no Instagram.Certa de que existe uma minoria, à exceção desta brilhante geração Like, que utiliza as redes sociais para difundir imagens de crueldade, crime ou bullying. Estou convencida de que esses são os outsider’s e que estão em minoria. A maioria, essa geração Like, informada, inteligente e

Geração Like

Congresso mundial de sindicatos do setor do papel

CIDADANIAS

Elisabete CavaleiroCoordenadora Pedagógica

bonita não compactua com tais atos.Recordo à geração rasca e às anteriores, os velhos tempos do liceu. Sempre existiu o “aroles”, o “bucha” e ou a “Olívia palito”. Na época o bullying, não era mais do que um trabalho de casa da disciplina de inglês. As discriminações ou as humilha-ções sobre os mais fracos sempre existiram. Lembram-se?Claro que na época não tínha-mos o facebook ou twitter, mas toda a escola conhecia e sabia desses episódios, no entanto as humilhações persistiam, sobre o olhar pouco atento da dita comunidade educativa. Violên-cia escolar!? Recordo com magoa as reguadas da minha velha professora primária. A Sra. batia, só porque sim! Batia porque dávamos erros ortográ-ficos; porque não sabíamos a tabuada ou simplesmente porque lhe apetecia. Hoje a violência escolar tem maior dimensão é mais visual, tem

mais impacto? Não sei! Só sei que se sabe através do face-book, só sei que se aprova ou desaprova através de um Like. Já o cyberbullying será algo exclusivo desta geração Like? Utiliza-se a rede social para desacreditar, humilhar, julgar e condenar. Os julgamentos públicos são na rede. Há muito que esses julgamentos deixaram de ser realizados na esfera da imprensa, ou até mesmo na “velhinha” sala de audiências, passamos a assistir às sentenças online, a internet é o tribunal. Vivemos e fazemos em função da cyber aparência?! Pessoalmente, até considero os “gostos” da minha página

pessoal um bom indicador das relações ou reações, que tenho ou provoco nas pessoas, leia-se “amigos” (está na génese da natureza dos humanos) .No entanto é à geração Like que tudo se imputa, como se nós geração rasca, fossemos meros espectadores de todo este cyber teatro e até em muitos dos casos, não fossemos nós, o exemplo a não seguir. Gosto da igualdade de género que os nossos jovens transpi-ram, gosto das liberdades que sopram, da audácia, da genuini-dade e até consigo gostar do tom, por vezes provocatório e irreverente. Gosto, porque gosto da nossa geração LIKE!!! (y)

EDITORIALRaul TavaresDiretor

Entre 10 e 11 de Junho decorreu em Istambul, Turquia, o 4º congresso mundial dos sindicatos do setor do papel. Estiveram representados vinte e um países que, sob o lema “Mudar de Rumo”, debateram os problemas dos profissionais deste setor associados aos problemas sociais e políticos que alastram na Europa e decorrem do mercado global. Neste encontro internacional de sindicalistas foi abordado o processo de digitalização para a área gráfica e a alteração dos padrões de consumo. Como exemplo, mais de 50 Milhões de europeus recorrem á informa-ção através de tablets ou outros meios digitais. Este fenómeno, a par da crise, tem sido o grande causador do encerramento de empresas e desemprego no setor gráfico. A aposta na qualificação e na renovação de competências é o caminho.O diagnóstico internacional do setor do papel não deixa dúvidas de que o caminho percorrido tem sido penoso e inglório. Nos 18 países da CEPI, confederação das indústrias papeleiras europeias, o ano de 2014 fechou com menos 10% da capacidade que tinha antes da crise. Os dados deste importante setor são deveras preocupantes. Menos 5000 trabalhadores a tempo inteiro; menos 7% de produção de jornais; menos 3% de produção de papel gráfico. É previsível um aumento do consumo de papel e embalagens nos mercados asiáticos e leste da Europa. Mas para Nicolas Constantinou, Vice-presidente da Uni Global Union, isso não

impede mais encerramentos de empresas na Europa e aumento de desemprego neste setor nos próximos 5 anos.Neste congresso ficou evidente que nos países onde existiu intervenção do FMI, quer isolado ou como membro da troica no caso dos países do euro, regrediu-se nas políticas sociais mas também a nível da competitividade. Por exemplo, no mercado publicitário, a média de idades dos profissionais é inferior a 29 anos. Sendo jovens qualificados e criativos estes vão para zonas que lhes dão melho-res condições de vida criando um fosso enorme em termos económicos entre países da mesma moeda.No congresso foi ainda apresen-tado um estudo por Luisa Bull do Unite, sindicato do Reino Unido, onde revela que os trabalhadores sindicalizados ganham mais 7% do que os não sindicalizados; têm maior estabi-lidade de horário; têm as garantias da contratação coletiva; têm maior segurança no trabalho e maior capacidade de ser ouvidos. Os países com maior índice de sindicalização têm menores assimetrias sociais, e existe maior facilidade de reunir consensos.Foi unanime o apelo ao fomento da contratação coletiva e ao esforço para os compromissos com as entidades patronais. Assim não deixo de me questio-nar como foi possível que a contratação coletiva tenha perdido em Portugal quase dois milhões de trabalhadores desde 2011. Que objetivo se pretende-ram atingir?

PS: Na edição da semana passada 13 de Junho de 2015 o diretor do Semmais e eu próprio concordámos que fosse publicado o direito de resposta de António Carlos Sereno Castro Melo apesar de, segundo o artigo 24º/1 da lei da imprensa não lho conceder neste caso. Contudo concordei, porque a liberdade de expres-são para mim não é apenas um jargão que se invoca mas um princípio elementar da vida democrática que defendo, e para isso, prescindo da autorização da lei. Nesse texto sou acusado, com alguma ligeireza, de distorcer “várias coisas” sem que o autor especifique quais e em que circunstancia. Discorda da minha apreciação quanto á responsabilidade europeia na crise portuguesa recusando ver para além da fronteira com Espanha, comportamento que considero típico de algum provincialismo português. Respeito mas discordo no meu texto anterior. A nível nacional dispara em todos os sentidos, comportamento típico da demagogia e não resiste ao populismo fácil do julgamento da classe politica, afirmação que normalmente colhe junto do grande público. Refere-se de forma depreciativa ao

sindicalismo. Aqui detenho--me pela surpresa. António Melo classifica de “medíocre” o sindicalismo e acusa-o de estar enfeudado a lógicas partidárias”. Ele que foi delegado e dirigente sindical durante anos a fio num sindicato das celuloses que acabou por se extinguir. Esta falsa alusão ao sindicalismo falta ao respeito a centenas de homens e mulheres que, em nome dos trabalhadores, lutam diariamente pelo trabalho digno, muitas vezes com prejuízos pessoais (aqui não diferencio CGTP ou UGT) numa conjuntura periclitante e adversa que António Melo nunca teve que enfrentar enquanto sindicalista. A ingerência das entidades internacionais na contratação coletiva. Quando se refere aos “interesses pessoais” certa-mente pensava na sua saída prematura da vida ativa, sendo que, para o efeito, António Melo não hesitou em negociar individualmente, a extinção do seu próprio posto de trabalho, ignorando as instituições sindicais e o interesse dos trabalhadores. O que nos divide não é apenas a visão do mundo como refere no seu texto. É muito mais do que isso.

ACTUALIDADES

Manuel FernandesSecretário nacional do Sindetelco

Muito para além da crise finan-ceira podemos dizer que os tem-pos que correm são mesmo muito perigosos.Na vertigem da falta de dinheiro e da necessidade de cortar a di-reito, podem estar em causa as conquistas da chamada Europa Social, agravada com o processo da infindável globalização. Lon-ge vão os tempos em que os so-cialistas e social-democratas europeus ousaram reagir à crise de 1998, altura em que o desem-prego galopava entre as grandes multinacionais na Bélgica, em França, em Espanha e até mes-mo na Alemanha de Kohl. A cimeira de Lisboa consumou esse desiderato, que em parte pode dizer-se que seria uma es-pécie de recuperação do contro-lo das forças do capital. Esse processo desintegrou-se de for-ma drástica, a partir da falta de liderança dos senhores que pas-saram a dominar as cúpulas da União Europeia.Nem se percebe que essa consa-gração na Constituição Euro-peia esteja em tábua rasa, como se as decisões políticas, em nome dos povos, fossem meras intenções num universo domi-nado pela livre circulação do ca-pital e pela especulação finan-ceira.Apesar de expressões tão em-blemáticas como “a globaliza-ção requer reformas económi-cas com o objectivo de criar um sistema justo e socialmente aceitável”, eliminando um certo ‘keynesianismo’, a filosofia da Europa Unida também consa-gra que este objectivo só pode ser concretizado através da mo-vimentação livre de capitais, que é condição prévia para o desen-volvimento e crescimento eco-nómico”. São frases crípticas mas asserti-vas da confusão que reina nas mentes brilhantes europeias, que trespassa todas as ordens políticas e ideológicas.Por este caminho seguiu a ‘Ter-ceira Via” com que o trabalhis-ta Blair pretendeu conduzir os socialistas para o futuro próxi-mo, numa época em restava pouca esquerda entre a es-querda, parafraseando, à épo-ca, um editorial do ‘Internacio-nal Herald Tribune’.Mas pior: nos tempos que cor-rem já nem há espaço para o pensamento nem para a reflexão. Andamos a tapar buracos, cor-tando milhões das áreas sociais, penalizando o trabalho, enquan-to que aumentam na mesma proporção os juros vertidos sem regra dos usurários que todos os dias vão deitaram por terras os esforços mais exigentes.

O tormentoso falhanço da Europa Social

Page 15: Semmais 20 Junho 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 20 DE JUNHO | 2015 | 15

OPINIÃO

Diretor Raul Tavares | Editor-Chefe Roberto Dores | Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida - coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Proprie-dade e Editor Mediasado, Lda; NIPC 506 806 537 Concessão Produto Mediasado, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98semmais

Arruadas sociais, nem vê-las....

Muito se tem falado e escri-to sobre a venda da TAP e as opiniões dividem-se, de-pendendo da força política que está no cadeirão do po-der, mudando de posição e argumentos, conforme se esteja na oposição ou pre-tenda regressar ao controlo das operações.Sem querermos reconstruir o “capitalismo monopolista de Estado” – longe de nós tal ideia, embora o tenhamos vivido – custa-nos o desba-ratar da propriedade co-mum para que se consiga, mais tarde, um favor que garanta uma reforma ou aposentadoria bem acima do cidadão que leva a vida a contar os tostões (cêntimos) para comprar um simples medicamento que lhe per-mita viver com o mínimo de dores possível.Mas, porque “gato escalda-do de água fria tem medo, todos – não exageremos, quase todos – nos lembra-mos de privatizações que nada trouxeram de bom ao comum dos portugueses que continuam a pagar os serviços daí resultantes mais caros do que antes das engenharias financeiras que levam a estas “contabilida-des” que retiram milhões do Orçamento de Estado e os atiram para outras rúbricas, que nada evitam que sejam os mesmos a suportar-lhes os custos.Voltando aos aviões…Façamos contas e equacio-nemos quem paga para quem…Somos dez milhões em Por-tugal, porque no Mundo de-vemos rondar os quinze mi-lhões. Quantos andam de avião ou beneficiam deste meio de locomoção? Seja-mos optimistas e atiremos como certo, um milhão. O que dá a modesta percenta-gem de dez porcento.Chegaremos à conclusão de que dez se sacrificam para que um ande refastelado a gozar do esforço diário da esmagadora maioria.Pensemos!

Jorge SantosJornalistaFIO

DE P

RUMO

TAP

No Portugal democrático bem como no período do “Estado Novo” as instituições desporti-vas substituíram-se muito ao papel do Estado no desenvolvi-mento do desporto, ao invés nas “repúblicas socialistas” o papel deste era centralizador, fiscaliza-dor e tudo o mais na exigência de resultados.A União Europeia pugna pela definição de políticas desporti-vas que tenham o respeito na base do modelo associativo, que engloba as federações, associações e clubes entre outros, para além da liberdade dos cidadãos para a prática de atividade física.Fala-se muito hoje na perda de valores éticos e da palavra de Honra entre dirigentes desporti-vos, ou de forma mais alargada, entre os vários agentes despor-tivos. Discordo, que tenha havido perda destes valores,

Recentemente, em conversa com um amigo que tem respon-sabilidades políticas, a propósi-to das notícias relacionadas com a história de um assassino de 17 anos que toda a família abandonou, assunto de primei-ra página de vários jornais, comentava que há áreas de intervenção social que os políticos “escondem para debaixo do tapete”, ao que eu acrescentei, não dão votos.De facto, consigo imaginar os resultados dos votos obtidos com uma acção politica a realizar no próximo mês de Setembro, através de uma arruada no Bairro da Bela Vista, Bairro Amarelo, Vale Amoreira, Jamaica ou aqui mais perto na Quinta da Caiada ou Quinta da Parvoíce; penso que seriam boas iniciativas e que as projecções das sondagens, seriam efectiva-mente “ à boca da urna”.Não percebo o alarido dado em torno das notícias, quando é do conhecimento público, pelo menos há cinco anos, que que existe uma tendência para o aumento da delinquência juvenil. Refiram-se a título de exemplo alguns dados estatísticos de entidades públicas que acom-panham o problema social, que se encontram inscritos no Relatório Anual da Segurança Interna, Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco e no relatório CASA da Segurança Social, cujos números apresentam um

aumento da Delinquência Juvenil da ordem 21%, aumento das ocorrências de natureza criminal praticadas no interior da escolas de 10,8%, aumento de 32,6% de institucionaliza-ções de jovens com mais de 15 anos em situação de risco social, aumento de 34,8% de jovens adolescentes institucio-nalizados com problemas de comportamentos, e ainda o aumento de 117,9% de jovens acolhidos em Lares de Infância e Juventude que consomem estupefacientes.Posto isto, depois do Estado de ter feito o cerco às famílias da classe média e às pequenas e médias empresas, esmifrando--as com a maior carga fiscal de sempre, considerando que todos os contribuintes são prevaricadores, em que a taxa do desemprego jovem é um dos maiores flagelos do século XXI, não é difícil perceber a razão pela qual aumentou a brutali-dade das agressões físicas, praticadas de forma voluntária por jovens que nada tem a perder.Há ainda uma outra prática a qual considero grave, e que aos poucos se vai cultivando com contornos muito perigosos, que corresponde à passagem da mensagem com características discriminatórias sobre aqueles que auferem subsídios de apoio do Estado, com especial referência o do desemprego e o rendimento social de inserção.Quando o principal dirigente de

uma instituição de cariz social secular com dimensão nacional, têm o desplante de dizer publicamente “só passa fome em Portugal quem quer”, partindo esta mensagem do interior de uma organização com elevadas responsabilidade sociais, para além da gravidade das palavras não terem sido desmentidas pelas entidades congéneres ou esclarecidas pelo próprio, legitimam-se aqueles que pagam impostos para olhar para um sem abrigo ou para um idoso dependente que vive isoladamente, como seres que vivem por opção, voluntariamente à conta dos subsídios do Estado e que são eles os absorvedores dos dinheiros dos contribuintes.Estamos perante uma nova corrente de pensamento de Ação Social, a qual espero que não tenha seguidores nem sirva de bibliografia de referência, que é a da promoção da exclusão e das desigualdades patrocinada por uma institui-ção de cariz social e religioso, tendo sido o seu representante recentemente condecorado com a medalha de honra do Ministério da Solidariedade,

Emprego e Segurança Social.Confesso que não há memória de assistir a tamanha falta de respeito por aqueles que querem trabalho e não encon-tram e por 1 milhão e 900 mil pensionistas que vivem men-salmente com 364 euros. De facto, “mudam-se os tempos, mudanças as vontades” e quando se tem poder e o poder sobe à cabeça, não tenhamos a menor dúvida que o fosso entre os ricos e os pobres será cada vez maior.Esperemos que o Papa Francis-co, à semelhança das várias comissões que tem criado para expurgar a Igreja dos demónios, se lembre de criar uma comis-são para separar o trigo do joio entre as organizações que promovem uma acção social orientada para os mais desfavo-recidos, de outras que envergo-nham o passado histórico e a Missão de instituições seculares que sempre souberam e sabem fazer o bem e muito bem.Enfim, “ é o mal cristalizado nas estruturas sociais injustas, a partir do qual não podemos esperar um futuro melhor” (Exortação nº 59, A Alegria do Evangelho, 2013.)

GATO ESCONDIDO COM O RABO DE FORA

Paulo G. LourençoInvestigador Social

estes continuam a existir; o que acontece hoje é que tudo é mais mediático e competitivo no sentido das vitórias efetivas.Por outro lado, o desporto permite aos cidadãos que ao longo da sua vida participaram em falências e em processos menos claros de atos de gestão empresarial (seja qual for a dimensão), encontrarem no desporto uma forma de bran-quear a sua imagem caso obtenham vitórias mesmo que a qualquer custo.Certos processos, enviesados para obter títulos desportivos desrespeitando instituições seculares como por exemplo: o Sporting Clube de Portugal, têm um caminho curto, mas, podem provocar danos irreparáveis durante um longo período.Os cargos terrenos são eféme-ros e precários, no entanto a História e os valores éticos das

instituições são eternos e devem prevalecer para além do período dos mandatos.Se no Estado Novo já havia democracia nos clubes desporti-vos menos sentido faz que hoje, a existência de um clima de terrorismo no dirigismo despor-tivo, só compreendido pela falta de preparação de um ou outro dirigente e a natureza de carater com uma doentia obsessão pelo êxito e ainda mais quando compete a um líder, ser o mais sensato, cordial, apaziguador e todas as qualidades aliadas à credibilidade.Na atualidade, os cidadãos estão

muito mais informados do que há décadas atrás e não se deixam conduzir somente pelas emoções irracionais.O desporto sempre foi uma escola de virtudes desde as camadas jovens a veículos de paz entre povos. Para bem das instituições seculares, que têm nos quadros diretivos gente menos competente, é bom que os seus associados estejam alertas porque nos dias de hoje é fácil empresas e Estados falirem e será com certeza rápido a extinção de um clube desportivo por muito valor e história tenha em Portugal.

ESPAÇO ABERTO E LIVRE

Zeferino BoalConsultor da Sitel Portugal

Instituições desportivas seculares: merecem respeito

Page 16: Semmais 20 Junho 2015

CLIMA ESTE É O TERCEIRO ANO COM MAIS FALTA DE CHUVA DESDE 2005 E O PIOR DESDE 2012

Seca severa ganha terreno no distrito mas o calor tem sido bom para a cortiça

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

Seca moderada na Península, seca severa no Litoral Alentejano. Assim vai este tempo na região. Para a cortiça tem sido «um ano fabuloso».

A maioria dos concelhos da re-gião encontrava-se em situação de seca moderada, no final de maio, mas uma área significati-va do Litoral Alentejano já esta-va em seca severa, sendo este o terceiro ano que tem revelado mais falta de chuva desde 2005 e o pior desde 2012. Os agriculto-res alertam que a água que caiu nos campos da região no último fim-de-semana é insuficiente para recuperar pastagens e per-mitir a sementeira de culturas de sequeiro para alimentar os ga-dos a partir do outono. Segundo o último Boletim Climatológico do Instituto Por-tuguês do Mar e da Atmosfera

(IPMA), em 31 de maio, a seca meteorológica registada desde março tinha sofrido agravamen-tos, depois de a 30 de abril a maior percentagem do território ado distrito ainda se encontrar apenas em seca fraca. Nos últimos três anos não ti-nha havido seca, nem sequer com o estatuto de fraca, o que os meteorologistas enquadram na «variabilidade climática intera-nual do país», confirmando, contudo, o que já sabe desde há muito. É que cada vez as situa-ções de seca aumentam de in-tensidade. 2005, o ano mais gra-ve em 60 anos, serve de exemplo, com quase todo o território do distrito afetado por seca severa a extrema. E os agricultores deitam contas à vida pelo distrito, so-bretudo nos concelhos do Lito-ral Alentejano, onde a seca exibe

contornos mais preocupantes e ameaça as pastagens, havendo quem já esteja preparado para começar a alimentar gado à mão.

Cinco camiões de pranchas de cortiça nas últimas três semanas

Porém, nos campos do distrito nem tudo são más notícias. Que o digam os produtores de corti-ça. Mesmo as tiragens que esta-vam planeadas para começar só lá para finais de junho princípios de julho, já tiveram lugar entre Setúbal e Alcácer do Sal. Augus-to Simões explica ao Sem Mais que quis aproveitar as tempera-turas altas para antecipar traba-lho. «É um ano fabuloso para isto», assegurou este intermedi-ário florestal, revelando já ter carregado «uns cinco camiões de pranchas de cortiça”, ao lon-go das últimas três semanas. Foi ainda em maio que co-meçou a juntar os homens de machados em punho no monta-do para adiantar serviço a des-cascar sobreiros, uma vez que o descortiçamento deve ser feito em dias quentes «por ser quan-do se formam as novas células de paredes finas facilitando uma boa tiragem», revela.

EUGÉNIO FONSECA NOMEADO PRESIDENTE DO CONSELHO CONSULTIVO DO S. BERNARDOEugénio Fonseca foi nomeado Presidente do Conselho Consultivo do Centro Hospitalar de Setúbal, por Despacho do Sr. Ministro da Saúde, de 05 de Maio de 2015. Ao Conselho Consultivo compete o acompanhamento da acti-vidade hospitalar e a transmissão de recomendações, tendo em vista o melhor funcionamento dos serviços a prestar às popula-ções, atendendo aos recursos disponíveis. O Conselho Consultivo é constituído, entre outros, por repre-sentantes da comunidade, da tutela e dos trabalhadores. Eugénio Fonseca é uma personalidade de reconhecimento mérito, Licenciado em Ciências Religiosas pela Faculdade de Teo-logia da Universidade Católica Portuguesa, recebeu diversas dis-tinções honoríficas, entre as quais se destacam a Medalha de Honra da Cidade de Setúbal (1993), a de Profissional do Ano 1999/2000, atribuída pelo Rotary Club Setúbal Sado, e a Ordem de Mérito de Grande Oficial, com que foi agraciado em 2007 pelo Pre-sidente da República. Atualmente desempenha o cargo de Presi-dente da Cáritas Portuguesa.

A FECHAR