semmais 5 dezembro 2015

16
PUBLICIDADE DESPORTO PÁGINA 14 PRESIDENTE DO V. SETÚBAL DEFENDE SALA DE TROFÉUS NO PALÁCIO SALEMA Fernando Oliveira gostava que a sala de troféus fosse instalada no Palácio Salema e acusa o município de não cumprir com alguns projetos. Garante que, apesar das dificuldades, enquanto dirigir o clube não se põe de joelhos nem presta vassalagem a ninguém. SOCIEDADE PÁGINA 2 ROLA-BRAVA CORRE O RISCO DE DESAPARECER DA ARRÁBIDA Só com uma ação consertada no sul da Europa vai ser possível dar uma ‘espécie de segunda vida’ à Rola-Brava, uma ave migradora que já começa a escassear na Arrábida e que acaba de entrar na Lista Vermelha das Espécies em vias de extinção no País. CHOCALHOS ALENTEJANOS JÁ SÃO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL DA HUMANIDADE NEGÓCIOS PÁGINA 11 A ADEGA VENÂNCIO DA COSTA LIMA APOSTA EM NOVOS NEGÓCIOS A VCL investiu mais de 2 milhões de euros nas novas instalações. A produtora de vinhos de Quinta do Anjo já abriu as portas da primeira loja oficial de vinhos e lança-se no Enoturismo. Acolhe eventos na adega velha e estreia este Natal o primeiro Moscatel Roxo. PRÓXIMA EDIÇÃO COM A MARCA SEMMAIS Já há visitas de estudo adiadas nas escolas porque os docentes não conseguiram entregar a tempo o registo criminal, que agora passou a ser obrigatório. Os tribunais estão entupidos com tantos pedidos e não conseguem dar resposta. SOCIEDADE PÁGINA 2 Sábado 5 | Dezembro | 2015 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 881 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita semmais AS 1000 MAIORES NÃO PERCA NO PRÓXIMO SÁBADO UMA EDIÇÃO ESPECIAL DEDICADA ÀS 1000 MAIORES EMPRESAS DO DISTRITO DE SETÚBAL E A TODOS OS RÁCIOS E INDICADORES. POR CAUSA DO ATRASO DO REGISTO CRIMINAL DE PROFESSORES ESCOLAS DA REGIÃO ADIAM VISITAS DE ESTUDO

Upload: mediasado

Post on 24-Jul-2016

235 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Edição do Semmais de 5 de Dezembro

TRANSCRIPT

Page 1: Semmais 5 dezembro 2015

PUBLICIDADE

DESPORTO PÁGINA 14PRESIDENTE DO V. SETÚBAL DEFENDE SALA DE TROFÉUS NO PALÁCIO SALEMA Fernando Oliveira gostava que a sala de troféus fosse instalada no Palácio Salema e acusa o município de não cumprir com alguns projetos. Garante que, apesar das dificuldades, enquanto dirigir o clube não se põe de joelhos nem presta vassalagem a ninguém.

SOCIEDADE PÁGINA 2ROLA-BRAVA CORRE O RISCO DE DESAPARECER DA ARRÁBIDA Só com uma ação consertada no sul da Europa vai ser possível dar uma ‘espécie de segunda vida’ à Rola-Brava, uma ave migradora que já começa a escassear na Arrábida e que acaba de entrar na Lista Vermelha das Espécies em vias de extinção no País.

CHOCALHOS ALENTEJANOS JÁ SÃO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL DA HUMANIDADE

NEGÓCIOS PÁGINA 11A ADEGA VENÂNCIO DA COSTA LIMA APOSTA EM NOVOS NEGÓCIOS A VCL investiu mais de 2 milhões de euros nas novas instalações. A produtora de vinhos de Quinta do Anjo já abriu as portas da primeira loja oficial de vinhos e lança-se no Enoturismo. Acolhe eventos na adega velha e estreia este Natal o primeiro Moscatel Roxo.

PRÓXIMA EDIÇÃO COM A MARCA SEMMAIS

Já há visitas de estudo adiadas nas escolas porque os docentes não conseguiram entregar a tempo o registo criminal, que agora passou a ser obrigatório. Os tribunais estão entupidos com tantos pedidos e não conseguem dar resposta.

SOCIEDADE PÁGINA 2

Sábado 5 | Dezembro | 2015

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 881 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interditasemmais

AS 1000 MAIORES NÃO PERCA NO PRÓXIMO SÁBADO UMA EDIÇÃO ESPECIAL DEDICADA ÀS 1000 MAIORES EMPRESAS DO DISTRITO DE SETÚBAL E A TODOS OS RÁCIOS E INDICADORES.

POR CAUSA DO ATRASO DO REGISTO CRIMINAL DE PROFESSORES

ESCOLAS DA REGIÃO ADIAM VISITAS DE ESTUDO

Page 2: Semmais 5 dezembro 2015

2 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015

OS TRIBUNAIS DA REGIÃO ESTÃO ENTUPIDOS COM TANTOS PEDIDOS DE REGISTO CRIMINAL

Há escolas do distrito a adiar visitas de estudopor atraso do registo criminal de professores

FEDERAÇÃO NACIONAL DE CAÇADORES JÁ REGISTOU A AMEAÇA QUE PAIRA SOBRE ESTA ESPÉCIE DA ARRÁBIDA

Rola-brava está a vermelho na região mas caçadores querem salvá-la das espécies em risco de extinção

SOCIEDADE

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

A Federação Nacional de Ca-çadores (Fencaça) reco-nhece a ameaça que paira

sobre a rola-brava que já come-çou a escassear na Arrábida e que acaba de entrar na Lista Ver-melha das Espécies em risco de extinção no país, com a categoria de «vulnerável», mas o presiden-te Jacinto Amaro assegura que os caçadores portugueses não são os maiores culpados, numa altu-ra em que estão autorizados a caçar «apenas» seis rolas por dia. O dirigente diz que só com uma ação consertada no sul da Euro-pa vai ser possível dar uma «es-pécie de segunda» vida a esta ave migradora. «Em Espanha, Itália e Malta não há limite. Depois, é preciso perceber que as rolas que nas-cem em Portugal têm que atra-vessar Espanha, até Gibraltar, para chegarem a África no inver-no», alerta, garantindo que uma elevada percentagem acaba aba-tida em território espanhol. Contudo, ainda segundo o dirigente, existem também ou-tros fatores que explicam o de-saparecimento desta ave. «A tro-co de subsídios, deixámos de produzir cereais, o que implica

falta de comida. Hoje em dia a rola tem ótimas condições no norte de África e fica por lá», su-blinha, alertando para um fenó-meno novo após a «invasão» da rola-turca, que está a conquistar terrenos à rola-brava. «Andamos a pedir há muito tempo autorização para a caçar como correção de densidades. Alimenta-se nas capoeiras, sui-niculturas e aterros sanitários e vai trazer problemas sanitários», vaticina Jacinto Amaro, para quem «só uma ação consertada» entre, pelo menos, os países do

sul da Europa, poderia ter algum sucesso. Caso contrário, ques-tiona, «quem terá moral para pe-dir aos caçadores portugueses que não atirem às rolas, se as matam nos outros países?». É a primeira vez que é feita referência mundial para a con-servação de espécies cinegéticas caçadas em território nacional, que passa também a integrar o zarro (pato selvagem). A Socie-dade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) lança um «aler-ta vermelho», exigindo ao Go-verno «a urgente alteração à lei

da caça». Luís Costa sustenta que «se esperarmos por uma ação consertada vai deixar de haver rolas. Nós temos respon-sabilidade sobre o Portugal. Os outros que façam o mesmo». O abrupto desaparecimento da rola-brava no Alentejo atin-giu uma quebra de 40% da po-pulação na última década. «Não há tempo a perder se ain-da quisermos tentar salvar a espécie», alerta o diretor exe-cutivo da SPEA, justificando que a quebra de 40% das aves apurada em Portugal teve por

base um estudo de monitoriza-ção, feito na última década, através de indicadores de qua-drados de amostra, o que não permite quantificar o número de casais que nidificam no país. Daí que a inclusão de «rola portuguesa» – porque apesar de ser migradora, nasce por cá du-rante a primavera – na Lista Ver-melha criada pela União Inter-nacional de Conservação da Natureza em colaboração com a BirdLife International em 1963, não tenha surpreendido os am-bientalistas.

Já há visitas de estudo que estão a ser adiadas nas es-colas da região porque os

professores não conseguiram ainda entregar o diploma sobre o registo criminal, que passou a ser obrigatório – a partir de agosto - para todos os trabalha-dores que têm contacto direto com menores. Novas regras que envolvem necessariamente to-dos os educadores, professores e restantes funcionários das es-colas públicas e privadas. «Os tribunais da região es-tão entupidos com tantos pedi-dos de registo de criminal e não conseguem dar resposta», de-

nuncia fonte de um estabeleci-mento escolar de Setúbal, aler-tando que as escolas que permitam saídas de alunos acompanhados por professores ou por auxiliares sem estarem com o documento na sua posse acabam por ser multadas. As próprias forças de segu-

rança admitem que estão aten-tas a esta questão e que têm questionado os professores sempre que encontram visitas na rua, perguntando-lhes pela declaração de idoneidade. O do-cumento é passado pela respeti-va escola mediante a entrega do registo criminal.

«Perante esta situação é ób-vio que as visitas de estudo es-tão inviabilizadas», lamenta a mesma fonte, estando já vários sindicatos em contacto com os grupos parlamentares a quem tentam sensibilizar para este problema, agravado, segundo dizem, como facto de estar em causa «uma inaceitável violação de dados pessoais» dos profes-sores, auxiliares e de outros téc-nicos ligados a este processo, já que o documento que é exigido desde agosto não contém só a informação considerada neces-sária a quem mantém contacto com menores. A proposta surge no segui-mento da alteração legislativa, ocorrida em finais de agosto, que veio tornar obrigatório a

apresentação anual de um certi-ficado de registo criminal, numa estratégia de prevenção que visa a proteção de menores de adul-tos que, por exemplo, tenham sido condenados por abusos se-xuais. A própria Federação Nacio-nal de Professores (FNE) exigiu que fosse facilitado o processo de obtenção do certificado de registo criminal, obrigatório para quem trabalha com crian-ças, e que os docentes ficassem isentos de pagar qualquer taxa. A FNE remeteu um ofício à nova ministra da Educação pedindo que seja garantida a todos os trabalhadores da educação a isenção de qualquer taxa exigida para a obtenção do diploma so-bre o registo criminal.

MAIS ESPÉCIES EM RISCOOs principais grupos de aves que mostram agravamentos no risco de extinção são os abutres, as aves marinhas e as aves limícolas, algumas delas ocorrem em Portugal e reque-rem medidas de conservação urgentes. Em Portugal temos atualmente uma espécie em risco crítico, que partilhamos com Espanha: a pardela-balear, e três “Em Perigo”. Mas já tivemos mais, que, entretanto, já viram a categoria de amea-ça diminuída graças a esforços de projetos de conservação, entre as quais o priolo e a freira-da-madeira e graças ao re-sultado de um melhor conhecimento sobre as populações individuais de aves. Contudo, existem ainda sete espécies com o estatuto de conservação urgentes: a águia-imperial, o painho-de-monteiro, a abetarda, a freira-do-bugio, a felosa--aquática, e as novas espécies que agora entraram na lista: a rola-brava e o zarro.

Page 3: Semmais 5 dezembro 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015 | 3

SOCIEDADE

Maria João Camolas eleita Profissional do Ano pelos rotários de Palmela

Número de pessoas que vivem sozinhas triplicou num distrito onde o concelho de Almada lidera a tabela do INE

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

O número de pessoas que vivem sozinhas tem vindo a aumen-

tar na região desde 1960, mas com especial incidên-cia ao longo das duas últi-mas décadas. O distrito re-gistava uma média de 23 por cento famílias unipes-soais em 2011, contra 8 por cento em 1960, tratando-se de uma evolução que pode ser atribuída ao envelheci-mento da população, «mas também a mudanças na vida privada de indivíduos em idades mais jovens, so-bretudo solteiros e divor-ciados», segundo avançam os especialistas do Institu-to Nacional de Estatística (INE). Comparando 2011 com 1991 verifica-se que o nú-mero de famílias unipesso-ais na região disparou, quase duplicando, com um aumento de 13 para 23 por cento, traduzindo um peso superior aos 8 por cento

no conjunto da população residente na região. Esta evolução é também evi-dente no peso crescente que as pessoas que vivem sós têm vindo a assumir no total das famílias. Por concelhos, e voltan-do a recuar até 1960 para alcançarmos a referência ao longo do último meio século, Seixal liderava com 10 por cento de famílias clássicas unipessoais para cada cem famílias, passan-do a 20,9 por cento em 2011. Já Setúbal surgia na segun-da posição, com 8,9 que vi-ria a aumentar para 23,3 por cento, seguindo-se Al-cochete com 8,2 há meio século, chegando hoje aos 20,6 por cento. É Almada que detém atualmente o maior nú-mero de pessoas que vi-vem sós, com 25,8 por cento, embora há 50 anos fosse dos municípios com valores mais baixos do país (5,4 por cento). O Bar-reiro ocupa o segundo lu-gar, com 24,5, depois dos

6,7 em 1960. Ainda segundo o INE, após a atualização de da-dos este ano, o sentido deste crescimento tem sido similar para mulhe-res e homens, mas a popu-lação do sexo feminino regista valores mais eleva-dos de famílias unipesso-ais. Em 2011, 5,2 por cento das mulheres e 3 por cen-to dos homens viviam em famílias unipessoais, o que representa um acrés-cimo face aos valores re-gistados em 2001 (4 e 2,1 por cento, respetivamen-

te) e 1991 (3,1 e 1,3 por cen-to, respetivamente). Esta evolução acompa-nha os principais padrões de distribuição das famí-lias unipessoais na Europa. A população portuguesa regista, no entanto, uma proporção de famílias uni-pessoais no total da popu-lação residente (8,2 por cento) abaixo da média eu-ropeia (UE27), que se situa nos 14,5 por cento, sendo que cerca de 8 por cento são mulheres e 6 por cento são homens (Eurostat, EU--SILC, 2011).

A presidente da So-ciedade Filarmóni-ca Humanitária,

Maria João Camolas, aca-ba de ser distinguida pelo Rotary Club de Palmetla com o título de Profissio-nal do Ano. O jantar de entrega do galardão teve lugar no passado dia 20, no salão de festas da pró-pria coletividade. A homenageada, que agradeceu a distinção, re-alçou que se trata de «um reconhecimento de um trabalho pessoal e coleti-vo enorme em prol de um projeto social, cultural e educacional ímpar na nossa região, o qual é de-senvolvido na Humanitá-ria e no Conservatório Re-gional de Palmela, acrescentando que repre-senta, ainda, «uma dedica-ção extrema que embora voluntária exige profissio-nalismo, bom senso e

muita humildade». Maria João Camolas partilhou o troféu com «a família, diretores, profes-sores, colaboradores, só-cios e amigos que ousaram traçar objetivos, iniciando este brilhante percurso, movimento impulsionador na vida e história da nossa coletividade». Já João Santos, líder dos rotários palmelenses, afirma que Maria João Camolas, enquanto pre-

sidente da Humanitária, centenária e prestigiada coletividade palmelense, incutiu uma forte dinâ-mica de rejuvenescimen-to da mesma, tendo con-tribuído, decisivamente, para a imagem de Palme-la além-fronteiras, nos domínios cultural, edu-cacional e social, seguin-do elevados padrões de profissionalismo e de qualidade, a bem da co-munidade que serve».

SAIBA MAISA distribuição das pessoas que vivem em famí-lias unipessoais em Portugal é variável conso-ante o sexo, mas também de acordo com a es-trutura etária. Perto de metade das pessoas neste tipo de famílias tem 65 e mais anos de idade (46,9 por cento), distribuindo-se em pro-porções similares nas diferentes faixas etárias até aos 84 anos.Se a este valor for acrescida a proporção de quem tem idade compreendida entre os 50 e os 64 anos (21,6 por cento), a percentagem de indi-víduos em famílias unipessoais com 50 ou mais anos de idade aumenta para 68,5 por cento. A proporção de pessoas com idade até aos 49 anos é substancialmente inferior: 7,4 por cento têm entre 15-29 anos e 24 por cento têm idades compreendidas entre os 30 e os 49 anos. A aná-lise comparativa desta distribuição face aos da-dos censitários de 1991 demonstra que a popu-lação adulta (com mais de 20 anos) a residir numa família unipessoal aumentou em todos os grupos etários.

Page 4: Semmais 5 dezembro 2015

4 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015

SOCIEDADE

Talentos de peso passam pela feira do livro de Alcácer do Sal

População convocada a dar nova cara a Alcochete

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

Município de Palmela exige a reposição e reforço do atendimento social

Catarina Furtado, Ca-tarina Beato, Andreia Vale, Maria Teresa

Lopes Pereira e Conceição Marmeleira, autoras so-nantes no panorama lite-rário, partilham com o pú-blico as suas mais recentes obras na 19.ª Feira do Li-vro de Alcácer do Sal, na biblioteca municipal. A ini-ciativa promovida pela Câ-mara Municipal de Alcácer do Sal foi ontem à noite, dia 4, inaugurada pelo pre-sidente Vítor Proença, ten-do decorrido também uma sessão de animação musi-cal com Mendes Caffé Duo. O destaque de Catarina Furtado pertence a “O que vejo e não esqueço”, um li-vro autobiográfico no qual a apresentadora da RTP

conta experiências como-ventes em defesa dos mais necessitados nas suas via-gens como Embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População. Catarina Furta-do vai estar em Alcácer no dia 13, às 15 horas. “Os cavaleiros de Santia-go em Alcácer do Sal”, de Maria Teresa Lopes Pereira está em destaque no dia 12, às 15 horas. Esta obra tem prefácio do conceituado his-toriador José Mattoso que classifica a obra como “uma monografia académica“ na

qual a autora “reconstitui com alguma minúcia a his-tória da Ordem de Santiago e sua relação com a vila e o castelo de Alcácer”. Desta-que também para a presen-ça da autora do blogue “Dias de uma Princesa”, Catarina Beato que vai estar em Alcá-cer também no dia 12, às 21 horas para apresentar o seu romance “Provo-te” que re-flete sobre o amor. “Puxar a brasa à nossa sardinha”, da jornalista da CMTV, Andreia Vale, é ou-tro livro que vai ser apre-sentado na feira do Livro no dia 11, às 18 horas. An-dreia Vale partilha nesta obra a sua paixão por ex-pressões idiomáticas. O livro infantil “O baile das vogais”, da alcacerense Conceição Marmeleira, e publicado com o apoio do município, ensina as vogais de forma divertida e tam-bém vai ser oficialmente

É sob lema “A rua tam-bém é sua” que o mu-nicípio de Alcochete

tenta “puxar” a população para que arregace as man-gas dando o seu contributo à regeneração urbana, com o objetivo de reabilitar a ima-gem núcleo antigo da vila. A ideia é que os proprietários recuperam as casas obsole-tas ou devolutas, depois da degradação ter avançado durante décadas. Estão garantidos vários benefícios fiscais a quem aderir ao desafio, como a isenção de IMI durante cinco anos ou de pagamento de taxas urbanísticas, além da redução do IVA de 6 por cen-to nas empreitadas, entre outras vantagens. Para te-

rem acesso aos benefícios os moradores são precisam de enviar um requerimento à autarquia manifestando a intenção de reabilitar as ca-sas, enquanto a e edilidade se compromete a tornar o processo rápido. «Só com uma ação con-junta seremos capazes de melhorar a qualidade urba-na de Alcochete», sublinha o presidente da autarquia, Luís Franco, acrescentando que deste passo dependerá a revitalização do comércio tradicional e atração de no-vas atividades económicas, a par de equipamentos sociais e culturais.

apresentado este domingo, às 16 horas, seguida da atua-ção de Susana Pedro. E este sábado, a partir das 17 horas, há uma Roda de Contos a pensar nas crianças e com a presença do contador de histórias montemorense Carlos Marques e diversos conta-dores locais, entre os quais Célia Assis, Rosário Vitó-ria, Vitória Serra, Fernanda Caixas e Vítor Ramos. Além das apresenta-ções de livros, o evento surge como «uma boa pro-posta» para compras de Natal. A funcionar na bi-blioteca local, segunda a quinta-feira, das 10 às 19 horas, e às sextas, sábados, domingos e feriado com horário de acordo com programa de atividades, a feira apresenta várias pro-postas literárias nas mais diversas vertentes a pre-ços convidativos.

Um ano depois da suspensão do aten-dimento social des-

centralizado no concelho de Palmela, sem aviso pré-vio por parte do Centro Distrital de Setúbal do Ins-tituto de Segurança Social, o município voltou a exigir a reposição e o reforço deste serviço de proximi-dade, essencial num terri-tório caracterizado pela sua «extensão e dispersão urbana» e com «graves li-mitações» ao nível do transporte público. O balanço deste perío-do é «claramente negativo», assistindo-se a um número «crescente de situações de fragilidade social, com muitos cidadãos idosos, desempregados ou doentes a desesperarem face às difi-culdades de acesso aos par-

cos apoios a que poderiam ter direito e a verem agra-vada a sua situação, por não conseguirem deslocar--se à sede do Centro Distri-tal, em Setúbal. Cortou-se, assim, um trabalho de duas décadas no apoio e acom-panhamento das famílias, com resultados de suces-so». O município insiste na «urgência» de retomar o trabalho descentralizado

junto das populações mais carenciadas, em condições de igualdade e celeridade, lembrando que a Rede Social de Pal-mela está a dar o máximo para não abandonar os cidadãos, mas que exis-tem competências pró-prias da Segurança Social, que «devem ser assumi-das rapidamente e em prol do bem-estar das pessoas».

Page 5: Semmais 5 dezembro 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015 | 5

POLITICA

Comunistas reclamam escola secundária em Quinta do Conde na Assembleia da República

O grupo parlamentar do PCP entregou na passada semana

na Assembleia da Repúbli-ca um projeto de resolu-ção exigindo o desenvol-vimento de todos os procedimentos legais para a concretização urgente da construção da Escola Secundária na Quinta do Conde. Segundo a DORS do PCP, a oferta da rede pú-blica ao nível do ensino secundário na freguesia da Quinta do Conde é «muito insuficiente» face ao número de jovens com idade de frequência deste nível de ensino e «não evoluiu» de molde a acompanhar a evolução demográfica que se verifi-cou. Nos últimos anos re-gistou-se um «crescimen-to demográfico assinalá-vel» na Quinta do Conde, assim como um «elevado

índice» de juventude. Foi, inclusivamente, das fre-guesias do país com «maior crescimento» da população, de acordo com os dados dos Censos 2011. A única escola com en-sino secundário nesta fre-guesia, segundo o PCP, é a secundária Michel Giaco-metti, que tem uma capa-cidade «muito limitada» no ensino secundário. «Nesta escola, somente cerca de 400 estudantes, frequen-tam o ensino secundário. É evidente que esta escola não tem capacidade nem condições para assegurar a frequência escolar no en-sino secundário à popula-ção estudantil da fregue-sia», vinca o PCP. Ainda segundo os co-munistas, «mais de mil es-tudantes são obrigados a deslocarem-se diariamente para escolas secundárias nos concelhos de Setúbal, Seixal, Barreiro, Palmela,

Almada e até Lisboa, por-que na Quinta do Conde não há rede pública que responda. Diariamente, es-tes jovens percorrem lon-gos percursos, com uma enorme perda de tempo associada que pode ir até a três horas por dia, com custos acrescidos para as famílias. O tempo despen-dido pelos estudantes nas deslocações para a escola, introduz um enorme des-gaste, o que também não contribui para melhorar o sucesso escolar». O município de Sesim-bra já disponibilizou um terreno para a construção da escola secundária, com 21 820 metros quadrados. Perspetiva-se uma escola com capacidade para 1 260 estudantes e 54 turmas do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário. Em termos de oferta de escola prevê-se a existência de cursos científico-huma-

nísticos e profissionais, uma unidade de ensino es-truturado e uma unidade de multideficiência. O Ministério da Educa-ção já reconheceu a neces-sidade da construção da escola secundária, tendo

atribuído o desenvolvi-mento do projeto à Em-presa Parque Escolar. O projeto foi adjudicado em Junho de 2011, sobre qual «não se conhece a evolu-ção e a conclusão da obra estava prevista para 2013».

A comunidade educati-va, a população e as autar-quias dinamizaram uma nova petição, a exigir a cons-trução urgente da secundá-ria na Quinta do Conde. Mais de 5700 pessoas subscreve-ram esta petição.».

Bruno Vitorino avança com recandidatura à distrital do PSD

Bruno Vitorino anunciou esta se-mana a sua recan-

didatura à liderança do PSD de Setúbal, cujas elei-ções estão agendadas para este sábado, dia 5, defendendo a realização de eleições legislativas «logo que as regras cons-titucionais o permitam». Bruno Vitorino tam-bém é deputado na As-sembleia da República e vereador na Câmara Mu-nicipal do Barreiro. «Numa altura em que Portugal saía da maior cri-se económica e financeira da sua história democráti-ca, a irresponsabilidade dos partidos da oposição deu lugar a uma crise polí-tica», afirmou. O candidato referiu que o Presidente da Re-pública foi "forçado" a dar posse a um Governo «politicamente ilegítimo e refém de uma esquerda radical e totalitária».

«O PSD deverá estar preparado para qualquer eventualidade política, pois ninguém acredita que este Governo seja credível, nem estável, nem dura-douro», salientou. Em relação às eleições presidenciais de 2016, Bruno Vitorino defendeu que o dis-trito de Setúbal se deve mo-bilizar para garantir a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa

«logo na primeira volta». «Queremos também mobilizar os militantes e simpatizantes do PSD para as eleições autár-quicas de 2017, apresen-tando candidaturas em todos os concelhos do distrito e reforçando a presença do PSD nos ór-gãos autárquicos do dis-trito de Setúbal», conclui Bruno Vitorino.».

Page 6: Semmais 5 dezembro 2015

6 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015

SESIMBRA MOSTRA DE DOCES DE NATAL SOLIDÁRIA AQUECE VILA PISCATÓRIA A Mostra de Doces de Natal, promovida pelo município, é uma das imagens de marca do programa natalício do concelho. O evento realiza-se no parque da vila, este sá-bado, às 15 horas, e na Fortaleza de Santiago, no dia 8, à mesma hora. A animação está a cargo da Bota Big Bang, Ecos, grupo coral A Voz do Alentejo, na Quinta do Conde, e da Anacrusa Band, Pedro Marinheiro (saxofone) e Daniel Dealunay (piano), na vila de Sesimbra. Coscorões, sonhos, fatias albardadas e azevias são algumas das especialida-des que marcam presença na iniciativa, que atrai centenas de visitantes.Os doces podem ser adquiridos por um valor simbólico de 50 cêntimos. Este ano, a verba arrecadada reverte para a associação Encontra a Esperança e para a Casa do Povo de Sesimbra. Durante as mostras, os mais novos vão poder visitar a Casa do Pai Natal, e deixar a sua carta no marco de correio do Polo Norte. O Pai Natal, uma das mais po-pulares figuras desta quadra, que tem nas crianças os seus maiores admiradores, vai estar acompanhado pelos seus simpáticos ajudantes.

ALMADA MUNICÍPIO MOSTRA APOSTA PARA A REGULARIZAÇÃO DAS CHEIAS

O município está a participar, até este domingo, na 21.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Na-ções Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21), em Paris. O edil da autarquia, Joaquim Judas, está presente no evento para mostrar o projeto almadense MultiAdapt - Adaptação Multifuncional para Regulação de Cheias, Amenização Micro-Climática e Segurança Alimentar, no âmbito do Programa das Ações Transformadoras.O conceito do projeto MultiAdapt combina hortas urba-nas, com bacias de retenção e a restauração ecológica de linhas de água, resultando num relevante efeito sinérgico de promoção da infiltração em profundidade, controlo de cheias e de produção hortícola biológica local, res-tabelecimento de continuidades ecológicas, bem como amenização dos efeitos de ilha de calor urbana.Das centenas de projetos candidatos, Almada foi uma das 20 cidades de todo o mundo escolhidas para apre-sentar o seu projeto de adaptação às alterações climáti-cas no Pavilhão das Cidades e Regiões a um conjunto de entidades internacionais.O presidente do município marcará ainda presença na Cimeira Climática para os Lideres Locais, evento coor-ganizado pela Câmara de Paris.Este sábado, Joaquim Judas está, também, presente na sala plenária 2 da COP 21 por ocasião do Dia de Ação, um encontro que destaca o compromisso dos Estados e dos atores não-governamentais na defesa do clima.

SEIXAL DESCENTRALIZAR A ARTE DE REPRESENTAÇÃO A TODA A POPULAÇÃOAté ao dia 12 de dezembro, a arte da representação vai chegar a vários palcos do concelho do Seixal, através de mais uma edição do Festival de Teatro. Um dos principais objetivos deste evento é a aposta na descentralização para levar o teatro a toda a população.O Festival de Teatro é um evento abrangente que acolhe atores e grupos consagrados, bem como grupos do con-celho que, embora amadores, contam já com uma vasta carreira artística.Na edição deste ano são 9 as peças a que o público vai poder assistir. Neste momento ainda é possível ver 4 des-sas peças. O festival promove géneros teatrais como o drama, os monólogos e a comédia, onde os atores dão vida a personagens que retratam o dia-a-dia das pessoas, com as suas tragédias e alegrias.Este sábado, às 16h30, sobe ao palco “A Minha Escola”, pelo projeto (Des)dramatizar, no cinema S. Vicente. No dia 11, às 21h30, vai à cena “Guerra É Guerra”, peloTeatro Extremo, no Clube Recreativo da Cruz de Pau. E no dia 12, às 21h30, “Ana Bola sem Filtro”, fecha o certame, no auditório municipal do Fórum Cultural do Seixal.

GRÂNDOLA PROGRAMA RECHEADO DÁ AS BOAS VINDAS AO NATAL A chegada do Pai Natal à vila está prevista para as 15 horas. Há lançamento de neve e os espetáculos “Natal Encantado”, pela Associação Remédios do Riso, e dança, pelas crianças da Ludoteca. Durante a tarde decorre ain-da o mercadinho de Natal.A emblemática praça da República que, até ao dia de Reis, será a Praça do Natal, conta com a casa do Pai Na-tal, a Árvore da Alegria e muita animação para os mais novos. Além deste sábado, também vai haver animação a 12 e 19 de dezembro. Para celebrar a época natalícia, o município procedeu à iluminação alusiva ao Natal dos principais pontos da vila, como o edifício dos Paços do Concelho, o coreto e o jardim principal da vila. Nas prin-cipais vias de comércio tradicional foram colocadas de-corações iluminadas e som ambiente, e na praça Catari-na Eufémia, no centro, foi colocada uma árvore de Natal iluminada com 10 metros de altura.Também a praça D. Jorge, no centro tradicional, está ilumi-nada no âmbito da colaboração do município com a Junta de Freguesia de Grândola e Santa Margarida da Serra.Ao longo do mês decorrem os tradicionais concertos de Natal em todas as freguesias do concelho e festas e ativi-dades solidárias promovidas pelo movimento associativo.Para o edil, Figueira Mendes, «em tempos difíceis como aqueles que se vivem, a iniciativa Natal em Grândola visa sobretudo celebrar e tornar esta quadra mais alegre e contribuir para a dinamização e revitalização do nosso comércio tradicional».As iluminações de Natal são inauguradas este sábado e desligadas à meia-noite de 6 de janeiro.

LOCAL

MONTIJO AFONSOEIRO QUEIXA-SE DE POLUIÇÃO AMBIENTAL A última visita do presidente do município, Nuno Canta, e dos vereadores Francisco dos Santos e Clara Silva ao ter-ritório da União das Freguesias do Montijo e Afonsoeiro decorreu no passado dia 30. Os munícipes estão irrita-dos com os maus cheiros originados por uma fábrica de reciclagem de óleos, instalada na zona industrial do Pau Queimado. Nuno Canta assegurou que «iria averiguar a situação», frisando que a responsabilidade do licencia-mento industrial é do Ministério da Economia. Outro tema em destaque foram os problemas de trânsito e circulação automóvel dentro na parte antiga do Afon-soeiro, devido à falta de estacionamento e da fluência da circulação viária. O edil informou que esta questão está já em avaliação, existindo a possibilidade de um ajustamen-to e reordenamento da circulação automóvel em algumas ruas quer através da colocação de sinalização vertical.Também foram visitadas as obras na rua do Pinheiro, que vão permitir a criação de um novo acesso rodoviário e a consolidação da vala que se encontra naquele local. No Alto das Vinhas Grandes, foi verificada a reabilitação do polidesportivo que se encontra junto às Residências Montepio e a necessidade de intervenção nos parques in-fantis. No bairro do Afonsoeiro, a câmara e a junta estão a realizar uma avaliação de todos os equipamentos existen-tes nesta zona para avançar com obras.No bairro do Charqueirão foi avaliada a necessidade de alterar a iluminação pública na rua da Boa Esperança e na rua de Timor, no Afonsoeiro, existe, também, um pro-blema relacionado com as árvores que têm causado da-nos nas casas dos moradores. As árvores serão retiradas e substituídas por outras mais pequenas.

SANTIAGO DO CACÉM PRAIA DA COSTA DE SANTO ANDRÉ GANHA NOVO VISUAL As obras na praia da Costa de Santo André são inaugu-radas este sábado, a partir das 14h30, com a presença de um membro do Governo de António Costa, por confir-mar à hora de fecho da nossa edição. A cerimónia começa com a receção dos convidados, se-guindo-se, às 15 horas, as intervenções do dia. Usarão da palavra os presidentes do conselho de administração da Polis Litoral Sudoeste, André Barreto, e do edil de Santia-go do Cacém, Álvaro Beijinha. A visita à intervenção, que dotou esta afamada praia do concelho, acontece meia hora depois. Às 16 horas é des-cerrada uma placa que assinala esta importante inaugu-ração para a melhoria e o conforto dos utentes e turistas desta importante e bela zona balnear da nossa região. A cerimónia de inauguração das obras na praia da Costa de Santo André culmina com um Porto de Honra, que é servido a todos os convidados.

Page 7: Semmais 5 dezembro 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015 | 7

SETÚBALBOCAGE COM ATIVIDADES EM DEZEMBROAs comemorações dos 250 Anos do Nascimento de Boca-ge, iniciativa de âmbito internacional, promovem três ati-vidades em dezembro.O programa, arquitetado pela Câmara Municipal de Setú-bal e por uma comissão científica presidida por Daniel Pi-res, apresenta o recital dramatizado “Aquele canta e ri; não se embaraça.”, do projeto GoG, com encenação de Carlos Curto, este sábado, dia 5, às 21 horas, na Casa da Cultura.Segue-se a conferência “O Mundo Europeu de Bocage: das Luzes à Revolução Francesa”, por Viriato Soromenho--Marques, no dia 15, às 18h30, na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa.A terceira atividade de dezembro das Comemorações dos 250 Anos do Nascimento de Bocage, programa a decorrer ao longo de um ano, é a cerimónia de entrega de distin-ções do Prémio de Poesia Popular António Maria Eusébio “O Calafate”, evento da Universidade Sénior de Setúbal, a realizar no dia 18, às 21 horas, na Galeria Municipal do Banco de Portugal.

MOITAARTES E TALENTOS INVADEM O MERCADO MUNICIPAL

O mercado municipal da Moita acolhe este sábado, das 9 às 13h30, a feira Artes e Talentos – Especial Natal 2015. O evento repete-se a 12 e 19 de dezembro, à mesma hora. Trata-se de uma oportunidade para oferecer peças di-ferentes e originais, de artesanato, aos seus familiares e amigos neste Natal, longe das confusões das compras nas grandes superfícies comerciais.A iniciativa “Artes e Talentos” da Câmara Municipal da Moita decorre no âmbito do Programa de Dinamização e Anima-ção do Mercado Municipal da Moita e destina-se a promover e valorizar a atividade desenvolvida pelos artesãos do con-celho. Os interessados em participar na feira devem solicitar mais informações através do endereço: [email protected] ou do telefone 210 816 914. Simultane-amente, nas manhãs deste sábado, e nos próximos dias 12 e 19 de dezembro, haverá animação infantil de Natal, nos mer-cados municipais da Moita e da Baixa da Banheira.

SINES CIDADE DOS AFETOS PROMOVE ESTILOS DE VIDA SAUDÁVEIS A Câmara aderiu ao projeto Cidade dos Afetos, que preten-de mobilizar toda a comunidade para o desenvolvimento de atividades que apliquem a componente afetiva, de modo a preservar o bem-estar e os estilos de vida saudáveis, par-ticularmente em contexto escolar. A adesão foi formalizada no II Encontro de Unidades de Saúde Públicas Geminadas, que decorreu na Casa do Médico, no dia 26 de novembro.Este projeto teve origem no Barreiro, no ano letivo de 2009/10, e estendeu-se aos concelhos do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte e do Agrupamento de Centros de Saúde Arco Ribeirinho.O projeto chegou a Sines por iniciativa da Unidade Lo-cal de Saúde do Litoral Alentejano, através da Unidade de Saúde Pública, contando também com o apoio da Unida-de de Cuidados na Comunidade de Sines. A promoção do bem-estar em ambiente escolar, com enfoque na impor-tância dos afetos e do desenvolvimento de competências afetivas e emocionais, é o principal objetivo do projeto, que usa a maçã como símbolo e segue o lema “Escola de afetos. Escola de sucesso”. Além da autarquia, que desde a primeira hora abraçou o projeto, o mesmo conta já com a participação do Agrupa-mento de Escolas de Sines e da Escola Secundária Poeta Al Berto, que, no âmbito do Encontro de USP Geminadas apresentaram as suas propostas de atividades a realizar em 2016. Estas atividades serão realizadas, maioritaria-mente, em meio escolar, mas pretende-se que se esten-dam também à comunidade em geral.

ALCÁCER DO SAL INCENTIVOS AO COMÉRCIO TRADICIONAL COM MUITA ANIMAÇÃO O município, com o apoio da União das Freguesias de Al-cácer do Sal e de Santa Susana, desenvolve, até ao dia 6 de janeiro, o programa “Comércio Local, a sua escolha neste Natal” para animar a cidade e incentivar a população a fa-zer as suas compras de natal no comércio tradicional.Estão previstas diversas atividades nas principais arté-rias da cidade, tais como um carrossel infantil gratuito no Largo Luís de Camões e insufláveis para crianças, além de animação, música e ações desportivas a cargo de associações do concelho, entre as quais Sociedade Fi-larmónica Progresso Matos Galamba, Vera Letras, Proje-to Sempre em Forma, Núcleo do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro - delegação de Alcácer, Sociedade Vis-conde de Alcácer, Escola de Karaté Shotokai Murakami--Kai e coro da Universidade Sénior.A par deste programa a autarquia instalou iluminação de natal nas principais ruas, nomeadamente na Av.ª dos Aviadores, Av.ª Soares Branco, largo Visconde, rua Ma-nuel Bombarda, rua Direita, rotunda Norte, rotunda 25 de abril (onde está uma árvore de natal com 16 metros de altura), rotunda Sul, ponte rodoviária, ponte pedonal, dos Açougues (com uma árvore de natal com 6 metros de altura), rua José Cupido, mercado municipal, edifício da Câmara, edifício dos Serviços Técnicos, estrela gigante nas muralhas do Castelo e Torre do Relógio. No Torrão, há carrossel gratuito no jardim do coreto.

ALCOCHETE CÂMARA PROCURA FOTOS DE EVENTOS PARA VÍDEO SOBRE COMEMORAÇÕES DOS 500 ANOS DO FORAL A Câmara Municipal de Alcochete está a preparar o encer-ramento das comemorações dos 500 anos do Foral de Al-cochete e pede a colaboração de todos os munícipes para que possam, na sessão solene do próximo dia 16 de janeiro de 2016, realizar uma retrospetiva de todas as iniciativas que contribuíram para o êxito desta programação.Desta forma, a autarquia alcochetense apela a todos os munícipes que tenham registos fotográficos dos espetá-culos, exposições, palestras, animações ou de outras ini-ciativas que deram corpo a esta programação que enviem para o setor de Comunicação e Imagem, através do ende-reço eletrónico [email protected]. As imagens enviadas serão posteriormente selecionadas para integrar um conteúdo multimédia a ser apresentado na cerimónia de encerramento. «A colaboração de todos é fundamental para reunir memórias que são parte da história e identida-de locais», vinca fonte da autarquia alcochetense.

LOCAL

PALMELA ESPAÇO DO CIDADÃO INAUGURA NO DIA 8 PARA SERVIR A COMUNIDADE O município de Palmela inaugura o “Espaço Cidadão – Serviço de Apoio à Comunidade”, no próximo dia 8 de dezembro, a partir das 15 horas. Localizado em pleno co-ração do centro histórico da vila, junto ao mercado mu-nicipal, o Espaço Cidadão vai acolher todos os serviços públicos prestados pela Junta de Freguesia de Palmela e serviços de proximidade, como aconselhamento e apoio jurídico, e contará, também, com áreas polivalentes para a dinamização de atividades culturais e educativas, aber-tas às instituições locais, ao movimento associativo e à população, em geral.Além dos serviços a prestar, a própria recuperação deste conjunto edificado vem contribuir, fortemente, para a valorização e qualificação do entro histórico. Testemu-nha de muitos séculos de ocupação humana, por diver-sas culturas, este edifício exibe elementos arquitetónicos de grande valor e contará, também, com uma exposição permanente de espólio arqueológico recuperado na se-quência das campanhas de escavações realizadas no lo-cal e na proximidade.

BARREIROCIDADE ACOLHE UM DOS FESTIVAIS MAIS CARISMÁTICOS DA EUROPA O Festival Barreiro Rocks 2000-2015 decorre este fim--de-semana com muita música e animação para todos. Este ano esta edição comemora o seu 15.º aniversário. São três dias de concertos, exposições e cinema, no Bar-reiro, até este domingo.O documentário “Barreiro Rocks”, realizado por Eduardo Morais, foi apresentado, pela primeira vez, em televisão no canal 180, na noite de 1 de dezembro.O festival decorre em três diferentes palcos, nomea-damente no Ferroviários & #PartyFiesta – Grupo Des-portivo “Os Ferroviários do Barreiro”; Escola Conde de Ferreira – Centro de Produção Artística e Associação De-senvolvimento Artes e Ofícios.O “Barreiro Rocks” é apoiado pelo município e é progra-mado e produzido pela Hey, Pachuco! Associação Cultu-ral, entidade distinguida com o galardão “Barreiro Reco-nhecido – Arte e Cultura” em 2014. Realizado no Barreiro desde 2000, é considerado um dos festivais «mais caris-máticos da Europa». Os ingressos rondam entre os 10 e os 20 euros. O passe, para os três dias, custa 30 euros. A exposição coletiva “Barreiro Rocks 2000-2015” pode ser apreciada, até este domingo, na Associação Desenvolvi-mento Artes e Ofícios.O orçamento do município ultrapassa os 44 milhões de euros, dos quais 7 milhões destinam-se aos investimentos.

Page 8: Semmais 5 dezembro 2015

8 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015

O fabrico do chocalho está, a partir de terça-feira, salvaguardado pela UNESCO. A candidatura promovida pela entidade regional de turismo do Alentejo foi aprovada sem mácula, numa tarde em que se soltaram os sons daquele tradicional artefacto português e, com eles, as lágrimas de alguns dos promotores.

DELEGAÇÃO PORTUGUESA, LIDERADA PELO TURISMO DO ALENTEJO, EFUSIVAMENTE APLAUDIDA NA ASSEMBLEIA DA UNESCO, EM WINDHOEK, NAMÍBIA.

Um chocalhar português para todo o mundo

TEXTO RAUL TAVARESIMAGEM SM

O chocalho português e o seu fabrico têm agora as portas do mundo escan-

caradas para se revitalizarem, depois de se terem tornado, ter-ça-feira, em Windhoek, capital da Nabímia, Património Imate-rial da Humanidade com Salva-guarda Urgente. A candidatura portuguesa, li-derada pela entidade regional de turismo do Alentejo, em parceria com a Câmara de Viana do Alen-tejo e pela Junta de Freguesia de Alcácovas, considerada mesmo a capital da arte chocalheira em Portugal, foi aprovada sem má-cula e considerada mesmo «mo-delo e exemplar» pela presidente do Comité da Unesco, Trudie Amulungu. Momentos antes, alguns membros da delegação portu-guesa não escondiam um certo nervoso, sobretudo, perante as discussões que se geraram à vol-ta de candidaturas oriundas da Colômbia e da Mongólia, que acabaram por passar no fim da navalha, e do Egipto, que ficou mesmo pelo caminho. «Algumas delegações estão a ser muito mi-nuciosas, fizeram o trabalho de casa, mas estou confiante», con-fessava ao Semmais, o professor Jorge Freitas Branco, um dos elementos que fez parte da co-missão cientifica da candidatura alentejana. Mas, quando subiu ao plená-rio, o dossier português não de-morou mais que cinco minutos em debate, recolhendo palavras de aceitação e reconhecimento. Logo de seguida, como que numa explosão de emoções con-tidas, soaram os sons do choca-

lho, os abraços e as lágrimas, contagiando uma parte signifi-cativa das delegações estrangei-ras, apanhadas de surpresa pela manifestação efusiva dos portu-gueses. «Hoje é um dia feliz para Portugal, para os portugueses e para a região do Alentejo», pro-clamou a embaixadora portu-guesa na Namíbia, Helena Paiva que, mais tarde, já refeita da «grande emoção» que diz ter sentido, manifestou-se surpre-endida com o «conhecimento técnico» relevado na candidatu-ra. «Não sei se reparou na for-mulação errónea e erros crassos na preparação, mesmo proces-sual, de alguns outros dossiers aqui trazidos. É um orgulho sa-ber que a nossa foi considerada exemplar, aprovada em dois mi-nutos e sem contestação de nin-guém. É um grande dia», afir-mou. Também a feliz coincidência da 10.ª Sessão do Comité Inter-governamental para a Salva-guarda do Património Cultural Imaterial da Humanidade ter-se realizado na Namíbia, em África, foi lembrada pela diplomata à reportagem do Semmais: «É um continente com o qual temos grandes ligações, e sobretudo num país que tem uma cultura do mundo rural muito forte. Es-tes chocalhos foram um sucesso, toda a gente estava a perguntar onde se podiam comprar. Não há nenhum namibiano que não te-nha gado. Estamos a falar de um país com 2,1 milhões de habitan-tes e 5 milhões de cabeças de gado, portanto podem ser 5 mi-lhões de chocalhos». Ainda nada refeito da forma «distinta» como o plenário da Unesco recebeu e aprovou a can-didatura do fabrico de choca-lhos, o instrumento sonoro na transumância de rebanhos, An-

tónio Ceia da Silva, presidente da entidade regional de turismo do Alentejo, que liderou a candida-tura disse ter sido «uma grande vitória para o Alentejo, para as suas tradições, num contexto de valorização do nosso território, das suas gentes, tradições e cul-turas, que fazem parte do nosso plano estratégico». O facto de o comité de avalia-ção da Unesco ter considerado a candidatura portuguesa como modelar, foi igualmente destaca-do por Ceia da Silva que quer agora fazer com que esta distin-ção, tal como o Cante alentejano, elevado a património da huma-nidade em 2014, possam contri-buir para acentuar o destino tu-rístico do Alentejo. «Temos hoje um perfil de turista exigente, que procura os valores diferenciado-res em cada território. Estas con-

O QUE SIGNIFICA A CHANCELA DA UNESCOA inscrição do fabrico de chocalhos na Lista do património Imaterial com necessidade de salvaguarda urgente implica um conjunto de responsabilidades, tendo por base o perigo de extinção da atividade. Está em causa, no fundo, garantir a transmissão do saber-fazer e a sustentabilidade desta ativi-dade ancestral no futuro. Uma das variáveis agora a implementar tem a ver com o ensi-no do oficio, que é também praticado, para além do concelho de Viana do Alentejo, em Estremoz e Reguengos de Monsaraz. Na forja está um protocolo a celebrar brevemente com o es-tabelecimento prisional de Beja. «Está em fase adiantada, e a ideia é incluir nas rotinas dos reclusos esta atividade, minis-trada por um mestre do ofício que lhes dará essa formação», explicou Bernardino Bengalinha, o edil de Viana do Alentejo.Outras ideias a implementar passam pela criação de um cen-tro de pastorícia e da metalurgia tradicional, em Alcáçovas, o centro nevrálgico desta aticidade no país. Encorajar e criar viabilidade económica, promover a sua orientação jurídica e incentivar a investigação académica, constituem outros pon-tos-chave para a preservação da atividade no futuro.

Page 9: Semmais 5 dezembro 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015 | 9

quistas são decisivas para esse projeto e para esse caminho de marca», disse.

Autarcas de Viana do Alentejo nas nuvens

Ao rubro estiveram os dois au-tarcas presentes na comitiva alentejana. O presidente da Câ-mara de Viana do Alentejo, Ber-nardino Bengalinha, e Sara Pajo-te, presidente da Junta de Alcácovas, considerada a capital da arte chocalheira em Portugal. Emocionado, Bernardino Bengalinha confessou ter alivia-do «uma tensão» que se vinha a acumular desde a véspera. «É o fim de uma grande ansiedade, e saber que esta decisão foi toma-da desta forma, sem nenhum re-paro em pouco mais de dois mi-nutos, é de uma enorme satisfação. Estamos todos de pa-rabéns, porque se tratou de uma candidatura exemplar», afirmou. Ainda com o lacrimejar nos olhos, Sara Pajote, lembrou que se trata de o culminar de um tra-balho que envolveu muito em-penho de muita gente: «Hoje foi o primeiro dia do resto das nos-sas vidas. Um começo e uma grande responsabilidade, pois cabe-nos agora pegar nesta grande riqueza que os nossos antepassados nos deixaram e não mais deixarmos morrer esta atividade, que faz parte da nossa identidade». As duas autarquias, que fo-ram os principais parceiros da

JÁ SE CHOCALHAVA HÁ DOIS MIL ANOSSegundo o dossier da candidatura, a arte chocalheira tem mais de dois mil anos de atividade, sendo possível encontrar chocalhos celtibéricos do seculo 1 a.C, idênticos aos fabrica-dos na atualidade. «A ameaça de extinção é real, uma vez que a maior parte dos chocalheiros abandonaram a atividade por falta de viabilidade económica, e não tem havido renovação geracional.Todavia, segundo os autarcas presentes na capital da Namí-bia, na freguesia da Alcáçovas tem havido um incremento do setor, com a entrada em atividade de dois mestres na casa dos 30 anos, que abriram uma nova fábrica-oficina de chocalhos e um novo esquilaneiro, este último com a produzir esquilas e esquilões, sucedâneos do instrumento mais conhecido da-quela zona, precioso auxiliar na atividade rural da transu-mância de rebanhos, e agora guindado à escala mundial.

PROMOÇÃO COM O “CHAPÉU” TURÍSTICO COMO FATOR DE SUSTENTABILIDADE?Um dos pontos que poderia suscitar alguma discussão na avaliação do processo, radicava no «cuidado especial», plasmado na decisão do Comité da Unesco, relativo a uma “excessiva explo-ração turística do bem”. O comité alertou para a necessidade de “evitar possíveis consequências não intencionais» do plano de salvaguarda pelo desenvolvimento deste cluster. O ponto alegadamente critico não fez qualquer mossa do ponto de vista da elevação deste ‘ele-mento’ a património imaterial da humanidade com salvaguarda urgente, mas ficou o pressupos-to em cima da mesa.Ceia da silva e até Vítor Costa, da Agência para a Promoção Turística do Alentejo, não têm duvi-das que o fator turístico é decisivo no ponto de vista da sustentabilidade económica e da preser-vação da atividade. «Hoje ir ao Alentejo e achar que não há nada para fazer já é um mito. », afirma Vítor Silva ao Semmais.O dirigente lembra, aliás, que do ponto de vista da estratégia turística, «é vital que se venda uma identidade e uma região com as suas especificidades e diferenciação». Por seu turno Ceia da Silva, salienta que todos estes sub-produtos inscritos no cluster turísti-co da região, são também «alavancas imprescindíveis pada as economias locais. Não há turis-mo sem produto, mas também, no caso da nossa região não há sustentabilidade sem turismo«, afirmou.Pelo contrário, alinhando com os alertas do comité da Unesco, alguns especialistas consideram que «muitas vezes a exploração turística pode ser prejudicial à perpetuidade de certos bens e culturas, tal como lembrou ao PUBLICO, Paulo Ferreira da Costa, do ministério dos negócios estrangeiros. O mesmo responsável, contudo, declarou a necessidade de haver “um grande equi-líbrio entre a promoção turística e as utilizações que possam preservar e dar continuidade à função social e cultural» deste tipo de bens, como é o caso da arte chocalheira.

turismo do Alentejo nesta cruza-da, não quiseram deixar de lem-brar os chocalheiros, porque, fri-sou Bernardino Bengalinha, «nada teria sido possível sem a sua arte e persistência». Agora, é preciso «encontrar soluções para dinamizar e impulsionar a atividade, procurando que esta se mantenha, como até aqui, por muitas gerações», salientou Sara Pajote. Já Paulo Lima, o antropólogo que foi responsável pela elabo-ração da candidatura, tal como acontecera com a do Cante Alen-tejano, o ano passado, em Paris, quis partilhar os louros da ideia e do seu desenvolvimento com Ana pagará, a especialista que, segundo o investigador, consul-tou «milhares de documentos», bem como com o resto da sua equipa. Lembrou também que nada teria sido possível sem o envolvimento institucional da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, bem como do muni-cípio de Viana e da junta de fre-guesia de Alcáçovas que, disse, «perceberam a importância da nossa proposta». «Este processo não se resume ao instrumento em si, mas sobretudo pelo que o mes-mo representa na cultura local, pelo que a sua preservação e sal-vaguarda são fundamentais» acrescentou ainda Paulo lima. Outro investigador que de-sempenhou um papel funda-mental para a construção cienti-fica do projeto foi o antropólogo

Jorge Freitas Branco, que tam-bém integrou a comitiva portu-guesa em Windhoek, já que foi orientador do primeiro doutora-mento sobre o tema. Com a elevação esta terça--feira do fabrico do chocalho e, em 2014, do Cante Alentejano, ambos no registo do património imaterial da humanidade – sem que esta é a primeira distinção portuguesa no elemento imate-rial de salvaguarda urgente – a que se juntam o Centro Histórico de Évora, em 1996, e as Fortifica-ções de Elvas, em 2012 - estes dois últimos na área do patrimó-nio natural da humanidade -, a região do Alentejo é a que mais património inscreve na Unesco em termos nacionais.

Page 10: Semmais 5 dezembro 2015

10 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015

NEGÓCIOS

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

DO SONHO À REALIDADE: JÁ FOI INAUGURADA A QINTA DA SERRALHEIRA

Quinta da Serralheira já tem espaço próprio em Palmela

Embaixador da República da Coreia visitou o porto de Sines

Os vinhos Damasceno e Nocturno já tinham o re-conhecimento público e

clientes fidelizados, mas não ti-nham um espaço só deles, para se darem a conhecer, serem apresentados, provados e vendi-dos. No passado dia 21 de novem-bro abriram-se as portas da re-novada Quinta da Serralheira, totalmente (ou quase) recupera-da e reconvertida em espaços onde predomina o bom gosto, com detalhes retro-chique, e o recurso a materiais que se fun-dem com a natureza envolvente. «A Quinta da Serralheira nasceu da necessidade de mate-rializar um projeto que, desde o início, não tinha casa própria. A empresa utilizou uma Quinta cuja atividade anterior se en-contrava extinta e, em setembro de 2014, deu início a um ambi-cioso projeto de recuperação e reconversão de um espaço a poucos minutos do centro da vila de Palmela. A quinta, além de uma vinha com cerca de 2,5 hectares, conta com um espaço para eventos, um centro de es-tágio de barricas e um espaço onde funciona a loja de vinhos e toda a área administrativa e operacional da empresa», afir-mou Lício Cardoso, responsável comercial da empresa.

Em 2014 foi dado o passo que iria definir o futuro da Quinta da Serralheira: a recuperação e reconversão dos espaços de uma Quinta que tinha atividade extinta, de áreas excelentes mas em mau estado e ali, bem perto de Palmela, no coração da região da Península de Setúbal. No passado dia 21, a obra foi apresentada em festa à comunicação social, amigos e clientes.

O projeto começou em 2011 com a aquisição das várias pro-priedades e a reconversão das vinhas existentes. Em 2014, deu--se início à recuperação da Quinta da Serralheira, tendo a primeira fase da obra sido con-cluída Março de 2015. As instala-ções recentemente inauguradas são, então, compostas por um espaço para a realização de eventos, com capacidade máxi-ma para 150 pessoas; uma loja onde o visitante poderá adquirir os vinhos e produtos da Quinta da Serralheira, bem como pro-dutos regionais, sendo um espa-ço intimista para ações de prova, workshops e degustações; e um edifício destinado à área admi-nistrativa. O próximo passo será a construção da adega, cuja pre-cisão de conclusão das obras está prevista para 2017. Nocturno e Damasceno: a quali-dade em cada garrafa!

A Quinta da Serralheira pro-duz duas gamas de vinhos: Noc-turno e Damasceno. Os vinhos Nocturno têm a particularidade de serem provenientes de co-lheita noturna e destinam-se a um público mais jovem, cosmo-polita, proporcionando momen-tos ímpares entre animadas conversas ou a acompanhar sa-borosas e delicadas refeições. São vinhos aromáticos e frescos, de grande equilíbrio e harmo-nioso final de boca. O Nocturno

branco é proveniente das castas Moscatel e Fernão Pires, já o Nocturno tinto resulta das cas-tas Syrah, Castelão e Touriga Nacional. «A gama Nocturno de-verá crescer nos próximos anos e esperamos apresentar num fu-turo próximo um rosé e um tinto Reserva», garante Lício Cardoso. São produzidas atualmente cer-ca de 60 mil garrafas, podendo ser encontradas no mercado na-cional a 3,99 Euros. A gama Damasceno foi criada a pensar nos apreciadores mais exigentes a nível nacional e in-ternacional. É composta por um branco produzido das castas Chardonnay, Verdelho e Fernão Pires; um tinto elaborado a partir de Merlot, Syrah e Cabernet Sau-vignon; e um tinto Reserva re-

sultado das castas Touriga Na-cional e Syrah. São vinhos elegantes e de grande complexi-dade, perfeitos para refeições mais elaboradas e requintadas. Entre as três referências Damas-ceno, foram produzidas 40 mil garrafas, que podem ser adquiri-das a 5,85€ (branco), 7,99€ (tin-to), e a 14,99€ (tinto reserva).

26 hectares de vinhas próprias

Todos os vinhos da Quinta da Serralheira resultam da colheita das uvas plantadas nos 26 hecta-res de vinhas próprias onde pre-dominam principalmente as cas-tas brancas (70 por cento contra 30 por cento de castas tintas). Nas castas brancas destacam-se Moscatel Graúdo, Arinto, Fernão

Pires, Chardonnay, Verdelho, An-tão Vaz e Viognier; já nas tintas a seleção recaiu sobre as castas Ali-cante Bouchet, Merlot, Touriga Nacional, Castelão, Syrah e Ca-bernet Sauvignon. Os vinhos pas-sam por um estágio em barrica e outro em garrafa antes de serem introduzidos no mercado. Nuno Cancela de Abreu é o enólogo consultor. «Embora o projeto inicial não contemplasse a construção de adega própria, facto é que o au-mento das vendas verificado nos últimos anos fez com que o ce-nário se alterasse. Atualmente a vinificação é feita em Catralvos assim como estágio de toda a nossa produção». Destacou o responsável comercial da Quin-ta da Serralheira, acrescentando que: «A Quinta da Serralheira, enquanto produtor da Península de Setúbal, tem como objetivo primordial criar vinhos de eleva-da qualidade e de perfil interna-cional. No contexto nacional, definimo-nos como um pequeno produtor cuja ambição passa por crescer de forma sustentada num mercado cada vez mais competitivo». De facto, desde sempre que este produtor se destacou pela qualidade dos vinhos apresenta-dos, missão que assume em cada detalhe. Os vinhos da Quinta da Serralheira obedecem aos mais exigentes parâmetros. Prova dis-so são os, já muitos, prémios e distinções nacionais e interna-cionais conquistadas mas, acima de tudo, a crescente fidelização dos clientes. Em Portugal, os vinhos Noctur-no e Damasceno vão conquistando cada vez mais clientes. De forma a consolidar o projeto, o principal desafio passa pela aposta no mer-cado externo como factor de cres-cimento das vendas: Suíça, Brasil, Reino Unido, Alemanha, Japão, Bélgica, Holanda e, mais recente-mente, os Emirados Árabes Unidos são alguns dos países onde estão presentes. O objetivo é «crescer sustentadamente», garantem.

O porto de Sines recebeu, no passado dia 2 de de-zembro, a visita do em-

baixador da República da Co-reia em Portugal, Lee Yoon, que pretendeu aferir das potenciali-dades económicas do porto e da zona industrial e logística de Sines.

No decorrer da visita, tam-bém acompanhada pelo presi-dente da AICEP Global Parques, Francisco Mendes Palma, o pre-sidente da APS, João Franco, apresentou os principais fatores de competitividade do porto, dando especial destaque aos ter-minais especializados prepara-dos para receber e operar todos os tipos de navios e cargas assim como à localização geoestratégi-

ca do porto de Sines, que o torna num excelente ponto de entrada na Europa. As características do porto, aliadas às condições ímpares oferecidas pela ZILS – Zona In-dustrial e Logística de Sines fo-ram os atributos apresentados ao diplomata, visando criar si-nergias que fomentem o desen-volvimento de relações comer-ciais entre os dois países.

Page 11: Semmais 5 dezembro 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015 | 11

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

NEGÓCIOSVENÂNCIO DA COSTA LIMA MODERNIZA-SE PARA ACOMPANHAR O EXIGENTE MERCADO VINÍCOLA

Adega de Quinta do Anjo cria loja de vinhos, espaço de eventos e implementa o enoturismo

A adega Venâncio do Costa Lima, em Quinta do Anjo, está irreconhecível graças a uma requalificação superior a 2 milhões de euros. Além de novas instalações, a adega conta com a sua primeira loja oficial de vinhos, dispõe de enoturismo e de espaço para eventos. Este Natal é lançado o primeiro Moscatel Roxo da casa. E é caso para dizer, a VCL já não comercializa apenas os seus afamados vinhos.

A Adega Venâncio da Costa Lima, localizada em Quinta do Anjo, está de ‘cara lavada’

para melhor servir os seus clientes e turistas. O investimento nas no-vas instalações é superior a 2 mi-lhões de euros e houve ajuda co-munitária. «Esta adega, com 100 anos de atividade, não tinha um espaço ainda onde pudesse ter ex-postos e à venda todos os seus produtos, alguns dos quais não existem na grande distribuição. É o primeiro espaço oficial, muito agradável, onde os clientes podem ver as primeiras colheitas e as mais antigas. Temos cá, por exem-plo, o Moscatel do Centenário, que não é muito comum encontrar-se à venda nas grandes superfícies. Isto sem falar no acompanha-mento profissional de uma técni-ca formada em turismo que faz a componente da loja e do enoturis-mo», argumenta Joana Vida, res-ponsável pelo Marketing e Comu-nicação. A loja está aberta todos os dias, à exceção do domingo

O enoturista consegue fazer o percurso completo

A aposta no Enoturismo é ou-tra novidade da VCL. É encarado como um complemento «à nossa atividade, muito importante, com um crescimento acentuado», subli-nha Joana Vida, que acrescenta que a região optou por «colocar o vinho e o Enoturismo como um dos pilares do turismo e isso, como produtores de vinho, é muito im-portante para nós. O vinho e a pro-dução do vinho sempre fizeram

parte da nossa cultura. Desde há muito que detetámos esta falta e investimos, agora, com mais força, porque já temos melhores condi-ções para receber o enoturista. Foi contratada uma profissional, na área do turismo, para o acolhimen-to, visita do turista e prova de vi-nhos que termina na adega velha». Joana Vida revela que a profis-sional Rita Camolas explica aos tu-ristas todo o processo de produção do vinho, ou seja, «todos os passos

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBALNOTÁRIA

MARIA TERESA OLIVEIRA

Sito na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em Setúbal

Certifico, para efeitos de publicação que no dia vinte e sete de novembro de dois mil e quinze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, a folhas 108 do livro 287 – A, de escri-turas diversas, na qual:Cidália Maria Pereira Martins, viúva, residente na Rua dos Combatentes, n.º 20, Santo Ovídio, Faralhão em Setúbal, contri-buinte número 128944552 e Sílvia Maria Pereira Martins, divor-ciada, residente na Rua dos Combatentes, n.º 20, Santo Ovídio, Faralhão em Setúbal, contribuinte número 196387906 e Sónia Maria Pereira Martins, divorciada, residente na Rua dos Com-batentes, n.º 20, Santo Ovídio, Faralhão em Setúbal, contribuin-te número 221454810, justificaram a posse em comum e sem determinação de parte ou direito, invocando a usucapião, do seguinte imóvel:Prédio urbano composto de lote de terreno para construção ur-bana, designada por Lote 14, sito em Santo Ovídio, freguesia do Sado, concelho de Setúbal, descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Setúbal sob o número novecentos e no-venta e sete, da mencionada freguesia, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 2111.

Está conforme.

Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D emSetúbal, 27 de Novembro de 2015.

A Notária,

Maria Teresa Oliveira

Com registada sob o número 1879

por onde a uva passa até se trans-formar em vinho. A pessoa fica a conhecer a adega, os vinhos e o seu processo de fabrico. Nem todas as adegas, na sua vertente enoturísti-ca, fazem este processo. Além da zona de vinificação, temos tam-bém nas nossas instalações a ade-ga velha. Conseguimos juntar tudo aqui. O enoturista consegue fazer o circuito completo. Além isso, sim-plificamos o modo de visita, sendo que não é necessário marcações

com antecedência. Temos visitas às 11 e às 16 horas. Basta aparecer, mas, para provar vinhos com en-chidos, queijos ou doces é necessá-rio fazer reserva com um dia de antecedência».

Pela sala de eventos, que funciona na velha adega, já pas-saram mais de 300 pessoas que ali realizaram as suas festas. «É um espaço, com capacidade para 120 pessoas, que mantém a traça original da antiga adega e que inclui os velhos alambi-ques, onde se fabricava a aguar-dente. Todo o tipo de festas po-de-se aqui realizar, num ambiente original. Também so-mos flexíveis nos preços. Já não vendemos só vinhos. Além de vendermos vinhos, temos uma história para contar e uma ade-ga para visitar. Queremos, so-bretudo, acompanhar o merca-do. É fundamental esta empresa familiar acompanhar o merca-do global. A única maneira de nos mantermos no mercado é atualizarmo-nos», sublinha Jo-ana Vida.

MOSCATEL ROXO FAZ A SUA ESTREIA NA VCLO Moscatel Roxo, que se junta a uma vasta gama de produtos para todas as bolsas e para várias ocasiões, vai estrear-se na próxima semana na VCL. «É um produto que vai estar disponível em exclu-sivo na nossa loja na adega, durante este Natal, das 9 às 19 horas, nos dias úteis, e das 9 às 13 e das 15 às 19 horas, aos sábados», subli-nha Joana Vida, que acrescenta que o preço do Moscatel Roxo está fixado nos 15 euros. «A colheita é de 2012. É um Moscatel que está muito bom e com uma imagem muito bonita. Era um produto que não tínhamos e que nos fazia falta. Temos excelentes moscatéis de Setúbal mas não tínhamos o Roxo. As uvas são oriundas de vinhas localizadas no Lau. O primeiro lançamento vai ser apenas com duas mil garrafas».

A CASA DO PEIXERESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167

Page 12: Semmais 5 dezembro 2015

12 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015

CULTURA

A peça “Vai Vem”, que tem como tema a migração, passou

por Setúbal, no passado dia 27 de novembro. Com encenação do colombiano Juan Carlos Agudelo e pro-dução da Gato SA, o espe-táculo conta a história de quatro personagens que naufragaram em alto mar. A peça, com dramatur-gia de Ángela Valderrama, é protagonizada por Hele-na Rosa, Marina Leonar-

Aline Santos foi eleita Miss Rádio Azul Azeitão

Simone de Oliveira atua em Sesimbra

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

A produção de teatro físico “Vai Vem” ainda não ganhou prémios, mas bem merece. A produção do Gato vai estar no XV Festival de Teatro Iberoamericano, na Colômbia, o que, na opinião do seu diretor, é o maior prémio que o grupo pode receber.

do, Raúl Oliveira e Tomás Porto, e tem a particulari-dade de se desenrolar em palco sem palavras, ou seja, apenas com mímica, sons e melodias de encan-tar, isto, sem contar, com as excelentes interpreta-ções. É mesmo de arrepiar. Esta produção, de teatro fí-sico, teve uma antestreia, no mês de Abril, em Santo An-dré, e estreou depois no Te-atro A Barraca, em Lisboa, a convite da atriz Maria do Céu Guerra, tendo ficado em cena duas semanas. “Vai Vem” irá participar

Aline Santos, de 22 anos, venceu a elimi-natória de Azeitão da

Miss Rádio Azul. Foi no passado domingo, na Quin-ta Vítor Guedes, numa eli-minatória que envolveu 11 candidatas. O certame pre-tende celebrar os 30 anos da emissora de Setúbal e cativar ouvintes femininas

no XV Festival Iberoameri-cano de Teatro de Bogotá, o «maior prémio que podía-mos receber», regozija-se Mário Primo, o diretor da companhia. «É talvez o maior festival do mundo, pela sua dimensão e prestí-gio e pelo conjunto extra-ordinário de companhias que recebe», opina o dire-tor, que acrescenta: «Sere-mos a única companhia portuguesa convidada, en-tre 27 países dos cinco con-tinentes, a participar nesta edição que envolve 30 salas de espetáculos e mais 13 es-

paços não convencionais. Um evento com uma logís-tica extraordinária que es-tou certo será um marco muito importante na já longa vida deste grupo de teatro e uma oportunidade de crescimento artístico e de representação nacional que assumimos com muito orgulho». O convite para “Vai Vem” participar neste festi-val deveu-se «aos “bons ofícios” do encenador co-lombiano Juan Carlos Agudelo, que contratámos e trouxemos a Portugal em

DEPOIS DE TER FEITO CARREIRA NA “BARRACA”, EM LISBOA

Gato leva “Vai Vem” a festival de teatro iberoamericano MÍMICA ESTÁ NA GÉNESE DA ATIVIDADE DO GATOAo longo dos seus 27 anos de existência, o Gato SA tem privilegiado a formação em teatro físico e reali-zado formações especializadas com especialistas de várias áreas, desde a dança à mímica e à máscara te-atral. Esta aposta decorreu de uma dessas forma-ções com o encenador Juan Carlos Agudelo, abor-dando os princípios técnicos de Étienne Decroux, o pai da mímica moderna. A qualidade do formador entusiasmou o grupo a trazê-lo novamente a Portu-gal para uma formação mais extensa da qual resul-tasse um espetáculo teatral. E foi deste modo que surgiu “Vai Vem”. Esta cooperação luso/colombiana «pode vir a resultar a médio prazo no regresso do encenador para um projeto de maior envergadura, para a encenação da peça “Woyseck”, de Georg Büchner, numa versão de teatro físico com atores portugueses, assim possamos encontrar uma estru-tura que queira ser parceira desta iniciativa», frisa Mário Primo.

dois períodos de prepara-ção do espetáculo num to-tal de cinco meses». “Vai Vem” já foi apre-sentada em oito salas dife-rentes e está disponível para viajar em Portugal e

no estrangeiro, «embora neste momento não tenha-mos nenhum convite até Março, altura em em que estaremos em Bogotá e em Cali, para 7 apresentações em terras colombianas».

entre os 17 e os 30 anos. Cheila Lourenço e Cristiana Vilela levaram para casa os troféus de 1.ª e 2.ª Damas, respetiva-mente. Já Sara Antunes e Filipa Clemente foram ga-lardoadas com as faixas de Miss Fotogenia e Miss Simpatia, respetivamente. Aline Santos, estudante

A cantora Simone atua, este sábado, às 21h30, no teatro João Mota,

em Sesimbra. Verdadeiro ícone para várias gerações de artistas, Simone de Oliveira, 77 anos, é um dos maiores nomes da história da mú-sica portuguesa. Em 1969 venceu o Festival RTP da Canção com o seu maior êxito “Desfolhada Portu-guesa”, da autoria de José Carlos Ary dos Santos e Nuno Nazareth Fernandes. A comemorar 58 anos de carreira, a cantora e atriz foi condecorada em outu-bro com a Grã-Cruz da Or-dem do Infante D. Henrique, que distingue todos aqueles que tenham prestado servi-ços relevantes ao país ou à cultura portuguesa.

e cheerleader no V. Setúbal, confessou que a vitória é uma sensação «única». Re-alça a sua «calma» antes de entrar em palco, o que foi «muito bom, pois isso tem--me ajudado em vários concursos». Ouvinte da rá-dio Azul, a jovem reside em Setúbal e está a frequentar um curso de auxiliar de

saúde, para entrar na car-reira de enfermagem. Alberto Antunes, da organização, faz um ba-lanço «positivo» da elimi-natória, sublinhando o apoio «espetacular» da União das Freguesias de Azeitão, que ofereceu o al-moço às candidatas no restaurante Jardim do

Moscatel, localizado na Quinta onde decorreu o evento. Depois, «ninguém pode apagar a história da Rádio Azul. Queremos tra-zer gente nova para a rá-dio e a gente nova está aqui, nesta faixa etária». No dia 13 de dezembro, às 15 horas, no auditório da Secundária Lima de Frei-

tas, em Setúbal, realiza-se a próxima eliminatória. A final, com as mais bem classificadas dos dois eventos, acontecerá no início de 2016, ainda sem data nem local definido. A orientação e a prepa-ração do desfile estiveram a cargo de Olívia Enguiça e Carlos Afonso.

Neste espetáculo, ínti-mo e de “olhos nos olhos”, serão revisitados alguns dos momentos mais mar-cantes da sua magnífica carreira, canções intem-porais e histórias de uma mulher fascinante. Simo-ne de Oliveira será acom-panhada ao piano pelo maestro Nuno Feist.

Page 13: Semmais 5 dezembro 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015 | 13

PUBLICIDADE

CULTURA

MONTIJO5SÁBADO21HII GALA DA ACADEMIA DE ARTESTeatro Joaquim D´Almeida

No âmbito das comemorações do 161.º aniversário da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, realiza-se um espetáculo multidisciplinar intitulado “II Gala da Aca-demia de Artes”. Celebre esta importante data para o Montijo e assista a um espetáculo com a participação de professores e alunos da Academia de Artes.

SETÚBAL5SÁBADO21H30DEZ TUNAS ACADÉMICAS A CONCURSOForum Luísa Todi

A Tuna Académica de Setúbal Cidade Amada – TAS-CA, organiza mais uma edição do seu festival de tunas masculinas, na nossa bela cidade, desta feita, o VIII Por Terras do Sado – Festival de Tunas da TASCA. Esta 8.ª edição, tal como as anteriores, conta com 4 tunas a concurso, a disputar vários prémios.

MOITA5SÁBADO11HLIVRO INFANTIL ”MEMÓRIAS DE UMA BOTA VELHA”Biblioteca Bento de Jesus Caraça

O livro infantil “Memórias de uma Bota Velha”, da autoria de Sónia Lourenço Mendes, é apresentado, para toda a gente que queira assistir. A obra, editada pela Chiado Editora, conta com ilustrações de Ana Mar Figueiredo.

SANTIAGO6DOMINGO16HCONCERTO SOLIDÁRIO COM FILIPA PAISAuditório António Chaínho

Filipa Pais participa no concerto solidário organi-zado pelos alunos da escola da guitarra portuguesa Mestre António Chaínho. Carla Chainho e Eduardo Serrão também cantam. Fernando Vicente e António Eduardo vão estar na guitarra portuguesa e na viola, respetivamente.

GRÂNDOLA11SEXTA21HCOMÉDIA DE TEIXEIRA GOMESCine granadeiro

O grupo de teatro Alteatro apresenta a peça “Sabi-na”, uma comédia com adaptação do texto de Tei-xeira Gomes, que promete divertir os grandolenses em noite fria de Outono. Entradas a dois euros. O espetáculo destina-se a maiores de 12 anos de idade.

GANHE OS ÚLTIMOS CONVITES PARA “A NOITE DAS MIL ESTRELAS” O musical “A Noite das Mil Estrelas”, de Filipe La Féria, em cena no Casino Estoril, encontra-se em fim de carreira, estando o seu término assinalado para 20 de dezembro. O espetáculo “A Noite das Mil Estrelas” contou, até à data, com mais de 90 mil espectadores em mais de 150 representações. Aclamado pela crítica como “O melhor Musical de La Féria”, “A Noite das Mil Estrelas” alcançou o sucesso prenunciado. Para se habilitar aos convites basta ligar 969 431 085 ou 918 047 918.

Ana Pereira, de 17 anos, que venceu recente-mente o Moda Sado

2015, pretende contribuir para que a moda em Portu-gal seja «mais valorizada», pois considera que existem «muito boas» manequins em Portugal. Diz que se inscreveu no Moda Sado para ajudar a desenvolver o seu gosto pelo mundo da moda. Não foi incentivada por nin-guém mas confessa que a sua mãe apoiou a sua ins-crição e, sempre que pode,

A “Tragédia Otimista”, do russo Vsevolod Vichnievski, com en-

cenação de Rodrigo Fran-cisco, estreou na passada sexta-feira, no Teatro l Joa-quim Benite, em Almada. O espetáculo é uma produ-ção da Companhia de Tea-tro de Almada e transporta o espectador para o con-texto da Revolução de Ou-tubro de 1917. Em plena guerra civil russa, a tripulação anar-quista de um navio que combatera na I Grande Guerra recebe um comis-sário bolchevique, que tem como missão mobilizá-la para a luta contra os bran-cos. O comissário é, sur-preendentemente, uma mulher, que muito rapida-mente tem de impor-se. Segue-se um intenso de-bate ideológico, no qual se discutem os valores e os ideais da Revolução. E,

Ana Pereira quer singrar no mundo da moda

Tragédia otimista e nova peça para a infância estreiam na CTA

pouco a pouco, da antiga tripulação anarquista co-meça a surgir um verda-deiro coletivo. Não satis-feito com o carácter revolucionário e subversi-vo da peça, Vichnievski quis destacar ainda o pa-pel fundamental das mu-lheres num dos episódios mais marcantes da histó-ria. Larissa Reissner – a primeira mulher a chegar a comissária no seio do exército Vermelho –, ser-viu de inspiração para a protagonista. O elenco, que integra 16 atores e vários estagiá-rios do curso de Teatro da Escola Secundária Ansel-mo de Andrade, é protago-nizado por Pedro Lima e João Tempera, entre ou-tros. A peça pode ser vista até 31 de janeiro de 2016, de quarta a sábado, às 21h30, e aos domingos, às

ajuda-a nesta área. A jovem realça que co-meçou a desfilar em desfi-les realizados por pessoas suas conhecidas. «O pri-meiro foi para o meu cabe-leireiro Karlos Wendell, na sua gala anual de 2014, e, depois disso, participei no último dia do Lisbon De-sing Show em 2014, e fui fazendo vários desfiles», relembra. Ana Pereira nasceu em Almada e reside em Cor-roios. Estuda no 12.º ano, na área de Ciências Socio-

económicas, na escola Ruy Luís Gomes, situada em Miratejo/ Laranjeiro. A ní-vel académico, confessa que gostaria de terminar o 12.º ano para depois in-gressar na faculdade, em Lisboa, e, ao mesmo tem-po, manter como grande passatempo, «o mundo da moda, a minha grande pai-xão». A jovem talento gosta de estar com os amigos, passear, visitar museus, ler, ouvir música, teatro e cinema.

16 horas. Entretanto, este sába-do, pelas 16 horas, na sala experimental, estreia “Pas-téis de nata para Bach”, para a infância, com ence-nação de Duarte Guima-rães, para ficar em palco até dia 20. “Pastéis de nata para Bach” procura, segundo Teresa Gafeira, «remar contra a vulgaridade que caracteriza muita da pro-

dução teatral e musical para crianças». Depois de “O barbeiro de Sevilha”, “A flauta mági-ca” e “Verdi que te quero Verdi”, a CTA continua as-sim o trabalho que tem vin-do a desenvolver para apro-ximar os mais novos da música clássica e do teatro. São intérpretes André Alves, Joana Francampos, João Farraia, Paula Morei-ra e Pedro Walter.

AGENDA

Page 14: Semmais 5 dezembro 2015

14 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015

DESPORTOPRESIDENTE DO V. SETÚBAL, FERNANDO OLIVEIRA, DIZ QUE EDIL DORES MEIRA AINDA NÃO CUMPRIU COM MUITA COISA QUE PROMETEU AO CLUBE

«Gostaríamos que a sala de troféus fosse deslocada para o Palácio Salema»

Palmelense inaugura relvado sintético no dia 12

O Palmelense inaugura, no dia 12, às 16 horas, o seu relvado sintético, no

campo Atlético Cornélio Palma. O investimento está orçado em cerca de 150 mil euros. Muito desejado por todos os palmelenses, o relvado sintético constitui a esperança no futuro desportivo do Palmelense Fute-bol Clube. Este sonho de há mui-to, torna-se hoje realidade, com os apoios da Câmara e Junta de freguesia de Palmela e de algu-mas empresas da região. Trata--se do segundo campo em Por-tugal com o sistema Naturafill: a última geração em relvados sin-téticos com enchimento de cor-tiça e passível de obter certifica-ção máxima - FIFA 2 estrelas. A utilização de cortiça no relvado permite uma prática desportiva mais confortável, económica e mais amiga do ambiente. Após a cerimónia de inau-guração têm lugar várias ativi-dades onde participarão atletas de todos os escalões e de várias coletividades do concelho de Palmela.

Fundado em 8 de Abril de 1924, o Palmelense Futebol Clube é um dos 6 clubes fundadores da Associação De Futebol de Setúbal. O Palmelense conta hoje com cerca de 210 atletas nos di-versos escalões. A formação do Palmelense é uma das maiores e melhores escolas de formação de futebol do distrito com mais de 180 atletas nos diferentes es-calões, dos petizes até aos Ju-niores e disputando com 11 equi-pas as provas da Associação de Futebol de Setúbal. Por lapso, na última edição do Semmais, na entrevista a João Paulo Santos, o presidente do clube, foi publicada uma foto que nada tem a ver com o relva-do sintético. Pelo lapso, as nos-sas sinceras desculpas ao clube, direção e associados.

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM ANTÓNIO LUÍS

O presidente do V. Setúbal, Fernando Oliveira, quer saber quando avançam

no terreno algumas obras e pro-jetos do município em atraso, como por exemplo o relvado sintético, anunciado pela presi-dente, «com pompa e circuns-tância», durante o seu discurso no 103.º aniversário do VFC, em novembro de 2013; a alteração ao PDM/Vale da Rosa/direito de superfície do estádio do Bonfim, denominado projeto “Vitória Sé-culo XXI”; a localização do mu-seu do Vitória no palácio Sale-ma; a requalificação do estádio do Bonfim, de acordo com o pré-projeto existente, e se Setú-bal “Cidade Europeia do Des-porto 2016” prescinde ou não do contributo do clube sadino. Estas questões foram coloca-das à edil Dores Meira, num en-contro, realizado no dia 1, com a Comunicação Social, na nova sala de conferências de imprensa, onde Fernando Oliveira se queixou que está por aplicar ao clube a tarifa social de resíduos sólidos urbanos

para os contratos do Bonfim e da Várzea, reduzindo, assim, gastos «significativos» nas contas. Tam-bém não foi ligada à rede de públi-ca a iluminação exterior do está-dio, bem como não avançou a marcação topográfica dos dois terrenos de Vale do Cobro para se proceder à respetiva vedação e projeto de iluminação de implan-tação de instalações desportivas para o futebol de formação. Quanto à sala de troféus Josué Monteiro, o presidente revelou que «foi intempestivamente des-mantelada pela CMS, sem projeto acordado e sem o necessário pla-no de execução», sublinhando que a direção vê com «muitíssimo agrado» a sua deslocalização para o Palácio Salema, como a senhora presidente sugeriu, em fevereiro deste ano, numa reunião ocorrida entre a direção e a CMS, mas, até à data, não temos conhecimento de qualquer desenvolvimento». Já sala de imprensa, realça que foi «um imperativo regulamentar e não um capricho desta direção, que em nada interfe com o pré--projeto desenvolvido para o es-tádio do Bonfim, nomeadamente no que ao museu e instalações anexas respeita».

Fernando Oliveira esclare-ceu que a conferência de im-prensa foi agendada por causa das posições públicas assumi-das pela presidente do municí-pio. «Lamentamos, profunda-mente, ter agendado esta conferência, mas a isso se viu obrigada esta direção». O líder vitoriano relembrou que «todo este turbilhão tem origem em duas notícias publi-cadas num jornal desportivo, notícias essas às quais a direção do VFC e, nomeadamente o seu presidente, é totalmente alheia, quanto à forma e conteúdo, ali-ás, como é publicamente assu-mido pela presidente da CMS nas suas intervenções, quando refere, explicitamente, que se trata de …’ataques de proveniên-cia desconhecida…”».

«Esta Direcção tem rosto e trata os problemas de frente»

Fernando Oliveira realçou que a direção do VFC «tem rosto e quando confrontada com os problemas, trata-os de frente, de forma direta e utilizando os ca-nais institucionais para a resolu-ção dos mesmos. Bom exemplo

disso é o facto de, apesar de ter motivos mais que suficientes de defesa da honra, perante a carta enviada pela senhora presiden-te no passado dia 1 de outubro, sobre o corte de relações insti-tucionais e que, ao contrário do afirmado, na conferência da Câ-mara, não foi o Vitória que, 50 dias depois de a ter rececionado, divulgou o teor da mesma, soli-citou, isso sim, o agendamento de uma reunião à líder do exe-cutivo para discussão das várias matérias, cuja marcação nunca sucedeu». Fernando Oliveira diz que, ao contrário da edil, a sua dire-ção «não fez, não faz, nem nun-

ca fará» considerações sobre a gestão do município. «Aguardá-mos, pacientemente e sem nos pronunciarmos, pois considera-mos que, por vezes, o silêncio, é o melhor conselheiro». Porém, questiona o líder, «por que moti-vos para um corte de relações institucionais, neste preciso mo-mento, com a instituição des-portiva mais emblemática da região, que estava em vésperas de celebrar o 105.º aniversário e tendo à porta um evento único e de enorme importância para se-túbal e toda a população, como é a atribuição a setúbal de “Cidade Europeia do Desporto em 2016?”».

Os “batoteiros”…

Na crescente proximidade dos próximos Jogos Olímpicos, no Rio de

Janeiro, como cidade-sede e daqui por sete meses, está a acontecer algo de escandaloso nos domínios da anti-ética que o Olimpismo condena, com firmeza prestigiante.Nos domínios do Atletismo, a modalidade-super dos jogos, a poderosa Rússia (e lembre-se bem da URSS…) vê-se confron-tada com alguns melindrosos casos de “doping”, de falsear resultados à escala dos “podiuns”, em especial quanto a 2008 e 2012.Os “batoteiros” estão a ser apanhados, sendo acesa a discussão sobre as sanções a aplicar, mormente quanto a 2016.Há atletas de nomeada, campeões pela Rússia, que se insurgem quanto a tendências de generalizar funções, proclamando-se limpos(as), em zelosa preparação para os próximos Jogos Olímpicos. Os próximos tempos vão ser de um constante “suspense” e as autoridades russas já promete-

ram luta aberta com os “batotei-ros”.Entretanto, os maus exemplos de anti-Coubertin sucedem-se. A equipa búlgara de Halterofilis-mo, “carregada” de substâncias dopantes, já foi banida dos jogos. E há situações similares no Cazaquistão e na Roménia.De muita gravidade a suspensão do alto dirigente senegalês, Lamine Diack, membro dos mais antigos do COI, presidente da Federação Internacional de Atletismo até há bem pouco metido em negociatas em que o flagelo do “doping” também marcou presença. Também em Portugal, infeliz-mente, as figuras de batoteiros aparecem.Ficou a saber-se que a Entidade Reguladora da Verdade Despor-tiva detetou nos últimos tempos, doze casos em cinco modalida-

des distintas, entre as quais, com surpresa, a natação.As previsíveis consequências punitivas só vão aparecer nas próximas semanas, mas espera--se firmeza no castigo aos “bato-teiros”.O mercantilismo das drogas tem de ser travado e Portugal deve acautelar-se face aos maus exemplos que vão chegando de todo o mundo.Com o campeonato da Europa, em futebol, e Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, é certo e sabido que em 2016 muito se falará de “doping” e de outras batotas lesivas dos verdadeiros ideais do Desporto, com falsifi-cação de bilhetes, compras de influências, buscanbílias de fértil imaginação.Estejamos atentos e, com denodo e firmeza, contra os batoteiros, marchar, marchar!

QUATRO LINHAS

DAVID SEQUERRACOLABORADOR

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

Page 15: Semmais 5 dezembro 2015

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE DEZEMBRO | 2015 | 15

OPINIAO

Raul TavaresDiretor

Governo para quem precisa. Governo para quem precisa de governo

O que faz avançar a civilização

TURISMO SEMMAIS

JORGE HUMBERTO SILVACOLABORADOR

À PARTE

LEVI MARTINS DIRETOR DA COMPANHIA MASCARENHAS-MARTINS

Diretor Raul Tavares | Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida - coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Mediasado, Lda; NIPC 506 806 537 Concessão Produto Mediasado, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Uns dias passados nesta terra quente da África austral, banhada por uma

imensa vastidão desértica e seca, deu para perceber como o mundo global nos tenta sugar a identidade, mas também a intemperada força cultural dos povos, que persiste na pegada civilizacional da humanidade.A Namíbia, dez vezes maior que Portugal, mas com uma população que pouco excede os dois milhões de habitantes, e um zoológico de humanos, jardim, também! Numa economia em que 50 por centro dos seus ativos se dedica ao mundo rural, com cinco milhões de cabeças de gado e outros animais, com destaque para o aqui tão famigerado springboks (uma das muitas espécies de gazelas que pululam nesta fascinante ambiência), bem se vê quem esta em maioria…Windhoek, a capital namibiana, com os seus cerca de 300 mil humanos, e moderna, limpa, ocidentalizada, mas foi plantada, literalmente, por entre desertos, savanas e altas montanhas. A coabitação entre estas gentes de ca (quase 90 por centro negros) e a estoica natureza parece fluir.Neste zoológico de humanos, contam-se façanhas de homens que bem armados definham espécies, como os cães selvagens que tanto adornam as veredas des-te gigantesco ecossistema. E há também animais que matam as crias, vá-se la compreender esta coisa dos vertebrados, animais e humanos que persistem na matança, das espécies, da natureza do criador e de si próprios.E há homens ricos, parte deles heróis do escalpe diamantífero - a coluna vertebral deste jardim zoológico – que coabitam com as maiorias imberbes, os outros humanos ainda longe da vertigem do vil metal, que adornam o ócio da sua terra quente e vermelha, com uma lassidão de combate ao tempo que escoa e a um certo ‘mundus vivendus’ cultural que foge aos cânones do Globo moderno. Não esquecer da dizima-ção de mais de mais de 100 mil Hereros, Damaras e Namas, indígenas locais mortos durante uma parte da administração alemã, ate 1908.Nesta paisagem cultural, - onde John Weissmuller fez de tarzan - com humanos e outros animais, o fabrico do chocalho foi elevado a património imaterial da humani-dade, com a chancela da UNESCO para a sua salvaguarda urgente.A defesa das extinções não deixa de ser um compartimento com dimensões para todos os gostos. Foi bom ‘salvar’ a espécie dos nossos chocalhos que rezam um mundo rural ancestral, mas seria bom que nesta selva global também se prevenisse, a tempo, outras espécies de homens, de culturas e de bichos ferozes.

Um zoológico de humanos em terras africanas

Os governos vão e vêm. O país fica. É assim há 900 anos. Por isso não

percebo tanta conversa, tanto barulho e o muito ruído que ouvi-mos de manhã à noite. Tudo por causa de saber quem se senta na cadeira de primeiro-ministro. E só esperámos 53 dias.Parece assim que não sabemos tratar de nós. Será? Será que não passamos de indigentes à espera das decisões do governo? Será que somos totalmente dependen-tes de quem ocupa o poder?No mínimo é uma postura curiosa. Até porque os portugue-ses não perdem uma, uma só, oportunidade para dizer que o governo não faz nada.Então se não faz nada para quê tanta preocupação?Estou perplexo! Até porque tudo à volta continua a funcionar. O café abre como habitualmente. O hospital continua a salvar vidas. A polícia a sair à rua. O tribunal a atrasar a decisão que deveria ter sido para antes de ontem.Afinal o que é que faz o governo que as portuguesas e os portu-gueses que trabalham na administração não saibam fazer? Não entendo.A Bélgica teve tempos sem governo (mais exatamente 541 dias!). Mais de 1 ano. A Alemanha 86 dias a formar um. Mas pronto são países atrasados. Nós, pelo contrário, somos um país

adiantado. Precisamos de um. E já imediatamente!Será para nos salvar ou para nos enterrar? Na verdade a especiali-dade dos governos, pelo menos dos últimos, é salvar bancos. Por isso como não tenho nenhum banco não estou nada preocupado.Se pensarmos um bocadinho (só um bocadinho) fora da “verdade estabelecida” constatamos, afinal, que a generalidade dos cidadãos, no seu dia-a-dia, não interage com o governo. Apenas o vê nos media. Geralmente ou em inaugurações ou a fazer discursos.A mesmíssima generalidade dos cidadãos precisa e utiliza a administração pública de forma quotidiana. Não apenas utiliza como, aliás, paga. O essencial é pois muito mais a administração pública (e a sua qualidade) do que o governo. Dito isto, e em consequência, diria que a grande reforma estrutural é “essa coisa simples” de sermos cidadãos. E exercer, finalmente, esse enorme poder que em nós reside. Que não se limita a um voto de quatro em quatro anos e abundante maledicência no resto do tempo.E o nosso poder de sobrevivência não deve, em caso algum, ser menosprezado. Já sobrevivemos a certos reis, loucos todos os dias, e a certos presidentes, múmias dia sim, dia não. Logo a teoria do “ou um governo ou o caos”

esbarra no realismo da nossa longa história.Quem na verdade precisa de governos? Quem não sabendo fazer negócios com risco os quer fazer às escondidas e sem nada arriscar. Quem é especialista em decidir em proveito próprio e dos amigos. E dos amigos dos amigos que os há tantos.Quem? Basta olhar em volta. Não estão quase sempre lá? Não destroem milhões (de euros) como quem destrói dezenas? Não são os donos disto tudo? Respeitáveis, conservadores (vestidos desse cinzento cor das suas vítimas) e tão, mas tão, importantes.São eles os vossos donos como na idade média? São eles que vos protegem? Ou somos nós que temos de ser protegidos deles? Decidam-se!Entretanto (uuufff!) temos um novo governo. Não entro na longa e deprimente ladainha do “sou a favor” ou “sou contra”. Desejo, naturalmente, boa sorte ao Dr. António Costa. E desejo essa boa sorte com toda a sinceridade. E,

mais, encaro este governo com expectativas positivas. Mas não com as expectativas de que resolva todos os problemas do país. Problemas que só os portugueses podem resolver ou, melhor, ir resolvendo.O governo é um contributo não é a solução. A solução, mesmo que não o saiba, está em si. Por isso, ao contrário do senso comum, desejo que governe pouco em vez de governar muito. E faço votos (todos temos direito à ingenuidade!) que, em vez de se meter em tudo e legislar sobre tudo o que mexe, ajude a criar as condi-ções para que as portuguesas e os portugueses se governem, a eles e a elas próprias, melhor. Perto da cidadania e da comu-nidade e longe do governo e da “autoridade”.Governo para quem precisa. Governo para quem precisa de governo. P.S.: O título desta crónica é descara-damente roubado a um tema do álbum Cabeça Dinossauro (1986) da banda punk brasileira Titãs.

Desde cedo que ouvimos conselhos sobre aquilo que devemos fazer com a

nossa vida. No entanto, quantas vezes é que nos fazem mudar de ideias? “Dessa forma nunca vais ganhar dinheiro, filho”. “Devias arranjar um trabalho a sério e dedicares-te àquilo de que gostas nos tempos livres”. É claro que estes avisos são razoáveis e, se não pensarmos muito no assunto, até fazem sentido. Tentamos não ceder ao medo que provocam e arrisca-mos. Por vezes até ao ponto em que tudo corre mal. A verdade é que só depois desse momento é que nos confrontamos com a grande questão: queremos ou não dedicar a vida a fazer aquilo de que gostamos?Desde que me lembro de ser pessoa que gosto de arte: música, cinema, literatura, teatro, pintura... Comecei por ser

músico de bandas de garagem, em Setúbal. E aprendi com os meus companheiros desse período que existia qualquer coisa difícil de definir que nos unia. Estávamos a tentar que aquilo que fazíamos reflectisse aquilo que éramos. Passávamos horas a aperfeiçoar a possibili-dade de conseguirmos partilhar alguma coisa com quem nos fosse ouvir. Algumas pessoas compreendiam-nos, pensáva-mos, quando vinham ter connosco com o entusiasmo de quem tinha acabado de partici-par num momento que trans-cendia o quotidiano. É impossí-vel ficar indiferente a esta sensação. É como se no meio de todo o caos ameaçador em que vivemos surgisse, de vez em quando, uma luz.Mais tarde compreendi que a mais importante escolha que fazemos não tem particular

relação com a actividade a que nos dedicamos, mas sim com a maneira como nos relaciona-mos com os outros. As activi-dades artísticas e culturais criam, muitas vezes, espaços em que a liberdade é maior (por tudo o resto parecer estar ao serviço da ideia de lucro). Quando são levadas a sério, acabam quase sempre por pôr em causa as ideologias vigen-tes, aparentemente inquestio-náveis. O que justifica os conselhos sensatos de quem sabe que será penoso o cami-nho de quem deseja questionar o inquestionável.

É com esta consciência que fundámos uma Companhia no Montijo. E que desejamos arriscar fazer aquilo de que gostamos. Mais do que a adesão a uma estratégia que promete fazer-nos chegar a algum lado (ou seja, ao que se possa medir quantitativamente), aquilo que parece unir-nos é a possibilida-de de vivermos à parte das ideologias que têm conduzido às mais terríveis catástrofes. O que me faz recordar aquilo que um amigo um dia me disse. “O que faz avançar a sociedade é a tecnologia. O que faz avançar a civilização é a arte”.

EDITO

RIAL

Page 16: Semmais 5 dezembro 2015