semmais 30 janeiro 2016

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Sexta-Feira 30 | Janeiro | 2016 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 887 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita semmais PUBLICIDADE A CASA DO PEIXE RESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167 SOCIEDADE PÁGINA 4 SOBREENDIVIDADOS DO DISTRITO CAÍRAM QUASE PARA METADE Os dados foram divulgados pela DECO e refe- rem que em 2015 foram registados 1946 pedi- dos de apoio a famílias da região com a corda na garganta, contra 3467 registados em 2014. Mas os especialistas da associação de defesa do consumidor não inferem «retoma económica» PRESIDENTE DO PORTO DE SINES, JOÃO FRANCO, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA NOS PRÓXIMOS TRÊS ANOS SEREMOS O TERCEIRO MAIOR PORTO DA PENÍNSULA João Franco não tem dúvidas de que a crescer desta forma sustentada, a plataforma portuária de Sines terá um futuro risonho e, em três anos, pode chegar-se aos patamares de Algeciras e Valência. Adverte para o impasse relativo ao aumento de cais do Terminal XXI, que pode levar a “afundar” a embalagem trazida pelo crescimento mundial de contentores. E faz uma resenha, sem papas na língua, de muitos outros dossiers portuários. NEGÓCIOS PÁGINA 12 POLÍTICA PÁGINA 10 ANTÓNIO MENDES AVANÇA NA CORRIDA À FEDERAÇÃO SOCIALISTA Depois de algum tempo de reflexão, o substi- tuto de Ana Catarina Mendes na liderança da federação vai mesmo a votos. Mendes quer ser «congregador» e já informou os presiden- tes das concelhias da sua intenção. O con- gresso está agendado para 4 de Março. SOCIEDADE PÁGINA 6 ADREPES ASSINA CONTRATO DE 3,5 MILHÕES PARA AGRICULTURA REGIONAL A Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal vai assumir a liderança e gestão de um pacote de 3,5 milhões de euros para apoiar projetos rurais no distrito, incluídos na estratégia de desenvolvimento local. São fun- dos comunitários que podem fazer a diferença.

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Edição do Semmais de 30 de Janeiro

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Sexta-Feira 30 | Janeiro | 2016

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 887 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interditasemmais

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A CASA DO PEIXERESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167

SOCIEDADE PÁGINA 4SOBREENDIVIDADOS DO DISTRITO CAÍRAM QUASE PARA METADE Os dados foram divulgados pela DECO e refe-rem que em 2015 foram registados 1946 pedi-dos de apoio a famílias da região com a corda na garganta, contra 3467 registados em 2014. Mas os especialistas da associação de defesa do consumidor não inferem «retoma económica»

PRESIDENTE DO PORTO DE SINES, JOÃO FRANCO, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

NOS PRÓXIMOS TRÊS ANOS SEREMOS O TERCEIRO MAIOR PORTO DA PENÍNSULAJoão Franco não tem dúvidas de que a crescer desta forma sustentada, a plataforma portuária de Sines terá um futuro risonho e, em três anos, pode chegar-se aos patamares de Algeciras e Valência. Adverte para o impasse relativo ao aumento de cais do Terminal XXI, que pode levar a “afundar” a embalagem trazida pelo crescimento mundial de contentores. E faz uma resenha, sem papas na língua, de muitos outros dossiers portuários.

NEGÓCIOS PÁGINA 12

POLÍTICA PÁGINA 10ANTÓNIO MENDES AVANÇA NA CORRIDA À FEDERAÇÃO SOCIALISTA Depois de algum tempo de reflexão, o substi-tuto de Ana Catarina Mendes na liderança da federação vai mesmo a votos. Mendes quer ser «congregador» e já informou os presiden-tes das concelhias da sua intenção. O con-gresso está agendado para 4 de Março.

SOCIEDADE PÁGINA 6ADREPES ASSINA CONTRATO DE 3,5 MILHÕES PARA AGRICULTURA REGIONAL A Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal vai assumir a liderança e gestão de um pacote de 3,5 milhões de euros para apoiar projetos rurais no distrito, incluídos na estratégia de desenvolvimento local. São fun-dos comunitários que podem fazer a diferença.

A SEMANAA EXPETATIVA PARA CONHECER O NOVO CAIS

DOS PESCADORES DO MONTIJO FICOU BEM PATENTE NAS DEZENAS DE PESSOAS QUE

MARCARAM PRESENÇA NA INAUGURAÇÃO DESTA NOVA INFRAESTRUTURA, NO PASSADO DIA 23 DE JANEIRO. O NOVO CAIS DOS PESCA-DORES FOI INAUGURADO PELO PRESIDENTE DO MUNICÍPIO, NUNO CANTA, E PELO PRESIDENTE DA SCUPA, JOSÉ MARIA DOS SANTOS. TRATA-SE DE UM INVESTIMENTO PROMOVIDO PELA SCU-PA, COM UM FINANCIAMENTO DE 494.820,00

EUROS POR PARTE DO PROMAR 2013/17. O MUNICÍPIO REALIZOU, AINDA, UM PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO COM A SCUPA NO VALOR DE 113.825, 00 EUROS. ESTA NOVA INFRAESTRU-

TURA DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO DA ATI-VIDADE PISCATÓRIA LOCAL PERMITE A ACOSTA-

GEM DE 12 A 16 EMBARCAÇÕES EM SIMULTÂNEO, INCLUIU UMA RAMPA DE VARA-

DOURO E UMA ÁREA DE INSTALAÇÕES DE APOIO INDIVIDUAIS PARA GUARDAR OS APRES-

TOS DE PESCA. A OBRA PERMITIU, TAMBÉM, SALVAGUARDAR AS RUÍNAS DO MOINHO DE

MARÉ DO MEIO.

O indivíduo Celestino Piedade, de 52 anos de idade, terá morri-

do na passada terça-feira, dia 26 de Janeiro do cor-rente ano, num naufrágio que aconteceu ao largo da praia Atlântica, na Penínsu-la de Tróia. O pescador, re-sidente na zona das Fontai-nhas, em Setúbal, seguiu para o mar como era habi-tual fazer todos os dias para a pesca do choco, mas, na-quele dia, foi tudo diferente quando o pescador apa-nhou na zona do naufrágio uma forte ondulação marí-tima, a embarcação onde seguia não aguentou com o temporal e virou-se. Segundo fonte da Polí-cia Marítima, o homem en-contrava-se sozinho na re-ferida embarcação, quando

foi detetado pelos meios de socorro. A vítima mortal es-tava a usar colete salva-vi-das, mas as autoridades ma-rítimas acreditam que o mesmo não terá resistido a uma pancada ou ter ficado preso e não conseguir ir à superfície, acabando por morrer no naufrágio. As condições meteoro-lógicas que se faziam sentir

Forte rebentação terá provocado a morte a pescador sadino

naquele dia também não ajudaram à imediata locali-zação do corpo do indiví-duo, pois a forte ondulação e o nevoeiro que se faziam sentir na zona, dificultaram as operações de resgate. O acidente que vitimou o pescador está a ser alvo de uma profunda investi-gação por parte da Polícia Marítima de Setúbal.

A loja Aki de Setúbal já tem a funcionar, desde o passado dia

17 de dezembro de 2015, as suas novas áreas dedica-das aos animais de esti-mação, agricultura e pe-cuária por forma a satisfazer os clientes nes-tas áreas. O investimento ronda os 100 mil euros, represen-tou a criação de 3 postos de trabalho e permitiu 400 horas de formação.

Aki de Setúbal abre áreas dos animais, agricultura e pecuária

Um raio provocado pelo mau tempo atin-giu o prédio com o

n.º1, localizado na Rua En-genheiro Mamede Fialho, em Vale de Cobro, Setúbal, pelas 9h45 da manhã do passado dia 25 de janeiro, mas não houve vítimas. O raio abateu uma pa-rede do prédio de quatro pisos, e provocou um curto-circuito. A cozinha do primeiro

andar sofreu um incên-dio na zona do fogão, provocando danos mate-riais na divisão. De acordo com uma fonte dos Bombeiros Sapa-dores de Setúbal, o forneci-mento de água, eletricidade e gás foi interrompido de imediato. No local estive-ram presentes os Bombei-ros Sapadores de Setúbal, a Proteção Civil e a compa-nhia de Gás.

Raio provoca incêndio em casa de Vale de Cobro

Foi encontrado na quin-ta-feira o corpo do ho-mem que assassinou a

tiro a mulher no Barreiro. Manuel Ribeiro, de 61 anos, estava desaparecido há mais de uma semana e o corpo apareceu numa zona de mato em Palhais, cerca das 17h00, encontra-do por populares que pas-saram no local e que aler-taram as autoridades. Em comunicado, a PJ informou que «o corpo encontrava-se já em ele-vado estado de putrefa-ção, numa zona florestal, próximo da sua residên-cia, tendo sido recupera-da a arma utilizada no crime, bem como o seu telemóvel, objetos susce-tíveis de servir à identifi-cação do cadáver e à pro-va da factualidade em apreço. A investigação do crime de homicídio, em estado muito avançado, depende agora, apenas, da realização de perícias, prevendo-se para breve a sua conclusão». O indivíduo não teria aceitado a separação que se consumou em 2014 e matou a ex-companhei-ra de 57 anos, na tarde do dia 18 de Janeiro, em Palhais, Barreiro.

Encontrado corpo de homem que matou ex--companheira no Barreiro

A PJ de Setúbal deteve uma mulher por sus-peita de tentar intro-

duzir droga numa cadeia. Em comunicado, a PJ anunciou dia 25, que dete-ve uma mulher que é sus-peita de tentar introduzir 600 doses individuais de haxixe numa cadeia. Segundo a PJ, “a mu-

lher transportava o produ-to estupefaciente dissimu-lado nos órgãos genitais, e dirigia-se a uma cadeia”. A mulher foi detida, em flagrante delito, e re-cai sobre si indícios da prática do crime de as-sociação criminosa rela-cionada com tráfico de estupefacientes.

Mulher tentou introduzir droga numa prisão

SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JANEIRO | 2016 | 3

SOCIEDADE

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

Os pais dos seis jo-vens universitários que morreram na

praia do Meco, na trágica madrugada de 15 de de-zembro de 2013, garantem que a sua busca pela ver-dade ainda não acabou. Depois de também o Tri-bunal da Relação de Évora ter agora confirmado o arquivamento do proces-so, António Soares, pai de uma das vítimas (Ana Ca-tarina Soares) assegura que as famílias vão avan-çar para o Tribunal Euro-peu dos Direitos do Ho-mem, como tinham prometido desde o início. «Claro que vamos re-correr. Vamos até onde for preciso para apurar a ver-dade» garante António So-ares, que continua sem acreditar na inocência do antigo `dux´ da Universi-dade Lusófona de Lisboa, João Gouveia, o único so-brevivente da tragédia. «Acreditamos que ha-via muita gente interessa-da neste desfecho, mas isto é passar um atestado de estupidez às pessoas, porque ninguém acredita que os seis jovens tives-sem sido arrastados por

PAIS DAS VÍTIMAS NÃO SE CONFORMAM COM ARQUIVAMENTO DO PROCESSO DECRETADO ESTA SEMANA PELA RELAÇÃO DE ÉVORA

Caso Meco já vai a caminho da EuropaO Tribunal da Relação de Évora confirmou esta semana o arquivamento do processo contra o “dux” da Universidade Lusófona, único sobrevivente da tragédia do Meco, que levou à morte de seis estudantes, alegadamente na sequência de uma praxe académica. O caso segue para tribunal europeu.

uma onda”, diz também a mãe Fernanda Cristóvão, assumindo-se «revoltada» com a decisão dos tribu-nais, tal com os restantes pais dos seis estudantes que perderam a na praia do Moinho de Baixo, que voltaram a ouvir a justiça assegurar que não há indí-cios suscetíveis de con-substanciarem ilícito cri-minal. «Mas vamos continuar até onde fizer falta e o próximo passo é já o recurso para o Tribu-nal Europeu. Estamos uni-dos, porque isto não vai parar”, insistiu Fernanda Cristóvão, admitindo que o despacho de não pro-

núncia “não surpreendeu” os familiares.

Primeiro arquivamento ocorreu no Tribunal de Setúbal

Recorde-se que em março de 2014 já o Tribunal de Setúbal tinha mandado arquivar o caso por consi-derar que não tinham sido carreados para os autos factos novos que permi-tissem indiciar o `dux´ da Universidade Lusófona de Lisboa da prática de qual-quer crime. «Estes jovens (que morreram na praia do Meco) estavam lá porque

queriam, porque gosta-vam, em torno de uma causa», disse, na altura, o juiz de instrução, argu-mentos que, segundo os familiares, também terão sido considerados pelo Tribunal da Relação de Évora para justificar o ar-quivamento. Além do recurso para o Tribunal Europeu dos Di-reitos do Homem, os fami-liares dos seis jovens tam-bém já avançaram com ações de responsabilidade civil - uma por cada um dos alunos que morreram - contra o João Gouveia e contra a Universidade Lu-sófona.

CRONOLOGIA15 DE DEZEMBRO 2013 Seis estudantes da Lusófona, com trajes académicos, são ar-rastados por uma onda na praia do Meco. O dux João Gouveia sobrevive.

21 JANEIRO 2014 O inquérito que estava no Tribunal de Sesimbra passa para a alçada do Procurador-coordenador da Comarca de Almada e entra em segredo de justiça.

24 JANEIRO 2014 A família do sobreviven-te divulga carta garantindo que o jovem “prestará todos os esclarecimentos” no “local certo e perante as instâncias com-petentes”

25 JANEIRO 2014 Pais dos alunos que mor-reram reúnem-se para tomar uma posição concertada e começam a pedir respostas

5 DE FEVEREIRO 2014 João Miguel Gouveia é ouvido como testemunha pelo Ministério Público de Almada

23 JULHO 2014 O Ministério Público ar-quivou o inquérito à morte dos jovens, alegando não haver indícios de crime, mas pais recorrem pedem instrução do processo

4 MARÇO 2015 Debate instrutório reitera inexistência de crime. Dux não vai a jul-gamento, mas pais garantem que recor-rem para a Relação de Évora que confir-ma agora a inocência de João Gouveia.

Um morador do Seixal está entre as únicas três pessoas que em

2105 foram condenadas no país por crimes contra ani-mais de companhia, apesar do Ministério Público ter em curso um total de 1395 investigações. Segundo informações divulgadas esta semana pela Procuradoria-Geral da República, a condena-ção teve lugar no final do ano passado, reportan-do-se ao caso de um ho-mem de quem se deu como provado ter pren-dido o seu cão no quintal durante dois meses com uma corrente que não media mais de um metro, obrigando-o a suportar as intempéries, sem lhe ter providenciado abrigo. Descreve a Procura-

doria que o homem «Terá desferido um número não concretamente apu-rado de pontapés que atingiram o canídeo em várias partes do corpo», tendo sido condenado a uma multa, decretada pelo juiz, de 400 euros. O caso foi julgado em pro-cesso sumaríssimo. Ainda assim, estão agendados para o ano em

curso mais julgamentos de crimes contra animais de companhia na região, en-quanto, segundo as estatís-ticas, em 2015 apenas fo-ram concluídas 772 das 1395 investigações em cur-so em todo o país, ou seja, 55,3%. Em 6,9% das investi-gações terminadas (53) foi exercida a acção penal, ten-do as demais findado por arquivamento.

Condenado a pagar 400 euros por tratar mal o cão no Seixal

O presidente da Câma-ra do Barreiro, Carlos Humberto, revelou

que há investidores inte-ressados no novo terminal de contentores projetado para o concelho, acrescen-tando ainda que o próprio Governo apoiará o projeto se os estudos demonstra-rem viabilidade. Na reunião pública que teve lugar esta sema-na, o autarca informou o executivo ter reunido com a nova ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, tendo a governante deixado cla-ro que «se os estudos vie-rem a comprovar a viabili-dade do investimento e se existirem interessados, o projeto não tem razão ne-nhuma para não avançar».

Carlos Humberto avan-çou ainda que têm sido rea-lizados contactos com di-versas entidades que têm mostrando estarem atentas ao novo terminal, encon-trando o estudo prévio da plataforma já em fase final, seguindo-se o Estudo de Impacte Ambiental. Recorde-se que os ter-renos da Baía do Tejo es-tão a ser alvo de estudo com o objetivo de virem a receber o novo terminal

de contentores de Lisboa, traduzido num investi-mento que rondará os 700 milhões de euros para uma área de contentores e multiusos, num complexo logístico de cerca de 400 hectares. A plataforma multimodal inclui o termi-nal de contentores com capacidade para 2,7 mi-lhões de Teus (medida standard utilizada para calcular o volume de um contentor) por ano.

Autarca garante interesse de investidores no terminal de contentores no Barreiro

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SOCIEDADE

Em 2014 o Gabinete de Apoio ao Sobreendivi-dado da DECO recebeu 3467 pedidos de famí-lias residentes no distrito, e o ano passado, o mesmo serviço recebeu 1946 processo de igual teor. Os especialistas da associação de defesa do consumidor garantem, contudo, que estes dados não representam sinal de retoma económica.

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

O Gabinete de Apoio ao So-breendividado (GAS) da DECO recebeu 1946 pedi-

dos de apoio de famílias residen-tes no distrito de Setúbal, em 2015, o que representa o maior abran-damento de pessoas endividadas no país. Em 2014, a região regista-va 3467 pedidos, ou seja, mais 1621 do que no ano passado, em-bora o distrito sadino continue no terceiro lugar à escala nacional,

MEDIÇÃO DA DECO NÃO QUER FUNCIONAR COMO INDICADOR DE EVENTUAL RETOMA ECONÓMICA

Sobreendividados do distrito caíram quase para metade

E DE QUE RENDIMENTOS FALAMOS?Quanto aos rendimentos dos consumidores sobreendividados, a maioria apre-senta rendimentos totais do agregado familiar inferiores a dois vencimentos mínimos nacionais (1010€), considerando a DECO que a população apresen-tam «graves carências» no que concerne a aconselhamento financeiro, que promova uma ajustada tomada de decisão financeira e agilize o processo de renegociação de contratos de crédito sempre que necessário. Mais. A DECO alerta ainda para a «literacia financeira», visando o desenvolvimento de competências para uma gestão mais eficaz dos rendimentos disponíveis e «apoios sociais» com vista a suplantar necessidades básicas existentes numa elevada proporção da população sobre endividada portuguesa.

apenas atrás de Lisboa e Porto. Mas nem por isso a situação do distrito poderá funcionar como indicador de eventual re-toma económica.É que, segundo a DECO, o desemprego é, nova-mente, a principal origem das dificuldades financeiras das fa-mílias, seguindo-se a deteriora-ção das condições laborais, con-sequências da atual situação de crise económica. «O arrastar desta crise pro-voca dificuldades financeiras persistentes e continuadas entre

os consumidores, as penhoras de vencimentos aumentaram gradualmente, verificando-se um incremento substancial des-tas situações em 2015», diz Natá-lia Nunes, coordenadora do GAS, para quem o último ano fica ainda marcado por um «re-novado aumento da concessão de crédito aos particulares».

Números não baixaram na maioria das regiões

Uma afirmação alicerçada nos

dados apresentados pelo Banco de Portugal e confirmados pela amostra que solicita apoio à As-sociação de Defesa do Consumi-dor com o propósito de renego-ciar esses mesmos créditos. «A média de contratos de crédito por agregado familiar aumen-tou, particularmente no que diz respeito aos contratos de crédi-tos ao consumo e cartões de crédito», confirma, o que explica o facto de o sobreendividamen-to não ter baixado na maioria das regiões do país.

Aliás, no «bolo» nacional, o número de sobreendividados aumentou de 29000 em 2014 para 29056 em 2015. Em 2008 eram 6724, mas em 2013 chega-ram ao recorde de 29214. Mas foi ainda em 2015 que se registou um aumento do crédito em incumprimento mesmo vi-gorando um diploma focado no apoio aos consumidores em ris-co e em incumprimento efetivo. A falta do pagamento continua-do de prestações mensais acen-tuou-se. Diz a dirigente da DECO que estes dados sobre o incumpri-mento não são surpreendentes, tendo em conta que as taxas de esforço apresentadas pela po-pulação apoiada pela associa-ção «voltam a exceder ampla-mente a percentagem aconselhada. A taxa de esforço máxima recomendada situa-se nos 40%, enquanto a amostra analisada reflete que 77% dos seus rendimentos totais são des-tinados ao pagamento de pres-tações mensais de crédito», re-vela Natália Nunes.

O contrato entre a ADREPES e as diferentes autoridades de gestão dos fundos que

vão financiar a Estratégia de De-senvolvimento Local para as zo-nas rurais da Península de Setú-bal no período de programação 2014/20, foi assinado no passa-do dia 27. A assinatura do contrato de-correu numa cerimónia realiza-da em Ponte de Sôr, que contou com a presença do Primeiro-Mi-nistro António Costa, do Minis-tro de Agricultura, Capoulas Santos, do Ministro do Planea-mento e das Infra-estruturas, Pedro Marques e os represen-tantes de todos os Grupos de Ação Local Rurais do continente. O contrato prevê um finan-ciamento que ascende a 3,5 mi-lhões de euros destinados a

apoiar projetos relacionados com o desenvolvimento rural da região, em particular pequenos investimentos e diversificação de atividades nas explorações agrí-colas, transformação e comer-cialização de produtos agrícolas, promoção de produtos locais de qualidade, cadeias curtas e mer-cados locais, apoio ao empreen-dedorismo, preservação do pa-trimónio e apoio social. Aguarda-se agora a definição da regulamentação específica que vai permitir a abertura de concursos para a apresentação

A diretora do curso profis-sional Técnico de Auxiliar de Saúde da Escola Técni-

ca Profissional da Moita, Ana Botas, destaca o mais recente instrumento de formação: a Unidade Pedagógica de Saúde, cujo desenvolvimento está nas mãos dos alunos, orientados pela equipa técnica. Segundo Ana Botas, a ETP Moita definiu como sua missão potenciar o desenvolvimento dos seus alunos aos níveis pesso-al, social e profissional. Imbuída nesta missão, a escola abraçou o desafio da abertura do curso profissional de Técnico Auxiliar de Saúde que teve o seu primeiro ciclo formativo em 2011/2014. Para o primeiro ano, de cada ciclo formativo, definiu-se como

de candidaturas por parte dos diferentes atores do território. O contrato assinado em Pon-te de Sôr é o culminar de um pro-cesso de construção da Estraté-gia de Desenvolvimento Local da Península de Setúbal 2014/20, li-derado pela ADREPES, que teve início em Fevereiro de 2014 e que envolveu mais de 300 entidades locais e regionais representativas dos interesses económicos, am-bientais, sociais e culturais, com destaque para autarquias locais, institutos públicos, cooperativas, empresas e associações.

ADREPES assina contrato de 3,5 milhões para o desenvolvimento rural da Península

Escola Técnica Profissional da Moita aposta em Unidade Pedagógica de Saúde

objetivo geral o desenvolvimen-to de competências basilares aos cuidados de saúde, com ênfase na prevenção e controlo de infe-ção. Posteriormente, a meta a atingir prende-se principalmente com o desenvolvimento de com-petências na prestação direta de cuidados aos utentes, dando ên-fase à necessidade de supervisão de um profissional de saúde.

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SETÚBAL ACOLHESEMANA INTERNACIONAL DE NETWORKING

ORGANZAÇÃO: APOIO À ORGANIZAÇÃO: MEDIA PARTNER: APOIO À COMUNICAÇÃO:

Sessão de AberturaTerry Hamill, Director Nacional do BNI PortugalDra. Carla Guerreiro, Vereadora das Actividades Económicas da Câmara Municipal de Setúbal

FÓRUM LUÍSA TODI

2 Venha debater as boas práticas de networking e conhecer algumas técnicas que o podem ajudar a fazer crescer o seu negócio.

ORADORES -João Cordeiro, Director Executivo do BNI Setúbal, Atlântico & Ribatejo-Dra. Sandra Duarte, Coordenadora do Gabinete de Apoio ao Empresário da Câmara Municipal de Setúbal-Dra. Maria do Carmo Guia, Directora do Centro de Emprego e Formação Profissional de Setúbal-Prof. Doutor Pedro Dominguinhos, Presidente do -Prof. Doutor Pedro Dominguinhos, Presidente do Instituto Politécnico de Setúbal;-Profª. Doutora Teresa Costa, Docente ESCE/IPS

FEV18H21H

ENTRADA LIVRE

6 | SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JANEIRO | 2016

SOCIEDADEJOÃO CORDEIRO, DIRETOR EXECUTIVO DO BNI SETÚBAL, E A SEMANA INTERNACIONAL DE NETWORKING

«Alimentar rede de relacionamentos é um passo decisivo para os negócios»

PLANO OPERACIONAL PARA O ENOTURISMO DO ALENTEJO APRESENTADO EM ALCÁCER DO SAL

Enoturismo vai ser mais uma coqueluche do turismo do Alentejo

Quais os objetivos do evento no quadro dos parceiros do BNI?O grande e principal objetivo do evento passa pelo despertar da consciência para a importância das redes de contactos num contexto profissional. O passa--a-palavra assume um papel preponderante nos negócios da maior parte dos empresários, contudo não costuma haver uma estratégia clara. Hoje em dia, prestar um bom serviço ou vender um bom produto não é suficiente para que as pessoas falem bem ou recomendem a terceiros. É necessário algo mais... É necessário dar outro tipo de passos no sentido de ali-mentar a nossa rede de relacio-namentos.No entanto ter uma boa rede de contactos não é por si só sufi-ciente para que continuemos a crescer os nossos negócios. Ter uma visão mais periférica do que significa ter uma empresa ajuda-nos a percorrer o cami-nho rumo ao sucesso.Foi por isso que envolvemos ou-

tros parceiros locais, que agre-gam valor à experiência, ao know-how e à vida de um em-presário. Se da parte da Câmara Municipal poderemos ter mais informações sobre o tipo de apoios que o Mu-nicípio fornece ao tecido empre-sarial, já por parte do Instituto de Emprego e Formação Profissio-nal, no seu âmbito de interven-ção, poderemos ter mais consci-ência e acesso facilitado aos estímulos que esta Organização oferece. Falamos por exemplo desde os incentivos à contrata-ção à formação dos nossos qua-dros de colaboradores.Com uma intervenção crucial ao nível da educação e capacitação dos mais jovens, o Instituto Poli-técnico dar-nos-á um enqua-dramento mais no médio e lon-go prazo, de integração destes jovens, p.e. através de estágios profissionais. Sabemos que por vezes o gap entre a saída da fa-culdade e a integração no mer-cado de trabalho é grande, e esta parceria visa, principalmente,

A estratégia para continuar a colocar o Alentejo no mapa dos melhores destinos in-

ternacionais vai contar com mais um trunfo. O Enoturismo, cujo plano operacional está em fase de discussão com os parcei-ros e agentes económicos. Alcácer do Sal recebeu esta se-mana uma das sessões de esclare-cimento, com larga participação, durante a qual o presidente de re-gião de turismo do Alentejo, Ceia da Silva, enalteceu o facto de os vinhos alentejanos «serem já mui-

diminuir este espaço não só em tempo como em energia des-pendida pelo estudante.

Porquê a escolha da realização do evento ter recaído em Setúbal?Este é um evento que integra a Semana Internacional de Ne-tworking, organizada pelo BNI um pouco por todo o mundo. Mais de 60 países organizam eventos variados ligados ao ne-tworking durante uma semana.Em Portugal, Setúbal fazia todo o sentido para acolher o evento graças ao nível de empreende-dorismo da região. O BNI marca presença no Distri-to de Setúbal já desde 2011 e os resultados têm sido magníficos para os empresários que inte-gram a Organização! Foi nesta cidade que tudo se ini-ciou (na região), pelo que para nós faria todo o sentido que aqui se realizasse este grande evento.Quisemos também mostrar que o estigma que eventualmente ainda paira no ar relativamente às empresas e empresários da “margem sul” está mesmo erra-do. Não só a cidade, como o Dis-trito, são compostos por pesso-as com uma alta capacidade empreendedora, focadas, uni-das, com um forte sentimento de luta em torno dos seus projetos, ideias e ideais. A minha experi-ência tem confirmado isso mes-mo. Os mais de 20 milhões de euros que os empresários BNI geraram na região no último ano refletem bem o espírito de entre--ajuda que se tem vindo a de-senvolver. Como se vai perspetivar o encontro e qual o nível de adesão?

Por ser uma palestra aberta à comunidade de empreendedo-res da região, gostaríamos ob-viamente de ter o Fórum Luísa Todi completamente cheio. A mobilização passa principal-mente pelos mais de 180 empre-sários que temos atualmente na região, através do IEFP, da Câ-mara Municipal de Setúbal e do Instituto Politécnico. Este com uma maior incidência em jovens empreendedores.Contamos ter pelo menos 250 empreendedores neste evento de celebração, por isso será mesmo uma excelente oportu-nidade de networking. E nestes eventos acabam sempre por surgir as bases para futuras par-cerias – inclusive temos alguns desafios preparados nesse senti-do… mas só serão revelados no dia. Têm de aparecer no dia 2 de Fevereiro para saber.Também é importante referir que temos um painel de orado-res de topo, composto por pes-soas com uma experiência transversal a várias áreas, que vão partilhar conhecimentos e acima de tudo experiência. Com entrada livre!

Que conclusões se pretende extrair do mesmo?Existe um estudo que relata que nós nos tornamos na média das 5 pessoas com quem mais nos relacionamos. Se, forma cirúrgi-ca e inteligente soubermos “es-colher” quem nos acompanha ao longo da vida, principalmen-te nos negócios, construiremos não só empresas de sucesso, mas principalmente uma comu-nidade mais coesa, em desen-volvimento e aprendizagem constante, que nos tornará in-

clusive melhores indivíduos.Aqui, não só o BNI assume um papel importante, mas a inter-venção dos parceiros sociais torna a caminhada de cada um de nós mais simples, com acesso mais facilitado a vários tipos de opções. Qual a realidade do BNI em Portugal e em particular no distrito de Setúbal?Neste preciso momento em Por-tugal o BNI conta com 84 gru-pos de negócios e 2.250 empre-sários. Todos juntos em 2015 gerámos para a nossa economia mais de 100 milhões de euros em negócios. Já em Setúbal, contamos com cerca de 180 empresários que compõem 7 grupos. Em resultados acumulados des-de 2011 gerámos para a econo-mia setubalense perto de 35 mi-lhões de euros, passámos mais de 15.000 oportunidade de ne-gócio e criámos direta e indire-tamente mais de 100 postos de trabalho. São resultados dos quais me orgulho, e muito!E continuamos a crescer e a aju-dar mais empresários e por isso temos vários outros grupos em construção, um pouco por todo o distrito.Diria que a economia não está pior… está diferente. Os empre-sários e empreendedores devem ajustar-se a novas formas estar. Numa altura em que grande parte das pessoas luta por so-breviver, nós lutamos por fazer a diferença, começando pelo mais importante: A Atitude! Não te-nho a menor dúvida de que no BNI estamos a mudar a forma como o mundo faz negócios. E para melhor!

Esta terça-feira, Setúbal vai acolher a “Semana Internacional de Networking”, uma organização do BNI Portugal. O diretor executivo do BNI Setúbal, explica ao Semmais os objetivos do evento.

to reconhecidos além-fronteiras», faltando, agora, «estruturar a sua articulação no plano turístico, como produto de excelência». O líder da entidade regional de turismo do Alentejo-Ribatejo, lembrou, na ocasião que o Alen-tejo foi já reconhecido pelo “USA Today”, um dos mais conceitua-dos jornais americanos, como melhor região vinícola do mun-do para visitar. «É agora tempo de tornar o enoturismo um pro-duto de marca, capaz de atrair turistas, numa articulação entre entidades públicas e agentes económicos», disse Ceia da Silva. O plano, em fase de conclu-

são, vai acrescentar mais-valias, como «marca, promoção, novas unidades, que criem alojamento e toda uma linha de intervenção ar-ticulada. Estamos a partir do zero, mas confiantes de que esta área será, em breve, mais uma aposta ganhar», sublinhou o dirigente. Também o presidente da Câ-mara de Alcácer do Sal, Vitor Proença, sublinhou a «importân-cia estratégia» deste produto para acrescentar valor ao turis-mo do Alentejo. «Temos dos me-lhores vinhos e dos melhores produtores nesta região que está na moda e a fazer um trabalho de grande articulação», frisou.

Os vinhos do Alentejo já são amplamente conhecidos no mercado internacional. Agora a Turismo do Alentejo está a traçar um plano para que passem a fazer parte da estratégia para captação de turistas.

TEXTO ANABELA VENTURAIMAGEM SM

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LOCAL

ALCÁCER DO SALCÂMARA REPARA GALEÃO O galeão Amendoeira, propriedade do mu-nicípio, foi submetido a uma reparação de fundo, tendo regressado a Alcácer na sema-na passada, juntando-se assim a um outro galeão, também propriedade do município, o “Pinto Luísa”, que efetua passeios no Sado.O Amendoeira sofreu grandes melho-rias, tendo sido retirado o tabuado, que se encontrava todo danificado, e substi-tuído. A mesma intervenção foi feita na proa e contra-proa, na braçola do porão e algumas peças do cavername também foram substituídas. Durante a reparação, feita num estaleiro em Sesimbra, foram ainda substituídos os equipamentos do wc, foram feitos melhoramentos da hélice, melhoramentos a nível elétrico e pinturas. O galeão esteve mais tempo em estaleiro do que o previsto, pois o real estado de conservação da embarcação estava mui-to pior do que se previa.

ALCOCHETE CASA DO POVO ABRE-SE AO TEATRO A Casa do Povo está a promover oficinas e workshops para dinamizar a atividade teatral, numa estreita ligação à cultura e identidade locais, inerentes aos princí-pios da Casa.“A Casa está aberta” dá nome a este proje-to que promove a componente formativa, no que diz respeito às técnicas, expressões e fruição artística, prosseguindo com o desenvolvimento humano, educativo e artístico na comunidade local.Com base numa ideia do ator Rafael de Moraes, a programação que agora é disponibilizada foi testada em Dezembro último através daquilo que o ator deno-minou de “degustação”.«Promovemos uma “degustação” daquilo que poderia ser a nossa programação em 2016. Quisemos conhecer os gostos, interesses e expetativas das pessoas da comunidade local para irmos ao encon-tro das suas aspirações”, referiu. «Algu-mas sessões foram mais procuradas que outras, mas o balanço é muito positivo, e devo sublinhar a pareceria estabelecida com o município e outras instituições».

BARREIRO COLÓQUIO “À CONVERSA SOBRE INVASORAS” MATA DA MACHADA O Centro de Educação Ambiental (CEA) da Mata da Machada e Sapal do Rio Coina, do município, vai promover o co-lóquio “À conversa sobre invasoras”, no sábado, dia 27 de fevereiro, a partir das 9h30, na Mata Nacional da Machada.As inscrições para este evento, gratuito, aberto ao público, encontram-se abertas e podem ser efetuadas através da Linha Verde 800 912 070.Esta ação, no âmbito do Projeto Biodisco-veries, terá o acompanhamento do Projeto Invasoras, da Floradata e dos participan-tes que já integram o Biodiscoveries.As boas-vindas, pela vereadora da CMB responsável pelo CEA, Teresa Costa, dá-se às 9h30. Segue-se, às 10 horas, o percurso pelos talhões do projeto, onde são discutidas as intervenções feitas.

GRÂNDOLA ALDEIA DO LOUSAL GANHA BIBLIOTECA O novo equipamento cultural da aldeia mineira do Lousal foi inaugurado, no dia 20, numa cerimónia que contou com a presença do presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes, do presidente da Junta de Freguesia de Azinheira dos Barros, Pedro Ruas e de Antoine Velge, diretor do Grupo Sapec.A biblioteca, criada pelo Grupo Sapec e Centro Ciência Viva (CCV) do Lousal, reúne livros escolares e obras de litera-tura doados por colaboradores do Grupo Sapec e pelo CCV e está a funcionar no Centro Comunitário do Lousal numa sala cedida por esta entidade.Com a biblioteca Antoine Velge, preten-de-se contribuir para o enriquecimento e estímulo do conhecimento das crianças e jovens residentes no Lousal.

MONTIJO 1.º FESTIVAL DE SOPAS ANGARIA VERBAS PARA ESCUTEIROS O Agrupamento 72 do Montijo - Corpo Nacional de Escutas realiza o 1.º Festival de Sopas, no dia 30 de janeiro, a partir das 19 horas, no Palácio dos Isidoros, sito na Rua Conde Paço Vieira, Bairro da Calçada.O 1.º Festival de Sopas conta com a partici-pação de diversos restaurantes da cidade, que apresentam as suas melhores sopas. Há, ainda, outros petiscos e música ao vivo.Esta iniciativa de cariz comunitário pre-tende angariar fundos para proporcionar aos escuteiros a participação numa ati-vidade internacional, no próximo mês de julho. A atividade consiste num acampa-mento na ilha de Brownsea, na Inglaterra, local onde se realizou, em 1907, o primei-ro acampamento escutista.

PALMELA PROJETO 2 (DE)MÃOS POR PALMELA PROCURA VOLUNTÁRIOS A terceira edição consecutiva do projeto participativo “2 (de)Mãos por Palmela” está agendada para 28 de maio.Qualificar a imagem do centro histórico da vila e sensibilizar para a importância de cuidar do património edificado, envol-vendo a população numa grande ação de voluntariado, em prol do bem comum, são os principais objetivos deste projeto municipal, que continua a contar com o apoio do mecenato.Para este ano, a proposta de intervenção inclui os muros da alameda 25 de Abril, da rua da Portela e da Av.ª dos Cavalei-ros de Santiago, os lavadouros da rua de Santana e da fonte de Beber e os muretes do Largo D. Afonso Henriques e da rua Elias Garcia.

SANTIAGO DO CACÉM SORTEIO DE NATAL DÁ PRÉMIOS A entrega de prémios do sorteio de Natal realizou-se, no dia 19, no auditório Antó-nio Chainho. Tratou-se do passatempo “No Natal Compre no Comércio Tradicio-nal”, uma iniTciativa levada a cabo pelo município, em parceria com a Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Turis-mo do Distrito de Setúbal, que englobou perto de 200 lojas aderentes de todo o município, um significativo acréscimo em relação aos 56 lojas que aderiram no ano anterior. O edil Álvaro Beijinha, marcou presença na ocasião e foi ele próprio, no momento imediato ao sorteio, a telefonar aos felizes contemplados e a dar-lhes a boa notícia. Venceram Sílvia Silva, Arte-misa Fernandes e Helena Silva.SEIXAL BIBLIOTECA PROMOVE

DIA DA INTERNET MAIS SEGURAA iniciativa assinala o Dia da Inter-net Mais Segura, que se celebra a 9 de fevereiro com o tema “Faz a tua parte, por uma internet melhor”, uma data que promove uma utilização mais segura e responsável das tecnologias de informa-ção e comunicação.Duas das formações são dirigidas a alunos de escolas do concelho, em horário esco-lar. A outra é dirigida a pais, encarregados de educação, professores, técnicos de biblioteca e público em geral, e decorre a partir das 18h30, na biblioteca do Seixal. Os interessados podem inscrever-se atra-vés do email [email protected]. até dia 10.As ações são dinamizadas pelo Centro Internet Segura – IPS/Escola Superior de Educação, que integra as redes Insafe e Inhope, presentes em todos os países da UE para uma ações coordenadas a nível europeu contra os conteúdos nocivos.

SETÚBAL MERCADO DE VILA NOGUEIRA VAI SER REQUALIFICADO O município acaba de aprovar, em reu-nião pública, a atribuição de um apoio financeiro superior a 55 mil euros à Junta de Azeitão para a execução de obras de re-qualificação no mercado municipal de Vila Nogueira de Azeitão. As obras de requalifi-cação estão orçadas em 138.406,65 euros.O apoio financeiro de 55.362,66 eu-ros, pago ao longo de 12 mensalidades, corresponde a 40 por cento do montante global necessário para a realização de obras de requalificação naquele equipa-mento municipal, com trabalhos promo-vidos pela Junta de Freguesia de Azeitão, com o apoio da Autarquia.A comparticipação é concedida após a aprovação de uma adenda, em dezembro do ano passado, pela Assembleia Muni-cipal, ao Contrato Interadministrativo celebrado entre o município e a Junta de Azeitão para o mandato de 2013/17.

SINES TERRAS SEM SOMBRA VOLTA A PASSAR PELO CONCELHOA 12.ª edição do Festival Terras Sem Som-bra, uma organização da Diocese de Beja que junta as componentes da música, do património e da biodiversidade, volta a programar acontecimentos em Sines na sua edição de 2016.No dia 12 de março, às 21h30, no Centro de Artes de Sines, realiza-se o espetá-culo “Sempre/Ainda”, ópera sem vozes com música de Alfredo Aracil, realização multimédia de Simón Escudero e piano de Juan Carlos Garvayo.No dia 13 de março, às 10 horas, acontece a atividade “Coastwatch: Mãos à Obra pelo Litoral”, monitorização voluntária do litoral (com o GEOTA) e ação de lim-peza de lixo marinho.O Prémio Internacional Terras Sem Som-bra é entregue, pelo terceiro ano conse-cutivo, no Centro de Artes de Sines, numa cerimónia marcada para 2 de julho.

ALMADA BOMBEIROS DE CACILHAS RECEBEM VIATURAS E EQUIPAMENTOS O batismo de quatro novas viaturas e a atribuição de distinções marcaram sessão dos 125 anos dos bombeiros de Cacilhas, cuja cerimónia teve lugar recentemente. Durante a cerimónia, foram batizadas quatro novas viaturas adquiridas com o apoio da edilidade e a ministra da Administração Interna, Constança Sousa, atribuiu a Medalha de Mérito de Proteção e Socorro – Grau Ouro, Distintivo Azul aqueles ‘soldados da paz’.A autarquia ofereceu aos BVC quatro equi-pamentos de proteção individual de com-bate a fogos urbanos. O comandante dos BVC, Miguel Silva, lembrou que «a CMA sempre nos apoiou, continua a apoiar-nos e sabemos que irá continuar a fazê-lo».Para o edil Joaquim Judas «temos o dever de dar aos bombeiros tudo o que é essen-cial para a sua segurança e bem-estar».

MOITA ELSA SERRA NA OFICINA DE CONTAR HISTÓRIASA biblioteca municipal da Baixa da Ba-nheira recebe, este sábado, às 15h30, a contadora de histórias Elsa Serra que irá dinamizar a Oficina “Onde as Histórias se Encontram”, integrada no Dia Escolar da Não Violência e da Paz.Dirigida a crianças entre os 6 e os 12 anos, esta oficina vai contar com uma sessão de histórias, a partir do livro “Monstra?”, incluindo a leitura da histó-ria e uma atividade de escrita criativa.“Era uma vez uma Monstra que andava assustadíssima. Assustada e cansada. Cansada de ser monstra. Queria muito deixar de assustar os outros, mas não sa-bia como…”. Inscreva já as suas crianças porque as vagas são limitadas a 20 parti-cipantes. Inscrições gratuitas, através do 210 888 900.

SESIMBRA MINISTRO INAUGURA PDR 2020 EM EXPLORAÇÃO DE FIGOSO Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, deslocou-se dia 25, à exploração de figos da Quinta da Mó, para a assinatura do Termo de Aceitação relativo à candidatura apresentada por esta entidade ao Plano de Desenvolvimento Rural 2020. É um inves-timento orçado em 375 mil euros, que rece-beu apoio do PDR 2020 de 113 mil euros.«Escolhemos este projeto para inaugurar o processo de contratação do PDR 2020, que é feito de forma digital. É um dos 105 investimentos apoiados ao abrigo deste programa, que se encontram distribuídos por todo o país», sublinhou o ministro.«Temos 40 hectares de terreno com 16 mil árvores de diversas variedades de figo, o que nos permite efetuar colheitas entre junho e novembro», referiu Vasco Mendes.

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CULTURA

A coisa aqui tá preta”, com textos e ence-nação de Bruno Fra-

zão, estreia a 5 de feverei-ro no Grupo Desportivo “O Independente”, às 21h30. O espetáculo, com a duração de uma hora, inclui muita sátira musi-cal, política e religiosa. Bruno Frazão deposita «boas» expetativas para o espetáculo, sublinhando: «Esperamos alcançar o mesmo êxito, ou mais, que a revista “É só pagode”. O elenco é constituído por Bruno Frazão, Joel Car-valho, Xavier Viana, João Praia, Tita Jones, Andreia Vieira, Maria Cordeiro, Sara

Margarida, não esquecendo as bailarinas Ana Simeão e Marlene Lourenço. Segundo Bruno Fra-zão, trata-se de uma «di-vertida comédia musical que retrata a vida num bairro de lata, onde só vi-vem emigrantes. É uma excelente comédia musi-cal que vai certamente fa-zer mexer o público na cadeira». E acrescenta que a comédia «fala do estado complicado do nosso País, da grande crise que atra-vessa e de um Portugal subsídio-dependente». Maria Cordeiro es-treia-se em palco e foi descoberta através de um casting para novos atores. Os ensaios têm estado a decorrer na sede da AC-

TAS e no Grupo Desporti-vo “O Independente”. As músicas, originais, são da autoria de Artur Jordão. O espetáculo con-ta com a participação es-pecial da cantora Carmen Matos, de Quinta do Anjo. A cenografia é de João Praia e os figurinos per-tencem a Bruno Frazão. “A coisa aqui tá preta” recebeu apoios logísticos e financeiros do município, das juntas de freguesia da cidade e de várias empresas da terra. Depois da estreia, haverá novas sessões, a 20 e 21 de fevereiro, no Grupo Desportivo “O Independen-te”, bem como noutras cole-tividades de Setúbal e um pouco por todo o País. Os ingressos custam 5 euros.

Bruno Frazão estreia comédia musical “A coisa aqui tá preta”

A sátira musical, política e religiosa vai estar em destaque em mais uma comédia musical de Bruno Frazão. “A coisa aqui tá preta” promete divertir e dar que falar.

Instruções para voar”, de Lídia Jorge, com en-cenação de Juni Dahr,

sobe ao palco da sala ex-perimental do Teatro Joa-quim Benite, em Almada, este sábado, às 21h30. O espetáculo é uma produ-ção da ACTA – A Compa-nhia de Teatro do Algarve. Sobre Instruções para voar, continuam também as Conversas com o públi-co no foyer do TMJB, tam-bém este sábado, às 18 ho-

ras. Uma conversa onde estarão presentes a autora Lídia Jorge e o ator Luís Vicente. O texto, inédito, foi es-crito por Lídia Jorge a pe-dido da ACTA. A ação de-senrola-se nos arredores de um aeroporto, onde Emil e Laura se encon-tram por acaso, em cir-cunstâncias obscuras. Ele está de partida para o seu país e carrega consigo o peso de um segredo que

“Instruções para voar” da Companhiade Teatro do Algarve passa por Almada

não deseja partilhar com a mãe, com quem terá de se confrontar em breve. Ela, pelo contrário, está de re-gresso a casa e tenta, em vão, dissipar as nuvens que também toldam a sua relação com a progenito-ra. No cruzamento destas duas histórias de vida dis-tintas, e de duas pessoas demasiado fechadas sobre si próprias, um coro co-menta os pensamentos di-fusos dos protagonistas e aponta-lhes, como na tra-gédia grega, o mesmo des-tino inexorável. São intérpretes Luís Vi-cente e Elisabete Martins. O coro pertence aos alunos do curso de artes do espc-táculo da Escola Tomás Ca-breira. A cenografia e figuri-nos são de Jean-Guy Lecat. Bilhetes a 5 e a 10 euros.

O cine-teatro S. João, em Palmela, recebe, este sábado, às

21h30, o espetáculo “Converge” de PJ Nelson & Band. A Câmara Muni-cipal de Palmela apoia o

PJ Nelson & Band em concerto no cine-teatro em Palmela

evento artístico, que con-juga música e artes plás-ticas e conta com a parti-cipação dos convidados Paulo Toledo e Lindolfo Paiva (Dialecto) e Gaitei-ros do Bardoada.

TEXTO ANTÓNIO LUISIMAGEM SM

Rock que convida a pensar, por vezes explosi-vo, por vezes intimista, é a proposta deste projeto, nascido em 2004, e que integra, atualmente, PJ Nelson (voz e guitarra), Vasco Freitas (guitarra), Ricardo Neves (bateria), Cláudio Pinto (baixo) e António Clare (teclados). A par da música, a exposi-ção “On the verge of the image” joga com a pala-vra e a imagem para am-pliar a reflexão sobre a perda, proposta no espe-táculo. As entradas têm o valor de oito euros.

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CULTURA

ALMADA30SÁBADO21H30 A TRAGÉDIA OTIMISTACompanhia de Teatro de Almada

Em plena Guerra Civil Russa, a tripulação anar-quista de um navio que combatera na I Grande Guerra recebe um comissário bolchevique, que tem como missão mobilizá-la para a causa comu-nista. O comissário é, surpreendentemente, uma mulher, que muito rapidamente tem de se impor entre marinheiros.

BARREIRO30SÁBADO21H30HOTEL DA BELA VISTA ANIMATeatro Municipal do Barreiro

A Companhia de Teatro do Barreiro ArteViva estreou, no passado dia 15, a peça “Hotel da Bela Vista”, no Teatro Municipal do Barreiro. Esta comé-dia de Ödön von Horváth, com encenação de Jorge Cardoso e Carina Silva, está em cena às sextas e sábados, pelas 21h30.

PALMELA30SÁBADO21H30MUSICAL HIP HOP EM ESTREIACentro Cultural de Poceirão A Associação Cultura e Desporto de Poceirão apre-senta, em estreia, no Centro Cultural de Poceirão, o musical hip hop “Luz”. O espetáculo, levado à cena pelo projeto R’Dancers e apoiado pelo município de Palmela, conjuga dança e representação e destina-se a público de todas as idades.

SINES30SÁBADO22HCONCERTO PUTAN CLUBCentro de Artes de Sines Conhecido do público de Sines pelas passagens no FMM Sines, François R. Cambuzat (guitarras, voz, ele-trónica) volta a visitar-nos com a sua música de fusão, mas desta vez integrado no projeto Putan Club, que reivindica o direito de ser tudo isso e muito mais.

ALCOCHETE30SÁBADO22HVII ENCONTRO NACIONAL DE SEVILHANASForum Cultural

Organizado pela Associação de Danças Sevilhanas Rocieras de Alcochete, trata-se de um encontro que já vai na sua 7.ª edição e que, anualmente, traz até ao palco do Fórum Cultural, grupos de danças sevilha-nas de norte a sul do país que, com a sua vivacidade e indumentárias transformam estes espetáculos em iniciativas únicas, repletas de ritmo e cor.

CONVITES DUPLOS PARA O ARTEVIVA

Temos convites duplos para oferecer aos nossos leito-res para o espetáculo “Hotel da Bela Vista” às sextas e sábados, às 21h30, que acabou de estrear no teatro municipal do Barreiro, sob a batuta do ArteViva. Para se habilitarem aos papelinhos mágicos, os nossos leitores terão de ligar para o 918 047 918 ou o 969 43 1 0 85 e manifestarem interesse em assistir a estas produções de qualidade.

AGENDA

O Cinema-Teatro Joa-quim d’Almeida, no Montijo, recebe, pe-

las 16h30, deste sábado, o espetáculo de solidarieda-de “ Ligações” realizado pelo Movimento Dansa-sAparte que comemora com 10 anos de existência. O evento, cujas receitas

Joaquim D Almeida acolhe danças solidárias

João Jacintoexpõe em Setúbal

reverterão a favor da Cer-cima, conta com a partici-pação especial da GERE, a Companhia de Dança Contemporânea do CRAM. Partindo dos conceitos de ligar, estender até al-cançar, enlaçar, reunir e misturar, procuram a rela-ção, o ponto de conexão entre o eu e o outro. Brin-cam com a união pela conjugação da força, do peso e da tração. Exploram o ritmo e a cadência através da com-binação de sons com mo-vimentos, e reúnem ima-gens expressivas, que

traduzem sentimentos e emoções que espelham um grande crescimento individual e de grupo. Com coordenação ar-tística e executiva de Joa-na Santos e coreografia de Patrícia Macedo (com participação especial de Carla Correia), o espetá-culo cofinanciado pelo INR - Programa de Finan-ciamento a Projetos 2015 conta com o apoio da Câ-mara Municipal do Mon-tijo e do Conservatório Regional de Artes do Montijo (CRAM). Os ingressos custam cin-co euros.

Top Génius” é o espetá-culo que sobe ao pal-co do Centro de Espe-

táculos do Casino de Troia este sábado, pelas 22h30,

com entradas a 15 euros. Nuno Markl e Vasco Pal-meirim dão vida a este es-petáculo divertido e com muita música e cantigas.

Dupla Markl e Palmeirim divertem em Tróia

Foi este o nome que es-tes dois amigos e colegas decidiram dar a este en-contro. Vasco e Nuno vão revelar o que não esperá-vamos, ou seja, tudo sobre o guilty pleasure dos anos 80. Com a breca, os filhos dos anos 80 vingam-se com uma divertida cele-bração. Sabemos que have-rá desenhos em tempo real, sabemos que haverá abor-dagens diferentes às músi-cas orelhudas que perdu-ram até aos dias de hoje. Ouviremos cantar, to-car e, acima de tudo, sa-bemos que vai ser encan-tadoramente divertido.

João Jacinto vai mos-trar o seu mais recente trabalho na Galeria da

Casa da Cultura, em Setú-bal. É nome grande da arte contemporânea. A exposi-ção abre na próxima sex-ta-feira, às 22 horas, con-tando com a presença do artista, e fica patente até ao próximo dia 3 de Março.

BIOGRAFIA – Em 1985 ini-ciou os seus estudos artísti-cos na E.S.B.A.L. Leccionou entre 1989 e 1992 no Ar.co em Lisboa. É, desde 2001, professor na Faculdade de Belas Artes da Universida-de de Lisboa. Expõe, indivi-dualmente, desde 1987, tendo participado em inú-meras exposições indivi-duais e colectivas. A sua obra encontra-se represen-tada em várias colecções: CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, Caixa Geral de Depósitos, Colecção Antó-nio Cachola–MACE; Fun-dação PLMJ; Museu do Chiado; Museo Extremeño Iberoamericano de Arte Contemporaneo (Badajoz); Veranneman Foundation, (Kruis houtem); Art Collec-tors (Genève); Fine Arts Gallery (Bruxelas); Renate Schröder Gallery, (Colónia); Gallery Catherine Clerc (Lausanne); Collection Kierbaum & Partner (Colónia), Fundação Carmona e Cos-ta, entre outras.

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POLÍTICA

Assunção Cristas, candidata à liderança do CDS-PP, teve, na quinta-feira, em

Setúbal a sua terceira enchente de militantes que, numa sessão realizada no Clube Setubalense, deixaram as suas ideias e contri-butos para a constituição da Mo-ção Global a apresentar à reu-nião magna do partido, em Gondomar, a 12 e 13 de março. «Estou cada vez mais con-vencida de que o CDS tem con-dições para crescer e afirmar-se como a primeira opção. O nosso encontro em Setúbal, com uma

ASSUNÇÃO CRISTAS PASSOU POR SETÚBAL

«Estou convencida que o CDS tem condições para crescer e afirmar-se como primeira opção»

PSD quer ouvir ministro da Saúde sobre Hospital do Seixal

CANDIDATO JÁ INFORMOU CONCELHIAS E ESTÁ A SER VISTO COMO «CONGREGADOR» DE TENDÊNCIAS

António Mendes avança para a liderança da federação distrital do PS

Comunistas apelam à construção urgente da secundária de Quinta do Conde

extraordinária mobilização e in-teressantes contributos, refor-çou essa minha convicção», afir-mou no final do encontro. A candidata iniciou a sua in-tervenção perante cerca de duas centenas de militantes e simpa-tizantes do partido, agradecen-do toda a força e o carinho que lhe tem sido demonstrado ao longo do périplo que está a fazer pelo país, e que comprova bem o vigor e a motivação que grassa no partido nos últimos tempos. Para Assunção Cristas é pre-ciso ultrapassar este momento conturbado em termos políticos em que o país está mergulhado, e preparar o CDS-PP para o

O grupo parlamentar do PSD requereu a audição urgen-te do ministro da Saúde,

na respetiva Comissão da As-sembleia da República, para ex-plicar o planeamento da cons-trução do Hospital do Seixal, entre outros assuntos. Os deputados social-demo-cratas dizem que questionaram o ministro da Saúde sobre a construção daquele Hospital, por diversas vezes, não tendo obtido qualquer resposta. Bruno Vitorino explica que esta decisão tem por base «a au-sência de respostas do ministro, nomeadamente sobre questões relacionadas com o financia-mento e os recursos humanos do futuro hospital». «O Governo tem que escla-recer qual a tipologia do novo hospital, que especialidades e

crescimento e união em torno de um principal objetivo: tornar o partido como primeira esco-lha dos portugueses. Para tal, a ex-ministra da Agri-cultura e Mar entende que só uma moção robusta, e com o contribu-to de todos, pode unir o partido num único desígnio e conquistar o país e os portugueses. A intervenção de Assunção Cristas foi antecedida por João Viegas, recentemente eleito presi-dente da Comissão Política Distri-tal de Setúbal, e por Nuno Maga-lhães, líder parlamentar e deputado eleito por Setúbal, mani-festando, ambos, todo o apoio à candidatura de Assunção Cristas.

Com o objetivo de ouvir os contributos e sugestões dos militantes para a moção que pretende levar ao Congresso, Assunção Cristas, candidata à liderança do CDS, passou por Setúbal, no passado dia 28, no âmbito da volta nacional pelos distritos e regiões autónomas do País, sob o lema “Unidos para Crescer”.

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

número de camas previstas e como será integrado na rede hospitalar do distrito de Setú-bal», aponta. Outra preocupação manifes-tada prende-se com os recursos humanos necessários, tendo em conta que «o próprio Hospital Garcia da Orta tem grandes difi-culdades em contratar médicos em muitas especialidades». «Como pode o ministro ga-rantir que teremos os recursos humanos necessários para o funcionamento de uma unidade deste tipo», questiona O deputado do PSD espera que o Governo explique o mais depressa possível estas ques-tões, «para que possamos saber se a promessa feita é sobre a construção de um novo hospital ou de um pequeno centro de saúde».

A ascensão de Ana Catarina Mendes ao lugar de Antó-nio Costa, como secretá-

rio-geral adjunta do PS, levou o

candidato a assumir a liderança da federação. Agora, vai mesmo a votos e conta com a maioria das concelhias. A indecisão de António Men-des quando à possibilidade de se candidatar à liderança da fede-ração socialista foi desfeita esta semana com uma mensagem di-rigida aos presidentes das con-celhias. «Decidi ser candidato e faço-o com sentido de dever e com grande dose de motiva-ção», é desta forma que o candi-dato expressa a sua decisão. Na mensagem a que o Sem-mais teve acesso, Mendes diz ainda acreditar «no trabalho que temos vindo a realizar em diver-sas frentes», numa alusão ao Gabinete de Estudos, Fórum Au-tárquico e Grupo de Deputados. «Quero que nos diferentes pal-

Os deputados do PCP da re-gião consideram prioritá-ria a construção da Esco-

la Secundária de Quinta do Conde, pelo que já apresenta-ram uma petição na Assembleia da República. Consideram que a oferta da rede pública ao nível do secundário na freguesia da Quinta do Conde é «muito insu-

cos de participação todos te-nham oportunidade de dar o seu contributo para fazermos um PS mais forte, na construção de um distrito mais desenvolvido e com maior coesão social e terri-torial», refere. Para já, António Mendes, que confirmou ao Semmais a decisão de avançar à corrida eleitoral interna, deverá fazer um périplo por todas as conce-lhias do distrito de modo a re-colher contributos para a mo-ção a apresentar ao congresso agendado para 4 de Março, no Montijo. E parece reunir fortes apoios, nomeadamente em concelhias fortes, como a de Almada, de onde é oriundo, Barreiro, Setú-bal, Montijo e todo o Alentejo Litoral.

ficiente» face ao número de jo-vens com idade de frequência deste nível de ensino e que «não evoluiu de molde a acompa-nhar a evolução demográfica que se verificou». E recordam que a Câmara de Sesimbra já disponibilizou «um terreno para a construção da es-cola, com 21,820 metros quadra-

dos, perspetivando-se uma es-cola com capacidade para 1 260 estudantes e 54 turmas do 3.º ciclo do ensino básico e do se-cundário. Em termos de oferta de escola, prevê-se a existência de cursos científico-humanísti-cos e profissionais, uma unidade de ensino estruturado e uma ou-tra de multideficiência».

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DESPORTO

O V. Setúbal e o avançado goleador, Meyong, chega-ram a acordo para a cele-

bração de contrato de trabalho desportivo até junho de 2017. Uma das referências atacan-tes do VFC nos últimos anos cumpre, assim, o desejo de vol-tar a representar o clube que o recebeu em Portugal na época 1999/2000, na altura com, ape-nas, 19 anos e onde brilhou a grande altura. O ponto mais alto desta pri-meira passagem pelo V. Setúbal, acabou por ser a conquista da Taça de Portugal em 2004/5, numa final em que os sadinos bateram o Benfica por 2-1 e onde Meyong apontou um dos golos. No momento de rubricar contrato com o Vitória pela ter-ceira vez, Meyong não escondeu o que lhe ía na alma e afirmou «ser este um momento, como homem e como jogador, de imensa felicidade. É uma grande honra poder voltar a representar este grande clube e estar de re-gresso à “minha” cidade. Já con-quistei muitas coisas com esta camisola e espero continuar a dar muitas alegrias a esta massa associativa. É um dia de grande emoção para mim», disse, visi-velmente, comovido. «Sou mais um para ajudar este grupo de grande qualidade a conquistar os objetivos do Vi-tória, se o conseguir fazer com

MEYONG REFORÇA V. SETÚBAL ATÉ 2017 E HASSAN PROLONGA CONTRATO POR MAIS DUAS ÉPOCAS

Regresso do ‘príncipe’ reforça forças sadinas no ataque à segunda volta

João de Deus integra painel de conferencistas de seminário sobre futebol

Simone Fragoso conquista duas medalhas de bronze na Croácia

golos, melhor. Estou com eles há cerca de uma semana e dá para ver o excelente trabalho que se está a fazer. É um grupo onde impera a qualidade e a juventu-de. A união e o espirito de grupo saltam à vista de quem chega e espero ajudá-los a crescer com a minha experiência», revelou o artilheiro, afirmando ser esse, também, um dos seus objetivos. Meyong, um dos heróis do

Jamor não deixou de se dirigir à entusiasta massa associativa vitoriana e referiu: «Estou de volta e quero dar-vos muitas alegrias. Estou certo que todos unidos, equipa e adeptos, va-mos continuar a fazer coisas bonitas com esta centenária camisola e ajudar o VFC a fa-zer um grande campeonato, condizente com o seu histo-rial», concluiu.

O quase veterano Meyong voltou a casa, depois de ter defendido as cores vitorianas com apenas 19 anos de idade. O jogador diz-se «muito feliz». Agora, pela terceira vez no Vitória, quer continuar a deixar a sua marca.

O treinador de futebol setu-balense João de Deus, que orienta atualmente a equi-

pa B do Sporting, vai estar pre-

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM AVANÇADO HASSAN PROLONGA CONTRATO ATÉ 2018

Já ao jovem avançado, Hassan, acertaram também esta semana a prolongação do contrato por mais duas épocas desportivas. Recorde-se que Hassan, atacante de 21 anos e natural de Faro, ingressou no Vitória, ainda, com idade júnior e integra esta época o plantel principal, depois das cedências temporárias ao Casa Pia e ao Pinhalnovense, nas épocas anteriores.Na presente temporada, Hassan contabiliza seis partidas na Liga NOS e no jogo em que estreou a titular, na pas-sada jornada, apontou o primeiro golo no escalão maior do futebol português.

MÉDIO OFENSIVO POLACO MAKUSZWESKI É REFORÇO

O V. Setúbal e o clube polaco Lechia Gdansk chegaram a acordo para a cedência temporária do médio ofensivo de 26 anos, Maciej Makuszweski, até 30 de junho de 2017.Makuszewski cumpriu grande parte do seu trajeto des-portivo no país de origem, no entanto, esta é a segunda vez que se aventura fora da Polónia, isto depois, de ter rep-resentado o Terek Grozny, da Rússia, nas épocas 2012/13 e 2013/14.O jogador que pode jogar em várias posições do meio cam-po ofensivo, afirma «estar muito feliz por representar um clube com tanta história. O VFC é um grande clube em Portugal. Sei que a equipa está a fazer um bom campe-onato, com um futebol ofensivo. Eu também gosto de jogar dessa forma e espero poder ajudar o grupo para continu-armos na senda do sucesso».Makuszewski define-se como um «jogador veloz. Sei que os jogadores portugueses têm boa técnica mas eu também espero poder demonstrar todas as minhas qualidades e considero-me um jogador tecnicista. Posso jogar em am-bos lados do meio campo ofensivo e tenho um bom remate. Espero ajudar a equipa a crescer e evoluir como jogador com o auxílio dos meus novos companheiros», ambicionou o médio.

sente no seminário “A Globali-zação e a Interdisciplinaridade no Treino de Futebol”, que tem lugar este sábado, a partir das 9

horas, no auditório municipal Charlot, em Setúbal. O mister é a mais recente confirmação na lista de oradores participantes no evento organi-zado em parceria com a EDU-GEP e a Associação de Futebol de Setúbal, dimensionado para 200 pessoas e creditado pelo IPDJ, contará como oradores com individualidades reconhe-cidas e de competência inques-tionável no campo do Desporto e em particular do futebol. João de Deus traz-nos o tema “Treino de Futebol num Contex-to de Globalização”, num evento que contará também com a pre-sença de outros nomes de vulto do desporto e do futebol nacio-nal. O seminário integra-se na programação de Setúbal Cidade Europeia do Desporto.

A atleta Paralímpica, de 36 anos, Simone Fragoso, acaba de conquistar duas

medalhas de bronze no Croácia Open, que se disputou nos pas-sados dias 23 e 24 deste mês, em Spilt. «Sempre que represento o meu clube, o Sporting, ou o meu País, é um orgulho», sublinhou a atleta, que ficou classificada em 1.º lugar na sua classe Swiming 5, entre um lote de 26 atletas oriundos de 16 países. Simone Fragoso, natural e residente em Palmela, já tinha conquistado uma medalha de prata em 2006, uma medalha de bronze em 2007, participou nos Jogos Paralímpicos e foi meda-lha de bronze em 2009. Em 2006, Simone Fragoso fora distinguida como Atleta do

Ano pelo Clube Naval Setuba-lense, ganhou o Prémio de Méri-to em 2009, pelo Benfica, e foi condecorada com prata pela Câ-mara Municipal de Palmela.

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NEGÓCIOS

Sei que não gosta do termo ‘recorde’, mas a verdade é que o crescimento do porto de Sines tem registado aumentos constan-tes. A estratégia de land-ports foi decisiva?O êxito do nosso porto deve-se essencialmente ao esforço e aos investimentos dos concessioná-rios. E, com esse modelo, já há muito existente em todo o mun-do (concessão de espaços para a atividade privada) foi possível atingir este patamar de desen-volvimento. Esse investimento privado, significa que o estado fica dispensado de o fazer e, mais que isso, o risco do negócio é também do investidor, com projetos que geram emprego, desenvolvem a economia e pa-gam impostos.Por outro lado, os privados é que são os especialistas, domi-nam os mercados, gerem co-mercialmente os negócios. Ga-nham dinheiro, é verdade, que ganhem e tenham sucesso, por-que isso é também o sucesso do porto e do país. É esta a minha e a nossa perspetiva.

Mas há quem diga que os nossos portos são caros. Concorda com essa ideia?Isso é uma falácia. Ainda há dias um investidor me dizia isso, que são caros e pouco competitivos. Questionei-o para que me desse um exemplo e não os foi capaz de explicar. É uma ignóbil igno-rância. Mesmo que se nada co-brássemos, esse tipo de empre-sários ainda acharia as nossas taxas caras. O que posso garantir é que não há um negócio que se deixe de fazer no porto de Sines por esse motivo. Se nos aparecer um negociozinho pequeno e que nos digam que não podem pagar determinada taxa, e fizerem prova disso, mas que criem dez, quinze postos de traba-lho, haverá lugar a descontos e far--se-á negócio. E a nossa política.

JOÃO FRANCO, PRESIDENTE DO PORTO DE SINES, EM GRANDE ENTREVISTA, AFIRMA CRESCIMENTO E ALERTA PARA RISCOS COM O IMPASSE NO PROCESSO PSA

«Se não resolvermos a extensão do terminal de contentores o concessionário vai embora»

O experiente presidente do porto de Sines afirma que a crescer desta forma, a plata-forma portuária será, em três anos, a tercei-ra maior do interland ibérico. Mas adverte para os riscos do concessionário do Terminal XXI (PSA) zarpar de Sines, caso a extensão de cais não veja a suceder. Minimiza os impactos da abertura do Canal da Panamá nas receitas futuras e diz que mais caminho-de-ferro é apenas estratégico. Para João Franco, as perdas com os investimentos nos portos de Faro e Portimão são residuais e passa por cima do aeroporto de Beja.

Isso é mesmo assim, pode dar um exemplo…Vários, mas há um caso recente, da empresa “Friopuerto”. Disse-mos que fazíamos descontos em cima de descontos para que se fixassem cá, pois vão criar dez empregos e fazer um investi-mento de 2,5 milhões de euros.

Mas insisto, o porto de Sines é, no quadro nacional, um porto caro ou nem por isso?É tudo muito relativo, compare--se os portos de Sines e Leixões, que são dois modelos de negócio de sucesso, mas diferentes. Em Leixões o estado faz os investi-mentos e atribui as concessões para os privados gerirem, claro que pagam mais caro. Em Sines, criamos as condições e o concor-rente fica com o encargo de reali-zar as infra-estruturas, logo é mais barato. Não é comparável.

Passou-se assim com a PSA quanto ao Terminal XXI, hoje a grande coqueluche de Sines…Nesse caso, nós investimos no molhe, com cerca de 75 milhões

de euros, e a PSA investiu 200 milhões.

E não ficámos de cócoras, não ficamos muito dependente…De todo, presumo que sei ao que se quer referir. O negócio com a PSA tem a duração até 2029, o concessionário demonstrou vontade em fazer aumento de espaço, mas exigiu um aumento de prazo de concessão e nós te-ríamos ainda que fazer um in-vestimento adicional. Isto é, queriam mais cais e, por via dis-so, teríamos que fazer o molhe de protecção, porque nestes ca-sos, e com este modelo, a parte terra está sob a alçada do con-cessionário e a parte mar sob a nossa responsabilidade.

Segundo julgo saber, estamos a falar de mais de 60 milhões por parte da administração portuá-ria…Quanto a mim, era uma solução equilibrada, porque se o aumen-to do cais é feito pelo concessio-nário, este precisa de uma pro-tecção igualmente prolongada.

Em valores, estamos a falar de mais ou menos 130 milhões por parte da PSA e 65 milhões da nossa parte. Mas o governo não entendeu de forma favorável.

Em que é que ficamos?Encontrou-se para já uma solu-ção minimalista, que é pública, que consiste num investimento ainda a determinar, utilizando a face noroeste do cais que estava no âmbito da concessão, com um investimento de 40 milhões, mas vai criar cento e tal postos de tra-balho, e que dá um aumento de capacidade de 1,7 para 2 milhões de TEUS (unidades de contentor).

Mas também é público que a negociação está parada, há um impasse…A negociação simplesmente aca-bou. Há-de ser retomada, assim espero. E, salvo alterações que ocorram, a concessão mantêm--se apenas 2029. Ficar num im-passe será sempre a pior solução. Significa que o operador e o ar-mador tendo necessidade de es-paço, de crescer, de competir a

nível internacional, não o poden-do fazer, vai embora!

É uma afirmação forte. Percepção ou sinal?Há todas as hipóteses em aberto, mas espero que esta não ocorra. Seria uma grande asneira. No porto de Taranto o terminal de contentores encerrou. Portanto, ou crescemos ou nos afundamos.Repare que o mercado de conten-tores vai continuar a crescer. Mes-mo com a quebra do médio oriente. A China, por exemplo, vai crescer 6,5 por cento, tomaria nós ficarmos com 20 por cento desse crescimen-to. O que se considera pouco, é muito para a nossa realidade.Por outro lado, estamos numa po-sição estratégica, temos o maior operador de terminais de conten-tores do mundo, que é exactamen-te a PSA, lidamos com os dois maiores operadores de carga e de navegação, a MSC e a MAERSK. Temos profissionais qualificados e condições para captar e acompa-nhar esse crescimento. Mas temos também um problema de espaço físico, no que se refere a navios ou cais, porque na altura a concessão do Terminal XXI foi pensada para navios de 300 metros, hoje já têm 400 metros, cresceram em função de economias de escala.

Por isso a PSA quer mais cais, precisa, aliás. É isso?Exactamente, precisa de mais cais, mais área de parqueamento. Ou se encara, de forma séria, a pretensão do concessionário ou, para o agarrar, no quadro deste crescimento espectável, teremos que fazer um segundo terminal, abrindo para o efeito um novo concurso. Mas esse caminho acarreta fortes indemnizações, porque vai contra a exclusividade da atual concessão. Não defendo esse caminho, como também não alinho na tese de nada fazer.

ENTREVISTA RAÚL TAVARESIMAGEM SM

NEM PANAMÁ, NEM AEROPORTO DE BEJA E FERROVIA ASSIM ASSSIMO presidente do Porto de Sines desvaloriza o impacto da abertura do Canal do Panamá, um maior usufruto sinérgico com o aeroporto de Beja e mesmo mais fer-rovia. Para João Franco, o Canal do Panamá não trás mais valias. «Mesmo com o alargamento, os navios que vêm para Sines não cabem no canal, pelo que não vai ser a mina que se continua a afirmar. Virão mais uns quantos, mas não é relevante. Já sobre o aeroporto de Beja, João Franco, afirma mesmo não ter interesse al-gum para o crescimento portuário. «É mais uma falá-cia, não significa mais negócio. Mas é importante ter um aeroporto a funcionar, como é importante ter um porto a funcionar. O mesmo se passa com a extensão do caminho-de-ferro, porque, sublinha o responsável, «somos um porto em que 90 por cento da nossa ativi-dade roda em função do transhipment». Não exclui, porém, a importância de a ferrovia poder vir a «fixar operadores, de vido à eficiência de algumas operações no hinterland com a Estremadura espanhola».

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NEGOCIOSE o que espera da nova tutela no que toca a este dossier?Disse à senhora ministra que es-perava que este assunto pudesse ser resolvido no prazo de um ano. Com as taxas que estamos a ter, em três anos temos a capacidade mais ou menos esgotada, e como um terminal leva um ano a cons-truir, seria bom que tivéssemos uma solução até ao final deste ano.

Qual o valor do terminal para Sines em valor de negócio?Vale apenas meia dúzia de mi-lhões, mas há outros valores mais relevantes. Vamos lá ver, para o porto de Sines o dinheiro é im-portante, mas não é tudo. É ne-cessário, mesmo indispensável em termos de solidez financeira. Mas o fator que determina a nos-sa estratégia de gestão tem mais a ver com a dinamização da econo-mia, da criação de emprego.

Mas a verdade é que Sines tem sido um bom contribuinte para as contas públicas, logo os resultados líquidos também são estratégicos…Temos sido sempre, desde 2008. Somos uma sociedade anónima e claro que o accionista (estado) recebe os dividendos e não são poucos. Nesse aspeto é relevan-te, mas não minimiza a impor-tância dos factores que referi.

Dividendos que ficaram amputa-dos pelos investimentos nos portos do Algarve, não foi assim?Desde que passámos a ter a res-ponsabilidade de Portimão e Faro, parte desses investimen-tos foram feitos à custa desses dividendos, mas mesmo assim ainda contribuímos muito para as receitas do estado.

GESTÃO DO PORTO DEVE SOMAR REPRESENTAÇÃO NÃO EXECUTIVA DE CÂMARAS E UNIVERSIDADEJoão Franco vai propor à nova ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, que tutela as estruturas portuárias, a inclusão no conselho de administração de dois elementos não executivos, que possam «dar contributos» para melhorar a visão estratégica da atividade portuária e a sua ligação à região onde se inserem. «A representa-ção autárquica, mas também universitária seria relevante neste cenário orgânica», afirma ao Semmais. João Franco, que reconhece, «larga competência e experiência no setor» à atual ministra, reitera a ideia de que as administrações portuárias, «não têm nenhuma vocação para de praias, reabilitação urbana ou turismo». E vai mais longe: «Cer-tamente que o presidente da câmara de Sines, com a de Portimão ou o de Faro, querem ter uma voz ativa nestas áreas que estão sob a nossa jurisdição e isso faz sentido». Dai, estar em curso o desenvolvimento de protocolos com as autarquias, nomeadamente com o município de Sines, desde há dois meses, para reajustar pro-jetos e intervenções fora da área comercial do porto.

Mas referiu algumas vezes que essa fusão com os portos do Algarve não foi um erro, mas continuam a ser sustentados por Sines.Digo desta forma, do ponto de vista empresarial preferia não ter essa responsabilidade, mas há interesse público. Faro e Por-timão não teriam qualquer pos-sibilidade sem estes investimen-tos que foram realizados pela nossa gestão. Como negócio não é interessante, mas é importante para a economia local. E para isso a nossa solidez financeira foi decisiva.

Já está apurado o valor e as perdas?Perdemos com o Algarve cerca de 1,5 milhões por ano. Gostaria que nos próximos anos fossem minorados esses rácios, mas não acredito que na próxima meia dúzia de anos isso possa acontecer.

O que se está em jogo para o desenvolvimento desses dois portos?É uma estratégia para a econo-mia regional. Faro é um porto para exportação de cimentos. Aliás, sem a estrutura portuá-ria, a cimenteira de Loulé não teria viabilidade, nem garantia postos de trabalho. Portimão, por seu turno, é um negócio de navios de cruzeiro, e nesse caso temos o problema do cais que é curto. Estamos a estudar o seu aumento, saber se vale a pena, em função do mercado, investir dez, vinte ou trinta mi-lhões. É uma ponderação que terá que ser feita pelo governo, porque pode ser um negócio pouco rentável, mas importan-

te para o desenvolvimento tu-rístico da região.

Vamos então a números, que têm sido muito simpáticos em termos de gestão global…São aliciantes. Em volume de negócios, subimos 7,5 por cento entre 2014 e 2015, sendo que fe-chamos 2015 com 44 milhões de euros. O EBITA (resultados lí-quidos antes de impostos) pas-sou de 22,7 para quase 25. Os resultados líquidos foram, em 2014, 14,3 milhões, e em 2015, perto dos 16 milhões, num au-mento de20 por cento. Na movi-mentação de mercadorias o ano passado esteve em cima dos 44 milhões, um aumento de 17 por cento e o número de navios também aumentou 9 por cento, entre 2014 e 2015, com 2003 e 2187 navios, respetivamente.

Com esta consolidação estratégi-ca e financeira, como vê o porto daqui a uns anos?Como o terceiro da península ibérica, atrás de Algeciras e de Valência. Se tudo continuar nes-te caminho, dentro de três anos atingiremos esse objetivo, não tenho dúvidas.Importa dizer que a nossa ges-tão atual e de futuro passa por dois vetores importantes. O crescimento do terminal de con-tentores, como já falámos, e o desenvolvimento da atividade logística. O porto só manterá es-tas tendências se se afirmar com estas duas etapas. No primeiro patamar, já ultrapassamos a barreira psicológica do milhão de TEUS movimentados e, no que concerne à segunda, esta-mos a fazer mais uma nave lo-gística.

A empresária Leonor Freitas, gerente da Casa Ermelinda Freitas, em Fernando Pó,

foi eleita Personalidade do Ano pelo enólogo e crítico de vinhos Aníbal Coutinho, no âmbito dos Prémios W 2015. Para o enólogo, a senhora do Castelão de Palmela, Leonor Frei-tas é «uma força da natureza, exemplo da raça lusitana que, em qualquer cenário, enfrenta as ad-versidades em nome de ideias que outros julgariam utópicos. Herdou um negócio de vinho a granel e transformou-o numa produção líder de qualidade e quantidade na Península de Setú-bal, partilhando as dores do cres-cimento com o amor de mãe e de mulher. Foi agraciada pelo Presi-dente da República cessante e ga-nha, muito justamente, o prémio W de Personalidade do Ano». Na lista de nomeados, de onde saiu vencedora Leonor Freitas, encontravam-se os nomes de Ca-vaco Silva (Presidente da Repú-blica), Arlindo Cunha (CVR Dão), André Ribeirinho (Adegga Wine Market), António Ventura (Asso-ciação Portuguesa de Enologia), Dora Simões (CVR Alentejana), Frederico Falcão (IVV), Jorge Monteiro (ViniPortugal), José Pe-

Leonor Freitas distinguida Personalidade do Ano nos Prémios W 2015

Moscatel e tinto Lisa da Malo Tojo andam nos tops

dro Soares (CVR Bairrada) e Pa-trícia Marques (Empreendedora).

Horácio Simões e Adega de Pegões também levam prémios

O Prémio de Melhor Produtor de Vinhos Fortificados foi entre-gue à Casa Agrícola Horácio Si-mões, de Quinta do Anjo. «Sob a batuta de Luís Simões, o enólo-go, esta família continua a vindi-mar grandes vinhos generosos, como é o caso do novo Excellent e do Moscatel Roxo, Superior, de 2005. Da próxima vez que for ao restaurante Alcanena, catedral da gastronomia na Quinta do Anjo, não deixe de visitar a loja da família Horácio Simões», su-gere o mentor dos Prémios W. A Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões venceu a cate-goria de Melhor Produtor de Vi-nhos Tranquilos. «De todas as empresas produtoras que envia-ram os seus vinhos para a prova cega que escrutina a minha sele-ção, a Cooperativa Agrícola de Pegões, presença assídua na Se-leção Nacional de produtores de maior consistência na relação qualidade-preço, ganha o Pré-mio W para Produtor do Ano», sublinha Aníbal Coutinho.

Depois de ter sido escolhido pelo município setubalense para ser servido no Parla-

mento Europeu, aos eurodeputa-dos e a outras individualidades, na cerimónia de entrega da ban-deira oficial de “Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016”, no ano passado, o Malo Moscatel de Setúbal, foi agora selecionado pelo crítico de vinhos Aníbal Cou-tinho, como um dos dez melhores vinhos a nível nacional, para a atribuição do prémio “Melhor Vi-nho Fortificado (Diário) 2015”. Inserido na divulgação que o enólogo e crítico de vinhos, Aní-bal Coutinho tem vindo a desen-volver, há mais de uma década, analisando assim o que de me-lhor se faz nas várias áreas do sector vitivinícola nacional, o crítico propôs aos leitores da Newsletter Líquidos W – inde-xada ao seu Website pessoal, www.w-anibal.com – uma sele-

ção dos melhores projetos liga-dos à cultura do vinho de Norte a Sul do País. Além da Malo Tojo, entre os 10 escolhidos na categoria de Me-lhor Vinho Fortificado (diário) es-tavam o Bacalhôa, Moscatel de Setúbal (2012 DOC Setúbal) e o Moscatel Roxo da Sivipa (2010 DOC Setúbal). Venceu o Moscatel da Bacalhõa. «É o reconhecimen-to do nosso esforço e dedicação que, em conjunto com outros vi-nhos premiados, eleva mais uma-vez o patamar dosvinhos da Pe-nínsula de Setúbal», realça Helder Galante, diretor-geral da empresa produtora e engarrafadora sedea-da em Azeitão. Entretanto, o vinho Lisa, da Malo Tojo, um tinto de 2012, fi-cou em 2.º lugar na categoria “tintos base” do concurso Néctar Divino, organizado pela BASF e que abrangeu diversos produto-res a nível nacional.

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OPINIAO

POLÍTICA MESMO

VITOR RAMALHOADVOGADO

Raul TavaresDiretorED

ITORIA

L

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

PAULO EDSON CUNHA VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL

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O governo de maioria absoluta da coligação entre o PSD e o CDS

contribuiu não só para enfra-quecer a posição de Portugal no quadro europeu e mundial como para empobrecer os portugueses, através de políticas cegas de austeridade.Os eleitores, nas últimas legislativas, exigiram mudança de políticas, independente-mente da interpretação que podia ser retirada dos resulta-dos e da opção seguida.No que ao distrito de Setúbal respeita, o PS foi nessas eleições o partido mais votado nos treze Concelhos.É útil observar ainda que nas eleições para Presidente da República, o distrito de Setúbal foi aquele que, de entre os mais populosos, Marcelo Rebelo de Sousa teve o resul-tado percentual mais baixo, inferior a 40% (37,89%).Os excelentes resultados do PS, sobretudo nas legislativas mas também nas presidenciais, não foram no distrito obra do acaso. Já nas penúltimas legislativas o PS fora o mais votado em Setúbal, apesar dos resultados menos expressivos a nível nacional que conduzi-ram à demissão do então

Primeiro-ministro e Secretá-rio-geral do PS.Este ciclo vitorioso no distrito teve um interregno nas últimas eleições autárquicas por alteração da política que vinha sendo seguida no distrito. É por isso útil avaliarem-se as razões dos êxitos ou insucessos do PS, num distrito onde se terá de saber conjugar o apoio ao governo com a prepara-ção das próximas autárquicas, onde os partidos que integram a CDU serão os principais adversários do PS.Nas últimas legislativas a CDU perdeu no distrito mais de três mil votos e nas eleições para a Presidência da República o candidato Sampaio da Nóvoa teve uma margem de votos muito superior ao de Edgar Silva em todos os concelhos.Acresce que Edgar Silva perdeu de forma também muito expressiva para a candidata Marisa Matias do BE, na esmagadora maioria dos concelhos onde a CDU tem as presidências das Câmaras.O PS parte, assim, para as próximas autárquicas com excelentes perspetivas.De acordo com os estatutos do PS a anterior Presidente da Fede-ração do PS de Setúbal, Ana Catarina Mendes, não se poderá

recandidatar ao cargo de Presidente da Federação, uma vez que foi eleita para Secretária--geral Adjunta do partido.Quer isto dizer que a eleição, em Março próximo, para os órgãos da Federação Distrital do PS envolverá a eleição de outro militante para a lideran-ça da Federação. A análise sobre a razão dos últimos êxitos do PS em Setúbal conduzem-nos à conjugação de fatores positivos sob lideranças fortes e credíveis, enquadradas num coletivo respeitado que valorizou e soube manter a autonomia do partido, através de uma linha de rumo clara, assente em princípios e valores.A unidade partidária não foi concebida como um somatório inorgânico de militantes ou um palco para conflitos fulanizados dos candidatos aos vários poderes existentes. A consciência que o poder é um instrumento onde se defendem causas e não

um mero exercício de autoridade foi uma realidade o que não quer dizer que se não tivesse levado em consideração a legítima ambição pessoal de quem se estivesse disponível e fosse capaz para protagonizar a direção dos combates por causas.Num período tão complexo e incerto como o que se vive é fundamental que os militantes do PS do distrito de Setúbal partam para as eleições dos órgãos internos da Federação, com a consciência das razões dos êxitos que se obtiveram, não sobrepondo os interesses pessoais aos coletivos e procurando garantir a autono-mia da ação do partido, embora com a consciência de que é o partido que tem a responsabili-dade governativa. A valorização do trabalho coletivo não deve ser descurada.O distrito de Setúbal, por múltiplas razões, é politica-mente determinante para o futuro do PS.

O PS e o distrito de Setúbal

Passada a euforia por mais um processo eleitoral, na qual a esquerda foi

copiosamente derrotada, sendo que em alguns casos até humi-lhada - veja-se os casos do PCP que cometeu o erro de apresen-tar um mau candidato e um pior discurso institucional, assim como da Dra. Maria de Belém, que não percebeu que a colagem ao PS só a prejudicava, ainda por cima sem poder contar com o apoio desse mesmo PS, pois a sua candidatura não deixava de ser um pouco contra a direcção do seu partido, dividindo o seu eleitorado, cuja indicação do voto estava anteriormente apontada para outro candidato, terminando com a cereja no topo do bolo, com a famigerada e inoportuna cena das subven-ções vitalícias, onde a candidata foi, se me permitem a expressão, “apanhada com as calças na mão”, o resultado ficou à vista.Ora, estas duas derrotas, devem fazer reflectir a classe política. O PCP vê-se no espaço de meio ano ultrapassado, por duas vezes pelo seu maior adversário - Bloco de Esquerda - e perdendo os pleitos eleitorais, os debates e o seu

eleitorado natural, começa a perder a razão e a partir para a única coisa onde eventualmente pode ganhar - para o insulto. A tirada do seu Secretário-Geral sobre a opção por não apresentar uma carinha bonita, teve tanto de infeliz, grosseira, machista, como de estúpida. para além do mais, o camarada Jerónimo de Sousa devia saber que o que lhe parece bonito, a mim pode não o parecer, mas isso são contas de outro rosário, como diria o outro.Ele tem é de se preocupar com o discurso, com as propostas apresentadas, com a forma como essas propostas estão a ser recebi-das pelo seu eleitorado tradicional e, pelo menos a avaliar pelos resultados, o discurso do Bloco de Esquerda está a resultar muito melhor, do que o velho, desgasta-do e, muitas vezes desajustado, discurso comunista. Sei do que falo, argumento com eles sema-nalmente, e não jogo em campo neutro - jogo na casa deles (usando terminologia futebolística e com um arbitro tendencioso).A merecer reflexão está igual-mente o excelente resultado de Tino de Rans - o nosso “Tiriri-ca”, que congregou em si, muito

do que é o voto de protesto, ao invés desse voto ser centraliza-do por exemplo no Dr. Paulo Morais, que também combate o sistema, assentando o seu discurso na luta e denúncia contra a corrupção - curiosa-mente um tema que a todos agrada, mas de que ninguém quer saber.Marcelo Rebelo de Sousa, qual “One man show”, não quis saber do perfil de candidato que Passos Coelho e Portas que-riam, não quis saber se Rui Rio, Santana Lopes ou Durão Barroso avançavam, não quis saber se o PSD, o CDS ou qualquer outro partido o apoiavam e avançou destemido, com a força dos seus inúmeras “conversas em familia” e, resultou em pleno.Parece que elegemos um amigo nosso, de quem sabemos o que pensa sobre tudo (ele falou

sobre tudo ao longo dos anos) e mesmo que ele tenha dito coisas diferentes sobre a mesma coisa, fê-lo de forma tão hábil e eloquente, que preferimos o certo, ao incerto.Estou à vontade - sou um admirador de Marcelo rebelo de Sousa desde sempre e costumo usar uma frase sobre ele que ouvi há muitos anos e que a mantenho como actual - esta-mos perante um homem desenquadrado da nossa realidade, pois é tão brilhante-mente inteligente que está avançado 10 a 15 anos em relação aos outros.A confirmar-se, vamos quebrar um outro mito que ouvimos desde sempre - o que vem do resto do mundo chega a Portugal com um atraso de uma geração, ora, finalmente vamos estar em dia com o resto da Europa e do mundo.

Esquerda, da euforia à derrota

O sindicalismo é uma das grandes conquistas das

sociedades ocidentais. O seu papel, em múltiplos episódios da nossa história passada e recente, foi mesmo decisivo. Em Portugal, nos últimos anos, o sindicalismo tem perdido força, nomeada-mente na adesão das classes operárias, por duas razões substantivas. A primeira tem a ver com o modelo de desenvolvimen-to que se alterou de forma significativa com a desa-gregação do mundo industrial; a segunda pela opacidade massacrante dos seus dirigentes. Depois há o envolvimento partidá-rio que não desarma.O caso público e notório das lideranças de Mário Nogueira, da Fenprof, e de Ana Avoila, da Frente Comum de Sindicatos, é disso um forte exemplo. O que tem contado para estes dois é a rua, a contestação pura e dura e o arremesso político. A greve da função pública desta semana, pela reposição das 35 horas de trabalho, é o espelho desta política sindical de terra queimada. O atual gover-no e a coligação de esquerda já haviam anuído a esta pretensão da função pública em geral. Mas, os dirigentes sindi-cais querem mesmo é governar, impor, ganhar tempo de antena. E com isso arrastam os trabalha-dores, oneram serviços, criam dificuldades às famílias e às empresas.Mário Nogueira, Ana Avoila e outros tantos, perdem e fazer perder legitimidade e adesão social. E quando deles precisarmos, ficará sempre a dúvida.

Sindicalismo de pacotilha

OPINIAO

TURISMO SEMMAIS

JORGE HUMBERTO SILVACOLABORADOR

O que é que uma novela, 2 festivais na Caparica e os franceses fizeram pelo turismo em 2015?

Frequentemente respostas e ideias diferentes correspon-dem aos mesmos bons

resultados. É este o caso. Num ano (2015) que voltou a ser bom para o turismo na região as estratégias contrastaram na procura de bons resultados. Estratégias e iniciativas que assumiram formas muito, mas muito, diferentes. Olhemos então para três exemplos.O primeiro exemplo foi a novela "Mar Salgado". O propósito foi aumentar a notoriedade e o turismo em Setúbal. Propósito mais do que alcançado. O esforço promocional dirigido ao mercado interno fez com que o turismo gerado pelos portugueses cresces-se bem acima do crescimento, para o mesmo ano e para o mesmo município, do turismo internacional. Logo não pode ter sido coincidência. Mas sim causa e efeito. Efeito que neste caso foi mais turismo. E turismo mesmo. Ou seja portuguesas e portugueses (como agora se diz nos discursos políticos) que chegaram e ficaram

em Setúbal, pelo menos uma noite, conhecendo e fruindo a atmosfera da cidade. Muito para além do “toca e foge” de quem, por umas horas, vem comer o fresquíssimo peixe da costa atlântica. Esta diferença, muito maior do que parece à primeira vista, traça, precisamente, a fronteira do turismo. A diferença entre “chegar e ficar” de “chegar e, logo de seguida, partir”.O segundo exemplo é a Caparica. Não apenas uma praia mas a maior praia da Área Metropolita-na de Lisboa. A Caparica viveu, nos anos mais próximos, tempos difíceis. A prova de que o aquecimento global não é um mito urbano. Antes um facto universal. Como tal a imagem da Caparica sofreu e deteriorou-se. Pensávamos na Caparica e víamos perante nós o avanço do mar e o recuo da terra. Esque-cendo o tanto que a Caparica é e nunca deixou de ser.A mesmíssima Caparica, para além de obras de engenharia e reposição do areal, sempre teve

mais vida. E apostando nessa vida a Caparica passou a ter dois festivais de referência na Região de Lisboa. Dois festivais que não caíram do céu. Antes deram expressão a dois elementos essenciais da vida na Caparica: o surf e o verão. Assim, entre março e abril, a Caparica passou a ter o “Caparica Primavera Surf Fest” (na sua terceira edição em 2016) e, uns meses mais tarde, em agosto, o “Sol na Caparica” (também a acontecer pela terceira vez em 2016).Estes dois festivais estão, ano após anos, a influenciar uma visão mais positiva sobre a Caparica e, ao contrário de tantos outros exemplos, não se resumem a apostas artificiais baseadas na simples disponibili-dade para investir. Estes festi-vais apenas (e este apenas é tanto) salientam o que já lá estava (na Caparica). E o que já lá estava era, em larga medida, o espírito do verão e o surf em todas as estações.O terceiro exemplo são pessoas.

Ou mais exatamente turistas que são pessoas. E que vieram, e vêm, crescentemente de França. De tal forma que constituíram a grande surpresa estatística do ano que acabou de acabar. E que surpresa foi essa? Em 2015, e pela primeira vez desde que há estatísticas de turismo, os franceses ultrapassaram os espanhóis na Região de Lisboa.Um facto absolutamente novo. Um facto que obriga a uma reflexão sobre as novas formas de fazer promoção. Um número que nos obriga a pensar no que faz as pessoas viajar e escolher um destino. E como escolher um destino é, afinal, não escolher tantos outros destinos.A explicação ou as explicações são complexas. E até, dado a

dimensão do aumento do peso dos franceses no nosso turismo, difíceis. Por isso vou trocar as explicações por um facto. Um só facto: ligações aéreas.Neste Inverno, entre novembro de 2015 e março de 2016, oito cidades francesas têm voos diretos para Lisboa. Os nomes são: Bordéus, Lille, Lyon, Marselha, Nantes, Nice, Paris e Toulouse. Uma realidade impensável até há muito pouco tempo atrás.Em síntese, semanalmente Lisboa tem 216 ligações aéreas semanais com cidades francesas. Sim 216. Sim, são muitas. Sim, daí tantos turistas franceses nas nossas cidades. Sim, não é a explicação toda mas uma parte relevante da explicação.

No Domingo passado a fachada do Teatro Municipal Joaquim

Benite amanheceu com a seguinte inscrição: “Podem lavar a História, mas não podem apagar a nossa memória. VIVA A ANARQUIA”. Os espectadores do espectáculo de Domingo à tarde – quando também eu me dei conta daquelas letras, pretas, escritas a spray – liam o desaba-fo com cara de caso, e certa-mente perguntavam-se se aquela inscrição não faria já parte da peça.Não, não fazia. Infelizmente não nos lembrámos disso. Não nego que foi com algum entusiasmo que o elenco d’ “A tragédia optimista”, o texto que temos em cena até Domingo, recebeu a notícia do desabafo do anarquista anónimo, pela calada da noite. Haver uma reacção ao que fazemos (ainda que ambígua – já lá vou – e anónima) é a melhor recompen-sa que pode dar-se a quem faz teatro. E não se tratou de uma reação veiculada pelo asseptis-mo do correio eletrónico, ou pela confusão do facebook. Foi alguém que planeou uma operação (de certo modo) perigosa (e, já agora, ilegal). Que enfrentou as câmaras de vigilân-cias do teatro. E que, depois de gastar dinheiro numa lata de tinta, se arriscou a inscrever duas frases (sem erros de ortografia) num edifício público. Chapéu!

Como mágoa, apenas algumas dúvidas, que gostava de poder esclarecer com o anónimo anarquista almadense (e escusa de ser às escondidas – pode vir ao bar do teatro, que eu convido): 1 - Assistiu realmente ao espectáculo?2 - Acha que “A tragédia opti-mista” é uma peça pró ou contra os anarquistas russos?3 - Se assistiu à peça, deu-se ao trabalho de ler a colecção “Textos d’Almada”, com um conjunto de artigos e ensaios sobre, por exemplo, a Revolução de Outubro de 1917 e a Revolta de Crondstat, em 1921?4 - Sabia que precisamente no Sábado da sua operação secreta tínhamos estado, às 18 horas, no átrio do teatro a conversar com o público sobre a peça que temos em cena?Saudações fraternas, caro anarquista anónimo. Cá fico à sua espera no bar do teatro, para dois dedos de conversa.P.S - Quem no final de contas lucrou com esta operação foi a empresa que nos limpa os grafitis do edifício: maravilhas do capitalismo…

Ao anarquista anónimo

A escola tem como função principal a criação de condições para a apren-

dizagem e o desenvolvimento dos alunos. Os professores cumprem a sua função quando, para além de os levarem a conhecer os conteúdos curri-culares, os ajudam a desenvol-ver a autonomia, o sentido crítico, as competências comunicacionais, o espírito de colaboração, a criatividade e capacidade de se adaptarem a novas realidades. Tratam-se de dimensões essenciais para enfrentar os desafios de um futuro que é, cada vez mais, imprevisível. As avaliações devem ter uma finalidade de diagnóstico e formação, com o intuito de orientar os alunos e contribuir para a superação de eventuais dificuldades. No debate recente em torno do Modelo Integrado de Avaliação de Aprendizagens no Ensino Básico surgiram algumas posições ruidosas e retrógra-das, marcadas por concepções ideológicas e agendas políticas enviesadas; vozes que, a destempo, procuraram legiti-mar a fúria examocrata que marcou os últimos quatro anos da política educativa. Enquanto foi Ministro da Educa-

ção, Nuno Crato introduziu no sistema educativo uma tendência de retrocesso, desprezou o essencial do pensamento pedagó-gico contemporâneo, ignorou estudos nacionais e internacionais, sobrepondo a tudo o capricho das suas convicções anacrónicas. Nelas havia uma ideia distorcida de rigor, ligada ao populismo fácil dos exames.Pesadamente ritualizados e omnipresentes na vida escolar, os sacralizados exames, tal como os tivemos, conduziram à sobrevalorização das disci-plinas examinadas em detri-mento das restantes áreas do currículo. Em muitas escolas a obsessão foi tal que, mais do que promover aprendizagens, gastava-se tempo mecanizan-do procedimentos, transfor-mando os alunos em autóma-tos, programados para responder mecanicamente.São naturalmente necessários elementos que permitam a

monitorização e regulação do sistema. As provas de aferição, agora reintroduzidas, retomam uma continuidade que havia sido comprometida pelo ministro anterior. Estes instrumentos permitem complementar os elementos obtidos com as avaliações internas, devendo conduzir à adoção de práticas que melho-rem os processos de aprendi-zagem.As provas de aferição a meio dos ciclos, no 2º, 5º e 8º anos de escolaridade, permitirão aceder a informações sobre os percursos dos alunos, para intervir atempadamente, corrigir disfunções e garantir o sucesso de todos. Este sistema exigirá a cada escola apenas que cumpra a sua missão, que seja um espaço onde se trabalhe para o desenvolvimento integral e para a aprendizagem efetiva de todos alunos.

Provas de Aferição

EDUCAÇÃO & CIDADANIA

JOÃO COUVANEIROPROFESSOR DO ENSINO SUPERIOR

BOCA DE CENA

RODRIGO FRANCISCODIRETOR DA CTA