semmais 17 janeiro 2015

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Pub. Tutela investiga morte nas urgência do Garcia de Orta SOCIEDADE A Inspecção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) está a acompanhar a investigação que o Hospital Garcia de Orta está a realizar à morte de um utente com pulseira amarela nas urgên- cias daquela unidade hospitalar de Almada, ocorrida no domingo. A Comissão de Utentes diz não dispor de grande informação e diz que o hospital «até tem respon- dido com eficácia» aos períodos de maior afluência. PÁG.3 RESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL RUA GENERAL GOMES FREIRE, 138 960 331 167 Sábado | 17 janeiro 2015 www.semmaisjornal.com semanário — edição n.º 839 • 8.ª série — 0,50 € região de setúbal Diretor: Raul Tavares Distribuído com o VENDA INTERDITA 6 1 anos A REGIÃO SOMOS TODOS NÓS edição especial comemorativa SOCIEDADE 4 Academia de Música de Almada obrigada a parar aulas por falta de verbas da tutela. Fotos: DR Distrito lidera a nível nacional chumbos e desistência nas escolas CULTURA 9 Orquestra de Lisboa apresenta ópera de Mozart no Luisa Todi, em Setúbal. SAÚDE 13 Clínica SAÚDIS dispõe de terapias inovadoras e obtém resultados reconhecidos. As escolas da região exibem o terceiro pior desempenho do país nas notas dos exames do 12.º ano, com taxas de retenção e desistência que superam os 40 por cento dos alunos, segundo dados oficiais a que o Semmais teve acesso. Estão em causa os últimos três anos, no qual a Península de Setúbal segue sempre a mesma tendência, nunca conseguindo abandonar a cauda do débil desempenho escolar, com valores superiores às médias nacionais. Os dados foram recentemente divulgados pelo Ministério da Educaçãoe Ciência, através do portal InfoEscolas, uma plataforma online que mostra o que se passa em cada um dos 587 estabelecimento de ensino do país. Estradas do Litoral Alentejano vão para obras até 2020 SOCIEDADE O investimento da empresa Estradas de Portugal (EP) vai rondar os 18,5 milhões de eurosna requalificação de troços rodoviários que se estendem de Alcácer do Sal a Odemira. Algumas destas intervenções fazem parte há muito tempo da carteira de rein- vindicações dos autarcas da região, como o troço de estrada entre Alcácer e Grândola do IC1, repleto de rodeiras, lombas e buracos. Só esta obra vale seis milhões. PÁG. 4 Em 'Dia de Reis', Montepio volta a apoiar financeiramente uma instituição do distrito

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Edição do Semmais de 17 de Janeiro

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Page 1: Semmais 17 janeiro 2015

Pub.

Tutela investiga morte nas urgência do Garcia de OrtaSOCIEDADE A Inspecção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) está a acompanhar a investigação que o Hospital Garcia de Orta está a realizar à morte de um utente com pulseira amarela nas urgên-cias daquela unidade hospitalar de Almada, ocorrida no domingo. A Comissão de Utentes diz não dispor de grande informação e diz que o hospital «até tem respon-dido com eficácia» aos períodos de maior afluência.

PÁG.3

RESTAURANTE ● SETÚBAL ● PORTUGALRUA GENERAL GOMES FREIRE, 138  960 331 167

Sábado | 17 janeiro 2015 www.semmaisjornal.comsemanário — edição n.º 839 • 8.ª série — 0,50 € • região de setúbalDiretor: Raul Tavares

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

61anos

A REGIÃOSOMOSTODOSNÓSedição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais

SOCIEDADE 4Academia de Música de Almada obrigada a parar aulas por falta de verbas da tutela.

Fotos: DR

Distrito lidera a nível nacional chumbos e desistência nas escolas

CULTURA 9Orquestra de Lisboa apresenta ópera de Mozart no Luisa Todi, em Setúbal.

SAÚDE 13Clínica SAÚDIS dispõe de terapias inovadoras e obtém resultados reconhecidos.

As escolas da região exibem o terceiro pior desempenho do país nas notas dos exames do 12.º ano, com taxas de retenção e desistência que superam os 40 por cento dos alunos, segundo dados oficiais a que o Semmais teve acesso.

Estão em causa os últimos três anos, no qual a Península de Setúbal segue sempre a mesma tendência, nunca conseguindo abandonar a cauda do débil desempenho escolar, com valores superiores às médias nacionais.

Os dados foram recentemente divulgados pelo Ministério da Educaçãoe Ciência, através do portal InfoEscolas, uma plataforma online que mostra o que se passa em cada um dos 587 estabelecimento de ensino do país.

Estradas do Litoral Alentejano vão para obras até 2020SOCIEDADE O investimento da empresa Estradas de Portugal (EP) vai rondar os 18,5 milhões de eurosna requalificação de troços rodoviários que se estendem de Alcácer do Sal a Odemira. Algumas destas intervenções fazem parte há muito tempo da carteira de rein-vindicações dos autarcas da região, como o troço de estrada entre Alcácer e Grândola do IC1, repleto de rodeiras, lombas e buracos. Só esta obra vale seis milhões.

PÁG. 4Em 'Dia de Reis', Montepio volta a apoiar

financeiramente uma instituição do distrito

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SOCIEDADE

Distrito lidera chumbo e desistência na escola

AS ESCOLAS do distrito de Setúbal exibem o terceiro pior desempenho do país nas notas dos exames do 12.º ano, com taxas de re-tenção e desistência que su-peram os 40% dos alunos. Os dados são oficiais e fo-ram agora revelados pelo próprio Ministério da Edu-cação e Ciência através do novo Portal InfoEscolas. Uma plataforma online que mostra o que se passa em cada um dos 587 estabele-cimentos de ensino do país com alunos matriculados em cursos científico-huma-nísticos. Apenas Bragança supera Setúbal.

A elaboração do ranking reporta-se ao ano letivo de 2012/13, sendo o último de que há dados disponíveis, segundo diz a tutela, exibin-do um quadro relativo aos

últimos três anos no qual a península segue sempre a mesma tendência, nunca conseguido abandonar a cauda do débil desempenho escolar, com valores supe-riores à média nacional.

Com uma percentagem sempre acima dos 40 pon-tos, o distrito até exibe mais fragilidades a Português do que a Matemática, segun-do os indicadores de desem-penho. Um deles mostra, por exemplo, o indicador da progressão relativa a cada escola nos exames do

12.º ano, com as notas que os mesmos alunos haviam obtido, três anos antes, nos exames de 9.º ano destas disciplinas.

Assim sendo, na Mate-mática os alunos da região conseguem mesmo estar en-tre os valores médios do país, mas no Português ficam-se pelo vermelho entre 2010/11 e 2011/12, melhorando ape-nas no ano letivo passado.

E o que poderá estar na origem do pouco aprovei-tamento escolar no distri-to? Carlos Martins, profes-

sor com quase 30 anos de ensino entre as escolas de Setúbal, Moita e Seixal, aler-ta que estes resultados de-verão ser analisados «com grande cautela, porque, caso contrário, continuarão a ser só números e estatísticas e o ensino público tem que ser bem mais do que isso».

O mesmo professor, que é dirigente de uma estrutu-ra sindical, mas que prefere falar ao Semmais em nome individual, reconhece que «o distrito tem características muito próprias, que tornam alguns alunos mais vulne-ráveis», dando o exemplo de pais que trabalham em Lis-boa, saindo cedo de casa onde regressam apenas à noi-te, ficando os filhos entre-gues a si próprios. «Como é que vamos incentivar estes miúdos a estudar? Alguns nem sempre vão à escola. A Moita e o Seixal, mais do que Setúbal, têm situações mui-to complexas», sublinha.

Já Júlio Dias, também do-cente em Sesimbra, diz que a divulgação destes dados corre o risco de cometer al-gumas injustiças, sublinhan-do que não refletem todo o trabalho que a escola públi-ca desenvolve com os alu-nos. “Ali não estão quantifi-cadas as ações de apoio à educação especial, às artes e a todos os que precisam, sejam bons ou maus alunos, sejam ricos ou pobres”.

Terceiro pior desempenho do país mas os rankings mostram números que justificam outras interpretações

DR

As retenções e desistências de alunos à chegada ao 12.º ano na região de Setúbal supera os 40 por cento. Nos exames de fim do secundário o distrito apresenta o terceiro pior desempenho do país.

Texto Roberto Dores

Ministro elogia portal

O ministro Nuno Crato sublinhou que o novo portal permitirá aos pais “fazer escolhas mais informadas”, mas também intervir e colo-car questões à escola dos filhos. Servirá igualmente aos professores para que possam “perceber melhor o que se passa na sua escola” comparando-se com outras e com o resto do país. E servirá ao “pú-blico e à comunicação social”, dando-lhes “mais meios para terem uma discussão mais informada sobre educação”. O Portal InfoEsco-las contém informação apenas sobre os alunos matriculados em cursos científico-humanísticos de escolas secundárias públicas e privadas em Portugal continental. Para além da informação públi-ca, as escolas terão acesso, no mesmo site, a dados mais desagrega-dos sobre todas as disciplinas sujeitas a exame nacional.

Privado comanda rankings de sucessoO ENSINO privado conti-nua a obter as melhores qualificações nos rankin-gs das escolas quer a ní-vel nacional quer a nível distrital. Neste, as taxas de abandono e de insucesso são quase inexistentes e os resultados médios dos alu-nos estão ao nível dos qua-dros de honra e mérito da maior parte das escolas do ensino público.

A região conta com um número de colégios de re-ferência, com o St. Peters School à cabeça, mas tam-bém o Colégio Campo Flo-res, Colégio Atlântico e ou-tros.

O número de alunos por turma no privado po-derá ser uma justificação, mas os responsáveis pe-las escolas privadas avan-çam com outros motivos para o sucesso. «Os resul-tados dos nossos alunos

são fruto do seu empenho e do seu trabalho, mas também do acompanha-mento que lhes é dado», diz João Rafael, respon-sável pelo Colégio Cam-po de Flores, quarto clas-sificado do distrito no ranking das escolas secun-dárias. Uma opinião cor-roborada por João Entru-do, do Colégio Guadalu-

pe, terceiro no mesmo ranking. «O segredo é sem-pre a junção de vários fa-tores que isoladamente perderiam grande parte do seu sentido. Incutir nos alunos a responsabilida-de de se sentirem parte ati-va do processo de ensino, desenvolver-lhes hábitos de estudo e apoiar os pro-fessores no seu desempe-

nho diário» é a receita apontada para o sucesso.

De modo geral, as es-colas privadas apostam «na exigência, no rigor, no acompanhamento dos alu-nos, no dinamismo, no tra-balho em equipa, na mo-tivação, na inovação, na tecnologia e na oferta de recursos educativos ade-quado às exigências do en-sino de excelência», mas estas apostas são supor-tadas por orçamentos di-ferentes e realidades so-ciais bem distintas das es-colas do ensino público.

João Entrudo defende ainda «um corpo docente estável e motivado» como uma das formas de se al-cançarem bons resultados, assim como a participação dos pais na tarefa de edu-car de forma a «detetar atempadamente as dificul-dades de cada aluno».

Pub.

St. Peters School é um dos colégios de referência da região

DR

Cartório Notarial de Setúbal

NotáriaMaria Teresa Oliveira

Sito na Avenida 22 de Dezembro nº21-D em SetúbalCertifico, para efeitos de publicação que no dia catorze de Janeiro de dois mil quinze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, a folhas 134 do livro 275 – A, de escrituras diversas, na qual:Silvino Martins Ribeiro e mulher, Edite da Silva dos Santos, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua Joaquim Moreira, n.º 17, Faralhão em Setúbal, contribuintes números 114395756 e 114395764, justificaram a posse, invocando a usucapião, do seguinte imóvel:Prédio Urbano, composto de edifício de um piso com quatro compartimentos e arrecadação destinado a habitação, com a área de com coberta de cinquenta e sete vírgula vinte e dois metros quadrados, sito no Faralhão, freguesia do Sado, concelho de Setúbal, que confronta do norte com Estrada do Faralhão, do Sul e nascente com o próprio, e do poente com Aníbal Rodrigues, ainda por descrever na Segunda Conservatória do Registo Predial de Setúbal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 302, da freguesia do Sado.Está conforme.Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D emSetúbal, 14 de Janeiro de 2015.

A Notária,Maria Teresa Oliveira

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NO PRIMEIRO ano da revolução chinesa, os agricultores queixa-vam-se aos delegados do partido comunista que os pardais lhes co-miam os cereais principalmente o centeio, a cevada, o trigo, o milho e o arroz. Estas reclamações che-garam até Mao Tse Tsung (o Pai da Nação) que de imediato decidiu que para satisfazer os agricultores, de-viam de matar todos os pardais e que por isso cada camponês deve-ria apresentar ao delegado do par-tido comunista de cada aldeia mil ou mais pardais mortos.

Começou então uma caça bru-tal, onde os camponeneses batiam desde panelas a tambores, sem-

pre que os pardais se aproxima-vam das suas plantações, o que os forçava a voar até que finalmen-te caíam do ar, vencidos pela exaus-tão e sem alimento.

O extermínio de pardais na chi-na foi completo.

Só que no ano seguinte após as semententeiras verificou-se que não nascia nem centeio, nem ce-vada, nem milho, nem trigo, nem arroz e porquê? Porque as larvas e lagartas eram tantas que devo-ravam as sementes todas.

Conto este facto para me refe-rir aos casos que ultimamente tem

surgido na nossa “democracia” es-pecificando neste artigo mais con-cretamente o caso “B.E.S.”.

Considerando unicamente o que leio nos jornais e vejo na te-levisão ou oiço na rádio, penso para comigo, “mas onde é que o povo português está metido... en-tão não lhe bastava já ter contri-buido com biliões de euros para o BPN e agora ainda lhes aparece este caso pela porta e voltar a ter que entrar outra vez não com bi-lioes mas com trilioes para “sal-var a Pátria” então?

Não se culpam os responsá-veis por estes crime odiundos, que vão desde a corrupção, branquea-mento de capitais,lavagem de di-nheiro, fraúde fiscal, etc.

Referindo-me a este último, quero dizer o seguinte: então anda o pobre contribuinte a ser sangra-do com as piores medidas de aus-teridade que alguma vez conhe-ceram enquanto que os respon-sáveis são promovidos e vivem em

casas de luxo, comem caviar, como o pobre come salsichas e sardi-nhas enlatadas, bebe champanhe como quem bebe água e tudo por-que este “Governo” ao contrário do que fazia Robin dos Bosques decide com impostos e mais im-postos, com redução drástica de salários e pensões, tirar aos po-bres para dar aos ricos.

Dizem que a justiça é cega, pois é igual para todos os casos, isto é uma enorme falácia, deixemo-nos de coisas, pois se um pobre coita-do, cai nas suas malhas e não tem, o que é o mais certo, posses para pagar a um advogado, espetam--lhe com um advogado oficioso, que não faz rigorosamente nada e que no fim quando o juiz lhe per-gunta se tem alguma coisa a dizer ele limita-se à expressão “Peço jus-tiça!”, e o pobre coitado é conde-nado (certamente) lá vem outra vez os tributos, taxas de justiça e outras taxinhas, que não vale se-quer a pena enumerar.

No fim como o pobre conde-nado continua a não ter dinheiro para fazer um recurso, vai bater vários anos à prisão, quando por exemplo “rouba” um pão para co-mer.

Voltando ao caso “BES”.Faço aqui um apelo a quem

deve aplicar a jusiça, senhores da policia judiciária, senhores inspe-tores da autoridade tributária, se-nhores procuradores, senhores juízes, por uma vez, apliquem a justiça, sejam isentos, não deixem influenciar (nós sabemos que são humanos como nós) dêm ao povo português um sinal de que afinal, ainda, vive num país de direito, caso contrário este desgraçado povo fica mais destroçado do que já anda o que seria um suicidio co-lectivo.

Voltando à decisão de Mao Tse Tung, que tudo quis e tudo perdeu, desejo que aos respon-sáveis do do BES acontença a mesma coisa.

“Quem tudo quer tudo perde”

Carreto JanelaColaborador

Ditado Popular

IGAS acompanha investigação a morte nas urgências do Garcia de Orta

A INSPECÇÃO Geral das Ativi-dades em Saúde (IGAS) está a acompanhar a investigação que o Hospital Garcia de Orta, em Al-mada, está a realizar à morte de um utente com pulseira amarela nas urgências, ocorrida no domin-go, segundo fonte oficial. O des-fecho trágico – o segundo nas ur-gências dos hospitais do distrito, depois de uma primeira morte em Setúbal - ocorreu depois do uten-te ter estado cerca de três horas à espera de ser visto por um mé-dico, após a triagem. A adminis-tração prefere não se pronunciar, anunciando que só o deverá fa-zer «assim que seja possível». Ou seja, após a investigação que está em curso.

A Comissão de Utentes tem co-

nhecimento desta morte, provo-cada por um enfarte, segundo avan-çou o dirigente José Sales, desco-nhecendo se o homem chegou ao hospital em ambulância ou pelos próprios meios.

«Já tentámos saber, mas as no-tícias são contraditórias. Se foi de ambulância entraria mais direta-mente do que se fosse em carro particular», recorda, revelando que esteve no hospital, onde o tema era «muito comentado nos corre-dores», mas acrescenta que «há al-guns detalhes por esclarecer e que são fundamentais para se perce-ber ao certo o que se passou com aquela pessoa», sublinha.

Urgências do Garcia de Orta têm ‘coberto’ afluências

Eis a razão pela qual José Sa-

les lamenta o silêncio da adminis-tração do hospital, avançando que as urgências do Garcia de Orta «até têm respondido com eficácia» aos períodos de maior afluência de utentes, como aconteceu ao lon-go desta semana.

«As pulseiras amarelas esta-vam com um tempo de espera de duas horas, o que é bom face ao que costuma ser habitual nesta época do ano», refere, receando que possa haver constrangimen-tos nos próximos dias. «Os Servi-ços de Apoio Permanente do Sei-xal fecham, ficando só um aberto, que funciona muito mal, tal como os centros de saúde que encerram às 20.00 horas», alerta, pelo que as pessoas serão encaminhadas para Almada.

Duas mortes alegadamente por demora de assistência nas urgências de Setúbal e Ãlmada, levantaram polémica

DR

Faltas do Estado deixam 200 alunos sem aulas na Academia de Musica de AlmadaA ACADEMIA de Música de Al-mada foi obrigada a parar a sua atividade esta semana, deixan-do cerca de 200 alunos do ensi-no articulado sem aulas. A razão é financeira, porque a institui-ção está sem tesouraria, devido ao facto de o Ministério da Edu-cação não ter ainda procedido ao pagamento da primeira tranche dos 545 mil euros corresponden-tes ao contrato-programa do en-sino privado.

A situação foi considerada «muito preocupante» pelos diri-gentes daquele estabelecimento de ensino, com declarações pú-blicas a justificar a difícil decisão. «Já não temos capacidade nem para pagar a fornecedores e an-damos um ano inteiro a viver com empréstimos bancários, com ju-ros onerosos, com base no con-trato com o Estado, disseram à im-prensa responsáveis da Academia.

Segundo as mesmas fontes, os docentes já contam com dois me-

ses de salários em atraso, e há ain-da dívidas à segurança social e às finanças, para além dos fornece-dores. «Trata-se de uma situação insustentável e se as verbas não foram desbloqueadas rapidamen-te não temos outra solução, se não entrar em Layout», disse ao ‘Dis-tritonline’, Susana Batoca, da di-reção da Academia.

Recorde-se que as aulas do en-sino articulado são comparticipa-das a 100% pelo Estado, uma vez que os alunos substituem algumas das disciplinas do ensino regular, como as de Educação Visual e Tec-nológica e Educação Musical, por aulas de Coro e de Orquestra, le-cionadas na Academia.

A Academia dispõe de um or-çamento de cerca de 650 mil eu-ros, sendo que destes cerca de 120 mil euros constituem as receitas próprias da instituição, provenien-tes das mensalidades dos alunos autofinanciados e das receitas das produções musicais.

Atraso das verbas do Ministério da Educação pararam aulas na Academia

DR

Saúde – Trata-se da segunda de duas mortes nas urgências de hospitais da região ocorridas num espaço muito curto. A primeira em Setúbal e esta em Almada. Contradições e silêncios marcam a polémica.

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SOCIEDADE

Conheça as estradas do Litoral Alentejano que vão entrar em obras até 2020

A EMPRESA Estradas de Portugal (EP) prevê investir 18,5 milhões de euros nas estradas dos cinco con-celhos do Litoral Alentejano –Al-cácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira – ao lon-go dos próximos cinco anos, se-gundo o que está definido no Pla-no de Proximidade/Médio-Prazo 2015-2019 e do Plano de Investi-mentos 2015-2020, apresentados pela administração da empresa.

O principal investimento está encaminhado para o troço de es-trada do IC1, entre Alcácer do Sal e Grândola, repleto de rodeiras, lombas e buracos. Trata-se de uma das estradas mais movimentadas do Alentejo, constituindo a úni-ca alternativa à autoestrada, na ligação entre Lisboa e o Algarve.

O investimento previsto orça os 6 milhões de euros, sendo que as obras, reclamadas há vários anos por moradores e automo-bilistas, após vários acidentes e ações de protesto, deverão decor-rer entre 2015 e 2017. A adminis-tração das EP, avança que a in-tervenção visa, essencialmente,

reabilitar o pavimento do IC1 (ob-jeto da subconcessão Baixo Alen-tejo), «revelando-se necessária tendo em conta as dificuldades de financiamento da subconces-sionária e posterior redução de âmbito da subconcessão».

A oportunidade da interven-ção decorre da degradação de al-gumas zonas do pavimento, com-

plementando trabalhos semelhan-tes já realizados pela subconces-sionária. «Ainda sujeito a verifi-cação por parte dos sindicatos bancários envolvidos, do Estado e do Tribunal de Contas, o acor-do obtido para a redução de âm-bito da subconcessão do Baixo Alentejo prevê uma poupança de 944 milhões de euros, em paga-mentos a realizar pela EP depois de 2015», diz o documento a que o Semmais teve acesso.

Enquanto isso, em 2019 a EP deverá avançar com a reparação dos 22 quilómetros na Nacional 120, que custará 2,5 milhões de euros, sendo que em Santiago do

Cacém a empresa EP anuncia o lançamento para 2019 da repara-ção de quase 19 quilómetros da Estrada Regional 261, entre Me-lides e Santiago do Cacém, con-tando ainda a empresa vir a re-qualificar a Nacional 383, entre o Torrão e Alvito.

Do plano até 2020 faz ainda parte a reabilitação do troço que

vai do IC33/IP8 ao IC1 entre Rel-vas Verdes e Grândola. Cerca de 40 quilómetros que traduzem um investimento na ordem dos 40 mi-lhões de euros, compreendendo a reabilitação do troço existente, criando melhores condições de convivência entre o tráfego pe-sado e ligeiro.

«Enquanto intervenção con-

templada no Corredor Atlântico, esta intervenção tem como pre-missas, a construção da platafor-ma logística do Poceirão e a não construção de uma alternativa ferroviária de alta velocidade, alia-das ao fator sustentabilidade fi-nanceira e potencial de cofinan-ciamento comunitário», diz a em-presa.

Investimento atinge 18,5 milhões em intervenções que vão decorrer ao longo dos próximos cinco anos

O principal investimento está encaminhado para o troço de estrada do IC1, entre Alcácer do Sal e Grândola, mas muitos outros exemplos daquilo que pode vir a ser, nos próximos cinco anos, um estaleiro

Texto Roberto Dores

Redução da subconcessão poupa 944 milhões

Aspeto da via principal para a praia da Galé, um dos exemplos de algumas estradas em condições paupérrimas

DR

Menos mortes nas estradas da região mas aumentaram os feridos graves SEGURANÇA O ano fechou com 28 mortes na estrada, menos 14 das registadas em 2013. Uma redução significativa.

UM TOTAL de 28 pessoas perdeu a vida em acidentes rodoviários nas estradas do distrito em 2014, segundo dados divulgados pela Autoridade Nacional de Seguran-ça Rodoviária (ANSR), o que re-presenta, ainda assim, um signi-ficativo decréscimo de vítimas face às 42 registadas em 2013. A redução é ainda mais acentuada comparativamente com as 48 mor-tes de 2012. Isto, apesar do núme-ro de feridos grande ter aumen-tado de forma significativa, dos 125 para 164.

A juntar ao aumento de feri-dos graves o distrito lamenta tam-bém o acréscimo do número de acidentes. A região teve 8716 si-nistros, mais 65 do que em 2013, quando em 2012 tinha chegado

aos 8827.Segundo fonte da GNR os fa-

tores que explicam a sinistralida-de no distrito são os despistes, mau estado de algumas vias e condi-ções climatéricas adversas, avan-çando que apesar das vítimas mor-

tais terem diminuído, os militares não se podem dar por satisfeitos, «enquanto continuarem a morrer pessoas nas nossas estradas», pelo que «a prevenção da sinistralida-de faz-se todos os dias e é respon-sabilidade de todos».

A fiscalização das autoridades policiais é uma das causas para a redução

DR

Quinta ‘escondia’ material agrícola furtado

O PROPRIETÁRIO de uma quinta agrícola situada no Monte de Ca-parica é suspeito de liderar um gru-po que se dedicava ao furto de di-verso material agrícola e de animais, que acondicionariam num barra-cão.

A operação que levou à deten-ção de três suspeitos, foi montada pela GNR da Trafaria, a partir de uma queixa-crime, tendo sido recupe-rados material agrícola no valor de 5.000 euros.

No local, onde foi detetado o sus-peito barracão, encontravam-se os três suspeitos, um deles identifica-do como proprietário do local, que assistiu às buscas dos militares.

O proprietário da quinta foi cons-tituído arguido e todos os restantes suspeitos identificados. O material, ora recuperado e denunciado como furtado em autos de queixa-crime, bem como, cerca de 20 animais, ga-linhas, patos e perdizes, foram de-vidamente entregues aos seus legí-timos proprietários, através de Ter-mo de Entrega, e o restante entre-gue ao Ministério Público.

GNR detém evadido de prisão espanholaA GNR deteve, quinta-feira, em Al-cácer do Sal, num acampamento de cidadãos de etnia cigana, um cida-dão espanhol que se encontrava eva-dido ao sistema judicial do país vi-zinho e sobre o qual pendia um man-dato de detenção europeia. A ope-ração, na sequência da qual foram também detidas duas cidadãs por-tuguesas e armas de fogo, juntou o Destacamento de Intervenção do Comando Territorial de Setúbal, Gru-po de Intervenção e Operações Es-peciais e o Grupo de Intervenção Ci-notécnico da Unidade de Interven-ção. Os detidos ficaram sob custó-dia daquela força policial.

Armamento apreendido

DR

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Pub.

Montepio distribui 200 mil euros por dez instituiçõesA ASSOCIAÇÃO Vale de Acór, com sede em Almada, foi uma das dez instituições este ano premiadas com um donativo de 20 mil euros pela Fundação Montepio, no âmbito da iniciativa de responsabilidade social designada “Reis por um dia”, que con-siste na transformação, em donati-vos, do montante que aquela asso-ciação mutualista costumava afetar à aquisição de presentes de Natal destinados a associados e clientes.

Para dar expressão ao evento, a cerimónia, realizada a semana pas-sada no novo espaço “Atmosfera M”, e organizado pelo Gabinete de Relações Públicas do Montepio, li-derado por Rita Branco, foi presi-dida pelo presidente do Montepio Geral, Tomás Correia, e contou ain-da com a presença de vários admi-nistradores, entre os quais Carlos beato, que tem a tutela da associa-ção mutualista. «Num ano em que estamos a comemorar 175 anos de vida, é muito gratificante podermos continuar a ajudar quem mais ne-cessita, neste caso um conjunto de instituições que, de norte a sul do país, desenvolvem um trabalho me-ritório de solidariedade social», afir-mou ao Semmais Carlos Beato.

A escolha do local não foi tam-bém um acaso, uma vez que o novo espaço “Atmosfera M”, em Lisboa,

com inauguração agendada para o próximo dia 5 de fevereiro, é a nova coqueluche da associação mutua-lista centenária que conta já com mais de 600 mil associados. «Somos mais que um banco e é isso que quere-mos deixar afirmado neste ano em que comemoramos 175 anos de exis-tência. Este novo espaço, que já exis-te também no Porto, é multifuncio-nal, com auditórios, biblioteca, lu-doteca, galeria, sala de formação, gi-násio e uma zona de cafetaria, ago-ra ao dispor dos nossos associados e público em geral», explicou o ad-ministrador do Montepio Geral.

Desde 2004, a iniciativa que pro-

cura abraçar as instituições com tra-balho no terreno no apoio às popu-lações mais desfavorecidas já conta-biliza 1,3 milhões de euros em apoio direto a 66 instituições. «É a prova de

que o nosso programa de responsa-bilidade social abrange um universo muito grande, múltiplas frentes e che-ga a quem mais necessita. É uma mis-são e um comprometimento de uma associação mutualista centenária, im-plantada em cada canto do país, e ao serviço dos seus associados, clientes

e dos portugueses em geral», reite-rou Carlos Beato.

A região esteve representada pelo responsável da Associação Vale de Acór, padre Pedro Quintela e por Armando Sacramento, da direção da Universidade Sénior de Setúbal, entidade já beneficiada com este apoio do Montepio, entidade com a qual deverá firmar um protocolo de apoio brevemente.

Na iniciativa deste ano foram atribuídos apoios unitários de 20 mil euros, à “Associação Vale de Acór”, “Operação Nariz Vermelho”, “Associação de Socorros Mútuos dos Empregados do Estado”, “As-sociação Acreditar, Ajuda de Ber-ço, associação Patas Felizes, Asso-ciação Protectora dos Diabéticos”, “Comunidade Vida e Paz”, “Centro de Recuperação Infantil de Bena-vente” e “Espaço T”, no valor total de 200 mil euros.

O representante da Vale de Acór com o ‘estado maior’ da Montepio

DR

Carlos Sargedas leva Cabo Espichel ao Parlamento

O FOTÓGRAFO e candidato à Câ-mara de Sesimbra nas últimas autárquicas, pelo movimento Se-simbra Unida, Carlos Sargedas, foi recebido esta semana pelo ga-binete da presidente da Assem-bleia da República, procurando voltar a colocar em cima da mesa o dossier da requalificação do Cabo Espichel.

Sargedas, que é também di-retor do Festival Finisterra & Ar-rábida Film, reclama que se dê cumprimento às decisões toma-das pelas autoridades de senti-do de resolver «o abandono» da-quela zona de interesse nacio-nal. «Já passaram dois anos e nada avançou. Ainda se aguarda pela resposta à proposta da Câmara de Sesimbra na permuta dos ter-renos ao serviço do Estado pelo valor ridículo de um milhão de euros que o Estado pede para os devolver ao seu antigo proprie-tário», disse ao Semmais Carlos Sargedas.

O fotógrafo, saiu do Parla-mento «com alguma esperança» e deixou um DVD sobre o Cabo Espichel, como forma de man-ter a luz sobre um desfecho po-sitivo para a sua batalha.

Associação Vale de Acór, de Almada, foi uma das entidades que receberam donativo

‘Reis’ do Montepio já distribuíram 1,3 milhões

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LOCAL

A ACADEMIA Sporting Clube Por-tugal vai ser distinguida com a Me-dalha Dourada da Restauração do Concelho este sábado, dia 17 de Ja-neiro, no âmbito da Sessão Sole-ne das Comemorações do 117.º ani-versário da Restauração da auto-nomia do Concelho e dos 500 Anos da atribuição da Carta de Foral à vila de Alcochete.

Com início às 16 horas, a ses-são solene, aberta à população, realiza-se no Núcleo de Arte Sa-cra/Igreja da Misericórdia, em

Alcochete. Esta decisão do executivo mu-

nicipal foi aprovada por unani-midade na reunião de Câmara rea-lizada no passado dia 7 de Janei-ro, sessão em que também apro-vou, por unanimidade e escrutí-nio secreto, a atribuição da Me-dalha Municipal de Bons Servi-ços aos trabalhadores Rui Manuel Lima Vieira, Fernando Manuel Marques Rei, Luís Manuel Tava-res Frederico e Francisco Vieira Pinheiro.

«Na sessão solene estaremos a comemorar não só a Restaura-ção do Concelho mas também os 500 Anos da atribuição do Foral a Alcochete num local muito pró-ximo de onde nasceu D. Manuel I no dia 31 de Maio de 1469», re-feriu o presidente da Câmara Mu-

nicipal de Alcochete, salientan-do que o município, anualmente, «reconhece o mérito de pessoas coletivas e individuais que se no-tabilizam ou que engrandecem o nome de Alcochete e de trabalha-dores que ao longo de 30 anos fo-ram exemplares no que diz res-peito ao exercício de funções pú-blicas».

Para Luís Miguel Franco, a atri-buição da Medalha Dourada da Restauração do Concelho à Aca-demia Sporting Clube Portugal é o reconhecimento de que este Clu-be é «uma grande instituição não só ao nível nacional como inter-nacional e que a Academia é das Escolas de Formação de atletas de alta competição das melhores do mundo».

«Em 2015, a nossa programa-

ção cultural vai estar subordina-da às comemorações dos 500 Anos do Foral de Alcochete, agregando os agentes culturais do concelho, que vão participar em diversos eventos de forma bastante entu-siástica», referiu ainda a vereado-ra da cultura, Raquel Prazeres, so-

bre as comemorações.«Penso que é um ano em que

o concelho de Alcochete e a nos-sa identidade cultural serão enal-tecidos e é um momento para ter-mos orgulho de Alcochete e para conhecermos melhor a nossa His-tória», acrescentou a autarca.

Alcochete presta homenagem à Academia do Sporting

Almada lança festival que junta o surf e a música

Seixal lança candidaturas para incubadora de empresas

Sines avança com arranjo do Largo de S. Sebastião

ESTÁ A decorrer, até próximo dia 20, a terceira fase para apresenta-ção de candidaturas para utilização dos espaços da Incubadora de Em-presas Baía do Seixal.

O equipamento visa apoiar no-vas empresas, proporcionando-lhes condições técnicas favoráveis à sua instalação, com vista à moderniza-ção e diversificação do tecido em-presarial e à criação de emprego es-tável e qualificado, dinamizando o núcleo urbano antigo do Seixal e con-tribuindo para o desenvolvimento económico do concelho e para o au-mento da coesão e competitividade regional.

A Câmara já desenvolveu duas fases de candidaturas para a utiliza-ção dos espaços daquele equipa-mento, seguindo-se agora o proce-dimento para a apresentação das candidaturas no âmbito desta ter-ceira fase, para a utilização de 7 ga-binetes.

A REQUALIFICAÇÃO do Largo de S. Sebastião já arrancou e deverá estar terminada em finais de feve-reiro. O investimento é superior a 87 mil euros.

A realização dos trabalhos irá implicar alterações no trânsito au-tomóvel, pedindo-se desde já a compreensão dos utentes e resi-dentes pelos eventuais incómo-dos causados.

Os trabalhos incluem repavi-mentação e requalificação do es-paço pedonal e viário, aplicação de vegetação, equipamentos e mo-biliário urbano.

A obra integra-se na operação “Regeneração Urbana de Sines II 2 - Largo Poeta Bocage e Largo S. Sebastião” e é cofinanciada em 85 por cento por fundos FEDER / União Europeia, no âmbito do Pro-grama Operacional INALENTE-JO do QREN 2007-2013.

DE 26 de março a 4 de abril, a Cos-ta da Caparica recebe o 1.º Festi-val Caparica Primavera Surf Fest, que irá decorrer junto à Praia do Paraíso. São esperados 500 sur-fistas portugueses e estrangeiros, 20 DJ´s, nove bandas, e o Surf Film Fest – SAL.

DJ Vibe - Cais Sodré Funk Con-nection - Agir - DJ Ride - Diego Mi-randa - Rui Vargas - Funkyou2 - Riot - Overrule - DJ Glue - Batida - Da Chick - Freddy Locks - Orlan-do Santos - Jiggy - You Can`t Win, Charlie Brown - Noiserv - Maga-zino - Nuno di Rosso - Dj Miguel Nery são nomes confirmados.

O evento inclui ainda Sunset Parties, ao final do dia, e a atua-ção, ao longo da noite, de nove ban-das e 20 DJ. O programa musical decorre das 18 às 2 horas, numa tenda gigante.

A cerimónia ocorre durante a Sessão solene das comemorações do 117.º Aniversário da Restauração do Concelho.

Academia vai ser distinguida com Medalha Dourada do concelho

Academia do Sporting tem dinamizado o concelho

Setúbal candidata Figueirinha à bandeira azul

O MUNICÍPIO aprovou esta se-mana, em reunião pública, a apresentação da candidatura da Praia da Figueirinha à Ban-deira Azul 2015.

Sob o tema “Faz da praia a tua mudança”, as candidaturas devem obedecer a um conjun-to 28 critérios num universo de 32, relacionados com padrões ambientais, de segurança, de conforto dos utentes e de infor-mação e sensibilização ambien-tal, para poderem aceder ao ga-lardão europeu que premeia praias e portos de recreio.

Relativamente à “Informa-ção e educação ambiental” de-vem estar afixadas informações, nomeadamente, sobre a quali-dade da água e sobre o progra-ma Bandeira Azul, assim como um mapa indicativo das diver-sas instalações e equipamentos na zona balnear, entre outros.

No que respeita à “Qualida-de da água”, a praia deverá cum-prir as normas e legislação re-lativas à frequência e amostra-gem da qualidade da água e à ausência absoluta de descargas de águas residuais industriais ou urbanas na área.

A necessidade de manter a praia limpa, a existência de equi-

pamentos para recolha seletiva de embalagens, assim como a existência de instalações sanitá-rias em número suficiente são al-guns dos critérios ligados à “Ges-tão Ambiental e Equipamentos”.

Quanto à “Segurança e Servi-ços”, a existência de nadadores salvadores durante toda a época balnear com o respetivo equipa-mento de salvamento, a existên-cia de um serviço de primeiros socorros na praia, bem como a existência de uma fonte de água potável devidamente protegida concluem uma vasta lista de itens.

O município considerou es-tarem reunidas as condições para a entrega da candidatura para a atribuição da Bandeira Azul à Praia da Figueirinha, pelo séti-mo ano consecutivo.

Mais um ano de foco para a praia

Beneficação já fazia falta

Os interlocutores dos bairros abrangidos pelo programa “Nosso Bairro, Nossa Ci-dade”, localizados na zona da Bela Vista, em Setúbal, dispõem, durante este mês, de várias ações de formação. A primeira

ação realiza-se dia 21, às 18h30, no Cen-tro Multicultural, e visa a transmissão de conhecimentos aos representantes dos moradores dos bairros para posterior par-tilha com a população.

“O Reino Encantado da Amizade” é o li-vro infantil de Helena Maneta, natural de Alhos Vedros e residente no Barreiro, que vai ser apresentado dia 24, às 15h30, na biblioteca Bento de Jesus Caraça, na

Moita. O livro é composto por vários con-tos infantis, em que os meninos brincam, os animais e os brinquedos falam e as fa-das limpam o lixo que os humanos dei-xam irresponsavelmente para trás.

Bairros sadinos recebem formação Apresentação de livro para os mais pequenos

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O MUNICÍPIO grandolense inicia próximo dia 20 uma nova forma de relacionamento com as popu-lações e instituições do concelho. A iniciativa denominada “Ao en-contro das populações – Ouvir, Debater, Esclarecer”, traduz-se em visitas do executivo municipal a todas as freguesias privilegiando um contacto direto com as popu-lações, empresas, instituições e movimento associativo.

Para o presidente da autarquia, António Figueira Mendes, «esta iniciativa é o exemplo da política de proximidade e de gestão autár-quica que defendemos e temos vindo a implementar em prol do desenvolvimento do concelho e da melhoria da qualidade de vida da população. Um ano depois da tomada de posse do novo execu-tivo, é tempo de ir ao encontro das populações para discutir ideias, ouvir as preocupações, críticas e aspirações, e encontrar soluções com os contributos de todos».

A freguesia de Grândola e San-ta Margarida da Serra é a primei-

ra a receber a visita do executi-vo municipal, estando previsto no programa para o dia 20, visi-tas a Santa Margarida da Serra, Mosqueirões, Água Derramada, Silha do Centeio, Silha do Pas-

coal e Cadoços.O contacto com as populações

prossegue no dia 23, na freguesia de Azinheira dos Barros, com vi-sita à aldeia sede de freguesia e à aldeia mineira do Lousal.

Montijo defende contrataçãode docentes pelo município

Alunos do concelho de Alcácer ganham bolsas de estudo

Sesimbra abre balcão único de serviços

Moita adereà plataforma em defesa do SNS

A JUNTA do Torrão atribuiu no dia 5 duas bolsas de estudo para o ensino superior e quatro para o secundário, para o ano letivo em curso. O presidente da Junta, Vir-gílio Silva, considera de «grande importância» este apoio para o percurso escolar dos alunos que residem na freguesia e que têm bom aproveitamento escolar. O valor mensal das bolsas durante 9 meses é de 50 euros para os alu-nos do secundário e 100 euros para os alunos do superior.

O MUNICÍPIO abriu ontem ao pú-blico, o primeiro balcão único de serviços, com atendimento cen-tralizado que reúne no mesmo es-paço várias valências e, desta for-ma, permite que um munícipe tra-te de vários assuntos sem que te-nha que se deslocar a vários ser-viços, que por vezes ficam distan-tes entre si.

Outro dos aspetos a destacar é o horário alargado, entre as 8 e as 19 horas dos dias úteis, o que facilita a deslocação à autarquia em períodos pré e pós laborais.

Neste novo balcão, que se si-tua nos paços do concelho, será possível tratar de assuntos rela-cionados com serviços urbanos, obras municipais, educação – como os transportes escolares ou refei-ções de senhas, comércio local, to-ponímia ou atendimento geral. O Balcão tem motivos relacionados com o mar.

O MUNICÍPIO aprovou dia 7 a ade-são à Plataforma em Defesa do Ser-viço Nacional de Saúde que exige o fim da privatização dos serviços de saúde, o fim das parcerias pú-blico privadas, o fim das taxas mo-deradoras, médico/enfermeiro de família para todos, o reforço dos meios financeiros, técnicos e hu-manos do SNS necessários para a prestação dos serviços de proxi-midade e de qualidade, entre ou-tros.

O CONSELHO Municipal de Edu-cação do Montijo, que decorreu dia 6, aprovou um parecer relati-vo às Atividades de Enriquecimen-to Curricular, nomeadamente so-bre a sua oferta e o processo de recrutamento de docentes.

O parecer defende o recruta-mento e contratação dos docen-tes pelas câmaras com base na le-gislação vigente para os trabalha-dores em funções públicas ao in-vés da utilização do Decreto-Lei n.º 212/2009, de 3 de setembro, o que facilitará bastante o proces-so de seleção de profissionais.

No documento é, ainda, pro-posta a redefinição dos critérios de organização de alunos e do-centes de modo a propiciar uma flexibilização dos horários das AEC e, assim, permitir o aumen-to de carga horária semanal por docente.

Quinta de Santiago ganha proteção especialA QUINTA dos Olhos Bolidos, em Santiago, ganhou o estatu-to de Zona Especial de Prote-ção por iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura. A proprie-dade, que já tinha sido classifi-cada como Monumento de In-teresse Público, é constituída por uma zona habitacional de caráter rústico e por uma área rural que inclui jardins de no-tável beleza, um complexo sis-tema hidráulico e uma casa de fresco erguida sobre gruta ar-

tificial.Esta quinta terá pertenceu ao

bispo D. António Paes Godinho, que foi provisor no arcebispa-do de Lisboa e dignitário de uma diocese chinesa. É de destacar a Casa da Cascata, construção de pequenas dimensões situa-da sobre uma gruta artificial. O seu interior está revestido por conchas, seixos rolados e pra-tos de porcelana chinesa, tendo como pano de fundo uma cas-cata de água.

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Barreiro ganha espaço para alunos da universidade sénior O MUNICÍPIO assinou protoco-lo com a Escola Profissional Ben-to de Jesus Caraça e com a Baía do Tejo, com vista à cedência de es-paços para atividades da Univer-sidade da Terceira Idade.

O presidente Carlos Humber-to sublinhou a importância da qua-lificação ao longo da vida. «É mui-to importante estarmos disponí-veis para adquirir novas compe-tências e ao mesmo tempo darmos

algum do nosso tempo aos outros». Outra das ideias que sublinhou es-tava relacionada com as ‘parcerias’ e com uma forma de trabalhar im-plementada por este executivo. «Tra-balhar com toda a gente, fazer par-cerias. Nós não temos meios para resolver todas as questões mas pro-curamos quem julgamos adequa-dos e estabelecemos acordos em prol do bem-estar das pessoas», afirmou o autarca.

Grândola vai ouvir a população

Executivo quer sentir o pulsar da população e atender a reparos

Autarquia preocupada com saúde

Fogaça é rainha em Palmela

A FOGAÇA de Palmela está em destaque este mês, com a reali-zação de um programa diversi-ficado que arrancou dia 15 com a Bênção das Fogaças, na Igre-ja de S. Pedro e integra, também, os Fins-de-Semana Gastronó-micos da Fogaça, iniciativa que decorre nos dias 16, 17, 18, 23, 24 e 25, integrada no “Palmela – Ex-periências com Sabor”, com a participação de diversos esta-belecimentos de restauração.

A Casa Mãe da Rota de Vi-nhos da Península promove duas harmonizações, com a Fogaça de Palmela no centro das aten-ções, iniciativas que terão a co-laboração da Confraria Gastro-nómica de Palmela, de adegas convidadas e do “Jardim da Boa Palavra”: a primeira no dia 17, às 16 horas, com Moscatel de Se-túbal, e a segunda dia 24, às 17 horas, com chás aromáticos.

INICIATIVAS

Protocolode cooperaçãoA assinatura do protocolo de cooperação entre o municí-pio e a Associação de Proprie-tários do Barreiro, marcada inicialmente para dia 16, foi adiada para dia 21, às 15 ho-ras, nos Paços do Concelho. O protocolo visa promover “a divulgação dos programas de reabilitação urbana de âmbi-to municipal e nacional, dos incentivos municipais e dos benefícios fiscais incidentes sobre o imobiliário”.

Blues Nightna MoitaAs Blues Nights by BBBF ini-ciam 2015 com um blues mais moderno e urbano, dia 24, às 22 horas, no Fórum José Ma-nuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, com a banda “So What?”. A banda foi formada em 2011 e os seus elementos combinam a grande experiên-cia de Paleka, na bateria, e de Nuno Carvalho, no baixo, com a frescura de Kátia Reis, na voz, e a juventude de Nuno Gon-çalo, na guitarra.

Introdução à História da Arte

A biblioteca de Palmela aco-lhe, de 13 de janeiro a 23 de fe-vereiro, o curso de Introdu-ção à História da Arte em Por-tugal. O programa, a decorrer no horário 18h30/20h00, abrangerá a Antiguidade Clás-sica, Idade Média, Renascen-ça, Maneirismo, Barroco, Neo-classicismo e Romantismo. A ação é orientada por Hélder Cerqueira de Souza, arquite-to de formação, doutorado e professor universitário, com especializações várias em His-tória da Arte.

Joana Reais Ensemble lança CD

O Espaço Animateatro, no Sei-xal, recebe este sábado, às 21h30, o concerto de lança-mento do primeiro trabalho da cantora Joana Reais, A Lis-boa. Um disco dedicado à ci-dade que inspira o grupo, com sonoridades que vão do jazz à música brasileira, do fado ao flamenco e da pop ao blues. Joana Reais é a voz deste pro-jeto, acompanhada por Mú-cio Sá, na guitarra, Miguel Me-nezes, no contrabaixo e An-dré Mota, na bateria.

Câmara no apoio escolar

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CULTURA

Maria Teresa Meireles

DICIONÁRIO ÍNTIMO

UNHA, UNHAR, unhada. Ar-ranhar, riscar, ferir, marcar.

Unha, do latim «ungula» - «lâmina córnea que reves-te a extremidade dorsal dos dedos», garra. Ungulados: unha/casco. A unha da ân-cora; a unha do martelo.

Unhas compridas ou cor-tadas «rentes»; «do sabugo à unha»; unhas curvas, em gancho, lisas, aduncas; re-dondas ou quadradas.

«Fazer as unhas»; unhas de gel; vernizes variados, ta-tuagens. Unhas dos pés e das mãos. Unhas de vamp, ver-melho-vivo. Unha do dedo mindinho maior, uma des-mesura em regressão.

Roer as unhas: sinal de nervosismo. Tique.

Unhas sujas: bactérias, ácaros, células mortas e poei-ras.

Doenças e demências das unhas: micoses e fungos. Do-res e consequências: unhas negras, entalões, pisadelas; unhas encravadas; unhas ar-rancadas.

Fazer algo «sem partir uma unha» não é para todos; defender-se «com unhas e dentes» faz parte da vida e da sobrevivência. Para Ana Hatherly, «O que é preciso é gente / gente com dente / gente que tenha dente / que mostre o dente (…) Gente que enterre o dente / que fira de unha e dente / e mostre o dente potente / ao prepoten-te // O que é preciso é gen-te / que atire fora com essa gente». Unhas e dentes, cer-teiros.

Escapar «por uma unha negra»; «untar as unhas a al-guém» - as unhas e os peri-gos da vida.

Popularmente se assume que «Cunhadas são unha-das» e se avisa que só «quem tem unhas toca guitarra»; que é preciso saber-se tudo «na ponta da unha»; que há quem seja «unha com carne» e isso é bom, mas que se deve evi-tar a todo o custo ser um «unhas de fome».

«Deitar as unhas de fora»: deixar vir ao de cima a gar-

ra da fera ancestral; «enter-rar/meter a unha»: vender por preço exorbitante. «Dar à unha» - trabalhar árdua e aceleradamente.

«Desunhar-se» por algu-ma coisa: perder por vezes mais que as unhas de tanto tentar.

«Unhas-de-gato» ou «unha-do-diabo»: planta me-dicinal com propriedades an-ti-inflamatórias utilizada no tratamento de doenças reu-máticas. A semelhança da planta com o órgão segue os princípios da chamada ma-gia «simpática».

Cortar as unhas (tal como cortar o cabelo) não impli-ca dor: a partir do momen-to em que se cortam, tornam--se outra coisa que já não nós - mas ainda nós. No imagi-nário da magia, as unhas são excrescências sobre as quais se pode agir, à semelhança do que sucede com o cuspo, a pele ou o cabelo.

Limar as unhas – som afli-tivo, próximo do som do giz no quadro.

Cortar as unhas: o som do corta-unhas nos trans-portes públicos – o mau-gos-to generalizado.

Cortar as unhas a um re-cém-nascido: a fragilidade de um ser ainda não dotado de garras - as unhas moles como pétalas transparentes.

Unhas são defesa. Unhas são ataque. Unhas e garras. Cortar as unhas aos gatos é retirar-lhes a animalidade. Crueldade maior: arrancar--lhes cirurgicamente as unhas/garras.

Unhada – a violência ge-ralmente associada ao feli-no e ao feminino? Unhas afia-das, afuniladas, ínfimas ou infinitas – cravadas em ima-ginários de fêmea fera. A unha crava-se na carne, a garra afunda, (a)profunda, carne adentro, a um tempo.

Nas extremidades do cor-po a unha: lâmina, liminar, limiar.

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UNHA

Programação da CTAquer provocar inquietação

VINTE E oito peças de teatro, qua-tro das quais em estreia, onze es-petáculos musicais e sete de dan-ça compõem a programação de 2015 da Companhia de Teatro de Almada (CTA), apresentada recen-temente no Teatro Municipal Joa-quim Benite.

“Mauser”, do dramaturgo ale-mão Heiner Müller, numa ence-nação de Matthias Langhoff, an-tigo codiretor do Berliner Ensem-ble, e a tradução de Sophia de Me-llo Breyner Andresen de “Hamlet”, de Shakespeare, dirigido por Luís Miguel Cintra, numa co-produção da CTA com o Teatro da Cornu-cópia, são duas das quatro estreias da temporada da CTA, anuncia-das pelo seu diretor, Rodrigo Fran-cisco. “Mauser” estreia em Maio e “Hamlet” tem antestreia no 32.º Festival de Almada e estará depois em cena no Teatro Joaquim Be-nite em Outubro e Novembro.

As outras duas são “A tragédia otimista”, de Vsevolod Vichnievk-si, com encenação de Rodrigo Fran-cisco a estrear em dezembro, al-tura em que também subirá ao pal-co do Teatro Joaquim Benite a pro-dução “Pastéis de nata para Bach”, uma dramaturgia de Pedro Proen-ça e Teresa Gafeira para o públi-co mais jovem.

A programação de 2015 conta com um apoio do município na ordem dos 175 mil euros para os espetáculos acolhidos no Teatro Joaquim Benite. A DGArtes man-tém, desde 1997, o financiamento da atividade da CTA com 400 mil

euros, incluindo o Festival de Al-mada, enquanto o município apoia a atividade da companhia com 200 mil euros.

No teatro, os destaques vão para a presença dos Artistas Unidos e da companhia espanhola Não d´Amores, de Segóvia, entre outras

companhias de vários pontos do País. Nos concertos, Rodrigo Fran-cisco destaca a Orquestra Gul-benkian e a Orquestra de Câmara Portuguesa, o Coro Juvenil de Lis-boa e a Orquestra Filarmónica Me-diterrânea. Na dança, os realces vão para a presença dos coreógrafos Clara Andermatt, Miguel Moreira

e Victor Hugo Pontes. Rodrigo Francisco deposita «boas

expetativas» na programação des-te ano, sublinhando que a intenção é «propor ao público um conjunto de espetáculos que inquietem e sus-citem reflexões e que proporcionem um prazer inteligente».

Nos preços dos bilhetes, é de registar um decréscimo para os membros do Clube de Amigos, que, além da entrada gratuita em to-dos os espetáculos da CTA, têm ainda um desconto de 50 por cen-to em todos os espetáculos aco-lhidos e 40 por cento de descon-to para os seus acompanhantes.

A CTA tem atualmente em cena, na sala principal, até 8 de feverei-ro, a peça “Kilimanjaro”, a partir da obra de Ernest Hemingway.

Apoio da DGArtes não sofre aumento desde 1997

Rodrigo Francisco e Joaquim Judas, durante a conferência de imprensa

DR

Texto António Luís

A JOVEM escritora alcacerense Rute Canhoto acaba de lançar o seu mais recente livro intitulado “Redimidos”, que é a conclusão da trilogia “Perdidos”. A história tem como palco a cidade de Alcácer do Sal, mais propriamente no San-tuário do Senhor dos Mártires, onde a jovem Mariana «irá conhecer o desfecho da sua batalha pessoal contra o sobrenatural», conta a au-tora, que já editou cinco livros, no-meadamente “Almira, a Moura En-cantada” (2008), “Clara e o Natal” (2009), “Perdidos” (2012), “Esque-cidos” (2013) e “Redimidos” (2014).

A autora, que desde muito nova sente paixão por histórias, volta a apostar numa edição de autor, dado

que as editoras lhe comunicaram que o mercado «está saturado des-te género de livros». Através da edi-ção de autor, Rute Canhoto con-fessa: «Assim, preservo os direitos de autor e posso avançar livremen-te com a sua tradução para inglês e apostar no mercado externo».

A trilogia “Perdidos”, que se destina a jovens entre os 12 e os 18 anos, está a ter uma boa recetivi-dade por parte do público. «En-contrei várias pessoas que fica-ram fãs e que me têm dado um grande apoio, facto por que estou muito grata», frisa.

DGArtes não aumenta apoio desde 1997

Escritora alcacerense tem 30 anos

DR

O Teatro Estúdio Fontenova repõe a peça “Trilogia Whitman - Capítulo II Sauda-ção” a 23 e 24 deste mês, às 21h30, e a 25, às 17 horas, no Forum Luísa Todi, em Se-túbal. Esta viagem em forma de trilogia

começa no capítulo II com o recentemen-te descoberto texto integral “Saudação a Whitman”, de Álvaro Campos. No dia 23, às 16 horas, há sessão para as esco-las mediante marcação.

O TAS está a promover Workshop’s de Teatro no Teatro de Bolso, com orienta-ção da atriz Célia David. Ainda estão aber-tas as inscrições para esta ação que ar-ranca já este sábado, pelas 15 horas, e

prolonga-se até Março. Os interessados terão de ter mais de 15 anos e as aulas de-correm às quartas e sábados, das 18 às 20 e das 15 às 17 horas, respetivamente. O Workshop tem um custo de 40 euros.

Fontenova repõe trilogia Whitman Célia David dá aulas de teatro

A programação, que inclui a estreia de quatro peças de teatro, promete qualidade, diversidade e inteligência. Município investe 175 mil euros nos espetáculos de acolhimento.

Rute Canhoto encerra trilogia “Perdidos”

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17Sáb

ado

Percussão entre amigosO grupo Vasco Ra-malho & Amigos dá um concerto de percussão, o qual conta com a participação espe-cial da Orquestra de Sopros, sob a regência do Mae-stro Luís Moreira Silva. Auditório de Alcácer do Sal, 16 horas

17Sába

doConcerto que une povos

A banda El-Rey, composta por Stefan Lechner (Áustria),

Fernando Haro (Espanha), Tiago Tomaz (Portugal), Tiago Lopes

(Portugal), Mukyo Zaiko (Congo) e Ângela Papa (Portugal) dá

um concerto com músicas que aproximam pessoas de culturas

diferentes. “Os Loureiros”, Palmela, 21h30

Leituras encenadas“Histórias de Corpo Inteiro” são leituras encenadas dedicadas aos mais pequenos. Duas atrizes usam todos os seus recursos e objetos do imaginário cultural nacional para dar vida a alguns contos populares portugueses. Cada crian-ça ou grupo de crianças deve ser acompanhado por apenas um adulto. Teatro Joaquim D’ Al-meida, Montijo, 16h30

Ópera famosa de MozartO Atelier de Ópera da Metropolitana apresenta a ópera “Don Giovanni”, uma das mais famosas de Mozart. Os cantores são acompanhados pela Orquestra Metropolitana de Lisboa e pelo Coro de Câmara Lisboa Cantat. Forum Luísa Todi, Setúbal, 21 horas

O encontro do “Leitura às Quintas” vai contar com a presença do humorista Jorge Serafim, que apresentará o livro “Não Há Seda nas Lembranças”. A obra do humorista de Beja percorre as invasões francesas, as lutas liberais, a guerra civil de Espanha e a guerra colonial, através do cruzamento de vidas e histórias das várias personagens retratadas.Biblioteca Bento de Jesus Caraça, Moita, 21 horas

17Sába

do

18Dom

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22Qu

inta

Serafim apresenta livro

“ABSENCE” É o novo álbum de Carlos Martins, saxofonista, com-positor e professor de música, que começou a estudar música e a to-car clarinete na Banda Filarmóni-ca de Grândola.

Após um longo período de afas-tamento, que incluiu outras para-gens musicais, “Absence” marca o regresso de Carlos Martins às lides musicais.

Este seu sétimo álbum, uma «de-dicatória de amor a Bernardo Sas-setti e ao seu inspirador talento como

homem e artista», privilegia os te-mas simples e melódicos, acompa-nhados por um intenso ambiente emocional. «É uma ode aos silên-cios, aos momentos de contempla-ção e à busca da espiritualidade in-terior», sublinha Carlos Martins.

“Absence” surge 6 anos depois de “Água” ter sido considerado o melhor CD de jazz nacional de 2008. Carlos Martins é o diretor artísti-co dos Sons da Lusofonia, que pro-grama a Festa do Jazz e o Lisboa Mistura. Estudou música em Grândola

DR

Carlos Martins regressa com “Absence”

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Ganhes convites duplos para “Amor e Informação”TEMOS 6 convites duplos para oferecer aos nos-sos leitores para irem dia 22, às 21h30, ao Teatro Aberto, em Lisboa, assistir à representação da peça “Amor e Informação”, de Caryl Churchill, com en-cenação de João Lourenço.

“Amor e Informação” é uma peça caleidoscó-pica, fora do vulgar, que propõe uma reflexão so-bre o modo como lidamos com a informação, o amor, os afetos, a memória e a privacidade no mo-mento presente, profundamente marcado pela tec-nologia e pelas ligações digitais que se estabele-cem na sociedade contemporânea. «Há um alerta latente nesta peça em relação ao que está a acon-tecer à nossa memória com a evolução da tecno-logia, mas também às relações entre as pessoas. É uma reflexão sobre este mundo hiperinformado

em que vivemos e sobre o lugar do amor e dos afe-tos na sociedade atual globalizada», refere o dire-tor Francisco Pestana, que acrescenta que a peça está a ter «grande recetividade» por parte do pú-blico, uma vez que o texto é «muito fora do comum em termos dramatúrgicos. São apresentados ao espetador 54 quadros, de curta duração, que são pequenos excertos de vida que abordam vários te-mas».

A peça está em cena de 4.ª a sábado, às 21h30, e domingo, às 16 horas, e conta com as interpreta-ções de Ana Guiomar, Carlos Malvarez, Cristóvão Campos, Francisco Pestana, Irene Cruz, João Vi-cente, Marta Dias, Marta Ribeiro, Melim Teixeira, Patrícia André, Paulo Oom, Rui Neto e Teresa So-bral. Ligue 918 047 918 e ganhe convites.

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POLÍTICA

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Autarquia prepara-se para inaugurar obras perdidas dos fundos comunitários

AS TRÊS obras que a Câmara Mu-nicipal do Montijo conseguiu re-cuperar do conjunto de interven-ções ao abrigo dos fundos comu-nitários que tinham sido perdidas durante o antigo executivo estão a meses da finalização.

Nuno Canta, presidente da au-tarquia realça que a população vai perceber o grande esforço que o actual executivo fez em recupe-rar os fundos comunitários. «Es-tas obras não podem ser vistas como intervenções que estão em atraso já que enquanto vereador das obras municipais fui respon-sável pelo seu planeamento e ago-ra enquanto presidente orgulho--me de as inaugurar», frisa o au-tarca.

Desde a plenitude atingida na resposta ao pré-escolar no Montijo, passando pela corre-ção no que diz respeito às aces-sibilidades ao mercado munici-pal, ao impulso no turismo que a requalificação da frente ribei-rinha vai trazer ao concelho, as obras vão permitir a que o Mon-tijo se torne num local «ainda

mais atractivo para viver», de-pois de tal ter sido espelhado nos últimos censos.

O Jardim de Infância do Alto Estanqueiro surge como um novo equipamento da rede pré-esco-lar do concelho, que tem prazo de conclusão previsto para abril. O investimento de 270 mil euros consiste na reconversão da an-tiga Escola Básica do Alto Estan-queiro. Aproveitando-se toda a estrutura do edifício de estilo Pla-no Centenário, estão a ser cria-dos novos espaços para acolher duas salas de pré-escolar com a

capacidade para 25 crianças cada. «Em 1998 existia apenas um pré--escolar no Montijo que não res-pondia à procura no Montijo. Hoje os jovens pais podem ter a cer-teza de que não têm de deixar os filhos noutro concelho», Expli-cou Nuno Canta num périplo com jornalistas.

Na frente ribeirinha, a obra de requalificação da Rua Miguel Pais tem data previsível de con-clusão para final deste mês e um investimento de cerca de 87 mil euros. A obra encontra-se na fase final de pavimentação e preten-de a valorizar funcional e estéti-ca daquela zona junto ao rio. So-bre esta intervenção, Nuno Can-ta refere que «a população pode

esperar mais espaço para espla-nadas, vias de acesso melhora-das e maiores condições para a realização de actividades dina-mizadoras da cultura que atraiam turistas».

Por último, a obra de reabili-tação do Mercado Municipal, cujo investimento é o de maior enver-gadura, com um orçamento na ordem dos 682 mil euros e con-clusão perspetivada para Maio. A obra contempla a reabilitação integral da zona das frutas e le-gumes, a repavimentação do es-paço da peixaria, a construção de acessos para a circulação de pessoas com mobilidade redu-zida, a remodelação da rede de esgotos, água e eletricidade, a va-lorização estética exterior, entre muitos outros aspetos. O presi-dente da autarquia montijense assegura que «o espaço vai ter nova dinâmica, melhores e mais justas condições de trabalho para todos e colmatar a falta de aces-sos às pessoas com mobilidade reduzida».

O antigo plano que foi retira-do pelo Governo ao Montijo por falta de cumprimento de prazos no arranque para as obras consis-tia numa comparticipação de 55 por cento, algo que aumentou em dez por cento e permite uma pou-pança avultada aos cofres da edi-lidade. Por outro lado, a obra na Praça Gomes Freire de Andrade não foi recuperada mas continua nos planos da câmara municipal para o futuro, bem como a recu-peração da Casa da Música Jorge Peixinho.

Câmara do Montijo com intervenções urbanas prepara novo ciclo de investimento

A autarquia diz ter conseguido recuperar três obras do conjunto de intervenções ao abrigo dos fundos comunitários que tinham sido perdidas durante o anterior mandato.

Texto Rogério Matos

Novas intervenções na zona ribeirinha

O presidente, Nuno Canta, explica à imprensa intenções da autarquia

Socialistas debatem políticas educativas no TorrãoA SECÇÃO do Torrão do Partido Socialista organiza neste sábado, dia 17, a partir das 15 horas, na So-ciedade 1.º de Janeiro Torranen-se, o debate “Políticas Educativas e Profissão Docente - Desafios da Mudança”. Esta iniciativa visa con-tribuir para a reflexão em torno de questões como a organização da rede, a autonomia e a munici-palização da gestão escolar. Serão também abordos os modelos de contratação, a organização da car-reira e os processos de avaliação dos professores.

A sessão de abertura, ficará a cargo da vice-presidente da ban-cada parlamentar do PS, Ana Ca-tarina Mendes. Segue-se depois o primeiro painel dedicado à pro-fissão docente que contará com a participação de João Couvanei-ro, Augusto Pascoal, Serafim Ino-cêncio e será moderado por Célia Peralta. Já o segundo momento de debate inclui intervenções de Sér-gio Paes, José Joaquim Leitão e Duarte Lynce Faria. A moderação está a cargo de Isabel Vicente, pro-fessora e vereadora da Câmara Municipal de Alcácer do Sal. O en-cerramento da conferência será feito por Fernanda Ramos, presi-dente da Fundação Alentejo.

BE ‘obriga’ ministro a dizer não a centro de Saúde O MINISTRO da Saúde, Pau-lo Macedo, diz que de mo-mento «não é oportuna» a construção de uma nova Unidade de Cuidados de Saú-de Personalizados na Baixa da Banheira, apesar de o edi-fício, de 4 andares, onde está instalada a atual unidade, possuir «difícil acesso e es-paços com áreas reduzidas».

A resposta do ministro surge no âmbito do reque-rimento apresentado na As-sembleia da República pe-los deputados bloquistas Mariana Aiveca e João Se-medo que pediram justifi-cações ao Governo sobre o desconhecimento da data de construção de uma nova unidade de saúde na Bai-xa da Banheira.

Contudo, Paulo Mace-do realça que aquela uni-

dade tem vindo «a receber obras de manutenção/be-neficiação por forma a su-prir as deficiências exis-tentes e facilitar a melho-ria da acessibilidade dos utentes e as condições de trabalho aos profissionais de saúde».

De acordo com o Go-verno, a UCSP da Baixa da Banheira tem inscritos 27 870 utentes dos quais 22 262 são frequentadores.

Para Mariana Aiveca, o BE considera «essencial que esta população possa ace-der aos cuidados de saúde de proximidade de que ne-cessita e aos quais tem di-reito, como tal, é necessá-rio aferir quando vai ser disponibilizado este cen-tro de saúde à população da Baixa da Banheira».

PSD Montijo queixa-se contra autarcas do PSO PSD do Montijo apresen-tou uma participação no Mi-nistério Público e na Inspe-ção-Geral de Finanças para que estas entidades averiguem da legalidade dos atos prati-cados pelos autarcas do PS, designadamente os presiden-te do município, Nuno Can-ta, e da Junta do Montijo--Afonsoeiro, Fernando Caria.

Os social-democratas ex-plicam que, ao que tudo in-dica, o presidente da autar-quia, bem como os vereado-res socialistas, o presidente da Junta de Freguesia e res-tante executivo, usaram o au-tocarro da Junta durante um passeio a Castelo de Vide.

«Nesse passeio não só par-ticiparam, aparentemente, os referidos autarcas como fa-miliares e amigos, quase to-dos ligados ao PS», referem,

acrescentando que o almo-ço terá sido «igualmente pago pela Junta de Freguesia, num valor a rondar os 500 euros».

O PSD Montijo acusa Fer-nando Caria de transformar a Junta de Freguesia do Mon-tijo-Afonsoeiro «num verda-deiro quiosque da Câmara Municipal, sem autonomia e sem rumo, não defendendo os montijenses».

«Os autarcas do executi-vo PS e da CDU tentam aba-far o ocorrido e impediram, por exemplo, que os autar-cas do PSD na Assembleia de Freguesia averiguassem da utilização do autocarro», apontam ainda.

O PSD Montijo exige «to-tal transparência na utiliza-ção dos bens públicos espe-cialmente em momentos de crise e de tantas privações”.

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DESPORTO

ÁFRICA, EM todas as suas ver-tentes e muito variadas regiões está sempre presente no futebol nacional.

Neste dealbar de 2015 o pe-queno país que é a Guiné Equa-torial (antiga Fernando Pó por-tuguesa) há um contingente de jogadores africanos de bom ní-vel que, solicitados pelos seus países de origem, rumam até Ma-labo para actuar no campeona-to das Nações de África.

Quando pensamos na valia do contingente de jogadores de raízes africanos que tem rotun-dos sucessos em Portugal, - Eu-sébio, Matateu, Coluna, Vicen-te, Hilário etc…- apetece-nos re-

ferir o caso notável do Sporting que, nas suas duas equipas pro-fissionais, A e B, beneficiou das qualidades futebolísticas de nada menos do que 15 jogadores, des-de Nani a Riquicho e Enoh. E nas equipas jovens, júnior, juvenis e iniciados, os “leões” contam com perto de uma vintena de candidatos a “craques”, africa-nos de origem ou de 2ª e 3ª ge-rações europeias, mas de raízes continentais.

Na academia do Sporting, em Alcochete, na condição de resi-dentes, com elogiável apoio so-

cial, há uma boa quantidade de muito jovens africanos, a partir dos 13 anos de idade, com o meu particular amigo Aurélio Perei-ra na liderança de um tão inte-ressante projecto.

Pois bem: em muito recente visita a Angola (Luanda), o Pre-sidente do Clube, Dr. Bruno de Carvalho soube do sucedido com o muito jovem “Ary café”, joga-dor do 1º de Agosto, suspenso por 10 meses por muito feia e irre-flectida atitude para com o árbi-tro que o expulsava. Considera-do um jogador bastante esperan-çoso motivou o dirigente leoni-no a trazê-lo para a Academia, mantendo-se activo em treinos e candidatando-se, assim, à trans-ferência para o Sporting em Se-tembro de 2015.

Boa a intenção e gira a histo-rieta de “Ary café”.

E cá vai a 2ª historieta pro-metida tendo o cabo-verdiano Kuca, do Estoril Praia como per-

sonagem principal. Internacio-nal pelo seu país, a cumprir uma boa temporada, Kuca emocio-nou-se com o flagelo que asso-lou a Ilha do Fogo, em Cabo Ver-de, e decidiu usar uma simples “t-shirt” com os elogiáveis dize-res de “Ajudem a ilha do Fogo”, fomentando a convicta esperan-ça de oportunidade para uma tal

mensagem. E ela surgiu, ao mar-car um bom golo, com conseguin-te euforia.

E foi então que Kuca levan-tou a camisola amarela do Esto-ril Praia e exibiu o apelo aprova-do na “t-shirt”.

Todo o público entendeu, os companheiros abraçaram-no, Kuca ter-se-á sentido feliz. Mas…

As reticências magoam! O ór-gão judicial da F.P.F, ao tomar co-nhecimento dessa simbólica ocor-rência, consultando rígidos “ca-nhanhos” desumanizados deci-diu castigar o cidadão cabo-ver-diano Kuca com perto de 4000 euros e um pagamento extra de 200€.

Dizem que a justiça é cega mas às vezes também é vesga ou míope.

A rígida interpretação do su-cedido suscita total discordância. Que estupidez – apetece-nos di-zer. E bem gostaríamos de não ter escrito esta historieta de um tão bem intencionado africano.

Duas historietas de africanos

David SequerraColaborador

Pontuar contra o Braga para esquecer desaires

O VITÓRIA de Setúbal recebe este domingo, às 16 horas, o Sporting de Braga, em jogo a contar para a 17ª jornada da I Liga. Um en-contro que se reveste de espe-cial importância face aos resul-tados obtidos pelos sadinos nos últimos jogos. A equipa conse-guiu apenas quatro triunfos e dois empates nos dezasseis jogos rea-lizados. O score de golos tam-bém não é famoso, tendo o con-junto de Domingos Paciência con-seguido marcar apenas dez ten-tos e sofrido 27. O afastamento da Taça de Portugal e o empate consentido frente ao Belenenses nos últimos minutos da partida para a Taça da Liga, a juntar à má campanha no campeonato, es-tão a deixar os adeptos à beira de um estado de nervos.

A contestação ao treinador, e também à direção do clube, tem sido uma constante nos últimos tempos, em especial nos fóruns de discussão online, com especial des-taque para as redes sociais. Os maus resultados em toda a linha com-petitiva, a incapacidade da equi-pa dar a volta por cima e as expe-

tativas criadas no início da época com a contratação de Domingos Paciência tem servido de mote para que os exigentes adeptos sadinos critiquem a forma de atuação dos jogadores.

Ainda assim, Domingos ad-mite que a pressão é uma cons-tante na vida de um treinador e que está preparado para a supor-tar e confiante de que a situação vai melhorar. Depois do empate frente ao Belenenses, esta quar-ta-feira, para a Taça da Liga, com-petição que os sadinos venceram na primeira edição, Domingos explicou que os treinadores se habituam a lidar com a solidão e com a pressão, especialmente

porque nas derrotas «estão so-zinhos» e porque os adeptos dos clubes exigem sempre mais e me-lhor. «Continuo a trabalhar, acre-ditando que será possível melho-rar», garante o técnico que assu-miu há dias que o grande objeti-vo do Vitória é fazer uma boa cam-panha no Campeonato e garan-tir a manutenção.

Nos últimos anos, os adeptos do Vitória têm vivido de máquina de calcular nas mãos a fazer con-tas nas jornadas finais da Liga com o objetivo de não descer. A época passada foi a exceção num longo período de contabilidades difíceis em que, nem sempre, o clube de-pende de si mesmo, mas dos de-

saires de terceiros.Esta época, a massa associa-

tiva estava confiante de que o clu-be conseguiria fazer um campeo-nato tranquilo, mas os resultados teimam em não aparecer. O jogo contra o Braga, equipa que ocupa o quinto lugar na tabela com 28 pontos, o dobro dos conquistados pelo Vitória, pode ser um momen-to de viragem. Mais uma derrota em casa pode ser o fim da carrei-ra de Domingos Paciência no Bon-fim.

No último encontro entre as duas equipas, no Bonfim, a época passada, registou-se um empate a uma bola, depois do Vitória ter estado a perder por um a zero.

O Vitória de Domingos Paciência tem agora pouca margem de manobra por parte dos adeptos sadinos

DR

Câmara protocola gestão do Complexo Municipal de Atletismo

A CÂMARA Municipal aprovou em reunião pública a celebração de um protocolo com a Associa-ção de Atletismo de Setúbal para regular a gestão do complexo mu-nicipal de atletismo.

O objetivo deste protocolo visa melhorar a gestão daquele espaço desportivo, dinamizando a prática de atletismo através do apoio aos clubes do concelho.

Assim, o acordo a celebrar entre as duas partes tem como finalidade a utilização do equipamento de for-ma mais eficaz quanto à organiza-ção de eventos de âmbito regional, nacional e internacional em regime de estágios e provas oficiais.

O acesso ao complexo munici-pal, bem como a utilização das ins-talações por parte dos clubes de atle-tismo do concelho será facilitado, ficando estes isentos do pagamen-to de qualquer taxa adicional.

A pista de atletismo de Setúbal é utilizado para treinos de grande parte dos clubes que se dedicam à prática da modalidade assim como para competições não só de despor-to federado como também de des-porto escolar.

Os resultados do Vitória estão a pôr os sadinos à beira de um ataque de nervos e o técnico Domingos Paciência sob fogo serrano. O encontro com o Braga, este domingo, pode atenuar estragos.

Durante o mês de Janeiro vários con-celhos do distrito recebem as elimi-natórias dos corta-matos escolares, cuja final regional se realiza nas Man-teigadas, em Setúbal, no dia 11 de Fe-

vereiro.A final regional do corta-mato esco-lar reúne centenas de atletas, dos vá-rios escalões, naquela que é conside-rada uma festa do desporto.

As inscrições para a edição 2015 do Sesim-bra Summer Cup – Torneio Internacional de Futebol e Futebol de Praia Infantil já es-tão a decorrer a bom ritmo.Este ano, o torneio terá lugar entre os dia

24 e 28 de junho e é aberto aos escalões de Sub.9, 10, 11, 12, 13 e 15, bem como a Sub.19 Femininos. A Sesimbra Summer Cup alia à prática des-portiva a promoção turística do concelho.

Mês dos corta-matos escolares no distrito Inscrições abertas para a Sesimbra Summer Cup

“ ... E foi então que Kuca levantou a camisola amarela do Estoril Praia e exibiu o apelo aprovado na “t-shirt” ... Kuca ter-se-á sentido muito feliz.

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NEGÓCIOS

Porto de Setúbal supera barreira dos 100 mil TEU

AS ESCOLAS do distrito de Setúbal exibem o terceiro pior desempenho do país nas notas dos exames do 12.º ano, com taxas de re-tenção e desistência que su-peram os 40% dos alunos. Os dados são oficiais e fo-ram agora revelados pelo próprio Ministério da Edu-cação e Ciência através do novo Portal InfoEscolas. Uma plataforma online que mostra o que se passa em cada um dos 587 estabele-cimentos de ensino do país com alunos matriculados em cursos científico-huma-nísticos. Apenas Bragança

supera Setúbal.A elaboração do ranking

reporta-se ao ano letivo de 2012/13, sendo o último de que há dados disponíveis, segundo diz a tutela, exibin-do um quadro relativo aos últimos três anos no qual a península segue sempre a mesma tendência, nunca conseguido abandonar a cauda do débil desempenho escolar, com valores supe-riores à média nacional.

Com uma percentagem sempre acima dos 40 pon-tos, o distrito até exibe mais fragilidades a Português do que a Matemática, segundo os indicadores de desempe-nho. Um deles mostra, por exemplo, o indicador da pro-

gressão relativa a cada es-cola nos exames do 12.º ano, com as notas que os mes-mos alunos haviam obtido, três anos antes, nos exames de 9.º ano destas disciplinas.

Assim sendo, na Mate-mática os alunos da região conseguem mesmo estar en-tre os valores médios do país, mas no Português ficam-se pelo vermelho entre 2010/11 e 2011/12, melhorando ape-nas no ano letivo passado.

E o que poderá estar na origem do pouco aprovei-tamento escolar no distri-to? Carlos Martins, profes-sor com quase 30 anos de ensino entre as escolas de Setúbal, Moita e Seixal, aler-ta que estes resultados de-verão ser analisados «com grande cautela, porque, caso contrário, continuarão a ser só números e estatísticas e o ensino público tem que ser bem mais do que isso».

O mesmo professor, que é dirigente de uma estrutu-ra sindical, mas que prefere

falar ao Semmais em nome individual, reconhece que «o distrito tem características muito próprias, que tornam alguns alunos mais vulne-ráveis», dando o exemplo de pais que trabalham em Lis-boa, saindo cedo de casa onde regressam apenas à noi-te, ficando os filhos entre-gues a si próprios. «Como é que vamos incentivar estes miúdos a estudar? Alguns nem sempre vão à escola. A Moita e o Seixal, mais do que Setúbal, têm situações mui-to complexas», sublinha.

Já Júlio Dias, também do-cente em Sesimbra, diz que a divulgação destes dados corre o risco de cometer al-gumas injustiças, sublinhan-do que não refletem todo o trabalho que a escola públi-ca desenvolve com os alu-nos. “Ali não estão quantifi-cadas as ações de apoio à educação especial, às artes e a todos os que precisam, sejam bons ou maus alunos, sejam ricos ou pobres”.

2014 foi um ano histórico para a plataforma portuária de Setúbal com crescimento em todas as áreas

PORTOS A plataforma portuária de Setúbal fechou um ano histórico, com aumento de carga movimentada, uma subida vertiginosa nos contentores e um aumento consolidado nas exportações, que já valem 67 por cento.

Texto Anabela Ventura

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Soflusa ‘em fusão’ com outros operadores ganha novo conselho de administração

RUI LOPES Loureiro foi no-meado pelo Governo para liderar o conselho de ad-ministração da Transtejo/SOFLUSA, operadora da travessia do Tejo, em acu-mulação com a Carris e Me-tropolitano de Lisboa. A restante equipa é compos-ta por Pedro Gonçalo de Brito Aleixo Bogas, Tiago Alexandre Carvalho dos Santos, Maria Manuela Bru-no de Figueiredo e José Rui Roque.

A nova administração

tem como principal priori-dade dar concretização ao lançamento do processo de subconcessão da operação destas empresas a entida-des terceiras, o que deverá concretizar-se em 2015, o que exigirá das mesmas um esforço adicional na imple-mentação de medidas su-plementares e de ações ino-vadoras no âmbito da sua atividade que permitam um aumento da receita opera-cional, permitindo compen-sar, pelo menos parcialmen-

te, o referido apoio financei-ro que o Estado vinha assu-mindo.

No quadro de uma ad-ministração comum, de in-tegração das quatro empre-sas, este objetivo será mui-to facilitado, permitindo im-portantes ganhos de eficiên-cia e de aumentos de pro-dutividade, mas, também, a obtenção de vantagens para o mercado, que disporá de novas soluções mais inte-gradas e mais sustentáveis de mobilidade urbana.

Alentejo no top dos destinos mundiaisO ALENTEJO está entre os 50 destinos mundiais suge-ridos pelo The New York Ti-mes para visitar este ano, ao lado de grandes referências nas rotas turísticas interna-cionais, como Singapura, Durbam, Florida, Tanzânia, Sri Lanka, Adelaide, Cam-peche ou Greenland.

O jornal de referência norte-americano destaca os vinhos , a gastronomia ou o céu estrelado como marcas singulares do destino, lem-brando ainda um conjunto de unidades de alojamento da região, entre as quais a Herdade da Comporta, em

Alcácer do Sal.Nos últimos tempos o

destino Alentejo tem vindo a ser eleito por diversos pe-riódicos nas suas secções de turismo, o que coloca a re-gião num patamar de exce-lência. Na semana passada, por exemplo, o Ecorkhotel, situado em Évora, foi dis-tinguido pela revista digital designboom para a lista dos dez hotéis e resorts mais sur-preendentes. E, em Dezem-bro do ano passado, o Guia internacional de viagens Rough Guides colocou o Alentejo no top dos desti-nos a visitar em 2015.

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SAÚDE

Saúdis inova com resultados e competência

CRIADA EM 2004, em Setúbal, a Saúdis, clinica de saúde e neuro-logia, é uma unidade de saúde es-pecializada para utentes neuroló-gicos, adultos e crianças. A Saú-dis dispõe de consultas de espe-cialidade de neurologia, neurop-sicologia, terapia da fala e fisiote-rapia, com uma cobertura espe-cializada. A nível nacional, a Saú-dis é uma das duas clinicas exis-tentes e especializadas na área rea-bilitação neurológica. Para além das consultas e dos tratamentos realizados dentro da clinica, a Saú-dis presta cuidados aos utentes no domicílio, e tem como grande mis-são o apoio e a orientação às fa-mílias. “Apesar de ser uma clini-ca privada, pretendemos servir a comunidade. Esta é uma clinica muito centrada no apoio aos fa-miliares no tratar e cuidar dos seus utentes”, refere Ana Isabel Almei-da, fisioterapeuta na Saúdis.

As instalações físicas da Saú-dis, localizadas na Avenida Ma-nuel Arriaga, em Setúbal, têm à disposição dos utentes os equi-pamentos exclusivos e adequa-dos para a sua recuperação, dis-pondo de um estacionamento pri-vativo no mesmo piso da clínica, o que facilita o acesso de pessoas com mobilidade reduzida.

Da Saúdis fazem parte profis-sionais de saúde especializados na respectiva área de intervenção. Ac-tualmente, a Saúdis conta com a colaboração, um neurologista, um terapeuta da fala, um neuropsicó-logo e uma equipa de seis fisiote-rapeutas.

Destes, cinco são especializa-dos na área da neurologia e um especializado em condições mus-culo-esqueléticas. Esta colabora-ção, na área das condições mus-culo-esqueléticas, provém da ar-ticulação com o corpo clínico da Clinica Ortopédica da Algodeia.

Ana Isabel Almeida, licencia-da em fisioterapia e mestre em rea-bilitação neurológica, é o motor da clinica Saúdis e uma das pro-fissionais na área mais conceitua-das a nível nacional e até interna-cional. Para Ana Isabel Almeida, importante será realçar que a Saú-dis está orientada para uma for-mação altamente especializada na

área da reabilitação neurológica, sendo uma clinica referenciada por várias instituições de saúde em Portugal. “No nosso país só existem duas clinicas especifica-mente orientadas para a área de reabilitação neurológica. Estamos a falar de clinicas pequenas, sem internamento. Dada esta escassez, nós tentamos construir uma es-trutura bem assente progredindo à medida que as pessoas nos pro-curam. Embora com uma cober-tura muito regional, temos uten-tes de fora que vêm referenciados por outras unidades”.

Como já foi referido no início da reportagem, na Saúdis é dada

uma atenção especial à família do utente. Nesta clinica encon-tram-se pessoas com várias pa-tologias, como esclerose múlti-pla, parkinson, e outras como Aci-dente Vascular Cerebral (AVC), roturas de aneurismas e lesões vertebro-medulares. Segundo Ana Isabel Almeida, “dada a va-riabilidade das condições clini-cas e da patologia, estes são doen-tes com características específi-cas e, por norma, muito depen-dentes, daí que a família esteja presente nos tratamentos”. Para além do apoio da clinica e dos profissionais, sem o apoio fami-liar a recuperação dos utentes se-

ria muito mais complicada. “Nós temos uma rede de profissionais que dá informação, aconselha-mento e orientação aos utentes e familiares, mas também exis-te a rede de suporte, entre os fa-miliares e os utentes. A partilha de experiencias é igual ou tão mais enriquecedora do que a in-formação que nós podemos dar, porque as famílias é que lidam com as situações e com as dificuldades diariamente. A rede de suporte fa-miliar é essencial na fase de rea-bilitação destes doentes, quer pela troca de experiências, quer pela partilha diária”, sublinha a fisio-terapeuta Ana Isabel Almeida.

Clinica de Saúde e Neurologia de Setúbal dispõe de meios técnicos sofisticados, profissionais de qualidade e muita experiência

Texto Rita Matos

Testemunhos na 1ª pessoa… Isabel Pereira (52 anos) e Francisco Carola (74 anos) são dois utentes da clinica Saúdis. Vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), ambos passaram pelo Hospital de São Bernardo, em Setúbal, e pelo Hospital do Mar, na Bobadela. Co-meçamos por Isabel Pereira. Há dois anos sofreu um AVC que lhe deixou, na al-tura, graves sequelas, tendo a doença atingido o cerebelo. Isabel não conseguia movimentar-se, perdera o equilíbrio, e estar sentada era uma tarefa muito difí-cil. “ Comecei os tratamentos aqui, com a terapeuta Ana Isabel Almeida, fisiote-rapeuta da qual toda a gente por onde passei me falou e, a partir daí, tenho me-lhorado bastante. Hoje, já dou passos e já consigo estar sentada. É certo que con-tinuo a ter dificuldades, mas estou a recuperar. Aqui o tratamento passa sem-pre pela parte neurológica e é aí que esta clinica marca a diferença. Muitas ve-zes procuramos fora e temos o melhor mesmo à porta”, diz Isabel Pereira.Para esta utente, o contato manual da fisioterapeuta Ana Isabel Almeida reve-la toda a sua experiência. É inexplicável. Ela agarra-nos e nós sentimos confian-ça. Ela inspira-nos confiança, sentimo-nos seguros”.Em 2011, Francisco Carola sofreu um AVC. Também ele deixou de andar. De-pois de uma breve estadia no Hospital de Setúbal, seguiu para o Hospital do Mar, onde esteve três meses. Francisco Carola saiu daquela instituição pelo próprio pé, mas carente de tratamentos com vista à recuperação, maior autonomia e a uma melhor qualidade de vida. Após ter iniciado o seu processo de recupera-ção na Saúdis, o senhor Carola, sorridente e bem-disposto, diz estar prestes a vencer a batalha, com o acompanhamento da fisioterapeuta Sandra Rei. “Me-lhorei muito, recuperei grande parte da minha vida. Ainda tenho a recuperar, mas já venci muito com a ajuda destes técnicos tão profissionais e atenciosos”.

FICHA TÉCNICA

Morada: Avenida Manuel Arriaga, nº 9 rc D. 2900-474 SetúbalTlf: 265 536 321 / 911 953 001 Fax: 265 536 312E-mail: [email protected] — www.saudis.ptCorpo Clinico: Director Clinico: Dr. Rui Pedro Guerreiro (Neurologia)Neurocirurgia: Dr. Miguel CasimiroNeuropsicologia: Dr. Nuno PereiraFisioterapeutas: Especialidade Neurologia - Ana Isabel Almeida, Suse Fernandes, Sandra Rodrigues, Maria Pereira, Cecília Vieira.Musculo-esquelética: Rafael Assunpção.Saúde materno-infantil: Sandra RodriguesPediatria: Diana Nobre, Maria PereiraOrtopedia e Traumatologia Desportiva (Clí-nica Ortopédica da Algodeia): Patrice Sacra-mento, Flávio Costa, Rafael Assunção, Jorge Massano e Isa AugustoCardiorespiratório: Maria PereiraTerapia da Fala: Nuno SilvaIncontinência Urinária: Sandra Rodrigues

Projectos futurosNum futuro breve, a clinica Saúdis quer apostar, principalmente, na cer-tificação para a qualidade. “Consi-deramos importante desenvolver pontos que têm a ver com a certifi-cação, quer para a qualidade, quer para a formação, muito especializa-da nestas áreas. Este é o grande pas-so que queremos dar este ano”, avan-ça a terapeuta Ana Isabel Almeida, acrescentando ainda como grande objectivo o “desenvolvimento de parcerias, ao nível da comunidade, e com outras instituições e unidades de saúde”, para a divulgação da fi-sioterapia na área da neurologia.

Família SaúdisO bom ambiente e a relação de proximidade entre utentes e profissionais de saúde é notória para quem vem de fora. Na clinica Saúdis constroem-se laços e para muitos utentes e técnicos esta é considerada uma segunda casa. “Nem sempre as pessoas estão bem-dispostas, mas o facto de virem para um local que lhes é agradável, com características de humanização e de prestação de cuidados com qualidade, faz com que venham com vontade e isso é muito importante para a sua recuperação e reabilitação”, afirma a terapeuta Ana Isabel Almeida. O bom ambiente vivido na clinica é também constatado pelas futuras fisiote-rapeutas. “Há uma grande relação de proximidade entre utentes e utentes e utentes e profissionais”, diz Beatriz Lopes, tal como a colega Cláudia Silva. “Aqui conhecemo-nos todos uns aos outros. Há um ambiente familiar”. Para a utente Isabel Pereira, a Saúdis faz-lhe bem a todos os níveis. “Há uma relação quase familiar entre os utentes e os terapeutas. A terapeuta Ana é a minha psicóloga. É com ela que desabafo. Ela tem sempre uma palavra de âni-mo, um carinho”.

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OPINIÃO

Ficha técnicaDiretor: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redação: Anabela Ventura, Bernardo Lourenço, António Luís, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projeto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. E-mail: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

O terrorismo moderno

JÁ MUITO foi dito, visto e escrito so-bre o tenebroso e assustador ataque ao “Charlie Hebdo”, uma escola de cartonismo que até hoje dividia opi-niões, pela sua marcada e sarcásti-ca linha editorial.

Na verdade, o recheio da publi-cação, como acontece em outras de diversos pontos do mundo ociden-tal, sublinham o livre pensamento le-vado ao extremo e espelho das con-quistas que a liberdade alcançou, con-solidando a livre expressão da im-prensa. Goste-se ou não, é assim. E marca um ponto de viragem no cha-mado ‘raciocínio liberto’ com origem no século XVIII. Lembre-se a luta con-tra a escravidão nos Estados-Unidos da América da anarquista e ateísta Voltairine de Cleyre para se perceber melhor o espírito dos homens e das mulheres que compunham e dese-nhavam o “Charlie Hebdo”.

Mas o centro deste furação que parece agora apoquentar a socieda-de livre está baseada numa confli-tualidade estranha. Não assumo as prerrogativas da eurodeputada Ana Gomes, atribuindo a austeridade como rastilho para a ação assassina dos ter-roristas franco-argelinos, mas não se pode escamotear que o desfalque so-cial que grassa na nossa Europa é le-nha de fácil combustão. E os cami-nhos da selvajaria financeira também nos têm feito perder a cabeça.

Alguns dos pensadores mais au-díveis da atualidade receiam uma compostura ideológica que esbata tudo o que tem acontecido numa mera questão de fanatismo religio-so, que pode, ou se pode!, voltar a dividir o mundo e alterar o rumo da civilização.

Claro que há nestes atos bárba-ros leituras religiosas e fanatismo. Mas há sobretudo terrorismo mo-derno, com causas diversas, mesmo aquelas que defendem que a depau-peração dos tiranos, como Saddam Hussein, Kadafi ou, entre outros, Bashar al-Assad, abriram alas aos crescentes movimentos jihadistas, num caldo de cegueiras que mistu-ra religião, ideologia, cultura, terri-tório e até uma nova ordem basea-da no maniqueísmo mais ancestral.

E o pior é o medo. Tal como em outras sagas da mais pura barbárie, o desafio é seguir em frente, sem dei-xar cair as conquistas civilizacionais. E a educação, a Oriente e a Ociden-te, tem o papel decisivo. Essa é a maior das responsabilidades presentes e fu-turas. O que se ensina, o que se acul-tura, o que se pratica, o que se parti-lha, será sempre a base da constru-ção do ser humano. Essa escala de valores, diversa, em respeito pelos outros, deve ser a base da cartilha es-colástica, a fé e o pensamento racio-nal.

EDITORIALRaul Tavares

SOU DOS que tenho vindo a ser ganho pela consciência da ver-dade das coisas simples. Porque são elas a razão e a essência de tudo o que se faz a nossa vida, o nosso quotidiano. Mas que in-teressa complexizar, para van-tagem dos mais astutos e ardi-losos que, duma forma ou dou-tra, nos comandam ou nos go-vernam. Cada um à sua escala e no ambiente em que vivem ou de que fazem seu modo de vida, tentam tirar partido dum pro-cesso construído na base do en-genho e da dificuldade, quando afinal, se conseguirmos descons-truir essa teia complexa e esse esquema espertalhaço e habili-doso, tudo se resume às premis-sas essenciais do homem e da mulher, enquanto pessoas e as suas necessidades. Essas mes-mas necessidades inatas ou ad-quiridas a quem toma consciên-cia de si próprio e se inclui num universo mais vasto, que lhe re-clama uma vivência em socie-dade onde se foram encaixando exigências diversas, que permi-tem uma vida cordial e respei-tosa entre aqueles que dela ou delas fazem parte.

Numa época em que somos confrontados, constantemente, por arranjos maquiavélicos na

esfera financeira (aquela que de-via ser uma ferramenta auxiliar do primordial funcionamento da economia), mais se torna urgen-te uma reflexão sobre o mundo que criámos, que nos rodeia e do qual fazemos parte como títeres em teatro de fantoches, manipu-lados a belo prazer pelos agiotas da banca. Estes obrigados a in-ventar ganhos através de novos produtos, em que já nada respon-dem às necessidades reais da eco-nomia (vida das pessoas e das empresas), antes reinventando um novo paradigma, que inver-

te a relação essencial entre o que devia ser um mecanismo auxi-liar que facilitasse e potencias-se o funcionamento desse gover-no e a alocação de recursos à vida das pessoas.

A atualidade é dominada pe-las notícias associadas ao con-glomerado do grupo GES/BES. Antes já tinham eco outras tan-tas que se vão esvanecendo no esquecimento coletivo e que dão pelo nome de BPN, BCP, BPP, en-tre outros, todos da mesma es-pécie e arquitetados nos mes-mos fundamentos e métodos as-sociados a off shores, empresas fantasma, empresas veículo, tes-tas de ferro, etc.. São milhões de milhões, somas astronómicas, que nos fazem pagar como se fôssemos nós os atores duma peça macabra com um fim ori-ginal, a que decidiram chamar de ativos tóxicos. Final que se supera nessa tal originalidade de não serem encontrados os culpados, quando têm nome e assinatura e serem por demais conhecidos.

Bem podemos temer que face a esta gritante realidade, a jus-tiça vá evidenciando o seu po-der e se justifique, punindo cri-mes menores a que nos habituá-mos numa relação convivencial na nossa sociedade, não queren-do ou não sendo capaz de con-cluir julgamento e penalizar os faltosos que nos atiraram para uma situação de empobrecimen-to e dependência. Na verdade é

mais fácil deixar uma marca pro-funda e insinuante numa pes-soa que recebeu um presente a título de oferta natalícia, como seja uma garrafa de vinho, do que a quem desviou ou fez de-saparecer num ápice milhares de milhões de euros sem lhes deixar rasto ou lugar.

Li algures uma frase bem elu-cidativa e que originou estas li-nhas, também elas um pouco com-plexas quando as queria simples, escorreitas e claras: “A afirma-ção de que a atual crise é antes de mais uma crise de valores é tão banal quanto verdadeira”.

A natureza humana tem des-tas coisas a que não somos alheios, no encadeamento do que somos e do que aprendemos. Mas mais importante que essa cons-trução de ideias e dessa refle-xão, sobressai a necessidade de nos determos sobre a evidência da frase citada e procurarmos remediar o percurso desta rea-lidade a que chegámos.

Por mais códigos de ética que se façam para cumprimento das empresas e dos seus gestores, tudo será em vão senão estiver-mos possuídos por valores, que não só deviam estar na base da nossa educação e da nossa prá-tica como fazerem parte do nos-so código genético.

Não nos deixarmos confun-dir será um passo necessário, re-clamar a presença de valores é de todo essencial para a nossa vida individual e coletiva.

Uma crise de valores

José António ContradançasEconomista

DESDE A estreia de “Kilimanja-ro”, que reporemos a partir de 23 de Janeiro no TMJB, temos visi-tado as escolas secundárias para conversas com os alunos. No to-tal serão 22 encontros. Os profes-sores emprestam-nos os seus cin-quenta minutos de aula para que vendamos o nosso peixe. Acham que cinquenta minutos a falar da vida de um escritor que acompa-nhou de perto os três principais conflitos bélicos europeus da pri-meira metade do século XX não é uma perda de tempo, quer esteja-mos numa aula de História, Físi-co-Química ou Educação Física. Eu também acho.

Ernest Hemingway conduziu ambulâncias durante a I Grande Guerra, na frente italiana (tendo sido o primeiro americano ferido no conflito); foi correspondente na Guerra Civil Espanhola (tendo colaborado num documentário, The Spanish Earth, narrado por si, para angariar fundos para a cau-sa republicana); e acompanhou o desembarque das tropas aliadas na Normadia, participando na li-bertação da Paris (onde vivera nos anos 20) ocupada pelos nazis.

A forma como este jornalista/escritor viveu cada um destes con-flitos define porventura aquilo que distingue os artistas. Hemingway transformou cada uma dessas ex-periências em Literatura, como se a Arte não pudesse caminhar se-

parada da vida. E quando se está a falar para uma plateia de ado-lescentes, muitos dos quais nun-ca assistiram a uma peça de tea-tro, ou leram um romance (mas vivem na ilusão de que se inscre-vem numa sociedade informada) – quando se vai falar de teatro a uma escola acho que referir a re-lação da Arte com a vida de cada um de nós faz falta. Em cada guer-ra Hemingway não deixa de fazer duas coisas: apaixonar-se e escre-ver um livro.

- Primeira Grande Guerra: a enfermeira Agnes von Kurowski e o romance “O adeus às armas”

- Guerra Civil Espanhola: a jor-nalista Martha Gellhorn, o roman-ce “Por quem os sinos dobram” e a peça “A quinta coluna”

- Segunda Grande Guerra: “Na outra margem, entre as árvores”, o romance, e a paixão com Mary Welsh, a mulher com quem viveu até ao fim da vida.

Os contos e os amores extem-porâneos, não abençoados pelos votos de casamento, não entram nesta contagem.

Os alunos ouvem-nos de boca aberta, riem com as nossas pro-

vocações, espreitam as fotos do Powerpoint que projectamos no quadro. Não há turma em que não haja perguntas, no final. Um rapaz brasileiro (o único que sabia o que era uma epígrafe) dita um título à namorada, que ela anota no tele-móvel. Este intelectual de serviço numa “turma Benetton” da Amo-ra diz-me que lê o Nicholas Spa-rks. Não sei quem é. Eu também lia o Paulo Coelho e a Isabel Al-lende até me levarem pela mão ao Saramago e ao Aquilino. E ao Car-doso Pires (e escrevo “Cardoso Pi-res” e alguma coisa ainda se me enevoa dentro).

Acho que foi mais ou menos por altura do surgimento da líbi-do na minha existência que eu lar-guei a consola do computador para me consolar com os livros. Talvez por isso tenha reparado neste ca-salinho da Amora, que daqui a nada há-de começar a plagiar Neruda, e outros que tais, em SMS cheias de K e asteriscos. E ele nem pes-tajenou quando ela se entusias-mou com o facto de ser o Pedro Lima a fazer de Harry. É amor.

Talvez o “Kilimanjaro” lhes diga alguma coisa.

Hemingway nas escolas

Rodrigo FranciscoDiretor da CTA

“ A forma como este jornalista/escritor viveu cada um destes conflitos define porventura aquilo que distingue os artistas ”

“ Bem podemos temer que face a esta gritante realidade, a justiça vá evidenciando o seu poder, punindo crimes menores”

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EM PRIMEIRO lugar, começo por desejar a todos os leitores e popula-ção do distrito de Setúbal votos de um bom ano, na esperança de que este seja melhor que os últimos, que tantos sacrifícios nos têm exigido.

Infelizmente, 2015 não começou da melhor maneira. As mortes nas urgências e a falta de recursos nos serviços hospitalares têm marcado as últimas semanas, reflectindo os problemas de todo o Serviço Nacio-nal de Saúde (SNS), espelho do esta-do débil do próprio país. Problema antigo e que se repete sistematica-mente todos os anos, no Inverno, a falta de capacidade de resposta dos hospitais públicos atingiu proporções desmedidas no mês de Dezembro, contrariamente à ideia apregoada pelo Governo de que os cortes na saú-de não colocariam em causa o servi-ço. Os resultados eram previsíveis e estão agora à vista, sobretudo por ul-trapassarem, em mais do dobro, a re-dução exigida pela Troika.

A causa de toda esta situação caótica está identificada e pren-de-se, obviamente, com a falta de médicos. A política do Governo pautou-se em não permitir a con-tratação de profissionais de saú-de e impediu um planeamento adequado para fazer face ao pico do Inverno. Ao invés disso, o Exe-cutivo opta por contratar ao mês, à semana ou ao dia, conforme as necessidades imediatas, recruta-mentos esses feitos através de em-presas de trabalho temporário,

sem a existência de qualquer vín-culo. É um negócio de milhões para as empresas contratantes, que está a assustar o país e a le-vantar um grave problema social e, infelizmente, mortal para al-guns. Por outro lado, estas medi-das de restrição orçamental pa-recem uma atitude concertada, por parte do Governo, para aju-dar os grandes grupos empresa-riais de saúde privada, como o Grupo José de Mello Saúde, Es-pírito Santo Saúde e outros, que têm aumentado os seus lucros à custa da degradação dos nossos hospitais e do SNS, no geral.

Em Portugal, já não há garan-tias de prestação de cuidados pri-mários de saúde, direito de todos os cidadãos, consagrado na Cons-tituição e na Lei, e pago através das contribuições dos portugueses, que suportam uma pesada carga fiscal. É a ruptura do sistema, por culpa da austeridade ridiculamente em-bandeirada pela governação, que está a mergulhar o país numa rea-lidade assustadora.

A degradação do serviço nacional de saúde

Francisco CarriçoPresidente da ACISTDS

NO ESPAÇO de Setúbal (da Pe-nínsula) na Festa do Avante! de 2009 recaminhava-se em Expo-sição o 8 de Janeiro do início do ano, assinalado que fora por mais uma acção popular em Lisboa de condenação da ofensiva is-raelita em Gaza, a partir da ini-ciativa do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC). No Expresso de cinco dias an-tes, dia 3, Randa Nabulsi, Dele-gada-Geral da Palestina em Por-tugal, afirmara que «nenhum pa-lestiniano irá aceitar regressar a Gaza em cima de um tanque israelita», um pouco a re-situar aquele deslumbramento, no sen-tido épico da palavra, provoca-do pela quantidade de crianças e jovens da(s) intifada(s) que pe-recem na linha da frente: ali, de facto, voltávamos a dizer, não podia como não pode ser de ou-tra maneira, quando se confir-ma a asserção de Marx e Engels segundo a qual «são as massas que fazem a história».

No palco que com ela, a Ex-posição, um todo se formava, lem-brava-se o Serviço Cívico Estu-dantil nos campos de 1974 e 1975 e a sua complementaridade, em parte, com as Campanhas de Di-namização Cultural do MFA, e Manuel Pires da Rocha, da Bri-gada Vitor Jara, a cantar, por isso antecipou um testemunho seu num livro futuro: «Portugal pa-recia a Tuna do Zé Jacinto tocan-do a Marcha Almadanim, e ali se cumpria o apelo de Manuel da

Fonseca para que se fizesse qual-quer coisa de louco e heróico» – uma Tuna de milhões de traba-lhadores de mangas arregaçadas de que Vasco Gonçalves era o maestro» («Vasco, nome de Abril», página 286, edição da Associa-ção Conquistas da Revolução). «Os jovens das mãos cheias vin-das do campo estariam do lado das pedras levantadas do chão», constava ainda na Festa da Quin-ta da Atalaia, Amora, Seixal (já agora, marcada, este ano, para 4,5 e 6 de Setembro).

Aqui escrevemos há um mês que o Muro de Marrocos há-de cair. Depois, foi assassinado pelo querido dos EEUU, Israel, Ziad Abu Ein, Ministro Palestiniano, Presidente da Comissão da Au-toridade Palestiniana contra o Muro da Separação e os Colona-tos, membro do Conselho Revo-lucionário da FATAH. Mas ainda neste final de 2014, a UE reconhe-ceu «em principio» a Palestina como Estado soberano e o Ha-mas foi banido da lista das «or-ganizações terroristas».

Era uma vez um jornalista que entrevistou Álvaro Cunhal

numa Rádio Local de Setúbal. Or-gulhoso, diz que colocou uma fo-tografia de ambos no facebook, não sei se inconfidenciou (ter-mo inexistente) que nunca sen-tiu «tanta adrenalina» e as «per-nas a tremerem-lhe debaixo da mesa». Emergiu do encontrar-mo-nos que as palavras de Ran-da nos conduziriam ao V Tomo das «Obras Escolhidas» de Álva-ro Cunhal. Cobre os anos de 74 e 75, as páginas finais o período da derradeira resistência a quente à recuperação capitalista, lati-fundista e imperialista, com o MFA subvertido e o golpe do 25 de Novembro em marcha: a 27 de Setembro, o Secretário-Geral do PCP lança a pergunta: «Jul-gará alguém que no novo Portu-gal democrático e revolucioná-rio é possível que sejam os sol-dados a irem ao Barreiro recolo-car os Melos na CUF ou a irem ao Alentejo restituir as terras alen-tejanas aos latifundiários?» (pá-gina 683).

A Tuna era então sujeito do poema «Estradas», do alentejano, que termina em apelo. Também Lenine dissera que a Revolução não era como a longa, longa Ave-nida Nevski, em Leninegrado. A propósito, um pequeno agricul-tor do Penteado (Moita), em con-vívio na sua quintarola mas com os cuidados do ante-25 de Abril, cuidava: «Linhas rectas, só cur-tas». Por isso a reacção há-de an-dar à volta com os valores de Abril, de novo 41 anos depois!

A reacção à volta

Valdemar SantosMilitante do PCP

NO ÚLTIMO artigo que escrevi para este semanário chamava a atenção para as consequências da baixa do preço do petróleo, que nos últimos quatro meses desceu mais de 45%.

Como hoje é possível verificar a baixa do preço do petróleo teve efeitos imediatos nos países pro-dutores, com orçamentos susten-tados em receitas elevadas da ex-ploração do petróleo. Desde logo a Rússia, que viu o rublo desvalo-rizar-se de forma significativa mas também na Venezuela, e vários ou-

tros países africanos incluindo An-gola, cujas receitas assentam em quase 90% no petróleo.

A manter-se a situação nos pró-ximos dois a três anos, como va-ticinou Putin, as consequências a nível global, sobretudo na neces-sidade da diversificação das recei-tas orçamentais nesses países vai

ser um dado incontornável.Tudo tem um verso e um re-

verso como nas medalhas. E por-que é assim os países importa-dores de petróleo, como Portu-gal ficam beneficiados com a per-da do preço do petróleo, porque essa queda beneficia o cresci-mento do produto interno bru-to e a economia.

A baixa do preço do petróleo a nível mundial ocorreu num pe-ríodo em que os E.U.A. e Cuba anun-ciaram ao mundo irem abrir as res-pectivas embaixadas. Este facto político, é da maior importância e tal como a baixa de preço do pe-tróleo tem a ver com a política tra-çada pelo Presidente Obama.

Ao contrário do que muitos

vaticinaram o Presidente Obama reafirma-se na cena internacio-nal como uma personalidade in-vulgar, influenciando com o Papa Francisco, que corajosamente prossegue a sua luta contra a aus-teridade que “mata”, o desempre-go e as desigualdades no mundo, sendo hoje duas das referências mundiais incontornáveis, na de-fesa da Paz e de melhores condi-ções de vida.

A dimensão destas duas per-sonalidades contrasta com a me-diocridade dos dois mais altos res-ponsáveis do Estado em Portugal, no caso o Primeiro-Ministro Pe-dro Passos Coelho e o Presidente da República Cavaco Silva.

Nas intervenções que ambos

tinham na quadra de Natal o pri-meiro previu que 2015 será um ano de viragem, a marcar o crescimen-to, o desenvolvimento e a criação de emprego enquanto o segundo anunciou maiores dificuldades para 2015 do que aquelas que vi-vemos.

Em que ficamos?Do meu ponto de vista com di-

rigentes como estes vamos ficar claramente piores. É por isso que estou optimista para 2015, ano em que o governo da direita sairá de cena e também aquele em que o Presidente Cavaco Silva se prepa-ra para também sair dela.

No plano interno o balanço de 2014 é mesmo triste.

Um balanço triste

Vitor RamalhoAdvogado

POR MUITO cultos que sejamos, temos sempre a tendência para a usar certas palavras com mais frequência do que outras e isto não tem nada de criticável. Usa-mos até certas palavras como “bengala”.

Mas, à parte o fenómeno da linguagem de cada um, há tam-bém aquelas palavras e expres-

sões que vão ficando na moda ou que utilizamos, não porque se use ou seja bonito, mas por-

que as circunstâncias a isso nos obrigam.

Estou a lembrar-me da pa-lavra «Corrupção» que nos úl-timos tempos está a ser mais aplicada, não como vocábulo corrente, mas também para de-finir tendências ou críticas po-líticas.

A Porto Editora procede anualmente ao sufrágio do vo-cábulo mais utilizado e, em 2014 - vá-se lá saber porquê - a pa-lavra mais votada foi «Corrup-

ção», que ganhou à estrangei-rada «Selfie».

Pelos vistos – não esses que apareceram recentemente liga-dos ao vocábulo «Ouro» - a pa-lavra «Corrupção» surge como crítica ao comportamento de quem não gostamos, pois não se conhece, ou raramente se ouve, como ligada a pessoas das nos-sas relações, visto que é frequen-te dizermos que lidamos com gente séria.

Mas, com sinceridade, temos

de reconhecer que já aceitámos o convite para um almoço que terá custado trinta ou quarenta euros porque arranjámos um bi-lhete para um espectáculo para o qual não despendemos mais do que dez euros, ou porque tra-támos de uma papelada que evi-tou que o nosso amigo estives-se um mês à espera…

Bem, aceito… Corrupção é só quando o que aceitamos ou “ofe-recemos” se escreve com mui-tos zeros.

Corrupção

Jorge SantosColaborador

FIO DE PRUMO

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