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Sábado 11 | Julho | 2015 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 863 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita semmais SOCIEDADE PÁGINA 4 DISTRITO TEM MENOS CERCA DE SEIS MIL DESEMPREGADOS Tem sido uma tendência, alavancada também pelos períodos sazonais, como é a época estival. A região conta ainda com quase 44 mil desempregados, mas todos os conce- lhos têm vindo a recuperar. Almada e Seixal são os mais afetados. SOCIEDADE PÁGINA 3 BOMBEIROS MAIS RÁPIDOS SOBRE AS ÁREAS PROTEGIDAS Esta época de fogos vai contar com um ataque mais célere aos incêndios que deflagrarem nas zonas protegidas do distrito, de Almada a Sines, incluindo, entre outras, a Arriba Fóssil da Caparica, Serra da Arrábida ou Serra de Grândola. NEGÓCIOS PÁGINA 5 PORTO DE SINES SEGUE IMPARÁVEL NO PRIMEIRO SEMESTRE Nos primeiros seis meses deste ano, a plataforma portuária de Sines movimentou 21,8 milhões de toneladas de mercadorias, que representam um aumento superior a 25 por cento em relação ao período homologo do ano passado. O distrito ocupa o segundo lugar, a seguir à capital, nos índices de tráfico humano para exploração sexual. O ano passado as autoridades registaram 26 casos, sendo que um deles foi de exploração laboral. A maior parte das vítimas é oriunda da Europa, com as romenas à cabeça. ENFOQUE PÁGINA 2 TRÁFICO SEXUAL AUMENTA NA REGIÃO E SÓ É SUPERADO POR LISBOA Refinaria de Sines Apoiamos o desenvolvimento da atividade cultural, desportiva e social, por um futuro mais positivo para os concelhos de Sines e Santiago do Cacém.

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Edição do Semmais de 11 de Julho

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Page 1: Semmais 11 julho 2015

Sábado 11 | Julho | 2015

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 863 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interditasemmais

SOCIEDADE PÁGINA 4DIstrIto tem meNos cercA De seIs mIl DesemPreGADosTem sido uma tendência, alavancada também pelos períodos sazonais, como é a época estival. A região conta ainda com quase 44 mil desempregados, mas todos os conce-lhos têm vindo a recuperar. Almada e Seixal são os mais afetados.

SOCIEDADE PÁGINA 3BomBeIros mAIs rÁPIDos soBre As ÁreAs ProteGIDAs Esta época de fogos vai contar com um ataque mais célere aos incêndios que deflagrarem nas zonas protegidas do distrito, de Almada a Sines, incluindo, entre outras, a Arriba Fóssil da Caparica, Serra da Arrábida ou Serra de Grândola.

NEGÓCIOS PÁGINA 5Porto De sINes seGue ImPArÁvel No PrImeIro semestreNos primeiros seis meses deste ano, a plataforma portuária de Sines movimentou 21,8 milhões de toneladas de mercadorias, que representam um aumento superior a 25 por cento em relação ao período homologo do ano passado.

O distrito ocupa o segundo lugar, a seguir à capital, nos índices de tráfico humano para exploração sexual. O ano passado as autoridades registaram 26 casos, sendo que um deles foi de exploração laboral. A maior parte das vítimas é oriunda da Europa, com as romenas à cabeça.ENFOQUE PÁGINA 2

TráFICO SExUAl AUmENTA NA rEGIãO E SÓ é SUpErADO pOr lISbOA

Refinaria de SinesApoiamos o desenvolvimento da atividade cultural, desportiva e social,por um futuro mais positivo para os concelhos de Sines e Santiago do Cacém.

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CRIME MAIOr pArtE DAS vítIMAS SãO OrIUnDAS DA EUrOpA, cOM A rOMénIA à cABEçA, MAS A nIGérIA prEOcUpA

Tráfico humano para exploração sexual aumenta no distritotEXtO ROBERTO DORESIMAGEM SM

O distrito é a segunda região do país onde mais se faz sentir este flagelo. O ano pas-sado foram regista-dos 26 casos, 25 asso-ciados à exploração sexual e um à explo-ração laboral.

O distrito de Setúbal é a segunda região do país – apenas atrás de Lisboa - onde foram registados mais casos de tráfico de pessoas para exploração sexual, de acor-do com o Relatório Anual de Se-gurança Interna (RASI) de 2014 a que o Semmais teve acesso. Fo-ram sinalizadas na região 26 pes-soas vítimas de tráfico de seres humanos, sendo que 25 surgem associadas a exploração sexual e uma à exploração laboral. O RASI não explicita, ainda assim, as nacionalidades sujeitas a este tipo de crime no país, mas no caso do distrito descreve que a maioria das vítimas tem origem europeia, surgindo a Roménia como um dos países em foco, em-bora também haja registos de pessoas oriundas dos continentes americano, asiático e africano, onde se sublinha uma atenção re-lativa à Nigéria. Segundo o documento, a maioria das situações descober-tas pelas autoridades reportam--se a cidadãos detetados em ope-rações desenvolvidas pelo Serviço de Estrangeiros e Fron-teiras e que foram trazidos para Portugal com promessas de salá-

ENFOQUE

rios razoáveis, embora tivessem acabado mal pagos e a viver em condições que a próprias autori-dades adjetivam de «miseráveis», quase sem terem o que comer. Lê-se no RASI que é através da observação dos tipos de explo-ração em Setúbal e Lisboa que se verifica uma «clara representati-vidade do tráfico para fins de ex-ploração sexual» associado, es-sencialmente, a registos oriundos de Organizações Não Governa-mentais e outras entidades.

Exploração laboral também aumentou nas zonas rurais

Mas também a exploração la-boral ganhou espaço nos últimos anos, sobretudo nas zonas rurais da região. Num dos casos mais mediáticos, dois homens estão acusados de terem angariado 30 trabalhadores na Roménia para trabalhos agrícolas, respondendo pelo crime de tráfico de seres hu-manos, segundo a acusação que foi deduzida pelo Ministério Pú-blico. Foi ainda a 13 de Novembro de 2013 que 24 trabalhadores fo-ram resgatados pelas autoridades numa herdade. Nos quatro dias

AS áREAS DE MAIOR RISCO As sinalizações de tráfico para fins de exploração laboral (56 em Portugal e 14 no estrangeiro) estão «principalmente associadas a presu-míveis vítimas do sexo masculino», a maioria no sector da agricultura (39 em Portugal e cinco no estrangeiro), nas apanhas da azeitona, castanha, pimento, alho, cereja e tabaco, com as redes criminosas a procurarem trabalhadores sazonais. Construção civil, pecuária, feiras e até trabalho doméstico são outras áreas referenciadas, embora sejam descritas como tendo pouca representatividade estatística. Os trabalhadores, sobretudo oriundos de países de Leste, são atraídos «habitualmente em grupo» e exploradas por indivíduos da mesma nacionalidade, «que servem de intermediários para as empresas portuguesas».

A cASA DO pEIXErEStAUrAntE SEtÚBAL pOrtUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167

As notícias de um hipotético ‘crash’ na bolsa chinesa ameaçaram, em Junho, o mundo do dinheiro, muito dependente da liquidez da-quelas paragens asiáticas. As primeiras medidas para evitar a sangria bolsista não foram suficiente e bastou, à luz do poderio político chi-nês, o anuncio de investiga-ções policiais para que os especuladores recuassem e, com isso, se recuperasse a normalidade.Nada mudou na economia chinesa, nem para fazer cair os mercados, nem para os levantar. Estes movimentos especulativos são assim, criminosos. Capazes de nos levar à loucura e obrigarem os países a seguir caminhos na austeridade e no empo-brecimento. Sempre em desfavor das maiorias.Este episódio, que passou quase despercebido entre nós, mostra bem quem deve ser atacado nos tempos que correm, com o dinheiro e a ganância a sobrepor-se a tudo e a todos.Se a economia aberta e li-vre, como defendo, se base-asse apenas nas verdadei-ras trocas comerciais, em razão da lei da procura e da oferta, sem mercenários, agiotas e especuladores pelo meio, nada seria igual.E o valor de um país, gerido quase sempre como uma empresa, nem pode contar com os seus ativos. Se chi-neses, russos ou senhores do petróleo quisessem comprar a serra da Arrábi-da ou a nossa zona maríti-ma exclusiva, quanto isso valeria?

EDItO

rIAL

raul tavaresDiretor

Mercados sim, mercados não…

anteriores, 20 tinham sido força-dos a «partilhar dois frascos de feijão e um pão por serem os úni-cos alimentos a que tinham aces-so», segundo a acusação, exem-plificando as dificuldades de quem é explorado.

Fonte policial admite que a falta de mão-de-obra para os campos da região, sobretudo no Litoral Alentejano, explicará a chegada de «estrangeiros desam-parados» ao distrito, sobretudo durante as principais campanhas.

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SOCIEDADE

TEXTO CAROLINA BICOIMAGEM SM

Com as altas temperaturas que se fizeram sentir em meados de Junho, o único meio aéreo de que os bombeiros vão dispor esta época de fogos veio mais cedo. Mas há outra novidade: as zonas críticas vão estar mais protegidas, com um novo ‘estado-de-alerta’.

O ataque aos incêndios flores-tais na região vai contar este ano com um novo estado de alerta, capaz de ‘chamar’ ao teatro das operações, de forma mais célere, os meios necessários às zonas críticas, entre estas, o Parque Natural da Serra da Arrábida ou a Serra de Grândola. A medida, designada por ‘alerta pré-posicional’, acaba por ser a novidade desta época

de fogos, segundo o Comando Distrital de Operações de Socor-ro de Setúbal (CDOSS), que vai de Almada, no extremo norte da Península de Setúbal, até Sines, no Litoral Alentejano. «A medida consiste em deslocar os meios materiais dos quartéis, colocan-do-os no terreno para que se possa agir de forma mais rápida em caso de incêndio», explica ao Semmais, Patrícia Gaspar, res-ponsável pelo CDOSS. Para além das zonas protegi-das da Arrábida e de Grândola, o sistema vai também incidir na Arriba Fóssil da Caparica, Mata dos Medos, Mata de Valverde, Cercal do Alentejo, área florestal de Sines e Mata da Machada. No essencial, o plano geral de operações, que engloba corporações de bombeiros, GNR e a autoridade Nacional da Proteção Civil, vai contar com 32 equipas, cada uma de-las compostas por cinco ho-mens, um carro de combate a incêndios e outro de transpor-te de água, operacionalizado por dois elementos. No total, segundo as infor-mações recolhidas pelo Sem-mais, vão estar disponíveis 330 soldados da paz, apoiados por 91 veículos. A cadeia de comando vai também contar, no que diz respeito a meios aéreos, com a presença de um helicóptero, es-tacionado no Centro de Meios

Aéreos de Grândola. «Tal como aconteceu o ano passado, va-mos dispor de apenas um meio aéreo, o qual, devido à onda de calor que se fez sentir durante a segunda quinzena de Junho, foi deslocado uma semana mais cedo», diz Patrícia Gaspar.

Sapadores de Setúbal alertam para as queimadas

Uma das preocupações atu-ais das autoridades são os in-cêndios resultantes da falta de limpeza das matas. O que sem verificado é que nesta época, de-vido ao clima, se as queimadas efetuadas pelos proprietários dos terrenos não forem contro-ladas podem transformar-se em incêndios de média dimensão. «A maior dos registos que temos tido este ano referem-se a in-cêndios para queimar mato», afirma Paulo Lamego, coman-dante da Companhia de Bom-beiros Sapadores de Setúbal, Para esta época de fogos, os sapadores de Setúbal, única cor-poração profissional a operar no distrito, dispõe de quatro carros de combate, compostos por cin-co homens e um auto-tanque, confirma o graduado. Recorde-se, entretanto, que a região já conta com mais do do-bro da área ardida em relação a 2014, registando 261 fogos contra os 118 ocorridos no passado ano.

FOGOS EM cASO DE fOcO DE IncênDIO, AS ÁrEAS prOTEGIDAS vãO TEr ALErTA MAIS ApErTADO

Soldados da paz já estão a postos para ataque aos fogos florestais

COMO FuNCIONA A CADEIA DE COMANDONa hora de combater o incêndio, cada corpo de bombeiros or-ganiza-se de acordo com os protocolos que estabelecem uma hierarquia de comando operacional. O chefe da primeira equipa que chegue ao terreno assume o comando. Posterior-mente, caso cheguem outras equipas, o comando é assumido pelo bombeiro mais graduado das corporações. E, por último, se o incêndio atingir maiores proporções, a chefia é transferi-da para o comandante do corpo de bombeiros, responsável pela área do incêndio.

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A PSP deteve mais quatro homens suspeitos de envolvimento na agressão a um agente policial no Vale da Amoreira, na Moita, há 15 dias. O agente da PSP foi agredido e ferido com uma arma branca na sequência de uma desordem pú-blica nas Festas do Vale da Amo-reira, que ocorreu na madrugada de 26 de junho, tendo ficado al-

Mais detidos por suspeita de agredirem policia no Vale da Amoreira

guns dias internado no hospital do Barreiro, de onde já teve alta, en-contrando-se ainda a recuperar. «No cumprimento de manda-dos de busca, foram detidos mais quatro cidadãos indiciados nas agressões ao agente, que ainda se encontra de baixa, mas a recupe-rar bem», refere a PSP. Recorde--se que a polícia já tinha efetuado

outras quatro detenções. Durante o incidente, regista-ram-se uma troca de agressões ente mais de duas dezenas de pessoas e o arremesso de pedras e garrafas contra polícias, com os envolvidos a colocarem-se em fuga. Dois homens suspeitos de terem agredido o agente ficaram em prisão preventiva.

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SOCIEDADE

TEXTO RObERtO DORESIMAGEM SM

TEXTO ANtÓNIO LUÍSIMAGEM SM

A taxa de desemprego tem vin-do a baixar no distrito, embora ainda atinja 43591 pessoas, se-gundo os últimos dados oficiais disponibilizados pelo Instituto de Emprego e Formação Profis-sional (IEFP) relativos a maio. Quer isto dizer que há menos 5870 desocupados face ao mes-mo mês de 2014, depois de em

O moscatel de Setúbal Xavier Santana 2012 é o único moscatel português a figurar no Top 10 de 2015 dos melhores moscatéis do mundo. A distinção acaba de chegar de França e é atribuída pelo concurso internacional Muscat du Monde, um dos me-lhores eventos internacionais de vinhos moscatel. No 15.º concurso foram ainda distinguidos o moscatel de Setú-bal Superior 2005 - Casa Erme-linda Freitas, com medalha de ouro, e o Moscatel de Setúbal 2013 – Adega de Palmela, com medalha de prata, trazendo para a Península de Setúbal três das quatro medalhas portuguesas al-cançadas. Fernando Pereira, da Xavier Santana, está «feliz e orgulhoso» pelo prémio conquistado, subli-nhando que o mesmo se deve ao «trabalho, perseverança e au-mento da qualidade». As cerca de 3 mil garrafas, com a colheita deste moscatel de 2012, foram lançadas este ano nas grandes

EMPREGO SAzOnALIDADE DITA AS rEGrAS E rESTAUrAçãO E HOTELArIA cOMEçAM A rEGAnHAr ESTATUTO

Região tem menos 5870 desempregados e todos os concelhos recuperaram

Desde 2010 que a tendência foi sempre de decréscimo por estas alturas do ano. Ao contrário do primeiro trimestre do ano, onde tradicionalmente se verifica um recuo. Mas as notícias são «boas», dizem as fontes do Instituto de Emprego e Formação Profissional.

2012 os cadernos do IEFP terem chegado a atingir os 52419 inscri-tos. Ou seja, mais 8828 pessoas sem trabalho Fonte do instituto considera as notícias «boas», embora admi-ta que seguem a tendência dos últimos anos, já que, sublinha ao Semmais, «de 2010 a 2015 a ten-dência sempre foi de decréscimo do desemprego nesta altura do ano». O mesmo representante regista que como há uma fre-quente subida entre janeiro e fe-vereiro, também há uma tendên-cia de queda a partir de março até setembro. «A subida de desemprego no início do ano tem a ver com o ter-mo de alguns contratos a prazo e de algumas atividades sazonais. Depois começa a baixar, a partir de março, quando começamos a ter mais oferta», diz.

Almada e Seixal no topo do desemprego, mas a melhorar

É que a sazonalidade na pes-ca e agricultura ainda dita regras em matéria de taxa de emprego e desemprego, consoante as cam-panhas em curso, numa altura em que a restauração e hotelaria parecem ganhar outro estatuto na região no que concerne à oferta de trabalho. Há dados que

apontam para restaurantes e hotéis como estando hoje a criar outro tipo de emprego, com mais exigência e qualidade, onde são pedidos mais conheci-mentos, «porque o turista tam-bém é mais exigente». Por concelhos, Almada regis-tava o maior número de desem-pregados em maio, com um total de 8877 inscritos no Centro de Emprego, mas exibia uma re-gressão de 1053 desocupados face ao mês homólogo de 2014. Segue-se o Seixal, com os atuais 7390 desempregados, contra os 8987 do ano passado. Já Setúbal baixou de 6829 para 6316, Barreiro foi dos 5132 aos 4688, Moita de 4918 para 4579 e Montijo de 3243 para 3076. Também em queda, segui-ram-se Palmela (2803 -2429), Se-simbra (2245-1898), Santiago do Cacém (1593-1184), Sines (1130-1002), Alcochete (914-887), Grân-dola (543-471) e Alcácer do Sal (481-336). Segundo a fonte do IEFP, o maior volume de ofertas de em-prego voltou a ter origem nas ati-vidades imobiliárias, administra-tivas e de serviços de apoio, seguindo-se o comércio por grosso e a retalho, a administra-ção pública, a que se juntou o alojamento e a restauração.

AUMENtAM tRAbALhADORES PRECáRIOSA notícia foi revelada esta semana: 30 anos depois da adesão de Portugal à União Europeia, o número de trabalhadores portugue-ses aumentou mas a ligação à entidade patronal tornou-se mais precária. Em 2013, um em cada cinco assalariados era contrata-dos a prazo. O desenvolvimento do mercado de trabalho tem sido marcado pela crescente relevância do trabalho assalariado, cujo peso no total de emprego aumentou, entre 1986 e 2013, de 69% para 78%”, indica o estudo “Três Décadas de Portugal Europeu: Balanço e perspetivas”, coordenado por Augusto Mateus. O estu-do revela que o trabalho dependente tem sido impulsionado pela contração a prazo (21% do total dos assalariados) traduzindo-se num crescimento de 50% face a 1986. O relatório adianta que a evolução da legislação laboral tem agravado «o diferencial de proteção entre contratos a prazo e contratos permanentes», su-blinhando que «os esforços no sentido de reduzir a rigidez das relações laborais têm incidido sobretudo sobre os contratos a prazo, mantendo-se um elevado nível de proteção entre contrata-dos sem termo».

ADEGA COOPERATIVA DE PALMELA, C.R.L.Assembleia Geral Extraordinária

Nos termos do Artº 23º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral da Adega Cooperativa de Palmela, C.R.L. a reunir em sessão Extraordi-nária, na sua sede em Palmela-Gare, no próximo dia 25 de Julho de 2015 pelas 17 horas, com a seguinte ordem de trabalhos:

1º Ponto – Autorizar a Direcção a proceder aos registos prediais, averba-mentos matriciais, licenciamentos camarários e celebração de escritu-ras notariais de aquisição e ou justificação de aquisição de algumas das várias parcelas de terreno no Concelho de Palmela, tendo já sido reque-rido junto do notário o inicio do processo.

2º Ponto – Apreciação e votação de alteração aos Estatutos, Artº 4º (eli-minação do ponto 3), Artº 13º (alteração dos pontos 1,5, e 11), Artº 20º (eliminação da alínea c) do número 1, Artº 48 (alteração da alínea d) e Artº 49 (eliminar o ponto 3 e ajustar a nova numeração).

3º Ponto – Assuntos diversos de interesse para a Cooperativa. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos Co-operadores, com direito a voto ou seus representantes devidamente cre-denciados, a Assembleia reunirá com qualquer número de Cooperado-res uma hora depois, em conformidade com o Artº 26º dos Estatutos.

Palmela, 09 de Julho de 2015

O Vice- Presidente da Assembleia Geral

Abel Urbano dos Santos Machuqueiro

Moscatéis da região vitoriosos em concurso internacional

superfícies e na loja de vinhos da própria adega. Por seu lado, Leonor Freitas, a gerente da Casa Ermelinda Frei-tas, mostra-se «muito orgulhosa e satisfeita» por mais esta medalha de ouro, sublinhando que o «mos-catel de Setúbal é um produto único e o expoente máximo da nossa região, que mostra ao mun-do a força e a riqueza de uma re-gião que continua a produzir vi-nhos de grande excelência». O concurso, que decorreu a 1 e 2 deste mês, em Frontignan-la--Peyrade, em França, envolveu a prova de 209 moscatéis de 22 países. O júri internacional atri-buiu 69 medalhas, 24 de ouro e 45 de prata. Portugal é, a seguir a França e Espanha, o país mais medalhado, com um total de duas medalhas de ouro e duas de prata. Ciente do regular reconheci-mento internacional dos mos-catéis da região, a CVRPS, enti-dade responsável pela certificação de vinhos, apostou no início de 2013 num site dedi-cado ao moscatel, onde inclui variada informação sobre o moscatel de Setúbal.

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NEGÓCIOS

TEXTO CAROLINA BICOIMAGEM DR

No ano em que comemora o 85.º aniversário de “laboração contí-nua”, o complexo fabril da Secil do Outão voltou a firmar o seu compromisso com as 81 institui-ções do distrito na 12ª Cerimónia de Assinatura dos Protocolos de Colaboração entre a Secil e a co-munidade associativa de Setúbal. No cômputo geral, ao longo dos 12 anos de parceira com as entidades regionais já foram doa-dos 2 milhões e meio de euros. No ano passado, o montante rondou os 180 mil euros, embora os valo-res estimados para 2015 não te-nham sido revelados. Considerado o «único mo-mento anual de reunião dos vá-rios dirigentes associativos de Se-túbal», o evento arrancou com a introdução do engenheiro Nuno Maia e com o discurso de abertu-ra proferido pelo administrador Carlos Abreu, que salientou que esta iniciativa de responsabilida-de social da empresa pretende «contribuir para uma melhor so-ciedade, uma melhor Setúbal, uma melhor Palmela e uma me-lhor Sesimbra». O administrador da cimentei-ra destacou ainda os apoios da-dos ao Hospital Ortopédico

DONATIVOS Nos últimos doze aNos a empresa já ‘ofertou’ 2,5 milhões de euros para movimeNtos associativo e social

Secil entrega protocolos de financiamento a 81 instituições do distrito

Nos últimos doze anos, a empresa cimenteira já entregou cerca de 2,5 milhões de euros a instituições culturais, desportivas e de solidariedade, no âmbito da política de responsabilidade social. Este ano beneficiadas 81 instituições.

Sant’Iago do Outão e o hangar criado pela fábrica para servir de parque de estacionamento para os 40 000 utentes das praias da Arrábida, construção que serviu de palco do evento.

Prémio para dar mérito a quem trabalha no terreno

Antes da entrega formal dos protocolos, foi reconhecido o trabalho «meritório” das várias instituições» e desejou-se «a continuação do ótimo trabalho prestado até agora».

Deste modo, a distribuição dos envelopes foi feita de acordo com três categorias distintas: as associações de solidariedade so-cial (da área da inclusão social), as associações culturais e as as-sociações desportivas, sendo que a apresentação de cada um foi acompanhada por uma projeção, com as indicações precisas da sua localização e os relatórios de atividade do presente ano. Para a primeira categoria, os fundos foram entregues a asso-ciações de apoio à beneficência, alívio à pobreza, fome, exclusão

social, tendo como pilares de base, a solidariedade e o volunta-riado, como por exemplo a Asso-ciação Portuguesa de Pais e Ami-gos do Cidadão Deficiente Mental de Setúbal (APPACDM), a Liga dos Amigos da Terceira Idade (LATI), a Santa Casa da Misericórdia de Sesimbra e o Banco Alimentar contra a Fome de Setúbal. No que toca às associações culturais, é de relevar a introdu-ção da nova associação cultural do Espelho Mágico e os donati-vos atribuídos a organizações li-gadas às artes do canto e educa-ção musical de crianças e adultos, como o Conservatório Regional de Setúbal, o Coral Infantil de Se-túbal, o Coral Luísa Todi, o grupo coral da Escola Secundária de Bocage, entre outros. Já para as associações des-portivas, as contribuições foram sobretudo a clubes desportivos ou recreativos, como o Centro Cultural da Câmara Municipal de Setúbal ou a União de Futebol Comércio e Indústria. Recorde-se que o encontro se realiza todos os anos e procura fazer um balanço do trabalho de-senvolvido pelas entidades públi-cas nas suas áreas de atuação.

Nos primeiros seis meses do ano foram movimentadas 21,8 milhões de toneladas de merca-dorias no porto de Sines, o que representou um crescimento superior a 25 por cento face ao período homólogo do ano tran-sato. A contribuir para este novo máximo, estiveram todos os segmentos de carga, pois todos eles tiveram um comportamen-to positivo, o que na prática sig-nifica dizer que todos os termi-nais especializados do porto de Sines cresceram. Nos contentores foram mo-vimentados 676 898 TEU no 1.º

Porto de Sines movimenta 21,8 milhões de toneladas de mercadorias no 1.º semestre

Vinhos da Sivipa brilham no “Uva Douro”

A Lisnave teve um desempenho positivo no primeiro semestre de 2015, tendo sido efetuadas repara-ções em 53 navios pertencentes a 39 clientes oriundos de 19 países. O destaque vai para a Grécia, reparou 16 navios de 9 clientes, se-guida de Singapura com 10 navios de 7 clientes, da Alemanha com 5 navios de 4 clientes e do Reino Unido com 5 navios de 4 clientes. A Lisnave, com o seu ‘know--how’ reconhecido pelos seus clientes, continua a ser alvo do ‘re-peated business’, de onde se desta-cam os trabalhos realizados para Tsakos Columbia Shipmanage-ment (Grécia), Teekay Marine (Sin-gapura), Navigator Gas (Reino Unido), E. R. Schiffarht (Alema-nha), Grimaldi Group (Itália) e PD-VSA (Venezuela). Na totalidade dos diversos tra-balhos realizados, destacaram-se neste semestre, os trabalhos de manutenção e beneficiação no na-vio “Manuela Saenz”, do cliente PDVSA, e o início da reparação no navio irmão “Negra Matea”, com trabalhos similares, a manutenção da draga “Marieke”, a reparação e beneficiação da barcaça S600, do cliente Saipem e a manufatura e montagem de um novo leme para o navio “Australian Spirit”, do cliente Teekay Marine.

A Sivipa voltou a afirmar-se como um dos mais premiados produtores da Península na gala dos prémios Uva de Ouro que teve lugar no Palácio da Bolsa, no Porto, no dia 3. Os vinhos premiados foram o Serra Mãe Reserva e o Ameias Syrah 2013, que receberam respetivamente os prémios Uva de Ouro Melhor da Região e Excelência. No 3.º concurso de vinhos Uva de Ouro foram premiados 102 vinhos, entre os quais os vi-nhos da Sivipa. O evento visa valorizar o conhecimento e o consumo do vinho, e foi ideali-zado para colocar ao dispor de

Lisnave positiva no primeiro semestre de 2015

semestre do corrente ano, o que significou um crescimento su-perior a 13 por cento face a 2014. O 2.º trimestre de 2015 permitiu este importante resul-tado, com o mês de junho a atingir os 140 947 TEU movi-mentados. De referir ainda que a mo-vimentação de bancas (com-bustíveis para os navios) teve um crescimento de 30 por cen-to (162 807 toneladas), o nú-mero de navios em operação comercial cresceu 8 por cento e o GT acumulado cresceu 11 por cento.

todos nas prateleiras do Conti-nente vinhos premiados. A Sivipa fora já este ano o produtor mais premiado no XV Concurso da CVRPS com 9 me-dalhas, incluindo o prémio Me-lhor Vinho Tinto Península de Setúbal. Simultaneamente, o seu moscatel de 1996 brilhava como o único vinho da região a alcan-çar o ouro no IWC 2015, a que somou o Trophy para melhor moscatel de Setúbal, posicio-nando-se entre os mais notáveis vinhos de Portugal. Estes pré-mios juntam-se à Grande Meda-lha de Ouro no Concours Mon-dial de Bruxelles.

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ATUALIDADE

A Comissão de Avaliação da Candidatura de Setúbal a Cidade Europeia do Desporto 2016 de-verá anunciar este sábado, ao fi-nal da tarde, se Setúbal vai ou não poder ostentar o galardão no próximo ano. A comissão, composta por seis elementos, está em Setúbal desde quinta-feira para avaliar “in loco” as condições desportivas do con-celho depois de ter analisado o dossier de candidatura apresenta-do no início do ano. Ao longo de dois dias, os téc-nicos que vão proceder à avalia-ção vão visitar espaços desporti-vos e espaços naturais, assim como tomar o pulso à realidade da região para, no sábado, darem o parecer final. Durante a receção da comitiva, Maria das Dores Meira apresentou um conjunto de razões que estive-ram na base da candidatura e os «vários motivos» pelos quais a ci-dade deve ser distinguida. A realização de algumas pro-

POLÍTICA BrUnO VItOrInO E nUnO MAgALHãES DEStAcArAM pOtEncIALIDADES DA rEgIãO

Jornadas de Alcochete serviram para colocar distrito na onda eleitoral

DESPORTO SEtúBAL cIDADE EUrOpEIA DO DESpOrtO 2016

Comissão de Avaliação da Candidatura decide este sábado

tEXtO CAROLInA BICOIMAgEM SM

Alcochete acolheu as últimas jornadas parlamentares da coligação PSD/CDS-PP. Os líderes distritais dos dois partidos afirmam ter sido «uma homenagem ao distrito, às suas empresas e seus agentes». Bruno Vitorino e Nuno Magalhães aproveitaram para apelar ao investimento na região e acreditam numa vitória nas legislativas.

vas de carácter nacional e interna-cional e a dimensão europeia da cidade foram alguns dos pontos destacados pela presidente da au-tarquia que se confessou «con-fiante, mas, simultaneamente, an-siosa» com o desfecho desta visita. Presidente da Câmara garante que Setúbal vai «trabalhar muito» Para a autarca «Setúbal tem todas as condições reunidas para ser Cidade Europeia do Desporto em 2016» assegurando que o tra-balho que tem sido feito na área do desporto e da promoção de hábitos saudáveis junto da popu-lação é para continuar. «Vamos trabalhar mais e mais, seguindo o caminho que trilhamos há alguns anos», ga-rantiu Maria das Dores Meira. As palavras da autarca foram bem recebidas pelos membros da comissão. Gian Francesco Lu-pattelli, presidente da Aces Euro-pa, admite que «Setúbal tem to-das as condições para ser uma Cidade Europeia do Desporto», depois de Guimarães, Maia e Loulé, as únicas cidades portu-gueses distinguidas até ao mo-mento. O italiano diz que espera receber a presidente da câmara de Setúbal em Bruxelas, no Par-lamento Europeu, a 18 de No-vembro, altura em que serão atribuídas as bandeiras oficiais da distinção. Antes disso, este sábado, os seis elementos da Comissão de Avaliação, devem dar a conhecer o resultado da sua votação em relação à candidatura.

As primeiras jornadas parla-mentares conjuntas do PSD e do CDS-PP, já com a coligação anunciada realizaram-se no Clu-be Náutico de Alcochete, com um único painel de debate intitulado, O Futuro da Economia Portu-guesa. Bruno Vitorino, presiden-te e deputado da distrital de Setú-bal e Nuno Magalhães, líder da bancada parlamentar do CDS-PP aproveitaram para salientar as potencialidades da região de Se-túbal e o reforço das infra-estru-turas do distrito. O foco da comunicação de Bruno Vitorino centrou-se nos aspetos positivos, de um distrito «batalhador, empreendedor e com grandes empresas e PME’s de sucesso», características que, segundo reiterou ao Semmais, contrastam com o «discurso mi-serabilista sobre a cidade que é habitualmente proferido pela es-querda portuguesa». E acrescen-tou: «O distrito de Setúbal tem muitos problemas como todos os outros, mas também jovens empreendedores de sucesso, que devem ser motivo de orgulho». Para demonstrar a importân-cia do distrito no quadro nacio-nal, Vitorino deu como exemplo os investimentos feitos nas for-ças de segurança, presentes no reforço do número de efetivos e das infra-estruturas dos quartéis da GNR de Palmela e Cercal do Alentejo e nas novas instalações da esquadra da PSP do Barreiro. O deputado e líder da distrital

do PSD, disse ainda que «a região não precisa de projetos, que na atual conjuntura, nunca sairiam do papel». E avançou com a pro-posta de aproveitamento da Base Aérea n.º 6 do Montijo, como es-trutura complementar ao Aero-porto da Portela e também o re-forço do investimento nas infra-estruturas de ligação entre os concelhos, como a ponte Bar-reiro-Seixal ou a requalificação do IC1, no troço Alcácer/Grândola.

Nuno Magalhães diz que esco-lha do local «honra» a região

Seguindo a mesma linha de pensamento, Nuno Magalhães, na qualidade de líder parlamen-tar do CDS-PP, considerou a es-colha da região de Alcochete, «uma honra e um sinal de que os partidos reconhecem o esforço dos seus habitantes, que diaria-mente continuam a lutar perante as adversidades». Inserido no painel, “O Futuro da Economia Portuguesa”, este apontou como solução para o de-

semprego, o aumento das expor-tações que se está a verificar, fator que, segundo afirmou, «permite a captação de investimento externo e interno». O deputado centrista aludiu mesmo às três maiores ex-portadoras do distrito, Portucel, Autoeuropa e Portos de Setúbal e Sines. No que toca às eleições para os deputados nas próximas legis-lativas, Bruno Vitorino afirma es-tar optimista e acredita mesmo numa vitória da Coligação. «Não há aqui meias vitórias, e o nosso objetivo é ter mais votos do que a outra força política mais votada seja ela qual for», afirmou em de-clarações ao Semmais. Já para Nuno Magalhães, a expetativa afinal pelo mesmo diapasão. «Estou confiante que no momento do escrutínio as pessoas saberão reconhecer o esforço dos dirigentes políticos, que com um só empréstimo, um só programa e um só prazo de assistência financeira, fizeram o país continuar a crescer de for-ma consistente».

tEXtO MARTA DAVIDIMAgEM SM

Os seis elementos da Comissão estão em Setúbal para avaliar ‘in loco’ as condições expressas no dossier. A expetativa é grande. A edil Dores Meira está otimista.

Sesimbrense Marco Paixão já marca pelo Sparta de Praga

PS começa a definir candidatos a deputados por Setúbal Marco Paixão estreou-se da melhor forma pela sua nova equipa, o Spar-

ta de Praga. Chamado a defrontar o Ludogorets, campeão búlgaro, o avançado português de 30 anos, marcou o único golo da partida, aos 31 minutos, e garantiu o triunfo da sua nova equipa frente aos búlgaros orientados por Bruno Ribeiro. Marco Paixão assinou um contrato para as próximas duas tempora-das, deixando assim o Slask Wroclaw da Polónia, onde esteve nos últimos anos. Nas duas últimas épocas, Marco Paixão marcou 33 golos em 64 jogos. O sesimbrense, conhecido pela sua enorme capacidade de concre-tização, vai agora poder mostrar-se ao serviço do Sparta de Praga ao mais alto nível uma vez que irá disputar a terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

A presidente da distrital de Setú-bal do PS, Ana Catarina Mendes, deverá ser a cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Setúbal. A primeira reunião, que poderá não ser decisiva está agendada para dia 14, e nomes como Edu-ardo Cabrita, Eurídice Pereira, Catarina Marcelino, e Lídia Se-

queira, esta última independen-te, figuram entre os mais falados. Entre os oito primeiros da lis-ta, resultado que o PS considera possível de atingir, até porque o distrito elege, nestas eleições 18 e não 17 deputados, há que contar ainda com um a dois nomes indi-cados por Lisboa.

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9613 CA Setubal Auris Anuncio_Sem Mais 260x360.pdf 1 07/07/15 18:02

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CULTURA

Feira de Sant’Iago homenageia Bocage TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS DR

TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS DR

O Clube Náutico de Alcochete, festejou no dia 5, o seu 1.º aniver-sário, com a presença de diver-sos convidados que ali se deslo-caram para assistir a espetáculos musicais e de dança, cantar os parabéns, provar o bolo e brin-dar ao sucesso e longa vida deste bonito e agradável espaço de la-zer da região. O gerente Carlos Paixão, que sempre acreditou em algo «dife-rente e sui generis», reconheceu que, apesar das dificuldades, va-leu a pena investir num projeto inovador que veio criar 10 pos-tos de trabalho. «Quem inova paga sempre uma fatura mais alta. Acredito que o sonho e a inovação são dois aspetos fun-damentais num projeto. Este es-paço é um ex-libris em Alcoche-te e tenho muita pena que os responsáveis do município não tenham respondido ao nosso

Clube Náutico de Alcochete celebra um ano de diversão de excelência

Centro Comunitário PIA II vence marchas de Almada

A Feira de Sant´Iago, que de-corre em setúbal, entre 24 de ju-lho a 2 de agosto, sob o lema “Bo-cage: o génio nasceu há 250 anos”, espera por cerca de 300 mil visitantes. Na apresentação do certame, que decorreu dia 3, na Casa da Baía, a edil Dores Meira frisou que estão a reunidas as condi-ções para voltarmos a ter «uma grande feira», sublinhando que a estratégia na redução do número de dias é uma aposta que se apre-senta como vencedora. «Com o mesmo orçamento consegue-se fazer muito mais. Queremos que a feira se pague a si própria. Que não represente dívidas. Não se resume, naturalmente, apenas a uma questão financeira, indo muito para lá disso, mas não dei-xa de ser um objetivo a alcançar», frisou a autarca.

Bocage é homenageado no pavilhão do município, nas ani-mações de rua, nas peças de tea-tro e na zona do miradouro, com exposições, animações, jogos e um botequim bocagiano. No cartaz dos concertos cons-tam os Amor Electro (2 Agosto), GNR (1 Agosto), Ana Moura (24), Diogo Piçarra (27), Expensive Soul (29), Capicua (31), Toy (30), entre outros. Dia 28, às 21 horas, o V. Setú-bal apresenta a equipa sénior de futebol e os equipamentos ofi-ciais a utilizar na nova época. Além do espaço equestre e uma pista para condução de veículos motorizados todo o terreno, des-taca-se ainda a Gala de Boxe, dia 24, às 21 horas, no pavilhão das Manteigadas, e uma mega aula de zumba, a 25, às 19 horas, no palco Setúbal. Dia 25, às 21 horas, realiza-se a Gala de Patinagem, e a “Maior Aula de AquaFitness de Sempre”, a 26, às 17h30, na pisci-na das Manteigadas.

convite para estarem hoje aqui a festejar connosco mas isso não me desmotiva», vinca, acrescen-tando que o CNA tem sido palco de importantes reuniões empre-sariais e de outro tipo de festas. Por seu lado, Nuno Gracioso, Relações Públicas, afirmou que a sua aventura neste espaço de qualidade tem sido «muito boa», apesar de ser um trabalho «ár-duo e, ao mesmo tempo, uma vi-tória», relembrando que a atual gerência fez renascer um espaço que estava votado ao abandono. E garantiu que para o verão «es-

tão já agendadas algumas festas de Sunset e outras temáticas». Localizado à beira Tejo, além do Lounge Bar Eventos, o espaço dispõe de salas para a realização de eventos e atividades, zonas de lazer, com música ao vivo, alu-guer de espaços, náutica de re-creio e zona de piscina, tudo aberto ao público. No futuro, o CNA tenciona arrancar com o evento “Venha Jantar Com…”, que convida o pú-blico a ouvir palestras de várias figuras públicas da sociedade, a nível nacional.

AGEN

DA

A marcha do Centro Comunitá-rio PIA II venceu as marchas po-pulares de Almada. Além do 1.º prémio, a marcha, com o tema “As Fogueiras de S. João”, ven-ceu ainda os prémios Avenida, Coreografia e Música. A decisão foi tomada pelo júri após os desfiles das 8 marchas a concurso, como é tradição, no dia 23 de junho, em Cacilhas, e a 4 de julho, no pavilhão do Feijó.

Os restantes prémios especí-ficos foram atribuídos às mar-chas de Al-Madan (Arcos), Beira Mar (Trajes) e Capa Rica (Letra). O presidente do município, Joaquim Judas, agradeceu o es-forço de todos nos preparativos das marchas, uma «grande ma-nifestação de cultura popular». «Com a vossa arte e ação, vocês são a raiz deste nosso conce-lho», vincou.

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SETÚBAL11SÁBADO21H30BROADWAY - FRAGMENTOS INTEMPORAISFórum Municipal Luísa Todi

Concerto comemorativo do 52.º aniversário da primeira apa-rição pública do Coral Luísa Todi, com grandes musicais da Broadway.

MONTIJO11SÁBADO21H30STAND UP COMEDYJardim da Casa Mora

O humorista Jorge Serafim tornou-se conhecido do grande público devido à sua participação regular em programas de te-levisão e em salas de espetáculos de referência nacional, como Coliseu dos Recreios em Lisboa, Aula Magna, Teatro Villaret, Teatro Tivoli, entre outros.

PALMELA11SÁBADO17HGRUPOS CORAIS ALENTEJANOS Largo de S. João Os Ausentes do Alentejo organizam o XXVII Encontro de Gru-pos Corais Alentejanos, com a participação de grupos de Balei-zão, Paivas, Setúbal, Alcáçovas, Pinhal Novo, Aldeia da Trindade e Salvada, entre outros.

SESIMBRA16QUINTA22HQUINTAS SEM HEADPHONESTeatro João Mota As Quintas sem Headphones recebem OliveTreeDance. A iniciativa dá a conhecer os novos projetos de música nacional e levam os jovens a trocar os headphones por espetáculos ao vivo, por apenas 3 euros.

SANTIAGO DO CACÉM17SEXTA22 HBLASTED MECHANISM DÃO CONCERTOParque Central de V. N. Santo André Concerto com os Blasted Mechanism, no âmbito das comemo-rações do Dia da Cidade de Vila Nova de Santo André.

SETÚBAL17SEXTA22 HHÉLIA CORREIA | PRÉMIO CAMÕES 2015Casa da Cultura | Setúbal Hélia correia, a escritora que vai receber o Prémio Camões 2015, estará na Casa da Cultura de Setúbal, em mais uma sessão Muito Cá de Casa. Conversa com a autora de uma grande obra literária e defensora de causas maiores.

AGEN

DACULTURA

PASSATEMPO GAnHE cOnvItES pArA AS EScULtUrAS nA ArEIA

O 13.º Festival Internacional de Escultura em Areia continua a decorrer até 20 de outubro, em Pêra, no Algarve. Trata-se da maior exposição de escultura em areia já construída e realiza-se desde 2003, atraindo, anualmente, milhares de visitantes. A presente edição, alusiva ao tema “Música”, conta com cerca de cem cenas em areia que retra-tam, de forma criativa, músicos, instrumentos e culturas musicais de várias partes do mundo. O festival, organizado pela ProSandArt, foi edificado por escultores nacionais e de renome in-ternacional, que ali exploram várias técnicas de esculpir em areia, produzindo peças originais que se destacam pela magnitude, técnica e estética. Para se habilitar aos convites duplos, basta ligar 918 047 918.

O 17.º FMM Sines – Festival Mú-sicas do Mundo é a edição de Sa-lif Keita, Ibibio Sound Machine, Ana Tijoux, Orlando Julius, The Hjelmeland, Niladri Kumar, Tou-mani & Sidiki Diabaté, Dele Sosi-mi e muitos outros projetos que

Buchinho mostra coleção outono/inverno em terras sadinasO designer de moda Luís Buchi-nho, apresenta em Portugal a co-leção outono/inverno 2015/16 no dia 19, às 21h30, no Mercado do Livramento, Setúbal, numa ini-ciativa em que assinala os 25 anos de carreira. O estilista setubalense de 45 anos de idade escolheu a terra--natal para revelar a próxima co-leção, intitulada “Comics”, na

Músicas do Mundo de regresso aos palcos de Sines e de Porto Covo

representam a diversidade da música popular que se faz hoje no mundo. O festival realiza-se de 17 a 25 de julho, em Porto Covo e Sines, e será uma experiência de músi-ca ao vivo com cerca de 50 espe-

táculos de artistas de todos os géneros e geografias, muitos de-les em estreia em Portugal. A edição de 2015 é mais um passo no caminho que o FMM Si-nes tem vindo a percorrer ao lon-go dos anos: mais do que um fes-tival que persegue uma ideia mitificada de músicas tradicio-nais, um festival que quer mos-trar a música real que se faz e ouve a cada momento no mundo. Este programa cumpre-se de três formas: atenção às mú-sicas urbanas, porque o mundo é cada vez mais urbano; aten-ção às misturas, aos cruzamen-tos e às miscigenações, porque o mundo é cada vez menos ét-nico e culturalmente puro e os artistas estão cada vez mais em contato entre si; contributo para divulgar as expressões mi-noritárias ou ameaçadas, que também são músicas de hoje, mesmo se radicadas em tradi-ções seculares.

qual transmite conceitos de mu-lheres de espírito forte, inspira-dos nas heroínas de tempos pas-sados, e reinterpretando-os de acordo com novo milénio, numa adaptação para a vida na cidade, rápida e emocional. A coleção a divulgar reflete as ideias de Luís Buchinho sobre a marca homónima que criou há 25 anos.

As linhas geométricas estão presentes em toda a coleção “Co-mics”, especialmente no vestuá-rio de malha. As silhuetas são simples e eficazes, por vezes an-dróginas, e a maioria das peças jogas com blocos de cor ou com mistura de materiais, caracterís-ticas que será uma assinatura da marca “Luís Buchinho” para os próximos anos.

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IPS aposta em novos cursos e licenciaturas para atrair mais estudantes estrangeiros TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) vai arrancar no próximo ano com duas novas licenciaturas, no-meadamente a de Tecnologias de Petróleo e a de Tecnologia Biomé-dica, revelou ao Semmais Jornal, Pedro Dominguinhos, presidente do IPS. Segundo a mesma fonte, estas duas novas apostas visam «refor-çar» a presença do IPS em áreas «inovadoras ou pouco exploradas» em Portugal, além de permitir a atração de estudantes internacio-nais. «Este tipo de estudantes é cada vez mais importante para nós e para o ensino superior em parti-cular, dado que, neste momento, estão a estudar em setúbal e no Barreiro cerca de 10 por cento de estudantes estrangeiros», explica, acrescentando que a vinda de mais estudantes estrangeiros vai gerar «valor e potenciar a região em ter-mos económicos e sociais». O IPS, que desenvolve cursos de licenciatura e mestrado, vai também iniciar a lecionação, no próximo ano letivo, de cursos de técnico superior profissional. «Esta nova oferta, de cariz fortemente profissionalizante, com a duração de dois anos, não conferentes de graus, permitem a inserção no

mercado de trabalho e a continui-dade de estudos para as licenciatu-ras. São desenvolvidos em estreita articulação com as empresas e ou-tras organizações e garantem um estágio no último semestre do cur-so», realça Pedro Dominguinhos. Além destas formações, o IPS está também a apostar na forma-ção ao longo da vida, designada-mente através de pós-graduações. É de destacar as relacionadas com o turismo, a gestão de escolas e a motorização de veículos elétricos e híbridos, desenvolvido em parce-ria com a Autoeuropa e o CEIIA.

80 cursos e 6 mil alunos

No global, a comunidade esco-lar nos campus do IPS de Setúbal e do Barreiro abrange os 6 mil alu-nos. A oferta formativa do IPS abrange cerca de 80 cursos distin-tos na Escola Superior de Tecnolo-gia de Setúbal; Escola Superior de Educação; Escola Superior de Ci-ências Empresariais; Escola Supe-rior de Tecnologia do Barreiro e Escola Superior de Saúde. Para Pedro Dominguinhos, o IPS, que faz parte do ensino supe-rior politécnico público, desenvol-

ve um ensino de «elevado nível, mas com cariz prático, desenvol-vendo o saber fazer». Nesse senti-do, o IPS tem vindo a fazer uma «forte aposta» no desenvolvimen-to de laboratórios que respondam às necessidades pedagógicas e acompanhem a evolução tecnoló-gica. «Os laboratórios da Mobili-dade e do Movimento Humano, que serão inaugurados em breve, permitem aliar a vertente pedagó-gica e de investigação, bem como a relação com a comunidade, atra-vés do desenvolvimento de proje-tos em conjunto ou da prestação de serviços», revela. A aposta no presente modelo pedagógico do IPS tem vindo a possibilitar «uma boa inserção no mercado de trabalho» aos jo-vens que optaram por estudar nas cinco escolas do IPS. Pedro Dominguinhos argumenta que, segundo dados oficiais do IEFP, «em dezembro de 2014, a taxa de desemprego é de 8,2 por cento, bem inferior à taxa de desempre-go e à verificada entre os jovens. Cerca de 85 por cento dos que trabalham obtêm o seu emprego até 6 meses após a conclusão do seu curso e o ordenado médio é superior a mil euros».

Novas licenciaturas em tecnologias de petróleo e de biomédica, e cursos de técnico superior profissional são as novas apostas do IPS para atrair mais alunos e reforçar o seu projeto pedagógico de excelência na comunidade onde estão inseridas as suas cinco escolas.

Viticultura e Enologia

Agronomia

Ciência e Tecnologia dosAlimentos

Engenharia do Ambiente

CTeSP

LICENCIATURAS

CTeSPSom e Imagem

Artes Plásticas e Multimédia

Desporto

Educação Básica

Educação e ComunicaçãoMultimédia

Serviço Social

LICENCIATURAS

Enfermagem

Terapia Ocupacional

LICENCIATURAS LICENCIATURAS

Tecnologias Web e DispositivosMóveis

Engenharia Informática

Gestão de Empresas

Solicitadoria

Turismo

CTeSPCTeSP

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o IP

Beja

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ONDE TU FAZES A DIFERENÇA!LICENCIATURAS2015/16

CURSOS TÉCNICOS SUPERIORES PROFISSIONAIS

IEFP de Setúbal certifica formandos com sucesso há mais de 25 anos O IEFP, I.P., tem uma estrutura organiza-cional desconcentrada, flexível e de pro-ximidade sendo a Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo uma das cinco dele-gações que na sua área de atuação territo-rial integra um conjunto de Unidades Or-gânicas Locais, nomeadamente o Centro de Emprego e Formação Profissional de Setúbal, que agrega o Serviço de Emprego e o Serviço de Formação. Localizando-se na Península de Setú-bal, a sua zona de intervenção abrange os concelhos de Setúbal e Palmela, verifican-do-se, ao nível do Serviço de Formação, uma intervenção mais alargada, nomea-damente aos concelhos mais próximos e com melhores acessibilidades a Setúbal. O edifício construído e utilizado, ini-cialmente como instalação fabril, tem sido sujeito a constantes obras de adap-tação e ampliação, estando numa fase de conclusão do aproveitamento total da sua área coberta através da construção de salas e outros espaços formativos, equipado com a mais avançada tecnolo-gia, de onde se destacam os espaços ofi-cinais de formação aeronáutica, solda-dura, CNC, serralharia civil e mecânica, eletrónica, e informática. Servindo uma região com caracterís-ticas e necessidades diversificadas o Centro, beneficiando de uma articulação privilegiada com a comunidade, tem vin-do a direcionar-se para projetos em áre-as de maior empregabilidade estando, presentemente, particularmente voca-

cionado para as áreas de metalurgia, me-talomecânica, eletromecânica, soldadura, CNC, aeronáutica, mecatrónica, hotelaria e restauração, serviços pessoais e à co-munidade, serviços administrativos/fi-nanceiros e comércio. O Centro é certificado como centro EWF/IIW (Federação Europeia de Solda-dura e Instituto Internacional de Soldadu-ra), sendo os formandos que frequentam estas ações de formação de soldadura su-jeitos a um rigoroso exame validado pelo ISQ, obtendo uma certificação que lhes permite trabalhar em mais de 50 países. No que respeita à área de Comando Numérico Computorizado (CNC), o Servi-ço de Formação é, também, um centro HTEC, sendo a formação em CNC minis-trada por este Centro, reconhecida pelo fabricante HAAS AUTOMATION.

Produção aeronáutica em crescimento

Nos últimos anos em Portugal e nomea-damente em Setúbal, outra área que tem vindo a apresentar um crescimento signi-ficativo é a da Produção Aeronáutica. A formação nesta área dá resposta a neces-sidades ligadas ao fabrico de componentes aeronáuticos, manutenção e reparação. Os investimentos recentes efetuados pelo centro em infraestruturas e em equipa-mentos têm proporcionado boas perspeti-vas de integração dos formandos em mer-cado de trabalho, qualificados por este Centro em Produção Aeronáutica.

ENSINO & FORMAÇÃO PROFISSIONAL

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ENSINO & FORMAÇÃO PROFISSIONAL

A celebrar 25 anos de existên-cia, a Escola Profissional de Edu-cação para o Desenvolvimento, localizada no Monte de Caparica, em Almada, orgulha-se de ao longo da sua atividade ter diplo-mado mais de 3 mil jovens. Atualmente com 260 alunos, a EPED leciona cursos de Técni-co de Gestão do Ambiente, Téc-nico de Análise Laboratorial, Técnico de Gestão e Programa-ção de Sistemas Informáticos, Técnico de Eletrónica e Teleco-municações, Técnico de Gestão e Animador Sociocultural. Neste momento estão a estagiar 80 alunos em 65 empresas/institui-ções, em toda a área da Grande Lisboa. A EPED está, neste momento, a finalizar a implementação do Sistema de Gestão da Qualidade para certificação pela norma ISSO 9001:2008.

EScOLA MODELO DESEnvOLvE A SUA AtIvIDADE nO MOntE cApArIcA E tEM vAStA OfErtA fOrMAtIvA

EPED já diplomou mais de 3 mil jovens nos seus 25 anos de atividade

A EPED, propriedades da CO-PEFAP, Cooperativa de Ensino,CRL,iniciou a sua ativida-de com o curso profissional de Técnico de Gestão do Ambiente, mas, nos anos seguintes, foi di-versificando a sua oferta forma-tiva. Os cursos têm a duração de 3 anos, conferem equivalência ao 12.º ano e possibilitam a conti-nuidade dos estudos no ensino superior e um certificado de qua-lificação profissional de nível IV.

Vasta oferta formativa

Em 2000, a EPED constitui--se como entidade formadora externa do IEFP, tendo-lhe sido atribuído, até 2008, os cursos de Técnico Comercial, Técnico de Farmácia, Técnico de Eletrónica, Técnico de Qualidade e Técnico de Laboratório. Em 2004, a EPED foi convi-

Formar para a excelência jovens e adultos é a missão principal da EPED, que comemora no próximo ano 25 anos de atividade. No seu longo percurso foi ganhando reconhecimento e certificações.

dada pela Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profis-sional, para integrar as várias equipas de trabalho que condu-ziram as reestruturações curri-culares dos cursos profissionais de nível secundário. Em 2006, na criação dos referenciais para o Catálogo Nacional de Qualifica-ções, a referida agência convi-dou, mais uma vez, a EPED a in-tegrar as equipas de conceção dos cursos de Educação e For-mação de Adultos. E em 2008, a EPED tornou--se entidade formadora de cur-sos EFA e unidades modulares certificadas. Foram ministra-dos cursos em regime diurno, para adultos desempregados e cursos pós-laborais para for-mandos ativos, e, ao mesmo tempo, foram concebidos cur-sos baseados em unidades mo-dulares certificadas.

QuALIFIcAR E FORMAR PARA A ExcELêNcIAA COPEFAP pretende, através da sua missão, visão e valores, qua-lificar e formar para a excelência, jovens e adultos, cumprindo a legislação e melhorando continuamente a sua eficácia. Aposta também na realização pessoal dos jovens, propor-cionando, designadamente, a preparação adequada para a vida ativa. E em proporcionar os mecanismos de aproximação entre a escola e o mundo do trabalho; uma informação inte-gral e integrada dos jovens, qualificando-os para o exercício profissional e/ou para o prosseguimento de estudos; prestar serviços educativos, formativos e técnicos à comunidade; e aju-dar a desenvolver nos cidadãos que forma, ferramentas que lhes permitam continuar a desenvolver competências sociais e técnicas para o futuro.

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ENSINO & FORMAÇÃO PROFISSIONAL

A ATEC – Academia de Formação, localizada na zona do Parque In-dustrial da Autoeuropa, em Pal-mela, desenvolve e aperfeiçoa competências através da forma-ção e qualificação de pessoas, cuja qualidade se revela pela elevada taxa de empregabilidade dos seus mais de mil formandos. O número de formandos cres-ceu no conjunto das modalidades de formação que pratica - Apren-dizagem, Especialização Tecnoló-gica e Educação e Formação de Adultos. Para 2015 estão previstos em 1 200 formandos em formação e cerca de 2 milhões de horas de formação em Palmela, Porto, Avei-ro, S. João da Madeira, Braga, Vi-seu, Sines e Cascais. «São números que revelam uma mudança de mentalidades nos jovens, nas famílias e nas pró-prias entidades empregadoras, na medida em que cada vez mais se valoriza o saber fazer, o à-vontade com as mais recentes tecnologias, a proatividade e a flexibilidade, va-lores que incutimos aos nossos formandos», refere fonte da ATEC. A ATEC focaliza a sua inter-venção numa forte componente tecnológica aliada a largos perí-odos de formação prática em posto de trabalho enquanto res-

ATEC é academia de excelência

Escola de Turismomarca diferença

posta às necessidades da indús-tria. A ATEC aposta nas mais re-centes tecnologias. Manutenção Industrial, gestão de redes e sistemas informáticos, au-tomação, tecnologia mecatrónica, tecnologia mecânica e telecomu-nicações são algumas das áreas de formação da ATEC. Para os for-mandos de Especialização Tecno-lógica, os protocolos firmados pela ATEC com diversas institui-ções de ensino superior permitem a obtenção de equivalência de cré-ditos em várias licenciaturas. A ATEC também oferece cursos de aprendizagem de dupla certifica-ção, profissional e escolar, para jovens com o 9.º ano, até aos 25 anos, com forte componente de prática e estágio. Soldadura, ma-nutenção industrial, CNC, eletró-nica, mecatrónica e informática são algumas das ofertas formati-vas. Existem ainda os cursos de educação e formação de adultos, para adultos desempregados com o 9.º ano e idade igual ou superior a 23 anos. Até final do ano, deverão ar-rancar na ATEC 15 turmas de for-mação profissional, 7 de especiali-zação tecnológica, 8 de aprendizagem e 2 de educação e formação de adultos.

Cursos Técnicos Superiores Profissionais no IPBeja

O Instituto Politécnico de Beja, com a entrada em vigor do Decre-to-Lei n.º 43/2014, em março de 2014, despoletou o processo con-ducente à criação de um novo tipo de formação superior curta (2 anos, 120 créditos ECTS) não con-ferente de grau, os chamados cur-sos Técnicos Superiores Profissio-nais. Deste processo resultou a criação, o registo e abertura das candidaturas aos cursos TeSP de: Som e Imagem; Tecnologias Web Dispositivos Móveis; e, Viticultura e Enologia. Na sequência desse processo o IPBeja foi um dos pri-meiros Institutos a conseguir pôr a funcionar esta nova oferta forma-tiva, com dois cursos em funcio-namento no ano lectivo 2014/15. Os cursos TeSP de Som e Imagem, Tecnologias Web Dis-positivos Móveis, e, Viticultura e Enologia, que, de acordo com os pareceres reunidos junto de en-tidades regionais, se enquadram na Estratégia de Especialização Inteligente para a Região Alente-jo, e, simultaneamente, corres-pondem às necessidades do te-cido socioeconómico regional, dada a forte componente profis-sionalizante dos seus planos de estudos, potenciam a emprega-bilidade dos estudantes por te-

rem no seu plano de estudos um semestre de estágio em contexto real de trabalho, como é próprio desta oferta formativa. E se numa primeira fase foi possível ao IPBeja abrir três cursos Técnicos Superiores Profissionais, dos quais dois já se encontram em funcionamento, numa segunda fase, foi possível criar mais 14 cur-sos TeSP, dos quais se espera para breve o resultado do processo de registo junto do DGES. O IPBeja aguarda com otimis-mo o registo de todas as propostas, pela qualidade do trabalho que as sustentou e relevância para o teci-do socioeconómico regional, mas também pela articulação vertical com as licenciaturas que o IPBeja oferece atualmente! Os nossos cursos de curta du-ração irão ajudar a elevar a neces-sária qualificação de jovens favo-recendo-lhes a empregabilidade, sem hipotecar a possibilidade de prosseguirem os estudos com a frequência de uma licenciatura ou de um mestrado. O IPBeja procu-rou adequar a criação dos cursos TeSP às necessidades do território e das empresas que nele operam, mas também à construção de filei-ras formativas nas diferentes áreas de Educação e de Formação

A Escola de Hotelaria e Tu-rismo de Setúbal, criada em 1989, que funciona nas antigas instalações do Quartel do 11, com cerca de 200 alunos, aposta numa formação desenvolvida “à medida” na área de Hospitalida-de e Turismo. Maria João Carmo, a diretora da escola, realça que «já demons-trámos que conseguimos ser di-ferentes, inovadores e com inicia-tivas distintas de qualquer outra iniciativa promovida por uma escola de ensino regular, dadas as especificidades das áreas que mi-nistramos. Esse dinamismo con-tinuará a existir, com forte aposta na divulgação da escola, da sua oferta e dos restantes serviços que presta à comunidade».

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SEMMAIS | SÁBADO | 11 DE JULHO | 2015 | 13

POLITÉCNICODE SETÚBALESCOLAS SUPERIORES Educação · Tecnologia de SetúbalSaúde · Ciências EmpresariaisTecnologia do Barreiro

Duração licenciaturas: 6 semestres – cursos regime diurno 8 semestres – cursos da ESS/IPS e cursos em regime noturno12 trimestres – Licenciatura em Tecnologia e Gestão Industrial

GI.C

OM

-IP

S |

julh

o 20

15

LICENCIATURASEngenharia de Automação, Controlo e InstrumentaçãoEngenharia do AmbienteEngenharia Eletrotécnica e de ComputadoresEngenharia InformáticaEngenharia MecânicaTecnologia Biomédica • NOVOTecnologias de EnergiaTecnologia e Gestão Industrial (Noturno)

BiotecnologiaEngenharia Civil (Diurno e Noturno)Tecnologias do Petróleo • NOVO

Animação e Intervenção SocioculturalComunicação SocialDesportoEducação BásicaTradução e Interpretação de Língua Gestual Portuguesa

Contabilidade e Finanças (Diurno e Noturno)Gestão de Recursos Humanos (Diurno e Pós-laboral)MarketingGestão da Distribuição e da Logística (Diurno e Pós-laboral)Gestão de Sistemas de Informação

EnfermagemFisioterapiaTerapia da Fala

Produção AeronáuticaTecnologia e Gestão Automóvel Automação, Robótica e Controlo Industrial*Climatização e Energia*Comunicação, Dispositivos e Aplicações Móveis*Gestão do Ambiente e Segurança*Instalações Elétricas*Manutenção Industrial*Redes e Sistemas Informáticos*Sistemas Eletrónicos e Computadores*Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação*Veículos Elétricos*

Condução e Acompanhamento de Obras*Reabilitação Energética e Conservação de Edifícios*Tecnologias de Laboratório Químico e Biológico*Topografia e Sistemas de Informação Geográfica*

Produção Audiovisual*Serviço Familiar e Comunitário*

Apoio à Gestão de Organizações Sociais*

* A aguardar aprovação pela DGES

CURSOS TÉCNICOS SUPERIORES PROFISSIONAIS

ESTÁGIO GARANTIDO no final do curso

ENSINO SUPERIOR PÚBLICO

CAMPI SETÚBAL | BARREIRO

[email protected] www.ips.pt

+ INFO

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OPINIÃO

Assuntos de jornal

Consciente da realidade social e do impacto da crise na vida das pessoas, o Estado não perdeu a sua vocação social, ao contrário do que muitos advogam, focando a sua acção nos que dele mais necessitam. As transforma-ções mais negativas verificadas na sociedade tornaram imperati-va, em 2011, a intervenção de carácter emergente e urgente em tempos de crise social e econó-mica. Intervenção com medidas de política pública que nunca perderam de vista o objectivo intrínseco da protecção social e da equidade, minorando o impacto dessa crise nas famílias que já estavam em situação de maior carência.O Programa de Emergência Social concebeu cerca de 50 medidas direccionadas à família, aos idosos, às pessoas portado-ras de deficiência, à promoção do emprego, à emergência alimentar, e ao reconhecimento das Instituições de Solidariedade Social. Um Programa focado em medidas e soluções que assenta-ram na promoção e na protecção de direitos dos mais excluídos e dos muitos para quem tem de haver uma resposta social excepcional, preconizando mais economia social e melhor política social. Os Portugueses viveram estes últimos quatro anos de forma dura, mas com resiliência, com sacrifícios, mas sempre apoiados por um modelo de intervenção social que deu resposta de forma eficaz e célere a carências sociais muito graves.

O tão falado Estado SocialEstes anos obrigaram-nos a um redimensionamento, a um colocar no lugar certo a escala das nossas necessidades e prioridades, pois a crise por que Portugal passou foi abrangente e profunda, implicando uma reconfiguração de tudo a que estávamos habituados.Setúbal foi um distrito fustigado pelo desemprego que, graças à trajectória responsável deste governo, tem vindo a descer. Entre Abril de 2014 e Abril de 2015 registou-se uma diminuição de inscritos nos Centros de Emprego (menos 6.245), e integraram o mercado de trabalho 673 pessoas. É sinal de que a economia começa a dar passos firmes.E o Estado Social tem sido uma realidade no distrito de Setúbal. A protecção social através das várias prestações sociais (Subsídio de Desemprego, Subsídio Social de Desemprego, RSI, CSI, doença, parentalidade, abono de família) abrange neste momento cerca de 130 mil beneficiários, num valor global mensal de 131 milhões de euros, a que acresce o apoio económico em acção social que, nos primeiros 5 meses de 2015, já apoiou mais de 2500 pessoas com um valor perto dos 1.5 milhões de euros.Não podemos também ignorar o salto qualitativo que demos em matéria de rede de cuidados con-tinuados. De 2011 para 2015 duplicámos o número de unidades, e passamos de uma

capacidade de 349 vagas para 629, num montante de comparti-cipação por parte da Segurança Social de 3 milhões de euros, a que acresce a comparticipação da Saúde.Mas o Estado não pode agir isoladamente e, por isso, o trabalho em parceria é crucial. As 258 instituições do sector social e solidário no distrito têm contri-buído para que as consequências da crise não se tenham feito sentir de forma mais aguda e fracturante. O Estado contratua-liza acordos de cooperação para respostas sociais que apoiam as famílias na infância, na deficiên-cia, na terceira idade, transferin-do anualmente para as institui-ções no distrito cerca de 90 milhões de euros, para o apoio a 35.300 pessoas. De registar que entre Dezembro de 2011 e Dezembro de 2014 o distrito viu 1800 vagas serem aumentadas nos acordos de cooperação, por via da celebração de novos acordos ou de revisão em alta de outros. Já este ano, celebrámos novos acordos para CAFAP, deixando todo o distrito coberto com esta resposta de primeira linha de apoio e aconselhamento a 646 famílias. Apostamos, de igual modo, no alargamento de acordos no âmbito da interven-ção precoce, facto que possibili-tou que Setúbal tenha nesta matéria equipas em todo o distrito, no apoio a cerca de 1700 crianças.Pese embora os tempos difíceis, os números impactantes da

protecção social no distrito de Setúbal são reveladores da acção do Estado Social, onde não pode-mos esquecer o Programa de Emergência Alimentar, que através de uma rede de canti-nas sociais tem conseguido prover refeições a muitos agregados familiares. Contribu-to importante foi também o dos contratos locais de desen-volvimento social – CLDS+ que trouxeram para Almada, Seixal, Barreiro e Montijo acções de qualificação das pessoas e das comunidades, injectando na intervenção e desenvolvimento social 1,1 milhões de euros entre 2013 e 2015.Perante os constrangimentos de ordem económico-financeira com que o país se debateu nos últimos anos, o Estado Social sempre garantiu a protecção e inclusão social dos cidadãos.Mas passada a emergência é necessário pensarmos no desenvolvimento, neste que é o Ano Europeu do Desenvolvi-mento e repensarmos as funções do Estado Social. E repensar não quer dizer que se perca o Estado Social, pelo contrário, é uma forma de o defender do colapso e da insustentabilidade. É repensar para preservar. Há que pensar a

Acredito que muitos dos portu-gueses estarão como eu estou: farto de notícias que mudam da manhã para a tarde, que massi-vamente nos trucidam quando o tema é de circunstância. E como, cada vez mais, tudo neste mundo volátil é de circunstância, logo entre muitas atitudes, duas se nos colocam mais veemente-mente: desligar dos assuntos matraqueados até à exaustão ou acompanharmos a notícia e enjoarmos o assunto, que se vai alterando conforme as conveni-ências e jogos de bastidores.Sem dúvida que para tudo isto contribui certa comunicação social ávida de notícias a qualquer preço, tantas vezes preferindo o press release, que lhe faz chegar a notícia sem custos associados a uma investigação justificada, na maioria das circunstâncias. As regras do jogo parecem confi-nar-se à necessidade de anteci-pação à concorrência, vendo quem dá primeiro a notícia, e à rentabilização/poupança de meios colocados no terreno numa gestão de equilíbrio difícil num setor em dificuldades.

Ao folhear os jornais de hoje dou com três assuntos que me merecem alguma reflexão: - A situação atual da Grécia; - O corte de relações da Associação Sindical de Juízes com a Ministra da Justiça e a satisfação dos chineses que dizem que Portugal é o melhor país da Europa para comprar empresas.Quanto à primeira mencionada, decerto que já muitas teses de doutoramento se debatem por esse mundo fora, duma forma elevada e com argumentos que nos faltam ao comum dos mortais, que se vê complexo e sem entender o que se passa de facto e com verdade. Se pela manhã as Bolsas europeias reagiam positivamente face a um possível acordo, pela tarde o célebre Ministro das Finanças alemão anunciava não ter grandes expectativas sobre um possível acordo, ao mesmo tempo que terminava mais uma reunião do Eurogrupo sem acordo sobre o futuro da Grécia. E para baralhar e dar de novo, mantendo a pressão e a dúvida não faltarão pronunciar-se a Comissão Europeia, o BCE, o

FMI e mais uma Cimeira da Zona Euro, que continuarão a achar como insuficientes medidas que passam por uma austeridade agravada do povo grego, uma vez que se pedem mais medidas de agravamento das taxas do IVA sobre a eletricidade e restauran-tes, sobre os salários, o regime de pensões, entre outras.Sou ainda dos que acreditam que tudo isto não passa dum jogo de bastidores ao mais alto nível e que para bem do Euro e da União Europeia, é desejável que a Grécia continue a pertencer a este “clube” cada vez menos solidário e mais circunscrito à vontade do governo alemão. E claro, que no jogo de conveniên-cias, há todo o interesse em vergar o governo Grego do Syriza perante a opinião pública europeia, de modo a evitar num futuro próximo, o contágio do voto em partidos políticos congéneres noutros países da EU.O segundo assunto que merece as manchetes dos jornais de hoje é o desenlace da classe dos juízes com o atual governo do PSD/PP, o que me faz lembrar das

consequências sentidas (e que se fazem sentir) pelo governo anterior do PS e o que demais lhe está associado, a partir da altura em que houve uma perda de benefícios dos juízes e se abriu uma luta sem tréguas. Reflita-se sobre o que foram os últimos 6 anos e caso pegue ao contrário, adivinhe-se o que daí poderá vir.Por fim, uma constatação que nos devia deixar tristes pela gravidade dos tempos que correm. Ser o país da Europa melhor para comprar empresas pode revelar que estamos a vender ao desbarato o nosso património empresarial indivi-dual e coletivo, público e privado, tudo valendo para fazer umas “coroas” e resolver problemas conjunturais de contas públicas deficitárias e devedoras. Fazê-lo da forma

ATUALIDADES

José António ContradançasEconomista

Ana Clara BirrentoDiretora do CRS Segurança Social

médio e longo prazo, garantindo a equidade, combatendo a fraude e o abuso, garantindo ainda mais o apoio aos que verdadeiramente dele necessi-tam. A globalização da econo-mia, as baixas taxas de cresci-mento económico e demográfico, a complexidade da sociedade e a crescente exigên-cia de novos serviços desafiam o modelo de desenvolvimento e de intervenção. As alterações nas últimas décadas trouxeram mudanças significativas nas necessidades das populações, obrigando a um novo paradi-gam. Um novo paradigma que se abre à intervenção social, à inovação e à qualificação; um paradigma que beneficiará do novo quadro comunitário Portugal 2020, que trará recursos financeiros fulcrais para a área social, para o crescimento e para o desenvol-vimento.Sem recursos financeiros, não há Estado Social, não se cumprem as necessidades básicas. Para que possamos salvaguardar o Estado Social temos de o reformar e de o melhorar, de modo a garantirmos que ele existe quando, onde e para quem faz falta, agora e no futuro.

como foi e está a ser feito, é um atentado ao nosso futuro, à nossa identidade e à nossa soberania enquanto país secular com as mais antigas fronteiras da Europa, fruto da paz e da boa convivência.São três assuntos que parecem distantes e sem correlação. Mas assim não é, motivando iguais preocupações, num mundo que nos pretende despersonalizar, onde a nossa vida vale pouco num jogo de bastidores onde se sobrepõem outros interesses, sejam eles dos juízes, dos governos, da alta finança, acolitados por certa comunica-ção social que cavalga a notícia pela novidade, a qualquer preço. Preço que pagamos, ora subju-gados por alemães “superiores” ora colonizados por chineses endinheirados com o nosso dinheiro.

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SEMMAIS | SÁBADO | 11 DE JULHO | 2015 | 15

OPINIÃO

Diretor Raul Tavares | Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida - coorde-nação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Mediasado, Lda; NIPC 506 806 537 Concessão Produto Mediasado, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98semmais

Este ano a silly-season vai ser bem hot.Com a Grécia a mexer com o equilíbrio de forças mun-dial, onde se adivinha a in-terferência dos EUA e da Rússia, num braço de ferro entre a União Europeia e as suas instituições e a Grécia, com o FMI a mediar.Sabemos que entre este fo-lhetim, adicionando o ter-rorismo que ameaça o ve-rão do ano da graça de 2015, teremos igualmente a cam-panha para as legislativas e ainda os avanços e recuos dos diversos candidatos presidenciais.O PS que parecia apoiar Sampaio da Nóvoa, paulati-namente vai-se virando para Maria de Belém, que mostra muita vontade de acabar em Belém já no pró-ximo ano.À direita uma verdadeira guerra de titãs, com Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro San-tana Lopes e Rui Rio perfila-dos para sucederem a Cava-co e ainda com Durão Barroso na fila de espera.Será que algum deles se an-tecipa? não creio pois todos têm receio de uma falsa partida.Para as legislativas, tere-mos um verão a prometer muitas promessas, quais bolas de Berlim fresquinhas (o mesmo é dizer que quen-tinhas) que todos nós aguardamos ansiosamente e depois comemos sob vi-goroso protesto, uma vez que as mesmas só servem para colocar ainda mais a nu a proeminente barrigui-nha que andamos meses a tentar encolher.Para esta silly-season, dei-xo-vos um desejo vigoroso: cada vez que estiverem far-tos de Syrizas, PSD´s, PS´s e afins, muitos mergulhos para refrescarem as ideias. São os meus votos.

Paulo Edson CunhaVereador Câmara do Seixal

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Silly -Season

A encruzilhada da União Europeia

O jogo estava viciado desde o início, porque os parceiros que o abriram falsificaram os dados e a entidade auditora, a Goldman Sachs, que então fora chamada para fiscalizar as regras, fez vista grossa e sancionou como boa a falsifi-cação. A comissão europeia fez o mesmo. Foi isso o que se passou quando a Grécia aderiu ao euro. Quem abriu o jogo foi um governo de direita que então estava no poder na Grécia não hesitando em lançar dados falsificados e aceitando, sem pestanejar, as regras que o alegado árbitro, neste caso, a Troika lhe impôs. Sabendo, uns e outros que a certa altura não haveria forma de pagar os prémios, tal o montante da divida acumulada.Cedo aliás se verificou, em 2012, que a Grécia não aguen-taria e não houve solução que não fosse afetar a dívida dos credores em 50% e fixar prazos mais alargados para o cumpri-mento. Apesar deste segundo resgate, a dívida cresceu para um valor incomportável, de 177%, o desemprego disparou para quase três dígitos, ou seja,

para perto de 30% e a econo-mia estiolou com uma queda do PIB em 25%. Perante este cenário, de desespero, o povo grego votou nas últimas eleições no Syrisa, partido que havia denunciado as falsificações e manifestado a oposição às políticas de austeridade. O atual governo que está no poder na Grécia há escassos cinco meses, não foi responsável pelo que se passou antes, inclusive na ausência de medidas sobre as reformas estruturais, incluindo as de natureza fiscal. Nestes cinco meses para cá, o novo governo grego, negociou com a Troika. Com o aproximar da regularização do pagamento de mais uma tranche do empréstimo do FMI, que ocorreu no dia 30 de Junho, as negociações romperam-se e o governo convocou um referen-do para domingo, dia 5 de julho, colocando então uma questão simples – aceitam os eleitores a proposta da Troika ou rejeitam-na?Do meu ponto de vista a posição do governo grego foi correta. Ela veio pôr a nú a inadmissível intromissão de

dirigentes da União Europeia e de alguns países que a inte-gram como foram os casos de Passos Coelho e Cavaco nos assuntos internos gregos. Por outro lado permitiu a clarifica-ção das opções que agora se colocam Sair deste imbróglio não vai ser fácil e parece que se está preso por ter e não ter cão.Só que a saída da Grécia do euro é de uma enorme gravida-de, com consequências sistémi-cas, incluindo desde logo para Portugal, apesar do Presidente da República, que mais valia estar calado, ter opinado que se a Grécia saísse, em lugar de 19 países ficavam 18 no euro…Francamente!... O inverosímil é sempre possível com este Presidente.O governo português, sempre “mais papista que o Papa”, não fez como se sabe melhor, fustigando com todas as

declarações possíveis o governo grego, como se este não tivesse sido democratica-mente eleito, por causas determinadas por uma política imposta de austeridade cega com a cumplicidade da comis-são europeia.Face à quadratura do círculo, das duas uma: ou há novo resgate, o terceiro, com renegociação da dívida e eventual perdão parcial dela e se permite à Grécia respirar, ou esta sai do euro.Esperamos que a União Europeia e os seus dirigentes que não aprenderam com os próprios erros e menos com a gravidade deles, estejam agora à altura dos desafios que se colocam à União Europeia, invertendo as politicas cegas de austeridade que vêm sendo prosseguidas.É esta a encruzilhada em que estamos.

POLÍTICA MESMO

Vitor RamalhoAdvogado

“Vês aqui a grande máquina do Mundo,Etérea e elemental, que fabricadaAssim foi do Saber, alto e profundo,Que é sem princípio e meta limitada.Quem cerca em derredor este rotundoGlobo e sua superfície tão limada,É Deus: mas o que é Deus, ninguém o entende,Que a tanto o engenho humano não se estende.”

Luís Vaz de Camões, in ‘Os Lusíadas’, Oitava Oitenta, Canto X.

A actualidade de Camões

Um planeta faz parte de uma entidade espiritual em evolu-ção, tal como uma pessoa, uma nação, um sistema solar ou uma galáxia. A oitava supracitada refere‐se a um extracto da prédica na qual uma Musa, trazida por Vénus ao encontro dos nautas, na ‘Ilha dos Amo-res’, instruia Vasco da Gama (em estado de transe) na sua Iniciação.A abertura mental proporciona-da pela Física Quântica, ao introduzir no meio científico oconceito de ‘Campo’ (falso vácuo) – o mesmo que sob outros nomes a Filosofia (Oculta), desde há séculos no Ocidente e milénios no Oriente (Sabedoria Antiga), vinha preconizando – veio revolucio-nar o método de encarar o mundo dos fenómenos, dotan-do‐o de uma abordagem

multidimensional e transdisci-plinar que, não se confinando a universos estritamente científi-cos, filosóficos, ou religiosos (na acepção comum deste termo), a todos convoca.O insondável mistério acerca do que teria existido antes do início deste Universo (o uno nodiverso) remete‐nos para os conceitos filosóficos sobre o ‘espaço’ e o ‘tempo’, os mundosparalelos, as dimensões e planos da Natureza. De forma muito simplista, um dos pressupostos da teoria da relatividade refere que se desaparecessem todos os objectos do Universo, também o espaço e o tempo cessariam, porque estas entidades existem em função daqueles.E a Física Quântica acrescenta que no ’nada’ a que chamamos ‘falso vácuo’ se poderá materiali-zar (e matéria é energia conden-

sada) uma partícula (bóson de Higgs / techni‐quarks), ainda inferior ao átomo, possuindo uma dimensão ondulatória e uma outra vibratória, com propriedades e potencialidades excepcionais, tais como saltar de um plano para outro sem percorrer o espaço entre ambos: o salto quântico dos eletrões. E nem só esotericamente, nem sequer apenas em termos especulativos se hesitou em atribuir uma ‘consciência’ (ínfima que fosse, adormecida…) a essas partículas, aproximando‐nos dos conceitos da mónada deLeibnitz, e da ‘Mónada’ da Teosofia.O nível de transcendência a que os místicos e religiosos se referiam acerca da realidadeespiritual da alma do homem equivale às fantásticas conse-quências formuladas pela ´mecânica vibratória’ de Louis de Broglie e pelo ‘princípio de complementaridade’ de Niels

PENSO, LOGO INSISTO.

Fernando RaimundoColaborador

Bohr. Daqui a a admitir uma fundamentação metafísica (não captada pelos sentidos) para os fenómenos físicos e uma matriz psíquica (quase espiritual) para os estados de consciência é um salto … quase quântico.Alguns filósofos gregos da Antiguidade Clássica tudo atribuiam aos elementos Fogo, Água, Ar e Terra. Por sua vez, as qualidades desses elementos eram o quente, o frio, o seco e o húmido, na sua dimensão física, emocional, mental e psíquica. Cada elemento possuirá duasqualidades, sendo o Fogo, quente e seco, a Água, fria e húmida, a Terra, fria e seca e o Ar, quente e húmido.E Camões?Um percursor, um poeta (indivisível) que demonstra que o princípio da Sabedoria resulta de um salto quântico da acumu-lação de conhecimentos …Convido‐vos a apreciar aquela oitava.

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