semmais 11 abril 2015

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Pub. Sábado | 11 abril 2015 www.semmaisjornal.com semanário — edição n.º 850 • 8.ª série — 0,50 € região de setúbal Diretor: Raul Tavares Distribuído com o VENDA INTERDITA CULTURA 9 Jorge Palma com companhia dá concerto este sábado no auditório do Seixal SOCIEDADE 3 Quercus libertou ontem 2000 peixes- bordalo na ribeira de Grândola DESPORTO 11 JORGE HUMBERTO Evoca o tempo e os tempos para falar da realidade atual. CÍNTIA MACHADO Afirma que o peixe congelado é saudável. VITOR RAMALHO Traça a linha entre a causa da paz e a desemanidade à solta. AMÉLIA ANTUNES Relança a possibilidade do novo aeroporto em Alcochete. JOÃO COUVANEIRO Lembra o cinquetenário da escola moderna. DAVID SEQUERRA Aborda a questão das idades no universo futebolístico. Pub. RESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL RUA GENERAL GOMES FREIRE, 138 960 331 167 A explosão da última quarta-feira numa pedreira da empresa Sobrissul, em Sesimbra, em zona do Parque Natural da Arrábida, parece não ter tido, para já, consequências no meio envolvente. Pelo menos é este o resultado da vistoria anunciada pela autarquia sesimbrense. Por saber estão ainda as causas que estiveram na origem deste incidente, que gerou pânico nas localidades mais próximas e foi audível na outra margem do Tejo. Frasquilho apela ao investimento em sessão na Portucel NEGÓCIOS O presidente da Aicep, natural de Setúbal, esteve na Portucel, num encontro de forne- cedores que reuniu 60 empresá- rios. Miguel Fraquilho deixou a nota de que é importante investir e inovar para aumentar a compe- titividade. PÁG. 12 Vistoria garante que explosão na Arrábida não afetou fauna e flora Câmaras do distrito perderam 1383 trabalhadores nos últimos quatro anos SOCIEDADE Nos últimos quatro ano, altura em que o país esteve sob assistência financeira, e com a presença da 'troika', as treze câmaras do distrito perderam 1383 traba- lhadores. Só mesmo Alcácer do Sal ganhou funcionários. Em 2014, o número total de trabalhadores das autarquias era 10 720. PÁG. 2 Fotos: DR António Costa escolhe região para abrir hostilidades no ataque às Legislativas POLÍTICA Dias após ter deixado a presidência da Câmara de Lisboa para exercer em pleno a liderança do partido, António Costa escolheu Almada para juntar militantes e simpatizantes no ataque às próximas eleições. Foi duro e abriu as hostilidades contra o Governo de Passos Coelho. PÁG. 10 Participação no Lago dos Tubarões envolve nadadora Simone Fragoso em polémica PÁGS. 4 E 5

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Edição do Semmais de 11 de Abril

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Page 1: Semmais 11 abril 2015

Pub.

Sábado | 11 abril 2015 www.semmaisjornal.comsemanário — edição n.º 850 • 8.ª série — 0,50 € • região de setúbalDiretor: Raul Tavares

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

CULTURA 9Jorge Palma com companhia dá concerto este sábado no auditório do Seixal

SOCIEDADE 3Quercus libertou ontem 2000 peixes-bordalo na ribeira de Grândola

DESPORTO 11

.

JORGE HUMBERTO Evoca o tempo e os tempos para falar da realidade atual.

CÍNTIA MACHADOAfirma que o peixe congelado é saudável.

VITOR RAMALHO Traça a linha entre a causa da paz e a desemanidade à solta.

AMÉLIA ANTUNESRelança a possibilidade do novo aeroporto em Alcochete.

JOÃO COUVANEIRO Lembra o cinquetenário da escola moderna.

DAVID SEQUERRA Aborda a questão das idades no universo futebolístico.

Pub.

RESTAURANTE ● SETÚBAL ● PORTUGALRUA GENERAL GOMES FREIRE, 138  960 331 167

A explosão da última quarta-feira numa pedreira da empresa Sobrissul, em Sesimbra, em zona do Parque Natural da Arrábida, parece não ter tido, para já, consequências no meio envolvente. Pelo menos é este o resultado da vistoria anunciada pela autarquia sesimbrense. Por saber estão ainda as causas que estiveram na origem deste incidente, que gerou pânico nas localidades mais próximas e foi audível na outra margem do Tejo.

Frasquilho apela ao investimento em sessão na PortucelNEGÓCIOS O presidente da Aicep, natural de Setúbal, esteve na Portucel, num encontro de forne-cedores que reuniu 60 empresá-rios. Miguel Fraquilho deixou a nota de que é importante investir e inovar para aumentar a compe-titividade.

PÁG. 12

Vistoria garante que explosão na Arrábida não afetou fauna e flora

Câmaras do distrito perderam 1383 trabalhadores nos últimos quatro anosSOCIEDADE Nos últimos quatro ano, altura em que o país esteve sob assistência financeira, e com a presença da 'troika', as treze câmaras do distrito perderam 1383 traba-lhadores. Só mesmo Alcácer do Sal ganhou funcionários. Em 2014, o número total de trabalhadores das autarquias era 10 720.

PÁG. 2

Fotos: DR

António Costa escolhe região para abrir hostilidades no ataque às Legislativas

POLÍTICA Dias após ter deixado a presidência da Câmara de Lisboa para exercer em pleno a liderança do partido, António Costa escolheu Almada para juntar militantes e simpatizantes no ataque às próximas eleições. Foi duro e abriu as hostilidades contra o Governo de Passos Coelho.

PÁG. 10

Participação no Lago dos Tubarões envolve nadadora Simone Fragoso em polémica

PÁGS. 4 E 5

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SÃO OS efeitos dos “estilhaços” da troika que ao longo de três anos obrigou as câmaras a cor-tarem no quadro de pessoal. En-tre 2010 e 2014 os municípios da região perderam um total de 1383 funcionários, aproximando-se dos valores do ano 2000, segun-do os dados agora revelados pela Direção Geral de Administração Local (DGAL). As autarquias da Península e do Litoral Alenteja-no contabilizavam 10720 empre-gados em Dezembro de 2014 e apenas uma aumentou o qua-dro de pessoal neste período de austeridade: Alcácer do Sal. «Em 2015 teremos mais do mesmo», avisa Rui Garcia presidente da Associação de Municípios da Re-gião de Setúbal (AMRS).

Foi o município do Barreiro aquele que perdeu mais funcio-nários autárquicos, num total de 156, passando para os atuais 663,

traduzindo uma variação nega-tiva de 19%. Contudo, em termos percentuais, é Odemira que exi-be a maior razia, registando uma perda de 135 pessoas, para uma variação de menos 23,6%. Ain-da no Litoral Alentejano, Sines sofreu um corte de 114 (-22,1%), Santiago do Cacém 98 e Grân-dola menos 17. O litoral perdeu 364 funcionários, ficando com 2162, segundo os números for-necidos pela DGAL.

De regresso a norte do Sado. A Câmara de Almada registou a menor quebra (menos 48) e uma variação de 3,2%, enquanto Se-túbal perdeu 164 postos de tra-balho, Sesimbra 147 e Seixal 143. Segue-se Palmela (103), Monti-jo (102), Moita (86), Alcochete (70).

É em Alcácer do Sal que a ten-dência regional é claramente in-vertida. A autarquia atingiu os 395 funcionários em Dezembro de 2014, o que traduz um aumen-to de 34 pessoas face a 2010.

«Não tem sido fácil gerir esta diminuição de pessoal», adian-ta o presidente da AMRS, para quem a prioridade das autar-quias do distrito tem passado por evitar que os serviços con-siderados «essenciais» sejam afetados.

Mesmo assim, prossegue, «é com crescente dificuldade que trabalhamos. Por vezes com re-

curso à contratação de serviços externos, que não são mais ba-ratos nem têm mais qualidade», admite, acrescentando que ou-tras vezes as câmaras optam por recorrer a trabalhadores dos pro-

gramas de inserção dos Centros de Empregos. Porém, diz que esta alternativa também não é solu-ção. «Estamos a falar de traba-lhadores sem formação e sem estabilidade. Não é possível pen-

sar-se o futuro e a estabilidade dos serviços com trabalhadores precários, que estão ali só du-rante alguns meses», refere Rui Garcia, para quem “é a popula-ção que perde com isto».

E quanto a 2015? «Vamos ter mais do mesmo», sustenta, ale-gando que Orçamento de Esta-do deixou de impor, para gene-ralidade dos municípios, a re-dução de pessoal, «mas impôs o não crescimento de despesas com pessoal. Ou seja, na práti-ca, isto quer dizer que não po-demos contratar ninguém».

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SOCIEDADE

DR

DR

Texto Roberto Dores

Câmaras da região perderam 1383 funcionários nos últimos quatro anos

Apenas a Câmara de Alcácer do Sal aumentou o seu quadro de pessoal durante o período da ‘troika’

A campanha do Pirilampo Mágico des-te ano decorre entre 9 e 31 de maio. A APPACDM de Setúbal juntou-se, uma vez mais, à Fenacerci e à Antena 1 para dina-mizar uma das iniciativas mais acarinha-

das pela comunidade. Desta forma, a ins-tituição conta com a habitual e solidária participação da comunidade setubalen-se, através da aquisição do pirilampo por 2 euros, e o pin por um euro.

O “Dá a Mão à Floresta”, da Portucel, de-corre no dia 13, em Setúbal, onde são dis-tribuídos, em parceria com as autarquias locais, vários milhares de plantas caracte-rísticas, entre as quais pinheiros mansos,

eucaliptos, sobreiros, carvalhos, azinhei-ras, alfazemas, alecrins e medronheiros. Este ano, pela primeira vez, a iniciativa realiza--se nalgumas localidades em articulação com a ação “Floresta Segura”.

Campanha “Pirilampo Mágico” avança em maio Portucel “Dá a Mão à Floresta” pelo 5.º ano

O ano passado o festival foi relançado, após um grande interregno

O número de trabalhadores atualmente ao serviço das nossas autarquias estão ao nível de 2000. O ano passado, entre os nove concelhos da Península de Setúbal e os quatro do Litoral Alentejano, contabilizavam-se 10 720 funcionários.

AMRS diz não ser fácil diminuição sem afetar serviços

A ASSOCIAÇÃO de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) vai realizar, dias 22 e 23 de Maio, na Quinta da Marialva, em Corroios, o “Festival Liberdade”, espaço de festa, de convívio, de parti-cipação, de exposição, de músi-ca, de animação e de opinião.

Esta iniciativa realizou-se pela primeira vez em 1994, como forma de comemorar o 20.º ani-versário do 25 de Abril, e vai des-ta vez contar com a participa-ção dos nove municípios que compõem a AMRS, Almada, Sei-xal, Alcochete, Palmela, Sesim-

bra, Barreiro, Moita, Montijo e Setúbal

O Festival foi relançado o ano passado, entre os dias 9 e 10 de Maio, no concelho da Moita, e contou com a presença de cer-ca de 20 mil pessoas e um car-taz musical e artístico de gran-de expressão, entre os quais gru-pos como os “Deolinda” e “The Gift”.

Para este ano estão já previs-tas as participações dos “Diabo na Cruz”, “Expensive Soul”, como cabeças de cartaz, entre outros. Para além de atuações de grupos

de teatro, dança e até o visiona-mento de curtas-metragens. Está igualmente previsto um Encon-tro da Juventude, com dois de-bates em perspetiva.

A organização promete tam-bém no recinto do Festival, uma animação permanente com atua-ções de grupos de performance de rua, bombos, teatro, despor-tos radicais e pintura de graffi-ti. As Associações Juvenis com os seus Stands próprios prepa-ram-se também para dinamizar os vários espaços do evento com a criatividade e irreverência.

Festival Liberdade da AMRS promete animação em Corroios

A função pública agitou durante este período de crise a bandeira da contestação

Funcionários por habitantesUma das curiosidades dos resultados revelados pela DGAL prende-se com o número de funcionários municipais por cada mil habitantes, onde Alcácer do Sal é líder atingin-do os 30,4 trabalhadores camarários para cada milhar de munícipes. Sines é segundo, com 28,2, enquanto Grândola tem 27,7. Os restantes estão todos abaixo dos 20. Alma-da e Barreiro (ambos com 8,4) e seixal (9,8) são os três concelhos com menos funcio-nários por cada mil habitantes. Setúbal tem 10,4 e Moita 11,1.

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HÁ MUITO que o sistema era fa-lado para ser adotado em Portu-gal, mas só este ano a carta de condução por pontos deverá che-gar ao mercado. A proposta, que visa substituir o atual regime de multas e da cassação do título é conhecida em vários países eu-ropeus, tratando-se de uma mo-dalidade em que é atribuído ao condutor um saldo de 12 pontos. À medida que o automobilista vai cometendo infrações os pontos são-lhe retirados, em proporção à gravidade da violação da lei. Caso o condutor venha a perder a totalidade dos 12 pontos, dei-xará mesmo de poder conduzir. Mais: infrações cometidas no pas-sado vão ter efeito retroativo.

A proposta, que ainda não está fechada, é aplaudida, em de-clarações ao Semmais, por Car-los Barbosa, presidente do Au-tomóvel Clube de Portugal (ACP), para quem «há muito tempo que o país já deveria de ter adotado esta modalidade». Alega ser a maneira «mais fácil de levar as pessoas a conduzirem com mais cuidado, porque passam a ser elas próprias a controlarem os pontos que têm».

Já quanto à questão da sub-tração dos pontos retroativos junto dos automobilistas que te-nham penalizações em vigor, Carlos Barbosa admite ser esta a única forma de aplicar o novo sistema. «É uma carta com uma composição diferente, que per-mite ao condutor ver em que pé está o seu cadastro, mas, no fun-do, a carta é igual», sublinha o

dirigente, para quem «faz todo o sentido que as faltas graves e muito graves tenham efeitos re-troativos, até para distinguir os bons dos maus condutores», jus-tifica.

Carlos Barbosa revela tam-bém que o ACP já discutiu este assunto com o Governo e que «está disponível para participar na discussão pública da propos-

ta» que aponta para uma trans-ferência direta, para o novo sis-tema, do cadastro anterior do condutor. «Afinal, o ACP serve precisamente para assegurar que o Código da Estrada está a ir ao encontro das necessidades da segurança dos automobilistas, que é sempre o mais importan-te para quem anda na estrada», resume.

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Texto Roberto Dores

O que é e como funciona a nova carta por pontos?

Como já é possível ler no Portal de Edu-cação e Segurança Rodoviária, a carta por pontos consiste na atribuição ao con-dutor de um determinado número de pontos que lhe vão sendo retirados em função do tipo de infrações que vai pra-ticando até que, se ficar sem pontos, fica sem carta de condução. Uma modalida-de que em vigor em França, Espanha e Luxemburgo e com sistemas, em alguns casos, muitos idênticos, nomeadamen-te no número de pontos (12) que são con-cedidos a cada condutor. Em Portugal o sistema já esteve para avançar diversas vezes, mas nunca chegou a ser imple-mentado. Este sistema não substitui as demais sanções previstas da lei, tais como o pagamento da coima ou a inibição de conduzir, daí que a perda de pontos é uma mera consequência da prática de infrações. Ainda assim, se nem todas as infrações rodoviárias implicam a perda pontos, há infrações que podem implicar a perda de seis pontos de uma só vez, como é o caso da condução com álcool.

Quercus liberta 2000 peixes da ‘boa’ ribeira de Grândola

A QUERCUS libertou, ontem, na Ribeira de Grândola, cerca de dois mil peixes, numa parceria com o Centro de Biociências do ISPA e Aquário Vasco da Gama, uma opor-tunidade para chamar a atenção para os problemas que ameaçam a qualidade dos recursos hídricos da Bacia do Sado.

Durante a operação ambien-talista, foram libertados, junto à localidade de Canal Caveira, cer-ca de 2000 bordalos, espécie en-démica da Península Ibérica e con-siderada vulnerável. Esta ribeira, afluente do rio Sado, frisa a Quer-cus, apresenta-se ainda “como uma exceção”, numa zona em que 79% das massas de água são de má qualidade.

De acordo com a Quercus, “a atividade industrial associada ao deficiente funcionamento dos Sis-temas de Tratamento de Águas Re-siduais, a invasão dos habitats por espécies da flora e fauna exóticas e os contaminantes provenientes das antigas minas e escombreiras de Aljustrel, Caveira e Lousal são apenas mais alguns dos fatores que ameaçam os cursos de água da re-gião, afetando gravemente a qua-lidade das águas e dos solos e os ecossistemas deles dependentes”.

Em declarações ao Semmais, o novo presidente do Núcleo da Quer-cus do Litoral Alentejano, Paulo do Carmo, afirma tratar-se de «uma medida de repovoamento de uma espécie endémica muito importan-te para o ecossistema da ribeira de Grândola». O responsável diz ain-da que uma das promessas que faz é empenhar-me para que esta ri-beira, «volte a ser um dos ex- libris de Grândola, local de passeios, brin-cadeiras, festas e piqueniques».

Paulo do Carmo garante ainda que a Quercus do Litoral Alente-jano irá «trabalhar com as entida-des competentes», de modo a sal-vaguardar esta importante reser-va hídrica da região e «honrar o compromisso de devolver a ribei-ra de Grândola aos grandolenses para seu usufruto»

Vamos ter carta de condução por pontos mas com infrações retroativas

Carlos Barbosa, presidente do ACP, explicou ao Semmais mudanças que estão em cima da mesa

A proposta ainda não está fechada, mas pode vir a substituir o atual regime de multas e da cassação de cartas de condução.

O líder do ACP diz fazer sentido que as faltas

graves tenham efeitos retroativos

A COLUNA vertebral, também chamada de espinha dorsal, es-tende-se do crânio até a pelve. Ela é responsável por dois quin-tos do peso corporal total e é composta por tecido conjunti-vo e por uma série de ossos, cha-mados vértebras, as quais es-tão sobrepostas em forma de uma coluna, daí o termo colu-na vertebral. A coluna vertebral é constituída por 24 vértebras + sacro + cóccix e constitui, jun-to com a cabeça, esterno e cos-telas, o esqueleto axial.

Há quem não a tenha. Ou me-lhor, tendo não a tenha.

Confuso? Claro que não. Há quem a tenha, mas como está sempre agachada não usufrui

das maravilhas que a mesma proporciona.

Como sabem, na política, como na vida, quem pugna por a ter direita, ou a verga rapida-mente ou é ostracizado. No mí-nimo.

Raros são os casos de políti-cos no nosso país que sintamos que ao longo de todo o seu per-curso a tiveram. Lembro-me de um Sá Carneiro, de um Adelino Amaro da Costa, de um Álvaro

Cunhal, que não sendo da mi-nha área política, pelo menos ba-tia-se árdua e lealmente por aqui-lo em que acreditava.

Hoje temos um Rui Rio, que prefiro esperar para analisar o seu futuro político, mas por en-quanto arrisco integrá-lo nesta lista. António José Seguro, sem embargo da sua falta de carisma e da sua sede de poder, que de tão próximo causa o cegava (e o destruiu) é um bom exemplo de que as pessoas na política quan-do têm a espinha dorsal direita, rapidamente são empurrados para fora da nau.

Aliás, as recentes notícias que dão nota de dois nomes anti-sis-tema serem candidatos da área ideológica da esquerda e das reac-ções dessa mesma esquerda dei-xam perceber que os partidos (e a própria sociedade civil) prefe-rem gente comprometida com o

sistema, com demasiados telha-dos de vidro, para que a qualquer momento os possam também a eles escorraçar, do que gente in-dependente da esfera partidária, mesmo que dele emanada, caso do Dr. Henrique Neto, ou abso-lutamente independente do es-pectro partidário como é o caso do Prof. Sampaio da Nóvoa.

Ora, aquele que há umas se-manas era uma destacada figu-ra da nossa sociedade com um passado imaculado, bastou a no-tícia de que seria o candidato ofi-cial do Partido Socialista, para vermos esse mesmo Partido So-cialista a multiplicar-se em de-clarações a zurzir forte e feio nes-sa candidatura, o que me leva a pensar que Sampaio da Nóvoa deve ao longo da sua vida ter tido a sua espinha direita e com as suas Lordose e cifose perfeita-mente definidas.

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

Paulo Edson CunhaVer. PSD/Seixal

Coluna vertebral

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SOCIEDADE

A avaliação foi divulgada pela Câmara de Sesimbra, mas ainda não se sabe a causa do incidente

DR

A vistoria, preliminar, efetuada à pedreira de Sesimbra onde se verificou a explosão de quarta-feira passada não revelam, para já, sequelas na natureza ao seu redor. As arribas da Serra do Risco, e as comunidades de morcegos ou as de águias-de-bonelli escaparam ilesas.

Texto Roberto Dores

Explosão em pedreira instalada na Arrábida não afetou fauna e flora

Pub.

A VISTORIA em torno do impac-to da enorme explosão numa pe-dreira de Sesimbra, que dia 1 de Abril fez tremer toda a região, não detetou, até ao momento, sequelas na fauna, flora e geo-logia do Parque Natural da Ar-rábida, segundo o resultado pre-liminar revelado pelo vereador da proteção civil na autarquia, Francisco Luís. Ainda assim, o autarca não exclui a possibili-dade de, nos próximos dias ou semanas, virem a surgir «con-sequências da explosão».

Além das arribas da Serra do

Risco se apresentarem estáveis, também as comunidades de mor-cegos e das águias-de-bonelli terão escapado ilesas à explo-são que não devia ter sido mais do que uma queima controlada de 13 quilómetros de material detonante.

Para já, ainda são desconhe-cidas as causas da explosão, sen-do que os especialistas vão con-tinuar no terreno, numa opera-ção que envolve o Instituto de Conservação da Natureza e Flo-restas, autarquia, Direção Re-gional de Economia, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Uni-

versidade Nova de Lisboa, Ser-viço de Proteção Civil, represen-tantes da pedreira (Sobrissul) e da empresa responsável pela queima (Maxampor).

Para evitar novos episódios como aquele que levou o pâni-co à aldeia de Pedreiras - a dois quilómetros da Sobrissul - a au-tarquia vai convocar para bre-ve uma reunião na qual quer jun-tar as várias entidades com in-tervenção no território. «Apesar deste tipo de operação só pre-cisar de autorização da PSP, é preciso que a comunidade este-ja avisada», explica Francisco Luís, justificando que «se algu-ma coisa correr mal a popula-ção precisa de saber do que se trata na hora». É que, insiste, «na semana passada só se soube o que tinha acontecido dez minu-

Autarquia convoca reunião para prevenir situações futuras

tos depois e isso gerou um alar-me excessivo».

Recorde-se que, segundo o presidente da Câmara, Augus-to Pólvora, a queima estava pro-gramada e foi acompanhada pela PSP, mas a autarquia não tinha conhecimento da operação. A GNR fez a recolha de indícios para enviar ao Ministério Públi-co. A Maxampor garantiu ape-nas que cumpre as normas de segurança, mas continua sem adiantar qualquer explicação para o sucedido.

O incidente, que chegou a gerar algum pânico na localidade mais próxima, e cuja explosão terá sido ouvida para lá de Lisboa, na outra margem do Tejo, foi o mais grave ocorrido na zona de exploração de brita na serra da Arrábida. As autoridades querem agora saber o que falhou e apostar na prevenção.

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Pub.

O auditório do Centro Pastoral da Paróquia da Anunciada foi pequeno para acolher os utentes, colaboradores, voluntários e dezenas de fami-liares destes, durante a Festa da Vida Ressuscitada, organizada pela Cá-ritas Diocesana de Setúbal, por ocasião das festividades pascais. “Fez-se memória do grande acontecimento que é a Páscoa em cujo centro está a evocação da morte e ressurreição Jesus”, refere uma nota da Cáritas.

Pelo palco assinalaram-se também outras etapas da vida de Cristo com encenações que lembraram que Jesus crescia em tamanho, aprendia, brincava, crescia em sabedoria, teve uma profissão. “Em tudo quis ser igual a nós para que nunca esquecêssemos que somos uma família hu-mana, chamada ao serviço uns dos outros”, sublinha a referida nota.

Os responsáveis da Cáritas acrescentam: “Foi lindo de ver um “Jesus” do Centro Social S. Francisco Xavier que escolhe os seus pequenos discípu-los de entre os meninos e meninas do ATL, a quem lava os pés e com quem partilha o Pão na última ceia… E foi triunfal a entrada de todo o “nosso povo” cantando hossanas com ramos de oliveira! E foi assim que a Cáritas assinalou a festa cristã maior do ano”.

Cáritas Diocesana de Setúbal celebrou a Festa da Vida Ressuscitada

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LOCAL

O NOVO quartel dos Bombeiros Mistos de Alcácer do Sal, situado na zona nova da cidade, é inaugu-rado este domingo, dia 12 de abril, às 15h30, com a presença da mi-nistra da Administração Interna, Anabela Miranda Rodrigues, e do presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, Victor Proença, entre outros convidados.

Este processo é o culminar de um sonho dos Bombeiros Mistos de Alcácer do Sal, fruto de longos

anos de abnegação, dedicação e espírito de missão.

António Balona, presidente da referida associação, considera a obra «uma mais-valia para os bom-beiros de Alcácer, que recebem um dos quartéis mais modernos do distrito».

O edifício foi objeto de uma candidatura a fundos comunitá-rios e contou com apoios muni-cipais. Recorde-se que, em 2014, o atual executivo camarário atri-buiu aos bombeiros um apoio ex-traordinário de 150 mil euros. An-tónio Balona considera que «a si-tuação económica do país é bas-tante desfavorável para as asso-ciações, mas, com o apoio da Câ-mara de Alcácer do Sal e bastan-te empenho dos bombeiros, foi possível concluir esta obra».

O novo quartel, com uma área total de cerca de 700 metros qua-drados, tem todas as valências obrigatórias, como a sala de for-mação, telecomunicações sala do chefe, refeitório e camaratas mas-culinas e femininas com os res-petivos balneários. Além destas, o quartel terá um espaço de con-vívio e de restauração aberto à população.

Para António Balona, «esta obra não pretende ser um edifí-cio com luxos, mas simplesmen-te criar melhores condições para os nossos bombeiros».

Luís Praguento, 2.º comandan-te dos Bombeiros Mistos de Al-cácer, partilha desta mesma ideia

e acrescenta que «é necessário criar formas de auxiliar os cerca de 80 operacionais que apoiam a população 365 dias por ano».

Luís Praguento reforça ainda que «as condições do antigo edi-fício eram preocupantes, dada a proximidade com o rio que colo-cava em risco o bem-estar dos

bombeiros». A localização do novo quartel aumenta a eficácia na res-posta dos bombeiros, atendendo às boas condições de acessibili-dade, e permite ainda a existên-cia de uma parada de grandes di-mensões, com capacidade para albergar as dezanove viaturas da corporação.

Alcácer inaugura novo quartel dos bombeiros mistos

Moita conta histórias na biblioteca

Audioguias em Sesimbra divulgam ‘joias’

Setúbal festeja 155 anos de cidade

JÁ É possível percorrer a vila de Se-simbra e conhecer a história de al-guns locais mais emblemáticos, com o apoio do serviço de audioguias, lançado recentemente. São privile-giadas as igrejas, espaços museo-lógicos e o mercado.

Este equipamento, acessível para aluguer no posto de turismo, visa orientar o visitante num percurso com cerca de uma hora, ao longo de 38 pontos identificados com pla-cas, disponibilizando informação sobre cada um deles em português, inglês, francês e espanhol. Futura-mente poderão ser adicionados ou-tros idiomas.

O audioguia pode ser alugado por três euros, individualmente, ou cinco euros, por casal, e é acompa-nhado de um mapa da vila com iden-tificação dos locais, que terá de ser devolvido no final, juntamente com o equipamento.

A CELEBRAÇÃO dos 155 anos da elevação de Setúbal a cidade, a 19 de abril, inclui um concerto pelo coro municipal Afina Setúbal, às 10 horas, após cerimónia proto-colar, nos paços do concelho, com início às 9 horas.

As celebrações contam, ainda, com o “Paços do Concelho de Por-tas Abertas”, que dá a oportuni-dade ao público de conhecer al-guns dos espaços mais emblemá-ticos do edifício. A iniciativa de-corre entre as 11 e as 12 horas, após inscrições.

A sala do município, núcleo museológico que expõe documen-tos que remontam ao reinado de D. Pedro V, monarca que, a 19 de abril de 1860, decretou a elevação de Setúbal a cidade, é paragem obrigatória na atividade.

O PROJETO De Pequenino… leva à biblioteca Bento de Jesus Cara-ça, este sábado, às 15h30 e às 17 horas, o espetáculo “ConTapetes Bebés”, com Patrícia Amaral, para bebés dos 12 aos 36 meses.

“ConTapetes Bebés” são um espaço de descoberta onde adul-to e criança exploram sons, síla-bas e palavras, dando os primei-ros passos no território fantásti-co da narrativa. Cada sessão tem o seu livro correspondente, per-mitindo repetir as aventuras uma e outra vez. As pequeníssimas his-tórias, partilhadas entre todos os que estão à volta do tapete ou do livro, desafiam a brincar com sons e sentidos, propondo associações entre cor e espaço, forma e som, ritmo e textura, e incitando as pri-meiras articulações e construções frásicas.

Município local atribuíu ajuda financeira no valor de 150 mil euros

Os bombeiros mistos de Alcácer vão receber um dos quartéis mais modernos do distrito de Setúbal.

O novo quartel alcacerense tem todas as valências obrigatórias

Barreiro avança para a criação de hortas no coração da cidade

O RELATÓRIO do projeto aHor-ta “Hortas no Coração da Cidade - agricultura urbana institucio-nalizada” - foi aprovado, por una-nimidade, na última reunião pú-blica de Câmara.

O projeto visa a constituição de rede de hortas em resposta a um grande desafio que foi assu-mido por vários serviços do mu-nicípio, utilizando as competên-cias transversais para que a sua criação e implementação con-tribua para uma sociedade mais equitativa.

Os objetivos específicos des-te projeto prendem-se ao nível do planeamento, em identificar par-celas públicas e associá-las às re-des ciclável e de equipamentos e à estrutura ecológica municipal. Em termos comunitários, procu-ra-se contribuir para a economia familiar através da produção de alimentos. Pretende-se, ainda, pro-mover a ocupação de tempos li-vres e estilos de vida saudável, pro-mover a educação ambiental e res-ponsabilizar os munícipes na ges-tão ativa dos espaços.

A metodologia implementa-da para este trabalho teve o seu início com um levantamento de todas as parcelas do domínio pú-blico, com a consciência que nem

todas podiam ser terrenos agrí-colas. Chegou-se à conclusão que só estão disponíveis 11 parcelas, distribuídas pelo concelho, para implementação imediata. O tra-balho focou-se nestas e prosse-guiu para uma fase de hierarqui-zação com três fases.

A parcela melhor classificada foi a “Quinta da Hortinha”, locali-zada na União das Freguesias de Palhais e Coina. Encontra-se in-tegrada no domínio público do município, com cerca de 13 750 metros quadrados. Para esta par-cela, foi definida uma vocaciona-da para a Horticultura, outra para a Fruticultura, uma outra para Es-paço de Recreio e Lazer e uma área de enquadramento e transição.

Hortas promovem vida saudável

Projeto para bebés até 36 meses Paços do Concelho abre as portas

Um espetáculo de música e dança flamen-ca tem lugar este sábado, às 21.30 horas, no teatro João Mota, em Sesimbra. Pretende retratar um tempo onde todos os flamen-cos, artistas e seres humanos, se encontram.

Com a passagem pelas etapas principais do flamenco os artistas acreditam que num ‘medio-tiempo’ é possível compartilhar a arte que têm dentro de si e criar um novo fôlego «tão necessário ao nosso flamenco».

O Fórum da Juventude de Setúbal reúne--se dia 14, na Escola Profissional de Setú-bal, nas Manteigadas, para discutir a vio-lência nos casais. O encontro, às 14h30, aber-to à participação de todos, é subordinado

ao tema “Violência no Namoro - Violência Doméstica”. O que é a violência no namo-ro, as suas diferentes formas, quais os sen-timentos da vítima e o que fazer nestes ca-sos são alguns dos assuntos em debate.

Dança flamenca no teatro João Mota Forum da violência nos casais em Setúbal

Património melhor divulgado

Texto António Luís

Valências obrigatórias e aberto à população

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O MONTIJO recebe, este sába-do, às 10 horas, a cerimónia de abertura do ano náutico da ma-rinha do Tejo, num ato simbóli-co organizado pela Associação Náutica Montijense, com o apoio do município.

A cerimónia vai reunir repre-sentantes de entidades oficiais, membros de diversas associa-ções náuticas e proprietários de embarcações do Rio Tejo, entre outros. A comitiva participante será recebida nas instalações da ANAU, junto à frente ribeirinha, irá visitar o Moinho de Maré do Cais e restante envolvente da fren-te ribeirinha, seguindo-se um al-moço-convívio.

O evento promete ser uma verdadeira montra viva de ele-mentos elucidativos das ativida-des náuticos e do Rio Tejo. Em plena frente ribeirinha do Mon-tijo, no cais das Faluas, vão es-tar fundeadas diversas embar-

cações típicas como canoas, ca-traios e varinos.

No Passeio do Cais, a ANAU irá expor uma embarcação (um catraio) com uma arte de arras-to e haverá, igualmente, a pre-sença de um pescador a coser e a tingir redes, como forma de re-

criar as artes relacionadas com a pesca e com o rio.

A ANAU foi criada em 2009 com o objetivo de promover ati-vidades relacionadas com a náu-tica e fomentar o convívio entre os amantes de barcos típicos do Tejo e do mar.

Palmela integra associação de enoturismo

Alcochete promove ída ao museu

Seixal investe 100 mil euros no pavimento de rotunda

Santiago celebra dia dos moinhos abertos

O MUSEU local está a promover a iniciativa “Conheces o Rei D. Ma-nuel I?”, destinado a crianças e en-carregados de educação. A ação, com início às 10h30, propõe uma expedição pelo Rei D. Manuel I, o “Venturoso”, nascido em Alcoche-te, ao seu reinado.

Através de um jogo, em 60 mi-nutos, pais e filhos, são ainda con-vidados a explorar, de uma forma lúdica, o foral e o seu conteúdo, promovendo um conhecimento aprofundado sobre a sua função e importância .

APÓS VÁRIAS roturas nas condu-tas da rede de drenagem na Praça das Geminações, na Torre da Marinha, o município iniciou, em fevereiro, a re-modelação e modernização da rede de água e saneamento. O investimen-to ronda os 100 mil euros.

Terminada esta 1.ª fase da inter-venção, iniciaram-se os trabalhos de melhoria do pavimento naquela zona de grande circulação de trânsito.

Depois de ter sido efetuada a fre-sagem, têm estado a decorrer, des-de 29 de março, trabalhos de pavi-mentação que se realizam à noite de forma a afetar o mínimo possível a circulação, havendo, no entanto, al-guns condicionamentos.

A pavimentação é provisória, uma vez que é necessário verificar possíveis abatimentos do piso an-tes da colocação da pavimentação definitiva.

O MOINHO municipal da Quin-tinha volta este ano a represen-tar o município no “Dia dos Moi-nhos Abertos”, que decorre este sábado e domingo, um pouco por todo o país. A iniciativa é promo-vida pela Etnoideia e tem o apoio da Sociedade Internacional de Molinologia. O moinho da Quin-tinha vai estar aberto, entre as 9 e as 13 horas, e entre as 14 e as 17 horas, para que a população o possa visitar.

PALMELA PASSOU a integrar a Associação Internacional de Eno-turismo. Esta associação pre-tende impulsionar a promoção do enoturismo à escala global, estando, para já, representada em Portugal, Espanha, França, Itália, Argentina, Brasil e Uru-guai. A Associação de Municí-pios Portugueses do Vinho, que Palmela integra, detém a secre-taria-geral da Aenotur e está apostada na dinamização deste projeto, que pretende interligar meio milhar de cidades do vi-nho em todo o mundo.

Para o vereador Luís Miguel Calha, esta associação «irá con-tribuir para valorizar Palmela à escala mundial e acrescentar va-lor aos vinhos», já que, «cada vez mais, o consumidor procura a qualidade dos vinhos, a identi-dade local e a sua tradição».

Grândola recebe unidade móvel de saúde NO DIA em que assinalou 2 anos na prestação de cuidados de saú-de a pessoas isoladas geografi-camente, a Unidade Móvel de Saúde distribuiu folhetos rela-cionados com a saúde e segu-rança alimentar. As ações decor-reram terça-feira em Melides e em Grândola.

A UMS, que conta com uma equipa multidisciplinar constituí-da por médico, enfermeiros e as-sistente social, está equipada com dois gabinetes para consultas e

cuidados de enfermagem, equipa-mento Informático ADA-M e equi-pamento médico que permite rea-lizar vários exames de rotina.

A UMS de Grândola percor-re as várias freguesias do conce-lho, promovendo visitas domi-ciliárias a idosos, pessoas depen-dentes e/ou com mobilidade re-duzida, contribuindo para a pres-tação de cuidados de saúde em proximidade e diminuindo o iso-lamento social através do apoio psicossocial.

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Festa da Primavera anima a cidade de Sines

O CENTRO histórico recebe, este sábado e domingo, mais uma Fei-ra da Primavera, com componen-tes de mercado tradicional e pro-grama de animação com enfo-que nas famílias. As atividades estarão centradas na Praça To-más Ribeiro, Largo Poeta Boca-ge e ruas contíguas.

O mercado tradicional alusi-vo à primavera, com venda de gé-neros alimentares, artesanato e

outros produtos decorre em am-bos os dias, das 10 às 19 horas. No mesmo período, há insufláveis para os mais novos no interior do Castelo e o Pátio das Artes está transformado num Espaço Zen.

Também com horários apli-cáveis a ambos os dias, há anima-ção da feira pelo Palhaço Simão, às 10h30, 12 e 15 horas, e a cozi-nha ao vivo, por André David, às 11h15, no Largo Bocage.

Montijo abre ano náutico da marinha na zona ribeirinha

Evento pretende ser montra viva de elementos ligados à náutica

Moinho da Quintinha

Almada acolhe mostra do ensinoDE 14 a 16, decorre na praça da Liberdade, a 12.ª Mostra do Ensino Superior, Secundário e Profissional, com ateliês e animações.

A mostra visa promover o conhecimento, a inovação e a cultura, afirmando Almada como Cidade Educadora e do Conhecimento.

Em Almada existem 7 es-colas secundárias, frequenta-das por mais de 4 300 alunos. O concelho é hoje o 2.º polo universitário da AML, com 7 instituições, apresentando um total de 11 200 estudantes e mais de 1 300 professores. Estas 7 instituições asseguram mais de 60 licenciaturas, 70 mestra-dos, pós-graduações e outros cursos de formação comple-mentar, a que se associam 18 centros de investigação.

INICIATIVAS

Festival de tunas no barreiro

O V Festival de Tunas no Bar-reiro “A Fragata” decorre dia 18, às 21 horas, na Escola Su-perior de Tecnologia. Vão atuar a “SenaTuna” - Tuna Acadé-mica da Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia; “ActuaTuna” - Tuna Acadé-mica do Instituto Superior de Psicologia Aplicada; “EnfTu-na”- Tuna Académica da Es-cola Superior de Saúde de Por-talegre e “In’Vinus Tuna” - Tuna da Escola Superior de Comunicação e Turismo de Mirandela.

Cantar abril em Almada

O município promove o 5.º Fes-tival Cantar Abril, que pretende valorizar a música de interven-ção e o seu papel na luta pela li-berdade. As audições elimina-tórias do concurso decorrem a 17 e 18, às 21h30, no Teatro Joa-quim Benite. A grande final terá lugar a 30, às 21h30, na Acade-mia Almadense. A edição deste ano conta com 87 concorren-tes oriundos de todo o país.

Palmela revive Dia das Merendas

Dia 13, às 12h30, o parque Ve-nâncio Costa revive a segun-da-feira das merendas. O mu-nicípio e as instituições têm ten-tado retomar esta prática de convívio e partilha. Celebrado na segunda-feira após o domin-go da Pascoela, este dia repre-sentava, para os trabalhadores rurais, a passagem para o ho-rário de verão e era costume os patrões darem esta tarde de des-canso. O período era, pois, de festa comunitária.

Presidência nas freguesias de Santiago

Está de regresso a “Presidência nas Freguesias”. O executivo do município volta a apostar, pelo segundo ano consecutivo, no contacto direto com as popu-lações, instituições, empresas e movimento associativo. A pró-xima etapa desta nova ronda pelo município é já nos dias 16 e 17, na freguesia de Alvalade, depois do arranque ter ocorri-do na freguesia de Cercal do Alentejo, entre 8 e 10 deste mês.

Museu dá a conhecer D. Manuel I

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“Casa do Rio” é o espetáculo de dança que a Companhia de Dança de Almada apresenta no Fórum José M. Figueiredo, na Baixa da Banheira, este sábado, às 21h30. Inspirado na música portuguesa,

este bailado tem por base a diversidade da cultura nacional. Sobre a criação, o coreógrafo Benvindo Fonseca diz: «Pre-cisava dançar também as minhas raízes lusas».

Low Budget, Loosense, Atlas e Hotkin são os quatro grupos que participam, este sábado, às 22 horas, na pré-eliminatória do 11.º Concurso de Bandas de Garagem de Setúbal, na Capricho Setubalense. Na

pré-eliminatória, com entrada gratuita, quatro bandas sadinas procuram para a final do concurso. O vencedor tem aces-so direto à final e os restantes participam nas três eliminatórias.

Dança “Casa do Rio” nos palcos da Moita Bandas de garagem atuam na Capricho

CULTURA

“Misterman” vai estar no Teatro Joaquim Benite, em Almada, este sábado, às 21h30. Trata-se da estreia de Elmano Sancho na encenação, na qual também interpreta Tho-mas, a figura solitária que está no centro do

texto de Enda Walsh. Antes da peça ir ao palco, às 18 horas, há uma conversa com o público no foyer do teatro. A peça centra--se em Thomas, de 33 anos que vive com a mãe incapacitada numa aldeia.

O Grupo Desportivo de Vale de Guizo e a paróquia de Vale de Guizo, em Alcácer do Sal, realizam, este sábado, um espe-táculo com António Severino e Susana Almeida, no pavilhão municipal Gracie-

ta Baião, em Alcácer do Sal. O evento, com início às 21h30, tem como objetivo recolher fundos para apoiar as obras de restauro da igreja de Nossa Senhora do Monte, em Vale de Guizo.

Monólogo “Misterman” no palco de Almada Severino e Susana Almeida cantam em Alcácer

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“Em Nome da Terra” retrata a velhice

O TEATRO O Bando estreia a 1 de maio, às 21 horas, em Vale dos Bar-ris, a peça “Em Nome da Terra”, de Vergílio Ferreira, com encenação de Miguel Jesus, as interpretações de Rui Silva, Ana Lúcia Palminha, Rita Brito e João Neca, e a música de Jorge Salgueiro.

«Caminhando ao longo do ro-mance, os atores debatem-se com a dificuldade de equilíbrio peran-te a inexorabilidade do tempo, ga-

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Quatro atores e a música de Salgueiro dão corpo ao novo projeto de O Bando

Texto António Luís

Iván Martín atua em SinesÉ JÁ este sábado, às 21h30, na Igre-ja S. Salvador, em Sines, que tem lugar o concerto do pianista Iván Martín, num notável diálogo en-tre dois mestres do Barroco. Com uma das grandes referências da pianística atual, o concerto mar-cado pelo Século das Luzes, será, tal como as restantes atividades, de entrada gratuita.

Nascido em Las Palmas de Gan Canaria, o pianista é reconhecido pela crítica como um dos mais bri-lhantes da sua geração. Colabora praticamente com todas as orques-tras espanholas, assim como, entre outras, com a Orquestra Filarmó-nica de Londres, a Berliner Konzer-thausorchester e a Orquestra dos Virtuosos de Praga. Foi artista re-sidente da Orquesta Filarmónica de Gran Canaria e do Centro Cultural Miguel Delibes de Valladolid.

lopantes sobre os corpos cobertos de uma vil nudez emocional: a ve-lhice», conta o encenador Miguel Jesus, que garante um espetáculo de «grande impacto visual, ao ar li-vre, onde as memórias que se des-vanecem são objetos e imagens em queda, resvalando num plano in-clinado para fora do espaço e para fora de nós».

Já este domingo, a partir das 15 horas, o Bando acolhe os forman-dos com quem trabalha ao longo do ano, os quais vão apresentar os seus exercícios finais. Assim, os palcos de Vale dos Barris são assaltados pelos dois grupos da Confraria do Teatro dirigidos por Guilherme No-ronha e por Raul Atalaia, pelo Gru-po de Expressão Dramática do IST,

com direção de Juliana Pinho e pelo grupo de Teatro do IST, sob a orien-tação de Nicolas Brites.«Trata-se de um excelente dia para juntar a família e vir partilhar con-nosco as primeiras apresentações destes grupos de todas as idades»,

sublinha fonte de O Bando.A quinta de Vale dos Barris con-

tinua a receber formandos para o curso de formação de atores “Cons-ciência do Ator em Cena”. De 17 a 19 , terá lugar o 2.º módulo intitulado “Dilatação do Tempo Presença”.

O Bando aposta em espetáculo ao ar livre de grande impacto visual

Vergílio Ferreira inspirou o grupo de Palmela para

nova produção

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“Portugal à Gargalhada”, de La Feria

“Rosa Enjeitada”, de Fernando Gomes A ARTEVIVA, companhia de teatro do Barreiro, tem em cena a comédia musi-cal “Rosa Enjeitada”, de Fernando Go-mes, com encenação de Luís Pacheco, que conta a história dos amores e desa-mores de uma prostituta. Interpreta-ções de Ana Samora, Manuela Félix, Sara Santinho, Alexandre Antunes, Bruno Vi-toriano, Henrique Gomes, entre outros.

Revista popular de Bruno Frazão

Extremo relembra invasões francesas

Jorge Palma dá concerto no Seixal JORGE PALMA atua este sába-do, às 21h30, no auditório do Sei-xal. Com mais de 40 anos de car-reira, trata-se de um nome incon-tornável do panorama musical.

Vicente Palma e Gabriel Go-mes (ex-Madredeus e Sétima Le-gião) são os dois músicos que o acompanham no seu formato acústico. Vicente surge na gui-tarra, no piano ou na voz, acom-panhando Jorge Palma em al-guns dos temas que juntos já to-cam há mais de uma década. Ga-briel Gomes oferece a sonori-dade do seu acordeão para criar ambientes verdadeiramente ín-timos e especiais.

Compositor, poeta, intérpre-te e exímio pianista, começou a dar cartas logo cedo, quando aos 13 anos venceu o 2.º prémio e uma menção honrosa num Con-curso Internacional das Juven-tudes Musicais, em Palma de Maiorca.

Aprendendo piano desde os 6 anos, o percurso de vida de Jor-ge Palma observa-se sempre a par da música, sua maior forma de expressão. Correu a Europa de guitarra em punho tocando nas ruas de cidades como Paris

e Copenhaga, terminou o Curso Superior de Piano em 1990 e edi-tou vários CD´s de originais, com-pondo êxitos, somando discos de ouro, tendo atingindo a du-pla platina. Venceu o prémio José Afonso.

A 46.ª criação do Teatro Extremo, “Guerra é Guerra”, de autoria e ence-nação de Horácio Manuel, estreou on-tem, em Almada, com interpretação de Bibi Gomes, Fernando Jorge Lopes, Horácio Manuel e Rui Cerveira. Frei Bernardo, Joanico, Frei Pacheco e a cantora Luísa Todi, relatam-nos epi-sódios das invasões francesas.

“PORTUGAL À Gargalhada”, a revista de La Feria, continua em cena no Poli-teama, em Lisboa. Marina Mota, Maria João Abreu, e Joaquim Monchique, en-tre outros, são os cabeças de cartaz des-ta revista que aposta em cenários e fi-gurinos deslumbrantes, e critica e sati-riza os principais acontecimentos po-líticos e sociais do País.

“É SÓ Pagode”é a nova revista de Bruno Frazão que estreou dia 27, no “Indepen-dente”, em Setúbal, voltando ao mesmo palco este domingo, às 16 horas. Conta com uma sátira política, religiosa e social. Pres-ta homenagem a Paula Costa, Álvaro Fé-lix, Fernando Guerreiro e Carlos César. Com cerca de 2 horas , a revista promete divertirmento.

Concerto intimista dos DeolindaOs Deolinda, liderados por Ana Bacalhau, apresen-tam o seu terceiro álbum de originais intitulado “Mundo Pequenino”, no âmbito do ciclo de concertos inti-mos 2015. Este é o terceiro CD de origi-nais do grupo que nos últimos 6 anos acumulou distinções como dois Globos de Ouro, os Prémios Amália Rodrigues e José Afonso, e o Songlines Music Award.Forum Luísa Todi, em Setúbal, 21h30.

Estreia de “O cavaleiro das mãos irresistíveis”A ópera “O cavaleiro das mãos ir-resistíveis” estreia peças mãos do Ensemble MPMP. É composta por duas óperas breves, com música de Ruy Coelho e Daniel Moreira, a partir da obra homónima de Eugénio de Castro. A direcção musical é de Jan Wierzba e a encenação de António Durães.Teatro Joaquim Benite, Almada, 21h30.

“Criaturas” do Teatro dos BarrisO Teatro dos Barris apresenta a

peça de teatro “Criaturas”. Trata-se da 2.ª criação do Teatro dos Barris,

grupo amador nascido em 2013 no seio da Confraria do Teatro O Bando. João Neca encena, a

partir de um conto de Dulce Maria Cardoso.

Teatro O Bando, Palmela, 21 horas.

Blues Nigth espanholaEsta Blues Night leva ao café-concerto os Guitar Not So Slim, os representantes do melhor blues que se faz do lado de lá da fronteira. Oriunda de Cáceres, esta banda encanta com a sua música alegre, dan-çante e bem disposta. Forum José Manuel Figueiredo, Moita, 22 horas.

Carlos Guilherme no castelo de sesimbraCarlos Guilherme, um dos mais famo-sos tenores do panorama operático nacional, encerra a 8.ª Temporada de Música da Casa de Ópera do Cabo Espichel. O cantor lírico faz-se acom-panhar pela soprano Filipa Lopes, pela meio-soprano Conceição Brandão de Sousa, pelo barítono Luís Rodrigues e por Pedro Vieira de Almeida, ao piano.Igreja de N.ª Sr.ª da Consolação do Castelo, Sesimbra, 16 horas.

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Cantor tem 40 anos de carreira

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POLÍTICA

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, estará presente e intervirá no encerramento do encontro CDU “No concelho do Seixal e no País - Traba-lho, honestidade e competência, so-

luções para uma vida melhor”, que terá lugar este sábado, dia 11 de abril, no Clube Recreativo da Cruz de Pau, com início às 14h30. A sessão de encerra-mento está prevista para as 17h30.

O candidato do PSD à Câmara Muni-cipal do Barreiro nas últimas autár-quicas, Bruno Vitorino, regressou esta semana à vereação do município, após ter suspendido o mandato por três me-

ses devido a motivos pessoais. Bruno Vitorino volta a ser o responsável pela Reserva Natural Local da Mata da Ma-chada e do Sapal do Coina e pelo Cen-tro de Educação Ambiental.

Jerónimo de Sousa discursa no Seixal Bruno Vitorino regressa à vereação

Deputados do BE exigem ação social durante 5 dias por semana no Seixal

PSD contra perda de valências no hospital do Montijo

O GRUPO Parlamentar do Blo-co de Esquerda recomenda ao Governo que se mantenha o ho-rário de funcionamento do ser-viço de Ação Social do Seixal du-rante 5 dias por semana. Além disso, exigem um serviço des-centralizado que garanta o aten-dimento da população da fre-guesia de Corroios.

De recordar que a Câmara do Seixal foi informada, em finais de fevereiro, sobre uma reorga-nização dos serviços de Segu-rança Social no município, que levará a que o serviço de Ação Social funcione apenas com dois dias de atendimento, nomeada-mente às terças e quintas-fei-ras, e apenas para os munícipes da Freguesia de Corroios.

Para o BE da região, esta de-cisão recente, perante um cená-rio de crise e de desemprego, so-

bretudo da pobreza infantil, pode ter consequências «gravíssimas» num concelho com «160 mil ha-bitantes, dos quais 27 por cen-

to, ou sejam, 45 mil, se encon-tram em risco de pobreza».

Os bloquistas do distrito de Setúbal dizem que a redução da Segurança Social no concelho do Seixal «vem reforçar as de-sigualdades dos munícipes no acesso aos serviços sociais, vis-to que a freguesia de Corroios já se encontra atualmente sem atendimento social descentra-lizado».

O Bloco de Esquerda do dis-trito de Setúbal, através de Ma-riana Aiveca, conclui que «o cres-cente distanciamento que o Go-verno está a criar entre os cida-dãos e os serviços públicos e de proteção social reflete-se nega-tivamente no acesso das popu-lações aos seus direitos e é con-sequência da crescente desres-ponsabilização do Governo pe-las funções do Estado».

OS DEPUTADOS do PSD defen-dem que o hospital do Montijo deve manter as atuais valências, pon-do de lado qualquer hipótese de diminuição de serviços que pos-sa prejudicar os utentes.

Os social-democratas transmi-tiram ao conselho de administra-ção do Centro Hospitalar Barrei-ro-Montijo a sua oposição a qual-quer perda de valências no hospi-tal do Montijo, tendo obtido a ga-rantia de que tal não irá acontecer.

«A administração garantiu que esta unidade hospitalar irá man-ter o seu actual perfil, não haven-do nenhuma alteração», sublinha Mercês Borges.

A deputada do PSD critica ain-da as recorrentes suspeições que são levantadas em torno do futu-ro do hospital do Montijo, e que

vêm criar insegurança nos uten-tes, nos profissionais de saúde e na população.

«É lamentável que sistema-ticamente alguns venham dizer que o Montijo vai ficar sem as urgências, o que constatamos que não corresponde à verdade», acrescenta.

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Costa arrasa política de direita e reclama plano de recuperação económico e social para o país

ANTÓNIO COSTA secretário-ge-ral do PS, disse na passada ter-ça-feira à noite, na Academia Al-madense, que é preciso dizer bas-ta à política do Governo PSD/CDS e deixar claro que, com os socia-listas, não haverá «arranjinhos com outros protagonistas para prosseguir as mesmas políticas».

Esta foi a primeira iniciativa de António Costa na liderança do partido depois de ter deixado a pre-sidência do município de Lisboa.

«É preciso dizer basta a esta política e, para isso, é preciso mu-dar de Governo. Essa é a nossa responsabilidade», afirmou An-tónio Costa, num encontro com cerca de duas centenas de sim-

patizantes e militantes socialis-tas na Academia Almadense.

O líder socialista aproveitou um relatório do parlamento eu-ropeu sobre o impacto da crise nos direitos fundamentais nos países-membros da União Euro-peia, designadamente em Portu-gal, para salientar aquilo que con-siderou ser o fracasso das polí-ticas do atual Governo, no que

respeita ao desemprego, educa-ção, saúde e segurança social.

«O que temos de deixar cla-ro aos portugueses é que não ha-verá arranjinhos para, com ou-tros protagonistas, prosseguir as mesmas políticas», declarou António Costa, sublinhando: «O país olha para nós e percebe que somos nós que podemos cons-truir uma alternativa».

Para António Costa, o País precisa de um «plano de recupe-ração económico e social» para que volte a colocar Portugal «na rota do crescimento e do desen-volvimento, e para que regres-sem a Portugal os nossos jovens quadros que saíram porque pre-cisamos desse capital humano».

Ana Catarina Mendes, presi-dente da Federação Distrital de

Setúbal do PS, que esteve presen-te no encontro, adiantou ao Sem-mais Jornal que a situação real do distrito de Setúbal não foi es-quecida por António Costa. «An-tónio Costa deixou aos presentes uma mensagem de confiança e de esperança aos desempregados e à classe média que foi muito aba-lada pela crise».

E relembrou que, segundo António Costa, o setor da res-tauração foi bastante afetado com o aumento do IVA para 23 por cento, pelo que «baixar este imposto é essencial para revi-talizar o setor e para poupar pos-tos de trabalho, uma vez que nes-tes últimos quatro anos de go-vernação PSD/CDS, o País e a região perderam muitos postos de trabalho».

Ana Catarina Mendes con-clui que o País, quase no final desta legislatura, está «mais po-bre, pelo que é preciso comba-ter essa pobreza, atrair mais in-vestimento público e aprovei-tar os atuais sinais positivos da Europa para dizer que Portugal tem condições para ter outras prioridades para se desenvolver e proporcionar melhor qualida-de de vida à população».

António Costa arranca em Almada, périplo nacional, para atacar eleições legislativas de Outubro

Texto António Luís

António Costa, novo lider do PS, reuniu militantes e simpatizantes na Academia Almadense, para arrasar as políticas do PSD/PP

A deputada do BE Mariana Aiveca

Mercês Borges visitou o hospital

Depois de ter deixado o município alfacinha e assumido a liderança do PS, António Costa escolheu Almada para começar a luta pelas eleições legislativas . Deixou mensagem de esperança e confiança aos militantes da região.

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DESPORTO

Dois dias e meio…

MUITO RECENTEMENTE veio a lume, com boa base estatística, que Portugal é hoje o 6º país mais velho de todo o mundo, com bastantes ci-dadãos com mais de 100 anos e uma EMV (Esperança Matemática de Vida) a rondar os 80 anos (média M/F).

Há meio-século os números eram bem diferentes dando aso a um re-gisto de inflacção etária como há ou-tras mais.

Em tom filosófico, procurando viver o melhor possível, era corren-te ouvir dizer que “a vida são dois dias”. Em boa verdade, dado o que escrevemos, esse adágio tem de ser actualizado o incentivo aconselha-do será “a vida são dois dias e meio”.

Não faltam exemplos concretos para sustento de tal tese e o mais re-cente, com mágoa sentida à escala mundial, aconteceu com o falecimen-to do cineasta Manoel de Oliveira, aos 106 anos de idade. Uns dias antes as-sisti a uma boa reportagem televisi-va sobre um muito compenetrado ci-dadão portuense, habitante de um dos mais típicos rincões da Cidade Invic-ta, que vive esquecido dos seus 103 anos de idade, fazendo marcha, exe-cutando exercícios livres em parques de recreio e explicando como sabe controlar o seu regime alimentar.

De chapelinho “à maneira”, bi-gode cinéfilo, sorriso simpático, o Sr. Ribeiro deixou no ar a promes-sa de “agarrar” Manoel d’Oliveira em longevidade.

Um outro caso digno da referên-cia, com a particularidade de dizer respeito ao Distrito de Setúbal é o da notável sesimbrense Deolinda Ferreira que completou agora 105 anos e pode orgulhar-se de bom es-pírito, boa memória e um sentido de humor que a tem acompanhado na sua longa vida.

É natural de Sesimbra, nascida em 1910, contemporânea do históri-co Avô do Director do “Semmais” a quem eu já tinha falado desta proe-za de uma autêntica “pêxita” que ca-sou cedo, deixou Sesimbra, vivendo em Lisboa há mais de 80 anos.São apenas 3 casos a que faço refe-rência, mas sei que de Norte a Sul e nas Ilhas há dezenas de centenários a justificar este apontamento e tam-bém esse tal simbólico 6º lugar en-tre mais de 200 países, dos 5 Conti-nentes quanto a velhice.Quem tal diria há 30 ou 40 anos?

Este tal conceito optimista de que a vida, agora, passou de 2 dias para 2 dias e meio, como força de expres-são pode e deve ter cabimento nos meandros do futebol onde são cada vez em maior número os casos de bons valores, em plena forma, de-pois dos 35 anos de idade como, por

exemplo, o português Ricardo Car-valho, ao serviço do Mónaco e da nos-sa Selecção.

É curioso dizer que a actual equi-pa nacional, sob responsabilidades de Fernando Santos, tem vindo a apre-sentar a mais alta média idades des-de sempre, com 6 elementos (mais de meia equipa) a ultrapassarem os 30 anos, como sucedeu no recente Portugal-Sérvia, na Luz.

O anunciado propósito de reno-vação não se percebe muito bem mes-mo tendo em linha de conta que, re-petidas vezes, o Seleccionador Na-cional proclame que não dá qualquer espécie de importância aos bilhetes de identidade.

A já próxima actividade interna-cional, ao mais alto nível, das Selec-ções de Sub-21 e de Sub-20, no “Eu-ropeu” e no “Mundial”, permite a su-posição que ainda em 2015 a tal re-novação aconteça de facto, sem des-douro para os “trintões” que supe-raram a Sérvia- Bonsingwa, Bruno Alves, Ricardo Carvalho, Tiago, Hugo Almeida e Eliseu. E não é que Cris-tiano Ronaldo vai já nos 29…

Vive-se mais tempo, em socie-dade e, sem surpresa, também no fu-tebol. Casos de longevidade compe-titiva têm sido assinalados, com curio-sa (mas justificada) predominância de guarda-redes, desde o brasileiro Manga ao sempre actual Buffon, de Itália, do clássico Yachine, da Rússia ao super-popular Peter Shilton, na Grã-Bretanha, passando pelo exce-lente profissional que é Helton, ao serviço do F.C. Porto que está para durar até depois dos 40 anos.

Vai longe o tempo em que ao ron-dar dos 30 anos se falava em “arru-mar as botas”.

Quando tentamos animar alguém do nosso convívio já não lhe pode-mos dizer, simpaticamente:

- “Eh pá, segue em frente que a vida são dois dias”Qual quê! Dois dias e meio pelo me-nos, tal qual a mensagem que nos deixou o extraordinário Manoel de Oliveira.

O 8º Fórum da Arbitragem organizado pelo Conselho de Arbitragem da Federação Por-tuguesa de Futebol e da Associação de Fu-tebol de Setúbal tem lugar este sábado, no Espaço Zambujal, em Sesimbra. Os elemen-

tos do CA da FPF e das Associações Distri-tais e Regionais de Futebol vão fazer o ba-lanço o balanço de alguns planos e progra-mas de arbitragem que estão a ser estuda-dos para futura implementação.

Os 200 quilómetros que separam o con-celho do Seixal e a Vila de Terena, no Alan-droal, vão ser percorridos a pedalar na sexta edição do passeio Seixal – Terena, uma iniciativa da Associação Anjos em

Movimento, dos irmãos Nélson e Sérgio Rosado. O passeio arranca sábado, às 8h00, junto à Baía do Seixal, e tem uma compo-nente solidária com os participantes a con-tribuir com bens alimentares.

8.º Fórum de arbitragem reune em Sesimbra “Anjos” em pedalada solidária

LUÍS SÉNICA, o sesimbrense sele-cionador nacional de hóquei em pa-tins, volta a acrescentar mais um tí-tulo ao seu já recheado currículo.

Desta vez foi a 66ª Taça das Na-ções, um título que a equipa das qui-nas conquista pela 18ª vez, após ter vencido a seleção espanhola por 3-2, no Torneio que se realizou em Mon-treux, na Suíça. A seleção portuguesa vingou-se as-sim da derrota por um a zero aver-bada contra os espanhóis na fase de grupos.

Depois de várias conquistas ao serviço da equipa do Sport Lisboa e Benfica, Luís Sénica foi chamado aos comandos da seleção nacional

para levar a equipa ao Campeona-to do Mundo de 2013 que se reali-zou em Angola, tendo conseguido o terceiro lugar.

A semana passada, após ter co-meçado menos bem na fase de gru-pos, a seleção conseguiu recuperar e chegar à final. Num jogo difícil com a eterna rival conquistar, a seleção das quinas levou a melhor com go-los de Hélder Nunes (7’) e Gonçalo Alves (13’) na primeira parte. Apesar de a Espanha ter conseguido chegar ao empate, a formação comandada por Luís Sénica foi mais forte tendo aguentado a pressão e a partida foi sentenciada a três minutos do fim com um golo de João Rodrigues.

Sénica com mais um título no currículo

Simone Fragoso envolvida em polémica após Lago dos Tubarões

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Sábado • 11 abril 2015 • www.semmaisjornal.com 11

David Sequerra Colaborador

A ATLETA paralímpica Simone Fra-goso vê-se envolvida numa polémi-ca após a sua passagem pelo pro-grama “Shark tank”, transmitido pelo canal televisivo Sic.

A atleta de Palmela, que repre-senta atualmente as cores do Spor-ting Clube de Portugal, esteve no pro-grama da Sic em busca de um negó-cio que lhe permitisse responder às solicitações de encomendas dos seus materiais desportivos, nomeada-mente toucas e toalhas, que lhe ga-rantem o suporte financeiro para a sua preparação olímpica.

Em troca de 10 mil euros, Simo-ne propôs aos tubarões 10 por cen-to de royalties sobre as vendas do material, uma ideia que agradou a todos os investidores que aposta-ram em conjunto no negócio com a nadadora portuguesa.

A polémica surgiu depois quan-do, a meio da semana, o site “diogui-nho.pt” avançou com a informação de que a atleta não estaria integra-da na equipa de preparação para os jogos do Rio de Janeiro do próximo

ano. A informação, confirmada pos-teriormente e cuja veracidade pode ser constatada no site do Comité Pa-ralímpico Português com a não in-clusão da atleta, prende-se com a não comparência de Simone Frago-so num controlo anti doping pro-gramado e obrigatório para o qual terá sido convocada. Simone alega ao Diário de Notícias que a convo-catória foi emitida para o Sport Lis-boa e Benfica, clube que a atleta re-presentou até à época passada, e que essa informação não lhe foi dada atempadamente tendo já o clube da

Luz endereçado um pedido de des-culpas à finalista olímpica de 2012.

Após a denúncia feita online fo-ram várias as considerações tecidas em torno da participação da atleta no programa de investimentos, ale-gando que o seu afastamento pela Autoridade Antidopagem, cujo pro-cesso instaurada já estará encerra-do mas que não foi comunicado aos investidores, colocaria em causa o negócio.

Simone explicou, posteriormen-te, que o processo nada tinha a ver com a utilização de substâncias ilí-citas e que o seu afastamento das competições nos últimos tempos se ficou a dever a uma lesão.

Ainda que se mantenha a sus-pensão de um ano, a atleta pode con-tinuar a sua preparação física para, nos primeiros meses de 2016, con-seguir obter os mínimos que lhe ga-rantam o passaporte para o Rio de Janeiro. O negócio com os “tuba-rões” pode mesmo ser a única for-ma de financiamento da sua cam-panha olímpica uma vez que neste momento não conta com os apoios financeiros atribuídos aos atletas em preparação.

O sesimbrense Sénica soma e segue

A atleta de Palmela explica embaraço

“ O anunciado propósito de renovação não se percebe, mesmo que o seleccionador diga que não importância ao bilhete de identidade”

O COMPLEXO Municipal de Atle-tismo de Setúbal foi palco da 2.ª Edi-ção do Torneio União Futebol Co-mércio Indústria “Super Cup 2015”, em escalões infantis, numa inicia-tiva que trouxe à cidade do Sado vá-rios clubes do distrito. O Vitória de Setúbal conquistou o troféu e a equi-

pa organizadora do evento arreca-dou o segundo posto. No torneio, cujo patrono é o antigo futebolista Hernâni, participaram, para além do Vitória e do UFCI, os Idolos da Praça, Olímpico do Montijo, Pinhal-novense, Quinta do Conde, Costa da Caparica e Samouquense.

Torneio UFCI Super Cup Páscoa

O vereador Manuel Pisco presente

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Texto Marta David

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Sábado • 11 abril 2015 • www.semmaisjornal.com 12

NEGÓCIOS

Miguel Frasquilho, da Aicep, apelou ao investimento e inovação dos empresários

MIGUEL FRASQUILHO, presiden-te da aicep, apelou aos empresários para que se «preparem, inovem e in-vistam» para que todos, em geral, «consigam alcançar melhores resul-tados para o País» e, por outro lado, «estimular o investimento interno».

O líder da aicep falava na pas-

sada quinta-feira durante o encon-tro “Rede de Fornecedores”, uma iniciativa da aicep, que reuniu no auditório da Portucel de Setúbal cerca de 60 empresários futuros fornecedores.

Miguel Frasquilho referiu que «esta é uma oportunidade de desen-

volvimento e expansão para os vá-rios fornecedores participantes nes-ta iniciativa, bem como uma opor-tunidade para o grupo Portucel So-porcel aprofundar o relacionamen-to com uma rede de fornecedores que criam valor. Com este evento, muito objetivo e dirigido ao negó-cio, acreditamos que estamos a con-tribuir para mais e melhor econo-mia e acreditamos nas competên-cias das empresas nacionais».

«Esta rede de fornecedores é uma grande oportunidade e o único ca-minho possível para sustentar o de-senvolvimento económico», subli-

nhou Miguel Frasquilho, acrescen-tando que o grupo Portucel Sopor-cel é um dos «maiores produtores mundiais de papel e pasta de papel, e desenvolve investimentos muito relevantes no estrangeiro».

A aicep enquanto agência que promove a internacionalização e, também, sempre que possível, a substituição de importações, está «totalmente empenhada em sensi-bilizar para as vantagens do ‘sour-cing’ em Portugal e em ajudar as empresas nacionais a capacitarem--se para estes processos de integra-ção em cadeias de valor mais vas-

tas», realçou Miguel Frasquilho. E prosseguiu: «Muitos de vocês,

através de um esforço grande de in-vestimento e de inovação, ao longo dos últimos anos, têm vindo a con-seguir a confiança de cada vez mais consumidores. Com um mercado interno muito limitado de consumi-dores, esta é a estratégia correta de desenvolvimento. Somos limitados, temos de nos voltar para fora por-que temos de fazer do Mundo o nos-so mercado local».

Encontro “Rede de Fornecedores” reuniu cerca de 60 empresários na unidade de Setúbal da Portucel

Com a faturação em crescimento, a Portucel de Setúbal acolheu o encontro “Rede de Fornecedores”, uma iniciativa da aicep com vista a aumentar a competitividade das empresas.

“Casa do Rio” é o espetáculo de dança que a Companhia de Dança de Almada apresenta no Fórum José M. Figueiredo, na Baixa da Banheira, este sábado, às 21h30. Inspirado na música portuguesa,

este bailado tem por base a diversidade da cultura nacional. Sobre a criação, o coreógrafo Benvindo Fonseca diz: «Pre-cisava dançar também as minhas raízes lusas».

Low Budget, Loosense, Atlas e Hotkin são os quatro grupos que participam, este sábado, às 22 horas, na pré-eliminatória do 11.º Concurso de Bandas de Garagem de Setúbal, na Capricho Setubalense. Na

pré-eliminatória, com entrada gratuita, quatro bandas sadinas procuram para a final do concurso. O vencedor tem aces-so direto à final e os restantes participam nas três eliminatórias.

Dança “Casa do Rio” nos palcos da Moita Bandas de garagem atuam na CaprichoO Alegro Setúbal é finalista nos prémios ICSC SOLAL AWARDS 2015, na categoria “Brand Awareness & (Re) Positioning”, com o “Arte em Toda a Parte”, no ano em que o ICSC recebeu 232 oriundas de 25 países

diferentes. Trata-se de um projeto artísti-co que desde o início da obra até à sua inau-guração promoveu várias intervenções ar-tísticas em Setúbal e a conceção e exposi-ção de obras de arte na cidade.

No Forum Montijo já abriu o ginásio Kalo-rias Club. Apresenta-se como um espaço de saúde, nutrição e fitness. No total, o gru-po Kalorias Club tem seis ginásios em todo o país e emprega 128 pessoas. Miguel Vaz,

administrador do grupo, agradeceu ao Fo-rum Montijo e garantiu que apesar do re-ceio inicial neste novo investimento no Mon-tijo, ficou cativado pelo espaço e pela aber-tura de mais um Kalorias Club.

Alegro de Setúbal finalista em prémio europeu Novo ginásio inaugura no Forum Montijo

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Porto de Sines recebeu comitiva empresarial de GoiásUMA COMITIVA empre-sarial do estado brasileiro de Goiás visitou o Porto de Sines, quarta-feira. A de-legação, recebida por João Franco e José Pedro Soa-res, respetivamente presi-dente e administrador da APS, pretendeu conhecer as potencialidades de Si-nes para ser a porta de en-trada na Europa para as empresas daquele estado.

As características do Porto de Sines impressio-naram os visitantes, prin-cipalmente no que respei-ta às profundidades na-turais e aos equipamen-tos de última geração dos

terminais portuários, que permitem a receção de qualquer navio e merca-doria.

Os sistemas de infor-mação, nomeadamente o despacho eletrónico na Ja-nela Única Logística e o seu alargamento aos ope-radores de transporte ter-restre e aos portos secos motivaram também gran-de interesse da delegação.

Os visitantes reconhe-ceram a qualidade do Por-to de Sines e vão trabalhar na sua divulgação e na pro-moção de contactos co-merciais a curto prazo. A importante economia do

estado de Goiás está ba-seada na produção agrí-cola, na pecuária, no co-mércio e nas indústrias de mineração, alimentícia, de confeções, mobiliária, me-talurgia e madeireira.

Porto de Setúbal melhora iluminação pública

A ADMINISTRAÇÃO dos Portos de Setúbal e Sesim-bra (APSS) está a dar conti-nuidade à remodelação da iluminação pública e rede de distribuição de energia na Rua Jaime Rebelo e Rua do Clube Naval, em Setúbal. A obra conta com um pra-zo de execução de 100 dias.

Esta remodelação, já ini-ciada, é a continuação dos

melhoramentos realizados pela APSS, em 2014, que con-sistiram na renovação da iluminação pública na Pra-ça da República, Rua Cláu-dio Lagrange e Rua do Re-gimento de Infantaria nº 11. O objetivo é equipar estas importantes vias públicas com iluminação mais efi-ciente e ambientalmente sustentável.

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Iluminação mais eficiente

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Reunião com CA da APS

Investimento de mil milhões de euros nos últimos 10 anos

Texto António Luís

PARA MAIS INFORMAÇÕES: 927 551 805

www.colegiosaofilipe.pt

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Sábado • 11 abril 2015 • www.semmaisjornal.com 13

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Venda de papel cresce 3 por cento em 2014Em 2014, o grupo Portucel So-porcel atingiu um novo máxi-mo histórico de produção de pa-pel, tendo aumentado o volume de vendas em 3 por cento para mais de 1 564 milhões de tone-ladas, possibilitando que o gru-po tenha alcançado um aumen-to do seu volume de negócios para 1 542,3 milhões. O grupo, presente em 123 paí-ses, é o terceiro maior exporta-dor em Portugal, sendo o que gera o maior Valor Acrescenta-do Nacional. O grupo represen-ta cerca de 1 por cento do PIN nacional, cerca de 3 por cento das exportações nacionais de bens, perto de 8 por cento do total da carga contentorizada e de 7 por cento do total desta carga e da carga convencional exportada pelos portos nacio-nais.Consolidada a sua posição de líder europeu na produção de papéis de impressão e escrita não revestidos e 6.º a nível mun-dial, o grupo é também o maior produtor europeu, e o 5.º a ní-vel mundial, de pasta branquea-da de eucalipto.

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Já Diogo da Silveira, presiden-te do grupo Portucel Soporcel, co-meçou por agradecer o papel da aicep no acompanhamento dos fortes investimentos que a empre-sa tem feito em Portugal. Com a produção de pasta de papel a cres-cer significativamente nos «últi-mos dez anos», através de inves-timentos – no valor de mil milhões de euros - e de processos perma-nentes de otimização, a Portucel fez também uma aposta decisiva

na produção de energia. Sobre a nova fábrica de papel, frisou que «guindou a Portucel para o lugar cimeiro entre os produtores euro-peus de papel não revestido».

E revelou que a nova fase de crescimento sustentado do grupo está consolidada em duas verten-tes, nomeadamente a «consolida-ção dos projetos em curso e a apos-ta em novas áreas de negócio, como é o caso do papel tissue, para que a empresa ganhe, a prazo, um pa-

pel relevante na Europa». A “Rede de Fornecedores” tem

como principal objetivo aumentar a competitividade das empresas por-tuguesas através do estreitamento das relações comerciais entre os vá-rios setores de atividade e da cria-ção de novas oportunidades para captar negócios a nível nacional e internacional.

No encontro “Rede de Fornece-dores” estiveram em destaque áreas tão diversificadas como químicos

para a pasta e papel, embalagem, petroquímicos, serviços/manuten-ção, tendo-se abordado a inovação/internacionalização do grupo em todos os workshops.

O encontro culminou com um almoço de trabalho e uma visita à nova fábrica de papel de Setúbal do grupo Portucel Soporcel que foi inau-gurada em 2009 pelo Presidente da República, Cavaco Silva, e represen-ta um investimento de 550 milhões de euros.

Miguel Frasquilho, o segundo a contar da esquerda, afirmou tratar-se de «uma oportunidade de desenvolvimento

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OPINIÃO

Ficha técnicaDiretor: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

O “aguenta” de Ulrich

SINCERAMENTE considerava a ati-vidade bancária um setor nobre, re-levante na economia, e são conhe-cidos exemplos de homens que qua-se do nada fundaram bancos e for-jaram uma carreira eticamente irre-preensível e mesmo de missão

Os últimos casos, no mundo e cá no nosso burgo, deitaram tudo abaixo. Após a espuma dos aconte-cimentos que eclodiram em 2008 e resvalaram até aos dias de hoje, fi-caram crimes altamente puníveis, como burlas, roubos, apropriação de recursos, sonegação de documen-tos, ataques tipo mafia e um rol de outros desmandos.

Sempre disse, está escrito, que para além dos erros políticos, da União Europeia e dos nossos próprios go-vernos, há culpados maiores e esses a história julgará. A alta finança, os especuladores e os bancos. Tudo em nome de uma ideologia neoliberal.A verdade, no entanto, é que a maio-ria dos bancos e dos banqueiros res-ponsáveis por estes crimes, que le-vou à ruina, nomeadamente os paí-ses do sul, estão aí. Ainda na crista da onda.

Lembro isto para enfatizar a es-tupefação que senti esta semana ao saber que Fernando Ulrich - o ho-mem do “aí, aguenta, aguenta”, tira-da infeliz (para não dizer outra coi-sa) sobre a pobreza em Portugal -, vai agora ser ressarcido pelo seu BPI de mais de um milhão de euros, por reposição de salários e outros pré-mios que este não recebeu nos últi-mos dois anos, num aumento de ren-dimento superior a 165 por cento.Caso para dizer, desta forma, quem não aguentaria…

EDITORIALRaul Tavares

HÁ QUEM pense que uma alimen-tação equilibrada fica cara e que o peixe é um luxo inacessível para orçamentos mais reduzidos. Ape-sar de a proteína do peixe ser mui-to mais benéfica para a saúde do que a da carne, nem todas as fa-mílias a incluem regularmente na lista de compras, por acharem que fica cara. Não é assim!

Para ter refeições de peixe, sa-borosas e nutritivas, não precisa de gastar uma fortuna. Aliás, ao contrário das ideias feitas que exis-tem, os peixes mais baratos, dis-poníveis no mercado e captura-dos no nosso mar, como a cavala, o carapau ou a sardinha, são os mais benéficos para a saúde. São muito ricos em ácidos gordos po-linsaturados, como os Ómega 3 e Ómega 6, substâncias muito im-portantes para a saúde, sobretu-do ao nível do sistema circulató-rio e imunitário.

O peixe congelado é outra op-ção para refeições económicas e saudáveis, pois é mais acessível que a maioria do pescado fresco, tem os mesmos valores nutricio-nais e está sempre pronto a pre-parar. A descongelação é um pro-cesso e deve-se, de preferência, descongelar na embalagem de compra, no frigorífico. Não sen-do possível, pode-se usar o mi-cro-ondas ou optar pela cozedu-ra sem previamente descongelar, em alguns casos.

Temos também que falar nas conservas portuguesas, acessíveis e versáteis, com que rapidamen-te se prepara uma refeição para

toda a família, a preços controla-dos. O bacalhau é outra boa op-ção para cortar nos custos, mas não no sabor. Dependendo do seu tamanho, existe no mercado a pre-ços acessíveis, e é um fiel amigo para a saúde e para a carteira.

Ou seja, o pescado proporcio-na refeições completas, do ponto de vista nutricional, e com eleva-dos benefícios para a saúde e para a manutenção de um peso saudá-vel. Claro que o peso calórico de uma refeição com peixe depende muito do modo de confeção. Deve-se pri-vilegiar os cozidos, grelhados e, sem-pre que se adicionar gordura, o azei-te deve ser a escolhida!

Já sabe, é possível comer bem e barato. Se procura uma alimen-tação equilibrada, corte nas ca-lorias, mas não desista do sabor! Descubra tudo aquilo que o mar lhe oferece. Vá ao mercado e dei-xe-se tentar por um peixe dife-rente. Na secção de congelados, descubra as novidades! E lembre--se que não há só conservas de atum e sardinha!

Comer bem e barato é possível

Cíntia MachadoFileira do Pescado

COMECEMOS PELO tempo. Que se escapa entre os dias. Que pro-mete nas manhãs o que não pode cumprir nas tardes. Deixando de fora as hesitantes noites.Quando tivermos tempo, ao mes-mo tempo, quero falar-te no nos-so país. O país verde e o país ver-melho. Rodeado por mar e por Espanha por todos os lados.

O país verde parece come-çar a respirar acima da imagi-nária linha de água definida (a meias) pela troika e pelos polí-ticos caseiros. Uns entretanto presos. Outros prontos a reno-var os votos das promessas nun-ca cumpridas. O país verde pre-pare-se, sem pressas nem entu-siasmos, para apostar nas mes-mas ideias (ou falta delas) que tanto critica nos cafés do reino

à beira mar situado. Problema do país. Sorte dos políticos.

O país vermelho, esse, per-manece desempregado. Ou emi-grado. Amigos que foram. Filhos que “saem da sua zona de con-forto”. Erasmus permanente de-pois do investimento que cons-truiu a geração mais qualificada de sempre.

O desemprego, depois de to-dos os estudos muito técnicos e muito rigorosos, permanece o motivo de todas as discussões. Aparentemente ninguém conse-gue saber qual é o desemprego real em Portugal. Apenas que é superior a 14,1%. Um número que mês a mês muda. E mês a mês é objeto de longas criticas ou elo-gios consoante se é, circunstan-cialmente, governo ou oposição.

Entretanto temos os CEI (Con-tratos Emprego-Inserção). Os talvez 100.000 CEI. Fora da tal percentagem mas dentro da quo-tidiana angústia. Fica a pergun-ta: por quanto tempo emprega-dos? E ainda outra pergunta: em que condições?

Mesmo que a natureza do em-prego de hoje seja totalmente di-ferente da natureza do emprego de ontem ainda assim deve ter um horizonte que não seja ape-nas o depois de amanhã. Uma economia que trata tantos de nós como inúteis não pode ser uma economia mas um colossal des-perdício. Por quanto tempo? O tempo que o silêncio maioritá-rio permitir.

Quando tivermos tempo, ao mesmo tempo, queria poder fa-lar-te dos muitos milhões que vi-rão de Bruxelas. Ou de Berlim. Ou sabe-se lá de onde. Chamam--lhe o Portugal 2020. Talvez por-que não acreditem no 2016, no 2017, no 2018 e, ainda, no 2019. Quando olhamos para trás, para os últimos 18 anos, também cheios de milhões, constatamos que não apenas não nos aproximámos da União Europeia (PIB per capita) como até nos afastámos. Queria

que me explicasses porquê? Que-ria que me prometesses que não voltará a acontecer.

Milhões de despesa masca-rada de investimento depois e te-mos uma economia que nos em-purra para fora. Milhões de des-pesa mascarada de investimen-to fizeram dos impostos (sem-pre crescentes e sempre insufi-cientes) a única estúpida certe-za sobre o futuro próximo.

Quando tivermos tempo, ao mesmo tempo, queria falar-te da última inauguração do que não é nem nunca será sustentá-vel. E queria sussurrar-te os ri-dículos efeitos da última festa (ou festinha ou festança) paga com os nossos impostos e a ten-tar passar por evento ou anima-ção quando se resume ao habi-tual desperdício institucional. Panis et circenses.

Pagámos tudo e voltaremos a tudo pagar. Abril e maio serão meses de IRS. Abril, julho e no-vembro de IMI. Todos os outros ou de IRC ou de IVA ou sobre os combustíveis.

Fico com pena de que só o tempo não cresça. E assim não teremos, provavelmente, tempo ao mesmo tempo.

Quando tivermos os dois tempo.Ao mesmo tempo.

Jorge HumbertoColaborador

NINGUÉM QUE passasse por ela poderia adivinhar o que sentia, es-tando ali, imóvel, à luz de um can-deeiro, encarando a cidade sem ex-pressão no rosto - escolher filtrar todo e qualquer tipo de emoção é uma arte complicada, sinistra, até, mas é uma forma confortável de observar o mundo e era a sua pre-ferida. Ou talvez não fosse, talvez preferisse o conceito, a ideia de se imaginar sendo um simples con-junto de linhas fechadas, impertur-bável para quem a olhasse, preci-samente para que não voltassem a olhar, não deixando escorrer uma única emoção. Gostava de não ser conhecida, de parecer só mais uma pessoa na rua, à luz fraca do can-deeiro tremeluzente, sem que nin-guém se apercebesse da agitação da sua mente, do furor intenso que emanava de cada poro do seu pe-queno corpo.

Não sabia o que fazer a partir dali, mas não se importou, decidiu absorver os sons, os odores e as vi-sões citadinas, tão diferentes dos da serra, tão artificialmente artís-ticos, tão equivalentes em beleza a tudo o que já vivera ao longo do pouco que já viveu. Sorriu com o olhar - ninguém repararia.

Caminhou ao longo da aveni-

da, vagarosamente, reparando em tudo o que lhe era possível obser-var, registando detalhes e ínfimos pormenores nos pensamentos - olhava cada rosto de forma diferen-te, tentando descobrir o que se es-condia na mente de cada um, apre-ciava as árvores pontuais, emergin-do da calçada, saudava as flores co-loridas, esteticamente perfeitas, dis-postas em colunas estudadas, ad-mirava singularmente cada pedra da típica calçada portuguesa e olha-va o céu escuro, de vez em quando, lembrando-se que esse céu que ob-servava agora era o mesmo que sem-pre observara na serra, no entanto, despido de estrelas, sim, o céu das cidades é um céu nu.

Mais que a mochila que car-regava aos ombros, pesava-lhe na consciência a mentira que rabis-cou aos pais, num papel qualquer, grosseiramente atirado para cima da mesa: “Vou passar o fim de se-mana com a Lara. Depois digo qual-quer coisa. Não se preocupem. Francisca”. Para além disso, ain-da tinha de pensar onde haveria de passar a noite, no entanto, na-quele momento, ainda nada im-portava. E continuou a sua deam-bulação, sem rumo, sem desassos-segos, sem destino.

As Intrínsecas Questões do Ser (Parte III) Margarida Nieto

Estudante

LETRAS EM PAPEL QUADRICULADO

“ O peixe congelado é uma opção para refeições económicas e saudáveis, pois é acessível e tem valor nutricional”

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Sábado • 11 abril 2015 • www.semmaisjornal.com 15

AS CAUSAS da degradação iden-titária de alguns países islâmi-cos e os atentados terroristas contra centenas de cidadãos in-defesos que sacudiram o mun-do há escassos dias na Tunísia, Turquia, Quénia e Iémen de-vem-nos fazer refletir de for-ma séria, por forma a que de-les retiremos os necessários en-sinamentos.

A desumanidade à solta é con-trária à causa da paz.

Convém, antes de mais ter-mos presente que a conflituali-dade étnico-cultural a que assis-timos em alguns países, particu-

larmente entre xiitas e sunitas, foi detonada de forma trágica após a invasão do Iraque, a pretexto do ditador Hussein ter armas de destruição maciça, conduzindo em linha direta à criação do au-toproclamado califado do Esta-do islâmico, com base em terri-tório do Iraque e extensões à Sí-ria e ao Iémen.

O quadro agora existente nes-ta região tem levado a que adver-sários frontais de ontem se te-nham agora aproximado, como se vê no recente acordo firmado em Genebra entre os 5+1 e o Irão com o apoio dos E.U.A., apesar

da forte oposição de Israel.O próprio conflito na Síria pas-

sou a ter outra perspetiva de ava-liação pelos E.U.A. não obstante a reiterada e clara condenação do ditador Hassad e o apoio de Putin que pesa a defesa dos inte-resses geoestratégicos da Fede-ração Russa.No meio de tudo isto, os atenta-dos a que assistimos têm em co-mum o fanatismo religioso dos seus agentes e uma ferocidade

sem aparentes limites contra a cultura que salvaguarda princí-pios e valores de tolerância.

Após o atentado no Iémen as-sistimos a uma coligação de nove países árabes, chefiada pela Ará-bia Saudita, que desencadeou uma ofensiva militar de grandes pro-porções contra o avanço das mi-lícias houthis .

A degradação identitária de alguns países islâmicos não é em si, como se sabe, a causa direta dos atentados a que temos as-sistido mas é facto que a persis-tência dessa deflagração dá pas-to a que o incêndio se alastre cada vez mais.Daí a necessidade urgente de se recriar a paz.

Os factos e a experiência re-colhida parecem indicar de for-ma clara que antes de se abrir qualquer caixa de Pandora se de-vem avaliar as consequências que

daí advirão. No caso da invasão do Iraque decididamente não hou-ve essa avaliação.

Este é o primeiro ensinamento.O segundo é o de que a demo-

cracia está longe de se esgotar no princípio um homem, um voto, sobretudo quando há uma reali-dade étnico-cultural muito diver-sificada. Aquele princípio tem de ser articulado com uma genuína preocupação de equilíbrio dos vários poderes.

Nelson Mandela entendeu isso como ninguém na transição do regime do apartheid na Áfri-ca do Sul, para um regime de maioria, procurando consensua-lizar princípios constitucionais que acautelassem os equilíbrios étnico-culturais existentes.

É muito útil e proveitoso ter-mos presente este ensinamento, aqui e agora, porque ele é univer-salmente válido.

POR ALEGADAS razões de ordem financeira, o atual Governo do PSD/CDS decidiu suspender a constru-ção do Novo Aeroporto de Lisboa, no Campo de Tiro de Alcochete.A solução do NAL no Campo de Tiro, foi decidida em 2008, pelo Gover-no do PS. A decisão resultou de vá-rios estudos realizados durante mais de 40 anos, que originaram um in-tenso debate na sociedade portu-guesa e muita especulação imobi-liária, do setor financeiro, para além de um profundo trabalho diplomá-tico junto das Instâncias Europeias. Ao suspender a construção do NAL, o Governo do PSD/CDS ordenou o desenvolvimento de novos estudos, desta vez para considerar a solução Portela +1 para os voos low-cost.

A valorização, as vantagens e o crescimento deste tipo de desloca-ções low-cost no presente e no futu-ro .devem ser consideradas O seu in-teresse é manifesto e granjeia cada vez mais passageiros. Se ao interes-se das companhias aéreas low-cost juntarmos o crescimento da ativida-de turística que se espera cresça com qualidade e segurança, os operado-res turísticos têm razões para desen-volver a sua atividade ,com mais con-fiança e garantia de sucesso.

Neste quadro, a opção Portela +1 que se anuncia poder vir a ser de-

cidida para a BA6 no Montijo, nas-ce à partida condicionada pela fal-ta de condições objectivas para ser bem sucedida ,ou seja com futuro. Na verdade, será uma opção de re-curso, do tipo do mal o menos, como alguns gostam de afirmar, para a seguir ser mesmo o mal.

Recentemente, vieram a públi-co notícias de que a “Portela ainda se aguentará por mais seis anos”. Seis anos, é já amanhã, quando fa-lamos em infraestruturas desta exi-gência de qualidade e segurança. Será que a questão do investimen-to/financiamento é um entrave à construção do NAL?

Atentas as declarações recentes do ex-Primeiro Ministro Finlandês Jyrki Katainen, atual comissario res-ponsável pelo fundo de 315 mil mi-lhões de euros para investimento, na equipa do Presidente da Comis-são Europeia Jean-Claude Juncker, que inclui apoio também a projetos de infraestruturas será uma opor-tunidade para o Governo Português dar prioridade à construção do NAL no Campo de Tiro ,procurando reu-nir investimento público e privado para a sua concretização.Com esta infraestrutura em Mon-tijo/Benavente será possível um de-senvolvimento integrado do pon-to de vista estratégico, funcional e

territorial, enquanto plataforma de mobilidade e motor de desenvolvi-mento da atividade económica e so-cial, numa perspetiva de afirmação, valorização e estruturação do con-junto da região e do país. Uma opor-tunidade para a criação e desenvol-vimento de novas oportunidades logísticas de elevado valor acres-centado e um significativo reforço da internacionalização da nossa eco-nomia .Garantia de sucesso tam-bém para as companhias aéreas low cost e operadores turisticos.

No momento atual a construção do NAL afigura-se um desígnio na-cional e europeu pelo potencial que encerra no desenvolvimento estra-tégico nas ligações com o continen-te americano, com Africa e com a eco-nomia do mar. Este empreendimen-to permitirá a criação de emprego e o crescimento económico, contri-buindo para alavancar a economia de Portugal e da União Europeia, In-vestimento, Crescimento, Emprego.

Após o interregno que foi a sus-pensão da construção do NAL e a peregrinação da solução Portela +1, é agora a hora de criar as condições para a construção do NAL.

COMPLETAM-SE ESTE ano cin-quenta anos desde o início das ati-vidades do Movimento da Escola Moderna, associação com imple-mentação nacional e reconheci-mento internacional. Congrega hoje mais de dois mil professores e pro-fissionais da educação, desenvol-vendo em permanência um plano de autoformação cooperada, no qual aprendem uns com os outros, refletem sobre as suas práticas edu-cativas, partilham experiências e materiais de apoio aos alunos, pro-duzem recursos que visam auxi-liar o trabalho pedagógico, leem e debatem, sempre com vista a um desenvolvimento teórico que dia-loga com a prática e que com ela se desenvolve.

Enjeitando procedimentos cris-talizados, estes profissionais vão permanentemente desenvolven-do e reestruturando um modelo pe-dagógico que parte de várias pre-missas: que todas as crianças, jo-vens e adultos são educáveis; que as aprendizagens são mais profun-das quando os alunos são agentes da sua própria transformação, ca-pazes de construir o conhecimen-to de forma simultaneamente coo-perada e individual; que aquilo que se aprende tem de ser socialmen-te relevante, comunicado, partilha-do e valorizado, relacionado com o mundo e com a vida dos alunos; que a escola tem de ser um espa-ço de democracia, cooperação e in-clusão, construído com práticas in-clusivas, cooperativas e democrá-ticas, pela vivência quotidiana des-ses valores, onde todos têm voz, participam e se formam como ali-cerces de uma nova e mais justa estrutura social.

Em 2004, o Movimento da Es-cola Moderna foi distinguido com

o título de membro honorário da ordem de instrução pública, pelo presidente Jorge Sampaio, que clas-sificou esta associação como “o mais importante movimento pe-dagógico de professores que exis-te atualmente em Portugal”.

Na génese do seu modelo pe-dagógico estão, entre outras, as pro-postas educativas de Celestin Frei-net (1896-1966), Lev Vigotski (1896-1934) e Jerome Seymour Bruner (que completará este ano o seu cen-tésimo aniversário). É ainda her-deira de uma longa tradição peda-gógica portuguesa, congregando contributos do pensamento de An-tónio Sérgio (1883-1969), Rui Grá-cio (1921-1961), João dos Santos (1913-1987) e Sérgio Niza, que tem sido figura de referência e um dos principais dinamizadores do Mo-vimento da Escola Moderna.

Reconhecendo o pensamento inspirador e o permanente traba-lho que tem desenvolvido em prol da educação, a 23 de Abril de 2015, a Universidade de Lisboa atribui o título de Doutor Honoris Causa a Sérgio Niza.

Professor-militante, mestre de muitos mestres, a vida de Sérgio Niza tem sido marcada por uma profun-da coerência e generosidade. Por uma permanente intenção de apren-der e ajudar a aprender. Por uma constante reflexão em torno dos processos educativos. Por um ape-go intransigente à liberdade, como valor que se constrói na partilha e de que não se pode abdicar em mo-mento algum. Por uma atitude in-conformada, que não recua face às adversidades, não se resigna ante inexistência de recursos ou condi-ções e não abandona a vontade de transformar a escola.

O aeroporto é agora

O Movimento da Escola Moderna e Sérgio Niza

Vitor RamalhoAdvogado

O fundamentalismo islâmico e os ensinamentos de Mandela

João CouvaneiroProfessor Ensino Superior

Maria Amélia AntunesAdvogada

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