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PUBLICIDADE CONTAS A UM ANO NEGRO EM HOMICÍDIOS NA REGIÃO O melhor do Verão chega com o a 9 de Julho... ...afinal vale a pena ser mais! 2015, foi um dos mais negros no registo de homicídios na região, com 16 crimes, incluindo quatro femicídios. Só Lisboa e Porto registam números ainda mais dramáticos. Os dados estão traduzidos no relatório anual da Rede de Apoio a Familiares e Amigos de Vítimas de Homicídio (RAFAVH), uma sub-rede especializada de apoio, criada em 2013 pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). SOCIEDADE PÁGINA 3 SOCIEDADE PÁGINA 3 DISTRITO ESTÁ NA ROTA DA APREENSÃO DE ARMAS DE GUERRA A região foi uma das mais varridas por uma megaoperação da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, que levou ao desmantelamento de uma rede de traficantes que detinham um autêntico arse- nal de guerra. Algumas das armas deverão ter servido para vagas de assaltos violentos. NEGÓCIOS PÁGINA 13 REBOCADOR “BAIA DO SEIXAL” PREPARADO PARA SULCAR O TEJO É o primeiro rebocador construído em Portu- gal e com 100 por cento de tecnologia nacio- nal. A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, foi ao batismo e garantiu um protocolo para a criação da tão almejada Doca da baia seixa- lense. O novo rebocador vai primeiro sulcar as águas do Tejo e segue depois para o douro. SOCIEDADE PÁGINA 5 EDIL DO MONTIJO PEDE DESASSOREAMENTO DA CALA De forma a proporcionar uma melhor navega- bilidade das embarcações no Rio Tejo, o presi- dente do Montijo solicitou ao Governo o de- sassoreamento da Cala local. O edil defende até um projeto mais alargado no Tejo, com apoios comunitários, que permitam o desassoreamen- to de outras calas, como as do Barreiro e Seixal. Sábado 2 | Julho | 2016 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 909 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita semmais

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Edição do Semmais de 2 de Julho

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Page 1: Semmais 02 julho 2016

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CONTAS A UM ANO NEGRO EM HOMICÍDIOS NA REGIÃO

O melhor do Verão chega com o a 9 de Julho...

...afinal vale a pena ser mais!

2015, foi um dos mais negros no registo de homicídios na região, com 16 crimes, incluindo quatro femicídios. Só Lisboa e Porto registam números ainda mais dramáticos. Os dados estão traduzidos no relatório anual da Rede de Apoio a Familiares e Amigos de Vítimas de Homicídio (RAFAVH), uma sub-rede especializada de apoio, criada em 2013 pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV).

SOCIEDADE PÁGINA 3

SOCIEDADE PÁGINA 3DISTRITO ESTÁ NA ROTA DA APREENSÃO DE ARMAS DE GUERRAA região foi uma das mais varridas por uma megaoperação da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, que levou ao desmantelamento de uma rede de traficantes que detinham um autêntico arse-nal de guerra. Algumas das armas deverão ter servido para vagas de assaltos violentos.

NEGÓCIOS PÁGINA 13REBOCADOR “BAIA DO SEIXAL” PREPARADO PARA SULCAR O TEJOÉ o primeiro rebocador construído em Portu-gal e com 100 por cento de tecnologia nacio-nal. A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, foi ao batismo e garantiu um protocolo para a criação da tão almejada Doca da baia seixa-lense. O novo rebocador vai primeiro sulcar as águas do Tejo e segue depois para o douro.

SOCIEDADE PÁGINA 5EDIL DO MONTIJO PEDE DESASSOREAMENTO DA CALADe forma a proporcionar uma melhor navega-bilidade das embarcações no Rio Tejo, o presi-dente do Montijo solicitou ao Governo o de-sassoreamento da Cala local. O edil defende até um projeto mais alargado no Tejo, com apoios comunitários, que permitam o desassoreamen-to de outras calas, como as do Barreiro e Seixal.

Sábado 2 | Julho | 2016

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 909 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interditasemmais

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SEMANA

Município de Sesimbra distribui cabazes alimentares

O município de Sesimbra anunciou esta semana que em julho e agosto,

vai distribuir cabazes alimen-tares com artigos de primeira necessidade, como cereais, lei-te, bolachas, arroz, massa, azei-te e carne, a duzentas famílias do concelho. Esta medida, no valor de 7 mil euros, abrange agregados familiares carenciados com crianças beneficiárias do Esca-lão A que frequentam o 1.º ciclo, e sinalizadas pelas instituições do concelho e pelo Serviço de Ação Social da autarquia. Dinamizada há quatro anos pela autarquia, não apenas no verão, mas também nas pausas

letivas da Páscoa e Natal, esta ação surgiu depois de se ter veri-ficado que em consequência do encerramento das cantinas esco-lares ocorria um agravamento da situação das famílias mais caren-ciadas com crianças em idade escolar, nomeadamente a nível alimentar, uma vez que estas dei-xavam de fazer a refeição diária a que têm direito na escola.

Grande noite de marchas populares em Almada

A grande final das marchas de Almada acontece este sábado, a partir das 22

horas, no pavilhão do Feijó, com bilhetes a 3 euros. Depois de desfilarem em Ca-cilhas, as dez marchas voltam a marchar com o apoio de madri-nhas e padrinhos como Kátia Aveiro, Ruben da Cruz, Flávio

Furtado, os atores Paula Marce-lo, João Carvalho, Rosa Maria Villa, Filipe Salgueiro, António Calvário, entre outros. Além das marchas concor-rentes, a marcha da Associação Almadense Rumo ao Futuro, instituição particular de solida-riedade social, terá uma partici-pação extra-concurso.

As quatro primeiras estruturas de um conjunto de 15 a apre-ciar no centro histórico de

Setúbal, com poemas, artes plásti-cas e conteúdos media relativos a obras de Bocage, já podem ser ad-miradas desde o passado dia 25. A iniciativa, dinamizada pelo Fontenova e pelo município, no âmbito das Comemorações dos 250 Anos do Nascimento de Bo-cage, procura, de uma forma ori-ginal, levar até às pessoas refe-rências sobre a vida e obra do poeta, criando, para isso, parale-lismos com a cidade onde nasceu. Cada uma das 15 estruturas exibe dois poemas de Bocage e é intervencionada por artistas plásticos, inspirados, igualmen-te, na vida e obra do poeta.

Estruturas alusivas a Bocage já estão na rua

Estudantes do IPS na Shell Eco Marathon Europa

A equipa de 15 estudantes do Instituto Politécnico de Se-túbal (IPS) já está em Lon-

dres para participar na Shell Eco Marathon Europa, que decorre de 30 de junho a 3 de julho. Esta prova desafia estudan-tes de todo o mundo a desenhar, construir e testar veículos que viajam com menos energia, ou seja, veículos com maior eficiên-cia energética e que consigam percorrer o maior número de quilómetros possível com ape-nas um litro de combustível. A competição marca o final de um ano de trabalho da equipa “Shell Eco EST”, que é constituída por estudantes das licenciaturas em Engenharia do Ambiente, In-formática, Mecânica, Tecnologias de Energia e Comunicação Social do IPS. A equipa foi coordenada por docentes da EST Setúbal do IPS, contando, igualmente, com o

apoio das empresas JDEUS, SKF, fablab Barreiro, Extinsado, KIP e do Núcleo do Curso de Engenha-ria Mecânica da Associação Aca-démica do IPS. João Felizardo, Team Mana-ger pelo segundo ano consecuti-vo, considera que «para se parti-cipar nesta prova é necessário ter força de vontade e dedicar tempo e trabalho», acrescentan-do ainda que a participação nes-tas iniciativas «permite-nos ad-

PRISÃO PREVENTIVA PARA TRÊS SUSPEITOS ROUBO E BURLA EM ALMADA MILITARES DO NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DE ALMADA

DETIVERAM, NOS DIAS 21 E 22 DE JUNHO, TRÊS INDIVÍDUOS SUSPEITOS DE ROUBO E BURLAS INFORMÁTICAS. UM DOS INDIVÍDUOS, DE 29 ANOS, TEVE

COMO ALVO TRÊS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS, UMA RESIDÊNCIA E DOIS VEÍCULOS AUTOMÓVEIS NAS LOCALIDADES DE CHARNECA, CAUSANDO AVULTADOS PREJUÍZOS MATERIAIS E UM ACENTUADO ALARMISMO SOCIAL

NO SEIO DA POPULAÇÃO ALI RESIDENTE. OS OUTROS, DE 17 E 18 ANOS, COOPERAVAM ENTRE SI, TENDO COMO ALVO VÍTIMAS QUE SE

ENCONTRAVAM JUNTO DAS PARAGENS DO METRO DE ALMADA. ATRAVÉS DE COAÇÃO E VIOLÊNCIA FÍSICA RETIRAVAM-LHES TODOS OS BENS MATERIAIS,

E OBRIGAVAM-NAS A FORNECEREM OS CÓDIGOS PESSOAIS DOS CARTÕES DE DÉBITO/MULTIBANCO, E CONSEQUENTEMENTE LEVANTAR ELEVADAS

QUANTIAS MONETÁRIAS. APÓS SEREM PRESENTES A TRIBUNAL, FICARAM EM PRISÃO PREVENTIVA.

Em complemento, os poe-mas têm interpretações a cargo de artistas, que podem ser visio-nadas em vídeos publicados no YouTube, facilmente acessíveis através de códigos QR divulga-dos nas faces das estruturas. As estruturas podem ser visi-tadas na rua Luís de Camões, Av.ª 5 de Outubro, rua Augusto Car-doso e no largo da Ribeira Velha.

Quando todas as estruturas estiverem visíveis ao público, com a última inauguração agen-dada para setembro, a organiza-ção disponibiliza um mapa com o itinerário dos locais a visitar, assim como informações com-plementares para melhor co-nhecer e interpretar as obras ex-postas e o porquê das respetivas localizações.

quirir experiência e aptidões que aplicamos na prática, como por exemplo através da obten-ção de parceiros e desenvolvi-mento do protótipo». Em 2015, na Holanda, a equi-pa do IPS alcançou a melhor pontuação portuguesa na cate-goria de protótipos a gasolina, percorrendo 435 quilómetros com apenas um litro de gasoli-na, pelo que este ano esperam superar a marca alcançada.

PEDIDO DE DESCULPAS E AGRADECIMENTO AO “DIÁRIO DO DISTRITO”

Na edição passada do Semmais publicámos duas notícias do Diário do Distrito, sem que fizéssemos referência a este site de notícias da nossa região. As notícias em questão foram “Roubo de carteira obriga a paragem de comboio em Pinhal Novo” e “Incêndio em Palmela fere 10 pessoas”. Pelo lapso apresenta-mos as nossas sinceras desculpas a este órgão de comunicação social e aproveitamos para lhe agradecer os artigos e desejar as maiores felicidades.

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SOCIEDADE

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

O ANO PASSADO FOI UM DOS MAIS NEGROS NO DISTRITO NO QUE SE REFERE A CASOS DE HOMICÍDIO

16 homicídios no ano passadodeixam região no amargo pódioA região continua a registar um número elevado de homicídios, sendo que só o ano passado foram registados 16 casos. Destes, contam-se quatro femicídios, um fenómeno que está a crescer em todo o país. Os dados são da Rede de Apoio a Familiares e Ami-gos de Vítimas de Homicídio (RAFAVH), especializada de apoio criada em 2013 pela APAV.

O distrito de Setúbal continua a estar en-tre as três regiões do

país que registaram mais homicídios em 2015, com um total de 16 crimes, apenas atrás de Lisboa (34) e Porto (18), segundo revelou esta semana o re-latório anual da Rede de Apoio a Familiares e Ami-gos de Vítimas de Homicí-dio (RAFAVH), uma sub--rede especializada de apoio, criada em 2013 pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). Entre os 16 crimes contam-se quatro femicí-dios, traduzindo, ainda as-sim, menos três do que em 2014, que foi um dos anos mais negros no distrito, com sete mortes, supera-do apenas por 2010, quan-do ocorreram oito crimes deste género. O próprio relatório

conclui que se «continua a confirmar a tendência de haver mais criminali-dade nas grandes cida-des», tendo sido a maioria dos crimes cometidos em locais públicos, como aconteceu em maio de 2015 após uma acesa dis-

cussão entre António, de 19 anos, e seu senhorio, de 65, à porta do sexage-nário, na rua Bento de Je-sus Caraça, junto à zona de restaurantes de Porto Brandão, na freguesia de Caparica (Almada). De-pois de se ouvirem gritos,

eis seu soou o disparo fa-tal. O sexagenário tinha acabado de alvejar o jo-vem, que viria a morrer. Também terminaria da pior maneira uma antiga desavença entre dois ho-mens em Vila Nova de San-to André (Santiago do Ca-

cém). Na sequência de mais um confronto, um homem de 40 anos decidiu acabar de vez com as fre-quentes rixas. Ao ser pro-vocado através da janela da sua casa, agarrou na ca-çadeira e disparou um tiro à cabeça do homem que o ameaçava a partir da rua. A tragédia deixou em choque a população de Foros da Quinta.

Pesquisa teve por base noticias de jornais

A pesquisa teve por base as notícias publicadas nos órgãos de comunicação, entre outras fontes, tendo sido os casos inseridos numa plataforma eletró-nica de registo tendo com base na zona geográfica, local e data do crime, arma utilizada no crime, tipo de relação entre vítima e au-tor, idade e género da víti-ma, idade e género do ho-micida. Juntamente a estes parâmetros é feita

uma breve descrição dos factos noticiados. «Sendo a missão da RAFAVH apoiar os familia-res e amigos de vítimas de homicídio, pareceu-nos pertinente conhecer a di-mensão deste impacto, em território nacional», expli-ca o documento da RAFA-VH a que o Sem Mais teve acesso. Além dos parâme-tros e do registo descritivo, os casos são classificados de acordo com a sua moti-vação, nomeadamente se ocorrem num contexto de violência doméstica, crime patrimonial, motivos fa-miliares, crimes rodoviá-rios ou outros motivos. Porém, também aqui, a maior parte dos crimes acontece em contexto de violência doméstica e na maioria dos casos houve recurso a arma de fogo, existindo ainda muitos re-gistos de arma branca. A maior parte das vítimas ti-nha entre 56-60 anos e 66-70 anos.

MEGAOPERAÇÃO DA UNIDADE NACIONAL CONTRA O TERRORISMO DA PJ DESMANTELOU REDE QUE TRAFICAVA ARMAMENTO

Setúbal na rota da apreensão de armas de guerra

O distrito foi alvo de uma megaoperação da Unidade Nacional Contra o Terrorismo da Polícia Judiciária, durante a qual foi encontrado um autêntico arsenal de guerra. O destino das armas seria a venda ao público, mas muitas delas terão serviço para uma vaga de assaltos violentos.

O distrito de Setúbal foi uma das regiões varridas por uma

megaoperação da Unida-de Nacional Contra Ter-rorismo (UNCT) da Polí-cia Judiciária, que encontrou um autêntico arsenal de guerra. A apre-ensão de shotguns, cara-binas, uma kalashnikov alterada ou uma G3, a par de nove mil munições, uma mira telescópica e si-lenciadores foi o resulta-do da investigação que possibilitou o desmante-lamento de uma rede de tráfico de armas. Nas várias buscas do-miciliárias e não domici-

liárias levadas a cabo no distrito de Setúbal, Lisboa e região do Alentejo as autoridades encontraram, sobretudo, armamento usado, que poderá ter sido utilizado em assaltos violentos, segundo admi-te o diretor da UNCT, Luís

Neves, alertando para a forte probabilidade de este armamento se desti-nar à venda a pessoas «sem capacidade para adquiri-los legalmente, havendo o sério risco de ser usado para a crimina-lidade violenta”.

O diretor da UNCT adiantou que todo o mate-rial apreendido vai ser agora rastreado pelo La-boratório de Polícia Cri-minal (LPC) para se perce-ber se há ou não armas que tenham estado envol-vidas em crimes do passa-

do. Mas as análises que serão feitas pelo LPC têm ainda outro objetivo, que passa por descobrir de onde vieram. «As armas e as munições vão ver exa-minadas pelo laboratório também para perceber os canais de abastecimento desta gente», adiantou a mesma fonte.

Investigação arrancou o ano passado

A investigação começou no ano passado com um pequeno incidente envol-vendo uma arma de fogo e que não fazia prever a di-mensão do esquema. Após diversos meses de diligên-cias os inspetores come-çaram a perceber que es-

tavam perante uma rede organizada, com vários suspeitos, e que operava em diversos distritos. O grupo não usava arma-zéns para guardar o arse-nal, mas sim locais de «re-cuo» junto das habitações. A operação concluiu que havia diversas liga-ções familiares entre um total de 11 suspeitos, mas além dos alegados trafi-cantes foram também apanhados intermediários e pessoas que compraram armas à rede. Segundo o responsável, a generalida-de dos suspeitos dedica-se no dia-a-dia à venda am-bulante de objetos e bens, sendo que alguns têm já antecedentes criminais por tráfico.

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SOCIEDADE

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

EM CAUSA ESTÁ O FACTO DE AS AULAS DO 1.º CICLO TERMINAREM DUAS SEMANAS MAIS TARDE NO PRÓXIMO ANO

Professores da região juntam-se ao protesto do calendário escolar

Aquela estrutura sindical afirma que não é retendo os alunos mais tempo dentro da sala de aulas que se consegue melhor qualidade e desempenho. O sindicato vai pedir audiência ao ministro com a tutela e promete luta. A outra crítica é, diz o SPGL, não ter havido negociação.

O Sindicato de Professores da Grande Lisboa contesta o calendário escolar para

2016/2017. O diploma agora pu-blicado define que o ano letivo começa entre os dias 9 e 15 de Setembro, prevendo o aumento do período de aulas dos alunos

do 1.º ciclo, que vão terminar duas semanas mais tarde do que este ano. Aquela estrutura sindical considera que não é retendo os alunos mais tempo dentro da sala de aula que se consegue me-lhor qualidade e melhor desem-penho, acrescentando que o ca-lendário vem «sobrecarregar» os que estavam mais «penalizados».

«O calendário escolar não foi alvo de negociação ou, sequer, de auscultação dos interessa-dos», diz o SPGL, admitindo ter sido com «surpresa que tomou conhecimento do seu conteúdo e, em particular, do prolonga-mento das atividades letivas no 1.º ciclo, para além da data de encerramento nos outros ciclos do ensino básico». O SPDL vai

pedir uma reunião de urgência ao Ministério para que este ca-lendário seja revisto pois enten-de que não de adequa às neces-sidades dos alunos e das escolas.

Federação também não quer alargamento

Também a Federação Nacional da Educação (FNE) está contra

o alargamento do período letivo no 1º ciclo defendendo que mais aulas não significam melhores resultados escolares. Para a FNE, «não se pode confundir o que são tempos de instrução e de aprendizagem, com os tem-pos de ocupação dos alunos nos períodos em que as famílias os não podem acompanhar. De um lado estão as responsabili-dades do sistema educativo, com os seus docentes. Do outro lado estão responsabilidades sociais que não podem ter res-posta através do alargamento sem limites do tempo escolar». No texto do despacho, o Mi-nistério da Educação explica que o calendário «visa salva-guardar o interesse das famí-lias, procurando estabelecer uma medida de conciliação en-tre as necessidades educativas e a organização da vida fami-liar das crianças e alunos. Nes-se sentido procurou-se maxi-mizar o tempo de atividades letivas».

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TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

TEXTO ANTÓNIO LUISIMAGEM SM

NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS NÚMERO DE CASOS REDUZIU DE 900 PARA 300, MAS HÁ APENAS TRÊS TÉCNICOS AO SERVIÇO

Comissão de Protecção de Menores de Setúbal espera chegada de técnicos já prometida pelo Governo

O número de casos reduziu drasticamente nos últimos três anos, mas apenas estão ao serviço três gestores processuais. O Governo já assumiu que está preocupado com os processos reabertos e anunciou a vinda de mais técnicos.

A Comissão de Prote-ção de Menores (CPCJ) de Setúbal

está sobrecarregada, sen-do o terceiro concelho do país com mais volume processual – há três anos, tinha 900 casos e agora

tem pouco menos de 300 – mas existem apenas três gestores processuais a tempo inteiro. A denúncia partiu da dirigente Isabel Alho, numa reação a uma notícia avançada esta se-mana pelo Jornal de Notí-cias, segundo a qual em 2015 se registou o maior número de processos so-

bre menores reabertos dos últimos cinco anos em Portugal. De resto, o Governo já assumiu estar preocupado com os processos reaber-tos nas comissões de pro-teção de menores, estando em causa jovens que não conseguem sair do siste-ma. Armando Leandro,

presidente da Comissão Nacional, revela que «está a ser elaborado um estudo sobre a matéria», enquan-to a secretária de Estado, Ana Sofia Antunes, já anunciou que vêm aí mais 80 técnicos que vão ser distribuídos por todo o país, devendo privilegiar as regiões mais carencia-

das de recursos, como é o caso de Setúbal. Aliás, Armando Lean-dro, presidente da Comis-são Nacional para a Prote-ção de Menores, disse também ao JN que «está a ser elaborado um estudo» sobre o porque deste au-mento de reabertura de ca-sos e descreveu a situação

como «preocupante». Os técnicos congratulam-se, até porque relatam situa-ções que a própria secretá-ria de Estado admite terem «um impacto muito nega-tivo», voltando o concelho de Setúbal a ser apontado como um exemplo das li-mitações impostas pela falta de pessoal técnico.

Edil montijense pede o desassoreamento da Cala do Montijo para uma maior navegabilidade no Tejo

De forma a proporcio-nar uma melhor na-vegabilidade das em-

barcações no Rio Tejo, o presidente do município solicitou ao Governo o de-sassoreamento da Cala do Montijo. «Este meu pedido tem a ver com o facto de os barcos poderem navegar com maior facilidade. Na zona existem alguns ban-cos de lodo. Os catamarans foram os responsáveis pelo assoreamento da Cala. Há muita gente quer pensa que não mas é verdade e isso cria muitos bancos de areia no Rio Tejo. Isso cria um assoreamento muito rápido na Cala», sublinhou o edil montijense. Nuno Canta afirma que gostaria que houves-se «uma maior atenção para este facto, a partir da Associação do Porto de Lisboa e, particularmente, do Governo, para que pu-déssemos ter um desasso-reamento na Cala».

«Em algumas audiên-cias que tenho tido com o Governo, já sugeri a im-plementação de um proje-to mais alargado, centrado no Tejo, e em que se deve-ria fazer um desassorea-mento de várias Calas, como por exemplo a do Montijo, a do Seixal, a do Barreiro e, também, a de Alverca, que são as quatro grandes Calas de navega-ção do Rio Tejo. Todas elas deveriam ter uma inter-venção, com financiamen-to comunitário, que deve-ria ser canalizado para um

grande projeto nacional», argumenta Nuno Canta. «Muitos dos cais, pouco utilizados, na margem sul do Tejo, deve-se a uma falta de capacidade de navegabi-lidade das Calas. Essa me-lhoria, além de ser um fator de impulsionamento eco-nómico, é também uma questão interessante do ponto de vista da despolui-ção do rio. Com uma maior circulação das águas, com Calas mais fundas, nós conseguimos também ter uma maior despoluição das águas», explica o edil.

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TEXTO ANTÓNIO LUISIMAGEM ANTÓNIO LUIS

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SCUPA CONCRETIZA TRADIÇÃO DE HOMENAGEM ÀS FESTAS DE S. PEDRO E AOS PESCADORES DA TERRA

Almoço da classe piscatória montijense juntou 350 pessoas

Cerca de 350 pessoas mar-caram presença no tradi-cional almoço da classe

piscatória que decorreu na pas-sada quinta-feira, pelas 13 ho-ras, junto à sede da Sociedade Cooperativa União Piscatória Aldegalense (SCUPA). Na inicia-tiva, com vista a homenagear os pescadores da terra e a celebrar mais uma edição das Festas de S. Pedro, foi servida a tradicio-nal caldeirada e a massinha de peixe, regados com os excelen-tes vinhos da Adega de Pegões. José Apolinário e Catarina Marcelino, secretários de Estado das Pescas e da Igualdade e Ci-dadania, respetivamente, mar-caram presença no evento, além dos presidentes do município, Nuno Canta, e da SCUPA, José Maria Santos. José Maria Santos, presidente

da SCUPA, fez um balanço «mui-to positivo» deste almoço, recor-dando que a iniciativa arrancou apenas com a direção da casa, tendo sido alargada, com o pas-sar dos anos, à classe piscatória. «Isto começou com 9 pessoas. O

almoço tem vindo a crescer. Já fizemos um com 500 pessoas. Aqui junta-se todo o tipo de indi-vidualidades, desde pessoas do Governo, da Câmara, das Juntas, pescadores, elementos de outras coletividades, entre outros».

Município comparticipa com verbas

O responsável revelou que a cal-deirada antigamente era confe-cionada por pescadores mas nos dias que correm é feita por pes-soas da coletividade. «Aqui nin-guém paga nada. É tudo por convite. O almoço tem custos bastante elevados mas o muni-cípio comparticipa com apoios financeiros. Cada pessoa, por exemplo, come aqui, à volta de 750 gramas de peixe. José Maria Santos recorda que as Festas de S. Pedro nasce-

ram dos pescadores e que o re-pasto serve também para cele-brar a atividade da coletividade. «Ao longo dos 103 anos de ativi-dade, a SCUPA tem boas rela-ções com todas as entidades, sem estar a ver a cor política de A, B ou C. Não nos metemos na política», vinca. Já o edil Nuno Canta agrade-ceu a todas as pessoas que torna-ram possível o almoço da classe piscatória, sublinhando que «os pescadores são uma classe que muito tem contribuído para a ri-queza da nossa terra». E não tem dúvidas de que as Festas de S. Pedro são «o maior acontecimento cultural do Monti-jo, que festejam a vida, o passado histórico, a memória e a tradição». As Festas de S. Pedro do Montijo encerram este domingo com os concertos de Luís Se-queira e Jorge Palma, a que se segue o fogo-de-artifício e a queima do batel.

Dez anos a olhar pelo bom ambienteda região da preciosa Arrábida

A ENA, agência de energia ambiente da Arrábida, está a celebrar os 10 anos de ativi-

dade. Fernanda Pésinho, a presi-dente do conselho de administra-ção, recorda que tudo começou a 27 de junho de 2006, quando os municípios de Palmela, Setúbal e Sesimbra, em conjunto com a As-sociação dos Produtores Flores-tais, FIAPAL e CDR, assinaram a escritura de constituição de uma associação com o desígnio de promover a utilização racional de energia e a utilização de fontes de energia renováveis, contribuindo, assim, para a melhoria da quali-dade do ambiente e o desenvolvi-mento sustentável no âmbito do seu território». Ao longo dos anos, as ativi-dades desenvolvidas pela ENA «multiplicaram-se, em resposta

aos muitos desafios colocados por todos os que têm participa-do neste processo evolutivo. A procura de novas áreas de inter-venção contribui para o nosso crescimento técnico e humano, aumentando também o número de entidades, individuais e cole-tivas, que acreditam na nossa capacidade e connosco querem percorrer este caminho: os nos-sos associados». E prossegue: «Hoje, a nossa missão continua clara e assume um significado reforçado, que é o de promover a alteração de comportamentos ao nível da utilização de recursos, da pro-dução e do consumo de energia, informando, aconselhando e apoiando tecnicamente os vá-rios setores da comunidade, promovendo a aplicação de

conceitos, sistemas e tecnolo-gias mais eficientes». Quanto aos desafios futuros, Fernanda Pésinho encara os próximos tempos com «deter-minação e de forma construtiva, renovando o nosso compromis-so junto de associados, parcei-ros e comunidade, por forma a reforçarmos o nosso papel numa sociedade empenhada em mudar de atitude face à utiliza-ção de recursos, e em encontrar fontes de energia mais limpas». No futuro, a ENA pretende, também, «adquirir novas compe-tências, partilhar mais conheci-mento e experiência e caminhar mais longe, alcançando maior es-cala, para nós e para as comuni-dades do nosso território. A Arrá-bida merece e as populações também», vinca a presidente.

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LOCAL

SETÚBAL MUSEU SEBASTIÃO DA GAMA COM OBRAS À VISTA O Museu Sebastião da Gama é beneficia-do numa intervenção da autarquia, com início na segunda-feira, de aumento da atratividade e funcionalidade deste equipamento. A obra está orçada em 94.729,87 euros. A passagem do polo da biblioteca para o piso térreo e a criação de uma sala polivalente no andar superior constituem os principais aspetos da bene-ficiação do edifício que acolhe, desde 1999, o museu e que, no seguimento desta intervenção, recebe uma reformulação museológica. A operação torna o equipa-mento mais funcional e com novas valências para os utilizadores, incluindo a melhoria das condições gerais de confor-to térmico e acústico. Os trabalhos estarão prontos em agosto.

GRÂNDOLA PROGRAMA OCUPACIONAL DE VERÃO PARA MAIS DE 90 JOVENS 95 jovens do concelho, dos 15 aos 25 anos, integram o “Bora Lá Bulir” programa ocupacional de verão que se desenvolve de 21 de junho a 16 de setembro. Cada jovem participante tem uma ocupação diária de 4 horas durante 10 dias uteis. O “Bora Lá Bulir” foi lançado pelo municí-pio em 1999 com o objetivo de contribuir para a ocupação dos tempos extra letivos dos jovens através do desenvolvimento de atividades que promovem uma expe-riência em contexto de trabalho. Biblio-tecas, praias, jardins, bibliotecas, arquivo, piscina, jardins-de-infância n.º 1 e 2 de Grândola, Ameiras, Aldeia do Futuro, Centro Escolar de Melides e do Carvalhal e posto de turismo são alguns dos locais de trabalho escolhidos pelos jovens para esta experiência.

SEIXAL PISCINAS DE CORROIOS FECHAM PARA OBRAS Devido a uma «avaria grave» no siste-ma hidráulico, a piscina municipal de Corroios encerrou ao público no dia 26, não se prevendo ainda uma data para a sua reabertura. A avaria grave no sistema que alimenta o tanque principal impede o normal funcionamento da piscina e obri-ga a uma intervenção urgente e inadiável. Assim, a autarquia viu-se obrigada a interromper imediatamente todas as ati-vidades e encerrar estas instalações por um período indeterminado. O município lamenta o incómodo causado e agradece a compreensão dos utentes.

ALCOCHETE SAMOUCO RECEBE FESTAS POPULARES De 8 a 12 de julho, a vila do Samouco vai estar em festa com a realização de mais uma edição das festas populares em honra de Nossa Senhora do Carmo com um programa diversificado de iniciativas culturais e religiosas que exaltam as tra-dições locais. Estas festas bem populares incluem concertos com Claudisabel (dia 11) e Lucas & Matheus (12), a noite da sardinha assada, hip-hop, fogo-de-artifí-cio, sevilhanas, largadas de touros, fado, missa, procissão, comes e bebes, aulas de zumba, entre outras iniciativas.

BARREIRO VARINO PESTAROLA MOSTRA PAISAGENS DA TERRA A embarcação tradicional “Varino Pestarola”, propriedade do município, encontra-se a navegar até final de setem-bro. As marcações podem ser efetuadas no posto de turismo, situado no edifício do mercado municipal. O passeio inclui visitas aos circuitos da Ilha do Rato, estuário do Tejo, estuário do Coina e circuito ribeirinho.A lotação máxima é de 23 passageiros e a mínima de 5. O local de embarque/desembarque é na Avenida Batalhão de Sapadores do Caminho-de-Ferro. O preço das visitas pode ser visto no sítio oficial da Câmara Municipal do Barreiro na Internet.

MONTIJO SUNSET WINE NO “LUGAR DE ENCONTROS” Uma viagem pelo mundo através dos diversos sabores e confeções da carne de porco é a proposta do projeto “Lugar de Encontros” para dia 8. A partir das 19 ho-ras, no moinho de Maré do Cais, o Sunset Wine – O porco à volta do mundo! Traz sabores de outras origens. As inscrições estão abertas até este sábadoSão editados alguns dos mais “respei-tados” petiscos nacionais e são dados a provar outros de outros lugares. O tema é “O porco à volta do mundo” e os preparos estão a cargo da Chef Luísa Junqueiro que vai ter o prazer de conhecer e de seguramente aprovar. A adega Horácio Simões vai casar os seus vinhos com os pratos da Chef Luísa.

PALMELA SEMANAS DESCENTRALIZADAS CHEGAM AO FIM Palmela encerrou, esta semana, o ciclo 2016 das Semanas Descentralizadas de Freguesia. O programa, culminou com a inauguração do Centro de Recolha Oficial de Animais e permitirá conhecer um conjunto de potencialidades do ter-ritório, estando agendadas reuniões com instituições locais, assim como visitas a estabelecimentos de ensino e empresas. Destaque, ainda para o acompanha-mento de obras e dos projetos em curso. Marcará, igualmente lugar, no programa de trabalho, a discussão relativa ao Por-tugal 2020, no âmbito das candidaturas que o município prepara, com vista à obtenção de apoio comunitário.

SANTIAGO DO CACÉM PRESIDÊNCIA DAS FREGUESIAS PROSSEGUE A BOM RITMOAté ao dia 23 do corrente mês, decorre a Presidência nas Freguesias no concelho para ouvir os problemas e sugestões das pessoas. Álvaro Beijinha e os vere-adores a tempo inteiro, acompanhados por elementos do executivo da Junta de Freguesia e por técnicos do município, vão estar no terreno com um programa intenso. O calendário da iniciativa, quase a chegar ao fim, é o seguinte: Freguesia de Abela – 14,15 e 16 junho; e Freguesia de S. Francisco da Serra – 21, 22 e 23 de junho.

ALCÁCER DO SAL 26.ª PIMEL RECEBEU MILHARES DE VISITANTES A 26.ª PIMEL, que foi visitada por mi-lhares de pessoas, apresenta balanço positivo. Os concertos de Mariza e de Nelson Freitas contaram com grandes enchentes de público. Os vencedores do concurso de mel foram João Pinto (ros-maninho), Jorge Filipe (multifloral) e An-tónio Silvério (mel do concelho e Melhor Mel da PIMEL). O concurso de petiscos teve como vencedores os “miminhos de orelha de porco preto”, do Alcácer FC Ve-teranos (1.º lugar), as “sardinhas velhas”, do Café Sado (2.º lugar) e as “Amêijoas à Candeia”, dos Açougues (3.º lugar). O concurso de doçaria teve como vence-dores Maria Leitão (mel/pinhão) com as suas pinhoadas, Genoveva Jerónimo (Melhor Doce da PIMEL) com “enchar-cada”, e Aldegundes Freitas (livre) com as queijadas de requeijão.

ALMADA FUNDAÇÃO JUMBOATRIBUI 12 MIL EUROS À MISERICÓRDIA A Fundação Jumbo para a Juventude, através do hipermercado Jumbo local, atribuiu uma verba de 12 mil euros para ajudar adolescentes grávidas e jovens mães. A verba destina-se ao projeto “Es-paço Maié”, da Misericórdia de Almada, que pretende ajudar a desenvolver com-petências parentais e sociais de quem se vê a braços com a maternidade muito cedo. A cerimónia, que decorreu quarta--feira, contou com a presença de respon-sáveis de ambas as entidades e realizou--se, às 11 horas, no Centro Comunitário PIA II, sito na rua do Moinho, no Monte de Caparica. A iniciativa foi aproveitada para dar a conhecer este projeto e as principais dificuldades das jovens que beneficiam deste apoio.

SESIMBRA MUNICÍPIO VALORIZA MARGINAL DA VILA As recentes intervenções na frente marítima, permitiram aumentar as áreas pedonais, organizar o trânsito, recupe-rar a Fortaleza, criar zonas de descanso e construir novos acessos aos areais e equipamentos de praia. Como forma de preservar este espaço público de grande valor turístico para a vila, a Câmara tem levado a cabo obras de manuten-ção. A limpeza dos taludes de acesso às praias, o tratamento do mobiliário urbano, a intervenção na “sapata” em frente à Sociedade Musical, a lavagem semanal da marginal e rampas de acesso à praia na época balnear, a reformulação dos sistemas de iluminação e a recolha de muitos dos cabos elétricos aéreos e a colocação de nova sinalética informativa nos acessos à praia são alguns exemplos dessas obras.

MOITA FESTIVAL “BEACH PARTY” NA PRAIA DO ROSÁRIO É já este fim-de-semana que a praia fluvial do Rosário vai receber mais um “Rosário Beach Party”. A organização garante a diversidade musical deste fes-tival, num local privilegiado à beira rio, com rock, reggae e música eletrónica, abrangendo diferentes públicos.A novidade deste ano é o Sunset Color Party, a partir das 15 horas deste sába-do, onde a música, a cor e a alegria vão reinar. Reggae, com Selecta Not Bluff, no início, segue-se hip hop, com Supa Dust Man e, após uma das melhores duplas nacionais, Krash, entra em cena um dos melhores DJ’s mundiais, Diego Miranda. A encerrar esta festa colorida vai estar Kuch.

SINES MUNICÍPIO OCUPA TEMPOS LIVRES DE CRIANÇAS E JOVENS A edição de verão das Férias Ativas já arrancou, no passado dia 27, e prolonga--se até 8 de julho. Esta edição das Férias Ativas conta com 268 participantes, com idades entre os 6 e os 14 anos, acompa-nhados por 12 voluntários, entre os 15 e 20 anos. As Férias Ativas promovem a ocupação dos tempos livres das crianças e jovens residentes no concelho de Sines através de atividades desportivas, cul-turais e do conhecimento mais aprofun-dado dos hábitos e costumes locais, bem como do território.

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TEXTO RUI MIGUEL ABREUIMAGEM SM

CULTURA

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DANÇAS OCULTAS NO SOL DA CAPARICA

«Queremos ver Deolinda e Rui Veloso»

Artur Fernandes, homem do leme do coletivo Danças Ocultas, fala-nos sobre a responsabilidade de eventos como O Sol da Caparica e do espetáculo que o seu grupo de concertinas vai fazer com a Orquestra Filarmonia das Beiras, um dos momentos mais altos da programação deste ano, certamente.

Em festivais com um recorte mais pop não é muito vulgar vermos projetos como o Danças Ocultas. O que é que sentiu quando foi abor-dado pelo Sol da Caparica para in-tegrar o cartaz deste ano?Obviamente foi uma grande sa-tisfação por parte de todo o gru-po. Se bem que não é propria-mente uma novidade para nós. Já em 96 tínhamos feito Vilar de

Mouros no palco principal. E de-pois também fizemos, embora festivais de verão relacionados com músicas do mundo, o MED, o FMM de Sines. Mas este festi-val tem um recorte mais abran-gente, mais eclético. Para nós é uma satisfação acima de tudo por podermos mostrar a uma faixa etária mais nova a música que fazemos.

Como é que vai ser o espetáculo? Vai ser com a Orquestra Filarmonia das Beiras?

Sim, o espetaculo é uma repeti-ção do que já fizemos com a Fi-larmonia das Beiras, embora nos concertos da Casa da música e do CCB tenhamos tido convida-dos – Dead Combo, Carminho e Rodrigo Leão – e desta vez é só Danças Ocultas e Orquestra Fi-larmonia das Beiras. Essencial-mente é o reportório que está no disco “Amplitude”.

Acha que eventos desta escala também têm uma certa responsa-bilidade, não apenas de entreter

as pessoas, mas também de lhes expandir os horizontes? Sim, diria que sim. Não tanto como um espaço de programa-ção como um teatro. À partida, o facto de ser um festival de verão direcionado essencial-mente para um público mais jovem leva os programadores a pensar em satisfazer as neces-sidades desse público. Mas ain-da assim obviamente que deve haver uma certa responsabili-dade na programação que deve tentar abranger outras estéti-

cas. Eu acredito que as pessoas gostam de tudo e o problema é que não lhes dão de tudo, no-meadamente as rádios e televi-sões. Faz parte da função de um programador qualquer dar a conhecer alternativas. Por-tanto estamos com expetativas elevadas de ter o público da Caparica a aderir à nossa pro-posta.

Já deve ter olhado para o progra-ma do Sol da Caparica. Algum artis-ta que gostasse de ver enquanto membro do público? Sim. Gostava de ver, por exem-plo, os Deolinda que ainda não tive oportunidade de os ver. Sempre que eles tiveram perto de mim estava eu ocupado com outros espetáculos. É uma ban-da que tenho curiosidade de ver ao vivo. Gostaria de ver também o Rui Veloso, já que há muitos anos que não vejo.

Para terminar, planos no futuro imediato dos Danças Ocultas?Sim, estamos neste momento em fase embrionária de criação para um novo disco de origi-nais.

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CULTURA

SETÚBAL2SÁBADO21H30RODRIGO - 55 ANOS DE FADOFORUM LUÍSA TODI

Trata-se do concerto que assinala os 55 de carreira do conhecido fadista português Rodrigo. O espetá-culo é gravado ao vivo, pela primeira vez, para posterior lançamento de um álbum discográfico. Os bilhetes são a 15 e a 20 euros, para o balcão e para a plateia, respetivamente.

PALMELA2SÁBADO17H00CONTAR, CANTAR NO BANDOCONTAR, CANTAR NO BANDO

“Contar, Cantar”, da Seconda Pratica, em co-produção com o Bando, apresenta-se pela primeira vez em Portugal depois de ter estreado no 35.º Festival de Ambronay, um dos mais prestigiados festivais mun-diais de música antiga. Este concerto encenado é uma criação do ensemble de música antiga Seconda Pratica, com encenação de Sara de Castro e João Brites.

SESIMBRA2SÁBADO21H30HOT CRAZY NIGHTSANFITEATRO DA BOA ÁGUA, QUINTA DO CONDE Dillaz é o destaque do Hot Crazy Nights, programa que promete animar nas noites de julho. O jovem músico, considerado por muitos, uma das maiores promessas da nova escola de hip hop, promete trazer na bagagem muitos dos seus sucessos, entre os quais O Homem da Sirene.

ALCOCHETE2SÁBADO16H00GISELLE PELA ESCOLA D. MANUEL IFORUM CULTURAL

Com direção artística e coreografia de Ana Calafate, e produção e organização da Escola de Dança D. Manuel I, sobe ao palco, com entradas a 5 euros, o bailado “Giselle”, pela Escola de Dança D. Manuel I. Considera-do um dos bailados mais importantes do Romantismo, Giselle inspira-se num poema que fala de fadas mágicas, que dançam à noite nos bosques e de uma jovem aldeã apaixonada.

MOITA2SÁBADO22H00ROSÁRIO BEACH PARTYPRAIA FLUVIAL DO ROSÁRIO

Pretende-se que esta festa seja um marco na dinamiza-ção cultural desta freguesia, mas também do concelho e do distrito, com um público-alvo muito abrangente graças à grande diversidade musical, que passa pelo rock, reggae e a música eletrónica.

MONTIJO3DOMINGO22H30CONCERTO COM JORGE PALMAPRAÇA DA REPÚBLICA O conhecido cantor Jorge Palma sobe ao palco das Festas Populares de S. Pedro, no Montijo, para encerrar o certame que costuma atrair milhares de visitantes. O fecho acontece à meia-noite, com o tradicional fogo-de-artifício piromusical, que inclui a queima do batel.

SANTIAGO DO CACÉM3DOMINGO21H30A BALADA DO VELHO MARINHEIROPARQUE VERDE DA QUINTA DO CHAFARIZ

O Teatro do Mar, de Sines, traz ao parque verde da Quinta do Chafariz, em Santiago do Cacém, a peça “A Balada do Velho Marinheiro”, para divertir toda a família.

AGENDA

GANHE CD´S DE MÚSICA PORTUGUESA“Futura”, de Ana Malhôa, “Money, Money”, de Ruth Marlene, “Believe US”, dos Pretty Boys, “O Melhor de Mim”, de José Malhôa, “Amigos para sempre”, dos Bandalusa, e “Eu faço 69”, de Quim Barreiros, são os CD´s que te-mos para oferecer aos nossos leitores esta semana.Trata-se de discos gravados e editados pela editora Espacial. Para solicitar os prémios terá de ligar para o 969 431 085 ou para o 918 047 918.

TEXTO ANTÓNIO LUISIMAGEM SM

Mercedes Ruiz encerra Festival de Almada com ‘flamenco puro’

A Companhia de Teatro de Almada convidou alguns jornalistas da

região para irem a Jerez de La Frontera, em Espanha,

no dia 18, assistir ao ensaio e entrevistar a bailarina de flamenco Mercedes Ruiz, que vai encerrar o 33.º Fes-tival de Teatro de Almada. O espetáculo de Mer-cedes Ruiz, intitulado “Deixa-me que te baile”,

uma criação e direção musical de Santiago Lara, com 1h30 de duração, sobe ao palco grande da Escola D. António da Cos-ta, no dia 18 de julho, a partir das 22 horas. Mercedes Ruiz, no seu estúdio, confessou que se sente muito emocionada por ir bailar ao Festival de Almada, uma vez que é a «minha primeira atuação em Portugal, pelo que es-tou muito contente e satis-feita de ir bailar a Portugal, com o meu espetáculo muito vivo, fresco e tão fla-menco». «O meu espetáculo “Dejame que te baile” in-clui canto, baile e música. Tenho um cantador fan-tástico, o David Lagos, e também um guitarrista, o Santiago Lara, muito bom. Vai ser um espetáculo de flamenco puro», revelou, acrescentando que vai a Portugal com «grande ex-petativa», pois não sabe como irá reagir o público

ao seu trabalho. «Não sei se gostam de flamenco», vinca. Mercedes Ruiz, de 36 anos, nasceu em Jerez de La Frontera. Pisou os pal-cos aos 7 anos e nunca mais deixou de dançar. Em 2002 estreou-se como so-lista e alargou as suas di-gressões para além das fronteiras europeias. Em 2006 apresentou a sua pri-meira coreografia original, “Juncá”, na Bienal de Sevi-lha, onde venceu o Prémio da Crítica para Melhor Es-petáculo e esgotou várias sessões no Teatro Gran Vía de Madrid. Desde então, tem acumulado várias dis-tinções e êxitos em todo o mundo. «A minha carreira segue, pouco a pouco, com passos lentos mas firmes. Todos os prémios são im-portantes na minha carrei-ra, porque todos me dão motivação, alegria e força para lutar. Os prémios ali-mentam-me a alma», su-blinha Mercedes Ruiz.

O Coral Luísa Todi (en)cantou por Setúbal

Passavam poucos mi-nutos das 10 horas, do passado dia 25,quan-

do o som de um djambé despertou a atenção de quem aquela hora passava na Praça do Bocage, em Se-túbal. E a curiosidade au-mentou quando os clientes de um conhecido café da-quela praça começaram a entoar uma melodia, indo ao encontro dos acordes que o percussionista conti-nuava a executar. O percussionista era o músico setubalense Rui Rosado (Ruca) e as vozes eram as do Coral Luísa Todi que assim, num re-gisto de flash mob, dava início a um passeio mati-nal pela cidade, cantando. Ultrapassada a surpresa inicial, o Coral Luísa Todi, dirigido pelo maestro Fer-

nando Malão, foi presen-teando quem passava, com interpretações das mais recentes peças do seu repertório. Depois da praça do Bo-cage, seguiu-se a Av.ª Luí-sa Todi, sob o olhar atento da sua patrona, cujo nome

o Coral transporta e pres-tigia há mais de meio sé-culo. Seguiram-se locais emblemáticos da baixa sadina, como os largos da Ribeira Velha e da Miseri-córdia, para um regresso e final, de novo na praça de Bocage.

A alegria de um reper-tório bem escolhido, asso-ciada à capacidade de in-teragir e de surpreender por parte do maestro e coralistas, captaram a atenção de quem ia assis-tindo e que muitas vezes se acabava por juntar às interpretações. Nesta caminhada pela cidade, para além dos agradáveis momentos que proporcionou, o Co-ral Luísa Todi foi deixan-do o seu convite para o próximo concerto, já no dia 9 de Julho, no Club Setubalense, e para que mais pessoas se juntem ao Coral para participar em dois grandes projetos que estão em preparação: os concertos de Natal de 2016 e o de Espanha em 2017.

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POLITICACOM A CÂMARA DO MONTIJO E GOVERNO SOCIALISTA NA MIRA, SOCIAL-DEMOCRATAS NÃO DESARMAM PELO NOVO AEROPORTO

PSD distrital não vai desistir de lutar pelo aeroporto low cost no MontijoA distrital do PSD não desarma em favor do aeroporto no Montijo e lançou uma campanha. Os social-democratas afirmam que a instalação do aeroporto complementar na Base Aérea n.º 6 do Montijo é decisivo para o desenvolvimento da região.

A campanha do PSD a favor da instalação do aeroporto com-

plementar de Lisboa na Base Aérea n.º 6 do Monti-jo, que arrancou com a co-

locação de um conjunto de outdoors naquele conce-lho, e com uma conferên-cia que juntou o presidente do conselho de adminis-tração da ANA, Ponce de Leão, e da ex-ministra das finanças, Maria Luis Albu-querque, veio para ficar.

O presidente da distri-tal e deputado Bruno Vito-rino, afirma não perceber o «impasse» com que o atual governo está a gerir o dos-sier e garante que a cam-panha visa «defender esta alternativa ao aeroporto de Lisboa, sensibilizar as

TEXTO ANABELA VENTURAIMAGEM SM

TEXTO ANABELA VENTURAIMAGEM SM

populações e pressionar os socialistas da autarquia e do Montijo e do governo». Na conferência organi-zada pela distrital do PSD, o presidente da ANA afir-mou que o aeroporto do Montijo, «para além de alargar a oferta para voos low cost, permite obras de adaptação e desenvolvi-mento» no agora designa-do aeroporto Humberto Delgado. «Isto vai permitir o aumento das operações de quando qualidade no embarque e desembarque de passageiros», reafirmou Ponce de Leão.

Ex-ministra diz solução é crucial para a região

Já a ex-ministra das finan-ças e atual vice-presidente do partido, Maria Luís Albu-querque, destacou o impac-to que o projeto trará para a região, nomeadamente para o seu desenvolvimento eco-nómico. «O governo ante-

rior já tinha concluído que esta era a localização que melhor servia o interesse nacional, pois para além de ser a melhor solução técni-ca, representa um investi-mento mais baixo que a construção de um aeropor-to de raiz», afirmou a ex--ministra. E acrescentou: «Tenho muita dificuldade em compreender outra op-ção que não esta». Para a deputada e vere-ador da Câmara do Monti-jo, Marcês Borges, «a falta de decisão do governo está a impedir o desenvolvi-mento do concelho e de toda a região». Marcês Borges, que foi candidata do PSD à presidência da câmara nas últimas autár-quicas, disse não ter dúvi-das de que «uma infra-es-trutura desta natureza trás sempre criação direta de postos de trabalho e, por-que é um equipamento ân-cora, trará também muita atividade económica».

SOCIALISTAS QUEREM INTERVENÇÃO DO GOVERNO NO TERMINAL CACILHAS E SABER DE PLANO AMBIENTAL NA SIDERURGIA NACIONAL

Deputados do PS preocupados com degradação da cobertura do Terminal Fluvial de CacilhasA necessidade de intervir na cobertura do terminal fluvial de Cacilhas e as questões ambientais na Siderurgia Nacional, estão na agenda dos deputados do PS eleitos por Setúbal. E já confrontaram o governo com uma bateria de perguntas.

Os deputados do PS eleitos por Setúbal querem saber do go-

verno para quando a re-moção da atual cobertura de fibrocimento do Termi-nal Fluvial de Cacilhas. Os parlamentares, co-ordenados por Euridice Pereira, consideram que o “estímulo do transporte coletivo passa, entre ou-tros aspetos, pela salva-guarda da qualidade das infra-estruturas de trans-porte. E que este objetivo não pode ser dissociado da garantia de condições ajustadas de segurança e salubridade necessárias ao bom funcionamento

desta importante plata-forma multimodal”. Francisca Parreira, de-putada e líder da conce-lhia de Almada do PS, lembrou mesmo que tam-bém «tal como eu, diaria-

mente, milhares de cida-dãos da margem sul recorrem a esta impor-tante infra-estrutura», que se encontra num es-tado a pedir intervenção urgente. «Estamos con-

victos que o ministério do Ambiente tudo fará no sentido de solucionar este problema, pelo que pro-moção de uma mobilida-de sustentável e o des-congestionamento de tráfego constituem um desígnio que não abando-naremos», finalizou.

Preocupações ambientais na Siderurgia Nacional

Entretanto, o mesmo gru-po parlamentar exige também saber que deter-minações foram dadas à Siderurgia Nacional, no início do ano, a propósito de questões ambientais e suas consequências. O documento enviado aos Ministérios lembra que “a Siderurgia Nacio-

nal, SA (MEGASA), situa-da no concelho do Seixal, mais concretamente em Paio Pires, tem, há um tempo considerável, sido objeto de constantes e di-versificados reparos a propósito de questões ambientais, nomeada-mente com eventuais efeitos para a saúde pú-blica”. Segundo a promo-tora da iniciativa, Eurídi-ce Pereira, «tem sido o IAPMEI a acompanhar as reclamações que reitera-damente surgem mas não estamos na posse de in-formação plena sobre a apreciação que delas é feita». De acordo com os eleitos, “no início do ano transato, através da ex--Direção Regional de

Economia de Lisboa e Vale do Tejo, foram dadas indicações a fim de inver-ter o leque de problemas identificados, nomeada-mente quanto a locais e/ou “operações geradores de emissões difusas e de ruído”. Segundo os parlamen-tares, foi constituído um Grupo de Trabalho Inter-disciplinar com o objetivo de acompanhar a qualida-de do ar no Seixal e com-posto por um conjunto de cinco entidades e coorde-nado pelo respetivo Muni-cípio. Mas os deputados aludem a várias outras questões ambientais e até de saúde pública e espe-ram informações para po-derem tomar posições fu-turas.

VITORINO LANÇA ACUSAÇÕES A MINISTRA

O deputado do PSD, Bruno Vitorino acusou esta sema-na a ministra do Mar de ter vindo fazer «campanha eleitoral» numa deslocação ao porto de Setúbal. «A recente visita da minis-tra foi um flop, porque veio apresentar projetos e in-vestimentos que já tinham sido decididos pelo ante-rior governo, dos quais muitos já estão em curso. E vir anunciar o que já está decidido não é sério», criti-ca o também líder da distri-tal do PSD.Bruno Vitorino lamenta que «a ministra tente bri-lhar com o trabalho dos outros» e acusa-a de «de-pois de ter feito o maior ataque ao porto de Setúbal, subalternizando-o a Lis-boa, venha agora atirar areia aos olhos dos setuba-lenses».

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DESPORTO

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TEXTO ANTÓNIO LUISIMAGEM SM

A CASA DO PEIXERESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167

Quatro ex-juniores assinam contrato profissional com os seniores do V. Setúbal

O V. Setúbal continua a apostar na prata da casa que tantas alegrias e surpresas tem dado ao clube. Quatro ex-juniores, campeões da II Divisão de Juniores em 2015/2016, já assinaram contrato e vão para estágio com o plantel principal.

Diogo Ferreira (guar-da-redes), Gonçalo Duarte (defesa-direi-

to), André Pedrosa (médio)

e Valdu Pe (avançado), to-dos ex-juniores, acabam de assinar um contrato profissional com o V. Setú-bal e vão ser integrados no estágio de pré-época des-portiva de 2016/2017. «É o reforço da aposta

nas camadas de formação que muitos frutos têm dado ao clube, tal cmo aconteceu com os jogado-res Ricardo Horta, André Horta, Ruben Vezo e Fre-derico Venâncio», subli-nhou fonte do clube.

De salientar que estes quatro atletas sagraram--se campeões nacionais da II Divisão de Juniores no ano passado. O V. Setúbal cumpriu na sexta-feira o primeiro de dois dias de testes mé-

dicos antes de partir, este domingo, para Fornos de Algodres até ao dia 10, para um estágio que cul-minará com um jogo-trei-no com o Arouca. Entretanto, está para breve a apresentação de

um novo patrocinador do V. Setúbal para a nova épo-ca desportiva. Trata-se, se-gundo a mesma fonte, de «uma empresa portuguesa, cuja imagem irá constar nas mangas das camisolas dos jogadores».

Desportos radicais e muita aventura no 3.º Arrábida Camp

Desportos radicais, workshops e muita aventura são ofereci-

dos no Arrábida Camp, ini-ciativa do município, a re-alizar durante seis dias no Parque Ambiental do Alambre, em Azeitão. O 3.º Arrábida Camp disponibiliza um conjun-to de atividades para os mais novos que propor-cionam diversão e novas amizades. A iniciativa, a decorrer

entre 12 e 17 de julho, pro-move a ocupação de tem-pos livres com momentos de aprendizagem e diver-são, nomeadamente atra-vés da dinamização de atividades conjuntas, sempre em contacto com a natureza. Os cerca de 40 jovens campistas inscritos, dos 13 aos 18 anos, têm a oportu-nidade de participar em workshops de voleibol de praia, canoagem, danças

tradicionais, capoeira e percussão, assim como numa atividade de arbo-rismo, neste caso no Cen-tro Desportivo Nacional do Jamor. O primeiro dia, a 12 de julho, inclui um jantar de receção aos participantes. A 17, há uma festa de en-cerramento, com almoço--convívio, na qual mar-cam presença os pais e os cerca de 10 monitores da iniciativa.

Desporto escolar passa por terras do Litoral Alentejano

O pavilhão municipal de desportos de Santiago do Cacém

acolheu, no dia 25 de ju-nho, a última jornada de finais dos Campeonatos Nacionais Escolares, no escalão de Iniciados. A competição, que resultou de uma parceria entre o Ministério da Educação, os municípios de Santia-go do Cacém e de Sines, repartiu-se por nove lo-cais distribuídos pelas ci-dades de Santiago, Vila

Nova de Santo André e Sines. Na entrega de prémios, o edil santiaguense, Álva-ro Beijinha, congratulou--se com a realização da iniciativa nos dois municí-pios e salientou «a impor-tância da aposta na juven-tude e no desporto». A ocasião contou com a pre-sença do ministro da Edu-cação, Tiago Brandão Ro-drigues, que destacou «a importância do desporto escolar para a integração

dos alunos ao longo do ano letivo». O evento, que teve o seu início no dia 22 de junho, envolveu cerca de 1 200 alunos, apurados nos cam-peonatos regionais das cin-co direções de serviço re-gional, nas modalidades de andebol, badminton, bas-quetebol, futsal, patinagem, ténis e voleibol. Associado ao programa competitivo, os participantes puderam ainda desfrutar de um pro-grama sociocultural.

DIOGO FERREIRA GUARDA REDES

ANDRÉ PEDROSA MÉDIO

GONÇALO DUARTEDEFESA DIREITO

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NEGOCIOS

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PROVE CONTRIBUI PARA O SUCESSO E DESENVOLVIMENTO DOS AGRICULTORES

Dez anos de apoio à produção e consumo localFoi em junho de 2006 que o PROVE fez a primeira entrega de cabazes de frutas e legumes, em Palmela e Sesimbra, através de núcleos constituídos respetivamente por 2 e 3 produtores, e com um total de cerca de 30 consumidores em cada local de entrega.

O PROVE, nos dias que correm, tem 87 nú-cleos constituídos,

132 produtores envolvidos, 7 mil consumidores abran-gidos, 37,5 toneladas de produtos transacionados semanalmente, 112 locais de entrega e um volume de negócios superior a 2.600.000 euros por ano. Através do PROVE são constituídos núcleos de pequenos agricultores, normalmente compostos por três ou quatro ele-mentos, que, todas as se-manas reúnem as suas produções e preparam um cabaz de hortofrutícolas que entregam diretamen-te ao consumidor final,

sem a interferência de in-termediários. Os agricul-tores tornam-se assim empresários, donos de um negócio que começa na produção agrícola e ter-mina no contacto direto com o consumidor. O sucesso do PROVE tem passado essencial-mente por «uma estreita relação de confiança e pro-ximidade entre produtores e consumidores, o que tem induzido várias mudanças e impactos a diferentes ní-veis. Uma das principais mudanças prende-se com a revalorização da activi-dade agrícola por parte dos consumidores, que se mostram cada vez mais

sensibilizados e interessa-dos em adquirir produtos locais de qualidade, mani-festo no crescimento das vendas de cabazes. Mas também se notam efeitos ao nível dos produtores, que aumentaram a sua área de produção, melho-raram as suas condições produtivas e diversifica-ram a sua oferta de produ-tos, para satisfazer os seus clientes e respetivos agre-gados familiares».

«Ajudas comunitários fundamentais»

Inicialmente o PROVE teve a ajuda da Iniciativa Co-munitária Equal e poste-

riormente da Cooperação LEADER do PRODER 2007-2013. Estas ajudas foram «fundamentais, uma vez que permitiram criar um conjunto de ferramen-tas de apoio à implementa-ção e disseminação da me-todologia PROVE em diversos territórios e à constituição e dinamiza-ção de uma rede de parcei-ros locais e regionais, que prestam apoio técnico e logísitico aos produtores e consumidores, e que inte-gram autarquias, associa-ções de desenvolvimento local, empresas, associa-ções de produtores e coo-perativas de consumido-res, entre outros».

O PROVE tem tido um «importante efeito de-monstrativo e multiplica-dor, consciencializando para a importância do consumo local e do apoio aos produtores, mas tam-bém para a mobilização e estabelecimento de redes de proximidade territorial. Talvez por isso, o PROVE tem sido referido em di-versos estudos e comuni-cações como um caso de sucesso, tendo recebido já

diversas distinções por parte de instituições nacio-nais e europeias, merecen-do destaque a referencia como projeto do mês por parte da Rede Rural Euro-peia, a nomeação de inicia-tiva de elevado potencial de empreendedorismo so-cial por parte do IES e exemplo de boa prática de sustentabilidade pelo Ob-servatório para Sustenta-bilidade da Área Metropo-litana de Lisboa».

ADREPES na Escola de Verãodo Instituto de Ciências Sociais

Entre 20 e 24, decorreu no Instituto de Ciências So-ciais, em Lisboa, o curso “Sociedade Civil e Territó-rio: Mobilização e Intervenção”, no âmbito da Escola de Verão do Instituto. A Adrepes deu a conhecer a sua intervenção e o pro-cesso de construção, implementação, acompanha-mento e avaliação da estratégia de Desenvolvimento Local de Base Comunitária, preconizada para a Pe-nínsula, entre 2014/20. A técnica Cláudia Bandeiras, da Adrepes, e o repre-sentante da Câmara de Sesimbra, António Marques, esclareceram a forma como decorreu a mobilização e participação da população e dos agentes locais na construção da estratégia e apresentaram o modelo de governança territorial que foi definido para as zo-nas rurais, costeiras e urbanas da região.

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NEGOCIOS

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TEXTO ANABELA VENTURAIMAGEM SM

MINISTRA DO MAR LANÇA REBOCADOR DE CARACTERÍSTICAS ÚNICAS E O PRIMEIRO CONSTRUÍDO EM PORTUGAL

“Baia do Seixal” preparado para brilhar no rio Tejo é aposta na inovação naval

GAMA “VILLA PALMA” HOMENAGEIA VILA DE PALMELA

Adega de Palmela lançaprimeiro vinho exclusivo para Canal Horeca

A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, bati-zou esta semana o re-

bocador “Baia do Seixal”, o

primeiro a ser construído em Portugal e com 100 por cento de tecnologia nacio-nal. A embarcação, do gru-po ETE, representa um in-vestimento de dois milhões de euros, desloca 110 tone-

ladas e conta com uma pon-te elevatória. «Trata-se de uma apos-ta na construção naval portuguesa, um dos desíg-nios do governo e é um passo em frente no desen-volvimento desta indústria e dos territórios com tradi-ção e potencial nesta área», afirmou a ministra.

Embarcação única para navegar o Tejo

O nome do sofisticado re-bocador foi escolhido pela Navaltagus, a empresa construtora, em homena-

gem à Baia do Seixal, onde estão sedeados os estalei-ros. A embarcação tem ca-recterísticas únicas e está preparado para navegar nos rios portugueses, pri-meiro no Tejo e numa fase posterior no rio douro. Na ocasião, a ministra assinou também um proto-colo entre o Porto de Lis-boa, a Câmara Municipal de Lisboa e o Grupo ETE para realização do estudo de viabilidade de uma doca de recreio no Seixal, uma das reivindicações mais antigas do município e da comunidade local.

A Adega Cooperativa de Palmela vai lançar, quarta-feira, uma

gama de cinco vinhos para o Canal Horeca, com a marca Villa Palma, uma ho-menagem à vila de Palmela. O lançamento dos vi-nhos decorrerá na sede da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares, a maior associação empre-sarial do país, com mais de 22 mil associados e que este ano celebra o seu 120.º aniversário. Os vinhos que fazem parte desta gama são os se-guintes: “Villa Palma Tinto DO 2013”, “Villa Palma Tinto DO Colheita Seleccionada 2013”, “Villa Palma Branco DO 2015”, “Villa Palma Branco Do Colheita Selecio-nada 2015”, “Villa Palma Rosé DO 2015” e uma aguar-dente “Villa Palma Aguar-dante Velha”. Recorde-se que o “Villa Palma Tinto Co-lheita Seleccionada 2013 venceu este ano a medalha

Não é um rebocador qualquer e é o primeiro a usar 100 por cento de tecnologia na-cional. Chama-se “Baia do Seixal e vai sulcar as águas do Tejo. Ana Paula Vitorino afiançou primeiro passo para doca de recreio seixalense.

de ouro no Concurso Vina-lies Internacionales 2016, ainda antes de estar rotula-do e engarrafado. «Decidimos lançar este produto somente no Canal Horeca porque é um canal muito importante para a promoção dos vinhos e esse é o nosso principal ob-jetivo», afirma Luís Silva, gerente/enólogo da Adega de Palmela.

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OPINIAOA queda de uma estrela

Era uma vez uma constela-ção com 28 estrelas, umas maiores outras mais

pequenas, cada uma com brilho e luz própria. Este seria o início de qualquer história infantil que como todos os contos que encantam crianças têm como protagonistas príncipes e princesas , heróis e heroínas que travam batalhas do bem contra o mal, prometendo um final feliz e para sempre. A génese da União Europeia em muito se assemelha a um conto de fadas, desde a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço , há 65 anos , passando pela queda do Cortina de Ferro nos anos 90, até à criação da moeda única em 2002, o sonho europeu criou e gerou uma nova geração de cidadãos europeístas, que são muito mais do que mem-bros de uma nação, são cida-dãos do mundo, são membros e partes integrantes de um sonho chamado Europa Unida. Recentemente, os ingleses referendaram sobre a sua permanência no projeto europeu. Aquilo que se chamou de brexit – etimologicamente; Grã-Bretanha + exit (saída). Os ingleses motivados pela desin-formação, sobre um clima de medo e até mesmo de descon-fiança, por baixo de um senti-mento egoísta e pouco huma-nista acerca do que é a condição

humana, votaram a favor da saída da UE. Sobre essa saída já muito se disse e muita tinta se derramou. Dizem algumas análises, provavelmente desprovidas de rigor cientifico e com leituras meramente quantitativas, que foi o inglês mais velho, menos letrado e do meio rural que votou a favor da saída. Note-se que na metrópole londrina 60% votou a favor da permanência na aliança euro-peia. Com ou sem critérios intergeracionais, o certo é que o Não ganhou ao Sim. Do alto do seu pseudo elitismo, os ingleses parecem ter voltado aos anos 30 do século XX, em versão germânica e numa viagem sinuosa repleta de perigos e, esperemos nós, ainda não esquecida do período que levou Hitler ao poder. No início de 1930, a Alemanha tinha a economia extremamente fragilizada (o que não é propria-mente o caso inglês). A crise económica mundial, iniciada em 1929 havia atingido a Alemanha e milhões de pessoas estavam desempregadas (recordo que a recente crise mundial, afetou mais os países do mediterrâneo do que a Inglaterra, exemplo disso foi o português). Aquelas condições propiciaram ao surgimento de um novo líder, Adolf Hitler e o seu Partido Nacional Socialista dos Traba-

lhadores Alemães. Grande maio-ria das biografias caracterizam Hitler, como um orador elo-quente e ardiloso que atraía um grande número de seguidores desesperados por mudanças. Ele prometia uma vida melhor aos desiludidos, aos desemprega-dos, aos jovens e aos membros da classe média baixa, ele prometeu uma Alemanha mais nova e gloriosa. A estrela que caiu da constelação UE, foi atraída por algo ou alguém ardiloso que com um discurso xenófobo prometeu o paraíso e a expulsão dos ladrões de emprego. Se o trabalho serve como meio de libertação, então caímos nos erros do passado. Arbeit mach frei (o trabalho liberta), inscrições que ainda hoje existem na entrada do campo de concentração de Sachsenhausen. Há viagem ou visitas obrigatórias na vida e a visita a um campo de concen-tração é uma delas. Não é um passeio, é a experiência de estar frente a frente com um passado cruel que é difícil acreditar que aconteceu, mas que aconteceu!

A experiência de poder ver de perto até que ponto o ser humano pode chegar é impor-tante na nossa formação. Não sei dizer se é bom, só sei que é único. Não merece apreciação, merece respeito, reflexão e deve servir como um alerta para que isso nunca mais se repita. A humanidade está em dívida temos todos ainda feridas abertas desse passado aterrador, que assombrou e ainda assom-bra a Europa. Não vale a pena fingir que nada sabemos, não vale apena fingir que nada vimos . Não vale mesmo a pena, obedecer por obedecer, sem questionar se é certo ou errado, afinal foi tudo isso e muito mais, o que fizeram os vizinhos e os oficiais dos campos de concen-tração. Todos aqueles que não ligaram o gás ou puxaram os gatilhos, que “só” cumpriram ordens , mas que viveram com a riqueza gerada e no “conforto” de nada saberem. Não sejamos meros cumpridores de ordens, que os erros do nosso passado iluminem o nosso futuro! The exit, not the end.

Raul TavaresDiretorED

ITORIA

L

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UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

PAULO EDSON CUNHA VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL

Não me canso de dizer. Um executivo camarário serve para gerir um

município. Tomar opções com as verbas que lhe são transferi-das pelo Orçamento do Estado e arrecadar receitas ordinárias ou extraordinárias no âmbito do que a lei lhe permitir.E é com base na receita anual-mente arrecadada que um executivo deve prever a sua despesa. Conformar esta última com o dinheiro previsivelmente recebido e tomar opções.Sabemos que há executivos que afectam mais ou menos a sua despesa com despesas de pessoal, no fundo com os seus funcionários, outros com a cultura, outros com infraestru-turas, outros com a educação, acção social, etc, etc.Ora, sou um crítico de longa data das opções dos diversos executivos que lideram a Câmara Municipal do Seixal, de maioria comunista desde

Fernão Ferro – Onde a água (por vezes) é uma miragem

sempre, como sabem, pois com receitas anuais de mais de oitenta milhões de euros, que tem acontecido pelo menos na última década, não se compre-ende como se endividou, de tal forma que teve de se submeter a um Programa de Consolida-ção Orçamental, ainda em vigor e sem obra que o justifique. Fruto das más opções.Quando há uns anos (2012), na qualidade de vereador da oposi-ção, fui confrontado com a necessidade de aprovar um empréstimo de cerca de quatro milhões de euros, a tentação de votar contra foi muito grande. Afinal de contas se a gestão desastrosa era da CDU porque razão teria de caucionar um empréstimo para remediar a situação? Muitos meus compa-nheiros de partido defendiam essa posição, contudo, tendo em consideração os argumen-tos apresentados pela maioria comunista, entendi fazer

prevalecer os superiores interesses municipais e votei a favor desse empréstimo, com declaração de voto.Foi esse voto um cheque em branco? Claro que não. Essa mi-nha aprovação era especifica-mente para garantir o cumpri-mento de um conjunto de encargos, sem os quais a autarquia não conseguiria cumprir, entre as quais o pagamento imediato da dívida a curto-prazo sobretudo a pequenos fornecedores e que sem essa verba arriscavam insolvências e a construção de um CDA (Centro de Distribuição de Água) em Fernão Ferro, obra

essencial para colmatar a situação da distribuição de água na Freguesia de Fernão Ferro.Pena foi que o executivo comunista não estivesse ao nível da confiança que requereu e de que foi fiel depositária e não usou o valor do emprésti-mo nem para pagar aos seus credores (esses foram pagos em novo empréstimo, aquando do PCO), nem a construção do famoso CDA.Com essa opção, privou os habitantes de Fernão Ferro de uma regular distribuição de água e deve ser politicamente responsável. Tudo o resto, são cantigas…

CIDADANIAS

ELISABETE CAVALEIROCOORDENADORA PEDAGÓGICA

Portugal está nas meias-finais de um Europeu

atípico, em que os chamados “tubarões” têm andado em mares agitados e enfrentado a força e a humildade de cardumes estóicos na forma como lutam pelas conquistas.A equipa nacional, lide-radas por um seleccio-nador bem ‘portuga’, não tem desenvolvido um futebol com brilho, mas tem dado provas de que a garra, a luta, o querer e o amor à camisola, são capazes de aumentar os níveis de superação.Fernando Santos deu o mote desde o arranque da cruzada lusa: é para ganhar! E, na verdade, o que se vê em campo espelha essa ambição. Mas há também outros exemplos, Pais de Gales, Islândia, peque-nos países e ditos “fracos de bola” aí estão na luta e a mostrar que nestas disputas, como eviden-cia a história bíblica de “David e Golias”, nem sempre ganham os mais fortes. Agora, com o país a viver da euforia, e à guarda do período mais fértil de veraneio, é de esperar um novo ânimo. Os portugueses bem precisam de gerir novos rumos de felicidade. Alguém disse que o futebol é também muitas outras coisas. E assim parece ser!Somos do ’oito e do oitenta’, mas é no acreditar que está o ganho. Bem falta nos fazia este rumo de energias coletivas. Depois de quatro anos a carpir o dramatismo de uma crise de expetativas de futuro, é agora altura de voltar a sorrir, nem que seja por via do pontapé-na--bola.

O ânimo que o futebol nos traz

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OPINIÃOErros meus. Boa fortuna.

Vivemos um tempo feito para os vencedores. Aquelas e aqueles que

nunca erram e raramente (muito raramente) se enganam. Nasce-ram para ser primeiras e primeiros-ministros. Nunca segundos.Estamos portanto num tempo de vencedores mas que, estranhamente, não fazem o país vencedor. Fazem não mais do que um país mediano. A meio da tabela em quase tudo. Inventámos por isso uma nova categoria de vencedores: os vencedores bazófias.Estes vencedores. Olhe atenta-mente para o seu lado. Discreta-mente por favor. E repare em dois ou três mesmo junto a si. Estes vencedores, voltemos então a eles, têm uma caracte-rística única. O auto elogio. Uma altíssima autoestima em

forma de opinião. Sobre si próprios. Passam o santo dia a debitar avaliações sobre o seu trabalho e as suas capacidades. Não apenas elogiosas mas quase sempre muito elogiosas.Ignoram olimpicamente que o auto elogio é uma forma de ridí-culo. Ignoram que quem nos elogia são os outros. Se o quiserem fazer. E sempre volun-tariamente. Nunca em tempo algum nós próprios.Imaginem um sistema de ensino em que cada um se avaliava a si próprio. Seriamos todos muito bons. Incomparavelmente muito bons. Os melhores do mundo e arredores.Agora oiçam de novo os discursos e as proclamações da maioria dos nossos políticos e empresários. Donos disto e daquilo tudo. Retirem depois os auto elogios. Já viram o que

reflexão sobre as suas razões + a persistência. Exatamente por isso não sejamos tão negativos com os fracassos. Os nossos e os dos outros. Sejamos negati-vos sim sobre a inação, sobre a continuidade medíocre, sobre o “sempre foi assim”. Esconder o fracasso é tão mau como ostentar o sucesso.Sejamos, por isso, fracasso por um dia. Para sermos sucesso por um mês. Ou um ano. Ou mais além.A cada um o seu fracasso. De cada um a sua reação ao

resta? Pois é!Pela minha parte, e nesta modesta crónica, gostaria que me fosse permitido elogiar os fracassos. Aqueles mais estron-dosos. E aqueles mais íntimos. Todos nossos. Apenas nossos. Bem nossos.Porque os fracassos, ao contrário dos sucessos, fazem refletir. Parar para pensar. Considerar outro caminho. Procurar outra solução. E de fracasso em fracasso podemos vislumbrar, afinal, o sucesso final. Ou pelo menos transitó-rio. Quem cai e se levanta é o verdadeiro vencedor. Quem diz que nunca caiu é o verdadeiro mentiroso.O fracasso em si não é necessa-riamente o fim. Pode até ser o princípio de outra coisa. Um ensinamento. O sucesso é tantas vezes o fracasso + a

TURISMO SEMMAIS

JORGE HUMBERTO SILVACOLABORADOR

FIO DE PRUMO

JORGE SANTOSJORNALISTA

Todos os dias somos bombardeados com estatísticas sobre os

mais variados temas e, atreve-mo-nos a dizer, sem qualquer base estatística, que a maior parte das pessoas não se deixa sensibilizar pelos números.Dizem os entendidos que “o objecto da estatística é o estudo da variedade e da incerteza presentes na maior parte dos fenómenos com que nos deparamos no dia-a-dia, a

Estatísticas

fracasso. Dos resultados desta sequência dependem certamen-te os sucessos futuros.E depois das grandes mentiras as verdades. Nem grandes nem pequenas. Apenas simples. E a verdade. A primeira que nos vem à cabeça é que somos aprendizes. Aprendizes e de passagem pelo que chamamos vida. Já a carreira, pelo contrá-rio, é propícia a todos os equívocos. Todos escondidos debaixo do tapete do sucesso.Vamos lá então falhar. Para mais tarde acertar. Ou não.

partir de dados recolhidos sobre esses fenómenos”.Estranhamos pois que, se o objecto da estatística é o estudo, as entidades nos apresentem números como se, com isso, fosse mais fácil convencer-nos de que as coisas estão a ir no sentido que pretendem, ou que aqueles números nos indicam que, o mais urgente possível, temos de arrepiar caminho.Quantas vezes ouvimos e

lemos que os impostos naquele semestre proporcionaram uma receita tal que se todos soubés-semos do que estão a falar, nessa noite até dormíamos melhor, porque o país iria oferecer-nos o futuro que todos ambicionamos, pois à parte de trabalharmos para proveito próprio, sabemos também que todos conseguire-mos contribuir para uma sociedade mais justa e fraterna.As estatísticas são também

muito utilizadas no desporto e antes dos jogos de futebol somos bombardeados com resultados de encontros anteriores e se a “estatística” fizesse lei, mais fácil seria

acertar nas apostas mútuas, o que dificultaria a vida aos comentadores que teriam que repescar outros argumentos para nos convencerem a ficar de olhos no televisor.

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