semmais 4 julho 2015

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A CASA DO PEIXE RESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167 Sábado 4 | Julho | 2015 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 862 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita semmais POLÍTICA PÁGINA 5 ANTÓNIO COSTA ACREDITA NUM RESULTADO ‘HISTÓRICO’ NO DISTRITO DE SETÚBAL O líder do PS, que dedicou parte da semana a visitas e encontros na região, disse em entre- vista ao Semmais estar convencido que o seu partido vai reforçar a sua votação em todo o país, e em particular no círculo eleitoral de Setúbal. SOCIEDADE PÁGINA 4 SINDICATO QUER MAIS AGENTES NA REGIÃO, APÓS AGRESSÃO A PSP NA MOITA A tentativa de homicídio a um agente da PSP, em Vale da Amoreira, na Moita, é pretexto para o sindicato daquela polícia pedir, com urgência, mais policias para o distrito. O alerta é sério e os dirigentes da PSP dizem que podem ocorrer mais casos. Uma primavera mais quente e mais seca fez explodir os incêndios no distrito, ao ponto da área ardida ser já mais do dobro da que foi consumida em 2014. Segundo dados a que o Semmais teve acesso, já ocorreram 261 fogos este ano, contra 118 registados o ano passado. SOCIEDADE PÁGINA 2 REGIÃO JÁ TEM MAIS DO DOBRO DE ÁREA ARDIDA EM RELAÇÃO A 2014

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Edição do Semmais de 4 de Julho

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Page 1: Semmais 4 Julho 2015

A CASA DO PEIXERESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167

Sábado 4 | Julho | 2015

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 862 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interditasemmais

POLÍTICA PÁGINA 5ANTÓNIO COSTA ACREDITA NUM RESULTADO ‘HISTÓRICO’ NO DISTRITO DE SETÚBALO líder do PS, que dedicou parte da semana a visitas e encontros na região, disse em entre-vista ao Semmais estar convencido que o seu partido vai reforçar a sua votação em todo o país, e em particular no círculo eleitoral de Setúbal.

SOCIEDADE PÁGINA 4SINDICATO QUER MAIS AGENTES NA REGIÃO, APÓS AGRESSÃO A PSP NA MOITAA tentativa de homicídio a um agente da PSP, em Vale da Amoreira, na Moita, é pretexto para o sindicato daquela polícia pedir, com urgência, mais policias para o distrito. O alerta é sério e os dirigentes da PSP dizem que podem ocorrer mais casos.

Uma primavera mais quente e mais seca fez explodir os incêndios no distrito, ao ponto da área ardida ser já mais do dobro da que foi consumida em 2014. Segundo dados a que o Semmais teve acesso, já ocorreram 261 fogos este ano, contra 118 registados o ano passado.

SOCIEDADE PÁGINA 2

REGIÃO JÁ TEM MAIS DO DOBRO DE ÁREA ARDIDA EM RELAÇÃO A 2014

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TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

O distrito de Setúbal regista um significativo aumento do número de fogos e de área ardi-da face ao ano passado. A região contabilizava 261 incêndios e 88 hectares de área queimada, de acordo com os dados provisó-rios relativos ao primeiro se-mestre do Instituto da Conser-vação da Natureza e das Florestas (ICNF), depois de ano passado exibir uma das épocas mais calmas de que há memória. Teve apenas 12 hectares de área ardida e 118 ocorrências. Segundo os dados oficiais a que o Semmais teve acesso, o distrito de Setúbal registou 248 fogachos e 13 incêndios flores-tais, para total de 261 ocorrên-cias, sendo que área ardida na região consumiu 88 hectares: 23 de matos e 65 de povoamentos. Ainda assim, são números que ficam bem atrás dos regista-dos em 2013 quando o distrito somava 207 hectares queima-dos, o equivalente as 207 cam-pos de futebol. Os dados revelados pelo INCF surgem quando já está em marcha o período mais crí-tico – conhecido como fase Charlie - que começou a 1 de Julho e vai vigorar até 30 de Setembro, com os bombeiros

O ANO PASSADO FORAM REGISTADOS 118 OCORRÊNCIAS E ESTE ANO JÁ VAMOS EM 261 INCÊNDIOS

Região com mais incêndios e área ardida do que em 2014

NOVA PROPOSTA DE LEI DE FINANCIAMENTO DEIXA BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE SETÚBAL À BEIRA DE ATAQUE DE NERVOS

AHBVS não aprova e apela à intervenção da Liga dos Bombeiros Portugueses

da região a revelarem preocu-pações redobradas após uma das primaveras mais quentes de que há memória.

Esta primavera foi muito quente e muito seca

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a primavera (março, abril e maio) foi «muito quente e muito seca», onde a temperatura média do ar foi superior ao normal em +1.71 graus centígrados. A precipitação média correspondeu a cerca de 56% do valor normal, classifican-do-a na quarta primavera mais quente desde 1931 e na quinta mais seca no mesmo período. Aliás, nos meses de março a maio ocorreram três ondas de calor: uma entre o final de março e iní-cio de abril e duas em maio. «Nos meses correspondentes à primavera de 2015 (março, abril e maio) registaram-se valores de ocorrências mensais superiores às respetivas médias do decénio an-terior (2005-2014), com maior ex-pressão nos meses de abril e maio. Também a área ardida associada aos meses de abril e maio é subs-tancialmente superior às médias mensais dos últimos dez anos», segundo avançou o IPMA.

O ano passado tivemos uma época de fogos mais ou menos calma, ao contrário deste arranque de 2015, que já dobrou o número de incêndios que consumiram mais 70 hectares.

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Setúbal (AHBVS) está contra e exige que seja aplicada uma lei que responda ao problema do «crónico subfinanciamento dos voluntários portugueses».

SEM GRANDES INCÊNDIOS MAS COM MUITAS CAUTELASEste ano ainda não ocorreram grandes incêndios na região, classificação dada sempre que a área total afetada seja igual ou superior a cem hectares. A maioria das causas conhecidas dos incêndios florestais é de origem humana, pelo que as au-toridades alertam que no período crítico, nos espaços flores-tais e agrícolas, não é permitido fumar, fazer lume ou foguei-ras, fazer queimas ou queimadas, lançar foguetes e balões de mecha acesa, fumigar ou desinfestar apiários, salvo se os fu-migadores estiverem equipados com dispositivos de retenção de faúlhas. Também a circulação de tratores, máquinas e veí-culos de transporte pesados que não possuam extintor, siste-ma de retenção de fagulhas ou faíscas e tapa chamas nos tu-bos de escape ou chaminés vão ser alvo de vigilância apertada.

A Associação de Bombeiros Vo-luntários de Setúbal contesta a nova proposta de lei de financia-mento e sublinha que, acima de tudo, deveria haver uma regula-mentação da lei da tipificação dos corpos de bombeiros, lei que, segundo referem os seus responsáveis «existe mas que nunca foi implementada».«Apenas a partir daí seria possí-vel obter um quadro mais rigo-roso das necessidades de cada um dos corpos de bombeiros», frisou, em conferência de im-prensa, o presidente da AHBVS, José Luís Bucho, realçando que em Setúbal a falta desta lei da ti-pificação torna-se ainda um problema mais sério, pois aqui existem vários riscos naturais e tecnológicos. «Aqui temos vá-rias indústrias com nível médio e elevado de perigosidade, o concelho é atravessado diaria-mente por milhares de viaturas pesadas de transporte de maté-rias perigosas», sublinha. José Luís Bucho afirmou ainda que os bombeiros não possuem uma tipificação que

determine o financiamento que deve receber do Estado, e que no caso de Setúbal é ainda mais grave pois neste concelho existe um corpo de bombeiros profis-sionais. «Apenas recebemos pouco mais de metade da verba que receberíamos se aqui não estivessem bombeiros sapado-res», reclama o dirigente. Realçando que a nova propos-ta de lei financiamento apresenta a apenas a vantagem de «ser uma lei e não uma portaria», a AHBVS exi-ge que sejam resolvidos os proble-mas de financiamento das asso-ciações humanitárias e que a Liga

dos Bombeiros Portugueses não aceite esta proposta de lei «por não existir uma outra». Para quem desconhece a nova proposta de lei, esta pretende implementar um mecanismo que impeça que haja uma varia-ção superior a dez por cento em relação aos montantes atribuí-dos em anos anteriores. No caso de Setúbal, frisa a AHBVS, «a manter-se o mesmo valor, esta-mos a falar de 10.800 euros num orçamento de 108.000». A AHBVS acusa o governo de, com esta proposta, apoiada pela LBP, «continuar a discrimi-

nar os bombeiros voluntários nos concelhos (são 27 em todo o país) onde existem profissionais, reduzindo os apoios do estado».Numa luta por uma lei mais “justa e adequada”, a AHBVS vinca ainda que esta proposta «não tem em consideração a re-alidade que, hoje em dia, se vive nas associações humanitárias de bombeiros que, durante dé-cadas, se financiaram, maiorita-riamente, com as receitas do transporte de doentes». «Precisamos de uma lei que possa alimentar-se nas verbas do Instituto de Seguros de Por-tugal, nas verbas dos jogos da Santa Casa da Misericórdia, nas receitas dos concessionários das autoestradas, portos e aeropor-tos. Uma lei que isente as asso-ciações do pagamento e cobran-ça de IVA, que isente de tributação de IRS os prémios de disponibilidade permanente dos bombeiros voluntários e traba-lhadores das associações duran-te todo o ano, que as reembolse do total do combustível gasto no socorro», salienta a AHBVS.

*Comboio das Palavras

TEXTO RITA MATOS *IMAGEM SM

SOCIEDADE

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SOCIEDADE

Comissão Executiva da Arrábida promove Candidatura a Reserva da BiosferaTEXTO RITA MATOSIMAGEM DR

A Comissão Executiva da Arrá-bida, composta pela Associação de Municípios da Região de Setú-bal (AMRS), o Instituto da Con-servação da Natureza e das Flo-restas (ICNF) e os Municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal, vai avançar com a intensão de pro-mover a Candidatura da Arrábida a Reserva da Biosfera. «Considerando a Arrábida um património da Região de Se-túbal e do País e um elemento

potenciador de um desenvolvi-mento harmonioso entre a natu-reza e as comunidades humanas e prezando todo o trabalho pro-duzido anteriormente, no quadro da primeira tentativa de reco-nhecimento internacional da Ar-rábida» sublinha a Comissão Executiva da Arrábida, «coloca--se hoje o desafio de voltar a pôr na ordem do dia o desígnio fun-damental de valorizar, proteger e promover este território e o seu património único e excecional, procurando potenciar as entida-des e personalidades envolvidas e o consenso nacional obtido em

torno do objectivo de valoriza-ção da Arrábida». Segundo a Comissão Executi-va da Arrábida, este é um proces-so que deverá ser promovido em «estreita articulação» com a Co-missão Nacional da UNESCO, e que visa «continuar a apostar na Arrábida, na necessidade de ga-rantir o reconhecimento da exce-cionalidade dos seus valores pa-trimoniais, no desenvolvimento harmonioso deste território na sua relação com quem nele vive e com quem o visita, promoven-do a proteção do património, o seu estudo e valorização».

Cerca de 300 pessoas marcaram presença no tradicional almoço dos pescadores que teve lugar no dia 30 de junho, na Sociedade Co-operativa União Piscatória Alde-galense (SCUPA), no âmbito das Festas Populares de S. Pedro, que decorreram de 25 a 30.

Festas de S. Pedro superam os 300 mil visitantes TEXTO ANTONIO LUIS O presidente do município,

Nuno Canta, fez um balanço «ex-traordinário» das festas deste ano, as quais contaram com milhares de pessoas. «Correu tudo com uma grande recetividade e com grande apoio dos populares», vin-cou, relembrando que os toiros das largadas foram «embolados» para não causar feridos.

José Santos, o presidente da SCUPA, que organizou o almoço, com o apoio financeiro do muni-cípio, relembrou que o almoço já se faz «há muitos anos». «Isto co-meçou por ser um almoço da di-reção da coletividade mas, rapi-damente se alastrou a todas as pessoas. É um almoço de amiza-des, de agradecimentos, e estas

festas têm tido o apoio de muitas firmas», vinca. Já o presidente da comissão de festas, José Manuel Santos, agradeceu a colaboração de to-dos os montijenses e visitantes, porque sem pessoas não há fes-tas, e falou em mais de 300 mil visitantes. «Agradeço às volun-tárias que ornamentaram as

ruas e pátios. Agradeço do fun-do do coração a todos os ele-mentos da comissão, sem eles não seria possível a realização das festas e aos seus familiares e amigos que se viram privados da sua companhia em prol do Montijo. Estas festas são para continuar e para melhorar, sempre».

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SOCIEDADE

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

O alerta é dado pela Associa-ção Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), após a violenta agressão sofrida por um agente no Vale da Amoreira (Moita). «O distrito de Setúbal precisa de um policiamento adequado às suas necessidades», sublinha o diri-gente da ASPP Paulo Rodrigues, defendendo que o Comando Distrital da PSP de Setúbal «deve ser olhado com outros olhos» pela estrutura da PSP, depois do que aconteceu ao polícia, que chegou a ter a vida em risco, após ter sido esfaqueado. Recorde que o agente da PSP Fernando Bandeira, de 48 anos foi ferido na sequência de uma desordem pública nas Festas do Vale da Amoreira, tendo sido le-vado para o hospital. O agente foi ferido quando se viu obriga-do a intervir numa desordem pública causada por uma inva-são a um dos palco, com pessoas a retirarem o microfone aos mú-sicos. Seguiu-se a troca de agressões entre mais de duas dezenas de pessoas e o arremes-so de pedras e garrafas contra os polícias, com os envolvidos a colocarem-se em fuga.

ASSOCIAÇÃO SINDICAL DOS PROFISSIONAIS DA POLÍCIA REAGE A INCIDENTE NO VALE DA AMOREIRA

Agressão a agente leva sindicato a pedir mais PSP no distrito

A tentativa de homicídio a um agente da PSP no Vale de Amoreira, na Moita, está a preocupar as autoridades policiais. A falta de meio e de homens em situação de risco deve ser visto com outros olhos.

O agente foi agredido e feri-do com uma arma branca, ten-do-lhe sido roubado o cinturão completo que suportava a arma de fogo de serviço e o bastão po-licial. As imagens de vídeo que mostram a brutalidade das agressões revelaram-se deter-minantes na captura de alguns dos suspeitos, como foi o caso de um homem de 20 anos, o quinto indiciado de ter partici-pado no espancamento. Presen-te a um juiz, foi o terceiro a ficar em prisão preventiva, enquanto a arma foi recuperada num cai-xote do lixo.

ASPP diz episódios destes podem acontecer a qualquer altura

O agente já teve alta, mas a ASPP defende que este episódio não pode passar em claro. Voltando a olhar para o distrito, Paulo Ro-drigues diz que «os agentes da PSP atuam em risco da sua vida por falta de meios. Este foi um caso de desordem num determi-nado contexto que culminou com a tentativa de homicídio a um agente, mas pode acontecer a qualquer altura», ressalva,

acrescentando que, sobretudo, durante a noite, os elementos policiais «não podem atuar de forma fragilizada e isolada, sem meios e sem efetivos». O dirigente não aceita que cada vez se exija mais dos polí-cias «com menos meios», ale-gando que os agentes «estão

‘MANIF’ À PORTA DA CÂMARAA agressão ao agente Fernando Bandeira foi o mote para uma manifestação de pessoas ligadas ao Partido Nacional Renova-dor, junto à Câmara do Barreiro, que desta forma quiseram demonstrar solidariedade para com o polícia ferido. Cerca de três dezenas de pessoas exibiram uma tarja com a inscrição ‘Basta de crime, queremos segurança’.

sempre a atuar em reação, pois não existem meios nem verbas para se combater de forma pre-ventiva. Esta falta de meios co-loca muitas vezes os polícias em risco da própria vida», insiste, revelando que estas questões já foram colocadas ao Governo e à própria hierarquia da PSP.

O Encontro Anual sobre Educa-ção, promovido pelo Centro de Formação Ordem de Santiago, decorreu nos passados dias 26 e 27 de julho, no auditório da Es-cola Secundária D. João II, em Setúbal. O evento contou com a par-ticipação de cerca de uma cente-na de professores, investigado-res e autarcas, que reflectiram e discutiram o Ensino Profissio-nal, a Educação e Formação de Adultos e a Municipalização/transferência de competências.EDUCAR NA @D(I)VERSIDADE foi, este ano, o tema do encontro que visou promover uma refle-xão sobre Educação num con-texto de Diversidade de alunos e, também, face às adversidades da conjuntura actual. O primeiro dia da iniciativa apresentou vários painéis dedi-cados ao ensino profissional,

Educar mais e melhor para combater as adversidades

vocacional e à educação e for-mação de adultos. A par de co-municações de especialistas, fo-ram partilhadas experiências oriundas de escolas dos três concelhos abrangidos (Setúbal, Sesimbra e Palmela). De salientar que 40 por cento dos jovens portugueses esco-lhem a via profissionalizante; 30 por cento são diplomados pelo ensino superior e outros 30 por cento não possui qualquer qua-lificação, o que significa que Portugal, em termos europeus, é o país com piores taxas de quali-ficação. A estratégia 2020 prevê que Portugal chegue a 2020 com 40 por cento de diplomados pelo ensino superior e 50 por cento qualificados pelas vias profissio-nalizantes. Neste sentido, torna--se emergente implementar polí-ticas de reforço do ensino

profissional e vocacional, sendo que as escolas afirmam «não ter meios para desenvolver uma efectiva orientação dos jovens». No que diz respeito à Educa-ção e Formação de Adultos, no Encontro Anual sobre Educação foi sublinhado o «vazio criado entre o encerramento dos CNOS (programa Novas Oportunida-des) e a criação dos CQUEP (Centros para a Qualificação e Ensino profissional) que têm es-tado a trabalhar sem os recursos necessários para a qualificação dos adultos». Segundo o Centro de Forma-ção Ordem de Santiago, organi-zador do evento, «a promoção da imagem pública destas ofer-tas educativas alternativas» constitui-se como «uma grande aposta de futuro, com o impres-cindível envolvimento das em-presas e municípios».

Vaivém Oceanário chega a Tróia

A Marina de Tróia recebe, entre os dias 7 e 12 de Julho, o Vaivém Oceanário, um projeto de Educa-ção Ambiental em Movimento que já contabiliza 150 ações. Atra-vés desta iniciativa, o TROIA RE-SORT convida as populações de Grândola e Setúbal a participar em atividades educativas de ex-ploração do novo mapa do terri-tório português, “Portugal é Mar”. Os visitantes do Vaivém Oce-anário irão “navegar” através dos diferentes ecossistemas ma-rinhos e descobrir as espécies que habitam no território mari-nho nacional. Esta atividade irá proporcio-nar aos seus visitantes a oportuni-dade de “mergulhar” em ações re-lacionadas com a “economia azul”, explorando a diversidade de bens e serviços que os oceanos forne-cem, bem como o valor que têm para o planeta e para todos nós.

O Vaivém, um projecto finan-ciado pelo Oceanário de Lisboa, viaja há uma década pelo país com a missão de conscienciali-zar a população para a conser-vação dos oceanos. Mais de 170 mil portugueses já participaram em actividades que exploram “um mar de oportunidades”. As actividades são de acesso livre e gratuito e o horário de funcionamento é: dia 7 de Julho das 15h às 18h, de 8 a 11 de Julho das 10h às 13h e das 15h às 18h e no dia 12 de Julho das 10h às 13h. Para Célia Ferreira, responsável pela Gestão Ambiental do TROIA RESORT, «o Oceanário é reconhe-cido pela qualidade das suas ativi-dades de educação ambiental, pelo que esta é uma oportunidade de ouro para que todos os que visitam Tróia possam de forma divertida aprender mais sobre a riqueza dos mares portugueses».

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POLÍTICA

TEXTO RAUL TAVARESIMAGEM JORGE FERREIRA

Que balanço pode fazer destes primeiros contactos com a região e seus agentes?

Confirmei a existência de um problema transversal ao país, que é o efeito em todos os seto-res económicos de uma enorme depressão e impacto do desem-prego e dos rendimentos das famílias em todos os setores. E confirmei, no distrito, aquilo que é o exemplo muito gritante de duas marcas desta governação: O desperdício de recursos e o desinvestimento dos serviços públicos. Em deles, é o Hospital do Litoral Alenteja-no, uma unidade com boas ins-talações, excelentes equipa-mentos, que vive hoje sobretudo graças ao esforço dos médicos, enfermeiros e restante pessoal, que mantêm a funcionar servi-ços depauperados de recursos humanos e que podiam produ-zir mais e funcionar melhor se-não tivesse havido este desin-vestimento. O outro, não menos gritante, refere-se à forma como foi travado um investi-mento público e privado no porto de Sines que, caso não ocorre-se, teria permitido au-mentar muito a sua capacidade de servir a economia nacional de crescer para servir todo o ‘interland’ ibérico até Madrid e reforçar o papel estratégico da plataforma logística de Portu-gal no quadro do Atlântico.

Prepara-se então para alterar esse paradigma, caso os portugueses lhe confiem a governação do país?

Sim, é preciso, no caso de Sines, retomar o projeto de expansão do terminal XXI, de forma a au-mentar a capacidade de movi-

ANTÓNIO COSTA EM ENTREVISTA, AFIRMA QUE ENCONTROU NO DISTRITO AS DUAS MARCAS PERVERSAS DA GOVERNAÇÃO DA DIREITA

«Vamos acabar com o desperdício de recursos e desinvestimento dos serviços públicos»

O líder do PS andou esta semana pela região de Setúbal, num périplo já a cheirar a campanha eleitoral. Ouviu empresário, associações setoriais e tomou contacto com alguns dos problemas do distrito. E concedeu uma entrevista conjunta ao Semmais e ao “Diário da Região”

COSTA ESPERA «UMA GRANDE VOTAÇÃO» EM PARTICULAR NO DISTRITO DE SETÚBALO líder do PS acredita que o seu partido vai alcançar nas legislativas de Outubro «uma grande votação nacional e em particular no distrito de Setúbal». É uma convicção de António Costa, mes-mo tendo em conta, como refere, «a campanha anti-PS” que a CDU e o BE têm vindo a fazer. «Há mesmo um concurso entre essas duas forças políticas para ver qual delas é a mais anti-PS. Mas estou certo que, independentemente dessa campanha, os eleitores perceberão que a única forma de derrotar a direita e este governo é darem utilidade ao seu voto, porque só assim se poderá produzir uma mudança de governo e de políticas», afirma o líder socialista.António Costa diz sentir essa vontade “de correr com eles” nas ruas, nos contactos que tem vindo a fazer nesta pré-campanha de veraneio. «Sinto que as pessoas estão dispostas a não desperdiçar esta oportunidade de mudar as coisas», sustenta.

mentação de carga. E é essen-cial fazer o investimento na ligação ferroviária a Espanha, quer no troço já com candida-tura entregue em Bruxelas, de Évora a Caia, quer de que ligará Sines a Grândola, de forma a melhorar a acessibilidade ao Porto. E, já agora, temos que des-congelar as admissões na fun-ção pública, dando prioridade aos serviços de primeira linha, que são essenciais aos cida-dãos, nomeadamente no setor da saúde. E não só descongelar as contratações, como criar uma política de recursos huma-nos que permita atrair e fixar quadros especializados, médi-cos e enfermeiros onde estão a fazer falta.

Falou há pouco no porto de Sines. Já tem ideia formada sobre o anunciado Terminal de Contentores no Barreiro…

Estão neste momento a ser fei-tos estudos, para avaliar quer a viabilidade técnica, económica e ambiental dessa solução. An-tes de estarem concluídos é prematuro tomar qualquer tipo de decisão. Eu tenho a noção que é importante que o porto de Lisboa possa desenvolver-se e que o possa fazer numa ou noutra margem, consoante aquilo que serão essas condi-cionantes.

Mesmo que o processo avance com críticas e à custa do Porto de Setúbal…

Eu sou defensor há muito tem-po de haver uma gestão inte-grada dos portos de Setúbal e de Lisboa, à escala regional, de-senvolvendo as complementa-ridades que podem ter e não numa lógica de competição. Como sabe, o município de lis-boa defende a manutenção do terminal de Alcântara, mas em contrapartida defende o encer-ramento de toda a atividade portuária a montante de Santa Apolónia, com exceção dos gra-neis cerealíferos que alimentam a fábrica da Nacional. Grande parte dessas atividades a desa-tivar tem boas alternativas no porto de Setúbal, onde, aliás, pelo menos de um dos casos há um concessionário comum que é a Transinsular.

Mas não se quer comprometer ainda com uma solução definitiva?

É preciso ter a informação para decidir bem. Temos a enorme vantagem do presidente do Bar-reiro concordar e a oportunida-de de que a instalação de um porto ali constituiria para de-senvolver todo o arco ribeirinho

sul, para além da poupança que poderia ter em matéria de infra-estruturas de inserção da rede rodoviária e também ferroviária. Mas, como referi, há outras du-vidas que importam esclarecer e, por isso, devemos aguardar pela conclusão dos estudos. Mas, deixe-lhe referir que em matéria de grandes obras públicas temos nos concentrar em planear as infraestruturas do quadro comunitário 2020-2027. Não podemos em cada governo que muda recomeçar tudo, porque foi assim que ao longo das últimas décadas já consumimos milhões em estu-dos que podiam ter sido empre-gues com maior vantagem em obras por realizar.

O que pretende fazer nessa lógica de raciocínio?

O que nós definimos, foi que na próxima legislatura executare-

mos as obras que estão previstas e cujo financiamento no atual quadro comunitário de apoio está assegurado. Temos que pas-sar a alinhar o nosso planeamen-to de obras públicas em função dos fundos comunitários. Até 2018 vamos ter que fazer trabalho de casa, avaliação das soluções, avaliação da discus-são pública das soluções, ava-liação dos impactos ambientais das soluções, de forma que em 2018 a Assembleia da República possa aprovar, por maioria de dois terços, um plano que seja o plano que em 2019 e em 2020 seja negociado em Bruxelas. Depois é fazer os projetos, de forma que em 2020, quando en-trarmos no novo Quadro, os projetos estejam prontos e ar-rancarmos imediatamente com eles, para que não aconteça o que está a acontecer agora que a ano e meio depois do novo quadro comunitário ainda não

há um projeto a ser executado.

E quer também, é público, re-gionalizar através das CCDR, quer explicitar?

Esse é outro impasse que temos que resolver e que dura desde 1997. Vamos ter que fazer duas coisas: A primeira é eleger, si-multaneamente, nas próximas autárquicas, uma área metro-politana que seja uma verda-deira autarquia metropolitana. E, em segundo lugar, temos que, para o conjunto do resto do país, aproveitar as estruturas já existentes das CCDR’s, e inte-grar nesses organismos os ou-tros serviços da administração desconcentrada do Estado, de-mocratizando e descentralizan-do a sua designação, deixando as suas direções de serem no-meadas pelo Governo mas sim pelo conjunto dos autarcas des-sas regiões.

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NEGÓCIOS

MOÇÃO APROVADA PELA CÂMARA COM VOTOS A FAVOR DO PS E PSD E CONTRA DA CDU

Montijo dá luz verde ao aeroporto

Barreiro reconhece esforço e dedicação dos trabalhadores

Festival Terras sem Sombra promove gastronomia alentejana

Milhares de pessoas visitaram e provaram os produtos da Pimel

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

TEXTO CAROLINA BICO

O projeto de transformar a Base Área n.º6 do Montijo destinada a voos low-cost pode animar o desenvolvimento do concelho. A autarquia diz estar disponível para apoiar todos os estudos.

O município barreirense entregou 72 medalhas de antiguidade aos trabalhadores das autarquias e dos Serviços Municipalizados de Transportes Coletivos, com 15, 25 e 35 anos de serviço. A cerimónia de-correu dia 26 de junho nos Bom-beiros Voluntários Sul e Sueste, no âmbito das comemorações do 31.º aniversário do Dia da Cidade. Dirigindo-se aos funcionários, o presidente Carlos Humberto afir-mou que acredita que «só é possí-vel concretizar o projeto de desen-volvimento do Barreiro com envolvimento e comprometimen-to constantes e crescentes dos tra-balhadores das autarquias». Para o edil, o Poder Local De-

visam transformar uma das pis-tas da base numa infraestrutura aeroportuária que possa ser complementar à Portela.

Base do Montijo passará a articular com pistas da Portela

O projeto passará por terminar com o conceito Portela+1, vindo antes a pista do Montijo e da Portela a operarem como uma espécie de aeroporto único. Ou seja, a Base nº6 também passará a integrar o Aeroporto de Lisboa, pelo que o investimento a reali-zar terá em vista o «longo prazo», assegurando a utilização da pista por mais tempo. Do caderno de encargos já entre pela autarquia a Jorge Ponce de Leão, CEO da ANA – Aeroportos de Portugal – é dada prioridade à construção de al-gumas infraestruturas que Nuno Canta considera «indis-pensáveis». A conclusão da cir-cular externa até ao Seixalinho, a construção da Avenida do Sei-xalinho com ciclovia e uma

nova ligação viária à Ponte Vas-co da Gama são obras necessá-rias para o município, já permi-tem retirar trânsito do centro da cidade. «Os representantes da ANA concordaram, porque têm o exemplo dos graves conges-tionamentos na segunda circu-lar», revelou já o edil.

mocrático «é objeto de uma ofensi-va pensada, estruturada, global». Lamentou que, consequentemente, existe, hoje, «um poder local mais administrativo que querem subal-ternizado à Administração Central, progressivamente tornado um exe-cutante e um veículo das políticas e conceções do estado central». Carlos Humberto enalteceu os 10 anos de governação no municí-pio, sublinhando que «10 anos com altos e baixos, com muitas decisões acertadas e com algumas menos certas, com erros e insuficiências, mas também com avanços, muito trabalho só possível convosco». Finalizou com uma mensagem de esperança no futuro. «Sabemos

das dificuldades, mas sabemos que o futuro constrói-se e que hoje es-tamos a construí-lo. Sabemos que é necessário não desistir que é ne-cessário semear a esperança, a combatividade, o sonho». A noite fechou com o “Barreiro Light On”, que atraiu à zona ribeiri-nha milhares de pessoas para as-sistirem às projeções multimédia realizadas pelo CUBO. Em 8 minu-tos, viu-se a evolução histórica do concelho e seus momentos mais marcantes, a nível económico, so-cial e político. «Gostei muito do fil-me. De alguma forma me identifico com os pormenores, é um bocadi-nho da história do Barreiro», vin-cou o edil.

O concerto de José Cid encerrou dia 28 de junho, a PIMEL – XXV Feira do Turismo e das Atividades Económicas, que recebeu milha-res de pessoas em Alcácer do Sal, nos três dias de certame. A PIMEL foi inaugurada dia 26, com a presença da atleta Isa Sebastião e do apresentador Jor-ge Gabriel, que foi agraciado com o título de embaixador do Alente-jo pela Entidade Regional de Tu-rismo do Alentejo e Ribatejo. A edição contou com a repre-sentação de 20 empresas, 50 ex-positores e 17 tasquinhas. Música, dança, desporto, colóquios, tea-tro, cozinha ao vivo, concursos de mel, doçaria e petiscos, corrida de galgos, corrida de toiros e o espa-ço criança foram algumas das ofertas da PIMEL. Na sexta-feira, Jaime Batista & Convidados proporcionou um

A 11.ª edição do Festival Terras de Sombra, o evento de música sacra do baixo Alentejo, encerra amanhã com uma degustação gastronómi-ca, que contará com a presença de prestigiados cozinheiros portu-gueses e estrangeiros para a pro-moção das iguarias alentejanas, numa parceria com o Porto de Sines. Para dar corpo a este ‘repasto’, no âmbito da iniciativa, “Do Atlân-tico e do Mediterrâneo – Lakasa e os Paladares do Sul”, César Martín, chef do reputado restaurante ma-

A conservação paisagística também é citada no documento, a par da melhoria dos transpor-tes públicos e da prestação do abastecimento de água e do tra-tamento dos esgotos ao novo ae-roporto pelos Serviços Munici-palizados de Água e Saneamento do Montijo.

A Câmara do Montijo é favorá-vel à localização de um aero-porto complementar ao da Por-tela na Base Aérea nº 6, sedeada no concelho, segundo uma mo-ção aprovada pela autarquia, na qual o executivo liderado por Nuno Canta assume que a infra-estrutura aeronáutica se pode vir a traduzir em importantes «investimentos e emprego» para a região. No documento que foi aprova-do pelos eleitos do PS e PSD, con-tando com o voto contra da CDU, lê-se que a autarquia «manifesta o seu apoio à utilização da Base Aé-rea do Montijo, como solução ae-roportuária complementar ao ae-roporto da Portela», acrescentando ainda estar disponível para apoiar os estudos ambientais, segurança, ordenamento, proteção civil, «por forma a reduzir os possíveis im-pactos no território». Como o Semmais já avançou, a Base Aérea nº 6, no Montijo, é a principal opção para receber o aeroporto destinado a voos low--cost, decorrendo já estudos que

concerto com músicas das déca-das de 50, 60 e 70. Sábado, Mickael Carreira atuou no palco principal, atraindo milhares de visitantes. Já no dia 28, houve corrida de toiros, com a ganadaria Branco Núncio. Foram lidados seis toiros pelos ca-valeiros Rui Salvador, Luís Rouxi-nol e Miguel Moura, e pelos Gru-pos de Forcados de Santarém. No concurso de doçaria, na modalidade mel/pinhão, a ven-cedora foi Aldegundes Freitas, com “Tronco Alentejano”. Na mo-dalidade doces conventuais, o 1.º lugar foi para Genoveva Jeróni-mo com “Toucinho do Céu”. Ain-da no âmbito do concurso de do-çaria, modalidade livre, em 1.º lugar ficou Genoveva Jerónimo, com “Delícias de Nata”. O júri deu a Aldegundes Freitas o prémio de Melhor Doce da PIMEL, pelo seu “Tronco Alentejano”.

drileno, Lakasa foi desafiado a confecionar os produtos alenteja-nos típicos da região. Conhecido como “cozinheiro de mercado”, este procurará combinar os segre-dos da arte da cozinha com o res-peito pelas tradições locais, ingre-dientes que lhe têm garantido afamadas críticas da imprensa es-panhola e europeia. O conhecido restaurante Trin-ca-Espinhas, situado em plena praia de São Torpes tornar-se-á no laboratório gastronómico escolhi-do para as criações de Martín, que juntarão o peixe, o marisco, o pão, o azeite, a flor de sal, as ervas aro-

máticas, o medronho e o mel do Alentejo na mesa dos visitantes. Recorde-se que o “Festival Ter-ras sem Sombra”, fundado em 2003 e dinamizado anualmente pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, procura associar a música sa-cra à defesa do património e da biodiversidade do litoral alenteja-no, no qual a vertente gastronómi-ca assume particular relevância. O projeto partiu dos membros da so-ciedade civil e visa tornar acessível a um maior número de pessoas os monumentos religiosos sediados na diocese de Beja.

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DESPORTO

O defesa central italo-argenti-no Cristian Tissone e o avançado português Vasco Costa são duas das últimas contratações para reforçar o plantel do Vitória de Setúbal que regressa aos traba-lhos na próxima segunda-feira. Com novo treinador e uma equipa cheia de caras novas, o Vitória aposta numa época mais descansada que a anterior em que até aos últimos jogos lutou pela manutenção. Entre os reforços mais recen-tes, Cristian Tissone, de 27 anos, formou-se nos clubes argenti-nos, e passou pelo campeonato italiano, ainda como júnior. Antes de vir para Portugal, onde repre-sentou o Anadia, integrou o plan-tel dos espanhóis do UE Olot e a equipa secundária do Málaga.

Plantel do Vitória regressa ao trabalho na segunda-feira

ESPETÁCULO DE FREESTYLE MOTOCROSS PARA VER ESTA NOITE NA PRAÇA DE TOIROS DA MOITA

Saltos e acrobacias numa noite diferente

ATLETA DO VITÓRIA DE SETÚBAL REPRESENTOU A SELEÇÃO PORTUGUESA NOS CAMPEONATOS MUNDIAIS

Rita Ribeiro vence bronze na China

TEXTO MARTA DAVIDIMAGEM SM

TEXTO MARTA DAVIDIMAGEM SM

A praça de touros da Moita vai receber, este sábado, a partir das 21h30, um espetáculo de Frees-tyle de motocross, com alguns dos melhores acrobatas euro-peus em duas rodas a marcar presença. A organização promete uma noite de emoções fortes, com acrobacias e muita adrenalina, num espaço emblemático para a vila da Moita. «Todo o show que vai decor-rer na Praça de Toiros da Moita é uma novidade. As pessoas vão ver um espetáculo que nunca vi-ram na vida», diz Marco Carva-lho, o promotor do evento. A mesma equipa já levou a cabo um evento semelhante em Évora que foi um enorme sucesso, mas assegura que o show da Moita «vai ter ainda mais qualidade». Marco Carvalho é piloto pro-fissional de FMX há quase duas décadas e pretende desenvolver esta modalidade em Portugal,

Emoções fortes para os amantes do motociclismo, com a presença dos melhores acrobatas europeus em duas rodas. A adrenalina vai estar ao rubro.

A jovem fundista perdeu apenas para duas atletas chinesas que resistiram melhor às altas temperaturas. O ano passado, Rita Ribeiro já tinha conquistado ouro nos Jogos da CPLP

algo que ainda não acontece. O facto de estar já em fase de abandono da carreira leva o pi-loto a apostar cada vez mais na promoção destes eventos que podem ser uma forma de dar a conhecer a modalidade. Para além disso, Marco Carvalho pre-tende também formar novos pi-lotos e, nesse sentido, tem o ob-jetivo de criar uma escola de formação ainda este ano, com sede nas Pontes, em Setúbal.

Brice Izzo, Miguel Espada e Javi Polo, são nomes sonantes

Brice Izzo, vice-campeão fran-cês de supercross, e Miguel Es-pada e Javi Polo, de Espanha, são os nomes mais sonantes do cartaz da Moita e que vão sur-preender todos com as mano-bras que vão efetuar. «O público vai ficar de boca aberta com o que vai ver», expli-ca o promotor, garantindo que

«vão ser efetuados saltos que chegam aos 12/13 metros de altu-ra e 21 metros de comprimento, com as manobras a serem reali-zadas no seu ponto mais alto.» O atleta português Diogo Campos vai apresentar-se também na modalidade de moto quatro. Para os amantes da bicicleta estão também garantidos mo-

mentos de emoção com alguns dos melhores atletas portugueses da modalidade a apresentarem--se na Moita. Sandro Silva, Fábio Gil e Nuno Pintas apresentam as suas manobras em bicicleta de montanha, enquanto Tiago Ba-doia vai fazê-lo em BMX. O evento termina com a mú-sica do DJ André Freitas.

Já o avançado de 23 anos deixa a equipa da AD Fafe, onde disputou na última temporada o Campeonato Nacional de Senio-res, tendo marcado doze golos em 35 jogos oficiais.

Estágio em Fornos de Algodres e particular com Nacional

Os trabalhos no Bonfim come-çam esta segunda-feira, dia 6 de Julho. Depois a equipa liderada por Quim Machado ruma a For-nos de Algodres onde dará um estágio entre os dias 12 e 18 des-te mês. A apresentação oficial aos sócios ocorre num jogo parti-cular frente ao Nacional da Madeira, que se realiza no dia 25.

A atleta do Vitória de Setúbal, Rita Ribeiro, que representou a seleção portuguesa nos Campe-onatos Mundiais do Desporto Escolar, que decorreram na Chi-na, conquistou o terceiro lugar na prova dos 800 metros. Com o tempo de 2.17 minu-tos, a jovem fundista do Bonfim perdeu apenas para duas atletas chineses que resistiram melhor à temperatura de 37 graus e à humidade relativa do ar que rondava os 70 por cento.Uma excelente prestação para a atleta setubalense que no ano passado já tinha conquistado o ouro nos Jogos da CPLP, em An-gola, aquando da sua primeira internacionalização. Fernando Ferreira, treinador do Vitória e responsável pelo acompanhamento à atleta, mos-tra-se orgulhoso do trabalho da fundista setubalense que «atra-vessa o seu pico de forma, pois a sua orientação de treino foi mar-cada para esta competição mun-dial, conseguindo uma agradável e inédita classificação.»

Apesar de ter partido com poucas expectativas, a jovem ti-nha feito um último treino antes da viagem que deixou boas indi-cações ao treinador. A atleta, bastante dedicada, segundo o seu treinador, atravessa um mo-

mento especial de forma que é indicador da sua «capacidade de dedicação e sofrimento no trei-no e a coragem de, na altura de-cisiva da corrida, estar presente na disputa e atacar as adversá-rias no momento certo.»

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CULTURA

O 3.º Festival de Jazz de Setúbal continua a decorrer até ama-nhã, domingo, com concertos e outras iniciativas em vários es-paços da cidade. O evento, organizado pela Jazz Class de Setúbal, com o apoio do município sadino, visa «dar a co-nhecer ao público o melhor jazz que se faz em Portugal, com con-certos e outras iniciativas em vá-rios espaços da cidade», sublinha Carlos Rocha, da organização. Este sábado, Manuel Jorge Veloso, músico e «um dos maio-res divulgadores» do jazz em Portugal, vai à Casa da Cultura falar sobre «a história desta lin-guagem artística com a ajuda de exemplos nacionais». À noite, o Forum Luísa Todi recebe os Cine Qua Non, com o seu jazz «muito europeu e, ao mesmo tempo, cinematográfi-co». São formados por Paula Sousa (piano), João Paulo (acordeão), Afonso Pais (gui-tarra) e António Quintino (con-

TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

trabaixo). Na tarde de domin-go, na Casa da Cultura, é exibido o filme “Bird”, de Clint Eastwood, sobre um dos cria-dores do jazz moderno, o saxo-fonista Charlie Parker. O festival termina este domin-go à tarde, no mesmo espaço, com um encontro entre dois represen-tantes de duas gerações distintas. A jovem estrela do acordeão, João Barradas, e o consagrado trompe-

Jazz nacional volta a colorir o verão setubalense

Até domingo, está a decorrer, na praia fluvial do Rosário, na Moita, o II Festival de Verão, Su-per Weekend Beach Party. Pelo recinto, vão passar ban-das de diferentes estilos musi-cais, dj’s, demonstrações de ativi-dades desportivas, mostra de artesanato, entre muitas outras iniciativas. Pedro Cazanova, Cri-se, Shack-A-Lack Soundsystem, DJ Kuch, Yonilinga, DJ André Freitas, Ezzra, Tributo aos Queen – One Vision Bad, Chadubritt,

Praia do Rosário recebe festival de verão

Red Eyes Sound, Tributo a Guns N’ Roses – Glash N’ Roses, Jorge Silva, Last Call, Rodriguez, Tribu-to aos Xutos e Pontapés – GM, DJ Fiery, Projeto Balancé, L.O.K.I e Tributo aos Metallica – Blackalli-ca vão passar pelos dois palcos colocados junto ao rio Tejo. A angariação de fundos para a organização da Festa em Hon-ra de Nossa Senhora do Rosário está na origem deste festival de verão, promovido pela comissão de festas, em parceria com a

tista João Moreira, dão «uma vi-são muito particular da tradição do jazz com um toque elétrico». Os ingressos, que podem ser adquiridos nos próprios locais antes dos concertos, custam 5 euros. Os eventos à tarde são de entrada livre. Mais informações sobre o festival podem ser encontradas na página do facebook do Festi-val de Jazz de Verão de Setúbal.

União de Freguesias do Gaio/Rosário e Sarilhos Pequenos e com o apoio do município. Os bilhetes estão à venda em www.ticketline.pt e nos locais habituais, como Worten, Fnac, Fórum Montijo, Almada Fórum, Agência de Viagens Abreu, El Corte Inglês, Casino de Lisboa, entre outros. Os bilhetes para sábado, custa 5 euros, e no do-mingo, fica por 2,5 euros. A pul-seira para todos os dias orça em 10 euros.

Das coisas nascem coisasJosé Teófilo Duarte

Designer | Art director

Penso que estaremos todos de acordo neste reconhecimento. Antes de começarmos a encetar os cadernos que definirão a Festa da Ilustração do próximo ano, é justo recordar aqui quem muito se esforçou para que as ilustrações tomassem conta das paredes da cidade. Setúbal foi mesmo Capital da lustração. Os desenhos tomaram conta da cidade. A cidade reconheceu um trabalho que repre-senta uma das formas mais lúcidas de dar opinião na imprensa. Foi uma bonita festa.Muito obrigado ilustradores participantes, artistas principais desta festa que é de todos, mas que não poderia acontecer sem a vossa participação. E parabéns pelo excelente trabalho. Muito obrigado Maria das Dores Meira, pelo decisivo apoio que possibilitou este alegre desassossego. Muito obrigado Pedro Pina, pela compreensão do projecto e por todo o empenho e dedicação. Muito obrigado Ana José Carvalho, Ana Luísa Cândido, Ana Lu-ísa Domingos, Aparício Costa, Bruno Ferro, Conceição Barra, Diogo Gaspar, Fátima Ribeiro de Medeiros, Fernando C. San-tos, Fernando Oliveira, Filipe Vieira, Ivo Raposo, Isabel Amaral, João Farinho, João Paulo Cotrim, Jorge Silva, José Carvalho, José Luís Catalão, Leonor Soares, Julian Valente, Lídia Guerrei-ro, Lucinda Fernandes, Luís Brandão, Luís Liberato, Luísa Ro-cha, Madalena Botelho, Manuel Augusto Araújo, Márcia Pache-co, Maria Celeste Paulino, Maria do Amparo Neves, Maria João Frade, Marta Ramos, Miguel Filipe, Paulo Curto Baptista, Rui Almeida, Rui Pinto de Almeida, Sérgio Mateus, Vanda Rocha e Zaida Eusébio pelas horas ganhas para o prazer de mostrar estes trabalhos extraordinários. Muito obrigado Alexandre Gomes e Luís Santos pela preciosa ajuda na reprodução dos materiais expositivos. Muito obrigado André Macedo, pela bonita edição ilustrada do Diário de Notícias. Muito obrigado Raul Tavares, pela generosa divulgação nas páginas do SemMais.Muito obrigado ao Museu da Presidência da República e à Câ-mara Municipal de Viana do Castelo pelas excelentes produ-ções que nos proporcionaram. E muito obrigado a todos os que povoaram as exposições. Sem toda esta gente, esta Festa não tinha acontecido. Melhor era impossível. Estamos todos de parabéns.

Foi bonita a Festa

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CULTURA

PALMELA4SÁBADO21H30“ESTRELAS DE PORTUGAL” BRILHAM EM PALMELATeatro S. JoãoO musical “Estrelas de Portugal”, organizado por Fernando Ribeiro Produções, sobe ao palco com as estrelas José Freitas (“Factor X”); Glória Pretorius (“The Voice”) e Pablo (“Ídolos”), entre muitos outros talentos.

ALCÁCER4SÁBADO21H30FESTIVAL DE FOLCLORE ANIMA ALCÁCER Largo do tribunalO XXVII Festival de Folclore da Ribeira do Sado recebe os ranchos de Ceira - Coimbra; Pampilhosa do Botão - Mealhada; Regional do Sorraia - Coruche; Canados - Alenquer e o rancho da casa. Segue-se baile, a partir das 23h30.

CACÉM4SÁBADO21HCONCERTO “VIVALDI – AS 4 ESTAÇÕES”Auditório António ChainhoA Camerata da Orquestra Sinfónica Juvenil apresenta o concer-to “Vivaldi – As 4 Estações”. Foi criada há 42 anos e desempenha um papel fulcral na formação de jovens músicos, sendo com-posta por 90 elementos.

SESIMBRA4SÁBADO21H30A FESTA VAI À PRAÇA Teatro João Mota“O Evaristo é Fishe!”, pelo Grupo de Teatro Amador “De Vez em Quando”, é a revista popular, inspirada na cultura popular sesimbrense. O tio Evaristo surge transformado em presidente de junta. Com recurso a artimanhas e malandrice, o castiço taberneiro vai tentar levar a todo o custo a sua ambição.

BARREIRO4SÁBADO15H00CORAL ALENTEJANO LANÇA CDAuditório Augusto CabritaA comemoração do 39.º aniversário do grupo coral alentejano “Os Amigos do Barreiro” inclui o lançamento do CD “Do Campo à Cidade”. São convidados os grupos corais alentejanos da Amadora e Amigos do Rosário (Almodôvar) e grupo instrumen-tal “Em Cantos do Alentejo”.

MONTIJO4SÁBADO21H30CANTATA ENCENADACasa MaraO “Segredo da Floresta e a Cantata pela Liberdade” é o concerto que conta com a participação dos coros infantil e juvenil do Conservatório Regional de Artes do Montijo.

PASSATEMPO GANHE CONVITES PARA AS ESCULTURAS NA AREIAO 13.º Festival Internacional de Escultura em Areia continua a decorrer até 20 de outubro, em Pêra, no Algarve. Trata-se da maior exposição de escultura em areia já construída e realiza-se desde 2003, atraindo, anualmente, milhares de visitantes.A presente edição, alusiva ao tema “Música”, conta com cerca de cem cenas em areia que retratam, de forma criativa, músicos, instrumentos e culturas musicais de várias partes do mundo.O festival, organizado pela ProSandArt, foi edificado por escultores nacionais e de renome internacional, que ali exploram várias técnicas de esculpir em areia, produzindo peças originais que se destacam pela magnitude, técnica e estética. Para se habilitar aos convites duplos, basta ligar 918 047 918.

Espetáculo de dança Caixa de Pandora passa pelo SeixalCaixa de Pandora é o nome do espetáculo de dança que é apre-sentado, este sábado, às 21.30 horas, no auditório municipal do Seixal. É baseado num mito grego que narra a chegada da primeira mulher à Terra e com ela a origem de todas as tragé-dias humanas. Nesta história mágica, o per-sonagem principal é o Aventu-reiro, que abre a Caixa de Pan-dora e dela surgem mundos e personagens alternativos. O espetáculo, coreografado e produzido pela professora Virgínia Gonçalves, do Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho (CCRAM), integra ainda representação, canto e

AGENDA

multimédia. Participam os grupos de dança Sibilas, Ritmus e Corpus, do CCRAM, o ator e cantor Antó-nio Fragoso e os bailarinos João

Pereira (flamenco) e Wilson Sanches, André Dias e Alberto Perdomo, do Grupo Street Drea-mz (breakdance).A entrada é livre.

A final das marchas populares de Almada realiza-se este sába-do, a partir das 22 horas, no pavi-lhão desportivo do Feijó. Depois de terem desfilado nas ruas da cidade, no dia de S. João, as 8 marchas apresentam-se agora ao júri. Além das marchas concor-rentes, a primeira atuação da noite caberá à marcha, extra--concurso, da Associação Alma-dense Rumo ao Futuro, que apoia jovens e adultos portado-res de deficiência. Depois seguem-se o Beira Mar de Almada (“Um Retrato de Cacilhas Antiga”); a Al-Madan (“Al-Madan és Luz e Cor na Noite de S. João”); o Figueirinhas (“Fi-gueirinhas nas Burricadas”); a Lifeshaker – Marcha Juvenil da Caparica (“Eis a Língua Portu-guesa”); o Centro Comunitário PIA II (“As Fogueiras de S. João”); o Pragal (“No Pragal S. João é Ar-raial”); a Rua 15 – Costa da Capa-

rica (“Brilha o Sol na Caparica”) e a Associação Cultural Capa Rica (“Um Amor à Portuguesa”). Os vencedores são conheci-dos no final da noite, após delibe-ração do júri.

Os bilhetes custam 3 euros e podem ser adquiridos junto das marchas participantes e, no sá-bado, a partir das 17 horas, nas bilheteiras do referido complexo desportivo.

Marchas de Almada conhecem vencedores

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COLÉGIOS DE REFERÊNCIA

Ensino privado continua a primar por um ensino de excelênciaTEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

Os colégios Saint Peter´s School (Palmela), Campo de Flores (Alma-da) e Atlântico (Seixal) não largam os lugares cimeiros do ranking das melhores escolas privadas da nos-sa região e até do País. A aposta em métodos rigoro-sos de ensino, em modelos peda-gógicos de excelência, em pro-fessores altamente qualificados e em instalações modernas e com a mais avançada tecnologia parece ser o trunfo destas insti-tuições que preparam, de forma muito qualificada e completa, o futuro de milhares de jovens da nossa região e não só. Isabel Simão, diretora do St. Peter´s School, que deverá con-tar com 1 100 alunos no próximo ano letivo, afirma que a grande preocupação do colégio é «for-mar bons jovens para que ve-nham a ser pessoas sensíveis, atentas, dignas e solidárias», mas, também, «alunos de exce-lência». O colégio orgulha-se de ter alcançado o estatuto de escola com currículo internacional. No nosso País, é apenas uma das sete escolas com esse estatuto. João Rafael, diretor do Cam-po de Flores, diz que o sucesso

da instituição se deve «ao foco nos alunos, nas suas necessida-des académicas e emocionais, tornando-os crianças e jovens curiosos em saber mais e em va-ler mais pelo respeito a que os outros e o Planeta nos compro-mete», mas, também, ao foco «na formação e inovação pedagógica dos nossos colaboradores, pois o Mundo muda e os fatores de aprendizagem vão sofrendo al-terações e respostas diferencia-das, não esquecendo, também, nas famílias. «Estamos sempre disponíveis para aprender com as famílias e a cooperar para me-lhor servir». Quase a ultrapassar oss 1 160 alunos, já no próximo ano letivo, o Campo de Flores sonha em «conseguir utilizar a revolução digital na aprendizagem refor-çando os valores humanistas, porque são as pessoas que servi-mos, não a tecnologia». Para António Pereira, diretor do Atlântico, «um projeto educa-tivo com valores, identidade e au-tenticidade» tem levado bem alto o nome do colégio, acrescentan-do que só com «muito trabalho, a atenção para com os alunos, a equipa e a organização, é possível

dar uma resposta «profissional e humana» para que cada um se sinta «especial e único». No Atlântico estudam perto de mil alunos, desde a creche ao 9.º ano. Para breve estão previs-tas novas instalações e a imple-

mentação do secundário. «Neste momento, as novas instalações do secundário faz-nos continuar a sonhar, com os novos espaços capazes de apaixonar os alunos pelo saber e pelo desejo de apren-der», frisa António Pereira.

O distrito dispõe de alguns dos melhores colégios privados do país, que honram a região num quadro de honra muito especial. São escolas de ensino de excelência e inovação. Uma dimensão que se tem mantido nos últimos anos. Ficam alguns exemplos.

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COLÉGIOS DE REFERÊNCIA

Embora ainda estejamos em época de exames nacionais, que balanço faz do ano letivo que passou?

Decorreu com a maior normali-dade. Atingimos todos os objeti-vos a que nos tínhamos propos-to. Já temos um feedback bastante bom de alguns exames do 1.º e 2.ºciclos. A média interna é muito boa, agora vamos ver como será o enquadramento no panorama nacional.

Qual é a grande missão desta instituição?

A nossa missão é, iminentemen-te, humanista. É uma grande preocupação desta escola for-mar bons jovens para que, ama-nhã, venham a ser pessoas sen-síveis, atentas, dignas e solidárias. Paralelamente, e não menos importante, a formação académica. Pretendemos que sejam alunos de excelência. Tra-balhamos para tornar de exce-lência aqueles que não o são. Eu acho que um dos nossos gran-des segredos é transformar crianças que, num contexto di-ferente e falando em termos académicos, seriam alunos de nível suficiente, e transformá--los em alunos de excelência. Esta é, de facto, a nossa missão e penso que estamos a fazer um bom trabalho.

O que representam os rankings para esta instituição?

Representam muito, porque são os próprios pais que determi-nam isso. Frequentemente so-mos confrontados com: eu que-ro por o meu filho, desde pequeno, nesta escola para que ele possa ir trabalhando no vos-so registo. Eu sei que ele vai ter bons resultados no exame por-que vocês ficam sempre bem posicionados no ranking. Nós não precisamos do ranking para avaliarmos o nosso trabalho, mas é bom que haja uma avalia-ção externa que nivele e que destaque as instituições que fa-zem um trabalho muito sério.

Este é um colégio que trabalha com a criança e o jovem a vários níveis…

Nós trabalhamos com todos os alunos e conforme as necessida-des de cada um. Aqui o ensino está centrado no aluno. Traba-lhamos muito a nível emocional. Temos uma equipa de seis ele-mentos no Serviço de Psicologia e orientação vocacional. Acari-nhamos as crianças do seu pon-to de vista emocional. Nós te-mos a estrutura que é preciso ter

ISABEL SIMÃO, DIRETORA DO COLÉGIO ST. PETER´S SCHOOL, ASSUME EM ENTREVISTA NOVAS AMBIÇÕES

«Queremos ser uma escola piloto no ensino do Latim»TEXTO RITA MATOSFOTOS SM

numa dimensão destas para acudir crianças que, eventual-mente, possam estar mais fragi-lidades. Achamos que o aluno tem de ser acarinhado no domí-nio da sua identidade e da sua individualidade. E isto, depois, tem um reflexo imediato nos re-sultados. Pretendemos entrar nas causas para minimizar con-sequências. O aluno não está aqui apenas para aprender, mas também para crescer nas suas variadas vertentes.

O Colégio St. Peter´s School aposta nos melhores professores?

Temos uma grande preocupa-ção na aceitação de docentes, porque se nós temos de acudir às necessidades de cada aluno, o professor tem que ter a vontade, a paixão pelo que faz e o discer-nimento de ver qual é o aluno que mais precisa dele. E, depois da aula, tem de ficar com aluno, tem de lhe dar apoio, aulas ex-tras, tem que perceber se fun-ciona melhor em pequeno gru-po ou na relação um para um, tem de ter essa capacidade de ver e de atuar e, claro, de ser efi-caz. Nós temos duas escolas: te-mos a escola que funciona em sala de aula com a turma com-pleta e temos uma escola para-lela sempre a funcionar, todo o ano, que é a escola destes cuida-dos. Só professores que vivam intensamente o que fazem é que têm esta disponibilidade.

Para além de ser uma escola de ensino bilingue, o Colégio alcançou uma outra distinção…

Somos uma escola internacional. Fomos credenciados pela orga-nização IB (International Bacca-laureate), onde o ensino é feito todo em inglês. Os alunos ficam com um currículo internacional igual ao de Singapura ou de Tó-quio. O currículo é só um. Este foi um processo muito exigente, a candidatura levou anos. Ganha-mos o estatuto de escola interna-cional e temos um currículo, nes-te momento, ainda aplicado apenas aos alunos do secundário que podem optar pelo currículo

nacional ou pelo currículo inter-nacional (IB). É bastante mais caro, mas também é um currícu-lo totalmente internacional. Os alunos que fazem o IB vão para qualquer universidade em qual-quer parte do mundo. É um or-gulho! Esta escola tem sempre a necessidade de crescer, de inovar, e de procurar o que pode ser me-lhor para os nossos alunos.

Qual é o grande projeto para o próximo ano letivo?

Queremos estender o ensino do latim ao 3º e 4º anos do 1º ciclo. Estamos a desenhar um projeto para tornar o colégio uma esco-la piloto no ensino do latim e queremos ser também um cen-tro de formação para outras es-colas que pretendam introduzir a disciplina de latim, que estava completamente adormecida.

O St. Peter´s School tem uma relação próxima com várias universidades nacionais e internacionais. Quais são?

Temos um protocolo com o Feli-cian College, em Nova Iorque,

onde os nossos alunos se tornam bolseiros com condições muito especiais. Temos também um protocolo com a Imperial College, em Londres. A nível nacional os nossos alunos de artes, que têm médias muito boas, normalmente

querem ir para o Porto. Os das áreas de direito, economia e ges-tão querem ir para a Universidade Católica ou para o ISCTE, os das humanidades escolhem a Univer-sidade Nova e os das engenharias querem ir para o Técnico.

UMA DIMENSÃO DE EXCELÊNCIA PARA ACOLHER E PREPARAR 1100 ALUNOSO Colégio St. Peter´s School vai iniciar o próximo ano letivo com cerca de 1100 alunos (a «média dos últimos anos»), 120 professores e 100 colaboradores, entre os quais auxiliares, ad-ministrativos e porteiros. No que diz respeito às instalações, a direção adianta que vão ser criados mais gabinetes de traba-lho, de reuniões e de receção a pais. «Nós aqui trabalhamos muito com os pais e partir das 18 horas temos muitas reuniões. Temos seis gabinetes para receber pais e não chegam. Vão ser espaços acessórios», afirma Isabel Simão.

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COLÉGIOS DE REFERÊNCIA

O Colégio S. Filipe abre, várias vezes, as portas à comunidade. A filosofia desta instituição assenta em que valores?

O nosso colégio assenta num projeto educativo coerente com uma filosofia e princípios cen-trados numa formação integral dos nossos alunos, procurando torná-los cidadãos tolerantes, observadores, responsáveis e ativos na sociedade e prepara-dos para colocar o seu saber ao serviço do bem comum. Com pi-lares sólidos de formação técni-ca e cívica, procuramos dotar os nossos alunos de ferramentas que lhes permitam fazer face às constantes mudanças tecnológi-cas, sociais e económicas da so-ciedade contemporânea. Para tornar esse trabalho efectivo, não formamos turmas muito ex-tensas para que seja possível trabalhar com todos os alunos de igual forma. Apostamos no rigor educativo, no apoio ao alu-no nas várias vertentes e no tra-balho em sala de aula. Quere-mos que os nossos alunos tenham o máximo de acompa-nhamento e apoio possíveis para poderem superar, com êxi-to, as suas dificuldades.

As consequências deste acompanhamento estão espelhadas nos resultados finais?

Sim. A avaliação aos alunos tem duas componentes: a avaliação interna resulta do trabalho que se faz na escola e a avaliação ex-terna, através dos exames na-cionais, que tem um peso cada vez maior. São todos estes resul-tados, e não só, que nos ajudam a avaliar e a perceber se o nosso

Conhecido pelas excelentes instalações, o Colégio S. Filipe tem conseguido, ao longo dos anos, consolidar o lugar de destaque no panorama da educação na região de Setúbal. A instituição, cuja filosofia se baseia na atenção ao aluno e à família, quer continuar a crescer com qualidade e, nesse sentido, tem vários projetos na calha. A implementação do 10º ano pode vir a ser uma realidade muito em breve.

ENTREVISTA COM LUÍS ABELHO, DIRETOR PEDAGÓGICO DO COLÉGIO S. FILIPE, EM SETÚBAL

«Estamos a finalizar todos os procedimentos para abrir o 10.º ano»

trabalho está a ser bem sucedi-do. Este ano houve uma melho-ria dos resultados nos exames nacionais. E, em termos do que foi o trabalho efetuado durante todo o ano, houve também uma melhoria do aproveitamento. No fundo, isto é o reflexo de todo o rigor e da atenção que damos aos nossos alunos.

Os rankings são importantes para esta instituição?

Sim, porque ajudam-nos a per-ceber se estamos a conseguir atingir os objetivos e a transmi-tir os conhecimentos necessá-rios aos alunos. Mas, só os rankings não chegam para ava-liar uma escola. Se fizermos uma análise apenas com base nos rankings estamos a descurar todo o trabalho que é feito com algumas crianças que poderão não ter resultados tão bons por-que têm necessidades específi-cas e adaptações próprias. Os rankings contam, mas não po-dem ser o único instrumento de avaliação de uma escola.

Nesta escola só entram os bons alunos?

Não. Somos uma escola inclusi-va e aberta a todos os alunos que queiram partilhar a nossa filosofia e o nosso projeto. A par-tir do momento que o aluno se encaixa no nosso projeto educa-tivo, ele é aceite na escola, tenha ele mais ou menos dificuldades de aprendizagem. Estamos cá para trabalhar com todos eles. Não fazemos uma seleção aper-tada apenas tendo em conta as notas. O nosso projeto educati-vo deverá envolver a escola, os alunos e os pais.

Quais são as grandes apostas para o próximo ano letivo?

Vamos reforçar as áreas científi-cas, essencialmente, de portu-guês e de matemática, sem reti-rar do currículo toda a área artística e desportiva que carac-teriza a nossa instituição. Esta-mos a iniciar as obras nos labo-ratórios, o que se traduz num reforço da componente experi-mental nas áreas da física quí-mica e das ciências naturais. Vamos também melhorar o nos-so modelo de trabalho direcio-nado aos alunos com necessida-

des educativas especiais, através um apoio direto de terapeutas em várias áreas, como psicomo-tricidade, psicologia, psicologia educacional e vocacional e tera-pia da fala. Será criado um gabi-nete onde estes técnicos vão tra-balhar diretamente com os alunos e indiretamente com os professores. Queremos ainda apostar na cer-tificação das línguas estrangei-ras. O Ministério da Educação já o faz com o inglês (Cambridge) e nós queremos apostar na certifi-cação do espanhol como segun-da língua (certificado Cervantes)

Hoje em dia, as línguas estran-geiras só fazem sentido se forem certificadas. Queremos que os alunos saiam da nossa escola com os horizontes abertos para, caso seja essa a vontade, pode-rem integrar-se numa sociedade cada vez mais globalizada.

O colégio vai iniciar o ano letivo 2015/2016 com o 10º ano?

Estamos a finalizar todos os procedimentos com o Ministé-rio da Educação para a abertura do 10º ano, embora esta ainda não seja uma confirmação.

E em relação à creche?

A valência de creche faz parte do nosso projeto. Vamos iniciar o próximo ano letivo com as salas de 1 e 2 anos. Verificamos que a procura pela creche tem aumen-tando e nós temos as instalações e os profissionais à altura, sendo, por isso, esta mais uma aposta.

As instalações vão sofrer algum tipo de intervenção?

Com a possibilidade de abrir o 10ºano tivemos de repensar aquilo que são os espaços co-muns dos alunos. Estamos a pensar criar uma sala de con-vívio e vamos remodelar as zonas exteriores, para criar al-guns espaços de jogos e zonas polivalentes que permitam que estes alunos, mais cresci-dos, se sintam bem e enqua-drados. Esta escola foi cres-cendo gradualmente e procurou sempre criar espa-ços distintos, amplos, adequa-dos às idades, aos gostos e às preferências dos alunos.

ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES NO COLÉGIO SÃO FILIPE, EM SETÚBAL, PARA O ANO LETIVO 2015/2016!

Os interessados deverão contactar a secretaria do colégio através do número 927551805, solicitando visita com o gabinete de comunicação, no sentido de conhecer o Projeto Educativo e condições gerais de admissão.

Visite-nos primeiro. Decida depois. Decida MELHOR!

COLÉGIO SÃO FILIPEEstrada Vale de Mulatas, 5 2910-737- Setúbal265573494 | 926048156 | [email protected] | http://saofilipe.pt/

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COLÉGIOS DE REFERÊNCIA

TEXTO ANABELA VENTURA

Pode fazer um balanço da ativida-de desde o arranque do colégio.

Após três anos podemos fazer um balanço muito positivo. A Creche e Pré-escolar estão com a lotação máxima e com lista de espera. Existe uma grande dedi-cação às crianças por parte das profissionais com uma enorme criatividade e inovação.

PRÓXIMO ANO LETIVO DEDICADO “À VOLTA DO MUNDO” SENSIBILIZA PARA A MULTICULTURALIDADE

Colégio “Voar Mais Alto” continua a crescer e a inovar

O Colégio “Voar Mais Alto”, da Associação Shalom, está em franca expansão e prepara--se agora para novos desafios. O presidente, Joaquim Moreira, faz balanço e aponta as novidades

Esta escolha teve como principal objetivo sensibilizar as crianças para questões relacionadas com a arte - os seus elementos, a sua im-portância na vida de cada um de nós, os contributos que estas nos oferecem, na sua diversidade, como forma de desenvolvimento pessoal e social. Pretendeu-se contribuir para o conhecimento cultural e artísti-co e para a sua integração no cur-rículo da Creche, promovendo o contacto com a obra de arte e o seu criador, criando oportunida-des e ambientes de vivência cria-tiva e de experiência estética. Desta forma consegue-se conso-lidar a intencionalidade educativa e também integrar a arte matriz cultural da prática pedagógica.

E para o próximo ano que iniciativas podemos esperar?

O tema para o ano letivo de 2015/2016 é “À Volta do Mundo”. Esta escolha tem como principal objetivo sensibilizar as crianças para questões relacionadas com a multiculturalidade, numa viagem de conhecimento das diversas

culturas existentes no mundo. Esta proposta irá possibilitar que vários aspetos sejam abordados, assim como: leitura e escrita, nú-meros, artes, música, ciência. Mas o principal é que tudo aconteça de forma totalmente integrada ao campo da formação de atitudes e valores. “Todos vão se apaixonar por esse universo de relações hu-manas tão próximas e que, mui-tas vezes, nem percebemos”, adaptado de Roberta (Educadora de Infância). De acordo com a proposta que trata das diversida-des culturais, o projeto pretende solicitar a aproximação da família com a sua própria história, desen-volvendo o tema de maneira lúdi-

ca e através da brincadeira. Pre-tendemos ter diversas iniciativas inspiradoras de aprendizagem, incutindo para diversificadas ati-vidades que desperte o interesse das crianças, dos pais, tornando assim a aprendizagem do Educa-dor mais enriquecedora. Esta Associação continua a sonhar e a ter uma visão do fu-turo, como algo muito bom, no que diz respeito ao serviço a prestar na comunidade. A área dos idosos será certa-mente uma que tem todas as condições para crescer mas o manter os elevados graus de qualidade que já prestamos não pode ser negligenciado.

O QUE É A ASSOCIAÇÃO SHALOM?A Associação Baptista Shalom continua a ter uma atitude de bem-fazer sem olhar a quem, contribuindo para ajudar a su-plantar as necessidades das famílias nas diversas áreas sociais. Apoiamos 1600 pessoas com alimentos, roupas e material diver-so e mantemos a Cantina Social e de Emergência, distribuindo centenas de refeições a famílias carenciadas. Acompanhamos centenas de pessoas no âmbito do Rendimento Social de Inser-ção e desenvolvemos atividades de lazer e outras, com as famí-lias e crianças nas nossas instalações em Cajados, Palmela.

Projetos pedagógicos arrojados sempre desenvolvidos a pensar no bem superior da criança e da sua família.

Qual é neste momento a capa-cidade instalada, incluindo pes-soal docente?

A Creche tem 81 criança (18 Ber-çário (um de 10 e outro de 8), 27 crianças salas de 1 ano (uma sala de 13 e outra de 14), 36 crianças salas de 2 anos (cada sala com 18), acordo da Segurança Social para 66. O Pré-escolar em cada sala tem 25 crianças perfazendo um total de 75. A partir de Setembro de 2015 abriremos uma quarta sala de Pré-escolar alargando a capacidade para 100 crianças.A Creche possui 5 educadoras e 10 Ajudantes Ação Educativa, o Pré-escolar possui 4 educadoras e 6 ajudantes de ação educativa.

Que projetos e inovações o co-légio tem vindo a desenvolver?

O tema deste ano letivo (2014/2015) foi “Na terra do Criar”.

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OPINIÃO

Diretor Raul Tavares | Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida - coorde-nação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Mediasado, Lda; NIPC 506 806 537 Concessão Produto Mediasado, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98semmais

Sede bem-vindos em ElsinoreO que é um Homem, se o seu maior bem é apenas dormir e comer?Uma besta, nada mais.Hamlet, IV, 4.

Há 31 anos que a Companhia de Teatro de Almada encerra a temporada teatral portuguesa com um Festival, que come-çou por ser uma mostra de teatro amador e que cresceu até se tornar num dos festi-vais de teatro europeus mais referenciados. O facto de este Festival ser organizado por uma companhia de teatro independente ajuda certa-mente a explicar as suas longevidade e estabilidade, assentes numa relação de proximidade quer com o público de Almada, quer com os artistas que nos visitam. Como criadores que somos, gostamos de confrontar-nos com o que de melhor se faz no Mundo. A emulação pode por vezes ser dolorosa – mas tem-nos ajudado a crescer. Assim como ao nosso público,

A situação do ensino em Portugal nos últimos anos tem regredido de uma forma sintomática, com dados que começam a envergonhar.Há menos alunos nas univer-sidades, voltamos a ter aban-dono escolar preocupante, o ensino de adultos regrediu e o ensino continuado a mes-ma coisa. As escolas andam confusas, os professores des-motivados e no setor o de-semprego galopou. Enfim, um quadro muito cinzento.Enquanto, isso, e mais uma vez, o ministro Crato já fez saber que as aulas do ensino secundário vão arrancar mais tarde. E, se, como em anos anteriores, as coloca-ções de professores deram a mesma barraca, muitos mi-lhares de jovens vão ficar com ‘buracos’ no tempo e no processo curricular. Nada de mais, pelos vistos.Mas está em marcha uma outra revolução mais gritan-te chamada “municipaliza-ção do ensino”. Ao que tudo indica é um facto consumado e já há experiências piloto. Moderei um debate com pro-fessores há coisa de uma se-mana e fiquei baralhado, tan-tas as dúvidas e tão insípido que é o projeto de Crato.As câmaras não têm voca-ção para liderar processos de ensino, ao não ser, em úl-tima instância, a gestão dos meios, nomeadamente do património escolar. E estão enxameadas de altos qua-dros que não podem despe-dir, enquanto lhes faltam cantoneiros, auxiliares de limpeza e outro pessoal in-diferenciado que não po-dem contratar.Sinceramente, e só para le-vantar pequenas nuances da discussão, não percebo porque é que não se dá uma autonomia drástica aos conglomerados de escolas em vez de arranjar-se solu-ções que visam apenas des-responsabilizar o Estado da sua função máxima em ma-téria de ensino. Para acompanhar…

que se torna a cada ano mais exigente e não nos permite a cristalização em soluções já testadas ou fórmulas repetiti-vas. Os espectadores querem mais e melhor. Nós também.Este ano, graças ao prestígio alcançado ao longo do tempo e às boas-vontades que a Companhia de Teatro de Almada tem sido capaz de reunir, o conjunto de apoios obtidos em Portugal e no estrangeiro permitiu reunir uma programação rara. (E, no que respeita a financiamentos, refira-se que a subvenção da Secretaria de Estado da Cultura a esta Companhia recuou para os valores de 1997.) Apresentamos espetácu-los de alguns dos mais consi-derados criadores do Mundo, juntamente com jovens criadores portugueses e estrangeiros. O Festival mantém a sua característica de Festa, com espetáculos de rua todos os dias; inauguramos exposições; organizamos colóquios; trazemos Peter Stein ao ciclo

O sentido dos Mestres; homenageamos Rogério de Carvalho – um dos históricos encenadores portugueses. Trata-se de uma programação só possível graças ao trabalho (não só em Julho, mas ao longo de todo o ano) de um conjunto de pessoas que convivem de perto com o problema levantado pela pergunta do malogrado príncipe da Dinamarca, que trouxe para a epígrafe deste texto.Quando tocamos em Shakes-peare ele tende a entrar-nos pela vida adentro. Tem sido assim durante os ensaios da co-produção de Hamlet, dirigida por Luís Miguel Cintra, com que praticamente abrimos esta edição. Para

encontrar uma resposta a esta questão fundadora, para procurar o seu lugar no Mundo, Hamlet encena para a corte de Elsinore uma peça: A ratoeira. O Bardo coloca na boca de Cláudio, o Rei usurpa-dor do trono, a constatação de que “a loucura dos grandes não pode caminhar sem vigilância”. É por esse caminho que seguimos, ao longo do ano, quando procuramos pôr no palco algumas das pergun-tas que nos apontam pistas para a vida. Entre 4 e 18 de Julho, pelo 31.º ano consecuti-vo, faremos essa estrada convosco e com alguns dos amigos que nos chegam de várias partes e nos falam noutras línguas.Welcome to Elsinore!

EDITO

RIAL

Raul TavaresDiretor

BOCA DE CENA

Rodrigo FranciscoDiretor da CTA

O turismo saiu à rua num dia assim. Um dia de Verão. Quente, azul e luminoso. E foi então, com as praias cheias e as esplanadas inundadas de sorrisos, que descobrimos os turistas. Dir-se-ia que eles e elas não tinham existido até aí. Dir-se-ia que são um produto do verão. Ou um efeito secun-dário do calor.Nada de mais errado. Existe um turismo de verão. É mais visível. É mais óbvio. E é mais numeroso. Mas também existe um turismo na primavera. Outro no outono. E, até, um certo e discreto no inverno.Imagine-se uma atividade que só durasse 3 meses. Imagine--se desemprego nos outros 9 meses. Uma atividade assim nunca poderia ocupar o espaço e o peso que ocupa em Portugal. Uma atividade assim não seria, em qualquer circunstância, objeto de tantos comentários, tantas esperanças e um caso sério de moda. Para o bem. E para o menos bem.No turismo temos, e não vale a pena nega-lo, sazonalidade. Também há quem chame época alta e época baixa.

Como se fosse uma questão de altura. E não é.Evidentemente que num mundo em que as férias escolares são no verão temos muito mais “estímulos” para fazer férias precisamente no verão. Os filhos não são sazonais. E são, afinal, eles que determinam o nosso calendário. Ou não? Depende! Confuso?Novas realidades estão, pouco a pouco, a emergir. Os seniores dos países mais ricos vão para os países menos ricos. E vão independentemente da época do ano. Infelizmente para nós não pertencemos aos países mais ricos. Por isso não se imagine, já, no Brasil ou nas Caraíbas a fazer de francês remediado a dar ares de milionário estabelecido.Depois as low cost e o enorme aumento da curiosidade e da mobilidade fazem com que cada vez com menos idade se comece a viajar. Também nem sempre no verão. Muitas vezes nas outras estações. Aliás mais viagens e viagens de menor duração tornou-se outra das tendências de hoje.Entretanto emergiram as cidades como os grandes

destinos planetários da atualidade. E as cidades são como as pessoas. Cada uma tem a sua personalidade. A sua história para contar. E também não tem de ser no verão. Em cada estação são aliás diferen-tes. Mudam os seus humores ao longo do ano sem, contudo, deixarem de seduzir cada vez mais viajantes.Ao mesmo tempo o mundo dos negócios e das empresas mudou. Ficou mais global. A internacionalização é sinóni-mo de deslocações. Desloca-ções que, também, não são sazonais. Cada vez mais mulheres e homens promo-vem, vendem e compram longe do lugar onde nasceram. Às vezes esse lugar deixa mesmo de fazer sentido. Mas a viagem faz sempre sentido.Tudo junto e temos turismo que não é nem sinónimo nem exclusivo do verão. Aliás o

desafio das nossas cidades é precisamente o turismo fora do verão. Porque no verão o turismo já é, na região, uma realidade de décadas. E temos todas as razões para manter-mos esta ambição. Até porque o Mercado do Livramento (um dos dez melho-res mercados de peixe do mundo segundo o insuspeito USA Today) está aberto todo o ano. Assim como o Tejo e a Arrábida. Tal como o património industrial do Barreiro ou o Cabo Espichel. Os nossos enoturismos também não fecham para férias. O Meco tem outro encanto na primavera. E Cacilhas não dorme ao convidar--nos para Almada Velha. O Freeport insiste em não fechar e o mundo rural de Canha e de Pegões não muda de sítio.Um ano inteiro de possibilidades.Na verdade um verão que apenas salienta as outras estações.

TURISMO SEMMAIS

Jorge Humberto SilvaColaborador

O Turismo saiu à rua num dia assim

O ensino e a sua ‘municipalização’ forçada

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