semmais 26 setembro 2015

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Sábado 26 | Setembro | 2015 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 871 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita semmais PUBLICIDADE SOCIEDADE PÁGINA 3 PORTO DE SETÚBAL NA ROTA DOS CRUZEIROS A discussão em torno da possibilidade do porto de Setúbal vir a entrar na rota do turismo de cruzeiros foi um dos destaques da Semana do Mar que juntou a autarquia sadina e a autori- dade portuária. Durante um seminário inter- nacional sobre a temática, vários especialistas garantiram sem uma grande oportunidade. SOCIEDADE PÁGINA 5 ESTURJÃO PODE REGRESSAR AO TEJO A espécie está dada como extinta nas nossas águas de rio desde a década de 70, mas um projeto do Instituto de Conservação da Nature- za e das Florestas pretende criar novos habitats e fazê-la regressar às nossas águas. O Esturjão, conhecido por solho, é um peixe de mar, mas desova em rios. E na mesa é uma iguaria. LER EDITORIAL DE CAMPANHA PÁGINA 2 LEGISLATIVAS 2015 ENTREVISTAS DISTRITO PERDEU 1006 HABITANTES MAS 5 CONCELHOS GANHARAM RESIDENTES PÁGINA 10 MARIA LUÍS ALBUQUERQUE «Há muita gente que já vive melhor e muitas empresas que conseguiram dar a volta por cima» PÁGINA 11 FRANCISCO LOPES «O voto na CDU marca a diferença pela sua política de verdade, trabalho, competência e honestidade» PÁGINA 12 JOANA MORTÁGUA «Distrito está asfixiado na mobilidade interna e os cuidados de saúde primários são um autêntico drama» PÁGINA 13 FRANCISCO CARRIÇO «O flagelo do desemprego tem de ser combatido urgentemente» Desde 2013 apenas cinco concelhos do distrito ganharam habitantes, com Seixal a liderar, seguido de Montijo, Alcochete, Sesimbra e Palmela. Almada é quem mais, acima dos mil residentes. O Litoral Alentejano mantém desertificação. SOCIEDADE PÁGINA 2

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Edição do Semmais de 26 de Setembro

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Page 1: Semmais 26 setembro 2015

Sábado 26 | Setembro | 2015

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 871 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interditasemmais

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SOCIEDADE PÁGINA 3PORTO DE SETÚBAL NA ROTA DOS CRUZEIROS A discussão em torno da possibilidade do porto de Setúbal vir a entrar na rota do turismo de cruzeiros foi um dos destaques da Semana do Mar que juntou a autarquia sadina e a autori-dade portuária. Durante um seminário inter-nacional sobre a temática, vários especialistas garantiram sem uma grande oportunidade.

SOCIEDADE PÁGINA 5ESTURJÃO PODE REGRESSAR AO TEJOA espécie está dada como extinta nas nossas águas de rio desde a década de 70, mas um projeto do Instituto de Conservação da Nature-za e das Florestas pretende criar novos habitats e fazê-la regressar às nossas águas. O Esturjão, conhecido por solho, é um peixe de mar, mas desova em rios. E na mesa é uma iguaria.

LER EDITORIAL DE CAMPANHA PÁGINA 2

LEGISLATIVAS 2015ENTREVISTASDISTRITO PERDEU

1006 HABITANTESMAS 5 CONCELHOS GANHARAM RESIDENTES

PÁGINA 10MARIA LUÍS ALBUQUERQUE «Há muita gente que já vive melhor e muitas empresas que conseguiram dar a volta por cima»

PÁGINA 11FRANCISCO LOPES «O voto na CDU marca a diferença pela sua política de verdade, trabalho, competência e honestidade»

PÁGINA 12JOANA MORTÁGUA «Distrito está asfixiado na mobilidade interna e os cuidados de saúde primários são um autêntico drama»

PÁGINA 13FRANCISCO CARRIÇO «O flagelo do desemprego tem de ser combatido urgentemente»

Desde 2013 apenas cinco concelhos do distrito ganharam habitantes, com Seixal a liderar, seguido de Montijo, Alcochete, Sesimbra e Palmela. Almada é quem mais, acima dos mil residentes. O Litoral Alentejano mantém desertificação.SOCIEDADE PÁGINA 2

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SOCIEDADE

Desde 2013 a região perdeu mais de mil habitantes, cifrando-se hoje a população residente em 878.006 pessoas. A maior fuga regista-se no Litoral Alentejano. Os dados são da Pordata e parte da explicação pode estar no maior fluxo de emigração registado nos últimos anos. No entanto, há cinco concelhos que ganharam novos moradores.

SEIXAL, MONTIJO, ALCOCHETE, SESIMBRA E PALMELA SÃO OS ÚNICOS CONCELHOS QUE GANHARAM POPULAÇÃO

Distrito perdeu 1006 habitantes mas 5 concelhos têm mais pessoas

IPS recebe mais de 1000 novos alunos

TEXTO ROBERTO DORESFOTOS SM

EDITO

RIAL

Raul TavaresDiretor

Soma e segue a desertificação no distrito de Setúbal. Em 2014 a região voltou a perder

população face a 2013, baixando de 879012 habitantes para 878006, no total de menos 1006 pessoas, segundo dados compilados pelo Pordata. A emigração deverá ex-plicar parte do fenómeno. Porém, nem tudo são más notícias. É que há cinco municípios que escapa-ram à tendência e até têm mais moradores. Contas feitas, é o Seixal que surge como o concelho mais promissor, exibindo um cresci-mento de 1151 habitantes em 2014 face ao ano anterior, supe-rando hoje os 163 mil habitantes. Segue-se o Montijo, com mais 684 moradores, num total de 54270, sendo que Alcochete sur-ge no terceiro lugar dos “ganha-dores” com 241. Tem 18534 habi-tantes. Sesimbra tem 193 (e 50469 moradores), enquanto

O Semmais decidiu no iní-cio de Setembro iniciar um ciclo de entrevistas

aos cabeças de lista das forças políticas com representação parlamentar. E escalonou edi-ções seguidas para que as mes-mas tivessem o mesmo espaço editorial e mesma representa-ção gráfica em termos de cha-mada de capa.A primeira entrevista foi a de Ana Catarina Mendes, cabeça de lista do Partido Socialis-tas, editada em 12 de Setem-bro, simplesmente porque os responsáveis da campanha socialista e assessores de imprensa foram mais lestos na resposta. Durante as semanas seguin-tes, com excepção da CDU, cujo contacto foi feito mais tardiamente (mas seria sempre publicada de forma isolada, de acordo com o nosso planeamento), não obtivemos resposta nem da coligação PSD/CDS-PP nem do Bloco de Esquerda.Estas entrevistas tardias, realizadas em plena campa-nha, vieram criar dois problemas: o primeiro é que entre a primeira publicada e as seguintes decorreram algumas semanas. O segundo, é que, como prova a presente edição, fomos obrigados a acumular três entrevistas, a que acrescentámos a do “Nós Cidadãos”, esta por decisão editorial de última hora.Estas circunstâncias não permitiram, de facto, iguais chamadas de capa, bem como a presença do PS nesta fase mais em cima da campanha, que pretendíamos deixar mais livre para as acções de rua.Fica feita esta explicação para que não restem dúvidas sobre o esforço que o Semmais fez para dar equidade às várias forças políticas na senda da pluralidade e isenção que é nosso apanágio desde que este projecto editorial foi lançado.Entretanto, exactamente por motivos do dia de reflexão e para acompanharmos a decisão do semanário Expres-so, nosso parceiro, o Semmais será publicado na próxima sexta-feira, com o necessário balanço da campanha eleitoral no distrito, desta feita, procu-rando incluir algumas das forças políticas menos representadas editorialmente neste jornal ao longo das últimas semanas.

A campanha e a gestão editorial do Semmais

Palmela também aumentou a população em 163 pessoas, ten-do hoje 63886, segundo os últi-mos Censos. Os restantes municípios re-gistam perdas e algumas signifi-cativas, como é o caso de Alma-da que perdeu mais de mil habitantes, continuando a ser o concelho com mais população do distrito (170448), enquanto Setúbal caiu para os 118428 mo-radores, baixando 816 habitan-tes face a 2013. Já o Barreiro as-sistiu a queda de 583 habitantes (tem 76994) e a Moita baixou em 271 pessoas, ficando com 65361 habitantes.

Litoral Alentejano perdeu mais de setecentas pessoas

O Alentejo Litoral tem hoje 96488, mas todos os municípios perderam habitantes face a 2013. Alcácer do Sal (-177), Grândola (-60), Santiago do Cacém (-167), Sines (-129) e Odemira (-202). Quer isto dizer que o Litoral Alentejano tinha no final de 2014

O Instituto Politécnico de Se-túbal (IPS) regista uma taxa de colocação muito positi-

va, que alcança agora os 70%, o que representa um crescimento de cerca de 17% face ao ano anterior. Das licenciaturas ministradas no IPS, 13 cursos preencheram total-mente as vagas, nomeadamente Engenharia Informática, Comuni-cação Social, Animação e Inter-venção Sociocultural, Educação Básica, Contabilidade e Finanças, Gestão da Distribuição e da Logís-tica, Gestão de Recursos Huma-nos, Gestão de Sistemas de Infor-mação, Marketing, Biotecnologia, Enfermagem, Fisioterapia e Tera-pia da Fala. São esperados mais de 1000 novos estudantes de licenciatu-ra no IPS provenientes da 1ª e 2ª

menos 735 pessoas. Ainda assim, o distrito de Se-túbal nem é dos mais castigados pela desertificação, apesar de 2014 ter sido um ano peculiar em matéria de emigração. A cri-se empurrou para fora milhares de habitantes da região nos últi-mos três anos, sendo que a pre-sidente da Associação Portu-guesa de Demografia (APD), Filomena Mendes, sublinha que se confirmou o receio a partir do momento em que os portugue-ses começaram a escolher ou-

tros países para viver: «Quando foram, eram emigrantes perma-nentes e temporários, mas al-guns dos que partiram com a expetativa de regressarem em menos de um ano, não estão a voltar. E podem nunca mais o fazer», alerta. Filomena Mendes admite mesmo que o cenário de evolu-ção populacional sofreu um agravamento que superou lar-gamente as previsões realizadas há uns anos, antes da crise em que o país mergulhou.

PORTUGAL NO PÓDIO DA EMIGRAÇÃORecorde-se que Portugal lidera a emigração entre os 34 países da Organização para a Cooperação e o De-senvolvimento Económico (OCDE), sendo que em 2013 saíram do nosso país 128 mil emigrantes, revela o relatório ‘Perspetivas das Migrações Internacionais - 2015’ publicado esta semana. Ainda segundo a OCDE, 14% dos maiores de 15 anos e nascidos em Portugal residiam no estrangeiro. À frente de Portugal estão Ir-landa, com 17,5%, e Nova Zelândia, com 14,1%.

fase do CNA e dos concursos de mudança de curso, de transfe-rência e reingresso, maiores de 23 (M23) e titulares de cursos de especialização tecnológica (CET), existindo também a pos-sibilidade de disponibilização de vagas sobrantes para uma 3ª fase do CNA. Destaque ainda para os cursos de Mestrado, onde mais de 200 novos estudantes ingressaram nos diversos cursos oferecidos pelas Escolas Superiores do IPS. Por outro lado, o IPS conta igualmente receber mais estu-dantes nos seus campi através dos novos Cursos Técnicos Su-periores Profissionais (CTeSP), considerando a elevada procura por esta formação na 1ª fase de candidaturas. Neste sentido, en-

contra-se já definida uma 2ª fase de candidaturas que decorre de 06 a 09 de outubro 2015. O acolhimento aos novos es-tudantes decorre esta segunda--feira, dia 28 de setembro, com a

realização de duas sessões de boas-vindas no campus de Setú-bal do IPS, pelas 10 horas e, mais tarde, pelas 20 horas, e de uma sessão no campus do Barreiro do IPS, pelas 17 horas.

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SOCIEDADE

O turismo de cruzeiros está na moda e Setúbal não quer ficar de fora.O cluster foi debatido quinta-feira com especialistas que provaram haver grande mercado e condições marítimo--turísticas na mais bela baia do mundo.

II SEMINÁRIO INTERNACIONAL “AS CIDADES PORTUÁRIAS E A RELAÇÃO PORTO-CIDADE”, EM SETÚBAL, JUNTOU ESPECIALISTAS DO CLUSTER

Porto sadino reúne condições para Turismo de Cruzeiros, agora é só avançar

Burlou candidatos a seguranças no distrito

TEXTO RITA MATOSFOTOS SM

Para conseguirmos que o turismo náutico seja uma oportunida-

de é preciso dar às empre-sas espaços para a criativi-dade. É preciso inovar». Estas foram palavras do Se-cretário de Estado do Turis-mo, Adolfo Mesquita Nunes, no II Seminário Internacio-nal As Cidades Portuárias e a Relação Porto-Cidade”, realizado na passada sexta--feira, de manhã, no Fórum Luísa Todi, em Setúbal, no âmbito da Semana do Mar.

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBALNOTÁRIAMARIA TERESA OLIVEIRASito na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em Setúbal

Certifico, para efeitos de publicação que no dia vinte e dois de Setembro de dois mil e quinze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de Justificação, a folhas 115 do livro 284 – A, de escrituras diversas, na qual:Fernando Manuel Pereira e mulher, Maria Isabel dos Reis Pinela Pereira, casa-dos sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes Saibreira Sul, Melides em Grândola, contribuintes números 135571707 e 135571693, justificaram a posse, em comum e sem determinação de parte ou de direito, invocando a usu-capião, do seguinte imóvel:Prédio Rústico composto de parcela de terreno com a área de quatro mil sete-centos e nove metros quadrados, sito em Melides, Santa Marinha, freguesia de Melides, concelho de Grândola, que confronta a norte e poente com Nogal, a sul com Estrada Nacional 261 e a nascente com Fernando Manuel Pereira, a desanexar do prédio descrito na Conservatória do Registo Predial de Grândola, sob o número três mil duzentos e trinta e dois, da mencionada freguesia, e ins-crito na matriz sob parte do artigo 65 da Secção I.

Está conforme.

Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D emSetúbal, 22 de setembro de 2015.

A Notária,

Maria Teresa Oliveira

Conta registada sob o número 1544

possibilidade de Setúbal acolher um terminal de cruzeiros». Maria das Dores Meira enalteceu o trabalho con-junto da Autarquia com a APSS –,parceria da qual re-sultou um Programa de Acção Territorial de pro-moção de projetos comuns e complementares e que contempla duas áreas con-sideradas fundamentais. «A primeira prende-se com a urgente necessidade de melhorar a articulação de Setúbal com o Polo Turísti-co de Troia e com o Litoral Alentejano em matéria de transportes e acessibilida-des». A segunda área, fri-sou a autarca, centra-se na náutica de recreio e no tu-rismo náutico, «na dupla vertente» de atividades económicas com potencial e de valorização territorial e revitalização da frente ri-beirinha. Maria das Dores Meira esclareceu que a presença de cruzeiros em Setúbal não significa «cobiçar a ‘galinha da vizinha’» e que o conce-lho sadino não quer «con-correr com a capital, mas antes oferecer as riquezas paisagísticas» locais, a que se juntam a proximidade do complexo turístico de Troia

e do Litoral Alentejano, as-sim como a excelência da gastronomia de Setúbal. A actual e estreita rela-ção entre a comunidade portuária e a autarquia foi também realçada por Ví-tor Caldeirinha, presiden-te da APSS, que defendeu a importância da execução de «dois projetos âncora» para assegurar a relação plena entre a cidade, o rio Sado e o porto: «Um ter-minal de pequenos cruzei-ros e a marina de Setúbal». Para Vítor Caldeirinha é fundamental apostar em várias valências, não ape-nas nas cargas, mas tam-bém no turismo e no am-biente. «Setúbal está na moda e por vários moti-vos. Está-se a tornar num produto gourmet, pelas praias, pela natureza da Arrábida, pela qualidade da gastronomia e dos vi-nhos, pelos golfinhos, pe-los passeios nas embarca-ções tradicionais». O II Seminário Interna-cional – As Cidades Portu-árias e a Relação Porto-Ci-dade dividiu-se em dois painéis que focaram os subtemas “O mercado dos cruzeiros” e “Oportunida-des para o turismo de cru-zeiros em Setúbal”.

Chamando a atenção para o desafio de transfor-mar o mar numa experi-ência turística, o secretá-rio de estado sublinhou aquele que deverá ser o papel do Governo e das autarquias no apoio aos investidores. «Temos de dar condições para usu-fruto do nosso território. Devemos deixar as em-presas trabalharem, mas depois é nossa responsa-bilidade ajudar à estrutu-ração do sector e promo-ver o mar enquanto produto de atracção turís-tica». Para Adolfo Mesqui-

ta Nunes, esta promoção deverá passar, sobretudo, pela aposta nas platafor-mas digitais. O secretário de estado afirmou que o turismo é uma actividade que «compete de fronteiras abertas para o mundo in-teiro». Por isso, frisou, o grande desafio consiste em fazer com que o nosso território seja o escolhido pelos turistas do mundo. Adolfo Mesquita Nunes adiantou ainda que nos ultimos anos a animação turística cresceu cerca de 70 por cento.

Dores Meira lembra crescida de dormidas

E fazendo referência a nú-meros, também a Presi-dente da Câmara Munici-pal de Setúbal, Maria das Dores Meira, destacou os dados mais recentes refe-rentes ao aumento gradu-al e sustentado da procura de Setúbal como destino turístico, com 87 por cento de unidades hoteleiras a revelar um «crescimento de 10,5 por cento do nú-mero de dormidas no pri-meiro semestre de 2015», o que faz «equacionar a

Várias pessoas do dis-trito de Setúbal e Li-toral Alentejano es-

tão entre os lesados de uma burla, que constava na oferta de emprego como segurança privado numa empresa algarvia, que nunca existiu. As víti-mas eram convencidas por um suspeito – já deti-do - a pagarem entre 500 e 600 euros, através de anúncio na Internet, para fazerem o curso, mas de-pois de transferirem a ver-ba para a conta do indiví-duo perdiam-lhe o rasto. Um anúncio na Internet funcionava como uma es-pécie de engodo para atrair quem estivesse desespera-do à procura de trabalho. Oferecia emprego imediato numa empresa de seguran-ça no Algarve, com remu-

neração acima da média. Requisito: concluir o curso de vigilante e segurança privada gerido pela própria empresa. Choveram interessa-dos, a quem foi exigido o pagamento da inscrição e documentos pessoais. Afi-nal, era tudo uma burla engendrada por um sus-peito que conhecia os me-andros deste ramo de ati-vidade, mas que acabou de ser detido pela GNR. A investigação apurou que muitas vítimas são da re-gião de Setúbal, onde existem várias queixas, admitindo que ainda ve-nham a surgir mais, já que, segundo fonte da GNR, «houve muitos lesa-dos que não denunciaram o caso às autoridades».A Associação Nacional de

Agentes de Segurança Pri-vada (Anasp) diz que os casos se estão a repetir pelo país e já reúne «cen-tenas de queixas». O suspeito, já foi con-denado por várias outras burlas, usava mesmo dis-tintivos de segurança pri-vada e fardamento da PSP quando ia ao encontro das vítimas que o contactavam pela Internet, procurando ser o mais credível possí-vel, convencendo os candi-datos que seria represen-tante da empresa privada que estava a contratar. Era durante esses encontros que aliciava as pessoas a preencherem a documen-tação relativa à inscrição, exigindo também os docu-mentos pessoais de identi-ficação, registo criminal e fotografias.

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SOCIEDADE

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TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

A EMPRESA INTERROMPEU CENTRO DE VINIFICAÇÃO EM 2008 E AGORA QUER NOS EVENTOS

Adega Casa de Atalaia reabre portas para novas experiências

Transtejo decide manter bicicletas nos barcos

A adega Casa de Atalaia, que em 2008 interrompeu o cen-tro de vinificação, pelos cus-

tos incomportáveis, reabriu as por-tas, com novo rosto, para viver novas experiências. Localiza-se ao lado do antigo posto da GNR, em pleno centro histórico e dispõe de loja/cafetaria, com esplanada, e de espaços para acolher eventos, e veio criar dois postos de trabalho. É intenção da gerência, daqui a pou-cos meses, abrir ao público o turis-mo rural, composto por 4 quartos. A gerente Lurdes Atalaia afir-mou que o projeto, que deu novo rosto à adega, foi alvo de uma candidatura ao PRODER, através da ADREPES, no valor de 100 mil euros, mas que acabou por bene-ficiar apenas de 60 por cento desse montante. «Queremos dar resposta às mais variadas solici-tações, como exposições e tertú-lias, com esta nova vida. Temos aqui produtos regionais de qua-lidade. Espero que as pessoas se

sintam bem neste espaço muito acolhedor». O enólogo da casa, Luís Silva, revelou que o branco e o tinto, os dois regionais da Península de Se-túbal, com o selo “Casa de Atalaia”, estão a ser produzidos e engarra-fados na Malo Tojo, em Azeitão, dado que as atuais instalações «não têm capacidade como centro de vinificação». A partir de Abril, a empresa tenciona lançar um vi-nho touriga e o moscatel já está a estagiar e deverá sair para o mer-cado no próximo ano. E conclui que é um «grande

orgulho» fazer deste projeto, não tendo dúvidas de que «a nossa região para se afirmar, enquanto região de vinhos, faz falta estas pequenas adegas para dar ênfase à qualidade e à excelente região onde estamos inseridos». Henrique Soares, líder da CVRPS, reconhece que estamos na presença de um espaço «muito bem vindo» a Palmela, porque é «fundamental» para eventos, co-mercialização e prova dos nossos vinhos de excelência. «É uma boa aposta e reúne todas as condi-ções para fazer sucesso, vinca.

Elizete Jardim, diretora regio-nal de agricultura e pescas da re-gião de Lisboa e Vale do Tejo, que «louvou a «atitude de coragem» de Lurdes Atalia, classificou a reno-vada adega de «uma simplicidade maravilhosa», acrescentando que «valorizo muito a recuperação do património e a refuncionalidade dos espaços que já foram de utili-zação agrícola». Por seu turno, o edil palme-lense, Álvaro Amaro, considera que a nova adega «qualifica» o centro histórico e a «oferta de espaços de convívio e de enotu-rismo». «Este projeto, que é uma referência, neste tipo de ofertas, deve servir de exemplo para ilustrar a estratégia que o muni-cípio constrói com os empreen-dedores e os restantes parceiros que trabalham nestas áreas para a promoção do território». Já Filipe Cardoso, mestre da Confraria do Moscatel, realçou que Palmela necessita de projetos des-te género por forma a «dinamizar a zona histórica» e a «atrair mais tu-ristas para conhecer a vila».

Após os protestos do municí-pio de Almada, de que os barcos da Transtejo iriam

deixar de transportar bicicletas, nas suas ligações à margem sul, a empresa decidiu manter, tempora-riamente essa possibilidade A decisão inicial deveu-se ao facto de a Transtejo estar «sensibi-lizada para o transtorno causado às dezenas de passageiros». «Esta-mos a estudar uma solução final, com a DGRM, para o transporte de bicicletas nas condições atu-ais», refere fonte da empresa. A Transtejo solicita aos utiliza-dores de bicicletas que usem o transporte fluvial, «o cuidado de manterem estes veículos sob vigi-lância e parqueadas em local que não condicione os acessos inter-nos dos navios, em nome da segu-rança. Para a autarquia, a utilização da bicicleta em conjugação com aquele transporte constitui, no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, uma alternativa de transporte «muito atrativa» na li-gação entre as duas margens e igualmente nas ligações que se es-tabelecem ao longo de todo o arco ribeirinho sul.

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SOCIEDADE

TEXTO ROBERTO DORESFOTOS SM

Tem o nome de Acipenser sturio, mas é mais conheci-do por solho. Trata-se, afi-

nal, de uma espécie de esturjão autóctone, que na década de 70 desapareceu dos rios portugueses, mas que agora poderá vir a ser re-cuperado no Tejo, caso resulte o projeto do Instituto da Conserva-ção da Natureza e das Florestas (ICNF) e dos biólogos da Caviar Portugal, que têm em marcha uma unidade para a produção da igua-ria em Vendas Novas. O objetivo passa por devolver a espécie aos vários cursos de água doce onde existiu até 1970, sendo que, para isso, alertam os biólogos, é necessário reabilitar os habitats naturais. O esturjão é

SE O PROJETO RESULTAR PODE ESTAR EM MARCHA UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO DESTA IGUARIA

E se o esturjão regressar ao Tejo?

Municípios contra a privatização da Amarsul

Desapareceu na década de setenta dos rios portugueses mas os especialistas estão a recuperar a espécie no projecto do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas. A ideia passa por recuperar os habitats.

ram a Caviar Portugal há cerca de quatro anos, mas que com os tanques de aquacultura instala-dos em Vendas Novas espera conquistar o mercado mundial com as famosas ovas de estur-jão. O mesmo responsável subli-nha que se tiver ao dispor as condições consideradas de «óti-mas», conseguirá obter indiví-duos adultos da espécie - o Aci-penser ruthenus - em três anos. O projeto de Paulo Zaragoça e do seu sócio, Valery Afilov, vetera-no da aquacultura de esturjão na Europa de Leste, prevê a instala-ção de tanques que ocuparão seis mil metros quadrados, recorren-do à utilização peixes da instala-ção-piloto do projeto, que foi in-cubado no Campus das Gambelas da UA, em 2011, e que hoje conta com 300 peixes.

O s nove municípios da Pe-nínsula de Setúbal, que in-tegram o sistema multi-

municipal de gestão de resíduos Amarsul, estão contra a privatiza-ção da maioria do capital da em-presa que, consideram, «transforma o serviço público de gestão e tra-tamento de resíduos num negócio». A posição foi assumida quin-ta-feira, na assembleia geral da Amarsul, que elegeu os seus ór-gãos sociais, agora com represen-tação maioritária da empresa pri-vada Suma, depois de o Governo ter privatizado a Empresa Geral de Fomento (EGF), que detinha 51 por cento do capital e de não ter permitido que os municípios, com 49 por cento, se tornassem acionistas maioritários. Os municípios de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo,

uma espécie de água salgada, mas desova em rios, sendo que os re-gistos do tempo da monarquia dão conta da captura do valioso peixe no rio Tejo com o selo real.

Solho é considerado extinto nas águas portuguesas

A bacia hidrográfica do rio Giron-de em França, a bacia de Rioní (Mar Negro) e as bacias do Douro, Guadiana e Guadalquivir (Espa-nha), são as áreas de distribuição do solho. Apesar de no outro lado da raia o Acipenser sturio ter o es-tatuto de «criticamente em peri-go», em Portugal a espécie man-tém o estatuto de «extinta». O desafio é agora assumido por Paulo Zaragoça, biólogo marinho da Universidade do Al-garve e um dos sócios que cria-

Palmela, Seixal, Moita, Sesimbra e Setúbal sublinham que vão conti-nuar a manifestar a sua «firme oposição a todo o processo de venda da EGF a privados, que subverte e altera condições e pressupostos determinantes dos quais não abdicam e que os leva-ram, desde 1997, a integrar o siste-ma multimunicipal e a participar no capital social da Amarsul». A gestão de resíduos urbanos foi, desde até 1997, uma respon-sabilidade exclusiva das câmaras municipais. Com o objetivo de valorizar e tratar os resíduos sóli-dos urbanos, foi então criado um sistema multimunicipal, sendo a Amarsul, a sociedade gestora, ex-clusivamente com capitais públi-cos dos municípios e da empresa pública EGF, de 49 e de 51 por cento, respetivamente.

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GRÂNDOLA MUNICÍPIO PROMOVE CAÇA, PESCA E ATIVIDADES AO AR LIVRE

O município promove, até domingo, no parque de feiras e exposições, a 1.ª “Ar Puro” – Fei-ra de Caça, Pesca e Atividades ao Ar Livre, que pretende impor-se como um «salão espe-cializado de turismo ativo combinando aventura, ecoturismo e turismo de natureza».As preocupações de conservação da natureza e um maior e melhor conhecimento da relação entre prática desportiva, meio ambiente, turismo ativo e preservação ambiental permitirão um uso mais racional e equilibrado deste bem comum e valorizará a oferta turística do concelho e consolidará a promoção das empresas de animação, das várias tipologias de alojamento, dos empresários e associações de caça e pesca, os restaurantes e outro comércio.

ALMADA CONTADORES DE HISTÓRIAS ANIMAM CAPARICA E TRAFARIA Dez contadores de histórias participam no Encontro de Narração Oral de Alma-da, que anima as ruas, cafés e mercados no Monte de Caparica e na Trafaria, este sábado, entre as 11 e as 22 horas, e domin-go, entre as 11 e as 19 horas, para divulgar e valorizar a narração oral e promover o livro e a leitura junto da comunidade. Além dos contadores que fazem parte da rede de bibliotecas de Almada, contarão também histórias António Fontinha, Cris-tina Taquelim, José Craveiro, Ana Sofia Paiva, Cláudia Sousa, Miguel Horta, Tho-mas Bakk e Paula Cusati. Decorre também uma Tertúlia da Palavra.

MOITA PECHINCHAS E VELHARIAS PARA TODOS OS GOSTOSAbre a Bagageira é a feira que decorre este sábado, das 10 às 18 horas, na Av.ª Marginal, junto ao pavilhão de exposições. Visa promover a exposição, venda, compra e troca de tudo o que está a mais na garagem ou no sótão. O evento junta o artesanato, velharias e antiguidades num espaço ao ar livre. O pagamento de 4 euros é feito previamente, mediante disponibilidade de lugar. Deve ser utilizada a bagageira do carro e o espaço à frente com a dimensão de 2 x 1 metros, para montar a exposição.Uma boa oportunidade para encontrar pechinchas ou quem sabe um artigo raro e va-lioso que passa a ser seu.

BARREIRO CIDADE PROMOVE VISITA AO PATRIMÓNIO As Jornadas Europeias do Património prosseguem até domingo. Este sábado, “Um Dia Pelo Património Ferroviário do Barrei-ro” propõe, às 10 horas, visita ao respetivo património, seguida de viagem de comboio Barreiro/Lavradio e de visita à exposição do Espaço L, pelas 12h30.À tarde estão previstas conversas sobre pa-trimónio industrial e técnico do Barreiro, com a presença de António Vieira, da A.P.A.I, às 15 horas, no Espaço L. Este dia integra, ainda, uma visita ao Espaço Memória do município, pelas 17 horas. No domingo, no âmbito do Dia do Turismo, é de realçar, às 10 horas, no Espaço Memória, a apresenta-ção do Circuito Industrial.

ALCÁCER DO SAL JORNADAS DO PATRIMÓNIO APELAM À PROTEÇÃO As Jornadas Europeias do Património prosseguem até este domingo, sob o lema “Ca-minhar com o Património”. As várias atividades estão a ter como palco a cidade de Alcácer do Sal e a vila do Torrão. Estão previstas entradas gratuitas na Cripta Arque-ológica do castelo da cidade; rotas de água e selfies com o património. Estas jornadas são uma iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, envolvem cerca de 40 países e visam a sensibilização dos cidadãos para a importância da proteção do património.

SINES AGRUPAMENTO DE ESCOLAS BRILHA A NÍVEL NACIONAL

O agrupamento de escolas de Sines está entre as 274 escolas/agrupamentos do País que foram premiadas com horas ex-tra devido aos resultados escolares que obtiveram no ano letivo 2014/2015, so-bretudo nos exames de português e ma-temática de 9.º ano, que ficaram acima da média nacional.No ano letivo 2015/2016, o agrupamento beneficiará de créditos horários que po-derá gerir conforme as suas necessidades, seja no reforço de disciplinas específicas, na afetação de professores a atividades de promoção do sucesso escolar ou na con-tratação de técnicos não docentes.

SESIMBRA 3.ª MOSTRA DE MAÇÃ CAMOESA DA AZOIA

A III Mostra da maçã Camoesa da Azóia de-corre na moagem de Sampaio, a 3 e 4, entre as 9h30 e as 14 horas. O público pode ad-quirir também doçaria à base da maçã, pão, queijo da Azoia, produtos confecionados com figo da índia, hortícolas, chás, compo-tas e artesanato. A par da venda de produtos locais, a iniciativa propõe ainda a palestra “Maçã Camoesa Desidratada: Os Benefícios de um Produto Natural”, apresentada por Catarina Sotero.O público tem vindo a demonstrar «cada vez mais interesse por este tipo de produ-to e, sobretudo pelo contacto direto com os produtores», refere fonte do município.

SETÚBAL SEMANA DO MAR FECHA COM DESFILE NÁUTICO

A semana do mar culmina este domingo, numa organização do município e da APSS, com vista a celebrar a relação entre a cidade e o Sado, com iniciativas pensadas para todos.Este sábado, a população pode visitar os navios Sagres e Creoula, bem como a caravela Vera Cruz, entre as 10 e as 23 horas. Também este sábado, a partir das 11 horas, realiza--se uma regata de cruzeiros, que percorrem um percurso entre Sesimbra e Setúbal.No domingo, às 10h30, há um desfile náutico que inclui o envolvimento do Sagres, Creoula e Vera Cruz. Jovens dos 14 aos 30 anos podem participar em novo passeio, nestas embarcações, entre Lisboa e Setúbal.

ALCOCHETE MÚSICA FESTIVA DO SÉCULO XVI Alcochete é palco de música festiva do século XVI interpretada por um quarteto de sopros e percussão. O público é convidado a acompanhar os músicos num percurso por diversos espaços com paragens em determinados pontos de escuta onde serão interpretadas algumas peças musicais. A iniciativa, integrada no Dia Mundial do Turismo e nas comemorações dos 500 Anos do Foral e produzida por II Dolcimelo, tem lugar no Largo de S. João, a partir das 16 horas. O espetáculo tem términus no largo da Misericórdia, com deambulação pela rua Estê-vão de Oliveira e largo António dos Santos Jorge.

SANTIAGO DO CACÉM BÁSICA DE RELVAS VERDES ENCERRADA POR FALTA DE AUXILIARES O Ministério da Educação voltou a não assegurar, pelo segundo ano consecutivo, as condições necessárias para que todas as escolas do município iniciassem o ano letivo sem atrasos. A falta de auxiliares na Básica de Relvas Verdes fez com que 16 alunos ficassem sem aulas. «A Direção Regional vai ter de resolver rapidamente o problema», sublinha o edil Ál-varo Beijinha. «A responsabilidade é do Governo. As tarefeiras não foram colocadas em número suficiente para dar resposta às necessidades efetivas», critica o edil, que aponta também o facto das auxiliares terem sido «colocadas muito em cima do início do ano letivo», algo que, defende, «devia ter sido acautelado atempadamente, para que não voltasse a acontecer o mesmo do ano passado».

PALMELA DIAS MEDIEVAIS ESTÃO DE VOLTA

A II Feira Medieval de Palmela decorre até domingo. Entre o castelo e o arrabalde da vila, população e visitantes estão a viajar no tempo e a conhecer as novidades desta edição, com destaque para o Ritual Almenara, que decorre este sábado. Inspirados pelas histó-rias e pelas culturas que se cruzaram no coração da vila, ao longo dos séculos, estes três dias de festa convidam os visitantes a viver um ambiente de festa e alegria, com mui-ta animação, recheado de música, dança, torneios, espetáculos de fogo, arraiais, jogos e ceias medievais. A iniciativa mereceu o acolhimento de diversas estruturas locais, com destaque para as da área do turismo e restauração.

MONTIJO CULTURA E GASTRONOMIA CELEBRAM DIA DO TURISMO No âmbito das comemorações do Dia Mundial do Turismo e das Jornadas Euro-peias de Património, o município realiza, este domingo, na Atalaia, uma visita guia-da de divulgação do património industrial recuperado e da gastronomia.A iniciativa gratuita conta com a colabo-ração da confraria da Carne de Porco e da Sociedade Agrícola de Rio Frio. O ponto de encontro é às 9h30, no Museu da Ata-laia. Segue-se visita guiada ao Santuário de N.ª Sr.ª da Atalaia e ao Cruzeiro-Mor da Atalaia. No retorno ao museu, será reali-zada a visita ao espólio deste espaço mu-seológico.

SEIXAL CORAIS ALENTEJANOS MOSTRAM TALENTO

O 34.º Encontro de Corais Alentejanos de-corre este sábado, às 15 horas, no Centro Cultural e Desportivo das Paivas, coletivi-dade que assume a realização do evento. Participam o Grupo Alentejano da Associa-ção dos Serviços Sociais dos Trabalhadores das Autarquias do Seixal, Grupo “Vozes do Campo Branco” (Cascais), Grupo Feminino “As Papoilas”, da Associação de Reformados Pensionistas e Idosos do Fogueteiro, Grupo da Aldeia da Luz (Mourão), Grupo do Campi-nho (Reguengos de Monsaraz) Grupo“Lírio Roxo”, da Sociedade Musical 5 de Outubro (Paio Pires), Grupo “As Margens do Roxo” (Ervidel) e Grupo Operário Alentejano do Centro Cultural e Desportivo das Paivas.

LOCAL

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Membro do governo diz que as primeiras verbas dos fundos comunitários estão a chegar e que o novo quadro vai potenciar na dinamização da actividade produtiva e competitividade das empresas. Castro Almeida, que tem a pasta do Desenvolvimento Regional inclui no pacote investimentos nas áreas do património natural e cultural.

SECRETÁRIO DE ESTADO GARANTE AO SEMMAIS QUE FUNDOS VÃO «MUDAR O FOCO» NO DISTRITO DE SETÚBAL

Prioridade aos investimentos “geradores de riqueza” até 2020 e verbas ao dispor ainda este mês.

Cascas de batata frita à moda de João D Oliveira para provar no bar do hotel Premium

Mestre de Reiki da região sonha em abrir Centro de Relaxamento – Corpo e Mente

TEXTO ROBERTO DORESFOTOS SM

O alerta é dado pelo secre-tário de Estado do Desen-volvimento Regional, Ma-

nuel Castro Almeida ao Semmais: É preciso «mudar o foco» ao ní-vel dos investimentos públicos no distrito de Setúbal. Isto é, de-

TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTO ANTÓNIO LUÍS

João D´Oliveira, o ex-gerente da casa de pasto, Passo do Olival, em Setúbal, dá-nos

agora a provar no bar do Hotel Premium, na mesma cidade, as famosas cascas de batata frita, um pitéu bem mediterrânico, com o seu cunho pessoal. Con-vém acompanhar com os bons vinhos de Palmela. O chefe de sala do Hotel Pre-mium está a recriar os seus pe-tiscos para os hóspedes do hotel e não só, uma vez que espaço está aberto a toda a comunidade. «Qualquer pessoa pode vir al-moçar, jantar ou petiscar aqui», frisa, acrescentando que «as cas-cas de batata frita é um petisco tipicamente alentejano. No Alen-tejo, com poucos recursos, fa-zem-se coisas maravilhosas». «As minhas cascas de batata frita sempre tiveram uma grande procura e um grande sucesso. Havia pessoas que iam de pro-

NEGÓCIOS

pois dos equipamentos que con-centraram o grosso da coluna dos fundos comunitários, é ago-ra a vez de canalizar atenções para o património natural e cul-tural. «No caso do Portugal 2020, nós temos dotação financeira para património natural e cul-tural, que traz riqueza, porque

pode atrair turismo, benefi-ciando os circuitos turísticos. Acreditamos que são estes os bons investimentos», subli-nhou Castro Almeida, ressal-vando, contudo, que esta lógi-ca não significa que o Governo vá deixar de apoiar outras obras em sede do novo quadro comunitário.

E explicou: “A prioridade, du-rante muito tempo, esteve cen-trada nas infraestruturas e equi-pamentos, como estradas, redes de água, portos ou hospitais, que foram o centro do uso dos fun-dos europeus”, acrescentando que o país havia de deixar para segundo plano a questão da «saúde financeira» das famílias. «Hoje há falta de dinheiro nos bolsos das pessoas, que agora já não pedem equipamentos públi-cos, mas antes emprego e salá-rios», sustentou, justificando, as-sim, a aposta, sobretudo, na dinamização da atividade pro-dutiva e competitividade das empresas.

Abandono do investimento público seria «erro grave»

Porém, o secretário de Estado insistiu ainda que este novo foco não será exclusivo, recu-sando que o país tenha mergu-lhado na bipolaridade de afastar agora tudo o que são equipa-mentos e obras públicas. «Não

pode ser essa a solução. Só que há uma graduação que valoriza mais as empresas privadas e in-vestimentos privados e que va-loriza menos o investimento público», justificou, afirmando, aliás, que um eventual abando-no do investimento público «se-ria um erro grave». Daí que seja relevante as-sentar nos seguintes princípios, na opinião de Manuel Castro Almeida: «O investimento não é todo bom. Há investimento que gera riqueza e há investimento que só gera despesa», asseve-rou, para sustentar que «o in-vestimento que gera riqueza tem que ser valorizado». Entretanto, o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional já revelou que as pri-meiras verbas dos fundos es-truturais vão chegar às empre-sas em setembro e acredita que o «banco de fomento» está prestes a resolver os últimos entraves burocráticos para abrir - quase um ano depois do previsto.

pósito ao Passo do Olival para provar este meu petisco e então trouxe essa receita para aqui para o bar do restaurante», re-lembra João D´Oliveira. Sobre os segredos do petisco, levanta um pouco o véu: «A cas-ca da batata é cortada, não muito fina, para termos um bocadinho da batata, e depois a casca é frita até ficar um pouco crocante mas não deve ficar muito seca. De-pois coloca-se sal e pimenta pre-ta. Os meus molhos, para mergu-lhar a casca da batata, são à base de maionese com alho e maione-se com orégãos. Penso que são os molhos que combinam me-lhor com este petisco». João D´Oliveira conclui que este petisco é aconselhável para um «final de tarde agradável», a sós ou com os amigos. No bar do Pre-mium também são servidas refei-ções ligeiras e outros petiscos, como tostas e outras iguarias.

Sandra Silva, mestre e tera-peuta de Reiki, há 30 anos, sonha em criar o seu Centro

de Relaxamento – Corpo e Mente, baseado em terapias holísticas. O projeto pretende abranger todo o País e as ilhas. Neste momento estão em atividade dois consultó-rios, um em Vila Nova de Santo André e outro em Setúbal, que re-cebem à volta de 10 clientes por mês. Mas também estão disponí-veis os serviços ao domicílio e empresas. Com sede central em Setúbal, o Centro de Relaxamento – Cor-po e Mente Sandra Silva, terá vá-rios franchisings, sendo que a principal atividade é «o culto à saúde, criando terapias holísti-cas adequadas ao relaxamento de corpo e mente em prol da qualidade de vida, longevidade e bem-estar, tanto físico, como emocional, do ser humano, atra-vés do Reiki, massagens e diver-sas terapias». Ao Centro de Relaxamento – Corpo e Mente Sandra Silva está associado um outro projeto de turismo rural, para ser realidade em Castelo de Vide, bem como

um espaço soneca. «O projeto de turismo rural está bem encami-nhado mas ainda estou a analisar os apoios que possam surgir». Já o espaço soneca destina-se aos «mais carenciados» que queiram experimentar o Reiki. Além dos tratamentos de Reiki, Sandra Silva desenvolve também a vertente de voluntariado, uma vez por semana, com a «partilha de bens alimentares» em instituições de solidariedade social da nossa região, como os Meninos de Ouro, as Irmãs de Calcutá, entre outras.

Com investimento próprio, Sandra Silva espera gastar no Cen-tro de Relaxamento cerca de 20 mil euros e «expandir a minha marca em Portugal e mercado africano, que está em crescimento». Recentemente, Sandra Silva, com mestrado em Reiki, um «energia universal e vital», con-quistou um prémio do Instituto Piaget, no curso de empreende-dorismo, e orgulha-se de já fazer parte das 100 Mulheres Empre-endedoras Portuguesas e do gru-po Adoro Ser Mulher.

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CULTURA

Festival de Teatro Ibérico faz a festa com o bom teatro amador em Setúbal e Palmela

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GANHE CONVITES PARA NOITE DAS MIL ESTRELAS E FIESA “A Noite das Mil Estrelas”, em cena no Casino Estoril, é um musical de Filipe La Féria que conta a história do Casino Estoril e da Costa do Sol desde as suas origens à atualidade. O musical faz reviver no palco os grandes artistas que ali atuaram. Alexandra, Gonçalo Salgueiro, Vanessa, Pedro Bargado, Dora, Rui Andrade, entre outros, são os protago-nistas do espetáculo que apresenta um corpo de baile, coreografado por Marco Mercier, e três acrobatas. Também temos convites para o FIESA, Festival Internacional de Esculturas na Areia, no Algarve. Para se habilitar aos convites basta ligar 969 431 0 85.

Com um orçamento a ron-dar os 4 mil euros, Setúbal e Palmela vão ser palco,

entre 2 e 4 de Outubro, do 2.º Festival Ibérico de Teatro, uma iniciativa conjunta da Federação Portuguesa de Teatro e da Con-federación Escenamateur, com a finalidade de promover a parti-lha e o intercâmbio de espetácu-los de ambos os países. Luís Mendes, presidente da Federação Portuguesa de Teatro, sublinhou que a escolha do grupo Espelho Mágico para acolher o

OUTROSESPETÁCULOSDIA 3PALMELA, 18 H, TEATRO S. JOÃOEl Burguês Gentilhombre Moliére – Grupo Alhama de Teatro

SETÚBAL, 21H30, FÓRUM LUÍSA TODITroyanas – Mujeres en El Campo de BatalhaA.R.G.E.A. Teatro

DIA 4PALMELA, 15 H, TEATRO S. JOÃOHistórias para serem contadasTeatro Independente de Loures

SETÚBAL, 18 H, FÓRUM LUÍSA TODIQuatro mulheres para uma IfigéniaTheatron – Associação Cultural Montemor-o-Novo

Rainha das Vindimas de Portugal é de Palmela

A jovem Joana Espada, que foi Rainha das Vindimas 2014, em Palmela, venceu

a 8.ª edição do concurso da Rai-nha das Vindimas de Portugal, que decorreu no dia 19, em Re-guengos de Monsaraz, Cidade Europeia do Vinho. Além do título máximo do concurso, Joana Espada arreca-dou ainda o título de Miss Foto-genia. A eleição, que decorreu no parque de feiras e exposições de Reguengos de Monsaraz, contou com a envolvência de 16 candi-datas em representação dos mu-nicípios vitivinícolas de Portugal. Natural de Palmela, Joana Espada irá representar Portugal em todos os eventos vinícolas,

sendo acompanhada pela 1.ª e 2.ª Damas de Honor, Sofia Ribei-ro (Cadaval) e Beatriz Olegário (Vidigueira), e pela Miss Simpa-tia, Cátia de Jesus (Cartaxo). A iniciativa, que escolhe a mais bela entre os territórios vi-tivinícolas nacionais, foi organi-zada pela Associação de Municí-pios Portugueses do Vinho, com o município de Reguengos. A eleição anual da Rainha das Vindimas de Portugal pre-tende envolver o público jovem na promoção das tradições ru-rais e, em particular, da cultura do vinho, enquanto produto que afirma a identidade dos territó-rios e na preservação da história e da memória coletiva.

TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

«Forum Luísa Todi está praticamente esgotado» «O Forum está praticamente es-gotado mas ainda existem alguns lugares o 2.º balcão. Esperemos que, à semelhança de outras pro-duções nossas, o “Principezinho” possa também levar o nome de Setúbal a vários locais do País». Miguel Assis referiu que Dio-go Leiria, de 9 anos, é o miúdo «extraordinário» que irá vestir a pele de Principezinho. «Encon-trámos esta pérola através de um casting. Este miúdo extraor-dinário leva-nos todos atrás», acrescentando que a produção

Depois da 1.ª edição ter passado por Espanha, eis que o Festival Ibérico de Teatro vai estrear-se em solo nacional, mais concretamente nos palcos de Setúbal e Palmela, de 2 a 4 de Outubro. Estreitar os laços do bom teatro amador que se vai fazendo nos dois países é a principal meta do evento que tem como ponto alto a estreia de “O Principezinho”, pela mão do Espelho Mágico.

festival em Setúbal e Palmela de-ve-se ao facto de se tratar de um grupo de teatro que já deu provas de trabalho de qualidade. «Traba-lhámos em conjunto em 2011, no Forum do Teatro, e as coisas cor-reram muito bem», acrescentado que, além disso, «também nos in-teressava trazer este evento mais para sul do País». Além disso, sublinhou que «é uma enorme responsabilidade trazer este projeto partilhado para Portugal, uma vez que testa a nossa capacidade de organiza-ção de um evento internacional. A intenção é estreitar de forma mais profunda os laços do teatro ama-

dor entre Portugal e Espanha». O festival abre, dia 2, às 21h30, no Forum Luísa Todi, com a estreia do musical “O Principezinho”, de Saint Exu-péry, com adaptação literária e encenação de Miguel Assis, que envolve 14 pessoas. Só após 9 anos é que o Espelho Mágico consegue trazer à ribalta esta produção, devido a problemas relacionados com direitos de autor, explicou Céu Campos. E sublinhou também que esta é a segunda realização que o Espe-lho Mágico traz para Setúbal, depois do Forum de Teatro que homenageou Alberto Ávila.

reúne todos os condimentos para ser um «grande espetáculo para toda a família, onde todos se podem rever no texto». Os vereadores dos municí-pios de Setúbal e de Palmela, que apoiam a festa, Pedro Pina e Luís Calha, depositam boas ex-petativas na iniciativa, conside-rando o autarca de Palmela que «o teatro e a cultura vão sair en-riquecidos e valorizados com este evento», enquanto o autar-ca sadino sublinhou que «o Es-pelho Mágico é já um vencedor pelos prémios que tem conquis-tado e pela criação de públicos para o teatro».

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CULTURA

Fabi Lima já prepara o segundo álbum

Se Segura” é o título do sin-gle promocional do segun-do CD da cantora e com-

positora brasileira Fabi Lima, depois de “Amor de Verão”, o disco de estreia. O novo registo discográfico, que sai em breve para o mercado, marca a passa-gem da artista do ritmo pop para o afro latino. O tema “Se Segura”, que con-ta com a participação dos Cale-ma, uma dupla de sucesso de S. Tomé e Príncipe, formada por António & Fradique, aposta numa «fusão de ritmos e de raça» onde ecoam sons do Brasil, An-gola e Portugal, os «lugares que unem» estes artistas. «Espero que as pessoas gos-tem do novo tema, que faça su-cesso e que seja bem recebido», realça a cantora que este verão tem tido a agenda sobrecarrega-da de concertos. «Lancei o meu novo single em Lisboa, no hotel NH Liberdade, e atuei na Kadoc, no Algarve, nas festas de Amare-leja, no Fashion Day Rossio e no Armazém F, em Lisboa». Foi através do produtor Nel-son Klasszik, um talento reco-nhecido com vários sucessos no

ALMADA26SÁBADO21H30BAILADOS CELEBRAM 25 ANOS DE CDA Teatro Joaquim Benite

A Companhia de Dança de Almada, no âmbito do 25.º aniver-sário, repõe o bailado “Elevado a 4”, com coreografias de Ana Macara, Daniela Andana e Nuno Gomes, para trazer a público o ambiente existencialista que tanto marcou o século XX, e apre-senta outras coreografias.

BARREIRO26SÁBADO21H30“ROSA ENJEITADA” VOLTA À CENATeatro Municipal do Barreiro

Até ao dia 3 de outubro, a peça da Arteviva – Companhia de Teatro do Barreiro, “Rosa Enjeitada”, uma comédia de Fernando Gomes, com encenação de Luís Pacheco, vai estar em cena para animar as noites barreirenses.

MONTIJO26SÁBADO16H30MUSICAL DEDICADO ÀS FAMÌLIASTeatro Joaquim d’Almeida

“Canções Nómadas”, de Carla Galvão, Fernando Mota e Rui Rebelo é um espetáculo musical dedicado às famílias. Procura ligar o Mundo através de canções de diferentes culturas criadas a partir de instrumentos tradicionais de vários países e de obje-tos do quotidiano.

MOITA26SÁBADO21H30VIAGEM À ESSÊNCIA DE CADA UMForum Cultural de Alcochete “Os Elementos”, de Daniel Cardoso, é o bailado que sobe ao palco pelo Quorum Ballet. Pretende levar o espetador numa viagem à essência de cada um, demonstrando que a terra, o ar, o fogo e a água, são imprescindíveis para a harmonia e equilíbrio do ser humano.

SANTIAGO DO CACÉM26SEXTA-FEIRA16HSABORES DE ÁFRICA Biblioteca de Vila Nova de Santo André

O livro “Sabores de África”, de Conceição Santos, é apresenta-do, com demonstração e culinária africana. A obra convida a embarcar numa viagem pelos sabores lusófonos, encontrando uma variedade de deliciosos pratos que resultam da mistura de culturas africanas e da portuguesa.

AGEN

DA

mercado, que Fabi Lima gravou o novo single com os Calema, pois ficou rendido à primeira ao ouvir as suas melodias. A cantora já pisou vários palcos nacionais e internacionais, marcou presença em vários programas de televisão e atuou no pavilhão Atlântico e no Brazilian Day, tendo sido muito aplaudida pelo público e elogiada pelos críticos musicais. A nova sensação da música brasileira, que só pensa em ser fe-liz e em continuar a cantar, mu-dou-se há 8 anos para Portugal e escolheu o distrito de Setúbal para viver. «Resido no concelho de Se-

simbra porque acho que é um sítio fantástico e tranquilo para viver com a minha família», vinca. Tem como referência musical o seu pai, que tanto admirava, e o seu ídolo é Bryan Adams. Costu-ma partilhar as suas experiên-cias de vida nas canções que compõe. Com forte presença em palco, Fabi Lima, através da so-noridade pop, só fala de coisas positivas da vida. «Nas canções que escrevo gosto de falar nas coisas que me aconteceram mas tento sempre passar uma men-sagem positiva em tudo aquilo que escrevo», sublinha.

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O mestre da guitarra portu-guesa, natural do concelho de Santiago do Cacém,

António Chainho, apresenta, este sábado, às 21h30, no audi-tório municipal do Seixal, o espetáculo ”Cumplicidades”, que assinala os seus 50 anos de carreira.

António Chainho passa pelo Seixal com o espetáculo “Cumplicidades”

Pelas mãos do mestre, o som da guitarra soa a fado, mas tam-bém a música árabe ou oriental, bossa nova, chorinho, soul ou jazz. Baixo, acordeão, teclados, viola e percussão acompanham o trinar da guitarra portuguesa de António Chainho neste espe-táculo.

O mestre António Chainho é acompanhado por Filipa Pais, na voz; Ciro Bertini, no baixo e direção musical; Tiago Oliveira, na viola, e Ruca Rebordão, nas precursões. O espetáculo de António Chai-nho “Cumplicidades”, destina-se a maiores de 6 anos e os ingressos têm o preço de 10 euros.

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LEGISLATIVAS 2015MARIA LUÍS ALBUQUERQUE, CABEÇA DE LISTA DA COLIGAÇÃO PAF, CONFIANTE MAS SEM EUFORIAS, EM CAMPANHA BEM ACEITE

«Há muita gente que já vive melhor e muitas empresas que conseguiram dar a volta por cima»

Sente-se alguma euforia nas hostes da coligação que não era espectável, também alinha nessa tendência?Euforia é capaz de ser um termo excessivo. Falaria em mais opti-mismo, mais confiança. As pessoas falam das dificuldades que ainda têm, mas estão com algum alento e acham que as coisas podem come-çar a melhorar. E isso nota-se. Te-nho sido muito bem recebida neste quase mês de campanha.

De alguma forma sentia que a presença da ministra poderia ser um trunfo ou nem por isso?Confesso que quando vim para a campanha não sabia como iria re-sultar. Há quatro anos era diferen-te, porque era uma pessoa desco-nhecida. Mas a verdade é que tenho sido recebida com grande simpatia por parte de quase todas as pessoas.

Não me referia propriamente a hostilidades, mas a algum descon-forto, é o rosto da austeridade…Noventa por cento das pessoas têm sido simpáticas comigo e de-sejam boa sorte. Outras dizem: “gosto muito de si, mas não vou votar em si”. E há, é verdade, muita curiosidade por ser uma figura pú-blica, interpelam, fazem perguntas, mas de forma geral posso conside-rar positivas as abordagens na rua.

É mesmo verdade que a opção por Setúbal foi uma escolha sua?A minha entrada na politica deu-se aqui, há quatro anos. E teria aceite outra decisão do líder do partido, porque acho que é assim que deve ser, mas como me foi dada a possi-bilidade de escolher, preferi ficar em Setúbal.

Pode falar-se em retribuição ao eleitorado?Não sei se posso chamar-lhe retri-buição, foi mais no sentido da gra-tidão pela forma como me acolhe-ram e, mais que isso, por achar que este é um distrito fascinante, quer do ponto de vista político, quer ge-ográfico. Temos aqui enormes po-tencialidades.

A cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP não entra em euforias, mas admite ganhar em toda a linha. Não esquece que foi Setúbal que a guindou à política, e por isso está grata. Diz estar a fazer uma campanha sem promessas. Elege a saúde e a segurança como as áreas onde o governo mais apostou no distrito, mas diz que o hospital do Seixal não vai avançar. O novo terminal de contentores, intervenções portuárias e o aeroporto ‘low cost’ no Montijo são trunfos.

TEXTO RAUL TAVARESFOTOS SM

“SÓ SE ESFOLA UM COELHO, COM ELE NA CARTOLA” Maria Luís Albuquerque rejeita falar em metas elei-torais, mas diz estar a dar o seu melhor para um bom resultado no distrito. «Te-mos tido uma grande dinâ-mica e isso já é positivo», diz. O que a preocupa é a abstenção, porque, subli-nha, «é uma perda para a democracia». A cabeça de lista afirma que «é difícil perceber os abstencionis-tas deixarem que sejam os outros a decidir por eles, quando há no mundo ain-da quem reivindique o di-reito de voto».E não quer adiantar-se so-bre se, em caso de vitória da coligação, voltará a dis-por da pasta das finanças: «O primeiro-ministro já respondeu a isso, quando afirmou só formar governo após os resultados eleito-rais e até brincou com o seu nome, ao dizer: “só se esfola um coelho com ele na cartola”.

Estamos a falar de um distrito muito castigado pela crise, o que tem dito às pessoas na rua?Olhe, ainda hoje encontrei uma amostra diversificada das pessoas com quem falo em campanha: uma senhora de idade - que dedu-zo não tenha grandes dificuldades porque ainda recentemente fez uma viagem à china -; uma outra senhora pensionista com uma si-tuação económica difícil, e uma outra que regressou agora depois de ter emigrado, que se queixou das dificuldades do que e viver com 500 euros todos os meses. Genericamente, há preocupações transversais e perguntam-me se as coisas vão melhorar.

A pergunta é quais as mensagens que trás ao distrito…Que no país e no distrito há muita gente que já vive melhor e por isso as pessoas sentem mais esperança. Outras sentem que essas melho-rias já chegaram ao vizinho e à em-presa do lado, ou mesmo que já conseguiram arranjar emprego. E o que vai acontecendo de bom a uns ajuda muitos outros.Há também muitos empresários que transformaram este desafio em oportunidades. Viraram-se para o mercado externo, associa-ram-se, perceberam que o seu concorrente não é ali ao lado, mas sim no mercado externo. E esses, o que nos pedem é que se reduza a burocracia, e querem estabilidade, que os deixemos fazer o caminho deles e que os deixemos trabalhar.

O que dá a entender é que tem feito uma campanha mais de ouvir, do que propriamente dizer ao que vem. Não. De todo. O que não fazemos é promessas. O que estamos a fazer é o que fizemos ao longo destes quatro anos, que é melhorar a situ-ação do país, resolver os proble-mas, criar confiança para haver investimento, para que se gere em-prego, que se aumente os rendi-mentos e melhore as contas públi-cas.

Não parece curto, numa altura e que afirma estarmos melhor? E a visão estratégica para o distrito…Claro que falamos também dos problemas específicos de um setor

ou outro, ver o que é possível fa-zer-se no atual quatro, considerar melhorias. Mas o que as pessoas querem saber é como vai ser a vida delas, se vai melhorar. E isso é o objetivo de qualquer programa po-lítico. Pode é haver quem tenha mais condições para garantir esse objetivo e nós julgamos que esta-mos em melhores condições.

Ainda assim, consegue identificar duas ou três fragilidades no distrito trazidas e mantidas pela crise…O desemprego, que é ainda eleva-do, como em todo o país. O enve-lhecimento, que é verdadeiramen-te um drama. Temos que continuar a investir junto das IPSS e fazer apostas para ajudar os mais caren-ciados e em particular os mais ido-sos. Vi esse drama no Barreiro, no Litoral Alentejano. Noutros conce-lhos, são mais jovens e as necessi-dades são diferentes. Se olharmos de forma não agregada percebe-mos essas diferenças que exigem respostas diferentes e, por isso mesmo, uma integração adequada das políticas públicas.

A questão social é ainda muito latente na região, é transversal…Sim, ainda é latente, mas há coi-sas que melhoraram muito. A se-gurança por exemplo, as pessoas sentem-se mais seguras, depois dos grandes investimentos feitos pelo governo em vários conce-lhos do distrito. Mesmo com res-trições de meios, fizemos isso.Mas também em muitas estruturas da saúde conseguimos fazer isso. Continuamos a ter muitas dificul-dades em atrair médicos, nomea-damente para o litoral. Em zonas menos urbanas criámos medidas para atrair clínicos, que esperamos produzam efeito.

Essa preocupação leva-me a aferir que é favorável à construção do hospital do Seixal…Se me perguntar se seria bom ter lá um hospital a resposta é sim, se podemos neste momento fazer essa construção, digo não. Por-que, entre outras razões, não te-mos médicos suficientes. Ora, se não conseguimos ter médicos, porquê fazer esse esforço nas atu-ais condições financeiras do país?

É mesmo esse o seu principal argumento? Pensei que fosse dizer que “não há dinheiro”…Também por isso, mas mesmo que tivéssemos os meios financeiros teríamos que resolver o problema da falta de médicos. O que estamos a fazer é criar uma extensão de atendimento primária no Seixal, para que muitas situações possam ser resolvidas localmente. Acha-mos que para os próximos quatro anos não faz sentir assumir o com-promisso da construção desse hospital porque não temos médi-cos e também, claro, porque os meios são curtos.

E o ‘buraco’ dos médicos de família, estamos longe do prometido…Não concordo, avançamos muito nessa área e apostámos muito nas unidades de saúde familiar. Criá-mos 120 novas unidades e temos o compromisso de continuar, tem muitas vantagens, melhora servi-ço e reduz custos. É uma aposta ganha até aqui e é para continuar. E não esqueça que só no distrito investimos mais de 460 milhões de euros com o aumento de capi-tal dos hospitais, que estavam completamente paralisados com a dívida.

Com o hospital do Seixal de fora, posso inferir que vamos continuar sem investimento público na região?Isso já não existe, por todas as ra-zões conhecidas. Não queremos que o distrito seja o sítio por onde se passa mais depressa para se chegar ao Algarve. O nosso investi-mento vai continuar nos portos de Sines e Setúbal.

Incluindo as linhas ferroviárias que são tão urgentes?Sim, para Sines, o projeto já está em Bruxelas, embora haja outras li-nhas e traçados em aberto, mas há candidatura pré-aprovada. E que-remos apostar na melhoria de vias rodoviárias em zonas mais críticas, como o IP8. Essa obra, que liga Al-cácer a Grândola arranca ainda este ano. Depois, estamos a fazer o estudo de impacto ambiental e de viabilidade económica do terminal de contentores no Barreiro e esta-mos convictos de que o resultado vai ser positivo e que haverá inte-

resse de privados para a sua con-cretização. E a decisão sobre o ae-roporto “Portela+1”, no Montijo está por dias. É esse tipo de investi-mento público que nos interessa.

Continua a considerar as exporta-ções como solução para o país?No que se refere aos setores tran-saccionáveis, sim. Ou seja, expor-tação e substituição de importa-ções. O nosso mercado é muito pequeno e a nossa aposta tem que ser o muito competitivo e global. E o país tem potencialidades nesse campo, porque, sendo pequenos, conseguimos aumentar a nossa quota sem prejudicar outros mer-cados. Por outro lado, entramos bem na China e nos países lusófo-nos, onde os nossos empresários têm revelado uma grande capaci-dade de adaptação e inovação.

Porém, tem havido desinvestimento nas áreas científicas…Não lhe chamaria isso. Tem havido uma racionalização em todos os setores, devido aos meios serem curtos. Vou dar-lhe este exemplo: as pessoas dizem que a saúde não tem preço, é verdade, mas custa muito dinheiro, o mesmo se passa com a educação e com a ciência. Um governo com meios escassos só pode racionalizar, distribuir.

… ou priorizar … Também, nós na saúde não reduzi-mos despesas e vamos continuar a fazê-lo. Sabemos até que vai au-mentar, porque o Serviço Nacional de Saúde é um ativo sem o qual os portugueses não passam.

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LEGISLATIVAS 2015FRANCISCO LOPES, CABEÇA DE LISTA DA CDU, AFIRMA QUE O DISTRITO TEM POTENCIALIDADES QUE NÃO ESTÃO A SER APROVEITADAS PELA DIREITA E PELO PS

«O voto na CDU marca a diferença pela sua política de verdade, trabalho, competência e honestidade»

Qual o balanço que faz da pré-campanha e campanha da CDU no terreno?A pré-campanha da CDU tem de-corrido com grande dinamismo e com grande participação, com boa recetividade da população e demonstrações de apoio. Estes sinais marcam uma atitude de apoio à CDU em confronto com a rejeição das políticas que têm sido praticadas no plano nacio-nal e que têm contribuído para as injustiças sociais e travado o de-senvolvimento económico.

Com tem sido a reação do eleitorado nos contatos diretos?Além de grandes iniciativas, de mobilização popular, uma vez que a CDU é a força do povo em movimento por um distrito e um Portugal com futuro, nós privi-legiamos o contato direto. Todos os candidatos efetivos que nos acompanham, além de muitos outros ativistas da CDU, ouvem e informam e divulgam a nossa posição e as nossas soluções para o País e para o distrito. Contatamos as empresas, no in-terior ou exterior, e as popula-ções em geral. A nossa campa-nha é dirigida ao contato direto com as pessoas.

Quais as queixas que têm sido apresentadas no terreno pela população em geral? As queixas apresentadas são aquelas que decorrem da política de direita de décadas realizadas no Governo do PSD/CDS-PP agravadas nestes últimos anos com a política dos PAC e do pacto de agressão com a troika, que se caracterizaram por uma grave si-tuação de desemprego, com grande expressão no nosso dis-trito, cortes nos salários e nas pensões, baixos e salários e con-gelamento da realidade dos salá-rios, uma situação de precarieda-de que afeta, de forma muito

visível os jovens. Notamos a au-sência de perspetivas para os jo-vens, do ponto de vista do em-prego, dos direitos e de alternativas que os empurram para a emigração. Mas também os reformados e pensionistas são penalizados, com pensões redu-zidas e, em muitos casos, de mi-séria. Uma outra preocupação muito grande, além destes aspe-tos do emprego, dos salários, dos vínculos de trabalho, das pen-sões, tem a ver com o serviço e saúde. Existem graves carências nos hospitais e nos centros de saúde, a nível do transporte de doentes não urgentes, do atendi-mento nas urgências, com mui-tas horas de espera. Mas também há queixas na área da escola pú-bica, nos transportes e acessibili-dades, na proteção social e na área da cultura. A cultura está a ser fustigada, com cortes que li-mitam muito o desenvolvimento da atividade cultural, como é o caso dos cortes no ensino artísti-co, no Festroia e no Festival In-ternacional de Almada, com grande expressão no estrangeiro. Estas estruturas têm de ser apoiadas e acarinhadas.

Quais as ‘bandeiras’ utilizadas pela CDU para a presente campanha?Eu não lhe chamaria bandeiras. Temos é de denunciar os res-ponsáveis e as causas da situa-ção. Os responsáveis são o PS, PSD e CDS-PP que têm feito uma política no Governo, não ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País, mas ao serviço dos grupos económicos e finan-ceiros, e do capital transnacio-nal. Esses senhores recusam a renegociação da dívida, permi-tindo o aumento dos juros da dívida, estimado em 8,9 milhões de euros, todos os anos. Recu-sam o estudo e a preparação do País para se libertar da submis-são ao euro, e recusam também o controle público da banca, abrindo caminho para escânda-los que se sucedem uns aos ou-

tros, como foi o caso do BPN e o BPP. Fomos o único partido, que na comissão de inquérito, votou contra as questões do GES/BES, porque não aceitámos a desres-ponsabilização do Governo pe-rante essa situação.

Que projeto defende a CDU para o distrito de Setúbal e País?É fundamental a aposta no de-senvolvimento da indústria, agricultura, pescas, turismo e das novas áreas industriais, com uma maior introdução científica e tecnológica, e na utilização das potencialidades dos estuários e do mar. Setúbal é o segundo dis-trito do País com maior costa Atlântica. Com os dois estuários mais importantes do País, temos potencialidades imensas para o desenvolvimento. Também é ne-cessário apoiar as pequenas e médias empresas para a criação de emprego. É necessário avan-çar com o novo aeroporto de Lisboa, no campo de tiro de Al-cochete, a construção da ponte Barreiro/Lisboa, a concretiza-ção do Arco Ribeirinho Sul, a aposta na ferrovia em Sines e a conclusão do IP8. Tudo isto cria postos de trabalho e aproveita as potencialidades do distrito. Mas é necessário também inves-tir nos serviços públicos. Faltam profissionais de saúde e é funda-mental construir o novo hospital do Seixal. É preciso investir na escola pública e nos transportes públicos, com a conclusão do Metro Sul do Tejo. Também é fundamental o apoio ao poder local. Os governos do PS e do PSD/CDS-PP, nos últimos 5 anos, retiraram aos municípios do distrito, 100 milhões de eu-ros, o que limita o trabalho de resposta das autarquias.

Como acha que se resolvem as questões sociais que continuam na ordem do dia?As questões sociais resolvem-se assegurando o desenvolvimento do País e as potencialidades que existem para criar emprego. Os

juros que Portugal paga aos bancos, todos os anos, significa o mesmo valor de 850 mil traba-lhadores a receberem 600 euros por mês. Quem recusa a renego-ciação da dívida está a recusar o investimento. É necessário as-segurar uma intervenção na Se-gurança Social que permita o aumento das pensões e eliminar os cortes que foram feitos nas prestações sociais, como o abo-no de família. Os governos do PS, PSD-PP já cortaram o abono de família a cerca de 600 mil crianças e jovens. É necessário uma política fiscal mais justa, que reduza o peso dos impostos do IRS sobre os trabalhadores e os reformados e,também, outros impostos aos pequenos e mé-dios impostos. Devem ser au-mentados os impostos àqueles que obtêm mais lucros pela sua atividade, nomeadamente o IRC. O IVA deve ser reduzido na res-tauração para os 13 por cento, mas também a redução da taxa da luz e do gaz para 6 por cento. A taxa máxima do IMI também deve ser reduzida de 0,5 para 0,4 por cento.

Como encara o futuro do distrito de Setúbal?Tenho grande confiança no futu-ro do distrito. Mas, se continua-mos com esta política de direita, com ‘agressões’, explorações e empobrecimento, que defende os interesses do grande capital transnacional, naturalmente que isso vai ter consequências nega-tivas. Creio que é possível outro caminho, com uma política pa-triótica e de esquerda, vinculada aos valores de Abril. Temos po-tencialidades e capacidade pro-dutiva, o que permite que o dis-trito tenha desenvolvimento e qualidade de vida.

Quais as perspetivas da CDU nas eleições Legislativas de 4 de Outubro?Queremos conquistar mais de 4 deputados, que foi o resultado alcançado nas últimas Legislati-

Com a aposta no desenvolvimento da indústria, agricultura, pescas, turismo e nas novas áreas industriais, o cabeça de lista da CDU, acredita que o distrito reúne todas as condições para dar um salto mais alto. A seu ver, é fundamental reforçar a votação na CDU para que os direitos dos trabalhadores e das populações não sejam beliscados pelos sucessivos governos do PS e do PSD/CDS-PP. Potencialidades e capacidade produtiva não faltam num distrito onde, na sua opinião, a CDU já deu provas de competência e seriedade nos municípios.

TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

MELHORES SALÁRIOS E PENSÕES Para Francisco Lopes, é fundamental melhorar os salários e as pensões. O sa-lário mínimo nacional, a seu ver, deve fixar-se nos 600 euros, já no próximo ano. Além disso, devem ser «eliminados» todos os cor-tes que o PS, PSD e CDS-PP fizeram nas prestações so-ciais. «Não se podem de-gradar as pensões que são das mais baixas da Euro-pa», sublinha, acrescentan-do que está na hora do combate à precariedade no trabalho. «A cada posto de trabalho permanente deve corresponder um contrato de trabalho efetivo», defen-de o cabeça de lista da CDU por Setúbal às Legislativas de 4 de Outubro.

vas. Isso é muito importante para toda a população do distri-to e dá-nos força para defender os interesses e direitos de todos e do distrito, na Assembleia da República. Queremos um bom resultado para a CDU para que haja uma rotura com as políticas de direita e dê esperança e con-fiança à população e aos traba-lhadores.

Não receia o voto útil que o PS está a pedir ao eleitorado? O PS, o PSD, o CDS e Cavaco Sil-va, estão a pedir uma maioria ab-soluta. O que eles querem é uma maioria absoluta que prossiga com uma política de exploração, de empobrecimento e de declínio nacional. Cada voto nesses parti-dos, não contribui para qualquer mudança. É a continuidade desta política. Nós defendemos que cada pessoa vote na CDU, porque é uma forma de derrotar o PSD e o CDS e é uma forma também de penalizar em conjunto os parti-dos que são responsáveis pela situação atual. O voto na CDU marca a diferença pela sua políti-ca de verdade, trabalho, compe-tência e honestidade.

E as sondagens que dão o Bloco de Esquerda muito colado à CDU? Há sondagens e outras coisas que se aproximam disso, que apresentam os resultados mais diversos. Isto é uma confusão to-tal. Quem faz as sondagens que se entendam porque vão ter um grave problema depois das elei-ções, de, mais uma vez, as sonda-gens funcionam, não como um elemento de apuramento, daqui-lo que é o estado de espírito e as opções, mas, às vezes, como ele-mento de condicionamento das opções. Não nos preocupam as sondagens.

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LEGISLATIVAS 2015JOANA MORTÁGUA, CABEÇA DE LISTA DO BLOCO DE ESQUERDA, DEFINE COMO META LUTAR PELO SEGUNDO MANDATO NO DISTRITO

«Distrito está asfixiado na mobilidade interna e os cuidados de saúde primários são um autêntico drama»

A cabeça de lista do BE tem as baterias apontadas para a falta de mobilidade interna da região, quer mais saúde pública e bater-se pela recuperação de rendimentos das famílias e das empresas.

Quais são as primeiras impressões desta vossa aposta no contacto direto com os eleitores?Notamos uma boa reacção das pessoas mas não é novidade para nós, porque sempre tivemos uma grande aceitação e mobilização no distrito. Mas julgo que tem a ver com o reconhecimento da presta-ção dos dirigentes do Bloco e da Catarina Martins nos debates, na forma como tem conseguido colo-car as nossas propostas e desmon-tar o discurso da direita e do PS. Isso tem ajudado a este reconheci-mento na rua.

A fazer fé nas sondagens a tendência é mesmo essa, parece-lhe surpreendente nesta fase de bipolarização política?Mais importante que isso é a cam-panha, que serve para aferir essas tendências. E esta confiança popu-lar não é surpresa nenhuma. Pode é parecer surpreendente para os que, eleição em eleição, fazem questão de dizer que o Bloco vai desaparecer. E isso acontece de quatro em quatro anos, sobretudo pela posição dos comentadores, que ainda não perceberam que so-mos um partido sólido na política nacional e a rua permite-nos pro-var isso em cada disputa eleitoral.

Fala para quem na rua? Qual é o público-alvo do BE? Os jovens, os mais descontentes?É transversal, claro. Sobretudo porque nos percebemos o nível de destruição que este governo impôs ao país e ao distrito. Toda a gente se revê nas nossas propostas e não admira numa região em que mais de 200 mil utentes não têm médico de família, não tem acesso a cuida-dos de saúde primários. No século XXI, em 2015, isso é inaceitável, é mesmo um absurdo.

A saúde é uma das vossas preocu-pações centrais?Uma delas. Os serviços de urgên-cias são um drama. Quando se re-corre ao Garcia de Orta percebe-

mos as razões, uma vez que foi construído para 150 mil utentes e tem 450 mil. Ou seja, as urgências entopem, não há capacidade de resposta. Quando dizemos as pessoas que todos têm que ter médicos de fa-mília, ou que é urgente a constru-ção do hospital do Seixal, as pesso-as sabem que temos razão porque sentem na pele essas dificuldades. E no hospital do Litoral Alentejano, além de não haver boas acessibili-dades, também não há enfermei-ros. Ou, o exemplo do Centro de Saúde de Corroios, onde se obriga as grávidas a subir três andares por falta de elevadores. O eleitorado sabe que são medidas de razoabili-dade, de qualidade mínima e não de qualquer radicalismo. Depois desta destruição a todos os níveis, o que estamos hoje a propor ao país são medidas simples de viabilidade e criação de condições mínimas de vivência no distrito.

Tem também insistido na tecla dos transportes e mobilidade, estamos assim tão mal?Como não estamos…? O distrito não tem mobilidade interna. Te-mos a Soflusa e a Transtejo, priva-tizadas, que retiraram de circula-ção ferries e diminuíram horários de travessia, incluindo o fim-de--semana, muito utilizadas pelos jovens. É uma tentativa de isolar e de aumentar assimetrias.Mas também nos transportes ro-doviários, com o mau funciona-mento dos TST. As pessoas sentem isso. Os autocarros avariam, as carreiras existem em horas de ponta e, muitas vezes, são suprimi-das sem aviso prévio, já com as pessoas na paragem à espera de um autocarro que não aparece. Sem esquecer que os bilhetes e os passes estão cada vez mais caros. A alternativa para muita gente é a Fertagus. E bem sabemos que a Fe-taguas é uma das PPP’s, ruinosas para o país, que juntamente com a Metro Sul do Tejo já deu 200 mi-lhões aos privados, nomeadamen-te à Mota Engil e à Barraqueiro. Nesse ponto de vista os lucros são distribuídos.

Como se resolve isso?É preciso impedir as privatizações, acabar com as PPP,s e reverter para o domínio público aquilo que foi investimento público. E do pon-to de vista dos operadores priva-dos acho que é preciso ser estuda-da uma solução em que cumpram um caderno de encargos de serviço público ou o Estado tem que assu-mir esse serviço.

E o estado da educação no distrito?É mais do mesmo, comparável ao que se passa com a saúde e com os transportes: desinvestimento pú-blico com transferências escanda-losas para os privados. Desinveste--se a escola pública para financiar a resposta privada. Para além desta proposta absurda da municipaliza-ção da educação, que cria desi-gualdades, quebra o sentido da universalidade no acesso à educa-ção. A escola pública passa a ser uma roleta russa, porque cada mu-nicípio pode direccionar o ensino à sua maneira e fica também ao sa-bor dos caciques locais.

Há uma carga ideológica nas políticas do Governo?Claramente, sobretudo na necessi-dade de proteger os interesses fi-nanceiros dos grupos económicos. Estamos a evoluir para uma socie-dade em que se normaliza a pobre-za e que aceita que não chega para todos, logo uma parte da popula-ção tem que viver na pobreza, os reformados e os desempregados também. Um estagio é melhor que o desemprego. Isso, para nós, é inaceitável.

Daí a política assistencialista que o Bloco rejeita…Claro que rejeitamos. Está mais que provado que se gasta mais a financiar a alimentação de uma fa-mília numa cantina social do que se gasta em dar uma prestação do Rendimento Mínimo Garantido. É voltar à ‘sopa dos pobres’, humi-lhando as pessoas e retirando-lhes dignidade. E isso é uma opção ide-ológica, manter os pobres de mão estendida. As politicas que estão a ser implementadas, não são para

fazer com que os pobre deixem de ser pobres, são para garantir que os pobres não morram à fome.

Como se refaz a economia do país, com o contexto que apresenta?Temos um programa muito claro. Um plano de recuperação de ren-dimentos e um plano de investi-mento no país. Que significa recu-perar uma nova dimensão de democracia e de recursos. Significa renacionalizar empresas estratégi-cas, como a REN, EDP, CTT e outras.

Não um tanto utópico?Não é nada utópico. É Uma ques-tão de vontade política, ao longo da história nacionalizaram-se e priva-tizaram-se enormes empresas e grupos estratégicos para o país.

Em outros contextos haverá necessidade de revisão constitucio-nal…Com certeza, mas a Constituição permite coisas boas para o povo por isso é que todos os orçamentos deste governo tiveram medidas consideradas inconstitucionais. O que a Constituição não permite é destruir o sistema nacional de saú-de e também proclama que o ensi-no é tendencialmente universal e gratuito. Veja o que se tem feito nestes domínios.Mesmo a banca deve ser nacionali-zada, para que se coloque ao lado dos empresários e ao serviço da economia. Ao contrário do que tem feito, no jogo da especulação para daí retirar altos proveitos para o cartel financeiro.

O governo diz que o Banco de Fomento vai funcionar… e temos o investimento estrangeiro…É preciso desmistificar as coisas. A atracção de investimento estran-geiro até agora foram os vistos gold, com investimento zero e muita corrupção. E o Banco de Fo-mento, apesar do que já disse a mi-nistra Maria Luis Albuquerque, é ainda uma miragem. Pior, andam à meses a pagar ao conselho de ad-ministração. Basta de retórica, por-que a estratégia do governo nesse campo é apresentar-nos como um país de baixos salários e onde se pode despedir à vontade.

Qual é a visão do Bloco para reanimar a economia?Em primeiro lugar, não há desen-volvimento do país sem recupera-ção de rendimentos. E não há pos-sibilidade de colocar o futuro do país na ideia das exportações, por-que há mínima crise tudo isso se esfuma. E quanto à mão-de-obra barata, haverá sempre quem faça por menos custos.Depois é preciso combater a auste-ridade. Se não fossem travadas pelo Tribunal Constitucional mui-tas medidas do governo, não tería-mos aumentado o consumo, um dos fatores que melhorou a econo-mia. Isso já foi reconhecido pelo Banco de Portugal.

E para o distrito de Setúbal?Estou convencida que é preciso recuperar investimentos que fo-ram deixados para trás. É preciso aumentar a ferrovia, para apro-veitar o desenvolvimento do por-to de Sines e de Setúbal. Por outro lado, e preciso não abandonar as empresas que existem, e ai há que referir algumas: A EMF tem uma oficina no Barreiro que podia ser desenvolvida, mas faltam 300 metros de linha electrificada, para que ali possa chegar outro tipo de locomotivas para reparar.E a estratégia e sempre a mesma: asfixiar a empresa para depois di-zer que não tem capacidade e vendê-la. Outro exemplo é o Ar-senal do Alfeite. Quando o gover-no socialista tornou-o sociedade anónima de capitais públicos, prometeu uma injecção de 700 milhões para o desenvolvimento da sua capacidade tecnológica e formação, que iria atrair muitos clientes. O que aconteceu é que apenas 30 milhões foram dispo-nibilizados, uma parte foi para os Estaleiro de Viana do Castelo e a nova administração a primeira medida que tomou foi renovar a frota automóvel. A empresa está subfinanciada e sem capacidade para fazer o que devia. O objetivo é a privatização.

Muitas das suas ideias são compatíveis com o programa do PS, pode haver alguma aproximação?Há um problema. O PS não pode querer tudo e o seu contrário. Apregoar em Lisboa ou em Setúbal o fim da austeridade e depois em Bruxelas prometer que vai pagar a divida pública até ao último cênti-mo e que vai cumprir o tratado or-çamental. Ninguém pode prometer aliviar a austeridade e depois dizer que vai pagar 16 mil milhões para o ano em juros de divida.Este ano pagámos oito mil milhões de juros da divida, o que equivale ao serviço nacional de saúde. Para o ano teremos que pagar qualquer coisa como o dobro disso, são dois orçamentos do SNS. Essa é a prin-cipal divergência.

«RETIRAR FORÇA À DIREITA» Joana Mortágua diz que o primeiro objetivo do Bloco é «retirar força à direita» e quer combater a ideia do voto útil, porque, afirma, «o PS não representa alter-nativa, porque não está disposto ao confronto com Bruxelas e porque vai con-tinuar os cortes e a austeri-dade, para além de que foge da renegociação da dívida como o diabo da cruz». A cabeça de lista es-pera manter o mandato das anteriores eleições e lutar por um segundo.

TEXTO RAUL TAVARESFOTOS SM

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ENTREVISTA A FRANCISCO CARRIÇO, CABEÇA-DE-LISTA DO MOVIMENTO NÓS CIDADÃOS PELO CÍRCULO DE SETÚBAL

«O flagelo do desemprego tem de ser combatido urgentemente»

Costuma dizer que o seu percurso profissional tem sido pautado pelo dinamismo e pela mudança, por onde começa?Vim aos 18 anos para Lisboa e li-cenciei-me em engenharia quí-mica pela Faculdade de Ciências e Tecnologia. Mais tarde, tirei a pós-graduação em estratégia empresarial, no ISEG, e o mes-trado em economia e gestão. Fiz o estágio em Lisboa numa em-presa farmacêutica e, aos 26 anos, chego a Setúbal para che-fiar o departamento de pintura na célebre Movauto, uma grande escola para mim. Aos 28 anos era director- geral de uma empresa

Conhecido como presidente da Associação de Comércio, Serviços, Indústria e Turismo do Distrito de Setúbal, Francisco Carriço integra agora um novo partido político, criado a partir de vários movimentos de cidadania, o Nós Cidadãos. Caso seja eleito deputado, promete apresentar propostas de combate ao desemprego, lutar pelos direitos dos pequenos e médios empresários e pela reposição dos apoios sociais.

TEXTO RITA MATOSFOTOS SM

ligada ao estado, a Resipor. Tra-balhei também em várias multi-nacionais e, aos 32 anos, fundei a empresa Consulset, em Setúbal, que ainda hoje continua a criar postos de trabalho.

Como chegou à Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal?Há cerca de nove anos, dois ami-gos, um de Setúbal e outro de Beja, representantes de empre-sas para as quais trabalhava, fi-zeram-me o convite, quase em simultâneo, para ser presidente das respectivas associações de comércio e serviços. Continuo como presidente da associação de Setúbal e fui presidente da de-legação de Beja durante seis anos. Nestes últimos anos dedi-

quei-me muito ao associativis-mo e tenho-me apercebido das necessidades das micro e peque-nas empresas, tentando defender os direitos e interesses das mes-mas.

Sente que esse trabalho tem sido reconhecido pela administração central? Não tem sido devidamente reco-nhecido porque os governos não querem protagonismo no movi-mento associativo, porque este é constituído por independentes que podem fazer frente à classe política instituída. Nos últimos seis a oito anos, baixaram para metade as micro e pequenas em-presas no país. Estes números têm sido disfarçados porque ha-via muitas pessoas a recibos ver-

des que passaram a unipessoais. As verdadeiras empresas são aquelas que criam postos de tra-balho e não as que dão a si pró-prias os postos de trabalho. Essa é a minha grande definição de empresa. As associações nunca são ouvidas, tive reuniões com ministros e secretários de estado que prometeram mas não fize-ram nada em concreto. Por que é que resolveu integrar a lista de um movimento de cidadãos e candidatar-se à Assembleia da República como deputado independente?Porque quero dar voz a quem mais precisa. Quero representar as micro, pequenas e médias em-presas que estão a ser esmaga-das. Garanto a todas as pessoas

que irão votar neste projecto que a AR será completamente diferente a partir do momento em que houver deputados inde-pendentes. Será restabelecida a verdade e quem lá está terá de ouvir a verdade sobre a aquilo que se passa na sociedade civil.

Quais são as grandes apostas do Nós Cidadãos?O desemprego é um dos nossos cavalos de batalha. Há desem-prego devido à destruição maci-ça das micro, pequenas e médias empresas, responsáveis por 85 por cento do emprego em Por-tugal. As grandes empresas em Portugal jogam com todos os truques para não contratarem pessoas e conseguirem ter lucro. E, quando empregam é de uma maneira deficiente. Nós defen-demos o modelo nórdico: um ordenado mínimo muito mais elevado e um ordenado máximo que deverá ser tabelado. Só as-sim podemos acabar com esta injustiça social. Há pessoas a passar fome e depois há admi-nistradores públicos com orde-nados de 200 mil euros por mês. A classe média, que é o motor de desenvolvimento do país, está a ser destruída. A segurança social é outra das nossas prioridades. Não se ad-mite que se cortem reformas pe-quenas nem que haja reformas de 200 e 300 euros. Eu defendo, pessoalmente, que haja uma re-forma para pessoas, que traba-lhem mais de 30 anos, no valor do ordenado mínimo nacional e defendo também uma reforma máxima que não deverá ser su-perior a 5 mil euros. Num país como Portugal, com uma segu-rança social deficitária, é inad-missível que se paguem refor-mas de 10 mil euros.

Tem sentido o apoio da população?As pessoas têm acolhido muito bem este movimento. No entan-to, há um número significativo de cidadãos completamente descrentes. Não acreditam em políticos nem em partidos. De-pois há ainda aquelas pessoas que se habituaram a votar sem-pre nos mesmos partidos. E, há aquele grupo, que é esse que queremos atingir, que ainda acredita na mudança.

Está confiante no voto?Nós não vamos combater o fenó-meno da abstenção. Ainda temos um grande percurso pela frente para conseguirmos passar a mensagem de que os movimen-tos de cidadania vão fazer de tudo para proteger a população perante a corrupção e a incom-petência da maioria dos políticos que governaram até agora. Con-tudo, estamos confiantes e espe-ramos eleger três deputados, um por Setúbal, um por Lisboa e ou-tro pelo resto do mundo.

LEGISLATIVAS 2015

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Entramos num período decisivo sobre o que queremos fazer das

nossas vidas nos próximos 4 anos. Está nas nossas mãos avaliar o trabalho deste governo, que chegou ao fim da sua legislatura, assim como avaliar as alternativas ao mesmo.Como sabem, sou suspeito na análise. Pelo menos aos vossos olhos, pois sou militante do PSD, eleito pelo PSD numa autarquia há muitos anos e em diversos órgãos (Seixal) e já fui dirigente (local e regional) partidário. Mas, quem me acompanha, sabe que esforço--me muito por ser imparcial na análise e tento sempre ser um observador crítico do que os nossos governantes fazem, seja no governo, nas autarquias ou até na União Europeia.E compreendendo que este governo cometeu muitos erros, sobretudo de comunicação e de

Uma aposta

OPINIÃO

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opções, uma certeza tenho – foi incomensuravelmente melhor do que os governos de Sócra-tes, que, claro, também teve coisas positivas. E, se tivermos em consideração que o mais forte candidato a Primeiro--Ministro (Dr. António Costa) foi várias vezes Ministro de Sócrates e até seu Vice-Primei-ro-Ministro, logo temos todas as condições de comparar o trabalho realizado dos líderes dos dois maiores partidos e, assim, projectar para o futuro a obra que ambos se propõem fazer. Só assim me parece justo avaliá-los – pela obra apresen-tada por ambos, pelos resulta-dos alcançados e pelo progra-ma de cada um dos partidos. E aí meus amigos, todos sabemos que Pedro Passos Coelho dá 20-0 a António Costa. No início do mandato, estava no meu mural do Facebook a criticar uma medida do (meu) governo e várias pessoas meteram-se

comigo e eu respondi: apesar de estar a criticar ESTA medida, aposto com vocês (duas das intervenientes) que no final do mandato Portugal estará muito melhor do que está hoje. Estávamos no auge da austeri-dade, da impopularidade do Governo e elas não tiveram dificuldade em aceitar o meu repto. Pois bem, cerca de três anos decorridos e só o facto determos Reconquistado a autonomia depois de uma saída “limpa” da Troika, de a nossa Economia ter saído da recessão e entrado na rota do crescimento com melhor desempenho na Europa, da descida da taxa de desemprego para valores inferiores a junho de 2011, muito por força da recuperação de mais de 220 mil postos de trabalho desde inicio de 2013, de termos retomado a confiança dos consumidores atingiu valores máximos dos últimos catorze anos, das cerca

de vinte e cinco mil novasempresas que abriram portas desde janeiro de 2015, do Boom turístico implementado, sendo Portugal um dos 10 destinos turísticos mais competitivos da Europa, com receitas que batem recordes e ultrapassam os 10 mil milhões de €, de termos records no volume de exportação, nomeadamente com o ano de 2014, em que foi o melhor ano de sempre no volume de exportações de bens. Portugal foi o quinto país da União Europeia em que este tipo de exportações mais cresceu e com indicadores excelentes em 2015, em sermos

considerados segundo a prestigiada revista “Forbes”, como o melhor País para se investir, graças ao clima propor-cionado pela legislação e reformas estruturais, entretanto criados e, por fim, como a cereja no topo do bolo, Portugal estar a subir no rating dos mercados devido à estável recuperação da economia (Standard & Poor’s). fruto do rigor nas contas públi-cas e do défice público ficar abaixo dos 3% e da dívida pública ter descido pela primeira vez em quinze anos. Digam lá honestamente: quem ganhou a aposta? E ainda tem dúvidas sobre quem merece o seu voto?

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

PAULO EDSON CUNHA VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL

Setúbal vale a pena: uma visão de desenvolvimento para o distrito

O distrito de Setúbal foi dos mais afetado por um flagelo chamado PSD

nos últimos 4 anos. A maioria de direita que governou Portugal na última legislatura afetou muito significativamente o distrito de Setúbal, tendo deixado um rasto de desempre-go e pobreza. A mão invisível de uma política de empobrecimento deliberado e incentivo à emigração foi a Senhora Ministra das Finanças, que volta a encabeçar a lista da coligação de direita no distrito de Setúbal. É hora de ajustar contas e de mudar de política. O governo destruiu emprego e direitos sociais e aumentou a dívida pública e os impostos que prometia diminuir. Este governo mentiu. Este governo não serve Setúbal e não serve os portugueses.A proximidade do distrito de Setúbal a Lisboa não pode ser uma desvantagem. Não é assim em parte nenhuma do mundo desenvolvido. O distrito de Setúbal tem um enorme poten-cial económico e humano, que o atual governo pôs em causa. Setúbal precisa de uma estraté-gia de desenvolvimento assente num papel ativo do Estado e na promoção da atividade econó-mica privada. Não Dra. Maria

ACTUALIDADES

RICARDO MOURINHO FÉLIXECONOMISTA

Luís, a mão invisível não chega. Sabemo-lo desde a década de 30 do século passado, mas não percebeu as lições do Prof. Gaspar sobre essa parte.O desenvolvimento sustentado no distrito de Setúbal só existe com a participação de todos. Exige o aumento do rendimento dos mais desfavorecidos que crie emprego no setor dos serviços dizimado pela política de austeridade além da Troika. Exige que aqueles que têm rendimentos de miséria possam beneficiar de apoios sociais que o governo cortou. Exige que aqueles que pouco ganham e têm níveis reduzidos de escola-ridade deem o seu contributo e vejam o seu rendimento complementado pelo Estado. Mas exige também investimen-to público que potencie a atividade industrial e a produ-ção nacional, seja ela para consumo nacional ou para exportação. O modelo de crescimento pelas exportações não é um modelo de crescimen-to de um país desenvolvido, é uma bizarria da ortodoxia neoliberal lusa.O desenvolvimento sustentado do distrito de Setúbal tem que passar pela promoção do seu potencial turístico, que só pode beneficiar da proximidade com

Lisboa. Mas para isso é neces-sária uma estratégia turística definida pelos agentes privados em ligação com as autarquias e promovida pelo governo. Também aqui a mão invisível falhou! O governo deve promo-ver uma estratégia que potencie a Baía do Seixal, a costa de Almada e Sesimbra, os vinhedos de Palmela e Azeitão, a Arrábi-da, o Estuário do Sado e a Costa Alentejana como uma extensão do turismo potenciado por Lisboa. Só assim será possível um crescimento sustentado do turismo na Região de Lisboa, sem que tal implique intensida-des de ocupação que destroem a qualidade de vida de residen-tes e turistas.O desenvolvimento do distrito de Setúbal passa necessariamen-te pela reabilitação urbana. Os centros históricos de cidades como o Barreiro, Alcochete, o Seixal, Setúbal, mas também Alcácer do Sal, Moita e tantas vilas do distrito estão hoje degradados. Esta degradação estende-se ao património histórico que é uma das nossas riquezas e que é fundamental para a promoção do turismo de qualidade. Não basta fazer rotundas e construir novos equipamentos que não têm meios para funcionar como

acontece em tantos concelhos. É preciso valorizar o que existe. É urgente a implementação de um programa alargado de reabilitação que permita que os centros das cidades e vilas do distrito voltem a ser habitados e tenham qualidade de vida, criando emprego para tantos desempregados. Setúbal tem que voltar a ser um distrito onde é bom trabalhar e onde é bom viver.O desenvolvimento do distrito passa pela exploração do potencial do porto de Sines. O porto de Sines é por excelência a porta atlântica do Sul da Europa para navios de grande dimensão. A construção das infraestruturas rodoviárias e ferroviárias necessárias para explorar todo o potencial do Terminal XXI foi cancelada pela ânsia do atual governo de ir além da Troika, desperdiçando os fundos comunitários. O atual governo vê o investimento público como uma despesa, não entende o seu papel no estímulo

ao setor privado. A Sra. Ministra não leu esta parte da matéria. O investimento associado ao porto de Sines é uma prioridade para o desenvolvimento do distrito de Setúbal.O desenvolvimento no distrito de Setúbal passa por mudar de política. É necessário uma política ambiciosa que explore as potencialidades do distrito e que use os recursos humanos e financeiros disponíveis ao serviço dos cidadãos estimulan-do a economia real e proporcio-nado rendimento às famílias e condições de financiamento acessível às empresas que querem produzir criando emprego. Estas condições exigem uma atitude participati-va e responsável na Europa, exigindo uma política adequada e uma discussão séria da solução para a crise das dívidas soberanas na área do euro.Setúbal vale a pena! Setúbal me-rece mais e melhor! A estratégia do PS merece a nossa confiança.

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A bola de Berlim

A ‘velha’ questão da lenta verticalização do eixo da Terra – que a acontecer

teria implicações de grande relevância a todos os níveis e para todos nós – é um daqueles temas propício a interessantes especulações e conjecturas por parte de quem ainda tem tempo disponível para além do que é requerido à garantia da subsis-tência a que obriga o constante ofício de viver. Mas também por quem tenha o gosto de aprofun-dar certos temas ou até por aquela parte da comunidade científica não dogmática e que acredita na ‘transdisciplinarida-de’, reserva filosófica para os maluquinhos bem-intenciona-dos, de entre os priveligiados que se inquietam com o funcio-namento do mundo.Centremo-nos nas zonas árticas e antárticas, por enquanto geladas, do nosso planeta e assistamos à competição em que participam os que se antecipa-ram na senda da investigação, desde as potências (não só económicas nem militares) regionais do eixo do frio, à Austrália, Gronelândia e Rússia neo-czariana. As elites científi-cas e militares dos países que investem e ponderam acerca das vantagens económicas, geo--estratégicas e comerciais decorrentes das alterações climáticas já em curso, sabem que a antecipação, o controlo e a gestão do tempo representam mais-valias fundamentais em termos da planificação do seu futuro. Ao fazê-lo perspectivam o estabelecimento de novas

A epopeia trágica vivida pelos grupos de refugiados que arriscam a vida para chegar

à Europa, aliada à propagação das imagens que nos vieram abalar no nosso (apesar de tudo) confortável recanto europeu, trouxeram para a ordem do dia um problema candente: estamos a envelhecer, e a morrer cada vez mais tarde. Com o crescimento demográfico negativo a população não se renova, definha e desaparece. Pior ainda, dirão alguns espíritos mais prosaicos (e cínicos), não há quem trabalhe para sustentar as reformas dos mais velhos.Havia um homem de teatro sul-americano que dizia o seguinte: “Vocês aqui na Europa vivem cheios de problemas. Na América-latina um gajo está doente, vai para o hospital, e morre logo. Vocês demoram que tempos a morrer”. É verdade, graças a Deus. Mas a Segurança Social custa dinheiro, e os hospitais custam dinheiro, e a forma que os Estados têm para sustentar estas despesas são os impostos de quem trabalha: quem está activo, faz filhos, e tem menos de 65 anos. E há cada vez menos gente desta.Por isso não posso deixar de espantar-me com a reacção de quem, perante a notícia da chegada de grupos de refugiados à Europa – e as notícias de que serão movidos esforços para acolhê-los – acena com a bandeira do desemprego. Subitamente, desapareceram

Sobre a emigração e a estupidez

OPINIÃO

como que por milagre, das nossas memórias, as operações “cirurgico-militares” que as nações ocidentais levaram a cabo no médio-oriente, nos últimos anos, para o estabeleci-mento da paz duradoura. Lembram-se da foto familiar da infame cimeira dos Açores? Aí está o resultado. E não havia alemães na fotografia.Para além da nossa responsabili-dade pelo que se passa, não sei como é que há-de explicar-se a esta gente que, se não queremos desaparecer do mapa, devíamos era ir à Síria ou ao Iraque ou à África subsariana e trazer os emigrantes à força para cá. Querem um exemplo?No Teatro Municipal Joaquim Benite trabalham actualmente pessoas da Roménia, Brasil, Rússia, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Espanha. Também há portugueses. Vieram tirar os empregos aos pobres lusitanos que se viram obrigados a emigrar, com os canudos debaixo do braço? Não sei: perguntem ao espanhol Jesus, o novo membro da equipa técnica, que teve a iniciativa de aproveitar um estágio pago para vir trabalhar connosco. Dos que cá entraram dessa forma ainda nenhum se foi embora. É gente que gosta de trabalhar. E que fala outras línguas. E que come outras coisas e que é doutras cores.É de gente assim que o nosso País precisa – “E quanto mais, melhor”, como dizia o Sancho Pança.

As eleições e a falta de vergonha

As eleições legislativas em Portugal terão já lugar no próximo dia 4 de outubro.

Falta praticamente uma semana.À semelhança do que ocorreu nas recentes eleições na Grécia e que, a meu ver, ocorrerá amanhã, dia 27, na Catalunha, a votação fez ou vai fazer a prova dos nove da vontade dos eleitores, distanciando-se de forma significativa do desejo da direita.Não é preciso ser-se adivinho para se acertar também na votação de amanhã na Catalu-nha – a expressiva vitória dos partidos que defendem a independência.Sem fazer juízo de valor sobre o que os resultados significarão para o futuro, é mais do que evidente que eles traduzem a concretização de manifestações da vontade popular, contrários às políticas desejadas pelos diretórios da U.E. Direi mais, são

claramente contra a essência dessas políticas.Só confunde a árvore com a floresta quem quer.Estas considerações vêm a propósito do que, a meu ver, se poderá passar no próximo dia 4 de outubro, dia das eleições para a Assembleia da República em Portugal.Os meios de comunicação social têm dado reiteradamente conta de sondagens em que a coliga-ção de direita e o PS aparecem empatados, inclusivamente parecendo credível que a coligação possa sair vitoriosa.Este quadro é ampliado, sobre-tudo nos canais de televisão generalistas, por analistas alegadamente independentes, como Marques Mendes, Marcelo Rebelo de Sousa e até o ressus-citado e falso doutor Miguel Relvas. Chegou-se ao ponto da análise sobre as consequências da situação do Novo Banco ser

feita pelo mais alto responsável do ex-BPP, João Rendeiro, que, como é sabido, o conduziu à falência.A realidade, por mais voltas que se possam dar, é a de que todas as sondagens e estudos de opinião nos dizem que a coligação de direita cairá, no mínimo relativamente às últimas eleições, quinze por cento!Quer isto dizer que em caso algum atingirá sequer 40%, pelo que os partidos que se lhe opõem passarão a representar 60% ou mais.Será possível que esta posição minoritária da direita lhes possibilite governar ainda que, por absurdo, tivessem votação superior à do PS?Se sim, como? Não vejo de todo! É por isso que é uma verdadeira provocação a direita, que a todo o preço se quer manter no poder, mesmo contra a vontade

maioritária do povo português, vir derramar lágrimas de crocodilo perante a afirmação do Secretário-geral do PS, António Costa, que, nesta hipótese, não deixaria de votar contra a proposta de Orçamento de Estado para 2016. O que é que esta direita quer? Que o PS atraiçoe a vontade popular que será fortemente consistente e contra a coligação de direita? Que seja sua muleta? Que o país continue na corrente do empobrecimento?Francamente! Acresce que não creio que os eleitores desperdi-cem votos em partidos sem representatividade alguma ou

que os canalizem para partidos que não contribuem senão para o “bota a baixo”Sucede que, para a direita tudo serve, com o recurso à demagogia e à mentira reiterada, como a campanha em curso está a demonstrar. Inclusive a afirmação de que o PS se prepara para baixar as pensões de reforma, protegen-do as pensões mais elevadas.É preciso desfaçatez e falta de vergonha. Há limites! É por isso que no dia 4 de outubro a direita vai ter uma grande surpresa. Como sucedeu na Grécia no dia 20 e como sucederá amanhã, dia 27, na Catalunha. Daí a necessidade da concertação de votos no PS.

rotas – que com reflexos vantajosos no seu custo, encurtam espaço e tempo – e promovem a exploração de possíveiss fontes energéticas em que esse subsolo aparenta ser muito rico.Um amigo meu estrangeiro, já falecido, que colaborava com um dos institutos civis de operações especiais do seu país repetia-me o que todos sabemos: sempre que as descobertas científicas que revolucionam os hábitos dos cidadãos são popularizadas e incorporadas nos circuitos comerciais – caso dos telemóveis e das aplicações informáticas – já foram (previamente) utilizadas e testadas nos meios militares. Até porque alguém tem de pagar os altos custos envolvidos na investigação.E se bem que possam existir novas ponderações a equacionar no âmbito do que apelidamos de progresso, nomeadamente no que se refere às implicações de ordem ambiental, não se pode dizer que todos os países sigam uma agenda que se baseie em valores que colidam com o seu interesse nacional. O progresso acaba por se revestir, algumas vezes, de uma enorme ambigui-dade. Como por exemplo, aquando da guerra do Vietname, a decisão da administração

vigente em interromper a produção de um super-bombar-deiro, o que desencadeou uma série de manifestações de protes-to nos Estados Unidos da América, por causa do desem-prego que ia gerar.A velocidade a que hoje em dia os acontecimentos se sucedem, alterando de forma vertiginosa a ordem das prioridades reclama-das para o que em simultâneo se manifesta, suscita tomadas de consciência e actuações que não encontram resposta adequada nem atempada para as situações emergentes: Irão, Grécia, Ucrânia, Estado Islâmico, Migrantes, o que virá…A ‘bola de Berlim’ passou de repente de ‘besta’ a ‘bestial’, o mundo tornou-se mais imprevi-sível e inseguro. Já lá vai o tempo em que as bolas de Berlim tinham arame farpado e os desafios eram a preto e branco. Felizmente que esses tempos passaram, mas infeliz-mente que não tenhamos aprendido muito com eles.E nós, portugueses?País pobre, com uma zona marítima exclusiva invejável e pessoas criativas?Não quero acreditar nem consigo admitir que sejamos assim tão pobrezinhos, nem sequer ou ainda muito menos de espírito…

POLÍTICA MESMO

VITOR RAMALHOADVOGADO

BOCA DE CENA

RODRIGO FRANCISCODIRETOR DA CTAPENSO, LOGO INSISTO.

FERNANDO RAIMUNDOCOLABORADOR

“Não há na Europa liderança que seja capaz de olhar para a senhora gordinha de Berlim de frente e dizer: somos pobrezinhos e temos de aprender a viver com Fiats e Peugeots, não podemos viver com BMWs e Mercedes. Ia apanhar o susto da vida dela”.José Roquette, in ‘Jornal ionline.pt, 5/6/2015’

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