fim de semana artesp - edição 41
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Reportagens sobre o setor de concessão, transportes, infraestruturaTRANSCRIPT
22.01.2016
Em vigor há 18 anos, Código de Trânsito não contempla
smartphones e aplicativos
Criado em setembro de 1997 e em vigor há 18 anos, desde 22 de janeiro de 1998,
o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) passa por constante atualização, por meio
de resoluções. Entre essas atualizações estão a regulamentação de artigos, além
de leis que alteram o CTB. Até agora foram 38 alterações, sendo 27 leis, uma
medida provisória, uma lei complementar e nove decretos.
Entre as mais conhecidas estão a Lei Seca, que alterou os níveis de álcool
permitidos no sangue do motorista e as penalidades para quem dirigir
alcoolizado, e a mais recente, que aumentou a punição para quem estaciona em
vagas exclusivas sem autorização.
No entanto, ainda há pontos em que o código está defasado. O sociólogo e
consultor em educação para o trânsito, Eduardo Biavati, lembra que o CTB não
contempla os smartphones e seus aplicativos de bate-papo, que têm disputado a
atenção de várias pessoas enquanto dirigem. “Nesses 20 anos, a tecnologia
evoluiu tanto que o telefone celular incluiu uma multiplicidade de usos que o
código simplesmente não reconhece. O código ainda trata da conversa ao celular
e, na verdade, esse é o menor uso hoje”.
O diretor-geral do Detran-DF, Jayme de Sousa, lembra que muitos carros
atualmente têm dispositivos que permitem ao motorista atender o telefone sem
usar as mãos ou recorrer a fones de ouvido. “Hoje, a maioria dos veículos novos
tem o sistema de viva-voz [que conecta pelo bluetooth o telefone ao sistema de
som do carro]. A lei não proíbe você atender o telefone no viva-voz. A lei proíbe
você utilizar apenas uma das mãos para dirigir”.
Biavati acredita que o CTB deveria considerar outros meios de transporte em seu
corpo de normas. “Nós incorporamos uma massa de novos usuários ao trânsito
motorizado e também ao não motorizado, como as bicicletas por exemplo. Além
disso, o código não prevê nada sobre um skatista que use o asfalto. Não era um
meio de transporte [na época da criação do código], mas agora é”.
Sousa lembra que a tendência das cidades não é aumentar as ruas para receber
mais veículos. A saída agora, segundo ele, é investir em meios de transporte
alternativos ao carro. “A tendência hoje não é alargar mais as vias, é procurar
outros meios de mobilidade urbana. Não falo só do transporte público coletivo,
mas também da bicicleta, que tem sido um meio muito utilizado. O desafio do
governo é buscar outros modelos de mobilidade para que possamos garantir a
fluidez no trânsito”. Para ele, o CTB foi uma lei “à frente do seu tempo” e que
precisa apenas se manter atual.
19.01.2016
Mortes em acidentes envolvendo ônibus municipais em
São Paulo caíram 25%
ADAMO BAZANI
Dados da Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo apontam que houve
uma queda de 25% número de mortes em acidentes envolvendo ônibus
municipais entre 2014 e 2015, período em que total de ocorrências passou de 100
para 75.
Os números contemplam ocorrências de diversas naturezas, desde colisões entre
veículos até atropelamentos e acidentes operacionais.
Se for considerada a taxa de atropelamentos com mortes pelos ônibus em São
Paulo , a queda também entre 2014 e 2015 foi de 37% passando de 56 pessoas
mortas no ano retrasado para 35 em 2015.
Os dados foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Transportes ao site
“Fiquem Sabendo” – http://www.fiquemsabendo.com.br/n por meio de da Lei de
Acesso à Informação. A matéria é assinada pelo jornalista Léo Arcoverde.
Apesar de a queda ser comemorada, vale ressaltar que, de acordo com os dados,
em 2014 os ônibus representaram 6% das mortes em acidentes de trânsito gerais
na capital paulista e 10% das mortes por atropelamento. O número é alto levando
em conta que e o total de ônibus em São Paulo corresponde a menos de 3% da
frota de veículos da capital.
A Prefeitura de São Paulo atribuiu o número de redução de acidentes a medidas
como a diminuição da velocidade nas principais vias da capital e as faixas ou
outros espaços destinados para os ônibus
21.01.2016
Quase 99% das exportações do Brasil em
2015 passaram pelos portos
Os portos brasileiros movimentaram 98,6% das exportações brasileiras em 2015,
dos quais 95,9% foram por via marítima e 2,7% por via fluvial. Foram mais de 628
milhões dos 637,6 milhões comercializados para o exterior em todo o ano
passado, conforme a SEP (Secretaria Especial de Portos), com base em dados do
MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio).
+ APM Terminals Brasil bate recorde histórico e cresce 30% em produtividade
As exportações de soja puxaram boa parte do resultado. Os portos que mais
movimentaram o produto foram Santos (13 milhões de toneladas), Rio Grande
(11,3 milhões) e Paranaguá (8,5 milhões).
Os portos do Arco Norte consolidaram-se como importante ponto de saída dos
produtos brasileiros e apresentaram destaque com relação à soja em grão. O
volume de exportações passou de 8,7 milhões de toneladas em 2014 para 12,6
milhões de toneladas em 2015.
18.01.2016
Produção de petróleo no Brasil cresce 4,6% em 2015 e supera
meta; Preço do combustível, porém, segue tendência de alta
A Petrobras divulgou na última sexta-feira (15) sua produção de petróleo no Brasil
em 2015, que somou 2,128 milhões de barris por dia (bpd), alta de 4,6% ante o
resultado do ano anterior e 0,15% acima dos 2,125 milhões previstos no plano de
negócios da companhia. A empresa afirmou, em comunicado, que superou a meta
fixada para o período de acordo com o Plano de Negócios e Gestão da companhia
pela primeira vez nos últimos 13 anos.
21.01.2016
Economista explica preços elevados dos combustíveis no Brasil, apesar
da queda no mercado internacional
Nesta quarta-feira (20), o petróleo,
nos Estados Unidos, atingiu a menor
cotação desde 2003: foi negociado a
menos de US$ 28, com queda de mais
de 5%. Isso tem ocorrido porque a
oferta do produto está maior que a
demanda no mundo. Esse movimento
tem sido observado desde meados de
2014. Somente no último ano, a
variação negativa passou de 50%
Mesmo assim, no Brasil, o valor dos combustíveis não parou de crescer,
especialmente a partir de outubro de 2015, após o reajuste de preços aplicado
pela Petrobrás. Em um ano, a gasolina subiu, em média, 20% no país. O diesel teve
alta de cerca de 13%?
Em entrevista à Agência CNT de Notícias, o economista Adriano Paranaiba,
professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás e
pesquisador da UnB, falou de fatores que explicam esse cenário. Ele também
abordou as dificuldades do país para retomar investimentos em infraestrutura
logística diante da crise.
Apesar da queda do preço do petróleo no mercado internacional, desde o ano
passado os combustíveis têm aumentado no Brasil. O que explica esse
movimento?
No Brasil há um monopólio estatal na condução dos preços. Por isso, estamos
sujeitos às políticas adotadas pela Petrobrás, que é responsável por toda a cadeia
de distribuição e exploração de petróleo no país. Ao regular os preços, a empresa
trabalha com uma margem de 35%. Inicialmente, o objetivo é proteger os
consumidores se o petróleo fica muito caro no mercado internacional. Quando
isso ocorre, ela tem gordura para trabalhar com algum prejuízo. Mas quando o
barril do petróleo barateia, os preços dos combustíveis continuam altos para o
consumidor, porque essa margem é utilizada pela estatal para cobrir as perdas e
custear sua operação, que é cara. Para se ter uma ideia: a Exxon, uma das maiores
empresas do setor no mundo, tem um terço dos funcionários da Petrobrás.
A valorização do dólar também impacta nos preços dos combustíveis por
aqui?
Influencia sim. Tudo o que consumimos depende de commodities, que são
cotadas em dólar. Então, se o petróleo cair e o dólar subir, pode ser que o
consumidor brasileiro não sinta essa variação. Mas isso não explica os preços
atuais, porque o petróleo está num patamar histórico muito baixo. Mesmo em
real, o barril custa menos da metade do que custava, por exemplo, em junho de
2014. [Naquele mês, o preço médio do litro da gasolina no Brasil estava em R$
2,96 e o do diesel em R$ 2,50. Atualmente, a gasolina está em R$ 3,66 e o diesel em
R$ 2,99. Os dados são da ANP (Agência Nacional do Petróleo)]
Qual o peso dos impostos?
Hoje os impostos federais somam cerca de 10% do valor. O ICMS equivale a 28%.
Com os 35% de regulação da Petrobrás, dá mais de 60% do preço da gasolina que é
custo estatal. Porque, se o objetivo do imposto é ter retorno para a
sociedade, mas isso não ocorre, eu considero custo estatal. Agora, imagine se o
combustível fosse 60% mais barato, qual seria o impacto disso no setor de
transporte? Os empresários poderiam estar muito mais preocupados em como
competir no mercado do que em como pagar custos operacionais. Qual a
diferença de um mercado mais competitivo? É a inovação. Hoje, a maior
preocupação é como pagar as contas e manter a empresa aberta. O empresário
não consegue inovar.
O escândalo de corrupção na Petrobrás gera algum impacto sobre os preços?
É uma análise de causa e consequência. Como você tem uma empresa estatal que
não tem concorrentes, ela tem poder coercitivo de lei e pode determinar o preço
dos produtos. Isso faz com que ela consiga vencer concorrências, porque tem
solidez e segurança e, assim, também, fazer grandes aportes financeiros. Por isso,
as pessoas que assumem cargos importantes de decisão na empresa não são
pessoas de mercado, são indicações políticas. Sem fazer críticas a partidos: desde
que a Petrobrás surgiu, a indicação de diretores não é via mercado, é via interesse
político. Então, a pessoa está lá, não por sua competência de administração, mas
por seu alinhamento partidário
O governo tem buscado a iniciativa privada para investir em infraestrutura.
Como o cenário de crise pode impactar nesses objetivos e no
desenvolvimento?
O governo tem dinheiro para investir em infraestrutura, mas não consegue aplicar
porque a burocracia do próprio governo atrapalha. O problema é excesso de
regulação, que atrapalha o investidor, pois não gera segurança institucional. Ele
não sabe, se investir hoje, quando alguém vai intervir. Por exemplo: como atrair a
inciativa privada se o governo quer criar a CPMF? Se há indicativos de que a Selic
(taxa básica de juros) subirá ainda mais neste ano, ultrapassando os 15%, segundo
analistas? Você cria um ambiente financeiro desfavorável. É necessário diminuir o
tamanho do gasto público e a necessidade de aumentar impostos. O Custo Brasil é
alto porque temos muitos impostos, custo operacional elevado, e insegurança,
que faz com que o empresário não saiba qual será seu retorno.
As expectativas dos empresários, segundo sondagem realizada pela CNT, é
que a economia comece a apresentar melhoras a partir de 2017. Quais os
passos, na sua visão, para essa retomada?
A melhora não vai acontecer enquanto não ocorrerem mudanças importantes.
Tem uma crise política grande que precisa ser resolvida e que compromete
qualquer ideia de ajuste fiscal e enfrentamento à crise econômica. Há muita
instabilidade institucional. Então, tem que sanar essa questão política. E, depois
que as instituições estiverem fortalecidas, que a Operação Lava-Jato terminar as
investigações, independentemente do partido ou instância de governo, aí dá para
pensar em consertar a economia do país. Do contrário, vai ocorrer o que ocorreu
no ano passado, quando se falou em ajuste e não foi possível por causa do
problema político.
Como o cidadão deve se prepara para os próximos meses ou anos, com a
economia ainda em dificuldade?
Evitar endividamentos. Temos uma geração que se acostumou a crédito barato,
mas hoje as taxas de juros estão altas. Então, tem que evitar se endividar. Quem
tem emprego, se sobrou um dinheiro, deve quitar a dívidas. Tem que diminuir os
gastos, porque não se sabe quem estará empregado amanhã e, além disso, temos
um inimigo invisível chamado inflação. Mesmo que tenha emprego estável, há
risco de seu dinheiro ser corroído pela inflação. E fazer poupança, porque é aí
que vem o crescimento de verdade. As pessoas poupam e é isso que serve para
investimento.
Evolução do preço do barril do petróleo até 2015, em US$:
(Fonte: Index Mundi)
19.01.2016
Inflação em SP avança, pressionada por alimentos e transportes
A inflação em São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) avançou 1,02% na segunda prévia
de janeiro, contra alta de 0,88% na primeira.
Os alimentos, mais uma vez, seguem pressionando o custo de vida na capital
paulista. Da primeira para a segunda semana de janeiro de 2016, a taxa de variação
de preços subiu de 1,77% para 2,16%.
Na sequência, aparecem as despesas com educação, cujos preços aumentaram de
1,29% para 2,87%, e os gastos com transportes (de 0,25% para 0,74%).
Por outro lado, subiram menos os gastos relativos a habitação (de 0,52% para 0,51%) e
saúde, de 0,30% para 0,29%. Em vestuário, os preços passaram de uma alta de 0,35%
para uma queda de 0,19%.
O IPC-Fipe mede as variações quadrissemanais dos preços às famílias paulistanas
com renda mensal entre 1 e 10 salários mínimos.
22.01.2016
Dnit notifica 3,6 milhões de motoristas em razão de infrações de
trânsito
O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes) publicou, nesta terça-feira (22), no
Diário Oficial da União, 3,6 milhões de notificações
de multas para motoristas que excederam a
velocidade ou avançaram o sinal vermelho em
rodovias federais de todo o país.
Isso foi necessário porque esses condutores não
foram localizados pelos Correios.
A notificação por meio de edital está prevista no
CTB (Código de Trânsito Brasileiro), com regulamentação do Contran (Conselho
Nacional de Trânsito).
Os interessados deverão acessar, no site do Dnit, o ambiente eletrônico “Multas”
para imprimir cópia a Notificação de Autuação.
Clique aqui para realizar a consulta.
Proprietários dos veículos têm 15 dias para recorrer.
21.01.2016
ANTT altera prazo para pagamento da taxa de fiscalização do
transporte de passageiros
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) publicou, nesta quarta-feira
(20), uma resolução que amplia o prazo para pagamento da taxa de fiscalização
do serviço de transporte rodoviário coletivo interestadual e internacional de
passageiros. A data limite foi prorrogada em um mês.
O valor é de R$ 1,8 mil por ônibus registrados na frota entre 1º de janeiro e 31 de
dezembro do ano de apuração, inclusive 2015. Os novos prazos, de acordo com o
último algarismo da raiz do CNPJ da empresa, são os seguintes:
1 – 20 de fevereiro
2 – 20 de março
3 – 20 de abril
4 – 20 de maio
5 – 20 de junho
6 – 20 de julho
7 – 20 de agosto
8 – 20 de setembro
9 – 20 de outubro
0 – 20 de novembro
Conforme a ANTT, a taxa de fiscalização deve ser paga em parcela única.
Empresas que não fizerem o pagamento terão o débito inscrito na Dívida Ativa da
União e no Cadin (Cadastro Informativo dos Créditos não quitados do Setor
Público Federal). Os procedimentos para o pagamento devem ser informados pela
Supas (Superintendência de Serviços de Transporte de Passageiros), da ANTT.
21.01.2016
Governo apresenta estudo para concessão de ferrovia de mil
quilômetros e quase R$10 bi
A Agência Nacional de
Transportes Terrestres
(ANTT) colocou em audiência
pública nesta terça-feira (19)
estudos para concessão da
quase mil quilômetros da
ferrovia Norte-Sul de Ouro
Verde de Goiás (GO) até
Estrela D Oeste (SP) e uma
nova extensão até Três
Lagoas (MS), onde existe um
polo agrícola e industrial,
principalmente de celulose.
O valor estimado a partir de
estudos apresentados na audiência é de R$ 9,3 bilhões em investimentos. O
cálculo é praticamente o dobro da estimativa inicial apresentada no ano passado
na segunda fase do Programa de Investimentos em Logística (PIL), de R$ 4,9
bilhões.
O trecho da Norte-Sul está em fase final de construção pela Valec e o ramal de São
Paulo ao Mato Grosso do Sul ainda não tem obras iniciadas. O modelo de
concessão é inédito, por incluir um trecho praticamente pronto e outro ainda por
fazer.
A ideia do governo é que o investidor tenha remuneração já pelo primeiro trecho
enquanto constrói o segundo, aliviando a necessidade financeira de aportes na
concessão. A construção da Norte-Sul até São Paulo, porém, teve seu ritmo de
obras praticamente paralisado no ano passado pela Valec, prorrogando seu prazo
de conclusão para dezembro.
Na semana passada, o Ministério dos Transportes aprovou a adoção dos estudos
técnicos apresentados para o trecho entre São Paulo e Mato Grosso do Sul por J&F
Investimentos S.A. e Concremat Engenharia e Tecnologia S.A, que serão
remunerados em até R$ 9,9 milhões quando da ocasião da concessão.
Por meio de nota, a ANTT lembrou que a chegada da Norte-Sul ao município de
Estrela d’Oeste (SP) permitirá a conexão da Ferrovia Norte-Sul com a ALL Malha
Paulista, possibilitando o acesso ao Porto de Santos.
19.01.2016
Aumenta número de passageiros de ônibus em SP
O número de pessoas que usam ônibus na cidade de São Paulo aumentou, de
acordo com a pesquisa do Ibope/Rede Nossa São Paulo. Segundo os dados, 71%
dos entrevistados afirmaram usar o ônibus como meio de deslocamento diário na
capital paulista. Na pesquisa anterior eram 68% que usavam os coletivos.
No entanto, a satisfação do paulistano, ouvido na pesquisa, em relação ao
transporte coletivo por ônibus é baixa. Os serviços de transporte e com trânsito
tiveram nota média de 3,9, de uma escala de zero a dez.
Os dados apontaram também que o tempo médio de espera nos pontos de ônibus
passa de 20 para 21 minutos na comparação com a pesquisa anterior.
O estudo foi feito entre 30 de novembro a 18 de Dezembro de 2015, e o Ibope
ouviu 1.512 entrevistas.
A pesquisa tem 95% de confiabilidade e a margem de erro é de 3 (três) pontos
percentuais para mais ou para menos sobre os resultados.
O custo social do passe livre
BERNARDO GUIMARÃES
Discussões sobre o passe livre costumam focar dois aspectos:
1) as contas públicas: Estados e municípios estão na pindaíba, o momento não é
propício para os aumentos nos gastos públicos que o passe livre geraria.
2) distribuição de renda: o passe livre é, entre outras coisas, uma transferência de
recursos dos contribuintes para quem usa o transporte coletivo.
Esses aspectos são bastante discutidos. A coluna de hoje é sobre um terceiro
aspecto, muito importante, mas menos compreendido: preços são muito
importantes em uma economia de mercado.
Para entender esse ponto, pense em uma economia com uma só pessoa, a
economia de Robinson Crusoé.
O tempo que Robinson Crusoé vai gastar pescando, limpando a casa e cuidando
da horta vai depender de quanto valor ele dá para a casa limpa, para comer o
peixe e a alface.
Em uma economia com milhões de pessoas, cada um produz uma fração ínfima
do que consome. Eu não pesco nem cuido de horta.
Para saber se eu vou comprar alguma coisa, eu comparo seu preço com o valor
que lhe atribuo.
Suponha que o governo resolva subsidiar o peixe que eu compro. Isso é bom?
Eu vou comprar mais peixe. A sociedade vai produzir mais peixe.
Só que o subsídio não cria peixe. Pagaremos impostos para financiar o subsídio.
Assim, deixaremos de comprar outras coisas, que a sociedade deixará de
produzir.
O subsídio não muda a capacidade de produção do país, só muda a alocação de
recursos: produzimos mais peixes e menos de outras coisas.
Na economia de Robinson Crusoé, o subsídio é como uma lei que o faz gastar
mais tempo pescando do que ele escolheria. É ruim.
O mesmo ocorre na nossa economia. O subsídio nos faz alocar mais recursos na
criação de peixe do que escolheríamos, como sociedade, considerando os custos
reais de produção.
O custo para a sociedade do passe livre é este: mais viagens de ônibus do que
haveria se considerássemos os custos.
Há, porém, duas considerações importantes:
Robinson Crusoé considera em suas decisões a poluição que ele cria para ele
mesmo. Só que a poluição que causamos aos outros não aparece no preço de usar
o carro.
Assim, seria desejável tributar mais o uso dos carros, para que levássemos em
conta em nossas decisões o trânsito e a poluição gerada. Esse seria um bom
imposto.
Na ausência desse imposto, o passe livre tem um efeito positivo ao gerar
incentivos para as pessoas substituírem o transporte individual pelo coletivo (um
ônibus gera menos trânsito e poluição que 30 carros).
Segunda questão: as pessoas vão viajar mais de ônibus se for de graça?
No curto prazo, muito pouco. Contudo, há evidências de que, no longo prazo, a
reação a mudanças de preço como essa é bem significativa.
O preço do transporte se reflete no preço de outras coisas. Com o passe livre,
bens e serviços que usam mais transporte ficariam mais baratos. Passaríamos a
produzir mais destes.
Além disso, as pessoas passam a estruturar a vida pessoal considerando que
transporte não custa.
Faz sentido transferir recursos para os mais pobres. Contudo, há outras formas
de transferir renda que não geram essas distorções.
Por exemplo, pagar por boa educação e serviços essenciais de saúde para os mais
pobres é uma ótima maneira de fazer essa transferência.
Bernardo Guimarães - Professor de economia da EESP-FGV, Bernardo Guimarães é
autor de "A Riqueza da Nação no Século 21". Tem doutorado em Economia pela
Yale University.
22.01.2016
Ônibus de 40 metros de comprimento pode ser alternativa para
sistemas de maior capacidade
Se você acha que os ônibus biarticulados que servem cidades como São Paulo, Rio
de Janeiro e Curitiba, de 28 metros de comprimento são gigantes, então você
precisa conhecer o Hybrid Road Train, chamado de trem da estrada e que foi
apresentado nas Filipinas.
O veículo tem 40 metros de comprimento e pode transportar em torno de 300
passageiros por vez. São quatro articulações e cinco “carros”.
A velocidade é de 50 quilômetros por hora e o
projeto foi desenvolvido pelo DOST –
Departament of Science e Technology’s das
Filipinas.
O veículo foi apresentado oficialmente em junho
de 2015 e são realizados testes. Na quinta-feira, 14
de janeiro de 2016, houve um princípio de
incêndio, que assustou os passageiros no veículo,
mas ninguém ficou ferido. O ônibus-trem é
apresentado como alternativa aos altos custos da expansão do metrô de Manilla,
com eficiência semelhante ao sistema de trilhos.
Os testes devem durar de dois a três anos para comprovação de segurança.
As autoridades estimam que o sistema com o ônibus gigante pode transportar 640
mil pessoas por dia, em corredores especiais.
O veículo é elétrico-híbrido, possuindo um motor combustível que gera energia
para o motor elétrico.
22.01.2016
ANTT publica regras para utilização de ônibus e
motoristas de terceiros nos serviços de transporte de
passageiros
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou a Resolução nº
4.998, que dispõe sobre os procedimentos para utilização de ônibus e motoristas
de terceiros nos serviços regulares de transporte rodoviário interestadual e
internacional coletivo de passageiros. Poderão requerer, por prazo determinado,
as empresas transportadoras autorizadas.
O texto da resolução aborda os prazos e as condições para que as empresas
solicitem a utilização dos ônibus e motoristas de terceiros, mediante contrato de
locação ou comodato, à Agência.
Haverá autorização, pelo prazo máximo de 90 dias, os serviços operados quando
no mercado de um determinado serviço ocorrer variação incomum e temporária
de demanda de passageiros, nas datas festivas, cívicas e nos feriados santificados
e nos períodos compreendidos entre a segunda semana de junho até a primeira
semana de agosto e da última semana de novembro até a primeira semana de
fevereiro, períodos de grande movimentação nas rodoviárias. Empresas terão
prazo máximo de 180 dias, quando o serviço for destinado à realização de testes
operacionais de ônibus novos, devendo a empresa cedente ser uma montadora
nacional.
Os ônibus de terceiros deverão atender às exigências e características técnicas
adotadas na prestação dos serviços em que serão utilizados, bem como dos
serviços em que estão originalmente cadastrados.
Quanto ao motorista, a autorização fica condicionada à prévia autorização da
utilização de ônibus pertencentes à empresa cedente e ele poderá somente
conduzir ônibus pertencente à empresa cedente.
A ANTT terá prazo de até 15 dias para análise e deliberação sobre o requerimento
apresentado, contados do recebimento de toda a documentação prevista na
resolução.
21.01.2016
Pesquisadores de Manaus desenvolvem conceito de ônibus
biarticiulado ou trem leve que flutua e que pode ser
alternativa de mobilidade urbana
ADAMO BAZANI
Após realizarem uma pesquisa em 2009 sobre economia em transportes de
cargas, três engenheiros de Manaus desenvolveram um conceito de veículo que
pode ser uma alternativa para mobilidade urbana. Trata-se do Star – D, uma
espécie de trem leve ou de ônibus biarticulado, inspirado na tecnologia dos
dirigíveis, que “flutua” através de gás hélio estando ligado a trilhos.
A movimentação se dá por turbinas.
O protótipo já foi desenvolvido em dimensões reduzidas e patenteado pelos
engenheiros Olavo Tapajós, Antônio Leão e Luiz Cláudio Alencar, está sendo
testado neste momento.
Segundo os responsáveis pelo projeto Star D, o custo de implantação seria
entorno de US$ 20 a US$ 40 milhões por quilômetro.
O veículo poderia transportar até 400 pessoas. A capacidade do sistema e a
velocidade comercial ainda precisam ser definidas. Os pesquisadores, no entanto,
disseram ao repórter Oswaldo Neto, de A Crítica, que faltam de incentivos para
estudos da nova alternativa.
Segundo eles, o Brasil possui uma fabricante de dirigíveis localizada em São
Carlos, no interior de São Paulo, com 40 engenheiros da USP, o que tornaria mais
fácil a implantação do Star-D.
22.01.2016
Fortaleza lança edital para sistema de carros elétricos
compartilhados
A prefeitura de Fortaleza lançou edital de chamada pública para escolher a
empresa responsável pela implantação de um sistema de carros elétricos
compartilhados, que deve começar a funcionar em abril.
Inicialmente, o projeto piloto prevê o funcionamento de 15 carros e de dez
estações. Os usuários que aderirem ao sistema vão pagar uma taxa de R$ 40, que
será convertida em créditos para utilizar nos veículos.
Trinta minutos de uso custarão R$ 20 e os minutos excedentes serão cobrados
avulsos e de forma inversamente proporcional: quanto mais tempo com o carro,
menor o valor do minuto. Outros benefícios do sistema são a possibilidade de
dividir os custos com um carona e de estacionar em vagas da Zona Azul
gratuitamente.
“Pretendemos estimular a lógica do compartilhamento e da cultura solidária. Se
essas ideias properarem, teremos diversos ganhos para o trânsito e o meio
ambiente”, disse o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. A prefeitura estima que
61% das emissões de gases de efeito estufa na cidade sejam oriundas de veículos
movidos a combustíveis fósseis.
Embora o edital não especifique a marca do veículo, o prefeito explica que há
apenas um modelo licenciado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Trata-se de um BMW 100% elétrico que utiliza vários materiais reciclados na sua
estrutura, inclusive pneus. Com carga total, o veículo tem autonomia para rodar
200 quilômetros. Nas estações, a previsão é que os carros fiquem com a carga
completa em três horas.
Segundo a prefeitura, a implantação do sistema de carros compartilhados será
feita sem custo para os cofres públicos. O edital de chamada pública prevê que a
empresa vencedora apresente carta de patrocínio e explore a publicidade no
sistema.
21.01.2016
Totens contarão número de ciclistas em São Paulo
Dois totens irão contar a quantidade de ciclistas que passarão pela Av. Brigadeiro
Faria Lima e na Rua Vergueiro. Os equipamentos foram doados pelo Banco Itaú a
Prefeitura de São Paulo e começarão a funcionar na próxima segunda, 25,
aniversário da cidade.
Os contadores mostrarão na tela a quantidade de ciclistas que passaram pelo
local, em tempo real, diariamente, mensalmente e anualmente. Os dados serão
enviados a CET que irá acompanhar o quadro evolutivo. Além dos maquinários, o
banco doou um equipamento móvel semelhante.
Nos pontos escolhidos, é possível ver uma quantidade expressiva de ciclistas. No
caso da Faria Lima, levantamento da Ciclocidade apontou que o fluxo de pessoas
que usam a bike na região, é média de 138,64 por hora, ou 2,31 por minuto.
Ambas as ciclovias possuem conexão com outras estruturas. No caso da Vila
Mariana, por exemplo, o ponto é conexão para as vias para bicicletas da Paulista,
em direção ao centro na Rua Vergueiro, ao sul no sentido da Avenida Jabaquara, e
por último a via que leva em direção ao parque do Ibirapuera, na ciclofaixa
instalada na Rua França Pinto.