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EDIÇÃO 04 17 DE ABRIL DE 2015 ASSESSORIA DE IMPRENSA RAMAL 2105

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Reportagens sobre o setor de concessão, transportes, infraestrutura e rodovias

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Page 1: Fim de Semana ARTESP - edição 04

EDIÇÃO 04 – 17 DE ABRIL DE 2015 ASSESSORIA DE IMPRENSA

RAMAL 2105

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Fazenda critica modelo de concessão da ANTT

ANTT discute regras para a operação de ônibus interestaduais - Valor Econômico

O Ministério da Fazenda encaminhou, na sexta-feira, um parecer à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) com críticas ao modelo de concessões de transporte rodoviário interestadual de passageiros. Para a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) da Fazenda, a proposta de regulamentação do setor que foi feita pela agência reduz a concorrência ao fixar uma série de barreiras à entrada de novas companhias no setor.

Com isso, o modelo da ANTT afasta a competição no setor, reduz a oferta, diminuindo o número de empresas que poderiam participar das linhas de ônibus, e a tendência é que, se o modelo for aplicado, as passagens fiquem mais caras para os consumidores.

O modelo de concessão de linhas interestaduais de ônibus está em debate há anos dentro do governo. O Ministério Público Federal cobrou, em diversas ações, a realização de licitações para regularizar essas linhas e introduzir concorrência entre as empresas de transporte interestadual.

Foi a partir dessa cobrança que houve a aprovação do novo modelo, que seria caracterizado por uma nova forma de entrada no setor: a autorização. Ela está prevista na Lei nº 12.996, de 2014, que tratou do regime de outorga dos serviços.

Essa lei mudou o regime de permissão dos serviços, que exigia licitação, para o de autorização. O objetivo seria o de permitir que mais empresas pudessem participar da disputa pelas linhas interestaduais. Normalmente, a concorrência pelo serviço fica restrita a exigências pré-definidas nas licitações, que faziam com que as mesmas companhias fossem as vencedoras nas disputas. Para vigorar, a autorização depende de regulamentação da ANTT.

O problema para a Fazenda é que a regulamentação colocada em audiência pública pela agência reguladora do setor, que foi concluída na sexta-feira, reduz a competição no setor, o que poderá levar a tarifas mais altas aos passageiros no futuro.

Isso porque as regras estabelecem que haverá um regime de transição para o novo modelo no qual os serviços continuariam a ser prestados pelas mesmas empresas que já atuam no mercado.

A ANTT defende que as companhias que quiserem entrar nesse mercado só poderão fazê-lo após quatro anos. Além disso, a agência fixou uma divisão de mercado de acordo com o porte das empresas. Isso significa que as empresas menores não podem atuar em linhas com grande demanda de passageiros.

Ainda segundo a ANTT, as companhias interessadas em entrar no setor devem ter capital social que varia entre R$ 2 milhões e R$ 15 milhões.

Para o Ministério da Fazenda, essa exigência é restritiva, já que faz com que empresas de menor porte tenham que comprovar maior capital social em relação à frota de ônibus.

Outra exigência proposta pela ANTT é que para entrar no mercado as empresas teriam que demonstrar viabilidade operacional no sentido de que a presença delas não dificultará financeiramente a atuação daquelas que já atuam no setor.

Por fim, a agência quer que seja permitido que passageiros possam comprar passagens para viajar em pé por até 75 quilômetros e cobranças em terminais de passageiros que dificultam a entrada de novas competidoras.

O Valor apurou que técnicos da ANTT ficaram descontentes com as normas aprovadas pela cúpula da agência. Segundo eles, boa parte das medidas debatidas internamente no sentido de aumentar a concorrência no setor de transportes rodoviário não está na regulamentação.

O parecer foi feito pela Secretaria de Acompanhamento Econômico, cumprindo a exigência legal de se manifestar em todas as audiências públicas de normas de agências reguladoras federais.

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PRIVATIZAÇÃO QUE NÃO DECOLA

Aeroportos enfrentam problemas com atrasos da Infraero e empreiteiras envolvidas na Lava-Jato

Por Henrique Gomes Batista e Geralda Doca | Rio e Brasília

A promessa era que eles se transformariam em terminais dignos de primeiro mundo. Mas diversos

problemas estão fazendo com que alguns dos aeroportos privatizados ainda tenham “cara de rodoviária” e

que melhorias avancem no ritmo de obra de igreja — com construções e reformas inacabadas e sem prazo de

conclusão. Há duas razões principais para esta frustração, segundo especialistas, empresas e o próprio

governo. Em primeiro lugar está a crise financeira da Infraero, que impede que a estatal conclua obras

anteriores à concessão dos aeroportos, prometidas para antes da Copa do Mundo — situação piorada pelo

forte ajuste fiscal que impede novos aportes do Tesouro Nacional na estatal. Para solucionar estes casos,

alguns consórcios, como o do Galeão, pretendem, ainda neste mês, assumir obras da Infraero. Além da falta

de fôlego da Infraero para investir, o setor ainda é afetado pela paralisia de empreiteiras que integram

consórcios, incluídas na Operação Lava-Jato, que apura escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras.

Galeão, no Rio, e Confins, a 40 quilômetros de Belo Horizonte, enfrentam as maiores dificuldades. Nos dois

terminais, a Infraero tem obras em atraso que somam cerca de R$ 300 milhões. Há casos de contratos

rescindidos e reformas de terminais totalmente paradas. Em Minas Gerais, a falta de obras de ampliação do

Terminal 1 e da construção do Terminal 3 — estimadas em R$ 150 milhões — impedem que o aeroporto

tenha uma nova cara. Confins passou a ter administração privada em agosto.

— Não consigo sequer dizer quando teremos essa situação resolvida. Não há nada que eu possa fazer, nem

mesmo o que tenho de cumprir no Terminal 2. Preciso atender estes passageiros durante as obras nos outros

terminais, que sequer estão em andamento. O Terminal 1 era para ter sua obra concluída antes da Copa e

ainda está com apenas 53% de conclusão. O pior é que isso é péssimo para a imagem do consórcio

vencedor, o usuário não entende que os problemas são da Infraero — disse Paulo Rangel, presidente da BH

Airport, concessionária do aeroporto de Confins, que conta com as empresas CCR (administradora de

rodovias como a via Dutra) e as operadoras dos aeroportos de Munique e de Zurique.

IMAGEM EM XEQUE

No Rio, algumas obras foram entregues pela estatal de forma acelerada, e ainda persistem os problemas de

goteira no novo Terminal 2. Parte dele ainda está em obras. No Terminal 1, a situação é ainda mais grave: a

estatal parou a troca das esteiras rolantes e a reforma de todo o local. De outro lado, 2,7 mil funcionários

trabalham na expansão do aeroporto, que é tocado pela concessionária. Segundo Luiz Rocha, presidente da

Rio Galeão (formada por Odebrecht e Changi, de Cingapura), parte dos problemas é herança da estatal.

Mesmo assim, a ordem é assumir as obras da Infraero no Galeão ainda em abril e depois acertar as contas:

— Primeiro vamos assumir as obras e depois veremos o reequilíbrio do contrato com a Infraero. O que não

dá é para ter mais atrasos, tenho um cronograma olímpico — disse Ramos, que está investindo R$ 2 bilhões

no terminal e sofre pela parada das obras da estatal, que somam R$ 150 milhões. — Pode voltar daqui a três

meses para ver o avanço nestas obras da Infraero. Mas não duvido que algumas das nossas novas

construções fiquem prontas antes desta reforma prometida para a Copa.

Enquanto constrói um novo píer de quase um quilômetro de prédios, o consórcio está de olho nas obras da

Infraero no Terminal 2, onde a nova estrutura vai se conectar. Se não ficar pronta a tempo, a construção

bilionária, que será destinada prioritariamente a voos internacionais, poderá ficar inutilizada. Trata-se de

área a ser usada pelos passageiros após a passagem pelo check-in e pelo raios x, localizados no Terminal 2.

Rocha diz que, somente após o fim das obras da estatal, o Galeão terá, de fato, a qualidade que se espera do

serviço público. Até lá, os atrasos afetam a imagem dos consórcios:

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—Estes problemas colocam em xeque o nome dos consórcios. O usuário não entende que a obra era

anterior, que depende da Infraero. Ele sabe que está privatizado e quer melhorias — afirma Paulo Resende,

da Fundação Dom Cabral.

Para o ex-ministro Moreira Franco, que era o titular da Secretaria de Aviação Civil, os concessionários

precisam cobrar a Infraero:

— Há problemas, mas os consórcios não podem ficar parados. Precisam assumir as obras, fazer com que as

melhorias aconteçam.

Cláudio Frischtak, sócio da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, diz que os problemas são

resultado de concessões sem planejamento:

— Alertamos na época das concessões que não fazia sentido manter a Infraero com um percentual tão

elevado nos consórcios. Hoje, a estatal tem de arcar com investimentos elevados e concluir obras do

passado, num momento em que está sem caixa.

Nos aeroportos privatizados na primeira leva — Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, e Brasília, além da

concessão de São Gonçalo do Amarante — o problema foi menor, pois havia menos obras de

responsabilidade exclusiva da Infraero. No maior aeroporto paulista, o Terminal 3 já foi inaugurado e os

dois primeiros terminais passam por uma recuperação, chamada retrofit.

INFRAERO CITA PROBLEMA COM EMPRESA CONTRATADA

Mesmo assim, a Infraero chegou a entregar algumas obras, sobretudo de expansão de pistas, com atraso.

Nestes aeroportos, a maior parte das obras já foi entregue — com exceção de Viracopos —, e os problemas

estão relacionados às empreiteiras envolvidas na Lava-Jato. Algumas operações já estão à venda, como a

Invepar, empresa da OAS que faz parte do consórcio que administra Guarulhos.

— Isso não chega a ser um problema, pois os aeroportos brasileiros seguem atraentes, por serem bons

negócios e pelo potencial de crescimento. Se as atuais empresas tiverem problemas, não temos dúvidas que

haverá interesse de outros grupo — disse Resende, da Dom Cabral.

A Infraero confirma o atraso na obra de reforma e ampliação do terminal de passageiros de Confins e alega

que o problema se deve “à baixa execução dos serviços” por parte das empresas contratadas pela estatal para

executá-los, de acordo com respostas enviadas por e-mail. A estatal informou que, após disputas judiciais,

tenta uma solução com estas empresas e, ao mesmo tempo, busca entendimentos com o operador do

aeroporto para definir a melhor forma de dar continuidade ao serviço.

Estão sendo discutidas duas alternativas: a Infraero faz uma nova licitação para conclusão da obra ou o novo

operador assume e depois repassa o custo, conforme prevê o contrato. Segundo a estatal, 51,55% da obra

foram concluídos.

Sobre o Galeão, a Infraero informou que o contrato com a empresa responsável por uma etapa da obra

(reforma do Setor B e edifício administrativo) foi rescindido e que negocia com o concessionário como dar

continuidade ao serviço. A estatal informou que está em fase de rescisão com a empresa responsável pelas

obras complementares no Terminal 2 e que o novo operador deve assumir o contrato. Nos dois casos, alega

que houve descumprimento contratual por parte das empresas. Segundo a Infraero, todas as obras de sua

responsabilidade nos outros aeroportos concedidos (Brasília, Guarulhos e Viracopos) foram entregues.

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INVESTIMENTOS ESTADUAIS CAEM 24% NO PRIMEIRO BIMESTRE

Por Marta Watanabe, Tainara Machado e Vanessa Jurgenfeld | De São Paulo

A desaceleração da economia e o menor fluxo de repasses de transferências do governo federal contribuíram

para a queda de investimentos dos Estados nos primeiros meses do ano. Levantamento feito pelo Valor

mostra que de 21 Estados com dados já disponíveis, houve queda de investimentos em 14. Na média, as

despesas de capital desses entes caiu 24,1% no primeiro bimestre de 2015, na comparação com igual

período de 2014.

Analistas chamam atenção para o cenário preocupante por conta da redução de repasses como o Programa

de Aceleração do Crescimento (PAC), com impacto negativo em obras que já estavam em andamento, que

podem ser paralisadas e depois ficarão muito mais caras para serem retomadas. Os atrasos em repasses do

PAC estão atingindo 90 dias e os dos recursos do Minha Casa, Minha Vida variam de 20 a 30 dias, segundo

Carlos Eduardo Lima Jorge, presidente da comissão de Obras Públicas da Câmara Brasileira da Indústria da

Construção e diretor-geral da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop).

José Tostes Neto, coordenador dos Estados no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), diz que o

cenário geral é de queda de investimentos nos Estados por conta dos efeitos da demanda fraca na

arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e nos repasses do Fundo de

Participação do Estados (FPE). Há ainda a queda no ritmo, sentida por alguns Estados, dos repasses de

transferências de capital para investimentos. "Mas isso está no meio de cenário de atrasos de recursos

diversos, que incluem a compensação da Lei Kandir e transferências do Sistema Único de Saúde (SUS)", diz

ele.

"Não há dúvidas de que há uma redução no ritmo de repasses do governo federal, o que contribui para a

queda de investimentos", diz Renato Villela, secretário de Fazenda do Estado de São Paulo. Há dificuldades

para cobrir o atraso, "primeiro porque o recurso não está orçado, já que a previsão inicial era de que o valor

não precisaria ser suportado pelo Tesouro Estadual", explica. E segundo, diz ele, porque os Estados de

forma geral também estão em processo de ajuste.

Em São Paulo, as despesas primárias de capital - que incluem investimentos diretos e aportes para

investimentos via estatais - caíram 15%, de R$ 1,08 bilhão no primeiro bimestre de 2014 para R$ 913

milhões em iguais meses de 2015. As transferências de capital, rubrica na qual estão os repasses da União

destinados a investimentos, caíram no mesmo período de R$ 117,7 milhões para R$ 64,1 milhões. Um dos

programas que contam com recursos transferidos pelo governo federal, diz ele, é o Minha Casa, Minha Vida.

Ao mesmo tempo, a evolução da receita própria não ajuda. A arrecadação do ICMS paulista caiu 4,4% em

termos reais no primeiro trimestre, na comparação com igual período do ano passado.

Segundo Villela, não é possível dizer se o Estado conseguirá manter o mesmo nível de investimentos de

2014. "Tudo depende de como se comportarão as receitas." A expectativa, diz ele, é que a arrecadação

melhore a partir de abril, quando a receita terá reflexo mais relevante do reajuste de tarifas de energia

elétrica. A elevação deve render arrecadação adicional de R$ 400 milhões no ano.

A preocupação com a evolução de receitas e investimentos não se restringe a São Paulo. "As obras estão

todas paradas", diz Mauro Ricardo Costa, secretário de Fazenda do Paraná, em relação aos investimentos.

"A prioridade é pagar conta de luz e de água", diz referindo-se às despesas de custeio e folha de pagamentos.

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"Dos R$ 50 bilhões de orçamento, contingenciamos R$ 11 bilhões. Ou seja, estamos trabalhando somente

com R$ 39 bilhões."

Costa ainda não percebe redução em transferências de capital, mas os recursos do SUS estão em atraso, diz.

"Temos total de R$ 540 milhões a receber do SUS desde o fim do ano passado, o que tem sido suportado

pelo Tesouro estadual".

A arrecadação de ICMS do Paraná cresceu 4% em termos reais no primeiro trimestre em relação a 2014.

Costa ressalva, porém, que isso aconteceu porque o Estado reduziu os prazos de pagamento de impostos

para setores como energia elétrica e comunicações. Sem a medida, calcula, a receita teria caído 2% em

termos reais.

A retomada de investimentos e o descongelamento de despesas virão, diz ele, conforme o andamento da

economia e das medidas de ajuste tomadas no Estado. Entre elas está a reavaliação de contratos e a proposta

para transferir o pagamento de despesas de pessoal com inativos do Tesouro estadual para um fundo

previdenciário, o que resultaria em economia anual de R$ 1,5 bilhão.

Ana Paula Vescovi, secretária de Fazenda do Espírito Santo, espera alguma recuperação de investimentos

depois do tombo do primeiro bimestre, embora descarte crescimento em relação a 2015. Entre janeiro e

fevereiro, o Estado investiu 97% a menos do que em igual período de 2014, o equivalente a apenas R$ 4,4

milhões.

Para a secretária, a execução foi tão baixa porque o Orçamento deste ano só foi aprovado no dia 6 de

fevereiro, o que atrasou a liberação de recursos. "A execução vai melhorar nos próximos meses, pela

abertura do exercício orçamentário e porque devemos ter liberação de alguns empréstimos já contratados".

No entanto, afirma, o cenário econômico deve impossibilitar que os investimentos superem o ano passado,

quando alcançaram R$ 1,7 bilhão.

No primeiro bimestre, diz Ana Paula, a queda da arrecadação total foi de 3,1% em termos nominais.

"Tivemos frustração com as receitas de transferências federais, especialmente com a Lei Kandir e o Fundo

de Estímulos às Exportações", que devem ser normalizados ainda neste ano, espera. Ainda assim, a queda

dos preços de petróleo deve afetar a arrecadação com royalties e o Estado projeta fechar o ano com queda

real de receita.

No caso de Santa Catarina, a expectativa é de alguma recuperação do recolhimento de tributos ao longo do

ano. No primeiro bimestre, porém, esse aumento foi de apenas 4%. "A atividade econômica desacelerou

muito, não foi um resultado bom", afirma o secretário de Fazenda, Antonio Gavazzoni.

O secretário, porém, não atribui a queda de investimentos no Estado, de 46% no primeiro bimestre de 2015,

à atividade econômica. Gavazzoni avalia que a reestruturação de algumas secretarias com a reeleição de

Raimundo Colombo (PSD) atrasou cronogramas, mas afirma que haverá forte retomada nos próximos

meses. "Vamos investir R$ 3 bilhões neste ano, o dobro de 2014, e já temos recursos liberados no BNDES e

no Banco do Brasil. Esses investimentos serão um mecanismo para aquecer a economia do Estado", diz.

Gavazzoni admite que aportes maiores vão piorar o resultado primário do Estado. "Mas a contrapartida será

aquecimento maior da economia", pondera.

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PPP's/Concessões

O pós-fiscal começa com as concessões

Por Claudia Safatle

O governo vai replicar, nas concessões de infraestrutura, o modelo de financiamento anunciado para as

grandes empresas. Na semana passada, em reunião com a Anbima, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy,

e do Planejamento, Nelson Barbosa, formataram um desenho para os novos financiamentos com

participação de recursos subsidiados do BNDES. O acesso ao máximo de crédito em TJLP será

condicionado a um valor mínimo de emissão de debêntures. O detalhamento da proposta será anunciado nas

próximas semanas, assim como a definição para as concessões futuras.

Trata-se, aí, de começar a mudar a relação entre crédito direcionado e crédito livre e, na esteira do

esgotamento dos recursos subsidiados do BNDES, buscar o desenvolvimento do mercado de capitais.

O governo pretende apontar uma luz no fim do túnel e criar melhores condições para a economia no cenário

pós-ajuste fiscal. Até porque o ajuste será mais factível e menos doloroso na medida em que se adiantar a

perspectiva de retomar a trajetória de expansão da atividade. Se há uma possibilidade de tirar o país da

estagnação/recessão em que se encontra e criar um horizonte para a retomada do crescimento, ela está nos

projetos de infraestrutura, avaliam fontes oficiais. Nessa área, a demanda é imensa.

O financiamento às concessões também comportará a criação de garantia mediante uma linha de crédito no

BNDES para bancar o pagamento de juros de debêntures emitidas por determinado período, para cobrir

riscos eventuais do projeto, como, por exemplo, atraso na liberação da licença ambiental.

No caso das concessões de ferrovias, a ideia em discussão é manter duas possibilidades. Para os projetos que

tiverem demanda garantida, o governo entraria com parte do financiamento para reduzir o risco do

investimento. Já nos projetos que dependem de garantia de demanda, prevalece o modelo atual em que a

empresa estatal, a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, assegura a compra de toda a capacidade da

malha ferroviária e vende direitos de passagem (slots) a quem fizer o transporte da carga.

Mesmo com a alta taxa de juros em vigor hoje, os financiamentos disponíveis no mercado para os projetos

de ampliação da oferta de infraestrutura seriam viáveis. O economista Antônio Carlos Rocca coordenou um

trabalho, no centro de estudos do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Cemec/ Ibmec), em que atesta

essa premissa.

Ele constata que a primeira experiência com debêntures incentivadas conforme a Lei 12.431 de 2011, foi

bem-sucedida e que as empresas concessionárias de serviços públicos costumam acionar esse mercado com

frequência, sobretudo as de rodovias.

O estudo traz simulação da viabilidade de financiamento em projetos de infraestrutura a preços de mercado,

sem um centavo de recursos subsidiados do BNDES. Ele indica que o custo médio do capital próprio é da

ordem de 12,5 % ao ano; o custo de dívida medido pela NTNF de dez anos (preço do dia 17 de março) mais

um prêmio de risco de 2 pontos percentuais chega a 15,4% nominais ao ano. Em termos reais e líquido do

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imposto de renda, o custo seria de 3,6% ao ano para a dívida (debêntures). Com 30% de capital próprio e

70% de dívida, o custo médio ponderado do capital estaria, portanto, em 6,3% ao ano (situando-se no

intervalo de 5,3% e 7,2%). A taxa média de retorno de empresas não financeiras também é de 7,2% ao ano.

Este seria o mínimo retorno requerido do projeto e permitiria, para o acionista, uma rentabilidade de 12,5%

ao ano.

É claro que há muito a fazer para melhorar o ambiente das concessões de infraestrutura, a começar do

resgate do papel das agências reguladoras, maculado pela captura de suas estruturas pelos interesses dos

governos de 2003 para cá. Apreço por uma boa qualidade da regulação já reduziria em alguns pontos o custo

capital.

Há uma boa demanda de investidores pessoas físicas em debêntures, cujos prazos chegam a 17 anos e o

mercado secundário garante a liquidez dos papéis. Os investidores institucionais, porém, ainda não estão

presentes por considerarem que o prêmio de risco é baixo. Regras atraentes para o novo pacote de

concessões pode vir a conquistá-los.

Se há alguns anos o Brasil podia oferecer um conjunto de projetos de investimentos praticamente único, hoje

não está mais só. Tanto o Banco Mundial quanto os países do G-20 enxergam nesses investimentos o

caminho para a retomada do crescimento no mundo. O Bird identifica 5 mil projetos em 137 países nos

próximos 25 anos. O G-20 estima de hoje a 2030, US$ 70 trilhões, o equivalente a cerca de 4% do PIB

mundial, em investimentos na expansão da infraestrutura global.

É preciso, portanto, estar mais competitivo para disputar os recursos externos. Para isso será necessário

combinar modicidade tarifária com eficiência econômica, viabilizar um novo modelo de financiamento e

mitigar os riscos jurídicos e regulatórios. E, também, senso de urgência para tentar tirar a economia do sono

letárgico em que se encontra. Sem o que o ajuste fiscal será ainda mais penoso.

No projeto de lei de diretrizes orçamentárias (PLDO), enviado na quarta-feira ao Congresso, o governo

estabelece como meta para o superávit primário dos próximos anos 2% do PIB e sustenta que essa meta é

condizente com o aumento e posterior estabilidade da dívida líquida/PIB e com a gradual redução da dívida

bruta como proporção do produto até 2018. A mensagem embutida no projeto, segundo o ministro do

Planejamento, Nelson Barbosa, é que o governo vai caminhar para um superávit recorrente e estrutural de

2% do PIB até 2018, que será acompanhado de uma redução da taxa de juros e retomada do crescimento

econômico.

Se as premissas e as metas se confirmarem a dívida líquida sai de 34,1% do PIB em 2014 para 35,1% do

PIB em 2018. Já a dívida bruta, que em 2014 atingiu 58,9% do PIB, sobe este ano para 62,5% e cai em 2018

para 60,4% do PIB.

A meta fiscal para o segundo mandato de Dilma Rousseff ficou no meio termo entre os que defendiam um

ajuste mais forte e rápido e os que advogavam um avanço bem gradual das contas públicas, disse o ministro.

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ANTT indefere recurso contra leilão da Ponte Rio-Niterói

13/04/2015 A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) indeferiu o recurso interposto pela

empresa CS Brasil Transportes de Passageiros e Serviços Ambientais Ltda. contra a decisão da

Comissão de Outorga do leilão da Ponte Rio-Niterói e confirmou a empresa Ecorodovias

Infraestrutura e Logística S.A. como a vencedora da disputa. A decisão foi publicada no Diário

Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (13/4).

Leilão – A BR-101/RJ, trecho acesso à Ponte Presidente Costa e Silva (Niterói) – Entr. RJ 071

(Linha Vermelha), foi a leilão no dia 18/3, na BM&FBovespa, em São Paulo (SP). O lance de tarifa

proposto pela empresa foi de R$ 3,28442, o que representou 36,67% de deságio – diferença do

valor máximo estabelecido no edital e o montante oferecido pela empresa vencedora da

concessão. De acordo com o resultado do leilão, o preço do pedágio ficará mais barato para os

motoristas. Atualmente a tarifa é de R$ 5,20. Estima-se que, com a nova proposta, o preço do

pedágio deve cair para R$ 3,70 a partir de 1º de junho. A diferença entre este valor e o resultado

do leilão se deve à projeção da variação do IPCA em relação à data base do contrato, janeiro de

2014.

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Índice ABCR tem queda de 1,6% no primeiro trimestre No período, o fluxo de veículos pesados caiu 6,3% e o de veículos leves ficou estável.

O índice ABCR de Atividade referente ao primeiro trimestre de 2015 registrou queda de 1,6%, na comparação com o mesmo período do ano passado. No período, o fluxo de veículos pesados caiu 6,3% e o de veículos leves ficou estável. O índice que mede o fluxo de veículos nas estradas concedidas à iniciativa privada é produzido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada.

Na comparação de março contra fevereiro, considerando os dados dessazonalizados, o fluxo de veículos leves caiu 1,2% e o de veículos pesados registrou crescimento de 4,3%, resultando num índice geral positivo de 1,7%. “Nesta comparação, no caso do fluxo de pesados, vale a ressalva de que o movimento é explicado porque a comparação está sendo feito com dados bastante abaixo do normal, uma vez que o índice de fevereiro captou a restrição de fluxo provocada pela greve dos caminhoneiros, sobretudo no sul do País. Em março, nesse sentido, o que houve foi a devolução desses efeitos. A tendência da série de veículos pesados, apesar deste aumento pontual, tem sido de queda. Os dados trimestrais, por sua vez, dão uma boa radiografia dos movimentos da economia, que vem mostrando retração da atividade industrial e tendência recente de elevação da taxa de desemprego”, analisa Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria.

Os dados do Índice ABCR seguem em linha com diversos outros indicadores. A pesquisa Focus do Banco Central, que consolida as expectativas dos agentes de mercado para importantes variáveis econômicas, por exemplo, apresentou, nesta segunda feira, 6 de maio, revisão para baixo nas projeções para o PIB de 2015 pela 14ª semana consecutiva. A mediana das projeções encontra-se atualmente em -1,01%. A Anfavea, que também divulgou seus dados nesta semana, apresentou queda de produção de 7% em março e acumula baixa de 16,2% no primeiro trimestre.

Um dado importante do índice deste mês é a queda de 1,2% no fluxo de veículos leves. Esta é a terceira queda consecutiva deste dado, consolidando o reflexo do processo de deterioração do mercado do trabalho, com perda de postos e salários menores”, explica Bacciotti.

Na comparação com março do ano passado, o índice registra recuo de 2,1% com alta de 1,7% no fluxo de veículos pesados e queda de 3,5% no tráfego de veículos leves. “O crescimento de veículos pesados, também nesta comparação sofre efeito da greve dos caminhoneiros, que

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derrubou o índice no mês anterior, causando um crescimento parcial de equalização em março”, explica Bacciotti.

Nos últimos doze meses, o fluxo total teve expansão de 0,8%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves registrou variação positiva, de 2,7%, e o de pesados recuou 4,6%.

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09/04/2015 | TRÂNSITO

Brasil gasta mais de R$ 16 bilhões por ano com acidentes de trânsito

Ações para reduzir acidentes estiveram entre os temas debatidos no encontro de municípios, realizado

em Brasília

O Brasil gasta, em média, R$ 16,1 bilhões em decorrência de acidentes de trânsito. Do montante, R$ 10,7

bilhões é o custo decorrente das mortes. O restante, R$ 5,4 bilhões, com os feridos. Os dados estão no

Retrato da Segurança Viária 2014, elaborado pelo ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária), e

compila informações do Datasus, ligado ao Ministério da Saúde, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica

e Aplicada) e da ANTP (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros), de 2012. Para se ter

uma ideia, o montante é tão grande que apenas 35 dos mais de cinco mil municípios brasileiros possuem

PIB (Produto Interno Bruto) superior a esse valor.

Por ano, cerca de 45 mil pessoas morrem nesse tipo de ocorrência e mais de 177 mil ficam feridas. Os

dados mais recentes também são de 2012. As estatísticas colocam o país na posição 148 em um ranking

internacional de segurança no trânsito, atrás até mesmo da Índia, reconhecida pelo caos no tráfego. As

políticas de enfrentamento ao problema e o papel dos municípios foram temas debatidos durante o III

EMDS (Encontro de Municípios com o Desenvolvimento Sustentável), nesta quinta-feira (9), em Brasília

(DF).

Saiba mais

Cerca de 75% das cidades brasileiras ainda não municipalizaram o trânsito

Clique aqui

"Os dados são alarmantes e nós não percebemos a existência de uma política de estado de combate a

esse problema", avaliou Luiz Carlos Mantovani Néspoli, superintendente da ANTP. "A sociedade já tem um

diagnóstico, conhece os fatores de risco: velocidade, álcool, ultrapassagens perigosas, avanço de sinal,

atropelamentos . É agindo sobre eles que podemos ter sucesso em reduzir esses números", reforçou. Na

avaliação dele, faltam ações coordenadas entre os órgãos de trânsito e o que mais preocupa é a ausência

de ações permanentes e efetivas por parte dos executivos.

O diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurelio Ramalho, considera que

uma das falhas centrais está na educação para o trânsito, especialmente na formação de novos

condutores. "O sistema está preparado para adestrar motoristas. Todos decoram as sinalizações de

trânsito para passar na prova. As pessoas não são preparadas para refletir sobre as atitudes que devem

ser tomadas e os riscos envolvidos", destacou.

Municipalização do trânsito

Além disso, o enfrentamento ao problema passa pela municipalização do trânsito. Apesar de o CTB

(Código de Trânsito Brasileiro) prever que todos os municípios devem assumir essa responsabilidade,

apenas 26% atendem à determinação. Conforme Ramalho, o envolvimento das prefeituras é essencial,

para que as ações ocorram de forma adequada à realidade local. É papel dos municípios realizar o

monitoramento de dados estatísticos, cuidar da engenharia, da operação, da fiscalização e criar as

escolas públicas de trânsito. "É nas cidades que as coisas acontecem", salientou.

O problema, disse ele, é que, diferentemente do que ocorre com outros setores, como saúde e educação,

não há destinação de uma verba específica para essa área, o que leva as prefeituras a enfrentarem

dificuldades financeiras para se adequarem à lei. Na opinião de Ramalho, esse tema deve ser debatido

pela União, estados e municípios.

Page 13: Fim de Semana ARTESP - edição 04

Governo estuda como acelerar o

investimento em infraestrutura

O governo federal estuda como acelerar o investimento em infraestrutura. Ampliar e integrar

rodovias, ferrovias e portos com investimento privado é o sonho do setor produtivo e

também um plano do governo federal.

Em 2012, foi lançado o Programa de Investimentos em Logística, que projetou fazer

concessões de 7,5 mil km de rodovias e 10 mil km de ferrovias. Das ferrovias, nada saiu do

papel ainda. O que andou foi o programa das rodovias.

Atualmente estão em estudos para a concessão trechos de quatro rodovias federais. Um na

região Sul, dois no Centro-Oeste e outro que vai do Centro-Oeste à região Norte. Tudo para

ajudar no escoamento da produção agrícola.

A previsão é que os leilões saiam no segundo semestre deste ano, mas antes mesmo dos

leilões, já no mês que vem, o governo vai começar a analisar 17 novos trechos rodoviários

para conceder à iniciativa privada.

Também está em fase de estudo a privatização de oito ferrovias com participação da

iniciativa privada, mas ainda sem prazo para leilão.

No caso das estradas de ferro, a equipe econômica diz que haverá uma reavaliação do

modelo para tornar as obras mais atrativas para o mercado.

"O objetivo hoje, pelo menos que eu entendo e interpreto do governo, é exatamente de um

lado fazer com que o setor privado invista mais e de outro lado que o setor privado financie

mais", aponta o consultor Cláudio Frischtak.

Para o professor Paulo Resende, especialista em planejamento de transporte e logística, os

investidores estrangeiros estão cautelosos e considerem instável a atual situação do Brasil.

"Eu sempre defendi que, se nós fizéssemos um ambiente onde as regras de mercado fossem

jogadas com a máxima transparência possível, eu acredito que as tarifas, inclusive, seriam

menores do que são hoje", diz Paulo Resende, doutor em planejamento de transporte.

Page 14: Fim de Semana ARTESP - edição 04

Comissão cobra medidas do governo para evitar

nova paralisação dos caminhoneiros 10/04/2015

O deputado Osmar Terra (PMDB-RS), cobrou nesta quarta-feira (8) medidas efetivas do governo

para evitar uma nova paralisação dos caminhoneiros. Os representantes dos caminhoneiros

alertam para o risco de greve geral, caso não seja fechado acordo com o ministro da Secretaria-

Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, na reunião prevista para o dia 23 deste mês.

Osmar Terra é relator da comissão externa da Câmara que acompanha a movimentação dessa

categoria profissional.

Segundo o parlamentar, o governo já deveria ter anunciado a abertura do crédito especial de R$50

mil com juros de 2% ao ano destinado aos caminhoneiros autônomos. Medida que, segundo ele,

daria “fôlego” para os trabalhadores pagarem as dívidas em um contexto econômico desfavorável,

com o aumento do diesel e queda no preço dos fretes.

O relator acredita que o papel da comissão vai superar as expectativas na busca de soluções para

o impasse. “Como o governo não está anunciando nada em relação aos caminhoneiros, já tem

várias emendas às medidas provisórias (MPs) que estão em debate na Câmara”, afirmou. Uma

Page 15: Fim de Semana ARTESP - edição 04

dessas emendas, para excluir a incidência do PIS e da Cofins do óleo diesel temporariamente, foi

apresentada pelo deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) à Medida Provisória (MP) 661/14, aprovada

ontem por comissão mista.

Para Osmar Terra, são dois os motivos da greve: a queda da receita e o aumento do custo. ”Caiu a

atividade econômica, quem paga o frete acaba por pagar menos e, ao mesmo tempo, tivemos o

ajuste fiscal”, disse. A decisão do governo em aumentar a incidência conjunta do PIS/Cofins e da

Cide sobre os combustíveis resultou em um custo adicional mensal de cerca de R$ 2 mil para os

caminhoneiros.

O relator da MP 661/14 , deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), sinalizou outro benefício para

os caminhoneiros ao incluir o refinanciamento de até 12 parcelas da compra e arrendamento de

caminhões feitos até o fim de 2014 no relatório.

Fretes

Por outro lado, o relator acredita ser difícil a aprovação da Tabela de Frete Mínimo, reivindicada

pela categoria, justamente porque “prevalece a lei do livre mercado”. A tabela foi apresentada em

março pelos representantes da classe durante reunião com o governo. Em vez disso, Terra defende

a busca por alternativas para reduzir custos.

O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) disse que a proposta do preço mínimo para fretes

defendida pelos caminhoneiros ainda deve ser avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “O

quanto antes tivermos uma posição do governo sobre a tabela, melhor as chances de barrar as

greves”, afirmou.

Na opinião do deputado Ságuas Morais (PT-MT), o governo está empenhado em resolver o

problema e já tomou providências, entre elas a aprovação da Lei do Caminhoneiro (13.103/15).

Conforme ele, o colegiado tem até o dia 22 para contribuir com as negociações e evitar a greve.

Representando os caminhoneiros, Jean Carlo Tibolla disse que a palavra final está com o governo.

“Dia 22 é a palavra final deles, eles vão nos atender? Vão aplicar a tabela mínima do frete? Do

contrário, dia 23 o Brasil vai parar”, alertou. Tibolla afirmou que a possível greve no dia 23 está

sendo divulgada nas redes sociais.

Fonte: Agência Câmara Notícias

Page 16: Fim de Semana ARTESP - edição 04

terça-feira, 14 de abril de 2015

Brasil gasta mais de R$ 16 bilhões por ano com acidentes de trânsito

O Brasil gasta, em média, R$ 16,1 bilhões em decorrência de acidentes de trânsito. Do montante, R$ 10,7 bilhões é o custo decorrente das mortes. O restante, R$ 5,4 bilhões, com os feridos. Os dados estão no Retrato da Segurança Viária 2014, elaborado pelo ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária), e compila informações do Datasus, ligado ao Ministério da Saúde, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) e da ANTP (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros), de 2012. Para se ter uma ideia, o montante é tão grande que apenas 35 dos mais de cinco mil municípios brasileiros possuem PIB (Produto Interno Bruto) superior a esse valor.

Por ano, cerca de 45 mil pessoas morrem nesse tipo de ocorrência e mais de 177 mil ficam feridas. Os dados mais recentes também são de 2012. As estatísticas colocam o país na posição 148 em um ranking internacional de segurança no trânsito, atrás até mesmo da Índia, reconhecida pelo caos no tráfego. As políticas de enfrentamento ao problema e o papel dos municípios foram temas debatidos durante o III EMDS (Encontro de Municípios com o Desenvolvimento Sustentável), nesta quinta-feira (9), em Brasília (DF). "Os dados são alarmantes e nós não percebemos a existência de uma política de estado de combate a esse problema", avaliou Luiz Carlos Mantovani Néspoli, superintendente da ANTP. "A sociedade já tem um diagnóstico, conhece os fatores de risco: velocidade, álcool, ultrapassagens perigosas, avanço de sinal, atropelamentos . É agindo sobre eles que podemos ter sucesso em reduzir esses números", reforçou. Na avaliação dele, faltam ações coordenadas entre os órgãos de trânsito e o que mais preocupa é a ausência de ações permanentes e efetivas por parte dos executivos. O diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurelio Ramalho, considera que uma das falhas centrais está na educação para o trânsito, especialmente na formação de novos condutores. "O sistema está preparado para adestrar motoristas. Todos decoram as sinalizações de trânsito para passar na prova. As pessoas não são preparadas para refletir sobre as atitudes que devem ser tomadas e os riscos envolvidos", destacou. Municipalização do trânsito Além disso, o enfrentamento ao problema passa pela municipalização do trânsito. Apesar de o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) prever que todos os municípios devem assumir essa responsabilidade, apenas 26% atendem à determinação. Conforme Ramalho, o envolvimento das prefeituras é essencial, para que as ações ocorram de forma adequada à realidade local. É papel dos municípios realizar o monitoramento de dados estatísticos, cuidar da engenharia, da operação, da fiscalização e criar as escolas públicas de trânsito. "É nas cidades que as coisas acontecem", salientou.

O problema, disse ele, é que, diferentemente do que ocorre com outros setores, como saúde e educação, não há destinação de uma verba específica para essa área, o que leva as prefeituras a enfrentarem dificuldades financeiras para se adequarem à lei. Na opinião de Ramalho, esse tema deve ser debatido pela União, estados e municípios.

Page 17: Fim de Semana ARTESP - edição 04

Sindicato indicou falhas na Ultracargo 7

meses antes de incêndio em Santos LUCAS REIS DE SÃO PAULO

A Ultracargo, empresa atingida por incêndio que durou nove dias em Santos, foi seguidamente

alertada pelo sindicato da categoria após denúncias de funcionários sobre incidentes e falhas

operacionais no transporte, manuseio e armazenamento de líquidos perigosos.

O incêndio começou no dia 2 de abril e foi contido apenas na sexta-feira (10), após consumir todo

o estoque de LGE (Líquido Gerador de Espuma) do país.

Segundo o Sindminérios (Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios, Derivados de

Petróleo e Combustíveis de Santos e Região), a Ultracargo sofreu ainda, segundo denúncias, um

vazamento de 400 mil litros de gasolina em março, dez dias antes do incêndio que atingiu seis

tanques de combustíveis.

Page 18: Fim de Semana ARTESP - edição 04

A Folha obteve os ofícios que foram encaminhados à empresa pelo sindicato desde setembro do

ano passado, após denúncia de "manobra ilícita" de um tanque de benzeno. Em outubro, o

sindicato cobrou novamente providências da Ultracargo

Em 26 de março, uma semana antes do incêndio, o sindicato reclamou da promessa não

cumprida pela empresa de fazer encontros periódicos com seus representantes e informou que

recebeu novas denúncias de "incidentes de processos de médio e grande impactos, relacionados

a outras operações de produtos".

"Recebemos informações de procedimentos descumpridos e ouvimos da empresa que isso não

ocorria. Mas continuamos a receber informações de que outros incidentes com gravidade maior

estavam ocorrendo, como o vazamento de gasolina. Dias depois, aconteceu o grande incêndio",

disse o presidente do sindicato, Adilson Lima.

"[O vazamento de gasolina] Poderia ter causado um incêndio ainda pior do que o ocorrido",

completou Lima.

Com o fim do incêndio, a Polícia Civil e os ministérios públicos Estadual e Federal iniciaram

investigações para avaliar a causa do incêndio e as consequências ao meio ambiente –

houve morte de peixes e emissão de fumaça.

Os bombeiros ainda monitoram o local, com contenção de vazamentos e resfriamento de

tanques.

O Ministério Público Estadual recebeu duas denúncias anônimas com pistas sobre a origem do

fogo. Uma delas aponta que um trabalho de soldagem em uma tubulação iniciou o incêndio.

Outra menciona fogo em uma carga de álcool de um caminhão que estava perto dos tanques.

Segundo a promotoria, a Ultracargo não possui nenhuma pendência legal em relação a alvarás

ou licenças.

"Mesmo com todas as licenças e leis cumpridas, se algo deu errado a empresa precisa responder

do mesmo jeito. Se tinham como evitar o incêndio, por que não evitaram?", disse o promotor de

Urbanismo e Meio Ambiente de Santos, Daury de Paula Júnior.

Procurada, a Ultracargo afirmou, em nota, que as notificações "foram devida e tempestivamente

respondidas ao sindicato" e que não houve manobra irregular do produto.

Page 19: Fim de Semana ARTESP - edição 04

Aprovada na Câmara isenção de tarifa de pedágio para motocicletas

Proposta de isentar o pagamento de pedágio em via federal veículos e duas rodas, como

motocicletas e motonetas, foi aprovada pela Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos

Deputados. Na justificativa do Projeto de Lei 1410/11, a medida tem o objetivo de melhorar a

fluidez do trânsito na rodovia e facilitar a movimentação das motos.

A isenção não é válida para motocicletas conectadas ao sidecar – dispositivo de uma roda preso

ao lado do veículo – ou a um semirreboque. A gratuidade nas cancelas só está prevista em

rodovias que compunham o sistema rodoviário federal.

O texto aprovado também prevê que o concessionário reivindique a revisão da tarifa de pedágio

para que o equilíbrio econômico-financeiro do contrato não seja quebrado. Se ocorrer, a isenção

só valerá após a manutenção ou revisão dos valores. Na

hipótese de improcedência do pedido de revisão de tarifa,

o concessionário poderá pedir solução de divergência do

contrato em acordo amigável.

O deputado Aureo (SD-RJ), relator do projeto, avalia que

os transtornos provocados pela cobrança de pedágio de

motocicletas não justificam sua continuidade, tanto para os

motociclistas quanto para demais usuários. O parlamentar

afirma que a matéria foi tratada com muita propriedade no parecer anterior, “com argumentos

consistentes possibilitando a avaliação abrangente dos aspectos com os quais a proposta se

envolve”.

Caso seja aprovada e sancionada, a regra vai valer passados três meses da data de publicação

da lei no Diário Oficial da União (DOU).

Isenção para GCMs em SP

No início deste mês foi aprovada a proposta que tramitava no legislativo paulista de isentar da

tarifa de pedágio viaturas da Guarda Civil Municipal (GCM). O projeto foi defendido ao longo de

dez anos pela Frente Parlamentar em Defesa das Guardas Municipais.

Em 2013 as ações se intensificaram, com a realização de audiências na concessionária AutoBAn,

na Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos de Transporte do Estado de São Paulo),

com o governador Geraldo Alckmin e na Secretaria de Segurança Pública. A frente parlamentar

continua atuando agora no sentido de orientar as corporações a respeito dos procedimentos para

ter a tarifa zero nos pedágios.

Page 20: Fim de Semana ARTESP - edição 04

Para fazer caixa, Fazenda quer retomar modelo antigo de concessão ferroviária A necessidade do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em turbinar os cofres públicos para garantir o

cumprimento da meta fiscal pode levar o governo a retomar o modelo "antigo” nas concessões ferroviárias,

no qual é cobrada uma taxa de outorga pelo direito de exploração da linha.

No modelo "novo”, lançado pela presidente Dilma Rousseff em 2011, essa taxa não era cobrada. Vencia o

leilão o candidato que concordasse em cobrar a menor tarifa.

A nova estratégia defendida pela área econômica caiu como uma bomba nos setores do governo envolvidos

na definição das regras de concessão ferroviária, segundo apurou o Estado. Na direção contrária do

planejado inicialmente, a proposta é vista como mudança radical no modelo de concessões para o setor

ferroviário, porque praticamente joga fora o plano que Dilma sempre defendeu. Não há consenso entre os

ministérios sobre a mudança.

Norte-Sul. O alvo das outorgas são as ferrovias já concluídas e aquelas que estão em vias de ser finalizadas

pela estatal Valec, vinculada ao Ministério dos Transportes. Recentemente, foi entregue uma malha de 855

km da Ferrovia Norte-Sul, que liga Porto Nacional (TO) a Anápolis (GO). Até o início do ano que vem, uma

extensão de 669 km da Norte-Sul estará pronta, ligando Ouro Verde de Goiás (GO) a Estrela d’Oeste (SP).

Ao adotar o modelo de outorga, o governo passaria o trecho da ferrovia para as mãos de uma única empresa,

que seria a concessionária responsável por aquele trecho. Na prática, trata-se do mesmo tipo de proposta das

concessões feitas na década de 90, modelo que sempre foi criticado por Dilma.

No início do ano, a Valec começou a testar o prometido modelo aberto de exploração ferroviária, no qual a

estatal assume o papel de gestora e vende capacidade de tráfego para qualquer companhia interessada em

transportar carga, seja sua ou de terceiros. O modelo, conhecido como "open access”, é defendido

justamente porque tem capacidade de quebrar o monopólio nas antigas outorgas de ferrovias, levando mais

concorrência para o setor. Pelo menos duas empresas de logística já apresentaram pedidos formais à Agência

Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para atuar na Norte-Sul sob as novas regras.

A nova proposta é analisada em conjunto pelos Ministérios dos Transportes, Fazenda, Planejamento e Casa

Civil. Avalia-se que a outorga do trecho da Norte-Sul que acabou de ficar pronto poderia gerar receitas da

ordem de R$ 3 bilhões. Em 2007, a Vale pagou R$ 1,478 bilhão para operar, por 30 anos, um trecho de 720

quilômetros da Norte-Sul, entre Palmas (TO) e Açailândia (MA).

As outorgas atuais atrairiam empresas porque há malhas já concluídas ou perto disso, com poucos riscos. Já

chegou a Levy a informação que os trechos têm capacidade de atrair interessados no curto prazo.

Apesar da resistência de parte da cúpula dos Transportes, onde a informação é de que ainda "nada mudou”, a

área econômica não vê no leilão das outorgas uma ruptura do modelo desenhado. O entendimento é de que

estaria garantida "a lógica crucial” do direito de passagens de outras empresas no trecho concedido. Críticos

da proposta afirmam, porém, que as outorgas atuais dificultam a passagem de terceiros, impondo restrições

operacionais, burocracias e custos pesados.

Garantias. O impasse do Ministério dos Transportes com a área econômica não está restrito às ferrovias já

construídas e envolve os trechos que ainda não saíram do papel. Com a tarefa de arrumar as contas públicas,

Levy já mandou o recado de que não pretende repassar R$ 15 bilhões em títulos do Tesouro como garantia

da União para bancar o "risco Valec’’ na construção de ferrovias.

Ou seja, segue inabalada a desconfiança do setor privado de a Valec honrar os compromissos financeiros de

novas concessões ferroviárias.

Page 21: Fim de Semana ARTESP - edição 04

Projetos mal feitos comprometem aplicação de recursos federais para mobilidade

Obras executadas sem planejamento acabam judicializadas, barrando investimentos

Foto: TCE/MTObra do VLT em Cuiabá (MT) está paralisada

A falta de qualidade nos projetos para obras de mobilidade urbana é um dos problemas que vêm sendo

enfrentados na aplicação e recursos públicos destinados ao setor. Estimativa da Secretaria Nacional de

Transportes e Mobilidade Urbana, ligada ao Ministério das Cidades, aponta que, dos R$ 154 bilhões já

disponibilizados pelo governo federal para construção de estruturas voltadas ao transporte de passageiros,

cerca de R$ 10 bilhões estão congelados. Isso porque, com as falhas nos projetos, os trabalhos não podem ter

continuidade e, em alguns casos, as questões vão parar na Justiça.

Foi o que ocorreu, por exemplo, com a implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) em Cuiabá (MT),

que tem custo de mais de R$ 1,4 bilhão. A Justiça Federal determinou a suspensão do contrato entre o

governo do estado e o consórcio responsável, até que o poder público apresente um diagnóstico dos

processos de desapropriação de imóveis, necessários para implantação da linha. O problema tem sido

apontado como uma das principais causas para o atraso nas obras, que deveriam ter sido encerradas para a

Copa do Mundo de 2014.

“A necessidade que temos hoje é resgatar as etapas de planejamento e de projeto. A gente tem que dispender

mais tempo nessas fases preliminares”, diz o secretário Nacional de Transportes e Mobilidade, Dario Rais

Lopes. “É compreensível que, no afã de dar uma resposta mais rápida às manifestações de 2013, que

cobraram transportes de mais qualidade, haja pressa na execução. Mas a consequência é que estamos em um

lamentável processo de judicialização e a alocação de recursos públicos fica longe de ser concretizada”,

explica. O tema foi destacado em uma palestra voltada para gestores municipais durante o III EMDS

(Encontro de Municípios com o Desenvolvimento Sustentável), realizado nos dias 8 e 9 de abril, em Brasília.

Para ele, o momento de ajuste fiscal, que limita a liberação de verbas da União para prefeituras e estados, é o

ideal para os governos locais voltarem as atenções para o planejamento e, depois, pleitearem novos recursos.

Governo estuda criação de fundo para estimular PPPs Conforme o secretário, está em análise, no Ministério das Cidades a criação de um fundo garantidor para

ajudar prefeituras e estado a firmarem Parcerias Público-Privadas (PPPs) para obras de mobilidade.

A existência desse fundo é um requisito para que investidores assumam projetos cujas tarifas não cobrem

todo o custo operacional. Nesses casos, a diferença deve ser compensada com dinheiro público. “Como são

projetos longos, de 20, 30 anos, as empresas têm que ter a garantia que essa verba estará disponível”.

No entanto, nem todas as cidades e estados têm condições financeiras de compor esse fundo. “Estamos

fazendo um levantamento de todos os recebíveis, recursos que a União tem para receber, e que podem ser

dados como garantia”.

A ideia é priorizar projetos de transporte de passageiros de alta capacidade. Se for efetivado, o primeiro uso

do fundo será para o metrô de Porto Alegre. A obra demandaria R$ 7,5 bilhões em recursos públicos para

garantir a operação ao longo de 20 anos.

Page 22: Fim de Semana ARTESP - edição 04

AGENDA 2015

Abril

Inscrições para o Prêmio ABCR de Melhor Dissertação de

Mestrado e Melhor Tese de Doutorado

De 11/02 a 04/05/2015 - www.abcr.org.br

Junho

20º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito

De 23 a 25 de junho em Santos

Agosto

IX Congresso Brasileiro de Regulação – ABAR

17 a 20 de agosto em Brasília.

5a edição do Salão de Inovação ABCR

14 a 16 de setembro de 2015 em Brasília