fim de semana artesp #01

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EDIÇÃO 01 – 27 DE MARÇO DE 2015 ASSESSORIA DE IMPRENSA RAMAL 2105

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EDIÇÃO 01 – 27 DE MARÇO DE 2015 ASSESSORIA DE IMPRENSA

RAMAL 2105

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R$ 1,1 bilhão, representando,respectivamente, reduções de7,1% e 13,4% nos já minguadosrecursos destinados ao setorde transportes.

Acrescente-se a isso a his-tórica dificuldade do poder pú-blico brasileiro em avançarcom as ações necessárias aoaprimoramento de infraestru-tura para qualquer segmentode atividade. Para o setor detransportes, apenas 37% dos824 empreendimentos listadosno PAC (Programa de Acelera-ção do Crescimento) foramconcluídos e 28% ainda estãoem fase de projeto, licitação oucontratação.

Soluções destinadas a ele-var a taxa de investimento emtransportes num contexto decontenção de despesas pelopoder público, as novas con-cessões de infraestrutura pa-recem que vão demorar a serefetivamente implementadase devem ter pouco impactoem 2015. Há rodovias, ferro-vias, portos e aeroportos jáselecionados para uma novarodada de oferta à iniciativaprivada, todas ainda em fasede estudos, sem prazo seguropara irem ao mercado. Exce-

ção pontual se faz ao caso daFerrovia de Integração doCentro-Oeste, porém, nestecaso há que se vencer o im-passe de valor estabelecidopelo TCU (Tribunal de Contasda União), outra face de com-plicada equação para fazer ostransportes andarem.

No contexto das cidades, otema da mobilidade urbanadesponta como uma das prin-cipais preocupações em 2015.A inclusão do transporte nogrupo de direitos sociais esta-belecidos pela Constituição Fe-deral por meio da aprovaçãoda PEC (Proposta de Emenda àConstituição) nº 90/11, poten-cializa a obtenção de fontes definanciamento e recursos parao transporte coletivo, uma dasprincipais soluções para a di-minuição dos congestiona-mentos de tráfego que com-prometem o tempo, a saúde,os recursos financeiros e aqualidade de vida da popula-ção urbana. Mas parece quemuito pouco disso ocorrerá defato em 2015, ano espremidoentre a Copa de Mundo (2014)e a Olimpíada (2016), cujos le-gados têm sido sucessivamen-te postergados.

TEMA DO MÊS O que podemos esperar do setor de transporte em 2015?

MÁRCIO DE ALMEIDA D´AGOSTOCoordenador do Programa deEngenharia de Transportes do Coppe(Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia) da UFRJ (UniversidadeFederal do Rio de Janeiro).

“Apenas 37% dos empreendimentos listados no PAC foram concluídose 28% ainda estão em fase de projeto, licitação ou contratação”

Panorama remete à uma situação de baixa expectativa

Para uma atividade for-temente vinculada aoPIB (Produto InternoBruto) e as flutuações

do comércio e da indústria, co-mo é o caso dos transportes,previsões de ligeiro crescimen-to do PIB, cerca de 1%, aumen-to da inflação e crescimentomarginal da atividade indus-trial remetem a uma situaçãode baixa expectativa de am-pliação da atividade de trans-portes para 2015. Um contextopropício para arrumar a casa etentar saldar uma dívida oriun-da de décadas de dedicação li-mitada ao setor que levaram aproblemas bem conhecidos,como limitações de infraestru-tura, desequilíbrio na divisãomodal, desperdícios associa-das ao “custo Brasil” e “imobi-lidade” urbana.

Em que pese declaração dopresidente do BNDES de que obanco priorizará investimentosem transportes em 2015, o de-safio a ser enfrentado tem suadimensão ampliada quando severifica que a previsão de gas-tos para o Ministério dos Trans-portes e Secretaria de Portosem 2015 caiu de R$ 20,8 paraR$ 19,3 bilhões e de R$ 1,3 para

MÁRCIO DE ALMEIDA D´AGOSTO

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?

Situações de consensoentre especialistas sãoraras. Uma delas é agrande dificuldade en-

frentada pelos setores da infra-estrutura de transportes noBrasil, decorrentes de sua insu-ficiência física e da escassez deinvestimentos. Infraestruturadegradada impacta na elevaçãodos custos logísticos das em-presas. A mudança do ano-ca-lendário sempre traz boas ex-pectativas de que a realidadepossa tomar novos rumos e ascoisas finalmente possam “en-trar nos eixos”. Porém, o ano de2015 parece não sinalizar tãopositivamente.

Estudo recente publicado peloIpea (Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada) mostra que osinvestimentos públicos e priva-dos em transportes (rodovias,ferrovias, portos e aeroportos)cresceram significativamente noperíodo 2003 a 2013, passando deR$ 8,4 bilhões para R$ 28,3 bi-lhões. Contudo, chegaram ao últi-mo ano representando apenas0,6% do PIB. Isto é absolutamen-te insuficiente. Países emergen-tes que concorrem com o Brasilinvestem, na média, 3,4% do PIBem transportes.

da não terão impacto expressi-vo. Porém, os investimentosprivados das concessões “an-tigas” são da ordem de R$ 5 bi-lhões por ano e os investimen-tos públicos (Valec) crescerampara R$ 2,7 bilhões em 2014. Seas dificuldades fiscais não im-pedirem, este deverá ser o pa-tamar de 2015.

Finalmente, com relação aosetor portuário algumas açõescomeçam a apresentar seus pri-meiros resultados como as soli-citações e as autorizações aogoverno para empreendimentosem novos portos e terminais pri-vados, que podem se traduzirem R$ 20 bilhões de investi-mentos nos próximos anos. Poroutro lado, continuam as difi-culdades para levar a termo aslicitações de terminais nosportos públicos, que estão in-viabilizando investimentos daordem de R$ 10 bilhões.

Mesmo diante das dificulda-des a serem enfrentadas nocorrente ano, é possível vislum-brar algum crescimento do in-vestimento na infraestrutura detransportes, passando para al-go em torno de R$ 32 a R$ 34 bi-lhões. Contudo, isto significariatão somente 0,7% do PIB.

CARLOS ALVARES DA SILVA CAMPOS NETOPesquisador do Ipea (Instituto dePesquisa Econômica Aplicada)

É possível vislumbrar algumcrescimento na infraestrutura

“Os gastos com transportes representam apenas 0,6% do PIB brasileiro. Istoé absolutamente insuficiente. Países emergentes investem, na média, 3,4%”

No setor rodoviário, os in-vestimentos públicos federaistotalizaram R$ 9 bilhões em2014. Mesmo com as restriçõesfiscais que estão sendo impos-tas, é possível repetir este ní-vel de inversões em 2015.Quanto aos investimentos pri-vados, 2015 será o primeiroano de pleno impacto dos con-tratos das seis concessões rea-lizadas no final de 2013 e iníciode 2014, e deverão atingir omontante de R$ 7 bilhões.

O setor aeroportuário sofreuuma abrupta mudança no pata-mar de investimentos no ano de2013 como consequência dasconcessões dos aeroportos aosetor privado (R$ 4 bilhões) e deuma melhor execução do orça-mento da Infraero (R$ 1,7 bilhão).A estatal deve investir aproxima-damente R$ 1,5 bilhão em 2014 emantém um programa ambicio-so para 2015.

O setor ferroviário enfrentadificuldade na implantação doseu novo marco regulatório,que tem provocado inseguran-ça nos investidores privados,destacadamente quanto aochamado “risco Valec”. Mesmoque a primeira licitação ocorraeste ano, os investimentos ain-

CARLOS ALVARES DA SILVA CAMPOS NETO

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PASSAGEIROS

Manual de bomReportagem mostra medidas simples para

No Brasil, os ônibustransportam aproxi-madamente 40 mi-lhões de passageiros

por dia nas 3.311 cidades aten-didas por sistemas organiza-dos. No transporte sobre tri-lhos, são 9,3 milhões de usuá-rios todos os dias.

De casa para o trabalho e dotrabalho para casa, passageirosenfrentam diariamente longostrajetos, tarifas altas, falta deconforto, insegurança e veícu-los superlotados. O percurso jáestressante pode se tornar ain-da mais desgastante se os usuá-rios não adotarem medidas sim-ples de bom comportamento,uma espécie de etiqueta notransporte público.

Para o coordenador do MDT(Movimento Nacional pelo Di-reito ao Transporte Público deQualidade), Nazareno Afonso, aviolência contra a mulher éatualmente o problema maisgrave, mas ele aponta outrasquestões que devem ser obser-vadas pelos passageiros a fimde se evitar situações cons-

A falta de respeito a assen-tos prioritários também foi des-tacada pelo italiano DiegoTrambaioli, consultor de etique-ta. “Quando uma pessoa jovemou uma que não precisa do as-sento prioritário o utiliza, elaschegam a simular que estãodormindo. Isso é uma falta deeducação grave, porque, se temassento prioritário, é porque al-

trangedoras. Como exemplo,ele citou desrespeito a assen-tos prioritários, uso de mochi-las e outros volumes grandes efalta de organização dos espa-ços. “Muitas vezes as pessoasficam paradas na porta de saí-da, talvez com medo de perdero ponto, mas acabam atrapa-lhando muitos passageiros quenecessitam passar”, disse.

guém precisa. E outra coisa quejá presenciei é quando a pessoaquestiona a deficiência de al-guém que se diz portador e es-tá pretendendo o assento. Issoé de extremo mau gosto. A pes-soa pode estar até querendoenganar, mas isso também nãodá o direito daquele outro estarlá, já que está sentado no lugarerrado”, ressaltou.

POR VIVIANE CRUZ

GENTILEZA Ceder

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comportamentomelhorar a convivência no transporte coletivo

Residente no Brasil há cincoanos, Trambaioli criou um sitechamado Etiqueta para Todos.(www.etiquetaparatodos.com.br).Na página, o italiano dá dicas decomportamento para possibilitaro bom relacionamento entre aspessoas. Ele apontou 16 normas aserem seguidas pelos usuários detransporte público. “São peque-nos detalhes que poderiam deixar

a gente mais tranquilo, mais bem-humorado”, afirmou.

Segundo ele, são vários oscomportamentos que podem levara conflitos e a constrangimentos.Entre eles, jogar lixo pela janela,tossir ou espirrar na direção deoutra pessoa, utilizar assentoprioritário sem haver a necessida-de, ficar parado trocando mensa-gens em locais de passagem, falar

ou ouvir som em volume alto e pu-xar conversa com pessoas desco-nhecidas.

A prestadora de serviços Ani-sangela Viana mora em Planalti-na, no Distrito Federal, e utilizatransporte coletivo há mais de 13anos. De acordo com ela, o per-curso entre a casa e o local detrabalho, em Brasília, envolveuma jornada de até duas horas.

Apesar de nunca ter sofrido comsituações provocadas pela faltade bom senso de algum passagei-ro, Anisangela relatou episódioem que presenciou uma briga emfunção do uso de som sem fonede ouvido. “O problema maior éque eram cinco horas da manhã.Então teve uma confusão, masdepois o passageiro entendeuque deveria abaixar o volume etudo foi resolvido”, contou.

Episódios como os relatadospela prestadora de serviços sãocomuns em todo o país. Diantedessa situação, a Câmara dosVereadores de Piracicaba, noEstado de São Paulo, aprovou,em 2012, lei que proíbe o uso deaparelho sonoro ou musical quereproduzam som em módulo al-to-falante no interior de veícu-los de transporte coletivo regu-lar, eventual, especial, escolarou de fretamento em âmbitomunicipal.

De acordo com a lei, os in-fratores serão prontamentealertados pelo condutor doveículo a desligar o aparelho,sob pena de serem obrigados adesembarcar. O descumpri-mento do pedido acarretará a

NTU/

DIVU

LGAÇ

ÃO

assento a idosos é uma das principais regras de etiqueta a ser respeitada pelos usuários de ônibus

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aplicação de multa de R$ 100,valor reajustado anualmentepelo INPC (Índice Nacional dePreços ao Consumidor).

O procurador-geral do muni-cípio, Mauro Rontani, explicouque a medida teve por objetivodar conforto a todos os que uti-lizam o transporte coletivo. “Alei veio para atender às recla-mações de usuários do trans-porte coletivo em face de pas-sageiros que portavam apare-lhos de som funcionando notrajeto, sendo sempre em volu-me muito alto, a ponto de inco-modar”, afirmou.

Rontani destacou que há pla-

MANUAL DE ETIQUETAVeja algumas dicas importantes para não cometer gafes no transporte público

Assentos prioritáriosÉ fundamental ceder lugar para deficientes físicos, idosos, pessoas com crianças de colo e gestantes. É importante destacar que é inapropriado perguntar a uma pessoa para comprovar a necessidade de utilização do assento

Alto falanteOuvir música no transporte público deve ser feito exclusivamente com

fone de ouvido. Além disso, é importante estar atento ao tom de voz ao usar o telefone ou conversar com os amigos

Lixo é na lixeiraA máxima “lixo se joga no lixo” também deve ser aplicada ao transporte público. Apesar de nem todos os veículos possuírem lixeiras, isso não dá ao passageiro o direito de jogar o lixo em qualquer lugar. O usuário deve aguardar até a próxima lixeira. Além da sujeira causada, jogar o lixo pela janela do ônibus pode acertar automóveis e levar a acidentes

Volumes Sempre importante estar atento ao uso de grandes volumes

como sacolas de compras e mochilas. O ideal é carregar perto do corpo e tentar sair de perto das portas

Mantenha a distância, se possívelEm determinados horários e percursos é praticamente impossível manter a distância um do outro. No entanto, pequenos gestos podem ajudar. Como exemplo, colocar a mochila no chão e procurar uma posição em que se mantenha equilibrado para não cair em cima de outras pessoas

Embarque e desembarque Na entrada e na saída do transporte, o passageiro deve ser rápido, além de não

segurar a porta do veículo ou ficar parado em locais de passagens. Outra questãoimportante é não atropelar os passageiros que vão sair do veículo

“Tricotar”Algumas pessoas adoram conversar, seja com amigos seja com desconhecidos. Por outro lado, tem aqueles que preferem ficar calados, especialmente com pessoas que não conhecem. Então, a regra é não tentar puxar conversa

Dinheiro na mãoTenha o dinheiro da passagem em mãos ou locais de fácil acesso. A medida

evita filas e que outros passageiros esperem enquanto você procura o dinheiro

LotaçãoCoração de mãe sempre cabe mais um. O dito popular pode até ser verdadeiro, mas transporte coletivo definitivamente não é mãe. E tem passageiro que parece não entender isso

Como reagir?Quando atingido pela falta de educação, a dica é sempre manter a calma.

Provocar brigas e desentendimentos só vai piorar a situação. Se for necessário, utilize os canais de comunicação oficial da empresa que presta o serviço do

transporte público. Isso pode ajudar a resolver a situação com mais segurança

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2015 57

cas informando sobre a medidaque restringe a utilização dos apa-relhos nos coletivos. “Com a proi-bição, a fiscalização atua quandohá reclamação de usuários oumesmo do motorista”, afirmou.

Ouvir música sem fone de ouvi-do é, na visão da relações públicasTereza Cristhina, uma atitude gra-ve. “Os passageiros precisam res-peitar o ouvido alheio, uma vezque as pessoas têm diferentes es-colhas musicais. Além disso, o am-biente coletivo muitas vezes pedesilêncio, já que muitas viagens sãolongas”, afirmou. Ela e a jornalistaIsis Coelho relatam no blog Cenasde Busão situações rotineiras e

outras inusitadas que ocorrem emtransportes coletivos.

Educar para mudarPara a prestadora de servi-

ços Anisangela, a dica básica pa-ra o bom convívio entre os usuá-rios de transporte coletivo é orespeito. “Cada um é cada um.Respeitar o espaço do outro émuito importante”, disse. Naza-reno corrobora com essa afir-mação. Para ele, agir com bomsenso nesse tipo de situação “éuma questão de civilidade”.

O coordenador do programade pós-graduação em Transpor-tes da UnB (Universidade de Bra-

sília), professor Pastor Willy Gon-záles Taco, afirmou que um con-junto de fatores envolve a ques-tão. A peça chave, no entanto, éclara para o docente: educação.“Eu defendo que se valorize aquestão cívica, de respeito aosindivíduos. O comportamento éum processo que inclui primeira-mente a educação. Isso envolve aescola e a própria família. A ques-tão das normas e dos princípiosque nós ensinamos para as crian-ças. Esse é o ponto mais impor-tante”, afirmou. Ele destacou, poroutro lado, que isso não exclui aimplementação de medidas puni-tivas e sócio-educativas.

De acordo com o professor, auniversidade possui um grupode pesquisa voltado ao estudodo comportamento em transpor-tes. A linha considera elementoscaracterísticos do indivíduo,principalmente cognitivos, etambém elementos relacionadosao ambiente, que observa, porexemplo, aspectos culturais.“Tem havido iniciativas do pontode vista particular dos gestores,por meio da colocação de carta-zes, de alguns informes e avisos,mas isso ainda é precário, por-que a cultura dos indivíduos aca-ba sendo mais forte do que acampanha. Isso é do berço, dosvalores repassados pela família.E essa mudança é mais comple-xa”, alertou Willy Gonzáles.

O consultor Trambaioli tam-bém destacou a importância daeducação para possibilitar a mu-dança de comportamento e, alémdisso, dar às pessoas novas possi-bilidades. “Eu percebi no Brasilque quando se fala em etiqueta aspessoas acham que é frescura oucoisa de pessoas idosas, que é al-go antigo. Eu acredito que a edu-cação, além de permitir uma con-vivência melhor com os outros,proporciona maiores possibilida-des. A educação abre portas, poisé prazeroso lidar com pessoaseducadas”, afirmou. ●

ORGANIZAÇÃO Respeitar as filas ao entrar nos ônibus evita conflitos no transporte público

TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

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18/03/2015 ­ 14:59

"Para o cenário atual, fomos agressivos", diz CCRsobre Rio­Niterói

Por Renato Róstas

SÃO PAULO  ­  A oferta do menor deságio entre as concorrentes no leilão de hoje da ponte Rio­Niterói foi fruto domelhor conhecimento das condições do ativo, disse nesta quarta­feira Renato Vale, presidente da CCR, ao Valor.Dada as condições macroeconômicas e as perspectivas para o projeto, o executivo acredita que o lance foi“agressivo”.

“Muito provavelmente conhecemos melhor o negócio e temos uma estrutura bem definida de tentar equilibrar osinteresses de investidores, financiadores, poder concedente e usuários. Dentro dessa lógica, propusemos o queachamos interessante e os outros acreditaram em algo diferente”, comentou o executivo.

Vale lembrou que precisou calcular sua oferta com base em um cenário mais deteriorado para o Brasil. Eleressaltou as piores condições de financiamento, tanto pela taxa básica de juros maior como pelas perspectivaspara Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), e as projeções mais pessimistas para a economia como fatores quepesaram sobre a decisão.

A CCR enfrenta daqui para frente um nível alto de investimentos necessários nas concessões que adquiriu nosúltimos anos e esse foi outro ponto que impediu um deságio mais relevante. O presidente da companhia afirmouque o impacto da perda de Rio­Niterói será pequeno. O ativo gera cerca de 3% do faturamento anual do grupo compedágios.

Agora, a empresa vai olhar para os novos projetos que o governo federal pretende conceder. “Vamos continuarparticipando de todos os processos que forem feitos no país com relação a rodovias”, informou Vale. Além deestradas, a CCR vai buscar também ativos de mobilidade urbana e aeroportos.

“Vamos checar todos os projetos dos próximos leilões, avaliar tudo e verificar qual retorno que conseguimoschegar. Se tiver taxa de retorno adequada, vamos participar”, disse o executivo. Vale ainda revelou que até agora,neste ano, a companhia não participou tão ativamente de discussões com o governo federal, após no ano passadodialogar bastante com a União. “O processo neste ano ainda está se reiniciando”, afirmou. 

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Sugestões sobre regulamentação do transporte de passageiros podem ser enviadas à ANTT

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) abriu, nessa sexta-feira (13), a Audiência Pública nº 01/2015. O objetivo é colher sugestões para o aprimoramento da regulamentação da prestação de serviço do transporte rodoviário coletivo interestadual e internacional de passageiros. As sugestões podem ser enviadas até às 18h do dia 10 de abril, horário de Brasília. De acordo com a agência, duas capitais realizarão sessões presenciais. A primeira ocorrerá em São Paulo (SP) no próximo dia 24 de março, às 14h, no Espaço Fit Eventos (salas 9 e 10), que fica na rua Peixoto Gomide, nº 282, no Jardim Paulista. A segunda será realizada em Brasília (DF), no dia 9 de abril, também às 14h, no edifício sede da ANTT, que fica na SCES lote 10, trecho 3, Projeto Polo 8. O formulário para o envio das contribuições, informações específicas sobre a audiência e as orientações sobre os procedimentos relacionados estão disponíveis no site da Agência. Para acessar, clique aqui. Dúvidas podem ser encaminhadas para o [email protected] ou sanadas pelo telefone (61) 3410-1411. A Lei nº 12.996/2014 trata do regime de outorga dos serviços de transportes rodoviário interestadual e internacional de passageiros. Ela determina que as empresas operem por meio de autorização expedida pela ANTT, exceto os serviços interestaduais semiurbanos, que permanecem como permissão. Com informações da ANTT

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MERCADO ABERTO MARIA CRISTINA FRIAS

[email protected]

Santos terá PPPs para garagens, rodoviária e iluminação A Prefeitura de Santos, no litoral paulista, vai lançar um pacote com o objetivo de atrair investimentos do setor privado em projetos de infraestrutura e transporte. O programa de PPPs (parcerias público-privadas) vai priorizar, de início, aportes na construção de um novo terminal rodoviário, de estacionamentos subterrâneos e na gestão da iluminação. A prefeitura contratou a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) para elaborar o estudo de viabilidade dos projetos. Por enquanto, não há estimativa de quanto os parceiros privados terão de investir. "Com certeza é um volume que o município sozinho não teria capacidade para viabilizar", diz o prefeito, Paulo Alexandre Barbosa. O decreto que regulamenta o programa será assinado por ele nesta quarta-feira (18). A construção da nova rodoviária deverá ser integrada à revitalização da região que abriga a atual estrutura. "Temos o turismo como um dos vetores de desenvolvimento e, hoje, o terminal existente já não atende a demanda de passageiros." No caso da iluminação, a prefeitura assumiu em janeiro a gestão do sistema. O repasse para o setor privado incluirá a troca das lâmpadas por tecnologia LED, nos moldes da PPP em andamento na cidade de São Paulo.

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Análise sobre licitação de portos é adiada pela quarta vez no TCU 11 de março de 2015 / globo.com

Pela quarta vez, o Tribunal de Contas da União (TCU) adiou a análise sobre o processo de licitação dos portos de Santos, em São Paulo, e de Santarém e Vila do Conde, no Pará, além dos terminais de Outeiro e Miramar, também no Pará. O processo está em análise desde 2013 pelo tribunal.Nesta quarta-feira (11/3), o pedido de vista foi feito pelo ministro Vital do Rêgo. Anteriormente, os ministros Bruno Dantas, Raimundo Carreiro e André Luis de Carvalho já tinham questionado pontos do

processo, adiando a votação. No final de 2013, o TCU havia exigido o cumprimento de 19 condições para a aprovação do edital. A ministra Ana Arraes aceitou as respostas da União sobre 15 questionamentos, mas a Secretaria de Portos pediu o reexame de quatro determinações do tribunal, que diziam respeito à obrigação de estabelecer tarifas-teto para todos os portos. A ideia do governo é usar o critério de metas de capacidade de movimentação para licitar terminais de cadeias integradas, como as de agronegócios e de movimentação de granéis, o que não necessita do estabelecimento de tarifa-teto. Em julho do ano passado o ministro Aroldo Cedraz aceitou os argumentos do governo, considerando constitucional e legal a opção pela modelagem de licitação proposta.A liberação do edital também depende de análise do TCU em embargos de declaração contra o acórdão que considerou cumprida a maior parte das determinações feitas pelo tribunal para aprovação do edital. Será o primeiro arrendamento de portos sob o novo marco regulatório, aprovado no primeiro semestre de 2013. O governo pretende licitar 29 áreas, nove em Santos e 20 no Pará. No total, o Programa de Arrendamentos Portuários inclui a licitação de 159 áreas dos portos organizados.

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AGENDA 2015

Março

Inscrições para o Prêmio ABCR de Melhor

Dissertação de Mestrado e Melhor Tese de

Doutorado

De 11/02 a 04/05/2015 - www.abcr.org.br

Abril

III Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável

7 a 9 de abril em Brasília

Junho

20º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito

De 23 a 25 de junho em Santos

Agosto

IX Congresso Brasileiro de Regulação – ABAR

17 a 20 de agosto em Brasília.

5a edição do Salão de Inovação ABCR

14 a 16 de setembro de 2015 em Brasília

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9temas de economia aplicada

fevereiro de 2015

O Desafi o da Infraestrutura

A������ L������ (*) L��� M������ L���� (*)

Naanálisedodesempenhodaeco-

nomiabrasileiraem2014chamaa

atençãoocomportamentodoPIB,

oqualdeveterencerradooano

comcrescimentopróximodezero.

Considerandoosquatroanosdo

primeiromandatodaPresidente

Dilma,aexpansãonãoalcançou

1,6%a.a(podeseralteradopara

umpoucoacima,em funçãoda

revisãoemandamentodametodo-

logiaparaasestatísticasdoPIB).

TudoindicaqueoPaísentraráem

recessãoem2015.Emboraesse

resultado,defato,possaserconsi-

deradomedíocre,arealidademos-

traqueoPaísvemapresentando

crescimentomuitobaixohámuito

maistempo.Aolongodosúltimos

35anos,oincrementomédioanual

doPIBfoide2,3%,incluindoaía

chamada“décadaperdida”.Man-

tidoesseritmodecrescimentoo

Paísprecisarádemaisde50anos

paradobrarsuarendapercapita.

Alémdisso,éimportanteobservar

que,nestastrêsdécadasemeia,

omundocresceuàrazãode3,3%

a.a.eosemergentes5,3%a.a.Em

outraspalavras,estamos�icando

relativamentemaispobres.

Areduzidataxadeinvestimento

doPaíscertamenteexplicaesse

desempenho.Emborasepossa

ident i� icar vár ios fatores que

justi�iquemobaixonívelde in-

vestimento,umdeles,part icu-

larmente,deveterum“peso”im-

portante,queéaprecariedadeda

infraestrutura.Ade�iciênciade

infraestruturaafetaacapacidade

decrescimentodeváriasformas:

a) reduz o investimento total

namedidaemqueépartedesse

mesmoinvestimento;b)osinves-

timentoseminfraestruturaeos

demais investimentosprivados

sãocomplementares;c)afetaas

decisõesdeinvestimentoprivado,

quandoháincertezassobresua

disponibilidade;d)ade�iciência

deinfraestruturaaumentaoscus-

tosprivados,reduzindoataxade

retornodesses investimentose

tirandocompetitividadedaprodu-

çãonacional,tantonomercadoin-

ternocomonoexterno;e)reduza

produtividadedosinvestimentos;

f )aausênciadeinfraestrutura

obrigamuitasempresasacria-

remsuaprópria infraestrutura,

afastando-asdeseusrespectivos

“corebusiness”ereduzindoapro-

dutividadedoinvestimentocomo

umtodo.

Page 41: Fim de Semana ARTESP #01

10 temas de economia aplicada

fevereiro de 2015

Analisando-seasituaçãodainfra-

estruturanoBrasil,veri�ica-seque

osinvestimentosnestaáreadecli-

naramcontinuamenteaolongodos

últimosanos,passandode5,4%do

PIBnosanossetenta,parasesituar

atualmenteemníveisligeiramente

superioresa2%doPIB.

Umavisãodagravidadedasitu-

açãobrasileirapodeserobser-

vadacomparando-sea taxade

investimentoeminfraestrutura

comasobservadasemoutrospa-

íses.EnquantonoBrasila taxa

médiaanualdeinvestimentofoide

2,2%a.anoperíodo1992/2012,o

mundoregistrou5,8%eosemer-

gentes5,1%(aChina,8,5%).

Aprincipalexplicaçãoparaasi-

tuaçãodosinvestimentosemin-

fraestruturanoBrasilpodeser

encontradanaprópriadinâmicada

política�iscal.Nosúltimosanos,

apesardoaumentodacargatribu-

tária,osetorpúblicoperdeucapa-

cidadedeinvestiremvirtudedo

crescimentoexplosivodasdespe-

sasdecusteio.Enquantonosanos

setentaoconsumodogoverno

alcançava20,0%doPIB(parauma

cargatributariade25%doPIB),

nosanosrecentesoconsumopúbli-

coatinge38,5%(paraumacarga

tributáriade36,0%).Emoutras

palavras,apesardoaumentoda

cargatributária,apoupançapúbli-

capassoude+5%nosanossetenta

para-2,5%doPIBem2013(vera

respeitoMARTONE,2014).Com

isso,osetorpúblicoperdeucapa-

cidadedeinvestir,contribuindo

paraadeterioraçãodosetor.Isto

tambémpodeserpercebidopela

participaçãodosetorpúblicono

�inanciamentodosinvestimentos

eminfraestrutura,aqualcaiude

19%em2010para12%em2012

(MILLS,2014).

Aalternativaencontradaparacom-

pensaraperdadecapacidadede

investimentodosetorpúblicofoi

atrairosetorprivado,atravésde

privatizações,concessõeseparce-

riaspúblico-privadas.Porém,essa

alternativaestálongedealcançar

amagnitudenecessária.Umasérie

dede�iciências(gestão, faltade

melhorde�iniçãodosmarcosregu-

latórios,estabelecimentodetaxas

deretornoincompatíveiscomo

riscodaatividadeetc.)limitouo

interessedosetorprivado.Maisre-

centemente,asprópriasincertezas

sobreaconduçãodapolíticaeco-

nômicaeoexcessodeintervencio-

nismodi�icultaramaparticipação

maisefetivadosetorprivado,tanto

nacionalcomointernacional.

Comoconsequênciadobaixonível

deinvestimentosnosetor,oesto-

quedeinfraestruturanoBrasilé

deapenas54%doPIBcontrauma

médiamundialde71%emuitoin-

ferioraoutrospaísesemergentes,

comoÍndia(58%),China(76%)e

ÁfricadoSul(87%).(McKINSEY

GLOBALINSTITUTE,2013).

Considerandouma taxadede-

preciaçãode5%a.a.,nota-seque

apenaspara“repor”adepreciação,

osinvestimentosteriamqueserda

ordemde2,7%doPIB,superiorao

quesevemveri�icandonoBrasil.

Portanto,háindíciosdequeocres-

cimentodoestoquedeinfraestru-

turaestejapróximodezeroouaté

mesmoemqueda.

Umaformaalternativadeavaliar

ascondiçõesatuaisdainfraestru-

turadoBrasilécompará-laàdos

demais integrantesdosBRIC’S.

PesquisaefetuadapeloWorldEco-

nomicForummostraqueoBrasil

seencontrana107ªposiçãonuma

amostrade144países.

Page 42: Fim de Semana ARTESP #01

11temas de economia aplicada

fevereiro de 2015

Tabela 1 - Qualidade da Infraestrutura (Amostra de 144 Países)

China Índia Rússia África do Sul Brasil

Aeroportos 70º 68º 104º 15º 134º

Portos 59º 80º 93º 52º 135º

Ferrovias 22º 27º 30º 46º 100º

Rodovias 54º 86º 136º 42º 123º

Infraestrutura Total 69º 87º 101º 58º 107º

Fonte:WorldEconomicForum(2012-2013).

Comosepodeobservar,oBrasil

apresentaapior infraestrutura

entreoscomponentesdosBRIC’S

enãoestáemúltimolugarsomen-

tenoitem“Rodovias”,noqualse

encontraumpoucomelhorquea

Rússia.Mesmoassim,ocupaa123ª

posiçãoentre144países(aRússia

ocupaa136ªposição).

Entende-sequeograndedesa�ioda

economiabrasileiraparaospróxi-

mosanossejaaceleraroritmode

crescimentodoproduto,mantendo

aestabilidadeinterna(controleda

in�lação)eexterna(equilíbriodo

setorexterno).

Semaelevaçãodosinvestimentose

daprodutividadenãohánenhuma

perspectivaderecolocaroPaís

narotadeumcrescimentomais

expressivo.Ataxadeinvestimento

atualdecercade17%doPIBéin-

su�icienteparagarantirumritmo

decrescimentorazoável.Épreciso

elevá-laparavalorespróximosa

23/24%doPIB.

Nãosepodenegarqueváriasrefor-

masprecisamserrealizadaspara

recuperaradinâmicadaeconomia

brasileira.Éocasodareforma

tributária(comdesoneraçãodo

investimentoedaexportaçãopara

aumentaracompetitividadeda

produçãonacional),dareforma

trabalhista(parasimpli�icaras

relaçõesdetrabalhoedarmaior

espaçoàsnegociações),darefor-

madosistemaeducacional(para

elevaraqualidadedoensino),da

maiorinserçãonaeconomiainter-

nacional(paraintegrardeforma

maisefetivaoPaísnos� luxosde

comérciomundialetermaiorpar-

ticipaçãonessa“onda”deacordos),

entreoutras.

Valeobservar,também,quepara

ampliarosinvestimentosseráne-

cessáriorecuperarainfraestrutu-

radoPaís,apontodetorná-latão

competitivaquantoàsdosemer-

gentesmaisdinâmicos.Certamen-

te,2015nãoseráumanopropício

paraoiníciodessaretomadadado

queamaiorpartedasempresas

quepoderiamefetuaresses in-

vestimentosestãoenvolvidasnos

escândalosdaPetrobraseterão

di�iculdadedese�inanciar.Será

necessárioatrairnovosplayers,o

queaindademandaalgumtempo.

Asoluçãopoderiaestarnarecupe-

raçãodacapacidadedepoupança

dosetorpúblico,oqueexigiriaa

adoçãodeumnovoregime�iscal

queimplicassecrescimentodas

despesasdecusteionumritmo

inferioràevoluçãodacargatribu-

tária.Essahipótese,certamente,é

Page 43: Fim de Semana ARTESP #01

12 temas de economia aplicada

fevereiro de 2015

muitopoucoprovável,principal-

mentenumperíododeprazomais

curto.

EstasituaçãoobrigaoGovernoa

compartilharestaresponsabilida-

decomosetorprivado,oquetem

sidofeitodeformamuitolimitada.

Énecessáriaumaatitudemais

“agressiva”.

Nessesentido,valedestacarque,

paraalcançarmaiorparticipação

dosetorprivado,éprecisocriar

umclimamaisfavorávelaos in-

vestimentos.Éprecisodestravar

osprogramasdeconcessõeseas

ParceriasPúblico-Privadas,oque

passapormelhorde�iniçãodas

“regrasdojogo”.Paraisto,éfun-

damentalqueas taxas internas

deretorno(TIR)sejamde�inidas

pelomercado,compatibilizando-

-asaoriscodoinvestimento.As

agênciasreguladorasdevemser

compostasporpro�issionaissem

vínculospartidários,atuandode

formaindependente.Deve-seevi-

tara imposiçãodeparticipação

deestataisemconsórciosquedis-

putamconcessões,comoéocaso

daInfraeronasconcessõesdeae-

roportosedaValecnasferrovias.

Alémdisso,éimportantedestacar

queoscustosdosinvestimentos

eminfraestruturatêmseelevado

pelajudicializaçãodosprocessos.

ComodestacadonarevistaExame

(2014),“aslacunaslegaisprecisam

sersolucionadasnostribunais,o

queatrasaeencareceasobras.

Paísesdeorigemanglo-saxônica,

comoEstadosUnidos,Austrália

eInglaterra,mantêmcâmarasde

arbitragempararesolverdisputas

emsetoresdeinfraestrutura.Isso

dáagilidadeaoprocesso.Piordo

quenãotermarcosregulatóriosé

agirdeformaintempestivacomoo

Governofeznosetorelétricopara

tentarbaixartarifas.Provocou

pânicoentreosinvestidoresenão

conseguiuumareduçãosustentá-

veldopreçodaenergiaelétrica”.

Alémdisso, tem-se observado

constantesatrasosnosprogramas

deconcessões.Segundopesquisa

realizadapelaAPEOEP(Associação

PaulistadeEmpresáriosdeObras

Públicas),háváriosfatoresque

justi�icamoatraso,sendooprinci-

paldelesamáqualidadedospro-

jetosbásicos(OESTADODESÃO

PAULO,05/10/2014).Deacordo

comaentidade,osempreendimen-

tossãocolocadosemlicitaçãocom

númeroseinformaçõesdiferentes

darealidade.Assim,quandoos

projetosestãosendoexecutados

surgemdetalhesquenãoestavam

previstos,obrigandoasempresas

arefazerplanilhas,serviçosepre-

ços,submeteràprefeitura,àCaixa

eaosministériosespecí�icos.Pode-

-seconcluir,portanto,queéimpor-

tantequeoGovernonãointer�ira

demaisnosprocessosede�inare-

grasclaraseestáveis.

Asoluçãodosproblemasdein-

fraestruturanãosomentecon-

tribuiriaparaelevarovolumede

investimentostotaisdoPaís(efeito

direto)comotambémaumenta-

riaaprodutividadedaeconomia

brasileirae,particularmente,dos

investimentosprivados,dadaa

complementaridadeentreambos

etambémporquepermitiriaàs

empresasconcentrarseusinves-

t imentosnos respectivos “core

business”.

Éimportanteobservarqueasu-

peraçãodaslimitaçõesaquiapon-

tadasexigeestratégiaenãosim-

plesmenteaadoçãodemedidas

pontuais.Énecessáriorecuperar

a infraestruturaparacriarcon-

diçõesfavoráveisàexpansãodos

investimentosedaprodutividade

eassimrecolocaroPaísnarotado

desenvolvimento.Areaceleração

docrescimentodeveserapriorida-

dedospróximosgovernos,atépor-

quenãosepodeesperar,deforma

realista,queseconsiganumasó

gestãorecuperartodaamalhade

infraestruturacomdefasagemde

maisde30anos.

Finalmente,éimportantedestacar

queosucessodeumprogramade

Page 44: Fim de Semana ARTESP #01

13temas de economia aplicada

fevereiro de 2015

infraestruturadoPaís,comojásedestacou,devevir

acompanhadodeumasériedereformasqueprecisam

serimplementadasetambémnãopodeprescindirde

umapolíticaeconômicaconsistentequeconsolideos

fundamentosmacroeconômicosdoPaís.

Referências

CREDITSUISSE.TheBrazilianinfraestructure:it’s“nowornever”.July2013.

LANZANA,A.E.T.;LOPES,L.M.Economiabrasileira–daestabilizaçãoaocrescimento.EditoraAtlas,2010.

MARTONE,C.L.Investimentosimobiliárioseformaçãodecapital.RevistadoSFI,n.40,2014.

McKINSEYGLOBALINSTITUTE.Infraestructureprodutivity–howtosave$1trillionayear.Jan.2013.

MILLS.Corporatepresentation.May2014.

OESTADODESÃOPAULO.Atrasodasobrasdeinfraestruturajáéumproblemacrônico.PáginaB-4,05/10/2014.

EXAME.OBrasilquequeremos.Edição1074,n.18,2014.

WORLDECONOMICFORUM.Theglobalcompetitivenessreport.

2012-2013.

(*)ProfessoresdaFEA-USPeCoordenadoresdeProgramasdeMBAdaFIPE.

(E-mail:[email protected];[email protected]).