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EDIÇÃO 46 – 04 DE MARÇO DE 2016 ASSESSORIA DE IMPRENSA RAMAL 2105

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Reportagens sobre o setor de concessão, transportes, infraestrutura e rodovias. Seleção de 04 de março de 2016.

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Page 1: Fim de Semana ARTESP - edição 46

EDIÇÃO 46 – 04 DE MARÇO DE 2016

ASSESSORIA DE IMPRENSA

RAMAL 2105

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03.03.2016 Queda de 3,8% do PIB: transportadores sentem impactos

da recessão

O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil caiu 3,8% em 2015, frente a 2014, a maior

queda desde o início da série histórica,

iniciada em 1996. O resultado foi divulgado

pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística), nesta quinta-feira (3).

A indústria teve baixa de 6,2% e os serviços

reduziram 2,7%. Conforme os dados do

IBGE, a categoria de transporte,

armazenagem e correio teve contração de

6,5% em 2015, na comparação com o ano

anterior. Somente a agropecuária teve

resultado positivo, de 1,8%. O PIB per capita apresentou queda de 4,6% e ficou em

R$ 28,8 mil.

“O transporte é diretamente ligado ao que produz e ao que vende. O ano de 2015

nos surpreendeu negativamente, porque sabíamos que o ano não seria fácil. Mas

foi muito mais difícil do que se esperava”, diz o presidente da NTC&Logística

(Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), José Helio Fernandes.

“Para 2016 temos, ao menos, que tentar ter um pouco mais de otimismo. Não que

vá acelerar, mas, ao menos, que dê uma estabilizada a partir do segundo

semestre”, complementa.

Queda na demanda e demissões

Pesquisas realizadas pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) revelam o

impacto da recessão sobre os transportadores. No levantamento Perfil dos

Caminhoneiros, que ouviu 1.066 caminhoneiros autônomos e profissionais

contratados por empresas, 86,8% disseram ter percebido queda na demanda por

seus serviços no ano passado e 74,1% citaram a crise econômica brasileira como

motivo para o freio na atividade. Já a pesquisa Perfil dos Taxistas, que entrevistou

1.001 profissionais do país, destaca que 94,9% perceberam diminuição na

demanda e 43,0% atribuíram o resultado à crise econômica.

Já a Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador, realizada pela CNT

junto a empresas de transporte de todos os modais, indica que 54% estimaram

redução da receita bruta no ano passado, se comparado a 2014. De acordo com o

estudo, 79,1% fizeram cortes no quadro de funcionários.

Plano de Recuperação Econômica

Em dezembro de 2015, a Confederação Nacional do Transporte encaminhou ao

governo federal e aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado o Plano

CNT de Recuperação Econômica. As propostas são constituídas de dois pilares

principais: Programa de Investimento em Infraestrutura 2015-2018, que prevê o

forte incentivo à participação da iniciativa privada, e implantação do Programa de

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Renovação de Frota, que institui uma política de renovação e reciclagem da frota

automotiva brasileira.

A estimativa é que o Programa de Renovação de Frota possa gerar pelo menos 285

mil empregos e arrecadar R$ 18 bilhões em tributos, contribuindo para o

crescimento de 1,3% do PIB. Também reduzirá o consumo de combustível em 18%,

além de proporcionar expressiva diminuição das emissões de poluentes.

Na área de infraestrutura, a Confederação defende a criação de um conselho

gestor com representantes das áreas técnica, ambiental e política, com autonomia

para analisar e aprovar projetos de infraestrutura com maior celeridade e prazo

máximo definido. A CNT também aponta como necessária a desburocratização do

processo licitatório por meio da ampliação do uso de RDC (Regime Diferenciado

de Contratações Públicas).

Proporcionar segurança jurídica dos contratos vigentes e futuros e incentivar o

uso de PMIs (Procedimentos de Manifestação de Interesse), com maior agilidade

na constituição de projetos, levantamentos e estudos, também são medidas

essenciais para o país.

Entre as sugestões está o conteúdo do último Plano CNT de Transporte e

Logística, que prevê 2.045 projetos e R$987,2 bilhões em investimentos. “Adotar

essas medidas é o caminho para que o país consiga recuperar a economia e

retomar o crescimento. O governo não tem capacidade de investir tudo que o país

precisa para melhorar a infraestrutura de transporte. Com isso, a participação da

iniciativa privada brasileira e estrangeira é fundamental”, diz o presidente da

CNT, Clésio Andrade.

Nota do Ministério da Fazenda

No final da tarde desta quinta-feira, o Ministério da Fazenda divulgou nota sobre

a queda do PIB. Leia a íntegra:

"O IBGE divulgou nesta quinta-feira (3) o resultado do PIB para 2015, apontando

uma queda de 3,8%. O resultado decorreu da contribuição negativa da demanda

doméstica de 6,5%, enquanto a demanda externa contribuiu com crescimento

positivo de 2,7%.

A queda da atividade econômica em 2015 foi fruto de vários fatores: (i) a queda

dos preços das commodities, (ii) a crise hídrica que resultou em problemas de

abastecimento no primeiro trimestre do ano, (iii) os desinvestimentos da cadeia

de petróleo, gás e construção civil, (iv) o realinhamento de preços relativos na

economia; e (v) o ajuste macroeconômico necessário.

Vários desses fatores não devem se repetir na mesma intensidade em 2016, de

forma que, após ter absorvido plenamente seus efeitos, a economia poderá se

estabilizar no terceiro trimestre e apresentar crescimento positivo a partir do

quarto trimestre deste ano.

Alguns dos choques mencionados têm resultados positivos para a economia no

longo prazo. O realinhamento de preços relativos, por exemplo, ajudou no

reequilíbrio do setor externo. O ano de 2015 foi o primeiro desde 2006 em que o

setor externo contribuiu de forma positiva para o crescimento."

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29.02.2016

Plano de concessão das estradas continua em marcha

lenta

Somente 13% das estradas de Minas Gerais estão na mira da iniciativa privada.

Lançado há 10 meses, o plano de concessão dos 28,7 mil quilômetros de rodovias

que atravessam o estado quase não atraiu as empresas. Somente por 3,8 mil

quilômetros houve interesse. Após o lançamento do programa, a Secretaria de

Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop) anunciou que 83 empresas

pretendiam gerir rodovias mineiras, mas, até o fim do ano, apenas 16 delas

oficializaram a vontade de assumir trechos, apresentando estudos técnicos sobre

a gestão das estradas, número cinco vezes menor do que o anunciado.

A baixa procura do setor privado para assumir os investimentos em infraestrutura

se torna ainda mais preocupante no momento em que o governo estadual passa

por dificuldades para fechar as contas para 2016. Na semana passada, o

governador Fernando Pimentel (PT) anunciou corte de R$ 2 bilhões no orçamento

do estado, sendo R$ 157 milhões na área de obras públicas. Segundo a Secretaria

de Estado de Planejamento, este ano estão previstos investimentos de R$ 855

milhões nas estradas mineiras. Desse montante, R$ 519 milhões foram reservados

para a manutenção dos trechos existentes e R$ 312 milhões para construção de

novos trechos. Como o orçamento do governo federal voltado para investimentos

em infraestrutura também passou por cortes e enxugamentos neste ano, poucas

verbas serão destinadas para construção de novos trechos no estado.

A Secretaria de Obras Públicas informou que a análise dos trechos que foram

objeto de interesse das empresas será feita por um grupo executivo do órgão que

definirá os termos das privatizações. Ainda não existe prazo definido para o

término do processo, mas a previsão é de que até o fim do primeiro semestre o

grupo faça as avaliações apresentadas pelas empresas. A Setop não tem previsão

sobre quando o setor privado começará a gerir as rodovias, mas dificilmente os

trechos passarão por melhorias ainda este ano.

As empresas demonstraram interesse em administrar apenas 15 trechos de todas

as vias estaduais. O consórcio formado pelas empresas Barbosa Mello, CCR,

Cowan, EcoRodovias, Hap, Odebrecht manifestou interesse por 3.286 quilômetros

divididos em 12 lotes. Estão entre eles a MG-030, em Nova Lima; as MGs-262 e

329, em Ouro Preto; a MG-010, em Confins; e outras rodovias no Triângulo

Mineiro, Zona da Mata e Sul de Minas. Outro consórcio formado pelas empresas

Cimcop, Colares Linhares, Marins, Pavidez e Tamasa apresentaram interesse em

323,9 quilômetros, em um lote único na região de Pouso Alegre, no Sul de Minas.

Estudos

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Apresentou estudos também para administrar a MG-418, que liga Teófilo Otoni

até a divisa com a Bahia, o consórcio formado pela Engecom, Emcogel e Alta

Engenharia. Este foi o único trecho da região dos vales do Jequitinhonha e do

Mucuri escolhido pelo setor privado. Outras estradas da região mais pobre do

estado que aguardam há anos para serem reformadas, ou até mesmo

pavimentadas, não chamaram a atenção das empresas.

Durante o lançamento do programa, em maio do ano passado, o secretário da

Fazenda, José Afonso Bicalho, destacou a importância do setor privado para

garantir investimentos em obras públicas no estado, uma vez que o cenário ruim

dos cofres mineiros poderia se prolongar com o desaquecimento da economia.

Segundo o secretário, Minas Gerais tem uma capacidade financeira para realizar

parcerias público-privadas, as chamadas PPPs, de 5% das receitas líquidas do

estado. O montante equivale a mais de R$ 2,5 bilhões por ano. Até o ano passado,

as parcerias estavam na casa dos R$ 400 milhões, valor considerado aquém da

capacidade do estado.

02.03.2016

Governo amplia limite de participação de capital

estrangeiro em aéreas brasileiras

O governo federal decidiu ampliar o limite de participação de capital estrangeiro

em empresas aéreas brasileiras de 20% para 49%. Além disso, vai extinguir o

Ataero (Adicional de Tarifa Aeroportuária) a partir de 2017. A taxa de 39,5%, que é

cobrada sobre o valor das demais tarifas aeroportuárias, vigorava desde 1989 e

impactava diretamente nos

preços das passagens. Ela tinha

o objetivo de aumentar a

disponibilidade de recursos

para investimentos na

infraestrutura aeroportuária.

As mudanças estão na MP

(Medida Provisória) 714 de 1º

de março de 2016, publicada

nesta quarta-feira (2) no Diário

Oficial da União. Ela terá

validade de 60 dias,

prorrogáveis por mais 60.

Nesse prazo, o texto deverá ser aprovado pelo Legislativo para que passe a

vigorar definitivamente.

O texto também altera a lei que criou a Infraero. A estatal fica autorizada a criar

subsidiárias e, com elas, participar de outras sociedades públicas ou privadas.

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29.02.2016

O McDonald’s das estradas e seus misteriosos donos

Depois de dirigir por algumas horas em uma estrada pelo Brasil, a maioria dos

motoristas vai ansiar por pelo menos uma das seguintes coisas: um posto para

abastecer o carro sem receio da procedência do combustível, um banheiro de

onde saia vivo e um restaurante onde possa comer sem muito medo de precisar

parar em outro banheiro alguns quilômetros adiante.

Em muitos rincões do país, não é fácil encontrar estabelecimentos que ofereçam

essas comodidades. Nas principais regiões, porém, aos poucos foi se tornando

possível pegar uma estrada sem suar frio na hora da parada. Não há quem rode

pelo Sudeste do Brasil sem que conheça a quase onipresente rede de postos Graal,

a primeira a se estabelecer como uma espécie de “McDonald’s das estradas”.

Mas pouca gente sabe quem são os empresários por trás da marca. Ainda menos

gente sabe que o Graal é apenas um dos negócios de um dos maiores impérios

gastronômicos do Brasil. A rede Graal foi fundada pelos irmãos Antônio e Manuel

Alves, imigrantes portugueses que se instalaram em São Paulo na década de 40 e,

assim como muitos conterrâneos, começaram no ramo de padarias.

Nos anos 70, em uma viagem à Europa, eles conheceram o conceito de grandes

postos de serviços nas autoestradas, algo inexistente no Brasil da época.

Trouxeram a ideia para cá e inauguraram em 1974, no quilômetro 461 da rodovia

Régis Bittencourt, o primeiro posto, batizado de Graal. Numa raríssima aparição

pública, Manuel disse que o nome era uma referência à lenda do Santo Graal.

Mas a história não colou e, como ninguém conhece os irmãos Alves, surgiu uma

série de lendas a respeito da origem do grupo. A mais famosa delas é a de que o

apresentador Gugu Liberato é o dono da coisa toda — e Graal seria o acrônimo de

Grupo Antônio Augusto Liberato (Gugu é, de fato, sócio de um dos postos, mas é

só).

Atualmente, a Rede Graal é a líder de mercado, com 46 postos-restaurantes

espalhados por São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Com o

dinheiro que vem das estradas, os irmãos Alves diversificaram os negócios,

investindo também em restaurantes urbanos. Estima-se que, juntos, esses

negócios gerem uma receita de 1,6 bilhão de reais por ano — 800 milhões só com

o Graal.

A expansão

Pouco se conhece sobre o que pensam os irmãos Antônio e Manuel sobre os

negócios (avessos a publicidade, eles recusaram os pedidos de entrevista para

esta reportagem). O que se sabe é que a dupla conseguiu expandir a rede de

Page 7: Fim de Semana ARTESP - edição 46

postos-restaurantes à medida que foi crescendo o movimento nas estradas

brasileiras. A rede de relacionamentos foi fundamental.

Os irmãos fizeram parcerias com empresas de ônibus para que seus postos se

tornassem pontos de parada do itinerário, garantindo um fluxo contínuo de

clientes. “Em todos os itinerários onde há um posto da Rede Graal, esse é nosso

ponto de parada”, diz Marcelo Antunes, sócio-diretor da JCA, empresa de ônibus

dona das marcas 1001, Cometa, Catarinense e Expresso do Sul.

“Nossa relação foi construída na época do meu avô, fundador da empresa, e

permanece até hoje.” Além de atrair empresas de ônibus e seus passageiros, os

irmãos Alves miraram o público de maior renda. Para chamar a atenção,

construíram postos temáticos, como o Graal Kafé, no município paulista de Santa

Cruz do Rio Pardo, cuja decoração remete ao período áureo da lavoura de café em

São Paulo.

Depois criaram outros postos temáticos, como o Graal Holandês e o Graal Alemão.

“Com esses postos, eles conseguiram evoluir da ideia de posto de beira de estrada

para uma parada mais sofisticada e de lazer”, diz o consultor Enzo Donna, da ECD

Food Service. Para expandir a rede, os irmãos Alves, desde o início, apostaram em

parcerias.

Cada posto tem pelo menos um sócio minoritário, que toca a operação seguindo

um padrão estipulado por eles. Muitos sócios são da família ou ex-funcionários,

mas há também investidores. Ao todo, estima-se que Antônio e Manuel tenham

mais de 100 sócios nos diferentes negócios.

Para garantir um padrão mínimo de atendimento, os empresários acompanham de

perto o dia a dia dos negócios, principalmente Antônio, o irmão mais velho.

Segundo um dos sócios, Antônio é o responsável por fiscalizar os postos e os

restaurantes, enquanto Manuel fica na retaguarda, cuidando da área

administrativa.

Ser líder do mercado de postos-restaurantes rodoviários já daria trabalho e

dinheiro suficiente para a família, mas os irmãos não quiseram ficar apenas no

Graal. Em 1984, Antônio e Manuel, com outros sócios, compraram a Choperia

Pinguim, uma das mais tradicionais do país, fundada nos anos 30 em Ribeirão

Preto, no interior paulista.

Os sócios expandiram a choperia para Brasília e Belo Horizonte, mas, no início

deste ano, fecharam uma das três unidades de Ribeirão Preto por causa do baixo

movimento. Mas as investidas de Antônio e Manuel na área de restaurantes, em

geral, têm dado bons resultados. Em 1990, decidiram montar em São Paulo uma

churrascaria de alto padrão, o Barbacoa.

A iniciativa logo se expandiu com a abertura de uma churrascaria em Tóquio em

1994. Hoje, a rede Barbacoa tem seis restaurantes no Brasil, oito no Japão e um na

Itália. Os irmãos ainda tiveram fôlego para criar o Badaró, restaurante de culinária

paulista, o Rancho 53 e o Rancho Português, especializados na culinária

portuguesa.

Page 8: Fim de Semana ARTESP - edição 46

Antônio e Manuel têm também participação na rede de hamburguerias América,

no sofisticado restaurante de comida italiana Due Cuochi e no tradicional Gato

que Ri, também de comida italiana. Com um modelo de negócios tão diversificado

e com tantos sócios, ninguém sabe o que acontecerá quando Antônio e Manuel,

ambos beirando os 80 anos, não puderem mais tocar pessoalmente o dia a dia dos

negócios.

Nos últimos anos, a Rede Graal foi buscar executivos no mercado para

profissionalizar sua gestão, mas tudo continua muito concentrado nas mãos dos

dois irmãos. Essa incipiente transição para uma administração profissional ocorre

num momento de aumento da concorrência.

Até agora a Rede Graal tinha apenas um grande competidor, o Frango Assado,

rede que tem 29 postos e é administrada desde 2008 pela International Meal

Company (IMC), dona também dos restaurantes Viena e controlada pelo fundo

americano Advent. Mas há outros interessados em disputar esse mercado.

A Raízen, gigante de energia criada pela anglo-holandesa Shell e pela brasileira

Cosan, fez uma parceria com a empresa brasileira de alimentação Sapore para

lançar uma rede de postos de gasolina e conveniência com restaurante. O grupo

abriu a primeira unidade em 2015, na rodovia Régis Bittencourt, e tem planos de

chegar a cerca de 100 pontos até 2019.A distribuidora Ipiranga também

inaugurou uma unidade com esse conceito na rodovia Presidente Dutra. “As

empresas de combustíveis querem diversificar seus produtos e serviços”, diz

Claudio Tomanini, professor da Fundação Getulio Vargas.“E, com certeza, serão

fortes competidores.” É aquela velha regra do capitalismo, que vale para qualquer

pioneiro que faz sucesso e é logo copiado por todo mundo: ninguém anda

sozinho numa estrada muito boa por muito tempo.

29.02.2016

Investimentos da Ecocataratas somam R$ 529 milhões em

17 anos de concessão

O levantamento feito pela concessionária Ecocataratas, a pedido da reportagem

de A Gazeta do Iguaçu, aponta que entre 1998 e 2015 os investimentos feitos pela

empresa ao longo da BR-277 somaram R$ 529 milhões. Desde o início da

concessão, até 2014, a cobrança de pedágio rendeu pouco mais de R$ 2 bilhões à

companhia, que acumula um lucro estimado em R$ 285 milhões. A concessionária

Ecocataratas explora o trecho de 387 quilômetros da BR-277 entre Guarapuava e

Foz do Iguaçu. O prazo de concessão da rodovia só terminará em 2021, mas

segundo a empresa, todos os serviços previstos em contrato já foram

executados.

Page 9: Fim de Semana ARTESP - edição 46

29.02.2016

TCU determina mudanças na concessão de rodovias no

Oeste Catarinense

A análise feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) propõe mudanças no

processo de concessões de trechos das BRs 480 e 282, em Santa Catarina. A

decisão altera o primeiro estágio do encaminhamento à iniciativa privada e lista

uma série de recomendações.

Entre as determinações mais importantes estão a retirada da praça de pedágio

da BR-282 do perímetro urbano em Xanxerêe um novo estudo de tráfego das

rodovias, o que impacta diretamente no valor da tarifa. As mudanças devem ser

feitas antes da publicação do edital, sob pena de cancelar e impedir a assinatura

do contrato.

O documento estava sob análise do TCU desde o final de outubro do ano passado

e se baseou nos questionamentos levantados por entidades da região, que

contestam vários pontos no processo.

A conclusão foi encaminhada para a Agência Nacional de Transportes Terrestres

(ANTT) que informou, na última sexta-feira, ainda não ter sido notificada.

Segundo a assessoria, a ANTT, ao ser oficialmente informada do teor da decisão,

se manifestará diretamente ao tribunal. O TCU determina um prazo de 120

dias para que a agência defina a metodologia de adequação dos estudos e envie o

resultado ao tribunal.

A avaliação do TCU deve esclarecer pontos importantes na minuta de contrato, do

edital de licitação e do contrato de concessão. Nesta etapa, o tribunal avaliou o

Plano de Outorga, o Programa de Exploração da Rodovia (PER), o Estudo de

Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira (EVTE) do empreendimento e os

estudos de impacto ambiental.

De acordo com o tribunal, a verificação ocorrerá na próxima fase

de fiscalização da concessão, quando será analisado se o edital contempla as

modificações indicadas.

Trecho questionado é usado para escoamento da produção

As BRs 282 e 480 são integrantes do Programa de Concessão de Rodovias Federais

conduzido pela ANTT. O trecho serve de escoamento do setor pecuário do sul do

país e tem o potencial de ampliar o envio aos portos de Santos e Paranaguá das

principais zonas produtoras de frangos, suínos, soja e milho da região.

Os investimentos previstos são da ordem de R$ 4,5 bilhões e o prazo previsto da

concessão será de 30 anos.

O escoamento da produção catarinense para os portos do Paraná é uma das

principais contestações das entidades e deputados catarinenses que preveem

perdas na economia e prejuízos ao desenvolvimento de Santa Catarina.

— Queremos a ligação entre as BRs 282 e a 470, até o porto de Navegantes. Essa é

a verdadeira estrada que traz a produção aos nossos portos e não ao Paraná —

avalia Pedro Lopes, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga

Page 10: Fim de Semana ARTESP - edição 46

e Logística do Estado de Santa Catarina (Fetrancesc) que participa junto a outras

entidades de várias reuniões no Ministério dos Transportes levando as

reivindicações.

Entidades pediram mudança no local e no valor do pedágio

Apesar de a ligação da BR-282 à BR-470 não estar entre as determinações feitas

pelo TCU, foram avaliados vários outros pontos de acordo com a manifestação

das entidades.

Sérgio Pöpper, presidente da Associação dos Usuários das Rodovias do Estado de

Santa Catarina (Auresc), lembra que o pedido de mudança da praça de pedágio

para fora do perímetro urbano de Xanxerê é uma das reivindicações, assim como

a revisão do fluxo de veículos na região, já que o estudo atual acarretará, segundo

ele, em um valor médio de R$ 18 na tarifa.

— Sobre a tarifa de pedágio, fizemos um levantamento com a PRF de 22 mil

veículos no local que contradiz com o estudo que aponta uma circulação de 9 mil

veículos por dia. Quanto menos fluxo, maior o valor do pedágio—considera

Pöpper.

O relator do processo, ministro Augusto Nardes, avaliou que caso ocorram

cobranças indevidas nas praças de pedágio fica caracterizado desrespeito aos

princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

Nardes observa ainda que o motorista de Xanxerê que trafegar pela rodovia no

perímetro urbano de sua cidade irá pagar o mesmo valor de quem percorre toda a

extensão coberta por essa praça de pedágio, ou seja, 75,2 km.

O que o TCU contesta

— Contratos de concessão vigentes estão sendo aditivados com objetivo de

acrescentar obras ou serviços já incluídos e que acarretam aumento das tarifas de

pedágios.

— Posicionamento de uma praça de pedágio dentro do perímetro urbano de

Xanxerê. Os estudos de tráfego que embasaram o valor da tarifa-teto foram feitos

com base em posto na área rural da rodovia. Para o TCU, se as receitas são

estimadas fora do perímetro urbano e, posteriormente, a concessionária instala a

praça dentro desse perímetro, os ganhos da concessionária poderão ser

aumentados à custa de ônus excessivo dos usuários, que precisam transitar pela

rodovia em seus deslocamentos urbanos. A constatação gerou determinação

para mudança da praça de pedágio e novo estudo de tráfego.

— A agência deverá aprimorar a metodologia de cálculo para desestimular o

inadimplemento relativo às obras pactuadas e impactar o reequilíbrio financeiro

do contrato. Ela também precisará reavaliar o indicador de qualidade dos serviços

prestados de modo a conter algumas características apontadas pelo tribunal.

— Entre as determinações, a ANTT deve avaliar a consistência de dados do estudo

do tráfego apresentados no EVTE e que defina metodologia para avaliar a

adequação dos estudos de demanda apresentados nos Procedimentos de

Manifestação de Interesse.

— O tribunal também recomenda à agência que avalie o ambiente

macroeconômico atual para a realização do leilão e das obras relacionadas à

estrutura de fiscalização da ANTT.

Page 11: Fim de Semana ARTESP - edição 46

01.03.2016

Transporte de produtos perigosos será discutido entre

população e ANTT

Publicado no Diário Oficial da

União, nesta segunda (29/2),

pela ANTT – Agência Nacional

de Transportes Terrestres – o

aviso da realização da

Audiência Pública nº 004/2016,

que tem como objetivo receber

contribuições da população

para aprimorar o regulamento

sobre o transporte de produtos

perigosos nas rodovias

brasileiras.

O envio das sugestões deve ser

feito entre as 14h do dia 14 de março e às 18h do dia 15 de abril. Elas deverão ser

encaminhadas à ANTT devidamente identificadas e no idioma português, de

forma concisa e objetiva, por meio eletrônico, pessoalmente ou por via postal,

protocoladas na agência reguladora.

Os interessados também poderão participar da sessão presencial que será

realizada no dia 17/3, em Brasília (DF). As contribuições recebidas serão

registradas e consolidadas em relatório, que será disponibilizado no site da

ANTT.

Mais informações no site www.antt.gov.br

Anote na agenda:

Sessão presencial da AP nº 004/2016

Data: 17/3

Horário: das 14h30 às 18h

Local: Auditório do edifício-sede da ANTT (endereço: Setor de Clubes Esportivos

Sul – SCES, Trecho 3, Lote 10, Polo 8 do Projeto Orla – Brasília/DF)

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02.03.2016

Comissão de Infraestrutura cobra transparência na

logística de transportesellington Fagundes (D) afirmou que problemas persistem e

Maior transparência dos planos de investimento em logística, com elaboração de

relatórios anuais sobre projetos em todos os modais de transporte, além da

criação de cadastro de obras públicas federais e ampliação da participação da

iniciativa privada no setor.

Essas são algumas das recomendações da Comissão de Serviços de Infraestrutura

(CI) ao governo federal, após avaliação do Plano Nacional de Logística de

Transportes (PNLT). A política foi acompanhada pela comissão ao longo de 2015.

O relatório da avaliação, apresentado pelo senador Wellington Fagundes (PR-MT),

foi aprovado nesta quarta-feira (2) em reunião da comissão. Entre outras

recomendações, os parlamentares sugerem maior participação estrangeira na

exploração de infraestruturas de transportes, ampliação de concessões de

rodovias e ferrovias, estímulos à aviação regional e redução da burocracia na

aviação de pequeno porte.

Conforme o relator, problemas persistem em todos os modais de transporte,

fazendo com que o Brasil fique mal posicionado nos rankings internacionais,

comprometendo ainda a evolução da economia nacional.

— O modal ferroviário, majoritariamente privado, é o que obtém uma posição

menos desfavorável em relação a outros países, apesar da suspensão parcial de

investimentos privados em razão de anúncios de mudança do marco regulatório

— observou Wellington.

Iniciativa privada

No relatório, ele afirma que a participação da iniciativa privada na exploração das

infraestruturas de transportes tem contribuído para melhorar a qualidade dos

serviços. Como exemplo, cita melhorias nos aeroportos e portos, após as

privatizações.

O parlamentar aponta dificuldades no modal rodoviário, que perdeu

investimentos públicos, apesar de contar com mais recursos privados. A avaliação

realizada pela comissão mostrou descontinuidades no PNLT e falta de equilíbrio

na matriz de transportes.

A análise também revelou que investimentos anunciados pelo governo não são

concretizados, desestimulando investidores. O relator observa que o

planejamento das concessões de infraestruturas de transportes segue “um viés

fiscal no Ministério do Planejamento, e não um viés logístico nos Ministério dos

Transportes, SAC [Secretaria de Aviação Civil] ou SEP [Secretaria de Portos]”.

.

— É um trabalho não apenas volumoso, mas profundo, no sentido da avaliação de

política pública de logística de transporte — frisou.

Page 13: Fim de Semana ARTESP - edição 46

04.03.2016

Prefeitura de São Paulo muda forma de multar empresas

de ônibus em relação às viagens

ADAMO BAZANI

A Prefeitura de São Paulo mudou o critério para multar empresas de ônibus do

sistema municipal que não realizam todas as viagens programadas na OSO –

Ordem de Serviço Operacional.

De acordo com a portaria 016/16, assinada pelo secretário municipal de

transportes, Jilmar Tatto, as “infrações por descumprimento de viagens”

substituem o item “infrações por descumprimento de partidas” na mesma linha,

faixa horária e sentido.

Além disso, as multas serão aplicadas por fiscalização eletrônica.

De acordo com a prefeitura, alteração deve melhorar a eficiência na prestação de

serviços e aperfeiçoar os processos de fiscalização sobre serviços que não são

compridos pelas empresas de transporte coletivo, sejam concessionárias (viações

das linhas estruturais) ou permissionárias (ex-cooperativas).

O valor da multa para cada descumprimento anotado é de R$ 80. O item faz parte

do código G – 64 do Resam- Regulamento de Sanções e Multas do sistema de

transportes, que é relacionado ao padrão de eficiência operacional.

Com a nova licitação dos transportes coletivos na cidade, que está barrada desde

novembro de 2015 pelo TCM – Tribunal de Contas do Município, que pede

esclarecimentos sobre diversos pontos dos três editais previstos para o sistema, a

prefeitura quer incluir itens de qualidade para remuneração das empresas de

ônibus. De acordo com a proposta, problemas como o não cumprimento de

serviços vão interferir item de qualidade e podem reduzir os repasses para as

companhias de ônibus.

Os critérios para a remuneração das empresas terão os seguintes pesos:

50% pelos passageiros transportados

25% pelo cumprimento de viagens

15% pelos custos fixos do investimento do operador com veículos e

equipamentos.

10% pela disponibilização da frota e opinião dos passageiros.

CONFIRA A PORTARIA QUE ALTERA CRITÉRIO DE EFICIÊNCIA OPERACIONAL:

PORTARIA Nº 016/16-SMT.GAB. JILMAR TATTO, SECRETÁRIO MUNICIPAL DE

TRANSPORTES, no uso das atribuições que lhe são conferidas por Lei, e

CONSIDERANDO o disposto na Portaria nº 168/07-SMT. GAB de 01 de Dezembro

de 2007, que criou o Regulamento de Sanções e Multas – RESAM, bem como as

alterações que foram introduzidas pelas Portarias SMT.GAB nºs 027/08 de 23 de

Page 14: Fim de Semana ARTESP - edição 46

Fevereiro de 2008, 129/08 de 09 de Setembro de 2008, 086/09 de 26 de

Novembro de 2009, 088/10 de 28 de Agosto de 2010, 029/12 de 24 de Março de

2012 e Portaria 042/13 de 24 de Março de 2013 e a Portaria 003/14-SMT.GAB;

CONSIDERANDO que toda a frota do sistema ônibus vinculada à prestação dos

serviços de transporte público municipal está equipada com Localizador

Automático de Veículo – AVL em funcionamento durante toda sua operação;

CONSIDERANDO que esta frota é monitorada através da ferramenta de gestão do

Sistema Integrado de Monitoramento – SIM, que permite um melhor

acompanhamento dos desempenhos operacionais e dos indicadores da prestação

de serviços de transporte público realizados pelas empresas dos subsistemas

estrutural e local; CONSIDERANDO ainda, a necessidade de se ampliar e

aperfeiçoar os processos de fiscalização do sistema com objetivo de melhorias

nos padrões de eficiência e qualidade na prestação dos serviços; RESOLVE: Art. 1º

– O Artigo 4º da Portaria 168/07-SMT.GAB, passa a vigorar com a seguinte

redação: O RESAM será aplicado através da fiscalização administrativa,

operacional e eletrônica exercida pela São Paulo Transporte S.A – SPTRANS,

especialmente contratada por esta Secretaria, para a prestação de serviços

voltados para a gestão do transporte coletivo, em consonância com o Artigo 29 da

Lei 13.241/01, ou diretamente pela Secretaria Municipal de Transportes, no caso

de sua exclusiva competência. Art. 2º – Inserir no RESAM, Anexo I da Portaria

168/07-SMT. GAB, no Padrão de Eficiência, em acréscimo, o seguinte:

Art. 3º – As infrações de descumprimento de viagens (G-64) serão aplicadas

através de fiscalização eletrônica, e substituirão as infrações de descumprimento

de partidas ocorridas na mesma linha, faixa horária e sentido.

1º – Para as infrações decorrentes do descumprimento de viagens programadas

previstas no Código G-64 do Padrão de Eficiência, será aplicada penalidade

conforme fórmula abaixo:

2º – Para cálculo do ICVr mencionado no parágrafo anterior, será considerada a

quantidade de viagens realizadas pelo operador em relação às viagens

programadas, conforme determinado pelo Poder Concedente através das Ordens

de Serviço Operacional.

3º – As viagens programadas para fins de cálculo do ICVr deverão ser ajustadas

pelos efeitos da velocidade real da linha em relação à velocidade programada,

considerando para isto o tempo de ciclo programado em relação ao tempo de

ciclo realizado e os efeitos de eventuais distorções nas faixas horárias

subsequentes.

4º – O ICVr será calculado através da seguinte fórmula:

Page 15: Fim de Semana ARTESP - edição 46

5º – O ajuste de viagem (A) mencionado no parágrafo anterior será calculado

considerando o horário programado das partidas, o tempo efetivamente

monitorado, e a frota programada

por faixa horária fornecida pelo operador com justificativa técnica, ou seja, serão

obtidos pela simulação da Ordem deS erviço (OSO) programada ajustada pelo

tempo efetivamente monitorado.

6º – Na falta da informação fornecida pelo operador da frota programada por

faixa horária mencionada no parágrafo anterior, fica a critério do Poder Público a

adoção de número compatível.

7º – Os ajustes de viagens (A) serão obtidos pelo preenchimento do quadro de

partidas programadas, veículo a veículo de acordo com o limite programado por

faixa horária, e com utilização do tempo monitorado do respectivo dia de

operação.

8º – Os ajustes de viagens (A) serão as quantidades de viagens que não poderiam

ser realizadas, dado o horário programado das partidas, o tempo efetivamente

monitorado, e a limitação da frota programada por faixa horária.

9º – O preenchimento do quadro de partidas mencionado no parágrafo 7º deste

artigo será preenchido por linha, veículo a veículo, considerando os seguintes

procedimentos:

I – Que o horário da primeira partida do veículo será a primeira não preenchida

por outro veículo; II – Os horários das próximas partidas do veículo serão

calculados sucessivamente, considerando o horário mínimo

calculado pela seguinte fórmula:

Hn = Hn-1 + T + t, onde

Hn – horário mínimo de início da próxima partida do veículo

Hn-1 – horário programado de início da viagem anterior

T – tempo monitorado da viagem com início mais próximo do horário programado

(Hn-1)

t – tempo de preparação para a próxima viagem

III – Calculado o horário mínimo (Hn), o horário programado de início da próxima

viagem do veículo será aquele mais próximo programado na OSO, desde que igual

ou maior que Hn

IV – Na atribuição da partida ao veículo, poderá ser admitida uma margem de

tempo para início da mesma, de até metade do intervalo programado em relação

ao horário programado da partida, desde que adequada à situação operacional

efetiva;

V – O sentido de cada viagem do veículo será contrário ao sentido da viagem

anterior do veículo, exceto para linhas circulares.

Page 16: Fim de Semana ARTESP - edição 46

VI – O preenchimento do quadro de partidas será limitado pela frota programada

por faixa horária;

VI – O preenchimento do quadro de partidas se dará a partir da linha base e,

quando houver, os atendimentos.

Art. 4º – Caberá a São Paulo Transporte S.A – SPTRANS a elaboração de

cronograma de implantação do fiel cumprimento desta Portaria, sendo que nos

primeiros 30 (trinta) dias de vigência o serviço será medido porém, não haverá

cobrança de multa decorrente da eventual constatação de enquadramento no

código G-64 (Padrão Eficiência) do RESAM, já que serão implementados os ajustes

necessários aos sistemas, contemplando suas Normas e Procedimentos

administrativos. Art. 5º – Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

01.03.2016

ANTT divulga procedimentos para comunicação de

acidentes ferroviários

A Agência Nacional de Transportes

Terrestres (ANTT) publicou, no Diário

Oficial da União de hoje (1º/3),

comunicado que detalha os

procedimentos relativos à Resolução nº

1.431/2006, referente à comunicação

de acidentes ferroviários graves.

As concessionárias de ferrovias

deverão comunicar ao coordenador de

Fiscalização Ferroviária da ANTT, da

respectiva área de ocorrência do

acidente, os acidentes graves e as respectivas providências adotadas por elas, no

prazo de duas horas, por telefone ou por correio eletrônico.

Os acidentes também deverão ser registrados no Sistema de Acompanhamento e

Fiscalização do Transporte Ferroviário (Saff), no prazo de 24 horas. No prazo de

30 dias corridos da ocorrência, as concessionárias deverão enviar à ANTT o laudo,

que deverá ser acompanhado do formulário estabelecido em modelo

disponibilizado pela Agência, devidamente preenchido.

Esses procedimentos deverão ser integralmente cumpridos pelas concessionárias

a partir de 30 dias após a publicação do comunicado.

Page 17: Fim de Semana ARTESP - edição 46

03.03.2016

Exame toxicológico: empresas têm 45 dias para começar a

cumprir norma

As empresas do transporte rodoviário de cargas e coletivo de passageiros têm 45

dias para implementar o exame toxicológico na contratação e no desligamento de

motoristas profissionais. A regra entrou em vigor nessa quarta-feira (2). Apesar

disso, o MTPS (Ministério do Trabalho e Previdência Social) afirma que

iniciará dando orientações. A exigência está prevista na Lei 13.103 (Lei dos

Caminhoneiros) e regulamentada pela portaria 116/2015 da pasta. Além disso,

resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) também tornou o teste

obrigatório para obtenção ou renovação da CNH (Carteira Nacional de Habilitação)

nas categorias C, D ou E.

Segundo o MTPS, a ideia é

esclarecer sobre como deve ser

o cumprimento da norma. As

empresas é que deverão

encaminhar o trabalhador a um

ponto de coleta conveniado

para realização do exame e

cabe a elas pagar pelos exames,

tanto no momento da admissão

quanto no do desligamento do

condutor.

Somente a partir da segunda

quinzena de abril é que o Ministério do Trabalho começará a autuar e multar

quem não cumprir a regra.

O exame toxicológico tem validade de 60 dias, a partir da data da coleta da

amostra, e deverá ter como janela de detecção, para consumo de substâncias

psicoativas, uma análise retrospectiva mínima de 90 dias. Seis laboratórios estão

credenciados pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) para fazer o

exame: Laboratório Morales; Laboratório Chromax; Citilab Diagnósticos;

Contraprova Análises, Ensino e Pesquisas; Maxilabor Diagnósticos; e

Psychemedics Brasil Exames Toxicológicos.

Conforme a portaria do Ministério do Trabalho, o funcionário também deverá

receber um laudo laboratorial detalhado com a relação de substâncias testadas e

com os seus respectivos resultados. O profissional terá direito à contraprova, à

confidencialidade dos resultados e à consideração do uso de medicamento

prescrito, devidamente comprovado.

Page 18: Fim de Semana ARTESP - edição 46

03.03.2016

Detrans questionam obrigatoriedade do exame

toxicológico para motoristas profissionais

A obrigatoriedade do exame toxicológico para motoristas profissionais já está em

vigor, mas gera polêmica em diversos lugares do Brasil. A regra deve ser

obedecida para obter ou renovar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) nas

categorias C, D ou E e na contratação ou desligamento dos motoristas das

empresas de transportes de cargas e de passageiros. Ela é válida em todo o Brasil.

No entanto, em alguns estados a exigência foi suspensa, em razão de decisões

judiciais ou de recomendações do Ministério Público.

O teste é feito com amostras de pelos, cabelo e unhas e identifica se houve

consumo de substâncias ilegais (como maconha, cocaína, crack, anfetaminas e

metanfetaminas) até três meses

antes da coleta.

Em São Paulo e Goiás, por

exemplo, foram liminares da

Justiça, decisões provisórias que

atenderam a pedidos dos Detrans

(Departamentos de Trânsito), que

suspenderam a obrigatoriedade

do exame. Em Minas Gerais, o

Detran seguiu recomendação dos

promotores de Justiça e também

não está exigindo o teste. Em

outros estados, como Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Pernambuco, os órgãos de

trânsito também pedem, judicialmente, que a medida não seja obrigatória.

Os principais argumentos destacam que há poucos laboratórios credenciados

para atender à demanda, além do elevado custo para os motoristas (na média de

R$ 350). Entre entidades médicas, especialistas e dirigentes de órgãos de trânsito,

há a defesa, também, de que a medida é discriminatória, inconstitucional

e ineficaz.

Segundo o Ministério das Cidades, os seis laboratórios credenciados no Brasil

terão como realizar os exames necessários no país. A pasta, ao qual é ligado o

Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), diz, ainda, que a União irá

recorrer das decisões contrárias à obrigatoriedade do exame toxicológico.

Salienta, ainda, que a não realização dos testes pode impedir os motoristas de

dirigir, já que a CNH é expedida e registrada no Denatran.

Page 19: Fim de Semana ARTESP - edição 46

04.03.2016

ANTT divulga cronograma para colocação de dispositivo

de identificação eletrônica em caminhões

A Agência Nacional de Transportes

Terrestres (ANTT) publicou, no Diário

Oficial da União de hoje (4/3), a

alteração do cronograma para

instalação dos dispositivos de

identificação eletrônica (TAG) dos

veículos automotores de carga

cadastrados no Registro Nacional de

Transportadores Rodoviários de

Cargas (RNTRC).

A identificação eletrônica dos

veículos, estabelecida pela Resolução

nº 4.799/2015, integra o projeto de Sistema Nacional de Identificação Automática

dos Veículos (Siniav), definido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e

Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O equipamento é eletrônico,

baseado em padrão nacional, e deverá ser colocado no para-brisa dos veículos. A

inserção do dispositivo é obrigatória.

Histórico – O RNTRC é o registro obrigatório destinado aos transportadores

rodoviários de cargas no Brasil, instrumento importante para organização do

mercado. O cadastro é obrigatório para todo transportador rodoviário

remunerado de cargas, o qual presta serviço para terceiros mediante cobrança de

frete. O motorista que transporta carga própria não é obrigado a se registrar.

Em 30/7/2015, a ANTT publicou a Resolução n º 4.799, que regulamenta os

procedimentos para inscrição e manutenção do RNTRC. A partir de 28/10/2015, a

nova norma entrou em vigor.

De acordo com o texto da norma, a solicitação de inscrição, atualização e

recadastramento será efetuada pelo transportador ou por seu representante

formalmente constituído e identificado, perante entidade que atue em cooperação

com a Agência, de acordo com o cronograma divulgado. Na ocasião, o

transportador deve renovar o seu cadastro, no momento em que for recadastrar o

veículo, que também deverá ser identificado por meio de novos adesivos.

O certificado do RNTRC terá validade de cinco anos, sendo emitido assim que

efetivada a inscrição ou o recadastramento do transportador. O transportador

rodoviário remunerado de cargas deverá providenciar a atualização cadastral

sempre que ocorrerem alterações nas informações. A ANTT poderá, ainda,

requerer a comprovação ou a atualização dessas informações a qualquer tempo.

Clique aqui para acessar o cronograma.

Page 20: Fim de Semana ARTESP - edição 46

29.02.2016

Governo do Paraná pretende estadualizar 248,6 km de

rodovias federais

O governador Beto Richa apresentou nesta segunda-feira (29), ao secretário de

Gestão dos Programas de Transportes do Ministério dos Transportes, Luciano de

Souza Castro, uma proposta do governo do Paraná para resolver o impasse sobre

estadualização de rodovias federais.

Uma medida provisória do Ministério dos Transportes pretende repassar ao

Paraná 945 quilômetros de rodovias federais. No entanto, o estudo da Secretaria

de Infraestrutura e Logística aponta a possibilidade de absorver apenas 248,6

quilômetros.

No encontro, ocorrido no Palácio Iguaçu, o governador entregou o estudo

mostrando que o Estado está disposto a resolver esta antiga pendência. A medida

provisória 708, publicada no ano passado, substituiu a medida provisória 082, de

2000, que repassou rodovias federais a 15 Estados, entre eles o Paraná. Na época,

o governo paranaense absorveria rodovias federais, como compensação de um

repasse financeiro feito aos cofres estaduais.

RODOVIAS

Pelo estudo, o Estado tem interesse de estadualizar trechos das rodovias

próximos de Campo Mourão (BR-158, BR-487 e BR-272) e perto de Cascavel (BR-

467). No pacote também está a ligação entre Laranjeiras do Sul e Chopinzinho

(BR-158) e um pequeno segmento urbano da BR-466, em União da Vitória.

O secretário do Ministério dos Transportes, Luciano Castro, disse que a União

concorda em ficar com a BR-476. Castro afirmou que o Ministério dos Transportes

vai analisar também os demais trechos, como o da Estrada da Boiadeira (BR-487).

"Esta discussão abre a possibilidade de chegarmos em um consenso", afirmou

Castro.

Caso tenha que assumir os 945 quilômetros, o Estado terá que desembolsar cerca

de R$ 200 milhões por ano em manutenção. Além disto, precisaria deslocar

batalhões da Polícia Rodoviária Estadual para substituir a Polícia Rodovia Federal,

o que implicaria na construção de postos policiais ao longo das rodovias.

No encontro com o governador, o secretário do Ministério dos Transportes,

Luciano Castro, reforçou a necessidade de ampliar a fiscalização sobre a isenção

do eixo suspenso. A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de

Infraestrutura do Paraná - Agepar dará uma resposta ao Ministério dos

Transportes sobre este assunto.

Page 21: Fim de Semana ARTESP - edição 46

04.03.2016

Concessão de ferrovia amapaense à empresa poderá ser

anulada, diz Alap

O ato de 2013 da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa que deu a concessão da

Estrada de Ferro do Amapá (EFA) à mineradora Zamin Ferrous poderá ser anulado

pelo parlamento. A possibilidade é para o caso de comprovação do pagamento de

propina de R$ 11 milhões pela empresa a um ex-servidor da Casa, para obtenção de

autorização de uso da ferrovia.

A suposta negociata entre a mineradora e o parlamento resultou na quarta-feira (2) na

deflagração da operação Caminhos do Ferro, da Polícia Federal (PF), em Macapá,

Santana e Rio de Janeiro, lugar de onde partiu o depósito bancário, segundo a

denúncia, a mando da Zamin.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa do deputado Júnior

Favacho, presidente em exercício da Alap à época da concessão; do ex-presidente da

Junta Comercial do Amapá (Jucap), Jean Alex Nunes; na antiga sede da empresa

Zamin, em Santana; e um mandado de prisão no Rio de Janeiro.

Além do suposto crime de corrupção, o ato da Mesa Diretora é considerado ilegal

para o Ministério Público (MP), que investiga o caso. Segundo a instituição, a

concessão deveria ter sido apreciada em plenário. A Zamin comprou a mina de ferro

amapaense da Anglo e precisava de autorização do parlamento para começar a

operar.

Ato da Mesa da Alap concedeu ferrovia

Um requerimento deverá ser enviado pela Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) à

Polícia Federal e Ministério Público solicitando acesso ao processo da operação. Os

documentos poderão resultar na abertura de um processo administrativo ou

sindicância sobre o caso.

"Vamos reunir para requerer ao MP e PF informações para que a gente possa abrir

procedimentos administrativos. Não podemos antecipar nada porque os relatos não

são aprofundados. Mas o MP não começa uma investigação à toa. A Assembleia tem

interesse, sim [na apuração dos fatos]. Vamos requerer e analisar. Se os indícios

estiveram apontando para esse caminho [de propina], vamos adotar as medidas",

comentou o deputado Pedro da Lua, em nome da Assembleia do Amapá.

O corregedor-geral da Casa, deputado Antônio Furlan (PTB), reforçou que "medidas

serão adotadas", no entanto, explicou que a Corregedoria deverá se manifestar

somente se for provocada pelos parlamentares.

"A Corregedoria vai se posicionar quando for provocada. A partir do momento que

tivermos essas informações, além do que saiu na imprensa, podemos adotar medidas

em conjunto com a Procuradoria-Geral", disse.

Page 22: Fim de Semana ARTESP - edição 46

04.03.2016

Licenciamentos de ônibus acumulam queda de 49,1% nos

dois primeiros meses, diz Anfavea

ADAMO BAZANI

A crise econômica no Brasil devido ao descontrole das contas públicas, problema

admitido pelo próprio governo federal que teve de criar um programa de ajuste

fiscal, continua e as perspectivas do setor produtivo não são positivas. Tudo

baseado em números.

Um dos indicadores que mostram o nível de investimentos no país é o da

produção de ônibus e caminhões que são considerados bens de capital

necessários para a execução das atividades e transporte de trabalhadores e

consumidores de outros setores.

De acordo com balanço da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de

Veículos Automotores, nos dois primeiros meses deste ano, a produção de ônibus

caiu 45,2% e a de caminhões teve queda de 40,7% em relação aos dois primeiros

meses do ano passado.

Vale ressaltar que em 2015 o setor de veículos pesados fechou em queda de

quase 50% no nível de produção.

Segundo os dados da Anfavea divulgados nesta sexta-feira, 4 de março de 2016,

foram produzidos os meses de janeiro e fevereiro 9.452 caminhões ante 15. 939

no mesmo período em 2015.

Page 23: Fim de Semana ARTESP - edição 46

A produção de ônibus no primeiro bimestre deste ano somou 2.685 chassis,

número 45,2% inferior aos 4.900 chassis de janeiro e fevereiro de 2015.

Os segmentos de ônibus rodoviários e urbanos registraram expressivas quedas.

Foram produzidos nestes dois primeiros meses do ano 468 ônibus rodoviários ou

43,6% menos que as 830 unidades de janeiro e fevereiro de 2015.

Em relação aos ônibus urbanos, a queda, ainda de acordo com a Anfavea, foi de

45,5% em janeiro e fevereiro deste ano em relação ao mesmo período do ano

passado com 2.217 chassis produzidos. No primeiro semestre de 2015, foram

4.070 chassis de veículos urbanos.

LICENCIAMENTOS MARCAS:

Os licenciamentos de ônibus, de acordo com balanço da Anfavea, também

registraram quedas expressivas.

Neste ano, a redução do número de licenciamentos foi de 49,1%.

Segundo o levantamento, em janeiro e fevereiro de 2016, foram licenciados 1.733

veículos de transporte coletivo. No primeiro bimestre do ano passado, foram

licenciados 3.403 ônibus entre rodoviários e urbanos.

O balanço ainda aponta queda acumulada de todas as produtoras de ônibus.

Acompanhe:

1º) Mercedes-Benz: 901 ônibus – queda de 39,5% em relação ao mesmo período

do ano passado.

2º) MAN/Volkswagen Caminhões e Ônibus: 348 ônibus – queda de 63,2% em

relação ao mesmo período do ano passado.

3º) Agrale (incluindo minionibus Volare): 304 ônibus – queda de 36,4% em

relação ao mesmo período do ano passado.

4º) Volvo: ônibus 106 ônibus – queda de 49,3% em relação ao mesmo período do

ano passado.

5º) Iveco: 59 ônibus – queda de 74,3% em relação ao mesmo período do ano

passado.

6º) Scania: 11 ônibus – ônibus – queda de 68,6% em relação ao mesmo período do

ano passado.

Page 24: Fim de Semana ARTESP - edição 46

04.03.2016

Com pedágio e reajuste do diesel, preço do frete ficará

30% mais caro

O frete rodoviário ficará mais caro em março, principalmente devido ao pico da

colheita da soja. A projeção feita pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística

da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz), é de que o aumento

chegue a 30%, quando comparado ao mesmo período do ano passado.

Acontece que nesta safra, quando mais se usa o serviço de frete, houve um

aumento recente no preço do diesel além da cobrança de pedágio na BR-163, o

que não havia no ano passado nesta época. Quando se aumenta a demanda é

tendência que o produto ou serviço fique mais caro.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente da transportadora

Bergamasco e diretor da Associação de Transportadores de Carga de Mato Grosso,

Dirceu Capeleto, a implementação de pedágios na rodovia BR-163 e o reajuste no

diesel foram alguns dos fatores que influenciaram o preço

"Esse aumento parece elevado, mas o diesel ficou 15% mais caro no último ano, os

pneus subiram 12% e a mão de obra, 9%. Um caminhão de nove eixos que

transporta soja paga quase R$ 2 mil de pedágio para ir de Sorriso a Santos, um

custo novo para nós", contou.

De Sorriso (MT) ao porto de Santos (SP), por exemplo, o frete para o transporte de

soja passou de R$ 235 para R$ 300 a tonelada, em um trecho de pouco mais de 2

mil quilômetros.

Já de Sorriso a Rondonópolis, onde fica o principal terminal ferroviário de Mato

Grosso, o valor médio do frete passou de R$ 81 para R$ 105 a tonelada. Com esse

salto, os preços voltaram aos patamares de 2014, depois de um ano de "trégua"

provocado pelo excesso de oferta por parte dos transportadores - o que,

inclusive, provocou uma longa greve de caminhoneiros.

O economista e pesquisador da EsalqLog, Samuel da Silva Neto, acredita que os

reajustes dos fretes previstos para março são sazonais e os valores deverão

recuar depois de maio.

Page 25: Fim de Semana ARTESP - edição 46

03.03.2016

Câmara aprova adição maior de biodiesel ao óleo diesel

comercializado no Brasil

DAMO BAZANI

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na tarde desta quinta-feira, 3 de

março de 2016, o projeto de lei PLS 3834, de 2015, do Senado Federal, que

permite um aumento gradativo do percentual do biodiesel adicionado ao óleo

diesel vendido para o consumidor final.

Atualmente são adicionados 7% de biodiesel ao óleo diesel convencional para este

tipo de venda.

Pelo projeto, o percentual subirá para 8% após um ano da aprovação da lei e

chegará a 10% depois de 36 meses da entrada em vigor da nova lei.

A proposta ainda depende de sanção da presidente Dilma Rousseff.

O texto ainda permite que o percentual suba para 15% se os testes nos motores de

ônibus e caminhões mostrarem a viabilidade. Para isso também é necessário ter o

aval do Conselho Nacional de Política Energética.

De acordo com nota da agência Câmara, o Conselho Nacional de Política

Energética também pode autorizar pela lei que, de maneira voluntária, empresas

de ônibus urbanos e metropolitanos, adicionem uma quantidade ainda maior de

biodiesel ao óleo diesel.

Page 26: Fim de Semana ARTESP - edição 46

02.03.2016

Concessão da Norte-Sul ameaçada

A Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (FerroFrente) entrou com ação civil

pública, com pedido de liminar, na Justiça Federal, pedindo inspeção na ferrovia

Norte-Sul e suspensão de leilão para repassar à iniciativa privada o controle da

ferrovia. A medida foi acionada, explica a frente, porque a concessão prevista

baseia-se na modalidade outorga, que representa um antigo modelo adotado no

setor, por meio do qual o trecho é entregue a uma empresa concessionária que

passa a controlar o trilho. Em troca, a empresa deve pagar essa outorga ao

governo. Ocorre que isso representa um retrocesso sob todos os pontos de vista,

seja do que vem sendo feito no mundo (na maioria dos países desenvolvidos a

outorga é simplesmente proibida por lei), seja pelo que vem divulgando e

prometendo o atual governo desde 2003.

Segundo argumentos da frente, a única vantagem do modelo é gerar caixa

imediato ao governo, que assim gasta de uma vez os investimentos públicos de

mais de uma década. E o alerta: "Acresce que esse modelo não garante a qualidade

na prestação dos serviços, nem qualquer controle sobre os preços, ou seja,

invalida todo o esforço feito por toda uma nação para que víssemos raiar o dia

que nossa logística desonerasse o setor produtivo e o cidadão brasileiro pudesse

contar com um meio de transporte seguro, barato e infinitamente menos poluente

que aquele realizado sobre pneus."

Com a outorga, explica o movimento, o concessionário tornar-se “dono” do trilho,

podendo até mesmo desativar trechos que não lhe interessassem ou inibir a

utilização da infraestrutura por determinadas empresas, com base em interesses

próprios. "Em trilho outorgado só passa o dono ou quem ele queira autorizar: um

passo de alguns séculos para trás. Nesses tempos bicudos de desgovernos a

imprensa precisa chamar a si, como legítimo quarto poder, a responsabilidade

sobre o destino de todos nós."

Louvável a posição da FerroFrente coerente em defesa da ferrovia como todos

concordamos e há muito desejamos para dar maior eficiência a nossa matriz de

transporte. Sem sombra de dúvida, a dimensão da Norte-Sul deve levar em conta

recentes experiências – êxitos e fracassos – na privatização de importantes

trechos ferroviários e garantir os inalienáveis direito de passagem e tráfego

mútuo sem abusos. Essa ferrovia tem uma história de atrasos e desvios de verbas.

Portanto, convém à agência reguladora do setor (ANTT) perceber o novo tempo do

Brasil e faça o seu papel para colocar nos trilhos os trens dessa necessária e

esperada infraestrutura de transporte. Da nossa parte, vamos cada vez mais

colocar luz no fim do túnel.

Page 27: Fim de Semana ARTESP - edição 46

03.03.2016

Companhias dos EUA disputam concessão de voos a Cuba

O Departamento de

Transportes norte-

americano recebeu ao

menos seis pedidos de

companhias aéreas

que querem operar

voos comerciais entre

Estados Unidos e Cuba

após o anúncio de

retomada da rota.

American Airlines,

Delta Airlines, United

Airlines e JetBlue

estão entre as

empresas que tinham até está quarta-feira, dia 2, para expressar seu

interesse. Apesar do grande interesse, o número de voos é limitado.

Autoridades esperam que sejam realizadas cerca de 20 viagens diárias entre os

Estados Unidos e a capital cubana, Havana. Outros 10 voos diários devem ser

realizados a outros destinos da ilha.

O governo norte-americano disse que tentará beneficiar a população ao distribuir

as concessões de voos. A decisão ainda deve levar alguns meses. Os governos de

Estados Unidos e Cuba assinaram no último dia 16 um acordo histórico que

permite a retomada de voos comerciais entre as duas nações. O anúncio é um dos

mais importantes desde que os países anunciaram a retomada de relações em

dezembro de 2014, após mais de 50 anos de desavenças políticas. Atualmente,

norte-americanos e cubanos que precisam ir a Cuba viajam em aviões fretados,

que são, além de caros, muito difíceis de agendar. Além disso, as viagens

precisam ser coordenadas com agentes do governo dos EUA.

A medida deve ajudar uma das maiores fontes de renda da ilha, o turismo.

Calcula-se que 160 mil turistas norte-americanos visitaram Cuba apenas no ano

passado. Além disso, milhares de cidadãos cubano-americanos poderão visitar

seus familiares com mais facilidade.

Page 28: Fim de Semana ARTESP - edição 46

04.03.2016

Jundiaí se torna a primeira cidade no Brasil onde

passageiros podem pagar tarifa de ônibus urbanos com

cartão de crédito

e débito

ADAMO BAZANI

A partir desta segunda-feira, 7 de

março de 2016, Jundiaí, no interior

de São Paulo, se torna a primeira

cidade no Brasil onde será possível

pagar a tarifa de ônibus com cartão

de crédito ou débito.

O novo sistema será implantado de

maneira gradual e começa a

funcionar nas linhas do terminal

Vila Rami. As linhas são as seguintes: 582 – Paiol Velho, 583 – Residencial

Anchieta, 584 – Terra Nova, 585 – Colégio Técnico e 586 – Vila Maringá.

“O sistema funciona como em um estabelecimento comercial, em que o

passageiro insere o cartão na máquina, escolhe a opção crédito ou débito, digita a

senha e, em seguida, a catraca é liberada.” – explica nota da prefeitura.

O objetivo da prefeitura, com a ampliação do sistema, é atingir 15% dos

passageiros que ainda não usam o cartão Bilhete Único da cidade e fazem os

pagamentos com dinheiro.

“São 120 mil passageiros por dia que utilizam o transporte público. Cerca de 18

mil ainda pagam em dinheiro. Para reduzir a circulação de dinheiro no ônibus,

esse público pode utilizar o cartão bancário” – disse na nota o secretário de

Transportes, Wilson Folgozi.

Ainda na nota, a prefeitura afirma que os passageiros que pagarem com cartão de

crédito e débito não terão os mesmos benefícios de quem utiliza o Bilhete Único.

“Os usuários que optarem pelo cartão bancário pagam a tarifa normal, de R$3,80.

Já os cadastrados no Bilhete Único seguem pagando R$3. O Bilhete Único

possibilita que, no intervalo de 1 hora e 30 minutos, o passageiro se desloque de

um ônibus para outro, pagando uma única tarifa e sem a necessidade de passar

pelos terminais.”

A tecnologia do sistema é da empresa Prodata e estará disponível nos ônibus das

viações prestadoras do município de Jundiaí: Viação Leme, Três Irmãos e Viação

Jundiaiense.

Não haverá custos extras para o sistema, diz a prefeitura.

Page 29: Fim de Semana ARTESP - edição 46

AGENDA 2016

Março

63ª Reunião do Fórum Paulista de

Secretários e Dirigentes Públicos de

Mobilidade Urbana 3 e 4 de março - Jundiai/SP

69ª Reunião Geral da FNP- Frente

Nacional de Prefeitos- Tema: Estratégias

para o financiamento do sistema de

transporte coletivo urbano e barateamento da tarifa

23 e 24 de março no Rio de Janeiro

87ª Reunião do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes

Públicos de Mobilidade Urbana

28 de março - em Curitiba