fim de semana artesp - edição 45
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Reportagens sobre o setor de concessão, transportes, infraestrutura e rodovias. Seleção de 26 de fevereiro de 2016.TRANSCRIPT
EDIÇÃO 45 – 26 DE FEVEREIRO DE 2016
ASSESSORIA DE IMPRENSA
RAMAL 2105
25.02.2016
GOVERNO MANTERÁ PROCESSO DE CONCESSÕES EM
INFRAESTRUTURA
O ministro do Planejamento, Valdir Simão, afirmou na última quarta-feira que o
governo federal pretende dar continuidade ao processo de concessões do setor de
infraestrutura à iniciativa privada. Será uma maneira de "escoar a produção" e
"conectar o país com o resto do mundo", disse.
Segundo o ministro, serão construídos 7.413 km em 17 rodovias entre 2015 e
2018 por meio do Programa de Investimento em Logística (PIL), não
necessariamente com concessões à iniciativa privada. Neste ano, haverá o
arrendamento de 16 terminais de portos públicos e a conclusão de análise de 41
terminais de uso privado.
No transporte aéreo, o ministro disse que serão licitados ainda em 2016 quatro
aeroportos de capitais: Florianópolis, Porto Alegre, Salvador e Fortaleza. "Eles
estão no TCU aguardando a etapa de consulta pública", disse Simão. Também
serão realizados, segundo ele, os leilões de três ferrovias: dois trechos da Norte-
Sul e o trecho Lucas do Rio Verde- Mirituba.
O governo deve lançar em breve a licitação para arrendamento do terminal
portuário de passageiros de Salvador, que teve o estudo aprovado pelo TCU. A
licitação não integra o programa de arrendamento de 93 áreas portuárias,
específicas para movimentação de cargas.
Segundo o ministro dos Portos, Helder Barbalho, o aval do TCU mostra que outros
editais, inclusive do programa de arrendamentos, podem ser lançados mais
rapidamente do que se esperava, depois da experiência de dois anos do tribunal
com os arrendamentos de 29 áreas nos portos de Santos e do Pará. Para Barbalho,
o longo tempo dispensado pelo TCU na análise dos estudos foi fundamental "para
eliminar qualquer insegurança jurídica".
22.02.2016
Porto de Santos amplia estrutura para receber safra
2015/16
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) melhorou a estrutura do
Porto de Santos para recebimento da safra de grãos 2015/16, cujo pico do
escoamento começa agora. A capacidade de recebimento de caminhões foi
ampliada de 12 mil para até 14 mil por dia, dentro do programa de agendamento
de veículos voltado a evitar filas no período de escoamento da safra, disse ao
Broadcast Agro o diretor de operações logísticas da Codesp, Cleveland Lofrano. A
medida foi adotada para dar conta do maior número de caminhões com grãos da
safra 2015/16 previstos para chegar ao porto ao longo de 2016 e é resultado de
obras viárias e mudanças no sistema de recepção de veículos.
"Conseguimos diminuir o intervalo de atendimento entre um caminhão e outro e,
com isso, criamos quase 2 mil janelas diárias a mais. Isso significa que, em cada
janela de seis horas destinada à recepção dos veículos, poderão ser
recepcionados 500 caminhões a mais", afirmou Lofrano.
A Codesp realizou nesta semana o Fórum Operação Safra 2016 para apresentar as
ações previstas para o escoamento da safra pelo Porto de Santos em 2016. O
evento reuniu representantes dos Ministérios da Agricultura e dos
Transportes, entidades federais, estaduais e municipais, concessionários
rodoviários, ferroviários e hidroviários, associações, sindicatos, embarcadores,
armadores e terminais portuários, que apresentaram suas atribuições durante o
período de escoamento da safra, de fevereiro a agosto. Na ocasião, o ministro
chefe da Secretaria de Portos, Helder Barbalho, assinou contrato entre a secretaria
e a EEL Infraestrutura para dragagem do canal de navegação do Porto de Santos. O
diretor presidente da Codesp, Alex Oliva, também assinou dois convênios,
voltados à fiscalização do trânsito nas vias portuárias pela CET e à segurança das
instalações do Porto de Santos e da área de fundeio pela Polícia Federal.
Se em 2015 Santos recebeu aproximadamente 660 mil caminhões carregados com
grãos, para 2016 estão previstos em torno de 800 mil veículos, segundo Lofrano.
Dentre as ações concluídas no ano passado e que viabilizaram a recepção de um
número maior de caminhões, ele destacou melhorias no acesso ao porto pelo anel
viário de Cubatão (SP), ampliação de faixas na rodovia Cônego Domênico Rangoni
e mudanças no gerenciamento dos pátios do porto. De acordo com Lofrano, o
programa de agendamento de caminhões eliminou as filas no porto e estas se
formam apenas quando ocorre algum acidente, já que neste caso os caminhões
não conseguem chegar ao porto no horário agendado.
Com relação aos acessos pelo mar, o diretor de logística da Codesp informou que
o calado (profundidade necessária para que o navio atraque) será mantido,
garantindo que os contratos já firmados sejam cumpridos. A dragagem no Porto
de Santos, conforme o executivo, precisa ser realizada constantemente mas, no
fim do ano, o contrato com a empresa responsável pela atividade havia se
encerrado e os preços das novas propostas apresentadas estavam acima do valor
anterior. Um novo processo de licitação deve ser realizado no curto prazo, de
acordo com o diretor da Codesp, garantindo que a dragagem seja feita em tempo
hábil.
A capacidade de armazenagem dos terminais privados destinados a grãos, hoje de
aproximadamente 2 milhões de toneladas, não aumentou em relação ao ano
passado, de acordo com o executivo. "Deve aumentar a partir de agora. Com as
licitações realizadas no fim do ano, as empresas ganhadoras devem ampliar sua
estrutura", afirmou Lofrane. Atualmente, o Porto de Santos não tem instalação
própria para escoamento de grãos, de acordo com o executivo, e a exportação é
feita apenas nos terminais arrendados pela iniciativa privada.
Lofrane afirmou também que o tempo médio de espera dos navios para atracar
está "dentro de padrões razoáveis e não há nenhum gargalo ou fila de navios para
exportação". "Temos feito reuniões diárias sobre a atracação dos navios, com a
equipe de praticagem (serviço de auxílio às embarcações para atracarem nos
portos), tentando reduzir cada vez mais o tempo de espera dos navios",
complementou.
26.02.2016
SuperVia promete 100% de trens com ar condicionado nos
5 principais ramais
A SuperVia, operadora dos trens metropolitanos do Rio de Janeiro, anunciou que
até julho todos os trens que operam nos cinco principais ramais terão ar
condicionado. As linhas citadas são: Deodoro, Santa Cruz, Japeri, Belford Roxo e
Saracuruna.
De acordo com o diretor de Operações da concessionária, João Gouveia, dos 70
trens chineses comprados pelo governo estadual, os últimos 10 estão em fase
final de testes e devem iniciar a prestação de serviço até a Olimpíada. Mais 12
composições foram compradas, que devem chegar nos próximos 18 meses.
Gouveia ainda informou que as estações passarão por reformas para a
Olimpíada. “Todas essas estações serão totalmente renovadas e atenderão às
especificações de acessibilidade. Ricardo de Albuquerque teve a capacidade de
embarque ampliada em 25%”, afirmou Gouveia.
A empresa transporta uma média de 709.000 usuários por dia em 260 km de
trilhos. Ao todo são 8 linhas que compõe a malha de trens urbanos com 102
trens.
24.02.2016
Secretaria de Portos realiza seminário sobre integração
de infraestrutura
A integração da infraestrutura logística do país foi pauta de seminário realizado
pela Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), em parceria com a
revista Carta Capital, nesta quarta-feira (24/2), em São Paulo. No debate, com
abertura do vice-presidente da República, Michel Temer, o ministro-chefe da SEP,
Helder Barbalho, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Valdir Simão, e
a secretária-executiva do Ministério dos Transportes, Natália
Marcassa, anunciaram que as pastas preparam mudanças logísticas para tornarem
mais atraentes os novos leilões de concessão de infraestrutura. Segundo eles,
serão R$ 198 bilhões direcionados ao Programa de Investimentos em Logística em
todo o Brasil.
Para o setor portuário, o valor previsto é de R$ 51 bilhões até 2042. Na ocasião,
os investidores foram informados que o próximo leilão de áreas para terminais
portuários e outras alternativas de investimento. Marcado para o próximo dia 31
de março, o segundo leilão de áreas portuárias ofertará seis áreas para terminais
no estado do Pará, todas destinadas a escoar a produção agrícola do Centro-Oeste
brasileiro.
O ministro Helder explicou que as seis áreas receberão investimentos de R$ 1.464
bilhão em obras e novos equipamentos. Além disso, as empresas pagarão R$
301.977 milhões em arrendamento à Companhia Docas do Pará ao longo dos
próximos 25 anos.
Rodovias – A secretária-executiva do MT, Natália Marcassa, destacou que 11
novas rodovias já estão em fase de estudo. “A previsão de entrega destes
relatórios termina em julho deste ano, quando serão abertas as consultas
públicas”, explicou a secretária. Aos investidores presentes entre os participantes
do seminário, ela ressaltou que ainda há espaço para o recebimento de projetos
para o trecho da BR-163 MT/PA, Sinop-Mirituba, que faz parte do Arco Norte, cujo
prazo terminará no dia 14 de março.
O Programa Nacional de Logística Integrada (PNLP) prevê investimentos da ordem
de R$ 51 bilhões para o setor, da seguinte forma: R$ 19,67 bilhões para novos
terminais privados, R$ 16,24 bilhões para novos arrendamentos e R$ 11,11
bilhões para renovações contratuais, além de R$ 4,26 bilhões de investimentos
públicos em dragagens. O volume de movimentação de carga entre 2015 e 2042
deve aumentar 92%, alcançando um patamar de 1,8 bilhão de toneladas, também
de acordo com as projeções do PNLP.
Esse é o primeiro de três eventos que discutirão alternativas de investimento em
infraestrutura no país. Os próximos estão marcados para Belém, no dia 3 de
março, e em Cuiabá, no dia 8 de março.
24.02.2016
Editais de concessões de aeroportos devem ser publicados
até junho, diz ministro
Os editais de licitação para a
concessão dos aeroportos de
Salvador, Fortaleza, Florianópolis
e Porto Alegre deverão ser
publicados entre os meses de
maio e junho, afirmou nesta
quarta-feira, 24, o ministro da
Aviação, Guilherme Ramalho. Ele
confirmou que a participação da
Infraero nessa fase de
concessões está descartada.
A expectativa da pasta é que o
Tribunal de Contas da União (TCU) conclua a análise dos estudos de viabilidade das
concessões dos quatro aeroportos nas próximas semanas. Depois do período de 30 dias de
audiências públicas os editais seriam consolidados e iriam para a rua.
"No último trimestre de 2016 haverá a assunção de fato dos aeroportos concedidos pelos
novos operadores", disse durante uma visita ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
A ausência da Infraero é, segundo Ramalho, uma opção política após a consolidação do
modelo de concessões privadas no setor.
Governo está otimista em atuar com setor privado em concessões, diz Valdir
Simão
Todas as empresas interessadas poderão participar dos quatro leilões, mas para aumentar a
concorrência foi vedada a concessão de dois aeroportos de uma mesma região do País para
um mesmo consórcio. Ou seja, quem levar Florianópolis não poderá ficar com Porto Alegre. O
mesmo vale para os dois aeroportos do Nordeste. O consórcio Inframérica, que detém a
concessão do aeroporto de Natal, não poderá concorrer por Salvador e Fortaleza.
Ramalho descartou a influência negativa da crise econômica sobre o interesse de
investidores nos leilões. Segundo o ministro, o processo de expansão dos aeroportos tem
sido baseado na parceria entre o setor público e o privado, então também fica à margem de
restrições orçamentárias do governo.
"Estamos falando de projetos de longo prazo, 25 a 30 anos, em um setor muito dinâmico da
economia e com perspectiva muito forte de crescimento nas próximas duas décadas. Temos
recebido diversas manifestações de empresas estrangeiras e nacionais", afirmou.
O ministro e o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, visitaram o Aeroporto Santos Dumont
para a entrega das obras de reconstrução do pátio de aeronaves e da reforma da área
comercial no segundo pavimento do terminal de passageiros, um investimento de R$ 57,5
milhões. Às vésperas dos Jogos Olímpicos na cidade o aeroporto ganhou também um
shopping e um hotel com 300 quartos.
25.02.2016
Empresas mostram interesse em trem entre Maringá e
Londrina
Três consórcios apresentaram
proposta para projetos do
chamado Trem Pé Vermelho,
que deve promover a ligação
ferroviária de passageiros
entre as regiões
metropolitanas de Londrina e
Maringá. De acordo com o
portal Diario.com, empresas
nacionais e internacionais
manifestaram interesse.
Existe a possibilidade que o
governo Paranaense lance uma
Parceria Público Privado (PPP) para construção da ferrovia de mais de 150
quilômetros, que corta 13 cidades e atenda a mais de 36 mil passageiros por dia.
Na próxima etapa
do projeto, as
propostas serão
analisadas pelo
Conselho Gestor de
Concessões (CGC)
até o fim de março.
O Governo do
Paraná trabalha com
a possibilidade de
abrir licitação para a
contratação do projeto em um ano.
“O Paraná busca uma ferrovia moderna com capacidade para transportar os
passageiros com eficiência e segurança. Será um grande eixo de desenvolvimento
regional conectando as regiões metropolitanas de Maringá e Londrina”, afirma
vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti.
25.02.2016
Governo recua e eleva crédito do Bndes para concessões
Oito meses depois de anunciar o
endurecimento das condições de
financiamento do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes)
para as concessões em infraestrutura, o
governo voltou atrás e anunciará, nos
próximos dias, que a parcela de recursos a
juros baixos fornecida pelo banco aos
concessionários será ampliada, segundo
informaram técnicos envolvidos no programa.
Atualmente, o banco empresta pelo menos 35% do valor do projeto ao custo da
Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), fixada em 7,5% ao ano. A expectativa é que
essa parcela suba para algo como 60%, bem próxima dos 70% oferecidos na
primeira etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL).
O governo decidiu melhorar as condições de financiamento depois de constatar
que elas haviam se tornado uma ameaça à retomada do programa de concessões.
Os juros salgados estavam tornando os investimentos muito caros, reduzindo-
lhes a rentabilidade e afastando potenciais interessados. Fontes revelaram que,
nas discussões internas, houve quem defendesse a volta do desenho adotado na
primeira fase do PIL. A tendência, porém, é que esse nível não seja alcançado.
Por outro lado, deve ser mantido o escalonamento adotado na segunda etapa do
PIL, no qual o banco entra com uma parcela maior do empréstimo se o
concessionário emitir debêntures em infraestrutura. O banco também poderá
entrar nas concessões como acionista.
Existe ainda a possibilidade de haver mais recursos do Fundo de Investimento do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) para as concessões.
Destravados, esses recursos serão mais uma alternativa para o concessionário
bancar parcela para a qual ele não conseguir recursos do Bndes.
Essas medidas deverão baratear o crédito, o que tem impacto direto no retorno do
investidor. Na primeira etapa do PIL, lançada em 2012, a taxa média de retorno do
acionista girava em torno de 15% a 16%, graças à forte participação dos bancos
públicos. Por causa desse desenho, as concessionárias puderam oferecer deságios
elevados nos leilões, o que proporcionou uma redução da ordem de 50% nas
tarifas máximas propostas pelo governo.
Agora, com os juros mais elevados, a expectativa de retorno caiu para perto de
13%. E um ganho menor, num cenário de retração e incertezas muito maiores do
que as vistas na primeira rodada do PIL, estava afastando os investidores.
A participação mais forte do Bndes vai, porém, na direção contrária à adotada
desde o fim de 2014, quando o governo constatou que não teria mais recursos
para aportar no banco. Ainda na gestão de Guido Mantega, o governo endureceu
as condições dos empréstimos.
O trabalho continuou na gestão de Joaquim Levy, que logo após ser indicado para
o posto de ministro da Fazenda fez um discurso no qual fez um ataque indireto à
política de empréstimos a juros subsidiados do Bndes. Sua equipe dedicou boa
parte do ano passado à desmontagem desse arcabouço. Agora, ao que tudo indica,
haverá outra guinada.
Em junho de 2015, quando a segunda etapa do PIL foi lançada, o governo contava
com financiamentos externos para dar continuidade ao programa. Porém, a perda
do grau de investimento pelo Brasil torna essa alternativa mais difícil.
De 20 leilões prometidos, só 6 devem ser realizados neste ano
Da lista de projetos, consta um conjunto de vias que inclui a Freeway
Uma retração econômica mais profunda do que o esperado levou o governo a
cortar sua previsão de leilões de concessão em infraestrutura. A segunda etapa do
Programa de Investimentos em Logística (PIL) previa 20 leilões entre 2015 e 2016.
Agora, a expectativa é bem mais modesta: cinco trechos rodoviários e uma
ferrovia.
"Vamos leiloar o que tiver interessados", disse a secretária executiva do Ministério
dos Transportes, Natália Marcassa, deixando claro que o governo adotou o
pragmatismo. Ela reconhece que o ambiente econômico pessimista obrigou
governo e empresas a colocar um pé no freio. "O investidor está com receio
porque a demanda caiu."
Com isso, não só os leilões menos atrativos foram adiados, como também as
exigências de investimento foram reduzidas e diluídas no tempo. Essas mudanças
tornam as concessões menos caras e mais rentáveis.
É o caso, por exemplo, da "Rodovia do Frango", que na verdade é um conjunto de
trechos de estradas federais (BRs 476, 153, 282 e 480) ligando a região dos
frigoríficos no interior de Santa Catarina ao porto de Paranaguá. Originalmente, a
exigência era que toda a malha, que soma 460 quilômetros, estivesse duplicada
no prazo de sete anos. Agora, o concessionário duplicará um terço do previsto e
investirá o restante caso haja demanda. O modelo de "gatilho" para a duplicação
de vias foi adotado para os demais trechos rodoviários que serão levados a leilão
nessa segunda etapa do PIL. O concessionário terá de duplicar 30% e o restante
dependerá do volume de tráfego na via.
O edital da "Rodovia do Frango" está em análise no Tribunal de Contas da União
(TCU) e Natália acredita que será possível levá-la a leilão em julho deste ano - a
previsão original era dezembro de 2015. Em outra alteração adotada em tempos
bicudos, o governo decidiu dar um prazo de 90 dias entre a aprovação do edital
pelo corte de contas e a realização do leilão. "É para dar mais tempo para o
investidor analisar", explicou. Anteriormente, esse prazo era de 30 dias.
Da lista de projetos do PIL 2, a secretária identifica interesse também no lote
formado pelos trechos das BRs 364 e 365 em Goiás e Minas Gerais, na BR-163
ligando Sinop (MT) a Miritituba (PA), na BR-101 ligando Palhoça (SC) à divisa do
estado com o Rio Grande do Sul e o que os técnicoschamam de "Concepão", um
conjunto de vias no Rio Grande do Sul (BRs 101, 116, 290 e 386), que inclui a
Freeway, explorada pela Concepa. Esse contrato vencerá em 2017, e quem ganhar
a concessão desse conjunto já começará cobrando pedágio.
26.02.2016
BNDES aprova R$ 3,58 bi para concessionária de rodovias
federais
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou
financiamento de longo prazo, no valor de R$ 3,58 bilhões, para a Concessionária
das Rodovias Centrais do Brasil S.A. (Concebra). A empresa é responsável pela BR-
060/BR-153/BR-262. Com 1,176 mil quilômetros de extensão, os trechos
rodoviários abrangem o Distrito Federal e os Estados de Goiás e Minas Gerais.
O projeto integra a primeira etapa do Programa de Investimentos em Logística
(PIL), do Governo Federal., que contribuirá para a melhoria do sistema de
infraestrutura de transportes do País.
Este é o terceiro empreendimento do PIL 1 com empréstimo de longo prazo
aprovado pelo BNDES. Os dois anteriores foram aprovados no último trimestre de
2015: as operações da MGO (BR-050/GO/MG) e da MSVia (BR 163/MS).
Sob o modelo de financiamento deproject finance (engenharia financeira
suportada contratualmente pelo fluxo de caixa de um projeto), o financiamento à
Concebra tem por finalidade a realização de investimentos de recuperação,
modernização, conservação, monitoração, ampliação de capacidade, manutenção
do nível de serviços previstos nos contratos de concessão.
Os primeiros desembolsos do financiamento serão destinados à quitação do
empréstimo-ponte aprovado pelo BNDES à concessionária em meados de 2014.
Empréstimo-ponte é o financiamento a um projeto, com o objetivo de agilizar a
realização do investimento durante o período de estruturação da operação de
longo prazo.
Concebra
Do financiamento total aprovado pelo BNDES à Concebra, R$ 2,51 bilhões serão na
modalidade direta e R$ 1,07 bilhão na modalidade indireta, com repasses de
agentes financeiros.
O sistema rodoviário do projeto da Concebra abrange 46 municípios em Goiás e
em Minas Gerais, além do Distrito Federal. Do total de 1.176,5 quilômetros de
extensão, 630,2 quilômetros estão localizados nas BR-060 e BR-153, desde o
entroncamento com a BR-251, no DF, até a divisa de Minas Gerais e São Paulo.
Os outros 546,3 quilômetros estão localizados na BR-262, do entroncamento com
a BR-153 ao entroncamento com a BR-381, em Minas Gerais. O projeto prevê a
duplicação de cerca de 640 quilômetros de rodovias, que são hoje trechos de
pistas simples. O investimento orçado para essas duplicações é de cerca de R$ 3
bilhões.
Os investimentos a serem realizados pela concessionária nos cinco primeiros
anos do contrato são, na sua maioria, relativos a duplicações, restaurações nas
vias e manutenção de serviços aos usuários.
25.02.2016
Indústria de auto-peças brasileira começou 2016 com quase
meio bilhão de dólares no vermelho
A balança comercial brasileira de autopeças começou 2016 com déficit de US$
490,18. No entanto, o valor registrado em janeiro foi 34,5% menor que o do
mesmo mês do ano passado. O levantamento foi feito pelo Sindicato Nacional da
Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) a partir de
dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC).
As exportações caíram 27,4% e as importações foram 31,6% menores no primeiro
mês do ano. Os embarques para 122 países somaram US$ 365,64 milhões. As
compras externas provenientes de 113 nações foram de US$ 855,82 milhões no
período.A Alemanha, que terminou 2015 como quarto maior fornecedor ao Brasil,
inicia 2016 no topo da lista. Os Estados Unidos perderam a liderança e aparecem
em segunda posição. Os japoneses iniciam janeiro no terceiro lugar entre os
principais fornecedores, mesma colocação em que fecharam 2015.
O lado oposto mostra que o Brasil continua muito dependente da Argentina para
as exportações. O principal comprador de componentes produzidos no Brasil
concentra 27,8% dos embarques de componentes. Os Estados Unidos mantêm o
segundo lugar entre os principais destinos das autopeças brasileiras e
responderam em janeiro por 18,9% das vendas externas.
26.02.2016
São Paulo lança painel com dados sobre infrações de
trânsito
A Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo lançou um site que vai reunir
dados sobre infrações de trânsito e infratores, acidentes e mortes na capital
paulistana. A ferramenta, que recebeu o nome de Painel Mobilidade Segura, traz
dados dos últimos três anos sobre infrações incluindo endereço, horário, tipo de
enquadramento e categoria do veículo.
Com o objetivo de dar mais transparência à política de mobilidade urbana da
cidade, o cidadão vai ter acesso a um mapa dos radares da cidade, ao total de
infrações registradas por ano, dia e mês; além de informações sobre a frota de
veículos da capital paulista, dividida por categoria, e o índice de veículos que não
possuem autuações.
A partir dessas informações, a ideia é que os cidadãos passem a analisar seus
trajetos rotineiros e se educar para respeitar as leis de trânsito. “A única maneira
de continuar reduzindo as mortes é fazendo com que todos respeitem as leis de
trânsito. Se isso acontecer o número de mortes vai cair drasticamente. Com essa
divulgação acredito que vá cair o número de acidentes e mortes”, disse o prefeito
de São Paulo, Fernando Haddad.
Ele acredita que a nova ferramenta vai contribuir para que a cidade consiga
atingir a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) que determina a redução,
até 2020, para 6 mortes no trânsito a cada 100 mil habitantes. Atualmente, esse
número está em 8,36 no município. “Nós podemos antecipar essa meta, se nós
nos dedicarmos a respeitar as leis de trânsito”.
O prefeito ressaltou que a arrecadação proveniente das multas de trânsito é
irrelevante para o orçamento público perto do que se gasta com os acidentes. Para
Haddad, quem olha apenas para as multas não tem visão de política pública e de
sociedade.
“Os prejuízos associados aos acidentes de trânsito são um múltiplo do que é
possível arrecadar com ele. A multa não interessa, o que interessa é a pessoa
respeitar as leis de trânsito, porque toda sociedade vai poupar mais recursos do
que a Prefeitura vai arrecadar”, disse o prefeito.
O secretário municipal de Transportes, Gilmar Tatto, enfatizou que a ideia
principal é acabar com a indústria de mortes que se tornou o trânsito paulistano.
“Há sempre um questionamento em relação à quantidade de multas na cidade e
que não havia transparência. Com esse painel nós vamos escancarar todos os
dados sobre os radares”, disse.
Os dados serão atualizados constantemente e chegarão ao site 70 dias depois da
autuação, que é o prazo para notificação, tempo para recurso ou transferência da
multa e período de envio do boleto de pagamento.
conta com 5,08% e 9,10% da frota de automóveis nacional, respectivamente.
24.02.2016
DPVAT pagou menos indenizações em 2015
Balanço divulgado pela Seguradora Líder-DPVAT aponta uma redução de 15% nas
indenizações pagas em 2015 por acidentes em todo o país. A maior queda foi
verificada nas coberturas por morte, de 19%, seguida de reembolso de despesas
hospitalares (18%) e de invalidez permanente (13%).
No ano passado foram pagos R$ 3,3 bilhões em indenizações. A fiscalização dos
órgãos de trânsito e leis mais rígidas são responsáveis pela diminuição, segundo
o diretor-presidente da Seguradora, Ricardo Xavier. “Os efeitos da Lei Seca e a
conscientização sobre o uso de equipamentos de segurança no trânsito já
começam a fazer efeito. No entanto, nossas ruas, estradas e avenidas produzem
por dia muitos feridos, inválidos e mortos todos os dias. Temos que investir
agora na educação do cidadão no trânsito para que o número de acidentes reduza
mais ainda”, afirma o presidente.
As motocicletas mantêm a liderança no tipo de veículo que provocou o acidente.
As indenizações neste caso, que totalizam 497.009, correspondem a 76% do total
pago em 2015. Destes, 83% provocaram algum tipo de invalidez permanente, 4%
causaram mortes e 13% resultaram em reembolso de despesas hospitalares.
As indenizações pagas por acidentes de automóveis somam 19%, sendo 124.267
coberturas, no total. Caminhões e picapes figuram 3% (17.973) e os ônibus micro-
ônibus e vans 2% (13.100).
Do total das indenizações,
64% (416.413) foram
destinadas a motoristas,
18% (117.780) para
pedestres e 18% (118.156)
para passageiros. Ainda
conforme o levantamento,
74% das vítimas
indenizadas no ano
passado são homens e 24%,
mulheres. Em 51% dos
casos, as vítimas tinham entre 18 e 34 anos.
A região Nordeste, que concentra 16,9% da frota nacional, corresponde a 33%
(213.726) das indenizações pagas. A Sudeste, que tem 49,21% da frota, respondeu
por 29% dos prêmios (192.613). Já a região Sul, que tem 19,69% da frota,
correspondeu por 18% (116.613) das indenizações. As regiões Norte e a Centro-
Oeste tiveram, cada uma, 10% (cerca de 65 mil) das indenizações do Seguro
DPVAT em 2015, cada região
Arrecadação
O Seguro DPVAT gerou uma arrecadação e R$ 8,6 bilhões em 2015. Metade deste
montante vai para a União automaticamente, assim que o segurado paga a
apólice. Outros 54% vão para o Sistema Único de Saúde e 5% para o Departamento
Nacional de Trânsito (Denatran).
Cada órgão recebeu R$ R$ 3,894 bilhões e R$ 432,8 milhões, respectivamente.
Para a operação do Seguro DPVAT foram destinados R$ 4,3 bilhões, sendo R$
3,381 bilhões gastos com despesas de pagamento de indenizações. Ainda há
despesas com a constituições de provisões técnicas para pagamento de
indenizações futuras e despesas administrativas e com impostos, como PIS e
COFINS. O lucro das seguradoras consorciadas é estabelecido por lei em 2%, que,
depois do Imposto de Renda e da Contribuição Social, fica em 1,2%.
26.02.2016
Regulamentação da gratuidade de jovens de baixa renda é
discutida em audiência na ANTT
Foi realizada, nesta quinta-feira (25/2), a sessão presencial da Audiência Pública
nº 003/2016, na sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em
Brasília (DF), que colhe contribuições para aprimorar a minuta de resolução sobre
os procedimentos a serem observados na aplicação do Estatuto da Juventude no
âmbito dos serviços de transporte rodoviário interestadual e ferroviário de
passageiros. Sugestões ainda podem ser enviadas até as 18h do dia 1º/3/2016.
Todos os documentos referentes ao objeto da audiência estão disponíveis no site
da ANTT.
Regulamentação - A Lei nº 12.852/2013 instituiu o Estatuto da Juventude,
conferindo aos jovens de baixa renda benefício tarifário no sistema de transporte
coletivo interestadual, sendo reservadas duas vagas gratuitas por veículo nos
serviços convencionais de transporte rodoviário e comboio ferroviário, assim
como duas vagas com desconto de, no mínimo, 50% no valor das passagens a
serem utilizadas após esgotadas as vagas gratuitas. A regulamentação do estatuto
ocorreu em outubro de 2015, por meio do Decreto nº 8.537, que estabeleceu os
procedimentos e os critérios para a reserva de vagas e determinou que o
benefício será disciplinado em resolução específica pela ANTT.
Dessa forma, a ANTT coloca em pauta no processo de participação social a
proposta de resolução, ato normativo que vai disciplinar o direito conferido aos
jovens de baixa renda em cada veículo e comboio ferroviário do serviço
convencional de transporte interestadual de passageiros. A legislação não
contemplou o transporte semiurbano de passageiros.
O texto dispõe que o beneficiário poderá solicitar um único "Bilhete de Viagem do
Jovem" nos pontos de venda da própria empresa prestadora do serviço, com
antecedência de pelo menos três horas em relação ao horário de partida da linha,
podendo solicitar a emissão do bilhete para retorno. O benefício não cessa após
esse horário, porém o jovem só poderá usufruí-lo caso haja vagas disponíveis
naquele ônibus ou comboio ferroviário. Ainda, o jovem não poderá fazer reserva
em mais de um horário para o mesmo dia e mesmo destino, ou para horários e
dias cuja realização da viagem se demonstre impraticável e caracterize domínio
de reserva de lugares, em detrimento de outros beneficiários.
De acordo com a minuta de resolução, o beneficiário deverá, no ato da aquisição
do bilhete de viagem, apresentar a “Identidade Jovem”, a ser expedida pelo
governo federal, e um documento com foto expedido por órgão público e válido
em todo o território nacional.
Quando o benefício não for concedido, as transportadoras deverão emitir
documento ao solicitante, informando dados como data, horário, local e
justificativa da recusa.
26.02.2016
Benefícios sociais contra grupos de interesse
MARCOS DE BARROS LISBOA
As novas tecnologias têm permitido ganhos de bem-estar social impensáveis há
pouco tempo. Conectar compradores e vendedores por meio de aplicativos reduz
os custos que, tradicionalmente, penalizam consumidores e empresas.
Encontrar um quarto para alugar durante uma viagem, comprar um livro há muito
esgotado, saber de uma oportunidade de emprego ou a compra de imóvel são
alguns poucos exemplos dos benefícios do maior acesso à informação.
No começo do século 20, a revolução fabril provocada pelo modelo T da Ford
reduziu significativamente o custo dos automóveis –que, como dizia o chiste,
podiam ser de qualquer cor, desde que fossem pretos.
A maioria dos carros do aplicativo Uber é de cor preta, mas, ao contrário do
serviço de táxi, o consumidor pode, em diversas cidades do mundo, escolher o
modelo de carro desejado com preço ajustado às qualidades do veículo e à
demanda pelo serviço naquele momento.
No jargão dos economistas, isso significa ganho de produtividade para o
benefício da maioria.
O transporte urbano, porém, possui algumas peculiaridades em comparação a
outros bens e serviços. Uma das condições básicas do sistema é que os
consumidores paguem integralmente os custos de suas escolhas.
A utilização das vias urbanas é um exemplo de falha de mercado, pois quem as
utiliza não paga pelo serviço, o que resulta em excesso de demanda. Ônibus
transportam mais gente por metro quadrado utilizado do que carros –que, em
demasia, provocam engarrafamentos e, por essa razão, deveriam pagar o custo
decorrente dos investimentos necessários e dos impactos sobre os demais.
O pedágio urbano tem sido progressivamente utilizado em outros países,
favorecendo o transporte público. Idealmente, deveria contrabalançar o custo, em
termos de engarrafamento, causado pelo privilégio de utilizar a via pública para o
transporte individual.
Por todas essas razões, a proposta de regulamentação do Uber pela Prefeitura de
São Paulo é um inegável avanço, ainda que incompleto.
Permite que consumidores e trabalhadores beneficiem-se da compra e venda de
um serviço de transporte, com preço adequado à qualidade do serviço adquirido.
A cobrança de tributo sobre o transporte individual permite utilização mais
eficaz, e socialmente mais justa, das escassas vias urbanas.
Algumas sugestões. Primeiro, seria mais eficiente se o tributo fosse proporcional
aos minutos de deslocamento, sendo, portanto, crescente com o
congestionamento.
Segundo, o processo de cobrança poderia ser mais simples, deduzido de cada
corrida, sem a complexa venda prévia de autorizações.
Terceiro, o mais importante. Esse tributo poderia ser cobrado de todos os
automóveis, substituindo o IPVA. Todo transporte individual, Uber ou não Uber,
deveria pagar pelo uso das vias públicas em uma metrópole com vias escassas,
como São Paulo.
Por fim, o táxi. Trata-se de um cartório, em que alguns possuem o privilégio de
oferecer um serviço de interesse público e são isentos de diversos tributos na
aquisição dos veículos. Cartórios geram lucros extraordinários, e o privilégio
resulta em licenças escassas e caras.
Existem, porém, aqueles que compraram as licenças recentemente e serão
penalizados com uma revisão brusca das regras.
Uma possível transição poderia ser realizada da seguinte forma: os tributos sobre
o transporte individual por meio de aplicativos, como o Uber, seriam inicialmente
mais elevados, porém progressivamente reduzidos. O segredo está nos detalhes.
A Prefeitura de São Paulo tem a oportunidade de propor uma legislação
inovadora, com regra de transição adequada e prevenida contra os grupos de
interesse.
A reação oportunista talvez inviabilize a reforma necessária. Grandes governos
não necessariamente resolvem os problemas, apenas plantam a semente, para o
benefício da maioria.
Marcos de Barros Lisboa, 51, é doutor em economia pela Universidade da
Pensilvânia (EUA) e presidente do Insper
26.02.2016
Fórum de secretários de mobilidade se manifesta a favor
da criação da CIDE Municipal
O Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana enviou, nessa
terça-feira (23), uma carta em favor da criação da Contribuição de Intervenção de
Domínio Econômico (CIDE) Municipal, por meio de alterações na Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 179/2007. O documento foi enviado ao deputado
André Fufuca, presidente da Comissão Especial destinada a proferir parecer sobre
a matéria.
Segundo o Fórum, além de alternativas como a alteração na Lei do Vale-
Transporte, a desoneração dos impostos incidentes na cadeia produtiva do
transporte e a criação de gratuidades seletivas aos estudantes, é de grande
relevância a criação da CIDE Municipal. "Com a elevação dos custos, a contenção
das tarifas e o aumento das gratuidades, os municípios médios e grandes já estão
destinando recursos dos seus orçamentos para cobertura de custos do transporte
público, em prejuízo de outros deveres municipais fundamentais”.
Ainda conforme consta no documento, "é justo que o transporte individual
motorizado (automóvel) participe do financiamento do transporte público, já que
ele ocupa a maior parte do sistema viário de cidades de médio e grande porte,
acarretando investimentos e custos adicionais para os municípios. Apenas como
exemplo, na cidade de São Paulo, nas horas de pico, segundo a Companhia de
Engenharia de Tráfego (CET), os automóveis consomem 78% do espaço público
quando apenas transportam 33% da demanda de viagens”.
Em resumo, o entendimento do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de
Mobilidade Urbana é que a CIDE Municipal servirá como uma espécie de subsídio
cruzado. De acordo com a justificativa da entidade pela defesa do tributo, o custo
do transporte coletivo urbano é potencializado em razão do excesso de veículos
nas vias públicas.
Conforme pesquisa realizada pela ANTP/IPEA, há mais de uma década, constatou-
se que os congestionamentos acarretam um custo adicional na tarifa para os
usuários do transporte coletivo, no Rio de Janeiro (RJ), por exemplo, de 9,6%. A
destinação de recursos da CIDE tem sido tema de audiências públicas esta semana
na Câmara dos Deputados. Dia 23, a reunião contou com a participação de
representantes do Ministério dos Transportes. Na audiência dessa quarta-feira
(24) participaram o presidente executivo da Associação Nacional das Empresas de
Transportes Urbanos (NTU), Otávio Vieira da Cunha Filho, o presidente da
Confederação Nacional do Transporte (CNT), Clésio Andrade, e o presidente da
Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Ailton Brasiliense Pires. Na
próxima terça-feira (1º), a audiência será com prefeitos, entre eles o de Belo
Horizonte (BH), Marcio Lacerda, presidente da FNP.
Estratégias para o financiamento do sistema de transporte coletivo urbano e
barateamento da tarifa serão debatidos também na 69ª Reunião Geral da FNP, que
será realizada dias 23 e 24 de março, no Rio de Janeiro (RJ).
26.02.2016
Em meio a polêmicas, Uber dá chopp grátis em viagens a
bares em SP
SÃO PAULO - Em meio às polêmicas com taxistas, debates acalorados sobre o
transporte individual de passageiros e possível regulamentação em São Paulo, a
Uber oferece desde esta quinta-feira, 25, uma promoção a seus usuários: quem
usar o aplicativo para ir a bares parceiros ganha um chopp. Sete estabelecimentos
em 21 endereços da capital paulista participam da promoção. Veja a lista abaixo.
Segundo a Uber, para ganhar a bebida, o passageiro deve consumir um produto
do cardápio e apresentar ao garçom um comprovante de que foi até o bar por
meio do aplicativo - são aceitos o recibo da empresa enviado por e-mail ou o
histórico no app.
A empresa ressalta que a viagem deve ser paga pelo usuário e que cada recibo dá
direito a apenas um chopp. A promoção vale até o dia 31 de março.
Regulamentação. A Prefeitura está impedida desde o início deste mês de
apreender veículos que prestam serviço para a Uber. Uma decisão do Tribunal de
Justiça de São Paulo (TJ-SP) - assinada pelo desembargador relator Firmino
Magnani Filho, da 5.ª Câmara de Direito Público - considera que a Prefeitura é
soberana na atividade de fiscalização do transporte, mas que não pode apreender
carros só porque não são "oficialmente taxistas”.
Para o desembargador, os motoristas da empresa estão "em campo, ao que parece,
ainda não convenientemente regulamentado da atividade econômica eletrônica”.
Para a Prefeitura, a decisão reforçou a política que a gestão Fernando Haddad (PT)
já vinha adotando em relação ao aplicativo. A Prefeitura tem uma consulta pública
aberta para avaliar uma proposta de regulamentação do serviço, que vem sendo
elogiada pela empresa e por grupos externos, como o Banco Mundial.
AGENDA 2016
Março
69ª Reunião Geral da FNP- Frente
Nacional de Prefeitos- Tema: Estratégias
para o financiamento do sistema de
transporte coletivo urbano e
barateamento da tarifa
23 e 24 de março no Rio de Janeiro