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EDIÇÃO 58 – 10 DE JUNHO DE 2016 ASSESSORIA DE IMPRENSA RAMAL 2105

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Reportagens sobre o setor de concessão, transportes, infraestrutura e rodovias. Seleção de 10 de junho de 2016.

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Page 1: Fim de Semana ARTESP - edição 58

EDIÇÃO 58 – 10 DE JUNHO DE 2016

ASSESSORIA DE IMPRENSA

RAMAL 2105

Page 2: Fim de Semana ARTESP - edição 58

08.06.2016

RESULTADOS DA 131ª PESQUISA CNT/MDA

A 131ª Pesquisa CNT/MDA, realizada de 2 a 5 de junho de 2016 e divulgada pela

CNT (Confederação Nacional do Transporte), mostra a avaliação dos índices de

popularidade do governo e pessoal do presidente interino, Michel Temer.

Aborda, também, a expectativa da população sobre emprego, renda, saúde,

educação e segurança pública. Os entrevistados foram questionados sobre o que

esperam do governo de Michel Temer, o processo de impeachment, corrupção,

operação Lava Jato e reformas previdenciária e trabalhista.

Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 Unidades

Federativas, das cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com

95% de nível de confiança.

CONCLUSÃO

Os resultados da 131ª Pesquisa CNT/MDA mostram melhor avaliação do governo

Michel Temer na comparação com o de Dilma Rousseff. Entretanto, ainda há

elevado percentual de indecisos na percepção sobre o atual governo.

Em relação ao impeachment de Dilma Rousseff, a maioria considera o processo

legítimo e concorda com o seu afastamento.

As expectativas para os próximos seis meses são de moderado otimismo quando

se pergunta sobre a geração de emprego e saúde, além de pequena melhora para

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educação, segurança e renda mensal.

As duas principais demandas atuais da população são geração de empregos e

melhorias no sistema de saúde. Sobre o tema Previdência Social, percebe-se

grande desconhecimento em relação às regras de aposentadoria. Já no que se

refere a uma eventual reforma trabalhista, há ampla concordância com

necessidade de se atualizar a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Sobre as eleições presidenciais, se elas fossem hoje, é importante destacar que,

num cenário com mais candidatos, Lula lidera todas as intenções de voto no

primeiro turno. Já nas simulações de segundo turno, ele perde para Marina Silva e

obtém empate técnico com Aécio Neves e Michel Temer.

• Avaliação do governo

• Desempenho pessoal do presidente

Federal: A avaliação do governo do presidente interino Michel Temer é positiva

para 11,3% dos entrevistados, contra 28,0% de avaliação negativa. Para 30,2%, a

avaliação é regular e 30,5% não souberam opinar. A aprovação do desempenho

pessoal do presidente atinge 33,8% contra 40,4% de desaprovação. E 25,8% não

souberam opinar.

Estadual: 3,6% avaliam o governador de seu Estado como ótimo. 22,9% como

bom; 34,7% como regular; 17,2% como ruim e 17,7% como péssimo.

Municipal: 4,2% avaliam o prefeito de sua cidade como ótimo. 22,4% como bom,

25,8% como regular, 15,4% como ruim e 29,8% como péssimo.

• Expectativa (para os próximos 6 meses)

Emprego: vai melhorar: 27,2%, vai piorar: 33,4%, vai ficar igual: 37,5%

Renda mensal: vai aumentar: 19,8%, vai diminuir: 26,4%, vai ficar igual: 51,1%

Saúde: vai melhorar: 20,4%, vai piorar: 36,6%, vai ficar igual: 41,3%

Educação: vai melhorar: 20,7%, vai piorar: 32,5%, vai ficar igual: 45,0%

Segurança pública: vai melhorar: 19,3%, vai piorar: 38,8%, vai ficar igual: 40,2%

CONJUNTURAIS

• Eleição presidencial 2018

1º turno: Intenção de voto espontânea

Lula: 8,6%

Aécio Neves: 5,7%

Marina Silva: 3,8%

Dilma Rousseff: 2,3%

Michel Temer: 2,1%

Jair Bolsonaro: 2,1%

Ciro Gomes: 1,2%

Geraldo Alckmin: 0,6%

Page 4: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Joaquim Barbosa: 0,6%

José Serra: 0,3%

Outros: 1,7%

Branco/Nulo: 16,7%

Indecisos: 54,1%

1º turno: Intenção de voto estimulada

CENÁRIO 1: Lula 22,0%, Aécio Neves 15,9%, Marina Silva 14,8%, Ciro Gomes 6,0%,

Jair Bolsonaro 5,8%, Michel Temer 5,4%, Branco/Nulo: 21,2%, Indecisos: 8,9%

CENÁRIO 2: Lula 22,3%, Marina Silva 16,6%, Geraldo Alckmin 9,6%, Ciro Gomes

6,3%, Michel Temer 6,2%, Jair Bolsonaro 6,2%, Branco/Nulo: 24,0%, Indecisos: 8,8%

2º turno: Intenção de voto estimulada

CENÁRIO 1: Aécio Neves 34,3%, Lula 29,9%, Branco/Nulo: 28,8%,

Indecisos: 7,0%

CENÁRIO 2: Aécio Neves 32,3%, Michel Temer 15,8%, Branco/Nulo: 42,2%,

Indecisos: 9,7%

CENÁRIO 3: Aécio Neves 29,7%, Marina Silva, 28,0%, Branco/Nulo: 34,6%,

Indecisos: 7,7%

CENÁRIO 4: Lula 31,7%, Michel Temer 27,3%, Branco/Nulo: 33,4%,

Indecisos: 7,6%

CENÁRIO 5: Marina Silva 33,7%, Michel Temer 20,9%, Branco/Nulo: 37,0%,

Indecisos: 8,4%

CENÁRIO 6: Marina Silva, 35,0%, Lula 28,9%, Branco/Nulo: 30,0%,

Indecisos: 6,1%

• Governo Michel Temer

Comparação governos Temer e Dilma

54,8% disseram que o governo de Michel Temer está igual ao de Dilma Rousseff e

que não se percebe nenhuma mudança no país. Para 20,1%, está melhor, por já

perceberem mudanças positivas no país. Outros 14,9% acreditam que está pior e

que as mudanças feitas pioraram as condições do Brasil. Além disso, para 46,6%,

a corrupção no governo Michel Temer será igual ao do governo Dilma Rousseff.

28,3% acreditam que será menor e 18,6% consideram que será maior.

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Ações prioritárias (medidas que devem ser adotadas)

Gerar emprego: 57,0%

Melhorar a saúde: 41,4%

Combater a corrupção: 30,6%

Melhorar os resultados da economia: 24,7%

Reduzir gastos do governo: 15,5%

Melhorar a segurança: 14,8%

Fazer reformas: 6,8%

Reformas mais importantes para o Brasil

Trabalhista: 35,0%

Política: 31,7%

Tributária: 9,4%

Judiciária: 8,5%

Previdenciária: 8,4%

• Impeachment

62,4% defendem que foi correta a decisão pelo afastamento de Dilma Rousseff do

cargo, tomada pelo Congresso Nacional. 33,0% acreditam que a decisão foi errada

e que ela não precisava ter sido afastada.

Para 61,5%, o processo de impeachment foi legítimo, contra 33,3% que avaliam

que não foi. Ao final do julgamento de Dilma Rousseff, 68,2% acreditam que ela

será cassada e Michel Temer permanecerá na presidência. Já 25,3% pensam que

Dilma reassumirá o cargo de presidente.

45,6% dos entrevistados consideram que o processo de impeachment fortalece a

democracia brasileira, contra 34,3% que avaliam que enfraquece.

Causas para o impeachment: Sobre as causas que motivaram o processo, 44,1%

citam a corrupção no governo federal. 37,3% atribuem à tentativa de obstrução da

operação Lava Jato e 33,2% opinam que foram as pedaladas fiscais.

Antecipação das eleições: Para 50,3%, a eleição para presidente marcada para

2018 deveria ser antecipada para este ano. 46,1% consideram que a eleição não

deve ser antecipada.

• Lava Jato e corrupção

89,3% têm acompanhado ou ouviram falar das investigações no âmbito da

operação Lava Jato e que envolvem a Petrobras. Nesse grupo, 66,9% consideram

que a presidente Dilma Rousseff é culpada pela corrupção que está sendo

investigada e 71,4% acham que o ex-presidente Lula é culpado.

Sobre o futuro da operação Lava Jato, 36,2% acreditam que ela nem será

fortalecida, nem será enfraquecida no governo Michel Temer, permanecendo

como está. Para 29,3%, a Lava Jato será fortalecida e 26,0% consideram que será

enfraquecida.

Page 6: Fim de Semana ARTESP - edição 58

• Desemprego

53,2% dos entrevistados estão empregados no momento. 33,4% não estão

empregados e não estão procurando emprego. 13,2% não estão empregados, mas

estão procurando emprego. Entre os que estão trabalhando, 59,8% temem perder

o emprego por causa da crise.

Do total de entrevistados, 52,6% gostariam de abrir um negócio próprio e 85,8%

conhecem alguém que ficou desempregado nos últimos seis meses. Além disso,

30,4% disseram que alguém do domicílio perdeu a vaga de trabalho no último

ano, sendo que, dentro desse grupo, 75,2% buscaram emprego, mas ainda não

conseguiram se recolocar no mercado. Outros 17,9% já conseguiram emprego e

5,4% buscaram cursos de capacitação ou voltaram a estudar.

• Previdência

15,0% dos entrevistados são aposentados, sendo que, dentro desse grupo, 38,0%

continuam trabalhando. Para os 85,0% que afirmaram não estar aposentados,

48,8% têm pouco ou nenhum conhecimento sobre as regras de aposentadoria ou

sobre quando irão se aposentar. 30,1% têm conhecimento parcial sobre o tema e

15,9% sabem as regras e quando terão concedida a aposentadoria.

Sobre uma possível reforma da previdência, 64,7% são contrários a qualquer

alteração nas regras, mas 61,3% acham que é necessário estabelecer uma idade

mínima para a aposentadoria. E 56,9% acreditam que essa idade deve ser a mesma

para homens e mulheres.

• Reforma Trabalhista

64,5% acreditam que a legislação trabalhista brasileira deve ser atualizada. Para

36,7%, uma reforma trabalhista precisa garantir todos os direitos atuais aos

trabalhadores. 32,6% consideram que é preciso que se facilite a negociação entre

trabalhadores e empregadores. Enquanto isso, 21,8% concordam com a

flexibilização de alguns direitos, para melhorar as chances de contratação.

33,6% pensam que a atual legislação dificulta a realização de acordos que

atendam aos interesses de empregadores e empregados e 46,6% são favoráveis à

terceirização de qualquer atividade nas empresas.

Page 7: Fim de Semana ARTESP - edição 58

10.06.2016

ANTT vai regulamentar pesagem automática em rodovias

concedidas

Regulamentação dispensa

presença de fiscal em

pesagem de veículos

A Agência Nacional de

Transportes Terrestres (ANTT)

quer regulamentar os sistemas

e instalações operacionais de

Postos de Pesagem Veicular

Fixos (PPVs), sob

responsabilidade da Agência,

por meio de agente remoto

com uso de Sistemas

Automatizados Integrados

(SAIs). Para isso, vai promover audiência pública para obter contribuições da

sociedade no estabelecimento de diretrizes técnicas e parâmetros de

desempenho.

. Contribuições poderão ser encaminhadas por meio de formulário eletrônico,

disponível no mesmo endereço, ou por via postal para o endereço da agência

reguladora em Brasília (DF). Mais informações podem ser obtidas pelo e-

[email protected] ou pelo telefone (61) 3410-8166. As

sugestões são recebidas desde o dia 9 e o prazo final será às 18h de 9 de julho.

A ANTT deve exercer, nas rodovias federais por ela administradas, diretamente ou

mediante convênio, as competências expressas no inciso VIII do art. 21 da Lei nº

9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro), que determina à Agência fiscalizar,

autuar, aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis relativas a

infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como

notificar e arrecadar as multas que aplicar.

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou a Resolução 459/2013 que já

trata do uso dos SAIs para aferição de pesos e dimensões de veículos com

dispensa da presença física da autoridade de trânsito. Dessa forma, levando em

conta a ampliação da malha rodoviária federal concedida, e também levando em

conta a competência de assegurar a continuidade do controle do excesso de peso,

a ANTT vai estabelecer a normatização do processo por meio da resolução

discutida nessa audiência.

SERVIÇO

Data: 20/6

Horário: das 14h às 18h (horário de Brasília)

Local: Auditório do edifício-sede da ANTT (endereço: SCES Trecho 3, Lote 10 –

Polo 8 do Projeto Orla – Brasília/DF)

Page 8: Fim de Semana ARTESP - edição 58

09.06.2016

Gerenciar risco em transportes envolve segurança

Diante dos gargalos de infraestrutura em todo o Brasil, as empresas buscam

soluções para evitar roubos e furtos de cargas, bem como otimizar os processos

da cadeia logística, ou seja, prevenir e reduzir acidentes, agilizar as entregas, dar

segurança para o motorista, entre outros pontos.

Porém, é importante que as empresas saibam que o gerenciamento de riscos

envolve muito mais aspectos do que apenas instalar um rastreador no veículo. É

preciso inteligência e tecnologia para calcular os riscos, saber quais rotas traçar,

se os motoristas realmente têm o perfil para uma determinada carga etc.

“Com ações inteligentes, o gerenciamento de riscos auxilia a transportadora a

cumprir o compromisso de entrega das mercadorias ao seu destino, ao

embarcador a preservação da marca e a manutenção do seu market share, e à

seguradora, possibilita o equilíbrio do índice de sinistros e prêmios, viabilizando

melhores taxas de seguros”, explica Cyro Buonavoglia, presidente da Buonny,

maior gerenciadora de riscos independente do Brasil.

Ações do gerenciamento de risco:

Análise do perfil do motorista: importante para conhecer quem está levando uma

determinada carga. A ação detalha o tipo de mercadoria que o profissional

transporta habitualmente, região que atua, histórico dos trajetos, sinistros,

referências profissionais etc. Uma série de informações junto às características de

cada embarque possibilita classificar o profissional mais adequado para cada

viagem.

Plano de rotas: identifica os locais de risco potencial ao longo dos trajetos e

indica os pontos seguros de parada a fim de evitar exposição a roubos e

acidentes.

Rastreadores: ajudam a evitar e solucionar crimes. Saber qual a tecnologia a ser

usada em cada operação é muito importante. Isso pode evitar perdas altíssimas

para a empresa.

Central de monitoramento dos veículos: utiliza-se da tecnologia embarcada para o

controle e segurança das viagens. É ela também a responsável por criar um

histórico das viagens, que se transformam em informações importantes para

localização e recuperação de mercadorias roubadas.

Porém, apesar de várias etapas do processo serem automatizadas, ainda é o ser

humano o responsável pela operação. Assim, o treinamento de cada profissional é

fundamental. Seja para orientá-lo sobre os recursos da tecnologia embarcada,

como viabilizar o entrosamento do motorista com a central de monitoramento

nas ações de prevenção e disciplina para minimizar as perdas em caso de

sinistro.

Page 9: Fim de Semana ARTESP - edição 58

08.06.2016

Anfavea atrasa avanço na segurança dos carros, diz Latin

NCap

Após seis anos testando a segurança dos carros vendidos na América Latina, a

Latin NCap chegou à preocupante conclusão de que o Brasil está duas décadas

atrasado em relação às regras que visam proteção dos usuários de veículos na

Europa e avalia que a pressão das montadoras vem impedindo avanços nesse

campo.

Para Alejandro Furas, secretário-geral da organização, a Anfavea, principal

entidade da indústria automobilística, atua em Brasília para adiar ou flexibilizar

de forma desnecessária a implementação de normas, praticando também um

lobby que impede a adoção de regulamentos das Nações Unidas que significariam

um salto em segurança veicular para o país.

"Implementar normas, não 'brasileirizadas', mas sim do sistema de certificação

das Nações Unidas seria o primeiro grande passo [para melhorar a segurança dos

veículos]. Mas há que ter vontade política para tomar a decisão e o problema é

que a indústria tem, no Brasil, um lobby muito forte, em nossa forma de ver

muito próximo do limite de um lobby limpo", diz o especialista. "Isso, sem

dúvida, fez com que o Brasil não pudesse avançar como poderia nas normas de

segurança veicular", acrescenta.

A Anfavea nega ser contra a evolução na segurança automotiva, mas desde que os

fabricantes tenham tempo de adaptação. "A indústria automobilística vive o ciclo

de seus produtos, que levam muitas vezes três anos de desenvolvimento. É muito

ruim mudar a legislação durante esse ciclo", afirma Antonio Megale, presidente da

entidade. Segundo ele, o que a associação tem pedido ao governo é que, a favor

da previsibilidade, as mudanças nos protocolos de segurança aconteçam de forma

gradual, "assim como foi feito em países desenvolvidos."

Pressões sobre custos num mercado sensível a preços e a possibilidade de ter que

aposentar modelos populares não compatíveis com novas tecnologias - como

aconteceu na obrigatoriedade dos airbags a partir de 2014 - também contribuem

para a resistência dos fabricantes à obrigatoriedade de dispositivos de segurança.

No caso dos airbags, última grande medida em equipamentos de segurança

compulsórios, o governo deu quase cinco anos para que as montadoras

produzissem todos os veículos com o dispositivo, junto com os freios ABS. Ainda

assim, perto do prazo final, sua aplicação foi ameaçada quando o então ministro

da Fazenda Guido Mantega cogitou dar dois anos a mais para a indústria, algo que

não ocorreu por pressão da sociedade.

Page 10: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Mais recentemente, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou em

dezembro resolução que determina a instalação do sistema eletrônico de controle

de estabilidade nos automóveis. Porém, apenas em 2020 a tecnologia será

obrigatória em novos projetos das montadoras. A obrigatoriedade a todos os

demais veículos só vale a partir de janeiro de 2022.

"O controle eletrônico de estabilidade é desde 2014 obrigatório em todos os

carros zero quilômetro na Europa. Muitos anos antes, era obrigatório em novos

projetos [no mercado europeu]", compara Furas, que vem ao Brasil para participar

amanhã de um seminário da SAE Brasil, entidade que reúne engenheiros da

indústria da mobilidade, em São Paulo.

Entre outras diferenças elencadas pelo especialista, ele cita que as montadoras

europeias são obrigadas a fazer testes da segurança dos automóveis em batidas

laterais - no Brasil, testam-se os impactos de colisões frontais e traseiras - e

projetam os veículos para também proteger pedestres em caso de acidentes. "Ou

seja, o carro é projetado para que, no caso de atropelar um pedestre, a lesão seja

a menor possível."

Desde 2010, a Latin NCap faz testes de colisão dos veículos produzidos ou

importados na América Latina. Para simular o choque frontal de dois veículos

parecidos, os automóveis são submetidos a impactos contra uma barreira fixa a

uma velocidade de 64 quilômetros por hora. O impacto da batida aos ocupantes é

detectado por sensores de bonecos - os "dummies" - instalados nos lugares onde

ficariam motorista e passageiros. Quanto maior o nível de segurança do carro,

maior é sua pontuação medida em estrelas conferidas pela Latin NCap, podendo

variar de zero a cinco estrelas.

Dos modelos produzidos no Brasil, os utilitários esportivos HR-V, da Honda, e

Renegade, da Jeep, "gabaritaram", com a pontuação máxima de cinco estrelas

tanto na segurança a adultos dos bancos dianteiros quanto na proteção de

crianças que viajam atrás no assento infantil. Mas também houve resultados

insatisfatórios, como o Onix, da General Motors (GM) - hoje, o modelo mais

vendido no Brasil -, que numa bateria de testes feitos em novembro de 2014

recebeu três e duas estrelas.

Para Furas, existem dois movimentos divergentes no país: um de marcas que

estão investindo em ter no mercado brasileiro carros globais próximos ao nível de

segurança que oferecem no primeiro mundo; e outro formado por marcas que

produzem modelos que estão longe de replicar o padrão de segurança oferecido

nos mercados maduros, grupo que, segundo ele, estão incluídas a GM e a Renault.

A montadora americana não quis comentar a declaração. Já a Renault disse que

todos seus veículos atendem à regulamentação em vigor em cada um dos

mercados onde são comercializados.

Page 11: Fim de Semana ARTESP - edição 58

06.06.2016

Cinquentinhas:Denatran volta atrás e adia obrigatoriedade

de CNH

Aconteceu com o extintor de incêndio, com o emplacamento eletrônico e, agora, o

Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) mais uma vez volta atrás e adia o

prazo para exigir dos condutores de ciclomotores – populares cinquentinhas – o

porte da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou Autorização para Conduzir

Ciclomotores (ACC). Decisão foi tomada na quinta-feira, 2, um dia depois de a

medida começar a ter efeito, o que causou confusão, já que muitos órgãos de

trânsito já promoviam a fiscalização, inclusive, com a aplicação de multas.

Por meio de nota, o órgão afirma que a Lei 13.281, que altera o Código de

Trânsito Brasileiro (CTB), só entra em vigor no dia 3 de novembro, prazo correto

para a fiscalização. “Hoje o artigo 162 do CTB diz que é infração gravíssima

dirigir veículo sem possuir Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para

Dirigir. Ou seja, não cita a ACC. A nova lei inclui esse termo na relação, mas só

entra em vigor em 180 dias”, explica o presidente da Associação Nacional dos

Detrans e diretor-geral do Detran Paraná, Marcos Traad.

A alteração na lei prevê ainda o aumento do valor das multas. A pena para quem

dirigir as cinquentinhas sem habilitação será de R$ 880,41 e a retenção do

veículo. Se as regras estivessem valendo hoje, a multa seria de R$ 191,54 vezes

três, um total de R$ 574,62.

Page 12: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Licenciamento

Em julho do ano passado, alterações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB)

transferiram dos municípios para os estados o poder e registrar e licenciar os

ciclomotores. Trafegar com cinquentinha sem placa e documentação também é

infração gravíssima, com multa de R$ 191,54. O veículo é apreendido.

Para emplacar, é necessário pagar o IPVA, taxa de licenciamento e seguro

obrigatório DPVA. O ciclomotor deve ter código específico junto ao Departamento

Nacional de Trânsito (Denatran), feito pelo fabricante, em atendimento a

determinação federal válida para veículos produzidos ou importados a partir de

31 de julho de 2015.

O proprietário deve levar nota fiscal ou declaração de procedência do código

junto com documento de identidade e CPF em um posto do departamento de

trânsito. No caso de veículos produzidos antes dessa data e que não possuam

código específico, é preciso fazer a vistoria no Detran para gravação do número

de motor e número de Identificação Veicular (VIN).

08.06.2016

Bolsa ciclista’ é aprovada em comissão e será votada na

Câmara

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal aprovou o texto

do projeto de lei que cria uma bolsa de R$ 50 para cidadãos que vão ao trabalho

usando bicicletas.

A proposta é que todos que vão ao trabalho de bicicleta ao menos três vezes por

semana tenham direito ao benefício. Os créditos do cartão só poderão ser usados

para a compra de bens e serviços relacionados à manutenção das bicicletas.

Os recursos que vão sustentar o cartão virão de uma renúncia fiscal por parte da

Prefeitura: as empresas que se interessarem pela proposta poderão abater os

créditos depositados no cartão do valor devido de Imposto Predial e Territorial

Urbano (IPTU).

O teto é 20% do valor do IPTU. Mas, para participar, a empresa terá de ter ao

menos 30% dos funcionários usuários de bicicleta, e deverá instalar paraciclos ou

estacionamentos para as bikes dos colaboradores.

O vereador autor da proposta, José Police Neto (PSD), também prevê, no texto do

Projeto de Lei, que a Prefeitura possa subsidiar o cartão, no limite de R$ 1 para

cada R$ 1 que a empresa depositar no cartão.

Segundo Police Neto, a ideia é dar aos trabalhadores que optam pela bicicleta um

incentivo, uma vez que abririam mão do vale-transporte convencional. A

fiscalização do programa será feita pela Secretaria Municipal de Transportes.

A expectativa do vereador é que o texto seja votado no plenário da Câmara, até o

fim deste mês.

Page 13: Fim de Semana ARTESP - edição 58

09.06.2016

TCE afirma que metrô vai operar na Olimpíada sem testes

necessários

Auditoria do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio divulgado nesta quinta-

feira (9) afirma que o atraso nas obras da linha 4 do metrô, a ser inaugurado para

a Olimpíada, vai fazer com que o sistema opere sem os todos testes previstos.

De acordo com o relatório, havia a previsão de um ano de testes no sistema,

sendo quatro com passageiros. Agora, os testes vão ocorrer por apenas dois

meses vazios. A operação começará em 1º de agosto, a quatro dias dos Jogos, sem

simulação com usuários.

O documento afirma que a aceleração das obras "suscita dúvidas quanto à

suficiência do tempo reservado a todos os ajustes e testes necessários para a

realização de uma operação segura e confiável".

A obra do metrô tinha previsão para acabar no início de 2016. Sucessivos atrasos

fizeram com que o governo anunciasse que o sistema ficaria pronto apenas na

Olimpíada.

Contudo, até mesmo a sua inauguração para os Jogos está ameaçada. O Estado

depende de um empréstimo do BNDES, em análise no Tesouro Nacional, para

concluir a obra. Faltam cerca de R$ 500 milhões nos cofres fluminenses para

quitar o investimento.

Para ter o aval do governo federal, o Rio precisa pagar uma dívida de US$ 8

milhões com a Agência Francesa de Desenvolvimento por um empréstimo

contraído para a mesma obra. Inadimplente, o Estado não pode firmar novas

operações de crédito.

O governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), afirmou que só poderá

quitar a dívida se a União liberar outro empréstimo já aprovado no Senado e no

CMN (Conselho Monetário Nacional), de R$ 1 bilhão, do Banco do Brasil.

"O histórico de alterações no cronograma durante toda a execução contratual e o

volume de obra ainda sendo executado a dias do início da operação olímpica,

evidencia o prazo exíguo do cronograma, sem margem para mais prorrogações,

como também o elevado risco do não cumprimento dos novos prazos pactuados",

afirma o relatório, concluído no mês passado.

O atraso na obra já havia sido objeto de troca de e-mail entre o prefeito do Rio,

Eduardo Paes (PMDB), e Philip Bovy, consultor do COI (Comitê Olímpico

Internacional) para a área de transporte.

O prefeito afirmou que um plano deveria ser estudado. A opção dada foi a

extensão do BRT até a zona sul. O plano original é que ele saísse da estação

Jardim Oceânico, na Barra, até o Parque Olímpico. A execução desta alternativa

ainda não foi confirmada.

Page 14: Fim de Semana ARTESP - edição 58

30.05.2016

Placa padrão Mercosul será obrigatória a partir de 2020

Veículos de todo o país deverão circular com a placa padrão Mercosul até 2020.

Medida, imposta pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), por meio da

Resolução nº 590, publicada na edição do dia 24 no Diário Oficial da União (DOU),

prevê a padronização para reboques, semirreboques, motocicletas, triciclos,

motonetas, ciclo elétricos, quadriciclos, ciclomotores e tratores.

O texto descreve ainda as características das novas placas, que já estarão

instaladas em 2017 em veículos zero km. Terão fundo branco com a margem

superior azul, contendo ao lado esquerdo o logotipo do MERCOSUL, ao lado

direito a Bandeira do Brasil e ao centro o nome BRASIL. Serão sete caracteres

alfanuméricos estampados e formados em combinações aleatórias, que será

fornecida e controlada pelo Denatran.

Cores dos caracteres e das bordas das placas veiculares serão determinadas

conforme a categoria dos veículos. Veículos particulares terão cor preta,

comerciais, vermelha e, oficiais, azul. Automóveis de colecionadores terão os

caracteres estampados na cor cinza prata.

Antecipação

Os prazos definidos pelo Contran para a instalação das placas padrão Mercosul

em veículos pode ser revisado. É o que prevê o Projeto de Decreto Legislativo

312/16 em tramitação na Câmara dos Deputados que, uma vez aprovado,

estabelece a adoção imediata do novo modelo de identificação de automóveis.

De acordo com o parlamentar Roberto Sales (PRB-RJ), há “flagrante afronta ao

prazo e às especificações pactuados entre os Estados partes do Mercosul”, os

quais foram consolidados na Resolução 33/14, do Grupo Mercado Comum, órgão

decisório executivo do Mercosul.

“A padronização permitirá a leitura e a identificação das placas em qualquer um

dos países que compõem o Mercosul, facilitando sobremaneira a fiscalização

pelos órgãos de trânsito e pelas autoridades policiais, quando for o caso”, disse o

parlamentar, que citou ainda os elementos de segurança existentes nas novas

placas, como faixa holográfica, QR Code e ondas sinusoidais, que dificultam a

clonagem e falsificação.

“Além disso, o novo modelo contém sete caracteres alfanuméricos, com

combinação aleatória, aumentando exponencialmente o número de combinações

possíveis, evitando, assim, o esgotamento do sistema”, completou. “Sendo assim,

é de interesse comum que a implantação do sistema ocorra no prazo mais rápido

possível, para que a sociedade se beneficie dessas vantagens”, acrescentou ainda.

A proposta passará pelas comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e

Justiça e de Cidadania. Em seguida, pelo Plenário.

Page 15: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Argentina

Desde o início de abril, veículos emplacados já contam com a nova placa. O

primeiro lote já foi enviado para a Associação dos Concessionários de Automóveis

da Argentina (Acara).

A Argentina acelerou as novas identificações por um problema logístico: o

sistema atual tinha apenas 17,5 milhões de combinações e, em junho de 2014,

restavam apenas 2 milhões. O novo padrão de identificação, com duas letras, três

números e mais duas letras, permite mais de 450 milhões de combinações.

No Uruguai, os veículos recebem a nova identificação desde março de 2015. No

Brasil, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) adiou o emplacamento para

2017. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) prorrogou, por meio de portaria,

o prazo de adoção do novo modelo, segundo o órgão, devido à necessidade de

suspensão do credenciamento das empresas fabricantes das placas para a

reavaliação dos requisitos necessários estabelecidos pelo Mercosul e melhor

adequação das empresas.

Page 16: Fim de Semana ARTESP - edição 58

30.06.2016

Airbags e ABS agora são obrigatórios em veículos

artesanais e buggies

Fabricantes de veículos artesanais, de automóveis de carroceria buggy e de

réplicas agora devem instalar nas unidades produzidas aibags e freios ABS.

Obrigatoriedade foi instituída pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) por

meio de duas resoluções publicadas na edição do dia 24 do Diário Oficial da

União (DOU).

A Resolução 596/16 altera as regras dispostas na de número 380, de 28 de abril

de 2011, sobre o uso do Sistema Antitravamento das Rodas (ABS). Já a Resolução

597/16 revoga o artigo 4º da de número 311, de 3 de abril de 2009, que

dispensava veículos destas categorias da obrigatoriedade da instalação de airbags

frontais.

Veículos de pequena série, aqueles que se enquadram na produção limitada por

100 unidades por ano, também entram para a lista. Os veículos artesanais são os

modelos que se limitam a três unidades produzidas anualmente por fabricante. Já

as réplicas são veículos também produzidos em pequena escala e com

semelhança a outros modelos que saíram de linha há mais de 30 anos. Buggy é o

automóvel usado para atividades de lazer capaz de circular em terrenos arenosos,

dotados de rodas e pneus largos, normalmente sem capota e portas.

Segurança

A indústria automotiva passou a oferecer mais dois componentes de segurança há

dois anos. Além do cinto de segurança, os automóveis começaram a sair de

fábrica com airbag duplo e freios ABS de série. Os itens, antes oferecidos para

veículos de luxo ou opcionalmente, ajudaram a ampliar a segurança no trânsito e,

juntos, podem reduzir em até 60% os riscos de ferimentos graves. Mas só isso não

basta.

Page 17: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Para especialistas da Consultoria Perkons, a indústria brasileira ainda está na

contramão neste assunto em relação a outros países. “A demora fica ainda mais

evidente pela perspectiva histórica de implantação de sistemas do gênero em

países de primeiro mundo. Enquanto nos Estados Unidos o airbag frontal duplo e

o freio ABS são exigidos desde 1995 e na Europa já se discute a instalação de

direção autônoma em 2020, no Brasil, o cinto de segurança tornou-se obrigatório

somente em 1998, pelo Código Brasileiro de Trânsito”, aponta o diretor e

especialista em trânsito da Perkons, Luiz Gustavo Campos.

O cinto de três pontos para todos os assentos – agora considerado obrigatório

para que automóveis testados pelo Latin NCAP atinjam pontuação máxima na

segurança para ocupantes adultos – só deve passar a compor as estruturas dos

carros nacionais a partir de 2020, conforme Resolução nº 518/2015, do Denatran

(Departamento Nacional de Trânsito).

Estimativas da National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), instituto

de segurança de trânsito dos EUA, indicam que os airbags reduzem em 18% os

riscos de ferimentos. Já sistema antitravamento de rodas, conhecido por ABS

(Antilock Brake Sistem), reduz o risco de envolvimento em acidentes em 6% para

carros.

O Centro de Experimentação e Segurança Viária – CESVI BRASIL – avalia que se o

ABS tivesse sido instalado na frota nacional entre 2001 e 2007, pelo menos 490

vidas teriam sido salvas por ano e mais de 10 mil pessoas não teriam se ferido em

acidentes. O impacto econômico disso seria um saldo positivo de R$ 630 milhões

a cada dois anos. “De maneira geral, todos os itens com a finalidade de preservar

a integridade física dos ocupantes podem trazer resultados satisfatórios em

eventualidades no trânsito”, salienta o analista técnico do Cesvi, Diego Lazari.

Lazari avalia que a capacidade dos equipamentos em reverter tragédias no

trânsito brasileiro é subjugada. O especialista afirma que antes de se tornarem

obrigatórios, os itens passam por acordos junto aos fabricantes e devem superar

os níveis de confiabilidade definidos na legislação. “Esse processo moroso acaba,

muitas vezes, tornando facultativa a disponibilidade dos dispositivos”,

acrescenta.

Trâmites burocráticos deixaram de ser pretexto a partir de 2014, quando

passaram a ser obrigatórios o ABS e os airbags frontais. No ano anterior, estudo

do CESVI verificou que um quinto dos veículos vendidos ainda ignorava a norma,

ao passo que, no mesmo período, 91% dos modelos importados e vendidos no

Brasil já possuíam os equipamentos.

Page 18: Fim de Semana ARTESP - edição 58

10.06.2016

Cresce intenção por viagens de ônibus e cai demanda

de aviões

ADAMO BAZANI

O número de pessoas que declararam preferência por viajar de ônibus nos

próximos seis meses é o maior dos últimos cinco anos, de acordo com a pesquisa

“Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem”, do Ministério do Turismo.

Segundo o levantamento, que ouviu dois mil entrevistados em sete capitais, a

preferência pelo ônibus alcançou 17,2% entre as respostas dos propensos

viajantes. Em maio do ano passado, esse número foi de 10,9%.

No entanto, a intenção pelas viagens de avião ainda lidera com 55,6% dos turistas

ouvidos.

A demanda pelo transporte aéreo tem caído. De acordo com dados mais recentes

da Abear – Associação Brasileira das Empresas Aéreas, houve queda de 12,2% da

demanda aérea doméstica em abril deste ano em comparação a abril do ano

passado. Foi o pior resultado desde fevereiro de 2013.

Já o desejo dos brasileiros de conhecer destinos nacionais alcançou o maior

índice dos últimos cinco anos, somando 79,7%.

Em nota, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, afirma que o resultado

deve ser interpretado como a soma de fatores como valorização do dólar em

relação ao real e também a visibilidade dos destinos nacionais conquistada pela

realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. “Os olhos do mundo estão voltados

para o Brasil, esse é o melhor momento para divulgar os nossos atrativos”, diz.

A Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem é um estudo do Ministério do

Turismo que mede a intenção de viagem nos próximos seis meses com uma

amostra de 2 mil entrevistados em sete capitais: Salvador, Belo Horizonte, São

Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e Recife.

Page 19: Fim de Semana ARTESP - edição 58

07.06.2016

Governo suspende segunda etapa dos leilões de portos

O governo federal decidiu

suspender a segunda etapa de

leilões de áreas portuárias, que

estava marcada para a próxima

sexta-feira (10). Até essa segunda-

feira (6), a ideia era manter a

oferta da área de fertilizantes do

porto de Santarém e adiar a de

outras cinco, destinadas à

movimentação e ao armazenamento

de grãos, localizadas também em

Santarém, Vila do Conde e Belém, todas no Pará.

Mas o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil divulgou nota em que

afirma que todos os leilões serão adiados. O argumento é que é necessário fazer

ajustes na modelagem dos editais, “com o objetivo de melhor atender à demanda

atual”.

Adiamentos

Inicialmente, a segunda etapa dos leilões, contemplando seis áreas (duas em

Santarém, uma em Vila do Conde e três em Belém), deveria ter ocorrido em 31 de

maio. No entanto, houve adiamento por conta de problemas técnicos na Antaq

(Agência Nacional de Transportes Aquaviários), que impediram que fossem dadas

respostas a pedidos de impugnação dos editais.

Com isso, o procedimento foi remarcado para 10 de junho. Porém, o governo

federal optou por suspender o processo. O Ministério afirma que é necessário

“aguardar a consolidação de alternativas logísticas de escoamento pelo Arco

Norte que já vêm sendo adotadas pelo setor empresarial como a utilização de

TUPs (Terminais de Uso Privado)”.

A pasta divulgou, ainda, que, “consultado pelo ministro dos Transportes, Portos e

Aviação Civil, Maurício Quintella, sobre o interesse em participar do certame, o

setor mostrou interesse nas áreas oferecidas, mas alegou não ser este momento

oportuno, devido às perdas no setor agrícola e ao quadro econômico ainda

instável”.

Page 20: Fim de Semana ARTESP - edição 58

10.06.2016

Governo vai reformular programa de concessões

O Governo está disposto a garantir maior retorno aos investidores que

participarem dos leilões de concessões na área de logística, segundo o ministro

dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, que esteve na última

terça-feira, na inauguração oficial do Porto do Açu, em São João da Barra, no Rio

de Janeiro. Segundo ele, as concorrências serão redesenhadas e um pacote de

medidas será lançado para atrair os empresários.

Além de garantir uma taxa de retorno superior à que foi adotada nos leilões

realizados durante a gestão da presidente afastada Dilma Rousseff, o ministro

disse que o Governo está disposto a mudar a regulação e a legislação do

segmento de transportes. Para isso, está agendando uma série de reuniões com

executivos, com ministérios, incluindo a Fazenda, e com BNDES. O primeiro

encontro deve acontecer daqui a 15 ou 20 dias, de acordo com Quintella.

A elaboração de um pacote de medidas para a área de infraestrutura já havia sido

anunciada pelo secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos

(PPI), Moreira Franco. Assim que assumiu o cargo, Moreira Franco disse que o

Governo não definiria mais taxas de retorno para os investimentos, que deveriam

ser determinadas pelo mercado. Já o ministro dos Transportes afirmou na terça-

feira que o Governo avalia estabelecer o ganho dos investidores, só que em

condições mais atrativas do que as dos leilões anteriores.

A posição da União é uma resposta ao fracasso do leilão de portos no Pará, que

aconteceria amanhã. Na semana passada, o Governo havia anunciado que, dos

seis terminais previstos inicialmente, apenas um iria efetivamente a leilão. Na

segunda-feira, porém, mesmo esse terminal foi retirado da disputa, por falta de

empresas interessadas. Ainda não há nova data para que sua concessão.

“Esse leilão foi pensado em 2013, em um outro momento. Para gerar mais

atratividade, temos de conversar com o empresariado. Por isso adiamos”, afirmou

o ministro. Segundo ele, os primeiros leilões da área de logística a sair do papel

devem ser os de aeroportos.

Acesso

Quintella disse ainda que pediu ao Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão R$ 8 bilhões para gastar este ano, dos quais R$ 5 bilhões seriam investidos

em infraestrutura de acesso a projetos de logística, como o Porto do Açu.

Atualmente, o Ministério possui R$ 5,5 bilhões de orçamento, dos quais R$ 1

bilhão estão livres para investimento.

A estratégia, de acordo com o ministro, é usar o dinheiro na construção de

rodovias e ferrovias que interliguem projetos de infraestrutura no País. Para

atender ao Porto do Açu, por exemplo, o ministro prometeu tirar do papel a BR-

356, que vai ligar os municípios fluminenses de Campos dos Goytacazes e São

João da Barra, além das ferrovias 354 – transcontinental, até o Peru, passando

pela região central do País – e 118, entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo.

Page 21: Fim de Semana ARTESP - edição 58

07.06.2016

Wi-fi gratuito é incluído em concessões de aeroportos

BRASÍLIA – Quarenta e cinco pessoas e entidades manifestaram-se oralmente

ontem, na última audiência pública para debater a minuta de edital da concessão

dos aeroportos de Florianópolis, Porto Alegre, Fortaleza e Salvador. A audiência

pública reuniu cerca de 120 participantes no auditório da sede da Anac e contou

com breves apresentações sobre os pontos centrais dos contratos. Segundo a

Anac, os quatro aeroportos respondem por 11,6% dos passageiros, 12,6% das

cargas e 8,6% das aeronaves do tráfego aéreo brasileiro.

Entre os principais pontos dessa rodada de concessões está a possibilidade do

mesmo grupo econômico vencer a disputa por mais de um aeroporto, desde que

situados em diferentes regiões geográficas, como Florianópolis (Sul) e Fortaleza

(Nordeste). Como requisito, a participação societária do operador aeroportuário

deve ser equivalente a, no mínimo, 15% do consórcio licitante, que deve cumprir a

habilitação técnica necessária para cada aeroporto, ou seja, de experiência em

processamento mínimo de nove milhões de passageiros em pelo menos um dos

últimos cinco anos para os aeroportos de Salvador e Porto Alegre; de no mínimo

sete milhões de passageiros para o de Fortaleza; e mínimo de quatro milhões para

o aeroporto de Florianópolis.

As novas concessões devem pagar 25% do valor da Contribuição Fixa ao Fundo

Nacional de Aviação Civil (Fnac), no momento da assinatura dos contratos. Os 75%

restantes serão pagos em contribuições fixas anuais pelo prazo de cada contrato.

Além disso, o concessionário deve aportar ao Fnac, anualmente, 5% de sua receita

bruta anual. Companhias aéreas podem participar dos consórcios, desde que a

participação seja de até 2%, mesmo índice das anteriores concessões

aeroportuárias.

Entre as obrigações imediatas de melhorias nos aeroportos concessionados, as

novas concessionárias devem aprimorar os banheiros e fraldários; atualizar a

sinalização de informações dentro e fora do terminal; disponibilizar internet wi-fi

gratuita de alta velocidade a todo terminal; e revisar o sistema de iluminação das

vias de acesso de veículos aos terminais, estacionamento, terminais de cargas e

outros setores de movimentação de passageiros, entre outras. As contribuições

para esta Audiência Pública n°9 poderão ser encaminhadas até às 18h do 20/06

por meio de formulário eletrônico disponível no site da Anac.

Page 22: Fim de Semana ARTESP - edição 58

09.06.2016

Rede de transportes sobre trilhos avançou só 10,4 km no

Brasil em 2015

Darlan Alvarenga

A rede brasileira de transporte de passageiros sobre trilhos cresceu apenas 1% em

2015, com uma ampliação de parcos 10,4 quilômetros. Segundo balanço do setor

divulgado pela a ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de

Passageiros sobre Trilhos), o número é três vezes menor do que o avanço

registrado em 2014, quando foram inaugurados 30 km de novas linhas.

Em 2015, foi concluída a Linha 1 do Metrô de Salvador, com 4 km, e o primeiro

trecho do VLT da Baixada Santista, com 6,4 km. As duas linhas estão em operação

comercial desde janeiro de 2016. Com essas obras, a rede de metrô, trens, VLTs e

monotrilho atingiu 1.012 km em trilhos urbanos. Para efeito de comparação,

apenas a rede de metrô da cidade de Londres conta com mais de 400 km de

extensão.

O ritmo de expansão da rede sobre trilhos no Brasil segue lento e abaixo até do

crescimento da demanda. Os dados da ANPTrilhos mostram que o volume de

passageiros transportados nos sistemas cresceu 1,7% em 2015, totalizando 2,92

bilhões usuários, contra 2,87 bilhões atendidos em 2014.

Page 23: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Obras previstas para 2016

Apesar da recessão e das dificuldades orçamentárias enfrentadas pelos Estados e

União, o setor mantém a previsão de entrega da entrega de 50,2 km em novas

linhas em 2016, que, se confirmada, será a maior expansão da rede dos últimos

20 anos, segundo a associação.

Para o ano estão previstas as inaugurações, no Rio de Janeiro, da Linha 4 do Metrô

(16 km) e da primeira etapa do VLT (21 km), a extensão do VLT da Baixada

Santista (4,7 km), em São Paulo, e a primeira fase da Linha 2 do Metrô de Salvador

(8,5 km).

Segundo a superintendente da ANPTrilhos, Roberta Marchesi, as inaugurações

previstas para o ano estão com as obras dentro do prazo. "O VLT já inaugurou o

primeiro trecho com 18 km. A linha 4 do metrô do Rio começa a operação restrita

já para a Olimpíada, em agosto. A extensão do VLT da Baixada Santista está

garantida e as obras em Salvador também estão bastante adiantadas", afirma.

Previsão de mais 277 km até 2020

A escassez de recursos e retração dos investimentos, no entanto, já afetaram o

ritmo ou mesmo paralisaram algumas obras. No balanço do ano anterior, a

ANPTrilhos projetava que a rede de trilhos chegaria a 1.338 km em 2020. Agora, a

estimativa é que sejam

concluídos nos próximos 4

anos um total de 277 km

de novas linhas, elevando

o tamanho da rede dos

atuais 1.012 km para 1.289

km.

Em tempo de ajuste fiscal e

crise orçamentária, o maior

desafio é conseguir

garantir a manutenção dos

investimentos para os

projetos já licitados e

contratados. "Precisamos

ter a garantia dos governos

estaduais e federal que

eles irão manter os cronogramas das obras", diz a superintendente da associação

da indústria metroferroviáriaas e concessionárias.

Crédito do BNDES cresce 49%

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) segue como o

principal agente financeiro deste tipo de projeto de infraestrutura. Segundo o

balanço, o banco estatal aumentou em 49% o volume de recursos para obras de

metrô, trens, VLT s e monotrilhos. Em 2015, o BNDES liberou R$ 7,6 bilhões para

projetos metroferroviários ante R$ 5,1 bilhões no ano anterior.

Page 24: Fim de Semana ARTESP - edição 58

O montante desembolsado foi destinado aos projetos da Linha 4, VLT da zona

central e portuária e SuperVia, no Rio de Janeiro; para as linhas 15-Prata, 5-Lilás,

2-Verde, 6-Laranja e para os trens da CPTM, em São Paulo; e para o Metrô de

Salvador, na Bahia.

Déficit de trilhos no país

Apesar das indiscutíveis vantagens comparativas, o transporte de passageiros

sobre trilhos está em operação em menos da metade dos estados do país.

Segundo o balanço, o Brasil reúne atualmente 20 sistemas de transporte urbano

de passageiros sobre trilhos, restritos a apenas 12 regiões metropolitanas

situadas em 11 estados e no Distrito Federal.

"O Brasil possui 22 regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes –

regiões altamente adensadas que já demandariam algum tipo de sistema sob

trilhos", avalia Roberta Marchesi.

Além das obras de expansão, estão em andamento no país 11 projetos de novas

linhas, mas todos em regiões que já contam com algum sistema de transporte

sobre trilhos. Entre eles, 6 estão sendo concebidos no regime de parceria público-

privada (PPP).

"A expansão da rede tem sido muito pequena. Nos últimos 5 anos, o setor tem

crescido por volta de 1%. Precisamos até 2020 contratar uma outra série de

projetos para garantir o investimento e o crescimento dessa rede", afirma Roberta

Marchesi, lembrando que, após a contratação, as obras deste tipo de projeto

costumam levar pelo menos 5 anos para serem entregues.

Como bom exemplo para o país, ela cita o caso do metrô de Salvador. "Tiraram do

papel um projeto que estava há mais de 15 anos parado. Dentro de 1 ano

conseguiram passar da

assinatura para a

operação, entregando 4

quilômetros em 2015.

Para 2016, está prevista

a primeira fase da linha

2 com mais 8,5 km e a

previsão para 2017 é

que o metrô de Salvador

será o terceiro maior

sistema metroviário do

Brasil com 41 km,

perdendo só para São

Paulo e Rio", comenta.

Obras estão 24% concluídas,

segundo o governo estadual

(Foto: Elói Corrêa/GOVBA)

Page 25: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Confira a seguir a lista de projetos contratados e com potencial para contratação

e início das obras até 2020 em 15 estados e no DF:

PROJETOS CONTRATADOS E EM EXECUÇÃO

METRÔ

BA Metrô de Salvador - Linha 2 – Implantação

CE Metrô de Fortaleza - Linha Leste – Implantação

PE CBTU Recife - Linhas Sul e Centro - Modernização e Ampliação

RJ Metrô do Rio de Janeiro - Linha 4 – Implantação

SP Metrô de São Paulo - Linha 2 Verde – Extensão

SP Metrô de São Paulo - Linha 4 Amarela – Extensão

SP Metrô de São Paulo - Linha 5 Lilás – Extensão

SP Metrô de São Paulo - Linha 6 Laranja – Implantação

TREM URBANO

SP CPTM - Linha 9 Esmeralda – Extensão

SP CPTM - Linha 13 Jade – Implantação

VLT

CE VLT de Fortaleza (Parangaba-Mucuripe) – Implantação

GO VLT de Goiânia – Implantação

MT VLT de Cuiabá – Implantação

RJ VLT da área central e portuária do Rio de Janeiro – Implantação

SP VLT da Baixada Santista – Extensão

MONOTRILHO

SP Monotrilho da Linha 15 Prata – Extensão

SP Monotrilho da Linha 17 Ouro – Implantação

SP Monotrilho da Linha 18 Bronze – Implantação

PROJETOS COM POTENCIAL PARA CONTRATAÇÃO OU INÍCIO ATÉ 2020

METRÔ

DF Metrô de Brasília - Linhas Ceilândia, Samambaia e Asa Norte – Expansão

MG CBTU Belo Horizonte – Linha 2 – Implantação

MG CBTU Belo Horizonte – Linha 3 – Implantação

PR Metrô de Curitiba - Linha 1 – Implantação

RJ Metrô do Rio de Janeiro - Linha 3 São Gonçalo/Niterói – Implantação

RJ Metrô do Rio de Janeiro - Linha 2 – Expansão

RS Metrô de Porto Alegre - Linha 1 – Implantação

TREM URBANO

MG Novo Eldorado/Belvederi – Implantação

PI Metrô de Teresina – Modernização

AEROMÓVEL

RS Aeromóvel de Canoas – Implantação

VLT

AL CBTU Maceió - Modernização e Expansão

AL VLT Maceió – Aeroporto/Maceió – Implantação

BA VLT de Salvador – Remodelação

Page 26: Fim de Semana ARTESP - edição 58

DF VLT do Eixo Monumental de Brasília – Implantação

DF VLT da W3 de Brasília – Implantação

PB CBTU João Pessoa – Modernização

PE CBTU Recife – Modernização

RJ VLT da Zona Sul do Rio de Janeiro – Implantação

RN CBTU Natal – Modernização

MONOTRILHO

AM Monotrilho de Manaus – Implantação

TRENS REGIONAIS

DF | GO Trem Brasília/Goiânia – Implantação

DF | GO Trem Brasília/Luziânia – Implantação

PR Trem Londrina/Maringá – Implantação

SP Trens Intercidades – Implantação

09.06.2016

ANTT realiza sessão sobre elaboração de esquema

operacional e regras de modificação no transporte de

passageiros

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realizou, nesta quarta-feira

(8/6), a sessão presencial da Audiência Pública nº 007/2016, que tem o objetivo

de obter contribuições para aprimorar a proposta de resolução sobre o esquema

operacional de serviço e as regras para modificação da prestação do serviço

regular de transporte rodoviário coletivo interestadual e internacional de

passageiros, sob o regime de autorização.

Um total de 45 pessoas participou da sessão realizada na sede da ANTT em

Brasília, com a apresentação de três manifestações. As sugestões ainda podem ser

encaminhadas até as 18h do dia 23/6/2016, por envio de formulário eletrônico

disponível no site da ANTT, ou por via postal, por meio de protocolo na Agência

(endereço: SCES Trecho 3, Lote 10 - Polo 8 do Projeto Orla - Brasília/DF).

Regulamentação – A Resolução 4.770/2015 normatiza a prestação do serviço

regular de transporte rodoviário coletivo interestadual e internacional de

passageiros, sob o regime de autorização. Antes, as empresas operavam com

permissão (exigência de licitação) ou por autorização especial (delegação

temporária). Com essa nova regra, surgiu a necessidade de se adaptar as normas

referentes à alteração operacional e à modificação de serviço.

A resolução proposta vai tratar do esquema operacional, que é o conjunto de

atributos característicos da operação de transporte de uma determinada linha,

inclusive de sua infraestrutura de apoio e das rodovias utilizadas em seu

percurso. Além de estabelecer o procedimento para a modificação da prestação

do serviço, que poderá ser solicitada pela transportadora sempre que julgar

necessário.

Page 27: Fim de Semana ARTESP - edição 58

10.06.2016

Promotores alemães investigam Volks por informações

apagadas

-HAMBURGO (ALEMANHA) E LONDRES- Promotores alemães estão investigando se

funcionários da Volkswagen apagaram informações que poderiam ser danosas à

empresa, antes de a montadora admitir às autoridades americanas que havia

equipado carros com um software capaz de mascarar dados de emissão de

poluentes.

Um porta-voz do escritório do promotor em Brunsvique, perto da sede da

Volkswagen, disse que havia uma suspeita inicial de tentativa de obstrução de

justiça e ocultação de provas.

Procurada pela agência de notícias Reuters, a Volkswagen não quis comentar uma

investigação em andamento.

A Volks admitiu em setembro de 2015 que fraudou testes de emissões de

poluentes, o que levou a empresa a ter fortes perdas na Bolsa — seu valor de

mercado foi reduzido a um quinto —e a gerar um possível custo bilionário em

processos na Justiça, multas e reparo dos carros.

Segundo o porta-voz do escritório do promotor, parte das informações retiradas

dos computadores foi transferida para pen drives, alguns dos quais foram

devolvidos desde então.

— Até agora, os promotores não estão supondo que uma grande quantidade de

dados foi perdida, mas o suficiente para impedir ou atrasar as investigações do

diesel — afirmou. ‘MAIS LENHA NA FOGUEIRA’ Alguns investidores estão

processando a Volks por não ter informado de maneira oportuna o grande

problema. O escritório de advocacia britânico Slater & Gordon disse que foi

“inundado” por consumidores querendo iniciar uma ação coletiva contra a

empresa se for descoberto que eles sofreram perdas pela instalação do software

fraudador.

“A revelação mais recente vai apenas pôr mais lenha na fogueira daqueles que

estão buscando que a VW esclareça suas falhas do passado”, explicou o Slater &

Gordon.

Em março, um ex-funcionário da unidade americana da Volkswagen registrou uma

reclamação contra a empresa, alegando que foi demitido indevidamente por ter

alertado internamente sobre o que ele diz ter sido eliminação ilegal de

informações.

Page 28: Fim de Semana ARTESP - edição 58

10.06.2016

GM lança no País projeto de carro compartilhado

A General Motors lançou no País projeto piloto de compartilhamento de carros, ou

car-sharing, como é conhecido globalmente. O programa consiste em ter uma

frota de veículos da marca que pode ser alugada por hora, por exemplo, para um

trajeto da casa ao trabalho do usuário.

O programa, chamado de Maven, foi lançado pela companhia nos Estados Unidos

em janeiro e o Brasil é o segundo país a adotá-lo. “Não estamos assistindo só de

longe ao debate sobre mobilidade; estamos sendo atores”, diz o vice-presidente

da GM, Marcos Munhoz.

Em fase de testes desde março na fábrica de São Caetano do Sul (SP), só para

funcionários, o programa tem 800 inscritos, dos quais 220 já alugaram carros,

inclusive em fim de semana.

Por enquanto, apenas sete unidades do Cruze estão disponíveis, todas equipadas

com o sistema multimídia Mylink. Por meio dele, o usuário pode baixar programa

no celular para fazer a reserva e também destravar e travar a porta do carro. A

chave fica no interior.

O formato de compartilhamento no teste permite ao usuário pegar e devolver o

automóvel no mesmo local, nesse caso a fábrica. O próximo passo, previsto para

o fim do ano, é iniciar o serviço em um grande condomínio de São Paulo, informa

o presidente da GM, Santiago Chamarro, com dez carros.

Em outra etapa, o formato permitirá a retirada ou entrega de veículos em pontos

específicos da cidade – a exemplo do que ocorre com as bicicletas em São Paulo (o

Bike Sampa).

“Para isso será necessário fazer parcerias com as prefeituras para obter vagas

específicas para os carros”, ressalta Samuel Russel, diretor dos programas OnStar

e Marven da GM. Também são possíveis convênios com redes de estacionamento.

A terceira etapa é adotar o sistema existente na Europa, em que o usuário pode

pegar e entregar o carro em qualquer parte da cidade. Até chegar a essa fase,

explica Russel, será preciso ter um cadastro com número compatível de usuários

e áreas em que são viáveis o procedimento.

No projeto piloto em São Caetano, o usuário paga R$ 35 por hora de uso do carro

ou R$ 210 pela diária, valores que incluem combustível e seguro.

Exemplo da vantagem dessa locação, segundo Russel, é o valor da corrida de São

Caetano ao aeroporto de Guarulhos, que em táxi comum sai por cerca de R$ 140.

No car-sharing sai por R$ 70, levando-se em conta uma hora para ir e uma para

voltar.

“Muitas pessoas também vão querer dirigir diferentes modelos apenas para

conhecê-los melhor”, diz Chamorro. Ao longo do tempo a GM pretende incluir no

Maven toda sua gama de produtos, do compacto Onix ao luxuoso Camaro.

Page 29: Fim de Semana ARTESP - edição 58

09.06.2016

Transporte de animais em ônibus é liberado em Salvador

O transporte de animais domésticos nos ônibus do transporte coletivo de

Salvador está liberado. A decisão foi publicada pela prefeitura da capital baiana

no Diário Oficial do Município e passou a valer na quarta-feira (8).

A portaria determina que os animais tenham até 10kg e sejam transportados em

um equipamento com material liso e ventilação adequada.

Os donos dos bichos domésticos devem levar ainda certificado de vacinação

atualizado. No caso de animais silvestres, deve ser apresentada a autorização do

Ibama.

A medida ainda estabelece que sejam transportados apenas dois animais por

veículo. Nos dias úteis, os animais não podem ser transportados entre as 5h30 e

as 8h30 e entre as 16h30 e 20h30.

Page 30: Fim de Semana ARTESP - edição 58

10.06.2016

BRT, Calçadão e Reciclagem fazem de Curitiba a cidade

mais inovadora do mundo, diz The Guardian

ADAMO BAZANI

Uma cidade só pode ser considerada inovadora e com capacidade de evoluir, se

privilegiar no seu espaço, o transporte coletivo e a circulação de pedestres. E os

seus gestores devem ter coragem de inovar, mesmo enfrentando críticas dos

setores mais conservadores. É a filosofia do “agir agora, ajustar depois”, que não

significa falta de planejamento ou inconsequência, mas sair dos discursos apenas.

É o que mostra o jornal britânico The Guardian em uma série especial sobre a

história das cidades.

Em relação ao Brasil, a publicação no dia 6 de maio de 2016, exaltou Curitiba,

dizendo que seu exemplo histórico a torna “ a capital verde, a cidade mais

inovadora do mundo”, diferentemente do “elefante branco” que se tornou Brasília

do ponto de vista urbanístico

Uma das diferenças apontadas pela publicação internacional, é que enquanto

Brasília criou setores ou as áreas segregadas, Curitiba foi concebida de forma

integrada, para atender a todas as demandas: trabalho, mobilidade e lazer.

A IMPORTÂNCIA DO BRT PARA UMA CIDADE MAIS DEMOCRÁTICA:

A publicação ouviu o arquiteto urbanista Jaime

Lerner, que foi prefeito de Curitiba nos anos

1970. Jaime Lerner foi o responsável pela criação,

em 1974, do primeiro BRT do mundo – sistema de

corredores de ônibus que, de acordo com a

reportagem, revolucionou a forma de pensar as

cidades.

Page 31: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Enquanto nesta época o Brasil tentava investir em metrô, mas não conseguia os

avanços necessários por causa do custo e da complexidade de implantação do

modal, Curitiba se organizava pelos serviços de transportes em superfície.

São três inovações principais associadas ao BRT – Bus Rapid Transit: um sistema

de plataformas com acessibilidade – as estações-tubo, pagamento antecipado de

tarifa – sem a necessidade de o motorista lidar com dinheiro e os ônibus

biarticulados, com maior capacidade de transportar até 250 passageiros.

Vale ressaltar que não entra nessa discussão se o hoje o sistema de BRT precisa

de melhorias ou se é suficiente para atender à demanda. E nem tão pouco

restringir as discussões sobre mobilidade em rivalizar modais, o que é uma

bobagem. O que a publicação enfatiza é a importância dos corredores de ônibus

não só para os transportes, mas para organização física e até mesmo

democratização do espaço urbano, gerando inclusive ganhos sociais.

CALÇADÃO É O MAIOR EXEMPLO DO “AGIR AGORA, PARA AJUSTAR DEPOIS”

O calçadão da rua XV de Novembro foi considerado

como a primeira “ideia radical”, no bom sentido do

termo, para transformação urbana.

A história do calçadão é bem interessante.

Inicialmente quando foi apresentada a ideia por

Jaime Lerner, houve uma verdadeira grita,

principalmente por parte de comerciantes, que

queriam que seus clientes continuassem

estacionando os carros bem em frente aos seus

estabelecimentos. Hoje isso ainda é muito comum em São Paulo, por exemplo, em

relação às ciclovias e faixas de ônibus.

Os comerciantes e alguns moradores então entraram com uma liminar judicial

para impedir que o calçadão fosse construído.

Jaime Lerner, ainda prefeito em seu primeiro mandato, adotou uma estratégia.

Resolveu construir parte do calçadão como uma primeira demonstração do que

viria. Lerner esperou que o tribunal fechasse noite de sexta-feira e, entre a

madrugada de sexta para sábado e a segunda-feira de manhã, construiu um

pedaço do calçadão. Não dava mais para demolir e a atitude teve um efeito

positivo sentido meses depois.

Esse exemplo é considerado fundamental para os administradores públicos hoje:

primeiro não se intimidar em relação às críticas, principalmente dos setores mais

conservadores, depois não ficar só no planejamento e anúncios, mas “agir agora,

ajustar depois”. – filosofia adota por Jaime Lerner.

O LIXO QUE NÃO É LIXO:

Outro exemplo citado pelo The Guardian é o sistema de destinação e

aproveitamento de lixo, que criou também uma cultura em Curitiba. O termo lixo

que não é lixo se tornou uma das expressões curitibanas mais famosas.

O projeto foi criado em 1989. Para estimular a população na época, o lixo era

trocado por vale-transporte. Isso ajudou a resolver o problema do descarte

irregular .

Hoje, lixo reciclável é trocado por hortifrutigranjeiros.

Page 32: Fim de Semana ARTESP - edição 58

07.06.2016

Crise pode dificultar que fabricantes atinjam metas de

eficiência energética

Até o final do ano que vem, as empresas fabricantes de veículos terão que

alcançar uma redução média de 12% no consumo de combustíveis. A meta foi

fixada em 2012, com a implantação do Programa Inovar-Auto pelo governo

federal. Com ele, as montadoras que assumiram o compromisso de atingir o

resultado se viram livres de uma sobretaxação do IPI de 30 pontos percentuais. O

objetivo era melhorar a eficiência energética dos modelos, obtendo, assim,

redução nas emissões de poluentes e de gases causadores do efeito estufa.

No entanto, segundo o presidente da AEA (Associação Brasileira de Engenharia

Automotiva), Edson Orikassa, a crise econômica tem representado um desafio

para que a meta seja atingida, por causa da diminuição nas vendas. “Algumas

fábricas fizeram um planejamento de melhoria, para alcançar a redução média de

12%, com base em uma estimativa de vendas que não está se confirmando. Então,

a área de planejamento das empresas automobilísticas está bastante empenhada

em tentar resolver essa equação”, explica ele.

O cálculo da redução obtida por fabricante é feito por meio de uma média

ponderada, que considera o desempenho de cada modelo e a quantidade de

unidades comercializadas no período.

Page 33: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores)

apontam que, entre janeiro e maio de 2016, foram emplacadas 24% menos

unidades novas que no mesmo quadrimestre de 2015. Somente em maio, a

produção caiu 18% frente a quinto mês do ano passado, alcançando o mesmo

índice de 2004.

Ganhos ambientais

Conforme Orikassa, o desenvolvimento tecnológico dos veículos brasileiros, para

reduzir os impactos ambientais, seguiu, inicialmente, as diretrizes do Proconve

(Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), criado em

1986. Implementado em fases, ele tem buscado diminuir a emissão de

poluentes, promover o desenvolvimento tecnológico nacional e a melhoria das

características dos combustíveis.

A fase mais recente (P7) começou a valer em 2012, por meio da qual se tornou

obrigatória a implantação de sistemas de pós-tratamento dos gases para motores

a diesel, reduzindo a quantidade de poluentes lançados na atmosfera.

Com o Inovar-Auto, também de 2012, o ganho de eficiência energética, por meio

da redução do consumo, também se tornou prioridade. “Veículos com injeção

direta, câmbio CVT, motor de três cilindros turbo são tecnologias que têm vindo

para atender à meta desse programa”, diz Orikassa.

PCVE

Ainda, segundo ele, as novas diretrizes para o desenvolvimento de sistemas

adequados à realidade brasileira e que provoquem cada vez menos danos ao meio

ambiente deve avançar por meio do PCVE (Programa de Combustível e Tecnologia

Veicular e Emissões). Implantado oficialmente em maio deste ano, o programa

realiza testes e simulações, cujos resultados formarão um banco de dados

científicos.

Essas informações ajudarão a aprimorar o monitoramento da qualidade do ar e a

projetar as ações necessárias para que haja menos poluição e mais eficiência. “As

simulações desenvolvidas permitem identificar quais são as tecnologias

veiculares ou os combustíveis que precisam ser introduzidos no mercado

brasileiro, para resolver problemas daqui em termos ambientais”, explica o

presidente da AEA.

Futuro

O planejamento de carros do futuro cada vez menos poluentes está diretamente

atrelado a novas políticas públicas. “Quem vai estabelecer as novas metas de

emissões, de acordo com as necessidades locais, é o poder público”, afirma

Orikassa. E a tendência são os veículos híbridos (com motores movidos a

combustíveis e eletricidades) e totalmente elétricos.

Porém, há entraves que precisam ser superados, entre os quais estão o alto valor

da tecnologia e ausência de regras e a falta de estratégias que permitam a

massificação dos modelos, como, por exemplo, para a criação de postos de

recarga.

Page 34: Fim de Semana ARTESP - edição 58

08.06.2016

Antigos bondes do Rio de Janeiro rodam nos Estados

Unidos

RIO - No depósito da CTC, em Triagem, o funcionário vem com um galão de

gasolina, espalha o combustível sobre os bancos de madeira do bonde e risca um

fósforo. Em minutos, um inferno de labaredas devora toda a peroba do campo

que formava a estrutura do veículo, deixando no chão apenas cinzas e partes

metálicas enegrecidas.

A cena brutal, de desperdício ímpar, aconteceu ao longo de 1964 e 1965, os

últimos dois anos de Carlos Lacerda como governador da Guanabara. O sistema

de bondes do Rio, que já fora considerado pioneiro e um dos maiores do mundo,

vinha sendo desativado desde o início daquela década. Antes operada por

empresas privadas como a Light, a Cia. Ferro-Carril do Jardim Botânico e a Ferro-

Carril Carioca, a rede passara ao controle do estado. Vistos como um entrave para

o trânsito e o progresso, os velhos veículos foram aposentados na marra após seis

décadas de serviços prestados. A ordem era substituí-los por uma frota de trolley-

bus — ônibus elétricos importados da Itália — e, paulatinamente, sepultar seus

trilhos sob mantas de asfalto.

Para abrir espaço nas garagens, o coronel Manuel Moreira, da diretoria industrial

da CTC (a Companhia de Transporte Coletivos do Estado da Guanabara) encontrou

o que dizia ser a “única solução”: queimar os bondes e vender a sucata de metal a

peso para a Companhia Siderúrgica Nacional. Cada veículo incinerado rendia, em

média, duas toneladas de ferro e 800 quilos de cobre. E assim, pouco a pouco,

centenas desses veteranos veículos rodaram para o corredor da morte, alguns por

seus próprios meios.

OPERAÇÃO RESGATE

Ao saber do massacre, um grupo de americanos entusiastas dos transportes sobre

trilhos decidiu que algo deveria ser feito. Nos Estados Unidos, os arejados

modelos com laterais abertas (chamados por lá de “Narragansett”, “breezers” ou

“summer cars”) eram considerados relíquias que precisavam ser preservadas.

Esses bondes, que ainda rodavam pelo Rio na década de 1960, tinha parte

mecânica e elétrica de origem americana, fabricada por empresas como a J. G.

Brill nos anos 1910 e 1920. Apenas suas “carrocerias”, digamos, eram feitas aqui,

pelas próprias empresas que operavam os veículos.

Comandada por Paul Class e Louis J. G. Buehler, a missão da Associação dos

Museus de Carris dos Estados Unidos chegou à cidade para resgatar o que fosse

possível. Por módicos US$ 1.200 (o equivalente a US$ 9.100 nos dias de hoje),

conseguiu comprar da CTC 12 bondes selecionados a dedo por sua variedade e

raridade. Aos poucos, os veículos foram levados de navio para os EUA, onde

alguns deles rodam até hoje em passeios promovidos por museus.

Page 35: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Bonde 441. Na falta de rede aérea de energia em Middletown, Pensilvânia, o jeito

foi atrelar um gerador a diesel no velho elétrico da Light - divulgação

Esses “exilados” são os únicos dos antigos bondes do Rio que sobreviveram ao

fogo (não incluindo os modelos de Santa Teresa, bem menores e com bitola mais

estreita que os que circulavam no resto da cidade). De resto, o governo da

Guanabara não se interessou em guardar sequer um exemplar para as futuras

gerações.

“Resumo da história: quem quiser ver como era um bonde da Light tem de ir aos

EUA”, sugere o pesquisador Helio Ribeiro, no site Bondes do Rio.

Soa como ironia nesses tempos em que o bonde — agora com o prolixo nome de

“veículo leve sobre trilhos” — é visto como solução limpa e moderna para a

mobilidade no centro da cidade.

LINHA CATUMBI-PENSILVÂNIA

— Nossos dois “Narragansett” cariocas estão em uso e continuarão operando por

muito tempo — afirma Terry McWilliams, diretor da Midwest Electric Railway, em

Mount Pleasant, Iowa.

Lá, os carros rodam por um circuito turístico com seis estações. Recentemente, o

bonde número 1779 voltou a ser pintado no mesmo verde-escuro dos tempos em

que circulava no Rio.

Não falta imaginação para manter os velhos veículos em ação. O bonde 441, que

já levou passageiros pelo Catumbi e pela Ilha do Governador, hoje cruza as ruas

de Middletown, Pensilvânia, atrelado a um gerador a diesel. Foi a solução que o

Middletown & Hummelstown Museum encontrou para promover passeios

esporádicos (o próximo será em 29 de julho) em uma cidade sem rede aérea de

energia elétrica.

Page 36: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Desde que desembarcaram nos EUA, em 1965, alguns dos bondes cariocas já

pararam em vários “pontos”. É o caso do carro número 1758, que esteve em três

museus da Flórida até chegar a seu atual lar, na cidade de Washington, na

Pensilvânia.

— Este bonde veio para cá em 2006 e investimos 10 mil horas de trabalho

voluntário em sua restauração. Ficou pronto em 2011, ano de seu centésimo

aniversário e, desde então, é um dos carros preferidos pelos visitantes em dias de

calor — conta Scott Becker, diretor executivo do Pennsylvania Trolley Museum.

ORIGINAL ATÉ NO CHEIRO

Outro bonde carioca, também pintado de amarelo, é o 1875. Até 2014, esse

exemplar era figura fácil nos trilhos de Rockhill (também na Pensilvânia).

Impecavelmente conservado, o veículo espera novas rodas, rolamentos e outros

componentes do truque e do motor, que, após um século de uso, chegaram ao

limite de desgaste.

— Isso nos custará alguns milhares de dólares e estamos em busca de um

patrocinador — diz Matthew Nawn, um dos diretores do museu Railways to

Yesterday.

Imagine o que é chegar a East Windsor, uma cidadezinha de 12 mil habitantes no

estado de Connecticut, e deparar-se com um bonde verde-escuro da Light a exibir

o destino “Rio de Janeiro” em seu letreiro. Trata-se do carro 1850, exemplar que

conserva o maior grau de originalidade entre os que foram salvos pelos

americanos.

— Até pouco tempo, ele tinha um forte cheiro de café, resquício do navio que o

trouxe para os Estados Unidos — diverte-se Aiden Nies, do Connecticut Trolley

Museum.

Bonde nº 1758 do Pennsylvania Trolley Museum - divulgação

Page 37: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Apesar de estar em condição de funcionamento, o 1850 descansa fora de serviço,

à espera de uma restauração estética. O mesmo museu é dono do carro 1887, que

hoje serve como doador de peças ao “irmão”.

Já o 1794, que em seus bons tempos rodou pelo Alto da Boa Vista, hoje pertence à

MATA, a companhia de trânsito de Memphis, Tennessee. Foi extensamente

modificado ao longo dos anos, e hoje é um bonde fechado. Rodava pela principal

linha da cidade até ser guardado, em junho do ano passado, quando o sistema foi

suspenso por falta de segurança. Promete-se que, em breve, a rede atenderá aos

requisitos para voltar a funcionar.

DECADÊNCIA E RENASCIMENTO

Um dos maiores conhecedores da história dos nossos bondes é o americano Allen

Morrisson, que, em 1989, publicou o livro “The tramways of Brazil”.

Para ele, as décadas de 1920 e 1930 foram as melhores fases dos bondes no Rio.

Aí, para evitar inflação, o governo impediu que a Light aumentasse as passagens,

levando à decadência do sistema a partir dos anos 40.

— Nos EUA, a General Motors comprou as redes de bondes e os substituiu por

seus próprios ônibus. No Brasil do pós-guerra, fábricas estrangeiras vendiam

barato seus ônibus — lembra Morrisson. — A ideia de combater a poluição sequer

existia, e acabaram com um sistema de transporte emissão-zero. Quando o

mundo percebeu o que tinha feito, era tarde demais.

O autor está entusiasmado com o novo VLT Carioca.

— Acho que os brasileiros não têm ideia do raro que é, hoje, pôr novos trilhos de

bonde nas principais ruas do centro. É realmente incrível, revolucionário e muito

corajoso. Esse projeto merece atenção internacional.

ANTIGOS BONDES DO RIO AINDA RODAM NOS EUA

Page 38: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Antigos bondes do Rio estão preservados e ainda circulam nos Estados Unidos.

Bonde número 1850, no Connecticut Trolley MuseumFoto: Divulgação / ,

Bonde número 441, da The Middletown & Hummelstown Railroad, equipado com

gerador a diesel para poder rodar pela cidade de Middletown, na PensilvâniaFoto:

Divulgação / ,

Bonde número 1875 no museu Railway to Yesterday, na Pensilvânia:.

Page 39: Fim de Semana ARTESP - edição 58

Bonde número 1758 está no Pennsylvania Trolley MuseumFoto: Divulgação /

.

Em imagem de janeiro de 1965, a CTC (Companhia de Transporte Coletivo)

queima os antigos bondes a fim de abrir espaço para guardar novos ônibus. As

linhas de bondes foram adquiridas pelo Estado da Guanabara e encerradas a

partir de 1963. As ferragens foram vendidas como sucata

Page 40: Fim de Semana ARTESP - edição 58

AGENDA 2016

JUNHO

XI Seminário Nacional Metroferroviário

14 de junho - Rio de Janeiro

64ª Reunião do Fórum Paulista de Secretários e

Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana

30 de junho- São Paulo

Seminário "Transporte Multimodal: Experiências e Desafios do

Brasil e União Europeia"

15 e 16 de junho- Brasília - auditório Eliseu Resende do Ed. Sede da

ANTT