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Aula 06 Direito Administrativo p/ XX Exame de Ordem - OAB Professores: Érica Porfírio, Erick Alves

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  • Aula 06

    Direito Administrativo p/ XX Exame de Ordem - OAB

    Professores: rica Porfrio, Erick Alves

  • Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016

    Teoria e exerccios comentados

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    AULA 06

    Ol pessoal!

    Hoje nosso tema de estudo a Lei 8.112/1990, que trata do regime jurdico dos servidores pblicos federais.

    Seguiremos o seguinte sumrio:

    SUMRIO

    A Lei 8.112/1990 ............................................................................................................................................................. 3

    Provimento, posse e exerccio ................................................................................................................................. 4

    Provimento originrio ................................................................................................................................................ 4

    Provimento derivado ................................................................................................................................................... 6

    Posse ................................................................................................................................................................................ 17

    Exerccio ........................................................................................................................................................................ 18

    Estgio probatrio ....................................................................................................................................................... 19

    Vacncia ............................................................................................................................................................................ 24

    Direitos e vantagens ................................................................................................................................................... 29

    Vencimento e remunerao ................................................................................................................................... 29

    Vantagens ...................................................................................................................................................................... 30

    Frias ............................................................................................................................................................................... 31

    Licenas .......................................................................................................................................................................... 33

    Afastamentos e concesses .................................................................................................................................... 39

    Regime disciplinar....................................................................................................................................................... 42

    Deveres ........................................................................................................................................................................... 42

    Responsabilidades ..................................................................................................................................................... 43

    Penalidades .................................................................................................................................................................. 52

    Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar .................................................................................. 64

    RESUMO DA AULA ..................................................................................................................................................... 90

    Jurisprudncia da aula .............................................................................................................................................. 93

    Questes comentadas na aula ............................................................................................................................. 104

    Gabarito ........................................................................................................................................................................... 116

    Nas provas anteriores da OAB, os assuntos mais explorados foram as modalidades de provimento e de vacncia, assim como o regime disciplinar dos servidores.

    Preparados? Aos estudos!

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    A LEI 8.112/1990

    A Lei 8.112/1990 instituiu o regime jurdico nico previsto no caput do art. 39 da Constituio Federal, aplicvel aos servidores pblicos da administrao direta da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas federais.

    Tais servidores so chamados de servidores pblicos estatutrios, justamente porque a relao jurdica entre eles e a Administrao Pblica Federal encontra-se disciplinada em um estatuto legal, a Lei 8.112/1990, e no em um contrato de trabalho.

    O regime estatutrio caracterstico das pessoas jurdicas de direito pblico, cujos servidores exercem as prerrogativas da Administrao em toda a sua magnitude. Afinal, um regime de direito pblico, que decorre diretamente da lei, impossvel de ser modificado mediante contrato, ainda que com a concordncia da Administrao e do servidor. Na verdade, eventual mudana do regime s poder ser feita de forma unilateral pelo Estado, mediante alteraes da lei. No h direito adquirido a um regime jurdico, ou seja, as obrigaes e benefcios previstos na lei podero ser ampliados ou suprimidos, na forma da Constituio Federal, sem que isso implique infrao aos direitos subjetivos dos servidores1.

    Importante ressaltar que a Lei 8.112/1990 no se aplica aos empregados pblicos, os quais so regidos pela Consolidao das Leis do Trabalho (CLT).

    Saliente-se, ainda, que a Lei 8.112/1990 incide apenas sobre os servidores pblicos federais, vale dizer, no abrange servidores estaduais, distritais e municipais. Ainda que o modelo federal tenha sido seguido por muitos entes federativos, isso no exclui a possibilidade de cada ente federado regular de forma distinta determinados temas.

    Aps essas consideraes introdutrias, vamos estudar os principais dispositivos da lei. Ressalto que no vamos destrinchar todos os artigos, pois isso seria invivel num curso como esse. A Lei 8.112/1990 possui assunto suficiente para um curso inteiro! Mas vamos aprender os aspectos mais importantes da lei, na medida das nossas necessidades para a prova.

    1 Lembrando que a alterao do regime jurdico no pode acarretar reduo do valor global da remunerao, ainda que as parcelas constitutivas sejam modificadas.

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    PROVIMENTO, POSSE E EXERCCIO

    Provimento o ato administrativo por meio do qual o cargo pblico preenchido, com a designao de seu titular2.

    O provimento se faz por ato da autoridade competente de cada Poder (art. 6).

    Existem duas modalidades de provimento: originrio e derivado. Essas duas modalidades se subdividem em algumas espcies. Vejamos:

    Em seguida, vamos destrinchar esses institutos.

    PROVIMENTO ORIGINRIO

    O provimento originrio ocorre quando o indivduo passa a ocupar o cargo pblico sem que existisse qualquer vnculo entre a situao de servio anterior do nomeado e o preenchimento do cargo.

    Assim, tanto provimento originrio a nomeao de pessoa estranha aos quadros do servio pblico como a de outra que j exercia funo pblica como ocupante de cargo no vinculado quele para o qual foi nomeada.

    2 Hely Lopes Meirelles (2008, p. 429).

    Originrio

    Nomeao

    Derivado

    Promoo

    Readaptao

    Reverso

    Aproveitamento

    Reintegrao

    Reconduo

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    Por exemplo: Joo prestou concurso pblico e foi aprovado para o cargo de tcnico judicirio do TRF, sendo nomeado. Trata-se de um provimento originrio. Alguns anos depois, Joo fez novo concurso pblico e foi aprovado, desta vez, para analista judicirio do TRF. Ao ser nomeado para o cargo de analista, houve novo provimento originrio, uma vez que seu vnculo no decorreu do anterior3.

    A nica forma de provimento originrio atualmente compatvel com a Constituio a nomeao.

    A nomeao o ato administrativo unilateral de designao inicial de um indivduo para ocupar um cargo pblico. Pode dar-se em carter efetivo ou em comisso.

    A nomeao em carter efetivo sempre requer prvia aprovao em concurso pblico compatvel com a natureza e a complexidade do cargo a ser provido.

    J a nomeao para cargo em comisso, destinado s atribuies de direo, chefia e assessoramento, feita por livre escolha da autoridade competente, prescindindo da realizao de concurso pblico. A investidura do indivduo em cargo em comisso apresenta cunho de precariedade e temporariedade, eis que o servidor poder ser exonerado a qualquer tempo por ato discricionrio da autoridade competente, ato que, inclusive, independe de motivao.

    O servidor efetivo escolhido para exercer funo de

    confiana no nomeado e sim designado. J a sada da funo denomina-W dispensa

    A funo de confiana ? W ;; SW I; SW modo que a designao para exerc-la no constitui

    hiptese de provimento.

    3 www.dizerodireito.com.br

    Provimento originrio Nomeao

    Carter efetivo

    Em comisso

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    A nomeao um ato unilateral da autoridade competente, pois feita sem a participao ou necessidade de anuncia do nomeado (quando voc for aprovado, a autoridade competente no vai pedir a sua autorizao para publicar seu nome no Dirio Oficial). Por isso, o ato no gera qualquer obrigao ao indivduo; pelo contrrio, a nomeao gera direito subjetivo ao nomeado de formalizar o vnculo funcional com a Administrao Pblica por meio da posse. Ressalte-se que s depois da posse e no aps a nomeao que a pessoa se tornar um servidor pblico.

    PROVIMENTO DERIVADO

    O provimento derivado ocorre quando o indivduo passa a ocupar determinado cargo pblico por ter um vnculo anterior com a Administrao Pblica. Em outras palavras, nas hipteses de provimento derivado, o preenchimento do cargo no decorre diretamente do concurso pblico ou da livre escolha da autoridade competente, e sim de vnculo anterior existente entre o servidor e a Administrao.

    As formas de provimento derivado previstas na Lei 8.112/1990 so: promoo, readaptao, reverso, aproveitamento, reintegrao e reconduo.

    Celso Antnio Bandeira de Melo, didaticamente, agrupa esses institutos em trs categorias:

    1) Provimento derivado vertical: ocorre quando o servidor sai do seu cargo e passa a ocupar um cargo melhor. Exemplo de provimento derivado vertical a promoo.

    A Lei 8.112/1990 previa outras formas de provimento

    derivado vertical: a ascenso e a transferncia. Tais

    modalidades permitiam a progresso funcional do servidor

    pblico entre cargos de carreiras distintas.

    Por exemplo, o indivduo que ocupava o cargo de tcnico judicirio poderia, quando

    chegasse ltima classe da carreira, ser automaticamente elevado, sem concurso,

    ao primeiro nvel da carreira de analista judicirio (carreira diversa e superior de

    tcnico judicirio).

    Todavia, essas formas de ascenso funcional foram declaradas inconstitucionais

    pelo STF, vez que constituam formas de provimento com afronta direta exigncia

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    de ingresso por concurso pblico compatvel com a complexidade do cargo a ser

    exercido.

    O Supremo, inclusive, editou uma smula vinculante sobre o assunto:

    SV 43-STF: inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prvia aprovao em concurso pblico destinado ao seu

    provimento, em cargo que no integra a carreira na qual anteriormente investido.

    Atualmente, portanto, a nica forma possvel de provimento derivado vertical a

    promoo, que ocorre dentro de uma mesma carreira.

    2) Provimento derivado horizontal: ocorre quando o servidor muda para outro cargo com atribuies, responsabilidades e remunerao semelhantes. o caso da readaptao.

    3) Provimento derivado por reingresso: ocorre quando o servidor havia se desligado do servio pblico e retorna em virtude do vnculo anterior. Ex: reverso, reintegrao, reconduo e aproveitamento.

    Promoo

    Promoo o provimento do sujeito em um cargo de hierarquia superior na carreira. Diz-se, ento, que a promoo modalidade de provimento derivado prpria dos cargos organizados em carreira.

    Caracterizam-se as carreiras pela existncia de um cargo inicial, provido por meio de nomeao, e de cargos mais elevados, preenchidos por meio de promoo, com adio de vencimentos e de responsabilidades.

    Por exemplo: a lei prev que a carreira de Auditor Federal de Controle Externo do TCU (AUFC) dividida em 3 classes; a pessoa, aps

    Provimento derivado

    Vertical Promoo

    Horizontal Readaptao

    Reingresso

    Reverso

    Reintegrao

    Reconduo

    Aproveitamento 39200168310

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    ser aprovada em concurso pblico, nomeada para o cargo inicial da carreira, isto , AUFC classe A; aps determinado tempo e cumpridos certos requisitos, poder ser promovida a AUFC classe B e depois a AUFC classe especial.

    A promoo, ao contrrio da ascenso funcional para cargo de carreira distinta, constitucional, pois representa apenas o desenvolvimento do servidor na carreira do cargo para o qual ele prestou concurso.

    Readaptao

    Readaptao a investidura do servidor em cargo diverso do que ocupava, em virtude de limitao que tenha sofrido em sua capacidade fsica ou mental, verificada em inspeo mdica (art. 24).

    A readaptao ser efetivada em cargo de atribuies afins, respeitada a habilitao exigida, nvel de escolaridade e equivalncia de vencimentos. Logicamente, as atribuies do novo cargo devem ser compatveis com as limitaes sofridas pelo servidor, que o incapacitaram de continuar exercendo o cargo anterior.

    Na hiptese de inexistncia de cargo vago, o servidor exercer suas atribuies como excedente, at a ocorrncia de vaga.

    A readaptao constitui uma alternativa aposentadoria por invalidez. Contudo, se o indivduo for julgado incapaz de exercer qualquer atividade administrativa, dever ser aposentado.

    Segundo a jurisprudncia do STJ4, a readaptao instituto que se destina apenas aos servidores efetivos, no se estendendo aos ocupantes de cargo comissionado que no possuam vnculo efetivo com a Administrao Pblica Federal.

    Reverso

    Reverso forma de provimento derivado que consiste no retorno atividade de servidor aposentado (art. 25).

    A doutrina ensina que h duas modalidades de reverso:

    Reverso de ofcio (compulsria): quando junta mdica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria por invalidez (art. 25, I).

    4 AgRg no REsp 749.852/DF

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    Reverso a pedido (voluntria): aplicvel ao servidor estvel que obteve aposentadoria voluntria e tenha solicitado a reverso (art. 25, II).

    A reverso de ofcio ocorreria, por exemplo, se a aposentadoria por invalidez fosse decretada em virtude do diagnstico de determinada doena e, posteriormente, se descobrisse, mediante pronunciamento de junta mdica oficial, que o diagnstico estava errado ou fraudado.

    A aposentadoria, no caso, por ter sido concedida com base em fundamentos falsos, seria nula, impondo Administrao o dever de decretar a reverso compulsria. Trata-se, portanto, de ato vinculado. O servidor retorna ao mesmo cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transformao. Caso o cargo esteja provido, o servidor exercer suas atribuies como excedente, at a ocorrncia de vaga. O tempo em que o servidor estiver em exerccio aps o retorno ser considerado para concesso da nova aposentadoria. Ressalte-se que, para a reverso de ofcio irrelevante se o servidor era ou no estvel quando se aposentou por invalidez.

    J a reverso a pedido depende da manifestao do interessado e concedida no interesse da Administrao, ou seja, um ato discricionrio. Porm, s pode ser concedida caso:

    Haja cargo vago, ou seja, no h a figura do excedente.

    No tenha transcorrido mais de 5 anos desde a aposentadoria.

    O servidor fosse estvel quando da aposentadoria.

    A reverso a pedido possibilita que o servidor que tenha se aposentado voluntariamente, com proventos proporcionais, possa voltar ativa e aumentar seu tempo de contribuio, a fim de majorar seus proventos da aposentadoria. Todavia, os proventos sero recalculados apenas se o servidor permanecer pelo menos 5 anos no cargo aps a reverso.

    Em ambas as hipteses de reverso, o servidor perceber, em substituio aos proventos da aposentadoria, a remunerao do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente aposentadoria.

    Por fim, vale ressaltar que a reverso, compulsria e a pedido, vedada ao aposentado que j tiver completado 70 anos de idade, pois, nessa hiptese, ele ser atingido pela aposentadoria compulsria.

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    Reverso compulsria Reverso a pedido

    Aplica-se aos aposentados por invalidez. Aplica-se aos aposentados voluntariamente.

    Irrelevante se o servidor era ou no estvel

    quando da aposentadoria.

    Somente servidor estvel quando da

    aposentadoria.

    Ato vinculado. Ato discricionrio.

    Caso o cargo esteja provido, o servidor

    exercer suas atribuies como excedente,

    at a ocorrncia de vaga.

    A reverso s ocorre se houver cargo vago

    (no h a figura do excedente).

    O tempo de contribuio aps a reverso

    ser considerado para concesso da nova

    aposentadoria.

    O tempo de contribuio s ser considerado

    para concesso da nova aposentadoria se o

    servidor permanecer pelo menos 5 anos no

    cargo aps a reverso.

    Pode ocorrer a qualquer tempo. S pode ocorrer caso no tenha transcorrido

    mais de 5 anos desde a aposentadoria.

    Vedada ao aposentado que j tiver

    completado 70 anos de idade.

    Vedada ao aposentado que j tiver

    completado 70 anos de idade.

    Reintegrao

    Reintegrao a reinvestidura do servidor estvel no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformao, em virtude de invalidao do ato de sua demisso, por deciso administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens a que teria direito o servidor a partir da data de afastamento do cargo, inclusive as promoes (art. 28).

    Se o cargo de origem no mais existir, o servidor ser colocado em disponibilidade. Se o cargo estiver ocupado, seu ocupante, se estvel, ser reconduzido ao cargo de origem (sem direito indenizao), ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade, com remunerao proporcional ao tempo de servio; se no estvel, o ocupante ser exonerado.

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    A Lei 8.112/1990 somente assegura direito a reintegrao

    ao servidor estvel (art. 28).

    Entretanto, o servidor no estvel demitido irregularmente,

    e que tenha a demisso invalidada pela Administrao ou pelo Judicirio, tambm

    ter direito a retornar ao cargo. No caso, os efeitos jurdicos da anulao da

    demisso ilegal sero idnticos ao da reintegrao.

    que a invalidao do ato administrativo produz eficcia retroativa (ex tunc), ou

    seja, desconstitui os efeitos do ato anulado desde a origem. Dessa forma, se a

    demisso do servidor no estvel vier a ser anulada, independentemente de a lei

    no lhe assegurar direito reintegrao, ele retorna ao seu cargo em razo da

    prpria anulao5. AW; ? W SW SW; WW W SW WW;N?,

    uma vez que a lei reserva o termo para o retorno de servidores estveis.

    Por fim, vale observar que a reintegrao do servidor estvel forma de provimento derivado expressamente prevista na Constituio Federal6 (art. 41, 2).

    Reconduo

    Reconduo o retorno do servidor estvel ao cargo anteriormente ocupado e decorrer de (art. 29):

    Inabilitao em estgio probatrio relativo a outro cargo.

    Reintegrao do anterior ocupante.

    Em qualquer caso, a reconduo se aplica exclusivamente ao servidor estvel.

    A primeira hiptese se refere ao servidor j estvel que aprovado em concurso pblico para outro cargo, no qual necessariamente ser submetido a estgio probatrio para avaliar sua aptido para o exerccio das atribuies do novo cargo. Caso seja reprovado no estgio, o servidor ser reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. A reprovao indica simplesmente que ele no capaz de exercer as atribuies especficas daquele novo cargo; quanto ao seu cargo original, a reprovao no causa implicao alguma.

    5 Ver AgRg no REsp 1.153.346/RS 6 CF, art. 41, 2: Invalidada por sentena judicial a demisso do servidor estvel ser ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estvel, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenizao,

    aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remunerao proporcional ao tempo de

    servio.

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    O instituto da reconduo existe porque o servidor no estvel em um determinado cargo, mas sim no servio pblico. Por isso que o servidor estvel reprovado em estgio probatrio tem direito a retornar ao seu cargo original, para o qual se mostrou apto.

    A jurisprudncia tem admitido que o servidor estvel em estgio probatrio tem direito de pedir a sua reconduo ao cargo que anteriormente ocupava. Ou seja, ainda que no seja reprovado, o servidor pode desistir do estgio probatrio e retornar ao antigo cargo por iniciativa prpria. a chamada reconduo a pedido. Ressalte-se que esse direito somente reconhecido enquanto o servidor estiver em estgio probatrio no novo cargo. Aps esse perodo, a reconduo no poder ser requerida7.

    A segunda hiptese de reconduo refere-se reintegrao do servidor que antes ocupava o cargo ora preenchido por um novo servidor. Nessa situao, como vimos, esse novo servidor, se estvel, ser reconduzido ao seu cargo anterior, sem direito a qualquer indenizao, ou aproveitado em outro cargo ou, ainda, posto em disponibilidade, com remunerao proporcional ao tempo de servio.

    Essa forma de reconduo (reintegrao do anterior ocupante) tambm modalidade de provimento derivado prevista no art. 41, 2 da CF.

    Aproveitamento

    Aproveitamento o retorno do servidor que havia sido posto em disponibilidade (art. 30 a 32).

    Lembre-se de que somente o servidor estvel colocado em disponibilidade (com remunerao proporcional ao tempo de servio), nas hipteses de extino do cargo que ocupava ou de declarao da sua desnecessidade (CF, art. 41, 3).

    O aproveitamento ocorrer obrigatoriamente em cargo de atribuies e vencimentos compatveis com o anteriormente ocupado.

    Nos termos do art. 32 da Lei 8.112/1990 ser tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor no entrar em exerccio no prazo legal, salvo doena comprovada por junta mdica oficial. Vale saber que a cassao de disponibilidade constitui uma penalidade disciplinar, de carter punitivo, cuja aplicao dever

    7 MS 24.543/DF

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    ser precedida do devido processo administrativo em que seja assegurado amplo direito de defesa ao servidor. Ressalte-se, porm, que a lei no estabelece qual seria o prazo legal para entrada em exerccio no caso de aproveitamento.

    1. (FGV OAB 2012) Luiz Fernando, servidor pblico estvel pertencente aos quadros de uma fundao pblica federal, inconformado com a pena de demisso que lhe foi aplicada, ajuizou ao judicial visando invalidao da deciso administrativa que determinou a perda do seu cargo pblico. A deciso judicial acolheu a pretenso de Luiz Fernando e invalidou a penalidade disciplinar de demisso. Diante da situao hipottica narrada, Luiz Fernando dever ser

    (A) reintegrado ao cargo anteriormente ocupado, ou no resultante de sua transformao, com ressarcimento de todas as vantagens.

    (B) aproveitado no cargo anteriormente ocupado ou em outro cargo de vencimentos e responsabilidades compatveis com o anterior, sem ressarcimento das vantagens pecunirias.

    (C) readaptado em cargo de atribuies e responsabilidades compatveis, com ressarcimento de todas as vantagens.

    (D) reconduzido ao cargo anteriormente ocupado ou em outro de vencimentos e responsabilidades compatveis com o anterior, com ressarcimento de todas as vantagens pecunirias.

    Comentrios: A volta do servidor ao cargo em virtude da invalidao administrativa ou judicial da sua demisso denomina-se reintegrao. Detalhe que a reintegrao ocorre no cargo anteriormente ocupado ou, caso esse cargo no exista mais, no resultante de sua transformao. Ademais, ao ser reintegrado, o servidor far jus ao ressarcimento de todas as vantagens que deixou de receber durante o perodo em que esteve fora. Tudo isso est previsto no art. 28 da Lei 8.112/90:

    Art. 28. A reintegrao a reinvestidura do servidor estvel no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformao, quando invalidada a sua demisso por deciso administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

    Correta, portanto, apenas a alternativa a.

    A opo b trata do aproveitamento, que o retorno do servidor que havia sido posto em disponibilidade; na opo c, a readaptao a troca de cargo em razo de limitao da capacidade fsica e mental do servidor efetivo; a opo d, por sua vez, fala em reconduo, que a volta ao cargo por no

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    aprovao no estgio probatrio de outro cargo ou reintegrao do anterior ocupante.

    Gabarito: alternativa a

    2. (FGV OAB 2014) Manolo, servidor pblico federal, obteve a concesso de aposentadoria por invalidez aps ter sido atestado, por junta mdica oficial, o surgimento de doena que o impossibilitava de desenvolver atividades laborativas. Passados dois anos, entretanto, Manolo voltou a ter boas condies de sade, podendo voltar a trabalhar, o que foi comprovado por junta mdica oficial.

    Nesse caso, o retorno do servidor s atividades laborativas na Administrao, no mesmo cargo anteriormente ocupado, configura exemplo de

    A) reintegrao.

    B) reverso.

    C) aproveitamento.

    D) readaptao.

    Comentrio: Nesse caso, o retorno do servidor s atividades laborativas na Administrao, no mesmo cargo anteriormente ocupado, configura exemplo de reverso.

    Detalhe que, quando ausentes os motivos da aposentadoria por invalidez, ou seja, se o servidor voltar a ter condies de trabalho, a reverso compulsria, e pode ocorrer a qualquer tempo.

    Por outro lado, a reverso voluntria na hiptese de ser servidor estvel aposentado voluntariamente, se houver cargo vago, no prazo de 5 anos desde a aposentadoria.

    Isso tudo est previsto no art. 25 da Lei 8.112/90:

    Art. 25. Reverso o retorno atividade de servidor aposentado:

    I - por invalidez, quando junta mdica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou

    II - no interesse da administrao, desde que:

    a) tenha solicitado a reverso;

    b) a aposentadoria tenha sido voluntria;

    c) estvel quando na atividade;

    d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores solicitao;

    e) haja cargo vago.

    1o A reverso far-se- no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformao.

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    2o O tempo em que o servidor estiver em exerccio ser considerado para concesso da aposentadoria.

    3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercer suas atribuies como excedente, at a ocorrncia de vaga.

    4o O servidor que retornar atividade por interesse da administrao perceber, em substituio aos proventos da aposentadoria, a remunerao do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente aposentadoria.

    5o O servidor de que trata o inciso II somente ter os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo.

    6o O Poder Executivo regulamentar o disposto neste artigo.

    Art. 27. No poder reverter o aposentado que j tiver completado 70 (setenta) anos de idade.

    Gabarito: alternativa b

    3. (FGV OAB 2013) Cludio, servidor pblico federal estvel, foi demitido por suposta prtica de ato de insubordinao grave em servio.

    Diante da inexistncia de regular processo administrativo disciplinar, Cludio conseguiu judicialmente a anulao da demisso e a reinvestidura no cargo anteriormente ocupado. Ocorre que tal cargo j estava ocupado por Joo, que tambm servidor pblico estvel.

    Considerando o caso concreto, assinale a afirmativa correta.

    A) Sendo Cludio reinvestido, o ato configura reintegrao. Caso Joo ocupasse outro cargo originariamente, seria reconduzido a ele, com direito indenizao.

    B) Sendo Cludio reinvestido, o ato configura reverso. Caso Joo ocupasse outro cargo originariamente, seria reconduzido a ele, com direito indenizao.

    C) Cludio obteve em juzo sua reintegrao. Joo ser reconduzido ao cargo de origem, sem indenizao, ou ser aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade.

    D) Cludio obteve em juzo sua reverso. Joo ser reconduzido ao cargo de origem, sem indenizao, ou ser aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade.

    Comentrio: A reinvestidura de Cludio, garantida em juzo, se dar mediante reintegrao. Como sua demisso foi considerada ilegal, Cludio ter preferncia em ocupar seu cargo anterior, do qual no deveria ter sado. Assim, Joo, o novo ocupante, como j estvel, ser reconduzido ao cargo de origem, sem indenizao, ou ser aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade. Se Joo no fosse estvel, seria exonerado. Tudo isso est

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    previsto no art. 28 da Le 8.112/90:

    Art. 28. A reintegrao a reinvestidura do servidor estvel no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformao, quando invalidada a sua demisso por deciso administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

    1o Na hiptese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficar em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.

    2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante ser reconduzido ao cargo de origem, sem direito indenizao ou aproveitado em

    outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

    Correta, portanto, a alternativa c. Na opo a, o erro que a reconduo de Joo ser sem indenizao; a opo b tem dois erros: a reinvestidura de Cludio no ser por meio de reverso, e sim de reintegrao, e a reconduo de Joo ser sem indenizao; e na opo d, o erro est na palavra reverso.

    Gabarito: alternativa c

    4. (Cespe Suframa 2014) Considere a seguinte situao hipottica. Em razo de uma reforma administrativa realizada pelo governo, determinados servidores estveis tiveram seus cargos extintos por lei e foram colocados em disponibilidade. Aps intensa negociao, meses depois, eles reingressaram no servio pblico em cargos de atribuies e vencimentos compatveis. Nessa situao hipottica, o reingresso desses servidores se deu por reconduo.

    Comentrio: O reingresso de servidor em disponibilidade em cargo de atribuies e vencimentos compatveis com o anteriormente ocupado se d por aproveitamento (Lei 8.112/1990, art. 30), e no por reconduo, da o erro. A reconduo, por sua vez, o retorno do servidor ao cargo anteriormente ocupado, decorrente de inabilitao em estgio probatrio relativo a outro cargo ou de reintegrao do anterior ocupante (Lei 8.112/1990, art. 29).

    Lembre-se de que, ambos os casos, aproveitamento e reconduo, se aplicam exclusivamente ao servidor estvel.

    Gabarito: Errado

    5. (ESAF MDIC 2012) As alternativas abaixo exprimem formas de provimento derivado do servidor pblico. Assinale a opo em que ambos os provimentos requeiram a estabilidade como uma das condies de sua implementao.

    a) Readaptao e reverso por invalidez cessada.

    b) Promoo e aproveitamento.

    c) Reintegrao e reconduo.

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    d) Promoo e reconduo.

    e) Reverso por invalidez cessada e reconduo.

    Comentrios: O provimento derivado ocorre quando o indivduo passa a ocupar determinado cargo pblico em virtude do fato de ter um vnculo anterior com a Administrao Pblica. So formas de provimento derivado a promoo, readaptao, reverso, reintegrao, reconduo e o aproveitamento. Algumas dessas formas de provimento se aplicam apenas aos servidores estveis e outras no. Vejamos:

    Somente servidor estvel Servidor estvel e no estvel

    Reverso a pedido

    Reintegrao

    Reconduo

    Aproveitamento

    Reverso compulsria por invalidez cessada

    Readaptao

    Promoo

    Gabarito: alternativa c

    POSSE

    Nos termos do art. 7 da Lei 8.112/1990, a investidura em cargo pblico ocorre com a posse.

    A investidura em cargo pblico ocorre com a posse.

    Somente haver posse nos casos de provimento originrio do cargo, vale dizer, em razo de nomeao (em carter efetivo ou em comisso)8.

    Aps a publicao do ato de nomeao, a lei determina que a pessoa dispe de 30 dias, improrrogveis, para tomar posse (art. 13, 1).

    Em se tratando de indivduo que j seja servidor e que, ao ser nomeado, se encontre afastado do cargo ou em cumprimento de licena, o prazo de 30 dias somente ser contado do trmino do cumprimento da licena ou do afastamento.

    Apenas aps a posse que o nomeado torna-se um servidor pblico. a posse que confere ao agente as prerrogativas,

    8 Nas hipteses de provimento derivado no necessrio dar posse ao servidor: o cargo considerado automaticamente preenchido com o ato que formaliza a promoo, reintegrao, reconduo etc.

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    direitos e deveres inerentes ao regime jurdico do cargo. Se o nomeado no tomar posse no prazo previsto, no chega a completar-se o vnculo jurdico funcional entre ele e a Administrao. Nesse caso, no h que se falar em exonerao, mas apenas em tornar sem efeito o ato de provimento (art. 13, 6).

    A posse, que poder ser feita mediante procurao especfica, ser formalizada pela assinatura do respectivo termo, no qual devero constar as atribuies, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo. Portanto, a posse um ato bilateral, pois requer a manifestao da Administrao e do agente na assinatura do termo de posse.

    Como requisitos para a posse, a lei exige (art. 5): nacionalidade brasileira; o gozo dos direitos polticos; quitao com as obrigaes militares e eleitorais; nvel de escolaridade exigido para o exerccio do cargo; idade mnima de dezoito anos; aptido fsica e mental.

    Ademais, a lei exige que o servidor se submeta a prvia inspeo mdica oficial, bem como que apresente declarao de bens e valores que constituem seu patrimnio e declarao quanto ao exerccio ou no de outro cargo, emprego ou funo pblica.

    EXERCCIO

    Exerccio o efetivo desempenho das atribuies do cargo pblico ou da funo de confiana (art. 15).

    Ao tomar posse, o servidor assume o cargo. No est obrigado, todavia, a iniciar o exerccio das atribuies a ele inerentes de forma imediata: a lei estabelece o prazo de 15 dias, improrrogveis, contados da data da posse, para o servidor entrar em exerccio.

    No caso de designao para exerccio de funo de confiana, a situao distinta. A lei determina que o incio do exerccio de funo de confiana coincidir com a data de publicao do ato de designao, salvo quando o servidor estiver em licena ou afastado por qualquer outro motivo legal, hiptese em que recair no primeiro dia til aps o trmino do impedimento, que no poder exceder a trinta dias da publicao (art. 15, 4).

    Caso o servidor no entre em exerccio nos prazos previstos, ele ser exonerado do cargo (art. 15, 2) ou, tratando-se de funo de confiana, o respectivo ato de designao ser tornado sem efeito.

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    Repare que, a partir da posse, o indivduo j servidor, vale dizer, ele j ocupa um cargo pblico, de modo que a no entrada em exerccio no prazo legal acarretar a exonerao do cargo. J na hiptese de funo de confiana, ocorre apenas a sustao dos efeitos do ato de designao, fazendo com que o servidor volte a exercer as funes do seu cargo efetivo.

    A data do exerccio o marco que caracteriza o incio da contagem dos prazos para todos os direitos relacionados ao tempo de servio, a exemplo do direito de frias e da aquisio de estabilidade.

    O servidor que deva ter exerccio em outro municpio em razo de ter sido removido, redistribudo, requisitado, cedido ou posto em exerccio provisrio ter, no mnimo, 10 dias e, no mximo, 30 dias de prazo, contados da publicao do ato, para entrar em exerccio no novo municpio, includo nesse prazo o tempo necessrio para o deslocamento para a nova sede (art. 18). facultado ao servidor abrir mo desses prazos, vale dizer, ele pode entrar em exerccio na nova sede em prazo menor que 10 dias (art. 18, 2).

    ESTGIO PROBATRIO

    Ao entrar em exerccio, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficar sujeito a estgio probatrio, durante o qual a sua aptido e capacidade sero objeto de avaliao para o desempenho do cargo. Equivale, portanto, a uma aferio da capacidade funcional sob um prisma que o concurso pblico, por si s, no define nem permite conhecer9.

    No estgio sero examinadas a assiduidade, a disciplina, a capacidade de iniciativa, a produtividade e a responsabilidade do servidor.

    O art. 20 da Lei 8.112/1990 estabelece que o prazo do estgio probatrio ser de 24 meses (dois anos). Contudo, a jurisprudncia do STF e do STJ10 entende que, aps a EC 19/1998, o prazo do estgio probatrio passou a ser de trs anos, que o prazo de efetivo exerccio fixado pela referida emenda como necessrio para o servidor efetivo adquirir estabilidade no servio pblico (CF, art. 41, caput11). Em outras

    9 Diniz (2009, p. 160) 10 STF: AI-AgR-ED 754.802/DF; STJ: MS 12.523/DF 11 CF, art. 41: So estveis aps trs anos de efetivo exerccio os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso pblico. Antes da EC 19/98, o prazo de efetivo exerccio

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    palavras, a jurisprudncia dos tribunais superiores indica que o art. 20 da Lei 8.112/1990, embora no tenha sido expressamente revogado ou alterado, incompatvel com a ordem constitucional vigente.

    Embora a jurisprudncia reconhea a necessidade dessa compatibilizao dos prazos, cumpre alertar que aprovao em estgio probatrio no se confunde com aquisio de estabilidade.

    Sempre que o servidor tomar posse em outro cargo efetivo, ter que se submeter a estgio probatrio para confirmao no novo cargo, ainda que j tenha adquirido estabilidade. Isso ocorre porque a finalidade do estgio avaliar a aptido do servidor para o exerccio das atribuies daquele cargo especfico. Ou seja, a aprovao em estgio probatrio em determinado cargo no aproveita para outros cargos, mesmo que se trate de mudana de cargos ocorrida na mesma unidade administrativa 12 (ex: Analista Tributrio investido no cargo de Auditor-Fiscal ter que se submeter a novo estgio probatrio). Caso o servidor no seja aprovado no estgio para o novo cargo, a estabilidade lhe garante a reconduo para o cargo anterior. Se ele no for estvel, a reprovao implicar sua exonerao do cargo.

    Diferentemente do estgio probatrio, que deve ocorrer sempre que o servidor assumir um novo cargo, a estabilidade, aps cumpridos os requisitos (trs anos de efetivo exerccio e aprovao em avaliao especial de desempenho) adquirida uma nica vez pelo servidor.

    Ressalte-se que o servidor adquire estabilidade no servio pblico de um determinado ente federado. Assim, por exemplo, caso um servidor estvel na esfera federal preste concurso para cargo estadual, ter que cumprir novamente os requisitos para a aquisio de estabilidade no servio pblico estadual.

    necessrio para a estabilidade era de dois anos, compatvel com o prazo do estgio probatrio previsto na Lei 8.112/1990. 12 Lucas Furtado (2014, p. 770).

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    O STJ admite a possibilidade de o servidor pblico federal estvel que tome

    posse em cargo efetivo de outra esfera de governo portanto, em outro regime jurdico requerer sua reconduo ao cargo federal, desde que o faa antes do encerramento do estgio probatrio, ou seja, antes de adquirida a estabilidade no

    novo regime13. Assim, caso um servidor que tenha adquirido estabilidade no servio

    pblico federal tome posse, por exemplo, em cargo efetivo estadual, deve ser

    garantido a esse servidor, se vier a ser inabilitado no estgio probatrio ou se dele

    desistir, a reconduo ao cargo federal originariamente investido.

    O art. 20, 1 da Lei 8.112/1990 informa que quatro meses antes de findo o perodo do estgio probatrio, a avaliao do desempenho do servidor, realizada por comisso constituda para essa finalidade, ser submetida homologao da autoridade competente, sem prejuzo da continuidade de apurao dos fatores objetos de avaliao no estgio probatrio.

    O servidor em estgio probatrio poder exercer quaisquer cargos de provimento em comisso ou funes de direo, chefia ou assessoramento no rgo ou entidade de lotao. O servidor em estgio tambm poder ser cedido a outro rgo ou entidade, mas somente se for para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comisso do Grupo-Direo e Assessoramento Superiores - DAS, de nveis 6, 5 e 4, ou equivalentes (art. 20, 3).

    Por fim, cumpre mencionar a Smula 22 do STF, pela qual o estgio probatrio no protege o funcionrio contra a extino do cargo. Ou seja, se o cargo for extinto, o servidor no estvel que esteja em estgio probatrio ser exonerado.

    13 MS 12.576/DF

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    6. (Cespe ICMbio 2014) Com base na Lei n. 8.112/1990 e na Lei n. 9.784/1999, julgue o item subsecutivo.

    Caso um tcnico do ICMBio tenha tomado posse no seu cargo em 2013 e entre em gozo de licena para atividade poltica em 2014, o estgio probatrio dever ser suspenso durante o perodo de afastamento.

    Comentrio: O item est correto. Nos termos do art. 20, 5 da Lei 8.112/1990, o estgio ficar suspenso durante as seguintes licenas: por motivo de doena em pessoa da famlia; por motivo de afastamento do cnjuge ou companheiro; para atividade poltica; para participar de curso de formao ou para servir em organismo internacional.

    Gabarito: Certo

    7. (ESAF CGU 2012) Quanto s regras a que se sujeita o servidor pblico durante o estgio probatrio, incorreto afirmar que

    a) a aptido e a capacidade do servidor sero objeto de avaliao para o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores: assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade.

    b) poder o servidor exercer quaisquer cargos de provimento em comisso ou funes de direo, chefia, assessoramento no rgo ou entidade de lotao.

    c) poder o servidor ser cedido a outro rgo ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comisso do Grupo-Direo e Assessoramento Superiores DAS, de nveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.

    d) so admitidas, entre outras previstas expressamente na lei, as licenas por motivo de doena em pessoa da famlia; por motivo de afastamento do cnjuge ou companheiro; para o servio militar; e para atividade poltica.

    e) em todas as hipteses de licenas e afastamentos admitidos legalmente durante este perodo, fica o estgio probatrio suspenso at o trmino do impedimento.

    Comentrios: Vamos analisar cada alternativa:

    a) CERTA. Nos termos do art. 20 da Lei 8.112/1990, ao entrar em exerccio, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficar sujeito a estgio probatrio, durante o qual a sua aptido e capacidade sero objeto de avaliao para o desempenho do cargo. Os fatores a serem avaliados no estgio so: assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade. O prazo do estgio probatrio de 3 anos. O servidor no aprovado no estgio probatrio ser exonerado ou, se estvel, reconduzido ao

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    cargo anteriormente ocupado.

    b) CERTA. Ressalte-se que o servidor em estgio probatrio poder exercer quaisquer cargos de provimento em comisso ou funes de direo, chefia ou assessoramento no rgo ou entidade de lotao. Por outro lado, o servidor em estgio probatrio s poder ser cedido a outro rgo ou entidade se for para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comisso do Grupo-Direo e Assessoramento Superiores - DAS, de nveis 6, 5 e 4, ou equivalentes (Lei 8112/1990, art. 20, 3).

    c) CERTA. Como explicado acima.

    d) CERTA. As nicas licenas e afastamentos que no podem ser concedidos aos servidores em estgio probatrio so:

    O servidor em estgio probatrio no tem direito a: Licena capacitao.

    Licena para tratar de interesses particulares.

    Licena para o desempenho de mandato classista.

    Afastamento para participar de ps-graduao stricto sensu no pas

    As licenas enunciadas no item no constam no rol acima, portanto podem ser concedidas a servidor em estgio probatrio.

    e) ERRADA. O estgio probatrio ficar suspenso at o trmino do impedimento apenas nas seguintes hipteses:

    O estgio probatrio ficar suspenso at o trmino do impedimento: Licena por doena em pessoa da famlia

    Licena pelo afastamento do cnjuge

    Licena para atividade poltica

    Afastamento para participar de curso de formao

    Afastamento para servir em organismo internacional

    Todas as demais licenas e afastamentos permitidos ao servidor em estgio probatrio no suspendem o estgio.

    Gabarito: alternativa e

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    VACNCIA

    Vacncia ocorre quando o cargo pblico desocupado, ou seja, deixado vago.

    Nos termos do art. 33 da Lei 8.112/1990, a vacncia do cargo pblico decorrer de:

    Exonerao;

    Demisso;

    Promoo;

    Readaptao;

    Aposentadoria;

    Posse em outro cargo inacumulvel;

    Falecimento.

    A vacncia pode decorrer de um ato da Administrao (como a demisso), ou de um fato (como o falecimento do servidor).

    Em alguns casos, a vacncia do cargo implicar, necessariamente, o provimento de outro. Isso ocorre na promoo, readaptao e na posse em outro cargo inacumulvel. Ao ser promovido, por exemplo, o servidor ocupa novo cargo e torna o antigo vago. Nas demais hipteses de vacncia, no haver provimento de novo cargo.

    Exonerao

    A exonerao de servidor ocupante de cargo efetivo poder ocorrer a pedido do servidor ou de ofcio.

    A exonerao de ofcio ocorrer (art. 34):

    (i) quando no satisfeitas as condies do estgio probatrio; ou

    (ii) quando, tendo tomado posse, o servidor no entrar em exerccio no prazo estabelecido.

    Quanto exonerao de servidor ocupante de cargo em comisso, poder ocorrer a pedido ou a juzo da autoridade competente (exonerao ad nutum) (art. 35).

    Na hiptese de funo de confiana, no h exonerao, e sim dispensa (o servidor dispensado, e no exonerado, da funo de confiana).

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    Lembrando que tambm haver exonerao14:

    Quando for extinto cargo ocupado por servidor no estvel;

    Do servidor no estvel que esteja ocupando cargo que deva ser provido mediante reintegrao de outro servidor anteriormente demitido de forma ilegal;

    Por insuficincia de desempenho (hiptese de exonerao de servidor estvel CF, art. 41, 1, III);

    Por excesso de despesa com pessoal (hiptese de exonerao de servidor estvel CF, art. 169, 4).

    Demisso

    Ao contrrio das demais hipteses de vacncia, a demisso uma sano disciplinar. Aplica-se aos servidores ocupantes de cargos de provimento efetivo que tenham cometido determinadas infraes previstas na Lei 8.112/1990 (art. 117, IX a XVI e art. 132).

    Caso se trate de cargo em comisso exercido por servidor no ocupante de cargo efetivo, e que cometa infrao punvel com pena de demisso ou de suspenso, aplica-se a destituio (art. 135). E, em se tratando de servidor na inatividade (aposentado ou em disponibilidade) que, quando em atividade, tenha praticado infrao punvel com demisso, ele ter sua aposentadoria ou disponibilidade cassada (art. 134).

    Assim, se dois servidores, um ocupante de cargo efetivo e outro exclusivamente de cargo em comisso, praticam ato de improbidade, aps o devido processo disciplinar, o servidor efetivo dever ser demitido (art. 132, I), e o servidor comissionado destitudo15.

    Veremos mais sobre a demisso adiante, ao estudarmos as penalidades aplicveis aos servidores pblicos.

    Posse em outro cargo inacumulvel

    A posse em outro cargo inacumulvel importa em vacncia do cargo anterior.

    Assim, o servidor pblico federal que obtiver aprovao em concurso para outro cargo inacumulvel dever declarar esta sua condio ao rgo

    14 Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2014, p. 394). 15 Lucas Furtado (2014, p. 792).

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    no qual ele ocupava o antigo cargo. Esta comunicao implicar na vacncia do cargo anterior, permitindo a posse no novo cargo.

    A vacncia para tomar posse em cargo inacumulvel permite ao servidor levar para o outro cargo alguns direitos, como, por exemplo, o aproveitamento do tempo de exerccio no cargo anterior para o gozo de frias, licena capacitao e gratificao natalina, assim como eventual vantagem pessoal nominalmente identificada (VPNI).

    8. (FGV OAB 2013) As alternativas a seguir apresentam condies que geram vacncia de cargo pblico, exceo de uma. Assinale-a.

    A) Falecimento.

    B) Promoo.

    C) Aposentadoria.

    D) Licena para trato de interesse particular.

    Comentrio: Vacncia o contrrio de investidura, ou seja, ocorre quando o cargo pblico desocupado, deixado vago. Das alternativas da questo, apenas a licena para trato de interesse particular no configura hiptese de vacncia. Com efeito, nas licenas, o servidor apenas se afasta do exerccio de suas atribuies, por determinado perodo, mas no chega a deixar o cargo, que continua sendo considerado ocupado. Quando o perodo da licena termina, o servidor deve voltar ao exerccio do cargo.

    Gabarito: alternativa d

    9. (Cespe TCU 2013) A promoo, a readaptao e a posse em outro cargo inacumulvel incluem-se entre os fatos que geram a situao de vacncia do cargo pblico.

    Comentrio: O quesito est correto, nos termos do art. 33 da Lei 8.112/1990:

    Art. 33. A vacncia do cargo pblico decorrer de:

    I - exonerao;

    II - demisso;

    III - promoo;

    IV - ascenso; (revogado)

    V - transferncia; (revogado)

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    VI - readaptao;

    VII - aposentadoria;

    VIII - posse em outro cargo inacumulvel;

    IX - falecimento.

    Gabarito: Certo

    10. (Cespe Ministrio da Justia 2013) Segundo a Lei n. 8.112/1990, so consideradas formas de provimento e de vacncia de cargo pblico a promoo e a readaptao.

    Comentrio: Provimento o ato administrativo por meio do qual o cargo pblico preenchido, com a designao de seu titular. Vacncia, por sua vez, ocorre quando o cargo pblico desocupado, ou seja, deixado vago.

    Nos termos da Lei 8.112/1990, promoo e readaptao so, simultaneamente, formas de provimento (art. 8) e de vacncia (art. 33). Em ambos os casos, ocorre a vacncia de um cargo para, em seguida, haver o provimento de outro. Na promoo, o servidor deixa seu cargo para assumir um cargo mais elevado na carreira. J na readaptao, o servidor que tenha sofrido alguma limitao fsica ou mental deixa seu cargo original para assumir outro que seja compatvel com essa limitao.

    Gabarito: Certo

    11. (Cespe Polcia Civil/CE 2012) A exonerao de servidor pblico em consequncia de inabilitao em estgio probatrio no configura punio.

    Comentrio: O quesito est correto. A exonerao nunca possui carter punitivo. Exonerao hiptese de vacncia, podendo ser aplicada ao servidor efetivo (a pedido ou de ofcio, quando no aprovado no estgio probatrio ou quando no tenha entrado em exerccio no prazo), ou ao servidor comissionado (a pedido ou a juzo da autoridade competente).

    Gabarito: Certo

    12. (ESAF Ministrio da Fazenda 2012) Abaixo se encontram relacionadas algumas hipteses de vacncia do cargo pblico. Analise cada uma das hipteses e assinale (1) caso ela implique simultaneamente o provimento de novo cargo pelo servidor e (2) para aquelas que no se relacionem a provimento de novo cargo.

    Aps a anlise, assinale a opo que contenha a sequncia correta.

    1. Demisso ( )

    2. Exonerao ( )

    3. Promoo ( )

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    4. Aposentadoria ( )

    5. Posse em outro cargo inacumulvel ( )

    6. Readaptao ( )

    a) 2 / 2 / 2 / 1 / 1 / 1

    b) 2 / 2 / 1 / 2 / 1 / 1

    c) 1 / 2 / 1 / 2 / 1 / 1

    d) 2 / 1 / 1 / 2 / 1 / 2

    e) 2 / 2 / 1 / 2 / 2 / 1

    Comentrios: As hipteses de vacncia que implicam, simultaneamente, o provimento de novo cargo pelo servidor so: promoo, readaptao e posse em outro cargo inacumulvel. Nas demais hipteses de vacncia (demisso, exonerao, aposentadoria e falecimento), no haver provimento de novo cargo.

    Gabarito: alternativa b

    13. (Cespe Polcia Federal 2014) A exonerao a pedido de servidor deve ser acatada pela administrao pblica, salvo no caso em que o servidor estiver respondendo a processo administrativo disciplinar.

    Comentrio: O quesito est errado. Vamos ver a justificativa da prpria banca para o gabarito:

    JUSTIFICATIVA - Existem duas excees e o item s apresenta uma, pois no se pode acatar exonerao a pedido de (...) servidor que no tenha cumprido o tempo que deveria permanecer em exerccio no cargo aps retornar de afastamento para estudo no exterior. (Oliveira, 2014, p. 34)

    Vejamos os artigos da Lei 8.112/1990 considerados pela banca:

    Processo Administrativo Disciplinar

    Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar s poder ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, aps a concluso do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada.

    Estudo ou misso no exterior

    Art. 95 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo no ser concedida exonerao ou licena para tratar de interesse particular antes de decorrido perodo igual ao do afastamento, ressalvada a hiptese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.

    Gabarito: Errado

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    DIREITOS E VANTAGENS

    VENCIMENTO E REMUNERAO

    Nos termos do art. 41 da Lei 8.112/1990, remunerao o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecunirias permanentes estabelecidas em lei. O vencimento, por seu turno, definido pelo art. 40 da lei como a retribuio pecuniria pelo exerccio de cargo pblico, com valor fixado em lei.

    Como se v, o conceito de remunerao apresentado na lei corresponde definio de vencimentos utilizada pela doutrina (vencimento bsico + vantagens), podendo tambm ser chamada de remunerao em sentido estrito.

    Segundo o art. 41, 3 da Lei 8.112/1990, o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de carter permanente, vale dizer, a remunerao do servidor, irredutvel. Alm disso, a remunerao do servidor no poder ser inferior ao salrio mnimo (art. 41, 5).

    Nenhum desconto poder incidir sobre a remunerao dos servidores em atividade ou sobre o provento do servidor na inatividade, salvo por imposio legal16 ou mandado judicial.

    Ademais, o art. 48 da lei assegura que o vencimento, a remunerao e o provento no sero objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestao de alimentos resultante de deciso judicial (penso alimentcia). Assim, na hiptese de processo judicial para cobrar alguma dvida do servidor, a sua remunerao no poder ser penhorada na ao, exceto se a dvida for decorrente de penso alimentcia.

    A prpria Lei 8.112/1990, contudo, estabelece que poder haver desconto na remunerao ou no provento caso o servidor autorize que a Administrao faa consignao em sua folha de pagamento a favor de terceiros, de que so exemplo os emprstimos consignados, cujos valores das parcelas so descontados diretamente no contra cheque do servidor e transferidos para a entidade credora. Ressalte-se que a consignao feita a critrio da Administrao e com reposio de custos pela entidade credora, na forma definida em regulamento. Ademais, o valor do desconto no pode exceder a 35% da remunerao mensal, sendo 5%

    16 Por exemplo, a Lei 8.443/1992 autoriza que o Tribunal de Contas da Unio determine o desconto integral ou parcelado dos dbitos e multas impostas pelo rgo nos vencimentos, salrios ou proventos do responsvel.

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    destinados exclusivamente para a amortizao de despesas contradas por meio de carto de crdito ou para a utilizao com a finalidade de saque por meio do carto de crdito (art. 45).

    Alm disso, na hiptese de pagamentos a maior efetuados pela Administrao em favor do servidor, aposentado ou pensionista, o respectivo ressarcimento poder ser efetivado mediante desconto em folha. Nos termos do art. 46 da Lei 8.112/1990, as reposies ao errio sero previamente comunicadas ao interessado para que promova a restituio no prazo mximo de 30 dias. Os valores devidos podero ser parcelados, a pedido do interessado, sendo que o valor de cada parcela no poder ser inferior ao correspondente a 10% da remunerao, provento ou penso. Entretanto, se o pagamento indevido houver ocorrido no ms anterior ao do processamento da folha, a reposio ser feita imediatamente, em uma nica parcela.

    Sobre o tema, importante observar que, tanto o Supremo Tribunal Federal 17 como o Tribunal de Contas da Unio 18 entendem que, se o servidor ou aposentado recebeu de boa-f os pagamentos indevidos efetuados pela Administrao, no h necessidade de reposio, haja vista a presuno de legalidade do ato administrativo e o carter alimentar das parcelas salariais.

    VANTAGENS

    Vantagens so as parcelas pecunirias acrescidas ao vencimento bsico do servidor em decorrncia de uma situao ftica previamente estabelecida na norma jurdica pertinente. Presente a situao ftica prevista na norma, fica assegurado ao servidor o direito subjetivo a receber o valor correspondente vantagem19.

    As vantagens previstas na Lei 8.112/1990 se dividem em (art. 49):

    Indenizaes

    Gratificaes

    Adicionais

    As indenizaes no se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito, ou seja, jamais integram a remunerao do servidor. J as gratificaes e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou

    17 RE 450.458/DF 18 Smula 249 do TCU 19 Carvalho Filho (2014, p. 750).

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    provento (isto , compem a remunerao), nos casos e condies indicados em lei.

    Lembrando que no permitido o chamado efeito cascata, em que uma vantagem incide sobre outra; o correto que, em regra, cada vantagem incida apenas sobre o vencimento bsico (art. 50).

    Como os detalhes sobre tais vantagens nunca foram cobrados nas provas anteriores da OAB, no vamos esmiuar as caractersticas de cada uma aqui.

    FRIAS

    O servidor, efetivo ou comissionado, far jus a 30 dias de frias anuais remuneradas, que podero ser parceladas em at trs etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, observado o interesse da Administrao (ou seja, o parcelamento ato discricionrio da Administrao) (art. 77).

    O pagamento da remunerao das frias ser efetuado at dois dias antes do incio do respectivo perodo. Em caso de parcelamento, o servidor receber o valor completo do adicional de frias quando da fruio do primeiro perodo (art. 78).

    Para o primeiro perodo aquisitivo de frias sero exigidos 12 meses de exerccio. O segundo e os demais perodos aquisitivos sero contados a partir de 1 de janeiro do ano subsequente. Assim, por exemplo, se o servidor toma posse no dia 10 de dezembro, no mesmo dia do ano

    Vantagens

    Indenizaes

    - Ajuda de custo

    - Dirias

    - Indenizao de trasnporte

    - Auxlio-moradia

    Gratificaes e Adicionais

    - Funo de confiana

    - Gratificao natalina

    - Adicional de insalubridade

    - Adicional de servio extraordinrio

    - Adicional noturno

    - Adicional de frias

    - Gratificao por encargo de curso ou concurso

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    subsequente ele ter adquirido direito de gozar a primeira parcela de 30 dias de frias. Decorridos apenas 21 dias, ou seja, no dia 1 de janeiro do outro ano, ele j ter adquirido direito a nova parcela de frias, correspondente a mais 30 dias. A partir do segundo perodo, independentemente do dia em que tenha tomado posse, para cada ano civil o servidor adquirir direito de gozar novo perodo de frias20.

    No caso de necessidade do servio, as frias podero ser acumuladas de um perodo para outro. A lei limita a acumulao a at no mximo dois perodos, ressalvadas as hipteses em que haja legislao especfica. Os perodos de frias que ultrapassarem esse limite seriam perdidos. Todavia, a jurisprudncia do STJ admite a acumulao de mais de dois perodos, a fim de evitar o enriquecimento sem causa da Administrao. Ressalte-se que o limite de parcelamento das frias no se aplica aos Ministros de Estado21.

    As frias somente podero ser interrompidas por motivo de calamidade pblica, comoo interna, convocao para jri, servio militar ou eleitoral, ou por necessidade do servio declarada pela autoridade mxima do rgo ou entidade. O restante do perodo interrompido ser gozado de uma s vez.

    vedado ao servidor levar conta de frias qualquer ausncia injustificada ao servio, vale dizer, o servidor no pode faltar ao trabalho e depois querer descontar essa falta nas suas frias.

    O servidor exonerado do cargo efetivo ou em comisso perceber indenizao relativa ao perodo das frias a que tiver direito e ao incompleto, na proporo de 1/12 (um doze avos) por ms de efetivo exerccio, ou frao superior a 14 dias, sendo a indenizao calculada com base na remunerao do ms em que for publicado o ato exoneratrio. Conforme jurisprudncia do STF, a indenizao pelas frias no usufrudas deve incluir, obrigatoriamente, o adicional de frias de um tero sobre a remunerao normal22.

    20 Lucas Furtado (2014, p. 796-797). 21 Lei 9.525/1997, art. 2: Aplica-se aos Ministros de Estado o disposto nos arts. 77, 78 e 80 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, exceto quanto ao limite de parcelamento das frias, cabendo quelas

    autoridades dar cincia prvia ao Presidente da Repblica de cada perodo a ser utilizado 22 RE 570.908/RN

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    LICENAS

    A Lei 8.112/1990 permite ao servidor obter as seguintes licenas:

    a) Licena por motivo de doena em pessoa da famlia (art. 83)

    O servidor poder obter licena por motivo de doena do cnjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional.

    Embora o art. 83 da Lei 8.112/1990 informe que a referida licena poder ser deferida, a doutrina ensina que se trata de ato vinculado, vale dizer, uma vez preenchidos os requisitos legais, o servidor passa a ter direito subjetivo obteno da licena, independentemente do interesse da Administrao.

    Tanto a concesso assim como cada uma das prorrogaes da licena para tratamento de sade sero precedidas de exame por percia mdica oficial, a fim de comprovar a extenso da doena. Todavia, a percia mdica poder ser dispensada caso a licena for inferior a quinze dias, dentro de um ano.

    A licena somente ser deferida se a assistncia direta do servidor for indispensvel e no puder ser prestada simultaneamente com o exerccio do cargo ou mediante compensao de horrio. vedado ao servidor exercer atividade remunerada durante o perodo da licena

    A licena, includas as prorrogaes, poder ser concedida a cada perodo de 12 meses nas seguintes condies:

    por at 60 dias, consecutivos ou no, mantida a remunerao do servidor; e

    por at 90 dias, consecutivos ou no, sem remunerao.

    A soma das licenas remuneradas e das licenas no remuneradas, includas as respectivas prorrogaes, concedidas em um mesmo perodo de 12 meses, no poder ultrapassar esses limites.

    O tempo de licena para tratamento de sade de pessoa da famlia do servidor, com remunerao, que exceder a 30 dias em perodo de 12 meses contado apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103). O tempo de licena no remunerada no contado para nenhum efeito.

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    b) Licena por motivo de afastamento do cnjuge (art. 84)

    Poder ser concedida licena ao servidor para acompanhar cnjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do territrio nacional, para o exterior ou para o exerccio de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

    Esta licena observar as seguintes condies:

    Ser por prazo indeterminado e sem remunerao.

    O perodo em que o servidor estiver em seu usufruto no computado como tempo de servio para nenhum efeito.

    Agora, se o cnjuge deslocado for servidor pblico, civil ou militar, de qualquer dos Poderes, da Unio, dos Estados, do DF e dos Municpios, o servidor pode tirar a licena para acompanhar esse cnjuge e ainda tem direito a ter exerccio provisrio em rgo ou entidade da Administrao Federal direta, autrquica ou fundacional, desde que para atividade compatvel com o seu cargo. Nesse caso de exerccio provisrio, a licena ser com remunerao. Ressalte-se que essa licena com exerccio provisrio e remunerao no se confunde com a remoo do art. 36, III, "a" (remoo para acompanhar cnjuge), a qual se aplica apenas se o cnjuge for deslocado "no interesse da Administrao".

    c) Licena para o servio militar (art. 85)

    Ao servidor convocado para o servio militar ser concedida licena, na forma e condies previstas na legislao especfica.

    Concludo o servio militar, o servidor ter at 30 dias sem remunerao para reassumir o exerccio do cargo.

    O perodo de licena considerado como tempo de efetivo exerccio (art. 102, VIII, f).

    d) Licena para atividade poltica (art. 86)

    O servidor que se candidata a cargo eletivo ter direito a licena, sem remunerao, durante o perodo que mediar entre a sua escolha em conveno partidria, como candidato a cargo eletivo, e a vspera do registro de sua candidatura perante a Justia Eleitoral. Esse perodo no computado como tempo de servio, para nenhum efeito.

    A partir do registro da candidatura e at o 10 dia seguinte ao da eleio, a licena ser com a remunerao do cargo efetivo. A remunerao, contudo, s ser paga pelo perodo de trs meses. Caso o

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    perodo entre o registro da candidatura e o 10 dia seguinte ao da eleio supere trs meses, o servidor poder continuar usufruindo a licena, s que sem remunerao. O perodo de licena remunerado ser computado como tempo de servio, mas apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, III).

    e) Licena para capacitao (art. 87)

    Aps cada cinco anos de efetivo exerccio, o servidor ter direito a afastar-se do exerccio do cargo efetivo para participar de curso de capacitao profissional, observando as seguintes condies:

    Ser concedida no interesse da Administrao (ato discricionrio);

    Prazo de at trs meses, com remunerao;

    No pode ser concedida para o servidor que esteja em estgio probatrio;

    O perodo de licena para capacitao considerado como tempo de efetivo exerccio.

    f) Licena para tratar de interesses particulares (art. 91)

    Ao servidor ocupante de cargo efetivo poder ser concedida licena para o trato de assuntos particulares, observadas as seguintes condies:

    Ser concedida no interesse da Administrao (ato discricionrio);

    Prazo de at trs anos consecutivos, sem remunerao;

    No pode ser concedida para o servidor que esteja em estgio probatrio;

    O perodo da licena no computado como tempo de servio para qualquer efeito.

    A licena poder ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do servio, neste ltimo caso, a critrio da Administrao.

    g) Licena para o desempenho de mandato classista (art. 92)

    assegurado ao servidor o direito a licena, sem remunerao, para o desempenho de mandato em confederao, federao, associao de classe de mbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profisso ou, ainda, para participar de gerncia ou administrao em sociedade cooperativa constituda por servidores pblicos para prestar servios a seus membros.

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    Ressalte-se que somente podero ser licenciados os servidores eleitos para cargos de direo ou de representao nas referidas entidades, desde que cadastradas no rgo competente.

    Esta licena observar as seguintes condies:

    Ter durao igual do mandato, podendo ser renovada, no caso de reeleio.

    No pode ser concedida para o servidor que esteja em estgio probatrio;

    O tempo em que o servidor usufruir esta licena ser considerado para todos os efeitos, exceto para promoo.

    h) Licena para tratamento de sade (arts. 202 a 206-A)

    Ser concedida ao servidor licena para tratamento de sade, a pedido ou de ofcio, com base em percia mdica, sem prejuzo da remunerao.

    A licena para tratamento da sade ser concedida com base em percia oficial, que poder ser dispensada para licenas inferiores a 15 dias, dentro de um ano.

    Caso a licena exceda o prazo de 120 dias no perodo de 12 meses, a contar do primeiro dia de afastamento, ela ser concedida mediante avaliao por junta mdica oficial.

    O servidor pode ficar em licena para tratamento de sade por, no mximo, 24 meses. Ultrapassado este prazo, e no estando em condies de reassumir o cargo ou de ser readaptado em outro cargo, o servidor ser aposentado por invalidez (art. 188).

    Segundo o art. 206-A da Lei 8.112/1990, o servidor ser submetido a exames mdicos peridicos, nos termos e condies definidos em regulamento. Para tanto, a Unio e suas entidades autrquicas e fundacionais podero:

    Prestar os exames mdicos peridicos diretamente pelo rgo ou entidade qual se encontra vinculado o servidor;

    Celebrar convnio ou instrumento de cooperao ou parceria com os rgos e entidades da administrao direta, suas autarquias e fundaes;

    Celebrar convnios com operadoras de plano de assistncia sade, organizadas na modalidade de autogesto, que possuam autorizao de funcionamento do rgo regulador; ou

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    Prestar os exames mdicos peridicos mediante contrato administrativo, observado o disposto na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas pertinentes.

    O perodo de licena para tratamento da prpria sade computado como tempo de efetivo exerccio, at o limite de 24 meses, cumulativo ao longo do tempo de servio pblico prestado Unio, em cargo de provimento efetivo (art. 102, VIII, b). O tempo de licena que exceder esse prazo de 24 meses ser considerado como tempo de servio apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, VII).

    i) Licena gestante, adotante e licena paternidade (arts. 207 a 210)

    A licena concedida servidora gestante observar as seguintes condies:

    Prazo de 120 dias consecutivos, sem prejuzo da remunerao;

    Poder ter incio no primeiro dia do nono ms de gestao, salvo antecipao por prescrio mdica;

    No caso de nascimento prematuro, a licena ter incio a partir do parto;

    No caso de natimorto, decorridos 30 dias do evento, a servidora ser submetida a exame mdico, e se julgada apta, reassumir o exerccio.

    No caso de aborto atestado por mdico oficial, a servidora ter direito a 30 dias de repouso remunerado.

    O Decreto 6.690/2008 instituiu o Programa de Prorrogao da Licena Gestante e Adotante para as servidoras pblicas federais.

    No caso da gestante, o Decreto 6.690/2008 autoriza a prorrogao do afastamento por mais 60 dias. Assim, o prazo da licena gestante passa a ser de 180 dias.

    Quanto s servidoras que venham a adotar ou obter a guarda judicial de criana, o art. 210 da Lei 8.112 estabelece uma regra pior, prevendo prazos menores de licena remunerada (90 dias, se a criana tiver at um ano de idade, ou 30 dias, se a criana tiver mais de um ano).

    Contudo, o STF considera esse dispositivo inconstitucional. Para a Suprema Corte, os prazos da licena-adotante no podem ser inferiores ao prazo da licena-gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogaes. Em relao licena adotante, no

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    possvel fixar prazos diversos em funo da idade da criana adotada23.

    Desse modo, se a Lei prev o prazo de 120 dias de licena-gestante, com prorrogao de mais 60 dias, tal prazo (inclusive com a prorrogao) dever ser garantido mulher que adota uma criana (no importando a idade).

    Quanto ao servidor, a Lei 8.112 confere direito a licena paternidade remunerada, pelo nascimento ou adoo de filhos, pelo prazo 5 dias consecutivos (art. 208). O Decreto 8.737/2016, contudo, estende tal prazo por mais 15 dias ao servidor que requeira o benefcio no prazo de 2 dias teis aps o nascimento ou a adoo, totalizando, assim, 20 dias de licena paternidade.

    Ressalte-se que, para fins de concesso da licena paternidade ao servidor que adotar ou obtiver a guarda judicial, considera-se criana a pessoa de at 12 anos de idade incompletos.

    Por fim, ressalte-se que o perodo de usufruto das licenas gestante, adotante e licena paternidade considerado como de efetivo exerccio para efeito de contagem do tempo de servio (art. 102, VIII, a).

    j) Licena por acidente em servio (arts. 211 a 214)

    O servidor que sofrer acidente em servio ser licenciado, com remunerao integral.

    Configura acidente em servio o dano fsico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuies do cargo exercido. Equipara-se ao acidente em servio o dano decorrente de agresso sofrida e no provocada pelo servidor no exerccio do cargo e o sofrido no percurso da residncia para o trabalho e vice-versa.

    O tempo que o servidor estiver em licena por acidente em servio contado como de efetivo exerccio para todos os efeitos legais.

    23 STF RE 778.889/PE

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    AFASTAMENTOS E CONCESSES

    Afastamentos

    A Lei 8.112/1990 permite ao servidor obter os seguintes afastamentos:

    a) Afastamento para servir a outro rgo ou entidade (art. 93)

    O servidor poder ser cedido para ter exerccio em outro rgo ou entidade dos Poderes da Unio, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municpios para, dentre outros casos previstos em leis especficas, exercer cargo em comisso ou funo de confiana. Nessa hiptese, o nus da remunerao ser do rgo ou entidade cessionria (que recebeu o servidor).

    b) Afastamento para exerccio de mandato eletivo (art. 94)

    Caso o servidor seja investido em mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficar afastado do cargo.

    Se for investido no mandato de prefeito, ser afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remunerao; investido no mandato de vereador, havendo compatibilidade de horrio, perceber as vantagens de seu cargo, sem prejuzo da remunerao do cargo eletivo; no havendo compatibilidade de horrio, ser afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remunerao.

    c) Afastamento para estudo ou misso no exterior (arts. 95 a 96)

    O servidor tem direito a se afastar do cargo para estudo ou misso no exterior, por perodo que no poder exceder a 4 anos.

    Esse afastamento pressupe autorizao do Presidente da Repblica, do Presidente dos rgos do Poder Legislativo e do Presidente do Supremo Tribunal Federal, dependendo de a qual Poder o cargo do servidor est vinculado.

    d) Afastamento para participao em programa de ps-graduao stricto sensu no pas (art. 96-A)

    O servidor poder, no interesse da Administrao, afastar-se do exerccio do cargo efetivo para participar de programa de ps-graduao stricto sensu em instituio de ensino superior no Pas, desde que a sua participao no possa ocorrer simultaneamente com o exerccio do cargo ou mediante compensao de horrio.

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    O afastamento se dar sem prejuzo da remunerao.

    Os servidores beneficiados pelo referido afastamento tero que permanecer no exerccio de suas funes aps o seu retorno por um perodo igual ao do afastamento concedido, sob pena de ter que ressarcir os gastos com seu aperfeioamento.

    14. (Cespe DP/DF 2013) Servidores pblicos transferidos de ofcio e que estejam matriculados em instituio de ensino superior tm direito a matrcula em instituio de ensino superior do local de destino, desde que observado o requisito da congeneridade em relao instituio de origem. Entretanto, conforme entendimento dominante do STJ, se no houver curso correspondente em estabelecimento congnere no local da nova residncia ou em suas imediaes, ao servidor no ser assegurado o direito matrcula em instituio no congnere.

    Comentrio: O item est errado. Em regra, os servidores pblicos transferidos de ofcio tm direito a matrcula em instituio de ensino superior do local de destino, observado, todavia, o requisito da congeneridade em relao instituio de origem de privada para privada, de pblica para pblica. Entretanto, segundo a jurisprudncia do STJ, na hiptese de no haver curso correspondente em estabelecimento congnere, deve ser assegurada a matrcula em instituio no congnere (ver AgRg no REsp 1.335.562/RS)

    Gabarito: Errado

    15. (Cespe TRT10 2013) Ao servidor facultado abater de suas frias as faltas injustificadas, de modo a preservar a remunerao referente aos dias em que deixar de comparecer ao servio.

    Comentrio: O item est errado. A Lei 8.112/1990 probe que seja levado conta de frias qualquer falta ao servio (art. 77, 3). Isso implica dizer que, caso um servidor venha a faltar ao servio, a ausncia no poder ser descontada nas frias.

    Gabarito: Errado

    16. (Cespe TRE/RJ 2012) O afastamento de servidor em razo de licena para exerccio de atividade poltica no contabilizado para fins de aposentadoria.

    Comentrio: O quesito est errado. No perodo compreendido entre o registro da candidatura e o 10 dia seguinte ao da eleio, a licena para exerccio de atividade poltica ser computada como tempo de servio para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, III), da o erro. Ressalte-se, porm, que a licena tirada no perodo entre a escolha do servidor em conveno partidria e a vspera do registro de sua candidatura perante a Justia Eleitoral, no

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    computada como tempo de servio, para nenhum efeito.

    Gabarito: Errado

    17. (Cespe MPU 2013) Para efeito apenas de aposentadoria, sem repercusso financeira, deve-se contar em favor do servidor o tempo de servio em atividade privada, desde que esta seja vinculada previdncia social.

    Comentrio: O item est errado. Nos termos da Lei 8.112/1990:

    Art. 103. Contar-se- apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:

    V - o tempo de servio em atividade privada, vinculada Previdncia Social;

    Portanto, ao contrrio do afirmado, a contagem do tempo de servio em atividade privada vinculada Previdncia Social no tem efeito apenas para a aposentadoria, mas tambm para a disponibilidade, da o erro.

    Gabarito: Errado

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