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Aula 03 Direito Processual Civil p/ XX Exame de Ordem - OAB Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges

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  • Aula 03

    Direito Processual Civil p/ XX Exame de Ordem - OAB

    Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges

  • Direito Processual Civil Teoria e Exerccios comentados

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    DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ OAB

    AULA 03: DOS SUJEITOS DO PROCESSO

    SUMRIO PGINA

    1. Captulo IV: Dos Sujeitos do Processo

    Das Partes e Dos Procuradores: capacidade processual e

    postulatria; deveres e substituio das partes e procuradores.

    1. Partes

    1.1. Capacidade de ser parte

    1.2. Capacidade Processual

    1.3. Capacidade processual dos cnjuges nas aes reais

    imobilirias

    1.4. Curatela Especial

    1.5. Representao das pessoas jurdicas e das pessoas formais

    1.6. Incapacidade processual e irregularidade de representao

    1.7. Capacidade Processual versus Capacidade de ser Parte

    versus Capacidade Postulatria

    1.8. Dos deveres das partes e dos procuradores

    1.8.1. Responsabilidade das partes por dano processual

    1.9. Responsabilidade e direitos do Procurador

    1.10. Honorrios Advocatcios

    2. Substituio Processual

    Do litisconsrcio e da Assistncia. Da interveno de terceiros.

    3. Litisconsrcio

    4. Assistncia

    4.1. Procedimento da assistncia

    4.2. Assistncia Litisconsorcial

    5. Interveno de Terceiros

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    5.1. Espcies de Interveno de Terceiros

    5.1.1. Oposio

    Nomeao autoria

    5.1.2.1. Procedimento

    5.1.3. Denunciao lide

    5.1.3.1. Caractersticas

    5.1.3.2. Cabimento

    5.1.4. Chamamento ao processo

    2. Resumo 45

    3. Questes comentadas 48

    4. Lista das questes apresentadas 78

    5. Gabarito 87

    CAPTULO IV: DOS SUJEITOS DO PROCESSO

    1. PARTES

    A partir da identificao das partes do processo, ser possvel definir as

    pessoas que podem ser alcanadas pelo pronunciamento judicial quem poder

    exigir o cumprimento da obrigao imposta na sentena e perante quem ela se

    dirigir. A definio das partes no processo vai delimitar os limites subjetivos da

    coisa julgada. As partes do processo so, em regra, o autor, que solicita o trmino

    do conflito que originou o processo; o ru, perante quem a providncia jurisdicional

    foi demandada.

    A relao jurdica formada, ao menos, com dois sujeitos: demandante e

    demandado. As partes devem agir com lealdade e boa-f, em respeito dignidade

    da justia, estando sujeitos, na ausncia da observncia dos deveres legais, multa

    conforme o art. 77 do NCPC: em montante a ser fixado de acordo com a gravidade

    da conduta e no superior a vinte por cento do valor da causa. As condutas de: no

    cumprir com exatido as decises jurisdicionais, de natureza provisria ou final ou

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    criar embaraos sua efetivao; praticar inovao ilegal no estado de fato de bem

    ou direito litigioso so punveis como ato atentatrio dignidade da justia.

    Essa aplicao deriva do princpio da boa-f expresso no artigo 5do NCPC.

    Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-

    se de acordo com a boa-f.

    Art. 77. Alm de outros previstos neste Cdigo, so deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo: [...]

    IV - cumprir com exatido as decises jurisdicionais, de natureza provisria ou final, e no criar embaraos sua efetivao;

    VI - no praticar inovao ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.

    [...]

    2 A violao ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatrio dignidade da justia, devendo o juiz, sem prejuzo das sanes criminais, civis e processuais cabveis, aplicar ao responsvel multa de at vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.

    A definio apresentada at agora se refere ao conceito clssico de partes,

    no entanto, podem envolver-se no processo, alm do autor e ru, outras pessoas

    que queiram defender interesse jurdico de sua titularidade. Deve-se salientar que h

    distino entre o sujeito da lide ou do negcio jurdico material deduzido em juzo e o

    sujeito do processo.

    Um exemplo que nem sempre os sujeitos da lide coincidem com as partes

    do processo ocorre quando, aps a investigao das circunstncias fticas da

    controvrsia de um acidente de trnsito entre Alberto e Balzac os condutores dos

    veculos e responsveis pela materializao do conflito de interesses, Alberto decide

    demandar contra Carlos, ao invs de dirigir sua pretenso contra Balzac, mero

    condutor do veculo, sendo o carro de propriedade de Carlos. Percebe-se que

    Alberto e Balzac so sujeitos da lide, sendo que Alberto e Carlos so sujeitos do

    processo.

    Desse modo, pode-se definir parte de dois modos: parte como sujeito da

    lide, em sentido material, e parte como sujeito do processo, em sentido processual.

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    Parte, para o direito processual, a pessoa que pede ou perante a qual se pede, em

    nome prprio, a tutela jurisdicional.

    O conceito de parte pode ser dado de modo mais abrangente, como coloca

    Liebman: so partes do processo os sujeitos do contraditrio institudo perante o

    juiz (os sujeitos do processo diversos do juiz, para as quais este deve proferir o seu

    provimento).

    Formao clssica do processo O processo envolve apenas o autor, o ru

    (como partes) e o juiz.

    Extenso das partes no processo Ingresso de terceiros: para apoiar uma das

    partes principais ou defender interesse

    prprio: autor, ru e terceiros.

    De acordo com o tipo de ao, fase processual ou procedimento, as terminologias das partes mudam.

    1. Processo de conhecimento geral:

    a) Autor e ru.

    2. Processo de conhecimento:

    b) Nas excees: o promovente excipiente e o promovido, exceto.

    c) Nos recursos em geral: recorrente e recorrido.

    d) Na apelao: apelante e apelado.

    e) No agravo: agravante e agravado.

    f) Nos embargos de terceiros: embargante e embargado.

    g) Nas intervenes de terceiros: denunciado, chamado, assistente ou interveniente.

    3. Processo de execuo:

    a) As partes da execuo forada: credor e devedor.

    b) Nos embargos do devedor ou de terceiros: embargante ou embargado.

    4. Procedimentos Cautelares:

    a) As partes no CPC: requerente e requerido.

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    5. Nos procedimentos de jurisdio voluntria:

    a) No h partes, mas apenas interessados.

    1.1. CAPACIDADE DE SER PARTE

    A capacidade de ser parte um direito (art. 70, do NCPC); diz respeito

    personalidade tanto da pessoa fsica quanto da pessoa jurdica. Essa capacidade

    estendida para os entes despersonalizados a massa falida, o condomnio.

    Dessarte, a capacidade de ser parte a possibilidade de o indivduo apresentar-se

    em juzo como autor ou ru no processo. Para a validade da capacidade de ser

    parte, necessria a personalidade civil.

    Para as pessoas fsicas, a personalidade civil da pessoa comea do

    nascimento com vida; mas a lei pe a salvo, desde a concepo, os direitos do

    nascituro (art. 2o do CC). Para as pessoas jurdicas, a personalidade civil obtida a

    partir da inscrio do ato constitutivo no respectivo registro, como Junta Comercial,

    rgo de Classe.

    Aps adquirir a capacidade de ser parte, verifica-se se o autor e o ru

    podem realizar os atos do processo sem a necessidade de acompanhamento ou

    apoio de outrem, ou seja, deve-se verificar se as partes detm todas as condies

    de se manterem na relao processual sem serem amparadas por outra pessoa.

    1.2. CAPACIDADE PROCESSUAL

    A capacidade processual pressuposto de validade do processo. As partes

    precisam dela para a prtica dos atos processuais. A parte que no tem capacidade

    processual dever ser representada ou assistida em juzo. Quando representada

    no participar dos atos, quando assistida participar de sua realizao em conjunto

    com quem assiste.

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    No tem capacidade processual quem no tem capacidade civil para a

    prtica plena dos atos jurdicos materiais, como o exemplo dos menores de idade

    (na forma dos artigos, artigos 1 a 10 do Cdigo Civil). A incapacidade processual

    pode ser superada por meio da figura jurdica da representao. Por conseguinte,

    quando os incapazes fizerem parte da lide, sero representados por seus pais, tutor

    ou curador, de acordo com a lei.

    Art. 71. O incapaz ser representado ou assistido por seus pais, por tutor ou

    por curador, na forma da lei.

    Quando uma das partes ou as partes so absolutamente incapazes, devero

    ser representadas; quando a incapacidade for relativa, devero ser assistidas.

    Ocorrendo qualquer das duas hipteses, haver a necessidade da interveno do

    Ministrio Pblico.

    Os incapazes detm a capacidade de ser parte, mas no possuem a

    capacidade de estar em juzo nem a capacidade postulatria, uma vez que no

    possuem capacidade para a prtica dos atos civis.

    O advogado, em regra, de modo exclusivo, tem capacidade postulatria.

    Exceto nos casos previstos em lei, por exemplo, nos Juizados Especiais, Justia

    Trabalhista, ADIN e ADECON situaes em que a outros sujeitos poder ser

    conferida a capacidade postulatria.

    Cdigo Civil (Lei N 10.406, de 10 de janeiro de 2002):

    Art. 3 So absolutamente incapazes de exercer

    pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis)

    anos. (Redao dada pela Lei n 13.146, de 2015) (Vigncia)

    Art. 4 So incapazes, relativamente a certos atos ou

    maneira de os exercer: (Redao dada pela Lei n 13.146, de

    2015) (Vigncia)

    I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

    II - os brios habituais e os viciados em txico; (Redao

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    dada pela Lei n 13.146, de 2015) (Vigncia)

    III - aqueles que, por causa transitria ou permanente,

    no puderem exprimir sua vontade; (Redao dada pela Lei n

    13.146, de 2015) (Vigncia)

    IV - os prdigos.

    Pargrafo nico. A capacidade dos indgenas ser regulada por

    legislao especial. (Redao dada pela Lei n 13.146, de

    2015) (Vigncia)

    1.3. CAPACIDADE PROCESSUAL DOS CNJUGES NAS AES REAIS

    IMOBILIRIAS

    Art. 73. O cnjuge necessitar do consentimento do outro para propor ao

    que verse sobre direito real imobilirio, salvo quando casados sob o regime de

    separao absoluta de bens.

    No h dependncia entre os cnjuges para estar em juzo nas aes em

    geral; a exceo diz respeito s aes que tratem sobre os direitos reais imobilirios,

    pois nesse caso o cnjuge (marido ou mulher) depender da anuncia do consorte

    para ingressar em juzo. Essa restrio visa a proteger o patrimnio imobilirio

    familiar, ressalva-se desse consentimento, contudo, a ao proposta por cnjuge

    casado sob o regime de separao absoluta de bens.

    O artigo 1.647, CC, trata da capacidade processual das pessoas casadas,

    no polo ativo, e da exigncia de litisconsrcio passivo, nas causas que versam sobre

    direitos reais imobilirios.

    Nenhum dos cnjuges pode, sem autorizao do outro, exceto no regime

    da separao absoluta: alienar ou gravar de nus real os bens imveis; pleitear,

    como autor ou ru, acerca desses bens ou direitos; prestar fiana ou aval; fazer

    doao, no sendo remuneratria, de bens comuns ou dos que possam integrar

    futura meao. Mas so vlidas as doaes nupciais feitas aos filhos, quando

    casarem ou estabelecerem economia separada (art. 1.647, CC).

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    De acordo com o disposto no caput do art. 1.647 do CC, no se aplica a

    exigncia de participao do consorte quando o casamento ocorrer em regime de

    separao absoluta de bens. A participao do consorte necessria nos regimes

    de bens de comunho parcial, universal e de participao final de aquestos. Nesse

    ltimo, caso no haja acordo pr-nupcial estabelecido.

    Contudo, o art. 1.648 do CC determina: cabe ao juiz, nos casos do artigo

    antecedente, suprir a outorga, quando um dos cnjuges a denegue sem motivo

    justo, ou lhe seja impossvel conced-la.

    1.4. CURATELA ESPECIAL

    Em algumas hipteses, o magistrado dar parte um representante especial

    para atuar em seu nome no curso do processo. A esse representante d-se o nome

    de curador especial ou curador lide.

    O NCPC traz em seu art. 72 a determinao de que o juiz nomear curador

    especial ao incapaz, se no tiver representante legal, ou se os interesses deste

    colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade; ao ru preso revel, bem

    como ao ru revel citado por edital ou com hora certa, enquanto no for constitudo

    advogado. A curatela especial ser exercida pela Defensoria Pblica, nos termos da

    lei.

    A funo de curador especial ser exercida pela Defensoria Pblica porque

    se trata de uma de suas funes institucionais, conforme artigo 4 da Lei

    Complementar n 80/94, com redao dada pela LCP n 132/2009.

    O curador especial ter o dever de proteger o interesse da parte tutelada,

    tendo ampla defesa dos direitos da parte representada, podendo produzir a

    contestao. No entanto, o curador no pode transacionar, uma vez que a

    representao somente da tutela e no de disposio.

    A curatela lide um mnus (dever) processual que no permite a

    exigncia de honorrios da parte representada, mas os servios do advogado

    podem ser reclamados da parte contrria, quando ocorrer sucumbncia.

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    1.5. REPRESENTAO DAS PESSOAS JURDICAS E DAS PESSOAS FORMAIS

    Sero representadas em juzo, ativa e passivamente, as seguintes pessoas

    jurdicas publicas e privadas, bem como as pessoas formais (art. 75 do NCPC): a

    Unio, pela Advocacia-Geral da Unio, diretamente ou mediante rgo vinculado; o

    Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; o Municpio, por seu prefeito ou

    procurador; a autarquia e a fundao de direito pblico, por quem a lei do ente

    federado designar; a massa falida, pelo administrador judicial; a herana jacente ou

    vacante, por seu curador; o esplio, pelo inventariante; a pessoa jurdica, por quem

    os respectivos atos constitutivos designarem ou, no havendo essa designao, por

    seus diretores; a sociedade e a associao irregulares e outros entes organizados

    sem personalidade jurdica, pela pessoa a quem couber a administrao de seus

    bens; a pessoa jurdica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de

    sua filial, agncia ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; o condomnio, pelo

    administrador ou sndico.

    Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido sero intimados

    no processo no qual o esplio seja parte. ( 1)

    A sociedade ou associao sem personalidade jurdica no poder opor a

    irregularidade de sua constituio quando demandada. ( 2)

    O gerente de filial ou agncia presume-se autorizado pela pessoa jurdica

    estrangeira a receber citao para qualquer processo. ( 3)

    Os Estados e o Distrito Federal podero ajustar compromisso recproco para

    prtica de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado,

    mediante convnio firmado pelas respectivas procuradorias. ( 4)

    Para pessoa jurdica que mantenha filiais, importante distinguir duas circunstncias:

    a) Regra geral, a citao do gerente depender de poderes especiais, ou seja, quando os atos no forem praticados pelo citando, no basta ter a qualidade de gerente, necessrio que se tenha poderes adequados para o ato.

    b) Quando os atos forem praticados pelo gerente da filial, a

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    citao do gerente ter eficcia, mesmo que o gerente no tenha poderes especiais para receb-la. Essa circunstncia s ter validade caso no haja no foro competente outro representante com poderes especiais.

    1.6. INCAPACIDADE PROCESSUAL E IRREGULARIDADE DE

    REPRESENTAO

    A capacidade das partes e a regularidade de sua representao, por serem

    requisitos de validade da relao processual, devem ser verificadas, ex officio, pelo

    magistrado. Uma vez verificada a incapacidade processual ou irregularidade, o juiz

    suspende o processo e determina um prazo para que seja sanado o defeito.

    Descumprida a determinao, caso o processo esteja na instncia originria:

    I - o processo ser extinto, se a providncia couber ao autor;

    II - o ru ser considerado revel, se a providncia lhe couber;

    III - o terceiro ser considerado revel ou excludo do processo, dependendo

    do polo em que se encontre.

    Se descumprida essa determinao em fase recursal perante tribunal de

    justia, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:

    I - no conhecer do recurso, se a providncia couber ao recorrente;

    II - determinar o desentranhamento das contrarrazes, se a providncia

    couber ao recorrido.

    (TRF 5 Regio) Com relao capacidade processual correto afirmar:

    a) No atual sistema jurdico ptrio, os cnjuges no necessitam do consentimento do outro para a propositura de ao de qualquer natureza.

    b) Ningum poder pleitear, em nome prprio, direito alheio, em nenhuma hiptese.

    c) A jurisdio civil, contenciosa e voluntria, exercida pelos juzes e pelos integrantes do Ministrio Pblico, nos termos da lei.

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    d) O juiz dar curador especial ao ru preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa.

    e) Ambos os cnjuges sero citados, necessariamente, para as aes que versem sobre direitos pessoais mobilirios.

    COMENTRIOS:

    a) Acabamos de ver que o cnjuge necessitar do consentimento do outro para

    propor aes que versem sobre direitos reais imobilirios. Lembrem-se que no h

    dependncia entre os cnjuges para estar em juzo nas aes em geral; a exceo

    diz respeito s aes que tratem sobre os direitos reais imobilirios. Essa restrio

    visa a proteger o patrimnio imobilirio familiar.

    b) Muito cuidado com as generalizaes. Ao dizer em nenhuma hiptese a banca

    invalidou a questo, pois nos casos em que o ordenamento jurdico autorizar ser

    possvel pleitear, em nome prprio direito alheio (art. 18 NCPC).

    c) O erro da questo est em incluir o Ministrio Pblico. De acordo com o art. 16 do

    NCPC: A jurisdio civil exercida pelos juzes e pelos tribunais em todo o territrio

    nacional, conforme as disposies que o Cdigo [CPC] estabelece.

    d) a opo correta. O juiz determinar curador especial ao incapaz, se no tiver

    representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele; ao ru

    preso revel, bem como ao ru revel citado por edital ou com hora certa.

    e) Ateno leitura, o correto seria dizer que o cnjuge necessitar do

    consentimento do outro para propor aes que versem sobre direitos reais

    imobilirios.

    Gabarito: D

    1.7. CAPACIDADE PROCESSUAL VERSUS CAPACIDADE DE SER PARTE

    VERSUS CAPACIDADE POSTULATRIA

    A capacidade processual relaciona-se com a capacidade de fato ou de

    exerccio; a qualidade legal para participar da relao processual, em nome

    prprio ou alheio. Por seu turno, a capacidade de ser parte, relaciona-se com a

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    capacidade de exercer o direito. As pessoas fsicas, jurdicas, de direito pblico ou

    privado, e as pessoas formais possuem capacidade de ser parte.

    Regra geral, tm capacidade postulatria os advogados inscritos na OAB e o

    Ministrio Pblico. Existem casos em que no se faz necessria a capacidade

    postulatria para atuar em juzo, como nos Juizados Especiais Cveis, quando o

    valor da causa no ultrapassar 20 salrios mnimos.

    O nascituro tem capacidade de ser parte. Ser representado pela me ou pelo Ministrio Pblico. Assim, a me, como representante do nascituro, poder oferecer a ao e, caso venha a nascer com vida, poder ser investido da titularidade do direito material.

    (TRF 2 Regio) Roberval maior, capaz, tcnico em computao, reside da cidade do Rio de Janeiro, se acha em pleno exerccio de seus direitos e habilitado a todos os atos da vida civil.

    Nesse caso, Roberval

    a) tem capacidade postulatria e capacidade para estar em juzo.

    b) tem capacidade postulatria, mas no tem capacidade para estar em juzo.

    c) tem capacidade para estar em juzo, mas no tem capacidade postulatria.

    d) no tem capacidade postulatria, nem capacidade para estar em juzo.

    e) s tem capacidade para estar em juzo e capacidade postulatria se estiver assistido por curador especial.

    COMENTRIOS:

    Percebam que Roberval tcnico em computao, no se mencionou na

    questo se ele era advogado inscrito nos quadros da OAB, de maneira que no tem,

    em regra, capacidade postulatria.

    Gabarito: C

    1.8. DOS DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES

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    No se justificaria a interveno estatal se no houvesse um conflito de

    interesses. Uma vez existente o conflito, busca-se uma deciso pacificadora que s

    ser alcanada por meio da cooperao das partes, devendo ser respeitadas as

    normas e regras processuais e as determinaes do juiz.

    Desse modo, so deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer

    forma participam do processo (arts. 77 e 78 do NCPC):

    a) expor os fatos em juzo conforme a verdade;

    b) no formular pretenso ou de apresentar defesa quando cientes de que

    so destitudas de fundamento;

    c) no produzir provas e no praticar atos inteis ou desnecessrios

    declarao ou defesa do direito;

    d) cumprir com exatido as decises jurisdicionais, de natureza provisria ou

    final, e no criar embaraos sua efetivao;

    e) declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereo

    residencial ou profissional onde recebero intimaes, atualizando essa

    informao sempre que ocorrer qualquer modificao temporria ou

    definitiva;

    f) no praticar inovao ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.

    Nas hipteses das letras d e f, o juiz advertir as partes, seus procuradores

    e todos aqueles que de qualquer forma participem do processo de que sua conduta

    poder ser punida como ato atentatrio dignidade da justia.

    A violao ao disposto nas letras d e f constitui ato atentatrio dignidade

    da justia, devendo o juiz, sem prejuzo das sanes criminais, civis e processuais

    cabveis, aplicar ao responsvel multa de at vinte por cento do valor da causa, de

    acordo com a gravidade da conduta. Aos advogados pblicos ou privados e aos

    membros da Defensoria Pblica e do Ministrio Pblico no se aplica o disposto

    essa multa, devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo

    respectivo rgo de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiar.

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    No sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa de at vinte por

    cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta, ser inscrita como

    dvida ativa da Unio ou do Estado aps o trnsito em julgado da deciso que a

    fixou, e sua execuo observar o procedimento da execuo fiscal, revertendo-se

    aos fundos previstos no art. 97.

    A multa estabelecida de at vinte por cento do valor da causa poder ser

    fixada independentemente da incidncia das previstas nos arts. 523, 1, e 536,

    1.

    Quando o valor da causa for irrisrio ou inestimvel, a multa de at vinte por

    cento do valor da causa poder ser fixada em at 10 (dez) vezes o valor do salrio-

    mnimo.

    Quando houver inovao ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso,

    o juiz determinar o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a

    parte de falar nos autos at a purgao do atentado, sem prejuzo da aplicao da

    multa de at vinte por cento do valor da causa.

    Tambm relevante mencionar que o representante judicial da parte no

    poder ser compelido a cumprir deciso em seu lugar.

    vedado s partes, a seus procuradores, aos juzes, aos membros do

    Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica e a qualquer pessoa que participe do

    processo empregar expresses ofensivas nos escritos apresentados.

    Quando expresses ou condutas ofensivas forem manifestadas oral ou

    presencialmente, o juiz advertir o ofensor de que no as deve usar ou repetir, sob

    pena de lhe ser cassada a palavra.

    Por ltimo, de ofcio ou a requerimento do ofendido, o juiz determinar que

    as expresses ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinar

    a expedio de certido com inteiro teor das expresses ofensivas e a colocar

    disposio da parte interessada.

    No processo civil, as partes esto livres para escolher os meios necessrios

    consecuo dos objetivos, desde que esses sejam idneos, respeitando a

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    celeridade do processo. As partes devem respeitar os princpios da lealdade, da

    probidade e da dignidade da justia. Refora-se que, alm das partes, os deveres

    elencados nos arts. 77 e 78 do CPC [acima] devem ser respeitados pelos terceiros

    intervenientes e pelos advogados que representam as partes.

    (TRE ES) A respeito dos auxiliares da justia e das partes do processo, julgue o item abaixo.

    No exerccio do direito ampla defesa e ao contraditrio, o ru pode alegar, em contestao, defesa destituda de fundamento.

    COMENTRIOS:

    Acabamos de ver na letra c que so deveres das partes e de todos aqueles

    que de qualquer forma participam do processo no formular pretenses nem alegar

    defesa cientes de que so destitudas de fundamento.

    Gabarito: Errado

    Compete ao advogado, ou parte quando postular em causa prpria:

    a) declarar, na petio inicial ou na contestao, o endereo, seu nmero de

    inscrio na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados

    da qual participa, para o recebimento de intimaes;

    b) comunicar ao juzo qualquer mudana de endereo.

    Se o advogado descumprir o disposto na letra a, o juiz ordenar que se

    supra a omisso, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citao do ru,

    sob pena de indeferimento da petio. Se o advogado infringir o previsto na letra b,

    sero consideradas vlidas as intimaes enviadas por carta registrada ou meio

    eletrnico ao endereo constante dos autos.

    1.8.1. RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL

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    Caso uma das partes aja com m-f, dever indenizar as perdas e danos

    causados parte prejudicada (art. 79 do NCPC). Essa responsabilidade alcana

    tanto o autor e o ru como os intervenientes no processo.

    litigante de m-f aquele que: deduzir pretenso ou defesa contra texto

    expresso de lei ou fato incontroverso; alterar a verdade dos fatos; usar do processo

    para conseguir objetivo ilegal; opuser resistncia injustificada ao andamento do

    processo; proceder de modo temerrio em qualquer incidente ou ato do processo;

    provocar incidente manifestamente infundado; interpuser recurso com intuito

    manifestamente protelatrio.

    Caso seja classificado como litigante de m-f, a indenizao

    compreender: os prejuzos das partes; os honorrios advocatcios, as despesas

    efetuadas pelo lesado, sendo que a reparao do ato ilcito ser devida qualquer

    que seja o resultado da lide, mesmo que a deciso seja favorvel ao litigante de m-

    f. H a possibilidade de aplicar a penalidade de quantia pecuniria de um por cento

    at dez por cento do valor corrigido da causa.

    Art. 81 do NCPC: Art. 81. De ofcio ou a requerimento, o juiz condenar o

    litigante de m-f a pagar multa, que dever ser superior a um por cento e inferior a

    dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrria pelos

    prejuzos que esta sofreu e a arcar com os honorrios advocatcios e com todas as

    despesas que efetuou.

    Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de m-f, o juiz condenar cada

    um na proporo de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente

    aqueles que se coligaram para lesar a parte contrria.

    Quando o valor da causa for irrisrio ou inestimvel, a multa poder ser

    fixada em at 10 (dez) vezes o valor do salrio-mnimo.

    A multa pode ser acompanhada do arbitramento de indenizao pelos danos

    suportados pela parte prejudicada. O valor da indenizao ser fixado pelo juiz ou,

    caso no seja possvel mensur-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento

    comum, nos prprios autos.

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    (TRE SP/Adaptada) Beatriz est sendo executada judicialmente pelo descumprimento de obrigao contratual, cujo valor da causa R$ 62.000,00. Na referida execuo, Beatriz foi considerada litigante de m-f porque interps recurso com o intuito manifestamente protelatrio. De acordo com o Cdigo de Processo Civil brasileiro, a multa pela litigncia de m-f NO exceder:

    a) R$ 620,00.

    b) R$ 1.240,00.

    c) R$ 3.100,00.

    d) R$ 6.200,00

    e) R$ 9.300,00.

    Gabarito: D

    1.9. RESPONSABILIDADE E DIREITOS DO PROCURADOR

    A parte ser representada em juzo por advogado legalmente habilitado. No

    entanto, ela poder postular em causa prpria em duas situaes:

    a) Quando tiver habilitao legal; ou seja, ser advogado;

    b) Quando no tiver habilitao e o ordenamento jurdico a autorizar (Art.

    9 da Lei 9.099/1995).

    O advogado no ser admitido a postular em juzo sem procurao, salvo

    para evitar precluso, decadncia ou prescrio, ou para praticar ato considerado

    urgente. Nestes casos, o advogado se obrigar, independentemente de cauo, a

    exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 dias, prorrogvel por igual perodo

    por despacho do juiz. O ato no ratificado ser considerado ineficaz relativamente

    quele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por

    perdas e danos.

    A procurao para o foro mencionada, anteriormente, outorgada por

    instrumento pblico ou particular, assinado pela parte, e habilita o advogado a

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    praticar todos os atos do processo, salvo: receber citao inicial, confessar,

    reconhecer a procedncia do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre

    que se funda a ao, receber, dar quitao e firmar compromisso e assinar

    declarao de hipossuficincia econmica, que devem constar de clusula

    especfica. Essas competncias, portanto, no so conferidas ao advogado por

    procurao geral para o foro.

    Percebam que h uma lgica para no se conferir ao advogado algum

    desses poderes. Seria irracional permitir ao advogado dispor de direitos da parte ou

    negociar o bem da vida (o objeto em discusso).

    possvel que o procurador recorra de deciso do juiz, isso razovel, j

    que o faz perseguindo o que de desejo da parte, mas no razovel que, por

    exemplo, possa firmar compromissos em nome da parte ou transija em nome dela.

    Sobre a procurao importante mencionar que:

    a) pode ser assinada digitalmente, na forma da lei;

    b) dever conter o nome do advogado, seu nmero de inscrio na Ordem

    dos Advogados do Brasil e endereo completo.

    c) Apontar-se o outorgado integra sociedade de advogados. A procurao

    tambm dever conter o nome dessa, seu nmero de registro na Ordem

    dos Advogados do Brasil e endereo completo.

    Salvo disposio expressa em sentido contrrio constante do prprio

    instrumento, a procurao outorgada na fase de conhecimento eficaz para todas

    as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentena.

    (TRF 2 Regio) A procurao geral para o foro conferida por instrumento pblico ou particular, assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, inclusive

    a) transigir.

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    b) receber e dar quitao.

    c) firmar compromissos.

    d) recorrer.

    e) desistir.

    COMENTRIOS:

    Relembrando: entre os poderes conferidos por procurao geral por foro no

    se encontram: 1) receber citao, 2) confessar, 3) reconhecer a procedncia do

    pedido, 4) transigir, 5) desistir, 6) renunciar ao direito sobre o qual se funda a ao,

    7) receber, 8) dar quitao, 9) firmar compromisso e 10) assinar declarao de

    hipossuficincia econmica, que devem constar de clusula especfica. (disposio

    do art. 105 do CPC).

    Percebam que a possibilidade de recorrer no est no rol de excees

    procurao geral de foro, de maneira que a resposta correta est na letra d.

    Gabarito: D

    Uma vez outorgada ao advogado procurao especial com poder de ser

    citado em nome da parte, o advogado poder ser citado na forma legal, artigos 238

    e seguintes do CPC.

    O artigo 242 discorre sobre a citao de quem detm procurao para tanto:

    a citao ser pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do

    representante legal ou do procurador do ru, do executado ou do interessado.

    1o Na ausncia do citando, a citao ser feita na pessoa de seu

    mandatrio, administrador, preposto ou gerente, quando a ao se originar de atos

    por eles praticados.

    2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatrio de que

    deixou, na localidade onde estiver situado o imvel, procurador com poderes para

    receber citao ser citado na pessoa do administrador do imvel encarregado do

    recebimento dos aluguis, que ser considerado habilitado para representar o

    locador em juzo.

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    3o A citao da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios e

    de suas respectivas autarquias e fundaes de direito pblico ser realizada perante

    o rgo de Advocacia Pblica responsvel por sua representao judicial.

    (TJDFT) Mauro, advogado, tem domiclio em Braslia e exerce suas atividades de advocacia em seu nico escritrio, situado em Taguatinga. Trata-se de causdico que ostenta procurao por instrumento pblico com poderes especiais para receber citaes em nome de Franois, seu cliente estrangeiro domiciliado em Paris.

    A partir da situao hipottica acima, julgue os seguintes itens.

    Eventual citao de Franois feita na pessoa de Mauro no seu domiclio em Braslia seria nula, pois, por se tratar de relaes concernentes sua profisso, deveria ser realizada em Taguatinga.

    Gabarito: Errado

    So direitos do advogado no curso do processo:

    1) Examinar, em cartrio de frum e secretaria de tribunal, mesmo sem

    procurao, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tramitao,

    assegurados a obteno de cpias e o registro de anotaes, salvo na hiptese de

    segredo de justia, nas quais apenas o advogado constitudo ter acesso aos autos;

    conforme o disposto no art. 189 que elenca as situaes em que os processos

    correm em segredo de justia. So elas:

    a - em que o exija o interesse pblico ou social;

    b - que versem sobre casamento, separao de corpos, divrcio,

    separao, unio estvel, filiao, alimentos e guarda de crianas e adolescentes;

    c - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional

    intimidade;

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    d - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de

    carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja

    comprovada perante o juzo.

    O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo

    de justia e de pedir certides de seus atos restrito s partes e aos seus

    procuradores. O terceiro que demonstrar interesse jurdico pode requerer ao juiz

    certido do dispositivo da sentena, bem como de inventrio e de partilha

    resultantes de divrcio ou separao.

    2) Requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo

    prazo de 5 (cinco) dias;

    3) Retirar os autos do cartrio ou secretaria, pelo prazo legal, sempre que

    lhe competir falar neles por determinao do juiz, nos casos previstos em lei.

    Ao receber os autos, o advogado assinar carga em livro ou documento

    prprio. Relevante, igualmente, mencionar que sendo o prazo comum s partes, os

    procuradores podero retirar os autos somente em conjunto ou mediante prvio

    ajuste, por petio nos autos. lcito ao procurador retirar os autos para obteno

    de cpias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 (seis) horas, independentemente de ajuste e

    sem prejuzo da continuidade do prazo. Se no devolver os autos tempestivamente,

    o procurador perder no mesmo processo o direito de retir-los novamente.

    Quanto responsabilidade do procurador, o STJ tem entendido que se ele

    (o procurador) responsvel por eventuais ofensas outra parte, no o procurado

    responsvel. Eventuais ofensas feitas no processo pelo advogado, ainda que tenha

    relao de emprego com quem representa em juzo, de sua inteira

    responsabilidade. Assim, o STJ garantiu a independncia do advogado, ainda que

    ele seja funcionrio de quem representa. Em contrapartida, ele que tem de arcar

    com abusos que cometer em juzo. (Recurso Especial N 1.048.970-MA

    (2008/0084652-9), Relator: Min. FERNANDO GONALVES, Data de Julgamento:

    15/4/2010)

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    1.10. HONORRIOS ADVOCATCIOS

    Esse tema, alm de constar no NCPC, est no estatuto da OAB. Existem 3

    tipos de honorrios advocatcios: convencionados, arbitrados judicialmente e de

    sucumbncia.

    Art. 22 da Lei n 8.906/1994 (Estatuto da OAB): a prestao de servio

    profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorrios convencionados,

    aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbncia.

    a) Convencional: acordado entre advogado e cliente. Poder ser o fixado

    na tabela de honorrios ou maior.

    b) Arbitrados judicialmente: por meio de ao prpria do advogado,

    direcionada ao juiz da causa, que, por sua vez, no fixar valor menor ao definido na

    tabela de honorrios.

    c) De sucumbncia: o que a parte vencida deve pagar a outra parte. O

    2 do art. 82, o artigo 84 (caput) e o artigo 85 do NCPC determinam que: a sentena

    condenar o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os

    honorrios advocatcios. Essa verba honorria ser devida, tambm, nos casos em

    que o advogado funcionar em causa prpria.

    Dvida: O art. 3 da Lei 1.060/50 prescreve que os honorrios advocatcios

    so isentos a quem comprove a insuficincia de recursos. No entanto, se o autor da

    ao for legalmente pobre e ao mesmo tempo ganhar a ao, o ru pagar os

    honorrios advocatcios? Sim. Como vimos, o art. 85, caput, do NCPC, dispe que a

    sentena condenar o vencido a pagar honorrios ao advogado do vencedor.

    Desse modo, o vencido quem arcar com os honorrios advocatcios. Se o

    ru vencer a causa, o autor manter seu benefcio da gratuidade. Se o ru (no

    favorecido pela gratuidade) for vencido, dever arcar com as despesas e honorrios

    advocatcios, ainda que o autor (vencedor) seja beneficirio da gratuidade.

    Importante ressaltar que a parte beneficiada pela iseno do pagamento das

    custas ficar obrigada a pag-las, desde que possa faz-lo, sem prejuzo do

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    sustento prprio ou da famlia. Se dentro de cinco anos, a contar da sentena final, o

    assistido no puder satisfazer tal pagamento, a obrigao ficar prescrita.

    Assim, de acordo com o art. 3, inciso V, da Lei 1.060/50: a assistncia

    judiciria compreende as seguintes isenes: [...] V - dos honorrios de advogado e

    peritos. No entanto, essa regra no se aplica nos casos em que o beneficirio foi

    vencido na contenda jurdica, ou seja, nos casos de honorrios de sucumbncia.

    JUSTIA GRATUITA. HONORRIOS ADVOCATCIOS.

    A parte beneficiada pela Justia gratuita, quando sucumbente, pode ser condenada

    ao pagamento dos honorrios advocatcios, mas lhe assegurada a suspenso do

    pagamento pelo prazo de cinco anos, se persistir a situao de pobreza, quando,

    ento, a obrigao estar prescrita, se no houver, nesse perodo, a reverso (Lei n.

    1.060/1950). Precedentes citados: REsp 743.149-MS, DJ 24/10/2005; REsp

    874.681-BA, DJ 12/6/2008; REsp 728.133-BA, DJ 30/10/2006; AgRg no Ag

    725.605-RJ, DJ 27/3/2006, e REsp 594.131-SP, DJ 9/8/2004. REsp 1.082.376-RN,

    Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 17/2/2009. (1 Turma) (INF. 384)

    Vejamos os seguintes enunciados do Frum Permanente de

    Processualistas Civis:

    8. (arts. 85, 18, 1.026, 3, III) Fica superado o enunciado 453 da smula do STJ

    aps a entrada em vigor do CPC (Os honorrios sucumbenciais, quando omitidos

    em deciso transitada em julgado, no podem ser cobrados em execuo ou em

    ao prpria). (Grupo: Ordem dos Processos no Tribunal, Teoria Geral dos

    Recursos, Apelao e Agravo)

    239. (arts. 85, caput, 334, 335) Fica superado o enunciado n. 472 da smula do STF

    (A condenao do autor em honorrios de advogado, com fundamento no art. 64 do

    Cdigo de Processo Civil, depende de reconveno), pela extino da nomeao

    autoria (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos).

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    240. (arts. 85, 3, e 910) So devidos honorrios nas execues fundadas em

    ttulo executivo extrajudicial contra a Fazenda Pblica, a serem arbitrados na forma

    do 3 do art. 85. (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos).

    241. (art. 85, caput e 11). Os honorrios de sucumbncia recursal sero somados

    aos honorrios pela sucumbncia em primeiro grau, observados os limites legais.

    (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos).

    242. (art. 85, 11). Os honorrios de sucumbncia recursal so devidos em deciso

    unipessoal ou colegiada. (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos).

    243. (art. 85, 11). No caso de provimento do recurso de apelao, o tribunal

    redistribuir os honorrios fixados em primeiro grau e arbitrar os honorrios de

    sucumbncia recursal. (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos).

    244. (art. 85, 14) Ficam superados o enunciado 306 da smula do STJ (Os

    honorrios advocatcios devem ser compensados quando houver sucumbncia

    recproca, assegurado o direito autnomo do advogado execuo do saldo sem

    excluir a legitimidade da prpria parte) e a tese firmada no REsp Repetitivo n.

    963.528/PR, aps a entrada em vigor do CPC, pela expressa impossibilidade de

    compensao (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos).

    384. (art. 85, 19) A lei regulamentadora no poder suprimir a titularidade e o

    direito percepo dos honorrios de sucumbncia dos advogados pblicos.

    (Grupo: Impacto do novo CPC e os processos da Fazenda Pblica)

    ATENO!

    Art. 98. A pessoa natural ou jurdica, brasileira ou estrangeira, com insuficincia de

    recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorrios

    advocatcios tem direito gratuidade da justia, na forma da lei.

    Dessa maneira, as pessoas jurdicas, com ou sem fins lucrativos, que

    demonstrem sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais tero direito

    ao benefcio da justia gratuita assistncia jurdica.

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    (DPU /Adaptada) O benefcio da assistncia judiciria pode ser concedido s pessoas jurdicas com ou sem finalidade lucrativa.

    Gabarito: Certo

    2. SUBSTITUIO PROCESSUAL

    A parte dividida, doutrinariamente, em duas espcies: a parte principal,

    que ingressa no processo para pleitear em nome e direito prprio; e a parte

    acessria, que intervm no processo em direito de terceiros.

    Na substituio processual, a parte recebe autorizao para pleitear em

    nome prprio direito alheio. Esse fenmeno frequente nas aes do Ministrio

    Pblico, quando tutela direito difuso, coletivo ou individual homogneo. Nesse caso,

    o Ministrio Pblico atua de modo amplo, instaurando a relao jurdico-processual e

    exercendo o direito de ao.

    A substituio processual, vale mencionar, no uma prerrogativa exclusiva

    do Ministrio Pblico, podendo ser atribuda, por exemplo, aos sindicatos e s

    associaes civis. Alm disso, ressalte-se que o substituto tem o direito de praticar

    todos os atos processuais, no lhe sendo facultado, contudo, o direito de transigir,

    de renunciar ou de reconhecer a procedncia do pedido. Isso porque o direito

    material pertence aos substitudos.

    Na substituio processual, a parte reivindica em seu nome direito do

    outro (de terceiro); enquanto na representao processual, a parte reivindica em

    nome do outro, direito tambm do outro, uma vez que o titular do direito material no

    pode postular. Mas o representante no parte do processo.

    Vejamos o seguinte enunciado do Frum Permanente de Processualistas

    Civis:

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    110. (art. 18, pargrafo nico) Havendo substituio processual, e sendo possvel

    identificar o substituto, o juiz deve determinar a intimao deste ltimo para,

    querendo, integrar o processo. (Grupo: Litisconsrcio e Interveno de Terceiros).

    LITISCONSRCIO E ASSISTNCIA. INTERVENO DE TERCEIROS

    1. LITISCONSRCIO

    Quando se tm vrias pessoas em um polo do processo, configura-se o

    litisconsrcio (lide+consrcio) que litigar em consrcio. O litisconsrcio

    fenmeno processual em que mais de um sujeito atua em um dos polos da causa.

    Quanto ao polo em que ocorre, o litisconsorte classifica-se em ativo, que

    ocorre no polo ativo (autoria); passivo, que ocorre no polo passivo (ru), e misto, em

    que h vrias pessoas no polo passivo e no ativo.

    Em relao ao momento, o litisconsrcio pode ser dividido em inicial, ocorre

    no momento da propositura da ao, e incidental, acontece durante o processo, no

    curso do processo.

    Igualmente importantes so outras duas classificaes que se referem

    relao do litisconsrcio com o prprio processo. A classificao quanto ao

    relacionamento do litisconsrcio com o processo necessrio (obrigatrio) ou

    facultativo. O primeiro impe-se pela lei, no pode ser dispensado, nem por vontade

    das partes; ou em decorrncia da unitariedade da deciso; ou seja, quando a

    deciso tiver de ser idntica a cada um dos litisconsortes. O segundo, facultativo,

    d-se por vontade das partes.

    Em regra, portanto, o litisconsrcio facultativo. O necessrio ocorrer por

    fora de lei ou em decorrncia da unitariedade da deciso (deciso ter de ser

    idntica para cada um dos litisconsortes).

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    (MPE PI) Julgue os itens a seguir, referentes ao litisconsrcio.

    A formao do litisconsrcio decorre estritamente da lei e o seu princpio bsico o da no facultatividade, ou seja, no caso de litisconsrcio ativo, h um verdadeiro dever de demandar que recai sobre todos os litisconsortes.

    Gabarito: Errado

    Na classificao quanto igualdade da deciso, o litisconsrcio pode ser

    unitrio, em que a deciso da causa deve ser idntica para todos os litisconsortes, e

    o no unitrio (simples), em que a deciso da causa pode ser diferente para cada

    litisconsorte.

    O Novo CPC trabalha com as classificaes de litisconsrcio necessrio e

    facultativo; e corrige o equvoco do CPC/1973.

    Obs. O litisconsrcio necessrio do CPC/1973 recebia o conceito que

    caberia, na verdade, ao litisconsrcio necessrio. Unitrio o litisconsrcio no qual a

    sentena deve ser idntica a todos os litigantes, mas o artigo 47 do cdigo anterior

    descrevia o litisconsrcio necessrio como aquele que, por disposio de lei ou pela

    natureza da relao jurdica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para

    todas as partes; caso em que a eficcia da sentena depender da citao de todos

    os litisconsortes no processo. Percebam que o exato conceito do litisconsrcio

    unitrio!

    O CPC/2015, por sua vez, corrigiu a inadequao ao inserir a seguinte

    previso:

    Art. 114. O litisconsrcio ser necessrio por disposio de lei ou quando,

    pela natureza da relao jurdica controvertida, a eficcia da sentena depender da

    citao de todos que devam ser litisconsortes.

    Art. 116. O litisconsrcio ser unitrio quando, pela natureza da relao

    jurdica, o juiz tiver de decidir o mrito de modo uniforme para todos os

    litisconsortes.

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    Em regra, o litisconsrcio facultativo. O necessrio ocorrer por fora de lei

    ou em decorrncia da unitariedade da deciso.

    Por que a lei determinaria que pode e, at mesmo, que deve haver

    litisconsrcio? Dois importantes objetivos do litisconsrcio so a economia

    processual e o combate contradio no julgamento (que pode ocorrer se causas

    iguais ou afins so julgadas de modo diferente).

    Isso no quer dizer que no litisconsrcio (necessrio ou facultativo) a

    sentena deva ser idntica para todas as pessoas da mesma parte. Alis, essa

    obrigao configura o litisconsrcio unitrio, como visto.

    possvel a formao do litisconsrcio tanto no caso de os pedidos serem

    iguais ou semelhantes quanto nos casos em que as causas de pedir so iguais ou

    semelhantes. Exemplo de litisconsrcio necessrio o disposto no artigo 73 do

    CPC/2015:

    Art. 73. O cnjuge necessitar do consentimento do outro para propor ao

    que verse sobre direito real imobilirio, salvo quando casados sob o regime de

    separao absoluta de bens.

    1 Ambos os cnjuges sero necessariamente citados para a ao:

    I - que verse sobre direito real imobilirio, salvo quando casados sob o

    regime de separao absoluta de bens;

    II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cnjuges ou de ato

    praticado por eles;

    III - fundada em dvida contrada por um dos cnjuges a bem da famlia;

    IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituio ou a extino de

    nus sobre imvel de um ou de ambos os cnjuges.

    2 Nas aes possessrias, a participao do cnjuge do autor ou do ru

    somente indispensvel nas hipteses de composse ou de ato por ambos

    praticado.

    3 Aplica-se o disposto neste artigo unio estvel comprovada nos autos.

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    Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em

    conjunto, ativa ou passivamente, quando: [...]

    1 O juiz poder limitar o litisconsrcio facultativo quanto ao nmero de

    litigantes na fase de conhecimento, na liquidao de sentena ou na execuo,

    quando este comprometer a rpida soluo do litgio ou dificultar a defesa ou o

    cumprimento da sentena.

    A hiptese mencionada no dispositivo possvel para a modalidade de

    litisconsrcio facultativo, e inova o CPC/2015 ao incluir as previses de que sejam

    tambm limitados os litigantes no momento de liquidao da sentena ou da

    execuo da sentena. Fala-se, nessas circunstncias, do famoso litisconsrcio

    multitudinrio, que pode ser descrito como o litisconsrcio que, em virtude do

    nmero excessivo de litisconsortes, para evitar prejuzos defesa processual e

    agilidade do processo, pode ser dividido em outros processos. Na modalidade de

    litisconsrcio necessrio, o juiz no poder prolatar deciso sem que tenham sido

    citados todos os litisconsortes.

    Art. 115. A sentena de mrito, quando proferida sem a integrao do

    contraditrio, ser:

    I - nula, se a deciso deveria ser uniforme em relao a todos que deveriam

    ter integrado o processo;

    II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que no foram citados.

    Pargrafo nico. Nos casos de litisconsrcio passivo necessrio, o juiz

    determinar ao autor que requeira a citao de todos que devam ser litisconsortes,

    dentro do prazo que assinar, sob pena de extino do processo.

    Assim, a sentena ser nula se litisconsorte necessrio no tiver sido

    provocado para atuar no processo, e ser ineficaz quando proferida em contexto de

    litisconsrcio necessrio simples, em relao queles litisconsortes que no foram

    citados.

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    Se houver requerimento para que o nmero de litisconsortes seja limitado,

    haver interrupo do prazo de resposta, que ser, portanto, reiniciado. Importante

    destacar que a interrupo do requerimento, no da admissibilidade.

    Ainda, relativamente aos prazos, vale meno ao art. 229 do CPC/2015, no

    qual se prev a contagem de prazos em dobro, no litisconsrcio, quando houver

    diferentes procuradores para contestar, recorrer e falar nos autos: os litisconsortes

    que tiverem diferentes procuradores, de escritrios de advocacia distintos, tero

    prazos contados em dobro para todas as suas manifestaes, em qualquer juzo ou

    tribunal, independentemente de requerimento.

    Obs.: Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) rus,

    oferecida defesa por apenas um deles.

    Obs.: No se aplica a contagem em dobro aos processos em autos eletrnicos.

    (TJ RR) De acordo com o CPC, quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, os prazos para contestar e recorrer sero contados em dobro, prerrogativa esta que no se estende s demais manifestaes nos autos.

    COMENTRIOS:

    Percebam que o erro da questo est em restringir a prerrogativa de

    contagem dos prazos em dobro s situaes de recursos e contestao, quando a

    regra se estende para manifestaes nos autos em geral.

    Gabarito: Errado

    2. INTERVENO DE TERCEIROS

    a legitimao de um sujeito que no pertence ao processo em andamento,

    mas que participar dele. Para tanto, essa permisso deve, necessariamente, estar

    prevista em lei, pois, uma vez parte do processo, o terceiro passa a integr-lo.

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    Terceiro considerado aquele que, por meio de um fato jurdico processual,

    e sendo autorizado por lei, ingressa em processo em curso, vindo a se constituir em

    parte. Sua participao no processo no implicar a criao de um novo.

    A interveno de terceiros baseia-se nos pressupostos da economia

    processual e na harmonizao das decises, assim como o litisconsrcio.

    Importante destacar uma novidade do CPC/2015: o anterior (CPC/1973) no previa

    o instituto do amicus curiae, mas este instituto passou a figurar como forma tpica

    (prevista no cdigo: art. 138) de interveno de terceiros.

    Mas, o que amicus curiae (amigo da corte)? De carter democrtico,

    consiste naquele terceiro neutro que integra o processo para dar contribuio

    intelectual sobre fato de interesse social e que seja indito ou de difcil soluo.

    Em relao ao CPC/1973, importante mencionar que a nomeao autoria

    passou a figurar no art. 339 do CPC/2015, sendo, portanto, deslocado do captulo de

    Interveno de Terceiros para aquele que trata da contestao.

    Igualmente, deixou de constar como Interveno de Terceiros no NCPC a

    Oposio, que, por sua natureza, ao estabelecer uma nova relao jurdica entre o

    opoente e os opostos (autor e ru), agora, situa-se no CPC/2015 como

    procedimento especial.

    3. ESPCIES DE INTERVENO DE TERCEIROS

    3.1. ASSISTNCIA

    O legislador do CPC/2015 acolheu as crticas dos doutrinadores e incluiu a

    assistncia na parte do cdigo que trata de interveno de Terceiros (Livro III,

    Ttulo III), tem a mesma natureza jurdica das outras modalidades de interveno,

    mas, no cdigo anterior, era tratada parte.

    A assistncia justifica-se pela perspectiva de que decises proferidas no

    processo venham a atingir um terceiro, por isso este terceiro, o assistente, procura

    ingressar no feito para influir no resultado do julgamento.

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    Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro

    juridicamente interessado em que a sentena seja favorvel a uma delas poder

    intervir no processo para assisti-la.

    Pargrafo nico. A assistncia ser admitida em qualquer procedimento e

    em todos os graus de jurisdio, recebendo o assistente o processo no estado em

    que se encontre.

    A assistncia, em suma, consiste no ingresso de terceiro no processo para

    auxiliar uma das partes litigantes a obter deciso judicial favorvel.

    Independentemente de o terceiro ingressar de maneira voluntria ou haver a

    existncia da demanda, a assistncia ser sempre voluntria. Logo, o terceiro s

    participar do processo por livre e espontnea vontade. O assistente no parte

    relevante do processo como o so autor e ru, pois a lide no diz respeito ao seu

    direito, a lei o trata por parte auxiliar da principal (art. 121 do CPC/2015).

    O nico pressuposto de validade da assistncia o interesse jurdico do

    sujeito alheio ao processo. Tambm aqui h um ponto importante: para ser

    assistente, o terceiro deve demonstrar a possibilidade de ser afetado, juridicamente,

    pela deciso judicial.

    Grifou-se a expresso interesse jurdico, porque o interesse tem de ser

    nesse campo, ainda que tenha efeito em outras reas. No se justifica, portanto, o

    interesse exclusivamente econmico ou de fato. De modo que, a alegao de que o

    interessado poder sofrer grande prejuzo financeiro no suficiente para recorrer-

    se assistncia.

    A ocorrncia do interesse jurdico analisada pela influncia que a sentena

    exerceria sobre a esfera de direitos de quem pretende ser assistente. Ou seja, h

    interesse jurdico quando a sentena pode alterar direito do assistente.

    Como se disse, o interesse para o cabimento da assistncia deve ser

    jurdico. No entanto, o art. 5o, pargrafo nico, da Lei Federal no 9.469/1997, admite

    a assistncia em caso de interesse econmico de pessoas jurdicas de direito

    pblico: Unio, Estados, Distrito Federal, Municpios, Autarquias e Fundaes

    Pblicas. Nesse caso, ocorrer a assistncia atpica.

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    Art. 5o: A Unio poder intervir nas causas em que figurarem, como autoras

    ou rs, autarquias, fundaes pblicas, sociedades de economia mista e empresas

    pblicas federais.

    Pargrafo nico. As pessoas jurdicas de direito pblico podero, nas causas

    cuja deciso possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econmica, intervir,

    independentemente da demonstrao de interesse jurdico, para esclarecer

    questes de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados

    teis ao exame da matria e, se for o caso, recorrer, hiptese em que, para fins de

    deslocamento de competncia, sero consideradas partes.

    3.1.1. PROCEDIMENTO DA ASSISTNCIA

    O terceiro solicita participao no processo por petio fundamentada, no

    havendo necessidade de preencher os requisitos para petio inicial, do art. 319 do

    CPC/2015. No pargrafo nico do art. 119 do CPC/2015, observa-se a amplitude da

    assistncia quando autoriza o terceiro a ingressar, a qualquer momento, no

    processo (desde a petio inicial at o trnsito em julgado).

    Pargrafo nico. A assistncia ser admitida em qualquer procedimento e

    em todos os graus de jurisdio, recebendo o assistente o processo no estado em

    que se encontre.

    Na segunda parte do pargrafo nico, ocorre o fenmeno processual da

    precluso. Isso significa que os atos j praticados estaro protegidos e no se

    admite sua repetio. De modo que o assistente ingressa no processo como ele est

    naquele momento, sem poder repetir o que j foi feito ou alegado.

    Art. 120. No havendo impugnao no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido

    do assistente ser deferido, salvo se for caso de rejeio liminar.

    Pargrafo nico. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse

    jurdico para intervir, o juiz decidir o incidente, sem suspenso do processo.

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    O juiz decidir previamente sobre a possibilidade da assistncia ou no. Se

    a assistncia for indeferida por falta de interesse jurdico, no se instalar o incidente

    do mencionado artigo.

    Art. 121. O assistente simples atuar como auxiliar da parte principal,

    exercer os mesmos poderes e sujeitar-se- aos mesmos nus processuais que o

    assistido.

    Pargrafo nico. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o

    assistido, o assistente ser considerado seu substituto processual.

    Art. 122. A assistncia simples no obsta a que a parte principal reconhea

    a procedncia do pedido, desista da ao, renuncie ao direito sobre o que se funda

    a ao ou transija sobre direitos controvertidos.

    Art. 123. Transitada em julgado a sentena no processo em que interveio o

    assistente, este no poder, em processo posterior, discutir a justia da deciso,

    salvo se alegar e provar que:

    I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declaraes e pelos atos do

    assistido, foi impedido de produzir provas suscetveis de influir na sentena;

    II - desconhecia a existncia de alegaes ou de provas das quais o assistido, por

    dolo ou culpa, no se valeu.

    3.2. ASSISTNCIA LITISCONSORCIAL

    A assistncia pode ser simples (adesiva) ou litisconsorcial. Na assistncia

    simples o interesse do assistente no se liga diretamente ao litgio, o assistente

    (aquele que assiste) mero coadjuvante do assistido, exercendo funo

    complementar, assim, no pode ir contra a opo processual do assistido. A

    assistncia litisconsorcial, por seu turno, tem como caracterstica a defesa pelo

    assistente de direito prprio, ele exerce sua defesa de modo independente, no

    ficando sujeito atuao do assistido, caracteriza-se por essa defesa um

    litisconsrcio facultativo.

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    Espcie tradicional Assistncia simples ou adesiva

    Assiste uma das partes, para que ela obtenha sentena favorvel. Relao jurdica com o assistido.

    Espcie excepcional Assistncia litisconsorcial ou qualificada

    O assistente defende interesse prprio. Relao jurdica com o assistido e com a parte contrria

    A assistncia litisconsorcial seria o equivalente a litisconsrcio facultativo

    ulterior e unitrio, pois ocorre somente em situaes de litisconsrcio facultativo e de

    modo unitrio, j que a deciso deve ser a mesma para assistido e assistente.

    O artigo 124 prev a assistncia litisconsorcial, considerando-se litisconsorte

    da parte principal o assistente, toda vez que a sentena houver de influir na relao

    jurdica entre ele e o adversrio do assistido:

    Seo III

    Da Assistncia Litisconsorcial

    Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentena influir na relao jurdica entre ele e o adversrio do assistido.

    (MPE PI) Julgue os itens a seguir, referentes ao litisconsrcio.

    A figura do litisconsrcio assistencial se caracteriza pelo fato de o terceiro assistente ingressar no processo somente para auxiliar uma das partes, no adquirindo, assim, o status de litisconsorte, pois no h nesse caso relao jurdica que lhe diga respeito.

    COMENTRIOS:

    Ainda que seja tratada em sesso prpria, distinta da sesso do

    litisconsrcio, a assistncia litisconsorcial assume caractersticas que a aproximam

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    do litisconsrcio, como dissemos linhas atrs a assistncia litisconsorcial seria o

    equivalente a litisconsrcio facultativo ulterior e unitrio.

    Gabarito: Errado

    Exemplo da assistncia litisconsorcial est no condmino que ingressa de

    modo ulterior no feito. No momento do ajuizamento da ao, os condminos

    presentes formam litisconsrcio facultativo unitrio, uma vez que cada condmino

    tem legitimidade para atuar em relao ao bem comum, independentemente da

    vontade dos demais. De outro modo, aquele condmino que, nesse exemplo,

    ingressar posteriormente no processo, entrar como assistente litisconsorcial.

    3.3. DENUNCIAO LIDE

    Antes, no cdigo anterior, de carter obrigatrio, a Denunciao da Lide

    passou a ser admissvel. Esse instituto serve para que um terceiro seja

    responsabilizado pelo ressarcimento de eventuais danos causados pelo resultado do

    processo. Assim, o fator que legitima a denncia lide o direito de regresso

    parte/terceiro ou, de modo excepcional, autor/ru.

    (DPE DF) A modalidade de interveno de terceiros que se presta a assegurar a efetivao do direito de regresso em favor da parte eventualmente sucumbente no processo :

    a) a nomeao autoria.

    b) a assistncia.

    c) a denunciao da lide.

    d) o chamamento ao processo.

    e) a oposio.

    Gabarito: C

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    3.3.1. CARACTERSTICAS

    Uma das mais importantes vantagens proporcionadas pelo instituto da

    denunciao da lide a economia processual, de maneira a se evitar que os fatos j

    decididos em uma ao sejam postos novamente em discusso durante a ao de

    regresso.

    Incidente Instaurada em processo existente

    Regressiva Existncia de direito de regresso da parte contra o terceiro

    Eventual Relao de prejudicialidade com a demanda originria

    Antecipada Confronto: interesse de agir e economia processual, prevalecendo, a primeira hiptese; nenhum dano a ser ressarcido no momento da denncia da lide.

    3.3.2. CABIMENTO

    1 Garantia da evico (evico a perda da coisa por fora de sentena, que atribui a terceiro direito anterior ao contrato aquisitivo).

    Sobre a evico, importante destacar que o inciso II do art. 1.072 do

    CPC/2015 revoga expressamente o artigo 456 do Cdigo Civil (Lei n 10.406, de 10

    de janeiro de 2002). Desse modo, no mais obrigatria a Denunciao da Lide

    nos casos de evico.

    2 Posse indireta.

    3 Direito regressivo de indenizao

    A denunciao da lide possvel:

    ao alienante imediato, no processo relativo coisa cujo domnio

    foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da

    evico lhe resultam;

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    quele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar,

    em ao regressiva, o prejuzo de quem for vencido no processo.

    Ateno!

    - O direito regressivo ser exercido por ao autnoma quando a

    denunciao da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou no for permitida.

    - Admite-se uma nica denunciao sucessiva, promovida pelo denunciado,

    contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsvel por

    indeniz-lo, no podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciao,

    hiptese em que eventual direito de regresso ser exercido por ao autnoma.

    Leiam os dispositivos abaixo com ateno para os destaques:

    Art. 127. Feita a denunciao pelo autor, o denunciado poder assumir a

    posio de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos

    petio inicial, procedendo-se em seguida citao do ru.

    Art. 128. Feita a denunciao pelo ru:

    I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo

    prosseguir tendo, na ao principal, em litisconsrcio, denunciante e

    denunciado;

    II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir

    com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo

    sua atuao ao regressiva;

    III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ao

    principal, o denunciante poder prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal

    reconhecimento, pedir apenas a procedncia da ao de regresso.

    Pargrafo nico. Procedente o pedido da ao principal, pode o autor, se for

    o caso, requerer o cumprimento da sentena tambm contra o denunciado, nos

    limites da condenao deste na ao regressiva.

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    ENUNCIADOS DO FRUM PERMANENTE DE PROCESSUALISTAS CIVIS

    120. (art. 125, 1, art. 1.072, II) A ausncia de denunciao da lide gera

    apenas a precluso do direito de a parte promov-la, sendo possvel ao autnoma

    de regresso. (Grupo: Litisconsrcio e Interveno de Terceiros)

    121. (art. 125, II, art. 128, pargrafo nico) O cumprimento da sentena

    diretamente contra o denunciado admissvel em qualquer hiptese de denunciao

    da lide fundada no inciso II do art. 125. (Grupo: Litisconsrcio e Interveno de

    Terceiros)

    122. (art. 129) Vencido o denunciante na ao principal e no tendo havido

    resistncia denunciao da lide, no cabe a condenao do denunciado nas

    verbas de sucumbncia. (Grupo: Litisconsrcio e Interveno de Terceiros)

    3.4. CHAMAMENTO AO PROCESSO

    O chamamento ao processo tem ligao com situaes em que h uma

    coobrigao devido existncia de mais de um responsvel perante o credor.

    uma espcie de natureza coercitiva em que o terceiro, independentemente de sua

    concordncia, integra a relao jurdica processual a pedido do ru.

    A consequncia jurdica gerada pelo chamamento ao processo a criao

    de litisconsrcio passivo ulterior, ampliando, de modo subjetivo, a demanda

    originria. As hipteses de cabimento ao chamamento no processo esto elencadas

    no art. 130 do CPC.

    O chamamento ao processo admissvel, requerido pelo ru:

    a - do afianado, na ao em que o fiador for ru;

    b - dos demais fiadores, na ao proposta contra um ou alguns deles;