aula 10 oab xx prodesso civil estratégia
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Aula 10
Direito Processual Civil p/ XX Exame de Ordem - OAB
Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges
Direito Processual Civil Teoria e Exerccios comentados
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ OAB
Aula 10: DO PROCESSO DE EXECUO.
CAPTULO XI: DO PROCESSO DE EXECUO
Vimos nas outras aulas que o processo de conhecimento discute a
titularidade do bem em litgio. H incerteza sobre o direito material em disputa e
o Estado chamado a intervir, uma vez solucionado o litgio, a deciso judicial
dar ensejo ao incio da Execuo Judicial, conforme procedimentos do
Cumprimento de Sentena.
No Processo de Execuo, a situao outra, o titular do direito
conhecido. O Estado dever intervir, mas com seu poder coercitivo, para
obrigar o devedor a cumprir a obrigao constituda em ttulo
extrajudicial.
O Livro Do Processo de Execuo regula o procedimento da
execuo fundada em ttulo executivo extrajudicial, e suas disposies
aplicam-se, tambm, no que couber, aos procedimentos especiais de
execuo, aos atos executivos realizados no procedimento de
cumprimento de sentena, bem como aos efeitos de atos ou fatos
processuais a que a lei atribuir fora executiva. So exemplos de ttulos
SUMRIO PGINA
1. Captulo XI: Do processo de execuo. 02
2. Resumo 39
3. Questes comentadas 43
4. Lista das questes apresentadas 57
5. Gabarito 63
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executivos extrajudiciais: a letra de cmbio, a nota promissria, a duplicata, a
debnture, o cheque, entre muitos outros, conforme art. 784 do CPC/2015.
Logo no incio, importante destacar que a execuo deve ser orientada
por dois princpios, aparentemente, opostos a efetividade da execuo e
menor onerosidade possvel ao executado.
Pelo princpio da efetividade da execuo, deve-se atribuir ao credor
exatamente o que lhe confere o ttulo, no menor tempo possvel.
Por princpio da menor onerosidade ao devedor, o devedor, tendo
possibilidade de adimplir sua dvida por mais de um meio, ser beneficiado
pela imposio do menos gravoso (art. 805).
Tambm h exemplo deste ltimo princpio nos arts. 847 e 793, do
CPC/2015.
O exequente, que estiver, por direito de reteno, na posse de coisa
pertencente ao devedor, no poder promover a execuo sobre outros bens
seno depois de excutida a coisa que se achar em seu poder (art. 793).
O legislador foi muito feliz na redao do art. 793. Ora, se o exequente
se encontra na posse de bem do devedor, deve-se primeiro executar tal bem,
para depois, somente, partir execuo de outro. Caso contrrio haveria
grande risco de o credor controlar patrimnio muito superior ao da dvida.
1. PARTES
No polo ativo da demanda executiva, pode existir a legitimao
ordinria primria (ou originria), a legitimao ordinria superveniente (ou
secundria) e a legitimao extraordinria.
a) Legitimao ordinria primria (ou originria): ocorre quando, no
polo ativo, a parte com legitimidade para iniciar o processo
executivo ou a fase de cumprimento da sentena estiver indicada
como credora no prprio ttulo executivo.
b) Legitimao ordinria superveniente (ou secundria): o
demandante, somente ganha a legitimao para propor a demanda
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executiva por um ato ou fato superveniente ao ttulo executivo.
Mesmo atuando em nome prprio e defendendo interesse prprio, o
sujeito que demanda, nessa circunstncia, deve juntar execuo
demonstrao de que o ato que o legitima ocorreu de fato.
c) Legitimao extraordinria: ocorre quando o sujeito em litgio o
faz em nome alheio. Ex.: art. 778. Podem promover a execuo
forada: [...] I - o Ministrio Pblico, nos casos previstos em lei.
J no polo passivo da demanda executiva, temos as seguintes
hipteses de legitimao:
a) Legitimao ordinria primria (ou originria): o devedor,
reconhecido como tal no ttulo executivo;
b) Legitimao ordinria superveniente (ou secundria): o esplio,
os herdeiros, os sucessores do devedor ou o novo devedor que
assume com o consentimento do credor a obrigao resultante do
ttulo executivo (art. 779, incisos II e III);
c) Legitimao extraordinria: o fiador judicial e o responsvel
tributrio, assim definido na legislao prpria.
Obs.: Notem que a legitimidade nem sempre estar expressa no ttulo
executivo, mas o ttulo sempre conferir legitimidade a algum, ainda que em
decorrncia de previso legal.
1.1. LEGITIMIDADE ATIVA
Poder promover a execuo:
I - o credor a quem a lei confere ttulo executivo;
Nesse caso, chamamos a ateno para o termo credor, pois
devemos interpret-lo de modo abrangente, ou seja, o termo se liga a
obrigaes de vrias naturezas, no s de pagar quantia certa. Assim, dir-se-
credor de obrigao de entregar coisa, fazer e no fazer, entre outras.
Para determinar a legitimao do sujeito que figura como credor, basta
o magistrado comparar o sujeito que prope a demanda com aquele indicado
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no titulo como credor. Em casos excepcionais, a lei poder atribuir
legitimidade ordinria a sujeito que no figura no ttulo executivo como
credor. o caso do advogado que executa a sentena que fixa seus
honorrios.
II - o Ministrio Pblico, nos casos previstos em lei.
excepcional a hiptese de legitimao ordinria originria do MP, em
que venha figurar no ttulo executivo como credor. Seria o caso em que o MP
demanda em nome prprio um interesse prprio com o intuito de condenar o
demandado, de uma relao jurdica estabelecida desde a fase cognitiva, ao
cumprimento de uma obrigao.
Outra hiptese de atuao do MP o seu ingresso em demanda
judicial, em virtude de legitimao extraordinria, para defender em nome
prprio direito alheio, de terceiros. Isso far com que o MP figure no ttulo
executivo, ainda que no se possa afirmar que o far a ttulo de credor.
Ainda que figure no ttulo judicial, no o fazendo como
credor do direito, a legitimao do Ministrio Pblico ser
extraordinria para a execuo; [...] Essa circunstncia
cria uma espcie de legitimao sui generis, porque,
apesar de constar do ttulo executivo como autor da
demanda, a legitimao no decorre desse fato, mas sim
de expressa previso legal. (Neves, Daniel Amorin
Assumpo, pg. 822, 3Ed.)
H outras hipteses em que a legitimidade do Ministrio Pblico para
atuar na demanda executiva, depender da inrcia dos titulares do direito. Ex.
ao civil pblica fundada em direito individual homogneo, de relevncia
social, em que o MP poder executar a sentena se no prazo de um ano do
trnsito em julgado no houver quem se habilite para executar a sentena.
III - o esplio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre
que, por morte deste [credor], lhes for transmitido o direito resultante do ttulo
executivo;
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Esse um caso de legitimao superveniente em virtude da sucesso
causa mortis. A legitimidade atribuda ao esplio, aos herdeiros ou aos
sucessores, que podero dar incio demanda executiva, ou assumir o polo
ativo no lugar do de cujus, uma vez que j se tenha iniciado a