universidade federal da bahia faculdade de...

56
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CECOP 3 ROSINELMA ALVES DE OLIVEIRA PARCERIA ESCOLA E FAMÍLIA: UMA RELAÇÃO IMPRESCINDÍVEL PARA OS ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL TANCREDO DE ALMEIDA NEVES Salvador 2016

Upload: lamduong

Post on 17-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3

ROSINELMA ALVES DE OLIVEIRA

PARCERIA ESCOLA E FAMÍLIA:

UMA RELAÇÃO IMPRESCINDÍVEL PARA OS ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL TANCREDO DE ALMEIDA NEVES

Salvador 2016

ROSINELMA ALVES DE OLIVEIRA

PARCERIA ESCOLA E FAMÍLIA: UMA RELAÇÃO IMPRESCINDÍVEL PARA OS ALUNOS DA ESCOLA

MUNICIPAL TANCREDO DE ALMEIDA NEVES

Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica.

Orientadora: Profª Rosemary Lopes Soares da Silva

Salvador 2016

ROSINELMA ALVES DE OLIVEIRA

PARCERIA ESCOLA E FAMÍLIA: UMA RELAÇÃO IMPRESCINDÍVEL PARA OS ALUNOS DA ESCOLA

MUNICIPAL TANCREDO DE ALMEIDA NEVES

Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.

Aprovado em janeiro de 2016.

Banca Examinadora

Primeiro Avaliador.____________________________________________________

Segundo Avaliador. ___________________________________________________

Terceiro Avaliador. ____________________________________________________

À minha família, pela paciência, no decorrer deste trabalho.

Ao meu filho, pela compreensão e apoio aos meus estudos.

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Supremo Criador, pela minha existência e por ter me concedido

saúde e forças, ajudando-me a superar minhas dificuldades.

À Universidade Federal da Bahia (UFBA), ao Programa de Gestores, por me

proporcionar esse valioso curso que representou uma soma em minha trajetória

profissional.

Aos meus familiares, em especial minha mãe Rosália Alves Santos e meu

estimado filho Eduardo de Oliveira Campos, pelo incentivo e apoio incondicional.

A minhas colegas e amigas que durante todo o curso me motivaram e, na troca

de ideias, me fizeram enriquecer ainda mais meus ensinamentos.

À minha tutora, Cristiomara Barbosa Santos, pela dedicação e paciência

durante todo o curso.

À minha orientadora, Rosemary Lopes Soares da Silva, pelas orientações,

ensinamentos, dando-me conforto nos momentos mais inquietantes.

Aos mestres e doutores que, em cada módulo, me proporcionaram uma soma

de conhecimento significativo e imprescindível para minha caminhada profissional.

Enfim, minha gratidão a todos que, de alguma forma, contribuíram para essa

nova etapa de minha formação.

Muito obrigada!!!

5

“Na simplicidade aprendemos que reconhecer um erro não nos

diminui, mas nos engrandece, e que as pessoas não existem

para nos admirar, mas para compartilhar conosco a beleza da

existência.”

(Mário Quintana)

6

OLIVEIRA, Rosinelma Alves de. Parceria escola e família: uma relação imprescindível para os alunos da Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves. 57 fls. 2015. Projeto Vivencial (Especialização) em Coordenação Pedagógica – Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

RESUMO

O presente trabalho foi realizado na Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves, escola do campo, onde foi aplicado, através de uma pesquisa, um questionário para os pais e ou responsáveis de alunos e outro para os professores. Após a observação sobre o não comparecimento dos pais e ou responsáveis na escola, por meio da pesquisa-ação, realizaram-se pesquisas de cunho bibliográfico com autores de renome, como Piaget (2000), Maldonado (1998), Libâneo (2001, 2003), Brasil (1996, 2014), Martins (2009), Luck (2010). Em seguida foi construído um projeto de intervenção, tendo em vista que a escola necessita do apoio e presença da família na construção e realização das ações pedagógicas, de modo que a família possa perceber a importância de sua participação, ressaltando ainda que essas ações podem viabilizar a aproximação de ambos, tornando as duas instâncias importantes na formação dos alunos e construindo uma aprendizagem mais significativa e concreta. Espera-se que esse projeto tenha continuidade e que o elo entre a família e escola se fortaleça, consolidando o compromisso de uma aprendizagem eficaz.

Palavras-chave: Escola. Família. Participação. Conhecimento Significativo.

7

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CECOP Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica

CP Coordenador Pedagógico

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação

UFBA Universidade Federal da Bahia

8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 9

2 MINHA HISTÓRIA, MINHA VIDA ................................................................ 12

2.1 Aspectos da vida pessoal e profissional ........................................................ 12

2.2 Aspectos da vida profissional e acadêmica.................................................... 13

2.3 2.4

Trajetória de formação....................................................................................

Minhas espectativas..................................................................................

17

18

3 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................... 20

4 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO AÇÕES QUE POSSIBILITAM A

APROXIMAÇÃO DA ESCOLA E FAMÍLIA....................................................

29

4.1

4.2

4.3

Caracterização da Unidade Escolar................................................................

Metodologia.................................................................................................

Cronograma.................................................................................................

30 36 40

5

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................

42

6

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................

44

ANEXO............................................................................................................

Anexo1 – Algumas atividades desenvolvidas na escola durante o ano......

APÊNDICES................................................................................................

45

46

51

Apêndice 1- Entrevista com o professor.........................................................

Apêndice 2 – Entrevista com pais e ou responsáveis.....................................

52

54

9

1 INTRODUÇÃO

Na construção de um processo educativo eficaz é impraticável não envolver a

escola e família, pois ambas são instituições sociais, estão imbricadas no processo

de formação do indivíduo. A escola é o espaço que forma cidadãos críticos e

pensantes, e a família, por sua vez, deve interferir na dinâmica dela, tornando-se

também autora e responsável pelos resultados, compreendendo a missão e as

propostas da escola e percebendo como pode contribuir com ela. Com isso a escola

ultrapassa a mera posição de ser apenas transmissora de saberes, e passa a

assumir a coparticipação como formadora de sujeito único, particular e emotivo.

Com essa perspectiva, o presente trabalho foi desenvolvido na Escola

Municipal Tancredo de Almeida Neves, que é uma escola do campo, situada a 60

km da cidade de Itamaraju, com as turmas de 1° ao 5 ano das séries iniciais. Trata-

se de um projeto que visa contribuir para que pais e responsáveis sintam-se

valorizados e perceberem que a escola necessita de suas contribuições, sendo um

universo multicultural e social de democratização e conhecimentos, espaço de

experiências, necessitando, pois, dessa parceria para atingir seus objetivos

educativos, no intuito de promover o bem-estar de seus alunos, na formação de

cidadãos mais atuantes e participativos.

Partindo dessa premissa, o objeto de estudo surge da necessidade da

presença dos pais e responsáveis, incentivando sua permanência e

acompanhamento de seus filhos na escola e em casa, tendo como objetivo uma elo

entre escola e família, estreitando laços em busca de uma educação eficiente e mais

significativa.

Com a preocupação nas estruturas familiares e o reflexo que terão as crianças

no desenvolvimento cognitivo de sua vida pessoal e profissional, o ponto de partida

para a construção de saberes e fonte de conhecimento ganha relevância na

experiência escolar, apoiando-se no diálogo e na interação de todos os envolvidos,

tendo dessa maneira um desafio de caminhar para uma educação de qualidade,

sendo agente transformador dessa ação no cotidiano escolar.

Diante da minha prática de coordenação pedagógica, observo que na Unidade

Escolar a participação das famílias ainda é tímida e, por se tratar de uma escola do

campo, esse distanciamento dificulta os trabalhos da gestão escolar, mais

especificamente a prática docente, que é o contato mais direto com a aprendizagem

10

dos alunos. Os professores são os que melhor conhecem as potencialidades e

fragilidades dos estudantes e, muitas vezes, as dificuldades têm origem em

questões familiares, as quais podem ser discutidas com a presença dos

pais/responsáveis.

Pretendo com meu Trabalho de Conclusão de Curso, na modalidade Projeto

Vivencial, desenvolver ações na escola que possam aproximar de maneira ativa e

significativa a família da escola, envolvê-la em todas as ações, fortalecendo um

vínculo de afetividade, demostrando a importância de sua participação e apoio no

desenvolvimento dos indivíduos, a partir de uma forte relação entre ambas. Espera-

se, especialmente, que os pais atuem na gestão escolar mediante canais de

participação bem definidos. (LIBÂNEO, 2003, p.348-349).

Considero importante realizar uma pesquisa que contribua com esse

entendimento, isto é, demonstrar que a família precisa, necessariamente, aproximar-

se da escola, numa relação mais direta com os professores dos seus filhos. Há

muitas situações em que somente os pais podem ajudar com informações

pertinentes, quanto ao seio familiar, e que poderão indicar se há algum problema

que repercuta no processo de ensino. Sem esse vínculo, é muito mais difícil a escola

alcançar o êxito desejado, ou seja, o de garantir a aprendizagem dos estudantes.

Portanto, o trabalho é delineado em três capítulos, sendo o primeiro um relato

Memorial, com um percurso da minha história de vida, como iniciei a minha carreira

em educação, fazendo ao mesmo tempo a interlocução com o Eixo de pesquisa,

além de retratar a minha vida acadêmica e profissional, como também as minhas

expectativas com relação ao curso.

No segundo capítulo estão explanadas as relevâncias teóricas de autores que

tratam sobre o a gestão escolar, atentando para os dispositivos legais que regem a

atividade educacional, empreendendo esforços para viabilizar a articulação da

escola com o acompanhamento da família, e o avanço que pode acontecer no

processo educacional dos alunos. Traz uma reflexão sobre a família a qual deve se

fazer presente ativamente na escola, sendo de fundamental importância na garantia

do sucesso na aprendizagem dos indivíduos.

E o terceiro e último capítulo discorre sobre a Proposta de Intervenção, após a

realização de uma pesquisa feita com os pais e responsáveis, alunos e docentes, no

que tange à importância da parceria escola e família, considerando as

potencialidades dos alunos e as ações que podem ajudar a fortalecer o vínculo entre

11

ambas. Assim, o referido capítulo retrata elementos como caracterização da unidade

escolar, metodologia, aplicação do instrumento de pesquisa e análise de dados,

apresentação das ações da proposta de intervenção e cronograma.

Por fim, as considerações finais, trazem algumas reflexões sobre o trabalho

realizado e inferências acerca do tema no âmbito da educação.

12

2 MINHA HISTÓRIA, MINHA VIDA

“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.”

(Paulo Freire)

Esse memorial discorre momentos inesquecíveis vivenciados durante

diferentes etapas de minha vida tanto pessoal profissional quanto acadêmica. E é

uma grande oportunidade que a Universidade Federal da Bahia (UFBA) na

Especialização de Coordenação Pedagógica, me fez explanar, durante todo o

período do curso, na busca por inovações, reflexões e análise com relação à prática

e à teoria vivenciadas durante toda a trajetória dos estudos realizados.

Nesse percurso escolhi o eixo temático 7 – Estrutura e Organização da

Educação Básica – para a realização da conclusão desse curso, sendo que,

primeiramente, ele está relacionado às Escolas do Campo, em cujo contexto eu

realizo grande parte do meu trabalho. Também porque durante toda minha

caminhada, observei a necessidade e os conflitos que as escolas sofrem por não

terem parceria ativa com pais /ou responsáveis.

Apesar das particularidades familiares ou por não ter referencial familiar

definido, acredito que a família e a escola formam um elo, de modo que as duas

instâncias são responsáveis na preparação das crianças para exercer a cidadania

de maneira democrática, alcançando com competência a felicidade e a autonomia. E

com tantos avanços na sociedade, a escola continua sendo responsável para a

mobilização de todos os envolvidos – pais, alunos, responsáveis, gestores – a

interagirem entre si e participarem ativamente da escola, promovendo valores,

estimulando um trabalho coletivo e significativo.

2.1 ASPECTOS DA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL

Discorro aqui um pouco de minha vida profissional, pessoal e acadêmica

direcionada à educação. Desde pequenina sempre gostei de mexer com papéis,

observava muito minha mãe – professora aposentada – quando estava planejando

suas aulas e gostava muito de ir à escola com ela. Em minha casa, eu passava a

13

maioria do tempo brincando de escolinha, onde reunia meus irmãos e as crianças da

rua para ensinar. Creio que as mães até gostavam, porque quando eu não ia

chamar os meninos para ensiná-los, elas perguntavam se os filhos não foram

estudar.

Ao iniciar a minha carreira de estudante, lembro-me como se fosse hoje: as

músicas, o cheiro da minha lancheira, a hora do lanche, de irmos lavar as mãos

depois da merenda. Durante esses primeiros anos na escola, recordo-me da

festinha feita pela a tia Graci, a apresentação sobre a Páscoa. Outra apresentação

de que me recordo foi quando representei a vovozinha numa peça teatral na terceira

série no colégio Doze de Agosto. Nesse período escolar, lembro-me de muitos

outros episódios que contribuem até hoje para minha formação e dedicação no

âmbito educacional. Lembro-me quando iniciei a quarta série, foi bem na época em

que alfabetizei a secretária de minha casa. Nunca me esqueço do momento em que

a ajudei a escrever a primeira carta para seu grande amor.

Já no início do Ensino Fundamental II, na minha adolescência, foi uma fase

muito confusa, tudo diferente, nas realizações dos trabalhos. Eu era muito tímida e,

apesar da timidez, fiz muitas amizades, podendo assim me relacionar melhor com as

pessoas. Recordo-me dos professores que deram grande contribuição para minha

formação, até mesmo daqueles que eram rígidos, bem tradicionais, apesar de não

simpatizar muito com eles. Em minha formação do Magistério, foi como se estivesse

descobrindo um lado novo em minha vida, quando descobri um direcionamento

profissional – parecia que era o que eu realmente queria. Assim, estudei em escolas

diferentes: primeiro em Salvador, o Instituto Social da Bahia (ISBA) e depois, acabei

concluindo o Magistério no Centro Educacional de Itamaraju (CEI), minha cidade.

Nesse momento foi que eu descobri o quanto me identifico com a educação.

2.2 ASPECTOS DA VIDA PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Iniciei a minha vida profissional e acadêmica direcionando-me à educação, logo

que comecei a fazer cursinho para prestar vestibular. Fiz o vestibular e fui aprovada

em Pedagogia e Direito. Optei por Pedagogia na Faculdade de Teixeira de Freitas

em Teixeira de Freitas – FACTEF, hoje Pitágoras, situada a 65 km de minha cidade.

De início, tudo me parecia um “bicho-de-sete-cabeças”. Eu pensava que não iria dar

conta de fazer tanta coisa, mas com o tempo percebi o quão é importante a

14

dimensão de conhecimentos que se adquire, contando também com os profissionais

que encontramos nos dando força para não desistir dessa caminhada.

Com isso pude perceber a importância e a responsabilidade de um profissional

da educação. Nesse período de faculdade houve muitas transformações em minha

vida. Primeiramente mudou toda minha rotina diária, pois teria que me locomover até

Teixeira, de segunda à sexta, para estudar, além da preocupação com as despesas,

tanto do ônibus quanto do material de que precisava para concluir meus trabalhos.

Nessa época eu estava desempregada e à procura de um contrato de trabalho para

sanar as minhas despesas.

Com o passar do tempo, consegui um contrato pela prefeitura e comecei a

trabalhar, prestando serviço numa escola da rede estadual na Escola Estadual

Otávio Mangabeira, como secretária, onde aprendi muito sobre administração

escolar. Logo em seguida o contrato venceu e fiquei mais um grande período sem

trabalhar. Eu já estava querendo desistir do curso quando Ivanilde Baiôco, minha

querida professora, me conseguiu uma substituição de licença-maternidade na

Escola Municipal Rui Barbosa. Lá eu trabalhava como professora de Educação

Infantil e percebi, através dessa experiência, que a sala de aula é um ambiente

alfabetizador (em qualquer segmento), um espaço sagrado em que o aluno merece

ser valorizado e incentivado pelo afeto e pelo saber. E foi uma experiência muito

gratificante, pois descobri na pureza das crianças o quanto é importante iniciar

movimentos de valores universais, tais como a amizade, a responsabilidade, a

humildade, a competência do amor, ou seja, sonhar a escola dos sonhos.

Em meados do mês de junho desse mesmo ano, após ter acabado a licença-

maternidade da professora, fui transferida para a Escola Municipal Novo Prado,

trabalhando na secretaria da escola. Nessa época descobri que estava grávida. Foi

um momento muito difícil em minha vida. Eu estava despreparada, tanto financeira

quanto profissionalmente, pois tudo se desorganizou. Mas como tudo tem o seu lado

positivo, estava crescendo em mim um novo ser que precisava de alguém para

amar, acolher, enfim, um pedaço de mim.

Durante minha gestação tive muito enjoo. Com o nascimento de Eduardo,

minha vida mudou completamente. Hoje eu praticamente vivo para ele. E a cada dia

que passa ele me surpreende mais com seus encantos, amor, alegrias. Até o seu

nascimento, eu fiquei um período da faculdade sem concluir, tive que trancar um

semestre por causa do mal-estar. Nesse período fui contratada para trabalhar na

15

Escola Municipal José de Anchieta, numa sala de quarta série do Ensino

Fundamental. Lá conheci outra realidade do âmbito educacional e com isso cresci

muito profissionalmente.

Apesar das dificuldades, graças a Deus concluí a faculdade, pena que não

participei da colação e da festa. Esse período de formação foi de grande

crescimento para minha área profissional e amadurecimento para algumas

transformações em minha vida. No último momento de minha formação em

Pedagogia, fiquei muito emocionada por ter vencido mais uma batalha e agradecida

a Deus por me oportunizar nessa luta árdua direcionada a uma profissão de

competência e responsabilidade.

Após a conclusão do curso, continuei trabalhando no José de Anchieta, até

que, com a graça de Deus, me chamaram para trabalhar em Teixeira de Freitas,

referente a um concurso do qual eu participei ainda quando estava na faculdade.

Nossa, fiquei muito feliz, pois eu estava preocupada em pagar as minhas

pendências na Faculdade e diante de mim estava a solução.

Comecei a trabalhar na Escola Municipal Alcenor Barbosa Alves. Chegando lá,

todos me acolheram bem. No início parecia difícil essa locomoção toda até Teixeira

e também ao bairro, por ter fama de perigoso, mas aos poucos me acostumei e

acabei gostando do trabalho. A equipe docente me dava muita força e ânimo e os

alunos demonstravam interesse e participação, incentivando ainda mais minha

vontade de lecionar. Após um ano de trabalho de idas e vindas, surgiu um novo

concurso aqui em Itamaraju, para Coordenação Pedagógica. Fiz minha inscrição,

prestei o concurso e fui aprovada.

Cumpri o pedido de exoneração do cargo de professora na cidade de Teixeira

de Freitas, onde era concursada, e logo em seguida tomei posse desse cargo de

coordenação em minha cidade. Trabalhei na Escola Municipal Tancredo de Almeida

Neves, situada no Povoado de Pau D’Alho, distrito de Itamaraju, no cargo de

coordenadora durante três anos. Não foi fácil, inicialmente fui rejeitada pela turma de

trabalho, mas com um tempo comecei a conquistar a turma e mostrar como é meu

trabalho, já que o meu principal objetivo era buscar relações de parceria e

cooperação entre as pessoas, oportunizando a escola na construção de uma

identidade própria, que atendesse aos interesses específicos dentro dos princípios

de uma gestão participativa e democrática enriquecendo as práticas pedagógicas,

orientando, propondo atividades diferenciadas, sugerindo e providenciando dentro

16

das possibilidades materiais adequados, vislumbrando o crescimento do professor e

aluno.

Nesse período, participei de vários cursos oferecidos pela prefeitura: Pró

Letramento de Língua Portuguesa, Pró-Gestão, Gestar de Língua Portuguesa.

Aprendi muito e comecei a descobri como é diferente o trabalho das escolas do

campo com relação às escolas da sede e passei a reconhecer as suas dificuldades

e superação diante da tamanha necessidade, na busca de uma qualidade em

educação, por entender que essa educação, antes de tudo, é um direito social. Uma

política de educação do campo requer o reconhecimento de que a cidade não é

superior ao campo e, a partir dessa compreensão, impor novas relações baseadas

na horizontalidade e solidariedade entre campo e cidade. O campo é, acima de tudo,

espaço de cultura singular, rico e diverso. Assim, é importante a superação da

dicotomia entre o rural e o urbano.

Em dois mil e oito iniciei minha pós com especialização em Psicopedagogia

Institucional e Clínica. Nesse mesmo ano, fui convidada para trabalhar na Secretaria

Municipal de Itamaraju, especificamente com as escolas do campo, o que me deixou

muito feliz e curiosa com essa nova linha de trabalho.

Atualmente faço outro curso superior, de Serviço Social, na modalidade a

distância pela Unopar, o qual estou concluindo esse ano. Trabalhei durante dois

anos na Secretaria de Educação como Coordenadora Pedagógica e Administrativa

das Escolas do Campo, sendo ao todo 12 povoados e 43 escolas situadas nos

povoados, juntamente com as das fazendas, assentamentos e associações

próximas a cada povoado. Esse setor estava em fase de organização e crescimento,

logo, havia grande demanda de trabalho.

Acolhia todos os programas com os quais o município tinha parceria, tendo

ainda os específicos das escolas do campo, e na época também organizamos o

transporte escolar. Meu trabalho era ajudar nas dificuldades e necessidades de cada

escola, orientar e organizar o transporte escolar do município. Esse trabalho não

estava diretamente ligado à parte pedagógica de cada escola, mas busquei me

inteirar das necessidades de cada uma e ajudar, da melhor maneira possível.

No momento, permaneço na Secretaria Municipal de Educação no setor do

Transporte Escolar do Município, tendo como objetivo organizar e ajudar os alunos

que necessitam se locomover até as escolas. Tenho uma pós-graduação em minha

17

área, e assim estou cheia de ansiedade e expectativas nessa nova caminhada, para

maior conhecimento em minha prática pedagógica e em minha vida profissional.

2.3 TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO

Iniciei fazendo o magistério em Salvador no Instituto Social da Bahia (ISBA).

Estudava à noite e trabalhava durante o dia. Depois de um ano, retornei para

Itamaraju, onde moro até hoje, e terminei meu curso de Magistério. Depois de um

tempo, fiz cursinho e prestei o vestibular em Pedagogia e passei. Ingressei na

(FACTEF) hoje Faculdade Pitágoras. Durante os anos de faculdade comecei a

trabalhar nas escolas, sendo contratada pela prefeitura com o cargo de professora e

nesse período comecei a conhecer e vi a necessidade de estudar, pesquisar, abrir

um novo horizonte para direcionar meu trabalho com mais precisão e clareza. Ao

término do Curso da Pedagogia, fiz um concurso na cidade em que eu estudava.

Comecei a lecionar.

Como a cidade ficava distante e eu estava com meu filho ainda muito pequeno,

resolvi fazer o concurso da cidade em que moro a acabei passando e iniciei meu

trabalho como Coordenadora Pedagógica de uma Escola do Campo. Com esse

trabalho eu percebi claramente a necessidade das escolas para desenvolver o seu

trabalho de maneira mais eficaz e que obtenham sucesso na aprendizagem dos

alunos. Nesse contexto, percebi a importância da presença e participação de pais e

responsáveis no ambiente escolar, já que vivemos num mundo de constante

transformação e o espaço escolar é o que está sempre em mudanças,

apresentando-se como um espaço em contínua construção. Ela é uma instituição

humana e pressupõe a perspectiva, os olhares dos que nela atuam.

Nesse sentido, pode-se procurar preservá-la como algo estático ou engajá-la

em movimentos de mudanças que busquem sua atualização, de forma a torná-la

condizente com o seu tempo e que tenha participação ativa de todos os envolvidos

na busca por uma educação mais significativa e democrática. Desse modo, o eixo

temático que achei pertinente para a minha investigação durante esse curso foi o

Eixo 7, o qual fala sobre a Estrutura e Organização da Educação Básica, que

ajudará no meu trabalho como Coordenadora Pedagógica, permitindo que a escola,

por ser uma instituição social, se torne, de fato, responsável pelos indivíduos com

18

interesses convergentes se encontrem, falem, ouçam ou desenvolvam uma

interação com uma parceria ativa e eficaz.

2.4 MINHAS EXPECTATIVAS

Diante de tanto descaso e tantas mudanças na educação, não perco meu foco

e almejo que ela seja priorizada, respeitada e valorizada, pois é de extrema

importância a todos nela envolvidos, principalmente quanto ao desempenho do

educador, que vai repercutir no desempenho dos alunos. O educador é aquele que

está diretamente em contato com o novo ser transformador, o nosso aluno,

buscando coletas de informações úteis, sendo um incansável pesquisador,

alcançando a melhor qualidade de ensino, encontrando mecanismos, de modo que

diminuam as dúvidas, ou buscando caminhos para aprimorar o conhecimento dos

alunos.

Além disso, o educador, visando qualificar a sua aprendizagem, deve ter clara

a teoria que utiliza como suporte de sua prática pedagógica e o planejamento de

ensino. Outro ponto pertinente é uma escola em que há convivência democrática,

onde todo o corpo escolar administrativo e comunidade podem trocar experiências e

realizar aprendizagens significativas, onde a Proposta do Projeto Político

Pedagógico é construída com a convivência democrática com líderes preparados,

significando o conhecimento de si mesmo e os procedimentos adequados para

trabalhar com suas equipes.

A escola é um lugar de diferenças e tentativas de uniformização. O conflito é

inerente à escola, e o papel do gestor é da maior importância, na forma de lidar com

os conflitos e os antagonismos. É preciso unir esforços para oferecer uma educação

de qualidade aos nossos jovens, e para tanto é fundamental o auxílio dos pais e a

comunidade combatendo todas as divergências para pleno desenvolvimento da

democracia escolar. Não podemos esquecer também da formação dos professores

e demais profissionais, que não está voltada apenas para saber fazer, mas para

saber fazer melhor, o que se torna concreto com uma base teórico-prática

consciente.

Nesse sentido, a escola deve, em sua rotina, ser um ambiente de

aprendizagem para toda a comunidade educativa. E o gestor, juntamente com o

19

coordenador pedagógico, passa a ser o grande articulador das ações de todos os

segmentos e o que mantém o ânimo de todos no trabalho educativo, desenvolvendo

uma boa capacidade decisória, percebendo e compreendendo a vida como um

processo dinâmico, flexível, criativo, interdependente, no qual as ações representem

não apenas uma dimensão individual, mas uma dimensão muito mais ampla, a do

contexto em que vivemos.

Essa oportunidade única foi mais uma etapa emocionante e de grande

expectativa, porque gosto de estar envolvida com tudo que se refere à educação,

parte essencial para a formação de cidadãos. Durante todo o tempo procurei

aproveitar e aceitar mais uma batalha a caminho da aprendizagem e ampliar meus

conhecimentos, aprimorando em minha prática, buscando mudar para melhor. Na

condição de coordenadora pedagógica, assumirei meu trabalho com uma nova

roupagem, incentivando os professores a serem mais conscientes e

compromissados. Procurarei utilizar todos os conhecimentos que acumulei, até aqui,

em meu cotidiano e adotarei métodos mais eficazes, estimulando os professores a

estarem preparados para as mudanças e a serem responsáveis pela educação de

seus alunos. Que eles consigam semear bons frutos de tudo que aprenderem na

escola. É este o meu desejo e, assim acontecendo, sinto-me juntamente com eles

uma vitoriosa.

20

3 REVISÃO DE LITERATURA

As reflexões em torno da educação no campo têm ampliado o debate acerca

do papel da escola diante das possibilidades de educação, nas mais diversas

modalidades. A educação do campo tem se configurado com uma marca importante

no cenário brasileiro, considerando-se o ambiente rural no qual o desenvolvimento,

por vezes, garante o crescimento do país, advindo daí a adoção de políticas que

busquem garantir a presença do homem no campo. Nesse processo, visualiza-se a

escola, como um instrumento fundamental para o desenvolvimento do indivíduo,

numa perspectiva de integração e de valorização da identidade.

Bezerra Neto (2010) nos mostra que a educação no campo é aquela que

ocorre no local onde as pessoas ou grupo social residem, na qual não há

necessidade de deslocamento dos estudantes da área rural para a urbana. Contudo

a educação no campo não tem o caráter educacional unicamente voltado às

questões específicas da área, mas tem seguido a tendência de um processo

educacional único, tanto para o campo quanto para a área urbana.

Uma das preocupações relativas à educação do campo é de refletir sobre essa

dimensão, em que os movimentos sociais do campo se colocam como atores na

construção de mais um capítulo da história da educação brasileira, com um recorte

muito particular para os trabalhadores e trabalhadoras do campo e suas

organizações sociais; referimo-nos, sobretudo, à construção do direito à educação

para aqueles sujeitos que vivem e sobrevivem do campo.

Em 2011, o Decreto 7611/2011 propõe em seu artigo 1º:

Art. 1º - O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial será efetivado de acordo com as seguintes diretrizes: I - garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades (BRASIL, 2011).

Desse modo, as pessoas que vivem no campo merecem uma educação que

seja condizente com suas realidades, com aquilo que é visto e vivido em seus

cotidianos; pensar em educação do campo como uma política pública requer que

pensemos primeiramente na referência que temos de educação como uma política

pública, fora dos parâmetros dos projetos que contemplam apenas realidades

localizadas. Se pensarmos a educação do campo numa perspectiva de uma política

pública é preciso pensar, antes de tudo, em ações educacionais de forma ampliada,

21

não somente quanto à demanda histórica por educação nas áreas rurais, mas

também no que se refere aos diversos níveis e modalidades de educação,

considerando ainda a diversidade étnica, cultural, ambiental e social do campo.

De acordo com Martins (2009), um dos fatores que constituem o bom resultado

das atividades relacionadas à educação do campo diz respeito ao trabalho coletivo,

associado ao sentimento de pertencimento e valorização da identidade do indivíduo

do campo no processo educativo, o que se transforma em um movimento social.

Nesse sentido, as Diretrizes Operacionais para Educação Básica das Escolas

do Campo, no seu artigo 2º Parágrafo único, descrevem os elementos que definem a

identidade da educação e da escola do campo, bem como as especificidades:

A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às questões inerentes à sua realidade, ancorando-se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos movimentos sociais em defesa de projetos que associem as soluções exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva no país. (BRASIL, 2001).

Os movimentos sociais ligados ao meio rural sempre foram incisivos na busca

por uma educação condizente com suas realidades e necessidades, uma educação

que afirme o meio rural e sua gente como lugar e sujeitos de possibilidades. No

âmbito dessa luta dos movimentos sociais por uma educação do campo e para o

campo, vale lembrar o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais sem

Terra (MST) que, além de lutar por reforma agrária, luta também pelo direito à

educação.

Bezerra Neto (2003) enfatiza a qualidade dos princípios educativos do MST,

fundamentais na valorização do seu habitat natural:

Os primeiros conhecimentos de toda criança estão ligados a seu habitat. Os conhecimentos da criança rural estão ligados à vida na roça, mas os conteúdos oferecidos a ela pela escola tradicional partem do princípio de que para ser culto, é preciso ser letrado, contando com uma formação típica para os desafios do mundo 6 urbano e submetendo a criança a um calendário escolar que não valoriza a prática de seus pais, nem a sua dimensão temporal, uma vez que esse calendário é elaborado para ser praticado a partir do ano civil e não do ano agrícola, mais próximo à realidade do homem do campo (BEZERRA NETO, 2003, p. 74).

22

O MST, numa proposta revolucionária, defende que a educação para o homem

do campo é bem diferente daquela proporcionada ao homem na cidade. Essa

educação deve compreender saberes em comum aos saberes lecionados nas

escolas urbanas, mas também incorporar saberes específicos do meio rural. Esta é

uma importante reivindicação, já que ao propor uma educação diferenciada para o

campo, evidencia-se a separação entre trabalhadores urbanos e do campo: “o

homem rural vive uma realidade diferente da realidade do homem urbano”

(BEZERRA NETO, 2003).

É necessário, pois, que se desenvolva uma educação específica para o campo,

com metodologias e conteúdos próprios os quais contemplem a vivência dos povos

do campo, que tenha claramente a valorização por sua cultura e que vise à

formação de sujeitos transformadores de suas realidades os quais possam se

enxergar como sujeitos construtores de histórias e que estão situados em um tempo

e um espaço. Portanto, a educação do campo passa a ser vista como uma

categoria, ou, conforme descrevem os documentos educacionais, uma modalidade

educativa no interior do sistema, algo que já parece estar consolidado no debate

pedagógico.

O campo é mais que uma concentração espacial geográfica; é o cenário de uma série de lutas e movimentos sociais; é ponto de partida para uma série de reflexões sociais; é um espaço culturalmente próprio, detentor de tradições, místicas e costumes singulares; é ainda um espaço com dimensões temporais independentes do calendário convencional civil. Enfim, o homem e a mulher do campo são sujeitos historicamente construídos a partir de determinadas sínteses sociais, que são específicas, de dimensões diferentes das urbanas. (MARTINS, 2009).

Nesse redimensionamento, os professores que atuam na educação do campo

passam a assumir grandes responsabilidades. Para além da obrigação de repassar

os conteúdos, devem formar pessoas capazes de lutar contra essa realidade

imposta por uma classe dominante. Mas para que isso aconteça, esses professores

devem ter uma formação que os levem em primeiro lugar a refletir sobre tais

questões e a refletir também sobre os pais como formadores e construtores de

opinião.

A educação desenvolvida nos meios rurais torna-se objeto de discussão dos

sujeitos que a compõem, os educadores e camponeses, diferentemente de outros

23

momentos, em que a educação rural era objeto de discussão dissociada dos sujeitos

sociais que nela atuavam. Era até então denominada como educação rural, e depois

chamada de educação do campo, conforme o entendimento dos sujeitos sociais

deste movimento:

Decidimos utilizar a expressão campo e não mais a usual meio rural, com o objetivo de incluir no processo (...) uma reflexão sobre o sentido atual do trabalho camponês e das lutas sociais e culturais que hoje tentam garantir a sobrevivência deste trabalho. (FERNANDES, CERIOLI & CALDART, 2004, p. 25).

Esse processo de mudança por que passaram e continuam passando as

escolas do campo é um sinalizador de que a escola ainda precisa ser mudada,

embora já exista um avanço de mentalidade. Os entraves para que tais

desdobramentos se concretizem precisam ser discutidos pelos segmentos

interessados, a fim de que a escola alcance os objetivos desejados. É diante desse

contexto – tanto de insegurança quanto de desesperança – que os desafios nos

convocam a irmos buscar um espaço educacional realmente do campo, em que a

identidade e a cultura sejam respeitadas e as práticas pedagógicas sejam

compatíveis com essa realidade.

Segundo Libâneo (2001), uma instituição escolar requer uma estrutura de

organização interna, a qual é prevista no Regimento Escolar ou em legislação

específica estadual ou municipal. “O termo estrutura tem aqui o sentido de

ordenamento e disposição das funções que asseguram o funcionamento de um

todo, no caso a escola” (LIBÂNEO, 2001, p. 4).

Quando tratamos da gestão organizacional, já entendemos que a escola do

campo também não pode ficar ausente dessa lógica administrativa e precisa,

portanto, de uma equipe que garante uma participação coletiva nos processos de

gerenciamento da escola. Essa equipe compõe-se de um diretor, que coordena,

organiza e gerencia todas as atividades da escola, sendo auxiliado pelos demais

componentes do corpo de especialistas e de técnicos administrativos. A gestão

trabalha em atendimento às leis, regulamentos e determinações dos órgãos

superiores do sistema de ensino e às decisões no âmbito da escola e pela

comunidade.

Libâneo (2001) complementa que a organização e a gestão da escola dizem

respeito aos modos de realização do trabalho escolar. O autor trata da coordenação

24

do esforço coletivo do pessoal que atua na escola, envolvendo os aspectos, físicos e

materiais, os conhecimentos e qualificações práticas do educador, as relações

interacionais, o planejamento, a administração, a formação continuada, a avaliação

do trabalho escolar. Todo esse processo se desenvolve em função de atingir o

objetivo principal, qual seja o bom resultado na aprendizagem dos alunos e,

consequentemente, a preparação deste para a sociedade.

Há uma compreensão cristalizada de que a escola, imbuída da sua função

social, busca realizar a humanização plena nos sujeitos que a compõem. Nesse

sentido, Libâneo observa que toda educação ocorre no âmbito das relações sociais

e mostra o antagonismo presente nesse discurso:

Numa sociedade em que essas relações se dão entre grupos sociais antagônicos, com diferentes interesses, em relações de exploração de uns sobre outros, a educação só pode ser crítica, pois a humanização plena implica a transformação dessas relações (...). É por isso que a Pedagogia expressa finalidades sociopolíticas, ou seja, uma direção explícita da ação educativa a um projeto de gestão social e política da sociedade (LIBÂNEO, 2001, p. 8).

Atualmente, muito se tem discutido sobre a temática da administração escolar,

buscando encontrar alternativas que visem à efetiva gestão democrática dentro do

âmbito da escola pública. Busca-se, desse modo, a implementação de novas

posturas e relações do gestor perante os membros da unidade social. Sobre essas

transformações Lück afirma:

O ensino público no Brasil está experimentando transformações profundas. Reformas nacionais juntamente com iniciativas em âmbito estadual e municipal estão alterando as práticas pedagógicas e a organização escolar, na tentativa de dar eficácia à escola e universalizar o acesso. Nunca antes na história do Brasil a questão da educação pública foi tão evidente na mídia, na vida, na política e na consciência do cidadão comum. (LÜCK. et.al. 2005, p. 9).

Conceitualmente, a educação é um fenômeno social, ou melhor, uma prática

social que somente pode ser compreendida no quadro do funcionamento geral da

sociedade da qual faz parte. Desse modo, as práticas educativas não se dão de

forma isolada das relações sociais que caracterizam a estrutura econômica e política

de uma sociedade, estando subordinadas a interesses sociais, econômicos, políticos

e ideológicos de grupos e classes sociais.

25

A pedagogia, com isso, é um campo de estudos com identidade e problemáticas próprias. Seu campo compreende os elementos da ação educativa e sua contextualização, tais como o aluno enquanto sujeito do processo de socialização e aprendizagem, os agentes de formação (inclusive a escola e o professor), as situações concretas em que se dão os processos formativos (inclusive o ensino), o saber como objeto de transmissão/assimilação, o contexto socioinstitucional das instituições (LIBÂNEO, 2001, p.11).

Ao considerar como bastante vasto o âmbito educativo, Libâneo (2001)

esclarece que a educação ocorre em muitos lugares e sob variadas modalidades: na

família, no trabalho, na rua, na fábrica, nos meios de comunicação, na política e na

escola, propriamente dita. Daí a importância de contextualizar os espaços de

aprendizagem à realidade dos que deles fazem parte. Assim, podemos inferir que a

contextualização da educação no campo é uma prerrogativa para que essa

modalidade produza os resultados, tanto do ponto de vista da formação humana

quanto da aprendizagem dos alunos.

Entende-se por gestão democrática o ato de administrar, gerir uma instituição

que promova a participação de todos os atores envolvidos no processo educacional

de forma democrática, para que assim ocorra a busca pela melhoria do ensino. Ela

vem substituir o autoritarismo empregado durante décadas, envolvendo todos os

segmentos sociais que compõem a escola, para proporcionar uma reflexão quanto

ao papel do gestor na busca de uma escola pública de qualidade.

Segundo Lück (2005, p. 21), um dos conceitos que se pode atribuir ao ato da

gestão refere-se ao “processo de mobilização de competência e da energia de

pessoas coletivamente organizadas para que, por sua participação ativa e

competente, promovam a realização, o mais plenamente possível, dos objetivos de

sua unidade de trabalho, no caso, os objetivos educacionais”. Vê-se, então, que uma

gestão escolar democrática tem a finalidade de redistribuir a responsabilidades,

pautada na participação, no trabalho em equipe, em que as ações são

desenvolvidas no âmbito coletivo. Nesse tipo de gestão, as situações são analisadas

e promove-se o confronto de ideias, sempre na busca pelo êxito da organização.

Para que o processo de gestão escolar seja, de fato, democrático, o gestor

precisará saber como trabalhar os conflitos e os desencontros, buscando novas

alternativas as quais devem sempre atender aos interesses da comunidade escolar.

26

A demais, precisará compreender que a qualidade da escola dependerá da

participação ativa de todos os envolvidos no processo, entretanto respeitando-se a

individualidade de cada um e buscando nos conhecimentos individuais novas ideias

para enriquecer o trabalho coletivo.

Em síntese, Lück et. al. (2005, p. 17) observam que a noção mais evidente da

gestão participativa nos sistemas de ensino envolve, além dos professores e

funcionários, os pais, os alunos e qualquer outro representante da comunidade que

esteja interessado na melhoria do processo pedagógico.

Os princípios da organização do trabalho pedagógico e da gestão escolar estão

ancorados numa perspectiva democrática e estão sustentados a partir da autonomia

das escolas e da comunidade educativa. Fundamentam-se no envolvimento da

comunidade escolar no processo escolar e na formação continuada, para o

desenvolvimento pessoal e profissional dos integrantes da comunidade escolar,

avaliação compartilhada e relações assentadas na busca de objetivos comuns

(LIBÂNEO, 2004).

Com base nesse pressuposto, o gestor democrático pode se basear em

estratégias para consolidar efetivamente suas ações. Para tanto, Lück et. al. (2005)

enumeram algumas ações especiais para que esse processo se realize de maneira

eficaz.

1) criar uma visão de conjunto associada a uma ação de cooperação; 2) promover um clima de confiança; 3) valorizar as capacidades e aptidões dos participantes; 4) associar esforços, quebrar arestas, eliminar divisões e integrar esforços; 5) estabelecer demanda de trabalho centrada nas ideias e não em pessoas; 6) desenvolver a prática de assumir responsabilidades em conjunto. (LÜCK. et.al. 2005, p. 20).

A gestão democrática deve visar à prática coletiva e social, tornando-se um

processo de participação de todos, estando claramente inserida na sua realidade

escolar. É caracterizada por uma atuação que requer mudanças nas relações de

poder, transformando-as de centralizadoras e autoritaristas para dialógica e

democrática, mas para que essa mudança ocorra é necessária uma transformação

de atitudes dos atores envolvidos nesse processo. Sendo assim, destaca-se a

importância de um planejamento participativo, pois sem ele torna-se impossível a

busca por uma gestão democrática bem sucedida.

27

Nessa perspectiva, a escola e a família são dois elementos fundamentais para

o processo de aprendizagem, cujos contextos têm o papel de desenvolver a

socialização, a harmonia, a aprendizagem e o afeto nos indivíduos. É no ambiente

familiar e escolar que o indivíduo se desenvolve de acordo com a realidade vivida,

seja cultural ou social, preparando-se para com convívio na sociedade.

As relações entre família e escola estão pautadas na interdependência. Ou

seja, por um lado, a família precisa e conta com o apoio de outras instituições,

principalmente da escola para dar continuidade no processo de aprendizagem dos

seus; por outro, a escola espera e necessita que os pais e responsáveis pelos

alunos estejam presentes, como o primeiro passo para a interlocução que se façam

as mudanças nos ambientes de sala de aula e de casa. Esse diálogo é muito

importante na vida escolar da criança, no comportamento, na organização, nas

atitudes e no desempenho da aprendizagem.

Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois, a muita coisa mais que a uma informação mutua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, freqüentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades (...) (PIAGET, 1972 apud JARDIM, 2006, p. 50).

A sociedade tem passado por profundas mudanças nas últimas décadas, e isso

tem afetado de forma direta a estrutura e equilíbrio das famílias. A escola, por sua

vez, acompanha a dinâmica social e assim tem procurado se adaptar a esse cenário

de mudanças. Entretanto, o que se torna necessária, de forma premente, é a

interação entre ambas, promovendo uma maior eficiência na educação e ensino das

crianças.

Jardim (2006) sugere que a maioria dos educadores atribui aos pais a origem

dos problemas, e acusam como fator as mudanças na família. Ocorre, então, entre

escola e família uma confusão de papéis, cobranças para ambas as instituições.

Parece haver uma incapacidade de compreensão por parte dos pais a respeito

daquilo que é transmitido pela escola; além disso, a falta de habilidade dos

professores em promover comunicação dificulta a aproximação necessária da

família. Diante desse conflito que se instaura no ambiente educativo, compete à

28

gestão da escola, pelo seu caráter participativo, estabelecer o diálogo necessário

para resgatar a confiança da família perante a função pedagógica da escola.

29

4. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO: AÇÕES QUE POSSIBILITAM A

APROXIMAÇÃO DA ESCOLA E FAMÍLIA

A escola é um espaço social e multicultural com função de educar para a

cidadania. Com esse propósito, tal espaço de transformação necessita de parcerias

ativas para melhor inserir os indivíduos na sociedade. E uma das parcerias

essenciais é a família, que tem como fator importante a possibilidade de partilhar as

diferenças, diminuir os conflitos ajudando ainda mais na construção dos sujeitos

mais críticos e produtivos.

A família deve-se fazer presente em todos os momentos da escola – desde as

festividades aos conselhos de classe –, a fim de poder refletir melhor sobre o que

acontece no ambiente escolar e poder auxiliar na tomada de decisões da gestão

educacional.

Tendo em vista que a família, pelas circunstâncias, tem descuidado em cumprir

o seu papel em acompanhar o histórico escolar de seus filhos, nesse projeto de

intervenção a finalidade foi pesquisar sobre o não comparecimento dos

pais/responsáveis pelo processo de aprendizagem, quando essa incumbência é

transferida para a escola e para os profissionais que estão ali diretamente

envolvidos com seus filhos.

Diante disso, a interesse em debruçar sobre esse objeto de estudo foi por

reconhecer o papel da família como uma parceria imprescindível para o bom

resultado da aprendizagem dos estudantes, sobretudo aqueles do Ensino Básico da

Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves situada no povoado pertencente ao

Município de Itamaraju – BA. Nessa unidade escolar há indagações sobre as

prováveis causas que levam ao distanciamento dos pais/responsáveis no contexto

escolar e quais as possíveis soluções diante dessa problemática.

A participação dos pais na vida da escola tem sido observada em pesquisas,

como um dos indicadores mais significativos na determinação da qualidade do

ensino, isto é, têm melhor aprendizagem os alunos cujos têm maior participação na

vida da escola. (LUCK, 2010, p. 86).

Desse modo foi observado que, na Unidade Escolar, a participação das

famílias ainda é limitada e, por se tratar de uma escola no campo, esse

distanciamento dificulta os trabalhos da gestão escolar, especificamente com

relação à prática docente, que é o contato mais direto com a aprendizagem dos

30

alunos. Os professores são os que melhor conhecem as potencialidades e

fragilidades dos estudantes e, muitas vezes, as dificuldades têm origem em

questões familiares, as quais podem ser discutidas com a presença dos

pais/responsáveis.

Considero importante a realização dessa pesquisa, para que possa contribuir

com esse entendimento, isto é, demonstrar que a família deve, necessariamente,

aproximar-se da escola, numa relação mais direta com os professores dos seus

filhos. Há muitas situações em que somente os pais podem ajudar com informações

pertinentes ao seio familiar e que poderão indicar algum problema que repercuta no

processo de ensino. Sem esse vínculo, é muito mais difícil a escola alcançar o êxito

desejado, ou seja, o de garantir a aprendizagem dos estudantes. Acreditamos que o

melhor caminho será trazer a família para a escola, convencendo-a de sua

importância nesse processo.

O presente projeto de intervenção tem como propósito uma abordagem sobre o

elo entre a escola e família buscando favorecer uma parceria significativa de

compromisso, objetivando o fortalecimento da aprendizagem do aluno para

obtenção do sucesso escolar, pertinente ao eixo temático 7 – Estrutura e

Organização da Educação Básica –, sendo o Polo formação situado em Itamaraju-

Ba, com a iniciativa do Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica

Pública, Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica – CECOP 3.

Foi realizado um trabalho de intervenção com a família, por meio das ações de

encontros com os pais/responsáveis, para que eles conheçam o Projeto Político

Pedagógico da escola. Além disso, realizou-se um trabalho de escuta individualizado

com os pais/responsáveis, a respeito das causas do afastamento da escola, bem

como sobre a tomada de decisão conjunta entre gestão e pais, na busca por

alternativas que favoreçam a aproximação da escola com as famílias.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR

A Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves é uma escola situada na zona

rural, e está localizada no Distrito de Pau D’Alho, na Rua Principal s/n, a 60 km do

Município de Itamaraju. O acesso até a escola não é pavimentada, é de estrada de

chão.

31

É uma escola de pequeno porte, tendo sido fundada no ano de 1985, com o

objetivo de atender às necessidades da comunidade. Recebeu este nome em

homenagem ao presidente eleito Tancredo de Almeida Neves, na gestão do então

prefeito Orlandino Lopes da Paixão.

A Unidade Escolar é mantida pela Prefeitura Municipal de Itamaraju, em

parceria com os Programas do Governo Federal. A escola foi criada com o intuito de

receber a comunidade local, porém atualmente surgiu a necessidade de atender as

localidades vizinhas, associações, assentamentos fazendas e vilas, e no ano de dois

mil e quatorze começou também a dar atendimento especializado às crianças com

necessidades especiais, com a implantação da sala do Atendimento Educacional

Especializado (AEE).

Essa Unidade Escolar fica numa comunidade carente, onde não há emprego

para todos, sendo que a economia gira em torno da agricultura, pecuária e pesca.

O distrito é pequeno e tem aproximadamente quatrocentos habitantes. Não há

infraestrutura e saneamento básico e o comércio é muito fraco e insuficiente.

Os jovens da localidade vão embora após concluir o Ensino Médio ou até

mesmo antes, em busca de melhores condições de vida, e a maioria dos moradores

não concluiu o Ensino Fundamental I.

Há ainda um índice de evasão grande, principalmente devido à época do café,

quando muitos vão para a colheita e não retornam à escola.

Os pais, na sua maioria, não participam da vida escolar dos filhos, deixando

assim, o papel do acompanhamento escolar a cargo unicamente dos educadores.

A escola trabalha em prol da comunidade, promovendo gincanas, feiras

culturais, brechós, festas em datas comemorativas, porém a comunidade não

responde de forma positiva.

A relação entre a família e a escola, em parte, deixa muito a desejar, pois a

comunidade nem sempre participa dos eventos feitos pela gestão e professores e,

ao mesmo tempo, não valoriza aquilo que a escola oferece.

A Lei de Diretrizes e Base (LDB), na observância da ligação entre escola e

família, ressalta em seu artigo 2°:

A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (LDB,1996, p. 9).

32

Vê-se, portanto, que a família é igualmente responsável e precisa estar inserida

diretamente na educação de seus filhos para a formação de sua cidadania. A

família, quando atua de forma participativa na escola, pode ir além de contatos

informais, das conversas breves, pois cada escola e cada educador desempenham

em conjunto com a família alternativa de partilhamento.

As famílias que residem nesse povoado são, na maioria, formadas por

aposentados, trabalhadores rurais em plantações de café, cacau, vaqueiros e há

algumas que ainda vivem da pesca e caça para o seu sustento.

A instituição vem prestando um trabalho relevante que visa melhorar a

qualidade do aprendizado dos alunos, buscando a interação entre escola e

comunidade, realçando os laços de parceria entre esses sujeitos.

A escola possui atualmente 07 (sete) salas, em bom estado de conservação,

precisando de alguns retoques, tais como pintura, cerâmica no chão, grades nas

janelas e forro.

O ambiente administrativo e técnico-pedagógico, consta de: sete salas de aula,

sala da direção, sala dos professores, banheiros para alunos e equipe

administrativa, secretaria, cantina, despensa e um pequeno pátio interno.

Suas atividades recreativas e de educação física não são feitas na escola, pois

o espaço é pequeno e não dispõe de área de lazer; assim, os alunos e professores

utilizam o campo de futebol da comunidade.

A unidade escolar possui uma vizinhança residencial. A rua em que se

encontra a escola é estreita e pouco movimentada, não oferecendo perigo aos

alunos que ali estudam.

No mencionado povoado não há rede de tratamento de água e nem rede de

esgoto. Toda a água da comunidade vem do rio sem nenhum tratamento. Quanto ao

perfil socioeconômico da Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves, esta recebe

alunos residentes da localidade, de associação e fazendas vizinhas. Esses alunos

pertencem a classes socioeconômicas na sua maioria integrante das classes B e C

e trazem para a escola uma diversificada educação moral, religiosa e cultural.

A clientela atendida é um total de 200 alunos, sendo alunos da Educação

Infantil, Educação Fundamental de Nove Anos (Séries Inicias e Finais), a EJA e

também os alunos do Ensino Médio com o Programa estadual de Ensino Médio com

Intermediação Tecnologia (EMITEC), anexo da Escola Estadual Modelo situada na

cidade de Itamaraju-Ba. A escola também acolhe alunos de escolas anexas

33

localizadas nas fazendas pertencentes ao distrito, tais como Associação Renascer,

Fazenda Santa Rita e Nova Esperança.

A escola atende também os alunos do Ensino Fundamental do turno oposto, na

parceria com o Programa Mais Educação, que foi implantado pelo Governo Federal,

e também os alunos com necessidades especiais.

Outro fator relevante é o ambiente escolar, no qual falta espaço para que os

alunos recreiem, considerando-se que é uma referência forte na memória dos

educandos a escola como um espaço agradável, um lugar atraente, um ambiente

estimulador de aprendizagem, não apenas como meio de preparação para o futuro,

mas como experiência atual de vida.

A escola deve se firmar como comunidade, espaço de convivência social

empenhados nas qualidades de educação oferecida e no seu progresso em relação

ao ambiente em que se insere. É essencial, portanto, que ela proporcione condições

e recursos socioeducativos com aberturas para que os educadores sejam

colaboradores e agentes construtores desse espaço.

A instituição entende que o aluno é o sujeito fundamental para o seu bom

andamento, e reconhece que o seu trabalho só alcançará êxito se for realizado junto

com a comunidade. Nesse sentido, procura fazer um trabalho dinâmico e

diferenciado para chamar a atenção dos alunos, mostrando a importância dos

estudos e da escola em geral.

Seu perfil cultural mostra que tempos atrás, a maioria dos alunos só tinha

acesso à televisão e ao rádio, como meios de informação. Entretanto, nos últimos

anos os alunos têm procurado lan houses para obter entretenimento e, com o

avanço da tecnologia, o povoado já dispõe de rede de internet e WIFI. Assim, a

leitura de gêneros literários, por exemplo, se restringe ao ambiente escolar, vez que

não costumam frequentar teatros, cinemas ou outras manifestações artísticas.

A escola tem como visão atender a comunidade, de modo a oferecer um

ensino de qualidade e dinâmico, tirando o foco dos jovens das drogas e da

prostituição, fazendo com que tenham uma visão ampla e melhores perspectivas de

vida.

Tem como missão inserir a comunidade nas atividades escolares cuja meta é

formar cidadão críticos e participativos capazes de agir, positivamente, na sociedade

da qual faz parte.

34

O ensino dessa Unidade Escolar é ministrado com base nos seguintes

princípios:

Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento,

a arte e o saber;

Pluralismo de ideias e de concepção pedagógicas;

Respeito à liberdade e apreço à tolerância;

Cumprimento à Lei de Diretrizes e Bases da Educação;

Garantia de padrão de qualidade;

Valorização da experiência extraescolar;

Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

Quanto às atribuições da equipe escolar, a gestão escolar e os demais

funcionários seguem essas atribuições contidas no Regimento Escolar Único,

buscando a integração de todos os setores com a finalidade de melhor atender às

exigências da referida clientela, para assim alcançar maior êxito em nosso objetivo:

preparar o indivíduo para o exercício da cidadania.

No geral, as responsabilidades são distribuídas entre todos os membros da

equipe escolar, pois cada um, dentro do seu contexto, apresenta igual importância

para um funcionamento eficiente do processo educacional. Desse modo, procura-se

valorizar e acatar sugestões dos diversos setores para agilização dos trabalhos e

bom desempenho da equipe, atendendo às necessidades da comunidade escolar.

A Equipe Escolar é composta por Equipe gestora: um diretor, um secretário,

um Coordenador Pedagógico, um Coordenador do Mais Educação, dez professores

representantes do Conselho Escolar II – Conselho Escolar, Equipe técnico

pedagógica: coordenadores, corpo docente; corpo discente, alunos devidamente

matriculados; equipe técnico-administrativa: auxiliares administrativos; auxiliar de

serviços gerais, auxiliares de merenda e vigia/porteiro, pais ou responsáveis do

núcleo discente. A comunidade escolar, por sua vez, é formada por todos que

compõem esta constituição.

A atuação da Equipe gestora da Unidade Escolar concentra seus esforços para

melhoria dos processos de gerenciamento da escola como estratégia para obter a

melhoria do desempenho acadêmico e o sucesso dos alunos. Nesse sentido, o

grupo busca ainda atingir os seguintes objetivos:

35

Incentivar a construção coletiva do Projeto Pedagógico, do PDE e da

autonomia da escola, que contemplam práticas participativas e colegiadas de

gestão;

Apoiar uma política de formação que privilegie o aprender do grupo, a

autocapacitação, o fazer coletivo, de modo que promova o intercâmbio, a

formação de redes e outras práticas baseadas na experiência do grupo;

Realizar autoavaliação periódica da unidade escolar para promover sua

melhoria;

Participar dos processos avaliativos da SMEI e do Ministério da Educação;

Promover a organização do dia do trabalho coletivo, incentivando o estudo, a

reflexão sobre a ação pedagógica e providenciar os encaminhamentos

necessários para a sua efetivação;

Manter atualizados os dados do Censo Escolar.

O Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves

vem sendo construído e propondo novos caminhos para uma escola diferente.

Todas as questões que envolvem o fazer pedagógico, bem como as suas relações

com o currículo e com a função social da escola, obrigam a um pensar e a uma

reflexão contínua de todos os envolvidos nesse processo.

O PPP detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser

desenvolvido na escola, expressando as exigências legais do sistema educacional,

bem como as necessidades, propósitos e expectativas da comunidade escolar.

Nisso residem duas características fundamentais do projeto político-pedagógico,

definidas por Libâneo (2004, p. 152), quais sejam:

Considerar o que já está instituído (legislação, currículos, métodos,

conteúdos, clima organizacional etc.); e

Instituir, estabelecer e criar objetivos, procedimentos, instrumentos, modos de

agir, estruturas, hábitos e valores, ressignificando a própria cultura escolar.

Daí o fato de o PPP ser considerado como instrumento e processo de

organização da escola e, por isso mesmo, um mecanismo que não se constitui

simplesmente num produto que cumpre uma exigência legal.

36

(...) Na dimensão pedagógica reside à possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. “Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade (VEIGA, 1995).

O propósito é que essa parceria se construa por meio de uma intervenção

planejada e consciente, para que a escola possa criar espaços de reflexão e

experiências de vida na comunidade educativa, estabelecendo, acima de tudo, a

aproximação entre as duas instituições: a familiar e a escolar.

Esses fatores indicam que atualmente a escola, além de ter a função de

ensinar o conhecimento sistematizado, passa a ser responsabilizada por

desenvolver habilidades sociais e passa a ter dificuldades em aceitar essas novas

atribuições consequentes das mudanças sociais.

Há uma extrema necessidade da presença da família na escola para que haja

sucesso na aprendizagem do educando, tendo em vista ser fundamental que a

escola busque desenvolver métodos e critérios que incluam a família, além de

promover a co-responsabilidade e sensibilizá-la a sentir-se integrante no processo

educativo.

É inegável que estas aproximações têm configurado-se como uma difícil tarefa, visto que são comuns as situações onde as famílias sentem inseguranças e muitas vezes, falta esclarecimento sobre o processo educacional, suas limitações, bem como sua abrangência. (MALDONADO,1998 p. 9).

A finalidade precípua deste projeto consistiu, portanto, em procurar fazer um

trabalho dinâmico e diferenciado para chamar a atenção das famílias e dos alunos,

mostrando a importância dos estudos e da escola em geral.

4.2 METODOLOGIA

A escola e a família são dois elementos fundamentais para o processo de

aprendizagem, cujos contextos têm o papel de desenvolver a socialização, a

harmonia, a aprendizagem e o afeto nos indivíduos. É no ambiente familiar e escolar

37

que o indivíduo se desenvolve de acordo com a realidade vivida, seja cultural ou

social, preparando-se para com convívio na sociedade.

As relações entre família e escola estão pautadas na interdependência. Ou

seja, por um lado, a família precisa e conta com o apoio de outras instituições,

principalmente da escola para dar continuidade no processo de aprendizagem dos

seus; por outro, a escola espera e necessita que os pais e responsáveis pelos

alunos estejam presentes, como o primeiro passo para a interlocução que se façam

as mudanças nos ambientes de sala de aula e de casa. Esse diálogo é muito

importante na vida escolar da criança, no comportamento, na organização, nas

atitudes e no desempenho da aprendizagem. “A família é chamada a contribuir na

construção de uma proposta pedagógica, no acompanhamento e na avaliação das

ações desenvolvidas na unidade escolar”. (LIBÂNEO, 2004).

A escola não pode e não deve caminhar sozinha. Os pais e responsáveis

devem compartilhar os sucessos e os fracassos para avançarem no processo

educacional dos estudantes.

Acredito que o melhor caminho será trazer a família para a escola,

convencendo-a de sua importância nesse processo. Logo, a metodologia

desenvolvida neste projeto de intervenção com os pais, desenvolveu-se por meio

das seguintes ações:

Encontro com os pais/responsáveis para que eles participem ativamente da

atualização do Projeto Político Pedagógico da escola;

Realizar um trabalho de escuta individualizado com os professores,

pais/responsáveis, a respeito das causas do afastamento da escola.

Proposição de ações conjuntas que possam aproximar a escola família.

No primeiro momento foi realizada a elaboração de um questionário para os

professores e outro para os pais ou responsáveis.

Em um segundo momento, ocorreu a entrega do questionário aos pais e/ou

responsáveis e, em seguida, aos professores, cujo instrumento discorre acerca da

importância da família na escola e a parceria entre ambas para melhor desempenho

dos alunos.

O questionário foi dedicado às famílias dos alunos do 1° ao 5° ano e também

aos seus respectivos professores, sendo feito com perguntas diferenciadas. Após a

aplicação do questionário e a resposta obtida pela pesquisa, procedeu-se à análise

38

dos dados. Os relatos apresentados pela maioria das famílias dos alunos

demonstram certa preocupação pela sua presença na escola, e ao mesmo tempo

torna-se vago o porquê do não comparecimento na unidade escolar, sendo que a

maioria da turma possui um ano ou mais que frequenta essa escola. Outro ponto

importante é a reclamação de que a escola não dispõe de espaço adequado para

recebê-los e também nas atividades extraclasses os alunos.

Com este Projeto Vivencial, pretendeu-se atingir os seguintes objetivos:

OBJETIVO GERAL:

Articular e promover um trabalho coletivo entre família e escola, para

fortalecer a parceria entre ambos, demonstrando a importância dessa

colaboração, na perspectiva de resgatar esse vínculo, com vistas ao

crescimento no processo de ensino e aprendizagem dos alunos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Aproximar as famílias da escola, a fim de que percebam como se desenvolve

a educação de seus filhos, por meio das ações realizadas pela escola durante

todo o ano.

Conhecer a realidade dos alunos, a partir do seu histórico familiar.

Propor sugestões para solução dessa problemática, visando à melhoria da

aprendizagem e, por consequência, dos indicadores educacionais.

Promover a socialização entre pais e ou responsáveis, alunos, professores,

sobre ideias e valores em horários que sejam convenientes para cada

segmento.

Considerando que a família, por vezes, não se mostra disponível a

desempenhar o seu papel no acompanhamento escolar dos filhos, o intuito do

projeto é pesquisar sobre o não comparecimento dos pais/responsáveis pelo

processo de aprendizagem, quando estes transferem a responsabilidade para a

escola, especialmente para os professores. Assim, o objeto de estudo será o papel

da família como uma parceria imprescindível para o bom resultado da aprendizagem

dos estudantes, sobretudo aqueles do Ensino Básico.

39

Considero importante a realização da pesquisa, podendo contribuir com esse

entendimento, isto é, demonstrar que a família precisa, necessariamente, aproximar-

se da escola, numa relação mais direta com os professores dos seus filhos.

É fundamental que os pais e/ou responsáveis estejam presentes na escola,

auxiliando com informações relativas ao ambiente familiar, mas que têm repercussão

direta no processo educacional. Somente assim, a escola estará fortalecida para

alcançar os resultados desejados e cumprir a sua função social, qual seja a de

transformar alunos e alunas em cidadãos e cidadãs, além de dotá-los/as de

conhecimentos para transformarem a sociedade em que estão inseridos/as.

40

4.3 CRONOGRAMA

Para um dialogo constante com os pais a escola disponibiliza de um

agendamento com as famílias diante da disponibilidade de cada uma com o objetivo

de atender a todos.

41

Ações Período Ano

Elaboração do questionário Novembro 2015

Aplicação do questionário Dezembro 2015

Reunião geral com os pais Dezembro 2015

Reunião com os pais e toda a

comunidade escolar para a elaboração

das ações para 2016.

Dezembro 2015

Janeiro 2016 recesso

Reunião com os pais e responsáveis para

apresentação do calendário anual de

eventos elaborado na reunião anterior.

Fevereiro 2016

Reunião com todos os alunos pais ou

responsáveis, a gestão, professores,

auxiliares etc.

(momento de retorno as aulas, dinâmica

e palestra de boas vindas).

Fevereiro

Recesso dia 08 a

10

2016

Projeto Ressignificando a Páscoa

(palestra)

Março 2016

Reunião de Pais

(plantão na escola)

Abril 2016

Mês das Mães

Projeto (Um dia de beleza)

Maio 2016

Arraiá Tancredão (Festa Junina) Junho

Recesso 22 a 03

julho

2016

Reunião de Pais

(plantão na escola)

Julho 2016

Torneio dos Estudantes

Evento do Dia dos Pais (jantar)

Agosto 2016

Projeto Leitura (mostra de variedades

tipos de leitura. Apresentação teatral.

Reunião de Pais (plantão na escola)

Setembro 2016

Desfile cívico/ Dia da Cidade

Festividades Dia das Crianças

Surpresa professor

Outubro 2016

Reunião de Pais

(plantão na escola)

Gincana Estudantil

Novembro 2016

Confraternização dos alunos e

professores

Dezembro 2016

42

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se que na sociedade em que vivemos, as mudanças têm sido constantes

e isso implica na formação da família e em seus valores.

Os resultados obtidos através da pesquisa e das observações que foram

analisadas no desenvolvimento deste trabalho foram no sentido de construir ações

que realmente envolvessem as famílias dos alunos a estarem presentes ativamente

na escola sendo parceiros, para melhor desenvolvimento dos alunos em sua

aprendizagem, tornando-os cidadãos críticos e preparados para a sociedade.

Nessa perspectiva, é notório que a família e a escola, ambas, contribuem

para o desenvolvimento do indivíduo e terão que trabalhar juntas, de forma positiva,

numa relação de parceria e comprometimento em busca do melhor desempenho

escolar dos alunos.

Diante dessa discussão, ressaltamos que a família é essencial na educação

de seus filhos e a educação tem que estar presente no desenvolvimento da

aprendizagem, além da formação para a cidadania. Nesse contexto, a escola, como

ambiente social, tende a cumprir a sua função social, que é o de formar sujeitos

preparados para viver em sociedade, bem como favorecer o crescimento do

indivíduo diante da família. Esta, por sua vez, precisa desenvolver também a sua

função na formação dos filhos, e isto implica também em saber lidar com os limites.

Esse elo precisa estar fortalecido nas ações que a escola desenvolve durante todo o

ano, isto é, nas reuniões e plantões de pais, em eventos atrativos e comemorativos,

nos projetos de leitura, em torneios de futebol, festas juninas, gincanas etc., para

obtermos uma educação significativa e plena, conforme sintetiza Luck (1996):

Sentido pleno da participação. A participação no seu sentido pleno, caracteriza-se por uma força de atuação consciente, pela qual os membros de uma unidade social reconhecem e assumem seu poder de exercer influência na determinação da dinâmica dessa unidade social, de sua cultura e de resultados, poder este resultante de sua competência e vontade de compreender, decidir e agir em torno de questões que lhe são afeitas (LÜCK,1996).

Acredito que, no desenvolver das ações apresentados na proposta de

intervenção, a parceria entre a escola e a família vai criar forças para aproximar as

famílias da escola. O que se espera é que não haja fragmentação nesse projeto, e

43

que tenha continuidade, na certeza que a família esteja ciente e que tenha

conhecimento das atitudes que a escola possa desenvolver. Espera-se também que

esse movimento possa se tornar atrativo, com o desenvolvimento de propostas, no

sentido de que na escola torne-se frequente a presença da família, enfim, uma

escola participativa e democrática.

Essa união entre essas duas instâncias educadoras terá que andar lado a

lado, ser planejada, compromissada e preocupada com o bem-estar de todos que ali

estão, oportunizando uma reflexão que promova mudanças, socializando suas ideias

e aprendizagens.

Evidentemente este trabalho não tem a pretensão de esgotar o tema,

tampouco de trazer conclusões definitivas acerca da parceria escola e família, mas,

acredita-se que este estudo, em alguma, seja um contributo para a discussão sobre

a educação do campo e a necessidade da aproximação das famílias na escola.

44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEZERRA NETO, L. Avanços e retrocessos na educação rural no Brasil. 2003. 221f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. BRASIL. Elementos conceituais e metodológicos para definição dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento do ciclo de alfabetização (1º, 2º e 3º anos) do ensino fundamental. BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996. CALDART, Roseli Salete. Sobre Educação do Campo. In: SANTOS, Clarice Aparecida dos (Org.). Campo. Políticas públicas: educação. Brasília: Incra-MDA, 2008, p. 67-86. (Por uma Educação do Campo, n. 7. Coleção). LIBÂNEO, José Carlos: organização e gestão: teoria e pratica / ed.Alternativa. 2001. LIBANEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003. LUCK, Heloísa. A gestão participativa na escola/ Heloísa Luck.6.ed. Petrópolis,RJ:Vozes,2010.Série Cadernos de Gestão. MALDONADO, M. T. Comunicação entre pais e filhos 10º Ed. Petrópolis: Vozes, 1998. MARTINS, Fernando José. Educação do Campo: processo de ocupação social e escolar. Congr. Intern. Pedagogia Social Mar. 2009. PIAGET, J. Para onde vai a Educação. Rio de Janeiro: Ática, 2000. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político-Pedagógico da escola: Uma construção possível. Campinas: Papirus, 1995. Sites Consultados:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20112014/2011/ Decreto/D7611.htm. http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=12827&Itemid=>. Acesso em: 18 nov. 2014.

45

ANEXOS

46

ANEXO 1 – ALGUMAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA DURANTE

O ANO

Gincana Estudantil

il

47

Projeto de Leitura – Letramento

48

Reunião de pais, responsáveis - Comunidade.

Peça Teatral

49

Dia dos Estudantes-Alunos, pais, responsáveis-Comunidade.

Feira de Ciências- Experiências

50

Formatura dos alunos do 9° Ano

51

APÊNDICES

52

APÊNDICE 1 – ENTREVISTA COM O PROFESSOR

ENTREVISTA

Professor(a):_______________________________________________________

1- Há quanto tempo você atua como professora dessa Unidade?

2- Você acha que a escola executa ações que fortaleça o elo entre família e

escola?Como?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________

3- Qual o maior responsável pelo envolvimento da escola com a família?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________

4- Nessa Unidade Escolar,qual a importância da parceria na relação escola e

família, diante de sua experiência profissional?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________

53

5- Os professores promovem a participação da família na escola de que maneira?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

________________________________________________________________

6- Com que expectativa você tem em relação ao acesso, e a permanência da família

na escola?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________

7- Qual é o vínculo estabelecido entre escola e a família, e como ocorre?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

_________________________________________________________________

“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.”

Paulo Freire

Obrigada pela contribuição e atenção!!!!

54

APÊNDICE 2 – ENTREVISTA COM OS PAIS E/OU RESPONSÁVEIS

ENTREVISTA

Mãe, pai ou responsável:___________________________________________

1- Há quanto tempo seu filho (a) estuda nesta escola?

( ) menos de 1 ano ( ) 1 ano ( ) acima de 1 ano

2- Em relação à organização da escola a senhora(o) se sente satisfeita?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

3- Sempre que há eventos na escola a senhora (o) é incentivada a participar?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

4- Como à senhora (o) vê a relação entre você, alunos e os professores?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

5- Sobre as reuniões feitas na escola, sua satisfação enquanto ao horário e

esclarecimento do assunto atende a suas necessidades?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

6-Quando a senhora (o) opina por alguma ação que será feita pela a escola, A

escola tem a preocupação em respondê –las?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

55

7- Sempre que surgir algumas dificuldades ou necessidades de seu filho(a) a

senhora sempre é avisada?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

8- Nas avaliações da escola de seu filho (a) a senhora acha adequadas e bem

articuladas para a sucesso de aprendizagem dele ?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

9- Em sua opinião o que falta para estar mais satisfeita com a relação escola, pais e

alunos?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

OBS:_______________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Obrigada pela contribuição e atenção!!!!!!!

Pós-graduanda: Rosinelma Alves de Oliveira