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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CECOP 3 CLEIDE MARIA PINA MEDEIROS DE SOUZA MARQUES VIVÊNCIAS DA SALA DE AULA: Impactos e desafios do alfabetizar letrando Salvador 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

PÚBLICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3

CLEIDE MARIA PINA MEDEIROS DE SOUZA MARQUES

VIVÊNCIAS DA SALA DE AULA:

Impactos e desafios do alfabetizar letrando

Salvador

2015

CLEIDE MARIA PINA MEDEIROS DE SOUZA MARQUES

VIVÊNCIAS DA SALA DE AULA:

Impactos e desafios do alfabetizar letrando

Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional

Escola de Gestores da Educação Básica Pública,

Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia,

como requisito para a obtenção do grau de Especialista em

Coordenação Pedagógica.

Orientadora: Profª. Ms. Viani da Silva Soares

Salvador

2015

CLEIDE MARIA PINA MEDEIROS DE SOUZA MARQUES

VIVÊNCIAS DA SALA DE AULA:

Impactos e desafios do alfabetizar letrando

Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em

Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de

Educação, Universidade Federal da Bahia.

Aprovado em janeiro de 2016.

Banca Examinadora

Primeiro Avaliador.____________________________________________________

Segundo Avaliador. ___________________________________________________

Terceiro Avaliador. ____________________________________________________

Dedico este trabalho aos meninos e meninas das escolas públicas do município de Piatã, para

que tenham acesso a uma educação de qualidade.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me conduzido até aqui.

A Zalmí, meu companheiro e incentivador, aos meus queridos filhos e minhas adoradas netas,

pelo apoio neste momento.

A minha orientadora, Profª Viani da Silva Soares, pela paciência e competência ao me

auxiliar nesta jornada.

Ao tutor Valdemar Miranda pela simpatia.

À Faculdade de Educação da UFBA e ao Programa Escola de Gestores, por levarem a cabo

esta iniciativa que beneficia tantos Coordenadores Pedagógicos como eu.

À Direção, coordenação e professores da Escola Adelaide de Carvalho Ramos que

contribuíram para a realização deste trabalho acadêmico.

As colegas: Elexandra, Amanda, Débora e Cida pela companhia nas viagens de estudo.

Ao amigo e prefeito Edwilson pelo apoio logístico e importância dispensada à educação de

nosso município.

A todos, meu muito obrigada.

“Escrever é muito difícil. Compromete mais do que falar. Deixa marca,

registra pensamento, sonho, desejo de morte e de vida. Dá muito trabalho

porque organiza e articula o pensamento na busca de conhecer o outro, a si,

o mundo. Envolve e exige exercício disciplinado de persistência, resistência,

insistência, na busca do texto verdadeiro, aquele que o homem escreve com o

seu próprio sangue”.

Weffort

MARQUES, Cleide Maria Pina Medeiros de Souza. Vivências da Sala de aula. 2015.

Projeto Vivencial (Especialização) – Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de

Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

RESUMO

Durante muito tempo o processo de alfabetização se limitava a juntar letras e formar sílabas,

juntar sílabas e formar palavras e das palavras, as frases. Esse processo foi eficaz por um

determinado tempo e atendia às necessidades de uma sociedade que se limitava apenas a

decifrar símbolos linguísticos como um processo de leitura. Entretanto, com a difusão da

mídia escrita e a profusão de situações de escrita por todos os locais, a necessidade de

aprender outras formas de leitura ampliou consideravelmente e hoje se discute a leitura sob

vários ângulos: a leitura da palavra, dos sinais, das imagens, entre outras. Entretanto,

considerar apenas uma maneira de alfabetizar uma criança é se limitar a uma única situação

que por certo dificultará o processo de alfabetizar letrando. A alfabetização deve ser vista

tanto pelos coordenadores pedagógicos, bem como pelos professores como um conjunto de

situações em que a criança entra em contato com diversos tipos de textos e de situações

comunicativas. Logo, formar o professor nessa perspectiva do letramento é um desafio a ser

enfrentado pelos coordenadores pedagógicos. Melhorar a prática pedagógica no ciclo de

alfabetização, conhecer novas metodologias, para melhor preparar os professores durante o

trabalho, buscando atender a essa nova concepção pedagógica tornou-se um enorme desafio

que busquei elucidar neste trabalho acadêmico.

Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Coordenador Pedagógico. Metodologias.

Concepção Pedagógica.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACs

CECOP

Atividades Complementares

Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica

CP Coordenador Pedagógico

LDBEN

MEC

PPP

PACTO

PNAIC

SEMEC

TCC/PV

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

Ministério da Educação e Cultura

Projeto Político Pedagógico

Programa de Alfabetização entre Estado e Municípios da Bahia

Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

Secretaria Municipal de Educação e Cultura

Trabalho de Conclusão de Curso/ Projeto Vivencial

UFBA

UNOPAR

Universidade Federal da Bahia

Universidade Norte do Paraná

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 10

CAPÍTULO 1 – MEMORIAL - PERCURSO ACADÊMICO E PROFISSIONAL DO

COORDENADOR PEDAGÓGICO .................................................................................... 12

1.1 VIDA ACADÊMICA .............................................................................................. 12

1.2 VIDA PROFISSIONAL .......................................................................................... 14

1.3 EXPECTATIVAS ................................................................................................... 16

CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................... 18

2. COORDENADOR PEDAGÓGICO: IDENTIDADE EM CONSTRUÇÃO ............... 18

2.1 DIMENSÃO FORMATIVA DE PROFESSORES, NA PERSPECTIVA

CRÍTICO REFLEXIVA ................................................................................................ 18

2.2 DIMENSÃO DE ARTICULADOR ENTRE O PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO E AS DEMANDAS DA SOCIEDADE ATUAL ............................... 20

2.3 DIMENSÃO DE TRANSFORMADOR DO ESPAÇO DA ESCOLA, DE UMA

GESTÃO CENTRALIZADORA PARA UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA E

PARTICIPATIVA ......................................................................................................... 22

2.4 SABERES NECESSÁRIOS AO COORDENADOR PEDAGÓGICO .................. 23

CAPÍTULO 3 - PROPOSTA DE INTERVENÇÃO: “VIVÊNCIAS DA SALA DE

AULA: IMPACTOS E DESAFIOS DO ALFABETIZAR LETRANDO” ...................... 25

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR ................................................ 25

3.2 METODOLOGIA .................................................................................................... 27

3.3 ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO .............................................................. 28

3.4 O MÉTODO DA PESQUISA-AÇÃO ..................................................................... 29

3.5 CHÃO DA SALA DE AULA ................................................................................. 30

3.6 AÇÕES DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .................................................. 32

3.6.1 Título ........................................................................................................... 32

3.6.2 Público ......................................................................................................... 32

3.6.3 Período ........................................................................................................ 32

3.6.4 Justificativa ................................................................................................. 32

3.6.5 Objetivos ..................................................................................................... 33

3.6.6 Metodologia ................................................................................................ 33

3.6.7 Análise dos Resultados ................................................................................ 34

3.6.8 Questões para Orientar a Escrita de Memórias ............................................ 35

3.6.9 Avaliação ..................................................................................................... 35

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

APÊNDICES

10

INTRODUÇÃO

O curso de especialização em coordenação pedagógica provocou em seus participantes

diversos questionamentos acerca do real trabalho a ser desenvolvido pelo coordenador

pedagógico no exercício do seu trabalho. Ao perguntar-me o que pretendia estudar no

decorrer do desenvolvimento do TCC/PV, tive a oportunidade de escolher um eixo entre os

diversos que me fora apresentado, arrisquei-me falar sobre a “Coordenação Pedagógica:

Relações, Dimensões e Formas de Atuação no Ambiente Escolar”.

A escolha desse eixo possibilitou-me potencializar a minha atuação como

coordenadora pedagógica no processo de formação dos professores alfabetizadores da Escola

Municipal Adelaide de Carvalho Ramos e, consequentemente, na aprendizagem significativa

dos alunos atendidos. A formação dos profissionais que atuam no ciclo de alfabetização

requer dos coordenadores pedagógicos uma intervenção positiva de acordo com as novas

metodologias e uma maneira diferenciada de perceber que cada criança aprende de modo

diferente. Conceber a aprendizagem de uma classe heterogênea de uma mesma maneira é

desconsiderar as competências e habilidades de cada indivíduo e a realização deste trabalho

propiciou aprofundar nos conhecimentos adquiridos ao longo de mais de 25 anos de trabalho

atuando como coordenadora pedagógica.

Muitos foram os questionamentos, porém responder no decorrer do desenvolvimento

do trabalho: “Como promover, na escola, a formação de professores na perspectiva de

alfabetizar letrando?”, tornou-se o objeto principal de pesquisa deste TCC/PV. De imediato

foi ficando evidente que os processos de alfabetização tal como eram praticados não atendiam

mais às reais necessidades de formação dos alunos para essa nova sociedade, em que se

percebe a leitura em todos os meios, logo, a pergunta a ser respondida não podia ser elucidada

com simplicidade, uma vez que a sua resposta seria relevante e seus impactos decisivos para a

prática profissional dos professores que acompanharia.

É sabido que durante muito tempo o processo de alfabetização se limitava a juntar

letras e formar sílabas e a juntar sílabas e formar palavras e das palavras as frases e assim por

diante. Esse processo foi eficaz por um determinado tempo e atendia às necessidades de uma

sociedade que se limitava apenas a decifrar símbolos linguísticos como um processo de

leitura. Entretanto, com a difusão da mídia escrita e a profusão de situações de escrita por

todos os locais por onde o homem passa, a necessidade de aprender outras formas de leitura se

ampliou consideravelmente e hoje se discute a leitura sob vários ângulos: a leitura da palavra,

dos sinais, das imagens, entre outras.

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Entretanto, considerar apenas uma maneira de alfabetizar uma criança é se limitar a

uma única situação que por certo dificultará o processo de alfabetizar letrando. A

alfabetização deve ser vista tanto pelos coordenadores pedagógicos, bem como pelos

professores como um conjunto de situações em que a criança entra em contato com diversos

tipos de textos e de situações comunicativas. Logo, formar o professor nessa perspectiva do

letramento é um desafio a ser enfrentado pelos coordenadores pedagógicos. Melhorar a

prática pedagógica no ciclo de alfabetização, conhecer novas metodologias, para melhor

preparar os professores durante o trabalho, buscando atender a essa nova concepção

pedagógica tornou-se um enorme desfio que busquei elucidar neste trabalho acadêmico.

Responder a pergunta por mim mesma formulada demandou, inicialmente de resolver

outros impasses surgidos como: Quais passos e quais instrumentos pretendia utilizar. É

evidente que na construção de um trabalho acadêmico, ou na formulação de uma tese é

necessário que o profissional envolvido se debruce sobre situações que o permita perceber

como cada profissional atua ou pensa esses processos de alfabetização para que o coordenador

possa intervir significativamente tornando-se um aliado do trabalho docente. Proceder a uma

revisão bibliográfica entendendo como vários teóricos veem esses procedimentos pode ser

viável para essa construção acadêmica. Além das leituras que são essenciais, a observação de

aulas possibilita entender como as formações interferem positivamente na prática de cada

professor.

É óbvio que nenhum trabalho acadêmico tem a pretensão de esgotar o conteúdo

discutido, mas sim, contribuir para a melhoria da qualidade do trabalho a ser realizado. A

partir das análises dos textos teóricos que servirão de base para a construção desse trabalho

acadêmico, refletir como o processo de alfabetizar letrando vem sendo desenvolvido na

Escola onde atuo; como pode ser melhorado e como o mesmo pode contribuir para uma

alfabetização objetiva e proficiente. Assim nasceu este TCC/PV.

12

CAPÍTULO 1 – MEMORIAL - PERCURSO ACADÊMICO E PROFISSIONAL DO

COORDENADOR PEDAGÓGICO

Esse memorial faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso/Projeto Vivencial do

Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica, Programa Nacional Escola de

Gestores, da Universidade Federal da Bahia. Tem como objetivo descrever o meu percurso

acadêmico, profissional e expectativas em relação ao curso que ora estou concluindo.

Escrever esse memorial é um duplo desafio. Primeiro, porque é um capítulo de um trabalho

maior o qual está me mobilizando bastante, despertando medo e incertezas. Esse curso está

me proporcionando conhecimento em uma área da educação, a Coordenação Pedagógica, que

ocupa um papel central nas escolas, porém, ainda é pouco entendido e valorizado. O segundo

desafio é porque ele me remete a uma época da vida permeada por muitas recordações que

nem sempre me fazem bem recordá-las.

Acreditando que nossa memória é seletiva, prefiro pensar no pouco que recordo e que

deve ser o que merecia ser guardado, seja de qual ponto de vista for. Para Vasconcellos (2000,

p. 09 apud COSTA; GONÇALVES, 2006, p. 3) esse processo de escrever e rememorar,

(...) Possibilita articular biografia e história. Perceber como o individual e o social

estão interligados como pessoas lidam com as situações da estrutura social mais

ampla que se lhes apresentam em seu cotidiano, transformando-o em espaço de luta

de acatamento, de resistência, de resignação e criação.

Nessa citação é destacada a importância dada à escrita do memorial, pois além de

desenvolver a reflexão e a escrita, o processo de rememorar traz à tona, concepções e modelos

introjetados, que nos foram impostos e que precisamos transformá-los, em prol de um ensino

mais justo, solidário e efetivo.

1.1 VIDA ACADÊMICA

Nasci em Ibiajara, distrito de Rio do Pires, município do Estado da Bahia, no ano de

1966, no seio de uma família humilde, constituída por pais, avós e tios que não tiveram a

oportunidade de frequentar a escola, mas valorizavam muito a educação, os estudos. Ingressei

no Jardim de Infância, atual Educação Infantil, aos cinco anos de idade na Escola Municipal

Antonio Azevedo. Desse tempo consigo resgatar poucas lembranças, lembro-me do meu

caderno e da minha cartilha “Casinha Feliz” muito bem limpos e organizados, lembro que as

atividades que nos eram oferecidas se limitavam a cobrir os tracejados das letras para formar

as vogais, trabalhando assim a coordenação motora, contação de histórias infantis, desenhos

para colorir e participação em datas comemorativas como o dia das mães, páscoa e o desfile

13

cívico, o trabalho com a tabuada também era muito exigido, através da memorização e

resolução de contas. Hoje, com o conhecimento que temos, com tantos estudos à disposição

dos educadores, não é aceitável que essas práticas ainda persistam nas escolas.

Cumpri esse primeiro período escolar com êxito, pois nunca fui reprovada. Já na 6ª

série ginasial, hoje 7º ano1, no Centro Educacional de Ibiajara. Recordo-me que o estudo era

baseado na memorização dos textos dos livros didáticos, para as disciplinas que tínhamos

livros, pois em algumas delas o professor escrevia o assunto no quadro negro e nós

transcrevíamos nos cadernos. Consigo me lembrar de que nesses quatro anos de estudo era

muito elogiada por meus professores, pois gostava de estudar e tirava boas notas. Ao concluir

a 8ª série fiquei três anos sem estudar, estava com apenas 14 anos de idade e na minha cidade

não existia o 2° grau, além disso, meus pais não tinham condição financeira de me mandar

estudar na cidade mais perto onde existia o curso.

Apenas no ano de 1984 consegui ingressar no curso de Magistério, no Centro

Educacional Arquimedes Almeida, no Distrito de Inúbia, Município de Piatã, onde resido até

hoje. Em 1985, já no segundo ano, tive que interromper meus estudos, pois no mês de junho

desse ano nasceu meu primeiro filho e naquele momento ele era a minha prioridade. Apenas

no ano seguinte, 1986, foi que dei continuidade aos estudos, concluindo o curso no ano de

1987.

No curso de Magistério, o ensino era realizado por professores que não possuíam

licenciatura, uma educação bancária, onde reproduziam o conteúdo de um único livro. Na

classe o professor ditava ou escrevia no quadro o assunto a ser escrito (copiado) por nós nos

cadernos. Essa era a única metodologia, não havia trabalho de pesquisa, debate, explicação e

ou sistematização. Esse ensino insuficiente deixou muitas lacunas na minha formação. Por ter

consciência da fragilidade em minha formação, nunca me conformei, sempre busquei estudar,

pesquisar, tornei-me uma professora inquieta.

Depois desse longo hiato na minha vida acadêmica, no ano de 2006, surge a grande

oportunidade de realizar o meu sonho, cursar a licenciatura em História, pela Pontifícia

Universidade Católica do Rio de Janeiro, um curso semipresencial, onde tive contato com

bons materiais de estudo, mas não tinha contato com bons modelos de professores atuando.

Sinto muita falta de referência na minha formação, pois entendo que a interação entre aluno e

professor é essencial. Concluí a licenciatura em 09 de dezembro de 2010, tornando-me apta a

1 Lei nº 9394/96, sinaliza o ensino obrigatório de nove anos, tornou-se meta da educação nacional pela Lei nº

10.172/2001, que aprovou o PNE; Finalmente em 06 de fevereiro de 2006, a Lei nº 11.274 institui o ensino

fundamental de nove anos de duração com a inclusão das crianças de seis anos de idade.

14

fazer um Curso de Especialização em História Social pela Universidade Norte do Paraná –

UNOPAR, no período de 16 de abril de 2011 a 26 de maio de 2012, mais uma vez um ensino

semipresencial me foi oportunizado e hoje compreendo que a modalidade de ensino à

distância, revolucionou a educação, tanto para o bem quanto para o mal, pois proporcionou

oportunidade para muitos profissionais, que como eu jamais teriam a oportunidade de cursar

uma faculdade, porém, esse ensino aligeirado, na grande maioria das vezes tem sido

questionado e gerado alguns profissionais de qualidade questionável. Concordo que ele

desenvolve a autonomia, a responsabilidade, o comprometimento, porém, ainda defendo a

interação, a mediação, a troca, como elementos essenciais entre professor e aluno.

1.2 VIDA PROFISSIONAL

No ano de 1989, quando arrumei meu primeiro emprego, como professora contratada

pela prefeitura municipal de Piatã, para lecionar didática no Colégio Municipal Dr. Antonio

Carlos Magalhães, nas séries de 1°, 2° e 3° anos do curso de Magistério, reproduzia a mesma

maneira de ensinar, pois era a única que sabia, mas não de maneira inconsciente, pois

percebia que aquele não podia ser o único jeito de ensinar. Sempre me movi no sentido de

buscar mais, talvez por possuir a consciência da fragilidade de minha formação. Interagindo

com Zabala (1998) é lícito afirmar que a perspectiva ‘tradicional’ atribui aos professores o

papel de transmissores de conhecimentos e controladores dos resultados obtidos. O aluno, por

sua vez, deve interiorizar o conhecimento tal como lhe é apresentado, de maneira que as ações

habituais são a repetição do que se tem que aprender e o exercício entendido como cópia do

modelo até que seja capaz de automatizá-lo.

Em 1991 a Secretaria de Educação do Estado da Bahia lança concurso para

professores, inscrevo-me, faço a prova e meses depois qual não é a minha surpresa fui

aprovada. Por falta de vagas nas escolas de Ensino Fundamental, sigo atuando no Colégio

Municipal Dr. Antonio Carlos Magalhães, de 6º à 9º anos, lecionando História, Geografia e no

curso de Magistério, lecionando Didática e algumas metodologias. Fiquei atuando no colégio

até o ano de 2001, quando fui convidada pela Secretaria de Educação do Município para

integrar uma equipe de sete coordenadores pedagógicos ligados ao “Projeto Chapada”, uma

iniciativa de Assessoria Pedagógica pioneira na Chapada Diamantina, que integrava à época

onze municípios. Participar desse projeto foi um divisor de águas na minha vida tanto

profissional quanto pessoal, foram quatro anos de estudos e pesquisas, onde aprendi a ser

coordenadora pedagógica, em quais áreas atuar e como atuar. É bem verdade que era uma

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experiência nova tanto para mim quanto para a escola e os profissionais com os quais passaria

a atuar.

O meu espaço de atuação se constituía nos horários de planejamento e das atividades

complementares (ACs), momentos em que ocorria a ação pedagógica. Não foi fácil a

consolidação desse espaço, pois os profissionais envolvidos não o aceitavam como uma

conquista, mas como uma imposição. Ao mesmo tempo observava o desempenho dos

estudantes e me questionava como seria possível contribuir, nos horários de planejamento,

para que os professores se comprometessem com a melhoria deste desempenho.

Perguntavam-me: Como trabalhar com um conceito novo de alfabetização, ou melhor, com

uma ampliação desse conceito, o letramento - que não é o mesmo que alfabetizar - porém, é

um processo indissociável do mesmo? Como ensinar a trabalhar com leitura e escrita, seus

procedimentos, propósitos e estratégias a professores que não liam e nem escreviam?

Nessa época fui apresentada a autores como Paulo Freire, Emília Ferreiro, Ana

Teberosky, Telma Weysz, Antoni Zabala, Philippe Perrenoud, Celso Vasconcellos, Cipriano

Luckesi, Jussara Hoffmann e muitos outros. A leitura de todos estes autores é um desafio,

pois é necessário conciliar o trabalho e as demandas da mulher contemporânea, mas pude

perceber que ali encontrava respostas para algo que me inquietava desde que tinha ingressado

no magistério. Tive contato com novas maneiras de ensinar e formas de conceber o ofício de

professor, constituindo esta, a época em que mais fui desafiada, porém a que mais aprendi,

época em que convivi com bons modelos de profissionais, (minha maior carência), boas

referências, exemplos, os quais carrego até hoje em minha vida pessoal quanto profissional.

Além de atuar, aprendi também no Projeto Chapada, que o trabalho do coordenador

pedagógico se aportava em um tripé, formação dos professores – talvez a mais importante de

todas, pois exige dirigir e coordenar os horários de planejamento, fazer o acompanhamento in

locu e tematizar a prática. Mais uma vez volto a frisar que não foi fácil e nem sei se posso

afirmar que naquela época esse espaço de formação assim concebido tenha se configurado,

mas foi um momento de grande efervescência cultural e profissional, que alterou

profundamente o modelo de educação instituído no município, que passou a ser pensado de

outro jeito, assentado sobre novas bases.

Porém, no ano de 2004, como é uma prática instituída na política do Brasil, fecha-se

um mandato político, mudam-se os atores que atuavam ligados ao gestor do ciclo anterior,

fechou-se esse ciclo de formação na minha carreira profissional, que nunca mais foi a mesma,

agora estava muito mais movimentada, tinha mais dúvidas, mais livros para ler, mais

relatórios para escrever, mais reflexão para fazer. Esse foi outro legado do meu contato com

16

Paulo Freire, aprendi que não existe ação sem reflexão e que uma alimenta a outra."Ninguém

nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma,

como educador, permanentemente, na prática e na reflexão da prática." (FREIRE, 1995).

Em 2005, fui transferida para o Colégio Estadual Coronel Horácio de Mattos, em

Piatã, colégio que atendia alunos do 5° ao 8° ano do Ensino Fundamental e alunos do Ensino

Médio, passei a lecionar História e Geografia, agora sob uma nova perspectiva de ensino-

aprendizagem. Lecionei nesse colégio, por quatro anos, no ano de 2009, transferi-me para o

Colégio Estadual Filinto Justiniano Bastos, na cidade de Seabra, que à época atendia apenas o

Ensino Médio. Fiquei apenas quatro anos, lecionando História e Geografia.

No ano de 2010, houve a eleição para uma nova equipe diretiva, concorri e venci

compondo a chapa como vice-diretora da instituição. Minha atuação nesse colégio foi de

apenas quatro anos, concluídos em 2012, onde mais uma vez, fui removida para o Colégio

Estadual Coronel Horácio de Mattos, na cidade de Piatã, na qual tive a oportunidade de atuar

como coordenadora pedagógica, convidada pela Secretaria Municipal de Piatã, num convênio

de parceria. Já em 2014 tive a grata satisfação de ser contemplada com esse curso de

especialização em coordenação pedagógica, nessa conceituada instituição de ensino, o qual

veio agregar mais conhecimento científico, teórico e prático na minha carreira profissional.

Assim, venho aprofundando meus estudos e pesquisas na área de formação de professores

para alfabetizar letrando, algo que já tinha despertado o meu desejo, lá atrás, quando tomei

contato com os primeiros estudos sobre esse tema. Neste sentido, a atuação como

coordenadora pedagógica tem sido fundamental, por possibilitar o contato com colegas e

outras áreas, o que seria difícil atuando apenas em sala de aula, e promover o diálogo em

torno dessa temática. Agora ao retomá-lo, sinto que esse desejo estava adormecido, mas não

tinha morrido, continua me mobilizando a estudar e pesquisar.

1.3 EXPECTATIVAS

O profissional atuante não para nunca de estudar de se formar e ser formado, cada

curso realizado agrega novos conhecimentos à experiência de todos os profissionais

dedicados. Participar de um curso de especialização, seja qual for, representa uma conquista

muito grande para quem tem pretensões de progredir na carreira e ser um profissional

qualificado que faça a diferença no seu ambiente de trabalho; mas um curso de especialização

oferecido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), tem, por certo, outra dimensão dada a

seriedade com que os especialistas realizam seu trabalho e acima de tudo como nos

17

oportuniza estar em contato com leituras significativas e atualizadas para a área escolhida,

bem como, para o momento de cada profissional. Articular esse estudo ao ofício diário

significa uma superação e um ganho para cada profissional envolvido nesse processo.

Após essa trajetória, a expectativa é que os estudos realizados possam contribuir

positivamente para a formação dos educadores e educandos da escola de atuação e

consequentemente para a melhoria da qualidade do ensino ofertado. Invocando as sábias

palavras de Freire:

Todos nós sabemos como a formação do educador ou da educadora vem sendo

descuidada entre nós (...) não se pode pensar em mudar a cara da escola, não se pode

pensar em ajudar a escola a ir ficando séria, rigorosa, competente e alegre sem

pensar na formação permanente da educadora (FREIRE, 1995, p. 38).

Fazer essa Especialização em Coordenação Pedagógica possibilita fazer e refazer a

prática profissional sob novas perspectivas, avivar os conhecimentos adormecidos, do

trabalho de coordenação de maneira a possibilitar reflexões, ampliar e atualizar os

conhecimentos necessários para se trabalhar com novos temas e temáticas, novas concepções,

mostrando que todo conhecimento é dinâmico e provisório, contribuindo para a quebra de

alguns paradigmas, presentes na atuação de muitos profissionais que se encontram ainda

conflitando o tradicional com as novas metodologias, especialmente nessa nova era

tecnológica. Contribuiu enfim, para a construção da autonomia profissional melhor

instrumentalizada.

18

CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2. COORDENADOR PEDAGÓGICO: IDENTIDADE EM CONSTRUÇÃO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN Nº 9394/96, prevê que

para atuar na coordenação pedagógica, é necessário ao profissional ser formado em Pedagogia

ou ter Pós-Graduação equivalente. Em seu artigo 67 prevê, ainda, que para o exercício da

função o profissional deve ter experiência docente para atuar como Coordenador Pedagógico,

no entanto, percebe-se que nem sempre são observadas essas exigências legais e em muitos

casos encontram-se coordenadores sem os pré-requisitos mínimos exigidos pela Lei. Nesse

caso, fica evidente a falta de reconhecimento da importância para com esses profissionais, que

são imprescindíveis na condução de um trabalho centrado na formação de professores, o que

incide positivamente nas aprendizagens dos alunos.

Mesmo os profissionais que possuem o curso de Pedagogia, se sentem inseguros no

exercício da Coordenação Pedagógica, por considerarem que a graduação não os prepara

adequadamente para uma função com um leque tão extenso de atuação. É justamente por ter

ciência da multiplicidade de funções desse profissional da educação que muitos profissionais

não se sentem preparados para exercerem a função de coordenador pedagógico. Isso explicita

algo importante: o trabalho de coordenação não é apenas uma teoria que se encontra nos

livros, mas também uma experiência da prática vivenciada ao longo de anos de trabalho

observando as técnicas e métodos educacionais. É necessário que os profissionais dessa área

entendam proficuamente as dimensões que permeiam o trabalho de coordenação. Visando

entender como esse trabalho se dá na prática, vale aqui abrir um parêntese para discorrer

apenas sobre três dimensões das funções desse profissional: a Dimensão Formativa de

Professores, na perspectiva crítico reflexiva; a Dimensão de Articulador entre o Projeto

Político Pedagógico (PPP) e as demandas da sociedade atual e a Dimensão de um

Transformador do espaço da escola, de uma Gestão Centralizadora para uma Gestão

Democrática e Participativa.

2.2 DIMENSÃO FORMATIVA DE PROFESSORES, NA PERSPECTIVA CRÍTICO

REFLEXIVA

Se o coordenador pedagógico for concebido e entendido como o profissional

responsável por gerir as dimensões formativas, logicamente, necessitará ter uma formação

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condizente, possuir um repertório de leituras e aportes teóricos que apenas a formação inicial

não garante. Isso exige uma reflexão de como é feita a escolha dos coordenadores

pedagógicos. Na maioria das vezes, o profissional é escolhido levando em conta apenas o seu

desempenho como um bom professor, caso muito comum no município de Piatã, localidade

em que serão realizadas as observações docentes, que contribuirão para o desenvolvimento

deste trabalho acadêmico. Neste contexto cabe indagar: Ser um bom professor credencia o

profissional a ser um bom coordenador? Em que medida ele está apto para fazer a formação

dos professores, articulando teoria e prática? Aqui faz sentido trazer a contribuição de

FREIRE (2007, p.27), “quem forma se forma e se (re)forma ao formar”,

Para que o coordenador pedagógico consiga implantar, na escola onde atua, uma rotina

de trabalho que garanta que o mesmo possa exercer seu trabalho nessas frentes, é necessário

que o mesmo seja reconhecido e valorizado por seus pares como um profissional que detenha

uma formação sólida sobre as práticas pedagógicas, sobre a gestão democrática e sobre o

PPP. É necessário implantar na escola uma nova concepção de formação continuada,

quebrando velhos paradigmas.

Esse profissional deve assentar seu trabalho sobre novas bases, desconstruir conceitos

arraigados de que o coordenador pedagógico atua como fiscal, como substituto de professores

ou como controlador de indisciplina, postura exercida pelos antigos orientadores pedagógicos

ou supervisores escolares e que, ainda hoje, povoam o imaginário de alguns profissionais da

área, como assinala Pimentel, transformar significa ultrapassar o estabelecido, desmontar os

antigos referenciais, adotar novas bases conceituais, construir outras modalidades de ação,

ligando, objetividade e subjetividade (PIMENTEL, 1999, s.p.)

Quando se fala que o coordenador pedagógico não possui uma identidade construída e

definida, essa ideia nasce justamente do conceito deturpado do que seja coordenar, muitas

vezes confundido com monitorar ou fiscalizar. O Coordenador Pedagógico deve ser visto

como um profissional capaz e competente para exercer um trabalho de parceria com os

professores e não como uma figura decorativa ou complementar de uma equipe gestora na

Unidade Escolar.

Quando o Coordenador Pedagógico reúne condições plenas de realizar seu trabalho,

tal como prevê a lei, ele se configura num parceiro do conhecimento e evidentemente um

parceiro do professor; porém, se esse profissional não reunir as competências que a função

exige, torna-se apenas um fiscal e não será bem visto pelos professores, logo é essencial que

haja critérios de escolha dos Coordenadores Pedagógicos para atuarem nas escolas.

20

Possuírem clareza de qual ou quais sejam suas funções, é essencial, porém não

suficiente. Como adverte Placco (2011, p.7): “algumas tarefas todos sabem que não são suas e

as rejeitam no discurso, mas acabam assumindo quando a escola não tem quem as execute ou

não é organizada para o trabalho ser bem equacionado”. Na maioria das vezes o coordenador

não consegue executar seu trabalho, pois os profissionais que o rodeiam não têm clareza de

quais são suas funções e os solicitam para executarem tarefas que não condizem com suas

atribuições.

Instituir ou instaurar um espaço coletivo de formação é a base do trabalho do

coordenador pedagógico, esse espaço deve se configurar em um movimento dinâmico de

estudo, reflexão e interlocução com a prática. Se concebido como uma rede de aprendizagem,

além de demarcar a identidade do coordenador pedagógico, como formador de professores,

fortalecerá o espírito de equipe promovendo o crescimento e amadurecimento de todos.

Transformar os espaços de Atividade Complementar, antes concebidos apenas como

espaço de queixas e lamentações, em um espaço de discussão, troca de experiências, leituras,

reflexão, problematização, é potencializar a formação dos professores para um trabalho mais

qualificado em sala de aula e que consequentemente incidirá em uma melhor aprendizagem

dos alunos. Freire (1997) ressalta que existem saberes fundamentais para a execução do

trabalho docente, nas palavras do grande pensador fica evidente a necessidade de formação

dos professores para atuarem na sala de aula. O que me interessa fortemente (...) não é dar

receitas, mas é propor desafios, é discutir aspectos que eu considero necessários e

permanentemente presentes na prática docente, que eu chamei de saberes fundamentais. As

palavras de Paulo Freire ressaltam a necessidade de se desafiar o professor para a busca de

saberes diversos, é o que se pode chamar de centralidade do papel do Coordenador

Pedagógico, onde a figura desse profissional se torna cada vez mais importante.

2.2 DIMENSÃO DE ARTICULADOR ENTRE O PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO E AS DEMANDAS DA SOCIEDADE ATUAL

A função articuladora do Coordenador Pedagógico se dá a partir de uma leitura crítica

do contexto escolar, buscando uma apropriação das variantes que interferem na articulação do

Projeto Político Pedagógico com a Proposta Curricular e destes instrumentos com o anseio

dos diferentes atores envolvidos no processo educativo, para atingir o objetivo maior de sua

razão de ser e estar na escola, a melhoria das práticas de ensino e consequentemente, um

melhor aprendizado.

21

De acordo com Schon (2000, s. p.), a relação entre instrutor e aprendiz, interpretados

como coordenador e professor, pode ser um sucesso ou um fracasso dependendo de como a

hierarquia, o poder e o controle transparecerem na comunicação. O referido autor descreve

duas situações: na primeira, o coordenador deixa claro o seu poder como superior na

hierarquia em relação ao professor. O resultado é descrito por Tânia Romero deixa claro a

necessidade de “as pessoas não querem experimentar, correr riscos, revelar suas conjecturas

ou hipóteses, preocupadas que estão em munir-se de certezas para rebater pontos de vista

adversos. O resultado é que as condições para aprendizagem não são estabelecidas."

(ROMERO, 1998, s. p.).

Da mesma maneira Schon (2000, s. p.) descreve o segundo modelo de atuação do

coordenador pedagógico dando destaque na aprendizagem mútua. Neste sentido, destaca o

entendimento, colaboração e questionamento das visões e interesses dos participantes

envolvidos e faz uma analogia com “um jogo de cartas na mesa, sem mistérios ou intenções

ocultas”, tendo em vista que o coordenador Pedagógico precisa ser encorajado para que sejam

criadas condições para livre troca de informações, mesmo aquelas mais sensíveis e difíceis,

que haja conscientização dos valores em jogo, bem como conscientização das limitações da

própria capacidade. Schon (2000, s. p.) não deixa de destacar o comprometimento interno dos

participantes quanto às decisões tomadas. Segundo ele, comprometimento este baseado em

satisfação intrínseca em vez de recompensa ou punição externa (id. Ibidem). Já Romero

(1998, s. p.) destaca que o clima de confiança mútua que se estabelece "(...) propicia um

relacionamento colaborativo favorável a oportunidades de reflexão".

Para dar conta de fazer essa interlocução, o coordenador pedagógico precisa

desenvolver algumas habilidades pessoais, que nesse caso não difere muito das habilidades

que os professores também precisam desenvolver, ser um bom comunicador, saber ouvir,

saber se relacionar com o grupo, ganhar o grupo para fazer a articulação entre teoria e prática,

problematizar os métodos utilizados, compreender quais concepções estão por trás do fazer do

professor, possibilitando o repensar, a ação-reflexão-ação. Nesse contexto, o coordenador

deve atuar no sentido de quebrar paradigmas, desconstruir conceitos vazios, usados

aleatoriamente, sem que se tenha apreendido seus reais significados, buscando problematizar

a prática dos profissionais, levando-os a compreender que as respostas para os problemas do

grupo virão do próprio grupo, não existindo respostas prontas, mágicas, sendo preciso

rediscutir o papel da escola na contemporaneidade.

22

2.3 DIMENSÃO DE TRANSFORMADOR DO ESPAÇO DA ESCOLA, DE UMA

GESTÃO CENTRALIZADORA PARA UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA E

PARTICIPATIVA.

A atuação do coordenador pedagógico quanto à dimensão transformadora, parte do

princípio que considera a escola como um espaço mutável, vivo, dinâmico. Esse espaço

escolar é habitado por diferentes atores – diretor, professor, funcionário, aluno e família do

aluno – cada um traz em si expectativas distintas das aprendizagens ou experiências que esse

espaço deve lhes proporcionar, cabendo ao coordenador pedagógico equacionar e fazer

convergir todos esses interesses em prol de uma melhor aprendizagem. Segundo Placco

(2006, s. p.) e Almeida (2001, s. p.), sabe-se que, para o enfrentamento desse cotidiano, há

necessidade de parcerias e trabalho coletivo, na escola, o que não configura tarefa fácil.

Assim, o Coordenador Pedagógico exerce/pode exercer, nessa escola, a função articuladora

dos processos educativos, além de ser chamado a realizar também uma função formadora dos

professores, frequentemente despreparados para o trabalho coletivo e o próprio trabalho

pedagógico com os alunos. É chamado ainda para uma função transformadora, articuladora de

mediações pedagógicas e interacionais que possibilitem um melhor ensino, melhor

aprendizagem dos alunos e, portanto, melhor qualidade da educação.

Podemos constatar que o campo de atuação do coordenador é complexo e

indissociável, cabe a ele diariamente, nas suas relações com os sujeitos, construir esses

espaços coletivos, despertando nos diferentes atores o desejo e a possibilidade de mudança,

construindo novos paradigmas que sejam mais condizentes com essa nova escola, com esses

novos jovens que se deseja educar.

O coordenador pedagógico deverá se preparar adequadamente para atuar nessas

frentes de maneira a transformar o espaço escolar que antes excluía e classificava, em um

espaço democrático e participativo, como afirma Libâneo (1996, p.200). “Uma gestão

participativa também é a gestão da participação”. Reforçando a fala de Libâneo, Orsolon

(2000), afirma que:

Levar os educadores à conscientização da necessidade de uma nova postura é a meu ver,

acreditar na possibilidade de transformar a realidade e também acreditar na escola como

um espaço adequado para isso, dado que, assim, por meio de um movimento dialético de

ruptura e continuidade, poderá cumprir sua função inovadora.

As citações acima tanto de Libâneo quanto de Orsolon evidenciam o papel

fundamental da escola na transformação social vivenciada pelos alunos. A escola não pode se

23

transformar num espaço de transmissão de conteúdos puro e simplesmente. É necessário que

se trabalhe também com valores morais, éticos e acima de tudo como os alunos devem tratar

as informações que a escola lhes ensina.

2.4 SABERES NECESSÁRIOS AO COORDENADOR PEDAGÓGICO

Assim como os professores, o coordenador pedagógico também precisa desenvolver

um conjunto de saberes necessários para efetivação de sua prática profissional, para além dos

saberes teóricos e práticos, próprios da profissão, o coordenador pedagógico é o responsável

por instituir na escola um ambiente harmonioso e propício para a aprendizagem de todos os

envolvidos no processo.

Para promover, na escola, a formação de professores na perspectiva de alfabetizar

letrando, o coordenador pedagógico deve criar espaços formativos nos quais os professores

possam repensar as práticas de ensino utilizadas na aquisição da alfabetização e do

letramento. Ele deve ter em mente que ensinar a ler e escrever é uma tarefa engenhosa, da

mesma forma que aprender a ler e escrever também o são.

Tomamos contato com o termo Mediação ao estudarmos o Construtivismo, o qual

desloca o professor do centro do processo educativo para a função de mediador ou facilitador

da aprendizagem. Tal qual o professor, o coordenador Pedagógico, é um profissional que

também precisa investir em sua formação, já que a formação inicial não é suficiente para

assumir-se como formador de professor.

As professoras Correa e Batista (2013, p. 1) chamam atenção para que “este aspecto

residiria a fundamental responsabilidade do coordenador pedagógico: o desenvolvimento dos

professores por meio da aprendizagem que vai se dar pela mediação. Assim ele deverá

investigar os conhecimentos que os professores dominam e intervir para reorganizar tais

conhecimentos, elevando-os a outros patamares”.

O que se extrai desse ensinamento é que cabe ao coordenador pedagógico fazer a

mediação entre os sujeitos e os objetos de conhecimento para criar espaços ou estratégias

formativas, a saber: Espaço para o Planejamento, Acompanhamento em sala de aula,

Tematização da prática e Formação.

O horário de planejamento deve ser precedido por uma pauta bem elaborada e focada

nos conteúdos que se quer ensinar. Ensinar os professores a definirem as modalidades

organizativas da rotina semanal, fazerem os planos de aulas, as sequências didáticas, os

projetos e as atividades diferenciadas, antecipar possíveis intervenções para atender as

24

demandas dos alunos, são estratégias formativas que potencializam o fazer do Coordenador

Pedagógico.

Outro momento importante é o acompanhamento do professor na sala de aula, esse

acompanhamento permite ao coordenador analisar como o professor faz a transposição

didática dos conteúdos estudados nos encontros de formação, como articula teoria e prática,

como faz as intervenções com os alunos e como se relaciona com os alunos, todos esses

aspectos observados pelo coordenador permitem a ele entender como o professor pensa a

educação, como concebe o processo ensino-aprendizagem.

A tematização da prática é um importante espaço formativo, onde o coordenador

pedagógico dá as devolutivas ao professor, mostra bons modelos de profissionais atuando,

propicia a troca de experiência entre os pares e é possível refletir sobre as práticas de sala de

aula fundamentando as mesmas com as teorias que as embasam.

Por fim faz-se os Encontros de Formação e nesses encontros são estudadas as

concepções teóricas que embasam a concepção pedagógica que a escola elegeu no Projeto

Político Pedagógico para orientar a prática de sala de aula dos professores, a configuração do

espaço físico da escola, a elaboração dos materiais didáticos, as formas de avaliar e as formas

de relacionamento dos sujeitos que constituem a escola. A condução desses estudos parte da

realidade escolar, buscando um diálogo entre teoria e prática, perpassado pelo respeito que

deve permear todas as relações.

Segundo os professores Lima e Santos (2007, p. 78), ”o coordenador pedagógico é o

agente responsável pela formação continuada de professores, o coordenador pedagógico deve

sensibilizar seu saber-fazer de maneira a não unilateralizar as tomadas de decisão, como se

tivesse todas as respostas para os encaminhamentos pedagógicos e resoluções de conflitos que

inquietam a equipe docente”, dessa maneira ele valoriza a participação de todos, não

hierarquiza as posições, implica todos no processo de tomadas de decisões, buscando

paulatinamente, a autonomia do grupo.

Todas essas ações exigem do coordenador uma postura ética, um olhar positivo e

respeitoso sobre os saberes e não saberes dos professores, além de conhecimento teórico,

técnico e analítico.

25

CAPÍTULO 3 - PROPOSTA DE INTERVENÇÃO: “VIVÊNCIAS DA SALA DE

AULA: IMPACTOS E DESAFIOS DO ALFABETIZAR LETRANDO”

É no espaço concreto de cada escola, em torno de problemas

pedagógicos ou educativos reais que se desenvolve a verdadeira

formação. Universidades e especialistas externos são importantes no

plano teórico e metodológico. Mas todo esse conhecimento só terá

eficácia se o professor conseguir inseri-lo em sua dinâmica pessoal e

articulá-lo com seu processo de desenvolvimento (...). (NÓVOA,

2001, p.20).

A proposta, apresentada ao Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica,

Programa Nacional Escola de Gestores, da Universidade Federal da Bahia, Polo Souto

Soares, buscou dentro do eixo temático “Coordenação Pedagógica: Relações, Dimensões e

Formas de Atuação no Ambiente Escolar”, objetiva potencializar a atuação do coordenador

pedagógico no processo de formação de professores alfabetizadores e consequentemente na

aprendizagem significativa dos alunos. A formação dos profissionais que atuarão no ciclo de

alfabetização requer dos coordenadores pedagógicos uma intervenção positiva de acordo com

as novas metodologias e uma maneira diferenciada de perceber que cada criança aprende de

modo diferente. Conceber a aprendizagem de uma classe heterogênea de uma mesma maneira

é desconsiderar as competências e habilidades de cada indivíduo, logo o trabalho do

coordenador assume uma importância fundamental para o desenvolvimento de atividades que

possam garantir minimamente o acesso de todos à aprendizagem.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR

A Escola Adelaide de Carvalho Ramos foi construída na década de 90, pelo então

prefeito Arquimedes Almeida e está localizada em uma área periférica do município de Piatã,

constituída em sua maioria por moradores oriundos da zona rural que se mudou para a cidade

em busca de melhores condições de vida, para trabalhar nas chácaras de cafés, trabalhar como

pedreiros,serventes de pedreiros,empregadas domésticas e agricultores. A escola foi criada

com o objetivo de atender alunos residentes do próprio bairro, e também alunos da zona rural,

à época da sua criação a escola já recebeu um contingente significativo de alunos, sendo 71

alunos provenientes da zona rural e 309 alunos do bairro.

O nome da escola é uma homenagem a professora que empresta seu nome à Unidade

Escolar e sua denominação ocorreu no ano de 1994 pela Lei 01/94, aprovada pela câmara de

26

vereadores e sancionada pelo prefeito Jaime de Oliveira Rosa, quando a escola é oficialmente

criada, atendendo à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental I.

Com o crescimento e desenvolvimento do município, o bairro Tangará, também

cresceu, e a distância que antes existia deste com a sede do município desapareceu, passando

a formar um todo homogêneo em relação a uma só cidade, porém, heterogêneo, do ponto de

vista sócio-econômico, fazendo com que os moradores se sentissem excluídos.

No que diz respeito à escola os professores e alunos se sentiam isolados e pouco

valorizados, o que gerou um grande número de evasão, repetência e distorção idade-série. A

partir do ano de 2015, a escola passou por uma mudança significativa em seu aspecto

pedagógico, atendendo exclusivamente ao Ciclo de Alfabetização (1º, 2º e 3º anos), alunos

com idade aproximada entre 6 a 9 anos, compondo quinze salas de aula, sendo cinco turmas

de cada série, com vinte professores, sendo quinze professores regentes e cinco professores

auxiliares para atuar nas classes de primeiro ano do ciclo.A equipe gestora é composta por

uma diretora, uma vice-diretora, uma secretária, uma auxiliar de secretaria e uma

coordenadora pedagógica, são mais oito funcionários entre porteiros, merendeiros e agentes

de limpeza.

Com essa nova configuração, pressupõe uma nova concepção de ensino, uma nova

concepção de avaliação, uma reconfiguração do espaço físico de sala de aula, perpassando

pela formação dos professores, para garantir aos alunos os direitos de aprendizagem

preconizados pelo MEC, é nesse contexto que surgiu o tema: Como promover, na escola, a

formação de professores na perspectiva de alfabetizar letrando?A medida tomada pela

SEMEC pode ser vista como uma saída para sanar essa formação, uma vez que a mudança

ocorrida facilitou a condução do trabalho em todos os aspectos:

Disciplinar: oportunizou à equipe escolar, mais especificamente à coordenação

pedagógica o olhar e o tratamento dado às crianças de acordo com a idade;

Pedagógico: a coordenação pedagógica tem um olhar voltado para uma modalidade

exclusiva, preocupando-se com os estudos relativos àquela faixa etária. Assim sendo,

é possível planejar com todos os professores ao mesmo tempo, propiciando uma troca

de experiência muito rica e proveitosa uma vez que o diálogo entre os professores

possibilita melhores resultados nas aprendizagens.

Físico: os espaços físicos são adaptados de acordo com a idade dos alunos,

propiciando maior comodidade aos docentes e à equipe gestora da escola;

Didático: os materiais também são adequados, como por exemplo, os móveis

destinados à educação infantil são adequados à idade dos pequenos.

27

A princípio houve uma preocupação dos pais dos alunos por entenderem que seus

filhos ficariam longe de suas residências, mas a SEMEC disponibilizou ônibus escolares com

monitores para que os alunos fossem transportados com segurança e comodidade. Hoje a

comunidade já aceita de bom grado e a mudança já dá sinais que veio pra ficar.

3.2 METODOLOGIA

O tema da presente pesquisa focaliza o papel do Coordenador Pedagógico na formação

de professores alfabetizadores, pois os processos de alfabetização tal como eram praticados

não atendiam mais às reais necessidades de formação dos alunos para essa nova sociedade,

em que se percebe a leitura em todos os meios. Logo, a pergunta a ser respondida é: Como

promover, na escola, a formação de professores na perspectiva de alfabetizar letrando?

Durante muito tempo o processo de alfabetização se limitava a juntar letras e formar sílabas e

a juntar sílabas e formar palavras e das palavras as frases e assim por diante.

Esse processo foi eficaz por um determinado tempo e atendia às necessidades de uma

sociedade que se limitava apenas a decifrar símbolos linguísticos como um processo de

leitura. Entretanto, com a difusão da mídia escrita e a profusão de situações de escrita por

todos os locais por onde o homem circula, a necessidade de aprender outras formas de leitura

se ampliou consideravelmente e hoje se discute a leitura sob vários ângulos: a leitura da

palavra, dos sinais, das imagens, dos sons, entre outras.

Considerar apenas uma maneira de alfabetizar uma criança é se limitar a uma única

situação que por certo dificultará o processo de alfabetizar letrando. A alfabetização deve ser

vista tanto pelos coordenadores pedagógicos, bem como pelos professores como um conjunto

de situações em que a criança entra em contato com diversos tipos de textos e de situações

comunicativas.

Formar o professor nessa perspectiva do letramento é um desafio a ser enfrentado

pelos coordenadores pedagógicos. Melhorar a prática pedagógica no ciclo de alfabetização,

conhecer novas estratégias formativas, novas metodologias, para melhor preparar os

professores durante o trabalho, buscando atender essa nova concepção pedagógica.

O objetivo da pesquisa é buscar compreender como o processo de alfabetizar letrando

vem sendo desenvolvido nas escolas públicas municipais e como pode ser melhorado; como o

mesmo pode contribuir para a alfabetização e letramento dos alunos e como o coordenador

pedagógico deve atuar para transformar ou mesmo minimizar as dificuldades apresentadas

pelos professores no processo de alfabetizar letrando.

28

3.3 ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO

A estratégia formativa utilizada é o acompanhamento pedagógico das ações dos

professores na sala de aula, para fazer um levantamento das necessidades formativas dos

professores, saber o que eles já garantem e o que precisam garantir para uma progressão nas

aprendizagens dos alunos, relacionados ao alfabetizar letrando, ou seja, possibilitar ao aluno

aprender o padrão da língua escrita, mas também, e principalmente, fazer uso da leitura e da

escrita no dia-a-dia nos diferentes contextos. O instrumento utilizado será o diário de bordo,

onde através da observação, dos registros reflexivos sobre o que se consegue alcançar da

prática do professor, no momento, em que ele põe em jogo tudo que sabe e o que precisa

aprender.

Esses registros são importantes e reveladores, mostrando o caminho por onde a

formação deve acontecer, quais os conteúdos de formação que precisam ser levados aos

professores para garantir um ensino mais qualitativo. O registro das ações constituirá o diário

de bordo, pois esse instrumento favorece ao coordenador pedagógico uma atuação mais crítica

e reflexiva, nas palavras de Freire, pensar sobre o seu próprio “que fazer” um desvelar de um

fazer consciente e crítico, unindo teoria e prática, o exercício de registrar permite o

distanciamento, o resgate, o repensar, necessários para uma tomada de consciência da ação

pedagógica.

Durante muito tempo, o acompanhamento pedagógico foi confundido com visitas, que

acontecia de maneira pontual, sem foco, apenas por uma exigência das secretarias de

educação ou das diretorias regionais de ensino. Atualmente, existem orientações para um

efetivo acompanhamento focado nas questões pedagógicas, porém, na prática, esse novo

conceito ainda não se institucionalizou, seja por conta da indefinição do real papel do

coordenador pedagógico, seja por falta de um maior entrosamento entre o coordenador

pedagógico e os professores com os quais atua.

Segundo (BLANCHARD; MUZÁS, 2008, P.88) o acompanhamento pedagógico

possui as seguintes características:

Contextualizado, localizado no mesmo espaço no qual será realizado o

processo de mudança;

Envolve todos os componentes da escola, cada um a partir de suas funções;

É realizado a partir de um enfoque sistêmico [...] e está consciente das

implicações e das repercussões que as diferentes ações a serem realizadas terão em

outros pontos do sistema;

Parte da experiência dos que estão na tarefa educativa e, com base nesse

contexto, são delineadas reflexões e conteúdos do acompanhamento;

29

É um espaço de intercâmbio de posições e opiniões, de reflexão sobre a tarefa

concreta e busca das mudanças que devem ocorrer;

O mais importante é favorecer a análise dentro de um marco conceitual que

permita dar conta do que se vive nas realidades;

Concebe-se como um processo em espiral no qual as intervenções têm um fio

condutor; não são compartimentos estanques e podem dar lugar a outras mudanças;

Com base nessas orientações, estruturou-se a proposta de intervenção, o

acompanhamento se daria em cinco dias úteis, entre os dias doze a quatorze de outubro,

contextualizado, na própria escola, com seis professores, sendo dois de cada ano, e teria a

duração de três horas aulas, o critério de escolha dos professores levou em conta o tempo de

experiência: uma pedagoga que ingressou esse ano no ciclo, porém já leciona há doze anos na

Educação Infantil; outra que ingressou esse ano na profissão está cursando o segundo

semestre de pedagogia, ambas lecionam para o primeiro ano; para o segundo ano do ciclo a

escolha das professoras, obedeceu ao critério de ambas terem mais de doze anos de profissão,

são pedagogas, mas lecionavam apenas para o quarto e quinto ano do ensino fundamental; e

para as turmas de terceiro ano as duas professoras escolhidas também atuam há doze anos,são

pedagogas e tem experiência como alfabetizadoras.

Buscou-se o envolvimento de todos os componentes da escola, a equipe gestora estava

presente na reunião, ficando a par do trabalho que seria desenvolvido. Ficou claro para todos

quais seriam os objetivos dos acompanhamentos: observar a atuação das professoras, como

desenvolvem as práticas pedagógicas próprias da alfabetização. O acompanhamento parte das

experiências dos professores, o que eles entendem por alfabetizar letrando, e busca ampliar o

conhecimento dos mesmos, através da reflexão e estudo dos temas a ele relacionado. Quer

construir espaço de troca de experiência, através da discussão coletiva, buscar respostas para

seus problemas, promover um processo de reflexão-ação-reflexão.

3.4 O MÉTODO DA PESQUISA-AÇÃO

A necessidade do projeto de intervenção se justifica pela constatação da necessidade

de formação dos professores no sentido de garantir a progressão do ensino para sanar as

dificuldades dos alunos em leitura.

Das vivências nos espaços de atuação dos diferentes atores na escola, nas reuniões

coletivas de atividade complementar e nos acompanhamentos do trabalho dos docentes na

sala de aula é que nasceu a proposta de intervenção definida como uma pesquisa-ação, por

acreditar ser esse o método mais apropriado no desenvolvimento de um trabalho (ação) que

busca envolver a todos, cada um assumindo o seu lugar na escola, a partir da função que

30

desenvolve, de forma democrática, buscando contribuir para a transformação da escola. Para

Thiollent (2005, p. 16),

Pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e

realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema

coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou

problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

A pesquisa-ação assim concebida busca envolver a todos, pesquisador e pesquisados,

na percepção do problema e na busca de soluções para resolvê-los, revelando seu caráter

coletivo, é contextualizada, pois será realizada no mesmo espaço onde ocorrerão as

transformações; é democrática, pois nasceu de um consenso de todos, de uma tomada de

consciência do problema, é real, pois todos atestam a existência do problema e coletivamente,

buscam maneiras de resolvê-lo.

3.5 CHÃO DA SALA DE AULA

O acompanhamento às salas de aula se estruturou com os registros no diário de bordo

que explicitam os saberes apropriados pelos professores no que se refere ao desenvolvimento

das práticas pedagógicas, condizentes com a teoria Construtivista, a saber:

Estabelecimento de uma rotina pré-determinada;

Leitura deleite, feita pelo professor, o mesmo se colocando como modelo de leitor,

fazendo antecipação sobre a capa, o autor e as gravuras, aguçando a curiosidade dos

alunos para o livro que será lido. Os alunos tiveram uma postura ativa e participativa,

interagindo com os professores, revelando ser essa uma prática constante nas salas de

aula;

Levantamento do conhecimento prévio dos alunos ao abordar os assuntos a serem

estudados;

Nova concepção do erro, não mais sendo visto como negativo,

Clareza ao transmitir as consignas das atividades que serão realizadas;

Agrupamentos produtivos, levando em conta os conhecimentos dos alunos (zona de

desenvolvimento proximal);

Problematização dos conteúdos de ensino, intervenções;

Tarefas diferenciadas para atender a heterogeneidade da sala de aula;

31

O trabalho realizado de formação e acompanhamento ocorreu ao longo do ano letivo

com todo o quadro docente da unidade escolar, o que permitiu um olhar acurado e atento às

reais condições do trabalho de coordenação pedagógica, tal como deve ser desenvolvido pelos

profissionais que atuam nessa área. É um trabalho embasado na discussão coletiva e na

reflexão de todo o processo desenvolvido a partir de um planejamento realizado

semanalmente, observando o percurso da turma e de alguns alunos em especial.

A partir dessa interação com os professores o coordenador passa então a exercer sua

função principal que é a de promover a reflexão contínua juntamente com os professores

sobre a prática pedagógica, é neste momento que ocorre o processo de formação continuada.

É importante que o coordenador deixe claro para os professores que a construção do

conhecimento acontece nesses espaços de interação e não confundam com algumas situações

em que muitos docentes acham que o coordenador vai ensinar ao professor como ensinar, pois

essa não é a função do coordenador pedagógico. Sônia Favaretto (apud GUERREIRO, 2011)

ressalta que é preciso auxiliar os professores na elaboração de um plano de aula incluindo,

inclusive, a busca de referências bibliográficas e os instrumentos de avaliação. Favaretto

finaliza afirmando que “é preciso acompanhar esse plano-pauta de observação em sala, esse é

um processo que deve ser combinado previamente com os professores, assim como é possível

também a análise de vídeos com intenção formativa".

Especificamente para a construção deste projeto de intervenção, foram realizados os

acompanhamentos com alguns professores das séries iniciais do Ciclo de Alfabetização.

Consciente das limitações do acompanhamento pedagógico, sabendo que apenas três

observações de aulas com seis profissionais atuando de um quantitativo de treze, não revelam

os saberes e não saberes dos professores acompanhados; ao contrário, é uma estrada de mão

dupla, que se volta para o coordenador, pois revelam os conteúdos de formação que não foram

contemplados. É necessário em primeiro lugar, destacar os pontos positivos com o objetivo de

elevar a autoestima dos profissionais, para depois pontuar o que se necessita aprimorar no

momento da formação.

Embora os professores demonstrem no desenvolver de suas ações na sala de aula já

terem se apropriado de muitos conceitos próprios do Construtivismo, alguns conhecimentos

precisam ser revisitados ou até apresentados, levando em conta a disparidade de saberes entre

os mesmos, na perspectiva do alfabetizar letrando e para garantia dos direitos de

aprendizagem preconizados para o ciclo de alfabetização. Para atender a exigência de escrever

uma Proposta de Intervenção, constante do TCC/PV, destaca-se o trabalho com o texto na

perspectiva do gênero, para ampliar o letramento, desenvolvendo as competências leitoras e

32

escritoras dos alunos, pois as observações de sala de aula revelam que esse conteúdo não foi

privilegiado a contento nas formações.

O trabalho com texto acontece pelo uso linear do livro didático, através de atividades

pontuais e giram em torno de apenas dois gêneros: o conto e as fábulas. A partir da

implementação da Proposta de Intervenção, objetiva-se que os professores tenham segurança

para trabalharem com outros gêneros textuais, dentro de outras modalidades organizativas, os

projetos e as sequências didáticas, entendendo que todo trabalho de leitura e de escrita inicia-

se a partir de um gênero textual e sua relevância na vida cotidiana dos alunos.

3.7 AÇÕES DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

3.6.1 Título: Vivências da sala de aula. Impactos e desafios do alfabetizar letrando

3.6.2 Público: Professores do Ciclo de Alfabetização ( 1º, 2º e 3º anos).

3.6.3 Período: Fevereiro a maio de 2016.

3.6.4 Justificativa:

A presente proposta de intervenção nasceu da necessidade observada no grupo de

professores da Escola Adelaide de Carvalho Ramos, que atende ao Ciclo de Alfabetização (1º,

2º e 3º anos), são 15 turmas, sendo 5 turmas de 1º ano, 5 turmas de 2º ano e 5 turmas de 3º

ano, com 15 professores efetivos e cinco auxiliares contratados, distribuídos um em cada

turma, todas as turmas de 1º ano, tem um professor auxiliar, a escola comporta 547 alunos

distribuídos no ciclo. A observação sistemática da atuação dos professores na sala de aula

evidenciou a necessidade de um maior investimento na formação continuada em práticas

voltadas para o desenvolvimento do trabalho com o alfabetizar letrando na perspectiva do

gênero. O trabalho com os gêneros de circulação social, já foi iniciado, porém percebe-se a

predominância de apenas dois gêneros, o conto e a fábula, logo, para intensificar e

potencializar a leitura e a escrita em situações reais, é que essa proposta de intervenção foi

delineada.

O programa Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, PNAIC, preconiza o

direito de alfabetização plena a todas as crianças até os 08 anos de idade, é nesse contexto que

o trabalho com os gêneros textuais se inscreve,observando:

Quatro princípios centrais serão considerados ao longo do desenvolvimento do

trabalho pedagógico: 1) o Sistema de Escrita Alfabética é complexo e exige um

ensino sistemático e problematizador; 2) o desenvolvimento das capacidades de

leitura e de produção de textos ocorre durante todo o processo de escolarização, mas

deve ser iniciado logo no início da Educação Básica, garantindo acesso precoce a

33

gêneros discursivos de circulação social e a situações de interação em que as

crianças se reconheçam como protagonistas de suas próprias histórias; 3)

conhecimentos oriundos das diferentes áreas podem e devem ser apropriados pelas

crianças, de modo que elas possam ouvir, falar, ler, escrever sobre temas diversos e

agir na sociedade; 4) a ludicidade e o cuidado com as crianças são condições básicas

nos processos de ensino e de aprendizagem. (BRASIL, 2013).

Esses quatro princípios nos informam como o processo de alfabetização deve ser

conduzido, bem como os conteúdos essências nesse período da escolaridade, portanto, para

que os professores tenham uma atuação mais intencional e menos espontânea, precisam

receber formação, estudar, refletir, trocar informação entre seus pares, enfim, trabalhar para

sanar as necessidades de aprendizagem dos alunos.

3.6.5 Objetivos:

Oferecer formação continuada aos professores que atuam no ciclo de

alfabetização;

Criar espaço de interlocução, problematização, reflexão, proporcionando aos

professores acesso aos conhecimentos construídos e disponibilizados sobre

alfabetizar letrando;

Trabalhar a produção textual na perspectiva do gênero.

3.6.6 Metodologia:

Devido a algumas intercorrências, tais como a finalização do ano letivo, a ação de

formação dos professores será programada para o início do ano letivo de 2016. Contudo, em

2015, foi possível, a partir dos acompanhamentos realizados e de questionários aplicados,

levantar os pontos que necessitam de um maior investimento por parte do coordenador

pedagógico e que constituem o projeto de intervenção.

Para 2016 o cronograma de formação está assim estabelecido:

Data Público

Alvo

Conteúdos de

Formação

Estratégias Recursos Responsável

Fevereiro:

dia 24

Março: dia

02.

Professores

que atuam no

Ciclo de

Alfabetização

( 1º, 2º e 3º ).

O trabalho com

Gêneros na Sala de

Aula

(Ano 02 Un. V.

Caderno do PNAIC).

O trabalho com os

Acolhida: Leitura

deleite dinâmica dos

gêneros textuais;

Divisão dos grupos

para estudo;

Xerox dos

textos.

Projetor.

Coordenadora

Pedagógica

34

Carga horária:

08h

diferentes Gêneros

Textuais em sala de

aula: Diversidade e

Progressão Escolar

Andando juntas.

(Caderno do PNAIC).

Leitura, análise e

socialização pelos

grupos dos textos

lidos

Abril: 06

Maio: 04

Carga horária:

08h

Professores

que atuam no

Ciclo de

Alfabetização

( 1º, 2º e 3º ).

Trabalhar com Texto é

Trabalhar com Gênero?

A Oralidade, a Leitura

e a Escrita no Ciclo de

Alfabetização

(Caderno PNAIC).

Acolhida: Leitura

deleite dinâmica dos

gêneros textuais;

Divisão dos grupos

para estudo;

Leitura, análise e

socialização pelos

grupos dos textos

lidos

Xerox dos

textos.

Projetor.

Coordenadora

Pedagógica

Fonte: elaborado pela autora

Todos esses materiais de estudo tratam do trabalho com os gêneros textuais, buscando

desenvolver nos professores alfabetizadores conhecimentos acerca da organização do trabalho

pedagógico sob a ótica do trabalho com a diversidade textual, para promover na escola na

qual atua uma progressão do ensino, progressão da aprendizagem para a progressão da

escolaridade, assegurando os direitos de aprendizagem, competências e habilidades das

crianças. O estudo com a diversidade textual pressupõe que seja desenvolvido por

modalidades organizativas como projeto ou sequência didática, não podendo ser estruturado

de maneira pontual.

3.6.7 Análise dos Resultados

Os resultados que foram colhidos nasceu de um encaminhamento prévio de um

roteiro com questões para orientar a escrita de memórias com o objetivo de proporcionar aos

professores um momento de reflexão sobre as práticas pedagógicas utilizadas em sala de aula.

Todas as perguntas elaboradas deveriam dialogar com uma pergunta situacional que serviu de

eixo norteador da situação de observação: “O que eu fiz durante esse período em sala de aula

com as crianças?”. As perguntas propostas deveriam atender a momentos pedagógicos

intrapessoais.

O quadro abaixo retrata com fidedignidade a opinião dos professores observados e

acompanhados e que serviram de colaboradores para a análise do papel do coordenador

pedagógico na orientação aos docentes.

35

3.6.8 Questões para Orientar a Escrita de Memórias

Analisando o primeiro bloco de questões (Apêndice – quadro I) em que os professores

tinham que descrever as ações desenvolvidas em sala de aula, é possível perceber pelas

respostas dos professores que os mesmos já demonstram possuírem conhecimentos voltados

para as práticas de aquisição da base alfabética, do trabalho com a heterogeneidade, do

trabalho com duplas produtivas, da importância de seguir uma rotina e da importância da

leitura e da escrita, no ciclo de alfabetização. Demonstram também que o trabalho com os

gêneros textuais já é do conhecimento deles; porém, precisa ser intensificado, necessitando de

mais estudo.

A análise do segundo bloco de questões (apêndice – quadro II) em que os professores

tinham que informar quais os referenciais teórico-metodológicos apóiam suas práticas

pedagógicas, é possível perceber pelas suas respostas que existe uma disparidade entre as

mesmas, alguns professores já possuem uma maior clareza do que está por trás de suas ações,

enquanto outros precisam ainda adquirir essa consciência. Apesar do caminho já trilhado pelo

grupo, percebe-se que o estudo da Teoria Sócio-interacionista precisa ser revisitado, devendo

fazer parte do plano de trabalho do coordenador pedagógico.

No terceiro bloco de questões (apêndice – quadro III), os professores teriam que

confrontar o seu fazer pedagógico, voltar-se para si mesmo e se auto-avaliar. Pelas respostas

dos professores, é possível inferir que a prática da ação-reflexão-ação, precisa ser mais

presente, mais fortalecida, esse é um exercício ainda muito difícil de ser feito, encontra-se

muita resistência em registrar, o que dificulta o repensar, o confrontar.

O quarto e último bloco de questões (apêndice – quadro IV) exige dos professores um

movimento de reconstrução, um repensar da prática para buscar novos caminhos, novas

formas de fazer o seu ofício, pelas respostas dos professores percebe-se muita vontade de

estudar, de crescer e uma grande esperança na formação continuada.

3.6.9 Avaliação

Os professores, cada um à sua maneira, apresentaram conhecimentos pedagógicos, não

se trata de valorar quem é mais capacitado para a tarefa de ensinar, trata-se de considerar os

saberes de cada um no sentido de impulsionar suas práticas, seja no planejamento de aulas,

seja nas práticas de sala de aula, seja no relacionamento com os alunos, seja na capacidade de

refletir criticamente sobre o seu ofício, considerando que os mesmos possuem percursos

36

diferentes em relação a suas formações, possuem saberes diferentes, pois ambos estão em

momentos diferentes da carreira profissional, alguns com muitos anos de trabalho e outros

ingressando agora na carreira profissional, o importante é a tomada de consciência do grupo –

onde estavam, onde estão e onde podem (devem) chegar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O início do curso de especialização em coordenação provocou em todos nós

participantes questionamentos acerca do real trabalho a ser desenvolvido pelo coordenador

pedagógico no exercício de sua função. Talvez o questionamento mais importante e difícil de

responder esteja relacionado à escolha do eixo, dada a relevância de todos os outros

apresentados. Mas como já faço esse trabalho há anos arrisquei-me falar sobre

a “Coordenação Pedagógica: Relações, Dimensões e Formas de Atuação no Ambiente

Escolar”.

Vejo que a escolha foi a mais acertada possível, pois a mesma possibilitou

potencializar a minha atuação como coordenadora pedagógica no processo de formação dos

professores alfabetizadores da Escola Municipal Adelaide de Carvalho Ramos e,

consequentemente, na aprendizagem significativa dos alunos atendidos. Os profissionais que

atuam no ciclo de alfabetização requerem de nós coordenadores pedagógicos, uma

intervenção positiva, de acordo com as novas metodologias, e uma maneira diferenciada de

perceber que cada criança aprende de modo diferente. E o curso ministrado pela UFBA

sinalizou caminhos importantes que já percorríamos, contudo sem alguns cuidados que nos

foram passados.

Os questionamentos que me angustiava não foram totalmente respondidos, porém hoje

me sinto muito mais segura me referenciando nos caminhos que foram apontados ao longo do

curso. Em relação à questão: “Como promover, na escola, a formação de professores na

perspectiva de alfabetizar letrando?”, e que se tornou norteadora da pesquisa, ficou evidente

que se faz necessário investir de maneira diferente nos processos de alfabetização de modo a

propiciar a leitura em diversos meios e de maneira contextualizada.

O desafio de formar o professor na perspectiva do letramento é um desafio a ser

enfrentado por nós, coordenadores pedagógicos, visando melhorar a prática pedagógica no

ciclo de alfabetização, impulsiona-nos a conhecer novas metodologias e concepções

pedagógicas. É óbvio que nenhum trabalho acadêmico tem a pretensão de esgotar o conteúdo

discutido, mas sim, contribuir para a melhoria da qualidade do trabalho a ser realizado. O

37

diálogo com os teóricos escolhidos mostrou-nos que existem infinitas possibilidades de se

realizar um bom trabalho de coordenação, logo este trabalho não tem a pretensão de ser um

guia do coordenador, mas sim uma breve reflexão das possibilidades de se fazer um trabalho

menos angustiante e mais produtivo.

REFERÊNCIAS

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mudança – 2ª ed. ,São Paulo: Loyola. s.d.

BLANCHARD, M.; MUZÁS, M. D. Propostas metodológicas para professores

reflexivos: como trabalhar com a diversidade em sala de aula. São Paulo: Paulinas, 2008.

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN Nº 9394/96,

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em

29.10.2015.

________. Pacto Nacional pela Alfabetização. Disponível em HTTP://pacto.mec.gov.br.

Acesso em 29.20.2015.

CORRÊA, K. R. C. & BATISTA, L. A. PIBID em prática: relato de experiências sob o

olhar das supervisoras na escola. Tubarão S. C.: 2013.

COSTA, R. A. B.; GONÇALVES, T. O. Histórias de vidas de professores: apontamentos

teóricos. In: Revista Espaço Acadêmico, n. 64, set. 2006. Disponível

em:<http://www.espacoacademico.com.br/064/64costa.htm>. Acesso em: 26 ago. 2013.

FAVERETTO. R. in GUERREIRO, C. Profissão: articulador escolar. Revista Educação,

2011.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 14 ed. Rio de Janeiro, Paz e

Terra. 1983.

_______. A educação na cidade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995.

_______. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 33. ed.

São Paulo: Paz e Terra, 2007.

GUERREIRO, C. Profissão: articulador escolar. Brasília: Revista Educação, 2011.

LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiás: alternativa, 1996.

LIMA, P. G; SANTOS, S. M. O Coordenador Pedagógico na Educação Básica: Desafios e

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38

NOVOA, Antonio. Professor se forma na escola. Revista Nova Escola. Abril - maio, 2001, p.

03.

ORSOLON, L. A. M. O coordenador/formador como um dos agentes de transformação

da/na escola. São Paulo, PUC. Dissertação de mestrado, 2000.

PIMENTEL, M. G. in. ALMEIDA, L. R. de; PLACCO, V. M. N. de S. O Coordenador

pedagógico e o espaço de mudança – 2ª ed. ,São Paulo: Loyola. s.d

PLACCO, V. M. N. de S. Formação continuada ainda é ficção no país. In: Os caminhos da

coordenação pedagógica e da formação de professores. Fundação Victor Civita. Ed. Especial:

Cotia - SP, 2011.

PLACCO, V. M. N. de S; ALMEIDA, L. R. de; SOUZA, V. L. T. de. O Coordenador

Pedagógico e o cotidiano das escolas: Práticas educativas e formação de professores.

Fundação Victor Civita/ Fundação Carlos Chagas. XVI ENDIPE – Encontro Nacional de

Didática e Práticas de Ensino – UNICAMP – Campinas – 2012.

ROMERO, T. R. S. A interação coordenador e professor: um processo colaborativo? Tese

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SCHON, D. A. Educando o Profissional Reflexivo – um novo design para o ensino e a

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SOUZA, V. L. T. de; PLACCO, V. M. N. de S. Diferentes Aprendizagens do Coordenador

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THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-Ação. São Paulo: Cortez, 2008.

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ZABALA, A. As relações interativas em sala de aula: o papel dos professores e dos alunos.

In:. A prática educativa: como ensinar. Tradução Ernani F. da Rosa. Porto Alegre: Artmed,

1998.

39

APÊNDICES

Ações e perguntas propostas para momentos pedagógicos intrapessoais

Quadro I

AÇÕES

PERGUNTAS

DESCREVER

(O que eu fiz durante

esse período em sala

de aula com as

crianças?)

1. Qual o contexto da aula?

A= Alfabetizar Letrando

B= Atividades para a construção da base alfabética

C= Atividades de construção de base alfabética

D= Atividades de Produção Textual

2. Que tipo de aluno e qual a sua procedência?

A= Alunos do 1º ano vindos de creche

B=Alunos do 2º ano

C=Alunos do 1º ano

D=Alunos de 3º ano

3. Quantos alunos?

A= 23

B=18

C=29

D=18

4. Qual o assunto trabalhado?

A=Carta

B= Fábula

C= Listas de presentes de natal

D= Fábula

5. Por que considera esse tema interessante?

A= Conhecer o gênero e sua função social

B= Conhecer o gênero e sua função social

C= É importante para a construção da base alfabética

D= Conhecer o gênero e sua função social

6. Quais objetivos?

A= Compreensão da função do gênero

B= Apropriação da estrutura e da função do gênero fábula

C= Construção da base alfabética

D= Compreensão do texto

7. Quais as atividades desenvolvidas?

A= Leitura de uma carta

B=Leitura da fábula

C=Escritura de lista de presentes para pedir ao papai Noel

D=Interpretação de questões para compreensão da fábula

8. Como organizou a turma?

A=Grupos produtivos

B= Individual

C=Duplas Produtivas

D= Individual

9. Por que organizou a turma dessa forma?

A= Para haver troca de conhecimentos

B= Para observar o que cada aluno dar conta de fazer

C= Para o aluno que possui mais conhecimento ajudar o que sabe menos

D=Para saber o que cada aluno já sabe

10. Como organizou e conduziu a aula?

A= Em grupos e individuais

40

B= Participativa e dialogada

C= Fazendo intervenções individuais e coletivas

D= Escreveu a fábula e as questões interpretativas no quadro e conduziu a

leitura participativa

11. Quais as formas de participação dos alunos?

A= Ativa

B= Interessada

C= Ativa e participativa

D= Ativa e participativa

12. O que motivou a escolha desse assunto?

A= Seguir uma sequência didática do Pacto

B= Conhecer o gênero e sua função social

C= Faz parte do plano de ação

D= Conhecer o gênero e sua função social

Quadro II

INFORMAR

(Que referenciais

teórico-

metodológicos

apóiam minhas

práticas

pedagógicas?)

1. A aula atingiu os objetivos?

A= Sim

B= Sim

C= Sim

D= Em parte

2. O que fez para atingir os objetivos?

A= Utilizei uma boa organização dos alunos com saberes diferenciados.

B= A aula foi planejada para dar sequência a um trabalho que já vem sendo

desenvolvido dentro de um projeto de leitura.

C= Houve uma preparação prévia, antecipando possíveis problemas.

D= Pela dinâmica escolhida, penso que não foi a mais acertada, poderia ter

adotado outra estratégia.

3. Por que acha que conseguiu atingi-los?

A= Porque todos conseguiram entender o sentido da aula.

B= Pelo resultado alcançado.

C= Pelo desenrolar da aula e pela participação dos alunos.

D= Conseguir alcançar a maioria dos alunos, embora nem todos tenham

participado.

4. Quais os tipos de conhecimentos trabalhados?

A= Leitura e Escrita

B= Consolidação do Sistema de Escrita Alfabética

C= Consolidação do Sistema de Escrita Alfabética

D= Leitura e Escrita

5. Por que fez opção por esses conhecimentos?

A= Por fazer parte do plano de unidade e da sequência do PACTO.

B= Por julgar importante para o aprendizado.

C= Por ser nesse momento do ano letivo muito necessário investir na

consolidação desses conhecimentos.

D= Para garantir o direito de aprendizagem dos alunos

6. Quais as dificuldades que você encontra para estimular o aluno a aprender?

A= Nenhuma.

B= Maior participação das famílias na vida escolar dos filhos.

C= Manter a atenção dos alunos por muito tempo em uma atividade.

D= Conseguir que fiquem concentrados.

7. A que atribuiu essa dificuldade?

A= xxxxx

B= pela falta de incentivo dos pais dos alunos, por exemplo, ajuda nas tarefas

de casa.

C= São muito ativos.

D= Dificuldade em despertar o interesse pelo que está sendo ensinado.

8. Que relação existe entre a prática e o conteúdo conceitual?

41

A= Procuro na medida do possível estar relacionando prática e conceitos.

B= Parto da minha prática para definir quais conteúdos atendem as

necessidades dos alunos.

C= Prática e conteúdo conceitual andam juntas.

D= São complementares, pois é a partir do conteúdo conceitual que vou

adequando as práticas de sala de aula.

9. Como sistematiza essas discussões?

A= São os conteúdos que alimentam a prática.

B= Definindo a função social dos conteúdos conceituais.

C= Nas discussões nos grupos, nas ACs.

D= Nos grupos de estudos e nas trocas com os colegas.

10. Que relação faz entre o tema e as atividades escolhidas?

A=As atividades escolhidas ajudam a compreender o tema.

B= Depois de definir o tema é que elaboramos as atividades, sempre partindo

do conhecimento prévio dos alunos.

C= O tema nasce da necessidade do grupo em conhecer os assuntos que serão

trabalhados nas unidades, e as atividades escolhidas, buscam por em prática o

tema em questão.

D= Elas tem relação pois ambas tem um só objetivo, melhorar a

aprendizagem dos alunos.

11. Que relação faz entre a sua prática e os conceitos que internalizou?

A= Através de anos de estudo tendo a sala de aula como laboratório.

B= Só consigo sentir que já me apropriei de um conceito, quando consigo

utilizá-lo na prática.

C= Nem todos os conceitos adquiridos são postos em prática.

D= Na medida do possível busco aproximar a minha prática dos conceitos

que aprendo.

12. Como você acha que suas escolhas teóricas afetam a sua prática?

A= Ambas estão interligadas, sendo afetadas de modo direto.

B= Procuro impregnar a minha prática dos conhecimentos teóricos que vou

assimilando.

C= Busco fazer uma transposição didática do que aprendo para a prática,

mesmo encontrando dificuldades.

D= É um desafio, em primeiro lugar é preciso acreditar, estar convicto do

que aprendi e se vai ter um resultado positivo na aprendizagem dos alunos.

Quadro III

CONFRONTAR

(Por que desenvolvi

desse jeito as

minhas práticas

pedagógicas?)

1. Como você acha que chegou a construir o seu perfil docente? A= Através das práticas em sala, dos desafios do dia-a-dia, buscando associar os

conceitos dos grandes teóricos da educação com a realidade educacional.

B= O meu perfil docente ainda está em construção pelo pouco tempo que tenho

em sala de aula, mais acredito que a formação continuada é uma ferramenta

muito potente pois fortalece as ações diárias.

C= Ao mesmo tempo em que ensino aprendo, e cada vez mais vou aprimorando

meus conhecimentos.

D= O meu perfil docente é resultado do meu esforço diário em desenvolver e

aprimorar os meus conhecimentos pedagógicos.

2. De que maneira considera que o conhecimento trabalhado contribui

para que o aluno possa utilizá-lo na sua profissão? A= Quando o que se ensina na escola, existe uma função social real.

B= Quando o ensino busca incorporar as contribuições científicas e tecnológicas.

C= Buscando fazer com que o ensinado na escola tenha vínculo com a vida real.

D= Despertando nos alunos o gosto por aprender por toda a vida.

3. Qual a importância desse conhecimento para transformar a

realidade do aluno? A= Para que a sua formação seja a mais eficiente possível, promovendo

mudanças substanciais em sua vida.

42

B= Que os conhecimentos adquiridos o prepare tanto pessoal quanto

profissionalmente para encarar os desafios da vida.

C= Fazendo com que o que se ensina na escola tenha significado fora dela.

D= Buscando dar sentido ao que se estuda na escola, mostrando sua relação com

a sociedade.

4. O que você acha que limita as suas práticas? A= Problemas sociais, falta de apoio em algumas áreas.

B= Acúmulo de tarefas

C= Desconhecimento de práticas mais efetivas para o trabalho pedagógico.

D= Buscar conhecer mais o objeto de ensino.

5. Que conceitos serviram de base para a construção de sua prática? A= A compreensão da psicogênese da língua escrita.

B= O Construtivismo e suas práticas.

C= Os Direitos de Aprendizagem.

D= O trabalho com a diversidade textual.

6. Em que teoria se fundamenta para romper com essas dificuldades? A= Teoria sócio-interacionista.

B=Teoria sócio-interacionista.

C=Teoria sócio-interacionista.

D= Teoria sócio-interacionista.

7. Qual a função social de suas ações? A= Alfabetizar letrando para a vida.

B= Formar pessoas melhores para um mundo melhor.

C= Formar cidadãos críticos e participativos.

D= Formar pessoas felizes.

8. Que tipo de aluno está sendo formado? A= Aluno formador de opinião.

B= Aluno crítico e participativo.

C= Aluno capaz de ler o mundo.

D= Aluno mais consciente.

9. Qual a função das escolhas feitas para a formação do aluno? A= É de respeitar a sua individualidade, seu ritimo e seu processo na construção

do conhecimento.

B=As escolhas buscam atender o que preconiza o Projeto Pedagógico da Escola.

C= É oferecer um ensino de qualidade para o aluno.

D= Buscando desenvolver as potencialidades dos alunos, não só conceituais,

mais também procedimentais e atitudinais.

10. Que conceitos serviram de base para a construção de suas

práticas? A= Heterogeneidade, conhecimento prévio, duplas produtivas.

B= Alfabetizar letrando.

C= Aluno leitor e produtor de textos.

D= Cada aluno é único.

11. Que conexão há entre os conceitos construídos e as minhas

práticas? A= Procuro desenvolver uma prática mais condizentes com os conceitos que

acredito.

B= Modifiquei a minha prática, para que de fato o meu fazer desse conta de

alfabetizar e letrar.

C= Mesmo sendo difícil, no dia-a-dia, incorporar esses conceitos, busco na

medida do possível fazer essa conexão.

D= Sei que as minhas práticas precisam dialogar com os conceitos que acredito e

que trabalho para desenvolver no meu dia-a-dia.

12. Qual a relação existente entre esses conceitos e minha formação? A= A minha formação inicial, pedagogia, não me instrumentalizou para

conhecer e fazer uso desses conceitos, os adquirir na formação continuada.

43

B= A minha formação não garantiu o aprendizado desses conceitos, só passei a

ter conhecimento dos mesmos no meu dia-a-dia.

C= Esses conceitos que ora acredito e defendo, fui adquirindo no dia-a-dia com

meus colegas e com as formações continuadas.

D= Nenhuma.

Quadro IV

RECONSTRUIR

Como farei diferente

as minhas práticas

pedagógicas? Quais

os outros caminhos

com vistas à

melhoria na

aprendizagem das

crianças?

1. O que você mudaria na sua aula? A= Utilizar mais material concreto

B= Dar mais espaço para os alunos participarem mais.

C= Adequar a quantidade e o nível das tarefas ao ritmo dos alunos.

D= Melhorar a qualidade das intervenções.

2. O que faria diferente no sentido de motivar o aluno para aprender? A= O uso do material concreto além de dinamizar as aulas motivam mais os

alunos.

B= Buscar uma maior interação com eles.

C= Partir dos seus desejos e necessidades, para ajustar o ensino.

D= ouvir mais os alunos, ser menos impositiva.

3. O que você faria para ampliar o pensamento crítico do aluno? A= Oferecer mais livros, criar mais situações de leitura.

B= Desenvolver a oralidade, criar projetos pedagógicos, onde os alunos precisem

discutir, defender seus pontos de vista.

C= trabalhar mais a leitura de diferentes gêneros, principalmente jornais.

D= Colocar os alunos para interagirem mais, trabalhar em duplas e ou grupos.

4. Que outras estratégias usaria para refletir sobre o que fez no

decorrer da aula? A= Diário de bordo.

B= Filmar ou gravar minha aula.

C= Registro reflexivo.

D= Investir nos registros.

5. Que proposta faria para melhorar o processo reflexivo e mudar a

prática docente de outras aulas? A= Registrar, registrar, registrar.

B= Solicitar mais acompanhamento da coordenadora pedagógica.

C= Fazer a tematização da prática com mais frequência.

D= Focar na prática dos registros.

6. Que proposta faz para melhorar o seu percurso de desenvolvimento

profissional? A= Investir mais em meus estudos, para aperfeiçoar a prática pedagógica.

B= Ter uma reação mais ativa e menos reativa ao planejar e fazer formações.

C= Conscientizar de que preciso estudar mais, acreditar mais, me desafiar

mais.

D= Buscar mais conhecimentos através das formações.

7. Qual a relação que você faz entre o seu trabalho atual e o realizado

antes dos encontros de formação? A= Aprendi a organizar melhor a rotina diária para atender os outros eixos.

B= É visível o avanço que tive, antes, não era uma prática consciente e refletida

como é hoje, adquirir mais conhecimentos.

C= Hoje tenho mais consciência de qual é minha tarefa, tenho mais foco.

D= Foi um trabalho de complementação, se hoje tenho consciência de minhas

dificuldades, é graças a formação que tive inicialmente.

8. O que você acredita que ainda precisa melhorar no atual estágio de

seu desenvolvimento profissional? A= Em muitas áreas, penso que nunca estamos completos, mas no ciclo de

alfabetização, quero focar no trabalho com a diversidade textual.

44

B= Como dito antes, sou iniciante, ávida por aprender a ser uma boa

alfabetizadora.

C= Preciso ter foco, focar no trabalho com leitura e produção textual.

D= São muitas as demandas, mas por hora vou investir no trabalho com os

gêneros textuais.

9. O que pode fazer para alcançar essa mudança? A= Estudar.

B= Buscar mais conhecimento através das leituras e das trocas entre os colegas.

C= Fazer cursos, estudar, me aprimorar.

D= Investir na minha formação continuada.

10. Que proposta você tem para fazer melhorar também o

desenvolvimento em geral de seu aluno? A= Que as salas de aula tivessem um número menor de alunos, para atender as

especificidades de cada um.

B= Que as famílias dos alunos se interessassem mais pelos estudos dos filhos.

C= Oferecer um ensino de qualidade, uma alfabetização mais sólida.

D= Garantir os direitos de aprendizagem dos alunos, evitando repetência e

distorção idade-série.

11. O que pode fazer na sua prática para atingir essa mudança? A= Buscar um comprometimento maior dos diferentes profissionais que atuam

na escola para essa temática.

B= Garantir um maior envolvimento das famílias na escola, criação de espaços

de interlocução.

C= Investir no ensino aprendizagem.

D= Dar o melhor de mim para que pelo menos os meus alunos tenham seus

direitos de aprendizagem garantidos.

12. O que você mudaria no macro contexto em que atua? A= O espaço físico da escola.

B= Buscaria um maior envolvimento de todos os responsáveis pela educação em

todas as instâncias.

C= Conhecer mais esse complexo sistema chamado escola.

D= Desenvolver mais a autonomia dos professores.

Fonte: Ibiapina (2008, p.83) e Smyth (1991).