universidade federal da bahia faculdade de...

51
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CECOP 3 ALEXIRLEY RAMOS DA SILVA O PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS PAR: mobilização, implementação e controle social das ações. Salvador BA 2015

Upload: dinhthien

Post on 07-Feb-2019

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

PÚBLICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3

ALEXIRLEY RAMOS DA SILVA

O PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS – PAR: mobilização, implementação e controle

social das ações.

Salvador – BA

2015

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

ALEXIRLEY RAMOS DA SILVA

O PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS – PAR: mobilização, implementação e controle

social das ações.

Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional

Escola de Gestores da Educação Básica Pública,

Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia,

como requisito para a obtenção do grau de Especialista em

Coordenação Pedagógica.

Orientador: Prof. Esp. Moacir Freitas Borges

Salvador – BA

2015

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

ALEXIRLEY RAMOS DA SILVA

O PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS – PAR: mobilização, implementação e controle

social das ações.

Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em

Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de

Educação, Universidade Federal da Bahia.

Aprovado em janeiro de 2016.

Banca Examinadora

Primeiro Avaliador.____________________________________________________

Segundo Avaliador. ___________________________________________________

Terceiro Avaliador. ____________________________________________________

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

À

Comunidade Escolar do município de Livramento de Nossa Senhora, para que fomente o

papel da sociedade perante a Administração Pública.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me permitir mais esta conquista de formação continuada.

A meus familiares, pelo apoio e compreensão. A todos, meu muito obrigado.

A Gestão Municipal, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura que se empenhou

no acesso e na permanência, no Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica.

A meu professor orientador, Prof. Moacir Freitas Borges, pela competência, dedicação e

compromisso, ao me auxiliar nesta jornada.

À Faculdade de Educação da UFBA, ao Programa Escola de Gestores, aos professores e

demais envolvidos, que deixaram suas contribuições nesta formação, que beneficia tantos

Coordenadores Pedagógicos como eu.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

O que distingue política pública da política, de um modo geral, é que

esta também é praticada pela sociedade civil, e não apenas pelo

governo. (OLIVEIRA, 2010, p. 9).

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

SILVA, Alexirley Ramos da. O PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS – PAR:

mobilização, implementação e controle Social das ações. 2015. Projeto Vivencial

(Especialização) – Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação,

Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016.

RESUMO

Este trabalho propõe-se a analisar a quarta dimensão do Plano de Ações Articuladas – PAR,

Infraestrutura física e prática pedagógica. O interesse pelo estudo surgiu da necessidade de

responder alguns questionamentos sobre o desafio da implementação de Políticas Públicas em

Educação de forma efetiva no município de Livramento de Nossa Senhora – BA.

Primeiramente, buscamos o objeto de trabalho e abordamos uma problemática. Em seguida,

desenvolvemos uma extensa revisão bibliográfica, que fundamenta o tema pesquisado. O

módulo, do Sistema Integrado de Planejamento, Orçamento e Finanças do Ministério da

Educação – SIMEC nos deu um embasamento sobre os indicadores educacionais e sociais do

município, que juntamente à pesquisa de campo, consolidamos dados que subsidiaram uma

análise mais aprofundada sobre a demanda de um maior controle social das ações do PAR no

município. Os resultados das análises apontaram uma carência da participação da sociedade

no planejamento e acompanhamento das ações de implemento às Políticas Educacionais junto

a Administração Pública. Para tanto, fomentamos a importância da mobilização popular e a

participação ativa da comunidade escolar e local, no monitoramento e controle social dos

programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais.

Palavras-chave: PAR. Políticas Públicas. Planejamento. Mobilização. Controle Social.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BA – Bahia

CECOP – Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica

COAM – Coordenação de Apoio aos Municípios

CP – Coordenador Pedagógico

EAD – Educação à Distância

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional

FPE – Formação Pela Escola

IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

LOA – Lei Orçamentária Anual

MEC – Ministério da Educação

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento

PAR – Plano de Ações Articuladas

PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação

PEE – Plano Estadual de Educação

PI – Projeto de Intervenção

PIB – Produto Interno Bruto

PME – Plano Municipal de Educação

PNE – Plano Nacional de Educação

PPA – Plano Plurianual

PPO – Professor Pesquisador Orientador

PPP – Projeto Político Pedagógico

PV – Projeto Vivencial

SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

SIMEC – Sistema Integrado de Planejamento, Orçamento e Finanças do Ministério da

Educação

SMEC – Secretaria Municipal de Educação e Cultura

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

UFBA – Universidade Federal da Bahia

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................... 10

1. HISTÓRICO ACADÊMICO E PROFISSIONAL.............................................. 12

1.1 VIDA ACADÊMICA.............................................................................................. 12

1.2 VIDA PROFISSIONAL.......................................................................................... 13

1.3 EXPECTATIVAS................................................................................................... 17

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................... 19

3. O PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS............................................................. 27

3.1 EVIDÊNCIAS DE UM PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS............................ 27

3.2 CARACTERIZANDO O AMBIENTE DE ESTUDOS.......................................... 28

3.3

3.3.1

3.4

3.4.1

3.5

ELEMENTOS DE PESQUISA E PROBLEMÁTICA...........................................

COLETA DE DADOS...........................................................................................

PLANO DE AÇÃO...............................................................................................

CRONOGRAMA....................................................................................................

RESULTADOS EPERADOS.................................................................................

28

29

31

32

34

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 35

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 37

APÊNDICE............................................................................................................ 39

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

10

INTRODUÇÃO

O presente trabalho se refere à conclusão do TCC/PV, do Curso de Especialização em

Coordenação Pedagógica – CECOP 3, da Universidade Federal da Bahia – UFBA. O estudo

visa investigar a Gestão Pública Educacional do município de Livramento de Nossa Senhora –

BA a partir do planejamento, monitoramento e controle social do Plano de Ações Articuladas

– PAR, com ênfase na participação da sociedade na fiscalização das ações, para que se tenha a

efetivação das mesmas. Também serão abordadas, dentro das ações do PAR, as Políticas

Públicas em Educação, como Políticas de Estado e não um simples Planos de Governo. No

tocante aos Sistemas de Ensino, notamos uma mudança na estrutura da Administração

Pública, principalmente no seu planejamento, com o advento do PAR em 2007.

Com quatro dimensões – 1. Gestão educacional; 2. Formação de professores e

profissionais de serviço e apoio escolar; 3. Recursos pedagógicos e avaliação; e 4.

Infraestrutura física e prática pedagógica – daremos enfoque à dimensão 4, dada a sua

relevância no âmbito local, que notadamente nos chama a atenção, cuja problemática é a falta

de um controle social efetivo, que acompanhe as ações desde o seu planejamento perpassando

pela execução e finalize com a prestação de contas. Em relação ao planejamento,

mensuramos as novas concepções que fortalecem a ideia de planejamento articulado e

participativo, onde a sociedade é parte fundamental na elaboração de Políticas Públicas

Educacionais, uma vez que as demandas sairão de dentro das comunidades e a elas retornarão

os bens e serviços.

A partir do conhecimento que temos sobre o quanto o cidadão é importante em um

Governo Democrático, surge a necessidade de uma investigação e, evidentemente, propor

intervenções práticas que minimize ou mesmo venha erradicar o problema detectado no

estudo. Com os trabalhos desenvolvidos dentro da Secretaria municipal de Educação, do

município de Livramento de Nossa Senhora, atuando como Tutor municipal do Programa

Formação pela Escola, percebemos a carência da participação da sociedade civil organizada e

do cidadão comum, nas ações de controle social, desde a atuação nos Conselhos Municipais e,

no caso específico do PAR, a participação ativa no Comitê Local.

Segundo Santos (2012, p.12), “[...] análise de uma política pública, precisa ir além da

denúncia das relações entre Estado e Sociedade que orientam sua proposição articulando-a ao

projeto amplo de sociedade [...]”. Compreendendo a política pública enquanto resultado da

prática social, destaca-se a necessidade de investigar as especificidades históricas e o sistema

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

11

de significações que permeiam as relações sociais e caracterizam sua implementação em

determinado contexto.

Articular o planejamento estratégico aos anseios da sociedade torna-se a latente visão

de Gestão Democrática e participativa. O modelo arcaico de uma gestão centralizadora há

tempos não se comporta nos moldes mais “arrojados” da administração pública. O PAR vem

a descentralizar a Gestão, tirando de evidência o papel centralizador do Executivo e

envolvendo vários atores. Entretanto nesse novo formato de Gestão é necessário romper

velhos paradigmas e permear novos conceitos. Não é tarefa fácil, porém é necessário fomentar

a importância da participação popular na tomada de decisões que envolvem recursos públicos,

bem como acompanhar a aplicação do mesmo.

Esse trabalho tem em sua estrutura quatro capítulos: o memorial profissional e

acadêmico, que relata minha experiência vivencial de dezesseis anos atuando como professor

da rede pública municipal, que dá subsidio para uma análise mais dinâmica sobre o objeto de

estudo ora abordado; a fundamentação teórica, buscando em outros trabalhos e estudos

voltados para a referida temática, através dos teóricos: Dourado, 2007. Políticas e gestão da

Educação Básica no Brasil: limites e perspectivas. Educação e Sociedade; Souza 2009,

Explorando e Construindo Um Conceito de Gestão Escolar Democrática; Gentilini/Fernandes,

2014. Planejamento, Políticas Públicas e Educação. Matos, 2009. UNOPAR Cient., Ciênc.

Human. Educ. que fundamentam os questionamentos sobre as demandas sociais, com ênfase

nas Políticas Públicas Educacionais; o Projeto de Intervenção que tem por objetivo mobilizar

a sociedade com a finalidade de implementar a sua participação no planejamento

participativo; e, por último, as considerações finais.

Espera-se que ao longo do desenvolvimento desse estudo possamos encontrar

perguntas desafiadoras e respostas satisfatórias para que tenhamos a efetivação de uma Gestão

Pública participativa e um maior controle social das ações voltadas para as Políticas Públicas

em Educação, que é o grande desafio, pois historicamente a cultura do povo brasileiro advém

da subordinação, da aceitação do que é imposto pelo Regime Político, esquecendo que no

Regime Democrático há a soberania das decisões tomadas pelo povo.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

12

1. HISTÓRICO ACADÊMICO E PROFISSIONAL

O presente trabalho se refere a uma das fases do TCC/PV, do Curso de Especialização

em Coordenação Pedagógica – CECOP 3, da Universidade Federal da Bahia – UFBA.

Estudar e escrever faz parte do meu cotidiano. Tenho forte ligação com as ciências exatas, sou

Licenciado em Matemática, pela Faculdade de Tecnologias e Ciências – FTC, mas minha

afinidade com essa ciência vem desde os estudos primários, sempre interessando em aprender

e, consequentemente, ensinar os meus colegas que, por razões diversas, tinham dificuldades

em assimilar os conteúdos relacionados à matemática. Dando sequência aos estudos, esse

fascínio só aumentou até convergir com o meu ingresso na carreira docente, dois anos após a

conclusão do Ensino Médio, mediante concurso público.

1.1 VIDA ACADÊMICA

Fui levado a dedicar mais a cada dia para oferecer o melhor para os nossos alunos e

contribuir para uma educação de qualidade. Assim, vieram os inúmeros cursos de formação

continuada, tais como: a importância dos jogos no ensino de matemática; gestão escolar e

qualidade de ensino; ética e cidadania; história da cultura afro-brasileira e africana. Em fim,

em cada situação que envolvo procuro buscar conhecimentos e formação, que me deem

suporte para corresponder com segurança às atividades desenvolvidas.

Como gosto de me dedicar àquilo que faço e agregar valores às atividades

desenvolvidas, procuro na Educação à Distância – EaD, saciar minha “gula” por estudos. Isso

porque após concluir o ensino médio, em 1996, minha cidade não dispunha de instituições de

nível superior (faculdades ou universidades). Em 2006, após sete anos de exercício

do magistério, em 2006 ingressei na faculdade, cursando a minha primeira licenciatura. Com

muita dificuldade, à distância, semipresencial, conciliei uma jornada de trabalho de 40 horas

semanais diurnas e as atividades acadêmicas duas vezes por semana, no polo

presencial. Apesar da dificuldade, por três anos e meio fiz uma dupla jornada, me deslocando

mais de 100 quilômetros diariamente para assistir as aulas presenciais, além de cumprir uma

carga horária de estudos independentes.

A princípio, resisti a ingressar em uma faculdade á distância, movido pelo preconceito.

Até então, concebia o estereótipo de que o EaD não tinha a mesma qualidade que uma

faculdade na modalidade presencial. Rompido o preconceito, além da licenciatura, passei a

fazer constantemente cursos nessa modalidade, contabilizando mais 2.000 horas de cursos nas

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

13

mais variadas áreas, sempre objetivando uma melhor qualificação profissional. Hoje posso

afirmar que após anos cursando a modalidade EaD, sou um defensor convicto da sua

qualidade e propago suas contribuições para a humanidade, universalizando e democratizado

o acesso ao ambiente acadêmico.

As oportunidades e contribuições não pararam de acontecer, o referido trabalho

acadêmico ora redigido só está sendo possível devido ao fato do Curso Especialização em

Coordenação Pedagógica – CECOP 3, ter rompido as barreiras físicas dos Campus da

Universidade Federal da Bahia – UFBA, mais uma vez chegando até nós através da EaD. É

claro que não posso deixar de citar os programas e projetos voltados para a formação

continuada dos profissionais da educação, como implemento às Políticas Publicas

Educacionais.

Dessa forma, considero essas experiências acadêmicas desde a licenciatura à atual

especialização, como divisores de água para mim enquanto cursista e, para o desenvolvimento

do meu trabalho como coordenador pedagógico. É visível e notório que a cada curso que

concluo, seja uma graduação, extensão, especialização, ou mesmo os cursos de menor carga

horária, os cursos de aperfeiçoamentos, contribuem de forma significativa na práxis cotidiana.

É isso que me motiva a buscar mais a cada dia, mesmo tendo que administrar o meu tempo e

otimizá-lo para que possa usufruir da melhor maneira possível.

O conhecimento é dinâmico, não pode ficar “preso”; entretanto, quando este não chega

até nós, devemos partir do princípio que temos que ir à sua busca. Ao encontrá-lo, é nossa

missão fomentar de maneira a transcender a mais tenaz barreira para que chegue a outrem. A

academia, a formação continuada, a formação permanente, nos colocam além do tempo, nos

faz enxergar onde outros apenas veem, nos permite transformar, primeiro a nós, depois o que

está à nossa volta, fato que deve ser recorrente em nossas vidas enquanto profissionais da

educação.

1.2 VIDA PROFISSIONAL

Ao ingressar na Rede Municipal de Ensino, no ensino fundamental II, em 1999 como

professor efetivo, senti o quanto somos corresponsáveis pela formação dos cidadãos. Ao

longo de 17 anos de exercício do magistério, passei por algumas funções que demandaram

além de dedicação, formação para exercer com dignidade e qualidade as funções assumidas.

Minha primeira experiência como coordenador pedagógico foi um ano após assumir uma sala

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

14

de aula. Passei a ter uma dupla jornada na Unidade Escolar, 20 horas como professor e 20

horas como coordenador escolar.

A princípio, foi difícil, pois encontrei a resistência e a desconfiança dos meus colegas.

Resistência pelo fato de ter na escola alguém para acompanhar o dia-a-dia dos professores,

afinal, o coordenador pedagógico é visto, muitas vezes, como um “fiscal” e não como um

parceiro. A desconfiança por ser o professor que chegou recentemente a escola e com menos

tempo de experiência docente e sem formação específica. Logo no início pensei em desistir,

mais a persistência e estudos foram meu lema. Não foi fácil, pois a escola ofertava todos os

níveis da educação básica. Como coordenador pedagógico escolar, atuei por cinco anos. Fiz

um bom trabalho ou não perduraria por tanto tempo, tendo colegas tão críticos e exigentes

como tive, isso só me fez crescer.

Em 2005, assumi na mesma Unidade de Ensino, a coordenação de estágio. A escola

oferecia o ensino profissionalizante, magistério. Com a credibilidade da função anterior, a

coordenação pedagógica, assumi a coordenação de estágio por três anos e atuando também

como professor de exatas, no ensino médio. Nesses três anos, desenvolvemos vários projetos,

sob a minha orientação, tais como: feira de ciências; feira cultural; projetos de leitura e

escrita; e, o que considero destaque – o projeto adote um aluno.

O projeto adote um aluno foi implantado em 2006 e teve vigência por dois anos.

Consistia em o aluno/estagiário cursando o a última série do ensino médio (magistério)

“adotar” um aluno, ou seja, ser o tutor de uma criança que estava matriculada em uma das

séries do ensino fundamental I, com um detalhe, a criança deveria ter dificuldades de

aprendizagem, o que justificava a tutoria, cujo objetivo era cuidar desta criança e estimular o

seu potencial de aprendizagem. O projeto foi um sucesso e renderam bons resultados, as

crianças “adotadas” evoluíram significativamente.

Ainda em 2005, assumi uma carga horária no turno noturno, um contrato por um ano,

para ministrar aulas de química, em uma outra Unidade de Ensino, no município de Lagoa

Real. Nessa experiência encontrei dificuldades em lecionar para turmas heterogêneas, uma

mescla de adolescentes, jovens e adultos. Com esse perfil variado, tive que me adaptar às

mais variadas situações, dentre elas, a falta de interesse e indisciplina por parte de alguns

alunos. Consegui reverter a realidade encontrada, conquistei o respeito e a confiança dos

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

15

alunos. Pela primeira vez em três anos a escola teve um único professor de química durante o

ano letivo. Nos anos anteriores havia rotatividade de professores e períodos de aulas vagas.

Em 2007, com o olhar do professor pesquisador, fruto das aulas da faculdade de

matemática, trabalhei na Unidade Escolar o projeto xadrez na escola. Com o projeto, o

objetivo era estimular o raciocínio lógico, o desenvolvimento de estratégias, concentração,

entre outros. Para as atividades matemáticas essas habilidades são fundamentais. Trabalhei

por três anos e os resultados foram notórios, a nossa escola obteve o melhor IDEB do

município em 2007 e o segundo em 2009.

Outro projeto que posso citar como experiência exitosa, foi o trabalho com

alunos/monitores, aplicado entre os anos de 2009 e 2010, que consistia em designar dois

alunos para atuarem como monitores em sua própria turma. Os alunos/monitores eram

responsáveis por acompanhar grupos de alunos no desenvolvimento das atividades escolares.

Durante o ano, a cada bimestre, eram designados alunos diferentes, havendo rotatividade

na função, e despertou o espírito de liderança entre toda turma. Entre outros, essa ação

contribuiu para o destaque de alguns alunos nas olimpíadas de matemática. Essas experiências

foram importantes por fortalecer o meu papel de educador dentro e fora da escola, por

estabelecer conceitos que contribuíram para minha formação docente e para a formação dos

meus alunos. Além do mais, a cada experiência desenvolvida, aprendemos com os nossos

erros e, principalmente, com os acertos.

Ações que contribuíram para a minha vida profissional, não relacionada diretamente

com a ação docente, foi atuar como Presidente do Conselho Municipal de Alimentação

Escolar – CAE, de 2006 a 2010. Como representante do sindicato dos professores, fui eleito

membro do conselho e dentro do colegiado, eleito presidente. No CAE passei a ver de perto

as ações do Governo no que tange as Públicas Educacionais e o papel do cidadão no controle

social das ações do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. O conselho

me possibilitou à formação (extensão) Direito Humano a Alimentação Adequada e

Nutricional, a partir daí, contribui para a formação dos meus pares e melhorias nas ações do

Conselho.

A gestão democrática é aqui compreendida, então, como um processo político no

qual as pessoas que atuam na/sobre a escola identificam problemas, discutem,

deliberam e planejam, encaminham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto

das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola na busca da solução

daqueles problemas. (SOUZA, 2009, p. 125)

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

16

Os relatos acima mencionados foram de fundamental importância para a minha vida

pessoal e profissional. Solidificaram minha profissão e a maneira de como enxergar a

educação de forma crítica, ativa, participativa e mobilizadora. Em 2013, assumir uma nova

função como Diretor Técnico Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação

de Livramento de Nossa Senhora. Pela primeira vez, em 15 anos de magistério, ficaria fora

das salas de aula. Criei muitas expectativas, tive muitos planos, projetos e sonhos, com eles

vieram algumas frustações e os entraves administrativos. Após alguns tropeços nos primeiros

meses, cheguei por vários momentos a pensar em desistir, foi quando percebi que deveria

fazer um plano de ações a médio e longo prazo. Uma das dificuldades encontradas foi se

firmar em um cargo/função com uma rotatividade de secretário de educação. Foram quatro

secretários em menos de dois anos e meio.

Na secretaria, ainda em 2013, fiz parte da Comissão de Elaboração do Plano

Municipal de Educação – PME, com assessoria da Coordenação de Apoio aos Municípios –

COAM, o qual foi construído de maneira democrática, com ampla participação da sociedade,

em subcomissões, debatido e aprovado em duas grandes audiências públicas, antes do Projeto

de Lei ser encaminhado à Câmara Municipal de Vereadores, para análise, discussão, votação

e aprovação. Agora, tenho a incumbência, junto a outros membros em fazer o

acompanhamento das suas diretrizes, metas e estratégias para o decénio 2013-2022. Nesse

mesmo ano de 2013, fui designado como técnico do Plano de Ações Articuladas – PAR,

revitalizando o seu Comitê e Equipe Local, dando enfoque às discussões relacionadas às

subações do Plano Estratégico e inserindo outras que viriam mais tarde a ser contempladas.

[...] [A] democratização da gestão da escola básica não pode restringir-se ao limites

do próprio estado, — promovendo a participação coletiva apenas dos que atuam em

seu interior — mas envolver principalmente os usuários e a comunidade em geral,

de modo que se possa produzir, por parte da população, uma real possibilidade de

controle democrático do Estado no provimento de educação escolar em quantidade e

qualidade compatíveis com as obrigações do poder público e de acordo com os

interesses da sociedade. (PARO, 2010, p. 6).

O PME e o PAR me deram subsídios para o desenvolvimento de projetos e a minha

permanência na Secretaria de Educação, ou seja, mesmo com a minha possível saída, havia

um projeto já elaborado, era só dá sequencia. Além disso, inserimos várias das ações do PME

e do PAR, no Plano Plurianual – PPA e nas Leis Orçamentárias Anuais – LOA (2013, 2014 e

2015), para garantir recursos para execução. Para esse conjunto de ações, contei com o apoio

dos secretários, cada um com o seu modo de pensar e agir e com os demais técnicos e

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

17

funcionários da secretária, os quais têm um grande compromisso com a educação municipal,

sendo parceiros no conjunto de ações desenvolvidas.

Enriquecendo a minha vida profissional, fui indicado em 2014, para atuar com Tutor

Municipal do Programa Formação Pela Escola – FPE, uma parceria entre os Governos

Federal – FNDE, Secretaria Estadual de Educação – COAM e Secretaria Municipal de

Educação. Estou vinculado ao FPE há um ano e meio, na condição de tutor/cursista, mantendo

nesse período, a cada bimestre, turmas com uma média de 38 cursistas, garantindo o fomento

das Políticas do FNDE. O resultado tem sido satisfatório e, após sete cursos ministrados, já

estou mobilizando os cursistas para fazer complementação de carga horária para o título de

pós-graduação em Gestão Educacional e Coordenação Pedagógica, expectativa para 2016.

Ao longo dos anos, conciliar vida profissional e formação acadêmica não foi tarefa

fácil. Sempre demandando por tempo, a dupla jornada foi marcada pela busca de

conhecimentos que subsidiassem a minha atuação profissional. A princípio, eu não tinha

expectativa em cursar uma Licenciatura, veio coma necessidade em está ministrando aulas,

sem a formação na área. Com a pós-graduação CECOP 3, não foi diferente, devido está

atuando como coordenador, senti a obrigação em fazer o curso para que pudesse atender da

melhor maneira possível as demandas internas e externa na função que exerço. Há três anos,

eu não imaginava cursar uma especialização em coordenação pedagógica, resisti inclusive a

convite de colegas em cursar uma pós-graduação em metodologia da matemática, extensiva à

Licenciatura que tenho.

Hoje, essa especialização CECOP 3, me provoca a alçar mais um degrau, quem sabe

instigado a mais um desfio, sinta a necessidade de um mestrado. No momento, essa

possibilidade está descartada, mas como a minha vida acadêmica está diretamente relacionada

à profissão e as funções transitória, tenho a ligeira impressão que o mestrado é apenas uma

questão de tempo. A única certeza que tenho é que a formação continuada é de suma

importância para nós profissionais da educação.

1.3 EXPECTATIVAS

O meio acadêmico e profissional que vivo me estimula a promover ações voltadas

para o meio social. Nesse caso, posso citar o meu interesse em aprofundar sobre a

implementação de Políticas Públicas Educacionais no meu município, buscando a

mobilização social e contribuir para o fomento dessas políticas, proporcionando intervenções

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

18

na prática com o objetivo de transformar nossa realidade e melhorar a qualidade da educação

municipal.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

19

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA – Políticas Públicas em Educação

Nesta etapa do trabalho será abordada as Políticas Públicas dentro do contexto

Educacional do nosso país, sob a ótica do Plano de Ações Articuladas – PAR, implantado a

partir de 2007, tendo ciclos de quatro anos. O PAR instrumento de gestão educacional que

tem por objetivo o planejamento de ações e principal referência para o Governo Federal,

através do Ministério da Educação – MEC, direcionar apoio técnico e financeiro aos entes

federados – estados e municípios. Ao fechar o primeiro ciclo de quatro anos em 2010, o PAR

se firmou como instrumento orientador das políticas educacionais desenvolvidas pelo MEC e

transcendeu de uma politica de governo para consolidar-se em política pública.

O PDE promove profunda alteração na avaliação da educação básica. Estabelece,

inclusive, inéditas conexões entre avaliação, financiamento e gestão, que invocam

conceito até agora ausente do nosso sistema educacional: a responsabilização e,

como decorrência, a mobilização social. (BRASIL, 2008, p. 19)

Podemos associar o PAR com o Plano Plurianual da Educação – PPA, não estando o

seu ciclo de quatro anos atrelado ao mandato eletivo dos governantes. A exemplo, da

elaboração do PAR pelos Estados e Municípios e o Distrito Federal, para o cumprimento das

diretrizes do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE e, a elaboração ou reestruturação

dos Planos Estaduais e Municipais de Educação – PEE/PME, unificando e alinhado as ações

dos governos com modelo dinâmico de planejamento e gestão.

Ao elaborar seu Plano, através de plataforma própria, a partir de dados

disponibilizados pelo MEC, os entes federados (Estados, Municípios e o Distrito Federal) têm

a possibilidade de fazer um diagnóstico detalhado da sua rede e sistema de ensino, tendo

como base elementos do Censo Escolar, Censo Geográfico, indicadores do Sistema de

Avaliação da Educação Básica – SAEB, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica –

IDEB, dentre outros indicadores oficiais usados pelo Governo Federal como referência para

que seja traçado um fiel perfil dentro das quatro grandes dimensões as quais o PAR está

estruturado: a. Gestão Educacional; b. Formação de Professores e dos Profissionais de Serviço

e Apoio Escolar; c. Práticas Pedagógicas e Avaliação; d. Infra-estrutura Física e Recursos

Pedagógicos.

No contexto nacional, a discussão sobre a gestão da educação básica apresenta-se a

partir de várias proposições, bem como concepções e cenários complexos,

articulados aos sistemas de ensino. Nessa direção, é fundamental situar os eixos que

permeiam a presente análise sobre gestão, no tocante à concepção, formação e

financiamento da educação. (DOURADO, 2007, p. 923)

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

20

É importante salientar, que até então, as ações entre os governos eram tratadas de

forma “solta”, ou seja, sem mecanismos de elaboração, monitoramento e controle.

Historicamente, desde a colonização do Brasil até a sistematização da educação, perpassamos

por vários momentos, entretanto, sem um planejamento integrado que envolva um diagnóstico

prévio e, posteriormente um compromisso firmado entre governo e os entes federados.

Ademais o momento em que o PAR é implantado, com um novo paradigma de gestão,

Destaca-se o caráter centralizador do PAR, que, em contradição com as intenções de

estímulo à participação dos atores envolvidos com a formulação das políticas

estaduais e municipais de educação, busca contornar a fragilidade operacional e

política dos entes federativos pela aplicação de instrumentos de diagnóstico e de

gerenciamento das ações pela intervenção dos técnicos do Ministério da Educação.

(FERNANDES; GENTILINI, 2014, p. 492)

O autor nos mostra o caráter operacionalizador do Plano. A execução do PAR através

do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, a partir do seu primeiro ciclo (2007-

2010) permitiu ao MEC, juntamente com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação,

tratar de forma homogênea questões educacionais em todo o país, considerados o perfil

apontado no diagnóstico previamente. Podemos também apontar que o primeiro ciclo serviu

de experiência para governos e técnicos, pois o ciclo subsequente veio com inovações em seu

formato e com uma maior abrangência em suas ações, visando contemplar os anseios não

atendidos anteriormente.

Conforme preconiza a Lei nº 12.695/2012, que dispõe sobre as diretrizes do PAR:

Art. 1º O apoio técnico ou financeiro prestado em caráter suplementar e voluntário

pela União às redes públicas de educação básica dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios será feito mediante a pactuação de Plano de Ações Articuladas -

PAR.

Parágrafo único. O PAR tem por objetivo promover a melhoria da qualidade da

educação básica pública, observadas as metas, diretrizes e estratégias do Plano

Nacional de Educação. (BRASIL, 2012, p. 1).

Aliados ao redimensionamento do financiamento da educação básica, destacam-se

os planos de educação, notadamente o PNE, os Planos Estaduais de Educação (PEE)

e os Planos Municipais de Educação (PME). Se entendidos como planos de Estado,

estes deveriam implicar redimensionamento das políticas e gestão e,

fundamentalmente, da lógica de financiamento e, portanto, do orçamento público.

(DOURADO, 2007, p. 929).

Considerando a fala de Dourado, 2007, as politicas de governo quando direcionadas

nesse caso específico à educação como instrumento de planejamento das políticas

educacionais para estados e municípios, o PAR rompe, mesmo que de forma gradativa, com

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

21

problemas recorrentes de planejamento e gestão da educação no Brasil. Em sua concepção, o

Plano garante a participação dos membros da comunidade escolar e da sociedade civil

organizada durante todo o processo e fundamental na execução e controle social da gestão dos

recursos no desenvolvimento das ações.

O tocante ao fator controle social não vê a efetiva participação dos Comitês Locais na

tomada de decisões, falta mobilização popular para o acompanhamento da gestão dos

recursos, essa é uma realidade que pode fazer com que o Plano se torne uma carta de

intenções, um mero instrumento de planejamento das redes de ensino, não contemplando seu

objetivo principal, a homogeneização da distribuição de recursos conforme as necessidades

detectadas no diagnóstico.

Como instrumento de gestão e planejamento, o PAR reduz a influência da política

partidária no repasse de recursos aos entes federados. Com planos bem elaborados, estados e

municípios são contemplados em suas demandas independentemente do cunho político, o que

não acontecia anteriormente, quando, por exemplo, havia um favorecimento sem critérios

plausíveis, ao destinar recursos de Emendas Parlamentares. Hoje essas Emendas até que são

utilizadas, porém sem manobra política, mesmo esses repasses são efetuados atendendo as

ações vinculadas ao PAR, mediante termo de compromisso firmado entre União, Estados,

Municípios e o Distrito Federal tornam mais eficientes e transparentes a adesão e a execução

dessas ações, permitindo o controle e monitoramento das mesmas tanto por parte das equipes

técnicas quando as fiscalizadoras.

Segundo Castro e Carvalho (2013, p. 831). “A área de educação, no Brasil, é um dos

principais componentes da ideia de promoção social e uma das primeiras em que se instituiu

um aparato profissional para a oferta de bens e serviços como objeto de política pública.”

(grifo do autor). Nesse sentido, o Governo Federal ao longo das últimas duas décadas vem

envidando esforços direcionados a melhorias na educação, investindo recursos e

implementando programas de modo a convergir com a melhoria na qualidade de vida da

população. A educação como base de tudo, não é um simples bordão. Todos os investimentos

na área educacional têm retorno garantido em vários segmentos, inclusive em qualidade de

vida, eis a ideia da promoção social. Com essa politica de promoção social e redistribuição de

renda, o Plano de Ações Articuladas, vem a cumprir o seu papel como Política Pública

Educacional e não apenas como Política de Governo.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

22

Pensar a qualidade social da educação implica assegurar um processo pedagógico

pautado pela eficiência, eficácia e efetividade social, de modo a contribuir com a

melhoria da aprendizagem dos educandos, em articulação à melhoria das condições

de vida e de formação da população. (DOURADO, 2007 p. 940)

Partindo do pressuposto da eficiência e eficácia das políticas públicas educacionais,

direcionaremos um olhar mais aguçado sobre as ações contidas no PAR, elaborado pelo

município de Livramento de Nossa Senhora – BA, o processo de execução, o monitoramento,

o controle social e o reflexo dessas ações como objeto de transformação da realidade social da

população. Buscaremos a gênese do Plano, como foi a sua elabora, como foi a mobilização

para a participação popular no Comitê Local e a atuação da Equipe Local ao longo dos quatro

anos de vigência do Plano. Sabemos que os resultados positivos é fruto de um árduo trabalho

em equipe, onde há um compartilhamento de ideias, sejam convergentes ou divergentes, mas

com um único objetivo: atender aos anseios da população.

O antedito contexto histórico da educação brasileira sempre esteve diretamente

relacionado com as políticas públicas. Essa relação de proximidade em cada momento do

contexto histórico em cada período é que dá características peculiares entre as políticas e a

articulação entre os sistemas de ensino. Notadamente temos na atualidade os reflexos dessa

relação o pesquisarmos as ações do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC,

implantado em 2007, ainda em andamento, com uma extensa agenda de obras e serviços vem

a promover mudanças substanciais no contexto sócio-político-econômico.

Vejamos que há uma relação íntima entre o PAC, que é um Programa de Governo, de

cunho político, o PAR, e o novo PNE, que tem muitas das suas ações vinculadas ao PAC.

Essa articulação entre programas e planos dá um caráter de organização e planejamento

estratégico de bens e serviços desenvolvidos pela União, em regime de pacto entre seus entes

federativos. Nesse sentido, há visão estratégica e um investimento maciço em políticas

públicas educacionais no Brasil contemporâneo. Entretanto, há precariedade na gestão dos

recursos direcionados à educação, não basta aumentar o percentual de repasse do Produto

Interno Bruto – PIB, para a Pasta da Educação, para melhor os nossos indicadores

educacionais. Falta investimento no monitoramento e controle da gestão dos recursos.

Para que as políticas educacionais se constituam em ações que atendam as

necessidades da sociedade, é indispensável que a própria sociedade civil se organize

politicamente e promova ações de articulação e mobilização. É a partir dessas

mobilizações que se geram demandas reais para a transformação de uma situação de

descontentamento de um estado de coisas, para ações mais firmes e mais concretas

na agenda governamental. (RUA, 1998, p. 49, apud, MATOS, 2009).

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

23

Ao citar: “É a partir dessas mobilizações que se geram demandas reais para a

transformação de uma situação de descontentamento de um estado de coisas [...]” Rua, 1998,

p. 49, apud, Matos, 2009, o autor afirma que a mobilização social e a participação efetiva da

sociedade é o ponto de partida para a efetivação das políticas públicas em educação, de forma

a concretizar a universalização do conjunto de ações voltadas para esse fim. Não basta

estarmos indignados. A nossa indignação tem que se materializar em ações organizadas que

transformam a realidade encontrada. A mobilização popular, como instrumento de controle

das políticas públicas educacionais é pouco difundido no Brasil. Teoricamente, temos várias

linhas ideológicas nesse sentido, entretanto, os resultados são tímidos, não promovendo

mudanças decisivas e incisivas no contexto social.

A forma como o Ministério da Educação tem assumido a função normativa,

redistributiva e supletiva, tal como definido na Lei de Diretrizes e Bases da

Educação (Lei n. 9394/1996), por meio dos Planos de Desenvolvimento da

Educação e dos Planos de Ações Articuladas5 – PAR –, tem proporcionado uma

perspectiva de planejamento fundamentada na resolução de problemas e

compromissada com a execução de projetos na área da educação. (FERNANDES/

GENTILINI, 2014, p. 489)

Tomando como referência para o nosso trabalho o Plano elaborado para o ciclo

2011/2014. As ações e subações ali contidas são de impacto social, pois têm uma abrangência

ampla nas quatro dimensões do PAR. No que se refere à dimensão 4. Infra-estrutura e

financiamento, considero de grande compromisso em atender as demandas do município,

lançando olhares para a população em idade escolar entre 0 e 5 anos, pleiteando a construção

de creches (PROINFÂNCIA); reformas, ampliação e construção de escolas, para atender as

carências da Rede Municipal de Ensino; quadras poliesportivas, como fomento do esporte e

qualidade de vida; aquisição ônibus escolares (Programa Caminho da Escola), garantindo o

acesso e permanência de crianças e adolescentes em idade escolar.

Através do “Compromisso Todos pela Educação”, a União desde a última década vem

promovendo um conjunto de ações voltadas para a educação que trazem relevantes mudanças

o contexto social da educação, expandindo para demais áreas, como a econômica e a saúde.

Isso porque as políticas públicas educacionais provocam reação em cadeias em vários setores,

desenvolvendo vetores que contribuem para a elevação de indicadores sociais que promovem

a melhoria na qualidade de vida de toda a população. Esse deve ser o entendimento do Estado

e da sociedade. O primeiro deve entender os Programas na área educacional com visão ampla,

não apenas como instrumento de controle dos Sistemas de Ensino, enquanto o segundo deve

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

24

fazer o papel de agente fiscalizador e ser capaz de promover ações de mobilização e de

intervenção na prática que os desconfortam.

Ações integradas entre Estado e sociedade dão legitimidade às políticas públicas e

garantem a que a população desfrute de bens e serviços colocados de forma planejada e

adequadamente à sua disposição, ou seja, com a participação popular as demandas saem do

seio da população e retornam para sim como meio de saná-las, resultado de um processo de

ação-reação-ação.

“O ser humano vive em sociedade e, em função disso, todos os seus atos estão

comprometidos com o todo social. Cada um, singularmente considerado, é uma

expressão do todo e, por isso, os seus atos tanto sofrem a ação do todo como atuam

sobre ele”. (LUCKESI, 1990, p 1)

Eis o sentido de uma política participativa do povo e para o povo, sempre reforçado o

conceito de que falta mais gestão dos recursos que o próprio recurso.

Do ponto de vista social, importa que os poderes constituídos efetivamente atuem

como representantes dos interesses do povo e, do ponto de vista individual, importa

que os educadores efetivamente invistam na aprendizagem dos educandos e não em

sua promoção ou não-promoção de uma série para a outra do processo escolar. É

preciso que tanto a sociedade, através de suas representações e organizações civis,

como os educadores, através de sua atuação profissional, estejam atentos ao fato de

que cada cidadão, como educando, necessita desenvolver-se e tornar-se

independente, para que, individual e coletivamente, da maneira mais satisfatória

possível, possa viver democraticamente. (LUCKESI, 1990, p. 90)

Luckesi evidencia paralelo ao contexto escolar, o valor social da educação e a

importância que o povo deve dá aos investimentos nesse setor com a efetivação da

participação popular que é garantida em diversas Leis vigentes no país. Instiga o autor sobre

as representações e organizações civis como fonte de promoção da democracia plena,

tornando os cidadãos seres atuantes, seja individual ou coletivamente, sobre os poderes

constituídos, efetivando as ações destinadas à educação de forma satisfatória.

A história nos conta que não é da nossa cultura a participação nas discussões sobre

gestão de recursos públicos, embora disposto constitucionalmente a sociedade civil,

organizada ou não, tem pouco interesse em se mobilizar para participar da tomada de decisões

junto ao Poder Público. Espera-se individualmente muito dos outros e pouco se mobiliza

coletivamente em prol de objetivos em comum, isso fica estampado, por exemplo, nos

Conselhos de Controle Social, instituídos com o objetivo de acompanhar a aplicação de

recursos direcionados aos Fundos criados pelos Governos para receber repasses e executá-los.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

25

É preciso que haja uma assimilação e um entendimento que o que é público é de todos

é não de ninguém. É preciso que haja uma disposição em querer romper paradigmas e quebrar

preconceitos quanto a essa visão. O povo deve ter contato com os bens e serviços que lhes

pertencem desde a sua concepção a entrega do produto final. Precisamos permear esse

conceito ao conceito de gestão democrática e caminho para que esse objetivo seja alcançado é

a educação. A cultura da representação deve começar com os representantes de alunos nos

conselhos escolares e grêmios estudantis, estendendo para as associações de pais e mestres,

ganhando força para criar seus espaços em outros grupos sociais.

Nesse contexto, pretende-se promover ações articuladas entre governos e

representantes dos segmentos sociais, através da mobilização em prol do desenvolvimento de

políticas públicas em educação que resultem na concretização do cumprimento da agenda de

ações sistematizam através de Programas de Governo e seus Planos Estratégicos, no caso em

tela, o Planos de Ações Articuladas – PAR, com o propósito de contemplar as demandas

sociais e os anseios da população local e global. Cabe ressaltar a que a uma relação

intersetorial íntima entre ações voltadas para o meio educacional e as demais áreas sociais,

enfatizando que acompanhado ao planejamento temos o monitoramento e controle.

Romper velhos paradigmas requer iniciativas. Os Conselhos municipais são vetores de

inserção da sociedade na Gestão Pública. Um conselho atuante contribui para o

desenvolvimento do senso crítico dos representantes dos segmentos sociais, multiplicando-o

entre seus pares. Com a elaboração e execução das ações do PAR não é diferente. Durante a

sua elaboração é necessário que além da equipe técnica das Secretarias, seja envolvida

também a população, através de audiências públicas por exemplo. Ao longo da execução do

Plano é de fundamental importância o cumprimento de um calendário de reuniões do Comitê

Local e Equipe Local, para dá ciência do andamento das ações e para prestação de contas.

Um verdadeiro e consistente planejamento da educação, que evidencie políticas e

ações de longo prazo no âmbito local, precisa considerar toda a educação oferecida,

seja no estado ou município, para além das etapas sob responsabilidade de cada ente

federativo, estabelecendo mecanismos de cooperação com União, estados e

municípios e também com o segmento privado na oferta da educação escolar. O

planejamento da educação precisa estar legitimado em ampla participação dos atores

envolvidos e considerar também variáveis intra e extra-escolares que influenciam o

processo educacional, como as condições socioeconômicas. (SOUSA, 2011, p. 10)

A discussão que se faz em torno das Políticas Públicas em Educação é que temos

atualmente um planejamento de relevância. Entretanto, falta a universalização da gestão,

mediante a garantia e aplicabilidade dos recursos oriundos dos Programas e Projetos, para que

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

26

possamos alcançar um novo patamar de controle e transformação da realidade educacional e

social, de forma dinâmica, eficiente e eficaz. Chegar a esse patamar é um desafio, pois a

sociedade pouco se manifesta quando se fala em articular o Poder Público com os interesses

de uma população, é o que se chama de Projeto Participativo.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

27

3. “O PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS – PAR: mobilização, implementação

e controle Social das ações”.

Este trabalho se refere ao Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em

Coordenação Pedagógica – CECOP 3. O Curso tem como Polo a Cidade de Macúbas – BA, é

oferecido por meio de parceria entre a Universidade Federal da Bahia – UFBA, Escola de

Gestores, Ministério da Educação –MEC e os municípios que aderem a essa ação, através das

Secretarias Municipais de Educação, mediante Termo de Compromisso. Para tanto,

contemplando essa etapa do TCC, será elaborado um Projeto Vivencial – PV, com uma

Proposta de Intervenção, tendo como Eixo Temático as Políticas Públicas em Educação, com

ênfase na Dimensão 4, do Plano de Ações Articuladas – PAR, Infraestrutura Física e Recursos

Pedagógicos.

3.1 EVIDÊNCIAS DO PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS

O Governo Federal, através do MEC/FNDE, vem promovendo investimentos em

Políticas Públicas em Educação. O Plano de Ações Articuladas – PAR é um exemplo dessa

nova forma de promover mudanças no planejamento, monitoramento execução das ações

voltadas para elevar os indicadores educacionais que terão reflexo na melhoria das condições

de vida de toda a população. A partir do Compromisso Todos Pela Educação, surge um novo

conceito de gestão que vem rompendo com os velhos paradigmas e despontando como uma

nova visão de aplicar os recursos público de forma eficiente e eficaz. O PAR com o seu

conjunto de ações abrange vários setores da educação, desde a formação técnica, pedagógica,

gestão, estrutura física e apoio financeiro. Diante disso nos referimos ao PAR como um

instrumento de gestão que transcende aos Planos de Governos e se efetivo como Plano de

Estado.

Esse Plano Plurianual, elaborado a cada quatro anos, o PAR tem a incumbência de

traçar um raio x do município, usado o banco de dados do Censo Escolar e indicadores do

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, Censo Demográfico, para que se tenha um

diagnóstico mais próximo da realidade do município. É fundamental que em seu processo de

elaboração seja acompanhado por técnicos da secretaria de educação, técnicos de apoio do

FNDE e a participação de segmentos representativos da gestão municipal e da sociedade civil

organizada, que garantirá um Plano que contemple os anseios reais da educação municipal e a

aplicação de forma corretada dos bens, serviços e recursos, os quais foram pleiteados e

contemplados pelo município.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

28

3.2 CARACTERIZANDO O AMBIENTE DE ESTUDO

Para a efetivação da proposta de trabalho será usada como base da nossa pesquisa o

Plano elaborado pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura - SMEC, do município de

Livramento de Nossa Senhora – BA, localizado na Serra Geral, a 720 Km de Salvador, com

receita estimada em R$ 71.283.482,57, para o ano de 2015 e população de aproximada de

46.000 hab. Analisado o organograma da SMEC, observa-se que é bem estruturado, pensado

em departamentos específicos para cada etapa/modalidade da educação básica. Composta por

técnicos, coordenadores pedagógicos, coordenadores de programas educacionais e conselhos

que têm prerrogativas consultivas e deliberativas. A partir desse organograma, o qual também

faço parte, atuando como diretor técnico-pedagógico, passei a estuda-lo e a entende-lo

melhor. Para que assim fosse definida a base da pesquisa que serve de subsídio para o Projeto

de Intervenção a ser desenvolvido.

O modelo de gestão da educação municipal caracterizado no PAR do munícipio de

Livramento de Nossa Senhora, no que tange o objeto de estudo dessa pesquisa, é

característico de parâmetros que o próprio MEC disponibiliza em sua matriz padrão, ou seja,

uma configuração de gestão educacional que contemplar os anseios da realidade educacional,

de maneira que fomente as políticas públicas educacionais perante a sociedade de forma

descentralizada.

3.3 ELEMENTOS DE PESQUISA E PROBLEMÁTICA

Na perspectiva de implementar a gestão das ações do PAR, pode-se destacar dois

fatores primordiais, a gestão participativa e o controle social, criando as condições necessárias

para que os recursos sejam geridos conforme os princípios da eficácia e eficiência. Buscamos

para tanto, os segmentos que compõem o Comitê Local e Equipe Local, responsáveis pelo

planejamento, monitoramento e controle social deste plano Estratégico.

Conforme a adesão do Termo Compromisso Todos pela Educação, os entes federados,

estados, municípios e o distrito federal, elaboraram, com a assistência técnica do MEC, o

Plano de Ações Articuladas (PAR), que têm como demanda atender as ações e sub-ações –

destinadas as seguintes dimensões: 1. gestão educacional; 2. formação de professores e

profissionais de serviço e apoio escolar; 3. recursos pedagógicos e avaliação e; 4.

infraestrutura física e prática pedagógica - que podem ser executadas pelos sistemas

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

29

municipais e estaduais de ensino a partir do diagnóstico realizado na realidade educacional.

Nesse caso, o objeto em tela é a dimensão 4.

Para fundamentar e subsidiar a pesquisa de campo que levantará as problemáticas foi

aplicado questionário e realizadas entrevistas para que possamos os principais obstáculos para

uma atuação dinâmica e que contemple os objetivos do PAR como uma Politica Pública

Educacional efetiva. A partir do cenário apresentado, notou-se a como problemática o não

acompanhamento por parte Comitê Local, visto que é da sua função mobilizar seus pares com

a finalidade de fomentar o controle social das ações, acompanhando a execução dos recursos e

o cumprimento dos prazos. Além disso, a pesquisa também nos mostra os avanços

conquistados ao longo da atuação do Comitê, ou seja, a medida que um novo ciclo do PAR é

iniciado temos muito a aprender com o ciclo anterior.

Para que as políticas educacionais se constituam em ações que atendam as

necessidades da sociedade, é indispensável que a própria sociedade civil se organize

politicamente e promova ações de articulação e mobilização. É a partir dessas

mobilizações que se geram demandas reais para a transformação de uma situação de

descontentamento de um estado de coisas, para ações mais firmes e mais concretas

na agenda governamental. (RUA, 1998, p. 49, apud, MATOS, 2009).

Diante disso, percebemos a necessidade de problematizar, analisar e implementar as

Políticas Públicas Educacionais no município de Livramento de Nossa Senhora, em especial,

a mobilização da Comitê Local e Equipe Local, para que possa materializar as ações voltadas

para a melhoria da Rede Municipal de Ensino, tendo como foco a identificação dos avanços

e abrir um leque de possibilidades para a construção de gestão democrática efetiva.

3.3.1 COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Na realização das proposições, coleta e interpretação dos dados, buscamos considerar

o contexto social, em parte e em sua totalidade, em que as ações estão sendo aplicadas as

mediações e as contradições em que a gestão educacional, no processo de efetivação das

ações e subações do PAR, na Rede Municipal de Ensino, do Município de Livramento de

Nossa Senhora e seus reflexos na sociedade como um todo, sendo o Plano um elemento de

Política Pública.

A metodologia usada na pesquisa de campo consistiu em aplicar questionários e

entrevistar o Secretário Municipal de Educação, dois Técnicos da Secretaria, quatro membros

do Comitê Local e três membros da Equipe Local. Com referência ao questionário, formam

abordadas as seguintes questões: a. O (A) Senhor (a) conhece o Plano de Ações Articuladas

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

30

do seu município? b. O Plano de Ações Articuladas contempla as demandas da educação

municipal? c. Há uma rede integrada entre a Secretaria Municipal de Educação, demais

Secretarias Municipais e Representantes da Sociedade Civil Organizada? d. O Comitê Local e

a Equipe Local do Plano de Ações Articuladas se reúnem periodicamente? Com qual

frequência?

Com relação às questões a e b, houve unanimidade entre as respostas apresentadas,

demonstrando que o PAR foi elaborado de forma conjunta entre os técnicos da secretaria e os

representantes da sociedade civil, demostrando sensibilidade às demandas sociais e o pleito

por ações que venham a contribuir com o contexto real. Quanto à questão expressa no item c,

não ficou clara um estabelecimento de Rede Intersetorial entre as secretarias municipais e a

sociedade civil, pois enquanto os membros da Equipe Local responderam timidamente que

havia o estabelecimento da referida Rede, os membros do Comitê Local foram categóricos em

afirmar que ainda ocorrem ações isoladas, sem a integração entre as secretarias municipais e a

participação ativa da sociedade.

Também ficou claro que não há um envolvimento entre os membros tanto da Equipe

Local, quanto do Comitê Local. Quando solicitado a responderem o item d, ficou claro que

não há o cumprimento de uma agenda de reuniões que tenha como finalidade debater as

questões referentes ao PAR, e os rumos que suas ações estão tendo. Neste ano de 2015, por

exemplo, os membros do Comitê Local não reuniram uma única vez. Daí, a nossa

preocupação em mobilizar a população local e o Poder Público em busca de soluções que

venham a minimizar essa problemática.

As perguntas que subsidiaram a nossa pesquisa, foram as seguintes: 1. Como foi o

processo de elaboração do Plano de Ações Articuladas do seu município? 2. Como é feito o

monitoramento das ações do Plano de Ações Articuladas? 3. Quais são as maiores conquistas

que o Plano de Ações Articuladas proporcionou ao seu município? 4. Qual é o maior entrave

na execução e controle social do Plano de Ações Articuladas do seu município? 5. O que pode

ser implementado na elaboração, monitoramento e controle do próximo ciclo do Plano de

Ações Articuladas do seu município?

Em suma, considerando as respostas apresentadas, percebemos que em parte, o PAR,

do município de Livramento de Nossa Senhora – BA, foi elaborado por técnicos da sua

Secretaria de Educação e em sua totalidade, há indícios da participação de representantes da

sociedade civil. Seus membros reconhecem a composição das dimensões do Plano e seu valor

como elemento de Política Pública, pois a adesão a suas ações foi pensada dessa forma. Um

entrave recorrente entre as respostas, foram os aditivos de prazos que prorrogam a finalização

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

31

das ações, estendendo a entrega de bens e serviços à população. Para implementar o Plano de

Ações Articuladas, seja em seu planejamento ou durante a execução de suas ações, a solução

mais apontada foi o acompanhamento por parte do Comitê Local, com maior participação da

sociedade e uma gestão participativa, por parte do Poder Público.

A medida que temos essa visão de Gestão Democrática, tanto por parte do Executivo

quanto aos representantes dos segmentos sociais, mudaremos a cultura de que “o que é

público não é de ninguém”, e teremos uma nova visão de Gestão Pública, com planejamento,

transparência e controle social dos recursos.

3.4 PLANO DE AÇÃO

Considerando a necessidade de uma gestão democrática participativa, levando em

consideração a complexidade em descentralizar a gestão pública, de forma a tornar uma

realidade a participativa da sociedade junto às demandas que envolvem as Políticas Públicas

Educacionais em seu contexto mais amplo, ou seja, seus reflexos na sociedade como um todo.

Para o êxito nessa participação ativa, o primeiro passo a trilhar é a mobilização e a

conscientização da sociedade civil sob o seu papel perante a sociedade e, enquanto cidadão,

exerça a função de fato o controle social das ações destinadas à população, observados os

princípios da democratização e participação popular.

No contexto nacional, a discussão sobre a gestão da educação básica apresenta-se a

partir de várias proposições, bem como concepções e cenários complexos,

articulados aos sistemas de ensino. Nessa direção, é fundamental situar os eixos que

permeiam a presente análise sobre gestão, no tocante à concepção, formação e

financiamento da educação. (DOURADO, 2007, p.923)

O citado Plano de Ação, doravante denominado Projeto Vivencial, visa modificar o

olhar sobre o processo de atuação dos membros da sociedade civil, seja ela organizada ou não,

e dos demais atores da comunidade escolar e local, com o intuito de implementar a Rede

Municipal de Ensino, que se encontra fragmentada, no que tange a participação ativa e

envolvimento da sociedade como agente de monitoramento e controle da gestão pública. Para

que ocorra a efetivação dessa ação, uma política de planejamento participativo deve ser

implantada, como parte principal de um projeto de democratização. Dentro do plano de Ações

Articuladas – PAR, o Comitê Local surge como elo entre a sociedade civil e poder público,

sua força agrega valores às discussões, com relevante pertinência, pois seus membros,

extraídos do seio do povo, contribuem com levantamento de demandas e propostas de

possíveis caminhos que venham a sanar as problemáticas abordadas.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

32

A gestão democrática é aqui compreendida, então, como um processo político no

qual as pessoas que atuam na/sobre a escola identificam problemas, discutem,

deliberam e planejam, encaminham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto

das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola na busca da solução

daqueles problemas. (SOUZA, 2009, p. 125)

A princípio, sabemos a tarefa árdua que teremos pela frente. Não é da nossa cultura

essa participação ativa, lutar pela garantia de um direito já estampado em Lei. Entretanto, um

conjunto de estratégias devem ser colocadas em prática para que o processo de intervenção da

prática se dê conforme se pretende: a democratização da gestão do Plano de Ações

Articuladas, dentro de um contexto participativo, embasado em planejamento, execução e

monitoramento e controle social. Dentre as estratégias, começaremos por uma grande

Audiência Pública, envolvendo os segmentos: Poder Público, na pessoa do Gestor Municipal;

Secretários Municipais, considerando que o PAR envolve não só a Rede de Ensino, mas como

Política Pública, se estende às demais Secretarias; Conselhos Municipais, dentre eles os de

Controle social; Sindicatos dos Profissionais de Educação; Equipe Técnica da Secretaria

Municipal de Educação; e toda comunidade escolar e local.

A partir da Audiência Pública, dar-se-á mobilização para a reformulação do Comitê

Local, onde teremos seus membros com os esclarecimentos necessários para serem atuantes

no âmbito da gestão democrática-participativa, cuja missão é fazer cumprir o monitoramento

das ações do Plano de Ações Articuladas com a presença do Comitê Local, desde o

planejamento, à execução e prestação de contas.

3.4.1 CRONOGRAMA

Ação Público

Alvo

Local onde

se dará a

Ação

Recursos

Utilizados

Resultados

Esperados

Responsável

pela Ação

Período

Mobiliza

ção

Sociedade

Civil

Organizad

a

Secretaria

de

Educação;

Escolas;

Conselhos

Municipais;

Associações

e

Sindicatos.

Divulgaçã

o em

carros de

som;

folder;

Mobilização

da Sociedade.

Equipe

Local

Dez.

2015

Realizaçã

o de

Audiênci

a Pública

Sociedade

Civil

Organizad

a

Plenário da

Câmara de

Vereadores

Síntese do

Plano de

Metas;

Computad

ores;

Reconhecer a

importância

da

participação

social na

Equipe

Local

Dez.

2015

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

33

Data-

show;

Gestão

Pública

Reformul

ação do

Comitê

Local

Sociedade

Civil

Organizad

a

Plenário da

Câmara de

Vereadores

Indicação

dos

Represent

antes.

Compor o

Comitê Local

com

representante

s que estejam

dispostos a se

envolverem

nas demandas

educacionais

e no controle

social.

Equipe

Local

Dez.

2015

Reuniões

Ordinária

s do

Comitê

Local

Segmento

s que

compõem

a Comitê

Local

Sala de

Reuniões da

Secretaria

de

Educação

Livro Ata;

Computad

ores;

Data-

show;

Espera-se que

sejam

discutidas as

demandas e

ações

voltadas para

as Políticas

Públicas em

Educação, de

forma a

acompanhar a

execução das

ações.

Comitê

Local

Dez.

2015/

Jun.

2016

Avaliaçã

o do PAR

Comitê

Local

e Equipe

Local

Sala de

Reuniões da

Secretaria

de

Educação

Livro Ata;

Acesso ao

SIMEC

Modulo

PAR;

Computad

ores;

Data-

show;

A partir das

demandas

apontadas nas

reuniões

ordinárias,

serão

apresentado

um relatório

de gestão do

PAR, bem

como

sugestões

para o novo

ciclo.

Comitê

Local

Dez.

2015/

Jun.

2016

Monitora

mento do

PAR

Comitê

Local

e Equipe

Local

Sala de

Reuniões da

Secretaria

de

Educação

Livro Ata;

Acesso ao

SIMEC

Modulo

PAR;

Computad

ores;

Data-

show;

Espera-se que

o

monitoramen

to dê

transparência

e efetividade

na ações

contidas no

PAR, uma

vez que faz

Comitê

Local

Dez.

2015 /

Jun.

2016

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

34

parte do

controle

social

contribuir

com a gestão

democrática

desde o seu

planejamento

, passando

pela

execução, até

a prestação

de contas.

3.5 RESULTADOS ESPERADOS

Através deste Projeto de Intervenção espera-se que o Comitê Local do Plano de Ações

Articuladas – PAR, do município de Livramento de Nossa Senhora – BA, passe a ser efetivo e

participativo, contribuindo para uma Gestão Pública Democrática que contemple os preceitos

constitucionais, onde o engajamento da sociedade civil é fundamental para o planejamento de

ações voltadas para as Políticas Públicas em Educação, servido de meio para promoção social,

principalmente nas regiões menos favorecidas economicamente. No tocante ao problema

abordado, é importante lembrar que é nossa função social, enquanto cidadão, cuidar do

controle social da execução dos recursos públicos, bem como da sua prestação de contas.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

35

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao aprofundarmos o debate sobre a participação da comunidade na Gestão Pública

municipal, espera-se que seja efetivado o Comitê Local do Plano de Ações Articuladas –

PAR, que este seja atuante e cumpra o seu papel de planejar juntamente com a administração

municipal, contribuindo para o diagnóstico das demandas da população, no que se refere às

Políticas Públicas em Educação. Dentre os membros do Comitê Local do PAR, também

esperamos que haja ao longo dos quatro anos de vigência do Plano surjam lideranças capazes

de fomentar o Controle Social das ações tanto do PAR quanto às ações de outros Programas,

de modo a descentralizar a tomada de decisões.

A partir dos resultados parciais que temos, percebemos a motivação dos membros do

Comitê Local em se inteirar das ações que o município de Livramento de Nossa Senhora vem

desenvolvendo ao longo dos últimos dez anos. O que não podemos deixar acontecer é que

esse entusiasmo seja momentâneo, temos que transformá-la em uma ação perene, que busque

as respostas para cada questionamento, que a inquietude seja uma constante, que não se

sintam satisfeitos perante respostas evasivas.

A constituição e a trajetória histórica das políticas educacionais no Brasil, em

especial os processos de organização e gestão da educação básica nacional, têm sido

marcadas hegemonicamente pela lógica da descontinuidade, por carência de

planejamento de longo prazo que evidenciasse políticas de Estado em detrimento de

políticas conjunturais de governo. (DOURADO, 2007, p. 925)

O autor nos revela a importância do planejamento da educação e que historicamente o

Brasil não nutre essa cultura. O PAR traz em sua concepção um planejamento estratégico que

transcende os Planos de Governo para se efetivar como Plano de Estado. Entretanto, a

participação da comunidade é fundamental para que as suas ações não se percam ao longo das

transições de gestão.

Conforme apontado no processo de investigação, as entrevistas nos mostraram que a

participação da sociedade é tímida, se limita a figuração. Desde o primeiro momento que

delimitamos o objeto de estudo, sabíamos o tamanho do desafio que tínhamos pela frente.

Entretanto, sabemos que o trabalho aqui apresentado aponta para algo “novo”, um

posicionamento da sociedade perante a Administração Pública. Isso não traz resultados

imediatos. É um trabalho de conscientização e mobilização constantes que permitirá ao

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

36

cidadão a percepção dessa nova atitude a ser tomada e fazer com que haja uma reação em

cadeia, que tome proporções em larga escala e ao logo do tempo tenha resultados positivos.

Dessa forma, conforme os dados coletados na pesquisa de campo e com a proposta de

intervenção apresentada, de imediato, provocamos a sociedade a se mobilizar e a

reestruturação do Comitê Local. A partir de então, o fomento pela participação popular dar-

se-á ao longo da proposta, que visa minimizar a problemática encontrada. Nessa perspectiva,

espera-se que seja despertado nos cidadãos livramentenses o gosto pela participação de

colegiados que tenham por objetivo o planejamento, acompanhamento e o controle social, das

ações oriundas de Programas do Governo Federal e seus entes federativos, voltadas para as

Políticas Públicas Educacionais, fazendo valer um direito assegurado pela Constituição

Federal, pois os direitos já conquistamos, o que nos resta é torna-los efetivos e eficazes.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

37

Referências

BRASIL. O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas.

Brasília: MEC, 2008.

CASTRO, J. A.; CARVALHO, C. H. A. Necessidades e possibilidades para o financiamento

da educação brasileira no plano nacional de educação. Educação e Sociedade, Campinas, SP,

v. 34, p. 829-850, jul./set. 2013.

DOURADO, L. F. Políticas e gestão da Educação Básica no Brasil: limites e perspectivas.

Educação e Sociedade, Campinas, SP, v. 28, n. 100, p. 921-946, out. 2007.

FERNANDES, Fabiana Silva / GENTILINI, João Augusto PLANEJAMENTO,

POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO. CADERNOS DE PESQUISA v.44 n.153 p.486-

492 jul./set. 2014

LUCKESI, Cipriano Carlos. Subsídios Para a Organização do Trabalho Docente. Prática

Docente e Avaliação, Rio de Janeiro, ABT, p. 88-103, 1990.

MATOS, S.C.M. / UNOPAR Cient., Ciênc. Human. Educ., Londrina, v. 10, n 1, p. 47-51, Jun.

2009.

PARO, Vitor Henrique. A gestão da educação ante as exigências de qualidade e

produtividade da escola pública. 2010. Disponível em: <http://goo.gl/2JSMvS>. Acesso

em: 29 set. 2015.

POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS: conceito e contextualização numa perspectiva

didática. Adão Francisco de Oliveira. Editora da PUC Goiás, 2010, páginas 93-99.

SANTOS, Magda. A Abordagem das Políticas Públicas Educacionais para além da

relação Estado e Sociedade. IX ANPED SUL. 2012

SOUSA, Bartolomeu José Ribeiro de. O PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS (PAR)

COMO INSTRUMENTO DE PLANEJAMENTO DA EDUCAÇÃO: O QUE HÁ DE

NOVO? Universidade Católica de Brasília (UCB). Simpósio. 2011.

SOUZA, A. R. Explorando e construindo um conceito de gestão escolar

democrática. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 25, p 123-140, dez. 2009.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

38

SOUZA, Ângelo Ricardo de. Explorando e Construindo Um Conceito de Gestão Escolar

Democrática. Educação em Revista. Belo Horizonte, v.25, n.03, p.123-140, dez. 2009.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

39

APÊNDICE

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

40

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

41

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

42

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

43

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

44

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

45

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

46

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

47

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

48

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

49

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · programas e projetos voltados para as Políticas Públicas Educacionais

50