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11 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CECOP 2 MANUELA DE JESUS SILVA SANTOS VIOLÊNCIA NA ESCOLA: um estudo sobre as concepções dos educandos dos 4º e 5º anos dos anos iniciais do ensino fundamental, do Grupo Escolar XXXX XXXX, no município de Amélia Rodrigues. Alagoinhas 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 2

MANUELA DE JESUS SILVA SANTOS

VIOLÊNCIA NA ESCOLA: um estudo sobre as concepções dos educandos dos 4º e 5º anos dos anos iniciais do ensino

fundamental, do Grupo Escolar XXXX XXXX, no município de Amélia Rodrigues.

Alagoinhas 2013

MANUELA DE JESUS SILVA SANTOS

VIOLÊNCIA NA ESCOLA: um estudo sobre as concepções dos

educandos dos 4º e 5º anos dos anos iniciais do ensino

fundamental, do Grupo Escolar XXXX XXXX, no município de

Amélia Rodrigues.

Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientador: Prof. MS. Antônio Ribeiro Bomfim

Alagoinhas 2013

4. APRESENTAR, ANALISAR E INTERVIR

4.1 Metodologia Objeto de estudo

Compreendendo a concepção dos alunos do 4º e 5º ano dos anos iniciais do

Ensino Fundamental, do Grupo Escolar Arlete Magalhães, localizada no

município de Amélia Rodrigues, sobre o fenômeno da violência na escola.

Objetivos

GERAL: Entender e compreender a concepção dos alunos do 4º e 5º ano do

Ensino Fundamental- anos iniciais do Gruo Escolar Arlete Magalhães sobre a

violência na escola.

ESPECÍFICOS: Conhecer as impressões dos alunos, referentes à violência

na escola.

Verificar como as atitudes violentas interferem no bem estar

e no aprendizado dos alunos do 4º e 5º ano dos anos iniciais do Ensino

Fundamental, do Grupo Escolar Arlete Magalhães.

Identificar nas concepções dos alunos como a escola deve

enfrentar o problema da violência escolar.

Sujeitos envolvidos

Participaram desta pesquisa, 12 educandos do Grupo Escolar Arlete

Magalhães, sendo que 06 alunos pertencem ao 4º ano e 06 pertencem ao 5º ano,

com idade variando de 09 a 16 anos, selecionados pelas professoras da turma,

utilizando como critério para a seleção, os alunos que elas consideram mais

violentos e os menos violentos.

Instrumento

A pesquisa foi desenvolvida pelo método dedutivo, a partir da abordagem

qualitativa, com a finalidade de descrever e entender a realidade da violência no

ambiente escolar. A técnica escolhida para a coleta de dados foi a entrevistas

individuais, semi- estruturadas, seguindo um roteiro que abordava questões ligadas

ao entendimento sobre violência, seus tipos, suas causas e prevenção. Realizadas

nas dependências da escola, as entrevistas foram gravadas, em seguidas transcritas

para análise das informações.

Segundo Lakatos & Marconi (2003, p.198) a entrevista oferece várias

vantagens, dentre elas, pode ser utilizada com todos os segmentos da população:

analfabetos ou alfabetizados e há maior flexibilidade, podendo o entrevistador repetir

ou esclarecer perguntas, formular de maneira diferente; especificar algum

significado, como garantia de estar sendo compreendido.

4.2 Operacionalizando a proposta de intervenção Caracterização da escola

O Grupo Escolar XXXX XXXX, localiza-se na cidade de Amélia Rodrigues.

Distante a 80 km da Capital, Salvador, 28 km de Feira de Santana, Amélia

Rodrigues é um município brasileiro do estado da Bahia criado em 1961e localizado

na Região Metropolitana de Feira de Santana. Sua população estimada em 2012,

segundo dados do IBGE, é de 25.080 habitantes.

Localizada da Avenida XXXX XXXX, bairro XXXX, CNPJ XXXXXXXX/XXXX-

XX, zona urbana, a escola Arlete Magalhães foi criada no ano 1974, pertencia a

Rede Estadual de Ensino da Bahia. Em 2003, foi municipalizada, devido ao alto

índice de reprovação e abandono. Atualmente atende a 190 alunos em período

integral nas modalidades de Educação Infantil e Ensino Fundamental – anos iniciais

nos turnos matutino e vespertino, com o Programa Mais Educação. Considerada

uma escola de médio porte, possui uma equipe gestora formada por diretora, vice-

diretora, 03 coordenadoras pedagógicas distribuídas atualmente por segmento

(educação infantil, 1º ao 3º ano e 4º e 5º ano), 03 auxiliares administrativas, 09

professoras, 07 funcionárias, dentre elas porteiro, merendeira e auxiliar de serviços

gerais. É importante destacar que todas as profissionais da educação citadas são

funcionárias efetivas da Secretaria Municipal de Educação e atuam há

aproximadamente 04 anos nessa escola. As professoras e equipe gestora possuem

Licenciatura em Pedagogia, com pós- graduação em diversas áreas da educação.

Analisando o Projeto Político Pedagógico da Escola foi possível verificar alguns

itens que definem caminhos para o bom andamento da escola:

Objetivo Geral: Ajudar na formação do cidadão ameliense, a fim de que sejam

pessoas investigativas, capazes de exercer a cidadania e posicionar-se na

sociedade de forma crítica e reflexiva, transformando realidades, se colocando

contra qualquer forma de discriminação e preconceito, valorizando assim a

diversidade, tendo em vista o respeito às pessoas e o pleno desenvolvimento das

suas múltiplas dimensões.

Missão: Formar seres humanos com dignidade, identidade e projeto de futuro.

Visão: Ser uma escola de qualidade, democrática, participativa e comunitária, um

espaço cultural de socialização e desenvolvimento do/a educando/a visando

prepará-lo/a para o exercício da cidadania através da prática e cumprimento de

direitos e deveres.

Valores: Criticidade, Sensibilidade, Criatividade e Esperança.

No que se refere à estrutura física a escola dispõe 01 sala para direção, 01

laboratório de informática (que praticamente não é utilizado ), 01 cozinha, 01 depósito

para merenda, 03 banheiros femininos, 03 banheiros masculinos, 01 corredor, área

externa que serve para os alunos brincarem (e onde também pode ser aproveitada para

construir o refeitório, sala para professores e um galpão), 06 salas de aula , sendo que

04 são amplas e ventiladas e 02 menores, todas possuem carteiras universitárias, nas

salas onde funcionam a Educação Infantil existem 07 conjuntos de mesinhas( cada

uma), 06 armários de aço disponíveis para cada sala. Contém um espaço de leitura no

corredor, com 02 estantes e 03 mesas com cadeiras para leitura. Muitos livros existentes

no Espaço de Leitura foram rasgados, destruídos e outros perdidos. Ao atender essas

novas demandas provenientes do Programa Mais Educação, observou -se uma

precariedade do espaço físico, onde ficou notória a necessidade de uma ampliação para

a melhoria do atendimento.

Os recursos tecnológicos elétrico-eletrônicos disponibilizados na escola são duas

TV’s 29’, dois aparelhos de DVD, um aparelho de som, um retroprojetor, 01 data show.

Quase todos os aparelhos encontram-se em boas condições de uso, com exceção de

um DVD. A escola possui materiais para jogos e brinquedos lúdicos, o que contribui na

construção do conhecimento, arte e inovação.

A escola possui um Conselho Escolar o qual foi constituído através da escolha

dos membros por meio de eleição direta, sendo composto por representantes dos

segmentos: professores, pais, alunos e funcionários da escola. Ele é formado por

pessoas que compõem a comunidade escolar, entretanto, esse Conselho não é atuante.

Diagnóstico do Grupo Escolar XXXX XXXX

A escola atende uma clientela bastante diversificada, alunos com idade de 03

a 16 anos, oriundos de família de baixa renda, beneficiadas pelo Programa Bolsa

Escola, provenientes não só do bairro onde está inserida (XXXX), mas também de

várias localidades do município: XXXX XXXX, XXXX XXXX e XXXX XXXX. A maioria

dos alunos são filhos de pais separados, muitos moram com os avós ou tios,

conforme indica os gráficos abaixo.

Considerado por muitos moradores, como um bairro extremamente violento,

XXXX XXXX, apresenta uma boa localização, é pavimentado, tem supermercados,

igrejas protestantes, um PSF, além do Fórum e da Delegacia. Dentre os problemas

diagnosticados no PPP da escola destacam-se: altos índices de repetência e

reprovação, desinteresse dos alunos pelas atividades desenvolvidas em sala de

aula, alto índice de agressão física entre alunos, a falta de compromisso dos

familiares na educação de seus pares, ausência de um espaço amplo e coberto para

reuniões gerais e eventos festivos.

Visando fortalecer os laços entre família e escola, o Grupo Escolar XXXX

XXXX foi escolhido entre as escolas municipais do município, em meados do mês de

abril, para um projeto voluntário “Mães em ação pela educação”, idealizado por uma

assistente social e uma pedagoga do município, tendo como clientela as mães dos

alunos e cujo objetivo é inserir as mães no ambiente escolar das crianças,

despertando-as para o seu papel, que é educar seus filhos. O projeto, que acontece

semanalmente às quintas-feiras, tem duração de 06 meses e tem como ações,

sensibilização, palestras e oficinas, entretanto, a participação das mães é muito

pequena. Atualmente, apenas 05 mães participam e as outras alegam a falta de

tempo.

Quanto às atitudes em sala de aula, os problemas mais comuns, visualizados

pelos professores são os casos de incivilidades e desinteresse pelas atividades

propostas. Para tentar resolver estes problemas, a escola, no decorrente ano, foi

contemplada com o Programa Mais Educação que é uma criação do MEC (Ministério

da Educação e Cultura), onde os alunos realizam oficinas (horta, fanfarra, flauta

doce, esporte, letramento e matemática) no contra turno a fim de afastá-los da

vulnerabilidade social. Para participar basta apenas o aluno ter o interesse, não é

obrigatório. Entretanto, professores e equipe gestora avalia que o número de alunos

que participam do Programa Mais Educação deveria ser maior do que o atual, pois

alunos considerados “prioritários” apresentam distorção idade-série, baixo

desempenho, têm participação mínima nas atividades.

Dessa forma, a violência no espaço escolar tende a denegrir a representação

social positiva da instituição escolar pela comunidade, professores e alunos,

levando-a a uma crise quanto a sua função social. Além disso, a violência traz

consequências negativas a todos os envolvidos nos conflitos.

Para Matias e Stefano (2011, p.2), “é preciso negociar com a violência e a

indisciplina, buscando compreender o que os alunos querem transmitir com seus

comportamentos.” Por isso, a importância de questionar as concepções dos

educandos que estão por detrás das variadas práticas e conflitos que caracterizam

essa violência.

Contextualização do Problema

Para melhor compreensão do problema, os dados colhidos na entrevista

foram analisados, comparados, considerando e respeitando os diferentes pontos de

vistas dos educandos. Suas respostas foram divididas por grupos, ou seja, pela

turma que pertencem. Alguns gráficos apresentam as respostas de cada turma,

outras respostas tendem a ser descritas, em virtude das diversidades das respostas.

4.2.1Conceito de violência

Gráfico 1

FONTE: O próprio autor.

A análise do gráfico permite concluir que as definições dos alunos acerca da

violência estão ligadas, em sua grande maioria, a agressão física. Nas respostas

correspondentes foram comuns descrições de ações como brigas e xingamentos.

Os estudantes do 4º ano, além de citar as brigas, apresentaram também respostas

distintas: provocação, injustiças e maltratos, seguidos de falta de diálogo, assalto e

abuso sexual. Alguns definiram de maneira moralista “Algo ruim, uma falta de

respeito com os colegas, os seres humanos”. Nenhum deles representou a violência

como “falta de limites e abuso de poder”.

Tais dados demonstram as dificuldades das pessoas em conceituar violência,

dificuldade esta já apontada em pesquisas, bem como a concepção do grupo, em

sua grande maioria, está relacionada com a ideia de agressão

4.2.2Manifestações de violência conhecidas pelos estudantes

Gráfico 2 (5º ano)

FONTE: O próprio autor.

Através do gráfico 2 é possível observar que os tipos de manifestação mais

conhecidos pelos alunos do 5º ano são as agressões físicas (brigas), seguidos das

drogas, mortes, vinganças, vandalismos. Apenas um aluno citou a violência verbal e

outro aluno trouxe os protestos dos ônibus e de acidentes na pista como sendo

também um ato violento. Ao ser questionado porque considerava tal prática como

violenta, o mesmo disse que “causa brigas, quando eles sai para protestar um joga

pedra no outro, com o rosto mascarado, aí surge a briga e a morte.”

Porém, os educandos entrevistados do 4º ano afirmaram que arrastão de

ladrões em campos de futebol, assaltos, vinganças, maldades, bater nos outros,

maltrato; brigar, desrespeito a religião das pessoas; vandalismo, uso de drogas,

morte são considerados manifestações de violência. Além dos atos, citaram

exemplos de instrumentos através dos quais ela pode ser expressa: “Na escola tem

pessoas que levam arma, tesoura, furam o outro com lápis”.

Um aluno trouxe uma situação de violência bastante especifica do seu

cotidiano escolar, proveniente da violência externa. Como o mesmo relata: “juntar

gangues para bater nas pessoas”. Esse é um problema que os alunos provenientes

de bairros mais distantes sofrem ao chegar à escola e no bairro onde a mesma está

situada.

4.2.3 Vítima de violência

Gráfico 3 (5º ano) Gráfico 4 (4º ano)

FONTE: O próprio autor.

A análise dos dados permite concluir que metade dos alunos entrevistados,

tanto do 5º quanto do 4ºano afirmou não ter sido vítima de violência. Isso se deve a

concepção que eles têm sobre o assunto, como agressão física, “quando deixa

marcas ou machucados no corpo”. Apenas um aluno citou ser vítima do bullying.

4.2.4 Agente da violência

Gráfico 5 (5º ano) Gráfico 6 (4º ano)

FONTE: O próprio autor.

Os gráficos mostram que muitos alunos não se consideram agentes da

violência, pois segundo o mesmo, “eles apenas revidam”

Em uma das falas o aluno diz “Não, mas se me baterem eu também bato. Eu

não sou violento, mas se alguém perturba ou mexe com meu irmão eu bato.” Para o

mesmo, perturbar alguém não significa violência e sim bullying.

Segundo Abramovay (2002, p.63) “A violência física é a face mais visível do

fenômeno, nas escolas. O confronto corporal ou armado mobiliza parte considerável

das discussões, aparecendo como referência para que os informantes discursem

sobre o tema e o ampliem para incluir outros tipos de violência. Em algumas

situações, justifica-se o recurso à violência física como uma forma de defesa pessoal

ou como atitude de proteção aos amigos, os mais fracos, ou como uma resposta à

ação de um sujeito mais forte. Em outras, aparece como uma atitude impensada

diante de uma provocação. Independentemente da justificativa, a violência é uma

forma de negociação que exclui o diálogo, ainda que seja impulsionada por múltiplas

circunstâncias e se revista de uma conotação moral, como a defesa dos amigos”.

4.2.5 Atos violentos na escola onde estuda

Gráfico 7 (5º ano) Gráfico 8 (4º ano)

FONTE: O próprio autor.

Com relação aos atos violentos, a grande maioria afirmou já ter presenciado.

Os mais citados foram as brigas entre meninos na sala de aula, no recreio, na saída

da escola. As brigas entre meninas praticamente não foram citadas, para muitos,

elas não são violentas. Um das causas da briga, citado por 02 alunos do 5º ano, foi

devido ao preconceito: “Foi por preconceito, por achar um colega “diferente”,

bateram e perturbaram o colega”.

É importante destacar que o uso de apelidos também foi citado como ato

violento por um dos alunos.

4.2.6 Causas da violência na escola

. Gráfico 9 (5º ano)

FONTE: O próprio autor.

Para os educandos do 5º ano são vários os motivos que geram a violência na

escola como as provocações, ciúmes, preconceito, bullying. As respostas dos

estudantes do 4º ano expressam:

a) situações escolares que facilitam o aparecimento da violência entre alunos.

“Porque um colega perturba o outro e por causa das brincadeiras de bater;

“Xingar a mãe nos outros, falar mal dos outros, fala o que não deve.”

“Porque tem pessoas que querem o mal. Tem colegas que só querem ver os

outros brigando.”

b) questões familiares: “Porque em casa quando eles brigam com os irmãos e a

mãe não fala nada”.

c) Más amizades: “Quando os alunos se juntam com as pessoas que gostam de

fazer coisa errada na escola (drogas, armas, objetos que furam)”.

4.2.7 Sugestões para melhorar o ambiente escolar

Gráfico 10 (5º ano)

FONTE: O próprio autor.

Quanto à prevenção, os alunos do 5º ano apresentam o diálogo e o respeito

como uma alternativa. No discurso apresentado pela maioria desses alunos ficou

bastante claro que eles se consideram os principais agentes da violência na escola.

Todos afirmam que têm uma boa relação com a professora, que ela os respeita, dá

conselhos, tratam todos da mesma forma e apesar disso, eles conversam na sala e

às vezes “respondem”. Um único aluno abordou a questão da segurança. Para ele

só vai melhorar quando “colocar câmera e cerca elétrica na escola, pois muitos

meninos pulam o muro para usar drogas”. Nesse caso, o aluno reconhece a

violência externa como um problema no ambiente escolar.

Os educandos do 4º ano, em sua grande maioria abordaram a punição como

forma de prevenção: “Tirar as pessoas que são violentas e colocar em outras

escolas. Tipo ter uma escola só para pessoas violentas”. “Chamar o Conselho

Tutelar”.

Interessante observar que parece existir contradições quanto as formas de

prevenção, enquanto uns consideram o diálogo e o respeito como sendo essenciais,

o outro grupo considera a punição como necessária. Um dado importante é que

todos os entrevistados acreditam na possibilidade de prevenção da violência.

4.3 Objetivos da Proposta

Reduzir os índices de violência na escola, de maneira que a escola se torne um

ambiente de convivência pacífica;

Ampliar o diálogo sobre essa questão, revertendo alguns comportamentos

agressivos, de baixa autoestima e apatia de alguns alunos;

Estimular a resolução pacífica dos conflitos;

Possibilitar ações articuladas com toda comunidade escolar no intuito de

alcançar uma convivência harmoniosa;

Desenvolver projetos de participação juvenil.

4.4 Metodologia a ser utilizada

A metodologia proposta pelo presente projeto será desenvolvida com base na

pesquisa realizada e perpassa as perspectivas de conhecer. Busca-se refletir e re-

significar a realidade da violência na escola. Para tanto, o princípio fundamental que

norteará o trabalho será o de mobilizar a comunidade escolar no sentido de propor

ações articuladas para o enfretamento da violência e respeitar o conhecimento e as

contribuições de cada envolvido.

Quadro 1 – Ações a serem desenvolvidas na intervenção

Objetivo Ação Responsável(is) Prazo Recurso(s) necessário(s)

Ampliar o diálogo sobre

essa questão, revertendo

alguns comportamentos

agressivos, de baixa

autoestima e apatia de

alguns alunos.

1. Formar grupos de

estudos para ler,

interpretar,

analisar e discutir os

autores mencionados.

Coordenação

Pedagógica

Durante a

Jornada

Pedagógica

Papel A4, textos de

teóricos que abordam a

violência na escola, data

show, computador, entre

outros.

2. Revisar e divulgar o

Regimento Interno na

escola e aos pais ou

responsáveis dos alunos

no cotidiano escolar.

Equipe

Gestora,

professores e

funcionários

Início do

ano letivo

Data- show

Folder informativo sobre

os direitos e deveres

dos segmentos que

fazem parte da

instituição escolar.

3. Apresentar situações

diversas ao grupo sobre

a violência na escola, em

especial, o bullying,

promovendo momentos

Representantes do Conselho Escolar

Durante o mês de abril

Filmes ou

documentários que

abordem o tema, data-

show, câmera digital,

fotografia, recortes de

de reflexão e análise. jornais ou revistas

Estimular a resolução

pacífica dos conflitos;

1. Realizar eleição para

representante de

turmas.

Professor No inicio

do ano

letivo

(março)

Pauta de reunião

Deveres dos

representantes de

classe

Crachás para os

representantes da turma

2. Instituir a Assembleia

de Classe nas escolas

Diretor No início

do ano

letivo

(março)

Data- show, cartilha

sobre o significado e a

importância das

Assembleias de Classe

3. Realizar Assembleias

de Classe

Representantes

de Classe

No

decorrer do

ano letivo

Pauta das Reuniões

3. Criar as normas de

convivência da sala, além

de definir, também, as

sanções para quando as

regras não forem

cumpridas.

Professor e

alunos

No início

do ano

letivo

(março)

Material do aluno e do

professor

4. Estabelecer e firmar

parceria com a SEMEAR

para a capacitação dos

funcionários no sentido

de tratar do respeito à

vida, promoção de

direitos, democracia,

respeito à liberdade de

expressão e diversidade

cultural, tolerância e

solidariedade, prevenção

de conflitos.

Equipe Gestora Durante

ano letivo

Equipe da SEMEAR

Possibilitar ações

articuladas com toda

1. Aproximar os pais da

escola através de outras

ações lúdicas e de

participação (atividades

culturais, esportivas,

apresentações de alunos,

entre outras).

Equipe gestora

e representantes

do Projeto “Mães

em ação pela

educação”

Durante o

ano letivo

Dinâmicas, cartazes,

fotografias, filmes e

documentários, estudos

de casos, materiais de

arte, entre outros.

comunidade escolar no

intuito de alcançar uma

convivência harmoniosa;

.

2. Apresentar e divulgar

ações exitosas nas

oficinas do Programa

Mais Educação

Monitores do

Programa e

Equipe Gestora

Ao final de

cada

semestre

Materiais produzidos

pelos alunos, banner,

faixas, cartazes,

exposição de

fotografias.

3. Realizar atividades

voltadas para

integração, cooperação,

respeito e motivação da

equipe de profissionais

da escola

Equipe gestora

e alunos

Ao final de

cada

bimestre

Som, DVD, data-show,

painel e cartões de

incentivo, atividades

físicas.

4. Realizar estudos,

posteriormente à revisão

e a divulgação do PP.

Coordenação

Pedagógica

No

decorrer do

ano letivo

Materiais Pedagógicos e

folder explicativo.

Desenvolver projetos de

participação juvenil.

1. Realizar em conjunto

com os alunos

atividades como, o

Jornal Escolar, o

Esporte Escolar e

posterior promoção de

Equipe

Gestora,

professores,

funcionários,

representantes

do Conselho

Durante

todo ao no

letivo.

Materiais Pedagógicos,

som, DVD, data-show,

materiais esportivos,

máquina fotográfica,

computador, impressora

equipamentos musicais,

campeonatos

interescolar, Festivais de

música e atividades

extraclasses.

.

Escolar

CRONOGRAMA 2014

AÇÕES FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

1. Formar grupos de estudos para ler, interpretar,

analisar e discutir os autores mencionados.

X

2.Revisar e Divulgar o Regimento Interno na escola e

aos pais ou responsáveis dos alunos no cotidiano

escolar.

X X X X

3. Apresentar situações diversas ao grupo sobre a

violência na escola, em especial, o bullying,

promovendo momentos de reflexão e analise.

X

4. Realizar eleição para representante de turmas. X

5. Instituir a Assembleia de Classe nas escolas. X

6. Realizar Assembleias de Classe X X X X X X X X X X

7. Criar as normas de convivência da

sala, além de definir, também, as sanções para quando

as regras não forem cumpridas.

X

8. Estabelecer e firmar parceria com a SEMEAR para a

capacitação dos funcionários no sentido de tratar do

respeito à vida, promoção de direitos, democracia,

respeito à liberdade de expressão e diversidade

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

cultural, tolerância e solidariedade, prevenção de

conflito.

9. Aproximar os pais da escola através de outras ações

lúdicas e de participação (atividades culturais,

esportivas, apresentações de alunos, entre outras).

X X X X X X X X X X

10. Apresentar e divulgar ações exitosas nas oficinas

do Programa Mais Educação

X X

11. Realizar atividades voltadas para integração,

cooperação, respeito e motivação da equipe de

profissionais da escola.

X X X X X

12. Realizar estudos, posteriormente à revisão e a

divulgação do PP.

X X X X X X X X X X

13. Realizar em conjunto com os alunos atividades

como, o Jornal escolar, o Esporte escolar e posterior

promoção de campeonatos interescolar, festivais de

música e atividades extraclasses.

X X X X

RESULTADOS ALCANÇADOS

Com a implementação desse Projeto de Intervenção espera-se resultados

que, do ponto de vista acadêmico, colaborem no desenvolvimento de estudos

relacionados à violência na escola, levando em consideração as concepções

dos alunos. No ponto de vista educacional, as expectativas são de ampliação de

debate sobre a temática no ambiente escolar, diminuição nos índices de

violência na escola, participação efetiva e garantida da comunidade escolar

(pais, professores, representantes do Conselho Escolar, alunos e comunidade

em geral) nas ações e atividades propostas pelo Projeto para que haja melhorias

nas relações entre alunos, professores, pais e funcionários, que os espaços de

diálogo para resolução de conflitos entre alunos sejam ampliados e o

desempenho acadêmico dos estudantes torne-se elevado.

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