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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 2
MANUELA DE JESUS SILVA SANTOS
VIOLÊNCIA NA ESCOLA: um estudo sobre as concepções dos educandos dos 4º e 5º anos dos anos iniciais do ensino
fundamental, do Grupo Escolar XXXX XXXX, no município de Amélia Rodrigues.
Alagoinhas 2013
MANUELA DE JESUS SILVA SANTOS
VIOLÊNCIA NA ESCOLA: um estudo sobre as concepções dos
educandos dos 4º e 5º anos dos anos iniciais do ensino
fundamental, do Grupo Escolar XXXX XXXX, no município de
Amélia Rodrigues.
Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientador: Prof. MS. Antônio Ribeiro Bomfim
Alagoinhas 2013
4. APRESENTAR, ANALISAR E INTERVIR
4.1 Metodologia Objeto de estudo
Compreendendo a concepção dos alunos do 4º e 5º ano dos anos iniciais do
Ensino Fundamental, do Grupo Escolar Arlete Magalhães, localizada no
município de Amélia Rodrigues, sobre o fenômeno da violência na escola.
Objetivos
GERAL: Entender e compreender a concepção dos alunos do 4º e 5º ano do
Ensino Fundamental- anos iniciais do Gruo Escolar Arlete Magalhães sobre a
violência na escola.
ESPECÍFICOS: Conhecer as impressões dos alunos, referentes à violência
na escola.
Verificar como as atitudes violentas interferem no bem estar
e no aprendizado dos alunos do 4º e 5º ano dos anos iniciais do Ensino
Fundamental, do Grupo Escolar Arlete Magalhães.
Identificar nas concepções dos alunos como a escola deve
enfrentar o problema da violência escolar.
Sujeitos envolvidos
Participaram desta pesquisa, 12 educandos do Grupo Escolar Arlete
Magalhães, sendo que 06 alunos pertencem ao 4º ano e 06 pertencem ao 5º ano,
com idade variando de 09 a 16 anos, selecionados pelas professoras da turma,
utilizando como critério para a seleção, os alunos que elas consideram mais
violentos e os menos violentos.
Instrumento
A pesquisa foi desenvolvida pelo método dedutivo, a partir da abordagem
qualitativa, com a finalidade de descrever e entender a realidade da violência no
ambiente escolar. A técnica escolhida para a coleta de dados foi a entrevistas
individuais, semi- estruturadas, seguindo um roteiro que abordava questões ligadas
ao entendimento sobre violência, seus tipos, suas causas e prevenção. Realizadas
nas dependências da escola, as entrevistas foram gravadas, em seguidas transcritas
para análise das informações.
Segundo Lakatos & Marconi (2003, p.198) a entrevista oferece várias
vantagens, dentre elas, pode ser utilizada com todos os segmentos da população:
analfabetos ou alfabetizados e há maior flexibilidade, podendo o entrevistador repetir
ou esclarecer perguntas, formular de maneira diferente; especificar algum
significado, como garantia de estar sendo compreendido.
4.2 Operacionalizando a proposta de intervenção Caracterização da escola
O Grupo Escolar XXXX XXXX, localiza-se na cidade de Amélia Rodrigues.
Distante a 80 km da Capital, Salvador, 28 km de Feira de Santana, Amélia
Rodrigues é um município brasileiro do estado da Bahia criado em 1961e localizado
na Região Metropolitana de Feira de Santana. Sua população estimada em 2012,
segundo dados do IBGE, é de 25.080 habitantes.
Localizada da Avenida XXXX XXXX, bairro XXXX, CNPJ XXXXXXXX/XXXX-
XX, zona urbana, a escola Arlete Magalhães foi criada no ano 1974, pertencia a
Rede Estadual de Ensino da Bahia. Em 2003, foi municipalizada, devido ao alto
índice de reprovação e abandono. Atualmente atende a 190 alunos em período
integral nas modalidades de Educação Infantil e Ensino Fundamental – anos iniciais
nos turnos matutino e vespertino, com o Programa Mais Educação. Considerada
uma escola de médio porte, possui uma equipe gestora formada por diretora, vice-
diretora, 03 coordenadoras pedagógicas distribuídas atualmente por segmento
(educação infantil, 1º ao 3º ano e 4º e 5º ano), 03 auxiliares administrativas, 09
professoras, 07 funcionárias, dentre elas porteiro, merendeira e auxiliar de serviços
gerais. É importante destacar que todas as profissionais da educação citadas são
funcionárias efetivas da Secretaria Municipal de Educação e atuam há
aproximadamente 04 anos nessa escola. As professoras e equipe gestora possuem
Licenciatura em Pedagogia, com pós- graduação em diversas áreas da educação.
Analisando o Projeto Político Pedagógico da Escola foi possível verificar alguns
itens que definem caminhos para o bom andamento da escola:
Objetivo Geral: Ajudar na formação do cidadão ameliense, a fim de que sejam
pessoas investigativas, capazes de exercer a cidadania e posicionar-se na
sociedade de forma crítica e reflexiva, transformando realidades, se colocando
contra qualquer forma de discriminação e preconceito, valorizando assim a
diversidade, tendo em vista o respeito às pessoas e o pleno desenvolvimento das
suas múltiplas dimensões.
Missão: Formar seres humanos com dignidade, identidade e projeto de futuro.
Visão: Ser uma escola de qualidade, democrática, participativa e comunitária, um
espaço cultural de socialização e desenvolvimento do/a educando/a visando
prepará-lo/a para o exercício da cidadania através da prática e cumprimento de
direitos e deveres.
Valores: Criticidade, Sensibilidade, Criatividade e Esperança.
No que se refere à estrutura física a escola dispõe 01 sala para direção, 01
laboratório de informática (que praticamente não é utilizado ), 01 cozinha, 01 depósito
para merenda, 03 banheiros femininos, 03 banheiros masculinos, 01 corredor, área
externa que serve para os alunos brincarem (e onde também pode ser aproveitada para
construir o refeitório, sala para professores e um galpão), 06 salas de aula , sendo que
04 são amplas e ventiladas e 02 menores, todas possuem carteiras universitárias, nas
salas onde funcionam a Educação Infantil existem 07 conjuntos de mesinhas( cada
uma), 06 armários de aço disponíveis para cada sala. Contém um espaço de leitura no
corredor, com 02 estantes e 03 mesas com cadeiras para leitura. Muitos livros existentes
no Espaço de Leitura foram rasgados, destruídos e outros perdidos. Ao atender essas
novas demandas provenientes do Programa Mais Educação, observou -se uma
precariedade do espaço físico, onde ficou notória a necessidade de uma ampliação para
a melhoria do atendimento.
Os recursos tecnológicos elétrico-eletrônicos disponibilizados na escola são duas
TV’s 29’, dois aparelhos de DVD, um aparelho de som, um retroprojetor, 01 data show.
Quase todos os aparelhos encontram-se em boas condições de uso, com exceção de
um DVD. A escola possui materiais para jogos e brinquedos lúdicos, o que contribui na
construção do conhecimento, arte e inovação.
A escola possui um Conselho Escolar o qual foi constituído através da escolha
dos membros por meio de eleição direta, sendo composto por representantes dos
segmentos: professores, pais, alunos e funcionários da escola. Ele é formado por
pessoas que compõem a comunidade escolar, entretanto, esse Conselho não é atuante.
Diagnóstico do Grupo Escolar XXXX XXXX
A escola atende uma clientela bastante diversificada, alunos com idade de 03
a 16 anos, oriundos de família de baixa renda, beneficiadas pelo Programa Bolsa
Escola, provenientes não só do bairro onde está inserida (XXXX), mas também de
várias localidades do município: XXXX XXXX, XXXX XXXX e XXXX XXXX. A maioria
dos alunos são filhos de pais separados, muitos moram com os avós ou tios,
conforme indica os gráficos abaixo.
Considerado por muitos moradores, como um bairro extremamente violento,
XXXX XXXX, apresenta uma boa localização, é pavimentado, tem supermercados,
igrejas protestantes, um PSF, além do Fórum e da Delegacia. Dentre os problemas
diagnosticados no PPP da escola destacam-se: altos índices de repetência e
reprovação, desinteresse dos alunos pelas atividades desenvolvidas em sala de
aula, alto índice de agressão física entre alunos, a falta de compromisso dos
familiares na educação de seus pares, ausência de um espaço amplo e coberto para
reuniões gerais e eventos festivos.
Visando fortalecer os laços entre família e escola, o Grupo Escolar XXXX
XXXX foi escolhido entre as escolas municipais do município, em meados do mês de
abril, para um projeto voluntário “Mães em ação pela educação”, idealizado por uma
assistente social e uma pedagoga do município, tendo como clientela as mães dos
alunos e cujo objetivo é inserir as mães no ambiente escolar das crianças,
despertando-as para o seu papel, que é educar seus filhos. O projeto, que acontece
semanalmente às quintas-feiras, tem duração de 06 meses e tem como ações,
sensibilização, palestras e oficinas, entretanto, a participação das mães é muito
pequena. Atualmente, apenas 05 mães participam e as outras alegam a falta de
tempo.
Quanto às atitudes em sala de aula, os problemas mais comuns, visualizados
pelos professores são os casos de incivilidades e desinteresse pelas atividades
propostas. Para tentar resolver estes problemas, a escola, no decorrente ano, foi
contemplada com o Programa Mais Educação que é uma criação do MEC (Ministério
da Educação e Cultura), onde os alunos realizam oficinas (horta, fanfarra, flauta
doce, esporte, letramento e matemática) no contra turno a fim de afastá-los da
vulnerabilidade social. Para participar basta apenas o aluno ter o interesse, não é
obrigatório. Entretanto, professores e equipe gestora avalia que o número de alunos
que participam do Programa Mais Educação deveria ser maior do que o atual, pois
alunos considerados “prioritários” apresentam distorção idade-série, baixo
desempenho, têm participação mínima nas atividades.
Dessa forma, a violência no espaço escolar tende a denegrir a representação
social positiva da instituição escolar pela comunidade, professores e alunos,
levando-a a uma crise quanto a sua função social. Além disso, a violência traz
consequências negativas a todos os envolvidos nos conflitos.
Para Matias e Stefano (2011, p.2), “é preciso negociar com a violência e a
indisciplina, buscando compreender o que os alunos querem transmitir com seus
comportamentos.” Por isso, a importância de questionar as concepções dos
educandos que estão por detrás das variadas práticas e conflitos que caracterizam
essa violência.
Contextualização do Problema
Para melhor compreensão do problema, os dados colhidos na entrevista
foram analisados, comparados, considerando e respeitando os diferentes pontos de
vistas dos educandos. Suas respostas foram divididas por grupos, ou seja, pela
turma que pertencem. Alguns gráficos apresentam as respostas de cada turma,
outras respostas tendem a ser descritas, em virtude das diversidades das respostas.
4.2.1Conceito de violência
Gráfico 1
FONTE: O próprio autor.
A análise do gráfico permite concluir que as definições dos alunos acerca da
violência estão ligadas, em sua grande maioria, a agressão física. Nas respostas
correspondentes foram comuns descrições de ações como brigas e xingamentos.
Os estudantes do 4º ano, além de citar as brigas, apresentaram também respostas
distintas: provocação, injustiças e maltratos, seguidos de falta de diálogo, assalto e
abuso sexual. Alguns definiram de maneira moralista “Algo ruim, uma falta de
respeito com os colegas, os seres humanos”. Nenhum deles representou a violência
como “falta de limites e abuso de poder”.
Tais dados demonstram as dificuldades das pessoas em conceituar violência,
dificuldade esta já apontada em pesquisas, bem como a concepção do grupo, em
sua grande maioria, está relacionada com a ideia de agressão
4.2.2Manifestações de violência conhecidas pelos estudantes
Gráfico 2 (5º ano)
FONTE: O próprio autor.
Através do gráfico 2 é possível observar que os tipos de manifestação mais
conhecidos pelos alunos do 5º ano são as agressões físicas (brigas), seguidos das
drogas, mortes, vinganças, vandalismos. Apenas um aluno citou a violência verbal e
outro aluno trouxe os protestos dos ônibus e de acidentes na pista como sendo
também um ato violento. Ao ser questionado porque considerava tal prática como
violenta, o mesmo disse que “causa brigas, quando eles sai para protestar um joga
pedra no outro, com o rosto mascarado, aí surge a briga e a morte.”
Porém, os educandos entrevistados do 4º ano afirmaram que arrastão de
ladrões em campos de futebol, assaltos, vinganças, maldades, bater nos outros,
maltrato; brigar, desrespeito a religião das pessoas; vandalismo, uso de drogas,
morte são considerados manifestações de violência. Além dos atos, citaram
exemplos de instrumentos através dos quais ela pode ser expressa: “Na escola tem
pessoas que levam arma, tesoura, furam o outro com lápis”.
Um aluno trouxe uma situação de violência bastante especifica do seu
cotidiano escolar, proveniente da violência externa. Como o mesmo relata: “juntar
gangues para bater nas pessoas”. Esse é um problema que os alunos provenientes
de bairros mais distantes sofrem ao chegar à escola e no bairro onde a mesma está
situada.
4.2.3 Vítima de violência
Gráfico 3 (5º ano) Gráfico 4 (4º ano)
FONTE: O próprio autor.
A análise dos dados permite concluir que metade dos alunos entrevistados,
tanto do 5º quanto do 4ºano afirmou não ter sido vítima de violência. Isso se deve a
concepção que eles têm sobre o assunto, como agressão física, “quando deixa
marcas ou machucados no corpo”. Apenas um aluno citou ser vítima do bullying.
4.2.4 Agente da violência
Gráfico 5 (5º ano) Gráfico 6 (4º ano)
FONTE: O próprio autor.
Os gráficos mostram que muitos alunos não se consideram agentes da
violência, pois segundo o mesmo, “eles apenas revidam”
Em uma das falas o aluno diz “Não, mas se me baterem eu também bato. Eu
não sou violento, mas se alguém perturba ou mexe com meu irmão eu bato.” Para o
mesmo, perturbar alguém não significa violência e sim bullying.
Segundo Abramovay (2002, p.63) “A violência física é a face mais visível do
fenômeno, nas escolas. O confronto corporal ou armado mobiliza parte considerável
das discussões, aparecendo como referência para que os informantes discursem
sobre o tema e o ampliem para incluir outros tipos de violência. Em algumas
situações, justifica-se o recurso à violência física como uma forma de defesa pessoal
ou como atitude de proteção aos amigos, os mais fracos, ou como uma resposta à
ação de um sujeito mais forte. Em outras, aparece como uma atitude impensada
diante de uma provocação. Independentemente da justificativa, a violência é uma
forma de negociação que exclui o diálogo, ainda que seja impulsionada por múltiplas
circunstâncias e se revista de uma conotação moral, como a defesa dos amigos”.
4.2.5 Atos violentos na escola onde estuda
Gráfico 7 (5º ano) Gráfico 8 (4º ano)
FONTE: O próprio autor.
Com relação aos atos violentos, a grande maioria afirmou já ter presenciado.
Os mais citados foram as brigas entre meninos na sala de aula, no recreio, na saída
da escola. As brigas entre meninas praticamente não foram citadas, para muitos,
elas não são violentas. Um das causas da briga, citado por 02 alunos do 5º ano, foi
devido ao preconceito: “Foi por preconceito, por achar um colega “diferente”,
bateram e perturbaram o colega”.
É importante destacar que o uso de apelidos também foi citado como ato
violento por um dos alunos.
4.2.6 Causas da violência na escola
. Gráfico 9 (5º ano)
FONTE: O próprio autor.
Para os educandos do 5º ano são vários os motivos que geram a violência na
escola como as provocações, ciúmes, preconceito, bullying. As respostas dos
estudantes do 4º ano expressam:
a) situações escolares que facilitam o aparecimento da violência entre alunos.
“Porque um colega perturba o outro e por causa das brincadeiras de bater;
“Xingar a mãe nos outros, falar mal dos outros, fala o que não deve.”
“Porque tem pessoas que querem o mal. Tem colegas que só querem ver os
outros brigando.”
b) questões familiares: “Porque em casa quando eles brigam com os irmãos e a
mãe não fala nada”.
c) Más amizades: “Quando os alunos se juntam com as pessoas que gostam de
fazer coisa errada na escola (drogas, armas, objetos que furam)”.
4.2.7 Sugestões para melhorar o ambiente escolar
Gráfico 10 (5º ano)
FONTE: O próprio autor.
Quanto à prevenção, os alunos do 5º ano apresentam o diálogo e o respeito
como uma alternativa. No discurso apresentado pela maioria desses alunos ficou
bastante claro que eles se consideram os principais agentes da violência na escola.
Todos afirmam que têm uma boa relação com a professora, que ela os respeita, dá
conselhos, tratam todos da mesma forma e apesar disso, eles conversam na sala e
às vezes “respondem”. Um único aluno abordou a questão da segurança. Para ele
só vai melhorar quando “colocar câmera e cerca elétrica na escola, pois muitos
meninos pulam o muro para usar drogas”. Nesse caso, o aluno reconhece a
violência externa como um problema no ambiente escolar.
Os educandos do 4º ano, em sua grande maioria abordaram a punição como
forma de prevenção: “Tirar as pessoas que são violentas e colocar em outras
escolas. Tipo ter uma escola só para pessoas violentas”. “Chamar o Conselho
Tutelar”.
Interessante observar que parece existir contradições quanto as formas de
prevenção, enquanto uns consideram o diálogo e o respeito como sendo essenciais,
o outro grupo considera a punição como necessária. Um dado importante é que
todos os entrevistados acreditam na possibilidade de prevenção da violência.
4.3 Objetivos da Proposta
Reduzir os índices de violência na escola, de maneira que a escola se torne um
ambiente de convivência pacífica;
Ampliar o diálogo sobre essa questão, revertendo alguns comportamentos
agressivos, de baixa autoestima e apatia de alguns alunos;
Estimular a resolução pacífica dos conflitos;
Possibilitar ações articuladas com toda comunidade escolar no intuito de
alcançar uma convivência harmoniosa;
Desenvolver projetos de participação juvenil.
4.4 Metodologia a ser utilizada
A metodologia proposta pelo presente projeto será desenvolvida com base na
pesquisa realizada e perpassa as perspectivas de conhecer. Busca-se refletir e re-
significar a realidade da violência na escola. Para tanto, o princípio fundamental que
norteará o trabalho será o de mobilizar a comunidade escolar no sentido de propor
ações articuladas para o enfretamento da violência e respeitar o conhecimento e as
contribuições de cada envolvido.
Quadro 1 – Ações a serem desenvolvidas na intervenção
Objetivo Ação Responsável(is) Prazo Recurso(s) necessário(s)
Ampliar o diálogo sobre
essa questão, revertendo
alguns comportamentos
agressivos, de baixa
autoestima e apatia de
alguns alunos.
1. Formar grupos de
estudos para ler,
interpretar,
analisar e discutir os
autores mencionados.
Coordenação
Pedagógica
Durante a
Jornada
Pedagógica
Papel A4, textos de
teóricos que abordam a
violência na escola, data
show, computador, entre
outros.
2. Revisar e divulgar o
Regimento Interno na
escola e aos pais ou
responsáveis dos alunos
no cotidiano escolar.
Equipe
Gestora,
professores e
funcionários
Início do
ano letivo
Data- show
Folder informativo sobre
os direitos e deveres
dos segmentos que
fazem parte da
instituição escolar.
3. Apresentar situações
diversas ao grupo sobre
a violência na escola, em
especial, o bullying,
promovendo momentos
Representantes do Conselho Escolar
Durante o mês de abril
Filmes ou
documentários que
abordem o tema, data-
show, câmera digital,
fotografia, recortes de
de reflexão e análise. jornais ou revistas
Estimular a resolução
pacífica dos conflitos;
1. Realizar eleição para
representante de
turmas.
Professor No inicio
do ano
letivo
(março)
Pauta de reunião
Deveres dos
representantes de
classe
Crachás para os
representantes da turma
2. Instituir a Assembleia
de Classe nas escolas
Diretor No início
do ano
letivo
(março)
Data- show, cartilha
sobre o significado e a
importância das
Assembleias de Classe
3. Realizar Assembleias
de Classe
Representantes
de Classe
No
decorrer do
ano letivo
Pauta das Reuniões
3. Criar as normas de
convivência da sala, além
de definir, também, as
sanções para quando as
regras não forem
cumpridas.
Professor e
alunos
No início
do ano
letivo
(março)
Material do aluno e do
professor
4. Estabelecer e firmar
parceria com a SEMEAR
para a capacitação dos
funcionários no sentido
de tratar do respeito à
vida, promoção de
direitos, democracia,
respeito à liberdade de
expressão e diversidade
cultural, tolerância e
solidariedade, prevenção
de conflitos.
Equipe Gestora Durante
ano letivo
Equipe da SEMEAR
Possibilitar ações
articuladas com toda
1. Aproximar os pais da
escola através de outras
ações lúdicas e de
participação (atividades
culturais, esportivas,
apresentações de alunos,
entre outras).
Equipe gestora
e representantes
do Projeto “Mães
em ação pela
educação”
Durante o
ano letivo
Dinâmicas, cartazes,
fotografias, filmes e
documentários, estudos
de casos, materiais de
arte, entre outros.
comunidade escolar no
intuito de alcançar uma
convivência harmoniosa;
.
2. Apresentar e divulgar
ações exitosas nas
oficinas do Programa
Mais Educação
Monitores do
Programa e
Equipe Gestora
Ao final de
cada
semestre
Materiais produzidos
pelos alunos, banner,
faixas, cartazes,
exposição de
fotografias.
3. Realizar atividades
voltadas para
integração, cooperação,
respeito e motivação da
equipe de profissionais
da escola
Equipe gestora
e alunos
Ao final de
cada
bimestre
Som, DVD, data-show,
painel e cartões de
incentivo, atividades
físicas.
4. Realizar estudos,
posteriormente à revisão
e a divulgação do PP.
Coordenação
Pedagógica
No
decorrer do
ano letivo
Materiais Pedagógicos e
folder explicativo.
Desenvolver projetos de
participação juvenil.
1. Realizar em conjunto
com os alunos
atividades como, o
Jornal Escolar, o
Esporte Escolar e
posterior promoção de
Equipe
Gestora,
professores,
funcionários,
representantes
do Conselho
Durante
todo ao no
letivo.
Materiais Pedagógicos,
som, DVD, data-show,
materiais esportivos,
máquina fotográfica,
computador, impressora
equipamentos musicais,
CRONOGRAMA 2014
AÇÕES FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
1. Formar grupos de estudos para ler, interpretar,
analisar e discutir os autores mencionados.
X
2.Revisar e Divulgar o Regimento Interno na escola e
aos pais ou responsáveis dos alunos no cotidiano
escolar.
X X X X
3. Apresentar situações diversas ao grupo sobre a
violência na escola, em especial, o bullying,
promovendo momentos de reflexão e analise.
X
4. Realizar eleição para representante de turmas. X
5. Instituir a Assembleia de Classe nas escolas. X
6. Realizar Assembleias de Classe X X X X X X X X X X
7. Criar as normas de convivência da
sala, além de definir, também, as sanções para quando
as regras não forem cumpridas.
X
8. Estabelecer e firmar parceria com a SEMEAR para a
capacitação dos funcionários no sentido de tratar do
respeito à vida, promoção de direitos, democracia,
respeito à liberdade de expressão e diversidade
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
cultural, tolerância e solidariedade, prevenção de
conflito.
9. Aproximar os pais da escola através de outras ações
lúdicas e de participação (atividades culturais,
esportivas, apresentações de alunos, entre outras).
X X X X X X X X X X
10. Apresentar e divulgar ações exitosas nas oficinas
do Programa Mais Educação
X X
11. Realizar atividades voltadas para integração,
cooperação, respeito e motivação da equipe de
profissionais da escola.
X X X X X
12. Realizar estudos, posteriormente à revisão e a
divulgação do PP.
X X X X X X X X X X
13. Realizar em conjunto com os alunos atividades
como, o Jornal escolar, o Esporte escolar e posterior
promoção de campeonatos interescolar, festivais de
música e atividades extraclasses.
X X X X
RESULTADOS ALCANÇADOS
Com a implementação desse Projeto de Intervenção espera-se resultados
que, do ponto de vista acadêmico, colaborem no desenvolvimento de estudos
relacionados à violência na escola, levando em consideração as concepções
dos alunos. No ponto de vista educacional, as expectativas são de ampliação de
debate sobre a temática no ambiente escolar, diminuição nos índices de
violência na escola, participação efetiva e garantida da comunidade escolar
(pais, professores, representantes do Conselho Escolar, alunos e comunidade
em geral) nas ações e atividades propostas pelo Projeto para que haja melhorias
nas relações entre alunos, professores, pais e funcionários, que os espaços de
diálogo para resolução de conflitos entre alunos sejam ampliados e o
desempenho acadêmico dos estudantes torne-se elevado.
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ZECHI,Juliana Aparecida Matias e MENIN,Maria Suzana de Stefano. Projetos escolares de enfrentamentos da violência e indisciplina.EDUCERE,Curitiba,2011.