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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CECOP 3 LÍVIA CRISTINA SANTANA MONTEIRO O COORDENADOR COMUNITARIO COMO ATOR IMPORTANTE NA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO DE CARAVELAS/BA Salvador 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3

LÍVIA CRISTINA SANTANA MONTEIRO

O COORDENADOR COMUNITARIO COMO ATOR IMPORTANTE NA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO DE

CARAVELAS/BA

Salvador 2015

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LÍVIA CRISTINA SANTANA MONTEIRO

O COORDENADOR COMUNITARIO COMO ATOR IMPORTANTE NA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO DE

CARAVELAS/BA

Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientador: Prof. Melissa Fabiane Barreto de Souza.

Salvador 2015

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LÍVIA CRISTINA SANTANA MONTEIRO

O COORDENADOR COMUNITARIO COMO ATOR IMPORTANTE NA

IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO DE CARAVELAS/BA

Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.

Aprovado em 2015.

Banca Examinadora

Primeiro Avaliador.____________________________________________________ Segundo Avaliador. ___________________________________________________ Terceiro Avaliador. ____________________________________________________

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Aos meus amigos, familiares pelos ensinamentos e presença constante em minha

vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Professora Melissa Fabiane Barreto de Sousa pela orientação, sempre muito atencioso e competente.

À Faculdade de Educação da UFBA e ao Programa Escola de Gestores por

contribuírem para minha formação.

À Secretaria Municipal de Educação de Caravelas, pelo apoio.

A todos os colegas do Polo de Teixeira de Freitas, em especial a tutora Suely pela

parceria. Também às colegas de trabalho da secretaria municipal de Educação, pela

contribuição diária.

E finalmente, às pessoas que fazem a minha luta diária valer a pena, que aprendeu

a conviver com a ausência de uma mãe-estudante-professora. Luiza, Liz e Luiz

Carlos filhos, meu tempo agora é prioritariamente de vocês!

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MONTEIRO, Lívia Cristina Santana, O COORDENAÇÃO COMUNITARIO COMO ATOR IMPORTANTE NA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO DE CARAVELAS/BA, 2015. Projeto Vivencial (Especialização) –

Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso é o resultado de analise e possível

caminho para viabilizar a implementação do projeto vivencial com abordagem no

Programa mais Educação em 17 escolas no município de Caravelas Tem como

objetivo principal promover a atuação do coordenador comunitário na prática

pedagógica do programa, onde os alunos têm a oportunidade de ficar mais tempo na

escola desenvolvendo atividades pedagógicas para beneficiar a aprendizagem

dentro de uma perspectiva histórica - critica. O papel do coordenador comunitário é

coordenar, planejar e avaliar as atividades de acordo com a realidade de cada

escola promovendo assim a efetivação não somente do tempo integral do estudante

na escola mais propiciar de forma democrática a educação integral.

Palavras-chave: Programa Mais Educação. Coordenador comunitário. Educação integral. Tempo integral.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Atividade Complementar

CECOP Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica

CP Coordenador Pedagógico

IAT

IDEB

Instituto Anísio Teixeira

Índice de desenvolvimento da Educação Básica

FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação

UFBA Universidade Federal da Bahia

PME Plano Municipal de Educação

SEMED Secretaria Municipal de Educação

TCC/PV Trabalho de Conclusão de Curso / Projeto Vivencial

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LISTA DE TABELA

Tabela 1: Quadro de escolas do Programa mais Educação

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO 1PERCURSOS DA MEMÓRIA: MINHAS EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS 11 CAPÍTULO 2REVISÃO DE LITERATURA 15 2.1 UMA ABORDAGEM SOBRE EDUCAÇÃO INTEGRAL 15

2.2 - UMA COISA PUXA A OUTRA: ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL 17 2.3 O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO 19 CAPÍTULO 3PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 21 3.1 CARACTERIZAÇÕES DA INSTITUIÇÃO 21 3.2 CONTEXTUALIZAÇÕES DO PROBLEMA 25 3.3 OBJETIVOS: GERAL E ESPECIFICOS 26 3.4 METODOLOGIAS A SER UTILIZADA 26 3.5 CRONOGRAMA 27 3.6 RESULTADOS ESPERADOS 30 CAPÍTULO 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 31 REFERÊNCIAS 33

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INTRODUÇÃO

O Programa mais Educação passou a existir a partir de uma portaria

interministerial numero 17/2007 e implantada em Caravelas desde 2010 faz parte do

plano de desenvolvimento de educação este traz uma perspectiva de educação

integral e uma estratégia do governo federal para manter as crianças mais tempo na

escola realizando atividades educativas. Existem critérios de escolha para que os

municípios participem do programa e um deles e o resultado do IDEB quanto mais a

avaliação da educação no município for insatisfatória mais chance ele tem de ter o

programa.

Sendo assim o programa existe para melhorar a qualidade de educação, o

que acabará não acontecendo se este não for levado a sério e de fato efetivado. O

município de caravelas recebeu o programa em 2010 desde então percebe se que o

programa tem deixado a desejar por haver falhas em sua implementação. Uma

delas e a falta do coordenador comunitário, responsável por organizar o programa

nas escolas. A autonomia pedagógica se faz necessária para melhor reflexão quanto

ao fazer didático

“A descentralização pedagógica tem como objetivo principal trazer para o espaço da escola a reflexão sobre o ensino e a busca de alternativas para superar o fracasso escolar, situação crônica nas redes de ensino público do País. Nessa perspectiva, a descentralização pedagógica concorrerá para a autonomia escolar à medida que a escola for capaz de formular propostas específicas a partir do conhecimento da situação local.” COSTA, 1997, p.46

Além de autônomo o coordenador comunitário deve ser visto como ator

importante na implementação do Programa mais Educação no município, imbuído

do objetivo primordial que é promover a atuação comunitária na prática pedagógica

dos monitores que atuam nas diversas atividades com os educandos.

Este TCC/PV enfatiza como o coordenador comunitário pode contribuir para a

implementação do Programa mais Educação na sua escola de atuação, sugere

como metodologia um projeto de intervenção com possíveis ações pertinentes para

que este profissional além de passar a existir na escola consiga de fato implementar

o programa nas escolas com eficiência, visto a necessidade de cada realidade.

Para tanto foi necessário discorrer sobre a caracterização e contextualização

da realidade do município de Caravelas.

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O projeto de intervenção será apresentado ao gestor local com possível

solução dos problemas do programa e com isso melhorar educação e

consequentemente o resultado do índice da educação básica.

O presente TCC/PV trata de um trabalho de conclusão de curso. Compõe se

de: introdução: abordando a justificativa bem como os objetivos do trabalho; Revisão

da literatura; Memorial e Projeto de Intervenção. O intuito do projeto de intervenção

é de sanar, ou pelo menos amenizar o problema identificado ,no caso, o problema

identificado é a falta do coordenador comunitário nas escolas com o programa..

A idéia de falar sobre este assunto surgiu a partir da observação do manual

operacional do programa, e da dificuldade na dinâmica do trabalho nas escolas, daí,

a constatação de que apesar do Programa mais Educação ter em sua composição a

necessidade de um coordenador comunitário para coordenar, planejar e avaliar as

ações necessárias. Este profissional por fatores ainda não estudado não existem no

município o que acaba fazendo o programa não funcionar como deveria funcionar e

o nível de aprendizagem dos alunos continuam baixo de acordo o resultado do

IDEB.

O TCC/PV Tem como objetivo primordial promover a atuação do coordenador

comunitário na prática pedagógica do Programa mais Educação em Caravelas /BA.

Além disso, o projeto de intervenção propõe construir um elo de trabalho entre a

SEMED, coordenador comunitário e monitor do Programa através da reflexão sobre

a prática habitualmente adotada pelo município em relação ao Programa mais

Educação nas 17 escolas.

Dessa forma oportunizar o desenvolvimento de metodologias diferenciadas

para que o Programa mais Educação seja efetivado em Caravelas/BA com a

implementação das ações contempladas no projeto de intervenção.

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1PERCURSOS DA MEMÓRIA: MINHAS EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS

Nesse Memorial trago alguns relatos das minhas vivências e experiências

escolares e profissionais, aspectos que estavam presentes e que influenciaram

diretamente no âmbito educacional ao qual estavam inseridas, também reflexões

pertinentes que configuraram nos meus caminhos de docente e de Coordenadora

Pedagógica. Em especial na Coordenação Pedagógica do Programa Mais

Educação.

1.1 TRAJETÓRIA ESCOLAR

Realizei 90% da minha vida escolar em escola pública no município de Santa

Maria da Vitoria-BA, e praticamente no final 1997, quando terminei o ensino médio

se configura em um período decisivo para a minha formação tanto intelectual quanto

pessoal. Nesse momento o mundo também passava por diversas transformações

que refletiria de forma terminante na minha trajetória enquanto sujeito. No âmbito

nacional, a educação dos anos 90 tinha como propósito a reformulação de seus

currículos, “em 1992, o senador Darcy Ribeiro apresentava um novo Projeto de Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que acabou aprovado em dezembro

de 1996.” (PAIM, 2007, p.112).

Nesse período de tantos conflitos fui aprovada no concurso publico para

professora na educação infantil na rede municipal de Santa Maria da Vitoria

localizada no oeste da Bahia, onde percebi que a falta de orientação de um

coordenador pedagógico para o professor fazia diferenças nos baixos índices uma

vez que não tinha experiência como docente e os métodos usados no período em

que estudava era tradicional aonde praticamente todo o conhecimento chegava

através dos livros didáticos (até a 4ª série) e baseava-se repetição e na

memorização de “exercícios”, nada motivadores, tinham o propósito de levar o aluno

a memorizar melhor e repetir lições para o professor, pois segundo Circe Bittencourt

(2007, p. 45), “Ensinar significava reproduzir conhecimento, e a didática tinha como

função criar instrumentos eficientes para esse conhecimento fosse transmitido de

maneira mais fácil para o aluno”. E a presença do coordenador nesse período em

que me formei não existia na escola.

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No final do ano 1999 e início uma nova etapa na minha carreia profissional

onde mudo para o município de Caravelas e começo trabalhar como diretora da

Creche Casulo Sossego da Mamãe, onde se configura realidade totalmente

diferente uma vez que se fala de educação integral ficando a proposta e horário

diferenciado para essa modalidade de ensino e mais um desfio para mim no período

de um ano, pois no decorrer de três anos do curso de magistério as disciplinas mais

frequentes eram as metodologias. Nelas eram apresentadas as brincadeiras, as

músicas, os painéis e os cartazes que deveriam ser expostos na sala, também como

elaborar planos de aula e as diversas técnicas para uma postura de boa professora.

Para Selma Pimenta (2004, p. 33), “O estágio sempre foi identificado” como a parte

prática dos cursos de formação de profissionais, nesse período foi muito gratificante,

pois me identifiquei com a proposta de educação integral e a confirmação de que

uma equipe bem montada na escola faz a diferença na qualidade da educação que

um coordenador presente e fundamental para essa proposta.

Pensando na qualidade da educação e no profissional de qualidade e na

importância do um coordenador pedagógico na escola percebi a necessidade de

uma nova formação na educação onde iniciei a faculdade de pedagogia e concluir

em 2010.

1.2 EXPERIÊNCIAS DE DOCÊNCIA

Logo após a conclusão da pedagogia, fui convidada para trabalhar como

coordenadora municipal de Alimentação Escolar na secretaria municipal de

educação no período de 2010 a 2013 sendo um trabalho muito interessante e cheio

de desafios, pois o município de caravelas tem 33 escolas e 5300 alunos, logo após

o primeiro trimestre de 2013 fui aprovada para professora no concurso público em

Caravelas e convidada a trabalhar como coordenadora no Programa Mais Educação

na rede municipal de Caravelas onde estou ate hoje.

Isso exigia uma carga maior de dedicação, pois tinha consciência que era um

trabalho de formiguinha trabalhar com tantas possibilidades de materiais lúdicos e

com professores tradicionais com restrições ao novo com isso fui utilizando algumas

experiências das formações anteriores, trabalhei com inúmeras estratégias

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1.3 CAMINHOS: FORMAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO

No início de 2013, ingressei para a Coordenação Pedagógica do Programa

Mais Educação das 17 escolas da rede onde o trabalho exercido não se tratava

meramente do pedagógico, no cargo ao qual me encontrava, recebia essa

nomenclatura, mas abrangia toda a função administrativa, burocrática e pedagógica

com um constante acompanhamento de supervisores técnicos. No entanto, a parte

pedagógica era, naquele contexto, a que mais me atraia, por se tratar do momento

de rever, de pensar as ações educativas.

A implementação da Educação integral no sistema Formal de Ensino

Brasileiro expressou-se por meio da promulgação de Legislação especifica. A

Educação integral está presente na legislação educacional brasileira e pode será

prendida em nossa Constituição Federal, nos artigos 205, 206 e 227; no Estatuto da

Criança e do Adolescente (Lei nº 9089/1990); na Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº

9394/1996), nos artigos 34 e 87; no Plano Nacional de educação (Lei 10.179/01) e

no Fundo Nacional de manutenção e desenvolvimento do Ensino Básico e de

Valorização do Magistério (lei nº 11.494/2007). Além do Decreto nº7.083 de 27 de

janeiro de 2010.

[...] reflexão acerca dos conteúdos; dos conceitos; do cotidiano na sala de aula; da contribuição que cada aluno poderá oferecer, [...] das dificuldades de cada um dos envolvidos no processo; [...] enfim, significa[va] uma visão global de todos os agentes que interferem e influenciam no processo de construção do conhecimento [...] (NODA, 2005, p. 144).

O trabalho realizado com os professores ao qual dava “suporte” estava

pautado na linha de pensamento de teóricos contemporâneos como Ana Teberosky

(1985), Emília Ferreiro (1985), Regina Scarpa (2010), Lev Vygotsky(1896- 1934),

Henri Wallon (1879-1962), dentre outros. Seguindo seus estudos, eram

desenvolvidos Projetos temáticos e interdisciplinares, Seqüências didáticas de

atividades, elaboração de Planos de Ação, construção de Planos de Ensino

Semestrais baseadas das Diretrizes Curriculares de Educação. Tudo isso levando

em consideração o “[...] processo pedagógico em que ocorre a interação dialética no

qual professor e alunos descobrem, em conjunto, a vocação ontológica do homem

[...] de se assumirem enquanto sujeitos do processo histórico [...]” (FREIRE, 2000, p.

131).

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Uma das maiores dificuldades encontradas nesse momento, foram às

inúmeras funções delegadas ao Coordenador Pedagógico e a unidade não ter esse

profissional. É interessante mencionar também que, a maioria dos professores vê o

acompanhamento como uma “fiscalização” e não como um momento que poderá ser

transformado em instrumento de ajudas para eles. As formações ainda são vistas

como espaço de informes e não como momentos preciosos para rever sua prática.

Acredito que tudo isso é muito presente nas instituições de ensino, pois existem

ainda muitas resistências para as mudanças e é muito cômodo para o profissional

ficar na sua “zona de conforto”, porém, não podemos perder de vista que uma das

atribuições do Coordenador Pedagógica é justamente tentar tirar esse sujeito desse

lugar, oferecendo-lhes apoio para que este se “equilibre” novamente, num

incessante movimento de equilíbrio-desequilíbrio-equilíbrio.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 UMA ABORDAGEM SOBRE EDUCAÇÃO INTEGRAL

A abordagem histórica, política e social da Educação Integral no Brasil tem

seu aporte no movimento Escola Nova, influenciado pelo pensamento do filosofo

norte-americano Jonh Dewey, que defendia princípios da democracia e da liberdade

compreendendo a escola como uma “sociedade em miniatura”. Representado pelo

educador baiano Anísio Teixeira, o pensamento de Dewey, contribuiu para

construção do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova no Brasil.

Para os pioneiros da Escola Nova, a Educação Integral, para além de uma

concepção de educação representava um direito de todos. Nesse sentido,

considerando seu significado, vale ressaltar, que o tema não surge no contexto da

então sociedade moderna, é um tema antigo e seu conceito pode ser encontrado,

ainda, na antiguidade com Aristóteles. Segundo Gadotti (2009, p:45) a Educação

Integral, era a educação que desabrochava todas as potencialidades humanas. O

ser humano é um ser de múltiplas dimensões que se desenvolvem ao longo de toda

vida.

Pensar em educação integral de tempo integral nos reporta à ideia de um

redimensionamento de tempos e espaços educativos. É consenso entre os

educadores o reconhecimento de que as horas dedicadas à educação escolar são

insuficientes e que se trata de um tempo corrompido por diversas situações: baixa

assiduidade falta de rigor no início e término das atividades, intervalos que se

prolongam e tantos outros motivos que se utilizam para liberar mais cedo ou

suspensão de aulas por qualquer motivo ou razão. A ampliação de tempos sugere

que se pense esse tempo com mais qualidade e satisfação para educandos e

educadores. Em geral, nega-se a possibilidade o redimensionamento desse tempo

em função das estruturas físicas das unidades escolares, que em sua maioria, não

oportunizam espaços e condições adequados, tais como banheiros, quadras,

cozinhas e refeitórios; para desenvolvimento de atividades. Nesse contexto, não é

possível, sequer, avançar a discussão sobre ampliação de tempos e espaços, muito

menos, como qualificar essa educação. Porém, mais uma vez, vale ressaltar o

pensamento de Anísio Teixeira com relação à educação integral.

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Precisamos restituir-lhe o dia integral, enriquecer-lhe o programa com atividades práticas, dar-lhe amplas oportunidades de formação de hábitos de vida real, organizando a escola como miniatura da comunidade, com toda a gama de suas atividades de trabalho, de estudo, de recreação e de arte. (TEIXEIRA, 1962, p.21)

A Educação Integral de Tempo Integral visa assegurar a proteção social e o

direito de aprender em íntima relação com as áreas de esportes, cultura, arte,

acompanhamento pedagógico, tecnologia digital, direitos humanos, comunicação,

meio ambiente e saúde; a partir do diálogo com o projeto político pedagógico e a

proposta curricular da escola, desenvolvendo a articulação e posteriormente o

processo de incorporação da educação integral. Nessa direção regata-se a

concepção de educação de Anísio Teixeira ao defender o processo de

descentralização da educação como princípio básico para política educacional mais

articulada com o contexto local/regional do território brasileiro, a partir da articulação

dos sistemas de educação municipal, estadual e federal.

A grande reforma da educação é, assim, uma reforma política, permanentemente descentralizante, pela qual se criem nos municípios os órgãos próprios para gerir os fundos municipais de educação e os seus modestos, mas vigorosos, no sentido de implantação local, sistemas educacionais. (TEIXEIRA, 1962, p. 23)

A grande reforma educacional proposta por Anísio exige repensar desde o

conteúdo escolar até o currículo escolar, tudo isso só terá significado se houver a

conversa aberta entre as partes interessadas, a comunidade escolar precisar rever

alguns conceitos como a valorização dos conhecimentos prévios, dos valores

vivenciados pelos alunos, porém percebe-se ainda o grande desafio mesmo na

escola de tempo regular. Gonçalves (2006, p: 03)

O conceito mais tradicional encontrado para a definição de educação integral é aquele que considera o sujeito em sua condição multidimensional, não apenas na sua dimensão cognitiva, como também na compreensão de um sujeito que é sujeito corpóreo, tem afetos e está inserido num contexto de relações. Isso vale dizer a compreensão de um sujeito que deve ser considerado em sua dimensão biopsicossocial.

As demandas atuais avançam no debate da descentralização e articulação

dos sistemas de ensino, para a gradativa autonomia das instituições escolares, que

por sua vez, amplia seu campo e suas ações educativas através de parcerias com a

família e a comunidade. Nessa perspectiva a escola se transforma à medida que se

perceba protagonista da função educadora.

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Reconhecer a escola como espaço central na promoção da educação e

compreendendo-a enquanto mediadora dos diversos saberes presentes na

comunidade. Neste sentido, se traduz,as necessidades, desejos, sonhos em função

também, dos direitos de um coletivo social. (Nunes 2009, pag. 129):

As propostas de Anísio Teixeira sempre tiveram a generosidade de uma visão de conjunto. A sua política nunca foi para uma escola, mas para o sistema de ensino, mesmo que os custos assustassem as autoridades e os grupos políticos co os quais se aliava mesmo que exigisse um recrutamento antes impensável de profissionais e sua preparação. É que, em sua concepção, cabe ao Estado tornar viável o que é necessário. As necessidades da população em termos de escolarização sempre estão em

primeiro plano da apresentação das suas propostas.

Portanto, este é um debate que só está começando, mas que vem se

afirmando como ação estratégica, para garantia da permanência e efetividade da

aprendizagem escolar de crianças, adolescentes e jovens que, seguramente,

precisam de mais tempos, espaços e oportunidades educativas.

No contexto toda Educação Básica, percebe-se que nos últimos anos muitas

foram às estratégias simplesmente todas com objetivo de repensar o cotidiano da

escola pública na perspectiva da promoção da melhoria da qualidade de ensino e da

garantia de direitos sociais que se concretizam com a garantia do direito de aprender

de todas as crianças, adolescentes e jovens deste país.

A educação integral no ponto do ponto de vista aqui abordado exige pensar

muito além do que de fato tem sido o conceito e a prática de educação integral no

contexto escolar. Este ainda se confunde com a escola de tempo integral e muitas

são as angustias por se tratar de uma educação que faz parte dos sonhos de muitos

educadores e educandos e a busca pelo seu aperfeiçoamento tem sido a luta de

muitos educadores.

2.2- UMA COISA PUXA A OUTRA: ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL

Quando se fala de escola de tempo integral é importante considerar sobre o

tempo, este será ampliado e o espaço este segundo é o lugar necessário para

cumprir a ampliação da jornada escolar.

[...] esses lugares e tempos são determinados e determinam uns ou outros modos de ensino e aprendizagem. [...] Em síntese, o espaço e o

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tempo escolares não só conformam o clima e a cultura das instituições educativas, mas também educam (VIÑAO-FRAGO, p. 99, trad. dos autores, apud Pessanha; Daniel e Menegazzo,: 2004, p. 65).

De acordo a autor acima a forma de distribuição do tempo e a maneira da

organização do espaço falam por si o tipo de ensino e aprendizagem que se

pretende priorizar. Neste tempo e neste espaço serão desenvolvidas tarefas

educativas quer sejam elas dentro da estrutura escolar ou dentro de outros espaços

educativos o mais importante é a concepção de educação integral intrínseca neste

espaço e neste tempo. Para Vasconcelos (2006 p: 05)

Em termos de uma política pública de educação, a concepção de educação integral também incorpora a idéia de uma oferta maior de oportunidades complementares de formação e enriquecimento curricular, como direito de aprendizagem das novas gerações, independentemente da lógica perversa de mercado que determina que o acesso se define por quem pode pagar mais.

Neste sentido oferecer ao educando maior tempo na escola é sinônimo de

mais aprendizagem e maior experiência escolar enriquecimento no currículo, ou

seja, preparar mais eficientemente o cidadão ao mesmo tempo garantir o tempo em

espaço educativo evitando o tempo saliente da criança. (apud ALMEIDA, 2005, p.

151) ressaltam:

Ao possibilitar às classes subalternas a apropriação do saber sistemático, revelando-lhes, por essa mediação, as relações de poder em que se estrutura a sociedade, a educação lhes permite também a compreensão do processo social global, uma vez que este saber está genética e contraditoriamente vinculado à situação social, por mais que, ideologicamente, se tente camuflar esta vinculação. O saber acaba levando ao questionamento das relações sociais, mediante um processo de conscientização do real significado dessas relações enquanto relações de poder, revelando inclusive a condição de contraditoriedade que as permeia.

A escola que ainda luta por uma educação de qualidade, após garantir o

acesso de todos a escola, agora pensa em oferecer ao aluno a possibilidade de

mais tempo neste espaço escolar. A maioria dos casos trata se de espaços

inadequados, por outro lado a mesma política pública não garante a qualidade da

escola por tempo integral ora por questões estruturais ora por interesse de relações

de poder.

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O aluno encontra com muitas dificuldades e mais uma vez a comunidade

escolar luta contra os ranços e a favor dos avanços na educação. Nesta direção, se

insere o Programa Mais Educação, enquanto estratégia de indução para

desenvolvimento de políticas de Educação Integral.

2.3 O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO

O Programa Mais Educação foi instituído pela portaria Interministerial nº

17/2007 e pelo Decreto nº 7.083, de 27 de janeiro de 2010, que integra as ações do

Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), sendo uma estratégia do Governo

federal para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular, na

perspectiva da Educação Integral.

O Programa Mais Educação trata-se de uma construção de uma ação

intersetorial entre as políticas públicas educacionais e sociais, contribuindo, desse

modo, tanto para a diminuição das desigualdades educacionais, quanto para a

valorização da diversidade cultural brasileira. Fazem parte o Ministério da educação,

o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, o Ministério da Ciência e

Tecnologia, O Ministério do esporte, O Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da

Cultura, o Ministério da Defesa e a Controladoria Geral da União. Nunes (2010,p:02)

Assim, em termos de políticas públicas de educação do governo

federal, a aprovação do Programa Mais Educação em abril de 2007, teve como objetivo a melhoria da educação nacional propondo metas para um período de 15 anos, dando prioridade a educação básica, prevendo ações em conjunto com estados e municípios brasileiros. Visto que o PDE inseriu este programa visando a ampliação de tempo e espaço educativo dos alunos das redes, conforme a portaria Normativa Interministerial Nº 17 e 19, que instituiu para o Programa Mais Educação a fomentação de educação integral de crianças e adolescente, estabelecendo as diretrizes para cooperação entre o Ministério da Educação e o Ministério de Esporte,

Essa estratégia promove a ampliação de tempos, espaços, oportunidades

educativas e o compartilhamento da tarefa de educar entre os profissionais da

educação e de outras áreas, as famílias e diferentes atores sociais, sob a

coordenação da escola e dos professores. Isso por que a Educação Integra,

associada o processo de escolarização, pressupõe a aprendizagem conectada a

vida e ao universo de interesses e de possibilidades das crianças, adolescentes e

jovens. Nunes (2010, p: 04) ainda salienta que:

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Com o objetivo de definir critérios visando a construção de quadras esportivas ou infra-estruturas esportivas em espaços escolares (Rede de Saberes, 2008). Neste aspecto não se trata apenas de um simples aumentos de tempo que já é ofertado, mas sim de um aumento qualitativo e quantitativo do processo de ensino-aprendizagem.Como se pode perceber, este programa tenta construir uma nova lógica para a organização escolar em relação a ampliação do tempo escolar nas escolas. O próprio ambiente social é uma escola e assim deve ser considerado pelos atores que os enxergam como aprendizes constantes. O entorno da escola envolve processos de reconhecimento e valorização do espaço de acordo com a disponibilidade de cada lugar.

Fica a responsabilidade para o profissional escolar, nesse caso o

Coordenador Comunitário, o desafio de adequar o Programa aos espaços

disponíveis de uso social as atividades diferenciadas que o Programa propõe em

consonância com a realidade local de cada escola. Isso possibilita o respeito à

diversidade, o enriquecimento do currículo escolar além de propiciar a participação

de profissionais da comunidade, nesse caso os monitores, na vida do aluno.

Conseguindo assim a troca de experiência rica, pois novos atores farão parte dessa

construção do conhecimento

A Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001, que instituiu o Plano Nacional de

Educação (PNE), retoma e valoriza a Educação Integral como possibilidade de

formação integral da pessoa. O PNE avança para além do texto da LDB, ao

apresentar a educação em tempo integral como objetivo do Ensino Fundamental.

Além disso, o PNE apresenta como meta, a ampliação progressiva da jornada

escolar para um período de, no minimo7 horas diárias.

Fica para o profissional escolar, neste caso o Coordenador Comunitário, o

desafio de adequar o programa aos espaços disponíveis de uso social as atividades

diferenciadas que o programa propõe em consonância com a realidade local de

cada escola. Isso possibilita o respeito à diversidade, o enriquecimento do currículo

escolar além de propiciar a participação de profissionais da comunidade, neste caso

os monitores, na vida do aluno. Conseguindo assim a troca de experiência rica, pois

novos atores farão parte dessa construção do conhecimento.

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3 PROJETO VIVENCIAL: COORDENANDO O TEMPO INTEGRAL 3.1CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

O foco da pesquisa TCC/PV e a atuação do coordenador comunitário nas

17escolas da rede municipal de Caravelas contempladas pelo Programa Mais

Educação. A cidade situa se no extremo sul baiano a mais de 900 km de sua capital

Salvador. Caravelas e uma cidade pequena com mais ou menos 23 mil habitantes e

07 distritos pequena e aconchegante caravelas foi fundada em 1503 por Américo

Vespúcio ainda hoje a cidade possui casas muito antigas em seu centro histórico .

A primeira escola construída foi estadual na década de 60 e se chama Agripiniano

de Barros na época atendia aos alunos do antigo primário e chegou funcionar neste

prédio o ginásio santo Antonio e o curso normal antigo magistério.

Na década de 70 foi inaugurado o Polivalente de Caravelas que hoje atende

somente o Ensino Médio. Durante muito tempo não existiram escolas municipais na

sede de Caravelas, no entanto com a divisão de responsabilidade do ensino entre

Governo Federal, Governo Estadual e Gestor Municipal o município a partir de 2004

construiu escolas e municipalizou algumas estaduais até então o município tinha a

maioria de suas escolas nos distritos de Barra de Caravelas, Ponta de areia,

Barcelona, Rancho Alegre, Nova Tribuna, Juerana e Ferraznópolis.

No caso dos distritos a atividade econômica mais comum é a agricultura, mas

ainda com características de agricultura familiar já na sede caravelas a atividade

econômica que ampara as pessoas mais simples, é a pesca.

A geografia dos distritos é muito desproporcional com existência de alguns

com mais de150 km de distância da sede, além disso, os distritos entre si também

são distantes o que acaba dificultando a administração principalmente quando se

trata de educação. O número de alunos da rede municipal cresceu

consideravelmente nos últimos 15 anos segundo o censo de 2013 informado pelo

INEP são 5.333 alunos desde a educação infantil até o 9º ano.

A administração pública tem encontrado dificuldades quando se trata de

qualidade de ensino muitos são os entraves e grande a luta dos profissionais em

Educação para garantir ao aluno o melhor possível, no entanto alguns fatores como

implementação do PME, formação dos profissionais e efetivação de alguns

programas nacionais em parceria com governo do estado e federal tem sido a

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angustia de quem pensa em uma educação voltada para o ensino eficaz das

crianças.

Caravelas possui hoje 32 escolas e 08 creches e o seu resultado no IDEB

segundo informação IDEB/INEP retirado do site do INEP nos anos iniciais é de 3.9 e

nos aos finais 3.1 na avaliação de 2013. Isso requer um olhar mais responsável e

cuidado para esta avaliação externa. A avaliação do IDEB de Caravelas levou a

busca de parcerias com Programas Federais que tem ajudado muito nesta

realidade, portanto, ainda existem falhas visíveis que acabam influenciando e muito

na qualidade da educação municipal.

Uma delas aqui tratada e a falta do coordenador especifico do Programa Mais

Educação ou o Coordenador Comunitário como denominado pelo Programa. Este

profissional teria como papel coordenar de perto as atividades do Mais Educação na

escola e teria disponível a carga horária de 40 horas semanais assegurado pela

gestão do município esta carga horária destinada em um única escola afim de

garantir que as atividades aconteçam de fato com sucesso.

A Secretaria de Educação do Município (SEMED) foi o grande aporte para a

realização dessa pesquisa e intervenção. Nela há uma equipe composta por

Secretaria de Educação, Técnicos em Educação, Secretária, Pessoal de apoio e

Coordenadores de ensino e dos Programas esta mesma equipe busca em comum

valores éticos profissionais, dialogo aberto, respeito ao colega e principalmente o

compromisso com o sujeito visto como o mais importante no processo educativo da

escola ,“o aluno”.

Quanto à visão da Secretaria sobre o processo de ensino aprendizagem a

mesma busca se pautar na teoria pós critica tentando respeitar o tempo de cada

aluno bem como sua realidade social, psicológica e histórica. A mesma tem

conseguido dentro de suas possibilidades participar da formação continuada dos

professores, estes mais de 80% possuem nível superior; construir o PME; orientar

construção e reconstrução do PPP nas escolas; capacitar os diretores e conselhos

escolares; coordenar juntamente com os coordenadores das escolas. Tem parceria

confortável com os Conselhos de Educação, Merenda, FUNDEB, Transporte;

comprometimento com os Programas e Projetos implantados. E neste contexto que

o Programa Mais Educação sobrevive com muitas pendências e necessidade de

melhorar. A seguir quadro demonstrativo das escolas que participam do Programa

Mais Educação quantidade de alunos por nível de ensino.

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Escola participante Numero de alunos 1ºao9º Localidade

Escola Claudionora Nobre

de Melo

578

Caravelas/sede

Escola municipal Prof.Ede

santos

175

Ponta de areia

Escola municipal Alegria do

Povo

100

Barra de caravelas

Escola Municipal Alda Nunes

Santos

139

Ponta de areia

Escola Municipal Maria da

Natividade Soares Ferreira

59

Juerana

Escola Municipal Princesa

Isabel

187

Juerana

E. Municipal Omar Cajá

183

Juerana

E.M.E.F. Domingos Carlos

da Rocha

147

Ferraznópolis

Escola Municipal do ensino

fundamental Isabel Costa

234

Caravelas /sede

Escola municipal Jose

Bonifácio

39

Juerana

Escola municipal Dep.Afrisio

Vieira Lima

273

Barra de caravelas

Escola Municipal Julio

Jerônimo

484

Juerana

Escola municipal Rui

Barbosa

173

Barcelona

Escolar em Almir Santana

Soares

224

Caravelas /sede

Escola Municipal Firmino

Pereira

254

Nova tribuna

Escola municipal Castro

Alves

226

Barcelona

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Escola Municipal Francisco

Henrique dos santos

410

Rancho alegre

Tabela 1: Quadro de escolas do Mais Educação. Fonte: SEMED de Caravelas Ba

Contudo e explicito que a formação de mais de 80% dos professores em nível

superior não influenciaram muito o resultados das atas de resultado final, pois estas

apresentam grande número de reprovação, são vários os fatores que provocam este

resultado está além das possibilidades da prática pedagógica e são de fato

problemas sociais que tomam conta da vida das crianças e adolescentes de

Caravelas. Este e o motivo pelo qual o Programa Mais Educação acontece em17

escolas do município com o objetivo maior de manter estas crianças maior tempo

possível no ambiente escolar o manual operacional de educação integra 2014,pg 04

diz que

A lei n 11.494,de 20 de junho de 2007 que instituiu o FUNDEB,determina e regulamenta a Educação básica em tempo integral e os anos iniciais e finais do ensino fundamental( art.10,inciso 3(,indicando que a legislação decorrente devera normatizar essa modalidade de educação.nesse sentido,o decreto n 6.253/07,ao assumir o estabelecido no plano nacional de educação,definiu que se considera educação básica em tempo integral a jornada escolar com duração igual ou superior a sete horas diárias,durante todo período letivo,compreendendo o tempo total que um mesmo estudante permanece na escola e ou em atividades escolares

O intuito é fazer o aluno principalmente o que não lhe são assegurado os direitos

de aprendizagem estabelecida, ficar mais tempo na escola desenvolvendo

atividades que favorecem seus saberes. Assim foi também criado e faz parte do

programa os macrocampos que são devidamente selecionados de acordo o contexto

de cada escola e o perfil dos alunos da unidade escola

Acompanhamento Pedagógico obrigatório com orientação de Estudo e

Leitura;

Cultura, Artes e Educação Patrimonial com dança, desenho, pintura entre

outros;

Educação Ambiental com Horta, Economia solidaria entre outro;

Esporte e Lazer com Atletismo, Karatê, corrida de orientação entre outros.

Educação em Direitos Humanos.

Promoção a Saúde.

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3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

A educação atual do Brasil tem se desenvolvido através das muitas ações

consolidados no plano nacional de educação. Todo esforço de educadores tem sido

voltado para o desenvolvimento da criança. Atualmente o sonho remoto de formar

cidadãos críticos e construtores de conhecimento é mais que uma ideologia, se

tornou uma necessidade em um mundo globalizado e com aparatos tecnológicos

que precisam cada vez mais de pessoas com iniciativa e capaz de agir

competentemente.

Em Caravelas Bahia o Programa Mais Educação pode ser um caminho

oportuno para fazer com que os alunos consigam fazer aquilo que é o principal papel

da escola simplesmente ensinar.

Aprender com criticidade no momento tem sido o grande desafio do aluno e

mais desafio ainda para a escola, no entanto alguns entraves em relação ao

programa tem consequentemente acontecido, muito investimento sem o resultado

esperado, pois o programa acaba não beneficiando o aluno como deveria beneficiar

e uma das causas é justamente a falta do coordenador especifico do Programa, com

a falta desse ator falta também o alinhamento entre proposta do programa com a

escola e com os monitores que estarão desenvolvendo as atividades contempladas

no macrocampos.

As atividades acabam ficando soltas visto que o diretor e o coordenador da

unidade escolar estão ocupados com outras demandas do dia a dia.

O programa não avança, pois não existem coordenação e organização dos

materiais que acabam sempre parados sem uso para o fim necessário, não

acontece o direcionamento e muito menos acompanhamento da SEMED, pois a falta

do elo entre monitor, coordenador comunitário e coordenador local da SEMED

acabam ocasionando o não cumprimento do Programa no município. Como afirma

Cruz Castro e Lima (2009) o coordenador pedagógico deve ter como atribuições

coordenar, avaliar, Orientar e gerir o ato educativo tanto nos aspectos

administrativos quanto nos pedagógicos. Nesse caso o coordenador comunitário é

inexistente nas escolas onde acontece o Programa.

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3.3 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Promover a atuação do coordenador comunitário na prática pedagógica do

Programa Mais Educação em caravelas /BA.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Construir um elo de trabalho entre SEMED, coordenador comunitário e monitor do

Programa mais Educação.

Refletir sobre a prática habitualmente adotada pelo município em relação ao

Programa Mais Educação nas escolas.

Oportunizar o desenvolvimento de metodologias diferenciadas para que o

Programa Mais Educação seja efetivado em Caravelas/BA.

3.4 METODOLOGIA

A proposta deste TCC/PV não é somente falar sobre os problemas causados

ao PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO pela falta do coordenador comunitário, e muito

menos somente apontar o que precisa ser mudado a intenção é propor uma forma

de sanar ou ao menos amenizar os problemas existentes pela falta da ação

pedagógica.

Dessa forma foram aqui citados como propostas algumas ações que poderão

ser colaborativas na resolução de problemas causados pela inexistência do

coordenador comunitário.

Um trabalho que requer avaliação reflexiva voltada para ação- reflexão- ação

de maneira que tenhamos na práxis pedagógica uma visão dentro de uma esfera

global e local.

Para tanto se faz necessário um plano de trabalho flexível e aberto a novas

discussões. Diante disso, as ações interventivas delineadas para o alcance dos

objetivos foram:

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Realizar uma reunião a fim de sensibilizar o Gestor Municipal quanto à importância

do coordenador comunitário nas escolas.

Promover um seminário com diretores e coordenadores pedagógicos,

coordenadores comunitários, monitores das escolas com a presença do gestor

municipal a fim de refletir sobre a proposta do programa e o papel do coordenador

comunitário

Realizar reunião trimestral com secretaria de Educação, diretores, corpo docente e

monitores para avaliar a metas alcançadas e traçar novas metas além de outras

ações para intervenção sobre as dificuldades detectadas, possibilitando um trabalho

coletivo em prol da aprendizagem dos educando através do Programa Mais

Educação;

.

Construir um documento detalhando o perfil ideal do coordenador comunitário para

assumir a função.

Realizar a formação mensal do coordenador comunitário a ser realizado pelo

coordenador local na SEMED.

Acompanhar os planejamentos dos coordenadores comunitários através de

reuniões pedagógicas a cada dois meses propondo soluções diferenciadas de

acordo com a realidade e das atividades de cada escola.

Organizar feira cultural com apresentação dos trabalhos realizados pelos alunos e

participação de todas as escolas do município anualmente.

Elaborar de relatório final embasado nas atividades do coordenador comunitário e

dos atores envolvidos no programa.

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3.5 CRONOGRAMA

DESCRIÇÃO DAS AÇÕES

RESPONSÁVEIS

PRAZO PARAEXECUÇÃO

Realizar uma reunião a fim

de sensibilizar o Gestor

Municipal quanto à

importância do coordenador

comunitário nas escolas.

Gestor municipal

Secretária de educação

Coordenador local do

município.

Janeiro de 2016

Promover um seminário com

diretores e coordenadores

pedagógicos, coordenadores

comunitários, monitores das

escolas com a presença do

gestor municipal a fim de

refletir sobre a proposta do

programa e o papel do

coordenador comunitário

Equipe da secretaria

municipal de educação

diretores e coordenadores

pedagógicos, coordenadores

comunitários, monitores e

gestor municipal

Fevereiro de 2016

Realizar reunião trimestral

com secretaria de Educação,

diretores, corpo docente e

monitores para avaliar a

metas alcançadas e traçar

novas metas além de outras

ações para intervenção

sobre as dificuldades

detectadas, possibilitando

um trabalho coletivo em prol

da aprendizagem dos

educando através do

Coordenador local do

município, secretaria de

educação, coordenador

comunitário, diretores,

coordenadores pedagógicos

e monitores.

Abril de 2016

Julho de 2016

Outubro de 2016

Janeiro de 2016

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Programa Mais Educação;

Construir um documento

detalhando o perfil ideal

do coordenador

comunitário para assumir

a função.

Equipe da SEMED, diretores

e coordenadores

pedagógicos e conselho

municipal de educação.

Fevereiro de 2016

Realizar a formação mensal

do coordenador comunitário

a ser realizado pelo

coordenador local na

SEMED.

Coordenador local do

município juntamente com

Equipe da SEMED

Fevereiro de 2016

A

Novembro de 2016

Acompanha através de

reuniões pedagógicas os

planejamentos dos

coordenadores comunitários

a cada dois meses propondo

soluções diferenciadas de

acordo com a realidade e

das atividades de cada

escola.

Coordenador local do

município e coordenador

comunitário

Fevereiro de 2016

Abril de 2016

Junho de 2016

Agosto de 2016

Outubro de 2016

Dezembro de 2016

Organizar feira cultural com

apresentação dos trabalhos

realizados pelos alunos e

participação de todas as

escolas do município

anualmente.

Coordenador local da

SEMED, coordenador

comunitário, diretores e

coordenadores pedagógicos,

monitores, professores,

Pais de alunos e

comunidade.

Novembro de 2016

Elaborar de relatório final Coordenador local da

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embasado nas atividades do

coordenador comunitário e

dos atores envolvidos no

programa.

SEMED, coordenador

comunitário, diretores e

coordenadores pedagógicos.

Dezembro de 2016

3.6 RESULTADOS ESPERADOS

Coordenar, planejar, implementar ações, acompanhar e avaliar é a função do

Coordenador Comunitário e sem ele estas ações não poderão de forma alguma ser

realizadas e como consequência disso as atividades aqui propostas também não.

Logo o primeiro resultado esperado é a realização da mobilização da

Secretaria de Educação e do Gestor Municipal depois disso espera se que com as

ações aqui descritas todos se sintam responsáveis e cumpram cada ator com seu

papel a fim de que a criança possa de fato aprender participando efetivamente do

Programa de maneira mais organizada;

O Segundo resultado esperado é que os Coordenadores Comunitários

escolhidos com o perfil adequado consigam planejar com os monitores e estar em

constante formação continuada com o objetivo de alcançar o seu sucesso também o

sucesso do aluno.

Enfim espera se que o Coordenador Comunitário inexistente passe a existir,

porém com o compromisso e competência para que a proposta do Programa Mais

Educação seja de fato efetivada em Caravelas/BA.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O acompanhamento pedagógico se faz necessário para uma articulação

entre, escola, comunidade e diversos setores da sociedade direta ou indiretamente

responsável pela educação. Este profissional promove encontros e reuniões a fim de

refletir sobre desafios, organiza as estratégias para ampliar os tempos e espaços e

oportunidades educativas construindo e compartilhando com os professores os

desafios e caminhos para o acontecimento do ensino de qualidade dentro da escola.

Trata-se de transformar a escola como espaço central da educação onde ela

se torna mediadora entre o saber sistematizado e os diversos saberes presentes na

comunidade, e consequentemente o contexto social das crianças presentes na

escola configurando desejos e direitos de um coletivo social.

È preciso sempre mover-se para um debate promovendo o sucesso da

permanência da criança, adolescentes e jovens com mais tempos, espaços e

oportunidades educativas.

Assim, o acompanhamento pedagógico deverá estar sustentado num

consenso entre escola, professores e comunidade, e o reconhecimento de que seu

papel neste ambiente é de suma importância para as novas possibilidades devido a

busca constante de metodologias que atendam a necessidade dos alunos

influenciando diretamente em seu aprendizado.

Para tanto é preciso que o Coordenador Comunitário tenha a concepção

moderna da Educação Integral e acredite que a mesma desenvolve-se em vários

ambientes, isto é valorizar o aprendizado através do meio onde vivemos e da

sociedade a qual estamos envolvidos.

Assim o coordenador comunitário deverá estar pronto para acompanhar,

direcionar, solucionar junto aos professores e escolas os caminhos para enfrentar as

dificuldades e os desafios que surgem no dia a dia da aprendizagem.

A escolha do Programa Mais Educação foi intencional levando em

consideração a possibilidade da construção de um projeto de intervenção que

viabilize a gestão eficaz do Programa dentro do município.

As ações do projeto não se encerram no final do ano letivo, mas renasce a

cada ano visto que as vivências do Programa somente fortalecem o empenho e a

construção de novas metas e novas ações.

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Ações estas, que vão com certeza permear a vontade de fazer da educação

que temos a educação que queremos uma educação integral que vise além da

permanência do aluno na escola, o sucesso dele como ser multidimensional capaz

de criar, recriar e vencer os entraves que ainda virão .

Ficou aqui no final do TCC/PV a insatisfação com os poucos artigos e autores

que falam sobre tema as pesquisas também são poucas fica a sugestão para

Coordenadores locais e Coordenadores Comunitários e demais profissionais da

Educação de mais leitura e estudo sobre o Programa e principalmente sobre os

anseios da Educação Integral.

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