indisciplina na escola: impactos e desafios no...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CECOP 3 JOANA RODRIGUES GONÇALVES MAGALHÃES INDISCIPLINA NA ESCOLA: IMPACTOS E DESAFIOS NO ENSINO-APRENDIZAGEM. Salvador 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3

JOANA RODRIGUES GONÇALVES MAGALHÃES

INDISCIPLINA NA ESCOLA: IMPACTOS E DESAFIOS NO

ENSINO-APRENDIZAGEM.

Salvador 2015

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JOANA RODRIGUES GONÇALVES MAGALHÃES

INDISCIPLINA NA ESCOLA: IMPACTOS E DESAFIOS NO

ENSINO-APRENDIZAGEM.

Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientadora: Profª. Esp. Regina Celia Moreira Suzart

Salvador 2015

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JOANA RODRIGUES GONÇALVES MAGALHÃES

INDISCIPLINA NA ESCOLA: IMPACTOS E DESAFIOS NO ENSINO-

APRENDIZAGEM.

Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.

Aprovado em janeiro de 2016.

Banca Examinadora

Primeiro Avaliador.____________________________________________________ Segundo Avaliador. ___________________________________________________ Terceiro Avaliador. ____________________________________________________

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Dedico este trabalho em especial aos meus pais Ana e Silvino, meus irmãos

Marilene, Eulina, Josué e Geovânio, cunhadas, minha sogra Dona Edite, meu

esposo Dorival e minha filha Mariana, pelo apoio e incentivo dedicados a mim

durante a realização do curso.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me permitir mais esta conquista.

Aos meus familiares, pelo apoio neste momento. A todos, meu muito obrigado.

A minha orientadora, Profª: Regina Celia Moreira Suzart pela paciência e

competência ao me auxiliar nesta jornada.

À Faculdade de Educação da UFBA e ao Programa Escola de Gestores, por

levarem a cabo esta iniciativa que beneficia tantos Coordenadores Pedagógicos

como eu.

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[…] o professor também tem que reaprender seu ofício e reinventar seu campo de

conhecimento a cada encontro. […] o aluno concreto (aquele do dia a dia), de forma

oposta, obriga-nos a sondar novas estratégias, experimentações de diferentes

ordens. (AQUINO, 1996, p. 54)

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MAGALHÃES, Joana Rodrigues Gonçalves. A indisciplina na escola: Impactos e

desafios no ensino – aprendizagem. A partir de uma pesquisa de campo na

Escola José Braz Cavalcante em Carinhanha – BA. Projeto Vivencial

(Especialização) – Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação,

Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

RESUMO

O presente trabalho, fala sobre a Indisciplina na escola e os impactos e desafios no ensino – aprendizagem a partir de uma pesquisa de campo na Escola José Braz Cavalcante em Carinhanha – BA e tem como objetivo Promover ações socioeducativas e preventivas na Escola José Braz Cavalcante, envolvendo os professores para tentar pelo menos minimizar os atos de indisciplina na sala de aula. Acredita-se que este tema interfere diretamente no processo de ensino-aprendizagem. A partir deste foco o presente estudo será desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica, pesquisa-ação e entrevistas semiestruturadas. Analisaremos a relação entre professor-aluno, os possíveis fatores que contribuem para a indisciplina no contexto escolar e apresentaremos possíveis alternativas pedagógicas para minimizar o problema. Através da pesquisa feita foi possível observar que não existe somente uma causa geradora da indisciplina e sim vários fatores, como falta de limites pela família, metodologia do professor, currículo inadequado, mas através de um trabalho com os professores é possível minimizar os efeitos da indisciplina no ambiente escolar. Palavras-chave: Indisciplina. Ensino-aprendizagem. Aluno.

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MAGALHÃES, Joana Rodrigues Gonçalves. The indiscipline in schools: Impacts and challenges in teaching - learning. From a field research in the School Jose Braz Cavalcante in Carinhanha - BA. Experiential Design (Specialisation) - National Program Managers School, Faculty of Education, Federal University of Bahia, Salvador, 2015.

ABSTRACT

This paper talks about the indiscipline in school and the impacts and challenges in teaching - learning from field research at the School José Braz Cavalcante in Carinhanha - BA and aims to promote educational and preventive social actions in the School Jose Braz Cavalcante involving teachers to try to at least minimize the acts of indiscipline in the classroom. It is believed that this issue directly affects the teaching-learning process. From this focus this study will be developed through a literature search, research-action and semi-structured interviews. Analyze the relationship between teacher and student, the possible factors contributing to the lack of discipline in the school context and present possible pedagogical alternatives to minimize the problem. Through the research done it was observed that there is not only a generator because of indiscipline but several factors such as lack of boundaries by the family, professor of methodology, inappropriate curriculum, but by working with teachers can minimize the effects of indiscipline in the school environment.

Keywords: indiscipline. Teaching and learning. Student.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

CRAS Centro de Referência da Assistência Social.

EJA Educação de Jovens e Adultos

IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

NAEIC Núcleo de Assistência a Educação Inclusiva de Carinhanha

PDDE Programa Dinheiro Direto na Escola

PPP Projeto Político – Pedagógico

TCC Trabalho de Conclusão de curso

UFBA Universidade Federal da Bahia

UNB Universidade de Brasília

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................. 11

CAPÍTULO I................................................................................................. 13

1. MEMORIAL................................................................................................ 13

1.1 PERCURSO DE MINHA VIDA PESSOAL, EDUCATIVA E PROFISSIONAL..........................................................................................

13

CAPÍTULO II................................................................................................ 17

2. REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 17

2.1 A INDISCIPLINA NA ESCOLA E OS DIVERSOS OLHARES DOS TEÓRICOS...............................................................................................

17

CAPITULO III.............................................................................................. 25

3. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................................................................ 25

3.1 INDISACIPLINA NA SALA DE AULA E OS DESAFIOS DE ENFRENTAMENTOS E PREVENÇÃO PARA MELHORIA DO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM..........................................

25

3.1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA ........................................................... 26

3.1.2 DIAGNÓSTICO DA ESCOLA..................................................................... 29

3.1.3 METODOLOGIA.......................................................................................... 30

3.1.4 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA................................................... 31

3.1.5 CRONOGRAMA.......................................................................................... 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 34

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS............................................................. 35

APÊNDICE.................................................................................................. 37

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INTRODUÇÃO

O presente estudo visa apresentar as percepções e conclusões acerca da

Indisciplina na escola: Impacto e desafios no ensino aprendizagem.

Para alavancar os estudos, o ponto de partida será a busca de respostas

sobre os impactos políticos – pedagógicos causados pela indisciplina escolar que

interferem no processo ensino – aprendizagem da escola José Braz Cavalcante do

município de Carinhanha Bahia. Com o intuito de responder essa questão

elencamos o seguinte objetivo geral: Promover ações socioeducativas e preventivas

na Escola José Braz Cavalcante, envolvendo professores para tentar pelo menos

minimizar os atos de indisciplina na escola.

Percebe-se que a indisciplina no contexto escolar é um dos maiores

problemas encontrados nos dias atuais nas salas de aula, pois trabalho na escola

José Braz Cavalcante há três anos e observando o dia a dia dos alunos percebe-se

que os mesmos são muito indisciplinados. O momento da aula que era pra ser de

aprendizado é utilizado para conversar com os colegas, o professor não consegue

trabalhar os conteúdos, e com isso acaba prejudicando a aprendizagem dos

mesmos.

Por isso, que o tema Indisciplina na escola: Impacto e desafios no ensino

aprendizagem tornou-se relevante para este estudo e para a minha reflexão

enquanto coordenadora pedagógica que busca a cada dia entender e enfrentar os

desafios na sala de aula causado pela indisciplina e definir os papéis para a

melhoria da situação possibilitando a aproximação do professor que ainda não

aceitam compartilhar com o coordenador as práticas pedagógicas a fim de melhorá-

las através de debates e interferências em relação às interações no ambiente

escolar e estes serão decisivos para um ensino-aprendizagem significativo e de

qualidade.

O estudo será apresentado em três capítulos, os quais versarão

primeiramente sobre uma perspectiva acerca do olhar sobre a indisciplina na escola,

no segundo capítulo sobre a indisciplina na escola e os diversos olhares dos teóricos

e como último capítulo um projeto vivencial de intervenção.

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Os capítulos atenderão aos objetivos deste trabalho, que para subsidiar a

pesquisa utilizará a observação em campo e o estudo bibliográfico de referenciais

teóricos que abordam sobre o tema como suporte principal para a construção das

ideais e elaboração das provisórias conclusões sobre o tema.

Essa pesquisa ajudou muito enquanto coordenadora pedagógica na questão

de como ser uma mediadora entre o professor e aluno diante de um ato indisciplinar

ou não, ao estudar as referências bibliográficas, aplicar os questionários e observar

os alunos em outras situações a não ser a de sala de aula me mostraram como

posso está agindo e sugerindo ações que venham auxiliar em atos indisciplinares.

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CAPÍTULO I

1 MEMORIAL

1.1 PERCURSOS DE MINHA VIDA PESSOAL, EDUCATIVA E

PROFISSIONAL

Escrever este memorial foi algo maravilhoso, pois apenas revivi a minha

trajetória pessoal, educacional e profissional, dessa forma seguindo o conselho de

Bosi que me ajudou nesta viagem, pois, segundo o autor:

“Na maioria das vezes, lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar, com imagens e ideias de hoje, as experiências do passado.” (BOSI, 1999; p.55)

Com isso descobri que essas lembranças estão vivas, muito vivas, dentro de

mim e, pois diariamente, recordo-me o que vivi há muito tempo na minha vida

pessoal, profissional e acadêmica.

Na lembrança, o passado se torna presente e se transfigura contaminado pelo aqui e o agora. Esforço-me por recuperá-lo tal como realmente e objetivamente foi, mas não posso separar o passado do presente, e o que encontro é sempre o meu pensamento atual sobre o passado, é o presente projetado sobre o passado (SOARES,1991, p.37-8)

De acordo, com SOARES, 1991, a lembrança não é resgatada de maneira

linear, seguida, em discurso encadeado e lógico. O vivido não é guardado em

gavetas dentro da gente, apesar de a origem etimológica indicar um lugar de seu

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arquivamento: a memória. Sim, porque recordar significava, em sua raiz, tirar da

mente, onde supostamente ficavam guardadas as nossas lembranças.

Eu sou Joana Rodrigues Gonçalves Magalhães, nasci no dia 29 de setembro

do ano de 1978 no município de Carinhanha na Bahia, onde resido até hoje. Sempre

estudei em escolas públicas, pois até a 4ª série estudei na zona rural. No ano de

1993 fui estudar em Carinhanha, em uma escola estadual, cidade que fica as

margens de dois Rios O Carinhanha e o Rio São Francisco, os meus colegas eram

muito indisciplinados, mas obedecia aos professores, aprendíamos por medo, dos

pais e professores, eu e meus irmãos sofríamos muito porque éramos disciplinados,

e os colegas eram indisciplinados eles nos achavam bobos, colocavam apelidos,

sofríamos por termos vindo da zona rural, em 1996 terminei o ensino fundamental 8º

série na escola Estadual Coronel João Duque. EU tinha duas opções fazer

magistério ou formação geral, optei por estudar os dois, magistério e formação geral.

Então no ano de 1996 iniciei o magistério onde fiz vários estágios, época em que

descobri a minha vocação trabalhar na educação e em 1999 conclui o Magistério na

mesma escola e a Formação geral em outra escola chamada Educandário São

José. Vejo que não existe quase nada do que fui, pois a cada dia procuro reconstruir

e construir uma nova história através do conhecimento e da busca novos caminhos.

Chegou a preocupação, tinha que trabalhar, então no ano de 2000 comecei a

trabalhar contratada pela prefeitura, com a educação infantil de quatro anos onde eu

tive que procurar os alunos para trabalhar em uma escola do município em que

resido, no ano seguinte em 2001 passei em um concurso para professora nível I fui

aprovada em 4º lugar, fui trabalhar na zona rural com a multissérie (da 1ª a 4ª série

do ensino fundamental) ficando durante oito anos. Dessa forma percebi o quanto um

ser humano depende do outro segundo o mestre Paulo Freire:

(...) Quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar a ação pelo qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. (FREIRE, 2011, p. 25)

Sabemos que o educador precisa aprender e ensinar ao mesmo tempo, pois

durante esses oito anos nesta escola aprendi e ensinei bastante os meus alunos. Reporto-me a fala de Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia que

diz: “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender” (p. 25)

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Sabendo disto, foi que aprendi não somente com meus professores, mas

também com os colegas de trabalho e com meus alunos, pois cada momento era um

ensinamento. Então percebi que muitas vezes era preciso traçar novos caminhos e

mudar a maneira de ensinar.

Em 2001, participai de uma capacitação em serviço organizado e realizado

pelo PDE Pedagógico oferecido por uma escola do estado. Em 2006 fiz um curso

básico de informática do projeto inclusão digital oferecido pela prefeitura de

Carinhanha. No ano de 2007 iniciei a minha graduação em pedagogia pela

Universidade de Brasília, (UNB) a qual estudei durante cinco anos, o tema do meu

TCC foi “Cultura popular brasileira/Folclore no Ensino Fundamental” porque a cidade

em que moro é muito rica em culturas populares como reisados, a mulinha de ouro,

bumba meu boi, rezas pra chover, dança do caboclo, entre outros.

Em 2009 a escola em que eu trabalhava na zona rural nucleou por falta de

alunos, então fui trabalhar em outra escola que fica no povoado de Angico, próximo

do município que moro, onde fiquei por quatro anos e durante esses anos participei

de várias formações como: Formação de formadores em Alfabetização e Letramento

com Ênfase na proposta para alfabetizar, através do instituto Anísio Teixeira com

carga horária de cem horas. Em 2010 participei da capacitação pedagógica do

programa de Aceleração da Aprendizagem pelo instituto Alfa e Beto, em 2011

participei de dois eventos de extensão da Educação Ambiental e ciclos de Palestras

oferecidas pela UNB (Universidade de Brasília), em 2012 participei de um seminário

sobre Projetos de Pesquisas pela Universidade de Brasília, (UNB). No mesmo ano

fui para Brasília participar de um seminário sobre Educação tecnológica: Desafios

para o Projeto Universidade de Brasília.

Em 2013 conclui minha licenciatura em Pedagogia pela Universidade de

Brasília, onde nesse mesmo ano fui pesquisadora de um livro sobre a cultura

popular do Município de Carinhanha, onde culminou em um livro “Carinhanha entre

rios de histórias”, Esse livro foi fundamental para o município de Carinhanha, pois

mostrou várias histórias narradas por seus moradores que são pescadores,

fiandeiras, agricultores, quilombolas, assentados e ribeirinhos. Contudo também

valorizou a história e a cultura de um povo através de costumes, práticas, saberes,

festas e tradições. Por isso se percebe que através deste livro Carinhanha teve a

oportunidade de relatar suas memórias e histórias de vida, mantendo vivas as

lembranças para as próximas gerações.

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Nossa que alegria! No início de 2013 voltei a trabalhar na cidade onde moro,

como coordenadora pedagógica de uma escola que recebe crianças, adolescentes e

adultos com idades variadas.

Em 2014 conclui um curso em coordenação pedagógica ministrado pela

Primer cursos do Brasil e um curso de introdução a Educação Infantil, mas também

iniciei a minha licenciatura em coordenação pedagógica no Polo de Santa Maria da

Vitória pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Das experiências profissionais que foram muito importantes na escolha do

meu objeto de estudo foi perceber que na escola que eu atuo como coordenadora

há bastante tempo os alunos são muito indisciplinados, pois a maioria dos

professores não consegue validar a proposta didática, porque os alunos não param

para ouvir as explicações dos professores, conversam o tempo todo, além disso,

falam muito alto e muitas vezes usam de empurrões e xingamentos para resolver os

conflitos, as professoras mandam todos para a diretoria, alegando não conseguir dar

aula, a Direção determinou tirar o recreio e pediu aos professores que ficassem na

sala com os alunos utilizando jogos, mas não funcionou com os alunos do

Fundamental II, os professores alegaram que precisavam ir ao banheiro e lanchar,

isso só funcionou em partes com o Fundamental I. Sob essa ótica se percebe a

necessidade de tentar amenizar o problema da indisciplina e isso só acontece com

ação-reflexão-ação.

A minha proposta de Intervenção vai ajudar os professores a enfrentar os

desafios- na sala de aula causado pela indisciplina e definindo os papéis para a

melhoria da situação possibilitando a aproximação do professor que ainda não

aceitam compartilhar com o coordenador as práticas pedagógicas a fim de melhorá-

las através de debates e interferências em relação as interações no ambiente

escolar e estes serão decisivos para um ensino-aprendizagem significativo e de

qualidade.

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CAPÍTULO II

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A INDISCIPLINA NA ESCOLA E OS DIVERSOS OLHARES

DOS TEÓRICOS.

A indisciplina escolar tem sido alvo de inúmeras discussões entre os

educadores brasileiros dos diferentes, níveis de ensino, desde a Educação Básica

até o Ensino Superior, conforme podemos comprovar nos estudos realizados por

AQUINO (1996), VASCONCELLOS (1956), FREIRE (1996,2011) CANDAU (1998)

entre outros.

De modo geral, a indisciplina apresenta-se como um importante obstáculo no

processo ensino-aprendizagem, prejudicando o exercício da função docente e o

aproveitamento dos conhecimentos ministrados por parte dos alunos envolvidos.

Para Aquino (1998), indisciplina e baixo aproveitamento dos alunos representam

dois dos grandes males da escola contemporânea, geradores do fracasso escolar e

os principais obstáculos para o trabalho docente.

Esta tem sido uma preocupação constante entre os educadores e tem

mobilizado a comunidade escolar em geral, tornando-se o principal foco das

reuniões de pais e mestres, conselhos de classe, etc.

A indisciplina nas escolas, sobretudo nos bairros com problemas sociais, não

é algo que acontece somente nas escolas de Carinhanha, ao contrário está presente

em todas as escolas brasileiras. E esse é um dos aspectos que mais preocupam os

pais e educadores das escolas públicas e particulares. Segundo Ruotti:

Não basta mudar o comportamento de alguns alunos se não houver apoio mais amplo dentro das escolas, pois se a intervenção for bem sucedida e os alunos mudarem de comportamento eles não terão como exercitar esse novo roteiro de condutas estando na contramão das normas dos colegas (RUOTTI, 2007, p. 19)

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Diante desse quadro a indisciplina nas escolas é causada por diversos fatores

como desestrutura familiar, metodologias dos professores, falta de planejamento por

parte dos professores, falta de currículo de acordo com a realidade escolar, falta de

conhecimento de professores de como lidar com a indisciplina entre outros. Vale

ressaltar que no processo de ensino aprendizagem a indisciplina não é resultante de

fatos isolados, mas de muitos fatos e de influências que recaem sobre a criança e o

adolescente ao longo de seu dia a dia.

Hoje, a família tem delegado suas funções e responsabilidades

exclusivamente à escola, tornando-a vítima de críticas pelo seu insucesso.

A tarefa de educar não é de responsabilidade da escola, é tarefa da família, que ao educador cabe repassar seus conhecimentos acumulados, ele ainda aponta que a solução pode estar na forma da relação entre professor e aluno, ou seja, a forma que suas relações e vínculos se estabelecem aponta também que a solução pode estar no desenvolvimento do resgate da moralidade discente através da relação com o conhecimento e que esse conhecimento deve ser construído socialmente, sem rigidez ou autoridade (AQUINO, 1996, p. 98)

O professor precisa desempenhar o seu papel de ensinar e a família a de

educar seus filhos. Pois na maioria das vezes o aluno ao chegar à escola não aceita

que o professor impõe regras, devido em seu meio de convivência familiar não lhe

dar limites. Quando se tenta impor a disciplina, a rebeldia e a revolta aparecem,

assim ao chegar à escola eles acham que perturbar o professor é a melhor forma de

chamar atenção.

(…) O trabalho do professor do educador é estressante; ele procura um pouco de paz para poder respirar; daí espera o comportamento dócil, passivo do aluno. É claro que esta expectativa se coloca a partir do círculo da alienação em que se encontra, onde seu desejo, alienado, não busca a interação, o encontro, a comunicação, mas o isolamento, o fechamento, a obediência, a submissão, com a esperança de reencontrar assim o espaço vital que sente falta. (…) (VASCONCELLOS, 2005, p.47)

Pode-se compreender então que, do modo como muitos professores vem

agindo na tentativa de reverter o problema, acaba por agravá-lo. É preciso haver um

dialogo entre os envolvidos no processo a começar pela discussão de como

encaminhar este problema, e a construção coletiva do Regimento Interno pode ser

um começo. No entanto, sabemos que a maioria das escolas não tem Regimento ou

muitas vezes eles usam o Regimento Unificado. É necessário que cada instituição

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escolar construa seu próprio Regimento, pois existem em cada uma delas realidades

diferentes.

Nos dias atuais os jovens e as crianças não têm limites em casa e nem tão

poucas regras. De acordo com AQUINO, (1998, p.7) As crianças de hoje em dia não

têm limites, não reconhece a autoridade, não respeitam as regras, a

responsabilidade por isso é dos pais que tem se tornado muito permissivo.

Podemos perceber que nos dias atuais os alunos se tornaram indisciplinados,

sem limites, sem regras, ou seja, desconhecem uma boa educação, acham que são

donos de si, não precisam obedecer e nem respeitar ordem de ninguém. Sob essa

ótica se percebe que as crianças e adolescente chegam a escola e grita com os

colegas, quer mandar no professor. Como afirma Júlio Groppa Aquino (2003) a

indisciplina se trata de um fenômeno escolar que ultrapassa fronteiras socioculturais

e também econômicas nascendo da falta de afetividade, do resgate de valores. E

com isso acaba gerando crianças indisciplinadas que não admitem ordens e não

aceitam regras, tão pouco limites impostos pelo professor ou pela escola.

No processo de ensino-aprendizagem a indisciplina pode inibir a

aprendizagem e levar os alunos ao fracasso escolar que é um problema sério,

acontece através da troca de agressões físicas e verbais entre alunos ou alunos e

professores. Desta forma é importante discutir a relação entre os conceitos de

indisciplina no contexto escolar e, particularmente, na relação professor-aluno pois,

para muitos autores o que acontece dentro da escola é apenas reflexo do que ocorre

fora dela e pode se manifestar de diversas formas dependendo do ambiente onde

ela vive. A indisciplina na sala de aula na maioria das vezes sabe-se que é culpa do

professor, que não planeja, e muitas vezes vão para a sala de aula sem um

planejamento, uma aula bem preparada dinamizada e bem estruturada atrai a

atenção dos alunos e melhora a disciplina. Por isso hoje a tarefa de planejar é bem

mais complexa, não se trata de ter condições de planejamento, mas de se resgatar o

significado e dar a importância devida a este elemento indispensável para o sucesso

do Projeto Político Pedagógico. Mesmo sabendo que a maioria das escolas

brasileiras tem PPP, mas desatualizado, os gestores acham que o PPP não serve

para nada é apenas um documento de gaveta. O PPP deve ser aquele que dialogue

com uma proposta efetiva de políticas públicas sérias que sejam elaboradas de

nosso próprio lugar, que tenham a nossa cara, o nosso jeito de ser, de sentir, de agir

e de viver, assim não devemos esquecer que:

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Os conflitos e lutas pelo poder, os meios de resistência, as alianças, os valores, as normas, os modelos de aprendizagem, as atitudes do professor, as relações entre as pessoas, a participação dos pais e dos alunos e o modo como esses atores escolares se comunicam são aspectos que vão influenciar, com vigor, o tipo de PPP que será elaborado e os rumos que seguirá no processo de sua implementação (AZEVEDO s/d).

Desta forma queremos que a comunidade escolar possa fazer uso desta

análise extraindo do mesmo os subsídios para mudanças necessárias ao bom

funcionamento do PPP, promovendo a reflexão sobre prática/teoria do grupo e a

partir daí melhorar a aprendizagem da escola. É necessário que todos que

trabalham na escola conheçam o PPP Assim, daremos um sentido bem mais

profundo e coerente à seleção de conteúdos, dos procedimentos metodológicos e

dos instrumentos de avaliação, assegurando sua perfeita integração. Segundo

Vasconcelos (2007), é no cotidiano escolar que estas grandes dimensões do

planejamento costumam se traduzir para o professor, quando ele se preocupa com

“o quê” vai ser ensinado, como vai ser trabalhado, por que e para quê vai ser

trabalhado e como vai se souber se os alunos estão assimilando ou não e o que

fazer diante disto.

Podemos perceber que para planejar é necessário o conhecimento da

realidade do contexto escolar, analisando e selecionado conteúdos que contribuirão

para um ótimo desenvolvimento do ensino-aprendizagem. Utilizando uma

metodologia diversificada e adequada às necessidades do educando, os professores

constatarão se houve ou não crescimento na aprendizagem, refletindo assim, em

novas estratégias na prática pedagógica. Para Aquino (1996, p. 40), “embora o

fenômeno da indisciplina seja um velho conhecido de toda sua relevância teórica

não é tão nítida”. Ele afirma que:

A escola passou a ser vista como um campo de batalhas, onde educadores se manifestam suas insatisfações com o salário, condições de trabalhos entre outros em vez de transmitir conhecimentos e melhorar o ensino aprendizagem.

Ainda sobre Aquino (1996, p. 09)

“há muito os distúrbios disciplinares deixaram de ser um evento esporádico e particular no cotidiano das escolas brasileiras, para se tornarem, talvez, um dos maiores obstáculos pedagógicos dos dias atuais.”

21

O autor afirma que são muitas as causas da indisciplina escolar como, por

exemplo, quando o bairro é violento, tem muitos problemas sociais, acaba

assustando professores que vem de outras localidades.

A indisciplina em sala de aula e na escola é atualmente um dos grandes

problemas colocados para os educadores, pois estamos vivendo a crise da

indisciplina no mundo atual. Pois pesquisas mostram o quanto se perde de tempo

em sala de aula com questões de disciplina. No entanto sabe-se que os alunos se

manifestam de várias formas com conversas paralelas, dispersão, o professor entra

na sala e é como se não tivesse entrado, dá lição e a maioria não faz alunos não

trazem material, se negam a participar da aula, parece que nada interessa a ele,

saem das salas sem pedir licença, ficam de boné durante a aula, escrevem nas

paredes, brigam entre outros fatores. Chagas afirma que:

A indisciplina no meio educacional é vista como a manifestação de um aluno com um comportamento inadequado, um sinal de rebeldia, intransigência, desacato, traduzido na falta de educação ou desrespeito pelas regras preestabelecidas, na bagunça, agitação ou desinteresse (CHAGAS, 2001, p.39).

A indisciplina escolar sempre chamou atenção. Porque na maioria das vezes,

dificulta o aprendizado, não só do educando indisciplinado, mas de todos os que se

encontram na sala de aula, causando transtornos, falta de atenção, desinteresse e

por consequência baixo rendimento escolar. Como cita Paulo Freire (1996) o

educador deve conhecer o dia a dia do aluno, porque é nessa realidade que o aluno

desenvolve seus instintos e desabrocha a indisciplina.

Sabe-se que na maioria das vezes os professores reclamam fazendo

generalizações, dizendo que todos os alunos vão mal, desligados, que não

conseguem trabalhar, mas acontece que na mesma escola, na mesma sala de aula

existem professores que conseguem fazer um bom trabalho. Mas como diz

VASCONCELLOS (1956)

O professor que realmente é um bom professor tem de trabalhar com a realidade que tem em sala de aula, não adiante se lamentar, jogando a culpa aqui acolá. São estes os alunos que tem e com eles que tem que trabalhar; é esta a escola; é este o País.

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Esta é a realidade das escolas, em qualquer parte do mundo, a situação não

é fácil, se eu tenho alunos indisciplinados, são esses os alunos que tenho que

trabalhar e não ficar jogando somente a responsabilidade na família ou na

sociedade.

Em pleno século XXI percebe-se que a indisciplina na sala de aula na maioria

das vezes é culpa do professor, pois uma aula bem preparada dinamizada e bem

estruturada atrai a atenção dos alunos e melhora a disciplina, assim sabemos que

muitos professores não conseguem lidar com a indisciplina dos alunos e acabam

usando formas que lhe convém como colocando-os para fora da sala de aula,

privando –os de aprender os conteúdos estudados Então, a partir destas práticas, o

professor precisa estabelecer ações para solucionar ou prevenir problemas de

indisciplina, refletindo sobre o grau de participação dos alunos e comunidade

escolar, na hora de estabelecer normas de comportamento social. Assim,

acontecerá o que nos diz TIBA:

Os alunos só podem se comprometer com a escola, se ela promover uma educação participativa que estimule o treinamento da emoção. Para haver disciplina, é necessária a presença de uma autoridade saudável. Para recuperara autoridade, não é necessário se impor algo, é preciso que a mesma seja reconhecida através do afeto, do respeito, de maneira natural. Talvez, o segredo esteja no desenvolvimento da auto-estima. (TIBA, 2001, p. 102).

Ainda de acordo com TIBA (2001) a autoestima é fundamental no ser

humano, pois sem ela o s alunos não se interessa pelas aulas, onde a maioria não

conseguem perceber a importância de se auto – valorizar.

Vale registrar que a indisciplina não só envolve aspectos externas como:

problemas sociais, baixa qualidade de vida e conflitos nas relações familiares, mas

envolve também aspectos internos, desenvolvidos dentro da escola, como a relação

professor-aluno por exemplo. Não é raro se depara com professor intransigente que

se considera o dono da verdade, impondo e dando ordens em sala de aula, isso

implica desencadear indisciplina dos alunos , como uma forma de protesto a atitudes

do professor. Para Freire:

O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca. (FREIRE, 1996, p.73)

23

Por isso a importância do professor saber lidar com todos os tipos de

situações, e está sempre preparado para desenvolver seu papel da melhor forma

possível dentro da sala de aula. Como bem diz Freire, qualquer que seja o tipo de

professor ele desencadeia marcas no seu aluno tanto para o lado positivo como para

o lado negativo.

E para que essas marcas de relacionamentos entre professor e aluno sejam

positivas o professor precisa combinar autoridade com respeito e afetividade, ou

seja, ao mesmo tempo em que o professor precisa estabelecer normas, deixando

claro o que se espera dos alunos, deve também respeitar a individualidade dos

mesmos, em um respeito mutuo. Ainda na linha de pensamento de Freire:

(…) o bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma ‘cantiga de ninar’. Seus alunos cansam não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas. (FREIRE, 1996, p. 96)

Percebe-se que o bom professor é aquele que prende seu aluno na sala de

aula por vontade própria, em prol da aprendizagem e não por base no autoritarismo.

Aquele que usa com rigor a sua autoridade, não admitindo contradições não ajuda

resolver o problema de indisciplina dentro da escola, apenas causa mais problema.

Ainda sobre Freire (2006, p.27) ele ressalta que: “enquanto os professores não

perceberem que é, por meio da dinâmica relacional do docente com a turma, e da

análise detalhada do que se passa no seio do grupo que pode melhorar o ambiente

de sala de aula, caso isso não ocorra não obterão grandes resultados.”

Então percebe-se que o professor deverá ter um dialogo aberto com seu

aluno, construir as regras no início do ano e fazer cumprir durante todo o ano letivo.

Entende-se, portanto, que para definir disciplina na escola, é necessário considerar

uma série de questões sociais e rever o comportamento dos alunos de diferentes

ângulos. Neste contexto a família, entendida como primeiro contexto de

socialização, exerce grande influência sobre a criança e o adolescente. Para Aquino

(1996, p. 96), “é impossível negar, a importância e o impacto que a educação

familiar tem (do ponto de vista cognitivo, afetivo e moral) sobre o indivíduo”.

A indisciplina vem tornado-se uma das principais inquietações dentro da

escola, e a coordenação não pode ficar omissa diante deste problema. Além de

procurar identificar as possíveis causas da indisciplina, é necessário que a gestão da

24

escola faça um levantamento histórico junto aos professores e todo pessoal que faz

parte da mesma a respeito do problema.

Outra ação que pode ser feita pela coordenação escolar é verificar como são

as relações entre os professores e os alunos, pois nesta dinâmica pode estar o fator

desencadeador de muitos conflitos que se apresentam na escola.

A coordenação escolar tem como direito e dever de pôr limites e criar

obrigações no âmbito escolar, mas isso não significa que a escola pode conceder

medidas abusivas e ilegais como, por exemplo, expulsar o aluno e negar-lhe o

direito de aprender, tirar notas por falta de disciplina, dar suspensão por falta leve

entre outros fatores. Convém lembrar que um aluno indisciplinado em uma

disciplina, enquanto em outras não. Assim, sua indisciplina surge ou se acentua em

determinados momentos (AQUINO, 1998). Para compreender esta citação sabemos

que é isso que acontece nas escolas onde o aluno é bom na disciplina de português

e na disciplina de geografia o aluno não consegue compreender a metodologia

ensinada pela professora.

Ainda de acordo com Aquino (1998):

Dentro da sala de aula o professor é o guia dos alunos levando-os a viagem do conhecimento, redescobrindo com eles o caminho a ser percorrido. Ao recontar as histórias das descobertas humanas, o professor pede aos alunos imaginação e inquietude.

O ofício do professor apresenta-se como um palco privilegiado de

aprendizagem e investigação e a sala de aula é sempre um laboratório pedagógico

(AQUINO, 1998).

Cabe aos professores, como mediadores do processo de aprendizagem,

reinventar a sua prática a partir da sua própria ação, para que possam interagir e

gerenciar os conflitos do ambiente escolar.

25

CAPÍTULO III

3. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

3.1 INDISCIPLINA NA SALA DE AULA E OS DESAFIOS DE

ENFRENTAMENTOS E PREVENÇÃO PARA MELHORIA DO PROCESSO

DE ENSINO APRENDIZAGEM.

PROBLEMATIZAÇÃO: Quais os impactos políticos – pedagógicos causados

pela indisciplina escolar que interferem no processo ensino – aprendizagem da

escola Municipal José Braz Cavalcante do município de Carinhanha Bahia?

Sou aluna do Polo de Santa Maria da Vitória do Programa Nacional Escola de

Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade

Federal da Bahia, estou concluindo o curso de Pós – graduação Lato Sensu em

Coordenação Pedagógica que tem como eixo central (12) violência na escola, cujo

tema é “Indisciplina na escola: impactos e desafios no ensino-aprendizagem.”

A proposta de Intervenção (PI) tem como objetivo promover ações em uma

escola no município de Carinhanha na tentativa de minimizar os atos de indisciplina,

e assim contribuir para melhorar o Ensino – aprendizagem nesta escola.

Partindo disto a proposta de Intervenção (PI) traz ações interventivas para

amenizar à indisciplina na escola José Braz Cavalcante, pois sabemos que esta

Proposta de Intervenção não garante a erradicação da indisciplina, mas constitui-se

no primeiro passo em direção à solução do que se tornou um dos maiores

problemas enfrentados pelos professores na atualidade que é a indisciplina nas

salas de aula.

26

3.1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

Este projeto tem o intuito de propor uma intervenção pedagógica com os

agentes educativos da unidade escolar José Braz Cavalcante, localiza-se na

Travessa Porto Alegre S/N Bairro São Francisco no perímetro urbano, de fácil

acesso, cadastro do Ministério da Educação com o INEP 29438187 e o CNPJ:

0192543410001-65, inaugurada em dezembro de 2004 na gestão do ex-prefeito

Geraldo Pereira Costa, em que em primeira instância, nomearia a escola com o

nome da Professora Marinalva Costa Duque, sua irmã, entretanto a proposta não foi

aceita. Um novo nome foi sugerido e levado em forma de projeto para ser votado na

Câmara de Vereadores. O nome sugerido foi a do saudoso e admirável Professor

José Braz Cavalcante já falecido, pela força moral e exemplo profissional na cidade.

A escola José Braz Cavalcante possui quinhentos e seis alunos desse total

existe um total de 30 alunos com Necessidades Especiais onde no início do ano os

professores junto aos pais ou responsáveis desses alunos preenche uma ficha com

os dados dos alunos e essas fichas são entregue ao Coordenador Pedagógico e

encaminhado ao Núcleo de Assistência a Educação Inclusiva de Carinhanha

(NAEIC) desta forma eles fazem visitas no contra turno da escola para serem

acompanhados por especialistas como Psicopedagogos, fisioterapeuta entre outros

profissionais que trabalham com oficinas destinadas a esse público. A escola

funciona nos três turnos fundamental I anos iniciais do 4º ao 5º ano, no fundamental

II do 6º ao 9º ano e a EJA – Educação de Jovens e Adultos, no Segmento I ( 4º e 5º

ano) e segmento II (6º ao 9º ano), criando oportunidades para jovens e adultos da

cidade que por diversos motivos pessoais, sociais e até educacionais desistiram de

estudar e precisam retomar os estudos de forma mais rápida para seguir sua vida

pessoal e profissional.

A Estrutura Organizacional da escola José Braz Cavalcante é gerida por uma

equipe formada por uma gestora, dois vices gestores, uma coordenadora (para os

três turnos), dois secretários, duas cozinheiras, cinco pessoas na limpeza, um vigia,

e um porteiro. Possui um Corpo Docente com 21 professores. Desses vinte e um,

oito professores são do Fundamental I, sendo sete graduados em pedagogia e uma

graduada em geografia. No fundamental II são nove professores, desses nove, três

27

são graduadas em história e duas delas com especialização em Direitos humanos,

um em matemática, três em letras, um em geografia, uma é graduada em pedagogia

quatro professores da EJA, desses quatro um é contratado e três são professores do

turno vespertino que trabalham com aulas extras. E quatro professores encostados

com problemas de saúde sendo que uma auxilia na secretaria, a outra dar subsídio

a uma professora com os alunos com dificuldade de aprendizagem, outra ajuda na

coordenação pedagógica e outra está encostada no INSS. A equipe gestora está

sempre realizando ações que permitam a participação nas decisões da escola dos

representantes de pais, alunos, funcionários e comunidade externa.

A Escola José Braz Cavalcante tem o Projeto Político Pedagógico, Regimento

Escolar unificado, Proposta Pedagógica para o fundamental I, II e a EJA. O IDEB –

Índice de Desenvolvimento Escolar da escola José Braz Cavalcante em 2013 foi de

3.9. A escolha da gestão escolar ainda é feita através de indicação e a diretora a

professora Edilene Pereira da Silva Santos é professora da rede municipal, formada

em Pedagogia, Administração e têm várias outras formações e está na direção há

um ano.

Na estrutura física, a escola possui um salão amplo que é usado para

grêmios, festas e fechamentos de projetos possui 10 salas de aula, quatro

banheiros, uma cozinha, um almoxarifado, duas salas de informática com

computadores, mas sem internet, uma diretoria, um secretário, um salão que é

oferecido para as oficinas do Mais Educação, também possui uma área externa com

um campinho de futebol e uma horta escolar. Também tem disponibilidade de

equipamentos e aparelhos pedagógicos básicos como TV, dois aparelhos de DVDs,

três datas show, três notebooks e material didático não é problema, pois é uma das

escolas do município que tem mais matérias para serem usado tanto permanente

como de custeio. A escola tem vários programas e o PDDE – Programa Dinheiro

Direto na Escola que dão condições para a direção fazer as compras de acordo com

as necessidades da escola.

Pode-se observar que a escola em relação a sua estrutura física falta ainda

espaços que contemplariam a construção de uma Biblioteca, uma quadra

poliesportiva para as atividades de Educação Física e Campeonatos. Também falta

refeitório para alunos, pois os mesmos merendam pelos corredores sem nenhum

conforto e higiene, falta construir um espaço para as aulas práticas de Artes com

material de suporte (mesas, bancos, armários, quadro branco, cavaletes, etc.) e uma

28

Secretaria mais ampla para organização dos documentos da escola com

computador e impressora.

A escola Também possui vários programas como Escola Aberta, Mais

Educação, Atleta na escola e Acessibilidade. A Escola Aberta incentiva e poiam a

abertura, nos finais de semana, como a escola se localizada em territórios de

vulnerabilidade social foi contemplada com este programa. A estratégia potencializa

a parceira entre escola e comunidade ao ocupar criativamente o espaço escolar aos

sábados e/ou domingos com atividades educativas, culturais, esportivas, de

formação inicial para o trabalho e geração de renda oferecida aos estudantes e à

população do entorno.

O Mais Educação é um programa das escolas das redes públicas de ensino

estaduais, municipais e do Distrito Federal onde as mesmas fazem a adesão ao

Programa e, de acordo com o projeto educativo em curso, optam por desenvolver

atividades nos macrocampos de acompanhamento pedagógico; educação

ambiental; esporte e lazer; direitos humanos em educação; cultura e artes; cultura

digital; promoção da saúde; comunicação e uso de mídias; investigação no campo

das ciências da natureza e educação econômica. A escola pesquisada escolheu as

oficinas de Jardinagem, futebol, acompanhamento pedagógico em leitura, cine clube

e teatro.

O Atleta na escola que tem como objetivo incentivar a prática esportiva nas

escolas, democratizar o acesso ao esporte, desenvolver e difundir valores olímpicos

e paraolímpicos entre estudantes da educação básica, estimular a formação do

atleta escolar e identificar e orientar jovens talentos.

Acessibilidade que garante a melhoria da qualidade de vida das pessoas com

Necessidades Especiais que são criados vários espaços, no meio físico, no

transporte, na informação e comunicação, inclusive nos sistemas e tecnologias da

informação e comunicação, bem como em outros serviços e instalações abertos ao

público ou de uso público, tanto na cidade como no campo na Escola José Braz

Cavalcante foram construídas rampas, comprados bebedouros adaptados, mesas,

entre outros objetos.

29

3.1.2 DIAGNÓSTICO DA ESCOLA

A escola Municipal José Braz Cavalcante é uma escola que recebe em seu

espaço um maior percentual de alunos que pertencem a vários tipos de famílias com

diversas formações. Atende alunos de classe social baixa, provenientes de famílias

carentes, pais separados, traficantes, pais drogados onde a maioria mora com avós

que sobrevivem somente da aposentaria, ou seja, um salário-mínimo. A maioria das

famílias não tem trabalho fixo e o único meio de renda são os chamados (bicos),

alguns alunos junto com suas famílias são contemplados com o Programa “Bolsa

Família”.

A escolaridade dos pais dos alunos varia do analfabetismo ao fundamental II

anos finais, sendo que, em sua maioria, não ultrapassa o Ensino Fundamental II.

Então eles convivem com estruturas mínimas de acesso ao conhecimento fora da

escola, além disso, não possuem acompanhamento familiar.

Há também no bairro O CRAS – Centro de Referência da Assistência Social é

uma unidade pública estatal localizada em áreas com maiores índices de

vulnerabilidade e risco social onde desenvolve um trabalho bastante direcionado às

famílias em situação de risco promovendo: Palestras temáticas dos Direitos da

Criança e do Adolescente, Futebol, Dança, Capoeira, Ginástica, cursos de

artesanato, orientação, atendimento profissional com psicólogos. Também existem o

Grupo de Idosos Flor de Pequi,

Então devido a situação social em que esses alunos estão inseridos é que a

Escola José Braz Cavalcante está vivenciando momentos difíceis com os altos

índices de indisciplina que ocorre frequentemente dentro da escola.

O clima organizacional da escola José Braz Cavalcante é razoável e a

coordenação pedagógica tenta tornar o trabalho pedagógico produtivo e agradável,

tomando como medida principal a boa relação interpessoal entre todos, todavia,

ainda faz-se necessário gerir alguns conflitos e problemas para que todos os

agentes da escola possam integrar de forma mais estreita e prazerosa, alinhando a

comunicação e os seus valores aos valores da unidade escola.

30

3.1.3 METODOLOGIA

A violência e a indisciplina nas escolas, sobretudo nos bairros com problemas

sociais, não é algo que acontece somente na cidade de Carinhanha, ao contrário

está presente em todas as cidades brasileiras. E esse é um dos aspectos que mais

preocupam os educadores.

Realizei um estudo que se deu inicialmente por pesquisa bibliográfica. E para

o alcance dos objetivos, foi preciso o empenho e a dedicação de todos por isso

selecionei, para tanto, o método da Pesquisa-ação, que, segundo Michel Thiollent.

(...) é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo

cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 1986, p.14), .

Neste tipo de pesquisa, e ainda segundo Michel Thiollent (1986, p. 14): “Os

valores vigentes em cada sociedade e em cada setor de atuação alteram

sensivelmente o teor das propostas de pesquisa-ação.”

Portanto a dinâmica desta proposta partiu sempre de momentos reflexivos,

com os professores, para as realizações das ações desta proposta.

O campo empírico para observação e realização das entrevistas foi uma

escola da rede municipal situada na cidade de Carinhanha na Bahia. Como

procedimentos para coleta de dados, a observação se realizou de forma participativa

e a entrevista semi-estruturada direcionada aos professores da escola. No contexto

escolar foi observado alunos no período de recreio e durante as aulas, etc. Estas

informações permitiram o encontro de informações coletadas com as análises

teóricas.

A entrevista foi realizada com cinco professores do ensino fundamental I e

cinco professores do fundamental II para falar sobre o problema da indisciplina na

escola, enfocando a temática em estudo na realidade escolar.

31

3.1.4 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

A Escola Municipal José Braz Cavalcante está com muitos problemas e o

principal deles é a indisciplina que é uma das maiores dificuldades encontradas hoje

em sala de aula, no entanto sabemos que estes problemas se manifestam de

diversas formas dependendo do ambiente onde a criança ou o adolescente esta

inserido. Na escola os valores se inverteram, as famílias se desintegraram de seus

papéis, a falta de limites, as drogas e o desemprego são assustadores e afetam

abertamente os alunos. Os educadores sentem-se impossibilitado diante da

situação, aonde o aluno chega à escola e não tem limites procura a família e não

tem apoio. A família alega que não consegue resolver o problema e delega a escola

à responsabilidade de educar e ensinar.

No entanto, sabemos que a escola sozinha não consegue resolver o

problema da indisciplina e com isso os professores se sentem incapazes de resolver

a questão e acaba não planejando as aulas de acordo com a realidade do aluno,

com os conteúdos dinamizados, metodologias inovadoras, no final do ano o aluno

não aprendem e eles acabam jogando a culpa na família.

Mas é importante salientar que se o professor não tem ajuda da família, é

necessário ter esperança, pois é através do conhecimento e da aprendizagem que

as pessoas se transformam.

OBJETIVOS

Objetivo Geral:

Promover ações socioeducativas e preventivas na Escola José Braz

Cavalcante, envolvendo professores para tentar pelo menos minimizar os atos de

indisciplina na escola.

32

Objetivos Específicos:

*Refletir sobre os impactos políticos pedagógicos causados pela indisciplina e

suas interferências no processo de ensino-aprendizagem.

* Preparar os educadores para enfrentar os desafios da indisciplina a fim de

melhorar as interações no ambiente escolar;

* Possibilitar aos professores uma reflexão sobre as situações de indisciplina

que ocorrem na escola e definir aos mesmos papéis para a melhoria da situação.

*Realizar atividades cotidianas que possibilitem a aproximação e a conquista

do professor que ainda não aceitam compartilhar com o coordenador as práticas

pedagógicas a fim de melhorá-las.

3.1.5 CRONOGRAMA

As atividades planejadas para formação dos (as) professores (as) apresentam

a seguinte composição: momentos de reflexão com questionamentos a serem

debatidos pelos professores, apresentação do filme Entre os muros da escola sobre

a indisciplina na escola e reflexão sobre a temática. Os envolvidos no trabalho

deverão, após a implementação dessa proposta de intervenção, desenvolver ações

que busquem o envolvimento da comunidade escolar nas atividades educacionais

relacionadas ao tema enfrentamento à indisciplina. Esta será uma das formas de

garantir ações que levem a equipe pedagógica e os professores a procurar

minimizar, de uma forma sistemática, os atos e atitudes relacionadas ao tema em

questão.

Para direcionar a aplicação da proposta de intervenção na escola,

utilizaremos de recursos didático-pedagógicos como: aplicação de questionário

elaborado para este fim, exibição do filme Entre os muros da escola, Palestras sobre

o tema Indisciplina na escola, leituras, análise e reflexões sobre textos.

Feito isto, daremos início a construção e elaboração de um dia D no combate

a indisciplina na escola, que será acrescentado no PPP da escola.

33

O projeto será aplicado entre o período de 08 de fevereiro a 20 de julho do

ano de 2016, assim organizado:

DATA AÇÕES RECURSOS HUMANOS

RECURSOS DIDÁTICOS E

PERMANENTES

08 de Fevereiro de 2016

– Socialização das ideias da Proposta de Intervenção para que todos possam conhecer e contribuir.

Diretor, vice, coordenador e professores.

Data show

Notebook

Microfone

01 de Março 2016

Realização de reunião de alinhamento

Coordenador e professores.

Lápis caderno etc.

04 de Abril de 2016

– Aquisição dos materiais necessários.

Coordenador, professores e diretor

Papel chamex, lápis, notebook, caneta etc.

02 de Maio de 2016

Revisão do PPP para contemplar ações de prevenção

Contra a indisciplina na escola;

Coordenador, professores e diretor

PPP impresso, folhas, lápis, data show.

30 de maio a 20 de junho de 2016

– Organização e execução de uma oficina.

Cursista coordenadora, psicólogo, psicopedagogo e os professores.

Material xerocado, som, etc.

11 de julho 2016

– Realização de confraternizações.

Diretor, coordenador, professores, alunos e pessoal de apoio.

Caixa de som, microfone, notebook, caixa de som e data show.

19 de Julho 2016

Avaliação dos resultados.

Professores e coordenadora cursista.

Cadernos, lápis etc.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As questões indisciplinares tem ocupado um espaço cada vez maior no cotidiano escolar no país e a grande insatisfação decorrente, dessas questões tem constituído em causa de abandono e de doenças, principalmente nervosa, do quadro do magistério. (AQUINO,1996, p.227 )

O que se observa é que, a indisciplina interfere muito na prática pedagógica e

na qualidade do ensino aprendizagem. Diante disso, pôde-se observar a

interferência desta no baixo aproveitamento do aluno no que se refere à construção

do conhecimento transmitido o descaso perante as atividades propostas a baixa

autoestima dos professores e consequentemente transtorno no decorrer do ano

letivo.

Queremos trazer para este momento a fala de Paulo Freire (1997, p. 10) que

se mostra oportuna frente a temática abordada e ao mesmo tempo otimista: “mudar

é difícil, mas não é impossível, e é a partir desse saber fundamental que vamos

programar nossa ação político pedagógica”

Essa pesquisa ajudou muito enquanto coordenadora pedagógica na questão

de como ser uma mediadora entre o professor e aluno diante de um ato indisciplinar

ou não, ao estudar as referências bibliográficas, aplicar os questionários e observar

os alunos em outras situações a não ser a de sala de aula me mostraram como

posso está agindo e sugerindo ações que venham auxiliar em atos indisciplinares.

Como essa proposta ainda não foi possível ser realizada quando assim for,

espero que haja mudança na postura dos Professores, o encaminhamento de alunos

para a coordenação ou direção diminua consideravelmente e que os alunos

demonstram interesse pelas atividades e respeito com os professores e entre eles

mesmos. Para o ano de 2016 será aplicado a proposta de intervenção.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES, C. Professor bonzinho igual aluno = aluno difícil: a questão da indisciplina em sala de aula. Petrópolis: Vozes, 2002. AQUINO, Júlio Groppa (Org.) Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. 3ª Edição, São Paulo: Summus,1996 . __________, Júlio. Gropa. A violência e a crise da autoridade docente. Scielo, B. cadernos cedes. CAMPINAS – SP, 1998. AZEVEDO, J. M. L. de – O projeto político pedagógico no contexto da gestão escolar. CANDAU. V. M. Direitos humanos. Violência e cotidiano escolar. In: CANDAU.V.M.(og).Reinventar a escola. Petrópolis: Vozes,2000.p.137-166 FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2011. OLIVEIRA, Érika Cecília Soares; MARTINS Sueli Terezinha Ferreira. Violência, sociedade e escola: da recusa do diálogo à falência da palavra Psicologia. RUOTTI Caren, Violência na escola: um guia para pais e professores Caren Ruotti, Renato Alves, Viviane de Oliveira Cubas. _ são Paulo: Andhep: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2007. 246p.:il. SOARES, Magda Becker. Metamemória-memórias: travessia de uma educadora. São Paulo: Cortez, 1991. 124 p. TIBA, I. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Gente, 1996. _________, Içami. Disciplina na medida certa. São Paulo: Gente, 2001 TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

36

VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenação do trabalho pedagógico – Do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2007. ______________, Celso dos S. Para onde vai o professor? Resgate do professor como sujeito de transformação. São Paulo: Libertad, 2005. ______________, Celso dos Santos, 1956 (In) disciplina: Construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola, 15ª Ed. / Celso dos Santos Vasconcellos. - - São Paulo: Libertad Editora, 2004. - (cadernos Pedagógicos do Libertad; v. 4)

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APENDICE

APENDICE – A Roteiro para entrevista com os profissionais da educação

Local da entrevista:

Data: ________Início: _______h Término: _______h

Nº da entrevista: ________

I. IDENTIFICAÇÃO

1. Nome (iniciais): __________________________________________________

2. Idade: __________________________________________________________

3. Profissão: _______________________________________________________

4. Cursos realizados (especificar área):

• Capacitação/Aperfeiçoamento: _______________________________________

• Especialização: ___________________________________________________

• Mestrado: ________________________________________________________

• Outros:___________________________________________________________

5. Tempo de atuação na educação:______________________________________

II. QUESTÕES NORTEADORAS DA ENTREVISTA 1.O que você entende por indisciplina na escola?

2.Quais são os impactos da indisciplina na escola?

3.Quais são as maiores desafios encontrados por vocês professores em salas com

alunos indisciplinados?

4.Quais são as estratégias mais utilizadas pela escola para amenizar a indisciplina?

5.Que sugestão você daria como estratégia para o combate a indisciplina?