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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CECOP 3 ADRIANA PEREIRA JUIZ SANTOS PACTO/PNAIC NAS CLASSES MULTISSERIADAS DA EDUCAÇÃO NO CAMPO Salvador 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3

ADRIANA PEREIRA JUIZ SANTOS

PACTO/PNAIC NAS CLASSES MULTISSERIADAS DA EDUCAÇÃO NO CAMPO

Salvador 2016

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ADRIANA PEREIRA JUIZ SANTOS

PACTO/PNAIC NAS CLASSES MULTISSERIADAS DA EDUCAÇÃO NO CAMPO

Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientador: Profa. Mestra Adriana Santos de Jesus

Salvador 2016

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ADRIANA PEREIRA JUIZ SANTOS

PACTO/PNAIC NAS CLASSES MULTISSERIADAS DA EDUCAÇÃO NO CAMPO

Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.

Aprovado em 20 de janeiro de 2016.

Banca Examinadora

Adriana Santos de Jesus – Orientadora ___________________________________ Mestra em Educação pela Universidade Federal da Bahia Universidade Federal da Bahia Daniel Silva Pinheiro___________________________________________________ Mestre em Educação pela Universidade Federal da Bahia Universidade Federal da Bahia Rosemary Lopes Soares da Silva________________________________________ Mestra em Educação pela Universidade Federal da Bahia Universidade do Estado da Bahia

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Dedico esse trabalho a minha família, meu marido Ademar e meus filhos João

Pedro, Bruno e Maria Vitória também merecedores desse mérito e também a Deus.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me ter me dado mais esta oportunidade e andar sempre comigo.

A meus familiares, pelo apoio neste momento. A todos, meu muito obrigada.

A minha orientadora, Profa. Adriana Santos de Jesus, principalmente pela paciência,

doçura e competência ao me auxiliar nesta jornada.

À Faculdade de Educação da UFBA e ao Programa Escola de Gestores, por

levarem a cabo esta iniciativa que beneficia tantos Coordenadores Pedagógicos

como eu. Gostaria que outras pessoas tivessem também a mesma oportunidade que

eu tive. Obrigada.

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Mudar é, portanto, trabalho conjunto dos educadores da escola

e supõe diálogo, troca de diferentes experiências e respeito à

diversidade de pontos de vista.

Orsolon

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SANTOS, Adriana Pereira Juiz. PACTO/PNAIC nas classes multisseriadas da educação no campo, 2015. Projeto Vivencial (Especialização) – Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

RESUMO

Esse estudo objetiva colaborar com professores de escolas multisseriadas do campo e ao mesmo tempo constatar mudanças que ocorrerem na prática educativa após as formações promovidas pelo Programa Pacto Pela Alfabetização na Idade Certa. Proponho o acompanhamento desses profissionais com a finalidade de ajudá-los a realizar tais adaptações, assim seu objetivo geral é entender como melhor utilizar o PNAIC em turmas multisseriadas aliviando a sobrecarga de trabalho dos professores que atuam nessas classes, ao tempo que se propõe também levá-los a perceber que todas práticas provem de alguma teoria. Através de pesquisa feita diretamente com professores que atuam em classes como estas sobre como eram sua rotina diária antes do PNAIC e como está depois do programa foi proposto aos mesmos organizar suas atividades de maneira resumida, pautadas em seqüência didáticas co temas e prazos a serem definidos pelos mesmos professores, amparados por suas respectivas secretarias de educação e amparados legalmente já que o matéria o programa para 2015 trás a mesma proposta descrita no decorrer desse trabalho, pode-se também apreciar relatos feitos pelos entrevistados e que foram transcritos na íntegra comprovando assim que mesmo com tantas dificuldades ainda é possível proporcionar uma educação do campo de qualidade.

Palavras-chave: Escola do campo, PNAIC, sequência didática.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Perfil dos professores............................................................. 31

Tabela 2 Cronograma de intervenção .................................................. 35

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CECOP Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica

CP

FNDE

IAT

INEP

Coordenador Pedagógico

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica

Instituto Anísio Teixeira

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação

PNAIC Programa nacional de Alfabetização na idade Certa

PDDE Programa Dinheiro Direto na Escola

UFBA Universidade Federal da Bahia

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................. 11

1 MEMÓRIAS DE UMA PROFESSORA DO CAMPO................................... 13

1.1 VIDA ACADÊMICA...................................................................................... 13

1.2 VIDA PROFISSIONAL................................................................................. 15

1.3 EXPECTATIVAS.......................................................................................... 17

2 REVISÃO DE LITERATURA: ARTICULANDO TEORIA E PRÁTICA....... 19

3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................................................................ 25

3.1 IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR.............................................. 25

3.2 METODOLOGIA.......................................................................... 26

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 36

REFERÊNCIAS........................................................................................... 37

APÊNDICE.................................................................................................. 38

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INTRODUÇÃO

Estudar sobre o PNAIC na classe multisseriada por ser minha área de

atuação desperta em mim uma vontade muito forte de continuar me aperfeiçoando,

todos deveriam se especializar fazendo o que gosta, não há nada que me satisfaça

mais do que trabalhar com educação como disse o saudoso Paulo Freire (1992) “Só

desperta a paixão em ensinar, quem tem paixão em aprender! ” Não foi é toa que ele

é um dos melhores exemplos de mestres e é sempre lembrado pelos apaixonados

por educação, pensando nas condições em que trabalha os educadores do campo

por esse Brasil e constituindo parte dessa realidade é que decidi estudar mais sobre

a vida e as especificidades das escolas do campo, e já que estão fazendo parte do

programa PACTO/PNAIC, buscar entender e divulgar como os docentes de classes

multisseriadas podem fazer o melhor uso do PNAIC, visto que, este propõe

conteúdos e ações específicas para cada segmento.

Esse assunto me inquieta, pois, a partir da minha experiência pude perceber

a dificuldade de implementação do PNAIC em turmas multisseriadas em função da

sobrecarga de atividades. Esta pesquisa é relevante, pois poderá contribuir para que

docentes que atuam em classes multisseriadas possam utilizar da melhor maneira

as ações do programa em suas classes.

Escolher uma maneira de solucionar esse problema é bem difícil e um ponto

para começar seria a partir do acompanhamento dessas turmas e propor

adaptações de acordo com a realidade de cada uma. Como já fazíamos e

amparados legalmente em acordo com os novos cadernos de formação propostos

para 2015.

Nesse sentido, uma boa estratégia, que tem sido relatada de forma recorrente em diferentes pesquisas, seminários e encontros de formação, é a de envolver toda a turma num mesmo projeto, o qual se desdobra numa série de atividades coletivas e diferenciadas, de acordo com as aprendizagens e interesses do grupo. Nesses projetos e sequências didáticas, as atividades coletivas favorecem a integração e a troca de conhecimentos entre as crianças e podem ser realizadas através de brincadeiras, contação de histórias, dentre outras possibilidades. Já as atividades diferenciadas cumprem o objetivo de ampliar a aprendizagem dos estudantes com questões desafiadoras para cada subgrupo da turma, nos quais variados componentes curriculares podem ser trabalhados, de forma integrada, no decorrer dessas atividades. (BRASIL, 2015)

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As adaptações feitas ao material proposto pelo programa para auxiliar o

professor da classe multisseriada de maneira informal até já eram feitas pelos

professores por que estes por conta própria criam mecanismos para aliviar sua

sobrecarga de trabalho, mas por conta própria mesmo sem apoio da secretaria e

sem um coordenador para auxiliá-los nesse processo o que também é pelo PNAIC

em 2015 é a assessoria das secretarias municipais de educação, alguém capacitado

para orientá-los nesse processo.

O presente trabalho propõe o acompanhamento desses profissionais com a

finalidade ajudá-los a realizar tais adaptações, assim seu objetivo geral é entender

como melhor utilizar o PNAIC em turmas multisseriadas aliviando a sobrecarga de

trabalho dos professores que atuam nessas classes, ao tempo que se propõe

também levá-los a perceber que toda prática provem de alguma teoria. Destacando

dessa forma que as formações continuadas são de suma importância na construção

da identidade profissional de uma pessoa e que esta ainda dever se ser natural

desse individuo e apenas fomentada pelos que estão à sua volta.

Esse trabalho está em organizado capítulos onde se pode ter uma idéia bem

clara de educação no campo na modalidade multisseriada e os desafios enfrentados

por elas frente às propostas lançadas pelo governo através de programas. O

primeiro capítulo apresenta um memorial constituído pela trajetória pessoal e

profissional. No segundo está o referencial teórico, no qual pode se observar a

relação da teoria com a realidade vivenciada no campo de pesquisa, no terceiro tem

a proposta de intervenção onde fica clara a intenção de acompanhar os professores

do campo e ajudá-los a se adaptar com mais facilidades as já existentes e novas

propostas de melhoria na educação campesina.

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1 MEMÓRIAS DE UMA PROFESSORA DO CAMPO

1.1 VIDA ACADÊMICA

O presente memorial tem como objetivo principal relatar minha experiência de

vida acadêmica e profissional, bem como, minhas expectativas tanto quanto ao meu

futuro, como da instituição em que trabalho ou de outras com as quais posso me

deparar futuramente. O mesmo se destina ao Curso de Especialização em

Coordenação Pedagógica (CECOP 3) da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

como parte do Trabalho de Conclusão de Curso na Modalidade de Projeto Vivencial

(TCC/PV).

Relatar minhas experiências de vida acadêmica não é algo muito difícil, para

começar sempre tive vontade de estar à frente de uma sala de aula. Meus pais

sempre moraram no campo e meu falecido avô sempre quis que eu e meus quatro

irmãos tivéssemos a oportunidade de estudar. Então ele nos levou para cidade para

que pudesse ter a oportunidade de concluir o Ensino Fundamental. Ficávamos

durante a semana toda na casa da minha avó e nos fins de semana voltávamos para

a casa de nossos pais e foi assim até a conclusão do 2º grau.

Enquanto estudante de magistério participei de uma formação promovida pelo

Governo do Estado com o nome de AJA BAHIA, um programa de alfabetização de

adultos e fui me descobrindo aos poucos como professora. Concluir o Magistério no

ano de 2000 no Colégio Estadual Luiz Eduardo Magalhães,em janeiro desse mesmo

ano e em menos de trinta dias depois eu já estava em sala de aula regendo uma

classe com 67 alunos, divididos em dois turnos, já como funcionária efetiva

aprovada em concurso público.O que eu não imaginava é que iria me deparar com

uma realidade completamente oposta ao que conheci durante o estágio

supervisionado que realizei, me vi diante de uma classe multisseriada, onde todos

os alunos estudavam juntos em uma sala, independente da série em que estava.

Eram ao todo sete séries com crianças carentes que moravam na zona rural. No ano

seguinte, lecionei em uma classe regular de educação infantil. Voltei a ensinar nas

escolas do campo em 1999, e dessa vez foram seis anos seguidos na Escola

Municipal José Silva. No entanto, em 2005, por falta de quantidade suficiente de

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alunos essa escola teve que ser fechada e alguns alunos foram transferidos para as

escolas próximas e outros para as escolas da cidade.

Para melhor entender como ocorre o ensino nas classes multisseriadas é

importante levar em consideração as pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira:

As classes multisseriadas têm alunos de diferentes séries e níveis em uma mesma sala de aula, independente do número de professores responsável pela classe. A unidocência ocorre quando um único professor é responsável pela condução do desenvolvimento de uma classe multisseriada. Embora possa acontecer de uma escola ou classe ser multisseriada e ter mais de um professor, as escolas multisseriadas do campo contam, na quase totalidade dos casos, com apenas um professor, o que torna unidocência e multisseriação termos equivalentes. (INEP, 2007, P.25).

Parece anormal, mas é o que acontece e muitas cidades do Brasil,

comprovada através de dados enviados pelas próprias escolas via SENSO, no qual

são relatadas muitas informações dessa e de outras escolas, essas informações são

enviadas ao Instituto Nacional de estudos e Pesquisas educacionais Anísio Teixeira.

As Multisseriadas são uma necedade dos povos do campo e levam em

consideração a necessidade das comunidades em ter uma escola em seus

arredores sendo a escola do campo uma referencia importante para a mesma

Após essa experiência sofrida, mas muito proveitosa, retornei de uma licença

maternidade e fui convidada a fazer parte da coordenação das escolas do campo no

ano 2010 e estou até hoje. Agora com mais clareza a respeito de minhas

atribuições, visto que, no início realmente eu era uma faz tudo no sentido real da

palavra. Durante todo esse tempo continuei buscando me aperfeiçoar cada vez

mais, sempre que aparecia uma oportunidade de participar de um curso eu não

perdia.

Mesmo já trabalhando, a vontade de fazer uma faculdade era grande, mas

por morar em um município pequeno sem muitas oportunidades, esse sonho foi

sendo adiado até o ano de 2009, período no qual ingressei na Faculdade de

Tecnologia e Ciências na modalidade à distância (FTC). Esse curso de Licenciatura

em Pedagogia durou quatro anos e meio e em sua duração realizei estágios em três

etapas: uma na Educação Infantil, uma no Ensino Fundamental I e a última etapa foi

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realizada na gestão da escola Municipal Professor Décio Carvalho, ocasião no qual

pude ampliar minhas habilidades até essa outra oportunidade, agora sim de ouro,

que é de participar do curso de Especialização em Coordenação

Pedagógica (CECOP) promovido pela UFBA, que não se trata de um simples curso

à distância mesmo porque essa distância não foi percebida em momento algum.

No ano de 2011 as ações do programa Pacto Nacional pela Alfabetização na

Idade Certa (PNAIC), promovido pelo Governo Federal juntamente com o apoio dos

estados e municípios, com a finalidade de alfabetizar todas as crianças até os oito

anos de idade, foram implantadas em Mortugaba e como eu trabalho na

coordenação, sempre acompanhei tudo bem de perto. Por esse motivo, em 2014

passei a integrar efetivamente a equipe do programa Pacto com os Municípios,

promovido pelo estado da Bahia e também no PNAIC, como orientadora de estudo.

As formações do PACTO me proporcionaram muito aprendizado e por isso foi

estendida aos professores. Assim, continuou a minha caminha com muito estudo

individual e em grupo, paralelo ao curso do CECOP, no qual estou me encontrando

e me descobrindo coordenadora pedagógica.

É válido lembrar que, paralelo a isso tudo que vem me acontecendo, participo

também dos cursos de Formação pela Escola também a distância promovida pelo

MEC, os que já concluí foram: Transporte Público, FUNDEB (Fundo nacional da

Educação Básica), Merenda Escolar, PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) e

Livro Didático. Esses cursos também estão me ajudando bastante a esclarecer

dúvidas e dando um suporte muito grande como parte integrante da gestão de uma

escola.

1.2 VIDA PROFISSIONAL

Ser um profissional preparado para o mercado de trabalho é o sonho de

qualquer pessoa e comigo não é diferente. Com esse pensamento, me preparei e

realizei um estágio supervisionado de magistério, na Escola Municipal Professor

Décio Carvalho, em uma turma de 3ª série do Ensino Fundamental. Quando assumi

o cargo de professora já efetivada por concurso público a realidade era

completamente diferente da qual estava preparada. Foram muitos os desafios

encontrados nesta etapa, comecei a ensinar em uma classe multisseriada, na

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Escola do Campo Clemente Coutinho, que localizava a uma distância de 24

quilômetros da cidade. Sem transporte para ir e vim todos os dias para trabalhar, e

por conta disso eu tinha que ficar na comunidade durante toda semana e só

retornava para casa no sábado. Eram muitas as dificuldades a começar pela

quantidade de alunos e por ter que trabalhar com muitas séries de uma só vez em

sala de aula sem estrutura adequada para atender as necessidades dos alunos.

É interessante ressaltar que para trabalhar nas escolas do campo os

professores tinham que ser pessoas de extrema confiança, pois era difícil de fazer

acompanhamento nessas escolas e eu era vista como uma pessoa de referência na

comunidade eu era a “professora”.

No ano de 2000, substituí uma colega que estava de licença maternidade, na

Escola Municipal Juscelino Kubitschek por três meses, conclui o ano em uma turma

de educação infantil. Não sei se por apresentar e ter desenvolvido um perfil dinâmico

para lidar com muitas crianças ao mesmo tempo acabei voltando para a escola

multisseriada e ali permaneci na escola do campo José Silva, na comunidade de

Duas e Dois, onde graças a Deus realizei um trabalho notável que

conseqüentemente pesou no convite para fazer parte da Coordenação das escolas

do Campo de Mortugaba.

O trabalho com multissérie realmente me intriga, talvez pelo fascínio que

tenho com a flexibilidade incrível do professor, seu manejo, seu jogo de cintura. As

ações do PACTO são inovadoras, porém, nas classes com muitas séries se torna

praticamente impossível de ser realizada de maneira integral, elas são propostas

para cada segmento separadamente por exemplo: ações específicas para o 1º ano

do ensino fundamental, para o 2º ano e assim sucessivamente, por mais que o

professor se esforce. Meu objetivo principal é chegar o mais perto que puder de uma

maneira de auxiliar o professor de multisseriada a executar as ações do programa

em suas classes.

Apesar de a Secretaria de Educação estar construindo um projeto de

nucleação das escolas do campo, no qual as escolas multisseriadas que apresentar

uma quantidade insuficiente de alunos para uma série são remanejados para uma

comunidade vizinha mais próxima para que desloque mínimo possível preservando

assim sua identidade de aluno do Campo. Esse projeto tem meu total apoio e

defesa, no entanto, anda a passos lentos, mas que vem acontecendo a medida do

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possível. Infelizmente, ainda resta em meu município oito escolas com classes

multisseriadas com um número expressivo de alunos com essa dificuldade

acompanhada bem de perto por mim.

É valido destacar que a minha participação nas formações do programa do

PACTO como orientadora de estudo, paralelas ao curso do CECOP, despertaram

em mim o gosto pela leitura, o gosto pelo estudo e a proximidade de tudo que foi

estudado com minha realidade profissional e acadêmica só vieram contribuir com

tudo de bom que vem me acontecendo. Nunca se teve uma orientação pedagógica e

uma formação continuada como agora, com as metodologias e objetivos propostos

pelo PACTO. Os professores das escolas do campo recebem as formações

juntamente com os professores das turmas das escolas da sede do município, o que

proporcionou uma troca de experiências, porém eu juntamente com toda a equipe da

coordenação das escolas do campo, tentamos adaptar o mais simples possível para

atender a realidade dos alunos.

1.3 EXPECTATIVAS

É importante relatar que, depois de passar pela especialização com o curso de

Licenciatura, de viver essa experiência maravilhosa que é o curso do CECOP, ainda

não me considero pronta, visto que o ser humano está em constante formação.

Diante disso, espero conseguir amenizar as angustias vividas por mim e por meus

colegas professores, quem sabe até poder contribuir com outros professores de

outras cidades que compartilham de realidades parecidas. Assim, ter participado

desse curso me proporcionou uma reflexão mais acentuada quanto a minha vida

profissional e acadêmica, saí da zona de conforto, busquei mais a leitura. Além

disso, os textos propostos em cada componente, os momentos de discussão nos

fóruns e a troca de idéias muito me ajudaram a entender ou pelo menos a refletir

melhor sobre minha formação em constante mudança.

Espero que em breve o projeto de nucleação das escolas multisseriadas de

Mortugaba, projeto este que está sendo desenvolvido pela secretaria de Educação

no qual as escolas que possuem um número insuficiente de alunos são levados a

uma comunidade próxima à sua e assim o aluno do campo continua a estudar no

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campo,ganhe força e continue respeitando a identidade do aluno, preservando

quando possível, as a escolas do campo pólos, na qual as crianças possam se

deslocar apenas entre suas comunidades até concluírem o Ensino Fundamental I.

Mesmo que as escolas do campo sejam fechadas em conseqüência de outros

fatores o município de Mortugaba por ser uma cidade pequena e ter como sua

principal fonte de renda a agricultura familiar e de subsistência, preserva

características rurais em seu contexto, respeitando de certa forma as peculiaridades

do aluno do campo, dialogando com o que é proposto no artigo 28 da LDB que diz:

Art. 28º. Na oferta de educação básica para a população rural, os

sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente: I Conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais

necessidades e interessa dos alunos da zona rural; II organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas; ( Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.)

Um fato curioso em minha trajetória de vida pessoal e profissional é que meus

pais são moradores do campo. Eu não estudei em escola do campo, mas, minha

vida profissional se deu por inteira em classes multisseriada pelas quais tenho

verdadeira paixão e muito me interessa o atrito citado acima, pois, este dá aos

municípios com essa realidade a liberdade de formular um currículo próprio ou

adaptando o mesmo às características particulares de cada um.

Eu e meus colegas professores das Escolas do Campo de minha cidade

também passamos pela experiência do Programa Escola Ativa, que se desfez não

me lembro como, e agora estamos vivenciando as experiências propostas pelo

PACTO. Ambos os programas apresentam lacunas em relação à educação no

campo, e minha expectativa maior é que ao término desses estudos eu possa ajudá-

los a entender melhor tudo que nos é proposto e continuar buscando mais formação

específica para nossa área de atuação. Por isso é que pretendo aprofundar meus

estudos sobre o impacto do programa PACTO/PNAIC nas escolas multiseriadas e o

quanto eles podem ajudar ou não o professor do campo e sua trajetória profissional.

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2 ARTICULANDO TEORIA E PRÁTICA

Qual será mesmo o papel do sujeito morador do campo? Seria o de ter

condições para sobreviver com dignidade no local onde mora? Seria sair do campo

e se qualificar porque junto de si não conseguirá grande coisa? Ou ainda seria o de

buscar para junto de si essas condições favoráveis ao seu desenvolvimento

integral? A necessidade de se estruturar a educação no campo teve seu início de

maneira equivocada como cita Soares,

Somente cerca de meio século após o país ter se transformado em República, é que uma constituição brasileira, a de 1934, vai tratar de educação rural. Entretanto a perspectiva que se colocava em destaque naquele momento era a necessidade de “conter o movimento migratório e elevar a produtividade no campo (SOARES, 2001, P.9)

Falar sobre educação no Campo é algo que desperta muitos sentimentos

hibernados em nosso íntimo, lembra rapidamente a falta de Políticas Públicas com

falsas ideologias. O processo histórico da educação retrata um planejamento

específico para escolas urbanas, e quem no campo se beneficia delas é uma

minoria de latifundiários. Todas as leis e programas direcionados à melhoria da

qualidade da educação que são propostas são sutilmente direcionadas às escolas

urbanas, exceto pela pressão feita pelos movimentos sociais como o Movimento dos

Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Povos Ribeirinhos e Quilombolas, alguém

olha para as crianças que residem no campo e que também são dignas de uma

educação e qualidade, como afirma Pinheiro,

[...] a educação do campo tem se caracterizado como um espaço de precariedade por descasos, especialmente pela ausência de políticas públicas para as populações que lá residem. Essa situação tem repercutido nesta realidade social, na ausência de estradas apropriadas para escoamento da produção; na falta de atendimento adequado à saúde; na falta de assistência técnica; no não acesso à educação básica e superior de qualidade, entre outros [...] Pinheiro, 2011, p.36)

Seria preciso valorizar mais os povos que moram no campo, e que da terra

retiram seu sustento ou por outras razões fixam residência ali, eles, por exemplo,

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não precisam ser “forçados” a matricular seus filhos em escolas nas sedes dos seus

municípios se, próximo de suas casas em suas comunidades encontrarem uma

escola ainda que multisseriada, mas, com ensino de qualidade, se tivéssemos

políticas direcionadas à educação no campo, não no sentido de destacar suas

fragilidades, mas, de valorizar o aprendizado coletivo, os saberes pautados em sua

própria realidade, querer encontrar numa escola multisseriada, um profissional com

o mínimo de preparo para lidar com tal diversidade não é querer demais, como

destaca Miguel Arroyo,

Se, entretanto, pensarmos em direitos universais de sujeitos concretos, de coletivos com suas especificidades culturais, identitárias, territoriais, étnicas ou raciais, seremos obrigados a pensar em políticas focadas, afirmativas dessas especificidades de sujeitos de direitos universais. Nesta perspectiva, as escolas do campo são uma exigência e a formação específica dos profissionais do campo passa a ter sentido para a garantia dos direitos na especificidade de seus povos. (ARROYO, 2007, p. 161)

É notório que a existência de escolas dentro das comunidades rurais sejam

elas organizadas na perspectiva dos movimentos sociais rurais, ou não se faz

necessário visto que o processo de colonização do Brasil tem suas raízes no campo.

Hoje em dia os povos do campo não estão mais tão passivos e sabem muito bem ir

em busca de seus direitos, eles sabem por exemplo que podem exigir dos

governantes o direito de preservar suas escolas próximas de suas casas e que

podem escolher entre colocar seus filhos num transporte, muitas vezes sem

qualidade ou ter uma escola próxima à sua casa e lutar por mais qualidade de

ensino, como relata Arroyo (2007, p.162) “Os movimentos sociais não apenas

reivindicam ser beneficiários de direitos, mas ser sujeitos, agentes históricos da

construção dos direitos. Estamos em um tempo propício à reconstrução dos

direitos”.

As classes multisseriadas se configuram em uma realidade cruel das pessoas

que moram no campo, uma vez que, estas compartilham de uma realidade muito

dura em função de sua estrutura física e pedagógica, lutar contra tudo isso não

significa se auto discriminar ou mesmo se valer dessa condição para alcançar algum

beneficio, trata-se de comprovar que apesar de uma realidade aparentemente

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anormal, dali também podem sair bons resultados oriundos e um trabalho coletivo

como afirma Leite (1999, p. 14),

A educação rural no Brasil, por motivos sócio-culturais, sempre foi relegada a planos inferiores e teve por retaguarda ideológica o elitismo acentuado do processo educacional aqui instalado pelos jesuítas e a interpretação político-ideológica da oligarquia agrária, conhecida popularmente na expressão: “gente da roça não carece de estudos. Isso é coisa de gente da cidade.

Uma das principais características da Educação no campo é a organização da

turma em classes multisseriadas. Considerando a distância entre as comunidades

rurais e do número pequeno de crianças em cada série, é comum encontrar as que

estão em fase de alfabetização estudando com quem já sabe ler e escrever - e todos

sob a responsabilidade de um só professor, Molinari (2013). Outro fator que implica

em um resultado negativo é a participação da família, muitas vezes pequena ou até

mesmo ausentes, por vários motivos, dentre eles, os pais às vezes não são

alfabetizados, em acordo com as colocações de Salomão Mufarrej,

Na dinâmica pedagógica que se efetiva nas escolas ou turmas multisseriadas, a participação dos pais mostra-se limitada, revelando pouca interação família-escola-comunidade. Nos estudos realizados, evidenciamos que os professores acusam recorrentemente os pais de não colaborarem na escolarização dos filhos e dizem ser esse um grande problema que interfere na aprendizagem. Os pais, por sua vez, afirmam que trabalha e não tem tempo para ajudar os filhos nas situações que envolvem a escola; porém sempre que podem ajudam, estimulam e cobram dos filhos a realização das tarefas de casa. De fato, muitos pais não se sentem preparados para ajudar seus filhos nos trabalhos solicitados pela escola e isso se dá pelo baixo nível de escolaridade que possuem, embora não deixem de reconhecer a importância e a necessidade de sua participação mais efetiva na escola. (MUFARREJ, 2007 p.102)

As classes multisseriadas, ou seja, classes com alunos de diferentes idades e

níveis de aprendizagem, ainda fazem parte da realidade de muitas cidades

brasileiras. E não existe nessas escolas um vínculo entre sua cultura e o professor

pelo fato de muitas vezes não pertencer à comunidade, e por sofrer pressões

políticas eles são constantemente expostos a uma rotatividade muito frequente

tornando-se um profissional vulnerável como relata Salomão Mufarrej,

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Além disso, muitos professores são temporários e, por esse motivo sofrem pressões de políticos e empresários locais, que possuem forte influência sobre as secretarias de educação submetendo-se a uma grande rotatividade, ao mudar constantemente de escola e/ou comunidade em função de sua instabilidade no emprego. (MUFARREJ, 2007 p.100).

Isso realmente não anima nenhum profissional a se especializar e tampouco

se esforçar para alcançar um padrão de qualidade, muitos procuram estabilidade e

para a escola é importante estabelecer vínculo entre professor, comunidade e

alunos.

As classes multisseriadas, ou seja, classes com alunos de diferentes idades e

níveis de aprendizagem ainda fazem parte da realidade de muitas cidades

brasileiras. O programa PACTO Pela Alfabetização na idade Certa lançado pelo

governo do estado em 2011 e posteriormente, em 2013, em acordo com o governo

federal com o nome PACTO/PNAIC, direcionado às séries iniciais do ensino

fundamental, mais precisamente do 1º ao 3º ano, vem contribuir com um

cronograma de formações continuadas onde os professores das escolas do campo

também puderam participar, organizando seu trabalho pedagógico num esquema de

sequências didáticas com duração de uma semana cada. Foi encaminhado pelo

Ministério da Educação (MEC) a todos os municípios que aderiram ao programa

todo material para formação continuada dos professore e no caderno de

apresentação consta a seguinte afirmação: “Assim esse PACTO surge como uma

luta para garantir o direito de alfabetização. Busca-se, para tal, contribuir para

aperfeiçoamento da formação dos professores alfabetizadores” (BRASIL, 2015, p.

05)

Não se pode negar que trabalhar dessa forma só veio contribuir para

significativos avanços na educação do campo onde foram aplicadas as ações do

programa PACTO, embora seja preciso um pouco mais de organização quanto ao

material específico para educação o campo estruturado nas metodologias desse

programa que tem os seguintes objetivos em seu artigo 5º:

I ‐ garantir que todos os estudantes dos sistemas públicos de ensino estejam alfabetizados, em Língua Portuguesa e em Matemática, até o final do 3º ano do ensino fundamental; II ‐ reduzir a distorção

idade‐série na Educação Básica;

III ‐ melhorar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB);

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IV ‐ contribuir para o aperfeiçoamento da formação dos professores Alfabetizadores;

V ‐ construir propostas para a definição dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças nos três primeiros anos do ensino Fundamental. (PORTARIA Nº 867, Art 5º, 2012).

O trabalho com classes multisseriadas tem seu valor e precisa ser

reconhecido, pois, em seu contexto abrigam seres humanos providos das mais

diferentes formas de inteligências, portadores de necessidades básicas para

sobrevivência de qualquer ser humano e, sobretudo com uma capacidade imensa de

se socializar e de interagir com seu próximo. Mais uma vez a pesquisadora Claudia

Molinari em entrevista à revista Nova Escola cita as vantagens de se trabalhar em

uma classe multisseriada e saber fazer uso dessa situação, exige do professor certo

manejo, para mediar o conhecimento de seu aluno (Molinari, 2013, p.65).

Importante também é que as escolas situadas no campo e os sujeitos que

delas se beneficiam não têm que se adaptar às regras e leis ditas “para todos”, elas

não precisam se adaptar precisa tornar a realidade possível e adaptar as condições

criando mecanismos de sobrevivência e assim resistir dignamente.

De acordo com o Conselho Nacional de Educação a escola do campo pode

realizar

Parágrafo único. A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às questões inerentes à sua realidade, ancorando-se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos movimentos sociais em defesa de projetos que associem as soluções exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva no país (CNE. Resolução CNE/CEB 1/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de abril de 2002. Seção 1, p. 32) acesso em 05 de novembro 2015.

Os objetivos do PNAIC (Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa)

são grandiosos e louváveis do ponto de vista geral. Seria ótimo ter todas as crianças

alfabetizadas até os oito anos de idade como está claro nos documentos oficiais que

tratam sobre o assunto, o problema em questão é que as escolas multisseriadas

rurais foram inseridas no programa, mas, os professore dessas escolas ainda não

sabem muito bem como executar as ações propostas em suas turmas levando em

consideração as peculiaridades de uma turma com estas características.

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Quanto à heterogeneidade de anos e ciclos escolares que constitui uma especificidade das turmas multisseriadas, ressaltamos, e primeiro lugar que os desafios de integrar os objetivos de trabalho de cada ciclo de aprendizagem são enormes e não devem ficar a cargo de cada professor (a), isoladamente. Isso implica a necessidade de as redes de ensino promoverem, junto aos professores e às comunidades, espaços de ampla discussão visando a elaboração de um currículo específico para as escolas do campo. (BRASIL, 2015, p.48).

Observando tais objetivos chega-se a sonhar com um futuro não muito

distante onde nossas crianças realmente aprendam a ler e escrever na idade certa,

não parece, mas é um projeto que ainda levará muito tempo, visto que as condições

pedagógicas das escolas rurais ainda não se adequam à realidade vista pela

maioria. Querer que os professores das escolas do campo estejam aptos para tal

missão não é um desejo novo, mas algo que se pleiteia a bastante tempo. O

governo federal também deixa claro o interesse em melhorar as condições de

trabalho dos professores do campo e por que será que isso não acontece? Como

podemos observar no trecho abaixo é lei ter uma educação do campo com

qualidade, como está previsto em um decreto do Ministério da Educação em seu

artigo primeiro.

Art. 1º A política de educação o campo destina-se à ampliação da oferta de educação básica e superior às populações do campo, e será desenvolvia pela União em regime de colaboração com os estados, o Distrito Federal e o Municípios, de acordo com as diretrizes e metas estabelecidas no Plano nacional de Educação. (MEC, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – SECADI, 2012 P.81)

Como vimos, falar sobre educação no/do campo é um assunto bem

complicado e a realidade é que mesmo com tantos aparatos legais ainda é difícil

desmistificar a idéia de que os povos do campo devem permanecer no campo com

condições tão inferiores de sobrevivência e destinar seus poucos saberes à

agricultura e produção, parafraseando com o INEP podemos ver que não está mais

bem assim e agora o povo do campo sabe bem onde e como ir.

A literatura recente sobre o tema mostra a emergência do conceito de educação do campo, que se contrapõe à visão tradicional de educação rural. A expressão “do campo” é utilizada para designar um espaço geográfico e social que possui vida em si e necessidades próprias, como “parte do mundo e não aquilo que sobra além das cidades”. O campo é concebido enquanto espaço social com vida,

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identidade cultural própria e práticas compartilhadas, socializadas por aqueles que ali vivem. (INEP, 2007, p. 25).

3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Este projeto tem como eixo as Políticas Públicas em Educação, tendo como

foco principal: O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) nas

classes multisseriadas. A efetivação desse projeto é imprescindível para a

construção do Trabalho de Conclusão na Modalidade de Projeto Vivencial, do Curso

de Especialização em Coordenação Pedagógica (CECOP 3), do polo de

Caetité, vinculado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica

Pública, desenvolvido pela Faculdade de Educação da Universidade Federal da

Bahia - FACED/UFBA.

Esse objeto de estudo foi escolhido com o intuito de colaborar com

professores de escolas multisseriadas do campo e ao mesmo tempo constatar

mudanças que ocorrerem na prática educativa após as formações promovidas pelo

Programa Pacto Pela Alfabetização na Idade Certa. Essa pesquisa é de grande

importância porque através dela será possível constatar os benefícios obtidos

através da participação de professores de escolas do campo nas formações do

PNAIC.

3.1 IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR

A Escola Municipal Clemente Coutinho, localizada na fazenda Sítio em

Mortugaba no estado da Bahia é uma instituição pública mantida pela prefeitura.

Têm como clientela alunos do Ensino Fundamental I, de Educação Infantil ao 5º ano,

com o total de 40 alunos, funcionando no turno matutino, foram pesquisadas mais

três escolas com realidades parecidas com a da escola Clemente Coutinho

vinculadas à mesa coordenação apenas com um número de alunos menor. Apesar

de estar situada na Zona Rural, ela funciona como uma escola pólo recebendo

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alunos de outras comunidades que para frequentá-la utilizam meios de transportes

escolares.

Quanto ao ambiente físico, a referida escola possui: três salas de aula, um

pátio interno, cozinha, dois sanitários um masculino e um feminino. Nessa instituição

educacional não existe quadra de esportes, nem mesmo um ambiente adequado

para práticas esportivas e de recreação, o que se tem é um grande espaço a céu

aberto, sem calçamento e sem muro de proteção, não oferecendo condições para

que sejam desenvolvidas atividades físicas com os alunos o que se configura uma

característica comum nas escolas do campo.

O corpo docente atual é constituído por 03 professores regentes, e uma

coordenadora que também atende em um espaço na sede do município e que

coordena também outras 7 escolas municipais também localizadas na Zona Rural do

município. Ainda tem os profissionais de apoio ao ambiente escolar, que são: duas

auxiliares de serviços gerais. Além desses profissionais presentes na escola

diariamente, conta com um Conselho Escolar. Esta unidade escolar não possui

Unidade Executora própria ficando a cargo da Coordenação a administração dos

recursos adquiridos via PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola/ Governo

Federal). Este caixa escolar integra um total de cinco escolas e como já foi dito fica

sob responsabilidade da coordenação administrar esses recursos com auxilio de

conselho fiscal e fazendo as prestações de contas necessárias.

3.2 METODOLOGIA

São muitos instrumentos de coleta de dados para se obter resultados

relacionados ao processo de alfabetização junto aos professores que trabalham

nessa área. Neste caso específico o instrumento escolhido foi um questionário que

foi respondido pelos professores da Escola Municipal Clemente Coutinho situada na

Zona Rural do município de Mortugaba. Não pode se observar o impacto causado

pelas formações oferecidas pelo PACTO, formações estas que ainda são

insuficientes e deixam a desejar quando o assunto é educação no campo, o que

estava acontecendo com as classes multisseriadas foi constatado agora pelos

idealizadores do programa como podemos ver no Caderno 1 do PNAIC de formação

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continuada para o ano de 2015, “O que ocorre, na maior parte dos municípios, é que

os currículos das escolas da cidade são mecanicamente transpostos para as

escolas do campo, desconsiderando-se, muitas vezes, as necessidades e interesses

das populações campesinas.” (Brasil, 2015)

O bom disso tudo é que os professores já estão inquietos com essa situação

demonstrando satisfação em participar da pesquisa, e muito mais ainda porque se

trata de uma pesquisa acompanhada de uma ação que pode modificar sua realidade

para a melhor. No Caderno 1 traz ainda outra afirmação que nos tranquiliza ainda

mais:

Quanto à heterogeneidade de anos e ciclos escolares que constitui uma especificidade das turmas multisseriadas, ressaltamos, em primeiro lugar, que os desafios de integrar os objetivos de trabalho de cada ciclo de aprendizagem são enormes e não devem ficar a cargo de cada professor (a), isoladamente. Isso implica a necessidade de as redes de ensino promoverem, junto aos professores e às comunidades, espaços de ampla discussão visando à elaboração de currículo específico para as escolas do campo. (BRASIL, Ministério da Educação, caderno 1 PNAIC, p.48).

Essa afirmação deixa os professores das escolas multisseriadas bem mais

tranqüilos, embora não seja responsabilidade somente deles, como estava

acontecendo até então, fazer adaptações ao que lhes é proposto de forma tão

aleatória. Toda escola deve ter uma alma, uma identidade, um trabalho que seja vivo

que a faz ser única para todos que nela passam. Esse vínculo deve ser construído a

partir das vivências propiciadas a toda a comunidade escolar. E essa preocupação

deve estar presente na elaboração do projeto de intervenção, este deve contribuir

para criar ou fortalecer a escola e o processo de ensino-aprendizagem.

Esta proposta de intervenção consiste em unir: escola, coordenação

pedagógica e secretaria de educação desse município e juntos elaborar uma

proposta de trabalho onde os professores trabalhem num sistema de sequências

didáticas, escolhendo um tema, por exemplo e a partir disso destinar a cada série as

metodologias cabíveis cobrando dos alunos de acordo com o nível de cada um. Isso

hoje é bem visto pelo PNAIC e claramente explicito em seu Caderno 1 de formação

continuada.

Do conjunto de escolas do campo existentes em nosso país, 42.711 possuem turmas multisseriadas, nas quais crianças de diferentes anos ou ciclos escolares compõem a mesma classe. De modo geral,

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essas escolas situam-se em locais de menor densidade populacional, onde o quantitativo de crianças não possibilita formar uma turma para cada ano escolar, e atendem, na mesma classe, meninos e meninas com idades diferentes que, em muitos casos, variam desde a Educação Infantil (crianças com 3, 4 ou 5 anos) até o final do 1.o ciclo ou início do 2.o (crianças com 8, 9 ou 10 anos de idade). A variedade de idades e, consequentemente, de interesses das é crianças nessas turmas é uma realidade que os (as) professores (as) têm de levar em conta diariamente ao planejarem e executarem as suas atividades. Como mobilizar a vontade de aprender do conjunto das crianças? Como engajá-las, de forma significativa, nas propostas escolares? (BRASIL, 2015, p. 47)

Os dados citados acima são dados do senso escolar que são computados e

divulgados pelo Instituto Anísio Teixeira (IAT) que pesquisa e analisa dados de todas

as escolas brasileiras investigadas desde seus aspectos físicos até os de pessoal,

todos os anos essa pesquisa é refeita para diagnosticar a realidade das escolas

brasileiras e direcionar políticas públicas de acordo com cada realidade, é um

mecanismo que de fato funciona desde que as informações sejam verídicas e dadas

a tempo pré determinado.

Através de um questionário enviado aos professores foram colhidas algumas

informações sobre a prática do cotidiano escolar, antes e após terem participado das

formações propostas pelo programa PACTO. Diante disso, se pode ver claramente o

manejo dos professores a que se refere a planejar algo que chame a atenção dos

diferentes alunos, respeitando suas características como: idade, interesse etc. Sem

esquecer que não é porque o aluno é do campo que este não esteja inserido no

mundo.

A tentativa de superar a dicotomia entre campo-cidade e de reverter a ideia de que as áreas rurais são atrasadas, que atribuem visões discriminatórias e estigmatizadas para a população do campo também é contemplada nas “Referências para uma Política Nacional de Educação do Campo”. Nelas se considera “a existência de tempos e modos diferentes de ser, viver e produzir, contrariando a pretensa superioridade do urbano sobre o rural e admitindo variados modelos de organização da educação e da escola. (BRASIL, 2015, p. 46)

Não é que se diga que a cidade vale mais ou sabe mais, também não se trata

de um sentimento de inferioridade, sinceramente não é isso, os povos do campo tem

sim um diferencial em relação aos povos que residem nas cidades, mas partindo do

ponto de vista de que todos somos cidadãos brasileiros e capazes por que não

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capacitar os povos do campo para viver do e no campo? Proporcionar a eles

condições de vida iguais e dignas?

Essa pesquisa tem por objetivo saber a opinião dos professores, acerca do

que estão vivenciando e através disso reforçar este projeto de intervenção tendo

como princípio importante a participação da clientela a ser atendida e um retorno

através do projeto em si, pesquisa esta que se encontra embasada no que diz

Michel Thiolent,

Entre as diversas definições possíveis, daremos a seguinte: a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (THIOLENT, 1947, p.14).

E por consequência de uma pesquisa não pode mais o sujeito pesquisador

permanecer invencível perante o que sabe, propõe-se a partir de então, uma

mudança de comportamento com a finalidade de mudar se não por completo, mas,

parcialmente a realidade constatada, senão que sentido terá essa pesquisa?

Os questionários foram analisados e organizados em textos e, assim pode-se

perceber a opinião dos professores que participaram acerca do programa, como era

sua prática de trabalho antes do mesmo, bem como, suas expectativas com relação

ao futuro, ao tempo em que se percebe o empenho da secretaria e coordenação em

desenvolver um trabalho voltado para atender a comunidade escolar rural e

multisseriada dentro de exigências das novas discussões teóricas e práticas da

educação atual, onde é priorizado o aprendizado do aluno e onde se criam

condições para que isso realmente aconteça. Aos professores foram atribuídos

nomes como P1, P2 até P6, para preservar sua identidade.

Partindo desse ponto, como não pensar em formação continuada para

profissionais no campo? Os professores foram indagados se sua formação os

preparou para alfabetizar e temos a seguinte resposta de uma delas: “Sim, em

partes, porque você só se prepara realmente em sala de aula na prática mesmo

executando o trabalho diante das dificuldades encontradas. ” (P5)

O programa PACTO/PNAIC oferece essas formações, o que se propõe nesse

projeto de intervenção é valer-se dessas formações para criar momentos específicos

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para os profissionais do campo, capacitá-los para tal função. Nesta realidade

analisada temos uma aluna que foi premiada em uma das fases da Olimpíada de

Língua Portuguesa, logo não podemos fechar os olhos para o trabalho desenvolvido

numa classe multisseriada do campo com tanto louvor.

Foram muitas as contribuições, pois com as Formações do Pacto fiquei mais preparada para assumir uma classe. Ampliei minha visão em torno dessa nova metodologia de ensino e de aulas criativas e prazerosas que levam o aluno a aprender e a sentir vontade de permanecer no ambiente escolar (Fala de uma professora do 3º ano).

Esta formação continuada é essencial porque além da secretaria municipal de

educação preocupar-se com a formação do aluno como cidadão tem que haver uma

preocupação também com o profissional que desenvolverá esse trabalho, é lá na

escola do campo considerando a realidade de muitas cidades brasileiras que tem

que estar os melhores e mais bem preparados profissionais, para se valer do

coletivo, das muitas experiências, dos saberes dos alunos do campo para promover

o aprendizado de todos. Assim, as tabelas abaixo mostram a parte da

sistematização desse diagnóstico

Sejam quais forem as técnicas utilizadas, os grupos de observação compostos de pesquisadores e de participantes comuns procuram a informação que é julgada necessária para o andamento da pesquisa, respondendo a solicitações do seminário central. É claro que os grupos podem fornecer outras informações que não estavam previstas, o que permite aumentar a riqueza das descrições. (THIOLENT, 1947, p.64).

Foi perguntado aos professores sobre qual o vínculo empregatício que

possuem com as escolas pesquisadas e o que se comprova é que em sua totalidade

são profissionais contratados, o que coloca em risco o desenvolvimento dos

trabalhos propostos pelo programa e, por conseguinte o que se propõe neste

projeto, visto que estes profissionais podem a qualquer momento serem substituídos

em virtude de possíveis pressões políticas e colocando em risco também a

construção do vínculo entre professores, alunos e comunidade.

Além disso, muitos professores são temporários e, por esse motivo, sofrem pressões de políticos e empresários locais, que possuem

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forte influência sobre as secretarias de educação, submetendo se a uma grande rotatividade, ao mudar constantemente de escola e/ou de comunidade e função de sua instabilidade no emprego. (MUFARREJ, 2007 p.100)

Os professores de classes multisseriadas precisam de mais estabilidade no

emprego, isso justificaria o alto custo investido em educação através do programa

PACTO/PNAIC, como por exemplo, o pagamento de bolsas aos professores

alfabetizadores, orientadores de estudos e coordenadores do programa. Como

podemos cobrar melhores resultados, mesmo apresentando novas metodologias, se

não é oferecida estabilidade no emprego a estes profissionais?

Tabela 1: Formação Acadêmica dos Professores

Fonte: Elaborada pela autora com dados da pesquisa

Respondendo à pergunta se considera que sua formação os preparou para

alfabetizar, podemos perceber claramente que houve uma mistura no entendimento

da palavra formação, alguns deles não entenderam bem a pergunta ou esta não foi

feita de forma clara, responderam considerando a formação continuada oferecida

pelo programa apenas os P1 e P 6 respondem que a formação inicial realmente não

os preparou para alfabetizar e, não sendo, portanto descartáveis as demais

respostas, visto que entendem a importância da formação continuada e de continuar

se aperfeiçoando.

Sim, em partes, porque você só se prepara realmente em sala de aula na prática mesmo executando o trabalho diante das dificuldades encontradas. (P1)

PROFESSOR GRADUAÇÃO ANO DE CONCLUSÃO

PÓS-GRADUAÇÃO

P1 Pedagogia 2013 Psicopedagoga Clinica e Institucional

P2 Pedagogia 2013

P3 Pedagogia 2008

P4 Normal Superior

2012

P5 Pedagogia 2013

P6 Licenciatura em letras (cursando)

2010

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A minha formação contribuiu e contribui muito para que eu possa alfabetizar crianças, uma vez que antes não conseguiu distinguir em qual nível se encontrava o educando então com as formações foi possível conhecer os níveis: pré-silábico, silábico, silábico alfabético e alfabético assim é possível trabalhar com as crianças respeitando o nível de cada um, ainda mais se tratando de uma turma multisseriada. (P2) Considero sim, pois ampliou meus conhecimentos a respeito da prática de ensino. (P3) Sem dúvida, pois com a formação passei a me sentir mais segura e pude ampliar meus conhecimentos em torno do processo de alfabetização, melhorando a prática pedagógica e buscando levar para a sala de aula o que aprendi. (P4) O PACTO fez a diferença em minha formação, pela oportunidade de adquirir novos conhecimentos, mas também, por oferecer a oportunidade de estar com outras professoras, trocando experiências e questionando teorias. Não podendo deixar de citar os livros e jogos que recebemos para auxiliar o nosso trabalho com nossos alunos.

(P5) Sim, a minha formação me preparou para alfabetizar. Mas, tenho consciência de que a formação de um educador deve ser constante. Um educador precisa manter-se atualizado. (P6)

Cinquenta por cento dos entrevistados afirmam ter participado de outros

cursos de formação continuada e cinqüenta por cento não, há uma preocupação ao

analisar esses resultados principalmente por que o PNAIC oferece uma bolsa de

estudos ao professor como incentivo para participar das formações. E onde fica o

interesse pessoal em se aperfeiçoar? Minha preocupação é que as pessoas não

pensem em seu crescimento, em continuar a aventura de saber mais e se

preocupem apenas em ganhar mais, não que seja esse o caso dos professores

pesquisados, mas a preocupação existe.

O fato de todos os entrevistados serem profissionais contratados não dá ao

programa a continuidade necessária para o alcance dos resultados, há professores

que começaram em 2011, outros em 2013 e a pergunta que fica sem resposta é a

seguinte; O quanto se investe em qualidade da educação do campo?Ainda se

tratando da pesquisa feita 100% dos entrevistados demonstram satisfação e

participar dos encontros de formação e motivados para novos conhecimentos, é

portanto o momento certo para o poder público investir nesse pessoa jovens e

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disposto a aprender certamente os resultados virão e que ganha são nossas

crianças.

Em destaque as formações continuadas, são unânimes as opiniões dos

professores sobre os impactos dessas formações o que se segue são relatos dos

professores a cerca desse item:

As formações foram de grande importância para todos nós cursistas, pois os assuntos tratados nos encontros contribuíram para o aperfeiçoamento dos professores na prática pedagógica, integrando nas ações, materiais e referências curriculares. Posso dizer também que o Pacto, supera o tempo e o espaço, socializa saberes, partilha emoções, mobiliza opiniões e registra conhecimentos. (P1)

As formações do pacto contribuíram bastante para a minha prática pedagógica, onde que aprendi a planejar aulas mais dinâmicas e motivadas e assim faz com que os alunos tenham mais vontade de participar das aulas e consequentemente aprendem mais. (P2)

Repensar a prática pedagógica, fazendo com que tenhamos novas ideias para aplicar em sala de aula, contribuindo na aprendizagem de cada estudante. (P3)

Foram muitas as contribuições, pois com as Formações do Pacto fiquei mais

preparada para assumir uma classe. Ampliei minha visão em torno dessa nova

metodologia de ensino e de aulas criativas e prazerosas que levam o aluno a

aprender e a sentir vontade de permanecer no ambiente escolar.

Foram muitas as contribuições, pois com as Formações do Pacto fiquei mais preparada para assumir uma classe. Ampliei minha visão em torno dessa nova metodologia de ensino e de aulas criativas e prazerosas que levam o aluno a aprender e a sentir vontade de permanecer no ambiente escolar. (P4) O pacto contribuiu muito na minha prática em sala de aula, meus alunos desenvolveram suas atividades de forma dinâmicas e lúdicas. (P5)

O pacto da disciplina de matemática vem contribuindo de forma dinâmica,

lúdica na minha prática pedagógica fazendo com que os meus alunos desenvolvam

suas competências e habilidades satisfatoriamente.

O Projeto PACTO sem dúvidas contribuiu bastante para a aprendizagem, não só dos estudantes como também ampliou o meu conhecimento como educadora. Com o projeto Pacto obtive

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conhecimentos que eu não possuía, por exemplo: Os direitos de aprendizagem, que veio nos mostrar um caminho certo a seguir, aprendi também maneiras mais fácil de ensinar e compreender matemática e português, tudo isso só vem favorecer a minha prática docente. (P6)

Percebe-se o valor que os professores dão às formações e o quanto elas têm

ajudado a minimizar os impactos de ter que lecionar e uma classe multisseriada e

lidar com uma diversidade tão grande. Finalmente tem se agora um comparativo do

antes e depois, de como era a prática docente desses educadores antes de serem

vinculados ao programa ao responderem à pergunta. Antes do PNAIC, como era

desenvolvida a metodologia para alfabetizar as crianças? As respostas foram um

pouco parecidas e merecem atenção, mesmo a realidade ainda sendo difícil eles

absorveram metodologias importantes e sabem disso tanto que aplicam e valorizam.

Antes não existia muito lúdico, o ensino era de forma tradicional, usava- se muito a cartilha, onde o aluno para aprender a ler e escrever tinha que memorizar.O que aconteceu de fato foi uma renovação da prática pedagógica em sala de aula, pude olhar a educação com novos olhos, foi uma grande oportunidade de rever a minha prática de ensino. (P1) Era utilizada uma prática mais tradicional, onde o aluno não tinha muita oportunidade de tentar fazer as atividades propostas da sua maneira do seu jeito e com o PNAIC existe uma rotina diária onde o aluno tem um momento para desenvolver cada uma de suas habilidades. Mudou praticamente tudo. Hoje leio mais para meus alunos despertando assim o gosto pela leitura, procuro sempre criar coisas novas para que possa despertar neles o gosto em aprender e pela escola e vejo que tem surtido efeito, pois graças a Deus e aos esforços dos meus pequenos eles tem se desenvolvido bastante e espero poder melhorar mais ainda. (P2) Era algo cansativo, tanto para professores quanto para alunos. Não tinha tantas aulas dinâmicas como hoje. (P3) Tive a oportunidade de adquirir novas ideias através das formações, realizando aulas diferenciadas para meus alunos. Os professores tentavam desenvolver aulas dinâmicas colocando em prática aquilo que sabia e da melhor maneira possível. Mesmo sem ter uma formação eficaz ainda, procuravam levar os alunos a aprenderem buscando diversas maneiras para alcançar os objetivos. Muitas mudanças são evidentes: a forma de planejar as aulas, o dinamismo, a ênfase à leitura e a escrita a valorização dos jogos matemáticos, uso de objetos concretos entre outras. (P4) Nós, alfabetizadores, temos o péssimo hábito de nos preocupar exclusivamente com a alfabetização em Língua Portuguesa, faço uso

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da ludicidade nas aulas, deixando de lado a Matemática com as intervenções feitas durante o curso de formação, vamos relembrando, por exemplo, como é importante o estudo da matemática, inclusive para auxiliar na alfabetização que ajudaram a rever o papel do professor, principalmente em relação a nossos alunos. (P5)

A grande mudança para mim foi entender que todos os alunos aprendem,

mas de maneiras diferentes; assim é papel do professor oferecer caminhos para que

esse aluno alcance o aprendizado. São justamente os alunos com mais dificuldades

que mais precisam de um trabalho atencioso e comprometido do educador.

P 6 – Antes do PNAIC eu usava famílias silábicas, colando na sala e colando nos cadernos. O alfabeto ficava em um lugar bem alto na sala. Usava-se apenas a voz, quadro e giz branco. Agora pelo fato de termo todos os dias o momento da leitura, as crianças estão mais envolvidas no mundo da leitura, faço uso da ludicidade nas aulas, ensino os conteúdos utilizando jogos músicas, histórias, dinâmicas...

São relatos espontâneos feitos pelos professores que expressam a mais pura

realidade.

Partindo desse ponto e considerando a opinião dos professores pesquisados

vê se a necessidade de uma proposta de intervenção pautada nas formações

continuadas, nas quais os professores envolvido nessa pesquisa e os demais da

rede estão inseridos via Senso no programa PACTO/PNAIC com uma carga horária

para formações presenciais e à distancia que deve ser cumprida, todas essas

etapas tem um controle rigoroso de frequências controladas pelos orientadores de

estudos e coordenadores da secretaria de educação, a seguir um cronograma

dessas ações que promoverão a formação continuada desses profissionais proposta

pelo programa e ratificada nessa proposta.

MÊS CARGA HORÁRIA

RESPONSÁVEL PELA AÇÃO

PÚBLICO ALVO

Fevereiro 16 horas Adriana P. J. Santos Professores das escolas do Campo

Março 8 horas Adriana P. J. Santos Professores das escolas do Campo

Abril 8 horas Adriana P. J. Santos Professores das escolas do Campo

Maio 8 horas Adriana P. J. Santos Professores das escolas do Campo

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Totalizando uma carga horária de 40 horas de formação presencial

acompanhadas pela coordenação e por mim na função de orientadora de estudos

que estarei constantemente em contato com os professores acompanhando as

formações, realizando visitas às classes para fins de observação, realizando

reuniões de alinhamento para discutir pontos observados nas visitas, além de

orientar os professores no preenchimento de documentos virtuais e avaliações do

próprio programa completando assim uma carga horária de 60 horas (40 horas

presenciais e 20 à distância). De maneira que a intervenção propriamente dita se

dará no prazo de 01 de fevereiro a 31 de maio de 2016.

A partir de então espera-se que os professores desenvolvam uma

mentalidade de aprendizes constantes e passem a buscar sua formação continuada

além de esperar fervorosamente pela continuidade do programa e assim poder

melhorar a qualidade da educação no campo.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Agora é que de fato começarei a lidar com a realidade que fui buscar

pesquisando, visitando e observando o modo de ser e de viver dos profissionais de

educação e confesso: não imaginava tão perto uma realidade tão dura. Trabalhei em

uma classe multisseriada, me adaptei às suas peculiaridades, mas, jamais pude

perceber o olhar do outro, as angústias do outro enquanto professor e colega.

Ter realizado um projeto como este foi maravilhoso principalmente por ser um

projeto vivencial quer dizer foram situações verídicas, vividas por todos os

envolvidos.Uma experiência enriquecedora e única. Certamente a realidade a

multisseriada não é mais a mesma de anos atrás, pois são muitas as mudanças a

favor da educação no campo.

O que se espera é que tudo o que foi colhido nessa pesquisa desperte nos

colegas principalmente os da região pesquisada a curiosidade de ler e entender a

própria realidade, em seguida buscar realidades parecidas, discutindo possíveis

soluções e assim quem sabe juntos mudarmos a realidade da educação campesina

utopicamente de todo Brasil. Através dessas palavras de um home importante para

a sociedade mundial somos chamados a pensar sobre nossa responsabilidade na

formação de nossas crianças e adolescentes.

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REFERÊNCIAS

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HAGE, Salomão Mufarrej. Por uma escola do campo de qualidade social: transgredindo o paradigma (multi) seriado de ensino. Em Aberto, Brasília-DF, v. 24, n. 85, p. 97-113, abr. 2011. Disponível em: <http://goo.gl/dowfpo>. Acesso em: 01 novembro. 2015. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Ministério da Educação Panorama da Educação do Campo. Brasília, DF: INEP, 2007, P.25. LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf> acesso em 11 de novembro de 2015. LEITE, S.C. Escola rural: urbanização e políticas educacionais. São Paulo: Cortez, 1999. MOLINARI, Cláudia. Claudia Molinari defende a diversidade no avanço de classes multisseriadas. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/modalidades/diversidade-ajuda-avanco-427132.shtml. Acesso em: 28 de outubro 2015. SOARES, E. A. Parecer CNE/CEB n. 36/2001, aprovado e 4 de dezembro de 2001. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/EducCampo01> Acesso em 04 de novembro 2015 THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1986.

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APÊNDICE

QUESTIONÁRIO

Queridos professores,

Este questionário que integra meu Trabalho de conclusão de Curso com o tema

PACTO E EDUCAÇÂO NO CAMPO tem como objetivo conhecer sua opinião acerca

das ações do programa desenvolvidas nas escolas do campo.As informações são

sigilosas e tratadas somente para fins educacionais.

1. Dados Institucionais:

Escola:______________________________________________________________

a) Vínculo empregatício na escola Pública Municipal:

( ) Contratado ( ) Efetivo

2. Identificação pessoal: (Opcional)

Nome : _____________________________________________________________

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

Faixa etária: ( ) 18 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos ( ) 41 a 50 anos ( ) acima de

50 anos

3. Dados sobre a formação profissional:

a) Nível de formação profissional

( ) Graduação. Qual: ___________________________Ano de conclusão: _______

( ) Especialização. Em: __________________________Ano de conclusão: _______

( ) Mestrado ( ) Doutorado

b) Experiência docente:

( ) Até 10 anos ( ) de 11 a 20 anos ( ) de 21 a 30 anos.

c) Experiência com Alfabetização de 1º ao 3º ano.

( ) de 1 a 4 anos ( ) de 5a 10 anos ( ) de 11 a 20 anos ( ) de 21 a 30 anos.

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d) Turma em que está lecionando atualmente:

( ) 1º ano ( ) 2º ano ( ) 3º ano ( ) Outra.

Qual?______________________________

4) Você considera que sua formação a/o preparou para alfabetizar?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5) Além da formação continuada proposta pelo Pacto/PNAIC, você já participou de

outros cursos de formação continuada? ( ) sim ( ) não

6) Em que ano você começou a participar das formações do Pacto/PNAIC?

___________________________________________________________________

7) Neste momento de sua trajetória profissional, você se encontra:

a. ( ) Motivado para novas aprendizagens

b. ( ) Desmotivado para novas aprendizagens

8) Quais as contribuições que formações do Pacto proporcionaram para a sua

prática pedagógica?

_________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

9) De que maneira as formações do Pacto estão favorecendo o processo de

alfabetização?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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a) O Pacto trouxe alguma mudança para na sua formação profissional e

educacional?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

b) Antes do PNAIC, como era desenvolvida a metodologia para alfabetizar as

crianças?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

c) O que mudou na sua rotina educativa após as formações do PNAIC?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________