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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CECOP 3 ELIENAI SANTANA DA CRUZ DE ARAÚJO A PARTICIPAÇÃO DAS UNIDADES EXECUTORAS NA AUTONOMIA DA ESCOLA PARA A TOMADA DE DECISÕES ATRAVÉS DO PDDE Salvador 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3

ELIENAI SANTANA DA CRUZ DE ARAÚJO

A PARTICIPAÇÃO DAS UNIDADES EXECUTORAS NA AUTONOMIA DA ESCOLA PARA A TOMADA DE DECISÕES ATRAVÉS DO PDDE

Salvador 2016

ELIENAI SANTANA DA CRUZ DE ARAÚJO

A PARTICIPAÇÃO DAS UNIDADES EXECUTORAS NA AUTONOMIA DA ESCOLA PARA A TOMADA DE DECISÕES ATRAVÉS DO PDDE

Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientadora: Prof. Dra. Maria Couto Cunha

Salvador

2016

ELIENAI SANTANA DA CRUZ DE ARAÚJO

A PARTICIPAÇÃO DAS UNIDADES EXECUTORAS NA AUTONOMIA DA ESCOLA PARA A TOMADA

DE DECISÕES ATRAVÉS DO PDDE

Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.

Aprovado em janeiro de 2016.

Banca Examinadora

Primeiro Avaliador.____________________________________________________ Segundo Avaliador. ___________________________________________________ Terceiro Avaliador. ____________________________________________________

Aos

Gestores Educacionais que acreditam e lutam por uma educação pública de

qualidade.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela saúde, proteção e pelos dons da vida, da inteligência e da

sabedoria.

Ao meu esposo, pela paciência, compreensão e principalmente por acreditar em

minha capacidade e vontade de crescer intelectualmente.

À minha mãe por compreender a minha necessidade e cuidar tão bem dos meus

filhos.

Aos meus pequenos filhos, que mesmo sem maturidade para compreender a minha

ausência por alguns momentos, por existirem e encantarem a minha vida, dão-me

forças e coragem para continuar.

Aos meus colegas acadêmicos, por ter compartilhado comigo os anseios,

inquietudes e vitórias, mostrando que a união faz a força.

À minha tutora Cristiomara Barbosa pela dedicação e apoio demonstrados durante o

curso.

À minha orientadora Prof.ª Maria Couto pelo pronto atendimento e pelas

significativas orientações para a concretização desse trabalho.

À Faculdade de Educação da UFBA e ao Programa Escola de Gestores, por

oportunizar tantos Coordenadores Pedagógicos a vivenciarem uma das melhores

experiências de processo ensino-aprendizagem para o crescimento profissional.

Por melhores que sejam os processos de gestão escolar,

pouco valor terão, caso não produzam resultados efetivos de

melhoria da aprendizagem dos alunos.

(Heloísa Luck, 2009, p. 55).

ARAÚJO, Elienai Santana da Cruz. A participação das Unidades Executoras na

autonomia da escola para a tomada de decisões através do PDDE. 2015. Projeto

Vivencial (Especialização) – Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de

Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

RESUMO

O presente trabalho visa analisar como tem sido a participação das Unidades Executoras (UEx) na tomada de decisões, no planejamento e na implementação de ações referentes ao PDDE nas escolas. Inicialmente traz um Memorial contextualizando a história de vida da cursista com o objeto de estudo. Em seguida, apresenta a Fundamentação Teórica que contou com autores especializados na área discorrendo, assim, sobre a importância da gestão democrática escolar para a conquista da autonomia, além de documentos oficiais que normatizam e legalizam as Unidades Executoras (UEx) como garantia de receberem recursos, através do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). A partir do embasamento teórico foi elaborado uma Proposta de Intervenção. Para tanto, realizou-se uma Pesquisa-Ação, selecionando 8 escolas da sede e 5 escolas do campo de maior porte do município de Itamaraju. Destas unidades escolares, a amostra escolhida para aplicação do instrumento de coleta de dados foram 8 diretores e 8 membros das (UEx) da sede, 5 diretores e 5 membros da UEx do campo, perfazendo um total de 26 colaboradores que preencheram questionários com 8 perguntas objetivas e 1 pergunta aberta. Os resultados a partir da análise quantitativa e informações explícitas contidas na questão aberta revelaram que as escolas municipais de Itamaraju têm buscado alcançar a autonomia escolar, pois quase 100% da rede possui suas UEx próprias, no entanto, ainda há algumas práticas que dificultam a efetivação de uma gestão democrática, como em alguns casos, a falta de calendário de reuniões, garantia de escolha de prioridades, com o registro em ata, nos gastos dos recursos e o principal quesito, a falta de participação dos membros da UEx no fomento das atividades pedagógicas. A partir dessas problemáticas foi elaborada uma Proposta de Intervenção que auxilie na superação dos problemas detectados e busque alternativas para efetivação de um órgão colegiado atuante.

Palavras-chave: Gestão Democrática. Autonomia. Órgãos Colegiados. Descentralização. Coletividade. Unidade Executora. Programa Dinheiro Direto na Escola.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANA

CECOP

FNDE

Avaliação Nacional da Alfabetização

Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

IDEB

LDB

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

Lei de Diretrizes e Bases da Educação

PDDE

UEx

Programa Dinheiro Direto na Escola

Unidade Executora

SUMÁRIO

1 1. INTRODUÇÃO.....................................................................................10

2 COMO TUDO COMEÇOU....................................................................13

2.1 UTOPIA REALIZÁVEL!.........................................................................15

2.2 OUSANDO E APRENDENDO!.............................................................16

2.3 RUMO AOS NOVOS DESAFIOS!........................................................17

3

3.1

3.2

3.3

REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................19

GESTÃO DEMOCRÁTICA ESCOLAR E A CONSTRUÇÃO DA

AUTONOMIA DA ESCOLA..................................................................19

UNIDADE EXECUTORA: LEGISLAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E

FUNCIONAMENTO..............................................................................23

O PDDE E SUA RELAÇÃO COM A UNIDADE EXECUTORA............25

4 ANALISAR O PRESENTE PARA INTERVIR NO FUTURO –

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO........................................................30

4.1

4.2

4.3

4.4

CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO...............................................30

METODOLOGIA...................................................................................33

ANÁLISE DA REALIDADE...................................................................34

PROPOSTA DE AÇÕES PARA O PROJETO DE INTERVENÇÃO E

CRONOGRAMA...................................................................................42

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................46

REFERÊNCIAS....................................................................................48

APÊNDICE...........................................................................................51

APÊNDICE 1........................................................................................52

APÊNDICE 2........................................................................................54

10

1 INTRODUÇÃO

Pensar a educação pública numa perspectiva de gestão democrática é

considerá-la além do seu aspecto legal, sobretudo, como um processo de

construção necessário para o envolvimento daqueles que são parte integrante da

instituição escolar.

Nesse contexto, nascem os Órgãos Colegiados, como efetivas

possibilidades de unir forças dos vários segmentos da comunidade escolar em prol

de um objetivo comum. E nessa troca de saberes, ideias, opiniões, em que as

decisões são tomadas coletivamente, as ações implementadas por várias mãos, de

forma transparente, cai por terra o modelo tradicional de gestão centralizadora e

vertical surgindo, assim, o modelo em que o processo ensino-aprendizagem é

responsabilidade de todos.

Dentre outros Órgãos Colegiados que a escola pode constituir para

fortalecer a gestão democrática, existe a Unidade Executora (UEx), “denominação

genérica criada pelo Ministério da Educação (MEC) para referir-se às diversas

denominações encontradas em todo o território nacional que designa entidade de

direito privado, sem fins lucrativos, vinculada à escola” (Manual de Orientação para

Constituição de UEx, p. 3). Não importa a nomenclatura escolhida pela escola: Caixa

Escolar, Associação de Pais e Mestres, Colegiado Escolar, dentre outras. “O

princípio básico é a busca da promoção da autonomia da escola com a participação

da comunidade em suas dimensões: pedagógica, administrativa e financeira”

(Heloísa Luck 2009, p. 73).

No município de Itamaraju, existem quatro nomenclaturas distintas para as

UEx, sendo elas: Associação de Pais e Professores, Associação de Pais e Mestres,

Caixa Escolar e Colegiado Escolar. Ao constituí-las garantiram, assim, o

recebimento de recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).

Diante do exposto, surge o problema: Como tem sido a participação das

Unidades Executoras na gestão das escolas, sobretudo no gerenciamento dos

recursos advindos via PDDE no que se refere às questões financeiras,

administrativas e pedagógicas?

O objetivo geral desse trabalho é analisar a importância da participação dos

segmentos da comunidade escolar nas tomadas de decisões, propondo ações para

intensificação dessa participação.

11

Os objetivos específicos: investigar, por meio de fontes bibliográficas, a

importância do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) para a autonomia das

Instituições Escolares e quais procedimentos necessários para garantir esses

recursos; pesquisar nas Unidades Escolares que constituíram suas Unidades

Executoras Próprias (UEx), quais mudanças que obtiveram através desse Órgão

Colegiado; analisar, por meio de pesquisa de campo, como tem sido a participação

das Unidades Executoras nas tomadas de decisões e implementação das ações no

ambiente escolar; elaborar Projeto de Intervenção que auxilie as escolas a manter

uma parceria efetiva com seus órgãos colegiados, gerindo, de forma participativa,

transparente e responsável os recursos advindos do Fundo Nacional de

Desenvolvimento (FNDE), via PDDE, para a melhoria do processo ensino

aprendizagem.

O interesse quanto a esse objeto de estudo se deu, por trabalhar na

Secretaria Municipal de Educação de Itamaraju há 7 anos, num setor que lida

diretamente com as Unidades Executoras e o Programa Dinheiro Direto na Escola e

durante todos esses anos, ter notado a autonomia financeira das escolas quando

constituem suas UEx e passam a gerir seus próprios recursos. No entanto, percebe-

se que ainda existe certa dificuldade para que a comunidade escolar se envolva,

fazendo parte dos membros da UEx, através das eleições bienais, ou quando se

disponibilizam para fazer parte, muitas vezes, não há uma parceria efetiva entre

esse órgão colegiado e escola, no que diz respeito as decisões administrativas e

pedagógicas, ficando restrito apenas às questões financeiras.

Este trabalho tem como estrutura, além desta introdução que constitui seu

primeiro capítulo, três capítulos e as considerações finais. O segundo capítulo é um

memorial em que explicita sucintamente a minha história de vida, dando um enfoque

na carreira acadêmica e profissional, relacionando esta minha trajetória com o objeto

de pesquisa escolhido, finalizando com as expectativas para o futuro diante de toda

experiência vivida através do CECOP 3. O terceiro capítulo apresenta a

fundamentação teórica, tendo como embasamento as considerações de autores

conceituados sobre o assunto, como Heloísa Luck, Luiz Fernandes Dourado e Vítor

Henrique Paro, além de documentos oficiais e a legislação vigente que tratam sobre

a temática. O quarto capítulo refere-se ao Projeto de Intervenção que caracteriza a

instituição de trabalho, traz a análise da Pesquisa de campo que contou com a

colaboração de treze diretores e treze membros de Unidades Executoras, entre sede

12

e campo, os quais responderam um questionário com oito perguntas objetivas e uma

subjetiva, propiciando, assim o registro de suas considerações, a respeito do

trabalho desenvolvido pela UEx na Unidade Escolar e, finalmente, apresenta uma

proposta de intervenção com ações exequíveis, elaborada a partir da realidade

analisada. As considerações finais explicitam o que o presente trabalho representou

para o pesquisador e a relevância que poderá ter para a comunidade escolar.

13

2 COMO TUDO COMEÇOU!

Somos a memória que temos e a responsabilidade que

assumimos. Sem memória não existimos, sem

responsabilidade talvez não mereçamos existir.

José de Sousa Saramago

O texto ora apresentado é um resumo das minhas memórias, dos meus

feitos enquanto sujeito atuante no mundo. Relatarei um pouco sobre minha

formação pessoal, vida acadêmica e profissional, enfim, deixarei aqui nesses

escritos um flash da minha história de vida. Destina-se à Universidade Federal da

Bahia (UFBA), como um dos capítulos do meu trabalho de conclusão do Curso de

Pós Graduação Latu-sensu em Coordenação Pedagógica.

Sou Elienai Santana da Cruz, a caçula dos três filhos de Manoel Amaro da

Cruz e Dinalva Santana da Cruz. Nasci com o auxílio de uma parteira em 20 de

agosto de 1975, na cidade de Itamaraju-Ba. Meu nome é de origem hebraica, e

significa “Meus olhos estão em Jeová”. Vivi uma infância muito feliz, recebendo

muito carinho dos meus pais e ensinamentos religiosos, já que nasci num lar

evangélico. Eles sempre se preocuparam com a educação dos filhos e por não

terem a oportunidade de estudar, o sonho, em comum, era fazer com que a nossa

história fosse bem diferente: conquistarmos uma formatura.

Fui alfabetizada através do método tradicional silábico, utilizando a “famosa”

cartilha, na Escola Santa Luzia, onde estudei durante um ano. Em 1982, eu e minha

família mudamos para a cidade de Prado-BA, onde estudei a Alfa 1, que equivalia a

1ª série. Retornamos à nossa cidade no ano seguinte, onde estou até o momento

atual. De 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental estudei na Escola Polivalente de

Itamaraju, deixando-me saudades, pois ali aprendi a ser leitora ao explorar a

biblioteca ampla, com um acervo bibliográfico rico, variado e bem atrativo para a

nossa faixa etária como, por exemplo, a Coleção Vaga-Lume e a trilogia Poliana

Menina, Poliana Moça e Poliana Mulher.

Em 1990, comecei a cursar o 2º grau, estudando o 1º Ano (Básico) e

optando para os dois anos seguintes o Magistério, já que o ato de educar sempre

me encantou, por me espelhar na figura de duas pessoas especiais que me fizeram

viajar no mundo mágico das palavras: tia Baby, que foi a precursora no meu

14

processo de alfabetização, ensinando-me lições que ajudaram na minha formação

integral enquanto ser humano, e professora Dora, que tive o prazer de conviver na

1ª série, tornando-a inesquecível pelo seu cuidado e carinho com que tratava seus

alunos.

Em 1993, iniciei a minha carreira como educadora, aos 17 anos de idade,

num período em que o descaso pela administração municipal era de causar

indignação. O difícil acesso e precárias condições de trabalho, salário defasado e

com atraso de até três meses e, consequentemente a eliminação de crédito nas

lojas, a falta de capacitação profissional, enfim, o desrespeito com o trabalhador era

a nossa realidade. Participei, portanto, de várias reuniões do Sindicato dos

Servidores Públicos e de várias greves e manifestações para reivindicarmos os

nossos direitos.

Em 1996 pedi demissão do meu cargo, não recebendo um centavo sequer

pelos anos trabalhados. Frustrada e desiludida comecei a trabalhar como secretária,

na área de finanças, mas infeliz, pois o desejo do meu coração era ser educadora.

Em 1998, surge uma nova administração, e, através do concurso público,

ingressei-me novamente na educação, sendo que, desta vez, para atuar numa

classe de jovens e adultos, onde aprendi muito com aquelas pessoas que labutam o

dia inteiro e ainda encontram forças para enfrentar o cansaço e superar o “peso do

lápis”.

O objeto de estudo escolhido tem estreita relação com minha formação

pessoal, profissional e acadêmica, pois assim como sempre sonhei e busquei

qualidade na educação, o objetivo principal do PDDE (Programa Dinheiro Direto na

Escola), bem como a participação efetiva dos órgãos colegiados na gestão da

escola é garantir autonomia para que as unidades escolares desenvolvam uma

educação pública de qualidade.

A minha formação pessoal foi sempre pautada em ensinamentos que

primassem pelo respeito ao outro, solidariedade, honestidade e tantos outros

atributos necessários para a formação integral do ser humano. Qualidades essas,

imprescindíveis para efetivação de um trabalho transparente e coletivo entre gestão,

comunidade e Colegiado Escolar.

Sempre estudei em escolas públicas e acredito que podemos tornar esses

espaços mais atrativos, acolhedores, significativos e propícios para uma educação

que formem verdadeiros cidadãos. Sendo assim, considero que o PDDE pode

15

auxiliar nesse processo, se os recursos forem utilizados de forma planejada,

definindo as prioridades da escola. Se cada membro do Colegiado for atuante e se

responsabilizar de cumprir seu papel enquanto fiscalizador e deliberador, isto será

possível.

2.1 UTOPIA REALIZÁVEL!

Um dos meus maiores sonhos ainda não tinha se concretizado, que era

fazer um curso de graduação. E como “é necessário sonhar sonhos possíveis”, o

meu sonho se tornou realidade em 2000, quando o então Gestor da Prefeitura

Municipal de Itamaraju fez um convênio com a Universidade do Estado da Bahia

Campus X, trazendo para o nosso município, o curso de Licenciatura Plena em

Pedagogia, pela Rede UNEB 2000.

Fiz o vestibular em maio de 2000, tendo como dádiva de Deus a aprovação,

e em agosto do mesmo ano iniciamos o nosso maravilhoso curso. E o refiro dessa

forma, porque foi através dele que tive a oportunidade de conviver e conhecer

professores altamente competentes e profissionais que através de todo um

embasamento teórico, reflexão dialética e a prática, passamos a ter um novo olhar

sobre a educação. Além disso, a interação entre os colegas, fora de uma riqueza

tamanha para a troca de experiências da prática pedagógica, dando-nos mais

suporte para a consciência de que somos “seres inacabados”, e como tais, temos a

necessidade de estarmos sempre aprendendo.

Em 2003 concluí o curso de Pedagogia. Desde a conclusão do meu curso,

não estagnei, em 2005, fiz o curso de Pós Graduação em Psicopedagogia

Institucional, pela Universidade Castelo Branco (UCB/RJ). Também concluí, em

2012, uma Licenciatura Plena em Letras pela Universidade Norte do Paraná

(UNOPAR) e nesse mesmo ano, uma Especialização em Língua Portuguesa e

Literatura Brasileira pela Faculdade São Mateus. Além disso, participei de vários

cursos de Formação Continuada, como os PCNs, Pró Letramento, PROGESTÃO,

Tecnologias Educacionais, GESTAR II em Língua Portuguesa, dentre outros.

16

2.2 OUSANDO E APRENDENDO!

Em 2005 tive uma experiência marcante ao assumir a coordenação de uma

escola durante dois anos, espaço em que conquistei amigos e, juntos realizamos um

trabalho voltado para a melhoria da qualidade do ensino em nosso município.

Inclusive participei ativamente do Colegiado escolar como um dos membros da

diretoria.

Em 2008, aceitei mais um desafio ao trabalhar no setor PDDE, na SMEI

(Secretaria Municipal de Itamaraju) onde cresci muito na minha vida profissional,

pois procuro sempre cumprir com eficácia as minhas atribuições nesse setor e em

2009 surgiu concurso público municipal em nossa cidade para Coordenação

Pedagógica, no qual participei e fui aprovada, tomando posse em 2010.

Por acreditar que é essencial a formação continuada para um melhor

desempenho de qualquer profissional, especialmente os professores, participei em

2013 de um processo seletivo e fui aprovada para assumir a função de Orientadora

de Estudos do PNAIC (Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa). Fizemos

durante dois anos, 2013 e 2014 um trabalho de formação em que o entrelaçamento

entre teoria e prática foi constante, com propostas de atividades para que os

professores executassem em sala de aula, somando, assim, o trabalho do

coordenador pedagógico de cada Unidade Escolar.

Em resumo, fiz Magistério, Pedagogia e Letras por opção, pois desde

criança meu sonho era ser professora. Tenho experiência em docência e

coordenação pedagógica em Unidades Escolares. Estou há 7 anos exercendo uma

função, dentro da Secretaria Municipal de Itamaraju, que não se afasta da minha

profissão de Coordenadora Pedagógica, pois estou gerindo, numa perspectiva

macro, programas públicos que impactam diretamente as escolas do meu município.

Todo esse contexto justifica a escolha do meu objeto de estudo, tendo uma

intrínseca relação com minha formação profissional.

A minha função é garantir que as escolas municipais, através de suas

Unidades Executoras, recebam as verbas advindas pelo PDDE, via FNDE,

orientando as escolas a preencherem o diagnóstico e elaborarem os planos de

atendimento ou planos de ações no portal PDDE Interativo, auxiliando-os também

na execução das ações financiáveis. Além disso, acompanho os Colegiados

Escolares, ficando atenta aos prazos dos mandatos da diretoria, orientando-os para

17

realização de novas eleições de cada biênio, bem como faço o cadastro dos

mesmos no Sistema PDDE WEB.

De acordo com essa experiência, venho notando, ao longo desses anos, os

avanços que esses recursos têm proporcionado para as escolas públicas

municipais, mas também as dificuldades enfrentadas para a efetiva participação dos

Colegiados. Essa minha experiência foi o precursor para definir meu Objeto de

Estudo e consequentemente o meu Projeto Vivencial, para auxiliar as Unidades

Escolares a desenvolverem ou continuar desenvolvendo um trabalho em que os

Colegiados participem nas decisões da escola, não somente das questões

financeiras, mas administrativas e pedagógicas, características de uma gestão

democrática.

2.3 RUMO AOS NOVOS DESAFIOS!

A especialização em Coordenação Pedagógica foi uma oportunidade que

almejava há muito tempo e confesso que foi muito gratificante e proveitosa. Tenho

certeza que toda aprendizagem e as experiências em que vivenciei me servirão para

ser uma melhor profissional e fazer a diferença na educação do meu município.

Não tenho dúvidas que o Projeto Vivencial vai impactar profundamente na

minha prática, pois quando nos debruçamos para estudar sobre alguma temática,

principalmente, quando esta faz parte do nosso cotidiano, adquirimos mais

conhecimentos e temos mais propriedade para auxiliar o outro, bem como mais

argumentos para contagiá-lo no que nós acreditamos. Esse é o meu desejo!

Espero, profundamente, que esse trabalho ajude a fortalecer a Secretaria

Municipal de Educação, Instituição em que atuo, proporcionando, ainda mais, o

diálogo, a parceria, a coletividade e o compromisso de todos que trabalham nos

diversos setores que compõem essa organização. Dessa forma haverá uma

revitalização da confiabilidade e segurança por parte das Unidades Escolares para

apoiar-se nessa Instituição, buscando orientação, esclarecendo suas dúvidas,

solicitando ajuda ou até mesmo dando sugestões, de forma que todos entendam

que somos, todos, peças de uma mesma engrenagem: a educação pública, e por

ela temos que ter um sentimento de pertencimento para alcançar a tão sonhada

educação de qualidade.

18

Sabemos que a discussão realizada e registrada sobre o objeto de estudo “A

participação das Unidades Executoras na autonomia da escola para a tomada de

decisão através do PDDE”, não se encerra, nem se conclui com esse trabalho. Seu

ponto de chegada é o ponto de partida, uma contribuição em aberto para discussões

realizadas pela comunidade escolar que ainda acredita ser a educação uma utopia

realizável.

19

3 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo apresenta a fundamentação teórica do estudo, tendo como

embasamento as considerações de autores conceituados sobre o assunto, como

Heloísa Luck, Luiz Fernandes Dourado e Vítor Henrique Paro, além de documentos

oficiais, incluindo a legislação vigente que tratam sobre a temática.

3.1 GESTÃO DEMOCRÁTICA ESCOLAR E A CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA DA

ESCOLA

Ao longo das décadas a escola pública vivenciou um modelo de gestão

autoritário, centralizador, fragmentado e conservador, desqualificando, assim, o

cumprimento de sua função social que é “garantir o pleno desenvolvimento da

pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o

trabalho” (ART. 205 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988).

Segundo Heloísa Luck (2000), a escola e sua direção se limitavam a um

modelo estático e hegemônico, cuja obrigação era garantir o cumprimento das

ordens de sua hierarquia superior, não permitindo quaisquer tensões, contradições

ou conflitos. Nesse contexto, o papel do diretor

[...] era o de guardião e gerente de operações estabelecidas em órgãos centrais. Seu trabalho constituía-se, sobretudo em repassar informações, controlar, supervisionar, “dirigir”, o fazer escolar, de acordo com as normas propostas pelo sistema de ensino ou pela mantenedora” (LUCK, 2000, p. 13)

Devido a própria mudança de paradigmas da sociedade, em perceber que

essa concepção autoritária e individualista, só resultam na estagnação social e no

fracasso de suas instituições, surge a necessidade de uma nova história e um novo

tempo para que o sentido da palavra democracia, já estabelecida pela Constituição

de 1988, pudesse ser alvo de discussão, sobretudo, no âmbito escolar e efetivada,

para que os resultados pudessem refletir para a formação de uma sociedade mais

justa. “O início do século XXI poderá ser conhecido como um tempo em que o

sentido da palavra democracia voltou à ordem do dia” (DOURADO, 2001, p. 7).

Etimologicamente, democracia vem do grego, demo que significa povo e

cracia que significa governo, ou seja, governo do povo (SUA PESQUISA.COM). É

20

um sistema em que as pessoas possuem liberdade de se expressar e manifestar

suas opiniões, participando, assim da vida política. Definindo, portanto, a gestão

democrática, Luck (2009, p. 71) afirma:

Pode-se definir, portanto, a gestão democrática, como sendo o processo em que se criam condições e se estabelecem as orientações necessárias para que os membros de uma coletividade, não apenas tomem parte, de forma regular e contínua, de suas decisões mais importantes, mas assumam os compromissos necessários para a sua efetivação. Isso porque democracia pressupõe muito mais que tomar decisões, ela envolve a consciência de construção do conjunto da unidade social e de seu processo como um todo, pela ação coletiva.

Sendo assim, entende-se como gestão democrática escolar, o processo

político em que, as pessoas que fazem parte do contexto educacional, têm a

oportunidade de discutir, planejar, intervir, deliberar e acompanhar todas as ações

voltadas para o bem comum, desenvolvimento e sucesso da instituição de ensino,

primando pela qualidade da educação. “Trata-se, portanto, de fortalecer

procedimentos de participação das comunidades escolar e local no governo da

escola, descentralizando os processos de decisão e dividindo responsabilidades”

(DOURADO, 2001, p. 15). Vítor Henrique Paro (1998, p. 16), a esse respeito,

enfatiza quanto ao conceito de participação da comunidade:

Aceitando-se que a gestão democrática deve implicar necessariamente a participação da comunidade, parece faltar ainda uma maior precisão do conceito de participação. A esse respeito, quando uso esse termo, estou preocupado, no limite, com a participação nas decisões. Isto não elimina, obviamente, a participação na execução; mas também não a tem como fim e sim como meio, quando necessário, para a participação propriamente dita, que é a partilha do poder, a participação na tomada de decisões. É importante ter sempre presente este aspecto para que não se tome a participação na execução como fim em si mesmo, quer como sucedâneo da participação nas decisões quer como maneira de escamotear a ausência desta última no processo.

Vale ressaltar que a participação é um processo a ser construído de forma

coletiva, que não pode ser decretado, imposto ou considerado apenas como

mecanismo formal (BRASIL, 2004). “Participação é conquista” (DEMO, 1988 apud

LUCK, 2000, p. 18).

Paro (1998) enfatiza que são muitos, os obstáculos, para que a participação

da comunidade, na gestão da escola pública, se concretize, por isso, um dos

requisitos principais e preliminares para quem, efetivamente, se disponha a propiciá-

21

la, é convencer-se da importância e da necessidade dessa participação, não

desistindo diante das dificuldades. O autor, ainda, acrescenta que essa participação,

assim “como todo processo democrático, é um caminho que se faz ao caminhar”

(1998, p. 17), sendo necessária a reflexão prévia sobre as adversidades e

potencialidades apresentadas pela realidade, norteando, assim a ação. Sendo

assim, pelo fato da escola ser um espaço de contradições e diferenças, é preciso

considerar que

[...] quando buscamos construir na escola um processo de participação baseado em relações de cooperação, no trabalho coletivo e no partilhamento do poder, precisamos exercitar a pedagogia do diálogo, do respeito às diferenças, garantindo a liberdade de expressão, a vivência de processos de convivência democrática, a serem efetivados no cotidiano, em busca da construção de projetos coletivos (BRASIL, 2004, p. 26)

A participação coletiva nas tomadas de decisões e nas execuções do

planejamento seja pedagógico, financeiro ou administrativo é característica

fundamental da gestão democrática e resulta na autonomia da escola. “A construção

da autonomia é processual e se articula ao esforço mais amplo de democratização

da escola” (BRASIL, 2004, p. 50).

Luck (2000, p. 21) ratifica que “autonomia consiste na ampliação do espaço

de decisão, voltada para o fortalecimento da escola como organização social

comprometida reciprocamente com a sociedade”, cujo objetivo é melhorar a

qualidade do ensino.

Segundo a autora, alguns mecanismos são inerentes à prática da autonomia

escolar, sendo eles: consolidação de gestão colegiada, que garanta a gestão

compartilhada; a eleição de diretores e a construção e implementação coletiva do

projeto político pedagógico.

Em relação à gestão colegiada, o Ministério da Educação (MEC), tem

orientado sobre a organização da estrutura desse mecanismo, para que as escolas

públicas constituam suas Unidades Executoras (UEx) próprias, no intuito de garantir

os recursos financeiros advindos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento na

Educação (FNDE), via Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), executar e gerir

tais recursos, buscando, dessa forma, a consolidação da autonomia escolar:

A Unidade Executora Própria é uma sociedade civil com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, que pode ser instituída por

22

iniciativa da escola, da comunidade ou de ambas. Várias são as nomenclaturas utilizadas para denominar Unidade Executora (UEx); eis alguns exemplos: Caixa Escolar, Associação de Pais e Professores, Associação de Pais e Mestres, Círculo de Pais e Mestres, Unidade Executora. Independentemente da denominação que a escola e sua comunidade escolham, a ideia é a participação de todos na sua constituição e gestão pedagógica, administrativa e financeira. O importante é que ao constituir sua Unidade Executora, a escola congregue pais, alunos, funcionários, professores e membros da comunidade, de modo que esses segmentos sejam representados em sua composição (MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA CONSTITUIÇÃO DE UNIDADE EXECUTORA PRÓPRIA)

Observa-se que o MEC deixa muito claro sobre a importância da

participação coletiva, quando atribui como responsabilidade das UEx, através das

representações e segmentos que as compõem, a participação efetiva na gestão

pedagógica, administrativa e financeira. Nesse sentido, Luck (2000, p. 21) também

compartilha dessa ideia, ao afirmar que:

A autonomia não se resume, portanto, à questão financeira, nem é mais significativa nessa dimensão, e sim na política, isto é, no que se refere à capacidade de tomar decisões compartilhadas e comprometidas e usar o talento e a competência coletivamente organizada e articulada, para a resolução dos problemas e desafios educacionais, assumindo a responsabilidade pelos resultados dessas ações, vale dizer, apropriando-se de seu significado e de sua autoria. Portanto, a descentralização é um meio e não um fim, na construção da autonomia, assim como esta é, também, um meio para a formação democrática dos alunos.

Diante do que foi exposto e comparando com a realidade educacional, pode-

se afirmar que os estabelecimentos de ensino estão iniciando um processo de

“transição de modelo estático para um paradigma dinâmico” (Luck, 2000, p. 21), já

que é notória, ainda, a timidez com que as decisões e responsabilidades são

compartilhadas. Dessa forma, a Unidade Executora, muitas vezes, limita-se a um

grupo que participa apenas das decisões voltadas aos recursos financeiros, seja

porque o gestor ainda não conseguiu descentralizar o poder, que é um ranço

histórico, como os integrantes representativos dos vários segmentos da comunidade

não se sentem preparados para exercer, de fato, sua função, ou ainda não estão

dispostos a fazer um trabalho considerado voluntário para a escola. Sendo assim, o

grande desafio está lançado para os gestores educacionais: buscar estratégias para

que o processo de construção democrática seja uma utopia realizável.

23

3.2 UNIDADE EXECUTORA: LEGISLAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E

FUNCIONAMENTO

A Unidade Executora (UEx) representa uma das formas de organização que

contempla a participação de todos os segmentos da escola, por isso é tão relevante

e necessária a sua constituição para a efetivação de uma gestão compartilhada.

Nesse contexto, a Constituição Federal Brasileira, no Artigo 206, Inciso VI,

estabelece a gestão democrática do ensino público na forma da lei.

Reafirmando esse compromisso das escolas públicas, a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional nº 9394/96, no Artigo 14, Inciso II, assegura a

participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou

equivalentes.

O Decreto Nº 6.094, de 24 de abril de 2007, dispõe sobre a implementação

do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação e estabelece como uma das

diretrizes: “promover a gestão participativa na rede de ensino” (Art. 2º, Inciso XXII).

Como abordado, anteriormente, as Unidades Executoras são órgãos

colegiados que se constituem como mecanismos de gestão da escola e têm como

atribuição, gerir recursos transferidos por órgãos federais, estaduais e municipais, ou

advindos de doações da comunidade e de entidades privadas e provenientes da

promoção de campanhas escolares ou outras fontes, prestar contas dos recursos

repassados, arrecadados e doados, bem como, impulsionar as atividades

pedagógicas, a manutenção e conservação física de equipamentos, estimulando a

aquisição de materiais necessários ao funcionamento da unidade escolar (MANUAL

DE ORIENTAÇÃO PARA CONSTITUIÇÃO DE UEX PRÓPRIA).

Havendo interesse, por parte do diretor ou qualquer membro da

comunidade, em constituir uma Unidade Executora Própria é essencial que faça,

inicialmente, um trabalho de motivação e conscientização aos pais, alunos,

professores e servidores da escola, esclarecendo-os, quanto a importância e os

benefícios que a UEx poderá proporcionar para a qualidade da educação da

determinada instituição. Deverá, posteriormente, convocar a Assembleia Geral de

professores, pais, alunos, funcionários e demais membros da comunidade, para

discutir e aprovar o estatuto da Unidade Executora, eleger e dar posse à Diretoria,

ao Conselho Deliberativo e ao Conselho Fiscal, lavrando a ata da Assembleia Geral

de constituição da UEx, com assinaturas de todos os participantes. O estatuto

24

deverá ser encaminhado ao Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas para ser

registrado e, em seguida, o Presidente da Unidade Executora Própria, de posse do

registro deverá se encaminhar à Receita Federal para fazer a inscrição no Cadastro

Nacional da Pessoa Jurídica, para que a UEx possa ter conta bancária e ser

contemplada com benefícios, dentre outros: subvenções, assinatura de convênios

com órgãos governamentais e recebimento de recursos do PDDE (MANUAL DE

ORIENTAÇÃO PARA CONSTITUIÇÃO DE UEX PRÓPRIA).

É importante ressaltar que, segundo a Resolução CD/FNDE nº 10, de 18 de

abril de 2013, no Art. 6º, as escolas públicas com mais de 50 alunos são obrigadas a

constituir suas respectivas Unidades Executoras próprias, para serem beneficiadas

com recursos do PDDE. As escolas com até cinquenta alunos não são obrigatórias,

mas é recomendada a constituição de sua Unidade Executora. É facultada, também,

a formação de consórcio das escolas que tiverem, individualmente, até 99 alunos,

desde que, ao congregá-las, não ultrapasse cinco unidades escolares, que sejam da

mesma rede de ensino, constituindo, assim uma única Unidade Executora.

Observa-se que, para estruturar um órgão colegiado, existe todo um

processo burocrático, compatível com a legislação vigente, no entanto, é muito

importante considerar que:

Ao se tratar dos colegiados, portanto, a ênfase não deve recair nas questões formais e burocráticas de sua formação e operação, mas sobre a sua razão de ser e sua importância em assegurar a autonomia da escola, o fortalecimento da gestão e a transformação do conceito de escola pública – escola do governo – para uma escola que efetivamente pertence e é dirigida com a real participação das comunidades a que serve. A participação da comunidade, por sua vez, implica a sua corresponsabilidade pela obtenção dos resultados da escola, isto é, por assegurar o sucesso dos alunos (BAHIA, 2000).

Isso significa vincular a ideia da gestão escolar democrática com a função

social que a escola deve cumprir: provimento de uma educação de qualidade. “Vale

dizer que todos os processos e ações participativos promovidos pela escola

somente se justificam na medida em que sejam orientados para melhorar os

resultados dos alunos” (LUCK, 2009, p. 71), para que estes possam exercer, de

fato, a sua cidadania.

25

3.3 O PDDE E SUA RELAÇÃO COM A UNIDADE EXECUTORA

O governo federal criou através da Resolução/CD/FNDE nº 12, de 10 de

maio de 1995, o Programa de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino

Fundamental (PMDE). Três anos depois, com a edição da Medida Provisória Nº

1.784, de 14 de dezembro de 1998, passou a se chamar Programa Dinheiro Direto

na Escola (PDDE), mas, ainda, prestando assistência financeira, em caráter

suplementar, somente às escolas públicas do ensino fundamental das redes

estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas de educação especial,

qualificadas como entidades filantrópicas ou por elas mantidas.

Só a partir de 2009, através da Medida Provisória nº 455 de 28 de janeiro de

2009 e transformada, posteriormente, na Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009,

houve uma ampliação do PDDE para toda a educação básica, desde a educação

infantil até o ensino médio. Conforme a Resolução/CD/FNDE nº 17 de 19 de abril

de 2011, no Artº 1º:

O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) consiste na destinação anual, pelo FNDE, de recursos financeiros, em caráter suplementar, a escolas públicas, e privadas de educação especial, que possuam alunos matriculados na educação básica, com o propósito de contribuir para o provimento das necessidades prioritárias das escolas beneficiárias que concorram para a garantia de seu funcionamento e para a promoção de melhorias em sua infraestrutura física e pedagógica, bem como incentivar a autogestão escolar e o exercício da cidadania com a participação da comunidade no controle social.

Observa-se que o objetivo do programa é melhorar a infraestrutura física e

pedagógica das unidades escolares e reforçar a autogestão escolar, tanto nas

questões financeiras, quanto administrativas e didáticas, colaborando para a

elevação dos índices de desempenho da educação básica. Portanto, devem ser

empregados na aquisição de material permanente, na realização de pequenos

reparos voltados à manutenção, conservação e melhoria do prédio da escola, na

aquisição de material de consumo, na implementação de projeto pedagógico e

atividades educacionais.

Os recursos são transferidos de acordo com o número de alunos

cadastrados no Censo Escolar do ano anterior ao do repasse, para as Unidades

Executoras (UEx) e no caso das escolas que não as possuem, a verba é

transferida para as Entidades Executoras (EEx), representadas pelas prefeituras

26

municipais ou Entidades Mantenedoras (EM), sendo, estas, escolas privadas de

educação especial, que ficarão responsáveis pelo repasse às suas respectivas

unidades escolares.

Pelo fato do PDDE envolver dinheiro público, este deve ser prestado contas,

de acordo com todos os trâmites legais e critérios estabelecidos para a execução

do programa, garantindo, assim o recebimento de recursos dos anos

subsequentes. Trata-se, portanto, de um dever constitucional:

Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize e arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária (CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988, ART. 70, PARÁGRAFO ÚNICO).

Nesse contexto, quem deve prestar contas ao FNDE, são as Entidades

Executoras (EEx), as Unidades Executoras (UEx) e Entidades Mantenedoras (EM),

que são os órgãos e as entidades em nome dos quais o dinheiro do programa foi

creditado. Ressaltando, que tais órgãos, devem obedecer ao princípio da gestão

participativa, respeitando as decisões da comunidade escolar quanto às ações

prioritárias e prestando contas, de forma transparente, a essa comunidade.

Para facilitar o processo da prestação de contas, esta é realizada em regime

de parcerias: as UEx prestam contas dos recursos a elas repassados às EEx que

analisa toda documentação e faz a prestação de contas ao FNDE, via Sistema de

Gestão de Prestação de contas (SIGPC) – Contas Online – para análise e

aprovação. No caso das Entidades Executoras e Entidades Mantenedoras que

recebem recursos das escolas que não possuem Unidades Executoras, ficam sob

sua responsabilidade de elaborar a prestação de contas e enviá-la ao FNDE, via

sistema.

Além do recurso supracitado, denominado PDDE Educação Básica, o

Governo Federal, em cumprimento das ações do Plano de Desenvolvimento da

Educação, vem disponibilizando recursos para algumas ações mais específicas

conhecidas como ações agregadas ou complementares, inclusas ao Programa

Dinheiro Direto na Escola. Segundo o módulo Ações Complementares no âmbito do

PDDE, são elas:

PDE Escola: destina recursos financeiros de custeio e capital, às

escolas públicas, cujo Índice de Desenvolvimento da Educação

27

Básica (IDEB) tenha sido igual ou inferior à média nacional. Tem por

objetivo auxiliar a escola na implementação das ações registradas no

Plano de ação, elaborado pelos vários segmentos da comunidade

escolar e validado pelo MEC, para melhoria do processo ensino

aprendizagem.

PDDE Escola Acessível: destina recursos financeiros às escolas

públicas que possuam alunos da educação especial matriculados em

classes comuns e declarados no Censo Escolar do ano anterior ao

do atendimento. Objetiva promover, com acessibilidade, alunos com

deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação, ao ambiente físico, aos recursos didáticos

e pedagógicos e à comunicação e informação.

PDDE Salas de recursos multifuncionais: recursos destinados para as

escolas públicas inclusivas de ensino regular para implantação de

salas de recursos multifuncionais, que são espaços com material

pedagógico e de acessibilidade para atendimento a estudantes da

educação especial.

PDDE Água e esgotamento sanitário: consiste no repasse de recursos

financeiros para as escolas públicas localizadas no campo, que

possuam UEx e que tenham declarado no Censo Escolar a

inexistência de abastecimento de água e/ou esgoto. Tem por objetivo

garantir o abastecimento de água em condições apropriadas para

consumo e o esgotamento sanitário, que colete, transporte, trate e

efetue uma disponibilização final dos esgotos, até o seu lançamento

final no meio ambiente.

PDDE Escola do Campo: o programa objetiva promover ações

voltadas para a melhoria da qualidade do ensino nas escolas

públicas rurais, que possuam alunos matriculados nas séries iniciais

do ensino fundamental, em classes multisseriadas, devidamente

declarados no Censo Escolar. Os recursos financeiros destinados a

essas unidades escolares devem ser empregados na contratação de

mão-de-obra e outras despesas necessárias à manutenção,

conservação e pequenos reparos em suas instalações, bem como

28

aquisição de mobiliário escolar e outras ações de apoio à realização

de atividades educativas e pedagógicas;

PDDE Mais Cultura nas Escolas: tem por objetivo fomentar ações que

promovam o encontro entre experiências culturais e artísticas em

curso na comunidade local e o projeto pedagógico de escolas

públicas. Os recursos são destinados para execução do Plano de

Atividade Cultural, elaborado previamente pela unidade escolar e

iniciativas culturais parceiras, que garantirão a realização de

atividades culturais dentro ou fora da escola, durante o ano letivo, por

no mínimo seis meses e no máximo dez.

PDDE Escolas Sustentáveis: objetiva promover a melhoria da

qualidade de ensino e a promoção da sustentabilidade

socioambiental nas escolas públicas municipais de educação básica.

Os recursos devem ser aplicados na inclusão da temática

socioambiental no projeto político pedagógico da escola; no apoio à

criação e o fortalecimento de comissões de meio ambiente e

qualidade de vida (Com-vida) e na adequação do espaço físico da

escola para aprimorar a destinação de resíduos e obter eficiência

energética.

PDDE Atleta na Escola: recursos destinados para as escolas públicas

que tenham a partir de dez alunos matriculados na faixa etária de 12

a 17 anos, cursando o ensino fundamental e/ou médio, para a

aquisição de materiais e contratação de serviços para realização de

reparos ou pequenas ampliações que favoreçam a manutenção,

conservação e melhoria das instalações físicas da escola, no intuito

de fortalecer as atividades educativas e esportivas que concorram

para a elevação do desempenho escolar e esportivo dos educandos.

PDDE Educação Integral: desenvolvido através do Programa Mais

Educação, que visa fomentar, através da sensibilização, incentivo e

apoio, projetos ou ações de articulação de políticas sociais e

implementação de ações socioeducativas nas escolas públicas para

diminuir as desigualdades educacionais e valorizar a diversidade

cultural brasileira. Configura-se como estratégia do Governo Federal

29

para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização

curricular na perspectiva da Educação Integral.

Observa-se que, ao longo dos anos, de forma processual, as escolas têm

recebido apoio financeiro por parte do Governo Federal de forma a contribuir para o

exercício da autonomia escolar e a elaboração e implementação de projetos

educacionais que objetivem a elevação da qualidade do ensino público. A esse

respeito Dourado (2001, p. 69), afirma:

É importante lembrar que compete aos poderes públicos garantir o financiamento da educação pública e, aos gestores, garantir o bom uso desses recursos. A transparência na definição e no uso dos recursos e o seu controle social são fundamentais para a construção de uma gestão verdadeiramente participativa. A garantia de recursos e a organização dos diversos segmentos da escola são fundamentais para que a escola consolide sua autonomia e seu projeto pedagógico.

Diante do exposto, vale ressaltar que é de suma importância todas essas

ações e financiamentos, por parte do poder público, para que as escolas possam ter

autonomia para realizar seus projetos e intervir nas efetivas necessidades e

prioridades, que somente elas têm propriedade para identificá-las. No entanto, é

indiscutível, que somente receber recursos não é garantia de educação pública de

qualidade, pois se os gestores escolares, juntamente com os órgãos colegiados, não

gerirem bem esses recursos, certamente, vão desperdiçá-los na execução de ações

irrelevantes e que não causam impacto algum no processo ensino aprendizagem,

permanecendo os problemas que poderiam ser, pelo menos, amenizados. Por isso

é tão emergencial que a gestão seja de forma compartilhada, transparente,

responsável, comprometida e atuante, tendo sempre como foco as reais

necessidades da escola para a busca constante de uma educação de qualidade.

30

4 ANALISAR O PRESENTE PARA INTERVIR NO FUTURO – PROPOSTA DE

INTERVENÇÃO

A gestão democrática na escola é um dos temas mais discutidos no âmbito

educacional, visto sua importância para o sucesso escolar dos educandos. Nesse

contexto, os órgãos colegiados surgem nesse propósito, para a efetiva participação

da sociedade na gestão das entidades públicas, a descentralização e a busca da

autonomia, como tentativa de uma gestão eficaz.

A presente proposta de intervenção tem como objetivo apontar sugestões de

intervenção para o eixo, do qual foi escolhido, “Políticas Públicas em Educação”,

com o tema “A participação das Unidades Executoras na autonomia da escola para

a tomada de decisões através do PDDE”, como requisito do Trabalho de Conclusão

de Curso – Projeto Vivencial, do curso de Especialização em Coordenação

Pedagógica, oferecido de forma semipresencial no Polo de Itamaraju – BA.

A escolha do tema foi muito pertinente, porque é notória a autonomia

financeira das Unidades Escolares quando constituem suas Unidades Executoras,

que são órgãos colegiados, e passam a gerir seus próprios recursos. No entanto,

percebe-se que ainda existe certa dificuldade para que a comunidade escolar se

envolva, fazendo parte dos membros do Colegiado através das eleições bienais, ou

quando se disponibilizam para fazer parte, na maioria das vezes, não há uma

parceria efetiva entre Colegiado e Escola, no que diz respeito às decisões

administrativas e pedagógicas, ficando restrito apenas às questões financeiras.

Sendo assim, pretende-se com esse trabalho auxiliar as Unidades Escolares

a manter uma parceria efetiva com seus Colegiados Escolares, para que possam

gerir de forma participativa, transparente e responsável, os recursos advindos do

FNDE, via PDDE, para a melhoria do processo ensino aprendizagem.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Este Projeto Vivencial será executado no espaço onde trabalho, na

Secretaria Municipal de Educação, mais especificamente no Setor Programa

Dinheiro Direto na Escola, em que faço parte como membro do Comitê Estratégico

Municipal, situada no Bairro Novo Prado, Praça João Saback, s/nº em Itamaraju –

31

BA. Funciona em prédio próprio, com infraestrutura recentemente reformada,

atendendo, assim, às nossas expectativas em relação ao espaço físico.

O setor em que trabalho é formado por uma equipe de cinco pessoas que

auxilia as escolas em todas as etapas referentes ao Programa Dinheiro Direto na

Escola, desde a constituição das Unidades Executoras, que é um dos requisitos

para garantir os recursos de tal programa, até a prestação de contas ao FNDE.

As atribuições enquanto membro do Comitê Estratégico Municipal é

monitorar o PDDE Interativo que é uma ferramenta de apoio à gestão escolar

disponível num endereço eletrônico do MEC, cujo objetivo é ajudar a comunidade

escolar a elaborar um diagnóstico de sua realidade e a partir dele definir ações

exequíveis para aprimorar sua gestão e seu processo ensino e aprendizagem.

Para manter um diálogo com os gestores e membros dos Colegiados

Escolares realizamos reuniões de estudos e orientações quanto aos programas,

fazemos atendimento individualizado por Unidade Executora, esclarecemos dúvidas

e enviamos informativos através dos meios de comunicação como e-mails,

telefonemas e whatsapp.

Em nosso município, iniciou-se a constituição das Unidades Executoras em

1997 e, ao longo dos anos, foram ampliando o nº de UEXs. Na sede, cada escola

possui sua Unidade Executora, pois cada uma possui mais de cinquenta alunos

matriculados na educação básica, quantidade essa necessária para serem

beneficiadas com os recursos do PDDE, tornando-se obrigatórias a constituição de

suas respectivas UEXs. No campo, algumas escolas, de porte pequeno que

possuem um número inferior a cinquenta alunos, foram realizadas a formação de

consórcios, congregando até cinco unidades escolares, constituindo-se para cada

grupo, uma única UEX. Atualmente são 49 Unidades Executoras na rede municipal,

sendo 27 UEXs da sede, representando, respectivamente, 27 escolas da zona

urbana e 22 UEXs do campo que beneficiam 31 escolas da zona rural com os

recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola.

Vale ressaltar que a formação dos consórcios para a constituição das

Unidades Executoras foi um passo muito importante para contribuição da autonomia

escolar, pois até 2011, quinze escolas do campo de pequeno porte recebiam seus

recursos PDDE Educação Básica através da Prefeitura Municipal. Esta, como

Entidade Executora, geria os recursos e prestava contas ao FNDE. Desse modo, as

escolas não tinham autonomia para planejar coletivamente e utilizar seus recursos

32

financeiros, além de não poderem ser contemplados com outros recursos, referentes

as ações agregadas. Em 2012, essas escolas constituíram suas UEx, passando a

receber e gerir seus próprios recursos sendo contemplado em 2014, além do PDDE

Educação Básica, com o PDDE Escolas do Campo. Atualmente, apenas 3 escolas

do campo da rede municipal não possuem UEx próprias, no entanto, uma das

metas da política local é regularizar essa situação em 2016 para que 100% das

Unidades Escolares sejam beneficiados com todos os recursos do PDDE voltados

para fins específicos.

Nesse contexto, são visíveis as conquistas alcançadas através desses

recursos, pois as escolas hoje possuem materiais de apoio pedagógico, de

expediente e acervo bibliográfico, requisitos tão necessários para que os docentes

possam dinamizar e diversificar suas atividades em sala de aula, tornando-as muito

mais significativas. Além disso, os recursos tecnológicos também fazem parte dessa

conquista. É muito gratificante observar que aparelhos como datashow, televisão,

aparelho de som, computadores, impressoras e máquinas de xerox não são

realidade apenas das escolas particulares, mas também das escolas públicas.

Outras mudanças aconteceram em relação à infraestrutura, pois os

pequenos reparos e serviços de manutenção proporcionando ambientes mais

propícios às atividades pedagógicas e o bem estar da comunidade escolar.

Exemplos disto foram a substituição dos quadros de giz por quadros brancos,

adequações de banheiros para assegurar a acessibilidade e adequações de

espaços para a melhoria do processo ensino aprendizagem.

O Programa Mais Educação, cuja operacionalização também é feita por

meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e constitui-se como estratégia

do Ministério da Educação para induzir a construção de uma política de Educação

Integral que amplia a jornada escolar nas escolas públicas do Brasil, também tem

proporcionado mudanças significativas na rotina escolar, pois oportuniza os

educandos a participarem de atividades pedagógicas adicionais às quatro horas do

ensino regular, como aulas de letramento e matemática, percussão, canto coral,

teatro, esporte, dentre outras.

Diante do exposto, é notória a importância desses recursos para a

autonomia escolar e melhoria da qualidade do ensino. No entanto, vale reafirmar

que, se não houver um planejamento adequado, priorizando as reais necessidades

da escola e executar as ações planejadas de forma responsável, transparente e de

33

acordo com todos os trâmites legais, os objetivos do PDDE não serão alcançados e

os problemas da escola permanecerão ao longo dos anos.

4.2 METODOLOGIA

O presente trabalho se constitui um estudo de caso para a elaboração de

uma proposta de intervenção, sendo que para isto procedeu-se a uma pesquisa-

ação, tendo como procedimento para a coleta de dados o grupo focal. Michel

Thiollent (1996, p. 14) define a pesquisa-ação:

Entre as diversas definições possíveis, daremos a seguinte: a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou tem a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

O autor ressalta que a pesquisa-ação, além de ser construída pela ação e

participação, propicia a produção do conhecimento, aquisição de experiência e

contribui para a discussão e debate referentes às questões abordadas.

O desenvolvimento da pesquisa e o projeto de intervenção teve como base

a pesquisa bibliográfica que fundamentou o terceiro capítulo do TCC. Conforme já

mencionado, o grupo focal foi realizado com o objetivo de coletar informações dos

gestores municipais e membros dos colegiados para subsidiar a elaboração da

proposta de intervenção que contribua para “alcançar realizações, ações efetivas,

transformações ou mudanças no campo social” (Thiollent, 1996, p. 41).

Para realização da pesquisa de campo foi feita uma amostra não aleatória

do tipo intencional em que os diretores e um dos membros dos Colegiados de 8

escolas de grande ou médio porte da sede e 5 escolas de grande ou médio porte do

campo participaram como colaboradores entrevistados através de questionário.

Os dados coletados, entrelaçados com o embasamento do referencial

teórico proporcionou dados e informações contundentes para se pensar numa

proposta de intervenção que auxilie as Unidades Escolares a planejar e implementar

ações que mobilizem a comunidade escolar e local para participarem, de forma

efetiva, das decisões políticas, financeiras e pedagógicas da escola, de modo a

construir o processo de gestão democrática.

34

4.3 ANÁLISE DA REALIDADE

Como citado anteriormente, para a coleta de dados foi utilizado um

questionário, aplicado para 8 diretores e 8 membros do Colegiado da sede, das

escolas com maior número de alunos. No campo, foram aplicados os questionários

para 5 diretores e 5 membros do Colegiado, utilizando o mesmo critério de priorizar

as escolas de maior porte, perfazendo, portanto, um total de 26 colaboradores

entrevistados. Segue abaixo a análise da pesquisa:

1 – Com que frequência é realizada as reuniões do Colegiado?

SEDE CAMPO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

Quinzenal 1 1

Mensal 1

Bimestral 2 2 1 2

Trimestral 4 4

Outro 2 2 2 2

TOTAL 8 8 5 5

Observa-se que na Sede 50% dos entrevistados afirmam que as reuniões

acontecem trimestralmente e os 50% restantes se dividem entre realizações de

reuniões bimestrais e outro, sendo que, nesse último caso, a justificativa dada é que

as reuniões são realizadas de acordo com a necessidade da escola.

No campo, houve uma contradição nas respostas entre um diretor e um dos

membros do Colegiado, no que diz respeito à frequência mensal e bimestral, ficando

claro que: ou não existe um calendário prévio das reuniões ou nem todos os

membros estão informados sobre essas datas. Entretanto, vale ressaltar que todos

os entrevistados reconhecem a importância das reuniões para compartilhar ideias e

decisões.

Dourado (2001, p. 78) afirma que para uma reunião ser bem sucedida, ela

precisa ser planejada antecipadamente tomando alguns cuidados:

1. Definir claramente (e com antecipação) os objetivos da reunião. 2. Definir tempo de duração, hora de início e término, local de realização. 3. Divulgar a pauta com antecedência.

35

4. Estabelecer um tempo de intervenção máximo para cada participante. 5. Informar, com antecipação, a todos os interessados a data, a hora e o lugar da reunião. 6. Distribuir no início da reunião a síntese ou ata da reunião anterior e submetê-la à aprovação da assembleia, fazer mudanças se necessário ou aprová-la no início da reunião. 7. Submeter, no início das atividades, a pauta da reunião para avaliação e acatamento de sugestões. 8. Designar um secretário para: a) tomar nota das intervenções e, elaborar a ata, controlar a agenda e o tempo; b) ler a ata da reunião anterior, submetê-la à apreciação, aceitar sugestões de mudança, efetuá-las e colher as assinaturas. 9. Abster-se de manifestar posições quando ocupando o lugar de coordenação ou presidência das atividades. Estar atento para garantir a todos a oportunidade de expor suas ideias. 10. Garantir que todos sejam ouvidos com respeito.

2 – Os membros do Colegiado são assíduos nas reuniões?

SEDE CAMPO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

Sim 6 7 4 3

Às vezes 2 1 1 2

Não

TOTAL 8 8 5 5

Os dados indicam que, apesar de haver contradições nas respostas tanto

dos entrevistados da sede quanto do campo, 20 dos 26 entrevistados, o que

representa mais de 76%, afirmam que os membros do Colegiado são assíduos nas

reuniões.

Segundo Dourado (2001, p. 85) existem meios para mobilizar a comunidade

escolar, tornando-a mais atuante. Para isso a equipe gestora deve:

Criar condições para a implementação de um colegiado ou conselho de natureza consultiva ou deliberativa.

Respeitar as decisões tomadas pelo colegiado ou conselho.

Consultar seus pares antes de marcar datas e horários de reuniões.

Divulgar no mural da escola o calendário de reuniões, informando com antecedência as possíveis mudanças.

Alternar horários, turnos e dias de reuniões para que as pessoas possam participar.

Abrir espaços para que o maior número de pessoas possa participar com vez e voz, pois estas podem vir a ser futuros conselheiros.

Discutir coletivamente e estabelecer os critérios para o voto dos representantes da equipe gestora, professores, pais, funcionários, alunos etc.

36

Delegar responsabilidades a todos os membros do colegiado ou conselho, compatíveis com sua qualificação, definindo claramente quem é responsável por cada ação.

3 – São previamente definidas as prioridades para uso dos recursos financeiros?

SEDE CAMPO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

Sempre 6 6 4 3

Às vezes 2 2 1 2

Nunca

TOTAL 8 8 5 5

Na sede 75% afirmam que antes de gastar os recursos financeiros, são

previamente definidas as prioridades da unidade escolar e 25% declaram que às

vezes isso acontece. No campo, mais uma vez há uma contradição nas respostas,

entre sempre e às vezes.

Os dados indicam que apesar de ser minoria, ainda existem casos de falta

de planejamento eficaz na utilização dos recursos, tanto na sede quanto no campo.

A esse respeito Heloísa Luck (2009, p. 113) apresenta alguns questionamentos a

serem empregados no monitoramento e avaliação da gestão financeira da escola:

Quais são as fontes e o montante de recursos de que a escola dispõe?

Como é decidido o seu gasto? – por quem e tendo por base o quê?

É feito um orçamento de gastos possíveis da escola no seu Plano de Desenvolvimento?

Esse orçamento é definido com base numa perspectiva reativa ou proativa, isto é, depende do que é dado pelo governo, ou também leva em consideração a possibilidade e o esforço de levantar novos recursos, a partir da escola e da Unidade Executora?

A decisão da distribuição de recursos leva em conta a definição de prioridades educacionais, isto é, sua contribuição para a melhoria da qualidade do ensino?

Os gastos são corretamente calculados e de acordo com as prioridades?

As compras realizadas pela escola são feitas de modo a atender as disposições legais orientadoras de compras pelo serviço público?

Os registros e documentações financeiras da escola são mantidos organizados e atualizados?

Que situações podem assegurar o uso mais satisfatório dos recursos?

37

4 – A opinião dos membros do Colegiado é levada em consideração para análise e

definição dessas ações prioritárias?

SEDE CAMPO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

Sempre 7 7 5 5

Às vezes 1 1

Nunca

TOTAL 8 8 5 5

Na sede 87,5% e no campo 100% afirmam que a escola sempre leva em

consideração a opinião dos membros do Colegiado para as decisões relacionadas

às ações prioritárias. Apenas 1 diretor e 1 membro do Colegiado da sede, o que

representa, respectivamente,12,5% afirmam que às vezes isso acontece.

Heloísa Luck (2009, p.87) faz referência à gestão participativa em sua

abordagem:

No exercício de sua liderança, cabe ao diretor escolar, ao focalizar desenvolvimentos individuais, fazê-lo de tal modo que estes se tornem um acervo da coletividade e geradores de transformações no grupo como um todo. São alguns de seus cuidados nesse sentido:

Criar um estilo e cultura do diálogo como condição para a aproximação dos pontos de vista das pessoas e construção da experiência e conhecimento profissional conjunto;

Criar um sentido de responsabilidade colegiada e condições para a tomada de decisões em conjunto;

Coletivizar os desafios e responsabilidades da escola pela formação e aprendizagem dos alunos;

A autora supracitada ratifica o que está descrito no Guia de Orientações

para aquisição de materiais e bens e contratação de serviços com recursos do

PDDE (p. 6), que informa como sendo o primeiro passo:

Levantamento e seleção das necessidades prioritárias. Inicialmente, a UEx ou EM beneficiária dos recursos do PDDE deverá realizar, com a participação de professores, pais, alunos, entre outros membros da comunidade escolar, o levantamento das necessidades prioritárias da escola que representa e a seleção dos materiais e bens e/ou serviços destinados a suprir essas necessidades.

38

5 – O levantamento das prioridades, bem como as razões que determinam as

escolhas são registradas em ata e divulgadas à comunidade escolar?

SEDE CAMPO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

Sempre 4 4 4 5

Às vezes 4 3 1

Nunca 1

TOTAL 8 8 5 5

De acordo com os dados acima, observa-se que 50% da sede afirmam

registrar as prioridades em ata e divulgá-las à comunidade. No campo, 80% dos

diretores e 100% dos membros do Colegiado entrevistados também confirmam o

registro em ata, no entanto, há uma contradição entre um diretor e um membro do

colegiado.

O dado mais preocupante é que dos 26 entrevistados entre campo e sede,

8, o que representa mais de 30%, responderam que às vezes o levantamento das

prioridades são registradas em ata. Além disso, um entrevistado afirma que essa

prática nunca acontece na escola, situação esta que requer maior atenção.

O Guia de Orientações referentes ao PDDE (p. 6), também esclarece a esse

respeito:

Todos os materiais e bens e/ou serviços escolhidos, bem como as razões que determinam as escolhas, deverão ser registrados em ata, com subsequente afixação de sua cópia legível em local de fácil acesso e visibilidade, na sede da escola beneficiária, para divulgação, em especial à comunidade escolar, das aquisições e/ou contratações que serão realizadas com os recursos do PDDE. Tal iniciativa tem por objetivo incentivar a participação e o controle sociais na gestão desses recursos, promover escolas mais democráticas e garantir maior transparência no uso do dinheiro público.

6 – Para execução das ações prioritárias, como realização de pesquisa de preços,

escolha da melhor proposta, aquisição e/ou contratação de bens e serviços, há

efetiva participação dos membros do Colegiado, de acordo com sua respectiva

função?

39

SEDE CAMPO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

Sempre 6 5 3 3

Às vezes 2 3 2 2

Nunca

TOTAL 8 8 5 5

Mais uma vez há uma discordância entre diretores e membros do Colegiado

da sede, pois 75% dos diretores afirmam que sempre há uma efetiva participação

dos membros do Colegiado, de acordo com sua função, enquanto 62,5% dos

membros do Colegiado faz essa afirmação. No campo, 60% também assinalam a

opção sempre.

Outro dado importante, para ser levado em consideração é que dos 26

entrevistados entre campo e sede, 9 pessoas, o que corresponde mais de 34%

indicam que às vezes os membros tem uma efetiva participação de acordo com suas

funções.

Segundo o Manual de Orientação para constituição de Unidade Executora

Própria (2014, p. 8) a Unidade Executora é administrada pela Diretoria, pelos

Conselhos Deliberativo e fiscal. São funções, dentre outras, desses três segmentos:

1. Diretoria – composto por presidente, vice-presidente, secretário e tesoureiro, com suas funções explicitadas a seguir:

1.1. Presidente – convocar e presidir reuniões e Assembleias; administrar, juntamente com o tesoureiro, os recursos financeiros da entidade; e promover o entrosamento entre os membros da Unidade Executora Própria, acompanhando o desempenho de suas funções.

1.2. Vice-Presidente – auxiliar o presidente nas atribuições pertinentes ao cargo e, quando necessário responder pela UEx.

1.3. Secretário – elaborar toda a correspondência e documentação: atas, carta, ofícios, convocações, estatutos etc; ler as atas em reuniões e Assembleias; manter a organização e a atualização de arquivos e livros de atas; e elaborar, conjunto com a Diretoria, o relatório anual.

1.4. Tesoureiro – assumir a responsabilidade de toda a movimentação financeira (entrada e saída de valores); assinar, junto com o presidente, todos os cheques, recibos e balancetes; prestar contas (no prazo estabelecido pelo estatuto) à Diretoria e ao Conselho Fiscal e, anualmente, em Assembleia geral, aos associados; e manter os livros contábeis (caixa e tombo) em dia e sem rasuras.

2. Conselho Deliberativo – apreciar a programação anual, o plano de aplicação de recursos e os balancetes; promover sindicâncias, quando necessário; emitir pareceres de mérito em assuntos de sua apreciação; e convocar Assembleias.

3. Conselho Fiscal – fiscalizar a movimentação financeira da Unidade Executora Própria: entrada, saída e aplicação de recursos; examinar e julgar a Programação anual, sugerindo alterações, se necessário; e analisar e julgar a prestação de contas da Unidade Executora Própria.

40

7 – O Colegiado Escolar tem participado no fomento às atividades pedagógicas?

SEDE CAMPO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

Sempre 3 4 2 2

Às vezes 4 3 2 2

Nunca 1 1 1 1

TOTAL 8 8 5 5

Observa-se que há uma divergência entre um diretor e membro do

Colegiado em relação às respostas sempre e às vezes. No entanto, é visível que,

juntando as opções às vezes e nunca, mais da metade dos entrevistados

consideram que a participação do Colegiado nas questões pedagógicas tem

acontecido esporadicamente ou nunca acontecem.

A questão 8 foi subjetiva que provocou a seguinte indagação: De acordo

com a questão anterior, descreva como tem sido a participação do Colegiado nas

atividades pedagógicas?

De acordo com a análise constata-se que dos 11 entrevistados que

assinalaram que sempre há participação do Colegiado no fomento às atividades

pedagógicas, 4 deles não souberam descrever como tem sido essa participação,

deixando muito vaga a sua resposta e um entrevistado se contradiz na resposta.

Como descritas, a seguir:

“Os membros do colegiado participam regularmente das atividades pedagógicas, eles estão envolvidos nas ações seja na liberação de recurso financeiro quanto na participação nas atividades propostas pela escola e na identificação das necessidades da escola.” “A participação tem sido de forma coletiva e dialética.” “A participação é feita com todos os membros do Colegiado.” “Tem sido fundamental e um grande aliado para a equipe gestora.” “Embora seria importante a participação direta dos membros do colegiado nas atividades pedagógicas, isso não tem acontecido, devido as funções que cada um exerce no seu dia-a-dia.”

Os 6 restantes, afirmaram que sempre há participação do Colegiado nas

sugestões de propostas para intervenções, nos projetos e nos eventos realizados na

escola. Os 11 entrevistados que consideram que às vezes há participação do

Colegiado no fomento das questões pedagógicas, mais especificamente nos

projetos, decisões quanto a indisciplina dos alunos, normas de funcionamento da

41

escola e conselho de classe, alegam, algum deles, que a participação não acontece

por causa da falta de tempo por parte dos membros do Colegiado para se

empenharem nas atividades pedagógicas da escola.

Dos 4 entrevistados que admitiram a não participação do Colegiado no

fomento às questões pedagógicas, um deles justifica que as decisões pedagógicas

são definidas com os articuladores de disciplinas. Estes são profissionais formados

nas áreas específicas que formam uma equipe para coordenar os professores do

Fundamental II.

Heloísa Luck (2009, p. 74) afirma que “nem sempre o funcionamento das

Unidades Executoras é participativo em seu sentido pleno”. Acrescenta, ainda, sobre

esses Órgãos Colegiados:

Portanto, embora sejam reconhecidas as contribuições dessas entidades à gestão escolar, identifica-se também a necessidade de promover avanços no seu processo participativo, particularmente no sentido de uma nova concepção da escola como unidade básica de gestão pedagógica e administrativa, gerida colegiadamente, mediante a participação de professores, pais e comunidade. Cabe destacar que a participação nesses órgãos colegiados implica no poder real dos participantes da comunidade escolar de tomar parte ativa na gestão da escola e na promoção de seus processos educacionais, indo, portanto, muito além dos aspectos relacionados à questão financeira.

9 – A prestação de contas tem sido feita de forma transparente à comunidade

escolar?

SEDE CAMPO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

DIRETOR (A) MEMBRO DO COLEGIADO

Sim 8 8 5 5

Às vezes

Não

TOTAL 8 8 5 5

Observa-se que 100% dos entrevistados afirmaram que a prestação de

contas tem sido feita de forma transparente. A esse respeito, Heloísa Luck (2000, p.

26) argumenta:

Não basta assumir uma responsabilidade. É preciso dar conta dela e prestar contas para a sociedade do que é feito em seu nome. Em vista disso, a sua prática envolve monitoramento, avaliação e comunicação de ações e seus resultados. Em última instância, autonomia e transparência implicam abrir a

42

“caixa-preta” da escola, para a comunidade e a do sistema de ensino, para a sociedade.

Os registros apresentados acima tem uma grande relevância para o projeto

de intervenção, pois através dessas informações dadas por pessoas integrantes das

Unidades Executoras e, portanto, conhecedoras da sua realidade, possibilitarão uma

melhor reflexão para traçar uma proposta de ações que possa intervir efetivamente

no contexto educacional, buscando a melhoria da atuação dos Órgãos Colegiados

para construção de uma escola democrática que busca incansavelmente o sucesso

de toda a comunidade escolar, especialmente, os educandos.

4.4 PROPOSTA DE AÇÕES PARA O PROJETO DE INTERVENÇÃO E

CRONOGRAMA

A partir do estudo teórico sobre o tema e da análise dos dados coletados em

campo, propomos as seguintes ações a serem desenvolvidas durante o ano de 2016

com o fim de contribuir para consolidar a gestão democrática e a autonomia nas

escolas do município, através da implementação do PDDE:

Elaboração de ficha com dados para contato dos membros das

Unidades Executoras.

Levantamento das Unidades Executoras que vencem o mandato em

2016.

Reunião para orientação dos trâmites legais para Eleição das Unidades

Executoras para o novo biênio.

1ª Capacitação/ 2016 com os seguintes temas:

- A importância da Gestão Democrática;

- Gestores Educacionais e Órgãos Colegiados: juntos por uma gestão

democrática;

- Atribuições dos Órgãos Colegiados para o fortalecimento, autonomia

e sucesso da escola.

2ª Capacitação/2016 com os temas:

- O PDDE Interativo como ferramenta de planejamento da escola;

- A importância do PDDE para a autonomia escolar;

- O PDDE nas Escolas Municipais de Itamaraju.

3ª Capacitação/2016 com o tema:

43

- Utilizando e prestando contas dos recursos financeiros

Revitalização do acompanhamento e orientação das Unidades

Escolares durante todo o ano letivo, através de: atendimento individual;

visitas às escolas mensalmente; criação de calendário de reunião para

as Unidades Executoras, por escola; monitoramento da participação

dos membros dos órgãos colegiados nas reuniões que tratam de

questões financeiras, pedagógicas e administrativas, por meio de folha

de frequência e ata de reuniões; reunião bimestral com a equipe

gestora e os órgãos colegiados para socialização de experiências

exitosas.

Apresentamos a seguir as ações, com os responsáveis pela realização, os

recursos necessários e o período programado para seu desenvolvimento.

AÇÕES

GRUPO

PARTICIPANTE

RECURSOS

PERÍODO

Elaboração de ficha com dados para contato dos membros das Unidades Executoras.

Comitê Estratégico Municipal

- Computador - Impressora - Folhas de ofício - Pasta para arquivo

Março/2016

Levantamento das Unidades Executoras que vencem o mandato em 2016.

Comitê Estratégico Municipal

- Arquivo com o cadastro dos Colegiados no PDDE WEB.

Março/2016

Reunião para orientação dos trâmites legais para Eleição das Unidades Executoras para o novo biênio.

Comitê Estratégico Municipal, Diretores Municipais e Diretoria dos Órgãos Colegiados em exercício.

- Manual de Orientação para Constituição de Unidade Executora Própria.

Março/2016

1ª Capacitação/ 2016 com os temas: - A importância da Gestão Democrática; - Gestores Educacionais e

Comitê Estratégico Municipal, Gestores Educacionais e Membros dos

- Slides com a legislação que fundamenta o tema; - Manual de Orientação para constituição de

Abril/2016

44

Órgãos Colegiados: juntos por uma gestão democrática; - Atribuições dos Órgãos Colegiados para o fortalecimento, autonomia e sucesso da escola.

Órgãos Colegiados.

Unidade Executora; - Módulo II do Programa de Capacitação a distância para Gestores Escolares (PROGESTÃO); - Computador - Datashow - Caixa de som

2ª Capacitação/2016 com os temas: - O PDDE Interativo como ferramenta de planejamento da escola; - A importância do PDDE para a autonomia escolar; - O PDDE nas Escolas Municipais de Itamaraju.

Comitê Estratégico Municipal, Gestores Educacionais e Membros dos Órgãos Colegiados.

- Slides com a legislação que fundamenta o tema; - Manual PDDE Interativo; - Internet para abrir o Sistema PDDE Interativo; - Computador - Datashow - Caixa de som

Maio/2016

3ª Capacitação/2016 com o tema: - Utilizando e prestando contas dos recursos financeiros

Comitê Estratégico Municipal, Gestores Educacionais e Membros dos Órgãos Colegiados.

- Slides com a legislação que fundamenta o tema; - Guia de Orientações para aquisição de materiais e bens e contratação de serviços com recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) - Computador - Datashow - Caixa de som

Junho/2016

Revitalização do acompanhamento e orientação das Unidades Escolares durante todo o ano letivo, através de: atendimento individual; visita às escolas mensalmente; criação de calendário de

Comitê Estratégico Municipal, Gestores Educacionais e Membros dos Órgãos Colegiados

Documentos referentes ao PDDE das Unidades Executoras.

Março a

Dezembro/2016.

45

reunião para as Unidades Executoras, por escola; monitoramento da participação dos membros dos Órgãos Colegiados nas reuniões que tratam de questões financeiras, pedagógicas e administrativas, por meio de folha de frequência e ata de reuniões; reunião bimestral com a equipe gestora e os Órgãos Colegiados para socialização de experiências exitosas.

Com estas ações esperamos contribuir para melhorar o quadro da rede das

escolas, no que concerne a desenvolver uma gestão democrática e participativa,

através dos meios institucionais disponíveis e garantidos pela legislação e de acordo

os novos princípios da política educacional brasileira.

46

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de todas as leituras, reflexões e análise de dados pode-se concluir que

a gestão democrática é muito relevante para o desenvolvimento da cidadania dos

alunos, pois aprenderão, na prática, como lidar com os problemas do dia-a-dia,

enfrentar situações desafiadoras, expor suas ideias, argumentando o porquê de

suas escolhas, saber ouvir a opinião do outro e coletivamente chegar a um

denominador comum, planejar as ações e tomar para si as responsabilidades que

lhes são cabíveis na implementação dessas ações, ter criticidade, criatividade, visão

de futuro e consciência de que ele é parte fundamental da instituição escola.

Para os outros integrantes da comunidade escolar e reconhecendo que a

“gestão democrática e participativa deve se expandir para os segmentos sociais

extramuros” (DOURADO 2001, p. 37) essa forma de gestar representa um caminho

que não se permite andar só, é necessário que todos unam suas forças para o

mesmo propósito e no final da caminhada o sucesso não é apenas da equipe

gestora ou somente dos docentes, mas de todos que contribuíram no processo.

Dessa forma, as pessoas passam a ter um sentimento de pertencimento daquela

instituição e por ela devem cuidar, vigiar e buscar alternativas para a sua constante

melhoria.

É indiscutível que a gestão democrática é um processo de construção

desafiador e difícil, pois é imprescindível o rompimento de paradigmas históricos de

centralização e detenção do poder, mas com boa vontade, foco, paciência, coragem

e boa liderança é possível atingir o objetivo. A constituição de órgãos colegiados

atuantes faz parte desse processo, como, dentre outros, os Conselhos Escolares,

Grêmios Estudantis e as Unidades Executoras que foi objeto de pesquisa desse

trabalho.

Constata-se a partir da análise da pesquisa-ação que as escolas públicas

municipais de Itamaraju já deram um passo muito importante na busca da autonomia

financeira, pois quase 100% da rede possuem UEx próprias, têm cumprido em

tempo hábil com as exigências legais no que se refere ao monitoramento do sistema

PDDE INTERATIVO, portal que possibilita diagnosticar e planejar estratégias e

ações exequíveis interventivas aos problemas detectados, além de prestarem contas

corretamente ao FNDE, garantindo assim todos os recursos a serem contemplados

pelo PDDE. Outro ponto positivo é que a comunicação entre Secretaria Municipal de

47

Educação, Comitê Estratégico Municipal e diretores municipais tem ocorrido, ao

longo dos anos, de forma tranquila e aberta a sugestões.

É necessário, no entanto, investir em alguns pontos que, segundo a pesquisa,

estão fragilizados fazendo com que prejudiquem a efetiva atuação de um órgão

colegiado, que são: necessidade de manter um calendário de reuniões, sendo estas

bem planejadas e otimizadas para que possam garantir a participação e assiduidade

dos membros da Unidade Executora; ter o cuidado de priorizar as ações mais

emergenciais e fundamentais para uso dos recursos financeiros registrando-as em

ata, levando sempre em consideração a opinião dos membros da UEx e, finalmente,

investir no ponto que se mostrou maior precariedade, o fomento das atividades

pedagógicas por parte da Unidade Executora. Neste último item, a equipe gestora e

os docentes precisam proporcionar espaços e momentos de discussão para que

todos participem e tenham conhecimento do Projeto Político Pedagógico da escola,

do Regimento Interno, dos projetos institucionais, dos resultados de avaliações de

larga escala, como a ANA e Prova Brasil, de forma que todos saibam qual o IDEB da

escola, além dos resultados dos diagnósticos e simulados que são realizados no

ambiente escolar e dos eventos abertos à sociedade.

A proposta de Intervenção foi pensada para ajudar a superar essas

deficiências, pois através de um estudo compartilhado com todos os envolvidos,

reflexões sobre a realidade e o diálogo serão apontadas algumas sugestões de

ações interventivas, além de incentivar a busca de novas propostas para a

efetivação de um órgão colegiado atuante.

Vale ressaltar que esse trabalho é apenas uma contribuição para o tema em

questão, sem nenhuma pretensão de ser um fim, mas um meio, uma alternativa

aberta a sugestões para a busca incessante de uma educação pública de qualidade.

48

REFERÊNCIAS

AÇÕES COMPLEMENTARES NO ÂMBITO DO PDDE. Disponível em:<

escolas.educacao.ba.gov.br/.../unidadeiv-acoes-complementares-no-ambito-do-

pdde.pdf> Acesso em: 002/11/2015.

BAHIA. Secretaria da Educação. Gerenciando a escola eficaz: conceitos e

instrumentos. Salvador: Secretaria de Estado da Educação, 2000.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Programa

Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares: Conselho Escolar,

gestão democrática da educação e escolha do diretor. Caderno 5. Brasília: MEC,

SEB, 2004.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL – PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Disponível em:

<www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso

em 01/11/2015.

DECRETO Nº 6.094, DE 24 DE ABRIL DE 2007. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Disponível em:<www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007.../2007/decreto/d6094.htm> Acesso em: 02/11/2015.

DOURADO, Luiz Fernandes. Progestão: como promover, articular e envolver a

ação das pessoas no processo de gestão escolar? Módulo II/ Luiz Fernandes

Dourado, Marisa Ribeiro Teixeira Duarte; Coordenação geral Maria Aglaê de

Medeiros Machado. Brasília: CONSED – Conselho Nacional de Secretários de

Educação, 2001.

LDB Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 – PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm> Acesso em: 02/11/2015.

LEI Nº 11.947, DE 16 DE JUNHO DE 2009 – PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Disponível em:<www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11947.htm> Acesso em: 06/11/2015.

49

LUCK, Heloísa. Perspectivas da Gestão Escolar e Implicação quanto à

Formação de seus Gestores. Em Aberto. v. 17, n. 72, p.11-33, Brasília, fev./jun.

2000.

LUCK, Heloísa. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba:

Editora Positivo, 2009.

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.784 DE 14 DE DEZEMBRO DE 1998. Disponível em:

<www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/Antigas/1784.htm>. Acesso em: 05/11/2015.

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 455 – PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Mpv/455.htm>. Acesso em: 05/11/2015.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Manual de orientação para constituição de Unidade Executora Própria. Disponível em www.sjp.pr.gov.br/wp.../Manual-Orientacao-para-Constituicao-UEx.pdf. Acesso em: 25/11/2015.

PARO, Vítor Henrique. Gestão Democrática da Escola Pública. São Paulo: Ática,

1998.

RESOLUÇÃO/CD/FNDE Nº 10, DE 18 DE ABRIL DE 2013. Disponível em: <www.fnde.gov.br/.../4386-resolução-cd-fnde-nº-10,-de-18-de-abril-de-2013>.Acesso em: 03/11/2015.

RESOLUÇÃO/CD/FNDE Nº 17, DE 19 DE ABRIL DE 2011. Disponível em: <www.fnde.gov.br/fnde/.../3440-resolução-cd-fnde-nº-17-de-19-4-2011>. Acesso em: 06/11/2015.

SUA PESQUISA.COM. Disponível em:

<http://www.suapesquisa.com/historia/dicionario/democracia.htmem>. Acesso em:

08/11/2015.

50

THIOLLENT, Michel. Metodologia da Pesquisa Ação. São Paulo: Cortez: Autores

Associados, 1986.

51

APÊNDICE

52

APÊNDICE 1

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM COORDENAÇÃO

PEDAGÓGICA (CECOP 3)

Prezado(a) diretor(a), estou na fase final de uma especialização em Coordenação

Pedagógica e como parte do meu TCC, estou realizando a pesquisa de campo,

através desse questionário em que vocês serão os colaboradores entrevistados.

Necessito de sua atenção e sua parceria, pois estas informações serão

imprescindíveis para a elaboração da minha proposta de intervenção. Desde já,

agradeço a colaboração e garanto total sigilo dos dados.

Elienai Santana da Cruz

QUESTIONÁRIO PARA OS DIRETORES DAS ESCOLAS MUNICIPAIS

Escola:________________________________________________________

Nome da Unidade Executora: _____________________________________

______________________________________________________________

Nº do questionário: ___________

Função que exerce no Colegiado Escolar: __________________________

1 – Com que frequência são realizadas as reuniões do Colegiado?

( ) quinzenal ( ) mensal ( ) bimestral ( ) trimestral ( ) Outro

2 – Os membros do Colegiado são assíduos nas reuniões?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

3 – São previamente definidas as prioridades para uso dos recursos financeiros?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca

4 – A opinião dos membros do Colegiado é levada em consideração para análise e

definição dessas ações prioritárias?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca

53

5 – O levantamento das prioridades, bem como as razões que determinam as

escolhas são registradas em ata e divulgadas à comunidade escolar?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca

6 – Para execução das ações prioritárias, como realização de pesquisa de preços,

escolha da melhor proposta, aquisição e/ou contratação de bens e serviços, há

efetiva participação dos membros do Colegiado, de acordo com sua respectiva

função?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca

7 – O Colegiado Escolar tem participado no fomento às atividades pedagógicas?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca

8 – De acordo com a questão anterior, descreva como tem sido a participação do

Colegiado nas atividades pedagógicas.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

9 – A prestação de contas tem sido feita de forma transparente à comunidade

escolar?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

54

APÊNDICE 2

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM COORDENAÇÃO

PEDAGÓGICA (CECOP 3)

Prezado(a) membro do Colegiado Escolar, estou na fase final de uma

especialização em Coordenação Pedagógica e como parte do meu TCC, estou

realizando a pesquisa de campo, através desse questionário em que vocês serão os

colaboradores entrevistados. Necessito de sua atenção e sua parceria, pois estas

informações serão imprescindíveis para a elaboração da minha proposta de

intervenção. Desde já, agradeço a colaboração e garanto total sigilo dos dados.

Elienai Santana da Cruz

QUESTIONÁRIO PARA UM DOS MEMBROS DO COLEGIADO ESCOLAR DAS

ESCOLAS MUNICIPAIS

Escola:________________________________________________________

Nome da Unidade Executora: _____________________________________

______________________________________________________________

Nº do questionário: _______

Função que exerce no Colegiado Escolar: __________________________

1 – Com que frequência são realizadas reuniões do Colegiado?

( ) quinzenal ( ) mensal ( ) bimestral ( ) trimestral ( ) Outro

2 – Os membros do Colegiado são assíduos nas reuniões?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

3 – São previamente definidas as prioridades para uso dos recursos financeiros?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca

4 – A opinião dos membros do Colegiado é levada em consideração para análise e

definição dessas ações prioritárias?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca

55

5 – O levantamento das prioridades, bem como as razões que determinam as

escolhas são registradas em ata e divulgadas à comunidade escolar?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca

6 – Para execução das ações prioritárias, como realização de pesquisa de preços,

escolha da melhor proposta, aquisição e/ou contratação de bens e serviços, há

efetiva participação dos membros do Colegiado, de acordo com sua respectiva

função?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca

7 – O Colegiado Escolar tem participado no fomento às atividades pedagógicas?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca

8 – De acordo com a questão anterior, descreva como tem sido a participação do

Colegiado nas atividades pedagógicas.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

9 – A prestação de contas tem sido feita de forma transparente à comunidade

escolar?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes