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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CECOP 3 IVENE MATOS DOS SANTOS NOVAS TECNOLOGIAS E AS PRÁTICAS EDUCATIVAS: UM ESTUDO NA ESCOLA MUNICIPAL ANTONIO CARLOS MAGALHÃES DO MUNICÍPIO DE MUNDO NOVO, BAHIA Salvador 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3

IVENE MATOS DOS SANTOS

NOVAS TECNOLOGIAS E AS PRÁTICAS EDUCATIVAS: UM ESTUDO NA ESCOLA MUNICIPAL ANTONIO CARLOS

MAGALHÃES DO MUNICÍPIO DE MUNDO NOVO, BAHIA

Salvador 2016

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IVENE MATOS DOS SANTOS

NOVAS TECNOLOGIAS E AS PRÁTICAS EDUCATIVAS: UM ESTUDO NA ESCOLA MUNICIPAL ANTONIO CARLOS

MAGALHÃES DO MUNICÍPIO DE MUNDO NOVO, BAHIA

Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientadora: Mércia Ramos Xavier

Salvador 2016

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IVENE MATOS DOS SANTOS

NOVAS TECNOLOGIAS E AS PRÁTICAS EDUCATIVAS: UM ESTUDO NA ESCOLA MUNICIPAL ANTÔNIO CARLOS MAGALHÃES DO

MUNICÍPIO DE MUNDO NOVO, BAHIA

Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.

Aprovado em janeiro de 2016.

Banca Examinadora

Primeiro Avaliador.________________________________________________ Segundo Avaliador. _______________________________________________ Terceiro Avaliador. ________________________________________________

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Dedico este trabalho às minhas filhas Rina e Riza, ao meu neto Pedro Henrique,

pela compreensão e carinho e por entenderem minha ausência durante todo este

tempo.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me permitir mais esta conquista.

Aos meus familiares, pelo apoio neste momento. A todos, meu muito obrigada.

A minha orientadora, Profª. Mércia Ramos Xavier, pela paciência, competência,

apoio e disponibilidade ao me auxiliar nesta jornada.

As minhas colegas de caminhada pela colaboração, paciência, companheirismo,

especialmente a Mariléia e Rozana que, com muita paciência, me ajudaram

bastante, meu muito obrigada!

A minha eterna professora, Ana Lúcia Souza da Silva, a quem devo muito do que

aprendi, principalmente em Língua Portuguesa e que me dá o privilégio de fazer a

correção ortográfica deste trabalho, muito obrigada!.

À Faculdade de Educação da UFBa e ao Programa Escola de Gestores, por nos

proporcionarem com esta iniciativa, a oportunidade que beneficia tantos

Coordenadores Pedagógicos como eu, de fazer um Curso de tão grande importância

para nossa formação.

.

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Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem

aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo

e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar.

Paulo Freire

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SANTOS, Ivene Matos dos. Novas Tecnologias e as Práticas Educativas: um

Estudo na Escola Municipal Antonio Carlos Magalhães do Município de Mundo

Novo, Bahia. 2015. Projeto Vivencial (Especialização) – Programa Nacional Escola

de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador,

2016.

RESUMO

O presente trabalho apresenta como tema principal o uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs) nas práticas educativas. A problemática do trabalho surgiu a partir da análise do Projeto Tecnologia Amiga da Escola, um projeto de informática educacional implantado nas escolas municipais da Prefeitura de Mundo Novo. No estudo realizado na Escola Antônio Carlos Magalhães observou-se que, apesar do referido Projeto representar uma das possibilidades de inovações das práticas educativas, poucos professores se utilizam deste aplicativo. Uma das hipóteses levantadas para esta baixa adesão ao Projeto na escola em análise seria, a resistência por parte de alguns professores, por não terem intimidade com os dispositivos, programas e aplicativos. Para o desenvolvimento deste trabalho, adotou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica sobre o tema, aplicação de questionários e observação direta de uma turma participante do Projeto. Os resultados obtidos demonstraram haver a necessidade do desenvolvimento de ações que proporcionem maior conhecimento aos professores sobre os recursos disponíveis para dinamizar as aulas. Esse trabalho tem como objetivo estimular o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação nas práticas pedagógicas como fonte de transformações no processo de ensino e aprendizagem na Escola Municipal Antonio Carlos Magalhães no município de Mundo Novo. Palavras-chave: Tecnologias da Informação e Comunicação. Educação. Práticas Educativas.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Pesquisa sobre o uso dos recursos do Projeto Tecnologia Amiga da

Escola na Escola Antônio Carlos Magalhães.......................................................... 28

Quadro 2 – Cronograma de Ações da Proposta de Intervenção............................ 31

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CECOP – Centro de Especialização de Coordenação Pedagógica

LDB – Lei de Diretrizes e Bases

LDBEN – Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional

MEC – Ministério da Educação

PACTO/PNAIC - Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais

PCNEM - Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio

TICs – Tecnologia da Informação e Comunicação

UFBa – Universidade Federal da Bahia

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11

CAPÍTULO I – MEMORIAL ............................................................................... 13

1. MEMÓRIAS DE UMA EDUCADORA ................................................................. 13

1.1 VIDA ACADÊMICA .......................................................................................... 13

1.2 VIDA PROFISSIONAL ..................................................................................... 14

1.3 EXPECTATIVAS .............................................................................................. 16

CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................... 16

2.1 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO A SERVIÇO DA

EDUCAÇÃO ........................................................................................................... 17

2.2 OS PROFESSORES E AS NOVAS TECNOLOGIAS ...................................... 22

CAPÍTULO III – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ...................................... 24

3.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 24

3.2 - HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR ..................... 24

3.3 METODOLOGIA .............................................................................................. 26

3.4 OBJETIVOS ..................................................................................................... 27

3.4.1 Geral .......................................................................................................... 27

3.4.2 Específicos ................................................................................................ 27

3.5 INSTRUMENTOS DE PESQUISA E ANÁLISE DOS DADOS .............................. 28

3.5.1 Pesquisa sobre o uso dos recursos do Projeto Tecnologia Amiga da

Escola .................................................................................................................... 28

3.5.2 Observação direta: ..................................................................................... 28

3.6 Proposta de Ações para Intervenção .............................................................. 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 32

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 33

APÊNDICE ............................................................................................................ 34

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INTRODUÇÃO

A tecnologia da informação e comunicação tem se expandido a cada dia

e trazido para as escolas novos desafios e possibilidades de cunho educativo,

tornando-se mais uma importante ferramenta pedagógica na construção do

saber; contudo, ainda verificamos alguns entraves para sua inserção como

mecanismo que promova melhorias nas práticas de ensino.

O Presente trabalho tem como objetivo geral estimular o uso das

tecnologias da informação e comunicação nas práticas pedagógicas como

fonte de transformações no processo de ensino e aprendizagem na Escola

Municipal Antonio Carlos Magalhães no município de Mundo Novo. Para tanto,

definimos como objetivos específicos:

Propor um ciclo de oficinas que propicie ao professor diálogo e

aprendizagem sobre o uso das tecnologias da informação e

comunicação em sala de aula;

Promover a melhor utilização dos recursos tecnológicos disponíveis na

escola;

Produzir melhorias no processo de ensino e aprendizagem.

A problemática do trabalho surgiu a partir da análise do Projeto

Tecnologia Amiga da Escola, que é um projeto de informática educacional

implantado nas Escolas Municipais da Prefeitura de Mundo Novo, com o

objetivo de contribuir para melhorar os processos e as condições de ensino e

aprendizagem, por meio da instalação de softwares educacionais abertos,

denominados de Sofwares de Autoria, em sala de aula na rede pública

municipal, integrando conteúdos digitais interativos, formação de Professores e

equipamentos. Apesar do Projeto estar disponível para utilização por toda a

comunidade escolar, observamos que um pequeno percentual de professores

aplica este recurso tecnológico como mecanismo para melhoria de suas

práticas pedagógicas.

Atribuímos este fato à resistência, por parte de alguns professores, por

não terem intimidade com os dispositivos, programas e aplicativos. Assim

surgiu a pergunta de partida da pesquisa: como estimular o uso da tecnologia

da informação e comunicação nas práticas pedagógicas da Escola Municipal

Antonio Carlos Magalhães? Logo, percebemos a necessidade de desenvolver

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uma proposta para a capacitação dos professores a fim de auxiliá-los na

utilização das TICs nas suas práticas pedagógicas.

A partir do momento em que todos entenderem e aprenderem a lidar

com as TICs, entenderão a importância delas para melhoria da educação,

haverá maior interação com o Projeto, maior interesse e conseqüentemente um

melhor rendimento no processo de ensino e aprendizagem.

A metodologia adotada para a realização do trabalho foi pesquisa

bibliográfica sobre o tema, aplicação de questionário com um professor que

participa do Projeto, com o Diretor e o Coordenador Pedagógico da Escola

Municipal Antônio Carlos Magalhães, com o objetivo de buscar o caminho para

que os professores possam compreender a importância da utilização das TICs

como aliadas do processo de ensino e aprendizagem. Também optamos pela

estratégia de observação, por meio do acompanhamento da aplicação do

Projeto em uma turma. Observar os resultados obtidos demonstrou haver a

necessidade do desenvolvimento de ações que proporcionem maior

conhecimento aos professores sobre os recursos disponíveis para dinamizar as

aulas.

A proposta foi estruturada em capítulos, sendo distribuídos da seguinte

forma:

Capítulo I - Memorial, apresenta minha trajetória de vida pessoal,

acadêmica, profissional e as expectativas com a realização deste trabalho.

Capítulo II – Fundamentação Teórica, abordamos a trajetória histórica

sobre as TIC’s e a base teórica de sustentação da pesquisa. Utilizamos

autores como Kenski (2014 e 2015), Pretto (2013), Cury e Capobianco (2011),

Perrenoud (2000), dentre outros.

Capítulo III – Proposta de Intervenção é a parte central do trabalho; nele

serão apresentados, caracterização da escola, os resultados da investigação

inicial realizada na unidade e, por fim, a elaboração de um plano de ação com

o objetivo de responder à questão da pesquisa.

Com o desenvolvimento desta proposta de intervenção, esperamos

despertar nos professores da Escola Municipal Antonio Carlos Magalhães, o

interesse pela utilização das TIC’s em suas práticas pedagógicas.

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CAPÍTULO I – MEMORIAL: MEMÓRIAS DE UMA EDUCADORA

Não cabe mais à educação proporcionar aos alunos conhecimentos

como se fossem verdades acabadas... (POZZO, 2001, p. 35.)

1.1 VIDA ACADÊMICA

Meu nome é Ivene Matos dos Santos, tenho 49 anos, sou formada em

Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Nunca tive paixão

por educação, o meu sonho desde criança era ser bancária. Após concluir o

Ensino Fundamental, precisava tomar uma decisão para cursar o nível médio,

naquela época começávamos com o ensino básico e, no segundo ano,

fazíamos opção pela área que gostaríamos de seguir. Entre o Magistério e a

Contabilidade fiquei com a segunda opção, visto que estava mais próxima do

meu sonho, ser bancária. Fui estagiária bolsista no Banco do Nordeste, mas

não consegui passar no concurso para continuar trabalhando.

No ano de 1992, casada e com duas filhas, decidi cursar magistério para

continuar estudando, já que não tinha condições de sair para os grandes

centros com a finalidade de cursar uma faculdade. Até aquele momento, era só

isso, continuar estudando, nada de exercer a profissão. No ano de 1996, fiz o

vestibular para Pedagogia, apenas por experiência e curiosidade, até porque

estava grávida do meu terceiro filho. Fui motivada pela vontade que tinha de

cursar uma faculdade e aquela era a primeira oportunidade, mas não sabia o

que a vida me reservava. Após 10 anos de ter concluído o curso de

magistério, sem fazer nenhum curso ou cursinho pré-vestibular, fui aprovada

para o curso de Pedagogia com Habilitação em Magistério das Matérias

Pedagógicas do 2º Grau. Foi uma surpresa para mim, pois não imaginava ser

aprovada naquele momento.

Em março de 1997 comecei a cursar Pedagogia, foi uma experiência

ímpar, era tudo diferente do que já havia experimentado como estudante. Em

abril do mesmo ano, nascia meu filho, logo no início do primeiro semestre.

Fiquei afastada, recebendo minhas atividades em domicílio, mas com quarenta

e nove dias meu filho veio a óbito. Precisava preencher meu tempo, não dava

pra viver sem ter uma ocupação que me ajudasse a superar tamanha perda e

dor e foi aí que voltei a estudar. A cada semestre era uma descoberta.

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Em 2007, fiz vestibular para Licenciatura em Computação pela

Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, fui selecionada, comecei

a cursar no início de 2008, mas devido a problemas pessoais acabei desistindo

no início do segundo semestre. Em 2013, fiz Especialização em Gestão

Educacional, pela Faculdade João Calvino e, atualmente, estou realizando meu

terceiro curso de pós-graduação, sendo este de Coordenação Pedagógica.

1.2 VIDA PROFISSIONAL

No mesmo ano em que ingressei na Faculdade, fui convidada por uma

amiga, para ensinar em uma escola particular, Escola Girassol no município de

Itaberaba-Ba, no segmento da Educação Infantil. No início relutei, mas aceitei o

desafio e, para minha surpresa, fiquei encantada com o trabalho.

No ano seguinte já estava trabalhando com o Fundamental I. Lá

utilizávamos alguns recursos tecnológicos disponíveis, tais como: tv,

videocassete, som e retroprojetor para dinamizar as aulas. Foi o início do meu

entusiasmo pelo uso das tecnologias da informação e comunicação na

educação.

Em 2000, fui convidada para lecionar no Colégio Estadual de Itaberaba

de Ensino Fundamental II e Médio, com a disciplina Informática na Educação

nas turmas de 7ª e 8ª séries do Ensino Fundamental II. Aceitei o desafio, pois

vi naquela oportunidade a realização de um sonho. Quando me apresentei ao

Colégio, vieram as primeiras “decepções”. Descobri que a disciplina era nova,

não constava no currículo e nem tinha um plano de curso, tudo estava por ser

construído.

Apesar de existir um laboratório de informática no Colégio, ele ainda não

era utilizado pelos alunos e muito menos para fins pedagógicos. Os

computadores que funcionavam eram os da secretaria para os trabalhos

burocráticos. As atividades e provas, apesar de serem digitadas, eram

impressas, mas ainda se usava o mimeógrafo para reprodução. Algum tempo

depois, foi adquirida uma máquina copiadora, mas o mimeógrafo não foi

aposentado.

Após a implantação da disciplina Informática na Educação, o laboratório

foi colocado em funcionamento e tínhamos as aulas práticas para que os

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alunos se familiarizassem com os computadores, pudessem aprender desde

ligar até identificar os componentes e periféricos, mas eles não tinham

acesso aos recursos computacionais. Inicialmente a disciplina tratava de

informática básica, trabalhávamos com textos introdutórios.

A partir dessa experiência renasceu a vontade e a necessidade de fazer

uma especialização em informática na educação. Naquela época, só existia o

Curso no estado de Pernambuco, mas devido a vários fatores, entre eles

o econômico, ficou apenas no sonho.

Em 2000, fiz especialização na área de Educação, Política do

Planejamento Pedagógico: Planejamento, Currículo e Avaliação, pela

Universidade do Estado da Bahia – UNEB e apesar de não ser exatamente o

que eu queria, me dediquei e aprendi muito. Em 2005 fiz concurso para

Coordenador Pedagógico, nos municípios de Itaberaba e Tapiramutá e fui

aprovada nos dois. No início de 2006 ingressei no CESA - Colégio Santo

Agostinho em Mundo Novo, como professora da turma da 3ª série do

Fundamental I e Professora de Geografia do Fundamental II.

Em abril do mesmo ano fui convocada pelo município de Tapiramutá e

tive que deixar o CESA para assumir a Coordenação Pedagógica com carga

horária de 40 horas e já não tinha como conciliar os horários nos dois

municípios. Em 2006 prestei concurso para Coordenação Pedagógica no

município de Mundo Novo e fui aprovada. No início de 2008 fui convocada para

assumir o concurso em Mundo Novo e pedi demissão do município de

Tapiramutá.

Em 2009 fui convidada a assumir a Secretaria Municipal de Educação de

Mundo Novo como Secretária de Educação. Foi o maior desafio que já

enfrentei em toda minha carreira, pois além do trabalho pedagógico e

burocrático, de uma responsabilidade sem fim, tinha que também lidar com as

questões políticas, que para mim eram as mais difíceis. Permaneci até 2012 e

mesmo podendo continuar no cargo, pois o prefeito tinha sido reeleito, por

questões pessoais não continuei.

Em 2013, fiquei na Coordenação do Programa PACTO/PNAIC, onde

permaneci até 2014. Ainda em 2014 com a criação do Programa Família

Escola - PFAE, um Programa criado pela Secretaria Municipal de Educação,

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tive a oportunidade de assumir também como coordenadora pedagógica e no

início do ano letivo de 2015, deixei a coordenação do PACTO/PNAIC e

permaneci com o PFAE.

1.3 EXPECTATIVAS

Quando fiz a escolha do eixo temático que abarcaria minha pesquisa,

não hesitei em escolher Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs,

que está diretamente ligada à informática na educação, área com a qual me

identifico e gosto muito. Foi diante das dificuldades dos alunos, dos professores

e também com a minha própria dificuldade em lidar com as questões das

tecnologias, que percebi o quanto ela poderia contribuir para o ensino e

aprendizagem e também com o meu crescimento profissional,

então, decidi intensificar o estudo sobre as TICs, visando melhorar minha

prática pedagógica, o trabalho dos professores e, conseqüentemente, a

aprendizagem dos alunos.

A decisão do tema a ser estudado, surgiu do desafio, importância

que as TICs têm para a educação e da oportunidade de buscar melhorias para

o trabalho a ser realizado tanto com os professores como com os alunos. As

TICs têm avançado bastante nos últimos tempos e trazido muitos benefícios à

educação. O meu Projeto Vivencial visa contribuir para a melhoria e para o

aperfeiçoamento do Projeto Tecnologia Amiga da Educação, por se tratar de

um projeto de informática educativa que está sendo aplicado no município e,

dará subsídios para melhorar a cada dia essa prática, a partir da confirmação

ou não do problema levantado neste TCC/PV e dos benefícios que ele tem

trazido à educação da Escola Municipal Antonio Carlos Magalhães no

município de Mundo Novo-Ba.]

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CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs) A

SERVIÇO DA EDUCAÇÃO

Não podemos falar em Tecnologias da Informação e Comunicação, sem

antes trazer um breve histórico sobre as mesmas. As autoras Cury e

Capobianco (2011) em seu texto: Princípios da História das Tecnologias da

Informação e Comunicação - Grandes Invenções, realizaram uma retrospectiva

histórica muito interessante sobre o surgimento das TICs; elas relatam que

as primeiras experiências com eletricidade se deram no ano 700 a. C. na

Grécia e foram realizadas por Tales de Mileto. A partir do século XVII, após

muitas pesquisas sobre a geração de energia é que surgiu o movimento das

máquinas e a invenção de geradores. A partir da publicação do tratado sobre

eletricidade e magnetismo, feito por James Clerk Maxwell em 1873, é que abre

espaço para muitos equipamentos de comunicação e informação.

A mais importante invenção da tecnologia e comunicação, a prensa para

impressão tipográfica desenvolvida por Joahnn Gutemberg (1400-1468) no

Ocidente, é que dá início à publicação de informações em série através de

livros e jornais. Em 1830, Samuel Finlay Breese Morse, construiu o primeiro

aparelho telegráfico registrador de apenas um fio e foi considerado um dos

principais meios de comunicação do século XIX.

A Companhia de Telefonia e Telégrafos foi fundada em 1885, dando

início às operações de comunicação a longa distância. Em 1879, Thomas Alva

Edison foi o responsável pela produção e distribuição de energia, ele que

também inventou o fonógrafo, a lâmpada elétrica, o gramofone, o teletipo,

alguns dentre os mais de oito mil inventos registrados, além de melhorar

outros, a exemplo do telefone de Graham Bell. Em 1890, ele inventou também

o filme perfurado e o cinetoscópio, uma máquina de projeção interna de filmes

que possibilitava a visualização de imagens individual, ou seja, um espectador

de cada vez. Posteriormente, em 1895, os irmãos Lumière criaram um aparelho

movido à manivela chamado cinematógrafo que permitia a projeção de

imagens para o público.

As tecnologias da informação e comunicação têm se expandido a cada

dia e tem trazido para as escolas novos desafios e possibilidades de cunho

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pedagógico, tornando-se assim, uma ferramenta importante na construção do

saber. É importante definir o termo Tecnologias da Informação e Comunicação

– TICs. O Guia do Estudante, publicado pela Editora Abril (2015), inclui uma

definição para o referido termo:

É o uso dos meios de tecnologia da informação para melhorar e

agilizar a comunicação em vários setores, como uma escola, uma

empresa ou um órgão público”. Com grande conhecimento de

informática, sobretudo de softwares, esse profissional planeja e

desenvolve soluções para questões relacionadas ao uso das

tecnologias de informação e comunicação (TIC) e implanta redes

sociais. Trabalha em empresas de tecnologia, em departamentos de

tecnologia da informação dentro de companhias de diversos setores,

em consultorias especializadas, em escolas, em secretarias

municipais de Educação e em telecentros.

Kenski (2003, p. 18) define as tecnologias como “conjunto de

conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à

construção e utilização de um equipamento em um determinado tipo de

atividade.”

Ainda segundo a autora, (2003, p. 91) “são ferramentas que auxiliam as

pessoas a viverem melhor dentro de um determinado contexto social e espaço-

temporal”.

Enquanto Kenski nos apresenta a definição de tecnologias feitas por

produtos e equipamentos, Levy (1993, p. 22) traz o sentido de tecnologias da

inteligência e as define como “construções internalizadas nos espaços da

memória das pessoas que foram criadas pelos homens para avançar no

conhecimento e aprender mais”. Associadas às tecnologias da inteligência,

temos as tecnologias da informação e comunicação. É através delas que se

tem acesso à veiculação das informações e demais formas de articulação da

comunicação em todo mundo, alterando nossa forma de viver e a aquisição do

conhecimento.

No campo educacional, quando pensamos em TICs é comum

associarmos sua definição ao uso dos recursos computacionais, tais como,

computadores e a internet. Contudo, seu conceito é muito mais amplo, pois

todo e qualquer recurso utilizado no processo de ensino e

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aprendizagem poderá ser considerado uma forma de tecnologia. Neste

sentido, Martini e Bueno (2014, p. 385) afirma que:

O uso da tecnologia na educação não é algo recente. Recursos simples, mas que são resultado da tecnologia, como o papel e o lápis, foram incorporados pela escola de tal forma que hoje é impossível imaginá-la sem os mesmos.

Nesse sentido, não podemos perder de vista que as tecnologias

contribuem para a aprendizagem, mas é a organização da escola que dá essa

garantia. Libâneo (2007, p.309) afirma que “o grande objetivo das escolas é a

aprendizagem dos alunos e a organização escolar necessária é a que leva a

melhorar a qualidade dessa aprendizagem”.

Reforçando o pensamento de Libâneo, Moran (2000, p. 63) destaca que:

Ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial.

Para alguns autores, a inserção das TICs na Educação começou na

esfera administrativa, onde os computadores eram utilizados apenas para os

trabalhos burocráticos da escola. Após alguns anos, o uso do computador

começou a ser utilizado em práticas pedagógicas isoladas sem que essa

tecnologia trouxesse contribuições aos processos de ensino e aprendizagem

das áreas curriculares, constituindo esta uma forma elementar de uso.

Faz-se necessário também, trazer um pouco da história da Informática

Educativa no Brasil. Borges (2006, p. 03.) argumenta que:

A questão da informática relacionada com a educação tem sua história, apesar de ser recente, demonstrando sua presença tanto em nível de política pública como de uma prática pedagógica relacionada ao cotidiano de várias escolas.

A autora apresenta também, uma linha do tempo de como se

desenvolveu a Informática Educativa. Em 1979, a partir da criação da

Secretaria Especial de Informática (SEI), vinculada ao Conselho de Segurança

Nacional, elaborou-se uma política de informática com o objetivo de

impulsionar o uso do computador nas atividades dos diversos setores:

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educacional, agrícola, da saúde e da indústria. Foi a partir dessa iniciativa

política que se iniciou a inclusão do computador nos contextos escolares,

motivada pela certeza de que a educação seria o local mais indicado para essa

tarefa como afirma Moraes (2003, p.32) “O setor mais importante para a

construção de uma modernidade aceitável e própria, capaz de articular o

avanço científico e tecnológico com o patrimônio cultural da sociedade e

promover as interações necessárias".

Em 1983, após o I e II Seminário Nacional de Informática na Educação,

em Brasília (1981) e Salvador (1982), é que efetivamente começaram as ações

de informática na educação, quando profissionais ligados ao processo

educacional se envolveram no processo. A partir deste momento, criaram-se os

centros-pilotos em cinco Universidades brasileiras, (UFRJ – Universidade

Federal do Rio de Janeiro, UFPE – Universidade Federal de Pernambuco,

UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas, UFMG – Universidade

Federal de Minas Gerais e UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do

Sul), tendo em vista começar o trabalho de pesquisa na área. Vale ressaltar

que o trabalho de pesquisa começou com o Projeto Educom (Educação com

Computadores), projeto pioneiro na introdução do computador nas escolas

públicas, na pretensão de consolidar uma política publica de informática

voltada para as questões educacionais.

Posteriormente, surgiram várias ações governamentais, como a criação

do Comitê Assessor de Informática para Educação de 1º e 2º Graus

(Caie/Seps) e o Projeto Formar (1986), o Programa de Ação Imediata em

Informática na Educação (1987), o Projeto CIED - Centros de Informática na

Educação (1988), o Proninfe – Programa Nacional de Informática Educativa

(1989) e o Proinfo – Programa Nacional de Informática na Educação (1997)

todos eles vêm consolidando uma política de informática na educação pública

brasileira.

A tecnologia foi responsável, em muitos momentos, pelo surgimento de

novas formas de acesso ao conhecimento. A radiodifusão com finalidades

educativas nasceu no Brasil em 1923, quando foi fundada a Rádio Sociedade

do Rio de Janeiro, que transmitia programas de literatura, radiotelegrafia e

telefonia, de línguas, de literatura infantil entre outros Niskier (1993, p. 40).

Mais tarde, surgiu a Teleducação, cuja experiência mais significativa – o

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Telecurso 2º grau – teve início em 1977, numa parceria entre a Fundação

Roberto Marinho e a Fundação Padre Anchieta (NISKIER, 1993, p. 73).

O uso da informática na educação passou a ser objeto de estudo ainda,

por meio do projeto Educação com Computador (EDUCOM), no final da década

de 1970 e se constituiu como a primeira ação oficial e concreta para levar os

computadores até as escolas públicas (TAJRA, 1998, p. 14). A Unicamp foi

uma das universidades que se constituiu como centro-piloto de estudo.

A pesquisa da adaptação da “linguagem logo” original para o português

teve início em 1979, com o objetivo de criar versões nacionais para os

comandos. Nesse projeto, o aluno em vez de uma atitude passiva diante da

máquina, interage diretamente com ela, transformando um processo de

aprendizagem completamente diferente do usual: ele está constantemente

ensinando o computador (NISKIER 1993, p. 102). É preciso ponderar,

entretanto, que a interação possível nas adaptações da linguagem logo,

realizadas no final da década de 1970, era um diferencial se comparada à

cultura monológica característica das outras tecnologias utilizadas na época:

gravador, videocassete, televisão, entre outros.

Visando avaliar a contribuição do computador no processo pedagógico,

Carneiro (2002, p. 49), afirma que: “No início da década de 80, começou a

desenvolver-se a Política de Informática Educativa (PIE), caracterizada por

atividades de pesquisa e seminários de discussão em pequena escala”.

O Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO) e os

Parâmetros Curriculares Nacionais são vistos como manifestações da

preocupação do governo brasileiro com o uso das tecnologias na educação.

Isso é muito importante para a educação nacional, lembrando que o PROINFO

trouxe muitos benefícios para a educação brasileira.

Os PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais e os PCNEM –

Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, são as diretrizes que

norteiam o ensino nacional. Diante dessa realidade, os entes federados têm

unido esforços na perspectiva de suprir escolas com laboratórios de

informática, embora tenham deixado lacunas em relação à capacitação dos

professores para utilização destas tecnologias. Atualmente, muitas escolas já

utilizam as TIC´s como ferramenta de aprendizagem, pois além dos

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computadores conectados à internet, muitas delas já desenvolveram outras

formas de utilização, a exemplo da criação de rádio-escola.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s/PCNEM) há

uma recomendação do uso das TIC’s, reforçando a importância do uso das

mesmas na educação:

É indiscutível a necessidade crescente do uso de computadores pelos alunos como instrumento de aprendizagem escolar para que possam estar atualizados em relação às novas tecnologias da informação e se instrumentalizarem para as demandas sociais presentes e futuras.” (BRASIL, 1998, p. 96).

Ainda está expresso nos PCNs que “as tecnologias da comunicação e

da informação e seu estudo devem permear o currículo e suas disciplinas.”

(BRASIL, 1998, p. 134).

2.2 OS PROFESSORES E AS NOVAS TECNOLOGIAS

Os modernos meios de comunicação, liderados pela internet, permite

acesso rápido às informações, levando os alunos a procurarem, cada vez mais,

respostas aos seus questionamentos e formas mais atrativas de interagir com o

meio que os cercam. Essa situação tem sido um dos grandes desafios

impostos aos professores na atualidade, pois tem forçado uma mudança

brusca (e necessária) na didática que sempre foi utilizada pelos professores.

Não cabe mais a utilização apenas de quadro negro, livro didático, é

necessário que o professor se atualize e passe a exercer o papel de mediador.

Há uma resistência por parte de alguns professores e o principal motivo

atribuído a essa resistência era a possibilidade de eles serem substituídos

pelos recursos tecnológicos, mas Niskier (1993, p. 100) afirma que "O uso do

computador na educação está em plena ascensão em diversos países. O

receio inicial de que a máquina poderia vir a substituir o professor aos poucos

está sendo desmistificado".

Não há motivos para preocupação por parte dos professores em serem

substituídos, pois as TICs vieram para somar, facilitar o trabalho do professor,

representa uma inovação tanto pedagógica quanto na própria educação. E os

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verdadeiros profissionais estão sempre buscando, estudando e se atualizando,

Moran afirma que:

Bons professores são peças-chave na mudança educacional. Os professores têm muito mais liberdade e opções do que parece. A educação não evolui com professores mal preparados. Muitos começam a lecionar sem uma formação adequada, principalmente do ponto de vista pedagógico. Conhecem o conteúdo, mas não sabem como gerenciar uma classe, como motivar diferentes alunos, que dinâmicas utilizar para facilitar a aprendizagem, como avaliar o processo ensino-aprendizagem, além das tradicionais provas (2007, p. 18).

As mudanças que vêm ocorrendo há algum tempo, vislumbram por

profissionais capacitados e preparados para lidar com as novas tecnologias

sendo capazes de experimentar novas competências e habilidades para

facilitar o processo de ensino e aprendizagem. O professor precisa ser

pesquisador, curioso, ser o mediador entre o processo educacional e o aluno,

mostrar conhecimento e habilidade, enfim, despertar no aluno o interesse para

se tornar um pesquisador. Para Lèvy (2005), as tecnologias não precisam ser

usadas a qualquer custo, é preciso haver responsabilidade ao usá-las.

Não se trata aqui de utilizar as tecnologias a qualquer custo, mas sim de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de civilização que questiona profundamente as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas educacionais tradicionais e, sobretudo, os papéis de professor e de aluno (LÉVY, 2005, p. 172, grifos do autor).

É preciso ter muito claro o papel de cada indivíduo envolvido no

processo e de que forma as TICs devem ser introduzidas na sala de aula.

Também é importante lembrar que, como todo instrumento, as TICs também

têm seu lado negativo, se não forem utilizadas de forma correta. Compete ao

professor canalizar seu bom uso. Veja o que nos diz Charlot, (2009, p. 17):

“Afinal de contas, o professor é um trabalhador da contradição, que contribui

para manter um mínimo de coerência em uma sociedade rasgada por suas

contradições. O que impõe profissionalismo, mas também ética.”

Esse é o papel do professor frente às novas tecnologias que deve levar

em consideração seu profissionalismo, responsabilidade, dedicação e ética,

para garantir uma educação de qualidade.

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CAPÍTULO III – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

3.1 INTRODUÇÃO

A proposta de Intervenção aqui apresentada compreende um dos

requisitos para a elaboração do meu Projeto Vivencial, no Eixo

Temático Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação - TIC, Pólo

Souto Soares-Ba, para fins de conclusão do Curso de Especialização em

Coordenação Pedagógica da Universidade Federal da Bahia – UFBA.

3.2 - HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR

A Escola Municipal Antonio Carlos Magalhães foi criada em 22 de

Outubro de 1984 e está localizada na periferia da cidade, na Vila Antonio

Carlos Magalhães, que recebeu esse nome em homenagem ao então

governador do estado Antonio Carlos Magalhães. A Vila foi inaugurada em 30

de novembro de 1980 e devido à quantidade de crianças existentes na

localidade, houve a necessidade de construir uma Escola. Inicialmente,

possuía apenas uma sala de aula, um banheiro e uma professora que

trabalhou lá até o ano de 2014, hoje aposentada.

Ao longo do tempo, esta unidade escolar ampliou-se e hoje conta

com espaço físico em bom estado de conservação, sendo composto por sete

salas de aula, um laboratório de informática, uma sala para a secretaria, uma

sala de recursos multifuncionais, três banheiros masculinos, três banheiros

femininos, um banheiro para funcionários, duas áreas cobertas para recreação

e uma cantina. A escola não possui um espaço disponível para a biblioteca, a

qual funciona no laboratório de informática. Também não possui sala de

professores e coordenação pedagógica que funcionam provisoriamente na sala

de recursos multifuncionais. Possui duas áreas para recreação, mas

ainda inadequadas para realização de atividades. Um dos principais desafios

da escola é possuir uma estrutura adequada para acolher toda a comunidade

escolar,já que não existe área disponível para ampliação e trabalhamos no

limite da capacidade de atendimento. A instituição conta no seu quadro

funcional com uma Diretora, uma Secretária Escolar, quatro Auxiliares

de Serviços Gerais, um Porteiro e duas Merendeiras.

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O quadro docente da escola é composto por doze Professores, uma

Coordenadora Pedagógica e duas Auxiliares de Classe. Quanto à formação,

todos os professores da escola possuem nível superior, alguns com pós-

graduação, contemplando assim a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, que no artigo 62 estabelece que “a formação de docentes para atuar

na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de

graduação plena, em Universidades e Institutos Superiores de Educação”.

A escola atende ao nível de educação básica que compreende o Ensino

Infantil (Pré-escola) e o Ensino Fundamental I funciona no turno matutino e

vespertino e possui 262 alunos matriculados, com idade escolar entre 04 a 13

anos de idade, oriundos de classe pobre da periferia da cidade e da zona rural

no entorno do bairro. Geograficamente, a escola localiza-se a cerca de três

quilômetros do centro da cidade, num bairro às margens da Rodovia BA 052. O

bairro possui ruas calçadas, uma praça onde existe uma quadra poliesportiva e

parque infantil, mercadinhos, lanchonete, oficinas mecânicas, serralheria,

marmoraria, iluminação pública e saneamento básico.

Ao longo dos anos, a Secretaria Municipal de Educação tem investido

em melhorias fundamentais para proporcionar melhores condições de ensino,

com ênfase nas ações que viabilizem o uso das tecnologias nas escolas.

Dentre essas melhorias, no ano de 2014 foi implantado o Projeto Tecnologia

Amiga da Escola, através de acordo firmado entre a Prefeitura Municipal de

Mundo Novo, por meio da Secretaria Municipal de Educação e a MDY

Educação e Tecnologia. Trata-se de um Projeto que utiliza a produção de

mídias educacionais permitindo aos professores a criação de aulas interativas

direcionando os conteúdos de língua portuguesa, matemática, ciências, história

e geografia para uma realidade mais próxima do aluno independente da

realidade em que ele se encontre. Ela utiliza também software para

desenvolver aplicativos voltados para estudantes com deficiência visual,

permitindo a eles um acesso direto aos recursos educacionais informatizados.

Contudo, observou-se que apesar da disponibilidade destes recursos

tecnológicos através do Projeto Tecnologia Amiga da Escola, apenas alguns

professores da unidade escolar incluíram o Projeto na sua prática pedagógica.

Das doze turmas que a escola possui, apenas sete utilizam o projeto como

recurso didático. Uma das hipóteses levantadas que justificam esta baixa

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adesão se dá em razão da possível resistência de alguns professores na

mudança de paradigmas, como também, devido ao despreparo destes

profissionais para utilização destes novos recursos.

Pretto (2013), em seu livro Uma escola sem/com futuro: educação e

multimídia, demonstra a importância das TICs para a educação, contudo,

chama a atenção que ela não resolverá todos os problemas enfrentados na

educação brasileira e é necessário redefini-la numa perspectiva de obter uma

nova escola.

(...) o papel reservado à escola ainda não está definido e,

certamente, não será definido no interior da própria escola. Uma

escola que possa superar a atual, ainda calcada nos velhos

paradigmas da civilização em crise e que não conseguiu solucionar

os problemas propostos pela própria modernidade. Uma escola

fundamentada apenas no discurso oral e na escrita, centrada em

procedimentos dedutivos e lineares, praticamente desconhecendo o

universo audiovisual que domina o mundo contemporâneo. A escola

não pode desconhecer essa realidade que se aproxima com o novo

milênio e, muito menos, caminhar em sentido oposto ao que ocorre

do lado de fora dos seus muros. (PRETTO, 2013, p. 121/122).

Nesta perspectiva e a partir da análise do Projeto Tecnologia Amiga da

Escola, definimos como pergunta de partida da nossa pesquisa, como

despertar nos professores da Escola Municipal Antônio Carlos Magalhães o

interesse pelo uso da tecnologia da informação e comunicação nas suas

práticas pedagógicas?

3.3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesta proposta de intervenção será a

observação de aula em uma turma que participa do referido projeto e aplicação

de questionários com a professora, coordenadora pedagógica e a diretora da

Unidade Escolar.

A turma selecionada para realização desta investigação compreende os

alunos do 2º ano do ensino fundamental I, formada por 24 alunos. Será

observada a aplicação do projeto nas aulas de ciências, lecionada por um

docente da unidade escolar. A realização destas ações tem como propósito

compreender como se comportam os alunos e quais as impressões dos

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professores que participam do Projeto Tecnologia Amiga da Escola para que,

por meio desta análise e dos depoimentos dos atores envolvidos,

possamos obter contribuições que tenham, de fato, proporcionado melhorias

nos processos de ensino e aprendizagem, bem como, influenciado na

aprendizagem dos alunos.

Os resultados obtidos através desta investigação darão subsídios para a

construção de um plano de ação voltado para a capacitação dos professores

da Unidade Escolar, através da realização de ciclos de oficinas visando

incentivar o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação para melhoria

das práticas pedagógicas na Unidade Escolar. Assim, serão trabalhados como

conteúdos os resultados produzidos por esta investigação. Além desta

investigação, com o estudo de caso do Projeto Tecnologia Amiga da Escola.

Promover reunião na escola com a diretora, professora e coordenadora

para discutirmos a aplicação, como elas veem o programa, se estão gostando,

se está contribuindo na aprendizagem dos alunos, o que eles apontam como

pontos positivos e negativos, o que precisa ser revisto, etc.

3.4 OBJETIVOS

3.4.1 Geral

Estimular o uso das tecnologias da informação e comunicação nas

práticas pedagógicas como fonte de transformações no processo de

ensino e aprendizagem.

3.4.2 Específicos

Propor um ciclo de oficinas que propiciem ao professor, diálogo e

aprendizagem sobre o uso das tecnologias da informação e

comunicação em sala de aula.

Promover a melhor utilização dos recursos tecnológicos disponíveis na

escola.

Produzir melhorias no processo de ensino e aprendizagem.

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3.5 INSTRUMENTOS DE PESQUISA E ANÁLISE DOS DADOS

3.5.1 Observação direta:

Segundo, Lakatos e Marconi (1982, p.47) “a observação direta pode ser

realizada através das técnicas de entrevista e observação”. Neste estudo foram

realizadas a observação e posterior aplicação de questionários.

Realizamos o acompanhamento da aplicação do programa na turma do

segundo ano. A professora começou a aula como de costume, fazendo a rotina

diária. Em seguida, ela colocou uma venda nos olhos das crianças e pediu que

pegassem alguns objetos e tentassem descobrir o que eram. A aula era de

ciências e o assunto, os cinco sentidos. Em seguida passou o filme “Os

sentidos e a Turma da Mônica – O corpo fala”. Na roda de conversa houve

troca de idéias sobre a atividade que realizaram com os olhos vendados e fala

sobre os órgãos do sentido com os alunos. Só depois é que eles foram

encaminhados ao laboratório de informática da escola onde deveriam realizar

uma atividade lúdica. Os computadores já estavam ligados pelos técnicos.

Desde o início da aula, pudemos observar que a Professora já utilizava

recursos tecnológicos, data show, computador, para a apresentação do filme.

Após o acompanhamento da aula, prosseguimos com a aplicação do

questionário à Professora, Coordenadora Pedagógica e a Diretora da Unidade

Escolar, o qual produziu os resultados expostos no quadro a seguir:

Quadro 1 – Pesquisa sobre o uso dos recursos do Projeto Tecnologia Amiga da Escola

PERGUNTAS PROFESSORA COORDENADORA DIRETORA

1. As atividades desenvolvidas pelo Projeto Tecnologia Amiga da Escola em sala de aula são baseadas em quais conteúdos?

Os conteúdos de Língua Portuguesa, Ciências, Matemática, História e Geografia. Obs: Na aula do dia 20.11 foi aplicado o conteúdo “Os cinco sentidos”.

As atividades disponibilizadas abrangem as cinco disciplinas,Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Geografia e História, com diversos conteúdos.

São baseados nos conteúdos planejados pelo professor e trabalhados em sala de aula.

2. Quem define os conteúdos para construção das atividades a serem

Os conteúdos são aplicados de acordo com o livro da

Com base no livro didático, os técnicos do projeto inserem no sistema as atividades. O

Os professores.

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aplicadas em sala de aula?

turma. Nesse caso, as atividades são retiradas do livro Porta Aberta e outros.

professor tem acesso à plataforma e seleciona a atividade adequada, assim como pode sugerir ou enviar novas atividades.

3. Como é feito o planejamento entre os aplicadores da proposta de intervenção e o professor?

Até o momento não foi feito. No início do ano foram realizadas algumas reuniões com a gestão da escola e repassou-se para os professores senha e login para acessar a atividade e sugerir novas propostas.

O professor seleciona a atividade, aplica e os técnicos que acompanham dão suporte no ligar e desligar dos aparelhos (computadores).

Os aplicadores interferem apenas na forma de utilização dos aparelhos (computadores); já os professores são responsáveis pela parte pedagógica.

4. Qual a participação do professor no processo de aplicação das atividades do Projeto? Por quê?

A participação do professor é fundamental pois, (sem ele) os alunos necessitam de uma mediação e orientação.

O professor desenvolve um papel mediador do conteúdo, além de determinados momentos exercer o papel dos técnicos na orientação do manuseio do aparelho.

Eles estão para escolher as atividades a serem aplicadas, tirando as dúvidas surgidas, pois o conhecimento pedagógico é do professor.

5. Qual o tratamento dado aos dados obtidos após a aplicação das atividades?

É reforçado com mais atividades impressas na sala de aula com a orientação do professor.

Ao retornar à sala de aula é realizada uma breve discussão da atividade desenvolvida.

Professores analisam se os objetivos realmente foram alcançados, se o nível das atividades estava de acordo com a aprendizagem dos alunos e a partir daí, saber se continuará utilizando dessa ferramenta tecnológica.

6. Como o Projeto tem contribuído para melhoria das Práticas Pedagógicas

Relacionando a prática pedagógica, o projeto tem um ponto positivo. Os alunos ficam ansiosos para chegar o momento de ir para a aula de informática. Que pena! Quando chega o momento é muito pouco o que tem para oferecer-lhes.

O Projeto traz uma dinâmica boa, saímos dos livros impressos e adentramos o mundo das tecnologias de forma pedagógica e atraente.

Os professores têm se empenhado em buscar novas atividades para serem trabalhadas em sala de aula; para muitos, é um desafio grande, pois não têm habilidades para lidar com esses componentes, mas sempre buscam ajuda e conseguem aplicar as atividades do projeto.

7. Quais as melhorias observadas na aprendizagem dos alunos?

O Projeto poderia oferecer mais aos alunos e professores para obtermos um resultado

Na realidade da Unidade Escolar em que atuo, observamos muitos entraves no uso desse Programa o que tem desestimulado

Um dos pontos positivos do Projeto é o incentivo dos alunos ao uso das máquinas e equipamentos

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Fonte: Elaborado pela autora

Após a análise dos dados, ficou evidenciado que não existe uma

integração entre os componentes da própria escola, onde cada uma tem um

entendimento sobre o programa, porém fica também evidenciado que o

trabalho com as TIC’s é importante e possível com alguns ajustes.

3.6 PROPOSTA DE AÇÕES PARA INTERVENÇÃO

A proposta de intervenção aqui apresentada é na verdade um Plano de

Capacitação de Professores para uso das Tecnologias da Comunicação e

Informação em sala de aula. O primeiro passo é realizar uma palestra falando

sobre o uso e importância das TICs para a educação. Faz-se necessário um

encontro entre todos os Professores da escola, Coordenação, Direção,

satisfatório. Como já foi dito anteriormente as atividades oferecidas são poucas. Se a obrigação é do professor enviar atividade para a coordenação do projeto, é mais viável o professor elaborar ou pesquisar as atividades e utilizar data show e computador e fazer na sala do laboratório sem nenhum custo para a instituição.

professores e alunos. Com base nesses dados, não foram observadas as melhorias na aprendizagem.

tecnológicos, sendo que muitos não têm acesso a essas tecnologias em casa. E muitos se interessam em melhorar a leitura para conseguirem resolver as atividades aplicadas.

8. Você recomendaria a utilização desses recursos a outros professores?

Sim. Os alunos passaram a ter contato com multimídia que lhes proporcionam descobertas e isso é positivo.

Recomendaria a utilização desses recursos a outros professores, pois o programa é interessante, porém recomendamos aos responsáveis pelo programa, alteração e inclusão de novas atividades com mais desafios. Pequenos ajustes darão uma melhor qualidade ao trabalho pedagógico.

Recomendo sim, porém é necessário que sejam feitas muitas mudanças e adequações. A empresa precisa dar uma resposta mais rápida quando são solicitadas atividades e investir para que as máquinas deem menos problemas com travamento.

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Secretaria de Educação e MDY para discutir sobre a funcionalidade do

Programa. Realização de Oficina de Capacitação dos Professores para

utilizarem de forma sistemática, o programa Tecnologia Amiga da Escola e

demais meios tecnológicos.

Quadro 2 – Cronograma de Ações da Proposta de Intervenção

Ação Responsáveis Recursos Data Objetivos

Oficina 1. O uso das tecnologias da informação e comunicação nas práticas pedagógicas

Ivene Data show / material

impresso; computadores

A DEFINIR Refletir sobre a importância das TICs como aliadas ao trabalho pedagógico

Oficina 2. Conhecendo os recursos de Informação e Comunicação disponíveis na escola (Computadores, TV, DVD, Câmera, Internet, aplicativos) / Relatos e trocas de experiências dos professores

Ivene e Coordenador

Pedagógico da Unidade

Data show / material

impresso; computadores

Fevereiro/ Jornada

Pedagógica

Conhecer os recursos disponíveis na escola que possam ser aliadas ao trabalho pedagógico;

Trocar experiências com os colegas das experiências experimentadas na utilização das TICs

Oficina 3. Capacitação dos Professores para utilizarem o Projeto da Tecnologia Amiga da Escola

MDY

A DEFINIR

Capacitação dos professores para que possam utilizar com maior propriedade os recursos disponibilizados pelo Projeto

Acompanhamento da utilização do

Projeto Tec. Amiga da Escola e outros recursos das TICs

disponíveis na unidade escolar.

Direção e Coordenação

Data show Fevereiro/2016

Fazer o acompanhamento da

aplicação das atividades do Projeto

para possíveis ajustes

Avaliação dos

resultados alcançados com o uso das TICs na Unidade Escolar

Direção e Coordenação

Instrumentos impressos

para fazer a avaliação

A DEFINIR Criar instrumentos para que possam ser avaliados os resultados da aplicação do Projeto na Unidade Escolar

Fonte: Elaborado pela autora

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste trabalho foi despertar nos professores da Escola

Municipal Antônio Carlos Magalhães o interesse pelo uso das Tecnologias da

Informação e Comunicação nas práticas pedagógicas como fonte de

transformações no processo de ensino e aprendizagem.

Os resultados produzidos com a pesquisa evidenciaram que não existe

uma integração entre os componentes da própria escola, onde cada um tem

um entendimento sobre o programa e quanto ao uso das TICs como

ferramenta para melhorar o processo de ensino e aprendizagem. Há, também,

uma certa resistência por parte dos professores em utilizar as TICs como

ferramenta para melhorar sua prática pedagógica. É importante lembrar que o

professor da contemporaneidade não pode continuar ensinando como há trinta

anos e querer que os alunos aprendam e tenham interesse da forma como ele

está ensinando.

É preciso buscar alternativas para estimular os alunos, inovar. Também é

notável a disponibilidade da professora em continuar utilizando o programa,

desde que sejam feitas alterações na estrutura do mesmo. A partir dos

resultados obtidos, foi proposto um plano de intervenção para

qualificação/capacitação dos professores, que inclui palestras sobre a

importância das TICs, oficinas de formação, plano de acompanhamento e

avaliação com o objetivo de fomentar a utilização das tecnologias da

comunicação e informação como mecanismos para melhoria das práticas

pedagógicas.

Por fim, faz-se necessário registrar a importância deste trabalho e a

confirmação de que as TICs têm muito a contribuir com a Educação da Escola

Municipal Antonio Carlos Magalhães, mas é importante rever a forma como

vem sendo trabalhada e a partir do momento em que o plano de intervenção for

colocado em prática, essa mudança com certeza, acontecerá.

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Moreira Kenski. - 8ª ed. - Campinas, SP: Papirus, 2012. - (Coleção Papirus Educação

KENSKI, V. M. Tecnologia e Ensino Presencial e a Distância /Vani Moreira Kenski. - 9ª ed. - Campinas, SP: Papirus, 2015. - (Série Prática Pedagógica)

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APÊNDICE

QUESTIONÁRIO

1. As atividades desenvolvidas pelo Projeto Tecnologia Amiga da Escola em

sala de aula são baseadas em quais conteúdos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

____________________________________________________________

2. Quem define os conteúdos para construção das atividades a serem

aplicadas em sala de aula?

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3. Como é feito o planejamento entre os aplicadores da proposta de

intervenção e o professor?

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4. Qual a participação do professor no processo de aplicação das atividades do

Projeto? Por quê?

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5. Qual o tratamento dado aos dados obtidos após a aplicação das atividades?

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6. Como o Projeto tem contribuído para a melhoria das Práticas Pedagógicas?

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7. Quais as melhorias observadas na aprendizagem dos alunos? _______________________________________________________________

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8. Você recomendaria a utilização desses recursos a outros professores? Justifique: _______________________________________________________________

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