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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CECOP 3 DIONE NOVAIS CAIRES PINTO E ALBUQUERQUE O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NA APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO CENTRO DE EDUCAÇÃO MUNICIPAL RIO DE CONTAS BA Salvador, Bahia 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

PÚBLICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3

DIONE NOVAIS CAIRES PINTO E ALBUQUERQUE

O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NA APRENDIZAGEM DAS

CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO CENTRO DE EDUCAÇÃO

MUNICIPAL – RIO DE CONTAS – BA

Salvador, Bahia

2015

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DIONE NOVAIS CAIRES PINTO E ALBUQUERQUE

O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NA APRENDIZAGEM DAS

CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO CENTRO DE EDUCAÇÃO

MUNICIPAL – RIO DE CONTAS – BA

Trabalho de Conclusão de Curso, na Modalidade de

um Projeto Vivencial, apresentado ao Curso de

Especialização Lato Sensu em Coordenação

Pedagógica, vinculado ao Programa Nacional Escola

de Gestores da Educação Básica Pública, da

Faculdade de Educação da Universidade Federal da

Bahia - FACED/UFBA, como requisito para obtenção

do título de especialista em Coordenação Pedagógica.

Orientação Professora Ma. Rafaela Melo

Magalhães.

Salvador, Bahia

2015

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DIONE NOVAIS CAIRES PINTO E ALBUQUERQUE

O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NA APRENDIZAGEM DAS

CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO CENTRO DE EDUCAÇÃO

MUNICIPAL – RIO DE CONTAS – BA

Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em

Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de

Educação, Universidade Federal da Bahia.

Aprovado em _______.

Banca Examinadora

Primeiro Avaliador.____________________________________________________

Segundo Avaliador. ___________________________________________________

Terceiro Avaliador. ____________________________________________________

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A Philipe, Esaú e Paulo, minhas eternas crianças.

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AGRADECIMENTOS

A Deus,

pela iluminação nos momentos mais difíceis;

Aos meus pais:

Alda, permanente doadora de amor, dedicação e estímulos.

Donizete, pela força e determinação.

Meu eterno agradecimento por ter nascido de vocês

À Meu esposo:

Paulo pelo amor inabalável e dedicação extraordinária.

Aos meus filhos:

Esaú e Philipe a dívida infindável por me fazer, apesar das minhas limitações, uma pessoa

melhor

Aos meus irmãos:

Dirlane e Arlan pelo sentimento de que tudo torna-se possível com esforço

À minha sogra:

Ana Maria pelo cuidado.

À meu cunhado:

Júnior por todo auxílio e disponibilidade

A Professora Orientadora:

Rafaela Magalhães pelo suporte, correções, conselhos e incentivo.

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“Soubéssemos nós adultos preservar o brilho e

o frescor da brincadeira infantil, teríamos uma

humanidade plena de amor e fraternidade.

Resta-nos, então, aprender com as crianças”.

Monique Deheinzelin

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O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NA APRENDIZAGEM DAS

CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO CENTRO DE EDUCAÇÃO

MUNICIPAL – RIO DE CONTAS – BA

RESUMO

Este estudo tem como objetivo compreender de que maneira as atividades lúdicas favorecem

o desenvolvimento e aprendizagem na Educação Infantil. Por meio do lúdico, a criança

amplia habilidades cognitivas, o que facilita o seu crescimento físico, cognitivo, social. Em

decorrência disso, se expressa melhor, estabelece relações com os outros, além de ampliar a

comunicação. Além disso, o presente estudo expõe a influência do brinquedo e as vantagens

que a brincadeira traz para o desenvolvimento da criança, enfatiza as dificuldades encontradas

pelos educadores em utilizar as atividades lúdicas como ferramenta pedagógica. Para tanto

realizou-se uma pesquisa bibliográfica, seguida da uma pesquisa de campo a respeito da

utilização do lúdico como um instrumento facilitador na aprendizagem das crianças, pelos

professores do Centro de Educação Municipal, Rio de Contas, Bahia. Os dados coletados

foram analisados, e diante dos resultados foi proposto um Projeto Vivencial, com o objetivo

de sensibilizar e conduzir os professores da instituição a utilizar as atividades lúdicas com as

turmas da educação infantil. Pois, o uso do lúdico e das brincadeiras na escola infantil é de

suma importância para o desenvolvimento da criança e contribui significativamente para a

aprendizagem.

Palavras – chave: Educação Infantil – Brincar - Lúdico – Aprendizagem.

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ABSTRACT

The objective of this study is to understand how playful activities favour the development and

learning in children's education. Through play the child increases its cognitive abilities which

facilitates their physical, cognitive and social growth. As a result of this, they express

themselves better, establish relationships with others as well as increase communication.

Furthermore, the present study exposes the influence of the toy and the advantages that

playing brings to the development of the child, emphasising the difficulties found by

educators in using playful activities as a pedagogical tool. Therefore, a bibliographical study

was held followed by a field study in relation to the use of play as a facilitator in children's

learning by the teachers of the Centro de Educação Municipal, Rio de Contas, Bahia. The data

collected was analysed and before the results an experiential project was proposed, with the

objective of sensitising and leading the teachers of the institution to use the playful activities

with the children's classes. Because the use of play and games in nursery school is of total

importance for the development of the child and significantly contributed to their learning.

Key-Works: Children Education - Playing - Playful - Learning.

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SUMÁRIO

Introdução ……………………………………………………………………… 11

1 Capítulo I - Memorial ………………………………………………………….. 14

1.1 Vida Acadêmica ……………………………………………………………….. 14

1.2 Vida Profissional ………………………………………………………………. 16

1.3 Expectativas …………………………………………………………………… 18

2 Capítulo II - Fundamentação Teórica ………………………………………….. 19

2.1 A Importância do Brincar ……………………………………………………… 19

2.2 Jogo, Brinquedo e Brincadeira ………………………………………………… 20

2.3 O Lúdico como facilitador da aprendizagem na Educação Infantil …………… 22

2.4 O Lúdico e o Educador ………………………………………………………… 23

3 Capítulo III - Projeto de Intervenção “Brincar e Ensinar, uma maneira de

aprender com prazer” ……………………………………………….………….

25

3.1 Caracterização da Unidade Escolar ……………………………………………. 25

3.2 Metodologia …………………………………………………………………… 26

a) Aplicação do instrumento e análise de dados ………..................………..….. 27

3.3 Estratégias de ação do Projeto de Intervenção ………………………………… 31

3.4 Cronograma de Ações ...……………………………………………………….. 33

3.5 Resultados esperados do Projeto de Intervenção ……………………………… 34

4 Considerações finais …………………………………………… 35

5 Referências …………………………………………………………………….. 37

Anexo …………………………………………………………………………. 38

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LISTA DE ABREVIATURAS – SIGLAS

AC Atividade Complementar

CEM Centro de Educação Municipal

RCNEI Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

UCAM Universidade Cândido Mendes

UESB Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como temática o lúdico como instrumento facilitador na

aprendizagem das crianças, da educação infantil, do Centro de Educação Municipal - CEM,

escola do município de Rio de Contas, Bahia. Na prática pedagógica atualmente sugere-se que

sejautilizada atividades lúdicas na motivação do aluno, além de sua adaptação e socialização

na escola.

As atividades lúdicas são ferramentas pedagógicas que os professores podem e devem

utilizar em sala de aula. Por meio da ludicidade, os alunos aprendem de forma mais prazerosa,

concreta e, consequentemente, com mais significado, favorecendo uma educação de

qualidade.

Entretanto, o problema que gerou esse estudo foi por conhecer a importância das

atividades lúdicas e, os professores do CEM, não utilizarem a ludicidade nas salas de aula.

Daí sentiu-se a necessidade de uma pesquisa voltada para as brincadeiras nas turmas da

educação infantil desta instituição.

Este trabalho tem como objetivo geral propiciar aos professores do CEM, envolvidos

no processo de ensino aprendizagem, das turmas de educação infantil, oportunidades de

aprofundar seus conhecimentos, reconhecer e valorizar a consciência lúdica na prática

educativa cotidiana, bem como, ampliar o acervo e repertório de jogos e brincadeiras que

podem ser utilizadas em sala de aula, por meio de formação dos professores e a realização de

uma oficina pedagógica.

Para acontecer uma educação de qualidade efetivamente, são necessárias ações que

sustentem um trabalho em equipe e uma gestão que priorize a formação docente. Nessa

perspectiva uma das atribuições do coordenador pedagógico deve ser identificar as

necessidades dos professores e com eles encontrar soluções que priorizem um trabalho

educacional de qualidade.

Com base nesse presuposto, sente-se a necessidade de promover ações que

oportunizem aos professores do CEM, a conhecer e utilizar o lúdico para favorecer a

aprendizagem das crianças das turmas de educação infantil da instituição e a coordenação

pedagógica espera contribuir de forma efetiva na realização de uma proposta de trabalho

integrada e construída coletivamente, com o objetivo de favorecer uma educação de

qualidade.

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Por conhecer a importância das atividades lúdicas e, a instituição não utilizar a

ludicidade como importante ferramenta pedagógica, é que surge a necessidade de uma

pesquisa voltada para as brincadeiras nas salas de aula da educação infantil, levantando

diversas problemáticas envolvendo o brincar como um instrumento pedagógico a ser utilizado

pelos educadores no processo de ensino aprendizagem.

Este estudo busca criar na escola um ambiente formador e propor a realização de

oficinas de vivências lúdicas, de construção de brinquedos e jogos aos professores, além de

contribuir com os educadores a inovar suas metodologias tornando o processo de ensino-

aprendizagem mais criativo e dinâmico.

A relevância deste estudo ocorre pela importância da formação continuada dos

professores da educação infantil do CEM, que proporcionará ao educador uma descoberta da

verdadeira importância que tem o lúdico, de geração de conhecimento para a criança em

processo de aprendizagem.

Por meio da concretização do mesmo espera-se provocar outras inquietações, novos

estudos sobre a utilização do lúdico na educação infantil, no processo educativo de forma

coerente, dinâmica e flexível, visando à promoção de um ambiente favorável à qualidade da

aprendizagem, bem como, à formação plena dos alunos, enquanto sujeitos críticos e ativos no

meio social do qual fazem parte.

O presente estudo contribuirá para esclarecer que por meio do brincar, e das

brincadeiras é possível construir conhecimentos que desenvolvam os aspectos cognitivos,

motor, psíquico e social da criança. Além de melhorar a prática como coordenadora

pedagógica, no acompanhamento do trabalho docente, sendo responsável pela relação entre os

envolvidos na comunidade educacional, preparada para mudanças e sempre pronta a motivar a

equipe, em prol de uma educação de qualidade.

O trabalho está estruturado da seguinte forma: no primeiro capítulo constitui-se o

memorial, trazendo a experiência profissional, acadêmica e as expectativas enquanto

coordenadora pedagógica. Essas experiências servem como um diálogo, promovendo uma

conscientização do que se aprende ao longo da vida, das consequências para a prática

pedagógica e para vida, com o intuito de melhorar a vida profissional e, consequentemente, a

vida pessoal.

O segundo consta o referencial teórico, onde expõe-se a visão de autores que abordam

a temática em estudo, em especial, Vygotsky (1989), Kishimoto (1994), Piaget (1998) e

outros que vê a criança como um sujeito em contínua formação, capaz de aprender e

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socializar-se como os demais sujeitos por meio de situações lúdicas. Ainda neste capítulo

conceitua-se o lúdico e sua importância na Educação Infantil, os jogos, brinquedos e

brincadeiras e a importância do brincar no universo infantil e seu uso no processo de

aprendizagem. Será trabalhado também a importância do professor conhecer essa importante

ferramenta pedagógica, o lúdico, pois favorece a aprendizagem das crianças das turmas de

educação infantil.

Logo após, no terceiro capítulo, apresenta-se o Projeto de Intervenção, onde consta a

caracterização da unidade escolar, a pesquisa realizada, as estratégias de ações e o

cronograma de ações, englobando os professores que atuam na educação infantil frente ao uso

do lúdico como ferramenta pedagógica no desenvolvimento das crianças.

Por fim, trazem-se as considerações finais acerca da temática abordada.

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CAPÍTULO I - MEMORIAL

O memorial é o registro de memórias e relata momentos marcantes. Caracteriza-se

como uma auto-avaliação, possibilitando retratar as vivências e experiências da vida e da

profissão. No presente memorial procuro apresentar a minha formação profissional construída

ao longo de minha vivência na área da educação, desde a sala de aula como aluna, a

graduação, os cursos de formação até a experiência profissional como professora e

coordenadora pedagógica.

Este memorial visa construir ponderações acerca da experiência pessoal, profissional

e acadêmica, bem como das expectativas, não apenas com o intuito de recordar, mas favorecer

avaliações da atuação como coordenadora pedagógica, e como essas tarefas se refletem no

trabalho pedagógico.

A presente pesquisa tem como objeto de estudo O lúdico como instrumento facilitador

na aprendizagem das crianças da educação infantil no Centro de Educação Municipal – Rio de

Contas – Ba, e o presente memorial busca entender a importância do lúdico e sua utilização

nas turmas de educação infantil, uma vez que faz a reflexão da minha atuação como

educadora e coordenadora pedagógica.

1.1 VIDA ACADÊMICA

Nasci - Dione Novais Caires, no longínquo ano de 1979, auge de uma época muito

alegre e carismática, com muitas músicas, filmes, jogos, brinquedos, cabelos e roupas

extravagantes. Os ecos dos anos 80 são ouvidos até hoje na nossa cultura e na nostalgia de

muitos que a viveram.

Talvez por isso eu goste muito de brinquedos, jogos e brincadeiras. Sou a Primogênita

de uma família de três irmãos, e fruto da educação de pais que sempre primaram pela melhor

instrução de seus filhos. Sou Filha professora de uma Mãe professora. Após meu casamento

tornei-me - Dione Novais Caires Pinto e Albuquerque, mãe de dois filhos: Esaú e Philipe.

Posso dizer que minha infância foi ótima, morava em Barra da Estiva, interior da

Bahia, na Chapada Diamantina, era sapeca, pois tinha toda a natureza e o tempo livre para

brincar e estudar. Meus pais sempre me deixaram livre para aproveitar meu tempo de menina:

brincava com meus amigos, jogava bola, subia nas árvores, comia frutas, tomava banho de

chuva e brigava muito também, pois isso é muito normal na vida das crianças.

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Sempre gostei da escola. Estudar para mim era sinônimo de lazer, é claro que o

ambiente escolar também ajudou bastante. Sempre me identifiquei com as disciplinas da área

de humanas, as exatas eram mera obrigação. Escrever era a atividade que mais me fascinava,

pois podia criar diversos mundos, imaginar e dar vida aos sonhos.

Minha educação indireta com a escrita e com a leitura foi muito boa, pois sempre

tínhamos em casa assinaturas de revista infantis, coleções de livrinhos de histórias, jogos e

brinquedos, meus pais sempre fizeram com que eu e meus irmãos tivéssemos oportunidades

de vivenciar a leitura e a escrita, por meio de atividades prazerosas, como os jogos e

brincadeiras. A esse respeito, o Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil,

RCNEI, nos diz que:

Enquanto desenham ou criam objetos, as crianças também brincam de “faz de conta”

e valorizam narrativas que exprimem suas capacidades imaginativas, ampliando sua

forma de pensar e sentir, o mundo sobre qual estão inseridas. A criança cria, recria

individualmente formas expressivas interagindo percepção, imaginação, reflexão e

sensibilidade que poderão então ser apropriadas pelas leituras simbólicas de outras

crianças e adultos (1998, v. 3, p. 93).

Avalio que outro fator que contribuiu no meu desenvolvimento educacional – extra-

escola - é que sou componente de uma geração de crianças e adolescentes que foram muito

influenciados pelas brincadeiras e a programação de TV, observo que muito conteúdo

oferecido àquela época continham valores educacionais e pedagógicos que não são ofertados

pelas programações atuais, que se preocupam quase que exclusivamente com o potencial

mercadológico da infância,, não a considerando como uma fase de absorção e assimilação de

valores e comportamentos.

Enfim, a escola foi o espaço onde fiz descobertas, aprendi, esqueci, amadureci,

convivi com as diferenças, lá percebi claramente minhas inclinações e minha afeição pela área

educacional. Foi o lugar onde as primeiras perspectivas do futuro foram traçadas, por meio de

uma Educação Infantil sensível, um Ensino Fundamental instigador e um Ensino Médio que

reforçou a minha convicção, me encaminhando, naturalmente, para a minha formação

acadêmica: Educadora.

Cursei Pedagogia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB, em Vitória

da Conquista, do ano de 1999 à 2003. Os quatro anos que passei na Universidade só

favoreceram minha formação e possibilitou a ampliação e a diversificação de minhas leituras

e do meu conhecimento.

Participei de encontros e congressos oferecidos pela faculdade, aproximei mais dos

teóricos da educação e me familiarizei definitivamente com o ato de educar. A experiência

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como discente foi de suma importância para minha formação profissional e pessoal, tenho

utilizado no meu cotidiano os conhecimentos nela adquiridos.

Durante a graduação participei de cursos de extensão nas áreas de educação infantil e

educação inclusiva, oferecidos pela UESB o que me proporcionou um crescimento intelectual

e profissional. Fiz também um curso de inglês, (All- Curso de Idiomas), no período de 2003 a

2005, pois a primeira oportunidade de emprego me exigiu mais essa formação.

Conclui o curso de pedagogia,, com a certeza de que ele me transformou em um novo

ser humano, uma nova pessoa, uma nova mulher, uma nova mãe, e, especialmente, como uma

nova educadora, pois o meu trabalho é um lugar propício, onde coloco em prática o que

aprendi, testando, adaptando e transformando, produzindo conhecimento didático e

pedagógico como profissional da educação.

Em 2013, fiz o curso de especialização em Gestão, Supervisão e Orientação

Educacional, oferecido pela Universidade Cândido Mendes – UCAM, buscando novos

saberes, pois sabemos que o educador deve ser constantemente um pesquisador,, buscando

sempre soluções e embasamentos teóricos essenciais à reconstrução de nossa prática

pedagógica.

1.2 VIDA PROFISSIONAL

Assim que terminei a graduação, comecei atuar como professora, mesmo sendo em um

contrato temporário, foi muito importante para mim. Fui contratada para dar aulas de História

e Inglês, num Colégio Estadual, e História no Instituto de Educação Conviver, da rede

privada, em Barra da Estiva – BA, durante os anos de 2003 e 2005. Foi uma experiência

enriquecedora para minha formação, ainda que, totalmente diferente da minha formação.

Depois outras oportunidades foram surgindo, e consegui trabalhar com educação

infantil e coordenação. A partir desse momento, passei a conhecer a educação infantil, e me

interessar por esse nível da educação, que às vezes é deixada para segundo plano.

No ano de 2006, passei no concurso para coordenação pedagógica da rede municipal

da cidade de Rio de Contas.

Inicialmente, comecei a trabalhar na Secretaria Municipal de Educação, durante os

anos de 2006 até 2008, coordenando algumas escolas da zona rural e uma escola da sede.

Concomitante a isso, comecei a trabalhar também na Escola Despertar da rede privada, como

professora.

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Por questões políticas, fui transferida da Secretaria para coordenar a Creche

Municipal, durante os anos de 2009 até 2012. Nesse momento, iniciou a minha relação com a

educação infantil.

Costumo dizer que, na creche, eu aprendi realmente a ser e estar na área de

coordenação pedagógica. O processo de ensino e aprendizagem acontecia em um ambiente

que proporcionava a criatividade, respeito mútuo, trabalhava a autoestima e o prazer de estar

adquirindo novos conhecimentos. Existia espaços destinado a brincadeiras ou brinquedos

disponíveis para que as crianças pudessem brincar.

Desde 2013, atuo como Coordenadora Pedagógica no Centro de Educação Municipal,

e na Escola Despertar, rede privada, em Rio de Contas, Bahia. O trabalho pedagógico

desenvolvido no CEM é baseado em projetos semanais ou quinzenais. Dentro desses projetos

nós procuramos sempre utilizar as mais variadas metodologias para chamar a atenção das

crianças, pois nossa clientela é de Educação Infantil e 1º e 2º ano do Ensino Fundamental.

Durante os encontros semanais, procuro orientar os professores a elaborarem o planejamento

de acordo com a necessidade do aluno. .

Sabemos que o aprendizado acontece a todo momento e, é com este pensamento que o

aluno de hoje está a espera de um professor que leve para sala de aula técnicas e inovações

que atenda as suas expectativas no dia a dia. Segundo FARIAS (2009, p.77),

A formação configura-se como uma atividade humana inteligente, de caráter

processual e dinâmico, que reclama ações complexas e não lineares. Nesse sentido

trata-se de um processo no qual o professor deve ser envolvido de modo ativo,

precisando continuamente desenvolver atitudes de questionamento, reflexão,

experimentação e interação que fomentem a mudança.

O professor precisa estar em constante formação. É necessário buscar constantemente

por novos conhecimentos e refletir sobre a própria prática para que favoreça uma melhor

aprendizagem dos alunos. Paulo Freire afirma que: “não há ensino sem pesquisa,nem pesquisa

sem ensino” (FREIRE, 1996, p. 32).

Na instituição em que trabalho, há necessidade dessa formação por parte dos

professores da educação infantil, uma vez que os mesmos não usam atividades lúdicas com as

crianças nem em sala de aula, nem fora dela.

Hoje, compreendo que, brincando, a criança se torna mais criativa, desenvolve

capacidades tais como atenção, afetividade, socialização, concentração e outras habilidades

fundamentais para sua identidade e autonomia.

Como Coordenadora, acredito que o professor precisa estar cientes das mudanças do

mundo, no qual as crianças têm acesso a muitas informações, e os jogos e brincadeiras estão

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presentes a todo instante, neste sentido, utilizar atividades lúdicas, aprimora as aulas,

favorecendo a construção da aprendizagem em nossas escolas.

Encontrei resistência de alguns professores quanto ao lúdico, novos caminhos,

problemas e situações difíceis apareceram. O que me fez buscar de novas soluções. Com isso

mudei muito, pois antes me sentia limitada com essas situações, contudo, essas experiências

me fizeram buscar e melhorar a minha atuação como coordenadora pedagógica.

1.3 EXPECTATIVAS

Sempre tive o desejo de melhorar profissionalmente e atualizar meus conhecimentos.

O curso de especialização em Coordenação Pedagógica, me fez crescer tanto pessoal quanto

profissional, pois fez compreender que a formação provoca anseios e contribui para mudanças

na minha maneira de pensar e agir, possibilitando refletir minhas atitudes e posicionamentos.

O meu trabalho é um lugar propício, onde coloco em prática o que aprendi, testando,

adaptando e transformando, produzindo conhecimento didático e pedagógico como

profissional da educação. Realizei trocas de experiências profissionais e pessoais com

professores, alunos e gestores das escolas. Participei de projetos, feiras de cultura, produção

de livros infantis, em parceria com meus filhos e meu esposo. Tudo isso em prol de uma

educação que prima pela valorização do ser humano.

Com a formação profissional, pessoal e acadêmica adquirida me sinto habilitada como

educadora em lutar e defender pelo respeito às diferenças presentes no meio escolar e na

sociedade em geral. Pude encontrar novos caminhos para as complicações, problemas e

situações embaraçosas surgidas no decorrer de minha caminhada profissional e pessoal,

clareando minha mente em busca de novas soluções.

Termino esse memorial com a certeza de que a Coordenação me proporcionou adquirir

conhecimentos, informações e um grande e visto relacionamento com pessoas que me fez

refletir e repensar o meu jeito de ver a vida. As habilidades aprimoraram, os conhecimentos e

as competências aumentaram, as aptidões e atitudes se diversificaram, o que fez surgir novas

e diversas conclusões. Aprendi ainda que o saber não tem idade, não tem tempo determinado

e nem limite.

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CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A Importância do Brincar

Ao pesquisar sobre o lúdico, como instrumento facilitador na aprendizagem das

crianças da educação infantil, é necessário esclarecer aspectos relevantes a acerca da temática

apresentada, pois compreender e conhecer o jeito particular de cada criança é o grande desafio

da educação e de seus profissionais.

A presente revisão de literatura procura conceituar o brincar, o jogo, o brinquedo e a

brincadeira, bem como o lúdico, sua importância na aprendizagem das crianças e, como uma

metodologia que possibilita mais vida, prazer e significado ao processo de ensino e

aprendizagem e sua contribuição para a formação do educador.

Temos como objeto de estudo, o lúdico como instrumento facilitador na aprendizagem

das crianças,, da educação infantil, no Centro de Educação Municipal, escola da rede

municipal de Rio de Contas, Bahia, pois sente-se a necessidade de envolver os professores das

turmas de educação infantil com as atividades lúdicas, procurando assim, melhorar a

qualidade da educação das crianças da instituição.

Referenciamo-nos em renomados autores, como Vygotsky, Friedmann, Kishimoto,

Piaget, Santos e outros que abordam a importância do lúdico no desenvolvimento da criança e

sua importância na educação.

O brincar leva as crianças à criatividade, porque durante as brincadeiras elas utilizam

habilidades que proporcionam oportunidades de ser criativo. Como afirma o RCNEI:

O ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam

outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças recriam e repensam os

acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando (1998, p. 27).

Para FRIEDMANN (2006), é durante as brincadeiras que podemos observar alguns aspectos

da criança. Pois, no momento em que brincam, elas se comunicam e interagem com o meio.

Passam a desenvolver habilidades, não como uma obrigação, mas como algo prazeroso,

facilitando assim o ato de aprender. O brincar é para a educação infantil um leque de

possibilidades, que gera uma maior interação entre a criança e o que ela vai aprender no

ambiente escolar, de forma prazerosa.

Como afirma VYGOTSKY (1989), o brincar é uma atividade de criação, onde a

imaginação, a fantasia e a realidade favorecem nas diversas maneiras de construir relações

sociais com outros sujeitos, crianças e adultos.

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O brincar, segundo LIMA (1992) apud MAGALHÃES, é uma forma de lazer, que

possibilita momentos de aprendizagem se utilizado durante as atividades educativas. Os

momentos de brincadeiras proporcionam situações nas quais a criança constrói e assimila

conceitos.

Segundo o RCNEI, é no brincar que as crianças fortalecem vínculos, adquirem

habilidades e desenvolvem competências. Daí a necessidade do o professor valorizar a

autoestima da criança nos momentos de brincadeiras, levando à independência para escolher

as brincadeiras e os brinquedos, favorecendo assim o crescimento, a aprendizagem e a

autonomia. (BRASIL, 1998).

Embora todos os conceitos dos autores referenciados, tendo o brincar resumidamente

como atividades de: interação, criatividade, e lazer, sejam abordados, o conceito que mais se

aplica como referência a esta pesquisa é o que relaciona o brincar como lazer possibilitando

momentos de aprendizagem, tratado como maior ênfase por LIMA (1992).

É necessário que nós educadores, criemos um ambiente escolar que favoreça o

desenvolvimento do aspecto cognitivo e social de nossos alunos, de maneira prazerosa. Por

meio do brincar, a criança reproduz sua vivência, transforma o real de acordo com seus

desejos e interesses, construindo sua realidade.

Nesse sentido fica evidente a importância do lúdico como instrumento facilitador na

aprendizagem das crianças da educação infantil, em especial as turmas do CEM, Rio de

Contas, Bahia, pois, por meio do brincar, pode-se perceber que a criança aprende e se

desenvolve de maneira prazerosa e lúdica. Desenvolvimento este que acontece em diversos

âmbitos: social, físico, emocional e cognitivo.

2.2 Jogo, Brinquedo e Brincadeira

Atualmente, há uma grande discussão acerca do tema, principalmente para valorizar a

educação infantil. Para isso, existem hoje programas e leis que concretizam os direitos e

necessidades, resguardando o direito da criança de aprender e, ao mesmo tempo brincar.

As atividades lúdicas, jogos, brinquedos e brincadeiras, são ações essenciais às

crianças. Por meio dessas atividades, as crianças criam seus mundos, exploram o ambiente e

criam fantasias.

As atividades lúdicas são importantes na vida das crianças, e em decorrência disso, a

vida escolar também deve conter aspectos do universo infantil. É a partir das brincadeiras que

as crianças interagem com o mundo em que vive.

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Para desenvolver essa ideia da importância do brincar, optamos inicialmente em

conceituar jogo, brinquedo e brincadeira, a fim de nos apropriarmos melhor desses conceitos

que dizem respeito ao brincar.

A aprendizagem nas turmas de educação infantil acontece de maneira agradável

quando os jogos são utilizados como instrumentos facilitadores da aprendizagem. Aprender

jogando é a maneira mais prazerosa e segura de ensinar. Por meio dos jogos as crianças

assimilam conceitos, aprendendo de forma diferenciada.

De acordo com FRIEDMANN:

O jogo implica para a criança muito mais do que o simples ato de brincar. Através

do jogo, ela está se comunicando com o mundo e também está se expressando. Para

o adulto o jogo constitui um “espelho”, uma fonte de dados para compreender

melhor como se dá o desenvolvimento infantil. Daí sua importância (1996. p 14).

Segundo KISHIMOTO (1994), o brinquedo é o objeto apoio da brincadeira, sendo ele real ou

imaginário. Por meio do brinquedo, a criança reproduz qualquer tipo de situação lúdica. A

autora afirma ainda,, a importância que o brinquedo possui na vida da criança, permitindo-a

construir, pensar, decidir, sentir emoções, cooperar, descobrir, aceitar limites, experimentar.

Estes recursos permitem aos alunos das turmas de educação infantil revelar

curiosidades sobre os conceitos adquiridos, bem como a explorar vários materiais que são

colocados a sua disposição, pois jogando e brincando, a criança assimila conhecimentos,

experiências e valores, contribuindo para o desenvolvimento e aprendizagem.

Por meio das brincadeiras muito pode ser trabalhado. Contar, dramatizar, ouvir

história, jogar com regra, desenhar entre outras atividades constituem meios prazerosos de

aprendizagem. Com as brincadeiras, as crianças expressam suas criações e emoções, alegrias

e medos e, desenvolvem características importantes para a vida adulta.

A esse respeito, KISHIMOTO, afirma que:

Para a criança, o brincar é a atividade principal do dia-a-dia. É importante porque dá

a ela o poder de tomar decisões, expressar sentimentos e valores, conhecer a si, aos

outros e o mundo, de repetir ações prazerosas, de partilhar, expressar sua

individualidade e identidade por meio de diferentes linguagens, de usar o corpo, os

sentidos, os movimentos, de solucionar problemas e criar (2010, p. 1).

O educador, tendo o conhecimento do valor educativo contido nos jogos, brinquedos e

brincadeiras, poderá entender as necessidades dos seus alunos, de maneira que a criança seja

um sujeito ativo na construção de seu conhecimento, pois o encanto das crianças pelo brincar,

nos faz pensar na importância dos jogos, brinquedos e brincadeiras como parceiros do

processo de ensino-aprendizagem. Assim, procura-se envolver os professores do CEM, Rio de

Contas, Bahia, com a temática o lúdico como instrumento facilitador na aprendizagem, pois

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fica claro que por meio de jogos e brincadeiras as crianças aprendem mais e melhor, o que é

garantia de uma educação de qualidade.

2.3 O Lúdico como facilitador da aprendizagem na Educação Infantil

No processo educativo, em especial, na educação infantil, o desenvolvimento de

atividades lúdicas deve ser considerado como prioridades para o desenvolvimento das

atividades pedagógicas, contidas no planejamento escolar realizado pelos professores e

coordenadores. Essa inclusão visa, portanto a flexibilização e dinamização das atividades

realizadas ao longo de toda a prática docente, oportunizando a eficácia e significação da

aprendizagem.

Durante os momentos lúdicos, a criança enfrenta desafios, novas situações em que

precisa superar seus medos, exercita autonomia e a cidadania, pois aprende a valorizar, a

argumentar e raciocinar, o que a leva a criar meios em busca de soluções para resolver

algumas situações durante as brincadeiras ou momentos de atividades lúdicas, que podem ser

o jogo, uma dramatização, o teatro, entre outros.

O RCNEI (1998) aponta que, é por meio das brincadeiras que as crianças recriam e

estabilizam aquilo que sabem, e o professor deve trabalhar com diferentes jogos,

especialmente aqueles que possuem regras e com atividades didáticas planejadas, pois dessa

forma o professor estará mediando não só as brincadeiras, mas também a aprendizagem.

Para KISHIMOTO (2006), quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas

pelo adulto com vistas de estimular certos tipos de aprendizagens, surge a dimensão

educativa. Nesse sentido, ressalta-se que o professor deve possibilitar momentos agradáveis

em sala de aula, para que a criança sinta prazer em aprender.

Os brinquedos quando são utilizados com o enfoque de aprendizado de conhecimento

e desenvolvimento de habilidades, segundo KISHIMOTO (2011), eles deixam de ser somente

um objeto para o ato de brincar e começam a ser vistos como material pedagógico; e o

professor deve mediar essa ação em busca de finalidades específicas para dada atividade.

Assim, as atividades lúdicas não se restringem apenas a jogos ou brincadeiras

dirigidas. A leitura com prazer, o teatro, música, filmes, contação de histórias, atividades

artísticas, são também momentos lúdicos que o professor pode proporcionar às crianças em

sala de aula.

Nessa perspectiva, o brinquedo não é simplesmente um passatempo para distrair os

alunos, ao contrário, ocupa lugar de grande importância na educação. Estimula o crescimento

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e o desenvolvimento, a coordenação motora, as competências intelectuais, a iniciativa

individual, favorecendo o aparecimento e o progresso da palavra. Além de ajudar a criança a

observar e conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em que se vive.

Portanto, o jogo, o brinquedo e a brincadeira são fatores importantes nas atividades da

infância, pois a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio

com o mundo. A importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na

prática pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser

explorados apenas para o lazer, mas também como elementos bastante enriquecedores para

promover a aprendizagem. Através dos jogos e brincadeiras, o educando encontra apoio para

superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo.

A partir das considerações acima, pode-se afirmar que a utilização do lúdico também

na formação do professor se faz necessária, pois para utilizar com qualidade em sala de aula é

necessário ter o conhecimento teórico e prático. Nesse sentido é que almeja-se o trabalho com

o lúdico nas turmas de educação infantil no CEM, Rio de Contas, Bahia, tendo como primeiro

passo a formação continuada dos professores da educação infantil da instituição.

2.4 O Lúdico e o Educador

O trabalho com a educação infantil é muito importante, pois essa é a primeira etapa da

criança na escola. É necessário que o professor envolva a criança, e conduza o processo de

forma prazerosa. A esse respeito, FRIEDMANN (2006),, expõe que no processo da Educação,

o papel do educador é primordial, pois é ele quem cria espaços, oferece os materiais e

participa das brincadeiras, ou seja, media a construção do conhecimento.

Segundo SANTOS: Educar é ir além da transmissão de informações ou de colocar à disposição do

educando apenas um caminho, limitando a escolha ao seu próprio conhecimento. É

ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade,

oferecendo ferramentas para que o outro possa escolher entre muitos caminhos,

aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as

circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. (1997, p. 11)

Deste modo, mesmo que a formação do professor da educação infantil não seja único

fator para uma educação de qualidade da criança, é um dos mais importantes que deve ser

considerado. Cabe aos cursos, garantir uma formação sólida, rica em conhecimentos e saberes

diversos, entre eles a ludicidade. Mesmo que seja consenso por parte de muitos professores

que a criança aprende quando brinca, ainda é pequeno o número de cursos de formação de

professores que contemplam, por meio de suas disciplinas, um caráter lúdico.

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Sobre isso KISHIMOTO (2002) enfatiza que os cursos de formação no Brasil, não

incluem o lúdico como objeto de estudo e, quando o fazem, não vão além de concepções

teóricas que não são suficientes para construção de competências que possibilitam criar

ambientes de aprendizagem em que os jogos e as brincadeiras sejam estimulados.

Nessa perspectiva, KISHIMOTO (2003), afirma que, se desejamos formar seres

criativos, críticos e aptos para tomar decisões, um dos requisitos é o enriquecimento do

cotidiano infantil com a inserção de contos, lendas, brinquedos e brincadeiras.

Com base no que foi exposto, pode-se afirmar que a utilização de atividades lúdicas na

educação infantil é necessária, pois além de favorecer os aspectos socias, onde a criança

interage com o meio e com o outro, leva a criança a uma aprendizagem significativa e

contextualizada.

Nesse sentido, o presente estudo “o lúdico como instrumento facilitador na

aprendizagem das crianças da educação infantil no Centro de Educação Municipal, Rio de

Contas, Bahia”, é relevante, pois na instituição ainda há professores que não conhecem ou

desconsideram essa importante ferramenta pedagógica.

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CAPITULO III - PROJETO DE INTERVENÇÃO

”Brincar e Ensinar, uma maneira de aprender com prazer”.

Este Projeto de Intervenção tem como propósito disponibilizar aos professores

conhecimentos científicos, teóricos e culturais, que possibilitem ampliar o entendimento sobre

o papel da ludicidade na Educação, por meio da formação continuada dos professores em

exercício, para estabelecer momentos de reflexões e construções, buscando novas

possibilidades para a Educação Infantil.

O Projeto de Intervenção é componente do eixo de trabalho: A Relação entre

Aprendizagem Escolar e Trabalho Pedagógico, do Curso de Especialização em Coordenação

Pedagógica, do Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica, oferecido pela

Universidade Federal da Bahia.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR

O Centro de Educação Municipal, CEM, está localizado na Praça Coronel Carlos

Souto, na cidade de Rio de Contas, Bahia, foi criado no ano de 2002. Segundo seu Projeto

Político Pedagógico, tem como missão contribuir para o desenvolvimento da sociedade,

proporcionando educação de excelência, pautadas em valores éticos e morais, com ênfase nas

ações que oportunizem descobertas, desenvolvendo um ambiente de aprendizagem plena.

Em relação ao espaço físico a instituição é composta por uma sala de direção, um

banheiro para uso dos funcionários, um pátio coberto, um parque no pátio externo, uma

cozinha, uma despensa, quatro salas de aula, cada sala de aula possui estantes com livros e

materiais didáticos, dois banheiros para uso das crianças.

Na área verde possui uma horta, confeccionada com as crianças da escola que fazem

parte do Projeto Mais Educação. Alguns trabalhos confeccionados pelas crianças são expostos

nas salas de aula e nas paredes e murais nos corredores da instituição.

A escola funciona com duas modalidades de ensino: Educação Infantil e Ensino

Fundamental (1º e 2º anos). A instituição é composta por 140 alunos, sendo distribuídos nos

dois turnos. Os discentes que frequentam a escola são, em sua grande maioria, oriundos da

zona urbana, dos bairros adjacentes e de alguns sítios vizinhos.

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A escola conta com 06 docentes, incluindo um pedagogo, que é o Coordenador

Pedagógico da instituição, um diretor, um vice-diretor, visto que todos são habilitados para a

área que exercem, apresentando um bom relacionamento com toda comunidade escolar,

proporcionando assim uma troca de experiência para o ensino e a aprendizagem. Todos os

docentes participam, quando oferecida, da formação continuada de acordo com a sua área de

ensino. A instituição dispõe, ainda, de 09 funcionários que contribuem com os serviços

técnicos e organizacionais.

3.2 METODOLOGIA

O Projeto de Intervenção tem como foco a concepção e a prática em relação às

atividades lúdicas desenvolvidas com crianças, das turmas da Educação Infantil, do CEM,

escola da rede municipal de Rio de Contas, Bahia, por incidir nesta faixa etária, o interesse

por atividades que envolvam o lúdico, como os jogos e as brincadeiras.

Sendo assim, o presente Projeto de Intervenção tem como objetivo propiciar aos

professores do CEM, envolvidos no processo de ensino aprendizagem das turmas de

Educação Infantil, oportunidades de aprofundar seus conhecimentos, reconhecer e valorizar a

consciência lúdica na prática educativa cotidiana, bem como, ampliar o acervo e repertório de

jogos e brincadeiras que podem ser utilizadas em sala de aula. Com o intuito de, mostrar que

as atividades lúdicas são importantes instrumentos que facilitam a aprendizagem das crianças

da educação infantil.

O Projeto teve como metodologia a pesquisa-ação, por esta possibilitar que o

pesquisador intervenha dentro de uma problemática social, analisando-a e anunciando seu

objetivo de forma a mobilizar os participantes, construindo novos saberes.

É através da pesquisa-ação que o docente tem condições de refletir criticamente sobre

suas ações, pois como afirma TRIPP (2005), durante a pesquisa-ação, “planeja-se,

implementa-se, descreve-se e avalia-se uma mudança para a melhora de sua prática,

aprendendo mais, no correr do processo, tanto a respeito da prática quanto da própria

investigação” (2005, p. 446).

Foi feita inicialmente uma pesquisa de campo na instituição, com observação

sistemática. Os dados foram coletados por meio de questionários e o público alvo foi o corpo

docente da Unidade Escolar.

Buscando-se por intermédio das respostas dos questionários e das observações

realizadas, encontrar possíveis soluções para o problema abordado durante o estudo "como as

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atividades lúdicas podem ser usadas no ensino/aprendizagem da educação infantil?",

propondo ações que compõem o presente Projeto de Intervenção, para a inserção do lúdico

como um meio de aprendizagem nas turmas de educação infantil do CEM.

a) APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO E ANÁLISE DE DADOS

Como instrumento de coleta de dados foi empregado um questionário com onze

perguntas: nove questões abertas e duas fechadas, os pesquisados não foram identificados,

respondendo as perguntas de forma individual e inominada.

A aplicação dos questionários foi realizada com os três professores que ensinam nas

turmas de educação infantil do CEM. O questionário teve por finalidade compreender a

importância que os docentes atribuem ao lúdico, enquanto ferramenta pedagógica para as

turmas de educação infantil da instituição.

As questões 1 a 4 abordaram sobre a formação acadêmica, o tempo em que atua na

educação infantil, o que conhece a respeito do lúdico. A questão 05 indagou se durante o

processo de ensino-aprendizagem o professor realiza algum tipo de brincadeira ou propõe

atividades lúdicas para ministrar as aulas.

Na questão 06, foi perguntado quais motivos elencaria para não realizar brincadeiras

ou atividades lúdicas na sala. Já na questão 07, foi indagado se o professor percebe diferenças

de interesse por parte dos alunos nas aulas ministradas de forma lúdica ou através de

brincadeiras para aquelas ministradas sem estes dois elementos.

As questões 08 e 09 avaliaram se, quando oferecem oportunidades para brincadeiras e

propõe atividades lúdicas durante as aulas observa uma melhora na qualidade do processo de

ensino-aprendizagem e que atividades lúdicas você adota em sua sala.

As questões 10 e 11 indagou sobre a prática da sala de aula, quais momentos o

professor usa atividades lúdicas e se há dificuldades em aplicar atividades lúdicas em sua sala

de aula.

Adicionado ao questionário foram realizadas observações e conversas informais com o

público alvo da pesquisa acerca da importância da utilização do lúdico no decorrer da prática

pedagógica na educação infantil e sua contribuição no desenvolvimento da criança.

Visando organizar os resultados obtidos, os professores foram cognominados como

Professor A (atua no Pré I – nível de escolaridade: graduação Normal Superior), Professor B

(que atua no Pré II matutino – nível de escolaridade: graduação Normal Superior) e Professor

C (que atua no Pré II vespertino – nível de escolaridade: graduação Normal Superior) para

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melhor discussão das ideias, pensamentos e práticas pedagógicas dos docentes no decorrer de

sua atuação na vivência em turmas de Educação Infantil.

Os momentos de observação aconteceram durante os meses de outubro e novembro de

2015, e possibilitaram conhecer melhor um pouco do trabalho dos professores. Nesse sentido,

primeiro foi feita a etapa de observação e em seguida, a aplicação dos questionários.

Durante o período de observação na turma do Pré I, a professora utilizou vários

recursos pedagógicos como livros de histórias, atividades impressas, alguns jogos. Nessa

turma, a professora utiliza histórias e músicas com movimentos corporais, para motivar as

crianças. Porém, estes momentos foram poucos, pois a professora conduz suas atividades na

maior parte do tempo com o auxílio da lousa. O que é uma pena, pois as crianças dessa turma

tem faixa etária predominantemente de quatro anos de idade.

Nota-se que algumas crianças ficam inquietas, saindo dos lugares a todo instante,

talvez por falta de direcionamento durante as atividades. Falta uma interação entre o que está

sendo trabalhado em sala, correlacionado com a realidade das crianças.

Esse momento poderia ser usado de uma forma mais lúdica, invés das crianças ficarem

sentadas, poderia ser usado um espaço de tempo para brincar, pois o brincar é fundamental

para a construção da autonomia e da identidade.

Nesta turma, em especial, a falta do lúdico durante as aulas, perece ser uma questão

urgente, pois além de ser uma turma de crianças menores, é latente a necessidade que elas têm

de brincar. Observa-se que, durante as atividades, até um lápis vira brinquedo, mas a

professora não aproveita esse momento, podando a criatividade da criança.

Na observação realizada na turma do Pré II, a professora inicia a aula contando uma

história, mas não há uma interação entre as crianças e a história, a professora não aproveita o

momento para trabalhar de forma lúdica, como por exemplo, uma dramatização.

Na rotina de sala de aula, em nenhum momento presencia-se o uso de brinquedos ou

jogos, nem mesmo o uso de massinha de modelar. Esse fato chamou atenção, talvez isso

contribua para abrir espaço de ócio e alvoroço entre os alunos.

Nota-se que esta turma, necessita de uma rotina previamente estabelecida pela

professora onde tenha a presença de brinquedos, jogos ou atividades em que as crianças

sintam prazer, pois algumas crianças demonstram falta de limites e inquietação. Durante o

período observado, nota-se também a ausência de músicas infantis, tão comum em salas de

Educação Infantil.

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No momento do pátio, que é o recreio, as crianças brincam livres, na área coberta e no

pátio de areia, mas em nenhum momento há uma interação dos professores com as crianças,

não há brincadeiras dirigidas. Durante a observação percebe-se a necessidade de que esse

profissional reveja como anda a sua prática e perceba que mudanças, às vezes são para

melhor.

Nas atividades observadas na turma do Pré II, no período vespertino, a professora não

apresentou nenhuma dificuldade para atingir os objetivos como docente da educação infantil.

Durante todo momento, a professora demonstrou ser profissional em sua área.

Disponibilizou materiais adequados para as atividades, explicando de forma carinhosa e

eficaz. A aula iniciou com uma rodinha de contação de história, realizada por uma criança,

que na véspera havia levado o livro para ler com os pais em casa.

A forma de aprendizagem que presenciamos, faz com que o aluno obtenha

conhecimentos e descobertas de forma prazerosa, facilitando seu aprendizado.

Verificou-se que a professora deixa o aluno se apaixonar pelo conhecimento,

transmitindo a sua própria paixão, isso ficou evidente durante o trabalho com noções de

quantidade e sequência numérica, por meio do jogo do boliche. Os resultados eram

registrados e cada criança contava os seus pontos por meio de tampinhas de garrafa.

A observação realizada nessa turma nos faz perceber que as aulas são diferentes em

termos produtivos, se comparadas com as demais que foram observadas.

Nesta turma, em particular, a professora demonstrou uma atitude lúdica e prazerosa, o

que facilitou o aprendizado dos alunos. Também buscou motivá-los através de atividades e

brincadeiras, valorizando suas descobertas e importando-se com a aprendizagem e nível de

desenvolvimento de cada criança, buscando, inclusive, conhecer as características e

particularidades de cada uma.

Após o período de observação, no mês de novembro de 2015, foram aplicados os

questionários aos professores.

Todos os professores que responderam ao questionário são graduados e lecionam na

educação infantil a mais de três anos. No que diz respeito ao conceito do lúdico, todos os

professores afirmaram que são atividades prazerosas, em que as crianças aprendem se

divertindo e interagindo com o outro. Percebe-se por meio das respostas que os professores

consideram o lúdico como um instrumento facilitador tanto no ensino quanto na

aprendizagem.

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Quando foram questionados a respeito do acesso aos textos acadêmicos que tratam

sobre o lúdico, os professores disseram que, durante a graduação, tiveram acesso a esses

testos, porém afirmaram que não havia nenhuma disciplina específica que abordasse o

assunto.

Na questão que indaga sobre a realização de atividades lúdicas para ministrar as aulas,

todos responderam positivamente. Em resposta ao quesito que diz respeito às diferenças de

interesse por parte dos alunos nas aulas ministradas de forma lúdica ou através de brincadeiras

para aquelas ministradas sem estes dois elementos, todos responderam que as aulas são mais

significativas quando utilizam as atividades lúdicas, pois estas despertam o interesse da

criança, estimula a criatividades e a curiosidade, além de favorecer a aprendizagem.

No entanto, pode-se observar que apesar dos professores considerarem as atividades

lúdicas importantes, são poucos os momentos em se utilizam essas atividades nas salas de

aulas da educação infantil do CEM.

No quesito que aborda sobre a melhora na qualidade do processo ensino aprendizagem

utilizando atividades lúdicas, todos responderam que há um maior interesse por parte das

crianças, além de favorecer a concentração e a interação entre a criança e o que ela está

aprendendo.

Entretanto, nos momentos de planejamentos, AC’s, os professores reclamam da falta

de tempo, da dificuldade na confecção do material lúdico, dedicando um tempo menor para

essas atividades.

No quesito que diz respeito a que atividades lúdicas os professores adotam em sala de

aula, eles afirmaram utilizar: boliche, jogo da memória, dominó, trilha numérica, atividades

de artes, cruzadinhas móveis. A Professora C afirmou sempre trabalhar os conteúdos de

maneira lúdica. Assegurou que procura sempre elaborar atividades que envolvam jogos e

brincadeiras, para ajudar principalmente na fixação de conceitos novos, além de favorecer no

desenvolvimento do raciocínio lógico.

No que refere aos momentos em que essas atividades são utilizadas nas salas de aula,

todos os professores afirmaram que desenvolvem as atividades lúdicas de acordo com a rotina

da sala de aula. Conforme as respostas dos professores, os momentos lúdicos são utilizados

para introduzir ou avaliar um conceito trabalhado.

Em relação as dificuldades encontradas ao aplicar as atividades lúdicas em sala, todos

os professores afirmaram não ter dificuldade, uma vez que esta atividades auxiliam e

enriquecem as aulas. A professora A relatou que “é importante que as atividades sejam

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previamente estudadas e planejadas. E os jogos e brincadeiras devem está de acordo com a

idade e as necessidades das crianças”.

Portanto, pode-se afirmar que é função do professor proporcionar aos seus alunos um

aprendizado de forma interessante, de maneira que o aluno tenha prazer em aprender.

Para KISHIMOTO (1994), a criança, ao repetir a brincadeira no contato interativo com os

adultos, descobre regras, ou seja, a sequência de ações que compõem a modalidade de brincar.

Além disso, as brincadeiras interativas contribuem para o desenvolvimento cognitivo.

A autora ainda observa que os jogos e brincadeiras transmitem conhecimentos às crianças de

forma divertida, pois o lúdico é algo mágico, ao mesmo tempo em que diverte ele ensina e

ainda desenvolve raciocínio e criatividade.

Diante disto, a Professora B relatou que “quando se usa uma brincadeira a criança se

interessa mais, se relaciona melhor com o outro e aprende a ganhar e perder. O jogo ou

atividades lúdicas na sala de aula despertam o interesse e a curiosidade dos alunos”.

Fica claro que com a aplicação dos questionários que os professores do CEM têm

conhecimento acerca do lúdico, entendem a importância das atividades para o

desenvolvimento infantil, mas esse importante instrumento ainda é relegado a segundo plano.

São poucos os momentos em que presencia-se a utilização de atividades lúdicas nas

salas de aula do CEM. Ficando evidente a necessidade de uma formação continuada dos

professores com o tema voltado para a importância das atividades lúdicas nas turmas de

educação infantil, bem como a efetivação da oficina lúdica para sensibilizar o corpo docente

acerca do lúdico.

3.3 ESTRATÉGIAS DE AÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

O Projeto de Intervenção terá um total de seis meses, nos quais será trabalhada a

questão do lúdico como instrumento facilitador na aprendizagem das crianças da educação

infantil e da atuação e da importância do professor dessas turmas de educação infantil. Todas

as ações terão o objetivo principal de proporcionar um aprendizado mútuo entre nós, que

trabalhamos com a educação de crianças.

1º Passo: Para sensibilização do corpo docente será utilizada uma apostila com textos

referentes à importância do lúdico na educação infantil, a ser confeccionada, com reflexões e

orientações bibliográficas relativas aos saberes necessários sobre o papel do lúdico e a

importância do professor utilizar atividades lúdicas para facilitar a aprendizagem das crianças

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de 04 e 05 anos. Abordaremos também sobre a importância da formação continuada dos

docentes, para estudos em grupo nos momentos de planejamento da escola. Esse grupo de

estudo acontecerá durante os momentos de AC’s – Atividades Complementares, nas sextas

feiras, durante o mês de março, com carga horária de 8 horas. O estudo será por meio de

discussões em grupos, leituras dos textos, atividades dirigidas.

2º Passo: Depois dos estudos em grupo, realização da oficina lúdica “Brincar e Ensinar,

uma maneira de aprender com prazer”. Acontecerá durante os momentos de AC’s, nas

sextas feiras, durante os meses de: abril, maio, junho e julho, com carga horária de 32 horas.

A oficina será realizada de acordo com os eixos da educação infantil: Identidade e

Autonomia, Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e

Sociedade e Matemática. A oficina lúdica será ministrada pela coordenação pedagógica da

instituição, onde será abordada a importância da utilização de atividades lúdicas para auxiliar

na aprendizagem das crianças, bem como,, a confecção do material, juntamente com os

professores.

Espera-se que a oficina lúdica colabore com a prática pedagógica dos professores das

turmas de educação infantil do CEM, Rio de Contas, Bahia, ao tempo que, favoreça uma

melhor interação entre coordenação pedagógica e corpo docente. Serão trabalhados dois

eixos por mês, totalizando duas semanas para cada eixo. Durante esse período acontecerá a

construção de brinquedos, jogos e brincadeiras para as turmas de educação infantil do Centro

de Educação Municipal, com uma exposição do material confeccionado, bem como, o

objetivo de cada material e a utilização na sala de aula. A aplicação do material nas salas de

aula ocorrerá a partir do mês de agosto de 2016, nas turmas de educação infantil. A avaliação

da utilização das atividaes lúdicas nas salas ocorrerá de forma contínua, com parceria entre

professores e coordenação pedagógica.

Sabe-se que por meio das atividades lúdicas, a criança reproduz situações reais, amplia

sua capacidade de imaginar, pensar, falar e agir. Por isso, é necessário, que nós educadores e

coordenadores pedagógicos, passemos a utilizar essas atividades em sala de aula. Além de

enriquecer o trabalho em sala de aula com ótimos recursos pedagógicos, os brinquedos e

jogos construídos com sucatas tem um baixo custo, e ajuda a preservar o meio ambiente.

Nesse sentido, os materiais utilizados serão sucatas, lixo reutilizado, papel, livros de histórias,

fantoches, dedoches.

A oficina lúdica terá como base a confecção de jogos e brincadeiras, que serão

descritas em Anexo.

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3.4 CRONOGRAMA DE AÇÕES PI

Mês Ação Participantes Recursos

Fevereiro Apresentação do Projeto de

Intervenção à equipe do Centro

de Educação Municipal.

Professores, coordenadora

pedagógica e equipe gestora

da escola.

Slides e data

show.

Março Estudos em grupos sobre a

importância do lúdico na

educação infantil.

Professores, coordenadora

pedagógica e gestão da

escola.

Textos e livros

que tratam do

tema.

Abril Início da Oficina lúdica. 1ª

quinzena: Eixo temático

Identidade e Autonomia. 2ª

quinzena: Eixo temático

Movimento.

Professores e coordenadora

pedagógica.

Materiais

reutilizados.

Maio Oficina Lúdica. 1ª quinzena:

Eixo temático: Música. 2ª

quinzena: Eixo temático: Artes

Visuais

Professores e coordenadora

pedagógica.

Materiais

reutilizados.

Junho Oficina Lúdica. 1ª quinzena:

Eixo temático: Linguagem

Oral e Escrita.

2ª quinzena: Eixo temático:

Natureza e Sociedade

Professores, coordenadora

pedagógica.

Materiais

reutilizados.

Julho Oficina Lúdica. 1ª quinzena:

Eixo temático: Matemática.

2ª quinzena: Exposição para

toda comunidade escolar dos

materiais confeccionados.

Professores, coordenadora

pedagógica e equipe

gestora.

Materiais

reutilizados.

Agosto Aplicação do material

confeccionado nas turmas de

educação infantil.

Professores. Material

confeccionado

nas oficinas.

Setembro Aplicação do material

confeccionado nas turmas de

educação infantil.

Professores. Material

confeccionado

nas oficinas.

Outubro Avaliação dos resultados

obtidos com a utilização do

material confeccionado.

Professores, coordenadora

pedagógica, equipe gestora

e alunos.

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3.5 RESULTADOS ESPERADOS DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

Espera-se que com a realização da Oficina Lúdica, os professores do CEM, Rio de

Contas, Bahia, comecem a utilizar, efetivamente, o lúdico em sala de aula. Uma vez que

favorece a aprendizagem dos alunos da educação infantil, levando as crianças a vivenciarem

situações prazerosas de aprendizagem, a interligar as áreas do conhecimento através de

estratégias que permitam às crianças desenvolver suas habilidades. Espera-se também que se

estabeleça uma relação de parceria entre a coordenação pedagógica e professores, para que as

crianças da instituição tenham uma aprendizagem significativa, tendo prazer em ir à escola.

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4.CONSIDERAÇÕES FINAIS

As atividades lúdicas atualmente surgem como uma alternativa para uma educação

que carece de mudança, de novidade, de estímulo e incentivo. O lúdico favorece um

aprendizado mais significativo e ao mesmo tempo leve e prazeroso.

O desejo inicial para este projeto vivencial era iniciar a compressão do lúdico como a

ferramenta mais prazerosa do aprendizado, e o aprender-fazendo como algo a ser construído

constantemente, não se pretendeu exaurir o tema proposto, mas considerá-lo como um ponto

de partida, o retrato de um momento, deflagrador para novos estudos a se maturar em outras

elucubrações futuras.

Ao fazer uma observação desse estudo, relacionando a fundamentação teórica com a

prática realizada, foi possível perceber a positividade das atividades lúdicas na promoção da

aprendizagem, pois por meio do brincar a criança vai construindo seu conhecimento de

mundo, associando a brincadeira com o que aprende, o que favorece o desenvolvimento, a

criatividade e a socialização.

Valendo-se ainda das várias leituras realizadas e mencionadas aqui, foi possível

perceber que as atividades lúdicas contribuem também para a formação de cidadãos

autônomos, capazes de resolver problemas e compreender o mundo que exige diferentes

conhecimentos e habilidades.

A motivação para a pesquisa, foi a não utilização do lúdico por parte dos professores

do CEM. Diversas problemáticas foram levantadas, envolvendo o brincar como um

instrumento pedagógico a ser utilizado pelos educadores no processo de ensino aprendizagem.

Sendo o nosso principal questionamento: Quais ações a coordenação pedagógica deve / pode

desenvolver de modo a estimular os professores a trabalharem com a ludicidade?

Nessa linha, o estudo proposto buscou analisar como as atividades lúdicas favorecem

o aprendizado das crianças das turmas de educação infantil, por meio de um estudo

bibliográfico, observações na instituição e aplicação de questionários com os professores da

unidade escolar. Possibilando a coordenação pedagógica da escola criar ações para estimular

os professores a utilizar o lúdico em sala de aula.

O que se espera deste estudo é a promoção de contribuições de caráter prático para que

os professores das turmas de educação infantil – que na maioria das vezes desvaloriza o ato

lúdico, jogos, brinquedos e brincadeiras, por acreditar que a sala de aula é um espaço formal

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de aprender, e assim acabam abandonando-os – passem a ver nas atividades lúdicas uma

ferramenta com infinitas possibilidades proporcionaradoras de aprendizagens.

Entretanto, durante a pesquisa ficou evidente que, embora todos os professores,

como antedito, compartilhavam a opinião da importância do lúdico no ambiente escolar, ainda

existe forte resistência quanto à sua utilização em sala de aula, consubstanciado em técnicas

enraizadas pelo cotidiano no modo de ensino, considerando o lúdico apenas como atividade

recreativa, o que acarreta certa recusa à incorporação de novas formas de ensinar.

Ademais, o estudo não preencheu as expectativas iniciais de mudar a concepção dos

professores sobre o tema, a oficina lúdica proposta neste trabalho será apenas o primeiro

passo de uma longa caminhada, havendo a necessidade de um programa de formação

continuada baseada no lúdico. Transformar o brincar em trabalho pedagógico é imperativo

para que os professores experimentem, como mediadores, o verdadeiro significado da

aprendizagem com desejo e prazer.

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5. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para a

Educação Infantil. Brasília: DF: MEC, 1998. V. 1, 2, 3.

FARIAS, Isabel Maria Sabino de. et al. Fundamentos da prática docente: elementos quase

invisíveis. In: Didática e docência: aprendendo a profissão. Brasil: Lider livro, 2009.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:

Paz e Terra, 1996

FRIEDMANN, Adriana. Brincar: Crescer e Aprender: O Resgate do Jogo Infantil. São Paulo:

Moderna, 1996.

________. O Desenvolvimento da Criança Através do Brincar. São Paulo: Moderna, 2006.

________. Jogos Tradicionais: Série Ideias. n.7. São Paulo: FDE,

1995. Disponível em:<http://www.crmariocovas.sp.gv.br/top. php?t=004 centro de referência

em educação >. Acesso em: 10. out. 2015.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O Brincar e Suas Teorias. São Paulo: Cengage Learning,

1994.

________. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 5a ed. São Paulo: Cortez, 2001.

________. O brincar e suas teorias. 3a ed. São Paulo: Pioneira, 2002.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.). O jogo e a educação infantil: Jogo, brinquedo,

brincadeira e a educação. 14º. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Brinquedos e Brincadeiras Na Educação Infantil, 2010.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index. php?option=comdocman& task=doc-

download&grid=6672&itemid >. Acesso em: 10. out. 2015.

MAGALHÃES, Eliana Alves; SANTOS, Marília José dos; SILVA, Débora Regina Machado.

A utilização dos jogos e das brincadeiras na Educação infantil para o desenvolvimento da

Criança. Revista Interação, 12. ed., anoVII,v.1,n.2.

PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

SANTOS, Santa Marli Pires dos, (org.). Brinquedoteca: O Lúdico em diferentes contextos. 11

ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São

Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005.

VYGOTSKY (1989), VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins

Fontes, 1989.

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ANEXO

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ANEXO A – Questionario

Universidade Federal da Bahia

Faculdade de Educação

Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública

Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica – CECOP 3

Visando subsidiar a elaboração do Projeto de Intervenção, em nível de Especialização, junto à

Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, intitulado “O lúdico como instrumento

facilitador na aprendizagem das crianças da Educação Infantil”, estamos desenvolvendo a

presente pesquisa, onde a sua opinião é muito importante para nós. As informações aqui prestadas

serão utilizadas somente para fins acadêmicos. Contamos com a sua contribuição na resolução do

questionário abaixo, ao mesmo tempo em que ficamos à sua disposição para maiores esclarecimentos.

Autora: Dione Novais Caires Pinto e Albuquerque. (77) 98140 63483

Orientadora: Prof. Mestre Rafaela Melo Magalhães

Questionário

1. Qual a sua formação acadêmica?

( ) graduação ( ) especialização ( ) mestrado ( ) doutorado

2. Há quanto tempo leciona na Educação Infantil? ________

3. Para você, o que é o lúdico?

4. Na sua formação acadêmica, você teve acesso a textos teóricos sobre o uso do lúdico na

aprendizagem?

5. Durante o processo de ensino-aprendizagem, você procura realizar algum tipo de brincadeira

ou propõe atividades lúdicas para ministrar as aulas?

( ) Sim ( ) Não

6. Se a resposta à pergunta 5 for negativa: quais motivos elencaria para não realizar brincadeiras

ou atividades lúdicas?

7. Se a resposta à pergunta 5 for afirmativa: percebe diferenças de interesse por parte dos alunos

nas aulas ministradas de forma lúdica ou através de brincadeiras para aquelas ministrados sem

estes dois elementos? Quais

8. Quando oferecem oportunidades para brincadeiras e propõe atividades lúdicas durante as aulas

observa uma melhora na qualidade do processo de ensino-aprendizagem? Se sim, que tipo de

melhorias observa?

9. Que atividades lúdicas você adota em sua sala?

10. Em que momento(s) você usa atividades lúdicas em sala de aula?

11. Há dificuldade(s) em aplicar atividades lúdicas em sua sala de aula? Se positivo, qual(is)

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ANEXO B - OFICINA LÚDICA “BRINCAR E ENSINAR, UMA MANEIRA DE

APRENDER COM PRAZER”.

Descrição das atividades a serem desenvolvidas

Eixo temático: Identidade e autonomia

Segundo RCNEI:

O estabelecimento de um clima de segurança, confiança, afetividade, incentivo,

elogios e limites colocados de forma sincera, clara e afetiva dão o tom de qualidade

da interação entre adultos e crianças. O professor, consciente de que o vínculo é,

para a criança, fonte contínua de significações, reconhece e valoriza a relação

interpessoal."( RCNEI, 1998, p 49)

I. Atividade a ser desenvolvida: Somos diferentes.

Objetivo: Auxiliar a criança a construir a imagem do próprio corpo, além de trabalhar a

autoestima e auto-imagem.

Materiais: Papel, canetinhas hidrocor, fita adesiva e tesoura.

Brincadeira: O professor pedirá para cada criança deitar sobre uma folha de papel e em

seguida traçar o corpo dela. Escreva o nome da criança e entregue a ela. Quando todos

estiverem com suas folhas de papel peça que completem desenhando os olhos, o nariz, a boca,

os cabelos. A partir daí, incentivar a criança a observar o próprio corpo. Quando todos

tiverem concluído os desenhos, cole-os na parede e peça que observem o próprio desenho e o

dos colegas. O professor deverá estimular a observação, questionando sobre as diferenças nos

desenhos. Conversar com as crianças sobre as particularidades de cada uma.

II. Atividade a ser desenvolvida: Dominó da amizade.

Objetivo: Favorecer a interação entre os gêneros (menino-menina) e desenvolver atitudes de

respeito.

Materiais: Papel, recortes de revistas, livros, jornais, cola.

Jogo da memória: O professor deverá confeccionar o jogo previamente. A atividade consiste

em montar um jogo da memória, com imagens (semelhantes) que envolvam as questões a

serem trabalhadas (respeito aos gêneros, respeito às diferenças raciais, sociais). Durante o

jogo, o professor deverá mediar sempre, conversando sobre as diversas situações envolvidas.

Após o jogo, o professor poderá ler a história “Menina Bonita do Laço de Fita”, de Ana Maria

Machado, para discutir sobre as diferenças.

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Eixo temático: Movimento

A dimensão subjetiva do movimento deve ser contemplada e acolhida em todas as

situações do dia-a-dia na instituição de educação infantil, possibilitando que as

crianças utilizem gestos, posturas e ritmos para se expressar e se comunicar. Além

disso, é possível criar, intencionalmente, oportunidades para que as crianças se

apropriem dos significados expressivos do movimento. A dimensão expressiva do

movimento engloba tanto as expressões e comunicação de idéias, sensações e

sentimentos pessoais como as manifestações corporais que estãorelacionadas com a

cultura."( RCNEI, 1998, p 30)

III. Atividade a ser desenvolvida: Bola acima, bola abaixo

Objetivo: Trabalhar a coordenação motora, concentração e velocidade.

Materiais: Bolas.

Bola acima, bola abaixo: O professor colocará os alunos em duas filas. Podendo dividir em

equipes. Ao primeiro sinal, o primeiro aluno de cada fileira passará a bola por cima da cabeça

(com as duas mãos), até chegar ao último colega da fileira. Quando este pegar a bola, deverá

correr até a frente da fileira e passar a bola por cima da cabeça, dando sequência a atividade.

Assim que todas as crianças completarem e o que iniciou a atividade voltar a ser o primeiro, o

professor pedirá que todas as crianças afastem as pernas e deem sequência a atividade, sendo

que desta vez devem passar a bola por baixo, até que todos completem a tarefa. Quando

terminar esta sequência, a primeira criança deve passar a bola por cima da cabeça, e a segunda

deve pegar a bola e passar por baixo das pernas, a terceira criança deve pegar a bola embaixo

e passar por cima da cabeça, até que todos completem a tarefa.

IV. Atividade a ser desenvolvida: Bendegó – dança típica de comunidade quilombola de

Rio de Contas - Bahia

Objetivo: Conhecer uma das danças típicas da região, experimentar a dança como

manifestação cultural e favorecer o movimento do corpo.

Materiais:

Bendegó: Expor um vídeo da dança para as crianças assistirem. Explorar este

momento indagando e possibilitando a fala de todos. Confeccionar um mural, junto com as

crianças para export as informações sobre essa dança. Estas informações devem ser expostas

no mural da sala em folha de cartolina, de preferência na altura das crianças. Após essas

atividades, vivenciar a dança com as crianças incentivando-as a dançarem o Bendegó. É

fundamental o envolvimento do professor demonstrando prazer/alegria em dançar. A dança

acontece em cículo, onde os participantes batem palmas, e os pés conforme a letra e o rítmo

da música.

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Eixo temático: Música

O RCNEI aborda que, "a linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da

expressão, do equilibrio, da auto estima e autoconhecimento, além de poderoso meio de

integração social"(1998, p. 49).

V. Atividade a ser desenvolvida: Bandinha

Objetivo: Aguçar a percepção auditiva, desenvolver ritmos, descobrir novas possibilidades de

sons, construir e explorar os instrumentos musicais

Materiais: Sucatas diversas: latas de leite, tampas, garrafas pets, madeira.

Bandinha: Para o início do trabalho, o professoe escolherá uma música fácil, que as crianças

conhecer, para brincar com os ritmos e sons. É interressante que várias canções infantis sejam

exploradas, a fim de perceber quais eles dominam melhor. Depois da escolha, coloque as

crianças em roda e cante com elas a música escolhida. Enquanto cantam, a professor poderá

realizar alguns gestos, por exemplo: bater palmas no ritmo, depois os pés, estalar os dedos e

assim por diante. Realize a brincadeira várias vezes até que as crianças acompanhem o ritmo.

Em outro momento, pode-se realizar novamente o trabalho com o ritmo das crianças,

oferecendo pedacinhos de madeira ou outros objetos para cantarem e ouvirem as músicas

acompanhando com o som que os pauzinhos provocam ao serem batidos de leve no chão.

Depois desse trabalho com ritmos, a professora poderá montar uma bandinha com material

reciclável. Faça um levantamento sobre quais instrumentos elas conhecem e construa em um

cartaz coletivo a lista sugerida. Depois disso, mãos a obra. Construa um instrumento por vez

explorando todas as suas características, sons, formato, materiais necessários etc.

O professor auxiliará as crianças na construção da bandinha. Após a construção dos

instrumentos, a bandinha se apresentará na escola, para os colegas.

Chocalhos: embalagem de iogurte, garrafa pet, latas. Colocar pedrinhas ou grãos dentro do

chocalho.

Tambor: Latas em geral. Pode-se forrar emborrachado, tecido, plástico para mudar o som.

Cuíca: Amarrar um barbante nas extremidades de embalagens de iogurte. O som é emitido ao

puxar o barbante.

Chocalho de tampinhas: Madeira com cinco ou seis tampinhas de garrafa de metal amassadas

até virarem pequenos discos. Faça um furo no centro, do tamanho suficiente para as

tampinhas deslizarem através de um fio de arame. Passe o arame no furo da tampinha; prenda

o fio, como um varal, nas duas extremidades superiores da forquilha. A criança segura o

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chocalho e movimenta-o com ritmo.

Cocos: Casca de coco cortada ao meio e lixada.

Guizos: um pedaço de cabo de vassoura. Passe os guizos no arame e prenda-os nas

extremidades do cabo de vassoura.

VI. Atividade a ser desenvolvida: Qual é o som?

Objetivo: Estimular e enriquecer a capacidade auditiva, desenvolver a concentração.

Materiais: Objetos que façam barulho, como: sino, buzina de bicicleta, boneco de borracha,

ou instrumentos musicais. Um tecido de TNT grande e preto.

Qual é o som: Coloque no chão, de 3 a 5 objetos sonoros em fila. Esconda os objetos com o

tecido para que as crianças não os vejam. As crianças devem se sentar no chão. Retire o tecido

e faça um som usando cada um dos objetos, para que se familiarizem com os sons. Cubra-os

novamente, e faça um som com apenas um dos objetos, pedindo para que as crianças

descubram qual é o objeto que produz aquele som. Sempre que conseguirem descobrir,

parabenize as crianças, estimulando-as.

Eixo temático: Artes Visuais

Segundo o RCNEI, “enquanto desenham ou criam objetos também brincam de “faz-de-conta”

e verbalizam narrativas que exprimem suas capacidades imaginativas, ampliando sua forma

de sentir e pensar sobre o mundo no qual estão inseridas" (1998, p. 93).

VII. Atividade a ser desenvolvida: Releitura de obras de arte

Objetivo: Explorar as possibilidades de representação das ideias das crianças, utilizando tinta

e recursos diversificados, proporcionar a criança atividades que favoreçam a fala e a

expressão dos sentimentos.

Materiais: Tintas, pinceis, papeis, telas para pintura.

Releitura de obras de arte: Escolher um pintor “patrono” da turma. A professora deverá

fazer um estudo com as crianças sobre esse pintor, trazendo para a sala de aula informações

da vida, obras, e o que achar conveniente. Se for um artista da cidade, poderá fazer uma visita

para conhecer a obra pessoalmente. Depois desse estudo, oferecer para as crianças

observarem a obras do pintor e escolher uma para fazer a releitura. A criana deverá ficar a

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vontade para pintar, de forma que o professor não interfira na sua criação. Poderá ser feita

também a obra da criança. Após essa atividade, a professora poderá realizar uma exposição

com as obras.

VIII. Atividade a ser desenvolvida: Mágica das cores

Objetivo: Reconhecer a diferença entre as cores, relacionar o nome com a cor correta,

perceber que a mistura de cores resulta em outras.

Materiais: Tintas-guache das cores primárias: azul, amarelo e vermelho, pincéis.

Mágica das cores: Deixe as crianças em ambiente em que elas possam brincar com a tinta

sem medo da sujeira. Comece o tema da aula, cores, perguntando as crianças quais as cores

preferidas e apontando para objetos ao redor para que elas lhe digam a cor.

Esclareça que existem três cores primárias, que não conseguimos obter com qualquer

combinação. Mas elas são as mais importantes, porque, por meio delas, surgem todas as

outras. Fale e mostre as cores primárias: o azul, o amarelo e o vermelho.

Utilizando os pinceis, pinte as palmas das mãos das crianças, uma de cada cor, relembrando o

nome das cores, enquanto isso, peça que elas repitam “azul”, “vermelho”, “amarelo” enquanto

pinta. Escolha uma combinação para começar, e faça a mesma com todas as crianças (ou seja,

todas devem ter uma mão amarela e uma vermelha). Quando todas estiverem devidamente

pintadas, instrua-as a fechar os olhos e esfregar as palmas uma na outra, misturando as tintas.

Anuncie que uma cor nova irá aparecer quando elas abrirem os olhos! Essas são as cores que

surgirão, após todas as misturas.

Amarelo + vermelho = laranja,

Vermelho + azul = roxo,

Azul + amarelo = verde.

Converse com as crianças sobre esse processo de mistura de cores, explicando como acontece.

Em seguida, peça para lavarem as mãos para tentarem obter uma nova combinação. Repita a

atividade até ter experimentado as três possibilidades.

Eixo temático: Linguagem Oral e Escrita

“A educação infantil, ao promover experiências significativas de aprendizagem da

língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, se constitui em um

dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso

ao mundo letrado pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao

desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro competências

lingüísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever” (RCNEI,1998, p. 117).

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IX. Atividade a ser desenvolvida: Rodinha Animada

Objetivo: Compartilhar experiências, desenvolver a habilidade de falar, perguntar, responder,

expor idéias, dúvidas, descobertas e dúvidas.

Materiais: Livros, brinquedos, fotografias, e outros objetos de acordo com o tema a ser

explorado, caixa, cd de música.

Rodinha Animada: A rodinha animada deverá acontecer antes do início das atividades em

sala. Todos podem sentar no chão, em círculo. O professor deverá explorer a rodinha de

acordo com p tema a ser estudado, por exemplo, meio ambiente. É interessante o professor ter

sempre um livro, no caso do tema citado acima, poderá ser o livro Mundinho Azul, de Ingrid

Biesemeyer Bellinghausen. A professor contará a história, e a partir daí a conversa na rodinha

se inicia. O professor deverá ficar atento para não antecipar as respostas, para não perder a

oportunidade de acompanhar o desenvolvimento do pensamento infantil. É importante

observer que a comunicação se dá de muitas formas - gestos, ações, movimentos, sons e

palavras. Observe as necessidades específicas de cada um e planeje novas atividades e boas

intervenções. Estimule a participação dos mais tímidos valorizando os saberes e habilidades

deles. A história pode ser substituída por uma caixinha surpresa, com algum objeto em que o

professor queira exploar.

X. Atividade a ser desenvolvida: Descobrindo palavrinhas

Objetivo: Diferenciar desenho, palavra, sílaba e letra, incentivar a leitura de palavras e

associar aos desenhos.

Materiais: Papel, desenhos, palavrinhas digitadas, cola, tesoura, potinhos de sorvete

(reutilizar).

Descobrindo palavrinhas: Potinhos de sorvete com quatro figuras, quatro tiras com as

palavras, as sílabas e as letras das respectivas palavras.

O jogo consiste em abrir o envelope e separar as figuras, as palavras, as sílabas e as letras.

Organizar as figuras e tentar descobrir a palavra – nome da figura. Durante o desenvolvimento

do jogo, a professora falará a palavra – nome da figura em voz alta, perguntando com que

letra inicia a palavra, daí as crianças tentarão formar o nome do objeto.

O professor mediará a todo o momento o jogo, pois terá que observar os grupos, interferindo

se necessário, pois as crianças podem ser de níveis de construção de escrita diferentes.

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Eixo temático: Natureza e Sociedade

Segundo o RCNEI: “é importante que as crianças tenham contato com diferentes elementos,

fenômenos e acontecimentos do mundo, sejam instigadas por questões significativas para

observá-los e explicá-los e tenham acesso a modos variados de compreendê-los e representá-

los” (1998, p. 166).

XI. Atividade a ser desenvolvida: Jogo da memória dos animais

Objetivo: Trabalhar raciocínio e lógica, desenvolver percepção visual, aprender tipos

existentes de animais, conhecer e nomear os animais.

Materiais: Papel, desenhos de animais, cola, tesoura, potinhos de manteiga para guardar.

Jogo da memória dos animais: Conversar sobre os tipos e espécies diferentes de animais,

(cavalo, sapo, papagaio, coelho, borboleta, cachorro, cobra, passarinho e peixe). Trabalhar a

memorização da criança e reconhecimento de algumas espécies de animais e seus nomes no

jogo da memória. O jogo pode ser em grupos ou duplas. Outra sugestão é pedir para as

crianças desenharem o animal que mais gosta no papel sulfite, depois colorir. Com a ajuda do

professor, recortar para montar um quebra cabeça.

XII. Atividade a ser desenvolvida: Trânsito na escola

Objetivo: Conhecer os meios de transportes e os sinais de trânsito, incentivar o respeito aos

pedestres. Materiais: Caixas de papel (creme dental, remédio,), papel lustro, tintas, pinceis,

cola, tesoura, apito.

Trânsito na escola: Elaborar, com a ajuda do professor, um carro feito de caixa de papelão.

Apresentar as figuras de meios de transporte para verificar quais são conhecidos dos alunos.

Estabelecer uma conversa a respeito de cada um dos meios de transporte apresentados, para

que são usados, se já viram de perto, quem o dirigia, entre outros aspectos. Perguntar de que

modo os alunos se deslocam de casa até a escola – a pé, de ônibus, de bicicleta, se são

trazidos de carro, metrô, entre outros. Com base nas experiências dos alunos no trânsito da

cidade, abordar aspectos como as placas de sinalização para orientar o trânsito, as cores do

semáforo e seus significados; a função das faixas de segurança, entre outros aspectos.

Após essa conversa inicial, convidar os alunos a brincarem de faz de conta de trânsito. Para

isso disponibilizar as caixas e comentar que elas podem ser utilizadas como se fossem os

veículos. Logo que todos os alunos estiverem “motorizados”, propor um passeio pela escola.

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Os alunos podem produzir sons com a boca simulando o barulho de automóveis. Nesse

momento, podem ser criadas simulações de situações de trânsito: apresentar um cartaz com a

ilustração de um sinaleiro que alterne as cores ou, então, o professor pode atuar como o

guarda de Trânsito, utilizando um apito para orientar a movimentação dos “veículos”.

Pode-se convidar os alunos a atuarem como guardas de trânsito – caso haja muitos candidatos,

realizar sorteio. Combinar um tempo para haver substituição dos “guardas” na brincadeira.

Propor que alguns alunos da turma fiquem com seus “carros” e a outra metade se torne

“pedestres”. Organizar situações como atravessar a rua pela faixa de segurança, descer e subir

em carros (sempre pelo lado onde fica a calçada); entre outras situações.

Eixo temático: Matemática

"Diversas ações intervêm na construção dos conhecimentos matemáticos, como

recitar a seu modo a sequência numérica, fazer comparações entre quantidades e

entre notações numéricas e localizar-se espacialmente. Essas ações ocorrem

fundamentalmente no convívio social e no contato com histórias, contos, músicas,

jogos, brincadeiras etc." (RCNEI, 1998, p. 213)

XIII. Atividade a ser desenvolvida: Contando no tabuleiro

Objetivo: Desenvolver o conceito de número e sequência numérica.

Materiais: Tabuleiro (madeira ou papelão) individual com 20 divisões, um dado com pontos

ou numeração, material de contagem para preencher o tabuleiro (fichas, tampinhas).

Contando no tabuleiro: Contando no tabuleiro Contando no tabuleiro Contando no tabuleiro

Contando no tabuleiro Contando no tabuleiro Cada jogador, na sua vez, joga o dado e coloca

no tabuleiro o número de tampinhas indicado no dado. Os jogadores devem encher seus

tabuleiros.

XIV. Atividade a ser desenvolvida: Sacola Mágica

Objetivo: Trabalhar a noção de quantidade.

Materiais: Uma latinha, um dado, materiais variados (em quantidade): tampinhas, botões.

Sacola Mágica: Uma criança joga o dado, lê o número e retira da latinha a quantidade de

objetos correspondente à indicação do dado. Passa a vez a outro jogador, até que todos os

objetos sejam retirados da sacola. Podemos comparar as quantidades no final (mais/menos,

muitos/poucos).