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Sábado 12 | Setembro | 2015 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 869 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita semmais SOCIEDADE PÁGINA 2 QUASE 600 FAMÍLIAS PEDIRAM FALÊNCIA ESTE SEMESTRE O número de famílias que pedem insolvência na região está ainda longe da média nacional. Este primeiro semestre voltou a ser duro, com 575 casos declarados, menos sete em relação ao período homólogo do ano passado. NEGÓCIOS PÁGINA 12 VINHOS “ERMELINDA FREITAS” CONQUISTAM CHINESES E AUMENTAM EXPORTAÇÕES No mais reputado concurso de vinhos da China, a “Casa Ermelinda Freitas” conquistou 19 novas medalhas, algumas delas de Duplo Ouro. Leonor Freitas, o rosto da empresa, diz que quer chegar aos 10% de exportações só naquele mercado. ABERTURA PÁGINA 3 FUNDAÇÃO GULBENKIAN DISTINGUE DUAS ESCOLAS DO DISTRITO Os estabelecimentos de ensino “Carlos Gar- gaté”, na Charneca da Caparica, e a “Manuel Gargaleiro”, na Amora, foram distinguidas pela Fundação Gulbenkian, com o prémio EMA “Es- tímulo à Melhoria das Aprendizagens”. PUBLICIDADE QUEREMOS INVERTER CICLO DE ESTAGNAÇÃO DO DISTRITO E REPOR APOIOS SOCIAIS ENTREVISTA LEGISLATIVAS 2015 ANA CATARINA MENDES CABEÇA DE LISTA DO PARTIDO SOCIALISTA O combate ao desemprego, a reanimação das pequenas e médias empresas, e a reposição dos apoios sociais, são bandeiras com que o PS se apresenta ao eleitorado do distrito. Ana Catarina Mendes, cabeça de lista e presidente da federação socialista, afirma que estes quatro anos foram «dramáticos» e acusa a ministra das finanças (que volta a ser cabeça de lista da coligação de direita por Setúbal) de ter «abandonado» o distrito e os seus eleitores. POLÍTICA PÁGINA 8 A CASA DO PEIXE RESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167

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Edição do Semmais de 12 de Setembro

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Page 1: Semmais 12 Setembro 2015

Sábado 12 | Setembro | 2015

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 869 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interditasemmais

SOCIEDADE PÁGINA 2QUASE 600 FAMÍLIAS PEDIRAM FALÊNCIA ESTE SEMESTRE O número de famílias que pedem insolvência na região está ainda longe da média nacional. Este primeiro semestre voltou a ser duro, com 575 casos declarados, menos sete em relação ao período homólogo do ano passado.

NEGÓCIOS PÁGINA 12VINHOS “ERMELINDA FREITAS” CONQUISTAM CHINESES E AUMENTAM EXPORTAÇÕES No mais reputado concurso de vinhos da China, a “Casa Ermelinda Freitas” conquistou 19 novas medalhas, algumas delas de Duplo Ouro. Leonor Freitas, o rosto da empresa, diz que quer chegar aos 10% de exportações só naquele mercado.

ABERTURA PÁGINA 3FUNDAÇÃO GULBENKIAN DISTINGUE DUAS ESCOLAS DO DISTRITO Os estabelecimentos de ensino “Carlos Gar-gaté”, na Charneca da Caparica, e a “Manuel Gargaleiro”, na Amora, foram distinguidas pela Fundação Gulbenkian, com o prémio EMA “Es-tímulo à Melhoria das Aprendizagens”.

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QUEREMOS INVERTER CICLO DE ESTAGNAÇÃO DO DISTRITO E REPOR APOIOS SOCIAIS

ENTREVISTA LEGISLATIVAS 2015 ANA CATARINA MENDESCABEÇA DE LISTA DO PARTIDO SOCIALISTA

O combate ao desemprego, a reanimação das pequenas e médias empresas, e a reposição dos apoios sociais, são bandeiras com que o PS se apresenta ao eleitorado do distrito. Ana Catarina Mendes, cabeça de lista e presidente da federação socialista, afirma que estes quatro anos foram «dramáticos» e acusa a ministra das finanças (que volta a ser cabeça de lista da coligação de direita por Setúbal) de ter «abandonado» o distrito e os seus eleitores.POLÍTICA PÁGINA 8

A CASA DO PEIXERESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167

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SOCIEDADEDESLOCALIZAÇÃO DESTES PROFISSIONAIS GEROU GRANDE DESCONTENTAMENTO E HÁ AINDA MUITOS CASOS POR RESOLVER

Funcionários judiciais colocados em Alcácer do Sal regressam a Setúbal já em outubro

DISTRITO SURGE EM TERCEIRO NO RANKING NACIONAL, COM MENOS SETE POR CENTO EM RELAÇÃO A IGUAL PERÍODO DO ANO PASSADO

575 famílias já pediram falência na região durante o primeiro semestre deste ano

ENTREVISTA ROBERTO DORESFOTOS SM

Os dez funcionários judi-ciais que há um ano foram transferidos do tribunal de

Setúbal para o de Alcácer do Sal, a mais de 50 quilómetros, já rece-beram a garantia de que deverão regressar à capital de distrito du-rante o mês de outubro, após a conclusão das obras no Palácio da Justiça, segundo avançou a es-crivã Isabel Simões. A empreitada tem um prazo de 396 dias.

O próximo mês vai marcar o regresso de uma dezena de funcionários do tribunal de Setúbal deslocados em Alcácer do Sal. Mas há ainda profissionais do distrito que saem de casa às 07h00 e regressam a casa pelas 21h00.

O problema da insolvência das famílias abranda pouco e mantém preocupação, no caso das empresas os números relevam uma melhoria, após anos de cavalgada de falências.

Os trabalhadores que mora-vam em Setúbal e que estavam a 15 minutos do local de trabalho viram esse tempo ser largado às duas horas – com ida e volta – após a deslocalização para o tri-bunal de Alcácer do Sal, conver-tido em 2014 numa secção de proximidade, mas que viria a al-bergar provisoriamente as sec-ções de execuções e de comér-cio/insolvências, até conclusão das obras no edifício do Palácio da Justiça sadino. Porém, há ainda funcioná-rios que vivem em Lisboa, Bar-

cato dos Magistrados do Minis-tério Público, António Ventinhas, não poupa o novo mapa judiciá-rio em vigor. «Algumas secções centrais e tribunais de compe-tência especializada estão situa-dos a uma distância superior a 100 quilómetros de algumas lo-calidades», disse, enquanto tam-bém os juízes estão preocupados com estes casos. «Estamos a fazer um levan-tamento do que se está a passar pelo país todo, para ver se é pre-ciso criar novas secções espe-cializadas e se em algumas sec-ções locais se justifica a especialização», adiantou a pre-sidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses ( ASJP), Maria José Costeira. A ASJP vai apresentar esse es-tudo apenas depois das eleições legislativas, marcadas para 4 de outubro, mas a mesma juíza con-ta que tem colegas que já estão a fazer julgamentos complexos nas secções locais que deveriam servir apenas para processos simples e causas de baixo valor. «Há colegas que estão a fazer isto porque as pessoas queixam- se de que não têm dinheiro para se deslocar», explicou.

reiro e Moita, tendo passado a apanhar o autocarro diariamen-te rumo a Alcácer. Pessoas que saem de casa antes das 07.00 horas e que passaram a regres-sar depois das 21.00. A revolta que na altura era transmitida pelos funcionários viria a agravar o descontenta-mento que marcou os últimos meses em torno do tribunal de Alcácer do Sal, o mesmo que, na prática, acabava de ser extinto, com o desaparecimento do Co-marca do Alentejo Litoral, para funcionar apenas como secção

ENTREVISTA ROBERTO DORESFOTOS SM

O distrito de Setúbal está em linha com a maioria das regiões portuguesas,

tendo seguido a tendência da re-dução de falências entre as fa-mílias, mas ainda se encontra longe da média nacional. Ou

seja, a dificuldade em pagar as dívidas para se conseguir sobre-viver já levou a que 575 pessoas tenham declarado falência nos primeiros seis meses deste ano na península, o que traduz me-nos sete insolvências face ao mesmo período de 2014, ficando muito abaixo da média do país que surge fixada nos 9% face 2014. É o resultado do Instituto Informador Comercial (IIC),

uma consultora de gestão de crédito que faz o cálculo diário de insolvências de empresas e singulares através dos despa-chos do Diário da República.Setúbal surge como o terceiro distrito que apresenta o maior número de famílias que declara-ram falência nos primeiros seis meses de 2015, com o total 575 pedidos, contra 582 em 2014. Ou seja, uma variação de menos 7%.

O ano 2013 tinha sido melhor, com 493 processos, bem abaixo do 559 de 2012 e, sobretudo, dos 227 de 2011, antes da entrada da troika em Portugal.Já no que diz respeito às pessoas coletivas, as estatísticas do IIC sublinham que o distrito de Se-túbal teve 18 pedidos de insol-vência nos primeiros seis meses de 2015, 27 em 2014 e 28 em 2013. Uma tendência para a curva descendente nos últimos três anos.

Número é mais do dobro do registado em 2011

O número de famílias que pedi-ram falência este ano no distrito é, assim, mais do dobro dos pri-meiros seis meses de 2011, antes da aplicação das medidas de austeridade acordadas no pro-grama de ajustamento assinado com a troika, sendo que a ten-dência de queda de insolvências que se regista na maioria das re-giões do pais, é, em grande parte,

de proximidade, onde um só funcionário orienta os utentes em direção à nova Comarca de Setúbal. À porta do Palácio de Justiça uma faixa reivindicou durante semanas o regresso do tribunal.

Culpas imputadas ao novo mapa judicial

Por estas e por outras, os procu-radores vieram agora a terreiro criticar as distâncias a que a jus-tiça se encontra dos cidadãos, sendo que o presidente do Sindi-

explicada pelo boom de Proces-sos Especiais de Revitalização (PER). Recorde-se esta ferramenta foi criada pelo governo em 2012 que tem como principal objetivo re-cuperar a situação económica de um devedor que comprova-damente se encontre em situa-ção de insolvência ou de dificul-dade económica.Os números oficiais mostram que no primeiro semestre o nú-mero de famílias que recorreu a este mecanismo disparou mais 80%, sublinhando Natália Nu-nes, coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobre endividado (GAS) da Deco, que se tem regis-tado «um grande número de pessoas que recorrem ao PER, muitas vezes como alternativa à declaração de insolvência», diz, acrescentando que o PER, quan-do bem-sucedido, «permite a re-abilitação da família sem o es-tigma da falência e de todo o formalismo que o processo acarreta.

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SOCIEDADE

A ideia é criar alavancas motivacionais, utilizando novas tecnologias de ensino. Envolver os alunos em atividades estruturadas fora da escola, em parceria com a comunidade local, é outro dos desafios.

Os dois projetos candida-tos pelos agrupamentos de escolas Carlos Garga-

té, na Charneca de Caparica, e Manuel Cargaleiro, na Amora, ao Estímulo à Melhoria das Apren-dizagens (EMA) integram a lista de sete contemplados com o fi-

A “CARLOS GARGATÉ”, NA CHARNECA DE CAPARICA, E A “MANUEL GARGALEIRO”, NA AMORA, FORAM OS ESTABELECIMENTOS CONTEMPLADOS

Duas escolas da região distinguidas pela Fundação Gulbenkian

ENTREVISTA A SUSANA ALVES, RESPONSÁVEL DE IMAGEM E COMUNICAÇÃO DO COLÉGIO S. FILIPE, EM SETÚBAL, ASSUME FUTURO DA INSTITUIÇÃO

«O Colégio está a crescer de forma sustentada»

ENTREVISTA ROBERTO DORESFOTOS SM

nanciamento da Fundação Ca-louste Gulbenkian. «Inovar – Laboratório de Es-tímulo Web das Aprendizagens» é o projeto da escola Carlos Gar-gaté, enquanto a secundária Ma-nuel Cargaleiro centrou aten-ções no «Tejo: um rio de conhecimento», tratando-se de uma iniciativa dirigida à dinami-zação das respetivas escolas, na qual a questão pedagógica vai

Susana Alves, o ano lectivo está já aí à porta. No Colégio S. Filipe está tudo preparado?

Sim. Como é apanágio desta ins-tituição, vamos começar o novo ano escolar com muito empe-nho, dedicação e com a certeza de que vamos continuar a traba-lhar para garantir a melhor for-mação aos nossos alunos.

A abertura do 10º ano é a grande novidade do Colégio S. Filipe mas não é a única…

Temos muitas novidades. A nossa estrutura mudou um pouco. Estamos a crescer de forma exponencial e sustentada. Vamos iniciar o 10 º ano e vamos também retomar a valência da creche, muito a

ser a aposta prioritária, com o apoio da área envolvente. O projeto EMA, que ambicio-na vir a utilizar as tecnologias no ensino, não apenas no sentido lúdico, mas, sobretudo, no senti-do pedagógico, surge apoiado pela Fundação Calouste Gul-benkian, tendo como objetivo «incentivar o aparecimento, o desenvolvimento e a divulgação de projetos inovadores, de qua-

lidade, promovidos por agrupa-mentos de escolas que fomen-tem o sucesso dos alunos através da sua participação em atividades devidamente estrutu-radas e realizadas em parceria com entidades externas à comu-nidade escolar», segundo expli-cam os promotores.

Estimular intervenção para a aprendizagem

Com esta iniciativa, a Funda-ção visa estimular a apresenta-ção de propostas de interven-ção que, para além de refletirem a ligação à comunidade e a en-tidades e instituições públicas e/ou privadas, bem como a ou-tras escolas, facilitem as apren-dizagens nas áreas disciplina-res, fomentem a criatividade e o espírito de iniciativa dos alu-nos e desenvolvam competên-cias de formação escolar, so-

cial, profissional e pessoal, conducentes à promoção da qualidade educativa. Neste sentido, para a seleção das propostas, foi condição alta-mente prioritária o envolvi-mento de parceiros cofinan-ciadores dos projetos. Esclarece ainda a Funda-ção que os projetos a concreti-zar deverão funcionar como alavanca motivacional para toda a comunidade escolar através do seu envolvimento, do manifesto interesse que ve-nham a demonstrar pela ade-quação à especificidade de cada agrupamento e pelos im-pactos positivos que venham a provocar, dentro e fora das es-colas. Ao lado das duas escolas do distrito foram ainda apoiados os agrupamentos do Redondo, Al-valade (Lisboa), Águeda Sul, Pe-niche e Cerco (Porto).

pedido dos pais que têm cá os filhos mais velhos. No ano passado suprimos a creche mas verificámos uma grande procura e, por considerarmos que os valores e os princípios pelos quais o colégio se rege devem ser incutidos desde cedo aos alunos, resolvemos reabrir esta valência.No pré-escolar e no 1º ciclo in-troduzimos a meditação, uma actividade que estimula a con-centração e ajuda as crianças a vários níveis. Para além destas novidades, este ano o colégio resolveu atribuir bolsas de tudo aos alunos do 10º ano com bom desempenho aca-démico e pessoal.

E a nível pedagógico e curricular o que há a destacar?

Apostámos no reforço da carga horária do português e da mate-mática no 2º e 3ºciclos, discipli-nas base e essenciais para a vida futuro dos nossos alunos, seja qual for a área profissional que queiram seguir. Melhorámos também o nosso modelo de tra-balho direccionado aos alunos com necessidades educativas especiais, através de um apoio directo de terapeutas em várias áreas, como psicomotricidade, psicologia, psicologia educacio-nal e vocacional e terapia da fala. E, vamos ter também três enfermeiras no colégio, em ho-rários rotativos.

Qual o peso da vertente artística nesta escola?

É de uma importância extrema.

A expressão dramática foi sem-pre uma aposta do colégio. Va-mos também ter um clube de teatro e um clube de debate, que tem como propósito estimular as crianças e jovens a debaterem temas pertinentes para a socie-dade.

Esta é uma escola aberta à comunidade em geral?

Completamente. Durante todo o ano promovemos actividades dirigidas a toda a população, como por exemplo o mercado gourmet, cuja segunda edição já está marcada para maio. Esta-mos sempre disponíveis para acolher novos projectos e de braços abertos a quem queira vir conhecer a nossa «casa».

Este ano há novas parcerias estabelecidas?

Sim. Para além dos protocolos com várias empresas e entida-des e, à semelhança da relação que temos com o Remo Clube Lusitano, este ano assumimos uma parceria com o ginásio Pro-fitness para a realização de aulas de natação, natação para bebés e de hidroginástica na nossa pis-cina. Tentamos dar o máximo de usufruto aos nossos espaços. Temos um campo aventura, uma quinta pedagógica, e a pis-cina. Fazemos festas de aniver-sário aos fins-de-semana. Pro-curamos, cada vez mais, expandir a utilização das nossas instalações.

O Colégio S. Filipe acaba de ser galardoado com a Bandeira Verde Eco-escolas. O que repre-senta esta distinção?

É o reconhecimento do trabalho que todos nós, professores, au-xiliares e alunos, fazemos diaria-mente em prol da preservação do meio ambiente. Para nós é um orgulho receber este galar-dão e fica, desde já, a garantia de que tudo faremos para o honrar.

Esta escola está envolvida em vários projectos de cariz social e solidário…

Sim. Apoiamos várias associações e organizações, como a The Big Hand, Meninos D´Oiro, Step By Care. Faz parte da nossa missão ajudar quem mais precisa e, por isso, estamos disponíveis para co-laborar com projectos solidários. Este ano, os nossos alunos irão também ter um contacto directo com os idosos, através da coope-ração com um lar de terceira idade.

A filosofia desta instituição assenta em que valores?

A família é a base e o pilar da nossa filosofia. No nosso colégio prioriza-mos a relação entre os profissionais que aqui trabalham, os alunos e os pais. Estamos sempre disponíveis para receber os pais, para ouvir as suas sugestões e opiniões. A forma-ção das crianças começa em casa. O apoio da família é fundamental para o bom desempenho académi-co e pessoal do aluno.

No Colégio S. Filipe está tudo a postos para dar início a mais um ano lectivo. A competência e a qualidade do ensino caracterizam esta instituição privada, de caracter inclusivo e solidário. A abertura do 10º ano é uma das grandes apostas.

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SOCIEDADE

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SUSANA CIRÍACO FAZ BALANÇO POSITIVO, EMBORA O CONSUMO DE ÁLCOOL POR JOVENS CONTINUE A SER A PREOCUPAÇÃO DE SEMPRE

Cortejo das Vindimas recupera garra do público

Realizador de Sesimbra distinguido mundialmente no SILAFEST

ENTREVISTA ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

É «positivo» o balanço da Festa das Vindimas, que decorreu de 3 a 8

deste mês em Palmela. À se-melhança de anos anterio-res, atraiu milhares de pes-soas, isto porque «o S. Pedro não pregou nenhuma parti-da» e porque os nossos vi-nhos são de «grande quali-dade», começa por referir a presidente da Associação de Festas, Susana Ciríaco. Susana Ciríaco revelou que o cortejo “Uvas são Vida”, coreografado por Amílcar Caetano, e a mar-cha das Vindimas, da autoria de José Condeça e Rui Terri-nha, foram do «agrado de todos» e contribuíram para um «aumento ligeiro» de público, em comparação com o ano passado. A responsável sublinhou que o percalço das adegas «foi resolvido rapidamente, com a delimitação física do recinto» (ver caixa), en-quanto a nível da segurança

as coisas também correram bem. «Há a registar apenas um ferido ligeiro nas larga-das e algumas situações de comas alcoólicos, números esses inferiores aos do ano passado», vincou, relem-brando que a adega de Rio Frio «desistiu à última da hora por não ter assegurado pessoal para o stand, já de-pois de termos construído um espaço para eles». Por seu lado, Sara Mar-garida, que se estreou como madrinha da marcha das Vindimas, realçou que se tratou de «mais um desafio que correu muito bem». «Ja-mais me passaria pela cabe-ça um dia interpretar a mar-

cha de uma festa que tem tanto destaque e tanta tradi-ção como a Festa das Vindi-mas», acrescentando, emo-cionada, que além de ter gostado «imenso» de ir no cortejo a cantar a marcha, não se vai esquecer do mo-mento em que, após a elei-ção da rainha, interpretou a marcha na varanda do tea-tro S. João. «Desconhecia esta tradição e, para mim, foi o ponto alto desta minha ‘aventura’».

«Recuperámos a garra do público»

José Condeça, que regres-sou à organização do cortejo das Vindimas 9 anos depois, mostrou-se satisfeito e or-gulhoso com «o trabalho, que foi conseguido e muito aplaudido. É preciso ter uma grande paixão e amor por isto, que não tem preço. A garra que sentimos do pú-blico nas ruas, que estava a desaparecer, foi recuperada. A essência da festa é o corte-jo e o trabalho apresentado é altamente positivo».

PRODUTORES DE VINHO REVOLTADOS COM COMISSÃO DE FESTAS Os 11 produtores de vinho presentes na Festa das Vindimas estão descontentes por terem sido impedidos, pela GNR, de vender, na noite do dia 5, garrafas de vinho em vidro. Em sinal de protesto, as adegas uniram-se e fecharam e apagaram as luzes dos stands. Os produtores de vinho afirmam que «a situação poderia ter sido evitada» logo no primeiro dia das festas, com a delimitação do espaço onde se encontravam os stan-ds. “O espaço foi delimitado, de forma precária, no segundo dia das festas. Foram os próprios produtores que na reunião de preparação para a festa, com a comissão, que sugeriram essa medida. A comissão não resolveu o problema logo no primeiro dia porque não colocou em prática a proposta dos produtores”, afirmam as adegas em comunicado, que acrescentam: “Conhecemos a problemática do excesso de con-sumo de álcool e do perigo da venda de garrafas de vidro e queremos contribuir para minimizar estes problemas mas terá de haver bom senso entre todas as partes”. Susana Ciríaco, a presidente das festas comenta: «Se analisarmos bem o espaço da festa, verificamos que a zona onde se encontram as adegas, já é um espaço delimita-do geograficamente, e sempre assim se considerou. São as próprias adegas que refe-rem que esta questão foi sempre resolvida em estreita colaboração com as autorida-des publicas, ora, isso verificou-se em 2013 e em 2014. Não seria suposto ser também assim resolvido este ano? Este comandante da GNR está em Palmela há três meses e é a primeira vez que esta situação acontece», questiona a presidente, que sublinha: «A Associação das Festas de Palmela sempre acompanhou os produtores, sempre os manteve informados e quando foi necessário atuou com a colocação de baias no dia 6».

Já Amílcar Caetano, o co-reografo da marcha das Vin-dimas, afirmou que foi uma «honra trabalhar com Con-deça, uma pessoa que co-

Carlos Sargedas foi dis-tinguido como melhor realizador, no 7º SILA-

FEST. Festival Internacional, pelo filme-documentário “Cabo Espichel Em Terras de Um Mundo Perdido”. Para Carlos Sargedas foi um “enorme prazer e um orgulho” receber este galardão, que reconhece, assim, a qualidade do tra-balho e o empenho e a de-dicação com que realiza as suas obras. O 7º SILAFEST. Festival Internacional realizou-se, na semana passada, em Veliko Gradiske, Silver Lake, na Sérvia. Além desta distinção, o realizador acaba de saber que o mesmo documentá-rio está também nomeado

nheço há 30 anos. Este ano foi mais um êxito que obtive-mos. Foi uma ideia 5 estrelas do Condeça, que apoiei des-de o início. A reação do públi-

co foi muito positiva, porque viram que o cortejo deu uma grande volta e foi diferente. Este ano demos uma pedra-da no charco».

para um prémio no 4º In-ternational Tourism Film Festival, que terá lugar em Zagreb, na Croácia. Fotógrafo, realizador e produtor, Carlos Sargedas

O período crítico dos incêndios termina no final do mês, re-

lembram as autoridades do distrito de Setúbal, alertan-do que as proibições se mantêm. Neste momento não é possível realizar quei-madas nem queimar matos cortados e amontoados. A lei não permite também

também Director do Finis-terra Arrábida Film Festi-val (em Sesimbra, Portu-gal) e Presidente da Arrábida Film Commisison (Portugal).

Proteção Civil alerta que risco de fogos continualançar balões com mecha acesa ou qualquer tipo de foguetes e realizar fogueiras para recreio ou lazer e para confeção de alimentos. Nos espaços florestais é proibi-do fumar, lançar pontas de cigarro para o chão ou fazer lume de qualquer tipo no seu interior ou nas vias que os delimitam ou os atraves-

sam. Nos trabalhos e outras atividades que decorram nos espaços rurais não é permitida a circulação de tratores, máquinas e veícu-los de transporte pesados que não possuam extinto-res, sistema de retenção de faúlhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de esca-pe ou chaminés.

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SOCIEDADE

A Academia de Formação – ATEC, em Palmela, e a dele-gação de Setúbal do Institu-

to de Emprego e Formação Profissional (IEFP), receberam, ontem, a visita do Presidente da Republica, no âmbito de mais uma jornada do «roteiro para uma eco-nomia dinâmica orientada para a educação e formação profissio-nal». Cavaco Silva afirmou que a aposta no ensino e formação pro-fissional é «decisiva para reforçar o crescimento económico e com-bater o flagelo do desemprego». Depois de percorrer as oficinas destas duas escolas de ensino e formação profissional, Cavaco Sil-va iniciou o seu discurso afirman-do que esta jornada teve como principal objectivo «chamar a atenção para esta opção dos jo-vens que combina o seu ensino com uma formação profissional e que lhes permite um mais fácil acesso ao mercado de trabalho». Para Cavaco, as escolas que vi-sitou são um bom exemplo daqui-

TEXTO RITA MATOSFOTOS SM

lo que se está a fazer no país neste domínio. «Estas escolas garantem cursos com um elevadíssimo nível de empregabilidade e um reco-nhecimento muito forte». Ao longo da sua intervenção, o Presidente reforçou a importância da via de ensino profissionalizante para os muitos jovens e desempre-gados da região e de todo o país «Esta é uma das tarefas mais no-bres que se realiza no nosso país: qualificar jovens e aqueles que perderam os seus empregos para entrarem no mercado de traba-lho”, sublinhou, revelando que há uma meta por atingir. «Temos de conseguir que, em 2020, cinquen-ta por cento dos jovens do ensino secundário estejam na via profis-sionalizante». Cavaco Silva enalteceu o tra-balho realizado nestas escolas, considerando-o «decisivo para aumentar a competitividade das nossas empresas, para reforçar a inovação, a criatividade e, conse-quentemente, para que os produ-tos portugueses mais facilmente conquistem novos mercados». Considerando que «não tem

quentaram cursos de aprendiza-gem em Portugal e que o IEFP apoiou cerca de 310 mil pessoas em medidas de emprego e 535 mil em medidas de formação profis-sional. Já no primeiro semestre deste ano a actividade do IEFP be-neficiou 196 mil pessoas em medi-das de emprego e 305 mil em me-didas formação profissional.

qualquer sentido o estigma» que ainda se coloca em relação ao en-sino profissionalizante, Cavaco Silva chamou a atenção para a ne-cessidade de continuar a apoiar esta área. «Encontrei hoje aqui uma grande interação entre as es-colas, os estabelecimentos de ensi-no superior e as empresas decisivo para reforçar o crescimento eco-nómico de forma sustentada e para combater o flagelo do desem-prego».

«O IEFP não cria um único posto de trabalho», diz Jorge Gaspar

Jorge Gaspar, presidente do IEFP, realçou a importância da do traba-lho desenvolvido pela instituição à qual preside. «Formar e qualificar para o mercado de trabalho são tarefas que exigem um profundo conhecimento da realidade do país, da economia, das empresas, das perspectivas de investimento, das políticas de base local, e das pessoas No IEFP temos esse co-nhecimento». Jorge Gaspar adiantou ainda que em 2014, 40 mil jovens fre-

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SETÚBAL

CONVITE AOS SETUBALENSES

REQUALIFICAÇÃO E MELHORAMENTOSDO LAR DR. FRANCISCO PAULA BORBA

12 de SETEMBROJardim do Lar Dr. Francisco Paula Borba

16:30 — Receção aos Convidados17:00 – Discurso do Sr. Bispo, Sr. Provedor e da Sra. Presidente da Câmara17:30 – Visita às Instalações18:00 – Lanche | Convívio

O ProvedorFernando Cardoso Ferreira

PRESIDENTE DA REPUBLICA VISITOU DUAS ESCOLAS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DA REGIÃO

Cavaco Silva realçou a importância da via de ensino e formação profissional

Realizador de Sesimbra distinguido mundialmente no SILAFEST

JOVENS TALENTOS RECEBIDOS PELO CHEFE DE ESTADOApós a visita às oficinas da escola de formação do IEFP, o Presiden-te da República, Cavaco Silva, en-tregou diplomas de reconheci-mento a um grupo de jovens que participaram, e foram distingui-dos, no Campeonato do Mundo das Profissões, realizado, em S. Paulo, no Brasil. Estes jovens re-ceberam oito certificados de ex-celência e uma medalha “The best of the Nation”.

Embora reconhecendo que es-tes números reflectem a «confian-ça que a sociedade deposita no IEFI», Jorge Gaspar frisou que o Instituto não cria nenhum posto de trabalho. «São as empresas que in-vestem e que criam emprego. Compete ao IEFP acompanhar a dinâmica económica de criação de emprego».

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GRÂNDOLA ESTRADA DO LOUSAL COM OBRAS À VISTA

A estrada de acesso ao Lousal, a EM 545, que se encontra bastante esburacada está em vias de ser melhorada. Está já em fase de adjudicação a empreitada de recupe-ração do troço que pertence ao concelho de Grândola. A intervenção, orçada em mais de 48 mil euros, prevê o reperfila-mento da plataforma, a execução de ber-mas com 0,50 em cada lado da estrada, a regularização das valetas e a pavimenta-ção em tapete de betume betuminoso.Segundo o presidente Figueira Mendes, o estado da referida via «reflete o abandono a que esteve sujeita nos últimos anos», pelo que «são legítimas as reivindicações das populações, visto estarmos a falar de uma via em elevado estado de degradação».Os restantes 300 metros que comple-tam esta via pertencem ao concelho de Santiago, estando os dois municípios em conversações para que os mesmos tam-bém sejam alvo de obras.

ALMADA MUNICÍPIO DISTRIBUI PASTA ESCOLARA entrega da pasta escolar aos alunos do 1.º ano do 1.º ciclo do básico da rede pú-blica prossegue até dia 16, no desportivo do Feijó. Mais de 1600 alunos vão receber gratuitamente uma mochila com mate-riais escolares e os manuais adotados na sua escola, no âmbito do programa Pasta Escolar, promovido pelo município. A entrega da Pasta Escolar às famílias de-corre das 9h30 às 20 horas, e este domin-go, em que o horário é até às 13 horas. Para o levantamento dos materiais, as fa-mílias deverão fazer-se acompanhar dos documentos de identificação do aluno e do encarregado de educação.O encarregado de educação pode autori-zar outra pessoa a levantar a Pasta Esco-lar do seu educando. Para o efeito, deve preencher uma declaração, devendo esta ser acompanhada de fotocópia dos docu-mentos de identificação do encarregado de educação e do educando.

MOITA PALCO DAS GRAVAÇÕES DA TELENOVELA “SANTA BÁRBARA” A Praça da República e o edifício dos Paços do Concelho, na Moita, entre outros locais no concelho, estão a ser palco para as gravações da telenovela “Santa Bárbara”, que começará a ser transmitida, brevemente, em horário nobre, na TVI.“Santa Bárbara” é o nome escolhido para a vila de ficção onde a ação se desenrola. A “vila de Santa Bárbara” é ao mesmo tempo a personagem central da história e o palco principal de toda a narrativa. Todas as histórias, de todas as personagens, passam pela evolução da vila, a evolução dos personagens principais e das suas paixões e conflitos. Santa Bárbara é uma vila mineira esquecida no tempo que vai voltar a estar no mapa, graças à descoberta de um novo filão de ouro e à reabertura das minas. O edifício do município vai ser, durante a telenovela, a Câmara Municipal de Santa Bárbara.

BARREIRO CIDADE SEM CARROS POR UM DIA A S.energia – Agência Regional de Energia, em parceria com o Barreiro, Moita e Monti-jo, organiza dia 22, o Dia Europeu sem Car-ros -, a 2.ª edição do “Eu Vou!!!”, este ano com o lema “Um dia dou folga ao carro…Hoje é o dia”.Esta ação, que decorre no âmbito das come-morações da Semana Europeia da Mobili-dade 2015, uma vez mais, pretende promo-ver a utilização dos transportes públicos e dos modos suaves, sendo estes “entendidos como os meios de deslocação e transporte de velocidade reduzida, ocupando pouco espaço e com pouco impacte na via pública e sem emissões de gases para a atmosfera como a simples pedonalidade ou a desloca-ção com recurso a bicicletas, patins, skates, trotinetas ou quaisquer outros similares”.A edição visa abranger um púbico mais vasto e dirige-se aos funcionários e cola-boradores de todas as entidades públicas e privadas com instalações nos municípios do Barreiro, Moita e Montijo.

ALCÁCER DO SAL MUNICÍPIO OFERECE MANUAIS DO 1.º CICLO A Câmara Municipal de Alcácer do Sal vai oferecer a todos os alunos do 1.º ciclo do ensino básico do concelho os manuais escolares.No ano letivo, 2015/ 2016, serão abrangidos por esta oferta cerca de 413 alunos das diversas escolas do concelho. O custo relativo à aquisição dos manuais escolares de português, inglês, estudo do meio e matemática será de 24 mil e 783 euros. Trata-se, segundo a vereadora da Educação, Ana Chaves, de um «esforço por parte da autarquia para ajudar as famílias das crianças que frequentam o ensino básico, minimizando os enormes encargos com a educação».O ano letivo arranca no próximo dia 21 de setembro. A entrega dos manuais vai decor-rer durante a semana em que se iniciam as aulas.

SINES AUXILIARES DAS BÁSICAS VISITARAM AMBILITAL

As auxiliares das escolas básicas do con-celho visitaram recentemente o aterro e o centro de triagem da AMBILITAL, em Ermidas-Sado.A visita ocorreu no âmbito do projeto de implementação da recolha de resíduos sólidos urbanos nas quatro escolas bá-sicas do concelho, desenvolvido pelo município no seu programa de Educação Ambiental. Participaram na visita 50 auxiliares das três básicas de Sines e da básica de Porto Covo. Nas instalações da AMBILITAL, fi-caram a conhecer o que acontece ao lixo, tanto o indiferenciado como o reciclável. A AMBILITAL é a empresa intermunicipal que explora o sistema integrado de reco-lha e tratamento dos resíduos sólidos ur-banos dos municípios de Alcácer do Sal, Aljustrel, Ferreira do Alentejo, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines.

SESIMBRA PEIXE E ARTE NAS RUAS DA TERRA

A paisagem urbana de Sesimbra ganhou outro encanto nos últimos meses. Ins-pirados nas tradições locais, artistas de todo o país decoraram perto de 40 portas, janelas, muros e paredes, transformando--as em autênticas obras de arte.Os trabalhos foram feitos ao longo das três edições do projeto Sesimbra é Peixe e Arte na Rua, que arrancou há 1um ano e tem conquistado moradores e visitantes, transformando-se em mais um atrativo turístico da vila.Inserida na campanha Sesimbra é Peixe, a iniciativa tem como objetivo enaltecer os fatores históricos, culturais, étnicos, pai-sagísticos e ambientais ligados ao peixe e à comunidade sesimbrense.

SETÚBAL CIDADE HOMENAGEIA A FADISTA GEOGETE DE JESUS

O “Fado em Setúbal”, projeto que percorre todas as freguesias do concelho com con-certos em espaços públicos, culmina com um espetáculo este sábado, dia 12, à noite, na Praça de Bocage, que homenageia a fadista Georgette de Jesus.O evento de encerramento da nova iniciativa, organizada pelo município, em parceria com as juntas de freguesia, conta com atuações de diversos fadistas, como António Al-meida, Carla Lança, Cecília Silva, Eduardo Silva, Eugénio Almeida, Fernando Anselmo, Inês Pereira e Joana Lança.Luís Miguel, Maria do Céu Ribeiro, Ramiro Costa, Sara Margarida e Susana Almeida são os restantes cantores participantes no espetáculo, acompanhados por Manuel Carlos, na guitarra portuguesa, e Carlos Pinto, na viola de fado. No final, há uma homenagem à fadista setubalense Georgette de Jesus.

ALCOCHETE AÇÕES DE FORMAÇÃO EM TIC NA BIBLIOTECA A biblioteca local retoma as formações em tecnolo-gias de informação e comunicação (TIC) para o pú-blico em geral. Em setembro, as ações vão ter início na biblioteca de Alcochete e na ludoteca da Fonte da Senhora.Repartidas em doze sessões, cada uma com a dura-ção de 2 horas, estas ações de formação de iniciação à informática têm como intuito dotar os formandos das competências básicas para que consigam utili-

zar as tecnologias de informática no dia-a-dia.“Iniciação à informática” é uma das ações de formação dinamizada pela biblioteca de forma contínua e que tem registado uma elevada participação de cidadãos de todas as idades, estando já na sua 40.ª edição. Tendo em conta esta forte adesão, e de forma a facilitar a participação de mais cidadãos, a biblioteca da terra já promoveu a descen-tralização desta iniciativa no Samouco e em S. Francisco.

SANTIAGO DO CACÉM AUDITÓRIO DA ESPAM VAI PARA OBRAS A Câmara, a Secundária Padre António Macedo (ESPAM) e a Ajagato assinaram, dia 8, na sala de sessões do município, um contrato para a realização de obras no auditório da ESPAM (Vila Nova de Santo André).Os objetivos passam por garantir uma maior qualidade para os espectadores e para os artistas, a par da melhoria de condições técnicas no equipamento, que se assume como o único espaço na freguesia de Santo André que está apto para a realização de determi-nadas atividades culturais, como são exemplo as peças de teatro no âmbito da Mostra Internacional de Teatro de Santo André (e não só), ou os espetáculos levados a cabo pela associação Quadricultura ao longo do ano, entre outras associações da freguesia e do município que ali têm desenvolvido as suas iniciativas culturais.

PALMELA QUIOSQUE EM AUSCULTAÇÃO PÚBLICAS

O município está a desenvolver uma proposta para concessão de um quiosque no largo de S. João, pelo que decidiu lançar a auscultação pública, de 14 de setembro a 15 de ou-tubro, que pretende levar a população a refletir sobre o espaço público e a sua ocupação.O município está empenhado em promover a qualificação do espaço público, que se quer de dimensão humana, acolhedora, com equipamentos de qualidade e bem infra-estruturados, que proporcionem mais atratividade e qualidade de vida.O quiosque tem uma área coberta de 53 metros quadrados, com mais 24 de esplanada. O projeto e os materiais foram selecionados de forma a obter o mínimo impacto pos-sível nas vistas a partir do largo e na sua ocupação.

MONTIJO FEIRA QUINHENTISTA CELEBRA FORAL A feira quinhentista, que termina este domingo e que assinala as comemorações sobre a data de atribuição do foral novo à Aldeia Galega, no âmbito da reforma dos forais promovida por D.Manuel I, pretende enquadrar os seus visitantes num ambiente de realização dos ofícios de época, de visita de mercadores de outras paragens, de tascas e tavernas com vários folguedos de dança, música, poesia, saltimbancos e teatro.O destaque vai para a realização do evento, corresponderão à apresentação de qua-dros históricos, baseados em factos e lendas, de três momentos importantes passados em Aldeia Galega do Ribatejo e que irão dar a conhecer alguns dos períodos da nossa história: A chegada de El-Rei D. Manuel I ao Cais das Faluas; a Estação da Mala Posta e a Lenda de Aldegalega.

SEIXAL SEMANA DA MOBILIDADE MUDA HÁBITOS

A 14.ª edição Semana Europeia da Mo-bilidade decorre de 16 a 22 de setembro por várias cidades da Europa e o Seixal volta a aderir ao desafio com um conjun-to de iniciativas para o público em geral e atividades dirigidas à comunidade es-colar e aos trabalhadores da autarquia. “Escolhe. Muda. Combina” é o tema este ano da campanha que fomenta as viagens multimodais e propõe um conjunto de alternativas de transpor-te sustentáveis aos cidadãos, através de debates, contos e encontros, per-cursos pedestres e de bicicleta, testes a veículos amigos do ambiente, ações de formação, e visitas a operadores de transportes públicos.

LOCAL

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SEMMAIS | SÁBADO | 12 DE SETEMBRO | 2015 | 7

DESPORTO

A cidade sadina tem um novo emblema desportivo. Chama-se FC Setúbal e caracteriza-se como um clube de «guerreiros», com uma identidade «muito própria», e com uma missão social de elevada responsabilidade: integrar na sociedade os jovens setubalenses oriundos de bairros carenciados e projectá-los para o mundo do futebol profissional, dando-lhes a oportunidade de mostrarem o talento até então desconhecido.

NOVO CLUBE DA CIDADE DÁ OPORTUNIDADE A JOVENS DE BAIRROS SOCIAIS E QUER FORMAR «GUERREIROS»

FC. Setúbal quer lançar jogadores para o futebol profissional

ENTREVISTA RITA MATOSFOTOS SM

Mário Leandro, um apai-xonado por Setúbal, ex--jogador de futebol e li-

gado desde sempre ao desporto rei, é o presidente do clube e o mentor do projecto que pode ser o começo da concretização de um desenho antigo. «O meu grande sonho era ser jogador de futebol profissional, ganhar mui-to dinheiro, meter-me num avião, ir até África e distribuir alimentos a toda aquela popula-ção. Não tive essa oportunidade mas tenho muita fé», conta Má-rio Leandro. Criar um clube com uma identidade muito própria e liga-do à cidade de Setúbal era o grande anseio de Mário Leandro. Com a sua experiência, contac-tos e o apoio de vários amigos conseguiu fundar o FC Setúbal.

“Este é um projecto com uma responsabilidade social. Quere-mos e vamos construir um grande clube. Não tenho nenhuma pres-são. Se acreditarmos tudo é possí-vel: encontrar patrocinadores, in-vestidores, ganhar campeonatos e chegar à primeira liga ”, afirma Mário Leandro, destacando aque-la que considera ser a característi-ca ímpar do FC Setúbal. “Nesta casa todos são presidentes. Quero que toda a gente se sinta dono desta associação e que sinta a mesma paixão que eu, o mesmo prazer e o mesmo orgulho. Este é um clube aberto e transparente”.

De Setúbal para o mundo…

O clube conta com uma equipa de jogadores em cada escalão: infantis A, iniciados e seniores. Esta última é constituída por vinte atletas, todos oriundos do bairro da Bela Vista, em Setúbal. Conseguir chegar a mais jovens,

cheios de garra e com o futuro risonho à espreita, nascidos e criados nos bairros mais desfa-vorecidos de todos o país, é o principal objectivo, e simultane-amente, a grande responsabili-dade social do novo emblema da cidade do Sado. “Cheguei ao bairro da Bela Vista por intermé-dio de um amigo que ali vive, o Valdo. A equipa sénior não esta-va pronta e ele começou a apre-sentar-me aos miúdos do bairro. Comecei a achar engraçado, a sentir a grande garra que eles têm e a criou-se uma empatia entre nós. Cheguei a ter quarenta miúdos no treino”. Sensível e solidário, Mário Leandro assume, por agora, to-das as despesas inerentes à acti-vidade do clube. Não faz contas ao dinheiro gasto, fá-lo com todo o prazer e com a certeza de que o investimento neste projecto dará frutos preciosos. Aliás, já está a dar. «O mais importante é ver

Desde Sheffield a Setúbal

Cidade de longas tradições industriais, nos domínios da metalurgia leve,

Sheffield sempre foi uma notável vizinha e rival da poderosa Manchester, também no futebol, em tempos idos que diferem dos actuais. É bem sabido que os dois Manchester (City e United) estão na ribalta mundial enquanto que o principal Sheffield (também United) milita na 2ª Divisão na permanente intenção de acesso à Liga principal.Presentemente tal desígnio assume especial intensidade, com dinheiro fresco vindo da Tailândia e um plantel reforçado com assinalável presença de portu-gueses: o técnico-mor Carlos Carvalhal com 2 adjuntos e três jogadores de apreciada qualida-de- Marco Matias. J. João e Melo.

QUATRO LINHAS

DAVID SEQUERRAColaborador

Num campeonato muito difícil, com 22 equipas em prova, o Sheffield tem vindo a aguentar--se nas 6 primeiras jornadas e o treinador Carlos Carvalhal surge como credor de elogios.Estudioso, aplicado, de progres-siva cultura técnica, Carlos Carvalhal, lá longe, relembra Setúbal onde viveu, deixou amigos e fez trabalho positivo há meia dúzia de anos.Daí o título desta crónica para o “Semmais” correlacionando a cidade britânica com a bem nossa “rainha” do Rio Azul.Conhecemos Carlos Carvalhal há mais de 40 anos era ele um promissor juvenil do Sporting de Braga, o seu berço de origem.Defesa central, enérgico e resoluto, foi por nós chamado a um mini estágio no Jamor, uma curiosa imitação do consagrado “Estágio

Gillette”, em França, onde jovens dos 15 aos 18 anos, de 7 nacionali-dades, conviviam sob o signo de uma necessária humildade dado que tinham que praticar aquela em que se distinguiam e experi-mentar as naturais dificuldades ao ensaiar todas as demais.Por cá, sob minha condução, foi possível reunir uns 30 jovens do Futebol, Ténis, Raguebi, Voleibol e Ciclismo e, desde Braga, veio o geniquento Carlos Carvalhal a dar seguras indicações de que queria ser alguém no futebol.E foi o que aconteceu, com acesso rápido à 1ª categoria dos “arsena-listas” sem abandono dos seus estudos, o que é sempre louvável.Boa carreira, licenciatura obtida em Educação Física, esforço conseguido até ao Mestrado e natural sequência de actividade como treinador.

Passou por Setúbal, evoluiu bastante, rumou a Espanha e ao Oriente, reforçou prestígio pessoal e ei-lo a ser convidado para concretizar os desígnios do Sheffield, sob os efeitos do poder dos cifrões, oriundos da Tailân-dia, através dos muito endinhei-rados irmãos Sansary. Atento e codicioso veio “à pesca” em Portugal, conseguindo assim promissores reforços muito em especial o de Marco Matias que andará perto da Selecção Nacional, de Fernando Santos.

Dos contactos que temos mantido nestes últimos tempos, directos ou não, podemos assegurar que Carlos Carvalhal, feliz em Sheffield, não esquece Setúbal.Farei o possível para que este “Semmais” chegue até à cidade de além-Mancha e, entretanto, ficamos a “torcer” para que o “velho” Sheffield tenha vida nova em 2015 com a tão desejada conquista do acesso à Liga Principal britânica.

aqueles miúdos felizes e satisfei-tos por jogarem à bola e por po-derem fazer o que mais gostam», sublinha o responsável. Mário Leandro acredita que o FC. Setúbal não mais irá acabar e que muitos dos jovens que já fa-zem parte do clube têm à sua es-pera uma carreira no futebol profissional. «Há pelo menos cinco atletas da nossa equipa sé-nior que em Fevereiro vão assi-nar um contrato com uma equi-pa de futebol profissional. Mas, é preciso que trabalhem muito e que tenham a sorte de não sofrer nenhuma lesão».

«Vamos mostrar trabalho e progresso»

No que diz respeito aos mais no-vos, Mário Leandro afirma que a família é o pilar da formação. «Sem o apoio da família é impos-sível. Para além dos treinos e da competição, há a festa, a amiza-

de, o convívio». A escola de for-mação tem como propósito for-mar as grandes promessas do futebol e fomentar a competição saudável. «Queremos que estes miúdos tenham fair play, que saibam perder e ganhar justa-mente. O nosso maior adversá-rio somos nós próprios».No FC Clube há uma regra que se impõe. “Todos os que estejam inscritos no clube farão parte da competição oficial. Todos fazem parte da equipa”. Embora o clube ainda não te-nho muitos patrocinadores, está já a conseguir sensibilizar e mo-bilizar muitas pessoas. «Hoje é um dia. Estamos a trabalhar para arranjar parceiros, patrocinado-res, sócios, para ajudar neste projecto. O importante é mostrar trabalho, organização, alegria, paixão, vontade de vencer». Os treinos, da formação e da equipa sénior, realizam-se no campo do Casal das Figueiras, no Viso, cedido pela Câmara Muni-cipal de Setúbal. Os jogos terão lugar no relvado municipal de Palmela. «O nosso objectivo é jo-gar em Setúbal. Mas, sabemos das dificuldades que a Câmara tem. Há cinco campos para nove clubes», frisa Mário Leandro, confiante no futuro. «Temos a certeza de que com o trabalho, progresso e organização que va-mos mostrar teremos o nosso lugar em Setúbal». Embora o futebol seja a cen-tralidade, o FC. Setúbal tem aspi-rações de vir a introduzir novas modalidades desportivas, como o basquetebol, o andebol e o atletismo.

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POLITICAANA CATARINA MENDES, CABEÇA DE LISTA DO PS ÀS LEGISLATIVA, AFIRMA QUE MARIA LUÍS ALBUQUERQUE ABANDONOU O DISTRITO E É O ROSTO DA AUSTERIDADE

«Temos uma agenda para virar a página de estagnação do distrito e voltarmos a apoiar quem mais necessita»

Quais as primeiras impressões deste período de campanha no terreno?

Tem sido essencialmente de contacto e proximidade com os eleitores e sen-timos que as pessoas têm uma enor-me vontade de mudar. Diria que parte do eleitorado já não tem dúvidas de que somos alternativa de confiança.

O que lhes tem dito, que ‘bandeiras’ está o PS a usar neste confronto eleitoral na região?

Vale a pena dizer que temos um dis-trito de grandes potencialidades, no setor económico e no capital huma-no, reforçamos essa ideia a cada dia. E por isso, sublinhamos que o gover-no e direita não teve ao longo destes quatro anos nenhuma estratégia para o distrito. Daí, termos hoje um número de desemprego superior à média nacional e uma destruição de postos de trabalho que é grave e que é urgente corrigir. Se olharmos para o exemplo daquilo que tem sido a poli-tica para o porto de Sines, que é uma espécie de jóia da coroa, sistematica-mente esquecido pela direita, perce-bemos esse desvario estratégico, que compromete emprego e desenvolvi-mento económico.

Não há estratégia portuária, mas o governo até quer estender o porto de Lisboa à região…

É um bom exemplo do que pretendo dizer. Este governo anunciou para a complementaridade do porto de Lis-boa com o porto de Setúbal, depois ignora esta complementaridade e anuncia a um porto de contentores na Trafaria e, por último, que vai ha-ver um porto de contentores no Bar-reiro, primeiro de águas profundas e agora já não se percebe se o será. É muito desnorte no que significa de visão estratégica para o distrito. Acrescento que entre 2005 e 2011, o porto de Sines tornou-se a porta atlântica da Europa e ali foram feitos investimentos muito grandes pelos vários governos socialistas, que fo-ram esquecidos, com o desperdiçar de fundos comunitários.

Está a referir-se a que situações em concreto?

Da falta de investimento na linhas ferroviária e rodoviária, que visavam

a ampliação do Terminal XXI. E de ter havido um investimento mínimo à custa dos privados. Estes dois exem-plos são claros de como nós podía-mos ter estancado a sangria do de-semprego neste caso particular. Temos que potenciar ao máximo es-tas nossas duas plataformas portuá-rias, com o PS será assim.

Mas sabe que a construção de algumas dessas vias já foram anunciadas, julgo que seguiram para Bruxelas…

Foram anunciadas mas não foram feitas. É essencial que se concreti-ze a ligação Sines/Badajoz, bem como a ligação Sines/Beja. Estas duas obras têm que ser feitas para que a ampliação do Terminal XXI possa fazer sentido.

E que mais alavancas preconiza o PS para ganhar emprego?

Bom, como sabemos faliram no dis-trito um número muito significativo de empresas, é urgente reanimar os apoios diretos, que passa por baixar os custos fiscais, de contexto e apoiar a inovação. Repare, estamos a falar de um distrito que diminuiu 13% a atividade na área da indústria, e de um volume de negócios que caiu abruptamente. As empresas foram estrangularam e com isso perdeu-se força económica e desbaratou-se o potencial do distrito.

Mas há que aduzir a realidade concreta, a crise financeira foi decisiva. Ou terá sido apenas desinvestimento por parte do governo?

O que se verificou nestes quatro anos, foi uma paralisação e uma es-tagnação do investimento no distrito. Temos, aliás, a ministra das finanças - que é o rosto das políticas de auste-ridade em conjunto, é que é cabeça de lista pela coligação de direita -, que nunca soube olhar para o nosso distrito, diria mesmo que abando-nou-o. A ligação que se conhece ao distrito foi ter sido cabeça de lista em 2011 e voltar a sê-lo agora. Sou deputada por este distrito há muitos anos, e há muitos anos que acompanho as dificuldades dos dis-trito. Por isso diria que, fruto das po-líticas de austeridade, que implica-ram cortes nos salários, cortes nos

mínimos sociais, aumento da carga fiscal sobre as famílias, falências das empresas e consequente desempre-go, numa situação dramática nunca vista. Foram destruídos 50 mil pos-tos de trabalho, que gerou muita emigração, e muito desemprego. E, mais grave, 44% dos desempregados no distrito estão sem qualquer pro-tecção social.

Também partilha da ideia de que os números do desemprego têm sido mascarados?

As estatísticas valem o que valem, mas considero que nos temos um numero de desempregados superior ao que é dito pelo INE, porque não nos podemos esquecer das 350 mil pessoas que emigraram, nem dos que estão hoje desencorajadas de procurar emprego e que não contam para as estatísticas. Se acrescentar-mos as pessoas que estão em progra-mas ocupacionais, teremos uma no-ção mais real do que se passa nesta área. E isto não seria tão dramático, caso uma em cada dez pessoas não estivesse desempregada no distrito. É fácil encontrar na rua famílias in-teiras desempregadas.

Logo, esse cenário não mudou grande coisa…

Não só não mudou, como se agravou nos últimos quatro anos. Onde estão essas melhorias na vida das pessoas? E se não fosse, com a iniciativa do PS e do BE, a pressão do Tribunal Cons-titucional, ainda estariam pior, por-que os cortes salariais seriam agra-vados. Isso permitiu que, claro, as pessoas tenham agora mais um pou-co de rendimento disponível, que consumam mais e isso mexe a eco-nomia, como sempre defendemos.

Mantêm a promessa da redução do IVA na restauração?

Está assumido e é para cumprir. Te-mos que reanimar esse setor, que dá emprego e é muito forte como tecido empresarial. Acreditamos que o país não pode andar para a frente, sem que as empresas não fiquem tão asfi-xiadas fiscalmente e que as famílias ganhem podem de compra.

Tem insistido na ambição de imple-mentar a sua agenda para a década

na região. Isso significa o quê?

A grande ambição é que a região vol-te a ser central do desenvolvimento do país. Tanto a Península de Setúbal, integrada na Área Metropolitana de Lisboa, como o Litoral Alentejano, têm todas as condições para fortale-cerem esta ideia de conciliar qualida-de de vida, desenvolvimento econó-mico e preservação ambiental. E sempre que fomos governo olhamos a região com esta visão e empreen-demos investimentos.

Tem essa ideia de que as governações socialistas foram ‘amigas’ do distrito?

Há razões para assim pensar e poder afirmá-lo. Repare no seguinte, o pro-grama da CDU diz ter como objectivo a redução da taxa do IMI, de 0,5 para 0,4 %, mas depois olhamos para onze dos treze concelhos da região geridos por essa força política, que aplicam, nesse imposto, a taxa máxima e, em casos, até a ultrapassam.E porque temos uma escola de turis-mo em Setúbal, porque o governo PS percebeu que a vertente turística é um setor essencial ao distrito e não podíamos estar a formar profissio-nais no Algarve ou no Estoril. Aliás, o turismo é essencial para a economia do distrito. Veja-se o exemplo de uma gestão autárquica socialista, como a de Carlos Beato, em Grândola, que empreendeu uma estratégia nunca vista no desenvolvi-mento turístico de parte do litoral alentejano, com destaque para Tróia. E, com a mudança para a CDU, esse sinal foi sendo esbatido.E mesmo na área da requalificação do parque escolar, com erros, pode-mos dizê-lo, fizemos uma revolução, agora travada por este governo, como é o caso da Escola João de Bar-ros, no Seixal, sem as mínimas condi-ções de funcionamento.

Mais grave é o facto de termos menos 17% de alunos na região…

Estamos confrontados com um enorme problema demográfica no distrito, que registou menos oito mil nascimentos nos últimos quatro anos.

Imputa esse fenómeno ao governo?

Não da forma como pretende, mas passamos a ter taxas de retenção e de abandono escolar acima da média, devido ao facto de as famílias não te-rem condições para os pôr a estudar. Sabe que passámos de 20 para 31 por cento nos índices de pobreza infantil, muitos pais perderam o Rendimento Social de Inserção (RSI), com dificul-dades de assegurar uma coisa básica, a alimentação das suas famílias. Quando sabemos, que o ministro da educação deste governo negociou com as editoras um aumento dos li-vros escolares em 2% - o que mais uma vez revela a sua falta de sensibi-lidade social -como é possível que pais desempregados, estrangulados pelos cortes salariais, pela carga fis-

cal e pelos custos de vida, consigam assegurar a escola aos seus filhos.

O que lhe parece mais dramático em termos sociais no distrito?

Termos 20 por cento de pobreza, o que é vergonhoso. Temos muitas pessoas que perderam complemento solidário para idosos e temos muitas pessoas com perderam o RSI, por te-rem ganho mais dinheiro ou porque encontraram novas formas de rendi-mento, mas porque o governo alte-rou os critérios. Estamos a falar entre 10 a 15 mil pessoas, um número mui-to significativo. E essas pessoas no distrito vivem à custa das cantinas sociais, da igreja e das IPSS.

O PS predispõe-se a mudar muita coisa na área dos apoios sociais?

Vamos repor rapidamente os míni-mos sociais para estas pessoas que precisam. Prevemos a criação de um complemento salarial para os traba-lhadores mais pobres, os que estão com salários mínimos têm que ter um upgrade para poder face aos cus-tos da sua vida, mas também os fo-ram excluídos da protecção social. Estamos a falar de cerca de 20 mil pessoas, que precisam de uma res-posta urgente, porque são desempre-gados de longa duração, que dificil-mente encontrarão trabalho. Temos a obrigação de encontrar soluções para que estas pessoas vivam com o mínimo de dignidade.

Com o ataque ao desemprego na ponta da língua, a cabeça de lista do PS, acredita que o distrito tem condições para voltar a um ciclo de crescimento económico e afirma que um governo socialista irá repor muitos dos apoios sociais que o atual governo sonegou aos cerca de 20 mil desprotegidos da região. E não tem dúvidas que Maria Luís Albuquerque (que volta a ser cabeça de lista pela direita) «abandonou o distrito». Afirma também ideias e compromissos.

CONFIANÇA, RECEIO DA ABSTENÇÃO E APOSTA EM ANTÓNIO COSTAAna Catarina Mendes, dada como muito próxima de António Costa, líder do PS, diz orgulhar-se de ter construído uma lista com ruído mínimo, aprovada por dois terços dos seus pares, e baseada, como sublinha, «em políticos experientes e profissionais com provas dadas». Não adiante previ-sões eleitorais, mas diz confiar no eleitorado e na mudança.O cabeça de lista socialista, não acredita que a outra esquerda possa fazer mossa num eventual crescimento do PS no círculo eleitoral de Setúbal, mas receia a abstenção, sobretudo da classe média, «muito fustigada nos últimos anos». E pede confiança no PS e no seu líder, capaz de, como afirma, «estabelecer com-promissos, defender o interesse nacional e motiva-do para alterar o rumo do atual estado do país».

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POLITICA

Com fortes críticas ao Go-verno, apelo ao voto na CDU e realce para as lutas

e direitos dos trabalhadores, Je-rónimo de Sousa apelou para que os portugueses ponham fim à austeridade e às falsas políti-cas da direita, que têm «roubado direitos e rendimentos» aos por-tugueses. O político falava na 39.ª Festa do Avante!, que de-correu de 3 a 5, na Quinta da Atalaia, Amora, Seixal. Para Jerónimo de Sousa, «as verdadeiras opções no próximo dia 4 de Outubro não são esco-lher entre Passos e Costa, mas escolher entre a continuação da mesma política ou optar pela rutura e pela mudança, votando na CDU». Na sua opinião, a «crise que alastrou a todos os sectores da vida nacional, incluindo a justi-ça, o poder local e o próprio re-gime democrático, têm respon-

JERÓNIMO DE SOUSA, NA FESTA DO AVANTE!

«Os governos do PS e do PSD/PP têm sido os responsáveis pela crise em Portugal»

Joana Mortágua desafia as autarquias de Setúbal a acolher refugiados

Edil de Alcácer classifica o herói cubano Hernandéz de «coragem invulgar»

Provedor Justiça dá razão à JS no caso do Conselho Municipal de Juventude

sáveis: são o PS, PSD e o CDS, e os seus governos». «Em vez do corte de salários, pensões e outros rendimentos, a CDU propõe a devolução daqui-lo que foi roubado, a valorização do trabalho e dos trabalhadores, a defesa dos seus direitos en-quanto condição de desenvolvi-mento, invertendo o caminho da precariedade, dos salários de miséria incluindo a fixação do salário mínimo em 600 euros a de 2016», sublinhou Jerónimo de Sousa. O líder comunista referiu ain-da que a CDU propõe o alívio da carga fiscal sobre os trabalhado-res e as micro e pequenas empre-sas e o combate a evasão fiscal para acabar com os escandalo-sos benefícios fiscais, tributando, de facto, o grande capital». Para que estas medidas sejam realidade, o líder comunista ape-lou ao voto na CDU. «Dar o seu

No debate entre candidatos pelo círculo eleitoral de Setúbal, promovido na

manhã do dia 8, pela Antena 1, a candidata do Bloco de Esquerda por Setúbal fez um apelo às au-tarquias do distrito para que acolham refugiados. Perante o drama humanitá-rio das dezenas de milhares de refugiados que chegam à Euro-pa fugidos da guerra e da morte certa, Joana Mortágua alertou que «ou a Europa e os Governos têm a coragem de resolver este problema com a humanidade com que ele deve ser encarado, ou a Europa vai transformar-se num cemitério». A candidata cri-ticou ainda as hesitações do Go-verno português que tentou «negociar por baixo os números de refugiados a receber pelo Es-tado português». A exemplo do que aconteceu noutros países europeus e nou-tros distritos do país, Joana Mortágua apelou às autarquias do distrito de Setúbal para que se mostrem abertas e elaborem programas de acolhimento de refugiados.

O presidente do município de Alcácer do Sal, Vítor Proença, foi uma das per-

sonalidades convidadas pela embaixada de Cuba para um en-contro com o herói do povo cubano, Gerardo Hernandéz. Vitor Proença realça que Ge-rardo Hernandéz é uma pessoa «extraordinária» e um «comba-tente patriótico cubano», com uma «coragem invulgar». «Estou muito grato e feliz por ter tido este encontro. Este herói, que esteve 16 anos preso, e que contou com a minha intercedência para ser li-bertado, contribuiu e ajudou An-gola e os angolanos a defender as suas fronteiras nos anos 80». Hernandéz, que foi um dos cinco antiterroristas cubano condenado e preso nos Estados Unidos no âmbito de um pro-cesso político, esteve em Portu-gal, na Festa do Avante!. Apro-veitando a presença em Portugal de Hernandéz, a embaixadora de Cuba, Johana Tablada, promo-veu dia 7 um encontro entre o herói do povo cubano com vá-rias personalidades, entre as quais Vítor Proença, que em ou-tubro de 2008 intercedeu pesso-

apoio e o seu voto à CDU e assim contribuir para romper com as políticas de desastre que tantas privações lhe trouxeram e con-denar os responsáveis ou, pelo contrário, votar nos partidos do arco da política de direita e per-mitir que, por mais anos, prossi-ga a exploração, o empobreci-mento, a submissão do país». Milhares de pessoas lotaram o espaço da Festa do Avante! duran-te os 3 dias repletos de multicultu-ralidade, onde não faltaram os concertos, a gastronomia, o arte-sanato, as exposições, o desporto, a festa do livro e do disco, o espaço mulher e miúdos, entre outros. Os vários palcos espalha-dos pelo enorme recinto a perder de vista encheram musi-calmente as diferentes gerações presentes, com destaque para a alegria contagiante de Txran-go; a evolução do que fazem Linda Martini; a emoção desen-

freada quando se ouve Fausto; o saudosismo que nos invade com a Brigada Vítor Jara; os ritmos dançantes de HMB e Expensive Soul e o encerra-mento em grande com os eter-nos Xutos e Pontapés. No palco 1.º de Maio Capicua levou duas

gerações a pular; e os Dead Combo silenciaram o público. De realçar também o palco Novos Valores e o palco Arraial, que mostraram a qualidade do que se vai fazendo de música em Portugal, tanto a nível amador como profissional.

almente junto da atriz Susan Sa-randan, sensibilizando-a para a luta do povo cubano e para a li-bertação dos cinco presos polí-ticos, entre eles Gerardo Her-nandéz, que agradeceu a Vítor Proença a solidariedade de-monstrada.

Combatente foi condenado pela justiça americana

Hernandéz foi condenado pela justiça norte-americana a duas penas perpétuas e a 15 anos de reclusão. Foi libertado a 17 de dezembro de 2014 no âmbito de uma troca de prisioneiros entre Cuba e as autoridades norte--americanas, sendo devolvido a Cuba depois de um total de 16 anos nas prisões norte-america-nas, juntamente com outros quatro patriotas igualmente de-tidos nos Estados Unidos. Este facto constituiu uma significativa vitória diplomática e política para Cuba, bem como para o vasto movimento inter-nacional de solidariedade que pugnou pela libertação dos Cin-co Heróis de Cuba, cumprindo--se a promessa de Fidel Castro.

Em resposta a uma queixa apresentada por um jo-vem cidadão do conce-

lho, e após inquirir o edil da Moita, o Provedor de Justiça confirma a obrigação da autar-quia em criar e pôr em funcio-namento o Conselho Municipal da Juventude, sublinhando que o mesmo não é substituível por qualquer outro fórum. De recordar que a Juventude Socialista, a vereação e os membros da Assembleia Mu-nicipal da Moita têm vindo a reclamar, junto da Câmara Municipal a criação daquele órgão consultivo para as polí-ticas locais de juventude, as-sistindo-se, dessa forma, ao «cumprimento da lei». Em ju-nho de 2012, o PS apresentou na Assembleia Municipal uma Recomendação, aprovada por maioria, com votos da banca-da do PCP.

Provedor obriga Câmara a agir

Uma lei «engendrada pelo PS» que não é merecedora da apro-vação por parte da maioria

PCP/CDU que governa o mu-nicípio da Moita, uma vez que «é apenas um fórum em que a posição tem 60 por cento de representatividade», afirmou Rui Garcia, na altura vice-pre-sidente da autarquia, em reu-nião camarária., realizada em outubro de 2012.Por considerar que estão comprometidos a legalidade, a prática democrática e os cumprimento da Constitui-ção, o Provedor da Justiça conclui que «…não só por im-posição do princípio da lega-lidade, mas também porque estão em causa outros desíg-nios constitucionalmente tu-telados, nomeadamente, de afirmação da democracia participativa, do direito fun-damental da participação na vida pública e da atenção às politicas de juventude, foi fei-to notar ao senhor presidente da Câmara Municipal da Moi-ta que urge suprir a omissão ilegal quanto ao cumprimen-to do dever de instituir um Conselho Municipal de Ju-ventude no respectivo muni-cípio».

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CULTURA

XVII Festa do Teatro superou todas as expetativas

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Mais de três dezenas de espetáculos e outras atividades culturais

contribuíram para o êxito da XVII Festa do Teatro, com muito público a marcar presença cons-tante durante o evento, realiza-do entre 20 de agosto e 5 de se-tembro. Para o diretor artístico do evento, José Maria Dias, a edi-ção deste ano «superou todas as expectativas, a todos os níveis». O diretor artístico, também responsável pelo Teatro Estúdio Fontenova, companhia sadina que organiza o certame com o apoio do município, reforça que os resultados positivos no ba-lanço final do festival significam não apenas muito público, mas também muita qualidade nos espetáculos apresentados. «Num cartaz tão preenchido como este, as salas estiveram qua-se sempre praticamente cheias e as lotações esgotadas não foram fenómeno raro», frisou, acrescen-tando que «os próprios espetácu-los foram de uma qualidade invul-gar, impressionante». A festa do teatro contou com as participações de companhias cénicas portuguesas, oriundas de Setúbal, Amadora, Beja, Covi-lhã, Faro, Lisboa e Sintra, mas também estrangeiras, com re-presentações, por exemplo, do Brasil e da Alemanha.

Maria João e Mário Lagi-nha, duas das maiores referências do jazz por-

tuguês, vão estar no Aqui Há Jazz!, que decorre de 11 a 20 des-te mês, em Sesimbra, para apre-sentar o seu mais recente traba-lho, “Iridescente”. Duo de invulgar cumplicida-de, com centenas de concertos efetuados em Portugal e no es-trangeiro, Maria João e Mário Laginha demonstram, uma vez mais, neste disco, o seu talento e criatividade. Desta vez, Maria João estende a sua capacidade criativa à composição. É de sua

Maria João e Mário Laginha passam pelos palcos de Sesimbra

De Espanha, em particular, marcou presença a Companhia Atalaya, grupo com reputação internacional e que já recebeu, inclusivamente, em 2008, a dis-tinção espanhola do Prémio Na-cional de Teatro. O programa da festa incluiu algumas novidades, como o prolongamento geográfico do certame a Sesimbra, que aco-lheu alguns espetáculos. Com a falta de apoio da Di-reção-Geral das Artes, que na véspera do arranque do certa-me divulgou a não atribuição de um subsídio de 25 mil euros à organização, José Maria Dias indicou que o Fontenova conse-

Estes desenhos são os esbo-ços para os trabalhos ins-talados no bairro da Bela

Vista. João Limpinho “ligava” assim os materias que ía reco-lhendo para a elaboração das esculturas. Há casos em que a realidade dita outras atitudes. Houve correcções ao desenho inicial. O material tem sempre razão, o escultor percebeu isso. Desse entendimento resultou o soberbo trabalho que foi desen-volvido no bairro. Para melhor se perceber o que aqui está é preciso ir lá. O bairro da Bela Vista ostenta uma grande exposição de escultura ao ar livre. Em liberdade.

guiu apresentar ao público o programa proposto apenas me-diante «muito esforço e um or-çamento muito delapidado». A companhia, que vai apresen-tar um recurso à Direção-Geral das Artes para que a decisão sobre o subsídio seja alterada, não está atualmente em condições de ga-rantir a concretização da extensão temporal, que previa atividades em novembro, uma das outras no-vidades do programa deste ano. «Só depois de uma avaliação cuidada é que nos será possível determinar se essa extensão, que incluía um concurso de tex-tos de dramaturgia, será exequí-vel», adiantou José Maria Dias.

João Limpinho na Casa da Cultura de Setúbal

autoria o tema que dá nome ao álbum e, para além disso, assina todas as letras. Os restantes te-mas e arranjos são da responsa-bilidade de Mário Laginha. O Aqui Há Jazz! prossegue com Dixie Gang, o mais antigo grupo português de jazz tradicio-nal, L’Escargot, banda com influ-ências do fado, do jazz, e do folclo-re árabe, a Academia de Música Bota Big Band, André Sousa Ma-chado Trio, Quinteto Impossível, Anabela Tavares e Yan Mikirtu-mov, e Anacruza Big Band. Os apreciadores de jazz vão poder, mais uma vez, deliciar-se

com as propostas apresentadas no Aqui Há Jazz!, que decorre no se-gundo e terceiro fim de semana de setembro, na fortaleza de Santiago, no largo da Marinha, na marginal e na praia de Sesimbra.

GANHE CONVITES PARA “NOITE DAS MIL ESTRELAS” “A Noite das Mil Estrelas”, em cena no Casino Estoril, é um musical de Filipe La Féria que conta a história do Casino Estoril e da Costa do Sol desde as suas origens à atualidade. O musical faz reviver no palco os grandes artistas que ali atuaram, como Amália, Maysa Matarazzo, Charles Aznavour, Nina, Simone, José Carreras, Montserrat Caballé, Liza Minelli, Ray Charles, Elton John, entre centenas de estrelas que brilharão no céu do Estoril neste grande espetáculo de La Féria. Alexandra, Gonçalo Salgueiro, Vanessa, Pedro Bargado, Dora, Rui Andrade, Cláudia Soares, João Frizza, Catarina Mouro, David Ripado e Inês Herédia são os protagonistas do espetáculo que apresenta um sensacional corpo de baile, coreografado por Marco Mercier, e três magníficos acrobatas. Para se habilitar aos convites basta ligar 969 431 0 85.

JOÃO LIMPINHOUMA MÃONO FERRO OUTRA DENTRO DA CABEÇACASA DA CULTURA GALERIA12 A 30 SET.INAUGURAÇÃO HOJE ÀS 18H

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CULTURA

Seixal jazz já mexe no concelho

Nos dias 16, 17, 22, 23 e 24 de outubro, o SeixalJazz apresenta um cartaz mul-

tifacetado e marcado pelo cruza-mento improvável de várias lin-guagens jazzísticas. Pela primeira vez, o festival recebe um concerto de jazz ma-nouche, protagonizado pelo trio do holandês Paulus Schäfer. O gypsy jazz deste exímio guitarris-ta, em estreia em Portugal, abre de forma inédita o SeixalJazz e traz ao auditório local o estilo ja-zzístico introduzido por Django Reinhardt na década de 1930. Dia 17, atua no SeixalJazz uma das maiores referências do jazz nacional e, certamente, um dos músicos de jazz portugueses com maior projeção internacio-nal. O contrabaixista Carlos Bica sobe ao palco para liderar o seu projeto mais notável e inconfun-dível, o Trio Azul. A segunda semana do festival começa dia 22 com o quarteto do

TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

SETÚBAL12SÁBADO21H30MÚSICAS DA EUROVISÃOFórum Municipal Luísa Todi

Espetáculo dedicado à música do Festival Eurovisão da Canção, com a presença de artistas nacionais e estrangeiros que passa-ram por diversas edições do evento televisivo. Manuela Bravo é a grande homenageada deste ano.

ALCOCHETE12SÁBADO21H30HUMOR COM DUPLA DE PESOForum Cultural

A dupla de comediantes “Quim Roscas e Zeca Estacionâncio”, uma das mais prestigiadas e requisitadas do País, bem conhe-cida da televisão e das festas populares, de norte a sul do País, promete muitos sketches de humor.

SINES12SÁBADO21H30COMÉDIA SOBRE POESIACentro de Artes

“De Camões à Tangerina” é um espetáculo cómico que prome-te revolucionar a forma como o público encara a poesia. Da autoria e protagonizada por Frederico Salvador e Luís Oliveira, conta a história de um velho e seu mordomo que, por infortú-nios de amor, vivem na falência e em isolamento, restando-lhes apenas as recordações e as memórias vivas do que foram um dia.

SANTIAGO DO CACÉM13DOMINGO21HSERAFIM DAS GARGALHADASFeira anual de Vale das Éguas O conhecido e engraçado humorista português, Jorge Serafim, promete muitas gargalhadas durante a sua passagem pela feira anual de Vale das Éguas, no concelho de Santiago do Cacém.

MONTIJO15TERÇA-FEIRA21HCONCERTO COM JORFE FERNANDO Cine-Teatro Joaquim D´Almeida

No âmbito das comemorações do Dia da Freguesia e da cerimó-nia de entrega da distinção de mérito Barca Aldegalega, o cantor Jorge Fernando dá um concerto para recordar os seus maiores sucessos.

AGENDA

saxofonista Jerome Sabbagh. Nascido em França, mas radica-do em Nova Iorque, Sabbagh tem entusiasmado o público e a críti-ca com os seus registos disco-gráficos originais e ecléticos. No dia seguinte, volta o jazz nacional e um dos seus melhores intérpretes e criadores: o saxofo-nista Rodrigo Amado traz-nos o seu Motion Trio, com Gabriel Ferrandini, Miguel Mira e um convidado especial no piano, Rodrigo Pinheiro. No último dia, o SeixalJazz

apresenta outro saxofonista ilus-tre, o norte-americano Gary Bartz. Dono de uma extensa e prolífica carreira, marcada por colaborações com músicos tão brilhantes como Miles Davis, Art Blakey ou Max Roach, Gary Bartz dispensa grandes apresentações. Paralelamente, um concerto comentado do quinteto do trom-petista Gonçalo Marques, no dia 21, marca o início do projeto peda-gógico A Escola Vai ao SeixalJazz, dirigida a alunos e professores das escolas básicas do concelho.

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Setúbal assinala o 15 de Se-tembro, Dia de Bocage e da Cidade, feriado municipal,

com várias atividades que mar-cam, igualmente, a abertura ofi-cial das comemorações dos 250 anos do nascimento do poeta. As comemorações decorrem até setembro de 2016, com o pro-grama a incluir, no dia da abertu-ra oficial, inúmeros eventos aber-tos à população e de entrada livre. Após o hastear da bandeira, às 9 horas, realiza-se a deposição de flo-res, na estátua de Bocage, às 9h30. A sessão solene evocativa do Dia de Bocage e da Cidade, com início às 10 horas, no Salão No-bre dos Paços do Concelho, in-clui a homenagem aos trabalha-dores aposentados da autarquia, a entrega das medalhas da cida-de e um momento musical com o Coral Infantil de Setúbal. Às 15 horas é inaugurada a ro-tunda “Jacinto João”, criada em memória do antigo jogador do V.

Setúbal assinala os 250 anos do nascimento de Bocage

Setúbal e localizada junto do topo sul do estádio do Bonfim. A sessão solene de abertura das comemorações dos 250 Anos do nascimento de Bocage decor-re às 16 horas, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, com a atuação de Nuno Lopes, ao pia-no, que acompanha o barítono Carlos Pedro Santos. O livro “Bocage – A Imagem e o Verbo”, de Daniel Pires, investiga-dor que dedicou vários estudos à vida e obra do poeta, é apresentado às 17 horas, na Casa da Cultura. A Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão realiza, às 18 horas, no Salão Nobre dos Paços do Con-celho, a entrega de prémios do XVII Concurso Literário Manuel Maria Barbosa du Bocage, se-guindo-se, às 18h30, no Largo da Fonte Nova, a inauguração da Mercearia Confiança do Troino. A exposição “Bocage e o Li-vro na Época do Iluminismo” é inaugurada às 19 horas, na Gale-

ria Municipal do 11. No dia 15, às 21h30, na Praça de Bocage, realiza-se o concerto inau-gural das comemorações dos 250 Anos do nascimento de Bocage, com a Orquestra do Norte, dirigida pelo maestro José Ferreira Lobo.

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NEGÓCIOSEMPRESA VITIVINÍCOLA DE PALMELA JÁ EXPORTA 40 POR CENTO DA SUA PRODUÇÃO E QUER CHEGAR AOS 20 POR CENTO SÓ NA CHINA

Vinhos “Ermelinda Freitas” conquistam chineses e fazem subir exportações

Ambilital investe 1 milhão de euros em nova central de resíduos sólidos

Terminal de Sines é palco de operação inédita com exportação de 3.650 cabeças de gado bovino

CHUVA DE PRÉMIOS A COMPROVAR EXCELÊNCIANão tem sido tarefa fácil, mas a verdade é que a “Casa Ermelinda Freitas” já ultrapassou a barreira dos 600 prémios nacionais e internacionais, o que revela a consistência da qualidade dos seus vinhos de excelência. Este ano tem sido uma autêntica chuva de prémios. O “Cabernet Sauvignon 2011” foi eleito o melhor vinho de Portugal, pela Associação Mundial de Jornalistas e Escritores de Vinhos e Licores, que já o ano passado havia distinguido com o mesmo prémio o seu “Moscatel Superior”.Recorde-se que esta associação apresenta anualmente um ranking das melhores em-presas e vinhos em termos mundiais, sendo que a empresa de Fernando Pó, em Palme-la, foi considerada este ano a 3.ª melhor em Portugal e a 24.ª a nível mundial.Para além das 19 medalhas conquistadas na China, com 7 duplas Ouro, 8 de Ouro e 4 de Prata, as últimas distinções incluem sete outras conquistadas no “Mundus Vini 2015” (1 Grande Ouro, 3 de Ouro e 4 de Prata), com o “Terras do Pó Castas Branco 2014 (Char-donnay-Viognier) a ser eleito o melhor vinho branco português na prova.

Com mais de 600 prémios conquistados dentro e fora de portas, a “Casa Erme-

linda Freitas”, uma das empresas vitivinícolas mais conhecidas do país, e um emblema empresarial da região, está a ganhar a aposta feita no mercado chinês. «Foi mais uma vez um trabalho de formiguinha, que está a resultar e estamos também a conhecer melhor a sociedade chinesa e os seus costumes, antigos e mais recentes», explica ao Semmais Leonor Freitas, a líder da empresa familiar, que desde 2009 empre-endeu uma enorme revolução com os primeiros engarrafa-mentos dos seus vinhos. A participação no “China Wine & Spirit Awards 2015”, o mais importante concurso de vi-nhos daquele país, veio consoli-dar a presença dos vinhos “Er-melinda Freitas” num gigante demográfico, cujas exportações já valem três por cento e podem chegar aos dez por cento até ao

final do ano. «É um mercado difí-cil porque procura os melhores preços e não se fidelizam facil-mente, mas começam a conhe-cer melhor os nossos vinhos e apreciam. Estamos no caminho certo», refere a empresária, já considerada, nos últimos anos, como uma das mais empreende-doras do país.

Sucesso feito sempre de mala feita pelo mundo fora

E nada acontece por acaso, e o sucesso da “Casa Ermelinda Freitas” é um dos exemplos de como é possível tornar «um so-nho em realidade», como subli-nha Leonor Freitas ao Semmais. A aventura arrancou pelas mãos da filha Joana Freitas, apontada como sua sucessora à frente dos negócios da “Casa”, dando assim sequência a uma liderança feita por mulheres. «Exportar não é tarefa fácil, carregar num botão, é um trabalho árduo, feito de persistência e saber nunca desis-tir às primeiras contrariedade. Aqui na casa, nos últimos anos, andamos sempre de mala feita,

A entrada em funcionamen-to de uma nova unidade para resíduos sólidos ur-

banos em Ermidas-Sado, no mu-nicípio de Santiago do Cacém, vai ser uma realidade até ao final do ano, num investimento de 1 milhão de euros da Ambilital, en-tidade gestora do aterro sanitário. O novo equipamento, com cerca de 4,3 hectares, vai substi-tuir o atual aterro sanitário, em fim de vida. As atuais instalações da Ambilital recebem uma média

corremos o mundo à procura de mercado e os resultados estão à vista», lembra Leonor Freitas. Resultados que colocam as exportações da “Casa Ermelinda Freitas” nos 40 por cento de toda a sua produção que, este ano, deverá atingir os dez mi-lhões de garrafas , incluindo os bag-in-box. Uma cruzada que corre cada canto do mundo,

com a Europa no topo, mas também em África e na América Latina, com destaque, neste continente, para Brasil, Colom-bia e até o México. Para isso, su-gere Leonor Freitas, tem conta-do também a presença institucional da marca “Vinhos de Portugal”, uma alavanca que os vitivinicultores portugueses têm cavalgado.

Leonor Freitas não esquece, porém, o mercado interno, ainda o que regista a maior fatia das suas vendas. «Estamos muito agradecidos aos consumidores portugueses pela escolha que fa-zem dos nossos vinhos, com rela-ção qualidade/preço muito signi-ficativos, e queremos continuar a merecer essa confiança», reafir-ma a empresário palmelense.

ENTREVISTA RAÚL TAVARESFOTOS SM

anual de 60 mil toneladas de re-síduos sólidos urbanos e de 4,5 mil toneladas de materiais reci-cláveis, recolhidas nos sete mu-nicípios servidos pela empresa, onde residem cerca de 115 mil habitantes. A Ambilital, empresa inter-municipal, gere os resíduos sóli-dos urbanos de sete municípios alentejanos, nomeadamente Santiago do Cacém, Sines, Ode-mira, Grândola, Alcácer do Sal, Ferreira do Alentejo e Aljustrel.

Arrancou na quinta-feira, no porto de Sines, uma opera-ção inédita com gado vivo,

que contempla a exportação de cerca de 3 650 cabeças de gado bovino essencialmente alentejana. A operação decorre sob respon-sabilidade da PortSines, concessio-nária do Terminal Multipurpose de Sines (TMS), no cumprimento de todas as regras fitossanitárias e aduaneiras aplicáveis a esta opera-ção especial, utilizando-se para o efeito o navio “Hostein Express”. O

movimento do gado vivo no senti-do da exportação demorará cerca de 48 horas, com destino ao porto de Haifa, em Israel. O referido terminal iniciou a sua exploração em 1992 em regime de concessão de serviço público à empresa Portsines e está vocacio-nado para a movimentação de gra-néis sólidos, carga geral e ro-ro. Dispõe de fundos até 18 metros ZH e pode receber navios até 190 mil toneladas Dwt. A sua ligação ao hinterland, que inclui a região do

Alentejo e sul de Espanha, é servida por ferrovia e por rodovia. Esta operação inédita tira par-tido da versatilidade do terminal em questão e das excelentes condi-ções para receber uma gama muito alargada de tipos de navios e de cargas. De referir que este terminal conta com uma área disponível para projetos futuros de 43 700 metros quadrados e tem a vanta-gem de ter a ZALSines contígua para apoio de serviços logísticos e aduaneiros de retaguarda.

A Casa Ermelinda Freitas continua a brilhar fora de portas e o mercado chinês começa a engrossar. As 19 medalhas conquistadas no “China Wine & Spirit Awards 2015” faz disso prova. A líder Leonor Freitas acredita na «persistência» e os resultados estão à vista. No total, as exportações valem 40 %.

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Aproximando-se o dia 4 de Outubro, data das próximas eleições

legislativas, acompanhando as notícias dou por mim a refletir sobre a situação do país e o estado de espírito das pessoas, que se vai manifestando. A par disto e em complemento consequente, toma-se nota das sondagens que vão sendo dadas a conhecer.As reflexões e os dados conver-gem naquilo que é usual reconhecer-se que somos um povo de memória curta, mais propenso ao sentimento do que à razão. Daí ser, facilmente, manipulável pela sugestão e pelos fazedores de opinião e tranquilizar os dirigentes na máxima de que tudo lhe podem fazer que, como diz o outro: “…ai aguenta! Aguenta!”.Neste período em que os portugueses são chamados à responsabilidade de decidir sobre a sua vida individual e coletiva, interrogo-me sobre como podemos ignorar todos os sacríficos a que fomos expostos, todas as decisões que levaram a alienação do país e porque não a sua soberania (?), com os resultados conhecidos, mesmo em termos macroeco-

Sete razões para apoiar Sampaio da Nóvoa

Memória curta

No dia 13 de setembro, às 17 horas, a Praça 1º de Maio (junto à antiga

Mundet) no Seixal, acolherá mais uma sessão das «Conver-sas» que António Sampaio da Nóvoa tem promovido em todo o pais para esclarecer as razões para a sua Candidatura à presidência da República, mas sobretudo para auscultar as preocupações e anseios dos portugueses sobre o tipo de sociedade onde quererão viver até ao final da década.A minha adesão ao projeto assumido pelo antigo reitor da Universidade de Lisboa vem desde a primeira hora, não se perfilando qualquer outro capaz de me dissuadir quanto às suas capacidades e competências para vir a personificar o Chefe de Estado de que os nossos concidadãos tanto carecem.Se há uns dias o jornalista Nicolau Santos listava sete boas razões para que não se votasse numa protocandidata, que o pretende desafiar como forma de afrontar o seu atual secretá-rio-geral, eu vejo outras tantas razões justificativas da posição política, que defendo.

OPINIÃO

CIDADANIAS

JORGE ROCHAMILITANTE SOCIALISTA

Diretor Raul Tavares | Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamen-to Comercial Cristina Almeida - coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Mediasado, Lda; NIPC 506 806 537 Concessão Produto Mediasado, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98se

mmais

Os cortes que nos últimos anos têm sido perpetrados, a

pretexto da situação financeira do país e da crise, têm deixado marcas sem retorno. Sobretudo, na vida das famílias e das empresas. O país regrediu mais de uma década, em múltiplas áreas.É triste, porque talvez não fosse preciso chegar a tanto, e sobre isso tenho pensado e escrito bastas vezes. Até já cansa.Agora, porém, neste ano eleitoral, parece que tudo está a arribar. São boas notícias, com pretextos eleitorais? Não sei. Mas basta ouvir os discursos agora tão positivos, para duvidar de que estamos a virar a página.Gostava, sobretudo, que desta vez se pudesse falar verdade e que as propostas das várias forças políticas fossem credíveis. Estamos fartos de enganos, fartos de nos julgarem apenas como peças neste puzzle e labirinto político. Colocar a vida das pessoas e das empresas, que dão emprego e fazem mexer a nossa economia e riqueza, deve ser o desígnio maior destas eleições. E da vida das pessoas vejo falar-se pouco. Como ficou provado, a maturidade do povo português é singular. Os partidos políticos em Portugal tiveram uma gran-de lição cívica e democráti-ca por parte dos portugue-ses, sobretudo da classe média. Que se não desper-dice esses valores.Já agora, é tão triste que ainda se façam cortes cegos, como o que está a acontecer com a Compa-nhia de Dança Contempo-rânea de Setúbal, projeto ímpar no cenário nacional, que acompanhei desde o seu início, quando o casal Bessa empreendeu esse gigantesco desafio. São alguns milhares de euros que poderiam por tudo em causa, não fora a abnega-ção dos seus atuais dirigen-tes. Força!

EDITO

RIAL

Raul TavaresDiretor

Eleições e campanha

nómicos e financeiros. Tanto mais porque, o que permanece como sentimento geral parece não corresponder ao que nos vão revelando as intenções de voto.Não há reformado, médico, enfermeiro, professor, militar, polícia, funcionário público, empregado no setor privado, que não se queixe. Todos nós nos queixamos: contribuintes, sobre quem pende uma das maiores cargas fiscais do mundo; utentes dos serviços de educação e da saúde, cada vez mais caros e entregues ao setor privado; desempregados e desencorajados para a vida sem qualquer espécie de rendimento; famílias que viram os seus filhos e familiares partirem à procura dum modo de vida; afinal um país inteiro, que tem razões objetivas para se sentir desiludido com uma política que ao contrário do que querem fazer passar, nos fizeram regredir mais que uma geração.A pretexto de, como nos dizem, nos terem salvado duma quase “bancarrota”, aproveitaram para “vender os anéis e os dedos”. Não quiseram o modelo espanhol - em tudo parecido

com o célebre PEC 4 - que chumbaram. Preferiram ser os bons alunos duma Troika, ultrapassando tudo o que foi exigido e aproveitando para levar em frente um programa de privatizações, a que nada escapou, desde serviços básicos essenciais até a empresas detentoras de infraestruturas aeroportuárias, de água, de saneamento, de eletricidade e de gás, passando pelas empre-sas tecnológicas da área da defesa. Para já não falar de empresas como os CTT e outras de grande gabarito, que tinham competência e reconhecimento para concorrerem internacio-nalmente. A dita classe média, que se tem por um dos melhores indicado-res do desenvolvimento dum país, sofreu um dos maiores ataques de que há memória e quase desapareceu. O país está mais desigual, mais pobre e mais endividado. Notícias

últimas de estudos efetuados dão uma previsão, para os próximos 25 anos, de perda dum terço da população das regiões do interior, já por si empobrecidas e deixadas ao abandono.Sendo esta a inquestionável realidade, como se pode entender um quase estado morno nas reações dos portu-gueses, que se reflete nas tais sondagens divulgadas que manifestam um equilíbrio nas intenções de voto nas principais forças políticas, que podem continuar ou alterar este estado das coisas? Já lá vai o tempo em que numa linguagem rude se ironizava: “quanto mais me bates mais gosto de ti!”. Prefiro acreditar que somos um país moderno que abraça as grandes causas da humanidade e que no momento certo saberemos provar não ser um povo de “memória curta”.

ATUALIDADES

JOSÉ ANTÓNIO CONTRADANÇASECONOMISTA

Em primeiro lugar há o reco-nhecimento das aptidões, que o tornaram num dos mais prestigiados reitores da Univer-sidade de Lisboa. Eleito para a função, desempenhou-a com tal mérito, que a instituição conheceu uma das mais notáveis transformações da sua História, com a bem sucedida fusão com a Universidade Técnica de Lisboa.Esse sucesso não teria sido possível sem nele se reconhecer a segunda razão para o conside-rar o mais idóneo candidato às presidenciais: a sua capacidade de diálogo. Ao contrário do atual inquilino de Belém, que se quis representante exclusivo de uma fação ideológica, Sampaio da Nóvoa sempre se mostrou determinado em conjugar vozes diferenciadas e fazê-las conver-gir para posições comuns.Quer nessas funções, em que se revelou mais mediático, quer ao longo de toda a sua vida profissional, sempre o guiou uma coerência, que contraria exemplarmente alguns dos seus potenciais adversários da direita, mais conhecidos pelas hesitações e inflexões, em nada

abonatórias para quem ambi-ciona projetar-se a mais alto magistrado da Nação.Essa coerência alia-se à ponderação resultante de uma permanente reflexão a propósi-to de todas as condicionantes e oportunidades suscitadas por uma realidade em permanente movimento. Ciente das trans-formações sociais e políticas da sociedade europeia dos nossos dias, ele promete ser o interlo-cutor judicioso de um governo demasiado pressionado pelas urgências do seu poder executivo. Para concetualizar a complexi-dade da realidade, Sampaio da Nóvoa conta como uma notável cultura, que é ímpar em compa-ração com os anunciados rivais. Sobretudo, porque focalizada na Educação, logo se viu complementada por toda a riqueza de conhecimentos

derivados das disciplinas Humanísticas. Sem esquecer a relevância do que significa uma boa gestão de recursos e meios.Como sexta razão acresce a sensibilidade social, que o distancia de quem se habituou a ver os cidadãos pela frieza das folhas de Excel. Quem o conhece sabe bem como ele nunca abdicará da preocupação com as políticas, que melhor contribuam para a menorização das dificuldades dos mais desvalidos.E, por fim, a Visão de futuro: nos seus discursos, Sampaio da Nóvoa sabe por onde não devemos ir e tem ideias muito concretas para qual a direção a seguir de forma a recuperarmos a confiança no futuro. E ela traduzir-se-á na mudança que o novo ciclo político trará, primeiro em outubro, e final-mente em janeiro...

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SEMMAIS | SÁBADO | 12 DE SETEMBRO | 2015 | 15

O tiro saiu pela culatra da Direita

Aproxima-se o dia das eleições e na prática os partidos políticos já estão

em plena campanha eleitoral.O dia 4 de Outubro, véspera da passagem de mais um aniversário da implantação da República vai e tem de ser um dia decisivo.Não se trata apenas do virar da página dos últimos quatro anos e meio de uma austeridade opresso-ra sobre a esmagadora maioria do povo português e da crescente perda de influência de afirmação de Portugal no mundo, mas da recriação da esperança no futuro.Que não haja quaisquer ilusões.Só há um caminho face ao agravamento da divida e do défice, ao sacrifício das pensões, dos salários e do emprego e à afetação das funções essenciais de soberania. Os governantes atuais conduziram o país de forma antipatriótica, não hesitando em vende-lo a retalho. O que resta das empresas estratégicas com

domínio público nacional que todos os governos que respeitam a dignidade e a identidade preser-vam? Nada! Rigorosamente nada! Os atuais governantes não tiveram nem têm qualquer pudor em persistir na venda do que falta até ao último momento mesmo que seja por adjudicação direta como está a suceder com os transportes coletivos da área urbana do Porto.Admitindo que o povo português não tem memória e é condescen-dente perante carrascos, não se coíbem de procurar instrumen-talizar tudo e todos, a começar por certa comunicação social e a acabar em estudos de opinião e sondagens encomendadas. Uma delas no próprio dia do debate entre António Costa e o Presi-dente do partido maioritário da coligação, com um universo restrito a pouco mais de trezen-tos eleitores, com inquéritos feitos por telefones fixos.E apresentam esse estudo,

naturalmente manipulado como prova de que a coligação de direita iria ter mais votos que o PS! Santa ingenuidade! Sucede que nesse mesmo dia o debate entre António Costa, que se revelou a personali-dade mais bem preparada para liderar o futuro governo levou o presidente do PSD ás tábuas. António Costa demonstrou que está irmanado com os sentimentos mais profundos dos eleitores e que por Portugal jamais desistiu ou desiste de lutar.Como o povo português que de forma clara quer a substituição urgente dos atuais governantes, encetando-se um novo rumo para Portugal. Que nos retire do abismo.

A vitória clara de António Costa no debate do dia 9 do corrente alcançada com firmeza e estudo encheu a esmagadora maioria dos portugueses, que estão em 2/3 contra as politicas prosseguidas, de alegria, reforçando a vontade cívica de se continuar a lutar. Porque só é mesmo vencido quem desiste de lutar. Como se provou.A coligação de direita, que vai sofrendo derrotas sobre derrotas vê o tiro da falta de verdade e de vergonha sair-lhe pela culatra.É que o povo português vai mesmo vencer no dia 4 de outubro próximo apeando os atuais governantes. Pelo futuro de Portugal e dos portugueses.

Manufaturo-me

O PORTUGAL 2020/PEIT3 - O Distrito de Setúbal e os Projectos Prioritários de InfraEstruturas de Transportes

A partir de meados do próximo mês começamos a ensaiar um novo

espetáculo, para estrear no início de Dezembro: A tragédia optimista, do russo Vsevolod Vichnievski, uma obra que ficou por estrear em Portugal. Joaquim Benite chegou a projetar montá-la, nos anos 80, ainda no teatro da Academia Almadense. A Teresa Gafeira chegou a decorar o cobiçado papel da protagonista, a jovem comissária, mas por uma razão ou por outra a produção acabou por não ir adiante. É assim o teatro: trinta anos depois, eis que o texto renasce, num teatro e num palco que teria abismado os membros do Grupo de Campolide, que tinham vindo para Almada inscrevendo-se no movimento de descentralização cultural proporcionado pela Revolução de Abril de 1974. Trinta anos depois, valerá ainda a pena?

OPINIÃO

O límpido mar azul que se concentra em todo o meu pensamento

funde-se, sem escolha, ao turvo mar branco de papéis por onde navego turbulentamente na minha secretária. A esferográfica aprisiona os tons de azul marinho que deveriam estar no mar, confi-nando-os ao que decido escrever, enquanto as aparas do lápis cada vez mais pequeno e os resquícios da borracha programada para apagar tudo o que se assemelhe ao erro permanecem inertes, equipa-

O século do povo

Os consecutivos adiamen-tos da repavimentação da ligação Grândola-Alcácer

do Sal (IC1-EN120) não fazem de todo sentido, já o referi em 2009. Será que, mais uma vez, as verbas para esta ligação, que nem consta no Plano de Proximidade Rodoviária da Infraestruturas de Transportes, terão sido desviadas para outras localizações? Urge, à imagem do que fazem as Regiões Centro e Norte, exercer lobby efectivo sobre a resolução do mesmo e seguintes! Convém ter atenção à eventual tentação em desistir da ligação ferroviária internacional mista via Évora-Caia-Badajoz, lesando os Distritos de Setúbal e Évora. Relativamente à Península de Setúbal (a Região com o mais baixo PIB per capita de Portugal):– Os previstos: Terminal Multiusos (incluindo Contentores) no Barreiro e o cais no Seixal, constituem importante pilar para o re-desenvolvimento tecnológi-co-logístico-industrial, das zonas da ex-CUF e SN. Mas poderá ficar “coxo” se não incluir a ER11-2 e ligação Seixal-Barreiro, que parece estar a ser “desviado” para outros destinos (Centro, Norte, Lisboa)?– A ligação rodoviária ao porto de Sesimbra, que já esteve em PIDDAC fica novamente “para as calendas”, enquanto que no Centro/Norte são introduzidos projetos à posteriori, que nem ligam a portos ?– Porque não está ainda previsto o Aeroporto Complementar na BA6-Montijo, quando em Janeiro de 2014 estranhamente estava aventado Monte Real, apesar de já se saber que a opção Montijo era a melhor em todos os critérios racionais?Este tratamento em relação à região com o menor PIB per capita nacional, será por os que decidem o Portugal 2020/PEIT3 serem naturais daquelas regiões e terem afinidades económico--profissionais, e que têm recebi-do a maior fatia dos Fundos Comunitários ? Será difícil à Srª Ministra das Finanças e cabeça de lista da Coligação pelo Distrito de Setúbal, usar a sua influência Governa-mental para minimizar os impactos desta injusta situação?

A tragédia optimista foi escrita em 1932 no âmbito de um concurso dramatúrgico que celebrava o 15.º aniversário do Exército Vermelho. Vichnievski escreveria pelo seu próprio punho mais duas versões do texto (uma de 1937 e, outra inspirada e publicada depois do fim da II Grande Guerra). A primeira versão da peça constitui um premente debate filosófico entre os princípios do comunis-mo e os do anarquismo. As versões seguintes, cujos motivos de redação não são difíceis de imaginar, traçam um caminho panfletário, que infelizmente foi aquele que entrou para o cânone ocidental (não sei se terá sido o texto de 37 aquele levado à cena na Madrid cercada pelos falan-gistas). A versão que resgatámos para o nosso espetáculo é a de 1932: indubitavelmente mais moderna, premente e poética do que as suas sucedâneas. Mas para que havemos nós de

POLÍTICA MESMO

VITOR RAMALHOADVOGADO

CALDEIRA LUCASESPECIALISTA

EM TRANSPORTES

BOCA DE CENA

RODRIGO FRANCISCODIRETOR DA CTA

LETRAS EM PAPEL QUADRICULADO

MARGARIDA NIETOESTUDANTE

montar um texto com 83 anos, quando nos tentam convencer de que os dias correm agora mais rápidos do que nunca, e que os novos caminhos que os homens tomam já não podem só ser estudados à sombra do passado?É que nós ainda nascemos no século XX. No século da Revolu-ção Russa, e das numerosas revoluções que lhe deram eco em todo o Mundo. Também por cá tivemos a nossa revolução, feita por gente que está viva e ativa – alguns entrarão no espetáculo. Há uns anos, no início da televisão privada em Portugal, quando ainda se achava que o tele-lixo não era a chave para comandar as

audiências, foi transmitida uma série de História na qual o Dr. Mário Soares nos falava do “século do povo”. Independen-temente do curso da História, e dos caminhos que tomaram, as várias revoluções que essa revolução inspirou a Revolução de Outubro de 1917 legou-nos as ferramentas para refletirmos sobre o nosso destino: quais são as consequências para nós e para os outros quando optamos entre uma existência coletiva ou individual?É sobre isso que se debruça a nossa Tragédia Optimista, que é também a procura de uma justificação e de um sentido para a inevitabilidade da morte.

rando-se à areia da praia que idealizo numa das partes do meu encéfalo que se destina única e exclusivamente à idealização de praias.Lisboa já não está a quarenta e cinco quilómetros de distância – distam apenas um ou dois pensamentos, desde a ponta da minha caneta ao anfiteatro da faculdade. A janela do meu quarto mostra o céu cristalino, o sol trespassando o mundo com uma elegância inigualável e volto a olhar os papéis baços, o lápis cansado e a mão dorida enquanto reconheço que é

desses papéis, desse lápis e desta mão que um dia depende-rei, esquecendo por momentos o sol, o mar, a Serra e a praia, acabando por escolher tornar um pouco mais corpóreo o futuro que é tão incerto.Pauso a sensação do sol a inundar os poros da minha pele

e a alegria de uma caminhada descontraída na Serra, suspen-do os mergulhos no rio e os passeios de bicicleta por quem serei um dia. Assim, entro no comboio todos os dias e percorro a linha quase toda, não para chegar a Lisboa, mas para chegar até mim.

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