jornal do cariri - 31 de janeiro a 06 de fevereiro

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PROJETO JUAZEIRO RIO GRANGEIRO BRASIL SEM MISÉRIA BARBALHA POLÍTICA CUIDADO ICASA E GUARANI TRADIÇÃO NEGÓCIOS O periódico do Cariri independente REGIÃO DO CARIRI l DE 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 2012 l ANO XIV l NÚMERO 2519 R$ 1,50 UM ANO DA TRAGÉDIA População cobra reconstrução do Canal Nova tarifa de táxi não agrada moradores Fotos: Samuel Macedo Skate para inclusão social 7 5 6 5 4 6 6 4 Safra do pequi estimula comércio em Juazeiro Núcleo Empresarial de Inovação será lançado em Juazeiro Novas tecnologias podem ajudar, mas não resumem o conceito de inovação. Para fazer algo novo, é preciso estratégias empresariais, investimento em capacitação de funcionários e vontade de correr riscos. Familias devem receber verba para produção agrícola Zé Leite deve prestar esclarecimentos ao MPF Bancada escolhe coordenador nesta semana em Brasília Risco de leptospirose aumenta com chegada das chuvas Início de temporada irregular para times do Cariri O MPF quer explicações do prefeito sobre a contratação de servidores temporários, lotados na secretaria de Educação do município. Uma denúncia encaminhada pelo Partido da República (PR) dá conta de que vários destes funcionários foram contratados de forma irregular, sem concurso e estão sendo pagos com verbas do Fundeb. Ao prefeito José Leite, o MPF concedeu um prazo de dez dias para que preste os devidos esclarecimentos. Um encontro durante esta semana deve definir o nome do coordenador da bancada cearense no Congresso para 2012. O atual líder, deputado federal José Arnon (PTB), deve permanecer no comando. Arnon que ameaçou deixar a coordenação recentemente, agora pensa que sendo vontade da maioria, continua no cargo. Mas, como pré-candidato precisa de mais tempo para dedicar-se às articulações da campanha. O período invernoso propicia o surgimento de várias doenças, principalmente da leptospirose, provocada pela urina de roedores (ratos). Todo cuidado é pouco para evitar o contato com água proveniente de esgotos e riachos poluídos. 5 Comerciantes, moradores e estudantes do Crato comemoraram o “aniversário” da tragédia do Canal do Rio Grangeiro com faixas de protesto, carro de som e até bolo. O trauma do dia 28 de janeiro de 2011 foi esquecido pelas autoridades, mas não pela população. As obras de restauração e reconstrução do canal não foram concluídas e os moradores temem que nova enchente possa acontecer na próxima quadra invernosa. “Onde está dinheiro da reconstrução?”, perguntavam os manifestantes. O novo apelido da estrutura explica a impaciência dos cratenses: “Canal do Medo”. A arte está na essência do nordestino. Na forma de agir, pensar e, claro, na riqueza e diversidade de manifestações que nascem e ganham vida nesta terra. Por isso, nada mais justo do que este povo, há 13 anos, ter no Centro Cultural Banco do Nordeste um múltiplo espaço para experimentar e viver a cultura da Região e do mundo. Banco do Nordeste. A nossa cultura é investir na sua. SAC Banco do Nordeste • Ouvidoria: 0800 728 3030 www.bnb.gov.br/cultura /ccbnb /ccbnb 8

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Jornal do Cariri - Edição 2519 - 31 de janeiro de 06 de 2012.

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Page 1: Jornal do Cariri - 31 de Janeiro a 06 de fevereiro

PROJETOJUAZEIRO

RIO GRANGEIRO

BRASIL SEM MISÉRIA BARBALHA

POLÍTICA

CUIDADO

ICASA E GUARANI

TRADIÇÃO

NEGÓCIOS

O periódico do Cariri independente REGIÃO DO CARIRI l DE 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 2012 l ANO XIV l NÚMERO 2519 R$ 1,50

UM ANO DA TRAGÉDIA População cobra reconstrução do Canal

Nova tarifa de táxi não agrada moradores

Fotos: Samuel Macedo

Skate para inclusão social 7

5

6

5

4

6

6

4

Safra do pequi estimula comércio em Juazeiro

Núcleo Empresarial de Inovação será lançado em JuazeiroNovas tecnologias podem ajudar, mas não resumem o conceito de inovação. Para fazer algo novo, é preciso estratégias empresariais, investimento em capacitação de funcionários e vontade de correr riscos.

Familias devem receber verbapara produção agrícola

Zé Leite deve prestar esclarecimentos ao MPF

Bancada escolhe coordenadornesta semana em Brasília

Risco de leptospirose aumenta com chegada das chuvas

Início de temporada irregular para times do Cariri

O MPF quer explicações do prefeito sobre a contratação de servidores temporários, lotados na secretaria de Educação do município. Uma denúncia encaminhada pelo Partido da República (PR) dá conta de que vários destes funcionários foram contratados de forma irregular, sem concurso e estão sendo pagos com verbas do Fundeb. Ao prefeito José Leite, o MPF concedeu um prazo de dez dias para que preste os devidos esclarecimentos.

Um encontro durante esta semana deve definir o nome do coordenador da bancada cearense no Congresso para 2012. O atual líder, deputado federal José Arnon (PTB), deve permanecer no comando. Arnon que ameaçou deixar a coordenação recentemente, agora pensa que sendo vontade da maioria, continua no cargo. Mas, como pré-candidato precisa de mais tempo para dedicar-se às articulações da campanha.

O período invernoso propicia o surgimento de várias doenças, principalmente da leptospirose, provocada pela urina de roedores (ratos). Todo cuidado é pouco para evitar o contato com água proveniente de esgotos e riachos poluídos.

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Comerciantes, moradores e estudantes do Crato comemoraram o “aniversário” da tragédia do Canal do Rio Grangeiro com faixas de protesto, carro de som e até bolo. O trauma do dia 28 de janeiro de 2011 foi esquecido pelas autoridades, mas não pela população. As obras de restauração e reconstrução do canal não foram concluídas e os moradores temem que nova enchente possa acontecer na próxima quadra invernosa. “Onde está dinheiro da reconstrução?”, perguntavam os manifestantes. O novo apelido da estrutura explica a impaciência dos cratenses: “Canal do Medo”.

A arte está na essência do nordestino. Na forma de agir, pensar e, claro, na riqueza e diversidade de manifestações que nascem e ganham vida nesta terra. Por isso, nada mais justo do que este povo, há 13 anos, ter no Centro Cultural Banco do Nordeste um múltiplo espaço para experimentar e viver a cultura da Região e do mundo. Banco do Nordeste. A nossa cultura é investir na sua.

SAC Banco do Nordeste • Ouvidoria: 0800 728 3030

www.bnb.gov.br/cultura /ccbnb/ccbnb

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Page 2: Jornal do Cariri - 31 de Janeiro a 06 de fevereiro

O ministro Fernando Bezerra segurou-se no cargo. Até quando não se sabe. Mas, é também desconhecido o momento em que o Canal do Grangeiro será efetivamen-te objeto das obras de contenção, de responsabilidade do Ministério da Integração Nacional.

A tragédia do Crato completa um ano. De lá para cá, como a própria população denuncia, só foram feitas gambiarras, obras de fundo de quintal. Até agora nada foi levado a efeito, como um projeto de engenharia, de maior consistência, capaz de resolver, em definitivo, o problema.

O Crato permanece em compasso de espera. A po-pulação tem medo de que a tragédia se repita. E as au-toridades federais permanecem em clara omissão, o que é, aliás, uma tônica de setores estratégicos do Governo. Após o primeiro ano da gestão da presidente Dilma, a impressão que se tem é que nada foi feito no setor de infraestrutura. E o canal do Crato é um exemplo disso. Não há justificativa plausível, razoável ou minimamente

aceitável para isso. Somente a incúria, o despreparo e o desrespeito ao ser humano podem servir de amparo para essa omissão gritante.

A revolta popular está nas ruas. Mas, ela não encon-tra eco nos meios políticos. A representação do Cariri no Congresso Nacional tem de se fazer ouvir. A situação é cala-mitosa e está a céu aberto. É uma cicatriz exposta na malha geográfica do Crato, além do risco ambiental permanente.

A situação do Canal do Grangeiro foi causada por anos de destruição do meio-ambiente, obras mal projeta-das, dinheiro público supostamente desviado e a compla-cência dos órgãos de fiscalização. O Crato, contudo, não pode permanecer nesse estado de tensão permanente, à espera da próxima tragédia. O povo cratense não merece viver esse drama, que poderia muito bem ser resolvido pelo emprego dos milhões de reais anunciados, em 2011, como sendo destinados às obras no canal.

Onde está o dinheiro? Onde estão os projetos? O que foi licitado efetivamente?

Respostas técnicas, argumentos herméticos, des-culpas antigas não mais servem ao propósito de resolver a situação. O povo tem pressa e a Natureza não tem pie-dade dos abusos que foram cometidos contra ela.

O ministro Fernando Bezerra, que tão prodiga-mente destinou recursos para suas bases eleitorais no vizinho Estado de Pernambuco, não pode se mostrar insensível ao que está ocorrendo no Crato. É só atraves-sar a fronteira... Não precisa de muito esforço. Serão ne-cessários mais prejuízos humanos e materiais para que algo ocorra? Vamos assistir no Crato o mesmo festival de incompetência e desídia que se viu no Rio de Janeiro e em Minas Gerais?

O Crato não quer pagar para ver. Algo precisa ser feito. E urgentemente. O Jornal do Cariri, que tem de-senvolvido uma ampla cobertura dos acontecimentos, não vai silenciar até que uma resposta efetiva do Go-verno Federal seja dada. O povo tem de ter seus direitos respeitados.

EditorialAS GAMBIARRAS DO GRANGEIRO: UM ANO DE OMISSÃO FEDERAL

2Opinião

REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 2012

Envie sua carta para [email protected] e dê sua opinião faça sua sugestão, uma crítica. Esse espaço é aberto para você, caro leitor.

SEXTILHA CARTA

NINGUÉM PERDE O QUE NÃO TEMNASCEMOS TODOS DESPIDOSAQUILO QUE POSSUÍMOSNOSSOS BENS ADQUIRIDOSUM DIA AQUI DEIXAREMOSPELA MORTE, CONDUZIDOS!

Welington Costa

Acompanho atentamente aos times de futebol do Cariri e estou achando que 2012 vai ser outro ano ruim. Gosto de ver os clubes daqui brigando por título, mas no ano passado vimos o Icasa cair para a série C. Eu torço para que o desempenho de Icasa, Crato e Guarani seja melhor que o do ano anterior.

Cícero Raimundo, de Juazeiro do Norte

O estado do Ceará vivência um momento histórico de crescimento eco-nômico; na Capital e cidades sedes regio-nais registram-se um boom imobiliário, instalam-se grandes empresas e realizam--se grandes obras urbanísticas com vistas ao movimento turístico que se espera com a Copa do Mundo de futebol e as Olimpíadas. Porém, lamentavelmente, não é enxergada a incômoda presença dos “Flanelinhas” nos locais de estacio-namento de veículos de Fortaleza - e que já se expande nas cidades médias do es-tado -, que causa a intranqüilidade dos usuários de automóveis e de outros veícu-los médios, sobretudo das mulheres que, por serem mais frágeis são alvo de graves constrangimentos.

A despeito dos elevados impostos que são exigidos dos contribuintes e, em particular, dos proprietários de veículos automotores, que pagam os carros mais caros do mundo, e dos proprietários de imóveis, que pagam IPTU e taxas de ben-feitorias públicas, nossos governantes nos deixam reféns dos “Flanelinhas”, que extorquem “taxas” que, em alguns locais têm valores pré-estabelecidos, para

estacionarmos nossos veículos nas vias públicas autorizadas e coagem aqueles que resistem ao abuso.

O fato é que, a des-peito das oportunidades de emprego decente ofertados pela construção civil - que atu-almente paga bons salários -, um exército de homens robus-tos o suficiente para o trabalho vivem da exploração dos possuidores de veículos automotores, já sacrificados pelos eleva-dos impostos exigidos pelo Estado.

De nenhum projeto se tem notícia que se proponha tirar das ruas esses ho-mens, mulheres e crianças. Ao contrário, já há quem queira legalizar a profissão de “Flanelinhas”, ou seja, legalizar a extor-são e o constrangimento dos cidadãos, atos reprimidos no artigo 158 do Código Penal Brasileiro, que castiga com reclusão de quatro a dez anos e multa que “cons-tranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa”. Em menor

dimensão, caracteriza-se con-travenção penal, segundo a Lei Especial (Decreto-Lei Nº 3.688, de 3/10/1941), que castiga (art. 65) com pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, a quem “mo-lestar alguém ou perturbar-lhe a tranqüilidade, por acinte ou por motivo reprovável”.

Não sendo tomadas as necessárias providências pelo poder público, certa-mente “brindaremos” os turistas que nos visitarão na Copa do Mundo e nas Olim-píadas com a violência da extorsão e do constrangimento contra os que desejem estacionar seus veículos nas vias públicas de nossas cidades. Espera-se não ser ne-cessária a ocorrência de alguma agressão física ou morte para que as autoridades públicas percebam que não basta uma veste nova, mas é fundamental que se tenha um corpo limpo.

Afro LourençoAdvogado

“ISTO É UMA VERGONHA” A FEBRE DOS CICLOMOTORES

BIG BROTHER BRASIL E A VISÃO DE JEAN-PAUL SARTRE

Doistoiévski escreveu: “Se Deus não existisse, tudo seria permitido”. Aí se situa o ponto de partida do existencialis-mo. Com efeito, tudo é permitido se Deus não existe. Fica o homem, por conseguin-te, abandonado, já que não encontra em si, nem fora de si, uma possibilidade a que se apegue. Antes de mais nada, não há desculpas para ele. Se, com efeito, a existência precede a essência, não será nunca possível referir uma explicação a uma natureza humana dada e imutável; por outras palavras, não há determinis-mo, o homem é livre, o homem é liber-dade. Se, por outro lado, Deus não existe, não encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o com-portamento.

Assim, não temos nem atrás de nós, nem diante de nós, no domínio lu-minoso dos valores, justificações ou des-culpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está

condenado a ser livre. Conde-nado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo que fizer. O existencialista não crê na força da paixão.

Não pensará nunca que uma bela paixão é uma torren-te devastadora que conduz fa-talmente o homem a certos atos e que, por conseguinte, tal paixão é uma descul-pa. Pensa, sim, que o homem é respon-sável por essa paixão. O existencialista não pensará também que o homem pode encontrar auxílio num sinal dado sobre a terra, e que o há de orientar; porque pen-sa que o homem decifra esse sinal como lhe aprouver.

Pensa, portanto, que o homem, sem qualquer apoio e sem qualquer auxí-lio, está condenado a cada instante a in-ventar o homem. Disse Ponge, num belo

artigo: “O homem é o futuro do homem”. É perfeitamente exato. Somente, se entender por isso que tal futuro está ins-crito no Céu, que Deus o vê; nesse caso é um erro, até por-que nem isso seria um futuro. Mas, se entender por isso que, seja qual for o homem, tem fu-turo virgem que o espera, en-

tão essa frase está certa.Para reflexão!

Mário Correia de Oliveira JúniorAdvogado e Professor

Do ano de 2011 até os dias atuais, o que ob-servamos é uma verdadeira febre de circulação de ciclomotores nas principais ruas e avenidas das três cidades do triân-gulo Crajubar. Na década de 80 e 90, surgiram as mobylet-tes, depois vieram as Jog’s, as famosas importadas, agora é a vez da Traxx, da Dafra 50, da super 50 e tantas outras.

Com as facilidades que são oferecidas aos com-pradores, dividindo as pres-tações em até 60 vezes, tudo isso contribuiu e continua contribuindo para prolifera-ção desses veículos. Outro fator determinante é a falta de informação das pesso-as, pois se deixam levar pela propaganda fácil, pelo desejo de possuir um transporte e, com isso, acabam adquirin-do tais meios de locomoção. Outro agravante são as ações praticadas pela maioria das concessionárias, ou seja, com objetivo de vender cada vez mais, terminam fornecendo informações errôneas a res-peito dos ciclomotores.

Dentre os muitos equí-vocos praticados pelos ven-dedores, as duas mais clássi-cas são essas:

1 Que o condutor e o passageiro não precisam usar capacete;

2 Que não há co-brança de um documento de habilitação por parte dos órgãos de trânsito. Vale lem-brar que o documento para poder conduzir tais veículos é a ACC, Autorização para Conduzir Ciclomotores.

Pois bem, o nosso lei-tor deve estar se perguntan-do, mais o que é ciclomotor? Segundo o Código de Trânsi-to Brasileiro (CTB), ciclomo-

tor é um veículo de duas ou três rodas, provido de um mo-tor de combustão interna, cuja cilin-drada não exceda a 50 centímetros cúbicos e cuja ve-locidade máxima de fabricação não

exceda a 50 quilômetros por hora.

Com relação ao ca-pacete, o condutor e o pas-sageiro são obrigados a portarem. O seu desrespeito constitui infração gravíssima. Já a ACC corresponde a to-das as etapas do processo de habilitação normal.

Além de todas essas regras que devem ser segui-das, o mais preocupante é saber que as estatísticas de acidentes envolvendo esses veículos vêm aumentando a cada dia. Pois, junto às faci-lidades que existem no mer-cado, estão condutores, que adquirem os seus veículos de duas ou três rodas em qual-quer grande supermercado, para depois sair transitando pelas vias sem observar ne-nhuma norma de circulação e conduta. Desta forma, os órgãos muni-cipais de trânsito das cidades de Crato, Juazeiro e Barba-lha devem implementar uma campanha educativa em cima desses veículos, para depois começar uma ampla fisca-lização, algo que já é efeito em Fortaleza através do De-tran e da AMC.

Valdir MedeirosSindicalista e

Educador de Trânsito

Exped

iente

:

Fundado em 5 de setembro de 1997O Jornal do Cariri é uma publicação

da Editora e Gráfica Cearasat Comunicação Ltda

CNPJ: 34.957.332/0001-80

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Diretor-presidente: Luzenor de Oliveira Diretor de Conteúdo: Donizete Arruda Diretoria Jurídica: Vicente Aquino Diretora de Jornalismo: Jaqueline Freitas Editor-chefe: Márcio Dornelles

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Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores

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Page 3: Jornal do Cariri - 31 de Janeiro a 06 de fevereiro

3REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 2012

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Page 4: Jornal do Cariri - 31 de Janeiro a 06 de fevereiro

REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 20124Política

O Projeto “A Barba-lha é do Povo” ganha reper-cussão e adeptos a cada dia. Doze partidos já aderiram à ideia, e discutem as melhores formas de torná-lo viável. O presidente do PCdoB, Mau-rício Teles, escolhido como relator dos trabalhos, afirma que trata-se de um projeto inédito para o Cariri, pois tem o fundamento básico de um programa de cidade susten-tável em todos os aspectos. A proposta, segundo ele, traz um novo perfil de administra-ção e vários partidos já estão trabalhando no planejamento de ações. “Estamos fazendo a construção do projeto junto com as comunidades da zona urbana e rural. Terá a marca do povo da Barbalha, diferen-temente da tradicional prática de campanhas anteriores, que fazem programas de governo sem a consulta prévia da po-pulação”, explana Maurício.

O presidente explica que a construção comparti-lhada é um desafio inédito

para o Cariri, pois envolve os diversos segmentos da so-ciedade para a produção de um “documento base” que

aborde as diferentes áreas, em eixos temáticos seleciona-dos pela própria sociedade, onde a gestão pública com

base nessa plataforma política assuma o compromisso com essa proposta.

“A Barbalha é do Povo”, segundo Maurício, terá a marca da sustentabili-dade. “Nossa cidade será a primeira do Cariri a ter um projeto sustentável em todos os aspectos”, ressaltando ain-da que já nasce com a marca do povo. “Nosso objetivo é construir um projeto de ‘bai-xo para cima’, com a marca dos movimentos sociais e que seja o indicador para se de-finir o perfil dos candidatos majoritários a prefeito e vice--prefeito, nas eleições de 2012. E mais, ao contrário dos pro-cessos políticos arcaicos ainda praticados pela grande maio-ria, esse projeto irá fazer o processo inverso, ou seja, pri-meiro construir com as bases sociais prioridades e ações, para depois escolher criterio-samente os pré-candidatos dentre os partidos do pacto que mais se identifiquem com o projeto”, finaliza.

O deputado federal Arnon Bezerra (PTB) pode continuar à frente da banca-da cearense. Após conversar com vários deputados, o par-lamentar afirma que se for da vontade da maioria dos cole-gas, pode continuar na coorde-nação. Um encontro previsto para esta semana deve definir a situação. “Não vou fazer campanha para ser novamen-te o coordenador, mas se for desejo dos demais que eu con-tinue, será uma honra, pois é uma bancada de respeito, que trabalha”.

Arnon lembra que teve um bom relacionamento, du-rante o ano que passou, sobre-tudo com os deputados que fazem parte da Comissão de Orçamento, Raimundo Go-mes de Matos (PSDB), Gorete Pereira (PR), Genecias Noro-nha (PMDB), José Airton (PT),

Raimundo Macedo (PMDB) e Manoel Salviano (PSD). “É um trabalho gratificante, mas é uma engrenagem. Se algo der errado, prejudica todo o resto, por isso é preciso sincronia”, ressalta.

O deputado revela que ameaçou deixar a bancada re-centemente por estar desgos-toso com algumas atitudes do Governo Federal. “Surgiu todo aquele transtorno sobre os re-cursos que eram destinados para a Região Metropolitana do Cariri e Fortaleza. Fizemos a lição de casa e quando che-gamos lá, tudo foi mudado”, reclama. Segundo Arnon, isso frustrou os prefeitos do Cariri, pois os recursos foram destina-dos todos para Fortaleza. “Fi-quei magoado com a história. Acho que não tem sentido ser coordenador quando a coor-denação, depois de ouvir toda

a bancada, não é respeitada”, dispara.

Como o mandato da co-ordenação é só de um ano e o seu já está no final, Arnon su-geriu que o novo coordenador entrasse no início de fevereiro, pois considera que o ano elei-toral é curto, em termos orça-mentários, e é preciso trabalhar desde o início. “Não se pode deixar empurrar com a barriga até abril ou maio como aconte-ceu no ano passado”, alerta.

Mas, mesmo colocando--se à disposição para continu-ar, faz um discurso de despe-dida, destacando ter ficado feliz, porque recebeu o apoio da grande maioria. “Procurei atender a todos os municípios, aos deputados atuais e aos deputados anteriores que não voltaram, mas que foram os responsáveis pela elaboração do orçamento”.

MPF pede explicação sobre verba do FundebMirelly Morais

O prefeito de Bar-balha, José Leite (PT), deve prestar esclarecimentos

ao Ministério Público Fede-ral (MPF) acerca da contra-tação de servidores tempo-rários por parte da Secretaria Municipal de Educação. Zé Leite foi citado pelo órgão e tem um prazo de dez dias para indicar a data de início de cada um dos temporários em exercício, bem como a forma de seleção deles.

O Procedimento Admi-nistrativo 1.15.002.000008/2012-11 tramita na Procuradoria Federal de Juazeiro e está sendo analisado pelo pro-curador Rômulo Moreira Conrado, que requisitou uma resposta dos citados. A denúncia foi formulada pelo Partido da República (PR), através do diretório munici-pal de Barbalha, comandado por Francisco Lira. Na repre-sentação, que pede a adoção das medidas legais contra o prefeito, aparece também o nome da primeira-dama e secretária de Educação, Isa-bel Cristina Nóbrega Cruz.

De acordo com a de-núncia, desde que assumiram a gestão municipal, em 1º de

janeiro de 2009, o prefeito José Leite e a secretária de Educa-ção promoveram uma enxur-rada de contratações tempo-rárias e sem concurso público de servidores para atuação na área educacional, medida con-siderada ilegal. E, segundo o procedimento, somente no pri-meiro semestre de 2009, foram contratados mais de 450 servi-dores, pagos com recursos do Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb), entre pro-

fessores, porteiros, auxiliares administrativos e outros, con-forme relação apresentada na denúncia, elaborada com base na folha de pagamento do mês de maio de 2009. As contrata-ções continuaram nos anos de 2010 e 2011.

A Procuradoria pede justificativas sobre as con-tratações, considerando a possibilidade da ilegalidade pela ausência de concurso público e por não atenderem

à necessidade temporária de excepcional interesse públi-co, conforme exige o art. 37, IX, da Constituição Federal e a lei federal nº 8.745/93. A denúncia finaliza pedindo a apuração, considerando se-rem passíveis de improbida-de administrativa.

A assessoria do prefeito Zé Leite foi procurada pela re-portagem e encaminhou para a Procuradoria do Município, que não atendeu as ligações.

Arnon pode continuar no comando da bancada

n O prefeito de Barbalha, José Leite, precisará explicar supostas contratações com verba federal

n Deputado Federal José Arnon (PTB)

n Lideranças dos partidos de oposição montam planejamento de ações

BARBALHA

DONIZETE ARRUDAPolítica

Projeto une 12 partidos de oposição

Raimundão na Revista Época

Ninguém mais lembrava que o deputado Raimundo Macedo enfrentava problemas por empréstimos realizados e não pagos junto ao Banco do Estado do Ceará (BEC). Afinal, o BEC nem existe mais. Foi privatizado e hoje a instituição pertence ao Bradesco. Porém, uma reportagem publicada na edição da segunda mais importante revista semanal brasileira, a Época, da Editora Globo, revela que “só 16 anos depois que o crime foi cometido, o processo começou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF)”. O crime aí divulgado seria o lobby feito por Raimundão para que o BEC liberasse financiamentos para pessoas que desviaram o dinheiro da finalidade e nunca pagaram suas dívidas.

Escândalo do BEC assombra Raimundão

O inquérito 1675-CE (2006.81.00.008434-5) tramitou de 1999 até 2007 na 11ª Vara Federal do Ceará. Depois os autos foram remetidos ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região com sede em Recife. Esse processo aberto pelo Ministério Público Federal (MPF) sustenta em sua peça acusatória, que Raimundo Macedo participou de um esquema de concessão de empréstimos irregulares junto ao BEC no ano de 1996, quando era deputado estadual. O MPF denunciou Raimundão, parentes e aliados políticos - Francisco Henrique Ricardo de Macedo, Maria do Socorro Macedo dos Santos e Raimundo Joaquim dos Santos - pela prática do crime previsto no art. 20 da Lei no 7.492/86 – aplicar, em finalidade diversa da prevista em lei ou contrato, recursos provenientes de financiamento concedido por instituição financeira oficial ou por instituição credenciado para repassá-lo. A pena para esse tipo de crime é a reclusão, de dois a seis anos, mais multa.

Complicou situação de Raimundão

Após chegar ao TRF da 5ª Região, o processo que envolve Raimundão foi encaminhado por sorteio a desembargadora federal Margarida Cantarelli. O despacho dela é arrasador para Raimundão. Considerou prescrito o crime para o então presidente do BEC, José Monteiro de Alencar e a gerente Maria Aurilene Cândido Mendes. Porém, decidiu que o suposto crime não estava prescrito, pois havia decorridos onze anos do prazo e não doze para que Raimundão fosse também beneficiado. Assim, a desembargadora Margarida Cantarelli acatou a denúncia formulada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Raimundão. Essa decisão foi tomada em 2007. Agora, que caminhava para o julgamento do caso, o TRF foi obrigado a encaminhá-lo para o Supremo Tribunal Federal (STF), já que Raimundão é deputado federal e tem foro especial.

Raimundão corre contra o tempo

Marco Aurélio Melo é um dos mais duros e independentes ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O processo de Raimundão com a denúncia aceita pelo TRF da 5ª Região pela prática de crime contra o sistema financeiro já está no gabinete de Marco Aurélio. A ser respeitado o ritmo adotado por ele no Supremo, Raimundão deve ir a julgamento em no máximo 12 meses. A defesa de Raimundão terá muito trabalho pela frente para convencer o ministro Marco Aurélio do equívoco da desembargadora federal Margarida Cantarelli e do Ministério Público Federal, de que ele não teve participação nesses empréstimos fraudulentos junto ao BEC.

Esperança para Raimundão em 2012

O esforço do deputado Arnon Bezerra é significativo para convencer o deputado Manoel Salviano a apoiar a candidatura de Raimundão a prefeito de Juazeiro. Cumprindo mais uma etapa dessa conquista, Raimundão concedeu uma entrevista onde declarou estar esperançoso de ter o apoio de Arnon e também de Manoel Salviano em seu palanque. Foi a senha para que um encontro possa ser agendado. Numa mudança de comportamento, não bateu dessa vez na administração do prefeito Manoel Santana. Mesmo com todas essas dificuldades – rombo no INSS e crime financeiro contra o BEC –, Raimundão não pretende desistir de sua candidatura.

Ciro gera disputa por fotografia

Ao comparecer em um evento social em Barbalha, na semana que passou, o ex-ministro Ciro Gomes viveu momentos de inusitada disputa dos políticos do Cariri para tirar uma fotografia ao seu lado. Sempre solícito, Ciro posou primeiro ao lado do prefeito Manoel Santava e do deputado Manoel Salviano. Em seguida, Ciro tirou uma foto com os deputados Raimundão e Arnon Bezerra. Por fim, postou-se ao lado do vice-prefeito de Juazeiro, José Roberto Celestino. Essas cenas retratam o grau de animosidade em que se encontra o clima das eleições juazeirenses este ano.

Disse me disse...

• A família Landim rompeu com o prefeito de Missão Velha, Washington Fechine. O ex-prefeito Zé Landim decidiu apoiar a candidatura de Tardiny Pinheiro nas eleições de outubro. • Prefeito Manoel Santana e deputado Sineval Roque tomaram café juntos no domingo. Devem ter tratado da aliança do PT com o PSB em Juazeiro, Crato e Barbalha. Ambos não revelam o teor da conversa.

• Raimundão tenta atrair para seu palanque o ex-secretário adjunto de Segurança Pública de Juazeiro, Afonso Siqueira. Se o apoio vier, Afonso terá muito prestígio se Raimundão chegar na prefeitura. Poderá até dirigir o Departamento de Limpeza.

• Vereadores juazeirenses andam reclamando de atraso no pagamento de seus salários. A Câmara Municipal precisa explicar o que está ocorrendo.

• Desculpe a ignorância, porque está ocorrendo atraso no pagamento dos Vereadores na Câmara de Juazeiro

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CRATO

Tragédia completa um ano e risco de enchente continua Wilson Rodrigues

A tragédia no Canal do Rio Grangeiro, no Crato, completou um ano no dia 28 de

janeiro e teve até bolo de ani-versário. Poderia ser uma co-memoração à finalização das obras, mas não. O atraso na restauração e reconstrução do canal, o acúmulo de promes-sas de autoridades e a ameaça de nova enchente fizeram mo-radores, estudantes e comer-ciantes sair às ruas para pro-testar com faixas, carro de som e um bolo de chocolate.

A ambientalista e uma das organizadoras da mani-festação, Maria Tereza de Sá Pinheiro, disse que as obras emergenciais feitas pelo go-verno estadual não oferecem segurança a ela e aos demais moradores das margens do canal, batizado de “Canal do Medo”. O pavor da população aumentou ainda mais depois da chuva de 60 milímetros registrada no ultimo mês de dezembro, que provocou ra-chaduras em algumas partes

reconstruídas, disse a am-bientalista. Ela afirmou que o projeto emergencial feito pela Prefeitura não foi seguido na íntegra pelo Governo do Esta-do.

Cada um dos morado-res da avenida José Alves de Figueiredo, por onde passa o canal, tem uma história para

contar relacionada à enchente do dia 28 de janeiro de 2011. A professora Claudia Lívia de Oliveira ainda sofre o trauma da tragédia. “Infelizmente as autoridades não tiveram sensibilidade suficiente para resolver a questão. Um ano se passou e nenhuma expli-cação convincente foi dada

capaz de nos tranquilizar”, argumentou a moradora. O pedreiro José Manoel Barbosa, conhecido como Zinho, lem-bra que “no dia da tragédia muitas autoridades políticas visitaram o canal e um ano depois ninguém fez nada por nós”. “Estamos desprotegidos e sem nenhuma segurança.

O canal continua sendo uma bomba chiando em nossas mãos”, disse Zinho. Já o técni-co em informática Carlos Lins de Alencar lamenta a falta de informações por parte das au-toridades competentes, sobre as obras de restauração exe-cutadas até aqui pelo governo estadual. “Merecemos, no mí-nimo, uma palavra de conso-lação”, concluiu.

As obras foram fiscali-zadas pelo Departamento Es-tadual de Rodovias (DER). O gerente operacional do órgão, engenheiro Luiz Salviano, não quis falar sobre a qualidade dos serviços concluídos na pri-meira etapa e entregues pela Coral Construtora Rodovalho Alencar, no valor de R$ 2,5 milhões. Informou também que já foram realizadas duas licitações e nenhuma cons-trutora demonstrou interesse em participar da concorrência para a etapa final, no valor de R$ 1,4 milhão. Disse que até o momento não recebeu infor-mações dos órgãos estaduais sobre o futuro do canal do Rio Grangeiro. Reportando-

-se apenas como fiscalizador, o engenheiro informou que as obras de restauração do ca-nal, até aqui realizadas, foram executadas de acordo com os projetos apresentados. “Quan-to à garantia de segurança, só quem pode se pronunciar são os projetistas da obra”, afir-mou Luiz Salviano.

PrejuízoA enchente do Canal

do Rio Grangeiro ocorreu na madrugada do dia 28 de janeiro de 2011, em consequ-ência de uma chuva de 162 milímetros, que durou menos de quatro horas. Os prejuízos ao município e ao comercio foram estimados, na época, em quase R$ 100 milhões. Só em danos materiais, segun-do relatório da Defesa Civil, foram R$ 59,2 milhões. Dias depois da tragédia, alguns comerciantes ameaçaram entrar na Justiça pedindo ressarcimento dos prejuízos. Até o momento, ninguém foi reembolsado, garante o pro-curador-geral do Município, Ernani Brigido Neto.

Samuel Macedo

n Moradores, estudantes e comerciantes saíram às ruas para protestar

Andar de táxi em Juazeiro ficou mais caroRaphael Barros

Foi-se o tempo em que acertar o preço da corrida de táxi em Juazeiro do Norte era apenas na base da palavra. Hoje o taxímetro é obrigatório e cobra uma tarifa inicial de partida, conhecida por bandei-rada, de R$ 5,00. Segundo o ge-rente do setor de transporte do Departamento Municipal de Trânsito e de Transportes (De-mutran), Humberto José da Sil-va, o aumento de 20% na tarifa, que passou de R$ 3,24 para cin-co reais, é uma reivindicação dos taxistas que estavam tendo prejuízos com as corridas.

Humberto argumenta que o novo preço não é caro comparado aos das capitais. Em Fortaleza, por exemplo, a bandeirada é de R$ 3,62, mas o serviço é mais procurado, a gasolina mais barata e existe a possibilidade do uso de gás na-tural. “Cria-se uma ilusão por conta da bandeirada de cinco reais, mas na verdade, antes do taxímetro, os taxistas cobravam a menor corrida por 10 reais. Hoje se você fizer, mesmo com a bandeirada a cinco reais, uma

corrida de dois quilômetros, não dá 10 reais”, esclarece o ge-rente do Demutran.

Gabriela Rocha, Cláudia Maria da Silva e Michele Ma-ria da Silva são do Crato, mas não da mesma família. Todos os meses vêm a Juazeiro para fazer compras no supermerca-do e voltam para casa de táxi. As três, que não se conhecem, e sempre pegam carros diferen-tes, pagam o mesmo valor de volta, R$ 20,00. Perguntadas se usam o taxímetro para marcar o deslocamento, informam que nunca optaram por essa pos-sibilidade, e nem receberam a sugestão dos motoristas. “É melhor combinar antes, porque dá para negociar mais, no taxí-metro pode até ser mais barato, mas não dá para saber ao cer-to”, diz Gabriela

Motorista de táxi há 25 anos, Antônio Cosmo Tenório gostou da mudança, pois a tari-fa estava defasada. Diz que an-tigamente, quando as corridas eram combinadas, muita taxis-ta se aproveitava da situação e cobrava preços exorbitantes, fi-cando o passageiro com o pre-juízo. “Agora o taxímetro virou

referência e melhorou para os dois lados”. Francisco Assis Alves, 29 anos de táxi, também gostou do aumento, mas acha que poderia ter subido uns 5% a mais, já que em dias sem eventos na cidade, leva de duas a três horas para conseguir um passageiro e ainda não tem re-torno. Ele explica: “Você leva o passageiro para o lugar que ele deseja, mas volta para o ponto de táxi sem corrida, gastando gasolina e sem ninguém”.

Os valores cobrados pe-los táxis do aeroporto também recebem críticas. O taxista do Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, José Xavier, 30 anos de profissão, atribui os preços altos aos custos para trabalhar no local. Eles precisam pagar taxas à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), além de dois funcio-nários contratados pelo grupo de taxistas do aeroporto. Se-gundo José, para que os táxis do aeroporto rodem pelo taxí-metro, é preciso que haja uma tarifa específica.

No aeroporto, os táxis usam sempre a bandeira dois por determinação do Demu-

tran, só que os clientes não aceitam, geralmente pedem ao motorista para desligar o taxí-metro, combinando um preço fixo. “O pessoal do Juazeiro prefere combinar preço, mas os turistas preferem o taxímetro”, diz José Xavier. Segundo ele, os moradores da cidade quan-do sabem que a corrida é para perto, exigem a utilização do taxímetro, quando é uma corri-da para mais longe, combinam o preço.

n Muitas pessoas ainda preferem negociar o valor com o taxista

Entenda a matéria

O Departamento Mu-nicipal de Trânsito e de Trans-portes (Demutran), juntamen-te com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tec-nologia (Imetro), começam a implantar a nova tarifa nos ta-xímetros a partir do dia 1º de março. Até lá, os taxistas estão usando uma tabela para po-der converter o valor antigo para o novo. Por exemplo: se uma corrida hoje der R$ 7,14, será cobrado do passageiro R$ 9,68, segundo a tabela di-

vulgada pelo Diário Oficial do Município de Juazeiro, de 22 de dezembro de 2011.

A falta de fiscalização no uso do taxímetro é uma queixa comum a todos os ta-xistas entrevistados. Segun-do eles, existem muitos que se negam a utilizar o apare-lho mesmo com a exigência do passageiro. Para o geren-

te do setor de transporte do Demutran, Humberto José da Silva, não é competência do órgão fiscalizar o uso do taxímetro. Caso o usuário opte pelo aparelho e não seja atendido, aí sim pode fazer a denúncia e ela será apurada. Até agora, o De-mutran não recebeu nenhu-ma reclamação.

5REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 2012

Cidades

Projeto une 12 partidos de oposição

Chuvas aumentam riscos de contaminação por leptospiroseChagas Lima

Com a chegada da quadra invernosa, os cuida-dos com a saúde devem ser redobrados, principalmente pelo surgimento de várias doenças. A principal delas é a leptospirose, causada no con-tato com a urina dos ratos. O contágio ocorre por meio de uma bactéria chamada de leptospira, segundo o técnico da 21ª Coordenadoria Re-gional de Saúde em Juazeiro do Norte, Jorge Andrade de Souza, que penetra no corpo humano através da pele, mu-cosas, nariz, olhos e boca.

No período chuvoso, rios, córregos e esgotos trans-bordam, aumentando o risco de contato das pessoas com a água contaminada. Os sinto-mas da doença, conforme Jor-ge Andrade, são semelhantes aos da dengue e por isso a população deve ficar atenta. “A população deve procurar um médico, principalmen-

te, neste período de chuvas, quando manifestar sintomas como dores no corpo, princi-palmente, nas panturrilhas, vômitos diarréia, febre alta, porque às vezes pode con-

fundir com dengue”, orienta.Ele aconselha que as

pessoas evitem o contato com locais sujos e com água de possíveis enchentes, que muitas vezes são provoca-

das pelo acumulo de lixo. “Quando for realizar lim-peza de áreas onde existem sinais de roedores, a pessoa deve se prevenir usando luvas e botas, ou mesmo

sacos plásticos. E durante a limpeza, usar sempre água sanitária, que é um produto importantíssimo no controle da leptospira”, explica.

Algumas áreas de Ju-azeiro estão vulneráveis ao surgimento da doença, como toda a extensão da Várzea das Timbaúbas, onde se ob-serva enorme quantidade de lixo e entulhos acumulados, principalmente no leito do riacho, jogados pela pró-pria população. “Esse local está extremamente poluído, se tornando propício para o surgimento de doenças graves. Isso é muito lamen-tável, porque me recordo de como a água do riacho das timbaúbas era limpa e hoje é foco de todo tipo de doença, quem sabe até de leptospi-rose”, lamenta o vendedor Antônio de Sousa, 56 anos, morador do bairro Casas Populares.

As manifestações da leptospirose aparecem en-

tre dois e trinta dias após a infecção, mas para ajudar a população a se prevenir contra a doença, agentes de saúde realizam inspeções periódicas em residências, visando identificar possíveis esconderijos dos roedores, para eliminá-los. Para aca-bar com os riscos da doença, o trabalho deve ser feito em conjunto com os morado-res, que não devem deixar alimentos espalhados pelo chão e entulhos nos quin-tais. “Essas medidas simples são fundamentais”, frisa.

Segundo Jorge An-drade, nos seis municípios que fazem parte daquela coordenadoria, Juazeiro, Barbalha, Missão Velha, Jar-dim, Granjeiro e Caririaçu, não existe registro da doen-ça. “Isso não significa que a gente esteja desatento. Tem que ter prevenção constante, até porque esses animais po-dem acarretar outros tipos de enfermidades”, afirma.

n Águas de enchentes, como na tragédia do Canal do Grangeiro, podem conter a bactéria leptospira

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Chagas Lima

Saborear uma gosto-sa pequisada, prato típico da região do Cariri nesta épo-

ca do ano, período em que ocorre a safra do fruto, é coi-sa que visitante algum pode deixar de fazer. Nos merca-dos públicos e feiras livres, o pequi é encontrado com facilidade, porque muitos produtores trazem de vários lugares. É o caso de João dos Santos Silva, residente na Serra do Araripe, que diaria-mente traz para Juazeiro em torno de 10 mil pequis para vendê-los nos mercados da cidade, principalmente, no Pirajá, onde já tem freguesia garantida. No alto da serra, famílias montam uma espé-cie de acampamento para catá-los e comercializam o cento por R$ 3,00. No comér-cio local custa R$ 5,00.

Muitos comerciantes compram o produto para revendê-lo, tendo lucro de até 50%. Eles chegam nos mercados por volta das 6h da manhã ou até mais cedo, e ficam aguardando a che-gada das caminhonetas e outros veículos lotados de pequi. “No varejo a gente vende 10 pequis por R$ 1,00.

Já no atacado, um saco com 200 custa R$ 10,00”, diz João dos Santos.

Muitas donas de casa

vão ao mercado diariamente para comprar o pequi e co-locá-lo no feijão. “Eu sou do Cariri e quem é desta região

sempre gosta de pequi. E ve-nho todo dia comprar. Hoje, por exemplo, vou fazer um baião de dois com queijo,

que é muito gostoso”, afir-ma a senhora Maria da Sil-va Bernardo, moradora do bairro Franciscanos. Segun-

do ela, o pequi é tão sabo-roso que se não faltar carne na mesa, não tem problema porque o fruto serve para temperar a refeição. “Tanto faz, porque o pequi subs-titui a carne por ser muito gostoso”, completa a dona de casa.

A agricultora Fran-cisca Gonçalves Arruda, do Sítio Cruzeiro, próximo ao Distrito de Santa Fé, no Cra-to, todos os dias leva cerca de 12 mil pequis para co-mercialização em Juazeiro. Ela diz que adquire o cento do produto ao preço de R$ 2,00 e vende em Juazeiro por R$ 3,00 ou R$ 4,00, de-pendendo do horário. “Tem dia que a venda é muito boa, não sobra nenhum pequi. Mas às vezes a venda é fra-ca, porque praticamente não aparece quem queira com-prar”, lamenta.

Entretanto, ela se diz satisfeita com a atividade porque lhe rende um bom lucro, mesmo tirando todas as despesas, incluindo sacos para acondicionar o fruto e o frete do carro. O atacado é o ponto alto das vendas. “Uns compram de 300, 400, 500. Outros compram logo de dois mil pequis. Aí acaba logo o estoque”, afirma.

Safra do pequi vai até março na região do Cariri

REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 20126Cidades

COMÉRCIO

Raphael Barros

Para que as empresas da região do Cariri possam aderir à cultura da inova-ção e contem com mais um incentivo ao crescimento econômico, será lançado o Núcleo Empresarial de Ino-vação (NEI-CE), em Juazeiro do Norte. Segundo a superin-tendente do Instituto Euval-do Lodi (IEL), no Ceará, Vera Ilka, durante o ano de 2012 acontecerão palestras e semi-nários para os empresários e, ao final do ciclo informati-vo, as empresas cadastradas terão direito a diagnósticos estratégicos para melhoria de

produtividade. Além de rece-berem capacitação individu-al, de acordo com o setor que trabalham.

Na inauguração do Núcleo haverá a palestra “Organização e Gestão Es-tratégica da Inovação”, com Eduardo Seity Toma, especia-lista em economia financeira pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de São Paulo, e que trabalha há quatro anos em projetos de novos negócios e gestão de inovação.

O delegado regional no Cariri do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Me-cânicas e de Material Elétrico

do Estado do Ceará (Simec), Adelaido de Alcântara, acre-dita que as informações re-passadas pelo projeto são de extrema importância para os pequenos empresários da re-gião, que não possuem aces-so a elas. A possibilidade de haver uma assessoria indivi-dual para cada empresa, para que elas possam ser mais ino-vadoras, trará benefícios ao desenvolvimento econômico local. Segundo Adelaido, a vinda do NEI para o Cariri mostra que o olhar dos ór-gãos competentes está se vol-tando para o interior do Cea-rá, deixando de se concentrar apenas em Fortaleza.

Inovação é necessária para crescimento econômico

Entenda a matéria

O Núcleo Empresa-rial de Inovação (NEI-CE) é uma ação do Sistema Fe-deração das Indústrias do Estado do Ceará (Sistema FIEC), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-CE) e do Instituto Euvaldo Lodi

(IEL-CE), além do Serviço Brasileiro de Apoio às Mi-cro e Pequenas Empresas (Sebrae-CE). Visa mobilizar as empresas a aderir à cul-tura da inovação por meio do Projeto de Implantação de Planos de Inovação nas Micro e Pequenas Empresas da Cadeia Produtiva Indus-trial na Região do Cariri,

que será apresentado du-rante o lançamento.

ServiçoO Lançamento do Nú-

cleo Empresarial de Inova-ção (NEI-CE) acontece hoje, 31/01, às 18h30, no Palácio da Microempresa do Sebrae, em Juazeiro do Norte.

Wilson Rodrigues

No Brasil existem 16 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza. Desse total, mais de um milhão e quinhentos mil estão no Ceará, e no Ca-riri são mais 26 mil pessoas na mesma situação de risco. Para criar emprego e gerar renda, o Governo Federal criou o plano Brasil Sem Miséria, para garantir a elas uma melhor qualidade de vida. O programa destinou quatro lotes para o Ceará e o Cariri foi contemplado com dois, com auxílio a 640 fa-mílias. Cada família recebe-rá R$ 2.400,00 para investir em diferentes áreas de pro-dução.

O plano Brasil Sem Miséria pretende tirar da extrema pobreza famílias com renda per capta de R$ 70,00 por mês, que tenham o maior número possível de filhos, sem acesso a ne-nhum programa do meio rural, e que possuam noção de corporativismo. O plano visa estimular a geração de trabalho e renda, promo-ver a segurança alimentar e nutricional ao seu público-

-alvo, como agricultores de base familiar, silvicultores, extrativistas, pescadores e outros grupos populacio-nais de Crato, Farias Brito, Juazeiro do Norte, Cariria-çu, Barbalha, Jardim, Santa-na do Cariri, Missão Velha e outros municípios fora do Cariri central.

Os valores poderão ser sacados do Banco do Brasil ou do Banco do Nor-deste através do cartão do Bolsa Família e Cartão do Cidadão. O dinheiro deverá ser aplicado em atividades como artesanato, criação de galinha caipira, produção de horta orgânica, proces-samento de alimentos, fa-bricação de doces e queijo ou demais atividades, de acordo com a aptidão de cada família e suas peculia-ridades, segundo informou a gerente regional da Ema-terce, Elcicleide Mendonça.

O gerente da Empresa de Assistência Técnica e Ex-tensão Rural (Ematerce) de Juazeiro, engenheiro agrô-nomo Adonias Sobreira, ex-plica que o plano Brasil Sem Miséria se propõe a elevar a renda desses trabalhadores. Segundo Adonias, levanta-

mento feito recentemente em 20 municípios caririen-ses mostra que 1472 famílias não detém a posse da terra em que trabalham e isto é um complicador social para o plano, por entender que, sem a posse da área, fica impossível o acesso deles às políticas voltadas para o meio rural.

Adonias informou que o programa chegou ao Ceará por intermédio da Ematerce, que ganhou qua-tro lotes para o Estado, atra-vés de chamada pública, sendo dois destinados para o Cariri e dois para a região dos Inhamuns. Para a região caririense, foram contrata-dos 35 profissionais entre técnicos agrícolas, assisten-tes sociais e engenheiros agrônomos para trabalhar a execução do programa que vai, inicialmente, beneficiar 80 famílias em cada muni-cípio, que receberão orien-tação técnica de comercia-lização, tratos culturais e monitoramento. Os recur-sos são oriundos do Gover-no Federal e o Estado entra com o apoio logístico e a ga-rantia da funcionalidade do programa.

Brasil Sem Miséria pretende tirar 640 famílias da pobreza

n Fruta tradicional na região, o pequi está presente na alimentação do caririense

Fotos: Samuel Macedo

Cícero Valério

n Juazeiro ganha Núcleo Empresarial de Inovação, para avançar no desenvolvimento da região

Brasil Sem Miséria pretende tirar 640 famílias da pobreza

n Cada família receberá R$ 2.400 para investir em áreas de produção

Page 7: Jornal do Cariri - 31 de Janeiro a 06 de fevereiro

Sociedade em FocoPOR WALESKA MARROCOS [email protected]

7REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 2012

Social Cultura

Rua Senador Pompeu, Nº 429 - Centro - Crato-CE

ALFARMA, a primeira farmácia de manipulação genuinamente Cratense.Diretora TécnicaDrª Fabiana Pereira Rodovalho Alencar Gomes

CULTURA

CONFRATERNIZAÇÃONOVOS RUMOSO jogador de futebol Ronaldo Angelim, ex-Fortaleza e Flamengo, promoveu uma partida beneficente com amigos no Clube dos Comerciários, em Juazeiro. Na foto, Jader Guga, Angelim, Roberto Maguila e Nasa.

Valneide e Tadeu reuniram a família para o batizado da filha caçula Isabella. Depois da cerimônia religiosa, o casal comemorou com um animado almoço de domingo. Na foto, os filho Thiago, Luana e Bruna. Eles completam a felicidade do casal. Que Deus abençoe cada dia mais!Ano novo,

vida nova. Meu querido amigo Aderson Jr nos contou que está com novos projetos no ramo da construção civil. Certamente será mais um empreendimento de sucesso. Aguardem novidades.

Dia 30 foi todo dedicado a ela. Jaciana Lossio completou mais um ano de vida. E a comemoração foi dupla, pois a conclusão do curso de Recursos Humanos durou o fim de semana inteiro. Parabéns!

INAUGURAÇÃOSoraia Abrantes e José Gomes receberam clientes e amigos na inauguração da nova loja do casal. A Milenium está em novo endereço, no Centro da cidade, e vale a pena conferir as peças exclusivas e de muito bom gosto. Sucesso!

PARABÉNSBATIZADO

Skatistas fazem trabalho social no Crato

TÁ MARCADOMarcos e Larissa já estão programando a data do casamento. O casal espera somente a conclusão da casa para concretizarem essa linda união. Que Deus abençoe cada dia mais.

Samuel Macedo

Ingrid Monteiro

Quem gosta de foto-grafia tem a oportunidade de aprender gratuitamente noções básicas e as princi-pais técnicas para realização de trabalhos fotográficos em Juazeiro do Norte. O Instituto de Comunicação e Arte Ananduá (ICAA) re-aliza oficina de fotografia, através do projeto Comuni-cação e Cidadania. Mais de 50 jovens já se inscreveram para as oficinas iniciadas no último dia 24 e que seguirão até o final desta semana. A iniciativa tem a finalidade de beneficiar jovens matri-culados na rede pública de ensino, principalmente dos bairros Tiradentes, Campo Alegre, Novo Juazeiro, Tim-baúbas e Limoeiro.

Pâmela Soares, facili-tadora das oficinas, explica que os encontros têm o ob-jetivo de proporcionar aos participantes o conhecimen-to sobre a história da foto-grafia e os princípios bási-cos da câmera, para que os alunos desenvolvam o olhar crítico durante a prática fo-tográfica.

O estudante Joel Ale-crim revela ter percebido o seu interesse pela fotografia ao cursar produção audiovi-sual há alguns meses. “Par-ticipar da oficina está sendo uma oportunidade para es-tudar sobre fotografia e, em seguida, colocar em prática os conhecimentos adquiri-dos”, revela o estudante.

Mas o evento não está atraindo somente os ini-ciantes na área. É o caso da

jornalista Bárbara Gregório ,que também aderiu às ofici-nas. “Aprovo este projeto do ICAA, pois está sendo uma maneira de complementar o que aprendi na faculdade sobre a arte de fotografar”.

As melhores fotos produzidas durante as aulas práticas irão formar a expo-sição “Retratos Urbanos de Juazeiro do Norte”, no Cen-tro Cultural Banco do Nor-deste, que apoia o projeto, juntamente com a prefeitura municipal. A data da expo-sição ainda não foi definida pela organização do evento.

O Instituto O ICAA foi criado em

2004 e desenvolve ações vol-tadas à comunicação e tecno-logia da informação, e reali-za projetos que beneficiam

a comunidade e auxiliam na formação profissional de jovens na região Cariri. “A principal proposta do ICCA é elevar a auto-estima desses jovens que não têm muitas oportunidades, principal-mente porque a maioria dos cursos ofertados na região possui custo elevado”, expli-ca o diretor Francisco Filho.

Instituto promove atividades educativas gratuitas

Serena Morais

Um grupo de skatis-tas, na perspectiva de ajudar crianças e adolescentes ca-

rentes, criou a Associação de Skate do Crato (ASC). Eles usam o esporte como um meio de inclusão social. O projeto “Skate pra Vida” já conta com a ajuda de de-zenas de voluntários e prati-cantes do esporte, e aos pou-cos tem chamado a atenção de muitos jovens em situa-ção de risco.

A associação fez uma parceria com a Secretaria de Cultura, Esporte e Juven-tude e conseguiu recursos para construir uma pista iti-nerante, a partir do material que a própria ASC possuía. O equipamento profissional pode ser montado e des-montado em qualquer lu-gar, por ser de madeira. “A ideia é levar a pista de três em três meses a um bairro diferente, para que todos possam participar do proje-to”, diz Thiago Batista, pre-sidente da associação.

Segundo ele, muitos jo-vens têm vontade de praticar, mas não têm condição, pois o skate é um esporte caro. “Muitos dos skates utilizados pelas crianças foram doados por nós, mas precisamos de ajuda, pois faltam os kits de proteção, os tênis apropriados e o próprio skate”, comenta.

A proposta da ASC também é abrir espaço junto a outras culturas de rua e reunir turmas como a do grafite, da “bike” e da capoeira. “Traba-lhamos com crianças a partir de cinco anos e mesmo que ela não se encaixe no skate, terá outras opções de atividade, para não cair na ociosidade”, diz Thiago. Ações como ofici-nas e palestras vão ser oferta-das às crianças e adolescentes, para conscientizar em relação às drogas, conservação am-biental e temas sociais.

Por enquanto, os jo-vens praticantes estão se reu-nindo na quadra do Colégio Estadual Wilson Gonçalves. Nos dias quatro e cinco de fevereiro acontece a Primeira Etapa do Circuito Regional de Skate 2012.

COMUNICADO

CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT S.A., com atua-ção no ramo de atividade de Construção Pesada, informa a abertura do seu Programa de Contratação de Pessoas Portadoras de Deficiên-cia e Beneficiários Reabilitados da Previdência Social, para eventuais vagas que venham a ocorrer em seu quadro de empregados.

Os interessados que se enquadrarem no Programa acima po-derão enviar Curriculum Vitae para os endereços abaixo:

CNO : Endereço: Av. Luiz jucá Arrais Maia, 595 – centro – Missão Velha- CE

A/C Cristiana Avelina

SINE : Rua Senador Alencar, 39 – Centro – Barbalha -CE

Missão Velha, 31 de Janeiro de 2012.

n Inclusão social através da prática de skate no Crato

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ALTOS E BAIXOS

8 REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 31 DE JANEIRO A 06 DE FEVEREIRO DE 2012

Esporte

CÍCERO NICÁSSIO

TOQUE DE PRIMEIRA

AUTO-ESTIMAApertem o cinto, pois o trajeto será turbulento.

É assim que eu vejo o atual momento do Icasa, em razão da queda da série B para série C. A diretoria do Verdão está sem norte, ou melhor, sem dinheiro para

contratar jogadores com condições técnica para suportar a pressão da torcida icasiana. É necessário que haja equilíbrio emocional por parte da comissão técnica e do elenco. Só uma sequência de vitórias poderá trazer de volta a confiança e a auto-estima que está faltando em todos os setores do Verdão.

AUTOMAÇÃO Até agora não aconteceu nenhum placar surpreendente

no certame. Os analistas creditam o baixo rendimento dos atletas na pré-temporada que é muito desgastante, e vale lembrar que a falta de entrosamento daqueles clubes que desfizeram a base é notória. Apenas o Horizonte teve um aproveitamento de 100% nas três primeiras partidas: 3 a 0 no Ferroviário, 3 a 2 no debutante Crateús e 3 a 2 no fraco Trairiense. A partir da quinta rodada, as equipes já estarão mais automatizadas.

RIFA A situação financeira do Icasa é preocupante. O conselho

deliberativo do clube colocou uma ação entre amigos (RIFA), que correu no último dia 28 de janeiro. O fracasso no futebol deixa seqüelas que demoram a ser removidas, porque entre a razão e a emoção o torcedor prefere ficar com a segunda opção, e dar as costas para o time. Só as vitórias trarão o time icasiano para os trilhos.

UNIVERSALIZAÇÃO Qual seria a resposta de Chico Buarque, Caetano Veloso,

João Gilberto para a música de Michel Telló, “Ai Se Eu Te Pego”, que pegou uma carona na universalização do futebol e está sendo executada em quase todos os continentes. A mídia tem uma penetração muito forte, principalmente no Brasil, que tem quatorze milhões de analfabetos. Haja lixo cultural!

TIRO CURTO Deslumbramento não combina com futebol. Já vi time

despencar tabela abaixo por acomodação e falta de humildade. É necessário manter o foco, pois o campeonato cearense é tiro curto, onde todas as equipes treinam de pijama dentro de um ônibus.

n Guarani e Icasa ainda não deslancharam no Campeonato Cearense. O Crato é o melhor colocado, com oito pontos

Irregularidade nos primeirosjogos de Icasa e Guarani

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Ligue e anuncie: (88)3511 2457 Início de temporada irre-gular para os times do Cariri no Campeonato Cearense. Engatar uma

sequência de vitórias pare-ce distante da realidade dos clubes, que ainda lutam para compactar o grupo, forma-tar orientação tática e entro-sar os jogadores. Enquanto isso, resultados positivos e negativos se intercalam, em-prestando insegurança aos torcedores, ávidos por con-quistas. Mas ainda é cedo para colocar a taça no colo do mais vitorioso ou conde-nar ao fracasso equipes que mais perderam pontos.

Em solo caririense, o time mais bem colocado é o Crato, com duas vitórias e dois empates, na terceira colocação do certame. São oito pontos conquistados contra Fortaleza, Icasa, Ce-ará e Crateús, em placares enxutos. Números positivos que animam jogadores e tor-cida, mas insuficientes para assegurar classificação. São os primeiros pontos ganhos, em aproveitamento de 66%, idêntico ao Ceará, também com duas vitórias e dois em-pates.

O Icasa, em três jogos disputados, já experimentou os três sabores do futebol. Largou perdendo para o próprio Crato, por 1 a 0, no

estádio Romeirão, empatou com o Guarany de Sobral também jogando em casa, e venceu o vizinho Guarani de Juazeiro, por 3 a 2, na ter-ceira partida disputada com o mando de campo. São qua-tro pontos somados e a sexta posição na tabela de classi-ficação, em aproveitamento de 44%. O clube está longe da pontuação ideal, mas os três pontos conquistados domingo (29) elevaram o ânimo da equipe, que ain-da sente a ressaca da queda para a terceira divisão do Campeonato Brasileiro.

O Guarani de Juazei-ro do Norte amarga a pior colocação, entre os times do Cariri, na tabela de clas-sificação da Federação Ce-arense de Futebol. O Leão do Mercado tem o mesmo número de pontos do Icasa, quatro, mas com um jogo

a mais e saldo de gols no vermelho. Empatou com o Crateús, venceu o Trairien-se, sofreu goleada do Tira-dentes e nova derrota, agora para o Icasa. O Guarani está na oitava colocação, com 33%, acima apenas de qua-tro equipes.

Próximos desafios

Crato, Icasa e Guarani não têm vida fácil nas pró-prias partidas. O Azulão da Princesa enfrenta o Trairien-se, no Junco, o então líder Horizonte, no Mirandão, e o Guarany de Sobral, nova-mente no Junco. As partidas podem confirmar a boa fase do Crato em 2012.

O Icasa enfrenta o Crateús, no Juvenal Melo, o Tiradentes, no Romeirão, e o Ferroviário, no Presidente

Vargas. Será uma prova de fogo para o Verdão do Ca-riri, que precisa acumular pontos antes de enfrentar os principais clubes da Região Metropolitana, Ceará, Forta-leza e Horizonte.

Já o Guarani de Jua-zeiro recebe o Itapipoca, no Romeirão, torna a jogar em casa, desta vez contra o Ce-ará, e em seguida visita o Fortaleza, no estádio Presi-dente Vargas. São jogos du-ros contra dois times fortes e outro que luta para sair das últimas colocações.

Os clubes do Cariri precisam superar as dificul-dades financeiras e de início de temporada para crescerem na competição. Icasa e Gua-rani ainda precisam acordar no certame, enquanto Crato espera confirmar o bom ren-dimento dos jogos para con-tinuar entre os primeiros.