jornal da fmb- fevereiro 2011- edição 31

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FMB mapeia compulsão em amontoar “coisas” Pesquisadores em psiquiatria da Faculdade de Medicina de BotucatuUnesp (FMB) lideram maior estudo mundial para compreender o colecionismo como sintoma do Transtorno Obsessivo Compulsivo. PÁGINA 12 Professores são autores em livro internacional PÁGINA 5 Curso de radiologia começa a dar frutos FMB inicia treinamento para residentes HCFMB já é autarquia do Estado O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, assinou, dia 21 de janeiro, em visita à Botucatu, o decreto regu- lamentar que vinculou oficial- mente o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina /Unesp (HCFMB) à Secretaria de Estado da Saúde. Ele também partici- pou do descerramento da placa comemorativa que oficializa o hospital como uma autarquia do Estado. Alckmin lembrou que o custeio da Saúde é caro e, por isso, a criação da autarquia vai possibilitar maiores investimentos. PÁGINA 11 Enfermagem já estuda ampliar vagas Segunda graduação oferecida pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB)- que des- de 1963 mantém o de Medicina Humana-, o curso de graduação em Enfermagem alça em 2011 novos projetos para a consolida- ção e o crescimento acadêmico. Uma das propostas que tanto a Coordenação e o Departamento de Enfermagem da FMB debatem amplamente é a ampliação do número de vagas na graduação. PÁGINA3 Nova UTI móvel na frota do HCFMB Priorizando a modernização de seus equipamentos em as- sistência à saúde, o Hospital das Clínicas recebeu, em janeiro, uma nova Unidade de Terapia Inten- siva Móvel, que será destinada para o transporte de pacientes em casos de urgência e emergên- cia da unidade a outros hospitais da região. PÁGINA 10 Upeclin passa por ampliação de estrutura Doze meses após ser inaugu- rada oficialmente, a estrutura da Unidade de Pesquisa Clínica (Up- eclin) da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) começa a ampliar seu espaço físico com a construção do primeiro andar da unidade. Serão investidos R$ 315.394,30 e a verba é proveni- ente da Finep. PÁGINA 4 Alunos tem aprendizado no exterior PÁGINA 6 PÁGINA 8 PÁGINA 9 FOTO GOVERNO DO ESTADO DE SP FOTO FLÁVIO FOGUERAL FOTO FLÁVIO FOGUERAL FOTO ARQUIVO PESSOAL

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Page 1: Jornal da FMB- Fevereiro 2011- Edição 31

FMB mapeia compulsão em amontoar “coisas”Pesquisadores em psiquiatria da Faculdade de Medicina de BotucatuUnesp (FMB) lideram maior estudo mundial para compreender o colecionismo como sintoma do Transtorno Obsessivo Compulsivo. Página 12

Professores são autores em livro internacional

Página 5

Curso de radiologia começa a dar frutos

FMB inicia treinamento para residentes

HCFMB já é autarquia do Estado

O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, assinou, dia 21 de janeiro, em visita à Botucatu, o decreto regu-lamentar que vinculou oficial-mente o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina /Unesp (HCFMB) à Secretaria de Estado da Saúde. Ele também partici-pou do descerramento da placa comemorativa que oficializa o hospital como uma autarquia do Estado. Alckmin lembrou que o custeio da Saúde é caro e, por isso, a criação da autarquia vai possibilitar maiores investimentos.

Página 11

Enfermagem já estuda

ampliar vagasSegunda graduação oferecida

pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB)- que des-de 1963 mantém o de Medicina Humana-, o curso de graduação em Enfermagem alça em 2011 novos projetos para a consolida-ção e o crescimento acadêmico. Uma das propostas que tanto a Coordenação e o Departamento de Enfermagem da FMB debatem amplamente é a ampliação do número de vagas na graduação. Página 3

Nova UTI móvel na frotado HCFMB

Priorizando a modernização de seus equipamentos em as-sistência à saúde, o Hospital das Clínicas recebeu, em janeiro, uma nova Unidade de Terapia Inten-siva Móvel, que será destinada para o transporte de pacientes em casos de urgência e emergên-cia da unidade a outros hospitais da região. Página 10

Upeclin passa por ampliação de estrutura

Doze meses após ser inaugu-rada oficialmente, a estrutura da Unidade de Pesquisa Clínica (Up-eclin) da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) começa a ampliar seu espaço físico com a construção do primeiro andar da unidade. Serão investidos R$ 315.394,30 e a verba é proveni-ente da Finep. Página 4

Alunos tem aprendizado no exterior

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FOTO FLÁVIO FOGUERAL

FOTO FLÁVIO FOGUERALFOTO ARQUIVO PESSOAL

Page 2: Jornal da FMB- Fevereiro 2011- Edição 31

janeiro/ fevereiro 2011

2 faculdade de Medicina

Vice-Reitor no exercício da reitoria: Julio Cezar Duriganfaculdade de Medicina de Botucatu

Diretor: Sérgio Swain MüllerVice-diretora: Silvana Artioli Schellini

Superintendente do HCFMB: Emílio Carlos CurcelliVice-superintendente: Irma de Godoy

Presidente da Famesp: Pasqual BarrettiVice-presidente: Shoiti Kobayasi

O Jornal da FMB é uma publicação mensal da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médico-hospitalares e de pesquisas a ela vinculadas. Sugestões, comentários e colaborações devem ser encaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesp pelo endereço [email protected]. ou telefone (14) 3811-6140 ramais 120 e 123.

Assessoria de Comunicação e Imprensa- Leandro Rocha (MTB-50357)Produção, editoração e impressão: G3 Gráfica & Editora- Rua Jorge Barbosa de Barros, 163- Jardim Paraíso-Botucatu-SPReportagens: Flávio Fogueral (MTB- 34927)Fotografia: Flávio Fogueral, Fotografia AG Unesp Botucatu e Arquivo ACI/FMB

universidade estadual Paulista “júlio de Mesquita filho”

jorn

al d

a f

MB

Todos os meses, os resultados das

enquetes acessíveis no site da Faculdade

de Medicinaserão publicados no

Jornal da FMB

sua oPinião

Participe também das enquetes acessando www.fmb.unesp.br

24/02/2011 A 05/05/2011 - CURSOINTRODUÇÃO AO USO DA TIC EM EDUCAÇÃO E SAÚDE.Local: Laboratório de Informática do NEAD-TISHorário: 08:00 às 11:00Contato: [email protected]

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOBRENO DE SOUZA SALGADOANÁLISE PROGNÓSTICA DA IMUNOEXPRESSÃO DE PROTEÍNAS RELACIONADAS À TRANSIÇÃO EPITELIAL- MESENQUIMAL NOS CARCINOMAS MAMÁRIOS ESPORÁDICOS DE CADELASPrograma: PatologiaOrientador: Prof(a). Dr(a). Noeme de Sousa RochaLocal: Anfiteatro da Pós-Graduação da FMVZ - UNESPHorário: 14:30

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOLILIAN REGINA LEANDRO BERTOLINIA PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL ESPECIALIZADO SOBRE O SEU PROCESSO DE TRABALHOPrograma: EnfermagemOrientador: Prof(a). Ass. Dr(a). WILZA CARLA SPIRILocal: Anfiteatro Maria José dos Reis Lima - Depto. de Enfermagem - FM/BotucatuHorário: 09:00

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOTHAIANE CRISTINE EVARISTOMODELO EXPERIMENTAL DE NEOTRAQUÉIA EM COELHO UTILIZANDO TÉCNICAS DE ENGENHARIA DE TECIDOSPrograma: Pesquisa e Desenvolvimento (Biotecnologia Médica)Orientador: Prof(a). Dr(a). Elenice DeffuneLocal: Mini-Auditório Dr. Paulo Eduardo de Abreu Machado FM/Botucatu - UnespHorário: 14:00

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOJULIANA FERREIRA DE LIMA E ALMEIDAESTUDO DAS ALTERAÇÕES FUNCIONAIS CARDIORRESPIRATÓRIAS EM PACIENTES SUBMETIDOS A SIMPATECTOMIA TORÁCICA VIDEOASSISTIDAPrograma: Bases Gerais da CirurgiaOrientador: Prof(a). Dr(a). Daniele Cristina CataneoLocal: Solário da Enfermaria de Gastrocirurgia - FMB - UNESPHorário: 09:00

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOMARIA GORETE TEIXEIRA MORAISIMPACTO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES NO SERVIÇO PÚBLICO - ANÁLISE DE CUSTOSPrograma: Bases Gerais da CirurgiaOrientador: Prof(a). Dr(a). Antônio Sérgio MartinsLocal: Solário do Departamento de Urologia - FMB - UNESPHorário: 14:30

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOJULIANE ROSA POIATIAVALIAÇÃO HEMODINÂMICA POR TONOMETRIA DE APLANAÇÃO EM GESTANTES COM PRE--ECLÂMPSIA PRECOCE E TARDIAPrograma: Ginecologia, Obstetrícia e MastologiaOrientador: Prof(a). Dr(a). José Carlos PeraçoliLocal: Solário do Depto. de Ginecologia e Obstetrícia - FM de Botucatu - UNESPHorário: 9 horas

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOMARIA FERNANDA GIOVANETTI BIAGIONIAVALIAÇÃO DA INGESTÃO DE CÁLCIO, VITAMINA D E MACRONUTRIENTES E DO METABOLISMO ÓSSEO EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA BARIÁTRICA DE BYPASS GÁSTRICO EM Y DE ROUXPrograma: Fisiopatologia em Clínica MédicaOrientador: Prof(a). Dr(a). Gláucia Maria Ferreira da Silva MazetoLocal: Auditório Marco Aurélio - Depto. de Clínica Médica - FM/Botucatu - UnespHorário: 14 horas

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOAIRTON LOURENÇO JUNIORVARIAÇÃO SEXUAL, ONTOGENÉTICA E AMBIENTAL DO VENENO DE CROTALUS DURISSUS TERRI-FICUS DA REGIÃO DE BOTUCATU - SÃO PAULO - CARACTERIZAÇÃO ENZIMÁTICA, BIOQUÍMICA E FARMACOLÓGICAPrograma: Doenças TropicaisOrientador: Prof(a). Dr(a). Rui Seabra Ferreira JuniorLocal: Sala de Aula do Dep. de Doenças Tropicais - FMBHorário: 14 horas

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOLIDIANA DE CAMARGO TALONSUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS POLI-INSATURADOS ÔMEGA 3 EM PACIENTES SUBMETIDOS A PROGRAMA DE MUDANÇA DO ESTILO DE VIDAPrograma: PatologiaOrientador: Prof(a). Dr(a). Roberto Carlos BuriniLocal: Anfiteatro da Patologia Marcello Fabiano de Franco - FMB - UNESPHorário: 14 horas

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOPRISCILA MARQUES DONATOESTUDO DA RESPOSTA DE CULTURA UTILIZANDO-SE SORO BOVINO FETAL E SORO DE PLASMA RICO EM PLAQUETASPrograma: Pesquisa e Desenvolvimento (Biotecnologia Médica)Orientador: Prof(a). Dr(a). Paulo Eduardo de Abreu MachadoLocal: Solário Prof. Dr. Tiberê Alves de Resende - Depto. de Clínica Médica Horário: 14 horas

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOMARIELE GOBBO DE OLIVEIRAESTUDO COMPARATIVO DE GEL DE PLAQUETAS HOME MADE VERSUS HIDROCOLÓIDE NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS CRÔNICAS DE ETIOLOGIA VENOSAPrograma: Pesquisa e Desenvolvimento (Biotecnologia Médica)Orientador: Prof(a). Dr(a). Elenice DeffuneLocal: Mini Auditório “Prof. Emérito Paulo Eduardo de Abreu Machado” - Divisão do Hemocentro - FMBHorário: 9 horas

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOHILSA EMÍLIA MEZAVIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NA ENFERMAGEM: CONCEPÇÕES E OBJETO DE AÇÃOPrograma: EnfermagemOrientador: Prof(a). Dr(a). Maria Helena BorgatoLocal: Anfiteatro do Departamento de Enfermagem - FMBHorário: 14 horas

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOBRUNA RIBEIRO DE ANDRADE RAMOSASSOCIAÇÃO ENTRE PRESENÇA DE MYCOPLASMA HOMINIS E UREAPLASMA UREALYTICUM E NÍVEIS DE CITOCINAS PRÓ E ANTI-INFLAMATÓRIAS NO LÍQUIDO AMNIÓTICO DE GESTAÇÕES DE TERMOPrograma: PatologiaOrientador: Prof(a). Dr(a). Márcia Guimarães da SilvaLocal: Sala de Reuniões do Depto. de Patologia - FM/Botucatu - UnespHorário: 8h30

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOÍGOR OTÁVIO MINATELCLAMIDÓSPOROS DO PARACOCCIDIOIDES BRASILIENSIS: ISOLAMENTO E ESTUDO DA INFECTIVIDADE EM MODELO EXPERIMENTAL MURINOPrograma: PatologiaOrientador: Prof(a). Dr(a). Júlio DefaveriLocal: Sala de Reuniões do Departamento de PatologiaHorário: 14h30

28/02/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOPRISCILA PORTUGAL DOS SANTOSINFLUÊNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO DE DIETA COM DIFERENTES DOSES DE VITAMINA D SOBRE VARIÁVEIS CARDÍACAS EM RATOSPrograma: Fisiopatologia em Clínica MédicaOrientador: Prof(a). Dr(a). Sergio Alberto Rupp de PaivaLocal: Auditório Marco Aurélio - Depto. de Clínica Médica da FM de Botucatu - UNESPHorário: 8h30

28/02/2011 - DEFESA DE TESEMÁRCIA ELAINE ZEUGNER BERTOTTINEUROPATIA TRIGEMINAL EM PACIENTES URÊMICOS EM HEMODIÁLISEPrograma: Bases Gerais da CirurgiaOrientador: Prof(a). Dr(a). Luiz Antonio de Lima ResendeLocal: Solário do Depto. de Urologia da FM de Botucatu - UNESPHorário: 9 horas

28/02/2011 - DEFESA DE TESEMARCUS VINÍCIUS PIMENTA RODRIGUESEPIDEMIOLOGIA MOLECULAR E FATORES DE RISCO PARA AQUISIÇÃO DE CLONES ENDÊMICOS DE STA-PHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE À METICILINA (MRSA) EM UM HOSPITAL DE ENSINOPrograma: Doenças TropicaisOrientador: Prof(a). Dr(a). MARIA DE LOURDES R S DA CUNHALocal: Solário do Depto. de Urologia da FM de Botucatu - UNESPHorário: 14 horas

28/02/2011 - DEFESA DE TESEMARCUS VINÍCIUS PIMENTA RODRIGUESCETAMINA S( ) COMO ADJUVANTE NA ANESTESIA E NO TRATAMENTO DA DOR PÓS-OPERATÓRIA DE PACIENTES QUEIMADOSPrograma: AnestesiologiaOrientador: Prof(a). Dr(a). ELIANA MARISA GANEMLocal: Sala 02 do Depto. de Anestesiologia - FM/Botucatu - UnespHorário: 14 horas

16/04/2011 - EVENTOCAMPANHA NACIONAL DA VOZ Local: Centro Saúde Escola (CSE) Horário: não informadocontato: [email protected]

Informações detalhadas no site www.eventos.fmb.unesp

agendacurtas

Centro de MemóriaO novo Centro de Documentação e

Memória da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) criou mais um canal de comunicação com as pessoas interessadas em colaborar e manter a história da instituição. Através de um email- [email protected] e do telefone (14) 3811-6235, das 13 às 17h30, é possível obter informa-ções sobre a seção, quais atividades desenvolvidas, entre outros assuntos. O contato também proporcionará que professores, alunos, servidores e pessoas da comunidade possam colaborar com a cessão de documentos, fotos e até registros em vídeo que tenham relação com a Faculdade de Medicina.

Destaque no JNO Jornal Na-

cional, da Rede Globo, exibiu, em 4 de fever-eiro, reportagem sobre a desco-berta feita por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) de um gel feito a base de sangue, que pode cicatri-zar feridas antes incuráveis. A matéria, que foi ao ar no segundo bloco do telejornal, durou 1:48 e apresentou entrevistas com as professoras Elenice Deffune e Rosana Rossi Ferreira, vinculadas à faculdade, além de imagens de alguns laboratórios do Hemo-centro do Hospital das Clínicas da FMB. Os medicamentos, denomi-nados biofibrin, gel de plaquetas e gel mix, são produzidos a partir de dois componentes do sangue, o plasma e as plaquetas, e desti-nam-se a tratar feridas de pele de difícil tratamento. O vídeo com a reportagem está acessível no ca-

nal da FMB no You-tube: imprensafmb.

Votação digitalA primeira Congregação de

2011, nas novas dependências do prédio administrativo da Facul-dade de Medicina de Botucatu/Unesp apresentou novidades em seu sistema de votação. Composto por 37 integrantes entre professo-res, alunos e servidores, o colégio máximo da faculdade pode re-alizar as primeiras decisões desse ano através de um sistema digital, semelhante ao processo que a Câ-mara dos Deputados e o Senado Federal utilizam. Cada membro recebe um aparelho com conexão de rede sem fio onde poderá ter três tipos de decisões: favorável, contrário ou abstensão.

Padronização do nome Unesp em inglêsCom objetivo de esclarecer even-

tuais dúvidas de nossos pesquisa-dores, a Assessoria de Comunicação e Imprensa da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp divulga nota refer-ente às padronizações para citações do nome da Unesp em inglês. É possível conferir abaixo a Resolução Unesp-72 de 5 de novembro de 2009, que estabelece padrão para citação institucional da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” em todas as publicações científicas nacio-nais e estrangeiras:

O Reitor da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, com fundamento no inciso IX do art. 24 do Regimento Geral, tendo em vista o deliberado pelo Conselho Univer-sitário em sessão de 22/10/2009 e considerando a necessidade de esta-belecer uma forma padronizada para a citação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” em publicações científicas nacionais e es-trangeiras, baixa a seguinte Resolução:

Artigo 1º - Em todas as publi-cações, nacionais e internacionais, a citação institucional deverá ser iniciada por: Unidade (por extenso), UNESP - Univ Estadual Paulista

Artigo 2º - Nos casos em que a publicação exigir outras informações, tais como Campus, Departamento e Laboratório, dentre outras, estas de-verão vir a seguir ao disposto no artigo 1º, da forma abaixo exemplificada. Unidade (por extenso), UNESP - Univ Estadual Paulista, Campus, Departa-mento, Laboratório

Artigo 3º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação. (Proc. 2379/50/01/09-Runesp).

Contato sobre o biocurativoDevido a grande repercussão das reportagens em veículos de abrangência nacional sobre o biocurativo desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) foi criado um e-mail específico para receber dúvidas e outros pedidos de informações. Os interessados em fazer contato com os responsáveis pelo experimento devem escrever exclusivamente pelo email: [email protected]. Há uma equipe preparada para leitura, análise e respostas das demandas.

Mais de 500 emails

Somente na primeira semana após a exibição do assunto biocurativo em rede nacional de televisão,

mais de 500 emails foram enviados para a Assessoria de Imprensa e aos pesquisadores. Pessoas de diversos Estados e também de Portugal entr-aram em contato em busca de mais informações sobre a pesquisa.

norMativa

Page 3: Jornal da FMB- Fevereiro 2011- Edição 31

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janeiro/fevereiro 2011

faculdade de Medicina

Enfermagem inicia conversas para ampliar número de vagas

Segunda graduação oferecida pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB)- que desde 1963 mantém o de Medicina Humana-, o curso de gradu-ação em Enfermagem alça em 2011 novos projetos para a consolidação e o crescimento acadêmico.

Uma das propostas que tanto a Coordenação quanto o Departamento de Enfermagem da FMB debatem amplamente é a ampliação do número de vagas na graduação. A intenção é passar das atuais 30 vagas para 60. Ainda não há previsão para essa ampliação, mas as conversas têm sido frequentes entre os membros da seção.

Criado em 1989 na gestão do então diretor Wil-lian Saad Hossne, o curso de enfermagem original-mente oferecia 20 vagas. O aumento ocorreu uma década depois quando passou a ter disponíveis as atuais 30 vagas.

Mesmo ainda sendo um projeto do departa-mento, a ampliação já havia sido conversada com a direção da FMB e também com o ex-reitor da Unesp e atual secretário de Estado da Educação, prof. Her-man Voorwald, em outubro de 2009. O posiciona-mento de ambas as esferas têm sido positivas. “Na época o então reitor achou viável essa ampliação já que há uma demanda considerável e a procura pela enfermagem aumenta a cada vestibular”, explica a chefe do Departamento de Enfermagem, profª Car-men Casquel Monti Juliani.

Nos dois últi-mos vestibulares, a relação man-teve-se na faixa de 20 candida-tos por vaga. Em 2010 foram 675 candidatos disputando 30 vagas, com rela-ção de 22,5 c/v. Já em 2011 foram 625 pessoas inscritas no processo seletivo, com média de 20,8 c/v.

Segundo a coordenadora do curso, profª Vera Pamplona Tonette, o projeto de ampliação do número de vagas é antigo e tem se mostrado cada vez mais viável com a inserção do curso e do recon-hecimento da excelência do mesmo por órgãos gov-

curso de enferMageM teM se consolidado coM

excelência no ensino, Pesquisa e extensão

dentro de sua ProPosta

ernamentais e também de publicações especializa-das. Após passar por uma reestruturação curricular, o curso atualmente requer dos alunos a realização de Trabalhos de Conclusão de Cursos (TCCs) com priorização de pesquisas nas mais diversas esferas da assistência à saúde.

A Enfermagem da FMB também está inserida em iniciativas de qualificação a profissionais da en-fermagem. “Há um reconhecimento do Ministério da Saúde pelos projetos em que a FMB, através da Enfermagem, está inserida. Atualmente damos suporte com cursos de gestão em saúde, residência multiprofissional e formação pedagógica”, salienta profª Carmen.

Outros fatores também exemplificam a perspectiva do aumento de vagas, conforme ressaltam as profes-soras. A criação da pós-graduação em enfermagem, em 2006; e também a grande procura pela transfer-ência- no ano passado foram 45 alunos para uma vaga disponível- mostram a consolidação do curso.

No entanto, profª Vera ressalta que ainda de-vem ocorrer estudos preliminares das necessidades estruturais para que o curso receba o aval para ser ampliado. Alguns obstáculos, conforme explica a coordenadora, devem ser tratados com prioridade: desde a interação e a disponibilidade do Instituto de Biociências/Unesp (onde são ministradas as discipli-nas fundamentais), passando pelo uso e estrutura dos

laboratórios de enfermagem instalados no Hospital das Clínicas até o número de professores para cada aluno em campos de estágios. “A direção da FMB recomendou a montagem de uma comissão para se analisar todos esses pontos. O assunto será tratado como prioridade pelo Departamento de Enfermagem nos próximos meses”, enfatiza a coordenadora.

Atualmente, o departamento conta com 30 professores fixos, 5 docentes substitutos e 2 en-fermeiros colaboradores. A formação dos atuais

120 alunos matriculados tem a duração de 4 anos e as aulas ocorrem em período integral. Durante três anos (2008, 2009 e 2010) o curso de Enfermagem oferecido pela FMB foi considerado como ‘excelente’, recebendo classificação 5 estrelas pelo Guia do Es-tudante, uma das maiores publicações voltadas ao ensino do país.

A transformação da região de Botucatu em um polo de formação de profissionais na área da saúde é um fator externo que explica o interesse pela ampliação do curso. Novos palcos de treinamento como a instalação de novas unidades de saúde (Hospital Estadual Botucatu, Ambulatório Médico de Especialidades e os futuros Centro de Reabilitação Lucy Montoro e a Clínica para Dependentes Químicos), além das já instaladas atualmente, fazem com que a demanda por qualificação na área cresça. “Desde nossa primeira turma há uma história de inserção nos serviços públicos de saúde com as atuais parcerias, projetos de extensão e está-gios”, complementa profª Carmen.

região favorece cresciMento da deManda

estudantes

A nova direção do Centro Acadêmico Pirajá da Silva (CAPS) reuniu-se, dia 14 de fevereiro, com o diretor da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), prof. Sérgio Swain Müller e apresentou seus novos integrantes, que terão mandato de doze meses frente à entidade.

Entre alguns dos assuntos abordados durante a reunião estiveram pontos como a representação discente no Conselho do Hospital das Clínicas. Também houve indagações sobre o Restaurante Universitário do campus de Rubião Júnior e da pos-sibilidade de reforma da sede do CAPS, próximo ao novo prédio administrativo da FMB.

Compõem a Gestão Vox, do CAPS, os alunos: Gabriel Almeida (coordenação de assuntos internos), Amanda Braga (Movimento estudantil geral e coordenação geral do CAPS), Bruno Batista (Políti-cas em Saúde Pública ), Marina Finardi (Relações Públicas), Natanael Adiwardana (Extensão e Tesouraria), Paulo Gregório (Científico), Bruno Belmonte (Educação Médica), Ariane Garcia (Cultural) e Karina Eid (Movimento Estudantil Médico e 2ª tesoureira).

acadêMica

Sílvia Rogatto agora é professora titular A professora Sílvia Regina Rogatto foi qualifica-

da, dia 15 de fevereiro, com nova titulação em sua carreira docente dentro da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). Após concurso realizado no Salão Nobre da Faculdade, Sílvia se torna a nova professora titular da disciplina de “Perfil Genômico do Câncer”, junto ao Departamento de Urologia.

O concurso foi dividido em duas partes: no período da manhã ocorreu a prova didática, que teve como tema principal “Cânceres hereditários, genes de predisposição e variações do número de cópias de DNA”. Já no período da tarde ocorreu a arguição do memorial (argumentação da carreira e produção científica).

Compuseram a banca examinadora do concurso os professores João Lauro Viana de Camargo, o ex-reitor da Unesp, José Carlos Souza Trindade; Ricardo Renzo Brentani (da Faculdade de Medicina da USP- Universidade de São Paulo), Ricardo Ribeiro dos Santos, também vinculado à USP e Marília Cardoso de Arruda Smith, professora titular da Universidade Federal de São Paulo- Unifesp.

Sílvia Rogatto possui graduação em Ciências Biológicas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Le-tras de Ribeirão Preto/USP (1982), Mestrado (1986) e Doutorado (1990) em genética pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) e Pós-Doutorado pela University of Toronto-Canada.

Professora Sílvia Rogatto (ao centro) com membros da banca examinadora do concurso para titulação

CAPS apresenta nova gestão

Page 4: Jornal da FMB- Fevereiro 2011- Edição 31

janeiro/ fevereiro 2011

4 faculdade de Medicina

Ampliação de estrutura para a Pesquisa ClínicaDoze meses após ser inaugu-

rada oficialmente, a estrutura da Unidade de Pesquisa Clínica (Up-eclin) da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) começa a ampliar seu espaço físico com a construção do primeiro andar da unidade. Serão investidos R$ 315.394,30 e a verba é proveni-ente da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), órgão vincu-lado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

A ampliação, que tem crono-grama previsto para ocorrer em até seis meses, proporcionará que a Upeclin passe a contar com espaços para arquivo, secretaria, salas para administração, espaços para reuniões e treinamentos, além de um local para a farmácia da unidade. O projeto prevê, ao longo do tempo, a construção de três andares no prédio.

O novo andar será desti-nado ao apoio administrativo da execução da pesquisa e que não havia sido contemplado de forma adequada na parte térrea do prédio, conforme explica o coordenador do Conselho Gestor da Upeclin, professor Carlos Anto-nio Caramori. “A área térrea está estruturada para o atendimento aos sujeitos de pesquisa tais como consultas, procedimentos, exames, internações, infusões e testes”, ressalta.

Atualmente, a Upeclin tem capacidade para atender, por dia, 100 sujeitos de pesquisa em seus consultórios e pode realizar até oito internações diárias. Pesquisa-dores da Faculdade de Medicina

atualMente, a uPeclin teM caPacidade Para

atender, Por dia, 100 sujeitos de Pesquisa eM

seus consultórios

de Botucatu/Unesp e Hospital das Clínicas da FMB que tiverem pesquisas em andamento, com financiamento público ou privado, podem transferir as atividades para as instalações unidade. Não haverá despesas adicionais.

A unidade integra a RNPC - Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Hospitais de Ensino (que conta com 32 unidades) e está instalada em um prédio 600 metros quadra-dos de área construída que conta com seis consultórios e oito leitos,

Novo andar, já em construção, deve priorizar espaços para a área administrativa da Upeclin

além de completa infra-estrutura para pesquisa clínica.

É competência da unidade realizar pesquisa clínica (pesquisa em seres humanos) de projetos encaminhados por todas as uni-dades da Unesp, de interesse do Ministério da Saúde e do SUS, com investimento público ou privado, participando como centro coor-denador ou colaborador, desde que o produto em investigação/desenvolvimento atenda todas as legislações vigentes no país. Já

Com grande crescimento nos últimos anos, as redes e mídias sociais têm provocado mudança significativa na maneira de se comunicar. Blogs, programas de mensagens instantâneas, vide-ologs, telefones celulares com multifunções. É nesse cenário que milhões de brasileiros estão conectados e se relacionando no momento.

Antenada a essa nova realidade, a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), através de sua Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI), tem se aproximado ainda mais de seu pú-blico interno e externo com a criação e manuten-ção de perfis nas mais populares redes sociais da internet: o Twitter e o Facebook.

Em 140 caracteres, a FMB divulga notícias, informações e mantém contato direto com o internauta pelo Twitter, através do perfil @imprensafmb. Dúvidas sobre funcionamento da unidade, pesquisas, projetos e atendimentos do Hospital das Clínicas também podem ser sanadas pelo canal, que possui mais de mil ‘seguidores’, conforme a linguagem do site.

Maior rede social do planeta, o Facebook foi outro canal adotado pela FMB para se relacionar com os internautas. O perfil nessa rede contém agenda de eventos atualizadas, contato direto através de bate-papos, divulgação de notícias e fotos da instituição. Criado há um mês, o espaço virtual já acumula mais de 900 pessoas associadas à FMB.

“O perfil do internauta tem mudado e cada dia ele procura se informar e também interagir com amigos, colegas de trabalho, professores ou com o público em geral. Empresas e instituições têm procurado cada vez mais estarem próximas do internauta e a FMB agora também faz parte desse grupo”, ressalta Leandro Rocha, assessor de

ocorrem vários ensaios clínicos multicêntricos desenvolvidos em parceria com várias unidades da Rede Nacional de Pesquisa Clínica.

O professor Jorge Nahás, docente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Me-dicina de Botucatu/Unesp (FMB) foi indicado para assumir a presidência da Regional Centro-Oeste (Avaré, Bauru, Botucatu e Jau) da Sociedade Paulista de Ginecologia e Obstet-rícia. Sua missão será, junto com sua Diretoria, representar aproxi-madamente 200 ginecologistas e obstetras da região, visando o aper-feiçoamento médico e científico.

Nahás, que é formado na 21ª Turma de Médicos da FMB, atual-mente faz parte do corpo docente da Pós-Graduação de Ginecologia-Obstetrícia-Mastologia da instituição. É membro efetivo da Comissão Permanente de Pesquisa da FMB e delegado pelo Estado de São Paulo da Sobrac (Sociedade Brasileira de Climatério e Menopausa).

“Minha administração juntamente com as demais Regionais do Estado de São Paulo, terá um grande desafio: melhorar a assistência à saúde femi-nina na condução do Pré-Natal e na prevenção de Doenças Ginecológicas. Além disso, pretendemos dialogar com as Cooperativas e Medicinas de Grupo, no intuito de melhorar os hon-orários médicos”, afirma o professor.

Outros colegas da Faculdade que compõem a Sociedade Paulista de Ginecologia e Obstetrícia – Regional Centro-Oeste são a professora Claudia Garcia Magalhães (Diretoria Científica) e professor Marcos Consonni e Dr Armando Delmanto, representantes credenciados da Unesp e de Botucatu, respectivamente.

Prof. Jorge Nahás, assume regional da Sogesp

Investindo em redes sociais, FMB tem novos canais de comunicação

Comunicação e Imprensa da FMB.Além do investimento nessas redes, a ACI criou

um canal no Youtube- site de vídeos mais popular de toda a rede. Pelo canal “imprensafmb” o internauta tem à disposição notícias e informações da faculdade. “A possibilidade de comunicação instantânea que a internet possibilita faz com que um número grande de pessoas tenha interesse por organizações e queiram saber mais sobre elas. A interação imediata que a rede permite também é essencial para o bom rela-cionamento com a sociedade em que está inserida”, complementa o assessor. “Há pouco tempo era uma tendência da comunicação corporativa criar esses canais e hoje se tornou uma postura indispensável”, conclui Rocha.

Levantamento do Ibope indica que em outubro de 2010, mais de 51 milhões de brasileiros tinham acesso à internet. O tempo de permanência de conexão (seja por computador, notebook, lan houses ou telefones celulares) é de 22 horas ao mês.

Como acompanhar a FMB na Internet

No Youtube: imprensafmbNo Facebook: Faculdade de Medicina de BotucatuNo Twitter: @imprensafmb

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) realizou, dias 27 e 28 de janeiro, o concurso para titulação em livre-docência da professora Marina Politi Okoshi, vinculada ao Departamento de Clínica Médica da instituição.

Com a qualificação, a docente passa a ser responsável pela Dis-ciplina de Insuficiência Cardíaca e Caquexia. Mecanismos Fisiopa-tológicos, Prevenção e Tratamento, do programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia em Clínica Médica da instituição.

Realizado em duas etapas, o concurso consistiu em prova didática, leitura de prova escrita e defesa de tese. Todo o processo ocorreu no Salão Nobre da FMB.

Marina Okoshi obtém título de livre-docente

No dia 27, a docente discorreu aula sobre “Fisiopatologia e tratamento da caquexia (desnutrição importante) associada à insuficiência cardíaca”.

Já a defesa de tese, realiza-da dia 28, centrou-se no tema “Efeitos do Bloqueio Precoce da Aldosterona Sobre a Remod-elação Cardíaca de Ratos com Sobrecarga Pressória Crônica”. A banca examinadora foi composta pelos professores da FMB, Antonio Carlos Cicogna e Luiz Shiguero Matsubara; além de Júlio Sérgio Marchini e Antonio Carlos Pereira, vinculados à USP (Universidade de São Paulo) e Eros Antonio de Almeida, da Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP (Universi-dade Estadual de Campinas).

rePresentação

carreira

Professora abordou, em aula, desnutrição e insuficiência cardíaca

interatividade

FOTO FLÁVIO FOGUERAL

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faculdade de Medicina

rePresentação

Professores da Faculdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB) são os únicos latino-americanos a colaborarem com uma das mais renomadas publica-ções médicas internacionais. Vidal Haddad Júnior e Trajano Sardenberg são os autores de um capítulo na 6ª edição do Green’s Operative Hand Surgery (ainda sem tradução para o português), referência mundial em procedimentos ao tratamento da mão.

Os professores são responsáveis pelo capítulo 58 da publicação, com o título “Management of Venomous Injuries” (Condutas em lesões provocadas por animais peçonhentos- título em português) onde abordam a assistência em lesões provocadas por animais peçon-hentos. Há recomendações de diagnóstico e trata-mento conforme a gravidade e os tipos de acidentes ocorridos e as repercussões de envenenamento nas mãos humanas.

Foram exemplos utilizados, casos atendidos pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB). O capítulo, que tem dez páginas, também apresenta resultados de pesquisas e estudos publicados pelos autores em artigos científicos. A escolha do tema envolvendo animais peçonhentos ainda era escasso na publicação, conforme explica prof. Haddad Júnior. “O editor pediu que usássemos nossa experiência em acidentes em apenas um seg-mento corporal (mãos), o que não deixou de ser um desafio”, ressaltou.

O convite para produzir o texto partiu do editor-geral da publicação, Willian Pederson, professor da Universidade do Texas. “É fundamental para um au-tor e a própria faculdade (no caso a FMB) estarem inseridos na literatura médica, ainda mais em um livro que é referência para cirurgiões em todo o mundo”, salientou prof. Sardenberg.

Green’s Operative Hand Surgery, lançado origi-nalmente em 1982, teve sua sexta edição editada em

PuBlicação

Professores participam de livro mundial sobre tratamento das mãos

2011; possui dois volumes voltados à assistência clínica para as mãos. Totalmente em inglês, o livro conta com a colaboração de autores de diversos países como Estados Unidos, Canadá, Espanha, Reino Unido, Alemanha, Índia, Turquia, Austrália, Áustria, Tailândia e Brasil.

Trajano Sardenberg e Vidal Haddad Jr.

Uma das ferramentas para o diagnósticos cardiovasculares mais populares, o uso do eletro-cardiograma (ECG), seus conceitos e características são amplamente abordadas em publicação de autoria dos professores Renato Souza Gonçalves e Eder Trezza, da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp. O livro “Ele-trocardiograma: Fundamentos e Relevância na Prática Clínica”, que deve ser lançado ainda no primeiro semestre desse ano, pretende ser um guia para a aplicação desse exame.

Nos onze capítulos são apre-sentados temas como marca-passo, arritmia cardíaca, bloqueios cardíacos (derivados de prob-lemas e patologias como Doença de Chagas, entre outros), relação entre fármacos e o ECG, além de sobrecarga derivada do exame. A publicação traz nas mais de 150 páginas, aspectos conceituais do eletrocardiograma, critérios eletrocardiográficos e as formas como o médico vai utilizar as variáveis oferecidas por esse tipo de exame no diagnóstico do paciente.

“Uma vez que as doenças e problemas cardiovasculares são frequentes, os médicos, seja em

coração

Publicação pretende ser guia didático no uso do eletrocardiograma

outras especialidades precisam ter conhecimentos e utilizar os dados oferecidos pelo eletrocar-diograma”, reforçou prof. Renato Gonçalves, autor do livro. Con-ceitualmente, o eletrocardio-grama é o gráfico das oscilações da corrente elétrica que se origi-nam no músculo cardíaco.

Prof. Gonçalves explica ainda que muitos estudantes e até

Levar a essência empreendedora a alunos, pesquisadores e servidores da universidade. Esse foi o objetivo principal do Curso de Empreend-edorismo que a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Médias Empresas) promoveu em janeiro, no campus de Rubião Júnior.

Em seu terceiro ano de realização, o curso reuniu trinta participantes tanto vinculados à comu-nidade acadêmica da Unesp, quanto servidores da Prefei-tura de Botucatu. Os facilitadores foram os professores Deil-son Elgui de Oliveira (Departamento de Patologia) e Silvana Molina (Departa-mento de Enfer-magem). As aulas foram realizadas no anexo Pêssego da Faculdade de Medicina.

Foram abordadas as características do in-divíduo empreendedor, como desenvolver um comportamento empreendedor, prospecção de oportunidades, viabilização de negócios, dentre outros assuntos. “O curso tem procurado dar essa visão empreendedora às pessoas que integram a universidade (no caso, a Unesp). Elas passam a ter maior visão de mercado e com isso aprendem a gerenciar e serem mais empreendedoras. Com isso, ampliam mais suas redes de contatos e pas-sam a ter maior envolvimento com a organização ou o próprio negócio”, explica prof. Deílson.

mesmo profissionais já em car-reira necessitam de publicações com didáticas voltadas especifi-camente ao eletrocardiograma. “O ECG é uma ferramenta que com mais de um século ainda é atual e largamente utilizada pela medicina. É um exame de baixo custo e que se encontra em praticamente na maior parte das unidades de saúde”, conclui.

O ECG é uma ferramenta que com mais de um sé-culo ainda é largamente utilizada pela medicina.

Renato Gonçalves sobre a importância do ECG

Empreendedorismo na comunidade universitária

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), através de seu Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, promove durante o mês de abril, seu 11º curso de Pato-logia Obstétrica. O evento será voltado a estudantes de Medicina e Enfermagem, além de profissionais (médicos, en-fermeiros, entre outros) que tenham especialização em saúde da mulher.

Durante quatro semanas, sempre às terças-feiras, os par-ticipantes poderão acompanhar temas de atualização sobre parto humanizado, eclampsia, gesta-ção e infecções e sangramento na gestação. As palestras serão proferidas por professores da própria FMB e também con-vidados da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Univer-sidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade de Brasília (UnB).

Na primeira semana de curso, no dia 5 de abril, serão focados assuntos no parto humanizado como a partici-pação do parceiro no processo da gestação e nascimento

Curso aprofundará conhecimentos em doenças da gestação

atualização

da criança e o parto human-izado como direito reprodu-tivo da mulher. Já na semana seguinte, os palestrantes abor-darão dentro da eclampsia e eclampsia eminente, o diag-nóstico, assistência imediata e diagnóstico; além de exames complementares e assistência obstétrica.

Já dia 19 de abril, as aulas serão destinadas às discussões da gestação e suas infecções, como a incidência das Hepa-tites B e C e assistência ao parto e recém-nascido. Além disso, o rastreamento, diagnóstico e tratamento da Sífilis será outro foco dos especialistas presentes. A última semana de curso terá como assunto predominante a gravidez ec-tópica (tubária), seus fatores de risco e também as doenças trofoblásticas gestacionais.

As inscrições serão aber-tas na primeira semana de fevereiro e deverão ser feitas exclusivamente pelo site da FMB. Ainda não foram divul-gados os valores de participa-ção. Informações podem ser obtidas pelos telefones (14) 3811-6090/ 3811-6227 ou pelo email: [email protected].

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Alunos iniciam ano letivo e se preparam para vivenciar a Medicina na prática

faculdade de Medicina

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Alunos do 4º e 5º anos do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) foram recepcionados em dois momentos, dia 24 de janeiro para o início do ano letivo. Graduandos do 5º ano acompanharam, no Salão Nobre da instituição, a apresentações feitas pela vice-diretora da FMB, professora Silvana Artioli Schellini; o superintendente do Hospital das Clínicas da FMB, professor Emílio Curcelli; além de representantes do Conselho de Graduação do curso de Medicina, do Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) e do diretor do Hospital Estadual Bauru, professor Antero de Miranda.

Professora Silvana Schellini, vice-diretora da FMB, ponderou que a responsabilidade dos alunos do 5º ano é grande, já que começam a atuar de fato na Medicina. “Vocês estão aqui em tempo integral, inclusive para saberem ouvir e entender as necessidades do pa-ciente”, afirmou.

O vice-coordenador da Gradu-ação em Medicina, professor Paulo Villas Boas destacou que o internato (5º ano) é a fase de maior aprendizagem do curso. Ele enfatizou que os alunos poderão desfrutar de experiências práticas

A nova Central de Salas de Aula da Faculdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB) sediou, na manhã de segunda-feira, 24 de janeiro, a primeira aula efetiva nas instalações do complexo- construído ao lado da Administração da faculdade. Os pioneiros foram os alunos do 4º ano do curso de Medicina.

Com presença do diretor da instituição, prof. Sérgio Müller, da vice-diretora Silvana Schellini, além de professores dos cursos de Medicina e Enfermagem, a aula foi ministrada pelo professor emérito da FMB, Wil-lian Saad Hossne. Foram abordados, durante explanação do professor, temas como ética médica, história da Medicina e papel da ciência no desenvolvimento humano.

As instalações da nova Central de Salas de Aula da FMB foram concluídas no final de 2010. Pro-jetado para ter acomodar grande capacidade de alunos, o complexo possui 2.475 m² de área construída, 13 salas com capacidade para 20 alunos cada uma. Já no primeiro pavimento há 3 salas para 60 alu-nos e no segundo piso, um espaço destinado a aulas para 120 pessoas.

Todas as salas contam ainda com moderno sistema audiovisual e ar-condicionado sendo que o local está preparado para futuras amplia-ções no número de vagas para os cursos de Medicina e Enfermagem.

O complexo de salas de aula da FMB tem a previsão de ser ampliado ao longo dos anos. A expectativa é que estejam à dis-posição dos alunos dos cursos de Medicina e Enfermagem, 38 salas, sendo 14 para 20 alunos, 4 para 40 pessoas, 17 para 60 graduandos e 3 para 120. Outra modernidade será o sistema de transmissão de arquivos para aulas que os profes-sores terão à disposição.

nas Unidades Básicas de Saúde, Pronto-Socorro Municipal e no próprio Hospital da Clínicas. “Botucatu possui um serviço de saúde hierar-quizado, o que possibilita o aprendizado em vários níveis. Aconselho que vocês estudem bastante e aproveitem os plantões que fizerem”, frisou, se dirigindo aos estudantes.

Professor José Carlos Peraçoli, coordenador do NAP da FMB, refor-çou que o 5º ano é uma etapa fundamental da formação dos futuros médicos. “Aproveitem o máximo possível. Vocês devem se envolver em cada estágio da formação, sem focar apenas na especialização que farão depois. Para a carreira de vocês a formação geral será muito importante”, colocou para os universitários, a quem pediu que parti-cipem das avaliações propostas pela FMB e também das discussões da reforma curricular.

O superintendente do HC da FMB, professor Emílio Curcelli, expli-cou sobre as perspectivas para a unidade agora que se tornou uma autarquia da Secretaria de Estado da Saúde. Ele mencionou que a universidade já não tinha condições de manter o custeio da unidade, nem tampouco fazer investimentos – dificuldade que deve ser ameni-zada com a vinculação ao Estado. “O HC deverá melhorar e com isso o ensino também será melhor. Não deve haver dúvidas, pois consta na lei que o hospital será vinculado ao Estado para fins administrativos e à FMB para o ensino e pesquisa”, pontuou.

graduandos PuderaM ter as PriMeiras aulas na

nova central de salas de aula da faculdade

de Medicina/unesP

Prof. Saad realiza 1ª aula

da nova Central de Salas de Aula

esPecialização

Residência Médica inicia treinamentosMédicos que iniciam o primeiro

ano de Residência Médica foram recepcionados dia 1º de fevereiro, na Faculdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB). Dos convocados para matrícula, 92 compareceram à cerimônia de boas vindas realizada no salão nobre da FMB.

São oferecidos pela instituição 38 especialidades de Residência Médica, 521 vagas credenciadas, 32 áreas de atuação e 340 bolsas. O valor do incentivo, após reajuste recentemente aprovado, é de R$ 2.338,06 - 84% custeados pelo Governo do Estado de São Paulo; 15% pagos pela Reitoria da Unesp.

Durante as apresentações aos profissionais em especialização, a vice-superintendente do Hospital das Clínicas da FMB, professora Irma de Godoy, observou que a FMB e seu HC estão preparados de oferecer as condições necessárias para que os médicos tenham um complemento de qualidade em sua formação. Ela aproveitou a oportunidade para explicar que o hospital foi transformado em uma

autarquia da Secretaria de Estado da Saúde, o que segundo ela não deve ter impacto negativo aos residentes, e também colocou a Superintendência a disposição dos residentes.

O diretor clínico do HCFMB, Dr. André Balbi, ressaltou que a unidade é complexa, abrange uma região com mais de 2,5 milhão de pes-soas e conta com um corpo clínico

Médicos participantes dos programas de residência fazem inscrição e foram recepcionados na FMB por coordenadores responsáveis

formado por mais de 700 médicos. “Vocês poderão exercer a medicina, de fato, ao longo de sua especial-ização”, colocou, se dirigindo aos médicos recém-formados.

Professora Silvana Schellini, vice-diretora da FMB, disse espe-rar que os residentes tenham ma-turidade suficiente para serem ex-emplos aos mais novos no que diz respeito ao relacionamento ético

com os pacientes e professores. “O treinamento que vocês receberão não será apenas técnico, mas tam-bém com foco na humanização para o relacionamento com os pacientes”, reforçou. “Aproveitem as oportunidades de aprendizado que terão em serviços de saúde de vários níveis. É aqui que buscarão as bases para seu futuro profis-sional. Levem de nós o melhor

que temos”, completou.Ao final das apresentações,

professora Erika Paiva Ortolan, vice-coordenadora no exercício da Coordenação da Residên-cia Médica da FMB, explicou o funcionamento do programa e deu orientações sobre como os médicos poderiam otimizar seu aprimoramento profissional du-rante estadia no HCFMB.

Prof. Willian Saad Hossne ministrou as primeiras aulas na nova Central de Salas de Aula da FMB

FOTOS FLÁVIO FOGUERAL

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entrevista

A velha prática de encher o prato com tudo que é delicioso ou que poten-cialmente faz bem, há muito foi abandonado por pesquisadores, nutricionistas e médicos. Dosar corretamente o que e quando comer tem sido a principal preocupação desses profissionais para que a população tenha melhor qualidade de vida através da alimentação.

No tempo escasso do cotidiano, a praticidade de refeições prontas ou em res-taurantes e até mesmo a predilição de produtos industrializados em detrimento aos alimentos naturais, tornam-se fatores de riscos à saúde de boa parte dos brasileiros.

Além da subnutrição e da ingestão de nutrientes abaixo do recomendado, há o agravamento provocado por produtos ricos em sódio, gorduras e açúcares. E quando surge a obesidade, procura-se métodos rápidos e práticos para se perder os ‘quilinhos’ adquiridos. Regimes milagrosos, produtos para emagrecer. Tudo em busca de perder uns quilos a mais.

Estima-se que 17 milhões de pessoas ou 9,6% da população brasileira esteja acima do peso. Com o consumo desenfreado de alimentos não-saudáveis, o Ministério da Saúde deve lançar em abril, em conjunto com a indústria alimentí-cia, campanha nacional para promover hábitos de alimentação saudáveis. Ainda não há detalhes sobre como a mobilização funcionará, mas o responsável pela pasta, ministro Alexandre Padilha, realçou a necessidade de se estabelecer metas para a redução nos níveis de sódio, açúcar e calorias nos alimentos.

Para a professora do Departamento de Enferma-gem da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e especialista em nutrição, Sílvia Papini-Berto, há mais a se fazer além da criação de campanhas. É necessário, segundo ela, facilitar o acesso a produtos saudáveis.

Além disso, a professora ressalta que uma correta alimentação também melhora a disposição para o trabalho, concentração, menor irritabilidade e menor chance de desenvolver doenças, principalmente, a obesidade.

Sílvia Papini alerta quanto aos perigos das dietas milagrosas, que por muitas vezes estampam capas de revistas e provocam verdadeira obsessão em um público cada vez mais refém da má-alimentação.

O brasileiro realmente deixou de ter uma alimentação saudável? Quais motivos fizeram com que a população tenha cada vez mais problemas rela-cionados à má alimentação?Sim. Motivos relacionados são vários: a maioria das mulheres trabalhando fora de casa, com tempo reduzido para pre-paração, a grande oferta de alimentos prontos (às vezes mais baratos), o tempo reduzido para realizar as refeições, os alimentos menos nutritivos por vezes mais baratos que os saudáveis e mais fáceis de preparar, entre outros...Por fim a não consciência do indivíduo de que alimentação é a base do bom funciona-mento do corpo.

Especialistas afirmam que uma dieta saudável pode ajudar a melhorar a qualidade de vida. Em que pontos essa alimentação favorece a qualidade de vida?Sem dúvida o indivíduo que tem uma alimentação saudável tem melhor dis-posição para o trabalho, concentração, menos irritabilidade, e com certeza menor chance de desenvolver várias doenças. Diria que a maioria dos prob-lemas principalmente doenças estão relacionados ao mau hábito alimentar.

Que medidas deveriam ser tomadas para a promoção de uma cultura da alimentação saudável?Desde o pré-natal a futura mãe deve receber orientações, continuando du-rante toda idade escolar, a própria mídia divulgando mais o consumo de alimen-tos saudáveis não só de doces, refrig-erantes guloseimas etc.. Nas empresas com programas de educação nutricional, como promoção da saúde não passando a imagem que comer saudável é só para manter o corpo magro. O individuo magro também come errado.

Hoje há acesso facilitado e cada vez mais comum a alimentos industrial-izados e semi-prontos. Como a in-dústria alimentícia pode se adequar e contribuir para oferecer opções mais saudáveis?Reduzindo a oferta de alimentos ricos em sódio, gordura e açucares e criando opções com a oferta de alimentos mais ricos em nutrientes.

O ministro da Saúde, Alexandre Padil-ha, afirmou que pretende estabelecer metas de redução nos níveis de sódio,

açúcares e calorias nos alimentos. Qual sua opinião a respeito? Somente reduzir basta para que o brasileiro tenha uma correta alimentação?A iniciativa é muito importante sim, mas não resolveria se não acontecer junto um incentivo a produção e preço mais acessível de alimentos saudáveis, prin-cipalmente os vegetais, vale lembrar do conteúdo da cesta básica: carboidratos e gordura, e alimentos regionais, com programas dirigidos aos escolares, as gestantes, enfim a toda população. A batata não é o maior problema do brasileiro.

A obesidade, cada vez mais frequente na população brasileira, está asso-ciada diretamente à má alimentação? E quais doenças são provocadas dire-tamente pela má alimentação?Ela (a obesidade) tem sim ligação direta com consumo alimentar excessivo e errado (alimentos não saudáveis), mas outro fator tão importante quanto é o sedentarismo, a população não se mexe, está acomodada, não só pensando em atividade física como exercício, mas no dia a dia. Tanto alimentação quanto sedentarismo levam ao ganho de peso (entrada aumentada x saída reduzida) e são fatores importantes no desenvolvi-mento de doenças como: hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia (aumento do colesterol e/ou triglicérides), acidente vascular cerebral (AVC), infarto, morte súbita, gota, câncer, problemas circu-latórios, problemas de coluna, joelho, problemas dermatológicos, e uma in-finidades de outras...

Está na moda revistas publicarem ‘receitas milagrosas’ para emagre-cimento. Quais os reais perigos des-sas dicas que invadem as bancas de jornais e revistas?O perigo é que a maioria destas “dietas milagrosas” excluem nutrientes impor-tantes para saúde, restringe calorias de forma inadequada, não é individual-izada, podem comprometer funções im-portante do organismo, e não educam o indivíduo apenas proíbem. Não existe milagre, na verdade o que é preciso é a população se conscientizar de que precisa comer menos, escolher melhor o que comer, e principalmente dar im-portâncias à alimentação. Para refletir: Você coloca combustível adulterado no seu carro? Se fizer, corre o risco de gastar com o reparo do dano.

Ministério da saúde deve lançar eM aBril

caMPanha nacional Para ProMover háBitos de

aliMentação saudáveis

A busca pela alimentação saudável

Sem dúvida o indivíduo que tem uma alimentação saudável tem melhor disposição para o trabalho

Sílvia Papini-Berto sobre os benefícios de uma boa alimentação

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8 Pesquisa & extensão

ação social

Cursinho Desafio, em 2011, recebe mais de 600 inscrições

O Cursinho Desafio recebeu 663 inscrições de interessados em disputar uma das 140 vagas para seu pré-vestibular extensivo de 2011. Dia 6 de fevereiro foi realiza-do o processo seletivo – composto de prova com 50 questões objeti-vas e redação, além de avaliação socioeconômica.

As aulas ocorrem entre agosto e novembro. O mesmo calendário vale para o curso semi-extensivo, cujas inscrições serão abertas ainda no primeiro semestre deste ano. A prova objetiva valia 70% do total da classificação nesse processo seletivo. Os outros 30% foram contabilizados da entrevista sócio-econômica re-alizada nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro.

cursinho solidário- No dia da prova foram arrecadados, entre os candidatos, alimentos não-perecíveis, água e velas que foram doados para as vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. O material já foi entregue para o encaminhamento às famílias atingidas.

Uma parceria que tem formado novos profissionais capacitados e com perfil empreendedor. Esse tem sido o perfil do curso de tecnologia em Radiologia, oferecido através de um convênio inédito entre a Unesp, através de sua Faculdade de Me-dicina de Botucatu (FMB) e o Centro Paula Souza, por meio da Fatec (Fac-uldade de Tecnologia) de Botucatu.

Criado em 2008 e com o contrato entre as instituições sacramentado em dezembro de 2010, o curso de Radiologia é inédito em formação tecnológica em nível superior ofer-ecido pela rede pública de ensino. A ideia surgiu através de conversas ini-ciais do professor do Departamento de Doenças Tropicais e Diagnósticos por Imagem, José Morceli, com a Fatec. O projeto inicial previa uma interação ampla entre os diversos cursos instalados pela Unesp em Botucatu com a Faculdade de Tec-nologia.

Com 40 vagas oferecidas por se-mestre, os números registrados pelo Centro Paula Souza apontam que o curso tem sido um dos mais procu-rados de todas as Fatecs do Estado. Em 2009 foram 319 inscritos, o que representou relação de 7,98 candida-tos por vaga. A procura mantém-se

alta nos vestibulares seguintes: para o segundo semestre de 2009, relação de 4,10 c/v; em 2010, 5,90 e 3,68 (nos dois semestres daquele ano). Já o processo seletivo para 2011, foram 222 inscritos disputando as 40 vagas ofertadas. A média novamente foi alta, de 5,55 candidatos/vaga.

Ao todo 40 professores da Fatec e da Faculdade de Medicina/Unesp dividem-se em uma grade curricular com conteúdo abrangente. Nos três anos de duração (ou seis semestres), os alunos têm disciplinas teóricas que englobam desde a administração, empreendedorismo, criação de em-presas, entre outros assuntos.

Já a parte prática, com duração de 720 horas, é realizada a partir do 4º semestre (nova grade curricular do curso) nas dependências do Hospital das Clínicas da Faculdade de Me-dicina de Botucatu com treinamento

e aprimoramento em ressonância magnética, tomografia computador-izada, medicina nuclear, ultrassom, mamografia, entre outros.

Estão envolvidos diretamente na capacitação dos mais de 180 alunos inscritos até 2011, os Departamentos de Doenças Tropicais e Diagnósticos por Imagem; Urologia, entre outros. O Instituto de Biociências também participa com a cessão de alguns docentes em disciplinas teóricas.

Segundo os coordenadores do curso, a procura se deve ao perfil da região, considerada um dos polos de excelência em serviços da saúde, além do atual progresso da medicina, em específico na área de diagnóstico por imagem. “O curso é atual e se torna necessário pela presença constante da radiologia em muitas áreas da medicina. A ideia é formarmos um profissional que atue em equipes multiprofissionais de saúde e que tenha qualificação para ser empreendedor”, ressalta a

Servidores que se tornam alunos

Ao todo 180 alunos tem, em seus três anos de curso, procurado desen-volver habilidades técnicas e também a colaborar com o desenvolvimento científico da área através de seus Tra-balhos de Conclusão de Curso (TCCs). Muitos são funcionários vinculados ao Hospital das Clínicas da FMB.

Maurício de Oliveira, 27, é fun-cionário do setor de Raio X do Hospital das Clínicas e está no quinto semestre (de seis). Diz que a escolha pelo curso foi natural. Já tinha experiência técnica em radio-logia e agora vê a oportunidade em desenvolver e aprimorar conheci-mento. “Além do curso, tenho de-senvolvido pesquisa para o TCC que estuda a relação de baixa voltagem nos exames. Tentarei analisar se isso pode reduzir a radição ao paciente mantendo a mesma qualidade da imagem”, explica.

Aos 43 anos, Marita Querubin também possui o curso técnico na área e já trabalhou no HCFMB. Op-tou por atualizar os conhecimentos por ser um curso em nível superior e que vem a diversificar o conhe-cimento ao ter disciplinas voltadas para a administração, por exemplo. “A área da saúde é ampla. Há muitos segmentos nos quais podemos nos especializar”, enfatiza.

coordenadora do curso pela Fatec, Vívian Toledo Santos Gambarato.

A primeira turma deve se graduar no final desse ano e muitos alunos já preparam Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) que podem favorecer o desenvolvimento científico dessa área da saúde. “A experiência com a Facul-dade de Medicina tem sido proveitosa para ambas as instituições que passam a ter benefícios mútuos. E esse sucesso pode favorecer a implantação de no-vos cursos”, realça o diretor da Fatec Botucatu, Roberto Colenci.

Já o professor do departamento de Cirurgia e Ortopedia da FMB e coordenador do curso pela facul-dade, Paulo Silvares, explica que os alunos passam a ter nas aulas práticas vivências em diversos segmentos da medicina ao realizarem estágios nos setores de Radiologia, Ultrassonogra-fia, Hemodinâmica (vascular e neu-rologia), Mamografia e Ressonância Magnética. Além disso, também são desenvolvidas atividades na Radiote-

rapia, Litotripsia e Medicina Nuclear.Para ele, o convênio tem se

mostrado promissor quanto a ex-pectativa de formar profissionais com perfil atualizado de formação. “É reconhecido que os alunos têm obtido boa avaliação e mostram in-teresse pelas disciplinas. Esses futuros profissionais terão um mercado em expansão e regionalmente, vários palcos de atuação”, salienta.

Prof. Silvares também enfatiza que parcerias como a celebrada entre o Centro Paula Souza e a Un-esp podem se tornar frequentes em outras áreas que envolvam o con-hecimento acadêmico da universi-dade com a aplicação tecnológica em nível superior das Fatecs. “Essa parceria é cada vez mais comum nos setores da socidade que tem buscado ser mais competitiva. Futuramente poderemos ter out-ros cursos na área da saúde, por exemplo”, finaliza o professor.

Parceria para formar profissionais

Pesquisa

curso de radiologia teM sido uM dos

Mais concorridos no vestiBular da fatec

e já colhe resultados

FOTO FLÁVIO FOGUERAL

FOTO DIVULGAÇÃO

Com o objetivo de incentivar e levar informações sobre projetos de pesquisas, a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), promove dias 1º e 2 de março, seu Curso de Iniciação Científica, voltado a alunos de graduação em Medicina, Enfer-magem e diversas áreas da saúde.

Modalidade de pesquisa voltada a alunos de graduação, a Iniciação Científica proporciona aos universitários seus primeiros contatos com a prática e sempre têm seus estudos acompanhados por um professor orientador.

O evento tem início dia 1º, às 18h30, com palestra do professor da FMB/Unesp, Carlos Caramori, que abordará características dos Ensaios Clínicos. O acadêmico também é o atual coordenador da Unidade de Pesquisa Clínica (Upeclin) da instituição. Já a Pesquisa Qualitativa

Base para Iniciação Científicaserá o tema a ser discorrido pela professora Eliane Cyrino. Encer-rando a primeira noite, o professor de Cirurgia Torácica da FMB, José Maria Catâneo fará palestra sobre Revisões Sistemáticas e Metanálise.

Para o dia 2 estão previstas, a partir das 18h30, palestras sobre Redação Científica, com o profes-sor Gilson Volpato, do Instituto de Biociências de Botucatu/Unesp. Na sequência, a Ética e Pesquisa Experimental, será o tópico a ser abordado pela professora Regina Martins. Ao final, o prof. Trajano Sardenberg frisará Ética e Pesquisa Clínica.

As inscrições para o curso podem ser feitas no local do evento e a taxa será de R$ 10. Informações podem ser obtidas através do email [email protected].

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geral

Considerado um dos países onde a Saúde realmente é uma prio-ridade, Cuba é classificada também como um importante centro for-mador de médicos. E foi para lá que, com recursos próprios, um grupo de 26 alunos da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp viajou no início de 2011 para assistir a aulas sobre o funcionamento da exemplar rede pública de saúde cubana.

Os estudantes, do 2º, 3º e 4º anos permaneceram naquele país durante duas semanas e, segundo relatos de dois dos integrantes do grupo, o estágio foi valioso. As aulas, agendadas para os períodos da manhã e tarde, foram realizadas na Universidade de Santa Clara, local-izada em uma cidade com o mesmo nome ( a três horas de Havana).

As alunas Tamires Ferreira Siqueira e Alina Bastos, ambas do 3º ano de Medicina da FMB, contam que além do conhecimento teórico, os universitários brasileiros puderam conhecer consultórios, hospitais e outros equipamentos de Saúde que funcionam em Cuba. Segundo Tamires, a rede de saúde cubana também é dividida em níveis, como no Brasil, as características de cada um são um pouco diferentes.

Nível básico - Na rede primária, a população pode passar por consultas com equipes de Saúde da Família em consultórios espalha-dos pelos municípios. No entanto, cada serviço atende, no máximo, a 1.500 pessoas. Se esse limite for ultrapassado em determinada região, um novo consultório é aberto. “A população é dividida por públicos de risco e dessa forma é organizado o atendimento. Se um paciente falta a uma consulta, por exemplo, uma equipe médica vai até a casa da pessoa para saber o que houve”, conta Tamires.

Alina comenta que em Cuba – onde vivem 11 milhões de habitantes - pessoas com doenças transmissíveis são identificadas para que se evite o contágio de outros. “Eles se preocupam muito com a medicina preventiva por lá”, diz a aluna.

Ainda no nível primário, há policlínicas. São unidades, segundo as estudantes, maiores e mais completas que as unidades básicas de saúde brasileiras. “Essas policlínicas recebem pacientes encaminhados pelos consultórios. Os exames são feitos no mesmo dia. Outro ponto muito interessante em Cuba é que os remédios são gratuitos ou muito baratos”, destaca Tamires.

A população cubana também pode passar por consultas em ser-viços de saúde chamados hogares. São uma espécie de enfermaria onde ficam internados pacientes de risco e de segmentos específicos, como gestantes e idosos, por exemplo. A taxa de mortalidade infantil

Estudantes de medicina vão à Cuba aprimorar conhecimentos em Saúde

em Cuba, registrada em 2010, foi de 4,5 por mil nascidos vivos, a mais baixa da história do país, segundo o governo cubano.

Nível secundário – Em Cuba, é nesse nível que estão os hospitais que recebem encaminhamentos da rede básica. Porém, não há fila de espera. Essas unidades possuem poucos pacientes, com problemas realmente graves e insolúveis nos consultórios e policlínicas. É nesses locais que ficam os ambulatórios de especialidades.

Nível terciário – Já nesse estágio estão os centros altamente es-pecializados que tratam apenas doenças muito específicas. É onde são feitas as pesquisas clínicas.

O fato de todos os instrumentos hospitalares serem reutilizados após esterelizados, devido ao embargo imposto pelos Estados Unidos desde a década de 1960 à importação desses equipamentos, não traz, por exemplo, problemas de infecção hospitalar, já que os índices são significativamente baixos.

Carreira médica em Cuba– O ingresso nas faculdades de Medicina em Cuba é viabilizado após realização de uma prova com questões sobre Biologia, História Cubana e Língua Espan-hola, além de uma avaliação do histórico escolar do candidato. Um médico, clínico geral, de acordo com constatação das alunas da FMB, recebe em média de 20 a 30 dólares por mês e a

oferta de vagas em especializações depende das doenças mais comu-mente encontradas na população. Todos os médicos são obrigados a cursar dois anos de Medicina Geral Integral.

Para as graduandas da FMB, o exercício da medicina em Cuba é feito essencialmente por profissionais vocacionados. A conclusão das universitárias, assim como de todo o grupo, é que devido a todas as dificuldades enfrentadas pelos médicos, principalmente em relação às condições de trabalho, faz com que atuar na saúde naquele país seja uma árdua missão. Mesmo assim, os abnegados que se dispuseram a fazê-lo, ajudaram a construir um sistema eficiente e que atende quase plenamente as necessidades da população.

alunos consideraraM exPeriência no País

Positiva Por conhecereM outras realidades na assistência eM saúde

Aluna do terceiro ano do curso de graduação em Medicina, Caroline Ferreira da Silva Mazeto, realizou estágio na Universidade de Harvard, a mais importante instituição de ensino superior dos Estados Unidos e uma das mais conceituadas de todo o mundo. Caroline esteve em Boston, entre os dias 4 e 29 de janeiro e partici-pou de atividades no Laboratório de Pesquisa em Cardiologia, vin-culado ao Hospital Universitário daquela instituição.

Durante sua estadia, a es-tudante aprimorou os conheci-mentos em técnicas laboratoriais e conhecimento teórico nessa especialidade médica. Todas as despesas foram custeadas pela própria universitária. Segundo ela, a experiência foi extrema-mente produtiva já que propi-ciou, além de novos conhecimen-tos, maior interação com linhas de pesquisas e ampliar contatos com alunos de outros países como Japão, Canadá e também vindos de partes da Europa.

“A experiência em ambientes exteriores sempre é positiva. É possível ver uma forma diferente de como a saúde é abordada e como os médicos são formados nos Estados Unidos ou em out-ras partes do mundo”, explica Caroline.

A viagem surgiu de uma vontade pessoal da acadêmica em aproveitar os meses de férias e realizar aprimoramento nos estudos. Em 2010, já havia viajado durante um mês para Paris, na França, onde realizou outro estágio. “O Escritório de Relações Internacionais da FMB tem proporcionado mais opor-tunidades de aprendizado no exterior”, ressalta.

Para os interessados em apri-morar o conhecimento, a reco-mendação da acadêmica é o aumento na rede de contatos e estágios em diferentes institutos e universidades. “Na graduação temos que absorver tudo o que pudermos em termos de apre-ndizagem e prática. Estar em outras universidades ou países possibilita vivenciar diversas visões do conhecimento”, conclui.

Aperfeiçoamento na Universidade de Harvard

FMB estreita laços e recebe alunos do exterior

A Faculdade de Me-dicina de Botucatu/Unesp (FMB) avança em seu processo de internacionalização. Mais um dos incen-

tivos a essa abertura foi a participação em um convênio entre Brasil e Angola que viabilizou a vinda do estudante Pedro Mvovi Sozinho, de 23 anos, para cursar medicina na FMB.

O intercâmbio que permitiu a abertura de uma vaga a Pedro foi possível através do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), que oferece oportunidades de formação superior a cidadãos de países em desen-volvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais e culturais. Dia 10 de fevereiro, o angolano esteve pela primeira vez na faculdade quando conheceu a estrutura de ensino, a cidade e também recebeu auxílio do Escritório de Relações Internacionais da FMB para encontrar uma moradia. “No Brasil tenho a vantagem de a língua ser a mesma que a falada em Angola. Além disso, estou adorando o clima em Botucatu. É uma cidade muito bonita”, avalia o novo aluno.

Profª Silke Weber e Pedro Sozinho

Alunos participantes da visita e cenas do cotidiano da saúde em Cuba. País tem um dos mais eficazes sistemas do mundo

FOTO ACI FMB UNESP

FOTO ARQUIVO PESSOAL

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10 hosPital das clínicas

FOTO SEÇÃO DE FOTOGRAFIAS AG

Unesp investe em renovação de frota

Hospital das Clínicas passa a contar com moderna UTI móvel

Pr io r i zando a mod -ernização de seus equi-pamentos em assistência à saúde, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Med i c ina de Bo tuca tu (HCFMB) recebeu, em ja-neiro, uma nova Unidade de Terapia Intensiva Móv-el, que será destinada para o transporte de pacientes em casos de urgência e emergência da unidade a outros hospitais da região. Com a aquisição, o HCFMB tem duas UTIs móveis à disposição.

O novo ve ícu lo- um Peugeot Boxer 2010- foi uma doação da Famesp ( Fundação pa ra o De-senvolvimento Médico e Hospitalar) que investiu R$ 100 mil para sua aquisição. A UTI móvel tem como diferencial a climatização do espaço do motorista e do paciente, além de mod-ernos equipamentos para a atenção em urgência e emergênc ia . Compõem a unidade um respirador de transporte, monitor de sinais vitais, material de entubação, aspirador, des-

A Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), recebeu na manhã de sexta-feira, 28 de janeiro, oito novos ônibus para a destinação e uso nas diferentes unidades que a compõem. A entrega ocorreu na sede da Irizar- vencedora do processo licitatório-, em Botucatu, e reuniu o pró-reitor de Administração, prof. Ricardo Abi Rached, representantes das unidades contempladas com os veículos; além de dirigentes e diretores da própria Irizar e também da Volvo.

Foram investidos R$ 4 milhões para a compra dos veículos que serão destinados para atividades acadêmicas. Todo o processo licitatório foi realizado integralmente pelo Grupo Administrativo do Campus de Botucatu. A unificação ofereceu maior poder de nego-ciação junto às empresas participantes. “Esse sistema proporcionou à universidade adquirir os veículos com economia de até 40% no valor final investido”, explica o diretor administrativo do GAC Botucatu e responsável pela licitação, Carlos Winckler.

Ao todo são oito ônibus da linha Century que serão destinados aos campi de Bauru, Botucatu, Dracena, Itapeva, Sorocaba, Rio Claro, Rosana e Ourinhos. Seis modelos possuem 44 poltronas e não contam com banheiro. Já um veículo possui 42 assentos e um sanitário; sendo que outro carro adquirido tem como diferencial acesso adaptado a

portadores de necessidades especiais.Os veículos estão equipados com aparelhos de DVD,

climatizadores de temperatura, som ambiente e monitores LCD. A segurança também foi priorizada sendo que os no-vos ônibus contam com especificações conforme prevêem as legislações brasileira e europeia. Motoristas das unidades contempladas passaram recentemente por treinamento na sede da Irizar para se adaptarem aos carros.

Segundo o pró-reitor de Administração da Unesp, as compras integram o Programa de Modernização de Frotas, instituído em 2010, e que visa atender às diferentes demandas dos 33 campi instalados no Estado. Além de ônibus, também tem sido adquiridos caminhões, tratores, entre outros tipos de veículos. “Há necessidades distintas entre nossas unidades. A partir do momento em levanta-mos o que cada uma delas precisa, estabelecemos critérios como a verificação dos locais que não possuíam ônibus ou micro-ônibus. Também priorizamos atender os campus complexos como os de Bauru e Botucatu que agregam grande número de faculdades”, ressalta prof. Abi Rached.

fibrilador com cardioversor. Toda a aparelhagem foi

comprada com verba do próprio Hospital das Clínicas, que investiu mais R$ 100 mil nessa estruturação. A pre-visão é que o novo veículo entre em operação nas próxi-mas semanas. Uma equipe multiprofissional, com espe-cialização em transporte de pacientes críticos, ressuscita-ção e atendimento em casos de urgência e emergência será destinada destinada a esta unidade.

Segundo a diretora da Di-visão Técnica de Enfermagem do HC, enfermeira Andréia Zamberlan, os dois veículos proporcionarão maior agili-dade e conforto aos pacien-tes e familiares dos usuários do hospital. “É importante haver esse transpor te se-guro e eficaz dos pacientes em estado crítico”, salienta. Out ro ponto f r i sado por e l a s e r á a e s t r u t u r a ç ã o do ser v iço desse t ipo de t ranspor te . “Conta remos ainda com uma equipe de recursos humanos fixa, ca-pacitada para esse tipo de transporte”, complementa.

Novo veículo entrará em operação nas próximas semanas

Você

sab

ia? O Hospital das Clínicas é a maior instituição pública

vinculada ao Sistema Único de Saúde na região. Estima-se que a abrangência populacional de aten-dimento do HC seja de 2,5 milhão de pessoas vindas de 68 municípios.

FOTO FLÁVIO FOGUERAL

InvestImento

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hosPital das clínicas

Uma nova ‘vida’ para o HCFMBO governador do Estado de

São Paulo, Geraldo Alckmin, assi-nou, dia 21 de janeiro, em visita à Botucatu, o decreto regulamentar que vinculou oficialmente o Hos-pital das Clínicas da Faculdade de Medicina /Unesp (HCFMB) à Secretaria de Estado da Saúde. Ele também participou do descer-ramento da placa comemorativa que oficializa o hospital como uma autarquia do Estado.

Alckmin lembrou que o cus-teio da Saúde é caro e, por isso, a criação da autarquia vai possi-bilitar maiores investimentos. “O HC vai ter condições de crescer, se manter e atender bem a demanda de alta complexidade”, destacou.

O vice-reitor no exercício da Reitoria da Unesp, profes-sor Júlio Cezar Durigan afirmou que a autarquização é um passo importante porque vai propor-cionar ao hospital melhoria na atualização de equipamentos e pessoas. “A Secretaria da Saúde tem condições de fornecer a es-trutura necessária para a melhoria no atendimento à população, em especial os mais carentes, que precisam de atendimento de alta complexidade”, observou.

Professor Sérgio Swain Müller, diretor da FMB, também deixou claro que a partir de agora o Hos-pital das Clínicas passa a ter um novo modelo de financiamento, principalmente no que diz res-peito à capacidade de atualização tecnológica e de recursos hu-manos. “Essa atualização, agora,

Antes de chegar ao HCFMB, o governador esteve nas obras do fu-turo Hospital Estadual de Botucatu – em área anexa ao Hospital Estadual Cantídio de Moura Campos - que será administrado pela Faculdade de Medicina/Unesp com apoio da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp). Ele passou ainda pelo local onde será implantado o Centro de Reabilita-ção para Pessoas com Dependência Química, que também terá coorde-nação técnica da FMB.

O Hospital Estadual, de nível secundário, terá 6,7 mil metros quadrados de área construída, contará com 80 leitos e deverá atender 6 mil pessoas, em média, anualmente. A expectativa é que o projeto seja concluído até o final deste ano.

A unidade deverá atender 6 mil pes-soas, em média, anualmente. Voltado ao atendimento de média complexidade, a nova unidade dará suporte ao HCFMB ao oferecer desde cirurgias até partos. Será uma forma de hierarquizar o atendimento, reduzindo o fluxo de pacientes encaminhados atualmente ao hospital da FMB.

Mais in

VestiMen

tos n

a saúd

e

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina/Unesp (HCFMB) avançou sobre o úl-timo trâmite burocrático para se tornar oficialmente uma au-tarquia da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Após o decreto regulamentar, que nor-matiza a vinculação da unidade do governo paulista, ter sido as-sinado pelo governador Geraldo Alckmin, em visita a Botucatu, o documento foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo (DOI) dia 1º de fevereiro.

O ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, havia assinado dia 1º de julho de 2010 a lei complementar nº 1.124 que transformou em au-tarquia o Hospital das Clínicas da FMB.Quando ainda era uma proposta, a autarquização foi aprovada pela Congregação da FMB em 7 de agosto de 2009 e encaminhada pela Unesp, através do Conselho Universi-tário, em dezembro do mesmo ano. Em junho de 2010 recebeu o aval do Colégio de Líderes

Decreto regulamentar já foi publicado no Diário Oficial

Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na foto acima durante visita às obras do futuro Hospital Estadual

de Botucatu e abaixo, após a cerimô-nia do descerramento da placa indi-

cativa à Lei que transforma o Hospital das Clínicas em uma autarquia vincu-lada à Secretaria de Estado da Saúde

poderá ser mais compatível com a importância regional que esse hospital tem”, disse.

Professor Emílio Curcelli, su-perintendente do HCFMB, tam-bém afirmou que sua expectativa é ter mais recursos não só para as atividades desenvolvidas atual-mente pelo hospital, mas também para seu crescimento. “Esperamos que haja aumento no número de leitos, investimento em tecnologia e principalmente reposição de recursos humanos”, apontou.

O secretário de Estado da

Para esse ano o orçaMento do hcfMB

ainda será coMPosto Por recursos da unesP e uMa

ParticiPação do estado

da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

O médico e professor da Faculdade de Medicina de Botu-catu/Unesp, Dr. Emílio Carlos Curcelli, eleito superintendente do HCFMB em 2009 foi no-meado, em 2010, pelo então governador Alberto Goldman, para permanecer no cargo. Mesmo vinculado ao Governo Paulista, a unidade terá autono-mia administrativa, financeira e patrimonial. Deverá estar vincu-lado à Secretaria de Estado da Saúde para fins administrativos e à FMB/Unesp para atividades de ensino, pesquisa e extensão

Neste ano o orçamento do Hospital das Clínicas da FMB ai-nda será composto por recursos da Unesp e uma participação do Estado que deve ser de aproxi-madamente R$ 2,5 milhões. Se-gundo o secretário de Estado da Saúde, Dr. Giovanni Guido Cerri, a partir de 2012 haverá uma ne-gociação para que fiquem claras as reais necessidades do hospital e o repasse será revisto.

Saúde, Dr. Giovanni Guido Cerri, salientou que os hospitais univer-sitários têm sido priorizados pela atual gestão, por serem estratégi-cos. Ele ponderou que o HCFMB passará a receber o mesmo trata-mento que tem o Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo) em São Paulo e também Ribeirão Preto. “A vinculação dos hospitais universitários à Secretaria de Estado da Saúde facilita não só o estabelecimento de uma política pública, mas também é uma pos-sibilidade de o Estado estar mais

próximo e ajudar nos investimentos necessários para esses hospitais. Isso não apenas para o atendimento à população, mas também para pes-quisa”, colocou.

Neste ano o orçamento do Hos-pital das Clínicas da FMB ainda será composto por recursos da Unesp e uma participação do Estado que deve ser de aproximadamente R$ 2,5 milhões. Segundo o secretário, a partir de 2012 haverá uma nego-ciação para que fiquem claras as reais necessidades do hospital e o repasse será revisto.

O superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Me-dicina de Botucatu/Unesp (HCFMB), professor Emílio Curcelli, confirmou que o hospital fará a gestão do novo Pronto-Socorro Municipal de Botucatu. O custeio do serviço será de R$ 480 mil mensais, sendo que 1/3 será repassado pela Prefeitura de Botucatu e 2/3 pelo Governo do Estado de São Paulo.

Curcelli esclareceu que, com esse modelo, o Pronto-Socorro do HCFMB passaria a somente receber pacientes referenciados, para uma assistência médica especializada e de alta complexidade. Isso será viabilizado, inclusive com a con-

Parceria na gestão do novo PS Municipal

confirMação

strução do novo Hospital Estadual de Botucatu – também sob gestão da FMB e Fundação para o Desen-volvimento Médico e Hospitalar (Famesp) – que realizará atendimen-tos de nível secundário. “São muitas as vantagens para a formação dos alunos de Medicina, que poderão experimentar diversas situações em uma unidade de nível secundário”, acrescenta professor Emílio.

O prefeito de Botucatu, João Cury

Neto, considerou um passo decisivo o apoio financeiro ao PS Municipal “O fato do governador ter assinado o decreto que vincula oficialmente o HC à Secretaria de Estado da Saúde também é muito importante porque nos ajuda a avançar nas negociações para definir como será a gestão da unidade. Estamos perto de inaugurar o Pronto Socorro com a qualidade de atendimento que a população merece”, comemorou.

FOTO FLÁVIO FOGUERAL

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12 Pesquisas e inovações

feliPe ModeneseEspEcial para o Jornal da FMB

Muita gente tem dificuldade de se desfazer de “coisas”. Se você é uma dessas pessoas, pode precisar de ajuda. O fato é que isso pode ser patológico na me-dida em que provoca sofrimento e compromete a liberdade. Os psiquiatras preocupam-se em esclarecer essas tênues fronteiras, avaliar e sanar os transtornos vivi-dos pelo paciente.

Pedro guarda tocos de ma-deira e pedaços de metais de muitos tamanhos. Bugigangas e aparelhos quebrados do seu percurso pelas ruas encontram “salvação” em casa. Ele os reserva por toda parte, inclusive no forro da moradia, não porque gosta, mas porque não consegue fazer diferente. Tem vontade de usar um quartinho no seu quintal, mas não pode porque não consegue se livrar das tralhas amontoadas: pode precisar algum dia... E ele sofre com isso.

Trata-se de apenas um dos mil pacientes psiquiátricos Brasil a fora que entraram no foco da maior investigação já realizada sobre a “amontoação” como sintoma do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). O estudo brasileiro é liderado pela Dra. Albina Rodrigues Torres, do Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, e conta com a participação de diversas universidades do país.

O tema vem ganhando mais espaço no imaginário popular desde 2009, quando um canal americano de TV começou a exibir uma série de documentários sobre o chamado “hoarding”, ou seja, o fenômeno da “amontoação” (literalmente) de coisas e/ou animais pela casa até o ponto de interferir na circulação e nas condições sanitárias do imóvel. Inserido na onda dos reality shows, “Hoarders” mostra o drama de pessoas que juntam e não conseguem se desfazer de itens normal-mente sem valor para outros. Muitas vezes, a casa torna-se inabitável e insalubre, gerando problemas de relacionamento e isolamento, em um ciclo vicioso.

Dra. Albina explica que este “colecionismo” (na falta de uma palavra mais adequada em português) é um fenômeno complexo, podendo acontecer tanto isoladamente como associado a diversas condições psiquiátricas de base - dentre elas, o TOC. Embora seja mais comumente associada apenas às obsessões/compulsões (o próprio nome da série de TV foi traduzido equivocadamente para “Obsessivos-Compulsivos”), a prática também pode estar associada a outros transtornos mentais como depressão, esquizofrenia, demência ou deficiência mental.

Para entendermos como o colecionismo está inserido no contexto do TOC é preciso descobrir um pouco mais sobre as peculiaridades dessa doença. Como o nome indica, trata-se de uma desordem psíquica caracterizada por dois fenômenos relacionados: as obsessões e as compulsões. Nas primeiras, pensamentos ou imagens mentais invadem a consciência do indivíduo contra a sua vontade e repetida-mente, provocando ansiedade, desconforto e medo. E as compulsões são comportamentos, observáveis ou encobertos, que trazem alivio temporários ao mal-estar, repetindo-se como se fossem rituais.

Em um caso típico, a pessoa imagina que pode ficar perigosa-mente contaminada ao tocar objetos ou pessoas e precisa se lavar repetidamente (grupo de sintomas relacionados à contaminação/limpeza). Outra situação comum é aquela em que o paciente é vitima de uma necessidade de organização e simetria, posicionando objetos meticulosamente seguindo certas regras. Há também casos em que pensamentos de cunho agressivo contra si mesmo ou alguém querido levam a reações de grande ansiedade e comportamentos de esquiva. Além de pacientes em que ideias indesejadas de caráter sexual ou religioso levam a medos e privações.

O colecionismo compõe um quinto agrupamento dos sintomas possíveis da doença. Nos casos em que estão associados ao TOC, os comportamentos de juntar coisas (ou até mesmo animais) e não conseguir se desprender delas estão atrelados a medos e crenças do paciente, assim como a certa sensação de incompletude. Ocor-rem justificativas como: “se eu jogar fora, posso prejudicar alguém ou a mim mesmo, porque pode estar contaminado ou porque ali pode haver informações importantes” ou ainda “são documentos e eu tenho que registrar todos os momentos da minha vida”. Dessa forma, “dispensar algumas coisas é como jogar fora um pedaço da

Pesquisadores eM Psiquiatria de Botucatu

lideraM Maior estudo Mundial Para coMPreen-

der o colecionisMo coMo sintoMa do toc

própria vida ou de algum ente querido”, exemplifica Dra. Albina.Trata-se de um apego muito grande, proporcional à insegurança

dos pacientes em fazer escolhas. Prevalece, então, o medo de tomar a decisão errada e perder os referenciais, os itens materiais que marcaram a experiência de viver. Imersos na dúvida paralisante quanto a descartar ou quanto à possibilidade do uso no futuro, para esses pacientes, a escolha segura é postergar a decisão, ou seja, amontoar. E eles sofrem por isso.

Estudos em vários países revelam que a prevalência populacional do TOC é de aproximadamente 2,5%. Ou seja, em um grupo qual-quer de 40 pessoas, uma enfrenta os sintomas obsessivo-compulsi-vos significativos ao longo da vida. Tendo isso em vista e o fato do colecionismo ser um aspecto ainda pouco estudado esmiuçado da doença, o estudo brasileiro ganha peso ao dispor de um protocolo de entrevistas sólido e da maior amostra publicada de pacientes com a doença - conseguida graças a uma iniciativa nacional sem precedentes (veja quadro “Consórcio C-TOC).

Os mil pacientes diagnosticados com o transtorno foram divididos em um grupo daqueles com manifestações de colecionismo (52%) e outro grupo daqueles sem esses sintomas. Além de revelar que tais sintomas são mais comuns do que outros estudos com amostras menores indicam, a comparação estatística dos dados contribui para uma “fotografia mais panorâmica” da doença através de características clínicas e demográficas do grupo de pacientes com colecionismo.

A pesquisa mostra que: a maioria deles apresenta também sin-tomas relacionados à dimensão de ordenação e simetria; o grupo de colecionistas tem mais chance de apresentar outros transtornos associados como depressão, compra compulsiva, tiques e déficit de atenção e hiperatividade (ou seja, um perfil particular de co-morbidades); os sintomas começam mais precocemente o nível de ansiedade é mais alto e a capacidade de julgamento crítico é pior, o que dificulta a adesão ao tratamento. Não apareceu diferença significativa, porem, ao avaliarem aspectos como gêneros, classes econômicas e etnias. Não há distinção. Além disso, aquelas pes-soas com o transtorno obsessivo-compulsivo e que “amontoam” passaram por traumas mais frequentemente que os pacientes sem colecionismo. Tal elemento pode ser explicado pelo fato de que situações estressantes levam a pessoa a perceber o mundo como incontrolável e imprevisível, o que desencadearia a busca de segurança e controle sobre o ambiente através de uma relação patológica com “coisas”.

Os pesquisadores confiam que os resultados acrescentam novos detalhes ao perfil clínico do TOC e podem contribuir para a elabo-ração de outros estudos sobre o tema, uma vez que a doença é muito heterogênea e dinâmica, com inúmeros tipos de sintomas conhecidos e outros novos aparecendo a cada dia na prática clínica. “Mapeamentos desse tipo podem favorecer propostas que pre-tendam entender mais profundamente a doença em busca de um melhor tratamento para essas pessoas”, avalia Dra. Albina.

Assim, enquanto Pedro vagueia e pode estar juntando coisas para edificar-se uma fortaleza, cristalizar a fugacidade da vida ou compor um cenário coerente para si, alguns pesquisadores pelo mundo experimentam (obsessivamente) o sofrimento humano e organizam (compulsivamente) informações que possam trazer lucidez à criatividade da riqueza humana (às vezes um tanto quanto excêntrica, convenhamos...).

Consórcio C-TOC

O Consórcio Brasileiro de Pesquisa em Transtornos do Espectro Obsessivo-Compul-sivo (C-TOC) é uma experiên-cia inovadora de pesquisa em psiquiatria em nosso meio. Trata-se de uma colaboração entre os principais grupos de pesquisa do país focados no transtorno: USP, Unifesp, Unesp, UFRJ, UFBA UFRGS e UFPE.

Partindo da proposta do Dr. Eurípedes Constantino Miguel, da USP, em 2003, os centros brasileiros que já pesquisavam a doença decidiram compor uma unidade articulada de forma que todos saíssem ganhando. Isso porque o grupo vem padroni-zando a aplicação de entrevistas abrangentes, cujos dados estão disponíveis a todos os integran-tes, e difundindo conhecimentos que possam aliviar o sofrimento de pacientes.

Através de um protocolo de pesquisa comum, com as mesmas escalas e instrumentos de avaliação, o C-TOC vem definindo uma sintaxe comum para que todos extraiam as mesmas informações de todos os pacientes e falem a mesma língua. Além disso, dispõe de uma amostra clínica muito maior do que conseguiriam os serviços de atendimento isolados, e os resultados ob-tidos através de pacientes de diferentes capitais brasileiras têm maior representatividade.

Através de um contato vir-tual permanente e por meio de reuniões periódicas na capital paulista, o grupo consegue repensar suas estratégias, apri-morar ferramentas de pesquisa e definir conjuntamente novos rumos e interesses comuns.

Além de permitir a clas-sificação normal/patológica, os instrumentos aplicados pelo C-TOC para estudar a doença permitem avaliar a sua gravidade. Para tanto, as escalas procuram quantificar três elementos: o tempo que a pessoa gasta com os sintomas, o incômodo e a interferência que estes provocam na vida e o grau de sofrimento vivenciado. Esses fatores fornecem uma pontuação que permite anális-es estatísticas significativas.

Tal estratégia tem gerado uma das maiores amostras de pacientes com TOC do mundo, o que permite a realização de estudos com maior poder estatístico. Isso se reflete direta-mente na qualidade e confiabi-lidade das pesquisas, fazendo com que os pesquisadores consigam inserção inédita de artigos da psiquiatria brasileira nas melhores publicações inter-nacionais da área.

Dessa forma, o grupo C-TOC tem contribuído com tijo-los consistentes para o conhe-cimento da enigmática psique humana, ajudado a colocar Botucatu no restrito mapa dos principais centros de investiga-ção do mundo, e, o que talvez seja mais importante, trazido algum tipo de alívio.

Quando colecionar se torna obsessão