2004-11-17 - jornal a voz de portugal

20
Ano XLIV • Nº 44 email: [email protected] WWW. AVOZDEPORTUGAL . COM 17 de Novembro de 2004 Paulo F. Gonçalves B.A., A.V.C. PFG Consulte-me sem compromisso!!! PFG (514) 884-0522 Seguros : > Doença grave > Hipoteca > Salário > Vida GRELHADOS SOBRE CARVÃO Prop. Elvis Soares 8261 BOUL. ST-LAURENT (514) 389-0606 4231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-6150 4231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-6150 4231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-6150 4231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-6150 4231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-6150 Cont. na pág. 2 Raul Mesquita Cont. na pág. 10 Cont. na pág. 10 Nesta edição Recurso colectivo p. 2 Opinião p. 5 Fenómeno das seitas p. 6 Especialista do Baladi p. 7 Uma excelente iniciativa p. 7 Festa em Laval p. 8 S. Martinho no Oriental p.11 Morte programada p.12 Entrevista com a Dr.ª Teresa Vasconcelos p.18 CMCA ANTECEDENTES E PERSPECTIVAS ACTUAIS José Manuel Tavares Rebelo Presidente da Casa dos Açores do Norte (Porto) Num dos intervalos do IV Con- gresso das Comunidades, realizado na Horta em 1996, alguns dirigentes de Casas dos Açores, entre os quais, Miguel Loureiro, da Casa dos Açores de Lisboa, Emília Mendonça, da Casa dos Açores da Nova Inglaterra, Alfredo Ponte, da Casa dos Açores do Quebeque, Ruben Santos da Casa dos Açores no Algarve e José Tava- res Rebelo, da Casa dos Açores do Norte, em conversa amena e infor- mal, debateram a necessidade de as Casas dos Açores se reunirem com maior frequência e não só durante a realização de congressos ou outros encontros promovidos pelo Governo Regional. Sem se ter chegado a qualquer conclusão, ficou no ar a ideia de que uma reunião anual seria vantajosa para as nossas instituições. Em 15 de Junho de 1996, a Casa dos Açores do Norte organizou no Porto, por ocasião da Festa do Reunião com o Primeiro Ministro Paul Martin Embora tenha uma certa aceitação das bases e generalidades da Política, sou quase “alérgico” aos políticos. Mas, “noblesse oblige”, lá fomos a esta reunião no passado dia 9 de Novembro de 2004, tanto mais que o honroso convite provinha da Direcção de Co- municaçoes do Gabinete do Primeiro Ministro. A VOZ DE PORTUGAL, repre- sentada por Eduino Martins e por este vosso redactor, compareceu nesta breve conferência de imprensa, reali- zada no imponente edifício 400 da Place D’Youville. Nela estiveram presentes representantes de outros órgãos da imprensa comunitária de Montreal, entre os quais pudemos identificar PRAGATI (indo-canadiano), CHAS- QUI (latino-canadiano), LA VOZ (latino-canadiano) e EASTERN CHI- NESE PRESS (chinês-quebequense). Depois de algumas palavras de Marc Roy, director associado, o Primeiro Ministro do Canadá, Paul Cont. na pág. 2 Em Otava sentiu-se o fado Foi mesmo assim. No sábado à noite, 13 de Novembro, na Paróquia do Senhor Santo Cristo (Otava), cantou-se o Fado. Num ambiente harmonioso, bem seleccionado, onde a sala estava repleta, com 400 pessoas. Comeu-se, sentiu-se a voz e escu- tou-se a guitarra. Os grandes se- nhores e vozes da Noite de Fado, Carlos Rodrigues, Marta Raposo e Silvia Moniz, e ainda os guitarristas António Moniz e Libério Lopes, fizeram a sala vibrar com os aplau- sos. Fado é saudade, nem um pio, silêncio absoluto. Enquanto as vozes faziam o seu aquecimento servia-se COLIN POWELL APRESENTA DEMISSÃO Sai Powell entra Rice O secretário de Estado norte- americano (o equivalente a ministro dos Negócios Estrangeiros), Colin Powell, apresentou a demissão do cargo que ocupa na administração de George W. Bush, segundo infor- mação avançada pelas cadeias de televisão dos EUA já confirmada por fontes oficiais. Condoleezza Rice vai assumir o ‘leme’ da diplomacia dos EUA. “O secretário de Estado anunciou esta manhã aos seus colaboradores que apresentou o pedido de resi- gnação na passada sexta-feira e que se manterá em funções até ser confir- mado o nome do seu sucessor”, confirmou um funcionário do Depar- tamento de Estado, que solicitou o anonimato. A decisão tomada por Colin Powell não constitui propriamente uma Texto de Benjamim Silva 11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:45 PM 1

Upload: sylvio-martins

Post on 22-Mar-2016

228 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

Jornal A Voz de Portugal, edição do 17 de Novembro de 2004

TRANSCRIPT

Page 1: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 17 de Novembro de 2004 - Página Ano XLIV • Nº 44 email: [email protected] WWW.AVOZDEPORTUGAL.COM 17 de Novembro de 2004

Paulo F. GonçalvesB.A., A.V.C.PFG

Consulte-me sem compromisso!!!

PFG

(514) 884-0522

Seguros :> Doença grave> Hipoteca> Salário> VidaMAÎTRE CARROSSIER

GRELHADOS SOBRE CARVÃO

Prop. Elvis Soares8261 BOUL. ST-LAURENT

(514) 389-0606

4231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-61504231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-61504231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-61504231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-61504231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-6150

Cont. na pág. 2

Raul Mesquita

Cont. na pág. 10 Cont. na pág. 10

Nesta ediçãoRecurso colectivo p. 2Opinião p. 5Fenómeno das seitas p. 6Especialista do Baladi p. 7Uma excelente iniciativa p. 7Festa em Laval p. 8S. Martinho no Oriental p.11Morte programada p.12Entrevista com aDr.ª Teresa Vasconcelos p.18

CMCAANTECEDENTESE PERSPECTIVASACTUAISJosé Manuel Tavares RebeloPresidente da Casa dosAçores do Norte (Porto)

Num dos intervalos do IV Con-gresso das Comunidades, realizadona Horta em 1996, alguns dirigentesde Casas dos Açores, entre os quais,Miguel Loureiro, da Casa dos Açoresde Lisboa, Emília Mendonça, da Casados Açores da Nova Inglaterra,Alfredo Ponte, da Casa dos Açores doQuebeque, Ruben Santos da Casados Açores no Algarve e José Tava-res Rebelo, da Casa dos Açores doNorte, em conversa amena e infor-mal, debateram a necessidade de asCasas dos Açores se reunirem commaior frequência e não só durante arealização de congressos ou outrosencontros promovidos pelo GovernoRegional. Sem se ter chegado aqualquer conclusão, ficou no ar aideia de que uma reunião anual seriavantajosa para as nossas instituições.

Em 15 de Junho de 1996, a Casados Açores do Norte organizou noPorto, por ocasião da Festa do

Reunião com o Primeiro Ministro Paul MartinEmbora tenha uma certa aceitação

das bases e generalidades da Política,sou quase “alérgico” aos políticos.Mas, “noblesse oblige”, lá fomos a estareunião no passado dia 9 de Novembrode 2004, tanto mais que o honrosoconvite provinha da Direcção de Co-municaçoes do Gabinete do PrimeiroMinistro.

A VOZ DE PORTUGAL, repre-sentada por Eduino Martins e por estevosso redactor, compareceu nestabreve conferência de imprensa, reali-zada no imponente edifício 400 da PlaceD’Youville. Nela estiveram presentesrepresentantes de outros órgãos daimprensa comunitária de Montreal,entre os quais pudemos identificarPRAGATI (indo-canadiano), CHAS-QUI (latino-canadiano), LA VOZ(latino-canadiano) e EASTERN CHI-NESE PRESS (chinês-quebequense).

Depois de algumas palavras deMarc Roy, director associado, oPrimeiro Ministro do Canadá, Paul

Cont. na pág. 2

Em Otava sentiu-se o fadoFoi mesmo assim. No sábado à

noite, 13 de Novembro, na Paróquiado Senhor Santo Cristo (Otava),cantou-se o Fado.

Num ambiente harmonioso, bemseleccionado, onde a sala estavarepleta, com 400 pessoas.

Comeu-se, sentiu-se a voz e escu-tou-se a guitarra. Os grandes se-nhores e vozes da Noite de Fado,Carlos Rodrigues, Marta Raposo eSilvia Moniz, e ainda os guitarristasAntónio Moniz e Libério Lopes,fizeram a sala vibrar com os aplau-sos.

Fado é saudade, nem um pio,silêncio absoluto. Enquanto as vozesfaziam o seu aquecimento servia-se

COLIN POWELL APRESENTA DEMISSÃO

Sai Powell entra RiceO secretário de Estado norte-

americano (o equivalente a ministrodos Negócios Estrangeiros), ColinPowell, apresentou a demissão do

cargo que ocupa na administraçãode George W. Bush, segundo infor-mação avançada pelas cadeias detelevisão dos EUA já confirmada porfontes oficiais. Condoleezza Rice vaiassumir o ‘leme’ da diplomacia dosEUA.

“O secretário de Estado anunciouesta manhã aos seus colaboradoresque apresentou o pedido de resi-gnação na passada sexta-feira e quese manterá em funções até ser confir-mado o nome do seu sucessor”,confirmou um funcionário do Depar-tamento de Estado, que solicitou oanonimato.

A decisão tomada por Colin Powellnão constitui propriamente uma

Texto de Benjamim Silva

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:45 PM1

Page 2: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 10 de Novembro de 2004 - Página

Varina Aluminium inc.Ao seu lado e ao seu dispor

Para tudo quanto diga respeito à indústria de alumínio que está ligada à renovação exteriorPara tudo quanto diga respeito à indústria de alumínio que está ligada à renovação exteriorPara tudo quanto diga respeito à indústria de alumínio que está ligada à renovação exteriorPara tudo quanto diga respeito à indústria de alumínio que está ligada à renovação exteriorPara tudo quanto diga respeito à indústria de alumínio que está ligada à renovação exterior

6327 Clark, Montreal Tel.: 362-1300 Fax: 362-8882

• Grades de alumínio • Coberturas com fibra de vidro• Escadas em caracol e diagonal • Coberturas com fibra de vidro e polibornato• Degraus em alunínio • Fibras de vidro para o chão das varandas e degraus• Grades com vidro • Portas, janelas, fachadas comerciais, etc.

Fábrica e sala de exposição :

Courrier de deuxième classe;Numéro de contrat: 1001787

Dépôt legal à la Bibliothèque nationale du Québecet à la Bibliothèque nationale du Canada

ÉDITEUREduíno MartinsDIRECTEURArmando BarqueiroDIRECTEUR ADJOINTBenjamim SilvaRÉDACTEUR EN CHEFSylvio MartinsRÉDACTEUR ADJOINTKevin MartinsCOLLABORATEUR SPÉCIALRaúl Mesquita

COLLABORATEURS:Au Québec:Amélia Oliveira VazAntónio VallacorbaCarlos De SousaGerald TremblayHelder DiasJosé Manuel CostaJoviano VazMaria Conceição CorreiaManuel CarvalhoMario CarvalhoNatércia RodriguesPe. José Maria Cardoso

En Ontario:Manuel Alves Louro (Toronto)Fátima Toste (Toronto)Fernando Cruz Gomes (Toronto)Augusto Cerqueira (Ottawa)

Au Portugal:Augusto MachadoJoel NetoLagoas da SilvaManuel RodriguesMaria Helena Martins

SECTION JUVÉNILE:Organisatrice de la section:Susana SequeiraCollaborateurs :Anthony NunesCristina Proença MayoJulien ThometMaria CalistoMiguel Felix

PHOTOGRAPHE:António VallacorbaJosé Rodrigues

ADMINISTRATION /SERVICE À LA CLIENTÈLE:Kevin Martins

INFOGRAPHIE:Sylvio Martins

PUBLICITÉ:Carlos SousaConceição FerreiraEddy SilvaEduardo LeiteKevin MartinsRPM

Extérieur du Québec:Lingua Ads ServicesPortugal:PortMundo Promoção Cultural ePublicidade Ldª.

Os textos (e ilustrações) de Opiniãopublicados nesta edição são da inteiraresponsabilidade dos seus autores, nãovinculando, directa ou indirectamente, ocariz editorial e informativo deste jornal.

Hebdomadaire fondé le 25 avril 1961

4231, Boul. St-LaurentMontréal (Québec) H2W 1Z4

Tél.: (514) 284-18131-866-684-1813

FAX: (514) 284-6150E-Mail: [email protected] web: www.avozdeportugal.com

La Voix du PortugalThe Voice of Portugal

Manchetes 2

Gouveia, GouveiaGouveia, GouveiaGouveia, GouveiaGouveia, GouveiaGouveia, Gouveia507, Place d'Armes, suite 1704 Tel.: (514) 844-0116Montreal, Québec H2Y 2W8 Fax: (514) 844-9053

Filomena Gouveia LL.BFilomena Gouveia LL.BFilomena Gouveia LL.BFilomena Gouveia LL.BFilomena Gouveia LL.B .....

AVOCATE - LAWYER - ADVOGADA

4510, Cartierangle Mont-Royal

527-8701

CENTRE DENTAIREDR. CATHERINE LUU

DENTISTERIE GÉNÉRALE, ESTHÉTIQUE ET PROTHÈSESNOUS ACCEPTONS LE BIEN-ÉTRE SOCIAL, LA CARTED'ASSURANCE MALADIE, L'ASSURANCE DENTAIRE

JOUR • SOIR • SAMEDI • URGENCES

Mt-RoyalAutobus 97 Est

PapineauAutobus 45

Tels.:(514) 282-9976 (514) 288-5177Fax: (514) 848-0133

75, NapoléonMontréal H2W 1K5

Silva, Langelier& Pereira Inc.Assurances Pierre G. Séguin Inc.Seguros e serviços financeiros

40ANOS1963-03

Reunião com oPrimeiro Ministro Paul MartinMartin, ladeado pelo ministroDenis Coderre e por Pablo Ro-driguez, convidou cada um dospresentes a lhe pôr uma ques-tão. Por nossa parte, assimcondicionados, fomos obri-gados a seleccionar, entre asoportunas questões que nostínhamos proposto apresentar,aquela que se evidenciasse peloseu pragmatismo – possibi-lidade de apoio a conceder aosjornais comunitários em formamonetária directa, em isenção

de tarifas postais e ainda consi-derando o incremento de espa-ço publicitário a encomendaraos citados jornais. Subtilmen-te abrangemos as nossas Esco-

Cont. da pág. 1las Comunitárias com paralelaproblemática de apoio.

Com grande oportunidade,Eduino Martins solicitou aten-ção para o desnível existenteentre a publicidade que o go-verno federal oferece a Torontoe a Montreal.

Não queremos deixar de ci-tar alguns dos mais prementesproblemas apresentados pelosnossos colegas dos outros jor-nais: o alargamento do acordode livre comércio aos países da

América Latina; consideraroficialmente a Língua Espa-nhola como a terceira língua doCanadá; política de emigraçãono respeitante à reunião da

família e aos refugiados; novasestações de Rádio e Televisão;reconhecimento das creden-cias (habitações escolares eprofissionais) obtidas no estran-geiro; diferença de tratamentodas minorias em determinadasregiões ou círculos eleitorais.

Com a simpatia e correcçãopróprias de governantes comreconhecida experiência, de-correu este encontro onde oP.M. salientou: a necessidadede todo e qualquer projecto serbem definido a fim de ser estu-dada a sua aplicação; a caracte-rística única e privilegiada doCanadá, onde todos os cida-dãos são considerados de pri-

meira classe, independente-mente do seu país natal; cadacomunidade é incentivada acrescer e a construir um futurono Canadá, mas sem perder acapacidade de estabelecerrelações com as suas origens.

Só o futuro nos dirá se esta foisomente “mais uma reunião”ou se algo de positivo delaresulta. Julgo que toda a huma-nidade continua a sofrer de “re-unite” – não é um estado agudo,é crónica. Mas nunca resisti-mos à tentação de compare-cer... “Nunca, nunca, nuncadesistam” aconselhava Win-ston Churchill. NÓS NUNCADESISTIMOS! Lá vamos, nemsempre cantando e rindo; massempre ouvindo, pedindo eesperando...

Recurso colectivo contra Air Transat

Ligados ao célebre voo TS236 da Air Transat que fez umaaterragem de urgência, muitomediatizada, na Ilha Terceiraem Agosto de 2001, váriosprocessos foram intentadoscontra a companhia, pelos pas-sageiros do A-330 da empresade transporte aéreo.

Um gabinete de advogadosde Toronto, depôs no Tribunalum recurso colectivo em nomedos 293 viajantes que saídos dacidade rainha se dirigiam paraLisboa quando, por problemasde abastecimento aos motoresfoi obrigado a mudar de direc-ção e pousar com os reserva-tórios a seco, na Ilha Terceira.Os jornais de todo o mundoderam larga cobertura a esteinusitado acontecimento, pon-do em destaque o extraordi-nário sangue-frio do coman-dante de bordo, Robert Piché,figura agora emblemática datransportadora mesmo se, orelatório da verificação que háalgumas semanas foi tornadopúblico, indica alguns errosdecorridos durante a viagempelos pilotos. Todavia, foramtambém esses erros que afinalpermitiram a salvação do avião,

dos passageiros e da equipa-gem.

Segundo o advogado GlennGrenier que dirige o processo,90 passageiros aceitaram já aproposta de regularização daAir Transat que ofereceu aindemnização individual de$12 500. Porém o advogado

lembra que aqueles que aceita-rem esta proposição, ficarãoafastados dum eventual paga-mento de valor superior, casoseja ganho o processo originaldo recurso, que exige 70 mi-lhões de dólares. “Não é a ofertaque teríamos recomendado”—salientou o advogado, relem-brando que desses 12 mil equinhentos dólares terão de serdeduzidos 3 500 para despesasde cartório e taxas, ficandofinalmente apenas 9 mil paracada pessoa.

Um outro advogado, TonyAzevedo, que representa ospassageiros que aceitaram aregularização, confirmandoassim a informação de Me.Gre-nier, declarou que por entreaqueles que não aceitaram aoferta, vários pensam intentaracções individuais.

Raul Mesquita

Malária provoca maisde 20 mil mortes por ano

A malária provoca anual-mente cerca de 20 mil mortesem Angola, sendo os menoresde cinco anos e as grávidas osgrupos mais atingidos, revelouo director nacional do Progra-ma de Luta contra a Malária.De acordo com Filomeno For-tes, que falava na abertura deum encontro sobre «O papeldos media no combate à malá-ria», esta doença continua a sera principal causa de morta-

lidade em Angola, provocandoanualmente mais de 20 milmortes.

Os números oficiais revelamque a malária provoca, anual-mente, um impacto superior a100 milhões de dólares aoscofres do Estado angolano.

Segundo Filomeno Fortes,registam-se todos os anos emAngola «mais de dois milhõesde casos clínicos de malária», oque atribuiu às «precárias con-dições de higiene e sanea-mento do meio ambiente». Odeficiente acesso aos cuidadosbásicos de saúde, a insuficienteinformação sobre a prevençãoda doença e as condições sócio-económicos da maior parte dapopulação são outros factoresque contribuem para esta situa-ção.Os dados revelados porFilomeno Fontes indicam que,entre o número total de mortesprovocado anualmente pelamalária, 35 por cento referem-se a crianças com menos decinco anos e 25 por cento dizemrespeito a mulheres grávidas.

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:45 PM2

Page 3: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 17 de Novembro de 2004 - Página 3

Açores & MadeiraAçores e Centrodominam profissõesde formação profissional

Os Açores e a região Centroforam os grandes vencedoresdo Campeonato Nacional dasProfissões, que terminou do-mingo no Centro de FormaçãoProfissional de Aveiro. Os jo-vens açorianos arrecadaramoito primeiros lugares, enquan-to os concorrentes das Beirassomaram sete títulos.

O campeonato reuniu os cer-ca de 200 vencedores dos con-cursos regionais, que duranteseis dias mostraram o que a-prenderam, numa iniciativaque juntou vertentes como acompetição, reflexão, infor-mação/orientação, formação eespectáculo. Este último estevebem patente ao início da noitede ontem, na cerimónia de

encerramento, realizada noauditório do Centro Cultural ede Congressos, durante a qualforam divulgados os vence-dores de 26 das 29 profissões.Três não tiveram ganhadorespor falta de pontuação.

Vânia Santos venceu a provade Arte Floral. A jovem, de 20anos, residente em Coimbra,acabou de tirar o curso de 18meses. Acredita que o novocertificado vai abrir-lhe maisfacilmente as portas do mer-cado de trabalho. Diz que gostaparticularmente de exercer aarte em “noivas” e espera vir arepresentar Portugal no mun-dial de profissões, que vai de-correr na Finlândia, em Maio.

Câmaras licenciarammais 7,9% de edifíciosentre Janeiro e Setembro

O número de edifícios licen-ciados pelos 19 municípios dosAçores cresceu 7,9 por centonos primeiros nove meses desteano face a igual período de2003, indicam estatísticas ofi-ciais hoje divulgadas.

Segundo o Serviço Regionalde Estatísticas, SREA, os nú-meros de licenças municipaisatribuídas entre Janeiro e Se-tembro revelam que o sector daconstrução civil açoriana en-trou “em terreno positivo”,recuperando de quebras regis-tadas a partir de Março de2003.

Nos últimos doze meses fo-ram concedidas nas ilhas mais

1,5 por cento de licenças, faceao período homólogo anterior,adiantou o SREA.

Segundo os números oficiais,o número de edifícios licen-ciados nas ilhas de S.Miguel eFaial nos últimos doze mesesterminados em Setembro re-gistavam ainda variações nega-tivas de 1,5 e 2,4 por cento,respectivamente.

No Pico e na Terceira as va-riações médias dos últimosdoze meses revelaram, porémcrescimentos de 3,1 e 28,7 porcento, respectivamente, emrelação ao período homólogoanterior.

Estar vivo, mas não o sentirEsta é, talvez, a melhor defini-

ção para o estado vegetativopersistente que, na Madeira, jáse traduz em três casos por ano.

E tende a crescerNa Região, a taxa de preva-

lência de doentes em estado devida vegetativo persistente é jáde dois a três casos por ano,com tendência a aumentar.

É que se a evolução da medi-cina garante, hoje, uma longe-vidade maior, o progresso datécnica permite, também, aosmédicos, intervir em áreas queaté há bem pouco tempo eram

desconhecidas.Além disso, e de acordo com

o neurocirurgião António Reis,em crescendo estão, igual-

mente, os grandes trauma-tismos cranianos que levam aestes estados.

«É o caso dos acidentes deviação, dos desportos radicais,das pessoas que não sabemestar no mar. Só para dar umaideia da conjuntura deste sécu-lo, nos Estados Unidos, em ca-da 49 minutos, uma pessoa ficaparalisada, realçou

Dois anos após a catástrofeO naufrágio do “Prestige”

com 77 mil toneladas de fuel-oilfoi o maior acidente ecológicona Europa

O petroleiro “Prestige” sofreuhá dois anos um rombo no cas-co junto à costa da Galiza (Es-panha), provocando a maiorcatástrofe ecológica europeiacom a libertação de parte das77 mil toneladas de fuelóleoque transportava.

A 13 de Novembro de 2002, o

“Prestige” foi apanhado numatempestade ao largo do CaboFinisterra e sofreu um rombode 35 metros no casco. Seis diasdepois do acidente, o petroleiropartiu-se em dois e afundou-sea 270 quilómetros da costa daGaliza, Espanha.

Logo que os primeiros resí-duos transportados pelo petro-leiro chegaram à costa espa-nhola, a Força Aérea Portu-guesa começou a fazer doisvoos diários para verificar osestragos ecológicos e o risco damaré negra chegar a Portugal.

A 1 de Dezembro, duas man-chas de fuelóleo foram detec-tadas a 36 quilómetros da ZonaEconómica Exclusiva (ZEE)de Portugal.

Mais de 2.600 quilómetros da

costa espanhola foram afec-tados nos meses seguintes pe-las mais de 30 mil toneladas defuelóleo entretanto derrama-das pelo “Prestige”.

Um relatório da organizaçãoambientalista internacionalWWF - World Wild Fondation,um ano depois do acidente,quantificou em pelo menos 64mil toneladas a quantia de fue-lóleo libertada para o mar e,dessas, entre cinco a dez mil

continuavam à deriva.Só nos três meses a seguir ao

acidente foram recolhidas emPortugal 439 aves marinhasatingidas pela maré negra, dasquais 186 ainda vivas, que fo-ram enviadas para tratamento.

A pesca foi também preju-dicada pelo desastre ecológico,não só em Espanha mas tam-bém em Portugal, uma vez queos consumidores recearamcomer peixe poluído.

Dois anos depois do acidentecom o “Prestige”, o fuelóleocontinua a ser recolhido no mare no litoral espanhol, emboranas últimas semanas o apare-cimento de resíduos seja “quasenulo”, segundo a Direcção-geral da Segurança Pública doPrincipado das Astúrias.

Cabecilha na prisão Operação da PSP no Estrei-

to resultou na detenção dotraficante da “droga dos ricos”.A PSP deteve um indivíduosuspeito de ser o cabecilha deuma rede de tráfico de droga,principal distribuidor da desi-gnada “droga dos ricos” – co-caína e heroína – na freguesiado Estreito e no concelho deCâmara de Lobos. A operaçãoque decorreu na noite de sexta-feira foi o culminar de diligên-cias policiais que têm decorridode há cinco anos para cá e queagora surgem coroadas desucesso. Cerca de 27 mil eurosem dinheiro alegadamenteproveniente do tráfico de drogae 90 doses de cocaína e heroínaforam apreendidas. O indivíduoconhecido por Sidónio, estavajá cadastrado e vai aguardarjulgamento em prisão preven-

tiva. A operação foi coordenadapelo subcomissário RobertoFernandes, da Divisão de Inves-tigação Criminal da esquadrado Funchal, e foi levada a cabopela Brigada Anticrime daMadeira, contando com a cola-boração do Núcleo de Inves-tigação da esquadra de Câma-ra de Lobos. Esta acção policialsurgiu após uma etapa de inves-tigações desenvolvidas na se-quência de informações veicu-ladas sobre aquele foco deinstabilidade. Tem-se tido co-nhecimento de que o tráfico e oconsumo de drogas injectáveistinham lugar no caminho doLombo do Galo (Estreito deCâmara de Lobos), e decor-riam sem qualquer pudor, o quealimentava o sentimento geralde insegurança.

Segundo fonte do ComandoRegional da PSP, esta” opera-ção cirúrgica” aconteceu de

forma relâmpago. Pelas 19horas, a PSP instalava-se comagentes armados junto à re-sidência do suspeito, casado epai de duas crianças de 4 e 5anos. A polícia interceptou umasérie de indivíduos, entre osquais o cabecilha de 30 anos,subemprei-teiro de construçãocivil, detectado na posse dadroga, pronta para ser transac-cionada. Face ao aparato, apopulação saiu à rua manifes-tando apoio à autoridade. Fontepopular disse que só por vota da1 hora da manhã é que a PSPabandonou o local.

Para além da droga e dodinheiro, foram também apre-endidos telemóveis, vestígiosde materiais de acondicio-namento de drogas e aindainstrumentos de corte e mis-tura, todos relacionados com a

prática deste crime.O detido foi conduzido aos

calabouços do Comando Re-gional da PSP e deu entrada,na tarde de ontem, no TribunalJudicial do Funchal. Após ouvi-do pelo juiz, o arguido saiu coma medida de coacção de prisãopreventiva, enquanto prosse-gue o inquérito criminal.

Soube-se ainda que a PSPtinha diligenciado várias inves-tidas àquele núcleo de alega-dos traficantes, alguns dosquais familiares. Uma operaçãodecorrida em Maio de 2002culminou na apreensão de umveículo todo-o-terreno, 4.000doses de heroína, 7.000 eurosem dinheiro, vários aparelhosde som e vídeo, relógios depulso de luxo. Na altura, umirmão do Sidónio, o indivíduoontem preso, tinha sido detido,saindo com o termo de apre-sentações bissemanais.

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:46 PM3

Page 4: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 10 de Novembro de 2004 - Página

Continente4

3960 Boul. St-Laurent(514) 845-5115

Nenhuma taxa de serviço

Preços competitivos aos dos bancos

Aberto segunda a sábado

Troca excelente de euros e dólares US

Falamos português

Plantar couves paraprotestar contra buracos

O estado de degradação emque se encontram os acessos àZona Industrial do Salgueiro,nos arredores de Mangualde,levou alguns empresários atransformar a estrada numahorta: cada buraco recebeuum pé de couve.

“Gastámos mais de um cento.O que só por si é revelador doestado em que as estradas, ca-minhos e acessos às empresas seencontram nesta zona indus-trial”, criticou Gabriel Oliveira.

Instalado há 14 anos naquelazona industrial, o empresárioaponta o dedo a um conjunto dedeficiências que se arrastam deuns anos para os outros semsolução.

“A energia não tem potência,

os esgotos correm por aí, a céuaberto, e a sinalética não existe.Estamos abandonados”, lamen-ta Gabriel Oliveira.

As couves foram colhidas daestrada, alegadamente porordem da Câmara Municipalde Mangualde, mas os pro-testos vão continuar até que asinfra-estruturas do parquesejam resolvidas.

“Estão aqui instaladas 28empresas. Todas pagam impos-tos e exigem ser tratadas comconsideração”, concluiu o em-presário.

Nos próximos dias, os indus-triais voltarão a reunir paradefinir novas acções de pro-testo.

C.A.S.C.M.Oferta de empregoOferta de empregoOferta de empregoOferta de empregoOferta de emprego

Posto permanente desecretária(o)/recepcionistaSalário:420$/35 horas por semana

Condições de admissão :- possuir um D.E.C. em técnicas de secretariado- ter uma experiência de pelo menos 2 anos no ramo- ter conhecimento de diferentes logicieis e informática

(Word, Excel…)- dominar tanto oralmente como na escrita o francês e o

português- possuir um grande sentido de responsabilidade e de

autonomia no trabalho

Tarefas principais : planificar, organizar e executar todoo trabalho de secretariado do organismo, responder aotelefone, informar sobre diferentes assuntos ligados àintegração dos imigrantes, compilar estatísticas, fazertraduções do português para o francês e vice-versa, gerir asmarcações dos intervenientes sociais.

As candidaturas devem ser recebidas até ao dia 10 deDezembro de 2004 e para serem aceites devemcorresponder às exigências do posto. Os currículos devemser enviados para o C.A.S.C.M., 32, boul. St. Joseph Ouest,Montréal (Québec) H2T 2P3

Vila do CondeHelena Norte/JN

Multidão de curiosos enche novo “outlet” de vestuário NassicaPrimeiro domingo de portas abertas atraiu milhares de visitantes egerou enormes filas de trânsito. Colecções antigas a preço de saldo sãoa proposta do novo espaço comercial José Mota. A circulação noscorredores chegava a fazer-se com dificuldade, tal era o número depessoas à procura de uma pechincha.

Pega-se no conceito centrocomercial em versão “saldostodo o ano” (outlet), junta-se ofactor novidade (abriu sexta-feira) em época pré-natalícia eobtém-se enormes filas de trân-sito, corredores a abarrotar elojas cheias.

O Nassica, em Vila do Conde,dificilmente poderia acolhermais visitantes no primeirodomingo de portas abertas.Pelas 16 horas, a fila no IC1(sentido Porto-Póvoa de Var-zim) atingia os quatro quiló-metros de extensão. Chegadosao nó Mindelo/Modivas, oacesso ao mais recente outletda área do Grande Porto ésimples e está bem sinalizado.

Simples mas não fácil, porquedepois da prova de paciência,na fila de trânsito, segue-seoutra tarefa que exige perse-verança e uma boa dose devisão periférica com muitasorte à mistura: arranjar localpara estacionar. Não é quefaltem lugares, mas os candi-datos são mais do que muitos, oque gera mais filas, desta vezem circuito fechado, a 5 km/hora. Os mais impacientes a-bandonam o condutor nessaingrata missão e apressam-se aentrar no espaço comercial.

Das 70 lojas existentes, 55 já

estão a funcionar. As restantesprometem abrir em breve e emgrande, já que marcas como aZara e a Mango ocuparão maisdo que uma parcela. A primeirafase do Parque Nassica arran-cou com os sectores de pronto-a-vestir, calçado, acessórios edecoração. Há também estabe-lecimentos de restauração emversão fast-food, e quiosques decafé que não tinham mãos amedir.

As zonas de lazer - quadradosde alcatifa verde equipadoscom cadeirões de aspecto con-vidativo - serviam principal-mente para os mais velhosdescansar e ver quem passava.Avós pacientes dividiam a aten-ção entre os netos e o vai-vémdos corredores.

À semelhança do que acon-tece nos centros comerciaisconvencionais, há sempre lojasque, pelo tipo de produtos epreços praticados, atraem maisclientes. Algumas tinham ascaixas cheias. Na maioria, erammais os curiosos - facilmentedetectáveis pela forma expeditacomo remexem as prateleiraspara comparar preços - do queos compradores. No entanto,ontem à tarde, não havia certa-mente comerciantes descon-tentes no Nassica.

Festival de chocolate fechou vila de Óbidos200 mil visitantes desde o dia deabertura do certame

O Festival Internacional deChocolate de Óbidos registouhoje um número tão elevado devisitantes que a organização doevento se viu forçada a apelar aque mais ninguém se desloqueàquela vila.

“Dado o avultadíssimo núme-ro de pessoas que, neste mo-mento, se encontra no FestivalInternacional de Chocolate, emÓbidos, é totalmente impos-sível a vila receber mais visi-tantes”, informou a organizaçãoem comunicado durante a

tarde.Assim, os organizadores do

Festival informam que não hácapacidade, do ponto de vistafísico, para receber mais pes-soas e veículos, uma vez que aA8 e a EN8, bem como todos osparques de estacionamento,estão “completamente condi-cionados”.

As previsões da organizaçãoapontam para cerca de 200 milvisitantes desde o dia de aber-tura do certame, terça-feira,até ao final do dia de hoje.

Lisboa - chiadoCharme do velho Chiado ressuscitado por um dia de recriação

histórica, Iniciativa promovida pelo Fundo Remanescente deReconstrução do Chiado visa a revitalização desta zona nobre dacidade Miúdos e graúdos rendidos à festa

Telma Roque

No sábado uma recriaçãohistórica transportou Chiadoao início do século passado,devolvendo àquela zona nobreda cidade o “glamour” de ou-tros tempos. Carros antigos,cavalheiros e damas vestidos àépoca, ardinas, fotógrafos à laminute e música a condizerfizeram a delícia de miúdos egraúdos.

Enquanto a pequenada, deolhos esbugalhados para asindumentárias, quase acre-ditava que o Carnaval tinhasido antecipado, as mães me-tiam conversa com as damasantigas: “Ah, a senhora está tale qual a minha tia-avó...”.

A iniciativa foi promovidapelo Fundo de Remanescentede Reconstrução do Chiado(FRRC), em parceria com oAutomóvel Club de Portugal,para revitalizar aquela que foi azona de elite da sociedade lis-boeta da época. “Não basta fazera recuperação arquitectónica doChiado, é preciso humanizar,criar um ambiente de bem-estar”,frisou Rui Leitão, presidente doFRRC.

O sol ajudou à festa e o Chiadoencheu-se de curiosos, quequiseram ver de perto aquelaespécie de “museu vivo”, comolhe chamou o autarca lisboetaCarmona Rodrigues. O presi-dente partiu da Praça do Muni-cípio - de onde saiu a caravanade bólides - a bordo de umaRudge Special, uma relíquia deduas rodas, de fabrico inglêsque fez furor nos anos 30.Brumm, Brumm... e lá desa-pareceu, rumo ao Chiado, nãofosse Carmona Rodrigues umapaixonado por motos.

“Ai que grande reboliço!”,queixava-se um distinto cava-lheiro, de fraque e cartola. Oactor contratado pelo FRRC,encarnando o papel de homemdo século passado, caminhavapela Rua Garret de braço dadocom a sua dama, fingindo-seincomodado com a multidão.

Um mal necessário para umcavalheiro do seu nível, porqueé chique passear no Chiado.“Lá no Estoril, onde moramos,não há tanta variedade de arti-gos para fazer compras. Aqui(no Chiado) há o que se vendeem Paris”, explicou, de modoaltivo. Viraram costas, dizendobem alto, para todos ouvirem,que à noite, iam ao Teatro S.Carlos. Já o escritor Eça deQueiroz dizia que encontrar-se

no Chiado significava “ter afina-flor de graça”. Até a lamaera de “bom tom”, segundos oscronistas da época.

Isabel Trindade veio do A-lentejo para fazer compras (deverdade) e foi apanhada desurpresa com a animação. “Es-tou maravilhada. Espero queeste tipo de iniciativas se repi-tam”, afirmou ao JN. BenignoLinares, da loja Orion, mos-trava-se satisfeito com a mul-tidão que acorreu à Rua Gar-ret. “Tem que haver mais even-tos como estes para trazer cli-entes ao comércio tradicional.Estou muito contente”, dizia ocomerciante.

Os turistas que passavampelo Chiado estavam boquia-bertos. Teriam pensado queeste era mesmo um país decontradições, agarrado aopassado, ou que a crise é tantaque as pessoas se viram força-das a recorrer à roupa dos avóse a tirar da garagem as latasvelhas?

François Baert, um belga depassagem por Lisboa, não sedeixou guiar pelas primeirasimpressões e apreendeu, deimediato, o espírito da ini-ciativa. “É muito engraçado,sobretudo ver os figurantes elembrar como se vestiam as pes-soas nessa época”, explicou.

Ateliês de construção demarionetas para os mais novos,música ao vivo, feira de alfar-rabistas, exposição de carrosantigos, foram algumas dasiniciativas associadas ao even-to. Ao longo da Rua Garret fo-ram instalados painéis comfotografias antigas do Chiado,enriquecidas com curio-sidades sobre aquela zona deLisboa.

Sabia que...Origem do ChiadoO nome pode ter surgido de

uma antiga taberna de Cata-rina e Gaspar Dias, conhecidospor Chiado e Chiada. Outroshistoriadores acreditam querecebeu o nome de um poetado século XVI, António RibeiroChiado.

Palavra “bera”Terá origem numa firma que

existia na Rua do Carmo em1900, que vendia jóias falsas,chamada Bera American Dia-mond Palace.

Luz eléctricaO Chiado foi pioneiro na elec-

tricidade. A primeira notícia dogénero é a de seis candeeirosimportados de Paris pela rea-leza, e instalados primeira-mente na Cidadela de Cascais,em 1878.

Leia e divulgeA Voz de Portugal

o seu jornalà

quarta-feira

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:46 PM4

Page 5: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 17 de Novembro de 2004 - Página 5

Opinião

Augusto MachadoRaul Mesquita

Um dia para esquecer

O dia começou mal. Muito malmesmo. Há dias assim. Talvezporque o tempo também estámau; é uma chuva fria tocada poruma ventania gelada vinda dolado espanhol que, como sempre,implacavelmente nos fustiga ocorpo e nos entorpece a mente.Este dia triste e chuvoso nãoajuda nada o nosso estado psí-quico. Por isso, a crónica hojereflecte um pouco o estado deespírito do seu autor.

1. O mundo, mais concretamente o mundo árabe e a velhaEuropa, tem andado muito comovido com a morte do líderpalestiniano, Yasser Arafat. O Sr. Palestina. Terrorista e Nobel daPaz. Soldado e virtual chefe de Estado Palestiniano. Negociadore intriguista. Odiado por israelitas e idolatrado por palestinianos.Yasser Arafat, líder da Organização de Libertação da Palestina(OLP), foi responsável pelo assassínio de 11 atletas israelitas nosJogos Olímpicos de Munique em 1972.

Agora que o homem morreu, deixando os palestinianos numaencruzilhada na terra prometida, discute-se a incalculável fortunaque o terrorista/herói aparentemente possuía. Quando o antigodirector do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o MédioOriente, Salam Fayad, foi nomeado ministro das Finanças daAutoridade Palestiniana (AP) suspeitava-se que, ao longo dosanos, muitos milhões de dólares tinham sido desviados das contasda organização. Mas a dimensão do desfalque só foi descoberta umano mais tarde. De acordo com um relatório do MFI publicado emSetembro de 2003, esses valores terão ultrapassado os mil milhõesde dólares. O processo terá começado em 1994 e sido intensificadodois anos depois, quando Arafat foi eleito presidente da AP echamou a si a gestão financeira da organização. No total, o MFIdescobriu que cerca de 900 milhões de dólares não foramintegrados no orçamento oficial da AP entre 1995 e 2002. Por outrolado, não foi possível descobrir o destino de 300 milhões de dólares.A União Europeia é um dos principais contribuintes dasactividades da AP. Compreende-se por que é que o homemescolheu Paris para morrer.

Para aumentar as suspeitas a revista “Forbes” colocou Arafat nasexta posição do ́ ranking’ dos governantes mais ricos do mundo.De acordo com a publicação, a fortuna pessoal do líder da APchegaria aos 300 milhões de dólares. A mesma fonte acrescentaque há um ano que as autoridades francesas estão a investigar amulher de Arafat, Suha, por branqueamento de capitais. Em causaestão transferências na ordem de nove milhões de eurosprovenientes de bancos suíços. Suha Arafat beneficiava ainda deuma pensão de 100 mil dólares mensais, concedida pelo marido.Desconfia-se que Arafat terá inúmeras contas espalhadas pelomundo e investimentos em diversas empresas.

2. Em Portugal, na cidade de Barcelos onde nasceu FranciscoSá Carneiro, decorreu no último fim-de-semana o congresso doPSD onde pouco ou quase nada se disse em relação a mudar ostatus quo. Muitos sussurros e muito negociar nos bastidores paraque os proponentes de moções com propostas incómodas para olíder fossem retiradas da agenda em nome da unidade interna.Tudo se fez para reduzir ao mínimo as críticas a Santana Lopes eao seu governo.

Os mesmos congressistas que aplaudiram as críticas deMarques Mendes e as de João Alberto Jardim ao presenteExecutivo, acabaram também por aplaudir, no final do congressoe em nome da união partidária, o actual primeiro-ministro, SantanaLopes. Este por sua vez pediu aos militantes social-democrataspara terem paciência e confiança no Governo e esperar que asreformas tragam resultados positivos.

A questão de continuar ou não com a coligação (PSD/CDS) foia mais polémica. Tudo indica que a direcção do PSD intende adiaresta discussão para os meses que antecedem as eleições. Para aspresidenciais os social-democratas apoiam a candidatura doantigo primeiro-ministro, Cavaco Silva.

Quando dois mais dois faz quatro

Pescar em alto-mar

Após vários meses de resultadosdesolantes para a população, aquem fez promessas até agoranão cumpridas, constantementeproteladas ou, simplesmenteafastadas do reverso da mão, ogoverno Charest decidiu-se a pôrtermo àqueles que, usufruindode receitas elevadas, evitam ofisco, alegando irrisórios mon-tantes de rendimentos.

Num curto espaço de seis me-ses, o ministério das Rendas,(Revenu) recuperou 30 milhõesde dólares a que tinha direito, ouseja, mais do que havia sido pre-

visto para o ano inteiro.

“Os resultados são interessantes— sublinhou o Ministro,Lawrence Bergman—, queremos que cada um pague a sua justaparte de impostos”.

Na verdade, é muito difícil de crer que alguém que ganheapenas 30 mil dólares por ano, possa ser proprietário de uma casavalendo 380 000$ de viaturas de “sport” ou dispendiosos carros demarcas luxuosas… Outros casos, indicam a propriedade dumaresidência no valor de 1,3 milhão, um edifício de apartamentos de240 mil, por um casal que na sua declaração de impostos o total dosrendimentos atingia apenas 14 mil dólares anualmente…

Neste último caso, os investigadores rapidamente se aper-ceberam de que o “contribuinte” tinha uma empresa registada,de onde as receitas desapareciam misteriosamente. Feitas asrevisões, os rendimentos do cidadão foram estabelecidos a 250 milpor ano e de seguida, apresentaram-lhe a factura dos impostos nãopagos, fixados a 40 mil.

Estamos todavia longe da operação da luta contra a evasão fis-cal que o ministro Yves Séguin anunciou várias vezes e com aqual, previa recuperar este ano, a linda soma de 250 milhões dedólares, das omissões de impostos. Nesta operação, estava incluídaa mecânica da lavagem de dinheiro que no entanto, ainda não estáem aplicação. O que não quererá dizer que a ideia ficaráesquecida de “Revenu Québec”. Questão de tempo.

Segundo o ministro Bergman, as operações têm sido feitas comcortesia e está fora de hipótese, a visita domiciliária. Por agora, oenvio duma carta a pedir explicações ao contribuinte, tempermitido a resolução de vários dossiers de maneira amigável,dando-se a oportunidade de escuta antes de agir. Assim, de nadaserve a sempre vergonhosa denunciação porque, graças aosficheiros governamentais e ao beneplácito da Comissão do Acessoà Informação, os verificadores têm os meios necessários paracompletarem o seu trabalho, entrecruzando entre outros, osregistos de companhias e os dossiers da SAAQ. Por vezes, destemodo, descobrem que um recalcitrante contribuinte possuiu, umbarco de recreio e mesmo um avião.

Apenas no ano 2003-2004, o fisco apanhou 9028 contribuintesque tinham um ritmo de vida altamente superior aos rendimentosque declaravam e descobriu mais de 3500 outros, que pura esimplesmente, não faziam declarações de impostos. Estes, fizeramentrar nos cofres do governo, 15 milhões de dólares adicionais.

Em Portugal o problema é idêntico. Só que ainda não corrigido.A omissão, voluntária ou não, de pagamento de impostos é,

desde há muitos anos, quase desde sempre, um “modus vivendi”em Portugal. Há mesmo aqueles que, no dizer de certas vozes, segabam de serem ricos sem pagar taxas.

Segundo o relatório da Inspecção-geral das Finanças, o Fisco élento a detectar fraudes. As Finanças demoram mais de três anospara detectar fraudes fiscais, de acordo com a conclusão dasanálises de processos em suspenso do serviço de Lisboa, em Junhodeste ano.

Reconhece-se a falta de coerência na base de dados dosprocessos fiscais, agravada pela lentidão do tratamento dos dos-siers, devido, segundo alguns responsáveis, à falta de funcionáriosafectados às infracções.

“Os atrasos na tramitação dos processos e alguns aspectos denatureza técnica, foram fortemente condicionados (…) sobretudopela insuficiência, pouca experiência e escassez de formação depessoal,” salientou a Inspecção-geral de Finanças.

No balanço feito pela IGF, os serviços de Finanças demoram 37meses entre a identificação do contribuinte e o levantamento doauto pelo fisco. Adiciona-se cerca de um ano para instauração doprocesso e mais 20 meses para as investigações exigidas por lei,tudo isto ultrapassando o limite máximo de 8 meses, fixados namesma lei…

Ora, sem a existência de um sistema eficaz que controle oconhecimento de todos os processos instaurados ou pendentes,não é possível a recolha de provas dos contribuintes fraudulosos.

O governo português terá de se preocupar com a recuperaçãodo que lhe é devido porque, regra geral, apenas os trabalhadorespor conta de outrem e os reformados cumprem integralmente osseus deveres tributários. Mas esses são, no fundo, peixes deaquário. O governo terá de ir à pesca em alto-mar…

Lá onde dois mais dois faz quatro.

Um líder sufragado

Possuo largos anos de experiência e poder, oriundo dos meusancestrais. Com a máxima honestidade e sigilo, ajudo quaisquer quesejam os casos desesperados, mesmo os de difícil solução:Angústias, Mau-olhado, Amarrações, Desvio, Aproximações, Casasassombradas, Males Físicos, Impotência Sexual, Vícios, etc.Desamarro também todos os males fluídos que existem em si! Trabalhoà distância por bons guias com Talismãs fortíssimos para todos osfins! Considerado um dos melhores Profissionais no Canadá eestrangeiro, consultado por vários colegas devido às minhasprevisões serem exactas e os tratamentos eficazes! Falo Português.

ASTRÓLOGO AFRICANO AIDARATel.: (514) 374-2395 Fax : (514) 374-9755

Rui Costa Pinto

Santana Lopes transfigurou-se,durante o XXVI congresso doPPD-PSDO enfant terrible dos so-cial-democratas entrou nopavilhão, de Barcelos, triste,cansado e desmotivado, masconseguiu sair, rumo a SãoBento, como um verdadeiro líder,com força, objectivos e vontadede trabalhar.

O primeiro-ministro de Portu-gal precisava de uma legitimaçãoelectiva como pão para a boca. Aconfiança que lhe faltava, como

presidente do PSD, tinha de ser colmatada por uma esmagadoraeleição nas urnas do partido.

Esta era a condição sine qua non para Santana Lopes podercarregar o fardo de ser um chefe do Governo eleito na secretaria,ou melhor, em Belém, nas costas do voto popular. O líder fraco,hesitante e sem brilho, desapareceu. A ausência de Paulo Portase a indefinição em relação ao futuro da coligação não foramsuficientes para ensombrar a prestação do número um do maiorpartido político português. Hoje, Santana Lopes é um líder novo,com condições psicológicas para enfrentar os desafios dagovernação.

Ao longo do congresso, os três discursos de Santana Lopesrevelaram o que lhe ía na alma: o primeiro, com voz rouca, foiapagado, triste e sem convicção, até no previsível apelo a AníbalCavaco Silva; o segundo, já com o partido na palma da mão, revelou-se emotivo, convicto e capaz de sonhar, de tal maneira que sentiucoragem para pedir para governar até 2014; o terceiro, o doencerramento do conclave, foi o discurso da serenidade, daconfiança e da maturidade, em que explicou as opções em diversossectores, nomeadamente as metas do Orçamento de Estado para2005. Santana Lopes revelou-se igual a si próprio, sem ideiasconcretas e refém do CDS-PP, mas surpreendeu ao exibir o melhordas suas qualidades políticas e de liderança, dando esperança aum máquina partidária que o quer manter no poder. SantanaLopes renasceu.

Agora, sim, o primeiro-ministro de Portugal está preparado emotivado para governar, para assumir o caminho, os desafios e asrupturas, enfim, para assumir a responsabilidade de ser primeiro-ministro, o primeiro responsável da governação.

Depois do XXVI congresso do PPD-PSD, o país fica com asensação de ter perdido mais de três meses, com opçõescondicionadas por uma realidade que não emanou do voto. Trintaanos depois do 25 Abril, a Democracia continua a ser umapermanente lição.

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:46 PM5

Page 6: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 10 de Novembro de 2004 - Página 6

Vária

Dra. Maria Helena MartinsHoróscopo Semanal

CARNEIRO (21 de Março - 19 de Abril)

TOURO (20 de Abril - 20 de Maio)

GÉMEOS (21 de Maio - 20 de Junho)

CARANGUEJO (21 de Junho - 22 de Julho)

LEÃO (23 de Julho - 22 de Agosto)

VIRGEM (23 de Agosto - 22 de Setembro)

BALANÇA (23 de Setembro - 22 de Outubro)

ESCORPIÃO (23 de Outubro - 21 de Novembro)

SAGITÁRIO (22 de Novembro - 21 de Dezembro)

CAPRICÓRNIO (22 deDezembro - 20 de Janeiro)

AQUÁRIO (21 de Janeiro - 18 de Fevereiro)

PEIXES (19 de Fevereiro - 20 de Março)

Manuel LouroO Fenómeno das seitas religiosas

AS SEITAS NASCEM DAAMBICÃO DOS SEUS “GU-RUS”, VIVEM DA CREDU-LIDADE GENEROSA DOSSEUS VASSALOS, CRESCEMCOM A INFANTILIZACÃODOS SEUS ADEPTOS

- Em 1993 em WACO (Texas)nos Estados Unidos, morreram73 pessoas queimadas na sededo quartel geral da Seita dosDAVIDIANOS.

- Em 1994 em CHEIRY, naSuissa o extermínio total (sui-cídio ou homicídio colectivo)dos membros que se encon-travam nos edifícios da Seita doTEMPLO SOLAR.

-Em 1995 no Japão, a explo-são do Metropolitano de Tó-quio causada pela Seita daVERDADE SUPREMA, emque morreram centenas depessoas...

-No ano 2000, no 18 de Mar-ço, suiçídio colectivo em Ugan-da, de 300-400 (?) membros daseita dos “DEZ MANDAMEN-TOS”.

O que é uma seita ?Seita, no sentido mais usual e

estrito:Grupo de indivíduos que

professam uma doutrina par-ticular, diversa daquela que é

geralmente seguinda. Diz-seem religião, daqueles que seseparam do tronco principalduma dotrina consideradaortodoxa, comumente e larga-mente aceite, para formaremum grupo à parte alterado edivergente da religião princi-pal. Com objectivos aparente-mente religiososos muitas sei-tas são protegidas pelo privilé-gio da imunidade; têm ramifi-cações internacionais e atéligações com o crime organiza-do: comércio de crianças, deórgãos do corpo humano, dedrogas, de dinheiro. Mesmo osexo sob todas as formas não éestranho a estas pseudoreli-giões que, debaixo dos cober-tores do “Amor Infinito”, escon-dem a perversão da mais vul-gar libertinagem. Basta lerobras especializadas, visionarfilmes de expressão livre e con-tactar com ex-adeptos queconseguiram libertar-se dodelírio e ditadura das seitas,para que se possa dar conta deque “nem tudo o que brilha éoiro...

Porque as seitas exercemtanta influência em todos osdomínios da sociedade?

O sucesso e proliferação dasseitas são devidos a três razõesprincipais:

-À força impressionante dahierarquia interna, ao alto nívelde personalização e de carismados chefes (GURUS);

-Ao descontentamento queexiste por vezes no seio dasreligiões tradicionais conside-radas vetustas e desactuali-zadas para responder aos pro-blemas de quantos nelas sesentem mal;

-E principalmente devidas aoprocesso de infantilização dosadeptos que obedecem ao rigo-

rismo da disciplina imposta pelaautoridade competente, ondeencontram a segurança psico-lógica que procuram e os narcó-ticos para a desolação no sofri-mento.

Nas seitas, tudo está previstoe garantido; não há problemas;só há soluções antecipadas... oque inspira confiança aos adep-tos e dá crédito à organização.Os “GURUS” e seus dirigentessubalternos são conscientes dacapacidade que têm de influen-ciar, manipular e infantilizaruma certa categoria de pessoasfrágeis que constituem o espaçogeográfico-social favorável aorecrutamento vocacional dosseus adeptos e prosélitos, mem-bros inferiores da hierarquia,sobre os quais exercem a au-toridade e o poder. Uma veztecida a teia de aranha, osadeptas não tardam em cair nosseus fios subtís: inocentes,“doentes”, fracos, revoltados davida, infelizes dispostos a dartudo, com os maiores sacri-fícios, para chegarem à “Terraprometida”. Qual é ela? Não sesabe...

As seitas são dotadas de sim-bolismos e ornamentos comformas misteriosas, copiadas namaioria, dos ornamentos sacer-dotais das velhas religiões e poreles adaptados aos fins parti-culares das seitas que consistena incarnação do poder dedominação em formas impres-sionantes... Feita a lavágem docérebro e nele “matracadas”contínuamente as mesmasideias de base, tudo está prepa-rado para a acção. Sem respon-sabilidade individual, semdispêndio de esforço e tudoestando rigorosamente previs-to e resolvido, ninguém temnecessidade de pensar ... Resul-tado? O ser humano tornou-seum autómato.

Por que razão há pessoas quese deixam infantilizar e manipu-lar pelas seiras?

A infantilização é a inversãoda marcha normal do homemque tem mêdo de avançar, por-que não é capaz de se assumirplenamente, de se responsabi-lizar por si e pelos outros. Ohomem foge de si próprio paravoltar ao conforto da infânciana “casa paterna”, à procura dobem-estar que não é capaz deconstruir sózinho.

Uma pessoa pode ser muitointeligente e ser desiquilibrada,

como pode ter um carácter e-quilibrado e não ser inteli-gente.

Há muitas pessoas altamenteinstruidas e personalizadas queocupam postos de grande res-ponsabilidade na sociedade eque se deixam embarcar emanipular sem que por issopossam pretextar a falta deinteligência, o baixo nível deeducação ou de carácter. Serinteligente não é tudo na vida,e a prova é que os maiores cri-minosos do mundo têm umcoeficiente intelectual superiorà media, e cometem crimes.

InfantilizaçãoObedecer a alguém securiza

mais do que obedecer a si pró-prio, porque para obedecer a sipróprio é necessário, antes detudo, ver claro e ter vontadedecidida. Neste sentido, a de-pendência securiza. Estas cri-anças-adultas têm necessidadede alinhar o seu frágil compor-tamento, os valores da vida e ojuizo pelo modêlo de referência,presente no meio ambiente emque vivem; terão sempre ne-cessidade, na vida adulta, deser guiadas pela mão forte dealguém que possa oferecer-lhesmaior segurança, com o míni-mo de esforço. Este adulto(infantilizado) será semprecriança.

Tal é a situação psicológicadas pessoas que se deixam fácil-mente conquistar pelas seitassem serem capazes de se liber-tar depois. Elas fazem tábuarasa da própria inteligência eabandonam-se totalmente, pornecessidade de se confiarem,de obedecerem a uma regraforte, de sofrer por uma causa,contanto que nela encontremvalorização, segurança psico-lógica e física, porque no fundo,são seres inseguros - procurama força na simbiose dos mem-bros da seita.

Assim como os Naziz obe-deciam a Hitler, com as conse-quências que se conhecem,assim os adeptos das seitas,infantilizados pelos GURUS, setornam seus escravos, numa“tôrre de segurança” da qualraramente se podem libertar,aptos a tudo, em nome da obi-diência cega, arrancada à li-berdade, pela força da acçãopsicológica exercida sobre eles.

Sem mais comentários... Ohorror não se define...

Carta da Semana: Cavaleiro de Espadas, que significaGuerreiro, Cuidado.Amor: Seja mais flexível com o seu amor.Saúde: Cuidado com os dentes.Dinheiro: Algumas dificuldades económicas.

Número da Sorte: 62 Números da Semana: 6, 18, 26, 33, 40, 47.

Carta da Semana: Valete de Espadas, que significaVigilante e Atento.Amor: Fomente o diálogo com a sua cara-metade.Saúde: Não abuse dos analgésicos.Dinheiro: Uma promoção pode estar próxima.

Número da Sorte: 61Números da Semana: 1, 8, 18, 24, 32, 26.

Carta da Semana: 6 de Ouros, que significa Generosidade.Amor: Seja mais caloroso com o seu par.Saúde: Cuide do seu corpo.Dinheiro: As mudanças de ocupação estão favorecidas.Número da Sorte: 70

Números da Semana: 8, 11, 17, 28, 29, 45.

Carta da Semana: 2 de Espadas, que significa Afeição,Falsidade.Amor: Não se iluda com falsas promessas.Saúde: Proteja a sua garganta.Dinheiro: Não se deixe intimidar pela prepotência do seu

chefe.Número da Sorte: 52Números da Semana: 5, 25, 29, 33, 45, 49.

Carta da Semana: Rei de Espadas, que significa Poder,Autoridade.Amor: Seja mais firme nas suas decisões.Saúde: Evite enervar-se com assuntos de trabalho.Dinheiro: O ambiente profissional andará tenso.

Número da Sorte: 64Números da Semana: 2, 8, 19, 25, 33, 40.

Carta da Semana: 2 de Ouros, que significa Dificuldade/Indolência.Amor: Evite magoar aqueles que mais ama.Saúde: Esteja atento aos seus pulmões.Dinheiro: Não alimente discussões com colegas de trabalho

Número da Sorte: 66Números da Semana: 10, 20, 34, 40, 42, 47.

Carta da Semana: 8 de Ouros, que significa EsforçoPessoal.Amor: Seja discreto nos seus relacionamentos amorosos.Saúde: É possível que tenha problemas ao nível urinário.Dinheiro: Aposte num negócio arrojado.

Número da Sorte: 72Números da Semana: 2, 14, 19, 32, 39, 44.

Carta da Semana: Cavaleiro de Ouros, que significaPessoa Útil, MaturidadeAmor: Seja carinhoso com a sua companheira.Saúde: Não cometa excessos alimentaresDinheiro: Esforce-se por ser mais aplicado a nível profissional.

Número da Sorte: 76Números da Semana: 6, 15, 17, 22, 33, 45.

Carta da Semana: Rei de Ouros, que significa Inteligente,Prático.Amor: Passe mais tempo com os seus filhos.Saúde: Não exija demais do seu organismo.Dinheiro: Esteja atento a uma falha de um subordinado.

Número da Sorte: 78Números da Semana: 1, 7, 15, 20, 21, 38

Carta da Semana: Ás de Ouros, que significa Harmonia eProsperidade.Amor: Divirta-se mais com o seu grupo de amigos.Saúde: Opte por medicamentos naturais.Dinheiro: Dê o seu melhor no emprego.

Número da Sorte: 65Números da Semana: 8, 11, 19, 22, 40, 42.

Carta da Semana: 2 de Copas, que significa Amor.Amor: Dedique-se à pessoa amada.Saúde : Probabilidade de sofrer acidentes domésticos.Dinheiro: Apresente as suas ideias ao seu chefe.Número da Sorte: 38

Números da Semana: 8, 17, 19, 22, 33, 44.

Carta da Semana: 9 de Paus, que significa Força naAdversidade.Amor: Modere os seus ciúmes.Saúde: Controle o seu peso.Dinheiro : Não se acomode. Procure a sua realização

profissional.Número da Sorte: 31Números da Semana: 1, 5, 7, 14, 19, 39.

A Voz de Portugalna Internet

www. avozdeportugal.com

4231, Boul. St-LaurentMontreal Qc. H2W 1Z4

Tel.: (514)284-1813Fax: (514)284-6150

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:46 PM6

Page 7: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 17 de Novembro de 2004 - Página 7

Alma JuvenilAnedotas

O Bebé do Ano 2004Continuamos a publicação de alguns dos nossos “leitores do

futuro”. Entretanto continuamos a incentivar os nossos “leitoresdo presente”, para que nos enviem as fotografias dos seus bebésnascidos no ano 2004, acompanhadas dos respectivos nomes,datas de nascimento, nomes dos pais e número do telefone, para:Concurso Bebé 2004, A Voz de Portugal, 4231 boul. St-Laurent,Montréal, Qc H2W 1Z4.

No mês de Janeiro 2005, efectuaremos um sorteio entre todasas “carinhas bonitas” que até lá tenhamos recebido.

Para mais informações contactem-nos pelo tel. (514)284-1813,de Segunda a Sexta, das 09h00 às 17h00.

Emma Martins MedinaNasceu: 28 de Abril de 2004Mãe: Sandy MartinsPai: Pedro Medina

Foto da semana

Miguel FelixUma excelente iniciativa

Na nossa comunidade hámuitas actividades actual-mente, para todas as pessoas.Nessas actividades, esque-cemos muito vezes as crianças.Por essa razão, o grupo do Jo-vens em Acção organiza umnovo projecto na nossa comu-nidade.

O Carnaval do Inverno é umafesta onde as crianças dos 4 aos10 anos, estão convidados arealizar actividades. Esta festaé uma continuação da festa daPáscoa, que se realizou no últi-mo mês de Abril, e que teve umgrande sucesso. O Carnaval doInverno, terá lugar no 28 deNovembro , na Igreja de Santa

Cruz. Você pode adquirir osbilhetes na secretaria da Igrejapor 7 bolinhas para cada crian-ça e para os pais que quiseremtambém participar, uma con-tribuição é pedida. Haverá umpiquenique e muitas activi-dades.

O grupo dos Jovens em Ac-ção está implicado há mais denove anos na comunidade por-tuguesa de Montreal. E sempreinovou em projectos. Nós pode-mos aplaudir este grupo, que járealizou um filme sobre a nossahistória, três peças de teatrosobre temas religiosos e muitasmais actividades.

Liliana Damas uma dançarina portuguesa profissional

Especialista do BaladiJoviano Vaz

Liliane Damas é uma dança-rina profissional portuguesa,especialista do Baladi, raro en-tre nós. Tive ocasião de a veralgumas vezes e recentementena Residência Le Jardin deMontreal-Nord. A artista temrealmente talento e vê-la mer-gulhar numa cultura que co-nhecemos mal mas que deu àHumanidade muito do seu sa-ber e das suas tradições.

Liliane Damas é uma jovemcheia de talento reconhecidacomo tal pelos especialistas. Elapode mesmo ser consideradacomo uma estrela luminosa nadenominada dança oriental.

Sendo ela uma especialistada dança denominada Baladai,comecemos por definir estadança.

O Baladi é para as mulheresum meio de expressão, de eva-

são, de cura e sobretudo elaencontra-se no centro de todasas festas do mundo árabe.

Esta dança antiquíssimapermite à mulher de exprimir asua beleza, a sua sensualidade,a sua graça e sobretudo a ale-gria de viver. O Baladi exprimeo prazer e a vida. Tambémconhecida por dança do ven-tre, ela nasceu no Egipto. Estadança é um óptimo exercício.Note-se que o mundo da dançaoriental é um mundo cheio deriquezas e de promessas paratodos aqueles que gostam dedança, da música e do ritmo.

Assim o Baladi é a arte degrande subtileza vinda da rica

cultura árabe, egípcia e liba-nesa. A dança oriental torna ocorpo mais belo e desenvolve aconcentração e permite tam-bém a todas as mulheres de seexteriorizarem de maneiradoce e original. Mas voltemos àLiliane Damas.Com apenasquatro anos de idade ela foi amais jovem aluna a ser admitidana Escola de Ballet PoéticoEsther Lambert.

Desde o primeiro ano de es-tudos Liliane Damas executaprimorosamente o ballet clás-sico em método russo e inglês.No ano 2000 ela descobre adança do ventre durante acelebração de um casamento.A partir desse momento elaadopta definitivamente o Bala-di. Dirigida pelas dançarinasMalaika, Samia e outras, eladesenvolve e descobre uma

arte e uma cultura.E é assim que Liliane Dumas

se transforma com 19 anos, nolendário personagem de Salo-mé. Diz ela que se sente privile-giada dedançar o Baladi e afinalidade das suas interpre-tações é a de demonstrar umideologia inerente ao ser hu-mano. As suas danças podemser apreciadas no RestauranteEspectáculo La Menara noVelho Montreal todas as sextasfeiras e sábados.

Registo, pois, com prazer acompetência desta artista por-tuguesa, infelizmente aindapouco conhecida no meio por-tuguês.

O estudante está sempre a estudar, se não está a estudar estáa raciocinar.O estudante não se deixa dormir, o despertador é que não toca.O estudante nunca chega tarde, demora-se nos transportes.O estudante nunca falta às aulas, não comparece por motivosde força maior.O estudante nunca é posto fora da aula, é necessária a suapresença noutro local.O estudante nunca diz mal do professor, faz uma observaçãocom um objectivo construtivo salientando os seus defeitos.O estudante nunca copia, recolhe dados.O estudante nunca reprova, renova a sua experiência.O estudante nunca se mete em problemas, os problemas é quevão ao seu encontro.O estudante nunca destrói o material escolar, este, lentamente,é que se vai degradando devido à sua má qualidade.O estudante nunca conspira contra o professor, o professor éque tem o complexo da conspiração.O estudante nunca se porta mal na aula, o conceito decomportamento é que difere.O estudante nunca mente, apresenta a verdade sob outroponto de vista.O estudante nunca falsifica uma assinatura, deixa descansaro seu encarregado de educação que vê nele um grande futuro.O estudante nunca apalpa as colegas, estuda anatomia.O estudante nunca engana o professor, demonstra-lhe a suaastúcia.O estudante nunca faz ronha, o médico é que, devido à suaimpreparação, não descobre a sua doença.O estudante nunca bate nos colegas, demonstra a suapersonalidade.O estudante nunca fuma, investiga os efeitos nocivos do tabaco.O estudante não lê revistas na aula, estuda-as.O estudante sabe sempre a matéria, se não responde é para nãoinferiorizar o professor.O estudante não bebe, saboreia.O estudante não come, alimenta-se.O estudante não dorme, medita.O estudante não vive, sobrevive.O estudante é e será sempre um exemplo para a sociedade!

Oração 1Avé Matemática Cheia de teorias e definições Maldita sois vósentre as disciplinasBenditos os alunos que adormecem nas aulas Santa Mate-mática Mãe das negativasRezai pelas nossas cábulas Agora e na hora dos pontos Ámen!

Onde está... a rainha?Foi certamente a presença da rainha Isabel II que

desconcentrou os militares que se sentaram na primeira fila dacerimónia de atribuição de medalhas de serviço. Unsaparentemente envergonhados, outros curiosos, estes soldadosda linha da frente contrastam com a postura dos restantesmedalhados.

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:46 PM7

Page 8: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 10 de Novembro de 2004 - Página 8

ComunidadeEm Laval, a Associação prepara febrilmente

Uma grandiosa passagem do AnoTinha prometido aos diri-gentes da Associação Portu-guesa de Laval, num rápido encontro que

Raul Mesquita

tivemos ultima-mente, quevoltaria para fazer-mos umbalanço dos trabalhos eactividades que os ocuparamdurante o ano corrente. Isto,porque tinha ouvido uns quan-tos rumores, relacionados comuma organização em curso,destinada a preparar uma gran-de e agradável noite de Fim doAno. Marcado encontro com oConselho de Administração dacolectividade fui, como é hábi-to, recebido com aquela delica-deza que caracteriza a nossagente. Como diria o António “Não há gente, como a gente…”.

A Associação Portuguesa deLaval, na realidade Associaçãode N.S. de Fátima de Laval,existe há vários anos já, desde o

tempo em que um grupo devisionários decidiu a sua incor-poração, com a intenção depromover festas e outras activi-dades para a gente lavalense e,naturalmente, porque na suamaioria originários daquelasilhas com um cheirinho espe-cial, do arquipélago açoriano,eventos religiosos de carizaçórica. Daí nasceu mais tardeo Centro Comunitário, o CentroParoquial e a Associação desen-volveu-se com a criação daEscola em 1978, do Grupo Fol-clórico, do Grupo de Jovens emais recentemente, do ClubeDesportivo, com a sua equipade futebol e outras modalidadesque se encontram em organi-zação.

Tudo isto me foi lembradopela Presidente em exercício—Manuela del Bianco e os res-tantes membros presentes noencontro, Noémia Lima, AnaPaula Rodrigues e Manuel Ra-poso.

A Presidente enumera algu-mas das actividades realizadaspela Associação, que nos levamao Natal de 2003 com o Nataldas Crianças, sempre concor-rido e animado. “Fizemos tam-

bém a Festa do Carnaval”—lembra a Ana Paula enquantoque a Noémia, sem grandeesforço de memória, recorda ascelebrações do S. João, tradi-cionalmente um encontro ale-gre e folgazão, que atrai muitosforasteiros. “Sem esquecer aEscola que este ano organizoumais uma viagem de estudo aPortugal com as alunas do secun-dário—acrescenta ManuelRaposo, com aquela calma e“sagesse” que se lhe reconhe-ce — devemos salientar asactividades do Grupo Despor-tivo que realizaram actividadesde angariação de fundos paralevar a sua equipa de futebolaos Açores”.

Por sua vez, Manuela delBiondo, assinala a represen-tação da Associação na reuniãodo Multiculturalismo no CE-GEP Montmorency, este ano,e o Grupo Folclórico Estrelasdo Atlântico que “depois de tervisitado Portugal o ano passado,recebeu em Laval, o Grupo Fol-clórico de Almeirim, graçasapenas ao esforço dos seus mem-bros e, naturalmente, algumacolaboração da Associação”,concluiu. “É verdade também,continua a Manuela, que sem-pre colaboramos com a Corpo-ração, na organização dos feste-

jos do Espírito Santo, e nascomemorações do quinqua-gésimo aniversário da imigraçãoportuguesa em Laval”.

A Ana Paula e a Noémia, lem-braram por sua vez, as exposi-ções que se efectuaram du-rante este mandato. “Realiza-mos três exposições de formatosbastante razoáveis — diz a Paula— e que foram bastante visitadase apreciadas, continua a Noé-mia, relatando alguns factoslogo corroborados pelos outros.“Fizemos um balanço históricocom fotos, artefactos e docu-mentos na Biblioteca Multicul-tural do boul.Chomedey” —re-corda Manuel Raposo para deseguida ceder a palavra à AnaPaula que por sua vez dis-sertou sobre as duas outrasexposições deste ano, a depintura “com quadros dos nossosartistas plásticos, alguns dosquais, jovens que a comunidadeviu crescer—continua— e areligiosa que foi exposta na cape-la adjacente à Igreja—termina aNoémia, ao ver que a Presi-dente se preparava para real-çar uma outra actividade rele-vante deste período da históriada Associação. O jantar de

Gala em homenagem aos pio-neiros lavalenses, após umacerimónia protocolar na Câ-mara Municipal de cidade.

“Gostaria de pedir-lhe — diz-me a Manuela—que fizesse umapelo através das páginas doJornal, lembrando que estamos aquerer organizar aulas de pin-tura mas é necessário que hajaminscrições. Por isso, todos osinteressados devem dirigir-se àAssociação para que possamosdar seguimento ao projecto”.Recordando que todos os do-mingos fazem pequenos almo-ços entre as 9 e as 11 e, o jantarde S.Martinho que decorrecom bastante animação nomomento de escrever estaslinhas, focamos o maior empre-endimento comunitário que osocupa. O Jantar do Fim do Ano,uma organização que avança eque promete brilho. Todos osesforços estão a ser feitos paraque fique memorável no es-pírito daqueles — e espera-se,sejam muitos—que decidamcomeçar o ano 2005 com muitaalegria e bom serviço. Soubeassim, que será servido umexcelente bufete quente e friocomo jantar, um outro bufete àmeia-noite acompanhado poruma garrafa de champanhepor mesa, serviço de bar com-

pleto, muitas surpresas e aqualidade musical da Orques-tra Simplicity, a enriquecer oambiente e a permitir evoluçõesna pista de dança. Sendo oSalão Nobre do Centro Comu-nitário de Laval, a melhor salaportuguesa da região de Mon-treal, não é surpreendente quetenham começado já as reser-vas e que, como nos afirmou aPresidente Manuela del Bian-co, só serão aceites até o dia 15de Dezembro. “Não podemoscorrer riscos de muito próximoda data, não termos lugares paraos retardatários”—pondera aPresidente, convencida que ogrande público se decidirá atempo e horas. Para isso, pode-rão contactar os telefones 681-4303/688-9962/978-9923/687-3369.

Agradecendo a atenção e arecepção, deixamos os votosdos melhores êxitos e que, real-mente, o Jantar do Fim do Ano,corresponda aos esforços e aoempenho dos membros doConselho de Administração daAssociação Portuguesa de La-val. Ou se preferirem, daA.P.N.S.F.L.

Desportivo Clube de Laval

Festa de S.MartinhoRaul Mesquita

Clube jovem, mas onde osseus elementos são gente deexperiências diversas em váriosramos de actividade, o Des-portivo Clube de Laval, orga-nismo associado à AssociaçãoPortuguesa da mesma edili-dade, organizou no último sá-bado um concorrido e alegrejantar nas comemorações do S.Martinho.

Sala cheia, muita animação,onde se salientavam algunsfoliões que nunca perdem oca-sião de festejar com o Despor-tivo, o suculento jantar deulugar depois a um pequenoespectáculo onde se execu-taram artistas locais, ao mesmotempo que em grandes ecrãscolocados na periferia do palco,desfilavam imagens captadasdurante a viagem da equipa defutebol aos Açores, assim comoaquando do seu regresso a

Montreal. A jovem Kelly Maga-lhães, que tem participado comassinaláveis representações emdiferentes festas comunitárias,tanto na região montrealensecomo no exterior dos limitesterritoriais do Québec, agra-dou com o diversificado pro-grama que apresentou tendosido bastante aplaudida. É umajovem com boa voz, boa pre-sença no palco e facilidadegestual, a acompanhar na suaascensão, pois que certamentefará falar dela num futuro pró-ximo.

De realçar também a agra-dável actuação do Duo “Patricke Jomani”, dois jovens comtalento e apreciados pelo públi-co, considerando a recepçãoque lhes foi feita, e, para alémdas tradicionais e muito dispu-tadas provas de vinho novo edas indispensáveis castanhas

— o néctar e as acompanha-doras da quadra —, o grupocénico levou ao palco um pe-queno “sketch” intitulado “Ocaixeiro e o bêbado” fazendodelirar a assistência com a suaparódia numa taberna em diade S.Martinho. Álvaro Soeiro,José Pereira, Duval Pereira,Jeremias, José Paiva e AntónioSoares, estiveram impagáveis.

Bastante contribuiu igual-mente para o bom desenrolarda noite e para a alegria danumerosa assistência, a boamúsica do Conjunto Reflexque, sendo iguais a eles pró-prios, deixam normalmenteboas recordações em cada umadas suas muitas representa-ções, fazendo girar com os seusritmos, os pares de dançarinosnovos e menos jovens.

Foi portanto um bom serão,numa noite fresca de S. Mar-tinho, que deve todavia teracalorado muitos dos foliõesque ali estiveram…

São Martinho na Santa CruzA Noite de S.Martinho na

Igreja de Santa de Cruz esteveanimada com a música deSom2000 que emprestou muitaalegria ao serão. Por entre ascastanhas e o vinho novo, osfoliões dançaram até fartar ecerca das 11h30 foi feito o con-curso da prova de vinhos a queum júri composto de 3 homense duas senhoras deu os seguin-tes prémios:

1º prémio: Garrafa nº11com 43 pontos: António Oli-veira.2º prémio: Garrafa nº7com 37 pontos: OrganismoSenhora do Monte. 3ºprémio:Garrafa nº6 com 35 pontos:Jonh Rodrigues.

A assistência manteve-se nolocal, continuando a colaborar

com a iniciativa da Missão deSanta Cruz. Noite agradávelque se regista.

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:46 PM8

Page 9: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 17 de Novembro de 2004 - Página 9

O Service Pack 2 para o Win-dows XP deixou muitos leitoresansiosos acerca das novas novi-dades e alterações que vão ser

introduzidas no sistema ope-rativo mais popular do Mundo.Será que vai ter segurançasuficiente para tornar o XPimpenetrável? Vai torná-lo maisseguro para navegar na Inter-net? Vai introduzir novas defi-nições? Resumindo, será quevale a pena utilizá-lo?

A resposta mais rápida àsúltimas questões é afirmativa.Vale a pena instalar o SP2 nodesktop. Caso o leitor tenhamantido os updates do Win-dows, incluindo os recomen-dados assim como os críticos eos de segurança, já terá prova-velmente visualizado todas asnovidades. Existe pouco espaçopara surpresas nesse campo:um Service Pack consolidavários patches e resulta por sermais reduzido do que a soma

das partes. Torna-se, assim,uma opção para um patch sin-gular mais conveniente apósuma instalação do Windows deraiz. Existe, no entanto, umenorme número de adicionaise intrigantes definições para oleitor se deleitar.

Segurança reforçada

Uma das maiores priorida-des do SP2 é a segurança. OWindows XP adquire um Secu-rity Center para gerir as actua-

lizações automáticas, a recenteWindows Firewall e a protec-ção de vírus via programasantivírus de terceiros. O que serevela decididamente comouma resposta à recente publi-cidade negativa que a Micro-soft tem sido alvo acerca dasegurança do Windows. O quedeterminou a empresa a garan-tir que o Windows XP é umsistema operativo seguro.

O Windows Messenger, oInternet Explorer e o OutlookExpress receberam melhora-mentos em termos de segu-rança. O Windows Movie Ma-ker e o Media Player tambémsofreram algumas alteraçõesem relação às últimas versões.

Existem inúmeras mudan-ças realizadas ao core do siste-ma operativo, a maior parte

delas executada com o intuitode reforçar a segurança. Sãosuficientes para manter váriosadministradores de Internetacordados durante a noite porvários meses.

Actualizações automáticasUpdates mais frequentes e

menos intrusivos deverão fazer

as delícias dos cibernautasAs actualizações automáti-

cas pemitem que o WindowsXP verifique periodicamente osite do Windows Update paraver se existem novas actua-lizações. Dependendo da confi-guração do seu sistema, estasactualizações podem ser retira-das e instaladas automatica-mente, mas o leitor pode “pedir”ao sistema que o notifiquequando descobrir novas actua-lizações. O SP2 mantém a insta-lação automática ligada pordefeito.

No passado, os cibernautasescolhiam quase sempre a op-ção para actualizações manuaiscom medo que o updating au-tomático pudesse “comer” alargura de banda. Como resul-tado, os leitores que se esque-ceram de actualizar o sistemaforam atacados por vírus comoo SoBig ou o Sasser. A Microsoftdiz que as actualizações auto-máticas não vão “comer” a lar-gura de banda da sua ligação àInternet, como a Microsoftquer realmente que as suas

actualizações sejam instaladas,resolveu tornar o seu PC umpouco mais pró-activo. Podecontinuar a optar pela insta-lação manual, mas é verdadeque o processo de download ede instalação automática estámais simples e intuitivo, e que émenos intrusivo. Quando osistema identifica a existênciade novos updates, cria uma listaordenada por prioridades ecomeça a fazer download dasactualizações mais importan-tes. Os updates são consolida-dos para que o utilizador tenhade reiniciar a máquina uma só

TecnologiaQuais são as novidades que oúltimo update da Microsoft guardapara o Windows XP?

01-FirewallEste PC está protegido pela firewall do Windows. Por defeito,está sempre ligada.02-Actualizações automáticasEm princípio, a máquina vai fazer downloads automáticos todosos dias03-Informação adicionalClique aqui para aceder a dados adicionais sobre as opções doSecurity Center.04-Protecção contra vírusO Windows não conseguiu detectar o antivírus que este PC usa.No entanto, o utilizador indicou que existe uma aplicaçãoantivírus presente.05-Firewall do WindowsUse este link para “saltar” directamente para a firewall, de modoa configurar as suas definições.06-Actualizações automáticasSiga este link para ir directamente até à localização dasactualizações automáticas.07-Opções de InternetEscolha esta opção para gerir as suas opções de Internet, entreas quais se incluem as definições de segurança e privacidade.08-NotificaçõesAqui pode alterar a forma como o Security Center o alerta acercade possíveis ameaças ao seu sistema.09-Link para o Windows UpdateQuer “dar um salto” ao site de actualizações do Windows?10-Mantenha-se informadoLeia as últimas notícias sobre segurança para estar preparadopara possíveis ameaças à segurança da sua máquina.

vez, mesmo quando instalavários updates importantes.Existe uma nova opção nasopções de encerramento doPC. Chama-se Install Updatesand Shutdown. Quando o lei-

tor tem actualizações que pre-cisa de instalar, pode recorrer aesta opção, por uma questão depoupança de tempo.

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:46 PM9

Page 10: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 10 de Novembro de 2004 - Página 1 0

PortugalOs primeiros 15 minutos por 1$

Cada minuto adicional 8¢

FANTÁSTICASTARIFAS

Sem mensalidadePor apenas

Use 10-10-620 para poupar nas suas chamadas interurbanas

CanadáEstados Unidos

Argentina Buenos Aires

por minuto*

Os primeiros 20 minutos por 1$Cada minuto adicional 5¢

Os primeiros 15 minutos por 1$Cada minuto adicional 8¢

PORTUGAL

6.7¢

Telefone “Toll-free” 1-866-3-1010620 ou visite-nos no www.1010620.com para mais detalhes

• Facturação na sua conta da Bell• Sem contrato nem despesa de activação

* Baseado em 15 minutos para o primeiro dolar, cada minuto adicional 8¢. Telefonemas para telemoveis e paísescom códigos especiaís podem ser mais caros. Cada telefonema a baixo de 1 minuto será facturado 1$.

Tarifas effectivas no 1º de Outubro 2004 e podem mudar sem qualquer aviso.

10-10-620 is a division of Telehop, publicitytraded as HOP on TSX Venture Exchange

• NADA a pagar por mês• NÃO precisa mudar companhia telefónica

EspanhaItália

Os primeiros 15 minutos por 1$Cada minuto adicional 8¢

Em Otava sentiu-se o fadoTexto Conceição Ferreira e fotos de Sylvio Martins

o jantar bem à maneira portu-guesa e a seguir soltavam-se asprimeiras palavras para estanoite de Fado na introdução do

Nuno Nova.Para a primeira voz da noite

foi dada a primazia às senhorase melhor ainda quando se trata

de alguém da casa, a SilviaMoniz, natural de Hull, a maisnova também, iniciou com o“Barco Negro” e mais tardefinalizou uma das partes danoite com “Não passes à minhaporta”.

Veio depois a voz masculina,a de Carlos Rodrigues, que fez“tremer” a sala com as inter-pretações de “Sonhei contigoLisboa” e “Testamento”. Se-guiu-se outra voz feminina,daquelas que nunca deixam opúblico indiferente e foi umadas melhores revelações fadis-tas no Québec nos últimosanos. Marta Raposo fez vibrar aassistência com “Tudo isto éFado” e “Ó senhor vinho”.

A noite foi avançando semprenum excelente ambiente eimpecável serviço e já a madru-gada anunciava as suas coresquando Marta Raposo e SilviaMoniz, terminaram o serão

Vária

Família da Silvia Moniz

Silvia Moniz e Marta Raposocantando em duo “Uma CasaPortuguesa” que os especta-dores souberam apreciar eaplaudir. De salientar a disponi-bilidade e cortesia dos guitar-ristas, que desde o início dasessão demonstraram o seusaber, nos acompanhamentosinstrumentais com que brinda-ram a assistência. Quero agra-decer aos organizadores destanoite e do Eddy Silva e CarlosRodrigues que convidou ojornal para estar presente.

COLIN POWELL APRESENTA DEMISSÃO

Sai Powell entra Ricesurpresa, atendendo a que elehavia transmitido a vários ami-gos e colaboradores mais próxi-mos a vontade de abandonar ocargo há muito tempo, bastanteantes das eleições norte-ame-ricanas que reelegeram Bushna Casa Branca.

O presidente norte-ameri-cano já aceitou o pedido dedemissão apresentado pelo seusecretário de Estado. Nos cor-redores políticos de Washing-ton comentaram-se os nomes

dos eventuais substitutos, en-tre os quais a conselheira deSegurança Nacional, Condo-leezza Rice, e o embaixador dosEUA nas Nações Unidas, JohnDanforth.

De acordo com a agênciaReuters, Bush já escolheu Con-doleezza Rice para substituirColin Powell na secretaria deEstado (Ministério dos Negó-cios Estrangeiros). Rice é umadas figuras mais próximas dopresidente e ocupava o impor-

tante cargo de conselheiranacional de segurança. Essecargo vai agora ser ocupadopelo seu adjunto, Stephen Had-ley. O presidente Bush devefazer os anúncios esta terça-feira.

O anúncio da saída de ColinPoweel da administração Bushsurge no mesmo dia em que ochefe da diplomacia palesti-niana, Nabil Shaath, anuncioua sua visita à Cisjordânia, napróxima semana, a fim de seencontrar com os novos diri-gentes palestinianos.

Cont. da pág. 1

Cont. da pág. 1

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:50 PM10

Page 11: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 17 de Novembro de 2004 - Página 1 1

ComunidadeSão Martinho no Clube Oriental…

São Martinho é um dos san-tos mais queridos da populaçãoe o seu dia coincide com a épo-ca do ano em que se celebra oculto dos antepassados e com aaltura do calendário rural emque terminam os trabalhosagrícolas e se começa a usu-fruir das colheitas tais como ovinho, frutos e animais.

Assim em Portugal o dia deSão Martinho é invocado nascerimonias religiosas dos locaisde culto e o seu espírito desolidariedade lembrandoquanto mais não seja, atravésdo relato do episódio em quepartilhou a sua capa com um

pobre, mas de resto e por todoo lado onde haja portugueses,as pessoas andam ocupadas,nas actividades mencionadasnos provérbios sobre este dia:assam-se castanhas, prova-se ovinho e dança-se.

Numa altura em que quasetodos os clubes e associaçõesda comunidade, celebram atradicional noite de São Mar-tinho e também o Clube Orien-tal Português de Montreal as-sinalou a ocasião com uma festaà moda da nossa terra, comfarto jantar e claro as essenciaiscastanhas e vinho. Logo após ojantar, deu-se início ao espec-

Texto de Natércia Rodrigues e fotos de José Rodrigues

táculo com o conjunto “Con- tact” cujo repertório inclui

música portuguesa, inglesa,francesa, italiana e espanhola.Este conjunto levou os espec-tadores a “darem corda aossapatos” para uns momentos deritmo acelerado e assim o pú-blico “entrou na dança” atémais não poder. Um breve inter-valo, para refrescar e limpar osuor que se via em muitos e, oGilberto Alves, tomou a palavrapara anunciar aos convivas quese preparassem para assistiremà primeira actuação do jovemduo Christine Arruda e MikeMedeiros. Este duo que deci-diu fazer uma brincadeiranum casamento, já actuou porduas vezes na Casa dos Açoresdo Quebeque. A Christine é aensaiadora e dançarina dogrupo folclórico Ilhas de En-canto da Casa dos Açores doQuebeque, e o Mike também édançarino do mesmo grupo.Com lindas vozes, desejamos-

lhes muitas felicidades nestanova etapa de suas vidas.

O regresso à dança com oconjunto Contact, serviu paracontinuar a animar e a es-quecer os espectadores queem breve teriam de enfrentar

as temperaturas frias que osesperavam no regresso a casa.No entretanto, comeram, be-beram, dançaram e divertiram-se como o Clube Oriental queos recebeu desejava que acon-tecesse.

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:51 PM11

Page 12: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 10 de Novembro de 2004 - Página

4117 Boul. St-Laurent, Montreal tel.: (514) 842-0591

Casa de MóveisCasa de MóveisCasa de MóveisCasa de MóveisCasa de MóveisArca

ao vosso serviçodesde 1964

Arca

Crónica duma morte programadaMorreu Yasser Arafat

Raul Mesquita

Herói ou terrorista?Esta a interrogação em mui-

tos espíritos que de perto ou delonge acompanham esta criseinterminável que inflama oMédio Oriente há muitas déca-das em particular, mas que narealidade existe desde os prin-cípios do mundo, se recuarmosno tempo das rixas entre filis-teus (palestinianos) e fariseus(judeus) como nos conta alenda de David e Golias.

Yasser Arafat, o pai e o irmãopara o povo palestino, morreu asemana passada no final dumacomédia burlesca que envol-

veu o seu falecimento, com aguerrilha que todas as facções

orquestram na corrida à heran-ça das centenas de milhões dedólares da fortuna pessoal doRaïs, valores que este sempreprocurou esconder dos outrosaltos dignitários da Palestina eque a sua jovem mulher pro-cura arrancar por todos osmeios ao povo palestino. Napassada semana, uma trans-ferência de um banco suíçopara um congénere em Paris,enriqueceu a conta da senhoraArafat de 11 milhões de euros,que se juntaram à “joli somme”

de 100 mil dólares mensais querecebia, para garantir a suasubsistência…

A deslocação do líder pales-tiniano para Paris a 29 de Outu-bro, poderá ser interpretadacomo uma maneira de evitargraves conflitos na Cisjordâniase Arafat tivesse morrido entreparedes marcadas pelos bom-bardeamentos de Israel. Afas-tando-o para França, país como qual Arafat manteve laços deamizade, a comunidade oci-dental deu tempo à preparaçãopsicológica da população pales-tina, a procura e sugestão desubstituto do chefe e ao mesmotempo, encontrar um acordosobre o local mais apropriadopara a sua inumação. Daí, todosas informações contraditóriasque saíam do Hospital e dascurtas explicações do médicoresponsável pela clínica ondese encontrava o corpo de Yas-ser Arafat. Enquanto isso, emIsrael, os governantes tinhamdificuldade em dissimular ossorrisos de satisfação, à medidaque a ambiguidade que envol-via o estado de saúde de Arafat,não deixava lugar para dúvidasquanto ao seu desfecho imi-nente.

Alguns dados biográficos dapersonagem.

Yasser Arafat, nasceu a 24 deAgosto de 1929 no Cairo, regis-tado com o nome de Muham-mad Abd ar-Rauf al-Qudwahal-Husseini, sendo tambémconhecido por Abu Ammar.Um dos sete filhos de um co-merciante, Arafat, que viveu amaior parte da sua infância noCairo — à parte quatro anosentre os seus 5 e 9 anos em queviveu com um tio em Jerusa-lém, estudou e formou-se em

engenharia civil na Univer-sidade do Cairo, tempo em que,ainda estudante, aderiu à Ir-mandade Islâmica, da qual foipresidente entre 1952 e 1956.Nesta época serviu o exércitoegípcio durante a Crise do Sueze mais tarde, em 1969, foi eleitolíder da OLP no CongressoNacional Palestiniano, concre-tizando assim o que desde novopretendeu, ou seja, estabeleceras suas credenciais, dizendo-semembro do clã dos Husseini, osnotáveis de Jerusalém, a fim deatingir a direcção da Orga-nização da Libertação da Pales-tina.

Antes porém, e após a crise doSuez Arafat foi trabalhar para oKuwait como engenheiro eonde fundou a sua própria em-presa, estando depois envolvidona criação da Fatah, organi-zação dedicada ao estabeleci-mento de um Estado palestinoindependente. Criou amizades

com os governos árabes que aele recorriam de quando emquando, visto que estes tinhamum interesse acrescido pelasorganizações palestinianas.

Arafat mudou-se, depois daguerra dos seis dias em 1967,para a Jordânia de onde passoua actuar atacando Israel. Entre-tanto foi nomeado residente daOLP em substituição de Ah-med Shukairy, originalmentenomeado pela Liga Árabe.

Com a ajuda da União Sovié-tica, esteve na origem da tenta-tiva de transformação da Jordâ-nia em estado palestiniano masque culminou com a derrotada OLP e da Síria, que emconjunto se preparavam para aevasão, projecto que abortougraças à ajuda de Israel aomonarca jordano.

Depois desta derrota Arafattransferiu-se com a OLP para aLíbia, onde a fragilidade dogoverno permitia a sua movi-mentação. Em Setembro de1972, o grupo Setembro Negro,a face operacional da Fatah deArafat, assassinou 11 atletasisraelitas durante os JogosOlímpicos, na operação queficou conhecida como o Massa-cre de Munique. O líder pales-tiniano preocupado com a con-denação internacional, e que-rendo distanciar-se dos actosde violência, ordenou à Fatahque se abstivesse de ataquesfora de Israel, da Margem Oci-dental e da faixa de Gaza po-rém, esse distanciamento era

ilusório já que, muitas eram asorganizações esquerdistasalinhadas com a OLP que con-tinuaram e continuam comataques dentro e fora de Israel,como por exemplo, o massacredo liceu de Maalot em 1974.

Neste espaço de tempo Ara-fat tornou-se Chefe do estado-maior das Forças Revolucio-nárias Palestinianas e em 1973,líder político da OLP, que foiadmitida como membro e úni-co representante legítimo detodos os palestinianos, pelaLiga Árabe em 1976.

A presença da OLP e de Ara-fat no Líbano foi a causa, segun-do os cristãos libaneses, damorte de dezenas de milharesdo seu povo. Israel, que a eles sealiou, conduziu duas impor-tantes operações militares noLíbano que culminaram com aretirada das forças da OLP econduziram aos massacres deSabra e Shatila, campos de

refugiados onde se encon-travam cerca de 3500 civispalestinianos, que foram massa-crados pelas milícias cristãslibanesas, durante o período emque Ariel Sharon era o lídermilitar das forças israelenses noterreno.

Sob a influência americanafoi negociado um cessar-fogoque permitiu a Arafat e à OLPde fugir do Líbano para a Tuní-sia, local onde se estabeleceramtodas as actividades até 1993.Durante este período, Arafatrecebeu apoios de SaddamHussein que lhe permitiramreanimar a OLP, bastante aba-lada pela derrota militar sofridano Líbano. Em 1987 estalou a

Primeira Intifada com ajudas daFatah. Em Novembro de 1988a OLP proclamou o Estado daPalestina, um governo no exíliopara os Palestinianos, nos ter-mos da Resolução 181 da As-sembleia-geral das NaçõesUnidas e um mês mais tarde

1 2

MundoArafat declarou aceitar a Reso-lução 242 do Conselho de Segu-rança das N.U. reconhecendoo Estado de Israel e renun-ciando ao terrorismo. No anoseguinte foi eleito pelo ConselhoNacional Palestino, presidentedo hipotético estado.

Depois, foi um não mais aca-bar de acordos assinados pelosdois beligerantes, que sãooutras tantas tentativas ameri-canas para resolver esta criseque perdura, desgasta, cansa eacaba por deixar o comum doscidadãos indiferente, porqueapós cada hipótese de nego-ciação para a solução do con-flito, segue-se um ataque terro-rista, provocado ou não, e arespectiva retaliação. E volta-seao ponto de partida.

Da parte israelita, algumasconcessões foram feitas e sónão se concretizaram, em par-te, porque Arafat enervou osamericanos ao colocar-se aolado de Saddam Hussein, du-rante a Guerra do Golfo e ou-tras vezes, porque Arafat — queem 1993 assinou o Acordo deOslo criando a AutoridadePalestiniana de que foi Pre-sidente, eleito em 1996, tendoantes recebido o Prémio Nobelda Paz conjuntamente comShimon Perez e Yitzhak Rabin— não soube aproveitar em2000, a abertura do primeiro-ministro de Israel Ehud Barak,rejeitando as propostas deste, oque lhe granjeou muitas críti-cas e provocou a situação ac-tual.

Dirigente muito mais sangui-nário e intransigente, ArielSharon, cuja controversa visitaà área delimitada da MesquitaAl-Aqsa nessa época, provocouo renascimento da violênciaconhecido pela Segunda Intifa-da Palestiniana, é o actualprimeiro-ministro israelita enão está interessado nem dis-posto a conceder aos Pales-tinianos quaisquer facilidades.Todas as promessas ditadaspelos americanos não passamde ecrãs de fumo que se dissi-pam ao vento.

Com a morte de Arafat, pode-rão os seus sucessores na testada Autoridade Palestinianaconseguir o controlo da situa-ção e encontrar o caminho daPaz? Idealmente seria, talvez,procurarem estabilizar e con-trolar os grupos terroristas,esperando o momento em queAriel Sharon deixe o poder aalguém mais pragmático emenos diabólico. Então serátalvez possível de pensar numaacalmia que a todos pode bene-ficiar.

Admirado por uns, odiado poroutros, Yasser Arafat morreucomo viveu. Numa ausência detransparência e ambiguidadeque deixa muitas interroga-ções e dúvidas como herançaao seu povo que vive na misériae no medo, enquanto que suamulher e filha, vivem na osten-tação e luxo, indiferentes àmiséria palestiniana.

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:52 PM12

Page 13: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 17 de Novembro de 2004 - Página 1 3

Info-MontrealInterprétation artisanale de l’Autel des Nahuas

Arturo Jacal

Cet autel est à l’image desNahuas qui croyaient à troisdestinées possibles dans l’au-delà :

-Le Tlalocan, présisé par Tla-loc, dieu de la pluie;

-Le Soleil du matin et de midi,présidé par Tonatiuh, dieu duciel, du feu, de la lumière;

-Le Mictlan, présidé par Mic-tlanteculi et son épouse Mic-tecacihuatl, dieux de la mort.

Les Nahuas croyaient aussique l’espace domestique étaitla réplique du cosmos et quel’autel domestique était la re-présentation des quatre pointscardinaux.

Dans le Mexique moderne,l’autel des morts rappelle cettevaste cosmogonie.

Chaque année, à la fête desmorts, les défunts reviennentvisiter leurs proches. Pour lesaccueillir, on dresse dans lesmaisons une table, transforméeen autel, sur laquelle on entas-se friandises et victuailles au-tour des photos des chers dispa-rus. Brioches en forme de têtesde mort et de tibias, fleurs dezempoatsuchitl, papier piqué etautres produits d’artisanatcélèbrent leur mémoire. Lanourriture sera consommée enfamille, dans la nuit du 2 no-vembre, en communion avecles morts.

Dans leur passage vers lemonde des vivants, les mortsdoivent vaincre neuf difficul-tés : traverser le feu, la pluie,une rivière, un désert, un espa-ce de neige, un champ de fleurset d’épines, un chemin de sel,une éclipse et le lieu où deux

montagnes se rassemblent.Afin de les guider, l’autel des

morts doit éveiller les cinqsens : beaucoup de couleurspour le plaisir des yeux, de lamusique pour réjouir l’oreille,un mélange d’encens et defumée de copal pour flatterl’odorat, une abondance denourritures et de boissons (te-quila et mezcal) pour satisfairele goût. Quant au toucher, il estreprésenté par l’empreinte deson pied gauche que laisse ledéfunt sur un tapis fait de pou-dre de bois colorée. C’est ainsiqu’il exprime sa gratitude en-vers ses proches.

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:53 PM13

Page 14: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 10 de Novembro de 2004 - Página

VáriaPRÉMIO PROVERBO

Jorge Campos, um portu-guês de Montreal , foi o vence-dor da edição deste ano doPrémio Proverbo, na moda-lidade de prosa.

Jorge de Campos nasceu emLisboa e está radicado emMontreal, Canadá, desde 1977.Com várias obras publicadasnos USA, é autor do livro deficção científica “A Praia dos

Deuses”, publicado pela “Ve-ga”(1995). Está também incluí-do no repertório de escritoresportugueses de ficção cien-tífica.

O prémio Proberbo, que jávai na 2a edição, é uma orga-nização conjunta do GrupoProverbo e do Sport Club Portu-guês de Newark nos EUA eestá aberto à participação detodos os concorrentes de ori-gem portuguesa residentes nocontinente norte-americano.Foram membros do júri desteano grandes nomes das letrasportuguesas entre aos quais sedestaca o escritor UrbanoTavares Rodrigues.

A entrega dos prémios seráefectuada no decorrer da GalaProverbo a realizar no dia 5 deNovembro, em Newark, naqual participará, como convi-dado de honra, o consagradocantor português Vitorino.

O conto premiado de JorgeCampos poderá ser lido naSatúrnia-Letras e Estudos Lu-so-Canadianos (http://manuelcarvalho.8m.com/campos.html).

Em memória de António ReisUm homem de nobres propósitos

António Vallacorba

Faleceu no dia 30 de Outubropassado, em Laval, o nossocomum amigo António Reis,com 81 anos, casado com a sra.Virginia Sousa Reis. Era natu-ral da então freguesia e hojeVila de Rabo de Peixe, concelhoda Ribeira Grande, ilha de S.Miguel.

O mundo fica mais pobresempre que morre um homem(ou mulher). Isto é verdadepara a humanidade em geral epara a nossa comunidade emparticular, que ora se sentemais pobre ante o sentido deperda e do vácuo por ele dei-xado.

Cidadão exemplar e amigodos amigos, sua foi uma vidarepleta de amor e dedicação àfamília, ao trabalho, à culturapopular e à fé das suas tradi-ções vivenciais. Uma vida,também e sem dúvida, prenhede sacrifícios, mas em que

deixou obra edificada.Estava-se na década dos a-

nos 50, quando pela ilha seespalhou a euforia da emi-gração, a oportunidade deviver uma vida melhor em ter-ras do Canadá. António Reis,

Manuel Carvalho

No passado mes de Outubroa Tania Marisa Marques, umaPortuguesa natural de TorresNovas, residente em Dollard-Des-Ormeaux e estudante naUniversidade McGill, foi agra-ciada com o premio ( Lieuten-ant Governor’s Award ) . Estepremio foi instituido pelo Go-vernador do Quebec que e orepresentante da Rainha Isa-bel II no Quebec e tem porfinalidade reconhecer estu-dantes dos ensinos secundario,colegial, profissional e univer-sitario em toda a Provincia doQuebec. O criterio de seleccaoe baseado nos resultados aca-demicos mas tambem no en-

volvimento pessoal e voluntarioem projectos comunitarios ehumanitarios. A cerimoniateve lugar no Hotel do Parla-mento, mais propriamente naSala do Conselho Legislativo naCidade de Quebec, presididapor Sua Excelencia Lise Thi-bault e com todas as honrascivis e militares proprias daocasiao. Foi um dia muito espe-cial para a Tania, familiares eamigos em particular e comu-nidade Portuguesa em geralpois e muito honroso e agra-davel ouvir pronunciar umnome Portugues entre tantosoutros. Parabens Tania e votosde muito sucesso pela tua vida.

Tania Marisa Marques premiada

1 4

tal como a maioria de nós, nãodeixando fugir a oportunidade,aqui se fixou durante uma dasprimeiras vagas dessa gesta deaventura e esperança, em 1955.

Mas o que é que mais se fazquando se estabelece família ese alcança o sucesso?

Nem só do pão nem de afec-tos vive o homem. A música, adevoção ao Divino EspíritoSanto e de tempos ora vividosna sua amada terra, deixam-no

irrequito, com este vazio, estasede de coisas culturais e espiri-tuais sem as quais o homemnunca se completa!

Daí que, portanto, AntónioReis tivesse tido papel prepon-derante na fundação da Filar-mónica Portuguesa de Mon-tréal em 1972, juntamente comJoão da Mota e António Pa-checo. E, como, entretanto, acomunidade crescia e se espa-lhava pela periferia, houve

necessidade de fundar maisuma banda, nascendo em 1978a Filarmónica do Divino Espí-rito Santo de Laval, graças aoseu empenho, visão e dina-mismo, compartilhados, aliás,com Olímpio Teixeira e ViriatoPacheco.

Como se isso não fora sufi-ciente, também a ele se deve,juntamente com outros ami-gos, a aquisição da primeiracoroa do Espírito Santo, igual-mente em 1972, e que a teve emsua casa durante os 25 anosimediatos, até que finalmentetivesse sido símbolo privile-giado dum festejo, em 1991.

António Reis deixa na dor epesar não só a sua extremosaesposa, Virginia Sousa Reis; osfilhos João (Graça), Gabriela(José Maria), Francisca (Abi) eSuzette (Joseph); seus netosSandy, Jason, Moses, Kim-berly, Mathew, Ramsey, Sami-ra e Timothy; e os bisnetosDiogo e Sofia, assim como ou-tros familiares, amigos e todosquantos que o conheciam.

A sua alma foi sufragada emmissa para tal celebrada naIgreja de Nossa Senhora deFátima de Laval, presidida pelopadre José V. Arruda, comcânticos solenes por FilomenaAmorim, indo depois o seu cor-po a enterrar no CemitérioNotre-Dame-des-Neiges, ondeo esperava o descanso final.

Os serviços fúnebres foramda responsabilidade da Ma-gnus Poirier, Inc., com sede no7388 Viau, St-Léonard, tel.(514) 727.2847, e sob a orien-tação do seu conselheiro para acomunidade portuguesa, JoséTeixeira

Paz à sua alma, e à famíliaenlutada a expressão dos nossosmais sentidos pêsames.

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:53 PM14

Page 15: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 17 de Novembro de 2004 - Página

CMCA – ANTECEDENTESE PERSPECTIVAS ACTUAIS

Espírito Santo, um Colóquiointitulado “Para que serve umaCasa dos Açores?”. Para esteColóquio, que decor-reu numa

sala do Ateneu Co-mercial doPorto, foram convi-dadas asCasas dos Açores docontinente português, bemcomo as Casas irmãs da NovaInglaterra e do Quebeque. Nãoforam convidadas outras Ca-sas, porque o dinheiro nãochegava. Mas marcaram pre-sença neste colóquio, repre-sentantes da Câmara de Co-mércio e Indústria dos Açorese da Câmara de Comércio doPorto, que também apresenta-ram comunicações.

Foi durante este Colóquioque João Pacheco, na alturaPresidente da Casa dos Açoresda Nova Inglaterra, lançou,pela primeira vez, a ideia da“criação duma associação forma-da por todas as Casas dos Açores”.Associação que, na opiniãodaquele dirigente, “poderiaabrir caminho em busca de solu-ções melhores”. Também Alfre-do Ponte, dirigente da Casa dosAçores do Quebeque, afirmouna altura que as Casas dosAçores “precisavam de contactosmaiores com os Açores e mesmocom as experiências de outrasCasas dos Açores”. Na mensa-gem enviada pelo professor-doutor Monteiro da Silva aoreferido Colóquio, pudemosouvir: “as Casas dos Açores, paraalém de poderem ser vistas, sobre-tudo, na perspectiva de polosmultiplicadores da nossa identi-dade cultural, poderão desem-penhar um papel muito impor-tante como agentes potencia-dores das oportunidades da Re-gião de que emergem, nas áreasonde se encontram implantadas”.

Em 7 e 8 de Junho de 1997, aCasa dos Açores da Nova Ingla-terra, com o apoio da DirecçãoRegional das Comunidades,organizou em New Bedford, o IEncontro das Casas dos Aço-res, que reuniu, pela primeiravez na história, todas as Casasdos Açores do mundo. Duranteesse encontro foram aprovadasna generalidade, as bases paraa constituição dum organismomundial, apresentadas pelaCasa dos Açores do Norte. Nasconclusões deste Encontro,apresentadas à imprensa no dia9 de Junho, podia ler-se esteponto: “Desenvolver as bases jáapresentadas neste Encontro,com vista à eventual criação deuma “Federação” Mundial dasCasas dos Açores, a definir nopróximo Encontro”. A reali-zação deste Encontro ficou adever-se a um notável trabalhode organização da Casa dosAçores da Nova Inglaterra. Jánessa altura se verificou queinstituições prestigiadas como oGrupo de Amigos da Ilha Ter-ceira (Pawtucket, RI) e a Socie-

dade Cultural Açoriana (FallRiver, MA) abriram as suasportas às Casas dos Açores,sem receio de concorrência,exemplo paradigmático para ofuturo.

Em 13 de Novembro de 1997foi criado, finalmente, na cida-de da Horta, o Conselho Mun-dial das Casas dos Açores, du-rante a realização do I Assem-bleia Geral do Conselho Mun-dial das Casas dos Açores(CMCA), também com o im-portante apoio da DirecçãoRegional das Comunidades e oentusiasmo da Drª Alzira Silva,Directora Regional, que sem-pre acolheu com carinho asiniciativas das nossas Casas.

De entre as várias decisõesrelevantes tomadas nas suces-sivas Assembleias Gerais desteConselho, permito-me desta-car duas:

A da III Assembleia Geral,reunida na Casa dos Açores doQuebeque, em Montréal, quedeliberou atribuir, em cadaano, a menção de “produtoaçoriano de qualidade” a umproduto proposto pela Casa dosAçores que detivesse a presi-dência anual do CMCA. Nasequência desta deliberaçãoforam distinguidos os seguintesprodutos:

Em 2000 – Quebeque – vinhoLajido do Pico;

Em 2001 – Porto – Licor “Mu-lher de Capote”;

Em 2002 – S. Paulo – CháGorreana; aproveito para sau-dar, neste momento, os diri-gentes da Casa dos Açores deS. Paulo, por terem tomado ainiciativa de executarem ummagnífico diploma para o CháGorreana, que a empresa man-dou encaixilhar e colocar àentrada do edifício principal,onde é visto pelos milhares deturistas nacionais e estran-geiros que visitam anualmenteas plantações de chá; que élido, observado e fotografado,levando para os quatro cantosdo mundo o nome do CMCA eda Casa dos Açores de S. Paulo;

Em 2003 – Ponta Delgada –não foi distinguido qualquerproduto, o que considero, pes-soalmente, lamentável, porviolar uma anterior decisão doórgão máximo deste Conselho.O mesmo se passou, infeliz-mente, no decorrer da VIIAssembleia Geral do CMCA,realizada em Fall River, em 23 e24 de Outubro passados. Espe-remos que o encontro de 2005,a realizar em Winnipeg, nopróximo ano, revalide esta deli-beração, sem receios injusti-ficados.

A segunda decisão relevanteque queria destacar refere-se àcriação da Medalha de Méritodo CMCA/ALRA, sob propostada Casa dos Açores do Norte àIII Assembleia Geral, realizadaem 2000 na Casa dos Açores doQuebeque, proposta esta apro-vada por unanimidade. Foidurante 2000/2001, enquantoa CAN deteve a Presidência doCMCA no Porto, que apre-sentámos à Presidência daAssembleia Regional dos Aço-res o pedido para que esta pa-trocinasse a Medalha. É deenaltecer a extraordinária isen-ção dos dois sucessivos Presi-dentes da Assembleia Regio-nal, Engº Humberto Melo e Dr.

Fernando Menezes, que, con-quanto sendo de partidos dife-rentes, deram continuidade aoprojecto de criação desta Me-dalha de Mérito, aprovada porum e financiada pelo outro,demonstrando ambos respeitoe consideração pelo CMCA.Esta medalha destina-se a dis-tinguir, em cada ano, sob pro-posta da Casa dos Açores quepreside, uma pessoa ou enti-dade que se tenha distinguidopor serviços relevantes presta-dos aos Açores ou aos açoria-nos, na área de influência decada Casa.

Por decisão da IV AssembleiaGeral, a Casa dos Açores doNorte é fiel depositária das 91medalhas existentes, pelospróximos 91 anos… Sempreque houver uma AssembleiaGeral, o representante da CANserá o portador das medalhasnecessárias.

A medalha prateada tem,numa face, o brasão de armasda Região, com a inscrição emcírculo “Assembleia Legislativada Região Autónoma dos Aço-res” . Na outra face, tem o logo-tipo do CMCA e a inscrição “Osaçorianos no mundo prestam-lhe homenagem”.Tem uma fitaazul e branca e está numa caixade veludo azul escuro. É umadistinção importante paraquem a recebe, com o prestígiodo órgão máximo da Autono-mia Democrática. No âmbitoexclusivo das Regiões Autóno-mas, haverá outra assim?

Até ao momento, foram dis-tinguidas as seguintes enti-dades:

Em 1999 – Lisboa – EscritorPedro da Silveira;

Em 2000 – Quebeque – Se-nhor João da Ponte;

Em 2001 – Porto – Médicos eprofessores universitários Ale-xandre Linhares Furtado eJoão Costa (este a título póstu-mo);

Em 2002 – S. Paulo – Dr.Paulo Bomfim e Senhora Leo-nilda Jacob;

Em 2003 – Algarve (Angra doHeroísmo) – Poeta EmanuelFélix;

Em 2004 – Fall River – Se-nhor João Luís Morgado Pa-checo e Grupo Amigos da Ter-ceira (Pawtucket).

A Casa dos Açores de To-ronto, a quem cabia, por ordemde antiguidade, realizar a VIIAssembleia Geral em 2004 (nãoo fez por ineficácia organi-zativa), tinha proposto para serdistinguido este ano, o profes-sor-doutor José Carlos Teixeira.Já sabemos, através do actualPresidente do CMCA, JoséFerreira dos Santos, que estajusta homenagem vai ser con-cretizada em Winnipeg, emNovembro do próximo ano.

Foram estes os antecedenteshistóricos do CMCA.

Qual a força que nos temlevado, ao longo de 7 anos, afazer estes encontros anuais? Anossa força nasceu duma ideia

forte. Ideia forte e simples:temos objectivos comuns.

Todos sabemos que cadaCasa dos Açores está implan-tada em países ou regiões emque os contextos sociais, cultu-rais, históricos e económicossão muito diferentes uns dosoutros. É claro, por isso, queexistem também, em cada Ca-sa, percursos marcadamentediferentes. Mas o que nos uneé superior ao que nos separa.Quem, como nós, pode promo-ver “a defesa dos interesses dosAçores e dos açorianos” ou “adivulgação dos nossos valores,culturas, costumes e tradi-ções”? Isto são objectivos co-muns.

O facto de haver contextosdiferentes em cada um dospaíses ou regiões circundantesde cada Casa dos Açores não éimpeditivo de podermos cons-tituir um poderoso lobby aço-riano no mundo. Costuma colo-car-se aqui o problema da con-vivência/concorrência comoutras instituições açorianasou portuguesas que não sãocasas dos Açores. E há tantas,nos países de emigração, mui-tas delas com serviços conti-nuadamente prestados, aolongo de décadas, à sua comu-nidade envolvente, com histó-rias de luta, valores e volun-tariado. Será que lhes vamosocupar o lugar? Claro que não.Essas associações existem edeverão continuar a existir,com o seu prestígio, o seu dina-mismo e com a garantia de queninguém pretende ocupar oseu espaço próprio.

Uma Casa dos Açores, inte-grante do CMCA, não está con-tra qualquer outra instituiçãoaçoriana ou simplesmente por-tuguesa, mas antes pelo contrá-rio, poderá ser um instrumentode reforço da identidade re-gional no contexto da naçãoportuguesa. Num arquipélagoem que, por vezes, o sentimentode pertença a uma ilha suplantao sentimento de pertença a umaregião, é um dever de cida-dania avivar o sentimento deidentidade açoriana e isso é umpapel importante que podemosdesempenhar.

No continente ou nas comu-nidades portuguesas é impor-

tante a existência de Casas dosAçores dinâmicas e presti-giadas. Isso exige colaboraçãodas entidades regionais e lo-cais, empenhamento dos con-sulados, civismo e espírito deserviço por parte de dirigentesassociativos. É fundamentalque estes – os dirigentes dasCasas dos Açores – cultivem acompreensão, a tolerância e oespírito democrático. Que res-peitem, para serem respeitados.

Da mesma forma que o marune as nossas ilhas, também asCasas dos Açores podem ter oimportante papel de rasgaremcaminhos de unidade e iden-tidade.

Ninguém pode apagar as

diferenças entre as ilhas, elasenriquecem o todo regional,mas uma Casa dos Açores po-de ajudar a construir essa iden-tidade insular atlântica que é anossa.

Que outra instituição, senãouma Casa dos Açores para,numa diversidade de 9 peda-ços de terra espalhados peloAtlântico, pode contribuir paraa construção dessa auto-estimacolectiva de que nos devemosorgulhar?

Que sentido poderá ter uma

autonomia regional sem essesentimento de unidade, sejanos Açores, seja no continenteportuguês, seja no resto domundo?

Temos potencialidades paranos transformarmos num lob-by transcontinental, apto aintervir em diversas áreas im-portantes para o povo açoriano.Cada Casa dos Açores temcapacidades dentro de si paraacolher e acarinhar todas asoutras associações açorianas,sem lhes fazer concorrência,mas também sem paternalis-mos. Esta ou aquela comu-nidade de emigrantes ou dedescendentes atlânticos é uma“ilha” constituída por açorianosde todas as ilhas e em que ovínculo que os une deve sersuperior às tais diferenças enri-quecedoras, em que o laço quenos estreita pode impulsionarpositivamente, não só o pro-gresso da Região Autónomados Açores, mas também o dosseus filhos da diáspora. E nãofalo só de progresso material.

As Casas dos Açores – unidas

neste Conselho Mundial – sa-bendo congregar comunida-des orgulhosas das suas raízes,fazendo com que o regionalis-mo não se feche em si próprio,mas se abra ao meio onde estãoinseridas, poderão estar a con-tribuir para a manutenção deum espírito diferenciador, nassociedades americanas e euro-peias, cada vez mais massi-ficadas em função da globa-lização.

Uma Casa dos Açores é hojeuma estrutura fundamental nadiáspora portuguesa, por al-guns motivos relevantes:

- é (ou pode ser) um organis-mo defensor dos interessesaçorianos, promotor da cultura

Cont. da pág.1

e incentivador da amizade,aproximação e conhecimentomútuos entre o povo açoriano eos outros povos ou culturas;

- é (ou pode ser) um elo desolidariedade activa entre ascomunidades fora do arqui-pélago e entre estas e os Aço-res;

- é (ou pode ser) um instru-mento eficaz para que a ju-ventude se interesse mais pelacultura portuguesa em geral;

- é ( ou pode ser) um focodinamizador do comércio e

indústria açorianos, com par-ticular destaque para o turis-mo, com vista ao desenvol-vimento da economia da Re-gião;

- é (ou pode ser) uma “portaaberta” dos Açores, porta quepretende transmitir aos outrosuma imagem dignificada danossa Região, porta tanto maisprestigiada quanto respeitar osoutros, sejam pessoas ou enti-dades.

Toda a acção desenvolvidapor uma Casa dos Açores re-flecte-se nas outras, isto é,reflecte-se no CMCA. E a inver-sa também é verdadeira: cadauma das Casas dos Açores ébeneficiada com o reconhe-cimento público adquirido peloCMCA. O que se passou em2003 nos Açores, com o Presi-dente do CMCA, António Pes-soa (Presidente da Casa dosAçores no Algarve), a abrir aSessão de Honra do Dia daRegião Autónoma dos Açores,lado a lado com o Presidente daRepública, no salão nobre daUniversidade dos Açores, deve

encher-nos a todos de orgulho.A visibilidade mundial que nosfoi proporcionada pelo convitedo Governo Regional para es-tarmos presentes nas come-morações do Dia de Portugal eDia da Região, é um capital quenão podemos perder.

A nossa representação dosAçores é simbólica, mas podedar frutos. Frutos que contêmsementes de valores. Valorescomo o amor à família, às raízesancestrais, à terra/ilha natal,aos Açores e a Portugal. Se-mentes de fraternidade, deregionalismo aberto à univer-salidade. Frutos de paz e tole-rância perante as diferenças.

1 5

Vária

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:53 PM15

Page 16: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 10 de Novembro de 2004 - Página 1 6

Guia do ConsumidorCÂMBIO DO DÓLARCÂMBIO DO DÓLARCÂMBIO DO DÓLARCÂMBIO DO DÓLARCÂMBIO DO DÓLAR

CANADIANOCANADIANOCANADIANOCANADIANOCANADIANOEM PORTUGALEM PORTUGALEM PORTUGALEM PORTUGALEM PORTUGAL

EM 16 NOVEMBRO 20041 E U R O = 1 . 5 5 3 51 E U R O = 1 . 5 5 3 51 E U R O = 1 . 5 5 3 51 E U R O = 1 . 5 5 3 51 E U R O = 1 . 5 5 3 5

AGÊNCIAS DE VIAGENSALGARVE681 Jarry Est 273-9638

CONFORT4057 Boul. St-Laurent 987-7666

HISPANO-LUSO220 Rua Rachel Est 849-8591

LATINO177 Mont-Royal Est 849-1153

LISBOA355 Rachel Est 844-3054

TAGUS4289 St-Laurent 844-3307BOUTIQUESBOUTIQUE ANA MARIA4409 St-Laurent 849-6619

CAIXA DE ECONOMIACAIXA PORTUGUESA4244 St. Laurent 842-8077

CANALIZADORESPLOMBERIE & CHAUFFAGE LEAL INC.4267 Av. Coloniale 285-1620

672-4687CASAMENTOSBOUTIQUE LISBONNE4083 Boul. St-Laurent 844-8738

CLÍNICASCLÍNICA MÉDICA LUSO1 Mont-Royal Este 849-2391

CLÍNICA MÉDICA NOVA3755 Boul. St-Laurent 987-0080

CONTABILISTASGEORGE PRENDA, C.A.4157 St-Laurent 232-3095

DENTISTASDR. THUY TRAN4270 Boul. St-Laurent, #209 499-1624

DISCOS/LIVROSDISCOTECA PORTUGUESA4276 St-Laurent 843-3863

ESCOLAS DE CONDUÇÃOESCOLA DE CONDUÇÃO BRUNO26 Jean-Talon O 272-5779

ELECTRICIDADEELECTRO-LUSO225 Gounod 385-1484 e 3 8 5-3541

FARMÁCIASFARMÁCIA TRANG4148 Boul. St-Laurententrega ao domicílio 844-6212

FOTÓGRAFOSPHOTO GALÍCIA4065 St-Laurent 845-5335

FUNERAISALFRED DALLAIRE|MEMORIAwww.memoria.ca4231 St-LaurentEduino Martins, Cel.: (514) 277-7778

(514) 862-2319

URGÊNCIASE SERVIÇOS PÚBLICOSAmbulância 842-4242Clínica Portuguesa Luso 849-2391Polícia 9-1-1Bombeiros 872-1212Hospital Hôtel-Dieu 844-0161Hospital Royal Victoria 842-1231Hospital Ste-Justine 345-4931Hospital Ste-Jeanne-d'Arc 842-6141Hospital de Montrealpara Crianças 934-4400Serviço de Auxílio aosEmigrantes(SANQi) 842-6891Sun Youth, Serviços de Urgência 842-6822

ASSOCIAÇÕES E CLUBESAss. Angolana de Montreal 313-6465Associação N. S. de Fátima(Chomedey, Laval) 681-0612Associação Portuguesado Canadá 844-2269Associação Portuguesado Espírito Santo 254-4647Associação Portuguesade Lasalle 366-6305Associação Portuguesade Ste-Thérèse 435-0301Caixa de Economiados Portugueses 842-8077Casa dos Açores do Quebeque 388-4129Centro de Ajuda à Família 982-0804Centro Português de Referência 842-8045Centro Comunitário do Espírito Santo 353-1550Clube Oriental Português de Montreal 342-4373Clube Portugal de Montreal 844-1406Grupo Folclórico Campinosdo Ribatejo 353-3577Rancho Folclórico Verde Minho 768-7634Ass.Port.West Island 684-0857Português de Montreal 739-9322Sporting Clube de Montreal 499-9420Sport Montreal e Benfica 273-4389

IGREJASIgreja Baptista Portuguesa 484-3795Igreja Católica de Santa Cruz 844-1011Igreja N. S. de Fátima de Laval 687-4035Assembleia de Deus 583-0031Centro Cristão da Família 376-3210Igreja Nova Unção 593-9950Igreja Cristã Vitoriosa 525-9575

RÁDIO E TELEVISÃORádio Centre-Ville 495-2597Rádio CFMB 483-2362Radio Clube Portugal 849-9901

Consulado Geralde Portugal

2020 Rua University, suite 2425Montreal (Québec) H3A 2A5

Tel.: (514) 499-0359HORÁRIO DE ABERTURA

2ª, 3ª, 5ª,6ª das 9 às 12h304ª das 9h - 12h30 e das 14h-17h

UM SERVIÇO DO

(514) 287-3370(514) 287-3370(514) 287-3370(514) 287-3370(514) 287-3370

ALFRED DALLAIRE Groupe Yves Legaré1350 Autoroute 13, Laval (514) 595-1500 Víctor Marques (514) 570-9857

GARAGENSALBERT STATION SERVICE4209 De Bullion 845-5804

IGREJASIGREJA CRISTÃ VITORIOSAPara mais informações:www3.sympatico.ca/igreja.vitoriosa

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESAPastor Pedro Felizardo Neves6297 Monkland Ave.. (514) 484-3795CENTRO CRISTÃO DA FAMÍLIAAssembleia de Deus do Canadá2500 Boul. Rosemont (esq. Iberville)Pastor: Carlos Figueiredo 376-3210

IGREJA EVANGÉLICA LUSO-FRANCÓFONA28 St-Charles, Ste-Thérèse (450) 435-9834

MÁQUINAS DE COSTURAMONSIEUR MACHINE À COUDRE7341 St-Hubert 271-6452

MONUMENTOSGRANITE LACROIX INC.Construção de monumentos1735 Boul. des LaurentidesLaval, Québec (450) 669-7467MÓVEISARCA4117 St-Laurent 842-0591

MEUBLES JEUNESSE4089 St-Laurent 845-6028

NOTÁRIOSM.e LUCIEN BERNARDO4242, Boul. St-Laurent, Suite203 843-5626

EDUARDO DIAS4256 Boul. St-Laurent (514) 985-2411

OURIVESARIASB. SERKOS1530, Curé-Labelle, # 203 (450) 686-0026

OURIVESARIA ZENITH4173 Boul. St-Laurent 288-3019

PADARIASPADARIA E PASTELARIA BELA VISTA68, Ave. des Pins Este 849-3609www.pasteis-de-nata.com

PSICÓLOGOSJORGE VASCO406, St-Joseph Este 288-2082

QUIROPRATASDR. MARC CHENÉ“Centre Chiropratique”7050, Jean-Talon Este, Anjou 351-1716

RENOVAÇÕESLES RÉNOVATIONS LISBONNE INC.Tony 593-6649Dominique 842-6420RESTAURANTESCANTINHO3204 JARRY E 729-9494

CASA VINHO3750 MASSON 721-8885

ESTRELA DO OCEANO101 Rachel E. 844-4588

LA GRILLE PORTUGAISE8616 Chaumont, Anjou 351-7444

SOLMAR111 St-Paul E 861-4562

TASCA172 Duluth E 987-1530

REVESTIMENTOSROBERT TAPIS E PRELATS4577 St-Laurent 845-1520

TAPIS RENAISSANCE7129 Boul. St-Michel 725-2626

SATÉLITESLUMAR ELÉCTRONICA612 Meloche, Dorval 947-1479

TIPOGRAFIASTYPOGAL LTÉE.4117-A, St-Laurent Tel.: 844-0388 / 844-7257 Fax: 844-6283

VESTUÁRIO DE CRIANÇABOUTIQUE MADAME MONTREAL4276 St-Laurent 843-7282

Site Webwww.cgportugalmontreal.com

OraçãoORAÇÃO À CHAGA DO OMBRO DE JESUS

Perguntando São Bernardo ao Divino Redentor, qual era a dorque sofrera mais, e mais desconhecida dos homens, Jesus lherespondeu:

“Eu tinha uma Chaga profundissima no ombro sôbre o qualcarreguei minha pesada Cruz; essa Chaga era mais dolo-rosa queas outras. Os homens não a conhecem, Honra, pois, essa Chagae farei TUDO o que por ela me pedires”.

ORACÃOÓ amante Jesus, manso Cordeiro de Deus, apesar de ser eu uma

criatura mi-serável e pecadora, vos adoro e venero a Chagacausada pelo pêso de vossa Cruz que, dilacerando vossas carnes,desnudou os ossos de vossos Ombros sagrados e da qual a vossaMãe deloro-sa tanto se compadeceu. Tambem eu, ó aflilissimoJesus, me compadeço de Vós e do fundo do meu coração vos louvo,vos glorifico, vos agradeço por esta Chega dolorosa de vossoOmbro em que quizeste carregar vossa Cruz, por minha salvação.Ah! pelos sofrimentes que padecestes e que aumentaram oenorme pêso de vossa Cruz, vos rogo com muita humildade, tendepiedade de mim, pobre criatura pecadora, perdoai os meuspecados e conduzi-me ao céu, pelo caminho da Cruz.

(Rezam-se 7 Ave Manias e acrescen-ta-se: “Minha MãeSantissima, imprimi em meu coração as Chagas de JesusCrucificado”. Indulgência de 300 dias cada vez. “Ò dulcissimoJesus, não sejais meu Juiz, mas meu Salvador!” Indulgência de 100dias cada vez).

N. B. - Quem quizer obter graças do Coração de Jesus, prometaespalhar esta devocão. Hoje mando imprimir um milheiro destesfolhetos, em ação de graças par um grande beneficio recebido.

NOVENA MILAGROSA(Esta novena pode se começada em qualquer dia do mês; há um

grande número de amigos da Santa Teresinha que fazem a no-vena de 9 a 17 de cada mês.)

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espí-rito Santo, eu Vosagradeço todos os favores, todas as graças com que enriquecestesa alma de Vossa serva Santa Teresinha do Menino Jesus, duranteos 24 anos que pas-sou na terra e, pelos méritos de tão queridaSantinha, concedei a graça que ardentemente Vos peço - (faça opedido da graça).- se for conforme a Vossa Santíssima vontade epara salvação de minha alma.

Ajudai minha fé e minha esperança, ó Santa Teresinha,cumprindo mais uma vez Vossa promessa de que ninguém Vosinvocaria em vão, fazendo-me ganhar uma rosa, sinal de quealcançarei a graça pedida.

Reza-se em seguida 24 vezes: “GLÓRIA AO PAI, AO FILHO EAO ESPÍRITO SANTO, ASSIM COMO ERA NO PRINCÍPIO,AGORA E SEMPRE, POR TODOS OS SÉCULOS DOSSÉCULOS, AMÉM.”

Santa Teresinha do Menino Jesus, rogai por nós.(Final: Ave Maria / Pai Nosso).

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:54 PM16

Page 17: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 17 de Novembro de 2004 - Página 1 7

Serviços & negóciosPRECISA-SE

CADROPORTE

Pessoal para trabalho geral.

Gil da Silva(450) 434-9000 ext.238

(514) 708-3207

Operários c/ o mínimo de 5 anos deexp. em “pavé-uni” e muros de apoio.Bom salário. Tempo inteiro.

(514) 820-5247

NOVO ROSEMONT- Bom duplexOcup. dupla. Junho.Preço reduzido

ST-MICHEL 8 plex bem situado.Grandes apartamentos

Esc.: (514) 272-2432Cel.: (514) 770-6200Res.: (514) 272-2431

Arlindo (Alain) Velosa

DU CARTIER-VILLERAY7170 St-Laurent

Avaliação gratuita

72 CASAS VENDIDAS EM 2003

ALUGA-SE

Empregada de balcão, tempo parcial.

Tel. (514) 272-0362

Aluga-se 2 apartamentos – 3 1/2 e 41/2, situados no 3472 St-Denis, emfrente ao Metro Sherbrooke.

Tel. (514) 281-1012João Colasso

DIVERSOS

Oferece-se cursos de assistenteou secretária dentária.

Faci-lidades de pagamento.

Olga : 582-1771Procuramos empregada para trabalharà caixa.

Tel. (514) 278-7047

RTD TransportUma oportunidade de carreirapara motoristas sérios, nosEstados Unidos da América, nonordeste, no médio-oeste, nosudeste e nos E.U.A centrais.Muito bom salário.Por favor chame Tony,

no 514.685.0409

NOVIDADE

Esc.: 374-4000

REMAX Alliance Inc.

CARLOS AGOSTINHOInformação gratuita - casas, hipoteca...

VENDIDA

EXPERIENCEHall of Fame

ROSEMONT Optimo condo, 2 qts,Próximo de Laurier $142.500. Nego-

ST-MICHEL - Bom duplex,possibilidade de bachelor,renovação de qualidade

VILLERAY – Duplex, casa,bachelor, cave, estacionamento.Todo renovado.

MONTREAL-NORTE – Duplex,com bachelor, bem situado, comcave e garagem.

VENDIDA

VENDIDA

Residência para pessoas idosas,servindo refeições portuguesas, comambiente familial, visita de médico,enfermeira 24h / 24. Propriedade desenhora portuguesa.

Possibilidade de alugar quarto àsemana (por exemplo, pessoas queviajam). Contacte a Sra. D. FernandaC. Benfeito, pelo telefone:

(450) 975-2574 ou(450) 793-4908

Aménagement Paysager L’Artisan

Procura homem para trabalho emmuros e chãos de pedras. Com

experiência. Boa remuneração –entre $15 e $20 por hora.

Contacte David.(514) 979-5604

Procuramos cozinheiro ouajudante cozinheiro. Tempointeiro ou parcial. RestauranteItaliano. Apresente-se no233, rua Notre-DameOeste, perto do MétroPlace d’Armes.

Linda, de la mainaux cartes

Vidente com dons naturais. Resolve osseus problemas sem voodoo. Rosa

Tel.: (514) 278-3956

Procuramos pessoa responsável paralimpeza de escritório situado em WestIsland, a tempo parcial. Deve possuircarro.

Tel. (514) 865-3384(514) 624-3437

AhuntsicRenovado com bom gosto. Próximo

do Metro. Cave terminada.Grande terreno. Privado

Vimont- 189 000$Impecável. Renovado. Cozinha emcarvalho. Lareira. Terrasso. Porta“Patio”. Cave terminada. Garagem.Piscina

VillerayImpecável. 30’ de fachada. Magnífico.Renovado. Madeiras em carvalho.4x41/2;1x1/2 .Cave terminada. Garagem.

Villeray - 449 000$30’ de fachada. 4x41/2, 1x71/2 .Rendimento 34 420$. Cave metadeterminada.

Villeray - 349 000$30’ de fachada.

Muito bom estado, próximo do Metro.2x4 1/2, 1x71/2. Cave 6’.

Villeray - 369 000$Magnífico. Impecável. Renovadocom materiais de qualidade, 2x31/2 ,1x61/2 , possibilidade de fazer outro

Villeray - 199 000$Sector procurado. Renovado. 3Quartos fechados. Grande terreno.

Duvernay - 199 000$Renovado. Impecável “split” 3 qtos.,cave terminada, piscina, grandeterreno. “Thermo pompe”.

Costureiras c/exp. em alta costurapara salão de vestidos de noiva e de“soirée”. Tempo inteiro ou parcial.Imediato.

Tel. (514) 781-1329

Empregada de balcão, tempo parcial,aos fins de semana. Com ou semexperiência.

Pâtisserie ForcierTel : (514) 382-2143

Os pequenos anúncios deA VOZ DE PORTUGAL

Uma venda certapor pouco dinheiro

Tel.: 514-284-1813

Pratique desporto...

Desporto é saúde!Cuide de si!

Festa da vindima

A favor da“Fondation Charles-Bruneau”

Organizada pela Action Luso-Québec, grupo composto porvários Amigos de Água de Pau e cujos lucros reverterão a favorda Fundação Charles-Bruneau, terá lugar sábado próximo, dia20, a Festa da Vindima, na cave da Igreja l’enfant Jesus, 5039St.Dominique, a partir das 18 horas.

No jantar-espectáculo preparado, vários artistas animarão aassistência tais que Décio Gonçalves, artista vindo de Toronto,Manuel Augusto, Vanessa Baganha, Heisy Rebelo, Patrick e Joee Pre-Ex, prometendo um bom ambiente que será certamenteapreciado.

Os preços são muito acessíveis: 25 vindimas para adultos ecrianças até 12 anos 15 vindimas.

Procuramos pessoa para trabalhodoméstico. Segundas, quartas esextas-feiras, das 9h às 17h. Comreferências e com experiência emcasas grandes. Para limpeza, lavarroupa e engomar.

Tel: (514) 737-5898

Dia das MontrasMais uma vez a Sociedade do Desenvolvimento do Boul. de São

Laurent organiza este ano na época de Natal o Concurso dadecoração das montras. Com a finalidade de criar uma atmosferaalegre tão própria deste período do ano, foi escolhido o tema “Luzna Main”, a fim de se poder demonstrar a solidariedade eimaginação dos comerciantes.

Conhecedora desta tradição tão portuguesa, é essencial aparticipação da comunidade lusa e dos seus comércios, tendo jáa participação da Caixa de Economia dos Portugueses, semprepronta a apoiar eventos de qualidade.

Um júri decidirá dos prémios a atribuir e como de costume, oprimeiro vencedor receberá mil dólares.Para se inscrever bastaráenviar o impresso que entretanto todos receberam e enviá-lo pelofax: 286-0967.

Mas, depressa! Faltam poucos dias para se inscreverem.

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:54 PM17

Page 18: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 10 de Novembro de 2004 - Página 1 8

VáriaEntrevista coma Dr.ª Teresa Vasconcelos

Professora Coordenadora naEscola Superior de Educaçãode Lisboa. Bacharelada emEducação de Infância (1970).Pós-graduada em Psico-Peda-gogia (Madrid, 1973). Mes-trado em Ciências da Educa-ção, com uma especializaçãoem supervisão pedagógica(Nova Iorque, 1987). Douto-rada em Ciências da Educação(Univ. de Illinois em Urbana-Champaign, E.U.A., 1994), comuma especialização em Educa-ção Pré-Escolar e Elementar. ÉProfessora Convidada na Uni-versidade Aberta e na Univer-sidade Católica. É autora devárias publicações, tendo aindapublicado inúmeros artigos emrevistas nacionais e estran-geiras.

Professora Coordenadora naEscola Superior de Educação

de Lisboa. Bacharelada emEducação de Infância (1970).Pós-graduada em Psico-Peda-gogia (Madrid, 1973). Mes-trado em Ciências da Educa-ção, com uma especializaçãoem supervisão pedagógica(Nova Iorque, 1987). Douto-rada em Ciências da Educação(Univ. de Illinois em Urbana-Champaign, E.U.A., 1994), comuma especialização em Educa-ção Pré-Escolar e Elementar. ÉProfessora Convidada na Uni-versidade Aberta e na Univer-sidade Católica. É autora devárias publicações, tendo aindapublicado inúmeros artigos emrevistas nacionais e estran-geiras.

Educação - Numa altura emque se evidenciam cada vezmais as lacunas do país emrelação a outros estados euro-

peus na área da Educação, quevantagens poderia salientar,para as crianças e também paraas famílias, de uma boa educa-ção de infância?

Teresa Vasconcelos (T.V.) -Queria começar com uma notapositiva, lembrando o esforçoenorme para a expansão e de-senvolvimento da educação deinfância no nosso país entre1996-2000, em que consegui-mos significativamente melho-rar, não apenas as taxas decobertura - isto é, o número dejardins de infância acessíveis àsfamílias (de iniciativa públicaou privada ou de solidariedadesocial) - mas também a elabo-ração de um conjunto de orien-tações pedagógicas que garan-tissem a qualidade dos jardinsde infância: um educador deinfância diplomado com o graude licenciatura por grupo de 25crianças, orientações curri-culares, elaboração de orien-tações para a instalação e orga-nização dos espaços (salas deactividade) nos jardins de in-

fância e para a aquisição dematerial didáctico apropriadoao nível etário dos 3 aos 6 anos.

O estudo comparativo sobrea educação e cuidados para ainfância elaborado pela OCDE(Organização para a Coope-ração e Desenvolvimento Eco-nómico) em 12 países, e do qualo nosso país fez parte, no seurelatório comparativo foi muitofavorável ao esforço feito pelonosso país nesses anos.Mas - e aqui respondo à segun-da parte da sua pergunta - umaboa educação de infância pres-supõe que os educadores deinfância continuem a investirna sua formação, que os pais seenvolvam cada vez mais na vidados jardins de infância e esta-beleçam reais parcerias com oseducadores dos seus filhos, queas orientações curricularessejam revistas periodicamentepela administração educacionale, sobretudo, que os educa-dores sejam os gestores docurrículo no âmbito do projectopedagógico do jardim de infân-

cia ou do agrupamento deescolas no qual se encontreinserido o jardim de infância.

Há também que avaliar aqualidade pedagógica dos jar-dins de infância e garantirprocessos de supervisão e deregulação que garantam essamesma qualidade - e aqui esta-mos ainda muito longe de con-seguir um processo sistemáticode avaliação, nomeadamentede auto-avaliação da prática doseducadores de infância.

Educação - Os professoresreferem com frequência a faltade valorização do seu trabalhopor parte da sociedade. Emparticular, e no que aos Edu-cadores diz respeito, crê que asociedade reconhece e valorizao seu papel?

T.V. - Já passou o tempo emque a sociedade não valorizavao papel dos educadores de in-fância – agora os pais estão maise mais conscientes de quanto éimportante um bom começopara os seus filhos e do papeldeterminante dos educadoresde infância.

Talvez seja preciso esclareceros pais - mas esse é um trabalhoa realizar pelos educadores emparceria com os pais e no âm-bito da sociedade mais ampla -de como o contexto do jardimde infância, a vida no grupo decrianças, os projectos de pes-quisa feitos ao nível das idadesdas crianças, pode provocar oseu desenvolvimento, respei-tando o carácter eminente-mente lúdico -isto é, centradono jogo e na brincadeira, mastambém na pesquisa, na apren-dizagem, no manuseio dos vá-rios instrumentos de comuni-cação com o mundo, ou dasvárias “linguagens” -da propos-ta pedagógica da educação deinfância. Hoje os educadoresde infância têm um grau delicenciatura como todos osoutros professores. O mesmo sepode dizer em relação aos pro-fessores do 1.º Ciclo. Não hárazão para se desvalorizar osníveis etários que hoje os neu-ro-cientistas consideram serdecisivos para o desenvolvi-mento ulterior. Educação - O IICongresso do Educador deInfância, ao qual presidiu, foidedicado ao tema “A Mate-mática na Educação de Infân-cia”. Que contributos resul-tantes deste evento, em espe-cial para os educadores quenão estiverem presentes, pode-ria destacar?

T. V. - Será difícil explanaraqui todo rico conteúdo daque-le dia de trabalho. Contámoscom alguns dos especialistas anível nacional na área da apren-dizagem matemática nas pri-meiras idades mas - e tal não foimenos importante - contámoscom relatos de práticas de ex-celência, bem como a apresen-tação de algumas investiga-ções já desenvolvidas a nívelnacional neste domínio.Falou-se sobretudo de como oseducadores de infância podeminternacionalizar a aprendi-zagem da Matemática ajudan-

do as crianças na conquista donúmero (aprendizagem danumeraria), do espaço, dotempo, da geometria, dos pa-drões, etc. E de como isso podeser feito no contexto de projec-tos estimulantes e que façamsentido para a vida da criança.

Penso que a grande conclu-são é de que as crianças - e ospais - podem ser co-constru-tores de aprendizagens signifi-cativas sem a pretensão “ensi-nar a criança a papaguear” oua fazer trabalhos, fichas,actividades sem sentido. Ascrianças são seres inteligentes,que constroem o seu pensa-mento e interacção com asoutras crianças e com os adul-tos e a Matemática é um instru-mento privilegiado da organiza-

ção desse mesmo pensamento.Educação - Para terminar,

imaginando um ambiente i-deal, em traços largos, com quecores e materiais desenharia oespaço do futuro para Edu-cação Infantil?

T. V. - Tenho dificuldade em“desenhar” um espaço ideal. Hámuitos espaços possíveis. Te-nho visto iniciativas simples-mente fabulosas no âmbito daeducação de infância. Entrenós, a prática do modelo doMovimento da Escola Moder-na é exemplar e amplamentereconhecida internacional-mente. Em Itália, as escolas deReggio Emilia são um exemplode utilização do espaço como “oterceiro educador”, numa par-ceria entre educadores e artis-tas plásticos. O modelo da Fun-dação Highscope também éamplamente reconhecido anível internacional. Vi experi-ências de grande qualidade noReino Unido, nos Early Excel-lence Centers” . Mas no nossopaís tenho visto trabalho isola-do, quase “invisível” de educa-dores de infância que era im-portante relatar e documentarpara não estarmos sempre apensar que são as experiênciasdos outros países as melhores.Nós temos feito muito commeios muito limitados. E issodeve-se à criatividade, profis-sionalismo de muitos educa-dores de infância, das equipaspedagógicas que insistiram emformar, dos pais que os apoia-ram, das autarquias (ou direc-ções de instituições) que osenquadraram, valorizaram elhes deram espaço e margemde autonomia e não os bombar-dearam com burocracia. Masnão seria fiel a mim própria senão dissesse que às vezes meconfrange entrar em muitosjardins de infância, pela pobre-za da proposta pedagógica,pelas limitadas possibilidadesque dão às crianças, pelo traba-lho rotineiro e sem alma. Epenso com os meus botões: aquinão se “dão asas” às possibili-dades infinitas de as criançasserem criadoras, autoras de sipróprias, pro-activas. Há, pois,ainda muito a fazer, não deixan-do os profissionais isolados eapelando ao melhor que elestêm dentro deles.

Alexandra Aguiar

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:54 PM18

Page 19: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 17 de Novembro de 2004 - Página 1 9

Desporto

Avó Olinda completou 100 Primaveras

Apuramento Mundial 2006 - UEFAJogos apresentados esta semanaEuropa(todos os jogos apresentados a 17 de Novembro)Grupo 1Arménia - RoméniaMacedónia - Rep. ChecaAndorra - HolandaGrupo 3Rússia - EstóniaLiechtenstein - LetóniaLuxemburgo - Portugal, em directo, na RTPi, pelas 14h00(hora de Montreal) (17 de Novembro)Grupo 4Chipre - IsraelGrupo 5Nenhum jogoGrupo 6Nenhum jogoAMÉRICA DO SULEquador - Brasil 17/11Argentina - Venezuela18/11Perú - Chile 18/11ÁFRICAGrupo 5Quénia - Guiné-Conakri 17/11 ÁSIAGrupo 1Qatar – Jordânia 17/11Irão - Laso 17/11Grupo 2Iraque - Palestina 16/11Usbequistão - Taipé 17/11Grupo 3Japão – Singapura 17/11Omã - Índia 17/11Grupo 4China – Hong Kong 17/11Kuwait - Malásia 17/11

Uruguai - Paraguai17/11Colômbia - Bolívia 17/11

Grupo 7Bélgica - SérviaSão Marino - LituâniaGrupo 8Malta - Hungria

Grupo 2Geórgia - DinamarcaTurquia - UcrâniaGrécia - Cazaquistão

Grupo 5Tailândia - Iémen 17/11 EAU - Coreia do Norte 17/11Grupo 6Bahrain - Tajiquistão 17/11 Síria - Quirguizistão 17/11 Grupo 7Rep. Coreia - Maldivas 17/11Líbano - Vietname 17/11 Grupo 8Indonésia - Turcomenistão 17/11A. Saudita - Sri Lanka 17/11

A Voz de Portugal na Internet

www. avozdeportugal.com

Futebol: Mundial2006 (Gr. 3)Costinha garante queselecção lusa está alerta

O “capitão” Costinha garan-tiu segunda-feira que a selec-ção portuguesa de futebol estáalerta para os perigos do em-bate de hoje com o frágil Lu-xemburgo, depois do “desas-tre” ocorrido o mês passado noLiechtenstein (2-2).

“As conversas que temostido vão no sentido de ficarmosalerta para o perigos que repre-sentam defrontar um adver-sário menos cotado.

Penso que estamos prepa-rados”, garantiu o “trinco” doFC Porto, à chegada à concen-tração da formação das “qui-nas”, em Lisboa. A dois dias doúlti-mo embate do ano no grupotrês europeu de apuramentopara o Mundial da Alemanha2006, Costinha deixou umamensagem clara: “Se quere-mos estar na fase final temos,obrigatoriamente, de vencereste encontro”.

“Frente a adversários teori-camente mais fracos, existesempre algum relaxamento,mas, se formos cuidadosos,responsáveis, adultos e actuar-mos concentrados do primeiroao último minuto, vamos certa-mente conseguir a vitória, queé muito importante”, pros-se-guiu.

Caso ganhe - ou mesmo em-pate - no Luxemburgo, Portu-gal isola-se na liderança doagrupamento, uma vez que aEslováquia - partilha a lide-rança com a selecção nacional(10 pontos e 15-3 em golos) - sóvolta a jogar a 26 de Março de2005, na Estónia.

Apesar da fragilidade doadversário, que ainda não pon-tuou e no último jogo foi golea-do em casa pelo Liechtenstein(0-4), o jogador luso não esperafacilidades: “Defrontámo-los hápoucos meses (3-0 em Águeda,a 29 de Maio, em jogo de prepa-ração para o Euro2004) e sãouma equipa que se fecha muitoe joga no erro do adversário”.

“Penso que será complicadoaté ao primeiro golo”, disseCostinha, reafirmando, no en-tanto, que a equipa está “prepa-rada” e vai ser “mais cuida-dosa”, de forma a evitar o mes-mo desfecho do embate deVaduz, onde Portugal empatou2-2, depois de ter estado a ven-cer 2-0.

A selecção lusa tem, face aoque sucedeu no Liechtenstein,ainda mais uma razão paravencer no Luxemburgo: “Não

pudemos dar uma alegria aosmuitos emigrantes que se deslo-caram a Vaduz e queremosagora compensá-los com umbom resultado na quarta-fei-ra”.

Para o quinto embate nogrupo três de apuramento parao Mundial de 2006, o seleccio-nador luso, o brasileiro LuizFelipe Scolari, ainda não sabese vai poder contar com o lat-eral direito Miguel.

O jogador do Benfica, quefalhou o encontro de sábado no

reduto do Marítimo (1-1) pornão se encontrar totalmenterestabelecido de uma lesão,apresentou-se na concentra-ção, mas só pela tarde vai sertomada uma decisão definitivaem relação ao seu caso.

O nono encontro entre asselecções principais do Luxem-burgo e Portugal disputa-sehoje, pelas 20:00 locais (14:00em Montreal), no Estádio JosyBarthel, na cidade do Luxem-burgo, com arbitragem doucraniano Vitaliy Godulyan.

Natural de Matriz da Ri-beira Grande, S. Miguel, Aço-res, Olinda da Conceição Mo-niz Raposo aí nasceu e viveuaté 1971, data em que emi-grou, juntamente com o mari-do, para o Quebeque, vindo sejuntar a três dos filhos já cáresidentes. Na altura, deixouem S. Miguel duas filhas, umadas quais também emigroupara esta província. Hoje éviúva e mãe do já falecidoEduardo Ferreira.

No passado dia 8 de Novem-bro de 2004 cerca de umacentena de familiares - filhas,genro, netos, bisnetos e tris-neta, assim como alguns so-brinhos vindos dos EstadosUnidos - reuniu-se em Ste-

Hyacinthe para comemorar as100 Primaveras da sua decana.

Avó Olinda, foi realmente umprivilégio para todos nós poder-mos partilhar contigo este diatão memorável. Temos muita

admiração por ti e queremosque fiques connosco por muitosmais anos.Parabéns avó Olinda!Que Deus te abençoe e te pro-teja.

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:55 PM19

Page 20: 2004-11-17 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 10 de Novembro de 2004 - Página 2 0

DesportoRevista de imprensa desportiva

A goleada do Sporting sobreo Boavista (6-1) no domingo,em jogo da 10ª jornada daSuperliga, faz as primeiraspáginas dos jornais desportivosde segunda-feira.

“Leão arrasa” é a manchetede o Record, enquanto A Bolatitula “Leões à solta” e O Jogodiz “Esmagador”.

“Já é o melhor ataque daSuperliga”, afirma o Record,acrescentando “Hugo Vianabisa na maior goleada aos axa-drezados dos últimos 34 anos”e “a ex-melhor defesa sofreuontem tantos golos como nosoutros nove jogos”.

O jornal diz ainda que “Leãopreocupa pouco os portistas” edestaca o jogador benfiquistaKaradas, que afirmou: “Secalhar o FC Porto não chegaráao fim à nossa frente”.

A Bola destaca o jogo Sport-ing-Boavista e diz que o clubede Alvalade “em noite mágicadestroçou o Boavista que há 21anos não sofria seis golos”.

“Tiago não esquece o Ben-fica” e afirma: “Gostava de tersaído em grande como o RuiCosta”, indica ainda o des-portivo.

O Jogo diz que “Carlos Mar-tins dirigiu a orquestra” frenteao Boavista, num jogo onde“Liedson respondeu a Pache-co”, “Pinilla estreia-se a marcar”e “Hugo Viana volta a bisar”.

“Demos a resposta aos quenos criticam”, afirmou o trei-nador do Sporting, José Pe-

seiro, no final da partida.No Benfica, “Karadas des-

valoriza perda de liderança” ediz que a “corrida pelo títuloserá muito apertada”.

Quanto ao FC Porto, O Jogo

diz que “Leandro jogou e mar-cou de livre”, “Quaresma fabri-cou mais de um terço dos golosdo FC Porto” e “Vítor Baíadefronta o Boavista”.

MÉDIO SONDADO PARA PROLONGAR CONTRATO

Segurar PetitOs encarnados pretendem

renovar a curto prazo o contra-to com o centro-campista. Ape-sar de o actual vínculo só ex-pirar em 2007, há que combatero assédio ao jogador e, à seme-lhança do que aconteceu comMoreira, Miguel e Simão, pre-servar um dos símbolos do ac-tual plantel.

O Benfica abordou Petit nosentido de saber se o médioestaria disponível para prorro-gar o vínculo com o clube daLuz. O jogador tem contrato até2007, mas a SAD quer desde jásegurar o jogador, aprovei-tando a ocasião para melhoraro respectivo salário.

Tratando-se de um dos maisinfluentes atletas da equipa,

Petit integra o “núcleo duro”de jogadores que a SAD “cata-logou” como imprescindíveis.Assim sendo, na sequência doque sucedeu com os casos deMoreira, Miguel e Simão, entreoutros, o Benfica pretendetambém segurar o médio, noâmbito da propagandeada polí-tica de criação de um grupoforte, de qualidade e que ofere-ça garantias de sucesso.

Saída não compensaAs exibições de Petit no meio-

campo do Benfica não passa-ram ao lado dos olheiros degrandes clubes europeus (oOlympique Marselha, nos últi-mos tempos, tem estado parti-cularmente atento ao seu de-sempenho), mas os encarnados

não estão interessados em ne-gociar e já rejeitaram mesmopropostas de Espanha e Escó-cia num passado recente. Se,por um lado, precisam dele, poroutro, em caso de transferênciareceberiam apenas 50 por centodo valor da venda, uma vez quea outra metade do passe dojogador está na posse no Boa-vista, de onde saiu em 2002.

O clube da Luz quer apro-veitar a ocasião para melhoraro salário do médio, até porque oactual vencimento de Petit nãoé compatível com a qualidadepatenteada, nem está ao níveldas principais figuras da equi-pa, nomeadamente as que re-centemente renovaram os res-pectivos contratos, na maioriados casos até 2010.

11-17-2004.pmd 11/16/2004, 6:57 PM20