2004-08-25 - jornal a voz de portugal
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Jornal A Voz de Portugal, edição do 25 de agosto de 2005TRANSCRIPT
A VOZ DE PORTUGAL, 25 de Agosto de 2004 - Página Ano XLII • Nº 32 email: [email protected] WWW.AVOZDEPORTUGAL.COM 25 DE agosto de 2004
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Um país entre oarranjismo e odesenrasca
Antonio José Teixeira
O Verão vai depressivo. E não éapenas pelo céu cinzento ou pelachuva, que sucederam às labaredase às cinzas do rescaldo. Há um mal-estar, porventura antigo, que se vairenovando de letargia. Há um des-crédito generalizado, demasiadasprovas de inconsequência, umdesbaratar da palavra, uma devassaincontrolada. Baixaria bastante paraindignações e, no entanto, poucahonradez, pouca coragem paraexigir responsabilidade e retirar asdevidas ilações.
Portugal adora coscuvilhices,intriga, escutas, maledicência. Gostade se ouvir, de comentar nas costas,de combater pelas costas, baixinho.Cola os olhos à coluna social, cor-de-rosa, laranja, bloco central. Pela-sepor frescuras, palpites, conspirações,inconfidências, nem que seja dealcova. Fala muito, diz pouco, fazmenos. O país é inconsequente,insinua, ameaça veladamente, massó morde pela calada. Quanto maisresponsável, mais se queixa demaquinações várias e mais, invaria-velmente, se vitimiza impotente.
Neste faz que anda, mas não an-da, cada um vai-se abandonando àsua sorte. Enquanto uns se vãoarranjando, outros desenrascam-secomo podem. É difícil reabilitar apolítica, a governação e a Oposição,pois o que sobressai é o negócio fácil,apadrinhado, subsidiado. A falênciada política deriva da constatação deque se reduziu a alicerce de ne-gócios. O Estado perdeu liquidez,há muito malabarismo, paralisia. Enem sequer há livre concorrência.Os governos não se aguentam muito
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Ribeiro Costa e a Amizade Ribeira Grande-LavalUma delegação chefiada pelo Pre-
sidente da Câmara Municipal daRibeira Grande, Dr.António PedroRibeiro Costa, encontra-se entre nós,a fim de encontrar as autoridadesmunicipais de Laval, cidade que-bequense que usufrui de um acordode permuta e cooperação com o muni-cípio ribeira grandense.
E esse encontro amistoso teve lugarno Salão Nobre da Câmara Municipalde Laval, na presença de vários verea-dores lavalenses, entidades convi-dadas, membros empresariais açoria-nos acompanhados das respectivasesposas e correspondentes da comu-nicação social.
Façamos porém, antes de nos de-bruçarmos sobre o decorrer da ceri-mónia e do convívio público que seseguiu, um rápido sobrevoo da cidadee do concelho da Ribeira Grande.
Vila criada por alvará régio de 4 deAgosto de 1507 e elevada a cidade peloDecreto 15/81 da Assembleia Re-gional dos Açores, assinado pelo seuPresidente de então, Álvaro Mon-jardino, a 29 de Junho de 1981, aRibeira Grande tem sido, ao longo dosséculos, o centro da expansão econó-mica na zona norte da verdejante Ilhade S.Miguel.
Desde a sua existência, foi con-frontada a diversas calamidades na-turais, e, conseguindo ultrapassar asintempéries, guarda intacto um ricopatrimónio, cuja monumentalidade —de carácter religioso e cívico — sãomarcos de um passado esplendoroso,onde se reflecte o dinamismo dumapopulação que soube, desde a suafundação, impregnar-lhe uma fisio-nomia urbana de grande mérito.
Os modernos empreendimentosagrícolas a par da primeira centralgeotérmica portuguesa, são pólosdeterminantes na sua economia queviu, no passado, a indústria têxtil serponta de lança na Região.
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A VOZ DE PORTUGAL, 25 de Agosto de 2004 - Página 2
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Os textos (e ilustrações) de Opiniãopublicados nesta edição são dainteira responsabilidade dos seusautores, não vinculando, directa ouindirectamente, o cariz editorial einformativo deste jornal.
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As balizas caem, sai decreto.Continuam a cair? Não deses-perem: sairá outro decreto.Portugal é assim. Já não acredi-tamos em decretos, mas elescontinuam a sair ao mesmoritmo que são desrespeitados.Remedeia-nos o enquadra-mento da União Europeia, os
Um país entre oarranjismo e o desenrasca
euros.De vez em quando, há tem-
pos de lucidez. Portugal con-centra-se num objectivo e dáboa conta de si, à custa de bonsprofissionais, que os há, queteimam em não desistir, queresistem a invejosos e buro-cratas. É isso que faz falta.Fazem falta bons profissionais:na política, na justiça, na econo-mia ou no desporto. Daquelesque dão a cara, demonstramidoneidade e preparação erespondem pelos resultados.Raridades.
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As culturas intensivas prati-cadas a partir de um plano deregras criado e orientado comobjectivos para produções agrí-
colas de maior qualidade, sãoacompanhadas pelo desen-volvimento das actividadesindustriais, comerciais e ban-cárias, que asseguram os apoiosnecessários à sua irradiaçãopara as populações da periferiae do exterior da Ilha.
Com cerca de quarenta milhabitantes, situada na costanorte, a Ribeira Grande estáerguida numa vasta planícieque é atravessada por umalonga ribeira que lhe deu onome, e desagua na larga en-seada do Atlântico.
Conta o Concelho com 14freguesias que têm estes no-mes: Calhetas, Pico da Pedra,Rabo de Peixe, Ribeira Seca,Conceição, Matriz, Ribeirinha,Porto Formoso, São Brás, Maia,Lomba da Maia, Fenais daAjuda, Lomba de São Pedro eSanta Bárbara.
A história da larga e longa
ribeira está associada aos pri-meiros passos do povoamentoda região pois que os primeiroscolonos, grandes conhece-dores de técnicas de trabalharcom água, ali implantarammoinhos e utilizaram a força dacorrente para fazerem fun-cionar outra maquinaria como,por exemplo, antes de 1526 — oano do surto da peste — umaserração de madeira.
Nesta época, a economia erasobretudo baseada na agri-cultura e na indústria de moa-gem—daí a importância daribeira— empregando nestaúltima actividade para cima de50 homens que trabalhavamnos moinhos ribeiragranden-ses, moendo os cereais que dePonta Delgada vinham, por osdesta cidade acharem ser alique melhor eram moídos.
Mas o Concelho da RibeiraGrande tem outros ex-libris.Um deles e dos mais impor-tantes, é a cultura e fabrico dochá que se encontra na Gorrea-na, pequena localidade da fre-guesia de São Brás e que é aúnica em operação na Europa.Produzido na ordem das qua-renta toneladas anuais, é con-sumido em toda a Região eexportado para vários pontosda Europa e América. Das ou-tras culturas com maior des-taque no Concelho, contam-sea do tabaco, chicória e beter-raba.
Juntam-se os produtos pisca-tórios, onde Rabo de Peixe,
como o seu nome sugere, é caisde traineiras e de pescadores,que diariamente se expõem narude faina do mar.
Por seu lado, Laval, tambémconheceu princípios difíceis.Antes mesmo que se inicie oseu verdadeiro desenvolvi-mento, a Ilha de Jesus foi pro-priedade de três Senhores paraquem a valorização do territórioera preocupação bem secun-dária. Administrada por aristo-cratas vindos da muito euro-peia França, a Ilha andou demão em mão até que foi legadaao Seminário do Québec que,em 1680, aqui estabeleceu seisdos seus domínios e assegurouo seu desenvolvimento até aabolição do regime senhorial.
Foi em 1854 que a rupturaoficial das amarras feudais en-tre o Seminário e os ocupantesda Ilha teve lugar passando apartir de então os habitantes aserem proprietários das terrasque cultivavam. Com a adop-ção do Acto das Municipali-dades e Caminhos do Baixo-Canada, em vigor no 1º deJulho de 1855, as quatro pri-meiras paróquias — Saint-François-de-Sales, Sainte-Rose-de-Lima, Saint-Vicent-de-Paule Saint-Martin (mais tardeSainte-Dorothée), transforma-ram-se em municipalidades,elegendo cada uma delas o seuprimeiro Presidente da Câ-mara e respectivo elenco mu-n i c i p a l .
Ao longo dos séculos o povoa-mento da Ilha de Jesus progre-diu de Este a Oeste e, tendo-seinicialmente desenvolvido maisnas zonas ribeirinhas, passouentão a ocupar e a cultivar emdirecção ao centro do territó-rio, numa explosão demográ-fica que criou novas paróquias,novas vilas e permitiu um de-senvolvimento importante daeconomia local, começando aaparecer artesãos e negocian-tes, que se juntaram aos dife-rentes profissionais e gente deofícios que entretanto, tinhamdesembarcado na Ilha.
A urbanização da Ilha deJesus começa timidamente nosprincípios de século XX, com acriação da cidade de Laval-des--Rapides (1912) e a vila de A-bord-à-Plouffe, em 1915. Outrascidades se seguiram e o desen-volvimento nunca mais parou.Até que em 1965, no prosse-guimento do relatório da Co-missão Sylvestre criada no anoanterior pelo Ministério dosAssuntos Municipais, foramfusionadas as 14 municipa-lidades existentes e assim cria-da a Cidade de Laval a 6 deAgosto desse ano. Bastantejovem ainda, a colectividadelavalense dotou-se dos instru-mentos necessários a umacidade dinâmica, como par-ques industriais, grandes cen-tros comerciais, sociedade detransportes públicos, CEGEP,Casa das Artes, Hospital Geral,Fábricas de filtração e trata-mento de águas, bibliotecas,parques de lazer e repouso,piscinas e para além doutros, oCentro da Natureza, local derepouso, de divertimento famil-iar e de espectáculos ao ar livre.Presentemente encontra-seem fase avançada a construçãodo Metro no prolongamentodas vias de Montreal.
No encontro na Câmara Mu-nicipal de Laval, o Presidente damesma, Gilles Vaillancourt,dirigiu algumas palavras deboas-vindas em Português esalientou os interesses comunsda cooperação entre as duasedilidades, fazendo realçar ofacto de a comunidade portu-guesa de Laval ser, na suagrande maioria, oriunda dosAçores e em particular, umaboa percentagem da região daRibeira Grande. Lembrou de-pois, a excelente recepção queele e os membros da sua dele-gação tiveram no ano passado,aquando da visita àquela cidadecapital do Concelho do mesmonome, dizendo-se honrado coma visita do Senhor Dr. AntónioRibeiro Costa e da sua comitiva,agradecendo a oportunidadeque lhe concederam de os rece-ber em Laval.
Por seu lado, o Presidente doMunicípio ribeiragrandense,expressando-se num bomFrancês, manifestou um gran-de prazer de se encontrar nes-tas terras, onde teve a opor-tunidade de constatar a posi-ção ímpar da cidade de Lavalem relação à sua invejávelsituação no Québec e no Cana-da, referindo-se com carinho àsfamílias da sua região aqui
residentes, e aos laços queunem estes às origens açoria-nas. Sublinhou também asvantagens deste tipo de acordode permuta e cooperação, queabrem novas vias de compre-ensão e entendimento entre asduas municipalidades, quepermitem possibilidades dedesenvolvimento e de trocascomerciais, algumas com inci-dências turísticas certamentenão neglijáveis. O Senhor Pre-sidente fez-se acompanhar portrês empresários da RibeiraGrande, de outras tantas áreasligadas ao desenvolvimentocomercial e turístico.
David Pereira, Chanceler doConsulado-Geral de Portugal,fez uma pequena intervenção,congratulando-se com esteAcordo de cooperação, quesomente poderá dar vantagensaos dois municípios.
Após a assinatura do Livro deHonra da Cidade, foram troca-das lembranças entre os ele-mentos da comitiva açoriana eos representantes lavalenses,seguindo-se “un vin d’hon-neur” oferecido aos presentespela Administração Vaillan-court.
Tive ocasião durante o conví-vio de conversar com o SenhorDr. Ribeiro Costa que respon-dendo à minha pergunta sobre
as eventuais repercussões des-te Acordo de cooperação naRibeira Grande, me afirmouhaverem já graças à louváveldeterminação da Câmara deLaval, várias iniciativas queestão sendo incrementadas emvárias áreas, havendo certasconvergências em vários as-pectos sociais, comerciais eturísticos, para além de umintercâmbio que nasceu com avisita à sua cidade de umaequipa de futebol de Laval e deestarem em preparação en-contros entre a juventude dasduas cidades, numa troca devisitas, onde serão recebidosem ambientes familiares, a fimque uns e outros tomem co-nhecimentos de formas de vida,de usos e costumes, aprendamou reaprendam tradições e seforjem amizades entre essasgerações, de forma a, conhe-cendo o passado, poderem pro-jectar no futuro toda a riqueza
Ribeiro Costae a Amizade Ribeira Grande-Laval
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das suas raízes.Facto a assinalar, o Senhor
Dr. Ribeiro Costa foi já, nosanos 70, colaborador de A Vozde Portugal, e dela guarda boasrecordações, que muito nossensibilizaram. O Senhor Presi-dente da Câmara da RibeiraGrande, vai ficar ainda algunsdias connosco, estando estanoite numa recepção oferecidapela Casa dos Açores de Mon-treal.
Gratos pela visita e bom re-gresso Senhor Presidente.
LeiaA Voz de Portugal
o seu jornalà
quarta-feira
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A VOZ DE PORTUGAL, 25 de Agosto de 2004 - Página 3
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Funchal em mudança A 21 de Agosto de 1508, o
rei D. Manuel assinou a CartaRégia que elevava a vila doFunchal, a cidade. Quase qui-nhentos anos depois, o princi-pal centro da Região é umacidade em constante desen-volvimento. Hoje mostramos-lhe algumas das mudançasocorridas no último século.
Sábado passado, celebrou-seo 496º aniversário da elevaçãodo Funchal a cidade, quase 500anos de história repletos demuitas mudanças e desen-volvimentos, fazendo com queFunchal do século XXI em nadapossa ser comparado com apovoação do século XV.
Aliás, aquando do início dopovoamento, a antiga vila doFunchal tinha uma área muitoreduzida e era limitada a Sul,bem perto do mar por umamuralha de pedra, a Oeste pelaRibeira de São João, a Nortepelo Pico dos Frias e a Lestepela margem da Ribeira deSanta Luzia.
A pouco e pouco, a Madeira eem especial o Funchal, foi ga-nhando notoriedade, tornan-do-se um importante centro deactividade mercantil e não só.Em apenas umas décadas,desde a descoberta, o desenvol-vimento foi tal que a pequenavila, no meio do Atlântico, tor-nou-se alvo da maior atençãorégia. Isto fez com que em 1508,D. Manuel assinasse a CartaRégia, que elevaria a vila doFunchal a cidade.
Segundo explica o ElucidárioMadeirense, «o natural e sem-pre crescente desenvolvimen-to do Funchal em antigos tem-pos, tornando-o um importanteemporio comercial e um centrode grande actividade indus-trial e mercantil, plenamentejustifica a medida tomada pelorei D. Manuel na sua CartaRégia de 21 de Agosto de 1508,elevando a vida do Funchal àcategoria de cidade. Havia 50anos que de simples povoaçãose fizera via, e decorrido ape-nas meio século passa a ter osforos de cidade, a primeira quese criou nos nossos domíniosultramarinos.»
Com esta distinção, o Fun-chal ganhou outra dimensão,não só em termos de área, co-mo também em termos de no-toriedade, já que sendo umacidade, a sua importância parao país e para o Mundo aumen-
tou consideravelmente.A crescente cultura da vinha
e da cana-de-açúcar traria afama mundial à ilha, e com elaviriam para o Funchal os merca-dores ingleses, famílias abasta-das portuguesas, intensifican-do-se as relações comerciaiscom outros países da Europa,enfim, uma série de aconteci-mentos que fariam da jovemcidade um verdadeiro centrourbano da época, repleto decasas senhoriais e de uma forteactividade mercantil.
A partir de então, o desen-volvimento desta cidade nãotem parado e, actualmente,quem perde alguns momentosa passear pelas renovadas viasrápidas, ou simplesmente pelasruas do centro, consegue perce-ber sem grande esforço que seencontra no Funchal do séculoXXI. Hoje, com cerca de 104 milhabitantes (dados relativos aosCensos de 2001), o Funchal éuma cidade em constante de-senvolvimento e crescimento.Das infra-estruturas modernas,ao comércio que em tudo sepode comparar com os grandescentros europeus, nada faltanesta cidade nascida à beira-mar.
Mas já que estamos a apro-ximar-nos da celebração dos500 anos da elevação da vila doFunchal a cidade, nada comoaproveitar para mostrar algu-mas das mudanças sofridas noúltimo século, quando se torna-ram visíveis as maiores altera-ções do Funchal.
Assim, e como uma imagemvale mais do que mil palavras,nesta edição pedimos a colabo-ração do Museu PhotographiaVicentes, para que todos nós, eem especial as gerações maisjovens, possam apreciar as“paisagens” do Funchal comofoi até meados do século XX.
Da Rua 5 de Outubro e Rua31 de Janeiro, passando pelaAvenida do Mar, “viajando” atéao Parque de Santa Catarina eRotunda do Infante, sem esque-cer a vista do Pico dos Barce-los, a Igreja da Sé, ou a típicaimagem da baía do Funchal, jáque sábado se celebrou um Diada Cidade, mostramos-lhe opassado e o presente de ummunicípio que caminha a pas-sos largos para o futuro.
Aprecie e deixe deslumbrar-se pelas mudanças...
Iates nas marinascaçados sem selo
GNR estende à Madeira ope-ração nacional de fiscalização.
A Brigada Fiscal da GuardaNacional Republicana (GNR)está a levar a cabo uma ope-ração de grande envergaduranas marinas da Região Autó-noma da Madeira, por forma adetectar todas as embarcaçõesde recreio que ainda não paga-ram o obrigatório imposto decirculação, vulgarmente cha-mado de selo.
Esta acção de fiscalização naMadeira, cujos resultados de-verão ser anunciados em bre-ve, insere-se numa vasta ope-ração ao nível nacional daGNR.
Os elementos da Brigada Fis-cal fiscalizaram não só os iatesda marina do Funchal, mastambém os da marina da Quin-ta do Lorde e, provavelmente,outros pequenos ancora-dou-ros.
O pagamento fiscal desteimposto já deveria ter sido feitoaté final do passado mês deJunho, ainda assim haveráproprietários de embarcações
da frota local da Madeira quenão cumpriram com esta deter-minação, estando agora sujei-tos a multa, além do pagamentodo selo.
De realçar que este ImpostoMunicipal sobre Veículos res-peita não só automóveis ligei-ros de passageiros, mas tam-bém outros veículos, comobarcos e motociclos.
Castelo de S.Sebastião vaireceber ecoteca da ilha do Faial
O Governo açoriano e a Câ-mara da Horta assinaram umacordo para instalação da eco-teca da ilha do Faial no castelode S.Sebastião, freguesia dasAngustias. O novo serviço, osétimo do género criado nosAçores para sensibilizar a popu-lação, sobretudo os jovens,sobre problemas da área am-biental, vai permitir a “revita-lização” daquela fortificaçãohistória.
Na assinatura do acordo, osecretário regional do Am-biente, Hélder Silva, salientou a
importância da parceria com aautarquia num projecto quepretende “formar cidadãosque sejam capazes de reflectirsobre os problemas ambientais,e de intervir de forma cons-ciente, crítica e eficaz na socie-dade”.
As ecotecas começaram asurgir em Portugal há cerca de10 anos, chegando aos Açoresem 1999. No arquipélago háserviços em funcionamentosno Pico, Graciosa, S.Miguel,Flores e São Jorge
Diocese investe 2,5 a 3,0 milhõesem centro pastoral de S.Miguel
A Diocese de Angra anun-ciou um investimento de cercatrês milhões de euros na cons-trução de um Centro Pastoralna ilha de São Miguel, para arealização de retiros, reuniõespastorais e de movimentos deleigos.
O vigário-geral de S.Miguel,João Maria Brum, adiantou àAgência Lusa que a constru-ção da infra-estrutura repre-senta um investimento de entre2,5 e 3,0 milhões de euros.
A mesma fonte adiantou que
o centro, que ficará localizadonas Calhetas de Rabo de Peixe,resulta da necessidade de cria-ção de um espaço próprio paraactividades do clero e mo-vimentos de leigos resultanteda venda do antigo Semináriode Ponta Delgada.
O projecto do Centro Pasto-ral, com capacidade para alojar50 pessoas, foi cedido pela Câ-mara Municipal da RibeiraGrande e as obras deverãoarrancar no Verão ou em finaisde 2005
Força Aérea Portuguesa recusacomentar incidente nos Açores
A Força Aérea Portuguesa(FAP) recusou fazer qualquercomentário sobre as causasque estiveram na origem deum incidente ocorrido noespaço aéreo dos Açores, envol-vendo duas aeronaves civis,uma das quais da TAP.
O avião da TAP, que trans-portava 133 passageiros e oitotripulantes, preparava-se paraaterrar na ilha Terceira, às09:40 locais (10:40 no conti-nente), quando subitamenteteve de fazer uma manobra paraevitar uma colisão com outroaparelho, da Ediçor, do GrupoSomague.
Na execução da manobra deemergência, 32 passageiros edois tripulantes ficaram feridos.
O avião da TAP estava sobcontrolo militar da Base dasLajes quando teve de fazer amanobra brusca, segundo fon-te da Nav - Navegação Aérea.
De acordo com o porta-vozda NAV, o controlo do aviãopassou da Navegação Aéreapara o controlo militar do tráfe-go aéreo da Base das Lajes, da
responsabilidade da Força Aé-rea Portuguesa, às 10:14.
O Estado-Maior da FAP, con-tactado pela Agência Lusa parase pronunciar sobre as razõesdo incidente, recusou avançarcausas.
“Não faz sentido especularsobre eventuais causas quandoo Ministério das Obras Públi-cas, Transportes e Comuni-
cações já abriu um inquéritopara apurar responsabilidadesdo incidente. Aguardemos oresultado da investigação queserá desenvolvida pelas autori-dades aeronáuticas civis, quesão as que têm competênciapara averiguar este caso”, disseà Agência Lusa a fonte da FAP.
A TAP também já anunciouuma investigação ao incidenteocorrido nos Açores.
Populares terão agredido doisjovens suspeitos de abuso sexual
Populares terão agredido demadrugada no Lajedo, PontaDelgada, dois jovens suspeitosde abusarem sexualmente deduas menores, tendo os quatrosido encaminhados para o hos-pital local, informou a PSP.
Fonte da PSP adiantou àAgência Lusa que a polícia foichamada ao local cerca das02:00, na quarta-feira passada,tendo encontrado os dois pre-sumíveis violadores, de 19 e 21anos, tal como as duas me-nores, de 13 e 15 anos, “caídosno chão” num prédio em cons-trução.
A mesma fonte indicou que ocaso foi entregue para inves-tigação à Polícia Judiciária eque os implicados evidencia-vam ferimentos ligeiros
Avenida litoralem S.Vicente em 2005
A Câmara Municipal de Pon-ta Delgada anunciou a constru-ção, no próximo ano, de umaavenida litoral ao longo da costada freguesia de São VicenteFerreira, num investimentoorçado em dois milhões de eu-ros.
Segundo a autarquia, alémda construção da avenida lito-ral, o ante projecto prevê tam-
bém obras de beneficiação dazona balnear de São VicenteFerreira, nomeadamente acriação de uma zona verde eum espaço de solário, em betão,bem como balneários e sani-tários subterrâneos.
As obras de beneficiaçãocompreendem ainda a melho-
ria da rampa balnear dos Poçose uma intervenção ao nível doreordenamento das rochas deprotecção para permitir o alar-gamento da zona dos banhos.
A presidente da Câmara dePonta Delgada, Berta Cabral,que hoje visitou a freguesia,referiu que a intervenção pre-tende “melhorar as condiçõesde utilização” da zona balnear
dos Poços que “durante o Ve-rão concentra inúmeros locaise visitantes”.
“As obras pretendem igual-mente contribuir para o embe-lezamento de uma zona dereconhecido interesse turís-tico”, acrescentou Berta Ca-bral.
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A VOZ DE PORTUGAL, 25 de Agosto de 2004 - Página
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Praça de Touros de Lisboacomemorou 112 anos
A Praça de Touros do CampoPequeno, em Lisboa, come-morou na última quarta-feira112 anos de vida, noticiou oCorreio da Manhã.
Inaugurada a 18 de Agostode 1892, a primeira corrida foimarcada pela pompa e circun-stância da época. A partir daí, apraça marcou a tradição tauro-máquica portuguesa.
Contudo, a praça não foi sem-pre no mesmo sítio porque alémde ter sido inaugurada naJunqueira, passou pela Praça do
Salitre e pelo Jardim da Estrela.Actualmente, a Praça de
Touros do Campo Pequenoestá a sofrer obras de reabi-litação e já deveria ter sido re-inaugurada em Março último.
Mas esta reabertura pareceestar conturbada uma vez quede Março foi adiada para Junhoe, em Junho, foi adiada para omais breve possível. Apesar denão se saber ao certo a data dareabertura, fala-se que a novapraça deverá abrir em Ou-tubro
Realismo e entusiasmo
Paulo Portas elegeu a recu-peração financeira dos Esta-leiros Navais de Viana do Cas-telo como o “principal guia demissão” da nova presidente daEmpordef, Rosário Ventura,ontem empossada. “QueroPortugal com uma construçãonaval a dar postos de trabalho,oportunidades de negócio euma fonte de prestígio para anossa bandeira , em qualquerparte do Mundo”, afirmou o
Aprimeira reunião informaldos futuros comissários euro-peus decorreu, segundo DurãoBarroso, num “espírito exce-lente de realismo e entusias-mo”, na qual ficaram acertadasnormas de organização inter-na e a aprovação de um códigode conduta. Em prol da me-lhoria da imagem da ComissãoEuropeia. Seguiu-se a tradi-cional foto de família e um
almoço a 25. “O encontro foi útilpara a nossa coesão, antes denos apresentarmos perante oParlamento Europeu”, afirmouaos jornalistas o presidenteeleito da Comissão Europeia,que aproveitou para anunciarque a nova equipa reunir-se-ánovamente a 17 de Setembro,antes das audições dos comis-sários perante o ParlamentoEuropeu.
ministro da Defesa Nacional edos Assuntos do Mar, discur-sando na cerimónia de posse dagestora da holding estatal daindústria de Defesa. Perante ochefe de Estado Maior dasForças Armadas e as chefiasdos três ramos, Rosário Ven-tura manifestou a intenção deaprofundar a “integração dosEstaleiros no âmbito das indús-trias de Defesa”.
Paulo Portas em Viana-do-Castelo
“Barco do aborto” causa polémica Bruno Martins
Partidos dividem-se com pre-sença do barco holandês. Movi-mento Democrático das Mu-lheres chama ao Aurora «umainiciativa de solidariedade».Manifestações não estão postasde lado
«Qualquer pessoa que pro-mova a prática do aborto emPortugal deve ser punido. Nóstemos uma lei em Portugal quetem de ser respeitada». Este é oparecer do líder da bancadaparlamentar do Partido Popu-lar, Nuno Melo, sobre a via-gem, até Portugal, do «barco doaborto», de 29 de Agosto a 12 deSetembro. Em declarações aoPortugalDiário, o deputadopopular mostra-se contra apresença do Aurora em águasportuguesas já que, explica,«temos leis aprovadas demo-craticamente. Os promotoresdeste evento têm de se confor-mar que temos uma lei queestabelece limites à prática doaborto». E nem o facto de osabortos serem realizados emáguas internacionais atenua ascríticas, uma vez que são mu-lheres portuguesas que vãopraticar uma actividade quenão é permitida em Portugal.Por outro lado, o PS, principalpartido da oposição considerouque a iniciativa é «uma boaforma de voltar a pôr à discus-são a situação em Portugal» esublinhou que se trata de umaassociação que «defende osdireitos das mulheres numabase de direitos humanos». Ossocialistas defendem que ainiciativa «não irá resolver oproblema das mulheres portu-guesas e da legislação desfa-sada e injusta», e defendeu que«a situação terá que ser resol-vida internamente». Para odeputado do Bloco de Esquer-da Luís Fazenda, a presença donavio holandês, que ficará emáguas internacionais ao largoda costa portuguesa, «é umaacção perfeitamente legítima».«Visa chamar a atenção para apersistência de uma legislação
que é um atentado aos direitosda mulheres», disse o deputadobloquista, acrescentando que oBE «aguardará as iniciativas»que a «Women on Waves» to-mar. Também o PCP se mostraa favor da presença da embar-cação e considera que «todas asformas de expressão de soli-dariedade com as mulheresportuguesas e para a situaçãoem Portugal são úteis». «Umainiciativa de solidariedade» OMovimento Democrático pelasMulheres (MDM) prefere con-siderar a vinda a Portugal doAurora «uma iniciativa de soli-dariedade para com as mu-lheres que estão a ser julgadase condenadas» por fazer Inter-rupções Voluntárias da Gra-videz. «Este barco é uma formade demonstrar que o abortopode ser feito com condiçõesque não levantam quaisquerproblemas de saúde às mu-lheres», diz ao PortugalDiárioRegina Marques, do MDM. Aresponsável pelo movimento
não vê qualquer problema coma vinda a Portugal do «barco doaborto». «Impedir a entrada dobarco nas águas portuguesasnão seria muito correcto, por-que a lei permite fazer abortosem alguns casos». Para já, tantode um lado como do outro,ainda não se sabe se vão ou nãoser realizadas campanhas a fa-vor ou contra a presença doAurora. Mas o MDM não excluiessa hipótese, «não por causado barco, mas sempre pelacausa da despenalização doaborto e pelo respeito das von-tades da mulher».
Jovem baleadoestá em perigo de vida
O jovem de 15 anos que foibaleado por um amigo, en-
quanto brincavam com umacarabina, está em perigo devida.
O jovem de 15 anos que foibaleado por um amigo de 14,domingo, no sítio de Pombal deQuerença, no concelho de Lou-lé, apresenta um prognóstico«extremamente reservado».
Segundo o director clínicodo Hospital de Faro, LarguitoClaro, a vítima encontra-seligada a um ventilador, depoisde ter sido submetida a umaintervenção cirúrgica, tendo-lhe sido removido o pulmãodireito.
Na tarde de domingo, os doisamigos estavam em casa a verum filme. O mais novo decidiumostrar a carabina do pai.Acabou por disparar e atingir oamigo no peito.
LeiaA Voz de Portugal
o seu jornalà
quarta-feira
Portugal vai perder poder de compraface à média europeia até 2006
O poder de compra dos por-tugueses face à média europeiavai diminuir este ano e no pró-ximo, segundo um estudo doEurostat publicado esta se-gunda-feira.
De acordo com o documen-to, que recorre ao ProdutoInterno Bruto (PIB) com pari-dade de poder de compra(PPP), Portugal apresenta umpoder de compra de 75,2% damédia europeia no ano passado,valor que deverá cair para 74%
este ano e 73,4% no próximo.Segundo o Eurostat, o poder
de compra relativo dos portu-gueses no próximo ano seráinferior ao verificado em 1995(73,8% da média dos Quinze).
Entre 1996 e 2001, o poder decompra dos portugueses face àmédia europeia passou dos73,7% para os 78%. Em 2002, oindicador recuou para os 77,8%,no ano passado, segundo osvalores estimados, a quebra foide 2,6 pontos percentuais.
A Vozde Portugalna Internet
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A VOZ DE PORTUGAL, 25 de Agosto de 2004 - Página 5
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O islamismo radical (IV)
Milhares de jovens sauditas ede outras monarquias do Golfoseguiram os passos de Bin Laden.As idas para a «guerra santa» noAfeganistão passaram a ser co-nhecidas como «jihad tours». Em1979, Bin Laden deslocou-se aoscampos de refugiados no Pa-quistão, iniciando a ajuda fi-nanceira à resistência afegã.
Em 1982, entrou finalmente noAfeganistão, juntando-se aos“mujahedin”. Quando, em 1984,regressou ao seu país, afirmou:“Vivi mais em dois anos noAfeganistão do que poderia viver
em 100 anos noutro sítio qualquer”. Com o aumento da chegadados combatentes muçulmanos dos países árabes, a partir de 1984,Bin Laden montou campos de treino militar na fronteira doPaquistão com o Afeganistão, por onde passavam aqueles queficaram conhecidos como “os afegãos árabes”. Foi a partir destemomento que Bin Laden plantou as raízes para o que viria a sera Al-Qaeda. No mesmo ano Bin Laden conheceu o médico egípcio,Ayman al-Zawahiri, membro da Irmandade Muçulmana, o qualtinha fugido da prisão no Egipto e é hoje um dos principaisdirigentes da Al-Qaeda, sendo mesmo considerado o principalcérebro dos ataques do 11 de Setembro.
Bin Laden e Al-Zawahiri representam os dois padrões de árabesque se transformaram, durante a década de 80, nos “soldados doIslão”. Por outro lado, o filho de uma família milionária da ArábiaSaudita, desiludido com o seu país e à procura de um rumo queacabasse com o vazio de uma vida abastada e fácil. Aliás, as idaspara a “guerra santa” no Afeganistão tornaram-se tão comuns quecontribuíram para a radicalização dos jovens sauditas. O outro tipode “jihadistas” era constituído por intelectuais e membros dasprofissões liberais dos países do Médio Oriente e do Magrebe,muitos deles com passado político, normalmente associado àIrmandade Muçulmana. Quando os soviéticos se retiraram doAfeganistão, os membros das brigadas islâmicas internacionaistinham duas soluções; regressavam aos seus países, onde iriamtentar fazer revoluções, como aconteceu na Argélia, no Egipto ena Arábia Saudita, ou então iam combater outras guerras delibertação em nome do Islão, como na Caxemira, na Chechénia,ou na Bósnia.
Empolgado com a abertura soviética, com a queda do Muro deBerlim e com as revoluções democráticas no Leste europeu, omundo ocidental ignorou a importância de uma segunda datacrucial para o islamismo radical. Em 1989, no Afeganistão, astropas soviéticas retiravam, esgotadas e humilhadas, e oscombatentes islâmicos proclamavam vitória. Simultaneamente, oenfraquecimento da União Soviética abria caminho para oaumento do islamismo na Ásia Central. No Sudão, a FrenteIslâmica Nacional conquista o poder através de um golpe deEstado. Na Argélia, a Frente Islâmica de Saudação ganhava aseleições regionais, as primeiras eleições livres desde aindependência do país. Do Irão, Khomeini proclamava a “fatwa”,a declaração de morte, contra o britânico Salman Rushdie, o autordos “Versos Satânicos”. De facto, nesse mesmo ano, a “jihad” afegãderrotou uma das duas superpotências. Em suma, um ano devitórias e de expansão para o islamismo radical.
Convencidos de que tinham desempenhado um papel centralna derrota do império soviético, Bin Laden e os seus companheirosconvenceram-se que também seriam capazes de vencer o impérioamericano, comparando o estabelecimento de bases militaresamericanas na Arábia Saudita com a invasão soviética doAfeganistão. A declaração de guerra aos Estados Unidos teve oseguinte título: “Declaração da `jihad` contra a ocupaçãoamericana dos lugares sagrados.” Simultaneamente, Bin Ladenapelava à revolução contra a monarquia saudita por esta terautorizado o desembarque de soldados infiéis (os americanos) naterra sagrada do Islão.
O Metro a LavalSublime paradoxo
Para que servem os cadernosde encargos, — essa documenta-ção oficial a que respondem oscandidatos interessados na adju-dicação de qualquer obra deenvergadura e onde deverão serindicados entre outras condi-ções, os estudos, as análises, oscustos, a descrição de materiais autilizar e o prazo de execução, —se estas prerrogativas nunca sãorespeitadas?
A saga do Metro de Laval com os seus custos exorbitantes,escandalosos, vem confirmar, mais uma vez, este paradoxo.
As obras públicas e não só na via pública são, quase sempre, umexemplo acabado de falta de rigor e de cumprimento de metas,quer na concepção, quer na orçamentação quer, ainda, na suaexecução. A última semana foi fértil em informações que meprovocaram alguma erupção cutânea, a propósito deste novoelefante branco, a que o Governo do Québec não soube, não quis,meter travão. E quando falo no Executivo provincial, refiro-metanto ao Governo actual, como aos precedentes. A res-ponsabilidade é dos três últimos. E brada aos céus!
Um projecto que no início não deveria ultrapassar 179 milhõesde dólares, está no momento presente acima de 800 milhões efaltam ainda dois anos para a sua conclusão. A conclusão previstanum projecto onde todas as “previsões” foram ultrapassadas…
Bruno Bisson, do Jornal La Presse, foi ver as obras em curso eescreveu para os seus leitores o historial deste poço sem fundo, emque se transformou o prolongamento da linha do Metro até Laval.Sob o título de “Três Ministros, o mesmo erro” o jornalistapergunta quantos Ministros dos Transportes serão necessários,para fazer passar “un sapin” de 809 milhões aos contribuintes….
No caso do Metro de Laval, continua o articulista, foram três. Ospequistas Guy Chevrette e Serge Ménard e o liberal YvonMarcoux. Todos eles são culpados de negligência por não teremsubmetido o projecto a uma avaliação rigorosa por reconhecidosespecialistas, apesar dos muitos sinais alarmantes de aumento doscustos e das falhas verificadas na gerência do projecto.
Segundo a Verificadora Geral do Québec que publicou emJunho o seu relatório, o projecto poderia ter sido parado, entre 2000e 2003, em três ocasiões: “Em cada uma destas ocasiões, diz averificadora Doris Paradis, os custos eram substancialmente maiselevados dos que eram utilizados na análise inicial. Mesmoactualizando os benefícios resultantes do projecto, a continuação destedeveria ter sido reavaliada”. Ora isso nunca aconteceu. E oresultado está à vista. Mas não está tudo visto…
As negligências governamentais de Lucien Bouchard, BernardLandry e Jean Charest, só terão de igual, a enormeirresponsabilidade da Agência Metropolitana de Transportes e dasua presidente, Florence Junca-Adenot. Foi a AMT que manipulounúmeros e análises irrealistas, alterando cálculos sem qualquerestudo sério. Foi a sua presidente que enviou ao Ministro Ménarda 31 de Janeiro de 2002 uma carta, informando-o de que o Conselho
de Administração da AMT tinha aprovado o conceito doprolongamento do Metro a Laval, bem assim como o seu custo,então já avaliado em 379 milhões, taxas incluídas, quando, o estudodetalhado dos custos que o CA aprovou, só foi produzido doismeses mais tarde e a avaliação feita era então de 553 milhões, taxasnão incluídas…
Mas não é tudo. Não satisfeita com toda esta irresponsabilidadee crassa incompetência, a AMT lançou os primeiros cadernos deencargos a 1 de Março, tendo começado mais tarde os trabalhosna estação Montmorency, antes mesmo que os estudospreliminares tenham sido revistos e analisados. Antes também,que o consórcio privado que constrói o Metro, tenha apresentadoum relatório do seu estudo de custos. E dois meses antes que oMinistro de Transportes os tivesse autorizado….
Apesar de todas estas evidências de caótica gerência, o GovernoCharest — portanto tão preocupado com o gelo das despesas e a“reestruturação” do Estado, aumentou de 45% o orçamento,fixando-o em 547,7 milhões, sem se saber ao certo sobre quê seterá fundado para abrir deste modo os cordões à bolsa.Definitivamente continuou-se a navegar no escuro. Nairresponsabilidade. De tal modo que um mês mais tarde, os cus-tos já tinham aumentado de 36 milhões e cinco meses depois,passava os 682 M para atingir presentemente mais de 800 milhõesdas moedas multifacetadas.
Como é possível chegar-se a tão grande desleixo dos bens doEstado? Dos dinheiros públicos?
Quantos mais milhões de dólares serão engolidos nesta aventuraparanóica?
E se outros empreiteiros interessados pelo projecto do Metroresponderam ao concurso e não foram considerados pela AMT,estarão eles em posição de direito de intentarem processosjurídicos contra o Governo, pelo não respeito das condições doscadernos de encargos?
Se não, para que servem estes?Sublime paradoxo.
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A VOZ DE PORTUGAL, 25 de Agosto de 2004 - Página 6
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CH -Montrealapresenta programação
A única estação de televisãocomunitária de Montreal, a CHMontreal, apresentou na últi-ma semana a sua programaçãopara a época 2004-05, numrestaurante do boul. St-Lau-rent, no centro da “Petite Ita-lie”.
Com a presença de cerca deduas centenas de pessoas entrepessoal directivo, técnico, res-ponsáveis de programas co-munitários, representantes daCanWest — proprietária daempresa e membros da comu-nicação social multicultural, aDirectora da estação, a sim-pática Linda Fraraccio, dirigiualgumas palavras de boas vin-das e anunciou as novidades
televisivas para a próxima épo-ca, seguindo-se depois um cur-to vídeo demonstrativo dediversos programas que fazemparte do elenco multiculturalda estação.
De notar que o essencial da
programação de CH Montrealé composto de emissões mul-ticulturais que são realizadasna própria estação e outras quesão adquiridas no exterior dopaís, completando assim umaprogramação de divertimentoe de informação em variadaslínguas.
Tivemos ocasião de cava-quear com Luís Tavares Bello eLudmira Aguiar dois respon-sáveis do programa portuguêsLuso Montreal, aproveita parafelicitar pelos esforços desen-volvidos no decurso da épocapassada, pois sabemos estaremmuito limitados na escolha detemas a apresentar por impo-sição da estação, o que não é de
molde a facilitar-lhes a acção.A CH Montreal é apresen-
tada no Cabo na posição 14 epode ser também escutada evista na antena da Bell Ex-pressVu na posição 209.
Rapaz ou Rapariga…
Manuel e Jacinta estavamcasados havia já três anos.
Havia uma bonita relaçãoneste casal e eles desejavammuito ter uma criança. O tempoia passando e eis que Jacintaanuncia sua gravidez. Quealegria! Claro, seguiam a vigi-lância médica, escutavam osconselhos dos pais e amigos e láiam vivendo aquele tempo ma-ravilhados, fazendo planos paraa criança que em breve iriaestar ali no meio deles.
Jacinta estava já no hospital eele estava na sala de espera.Em breve a porta iria abrir-se eele, o Manuel, iria poder enfimapertar nos braços o seu filho, oseu tão querido e desejadofilho. Entretanto, subiu-lhe aoslábios a pergunta que já tantavez havia formulado: seria ra-paz ou rapariga?
Começou a passear de umlado para o outro, pois não po-dia manter-se quieto, roídocomo estava de ansiedade. Emseu corpo percorria-lhe umfrémito de alegria. Suspiravapelo momento de poder verJacinta, acarinhá-la, repetir-lheo quanto a amava e contem-plarem juntos o filho recém-nascido, fruto do seu amorabençoado. Ah! Aqueles minu-tos de espera!...
Acendeu um cigarro. Na-quele instante, lembrava-se dosdoces momentos que amboshaviam passado conversandosobre esse pequenino ser queconstituiria dali em diante aalegria, a luz e a felicidade doseu lar. Com que ansiedade oaguardavam! Cada peçazita deenxoval que Jacinta amorosa-mente preparava naqueles se-rões de paz e intimidade, eramtestemunha dos seus colóquios,dos seus sonhos, dos seus dese-jos e preocupações como futu-ros educadores.
Um gemido débil de criança- o seu primeiro sinal de pre-sença no mundo - redobrou oseu nervosismo. E a mesmapergunta atravessou-lhe o espí-rito com a rapidez dum relâm-pago: rapaz ou rapariga?
Lançou pela janela entre-aberta o cigarro quase inteiro eluzinhas várias brilharam, pormomentos, lá fora, no passeio.
Na verdade, aqueles minutosde espera davam-lhe cabo dosnervos. Tinha a sensação deestar ali há já muitas horas.Contudo, alheia ao seu estadofebril, a imaginação singrava oseu caminho e permitia-lheantever já o seu filho com al-guns meses de idade, balbu-ciando as primeiras palavras,sorrindo – deixando ver o seuprimeiro dentinho de bebe, deolhitos azuis, tudo querendoagarrar...depois esperando-o àporta, quando regressasse dotrabalho, contando-lhe talvezos estragos que sofrera o brin-quedo preferido ou pedindo-lhena sua vozinha tão cheia deencanto, que o acompanhassenas brincadeiras que mais gos-tava...
Ternura, carinho, amor, tu-do agora nele vibrava e cheiode emoção ansiava pelos mo-
mentos ditosos em que pu-desse, no mesmo abraço, beijaros entes que tanta amava.
Passos rápidos soaram noquarto contíguo. Sobressaltou-se, mais uma vez a mesma per-gunta cruzou-se rápida no pen-samento: rapaz ou rapariga?Rapariga ou rapaz?
Ia agora saber com certeza.Mas...pensou: rapaz ou rapa-riga, que lhes interessava?Nunca ele ou Jacinta tinhammanifestado vez alguma as suaspreferências ou desejos. Umfilho é sempre uma bênção deDeus, e por isso mesmo inde-pendentemente de ver satis-feita a sua ansiedade, consi-derava já esse pequenino sercomo uma graça do Céu.
Sorriu, enquanto que numgesto rápido novo cigarro acen-dia. Lembrava-se com mágoa,de certos pais que contrariadosnos seus desejos, chegavam amostrar aversão pelo filho quenascera. Que insensatez maislamentável. Que falta grandede compreensão. Da criançade hoje – e daquelas que Deuslhes fosse ofertando – ele eJacinta desejavam que se tor-nassem mais tarde verdadeiroshomens ou mulheres na acep-ção própria da palavra.
A sua missão como educa-dores revestia-se por isso deacentuada responsabilidade.Primeiro a infância com ascaracterísticas próprias e deci-sivas que exigem dos pais umavigilância atenta e um cons-tante debruçar-se sobre o mun-do dos seus pequeninos. Apropósito, já alguém escreveu:“dá-me os primeiros seis anosde vida de uma criança que eude boa vontade vos farei pre-sente do resto”.
Depois a adolescência tãorica em emoções, com as pri-meiras manifestações de sensi-bilidade, as primeiras lutas en-tre o coração e a razão. Maistarde...a realização plena davocação!
Que sublime missão a dosPais. Moldando os caracteres,limando imperfeições, robus-tecendo vontades, enrique-cendo o coração dos filhos,oferecem, autênticos valores ahumanidade e contribuemnobremente para um mundomelhor.
A missão era espinhosa. Ele eJacinta sentiam bem o peso daresponsabilidade mas no en-tanto aceitavam-na corajosa-mente e cheios de confiança,animados da melhor boa von-tade, desejavam apenas traçarpara os filhos o verdadeirocaminho que é o do bem e o daverdade.
Finalmente a porta abriu-sedevagarinho e uma cabeçaespreitou. Sorridente, alguém ochamava do quarto. Ao trans-por a porta, de coração alvo-raçado e sentindo a alma inun-da da mais pura alegria, o jovempai murmurou como se recitas-se fervorosamente uma oração:na verdade, um filho é o maiorbem que o homem podia ter naTerra.
A Voz do CoraçãoSaber reconciliar-se
Maria Calisto
A vida é tão frágil que nuncasabemos o que pode acontecerno dia de amanhã. Claro, nãosomos feitos de pedra e porvezes estamos tão machucadosque não somos capazes de per-doar uma dor. Saber recon-ciliar-se é saber perdoar, saberpassar a outra coisa. A vida nãoé sempre cor de rosa, mas nãodevemos alimentar o ódio como rancor. Quem é que nuncamagoou alguém? Quem é quenunca pecou? Não somos san-tos, e todos nós cometemoserros. Por vezes o orgulho émais forte que a nossa boavontade. Com a reconciliaçãoestamos dando uma outra o-portunidade à pessoa que nos
melindrou. Para que serve oódio se podemos todos viver empaz? Amar é saber perdoar.Perdoar é saber esquecer. Avida é feita de obstáculos, dedor, mas também de alegria.Perdoar é esquecer, é nuncamais falar dos erros passados.Hoje estamos bem, amanhãestamos feridos, mas com von-tade, podemos ultrapassar to-das as indiferenças. Mesmo seé difícil virar a página, devemosfazer um esforço porque nãoexiste coisa melhor de viver emharmonia. Perdoe a quem oofendeu, porque amanhã tal-vez seja você que precisará deser perdoado.
Quadro «O Grito», deEdvard Munch, roubado em Oslo
O quadro «O Grito», de Ed-vard Munch, foi roubado estedomingo no Museu Munch,em Oslo, noticia a rádio públicanorueguesa NRK.
Segundo a rádio, um grupode indivíduos armadas irrom-peu pelo museu e roubaram
várias obras do pintor, entre asquais «O Grito» e «Madonna».«O Grito» é uma das obras maisconhecidas do Expressionismo.
Um produtor de rádio, Fran-çois Castang, disse à estaçãoradiofónica France Inter que seencontrava a visitar o museu
quando o assalto ocorreu. «Omais estranho é que este museunão tem qualquer sistema deprotecção dos quadros, nemalarmes».
«Os quadros estão apenaspendurados nas paredes, pre-sos por arames, e basta puxar
com mais força para os retirar,que foi o que vi um dos assal-tantes fazer», acrescentou.
A mesma fonte indicou queos assaltantes levaram os visi-tantes para o café do museu eque a polícia chegou ao localcerca de 15 minutos depois.
Natécia Rodrigues
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A VOZ DE PORTUGAL, 25 de Agosto de 2004 - Página
A Carris faz 103 anosSendo a CARRIS uma em-
presa centenária de transportepúblico de passageiros - fun-dada em 18 de Setembro de1872 - encontra-se intimamenteligada ao desenvolvimento dacidade de Lisboa tendo, aolongo do tempo, procuradoproporcionar à população fixa eflutuante da cidade, uma ade-quada satisfação das suas ne-cessidades de mobilidade.A 17 de Novembro de 1873 éinaugurada a primeira linha de“americanos” entre a Estaçãoda linha Férrea Norte e Leste(Stª. Apolónia) e o então ex-tremo Oeste do Aterro da BoaVista (Santos).
Em 31 de Agosto de 1901 teminício o serviço de Carros Eléc-tricos.
Os anos que se seguiramficaram assinalados pela totalelectrificação da rede entãoexistente, pelo aparecimento denovas carreiras e pelo cres-cimento da frota com carrosinicialmente adquiridos nosEstados Unidos e, a partir de1924, construídos nas oficinasda Empresa.
Em 1940, com o fim de refor-çar o transporte de visitantespara a Exposição do MundoPortuguês, que se realizou emBelém, a CARRIS adquire osprimeiros seis autocarros. Em 9de Abril de 1944 é oficialmenteinaugurado o serviço de auto-carros.
Nas últimas décadas, mercêdas condições de circulação edas dificuldades da sua ren-tabilização económica e social,verificaram-se grandes trans-formações na frota de carroseléctricos nomeadamente agradual diminuição do númerode viaturas, bem como dascarreiras que serviam. Entre-tanto, foi-se reforçando, reno-vando e diversificando a frotade autocarros, adequando-a àsexigências da procura e àsparticularidades dos percur-sos.
Após as décadas de 50 e 60,em que opções tomadas con-duziram a cortes significativosna rede de eléctricos, surgemnos anos seguintes novas pers-pectivas da sua reabilitação,que passam pela adopção denovas tecnologias (resultandoem velocidades comerciaismais elevadas), pelo aumentoda capacidade dos veículos epor melhores condições decirculaçäo (criação de “sítiospróprios” e sinalização espe-cífica).
1874 - SucessoO sucesso que lhe seguiu,
conjuntamente com a expan-são da rede, com os aumentosverificados na frota e com onúmero de animais de tracção,desde logo conduziram à ne-cessidade de obtenção de insta-lações permanentes, amplas, edevidamente apetrechadas, jáque os terrenos até então utili-zados para esse efeito não pre-enchiam todos os requisitosnecessários. Em 1874, apóslonga pesquisa foi adquiridauma propriedade que, alber-gando o Asilo D. Luis I, fora jádos Condes da Ponte e onde foipossível a criação da Estação deSanto Amaro à qual, a brevetrecho, se seguiria a do ArcoCego.
1877 - AmericanosEmbora tendo iniciado a sua
actividade com carros movidospor tracção animal - os “Ame-ricanos” -, desde muito cedo
que a Companhia Carris consi-derou como merecedora deatenção a possibilidade da suasubstituição por um qualqueroutro sistema mais rentável eeficaz. Deste modo, logo em1877, iniciou-se a recolha deinformações sobre a utilizaçãode locomotivas a vapor nostransportes públicos urbanos, aqual viria a culminar na reali-zação de carreiras temporáriasentre o Cais de Sodré e Algés
1900 - Geradora
Outros estudos e experi-ências foram-se acumulandocom o passar dos anos (em quese incluem o cabo de tracçãosubterrâneo e os eléctricoscom acumuladores), até que, jános finais do século, foi decididaa adopção de carros eléctricostendo a Carris obtido o privi-légio exclusivo para o perímetroque explorava, do sistema de-nominado “Electricidade porcondutores eléctricos com mo-tor”. Em 1900 tiveram início ostrabalhos necessários à suaimplantação com assentamen-to de novos carris, lançamentoda rede aérea e construção deuma fábricade electricidadecapaz de fornecer toda a ener-gia necessária ao seu normalfuncionamento; conhecidasimplesmente por GERADO-RA estendia-se por uma área de6.102 m2 e era composta pelaCasa das Caldeiras, Casa dasMáquinas, Casa das Baterias eDepósito de Carvão.
1901 - Rapidez
Na madrugada do dia 31 deAgosto de 1901 começou afuncionar a primeira linha decarros eléctricos que se esten-dia do Cais do Sodré a Ribamar(Algés). Citando um jornal daépoca “a inauguração da trac-ção eléctrica satisfez completa-mente o público que, em gran-de número, concorreu a pre-senciar o importante melho-ramento, a elegância luxuosados carros, a comodidade queoferecem aos passageiros e arapidez da marcha”.
Por volta de 1905 já toda arede estava electrificada tendoos “Americanos” desaparecidodas ruas de Lisboa.
1937 - EléctricosNos anos subsequentes Lis-
boa assistiu ao aparecimentode mais eléctricos, adquiridosnos Estados Unidos ou cons-truidos nas oficinas da empre-sa, ao alargamento da rede,sendo de salientar a linha daGraça, dado o seu percurso pormuitos considerado imprati-cável e ao nascimento de maisuma Estação, a das Amoreiras,inaugurada em 1937 e desti-nada não só a servir a rede deeléctricos, mas também a jáprevista rede de autocarrosque veio a ser inaugurada em 9de Abril de 1944.
1958 AutocarrosCom efeito pode dizer-se que
a Companhia Carris, através daimplantação de três carreiras,deu início a um serviço que,com o passar dos anos, viria asuplantar o de eléctricos eafirmar-se como o mais impor-tante meio de transporte dacidade de Lisboa na 2ª metadedo séc.XIX; foram elas: carreiranº 1, Cais do Sodré-Rotundacarreiras nº 2 e 3, P. do Comér-cio-M. Bombarda, alterna-damente pelas ruas Rodrigo daFonseca ou Duque de Loulé.Para apoiar este serviço surgiu,em 1958, a Estação de CaboRuivo.
1960 - AlteraçõesOs anos sessenta trazem
consigo profundas alteraçõesao panorama dos transportespúblicos colectivos de super-fície na cidade de Lisboa. A
política assumida pela empresade acabar a curto prazo com oseléctricos substituíndo-os porautocarros, o recurso cada vezmais acentuado ao transporteindividual e o aparecimento doMetropolitano contribuem de-cisivamente para o gradualdesaparecimento dos eléctricosde muitas zonas da cidade -Rossio, Benfica, Carnide, Lu-miar - e para uma melhoria narede de autocarros através dacriação de novas carreiras e dealterações em outras já exis-tentes.
1974 - Laranjas
Em 1974, verificada a neces-sidade urgente de rejuvenes-cer a frota de autocarros, foiaberto concurso para o forne-cimento de 200 novas viaturasque, tendo começado a serentregues no ano seguinte,mercê da cor que ostentavam,imediatamente foram apeli-dados de “laranjas”.
1981 – ConstruçãoA prevista desactivação da
Estação das Amoreiras, que seviria a verificar em 1981, a reno-vação e ampliação da frota deautocarros, implicaram a cons-trução de novas instalaçõesestrategicamente localizadas.
Surgiram assim as Estaçõesda Pontinha em 1975, da Mus-gueira em 1981 e o Complexode Miraflores que teve, no dia19 de Junho de 1983, o pri-
vilégio de receber a visita deSua Excelência o Senhor Presi-dente da República naquelaque foi a primeira visita reali-zada pelo mais alto magistradoda Nação a instalações daCompanhia Carris.
1990 - RenovaçãoNos últimos anos, para além
da entrada ao serviço de novosautocarros (médios, articu-lados e “minis”), assistiu-se a
um interesse renovado pelomodo eléctrico traduzido naaquisição de 10 eléctricos arti-culados, nos quais, à tecnologiade ponta e elevados níveis deconforto se alia uma grandecapacidade de transporte e narenovação de 45 eléctricostradicionais que, numa felizunião, conjugam o respeito pelatraça original com os maismodernos equipamentos elec-tromecânicos.
2004 - AquisiçãoConforme previsto no plano
de renovação da frota de auto-carros, no âmbito do processode reestruturação em curso,prevê-se que, até 2006, a CAR-RIS procederá à substituiçãode autocarros de serviço públi-co, nos seguintes termos:
2004 - 166 autocarros (40minis/ 106 standard/ 20 gásnatural)
2005 - 142 autocarros stan-dard
2006 - 100 autocarros stan-dard
Este processo vai permitir quea idade média da frota atinjaum valor de 6 anos, no final de2006.
Encontram-se já adjudicadose em fase de fabrico 188 auto-carros (148 standard MAN e 40minis MERCEDES), dos quais57 serão colocados ao serviçodo público ainda no 1.º semes-tre de 2004, 109 no 2.º semestrede 2004 e os restantes 22 no 1.ºtrimestre de 2005.
O processo de renovação dafrota permitirá reduzir signi-ficativamente as emissões degases poluentes, porque qual-quer dos modelos referidoscumpre plenamente a Direc-tiva Comunitária sobre emis-sões de escape – Limite Euro 3,contribuindo, assim, a CARRISpara a melhoria da qualidadedo ambiente em Lisboa. Paraalém disso, os novos autocarrospossuem ar condicionado eintroduzem uma série de inova-ções que terão grande impactena segurança e no conforto,bem como na operacionali-dade e na redução dos respec-tivos custos de manutenção.
Novo livro sobre migraçõesJovens Portugueses eLuso-Descendentes no Canadá
António VallacorbaDas habituais leituras de
verão deste articulista, apraz-nos registar o recebimento donovo livro sobre a temática daimigração, “Jovens Portugue-ses e Luso-Descendentes noCanadá”, da autoria dos profs.drs. José Carlos Teixeira eArmando Oliveira, que esteúltimo teve a amabilidade denos enviar, através da Universi-dade Aberta, de Lisboa.
São, mais precisamente, ecomo o subtítulo indica “trajec-tórias de inserção em espaçosmulticulturais”, resultantes do“…estudo sobre o modo comoos jovens portugueses e luso-descendentes residentes nascidades de Toronto e Montreal(…) se relacionam com a cul-tura e a sociedade dominantes,com a respectiva comunidadeétnica e, ainda, com Portugal ea cultura portuguesas”.
Paralelamente, “Os autoresobservam que a maioria da-queles jovens manifestam sinto-mas, e adoptam soluções, queresultam da situação de duali-dade cultural em que se encon-tram”. Geram, consequen-temente, “…com dificuldade arespectiva identidade étnica,afastando-se progressivamenteda cultura de origem e enca-minhando-se para a completa, epara muitos problemática, assi-milação cultural”.
Com prefácio da profª dra.Maria Beatriz Rocha-Trinda-de, esta obra, publicada primei-ramente em Abril do correnteano pela Celta Editora, temcerca de 240 páginas. Foi apre-sentada recentemente na Re-gião Autónoma dos Açores du-rante o programa “À Procuradas Raízes”, da Direcção Re-gional das Comunidades, como patrocínio do Governo aço-riano.
O nosso comum amigo dr.José Carlos Teixeira é professorno Departamento de Geografiado Colégio Universitário deOkanagan, na Colômbia Britâ-nica, e investigador no Centropara os Direitos Humanos, Di-versidade e Identidade da mes-ma Universidade.
O dr. Armando Oliveira éprofessor no Departamento deCiências Políticas e Sociais daUniversidade Aberta, em Lis-boa, e investigador no Centrode Estudos das Migrações eRelações Interculturais damesma Universidade.
Considerações Metodoló-gicas; Imigrantes Portuguesesno Canadá; Relacionamentocom a sociedade dominante;Jovens Portugueses e Luso-Descendentes; Relacionamen-to com a “comunidade portu-guesa” local e os Jovens, Portu-gal e a Cultura Portuguesa, sãoos tópicos estudados e ine-rentes aos respectivos seiscapítulos.
Na introdução, os autorescomeçam por fazer referênciaao primeiro contingente deemigrantes portugueses para oCanadá, passando depois àsciências sociais e ao fenómenoda incorporação de imigrantes.
Nas conclusões a que che-gam, e surpreendentemente,consideram o maior desafio avencer a “reduzida atenção”, a“resignada aceitação do statusquo”, o “aparente desinteresse
que suscita e a inércia que severifica em sectores respon-sáveis da sociedade portugue-sa” sobre o facto de os jovensportugueses luso-descen-den-tes “sistematicamenteapresentarem um dos piores– quando não mesmo o pior–desempenho académico dosjovens de todos os gruposétnicos à sua volta…”. Senão,atente-se neste comentáriofeito por uma imigrante aço-riana de Toronto quando osautores lhe perguntaram o por-quê de os filhos – ambos for-mados em Universidades cana-dianas – não falarem, e enten-derem mal, a língua portu-guesa:
“Sabe que mais? Eu aindagostava que alguém me expli-casse como é que, sabendorecitar os Lusíadas do princípioao fim, ou dançar a chamarritaaçoriana na ponta do pé – comoé que isso iria ajudar um jovemportuguês a ter uma vida me-lhor no Canadá, a integrar-semelhor na sociedade destepaís, onde ele vai, afinal, viver asua vida!”
Para a profª dra. Rocha-Trin-dade, coordenadora científicado Centro de Estudos das Mi-grações e das Relações Inter-culturais da Universidade A-berta, “Não poderia ser maisoportuna a publicação da obraJovens Portugueses e Luso-Decendentes no Canadá (…),
no momento em que se com-pletou meio-século sobre oinício da vaga de emigraçãoportuguesa para aquele país”.
“É igualmente feliz – con-tinua – a selecção do tema, poissão precisamente estes des-cendentes que constituemobjecto e fulcro da investiga-ção desenvolvida”.
E, de entre o demais exposto,Maria Rocha-Trindade consi-dera que “Ao virar as últimaspáginas da obra, ora editada,fica o leitor com a convicção deque valeu a pena esta leitura,até pela raridade presente deobras publicadas sobre a emi-gração portuguesa, agora me-nos populares que as respei-tantes à problemática da imi-gração, social e visualmentemais próxima dos nossos o-lhos”. Congratulamo-nos pormais esta importante obra deinvestigação do prof. dr. CarlosTeixeira, conjuntamente escri-ta pelo referido prof. dr. Arman-do Oliveira, outro açoriano,oriundo da ilha do Pico, aosquais saudamos com a expres-são da nossa maior admiraçãoe estima.
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CARNEIRO (21 de Março - 19 de Abril)Carta da Semana: Valete de Paus, que significa Amigo,Notícias Inesperadas.Amor: Tome cuidado quando se dirigir à pessoa queama. Meça as suas palavras.Saúde: Poderão surgir algumas dores musculares.
Dinheiro: Ajude o seu melhor amigo. Nem sempre o dinheiro étudo.Número da Sorte: 33Números da Semana: 17, 23, 45, 2, 19, 40
TOURO (20 de Abril - 20 de Maio)Carta da Semana: 9 de Copas, que significa Vitória.Amor: Encontra-se numa fase positiva, mas algo poderásurgir que o conduzirá a uma reflexão acerca do futuro.Saúde: Adopte uma alimentação equilibrada.Dinheiro: Seja prudente, cuide das suas economias.
Número da Sorte: 45Números da Semana: 49, 15, 39, 22, 1, 30
GÉMEOS (21 de Maio - 20 de Junho)Carta da Semana: Rei de Copas, que significa Poder deConcretização, Respeito.Amor: Tome cuidado para não perder aquilo quepensava estar conquistado.Saúde: Relaxe! Aproveite melhor o seu tempo
disponível.Dinheiro: Os seus negócios estão no bom caminho.Número da Sorte: 50Números da Semana: 21, 30, 25, 11, 5, 32
CARANGUEJO (21 de Junho - 22 de Julho)Carta da Semana: Ás de Ouros, que significa Harmo-nia e Prosperidade.Amor: Desfrute da companhia da pessoa amada, pois oamor está no ar.Saúde: Proteja-se do sol, tome cuidados especiais.
Dinheiro: Atravessa um período positivo. Avalie as condições quese proporcionarão.Número da Sorte: 65Números da Semana: 12, 41, 20, 36, 4, 17
LEÃO (23 de Julho - 22 de Agosto)Carta da Semana: O Diabo, que significa EnergiasNegativas.Amor: Enfrente os problemas, de modo a poder resolvê-los. Fale abertamente com o seu par.Saúde: Controle a fadiga, descanse mais. O seu corpo
tem limites.Dinheiro: Poderá vir a receber uma pequena fortuna.Número da Sorte: 15Números da Semana: 12, 4, 32, 47, 19, 7
VIRGEM (23 de Agosto - 22 de Setembro)Carta da Semana: A Lua, que significa Falsas Ilusões.Amor: Não ligue a intrigas, acredite no seu com-panheiro. Amar é confiar.Saúde: Cuide de si, não exagere nos doces.Dinheiro: Possível aumento nos seus rendimentos,
fruto de muito trabalho e dedicação.Número da Sorte: 18Números da Semana: 33, 20, 4, 36, 19, 1
BALANÇA (23 de Setembro - 22 de Outubro)Carta da Semana: Ás de Paus, que significa Iniciativa.Amor: O desejo de quebrar a rotina será intenso. Dêasas à imaginação.Saúde: Faça exercícios respiratórios, dê atenção ao seuorganismo.
Dinheiro: A sua capacidade de organização é muito boa, noentanto, não seja inflexível.Número da Sorte: 23Números da Semana: 20, 47, 6, 23, 45, 9
ESCORPIÃO (23 de Outubro - 21 de Novembro)Carta da Semana: 9 de Paus, que significa Força naAdversidade.Amor: Dê espaço ao seu companheiro. A sua posses-sividade poderá vir a afectar o vosso relacionamento.Saúde: Escute o seu organismo, não adie mais a ida ao
médico.Dinheiro: Atravessa uma fase favorável.Número da Sorte: 31Números da Semana: 24, 17, 46, 31, 9, 11
SAGITÁRIO (22 de Novembro - 21 de Dezembro)Carta da Semana: 7 de Espadas, que significaInterferências.Amor: A sua profissão ocupa-o demasiado. Tenteaproveitar ao máximo o seu tempo disponível criandomomentos especiais com o seu parceiro.
Saúde: Procure levar uma vida mais calma e tranquila.Dinheiro: A arrogância para com os seus superiores, só lhe podeser prejudicial.Número da Sorte: 57Números da Semana: 41, 23, 47, 36, 21, 27
CAPRICÓRNIO (22 de Dezembro - 19 de Janeiro)Carta da Semana: 9 de Espadas, que significa Angústia.Amor: O relacionamento com as pessoas que o rodeiamnão é a mais favorável, tenha cuidado com os seus actos.Saúde: Prováveis problemas de fígado. Beba álcoolmoderadamente.
Dinheiro: Momento propício para investir em bens materiais.Número da Sorte: 59Números da Semana: 22, 17, 36, 40, 9, 25
AQUÁRIO (20 de Janeiro - 18 de Fevereiro)Carta da Semana: Valete de Espadas, que significa Atento.
Amor: Dê mais atenção à pessoa amada. Umademonstração de carinho sabe sempre bem.Saúde: Procure um ginásio: o exercício fará com que sesinta melhor.Dinheiro: Revele os seus conhecimentos, a sua vida
profissional poderá mudar.Número da Sorte: 61Números da Semana: 14, 19, 23, 46, 2, 42
PEIXES (19 de Fevereiro - 20 de Março)Carta da Semana: 6 de Ouros, que significa Generosidade.Amor: Esforce-se por compreender melhor os pontos de vista e as
necessidades da sua cara-metade.Saúde: Não exagere nos temperos. Poderá prejudicaro seu aparelho digestivo.Dinheiro: Momento favorável. Aproxima-se um períodode concretizações.
Número da Sorte: 70Números da Semana: 20, 13, 4, 26, 7, 10
A Voz de Portugalna Internet
www. avozdeportugal.comLeia A Voz de PortugalAS DEZ FÓRMULAS DA MODAA dieta “South Beach”
É a dieta da moda, em 2004. Portugal nãoescapa à onda e pela mão da editora Pergaminho,acaba de ser lançado o mega-sucesso A Dieta deSouth Beach - Um plano delicioso para perderpeso deforma rápida e saudável que já vendeu 7,5milhões de exemplares em todo o mundo. Criadapelo cardiologista Arthur Agatston, esta dietavisava ajudar os doentes cardíacos a emagrecerrapidamente e preocupava-se exclusivamentecom as suas condições de saúde. Mas o sucessoda fórmula depressa saiu deste consultóriomédico, em South Beach, nos EUA, para cair nasbocas do mundo. Até Bill Clinton confessa, na suarecém-editada biografia, que deve a esta dieta asua boa forma.
Os princípios de South Beach são simples masa leitura do livro (ou a consulta emwww.southbeachdiet.com) impõe-se a quemqueira seguir este regime, que possui regrasespecíficas (e planos de refeições) para cada umadas suas três fases. A primeira é a mais restritivae, à semelhança da dieta do Dr. Atkins, reduzdrasticamente o consumo de hidratos de car-bono (a diferença é que proíbe também asgorduras), modificando assim a «químicasanguínea» e a resistência à insulina. O médicopromete que se perdem quatro a seis quilos nasprimeiras duas semanas, e que é a gordura dabarriga que desaparece primeiro. A segunda eterceira fases da dieta - que deverá ser seguidatoda a vida - permitem que se coma um pouco detudo, ensinando quais as boas e más gorduras,os bons e maus hidratos de carbono, e como,combinar correctamente os alimentos.
Menu-tipo
(Primeira fase)PEQUENO-ALMOÇO: Um copo (200ml) de
sumo de vegetais; omeleta de salmão fumado;chá ou café descafeinados com leite magro eadoçante.
“SNACK” A MEIO DA MANHÃ: Aipo re-cheado com um triângulo de queijo magro.
ALMOÇO: Salada de caranguejo.SOBREMESA: Gelatina sem açúcar.“SNACK” A MEIO DA TARDE: Duas fatias
de queijo mozzarella magro com duas rodelas detomate temperado com vinagre balsâmico,azeite e pimenta preta.
JANTAR : Bife grelhado; cogumelos re-cheados com espinafres; puré de couve-flor,salada de legumes verdes, pimento, pepino etomate-cereja, temperada com azeite e vinagre.
SOBREMESA: Creme de queijo ricotta comraspas de lima.
Palavra do nu-tricionista
É mais equili-brada que a dietado Dr. Atkins, masrestringe em de-masia os hidratosde carbono.
Continação no próximo jornal
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VáriaCada vez maiscrianças com reumático
Dois milhões de portuguesessofrem da doença
O número de pessoas quesofrem de doenças reumáticasem Portugal continua a au-mentar. De acordo com Diário
de Notícias, os últimos dadosapontam para dois milhões dedoentes. Uma doença que es-teve sempre associada a pes-soas mais velhas, mas que afec-
ta cada vez mais crianças.A prática de desporto de for-
ma desadequada, mochilasescolares com peso em excesso,postura incorrecta e até a humi-dade são alguns dos principais
factores para o aumento donúmero de crianças com doen-ças reumáticas.
Os sintomas são quase sem-pre comuns em todos os casos:
articulações inchadas, muitador e limitações de movimen-tos.
O que provoca o reumatismoé para já desconhecido mas osmédicos alertam para a impor-tância de um diagnóstico pre-coce.
Para que isso seja possível, aatenção dos pais ao compor-tamento da criança é funda-mental.
À semelhança do que acon-tece em idade adulta, tambémno caso das crianças a inci-dência da doença é maior so-bre o sexo feminino. Os mem-bros inferiores são os mais afec-tados.
No caso da artrite juvenil,uma inflamação crónica queconduz à destruição das articu-lações, o pico da doença regista--se por volta dos dois anos deidade. Mas os reumatologistasalertam para o facto de muitascrianças manifestarem sinto-mas no primeiro ano de vida.
O diagnóstico e medicaçãocorrectos podem fazer toda adiferença para garantir umcrescimento sem dor.
Anita e Filipe: o amor é eterna primavera…O amor, o verdadeiro amor, é o segredo de
Deus impresso no coração do homem.Efectivamente, dois esposos que se amam
encontram no amor a síntese das própriasrelações. Com o amor torna-se fácil viver a dois,compreenderem-se mutuamente, suportarem-se e justificarem-se. Até o sacrifício de um pelooutro torna-se fácil. Dai Senhor a este casal acoragem de uma mãe e a dedicação de um pai,a simplicidade de uma criança e a consciênciadum adulto. Dai-lhes o idealismo de uns jovense a sabedoria de uns velhos. Ensinai-lhes aconhecerem-se e a amarem-se cada vez mais.
Anita, Filipe...muitas e muitas felicidades!
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FOTÓGRAFOSPHOTO GALÍCIA4065 St-Laurent 845-5335
FUNERAISALFRED DALLAIRE|MEMORIAwww.memoria.ca4231 St-LaurentEduino Martins, Cel.: (514) 277-7778
(514) 862-2319
ALFRED DALLAIRE Groupe Yves Legaré1350 Autoroute 13, Laval (514) 595-1500Víctor Marques (514) 570-9857
URGÊNCIASE SERVIÇOS PÚBLICOSAmbulância 842-4242Clínica Portuguesa Luso 849-2391Polícia 9-1-1Bombeiros 872-1212Hospital Hôtel-Dieu 844-0161Hospital Royal Victoria 842-1231Hospital Ste-Justine 345-4931Hospital Ste-Jeanne-d'Arc 842-6141Hospital de Montrealpara Crianças 934-4400Serviço de Auxílio aosEmigrantes(SANQi) 842-6891Sun Youth, Serviços de Urgência 842-6822
ASSOCIAÇÕES E CLUBESAss. Angolana de Montreal 313-6465Associação N. S. de Fátima(Chomedey, Laval) 681-0612Associação Portuguesado Canadá 844-2269Associação Portuguesado Espírito Santo 254-4647Associação Portuguesade Lasalle 366-6305Associação Portuguesade Ste-Thérèse 435-0301Caixa de Economiados Portugueses 842-8077Casa dos Açores do Quebeque 388-4129Centro de Ajuda à Família 982-0804Centro Português de Referência 842-8045Centro Comunitário do Espírito Santo 353-1550Clube Oriental Português de Montreal 342-4373Clube Portugal de Montreal 844-1406Grupo Folclórico Campinosdo Ribatejo 353-3577Rancho Folclórico Verde Minho 768-7634Ass.Port.West Island 684-0857Português de Montreal 739-9322Sporting Clube de Montreal 499-9420Sport Montreal e Benfica 273-4389
IGREJASIgreja Baptista Portuguesa 484-3795Igreja Católica de Santa Cruz 844-1011Igreja N. S. de Fátima de Laval 687-4035Assembleia de Deus 583-0031Centro Cristão da Família 376-3210Igreja Nova Unção 593-9950Igreja Cristã Vitoriosa 525-9575
RÁDIO E TELEVISÃORádio Centre-Ville 495-2597Rádio CFMB 483-2362Radio Clube Portugal 849-9901
ConsuladoGeral
de Portugal
2020 Rua University, suite 2425
Montreal (Québec) H3A 2A5
Tel.: (514) 499-0359
HORÁRIO DE ABERTURA
Segundas, Terças, Quintas: e Sextas 9 às 12:30 horas
Quartas9 às 12:30 e das 14 às 17 horas
GARAGENSALBERT STATION SERVICE4209 De Bullion 845-5804
IGREJASIGREJA CRISTÃ VITORIOSAPara mais informações:www3.sympatico.ca/igreja.vitoriosa
IGREJA BAPTISTA PORTUGUESAPastor Pedro Felizardo Neves6297 Monkland Ave.. (514) 484-3795
CENTRO CRISTÃO DA FAMÍLIAAssembleia de Deus do Canadá2500 Boul. Rosemont (esq. Iberville)Pastor: Carlos Figueiredo 376-3210
IGREJA EVANGÉLICA LUSO-FRANCÓFONA28 St-Charles, Ste-Thérèse (450) 435-9834
MÁQUINAS DE COSTURAMONSIEUR MACHINE À COUDRE7341 St-Hubert 271-6452
MONUMENTOSGRANITE LACROIX INC.Construção de monumentos1735 Boul. des LaurentidesLaval, Québec (450) 669-7467
MÓVEISARCA4117 St-Laurent 842-0591
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EDUARDO DIAS4256 Boul. St-Laurent (514) 985-2411
OURIVESARIASB. SERKOS1530, Curé-Labelle, # 203 (450) 686-0026
OURIVESARIA ZENITH4173 Boul. St-Laurent 288-3019
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quarta-feira
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284 - 1813
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IndividualidadesRibeira-grandenses naCasa dos Açores do Quebeque...
Temos o prazer de vos anun-ciar a visita do Dr. António PedroCosta, Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, S.Miguel, Açores, à Casa dos Açores do Quebeque.
Convidamos a comunidade em geral e muito particularmentetodos os Ribeira-grandenses a estarem connosco neste importantedia, às 19:30.
A DirecçãoCasa dos Açores do Quebeque
Adolfo Dias Leite1935-2004
Faleceu em Montreal, com 69 anos deidade, no dia 22 de Agosto de 2004, o Sr.Adolfo Dias Leite, natural de Covas,Terras do Bouro, Portugal.
Deixa na dor sua esposa, a Sra. Caro-lina de Freitas Gonçalves, suas filhas AnaPaula e Isabel, seus irmãos e irmãs, seugenro, assim como outros familiares eamigos.
Os serviços fúnebres estiveram a cargo de:
Eduino MartinsO funeral teve lugar ontem, dia 24 de Agosto de 2004, após
missa de corpo presente, pelas 10h00, na missão Santa Cruz,seguindo depois o cortejo fúnebre para o cemitério Repos St-François d’Assise, onde foi a sepultar.
A família, muito sensibilizada, vem por este meio, agradecer atodas as pessoas as muitas provas de carinho e amizade que lheforam dadas por ocasião do funeral do seu ente querido, bemcomo a todas aquelas que, por qualquer forma, lhe tenhammanifestado o seu sentimento de pesar por tão infaustoacontecimento.
A todos um sincero Obrigado e Bem-Hajam.
Valdemiro Rodrigues1930 – 2004
Com 74 anos de idade, faleceu em Montreal,no dia 17 de Agosto de 2004, o Sr. ValdemiroRodrigues, natural de Ponta Delgada, SãoMiguel, Açores.
Deixa na dor sua esposa, Sra. Flavia Maria Nunes, sua filhaDora (Roland), seus filhos, Oswaldo (Maria dos Santos),Venicio (Kristina) Teodemiro (Françoise), Valtar (Isabelle),seus neto(a)s, Monica, Joshua, Matthew, Flavie, Anthony eErika, irmã(o)s, cunhada(o)s e sobrinha(o)s, assim comooutros familiares e amigos.
Os serviços fúnebres estiveram a cargo de:
Eduino MartinsO funeral teve lugar no dia 20 de Agosto de 2004, após missa
de corpo presente, pelas 11h00, na igreja St-Vincent Ferrier,seguindo depois o cortejo fúnebre para o cemitério Notre-Damedes Neiges, onde foi a sepultar.
A família vem por este meio, agradecer a todas as pessoas quese dignaram a tomar parte nas cerimónias fúnebres ou que, dequalquer forma, se lhes associaram na dor. A todos um sinceroObrigado e Bem-Hajam.
José Moniz Sr.1928-2004
Faleceu em Laval, com 75 anos de idade,no dia 18 de Agosto de 2004, o Sr. José MonizSr, natural de Ribeira Grande, S. Miguel,Açores. Esposo da já falecida Sra. DorindaMoreida, ele deixa na dor seus filho(a)sMichelle, Idelte, José Jr., Louise, e seus conjugues respectivos,seus netos, seus irmãs e irmãos, assim como outros familiarese amigos.
Os serviços fúnebres estiveram a cargo de:
Eduino Martins
O funeral teve lugar no dia 21 de Agosto de 2004, após missade corpo presente, pelas 13h00, na igreja Notre Dame deFátima, seguindo depois o cortejo fúnebre para o cemitério St-Martin, onde foi a sepultar.
A família, muito sensibilizada, vem por este meio, agradecera todas as pessoas as muitas provas de carinho e amizade quelhe foram dadas por ocasião do funeral do seu ente querido,bem como a todas aquelas que, por qualquer forma, lhetenham manifestado o seu sentimento de pesar por tão infaustoacontecimento.
A todos um sincero Obrigado e Bem-Hajam.
AssociaçãoSaudades da Terra
Vai realizar-se no sábado dia 11 de Setembro pelas 19h00, umjantar-convívio em Honra de São Paulo da Ribeira Quente, noSalão de Festas da Igreja Santa Cruz, animado pelo ConjuntoStarlight.
Esteja atento às publicidades que sairão proximamente.
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A VOZ DE PORTUGAL, 25 de Agosto de 2004 - Página 13
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VáriaPequena crónica de VerãoA decadência de uma sociedade
Joviano Vaz
Uma sociedade mede-se pe-los valores que possui, valoresque vêm do passado e que parao futuro devem ser projectados.
Mas, infelizmente, os valoresque possuímos são, nos temposque passam, extremamentelimitados e certamente discu-tíveis.
Ora, o facto provado e com-provado pela História Humana,é que quando os valores tradi-cionais não subsistem, as socie-dades que os abandonaramnão subsistem também (recor-demos Roma e outras socie-dades desaparecidas no tempoe no espaço).
Li recentemente uma notíciaque me deixou perplexo, paranão dizer escandalizado.
Os jogadores de hóquei vãofazer greve na próxima época.
Aceito que o direito de greveé algo de indiscutível. Nãosendo um direito absoluto, foiele que permitiu aos traba-lhadores melhores condiçõesde trabalho e maior respeito daparte do patronato.
Mas uma greve de jogadores
de hóquei é algo que não acei-to, e denuncio!
E o momento escolhido foibem pensado, pois, após asassinaturas dos contractosrespectivos, os jogadores serãopagos, mesmo se não jogarem...
Está assim em perigo a próxi-ma temporada de 2004 – 2005.
Não pude obter, por maisesforço que fizesse, a lista dossalários de todos os jogadoresda Liga Nacional de Hóquei.
Mas obtive, por intermédiode pessoa amiga, os salários detrês jogadores dos “Cana-diens”, que não deixam dúvi-das sobre o que penso e voucontinuar a pensar sobre oassunto.
Os grandes responsáveis detoda esta situação são, afinal, osespectadores que continuam afrequentar as arenas, pagandopreços exorbitantes por umlugar!
Outros responsáveis são osproprietários das diferentesequipas, que tudo pagam paraobterem, a curto e a médioprazo, lucros exorbitantes.
De resto, o fenómeno não selimita ao hóquei. Poderíamosfalar de basebol, do volleibol, doténis, etc,...
E em cada uma das disci-plinas acima citadas, o fenó-meno é o mesmo.
Ganhar, ganhar, seja de quemaneira for.
O clube de hóquei “Cana-diens” concluiu recentementeacordos com Marcel Hossa e
Steve Bégin.Marcel Hossa, 22 anos, assi-
nou um contracto de 1 milhãoe meio de dólares americanos,por um ano.
Steve Bégin, por sua vez,assinou um contracto de doisanos, do valor de 1,5 M de dóla-res, também americanos, mascom um ano de opção, a favorda equipa.
Quanto ao nosso compatrio-ta, Mike Ribeiro, o melhor mar-cador do “Canadiens”, assinouum contracto de 1 milhão e55.000 dólares americanos, ouseja o dobro do ano passado($847.000).
Isto, por um ano!Nada tenho contra o jovem
jogador de origem portuguesa,mas tenho de chegar à con-clusão que o seu caso é, afinal,o de centenas de jogadores,que tendo talento, conseguemo que outros nunca terão navida: a celebridade e o dinhei-ro. Porque será que me não fizjogador de hóquei?
E neste Verão que agoratermina, fico a pensar nas injus-tiças que a vida provoca gratui-tamente. É pena, mas é assimmesmo.É que a inversão devalores é mais que evidente nasnossas sociedades...
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àquarta-feira
“NOITE DE FADOS” NA BARRAElisa Rodrigues
Carlos Rodrigues, a convitedo Sr. Padre Paulo da Cruz(pároco da Barra), organizouuma noite de fados, de bene-ficência para obras da Paróquiada Barra. Como sempre, dispos-to a colaborar e a criar novoseventos, forma o elenco fadista,aqui, em Montreal, com MartaRaposo (fadista local), SusyBianca (antiga fadista local)eele próprio (fadista local).O Sr.Padre Paulo convida os guitar-ristas.
No dia 16 de Julho de 2004,realiza-se então a noite de fadosno “Salão Paroquial da Praia daBarra”. Para quem não co-nhece, esta pequena aldeia ficasituada em Aveiro no centro donosso Portugal. É uma aldeia,serena, com uma beleza muitoprópria, perto do mar. Tomandoo nosso café e comendo ostradicionais “ovos moles”, juntoao farol, avistamos e sentimos amaresia. Outra beleza queencontrei na Barra foi o soupovo, pessoas muito simpáticas,acolhedoras, dum carinho ex-
traordinário. Foi bom estar comvocês “Povo da Barra”!
Nesta noite de fados em quenada faltou, desde a cozinhatradicional, com os deliciososRojões à Lavrador, sobremesas,bebidas e a famosa bica. Fin-dado o jantar, apagam-se asluzes, só o alumiar das velasfica. Silêncio absoluto.
Iniciou-se o espectáculo, comuma guitarrada bem à portu-guesa com: João Mário, JoséMorais, José Tróia (três guitar-ras portuguesas) e à viola, JoãoCarlos, que tocaram divina-mente bem.
Marta Raposo com a sualinda voz, bonita presença empalco, o à vontade de Marta quetodos conhecemos, cantoulindamente, foi fadista!
Carlos Rodrigues, que tam-bém mostrou o valor da suavoz, com muita garra e a suapresença em palco, com umestilo muito seu e cantandocom sentimento muito fadista,foi espectacular.
Susy Bianca, agora residenteem Portugal, já residiu no Ca-nadá, em Montreal, onde co-meçou a cantar o fado comnove anos de idade, no antigorestaurante “O Avô do Fa-do”.Hoje dedica-se mais à can-ção mas, não perdendo o gostopelo fado, com a sua linda voz,minuciosa, delicada, uma pre-sença muito “menina,” mos-trou que valeu a pena ter come-çado tão nova a cantar o fado.
Bravo Susy!Julia Guerreiro, também
residente em Portugal, estavapresente na nossa mesa CarlosRodrigues, ao saber que a se-nhora cantava o fado, logo aconvidou para preencher estanoite fadista.Com voz meiga,fados cantados com muito sen-timento fadista que canta o quesente, gostei imenso.
Todos estes artistas, des-conhecidos desta localidadeonde actuaram, foram aplau-didos com muito carinho e sa-tisfação, pois, para onde querque eu me virasse via a alegriacom que a assistência os aplau-dia. A todos os meus agra-decimentos: ao Sr. Padre Pauloe a toda a equipa colaboradoradesta Paróquia, especialmenteao João Carlos e sua esposa AnaPaula, pelo acolhimento quenos foi dado, pela noite ines-quecível que nos proporcio-naram. Aliás, não tenho pala-vras que exprimam todo o agra-decimento desta noite, a qualnão será a ultima, pois, os co-mentários foram tão positivos,que logo surgiu a ideia de orga-nizar outra noite de fados parao ano 2005. ASSIM SEJA.
Para Carlos Rodrigues, o fadoem Portugal não ficou por aqui.Entre outros mais pequenosespectáculos, cantou nos “Jar-dins da Bobadela” acompa-nhado à guitarra por Júlio Ma-daleno, e à viola, por VictorLourenço. Noite esta de fados,em que Carlos Rodrigues sesaiu também com muito êxito.Desejo noutras paragens con-tinuação de grande sucessopara os artistas locais.
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A VOZ DE PORTUGAL, 25 de Agosto de 2004 - Página 15
DesportoConfusão na chegadada selecção olímpica
Figo, a pausa justa
Zidane anuncia:«É o final da minhacarreira na selecção francesa»Com o Aeroporto da Portela à
pinha, normal neste período doano, a Selecção Olímpica che-gou a Portugal. Semblantescarregados, pois claro, que asituação não era para menos, emuita confusão, com adeptosmais exaltados e outros queguardaram alguns aplausospara os jogadores. Bosingwa
terá sido quem mais sofreu.Segundo algumas testemu-
nhas oculares, Bosingwa foiinterpelado por um adepto emfúria que lhe terá proferidovários insultos. O jogador teráperdido a cabeça por algunssegundos, mas foi rapidamenteacalmado por alguns jogadoresque estavam por perto, bemcomo por alguns elementos daequipa técnica. Foi esta, deresto, a cena mais «quente» dachegada olímpica que tinhatudo, à partida, para ser defesta.
Mas não foi. Gilberto Madaíl,presidente da Federação Portu-
guesa de Futebol, não conse-guiu esconder o nervosismominutos antes da Selecção sairda porta de chegadas. Depoisdeslocou-se o máximo respon-sável até dentro da sala dechegadas para certamente tro-car algumas palavras com JoséRomão. Passados dez minutossaíram todos juntos, perante obarulho que depressa aumen-tou de intensidade.
Barulho de palma e de asso-bios. Depois insultos pelo meio,mas quase inaudíveis no meiode tanto barulho. Ouviu-seentão alguém dizer: «Tão bonsjogadores e dá nisto». GilbertoMadaíl foi engolido pela ava-lanche de repórteres e adeptos,mas respondeu: «É uma gran-de equipa».
A confusão instalou-se à voltade José Romão. A rodeá-loalguns elementos que tenta-ram abrir caminho à cotove-lada. Quando já se dirigia paraa porta, o treinador nacionalmudou de rumo e parou parafalar com os jornalistas. En-quanto deu explicações, osjogadores saíam um a um. Bo-singwa teve, entretanto, aquele«arrufo» com o adepto maisexaltado, mas tudo acaboubem. Mas certamente a todosveio ideia de uma célebre che-gada depois de um certo Mun-dial 2002.
A pausa justa para quem deutanto. Figo quis parar, masainda não tem a certeza se seráou não de vez. Aos 31 anos,sente necessidade de inter-romper um percurso brilhantena Selecção porque talvez nãose sinta capaz de manter nomáximo, com tantos jogos naspernas, os índices de forma. Éjusto. É justo e leal para osoutros jogadores que aspiram aser chamados, para os que jáfazem parte do grupo e têmexpectativas e para os adeptosque exigem dele sempre o jogoda sua vida. Figo pára, mas ofutebol e o país continua. Foiessa a mensagem que o joga-dor do Real Madrid quis pas-sar.
O mais internacional de sem-pre, a par de Couto, até podevoltar. A porta fica aberta. Elefez questão de a deixar assim.Sabemos que o fará se sentirque é necessário, se achar que
o país precisa dele. Afinal, foisempre esse Figo que se viunos relvados, mesmo quando oseu momento não era o me-lhor. Nunca teve medo de ir tercom a bola, de encarar de fren-te a responsabilidade com aqual outros por vezes tiveramdificuldades em conviver ami-gavelmente e de dar tudo o que
tinha naquele momento. Por is-so e por tudo que fez nos relva-dos com a camisola portugue-sa, foi grande!
Enquanto não voltar ou senão voltar, não faltará quem orecorde. Quem lembre o fabu-loso golo à Dinamarca paradesgraça de Schmeichel, numparticular em Março de 2000.Quem se empolgue com umremate, à prova do túnel devento formado pelas pernas deum inglês no Europeu do mes-mo ano, que deu início à fabu-losa recuperação de 0-2 para 3-2 em Eindhoven. Mas Figo pre-cisa que o esqueçam por unstempos e o melhor mesmo éfazer-lhe a vontade. Até porqueo espectáculo continua.
Portugal enfrenta um durodesafio: sem Rui Costa e Figo ecom Couto em dúvida, a Selec-ção pode ficar de uma só vezórfã dos seus rostos mais caris-máticos. Na Europa, outras
selecções sofrem do mesmoproblema, com a França a ser omelhor exemplo. A seu favor,este país tem a vantagem darenovação ter começado háalgum tempo, mas começaagora a demanda pela refe-rência que Figo sempre foi.Obrigado, Luís.
Zidane anunciou no seu siteoficial que vai deixar a selecçãofrancesa. O jogador do RealMadrid confirma assim o que játodos esperavam, até porque sesabia que esse era um dosassuntos abordados numa en-trevista ao Canal +. O francêsestreou-se com a camisola dos«bleus» em 1994 e ganhou oMundial de 1998 e o Europeu de2000: «Pensei muito antes de
tomar esta decisão. Penso quenum dado momento temos dedizer basta. É o final da minhacarreira na equipa francesa. Éa hora, a minha hora. É o finalde um ciclo: houve algunsgrandes jogadores que se re-tiraram em 2000 e em 2002,outros estão a fazê-lo agora e
também eu estou a fazê-lo.Pensei nisso antes do Euro2004. Independentemente doresultado, já antecipava o a-bandono da equipa francesa. Éóbvio que é mais fácil fazê-loquando estamos a perder doque quando estamos a ga-nhar.»
O seleccionador RaymondDomenech estava optimistaquanto à possibilidade de con-
vencer Zidane a continuar naselecção, mas pelos vistos nãoteve sucesso: «Ele não vai voltara jogar pela França. Lamentoisso já que gostaria que conti-nuasse. Ele achou que tinha deabandonar para dar lugar aosmais novos.»
Deco: «Quero deixara minha marca no Barcelona»
Deco anda que nem um lou-co à procura de casa em Barce-lona. O brasileiro, em entre-vista ao Mundo Deportivo,apontou que precisa de encon-trar um lar perto do estádio, atéporque não quer voltar a passarpela agonia de se perder e quasechegar atrasado ao treino.Falando de futebol, Deco mos-tra ambição e garante quequer ser recordado no CampNou: «Chegar aqui era a minhamaior aspiração. Quero triun-far e deixar a minha marcaaqui, porque passaram muitosjogadores pelo Barcelona, maspoucos deixaram a sua marca.»
O jogador aponta que gosta-ria de repetir uma partida dasua carreira com a camisola doBarça: «A final da Liga dosCampeões ganha pelo F.C. Por-to. É uma obsessão ganhá-lapelo Barcelona. Seria o máxi-mo!»
O brasileiro já se estreou peloBarcelona, numa partida par-ticular frente ao Vilafranca, umclube das regionais espanho-
las. Deco vinha de uma lesão,mas marcou e encantou com oseu futebol: «Falta-me ritmo efutebol, porque não tive oportu-nidade de treinar bem. Masagora vou estar muito melhor.Vocês vão ver.»
A derrota na final do Euro-2004 frente à Grécia ainda nãofoi esquecida por Deco, queaponta que dificilmente esque-cerá esse momento: «Temoque nada me fará esquecerisso, porque, pessoalmente,considero essa experiência umdesastre. Mas o futebol é assim.Nem sempre se pode ganhartudo. Talvez os títulos que espe-ro ganhar pelo Barcelona pos-sam fazer com que essas recor-dações se desvaneçam.»
Dragão vence primeiro trofeu A época 2004/05 começou
de azul e branco. Os Dragõesiniciam a temporada arreca-dando o primeiro trofeu oficial,ao vencer o Benfica por 1-0, nafinal da Supertaça CândidoOliveira, que se disputou sexta-feira, no Estádio Cidade deCoimbra. Em estreia em com-petições oficiais pelo F.C. Porto,Victor Fernandez não negou ofavoritismo e foi recompensadopor uma vitória que se tornaum autêntico estímulo paraenfrentar os próximos desafios.
Relvado em mau estadoA primeira parte desta par-
tida ficou marcada pela dificul-dade manifestada pelos atletasem se adaptar ao degradadoestado relvado, que prejudicoubastante a qualidade do espec-táculo.
O Campeão Europeu entrouem campo com uma equipaque queria controlar a bola, noentanto a má qualidade doterreno de jogo impedia que asunidades mais criativas dosDragões explanassem todo oseu futebol.
Num primeiro tempo equi-librado e sem grandes ocasiõesde perigo, salienta-se pelapositiva a fantástica atitude damassa associativa azul e brancae pela negativa a lesão de Diegoque obrigou os portistas a me-xer cedo na equipa.
Porto mais incisivoA segunda parte trouxe um
Porto mais dinâmico, incisivo eentrosado, com maior com-preensão daquilo que era ne-cessário fazer num relvado comestas características. O press-ing azul fez-se sentir e, aos 55minutos, no seguimento umaboa jogada de entendimento abola encontrou Quaresma que,descaído sobre a esquerda dagrande área, fez o drible, ga-nhou espaço e com muita friezarematou cruzado para golo.
O Benfica respondeu com asentrada de Karadas para olugar de Zahovic e de BrunoAguiar para o de Paulo Almei-da, enquanto Bosingwa substi-tuiu Quaresma nos portistas.
Ao forcing dos encarnados osDragões mostraram que jogamcomo equipa e que têm na soli-dez defensiva uma das suasmais fortes armas. Até ao final oresultado não se alterou. Jáperto do fim Postiga assinou oseu regresso aos jogos oficiaispela formação azul e branca.
Azuis e brancos” bateramBenfica por 1-0
FC Porto vence SupertaçaCândido de Oliveira
O FC Porto conquistou sexta-feira, a 26ª edição da SupertaçaCândido de Oliveira de futebol,ao vencer o Benfica por 1-0, noprimeiro encontro oficial daépoca.
O único golo da partida foimarcado aos 56 minutos porRicardo Quaresma, recém in-gressado na equipa, na con-clusão de uma boa jogada indi-vidual.
A partir desse momento, oFC Porto passou a controlar ojogo, depois de o Benfica terestado melhor na primeiraparte.
Com esta vitória, a equipa deVíctor Fernandes, que se es-treou no comando técnico dos“azuis e brancos” em jogosoficiais, arrecada a sua 14ªSupertaça, revalidando umtítulo que conquistara o anopassado, ao vencer a União deLeiria pelo mesmo resultado.
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A VOZ DE PORTUGAL, 25 de Agosto de 2004 - Página
Desporto16
Leões procuram acertarFalta “agressividade”
Vinte foram os minutos dedi-cados ontem por José Peseiro àanálise dos erros cometidos noBessa. O exercício foi realizadoem pleno relvado da Acade-mia, antecedendo a sessão detrabalho. Mais tarde, o brasi-leiro Rogério deu algumaspistas sobre o teor da con-versa...
Os jogadores do Sportingentraram ontem à tarde norelvado da Academia já o solcomeçava a curva descen-dente. Em vez das habituaisbrincadeiras, sentaram-se eescutaram o que José Peseiro
tinha para lhes dizer.Sem gesticular, o treinador
do Sporting falou demorada-mente com os pupilos, anali-sando o embate com o Boavistae solicitando-lhes maior pressãoe agressividade em todos osaspectos do jogo. Os ponteirosdo relógio haviam percorrido oespaço correspondente a vinteminutos quando o responsáveltécnico leonino deu ordenspara treinar...
Na altura, como é natural,pouco ou nada transpirou paraa Comunicação Social sobre oteor da longa palestra. O enig-
ma seria desfeito duas horasmais tarde, em plena sala deconferências de imprensa daAcademia. Com a mente aindanão contagiada pelos métodosdo futebol português, o brasi-leiro Rogério não teve proble-mas em dar algumas pistassobre a palestra, finda a qual oromeno Marius Niculae, queestivera ao serviço da selecção(não saiu do banco), regressoude imediato ao ginásio, sendodispensado da sessão de tra-balho.
Dissecar os errosRogério começou por referir
que o grupo leonino tem porhábito realizar uma auto-aná-lise, facto que funciona comoespécie de terapia. “Conversa-
mos sempre sobre os jogos.Hoje, não foi diferente: debate-mos as ocorrências do encon-tro de ontem com o Boavista;analisámos os erros cometidosno Bessa e abordámos os acer-tos que temos de efectuar. En-fim, falámos sobre os aspectosque temos de corrigir”, expli-cou o médio brasileiro que, naCidade Invicta, a partir damarca de grande penalidade,apontou o primeiro tento com oemblema do leão ao peito.
Muito a melhorarAs palavras de José Peseiro
na alocução não foram certa-mente muito diferentes dasutilizadas por Rogério na aná-lise às carências da equipa.Aliás, esse exercício de reflexão
do brasileiro surgiu no con-texto da pergunta dos jorna-listas sobre o teor da palestra.“Temos muita coisa para me-lhorar. Em termos de poderofensivo denotamos falta deagressividade. Também nostem faltado agressividade rela-tivamente à disposição da equi-pa, ou seja, no que se refere àdeterminação e marcação. Issofoi visível no jogo com oBoavista”, sublinhou o inter-nacional canarinho, saindo emsocorro dos pontas-de-lançaverdes e brancos: “A transiçãopara o ataque também não temsido realizada com a velocidadenecessária. É por isso que Lied-son e Pinilla não têm disposto deoportunidades para rematarem número suficiente...”.
Jogos a maisO preparador físico do Sport-
ing, João Aroso, chamou a a-tenção para o excesso de jogosrealizados na pré-época (11)situação que, em sua opinião,poderá servir para explicaralgumas exibições menos con-seguidas. “Os desempenhostêm sido condicionados peloexcessivo número de jogosrealizados num curto períodode tempo. Face aos compro-missos anteriormente assumi-dos, temo-nos limitado a realizara recuperação dos jogadoresmais utilizados, o que nos con-diciona bastante. O que gosta-ríamos é de ter mais tempo paratreinar, facto que irá sucederdaqui para a frente, pois passa-remos a jogar uma vez por se-mana. Teremos, então, tempopara treinar os aspectos de quenecessitamos”, salientou JoãoAroso.
Obikwelu: o dia em quepensou ir à Noruega a pé
Francis Obikwelu, 25 anos, é o novo medalhado dos JogosOlímpicos de Atenas com as cores de Portugal, mas é também ahistória de um menino clandestino que um dia chegou a Lisboacom as pernas de um atleta. Bateu às portas de Benfica e de Sport-ing, mas a única coisa que ouviu foi um redondo «não» àilegalidade. Nigeriano de nascença, trabalhou duro enquantopensou que podia ir de Portugal à Noruega a pé. Viveu ao lado dabebida e da droga, mas resistiu em nome do desporto. Estedomingo recebeu o prémio que tanto procurou. Mas ainda faltaum degrau. O ouro!
«Um dia estava a dar uma lição na escola e ao fundo ouvi umaconversa entre o meu filho e um rapaz», começa por contar MaryMorgan, professora de inglês em Loulé, ao Maisfutebol,recordando 1994. «Mal conseguia perceber o que dizia. Usava uminglês muito arcaico e diferente. Parecia algo parecido cominglês», relata. «Percebi depois que era nigeriano», conta.
Mary Morgan, 57 anos, ensina inglês no Algarve. O filho, com16 anos na altura, jogava rugby no Louletano. «Eles conheceram-se e ficaram amigos», continua. «Mas o Francis era um miúdoinexperiente, sem noção de nada, completamente perdido»,lembra Morgan. «Ele pensava que podia ir de Portugal à Noruegaa pé!», exclama.
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